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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO FERNANDO LUIZ CAVALCANTE AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS NOS ABATEDOUROS MUNICIPAIS DE TERESINA-PI. RECIFE-PE 2009

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

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Page 1: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

FERNANDO LUIZ CAVALCANTE

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS NOS ABATEDOUROS

MUNICIPAIS DE TERESINA-PI.

RECIFE-PE

2009

Page 2: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

1

FERNANDO LUIZ CAVALCANTE

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS

SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS NOS ABATEDOUROS

MUNICIPAIS DE TERESINA-PI.

Apresentação de trabalho monográfico como

monografia de conclusão do curso de pós-

graduação em higiene e inspeção de produtos

de origem animal, como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista.

Orientador: Prof. Dr. Manoel Henrique Klein

Júnior.

RECIFE-PE

2009

Page 3: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

2

FERNANDO LUIZ CAVALCANTE

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS NOS ABATEDOUROS

MUNICIPAIS DE TERESINA-PI.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________

PROF.

PRESIDENTE

___________________________________________

PROF.

___________________________________________

PROF.

RECIFE, PE

2009

Page 4: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

3

Dedico este Trabalho a Rosângela Cavalcante

uma companheira determinada e otimista na

certeza dos acontecimentos, ao Jalyson Hidd

na pessoa da Fundação Municipal de Saúde –

FMS, por ter proporcionado essa conquista e, a

minha filha Marta pela inspiração de vida.

Page 5: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

4

Gostaria de expressar meus sinceros

agradecimentos a todos os amigos (colegas) do

curso em especial ao Américo, Marconi, Max

e Hamilton pelo companheirismo maior e, ao

corpo técnico da Equalis na pessoa do genitor

Roberto idealizador desta escola de ensino e

ao Paulo, coordenador do curso.

Page 6: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

5

Aos professores, em especial aos Professores

Manoel Henrique Klein Júnior e Silvia Ahid,

que tiveram o comprometimento e

conhecimento compartilhado. A todos que

contribuíram para que a conclusão deste

trabalho fosse possível.

Page 7: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

6

Mauve me censura por ter

dito: 'Eu sou um artista',

mas não me retrato, porque

é evidente que essa palavra

carrega de modo implícito o

significado de 'procurar

sempre sem encontrar

jamais a perfeição´.

É precisamente o contrário

de: 'já sei, já encontrei(...)

Eu busco, eu persigo e o faço

com todo o meu coração´.”

Vincent Van Gogh

Page 8: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

7

RESUMO

O beneficiamento dos subprodutos não-comestíveis resultantes do abate inicia-se na sala de

matança de um estabelecimento de abate, com os cuidados com a matéria prima, constituindo-

se os procedimentos preliminares nos aspectos: higiene na obtenção, seleção e condição de

armazenamento. Esses subprodutos a medida que evolui o abate, são destinados para as

dependências beneficiadoras de subprodutos não-comestíveis, que são denominadas de

graxaria, dependência esta que fica separada totalmente da sala de abate, onde aí será feito o

processamento tecnológico de todo o fluxograma operacional até a obtenção do produto final

e estocagem.

Palavras – chave: Regulamentação. Graxaria. Biodigestão. Subprodutos. Legislação.

Page 9: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

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ABSTRACT

The processing of inedible by-products resulting from slaughter begins in the classroom

killing of a slaughterhouse, with caring for the raw material, constituting the preliminary

procedures aspects: hygiene in the production, selection and storage condition. These by-

products as it evolves to the slaughter, are meant to dependencies gins of non-edible products,

which are called grease, a dependence which is completely separate from the slaughter room,

where there will be the technological processing of all operational flowchart until obtaining

the final product and storage.

Keywords: non-comestívies by-products, profit, profitability, grease

Page 10: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Quantidade de animais abatidos resultantes nos estabelecimentos do abate da

espécie bovina, de janeiro a dezembro, 2008 ................................................................... 29

Tabela 2. Proporção (%) dos subprodutos em relação ao peso total da carcaça de um novilho

de 255 kg ........................................................................................................................ 29

Tabela 3. Produção diária de subprodutos resultantes nos estabelecimentos do abate de

bovinos em relação ao peso total da carcaça de um novilho de 255 kg, 2008 ................... 30

Tabela 4 Rentabilidade diária de subprodutos resultantes nos estabelecimentos do abate de

bovinos, 2008,considerando o valor da comercialização:R$ 1,00 para a farinha de carne e osso

e de R$ I,50 para o sebo .................................................................................................. 30

Page 11: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO E LITERATURA ............................................................................ 11

2 JUSTIFICATIVAS .................................................................................................... 22

3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 23

3.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 23

3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 23

4 METODOLOGIA ...................................................................................................... 24

4.1 Métodos e Etapas do Fluxograma Operacional .......................................................... 24

4.1.1. 1ª Etapa: Recepção e Fragmentação ...................................................................... 24

4.1.2 2ª Etapa: Biodigestão.............................................................................................. 25

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 29

CONCLUSÃO ............................................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 33

Page 12: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

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1 INTRODUÇÃO E LITERATURA

A pecuária bovina de corte por definição é uma atividade que está dividida em duas

linhas, podendo ser executadas juntas ou não. Uma é a criação de gado comercial e a outra de

gado de elite, sendo que a primeira tem como principal objetivo a produção de carne, órgãos e

vísceras de qualidade para a alimentação humana, além de fornecer matéria-prima para a

indústria de ração animal, farmacêutica, de cosmético, de calçado, de roupas, entre outras. Já

a criação de gado de elite tem como foco central à produção de matrizes e reprodutores para a

criação de gado comercial e elite.

O Brasil ocupa lugar de destaque na pecuária mundial, sendo considerado o maior

exportador de carne bovina, gerando paralelamente altos índices produtivos de matéria prima

para comercialização interna, (2009).

Deve ser considerado que para o alcance de tais índices produtivos é fundamental

que uma legislação atualizada normatize todas as etapas de produção, inclusive com

equivalência de padrões entre diversos países, possibilitando assim o comércio internacional,

mesmo que o produto não alcance tal mercado. Como exemplo pode ser citado as

preocupações tomadas para evitar a disseminação ou ocorrência de enfermidades, bem como

da contaminação advinha de má manipulação que podem vir a isolar um país como um todo e

até limitar o comércio dos produtos da agroindústria entre os estados de uma mesma unidade

federativa. Nesse particular, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), tem tido papel

de norteador na comercialização dos produtos de origem animal, sendo a barreiras sanitárias,

o principal ponto de discussão deste intercâmbio comercial. Por conta disso, no Brasil, o

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)1 vem constantemente

atualizando a legislação específica de defesa agropecuária obedecendo aos critérios adotados

pela OIE, Codex Alimentarius e diferentes exigências de países importadores.

1 Desde a sua criação em 1909, esta pasta do governo federal já possuiu diversa denominações, como Ministério

da Agricultura, Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária e Ministério da Agricultura e

do Abastecimento. Atualmente é designado de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Contudo, dadas as dimensões do país e ainda por força da legislação federal, nem sempre a adoção de tais atos

legais são possíveis de serem cumpridos na prática, gerando diferentes padrões higiênico-sanitário na obtenção

de produtos.

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12

Embora desde 1909 as atividades de inspeção sanitária dos produtos de origem

animal no Brasil, fossem realizadas, tal atuação na área industrial foi a partir da década de

vinte, melhor fundamentada em legislação específica, com a criação do Serviço de Inspeção

Federal (SIF) pelo MAPA, considerando que o país já se constituía em um exportador de

carne. No entanto somente na década de 50, com o crescimento industrial tipicamente

nacional tornou-se mais difundida (Pardi,1996). Neste contexto, para desempenhar suas

funções o SIF, desde os primórdios da sua criação, sempre contou com a cobertura de leis e

regulamentos sanitários, de tal forma que a atuação do órgão promoveu uma imagem de

respeito por autoridades nacionais e internacionais, bem como por parte da indústria

subordinada a esta fiscalização (Caldas, 1975, Santos 2009). Deve ser destacado o

Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos produtos de Origem Animal (RIISPOA),

aprovado pelo Decreto nº 30691 de 29 de março de 1952, que apesar de ter sofrido diversas

alterações é ainda o principal respaldo da atividade higiênico sanitária oficial presente na

indústria (Brasil, 2008). Este regulamento veio atender ao especificado Lei nº 1283 de 18 de

dezembro de 1950, a qual definia a abrangência da comercialização da produção em função

do nível de inspeção sanitária oficial presente na indústria, na ocasião dividida entre federal e

estadual. O SIF se constitui em um organismo público, especializado, criado e estabelecido

com a finalidade de atuação no campo industrial de alimentos de origem animal sendo

instituído pelo RIISPOA, que prevê todo atendimento da fonte produtora à entrega do produto

acabado no consumo (Jardim, 1981).

Entretanto, alterações na legislação promoveram em épocas distintas, níveis de

abrangência da inspeção, de acordo com a comercialização por parte do estabelecimento

industrial, dando competência a União e Estados e posteriormente aos Municípios para a

realização da inspeção higiênico-sanitária. Dessa forma, destaca-se a Lei nº. 5760 (Brasil,

1971), a qual só permitia o SIF em qualquer estabelecimento de produto de origem animal,

concedendo, entretanto convênios com os Estados desde que se enquadrassem nas normativas

de âmbito federal. Esta Lei visava uniformizar os procedimentos da inspeção sanitária em

todo o território nacional, por força das flagrantes distorções dos padrões técnicos e higênico-

sanitários existentes nos estabelecimentos produtores de alimentos de origem animal

fiscalizados pela União e aqueles outros sob a égide dos Estados e Municípios (Caldas, 1975;

Pardi, 1996).

É importante frisar que a regulamentação da Lei nº. 5760 pelo Decreto nº. 73116

(Brasil, 1973) e posteriormente da Lei nº. 6275 pelo Decreto nº. 78713 (Brasil, 1976), que

disciplinava os convênios com os Estados para a realização da inspeção e fiscalização sobre

Page 14: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

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as pequenas e médias empresas que não se dedicassem ao comércio interestadual ou

internacional, não revogavam a Lei 1283 (Brasil, 1950). Entretanto não houve adesão por

parte dos estados e muitos estabelecimentos foram interditados e definitivamente fechados, o

que permitiu um desenvolvimento dos estabelecimentos com SIF, pela diminuição da

concorrência. Este período foi marcado por significativa melhoria do parque industrial,

destacadamente na redução da ociosidade, do aproveitamento dos subprodutos, no

oferecimento ao mercado de produtos de melhor qualidade, no controle eficiente das mazelas

sanitárias e dos registros nosológicos, na ampliação do mercado de trabalho e influenciou

positivamente para o desenvolvimento da pecuária nacional (Vieira Neto, 1996; Santos,

2007).

Com vistas a celebração de convênios para que os Estados assumissem as atividades

de inspeção o MAPA expede a Portaria no. 2, de 09 de fevereiro de 1977. Assim foram

aprovadas normas, sobre as condições higiênico-sanitárias mínimas necessárias para a

aprovação dos novos estabelecimentos de produto de origem animal ou reforma dos existentes

de acordo com a natureza e capacidade de produção, que não se dedicassem ao comércio

interestadual ou internacional. Contudo, não houve interesse por parte dos empresários e em

conseqüência do próprio governo estadual. Uma nova tentativa por parte do governo federal

para que a inspeção sanitária fosse também realizada nos níveis estadual e até municipal, até

então nunca referido, veio com o Decreto nº. 94554, de 07 de julho de 1987 (Brasil, 1987).

Esta legislação estimulava à construção e reaparelhamento de pequenos e médios matadouros

e sua fiscalização, de acordo com o que disciplinou a Portaria no. 85, de 24 de junho de 1988

(Brasil, 1988), bem menos exigente que a anterior, e ainda em vigor.

Com a promulgação da Constituição atual em 1988 que norteava para a

descentralização e em decorrência a municipalização, diminuíram as ingerências e ações do

governo federal e do MAPA sobre a inspeção higiênico sanitária. Em decorrência, em 1989

foi promulgada a Lei no. 7889 (Brasil, 1989), atualmente em vigor, que devolvia aos Estados e

doravante aos Municípios a atividade de inspeção na esfera do comércio intraestadual e

intramunicipal respectivamente, cabendo ao MAPA, como antes lhe competia, a fiscalização

dos produtos de origem animal destinados ao comércio interestadual e internacional.

Seguindo tal orientação legal, Estados e Municípios criaram suas próprias legislações que

determinavam a aplicação da inspeção dos produtos de origem animal como para defesa

animal (São Paulo, 1992; Piauí; 1994; Minas Gerais, 1995; Rio Grande do Sul, 1996; Bahia,

1999; Espírito Santo, 1999; Rio de Janeiro, 1996; Juiz de Fora, 1994), bem como no Distrito

Federal, 1998 (Distrito Federal, 1998). Destaca-se a positiva interferência que o Decreto no.

Page 15: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

14

39972, de 1995, do Estado de São Paulo, se antecipando a uma norma federal ao uso de

métodos humanitários na insensibilização de animais para o consumo (Brasil, 1997; 2000).

Por outro lado, no estado do Rio de Janeiro, a regulamentação da Lei Estadual n.º 3345, de 29

de dezembro de 1999, só ocorreu há menos de dois anos (Rio de Janeiro, 2006).

Para Vieira Neto (1996), a legislação atualmente em vigor, que descentralizou a

inspeção, se constituiu em um retrocesso e no país existe um quadro calamitoso,

principalmente nas cidades mais afastadas dos grandes centros. Assim, compete também,

além dos Estados, aos Municípios a criação das legislações e dos regulamentos. Entretanto, o

RIISPOA recomenda no seu artigo décimo a sua utilização e de outros documentos do MAPA

na falta de legislação própria dos Estados e Municípios (Brasil, 1997). Entretanto, na falta de

legislação própria, o RIISPOA deve ser utilizado, além e de outros documentos do MAPA

(Brasil, 1997). Com a finalidade de orientar aos Estados e Municípios na construção de

estabelecimentos de abate, o MAPA editou a Portaria no. 85, de 24 de junho de 1988, ainda

em vigor, (Brasil, 1988) a qual aprova as normas relativas às condições gerais para

funcionamento dos pequenos e médios matadouros para abastecimento local.

Vale ressaltar que a Lei no. 9712, de 20 de novembro de 1998 (Brasil, 1998),

regulamentada em 2006 (Brasil, 2006), cria o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade

Agropecuária (SUASA), cuja fiscalização deverá ser articulada com o Sistema Único de

Saúde (SUS), no que se refere à saúde pública. A nova legislação regulamenta toda a parte

referente à defesa agropecuária, vetada na lei de política agrícola aprovada em 1991 (Brasil,

1991).

O MAPA na qualidade de instância central ou superior do SUASA, deverá fixar as

normas referentes a inspeção higiênico-sanitária nos estabelecimentos de produtos de origem

animal, da vigilância de portos, aeroportos e postos de fronteira internacionais, avaliação das

ações desenvolvidas nas instâncias intermediárias (Estados) e locais (Municípios) e

manutenção do Código de Defesa Agropecuária, entre outras ações previstas. No caso

particular da inspeção higiênico sanitária dos produtos de origem animal, será permitido,

desde que atendendo as normas previstas, aos Estados e Municípios aumentar a abrangência

da comercialização. Neste sentido, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem

Animal do MAPA definiu os requisitos e demais procedimentos necessários para a adesão ao

Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI/SUASA) pelos

Estados, Distrito Federal e Municípios (Instrução normativa no. 19, de 24 de julho de 2006),

que atenderem a equivalência com o reconhecimento do seu sistema de inspeção.

Page 16: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

15

Deve ser ressaltado que permanecem válidos os critérios definidos pela Lei no. 7889

(BRASIL, 1989), que disciplina a competência da Inspeção em nível Federal, Estadual e

Municipal. Desta forma, como ainda não ocorreu nenhuma adesão até o momento, apenas os

estabelecimentos registrados no SIF estão aptos à comercialização interestadual.

Com relação a atuação da fiscalização durante a fase comercialização dos alimentos

em geral, compete a vigilância sanitária municipal, sendo atribuição do Estado somente nos

municípios que não dispõem de Secretarias de Saúde, como disciplina a Lei no. 8080 que

criou o SUS (Brasil, 1990) e o Decreto no. 3029 que regulamentou a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Brasil, 1999).

Em 1967 entrou em funcionamento, no município de Campo Maior, distante a 90

quilômetros da capital do Estado, o Frigorífico do Piauí S.A. (FRIPISA), sujeito ao SIF. Este

tinha como principal mercado comercial a cidade de Teresina. Paralelamente, existia o

matadouro municipal de Teresina, sob inspeção municipal para o abate de bovinos. Suínos e

pequenos ruminantes. Tanto os estabelecimentos de Teresina e o de Campo Maior,

constituíam-se em empresas pertencentes ao município e ao estado, respectivamente (Freitas,

1999).

Embora a inspeção da carne em Teresina tenha iniciado em 1932 (Tito Filho, 1978),

informações mais precisas sobre a atuação da mesma junto ao matadouro municipal de

Teresina só estão disponíveis a partir da década de 70. Nesta época, quando do início do

funcionamento do FRIPISA o abate de bovinos foi desviado para Campo Maior ficando a

inspeção municipal de Teresina responsável apenas pelo controle higiênico-sanitário da

matança de suínos e pequenos ruminantes (Freitas, 1999). Neste período, como anteriormente

enfocado, a atividade da inspeção higiênico sanitária industrial era respaldada com base na

Lei n.º 1283 (Brasil, 1950), contudo não atribuindo aos órgãos municipais a realização desta

atividade, competência esta atribuída apenas aos Estados, Territórios e Distrito Federal. No

entanto, no parágrafo único do seu art. 6º que proíbe a duplicidade de fiscalização, faz

referencia ao município –“Parágrafo único - A concessão de fiscalização do Ministério da

Agricultura, isenta o estabelecimento industrial ou entreposto de fiscalização estadual ou

municipal”.

Face às legislações posteriores iniciadas em 1971, a partir de 1975, a implantação do

processo de federalização da inspeção no Piauí ocorreu apenas em quatro Municípios do

Estado do Piauí, o que levou ao encerramento das atividades do matadouro municipal de

Teresina e todo abate ficou concentrado no FRIPISA (Pardi, 1996; Brasil, 1997b; Freitas,

1999). Embora até o final da década de 80 o abastecimento da carne bovina, suína e de

142

Page 17: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

16

pequenos ruminantes em Teresina e nas demais regiões federalizadas (municípios de Campo

Maior, Altos e Demerval Lobão), tenha se regularizado e a população destas áreas tido

benefícios com a oferta de carnes provenientes de abate com inspeção federal, a privatização

do FRIPISA foi acompanhada de negligência das autoridades locais, na sustentação da

legislação quanto ao controle na comercialização (Freitas, 1999). Com isso proliferou o abate

clandestino não só na região, bem como na maioria dos Estados brasileiros (Carvalho, 1985;

Maciel, 1995; Solis 1996, Avicultura industrial, 2006), que inclusive levou a desativação do

FRIPISA, em 1994.

Entretanto, somente em 1993, a partir de relatório técnico elaborado pela Secretaria

Municipal de Saúde (Teresina, 1993b), no qual foram identificados 14 pontos de abate e

caracterizadas as precárias condições de estrutura física, obtenção das carcaças sem nenhuma

higiene e ainda a constatação de ser de 50% o volume de carnes clandestinas comercializadas

em Teresina, as autoridades locais resolveram por em prática a legislação. Assim, o Decreto

Municipal no. 2469, de 14 de outubro de 1993, delegava poderes a Secretaria Municipal de

Saúde a competência da inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal

(Teresina, 1993), tendo sido criado o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) reativando a

inspeção no município de Teresina, interrompida desde 1975, como descrito anteriormente.

Tomando-se como base a legislação federal, a Lei no. 7889 é clara quando atribui as

Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Municípios esta atividade a nível industrial,

restringindo aos órgãos de saúde pública atuação durante a comercialização dos alimentos

(Brasil, 1989). Esse fato político deixa a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento de

Teresina sem cumprir uma importante atividade de sua competência, que vem sendo realizada

pela Vigilância Sanitária a qual o SIM é vinculado.

No Brasil, apesar de atualmente existirem os três níveis de inspeção industrial, e

terem autonomia para atuarem em suas respectivas áreas, possuem como origem a mesma lei

federal (Brasil, 1989) a qual apenas define os órgãos de competência e esfera de atuação.

Neste sentido não existe um órgão federal que coordene ou fiscalize as atividades da inspeção

estadual e municipal, como ocorre em outros países (Hedrick et al., 1994; DEFRA, 2006;

CFIS, 2006) e como prevê a legislação do SUASA (2006) quando do efetivo funcionamento

do SISBI (Brasil, 2006).

Contudo, o SIM de Teresina (Teresina, 1993) não possui qualquer documento legal

que ampare as atitudes tomadas durante a execução dos serviços, o que promove a utilização

de material adotado pelo SIF. Este fato parece ser decorrente da impossibilidade legal da

Vigilância Sanitária em elaborar o regulamento da inspeção industrial do município, já que

Page 18: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

17

seria da competência das Secretarias ou Departamentos de Agricultura (Brasil, 1989),

podendo o projeto ser rejeitado pelos órgãos legislativos. O uso da regulamentação federal

acarreta transtornos e inviabilidade econômica para seu cumprimento por parte dos

proprietários dos matadouros já que a mesma é direcionada para estabelecimentos de maior

porte e que realizam o comércio interestadual e até internacional. Entretanto a inspeção de

produtos de origem animal para o Estado do Piauí é totalmente amparada em documentos

legais (Piauí, 1994 a;b) e mais recentemente reforçada pela reformulação do Serviço de

Defesa Agropecuária (Piauí, 2005; 2006), que também engloba essas atividades.

Independentemente dos aspectos legais a Vigilância Sanitária, através de outro setor

independente do SIM, atua no município de Teresina quanto ao controle da comercialização

da carne bovina clandestina, tão nociva ao consumidor (Cia, 1981; Germano, 1982; ; Panetta,

1993; Carvalho, 1985) a qual não é comercializada nos mercados públicos, açougues

particulares e supermercados, e não existe no município pontos de abate rotineiros (Vigilância

Sanitária, 2006). Teresina possui atualmente quatro matadouros de bovinos caracterizados

como empresas de sociedades limitadas cujos proprietários participam em graus variados dos

diversos segmentos da cadeia produtiva da carne e subprodutos. O agronegócio da carne de

bovinos abatidos em Teresina envolve diversos membros que podem atuar simultaneamente

nos diferentes segmentos. Estão envolvidos no setor, o marchante, o produtor de bovinos, o

atravessador, o proprietário do estabelecimento de abate, os funcionários do beneficiamento

da carne e subprodutos, os magarefes e os consumidores finais.

De acordo com o RIISPOA, que normatiza todo o funcionamento dos

estabelecimentos registrados no SIF (Brasil, 1997) os estabelecimentos de abate

obrigatoriamente devem possuir instalações para aproveitamento completo, racional e

perfeito, de subprodutos não comestíveis e de acordo com o artigo 21 são classificados em

matadouros-frigoríficos e matadouros, quanto ao abate de bovinos, suínos, caprinos e ovinos.

O abate de bovinos, quando realizado por indústrias devidamente equipadas (Brasil,

1971), permite um aproveitamento racional dos subprodutos bem como, evidentemente, das

meias carcaças. Apenas a comercialização das carcaças geralmente não é suficiente para

cobrir as despesas do abate, os subprodutos comestíveis e não comestíveis são fundamentais

para equilibrar a balança econômica dos abatedouros (Conde, 1975; Picchi, 1981). Segundo

Pichi & Felício (1980) citados por Felício (2005), que a proporção (%) dos subprodutos

derivados de uma carcaça de 255kg corresponde para farinha de osso 12 (4,71%) e para o

sebo 18kg (7,06%). Com exceção das carcaças, as partes com valor econômico dos animais,

derivadas do abate e dos vários processamentos, são consideradas subprodutos da

Page 19: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

18

indústria de carnes. Distinguem-se os subprodutos comestíveis e os não-comestíveis. Dentre os

primeiros, estão as vísceras, órgãos, os recortes de carne, as glândulas para fins

opoterápicos, os envoltórios naturais (submucosas) representados por tripas, bexigas,

esôfagos (Pardi, 1993). Ainda, outros produtos comestíveis como os gordurosos em

geral, gelatina e outros e não comestíveis estes últimos utilizados como ingredientes da

alimentação animal e saponáceos também podem e devem ser elaborados pelas indústrias de

abate, pois, além de gerarem lucro, tem relevância na manutenção da higiene industrial e

diminuição do impacto ambiental.

Nesse sentido é crescente o interesse na dinâmica do funcionamento de

estabelecimentos de abate, desde a recepção dos animais até a expedição da carne e dos

variados subprodutos comestíveis e não comestíveis gerados do processamento, já que

diversas alterações na rotina dos trabalhos têm sido freqüentes.

O RIISPOA (Brasil, 1997), em vigor desde 1952, define como Graxaria a seção

destinada ao aproveitamento de matérias-primas gordurosas e de subprodutos não

comestíveis, compreendendo: a) seção de produtos gordurosos comestíveis; b) seção de

produtos gordurosos não comestíveis e c) seção de subprodutos não comestíveis. Deve ser

ressaltada ainda a existência da "fábrica de produtos não comestíveis", ou seja, para um

estabelecimento não atrelado a uma indústria de abate, que manipula matérias-primas e

resíduos de animais de várias procedências, para o preparo exclusivo de produtos não

utilizados na alimentação humana. Da mesma forma sinaliza para a existência de uma fábrica

de produtos gordurosos quando destinadas exclusivamente ao preparo de gorduras, excluída a

manteiga, adicionadas ou não de matérias-primas de origem vegetal, para consumo humano.

O aproveitamento dos subprodutos do abate desonera de modo significativo o

produto principal, qual seja a carne. A despeito da evolução dos similares e sucedâneos de

subprodutos de abate, ainda é altamente expressivo o seu valor comercial. Nas condições

brasileiras, o aproveitamento total e eficiente dos subprodutos do abate verifica-se quase que

exclusivamente nos estabelecimentos industriais sob o SIF. Os estabelecimentos sob

jurisdição da inspeção sanitária oficial do estado e município, bem como os clandestinos,

nem sempre aproveitam todos os subprodutos, gerando, por vezes, sérios problemas de

poluição ambiental, além de desfalque à economia do país (Pardi, 1993). A indústria

frigorífica no Brasil é altamente heterogênea e divide-se em 2 grupos: 1) grupo formado por

pecuaristas mais tecnificados e frigoríficos fiscalizados pelo SIF, onde sua produção é

destinada para os principais supermercados e boutiques de carne, ou para exportação. 2) grupo

que compreende os agentes menos tecnificados e clandestinos, com vendas de produtos em

Page 20: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

19

feiras livres e açougues de bairro, sem fiscalização sanitária nem recolhimento de impostos

pelo governo (Vinholis & Azevedo, 2000).

Face aos benefícios de ordem higiênica, sanitária, econômica e ambiental advinda do

beneficiamento dos despojos animais decorrentes do abate, impróprios ou não utilizados para

o consumo humano, na transformação em subprodutos não comestíveis, já descritos,

regulamentações que disciplinam a fabricação bem como limitam sua utilização vem

contribuindo para melhorias substanciais dos locais de beneficiamento. Dentre estas,

destacam-se: 1) o manual “práticas de elaboração em graxarias” (Brasil, 2001), o qual visa

harmonizar os procedimentos a serem observados pelo SIF e a responsabilidade da indústria,

no cumprimento das condições de instalações e equipamentos (localização e instalações),

matéria-prima, processamento, produto final, controles e higiene do ambiente; 2) a norma

“regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação

para estabelecimentos que processam resíduos de animais destinados à alimentação animal”

(BPFRA), o “modelo de documento comercial” e o “roteiro de inspeção das boas práticas de

fabricação” (Brasil, 2003) que tem como base a adequação das regulamentações impostas

pelos organismos que regulam o comércio internacional, definindo os procedimentos básicos

de fabricação de farinhas e gorduras destinadas à alimentação animal e outros derivados para

os estabelecimentos que processam resíduos de animais não comestíveis. Engloba as etapas

do processo de produção primária, quais sejam: colheita, recepção dos resíduos de animais

não comestíveis, processamento, controle da qualidade, empacotamento, armazenamento,

destinação e transporte. Destina-se ainda a orientar os fiscais federais agropecuários, no

exercício das ações de inspeção e fiscalização destes estabelecimentos, e as empresas do setor,

na elaboração e implementação de boas práticas de fabricação. Ambas legislações (Brasil

2001 e 2003) atualizaram procedimentos já contidas no RIISPOA (Brasil, 1997).

A grande responsável pela modernização do setor envolvido com a produção dos

subprodutos não comestíveis foi sem dúvida o surgimento da doença da vaca louca. O Brasil

teve que se enquadrar as normas internacionais e daí surgiram uma série de ações do MAPA

no sentido de garantir que a doença não ocorra no país. Nos últimos anos, marcadamente pela

disseminação da encefalopatia espongiforme transmissível (EET), diretamente vinculada ao

fornecimento de ração para ruminantes contendo farinha de carne e ossos de carcaças de

bovinos e ovinos, os subprodutos não comestíveis foram alvo de intensa preocupação por

parte dos diversos especialistas envolvidos na produção animal. Na década de 70 e início da

década de 80 ocorreram alterações nos processos de fabricação desses ingredientes, cujas

temperaturas utilizadas durante a reciclagem de proteína animal não eram suficientemente

Page 21: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

20

altas para inativar totalmente a proteína priônica infecciosa, fato relacionado diretamente com

o surgimento da doença. A ingestão de menos que um grama de cérebro de um animal

contaminado é suficiente para produzir a doença. Além da EET, merece também atenção

mundial a erradicação da febre aftosa e peste suína clássica. Tais preocupações levaram a

criação de normas internacionais, como o da inativação de agentes patogênicos e de vetores

(OIE, 2005) e de regras sanitárias relativas aos subprodutos animais não destinados ao

consumo humano (EU, 2004), periodicamente atualizadas e adotadas pelo Brasil, divulgadas

na forma de legislação específica, já que é parte integrante do processo. Finalmente cabe

destacar que as ações oficiais do MAPA no sentido de garantir a vigilância sobre a EET,

particularmente quanto a proibição do uso como ingredientes na alimentação de ruminantes

de subprodutos não comestíveis de origem animal (Brasil, 2004b), não trouxeram como se

poderia pensar maiores prejuízos para os estabelecimentos que produzem tais materiais. Os

ingredientes de subprodutos de origem animal tem grande importância na alimentação de

aves, suínos e peixes, além da produção de rações para animais de estimação. Desta feita,

cada vez mais, as atenções se voltam para o aproveitamento mais racional e evoluído dos

produtos resultantes dos animais abatidos para utilização na alimentação dos animais de

consumo.

São variados os subprodutos não comestíveis de origem animal que podem ser

produzidos, assim como a utilização dos mesmos, indo desde ingredientes para ração animal

(farinhas de carne, osso ou mistura de ambas e de sangue), produção de sebo, bile conservada,

crina, casco e chifres secos e, peles salgadas cuja comercialização é restrita ao cumprimento

das exigências do MAPA quanto ao atendimento de normas de segurança aplicadas pelos

órgãos de defesa agropecuária nos Estados. Como exemplo, as peles adquiridas por curtumes,

desde que atendidas as exigências de tempo de permanência em contato com o sal e aplicação

do carbonato de sódio a 2% circularem livremente pelo país inclusive procedentes de áreas

consideradas infectadas por febre aftosa. Cabe destacar que as ações oficiais do MAPA no

sentido de garantir a vigilância sobre a EET, particularmente quanto a proibição do uso como

ingredientes na alimentação de ruminantes de subprodutos não comestíveis de origem animal

(Brasil, 2004b), não trouxeram como se poderia pensar maiores prejuízos para os

estabelecimentos que produzem tais materiais. Os ingredientes de subprodutos de origem

animal tem grande importância na alimentação de aves, suínos e peixes, além da produção de

rações para animais de estimação. Desta feita, cada vez mais, as atenções se voltam para o

aproveitamento mais racional e evoluído dos produtos resultantes dos animais abatidos para

utilização na alimentação dos animais de consumo.

202

Page 22: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

21

Da numerosa listagem de subprodutos, interessam, neste trabalho, os mais

importantes, e apenas naquilo que se refere ao processamento de subprodutos não

comestíveis restrito aos estabelecimentos de abate de bovinos.

212

Page 23: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

22

2 JUSTIFICATIVAS

2.1 Apesar da legislação atual permitir autonomia para União, Estados e Municípios

realizarem as atividades de inspeção higiênico-sanitárias juntos aos estabelecimentos de

produtos de origem animal, verifica-se interferências do MAPA por meio de legislação

instituída no Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal

– RIISPOA onde, estabelece a obrigatoriedade de prévia fiscalização, sob o ponto de vista

industrial e sanitária , de todos os produtos de origem animal, comestíveis e não comestíveis,

no sentido de impedir a disseminação de doenças, garantir o fornecimento de produtos livres

de contaminação a população e cuidados ambientais;

2.2 Os quatro estabelecimentos de abate existentes no município de Teresina, com controle do

Serviço de Inspeção Municipal (SIM), possuem uma importante participação no mercado

varejista de carne in natura, produzindo matéria prima para elaboração de subprodutos não

comestíveis, geração de emprego e renda;

2.3 O aproveitamento integral dos subprodutos não comestíveis resultantes do abate, são

considerados como componentes de lucro rentável nos estabelecimentos de abate.

2.4 O interesse é crescente na dinâmica do processo de aproveitamento integral dos

subprodutos não comestíveis nos estabelecimentos de abate, devido principalmente aos

benefícios lucrativos e ainda, pela diminuição do impacto há ser causado no meio ambiente.

Page 24: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

23

3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Caracterizar a utilização dos subprodutos não comestíveis decorrentes do abate de

bovinos em Teresina, PI;

3.2 Específicos

Caracterizar o rendimento lucrativo na indústria com o aproveitamento integral dos

subprodutos não comestíveis do abate de bovinos em Teresina, PI.

Page 25: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

24

4 METODOLOGIA

O método de abordagem utilizado na elaboração do trabalho, foi feito durante o

expediente de trabalho no serviço de inspeção onde me encontro exercendo as atividades de

inspetor e ainda, através de visitas nos quatro matadouros de animais de grande porte sob o

Serviço de Inspeção Municipal – SIM do município de Teresina, que fazem o aproveitamento

integral dos subprodutos não comestíveis resultantes do abate de bovinos exceto o sangue,

como também fazendo a busca de dados no relatório mensal de abate da quantidade de

animais abatidos diariamente por estabelecimento (A, B, C, D), no período de janeiro a

dezembro de 2008, que fica sob a responsabilidade da Gerência de Vigilância Sanitária –

GEVISA, órgão da Fundação Municipal de Saúde – FMS, responsável pelo gerenciamento do

Serviço de Inspeção Municipal – SIM do município de Teresina – Piauí.

Durante as visitas no horário de expediente de trabalho nos estabelecimentos, foram

analisados os métodos e etapas de processamentos dos subprodutos não comestíveis

iniciando-se na sala de matança do matadouro com a observação dos cuidados com a matéria

prima e transporte para a seção de graxaria, para dá inicio as etapas de processamento desde a

recepção da matéria prima até o processamento final, fazendo paralelamente o registro

fotográfico de todo o fluxograma operacional.

4.1 Métodos e Etapas do Fluxograma Operacional

4.1.1 1ª Etapa: Recepção e Fragmentação

Os subprodutos não-comestíveis, com o a evolução do abate, à medida que vão se

acumulando, são transportados, através de carro-de-mão para a seção de gaxaria, onde toda a

matéria prima é colocada no assoalho ao lado do digestor. O sebo é colocado em separado dos

demais subprodutos. A recepção da seção é dotada de equipamento, como o britador de ossos,

para sua fragmentação,que não só permite maior cozimento, mas também facilita a extração

da gordura pela exposição do calor e a prensagem de muito maior superfícies.

Page 26: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

25

4.1.2 2ª Etapa: Biodigestão

Existem três processos para o beneficiamento das gorduras: o convencional, o

contínuo e por extração com solventes. O utilizado, nas graxarias em questão, é o

convencional, que utilizam o cozimento a seco sob pressão ou a vácuo que dão como

produtos, o sebo e resíduos protéicos, estes transformados em CRACKLINGS e estes em

farinha de carne e ossos.

As matérias- primas utilizadas são as gorduras, que situam-se entre os principais

subprodutos não-comestíveis, se caracterizando dentro desse contexto como responsáveis

pela denominação própria da seção para o seu beneficiamento - GRAXARIA-. Para esta

seção, são destinadas as gorduras das vísceras, ou seja, a perineal, a mesentérica, a

mediastínica, a do epiploon e outras como as gorduras de acúmulo das carcaças, como a

esternal, a caudal e a de cobertura e, sistematicamente, a inguinal (de capadura) e ainda

destinados para esta seção como subprodutos não-comestíveis, os demais despojos como, os

derivados da limpeza de contusões e da toalete das carcaças e as carnes e vísceras condenados

pelo serviço de inspeção. Portanto, há um aproveitamento pleno de todos os despojos. No que

diz respeito ao chamado material mole, que é constituído por todos os despojos que não

contém ossos. O material duro, é representado por “ossos moles”, ou “chatos” e por “ossos

duros”, os primeiros constituídos pelos ossos da cabeça, paleta, costelas, coluna vertebral,

bacia e sacro. Os ossos considerados duros são os longos dos membros, com o dos pés(

desprovidos dos cascos), das juntas( carpo, tarso e epífise dos ossos longos),

“canelas”(“chatas” ou metacarpianas e “redondas”, os metatassianos) e

“canelões”(úmero,rádio-cúbito,fêmur e tíbia).Esses ossos, exceto a cabeça, são de retorno dos

estabelecimentos comerciais, açougues, pois a desossa da carcaça é feita nestes

estabelecimentos.

Fases do processamento tecnológico da biodigestão

1ª Fase: Carregamento do digestor

O digestor é carregado quando já se encontra previamente aquecido, o seu

carregamento é feito manualmente em intervalos curtos até que seja atingido o máximo de

dois terços da capacidade em volume, onde se inicia primeiramente com o carregamento de

Page 27: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

26

sebo por meio de um transportador helicoidal, tipo rosca sem fim, que desemboca na abertura

do digestor que se encontra com seu eixo central em movimento, e em seguida adiciona-se os

subprodutos moles e duros onde já foram passados pela etapa de fragmentação. O vapor, já

ligado, alimenta a dupla camisa e o sistema de revolvimento do material (eixo e pás) e a

pressão interna da camisa é controlada por manômetro próprio, até o máximo de 3,5

atmosferas. A temperatura interna dos digestores atinge 120°C. Durante a operação se impõe

verificar, também, o funcionamento do condensador, cuja purga deve ser controlada.

2ª Fase: Aumento da pressão interna

Uma vez carregado o digestor, fecha-se hermeticamente sua tampa, deixando-se

aberta a válvula própria que dá saída ao ar contido em seu interior. Até que o jato seja tão

somente de vapor, contínuo e forte, quando ela é fechada. Começa agora o manômetro ligado

ao interior do aparelho a indicar o aumento da pressão interna, que deve atingir 3,5 a 4

atmosferas (50-60 libras).

3ª Fase: Cozimento sob pressão

Uma vez estabilizada, a pressão deve ser mantida sem oscilações durante toda a fase

do cozimento, que durará cerca de 20 a 30 minutos, de acordo com a natureza do material

empregado. O tempo é contado a partir do momento em que o manômetro acusa a pressão

desejada. Após dez minutos de cozimento, interrompe-se o movimento do eixo por outros dez

e, em seguida, até o fim da operação, o eixo é recolocado a girar. No cozimento sob pressão

dá-se a desintegração do material, separando-se a água de constituição, à qual se incorpora a

gordura. Terminado o cozimento, fecham-se os registros de vapor e abre-se cuidadosamente a

válvula de segurança para a saída do vapor do interior do aparelho. Esta operação deve ser

feita com cuidado, e devagar, para evitar a projeção do material. Quando o manômetro marcar

zero, pode-se abrir a tampa. Durante a operação de cozimento é preciso estar atento ao

funcionamento da caldeira geradora de vapor, evitando-se elevações ou baixas bruscas de

pressão, que repercutem desfavoravelmente no cozimento. Caindo a pressão, nos digestores,

abaixo de 3,5 atmosferas, o tempo de cozimento tem que ser dilatado; quando ela se eleva

acima de 4 atmosferas, esse tempo deverá ser abreviado para evitar a queima do material e

imprimir cor escura ao sebo.

Page 28: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

27

4ª Fase: Secagem do material cozido

Uma vez aberta a tampa para permitir a saída do vapor emanado do material,

reinicia-se o aquecimento com a abertura das válvulas de vapor do eixo e da camisa até 3,5-4

atmosferas no manômetro, mantendo-se o eixo em movimento durante toda essa fase. A

duração de secagem variará, conforme a qualidade do material e a eficiência operacional, de

1,30 a 2 horas, mas poderá ir até 3 horas, quando se tratar de produtos moles. Considera-se

terminada essa operação quando as amostras, retiradas pela válvula própria, apresentam

consistência arenosa e material não se aglutina à pressão dos dedos.

5ª Fase: Descarregamento

Ao fim da secagem, fecham-se as válvulas de vapor e abre-se a tampa de descarga,

vagarosa e cuidadosamente. Pela inversão da chave elétrica do motor, obtém-se o movimento

do mexedor em sentido contrário e a descarga mecânica do material para dentro do

percolador.

6ª Fase: Percolação

O operário que acompanha o descarregamento distribui uniformemente o material no

percolador ao mesmo tempo em que o revolve, favorecendo dessa forma a percolação da

gordura através dos crivos; a gordura é canalizada por gravidade para um tanque de

decantação e por um sistema de bombeamento vai para depósito apropriado com fundo cônico

onde também por sistema de bombeamento será armazenada em silo. O percolador requer

aquecimento permanente, não só para separar completamente o sebo, mas também para

facilitar o tratamento posterior do resíduo, operação que se faz melhor a quente.

7ª Fase: Desengorduramento final do resíduo

Quando o resíduo ainda quente é submetido à prensagem, pois a percolação por si só

não extrai o máximo de gordura contida no resíduo. Os resíduos moles misturados aos ossos,

são primeiramente triturados daí, através de um transportador helicoidal vão para a prensa que

por sua vez, proporciona uma prensagem contínua e com o mínimo de mão de obra por se

Page 29: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

28

tratar de um equipamento de operação e manipulação delicadas, cujo rendimento atinge cerca

de 300 quilos por hora.

8ª Fase: Trituração dos resíduos e armazenamento

Os resíduos recém-desengordurados são encaminhados diretamente ao moinho por

meio de transportadores helicoidais para que sejam triturados onde terá como produto final

farinha de carne e osso, onde serão armazenados em sacos de 50 kg e empilhados em estrados

de PVC.

Page 30: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

29

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 1. Quantidade de animais abatidos resultantes nos estabelecimentos do abate da

espécie bovina, de janeiro a dezembro, 2008

MÊS

ESTABELECIMENTOS

TOTAL

A B C D

JANEIRO 1.840 1.368 1.059 640 4.907

FEVEREIRO 1.504 1.335 882 580 4.301

MARÇO 1.484 1.323 922 471 4.200

ABRIL 1.305 871 906 649 3.731

MAIO 1.815 1.624 1.162 702 5.303

JUNHO 1.659 1.511 1.221 805 5.196

JULHO 1.596 1.455 1.260 831 5.142

AGOSTO 1.497 1.466 1.137 1.027 5.127

SETEMBRO 1.544 1.371 975 925 4.815

OUTUBRO 1.467 1.287 999 989 4.742

NOVEMBRO 1.530 1.102 1.136 843 4.611

DEZEMBRO 1619 1.108 1.191 861 4.779

TOTAL 18.860 15.821 12.850 9.323 56.854

Média / Dia 61 51 41 30 183

Tabela 2. Proporção (%) dos subprodutos em relação ao peso total da carcaça de um novilho

de 255 kg

SUPRODUTOS kg %

Farinha de carne e osso 12 4,71

Sebo 18 7,06

Subtotal 30 11,77

Page 31: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

30

Tabela 3. Produção diária de subprodutos resultantes nos estabelecimentos do abate de

bovinos em relação ao peso total da carcaça de um novilho de 255 kg, 2008

Discriminação

ESTABELECIMENTOS

TOTAL

A B C D

Farinha de carne e osso 732 612 492 360 2.196

Sebo 1.098 918 738 540 3.294

Total 1.830 1.530 1.230 900 5.490

Média diária de abate 61 51 41 30 183

Tabela 4. Rentabilidade diária de subprodutos resultantes nos estabelecimentos do abate de

bovinos, 2008,considerando o valor da comercialização:R$ 1,00 para a farinha de carne e osso

e de R$ I,50 para o sebo.

Discriminação

ESTABELECIMENTOS

TOTAL

A B C D

Farinha de

carne e osso R$ 732,00 R$ 612,00 R$ 492,00 R$ 360,00 R$ 2.196,00

Sebo R$ 1.647,00 R$ 1.377,00 R$1.107,00 R$ 810,00 R$ 4.941,00

TOTAL R$ 2.379,00 R$ 1.989,00 R$1.599,00 R$ 1.170,00 R$ 7.137,00

No período de janeiro a dezembro de 2008 no município de Teresina – PI, os quatro

estabelecimentos de abate sob a inspeção do Serviço de Inspeção Municipal – SIM, abateram

56.854 bovinos, onde a média diária foi de 183 animais, sendo que 61 no estabelecimento A,

51 no B, 41 no C e 30 no D e, para o cálculo da produção diária dos subprodutos não

comestíveis resultantes do abate desses animais, foi estabelecido uma média de 255 kg /

carcaça, média esta considerada para os quatro estabelecimentos.

Considerando que a proporção (%) dos produtos resultantes em relação ao peso total

da carcaça de um bovino de 255 kg para farinha de carne e osso ser 12 kg que corresponde a

4,71 % e para o sebo serem 18 kg que corresponde a 7,06 % do peso total da carcaça, foi

Page 32: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

31

calculado o rendimento diário resultante dos produtos não- comestíveis do abate desses

bovinos nos diversos estabelecimentos, onde para o estabelecimento A rendimento de farinha

de carne e osso foi de 732 kg e sebo 1.098 kg, para o B foi de 612 kg para farinha de carne e

osso e 918 kg para sebo, para o C 492 kg para farinha de carne e osso e 738 para sebo e para

o D 360 kg de farinha de carne e osso e 540 kg para sebo, tendo desta forma uma produção

total para os quatro estabelecimentos de 2.196 kg para farinha de carne e osso e 3.294 kg de

sebo, gerando uma rentabilidade diária de R$ 2.379,00 para o estabelecimento A, R$

1.989,00 para o estabelecimento B, R$ 1.599,00 para o estabelecimento C e R$ 1.170,00 para

o estabelecimento D, considerando que, como o estabelecimento B não possui seção de

graxaria todo os subprodutos são comercializados para o estabelecimento A , porém no

desenvolver do trabalho foi avaliado os quatro estabelecimentos, para calcular o rendimento

isolado de cada um, para uma caracterização complexa da proporção dos rendimentos

resultantes do abate de bovinos nos diferentes estabelecimentos como também servir como

referencial na crescente dinâmica do processamento de aproveitamento integral dos

subprodutos resultantes no abate desta espécie e diminuição do impactos que seria causado ao

meio ambiente caso não houvesse este aproveitamento.

Page 33: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

32

CONCLUSÃO

O aproveitamento integral e em volume expressivo dos subprodutos não comestíveis

resultantes do abate de bovinos nos estabelecimentos de abate, se caracterizam pela sua

importância, não apenas do ponto de vista econômico por se destacar como equilíbrio na

balança econômica e comercial dos estabelecimentos, por desonerar de modo significativo o

produto principal: A CARNE, mas como também por ser um segmento operacional da

indústria que diminui expressivamente os impactos provocados ao meio ambiente e a saúde

pública.

Page 34: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. LEI Nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950. Dispõe sobre a inspeção industrial e

sanitária dos produtos de origem animal.Brasília, 1950. Disponível em:

<http:>www.agricultura.gov.br. Acesso em: 18/11/2009

BRASIL. LEI Nº 5.760 - DE 3 DE DEZEMBRO DE 1971. Dispõe sobre a inspeção sanitária

e industrial dos produtos de origem animal e dá outras providências.Brasília, 1971.

Disponível em: <http:>www.agricultura.gov.br. Acesso em: 18/11/2009

BRASIL. Decreto nº 76.986, de 6 de janeiro de 1976. Regulamenta a Lei nº 6.198, de 26 de

dezembro de 1974, que dispõe sobre a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos produtos

destinados à alimentação animal e dá outras providências. Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento. Presidência da República. Publicado no Diário Oficial da União de

07/01/1976, seção 1, página 499, 1976.

BRASIL. Decreto-lei nº 30.691, de 29 de março de 1952. Alterado pelos Decretos nº 1.255 de

25.06.62, 1.236 de 02.09.94, nº 1.8012 de 08.02.96 e nº 2.244 de 04.06.97. Regulamento de

inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. Ministério da Agricultura e do

Abastecimento. 1997. 82 p.

BRASIL. Inspeção de carnes. Padronização de técnicas, instalações e equipamentos. I-

bovinos, currais e seus anexos. Sala de matança. Brasília: Ministério da Agricultura,

Departamento Nacional de Inspeção de Produtos de Origem Animal, 1971. 183p.

BRASIL. Instrução de Serviço nº 001 de 08 de janeiro de 2001. Práticas de elaboração em

graxarias. Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Secretaria de Defesa Agropecuária,

Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Divisão de Operações Industriais,

2001.

BRASIL. Instrução Normativa nº 15, de 29 de outubro de 2003. Aprovar o Regulamento

Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para

Estabelecimentos que Processam Resíduos de Animais Destinados à Alimentação Animal, o

Modelo de Documento Comercial e o Roteiro de Inspeção das Boas Práticas de Fabricação,

conforme anexos I, II e III. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Publicado

no Diário Oficial da União de 30/10/2003, Seção 1, Página 78, 2003.

BRASIL. Instrução Normativa nº 29 de 26 de outubro de 2004. Prorroga por 180 e por 545

dias os prazos previstos no item 7.1 do Anexo I da Instrução Normativa nº 15, de 29 de

outubro de 2003, para os estabelecimentos que processam resíduos de ruminantes e de não

ruminantes respectivamente destinados à alimentação animal, que tenham atendido, com

exceção do disposto, no item 3.3.2.5, até o dia 30 de outubro de 2004 todas as exigências

previstas no Anexo I da referida Instrução Normativa. Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, 2004. Publicado no DOU de 27/10/2004, Seção 1, p. 6, 2004a.

BRASIL. Instrução Normativa nº 8 de 26 de março de 2004. Proíbe em todo o território

nacional a produção, a comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação de

ruminantes que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2004b.

Page 35: AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS …

34

BRASIL. Instrução Normativa SDA nº 018, de 15 de fevereiro de 2002. Aprovar as Normas a

serem adotadas, visando incrementar à vigilância epidemiológica para detecção de

Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis - EET - em ruminantes, constantes do Anexo.

Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária.

Publicado no Diário Oficial da União de 15/02/2002, Seção 1, 2002.

BRASIL. Portaria nº 365, de 3 de julho de 1996. Proibir em todo o território nacional o uso na

alimentação de ruminantes (bovinos, ovinos e caprinos) de proteína "in natura" e de farinhas

de carne e de ossos provenientes de ruminantes. Ministério da Agricultura e do

Abastecimento. Publicado no Diário Oficial da União de 04/07/1996, Seção 1, 1996.

BRASIL. Portaria nº 4, de 21 de janeiro de 2000. Alterar o Anexo I do art. 5º da Portaria nº

50, de 19 de maio de 1997. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Secretaria de

Defesa Agropecuária. Publicado no Diário Oficial da União de 25/02/2000, seção 1, página

12, 2000.

BRASIL. Portaria nº 50, de 19 de maio de 1997. Aprovar os critérios técnicos para a

classificação dos níveis de risco por febre aftosa das Unidades da Federação, segundo os

indicadores ou fatores de risco a seguir indicados. Ministério da Agricultura e do

Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Departamento de Defesa Animal, 1997b.

CE. Regulamento n. 1774/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho da União Européia de

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