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t) . L : . :. . F rr "'ra 1), C. :::: ., ... o l 2 I 1 p ") r' o 1 L .1 30 DE DEZEMBRO DE 1961 ANO XXIV- N. 0 621- Preço 1$00 OBRA DE RAPAZES, PARA RAPAZES, PELOS RAPAZES RlDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO CASA DO GAIATO * PAÇO OE SOUSA F } J/k VALES oo CORREIO PARA PAÇO DE SOUSA * AveNÇA * OuiNZlNAR IO UNOAOOR · ' PROPRIEDADE DA OsRA DA RuA * DIRECTOR l EDITOR. PADRE CARLOS COMPOS!O E IMPRESSO NAS EscOLAS GkAFICAS DA CASA DO GAIATO O Santíssimo Nome de Jesus Os vinte e oito anos da. Obra . vão . ser subs- -tancialmente comemorados: o começo oficial da. Casa do iato de Lourenço Marques, a 14. 4 lareira. acesa para os mais de oitocentos que somos. Como estamos a trabalhar desde o dia segilinte ;a.o da chegada e não usamos cortar a fita nem dei- · tar foguetes, a inauguração oonsistirá na recepção de .dois peq·1enitos sem ninguém, que serão os co-funda- .dores mo 2ambicanos da primeira Casa. do Gaiato de )loçambique. Na Missa da Festa, o nosso Arcebispo Uma dependência da nossa Casa do Gaiat<J de Lisboa - Tojal (Loures). ferecê-los-á a Deus para que, de salv. os, os faça sal- - ...-adores conSigo e eles e os irmãos a quem se -juntam mais os que se lhe juntarem, contribuam com a sua vida para o cumprimento da profecia anunciada pelo Salmista : :Todas as nações que criaste vtrao, 1 Senhor, e hão-de adorar-Te e de glorificar o Teu No- .me, p.orque és grande e fazes maravilhas. Tu és _ DeUS» . X X X Que gosto Deus me dá, este ano, do trecho I os Actos dos Apóstolos que a Mãe Igreja escolheu para Epístola da Festa do SS.m 0 Nome de Jesus! É Pedro quem fala, «Cheio do Espírito Santo» : «Se so. mos julgados hoje por termos feito bem a um en- fermo, sabei ó Princípes e anciãos do Povo, e saiba todo o Povo de Israel: que foi em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vós crucificastes e Deus res- suscitou, que assim fizemos; e é pelo Seu poder 4.ue este homem está diante de vós curado. Esse Jesus é a pedra que rejeitastes da construção, sendo . Ele a pedra angular da pois sob o CJu, nãto .roi dado aos homens outro Nome pelo qual po3samos ser .salvos». As horas dolorosas que acabámos de viver na região em que se situa esta Casa do Gaiato não serão fàcilmente esquecidas. A·diantaremos até que quem viveu ou acompanhou de perto os acontecimentos poderá ter uma · noção autêntica deles, pois todas as descrições ficarão aquém da verdade rude e nzi.a dos factos. Dada, porém, sepul- tura aos mortos e resolvidas as necessidades mais urgentes das zonas sinistradas, embora algu- mas com carácter provisório, que tirar da realidade as lições que comporta e pro- curar soluções válidas e. urgentes para os preblemas postos . A primeira nota que ressalta logo é a da pequenez do homem perante os fe- nómenos naturais. Duas horas de chuva copiosa podem causar meio milhar de vitima3 e milhões de contos de preJUJ· que nuncs. vi a. <tão clara luz o sentido pro- .zos. Surgem posteriormente ex- plicações dos técnicos a dizer o porquê das coisas mas fica de a insuficiência do homem, ttJn. tas veze.ç desmedidamente orgu-- lhoso das suas descobertas ou conquistas, esquecendo os valores morais e· abandonando a posi{;ão correcta de humüdade o seu Criador, Senhor do céu e da terra. fro.ndo da. v:ocação de Pai Amé- rico e a razão ,da . sua escolha do SS.mo Nome de Jesus para :fundamento e ba.ndeira da tO'b.ra que Ele o féz fundar. Cu- JIW" (eridas de a.lma.a em nome ,de I para que todos sai- J>am j p_elo poder dEle que tCUramos P glor,ifiquem, «por- Ele é «porque só :Ele é Deus». - eis 0 signüi· cado do nascer da Obra da _ Rua em Moçambique, como é ,a razão de seu ser onde exis- e será onde vier a existir. Çristo chama os homens e, estes são fiéis e dóceis ;a o chamamento, dá-lhes poder maravilhoso. Ao homem com- pete ser fiel e dócil... e verda- deiro e justo, testem'imha.ndo .de Onde lhe vem a virtude. À misericórdia de Cristo ao ofe- recer -Se-nos como pedra angu- lar, corresponde, da parte do b()mem o dever de constrtlir ;aà perfeita realização do Continua J.la SEGUNDA pág. Lourenço Marques Depois de quase ' quatro semanas por Lourenço Marques, passadas exaustivamen- te em contactos e voltas necessáriaB ao arranque da Casa, estamos agora no co- raçã0 de Moçambique. Passámos na · Bei- ra, Vila Pery, Tete, Vila Cabral, tendo chegado a Nampula ontem pela tarde. Nestas terras falámos a quem nos apa· receu por saber da vinda. Não tem sido extraorqinária a concorrência a ouvir-nos, até porque nas duas primeiras salas onde falámos além dum pequeno e muito acolhedor grupo de Am.igos não vimos mais ninguém. Mas como Pai Américo diz, na grav3:ção que temos da- do a ouvir, que Deus quando veio ao mundo pisou a terra com o coração, assim nós temos vindo a pisar estes. ca- minhos de Moçambique. Com o coração abert 0 aos problemas que nos afligem da criança abandonada e com o coração pisado do que nos é dado ver e ouvir. E mais, ainda com a alma toda em ânsia de darmos o nosso contributo, pequenino sem dúvida no de Deus, à implantação da fé, do amor e da justiça. Nas duas terras do norte, contrasta- das pelo chicote do terrorismo, muitos acorre- ram a ouvir a nossa mensagem. Gente de todos os credos. Por via de regra, por aqui, as salas de espectáculo são de maometanos que não só têm cedido gra- ciosamente as instalações mas também ouvido o que trazemos para dizer. No tempo disponível tem-no 8 sido proporci<{nad 0 visitar algumas JY.J:issões no ma 'to e avaliar um pouco em diversas fazes, como o · Evangelho tem sido, como na história sempre foi, um factor de «fraternidade, unidade e progresso». As escolas, as oficinas, a assistência hospita- CONTINUA NA SEGUNDA PAGINA .A. segunda observação é .. nos sugerida pela história da homem e em particular pela do Pov• eleito. Deus não quer o mal ou o castigo das gentes. A rodas a$ horas mimoseia o homem com a Sua graça, das mais variadas ma- neiras das formas mais invero- símeis. Deus é um Senhor de Mi. sericórdia e de Bondade, que nos convida sempre à conversão. Não basta que O lembremos na hora da tragédia; é preciso escutá-Lo · e segui-Lo a todas as horas. lnfe. lizmente sabemos como o homem corresponde. Pelo pecado vem o perigo e sabemos como a Justiça divina se processa, às vezes de maneira incompreensível aos nos· Continua na TERCEIRA pág.

AveNÇA OuiNZlNARIO PROPRIEDADE DA OsRA DA RuA …portal.cehr.ft.lisboa.ucp.pt/PadreAmerico/Results/OGaiato/J0621... · Senhor Jesus Cristo, que vós crucificastes e Deus res suscitou,

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t) . L : . :. • . F r r "'ra

1), C. :::: ., ... o l 2

I 1

p ") r' o 1 L .1

30 DE DEZEMBRO DE 1961

ANO XXIV- N.0 621- Preço 1$00

OBRA DE RAPAZES, PARA RAPAZES, PELOS RAPAZES RlDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO CASA DO GAIATO * PAÇO OE SOUSA F ~ } J/k VALES oo CORREIO PARA PAÇO DE SOUSA * AveNÇA * OuiNZlNAR IO

UNOAOOR · ' •

PROPRIEDADE DA OsRA DA RuA * DIRECTOR l EDITOR. PADRE CARLOS ~ ~{) COMPOS!O E IMPRESSO NAS EscOLAS GkAFICAS DA CASA DO GAIATO

O Santíssimo Nome de Jesus

Os vinte e oito anos da. Obra . vão .ser subs­-tancialmente comemorados: o começo oficial da. Casa do

iato de Lourenço Marques, a 14.4 lareira. acesa para os mais de oitocentos que já somos.

Como estamos a trabalhar desde o dia segilinte ;a.o da chegada e não usamos cortar a fita nem dei­·tar foguetes, a inauguração oonsistirá na recepção de .dois peq·1enitos sem ninguém, que serão os co-funda­.dores mo2ambicanos da primeira Casa. do Gaiato de )loçambique. Na Missa da Festa, o nosso Arcebispo

Uma dependência da nossa Casa do Gaiat<J de Lisboa - Tojal (Loures).

ferecê-los-á a Deus para que, de salv.os, os faça sal­-...-adores conSigo e eles e os irmãos a quem se -juntam mais os que se lhe juntarem, contribuam com a sua vida para o cumprimento da profecia anunciada pelo Salmista : :Todas as nações que criaste vtrao, 1 Senhor, e hão-de adorar-Te e de glorificar o Teu No­.me, p.orque és grande e fazes maravilhas. Só Tu és _DeUS».

X X X

Que gosto Deus me dá, este ano, do trecho

I

os Actos dos Apóstolos que a Mãe Igreja escolheu para Epístola da Festa do SS.m0 Nome de Jesus! É Pedro quem fala, «Cheio do Espírito Santo» : «Se so. mos julgados hoje por termos feito bem a um en­fermo, sabei ó Princípes e anciãos do Povo, e saiba todo o Povo de Israel: que foi em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vós crucificastes e Deus res­suscitou, que assim fizemos; e é pelo Seu poder 4.ue este homem aí está diante de vós curado. Esse Jesus é a pedra que rejeitastes da vo~sa construção, sendo . Ele a pedra angular da Salva~ão, pois sob o CJu, nãto .roi dado aos homens outro Nome pelo qual po3samos ser .salvos».

As horas dolorosas que acabámos de viver na região em que se situa esta Casa do Gaiato não serão fàcilmente esquecidas. A·diantaremos até que só quem viveu ou acompanhou de perto os acontecimentos poderá ter uma · noção autêntica deles, pois todas as descrições ficarão aquém da verdade rude e nzi.a dos factos. Dada, porém, sepul­tura aos mortos e resolvidas as necessidades mais urgentes das zonas sinistradas, embora algu­mas com carácter provisório, há que tirar da realidade as lições que comporta e pro­curar soluções válidas e. urgentes para os preblemas postos .

A primeira nota que ressalta logo é a da pequenez do homem perante os fe­nómenos naturais. Duas horas de chuva copiosa podem causar meio milhar de vitima3

e milhões de contos de preJUJ· ~arece-me que nuncs. vi a.

<tão clara luz o sentido pro- ---------------------------~-----:----------, .zos. Surgem posteriormente ex­plicações dos técnicos a dizer o porquê das coisas mas fica de pé a insuficiência do homem, ttJn. tas veze.ç desmedidamente orgu-­lhoso das suas descobertas ou conquistas, esquecendo os valores morais e · abandonando a posi{;ão correcta de humüdade pera~ o seu Criador, Senhor do céu e da terra.

fro.ndo da. v:ocação de Pai Amé-rico e a razão ,da .sua escolha do SS.mo Nome de Jesus para :fundamento e ba.ndeira da tO'b.ra que Ele o féz fundar. Cu­JIW" (eridas de a.lma.a em nome ,de I ~3~, para que todos sai­J>am qu~ j p_elo poder dEle que tCUramos ~ P glor,ifiquem, «por­~q~ Ele é grande~, «porque só :Ele é Deus». - eis 0 signüi· cado do nascer da Obra da _Rua em Moçambique, como é ,a razão de seu ser onde já exis­~te e será onde vier a existir.

Çristo chama os homens e, ~uando estes são fiéis e dóceis ;ao chamamento, dá-lhes poder maravilhoso. Ao homem com­pete ser fiel e dócil... e verda­deiro e justo, testem'imha.ndo .de Onde lhe vem a virtude. À misericórdia de Cristo ao ofe­recer -Se-nos como pedra angu-lar, corresponde, da parte do b()mem o dever de constrtlir ;até à perfeita realização do

Continua J.la SEGUNDA pág.

Lourenço Marques Depois de quase 'quatro semanas por

Lourenço Marques, passadas exaustivamen­te em contactos e voltas necessáriaB ao arranque da Casa, estamos agora no co­raçã0 de Moçambique. Passámos na · Bei­ra, Vila Pery, Tete, Vila Cabral, tendo chegado a Nampula ontem pela tarde. Nestas terras falámos a quem nos apa· receu por saber da ~ossa vinda. Não tem sido extraorqinária a concorrência a ouvir-nos, até porque nas duas primeiras salas onde falámos além dum pequeno e muito acolhedor grupo de Am.igos não vimos mais ninguém. Mas como Pai Américo diz, na grav3:ção que temos da­do a ouvir, que Deus quando veio ao mundo pisou a terra com o coração, assim nós temos vindo a pisar estes. ca­minhos de Moçambique.

Com o coração abert0 aos problemas que nos afligem da criança abandonada e com o coração pisado do que nos é

dado ver e ouvir. E mais, ainda com a alma toda em ânsia de darmos o nosso contributo, pequenino sem dúvida no rein~ de Deus, à implantação da fé, do amor e da justiça.

Nas duas terras do norte, contrasta­das pelo chicote do terrorismo, muitos acorre­ram a ouvir a nossa mensagem. Gente de todos os credos. Por via de regra, por aqui, as salas de espectáculo são de maometanos que não só têm cedido gra­ciosamente as instalações mas também ouvido o que trazemos para dizer.

No tempo disponível tem-no8 sido proporci<{nad0 visitar algumas JY.J:issões no ma'to e avaliar um pouco em diversas fazes, como o · Evangelho tem sido, como na história sempre foi, um factor de «fraternidade, unidade e progresso». As escolas, as oficinas, a assistência hospita-

CONTINUA NA SEGUNDA PAGINA

.A. segunda observação é .. nos sugerida pela história da homem e em particular pela do Pov• eleito. Deus não quer o mal ou o castigo das gentes. A rodas a$ horas mimoseia o homem com a Sua graça, das mais variadas ma­neiras ~ das formas mais invero­símeis. Deus é um Senhor de Mi. sericórdia e de Bondade, que nos convida sempre à conversão. Não basta que O lembremos na hora da tragédia; é preciso escutá-Lo

· e segui-Lo a todas as horas. lnfe. lizmente sabemos como o homem corresponde. Pelo pecado vem o perigo e sabemos como a Justiça divina se processa, às vezes de maneira incompreensível aos nos·

Continua na TERCEIRA pág.

Cont. da PRIMEIRA .. página

projecto que Ele inspira, man­tendo sempre erguida diante dos homens a bandeira com o No me de Quem arquitectou e assiste incessantemente p cons­trutor, dando-lhe a força de prosseguir.

O Santíssimo A grandeza do homem está

na sua Fé, na sua. Esperança, no seu amor à Verdade e à Justiça. Esta é a grandeza de Pai Américo. Esta a explica­ção do êxito, da fecundidade, da Obra que Cristo o fez fun­dar. Dizer isto hoje, amanhã, sempre em vida, em obras -eis a nossa missão. Os Rapa­zes que recebemos, os Doentes que acolhemos, os Pobres que abrigamos e defendemos -são a nossa voz. É Cristo quem f~la de Si-mesmo, por Si-mes­mo, na pessoa dos «mais pe-

Nome de Jesus

Eourenço Cont. da PRIMEIRA página

lar e beneficente, a preocupa­ção até de dar trabalho bem remunerado, em diversas mo·

/ dalidades, ao maior número po sível de chefe de famíli~ para que possam ocorrer às necessidades que a «macham.­ba» não cobre, tudo isso temos visto numa frequência conso­ladora, levados pela mã0 fra­terna dos missionários. As po­pulações dispersadas pelo mato pela desorientação .há anos estabelecida e agora

queninos dos irmãos». Não impedirmos, nem interceptar­mos a Sua fala - eis o nosso dizer. Nós somos o veículo da transmissão. Ele é 0 Verbo, só Ele é a Palavra do Pai, Pala· vra criadora e redentora, tor­nada inteligível pela incarna­ção nos «mais pequeninos dos irmãos». Talvez por isso, os grandes, os poder,osos, os cheios do espírito do mundo, não A

·entendem; e escandalizam-se;

cmarques aconchegadas à volta das Mis­sões, são uma prova à vista, da confiança ,que todos, cris­tãos ou não, põem naqueles que por eles têm trabalhado.

De Vila Cabral receberemos, tahrez antes do Natal, o pri· meiro pequenino a quem mor­reram os pai e foi entregue pela Mi são de Nuango a troco do sustento, ao cuidado dum homem já sem forças, para que tratasse dele. Agora será nosso e dele nós também.

Padre José Maria

,

e julgam os que fazem bem por força de já não saberem mais nada senão somente essa Pala­vra que resume a Bem, o in­finito bem. Este escândalo, es­ta justiça dos homens não foi

· n' «aquele tempo»! É a regra geral dos princípes e anciãos do povo de todos os tempos, para os quais a Humildade não é virtude característica. Por

É com a m;:>ior alegria que lanço estas notícias fresquinhas nas co­lunas do «Famoso».

Hoje tinh3. de ser a respeito da · ver.da do jornal. É ela quE.>, presentemente, está em foco'

Por isso quando naquele dia o «nosso amigo» Rouba Calças me veio dE'c1anH esfusiante de ale­gria que vendera 140 jornais e que gostaria imenso de ver os no­mes dos vendedores no «Gaiato» eu pensei logo em fazer-lhe a von­tade.

Nesta quadra de Natal até eles têm pão mais abundante, agasalho mai8 pesa­do, e mimos ·que não conhecem senão agora - os Pobres! É tão fácil ser-se generoso uma vez no ano! E sabe tão bem! Consola o cobrir corpos enregela­dos, dá prazer ouvir um bem haja de bocas famintas! O que se faz esporàdi· camente é tão fácil realizá-lo. Se fora todos os dias - repartir o pão, estender as mantas, saber o que vai em casa de­les, os Pobres - a coragem ía-se num ai que já não posso mais. Em tudo e sempre, a const'ância é virtude dos fortes.

tisse não haveria coragem para esperar todos os anos esta época afim de re­partir com os outros. Haveria; pelo con­trário, vergonha de se comparecer tão tardiamente. Acabem-se com os bodos. É Natal sempre que se encontra Cristo po­bre, incarnado no Pobre.

É difícil amarem-se os Pobres, por­que o amor enraíza em nós a vida de­les e empenha-nos nela não permitindo que a esqueçamos mais. Por isso, nem sempre se pode afirmar que haja ver­dadeiro amor neste distribuir de bodos. Há sim, na maioria deles, vaidade e or­gulho satisfeito. Tudo tã.o errado, por au­sência de amor autêntico. Se ele exis-

E o doente pobre? Não pergunto pe­los que têm aconchego, mas pelos que se enro­lam em si mesmos guardando no peito toda a amargura pelo esquecimento dos outros? Se ele é um paralizado, contentar-se-á que lhe leves a comida à boca uma vez no ano? A tua presença pelo Natal pouco ou nada lhes diz, a não ser que seja começo duma pre­sença estável. Muitos há que não dão por ti, nem por ninguém. Para eles não há Natal, se o não houver na fé para ti. Raros os que mergulham no mistério deste temp.o e encontram Cristo entre os homens.

Padre Baptista

Visado pela

Comissão de Censura

isso a salvação anda tão longe dos homens! Por isso estes continuam a ·afogar-se em ta­manha confusão, que os sim­ples e mais puros perguntam: «quando acaba? ... » sem que ninguém lhes dê resposta!

Esta está dada e foi De'Us quem no-la deu. Ele q'U.e, che­gado o tempo da Salvação, Se fez homens e subiu à Humani­dade tal como a atingem os ou­tros homens. E Se radicou ne­la com'O se fôra ela o seu ha­bitat. <<E passou, fazendo P bem». E aceitou a morte como serviço, para ser a pedra an­gular que firma toda a cons­trução que permanece.

«Não há, sob o Céu, outro No me, pelo qual possamos ser salv.os»! Nem há outra forma

Para observar atitudes, a princí­pio fiz força incutindo-lhes que era necessário venderem mais pois só assim eu escreveria. Em obser­vância a tal preceito eles nas quin­zenas seguintes ultrapassaram to­dos os limites que eu esperava. Desta vez fui vencido !

E deste mod~ para que eles vejam que cumpro o que prometi e para que sintam taz;nbém que o jornal não é de alguns, mas sim de todos, passo da· palavra ao gesto e enumero agora os almeja­dos nomes:

- O Russito é, presentemente, o nosso melhor vendedor. No entanto, diga-se de pass~gem que se o «record» é dele actualmente, pode muito bem vir a ser de outro logo que ele se descuide um pou­co. Portanto, cautela, ó Russo!

Neste longo «derby» passam-se coisas incríveis, mas... não nos despistemos e continuemos.

Nas pisadas do Russito seg11em dois rivais terríveis : O Rouba Calças e o Gasosas. O primeiro é actualmente a grande vedeta das nossas festas e da venda. Anali­semos o seu gTáfico e veremos à cilrnente que tem sido sempre

. crescente. Vendedor novato, da média de

60 jornais ao Sábado pass01 p~ra os 140. É p:roesa, não é? Pois en tão, ó Roui:>a, os met.s p-j a.béns!

O Gasosas, c1.e sangue nort Pho, não esquece a raça e c.: brio dos seus «com pinchas lá de • .,,... a» e daí a razão J?Orque e e tem ba­tido os calcanhares aos out::os. · Gasosas é ur.1 v~·ndedor com muitas qua.lidade-; e r, .. ::> deixa rés­teas de dúvià· !'" que num futuro mais ou menos p..:6xnno poderemos contar com ele corno Ul"r'. dos grandes «favoritos da prova».

A •rás destes três «gigante:s» da mara ena situarr.-se o Quim e o Goràito, vendeciotcs já rechapa­dos mas com mmtas possibilidades de recuperarem e virem em breve cal~ar os calos aos colegas da frente

Na rectaguarda surge um grupo mais ou Menos nt meroso : - O Ca­nário (de gráfico bastante irregular, urnas vezes vende muitos e outras pelo contrário, çonfunde-se e .. «lá vai tudo por água abaixo»).

O resingão do Marcelino (o cé­lebre «Pre~o Nascimento»), o Sala­zar, o Espanhol e por último o Zé Alberto.

Zé Alberto há muito que vem so­frendo duma espécie de « letargo hibernal» e por isso mes~r o anda a contas com uma doença terrível­mente assustadora: - a «sorna». Tipo gordo e acanhado, eis os tra­ços fisionómicos predorn4tantes dum vendedor que se qualifica em úl­timo lugar.

É uma pena que «em dias de Sol também haja manchas de chuva»! Mas ... contamos contigo, ó Zé!

Caros leitores, eis pois os reSUl­tados desta aferroada disputa em que todos fazem força para atin­gir o 1. o lugar que... ainda está longe de alcançar um nfvel igual

por que possamos salvar-nos ! «Feliz o homem» que assiste

às maravilhas de Deus : «Os cegos vêem, o8 coxos andam, o8 leprosos são limpos, 10s sur­dos ouvem, os mortos ressus­citam, :Os pobres são evangeli­zados»- «e não se escandaliza de Mim»! \

Felizes os Povos que podem assistir às maravilhas de Deus, operadas, por quem Ele quer - decerto um Humilde : fiel e dócil, apaixonado pela Ver. dade e pela Justiça- sem qufl se escandalizem dos discípulos do Filho do Carpinteiro de Na­zaré, porque ·se sabe que é dEI€ mesmo que provém a Verda de que é dita e o Bem que É

feito! Felizes, porque se sal vam, salvando!

ao do de algumas das outras .Casas Contudo, para já, estamos ple

namente satisfeitos pois atingimo1 agora a nossa melhor temporad~ de Yenda nestes 12 anos de exis tência.

Os nossos vendedores estão, p01s de parabéns! No entanto, é neces sário que continu.err, pd.s a impor tância de «0 Gaiato» no seio d· Obra que Pai Américo um dia "Ír; nascer «num lugar rn1...ito peq-::teni no a 24 quilómetros c. e Coimbra ... é grande. É através de «0 Gaiato que nós nos apro:xh-narnos dos nos sos grandes amigvs que lhes in cutL."tlos o sentido de nosso vivei que lhes ex-prin·.imos o que somo e o que tencio'1amos ser.

Por outr0 lado é ele tambér quem aproxiiT'a os filhos distante -3a mãe e os une e fonria entre eL e e~es un1 elo forte e indissolúve: É «0 Gai<:?to» que expande a no~s Obra dando-nos a conhecer ao que nos ignoravam.

Por todos estes motivps, caris símos. é mais que suficiente razão porque devf'mos <(vender cada vez mais. Só assim b progres so da ti.OSSa Obra r ão r erá lento ma sim a passo rápido como é p!Ópri da «Exa das Velocidades».

Rogér·

Francisco José, filho do Zé Claro

de Miranda do Corvo.

Continuação da PRIMEIRA pág.

sos olhos de carne. Os exemplos de Sodoma e Gomorra parecem esquecidos ...

Fácil é verificar que a maior parte das vítimas se situa nas classes chamadas humildes, habi. tanto em casas abarracadas ou destituídas de condições de se­gurança, pela situação ou as pec­tos técnicos. Praza a Deus, como tantas vezes só suceda depois das desgraças, que a catástrofe ajude os responsáveis a encontrar soluções válidas e justas; numa visão larga e rica, em que os múl­tiplos aspectos técnicos, humanos e sociai:s não sejam olvidados. Pa­rece ocasião de olhar de frente para os problemas postos pela emigração contínua para os su. búrbios da Capital, por massas constantes de indivíduos que pro­curam legítima melhoria de con­dições de trabalho e remunera­ção e se instalam de qualquer modo e em qualquer lugar.

Há problemas levantados à lavoura e cm particular aos pe­quenos lavradores ou rendeiros que requerem estudo e medidas urgentes. Queira Deus que as di­rectrizes anunciadas se tornam reali~ade em breve e que outras se sigam sem demora. Parece-nos que uma ajuda intensa na remo­ção de pedras dos terrenos, le­vados para estes pela força im­petuosa das correntes cegas e desviadas dos seus leitos, exige mobilização geral de máquinas já que não é possível repor nas terras descarnadas a camada ará-7-'el arrastada para longe. Colo­car os rios nos seus leitos deve. rá processar-se em termos segu. ros, de forma definitiva, não vão as próximas chuvas vencer fàcil. mente soluções precárias. Urge fornecer gratuitamente, ou em circunstâncias próximas disso, se·

· mentes, adubos, árvores e ani­mais aos pequenos lavradores e rendeiros, facilitando-lhes, por outro lado, crédito fácil e pouco oneroso para ocorrer às necessi­dades ma~s prementes.

Um problema que não quere­mos olvidar é o que se refere ao controle de preços, dado que há sempre oportunistas dispostos a especular, juntando dificuldades às que já existem. Não podemos esquecer, por exemplo, que vas. ta zona tradicionalmente abaste- · cedora dos mercados da Capital foi profundamente afectada. Mão forte e dura é o que se exige a quem de direito, em defesa de todos, mas sobretudo dos Pobres.

Feitos alguns considerandos e explanadas algumas sugestões a propósito das ocorrências daque­la noite tenebrosa de 25 para 26, kmos toda a alegria em frizar a erupção de generosidade que se constatou, em especial por parte dos jóvens, como um desmentido formal às impressões gerais de que a generosidade· morreu no co­ração dos homens. Nem tudo é mau neste mundo e há muitas energias potenciais nas almas à espera de se afirmarem e de se­rem aproveitadas. Poder-se-á

equacionar a questão da persis. tência na acção mas cabe aos res­ponsáveis encontrar soluções em

que a liberdade e a personalida. de não sejam afectadas.

É no 3.0 Dom. do Advento que dirijo estas breves linhas a todos os leitores de «0 Gaia­to». Mas convém nunca esque­cerem q'Ue as nossas notícias só vêem a luz da publicidade, pelo menos 15 dias depois de escritas. Dig0 pelo menos 15 dias, porque nem sempr2 o «Famoso» tem disponível para nós o cantinho de que precisa­mos. São tantas as Casas e acti­vidades do que ele tem a dar notícias ...

O nosso Natal. O que foi e o que é o Natal?

A Salvação .oferecida por Deus aos homens. Já lá vãp quase dois mil anos. Foi o princípio. O Natal continua. Deus conti­nua a dar-se. Deus quer dar-se a todos sem excepção. A todos oferece o Amor. É Ele :mesmo. O I~atal continua. No princípio, alguns não O receberam, em­bora viesse para o que era Seu. Não aceitaram a Salvação. Apesar disso, continuou no mundo. Está no mundo. O Amor vive neste mundo. Para muitos continua desconhecido. «No meio de vós está quem não conheceis». E nEle está a Salvação do mundo. No Amor. No A:mJor oferecido por Deus aos homens no Natal Aqueles que O aceitam vivem como Filhos do Pai. Vivem co­mo Irmãos.

O Natal continua até ao fim dos Tempos. O Natal é uma meta. «Que todos sejam Um, Pai, oomo Tu e Eu somos Um». Isto é o Natal. A Incarnação do Amor em cada. 11m de nós.

Uma palavra final, em parti­cular, para vs humildes e deno. dados- Bombeiros, que tantos sa­crifícios oferecem pelo seu seme­lhante. Gente simples e sem pre­tensões, sempre a postos. Alguns pagaram com a morte o seu «pre. sente» . Como lembraremos nós os que perderam a vida? Aos res­ponsáveis pelo bem comum reco­mendamos os familiares que, por­ventura, estive~sem a seu cargo ou beneficiassem de sua ajuda. Não será possível uma pensão justa? Trata-se de elementar jus­tiça.

Padre Luís

.Pl. sim, temos estado a pas-ar o .Advento, e passaremo o

Na tal do Senhor, completa­mente isolados dos nossos muitos Amigos e Benfeitore , que só através do «Famoso» podem saber algo de nós. Contudo, esperamos .que esse isolamento material não que­bre os laços espirituais que os unem aos quase 9 anos de Be·­lém, a completar na Festa Na­talícia d0 Senhor.

O Natal deste ano ·foi dife. rente. Vivemo-Lo na nossa Ca­sa Mãe. Ali tudo nos fala de Amor. A beleza do refeitório. O encanto da cozinha e da co­pa. Os candeeiros em ferro for­jado, obra do Amor dos rapa­zes pela sua Casa [ãe. O rús­tico da fachada principal. As varandas. As mesas em már-

1 more. A ceia de Natal feita 1

por eles. O dormitório dos «ba- I tatinhas». Tudo, tudo na Casa ! [ãe nos fala do Amor. Somos I

uma família de 80 membros. Não, somos muitos mais. Na noite de Natal estiveram cpn­nosco a multidão de Amigos de Benguela. ~obito, Catum­bela, de Angola inteira. · Esti­veram connos.co n.~s suas lem­branças. Estiveram connosco, na pessoa de cada um dos ' membros desta grande família. Silva Porto, Luso, Sa da Ben­deira, Luanda, N.ovo Redondo, Gabela, Cubai, Ganda, Vila Pereira d'Éça, Nova Lisboa. Onde um Amigo, aí um mem­bro da nossa fanrllia. O nosso Natal deste ano foi düerente!

Padre Manuel António

O N egage foi bom. Foi aju­da, carinho e um gaiato mais. - É o «Guadalupe». Seria de Cabo Verde que o pai trouxe o «Guadalupe»? Talvez um sí­tio bonito ·lá da Ilha, para, todo os dias, alimentar no olhar do filho a saudade das· mornas.

Que o nosso silêncio não leve ao vosso esquecimento! Antes seja para nós motivo de um 1

maior recolhimento que nos I lev~ a v.iver mais profunda­mente 0 mistério do Natal do Salvador. Porque, o que é pre­ci.·o é saber esperar, apesar de tudo, contra 'tudo e contra todos, se necessá:do for. E, se formo capazes de -dar ao nosso Deus, feito Menino, tu­do que Ele nos vem pedir, é a b. olutamente certo que Ele não nos faltará com o muito que tem para nos dar.

Aos pés do Menino Jesus, desejaremos e pediremos, pa­ra vós e para nós, um Na tal verdadeiramente cristão, pro­mi· or de Paz e Felicidade para o Novo Ano.

X X.·

E ·pero que, todos os que nos lêem, ainda não tenham esque­c·ido que no. :faltam 70 contos para completar o pagamento da Casa Nova. Falta agora ar1·escentar que preci amos de entreo·ar esse dinheiro antes do dia 31 de Janeiro próximo. Donde 'irá ele--?

No ta c c )l'esen.a:·; Presentes todos os sócios de

Viseu, que entregaram as suas quotas mensais, por intermé­dio de D. Fernanda Valle.

Também os ~uncionários da Cai ·a de Previdência nos mandmtam seus recados, por intermé-dio de D. Luísa Valle.

Entregaram em nos ·a Casa as suas habituais contribui­ç:ões : Ca al de Cursis'tas e ou­tros doic;; Casais, todos da mes­ma Família, louvaJdo Deus; o Senhor Simões . o Senhor Sam­paio; um de;conhecido, que veio a primeira vez; o «Sobre­vivente do Casal R. D .» em memória da Esposa.

De Lisboa tem cheg3.1do sem­pre o vale de Helena e Amiga; a contribuição mensa~ do 'ass.

Fui com duas Senhoras arrancar o «Guadalupe» a uma casa triste. Perto da entrada, a contrastar com o aspecto da cabana, canas de açúcar -grossas e viçosas. A terra a querer dar fartura e beleza! E as pobres criaturas a revolve­rem-se na sujidade de arra-baldeS. .

Deus dá-nos o sol, a chuva c terra farta... E nem bana­nas temos com fartura . . Disse o pai do «Guadalupe»: «Até uma banana custa caro». E eu olhando a t~rra no espelho verde de capim fero .

Que mola falta premir para que este pai e outros sejam capazes de plantar para enche­rem a barriga aos filhos 1

Semear e plantar os campos ao mesmo tempo que se mul­tiplicam as escolas~ Talvez.

Fico sempre tão triste quan­do vejo as crianças a remexer o lixo dos subúrbios.

XXX ,

Há tanto tempo que não di· go o que dão! Ontem, um se­nhor de Salazar mo sugeriu, com o seu gesto simples, na entrega dum envelope com mil escudos. Nem ele me disse o nome neni eu lho perguntei - que o Senhor não vai muito em nomes, em listas ou carta­zes.

Continua na QUARTA pág.

anommo; da Avó de Moscavi­dc 50$; oferta de Laura de Benfica; vale de 100$ de An­tonieta do Dafundo ; 190$ de Gina Maria; 20$ de A. Fernan­des .

De Paço de Sousa, vales de 2.300$ e de 320$. Do ~fonte­pio de Lisboa, por intermédio da Casa do Gaiato, 210$.

Florinda, de Coimbra, en­viou 100$.

20$ do Porto. Da mesma ci­dade, Alice com 20$ por alma dum irmão e agora com 500$. Vale de 40$ dum Coronei das Felgueiras.

« 150$ para ajuda do paga.­. mento da Casa Nova». Aaria Cecília e Marido sempre pre­~entes com os 50$00 mensais.

Palmira, de Angra, com 50$. Outro tanto de Gavião. Vale de 500$ de Senhora pro­fessora de Faniqueira.

Mais outros 500$ de Alice, do Porto.

Maria de Fátima, de Lamego. com 100$. Das Minas da Pa­nasqueira, 50$. O dobro de Ma ria .José, do Porto.

V ale de 1.000$ duma lecista da Figueira. Cheque de 796$ de Benoni, África do Sul, poo­uma mãe de Família.

Demos graças a Deus. E bem-hajam!

Inês - ·Belém - Viseu

V amos celebrar a Eucaristía e o Casamento do António Luís e da Rosa. Dois misté­rios ! : - Na Eucaristía damo­-nos a Deus com tudo o que

Um aVISO

oportuno Apesar da ~Obra da Rua»

estar em acção no N arte do país há tantos anos, ainda há quem desconheça ()lJ; confunda ( o mais certo) que a sua sede é em PAÇO DE SOUSA (localidade com uma CTF, edifício dos C. T. T. feito de raíz) e não Pf.P]Qs de Ferreira, Paços de Brandão, Pax;os de Gaiola ou outras Paços da me. lrópole! ... Ora, ao longo do ano, surgem encomendas e va. les, registos e correio ordi,.. nário, mal encaminhados. Até telefonemas, ultima m e n t e ! Troc~m o 95285 - Cête da nossa Casa do Gaiato de Paço de Sousa, velo 22878 - Pare­des, da no~sa Casa da Gaiato tle Beire - Paredes, que tam­bém é do nossa «Calvário». E vive-versa. O que altera a paz e a vida normal de1 ambas as comunidades.. Recentemente, procurámos a explicação. E chegámos à conclusão de que as simpáticas telefonistas de Penafiel não têm culpa nenhu­ma. Atribuem o mal à recente automatização das redes. Es­peramos, no entanto, que pelo m~nos este mal seja reparado quando surgir a nova lista te. lefónica.

Pelos caminhos de ferro rei. na a mesma confusão. Há re­messas também endereçadas a Paços de Ferreira, Paços de Brandão, Penafiel; Porto, etc!! Saibam todos as estações da C. P. que nos servem: Casa do Gaiato de Paço · de Sousa é CtTE (Douro) e Casa do Gaia­to de Beire ou «Calvário» é PAREDES (Douro).

Voltemos aos C. T. ·T .. lá que falámos em registos, enco. mendas e vales, aproveitamos a oportunidade para recomen. dar aos Amigos que habitual. mente enviam valores em cor. reio ordinário, que o façam sob registo. E mais seguro. E utilizem, p,articularmente, os vales de correio. Pagáveis em PAÇO DE SOUSA, ~e fo· rem para a Casa do Gaiato de Paço de Sousa -sede da Obra. Pagáveis em PAREDES, se para o «Calvário» ou Casa d-o Gaiato de Beire - Paredes (Douro}. No entanlto, acom­panhem sempre os ditos com ~ carta ou p<>stal - escla. receilldo o seu destino: assina. tulias do jomaJ, livros, etc. etc. Isto é muik> importarrte! I

J. M.

TRANSPORTADO NOS PARA · ANGOLA

somos e Ele vem a nós na. pro­fundidade do seu .Amor. ·

No casamento, este par de jovens vai doar-se a Deus, com tudo o que são, através um do outro e Deus dá-se a eles como sujeito do seu ser­viço mútuo, num compromisso amoroso de os assistir durante toda a vida, se forem fiéis a esta doação.

Meus queridos Rapazes:

Se não fosse muito além o mérit0 · do Vilhena, só o facto de nos proporcionar esta cele­bração, ·a primeira n.a vida des­ta Casa .do Gaiato, seria motivo de justificado júbilo.

Peço-vos que fixeis bem na vossa memória o cortejo em que tomamos parte p a r a que vos seja ideal na vida. Um dia, mais ou menos próximo, todos vós sonhais realizar o vossõ casamento. Reparai. .A Rosa vem vestida de branco . .A alvura d0 seu fato significa a

São agora um do outro

limpeza interior da sua alma, a pureza da sua intenção e o seu ideal imaculado. Nela, lembrai a imagem da que há-de ser a vossa noiva e procurai ser di­gnos dela. Quando dentro de vós surgirem as tentações, ou soprar forte o desânimo, le­vantai o coração para aquela que, um dia, vos há-de acom­panhar ao altar do Senhor, vestida de brancura!

Meus irmãos: V 6s que viestes de fora pa­

ra vos alegrardes connosco, e dar graças, saboreais bem a ale­gria· da recuperação da ovelha perdida, ' que hoje confirma­mos. Tendes direito a esta ale­gria. Um casamento é uma ri-

AVIõES DA T. A. P. E MOÇAMBIQUE

O H *lia do casamento do queza para a Igreja . .A. Obra da Rua é da Igreja que aqui representais. E está connosco o Vigário Episcopal, cabeça da Igreja na nossa região. Como nos estimula a sua pre­sença!

Meus queridos noivos: Ides selar diante de Deus a

vossa consagração no amor um do outro. É 0 início de um compromisso sagrado que du­rará enquanto ·viverdes_ É o princípio de uma longa e difí­cil caminhalda !... Um com pro­misso de servir!... Uni-vos pa­ra serdes servos um do outro: A missão da Rosa é servir o António Luís. Ajudá-lo. Pro­curar sem:t>re o seu bem. Dar­-se a ele numa busca constante da felicidade dele . .A tua, .An-

nfónio Luís e da Rosa radioso, abundam muito mais os de espesso nevoeiro !

.A. vida de um padre da rua, s~bei-lo bem, pelo eontacto · connosco, é a de um homem «aflito» queimado interiormen­te, por causa da ovelha perdi­da, dú filho pródigo que nos abandonou. O nosso coração

estivestes comigo». Da parábo­la, uma autêntica distribuiçlo de paternidade.

Daqui a pouco ireis comun­gar~ ambos comigo, no mesmo cálice. Beber do mesmo cálice é beber da mesma cruz em oe­munhão . com o Senhor l Ireis beber comigo!

REPORTAGEM Foi no passado dia 26 de

Novembro o casamento do An­tónio e da Rosa. Quem nãÓ conhece o António? É nosso desde pequenino. Foi um - dos fundadores desta Casa que hoje é uma realidade. A Rosa é uma rapariga simples que trabalhava connosco nos trabalhos agrico­las e que sofria também os pro­blemas do nosso dia a dia. Mo­rava nos arredores. Já se co­nheciam há muito tempo. E agora foi a vez do casamento, que o Senhor inspirou na alma de cada um. Casaram e agora um e outro vão servir urna Obra que é sua e que os viu nascer.

Durante a semana ultimaram­-se os preparativos e, no sábado, ,,éspera do casamento, tivemos de fazer um serão para que no dia estivesse tudo em ordem. O Domingo começou com o pe­queno almoço às 8 h. Depois das 1 O h. começaram a chegar os nossos amigos e às 11,30 h. es­tava tudo em ordem, para se entrar na capela ~m cortejo e silêncio. Começou a Santa 1\r!issa que foi celebrada pelo Senhor Padre Acílio. Depois da homilia celebrou-se então o contrato m,J.­pcial em que um e outro dis · seram um «sim» de confiança perante Deus.

Depois da Missa dirigimo-nos pa>ra a casa qt.:!e eles hão-de habitar e onde o Senhor Vigário Episcopal benzeu a cama do

sangra por eles, prende-se mui­to mais a eles d0 que a vós.

casal. Tiraram-se as fotografias da praxe, que o Snr. Américo, nosso fotógrafo, se encarregou de focar.

Depois seguiu-se o almoço. Malta e convidados saborearam o . copo de água que · lhes foi servido. Durante este tempo, como anteriormente, a alegria e a boa disposição fizeram-se sentir. Tudo correu da melhor maneira. Já para o fim do almo­ço o Senhor Padre Acilio falou e manifestou toda a sua alegria por o António ter sido um exem­plo de rapaz e de ter aberto caminho aos outros para que um dia possam casar e continuar a servir a Obra que é sua, já que ele foi o primeiro que nesta Casa casou e ficou.

E tudo terminou com o partir do bolo da noiva e a sua distri­buição pelos presentes. No mes­mo dia os noivos partiram para a nossa Casa de Miranda onde forain passar a sua lua de mel.

Antes de terminar e em nome dos noivos, quero agradecer a todos os amigos que contri­buiram para que a festa fosse alegre e corresse da melhor maneira. Já que indicar nomes é imposnível, ficam aqui. expres­sos os nossos agradecimentos.

E aos noivos desejamos mil felicidades na vida que vão trilhar.

Laurindo Ferreira Lopes

o António Luís e a R Vós os que servis, sereis sem-asa. f d "d . pre, por orça a VI a, os eter-

Beber ido mesmo cálice é na expressão do Senhor Jesus aceitar a vontade do Pai, sem• pre, seja quais forem as con~ sequências! No serviço da Igreja concretizada mais di­rectamente para nós na Obra da Rua, para redenção dos ra­pazes sem família, e do8 caídos na miséria!

tónio Luis, é idêntica, relati­vamente à Rosa. O Senhor põe­.ta nas mãos para seres a sua guarda e a sua realização. Sa­beis bem, e ireis experimentar, que o casamento uão é uma

nos esquecidos. Nem aniversá­rio do casamento, nem do nas­cimento de um filho, nem qual­quér outra data gloriosa; tudo nos esquece! .Apoiamo-nos em vós numa confiança de Pai pa­ra quem chega ~o tu sempre Padre Acílio

busca de si. próprio, mas da fe­~hla~no~rvi~~D~,~~--------------------~-------

v o no outro. Na medida em qlfe derdes, recebereis.

Este mistério da vida, ~ realizaçã0 do homem, através da sua entrega e da fuga de si próprio - é na missã0 ma­trimonial um estímulo mútuo de santidade, fonte de alegria interior, manancial de graça e princípio de vida!

O vosso casamento é tam­bém uma consagração oficial ao serviço da Obra . .Assim co­mo vos aceitais um a0 outro com os defeitos e as virtudes de calda um, assim é necessá­rio que aceiteis também a Obra. Aceitar o serviço da Obra é aceitar as pessoas que a ser­vem convosco, com as suas virtudes e as suas misérias! Sabeis bem que na nossa vida, não são muitos os dias de sol

MAL.AN.JE Cont. da TERCEIRA Pág.

Minha senhora do Dundo, recebi as roupinhag de bébé, restos de enxoval do seu filho, que darei aos filhos dos lepro­sos de Dange iá Menha. Têm sido tão bons os assinantes do Dundo I O Laranjinha chegou a casa com cem que uma senho­ra lhe entregou na rua. Um senhor duma subscrição na Cervejaria Flórida, 170. Uma Doutora amiga com 500 mais 1.000 e mai8 vezes. Um Pro­fessor do Liceu entregou 200. .Ao nosso amig0 de João Belo, Mário Couto, digo que já t em o s casa em Lourenço

Marques, mande para lá. Da Associação de Futebol de M~ lanje, 1:000 - bonito golo! Dos padrinhos do menino que foi baptizado na nossa capela, 1.000. Tantos que nos manda­ram as amendoas da Páscoa l Um senhor .na sua visita de costume, deixou 100. Da Ga~ bela veio um senhor com 820. Do Mussende, outro com 120. E tantos que não . digo aqui! Só dig0 mais aquele amigo de Luanda que ao «ouvido» me entregou 10.000 - igual à des­pesa que fez no casamento dum filho!

Padre Telmo