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Edição Nº 18 Avanços na Cardiologia Fetal Inovações em procedimentos de alta complexidade contribuem com o aumento da expectava de vida de bebês cardiopatas Neurologia A importância do controle dos fatores de risco na prevenção do Acidente Vascular Cerebral (AVC) Filantropia Parceria entre HCor e PROADI-SUS promove qualidade na saúde pública do país

Avanços na Cardiologia Fetal - HCor · das e tratadas ainda no período pré-natal 12 ... Um exame de angiotomografia aponta o local do coágulo que deve ser retirado e o procedimento

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Ediç

ão N

º 18

Avanços na Cardiologia FetalInovações em procedimentos de alta complexidade contribuem com o aumento da expectativa de vida de bebês cardiopatas

NeurologiaA importância do controle dos fatores

de risco na prevenção do Acidente Vascular Cerebral (AVC)

FilantropiaParceria entre HCor e PROADI-SUS promove qualidade na saúde pública do país

HCor Saúde

2 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

HCor Diagnóstico | Unidade Cidade Jardim(11) 3889-3939Av. Cidade Jardim, 350 – 2º andar - Jardim PaulistanoEstacionamento: R. Gumercindo Saraiva, 239

HCor Onco | Clínica de Radioterapia(11) 3053-6611 Ramal: 3350 (11) 3053-5250Rua Tomás Carvalhal, 172 – Paraíso

HCor - Hospital do Coração(11) 3053-6611Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – Paraíso

HCor - Consultórios/IP - Instituto de Pesquisa(11) 3889-3939Rua Abílio Soares, 250 – Paraíso

HCor Diagnóstico | Unidade Paraíso(11) 3889-3939Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 – Paraíso

Edifício Dr. Adib Jatene(11) 3053-6611Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – Paraíso

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EDITORIAL

Os casos de cardiopatia congê-nita, caracterizada pela anor-malidade na função ou estru-

tura do coração do feto, que podem ser detectadas ainda na gestação, não são tão raros quanto aparentam. Somente no Brasil nascem por ano cerca de 24 mil bebês com algum tipo de problema cardíaco. Porém, os avanços dos procedimentos, cada vez mais se-guros e menos in-vasivos, permitem que o tratamento tenha êxito e não limite a expecta-tiva de vida dos pequenos.

Em alguns casos, dependendo da urgência do tra-tamento, a inter-venção pode e deve ser feita ainda no período gestacional.

O período pré-natal é extremamente importante para o acompa-nhamento da gestação e detecção pre-coce de eventuais problemas cardía-cos congênitos. Nesse sentido, o HCor realiza exames de ultrassom morfoló-gico e ecocardiograma fetal, monito-rados por uma equipe altamente ca-pacitada, além dos exames de rotina necessários nesse período.

A matéria de capa desta edição da Revista HCor Saúde detalha um pouco do que é realizado no Hospital, mostrando cada etapa do trabalho de alta complexidade feito pela equipe do Serviço de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatias Congênitas do HCor,

desde os exames diagnósticos pas-sando pela parte clínica e cirúrgica/intervencionista.

A edição traz também uma en-trevista com o Dr. Marcus Alexan-dre Rotta, neurocirurgião endovas-cular que contou um pouco sobre as novas técnicas de tratamento de

doenças vasculares do cérebro como aneurisma e AVC. Os procedimen-tos realizados trazem uma nova perspectiva aos pacientes, pois, há pouco tempo, não era possível tratar esses casos.

Mais destaques da edição são os nove anos da parceria entre o HCor e o Programa de Apoio ao Desenvol-vimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), que levou a excelência do Hospital para diversas regiões do País em 73 projetos implementados, e o progra-ma de insuficiência cardíaca que

em cinco anos reduziu a taxa de mortalidade em 30%, intensifican-do o monitoramento dos pacientes cardiopatas.

Esta edição aborda também, as-suntos pertinentes às diversas áreas da medicina como ortopedia, na ma-téria sobre como enfrentar as dores da

artrose, o setor de diag-nóstico por imagens,

com a investigação de problemas car-díacos a partir da dor torácica, a neurologia e as novas indicações do Gamma Kni-fe, equipamento de última gera-ção do HCor.

Voltando ao universo da car-diologia, uma matéria destaca a alta incidên-cia de doenças cardíacas em mulheres, que vem crescendo

nos últimos anos, e o desenvolvimento de novos trata-mentos para combater o colesterol, o principal causador de infarto e aci-dente vascular cerebral.

Há, ainda, reportagens sobre a nutrição funcional e as diferen-ças entre os alimentos probióticos, prebióticos e simbióticos, além dos cursos oferecidos pelo Instituto de Ensino do HCor, que abordam ali-mentação saudável, simulações de emergências, cessação do tabagismo, entre outros temas relevantes.

Novas perspectivas para os bebês cardiopatas

Boa Leitura!

4 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

ÍNDICE

EXPEDIENTE

ENTREVISTA ORTOPEDIADr. Marcus Alexandre Rotta fala sobre as inovações nos tratamentos neurológicos e os avanços da especialidade

Nova técnica de preenchimento da cartilagem auxilia no tratamento da artrose

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MATÉRIA DE CAPACardiopatias congênitas podem ser diagnostica-das e tratadas ainda no período pré-natal

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INSUFICIÊNCIA CARDÍACAProtocolo de tratamento proporciona melhora na qualidade de vida de pacientes cardiopatas

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FILANTROPIA Projetos do HCor em parceria com o PROADI- SUS impulsionam o aprendizado na rede pública de saúde

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NEUROLOGIAEquipamento de última geração pode tratar a neuralgia do trigêmeo de maneira segura e sem incisões

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A HCor Saúde é uma publicação do HCor – Hospital do Coração Associação do Sanatório Sírio

Conselho Diretor: Presidente: Antonio Carlos Kfouri

Conselho Editorial: Bernardete Weber, Carlos Alberto Buchpiguel, Carlos Figueiredo, Jorge André Bacha dos Santos, Ronald Nicolau

Jornalista Responsável e Editor: Ronald Nicolau - MTB 23.068 e-mail: [email protected]

Produção Editorial: Target Estratégia em Comunicação Tel.: (11) 3063-0477

Redação: Acácia Paes, Ana Vinhas, Italo Genovesi, Ricardo Costa, Rita Nogueira

Fotos: Roberto Loffel

Hospital do Coração Associação do Sanatório Sírio

Diretora Presidente: Théa Trabulse Namour

Diretoria do HCor – Hospital do Coração

Diretor Clínico: Dr. Edson Renato Romano

Superintendente Corporativo: Antonio Carlos Kfouri

Superintendente Médico: Prof. Dr. Carlos Alberto Buchpiguel

Superintendente de Operações: Jorge André Bacha dos Santos

Superintendente de Serviços Ambulatoriais e Comercial: Dr. Ary Costa Ribeiro

Superintendente de Qualidade e Responsabilidade Social: Bernardete Weber

Superintendente Financeiro: Marcelo Lebre

Superintendente de Estratégia: Carlos Figueiredo

Correspondência: R. Desembargador Eliseu Guilherme,147 Paraíso, São Paulo - CEP 04004-030

A/C: Depto. de Marketing Tel.: (11) 3053-6611 www.hcor.com.br e-mails: [email protected] [email protected]

HCor Saúde

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DIAGNÓSTICO

U m dos principais sintomas que indicam problemas no coração é a dor torácica. E para que o

quadro não se complique é preciso pro-curar um médico imediatamente. “A dor torácica é muito grave e pode ser fatal se não identificada de forma precisa, pois, em alguns casos, pode ser confundida com dores da parte gástrica ou hepática. Um cardiologista, de preferência espe-cialista, pode avaliar melhor a origem e intensidade dessa dor para prosseguir na investigação com exames específicos”, comenta Dr. Carlos Eduardo Rochitte, coordenador do grupo de ressonância magnética e tomografia computadoriza-da cardiovascular do HCor.

O ponto de partida é o eletrocar-diograma, independente da intensida-de da dor, que também é parâmetro

Exames de imagem auxiliam na avaliação da dor torácicaPaciente deve procurar um especialista assim que iniciar o desconforto; angiotomografiadas coronárias é um dos principais exames de investigação

para a avaliação do risco do paciente, que pode ser baixo, intermediário ou alto. O eletrocardiograma pode ainda detectar um infarto agudo do miocár-dio que ocorre quando há obstrução total da artéria e, neste caso, o pacien-te segue para o procedimento invasivo para abertura da artéria (angioplastia com colocação de stent) ou pode ser inespecífico, sem alteração que indi-que algum problema.

“Neste caso, em geral, a investigação pode continuar com exames adicionais como o teste ergométrico, ecocardiogra-fia e cintilografia, que podem dar uma pista se a origem dessa dor é cardíaca ou não, no entanto, por meio de dados indi-retos” explica Dr. Rochitte.

Um dos principais exames uti-lizados nas investigações é a angio-

tomografia das coronárias, em que, por meio de um contraste injetado, é possível checar em imagens tridi-mensionais toda a árvore coronária. De forma direta, é possível definir se o paciente tem doença nas artérias coronárias e se essa doença está cau-sando impedimento à passagem do sangue de forma incipiente, mode-rada ou avançada (acima de 70% de obstrução).

“Se confirmada a lesão, o pacien-te segue para o procedimento. No en-tanto, em aproximadamente 75% dos casos de dor torácica de risco baixo a intermediário, o paciente não vai além da tomografia de coronárias, que é um excelente caminho para descartar este problema e liberá-lo para casa com se-gurança”, acrescenta Dr. Rochitte.

6 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

Um estudo recente da American Heart Association (AHA) aponta que, nem tanto o tempo, mas sim a comparação de imagens é o mais importante para o sucesso do tratamento do acidente vascular cerebral”

Evolução no tratamento neurológico

A junção de exames minuciosos de imagens com técnicas cirúr-gicas de alta complexidade pode

ser considerada, sem nenhuma dúvida, um dos grandes avanços da medicina contemporânea, pois tornou os procedi-mentos mais rápidos, seguros e menos invasivos.

Diversas áreas se beneficiam dessa evolução atualmente, principalmente o segmento neurológico com o advento da “neurointervenção”, que realiza o tratamento de doenças via endovascular (dentro do vaso sanguíneo). Trata-se de uma especialidade bastante utilizada no delicado tratamento de doenças vas-culares do cérebro como, por exemplo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Para conhecer um pouco mais sobre esses avanços, a Revista HCor Saúde en-trevistou o Dr. Marcus Alexandre Rotta, neurocirurgião endovascular do HCor e membro da “World Federation of Inter-ventional & Therapeutic Neuroradiolo-gy” (WFITN) e do Grupo Sulamerica-no de Neuroradiologia Intervencionista (GSANIT).

HCor Saúde – Qual o impacto da neurointervenção nos tratamentos neurológicos?

Dr. Marcus Rotta – Trata-se de uma subespecialidade da neurologia que pro-move o tratamento de doenças vasculares do cérebro como aneurismas cerebrais, má-formação arteriovenosa no cérebro e na medula, além de alguns tumores com bastante vascularização que podem ser tratados por via endovascular, ou seja, dentro do vaso. É como um cateterismo cardíaco, introduzido pela virilha, só que em vez de ir para o coração vai para o cérebro, tratando essas lesões. Os fato-res de risco para essas doenças são taba-gismo, pressão alta, diabetes, colesterol e histórico familiar. Por conta de fatores genéticos, o sexo feminino e a descen-dência oriental também registram maior incidência de casos.

os médicos observarem o comprometi-mento motor que ele teria, ou seja, as se-quelas causadas. O AVC é hoje a doença que mais causa óbitos no Brasil. Para se ter uma ideia, no ano 2000 o infarto era a primeira. Com os altos investimentos tecnológicos e treinamentos promovi-dos na cardiologia, em 2004, esse qua-dro mudou e desde então o AVC segue em primeiro.

HCor Saúde

Dr. Marcus Alexandre Rotta

Esta técnica pode ser aplicada em caso de acidente vascular cerebral (AVC)?

M. R. – Sem dúvida, aliás, atual-mente o tratamento do AVC é o foco da medicina mundial. Há cinco anos, por exemplo, não havia muito o que ser fei-to. O paciente chegava ao hospital com sintomas de AVC, recebia um trombo-lítico na veia e seguia para a UTI para

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Como é feito o tratamento?M. R. – O tratamento, que inclu-

sive faremos no HCor, é o que existe de mais moderno e chegou ao Brasil há 4 anos. O AVC pode ser hemor-rágico ou isquêmico. A incidência é 15% e 85%, respectivamente. O isquê-mico é caracterizado por um entupi-mento de uma artéria causado por um coágulo, que impede a irrigação de sangue de determinada área do cé-rebro. Um exame de angiotomografia aponta o local do coágulo que deve ser retirado e o procedimento deve ser iniciado imediatamente. Com um cateter chega-se ao local, no cérebro. O stent é aberto e sua malha prende no coágulo que será puxado e remo-vido. Esse procedimento é feito em casos selecionados e dura entre 30 minutos e uma hora, no máximo. O coágulo também pode ser aspirado, mas não é muito comum. Tudo é fei-to no setor de hemodinâmica ou na sala híbrida. É importante ressaltar que esse procedimento deve ser feito o quanto antes e o hospital precisa estar preparado para que o paciente passe a ser prioridade assim que der entrada no pronto-socorro.

Em relação às técnicas conven-cionais, qual o benefício para o pa-ciente?

M. R. – Em determinados casos o paciente não apresentará nenhu-ma sequela ou, pelo menos, terá uma melhora de 80%. Outras vezes o cé-rebro pode demorar um pouco para se reestabelecer, o que pode levar um dia, depende de cada caso. Um estu-do americano feito com 500 pacientes de 16 serviços utilizando a “modified rankin scale (mRS)”, uma escala que mostra a capacidade de independên-cia do paciente depois de 90 dias de tratamento, apontou que 60% dos pacientes ficaram praticamente sem sequelas.

Esse novo tratamento, então, irá mudar o cenário atual?

M. R. – Com certeza. Tende a mudar em cerca de dois anos. Atual-mente se usa muito um trombolíti-co para tentar dissolver o trombo, o que resolve cerca de 30% dos casos. Porém, essa medicação funciona como um anticoagulante e aumen-ta as chances de hemorragias, pois deixa o sangue mais fino e acaba com a capacidade de fazer coágulos, que é importante para a cicatriza-ção. Com isso, as artérias finas e extremamente sensíveis do cérebro podem romper e complicar ainda mais o caso.

Independente do protocolo utili-zado, o tempo é fator fundamental no sucesso do procedimento?

M. R. – O ideal é que o socor-ro seja prestado imediatamente, pois a falta de irrigação no cérebro pode comprometer várias funções motoras. É aceitável o atendimen-to até seis horas do evento. Porém, um estudo recente da “American Heart Association” (AHA) aponta que, nem tanto o tempo, mas sim a comparação de imagens é o mais importante para o sucesso do tra-tamento. Algumas áreas no cérebro possuem neurônios que não supor-tam 30 minutos sem o oxigênio tra-zido pelo sangue. Outras têm cir-culação colateral e aguentam mais tempo. No estudo, as imagens auxi-liaram na seleção de pacientes que se beneficiaram da remoção do coá-gulo com até 18 horas do início dos sintomas de AVC, sem comprome-ter áreas específicas do cérebro. O resultado foi uma média de 12 ho-ras com melhora de quase 80% dos pacientes. Esse é um novo cenário que se abre e o mais importante é que não houve piora nos quadros desses pacientes.

E nos casos de hemorragia, qual o problema de maior incidência?

M. R. – O aneurisma é o mais co-mum e também pode ser considerado o mais grave. Ao contrário do AVC que se manifesta por déficit neuroló-gico, perda de força, confusão mental, paralisação de um dos lados da face e dificuldade na fala, o aneurisma só apresenta sintoma quando rompe, pois promove uma dor de cabeça súbita e extremamente forte. Os casos normal-mente são detectados quando o pacien-te faz um exame, com outra finalidade, e o aneurisma é descoberto.

O surgimento do aneurisma se dá quando um segmento da artéria fica com a parede mais frágil e a pressão do sangue a faz dilatar e inchar. O ideal é descobrir e tratar antes de romper, pois a mortalidade nesses casos é de 50%. Além disso, quem tem aneurisma perde um quarto da expectativa de vida. A pre-valência na população é de 1% a 4%. A chance de romper é de 1% a 2% por ano, mas se acumula a cada novo ano.

Quando o aneurisma é descoberto a tempo, qual o melhor tratamento a ser feito?

M. R. – Existe uma técnica utiliza-da em 80% dos casos que é a colocação de molas de platina flexíveis no local. Por meio de um cateter, um fio de pla-tina bem fino e sensível é inserido e vai se enrolando dentro do aneurisma, formando molas, até preenchê-lo total-mente impedindo a entrada do sangue e, consequentemente, evitando que ele se rompa. Existe também outra técnica em que um stent colocado na abertura do aneurisma desvia o fluxo sanguíneo impedindo que entre no local. São pro-cedimentos minimamente invasivos, se-guros e que descartam a possibilidade de infecções. Normalmente, o paciente fica dois dias internado, sendo um dia em observação na UTI e outro no quar-to e na sequência recebe alta.

ENTREVISTA

8 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

PREVENÇÃOHCor Saúde

A cada ano, independente de sexo ou idade, mais de 300 mil pessoas sofrem Acidente

Vascular Cerebral (AVC), sendo que um terço não resiste. De acordo com o Ministério da Saúde, é a primeira causa de morte em muitos municí-pios, além de ser a causa mais impor-tante de incapacidade, com enorme impacto econômico e social. O AVC isquêmico é o mais comum, caracte-rizado pela falta de sangue em deter-minada área do cérebro, decorrente da obstrução de uma artéria.

O outro tipo é o hemorrágico, quando há sangramento provocado por rompimento de um vaso sanguí-neo. Conhecer os sinais de alerta do AVC, chamado popularmente de “der-rame”, e buscar o atendimento mais rápido possível podem salvar vidas e reduzir sequelas.

“O resultado do tratamento é melhor quanto mais rápido for o atendimento. Se o paciente for tra-

Saiba como identificar sinais de alerta do AVCFraqueza repentina, formigamento ou perda de sensibilidade na face e membros, além de tontura e dor de cabeça súbita e intensa são alguns dos sintomas provocados pelo Acidente Vascular Cerebral

tado em uma hora, as chances de recuperação são muito maiores do que se for atendido duas, três ou quatro depois”, explica o Dr. Eli Faria Evaristo, neurologista e co-ordenador do Protocolo de Atendi-mento ao AVC, do HCor.

Na maioria dos casos, depois das primeiras quatro horas, a perspecti-va de recuperação diminui. Por isso, diante de qualquer sintoma repentino de fraqueza, formigamento ou perda de sensibilidade na face e membros, especialmente de um lado do corpo, além de dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente, falta de equilí-brio, perda da fala, tontura, confusão, alterações visuais e psicomotoras, é preciso buscar atendimento médico imediatamente.

Outro ponto importante para o êxito do atendimento é que o local para onde a pessoa for levada tenha condições adequadas, com estrutura de exames de imagem, tomografia ou

Boca torta Perda de força Dificuldade na fala

ressonância, equipe de neurologia e protocolo de atendimento. “Essa es-trutura é imprescindível, assim como o protocolo, que é um conjunto de medidas e ações multiprofissionais para atender o paciente de forma di-nâmica, integrando a área médica, enfermagem, nutrição, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia e outras”, afirma o neurologista.

Os fatores de risco são pressão alta, diabetes, colesterol elevado, obesidade, sedentarismo, apneia do sono e tabagismo, além do histórico familiar. A incidência é maior após os 55 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. “Quando há históri-co familiar muito marcante de doen-ças cardiovasculares ou neurológicas, já é um provável indicativo de que a pessoa tem que se cuidar. Mulheres com histórico de trombose na famí-lia, associado ao fumo ou ao uso de hormônios, precisam ter muita aten-ção”, orienta Dr. Eli.

A prevenção é semelhante a de outras doenças circulatórias e cardio-vasculares, por exemplo. O controle dos fatores de risco, aliado à prática de atividade física, alimentação equi-librada e aos bons hábitos de sono, re-duz o risco de AVC.

O resultado do tratamento é melhor quanto mais rápido for o atendimento. Se o paciente for tratado em uma hora, as chances de recuperação são muito maiores do que se for atendido duas, três ou quatro depois ”

Como identificar um AVC

SORRIA - Peça para dar um sorriso.

MÚSICA - Repita a frase como uma música

ABRACE - Peça para elevar os braços

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ORTOPEDIA

Como enfrentar as dores da artroseEm estágios mais leves, doença pode ser tratada com uma nova técnica de preenchimento da cartilagem

O s joelhos são articulações fundamentais para o nos-so equilíbrio. Ao longo da vida, naturalmente, as cartilagens que revestem as extremidades ósseas

desta região se desgastam, causando dores intensas e inca-pacitantes, além da perda progressiva dos movimentos. Fa-tores genéticos, atividade física que exige impacto repetitivo, traumas e obesidade são os gatilhos que levam à artrose. Es-tima-se que cerca de 15 milhões de brasileiros acima de 60 anos sofrem com a doença.

Mas como ocorre esse desgaste? Fazendo uma analo-gia, vamos imaginar que a cartilagem que reveste os ossos nas articulações tem uma certa espessura, como o “pneu de um carro”. Conforme o uso, essa espessura diminui, até chegar à “lona”, o que, na articulação, corresponde à dege-neração da cartilagem até chegar ao osso. Neste estágio, a dor fica mais forte e o quadro se agrava.

A artrose é inevitável, mas, com um diagnóstico pre-coce, é possível garantir melhor qualidade de vida ao pa-ciente. Ao menor sinal de dor, o ideal é consultar o médico.

Um check-up preciso só é possível por meio da avaliação clínica individualizada de cada paciente, além de exames como radiografia, ressonância magnética, tomografia computa-dorizada e ultrassom. Já em estágios avança-dos, a estratégia terapêutica mais indicada é a intervenção cirúrgica. No HCor, por exemplo, são realizadas em média 150 cirurgias por ano de artroscopia (limpeza articular – retirada de fragmentos, pequenas lesões da cartilagem), os-teotomia (cirurgias de alinhamento articular) e artroplastias (substituição das articulações com próteses), com excelentes resultados no trata-mento da artrose.

Recentemente, uma nova técnica vinda dos Estados Unidos vem sendo realizada para casos leves, a subcondroplastia. “Consiste no preen-chimento das áreas lesionadas com material à base de fosfato de cálcio. Esta substância é injetada na linha logo abaixo da cartilagem. O procedimento é rápido e tem se mostrado efi-caz por prolongar a evolução das articulações”, explica o coordenador da Ortopedia do HCor, Prof. Dr. Gilberto Luis Camanho.

Apesar de ser considerada uma doença da terceira idade, hoje já se sabe que os exercícios

aeróbicos como a corrida, o ciclismo e a natação melhoram a saúde do coração e permitem que os mús-

culos trabalhem de forma mais eficiente, protegendo os joelhos. Mas, antes de se aventurar, é preciso se preparar previamente com a ajuda profissional para evitar o risco de acelerar a degradação cartilaginosa e, consequentemente, a artrose precoce. “A avaliação médica com testes funcionais e de equilíbrio muscular são importantes. Além disso, fa-tores como a anatomia individual têm de ser analisados e bem orientados”, alerta Dr. Camanho.

PrevençãoPara prevenir a artrose é necessário adotar hábitos saudáveis como alimentação balanceada, controlan-do o peso que evita a sobrecarga nos joelhos, e pra-ticando exercícios que contribuem para a prevenção da doença como caminhada, natação, ginástica e bicicleta.

10 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

Projetos filantrópicos do HCor impulsionam avanços na saúde pública

instituições, envolvendo 1.236 profissio-nais. Vinculado ao Programa de Boas Práticas Clínicas em Cardiologia, a Te-lemedicina do HCor já realizou 328.078 laudos de eletrocardiogramas enviados pelas ambulâncias do SAMU de todo o País. São acompanhados 1.135 pacientes de nove hospitais do Brasil em protoco-los de melhores práticas em insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, fi-brilação atrial e dor torácica. Além disso, há 12 hospitais públicos importantes nos estados do Ceará, Alagoas e Bahia, onde estamos prestando consultoria e apoio na implementação de metas de segurança do paciente”, esclarece a Superintendente de Qualidade e Responsabilidade Social do HCor, Dra. Bernardete Weber.

Na área Assistencial, o destaque do HCor é para os atendimentos filantró-picos em Cardiopediatria, considerada referência na América Latina. Nos úl-timos dois anos, foram realizados 3.283 atendimentos ambulatoriais a crianças com cardiopatias de alta complexidade e 420 cirurgias reparadoras. Na Unidade de Cardiologia Fetal, foram realizados 1.395 diagnósticos de Ecodoppler Fetal e con-

HCor Saúde

duzidos 41 partos de gestantes com fetos cardiopatas. Na área de Neurologia, 62 pacientes da rede pública portadores de Neoplasias do Sistema Nervoso Central (SNC) e Má-formação da Artéria Venosa (MAV) passaram por tratamento radioci-rúrgico com o Gamma Knife.

Já o eixo Capacitação de profis-sionais de saúde e hospitais da rede pública também se destaca. Por meio de seis projetos, o HCor capacitou 679 profissionais, dos quais 331 são gestores, beneficiando cinco diferen-tes regiões brasileiras. Além disso, o HCor também ofereceu treinamento a profissionais de especialidades dis-tintas para o tratamento e cirurgias de reparação de cardiopatias congênitas. “O HCor contribui ainda com ava-liações de tecnologias em saúde para subsidiar decisões sobre incorporação ao SUS. Neste ciclo, envolvendo Ofici-nas e Cursos, foram capacitados, 153 profissionais das áreas gerenciais e assistenciais em Avaliação de Tecno-logia em Saúde (ATS)”, explica Dra. Bernardete.

O que é o PROADI-SUS?

Criado em 2008 pela Lei nº 12.101, o Programa de Apoio ao Desenvolvi-mento Institucional do Sistema Úni-co de Saúde (PROADI-SUS) idealiza parcerias junto aos hospitais de exce-lência, entre eles o HCor, por meio de atividades assistenciais, pesquisas clíni-cas, de desenvolvimento gerencial e de capacitação que, nos últimos oito anos beneficiaram milhões de pacientes do SUS e profissionais da rede pública. As iniciativas são executadas em períodos de três anos, sempre com a aprovação prévia do Ministério da Saúde, que é o responsável pela fiscalização das metas acordadas com as instituições.

E ste ano de 2017 marca o final do terceiro triênio do convênio do HCor com o Programa de Apoio ao

Desenvolvimento Institucional do Siste-ma Único de Saúde (PROADI-SUS). Por meio desta parceria, o Hospital do Coração conseguiu desenvolver impor-tantes projetos que vêm contribuindo expressivamente com o avanço da saúde pública no cenário nacional. Nestes nove anos, foram implementados 73 projetos que levaram a excelência do HCor para diversas regiões do País. Na área de pes-quisa, por exemplo, o Instituto de Pes-quisa do HCor desenvolveu 11 projetos contemplando temas como redução da mortalidade por infarto, por síndrome respiratória, hidratação na terapia inten-siva, dieta cardioprotetora, entre outros. Estes estudos envolveram 600 centros de pesquisa em todo o Brasil, beneficiando mais de 8,4 mil pacientes.

No eixo de Gestão, o Laboratório de Inovação em Planejamento e Gestão de Serviços de Saúde (LIGRESS) do HCor desenvolveu seis projetos com o objetivo de aprimorar o trabalho realizado pelos gestores do SUS. “Já participaram 567

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FILANTROPIA

Elaborado em parceria com o PROADI-SUS, maior estudo randomizado em terapia intensiva realizado no Brasil, o ART (Alveolar Recruitment Trial) tem como objetivo aumentar as chances de so-brevida de pacientes com Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA), principal causa de morte em UTI. O estudo está sendo realizado em 120 unidades de terapia intensiva do Brasil, Colômbia, Argentina, Uruguai, Portugal, Espa-nha, Itália, Polônia e Malásia, com a inclusão de 1.013 pacientes. De acordo com o Dr. Alexandre Biasi, gerente de Estudos Clínicos do Instituto de Pesquisas do HCor, por meio deste estudo foi demons-trado que os pacientes com SARA não recebem ventilação mecânica adequada. “A participa-ção no estudo ART tem promovido a correta identificação de casos de SARA e a sistema-tização do manejo de ventilação mecânica, além de permitir que os pacientes incluídos no estudo recebam ventilação mecânica adequa-da”, afirma Dr. Biasi.

Projeto de Capacitação Atenção Básica do Idoso tem como objetivo capacitar equipe multiprofissional da Atenção Básica dos muni-cípios de Palmas (TO), São Luis (MA) e Natal (RN) para aplicação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, bem como acompanhar o idoso

por meio desse instrumento. O primeiro curso de capacitação teve início em maio deste ano, em Palmas, com o encontro pre-sencial. “O projeto apoia a or-ganização na linha de cuidado ao idoso e valida um protocolo de reabilitação em fisioterapia e nutrição para idosos atendi-dos na Atenção Básica”, afir-ma Dra. Bernardete Weber.

Qualiti Hospitalar, Pro-grama de Aprimoramento de Qualidade Assistencial em Terapia Intensiva, que apoia a adoção de boas práticas assistenciais e de-

senvolve planos de melhorias contí-nuas, com foco em processos e resultados para fortalecer o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) e a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP). “Este progra-ma visa a aprimorar a qualidade assistencial no cuidado a pacientes internados em unidades de tratamento intensivo de hospitais nas regiões metropolitanas dos Estados da Bahia, Ceará e Alagoas”, explica Dra. Bernardete.

Projeto de cooperação para o desenvol-vimento e expansão da cirurgia cardíaca congênita no País, parceria entre HCor e Ministério da Saúde para atender neonatos e crianças com cardiopatias congênitas de áre-as especificas do País onde este tipo de cirur-gia não é realizada, bem como oferecer trata-mento especializado e de alta complexidade, permitindo a redução da fila de espera para este tipo de cirurgia. “Além do atendimento de crianças com cardiopatias congênitas, o HCor foi pioneiro e responsável no desenvolvimento do primeiro centro de cardiologia pediátrica em Manaus, por meio de um treinamento em cardiologia pediátrica de 27 profissionais do Hospital Francisca Mendes, pelo corpo clíni-co do HCor. Já neste ano, o treinamento está sendo destinado a 28 profissionais das mais diversas áreas de atuação do Hospital Univer-sitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), responsáveis pelo atendimento a pacientes cardiopediátricos”, explica Adriana Pedranzini, coordenadora de Projeto de Filan-tropia do HCor.

Programas de apoio ao SUS

12 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

HCor Saúde

Avanços na cardiologia pediátrica e fetalTécnicas inovadoras para procedimentos de alta complexidade, aliadas à aplicação de conceitos diferenciados no atendimento a gestantes, têm contribuído de maneira decisiva para o aumento da expectativa de vida de bebês cardiopatas

Com a evolução das técnicas de cirurgia intrauterinas, hoje conseguimos realizar procedimentos capazes de melhorar a saúde do feto, até que ele nasça ”

No Brasil, cerca de 24 mil bebês nascem todos os anos com al-gum tipo de cardiopatia con-

gênita. Para contribuir com a reversão deste quadro, uma série de avanços na área de cardiologia pediátrica e fe-tal tem permitido o tratamento bem- sucedido de diferentes má-formações que, há poucas décadas, limitavam a expectativa de vida de centenas de recém-nascidos. “O desenvolvimento

de técnicas cirúrgicas inovadoras e diagnóstico precoce, aliados à apli-cação de conceitos diferenciados no atendimento a gestantes, têm contri-buído de maneira decisiva para a so-brevivência dos bebês cardiopatas que temos atendido ao longo dos anos”, afirma a Dra. Ieda Jatene, cardiologis-ta responsável pelo Serviço de Cardio-logia Pediátrica e Cardiopatias Con-gênitas do HCor.

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MATÉRIA DE CAPA

Segundo Dra. Ieda, inovações no tratamento de cardiopatias congênitas podem ser verificadas já no período pré-natal. Ou seja, além de realizar os procedimentos de rotina indicados no início de cada gravidez, o HCor, por exemplo, tem realizado exames de ultrassom morfológico e ecocardio-grama fetal, voltados especificamen-te para a detecção de má-formações cardiológicas. “Quando realizado en-tre o primeiro e o segundo trimestre gestacional, o ultrassom morfológico pode rastrear diferentes tipos de ano-malias no coração do feto. Quando há suspeita de alguma anormalidade, recorremos ao ecocardiograma fetal. Tal procedimento nos permite detec-tar e avaliar detalhadamente inúme-ras irregularidades, tanto estruturais quanto da função cardíaca do bebê”, acrescenta a Dra. Simone Pedra, car-

diologista fetal e coordenadora da Unidade Fetal do HCor.

Diagnóstico pré-natal

Nos casos em que algum proble-ma é encontrado, os resultados de-monstrados pelos exames também for-necem coordenadas necessárias para possíveis intervenções, ainda na vida fetal, e acompanhamento de perto da gestação até o nascimento. “Muitas anomalias encontradas ainda no útero da mãe reduzem bastante as chances de sobrevivência após o parto. Portan-to, eis mais um avanço importante: com a evolução das técnicas de cirur-gia intrauterinas, hoje conseguimos realizar procedimentos capazes de melhorar a saúde do feto, até que ele

nasça. Essa abordagem garante não só maiores chances de sobrevida aos be-bês, mas também melhores condições para a realização de novas cirurgias no período pós-natal, quando necessá-rio”, esclarece a Dra. Ieda.

Procedimentos Híbridos

Entre as técnicas terapêuticas aperfeiçoadas pela equipe do HCor, ao longo dos anos, as de cateterismo são as mais utilizadas. Afinal, são ca-pazes de tratar ou promover a melho-ra de até 70% das cardiopatias con-gênitas existentes. Casos mais graves, porém, requerem meios de resolução mais complexos, como os chama-dos procedimentos híbridos. “Neste tipo de cirurgia, o intervencionista

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HCor Saúde

pediátrico – responsável pelo mane-jo do cateter – une forças com um cirurgião cardíaco para solucionar situações extremamente delicadas de maneira menos agressiva e com menor tempo de recuperação, o que é fundamental para a saúde do bebê”, explica o Dr. Marcelo Jatene, cirur-gião cardíaco do HCor.

O cirurgião revela que casos de síndrome da hipoplasia do coração esquerdo estão entre os que mais de-mandam cirurgias híbridas no HCor. Caracterizado por uma atrofia do lado esquerdo do coração, o problema de-manda que o cirurgião faça uma aber-tura no tórax do feto para a colocação de uma espécie de bandagem ao redor

das artérias pulmonares com o obje-tivo de restringir o fluxo de sangue para o pulmão. “Feito isso, é a vez do intervencionista realizar o implan-te de um stent no canal arterial para possibilitar a circulação sanguínea da parte inferior do corpo promovida pelo ventrículo direito, o único a fun-cionar no caso desta doença”, explica o Dr. Carlos Pedra, intervencionista pediátrico do HCor.

Graças à sala híbrida cardiovas-cular do HCor, este tipo de procedi-mento também tem sido feito de ma-neira cada vez mais segura e precisa. Isso porque a tecnologia disponível no local permite que os médicos visuali-zem cada detalhe do procedimento em

monitores especiais capazes de exibir imagens radiológicas tridimensionais em tempo real, de maneira análoga a uma tomografia. Essas imagens po-dem ser sobrepostas e comparadas em sistema computadorizado, o que serve como uma espécie de guia de navega-ção durante a cirurgia.

“A aplicação de procedimentos híbridos para a síndrome de hipopla-sia do coração esquerdo permite uma taxa de sobrevida de até 80% entre os nossos pequenos pacientes. Afinal, sem tratamento, 95% dos portadores de hipoplasia do coração esquerdo vêm a óbito ainda nas primeiras se-manas de vida”, complementa o Dr. Carlos Pedra, lembrando que o HCor

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MATÉRIA DE CAPA

é uma das maiores referências na rea-lização de procedimentos híbridos da América Latina.

De maneira inovadora, o HCor ainda realiza outros tipos de pro-cedimentos híbridos como oclusão de comunicações interventriculares e interatriais em crianças de baixo peso. Ou seja, o implante de próteses para fechamento de orifícios locali-zados nos septos que separam tanto os ventrículos quanto os átrios do co-ração de bebês com baixo peso e bas-tante sintomáticos. “Ambas as técni-cas são aplicadas sem necessidade da chamada circulação extracorpórea – que consiste em uma máquina capaz de substituir o trabalho do coração e do pulmão, enquanto os órgãos são operados. Tudo é feito com o coração da criança batendo, o que é menos traumático e também demanda me-nor tempo de recuperação”, revela o Dr. Marcelo.

Segurança no pós-operatório

O HCor também conta com mé-todos avançados para diagnóstico e avaliação pós-operatória imediata. Re-alizada por meio de uma injeção de contraste nos vasos sanguíneos, a angio-grafia de saída permite que aparelhos de raios-x detectem defeitos residuais pós-operatórios, imediatamente, após o término das cirurgias. O ecocardio-grama transoperatório é outro recurso importante na sala de operações, já que além de identificar possíveis defeitos residuais, pode auxiliar no controle da função do músculo do coração. “Tais técnicas, aliadas às imagens em tempo real que podemos obter na sala híbrida cardiovascular do HCor, nos dão a pos-sibilidade de corrigir qualquer proble-ma no mesmo ato cirúrgico, o que evita reoperações motivadas pelo diagnóstico tardio de possíveis complicações poste-riores”, explica a Dra. Simone Pedra.

Outra iniciativa que vem regis-trando resultados muito favoráveis é a realização de partos de bebês car-diopatas dentro do HCor. Isso porque, com o acompanhamento de uma equi-pe de obstetrícia especializada em gestantes de alto risco, os bebês nas-cidos no hospital são encaminhados para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Cardiológica imediatamente após o parto. Neste setor, as crianças recebem os medicamentos necessá-rios, até o momento de passarem pela terapêutica indicada, seja ela por cate-

terismo ou cirurgia cardíaca, sem que um minuto seja perdido. “Isso evita uma série de riscos e complicações o que aumenta, consideravelmente, as chances de recuperação e sucesso no tratamento”, avalia a Dra. Ieda. “Vale lembrar que, até o momento, já foram realizados mais de 340 partos de bebês cardiopatas, cuja apresentação da do-ença acontece logo após o nascimento. Parte destes atendimentos ocorreram também por meio do convênio que o hospital mantém com PROADI-SUS”, conclui a cardiologista do HCor.

Obstetrícia especializada

16 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

O intestino é a principal porta de entrada de nutrientes no organis-mo. Mas, assim como os nutrientes são absorvidos pela parede intestinal, agentes maléficos também podem entrar por este aces-

so. Uma informação ainda pouco disseminada é que existem três classes de alimentos que têm, justamente, a função de atuar como verdadeiros “guardiões” da saúde intestinal. “A função dos prebióticos, probióticos e simbióticos é colonizar e proteger a parede intestinal, evitando, assim, que micro-organismos patogênicos façam mal à saúde”, afirma a nutricionista do HCor, Camila Torreglosa.

O equilíbrio na escolha dos itens que compõem a dieta diariamen-te está diretamente relacionado à prevenção de doenças. De acordo com a nutricionista do HCor, Jacqueline Tereza da Silva, se consumirmos em demasia alimentos processados e industrializados, bem como a ingestão em excesso de frituras, açúcares e gorduras, há uma tendência em deixar o intestino com mais bactérias ruins. “Por outro lado, uma alimentação equi-librada composta de frutas, verduras, legumes, iogurtes, leite fermentado, entre outros, ajuda a manter o intestino mais saudável”, explica.

No intestino, além das bactérias patogênicas (que causam doenças), existe outro grupo de bactérias que são muito importantes e possuem fun-ções como a síntese de vitaminas, auxílio na digestão dos alimentos e equi-líbrio imunológico, ou seja, a defesa do organismo. “O equilíbrio dessas bactérias “saudáveis” pode ser impulsionado pelo consumo de alimentos prebióticos, probióticos e simbióticos”, enfatiza Camila.

A importância da nutrição funcional

Conheça as diferenças entre os alimentos probióticos, prebióticos e simbióticos e como eles podem ajudar na prevenção de doenças intestinais

HCor Saúde NUTRIÇÃO

Saiba quais são os alimentos prebióticos, probióticos e simbióticos

Prebióticos - são carboidratos não dige-ríveis, também chamados de fibras dietéti-cas, que estimulam a proliferação ou ativi-dade de bactérias desejáveis no intestino, e são encontrados principalmente em ali-mentos como chicória, alcachofra, alho, ce-bola, soja, grão de bico, banana e tomate. Possuem efeitos benéficos à saúde, como o aumento da absorção de cálcio, das bacté-rias desejáveis no intestino, diminuição do risco de câncer de cólon, entre outros.

Probióticos - são alimentos ou su-plementos alimentares que contenham micro-organismos vivos importantes na manutenção da flora intestinal. “São pro-dutos cheios de “bactérias saudáveis” encontrados em alguns iogurtes, queijos e leite fermentado, que favorecem o trânsi-to intestinal, cooperam para o aproveita-mento de vitaminas e defendem o intestino de bactérias nocivas”, explica Camila.

Simbióticos - são produtos alimentares que possuem em sua composição a com-binação de prebióticos e probióticos, con-siderados essenciais para a manutenção da saúde intestinal. “Eles podem auxiliar no crescimento de bactérias benéficas ao organismo e resultam em melhor funcio-namento do intestino, além da diminui-ção do risco de infecções e redução da glicemia e do colesterol sanguíneo. São encontrados em alguns produtos lácteos e também desenvolvidos em laboratórios em forma de suplementos alimentares. O consumo deve ser orientado por médico ou nutricionista”, salienta Jacqueline.

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Motivado em aprofundar o co-nhecimento crítico e reflexivo na área da saúde, em sintonia

com os modernos conceitos de ensino médico baseado em simulação, o HCor conta com um dos mais completos cen-tros de treinamento do País. Trata-se do Instituto de Ensino HCor, que oferece técnicas inovadoras de aprendizado marcadas por iniciativas educacionais, que integram a teoria e a prática, por meio de manequins e robôs de última geração que imitam situações emergen-ciais e cenários clínicos diversos do am-biente hospitalar e pré-hospitalar.

A proposta é disseminar, com ex-celência e ética, toda a expertise ad-quirida em mais de 40 anos de atuação a toda sociedade. “Compartilhando recursos tecnológicos e conhecimentos com outras especialidades, disponibi-lizamos condições e ferramentas para que os alunos possam fazer o melhor

Instituto de Ensino oferece experiência de aprendizagem diferenciada Além de Oficinas Culinárias o Instituto conta com inovadoras técnicas de aprendizado para situações de emergência com uso de manequins, robôs e simuladores de última geração

ENSINO

Simulação de emergênciaJá o curso Salva Corações, es-sencialmente prático, visa orien-tar o público leigo a agir em situ-ações críticas, como uma parada cardíaca, por exemplo. Nele, são treinadas as habilidades e as noções básicas de primeiros socorros para atuar em diversas emergências médicas, por feri-mentos ou aquelas relacionadas ao meio ambiente. “Esta inicia-tiva proporciona ao aluno não apenas o conhecimento teórico, mas o treinamento prático, com simulação em manequins, sobre como identificar uma parada car-díaca e dar os primeiros socorros de forma correta”, explica a ge-rente do Instituto

Cessação do TabagismoSempre atento às novas tecno-logias, o HCor lançou o curso de Manejo da Cessação do Tabagismo. Com carga horária de 12 horas, o objetivo é ca-pacitar profissionais de saúde em todas as áreas para que realizem, com eficiência, abor-dagens em um maior número de pessoas para cessação do tabagismo e, com isso, diminuir um dos principais fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis. “Neste cur-so, adotamos uma metodologia diferenciada. As atividades são lúdicas e os profissionais serão estimulados a pensar, sentir, agir e fazer correlações em sua prática. Além de estudos de caso e exposição dialogada”, explica Maressa.

trabalho. Seja diretamente aos nossos pacientes, seja preparando os profissio-nais que atuam no atendimento”, diz Maressa Ribeiro, gerente do Instituto de Ensino HCor.

Um dos destaques da programação de cursos são as Oficinas Culinárias vol-tadas para cozinheiros, amadores, ini-ciantes ou mesmo para aqueles que têm interesse em aprender técnicas básicas de cozinha. O curso explora os conceitos de alimentação saudável como um impor-tante passo para a prevenção de doenças. “Na prática, os alunos têm a oportunida-de de aprender como cozinhar de forma saudável aproveitando todos os nutrien-tes de cada alimento. Mensalmente, até o fim deste ano, ofereceremos mais seis oficinas, com cardápios e propostas dife-renciadas”, conta Maressa.

Para saber mais sobre estes e ou-tros cursos, acesse o link abaixo:www.produtoseservicos.hcor.com.br.

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Programa de Insuficiência Cardíaca amplia expectativa de vida dos pacientesEm cinco anos, protocolo de tratamento conseguiu reduzir em até 30% a taxa de mortalidade, proporcionando melhor qualidade de vida e bem-estar aos cardiopatas monitorados no grupo

A IC (Insuficiência Cardíaca) é a terceira doença clínica que mais causa internação pelo SUS (Sis-

tema Único de Saúde) no país. Estima-se que 2% da população brasileira seja acometida pela cardiopatia, que a cada ano registra 200 mil novos casos, se-gundo relatório divulgado recentemen-te pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). A doença ocorre quando o músculo cardíaco começa a ficar fraco, dilatar e passa a ter um desempenho

muito ruim. O indivíduo não consegue subir sequer um lance de escada, pois fica totalmente tomado pela fadiga.

No HCor há um Programa de Cui-dados Clínicos destinado a pacientes com IC. Referência no Brasil por co-ordenar o protocolo da doença junto à SBC e AHA “American Heart Asso-ciation” o programa iniciou em 2011 e conseguiu, em cinco anos, diminuir a taxa de mortalidade em até 30%. Este programa gerencia todos os pacientes

com insuficiência cardíaca da institui-ção, desde a entrada no pronto-socorro, permanência na UTI até o pós-alta. Estes pacientes continuam sendo mo-nitorados durante dois anos via contato telefônico por meio de uma equipe mul-tidisciplinar.

O programa tem o objetivo de edu-car e promover uma assistência de exce-lência que irá oferecer todo suporte ao paciente internado, além de um serviço especializado no tratamento clínico e

HCor Saúde

A enfermeira Bárbara Reis Tamburim, que integra a equipe multidisciplinar do Programa de Insuficiência Cardíaca, monitora...

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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

cirúrgico disponível ao corpo clínico. “Este programa traz muitos benefícios a esse grupo de pacientes considera-dos especiais, os quais precisam de um atendimento específico e especializado. Com ele conseguimos reduzir significa-tivamente as reinternações, melhorar a qualidade de vida do paciente e a cons-ciência do tratamento”, explica o cardio-logista e coordenador do Programa de Cuidados Clínicos para Pacientes com IC do HCor, Dr. Félix Ramires.

“Por meio deste programa multi-disciplinar, o paciente receberá, após a sua alta hospitalar, acompanhamento telefônico da equipe de enfermagem, que tem como objetivo aumentar a ade-rência ao tratamento, bem como orientar o autocontrole com medidas de detecção precoce como, por exemplo, o controle do peso, manter uma alimentação equi-librada, praticar atividade física, entre outros”, esclarece Dr. Félix.

Estilo de Vida Saudável

Nesse programa, uma equipe mul-tidisciplinar composta por médico, fi-sioterapeutas, nutricionistas, farmacêu-ticos, psicólogos e enfermeiros fornece informações importantes ao paciente sobre a insuficiência cardíaca. “Cuida-dos necessários referente à reeducação nutricional, apoio psicológico e conse-lho para abandonar o tabagismo, orien-tação da equipe de enfermagem e fisio-terapia sobre a importância da atividade física supervisionada e orientada, além de todo suporte durante a permanência

no hospital até a sua alta hospitalar, fa-zem parte do contexto deste programa”, explica o cardiologista.

De acordo com o DATASUS, a In-suficiência Cardíaca é a terceira causa de internação clínica do SUS (Sistema Único de Saúde) e representa 33% de todas as internações de origem cardio-vascular, sendo considerada a doença cardiovascular mais prevalente, prin-cipalmente na população mais idosa. O DATASUS revela, ainda, que a IC

tem um impacto expressivo dentro do universo de internações hospitalares.

A insuficiência cardíaca merece toda a atenção, pois pode ter um desfe-cho fatal muito rapidamente. “Além dis-so, é uma enfermidade que pode levar o paciente a ficar bastante tempo interna-do. Mesmo depois de ter alta, o risco de uma possível reinternação aumenta em 50%. A doença é progressiva, crônica e vai afetar demais a qualidade de vida do paciente”, finaliza Dr. Ramires.

O paciente receberá, após a sua alta hospitalar, acompanhamento telefônico da equipe de enfermagem, que tem como objetivo aumentar a aderência ao tratamento”

...o paciente Martinho Prado Neto, por meio de contato telefônico.

20 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

A hipercolesterolemia familiar pode antecipar um evento cardiovas-cular. Por exemplo, um indivíduo que possivel-mente teria um infarto aos 60 anos pode ter aos 30 ou, em casos ex-tremos, aos 18 anos.

Novas opções de combate ao colesterolApresentado em recente reunião do “American College of Cardiology”, os inibidores da PCSK9 - proteína que bloqueia os receptores de LDL no fígado - têm se mostrado bastante eficazes na redução dos níveis de colesterol

O colesterol vem sendo estuda-do e combatido há décadas. Porém, se depender da ciên-

cia, o principal causador de infartos e AVCs deve estar com os dias con-tados. Estudos apontam grande efe-tividade de novas drogas no combate ao colesterol e um promissor futuro nesse sentido. “O colesterol é impor-tante para várias funções do nosso organismo, mas, em excesso, causa dislipidemia, que é uma doença sis-têmica e provoca obstruções de vasos sanguíneos no coração, cérebro e sis-tema circulatório. Por isso, é muito importante estar controlado”, explica o Prof. Dr. Antonio Carlos Chagas, cardiologista do HCor.

Os últimos 50 anos foram impor-tantes para o conhecimento da dislipi-demia. Além da reeducação alimentar, exercícios e controle do peso, a doença

pode ser tratada com medicamentos como colestiramina, acido nicotínico, fibratos e ômega 3. Mas a grande re-volução no tratamento aconteceu com a descoberta das estatinas, na déca-da de 70, que promoveu uma redução progressiva da doença, pois, não só reduziam o LDL, conhecido como “co-lesterol ruim”, como diminuíam infla-mações e agiam na melhora dos efeitos cognitivos.

Embora muito eficazes, princi-palmente quando associadas a outros medicamentos, alguns pacientes não conseguiam ser tratados, pois apresen-tavam intolerância, efeitos colaterais ou níveis muito elevados de colesterol. “Existe a condição da hipercolestero-lemia familiar, que afeta uma em cada 250 pessoas no mundo e desenvolve a doença numa intensidade muito maior, em um curto espaço, podendo

dobrar as chances de um evento car-diovascular”, salienta Dr. Chagas.

NovidadeApresentado em recente reunião

do “American College of Cardiology”, o grupo mais atual de drogas, que tem se mostrado bastante eficaz, são os inibidores da PCSK9 (proprotein con-vertase subtilisin/kexin type 9). O me-dicamento faz com que o receptor de LDL hepático tenha o seu bloqueio de tal maneira que terá ação sobre o nível de colesterol no sangue.

Embora as estatinas continuem tendo seu papel de relevância, cada nova descoberta beneficia mais pacien-tes. Os inibidores da PCSK9 são boas opções para o tratamento de casos de hipercolesterolemia familiar.

“O futuro pode ser mais brilhan-te que o que temos hoje. Esse avanço é fundamental e temos que continuar as pesquisas e o entendimento do pro-blema para saber exatamente qual me-dicamento utilizar e em qual perfil de paciente. Hoje conseguimos impedir a progressão da doença e temos que fa-zê-la regredir. Existem estudos que já apontam essa possibilidade, mas esse ainda é um grande desafio”, comenta Dr. Chagas.

HCOR SAÚDE NOVO TRATAMENTO

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T odos os anos, cinco em cada 100 mil pessoas no País são diagnosticadas com neuralgia

do nervo trigêmeo, problema neuro-lógico de maior incidência no Brasil e no mundo. A doença afeta as ter-minações nervosas das áreas respon-sáveis pelas funções motoras e sensi-tivas do cérebro, provocando crises lancinantes de dor na face, de curta duração. “Podem ocorrer dezenas ou até centenas de vezes por dia, ao serem desencadeadas por atividades triviais como escovar os dentes, fa-zer a barba, falar, mastigar ou mes-mo tomar vento frio no rosto”, revela o neurocirurgião do HCor Neuro, Dr. Antônio De Salles.

Em função de suas característi-cas, a doença costuma ser confundi-da e os portadores chegam a adotar tratamentos sem a menor relação com o problema. “Quando conseguem um diagnóstico preciso, o tratamento nem sempre é realizado com facili-dade. Em metade dos casos o uso de medicamentos não surte efeito, o que leva o paciente para a cirurgia”, co-menta o neurocirurgião do HCor, Dr. Miguel Canteras.

Atualmente, com a tecnologia de um equipamento neurocirúrgico de última geração, conhecido como Gamma Knife, é possível anular os efeitos da neuralgia do trigêmeo, sem incisões. Ao emitir um tipo de radiação, conhecida como raios gam-ma, através da caixa craniana do paciente, o Gamma Knife consegue eliminar o distúrbio com extrema eficiência. “O paciente não precisa ser internado, raspar o cabelo ou ser submetido à anestesia. Apenas se

Gamma Knife oferece tratamento mais seguro e eficiente para distúrbio neurológico de maior incidência no BrasilA neuralgia do trigêmeo provoca dores súbitas e lancinantes na face e pode comprometer a rotina das pessoas; equipamento neurocirúrgico de última geração do HCor permite tratar a doença sem incisões

deita na maca acoplada ao aparelho e recebe uma única emissão de radia-ção gamma focada, precisamente, no ponto onde o problema está”, explica a Dra. Alessandra Gorgulho, neuro-cirurgiã do HCor.

Controle RobóticoTamanha precisão é fundamental,

assim, é possível poupar áreas saudá-veis do cérebro de significativas doses de radiação. “A precisão chega a ser de 0.3 mm. Em grande parte, tal desem-penho é obtido em função do controle robótico do aparelho, o que torna o pro-cedimento, como um todo, praticamen-te, à prova de falhas”, avalia o radio- oncologista do hospital, Dr. João Victor Salvajolli.

NEUROLOGIA

Humanização no atendimento

Na fase preparatória os pacientes podem ficar ao lado de seus familiares e acompanhantes. Após o início do proce-dimento é possível que todos se comuni-quem por meio de um sistema de áudio e vídeo. “Com todos estes recursos tecnoló-gicos e uma equipe de profissionais alta-mente capacitada, podemos afirmar que o HCor está entre os mais eficientes centros de saúde do mundo nas áreas de neuro e radiocirurgia. Por meio do convênio que temos firmado com o PROADI-SUS, oferecemos este equipamento para o atendimento de casos encaminhados pela área de filantropia”, conclui Dr. Ary Costa Ribeiro, superintendente de Serviços Ambulatoriais do HCor.

22 HCor Saúde | Publicação do HCor – Hospital do Coração – Associação do Sanatório Sírio

Com o envelhecimento da população e a mudança do estilo de vida, as doenças cardiovasculares passa-ram a liderar as causas de mortalidade feminina,

na frente do câncer de mama, útero e ovário. De cada dez vítimas fatais no Brasil quatro são mulheres, sendo que há 50 anos esse número não chegava a 10%. Um dos principais motivos é a resistência em cuidar do coração regularmente. Já há, tradicionalmente, uma rotina de realização de exa-mes ginecológicos e de mama anualmente, mas quando o assunto é check-up cardiológico a frequência é bem menor. “Apesar dos avanços com os modernos tratamentos clínicos e de revascularização, as mulheres ainda são tradicional-mente tratadas com menor intensidade e de forma mais conservadora”, avalia a cardiologista clínica do HCor, Dra. Tatiana Sawabini.

Uma explicação para esse crescimento acentuado da doença cardiovascular entre o público feminino pode estar nas diferenças como as doenças se desenvolvem em ambos os sexos. Dra. Tatiana explica que as mulheres apresentam sintomas atípicos da síndrome coronária aguda, o que tor-na o diagnóstico mais difícil. No homem, o infarto costuma ser precedido por uma forte dor no peito que irradia para os braços. Entretanto, nas mulheres também é comum sen-tir náusea, fraqueza, dores gástricas e falta de ar – sintomas que podem ser confundidos com outras doenças.

“Elas apresentam também maior variedade de cau-sas, ou seja, enquanto homens têm a doença ateroscleró-tica obstrutiva como origem praticamente exclusiva dos problemas cardíacos, mulheres manifestam uma incidên-cia maior de alterações vasculares, disfunções arteriais e síndrome como a do coração partido (lesão após uma situação de estresse)”, afirma a cardiologista. “Portanto, grande prontidão diagnóstica é exigida, especialmente porque, embora tenham menos angina típica, mulheres registram pior prognóstico do que homens.”

Fatores de riscoAs doenças cardíacas estão associadas ao envelhecimento

e ao estilo de vida. Os fatores de risco são o histórico fami-liar, a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, o aumento dos níveis de colesterol, especialmente o LDL, tabagismo, seden-tarismo e obesidade. Mas, na mulher, alguns deles têm efeito mais acentuado.

Cresce a incidência de doenças cardíacas em mulheresFalta de atividade física e dieta inadequada levam à obesidade, que é um dos fatores de risco mais preocupantes; quando a mulher fuma, o risco de doença cardiovascular aumenta 25% comparado a homens fumantes

A rotina de trabalho e de cuidados com a família expõe ao estresse e favorece hábitos pouco saudáveis. A falta de ativi-dade física e a dieta inadequada levam à obesidade, que é um dos fatores de risco mais preocupantes, já que o número de mulheres obesas no Brasil cresceu 64% em 10 anos. Quando a mulher fuma, o risco de doença cardiovascular aumenta 25% comparado a homens fumantes.

Além disso, elas também estão sujeitas a causas específi-cas. A hipertensão no ciclo da gravidez, o diabetes gestacional e o parto prematuro estão relacionados ao aumento do risco cardiovascular a longo prazo. Em pacientes tratadas por cân-cer de mama e radioterapia, há elevação da frequência de do-ença coronária. Com a menopausa, a proteção do hormônio estrogênio que estimula a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo, começa a diminuir, o que contribui para o aumento do risco de doenças cardiovasculares.

“O efeito da menopausa e subsequente reposição de estro-gênio para prevenção de doença cardiovascular é um dos tópicos mais controversos dos últimos anos. Atualmente a reposição hor-

HCor Saúde

Histórico familiarAlimentação inadequada

DiabetesHipertensão arterial

Níveis de colesterol elevadosObesidade

SedentarismoTabagismo

(risco aumentado em 25% nas mulheres)Menopausa

(diminuição de estrogênio)

Fatores de Risco

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Tratamento menos invasivoCom maior expectativa de vida que os homens, as mulheres acabam mais expostas a doenças dege-nerativas como, por exemplo, a estenose aórtica. Caracterizada pelo estreitamento da válvula aórti-ca, que controla o fluxo de sangue do coração, a doença é tratada com uma técnica minimamente invasiva. “A estenose é mais frequente em mulheres acima de 70 anos. Por isso, é indicado um trata-mento menos invasivo e mais seguro, em que o pa-ciente terá uma recuperação melhor”, afirma o Dr. Alexandre Abizaid, coordenador da Sala Híbrida de Cardiologia do HCor.

Para substituir a válvula sem colocar o paciente em risco em uma cirurgia convencional, a troca é feita por via percutânea, por meio de um cateter inserido na virilha, procedimento semelhante ao cateterismo cardíaco, minimamente invasivo.

O procedimento é realizado na Sala Híbrida, um centro cirúrgico integrado a equipamentos de úl-tima geração, com imagens tridimensionais, que garantem precisão aos casos mais delicados e complexos.

Sobre as doenças cardíacas de uma forma geral, de acordo com o Dr. Abizaid, o grande problema é que a mulher é diagnosticada mais tarde. “Além da maior exposição aos fatores de risco, estudos mos-tram que as queixas clínicas cardíacas das mulheres são menos valorizadas que as dos homens”, explica o cardiologista. “É preciso uma conscientização da importância do diagnóstico preciso e preventivo”.

monal em baixas doses e precoce pode ser um bom tratamento para sintomas de menopausa na ausência de contraindicações, porém não deve ser prescrito para prevenção primária ou secun-dária de doença cardíaca”, alerta a Dra. Tatiana.

PrevençãoEntre as muitas manifestações da doença cardiovascu-

lar, cardíaca, cerebral e periférica, a incidência varia con-forme a faixa etária. Nas mulheres pré-menopausa, predo-minam os quadros anginosos e o acidente vascular cerebral isquêmico como primeira manifestação da doença. Na meia idade, a incidência de infarto agudo aumenta e se aproxima bastante do observado em homens.

A orientação para evitar problemas com o coração é a adoção de um estilo de vida mais saudável. Abandonar o fumo, manter o peso e um programa regular de exercícios são imprescindíveis, além de adequar a dieta e controlar os níveis de colesterol. Dra. Tatiana aconselha o acompanha-mento médico regular de uma pessoa de baixo risco após os 40 anos, com monitoramento frequente dos níveis de coles-terol e de glicemia.

CARDIOLOGIA

Da esquerda para a direita: Prof. Dr. Antonio Carlos Chagas, Dra. Adriana Costa Moreira, Profa. Dra. Amanda Sousa, Prof. Dr. José Armando Mangione e Dr. Luiz Fernando Tanajura.

Médica do HCor conclui doutorado

Tese de doutorado da Dra. Adriana foi apresen-tada e aprovada no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. “O escore DESIRE fornece a estimati-va do risco relacionado ao implante de stents coro-nários farmacológicos e consiste numa ferramenta muito útil para a tomada de decisão terapêutica e para obtenção de pacientes melhor informados”, comenta a doutora.

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