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Cássia Teresinha Lopes de Alcântara Gil AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS CEFALOMÉTRICOS DA ANÁLISE FRONTAL DE RICKETTS Oissertaçao apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", como parte dos requisitos para obtenção do título de MESTRE, pelo Curso de Pós- Graduação em ODONTOLOGIA, Área de Concentração em Radiologia Odontológica Orientador: Prof. Dr. Edmundo Médici Filho São José dos Campos 1995

AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

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Page 1: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

Cássia Teresinha Lopes de Alcântara Gil

AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS

PONTOS CEFALOMÉTRICOS DA ANÁLISE

FRONTAL DE RICKETTS

Oissertaçao apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", como parte dos requisitos para obtenção do título de MESTRE, pelo Curso de Pós­Graduação em ODONTOLOGIA, Área de Concentração em Radiologia Odontológica

Orientador: Prof. Dr. Edmundo Médici Filho

São José dos Campos

1995

Page 2: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

r ,--,

Apresentação gráfica e normalização de acordo com:

RIBEIRO, J. F. et ai. Roteiro para redação de monografias, trabalhos de

cursos. dissertações e teses. São José dos Campos. 1994.

·:. ;:. t} ··'·-1');

GIL, C. T. L. A. Avaliaç~o da precis~o na localização dos pontos

cefalométricos frontais da análise de Ricketts. São José dos Campos,

1995. 72p. Dissertação (Mestrado em Odontologia) - Faculdade de

Odontologia, Campus de São José dos Campos. Universidade Estadual

Paulista "Júlio de Mesquita Filho".

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?

Page 3: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

r

Agradecimentos especiais

Ao FÁBIO, pelo amor, estímulo e compreensão incondicionais.

À MINHA FAMÍLIA, por uma vida inteira de amor e confiança.

Aos COLEGAS e PROFESSORES do curso de Especialização em Ortodontía de Santos, pela compreensão, amizade e apoio, sempre.

Ao amigo LUÍZ ROBERTO CAPELLA, pelo incentivo, ajuda e confiança.

À TEITA, pela amizade e ajuda tão importantes.

Page 4: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

Agradecimentos

Ao Prof. Adjunto Edmundo Médici Filho, pela orientação, amizade e paciência, fundamentais à realização deste trabalho.

Ao Prof. Adjunto Luiz César de Moraes, pelo incentivo, apoio e bom humor sempre presentes.

Ao Prof. Adjunto Ary Dias Mendes. pela elaboração da análise estatística deste trabalho.

Aos colegas e professores dos cursos de Especialização em Ortodontia de Santos, Presidente Prudente e Alienas, pela desinteressada e importante ajuda, participando das avaliações deste trabalho.

A D. Leila Novaes, pela boa vontade e eficiência na orientação das normas técnicas para redação deste trabalho.

A Edna, pela indispensável ajuda na confecção do material para apresentação deste trabalho.

A Profa. Assistente Maria Aparecida e às funcionárias da Disciplina de Radiologia da Faculdade de São José dos Campos, pelos inúmeros auxílios e amizade.

Page 5: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

Aos colegas e Professores de mestrado da Disciplina de Radiologia, pelos ensinamentos e companheirismo.

Aos colegas companheiros de viagem, que tornaram esta jornada mais !eve.

Aos professores, colegas e funcionários da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos. pela acolhida que recebi.

À todos aqueles que, direta e indiretamente, contribuíram para a elaboração deste trabalho,

MUITO OBRIGADA

Page 6: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 6

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................... 7

3 PROPOSIÇÃO...................................................................... 19

4 MATERIAL E MÉTODO........................................................ 20

4.1 Material................................................................................ 20

4.2 Método................................................................................. 20

4.3 Análise Estatística ............................................................... 32

5 RESULTADOS ..................................................................... 35

6 DISCUSSAO .......................................................................... 48

6.1 Análise dos Pontos Cefalométricos................................. 51

7 CONCLUSOES..................................................................... 63

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................... 64

RESUMO............................................................................... 71

ABSTRACT ........................................................................... 72

Page 7: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem origem na constatação de que a telerradiografia frontal

nos fornece informações importantes sobre as medidas transversais da

face, mas vem se tornando uma radiografia pouco utilizada.

A revisão da literatura indica, conforme pode ser verificado a seguir, que

os autores, de um modo geral, concordam quanto à importância, utilidade e dificuldades do emprego da cefalometria frontal na análise facial. Há

acordo também quanto à dificuldade na localização dos pontos

cefalométricos para a construção de um cefalograma confiável.

Apesar do número crescente de trabalhos na área, não há indicações

precisas nos estudos sobre quais pontos apresentam maior ou menor

dificuldade de localização e qual é o grau de dificuldade encontrado.

Avanços técnicos têm contribuído para mostrar a importância da

cefalometria frontal, apontando a necessidade de se manterem as

investigações, entre outras, sobre os ganhos e perdas no emprego de

diferentes materiais para a construção dos cefalogramas.

Assim, propusemo-nos a desenvolver um trabalho que pudesse avaliar os erros e acertos na identificação dos pontos cefalométricos frontais mais

utilizados, testando também três diferentes materiais usados para a

marcação desses pontos.

Page 8: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

2 REVISÃO DA LITERATURA

Na história dos Raios X e suas aplicações, observa-se que o tratamento

dado à cefalometria desenvolveu-se a partir da publicação, em 1931, do

trabalho de Broadbent3, considerado o pai da cefalometria. Nesse artigo,

o autor descreve a técnica da telerradiografia lateral e frontal, utilizando­

se de um cefalostato e do plano de Frankfurt como plano de referência

para o posicionamento do paciente na tomada radiográfica.

Brodie•, 1949, fez um histórico da cefalometria lateral e frontal e ressalta

a necessidade crescente de seu conhecimento e aplicação na

odontologia, especialmente na ortodontia e cirurgia.

Na década de 60, vários estudos chamaram a atenção para diversos

aspectos da cefalometria frontal: sua aplicação; sua importância para a

avaliação tridimensional; as dificuldades de interpretação; a dificuldade

para localização dos pontos cefalométricos e contribuições técnicas.

Yen49 , 1960, ao discorrer sobre a identificação dos pontos cefalométricos,

salientou: "Detalhes anatómicos nas radiografias são freqüentemente

obscurecidos pela sobreposição de imagens de ossos individuais e pelas

diferenças de suas espessuras e densidade, o que faz ser difícil a

interpretação da radiografia do crânio. Ainda no mesmo trabalho, observa

que "a imagem radiográfica produzida por crânio seco é mais nítida do

que a obtida de uma cabeça de uma pessoa viva, facilitando então a

identificação das características anatômicas".

Ricketts34, 1961, observou que "simplesmente chamar a dimensão

'grande' ou 'pequena' ou 'boa' ou 'ruim' não significa a mesma coisa para

todo mundo. A fim de ser criterioso e descritivo, é mais proveitoso

nota: todos os trechos entre aspas referem-se à traduções livres dos trechos originais.

Page 9: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

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expressar as dimensões em função de ângulos ou mensurações lineares. Desse modo, o propósito da análise é objetivar e abranger os quatro 'Cs'

da cefalometria que são: (1) caracterizar ou descrever as condições

existentes, (2} comparar um indivíduo com outro ou o mesmo indivíduo

com ele mesmo em tempos diferentes, (3) classificar certas descrições

em várias categorias e (4) comunicar todos esses aspectos ao clínico, ao pesquisador ou aos pais".

Em estudo anatômico detalhado da cefalometria posteroanterior, Sather4o. 1963, afirma que "o roentgenograma posteroanterior da cabeça

é difícil de interpretar devido a muitas estruturas sobrepostas e também pela distorção produzida pela variação da distância filme-objeto das

estruturas internas da cabeça".

Mulick24, 1965, afirma que "o estudo da assimetria facial em ser humano

é impossível sem o emprego da radiografia frontal" e que "não há outro meio para o clínico observar o crescimento e desenvolvimento em largura

da face humana". Observa ainda que " poucos estudos têm sido feitos

utilizando a radiografia frontal. Devido à falta de material de estudo

comparativo nesta projeção, o ortodontista tende a eliminar a vista frontal

de sua avaliação cefalométrica do desenvolvimento da face humana". Ainda nesse trabalho, apresenta as aplicações clínicas da radiografia

frontal na avaliação da presença de: desvio da linha mediana, distúrbios

no plano oclusal, assimetria facial, desvios funcionais da mandíbula,

avaliação do tipo mortológico, avaliação dental, deformidades congénitas

(fenda palatina completa unilateral, disostose crânio facial, hemiatrofia da

mandíbula ou maxila).

No mesmo ano, em outro trabalho, Mulick25, 1965, publica ainda estudo

sobre assimetria fadai onde ressalta que " ortodontistas são

freqüentemente chamados a tratar dentições em que há diferenças constatadas, tanto dentais, esqueletais, ou dentoesqueletais, entre os

lados direito e esquerdo do paciente. Tais diferenças direita-esquerda existem em todos os graus de severidade. Algumas podem causar

interferências com a função normal das estruturas dentais e apresentar

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'

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interferências com a função normal das estruturas dentais e apresentar

problemas estéticos. Outras são tão suaves que não podem ser

verificadas por observações grosseiras. O complexo craniofacial 'ideal'

teria metades direita e esquerda, cada uma consistindo de estruturas

idênticas. No entanto, sabemos pela experiência clínica, que diferenças

direita-esquerda ou assimetrias são comuns e freqüentemente se tornam

matéria de preocupação na terapia ortodôntica".

Baseando-se em estudo sobre a reprodutibilidade das mensurações da

cefalometria posteroanterior, Richardson32, 1967, constatou: "Uma grande

variedade de pontos cefalométricos tem sido recomendada por diferentes

autores, de tempos em tempos, por várias razões, mas pouca atenção

tem sido dada ao fato que alguns pontos são mais fáceis de serem

localizados nas radiografias do que outros, e por esta razão, podem ser

mais acuradamente reproduzidos quando as mensurações são feitas em

épocas diferentes, por diferentes pessoas".

Para a investigação da relação entre a oclusão dos dentes e a presença

de assimetria da mandíbula ou da base anterior do crânio no plano frontal,

Letzer & Kronmam21, 1967, utilizaram o cefalograma posteroanterior e

não encontraram evidência estatística que comprovasse a relação entre a

oclusão dental e a assimetria ou simetria da face.

Em seu trabalho a respeito da interpretação da radiografia

posteroanterior, Marshall22, 1969, explica: " As dimensões para a

avaliação do crescimento são altura, largura e comprimento. A radiografia

revela apenas duas das três dimensões, dependendo da projeção usada.

Para entender radiograficamente um objeto tridimensional, devemos

pensar nestes planos. Na radiografia lateral, visualizamos apenas altura e

comprimento; na radiografia posteroanterior, somente altura e largura; na

radiografia basal, somente comprimento e largura. A fim de obter um

conceito tridimensional do crânio, a projeção posteroanterior deve ser

usada associada à projeção lateral".

Page 11: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

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A quantidade de trabalhos sobre cefalometria frontal aumenta na década

de 70, enfatizando os aspectos técnicos de sua utilização e mostrando as

contribuições que ela pode trazer para a análise facial.

Ao escrever sobre a importância e objetivos da análise cefalométríca para

o estudo e acompanhamento do crescimento e tratamento do paciente,

Ricketts3'. 1970, afirma que a cefalometria frontal deve ser empregada

para todas as avaliações de larguras faciais.

Em seu trabalho sobre a confiabilidade das medidas feitas em

radiografias da cabeça, Baumrind & Frantz2, 1971, classificaram os erros

que ocorrem ao se fazer essas medidas em: "erros de projeção",

resultados do fato de que a radiografia da cabeça é uma imagem

bidimensional de um objeto tridimensional; e "erros de identificação". que

são aqueles envolvidos na aparente facilidade do processo de

identificação dos pontos anatômicos especificas.

Diante da necessidade de facilitar e ampliar a utilização da cefalometria,

Ricketts et al.39, 1972, apresentam detalhadamente a análise

cefalométrica computadorizada e nesse mesmo ano, ainda enfatizando a

importância do uso da tecnologia da computação , Ricketts37 , 1972,

ressalta a importância do uso da cefalometria lateral e frontal e esclarece

que "o uso das vinte medidas obtidas pela análise frontal não permite a

completa reconstrução da face, mas as características transversais dos

arcos dentários e do esqueleto facial são adicionados aos dados da

análise lateral e considerações tridimensionais são então possíveis".

Em seu trabalho sobre a reprodutibilidade dos pontos cefalométricos e

erros de mensuração das distâncias cefalométricas craniais, Midtgard et

ai. 23, 1974, afirmaram que "o desenvolvimento da cefalometria tem criado

a necessidade de exatidão na localização de um número crescente de

pontos nos roentgenogramas. Esses pontos podem ser usados para

mensuraçôes ou para a superposição de radiografias. É sabido que

diferenças podem ocorrer na localização dos pontos cefalométricos. Comparando a variação em um número de mensurações de diferentes

Page 12: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

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pontos, ê possível concluir quais pontos são mais reproduzíveis. Alguns

desses pontos, usados clinicamente, são localizados nas bordas do

crânio e são comparativamente mais fáceis de localizar devido à maior

clareza no contraste de suas imagens. As estruturas internas do crânio

são, por outro lado, freqüentemente mais confundidas, devido à somatória de sobreposição de detalhes anatômicos".

Ao comparar o uso das linhas de referência nas diferentes técnicas

cefalométricas, Ricketts 35, 1975, defende o uso do plano horizontal de

Frankfurt para o posicionamento do paciente na tomada radiográfica, e

também para ser usado como linha de referência na análise

cefalometrica. por ser a única linha que pode ser visualizada, tanto na

cefalometria lateral, quanto na frontal, onde o plano horizontal de

Frankfurt corta os arcos zigomáticos. permitindo relacioná-las.

Utilizando a cefalometria frontal em seu estudo sobre assimetria facial

humana, Vig & Hewítt 46, 1975, concluíram que a região da base do

crânio e a região maxilar apresentaram assimetria, com o lado esquerdo

sendo o maior, e que as regiões mandibular e dentoalveolar foram as que

apresentaram maior grau de assimetria.

Em complementação ao citado artigo publicado no ano anterior,

Ricketts3s, 1976, escreve sobre a associação da cefalometria frontal às

cefalometrias lateral e basal, para analisar o crescimento das cavidades

orbital, nasal e bucal, fazendo sobreposições dos cefalogramas em

diferentes idades, utilizando sempre o plano de Frankfurt como referência.

Christie •, 1977, baseando-se nas cefalometrias lateral e frontal de

Ricketts, fez estudo sobre a relação entre o padrão facial e a presença

ou não de uma boa oclusão dental e concluiu que indivíduos braquifaciais

têm uma maior tendência a apresentar boa oclusão do que os

dolicofacíals. Ao avaliar as diferenças médias na dimensão frontal entre

os indivíduos do sexo feminino e masculino, concluiu que os do sexo

masculino apresentam a largura maxilar quatro milímetros mais ampla; a

Page 13: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

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cavidade nasal um milímetro mais larga e a mandíbula também cinco

milímetros maior.

Em mais uma investigação a respeito de assimetria facial, Shah &

Joshi42. 1978, com o auxílio da cefalometria frontal, avaliaram a

assimetria facial encontrada nas faces harmônicas usando pacientes com

oclusão normal, aparentemente sem assimetrias, sem problemas

respiratórios ou tratamento ortodôntico prévio, e concluíram que faces

bonitas e simétricas apresentam assimetria. Isto sugere que o tecido mole da face tenta minimizar a assimetria interna. Outra conclusão foi que a

assimetria facial pode ser encontrada mesmo quando os dentes estão

com excelente contato oclusal, com intercuspidação máxima e com a

linha mediana dentaria superior e inferior coincidentes.

Por meio de cefalogramas frontais e laterais, Williamson & Simmons 48,

1979, estudaram a correlação entre a assimetria mandibular e dores nos

músculos mastigatórios e não encontraram correlação estatística

significante, sendo que na amostra usada, a assimetria pareceu ser a

regra e não a exceção. Afirmaram ainda que "o clínico precisa estar

ciente da assimetria nos três planos do espaço para poder planejar o seu

tratamento oclusal".

A importância do uso da cefalometria frontal é destacada nos trabalhos

realizados durante a década de 80, relatando suas diversas aplicações e

conseqüentes contribuições, embora continuem mencionando a

dificuldade em localizar ou identificar os pontos cefalométricos.

Empregando cefalometrias frontais, laterais e basais, Cook 1o, 1980, fez

um estudo sobre assimetria do esqueleto crânio-facial e concluiu: o

esqueleto crânio-facial normal pode demonstrar vários graus de

assimetria, desde uma assimetria subclínica, até assimetrias severas,

originadas por desenvolvimento traumático ou patológico. Em alguns

casos, parece haver um desenvolvimento compensatório das estruturas

dento-alveolares, que reduz o efeito da assimetria na oclusão dental. O

autor ressalta ainda que "como a assimetria é uma variação na morfologia

Page 14: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

13

entre o lado direito e esquerdo, a vista frontal parece ser a mais

proveitosa para medir a assimetria da face e do crânio".

Heath "· 1980, afirmou: "Apesar de suas limitações, a cefalometria

radiográfica é um método importante para registrar o crescimento,

mortologia e postura craniofacial. Erros casuais surgem na identificação e

mensuração dos pontos anatômicos e das referências localizadas na

radiografia. Algumas são notoriamente difíceis de identificar, e a medida

obtida inevitavelmente tem uma precisão !imitada. As mensurações de

radiografias são tediosas e propensas ao erro".

Em seu estudo sobre assimetria, Chebib & Chamma a, 1981 concluíram:

"não há assimetria significante na região da órbita e a regíão nasal inferior

apresenta o maior grau de assimetria entre as estruturas craniofaciafs".

Constataram ainda: "A assimetria do esqueleto craniofac!al é mais

prontamente diagnosticada pela vista frontal do que pela vista lateral"

Segundo Ricketts 3B, 1981, "falta de interesse e experiência, combinada à

dificuldade em conseguir orientação satisfatória no posicionamento da

cabeça do paciente no momento da exposição, limitaram o progresso na

análise frontal. Outro fator foi a falta de pontos de referência aceitáveis e

aquisição de dados clínicos suficientes de pacientes normais e tratados

para permitir estabelecer o padrão para o uso clínico atual. Novos

horizontes desenvolveram a necessidade de critérios ortodônticos em

termos de avaliação transversal. O desenvolvimento da expansão palatal

e ortopedia maxilar, a demonstração do dispositivo de posicionamento

mandibular, como o aparelho de Frãnkel, as mudanças características

que ocorrem na dimensão frontal com a tração extra-ora!, e o despertar

para a consciência da relação entre respiração e crescimento, ampliaram

esta necessidade". Nesse mesmo trabalho, Ricketts, entre outros

assuntos, descreve e discute cada medida feita em sua análise cefalométrica frontal: largura nasal, largura mandibular. largura maxilar,

simetria (linha mediana maxilar e mandibular), largura intermolar, largura intercanina, simetria dental e relação entre molares superior e inferior.

Page 15: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

14

A importância da radiografia frontal na analise da probabilidade da

impactação dos caninos inferiores é demonstrada por Williams 47, 1981, em artigo em que destaca a seriedade e freqüência dessa ocorrência,

para justificar diagnóstico e Intervenção precoces.

Em trabalho sobre disjunção palatina, Proietti & Fenicch1a 31, 1982,

chamam a atenção para o cuidado que deve ser tomado antes dessa

intervenção e defendem um estudo atento da Imagem radiográfica

póstero-anterior do crânio e de uma análise cefalométrica baseada em

múltiplos aspectos. Salientam ainda: "O estudo da telerradiografia

póstero-anterlor do crânio permite: a análise de eventuais assimetrias

faciais: o diagnóstico da origem da mordida cruzada; relacionar

esqueleticamente o maxilar superior com a mandíbula e os analisa em

relação à dimensão vertical".

Com o uso de tomadas frontais. laterais e basais, Grayson et ai. 13, 1983,

apresentam uma análise tridimensional do crânio para a avaliação da

assimetria e concluem: "Na verdade, mais informação é necessária do

que a que provém do clássico cefalograma em vista lateral". Ainda no

mesmo trabalho, ressaltam que "o cefalograma frontal e o basal se

tornaram vitais para o entendimento do cefalograma lateral".

Em pesquisa sobre as características das estruturas craniofaciais dos

pais de crianças com fenda labial e/ou palatal Nakasima & lchinose 26,

1983, utilizaram as cefalometrias laterais e frontais e chegaram à

conclusão que várias medidas encontradas nesses pais, comparadas ao

grupo de controle. são estatisticamente diferentes, tais como aumento da

largura nasal, largura interorbital, largura alveolar, entre outras. Várias

medidas alteradas foram constatadas, mas as que se mostraram

estatisticamente significantes foram aquelas encontradas na cefalometria

frontal.

Para ampliar o conhecimento sobre a forma de erupção dos dentes em

pacientes portadores de fenda palatal, Ogidan & Subtelny 27, 1983,

Page 16: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

15

investigaram a erupção do incisivo central superior próximo â fenda por

meio das radiografias lateral e frontaL

Em trabalho sobre a análise do erro em mensurações ortodônticas,

Houston 17, 1983, enfatiza que os erros aleatórios são reduzidos se as

mensurações forem repetidas e a média entre essas medidas for obtida.

O autor esclarece ainda que " o traçado é que deverá ser repetido e não

as medidas do traçado, porque o maior erro ocorre na identificação do

ponto e não nas mensurações".

Por me1o de estudo fotocefalométrico lateral e frontal, Phillips et al.3o,

1984, concluíram que a diferença dos fatores de ampliação entre imagens

radiográficas e fotográficas é de tal magnitude, que a superposição

dessas duas imagens não é viável para comparação quantitativa da

anatomia do tecido mole e tecido duro.

Para fazer a avaliação da impactação do terceiro molar inferior, Svendsen

et a!.44, 1985, preconizam o uso da cefalometria frontal ao invés do uso

da cefalometria lateral que, segundo os autores, pode contribuir para uma

predição ainda mais precoce e precisa.

A confiabilidade na marcação dos pontos na cefalometria frontal parece,

de acordo com EI-Mangoury et aL 12, 1987, depender dos seguintes

fatores: "qualidade do filme radiográfico, cuidado no posicionamento do

paciente no cefalostato, conhecimento anatômico do ortodontista,

complexidade anatômica da região, acuidade e precisão do ortodontista

em identificar um ponto, e acuidade e precisão do ortodontista em marcar

um ponto".

Ao propor o uso de uma nova anáhse cefalométrica frontal, Grummons &

Van de Coppello "· 1987, obse!Vam: "A cefalometria lateral tem sido

muito utilizada pelos ortodontistas para obtenção de dados esqueletais e

dentoalveolares de seus pacientes. No entanto, as vistas frontal e basal,

que contêm valiosas informações para o diagnóstico e planejamento do

tratamento, são pouco usadas. Várias medidas esqueletais e dentais e

Page 17: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

16

assimetrias que não estão disponíveis no cefalograma lateral podem ser

quantificadas na radiografia frontal". E concluem que "a identificação das

assimetrias transversais e esqueletais pela radiografia frontal podem ser

mtegradas às radiografias oclusal e basal para planejar uma abordagem

multidisciplinar para o tratamento do adulto".

Um método simplificado de avaliação cefalométrica frontal para a

comparação entre as porções direita e esquerda da face, para o

planejamento de cirurgias maxila-faciais, é proposto por Cascone et ai. 6

1987, que defendem a associação das cefalometrias lateral e frontal para

uma visão tridimensional da face, idéia que também é compartilhada por

Grayson et al.14, 1988, Estes últimos autores observaram que

"recentemente os ortodontistas têm se tornado ortopedistas crânio-facíais,

tratando de anomalias craniofaciaís mais severas, freqüentemente

assimétricas e as limitações do cefalograma lateral têm se tornado

óbvias".

Owen III 2s, 1988, investigou as mudanças faciais que ocorrem na

dimensão transversal com o uso do aparelho de Frãnkel, vistas pela

cefalometria frontal, e salientou: "A relação anatômica e mudanças pelo

tratamento na dimensão sagital têm sido estudadas extensivamente, mas

a face é uma estrutura tridimensional , e a largura pode freqüentemente

ser o fator mais crítico no desenvolvimento sagital".

Entre outros exames, Athanasiou et a1.1, 1989, utilizaram a cefalometria

frontal e lateral para avaliar as funções estomatognáticas em pacientes

com indicação cirúrgica para correção de deformidades dentofaciais.

Nos trabalhos recentes, realizados a partir de 1990, mantém-se o

destaque à aplicação da cefalometria frontal, como se pode verificar

abaixo.

Em estudo longitudinal do desenvolvimento transversal da mandíbula

humana com o uso de implantes, Korn & Baumrind 18, 1990, utilizaram a

Page 18: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

17

cefalometria lateral, frontal e a quarenta e cinco graus, tendo o plano de

Frankfurt como plano de orientação para as três tomadas.

Para quantificar a assimetria subclínica em faces clinicamente simétricas

e excepcionalmente bem balanceadas, Peck et al.29, 1991, utilizaram em

suas investigações a cefalometria frontal e verificaram que todas as faces

examinadas apresentavam assimetria mensurável. Observaram também

que muitos pontos na cefalometria frontal são difíceis ou impossíveis de

ser identificados acuradamente.

Empregando a associação das cefalometrias lateral e frontal, Semb 4 \

1991, avaliou problemas no crescimento facíal de pacientes portadores de

fenda palatal.

Ao investigar, pela cefalometria póstero-anterior, adultos com mordida

aberta, comparando-os com grupo de indivíduos normais, Toutountzakis

& Haralabakis 45, 1991, encontraram um aumento significativo nas

medidas da altura nasal e altura facial inferior, tendo sido esta alteração

verificada em indivíduos de ambos os sexos. Já a relação entre a largura

nasal e altura facial inferior, assim como a relação entre a largura e altura

nasal, apresentaram-se menores nos indivíduos de sexo feminino,

quando comparados ao grupo controle.

Langlade19, 1993, descreve detalhadamente a identificação das

estruturas, dos pontos e dos planos nas telerradiografias lateral, frontal e

basal e enfatiza: "Nos dias de hoje, todo ortodontista que exclui o uso

sistemático da cefalometria no seu trabalho cotidiano, é um piloto de

avião sem mapa, sem rádio e sem radar. O que supõe, portanto, uma

navegação visual, sem previsão de tempo e de condições de vôo; ou

seja, as manobras de um especialista desse tipo são aleatórias e

incontroláveis. Aqueles que acham a cefalometria uma prática

dispensável, não são dignos de serem chamados de científicos. Eles são

e continuarão sendo os bricoleiros da ortodontia e nada mais" (sic.). As

análises cefalométricas lateral e frontal, preconizadas por Langlade nesse

livro, são as análises de Ricketts.

Page 19: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

18

Langlade 2o, 1993, em seu livro "Diagnóstico Ortodôntico", destaca que "a

telerradiografia é um instrumento incomparável de estudo, de diagnóstico, de plano de tratamento e de evolução do crescimento, com ou sem

tratamento. Ela é utilizada, principalmente, em ortodontia, mas também

em cirurgia maxilofacial, em odontopediatria, em prótese ou em cirurgia

plastica. E começa a ser empregada pelos ortofonistas". O autor destaca

a importância da cefalometria frontal para a análise estrutural da face

onde, segundo ele, devemos observar: a forma geral da face (dolicofacial,

mesofacial ou braquifac1al); a importância das diferentes regiões da face

(superior, média e inferior); a largura blzigomática; a forma e a altura da

mandíbula; a largura bigoníaca; as fossas nasais e os malares.

Ricketts, ao falar da importância da análise da radiografia frontal, em

Curso 11, 1994, destacou que, depois da avaliação da assimetria facial, a

ané.lise da cavidade nasal é a principal observação que devemos fazer e

que a largura nasal corresponde, segundo o autor, a 22 mm aos 3 anos de idade e aumenta 0.5 mm por ano.

Por meio da telerradiografia frontal, Cavalcant '· 1994, estudou o dimorfismo sexual em indivíduos !eucodermas e descendentes de

Japoneses e verificou que houve diferença estatisticamente significante

entre os dois sexos, nos grupos étnicos estudados.

Brunelli '· 1995, em estudo sobre a importância do plano horizontal de Frankfurt em telerradiografias póstero-anteriores para análise

cefalométrica - padrão Ricketts - concluiu que "pequenas alterações no posicionamento do paciente podem conduzir a resultados cefalométricos erróneos, e conseqüentemente, levar a diagnóstico e plano de tratamento

inadequados".

Page 20: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

3 PROPOSIÇÃO

3.1 - Avaliar a confiabilidade na marcação dos pontos cefalométricos

utilizados na análise frontal de Ricketts.

3.2 - Avaliar se existe ou não diferença estatisticamente significante na

marcação destes pontos cefalométrícos quando são utilizados os

seguintes materiais: papel ultra-phan, papel vegetal e filme de poliéster

transparente (transparência).

Page 21: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 Material

O material utilizado para a realização deste trabalho constou de:

108 cefalogramas frontais de um mesmo crânio, com os pontos

cefalométricos utilizados na cefalometria de Ricketts. marcados por 36

alunos em fase de finalização de curso de especialização em ortodontia,

sendo esses cefalogramas feitos em três materiais diferentes: papel ultra­

phan, papel vegetal e filme de poliéster transparente, que neste texto será

chamado de transparência e classificado como papel, para facilitar as

explanações.

4.2 Método

A metodologia deste trabalho foi desenvolvida da seguinte forma:

Vinte telerradiografias frontais de um crânio seco, obtidas na mesma

posição, foram distribuídas, em períodos diferentes, a trinta e seis

estudantes em fase final de cursos de especialização em ortodontia. que

utilizam a análise de Ricketts para a avaliação e diagnóstico. Cada

estudante fez três traçados cefalométricos, um em cada tipo de papel, e

marcou os 22 pontos predeterminados.

Após a sua devolução, esses traçados foram avaliados utilizando-se um

gabarito para verificar erros e acertos na marcação dos pontos cefalométricos. Esse gabarito foi construído sobre uma radiografia obtida

do mesmo crânio e na mesma posição das radiografias anteriores, tendo

Page 22: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

21

como diferença os pontos cefalométricos previamente marcados com

chumbo, diretamente no crânio, antes da tomada radiográfica.

As radiografias frontais foram obtidas com o crânio fixado ao cefalostato

com o plano de Frankfurt paralelo ao plano horizontal, as estruturas da

face voltadas para o chassi e a incidência dos raios X com ângulo de zero

grau (póstero-anterior). As 20 radiografias foram obtidas mantendo-se o

crânio na mesma posição, trocando-se apenas o chassi, sendo, portanto,

praticamente iguais. A fixação do crânio ao cefalostato foi feita com o

auxílio das olivas e de fitas adesivas. (Figura 1)

FIGURA 1 -Crânio fixado ao cefalostato

Page 23: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

22

O crânio teve sua posição no cefalostato marcada com a ajuda de papel

milimetrado, que foi fixado em suas regiões laterais e frontal. Nesses

papéis foram marcadas a posição do suporte das olivas (lateralmente) e

do suporte do apoio nasal (anteriormente). Essas estruturas, que são

partes do cefalostato, serviram de guia para a repetição da posição do

crânio, quando necessário. (Figura 2)

FIGURA 2- Marcações para posicionamento do crânio

Page 24: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

23

O crânio seco utilizado para ser radiografado foi escolhido por apresentar

os trinta e dois dentes permanentes originais perfeitamente implantados,

hígidos (apresentava apenas uma pequena restauração oclusal em

amálgama no primeiro molar inferior esquerdo), em relação oclusal de

classe I e sem desvio da linha média, o que proporcionaria as melhores

condições possíveis para a visualização desses dentes para serem

reproduzidos no cefalograma. (Figuras 3 e 4)

FIGURA 3- Apresentação oclusal do crânio

Page 25: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

24

FIGURA 4 - Vista direita, esquerda e anterior

Page 26: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

25

O crânio, que se encontrava completo, com exceção do corneto inferior

esquerdo, apresentava um corte na calota craniana, que não interferiu

nas imagens radiográficas. (Figura 5)

FIGURA 5- A: corte na calota. 8: : imagem radiográfica

Page 27: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

26

Para a obtenção das radiografias foram feitos inúmeros testes com

diferentes Kv , mA e tempo de exposição, para finalmente chegar-se aos

valores de 90 Kv e 1 O mA e 0,5 segundos, que proporcionaram

radiografias com excelente contraste e nitidez. Por se tratar de crânio

seco, houve dificuldade para se chegar a esse resultado. já que a Kv, a

mA e o tempo de exposição utilizadas para um crânio seco são diferentes

das utilizadas in vivo.

Foi necessário também o uso de filtros de alumínio fixados na saída de

raios X do aparelho. para atenuar o feixe dos raios X secundários e,

assim. melhorar a qualidade das radiografias.

Para chegar-se à conclusão sobre qual deveria ser a espessura do filtro

que seria utilizado e sua forma, vários testes foram feitos concluindo-se

que o uso de três lâminas com 1.5 mm de espessura produzia o melhor

resultado. Para permitir melhor penetração de raios X nas regiões de

maior concentração óssea (regiões laterais), o filtro teve uma de suas

lâminas de cada lado recortada em forma de meia lua. (Figura 6)

FIGURA 6 -Filtros de alumínio

O aparelho de raios X utilizado foi o Funk de modelo Orbital X-15 e todas

as radiografias foram reveladas na mesma processadora automática

EMB.

Page 28: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

27

Após obtenção das radiografias para o teste, o crânio recebeu pequenos

marcadores de chumbo, que foram fixados com cera, para que se

produzisse uma radiografia com os pontos cefalométricos que seriam

testados, marcados diretamente em sua localização anatômica. Assim,

obtivemos um gabarito para posterior avaliação dos erros e acertos na

marcação dos pontos feitas pelos estudantes. (Figura 7)

FIGURA 7- Radiografia utilizada como gabarito

Page 29: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

28

Com esse material pronto, passou-se à etapa seguinte, que foi a de sua

distribuição para o teste.

Pastas foram montadas para que o material pudesse ser distribuido de forma padronizada. Cada pasta conteve: uma das vinte radiografias

frontais (PA). uma folha de papel ultra-phan, uma folha de papel vegetal,

uma folha de transparência, uma lapiseira 0.5 mm, uma borracha macia,

uma fita adesiva transparente, uma caneta Stabilo 166P fine, uma

apostila com a descrição dos pontos cafalométricos que deveriam ser

marcados e uma ficha para ser preenchida com os dados do estudante.

A radiografia e as folhas de papel ultra-phan, vegetal e transparência

foram utilizados para a construção dos cefalogramas com a marcação dos pontos.

A caneta Stabilo foi utilizada para as marcações na transparência. Esta

marca e modelo foram escolhidos por apresentar a ponta mais firme e

com a espessura que mais se aproximava à da lapiseira 0.5 mm, indicada

para traçados cefalométricos.

A lapiseira 0.5 mm foi utilizada para as marcações nos papéis vegetal e

ultra-phan; a borracha, para a correção de erros; a fita adesiva, para

fazer a fixação dos papéis à radiografia; a ficha, para a obtenção de

dados da amostra, e a apostila. para informar quais os pontos que

deveriam ser marcados e auxiliar na padronização das informações que

os estudantes pudessem ter, recordando a definição anátomo-radiográfica

de cada ponto. A descrição desses pontos foi de acordo com

Langlade19,1993

Os vinte e dois pontos testados neste trabalho foram: A3, 3A, A6, 6A, AG,

GA, B3, 3B. B6, 6B. JL. JR. ME. NC, CN, ZL, ZR, ZA, AZ, ASN, A 1 e B1.

(Figura 8)

Page 30: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

29

I

\

M• FIGURA 8- Pontos testados neste trabalho

Todos os estudantes receberam orientação prévia de como deveriam

proceder para a construção dos cefalogramas e marcação dos pontos e

logo após, deixados à vontade. Todos poderiam receber mais folhas caso

julgassem necessário.

As pastas, as fichas e os três papéis para a marcação foram previamente

identificados com um mesmo número para cada conjunto. facilitando,

assim, a análise dos dados sem a identificação nominal dos estudantes.

I I

Az.

Page 31: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

30

Para a avaliação dos erros e acertos construiu·se um gabanto em papel

ultra-phan a partir da radiografia feita com os pontos cefalométricos

previamente marcados com chumbo.

Após o desenho das principais estruturas anatômicas. foi feita a

marcação dos pontos cefalométncos com cor vermelha, para facilitar a

avaliação evitando que se confundissem com os que foram marcados

pelos estudantes. que o fizeram com a cor preta.

A partir de cada ponto, utilizando-se cada um deles como centro. foram

traçadas duas Circunferências concêntricas com um e cinco milímetros de

raio. (Figura 9)

( (

n ' ~

.

" \

•• ' f

FIGURA 9- Gabanto utilizado para avaliação de erros e acertos.

Page 32: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

31

Com o gabar'1to completo deu-se início à avaliação dos erros e acertos_

Para tanto, foi utilizado um compasso de ponta seca da marca RMO

(Rock Mountain Orthodontic), que possui trava para a abertura e

fechamento, evitando erros na transferência das medidas do cefalograma

avaliado, para o paqulmetro milimetrado, que foi usado para quantificar o

desvio em milímetros.

As duas circunferências circuncêntricas foram utilizadas para facilitar a

visualização dos desvios, pois aqueles menores de um milímetro (dentro da primeira circunferência) foram considerados como acerto, os maiores

que 1 mm até 5 mm (dentro da segunda circunferência) foram chamados

de erro tipo I, e aqueles com desvios superiores a 5 mm, foram chamados

de erro tipo 11.

Todos os dados foram então transferidos para tabelas, observando-se o seguinte:

a) foi construída uma tabela para marcação dos resultados de cada tipo

de papel;

b) os pontos coincidentes com o gabarito receberam a denominação zero;

e,

c) os desvios foram marcados em milímetros.

OBS: alguns estudantes deixaram de marcar alguns pontos e para estes

adotaram-se os seguintes critérios: em relação àqueles que desenharam

a estrutura anatômica onde se encontram os pontos, considerou-se que

houve esquecimento e foi feita a marcação do ponto para fazer a medida,

já que o objetivo do trabalho é avaliar a dificuldade na identificação da

localização das estruturas onde se encontram os pontos. Já em relação

àqueles que não conseguiram desenhar a estrutura anatômica,

considerou-se como Erro Tipo 11.

Page 33: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

4.3 Análise Estatística

Para a realização da análise estatística, os resultados obtidos foram

divididos em:

1) Acerto: pontos marcados com medidas de zero a 1 mm:

2) Erro T1po 1: pontos marcados com medidas maiores que 1 mm até 5

mm; e,

3) Erro Tipo 11: pontos marcados com medidas acima de 5 mm.

32

A análise estatística dos resultados dessa pesquisa constou de duas

partes:

1 - Na primeira parte efetuou-se a comparação entre as freqüêncías

relativas de acertos, de erros do Tipo I e de erros do Tipo 11, segundo os

tipos de papel, na localização de cada ponto cefalométrico. Essa

comparação foi realizada para se testar a hipótese de que os tipos de

papel induziriam uniformemente os acertos ou os erros Tipo I e Tipo 11

quando se localiza cada ponto cefalométrico. Para cada ponto

cefalométrico, testou-se essa hipótese com o auxílio da estatística de

quiquadrado (Qq), quando o total de acertos ou de erros tipo I ou de erros

tipo 11 foi igual ou maior do que 15 e com o auxilio da estatística normal

reduzida (Z), com transformação arco seno para a comparação entre as

percentagens numericamente maior e menor, quando esse total foi menor

do que 15.

2 - Na segunda parte verificou-se a hipótese de que os pontos

cefalométricos foram igualmente assinalados quanto à freqüência relativa

de acertos ou de erros Tipo I ou de erros Tipo !I com o auxílio da

estatística Qq.

Page 34: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

No caso da rejeição dessa hipótese para os acertos ou para os erros Tipo

I ou t1po 11, construiu-se conjunto de freqüências relativas estatisticamente

iguais, a menos da diferença mínima significante (d.m.s.), do seguinte

modo

1 Estabeleceu-se uma ordem não decrescente para as freqüências

relativas;

2 O conjunto fechado A, que abrigou as menores freqüências relativas,

teve como limite inferior a freqüência relativa numericamente menor e

como limite superior a freqüência relativa redundante da soma do arco

seno daquela freqüêncta com a d.m.s.;

3 O conjunto fechado B, que abrigou as freqüências relativas

subseqüentemente maiores do que as do conjunto fechado A, possuiu por

limite mferior a freqüência relativa imediatamente maior do que o limite

superior do conjunto A e por limite superior a freqüência relativa originada

da soma do arco seno daquela freqüência com a d.m.s.; e,

4 Os conjunto fechados C, D, etc., que abrigaram as freqüências

relativas maiores e subseqüentes aos conjuntos anteriores, foram

construídos de modo análogo ao do conjunto fechado B.

Para todos os testes, o nível de significância foí definido como 0,05 e a

regra de decisão adotada foi estabelecida a partir de:

p = P(Qq > Oqo): probabilidade de que a estatística Qq seja maior do que

o seu valor observado (Qq0 ) nos dados amostrados.

p = P(Z > Z0 ): probabilidade de que a estatística Z seja maior do que o

seu valor observado (Zo) nos dados amostrados do modo que se segue;

-se p foi maior do que 0,05, a hipótese sob teste foi não rejeitada.

-se p foi menor ou igual a 0,05, a hipótese sob teste foi rejeitada.

Page 35: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

34

A transformação arco seno da estatística Z que foi utilizada nessa

pesquisa foi a dada em Sokal & Rholf 43. 1981, e de cuja definição

derivou-se a diferença mínima significante por:

d. m. s. = Zc • (820,8 • 2/n) 1/2, onde Zc = 1,96 porque o nível

de significância foi 0,05.

Page 36: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

5 RESULTADOS

Os dados obtidos neste trabalho permitiram construir as Tabelas que

seguem.

Tabela 1. Freqüência de acerto na localização de cada ponto e valor de Qq0 ou de Zoem cada ti~o de eaeel eara comeara-las_

Ultra-phan Vegetal Transpcia

Ponto n % n % n % Total Ogo e A3 28 41 '1 21 30,9 19 27,9 68 1,971 n 0,573

3A 27 42,2 21 32,8 16 25,0 64 2,838n 0,242

A6 11 27,5 12 30,0 17 42,5 40 1 ,958n 0,376

6A 7 36,8 3 15,8 9 47,4 19 2,947n 0,229

AG 30 32,3 35 37,6 28 30,1 93 0,839n 0,658

GA 24 38,1 21 33,3 18 28,6 63 0,857n 0,652

83 34 36,9 35 38,1 23 25,0 93 2,891n 0,236

38 32 35,2 32 35,2 27 29,6 91 0,549n 0,760

86 20 32,8 20 32,8 21 34,4 61 0,033n 0,984

68 6 30,0 6 30,0 8 40,0 20 0,4oon 0,819

JL 23 32,4 28 39,4 20 28,2 71 1,381 n 0,602

JR 10 27,0 18 48,7 9 24,3 37 3,946n 0,139

Me 31 32,0 35 36,0 31 32,0 97 0,526n 0,769

NC 23 37,7 22 36,1 16 26,2 61 1 ,411 n 0,494

CN 14 31,8 10 22,7 20 45,5 44 3,454n 0,178

ZL 9 42,9 7 33,3 5 23,8 21 1, 143n 0,665

ZR 10 37,0 10 37,0 7 26,0 27 0,667n 0,717

ZA 19 31,2 21 34,4 21 34,4 61 0,131n 0,937

AZ 21 34,4 22 36,1 18 29,5 61 0,426n 0,809

ASN 15 33,3 15 33,3 15 33,4 45 O,OOOn 1,000

A1 29 31,5 30 32,6 33 35,9 93 0,283n 0,869

81 21 28,4 27 36,5 26 35,1 74 0,838n 0,658

n =valor não significante.

Page 37: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

36

Tabela 1

Na Tabela 1 (página 35) verificou-se que:

1 Para cada ponto cefalométrico, o valor de Qq0 foi não significante

porque o valor de p a ele associado foi maior do que 0,05;

2 Houve evidência amostral para não se rejeitar a hipótese de que os

papéis usados nos traçados cefalométricos proporcionaram iguais

condições de acertos para localizar-se cada ponto cefalométrico da

análise frontal; e,

3 Relativamente à freqüência de acerto, para se testar a hipótese

referente à segunda parte da análise estatística, foi utilizado o total de

acertos em cada ponto, devido ao fato de terem os três tipos de papel

usados no traçado cefalométrico influído na ocorrência de iguais

percentuais de acerto em cada ponto.

A Tabela 2 foi construída para se testar essa hipótese.

Page 38: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

37

Tabela 2. Freqüêncía de acerto na localização de cada ponto

independentemente do tipo de papel, valor Qqo e

e conjuntos para a comparação dessas freqüências

Ponto n % Cj. d.m.s. Qqo p

A3 68 5,22 c 2,20 222,421 0,000

3A 64 4,91 c A6 40 3,07 8

6A 19 1,46 A Limites dos conjuntos:

AG 93 7,14 D

GA 63 4,84 c A: 1.471-------12,54

83 92 7,07 D 8: 2,84 1--------1 4,25

38 91 7,00 D C: 4,68 1-------1 6,43

86 61 4,68 c D: 7,00 1-------19,08

68 20 1,55 A

JL 71 5,45 c JR 37 2,84 8

Me 97 7,45 D

NC 61 4,68 c CN 44 3,38 B

ZL 21 1,62 A

ZR 27 2,07 A

ZA 61 4,68 c AZ 61 4,68 c

ASN 45 3,46 8

A1 92 7,07 D

81 74 5,68 c _Total 1302 100,00

Page 39: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

38

Tabela 2

Examinando-se a Tabela 2 (página 37), verificou-se que:

1 O valor de Oqo foi significante, implicando com isso que houve

evidência amostral para se rejeitar a hipótese de que os pontos

cefalométricos que figuram na análise frontal tenham sido igualmente

assinalados quanto ao acerto dos mesmos;

2 Os pontos que apresentaram maior freqüência de acerto foram os

pontos pertencentes ao conjunto D, vindo a seguir os que pertencem ao

conjunto C e os que pertencem ao conjunto B e, finalmente, os pontos

que se apresentaram com menores percentuais de acertos foram os que

constituem o conjunto A; e,

Os dados referentes ao Erro Tipo I na localização dos pontos

cefalométricos originaram a Tabela 3.

Page 40: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

39

Tabela 3. Freqüência de Erro Tipo I na localização de cada ponto e valor

de Oqa ou de Zoem cada tipo de papel para compara~las.

Ultra-phan Vegetal Transpcfa

Ponto n % n % n % Tota! Ogo ~

A3 6 24,0 11 44,0 8 32,0 25 1 ,520n 0,468

3A 7 23,3 12 40,0 11 36,7 30 1 ,400n 0,497

AS 14 42,4 11 33,3 8 24,3 33 1 ,636n 0,442

6A 16 32,7 19 38,8 14 28,5 49 0,769n 0,681

AG 5 41,7 2 16,6 5 41,7 12 Z=1 ,50n 0,473

GA 8 24,2 13 39,4 12 36,4 33 1 ,273n 0,529

83 2 25,0 6 75,0 8 Z=2,o9· 0,036

38 4 44,4 2 22,3 3 33,3 9 Z=1 ,01 n 0,314

86 11 36,7 10 33,3 9 30,0 30 0,200n 0.905

68 23 36,5 21 33,3 19 30,2 63 0,381n 0.827

JL 8 36,4 5 22,7 9 40,9 22 1,182n 0.554

JR 23 41 '1 15 26,8 18 32,1 56 1 ,750n 0.417

Me 4 44,4 2 22,3 3 33,3 9 Z=1 ,01n 0,314

NC 10 26,3 13 34,2 15 39,5 38 0,579n 0,749

CN 18 32,7 25 45,5 12 21,8 55 4,618n 0,099

ZL 18 31,0 21 36,2 19 32,8 58 0,241 n 0,987

ZR 21 35,0 22 36,7 17 28,3 60 0,700n 0,705

ZA 13 39,4 12 36,4 8 24,2 33 1 ,273n 0,529

AZ 14 38,8 11 30,6 11 30,6 36 0,500n 0,779

ASN 9 39,2 7 30,4 7 30,4 23 0,348n 0,841

A1 3 30,0 6 60,0 1 10,0 10 Z=2,5z· 0,012

81 10 37,0 9 33,3 8 29,7 27 0,222n 0,026

n = valor não significante; * = valor significante.

Page 41: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

40

Tabela 3

Examinando-se a Tabela 3 (página 39), verificou-se que:

1 Os papeis UltraRphan e Vegetal proporcionaram os menores

percentuais de Erros Tipo 1 na localização do ponto 83, porque o valor da

probabilidade p associado à estatística Z foi menor do que 0,05;

2 O papel Transparência proporcionou o menor percentual de Erro Tipo I

para a localização dos pontos A 1 e A3 porque os valores de p associados

às estatísticas foram menores do que O, 05; e,

3 Os papeis Ultra-phan, Vegetal e Transparência proporcionaram

percentuais estatisticamente iguais quando da localização dos demais

pontos cefalométricos, pois os valores de p associados às respectivas

estatísticas foram maiores do que 0,05.

A hipótese de que os pontos cefalométricos foram igualmente localizados

quando do uso de um certo tipo de papel, que tenha proporcionado

diferentes percentuais de Erros Tipo I, ou quando do uso da união desses

papéis, no caso de terem eles proporcionado percentuais de Erros Tipo I

estatisticamente iguais, foi testada usando-se dados contidos na Tabela

4.

Page 42: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

41

Tabela 4. Freqüência de Erros Tipo I na localização de cada ponto

independentemente ou não do tipo de pape!, valor Oqo e

conjuntos para a comparação dessas freqüências.

n % Cj. d.m.s. Ogo e A3 25 3,52 c 2,98 296,288 0,000

3A 30 4,21 c A6 33 4,63 D

6A 49 6,89 D Limites dos conjuntos:

AG 12 1,68 8

GA 33 4,63 D A: 0,14 !--------1 0,80

83(U) 2 0,28 A 8: 0,841--------1 2,05

83(T) 6 0,84 8 C: 2,67 1--------1 4,59

38 9 1,26 8 D: 4,63 1--------1 7,06

86 30 4,21 c E: 7,721-------110,72

68 63 8,85 E

JL 22 3,09 c JR 56 7,87 E

Me 9 1,26 8

NC 38 5,34 D

CN 55 7,72 E

ZL 58 8,15 E

ZR 60 8,43 E

ZA 33 4,63 D

AZ 36 5,07 D

ASN 23 3,23 c A(UV) 9 1,26 B

A1(T) 1 0,14 A

81 27 2,67 c Total 712 100,00

Total 712 100,00

Page 43: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

42

Tabela 4

Na tabela 4 (página 41) notou-se que:

1 O ponto 83 assinalado em traçados feitos com papel Ultra~phan e

notado por B3(U) e o ponto A 1 assinalados em traçados feitos com papel

Transparência e notado por A 1 {T) foram os que apresentaram menores

percentuais de Erros Tipo I, porém estatisticamente iguais entre si, pois

pertencem ao mesmo conjunto A;

2 A seguir, encontram-se os pontos AG, B3(U), 36, Me e A1(UV) com

percentuais estatisticamente iguais entre si (conjunto B), que variaram

entre os limites de 0,84% e 2,05%;

3 O conjunto C, que apresentou os limites de 2,67% e 4,59%, abrigou os

pontos A3, 3A, 86, JL, ASN e B1;

4 O conjunto D, formado pelos limites de 4,63% e 7,06%, incluiu os

pontos A6, 6A, GA, NC, ZA e AZ.; e,

5 O conjunto E, formado pelos limites de 7,72% e 10,72%, incluiu os

pontos 68, JR, CN, ZL e ZR, que apresentaram os maiores percentuais

de Erros Tipo I.

Os dados relativos aos Erros Tipo 11 de localização dos pontos originaram

a Tabela 5.

Page 44: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

43

Tabela 5. Freqüência de Erro Tipo 11 na localização de cada ponto e valor

de Oqo ou de Zoem cada tipo de papel para compara-las.

Ultra-phan Vegetal Transpcia

Ponto n % n % n % Total Ogo e A3 3 20,0 5 33,3 7 46,7 15 2,050n 0,359

3A 3 21.4 4 28,6 7 50,0 14 Z=1,17n 0,558

A6 12 34,3 14 40,0 9 25,7 35 1 ,066n 0,562

6A 14 35,0 15 37,5 11 27,5 40 0,650n 0,723

AG 2 66,7 1 33,3 3 Z=0,83n 0,406

GA 5 41,7 3 25,0 4 33,3 12 Z=0,87n 0,364

83 1 12,5 2 25,0 5 62,5 8 Z=2,21" 0,028

38 1 12,5 3 37,5 4 50,0 8 Z=1 ,69n 0,068

86 6 35,3 7 41,2 4 23,5 17 0,823n 0,663

68 8 32,0 10 40,0 7 28,0 25 0,560n 0,755

JL 6 40,0 4 26,7 5 3,33 15 0,400n 0,819

JR 4 26,7 4 26,7 7 46,6 15 1 ,200n 0,549

Me 2 100,0 2

NC 4 44,5 2 22,2 3 33,3 9 Z=1 ,02n 0,310

CN 5 55,6 2 22,2 2 22,2 9 Z=1,49n 0,136

ZL 10 34,5 9 31,0 10 34,5 29 0,069n 0,966

ZR 6 28,6 5 23,6 10 47,6 21 2.ooon 0,466

ZA 5 35,7 4 28,6 5 35,7 14 Z=0,40n 0,688

AZ 2 18,2 4 36,4 5 45,4 11 Z=1,40n 0,162

ASN 13 32,5 15 37,5 12 30,0 40 0,350n 0.350

A1 5 63,3 1 16,7 6 Z=2,52" 0,012

81 6 85,7 1 14,3 7 Z=2,97' 0,004

n =valor não significante; * = valor significante.

Page 45: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

44

Tabela 5

A partir da Tabela 5 (página 43) verificou-se que:

1 O papel Transparência proporcionou o maior percentual de Erro Tipo 11

na localização do ponto B3,

2 O papel Ultra-phan desencadeou os maiores percentuais de Erro Tipo

li na localização do pontos A t e B1; e,

3 Na localização dos demais pontos cefalométricos os três papeis usados

proporcionaram iguais percentuais de Erro Tipo ll.

A hipótese de que os pontos cefalométricos foram igualmente localizados

quando do uso de um certo tipo de papel que tenha proporcionado

diferentes percentuais de Erros Tipo 11, ou quando do uso da união

desses papéis, no caso de terem eles proporcionados percentuais de

Erros Tipo 11 estatisticamente iguais, foi testada usando-se dados contidos

na Tabela 6.

Page 46: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

45

Tabela 6. Freqüência de Erro Tipo li na locallzação de cada ponto

independentemente ou não do tipo de papel, valor Oqo e

conjuntos para a comparação dessas freqüências.

Ponto n % Cj. d.m.s. Ogo E A3 15 4,22 c 4,21 272,840

3A 14 3,94 c A6 35 9,86 o 6A 40 11,27 o Limites dos conjuntos:

AG 3 0,84 A

GA 12 3,38 8 A 0,28 1------11 ,54

83(U) 1 0,28 A 8· 1 ,69 1--------1 4,1 o 83(VT) 7 1,97 8 C: 4,22 1--------17,66

38 8 2,25 8 0: 8,17 1--------1 12,63

86 17 4,79 c 68 25 7,04 c JL 15 4,22 c JR 15 4,22 c Me 2 0,56 A

NC 9 2,53 8

CN 9 2,53 8

ZL 29 8,17 o ZR 21 5,91 c ZA 14 3,94 8

AZ 11 3,09 8

ASN 40 11,27 o A1(U) 5 1,41 A

A1(V) 1 0,28 A

81(U) 6 1,69 8

81(V) 1 0,28 A

Total 355 100,00

Page 47: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

46

Tabela 6

Na Tabela 6 (página 45) notou-se que:

1 Os pontos 83 e A 1 assinalados em traçados feitos com papel Ultra­

phan e notados por 83(U) e A1(U), os pontos A1 e 81 assinalados em

traçados feitos com papel Vegetal e notados por A 1 (V) e 81 (V) e o ponto

Me foram os que apresentaram menores percentuais de Erros Tipo 11,

porém estatisticamente iguais entre si, pois pertencem ao mesmo

conjunto A;

2 O ponto 81 assinalado em traçados feitos com papel Ultra-phan e

notado por 81 (U), o ponto 83 assinalado em traçados feitos ou com o

papel Vegetal ou com o Transparência e notado por 83(VT) e os pontos

GA, 38, NC. CN, lA e A2 marcados com qualquer tipo de papel

apresentaram percentuais de Erro Tipo 11 estatisticamente iguais, quando

da localização dos mesmos, e que variaram entre 1,69% e 4,10% (limites

do conjunto 8);

3 Os pontos A3, 3A, 86, 68, JL, JR e ZR apresentaram percentuais de

Erro Tipo 11 estatisticamente iguais, quando de sua localização com

qualquer tipo de papel, e que variaram entre os limites do conjunto C, isto

é, 4,22% e 7,66%; e,

4 Os pontos AS, 6A, ZL e ASN, assinalados em traçados feitos com

qualquer tipo de papel, apresentaram percentuais estatisticamente iguais

entre si, que variaram entre os limites de 8, 17% e 12,63%, e maiores do

que os dos demais pontos dessa análise cefalométrica.

As percentagens totais de acertos, erros Tipo I e 11 foram agrupadas em

um único gráfico, para uma visualização geral dos resultados.(Figura 10)

Page 48: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

~

GRÁFICO 1 PORCENTAGEM DE ACERTOS, ERROS TIPO I E 11 NA

11 MARCAÇÃO DOS 22 PONTOS CEFALOMÉTRICOS G)

~ 90 ::t> _.. o

I

G) ..... Q), .... g· -"

"O (!)

g ::J -Q) co (!) ::J rJl

co (!)

ii) (ij'

a. o rJl Q) o (!) ;:l. o rJl (!)

(!) ..... a rJl

-I -õ' o (!)

80

70

60

50

40

30

20

10

o

m-JACERTO •ERRO TIPO I • ERRO TIPO 11

A3 3A A6 6A AG GA 83 38 86 68 JL JR Me NC CN ZL ZR ZA AZ AS A1 81

N

~ -....!

Page 49: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

6 DISCUSSÃO

Para facilitar o acompanhamento da discussão, será apresentada uma

tabela com os valores totais de erros e acertos de todos os 22 pontos testados.

Tabela 7: erros e acertos dos 22 pontos frontais testados, de um total de 108 marcações

pontos acerto Erro Tipo I Erro Tipo U Total

A3 68 25 15 108 3A 64 30 14 108 A6 40 33 35 108 6A 19 49 40 108 AG 93 12 3 108 GA 63 33 12 108 83. 92 8 8 108 38 91 9 8 108 86 61 30 17 108 68 20 63 25 108 JL 71 22 15 108 JR 37 56 15 108 ME 97 9 2 108 NC 61 38 9 108 CN 44 55 9 108 ZL 21 58 29 108 ZR 27 60 21 108 ZA 61 33 14 108 AZ 61 36 14 108

ASN 45 23 40 108 A1• 92 10 6 108 81. 74 27 8 108

• pontos que apresentaram diferença estatlslica na avaliaçao do erro nos diferentes materiais.

Page 50: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

49

Para o desenvolvimento da discussão dos resultados deste estudo. é preciso esclarecer que:

1 - os três diferentes materiais testados, ou seja, papel ultra-phan, papel vegetal e transparência, induziram a resultados estatisticamente iguais,

com exceção da avaliação dos erros nos pontos 83, A1 e 81.

O ponto B 1 apresentou diferença estatística para o uso dos diferentes

materiais apenas para Erros Tipo 11 (acima de 5 mm). onde fica difícil avaliar se os resultados encontrados tiveram influência dos materiais.

Nos pontos 83 e A 1 a diferença dos materiais mostrou-se

estatisticamente significante para as duas classes de erros. Deve-se notar que estes dois pontos pertencem ao conjunto D de freqüências relativas

estatisticamente iguais, conjunto onde foram agrupados os pontos com

maior número de acertos, para os quais os diferentes materiais

mostraram-se estatisticamente iguais e a diferença foi verificada em

apenas 14,8% dos resultados (soma dos erros).

Estes resultados não invalidam a hipótese de que os três diferentes

materiais induzem ao mesmo índice de acerto para a marcação dos

pontos testados, já que, para todos os 22 pontos, foi o que ocorreu.

2 - Os resultados serão discutidos utilizando-se a somatória das

observações nos três materiais, já que não apresentaram diferença

estatística significante para acertos e para a grande maioria dos dois tipos

de erros.

3 . Os resultados serão discutidos, sempre que possível, aos pares, já

que a maioria dos pontos estudados são bilaterais.

4 - Os pontos, quando avaliados os seus acertos, serão agrupados em

conjuntos denominados A, B, C e D, que serão utilizados para a

discussão.

Page 51: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

50

Como pode ser observado nos resultados, os pontos cefalométricos

estudados apresentaram uma variação estatisticamente significante entre

os seus resultados, tendo sido constatado número de acertos com valores

que variaram desde 97 (89,8%) até 19 (17,6%). Isto demonstra a grande

diferença na identificação e grau de confiabilidade apresentada por estes

pontos. Por este motivo foram avaliados estatisticamente e divididos em

conjuntos de freqüências relativas estatisticamente iguais denominados:

A, B, C e D.

No conjunto A foram colocados os pontos com a menor freqüéncia de

acertos estatisticamente iguais: 6A, 68, ZL e ZR.

No conjunto B foram colocados os pontos com as freqüências relativas

subseqüentemente maiores para acertos do que as do conjunto A: A6,

JR, CN eASN.

No conjunto C foram colocados os pontos com as freqüências relativas

subseqüentemente maiores para acertos do que as do grupo B: A3, 3A:

GA B6, JL,NC, ZA, AZ e B1.

No conjunto D foram colocados os pontos com as maiores freqüências

relativas para acertos entre todos os pontos estudados: AG, B3, 3B ME e

A1.

5 - A discussão será, algumas vezes, relacionada com a análise

cefalométrica de Ricketts, na qual os pontos testados são utilizados.

6 - Serão comentados os erros mais freqüentes de cada ponto.

Page 52: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

6.1 Análise dos pontos cefalométricos

Pontos A3, 3A, 83 e 38

Pontos A3. 3A. 83 38 ponta coronal aos can1nos supenores

esquerdo e d1re!to e mfenores esquerdo e d1re1to respectivamente

FIGURA 11 -Pontos A3, 3A 83 e 38

51

Os pontos A3 e 3A apresentaram 68 e 64 acertos correspondendo

respectivamente à 63% e 59,3% do total, pertencendo ambos ao conjunto

C. Os pontos 83 e 38 mostraram acertos de respectivamente 92 e 91 correspondendo a 85,2% e 84,3% do total, pertencendo os dois ao

conjunto D.

Obs. 1 - o resultado observado nestes pontos foi muito semelhante quando avaliados separadamente os superiores dos inferiores.

Obs. 2 - o melhor resultado obtido pela marcação dos pontos inferiores deveu-se provavelmente ao fato de que o crânio radiografado

apresentava-se em classe I, com os caninos inferiores mais mesiais,

sofrendo menor quantidade de sobreposições,

Page 53: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

PONTOS AG, 6A, 86 e 68

Pontos A6. 6A, 86. 68 ponto ma1s vesttbular da coroa do pnme1ro molar

supenor esquerdo e direitO e 1nfenor esquerdo e direito respectivamente

FIGURA 12. Pontos A6, 6A, 86 e 68

52

Na marcação destes pontos observou-se que o grau de dificuldade

mostra-se grande, pois, entre os quatro pontos analisados. dois são os

que apresentaram os menores números de acertos registrado neste

estudo: 6A e 68.

No ponto 6A, entre as 1 08 marcações, apenas 19 foram feitas

corretamente, correspondendo à 17,6% do total, pertencendo ao conjunto

A No ponto 68 a situação é praticamente a mesma, apresentando 20

acertos (18,5%) e também pertencendo ao conjunto A

O ponto A6 apresentou 40 acertos (37%) pertencendo ao conjunto 8.

O ponto 86 apresentou 61 acertos correspondendo à 56,5% do total, pertencendo ao conjuntos C.

Page 54: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

53

Aqui observou-se como o grau de dificuldade oferecido pela imagem

radiográfica frontal depende das pequenas assimetrias faciais, que

produzem sobreposições muito variáveis. Neste caso, o crânio

apresentava dentes hígidos, em classe I, sem desvio da linha mediana e

ainda assim houve diferença entre os lados esquerdo e direito, com o lado

direito apresentando maior dificuldade para a identificação, como poderá

ser observado nestes e em outros pontos bilaterais.

Obs. 1 M alguns estudantes desenharam corretamente a porção mats

vestibular dos primeiros molares, mas marcaram o ponto na porção mais

vestibular do terceiro molar.

Obs. 2 - alguns estudantes marcaram um único ponto interoclusal para os

molares superior e inferior de cada lado.

Page 55: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

\ \ '

\

PONTOS AG e GA

Pontos AG E GA ponto antegoniaco s1tuado na parte côncava à

frente da protuberância goníaca esquerda e dire1ta respectivamente.

I ,

FIGURA 13- Pontos AG o GA

54

Os pontos AG e GA apresentaram 93 e 63 acertos, correspondendo a

86,1% e 58,3%, pertencendo aos conjuntos O e C, respectivamente.

Obs. 1 - estes pontos, especialmente o AG, mostraram bom índice de

acerto, o que já era esperado, pois eles se localizam no bordo externo da

mandíbula e por este motivo tornam-se mais fáceis de ser visualizados, o

que concorda com a observação de Midtgard et al.23, 1974.

Obs. 2 - verificou-se maior número de acertos do lado esquerdo em

comparação com o lado direito.

Page 56: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

PONTOS JL e JR

Pontos JL e JR: ponto ma1s côncavo da tuberos1dade max1lar. na tntersecção

do seu contorno com a apófise zigomática dire1ta e esquerda, respectivamente

FIGURA 14- Pontos JL e JR

55

Estes pontos apresentaram respectivamente 71 (65,8%) e 37(34,3%)

acertos, pertencendo aos conjuntos C e B.

Obs. 1 - observou-se ma1or quantidade de acertos do lado esquerdo em

comparação com o lado direito,

Obs. 2 - um grupo de estudantes marcou estes pontos na região mais

lateral do tuber da maxila.

Obs. 3 - um grupo marcou este ponto na intersecção do tuber da maxila

com a cervical do terceiro molar superioc

Page 57: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

PONTO ME

Ponto ME ponto medra no srtuado sobre o bordo mfenor da

sínfrse. drretamente abarxo da protuberâncra mentonrana.

Me

FIGURA 15 -Ponto ME

56

Este foi o ponto que apresentou o mam número de acertos (97) entre

todos os pontos estudados, correspondendo a 89.8% e pertencendo ao

conjunto D.

Obs. 1 - este resultado, assim como os obtidos na avaliação dos pontos

AG e GA, já eram esperados, porque, segundo Midtgard et aJ.23. estes

pontos localizam~se nas bordas do crânio e por isto são mais facilmente

identificados. por serem estas regiões as que apresentam menor

sobreposição na imagem radiográfica.

Obs. 2 - Vale ressaltar que a maioria dos erros observados na marcação

deste ponto ocorreu no sentido vertical, o que, para as medidas da

analise cefalométrica, não causa alteração nos resultados, porque este

ponto é utilizado para avaliar desvios no sentido horizontaL

Page 58: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

PONTOS NC e CN

Pontos Nc e CN: ponto mais externo do contorno da

cav1dade nasal esquerda e d1re1ta respectivamente.

FIGURA 16- Pontos NC e CN

57

Estes pontos apresentaram valores de 56,5% e 40,7% de acertos

pertencendo respectivamente aos conjuntos C e 8.

Obs. 1 - observa-se a tendência de maior número de acerto no lado

esquerdo em comparaçao com o lado direito.

Obs. 2 - parte dos erros encontrados foram marcados na região mais

lateral da abertura interna da cavidade nasal e não da maior abertura

externa.

Obs. 3 - parte dos erros ocorreu no sentido vertical. Estes desvios

verticais ocorreram, na maioria dos casos, com dois pontos seguindo a

mesma tendência, ficando na mesma horizontal, o que, para a análise

cefalométrica. não interfere seriamente nos resultados, pois a medida

mais importante que utiliza estes pontos é a largura nasal, que é medida

linearmente ponto a ponto.

Page 59: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

58

PONTOS ZL e ZR

Pontos ZL e ZR: ponto de Intersecção da sutura fronto malar e do

contamo do bordo Interno da órbita esquerda e direita respact1vamente

FIGURA 17 -Pontos ZL e ZR

Estes pontos apresentaram respectivamente 19.4% e 25% de acerto,

pertencendo ao conjunto A,

Obs. t - a média de erros Tipo 11 (maiores que 5 mm) foi maior do que a

média de acertos.

Obs. 2 - o erro na localização destes pontos afetará as seguintes

mensurações feitas na análise frontal de Ricketts: largura

maxilomandibular direita e esquerda; inclinação do plano oclusal; postura

mandibular; proporção nasal; proporção maxilar; proporção mandibular e

proporção facial, sendo estes os pontos. dentre os que apresentaram baixa porcentagem de acertos, que mais seriamente interferem nos

resultados da análise cefalométrica frontal de Ricketts.

Page 60: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

PONTOS ZA e AZ

Pontos ZA e AZ. ponto med1ano Situado no centro do bordo externo da

apófise zigomática esquerda e dire1ta respectivamente_

FIGURA 18- Pontos ZA e AZ

59

I

Nestes pontos encontramos 56,5% de acertos, tanto do lado direito quanto do lado esquerdo.

Obs. 1 - alguns estudantes desenharam corretamente a apófise

zigomática, mas, ao invés de marcarem o ponto no centro do bordo

externo, marcaram no centro dessa estrutura.

Obs. 2 - alguns marcaram o ponto no bordo externo da cabeça do cõndilo

da mandíbula.

Page 61: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

\

\ '

\

PONTO ASN

Ponto ASN ponto Situado na espinha nasal antenor. s1tuada

entre o tab1que mediano da cav1dade nasal e o palato duro

FIGURA 19 - Ponto ASN

60

\, I I

A porcentagem de acerto neste ponto foi de 41,7%, com 45 acertos,

pertencendo ao conjunto 8.

Obs. 1 - a grande maioria dos Erros Tipo I foram de 5 mm no sentido

vertical superior. que corresponde à junção do bordo nasal inferior direito

e esquerdo

Obs. 2 - o erro deste ponto no sentido vertical não interfere no resultado

da análise cefalométrica, pois ele é usado para avaliar desvios no sentido

horizontal.

Obs. 3 - a grande maioria dos Erros Tipo 11 foi produzida por estudantes

que deixaram de marcar este ponto. Em um úníco grupo de 11

estudantes, 10 de1xaram de marcar, totalizando 33 Erros Tipo 11 (critério

adotado para a avaliação em todos os pontos).

Page 62: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

PONTOS A1 e 81

Pontos A1 e 81 ·ponto med1ano 1ntennc1SIVO Situado sobre a papila

mtennCISiva na Junção coroa-gengiva suoenor e 1nferior respectivamente.

FIGURA 20 -Pontos A1 e 61

O ponto A1 apresentou 92 acertos, correspondentes a 85,2% do total e o

ponto B1 apresentou 74 acertos, correspondentes a 68,5% do total, pertencendo respectivamente aos conjuntos De C.

Obs. A maioria dos erros ocorreu no sentido vertical, o que não

compromete os resultados da análise cefalométrica, pois estes pontos

são utilizados para medir desvios horizontais.

Page 63: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

62

6.2 Considerações :

Foi observado que nos pontos JL, JR, NC, CN, ZA, AZ., ASN, parte dos

erros deveu-se à falta de conhecimento da anatomia radiográfica e não

somente à dificuldade na identificação da imagem onde se localizam os

pontos.

Nos pontos NC, CN, ASN, ME, A 1e B1, a tendência de erro foi no sentido

vertical, o que não interfere seriamente no resultado da análise

cefalométrica.

De acordo com os resultados deste trabalho, verificou-se que os pontos

AG, 6A, 6B, JR, CN, ZL, ZR, ASN, que pertencem aos conjuntos A e B,

obtiveram um número de acertos inferior ao de erros, devendo, quando

possível, ser evitados e, quando for indispensável o seu uso, fazê-lo de

forma criteriosa devido à grande possibilidade de ocorrência de erro.

Deve-se lembrar que este trabalho utilizou radiografia com ótima

qualidade, de um crânio praticamente simétrico, em relação oclusal de

classe I, com dentição completa, hígida e sem apinhamento, o que facilita

a identificação das estruturas. Provavelmente maiores dificuldades seriam

detectadas em outras condições.

Page 64: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

7 CONCLUSÕES

Os resultados deste trabalho permitiram concluir que:

7.1 -A marcação com acerto dos pontos cefalométricos testados, mostrou

grande diferença na confiabilidade entre eles, apresentando percentagens

de acertos que variaram desde 17,6% até 89,8% e foram divididos em

três grupos:

a) entre os pontos testados, aqueles que apresentaram os maiores

números de acertos foram: ME. AG, 83, A1 e 38, sendo portanto os mais

confiáveis;

b) os pontos A3, 3A. GA, B6, JL, NC, ZA, AZ e A1 apresentaram

porcentagem de acertos que variaram entre 56,48% e 68,52% e os seus

erros foram na maioria do Tipo I (menores que 5 mm), mostrando média

confiabilidade; e.

c) entre os pontos testados, aqueles que apresentaram o número de

acertos menor que o número de erros foram: A6. 6A. 68, JR, CN, ZL, ZR e ASN. Estes pontos são de baixa confiabilidade e devem ser, quando

necessário, utilizados com critério e ciência da grande probabilidade de

erro.

7.2 - Não há diferença estatisticamente significante no acerto da

marcação dos pontos cefalométricos utilizados na análise frontal de

Ricketts, quando é feito o uso dos três diferentes papéis testados neste

trabalho: Ultra-phan, Vegetal e Transparência (filme transparente de

poliéster). Assim, estes papéis podem ser usados indistintamente.

Page 65: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ·

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RESUMO

Este trabalho teve por finalidade avaliar os erros e acertos na marcação dos pontos cefalométricos frontais utilizados na análise cefalométrica de Ricketts e a influência de diferentes materiais (papéis) nos resultados das

marcações. A marcação desses pontos foi feita por 36 alunos em fase

final de curso de Especialização em Ortodontia, e cada um marcou os

pontos três vezes, em três materiais diferentes: papel ultra-phan, papel

vegetal e filme transparente de poliéster (transparência), totalizando 108

cefalogramas. Após análise estatística dos resultados, chegou-se às

seguintes conclusões: 1) Os pontos cefalométricos estudados

apresentaram diferentes percentagens de erros e acertos, sendo divididos

em três grupos de acordo com os resultados obtidos: a - pontos com boa

confiabilidade; b - pontos com média confiabilidade e; c - pontos com

baixa confiabilidade. 2) A utilização dos três diferentes materiais na

confecção dos cefalogramas não produziu diferença estatisticamente

significante para acertos, podendo ser utilizados indistintamente.

PALAVRA CHAVE: Cefalometria.

Page 73: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

72

GIL, C. T L. A Eva/uatton on the precision in the Jocalization of the frontal

cephalometric landmarks of Ricketts' ana/ysts. São José dos Campos,

1995. 72p. Dissertação (Mestrado em Odontologia) - Faculdade de

Odontologia, Campus de São José dos Campos, Universidade Estadual

Paulista "Julio de Mesquita Filho "

ABSTRACT

This work has had as its purpose to appraise the mistaken and correct

attempts in the marking procedure of the frontal cephalometric landmarks

employed in Ricketts' cephalometrics analysis and the influence of the use

of different materiais (sheets) on the marking procedure resu/ts. The

marking was performed by 36 students in the final stage of the graduate

Orthodontics course, each student havtng marked the points thnce, on

three different materiais: ultra-phan, tracing paper and polyester film,

totaling 108 cephalograms. After the statistic analysis of the results, the

following conc/usions were reached 1) The cepha/ometric Jandmarks

studied showed different percentages of mistaken and correct markings,

having been divided into three groups in accordance with the results

obtained: a - /andmarks evincing good reliability; b - Jandmarks of medium

re/iability and; c - landmarks of low re/iability. 2) The three different

materiais used to make the cephalograms produced no statistically

significant differences as to the correct marking results thus allowing for

their interchangeab/e use.

KEY WORD: Cephalometry.

Page 74: AVALIAÇÃO DA PRECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS

Autorizo a reprodução deste trabalho.

São José dos Campos, 7 de julho de 1995

de Alcântara Gil