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Centro Espírita Léon Denis 16 o ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE JOANNA DE ÂNGELIS Tema Central: O Matrimônio 8/11/2015 Joanna de Ângelis

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Centro Espírita Léon Denis

16o ENCONTRO ESPÍRITA SOBRE JOANNA DE ÂNGELIS

Tema Central:

O Matrimônio

8/11/2015

Joanna d

e Ângelis

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MEDITEMOS:

A obrigação de respeitar os direitos alheios tira a o homem o

de pertencer-se a si mesmo?

“De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da

natureza.”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap. X, questão 827.)

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Informações Gerais

8h às 8h30min Chegada / Recepção

8h30min às 9h Abertura e Sensibilização

9h às 9h30min Palestra

9h30min às 9h40min Deslocamento para as salas

9h40min às 10h30min Estudo

10h30min às 10h45min Intervalo

10h45min às 12h50min Estudo

12h50min às 12h55min Deslocamento para o salão

12h55min às 13h Encerramento

CENTROS PARTICIPANTES LOCAL DATA DA REALIZAÇÃO

Centro Espírita Léon Denis Bento Ribeiro 8 de novem bro

Núcleo Espírita Léon Denis Campo Grande 15 de novembro

Centro Espírita Antonio de Aquino Magalhães Bastos 22 de novembro

Centro Espírita Bezerra de Menezes Duque de Caxias 22 de novembro

Centro Espírita Irmão Clarêncio Vila da Penha 29 de novembro

Núcleo Espírita Antonio de Aquino Bangu 6 de dezembro

Centro Espírita Joanna de Ângelis Sulacap 6 de dezembro

Coordenação Geral: Vera Lúcia de Oliveira Bezerra Organização Imediata: Ione de Souza Façanha Organização de Conteúdo: Equipe de Estudo do Encontro Finalização: Setor Editorial do CELD

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Histórico do Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis 1o Seminário Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2000 Tema Central: A Conquista de Si mesmo

2o Seminário Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2001 Tema Central: Referenciais para Identificação do Si

3o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2002 Tema Central: Os Níveis de Consciência e suas Consequências na Sociedade

4o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2003 Tema Central: A Conquista do Si

5o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2004 Tema Central: O Ser Emocional

6o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2005 Tema Central: A Reencarnação

7o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2006 Tema Central: A Lei de Amor na Reprogramação Mental

8o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2007 Tema Central: O Amor e a Consciência da Imortalidade

9o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2008 Tema Central: A Consciência de Deus em nós

10o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2009 Tema Central: A Consciência de Deus em nós

11o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2010 Tema: A Consciência de Deus na Reconstrução do Lar

12o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2011 Tema: A Consciência de Deus em nós

13o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2012 Tema: Jesus e a Família no Pensamento de Joanna de Ângelis

14o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis – 2013 Tema: A Reencarnação e a Família no Pensamento de Joanna de Ângelis

15o Encontro sobre Joanna de Ângelis – 2014 Tema: Vida em Família

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SUMÁRIO

Objetivos .................................................................................... 6

Joanna de Ângelis (Vida e Obra) ............................................... 7

Consciência e Responsabilidade ............................................... 8

1o Bloco de Id eias 11

Mostrar que os Laços de Família são da Lei da Natureza ........... 11

Responsabilidade no Matrimônio ............................................... 11

Identificar o Objetivo do Matrimônio ........................................... 14

Identificar o que é Preciso para o Êxito do Matrimônio .............. 14

Mostrar os Benefícios do Espiritismo para o Matrimônio ........... 15

Anticonceptivos e Planejamento Familiar .................................. 15

Identificar, Segundo a Autora, como o Homem pode Programar a sua Família ..............................................................................

18

2o Bloco de Id eias 19

Problemas no Matrimônio ......................................................... 19

Mostrar a Pedra Angular da Família ............................................ 21

Desquite e Divórcio .................................................................... 22

Mostrar os Objetivos pelos quais os Espíritos afins Produzem Vida Conjugal Equilibrada ...........................................................

25

Mostrar por que o Divórcio e Desquite são Soluções Legais ........ 26

Joana de Cusa ........................................................................... 26

Refletindo com Joanna de Ângelis ............................................. 30

Referências Bibliográficas .......................................................... 32

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16o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis Tema: “O Matrimônio”

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OBJETIVOS

GERAL:

• Identificar no pensamento de Joanna de Ângelis, em linhas gerais, qual o

objetivo do matrimônio.

ESPECÍFICOS:

• Mostrar que os laços de família são da Lei da Natureza

• Identificar o que é preciso para o êxito do matrimônio.

• Mostrar a pedra angular da família.

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16o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis Tema: “O Matrimônio”

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Joanna de Ângelis (Vida e Obra)

Anjo da caridade e misericórdia. Assim é definida Joanna de Ângelis, mentora espiritual do médium Divaldo Franco. Ela iniciou sua atuação em benefício da humanidade desde antes da morte de Cristo, tornando-se missionária dele por várias encarnações posteriores.

Em sua obra mediúnica, Joanna de Ângelis trata de temas filosóficos, psicológicos e existenciais, fruto de suas passagens pela Terra e do trabalho desenvolvido por ela no mundo espiritual.

Exemplos de humanidade, humildade e heroísmo, as vidas de Joanna de Ângelis nos trazem a mais pura expressão do amor, visando a educação moral e o consolo de inúmeras pessoas.

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Introdução Consciência 1 e Responsabilidade

A responsabilidade é manifestação evidente da aquis ição de consciência.

O ato de pensar, nem sempre faculta a visão correta, necessária à responsabilidade, esta se alicerça 2 no discernimento 3 dos objetivos da existência terrestre , propelindo o ser às ações enobrecedoras em clima de dignificação.

A responsabilidade faculta o direcionamento dos dev eres , elegendo aqueles que são essenciais, em detrimento dos que aparentam benefícios e não passam de suporte para mascarar a ilusão e o gozo.

A criatura responsável discerne o que realizar e co mo executá-lo .

A tendência para o bem é inata no ser humano, face à sua procedência divina. O entorpecimento carnal, às vezes, bloqueia a faculdade de direcionamento que a consciência proporciona.

A pessoa lúcida, como consequência, age com prudência, confiando nos resultados que advirão, sem preocupar-se com o imediatismo, sabendo que a semente de luz sempre se converte em claridade.

A inconsciência em que estagiam muitas criaturas respondem pela agressividade e ignorância que nelas predominam.

A responsabilidade, advinda da consciência, promove o ser ao estágio de lucidez, que o leva a aspirar pelas cume adas da evolução que passa a buscar, com acendrado 4 devotamento.

A consciência da responsabilidade te conduzirá:

a nunca maldizeres o charco5, e sim a drená-lo;

a não cultivares problemas, antes, a solucioná-los;

a não ergueres barreiras que dificultem o progresso, porém, a te tornares ponte que facilite o trânsito;

a não aguardares o êxito antes do trabalho; pois que, o primeiro somente precede ao último na ordem alfabética dos dicionários;

1 Perfeita identificação do conhecimento e do fazer, do saber e do amar – Joanna de Ângelis – O Ser Consciente, cap. 6, “A Consciência”. 2 O que sustenta uma construção; fortalecer, fazer com que fique sólido, firme, estável. 3 Habilidade para compreender algo com sensatez e clareza. 4 Depurado, afinado. 5 Água estagnada e imunda; poça de água repleta de resíduos orgânicos.

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16o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis Tema: “O Matrimônio”

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a não olhares para baixo, emocionalmente, onde repousam o pó e a lama, entretanto, a fitares o alto onde fulguram os astros;

a não desistires da luta, perdendo a batalha não travada, todavia, perseverando até o fim, pois que a esperança é a luz que brilha à frente, apontando a trilha da vitória;

a não falares mal do próximo, considerando as tuas próprias deficiências, ao invés disso, brindar-lhe palavras de estímulo;

a não te perturbares ante as incompreensões, porém a te sentires vivo, e portanto, vulnerável aos fenômenos do trânsito humano;

a nunca pretenderes a paz sem os requisitos para cultuá-la no íntimo, não obstante, a irradiares a alegria do bem, que fomenta a harmonia.

A responsabilidade não favorece a autopiedade nem a presunção 6, a debilidade moral, nem a violência, a volúpia 7 dos desejos vis 8, nem os gozos entorpecedores.

É criativa e enriquecedora, porque sabe encontrar-se em processo de elevação e de crescimento.

Louis Pasteur, combatido pelos acadêmicos do seu tempo, com responsabilidade, prosseguiu até culminar na descoberta dos micróbios, da profilaxia da raiva, do carbúnculo, e em geral de todas as doenças contagiosas...

Kepler, perseguido, mas, consciente dos mapas celestes, insistiu até apresentar uma admirável teoria do planeta Marte e formular outras leis que passaram a honrar-lhe o nome.

Hansen, com responsabilidade, aprofundou a sonda da pesquisa, até isolar o bacilo da lepra e salvar milhões de vidas.

Copérnico, anatematizado9, com responsabilidade, demonstrou o duplo movimento dos planetas sobre si mesmos, e o sistema heliocêntrico, pagando com alto preço a audácia da consciência.

O casal Curie, responsável, entregou-se às experiências fatigantes que abriram novos horizontes para o conhecimento de materiais radiativos.

A responsabilidade é degrau de elevação da consciência, que plenifica o homem e a mulher em todas as situações.

6 Pretensão; expressão de vaidade, afetação. Julgamento feito a partir de indícios, hipóteses ou aparências. 7 Excesso de prazer em geral: 8 De valor pequeno; ordinário; que não possui importância, insignificante. 9 Excomungado; pena ou tipo de maldição que se efetiva com a expulsão de uma pessoa do convívio religioso ou da própria igreja.

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Diante desta realidade, ALLAN KARDEC indagou aos Benfeitores Espirituais, conforme se lê em O Livro dos Espíritos, na questão 780:

O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?

“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente. Depen-dendo, certamente, da consciência de responsabilidade.”

(Joanna de Ângelis. Momentos de Consciência, Consciência e Responsabilidade.)

A

R E S P O N S A B I L I D A D E

É manifestação evidente da aquisição d e consciência

Se alicerça no discernimento dos objetivos da existência

terrestre

A responsabilidade faculta o direcionamento dos deveres

A criatura responsável discerne o que realizar e como

executá -lo

A responsabil idade, advinda da consciência, promove o ser ao estágio de lucidez, que o leva a

aspirar pelas cumeadas da evolução que passa a buscar com acendrado devotamento.

Não favorece a autopiedade nem a presunção, a debilidade

moral, nem a violência, a volúpia dos desejos vis, nem

os gozos entorpecedores.

É degrau de elevação da consciência, que plenifica o homem e a mulher em todas

as situações.

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1o Bloco de Ideias Mostrar que os Laços de Família são da Lei da Natur eza

Responsabilidade no Matrimônio

Interrogam, muitos discípulos do Evangelho: não é mais lícito o desquite ou o divórcio, em considerando os graves problemas conjugais, à manutenção de um matrimônio que culmine em tragédia? Não será mais conveniente uma separação, desde que a desinteligência se instalou, ao prosseguimento de uma vida impossível? Não têm direito, ambos os cônjuges, a diversa tentativa de felicidade, ao lado de outrem, já que se não entendem?

E muitas outras inquirições surgem, procurando respostas honestas para o problema que dia a dia mais se agrava e avulta.

Inicialmente, deve ser examinado que o matrimônio e m linhas gerais é uma experiência de reequilíbrio das almas no orçamento familiar. Oportunidade de edificação sob a bênção da prole — e, quando

Há pessoas que deduzem do fato de os filhotes serem abandonados pelos seus pais que, entre os homens, os laços de f amília são apenas o resultado dos costumes sociais e não uma L ei da Natureza; que devemos pensar sobre isso? “O homem tem um destino diferente do dos animais; por que, então, quererem sempre identificá-lo com eles? Há nele algo, além das necessidades físicas: há a necessidade do progresso; os laços sociais são necessários ao progresso e os laços de família tornam mais apertados os laços sociais; eis por que os laços de família constituem uma Lei da Natureza. Deus quis que os homens aprendessem, desse modo, a se amar como irmãos.” (Ver questão 205.)

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap. VII, questão 774.)

Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxa mento dos laços de família? “Uma recrudescência do egoísmo.”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap. VII, questão 775.)

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fatores naturais coercitivos a impedem, justo se faz abrir os braços do amor espiritual às crianças que gravitavam ao abandono — para amadurecer emoções, corrigindo sensações e aprendendo fraternidade.

Não poucas vezes os nubentes, mal preparados para o consórcio matrimonial, dele esperam tudo, guindados10 ao paraíso da fantasia, esquecidos de que esse é um sério compromisso, e todo compromisso exige responsabilidades recíprocas a benefício dos resultados que se deseja colimar.

A “lua de mel” é imagem rica da ilusão, porquanto, no período primeiro do matrimônio, nascem traumas e desajustes, inquietações e receios, frustrações e revoltas, que despercebidos, quase a princípio, espocam mais tarde em surdas guerrilhas ou batalhas lamentáveis no lar, em que o ódio e o ciúme explodem, descontrolados, impondo soluções, sem dúvida, que sejam menos danosas do que as trágicas.

Todavia, há que meditar, no que concerne aos compromissos de qualquer natureza, que a sua interrupção, somente adia a data da justa quitação. No casamento, não raro, o adiamento promove o ressurgir do pagamento em circunstâncias mais dolorosas no futuro em que, a pesadas renúncias e a fortes lágrimas, somente, se consegue a solução.

*

Indispensável que para o êxito matrimonial sejam ex ercitadas singelas diretrizes de comportamento amoroso.

Há alguns sinais de alarme que podem informar a situação de dificuldade antes de agravar a união conjugal:

silêncios injustificáveis quando os esposos estão juntos;

tédio inexplicável ante a presença do companheiro ou da companheira;

ira disfarçada quando o consorte ou a consorte emite uma opinião;

saturação dos temas habituais, versados em casa, fugindo para intérminas leituras de jornais ou inacabáveis novelas de televisão;

irritabilidade contumaz sempre que se avizinha do lar;

desinteresse pelos problemas do outro;

falta de intercâmbio de opiniões. 10 Que foi levantado.

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Atritos contínuos que ateiam fagulhas de irascibilidade, capazes de provocar incêndios em forma de agressão desta ou daquela maneira...

E muitos outros mais.

Antes que as dificuldades abram distâncias e os espinhos da incompreensão produzam feridas, justo que se assumam atitudes de lealdade, fazendo um exame das ocorrências e tomando-se providências para sanar os males em pauta.

Assim, a honestidade lavrada na sensatez 11, que manda “abrir-se o coração” um para com o outro, consegue corrigir a s deficiências e reorganizar o panorama afetivo.

É natural que ocorram desacertos. Ao invés, porém, de separação, reajustamento.

A questão não é de uma “nova busca”, mas de redescobrimento do que já possui.

Antes da decisão precipitada, ceder cada um, no que lhe concerne, em benefício dos dois.

Se o companheiro se desloca, lentamente, da família, refaça a esposa o lar, tentando nova fórmula de reconquista e tranquilidade.

Se a companheira se afasta, afetuosamente, pela irritação ou pelo ciúme, tolere o esposo, conferindo-lhe confiança e renovação de ideias.

O cansaço, o cotidiano, a apatia são elementos constritivos da felicidade.

Nesse sentido, o cultivo dos ideais nobilitantes consegue estreitar os laços do afeto e os objetivos superiores unem os corações, penetrando-os de tal forma, que os dois se fazem um, a serviço do bem. E em tal particular, o Espiritismo — a Doutrina do Amor e da Caridade por excelência — consegue renovar o entusiasmo das criaturas, já que desloca o indivíduo de si mesmo, ajuda-o na luta contra o ego ísmo e concita-o 12 à responsabilidade ante as leis da vida, impulsionand o-o ao labor incessante em prol do próximo. E esse próximo mais próximo dele é o esposo ou a esposa, junto a quem assumiu espontanea mente o dever de amar, respeitar e servir.

11 Maneira ponderada de abordar um assunto vulnerável ou difícil. 12 Incentiva, instiga, incita.

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Assim, considerando, o Espiritismo, mediante o seu programa de ideal cristão, é senda redentora para os desajustad os e ponte de união para os cônjuges, em árduas lutas, mas que não enco ntraram a paz.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap. 4, “Responsabilidade no Matrimônio”.) 1) Identificar o Objetivo do Matrimônio

Inicialmente, deve ser examinado que o matrimônio, em linhas gerais, é uma experiência de reequilíbrio das almas no orçamento familiar.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap.4, “Responsabilidade no Matrimônio”.) 2) Identificar o que é Preciso para o Êxito do Matr imônio

Indispensável que para o êxito matrimonial sejam exercitadas singelas diretrizes de comportamento amoroso. (...) Assim, a honestidade lavrada na sensatez, que manda “abrir-se o coração” um para com o outro, consegue corrigir as deficiências e reorganizar o panorama afetivo.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap.4, “Responsabilidade no Matrimônio”.)

Causas Atuais das Aflições

(E.S.E. Cap.V, item 4.)

Imprevidência

Orgulho

Ambição

Vida Atual

Vidas Passadas

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3) Mostrar os Benefícios do Espiritismo para o Matr imônio

(...) o Espiritismo — a Doutrina do Amor e da Caridade por excelência — consegue renovar o entusiasmo das criaturas, já que desloca o indivíduo de si mesmo, ajuda-o na luta contra o egoísmo e concita-o à responsabili-dade ante as leis da vida, impulsionando-o ao labor incessante em prol do próximo. E esse próximo mais próximo dele é o esposo ou a esposa, junto a quem assumiu espontaneamente o dever de amar, respeitar e servir.

(...) mediante o seu programa de ideal cristão, é senda redentora para os desajustados e ponte de união para os cônjuges, em árduas lutas, mas que não encontraram a paz.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap.4, “Responsabilidade no Matrimônio”.)

Anticonceptivos e Planejamento Familiar

Alegações ponderosas que merecem consideração vêm sendo arroladas para justificar-se a planificação familiar através do uso dos anticonceptivos de variados tipos. São argumentos de caráter sociológico, ecológico, econômico, demográfico, considerando-se com maior vigor os fatores decorrentes das possibilidades de alimentação numa Terra tida como semiexaurida de recursos para nutrir aqueles que se multiplicam geometricamente com espantosa celeridade...

Entusiastas sugerem processos definitivos de impedimento procriativo pela esterilização dos casais com dois filhos, sem maior exame da questão, no futuro, transformando o indivíduo e a sua função genética em simples máquina que somente deve ser acionada para o prazer, nem sempre capaz de propiciar bem-estar e harmonia.

Sem dúvida, estamos diante de um problema de alta m agnitude, que deve ser, todavia, estudado à luz do Evangelho e não por meios dos complexos cálculos frios da precipitação materi alista.

O homem pode e deve programar a família que deseja e lhe convém ter: número de filhos, período propício para a maternidade, nunca, porém, se eximirá aos imperiosos resgates a que faz juz, tendo em vista o seu próprio passado.

Melhor usar o anticonceptivo do que abortar...

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16o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis Tema: “O Matrimônio”

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Os filhos, porém, não são realizações fortuitas, decorrentes de circunstâncias secundárias, na vida. Procedem de compromissos aceitos antes da reencarnação pelos futuros progenitores, de modo a edificarem a família de que necessitam para a própria evolução. É-lhes lícito adiar a recepção de Espíritos que lhes são vinculados, impossibilitando mesmo que se reencarnem por seu intermédio.

Irrisão 13, porém, porquanto as Soberanas Leis da Vida dispõe m de meios para fazer que aqueles rejeitados venham p or outros processos à porta dos seus devedores ou credores, e m circunstâncias quiçá mui dolorosas, complicadas pela irresponsabil idade e desses cônjuges que ajam com leviandade 14, em flagrante desconsideração aos códigos divinos.

Assevera-se que procriar sem poder educar, ter filhos sem recursos para cuidá-los, aumentando, incessantemente, a população da Terra, representa condená-los à miséria e a sociedade do futuro a destino inditoso...

Ainda aí o argumento se reveste do sofisma materialista, que um dia inspirou Malthus na sua conceituação lamentável e no não menos infeliz néo-malthusianismo que adveio posteriormente...

Ninguém pode formular uma perfeita visão do porvir para a Humanidade, e os futurólogos que aí se encontram têm estado confundidos pelas próprias previsões, nas surpresas decorrentes da sucessão dos acontecimentos ainda nos seus dias...

A cada instante recursos novos e novas soluções são encontrados para os problemas humanos.

Escasso, porém, é o amor nos corações, cuja ausência fomenta a fome de fraternidade, de afeição e de misericórdia, responsável pelas misérias que se multiplicam em toda parte.

Não desejamos aqui reportar-nos às guerras de extermínio, que o próprio homem tem engendrado e de que se utiliza a divindade para manter o equilíbrio demográfico, tampouco às calamidades sísmicas que irrompem cada dia voluptuosas, convidando a salutares reflexões.

Quando um filho enriquece um lar, traz com ele os valores indispensáveis à própria evolução, intrínseca e extrinsecamente.

A cautela de que se utilizam alguns pais, aguardando comodidade financeira para pensar na progenitura, nem sempre é válida, graças às 13 Sem importância ou irrisório. 14 Irresponsabilidade, ação sem reflexão.

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16o Encontro Espírita sobre Joanna de Ângelis Tema: “O Matrimônio”

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próprias vicissitudes que conduzem uns à ruína econômica e outros à abastança por meios imprevisíveis.

A programação da família não pode ser resultado da opinião genérica dos demógrafos assustados, mas fruto do diálogo franco e ponderado dos próprios cônjuges, que assumem a responsabilidade pelas atitudes de que darão conta.

O uso dos anticonceptivos como a implantação no útero de dispositivos anticoncepcionais, mesmo quando considerado legal, higiênico, necessita possuir caráter moral, a fim de se evitarem danos de variada consequência ética.

A chamada necessidade do “amor livre” vem impondo o uso desordenado dos anovulatórios15, de certo modo favorecendo a libertinagem humana, a degenerescência dos costumes, a desorganização moral, e, consequentemente, social dos homens, que se tornam vulneráveis à delinquência, à violência e às múltiplas frustrações que ora infelicitam verdadeiras multidões que transitam inermes16 e hebetadas17, arrojando-se aos abusos alucinógenos, à loucura, ao suicídio...

Experiências de laboratório com roedores, aos quais se permitem a procriação incessante, hão demonstrado que a superpopulação em espaços exíguos os alucina e os incapacita.

Daí defluem, apressados, que o mesmo se vem dando com o homem, para justificarem a falência dos valores éticos, e utilizando-se da observação a fim de fomentarem a necessidade de impedir-se a natalidade espontânea... Em realidade, porém, os fatos demonstram que, com o homem, o fenômeno não é análogo.

Quando os recursos do Evangelho forem realmente uti lizados, a pacificação e a concórdia dominarão os corações...

*

Antes das deliberações finalistas quanto à utilizaç ão deste ou daquele recurso anticonceptivo, no falso pressupost o de diminuir a densidade de habitantes, no mundo, recorre ao Evang elho, ora e medita.

Deus tudo provê, sem dúvida, utilizando o próprio h omem para tais fins. 15 Que termina por sangramento uterino, sem que tenha havido ovulação. 16 Que não tem arma ou meio de defesa 17 Idiota, estúpido.

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Em toda parte na Criação vigem as leis do equilíbrio, particularmente do equilíbrio biológico.

Olha em derredor e concordarás.

Os animais multiplicam-se, as espécies surgem ou desaparecem por impositivos evolutivos, naturais.

Muitas espécies ora extintas sofreram a sanha18 do homem desarvorado. Mas a ordem divina sempre programou com sabedoria a reprodução e o desaparecimento automático.

O fantasma da fome de que se fala, mesmo quando a Terra não possuía superpopulação, como as pestes e as guerras dizimou no passado cidades, países inteiros.

Conserva os códigos morais insculpidos no espírito e organiza tua família, confiante, entregando-te a Deus e porfiando no Bem, porquanto em última análise dEle tudo procede como atento Pai de todos nós.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap.7, “Anticonceptivos e Planejamento Familiar”.) 4) Identificar Segundo a Autora Espiritual, como o Homem pode Programar a sua Família?

Sem dúvida, estamos diante de um problema de alta magnitude, que deve ser, todavia, estudado à luz do Evangelho e não por meios dos complexos cálculos frios da precipitação materialista.

O homem pode e deve programar a família que deseja e lhe convém ter: número de filhos, período propício para a maternidade, nunca, porém, se eximirá aos imperiosos resgates a que faz juz, tendo em vista o seu próprio passado.

(...) Irrisão, porém, porquanto as Soberanas Leis da Vida dispõem de meios para fazer que aqueles rejeitados venham por outros processos à porta dos seus devedores ou credores, em circunstâncias quiçá mui dolorosas, complicadas pela irresponsabilidade desses cônjuges que ajam com leviandade, em flagrante desconsideração aos códigos divinos.

(...) Quando os recursos do Evangelho forem realmente utilizados a pacificação e a concórdia dominarão os corações...

18 Fúria; ímpeto de raiva que controla alguém; exaltação intensa e violenta.

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(...) Antes das deliberações finalistas quanto à utilização deste ou daquele recurso anticonceptivo, no falso pressuposto de diminuir a densi-dade de habitantes, no mundo, recorre ao Evangelho, ora e medita.

Deus tudo provê, sem dúvida, utilizando o próprio homem para tais fins.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap.7, “Anticonceptivo e Planejamento Familiar”.)

2o Bloco de ideias

Problemas no Matrimônio

A exceção dos casos de relevantes compromissos morais, o matrimônio, na Terra, constitui abençoada oportunidade redentora a dois, que não se pode desconsiderar sem gravames complicados.

Em toda união conjugal as responsabilidades são recíprocas, exigindo de cada nubente uma expressiva contribuição, em benefício do êxito de ambos, no tentame encetado.

Pedra angular 19 da família — o culto dos deveres morais —, a construção do lar nele se faz mediante as linhas se guras do enobrecimento dos cônjuges, objetivando o equilíbri o da prole.

Somente reduzido número de pessoas, se prepara convenientemente, antes de intentar o consórcio matrimonial; a ausência desse cuidado, quase sempre, ocasiona desastre imediato de consequências lamentáveis.

Açulados20 por paixões de várias ordens, que se estendem desde a atribulação sexual, aos jogos dos interesses monetários, deixam-se colher

19 Elemento essencial que dá existência àquilo que se chama de fundamento da construção. 20 Provocados, atiçados.

São contrários à Lei da Natureza as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito criar obstáculos à reprod ução? “Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei geral.” a) “(...) Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de acordo com as necessidades. Não deve opor-se-lhe sem necessidade.”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap. IV, questão 693.)

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por afugentes desvarios, que redundam maior débito entre os consorciados e em relação à progenitura...

Iludidos, face aos recursos da atual situação tecnológica, adiam, de início, o dever da paternidade sob justificativas indébitas, convertendo o tálamo conjugal em recurso para o prazer como para a leviandade com que estiolam os melhores planos por momento acalentados...

Logo despertam, espicaçados por antipatias e desajustes que lhes parecem irreversíveis, supõem que somente a separação constitui fórmula solucionadora quando não derrapam nas escabrosidades que conduzem aos lúgubres crimes passionais.

Com a alma estiolada, quando a experiência se lhes converteu em sofrimento, partem para novos conúbios21 amorosos, carregando lembranças tormentosas, que se transformam em pesadas cargas emocionais desequi-librantes.

Alguns, dentre os que jazem vitimados por acerbas incompreensões e anseiam refazer o caminho, se identificam com outros espíritos aos quais se apegam, sôfregos, explicando tratar-se de almas gêmeas ou afins, não receando desfazer um ou dois lares para constituir outro, por certo, de efêmera duração.

Outros, saturados, debandam na direção de aventuras vis, envene-nando-se vagarosamente.

Enquanto a juventude lhes acena oportunidades, usufruem-nas, sem fixações de afeto, nem intensidade de abnegação. Surpreendidos pela velhice prematura, que o desgaste lhes impõe, ou chegados à idade do cansaço natural, inconformam-se, acalentando pessimismo e cultivando os resíduos das paixões e mágoas que os enlouquecem, a pouco e pouco.

*

O amor é de origem divina. Quanto mais se doa, mais multiplica sem jamais exaurir-se.

Partidários da libertinagem, porém, empenham-se em insensata cruzada para torná-lo livre, como se jamais não o houvera sido. Confundem-no com sensualidade e pensam convertê-lo apenas em instinto primitivo, padronizado pelos impulsos da sexualidade atribulada.

Liberdade para amar, sem dúvida, disciplina para o sexo, também.

21 Casamento, matrimônio.

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Amor é emoção, sexo sensação.

Compreensivelmente, mesmo nas uniões mais ajustadas, irrompem desentendimentos, incompreensões, discórdias que o amor suplanta.

O matrimônio, desse modo, é uma sociedade de ajuda mútua, cujos bens são os filhos — Espíritos com os quais nos encontramos vinculados pelos processos e necessidades da evolução.

Pensa, portanto, refletindo antes de casar. Reflexiona, porém, muito antes de debandar, após assumidos os compromissos.

As dúvidas projetadas para o futuro sempre surgem em horas inesperadas com juros capitalizados. O que puderes reparar agora não transfiras para amanhã. Enquanto luz tua ensancha, produze bens valiosos e não te arrependerás.

*

Tendo em vista a elevação do casamento, Jesus abençoou-o em Caná com a sua presença, tornando-o como parte inicial do seu ministério público entre os homens.

E Paulo, o discípulo por excelência, pensando nos deveres de incorruptibilidade matrimonial, escreveu, conforme Epístola número 5, aos Efésios, nos versículos 22 e 25: “as mulheres sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor... Assim também devem os maridos amar a suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”. Em tão nobre conceito não há subserviência feminina nem pequenez masculina, antes, ajustamento dos dois para a felicidade no matrimônio.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap.5, “Problemas no Matrimônio”.) 5) Mostrar a Pedra Angular da Família

Pedra angular da família — o culto dos deveres morais —, a construção do lar, nele se faz, mediante as linhas seguras do enobrecimento dos cônjuges, objetivando o equilíbrio da prole.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap.5, “Problemas no Matrimônio”.)

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Desquite e Divórcio

Na sua generalidade o matrimônio é laboratório de reajustamentos emocionais e oficina de reparação moral, através dos quais Espíritos comprometidos se unem para elevados cometimentos no ministério familial.

Sem dúvida, reencontros de Espíritos afins produzem vida conjugal equilibrada, em clima de contínua ventura 22, através da qual missionários do saber e da bondade estabelecem a un ião, objetivando nobres desideratos 23, em que empenham todas as forças.

Outras vezes, programando a elaboração de uma tarefa relevante para o futuro deles mesmos, se penhoram numa união conjugal que lhes enseje24 reparação junto aos desafetos e às vítimas indefesas do passado, para cuja necessidade de socorrer e elevar compreendem ser inadiável.

Fundamental, entretanto, em tais conjunturas, a vitória dos cônjuges sobre o egoísmo, granjeando recursos que os credenciem a passos mais largos, na esfera das experiências em comum.

Normalmente, porém, através do consórcio matrimonial, exercitam-se melhor as virtudes morais, que devem ser trabalhadas em benefício do lar e da compreensão de ambos os comprometidos na empresa redentora. Nessas circunstâncias a prole, quase sempre vinculada por desajustes pretéritos, é igualmente convocada ao buril25 da lapidação, na oficina doméstica, de cujos resultados surgem compromissos vários em relação ao futuro individual de cada membro do clã, como do grupo em si mesmo.

Atraídos por necessidades redentoras, mas despreparados para elas, os membros do programa afetivo, não poucas vezes, descobrem, de imediato a impossibilidade de continuarem juntos.

De certo modo, a precipitação resultante do imediatismo materialista que turba o discernimento, quase sempre pelo desequilíbrio no comportamento sexual, é responsável pelas alianças de sofrimento, cuja harmonia difícil, quase sempre, culmina em ódios ominosos26 ou tragédias lamentáveis.

Indispensável, no matrimônio, não se confundir paixão com amor, interesse sexual com afeição legítima.

22 Contentamento pelo sucesso obtido; felicidade. 23 Aquilo que é objetivo de desejo, aspiração. 24 Experencie, facilite, motive, possibilite, proporcione. 25 Instrumento de aço cuja ponta cortante em V é usada para gravar em metal ou madeira para impelir traços afilados. 26 Que tende a ser detestável; execrável.

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Causa preponderante nos desajustes conjugais o egoísmo, que se concede valores e méritos superlativos em detrimento do parceiro a quem se está vinculado.

Mais fascinados pelas sensações brutalizantes do que pelas emoções enobrecidas, fogem os nubentes desavisados um do outro a princípio pela imaginação e depois pela atitude, abandonando a tolerância e a compreen-são, de pronto iniciando o comércio da animosidade ou dando corpo às frustrações, que degeneram em atritos graves e enfermidades perturbadoras.

Comprometem-se, realmente, a ajudar-se com lealdade, estruturam-se nos elementos das lições evangélicas, compreendem e aceitam como legítimas a transitoriedade do corpo e o valor da experiência provacional; e assim, se evitariam incontáveis dramas, inumeráveis desastres do lar, que ora desarticulam as famílias e infelicitam a sociedade.

O casamento é contrato de deveres recíprocos em que se devem empenhar os contratantes a fim de lograrem o êxito do cometimento.

A sociedade materialista, embora disfarçada de religiosa, facilita o rompimento dos liames27 que legalizam o desposório28 por questões de somenos importância, facultando à grande maioria dos comprometidos perseguirem sensações novas, com que desbordam pela via de alucinações decorrentes de sutis como vigorosas obsessões resultantes do comporta-mento passado e do desassisamento29 do presente.

O divórcio como o desquite são, em consequência, soluções legais para o que moralmente já se encontra separado.

Evidente, que tal solução é sempre meritória por evitar atitudes mais infelizes, que culminam em agravamento de conduta para os implicados na trama dos reajustamentos de que não se evadirão.

Volverão a encontrar-se, sem dúvida, quiçá em posição menos afortunada, oportunamente.

Imprescindível que, antes da atitude definitiva para o desquite ou o divórcio, tudo se envide30 em prol da reconciliação, inda mais considerando quanto os filhos merecem que os pais se imponham uma união respeitável, de cujo esforço muito dependerá a felicidade deles.

27 Vínculo; tudo aquilo cujo propósito é ligar, unir ou prender uma coisa ou pessoa. 28 Promessas do casamento. 29 Sem juízo; desatinado. 30 Aplicar com obstinação, com zelo (recursos, métodos, providências, diligências etc.).

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Períodos difíceis ocorrem em todo e qualquer empreendimento humano.

Na dissolução dos vínculos matrimoniais, o que padeça a prole, será considerado como responsabilidade dos genitores, que se somassem esforços poderiam ter contribuído com proficiência31 através da renúncia pessoal, para a dita dos filhos.

*

Se te encontras na difícil conjuntura de uma decisão que implique em problema para os teus filhos, para e medita. Necessitam de ti, mas também do outro membro-base da família.

Não te precipites, através de soluções que, às vezes, complicam as situações.

Dá tempo a que a outra parte desperte, concedendo-lhe ensancha para o reajustamento.

De tua parte permanece no posto.

Não sejas tu quem tome a decisão.

A humildade e a perseverança no dever conseguem modificar comportamentos, reacendendo a chama do entendimento e do amor, momentaneamente apagada.

Não te apegues ao outro, porém, até a consumação da desgraça.

Se alguém não mais deseja, espontaneamente, seguir contigo, não te transformes em algema ou prisão.

Cada ser ruma pela rota que melhor lhe apraz e vive conforme lhe convém. Estará, porém, onde quer que vá sob o clima que merece.

Tem paciência e confia em Deus.

Quando se modifica uma circunstância ou muda uma situação, não infiras32 disso que a vida, a felicidade, se acabaram.

Prossegue animado de que aquilo que hoje não tens será fortuna amanhã em tua vida.

Se estiveres a sós e não dispuseres de forças, concede-te outra oportunidade, que enobrecerás pelo amor e pela dedicação.

31 Capacidade para realizar algo, dominar certo assunto e ter aptidão em determinada área do conhecimento. 32 Alcance; compreenda; deduza; depreenda; entenda; perceba; saiba.

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Se te encontrares ao lado de um cônjuge difícil ama-o, assim mesmo, sem deserção33, fazendo dele a alma amiga com quem estás incurso pelo pretérito, para a construção de um porvir ditoso que a ambos dará a paz, facultando, desse modo, a outros Espíritos que se revincularão pela carne, a ocasião excelente para a redenção.

(Joanna de Ângelis. SOS Família, cap.6, “Desquite e Divórcio”.)

6) Mostrar os Objetivos pelos quais os Espíritos af ins Produzem Vida Conjugal Equilibrada.

Sem dúvida, reencontros de Espíritos afins produzem vida conjugal equilibrada, em clima de contínua ventura, através da qual missionários do saber e da bondade estabelecem a união, objetivando nobres desideratos, em que empenham todas as forças.

(Joanna de Ângelis, SOS Família, cap.6, “Desquite e Divórcio”.)

Cresce atualmente, o número de divórcios, separaçõe s, etc. Qual a solução para esses relacionamentos desencontrados? O amor, porém, entre duas ou mais pessoas somente será pleno, se elas estiverem no mesmo nível. A solução, para os relacionamentos perturba-dores, não é a separação, como supõem muitos. Rompendo-se com alguém, não pode o indivíduo crer-se livre para um outro tentame, que lhe resultaria feliz, porquanto o problema não é da relação em si, mas do seu estado íntimo, psicológico. Para tanto, como forma de equacionamento, só a adoção do amor com toda a sua estrutura renovadora, saudável, de plenificação, consegue o êxito almejado, porquanto, para onde ou para quem o indivíduo se transfira, conduzirá toda a sua memória social, o seu comportamento e o que é. Desse modo, transferir-se não resolve problemas. Antes, deve solucionar-se para trasladar-se, se for o caso, depois.

(Joanna de Ângelis, O Homem Integral, cap.7, “Plenificação Interior – Relacionamentos Perturbadores”.)

33 Abandono do serviço militar, sem licença.

A obrigação de respeitar os direitos alheios tira a o homem o de pertencer-se a si mesmo?

“De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da natureza.” (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap. X, questão 827.)

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7) Mostrar por que o Divórcio e Desquite são Soluçõ es Legais.

O divórcio como o desquite são, em consequência soluções legais para o que moralmente já se encontra separado.

(Joanna de Ângelis, SOS Família, cap.6, “Desquite e Divórcio”.)

Joana de Cusa

“Entre a multidão que invariavelmente acompanhava a Jesus nas pregações do lago, achava-se sempre uma mulher de rara dedicação e nobre caráter , das mais altamente colocadas na sociedade de Cafarnaum. Tratava-se de Joana, consorte de Cusa, intendente de Ântipas, na cidade onde se conjugavam interesses vitais de comerciantes e de pescadores.

Joana possuía verdadeira fé; contudo, não conseguiu forrar-se às amarguras domésticas , porque seu companheiro de lutas não aceitava as claridades do Evangelho. Considerando seus dissabores íntimos, a nobre dama procurou o Messias , numa ocasião em que ele descansava em casa de Simão, e lhe expôs a longa série de suas contrariedades e padecimentos. O esposo não tolerava a doutrina do Mestre. Alto funcionário de Herodes, em perene contato com os representantes do Império, repartia as suas preferências religiosas, ora com os interesses da comunidade judaica, ora com os deuses romanos, o que lhe permitia viver em tranquilidade fácil e rendosa. Joana confessou ao Mestre os seus temores, suas lut as e desgostos no ambiente doméstico, expondo suas amarg uras em face das divergências religiosas existentes entre ela e o companheiro.”

Qualidades ressaltadas: rara dedicação, nobre carát er e possuía verdadeira fé.

“Após ouvir-lhe a longa exposição, Jesus lhe pondero u:

“Joana, só há um Deus, que é o Nosso Pai, e só existe uma fé para as nossas relações com o seu amor. Certas manifestações religiosas, no mundo, muitas vezes não passam de vícios populares nos hábitos exteriores. Todos os templos da Terra são de pedra; eu venho, em nome de Deus, abrir o templo da fé viva no coração dos homens. Entre o sincero discípulo do Evangelho e os erros milenários do mundo, começa a travar-se o combate sem sangue da redenção espiritual. Agradece ao Pai o haver-te

Vai, filha!... Sê fiel!

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julgado digna do bom trabalho, desde agora. Teu esposo não te compreende a alma sensível? Compreender-te-á um dia . Leviano e indiferente? Ama-o, mesmo assim. Não te acharias li gada a ele se não houvesse para isso razão justa. Servindo-o com amorosa dedicação, estarás cumprindo a vontade de Deus. Falas-me de teus receios e de tuas dúvidas. Deves, pelo Evangelho, amá-lo ainda mais. Os sãos não precisam de médico. Além disso, não poderemos colher uvas nos abrolhos, mas podemos amanhar o solo que produziu cardos envenenados, a fim de cultivarmos nele mesmo a videira maravilhosa do amor e da vida.”

Joana deixava entrever no brilho suave dos olhos a íntima satisfação que aqueles esclarecimentos lhe causavam ; mas, patenteando todo o seu estado d’alma, interrogou:

“Mestre, vossa palavra me alivia o espírito atorment ado; entretanto, sinto dificuldade extrema para um enten dimento recíproco no ambiente do meu lar. Não julgais acertado que lu te por impor os vossos princípios? Agindo assim, não estarei reform ando o meu esposo para o céu e para o vosso reino?”

O Cristo sorriu serenamente e retrucou:

“Quem sentirá mais dificuldade em estender as mãos fraternas, será o que atingiu as margens seguras do conhecimen to com o Pai, ou aquele que ainda se debate entre as ondas da ignorâ ncia ou da desolação, da inconstância ou da indolência do espí rito? Quanto à imposição das ideias — continuou Jesus, acentuando a importância de suas palavras —, por que motivo Deus não impõe a sua verdade e o seu amor aos tiranos da Terra? Por que não fulmina com um raio o conquistador desalmado que espalha a miséria e a destruição, com as forças sinistras da guerra? A sabedoria celeste não extermina as paixões, transforma-as. Aquele que semeou o mundo de cadáveres desperta, às vezes, para Deus, apenas com uma lágrima. O Pai não impõe a reforma a seus filhos esclarece-os no momento oportuno. Joana, o apostolado do Evangelho é o de colaboração com o céu, nos grandes princípios da redenção. Sê fiel a Deus, amando o teu companheiro do mundo, como se fo ra teu filho. Não percas tempo em discutir o que não seja razoáve l. Deus não trava contendas com as suas criaturas e trabalha em silêncio, por toda a Criação. Vai!... Esforça-te também no silêncio e, quando convocada ao esclarecimen-to, fala o verbo doce ou enérgico da salvação, segundo as circunstâncias! Volta ao lar e ama o teu companheiro como o material divino que o céu colocou em tuas mãos para que talhes uma obra de vida, sabedoria e amor!”... Joana de Cusa experimentava um brando alívio no cor ação.

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Enviando a Jesus um olhar de carinhoso agradeciment o, ainda lhe ouviu as últimas palavras:

“Vai, filha!... Sê fiel”!

*

Desde esse dia, memorável para a sua existência, a mulher de Cusa experimentou na alma a claridade constante de uma resignação sempre pronta ao bom trabalho e sempre ativa para a compreensão de Deus. Como se o ensinamento do Mestre estivesse agora gravado indelevelmente em sua alma, considerou que, antes de ser esposa na Terra, já era filha daquele Pai que, do Céu, lhe conhecia a generosidade e os sacrifícios. Seu espírito divisou em todos os labores uma luz sagrada e oculta. Procurou esquecer todas as características inferior es do companheiro, para observar somente o que possuía el e de bom, desenvolvendo, nas menores oportunidades, o embrião vacilante de suas virtudes eternas. Mais tarde, o céu lhe enviou um filhinho, que veio duplicar os seus trabalhos; ela, porém, sem olvidar as recomendações de fidelidade que Jesus lhe havia feito, transformava suas dores num hino de triunfo silencioso em cada dia.

Os anos passaram e o esforço perseverante lhe multiplicou os bens da fé, na marcha laboriosa do conhecimento e da vida. As perseguições políticas desabaram sobre a existência do seu companheiro. Joana, contudo, se mantinha firme. Torturado pelas ideias odiosas de vingança, pelas dívidas insolváveis, pelas vaidades feridas, pelas moléstias que lhe verminaram o corpo, o ex-intendente de Ântipas voltou ao plano espiritual, numa noite de sombras tempestuosas. Sua esposa, todavia, suportou os dissabores mais amargos, fiel aos seus ideais divinos edificados na confiança sincera. Premida pelas necessidades mais duras, a nobre dama de Cafarnaum procurou trabalho para se manter com o filhinho que Deus lhe confiara. Algumas amigas lhe chamaram a atenção, tomadas de respeito humano. Joana, no entanto, buscou esclarecê-las, alegando que Jesus igualmente havia trabalhado, calejando as mãos nos serrotes de modesta carpintaria e que, submetendo-se ela a uma situação de subalternidade no mundo, se dedicara primeiramente ao Cristo, de quem se havia feito escrava devotada. Cheia de alegria sincera, a viúva de Cusa esqueceu o conforto da nobreza material, dedicou-se aos filhos de outras mães, ocupou-se com os mais subalternos afazeres domésticos, para que seu filhinho tivesse pão. Mais tarde, quando a neve das experiências do mundo lhe alvejou os primeiros anéis da fronte, uma galera romana a conduzia em seu bojo, na qualidade de serva humilde.

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*

No ano 68, quando as perseguições ao Cristianismo iam intensas, vamos encontrar, num dos espetáculos sucessivos do circo, uma velha discípula do Senhor amarrada ao poste do martírio, ao lado de um homem novo, que era seu filho.

Ante o vozerio do povo, foram ordenadas as primeiras flagelações.

“Abjura!”... — exclama um executor das ordens imperiais, de olhar cruel e sombrio.

A antiga discípula do Senhor contempla o céu, sem uma palavra de negação ou de queixa. Então o açoite vibra sobre o rapaz seminu, que exclama, entre lágrimas:

“Repudia a Jesus, minha mãe!”... Não vês que nos perdemos?! Abjura!.. Por mim, que sou teu filho!”...

Pela primeira vez, dos olhos da mártir corre a fonte abundante das lágrimas. As rogativas do filho são espadas de angústia que lhe retalham o coração.

“Abjura!... Abjura!”...

Joana ouve aqueles gritos, recordando a existência inteira. O lar risonho e festivo, as horas de ventura, os desgostos domésticos, as emoções maternais, os fracassos do esposo, sua desesperação e sua morte, a viuvez, a desolação e as necessidades mais duras... Em seguida, ante os apelos desesperados do filhinho, recordou que Maria também fora mãe e, vendo o seu Jesus crucificado no madeiro da infâmia, soubera conformar-se com os desígnios divinos. Acima de todas as recordações, como alegria suprema de sua vida, pareceu-lhe ouvir ainda o Mestre, em casa de Pedro, a lhe dizer: “Vai filha! Sê fiel!” então, possuída de força sobre-humana, a viúva de Cusa contemplou a primeira vítima ensanguentada e, fixando no jovem um olhar profundo e inexprimível, na sua dor e na sua ternura, exclamou firmemente:

“Cala-te, meu filho! Jesus era puro e não desdenhou o sacrifício. Saibamos sofrer na hora dolorosa, porque, acima de todas as felicidades transitórias do mundo, é preciso ser fiel a Deus!”...

A esse tempo, com os aplausos delirantes do povo, os verdugos lhe incendiavam, em derredor, achas de lenha embebidas em resina inflamável. Em poucos instantes, as labaredas lamberam-lhe o corpo envelhecido. Joana de Cusa contemplou com serenidade a massa de povo que lhe não entendia

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o sacrifício. Os gemidos de dor lhe morriam abafados no peito opresso. Os algozes da mártir cercaram-lhe de impropérios a fogueira:

“O teu Cristo soube apenas ensinar-te a morrer?”

— perguntou um dos verdugos.

A velha discípula, concentrando a sua capacidade de resistência, teve ainda forças para murmurar:

“Não apenas a morrer, mas também a vos amar!”...

Nesse instante, sentiu que a mão consoladora do Mestre lhe tocava suavemente os ombros, e lhe escutou a voz carinhosa e inesquecível: “Tem bom ânimo!... Joana Eu aqui estou!”...

(Humberto de Campos, Boa Nova, cap. 15. “Joana de Cusa”.)

Refletindo com Joanna de Ângelis

(...) mulher de rara dedicação e nobre caráter (...) Joana possuía ver-dadeira fé; contudo, não conseguiu forrar-se às amarguras domésticas (...)

(...) a nobre dama procurou o Messias (...) Joana confessou ao Mestre os seus temores, suas lutas e desgostos no ambiente doméstico, expondo suas amarguras (...)

“Após ouvir-lhe a longa exposição, Jesus lhe ponderou:

(...) Teu esposo não te compreende a alma sensível? Compreender-te-á um dia. Leviano e indiferente? Ama-o, mesmo assim. Não te acharias ligada a ele se não houvesse para isso razão justa.

Joana deixava entrever no brilho suave dos olhos a íntima satisfação que aqueles esclarecimentos lhe causavam; mas, patenteando todo o seu estado d’alma, interrogou:

“Mestre, vossa palavra me alivia o espírito atormentado; entretanto, sinto dificuldade extrema para um entendimento recíproco no ambiente do meu lar. Não julgais acertado que lute por impor os vossos princípios? Agindo assim, não estarei reformando o meu esposo para o céu e para o vosso reino?”...

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O Cristo sorriu serenamente e retrucou:

“Quem sentirá mais dificuldade em estender as mãos fraternas, será o que atingiu as margens seguras do conhecimento com o Pai, ou aquele que ainda se debate entre as ondas da ignorância ou da desolação, da inconstância ou da indolência do espírito? (...) Sê fiel a Deus, amando o teu companheiro do mundo, como se fora teu filho. Não percas tempo em discutir o que não seja razoável.” (...) Joana de Cusa experimentava um brando alívio no coração. Enviando a Jesus um olhar de carinhoso agradecimento, ainda lhe ouviu as últimas palavras:

“Vai, filha!... Sê fiel!”...

Desde esse dia, memorável para a sua existência, a mulher de Cusa experimentou na alma a claridade constante de uma resignação sempre pronta ao bom trabalho e sempre ativa para a compreensão de Deus. (...) Procurou esquecer todas as características inferiores do companheiro, para observar somente o que possuía ele de bom, desenvolvendo, nas menores oportunidades, o embrião vacilante de suas virtudes eternas.

É com essa vivência, com a fé, a resignação e a vontade talhadas na

alma que nossa benfeitora traz valiosos ensinamentos à cerca do matrimônio, desfazendo mitos, mas ampliando nossa visão como espírito imortal que somos, a fim de não desperdiçarmos este grande laboratório de reajustamentos emocionais e oficina de reparação moral, através dos quais Espíritos comprometidos se unem para elevados cometimentos no ministério familial.

A obrigação de respeitar os direitos alheios tira a o homem o de pertencer-se a si mesmo?

“De modo algum, porquanto este é um direito que lhe vem da natureza.”

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, cap. X, questão 827.)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARNEIRO,Celeste. A Veneranda Joanna de Ângelis. 4.ed. Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, Bahia: 1995.

CAMPOS, Humberto de. Boa Nova. Psicografado por Francisco Cândido Xavier, 20.ed. Rio de Janeiro: FEB.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3.ed. Eletrônica. 2004.

HOUAISS, Antônio, Dicionário Eletrônico. Versão Eletrônica 3. Editora Objetiva, Rio de Janeiro: 2009.

Joanna de Ângelis. O Homem Integral. Psicografado por Divaldo P. Franco, 11.ed. Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, BA: 1990.

______________. E outros espíritos. SOS Família. Psicografado por Divaldo P. Franco, 1.ed. Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, BA: 1994.

______________. Momentos de Consciência. Psicografado por Divaldo P. Franco, 2. ed. Livraria Espírita Alvorada Editora, Salvador, BA: 1991.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, 1.ed. Ed. CELD. Rio de Janeiro:2001.

______________. O Livro dos Espíritos. 1.ed. CELD. Rio de Janeiro: 2009.