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ERMESINDE N.º 916 ANO LIV/LVI MAIO de 2014 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído) • Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected] A VOZ DE A VOZ DE ERMESINDE MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS ! MENSÁRIO TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO DESTAQUE “A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/ Exposição de Manuela Bronze – Pano de Fundo DESTAQUE/Pág. 2 ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO Aprovadas por unanimidade moções contra privatização do Metro do Porto e da STCP DESTAQUE/Pág. 4 40 ANOS DE ABRIL Carlos Basto – militante da ARCO, preso político antifascista DESTAQUE/Pág. 5 Comemorações de Abril em Ermesinde e no concelho DESTAQUE/Págs. 6 a 8 FUTEBOL ESPECIAL Ermesinde Sport Clube 1936 Acompanhe também “A Voz de Ermesinde” online no facebook e google+ TAPEÇARIA FERNANDA LAGE abr abr abr abr abr il em il em il em il em il em maio maio maio maio maio a a a r r r r re e ev v volução continua olução continua olução continua olução continua olução continua ... ... ... ... ... a a a r r r r re e ev v volução continua olução continua olução continua olução continua olução continua ... ... ... ... ... O jornal “A Voz de Ermesinde” apela a toda a comunidade de ermesindenses, outros munícipes e a todos os defensores do Ensino público, que se concentrem num cordão humano de apoio à Escola Secun- dária de Ermesinde, a realizar dia 6 de ju- nho pelas 10h00 junto à escola – data que sendo o último dia de aulas, foi escolhida para não prejudicar o ambiente escolar. Recorde-se que a Escola Secundária de Ermesinde continua ao abandono e conti- nuamente preterida na prioridade de in- tervenção, apesar das condições lastimo- sas impostas a alunos, professores e funci- onários de há muitos anos a esta parte, e fazendo pesar sobre esta condições de in- justiça eticamente inaceitáveis. Telhados de amianto, alguns edifícios com zonas em degradação e à beira de ruir, falta de equipamentos, são apenas alguns dos graves e extensos problemas que afetam a escola, para a qual já esteve previsto um investimento de 70 milhões de euros, entretanto congelado ou... definiti- vamente abandonado. Todos à rua dia 6 de junho!

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ERMESINDEN.º 916 • ANO LIV/LVI MAIO de 2014 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected]

A VOZ DEA VOZ DEERMESINDEMAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS! M E N S Á R I O

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“ A V o z d e E r m e s i n d e ” - p á g i n a w e b : h t t p : / / w w w . a v o z d e e r m e s i n d e . c o m /

Exposiçãode ManuelaBronze– Panode FundoDESTAQUE/Pág. 2

ASSEMBLEIAMUNICIPALDE VALONGOAprovadaspor unanimidademoções contraprivatização doMetro do Portoe da STCPDESTAQUE/Pág. 4

40 ANOS DE ABRILCarlos Basto– militanteda ARCO,preso políticoantifascistaDESTAQUE/Pág. 5

Comemoraçõesde Abrilem Ermesindee no concelhoDESTAQUE/Págs. 6 a 8

FUTEBOLESPECIAL

ErmesindeSport Clube1936

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TAPEÇARIA FERNANDA LAGE

abrabrabrabrabril emil emil emil emil em maiomaiomaiomaiomaioaaaaa r r r r reeeeevvvvvolução continuaolução continuaolução continuaolução continuaolução continua...............aaaaa r r r r reeeeevvvvvolução continuaolução continuaolução continuaolução continuaolução continua...............

O jornal “A Voz de Ermesinde” apela atoda a comunidade de ermesindenses,outros munícipes e a todos os defensoresdo Ensino público, que se concentrem numcordão humano de apoio à Escola Secun-dária de Ermesinde, a realizar dia 6 de ju-nho pelas 10h00 junto à escola – data quesendo o último dia de aulas, foi escolhidapara não prejudicar o ambiente escolar.Recorde-se que a Escola Secundária deErmesinde continua ao abandono e conti-nuamente preterida na prioridade de in-tervenção, apesar das condições lastimo-sas impostas a alunos, professores e funci-onários de há muitos anos a esta parte, efazendo pesar sobre esta condições de in-justiça eticamente inaceitáveis.

Telhados de amianto, alguns edifícioscom zonas em degradação e à beira deruir, falta de equipamentos, são apenasalguns dos graves e extensos problemasque afetam a escola, para a qual já esteveprevisto um investimento de 70 milhões deeuros, entretanto congelado ou... definiti-vamente abandonado.

Todos à rua dia 6 de junho!

2 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014Destaque

LUÍSA GONÇALVES

O Fórum Cultural de Erme-sinde tem um particular espaçode exposição, que por si só, con-tém uma identidade afirmativae incontornável a qualquer obraque ali seja exposta.

O antigo forno Hoffman,agora espaço de exposição, é elepróprio uma cenografia à espe-

al primeiro da sua participaçãona construção de uma peça deteatro, parece-me que é a pró-pria ideia e sentido de teatro -encenar, representar, apresen-tar – que importa nos panos deManuela Bronze.

Naturezas mortas de umquotidiano no feminino, pano defundo a existências vividas na casaninho de frias paredes ortogonais,interiores seduzidos com panosque guardam as janelas e a intimi-

ver exposições de diversos ar-tistas e nenhuma delas me pare-ce ter conseguido uma simbiosetão clara e intensa entre o espa-ço e a obra, como a presentemostra da Manuela Bronze.

O título, “Pano de Fundo”,é um apontamento que nos re-mete para o universo teatralonde a artista, como figurinista,se integra naturalmente. Para ládessa leitura imediata, de ospanos/tecidos serem o materi-

dade, panos bordados que cobrema mesa e fazem do comer ummomento único, mesas e jarraspostos em cena por panos e ren-das com flores de jardins impos-síveis. Panos sobre panos, queorganizam o espaço à procura deum lugar, em diálogo com a corafirmada por pinceladas de tintaque definem, por vezes, formas,reforçam intenções ou sugerem

interiorismo de Matisse, o diálo-go entre interior e exterior, as co-res vibrantes e inesperadas, as for-mas das cornucópias, flores, ris-cas e matizes, num concerto des-concertante, que uma vez mais nosfala da mulher, evoca e desmistificaa fada do lar, uma provocação en-cenada, uma tirada teatral.

As obras, que partem de umfundo em serigrafia, que como seespera de uma técnica de múlti-plo, se repete, fogem cada uma

delas ao anonimato da repetiçãopela introdução de elementos, emtecido, que lhes emprestam umaidentidade única e irrepetível.

Matissianas, assim as deno-mina Manuela Bronze, reforçan-do com o título a intenção de pro-curar na obra de Matisse o moti-vo, a cor, a composição, toda aideia e sentir dos seus quadros.

Uma vez mais o golpe deteatro: Ser ou não ser? Apenasdar a ver, esperar o sentir…

Não se esqueça de pôr em diaa sua assinatura

de “A Voz de Ermesinde”.

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ra de todas as encenações.Tive a oportunidade de ali

atmosferas.É notória a evocação do

Exposição de Manuela Bronze– Pano de Fundo

FOTOS FOTO S ALBERTO BLANQUET

MAIO de 2014 • A Voz de Ermesinde 3

mês das searas douradas e daspapoilas vermelhas é rico em tra-dições e rituais ligados à terra eà vida.

A colocação das maias nasportas e janelas, nos currais, nos

FERNANDA LAGEDIRETORA

«Maio, maduro Maio»… (*)

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o poder cultiva essa forma de agir colocando os novos contraos velhos, os empregados contra os desempregados, ostrabalhadores do setor privado contra os funcionáriospúblicos.

Temos medo, achamos que tudo é inevitável, deixamosde acreditar.

Com o desaparecimento progressivo da classe média ospobres acomodam-se, não vislumbram hipóteses que os

ajudem a mudar, a classe mé-dia tem essa capacidade mo-bilizadora da sociedade quetanta falta nos faz.

Desinteresse e cansaçosão atitudes que podem sermuito graves neste mês demaio de 2014.

Temos de acordar, de estaratentos, não embarcar de qual-quer forma no que nos vendem,ter consciência e denunciar todaa hipocrisia que envolve muitasdas mensagens políticas, numespaço público cada vez maisfragilizado e redutor.

Não vamos pensar que coma saída formal da troika o país vaimelhorar, eles vão realmenteandar por aí, impondo e exigindo.

Em maio vamos ter elei-ções, não podemos ignorar, éaltura de pensar, de refletir semmedos, sem espírito clubista,atento ao que está em jogo,hoje o poder está em Bruxelase o que lá se passa afeta-nosprofundamente.

Não vamos desperdiçar esta oportunidade de afirmamoscom convicção o que queremos para o nosso futuro.

Eu sei que não vamos mudar o mundo, nem a democraciase resume a ter o direito de votar quando há eleições, masnão podemos desistir das oportunidades que existem.

Maio é esse mês da transformação e mudança com quea primavera todos os anos nos brinda.

(*) Lembrando Zeca Afonso

carros de bois e cavalos, nas camionetas de pas-sageiros e carga, nos barcos e traineiras e até naslocomotivas e passa-gens de nível é uma tra-dição que está a desa-parecer.

No Minho as giestascruzam-se com rosas,malmequeres e outrasflores, com que fazemcoroas que colocam nasportas, portões e va-randas.

Este ano vi poucasgiestas nas portas, atéeu me esqueci…

A primavera está aícom todos os seus en-cantos, mas há uma at-mosfera de tristeza, umapenumbra que encobre ocolorido dos campos.

Maias, todas as mai-as são poucas paraimpedir a entrada domal nas nossas casas,nas nossas vidas.

Há quem acrediteque a troika se vai em-bora do nosso país, masparece-me pouco provável, eles vão andar por aí…

Hoje somos um país mais pobre, mais fraturado ecada vez mais acomodado.

Perdemos a capacidade de sonhar e de pensar, hojecumpre-se, cada um por si.

Nunca fomos um povo com uma grande relação deafetividade social, mas vínhamos a aprender, aospoucos havíamos de lá chegar…

Hoje perdemos tudo, cada um safa-se como pode,

TAPEÇARIA FERNANDA LAGE

Destaque

O

4 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014Destaque

Feira de Valongo foi o assunto mais polémicoUma discussão intensa acerca da localização da feira de

Valongo, da prestação de contas do município e de váriosoutros temas introduzidos no período das Intervenções Antesda Ordem do Dia fez prolongar a última sessão da AssembleiaMunicipal de Valongo, realizada no passado dia 30 de abril,obrigando a nova convocatória para a continuação destareunião que, por diversas incompatibilidades dos deputadosmunicipais, só foi possível realizar nesta quarta-feira, dia 14 demaio, quando finalmente foram votadas as diversas propostasde moção e recomendações apresentadas no dia 30.

LC

Aberto o período de inter-venções do público, a sesão dodia 30 teve início com o muní-cipe Abílio Dias Alves a quei-xar-se do tratamento desigualdado ao Alfenense, clube quepassados muitos anos de esfor-ços, ainda continua sem campoalternativo. O munícipe acres-centou ainda que, em mandatosanteriores sempre tinha tidomuita dificuldade em intervir.

Sem mais elementos do pú-blico para usar da palavra, deu-se início ao período de Inter-venções Antes da Ordem doDia, que foi aberto pelo depu-tado municipal bloquista NunoMonteiro. Este pretendia obteralguns esclarecimentos sobre oponto da situação do pratica-mente anunciado fecho da Re-partição de Finanças de Erme-sinde, sobre a intervenção nomercado desta cidade, sobre asituação do Estádio de Sonhose a redução de valências do Tri-bunal de Valongo.

Apoiava dar-se maior im-portância ao papel dos julgadosde paz no concelho, e apresen-tava finalmente uma propostaem defesa do alargamento dascompetências e recursos dasfreguesias.

Seguiu-se-lhe Rui Abreu, doPSD, que pretendeu obter umesclarecimento acerca do atu-lhamento de um terreno alaga-do junto à Rua Rodrigues deFreitas em Ermesinde, situaçãoem que denunciou o pedido deintervenção da CCDR-N só de-pois do assunto vir a lume naimprensa. E finalmente compa-rou a falta de cuidado do PS com

este assunto agora, no poder,com a sua postura na oposiçãoem situações análogas, que en-tão foi muito diversa.

Catarina Lobo, do PS, sau-dando o 25 de Abril exigiu conhe-cer os dados técnicos que supor-tavam a decisão recente de pri-vatização dos principais trans-portes públicos metropolitanos.

Paulo Moreira, do PSD, quisver esclarecida a situação dasobras na Casa de Cultura de So-brado e o dossier da candidaturadas Bugiadas a património ima-terial da Humanidade.

Luís Ramalho, o presidenteda Junta de Freguesia de Er-mesinde, manifestou o seu desa-grado pela forma como as come-morações municipais do 25 deAbril tinham vindo sobre por-seàs comemorações da freguesia,nalguns casos com simultanei-dade de eventos inaceitáveis.

Lamentou a forma comoErmesinde tinha sido deixada aoabandono no que respeita a lim-peza de jardins, não se continu-arem as obras na ribeira daGandra e, ente outras coisas in-terveio ainda a propósito da si-tuação da Escola Secundária deErmesinde, cujo abandono seficou a dever à péssima gestãoanterior da Parque Escolar.

Armando Baltazar, do PS,lembrou a situação de dificul-dade das pessoas com necessi-dades especiais.

César Ferreira, da CDU,também saudando o 25 de Abril,quis esclarecimentos acerca daresolução do diferendo entre aCâmara e as IPSSs a propósitodo fornecimento de refeiçõesescolares, defendendo comosolução final esse fornecimento

ser feito diretamente pela pró-pria autarquia.

Arnaldo Soares, presidenteda Junta de Freguesia de Alfena,retomou a questão do Alfenen-se, queixou-se da falta de lim-peza nas ruas da sua cidade, eabordou finalmente a questão doprédio de Alfena que tem esta-do envolto em polémica.

Sobre este assunto denunciouainda ter a Câmara pedido umparecer – a uma entidade externa– precisamente ao jurista respon-sável pela aprovação da obra!!!

E insistiu finalmente que aJunta de Freguesia de Alfena,quanto a este assunto, não sedemitirá do seu papel de defesados alfenenses.

Fernando Teixeira, do PSD,encerrou as intervenções desteperíodo quis saber qual era aposição da Câmara quanto a esteassunto, apontando que, de qual-quer modo a CCDR-N tinha con-siderado a legalidade do prédio.

Períododa Ordem do Dia

No período da Ordem doDia, o primeiro assunto forte-mente polémico foi o da locali-zação prevista para a feira deValongo, a deslocar do Susãopara o centro da cidade.

Crítico feroz dessa soluçãomostrou-se Albino Poças, queduvidou que se tivessem aus-cultado os feirantes e ponde-rado o número de utentes a nor-te e a sul do caminho de ferro.Não se tinha tido em conta quehaveria condições climatéricaspiores, que haveria um aumen-to do tráfego no centro da ci-dade e que iriam piorar as con-

dições de comodidade e segu-rança, além dos prejuízos queteriam os feirantes.

Ivo Neves, o presidente daJunta de Freguesia de Valongo, pe-lo contrário, defendeu a mudan-ça, até para maior dinamização donegócio dos feirantes. Tratava-seainda do cumprimento de umapromessa eleitoral sufragada nasurnas e de um regresso ao centroda cidade, de onde a feira nuncadeveria ter saído.

Nuno Monteiro assumiu-secomo cliente da feira e conside-rou a mudança bem-vinda.

Albino Poças voltou à car-ga: os únicos comerciantes a tervantagens na mudança seriam aslojas dos chineses, nem os cafésnem os cabeleireiros. Além domais no sítio atual era possívelestender a feira do lado norte.Seria um tremendo erro o que seiria agora cometer.

Numa resposta que provo-cou a garagalhada geral, Ivo Ne-ves respondeu jovialmente que«temos de experimentar de vezem quando coisas diferentes».

A proposta para a autori-zação do estudo pelos serviçoscamarários seria aprovada porum voto contra (o de AlbinoPoças), com o PSD, através deRosa Maria Rocha, a esclarecerem declaração de voto que nãoestava a aprovar a deslocaçãoda feira mas apenas a autoriza-ção do estudo.

A prestação de contas domunicípio foi o segundo assun-to envolto em polémica.

César Ferreira, da CDU,anunciou o voto contra, denun-ciando a situação de amarra domunicípio ao PAEL.

Rosa Maria Rocha, por suavez, considerou que, no essen-cial, se mantinha o rumo antestraçado pelo PSD e, nesse sen-tido, apoiava o documento.

Este acabaria por ser apro-vado com 4 votos contra (3CDU + 1 BE). Também as con-tas dos SMAES foram alvo daanálise da Assembleia Munici-pal, que as aprovou sem votoscontra mas com 4 abstenções (3CDU + 1 BE).

Dado o adiantado da horaacabou por se marcar a conti-nuação da Assembleia para o dia

Como curiosidade desta ses-são, e em resultado de algumassubstituições por ausência dedeputados municipais, estive-ram presentes a esta sessão osmonárquicos Paulo Basto eCésar Braia (foto à esquerda).

A sessão do dia 14 de maiocomeçou precisamente com a dis-cussão do único ponto que fal-tava da sessão suspensa a 30 deabril, o Projeto Educativo Mu-nicipal, que haveria de ser apro-vado com alguns reparos, massem oposição, apenas com 1 abs-tenção do Bloco de Esquerda.

O ponto de Informação Es-crita do Presidente da Câmaramotivou alguns pedidos de es-clarecimento e críticas por par-te de Sónia Sousa, da CDU.

Período apósa Ordem do Dia

No período após a Ordemdo Dia começou por intervirCelestino Neves, da bancada doPS, que abordou a questão do pré-dio da Rua do Viveiro em Alfenapara dizer que não esperando gran-de coisa do que os organismosoficiais ainda irão dizer sobre ocaso, considerava que se fez mui-to menos do que seria possível,para limitar os prejuízos impos-tos à comunidade. Terminou di-zendo que esperava o desagra-do doa alfenenses.

Apresentou depois umaproposta de moção em nome in-dividual sobre a Direção dosBombeiros de Ermesinde, espe-rando uma posição dura da Câ-mara face à atual situação. Mo-ção esta que, votada no final dareunião, mereceu desaprovaçãogeral, apenas com Celestino Ne-ves a votar a favor, o PS a abs-ter-se e todas as restantes forçaspolíticas, da esquerda à direita,a oporem-se-lhe, por conside-rarem que a autarquia não se de-veria imiscuir nos assuntos in-ternos de uma coletividade.

Sónia Sousa, da CDU, apre-sentou uma proposta de moçãoem defesa da escola pública euma outra sobre a criação dasfreguesias de Campo e Sobra-do, ambas aprovadas por una-nimidade e Adelino Soares,também da CDU, uma propos-ta de moção contra a privati-

zação do Metro do Porto e STCP,igualmente aprovada por unani-midade.

O socialista Nuno Miguelapresentou uma moção em de-fesa do Serviço Nacional de Saú-de, também aprovada por una-nimidade.

Filipe Peixoto, do PSD, quei-xou-se de muita parra e poucauva no discurso sobre a juven-tude do Executivo PS.

Paulo Basto (PPM) fez umasaudação ao 25 de Abril, quei-xando-se da liberdade muitosombria hoje em dia, e pelo di-reito e pelo respeito aos jovenslicenciados, ao direito à saúde,finalmente para que não se re-petissem «as mentirinhas de nãobaixar os impostos para ganhareleições», num beliscão ao seuparceiro local de coligação.

José Manuel Ribeiro e osvereadores socialistas aindaprestaram alguns esclarecimen-tos e responderam a várias in-tervenções, antes de se passarao ponto das votações, algumasdas quais já referidas.

O PSD pediu entretanto umainterrupção de cinco minutos.

Entre os assuntos votadosfigurou o voto de louvor pelo êxi-to desportivo do Sobrado na pre-sente época, apresentado pelopresidente da Junta AlfredoSousa. Instado para que permi-tisse juntar num único louvor oSobrado, o Alfenense e o Erme-sinde 1936, não o permitiu, man-tendo o voto de louvor inaltera-do, mas declarando que votaria afavor de votos de louvor a essesclubes. Apareceram então votosde louvor específicos a favor doAlfenense e do Ermesinde. Ostrês foram aprovados por unani-midade.

Aprovados ainda, por una-nimidade, foram as moções apre-sentadas pelo PS sobre transpor-tes coletivos na Área Metropo-litana do Porto e do Bloco deEsquerda sobre o alargamento decompetências e recuros para asjuntas de freguesia.

O requerimento do PSD,tecnicamente, afinal, não um re-querimento, sobre uma informa-ção escrita acerca das diligênci-as na promoção das Bugiadas,foi também aprovado por una-nimidade.

• ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO •FOTO ALBERTO BLANQUET FOTOS URSULA ZANGGER

14 de maio.

MAIO de 2014 • A Voz de Ermesinde 5Destaque

Carlos Basto – militante da ARCO, presopolítico antifascista e organizador de VAFs

LC

Voltando ainda a debruçar-nos sobre o período imediatamenteanterior ao 25 de Abril, antes de nos determos no que era o propósi-to principal desta série de artigos – uma recordação dos tempos debrasa pós-revolucionários em Ermesinde antes que mergulhem noesquecimento, abordando com os próprios protagonistas os even-tos que aqui resgatarmos desse limbo – evocamos neste segundotexto outra figura incontornável dessa altura, Carlos Basto, hoje emdia membro do Bloco de Esquerda, que foi também deputado muni-cipal (tal como Diomar Santos, que ainda hoje o é, e a quem nosreferimos já, no primeiro texto).

Proveniente de uma família de gente republicana e antifascista,natural do Porto (zona da Lapa), Carlos Basto fez a sua iniciaçãopolítica na tropa quando, destacado em Timor--Leste, em 1964,um alferes antifascista o pôs em contacto com o “Avante”, o jornaldo Partido Comunista Português.

Colocado em Balibó, radiotelegrafista, foi aí testemunha dosesforços da PIDE para tentar impedir a chegada dos refugiados dogolpe de Estado de Suharto na Indonésia, quando o regime deSukarno foi derrubado e começou uma vaga de perseguições aosmembros do poderoso Partido Comunista indonésio, o maior domundo depois dos partidos no poder na URSS e na China (asvítimas do golpe são estimadas entre 500 mil a 1 milhão de mortos,tal a carnificina que se lhe seguiu).

De regresso a Portugal, e já instalado em Ermesinde, na zona daTravagem, vai aí participar, em 1968, junto com outros jovensopositores do regime, na criação de uma pequena organização po-lítica, a ARCO – Ação Revolucionária Comunista, cuja larga maio-ria dos seus membros se centrava precisamente aqui, em Ermesinde.

Descoberta pela PIDE em 1971, a pequena organização, comcerca de meia dezena de militantes, é praticamente toda desmante-lada. Carlos Basto, então com 27 anos, é preso e condenado a oitomeses de condenação efetiva.

A ARCO, maoista, é classificada como «organização terrorista,que se propunha atuar no Norte do País», embora a sua atuação setenha cingido aos arredores da cidade do Porto, num corredor entreEspinho e Ermesinde. Também a acusação de organização terroristateve por base a apreensão de “material de guerra” que, afiança CarlosBasto, mais não passava de recordações militares – «coisas da tro-pa», daquelas com que muitos soldados regressam – fio de tropeçar,algumas balas dispersas, uma granada de instrução sem percutor.

Mas o mais significativo caráter da ARCO, e que causou algu-ma inquietação na PIDE, foi o facto da grande maioria da organiza-ção ser de origem social operária.

O próprio Carlos Basto, à altura da prisão, era trabalhador dosarmazéns do “Primeiro de Janeiro”, onde era fácil perceber umamaioria clara de oposição ao regime, sobretudo entre os jornalistas,onde contava com algum apoio, mas também, de certo modo, nosetor gráfico e nos armazéns.

Foi precisamente no “Janeiro” que a PIDE o foi prender. Umcolega, da redação, conhecendo um dos pides, percebeu o que esta-va para se passar e ainda correu para o avisar, mas já Carlos Bastoestava na rua a ser detido.

A sua adesão ao maoismo deu-se como uma reação da inutilida-de da farsa eleitoral de 69, e também um pouco como resultado da

40 Anos do25 de Abril

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O jornal “A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série evocativa dedicada à memóriados primeiros tempos que se sucederam ao 25 Abril em Ermesinde. O que interessará mais focarnestes artigos é a parte mais desconhecida das atividades desses tempos, correspondente a umaorganização popular muito genuína, mas porque não (ou ainda não) organizada de uma forma partidá-ria, ausente desses registos e, por isso mesmo, em perigo dessa memória se perder para sempre.

recente invasão da Checoslováquia, conta o nosso conterrâneo.Talvez a proximidade com que viveu o drama do partido Comunis-ta da Indonésia tenha tido também algum contributo.

A ARCO era uma organização cheia de vontade de fazer coisas,mas cujo comportamento estava minado por uma imperdoávelausência de cuidados conspirativos mínimos e pelo aventureirismo,é ainda Carlos Basto quem o afirma. E conta a história de umasituação em que um carro cheio de propaganda política da ARCOse foi abaixo em plena ponte de D. Luís, com o seu condutor a

e depois digo que foram vocês que se atiraram a nós!Cumprida a pena regressa a Ermesinde, mas a vida é muito

difícil e não consegue arranjar emprego. Nem no “Janeiro” nemnoutro sítio qualquer (Leonesa, Efacec e muitras outras). Primeirodiziam-lhe: Venha amanhã, mas depois era sempre o mesmo: Des-culpe lá, afinal já não precisamos! Era sempre assim.

Mas as atividades, agora potenciadas por novos contactos e cum-plicidades criadas na prisão, continuam. Avisado de que iria ser nova-mente preso, foge para o Minho, com José Paiva, outro ex-membro daARCO que viveu em Ermesinde. O apoio veio-lhes de António Adérito,

outro elemento que, sem nunca entrar na ARCO, esteve próximo. Aideia era darem o salto e rumarem a França.

Mas, entretanto, avisados pelos advogados Mário Bro-chado Coelho e Raul Castro, sabem que tudo não passoude um falso alarme. E o 25 de Abril foi logo ali!

Com o 25 de Abril tudo mudou. Emprega-se naVassouraria de Ermesinde, depois é o pintor Manuel Car-neiro quem lhe dá a mão. Mais tarde vai para a Eurofer, naMaia, uma grande empresa com cerca de 700 trabalhado-res, bem à medida das necessidades da «reconstrução dopartido». Tinha entretanto, já antes do 25 de Abril, aderido

ao CARP (m-l) – Comité de Apoio à Reconstrução do Parti-do (marxista-leninista), dirigida por Francisco MartinsRodrigues e que, com a URML (União Revolucionária Mar-

xista Leninista) e os CCRML (Comités Comunistas Re-volucionários Marxistas Leninistas) estarão na génese

da criação da UDP em dezembro de 1974.Em Ermesinde, mas sobretudo na zona da

Travagem, surgem comités de vigilância anti-fascista (VAFs), que chegam a juntar cer-

ca de 30 pessoas, com 9 ou 10 emAlfena, na altura facilmente recruta-das e sobretudo vindas dos meiosoperários e populares.

Chegou mesmo a ser pon-derado o assalto ao quartel daGNR em Ermesinde, revela.

Tanto os VAFs como a Eu-rofer, onde a sua corrente sin-dical chegou a ter alguma influ-ência, foram então terreno fér-til de recrutamento da UDP (echegando a afrontar, na Eu-rofer, o domínio sindical do

PCP. Em Ermesinde participou ainda, embora brevemente, na experi-ência da Frente Democrática e Popular de Ermesinde, mas o esforçoprincipal foi para os VAFs, como apontava a linha política defendidapelo CARP (m-l).

Foi depois militante da ORPC (m-l) - Organização para a Re-construção do Partido Comunista (marxista-leninista) e do PCP(R) - Partido Comunista Português (Reconstruído), que resultou dafusão da ORPC com a OCMLP (Organização Comunista MarxistaLeninista Portuguesa), em fins de 1975 – PCP (R) que entretanto sedissolveu no seio da UDP em 1992, quando se transformou naassociação Comunistas pela Democracia e Progresso. E, com a UDP,mais tarde aderiu ao Bloco de Esquerda, em 1999/2000.

conduzir sem carta. Daquela vez safaram-se...Na cadeia a luta continuou.Tal como os pides faziam a vida

negra aos seus prisioneiros, tam-bém estes tentavam levar a guerrasocial contra aqueles tão longequanto podiam, ao ponto mes-mo, conta Carlos Basto, de che-garem a apanhar bichos do chão,que eles próprios punham nasopa, para desse modo criaremum facto motivador de revolta eagitação.

Juntamente com Fer-nando Moura, outro dosmembros da ARCO,tentou a fuga das ca-deias da PIDE noHeroismo (Por-to), mas de-pois de bemensebado

o corpo com manteiga e tendoconseguido retirar as telhas e passarpelo estreito buraco, chegados ao telhado, perguntaram-se o queiriam fazer, sem dinheiro ou qualquer apoio, casa de recuo ou planode sobrevivência e, por fim acabaram por decidir regressar ao cárcere.

A luta na cadeia contava, por vezes, com conivências inespera-das, sobretudo por parte dos guardas prisionais, muito mal pagos eque, por vezes se deixavam subornar.

Recorda-se ainda de uma história passada com Rosa Casaco, ochefe de brigada dos pides que assassinaram Humberto Delgado.Numa vinda ao Porto tirou uma uva do saco de um dos presos, oque motivou uma enorme algazarra e o protesto destes. Então fria-mente, o pide avisou-os: Eu encosto-vos à parede, dou-vos um tiro

6 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014Destaque

FOTOS ALBERTO BLANQUET

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Ermesinde voltou a honraras comemorações de Abril

LC

A cidade de Ermesinde vol-tou este ano, como o tem feitohabitualmente, a honrar a me-mória de Abril, com vários even-tos que decorreram entre os dia24 e 26 de abril e se estenderamaté ao 1º de maio, por iniciativada Câmara e da Junta de Fre-guesia de Ermesinde.

Assim, no dia 24, no ParqueUrbano de Ermesinde, a cidadepôde assistir ao espetáculo mu-sical “Vozes de Abril”, com aparticipação dos grupos Cabe-ças no ar e Pés na Terra e “ArcoÍris” da Associação Académica eCultural de Ermesinde (AACE).

O espetáculo visou celebraros acontecimentos inesquecíveisda noite de 24 para 25 de abril de

74 que deram início à Revolução.Dia 25 foi naturalmente o

dia maior das comemorações.No Fórum Cultural de Erme-sinde, no Piso 1, expôs-se umacoletiva de cartoonistas, comobras de Artur Ferreira, OnofreVarela e Zeferino Coelho.

Nas arcadas exteriores doFórum realizou-se uma Mostrade Artesanato do Concelho, quecompreendeu também umaMostra de Artesanato Gastro-nómico.

Durante a tarde e animandoo espaço envolvente, atuaram,pelas 15h00, o grupo “Voz Li-geira” da AACE, de seguida, às16h00, o Rancho da Associa-ção Desportiva e Recreativa daGandra, às 17h00 o grupo “Tocaa Tocar” da AACE, às 18h00 o

Rancho da Casa do Povo deErmesinde e, finalmente, à noi-te, pelas 21h45, a culminar ascomemorações, na sala de es-petáculos do Fórum, o espetá-culo “25 de Abril”, com músicae teatro, pelo Orfeão da AACEque, entre outras coisas, inter-pretou várias das Canções He-róicas compostas por Fernan-do Lopes Graça.

Mas as comemorações de-correram também no edifício daJunta de Freguesia de Erme-sinde onde, às 9h00, teve lugara cerimónia do hasteamento dasbandeiras e a habitual sessãosolene política com intervençãodas forças representadas naAssembleia de Freguesia – PS,PSD, CDU e BE, e da qual da-remos nota mais extensa e par-

ticular em texto à parte.De seguida procedeu-se à

inauguração da exposição de car-tazes a concurso – trata-se so-bretudo de um concurso escolar– e à revelação dos nomes dosvencedores, com a consequenteatribuição de prémios aos ga-lardoados e distinções a todosos participantes. Uma nota paraa participação, em particular, daAssociação de Promoção Sociale Cultural de Ermesinde.

Os vencedores entre os 33trabalhos a concurso foram – noEscalão B, dos 11 aos 15 anos –,Bárbara Sousa, com TatianaMachado a receber o 2º Prémioe Ana Raquel Passos o 3º. NoEscalão A – acima dos 16 anos –o 1º Prémio foi atribuído a Tere-sa Vasconcelos, o 2º a Raquel

Barbosa e o 3º a Marco Gomes,todos eles, em particular o últi-mo referido, belíssimos cartazes.

Às 10h00 teve lugar a Cami-nhada da Liberdade, cuja concen-tração inicial teve lugar junto àsede da Junta de Freguesia, comaquecimento e mega aula de zum-ba em grande parte a cargo dosorganizadores, o Clube Zupper.

Com início às 14h30 e es-tendendo-se até à noite, realizou--se, no Complexo Desportivodos Montes da Costa, um Tor-neio de Futebol de 7, neste diadestinado às eliminatórias, e cujarealização teve a colaboração doErmesinde 1936. Mais impor-tante do que os resultados dosjogos foi a participação de oitoequipas – Salão “O Sonho”,Chocolate Team, Ultras de Er-

mesinde, Café Bino, BSH (BallSo Hard), Dragões Ponto Azul,UDR Formiga e os Maioneses.

Ainda à noite, às 21h30, masno auditório da Junta de Fre-guesia de Ermesinde, exibiu-se,com entrada gratuita, o filme deLeonel Vieira “O Julgamento”.

No dia 26 de abril e de novono Complexo Desportivo dosMontes da Costa, com início às14h30, teve lugar a continuaçãoe final do Torneio de Futebol de7, com a vitória final a ser con-quistada pela equipa do Cho-colate Team.

Os festejos só tiveram o seuepílogo no dia 1 de maio, com arealização, às 16h00, com parti-da junto à sede da Junta, da Cor-rida Juvenil do 25 de Abril, quetinha sido adiada para esta data.

FOTOS URSULA ZANGGER

MAIO de 2014 • A Voz de Ermesinde 7Destaque

Sessão política comemorativa dos 40 anosde Abril demasiado morna no auditórioda Junta de Freguesia em Ermesinde

LC

Talvez prejudicada pelaemergência das novas comemo-rações municipais, a sessão pú-blica das autarquias ermesin-denses comemorativa dos 40anos do 25 de Abril foi este anomuito mais pálida do que as co-memorações de Abril dos anosanteriores.

Não só a cerimónia decor-reu célere e a despachar, comotodo o seu enquadramento pa-rece ter ofuscado a vivacidadeda cerimónia cívica central dascomemorações. Nesta, mais umavez intervieram os partidos po-líticos representados na Assem-bleia de Freguesia, bem como osautarcas Luís Ramalho, presi-dente da Junta, e Raul Santos,presidente da Mesa da Assem-bleia de Freguesia de Ermesinde.

As intervençõespartidárias

José Carlos Gomes, peloBloco de Esquerda, foi o primei-ro orador da sessão, abordandona sua intervenção vários aspetosde Abril, entre eles a esperançade se erguer uma sociedade soli-dária através do Estado Social.

Hoje, apontou o represen-tante do Bloco de Esquerda,assiste-se ao regresso da Sopados Pobres salazarista, aindaque renomeada de Banco Ali-mentar ou de Cantinas Sociais.

Numa sociedade em que asclasses sociais excluídas sãoobrigadas a pagar os desmandosdo capital, só os banqueiros

berdade, lembrou que hoje jánem livremente podemos falar,como o demonstram as reaçõesao manifesto dos 74, que de-fendia a renegociação da dívida– estejam caladinhos para nãoaborrecer os mercados!...

E muito crítico acerca do maisalto magistrado da Nação: «Por-tugal, hoje, não tem um Presiden-te da República, tem um aposen-tado!», que apela ao consensoentre todos, esquecendo que ademocracia é feita de diferenças.

O 25 de Abril nunca se teriafeito a bem do consenso, apon-tou ainda.

E terminou expressandoclaramente a sua posição de pro-testo: «Os Portugueses estão aser roubados ignobilmente!».

Seguiu-se-lhe Avelino Al-meida, da CDU, que apontou o25 de Abril como uma granderealização histórica do PovoPortuguês, culminando «umalonga e heroica luta». O repre-sentante da CDU apontou que aaliança da classe operária e de-mais trabalhadores e dos milita-res progressistas conduziu à ali-ança Povo-MFA, e à nova Cons-tituição da República.

Como resultado da revolu-ção – levantamento militar deimediato seguido de um podero-so levantamento popular, pôs-sefim à guerra colonial e foi reco-nhecida a independência dascolónias, realizando-se «profun-das transformações democráticas– políticas, económicas, sociais eculturais – que, alicerçadas na afir-mação da soberania e independên-cia nacionais, abriram a perspe-tiva de um novo período da his-tória dos trabalhadores e dopovo, apontando o Socialismo

para o futuro de Portugal».Entre as conquistas alcança-

das figuraram «a liberdade dereunião, a liberdade sindical, deassociação, de expressão, deImprensa, o direito à greve, alivre formação de partidos po-líticos, as eleições livres, o Di-reito de voto aos 18 anos, oPoder local democrático», e ain-da um conjunto de conquistaseconómicas fundamentais paraas classes populares, como a«instituição de um salário míni-mo, do subsídio de Férias e deNatal, do subsídio de desem-prego, de pensões e reformasgeneralizadas, a igualdade dedireitos para as mulheres e oreal início da sua emancipação,o direito à saúde e à educaçãopara todos», entre outras tan-tas conquistas de Abril «que ocapital procura hoje pôr em cau-sa, tentando fazer regressar opaís a um passado que a todosnos devia envergonhar».

O País vive hoje uma gravee profunda crise económica,social e até moral, considerou,mas afirmando finalmente a es-perança e confiança que sem-pre foi apanágio dos comunis-tas. E acreditando em melhoresdias para o direito de todos àSaúde, Educação, Habitação,Cultura, respeito pela Nature-za, em que prevaleça «o governodas coisas pelo Homem e emproveito de todos e em que aDemocracia tenha o seu signifi-cado mais pleno, que é o de ser opoder do Povo, exercido e parti-cipado pelo Povo, de forma porinteiro livre e consciente».

Foi depois a vez de DanielaCosta, que interveio em nomedo PS. A jovem socialista come-

çou por apontar que a históriamais recente de Portugal lem-brava a todos e até aos maisnovos a falta de liberdade. O 25de Abril tinha marcado uma novaera para o Povo Português, masagora «cabe-nos manter vivoesse legado» – da Democracia,da liberdade de expressão e demanifestação, do direito ao voto,do Poder Democrático e Local.

E referindo-se a recentesepisódios da vida política naci-onal apontou que «não pode-mos concordar com o desrespei-to aos capitães de Abril».

«Vivemos momentos difí-ceis», considerou também, como «tratamento cruel dos refor-mados», e em que «a juventudenão vislumbra o futuro».

Está a eclodir um surto enor-me de emigração, num «fenóme-no inverso ao ocorrido com o25 de Abril, em que muita gentevoltou à Pátria».

Hoje assiste-se à formaçãode quadros para o estrangeiro eà deterioração da produção decereais, das pescas, etc..

Abandonou-se o esforçofeito com a promoção das ener-gias renováveis e contribui-sefinalmente para uma grandedescredibilização dos órgãospolíticos, lamentou.

Outro jovem, Gonçalo Mel-o, proferiu a intervenção emnome do PSD, sendo as suasprimeiras palavras para aquelesque trabalham para a popula-ção. Para os que participam navida pública, e que têm um pa-pel cívico.

Referindo-se depois à suaexperiência pessoal, reconheceuque pertencia a uma geração quenão viveu o 25 de Abril, mas

que isso não a tornava menosresponsável da defesa dos valo-res nessa data consagrados.

«A celebração de hoje nãodeve ser condicionada ao pas-sado», sublinhou depois, e a-pontou de seguida também al-guns dos condicionamentos quepesam sobre a nossa vida, comoos resultantes da dívida públicaque «condiciona o bem-estarsocial».

O 25 de Abril é um momentode passado e de futuro, e nos seusvalores deve estar contido o pro-pósito de melhorar a vida dosPortugueses – «celebramos o quejá não temos, o que temos e o quedeveremos ter!», concluiu.

As intervençõesda JFE e AFE

Seguiram-se as intervençõesdos dois presidentes. PrimeiroLuís Ramalho, da Junta de Fre-guesia de Ermesinde, que refe-riu ser este um dia de parabéns– de memórias para uns e histó-rias para outros.

O que há 40 anos não tínha-mos hoje é banal, apontou, pon-do o foco na questão das liber-dade, apesar de um primeiromomento de «tempos conturba-dos de exagero». E prosseguindono mesmo tom considerou que«hoje ainda não sabemos lidarcom a liberdade, exigindo-se oque já não podemos ter».

A ditadura de outrora foiculpa do exagero de muitos, queobrigaram a que a nossa liberda-de fosse posta em causa, defen-deu, preparando a justificação daspolíticas governativas atuais.

Passamos a ter figuras quesubstituíram a PIDE e precisa-

mos de um novo paradigma parao 25 de Abril, para que Portugaldeixe de viver como vive. «Fo-mos donos de meio mundo», ehoje vivemos curvados. Temosque viver Abril doutra forma,concluiu.

Raul Santos, presidente daMesa da Assembleia de Fregue-sia de Ermesinde, foi o últimoorador, e começou por afirmarque «nunca é demais lembrar oscapitães de Abril».

Debruçando-se depois sobrea realidade atual do País apon-tou que se «as estatísticas po-dem ter várias leituras, a realida-de fala por si – uma carga brutalde impostos, cortes inaceitáveisnas pensões dos reformados, osmais novos a emigrar, as polí-ticas feitas para agradar ao ca-pital».

E falando da sua vivência etestemunho, indicou que viacom cada vez maior frequênciapessoas a esgravatar no lixo,pessoas à espera junto dos pos-tos de recolha de roupa usada...

Não estarão os valores daConstituição que celebramos emrisco?

E apontou que queria acre-ditar que a indignação nos le-vasse a um novo rumo.

O combate à pobreza éprioritário, asseverou, defen-dendo o papel das instituiçõesde solidariedade social, há mui-to a trabalhar e bem, nesta área.Há necessidade de prestar aten-ção à pobreza envergonhada,lembrou também. A autarquiatem que reforçar o apoio social,mesmo em detrimento de áreascom uma maior visibilidade,concluiu, dando quase de segui-da a cerimónia por encerrada.

nada pagam.E quanto a um dos aspetos

mais relevantes de Abril, a li-

(...) A realidade fala por si:uma carga brutal de impostos,cortes inaceitáveis nas pensõesdos reformados, os mais novosa emigrar, as políticas feitas paraagradar ao capital! (...)

FOTOS URSULA ZANGGER

8 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014Destaque

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Pela primeira vez emmuitos anos, as cerimó-nias comemorativas do 25de Abril também se reali-zaram na Câmara Munici-pal de Valongo. Além doHasteamento das Ban-deiras e da Guarda de

Honra pelas Corporaçõesdos Bombeiros de Valongoe de Ermesinde, realizou-seuma Sessão Solene daAssembleia Municipal, ondeintervieram os representan-tes de todas as forças políti-cas eleitas no Concelho deValongo. O Salão Nobre foipequeno para acolher todos

os que fizeram questão deouvir os discursos evoca-tivos da Revolução de Abril,onde todos os partidosenalteceram a conquista daliberdade e da democraciaalcançada há 40 anos.

As cerimónias nos Paçosdo Concelho incluíram ain-da a interpretação do Hino

Nacional pela Banda deMúsica de S. Martinho deCampo e a declamação depoemas sobre a Liberdadepor Adélia Carvalho. Parti-ciparam também alunos daEscola do Susão, que distri-buíram cravos.

As comemorações do 25de Abril de iniciativa munici-

pal realizaram-se em todas asfreguesias (Alfena, Campo eSobrado, Ermesinde e Valon-go) e incluíram música, des-porto, teatro, artesanato e ex-posições, entre outras ativi-dades que contaram com aparticipação das escolas eassociações concelhias. Oprograma de animação contí-

nua decorreu em edifíci-os emblemáticos do con-celho, como o MuseuMunicipal, a BibliotecaMunicipal de Valongo, oCentro Cultural de Alfe-na e o Fórum Cultural deErmesinde, que estive-ram abertos ao públicoaté às 20h00.

Município de Valongo celebrou 25 de Abrilcom Festas da Liberdade

COMEMORAÇÕES REGRESSARAM AOS PAÇOS DO CONCELHO

FOTOS CMV

MAIO de 2014 • A Voz de Ermesinde 9

Associação Académica e Cultural de Ermesindecomemorou 15 anos de vida

MIGUEL BARROS

Vincado ícone culturalnão apenas da nossa cidadecomo do próprio concelhode Valongo, a AssociaçãoAcadémica e Cultural deErmesinde (AACE) feste-jou no passado dia 15 deabril o seu 15º aniversário.Foi um dia pleno de ativi-dades com o selo de umaassociação que tem notori-amente subido a escadariado sucesso e da populari-dade, dia esse que seria di-vidido em duas partes, umaocorrida de tarde, na Praçada Estação, onde subiram aopalco – ali montado – qua-tro valências da AACE, asaber, o Grupo de Fados, oGrupo Voz Ligeira, o Gru-po Toca a Tocar, e a Escolade Música, e outra à noite,onde as festividades tiveramo seu ponto alto num Fó-rum Cultural de Ermesindecompletamente cheio de as-sociados, amigos e diversaspersonalidades locais, que

presenciaram então as atuaçõesdo grupo das Danças Criativas,do Orfeão de Ermesinde, e doGrupo Arco Íris. Pelo meio dasatuações noturnas foi revisitadaa história da AACE, pela vozda presidente da Mesa daAssembleia Geral, Maria He-lena Sampaio Reis, filha de umdos fundadores da associação– Faria Sampaio –, que recor-dou então o início de um sonhoidealizado por um pequeno gru-po de notáveis locais, onde sedestacaram o já citado FariaSampaio e Joaquim Teixeira, osdois fundadores da AACE, opequeno primeiro passo rumoa esse sonho dado por estas fi-guras numa reunião ocorrida nasinstalações cedidas gentilmen-te pelo Centro Social de Erme-sinde, a primeira pedra coloca-da naquele que é hoje um im-ponente “edifício” cultural donosso concelho com a funda-ção oficial da associação e aposterior criação da primeiravalência, o Grupo Coral, hojeem dia denominado de Orfeãode Ermesinde, e tantos outros

capítulos de uma história queatualmente é escrita por umnúmero cada vez maior de ci-dadãos.

A dimensão da AACE dehoje é uma realidade bem dis-tinta do seu começo tímido, porassim dizer, a julgar pelas pa-lavras de quem assistiu a essenascimento há 15 anos atrás,neste caso de Manuel d’Almeida, o associado número3 e primeiro maestro da asso-ciação, que viajou proposita-damente de Barcelona paraErmesinde de modo a estar pre-sente nas comemorações deste15º aniversário. No seu discur-so, o histórico maestro mos-trou um misto de admiração eorgulho por constatar a atualimponência e vivacidade deuma casa que ele próprio aju-dou a construir. Também opresidente da Junta de Fregue-sia de Ermesinde (JFE), LuísRamalho, evidenciou claro or-gulho no facto de a sua cidadeser o berço da maior e melhorassociação cultural do conce-lho de Valongo, uma associa-

ção com quem a “sua” Juntatem abraçado inúmeras parce-rias no que à promoção de cul-tura diz respeito, uma associa-ção que tem levado – e elevado– bem longe o nome da cidade.Como agradecimento, e sobre-tudo reconhecimento, pelo im-portante papel que a AACE temtido na promoção do nome deErmesinde pelos quatro cantosde Portugal – e não só –, LuísRamalho iria oferecer à associa-ção – na pessoa do seu presi-dente, Alberto Mateus – umaplaca evocativa deste 15º ani-versário em nome da JFE. Pre-sente igualmente nesta festa es-teve o presidente da CâmaraMunicipal de Valongo, JoséManuel Ribeiro, que após o elo-gio público e os votos de para-béns à associação aniversarian-te sublinharia a disponibilidadeda edilidade em apoiar o traba-lho desenvolvido pela AACE.

Por fim, usaria da palavra opresidente da Direção da asso-ciação, que além de um vincan-do orgulho e satisfação pelo di-namismo de uma casa que hoje

tem cerca de 750 associados,uma dezena de valências comaproximadamente 250 pesso-as nelas envolvidas e com lar-gas dezenas de espetáculos le-vados à cena no ano transato –e em 2014 o cenário afigura-seidêntico – em vários pontos dopaís e na vizinha Espanha, su-blinharia o facto de a presentegrandeza e vida da AACE nãocaber dentro das paredes daatual sede, apelando em segui-

CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

AVISO

Abertura do período de discussão públicada revisão do Plano Diretor Municipal de Valongo

José Manuel Pereira Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Valongo no uso da competência conferida pela alínea t) do n.º 1 do artigo 35º, da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro:

Torna público que, nos termos do n.º 3 e do n.º 4 do artigo 77º do Decreto -Lei n.º 380/99, de 22 de setembro (Regime Jurídico de Instrumentos de GestãoTerritorial), na sua atual redação, conjugado com previsto na alínea a) n.º 4 do artigo 148º e n.º 2 do artigo 149º do mesmo diploma legal, e ainda, para efeitos dodisposto no artigo 7º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 58/2011 de 4 de maio, bem como o dispostono n.º 1 do artigo 56º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, a Câmara Municipal de Valongo, em reunião pública realizada em 23 de abril de 2014, deliberousubmeter a discussão pública a proposta de revisão do Plano Diretor Municipal de Valongo (PDMV) e o respetivo Relatório Ambiental, fixando o período de 45 diasúteis, com início a partir do 5º dia útil após a publicação do presente Aviso no Diário da República, contados nos termos do artigo 72º do Código de ProcedimentoAdministrativo aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442/91 de 15 de novembro na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 6/96 de 31 de janeiro.

A proposta da Revisão do Plano Diretor Municipal, que inclui o Relatório Ambiental, o parecer final da Comissão de Acompanhamento e os demais pareceresemitidos, encontra-se disponível para consulta no sítio Internet do Município de Valongo (www.revisaopdm.cm-valongo.pt) e no Edifício da Câmara Municipal sito naAvenida 5 de Outubro, n.º 160, 4440-503 Valongo, todos os dias úteis no horário normal de funcionamento.

Serão realizadas sessões de apresentação da proposta de revisão do PDM a toda a população em geral, em data, hora e locais a divulgar oportunamente.No decurso do período de discussão pública, os interessados poderão apresentar, por escrito, as sugestões, informações ou reclamações sobre a proposta de

revisão do Plano Diretor Municipal e o respetivo Relatório Ambiental, até ao termo do referido período, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal, utilizando parao efeito o impresso próprio que pode ser obtido no sítio internet acima referido ou no Gabinete de Apoio a Munícipes, devidamente identificado com morada enúmero de identificação fiscal.

As sugestões, informações ou reclamações poderão ser remetidas para o endereço de correio eletrónico [email protected] ou para o endereço postalda Câmara Municipal, ou ainda, entregue pessoalmente no Gabinete de Apoio a Munícipes.

Mais se informa que, atentas as novas regras urbanísticas constantes da revisão do PDM, os procedimentos de informação prévia, comunicação prévia e delicenciamento ficam suspensos a partir da data fixada para o início do período da discussão pública e até à data da entrada em vigor da revisão do PDM, emconformidade com o artigo 117º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, na sua atual redação.

24 de abril de 2014O Presidente da Câmara Municipal de Valongo,

José Manuel Pereira Ribeiro

da – ao poder político pre-sente? – para que um terre-no que sirva a edificação deuma nova casa seja um dospróximos sonhos a ser con-cretizado.

Ficou o apelo poucosantes de a festa prosseguirnuma sala visivelmente ren-dida aos talentos emergentes– e aos mais antigos também,pois claro – da dinâmicaAACE.

FOTO MANUEL VALDREZ

Destaque

10 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014História

• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •A “Revolução dos “Cravos” fez 40 anos

O “antes” de Abril

Gostava de recordar hoje aos mais ve-lhos e informar os mais novos de alguns dosantecedentes que levaram ao sucesso políti-co do movimento do 25 de Abril de 1974.

Em primeiro lugar, é bom que se saiba quea oposição ao regime ditatorial português,embora tivesse havido dezenas de milharesde presos, exilados e desterrados, nunca foicompletamente aniquilada pelas forças poli-ciais portuguesas, houve muito frequente-mente movimentos de tentativa revolucioná-ria, mas também é facto que a polícia políticarevelou grande eficácia e por isso muitos mo-vimentos “abortaram” antes de saírem à ruae foram totalmente encobertos em termos decomunicação social, pois a censura não es-tava interessada em que tais notícias se vies-sem a conhecer.

Após o fim da 2ª Guerra Mundial – e nãopodemos esquecer que, em termos internaci-onais, a vitória aliada, em 1945, significou aderrota dos regimes totalitários (designada-mente, do Nazismo e do Fascismo) – assis-tiu-se em Portugal a reivindicações de mu-danças que jamais seriam satisfeitas. Pelocontrário, a polícia política (PIDE) aprimorouos seus métodos e tornou-se ainda mais efi-caz na sua função de proteção da situaçãopolítica vigente.

No que respeita à oposição sistemáticaao Salazarismo, os finais das décadas de 1940e de 1950 foram de grande entusiasmo popu-lar, sobretudo em dois momentos: nas candi-daturas presidenciais de Norton de Matos(1949) e de Humberto Delgado (1958), aindamais na deste último que, como se sabe, tei-mou em ir até ao fim, afrontando todas aspressões sofridas para que fizesse o mesmoque Norton de Matos, desistisse. Não desis-tiu, acabaria oficialmente derrotado e, anosmais tarde, assassinado. Contudo, o seu exem-plo e os motivos da sua luta permaneceriamvivos e atuantes.

A década seguinte (1960) seria marcadapela Guerra Colonial que, desde 1961, come-çou a “lavrar” nas principais colónias portu-guesas, Angola, Guiné e Moçambique. Osmotivos da Guerra são óbvios, as popula-ções locais pretendiam a independência, a-companhando a onda da descolonização dopós-Guerra. O governo salazarista não per-mitia qualquer tipo de negociação que visas-se a perda de território. A guerra tornou-seiminente. Salazar mobilizou em pouco maisde uma década de guerra quase um milhão emeio de jovens, dos quais morreram pelomenos 9 mil, ficando feridos 30 mil.

Entretanto, os portugueses emigraram emnúmeros que nunca tiveram paralelo na nos-sa história e a opinião pública internacionalmanifestou-se claramente contra a posiçãocolonialista portuguesa.

Com a década de 1970 e o impedimentofísico de Salazar, sobreveio o período mar-celista que prometeu mais do que fez. A guer-ra colonial manteve-se. Muitas das imposi-ções sociais permaneceram, continuando amulher na dependência do homem, pai ou ir-mão. A instrução não era importante para asraparigas que deveriam ser preparadas, ape-nas para a economia doméstica e para os cur-

MANUELAUGUSTO DIAS

Um pouco por todo o país, e ainda bem, foi festejado o 40º aniversário da última revolu-ção portuguesa, que marcou, verdadeiramente, o início da democracia entre nós.

Porque mesmo para quem não viveu o “25 de Abril” é importante que haja memó-ria dessa data, aqui fica a História a assumir o seu papel de recordar os factos maisimportantes. Recordemos, pois, o “antes” e o “depois” de Abril de 1974.

sos de costura.A crise petrolífera de 1973 e os seus efei-

tos inflacionários nas economias ocidentais,incluindo na portuguesa, também ajudaram acriar clima para a revolução de Abril de 1974.Mas foram sobretudo os militares que tinhammais razões de queixa: todos os dias viam asua vida em risco, por uma causa perdida. Osmilitares que deveriam estar afastados dapolítica.

Não deixa de ser curioso que precisamen-te no dia em que já estava em marcha o movi-mento dos “Capitães de Abril”, no “Diáriode Lisboa” (24-4-1974, página 11), saiamtranscritas, com destaque, as palavras do Al-mirante Roboredo e Silva (um dos fundado-res dos Fuzileiros), sob o título “Os militarese a política”, onde defende claramente a abs-tinência política dos militares (e logo ele quefoi deputado à Assembleia Nacional, de 1969a 1974, e presidente da Câmara da Beira, emMoçambique, e ainda Procurador à CâmaraCorporativa): Às Forças Armadas compete adefesa da integridade nacional e a manuten-ção da ordem e da paz pública «não poden-do, nem devendo, a meu ver, imiscuir-se napolítica».

O “depois” de Abril

Este fim de semana de 25 de abril, a come-çar na 6ª feira, um pouco por todo o País,comemora-se o triunfo do Movimento dasForças Armadas, ocorrido há quatro dezenasde anos, mais precisamente no dia 25 de abrilde 1974.

Por ser verdadeiramente inesperado, equase incrível (tantas tinham sido as inten-tonas revolucionárias derrotadas, tantos osmilhares de cidadãos presos, torturados, ealguns mortos), ainda se tornou mais apreci-ado este movimento revolucionário que trou-xe liberdade ao povo português e, com ela,os meios indispensáveis à qualidade de vida,que, pese embora a situação vivida nos últi-mos anos, é incomparavelmente melhor à queexistia até àquela data. Só quem não viveunaquele tempo é que não consegue sentir as

grandes diferenças de um regime autoritárioe cruel para uma política que respeita os di-reitos fundamentais dos cidadãos.

Na verdade, depois da agitação inicial doperíodo revolucionário que se prolongou atépelo menos ao dia 25 de novembro de 1975,ganhou raízes, e ainda bem, a democraciapolítica, a nível do poder central e do poderlocal, acabando de vez com todos os orga-nismos da ditadura. A Constituição de 1976,ainda em vigor mas com grandes alterações,sobretudo no ano de 1982, foi a grande obralegislativa que marca o início de uma demo-cracia consolidada, que alguns denominamde III República.

Acabou a Guerra, extinguiu-se a Pide, re-conheceu-se o direito de opinião e de reu-nião, terminou a Legião e a Mocidade Portu-guesas, constituíram-se, livremente, partidospolíticos e sindicatos, libertaram-se todos ospresos políticos e prometeu-se tudo fazer paramelhorar a vida do nosso povo, tão sofrido evilipendiado.

Tudo mudou. Até a forma de ensinar Histó-ria se alterou: deixou de ser tão positivista, ba-seada na memória de dinastias e reis, para sermais muito mais explicativa e estruturalista, nalinha, aliás, das novas orientações da episte-mologia da História por esse mundo fora.

Há 40 anos estava em Coimbra, mas lem-bro-me muito bem da emoção coletiva queinvadiu as ruas, nesse dia primaveril, em que,finalmente, se respirava um ar de liberdadeque ninguém conhecia.

Esta revolução protagonizada por aque-les que mais diretamente sofriam os efeitosda guerra, desencadeou necessariamenteoutras mudanças precisamente nesses terri-tórios que até então eram dirigidos por Lis-boa. A Guiné-Bissau (10 de setembro de 1974),Moçambique (25 de junho de 1975), CaboVerde (5 de julho de 1975), S. Tomé e Príncipe(12 de julho de 1975), Angola (11 de novem-bro de 1975) e Timor-Leste (1º em 28 de no-vembro de 1975, e, finalmente, em 20 de maiode 2002) puderam aspirar a um futuro de paze a uma vida independente dos desígnioscolonialistas do distante país europeu. Mais

tarde, Macau, num contexto completamentediferente, foi integrado na República Popu-lar da China, embora viva numa situação deregime especial até ao fim de 2049. Até osArquipélagos da Madeira e dos Açores, man-tidos por razões óbvias no território portu-guês (é preciso lembrar, que os portuguesesencontraram as ilhas desabitadas e foram osnossos antepassados os seus principais co-lonizadores) ganharam uma autonomia regi-onal, que no tempo do “Estado Novo” seriaimpensável.

É claro que não correu tudo bem; as con-vulsões do PREC assustaram quem as vi-veu, fazendo prever o desencadear, a qual-quer momento, de uma guerra civil o que fe-lizmente não sucedeu. E para a evitar, entreos partidários de um regime muito próximodas típicas “democracias populares” da Eu-ropa de Leste e aqueles que defendiam o mo-delo democrático ocidental, O 25 de Novem-bro de 1975, com a direta participação doGeneral Ramalho Eanes, também ele um dosnomes ligados ao Movimento das ForçasArmadas, foi determinante para construçãode uma democracia pluralista à moda ociden-tal como hoje, efetivamente, temos.

Houve indiscutíveis ganhos na educa-ção, na emancipação da mulher, na saúde,nas vias e meios de comunicação e na justi-ça. Virámo-nos definitivamente para a Euro-pa (adesão à CEE, em 1986) e para o Mundo(acabou-se o isolamento internacional; Por-tugal chegou a presidir à Assembleia Geral eaté ao seu poderosíssimo Conselho de Se-gurança) e criaram-se novas formas de soli-dariedade institucional com o mundo portu-guês, com a fundação dos PALOP e da CPLP.

Contudo, os últimos anos têm sido degrandes dificuldades para a generalidade dosportugueses, mormente para os que perde-ram o emprego e conhecem grandes dificul-dades em sobreviver com dignidade. E en-quanto isso acontecer, temos de nos insur-gir contra quem nos governa e exigir que osideais de Abril se cumpram em pleno, isto é,que todos os portugueses possam viver semterem de recorrer à mendicidade.

MAIO de 2014 • A Voz de Ermesinde 11História

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - MAIO

1º de Maio de1931, em Por-tugal, foi umajornada de lutacontra a Dita-dura Militar,que envolveu

estudantes universitários, políti-cos da oposição e operários a-narco-sindicalistas e comunistas.

Embora a manifestação fos-se mais forte em Lisboa, teve re-percussões noutras cidades,designadamente no Porto e emCoimbra.

A edição do “Avante!” de 6de junho de 1931 começava, as-sim, a notícia da comemoraçãodesse 1º de Maio em Lisboa: «O1º de Maio de 1931 em Lisboa,marca uma página brilhante daluta do proletariado contra aburguesia (...)».

O 1º de Maio de há 83 anosfoi mais uma frente de guerrilhapolítica, a juntar à Revolta daMadeira (só solucionada a 2 demaio) e à Revolta na Guiné (coma rendição dos revoltosos a ocor-rer apenas a 6 de maio).

O jornal “Diário de Lisboa”do dia 2 de maio de 1931, naúltima página, que dedica intei-ramente a este assunto, com otítulo “Sublevação da Madeira”e o subtítulo “Os revoltosos do

Inauguração do Fórum Cultural de Ermesinde

Recordando a desordemdo 1º de Maio de 1931

O Parque da Cidade, inaugurado quase hátrês anos, enriqueceu-se com a criação de umcampo de minigolfe e, sobretudo, com a cons-trução do Fórum Cultural de Ermesinde. Efeti-vamente, desde o dia 18 de maio de 2001 anossa cidade passou a dispor de um novo ex-celente espaço cultural – o Fórum. Trata-se deum admirável aproveitamento do que restavada antiga Fábrica de Cerâmica. O empreiteiro,naturalmente satisfeito com o resultado obti-do, até concorreu ao Prémio Nacional de Re-cuperação de Edifícios.

O novo e o antigo casam-se aí de uma formaartística, e os ermesindenses passaram a poderdesfrutar de espaços diversificados para o de-senvolvimento de várias atividades de caráctercultural, ao longo de todo o ano, bem no centroda cidade. Posto de Turismo, Cafetaria, GaleriaMuseológica, Casa de Espetáculos com capaci-dade para 304 lugares, apoiada por dois gabine-tes, um de tradução e outro de projeção, Galeriade Exposições e Sala Multimédia foram algunsdos novos espaços com que os ermesindensespuderam passar a contar num dos espaços maisbonitos da cidade. Um restaurante panorâmicocompleta a obra de melhoramentos inauguradano dia 18 de maio de 2001 – já lá vão 13 anos –,no Parque da Cidade, e que custou 700 mil con-

Funchal renderam-se hoje, às 9horas, sem condições”, começaassim:

«Conforme noticias recebi-das esta manhã pelo Govêrno,da base de operações contra osrevoltosos da Madeira, estabe-lecida em Porto Santo, sabe-seque os rebeldes do Funchal, en-viaram ao sr. Ministro da Ma-rinha um radio, comunicando-lhe que se rendiam em virtudeda superioridade numérica e dematerial das forças governa-mentais, e para evitar que hou-vesse vitimas entre a populaçãocivil da ilha.

Os rebeldes julgaram, des-te modo, inútil prosseguir umaluta em que tinham poucas pro-babilidades de vencer, resolven-do entregar-se às autoridadesconstituídas anteriormente à re-belião.

A Republica vive no cora-ção de todos os que a servem,segundo a sua posição, e comela, a Patria precisa tranqui-lidade, pois o instinto nunca lhefaltou para resolver os seusdestinos, até nas horas mais de-licadas».

No dia 25 de abril de 1931 amovimentação estudantil tinha--se iniciado com uma greve naFaculdade de Medicina de Lis-boa, que provocou bastante agi-tação no meio académico, querapidamente se propagaria àsuniversidades de Coimbra e doPorto, extravasando para a rua.

No dia 30 de abril a multi-dão que se juntou no funeral doestudante portuense João Mar-tins Branco (que faleceu duran-te os confrontos com a polícianos dias anteriores) manifestou--se claramente contra os méto-

dos policiais usados pela Dita-dura. Por isso, o último dia deabril e o primeiro de maio da-quele ano foram de enorme agi-tação estudantil e popular emLisboa e no Porto.

Os estudantes universitári-os apoiavam a luta que se tra-vava contra a Ditadura, na Ma-deira e na Guiné, acreditandoque o retorno à República seriamelhor para o povo e para oPaís.

Em Lisboa, nas ruas da Bai-xa e sobretudo no Campo deSantana, a balbúrdia desse 1º deMaio foi enorme. Foram distri-buídos manifestos estudantis e deorganizações operárias. Elemen-tos anarco-sindicalistas e comu-

Rossio, para celebrar o 1º deMaio, mas a GNR dispersou osmanifestantes. Passados algunsminutos rebentou uma bombanas imediações daquela praça aque se seguiram mais dois re-bentamentos que lançaram opânico.

A iluminação esteve apaga-da durante a noite e, às 23 horas,a polícia mandou fechar os esta-belecimentos comerciais aindaabertos (cf. “Diário de Lisboa”,de 2 de maio de 1931).

Só nas instituições de saúdede Lisboa, no dia 1 de maio, fo-ram socorridas 26 pessoas (21homens e 5 mulheres), sendo deadmitir que o número de feridosfosse maior, mas para não teremde se identificar, alguns preferi-ram tratar-se junto da família.

Destas quase três dezenas deferidos oficiais, viriam a falecerquatro homens (três no Hospi-tal de S. José e um no Hospitalde S.ta Maria).

No Porto, o 1º de Maio de-correu com normalidade até meioda tarde, depois, registaram-seincidentes que provocaram fe-rimentos em pelo menos um a-gente das forças policiais e emdiversos populares (o “Diárioda Manhã”, de 2 de maio, referecerca de 20 feridos), o que levouas autoridades a mandar encer-rar todos os estabelecimentos.

Os tumultos revolucionári-os de apoio aos revoltosos daMadeira ocorreram noutras par-tes do País, quase sempre pro-vocados por elementos conside-rados extremistas e próximos

MANUELAUGUSTO DIAS

dos comunistas e dos anarco-sindicalistas.

O “Diário da Manhã” de 4de maio noticia «mais uma ten-tativa de descarrilamento pró-ximo de Pombal» (Linha do Nor-te), mas antes já se haviam re-gistado descarrilamentos no Por-to, na Figueira da Foz e noutraslocalidades.

No princípio de maio de 1931a polícia conseguiu fazer uma im-portante apreensão de bombas,espingardas e material de guerra,em Lisboa e Alverca. Até os taxis-tas da capital colaboraram nesterebuliço com uma greve.

Em suma, o 1º de maio de1931 foi uma jornada de luta,inequivocamente, a favor dosrevoltosos e contra a Ditadura.Houve bastante protagonismo,nestes tumultos, por parte dosestudantes universitários, mor-mente das faculdades de Medi-cina e de Direito. Registaram-sepelo menos quatro mortos, cer-ca de uma centena de feridos nosconfrontos com as polícias edezenas de prisões. Mas verifi-cou-se, também, que a oposiçãonão estava só nas Academias.Havia outras organizações pordetrás da desordem, conformeexplica Raúl Rêgo (História daRepública, página 181): «Comose a oposição à ditadura tivessebases ideológicas que não ape-nas atitudes individuais ou pro-fissionais».

Felizmente, vivemos hoje emdemocracia e, desde 1974, emcada 1º de Maio as pessoas po-dem manifestar-se pacificamen-te e dar largas às suas reais pre-ocupações que, infelizmente,são cada vez mais, nos difíceistempos que vamos vivendo.

O Fórum Cultural de Ermesinde foi inaugurado no dia 18 de maio de 2001.

No dia 23 de junho de 2001 seria, final-mente, inaugurada uma gigantesca estátuaatlética, de belo efeito visual, no centro dolago do Parque Urbano de Ermesinde, queassim se tornou um local ainda mais atrativo,como principal ponto de encontro e de con-vívio dos ermesindenses.

tos à autarquia.

nistas envolveram-se também.O povo concentrou-se no

FOTO ARQUIVO MAD

FOTO ARQUIVO MAD

12 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014Património

ARNALDOMAMEDE (*)

• TEMAS ALFENENSES •

Como se pode concluir, pelos casos aqui apresentados, a possede escravos só era acessível a um reduzido número de alfenenses,em geral, os magnatas da época, oficiais de Ordenanças e/ou propri-etários das casas agrícolas mais abastadas.

No primeiro caso os capitães de Ordenanças André da Rocha eSousa, da Quinta das Telheiras, Vicente Ferreira Alfena e genroAntónio de Paiva Porto, de Cabeda e Gaspar Pacheco de Melo,também da Quinta das Telheiras.

No segundo caso, Pedro Marques Ribeiro, do Ribeiro, AntónioMoreira da Cunha e Luzia Sousa (Marques), de Transleça, SimãoVaz, Manuel da Silva Martins (Barrela) e D. Maria Angélica, daRua e Manuel Bento, de Cabeda.

Portugal continental era uma pequena gota no oceano do rendo-so negócio do tráfico esclavagista, através do Atlântico.

Inicialmente monopólio da coroa, depois arrendado a mercado-res, em geral cristãos-novos, veio a atingir números absolutamenteimpressionantes.

Da costa ocidental de África foram desembarcados nosvários portos do Brasil, especialmente na Baía, Recife e Rio deJaneiro, no período compreendido entre 1550 e 1850, mais de 5500 000 "peças", assim se designavam os homens, mulheres e cri-anças escravizados, não contando com a mortalidade a bordo du-rante a travessia do Atlântico, que rondava os 20%.

Manuel Caldeira, Manuel Baptista Peres, natural de Ançã, dis-trito de Coimbra, este queimado vivo em auto de fé, na Plaza Mayorde Lima, no Peru, sentenciado por práticas judaizantes e conspira-ção a favor dos holandeses, Gaspar Álvares "o menino-diabo",António Fernandes de Elvas, o próprio Marquês de Pombal e seussócios, enquanto acionistas da Companhia do Grão-Pará e Maranhão,com o monopólio, por vinte anos, do fornecimento de escravos àscapitanias do Pará e Maranhão, Francisco Félix de Sousa, instaladoem Ajudá (possessão portuguesa até aos anos 60 do século passado),no Daomé (atual Benim), com numerosa descendência que ainda hojeo venera, a lendária D. Ana Joaquina dos Santos e Silva, a partir doseu palácio na baixa de Luanda, João Francisco de Azevedo Lisboa o"Azevedinho", o madeirense Arsénio de Carpo, Ângelo FranciscoCarneiro Lisboa, agraciado por D. Maria II com o título de conde deLoures, cujo palácio, ao Chiado, é hoje a sede do Grémio Literário,Joaquim Ferreira dos Santos, o filantropo conde de Ferreira, os ir-mãos Pinto da Fonseca, fundadores do Banco Fonsecas, Santos eViana, depois Fonsecas e Burnay, hoje integrado num banco de fun-dação recente, são algumas das personalidades cuja fortuna se devemaioritariamente ao tráfico esclavagista.

Recordamos que há alguns anos, Jacinto Soares que foi diretordeste Jornal, nele escreveu por diversas vezes sobre uma comuni-dade marginal completamente segregada, vivendo em amontoadosde barracas, situadas em locais ermos, de fronteira, cujas zaragataseram quase permanentes.

De tal modo, que nos Bombeiros de Ermesinde havia uma bri-gada, cremos que informal, que os próprios designavam por "OsLinhaças", em alusão aos emplastros então utilizados para lhestratar as equimoses, já que... transporte para o Hospital de SantoAntónio só em casos extremos.

Gente de pele e cabelos escuros, descalços, andrajosos, algunsdados à mendicidade ou a trabalhos precários, esporádicos, outrosdedicados à venda de pinhas aos citadinos, como combustível do-méstico, cuja recolha, quase sempre à revelia dos proprietários dospinhais, efetuavam com extrema perícia e agilidade, trepando até àscopas de altos pinheiros com o auxílio de uma corda - a peia - queunia ambos os pés, abraçando o tronco da árvore.

Demolidas as barracas e alojados em bairros sociais construídosnos anos setenta do século passado, percorrem o já longo caminhono sentido da total e completa integração social.

Seriam estes os descendentes dos escravos libertos, alguns,poucos, por vontade dos donos expressa nos seus testamentos, agrande maioria por força das leis da Abolição?

É nossa convicção que sim.

(*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Patri-mónio de Alfena.

uma manhã soalheira do mês de agosto do ano de1444, uma multidão vinda da cidade, dos arredo-res e de terras vizinhas, acorreu ao porto de La-gos, no Algarve, para assistir a um acontecimentoinusitado.

Correra célere a notícia da iminência do de-sembarque de um grande carregamento de escra-vos, transportados desde a costa africana pelas

caravelas do Infante D. Henrique.Aliás, o próprio Infante, cuidando dos seus interesses, pois cabia-

lhe um quinto da "mercadoria", «montado num poderoso cavalo», nãodeixou de comparecer no local onde os escravos já desembarcadosestavam a ser repartidos por lotes para, de seguida, serem vendidos.

Este episódio encontra-se exemplarmente relatado pelo cronistada corte de D. Afonso V, Gomes Eanes de Zurara que, não conseguin-do conter a comoção que o invadiu, escreveu para a posteridade:

«Se as brutas alimálias, com o seu bestial sentir, conhecem osdanos das suas semelhantes, que queres que faça esta minha humanalnatureza, vendo assim ante os meus olhos aquesta miserávelcompanha, lembrando-me de que são da geração dos filhos de Adão».

E, continuando, Gomes Eanes de Zurara, a sua comovente des-crição :

«Uns tinham as caras baixas e os rostos lavados em lágrimas;(...) outros estavam gemendo mui dolorosamente, esguardando aaltura dos céus, (..) bradando altamente, como se pedissem socor-ro ao Pai da natureza, (...).

Mas para seu dó ser mais acrescentado, sobreviveram aquelesque tinham cargo de partilha e começaram a apartá-los uns dosoutros, a fim de por os seus quinhões em igualeza; onde convinha anecessidade de se apartarem filhos de pais, as mulheres dos maridose os irmãos uns dos outros, (...) cada um caía onde a sorte o levava».

Capturada tão importante presa, provavelmente a mercadoresárabes procedentes do sul do Saara, por uma esquadra de «seiscaravelas bem armadas», capitaneadas por homens experientes, daconfiança do Infante D. Henrique, entre os quais Gil Eanes eLançarote da Ilha, este acontecimento marca, sem dúvida, o iníciodo tráfico marítimo português de escravos africanos, sobrepondo-se ao tráfico terrestre das caravanas transarianas dos mercadoresárabes, até aí detentores únicos de tal "comércio".

Desta forma, primeiro a partir de Lagos, depois de Lisboa,após a instituição da Casa da Mina, estabelece-se um "comércio"que vai, progressivamente, distribuindo a "mercadoria" um poucopor todo o país, que só terminará em 1761, por lei do marquês dePombal, que eliminou a escravatura em Portugal, mantendo-se, con-tudo nas colónias, só, oficialmente, extinta em 1878.

Alfena não foi exceção, por certo já antes existiam, porém, asprimeiras referências documentadas, atestando a existência de es-cravos em território alfenense, remontam aos primeiros anos doSéc. XVI, mais precisamente a 1603.

O Padre Domingos Gonçalves, reitor da Igreja da S. Vicente deAlfena, tomou a devida nota no Livro dos Baptismos, assinandopor baixo:

«Bárbara, fª de Violante, escrava de Simão Vaz, do lugar de Alfena,[N.R.: atual lugar da Rua] nasceu a vinte e nove de Agosto de seiscentos e três e foi batizada pelo Padre Melchior Moreira, foi padrinho

desta vez o Padre Manuel Araújo, agora Reitor da Igreja de Alfena,assenta no mesmo livro :

«Em os 29 dias do mês de Auguosto de 631, baptizei a Luíza, fª deLuzia, escrava de Baltazar Barbosa, morador em a cidade do Porto,agora estante nesta frgª de Alfena, foram padrinhos Lourenço deMatos, da casa do mesmo Sr e Cª Martins, criada da mesma casa».

Já em inícios do Séc. XVIII, em 1714 e 1716, registamos osbatizados de Marcelina e Clemência, filhas de um casal de escravospertença do capitão de Ordenanças André da Rocha e Sousa, fami-liar do Santo Ofício, mestre ourives de ouro, com estabelecimentona rua da Fonte Taurina, na Ribeira do Porto e residente na suaQuinta das Corgas ou das Telheiras.

Curiosamente, contrariando a regra em que escravos apadri-nham filhos de escravos, a escrava Marcelina tem como padrinhospersonalidades das relações dos donos; mais, no caso da escravaClemência os padrinhos são o cunhado Alexandre Sousa e a filhamais velha do capitão, D. Teresa, o que indicia um relacionamentode alguma afetividade (?) entre senhores e respetivos escravos.

«Marcelina filha de Simão e de Mariana sua mulher, escravosdo capitam André da Rocha e Sousa, nasceu em os trinta e hu diasdo mês de Novembro do anno de mil setecentos e quatorze e foibaptizada em o primeiro dia do mês de Dezembro, foram padri-nhos Manuel Francisco e Maria de Paiva (...)».

«Clemência filha de Simão Correia e de sua mulher Mariana deSousa, escravos do capitam mor André da Rocha e Sousa do lugar

do (?) desta freguesia nasceo em os vinte e coatro dias do mês deNovembro de mil sete centos e dezasseis e foi baptizada em os vintee oito dias do dito mês, por mim o Padre Joseph Martins o Párochoencomendado da dita Igreja e foram padrinhos Alexandre de Sousa,de Sylva Escura e Dona Tereza, solteira, filha do capitam André daRocha e Sousa e foram testemunhas Francisco da Silva e (...)».

No caso do capitão António de Paiva Porto, genro e sucessordo capitão Vicente Ferreira Alfena, de Cabeda, também possuidorde um casal de escravos, por volta de 1750, Francisco Ferreira eAntónia de Jesus, a regra mantém-se, os padrinhos dos filhos sãoos escravos do vizinho Manuel Bento, também de Cabeda, deManuel da Silva Martins (Barrela) da Rua, de Manuel Moreira daCunha, ou de Luzia Sousa (Marques), ambos de Transleça.

O mesmo aconteceu no caso que segue, em que não se menci-ona o pai da criança:

«Estevam filho natural de Mariana escrava de Luzia de Sousaviuva do lugar de Translessa desta freguesia de S. Vicente de Alfena,nasceo aos vinte e nove dias do mês de Agosto do anno de milesetecentos e sessenta e sinco annos, e foi baptizado no mesmo diado dito mês e anno, foram padrinhos Joam escravo de D. MariaAngélica, viuva do lugar da Rua e Tereza escrava de Manuel da

Senhores e escravos na Alfena dos séculos XVII e XVIII

Caravana de escravizados, com adultos e crianças, no sertãoafricano. Os homens caminham de mãos amarradas e ligadosdois a dois por forquilhas de madeira. Gravura de cerca de 1850.

CONS. REG. COM. VALONGO N.º 56190 SOCIEDADE POR QUOTAS - CAPITAL SOCIAL: 20000• CONTRIBUINTE: 507 219 708

Site: www/afunerariamarujo.com / Email:

ERMESINDESede:R. Manuel Ferreira Ribeiro, 304445-501 ErmesindeTEL: 22 971 4442FAX: 22 975 8926TLM: 91 755 4658/ 91 269 6074/ 91 689 7854

ALFENAArmazém:R. das Passarias, 4644445-171 AlfenaZONA INDUSTRIALDE ALFENATEL: 22 967 0005

A ESCRAVATURA EM ALFENA

Antº Mendes e madrinha Maria Miz (Martins), da Ferraria».Curiosamente, vinte e oito anos depois, no mesmo dia e mês, Silva Martins do dito lugar da Rua, todos desta freguesia».

IMAGEM ARQUIVO AL HENNA

desportivoANUNCIEAQUIvo

ermesinde

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” N.º 916 - Maio de 2014 - Coordenação: Miguel Barros

Entrevistas com o treinador e o presidente da Direção do clube, respetivamente, Jorge Lopes e Jorge Costa. E ainda os últimos capítulos de uma temporada histórica.

Especial Ermesinde 1936

A Voz de Ermesinde - Maio de 20142

Jorge Lopes recorda as etapas de uma caminhada inolvidável rumo à glória

entrevista

É num ambiente de festa que vive por estes dias toda a família ermesin-dista, como consequência natural do brilhante trajeto desportivo do re-cém-nascido Ermesinde 1936, que – e nunca é demais recordar – em ano de estreia logrou alcançar não só a subida de divisão, como também o pri-meiro lugar da sua série e a final da Taça Brali. Uma época de sonho que agora está praticamente no final – falta discutir o título de campeão da 2ª Divisão – sendo que na hora de recordar a épica campanha verde-e-branca o nosso jornal esteve à conversa com dois dos – muitos – rostos responsá-veis por este sucesso, mais concretamente o presidente da Direção, Jorge Costa, e o comandante dos guerreiros que no retângulo de jogo transfor-maram o sonho em realidade, o técnico Jorge Lopes. É pois com o mister que a conversa se vai desenrolar nas próximas linhas.

ilho da nossa terra, Jorge Lopes teve aquilo o que se pode cha-mar de estreia de sonho na sua primeira aventura enquanto trei-nador principal de uma equipa

sénior. Tendo percorrido enquanto atleta um percurso de mais de duas décadas ao serviço do antigo Ermesinde Sport Clube, o antigo guar-da-redes é hoje um homem orgulhoso do trajeto que o seu grupo de trabalho realizou, sobretu-do por ter sido uma obra coroada de êxito logo no primeiro ano em que começou a ser edifi-cada. Olhando para trás, para um passado não muito distante, Jorge Lopes recorda o início do Ermesinde Sport Clube 1936, um projeto que ele próprio apoiou desde o momento em que foi equacionado, «pois face à situação em que o anterior clube (Ermesinde SC) havia chega-do, tinha-se de começar de novo. Ermesinde é uma cidade que gosta muito de futebol, e como tal merecia ter um clube de futebol», sustenta o técnico de 42 anos. Ele que seria então um dos escolhidos para dar vida ao novo projeto intitu-lado Ermesinde Sport Clube 1936, um convite ao qual não podia virar costas, «principalmen-te porque gosto muito do clube, além de que

foi um enorme desafio iniciar a minha carreira como treinador principal no escalão de senio-res no clube de que eu gosto. Foi muito gratifi-cante, e devo dizer que estou muito orgulhoso daquilo o que estes jogadores fizeram ao longo desta época», sublinha o mister. O sucesso do Ermesinde 1936 torna-se ainda mais vincado se atendermos ao facto de que este foi apenas e só o primeiro ano de vida do novo emblema, um ano que à primeira vista seria de solidificação do projeto, passando o(s) objetivo(s) desportivo(s) para segundo plano, ou... não era bem assim? Passava pela cabeça do grupo de trabalho alcançar a subida, ou che-gar à final da Taça Brali, logo no ano de estreia? À nossa pergunta Jorge Lopes começou por res-ponder que no início da temporada todo o grupo estava ciente das dificuldades que iriam ser en-contradas pelo caminho, desde logo porque este era um projeto que dava os primeiros passos, onde o mais importante não seria construir uma equipa mas sim todo um clube. No entanto, e agora que as contas estão encerradas, não im-porta esconder que na realidade todo o grupo de trabalho tinha a expetativa de poder alcançar a subida de divisão neste primeiro ano de ativi-dade do novo Ermesinde. «Havia alguma expe-tativa sobre aquilo que poderíamos vir a fazer. Sabíamos de antemão que não havia grandes ar-gumentos financeiros, até porque o clube esta-va a começar, e por força disso decidimos criar

um plantel com base em jogadores da casa, de jogadores que tivessem passado pelo anterior Ermesinde SC, jogadores que além de estarem integrados na realidade do clube sentissem es-tas cores. Depois do grupo formado criou-se então a expetativa de, que as coisas podiam correr bem, embora tivessemos consciência das dificuldades que iríamos encontrar ao longo do caminho. Dificuldades que começaram bem cedo, como por exemplo o facto de não poder-mos treinar no estádio cujo relvado estava a ser remodelado, o que fez com que tivéssemos de dividir o pequeno campo pelado dos Montes da Costa com as nossas equipas das camadas jo-vens. Foram três (primeiros) meses muito com-plicados. Mas depois, de contornadas essa e ou-tras dificuldades que foram surgindo sabíamos que com o nosso trabalho tínhamos condições para fazer uma boa época, o que felizmente aca-bou por acontecer», relembra.

União e qualidade fizeram a diferença

Quando questionado sobre qual a chave para este sucesso imediato, o nosso interlocutor não tem dúvidas em elucidar que o êxito alcança-do foi resultante da força e qualidade de todo o coletivo. Um grupo que, como ele havia dito, estava na sua esmagadora maioria identificada com o antigo Ermesinde, um leque de jogado-res que estava de alma e coração neste novo projeto, aspeto que aliado à qualidade desses mesmos jogadores fez com que esta época ti-vesse o desfecho que teve. «Pelo facto de este ser um projeto que estava a começar, os joga-dores sentiam de certa forma que o sucesso do clube estava dependente deles, sabiam que começar bem iria dar uma certa visibilidade ao Ermesinde 1936. Além de possuírem uma enor-me qualidade todos eles foram excecionais na entrega, tiveram sempre um grande sentido co-letivo, o que tornou o grupo forte, e levou-nos a chegar onde chegamos». E se no início da temporada a vontade em ofe-recer ao novo Ermesinde a subida de divisão logo no seu ano de estreia estava incutida na mente de cada um dos jogadores do plantel, mais vincada ficou após a derrota caseira diante do Leça do Balio, na 8ª jornada. Jorge Lopes recorda então que a sua equipa vinha de uma série fantástica de oito vitórias consecutivas (Taça Brali incluída) e que a derrota em casa, por 3-0, ante um concorrente direto na luta pela subida de divisão deu um impulso muito grande ao grupo de trabalho. «Após esse jogo eu tive uma conversa muito séria com eles no balneá-rio, e posso dizer que na sequência dessa con-versa fiquei bem mais descansado, pois senti neles que a subida de divisão era algo que todos queriam muito, senti que o grupo estava forte, empenhado, e unido na luta por esse objetivo». E para aqueles que pensam que esta acabou por ser uma caminhada relativamente fácil em vir-tude de a 2ª Divisão ser um escalão, digamos que, acessível, Jorge Lopes contraria quem as-sim pensa. Na sua leitura de intérprete do jogo começa por explicar que termos de futebol pra-ticado a maioria das equipas, de facto, não são muito complicadas, agora, se atendermos ao facto de que essas equipas jogam em campos pelados, de dimensões reduzidas, e que são en-voltos em ambientes muito bairristas, a tarefa de quem tem objetivos mais elevados, como o caso do Ermesinde 1936, acaba por se tornar difícil. Além de que esses mesmos combinados praticam um futebol mais físico, bem diferente do futebol técnico e vistoso que o clube da nos-sa freguesia praticou ao longo de toda a tempo-

rada. «Outra condicionante para quem ambicio-na subir de escalão é que, como nesta divisão não existem descidas, chega a uma fase da época em que os clubes do meio e fundo da ta-bela não têm mais objetivos pelos quais lutar, o campeonato deles está feito. Logo, quando apa-nham as equipas do topo da tabela fazem desses jogos verdadeiras finais, o que aliado ao futebol mais físico que apresentam, às condições e di-mensões dos seus campos, e à sua massa adepta bairrista torna a tarefa de equipas como a nossa muito difícil. Por isso, quem pensa que subir de divisão foi fácil, está completamente errado», argumenta o treinador verde-e-branco.

Caminhada bonita na Taça Brali

Tema que de forma obrigatória não fugiu da nossa conversa com Jorge Lopes foi a não me-nos memorável campanha que o clube fez na recém criada Taça Brali, competição onde o Ermesinde 1936 atingiu a final, deixando pelo caminho alguns emblemas oriundos de escalões bem acima do seu, casos do Pedrouços (Divisão de Honra) e do Leça (Divisão de Elite). O téc-nico ermesindista olha para a carreira na com-petição mais nova da Associação de Futebol do Porto como um trajeto bonito, recordando que no início da época a decisão em aderir à prova foi feita sobretudo com a intenção de dar visibi-lidade ao novo clube e permitir rodar o plantel em jogos extra campeonato, digamos assim. Quanto à competição em si, Jorge Lopes e o seu grupo de trabalho estavam, à partida, cientes de que haveria equipas com mais argumentos para chegar à final. No entanto, jogo após jogo, o Ermesinde 1936 foi avançando na competição, deixando para trás clubes de outros campeona-tos, casos do Leça e do Pedrouços, vitórias – épicas – que para o treinador ermesindista aca-baram de certa forma por moralizar o plantel para os encontros do campeonato. Pé ante pé o que é certo é que o Ermesinde 1936 chegou à fi-nal, impensável para muitos no tiro de arranque da nova competição, um jogo decisivo em que a derrota acabou por acontecer diante de um

clube com outros argumentos – desde logo fi-nanceiros – que atua no escalão máximo da As-sociação de Futebol do Porto. A derrota com o Serzedo foi pesada, como demonstra o resulta-do de 4-0, um score que no entanto não espelha o que na realidade se passou em campo, onde o

Miguel Barros

Foto: Ermesinde 1936

Maio de 2014 - A Voz de Ermesinde 3

Ermesinde 1936 em nada foi inferior ao adver-sário, conforme sublinha o nosso entrevistado. «Não fazia sentido mudar a filosofia de jogo do Ermesinde 1936 só para esta final, não fazia sentido alterar a atitude que nos tinha levado até ali e passar a jogar à defesa, mudando assim todo o nosso sistema de jogo. Manter o nosso estilo foi uma decisão minha, assumo isso. So-bretudo quis que os meus jogadores gozassem aquele momento, pois pelo trajeto bonito que fi-zeram mereciam estar ali. Acabámos por perder por números que quanto a mim foram exagera-dos, sendo que com isto não quero colocar em causa a vitória do Serzedo, que ganhou bem, mas não por aqueles números, uma vez que o jogo acabou por ter algum equilíbrio», recor-da o treinador que aponta agora baterias para o jogo que vai decidir o campeão da 2ª Divisão. Outra final, a ser jogada com o campeão da Sé-rie 2, o Frazão, esta com a particularidade de o Ermesinde 1936 assumir desde já a ambição de ganhar. «Esta final é mais a nossa “praia”, vai ser um jogo importantíssimo, o qual queremos vencer, e desta forma conquistar o primeiro tí-tulo da história do clube. Era bonito neste pri-meiro ano de vida colocar um troféu na vitrina. Vamos lutar para isso», promete o mister.

Futuro? «Sinto-me bem aqui»

A época que agora chega ao final colocou a fas-quia bem alta quanto ao futuro imediato para as cores do Ermesinde 1936. Fazer igual na próxima temporada implica subir mais uma di-visão, mas... antes de tudo Jorge Lopes irá vol-

tar a comandar o grupo na tentativa de assalto à Divisão de Honra? «Sim, em princípio vou, sinto-me bem aqui, nunca escondi isso. Para já não tenho grandes ambições em ir para outros sítios, estou no meu clube, e enquanto as pesso-as entenderem que sou útil ao Ermesinde 1936, e eu também me sentir útil ao projeto, vou con-tinuar». O timoneiro da equipa está contudo ciente das dificuldades que o clube irá encontrar na 1ª Divisão, um campeonato mais exigente e competitivo que a 2ª Divisão, e quando ques-tionado até onde poderão ir os ermesindistas o treinador promete que acima de tudo a equipa tem ainda margem de manobra para continuar a ser ambiciosa, isto sem prometer subidas ou títulos. «Temos de tirar partido do que de bom aconteceu esta época. Penso que se conseguir-mos manter a maior parte do grupo de trabalho, e se dentro das nossas possibilidades financei-ras conseguirmos um ou outro reforço julgo que poderemos andar nos primeiros lugares. Vamos ver». Certo é que o clube irá continuar a aposta na formação, que além de ser uma lei – a associa-ção na próxima temporada exige que todos os clubes a competir nos seus campeonatos apre-sentem na sua ficha de jogo pelo menos cin-co atletas oriundos da sua formação – é uma filosofia do clube. Filosofia essa da qual Jorge Lopes é um profundo adepto, ele que após pen-durar as chuteiras enquanto jogador iniciou o percurso de treinador ao serviço dos escalões de formação do antigo Ermesinde SC, embora admita que este setor, pelo qual tem um enorme carinho, ainda esteja a criar a suas bases no

seio do Ermesinde 1936. «A formação ainda não tem uma base muito organizada, mas con-certeza com o tempo e o trabalho as coisas vão melhorar. A formação tem de ser obrigatoria-mente uma aposta deste clube, sendo que aliás cerca de 80 por cento dos jogadores do atual plantel sénior é oriundo da formação do anti-go Ermesinde. A formação é o futuro», aponta Jorge Lopes.

Massa adepta foi muito importante

Na hora de repartir os louros de uma época que ficará com toda a certeza na história do clube, Jorge Lopes não esquece a massa associativa e os adeptos do novo Ermesinde. Adeptos que para o treinador foram muito importantes ao longo deste trajeto vitorioso. Recorda que em muitos encontros disputados fora dos Sonhos parecia mesmo que o Ermesinde 1936 jogava em... casa, tal era o elevado número de apoian-tes que consigo levava. «Eles também entraram nessa dinâmica de vitórias que fomos tendo ao longo da temporada, e foram crescendo em nú-mero jogo após jogo, de tal maneira que a certa altura comecei a ver o estádio cada vez mais composto, fazendo-me recordar aquilo que era o Ermesinde há uns anos atrás, um clube que enchia as bancadas jogasse onde jogasse. É notório que hoje tenha voltado a haver uma sintonia muito grande entre a massa associativa e o clube, e isso é muito importante para a con-tinuidade deste projeto». Assim sendo, o mister Jorge Lopes apela para que esses adeptos continuem a apoiar o clube no futuro imediato, prometendo que dentro do campo a sua equipa vai tentar dar continuidade à dinâmica vitoriosa patenteada nesta época, para que dentro de três ou quatro anos o Erme-sinde 1936 esteja num patamar mais elevado, por outras palavras, uma Divisão de Elite, por exemplo. «É perfeitamente possível lá chegar», remata o treinador no encerramento desta nossa pequena conversa.

Jorge Costa: «Esta foi a melhor resposta que pudemos dar a quem não acreditava em nós»

entrevista

aturalmente satisfeito e or-gulhoso com o trajeto do Ermesinde 1936 estava o presidente da Direção, Jorge Costa. Numa curta troca de

palavras com o nosso jornal escassas horas antes do último jogo da temporada, ante o Medense, o líder ermesindista começaria por dar a entender que o êxito alcançado na época de estreia do seu clube acabou por calar muita gente! «Foi de facto bonita a ca-minhada que fizemos, tanto no campeonato como na Taça Brali. Tudo isto aconteceu no primeiro ano de vida do Ermesinde 1936, e por isso tem ainda mais sabor, porque foi um ano difícil, um ano onde tivemos de formar o clube, organizar tudo, eu não diria que foi uma caminhada contra tudo e contra todos, mas foi contra muita gente que era cética em relação ao nosso projeto. E esta foi a melhor resposta que pudemos dar a quem não acreditava em nós, a quem pen-sava que o futebol em Ermesinde iria aca-bar. No entanto, ainda há muita gente cética em relação a este clube, embora menos do que no início da temporada, pois muitas dessas pessoas que não acreditavam em nós

têm agora outra ideia em relação ao Ermesinde 1936. As nossas vitórias, os nossos golos, fo-ram a melhor resposta para quem não acreditou em nós», atacou Jorge Costa, que terminado o campeonato, confidenciou que a subida de di-visão sempre foi um dos objetivos iniciais do clube, embora não assumido publicamente para que não fossem criadas expetativas altas numa casa que estava a começar a ser edificada.

Questão do estádio continua num impasse Uma das grandes dificuldades pelas quais o clu-be passou e continua a passar prende-se com o impasse da situação em relação ao Estádio de Sonhos. As negociações entre a Câmara Muni-cipal de Valongo (CMV) e o principal credor do antigo Ermesinde SC, Abílio de Sá, para que este último ceda a título definitivo o recinto à autarquia, mediante “negócio” que satisfaça naturalmente o construtor, continuam a ser co-zinhadas em lume brando. Pelo pouco que sabe, Jorge Costa adianta mesmo que, segundo infor-mação veiculada pela Câmara, Abílio de Sá terá recusado recentemente algumas propostas fei-tas pelo atual executivo camarário. «No tempo do executivo liderado por João Paulo Baltazar, que aliás é uma pessoa a quem estamos muito agradecidos pela força que nos deu para arran-car com este projeto, tivemos algumas promes-sas de que o estádio iria passar a municipal.

Depois, com a entrada do novo executivo a si-tuação inverteu-se, embora estejamos a manter algumas reuniões com a atual Câmara, a qual nos vai informando do ponto da situação, sendo que aliás o atual vereador do desporto já nos disse que caso o negócio com Abílio de Sá não se concretize a CMV já está a procurar terrenos em Ermesinde para que possa ser construido um estádio municipal. No entanto, nós, enquan-to ermesindistas, sempre nos habituamos ao Es-tádio de Sonhos, é aqui a nossa casa, e como tal é aqui que gostaríamos de continuar. Vamos ver o que acontece», frisa Jorge Costa que aprovei-ta ainda para endereçar um forte agradecimento à Junta de Freguesia de Ermesinde na pessoa do seu presidente Luís Ramalho, pelo apoio dado desde início ao projeto Ermesinde 1936. Apoios que ainda são poucos por parte do co-mércio local, nas palavras do dirigente, que adianta que o clube vai tendo “aqui e ali” algu-ma ajuda por parte dos comerciantes da cidade,

mas é preciso mais para que o clube conti-nue a crescer.

Êxito repetível na próxima época?

Em jeito de balanço no que concerne ao primeiro ano de vida do Ermesinde 1936, que está prestes a cumprir-se, Jorge Costa sublinha que em termos de adesão de as-sociados o panorama não foi mau, já que o clube conseguiu “cativar” meia centena de associados. E por falar em associados será que na sequência do brilhante trajeto desportivo do novo Ermesinde em 2013/14 estes podem na próxima temporada exigir uma nova subida? Jorge Costa é cauteloso na resposta, admitindo que o êxito alcança-do na época que agora chega ao final possa elevar as expetativas dos sócios, mas prevê que a 1ª Divisão seja um campeonato mais competitivo em relação à 2ª Divisão. «As dificuldades na 1ª Divisão irão ser maiores, mas se conseguirmos manter a maior parte do atual grupo penso que podemos ombrear com as melhores equipas, e depois, natural-mente, estou certo de que os resultados vão aparecer, e veremos então quais os objeti-vos que podem ser alcançados», projeta o presidente, que conta com a continuidade de Jorge Lopes e da restante equipa técnica para 2014/15, a quem, aliás, teceu rasgados elogios pela forma como trabalhou. A terminar Jorge Costa enviou uma sauda-ção especial aos sócios e simpatizantes do Ermesinde 1936 pelo apoio dado ao longo da temporada, em especial à claque do clu-be, sempre presente quando a equipa entra em campo, claque cujo apoio incansável foi determinante para que o sucesso fosse al-cançado. «Eles foram o nosso 12º jogador», remata o presidente, pouco antes de se dar início a mais um momento de festejos.

Miguel Barros

Foto: Manuel Valdrez

Foto: Manuel Valdrez

A Voz de Ermesinde - Maio de 20144

ermesindedesportivo

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento nao pode ser comercializado separadamente).Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez.Colaboradores: Agostinho Pinto e Luis Dias.Design: Joel Mata e Marcos Ribeiro (colaboração com o Curso de Técnico de Design Gráfico da Escola Secundária de Ermesinde)

Tarde de consagração culminada com a obtenção da maior goleada da temporada

Apesar da derrota no jogo final da Taça Brali Ermesinde 1936 honrou a camisola

Numa tarde soalheira, onde os passeios à bei-ra-mar poderiam ser mais apelativos, o Estádio de Sonhos registou um bom número de associados e simpatizantes do Ermesinde 1936 que ali se des-locaram com o intuito de felicitar os vencedores da Série 1 da 2ª Divisão Distrital da AFP. Com o título já garantido, e a subida de divisão consuma-da, o jogo – alusivo à 30ª e última jornada – foi uma autêntica festa para os homens vestidos de verde e branco. Antes de darmos conta dos desen-volvimentos desta partida é de fazer uma pequena nota de rodapé para dizer que na semana anterior à receção ao Medense a turma da nossa cidade havia sido derrotada na deslocação ao reduto do Inter de Milheirós por 2-1. De volta ao jogo da consagração para comece-mos por recordar que os jogadores do Ermesinde 1936 entraram no relvado com o cabelo pintado de verde e, melhor resposta não se podia esperar! Nova goleada registada no último jogo do calen-dário, num encontro que teve sempre apenas e só um único sentido, o da baliza do Medense. Faria, Diogo Loureiro, Leça e Fajó foram os autores dos golos do coletivo ermesindista na primeira parte. Na etapa complementar Danny, que entrou aos 60 minutos, foi a figura de destaque pois, ainda foi a tempo de marcar por umas incríveis quatro vezes! Registo também do regresso de Morangos, que por motivos de ordem profissional esteve au-sente durante grande parte da segunda volta do campeonato, que regressou aos 84 minutos para o lugar de Fajó, recebendo uma grande ovação da massa associativa local. Para a história fica como resultado final 8-0 para a equipa do Ermesinde 1936 que terminou a prova com mais dez pontos do que o Leça do Balio, o segundo classificado, e com um registo incrível de 81 golos marcados e apenas 25 sofridos. No último encontro do campeonato o Ermesinde 1936 alinhou com: Teixeira; Fábio David (Pedro Castro, 46), Marco, Xina e Pedro Assunção; Fajó (Morangos, 84), Serginho (Andrezinho, 60) e Leça; Faria (Pinto, 46), Diogo Loureiro e Pauli-nho (Danny, 60). Treinador: Jorge Lopes.

Título de campeão de série assegurado ante o S. Vítor

Quando faltavam duas jornadas para o fim do campeonato, o Ermesinde Sport Clube 1936 con-firmou o título de campeão da série 1 da 2ª Divi-são Distrital da AFP, após bater por 3-1 a forma-

A consagração foi adornada com a maior goleada da época desportiva que está prestes a findar. 8-0, foi com este resultado que o Ermesinde 1936 es-magou o Medense e deu por encerrada a sua participação na Série 1 do Cam-peonato Distrital da 2ª Divisão da Associação de Futebol do Porto (AFP), na passada tarde de 11 de maio. Os ermesindistas concluíram a prova com 69 pontos, mais 10 que o segundo colocado, o Leça do Balio, e com um impres-sionante registo de 81 golos marcados e somente 25 consentidos. Agora, resta lutar pela conquista do título de campeão da 2ª Divisão, com o vence-dor da Série 2 deste escalão, no caso o combinado do Frazão, partida essa cuja data ainda se encontrava por definir na hora do fecho desta edição. Em seguida passamos os últimos momentos de glória do Ermesinde 1936 na Série 1 da 2ª Divisão, começando pela tarde de festa ante o Medense.

ção do Sporting de S. Vítor, em jogo (na imagem) disputado no Estádio de Sonhos no passado dia 27 de abril. Com razoável número de público, o Ermesin-de 1936 equipou com camisola amarela e calção azul e como curiosidade registe-se a presença nas bancadas do presidente da Junta, Luís Ramalho. Quanto à partida propriamente dita, o Erme-sinde 1936, como lhe competia, teve sempre a iniciativa de jogo, marcou três golos mas podia ter marcado mais, se os seus avançados tivessem maior eficácia ao nível da concretização. Efetiva-mente, depois de algumas ameaças, quase sempre protagonizadas por Paulinho, o Ermesinde 1936 lograria marcar o seu primeiro golo já muito perto do intervalo, com um excelente trabalho de Faria, pelo lado esquerdo do seu ataque, o qual passando por vários adversários cruzou para Paulinho, que no centro da pequena área só teve de rematar para o fundo das redes à guarda de Seabra que, desta vez, nada pôde fazer para evitar o golo. No recomeço do encontro, e ainda antes das substituições, os locais mostraram-se determi-nados no ataque e Diogo Loureiro falhou uma excelente oportunidade aos 49 minutos, mas quatro minutos depois não falhou e rubricou um belíssimo golo. A equipa da casa, bastante moti-vada, continuou a impor o seu jogo e é com toda a naturalidade que chega ao 3-0, ao minuto 62, novamente por intermédio do seu goleador, Pauli-nho, que desta forma elevava para 31 o número de golos apontados no campeonato. Impressionante! O S. Vítor não se atemorizou com o adversário, nem com a sua maior qualidade, bem evidencia-da em campo, e, após as três substituições, ainda conseguiu marcar o tento de honra, ao minuto 77, por intermédio do recém-entrado Jorginho, que soube aproveitar da melhor maneira uma saída em vão de Teixeira, que não foi suficientemente eficaz para segurar a bola, embora nos tenha fica-do a ideia de ter havido falta sobre o guarda-redes.Mas o clube anfitrião foi um justo vencedor de um jogo em que é de registar o bom comportamen-to dos jogadores de ambas as equipas, não tendo sido exibido qualquer cartão, e o apoio incondi-cional da massa simpatizante do Ermesinde. Neste encontro os verde-e-brancos alinharam com: Teixeira; Fábio David (TT, 83), Marco, Pe-dro Castro e Pedro Assunção; Xina, Leça (Andre-zinho, 60) e Serginho; Faria (Pinto, 60), Diogo Loureiro (Fábio Moreira, 83) e Paulinho (Danny, 83).Treinador: Jorge Lopes.

ma grande festa. Foi assim o jogo que no Dia do Trabalhador – dia 1 de maio – juntou, na final da

primeira edição da Taça Brali, organizada pela Associação de Futebol do Porto, as equipas do Serzedo e do Ermesinde Sport Clube 1936. O encontro teve como palco o Estádio do Leça, e contou com a participação de uma grande falan-ge de apoio às equipas participantes. De destacar o grande número de adeptos que se deslocou de Ermesinde até Leça da Palmeira e que, apesar do resultado menos favorável à equipa verde-e--branca, apoiou do início ao fim com grande brio a equipa da nossa cidade, que mais parecia estar a jogar em casa. A partida da “grande” final começou com a equipa do Ermesinde 1936 mais forte e a criar bons lances de ataque, no entanto, sem grandes consequências para a baliza defendida por César.

Os dois guarda-redes foram, aliás, quase meros espetadores durante a primeira parte do encon-tro. O forte vento, que se fazia sentir durante a primeira parte, prejudicou também a equipa do Ermesinde 1936, que jogava contra o vento e tentava com passes longos chegar à grande área contrária. O Serzedo foi crescendo e, quando já se esperava que o nulo se mantivesse até ao in-tervalo, Bruninho tem uma arrancada pelo lado esquerdo do ataque, passa por Folgosa e cruza, com peso e medida, por cima do guarda-redes Ericksson, para a cabeça de Bruno Faria que abriu o marcador. Na etapa complementar o Ermesinde 1936 en-trou, mais uma vez, com toda a força na partida, mas a bola continuava a andar longe da baliza do Serzedo. A turma de Jorge Lopes apostava tudo no ataque mas foi a equipa de Serzedo quem beneficiou deste facto ao explorar, da melhor maneira, vários contra-ataques rápidos que dei-xaram a defesa do Ermesinde 1936 totalmente aberta e tiveram como destino o fundo da baliza de Ericksson, mais três vezes. Para a história ficou o resultado de 4-0 para a

equipa de Vila Nova de Gaia, que para além de garantir o troféu, assegurou um lugar na edição do próximo ano da Taça de Portugal, mas a atitu-de e a garra da equipa do Ermesinde 1936 deve ser de louvar por todo o caminho que foi per-corrido não só até esta final, como pelo primeiro lugar obtido na Séria 1 do Campeonato Distrital da 2ª Divisão. O público presente saudou, e mui-to bem, os jogadores verde-e-brancos até ao re-

colher da equipa e demonstrou que acredita que este clube novinho em folha, pode repetir o glo-rioso passado do antigo Ermesinde Sport Clube.Na final da Taça Brali o Ermesinde 1936 alinhou com: Ericksson; Fábio David (Pedro Castro, 67), Folgosa, Marco e Pedro Assunção; Fajó, Leça (Andrezinho, 81) e Serginho; Faria (Pinto, 67), Diogo Loureiro (Danny, 81) e Paulinho. Treina-dor: Jorge Lopes.

MB

luis Dias

luis Dias

Foto: Ermesinde 1936

Foto: Manuel Valdrez

MAIO de 2014 • A Voz de Ermesinde 13Emprego

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MAIO de 20141 • A Voz de E rmesinde 15Crónicas 14Crónicas

Pintura: Cláudio Portinari

e eu evitasse abordar o tema de Abril, deixando esta re-flexão para trás, seria como passar na vida sem ter vivi-

do algumas das suas etapas, criando-me um espaço inócuo, que sempre ficaria vazio, ain-da mais quando vi a partilha de uma frase de Salgueiro Maia, onde li: «Não se preocupem com o local onde sepultar o meu corpo. Preo-cupem-se é com aqueles que querem ajudar a sepultar o que ajudei a construir» (in: “Correio do Ribatejo”). Tentei ir atrás da data em que esta frase terá sido escrita. Ao fazê-lo, tive que ir de encontro à vida de um “capitão de Abril”, retrocedendo no mínimo, 22 anos – altura em que faleceu.Também eu localizei a minha vida 22 anos atrás e compreendi este alerta velado que nos fazia. Era o tempo em que eu já era cética em relação a ideologias e dogmas. Muito mais tarde penso que esse “estado de espírito” se deveu ao facto de começar a pensar por mim mesma. Uma das falhas que acuso a essa altu-ra foi ter interrompido um direito que me foi oferecido e é um dos pilares da democracia – o direito de escolher através do voto, de forma livre. Mais tarde, também por ter pensado por mim mesma, fui vendo que o “naipe” dos que iam sendo escolhidos pouco a pouco deixa-vam cair direitos, que até eles próprios tinham defendido, de forma acérrima. Senti a minha quota-parte de culpa e tentei nunca mais falhar ao dever cívico de votar.Em tempos de hoje, ao ter ido de encontro à história de Salgueiro Maia, percebi o quanto ele terá acreditado na liberdade e na democra-cia. Francisco Sousa Tavares escrevia a uma dada altura: «Dominou calmamente, no Ter-reiro do Paço,…dominou o brigadeiro que se lhe quis opor e, pela calma fixa do seu olhar, dominou um a um os homens que receberam ordens para disparar sobre ele. No Carmo do-minou tudo e todos: dominou a guarda, do-minou o Governo, dominou os ministros que choravam, dominou a multidão e dominou o

ódio coletivo dos que gritavam vingança. E dominou o tempo e a vitória que veio ter com ele, obediente e fascinada…».Isto são acontecimentos relatados de um Abril de 1974, a um homem, capitão, que a Francisco Sousa Tavares também merece as seguintes palavras para o caracterizar – «…Era um militar de bravura inigualável, mas também extremamente sensato e um homem de coração…». Não me surpreendeu quando li que tinha recusado ser comandante da Escola Prática de Cavalaria, membro do Conselho da Revolução, adido militar, etc.. Tudo tinha re-cusado porque a única ambição que tinha era continuar em Santarém, com o posto que ocu-pava. Respondia: «O que lá vai, lá vai...». O que me surpreendeu foi que, pela lealdade aos princípios que defendia, tenha pago uma fatu-ra demasiado cara – entre 1977 e 1984, nós, os que beneficiámos de uma liberdade, contribuí-mos para que ele tivesse sido «completamente ostracizado», conforme li.Como cidadã eu usufruía de benesses conse-guidas por parte de quem acreditou por mim (adolescente que eu era). Senti-me envergo-nhada quando agora li – «… Como que puni-do por ter feito a revolução». Aconteceu-lhe a ele como a muitos outros militares de Abril. «Até já poderemos ser acusados e presos por implicação no 25 Abril» – chegou a confessar a João Paulo Guerra. Desalentado, tentou um último reconhecimento da hierarquia militar. Em 1988, já doente, solicita uma irrisória pen-são por «serviços excecionais ou relevantes» prestados ao País. Essa pensão foi-lhe recusa-da, ao mesmo tempo que era atribuída a dois antigos inspetores da PIDE». Rendeu-se a uma doença em 4 de abril. Eu sei que entre as grandes patentes presentes no cemitério, no mínimo, quatro Presidentes da República assistiram à descida à terra de um caixão mo-desto que terá transportado um Homem, com as divisas do capitão, que sempre livremente quis ser.Apercebi-me que nós, os que escolhemos os “maestros do nosso País” indiretamente tere-mos contribuído para a deceção e amargura deste homem. Demasiado ocupados em tentar recolher todos os proventos da democracia

em que terá sido dos primeiros a acreditar, fomo-nos alheando da derrapagem a que um processo democrático também pode condu-zir. Continuando a pensar por mim só, tenho consciência que em tempos de ditadura eu nunca teria tido a oportunidade de passar por vivências que foram únicas, em tempos únicos e que nada têm a ver com questões de “latifún-dio” ou “proletariado”, “rico” que eu queria ver “ pobre” ou “pobre” que devia viver como “rico”.Quando ouço os apelos de muitas pessoas ao “antigamente”, acredito que quisessem voltar, mas guardando os proventos recolhidos ao longo destes 40 anos, muitos dos quais seriam impensáveis obter em tempos de ditadura. Vol-tar ao “antigamente” não me assustaria pelo facto de se voltar a tempos do “beija-mão” ou da subserviência. Isso nunca deixou nem dei-xará de existir – mais do que ser apanágio de uma sociedade, aprendi que isso é inato do ser humano. Uma atitude que até é da “praxe” e que passa por qualquer estrato social e mesmo académico. Há tempos atrás um estudante uni-versitário dizia na televisão que estes “rituais” existem para preparar as pessoas para a atitude de “baixar a cabeça” , num gesto que pode ser apanágio dos fracos mas também uma atitude de nobreza dos fortes.A perda da liberdade, para mim, tem a ver com abertura de fronteiras, tem a ver com liberda-de de expressão, tem a ver com ausência de opressão, tem a ver com respeito, tem a ver com educação, oportunidade em igualdade de circunstâncias e o direito de se escolher. No funeral de Salgueiro Maia, alguém terá dito: «Mesmo depois de morrer o Maia continua a servir sem se servir». Sei que a título póstu-mo atribuíram-lhe o que podiam como mérito mas, mesmo assim, a pensar por mim só, em tempos de um Abril de 2014, penso que não ousaria usar o estandarte de Salgueiro Maia para defender a perda da minha liberdade. Ele fez mais do que a parte dele e fui eu que não fiz a minha. Também, em tempos de Abril de 2014 (a exemplo do ano passado), volto a sentir a necessidade de fixar a mensagem que me passa o quadro de Candido Portinari, “Os Retirantes” (1944). Olhando-o sobre diferen-tes perspetivas, revejo nele tudo aquilo em que nos estamos a transformar – a decadência de uns, a avareza e a ganância de outros, a inveja de tantos outros e a falta de bom senso de uns tantos mais.Edgar Degas disse que «Arte não é o que você vê, mas o que faz os outros verem». A pensar por mim só, olho para as obras de Candido Portinari e percebo que sendo ele um expres-sionista, utilizava a sua arte para dar a conhe-cer a realidade social do seu país (Brasil), na primeira metade do Séc. XX. Curiosamente,

é uma realidade que continua a refletir-se em inícios do século que se segue mas que agora transpôs fronteiras e nos “abraça” a todos, de perto. Falo da crise, da descrença, da ausência de valores e de expetativas, que em linguagem de arte, são de dialeto universal, pois com Por-tinari isso percebe-se através das suas telas, quer olhando “Os Retirantes”, mas também outras onde vemos meninos “universais”, que brincam ao baloiço, que jogam à bola, que lan-çam papagaios de papel, etc..A sentir por mim só, além de se expressarem na língua de Camões, encontro outro denomi-nador comum entre Salgueiro Maia e Portinari – a fidelidade a uma causa. Salgueiro Maia, não abriu mão dos seus princípios e da humil-dade que o caracterizou e Portinari (que estava proibido de pintar pelo mal que as tintas fa-ziam à sua saúde), que não conseguia afastar--se do apelo das telas que não renegavam as suas origens humildes, e entregou a sua vida à pintura, morrendo por intoxicação provoca-da pelas tintas. Uma coisa que infelizmente os distingue foi o facto de Candido Portina-ri ter recebido o reconhecimento do seu País em vida e o Capitão Salgueiro Maia (o militar que teve a arte de ajudar a serenar ódios e que serviu um ideal, sem se servir), tivesse mere-cido a distinção do seu país somente a título póstumo.Quando atualmente começo a ver proliferar rostos de um passado (que fui educada para respeitar e continuo a fazê-lo) em que são usa-dos vaticínios a que ninguém terá ligado ne-nhuma, eu, como portuguesa que pensa e sente por si mesma, posso fazer o “mea culpa” e as-sumir ter falhado na parte que tocou e pronti-ficar-me para contribuir no que ainda se irá a tempo de mudar. O que não posso (nem quero) é dizer ao mundo que no século XXI eu não sou capaz de viver num Estado democrático pedindo ao tempo que volte para trás, de novo.

Os contrassensos de uma revolução

GLÓRIA LEITÃO

MAIO de 2014 • A Voz de E rmesinde 15Crónicas

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15Crónicas

imobilismo foi de tal ordem ao longo de sé-culos que, dir-se-ia, a mudança não foi mais que uma ligeira brisa,

pequenos avanços no modo de vida das popu-lações: o outono trazia frutos e arrastava as fo-lhas secas que a estiagem e os primeiros ventos frios faziam tombar e, ao arrastá-las, juncavam caminhos que chuvas, pessoas e animais iam desfazendo ao passar, tempo de sementeiras do cereal, recolha de castanha e de azeitona; no in-verno havia chuva abundante, geadas e nevões que muito raramente permitiam trabalho agrí-cola, à exceção da poda de árvores mais para diante, mas davam o aconchego das famílias à lareira a comer bilhós(2) enquanto o fumo cura-va os produtos resultantes das mata-porcas(3); a primavera chegava a dissipar as nuvens num convite ao sol e subindo gradualmente as tem-peraturas o que permitia cultivo de hortas, cor-tinhas e veigas (hortaliça, legumes, tubérculos, cereal tardego(4)), mondas e escava das vinhas, florescência de amendoeiras, cerejeiras e outras árvores frutíferas; chegado o verão tinha início um ror de trabalhos difíceis, os mais pesados, como a ceifa dos fenos, as segadas, acarrejas(5), malhas e recolha dos cereais, finalmente o ar-ranque e armazenamento das batatas. Tudo era feito com o auxílio de animais de tiro(6) com recurso exclusivo ao natural, desde os utensílios à fertilização das terras, ao combate às ervas da-ninhas e às moléstias que infestavam plantas e árvores. Somente no pós-2ª Guerra Mundial, foram introduzidos, adubos, pesticidas e outros químicos acabando as pouco higiénicas estru-meiras(7), apareceram as primeiras máquinas que tornaram, gradualmente, mais rápidos e fáceis os trabalhos do campo. Quem persiste na agricultura tem, hoje, ao seu dispor, a mais atualizada maquinaria. Da sacristia ao passal, da rabiça do arado a compromissos na cidade, havia, em tempos idos, um complexo sistema de vasos interco-municantes que transportavam necessidades, preocupações, circunstâncias várias e caracte-rizavam a forma de viver nas pequenas comu-nidades rurais. O padre era pastor e, em muitos casos simul-taneamente, membro da comunidade: autorida-de religiosa porque só a ele competia orientar a instrução doutrinal de crianças e de adultos, presidir aos atos de culto, ministrar os sacra-

mentos, acompanhar os defuntos desde a casa que habitou até à igreja e desta, após Missa de corpo presente e ofícios fúnebres, para o lugar que, impropriamente, designamos por “sua últi-ma morada”, onde procedia à “encomendação do cadáver”, derradeiro ato litúrgico de despe-dida a quem foi cristão e de quem já só existiam restos; membro da comunidade com residência paroquial, terras de cultivo e outros bens a que davam o nome de passal, destinados à subsis-tência do sacerdote e de outros membros da sua família, na maior parte dos casos, uma irmã sol-teira ou, à falta desta, uma criada com mais de cinquenta anos. As famílias eram numerosas e de grande fé, o que determinava o desejo dos casais em ter um filho padre e a renúncia ao ca-samento por uma das suas irmãs que assumia a administração da casa e colaborava no ensino da catequese e em serviços de apoio religioso às pessoas da aldeia. Nas famílias em que tal não era possível, o sacerdote podia recorrer, para a lida doméstica, a uma mulher que, presumia-se, não lhe despertasse desejos carnais, daí a regra de excluir todas quantas estivessem em idade fértil e de aspeto menos atraente, tanto mais que, em tempos não muito distantes, as pessoas envelheciam bem mais cedo. A instituição eclesial não estabelecia preço pelos serviços religiosos, justificando que não se regulava por interesses materiais mas, de um modo ou de outro, todos sabiam quanto “cus-taria” mandar celebrar uma missa, em quanto importava um batizado ou um funeral. Quem mandasse celebrar uma missa cantada sabia que teria de despender mais dinheiro consoante o número de co-celebrantes e atendendo à sole-nidade do ato. O mesmo acontecia tratando-se

de ofícios fúnebres, situação em que o número de padres e o valor a pagar seriam correspon-dentes. A morte de alguém de família abastada implicava a presença de muitos adjuvantes do pároco, diminuindo o custo consoante o rendi-mento do agregado a que o defunto pertencia até aos mais pobres que, por norma, ficavam a cargo exclusivo do pároco local. Ainda que tal costume não fosse de responsabilidade eclesiás-tica, também não era por ela contrariada. Esse e outros hábitos demonstravam que, até na mor-te, os fiéis estabeleciam diferenças entre si por critérios materiais. A par dessa diferenciação, existia outra, a de distribuir uma moeda pelas pessoas que assistiam ao funeral, mais valiosa se o morto pertencia a uma “boa casa” e di-minuindo segundo os recursos dos familiares. As moedas eram distribuídas aos presentes no decurso da cerimónia e era suposto que fossem por eles depostas sobre um pano negro coloca-do junto da urna, convidando-os, desta forma, a contribuírem para a celebração de missas por alma do defunto. Cada um era livre de aceitar o convite ou de guardar a moeda, situação em que ela se transformava em óbolo pela mesma inten-ção. Até meados do século passado, as aldeias transmontanas eram densamente povoadas, de assídua prática religiosa e separadas umas das outras por escassos quilómetros A comparên-cia aos funerais, ainda que de outra aldeia, era considerada dever religioso e social. Algumas dessas pessoas tinham familiares na terra onde se realizava o funeral e almoçavam em suas ca-sas; outras tinham que recorrer a meios próprios para comer nas tabernas. Em tempos mais recu-ados, à família do falecido incumbia distribuir pão e vinho a quem desejasse, desde que tivesse condições para tal.As paróquias de antanho podiam ou não coin-cidir com as freguesias, muitas limitavam-se a uma só aldeia enquanto as freguesias podiam ter duas ou três aldeias anexas. Havia grande afluência de rapazes aos seminários que, em percentagem significativa, se tornavam sacer-dotes porque era uma honra ter um filho pa-dre, não se falava muito de falta de vocações. Durante séculos, os seminários foram mesmo a única maneira de os menos favorecidos ace-

derem à cultura e, simultaneamente, escaparem a uma vida muito esforçada e pouco compensa-dora. Filhos de lavradores, na sua maioria, não se furtavam a empunhar a rabiça do arado ou o cabo da enxada, a semear, a regar e a fazer outros trabalhos agrícolas, embora pudessem contar sempre com a prestimosa colaboração dos paroquianos, sobretudo quando esses traba-lhos exigiam mais braços como as colheitas dos cereais, das batatas, a apanha da azeitona ou as vindimas. Todavia, ao múnus sacerdotal e às tarefas do campo, os padres tiveram outra função que lhes era atribuída pelo Estado: lavrar assentos de nascimento, de casamentos e de óbitos dos pa-roquianos. Por falta de tempo, de concentração ou de zelo, muitos párocos cometeram erros nos assentos de batismo com reflexos negativos nas vidas dos futuros cidadãos: esqueciam-se de escrever o apelido de uns; trocaram o apelido de irmãos; deram um nome no batismo católi-co e escreveram outro para a mesma criança no registo que hoje chamaríamos civil. Na aldeia onde fui criado, conheci irmãos a quem foram sonegados os nomes de família, que nós chama-mos apelidos e os brasileiros conhecem como sobrenomes; todos ficaram com dois nomes próprios, José Manuel, Maria Emília, Antónia de Jesus, por exemplo; irmãos filhos do mesmo pai e da mesma mãe aos quais foram atribuídos os apelidos de Pires a uns e Ferreira a outros; conheço, pelo menos, o caso de um homem a quem atribuíram dois nomes próprios: José numa instância e César na outra. De uma aldeia para outra, ou para a cidade, padres e gente comum deslocavam-se a pé na maioria dos casos, ou montados em burras, ma-chos, mulas, cavalos ou éguas que era necessá-rio alimentar. O feno, a palha ou o grão faziam parte da equipagem.A geração que, no tempo atual, tem mais de setenta anos bem pode afirmar que passou da Idade Média para a época pós-moderna, porque nenhuma outra ao longo da História presenciou tantas e tão rápidas mudanças. (1) De brisa ligeira – (sentido figurado) de mu-danças quase insignificantes;(2) Bilhós – castanha depois de assada e liberta da casca;(3) Mata-porcas – mata-porca, mata-porco, ma-tança, variações vocabulares para uma das mais importantes datas na vida rural pelo que repre-sentava na vida das pessoas da aldeia;(4) Tardego – o mesmo que tardio, semeado mais adiante;(5) Acarrejas – transporte do cereal, em carros de bois, do campo para as eiras onde era ma-lhado;(6) Animais de tiro – em geral chamavam assim aos animais que puxavam o arado ou o carro: bovinos, muares, equinos;(7) Estrumeiras – palha ou folhas de carvalho espalhadas nos caminhos sobre as quais cami-nhavam humanos e animais e que, uma vez des-feitas, eram retiradas e levadas para estrumar as terras.

Terras de brisa ligeira(1)

NUNO AFONSO

Pintura: Friedrich Eckenfelden

16 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014CrónicasCrónicas16

futebol, para além de um jogo, com muitos séculos de existência,

embora na sua versão atual, tenha pouco mais de cem anos, e como jogo, é algo que, do pon-to de vista racional, é de difícil explicação. Em, muitos aspetos pode ser equiparado a uma arte, mas as paixões clubistas ou de nacionalismos, vividas fora das quatro linhas e durante os dias do antes e do depois dos jogos, acrescentam-lhe algo que praticamente só existe nas guerras e ri-validades entre povos, seja a nível de bairros, regiões ou mesmo entre nações. Depois e des-de que outros interesses descobriram o futebol como veículo que serve às mil maravilhas ou-tros propósitos, este deixou de ser um mero jogo que tem a sua beleza e é também, para quem o pratica, um excelente exercício físico e lúdico e que ajuda a moldar a formação humana, prin-cipalmente nos jovens, se este for corretamente utilizado. Mas, infelizmente, o futebol como “arma de arremesso” ou de deformação humana começa logo nos escalões jovens e em vez de ser “uma escola de virtudes” e perseguir aquele objetivo, pelo qual todos deveríamos lutar, de “mente sã em corpo são” – contribuindo assim para a formação de cidadãos com “fair play” e educação – faz nascer logo aí os vírus que vão atacar um jogo que deveria ser isso mesmo, por mais épica ou dramática que seja uma partida de futebol. O futebol é apenas a coisa mais im-portante das coisas menos importantes e mesmo que se sejamos um ferrenho e doente adepto da

nossa equipa, o drama ou a euforia não deve le-var os adeptos a situações de verdadeira guerra com destruições de bens e mesmo de mortes, como muitas vezes tem acontecido. Só a falta de “fair play”, má formação humana, ódios e ri-validades amordaçadas, juntamente com outras doenças sociais, muitas vezes habilmente mani-puladas por parte de alguns agentes com propó-sitos bem delineados, fazem com que em torno de um jogo de futebol ou por causa dele, pos-sam surgir as terríveis barbáries que mostradas pela imprensa, principalmente a televisão, nos fazem corar de vergonha numa época em que as sociedades modernas deveriam concentrar as suas energias no combate a males que a todos nos afetam, como sejam, por exemplo, as guer-ras (estas infelizmente verdadeiras), a fome em muitos países, as calamidades, as “crises econó-micas de crescimento” e, agora muito na ordem do dia, a ecologia e os riscos que a humanidade corre, se não invertermos o rumo das agressões, alterando muitos dos nossos hábitos e práticas, porque a natureza não se queixa das agressões dos humanos, vinga-se. Mas voltando ao futebol, constatamos que os loucos e bárbaros andam à solta no futebol, se-jam eles dirigentes ou simples adeptos das equi-pas, onde, pelos vistos, tudo é permitido e as autoridades, políticas, desportivas, judiciais (in-cluindo a justiça desportiva) e policiais se sen-tem incapazes de implementar normas e práticas de combate eficaz a todos aqueles que se servem do futebol para levarem ao limite a sua malva-dez. E os contribuintes, sejam ou não adeptos, acabam por suportar os custos dos devaneios dalguns milhares de adeptos que encontram no futebol o campo neutro para fazerem tudo o que de mau tem a besta humana. Quanto custa, ao erário público, o policiamento de acompanha-mento e controlo das claques, para além da triste

imagem que nos dão, até porque as televisões lhes dão um relevo incompreensível? Mas se há países onde o controlo é mais eficaz do que no nosso, outros há ainda bem piores, mostrando que também a universalidade do fu-tebol abrange aquilo que de mau gira em torno dele. Por exemplo, num recente fim de semana, chegaram-nos notícias e imagens chocantes da evoluída Alemanha, onde a rivalidade entre adeptos de dois clubes da primeira liga alemã (Hannover 96 e Eintracht Braunschweig) ul-trapassaram os limites do intolerável. A notícia diz e mostra um cordeiro morto e degolado e pendurado nas redes do complexo desportivo do Hannover 96, e com um cartaz que tinha escri-to: «No domingo – dia do jogo a disputar entre os dois clubes – será a vossa vez, seus animais nojentos!», mensagem que se destinava à equi-pa do Hannover 96. No jogo da primeira volta, em Braunschweig, soltaram um porco com um cachecol do Hannover com o número 96, por este fazer parte do nome do Hannover, e do ou-tro lado o n.º 1, numa alusão ao antigo guarda redes do Hannover e do Benfica, Robert Enke, que se suicidou em 2009, atirando o seu auto-móvel contra um comboio. Aliás, a imagem do malogrado jogador, que sofria de depressão, foi também, em tempos usada pelos adeptos do Eintrach, numa faixa, com um comboio na boca, e com o seguinte dizer: «Follow your keeper – Sigam o vosso guarda-redes...!». Dias antes e também da evoluída Suécia, veio a notícia dum

adepto morto no confronto, em plena cidade, entre as claques de dois clubes que, nesse dia, disputavam um jogo do campeonato sueco. Estes são apenas dois exemplos mas que ilustram como andam à solta os loucos e os bárbaros no futebol e se com o mal dos outros podemos nós, como diz o povo, por cá coisas semelhantes também vão ocorrendo, até porque os rastilhos são lançados por aqueles que deve-riam dar o exemplo. Em resposta às acusações, os dirigentes do nosso futebol atiram-nos com areia aos olhos dizendo: «Se todos os males do nosso país fossem o futebol!...». Têm razão? Mas além disso, nada lhes dá o direito de serem inimputáveis ou irresponsáveis nas suas ações e nada lhes permite manipularem as emoções dos adeptos e fazer do futebol um campo de batalha, ou um jogo de interesses alheios à modalidade, com graves consequências e a própria morte deste popular e bonito desporto/espetáculo. E a nossa imprensa, com destaque também para as televisões, que nos exibem longas horas de futebol, mas onde o blá, blá, blá do fora de jogo, etc., veiculado até à exaustão por todo o tipo de comentadores prevalece sobre todos os outros valores de que o futebol deveria dar exemplo. E no meio disto tudo há ainda o elo mais fraco – os árbitros. A loucura é uma doença que associada a outras, mata. E o futebol não está imune a essa morte que até nem é tão lenta quanto se julga.

(*) Economista

CRÓNICAS DE LISBOA

SERAFIM MARQUES*

Os loucos no futebol

Foto Arquivo

MAIO de 20141 • A Voz de E rmesinde 17Opinião 17Opinião

ue a mentira é subs-tância aderente sem-pre presente na epiderme dos po-líticos, é algo que

todo o mundo sabe e que eles geralmente procuram esconder de todas as formas e feitios. Há, pois, razões para não estranhar quando esta gente que povoa os partidos e a governação surge a afirmar o que qualquer mortal, por mais distraído ou inculto que seja, logo se apercebe tratar-se de mais uma farsa política. Mas há limites, ou linhas

A. ÁLVARO DE SOUSA

vermelhas, que o comum dos cidadãos não deve desculpar.

Empobrecer até à exaustãoquem vive do trabalho

Vem isto a propósito do comportamen-to do ministro do Emprego e da Segurança Social na última reunião com os parceiros sociais na qual apresentou uma proposta no sentido de impor como cominação pelo não acordo de revisão dos contratos coletivos de trabalho, o corte de todos os subsídios, impondo aos trabalhadores passarem a re-ceber o salário base enquanto não se “che-guem à frente” num novo texto, que é como quem diz, perda de garantias anteriormente previstas na convenção que regula as rela-ções de trabalho de determinado setor em-presarial.

A matriz seguida pelos partidos da co-ligação governamental, de empobrecer até Farsa sim,

mas mais moderada

Foto Arquivo

à exaustão quem vive do seu trabalho, é o guião que PSD/CDS continuam a abraçar

como objetivo da passagem pela governa-ção, mesmo depois do famigerado próxi-mo dia 17 do corrente. E, na esteira deste alvo, a proposta de Mota Soares faz todo o sentido. O que não é entendível são as suas declarações de «que, para o Governo, é fundamental a proteção dos trabalhado-res durante o período de caducidade e de sobrevivência», acrescentando que por isso «não iremos propor qualquer alteração à atual legislação». Se se trata de um recuo do Governo ou de estratégia, logo veremos.

Um governante que tem este compor-tamento merecerá algum crédito quando fala? Então a proposta rechaçada pela UGT não era uma pura chantagem para obrigar os trabalhadores a aceitarem a renovação das convenções coletivas com a diminui-ção de direitos e aumento de obrigações? Não revelava ela completo desprezo pela proteção dos trabalhadores durante o perí-odo de caducidade e de sobrevivência do instrumento regulador do trabalho?

A recorrente “figura” que Mota Soares faz no tratamento dos assuntos relaciona-dos com o seu Ministério, tantos são os avanços e recuos, leva-nos a pensar que ele ou não tem consciência da imagem de “pau mandado” que exibe, ou tudo suporta por ainda não lhe terem assegurado a “gaiola” dourada que normalmente é oferecida aos ex-governantes portugueses. De qualquer modo, um pouco mais de coerência não lhe ficaria mal.

(*) [email protected]

18 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014

Ingredientes:placas de lasanha integrais q.b.óleo de coco extra virgem para untarfarinha de amêndoa q.b.flocos de levedura de cerveja q.b.

Recheio:1 dente de alho picado1/2 cebola picadaazeite virgem-extra q.b.1 beringela laminada2 alhos-franceses pequenos aos pedacinhossementes de feno grego q.b.lasquinhas de noz-moscada q.b.1 pitada de sal integral com ervas1 raminho de salsa cortado

Molho:1 colher de sopa de óleo de coco extra virgem1/2 cebola picada1 dente de alho picadosementes de feno grego q.b.lasquinhas de noz-moscada q.b.1 pitada de sal integral com ervaspolpa de tomate q.b.

Preparação:Para o recheio – aloura-se a cebola e o alho no azeite em lume brando e juntam-se os alhos

franceses. Depois junta-se a beringela, tempera-se, mexe-se e deixa-se cozinhar um pouco.Junta-se a salsa, desliga-se o lume e reserva-se.

Para o molho – aloura-se em lume brando a cebola e o alho no óleo de coco, junta-se a polpa,tempera-se, mexe-se e reserva-se quente.

Unta-se uma assadeira refratária com óleo de coco e coloca-se uma placa de lasanha. Rega-se com um pouco de molho quente e coloca-se por cima algum recheio. Repete-se até acabar orecheio. Rega-se com o restante molho e polvilha-se com a farinha de amêndoa e a levedura decerveja. Leva-se ao forno a 180ºC coberta com papel de alumínio. Retira-se no final para dar corao topo da lasanha. Serve-se polvilhada com sementes de sésamo feno grego e com salada.

Lazer

14 MAIO 1264 – Henrique III de Inglaterra é capturado e forçado a assinar o Miseof Lewes, fazendo Simão de Montfort o governante de facto da Inglaterra.

SOLUÇÕES:

Coisas Boas

Palavras cruzadas

DiferençasDescubra as10 diferençasexistentesnos desenhos

SOLUÇÕES:

Efemérides

Veja se sabe

Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letrasdesordenadas: AÇORES VÉDICO-MISSICIOS.

Rua dos Serviços Médico-Sociais.Anagrama

01 - Norueguês, Prémio Nobel da Paz em 1922.02 - Povo que habitou o reino de Mitani na Mesopotâmia.03 - Realizador romeno, autor de “Mãe e Filho” (2013).04 - Nasce no Parque Natural da Arrábida e desagua no Tejo.05 - A que classe de animais pertence o ai-ai?06 - A que Estado pertence a região de Aragão?07 - Em que país fica a cidade de Limassol?08 - Qual é a capital do Texas?09 - A abreviatura Dra corresponde a qual constelação?10 - Elemento metálico mole, n.º 69 da Tabela Periódica (Tm).

Provérbio

SOLUÇÕES:

01 – Fridtjof Nansen.02 – Hurritas.03 – Calin Peter Netzer.04 – Rio Coina.05 – Mamíferos.06 – Espanha.07 – Chipre.08 – Austin.09 – Dragão.10 – Túlio.

Quando maio chegar, quem não arou tem de arar.. (Provérbio português)

HORIZONTAIS

VERTICAIS

HORIZONTAIS

1. Criada. 2. Conhecer; rioeuropeu. 3. Pedaço de lenhaacesa; mil e quatro (rom.).4. Existência; godo. 5. Alú-men; tagarelar. 6. Nota mu-sical; progenitora. 7. Unida-de; fileira; sociedade anóni-ma desportiva. 8. Antes deCristo; letra grega. 9. Apetitesexual (pl.) dos animais; mó-vel. 10. Apontada.

1. Campeão; culto animista;cabelo branco. 2. Língua dosRomanos; em maior grau. 3.No mesmo lugar; tira depano que rodeia a cintura. 4.Lugar santos dos muçul-manos; partia; nota musical.5. Época; interpreta a escrita.6. Atacou os EUA no 11 demarço; ruim. 7. Porco; prono-me pessoal; bílis. 8. Aprecies;lugar de Ermesinde. 9. Põede lado; cidade da Roménia.10. Bosque.

SOLUÇÕES:

VERTICAIS

1. As; vudu; ca. 2. Latim; mais.3. Ibidem; cos. 4. Meca; ia; si.5. Era; le. 6. Osama; ma. 7. To;ela; fel. 8. Admires; Sa. 9.Deixa; Arad. 10. Arvoredo.

Sudoku (soluções)

Sudoku

173 173 173 173 173

17

31

73

17

31

73

17

3

Em cada linha,horizontal ou vertical,têm que ficar todos osalgarismos, de 1 a 9,sem nenhuma repeti-ção. O mesmo paracada um dos nove pe-quenos quadrados emque se subdivide oquadrado grande.

Alguns algaris-mos já estão coloca-dos no local correcto.

01. Harpa.02. Peixe.03. Cana.04. Cabelo.05. Cadeira.06. Mar.07. Manga.08. Nariz.09. Tamborete.10. Pescoço.

Lasanha de beringelae alho-francês

ILUSTRAÇÃO ARQUIVO

1. Alimentada. 2. Saber; Oder.3. Ticao; MIV. 4. Vida; seixo.5. Ume; palrar. 6. Mi; mae. 7.UM ala; SAD. 8. AC; ro. 9.Cios; mesa. 10. Assinalada.

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas degrau de dificuldade “muito fácil” ou “média”.

A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordocom os princípios do copyleft.

FOTO ARQUIVO

MAIO de 2014 • A Voz de Ermesinde 19Tecnologias

Empresa canadiana lançouum notebook Ubuntuequipado com bateria solar– free power, free software!

AAAAAVE comVE comVE comVE comVE com/FELIPE DEMARTINI//FELIPE DEMARTINI//FELIPE DEMARTINI//FELIPE DEMARTINI//FELIPE DEMARTINI//P/P/P/P/PAAAAATRICK TRICK TRICK TRICK TRICK THIBODEATHIBODEATHIBODEATHIBODEATHIBODEAU/U/U/U/U//CLÁUDIO NO/CLÁUDIO NO/CLÁUDIO NO/CLÁUDIO NO/CLÁUDIO NOVVVVVAISAISAISAISAIS

Tentando levar tecnologia einformática a países com um for-necimento de energia errático ouinexistente, a WeWi Telecom-munications, uma empresacanadiana anun-ciou o ‘Sol,um note-book U-b u n t uque podef u n c i o n a raté 10 horas uti-lizando apenas umabateria solar.Quatro

painéis solares, na parte traseira e parteslaterais do aparelho podem ser abertos paraque o computador receba os raios erecarregue durante o uso em locais abertos.

De acordo com a empresa, apenas duashoras de exposição à luz são capazes decarregar completamente as células do dis-positivo e garantir pleno funcionamento.Levando ainda mais adiante a ideia deentregar um computador para uso em áreasmais remotas, o ‘Sol também pode vir e-quipado com um módulo para acesso àinternet via satélite, para locais onde a fiaçãode fibra ótica ou as redes WiFi são um sonhodistante.

As configurações finais do computador,

distros em linha...

Este mês o site de divulgação dedistribuições de software livre Dis-trowatch assinalou o lançamento dasseguintes novas distribuições: Kaos,AlbatrOS, Albatross-X, AnitaOS, CoreOS e Serbian GNU/Linux. Outro mo-tivo de interesse foi o lançamento doUbuntu 14.04 Trusty Tahr e das suasmúltiplas variações.

KaOShttp://kaosx.us/

KaOS é uma nova distribuiçãoindependente Linux de origem no-americana para uso geral inspirada noArch Linux. Vem com ambiente gráficoKDE de última geração e é distribuídano sistema rolling-release. Image DVD.Imagem DVD .iso otimizada para aarquitetura PC 64 bits (1,7 GB).

AlbatrOShttps://bitbucket.org/yledoare/albatros/wiki/Home

AlbatrOS é uma distribuição LinuxCD live, desenvolvida nos termos doLinuxConsole Project, cujo objetivoprincipal é tornar velhos computadoresem consolas de jogo, a partir da apli-cação Dibab. Verm com o kernel Linux3.12.5 e ambiente gráfico Openbox/LXDE. Imagem CD .iso (426 MB).

Albatross-Xhttp://albatross-x.webs.com/

Albatross-X (nada a ver com a an-terior) é uma distribuição live DVD Linuxde uso geral, com ambiente gráfico Xfce,em versão apenas 32 bits, destinada acomputadores obsoletos mas não só.Imagem DVD .iso otimizada paraarquitetura PC 64 bits (1,4 GB).

AnitaOShttp://sourceforge.net/projects/anitaos/

AnitaOS é uma distribuição Linuxindependente baseada em PuppyLinux e destinada a computadoresobsoletos. Imagem CD .iso (187 MB).

CoreOShttps://coreos.com/

CoreOS é uma nova distribuiçãomínima Linux do tipo server, baseadano kernel Linux, otimizado e moder-no, para correr em clusters.

Serbian GNU/Linuxhttp://www.debian-srbija.iz.rs/p/serbian.html

Serbian GNU/Linux é uma distri-buição Linux de uso geral baseada emDebian, mas com ambiente gráficoKDE e localizada para o idioma sérvio.Imagens DVD .iso para arquitetura PCi386 (3,7 GB + 4,4 GB + 4,4 GB + 4,2Gb [update 1] + 402 MB [update 2]).

porém, ainda não foram completamentereveladas. A WeWi já anunciou a presençade um processador Intel, do sistema ope-rativo Ubuntu e de um ecrã com resoluçãode alta definição. Outra característica comum,como o acesso à internet por meio de redesem fios, também estará disponível.

Há outras informações, contudo, queapontam para que terá conectividade 3G e4G, além do WiFi, e suporte a cartões SIM. Oprocessador seria provavelmente um IntelAtom, e o computador viria munido de umdisco de 320GB e de 2 ou 4GB de RAM.

Também se aponta que, para além doUbuntu, outro sistema operativo a usarpudesse ser o Chrome, da Google, sobretudo

para uma segunda versão destinada ao mer-cado da América do Norte.

Outros sistemas operativos poderiam,contudo, ser também instalados.

O ‘Sol seria lançado por US$ 300, edeveria ter chegado primeiro ao Gana, emÁfrica. O mercado serviria como um foco de

testes antes da chegada do com-putador a outras par-

tes do mun-do. Mas ou-tras infor-

mações apon-tam para um preço

mais realista entre 350 e 400dólares. O ‘Sol seria

lançado em váriasquatro cores.

Tambémas es-pecifi-

caçõesaparecem

mais porme-norizadas:- Monitor LCD

de 13.3 (1366×768);- Processador: Intel

Atom D2500 1.86 GHz DualCore;

- Placa de vídeo: GMA3600 Graphics;- Intel 945GSE + ICH7M;- Disco: Seagate 2.5” SATA HDD 320GB;- Memória: 2GB DDR3 SDRAM (ou 4GB);- Bateria que aguenta 8 a 10 horas;- Ubuntu 12.10;- 3MP Webcam;- Entradas usuais: USB 2.0, Audio, HDMI,

Ethernet & SD Card; Ao nível de conectividade: - 3G/4G World/multimode LTE;- WiFi, GPS & Bluetooth.

Fontes: WeWi Telecommunications, Gizmodo,Computerworld, Ubuntued e ‘Sol.

Equipamento pode funcionar por 10 horas com uma única carga.

Hartbleed, o bug que afeta toda a genteCLÁUDIO NOCLÁUDIO NOCLÁUDIO NOCLÁUDIO NOCLÁUDIO NOVVVVVAIS (*)AIS (*)AIS (*)AIS (*)AIS (*)

O bug Heartbleed vem causando dores de cabeçaem todos os que pensavam ter sites seguros. Ochamado Heartbleed bug afeta o OpenSSL, e torna-se num vetor de risco preocupante que permite nãosó interceptar o conteúdo das comunicações“seguras” como as próprias chaves SSL.

Já se sabe que é possível fazer-se umacomunicação segura utilizando canais po-tencialmente inseguros, e na grande maioria doscasos esse sistema usa o OpenSSL. O que se passaé que existe este bug “Heartbleed” que afeta asversões 1.0.1 e 1.0.2 beta do OpenSSL e quetransforma essas ligações supostamente segurasem ligações altamente vulneráveis e que colocamutilizadores e os próprios servidores em risco.

Esta falha permite que um atacante consigadescodificar as mensagens seguras enviadas entre

utilizadores e servidores que usem estas versõesdo software, e também recuperar as chavesprimárias e secundárias do SSL, algo que por sisó até fará arrepiar qualquer administrador desistemas.

Dentro da gravidade do problema, a únicaboa notícia é a de que este bug se deve a uma falhana programação destas versões e não devido auma falha implícita do sistema SSL – o que fazcom que o problema seja de fácil resolução,passando-se a utilizar uma versão do OpenSSLcorrigida.

Por este motivo, principalmente para osadministradores de sistemas, é importante quemantenham o sistema atualizado. Segundo algunscomentários pela internet, apesar da Canonicalter disponibilizado atualizações houve casos ondeela não foi realmente aplicada nos seuscomputadores. Se estiver preocupado com a

segurança do seu servidor, veja este site:http://askubuntu.com/questions/445590/

heartbleed-dist-upgrade-didnt-fix-it.Eu devo preocupar-me?Os administradores de servidores, se utilizam

protocolos de segurança têm de urgentementeatualizar seus sistemas e devem avisar seusutilizadores que devem alterar as passwords.

Por outro lado, utilizadores comuns devemalterar as passwords da maioria dos serviçospúblicos, nomeadamente da conta do Google,Facebook, entre outros serviços. Há uma tabelainteressante no Mashable que mostra preci-samente quais são os sites que temos de alterar aspasswords [entre eles Amazon, Box, Dropbox,Evernote, Facebook, Gmail, Google, Instagram,Wikipedia, Yahoo, Yahoo Mail e You Tube].

(*) Fonte: Ubuntued, excerto.

20 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014Arte Nona

Lançamento do livro“F(r)icções”no Centro Imaviz

Foi lançado no dia 5 de abril, naloja 34 do Centro Comercial Imaviz,na Av. Fontes Pereira de Melo, emLisboa, o livro “F(r)icções), da autoriade Nuno Duarte e João Sequeira, eeditado pelas Edições El Pep.

Assente na adaptação de quatrocontos de temáticas díspares quepassam pela sátira, o western, afantasia ou o policial negro, unidospela linha crua da ficção e da estra-nheza, este é um projeto de BandaDesenhada que mescla palavrasintensas com a sobriedade estiliza-da de ilustrações a preto e brancocausadoras de sensações fortes eperturbantes.

A escrita é de Nuno Duarte (“Pa-ris Morreu”, “A Fórmula da Felici-dade e “O Baile”) e as ilustraçõesde João Sequeira (“Metamorfina”e “Psicose”).Foi inaugurada naquinta-feira, dia 20 de

Fonte: http://tkuentro.blogspo.pt

Entretanto 35ª edição do Anicomicsrealizou-se dias 12 e 13 de abrilna Biblioteca Municipal OrlandoRibeiro em Lisboa

Realizou-se na Biblioteca Municipal Or-lando Ribeiro, em Telheiras, Lisboa, nospassados dias 12 e 13 de abril a quinta ediçãodo Anicomics, um festival transversal, criadopor Mário Feitas e que congrega comics,manga e cosplay.

O programa, muito intenso, teve o se-guinte alinhamento:

Dia 12, sábado* Auditório-11h00 - Quiz;-12h00 - Kirankana;-14h00 - Lançamento do mini-comic Li-

ving Will nº2, com os autores André Oliveirae Joana Afonso;

- 14h20 - Apresentação do álbum de BDF(r)icções (El Pep), com os autores Nuno Duartee João Sequeira e o editor Pepe Del Rey;

- 14h40 - Apresentação da antologiaQCDA #1000 (Chili Com Carne), com osautores Afonso Ferreira, André Pereira,Rudolfo e Zé Burnay;•

- 15h00 - Antevisão do ano editorial daKingpin Books, com a presença dos autoresAndré Pereira, David Soares, Mário Freitase Osvaldo Medina;

- 15h30 - Eliminatória do Concurso deDança (J-Pop/K-Pop), por convite;

- 16h30 - Apresentação dos Nomeadospara os Prémios Profissionais de BD 2014;

- 16h45 - Anúncio dos Finalistas doConcurso de Dança;

- 17h00 - 1ª Meia-Final do Concurso deCosplay

- 18h00 - 2ª Meia-Final do Concurso deCosplay.

- 19h15 - Anúncio dos Finalistas doConcurso de Cosplay, seguido de After-Par-ty no palco.

* Piso 0 da Biblioteca, Sala Multiusos- 10h30 - Workshop de noções básicas

de Skits para Cosplay, com Catarina Brás &Patrícia Bordeira (duas horas);

- 4h00 - Workshop de truques e dicas deCosplay Geral, com Leonor Grácias (duashoras).

* Piso 2 da Biblioteca- 10h30 - Workshop de BD e ilustração,

com Osvaldo Medina, Melhor DesenhoNacional PNBD Amadora 2014, com “SuperPig: Roleta Nipónica” (duas horas);

- 14h00 - Workshop de Japonês, com aProf. Ana Rufino (duas horas);

- 17h00 - Sessões de autógrafos, com osautores André Oliveira, Joana Afonso, NunoDuarte, João Sequeira, André Pereira, AfonsoFerreira, Rudolfo e Zé Burnay.

Dia 13, domingo* Auditório- 11h00 - Concurso de Karaoke;- 12h00 - Concurso de AMVs;- 14h00 - Painel Especial de Dobradores,

com Bárbara Lourenço, João Loy e Rui Quin-tas (moderação de João "Krana" Mendes);

- 15h00 - Final do Concurso de Dança;- 15h50 - Anúncio do vencedor do

concurso de BD/Manga;

- 16h00 - Eliminatória Portuguesa doEURO Cosplay;

- 16h30 - Final do Concurso de Cosplay;- 17h30 - Show de Cosplay, com alguns

dos principais cosplayers portugueses;- 18h30 - Cerimónia de entrega de prémios

do EuroCosplay e do Concurso de Cosplay;- 19h00 - After-Party de encerramento do

evento, no palco.

* Piso 0 da Biblioteca, Sala Multiusos- 10h30 - Workshop de Worbla & Advan-

ced Props, com Inês Gomes (90 minutos)- 12h00 - Workshop de Props, com Ma-

dalena Ramires (90 minutos);- 14h00 - Workshop de Perucas para

Cosplay, com Inês Oliveira (duas horas).

* Piso 2 da Biblioteca- 10h30 - Workshop de BD/Manga, com

Carlos Pedro: uma página de BD em duashoras;

- 13h00 - Revisão de portfólios com oeditor/argumentista Mário Freitas e o ilus-

trador Carlos Pedro;- 14h00 - Workshop de Japonês, com a

Prof. Ana Rufino (duas horas);- 16h00 - Sessões de autógrafos com os

autores André Oliveira, Inês Falcão Ferreira,Joana Afonso, Nuno Duarte, Osvaldo Me-dina, João Sequeira (Fricções), André Pereira,Afonso Ferreira, Rudolfo e Zé Burnay.

Restante programa

Houve também uma zona comercial,convívio e projeção audiovisual dos espetáculosdo Auditório e a presença neste da AssociaçãoPortuguesa de Cosplay e Artist's A.

E ainda, entre outras coisas, a exposiçãode originais de BD dos autores André Pereira(Super Pig: O Impaciente Inglês), OsvaldoMedina & Inês Falcão Ferreira (Hawk), JoanaAfonso (Living Will #2), João Sequeira(F(r)icções) e do coletivo QCDA (AfonsoFerreira, André Pereira, Rudolfo e Zé Burnay),além de uma zona lúdica dedicada a video-games, cardgames e board games.

“A Batalha – 14 deAgosto de 1385”de Pedro Massano

Foi lançado a 27 de março, pelaGradiva, o livro de Pedro Massano:“A Batalha – 14 de Agosto de 1385”,que tem por tema a batalha de Al-jubarrota. Esta obra segue-se a “AConquista de Lisboa” e a “O LutoImpossível” (de que foram publi-cados dois volumes, faltando aambas o terceiro).

A batalha de Aljubarrota cons-tituiu o ponto alto da luta dos par-tidários do Mestre de Aviz ao tronoportuguês. Ocorre durante a Guerrados Cem Anos e salda-se na vitóriado pequeno exército português de8 mil homens com apoio dos In-gleses, contra os cerca de 30 milCastelhanos, com apoio francês,aragonês e italiano, graças a novastáticas militares, que se revelaramcruciais no desfecho da batalha.

Fonte: http://kuentro.blogspot.pt

MAI

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O Observador de impossíveis (03/04)

autor:PAULO PINTOO Observador de impossíveis (19/20)

22 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014Serviços

A VOZ DEERMESINDEJORNAL MENSAL

Jun 2014Jun 2014Jun 2014Jun 2014Jun 2014 LLLLLua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: ua Cheia: 1313131313; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: ; Q. Minguante: 1919191919;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 2727272727; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: 55555.....

EmpregoCentro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

TelefonesCENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

TelefonesERMESINDE CIDADE ABERTA

• SedeTel. 22 974 7194Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins)

Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944Travessa João de Deus, s/n4445-475 Ermesinde

• Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins)

Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 2014445-485 Ermesinde

ECA

LLLLLua Cheia: 1ua Cheia: 1ua Cheia: 1ua Cheia: 1ua Cheia: 144444; Q. Minguante: 2; Q. Minguante: 2; Q. Minguante: 2; Q. Minguante: 2; Q. Minguante: 211111 ;;;;;LLLLLua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: ua Nova: 2828282828; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: ; Q. Crescente: 77777 .....

Tiragem Médiado Mês Anterior: 1100

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Martins Costa (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Sousa Torres (Maiashop.)

Giesta (Areosa)Maia (Alto Maia)

Hosp. S. João (Circunv.)Areosa (Areosa)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Martins Costa (Alto Maia)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Oliveiras (Areosa)

Hosp. S. João (Circunv.)

Hosp. S. João (Circunv.)

Dias Farmácias de Serviço

FFFFFases da Lases da Lases da Lases da Lases da LuauauauauaMai 20Mai 20Mai 20Mai 20Mai 201111144444

Locais de vendade "A Voz de Ermesinde"

• Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia;

• Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles;

• Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra;

• Café Campelo - Sampaio;

• A Nossa Papelaria - Gandra;

• Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio;

• Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino)(Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• Infância e Juventude (Fátima Brochado)(ATL, Actividades Extra-Curriculares)

• População Idosa (Anabela Sousa)(Lar de Idosos, Apoio Domiciliário)

• Serviços de Administração (Júlia Almeida)

Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615;22 973 1118; Fax 22 973 3854Rua Rodrigues de Freitas, 22004445-637 Ermesinde

• Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves)(Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresasde Inserção, Gabinete de Inserção Profissional)

• Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia)

Tel. 22 975 8774Largo António Silva Moreira, 9214445-280 Ermesinde

• Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage)

Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 24445-208 Ermesinde

• N.º ERC 101423• N.º ISSN 1645-9393Diretora:Fernanda Lage.Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), MiguelBarros (CPJ 8455).Fotografia:Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), UrsulaZangger (CPJ 1859).Maquetagem e Grafismo:LC, MB.Publicidade e Asssinaturas:Aurélio Lage, Lurdes Magalhães.Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sou-sa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cân-dida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Fariade Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, GlóriaLeitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gon-çalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, JoanaViterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gon-çalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias,Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nu-no Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, RuiLaiginha, Rui Sousa, Sara Amaral.Propriedade, Administração, Edição, Publicidade eAssinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE• Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412123 • Serviços de registos de imprensa e publi-cidade N.º 101 423.Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2,4445-280 Ermesinde.Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762.Fax 229 759 006.E-mail: [email protected]:www.avozdeermesinde.comImpressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidadedo Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5,Fração A, 4700-087 Braga.Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171.Os artigos deste jornal podem ou não estarem sintonia com o pensamento da Dire-ção; no entanto, são sempre da responsabili-dade de quem os assina.

FICHA TÉCNICA

Farmácias de ServiçoPermanente

Nome_______________________________________________________________Morada___________________________________________________________________________________________________________________Código Postal ____ - __ _____________________________________________Nº. Contribuinte _________________Telefone/Telemóvel______________E-mail______________________________

Ermesinde, ___/___/____(Assinatura) ___________________

Ficha de Assinante

Assinatura Anual 12 núm./ 9 eurosNIB 0036 0090 99100069476 62R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 ErmesindeTel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

ERMESINDEA VOZ DE

AdministraçãoAgência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

ServiçosCartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Auxílio e EmergênciaAvarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 969 8540Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 9280Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651Linha Vida ............................................................. 800 255 255SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

SaúdeCentro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600CERMA.......................................................................... 22 972 5481Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Ensino e FormaçãoCenfim ......................................................................................... 22 978 3170Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

BancosBanco BPI ............................................................ 808 200 510Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

ComunicaçõesPosto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

TransportesCentral de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

CulturaArq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

DesportoÁguias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Telefones de Utilidade Pública

0102030405060708091011121314151617181920212223242526272829303101020304

Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sab.Dom.Seg.Ter.Qua.Qui.Sex.Sáb.Dom.Seg.Ter.Qua.

De 01/05/14 a 04/06/14

Bessa (Sobr.)Ascensão (Erm.)Central (Val.)Confiança (Erm.)Alfena (Alf.)Marques Santos (Val)Formiga (Erm.)Sobrado (Sobr.)Vilardell (Campo)MAG (Erm.)Marques Cunha (Val.)Nova Alfena (Alf.)Palmilheira (Erm.)Outeiro Linho (Val.)Sampaio (Erm.)Santa Joana (Erm.)Bemmequer (Alf.)Travagem (Erm.)Bessa (Sobr.)Ascensão (Erm.)Central (Val.)Confiança (Erm.)Alfena (Alf.)Marques Santos (Val)Formiga (Erm.)Sobrado (Sobr.)Vilardell (Campo)MAG (Erm.)Marques Cunha (Val.)Nova Alfena (Alf.)Palmilheira (Erm.)Outeiro Linho (Val.)Sampaio (Erm.)Santa Joana (Erm.)Bemmequer (Alf.)

MAIO de 2014 • A Voz de Ermesinde 23Serviços

AgendaAgendaAgendaAgendaAgenda 01 mai - 30 mai01 mai - 30 mai01 mai - 30 mai01 mai - 30 mai01 mai - 30 mai

Desporto

BASQUETEBOL

24 DE MAIO 2014CPN - AcadémicaCPN - AcadémicaCPN - AcadémicaCPN - AcadémicaCPN - AcadémicaCampeonato Nacional de Sub-16 - Zona NorteCampeonato Nacional de Sub-16 - Zona NorteCampeonato Nacional de Sub-16 - Zona NorteCampeonato Nacional de Sub-16 - Zona NorteCampeonato Nacional de Sub-16 - Zona Norte– Pavilhão Municipal de Ermesinde.– Pavilhão Municipal de Ermesinde.– Pavilhão Municipal de Ermesinde.– Pavilhão Municipal de Ermesinde.– Pavilhão Municipal de Ermesinde.

24 DE MAIO 2014Candal - CPNCandal - CPNCandal - CPNCandal - CPNCandal - CPNCampeonato Nacional de Sub-14 - Zona NorteCampeonato Nacional de Sub-14 - Zona NorteCampeonato Nacional de Sub-14 - Zona NorteCampeonato Nacional de Sub-14 - Zona NorteCampeonato Nacional de Sub-14 - Zona Norte– Pavilhão Municipal de Coimbrões.– Pavilhão Municipal de Coimbrões.– Pavilhão Municipal de Coimbrões.– Pavilhão Municipal de Coimbrões.– Pavilhão Municipal de Coimbrões.(Fonte Federação Portuguesa de Basquetebol)

ATÉ 23 DE MAIO 2014Sala das Sala das Sala das Sala das Sala das ArArArArArtes do Fórtes do Fórtes do Fórtes do Fórtes do Fórum um um um um VVVVVallis Longusallis Longusallis Longusallis Longusallis Longuse Fórum Cultural de Ermesindee Fórum Cultural de Ermesindee Fórum Cultural de Ermesindee Fórum Cultural de Ermesindee Fórum Cultural de ErmesindeMOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014

Teve início no passado dia 27 de março de 2014 – DiaMundial do Teatro – e prolonga-se até ao dia 23 de maio, aMostra de Teatro Amador 2014, organizada pela CâmaraMunicipal de Valongo e que conta, mais uma vez, com acolaboração do ENTREtanto TEATRO. Novidade naedição deste ano é que serão atribuídos prémios aosparticipantes, nas seguintes categorias: Melhor Espetáculode Teatro, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Luminotecnia,Melhor Figurino, Melhor Cenografia, Melhor Encenação eMelhor Música/Sonoplastia.(Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

Festivais e exposiçõesATÉ 1 JUNHO 2014Fórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindeFórum Cultural de ErmesindePPPPPANO DE FUNDOANO DE FUNDOANO DE FUNDOANO DE FUNDOANO DE FUNDO– Exposição de Manuela Bronze– Exposição de Manuela Bronze– Exposição de Manuela Bronze– Exposição de Manuela Bronze– Exposição de Manuela Bronze

Está patente no Fórum Cultural de Ermesinde até aopróximo dia 1 de junho a exposição imperdível de ManuelaBronze “Pano de Fundo”.É uma exposição importantíssima, que marca o regresso aoFórum Cultural dos grandes eventos artísticos queanimaram esta sala de exposições, espaço único em que aarte também se transfigura.

(Agenda daC â m a r aMunicipal deValongo).

24 A Voz de Ermesinde • MAIO de 2014

Transformar o mundotambém pela revolução cultural

Última

Os poderes públicos têm que lhe dar importância,porque é deste impulso associativo, vindo do maisgenuíno e generoso apelo sonhador, solidário ecooperativo, que a sociedade civil transforma o mun-

FOTOS MANUEL VALDREZ

do, às vezes à revelia do vai e vem da política, ora simora não... Um destes impulsos é o da AssociaçãoAcadémica e Cultural de Ermesinde que aqui, mais umavez, e merecidamente, homenageamos... LC