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BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS TEIXEIRA PROCESSO LOGÍSTICO DE DISTRIBUIÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DE UMA DISTRIBUIDORA DE CIMENTO NO RECÔNCAVO DA BAHIA GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2020

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BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

UMBERTO DAVID CAMPOS TEIXEIRA

PROCESSO LOGÍSTICO DE DISTRIBUIÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DE

UMA DISTRIBUIDORA DE CIMENTO NO RECÔNCAVO DA BAHIA

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

2020

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UMBERTO DAVID CAMPOS TEIXEIRA

PROCESSO LOGÍSTICO DE DISTRIBUIÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DE

UMA DISTRIBUIDORA DE CIMENTO NO RECÔNCAVO DA BAHIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção de título de Bacharel em Administração pela Faculdade Maria Milza – FAMAM.

Orientador: Me. Warley Ribeiro Dias

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

2020

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Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação: Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

T266pTeixeira, Umberto David Campos

Processo logístico de distribuição: um estudo de caso de uma distribuidora decimento no recôncavo da Bahia / Umberto David Campos Teixeira. - GovernadorMangabeira - BA , 2020.

56 f.

Orientador: Warley Ribeiro Dias.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) - FaculdadeMaria Milza, 2020 .

1. Logística. 2. Distribuição - Logística. 3. Cadeia de Suprimentos. I. Dias,Warley Ribeiro , II. Título.

CCD 658.78

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RESUMO

Constitui-se como logística o planejamento, definição e estruturação dos processos envolvidos em suprimentos e distribuição de matérias-primas e produtos, visando maior eficiência ao atender as demandas das empresas e expectativas dos clientes. O setor logístico apresenta extrema importância para o cenário empresarial, e sua eficácia é crucial para que a organização possua vantagens competitivas no mercado, visto que uma logística eficiente é capaz de reduzir custos e tempo de operação. A logística teve relevância comprovada a partir da década de 40 durante a Segunda Guerra, com a necessidade de transportar tropas, armamentos e mantimentos, deste então, vem sendo maior estudada e otimizada mediante os constantes avanços tecnológicos e comunicativos. Diante dessa relevância, o presente trabalho visa discutir estudos acerca dos processos logísticos e apresentar a realidade da logística observada em uma distribuidora de cimento localizada no Recôncavo da Bahia. Dessa forma, a pesquisa que tem caráter exploratório e que traz uma abordagem qualitativa no método de pesquisa, tendo como finalidade analisar os impactos da logística em uma distribuidora de cimento, identificando aspectos teóricos presentes na realidade da empresa em questão e servindo de objeto de estudo para gestores e estudantes da área de logística.

Palavras-chave: Logística; Distribuição; Competitividade.

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ABSTRACT

Logistics is the planning, definition and structuring of the processes involved in the supply and distribution of raw materials and products, aiming at greater efficiency in meeting the demands of companies and customer expectations. The logistics sector is extremely important for the business scenario, and its effectiveness is crucial for the organization to have competitive advantages in the market, since efficient logistics is capable of reducing costs and operating time. Logistics has proven its relevance since the 1940s during the Second World War, with the need to transport troops, armaments and supplies, since then, it has been further studied and optimized through constant technological and communicative advances. In view of this relevance, the present work aims to discuss studies about the logistics processes and to present the reality of logistics observed in a cement distributor located in the “recôncavo baiano”. Therefore, the research that has an exploratory character and that brings a qualitative approach to the research method, with the purpose of analyzing the impacts of logistics on a cement distributor, identifying theoretical aspects present in the reality of the company in question and serving as an object of study for managers and students in the logistics area.

Keywords: Logistics; Distribution; Competitiveness.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Relação entre as atividades primárias da logística....................................11

Figura 2- Evolução dos conceitos..............................................................................14

Figura 3- Cadeia de suprimento................................................................................15

Figura 4- Estrutura humana da logística de distribuição...........................................17

Figura 5- Ciclo do Pedido..........................................................................................18

Figura 6- Etapas do ciclo de pedidos........................................................................18

Figura 7- Distribuidora de Cimento no Recôncavo da Bahia.....................................26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Cuidados de armazenagens......................................................................20

Tabela 2- Classificação modal e suas adequações...................................................22

Tabela 3- Funções dos canais de distribuição...........................................................23

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................7

2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................9

2.1 Logística................................................................................................9

2.1.1 Evolução histórica da logística........................................................11

2.2 Cadeia de suprimentos......................................................................14

2.3 Logística de distribuição...................................................................16

2.3.1 Pedidos............................................................................................17

2.3.2 Armazenagem.................................................................................19

2.3.3 Estocagem.......................................................................................20

2.3.4 Transportes......................................................................................21

2.4 Canais de distribuição.......................................................................23

3. METODOLOGIA...................................................................................25

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................27

4.1 Processo logístico da Cimentol........................................................27

4.1.1 Logística de abastecimento e distribuição.......................................30

4.1.2 Logística interna..............................................................................31

4.1.3 Logística reversa.............................................................................32

4.2 Estratégias logísticas........................................................................32

4.3 Canais de distribuição.......................................................................34

4.3.1 Transporte.......................................................................................35

4.3.2 Impactos da localização geográfica................................................36

5. CONCLUSÃO.......................................................................................37

6. REFERÊNCIAS....................................................................................39

7. APÊNDICES.........................................................................................42

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1. INTRODUÇÃO

A logística possui um contexto histórico principiado das operações militares

com o deslocamento de produtos e pessoas, perdurando até os dias de hoje com os

cenários atuais das organizações. A logística possui significativa relevância no

cenário organizacional, pois auxilia principalmente na gestão de tempo das

operações, tornando-as mais eficazes. Em meio ao desenvolvimento global

acelerado, faz-se necessárias rapidez e eficácia desde o processo de organização

da produção até o de entrega. Sem a utilização de uma logística adequada a

empresa pode sofrer prejuízos e se manter retrógrada no mercado em que se

encontra, perdendo espaço de atuação para suas concorrentes.

A concorrência resulta na competitividade, a qual faz com que as

organizações sejam definidas pela agilidade de operação, as que entregarem o

produto ou serviço adquirido dentro das conformidades e em menor tempo possuirão

vantagens competitivas frente às outras. As mudanças em aspectos sociais e

econômicos estão tornando os consumidores ainda mais imediatistas, logo, os

meios para atender essas imediações são importantes em todo processo,

principalmente na entrega ao consumidor final. A logística auxilia a organização a

estruturar e projetar todas as etapas da cadeia de suprimentos da empresa, indo

desde o fornecimento de matérias primas até as rotas e meios de entrega mais

econômicos.

A estrutura deste trabalho possui relevância pessoal, visto que a ideia de o

desenvolver surgiu mediante observação e contato diário em relação ao processo de

distribuição de produtos, graças a uma busca constante pelo conhecimento acerca

do processo da logística e de questões fundamentais para o cenário de trabalho.

A importância no âmbito social dá-se ao auxiliar os demais gestores e

envolvidos na organização no que tange a importância da logística, mensurar os

efeitos da mesma para o consumidor e para o desenvolvimento organizacional e

qualificar como o processo é visto e realizado na região. Já no campo acadêmico,

almeja-se o fornecimento de banco de dados para estrutura de futuras pesquisas

acadêmicas, além de promover auxílio em estudos acerca das questões que

envolvem todo processo de logística, e da logística de distribuição.

O projeto de pesquisa foi formulado com base em indagações e na pergunta

norteadora: como o processo da logística de distribuição impacta no processo

Page 10: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

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gerencial de uma empresa de distribuição de cimento do recôncavo da Bahia? Como

objetivo geral, pretende-se compreender de que forma o processo de logística de

distribuição impacta na competitividade de uma empresa no recôncavo da Bahia. Os

objetivos específicos da pesquisa são identificar as estratégias que proporcionam o

aumento da competitividade, na visão do gestor da empresa através do melhor nível

de serviço logístico, caracterizar como ocorre o planejamento dos canais de

distribuição na empresa e verificar os impactos da localização geográfica na logística

de distribuição da empresa.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Este tópico apresentará a estrutura dos conceitos de logística, com a

finalidade de esclarecer aos leitores sobre o tema e nortear a estrutura dos

resultados. Logo trará uma sequência teórica baseada no tema, inicialmente

descreverá desde os conceitos básicos e contexto histórico da logística até sua

integração entre seus processos até o consumidor final. Por fim, a descrição de sua

relevância no ambiente empresarial dentro do mercado competitivo, atrelado ao

desenvolvimento de negócios da região.

2.1. Logística

Na década de 40, houve o surgimento de um dos primeiros conceitos de

logística, que veio dos militares americanos, no período da Segunda Guerra

Mundial, pois havia a necessidade de tratar e coordenar o processo de aquisição e

fornecimento de materiais, armamentos e pessoas. Essas operações militares

necessitavam de boas estratégias para garantir o avanço das tropas, tais estratégias

foram determinantes para o principio teórico e estrutural da logística atual (NOVAES,

2007).

Com o passar dos anos, estudiosos despertaram curiosidade a respeito do

tema, o que propiciou o surgimento de significados mais abrangentes. Gasnier

(2002) ao descrever alguns aspectos da definição de logística cita o processo de

planejar, executar e controlar o fluxo e armazenagem de maneira eficaz e eficiente.

Tais processos visam garantir a qualidade, o melhor aproveitamento de custos e

tempo, monitorar materiais em elaboração, matérias-primas, produtos acabados e

serviços realizados. Sendo cruciais desde o ponto de origem até o ponto de

consumo, tendo como propósito assegurar o atendimento das exigências de todos:

clientes, fornecedores, acionistas, governo, sociedade e meio ambiente.

Ballou (2001) diz que a evolução da logística veio junto com a globalização da

economia e dos pontos geográficos, diz ainda que, os transportes são custos

relativos em meio ao fluxo de necessidades constantes de transações, valendo para

o mercado interno e externo. As empresas vêm buscando estratégias que tornem

esses fluxos mais econômicos para suas cadeias produtivas, para tal, necessitam de

planejamento e estratégia constante para melhorar a relação entre os custos

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logísticos e as vendas, já que é através dos processos logísticos que os insumos

chegam até as fábricas e os produtos são distribuídos aos consumidores.

Segundo Zanon (2008), a logística é a chave do negócio, por estruturar as

atividades da empresa com base na rapidez e precisão na realização das atividades

desde o transporte dos insumos para as fábricas até aos produtos que serão

distribuídos aos consumidores. O tempo é fator determinante nos processos e afeta

diretamente os setores que cuidam da qualidade e do financeiro, de tal maneira que

viabilizá-lo permite a obtenção de melhores resultados, garantidos através da

eliminação do tempo de espera, diminuição das faltas, melhor atendimento das

demandas e redução dos custos.

Não apenas as atividades da empresa, como também as necessidades e

expectativas dos clientes tornam-se importantes, pois antecipá-las e atendê-las é

fator decisório em meio a competitividade do mercado. Para atender essa demanda,

considerando relevante fatores com região, como por exemplo, cultura e

desenvolvimento, o uso e a prática de logística podem ser variados, porém, sua

base será sempre a mesma, redução de custos, tempo, espaço e prazo (OLIVEIRA,

2011).

De acordo com Paura (2012), as atividades primárias1 são as principais e de

maior relevância para a logística. Constituem a base da logística ao contribuírem

com a maior parcela de seu custo total, coordenação e o cumprimento da tarefa.

Essas atividades possuem o princípio de otimizar os serviços em constante busca

da redução de custos e melhoria dos serviços, como exemplificadas na figura 1. Já

as atividades secundárias evolvem a armazenagem, o manuseio de materiais, o

processo de embalagem, realização de compras e programação de produtos e

sistema de informação.

1 Transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos.

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Figura 1- Relação entre as atividades primárias da logística

Fonte: Adaptado Ballou, H. Fonte: Ronald – Logística Empresarial. (2001)

2.1.1 Evolução histórica da logística

A palavra logística tem origem francesa, derivada do verbo loger, que tem

significado correlativo a alojar. É a Antoine Henri, físico francês, que se atribui o

primeiro uso do termo. A logística teve de primeiro momento sua eficácia

comprovada durante a Segunda Guerra Mundial, na gestão das tropas francesas

(MARCHILINE, 2011).

Na década de 40, quando o vocábulo foi aprimorado à palavra “logistique” que

veio do Marechal de Logis responsável pelas atividades de deslocamento,

alojamento, e acompanhamento das tropas do exército francês entre (1939-1945),

nesse mesmo tempo, o transporte rodoviário foi inserido no período da guerra, com

a finalidade de transportar pessoas, armas, e materiais de um local para outro.

Posterior ao fim da Segunda Guerra Mundial, as empresas finalmente

notaram a importância da logística. Os estudos da época estavam relacionados ao

crescimento da demanda e aos consumidores cada vez mais exigentes, no entanto,

em anos posteriores o estudo voltou-se para a satisfação dos clientes (NOVAES,

2007).

Anteriormente, muitas empresas negligenciavam o processo logístico de

distribuição, porém, com o passar dos anos a adoção de sistemas mais modernos e

a constante busca por processos mais eficientes romperam com o pensamento

antigo e os primeiros estudos acerca do processo de distribuição e logística

despertaram-nos como fatores-chave nas organizações (OLIVEIRA, 2013).

Novaes (2007) segmenta o processo evolutivo da logística em quatro fases, a

primeira, denominada de Atuação Segmentada possuía como parte crucial para o

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equilíbrio e manutenção da cadeia de suprimentos o estoque, visto que na época

(pós Segunda Guerra Mundial) as tecnologias que estão disponíveis hoje não

existiam e todo o processo era manual, desde a conferência do produto em estoque

para venda até novo pedido para reposição, todas as operações relacionadas eram

feitas pelo homem. Essa operação mais lenta acarretava em altos estoques, que

geravam maiores custos e influenciavam no valor final do produto, logo, uma melhor

manipulação dos estoques se tornou estratégia competitiva para as empresas.

Durante a primeira fase as empresas buscavam minimizar seus custos

relacionados ao estoque, desde o transporte até os custos de realizar os pedidos, no

entanto, diante as circunstâncias muito tempo era demandado para efetuá-los,

atualmente o custo de realizar um pedido é significativamente menor graças aos

avanços em comunicação e tecnologia. Vale ressaltar que durante o período os

produtos eram padronizados, os consumidores não possuíam muitas opções de

escolha.

A segunda fase, fase da integração rígida, surgiu justamente quando esses

consumidores foram influenciados a demandarem produtos mais diferenciados e

novos produtos surgiram nas fábricas para atender essa demanda. O crescimento

de opções e produtos afetados foi possível graças a flexibilização dos processos

produtivos, apesar disso os custos de fabricação não sofreram mudanças

significativas. Todavia via, nos anos 70 com a crise do petróleo o preço dos

combustíveis subiu consideravelmente, aumentando os custos de transporte das

mercadorias, e consequentemente o valor dos produtos.

Foi nesse momento que, visando conter os custos logísticos surgiu a

necessidade da diversificação das formas de escoamento e distribuição dos

produtos e as empresas começaram a adotar a multimodalidade. Pequenos avanços

na informática na época que otimizaram controle de estoque e processamento de

pedidos também foram observados por Novaes (2007). O elemento essencial da

segunda fase foi o planejamento, que deixou de ser feito somente pelo setor

produtivo e passou a englobar também fornecedores e clientes, sendo mais

abrangente e efetivo para a empresa ao integrar diversos setores o processo.

Entretanto esse planejamento ainda era muito engessado e as alterações que

ocorriam transtornavam todas as áreas de operação.

A terceira fase ocorre com a quebra da rigidez presente na segunda,

conhecida como fase da integração flexível, apresenta flexibilidade e dinamicidade

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nos processos da cadeia de suprimentos, tanto no âmbito empresarial quanto nas

relações com clientes e fornecedores. Iniciada nos anos 80, teve como impulso o

desenvolvimento da informática, que propiciou dinamismo nas operações. Além

disso a busca pela satisfação absoluta dos clientes diretos e envolvidos se tornou

maior, assim como o anseio em diminuir os estoques, afim de atender os clientes

sob demanda e aumentar o fluxo de caixa, com forte influência japonesa na época.

Diferentemente das três fases anteriores, na quarta fase, ou fase da

integração estratégica, além de aspectos físicos para a manutenção da cadeia de

suprimentos as empresas passam a utilizar também a logística para adquirir posição

estratégica no mercado. Nessa fase as trocas de informações eram maiores e

parcerias eram formadas visando maximizar resultados. Como novidades surgiram o

postponement (postergação), que visa reduzir os prazos produtivos e as incertezas

do mercado, mantendo a qualidade do produto, reduzindo custos de estoques e

mantendo-os sempre de acordo com as preferências do mercado atual.

Novaes (2007) destaca também o surgimento das agiles enterprises

(empresas ágeis), organizações que identificaram as melhores localizações para se

estabelecerem com o intuito tanto de receber mais facilmente e com menor custo os

materiais dos fornecedores quanto distribuí-los. Ademais, destaca-se na quarta fase

o surgimento da preocupação por parte das empresas com o meio ambiente, movida

pelo aumento da poluição global se dar também pela ampliação do transporte e

utilização de insumos e produtos, gerando maiores impactos ambientais.

Já Bowersox (2001) complementa ao dizer que a partir da globalização as

empresas ficaram cada vez mais competitivas gerando mudanças nas organizações,

e consequentemente tornaram os clientes mais rígidos em relação aos prazos de

entrega de produtos. Diante dessa mudança de paradigmas, a globalização atua

como fator importante no cenário organizacional, trazendo a abertura dos mercados.

Nesse contexto, as empresas despertaram para a importância de um

processo logístico com maior eficiência, tendendo a definir suas estratégias de

negócios com base na satisfação dos clientes no processo, frente a atuarem e se

manterem no vasto mundo dos negócios. Com o passar dos anos as necessidades

das empresas foram mudando de acordo com os avanços em tecnologia e

informação, no entanto, apesar do constante surgimento de diferentes

necessidades, o uso da logística sempre se mostra necessário, conforme

exemplificado a seguir na figura 2.

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Figura 2- Evolução dos conceitos

Fonte: Adaptado Fleury. (2002)

2.2 Cadeias de suprimentos

É imprescindível para a boa aplicabilidade da logística dentro de uma

organização o conhecimento de sua cadeia de suprimentos. A cadeia de

suprimentos ou processo de suprimentos, é fundamental para a busca da

excelência. Independente se a organização é de serviço ou de produção, o processo

de aquisição de suprimentos é considerado complexo por obter processos de

elaboração de contratos, definições de fornecedores e definições de compras

centralizadas. Para algumas empresas é necessário o estabelecimento de um

departamento de suprimentos para aquisições de produtos e materiais, determinar

essa cadeia de aquisições em empresas com grande fluxo e/ou variedade de

produtos e materiais causa resultados de curto e longo prazo fundamentais para

estruturação e bom funcionamento da empresa (SLACK, 2002).

A área de compras não possui finalidade própria, visto que é considerada

área de apoio ao processo de produção e abastecimento, e suprimento de materiais,

é através das compras que os mesmos são adquiridos. O planejamento lógico

empresarial se relaciona às compras como atividades interligadas, ambas voltadas

para a lucratividade, por possuírem como objetivo maior manter a organização em

uma posição favorável no mercado competitivo. Um dos fatores que propiciam o

alcance desse objetivo é a atuação dos setores almejando evitar perdas e ganhar

tempo (POZO, 2010).

Para Martins (2006), as cadeias de suprimentos possuem diversos objetivos,

contudo, um dos principais objetivos é satisfazer os consumidores finais, pois eles

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15

são os únicos que possuem a moeda corrente real de toda a cadeia, e suas

decisões de aquisição dos produtos alavancam toda a cadeia. Além disso, o autor

ainda retrata que assegurar que esse processo se mantenha sempre em movimento

pode ser considerado o propósito da gestão de suprimentos.

Como descreve Slack (2002), nos sistemas de operações de grandes

organizações podem haver diversos ramos de unidades produtivas ligadas. Esses

ramos denominam a cadeia de suprimentos, logo a estratégia de sua gestão deve

possuir interconexão com as empresas que se relacionam, produzindo valor final

equivalente aos consumidores. As observações do autor evidenciam ainda mais a

necessidade de processos de logística em todas as organizações interligadas por

um produto ou material, a ausência de logística aplicada em uma das partes da

cadeia de suprimentos afeta diretamente no resultado entregue ao consumidor final.

Christopher (2001) descreve que a organização deve focar em alguns pontos

da cadeia que são de suma importância para manter-se no mercado de alta

competitividade, como preço, prazo de entregas, planejamento, demanda e

planejamento de produção. Vale ainda ressaltar que um dos pontos mais

importantes é a compreensão do tempo, reduzindo o custo e aumentando as

receitas.

A cadeia de suprimentos, como mostra a figura 3, tem a viabilidade de

garantir os fluxos de compras e distribuição, fazendo com que a empresa esteja

sempre em conexão, salvo que nenhum setor fique dependente da rotatividade do

outro, todavia as informações devem ser transmitidas para que toda cadeia possa

monitorar a demanda.

Figura 3- Cadeia de suprimento

Fonte: Adaptado Slack. (2002)

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16

2.3 Logística de distribuição

A distribuição física é considerada a mais importante em relação a custos, já

que corresponde a 2/3 de todo custo logístico, nela são desenvolvidas seções de

movimentação, estocagem e pedidos. O sucesso de todo processo é refletido após a

entrega do produto ao cliente, pois a satisfação do cliente se mostra como melhor

meio de análise em relação a qualidade, custo e tempo de entrega do produto. Esse

poder e reflexos causados torna a distribuição uma das principais atividades da

organização, nela deve ser desenvolvida toda estrutura para aperfeiçoamento do

processo de logística com a finalidade de alcançar a confiabilidade do serviço e

conquistar o consumidor final (GASNIER, 2006).

Santos (2003) afirma que toda atividade comercial e industrial da organização

apresentará custos reduzidos se anteriormente ao início do processo for elaborado

uma boa estrutura de planejamento, que se mostra etapa essencial, em virtude de o

custo do transporte ser considerado dois terços mais caro do que os custos

operacionais.

A logística de distribuição é representada por três etapas: estratégico, tático e

operacional, como representa a figura 4. O nível estratégico é desenvolvido através

de moldes de todo sistema, é incumbido de desenhar a rede de funcionamento da

organização com apresentações de números, estruturar as localizações dos centros

de armazenagem2, definir os meios de transportes3 utilizados nos processos, além

de filtrar e organizar todos os pedidos (FLEURY, 2002).

Abaixo do nível estratégico na pirâmide de hierarquia dentro da organização

encontra-se o nível tático, onde são desenvolvidos os planejamentos de médio e

curto prazo, nele é estruturado quais veículos, máquinas, equipamentos e

instalações devem ser utilizados, é nessa etapa que se assegura o nível de

eficiência de toda a operação. Por sua vez, a finalização do processo é representada

pelo nível operacional, que engloba toda a parte de execução, desde a programação

até o controle diário das atividades e processos, por seu enfoque ser nas tarefas e

em sua supervisão, todo deslocamento para os canais de distribuição é de

responsabilidade desse setor, o tempo é crucial para esse nível (SANTOS, 2003).

2 Armazéns, depósitos ou almoxarifados. 3 Fluvial, ferroviário, aéreo, marítimo, dutoviário, lacustre, multimodal e intermodal.

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17

Figura 4- Estrutura humana da logística de distribuição

Fonte: Elaborado pelo autor. (2019)

2.3.1 Pedidos

Russo (2009) evidencia a importância do processamento de pedidos, parte de

uma das três atividades principais do processo de logística4, é a base da eficácia de

todo o processo e influencia diretamente nos custos e nos níveis de serviço

oferecido aos clientes. Esse processo tem como pilar o ciclo de pedidos que se

consolida na seguinte estrutura apresentada na figura 5. Nela poderemos observar

de forma simplificada o fluxo das etapas, desde a preparação do pedido até a

entrega.

A primeira etapa é a preparação e transmissão do pedido, definida como a

recepção do processo, logo após acontece o recebimento e entrada do pedido, o

primeiro contato com o setor de estoque, depois de recebido o pedido é processado,

onde ocorre a transmissão e solicitação do item. Através disso, pode ser feio o

resgate do estoque para embalagem, somente após finalizar o processo de

separação adequada do pedido deve ocorrer a entrega do item, findando assim o

ciclo de pedido.

4 Transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos.

Gestor estratégico

Líder tático

Colaborador operacional

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PREPARAÇÃO E TRANSMISSÃO

RECEBIMENTO E ENTRADA

PRECESSAMENTORESGATE DO ESTOQUE

ENTREGA E DESCARREGAMENTO

Figura 5- Ciclo do Pedido

Fonte: Adaptado Bozo (2010).

Em suma, esse ciclo inicia-se quando o cliente realiza um pedido, é recebido,

processado e finalizado pela entrega do produto/mercadoria ao consumidor final, na

figura abaixo Ballou (2006) aborda com maior detalhe todos os anexos de cada

etapa do ciclo de pedidos, podendo também ser chamado de cadeia de atividades.

Figura 6- Etapas do ciclo de pedidos

Fonte: Ballou (2006), p. 122.

Para Fleury (2006), toda organização possui um método próprio de

transmissão de pedidos, podendo ser manual ou eletrônico, anteriormente os meios

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19

manuais eram os mais utilizados, no entanto observava-se demasiada lentidão de

operação e erros, devido ao fato dos pedidos serem solicitados e formalizados

através de papeis que eram enviados aos vendedores ou via caixas postais. Dessa

forma, os erros de grafia por muitas vezes acarretavam entregas divergentes daquilo

que foi pedido, causando desconfortos aos clientes e possíveis prejuízos às

organizações.

Todavia, a demanda e as necessidades foram aumentando, não sendo mais

viável a realização de pedidos manualmente, ao mesmo tempo, com o avanço da

tecnologia surgiram meios de comunicação que auxiliaram no processo, como

telefones, que deram origem aos callcenters5, bem como os computadores portáteis

e a internet causaram revolução nas etapas do ciclos, modernizando e otimizando

os pedidos, vale ressaltar ainda que esses meios estão em constante atualização,

tendendo a aprimorar cada vez mais os processos com o passar do tempo.

2.3.2 Armazenagem

A necessidade de planejamento e gerenciamento das organizações quanto a

seus produtos fez com que surgissem na administração os processos logísticos,

visando melhorar a forma de entrega, administrando prazos, e entendendo as

demandas. Tais processos cooperaram para que os materiais pudessem ser

desenvolvidos através de sistemas e armazenados em diferentes pontos, de acordo

necessidade. A partir disso, surgiu a necessidade de haver equipamento e métodos

de movimentações específicas, além de locais apropriados para estocagem

(RUSSO, 2009).

A armazenagem é um processo enquadrado como parte das

responsabilidades do almoxarifado, facilitando o desenvolvimento de outras

atividades nos demais setores. Para Dias (2012), o almoxarifado está ligado

diretamente a movimentação de alguns moldais internos, já que seu objetivo é

armazenar e atender os clientes internos da organização. Viana (2002) define utilizar

de modo mais eficiente possível todo o espaço disponível como sendo o principal

objetivo do armazenamento, por usa vez, as instalações do setor de armazenagem

5 Call center é uma central de atendimento que tem como objetivo fazer a interface entre o cliente e a empresa. É uma expressão do inglês call (chamada) center ou centre (central).

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20

devem proporcionar boas condições, iluminação adequada e maior agilidade de

circulação, facilitando as operações desde o recebimento até a expedição do item,

como sintetizado adiante na tabela 1.

Tabela 1- Cuidados de armazenagens

Determinação do local, (verificar a presença ou não de cobertura).

Layout de organização.

Definição de métodos de preservação, relacionadas a embalagens adequadas

para conservação plena.

Higiene: arrumação e limpeza, e ordens descritas.

Segurança, conta incidentes, roubos e perdas.

Controle tempos de permanência das cargas armazenadas, entregas e controle

sob o inventario. Fonte: Adaptado Viana. (2002)

Dias (2012) explica que o ideal para as organizações é trabalhar com a menor

quantidade de materiais possíveis dentro dos almoxarifados, para facilitar a

identificação e a utilização dos materiais, aumentando o aproveitamento e reduzindo

os desperdícios. Entretanto a depender do ramo de atuação da empresa pode haver

necessidade de variedade de estoque e seguimento de critérios de armazenagem

específicos. Independente do montante presente no almoxarifado, é essencial que o

acompanhamento do estoque seja constante para que as perdas de materiais sejam

minimizadas.

2.3.3 Estocagem

Os estoques podem ser encontrados nos chãos de fabrica, armazéns e

galpões e são programados para atender as necessidades futuras, pois suprirão a

ausência ou a baixa quantidade dos produtos e/ou materiais. As organizações

devem adotar medidas que tornem a estocagem eficiente, gerando menos

despesas, já que a manutenção do estoque e a falta de movimentação representa

um capital da organização temporariamente imobilizado, que enquanto estoque não

produz receita (JANCITO et. al. 2014).

Já Martins (2000) descreve o papel do estoque como o regulador do fluxo de

negócios, observa-se também as disparidades entre a velocidade de recebimento e

saída das mercadorias, o estoque assume um papel de amortecedor, mediando o

Page 23: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

21

fluxo das mercadorias e evitando que a entrada ou saída sejam exacerbadas e

possuam volumes divergentes dos ideais. Existem três aspectos a serem específicos

antes de montar um sistema de controle de estoques:

O primeiro refere-se aos diferentes tipos de estoques existentes em uma fábrica; o segundo, aos diferentes pontos de vista em relação ao nível adequado de estoque que deverá der mantido para atender as necessidades da empresa e o terceiro, a relação entre o nível de estoque e o capital necessário envolvido. (Dias 1993 apud Catto et.al. 2013 pág. 5)

O estoque está ligado diretamente às atividades do setor econômico da

empresa, e seu fluxo de entrada e de saída é extremamente fundamental, já que o

aumento da liquidez traz retorno financeiro. Dias (2012) ainda afirma que existe um

elo entre os estoques de matérias-primas, de material e de produtos acabados, não

podendo serem analisados como independentes pois cada tipo de material possui

influência sobre o outro.

2.3.4 Transportes

Rodrigues (2002) diz que o deslocamento de pessoas e itens entre um local e

outro é a melhor definição sobre transportar. Nos primeiros momentos em que a

sociedade sentiu a necessidade de locomover itens, o modal de carga utilizado foi o

próprio homem, porém, a capacidade física humana era um fator limitante ao

transporte. A incapacidade humana foi essencial para o surgimento de outros meios

de transportes, despertando no homem a necessidade de criar outros meios.

Surgiram então automóveis, locomotivas, aviões e embarcações que buscavam

satisfazer essa necessidade. Os avanços em tecnologia e pesquisa ao longo dos

anos resultaram no aprimoramento desses meios, tornando-os cada vez mais

rápidos, todavia, o mercado ainda busca maior agilidade, fazendo com que

aconteçam melhorias frequentes nos modais.

Essa problemática originou análises e pesquisas afim de aprimorar essa

locomoção, que resultaram nos estudos atuais. Devido à suas complexidades, esses

estudos tomaram um cunho sistemático de especialização cientifica, e buscam

constantemente compreender e analisar as possíveis variáveis que possibilitam

reduzir e desmistificar as complexidades oriundas de todas as transações

comerciais, tanto nacionais como internacionais.

Os transportes influenciam diretamente no valor agregado do produto, de

acordo com as ofertas e meios de transporte utilizados, os valores podem variar

Page 24: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

22

consideravelmente. Cada mercadoria analisada através de seu tipo, quantidade, e

sua necessidade no mercado, influenciará na decisão do meio pela qual será

transportada. A tabela 2, situada abaixo detalha a classificação dos modais, e seus

principais critérios de escolha.

Tabela 2- Classificação modal e suas adequações

Ferroviário Adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado e em grandes quantidades, por exemplo trens.

Rodoviário Habitualmente utilizado quando se trata de cargas em menores proporções e variadas, apesar de acarretar despesas no transporte ainda apresenta melhor custo-benefício que o ferroviário. Pode ser feito desde veículos de menor porte até caminhões e carretas por meio de estradas e rodovias.

Dutoviário Feito através de dutos onde normalmente transportam produtos líquidos ou gasosos, que se deslocam por essas tubulações. Quando comparado a outros modais se mostra mais econômico para transportar grandes volumes, no entanto possui elevado custo de instalação.

Hidroviário Possui capacidade de transporte gigantesca, visto que pode ser feito desde embarcações de pequeno porte até grandes navios altamente equipados e com infraestrutura adequada para transportar a mercadoria solicitada. As hidrovias podem ser estabelecidas em oceanos, mares, lagos, rios ou canais.

Aéreo O transporte aéreo é o mais rápido modal existente, pelo fato de percorrer longas distâncias em pouco tempo, seguro e cômodo. Para esse modal são utilizados aviões, balões, dirigíveis ou helicópteros.

Fonte: Adaptado Caxito. (2011)

A escolha dos modais depende de variáveis que devem suprir as

necessidades de ambos, empresa e clientes, quanto a volume, prazo, segurança e

custo de entrega. Na perspectiva da organização, o enfoque será nos custos da

operação, e de que a integridade e qualidade do seu produto seja mantida, no que

tange a perspectiva do cliente, a entrega necessitará de um curto prazo, valor

agregado menor, e zelo pela qualidade do produto adquirido, para que a mesma não

seja perdida no transporte.

2.4 Canais de distribuição

Tão importante quanto uma setorização eficiente na empresa para melhor

aproveitamento de recursos e entrega de melhores resultados, é identificar e utilizar

Page 25: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

23

os melhores canais de distribuição. Entender e identificar os melhores canais e o

público-alvo adequado para cada produto ou serviço afeta diretamente diversos

setores da organização. Estar bem localizado e atingir da maneira mais eficiente os

consumidores finais é essencial para a organização prosperar, visto que, preparo e

investimentos financeiros e em marketing em canais de distribuição sem potencial

podem desviar o foco da instituição para as oportunidades em potencial.

Para Camargo (2004), os canais de distribuição podem ser definidos dentro

das organizações como os responsáveis pelo processo de tornar disponível o

produto ou serviço para os consumidores, ou seja, são as ligações finais do

processo logístico, quem apresenta-se mais próximo do consumidor final. Esses

canais também possuem a responsabilidade de descriminar e manter

relacionamentos entre quem os compõe, objetivando vantagens competitivas, tanto

em relação individual quanto coletiva. Logo, define-se essa incumbência como o

processo de controlar, planejar e organizar as alianças entre os participantes do

canal.

O bom relacionamento dentro dos canais de distribuição e compartilhamento

de informações contribuem fortemente para eficiência do fluxo das operações, para

tal, as funções básicas descritas a seguir na Tabela 3 devem estar em total

concordância e harmonia com o canal, isso oportuniza que os participantes operem

com a maior vantagem competitiva possível para o setor (BALLOU, 2006).

Tabela 3- Funções dos canais de distribuição

INFORMAÇÃO Agrupamento e distribuição de pesquisas de marketing e informações sobre o ambiente do mercado.

PROMOÇÃO Desenvolvimento e divulgação de comunicações persuasivas de uma determinada promoção ou oferta.

CONTATO Procura e comunicação com compradores comerciais.

NEGOCIAÇÃO Acordo do preço e outros termos da oferta de forma que a compra possa ser efetuada.

POSSE FÍSICA Fluxo do produto do fabricante até o consumidor. Corresponde a maior parte da logística.

PROPRIEDADE Direito de propriedade sobre os produtos, agentes e representantes não o possuem.

PAGAMENTOS Fluxo de pagamentos existentes.

PEDIDOS Fluxo de pedidos de produtos.

FINANCIAMENTOS Fluxos financeiros ligados ao custo de capital.

RISCOS Riscos envolvidos nos fluxos que podem acarretar prejuízos financeiros e/ou materiais.

Fonte: Adaptado Oliveira (2013) e Ballou (2006).

Page 26: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

24

Ademais, Sucupira (2003) diz que a escolha do canal de distribuição, deve-se

levar em conta critérios como o número de participantes envolvidos, delineamento

geográfico de atendimento, a estrutura operacional e a qualidade do produto. Diante

disso, o número de empresas que utilizam os intermediários para facilitar a compra

perante a força de vendas vem crescendo potencialmente, diminuindo o número de

empresas que trabalham com vendas diretas.

Page 27: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

25

3. METODOLOGIA

Nessa sessão do trabalho classificam-se os elementos da pesquisa quanto

aos objetivos, ao delineamento e quanto a natureza; descreve-se o lócus da

pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e sua análise e define-se a população

e a amostra que será observada na pesquisa.

A presente pesquisa tem caráter exploratório, pois foi realizada uma

observação em campo, almejando melhor atender o objetivo da pesquisa,

proporcionando maior familiaridade com o problema, tendo em vista torná-lo mais

explícito, além de possibilitar futuro desenvolvimento de medidas que melhorem a

abordagem da problemática estudada. Foi utilizado como método de pesquisa a

abordagem qualitativa com o intuito de extrair os resultados em conformidade com a

realidade, de forma clara e transparente, como cita Martins (2004):

É preciso esclarecer, antes de mais nada, que as chamadas metodologias qualitativas privilegiam, de modo geral, da análise de microprocessos, através do estudo das ações sociais individuais e grupais. [...] Se há uma característica que constitui a marca dos métodos qualitativos é a flexibilidade, principalmente quanto às técnicas de coleta de dados, incorporando aquelas mais adequadas à observação que está sendo feita. (p. 292)

Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um roteiro de entrevista

semiestruturado com o gestor, o qual também é responsável pela logística de

distribuição da empresa analisada e a observação participante do pesquisador. Para

Triviños (2009), a entrevista semiestruturada tem como característica

questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se

relacionam ao tema da pesquisa. A pesquisa, que foi desenvolvida em duas

estruturas, além de realizada a entrevista também houve observação participante, a

qual o pesquisador observou e participou simultaneamente do objeto de estudo,

avaliando o processo de logística da empresa, por ser parte integrante do corpo

administrativo da organização.

Segundo matéria da Fundação Instituto de Administração – FIA (2019),

estudo de caso é um método de pesquisa ampla sobre determinado assunto com a

função de servir de referência para o novo trabalho, comumente é focado em um

contexto da vida real enfatizando casos atuais e é de suma importância para uma

boa abordagem da temática a ser pesquisada e dissertada. O presente estudo foi

melhor viabilizado pelo pesquisador, dessa forma a pesquisa participativa fez com

Page 28: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

26

que a realidade fosse retratada a partir do seu próprio ponto de vista e do que lhe foi

oferecido.

Foi aplicado ao gestor(a) da organização uma série de perguntas presentes

no roteiro de entrevista, que auxiliaram na construção dos resultados e também

colaboraram para que o pesquisador atingisse os objetivos propostos na introdução.

O lócus de pesquisa foi a empresa CIMENTOL, distribuidora de cimento com

mais de vinte anos de atuação no mercado, localizada no Km 223 da Rodovia BR –

101, no município de Cruz das Almas – BA. Fundada em 1 de dezembro de 1996, a

empresa surgiu a partir da percepção do empreendedor Umberto Antonio, ao

visualizar no comércio local a carência relativa à distribuição de cimentos, que

prontamente decidiu montar uma empresa que suprisse essa necessidade.

A CIMENTOL possui análise positiva de mercado, visto que atualmente

mantem-se em crescimento, tanto em número de clientes quanto em estrutura física

e humana (número de colaboradores), em sua abertura possuía 3 colaboradores e

atualmente conta com 50.

Figura 7- Distribuidora de Cimento no Recôncavo da Bahia.

Fonte: O autor. (2020)

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27

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Processo logístico da Cimentol

Ao analisar a grande maioria dos negócios, observa-se que o processo

logístico é de suma importância e possui forte influência sobre as demais áreas das

instituições. Podemos associar a logística de uma empresa ao coração para o corpo

humano. O coração é o órgão responsável por bombear o sangue para todo o corpo,

sangue esse composto de hemácias e plaquetas essenciais para o funcionamento

do organismo, assim como o processo logístico é o responsável por viabilizar o

fornecimento de insumos para o funcionamento da empresa, além dos processos de

controle e distribuição.

Na Cimentol não poderia ser diferente, como distribuidora, a logística é um

fator decisivo para a garantia de sucesso da empresa. Com uma frota de 32 veículos

que diariamente percorrem dezenas de rotas de entrega, é necessário que o setor

logístico esteja em constante atuação para garantir entregas eficientes, tanto para a

empresa quanto para os clientes. Quando perguntado sobre o sistema estratégico

de logística da empresa, o gestor respondeu que “há um funcionário responsável por

isso e cabe a ele programar os carros que efetuarão as entregas e suas rotas”.

A programação consiste na roteirização das entregas em planilhas mediante

classificação de volume, prazo e localização, onde cada veículo recebe seu roteiro

antes de sua saída. Entregas de maior volume necessitam de veículos com

capacidade de carga maior, como caminhões e carretas. Em caso de não

preenchimento total do veículo, é analisado se há outras entregas em locais

próximo, ou no mesmo sentido. Busca-se sempre despachar os veículos com o

maior aproveitamento possível de sua capacidade, para reduzir os gastos com

transporte. No entanto, sendo inviável a realização de algumas entregas diferentes

em um único veículo, a entrega é despachada individualmente para que o prazo

combinado com o cliente seja cumprido.

Para que o produto chegue até o consumidor, alguns processos devem ser

levados em conta, ressalta-se o de abastecimento, administração de recursos,

armazenamento, distribuição e administração de compras. O primeiro deles é o de

abastecimento, coordenado pela diretoria e realizado com a frota própria da

empresa, possuindo maior agilidade de abastecimento. Em seguida há o processo

da administração de recursos e materiais, também realizado pela diretoria da

Page 30: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

28

empresa, que constantemente observa e monitora as demandas da organização,

para que não haja falta e nem excesso de insumos que viabilizam o funcionamento

da empresa, bem como produtos a serem comercializados. O processo de

armazenamento também é rigorosamente administrado.

Ao longo dos anos de funcionamento na empresa, o gestor observou que

financeiramente, era mais viável manter somente 10% do estoque da empresa

sendo físico. Notou-se que os custos logísticos para manter a grande maioria do

estoque flutuante eram menores comparados aos custos de um estoque

predominantemente físico. Sendo assim, o gestor optou por trabalhar com a grande

maioria de seu estoque flutuante, pois percebeu que o grande potencial da empresa

se encontrava na logística de distribuição, e que para isso, o estoque flutuante seria

muito mais rentável que o físico.

Contudo, ainda que menos rentável, o estoque físico se faz necessário pois

consegue suprir pequenas demandas que surgem no dia a dia da empresa. Pode-se

assimilar a percepção do gestor com a visão de Dias (2012) que defende a menor

presença de materiais no almoxarifado da empresa, a fim de facilitar a localização

dos itens e reduzir os custos de armazenagem.

No entanto, apesar de atualmente apenas 10% do estoque da empresa ser

físico e se encontrar armazenado nas suas dependências, há um funcionário que faz

a conferência dos produtos, organiza sua armazenagem no galpão e utiliza por meio

do método PEPS6 para controlar as entradas e saídas no estoque da empresa,

dessa forma os riscos de perda dos produtos são reduzidos ao máximo.

Dentro do galpão, os produtos são armazenados de acordo com suas

características, por exemplo, cimentos e argamassas encontram-se empilhados e

em paletes7 próximos, assim como os diferentes tipos ferragens e tamanhos de

caixas d’água. O estoque é assim setorizado para facilitar a visualização e acesso

aos produtos, além disso, o estoquista não sofre impasses na conferência do

estoque de determinado item. Graças ao método PEPS, os produtos mais antigos na

casa têm saída anterior aos mais novos, dessa forma os índices de perda de

produtos por validade e tempo inutilizados são mínimos.

6 PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai. 7 Palete ou pálete é um estrado de madeira, metal ou plástico que é utilizado para movimentação de cargas.

Page 31: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

29

O processo de distribuição é comandado pelo setor de logística, que localiza

a disponibilidade em estoque dos produtos a serem entregues, caso se encontrem

no estoque físico, é avaliada a necessidade ou não do uso de empilhadeira para

retirada dos produtos e de que forma eles serão carregados no veículo de entrega

escolhido. Uma movimentação adequada do estoque representa uma parte

relevante dentro da logística de planta, que envolve todo o fluxo de materiais na

instituição, até que eles sejam direcionados para a logística de distribuição.

Desse modo, o manuseio da carga é realizado com maior segurança pelos

funcionários envolvidos no processo, além disso, a qualidade que o consumidor

almeja ao realizar a compra é preservada até o ato da entrega. Após a localização

dos produtos e manuseio, o motorista responsável leva o veículo previamente

definido para ser carregado do pátio até o galpão da empresa. Após a carga, é

conferido pelo setor logístico se a mercadoria que sairá para entrega está de acordo

com a nota fiscal.

Mediante conferência da carga, o motorista e os funcionários são autorizados

a prosseguir e saem da empresa em direção ao destino da entrega, sempre

seguindo uma rota pré-determinada, salvo em situações que bloqueiem a via, a

exemplo acidentes e manifestações, e com isso novos caminhos se façam

necessários. As rotas são de extrema importância pois em caso de mais de uma

entrega é capaz de evitar problemas ao descarregar os produtos, desperdício de

tempo e gastos desnecessários com combustível e circulação.

A logística de planta presente na empresa colabora para o aumento da

produtividade e evita que gargalos de movimentação aconteçam durante as

operações. O pátio onde ficam os veículos de carga se encontra paralelo ao galpão

onde ficam os produtos, sendo facilitado o deslocamento interno. Além disso, os

corredores entre os produtos são amplos, que garantem livre circulação das

empilhadeiras e os veículos conseguem adentrar com tranquilidade o galpão para

carga, pois toda a planta da empresa foi projetada de acordo com suas

necessidades.

Bem como, os escritórios da diretoria se localizam no pavimento superior e

possuem visão ampla de todo o galpão, dessa forma é mais fácil observar se as

movimentações estão ocorrendo de acordo com o planejado, visualizar novas

necessidades que venham a surgir no decorrer do trabalho e verificar se as

condições de segurança no trabalho estão dentro do ideal.

Page 32: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

30

Platt (2015) ao citar Christopher (2007), afirma que os produtos só terão valor

se estiverem com o cliente no prazo e lugar combinados. Atender à demanda do

cliente é de suma importância para agregar valor ao produto, por outro lado a

logística também possibilita que aquilo que não tenha valor para o consumidor e

acarrete custos desnecessários e perda de tempo seja identificado e eliminado. Com

isso, a logística agrega valor também para a empresa.

Por contar com 4 tipos de veículos de carga diferentes, dependendo da

disponibilidade, pode ser escolhido pelo setor logístico aquele que melhor se adequa

ao peso e tipo de mercadoria a ser transportado, dessa forma, observa-se na

empresa que há um máximo aproveitamento dos recursos e colaboradores na hora

da entrega, o que minimiza possíveis gastos desnecessários, tendo assim um custo

final condizente com o esperado e maximizando os resultados. Como afirma Santos

(2003), o planejamento é essencial para a diminuição dos custos em toda atividade

comercial.

O processo de administração de compras é responsável pela manutenção do

ciclo de processos logísticos, já que os insumos devem ser constantemente

repostos, de acordo com sua saída e demanda, afim de garantir que não faltem

produtos para distribuição na empresa. Observa-se na Cimentol que o processo

logístico de abastecimento é bem estruturado e planejado, e os processos

envolvidos são realizados com eficiência, sendo possível o desenvolvimento de

estratégias logísticas como investimento em tecnologia e sistemas, roteirização de

entregas e qualificação de funcionários, que fazem com que a empresa conquiste

melhores resultados e se mantenha sempre à frente das suas concorrentes nesses

quesitos.

4.1.1 Logística de Abastecimento e Distribuição

A logística de abastecimento compreende à movimentação logística entre as

partes envolvidas, fornecedor e cliente, no processo logístico. No caso da Cimentol,

engloba a operações entre os fornecedores e a empresa. Por possuir sua frota

própria capaz de atender suas demandas, a empresa realiza todas as suas

operações logísticas para abastecer suas dependências. Essa autonomia garante à

empresa menor vulnerabilidade frente mudanças na tabela de preços dos fretes

ocasionadas por variações no preço do combustível e maior agilidade em seu

abastecimento interno.

Page 33: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

31

As principais necessidades que fazem com que os veículos da empresa se

desloquem até os fornecedores são a manutenção do estoque e a retirada de

pedidos maiores para entrega. Nesse segundo ponto, podemos observar como

funciona a grande maioria dos processos logísticos de distribuição da empresa. A

logística de distribuição é a parte que envolve a gestão das cargas, fretes e

transportes que levarão os produtos até o consumidor final.

Conforme montante de vendas diárias e condições do estoque físico, é

avaliada a necessidade de deslocamento até os fornecedores para buscar mais

produtos. Em caso de necessidade, o veículo de carga é enviado ao fornecedor e

poderá ter duas vertentes distintas de retorno. A primeira, é retornar para a empresa

e abastecer seu estoque físico e a segunda e mais frequente é ir diretamente do

fornecedor ao consumidor final, já que, como dito anteriormente 90% do estoque é

flutuante e a empresa atua como mediadora da venda. Na segunda vertente a

empresa realiza a distribuição indireta, onde não há interação do consumidor com o

produtor.

4.1.2 Logística Interna

A logística interna, como o nome sugere, abrange todas as movimentações

logísticas realizadas dentro da empresa. Sem ela não seriam possíveis o fluxo de

materiais, o abastecimento e a gestão do estoque de maneira adequada. Nota-se

que a logística interna da Cimentol cumpre com o esperado e não apresenta

impasses nas operações, já que a ampla estrutura aliada às empilhadeiras e

funcionários capacitados colaboram para uma movimentação fluida dos estoques.

Quando perguntado a respeito das movimentações internas o gestor

descreveu que há um estoquista responsável por verificar o estado e a quantidade

dos produtos recebidos para evitar avarias e falhas no recebimento. Já quantos às

saídas, foi apresentado o método PEPS, que faz com que os itens de maior tempo

na casa saiam primeiro. Dessa forma o estoque está sempre com produtos mais

novos e no caso do cimento, que apresenta prazo de validade e sofre com variações

do meio como a umidade, as perdas são minimizadas.

O estoquista gere todo o estoque e suas respectivas movimentações, ao

delegar essa função a um funcionário extinguisse o risco de divergências de

Page 34: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

32

comandos descentralizados que acarretem operações desnecessárias e que

consumam tempo e espaço no estoque.

4.1.3 Logística Reversa

A logística reversa, também conhecida como logística inversa é a área da

logística que engloba o retorno dos materiais já utilizados. Seu principal benefício é

promover o descarte ideal e o reaproveitamento dos materiais, evitando ao máximo

desperdícios. Na Cimentol, os itens que chegam avariados e necessitam ser

trocados ou descartados são armazenados e retornam na viagem seguinte do

veículo que irá até o fornecedor correspondente. Como o fluxo de abastecimento e

distribuição é constante, rapidamente há disponibilidade para esse retorno, além

disso, ao aproveitar as rotas já existentes e não possuir rotas exclusivas de logística

reversa, os custos são minimizados.

4.2 Estratégias logísticas

A empresa conta com uma estratégia de logística que viabiliza a

disponibilidade de recursos sempre que necessários, em quantidades e nos locais

ideais para facilitar sua distribuição, além de estar sempre com a frota pronta para

atender as diversas demandas externas, que envolvem o estoque flutuante da

empresa. Logo, observa-se que a empresa possui visão semelhante à de Zanon

(2008) quando compreende que a logística é a chave do negócio, sendo a rapidez e

a precisão nas atividades aspectos indispensáveis.

Por conta do seu constante crescimento tanto ao número de clientes e

colaboradores quanto ao seu raio de atuação, o investimento em tecnologias é uma

das estratégias mais aplicadas no processo logístico da empresa. Constantemente

são feitas atualizações no sistema interno da empresa, afim de garantir uma

comunicação rápida e precisa entre os setores, com o mínimo de falhas possíveis.

Além disso, os computadores e empilhadeiras utilizados são trocados mediante

necessidade e conforme o surgimento de novos modelos que atendam melhor as

demandas da empresa. Desse modo, os investimentos em tecnologia possibilitam a

expansão constante e saudável do negócio, mantendo sempre atualizados os dados

sobre estoque e pedidos.

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33

A Cimentol possui um sistema próprio, onde é possível verificar os itens

presentes no estoque, realizar pedidos internos e externos, acessar a ficha cadastral

do cliente, visualizar o limite de vendas a prazo para cada consumidor, escolher o

veículo utilizado na entrega e fazer sua programação. Ao realizar a venda, o

funcionário entra no sistema e insere os dados do cliente no pedido, caso o cliente já

possua cadastro, com uma simples busca os dados e históricos de compra ficam

disponíveis para o vendedor. Após a inserção de todos os itens no pedido, o

vendedor emite-o e o envia para o setor financeiro, após aprovação, o pedido será

faturado e terá sua nota fiscal emitida, sendo enviado para o setor de logística que

irá selecionar o veículo adequado, definindo sua entrega mediante o prazo

apresentado no pedido e combinado com o cliente no momento da venda. O

desenvolvimento desse sistema possibilitou agilidade e precisão nas vendas,

diminuindo possíveis contrastes de informações e falhas no processo.

Além da tecnologia, o armazenamento é um ponto que também deve ser

levado em conta, quando mencionadas as estratégias que a empresa adota. De

nada adianta que o estoque esteja em perfeita organização no sistema, se no

espaço físico a realidade for outra. No galpão, os produtos ficam distribuídos por

toda a área, separados por tipo e empilhados, afim de otimizar o espaço utilizado, a

localização dos itens e o alcance. Para Russo (2009), esses processos fizeram

surgir a necessidade de utilizar equipamentos específicos para a movimentação do

estoque.

Na Cimentol, os itens são movimentados, carregados e descarregados de

forma braçal pelos funcionários, e para os itens de maior peso há duas

empilhadeiras disponíveis. As empilhadeiras proporcionam maior agilidade nas

movimentações e a energia que é poupada dos funcionários pode ser canalizada

para outros processos dentro da empresa. Além de proporcionar eficiência

operacional, as empilhadeiras também proporcionam maior segurança dentro das

dependências da empresa e viabilizam maior aproveitamento de espaço vertical no

estoque.

Os itens ficam próximos ao espaço de entrada dos caminhões, para que

sejam evitados acidentes na carga e descarga e que as mesmas aconteçam mais

rapidamente, otimizando o tempo. A empresa conta também com funcionários

preparados para esclarecer todas as possíveis dúvidas dos clientes no ato da

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34

compra, incluindo entregas e prazos, e um roteirização das entregas, desenvolvida

por um funcionário do setor logístico que possui essa responsabilidade.

4.3 Canais de distribuição

Devido ao modal de transportes utilizado nas operações ser o rodoviário, o

transporte das mercadorias representa a grande maioria do custo logístico, portanto

a roteirização das entregas é realizada, afim de diminuir custos de combustível e

manutenção dos veículos e proporcionar maior agilidade, fazendo com que a

empresa cumpra sempre o prazo combinado com o cliente. Vale ressaltar que

Santos (2003) afirma que o planejamento prévio é capaz de entregar custos

reduzidos no processo logístico, já que o custo do transporte é considerado dois

terços mais caro que o custo operacional.

Para Gasnier (2006) a distribuição é uma das finalidades principais da

organização e está diretamente ligada a conquista do consumidor final e

manutenção da confiabilidade da empresa. Quando analisada a performance

logística desenvolvida pela empresa entende-se a satisfação dos clientes e a

permanência na liderança em distribuição de cimento e aço na região do Recôncavo

Baiano.

A logística é atualmente um dos principais diferenciais competitivos da

Cimentol, isso se dá ao fato de que a empresa cumpre com os prazos combinados

com seus clientes de forma eficiente e possui capacidade de atender toda sua

demanda sem perder sua qualidade. Além disso, os produtos com que a empresa

trabalha são bem aceitos pelo público e possuem marcas de reconhecimento no

mercado da construção civil, como os cimentos das marcas Poty e Elizabeth, telhas

Brasilit, marca pertencente ao grupo Saint – Gobain e argamassas Votomassa.

Por sua representatividade e seu nome consolidado no mercado ao longo de

seus 23 anos de existência, a empresa é um forte canal de distribuição direta de

cimento e aço, atuando tanto na modalidade B2B8, vendendo para empresas que

comercializam produtos e atuam no ramo da construção civil, quanto na B2C9 para o

consumidor final. Apesar de sua ampla estrutura, que acomoda confortavelmente

seu estoque físico e atende às demandas que serão retiradas no galpão, 90% de

seu estoque é flutuante, como dito pelo gestor em entrevista.

8 Business to bussiness ou venda entre empresas. 9 Business to consumer ou venda para o consumidor.

Page 37: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

35

Desse modo a empresa realiza suas vendas B2B, que representam grande

parcela do seu faturamento, e a mercadoria que será entregue ao cliente se

encontra na fábrica, não fica armazenada na empresa. Após os processos de venda,

logística e roteirização da entrega, os veículos saem do galpão para fazer a retirada

dos produtos no fabricante e entregar ao cliente.

Para as vendas B2C, que representam apenas 10% do volume de vendas, a

empresa conta com seu estoque próprio, e por normalmente os pedidos serem feitos

em quantidades menores, o consumidor pode levar sua mercadoria no ato da

compra, ou solicitar a entrega e a empresa providenciará um veículo e combinará o

prazo de entrega, nesse caso, a mercadoria sai do estoque físico e vai para o

consumidor final.

4.3.1 Transporte

O modal de transporte utilizado pela empresa é o rodoviário, sua escolha se

dá devido ao fato de possuir menor custo agregado em relação ao ferroviário e

garantir amplo alcance à empresa, visto que o país possuí uma enorme malha

rodoviária. Segundo dados do Ministério da Infraestrutura (2019), o Brasil possui

uma malha rodoviária federal com extensão total de 78,5 mil quilômetros. Sendo as

rodovias federais o principal meio de locomoção entre as diferentes regiões do país.

Durante o planejamento das rotas de transportes pelo setor logístico, as

rodovias federais são as mais utilizadas, no entanto, rodovias estaduais e municipais

são imprescindíveis também para chegar até as fábricas para retirar os produtos e

aos clientes para efetuar entrega. A frota da empresa conta com 32 veículos que

possuem quatro capacidades de carga distintas, leves, médias, pesadas e extremas,

englobando desde caminhões de menor porte até carretas.

No planejamento de transporte além da carga é levado em conta a via que o

veículo irá percorrer, tomando como exemplos as carretas, não é viável que uma

carreta realize a entrega em um ponto localizado em uma via estreita de um

município de pequeno porte, pois há grandes chances da entrega não ser bem

sucedida. Além do planejamento de rotas, o setor logístico também é responsável

por gerir as revisões periódicas dos veículos, como o próprio gestor reforça

constantemente na empresa, prevenir é melhor que remediar. As revisões

preventivas no veículo evitam desgaste exacerbado nas peças e danos maiores que

custem mais para a empresa.

Page 38: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

36

4.3.2 Impactos da localização geográfica

Sabe-se que a localização geográfica é um fator crucial de desenvolvido

observado desde séculos atrás, no período das grandes navegações. Um dos

fatores que colaboraram para que as embarcações portuguesas estivessem à frente

das outras foi sua localização geográfica, que dava rápido acesso às águas do

oceano atlântico. Sua localização privilegiada possibilitava com que as embarcações

necessitassem de menos tempo de navegação para chegar ao destino desejado,

chegando sempre à frente e reduzindo o tempo e custos de viagem necessários.

Observa-se que a relevância da localização geográfica ainda se faz

fortemente presente no mercado, por se localizar na rodovia BR 101, uma das

principais rodovias que cruza o país de norte a sul, a Cimentol apresenta maior

facilidade de escoamento de produtos e acesso de clientes. A empresa não está

suscetível a problemas de infraestrutura encontrados em zonas urbanas como

congestionamentos, buracos em vias e vias estreitas que dificultam o acesso de

veículos de carga, que podem prejudicar o embarque e desembarque dos veículos.

Segundo o gestor, em meados dos anos 90, ao saber da possibilidade de

comprar o terreno em que se atualmente se localiza a Cimentol não pensou duas

vezes, pois conseguiu visualizar um excelente ponto comercial com grande fluxo de

pessoas, atrativo por estar próximo à entrada de uma das mais desenvolvidas

cidades do recôncavo e de fácil acesso de veículos de carga. Como reflexo de sua

localização, nota-se que a empresa não apresenta grandes transtornos com

manutenção e reposição da frota, especialmente de caminhões e carretas que a

compõem. Além de ganhar eficiência e agilidade no transporte rodoviário, único

modal de transporte utilizado pela empresa.

Page 39: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No âmbito organizacional, a logística apresenta forte influência e é

responsável por otimizar operações, sendo favorável para as organizações estudar e

aplicar as estratégias mais eficientes de acordo com sua realidade e necessidades.

Com isso, nota-se que a logística é uma grande determinante para a prosperidade

de um negócio. No caso da Cimentol, sua consolidação no mercado e seu

crescimento no decorrer dos anos se deu fortemente pela forma com que a empresa

realiza seus processos logísticos, sobretudo o processo de distribuição.

A empresa, que distribui produtos vinculados à construção civil com ênfase

em cimento e aço, possui um planejamento logístico voltado para a agilidade das

entregas e redução de custos, sem que se perca qualidade de serviço e segurança

no trabalho. Destaca-se também para a manutenção da logística dentro da

organização uma boa comunicação, os setores estão integrados em todos os

processos de pedidos a serem entregues. Essa condição se tornou possível graças

ao avanço das tecnologias e meios de comunicação que propiciaram o surgimento e

aprimoramento de sistemas que viabilizam essa troca de informações e aceleram o

processo de pedidos, vendas e conferência de estoque.

Durante a realização do estudo foram identificados e exemplificados aspectos

caracterizadores da logística através de observações do pesquisador em sua

vivência na empresa analisada. Com isso foi possível analisar os impactos logísticos

na empresa e comprovar a amplitude de bons resultados que a logística tem a

acrescentar sendo parte integrante de uma organização. Observou-se que a prática

de boas estratégias logísticas como a roteirização das entregas é capaz de reduzir

consideravelmente gastos em combustível, tempo e desgaste excessivo dos

veículos.

A organização do estoque também se mostrou capaz de otimizar as

movimentações de materiais, bem como a localização geográfica favorável da

empresa colabora com sua velocidade e escoamento de carga. A divisão dos

setores e atribuições dos cargos específicos também se mostrou eficaz, já que cada

funcionário tem sua função pré-definida e dedica-se a ela. Devido às observações

feitas, conclui-se que o estudo contribui para a valorização da logística dentro das

instituições, além de ser um rico material de leitura para aqueles que são

fomentados constantemente pela sede de conhecimento e informação.

Page 40: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

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Ao final da leitura deste estudo, almeja-se que o leitor sinta-se mais

capacitado para discutir a respeito do tema com outros indivíduos e reconheça a

logística presente em sua vivência, passando a enxergar na prática as

considerações aqui apresentadas. Vale ressaltar que ainda que o indivíduo não

desenvolva um olhar logístico crítico com grande amplitude, é indispensável que sua

maneira de observar seu cotidiano mude, pois tão importante quanto conhecer o

espaço em que se vive, é compreendê-lo.

Após a análise da empresa para discorrer sobre seus processos logísticos foi

possível bem mais do que apenas escrever este estudo de caso, a ótica com que o

pesquisador, o gestor e demais funcionários enxergava-os mudou. Passou-se a

compreender com maior clareza e embasamento o porquê de cada processo e

adquiriu-se um olhar mais minucioso. Com isso o trabalho se mostrou relevante

também dentro da empresa e acrescentou conhecimento a todos os envolvidos.

Sendo um estudo de caso, contribui para a compreensão dos processos logísticos

no objeto de estudo e se faz relevante no contexto acadêmico no que tange à

logística, por analisar dentro de uma distribuidora no recôncavo baiano, quesitos

relevantes como estoque e transporte. Espera-se que o trabalho enriqueça a

bagagem acadêmica de muitos estudantes e indivíduos interessados em adquirir

mais conhecimento acerca da logística, bem como, contribua positivamente para o

entendimento da relevância do tema.

A pesquisa limita-se à Cimentol, contudo, há possibilidade de expandi-la

posteriormente analisando também os processos logísticos de produção dos itens

comercializados, bem como analisando o processo logístico nos estabelecimentos

clientes da empresa. Há abertura também para o desenvolvimento de novas

pesquisas a partir dessa, analisando os mesmos aspectos em outras empresas, ou

valendo-se dessa como base para desenvolvimento de novos trabalhos.

Page 41: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

39

6. REFERÊNCIAS

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Page 44: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO UMBERTO DAVID CAMPOS …

42

7. APÊNDICES

Apêndice A – Roteiro de entrevista

A entrevista foi realizada pelo pesquisador e teve o proprietário como parte

entrevistada, já que ele também é o responsável logístico da empresa. Após breve

apresentação do projeto de pesquisa ao entrevistado para que o mesmo tivesse

consciência do estudo para qual estava contribuindo, foram realizadas quatorze

perguntas. Através da análise das respostas o pesquisador analisou as informações

coletadas para então poder compará-las às referências e teorias abordadas,

trazendo na pesquisa a situação da logística na empresa escolhida como objeto de

estudo, formando suas próprias conclusões mediante suas perspectivas e

desenvolvendo seu trabalho acadêmico.

Perguntas:

1. O Senhor(a) possui esse negócio há quanto tempo?

2. O Senhor(a) classifica o ramo do seu negócio como promissor?

3. Identifica diferencial entre as demais?

4. Como estrutura sua empresa?

5. Existe sistema estratégico de logística na empresa?

6. Como o senhor realiza o planejamento logístico da empresa?

7. Como estrutura o setor de pedidos e armazenagem?

8. Como é organizada a movimentação interna dos armazéns e estoques?

9. Seria possível o senhor descrever o processo de distribuição da organização?

10. O senhor mensura os possíveis gargalos de distribuição? Como se dá esse

processo?

11. Como é estruturado o fluxo de saída de sua organização?

12. Existe um setor responsável pela distribuição?

13. Existem metas de qualidade de tempo na sua organização?

14. Qual é o fluxo de entrega de sua organização?

Apêndice B – Entrevista

Respostas:

1. O Senhor(a) possui esse negócio há quanto tempo?

Há quase 24 anos. A empresa foi fundada em 1 de dezembro de 1996.

2. O Senhor(a) classifica o ramo do seu negócio como promissor?

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Sim, a construção civil é um dos ramos que mais movimenta a economia

brasileira. Obras, reformas e melhoramentos de infraestrutura acontecem a

todo momento nos mais diversos segmentos. Os produtos que distribuímos

são essenciais para a construção civil e atendemos um vasto número de

clientes em toda a região, que só vem crescendo. Portanto considero sim o

ramo promissor.

3. Identifica diferencial entre as demais?

Trabalhamos somente com produtos de qualidade e exercemos uma política

de preços justa, além disso buscamos sempre atender nosso cliente da

melhor forma e realizar a entrega dentro do prazo estipulado.

4. Como estrutura sua empresa?

A empresa se localiza em um galpão com área de 2.000 m2, atualmente

possui 50 funcionários e uma frota de 32 caminhões. A empresa conta com

seis setores, sendo eles: diretoria, contábil, financeiro, vendas, departamento

pessoal, e o principal, setor de logística.

5. Existe sistema estratégico de logística na empresa?

Sim, existe um funcionário responsável por isso, cabe a ele programar os

carros que efetuarão as entregas e suas rotas.

6. Como o senhor realiza o planejamento logístico da empresa?

Após o vendedor realizar o pedido pelo sistema, o mesmo é automaticamente

enviado para o programador logístico, de forma similar a um e-mail e

contendo informações do cliente, além da quantidade e valores do pedido.

Feita a análise da quantidade e do limite do cliente será escolhido o carro a

ser utilizado na entrega. A empresa conta com 4 tipos de veículos diferentes,

com capacidades de cargas distintas, afim de utilizar aquele que mais se

adequa ao pedido, otimizando assim o transporte.

7. Como estrutura o setor de pedidos e armazenagem?

Como respondido anteriormente, possuímos um sistema que agiliza o

processo de pedidos. 90% do nosso estoque é flutuante, ou seja, a

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mercadoria sai direto da fabrica para ser entregue ao cliente, não fica

armazenada na empresa. Nesse caso fazemos a venda e o transporte para o

cliente. Para pedidos menores (10% dos pedidos), onde normalmente os

clientes retiram os produtos conosco, contamos com nosso estoque físico,

que possui todos os produtos que trabalhamos em quantidades menores.

8. Como é organizada a movimentação interna dos armazéns e estoques?

Quando os produtos chegam na empresa o conferente/estoquista faz a

conferência do produto, afim de detectar possíveis avarias e verificar se a

quantidade entregue está de acordo com o pedido. Utilizamos o método

PEPS - primeiro que entra, primeiro que sai - para saída de estoque, para que

os produtos que se encontram armazenados a mais tempo saiam primeiro. No

caso do cimento, por exemplo, esse método é de extrema importância, já que

o produto possui validade.

9. Seria possível o senhor descrever o processo de distribuição da organização?

Como mencionado anteriormente a organização conta com 6 setores:

Diretoria: Onde são planejados e organizados os recursos da empresa, e

solucionadas as questões recorrentes do dia a dia. É da diretoria a palavra

final dentro da empresa.

Contábil: Setor diretamente ligado à diretoria, como o próprio nome já diz, a

ele cabe a parte contábil da empresa. Gera dados e planilhas para dar a

diretoria uma melhor noção da empresa.

Financeiro: É o setor responsável pela administração dos recursos da

empresa, controla o fluxo de caixa, as contas a pagar e a receber e faz os

planejamentos financeiros.

Vendas: Setor responsável pela comercialização de nossos produtos, é

através do setor de vendas que o cliente se relaciona com a empresa.

Departamento pessoal: Setor responsável por cuidar das questões

relacionadas aos funcionários, como contratação, pagamentos de salários e

13º, organização dos horários de trabalho, das férias e demais assuntos

relacionados.

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Logística: Setor responsável pelo recebimento, armazenamento adequado,

definição e utilização do transporte mais eficiente e utilização correta de

materiais e produtos na empresa.

10. O senhor mensura os possíveis gargalos de distribuição? Como se dá esse

processo?

São vários os gargalos que podem ocorrer. Às vezes o cliente não está

presente na hora da entrega para efetuar o pagamento, fazendo com que seja

emitida uma nota promissória e o funcionário tenha que retornar ao endereço

para buscar o pagamento posteriormente. Esse novo deslocamento gera

custos e caso esteja dentro da rota de outras entregas, podem ocorrer

pequenos atrasos.

Sabemos que a malha viária brasileira não possui a melhor infraestrutura,

dessa forma, estradas em um estado não tão bom de conservação, com

buracos e necessidade de reformas acabam por atrasar o deslocamento dos

veículos de entrega.

Em algumas cidades acontece a feira municipal e muitas ruas contam com

um fluxo intenso de pedestres, dificultando a passagem dos veículos. Nos

horários em que isso ocorre o acesso dos veículos aos locais de entrega

pode ser comprometido.

O tempo também é um possível gargalo, caso esteja chovendo o cimento não

pode ser descarregado, já que o mesmo deve ser armazenado em local seco

e não pode ser molhado antes da utilização.

11. Como é estruturado o fluxo de saída de sua organização?

A saída pra entrega não é imediata, é programada normalmente em um prazo

de dois dias após o pedido, pois como dito anteriormente, 90% do nosso

estoque é flutuante. Sendo assim necessário esse tempo para o setor de

logística programar o veículo que irá buscar a mercadoria no fabricante e fará

a entrega.

12. Existe um setor responsável pela distribuição?

Sim, o setor de logística.

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13. Existem metas de qualidade de tempo na sua organização?

Não existem metas, tentamos sempre entregar no período combinado com o

cliente.

14. Qual é o fluxo de entrega de sua organização?

As entregas da organização acontecem mediante pedidos, dessa forma o

fluxo é bastante variável.