B-044 Lucas Pereira Soares

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    ESTUDO DA GNESE DOS EVENTOS PLUVIOMTRICOS, IGUAIS OUSUPERIORES A 100 mm/24h, NA CIDADE DE FORTALEZA-CE, NO PERODO

    DE 1996 - 2008.Lucas Pereira Soares1, Antnia Adnna Guedes da Silva2,

    Profa. Dra. Marta Celina Linhares Sales3, Profa. Dra. Maria Elisa Zanella4

    RESUMO

    O trabalho objetiva analisar a gnese dos sistemas atmosfricos no perodo entre osanos de 1996 ao ano 2008, associados a ocorrncia de eventos iguais ou superiores

    a 100mm/24h para a cidade de Fortaleza, Cear, Brasil. O material utilizado

    proveniente da base de dados da estao pluviomtrica da Fundao Cearense de

    Meteorologia (FUNCEME), no Bairro So Gerardo, cartas sinticas, imagens de

    satlites, dados de Temperatura de Superfcie do Mar (TSM), reportagens

    jornalsticas e dados da Defesa Civil do Brasil. Inicialmente identificou-se os

    sistemas, considerando como base o acompanhamento dos dias que registraram os

    eventos pluviomtricos mencionados acima. A sua repercusso na cidade revela

    pontos crticos associados a reas de maior vulnerabilidade socioambiental, locais

    associados ao crescimento demasiado da cidade de Fortaleza, bem como a falta de

    polticas pblicas e planejamento urbano da metrpole. Os eventos iguais ou

    superiores a 100mm/24h foram muito atuantes no perodo destacado, vindo a

    comprometer ainda mais a falta de estrutura da cidade.

    PALAVRAS-CHAVE: Sistemas atmosfricos, impactos ambientais, eventos

    extremos em Fortaleza/CE.

    INTRODUO

    O estudo associado das precipitaes pluviomtricas sua gnese propicia

    uma anlise pautada nos aspectos conceituais da Climatologia Dinmica e Urbana

    (MONTEIRO, 1971 e 1976). Os fenmenos naturais relacionados ao clima,

    principalmente quando se apresentam como eventos extremos, geram nas

    sociedades inmeros problemas, muitos dos quais de carter catastrfico,

    repercutindo negativamente na qualidade de vida das populaes. Os eventos

    pluviomtricos intensos sobre as cidades exemplo dessa repercusso sendo

    considerado gerador de graves problemas de ordem socioambiental nas reas

    urbanas do Brasil (ZANELLA, SALES e ABREU, 2009).

    1 Graduando em Geografia pela Universidade Federal do Cear UFC, bolsista do Programa de Educao Tutorial PET UFC, Laboratrio deClimatologia e Recursos Hdricos LCRH/UFC, [email protected]

    Graduanda em Geografia pela Universidade Federal do Cear UFC, bolsista do Programa de Educao Tutorial PET UFC,[email protected] Professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Cear, Vice-Coordenadora do Programa de Ps-Graduao emDesenvolvimento em Meio Ambiente (PRODEMA), [email protected] Professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Cear, Coordenadora do Programa de Ps-Graduao em Geografia eCo-Tutora do Programa de Educao Tutorial PET UFC, [email protected]

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    Para tanto, buscou-se numa ideia inicial alada no IX Simpsio Brasileiro de

    Climatologia Geogrfica - IX SBCG, realizado em Fortaleza-CE no ano de 2010,

    desenvolver uma pesquisa voltada a compreender a atuao dos sistemas

    atmosfricos e sua correlao com eventos climatolgicos que comprometeram a

    organizao urbana da cidade de Fortaleza no ano de 2009, considerado um dos

    mais chuvosos, dentro da srie histrica 1974-2010, da Fundao Cearense de

    Meteorologia FUNCEME. Sendo o presente trabalho uma continuao do anterior,

    seguiu-se, ento, a mesma abordagem, ou seja, a identificao dos principais

    sistemas atmosfricos produtores dos episdios iguais ou superiores a 100mm/24h,

    em um perodo maior de tempo, compreendendo aqueles ocorridos entre os anos de

    1996-2008, buscando enfatizar a relao entre a atuao dos sistemas, as

    condies ocenicas do Atlntico e do Pacfico, bem como sua repercusso no meio

    social, surgindo disso o apontamento de reas ditas como de alta vulnerabilidadesocioambiental, de acordo com os estudos que Zanella, Costa, Panizza e Rosa

    (2009), desenvolveram para a cidade de Fortaleza.

    REA DE ESTUDO

    A cidade de Fortaleza, objeto de estudo deste trabalho, est localizada na

    faixa litornea do Estado do Cear, no Nordeste do Brasil apresenta uma srie de

    problemas ambientais de descaracterizao e degradao de seus componentes

    naturais, o que vem comprometendo a qualidade de vida urbana de seus habitantes.O crescimento desordenado do municpio acompanhado de uma srie histrica de

    polticas urbanas pontuais e ambientalmente excludentes constitui o tensor de

    destaque desse quadro. Eventos naturais, como os fenmenos pluviomtricos

    intensos manifestados sobre o territrio de Fortaleza agravam ainda mais esse

    cenrio (Moura, Zanella e Sales, 2008).

    Figura1: rea de estudo.

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    MATERIAL E MTODOS

    A metodologia utilizada no trabalho se deu pautada no estudo da gnese dos

    eventos extremos responsveis por precipitaes intensas na cidade de Fortaleza-

    CE, seguindo uma abordagem, introduzida por Monteiro (1971 e 1976), que diz

    respeito ao estudo da gnese destes eventos, atravs de uma metodologia que

    engloba, aquilo chamado pelo autor, de subsistema hidrometerico, responsvel por

    tratar dos impactos pluviais ocasionados por eventos pluviomtricos intensos, que

    causam a desorganizao das cidades, por meio de alagamentos, inundaes e

    problemas derivados (MONTEIRO, 1971 e 1976). Sendo subsistema um dos

    compostos-base para um nvel mais amplo de anlise do clima urbano, conhecido

    como Sistema Clima Urbano - SCU, que engloba outros dois subsistemas: o

    subsistema termodinmico, que trata do estudo das ilhas de calor, ilhas de frescor,

    conforto e desconforto trmico; e o subsistema fsico-qumico, que trata da qualidadedo ar e de como os elementos do clima e a morfologia urbana contribuem para a

    concentrao ou disperso dos poluentes doenas alrgicas e do sistema

    respiratrio(MONTEIRO, 1971 e 1976). O presente trabalho traou uma abordagem

    pautada nesta metodologia, identificando os principais sistemas atmosfricos

    produtores de eventos iguais ou superiores a 100mm/24h para o perodo 1996-2008.

    O trabalho contou com dados de pluviosidade da srie histrica (1974-

    2008) da Fundao Cearense de Meteorologia (FUNCEME), sendo utilizado, paraestudo, o perodo 1996-2008, cuja estao pluviomtrica se encontra localizada no

    Bairro So Gerardo. Deve-se considerar que muitos dos dados do trabalho foram

    gerados do conjunto FUNCEME/NOAA/IRD, cujo projeto principal leva o nome de

    PIRATA (Pilot Research moored Array in the Tropical Atlantic). De tal trabalho foram

    retiradas informaes referentes TSM do oceano Atlntico; Outra fonte de

    pesquisa importante, foi o CPTEC/DSA/INPE, onde teve-se acesso s imagens dos

    satlites GOES 8 e GOES 12, do canal Infravermelho e Temperatura de Brilho,

    utilizadas no trabalho, alm de informaes referentes aos fenmenos de El Nio e e

    La Nia, fornecidas pelo conjunto NOAA/NESDIS e CPTEC/INPE-NCEP/NOAA

    alm de dados referentes a Oscilao Decadal do Pacfico, encontrados nos artigos

    de Molion (2006) e Mantua et al.(1997). No desenvolvimento deste artigo foram

    utilizadas, ainda, cartas sinpticas da Marinha do Brasil, alm de reportagens

    jornalsticas do jornal impresso O Povo e da pgina online do Dirio do Nordeste,

    alm de artigos acadmicos de Climatologia e Meteorologia.

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    EVENTOS EXTREMOS IGUAIS OU SUPERIORES A 100 mm/24H, PARA OPERODO 1996-2008, ENFATIZANDO AS CONDIES OCENICAS E REAS

    URBANAS ATINGIDAS.11 de maro de 1996

    A precipitao observada no dia 11 de maro, cujo valor total marca os

    109,4 mm, se deu devido atuao conjunta de alguns sistemas atmosfricos: a

    Zona de Convergncia Intertropical (ZCIT), em sua posio habitual para o perodo,

    um pouco abaixo da linha do Equador, atuando de forma moderada; um Vrtice

    Ciclnico de Altos Nveis (VCAN), cujo desenvolvimento est associado a entrada de

    uma Frente Fria (FF), algo crucial na gnese de tais sistemas de baixas frias, pois,

    conforme HAAS et. al (2002), a formao do vrtice est intimamente ligada a

    atuao da FF. Sendo isto, podemos dizer que a nebulosidade nos dias 11 e 12 de

    maro em Fortaleza, deriva da combinao ZCIT-VCAN, onde tal vrtice interage

    diretamente com um sistema frontal, culminando numa precipitao acima de 100mm para o dia 11 e de 77,6 mm para o dia 12 de maro.

    Observando os oceanos Pacfico e Atlntico, podemos constatar que para

    o ano de 1996 tivemos no Pacfico o fenmeno La Nia e conforme o boletim

    Climanlise (maro de 1996),

    O ncleo mais frio associado ao La Nia ocorreu sobre o Pacfico Central.

    Os ndices atmosfricos e ocenicos, usados para monitorar o fenmeno ElNio-Oscilao Sul (ENOS), continuam indicando a situao de episdiofrio, apontada nos ltimos meses.

    No Atlntico, ano de Dipolo Positivo, o mesmo boletim faz a seguinte

    colocao,

    No Oceano Atlntico Sul, durante maro, foram observadas Temperaturasda Superfcie do Mar (TSM) entre 28oC e 30oC, junto costa das RegiesSudeste, Nordeste e Norte.(Boletim Climanlise, maro de 1996)

    Imagem 2TSM de MARO de 1996. Fonte: CPC/NWS apud Boletim Climanlise (maro de 1996)

    Imagem 1VCAN e ZCIT atuando na cidade de Fortaleza em 11 de maro de 1996.Fonte: (A) CPTEC/INPE e(B) Marinha do Brasil

    (A) (B)

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    Os estragos causados por esta enxurrada atingiram, principalmente, a

    comunidade do Morro Santa Terezinha, no bairro Castelo Encantado, causando

    desabamento de casas. Conforme Zanella et al., 2009, este um ambiente

    inadequado para moradia, sendo classificado como de alta vulnerabilidade

    socioambiental. Segundo a autora, alguns campos de duna, como os do Morro

    Santa Terezinha e as dunas da Praia do Futuro, confirmam uma relao de favelas

    onde a populao carente submetida aos deslizamentos e soterramentos,

    principalmente quando da ocorrncia de eventos de chuvas extremos.

    24 e 25 de abril de 1997

    A precipitao de 162 mm no dia 24 de abril, em Fortaleza, foi causada

    devido a um distrbio nos alsios de sudeste, conhecido como Distrbio Ondulatrio

    de Leste (DOL). Observa-se a atuao deste sistema no campo de influncia da

    ZCIT, que conforme a carta sintica da Marinha do Brasil atua fortemente sobre a

    rea estudada. Tal situao adentra pela madrugada e incio da manh do dia 25,

    onde a atuao conjunta ZCIT-DOL foi responsvel pela precipitao de 108,9 mm

    na cidade de Fortaleza no dia 25 de abril.O Boletim Climanlise, de abril de 1997, faz o balano da atuao do DOL

    sobre Fortaleza,

    No dia 24, outro distrbio de leste foi observado no litoral do Cear,causando chuvas intensas neste Estado... No dia seguinte, este sistemadeslocou-se para sudoeste, atingindo o litoral e o interior do Maranho.

    Observando os oceanos Pacfico e Atlntico, podemos constatar que: no

    Pacfico observado o fenmeno do El Nio, de classificao dada como forte, em

    um ano cuja classificao climtica foi dada como seca. No Atlntico observado oDipolo Positivo, que segundo o Boletim Climanlise (abril de 1997):

    Imagem 3DOL atuando em Fortaleza. Fonte: (A) CPTEC/INPE/DSA/GOES 8 e (B) Marinha do Brasil

    (A) (B)

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    No Atlntico Norte, pode-se observar junto costa da frica, uma extensarea com anomalias positivas de TSM. O padro de dipolo continuou sobreo Atlntico, com TSMs abaixo da mdia sobre o setor sul, e acima da mdia sobre o setor norte. Tal configurao no favorece a estao chuvosa dosetor norte do Nordeste, que termina em maio.

    A problemtica causada por estes eventos revelou problemas urbanos

    tanto em reas mais nobres como em ambientes de populao mais pobre, os

    principais bairros atingidos foram: Itaca, Papicu, Bairro de Ftima, Beira Mar, Praia

    do Futuro, Lagamar, Cidade dos Funcionrios, Pan Americano, Ellery, Dias Macedo,

    Edson Queiroz, Henrique Jorge, Jardim Amrica, Aerolndia, Tancredo Neves,

    Centro, Pirambu, Barra do Cear, gua Fria, Mucuripe, Aldeota e Geniba,

    causando dentre outros problemas: a danificao de sete estaes da COELCE, a

    suspenso das aulas em universidades e escolas, problemas no sistema de linhas

    telefnicas, alagamentos de ruas, rvores e postes arrancados do solo, falta de

    energia eltrica, cancelamento de pousos e decolagens no Aeroporto Pinto Martins,

    formao de crateras nas ruas, sendo que 535 famlias ficaram desabrigadas, carros

    foram arrastados pela correnteza, 2.830 casas foram alagadas, 95 desabamentos

    foram registrados, uma pessoa morreu afogada e duas crianas desapareceram.

    11 e 20 de abril de 2001

    A anlise dos eventos dos dias 11 e 20 de abril foi comprometida devido

    ao fato de no se ter tido acesso as imagens de satlites adequadas para o perodo

    dos eventos. Porm, obteve-se junto ao CPTEC/INPE, imagens de Temperatura de

    Brilho Mdia, do GOES 8, no to eficientes como imagens em Infravermelho, mas

    adequadas para a anlise sintica feita neste trabalho.

    A partir disso, fez-se uso de imagens da pentada 11-15 de abril, de

    Temperatura de Brilho Mdia, do GOES 8, onde pode-se observar a ZCIT atuando

    fortemente em tal pentada e, seguindo o que dito pelo Boletim Climanlise, o

    perodo de 11 19 de abril teve-se a atuao de Linhas de Instabilidade (LI) junto a

    costa cearense, sendo ento o conjunto ZCIT-LI responsvel pela precipitao de

    124 mm para o dia 11 de abril na cidade de Fortaleza. J para o dia 20 de abril notem-se informaes referentes a atuao de LIs na costa cearense, contudo

    Imagem 4TSM para 25 de abril de 1997. Fonte: NOAA/NESDIS

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    observa-se imagens da pentada 20-24 mostrando a ZCIT com nebulosidade

    bastante acentuada, cuja precipitao atingiu 102,3 mm.

    Para o ano de 2001 o oceano Atlntico se comportou de forma neutra e o

    Pacfico, com um efeito La Nia moderado, sendo que este ano foi dado como

    normal, sem maiores excepcionalidades. O Boletim Climanlise (abril de 2001) traz

    em escritos as atribuies das TSMs para o ms de abril de 2001,Em abril, o campo de TSM manteve o padro de anomalias ligeiramentepositivas no Pacfico Equatorial Oeste, guas superficiais ligeiramente maisfrias do que a mdia histrica no Pacfico Equatorial Central e aquecimentoprximo costa oeste da Amrica do Sul. No Oceano Atlntico TropicalNorte, permaneceram anomalias negativas adjacentes costa norte daAmrica do Sul, estendendo-se at o Caribe. No Atlntico Sul, as TSMspermaneceram dentro da mdia na maior parte da regio, com exceo da

    rea prxima costa sudeste e sul do Brasil e prximo costa oeste dafrica.

    A problemtica urbana, causada pelo evento do dia 11 de abril atingiu 40

    mil pessoas e muitas delas perderam suas casas, foram registradas duas mortes porchoque eltrico, alm de vrios alagamentos nos mais diversos pontos da cidade.

    Os principais bairros atingidos foram: Autran Nunes, Barroso I e II, Dias Macedo,

    Aerolndia, Castelo, Siqueira, Tancredo Neves e bairros que ficam a margem do rio

    Coc. Para o dia 20 de abril temos os seguintes problemas: Cerca de 40 mil

    pessoas desabrigadas; 7 acidentes de trnsito; mais de 70 quedas de rvores;

    trnsito lento; alagamento de ruas e casas e desabamento de casas. Os locais mais

    problematizados foram: Avenidas Aguanambi, Carneiro de Mendona, Perimetral,

    Raul Barbosa, e Alberto Craveiro, alm dos bairros Jardim Amrica e Geniba, estes

    ltimos com populaes localizadas em reas de risco e de aula vulnerabilidade

    social.

    19 de maro de 2003

    Na madrugada observa-se a formao de um Complexo Convectivo de

    Mesoescala (CCM) sob a regio que compreende parte do litoral cearense e a

    Imagem 6Formao do CCM que atinge Fortaleza, compreendendo o horrio entre 3:00 e 10:00 da manh. Fonte: INPE/CPTEC/DSA/GOES 8.

    Imagem 5(A) TSM mensal de abril de 2001 e(B) TSM do dia 10 de abril de 2001. Fonte: (A) Climanalise apud CPC/NCEP/NWS) e (B) NOAA/NESDIS (A) (B)

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    chapada do Apodi. Conforme afirma Silva Dias (1987), estes so sistemas de

    nuvens aproximadamente circulares e com um crescimento explosivo num intervalo

    de tempo de 6 a 12 horas. Compreende-se, ento, que a formao de tal complexo

    acontece no campo de perturbaes dos ventos alsios, sendo interessante notar

    tambm que a nebulosidade observada surge da rea de atuao da ZCIT,

    provocando com isso precipitao de 138 mm na cidade de Fortaleza.

    O ano de 2003 revela que as condies de TSM do oceano Pacfico

    estiveram bastante normais, apenas o efeito Dipolo, no Atlntico, se mostrou de

    forma favorvel precipitao na regio.

    No Atlntico Tropical Norte, as guas superficiais ficaram abaixo da mdiahistrica, enquanto que, no Atlntico Sul, a TSM variou de normal a acimada climatologia numa faixa que se estende do leste do Brasil at a costa dafrica. (Boletim Climanlise, maro de 2003)

    No evento deste dia 19 de maro os principais bairros atingidos foram:

    Quintino Cunha, Autran Nunes, Canidezinho, Geniba, Castelo e o Centro, destes4.843 famlias foram afetadas, sendo que 345 famlias deixaram suas casas,

    havendo alagamentos, trnsito lento e vrios acidentes de carros na cidade.

    29 de janeiro de 2004

    Evidencia-se neste evento a atuao de um VCAN e sua formao est

    extremamente ligada a FF que entra no sul do Brasil por volta do dia 24 de janeiro,

    formando a Zona de Convergencia do Atlntico Sul (ZCAS) e consequentemente o

    vrtice,que para o perodo destaca o Boletim Climanlise (janeiro de 2004),O campo de Temperatura da Superfcie do Mar (TSM) apresentou valoresacima da mdia no Atlntico Norte e na faixa equatorial. Este padro deaquecimento contribuiu para o posicionamento mais ao sul da ZCIT e para oaumento da atividade convectiva associada aos vrtices ciclnicos sobre onorte do Nordeste do Brasil.

    (A)(B)

    Imagem 8(A) TSM para o ms de janeiro de 2004 e(B) para o dia 27 de janeiro de 2004. Fonte: (A) CPC/NCEP/NWSapud Climanlise e (B) NOAA/NESDIS.

    Imagem 7(A) TSM mensal de maro de 2003 e(B) TSM do dia 17 de mao de 2003. Fonte: (A) CPC/NCEP/NWS apudClimanalise)e (B) NOAA/NESDIS

    (A) (B)

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    (A)

    Imagem 10 (A) Posio do centro dos Vrtices em Altos Nveis (VCAN) com a indicao dos dias de atuao sobre a Amrica do Sul em janeiro/2004 (destaquepara os pontos em azul, localizando o VCAN para o perododo evento do dia 29 e (B) campos de linha de corrente e divergncia do vento horizontal, em 10-5*

    S-1, no nvel de 200 hPa. Fonte: (A) CPTEC/INPE e (B) Boletim Climanlise (Janeiro de 2004).

    (B)

    Tal VCAN atuou sobre a cidade de Fortaleza, sendo observado, ento a

    formao de nuvens em forma de virgula invertida sobre o Cear, ou seja que

    caracterizam o vrtice, sendo o cavado localizado em parte no oceano Atlntico e no

    Estado da Bahia, favorecendo a nebulosidade na rea estudada. Tal baixa fria levou

    precipitao de 250 mm para a metropole, sendo sua anlise particularizada por

    ZANELLA, ABREU e SALES (2009) no artigo Anlise das precipitaes dirias

    intensas e impactos gerados em Fortaleza-CE, da GEOUSP de 2009, as autoras

    fazem a seguinte avaliao sobre a formao deste sistema ciclnico,

    Com base nas imagens do satlite Meteosat, nesses dias evidencia-se aforte atuao de diferentes sistemas atmosfricos na regio. AsRepercusses das Frentes Frias (RFF) associadas formao de umVrtice Ciclnico de Altos Nveis (VCAN), provocaram ndicespluviomtricos importantes para os dias 27 e 28/01. J no dia 29, a atuaodo VCAN, associado ZCIT, que se deslocou para o Sul causaram ndicespluviomtricos elevados, no registrados desde o ano de 1974, quando

    iniciaram os registros da estao meteorolgica da FUNCEME.

    E de acordo com o Boletim Climanlise (janeiro de 2004),

    As chuvas intensas que ocorreram em toda a Regio (no caso o NEB)foram devidas ao deslocamento de frentes frias para o norte, atuao daZona de Convergncia Intertropical (ZCIT) e presena de VrticesCiclnicos em Altos Nveis (VCAN) sobre o Oceano Atlntico.

    Com relao ao oceano Atlntico, o mesmo Boletim traz a seguinte

    informao,

    No Oceano Atlntico Norte, ainda predominam anomalias positivas de TSM.

    No Atlntico Sul, foram observadas anomalias negativas de TSM. Na faixaequatorial do Atlntico, desde o litoral do Nordeste do Brasil at a costaoeste da frica, as anomalias estiveram acima da mdia entre 0,5C e 1C.Ressalta-se que a Zona de Convergncia Intertropical (ZCIT) esteve ao sulda climatologia neste ms.

    (A)

    Imagem 9 VCAN causador da excepcionalidade climtica do dia 29 de janeiro de 2004. Fonte: (A) INPE/CPTEC/DSA/GOES 12 e (B) Marinha do Brasil

    (B)

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    A problemtica urbana foi intensa devido atuao conjunta de tais

    sistemas. Os principais bairros atingidos foram: Barra do Cear, Geniba, Pirambu,

    Itaperi, Castelo, Centro, Antnio Bezerra, Meireles, Aldeota, Benfica, Coc, Ftima

    e Parangaba. Sendo registrados os seguintes impactos sociais: milhares de pessoas

    desabrigadas, sendo que 369 casas foram totalmente destrudas e 1.861

    parcialmente destrudas; ocorreram mortes; os congestionamentos foram intensos

    em vrias ruas e avenidas com inmeros acidentes de carros; formao de crateras

    em ruas e avenidas; falta de luz, gua e telefone. Zanella, Abreu e Sales (2009),

    ainda abordam em seu artigo os problemas causados sade da populao,

    segundo as autoras as chuvas ocasionaram ainda o aparecimento de inmeras

    doenas, sendo a maioria dos casos de crianas com desidratao, apresentando

    sintomas como diarreia e vmitos, pois so elas as primeiras a sofrerem as

    consequncias da falta de saneamento.7 de maro de 2004

    Para este dia 7 de maro, na madrugada, h a formao de uma LI. Tais

    linhas podem estar associadas a brisa martima, se organizando ao longo de tal

    sistema. Neste caso a precipitao registrada foi de 135 mm. A ZCIT encontra-se

    bastante atuante no perodo.

    Os oceanos Pacfico e Atlntico se comportaram da seguinte forma,

    No Pacfico Equatorial e em quase toda a extenso da faixa leste do Brasil,no Atlntico, a Temperatura da Superfcie do Mar (TSM) apresentou valoresprximos normal climatolgica... No Oceano Atlntico, predominaram

    anomalias positivas de TSM no Hemisfrio Norte e negativas no HemisfrioSul, destacando-se o posicionamento da ZCIT ao sul da climatologia nestems. (Boletim Climanlise, maro de 2004)

    (B)

    (A)

    Imagem 12(A) TSM para o ms de maro de 2004 e (B) para o dia 06 de maro de 2004. Fonte: (A) CPC/NCEP/NWSapud Climanlisee (B)NOAA/NESDIS.

    Imagem 11Sequencia de imagens, entre a horrio de 03:00 s 06:00 da manh, do dia 07 de maro de 2004, mostrando o desenvolvimento da LI sob o litoral doCear, atingindo a capital Fortaleza. Fonte: INPE/CPTEC/DSA/GOES 12.

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    Os bairros mais atingidos foram: Bom Jardim, Jangurussu, Castelo,

    Geniba, rea do Lagamar e Centro. Sendo que 59.000 pessoas foram atingidas,

    com uma criana desaparecida e congestionamento no trnsito. O Boletim

    Climanlise (maro de 2004) retrata que em Fortaleza para o perodo foram

    registradas chuvas isoladas, causando inundaes e transbordamentos de rios e

    reservatrios, resultando em perdas materiais.

    1 de maio de 2006

    Inicialmente, por volta das 00h e 10 min, tem-se uma nebulosidade muito

    intensa sobre praticamente todo o Nordeste do Brsil (NEB), onde a partir da

    comparao entre as imagens de satlites e as cartas sinticas, observa-se a

    atuao da ZCIT, que no momento est atuando fortemente sob a rea estudada. A

    nebulosidade sob Fortaleza bem acentuada devido a uma atuao entre a ZCIT euma LI evidenciada a partir das imagens do GOES 12.

    De modo geral, estas chuvas estiveram associadas atuao da Zona deConvergncia Intertropical (ZCIT), formao de Linhas de Instabilidade(LIs), ocorrncia de Distrbios Ondulatrios de Leste (DOL) e ao avanode sistemas frontais.

    Evidencia-se, ento a conotao de evento excepcional devido atuao

    conjunta ZCIT-LI, que produziu uma precipitao de 113 mm para o perodo. Uma

    considerao a ser feita que no foram encontrados registros de problemtica

    urbana no dia do evento.

    As TSMs so retratadas da seguinte forma,

    A Temperatura da Superfcie do Mar (TSM) ficou prxima mdia histricano Pacfico Equatorial e, embora anomalias negativas de TSM aindatenham sido observadas no leste do Pacfico Equatorial, prximo costa daAmrica do Sul, as condies so de neutralidade em relao ao fenmenoLa Nia. No Atlntico Equatorial, as anomalias positivas de TSM continuamfavorecendo o posicionamento da Zona de Convergncia Intertropical(ZCIT) prximo ao nordeste da Amrica do Sul, onde ocorreram chuvasacima da mdia. (Boletim Climanlise, maio de 2006)

    (A)(B)

    Imagem 14(A) TSM para o ms de maio e (B) para o dia 02 de maio de 2006. Fonte: (A) CPC/NCEP/NWSapud Boletim Climanlise e (B) NOAA/NESDIS.

    Imagem 13Nebulosidade sob o Cear, destacando-se a rea de estudo, que sofre influencia direta de uma LI . Fonte: INPE/CPTEC

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    16 de junho de 2006

    Neste perodo sistemas de escala maior, como a ZCIT, j no atuam deforma extraordinria sob a faixa que compreende o litoral cearense, sobretudoFortaleza, destaca-se sistemas de escala menores, como as LIs, associados aconveco gerada entre o mar e o continente. A precipitao evidenciada no dia 16

    de junho de 2006 est associada a atuao deste sistema atmosfrico, provocandoquantia de 110 mm de chuva para a cidade de Fortaleza. Conforme o Boletim

    Climanlise (junho de 2006) em reas no norte do Maranho, Piau e Cear, os

    totais acumulados de chuva variaram entre 100 mm e 200 mm, associados

    principalmente formao de Linhas de Instabilidade (LIs).

    Os oceanos se comportaram da seguinte forma

    As condies observadas da Temperatura da Superfcie do Mar (TSM) e dacirculao atmosfrica permaneceram em torno da mdia histrica sobre oOceano Pacfico Equatorial, consistente com a situao de neutralidadeassociada ao fenmeno El Nio-Oscilao Sul (ENOS)... No OceanoAtlntico, destacou-se a expanso da rea de anomalias positivas de TSM

    na faixa equatorial, atingindo aproximadamente 1oC entre a longitude 10oWe a costa da frica. Boletim Climanlise (junho de 2006).

    As dificuldades encontradas depois deste evento de 110 mm so

    relatadas da seguinte forma: houve transbordamento do Riacho Macei, na Beira-

    mar de Fortaleza, vrias casas alagadas e famlias ilhadas, ruas e avenidas

    alagadas, queda de rvores, risco de desabamento e transtornos no trnsito. A

    Defesa Civil do Municpio registrou 29 ocorrncias, sendo que oito foram de riscos

    de desabamento nos bairros Jardim Iracema, Cristo Redentor, Goiabeiras, So Joo

    do Tauape,Parangaba, Barra do Cear e Vila Velha. Dezenove registros foram dealagamento e inundao na Barra do Cear, Jacarecanga, So Joo do Tauape,

    (A)

    (B)Imagem 16(A) TSM para o ms de junho de 2006 e(B) para o dia 16 de junho de 2006. Fonte: CPC/NCEP/NWSapud Boletim Climanalise e (B) NOAA/NESDIS.

    Imagem 15Sequencia de imagens, entre a horrio de 05:00 s 10:00 da manh, do dia 016 de junho de 2006, mostrando o desenvolvimento da LI sob o litoral doCear, atingindo a capital Fortaleza. Fonte: INPE/CPTEC/DSA/GOES 12.

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    Quintino Cunha, Parque Geniba, Castelo, Vicente Pinzn, Cidade de Deus, Vila

    Velha, Varjota, Boa Vista, Castelo Encantado, Praia de Iracema, Tancredo Neves,

    Aerolndia, Jangurussu e Demcrito Rocha. A outras duas ocorrncias foram no

    Bom Jardim e no Conjunto Esperana, onde a Defesa Civil limpou e desobstruiu

    canais, lagoas e galerias.

    VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E OS EVENTOS IGUAIS OUSUPERIORES A 100mm/24h PARA O PERODO 1996-2008.

    As reas mais vulnerveis em termos socioambientais em Fortaleza so

    localizadas, principalmente, nas plancies de inundao, cujos rios principais

    compem as bacias do rio Coc, Maranguapinho e Vertente Martima, conforme

    Zanella et al., 2009:

    As bacias do rio Coc e Maranguapinho tm seus altos cursos localizadosem reas de Macios Residuais (vertentes midas das Serras de Aratanha

    e de Maranguape). Em Fortaleza, em seus mdios e baixos cursos drenamsobre os Tabuleiros Costeiros da Formao Barreiras, em que a presenade Argissolos e NeossolosQuartzarnicos sustentavam a Mata de Tabuleiro,atualmente substituda pela ocupao urbana. Finalmente, drenam sobre aPlancie litornea, cujas formas so apresentadas pelo campo de Dunas ePraias integradas ao ambiente urbano.

    A partir do que exposto acima pode-se compreender que tanto a

    geomorfologia bem como as condies hdricas so pouco favorveis ao tipo de

    ocupao que atualmente observada nas plancies fluviais, antes naturais e hoje

    modificados antropicamente, e seguindo o que exposto por ZANELLA, et al.(2009), aquelas reas que se localizam prximas dos corpos hdricos, apresentam

    maiores problemas relacionados a vulnerabilidade socioambiental. Os bairros mais

    afetados para o perodo estudado, so retratados na Tabela 1,que descreve aqueles

    ambientes que mais passaram por maiores impactos a estes episdios de chuvas,

    sendo que as informaes pertinentes a construo de tal tabela derivam das

    reportagens jornalsticas colhidas junto ao jornal O Povo, para os dias com

    precipitao igual ou superior a 100mm/24h para o perodo 1996-2008,

    Tabela 1: Bairros que apresentaram vulnerabilidade socioambiental nos estudos de Zanella, et al., sendo a quantificao destes paranos eventos doperodo 1996-2008.

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    Tabela 2: Eventos e caracteristicas climticas para o periodo 1996-2006. Fonte: *Rasmusson e Carpenter 1983, Monthly Weather Review, Ropelewskie Halpert 1987, Monthly Weather Review. Cold episode sources Ropelewski e Halpert 1989, Journal of Climate. Climate Diagnostics Bulletin.A

    intensidade dos ventos baseada no padro e magnitude das anomalias da TSM do Pacfico Tropical apud CPTEC. ** Mantua et al, 1997 apudMolion (2006) *** XAVIER (2001) apud OLIMPIO e CMARA. ****Marinha do Brasil.

    compreendendo a base de dados fornecida por Zanella et al. (2009) de reas mais

    vulnerveis socioambientalmente:

    CONCLUSES

    A identificao destes sistemas atmosfricos frente a eventos iguais ou

    superiores a 100mm/24h resultou nos seguintes pontos conclusivos:

    1. Ambos os VCANs, que provocaram eventos extremos em Fortaleza estoassociados a sistemas frontais. No primeiro para o ms de maro de 1996 tem-sea atuao do vrtice fora de sua habitualidade, pois este costuma influenciar deforma mais direta nas chuvas de Fortaleza, nos meses de janeiro e inicio defevereiro. Para o evento do dia 24 de janeiro de 2004, observa-se uma atuao dovrtice responsvel por 50% das chuvas para o referido ms, sendo este alvo deestudos constantes devido a tal excepcionalidade, evidenciando-se para este diaproblemas bastante crticos de falta de infraestrutura urbana.

    2. Os DOLs geralmente atuam em junho, julho e agosto. O evento de 1997, foiexcepcional tanto pelo fato de ter provocando precipitao acima dos 100mm/24h

    para dois dias seguidos, no caso os dias 24 e 25 de abril, e por ter atuado em anoe ms incomum. O ano foi classificado como seco, de efeito El Nio forte, sendopouco favorvel a entrada de ondas no litoral cearense; o ms de abril no umdos meses em que haja atuao marcante deste tipo de sistema em Fortaleza, ohabitual se d nos meses citados inicialmente.

    3. Dos 10 eventos extremos evidenciados, 4 foram de Linhas de Instabilidades LIs,o que deixa claro a relao forte entre a cidade de Fortaleza e o litoral, pois taissistemas se formam devido a diferena de temperatura entre a superfcieocenica e a continental, gerando "uma linha de cumulunimbus que se forma aolongo da borda de uma ampla rea de movimento descendente." (Hamilton eArchbod (1945) apud Cohen (1989).

    4. Foram evidenciados vrios problemas urbanos advindos dos eventos, contudo umbairro em si merece ateno especial, no caso o bairro Geniba, aquele em quepode-se observar uma maior quantidade de registros nos jornais e na Defesa

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    Civil, sendo este alvo de muitos estudos, referentes a perspectiva de reas derisco e vulnerabilidades.

    REFERNCIASCMARA, Camila de Freitas; OLMPIO, Joo Lus Sampaio; ZANELLA, Maria Elisa. Eventospluviomtricos intensos e impactos pluviais no bairro Mucuripe Fortaleza/CE. Anais do IXSimpsio Brasileiro de Climatologia Geografia. Fortaleza, 2010. CD-ROM.

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    HAAS, Reinaldo; AMBRIZZI, Trcio; FILHO, Augusto Jos Pereira. Chuva severa associada a umVrtice Ciclnico: diagnstico do caso 18 a 31/12/1995 por meio de Vorticidade PotencialIsentrpica. XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz do Iguau, PR, 4 a 9 de agosto de 2002.

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    XAVIER, T. de Ma. B.S.Tempo de Chuva- estudos climticos e de previso para o Cear e o

    Nordeste Setentrional. Fortaleza: ABC Editora, 2001.

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    ZANELLA, Maria Elisa; SALES, Marta Celina Linhares; ABREU, Nair Julia Andrade. Anlise dasprecipitaes dirias intensas e impactos gerados em Fortaleza/Ce. GEOUSP - Espao eTempo, n. 25, 53-68, 2009.

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