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    Ebook Mitologia

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    Introduo

    de nosso amplo conhecimento que os povos antigos, principalmente quemarcaram de forma intensa a humanidade, como os Gregos, Egpcios, entre outros,

    possuam a sua prpria mitologia, povoada de deuses com diversas funes diferentes.Cada mitologia demonstra a forma como cada uma dessas civilizaes pensava a

    respeito de suas origens e tambm como imaginavam a estrutura fundamental de suaexistncia.

    A Mitologia est muito prxima da Cultura da civilizao a qual pertence,revelando assim os processos psquicos, no apenas da humanidade, mas da civilizao aqual pertence.

    Conforme Carlos Byington, os mitos nos mostram os caminhos que percorrem aConscincia Coletiva de uma determinada civilizao durante a sua formao, e tambma delineao do mapa do tesouro cultural atravs do qual a Conscincia Coletiva de um

    povo pode, a qualquer momento, voltar para realimentar-se e continuar se expandindo.

    Conforme Campbell (1990) os mitos nos trazem a percepo das ideias simblicase alegricas e no so histrias literais. No se apreende o mito via intelecto, pois o mitofala a linguagem da alma.

    Eles tambm no so arqutipos puros, pois os arqutipos no so apreendidospela conscincia. Contudo, eles do formas aos arqutipos, fornecendo uma roupagem aeles de forma que a conscincia possa assimiliar o contedo. Os arqutipos no podemser contatados diretamente pela psique, pois no inconsciente coletivo eles no possuemformas definidas.

    Os mitos transmitem mais do que um mero conceito intelectual, pois, pelo seucarter interior, eles proporcionam um sentido de participao real na percepo datranscendncia.

    Transpondo para o nvel individual pode-se afirmar que os mitos nos levam aexperincia de nos sentirmos vivos. Traz-nos a sensao de que nossa vida no plano fsicotem ressonncia com nosso mundo interior, aquele mundo que habita nosso ser mais

    profundo.

    Conforme Campbell (1990):

    Quando a histria est em sua mente, voc percebe sua

    relevncia para com aquilo que esteja acontecendo em sua vida.Isso d perspectiva ao que lhe est acontecendo. Com a perdadisso, perdemos efetivamente algo, porque no possumos nada

    semelhante para pr no lugar. Esses bocados de informao,provenientes dos tempos antigos, que tm a ver com os temas quesempre deram sustentao vida humana, que construramcivilizaes e enformaram religies atravs dos sculos, tm a vercom os profundos problemas interiores, com os profundosmistrios, com os profundos limiares da travessia, e se voc no

    souber o que dizem os sinais ao longo do caminho, ter de produzi-

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    los por sua conta. Mas assim que for apanhado pelo assunto,haver um tal senso de informao, de uma ou outra dessastradies, de uma espcie to profunda, to rica e vivificadora, quevoc no querer abrir mo dele.

    O estudo da Mitologia dos diversos povos nos faz conhecer um pouco melhoros processos psquicos do inconsciente coletivo. Em termos individuais a Mitologiafornece uma base para o estudo dos sonhos, pois ambos so expresses da atividadeinconsciente.

    A Mitologia ento fornece um material comparativo, fornecendo analogiaspara os processos que se distinguem da vida cotidiana e que ocorrem em nossossonhos, em sincronicidades e em fantasias.

    Portanto com o conhecimento da Mitologia, o analista consegue auxiliar opaciente a encontrar uma resposta ao que, de outro modo, poderia parecer um

    indecifrvel enigma.Nossa sociedade Ocidental intensamente afetada pela Mitologia Grega, que

    com seu panteo aponta para o caminho de desenvolvimento do individuo noocidente. Alm disso, o brasileiro fortemente afetado em seu inconsciente pelosmitos indgenas e africanos, que povoam nosso imaginrio de forma marcante.

    Conhecer e buscar o significado desses mitos que do base a nossa sociedadenos auxilia em nossa jornada enquanto Ocidentais e brasileiros. E de forma individualcada imagem arquetpica se associa a vivncias, dons e determinados problemasassociados aos deuses mitolgicos.

    Quando nos identificamos e reconhecemos esses dinamismos atuando em ns,diminui nossa presuno de sermos o centro e alcanamos um significado que emergedas profundezas de nossa alma, nos auxiliando em nossas escolhas de forma maissatisfatria e coerente com a nossa estrutura psquica. Ou seja, o mito traz o smboloque une a conscincia e o inconsciente, o que traz uma satisfao e um sentido de pazde esprito imenso.

    Por esse motivo analisei abaixo alguns dos principais deuses gregos, quepovoam nosso imaginrio e nossa cultura Ocidental.

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    Zeus

    Zeus a divindade suprema dos gregos. Seu nome significa: "o deus luminosodo cu".

    Pai da maioria dos deuses, era o grande regente do Olimpo a quem todos os

    deuses respeitavam. Senhor dos raios e de tudo que se refere atmosfera. Seurepresentante romano Jpiter e eu representante africano Xang.

    Zeus filho de Cronos e Ria, sendo o filho mais novo de seus irmos. comumente retratado como marido da deusa Hera, tendo como ela incontveisdesavenas devido as suas traies.

    Devido as suas inmeras aventuras erticas foi pai de vrios deuses como:Ares, Hermes, Dioniso, Apolo, Artemis, Atena e Persfone. Foi tambm pai de vriosheris e semideuses como: Heracles, Perseu, Helena, Minos e tambm das Musas.

    Para compreendermos o mito e o arqutipo de Zeus importantecompreendermos seu pai Cronos.

    Cronos teve seis filhos com Reia: Hstia, Demeter, Hera, Hades, Posseidon eZeus, mas temendo ser destronado por um de seus filhos, assim como seu pai Uranofoi, passou a engoli-los. E infelizmente se converte em tirano ainda pior que seu pai.

    Quando Zeus estava prestes a nascer, sua me Reia procurou Gaia e concebeuum plano para salv-lo, para que Cronos fosse punido por suas aes contra Urano eseus prprios filhos. Reia deu luz a Zeus na ilha deCreta,e entregou a Cronos uma

    pedra enrolada em roupas de beb, que ele prontamente engoliu.

    Zeus foi escondido por Gaia nas profundezas de um antro inacessvel, nosflancos do monte Egon. L ele foi amamentado pela cabra Amaltia, que ao morrer

    foi transformada em uma constelao por Zeus.Atingida a idade adulta, Zeus tendo-se aconselhado com Mtis, a Prudncia,

    que lhe deu uma droga qual levou Cronos a vomitar os filhos que havia engolido.Apoiando-se nos irmos e irms, devolvidos luz, Zeus, para se apossar do governodo mundo, iniciou um duro combate contra o pai e seus tios, os Tits.

    De acordo com esse mito vemos que o deus dos raios e dos troves se preparouiniciaticamente para assumir o governo do mundo. Pois conforme Brando (1986):

    Zeus veio ao mundo na matriarcal ilha de Creta e, de imediato, foi levadopor Gia para um antro profundo e inacessvel. Trata-se, claro est, emprimeiro lugar, de uma encenao mtico-ritual cretense, centrada noMenino divino, que se torna filho e amante de uma Grande Deusa. Depois,seu esconderijo temporrio numa gruta e o culto minico de Zeus Idaos,celebrado numa caverna do monte Ida, tm caractersticas muito ntidasde uma iniciao nos Mistrios.

    Sabemos pelos mitos e contos de fadas que o rei um representante direto doSelf, um princpio divino na conscincia coletiva e que deve ser renovadoconstantemente. Isso ocorre quando as qualidades positivas da conscincia, como acontinuidade, perdem o contato com a corrente irracional da vida e tendem a tornar-se mecnicas. Por essa razo pode-se dizer que esse smbolo tem necessidade de

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Cretahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Creta
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    renovao constante, de compreenso e contato, pois, de outro modo, corre o perigode se tornar uma frmula morta um sistema e uma doutrina esvaziados de seusignificado e tornar-se uma frmula puramente exterior (Von Franz, 2005).

    Cronos e Urano eram pais devoradores e castradores. Tudo o que simbolizavanova vida era por eles removido. Cronos como filho no conseguiu se livrar dessamaldio familiar e perpetuou-a em sua atitude.

    Zeus ento representa uma renovao na ideia e concepo da paternidade. Elequebra uma maldio e acaba sendo o representante de ideais espirituais maiselevados.

    Aps a batalha contra os Tits, Zeus dividiu o mundo com seus irmos maisvelhos: Zeus ficou com o cu e o ar, Posseidon com as guas e Hades com o mundodos mortos (o mundo inferior). A antiga Terra, Gaia, no podia ser dividida, e,

    portanto ficou para os trs, de acordo com suas habilidades - o que explica porquePosseidon era o "sacudidor da terra" (o deus dosterremotos), e Hades ficava com oshumanos que morreram.

    digno de nota que Zeus no dividiu nada com suas irms mulheres e aindase apossa da Terra, Gaia, simbolizando o incio do patriarcado com suas leis, normase princpios espirituais. Tanto que Hera sua esposa, que antes era uma Grande Meno possua o mesmo poder que o marido, sendo renegada a funo de esposa.

    Suas inmeras conquistas amorosas mostram que Zeus era um deus dafertilidade, fruto de sua iniciao dentro do interior da Terra.

    Alm disso, ele o deus dos fenmenos atmosfricos, o qual responsvelpor derramar as chuvas, por isso que dele depende a fecundidade da terra. Essas uniesde Zeus refletem claramente a unio de um deus dos fenmenos celestes, com

    divindades telricas, da Terra. Simbolizando a unio do racional com o irracional,caos e ordem, consciente e inconsciente.

    Podemos afirmar ento que Zeus o arqutipo do chefe de famlia patriarcal.Representando a luz da conscincia, enquanto deus do relmpago, e do esprito e dainteligncia racional

    Ele simboliza a clera celeste, a punio, o castigo caso a autoridade sejaultrajada. a fonte de justia, da lei e das normas.

    Mas como todo arqutipo, esse tambm possui seu lado sombrio. O temor deque sua autocracia, sua dignidade e seus direitos no fossem devidamente acatados erespeitados tornaram Zeus extremamente sensvel e sujeito a exploses colricas, noraro calculadas (Brando, 1986).

    Portanto esse arqutipo simboliza tambm o sentimento de inferioridadeintelectual e moral que pode transforma o individuo em um ser autoritrio e hipcrita.Mas tambm simboliza nossas aspiraes mais elevadas, nosso cdigo de ticainterno, nossa autoridade interna e nossa capacidade de criao de nova vida.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_inferiorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gaia_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Terremotohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Terremotohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Gaia_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_inferior
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    Hera

    Hera a grande deusa da Mitologia Grega. A rainha dos deuses irm e esposade Zeus. Em Roma conhecida como Juno. Preside o casamento e a fidelidadeconjugal.

    O nome Hera significaria a Protetora, a Guardi. uma deusa solene, ecomumente retratada com o plos (uma coroa usada por vrias deusas).

    Sua ave favorita o pavo por possuir muitos olhos como os quais podemvigiar o esposo. O lrio, smbolo da pureza e a rom, smbolo da fecundidade tambmlhe eram consagrados.

    A vaca tambm lhe est associada, sendo um smbolo da Grande Me, mas nocaso de Hera, daquela que derrama o leite dos cus, da via-lctea.

    Junto com Zeus, ela exerce uma ao poderosa sobre os fenmenos celestes.Hera pode desencadear tempestades e comandar os astros que adornam a abbadaceleste. O casal celeste controla o sol e a chuva que promovem a fecundao da terra.

    Hera uma deusa cretense, sendo uma transposio da grande Me. Comogrande Me teve um culto especial na Lacnia, Arcdia e Becia em seu aspecto defecundidade. Mas posteriormente ela foi convertida em deusa do casamento.

    Geralmente retratada como ciumenta, agressiva e vingativa. Vive se vingandodas traies do marido, perseguindo as amantes e os filhos do adultrio. Uma de suasvitimas foi Heracles (Hercules) a qual imps os clebres 12 trabalhos.

    Conforme Brando (1986), Hera a esposa rabugenta de Zeus. A deusa quenunca sorriu! Penetrando nos desgnios do marido, vive a fazer-lhe exigncias e irrita-se profundamente quando no atendida com presteza. Para ela os fins sempre

    justificam os meios. Para atingi-los usa de todos os estratagemas a seu alcance: alia-se a outros deuses, bajula, ameaa, mente.

    Mas apesar da mitologia grega enfatizar a humilhao e a ndole vingativa deHera, ela era por contraste grandemente honrada e venerada.

    A despeito da infidelidade de Zeus, a relao dos dois nunca foi muito normal.A raiva e a vingana pontuam sua relao em outros aspectos, mostrando que elas seoriginam de outro motivo.

    Certa vez, como narra o mito de Narciso, Hera discutia com o marido parasaber quem conseguia usufruir de maior prazer no amor, se o homem ou a mulher.Como no conseguissem chegar a uma concluso, porque Zeus dizia ser a mulher afavorecida, enquanto Hera achava que era o homem, resolveram consultar Tirsias,que tivera sucessivamente a experincia dos dois sexos. Este respondeu que o prazerda mulher estava na proporo de dez para um relativamente ao do homem. Furiosacom a verdade, Hera prontamente o cegou (Brando, 1986).

    Dificilmente podemos citar uma histria mtica onde Hera no tenha umaparticipao mais ou menos importante.

    Podemos citar como seus principais mitos:

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    Seu casamento com Zeus: e a seduo feita pelo deus sob a forma deum pssaro cuco;

    O nascimento de Hefesto: que ela teria gerado sozinha e lanado docu, porque ele era aleijado;

    Sua perseguio aos consortes de Zeus: especialmenteLeto,Semele e

    Alkmene; Sua perseguio aos filhos bastardos de Zeus, comoHercles; A punio de Ixion que foi acorrentado a uma roda de fogo por tentar

    violar a deusa; A assistncia aosArgonautas em sua busca pelo velo de ouro, sendo o

    lderJaso um de seus heris favoritos; O julgamento de Paris, no qual ela concorreu comAfrodite eAtena,

    para o prmio da ma de ouro; A Guerra de Tria, em que ela favoreceu os gregos;

    Hera uma deusa obstinada e com uma disposio a brigas, que s vezes fazia

    seu prprio marido tremer. Tanto que um dos poucos filhos que ambos tiveram foiAres, o deus da guerra. Simbolizando os conflitos conjugais do casal, mas tambm adiscrdia e a rixa entre o patriarcado e o matriarcado que havia perdido a sua fora.

    Essa disposio para a briga j fez com que Zeus batesse varias vezes nela.Hera geralmente cede diante da raiva do marido, mas recorre astcia e intrigas paraatingir seus objetivos.

    Hera a deusa que apresenta qualidades e defeitos de forma mais marcanteem todo panteo grego.

    Ela se consolidou como deusa do casamento na poca em que as regras,normas e leis do patriarcado entravam em vigncia e nesse caso eles necessitavam de

    um representante da monogamia. O que muito estranho para uma deusarepresentante da Grande Me ser eleita de forma a simbolizar uma lei, j que omatriarcado justamente pontuado pela falta de regras e pela sensualidade efecundidade.

    Hera pode ser considerada uma deusa ferida, em sua feminilidade. Pois comouma poderosa deusa da fecundidade e que precedeu Zeus em venerao, ela assumeum papel secundrio que lhe foi dado a lado do marido com o advento do patriarcado.Zeus o macho fecundador e ela apenas a sua consorte. Seus aspectos de fecundidadeforam relegados suprimidos.

    Como vimos na discusso da sexualidade masculina e feminina entre o casal

    celeste, Hera passou assumir um requisito patriarcal para organizao da instituiofamiliar, a fidelidade. Enquanto que Zeus, inquestionavelmente pai e soberano dosdeuses uma expresso exuberante do fertilizador, que a caracterstica essencial dasensualidade matriarcal (Byington).

    Entretanto ela ainda carrega consigo traos matriarcais, como o famoso olho

    por olho, dente por dente. E enquanto feminino desprezado e humilhado ela ento

    passa a perseguir e se vingar justamente das mulheres isentado seu esposo doadultrio. como se ela quisesse dizer: J que sou humilhada voc tambm ser!.

    No plano pessoal vemos Hera em muitas mulheres que em nome da instituio do

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Letohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Semelehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%A1cleshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Argonautashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jas%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Afroditehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Atenahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Atenahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Afroditehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jas%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Argonautashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%A1cleshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Semelehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Leto
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    casamento suporta agresses e infidelidade. Anulando seus desejos em prol daimagem de esposa perfeita.

    O arqutipo de Hera proporciona capacidade de estabelecer elo, de ser leal efiel, de suportar e passar pelas dificuldades com companheiro (Bolen, xx). Em termos

    psicolgicos ela simboliza um amadurecimento da psique onde homens e mulheresassumem um compromisso de lealdade com seus processos psquicos e suportam as

    provaes em nome de algo maior, que no se sabe explicar nem nomear. Essecompromisso pode ser projetado no outro, entretanto, um compromisso consigomesmo.

    O casamento uma forma de se chegar totalidade e iniciar o processo deindividuao e Hera representa a fidelidade ao inconsciente e ao prprio processo deindividuao. Seu amor um amor amadurecido, em oposio ao amor ertico e

    passional de Afrodite, e por isso Hera tinha nessa deusa sua maior rival.

    Ela representa o amor onde a fase da paixo acaba e as projees comeam aserem retiradas e passamos a ver o cnjuge como ele , sem os idealismos do animusou da anima.

    E nesse momento, em que vemos o outro como ele , podemos nos sentirtrados, pois aquele homem ou mulher com quem nos casamos no mais o mesmo.

    Na verdade vemos a pessoa sem as mscaras e nossas iluses caem trazendo umacarga de sofrimento. Mas nessa hora que a personalidade pode dar um salto dedesenvolvimento com a assimilao das qualidades que projetvamos em outro.

    O arqutipo de Hera poderosssimo e extremamente realizador. umsmbolo da coniunctio, operao alqumica onde ocorre o casamento sagrado comnossa contraparte interior (animus ou anima). Entretanto um dos mais destrutivosem seu aspecto negativo. Por essa razo, Hera era adorada e ao mesmo tempodesprezada.

    Hera e Zeus formam um par de opostos em nossa psique, nossas necessidadesde unio e compromisso e nossas necessidades de transgresso as normas efecundidade que gera um processo criativo. Ficar preso demais as regras e leis podeser estagnador e nocivo, e ficar preso pura sensualidade no traz desenvolvimento

    psquico, nem amadurecimento. Por isso Hera e Zeus representam duas forascolossais com as quais a humanidade tenta se entender a sculos. E a busca doequilbrio entre elas algo que demanda muita energia e trabalho.

    Quando o arqutipo de Hera constelado, sabe-se que h uma busca de

    comprometimento da psique, uma unio sagrada ocorrer em breve, mas que trartambm o estigma da traio e da transgresso que poder gerar frutos se ambas foremcompreendidas e reverenciadas.

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    Aten

    Atena, tambm conhecida como Palas Atena ou como Minerva em Roma, namitologia grega, uma das principais divindades de seu panteo e uma dos doze deusesolmpicos.

    a deusa da guerra, da civilizao, da sabedoria, da estratgia, das artes, da justiae da habilidade.

    Em seu mito mais famoso ela filha de Zeus e no conheceu sua me, Mtis.Atena nasceu da cabea do pai plenamente armada.

    Em Bolen (1990):

    Como relata Hesodo, Mtis foi a primeira esposa real de Zeus, uma

    divindade do oceano, que ficou conhecida por sua sabedoria. QuandoMtis estava grvida de Atenas, Zeus a enganou tornando-a pequenina ea engoliu. Foi profetizado que Mtis teria dois filhos muito especiais: uma filha igual a Zeus em coragem e sbia resoluo, e um filho, um rapaz

    de corao totalmente cativante, que se tornaria rei dos deuses e doshomens. Ao engolir Mtis, Zeus contrariou o destino e assumiu o controledos atributos dela como se fossem seus.

    To logo saiu da cabea do pai, soltou um grito de guerra e se engajou ao lado domesmo na luta contra os Gigantes.

    Jamais se casou ou teve amantes, mantendo virgindade eterna. Era imbatvel naguerra, nem mesmo seu irmo Ares lhe era preo. Foi padroeira de vrias cidades, mas setornou mais conhecida como a protetora de Atenas e de toda a tica. Tambm protegeuvrios heris e outras figuras mticas, aparecendo em uma grande quantidade de episdiosda mitologia.

    Como deusa da guerra Atena a perfeita anttese de Ares, o outro deusencarregado desta atividade. Atena dotada de profunda sabedoria e conhece todas asartes da estratgia, enquanto que seu irmo carece de bom senso, prima pela aoimpulsiva, descontrolada e violenta, e s vezes, no calor do combate, mal sabe distinguirentre aliados e inimigos. Por isso Ares desprezado por todos os deuses, enquanto queAtena universalmente respeitada e admirada.

    Atena complexa e cheia de nuances, enquanto guerreira era defensora dascidades, mas tambm tinha caractersticas de Grande Me, sendo uma deusa da fertilidadedo solo, devido ao fato de estar ligada a Dioniso quando solenemente se levavam a elaramos de videira carregados de uvas. E tambm na disputa com Posseidon pelo domnioda tica e, de Atenas, onde ela fez brotar da terra a oliveira, sendo, por isso, consideradacomo a inventora do "leo sagrado da azeitona".

    Mas antes de qualquer coisa, ela a deusa da inteligncia, da razo, do equilbrio,da sabedoria, da diplomacia e do esprito criativo. Ela submete a guerra ao intelecto, disciplina e ordem. Ela equilibra justia e razo.

    Atena aquela que cria a cultura e a civilizao. Ela preside s artes, literaturae filosofia, msica e a toda e qualquer atividade do esprito. Ela tambm preside aostrabalhos femininos da fiao, tecelagem e bordado.

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    O perfil de Atena, como o de Zeus e o de Apolo, evoluiu consideravelmente, demaneira constante e progressiva, no sentido de uma espiritualizao. Ela evoluiu de mectnica a um perfil de mulher inatingvel que inspira os homens na luta.

    Atena, ento se configura como o arqutipo da Anima, enquanto Sofia, ou seja,aquela que inspira o homem. Em sua mitologia esse aspecto inspirador se manifesta nosmitos de Aquiles, Hracles, Perseu e Ulisses. Atena concedeu sua proteo a esses heris,concedendo a sabedoria do esprito fora bruta, levando a conseqente transformaoda personalidade do heri e vitria.

    Arqutipo, ento da inteligncia socializada, da espiritualizao das emoes, daracionalidade. No tendo me, e nascendo da cabea de Zeus, Atena representa tambmo patriarcado, com suas leis e estratgias, isso est evidente quando Atena tomou o partidodo patriarcado, dando o voto decisivo a Orestes.

    Orestes tinha matado sua me Clitemnestra para vingar o assassinato de seu paiAgammnon. Apolo falou em defesa de Orestes, alegando que a me era apenas anutridora da semente plantada pelo pai, proclamou o princpio de que o macho predominasobre a fmea e citou como prova o nascimento de Atena que no nascera do ventre deuma mulher. O voto dos jurados foi empatado quando Atena deu o voto decisivo.

    Atena representa a nossa curiosidade intelectual, nossa necessidade desocializao e realizao no mundo. Quando esse arqutipo ativado sentimosnecessidade de instruo, de uma busca de conhecimento mais elevado.

    O grande problema de uma identificao unilateral com esse arqutipo est narepresso exacerbada das emoes. Atena repudiava manifestaes desenfreadas dasemoes, ela era comedida. Entretanto, o no reconhecimento das emoes gera neurosee at somatizaes.

    O mecanismo de defesa utilizado pelo ego, nesse caso, o da racionalizao. Oque faz o individuo se manter longe de qualquer espcie de sofrimento. O individuocomea a ter pouca intensidade emocional, atrao ertica, intimidade, paixo ou xtase.

    A mulher que se identifica com esse arqutipo e no se abre a outraspossibilidades, focando apenas em seus estudos e carreira pode se tornar intragvel. Elapassa a desprezar as outras mulheres e a preferir apenas o contato com os homens, queso vistos como aliados.

    A sombra de Atena se apresenta no mito da grgona Medusa. A deusa usava emseu escudo a cabea da Medusa que foi morta por Perseu, graas a sua ajuda.

    A Medusa um complexo que petrifica, tirando a vitalidade, espontaneidade equalquer forma de vida do indivduo. Ela desvitaliza com o seu olhar, transformando avida em pedra.

    As emoes renegadas se tornaram um complexo autnomo inconsciente.Somente quando Atena encara, com a ajuda de Perseu, essas emoes renegadas, ela

    passa a conhec-las e a ter controle sobre elas

    A cabea de Medusa colocada no centro de seu escudo como um espelho daverdade, para combater seus adversrios, petrificando-os de horror, ao contemplarem sua

    prpria imagem.

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    Atena passa ento a utilizar as emoes destrutivas ao seu favor, no momentocorreto, sem reprimi-las no inconsciente.

    Portanto, esse arqutipo que nos permite manter a calma, quando estamos aponto de explodir em uma situao de forte carga emocional e assim desenvolver boastticas em meio aos conflitos, e dessa forma enxergarmos com mais clareza situaes emque antes ficvamos cegos.

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    Apolo

    Apolo nasceu em um dia sete. Sete ,pois, o nmero de Apolo. Filho de Letoe Zeus e irmo gmeo de Artemis. Ao nascer ganhou de seu pai Zeus um arco e flechade ouro e uma lira.

    Conhecido pelos romanos tambm como Apolo ou Febo (brilhante, reluzente).Apolo um deus solar, mas Em suas origens, estava indubitavelmente ligado

    simbologia lunar. Brando (1986) cita que no primeiro canto da Ilada Apolo era umdeus vingativo:

    O Senhor Arqueiro, o toxforo; o que porta um arco de prata, oargirtoxo. Violento e vingativo, o Apolo ps-homrico vai

    progressivamente reunindo elementos diversos, de origem nrdica,asitica, egia e sobretudo helnica e, sob este ltimo aspecto, conseguiusuplantar por completo a Hlio, o "Sol" propriamente dito.

    Pelo fato de possuir muitas influencias se tornou um deus complexo,

    possuindo inmeras funes. Apolo possui na Mitologia mais de duzentos atributos.

    um deus agrrio protetor dos campos com seus rebanhos e pastores. Eletambm o deus da cura, sendo um mdico infalvel. Representa as expiaesrelativas aos homicdios, mostrando ser tambm um purificador da alma.Incentivava e defendia pessoalmente aqueles cujos atos violentos estivessem deacordo com suas normas, como foi o caso de Orestes, que assassinou a prpria meClitemnestra.

    Deus do orculo de Delfos era um fiel interprete da vontade de Zeus. Senhorda poesia, da musica e do canto, era o senhor das Musas.

    Mas alm de tudo era um deus da luz, vencedor das foras ctnicas (foi elequem matou a serpente Piton e assumiu o orculo de Delfos).

    Apolo era belo e teve inmeros amores, mas o Deus da beleza masculinacostuma ser um fracasso nessa rea. Seus amores geralmente terminam de trgica.

    Isso porque Apolo em uma de suas lendas costumava zombar de Eros, poisjulgava que o arco e a flecha eram atributos seus, e que certamente considerava queas flechas do filho de Afrodite no passavam de brincadeira. Acontece que Eros

    possua na aljava a flecha que inspira amor e a que provoca averso. Para se vingardo filho de Zeus, feriu-lhe o corao com a flecha do amor e a ninfa Dafne com a darepulsa e indiferena. Foi assim que, apesar da beleza de Apolo, a ninfa no lhe

    correspondeu aos desejos, mas, ao revs, fugiu para as montanhas. O deus a perseguiue, quando viu que ia ser alcanada por ele, pediu a seu pai Peneu que ametamorfoseasse e ela se transformou em loureiro, a rvore predileta de Apolo.

    Em seu templo em Delfos h inscritos seus dois mais famosos preceitos:Conhece-te a ti mesmo e Nada em excesso.

    O louro a sua planta sagrada e os cisnes so a ele consagrados, como tambmo corvo, o urubu, a serpente e o lobo.

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    Apolo, juntamente com Hermes, so os filhos preferidos de Zeus, issosignifica que os dois deuses se sentem a vontade nos domnios do pai, ou seja, Apolo um Deus do patriarcado.

    Como Deus do patriarcado ele favorece o logos, o pensar antes de sentir ereagir, a objetividade e a racionalidade. Ele aquele que busca o equilibro entre osdesejos no sentido de uma espiritualizao deles em prol do desenvolvimento daconscincia.

    Como arqueiro, Apolo representa aquele que busca atingir um alvo, um centrointerior. Como foi dito em Artemis acertar um alvo, ou atingir uma meta requer umaintuio e inteligncia instintiva, que no vem da mente racional.

    E justamente por isso que Apolo necessita de Artemis uma deusa matriarcal.Os irmos mostram que para se atingir um alvo e para iniciar o processo deindividuao necessrio que feminino e masculino ajam juntos e que se busque esseequilbrio entre as duas foras. Ela a intuio lunar e ele a luz da conscincia.

    O tema do casal de irmos muito comum em mitos e em contos. Temos porexemplo o conto de fadas Joo e Maria onde os irmos devem se unir para enfrentarum perigo e resolver uma situao difcil e nebulosa.

    O casal de gmeos geralmente configuram uma contradio no resolvida, umconflito entre os opostos feminino e masculino, mas dessa tenso que surge a foracriadora que soluciona o problema e traz a conscincia.

    Apolo um defensor da lei e da ordem, mesmo na msica vemos que ele buscao equilbrio e que as emoes devem ser moderadas. Ele se ope ao caos domatriarcado. De certa forma a lei e a ordem so importantes para que possamoscolocar em ordem nossas emoes caticas e vermos a situao com mais distancia e

    esse o lado positivo desse arqutipo.O lado sombrio disso se encontra nas caractersticas escuras do deus. Apesar

    de ser um deus puro, higienizador e defensor da moderao, ele apresenta rompantesde vingana que beiram a crueldade.

    A sombra desse arqutipo se encontra na distancia emocional, devido a faltaEros, de quem Apolo tanto zombou. E isso causa uma incapacidade de intimidade earrogncia em suas capacidades intelectuais. Apolo gera uma inflao no ego devidoa sua ilusria perfeio, o que conseqentemente leva a rejeio no campo do amor.

    Uma forma de amenizar isso se encontra em seu irmo sombrio Dioniso.

    Dioniso representa o caos, o desmembramento e os instintos. um deus comessncia feminina, pois foi criado entre as mulheres. Dioniso um deus da musicatambm, mas esse faz amor com a msica enquanto Apolo busca a tcnica e a

    perfeio.

    Apolo deu espao a Dioniso em Delfos, onde revezava com ele metade do ano.Isso mostra que esse arqutipo pode gerar um aumento de conscincia devido a suacapacidade solar, mas deve sempre ser equilibrado pela luz da lua representado porArtemis ou pelos instintos, intensidade emocional e prazer simbolizados por Dioniso.

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    Artemis

    Artemis ou Artemisia uma deusa da lua, da caa e da vida selvagem. filhade Zeus e Leto e irm gmea de Apolo. Em Roma recebeu o nome de Diana.

    A lenda conta que Leto grvida de Zeus procurou um local tranqilo para

    poder dar a luz aos bebs. Devido s ira de Hera, nenhum local a acolheu, pois temiama retaliao da mulher de Zeus. Foi ento que a estril e flutuante Ilha de Ortgia, queno pertencia Terra e, portanto, no tendo o que temer da parte de Hera, abrigou aamante de Zeus. Leto, contorcendo-se em dores, esperou nove dias e nove noites pelonascimento dos gmeos, pois Hera segurou a deusa dos partos com ela. Leto deu luz

    primeiramente a rtemis e depois, com a ajuda desta, a Apolo. Vendo os sofrimentospor que passara sua me, rtemis jurou jamais casar-se e manteve-se sempre virgem.

    Artemis ganhou de seu paiZeus,um arco e flechas deprata,alm de uma lirado mesmo material (seu irmo Apolo ganhou os mesmos presentes, s que de ouro).

    Ela tornou-se rainha dos bosques e possua uma corte de Ninfas, as quais

    fizeram um juramento de total desapego figuras masculinas. representada comtnica curta, pregueada, maneira das jovens espartanas.

    Artemis uma deusa virgem assim como Hstia e Atena. Mas indomvel,vingativa e feroz. Mas o fato de ser virgem no a impedia de velar tambm sobre afecundidade feminina.

    O caador Acton foi uma de suas vtimas. O jovem caador em uma noite deestio, nas encostas do monte Citron e, tendo seguido a Deusa, surpreendeu-a

    banhando-se nas guas frescas de uma fonte. A deusa atirou-lhe um punhado de guano rosto e Acton foi metamorfoseado em veado e despedaado pelos prprios ces,que no o reconheceram (Brando, 1986).

    rtemis no vivia no Olimpo, seu habitat eram campos e florestas, em meioaos animais que neles habitam. Era protetora das Amazonas, tambm guerreiras ecaadoras, e independentes do jugo do homem. Era a nica juntamente com Dioniso,que sempre foi acompanhada por um cortejo alvoroado e bulioso.

    Seus animais prediletos eram a cora, o javali, o urso e o co e, entre as plantaspreferidas, estavam o loureiro, o mirto, o cedro e a oliveira.

    Brando (1986), afirma que houve, na realidade, duas rtemis: uma asitica,cruel, brbara, sanguinria, bem dentro dos padres da mentalidade religiosa de uma

    Grande Me oriental; outra europia, cretense, ocidental, voltada, como se h de verem seguida, para a fertilidade do solo e da fecundidade humana.

    Para compreender Artemis enquanto imagem arquetpica necessriocompreender a lua, satlite a ela associado.

    A Lua est associada ao feminino, regendo o ciclo menstrual da mulher, asmars e a fertilizao dos animais e das plantas. Inconstante e mutvel, ela fonte deumidade e de brilho noite. Sua luz doce, difusa e terna. Por isso sua associao amulher.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pratahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ninfa_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Ninfa_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Pratahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus
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    A cada fase da Lua, os gregos associaram uma deusa. Selene correspondiamais ou menos Lua Cheia; rtemis, ao Quarto Crescente; e Hcate ao QuartoMinguante e Lua Nova, ou seja, Lua Negra (que tambm pode ser representadaPersfone).

    A Lua revela o principio feminino da vida em trs fases. A fase donzela, mee anci. E Artemis revela justamente a fase da donzela, da virgem. Ela , portanto umadeusa ligada aos processos matriarcais. Tanto que em seu mito ela sempre defendesua me, mostrando que simboliza um aspecto do Matriarcado.

    Por ser seu habitat as florestas, podemos supor que Artemis rege oinconsciente, as regies obscuras da mente, nossos aspectos instintivos e primitivos eregies ainda inexploradas da psique, uma vez que tudo isso simboliza a floresta.

    Como Deusa virgem estava imune a relacionamentos, mostrando um aspectode inteireza, completude, unicidade e integridade. Com o advento do patriarcado, amulher passou a se sentir na obrigao de se casar, de ter um relacionamento,obrigao esta que no era imposta ao homem. As Deusas virgens nos mostram que amulher pode escolher no se casar e mesmo assim se sentir autoconfiante e inteira.

    Outro smbolo importante a ser falado o do arco e flecha. O arco e flecha considerado uma inveno extremamente inteligente, fruto da intuio, que veio paratrazer melhorias e mais segurana na hora da caa.

    Para utiliz-lo necessrio no apenas ter uma boa pontaria, mas um estadopsicolgico adequado. Estar irritado antes de uma caada era sinnimo de errar o alvo.E a Deusa nunca errava um alvo.

    Portanto, Artemis simboliza a busca de um centro interior, onde h equilbrio.Acertar um alvo, ou atingir uma meta requer uma intuio e inteligncia instintiva,

    que no vem da mente racional.Artemis ento nos ensina que durante o processo de individuao, onde a meta

    estar consciente e em constante relao com o Self, nosso centro interior, necessrio muita pacincia. No adianta tentar acelerar a conscientizao de aspectosobscuros. Isso demanda tempo e espera.

    Enquanto irm gmea de Apolo podemos fazer algumas abstraes. NaMitologia Sol e Lua so geralmente retratados com irmos, ou amantes. A Lua no

    possui luz prpria e reflete a luz do Sol. A Lua smbolo do inconsciente e o Solsmbolo da conscincia representam um par de opostos. Representam tambm osaspectos progressivos e regressivos da psique.

    Sobre a questo dos gmeos Brando (1986) nos diz:

    Adorados, mas igualmente temidos, os gmeos esto sempre carregadosde um valor intenso: na frica ocidental so mgicos, mas entre os bantuseram sacrificados. Em todas as tradies, os gmeos, deuses ou heris,lutam entre si, altercam, mas se auxiliam, denunciando, dessa maneira, aambivalncia de sua situao, smbolo da prpria situao de cada serhumano dividido em si mesmo, ou seja, a tenso interna de um estado

    permanente. O medo e a angstia do primitivo diante do aparecimento degmeos configuram o temor da viso exterior de sua ambivalncia, o

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    receio da objetivao das analogias e das diferenas, a apreenso de umatomada de conscincia individuante, o medo da ruptura daindiferenciao coletiva. No fundo, os gmeos configuram umacontradio no resolvida.

    Essa contradio representa a nossa luta pela individuao, nossas oposiesinteriores exteriores. Nossos conflitos com as demandas externas e internas: sedevemos atender o coletivo ou atender nossas demandas internas, se devemos seguiros instintos e liber-los ou usar de moderao e autocontrole.

    Mas essa tenso entre opostos justamente a fora criadora da conscincia.Esses opostos so gmeos, ou seja, contem algo do outro em si.

    Portanto devemos suportar essa tenso representada pelos gmeos Artemis eApolo para que a funo criadora, a funo transcendente aparea e nos traga aconscincia necessria para ampliar nossos horizontes e para que ento possa ocorrera coniunctio, a conjuno dos opostos.

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    Ares

    Ares na mitologia grega era o deus da guerra, da ao imediata e da fora fsicamasculina.

    nico filho de Zeus e Hera foi rejeitado pelo pai, uma vez que este no se

    agradava dos modos agressivos do filho. um deus impulsivo, belicoso e extremamente emocional. Em Roma era

    chamado de Marte, sendo alm de Deus da guerra, da agricultura. Todavia, como osromanos eram um povo belicoso, o deus Marte era tido em alta conta, enquanto queos gregos no o respeitavam nem o honravam (com exceo de Esparta).

    Atena, sua irm, tambm era uma deusa da guerra, entretanto, Atena era deguerra estratgica, enquanto Ares tende mais a violncia da guerra, fora bruta e sede de sangue.

    Uma curiosidade em seu mito que Hera, sua me escolheu Prapo para sertutor de Ares. Prapo treinou o Deus para ser primeiro um perfeito danarino para

    depois trein-lo para ser guerreiro (Bolen, 2005)

    Ares teve muitos filhos e consorte, mas seu caso mais conhecido foi comAfrodite. Com ela teve um caso extraconjugal (Afrodite era casada com Hefesto).

    Impressionada pelo vigor do jovem guerreiro, Afrodite se entrega aos encantosde Ares. Hefesto, com a ajuda de Hlios (o deus Sol), descobriu o adultrio e planejousua vingana. Em segredo forjou uma rede muito fina, quase invisvel, porm muitoforte que no podia ser destruda, e pendurou-a sobre o leito.

    Quando Ares e Afrodite adormeceram, Hefesto soltou a rede sobre ambos echamou todos os deuses para testemunhar o adultrio.

    Os dois tiveram como filhos Deimos (pnico) e Phobos (medo). Temposdepois tiveram uma filha Harmonia (que foi posteriormente mulher de Cadmo, rei deTebas) estabelecendo uma ligao equilibrada entre o amor e a paixo violenta.

    Ares tambm participou da guerra de Tria, estando ao lado dos troianos assimAfrodite, Artemis e Apolo.

    A imagem arquetpica de Ares corresponde fora fsica, representando osinstintos guiados pela vontade que no medem conseqncias. Corresponde tambm competio e s reaes intensas e apaixonadas (lembrando que ele foi amante da

    deusa do amor).Ele est presente todas as vezes que reagimos emocionalmente de forma brutal

    e intensa. Ele emoo a flor da pele. Por vrias vezes defendeu seus filhos e filhas eos vingou. Sendo, portanto, o arqutipo daquele que entra em uma luta pelos que lheso caros.

    Smbolo da raiva, da ira, da indignao, mas tambm da coragem para a lutanecessria e para a sobrevivncia.

    Ares simboliza o contato com os sentimentos fortes e com o corpo (vide queele era um danarino tambm), coisas rejeitadas pela razo vigente no patriarcado.

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    Por isso Zeus, smbolo mximo do patriarcado o desprezava. Para os gregos opensamento e a racionalidade eram de suma importncia e reaes emocionais noeram vistas com bons olhos.

    Ainda hoje um homem que dana visto de forma pejorativa, mas ointeressante que Ares contradiz essa imagem, pois se trata do Deus mais viril doOlimpo.

    Mas as foras instintivas, que fazem com que corpo e emoo ajam juntos nodevem ser desprezadas. Ares o nosso lado espontneo que gosta de se expressar deforma fsica.

    A dana pode ser uma forma de lidar com essa fora interior que age dentrode ns. Basta lembra que nas antigas culturas tribais os guerreiros danavam antes deentrarem na luta. A dana ento pode ser considerada uma forma sublimada da guerra.

    Entretanto, como aponta Bolen (2005), o arqutipo de deus grego sedento porsangue evoluiu para o arqutipo de Marte romano. Nessa transio ele se tornou o

    protetor e defensor da comunidade. Se tornando aquele que luta pela segurana e pelosdireitos dos outros. Ou seja, um grande lder.

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    Afrodite

    Afrodite a deusa grega do amor, da beleza e da sexualidade. A mais bela e amais irresistvel de todas as deusas gregas.

    De acordo com a Teogonia, de Hesodo, ela nasceu quando Cronos cortou os

    rgos genitais de Urano e arremessou-os no mar; da espuma surgida ergueu-se Afrodite.Conforme Brando (1986), Afrodite seria uma divindade obviamente importada

    do Oriente. Uma forma grega da deusa semtica da fecundidade e das guas fertilizantes,Astart.

    Seu amante divino Adnis nos leva igualmente sia, uma vezque Adnis mera transposio do babilnico Tammuz, o favoritode Ishtar-Astart, de que os Gregos modelaram suaAfrodite.

    Em outras fontes, como a Ilada, Afrodite seria filha de Zeus e Dione, levando ottulo de Dionia.

    Devido a essa dupla origem da deusa houve uma diferenciao da mesma,estabelecendo dois ttulos a ela. A Afrodite Urnia e Pandmia.

    Pandmia seria a inspiradora dos amores comuns, vulgares, carnais, ou seja, dosdesejos incontrolveis, e a Urnia, a inspiradora de um amor etreo, superior, imaterial,atravs do qual se atinge o amor supremo.

    Afrodite era a deusa responsvel por levar deuses e mortais a se apaixonarem.Sendo essas paixes destrutivas ou criadoras de nova vida.

    Tem paralelos com a Vnus romana, a Oxum africana, a egpcia Isis e a acadianaIshtar.

    Afrodite teve diversos amantes, tanto deuses como Ares, Dioniso e Hermes,quanto mortais como Anquises. Foi casada apenas uma vez, com o deus Hefesto, o qualela traia com Ares, o deus da guerra.

    A deusa tambm foi de importncia crucial para a lenda de Eros e Psique. E oestopim para o desencadeamento da guerra de Tria.

    Foi descrita, em relatos posteriores, como amante de Adnis e tambm como suame adotiva. Enias, Hermafrodito e Priapo tambm so seus filhos.

    Sendo uma deusa tipicamente oriental, nunca se encaixou bem no mito grego:parecia uma estranha no ninho!

    Por essa razo tida como deusa alqumica, diferentemente das outras deusas quepodem divididas em dois grupos: as virgens (Artemis, Atena e Hstia) e as vulnerveis(Hera, Demter e Persfone). Afrodite, ento, ao mesmo tempo vulnervel (devido aofato de ter tido relacionamentos) e virgem (pois nunca se deixou ludibriar, nem dominar

    por ningum, prezando sua autonomia), e tambm no nenhuma delas.

    Afrodite, sendo a menos grega dos olmpicos, era anteriormente um smbolo daGrande Me. Entretanto, devido a cristianizao, foi substituda pela Virgem Maria,

    passando a figura da me a ter uma conotao destituda de carne e osso e de

    sexualidade.

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    Trata-se, ento, de um arqutipo difcil em uma sociedade patriarcal, pois Afroditesimboliza a mulher que escolhe com quem se relacionar, da mulher que conhece e aceitao seu desejo, sua sexualidade e que no se deixa dominar. a mulher que aceita seu corpocomo ele , e se sente confortvel com ele.

    Infelizmente, em nossa sociedade atual esse aspecto de Afrodite est desvirtuado.As mulheres se encontram alienadas em relao a seu corpo. A mdia profana a beleza damulher, impondo um ideal de beleza inacessvel, onde as curvas tipicamente femininasso substitudas por corpos esquelticos, mutilados por silicone e cirurgias plsticas.

    Smbolo da intensidade dos relacionamentos, mas no necessariamente dapermanncia, Afrodite o arqutipo do amor, da beleza, da atrao ertica, dasensualidade, da sexualidade e da vida nova. a qumica entre os amantes, o desejoirresistvel e inexplicvel.

    Em Afrodite Pandmia temos o amor carnal, o desejo sexual puro e simples.Visando a satisfao dos desejos e a procriao. Em Afrodite Urnia temos o amor quetransforma. Simbolizando a importncia das relaes no sentido de processo criativo.Arqutipo da intimidade fsica no apenas no sentido sexual, representando umanecessidade psicolgica e espiritual.

    Arqutipo, portanto, da paixo por algum ou algo, gerando um processo criativona psique, do qual pode emergir algo novo. Amor desligado da beleza do corpo, mas da

    beleza da alma, levando a criao do legado que cada indivduo ir deixar no mundo.

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    Posseidon

    Na mitologia grega, Posdon tambm conhecido como Possidon, assumiu oestatuto de deus supremo do mar, assim como Netuno romano.

    Possivelmente tem origem etrusca comoNethuns. Tambm era conhecido como

    o deus dos terremotos. Os smbolos associados a ele com mais freqncia so o tridentee o golfinho.

    A origem de Posdon cretense, como atesta seu papel no mito do Minotauro. Nacivilizao minica era o deus supremo, senhor do raio, atributo de Zeus no panteogrego, da o acordo da diviso de poderes entre eles, cabendo o mar ao antigo rei dosdeuses minicos.

    Um dos filhos deCronos eReia,foi regurgitado pelo pai Cronos juntamente comseus irmos Hstia,Demter,Hera,Zeus e Hades.

    Aps Zeus destronar o pai Cronos, houve uma diviso dos reinos entre ele e osirmos Hades e Posidon. Hades herdou o reino dos mortos, Zeus os cus e Posidon o

    fundo dos mares. Portanto Posidon tem carter de rei. Ele reina em seu imprio lquido, maneira de um "Zeus marinho", tendo por cetro e por arma o tridente, que os poetasdizem ser to terrvel quanto o raio .

    Tinha como representantes o cavalo e o touro, simbolizando instintos, asexualidade e a fertilidade, uma vez que todas as investidas sexuais dele geraram filhos.Mas, enquanto os filhos de Zeus eram heris benfeitores da humanidade, os filhos dePosdon, em sua maioria, eram gigantes terrveis e violentos.

    Ele teve vrios amores e foi casado com Anfitrite, com quem teve o gigante Trito,a qual assim como Zeus, a traia constantemente. Entretanto, enquanto Zeus se disfarava

    para seduzir suas conquistas, Posidon usava de fora e estuprava as deusas e mortais comquem se relacionou.

    Posdon representa o arqutipo da vingana e do ressentimento (vide suaperseguio de dez anos contra Odisseu). Ele implacvel quando contrariado, onde elemostra sua face destrutiva e regressiva.

    Deus dos mares, dos navegantes e dos maremotos. Pode ser considerado orepresentante do inconsciente, vasto, misterioso e imprevisvel.

    Para compreender melhor o carter do Deus, basta atentar para o mar, seu smbolo.O mar pode simplesmente de uma hora para outra passar de um momento calmo, detranqilidade para um momento turbulento como fortes ondas. Basta observar quandoocorrem Tsunamis, que so ondas gigantes causadas por abalos ssmicos submarinos.Elas so imprevisveis e ocorrem de uma hora para outra.

    Posidon tambm o arqutipo das fortes emoes, possuindo a capacidade depenetrar no reino do inconsciente onde se localizam os nossos afetos mais profundos eaterrorizantes.

    A lenda do Minotauro ilustra bem isso. Aps assumir o trono de Creta,Minospassou a combater seus irmos pelo direito de governar a ilha. Rogou ento a Posidonpedindo que lhe enviasse umtourobranco como a neve, como um sinal de aprovao ao

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Cronoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Reiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9terhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Herahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cretahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Minoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tourohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tourohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Minoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cretahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Herahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9terhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Reiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cronos
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    seu reinado. Uma vez com o touro, Minos deveria sacrific-lo em homenagem ao deus,porm decidiu mant-lo devido a sua imensa beleza. Como forma de punir Minos, a deusaAfrodite fez com quePasfae,mulher de Minos, se apaixonasse perdidamente pelo tourovindo do mar oTouro Cretense.Pasfae pediu ento ao artesoDdalo que lhe construsseumavaca demadeira na qual ela pudesse se esconder no interior, de modo copular com

    o touro branco. O filho deste cruzamento foi o monstruoso Minotauro.Parsfae cuidou dele durante sua infncia, porm eventualmente ele cresceu e se

    tornou feroz; sendo fruto de uma unio no-natural, entre homem e animal selvagem, eleno tinha qualquer fonte natural de alimento, e precisava devorar homens para sobreviver.Minos, aps aconselhar-se com o orculo em Delfos, pediu a Ddalo que lhe construsseum gigantesco labirinto para abrigar a criatura, localizado prximo ao palcio do prprioMinos, em Cnossos. O Monitauro foi posteriormente morto pelo heri Teseu.

    Mais uma vez aqui vemos o carter vingativo e rancoroso do Deus. Entretanto, oque chama a ateno que Possidon representa, por meio do touro e do Minotauro ainstintividade mais crua e mais escondida no ser humano. Aquela que no ousamos

    nomear, nem falar e que escondemos em nossos labirintos.Liz Greene e Juliet Shaman-Burke (2003), dizem que a lmina A Torre,

    representada pelo labirinto do Minotauro e um Posseidon irado destruindo-a. Sobre elavale a pena destacar o seguinte comentrio.

    A Torre partida pelo deus retrata a destruio de antigospadres. Ela a nica estrutura construda pelo homem presente nosArcanos Maiores, e exatamente por isso representa as estruturas tantointernas como externas que construmos para servirem de defesa contra avida e como esconderijo para os aspectos negativos e menos agradveisde nossa personalidade.

    De um modo geral, a Torre a imagem das fachadas socialmenteaceitveis que adaptamos para esconder nossa fera interior. Ela aestrutura dos falsos valores ou daqueles j superados, daquela posturadiante da vida que no se origina do ser como um todo, mas que vestimoscomo a roupa de um determinado personagem de uma pea, apenas paraimpressionar a platia. A Torre tambm representa as estruturas queconstrumos no mundo externo para completar o nosso eu incompleto.

    Ao longo de nossa vida construmos fachadas socialmente aceitas e acabamos porreprimir nossas emoes mais fortes e instintos animalescos. Mas essas emoes einstintos contidos no inconsciente ganham fora e podem explodir e se voltar contra ns.

    Quando esse arqutipo ativado em nossa psique, pode trazer a tona afetosreprimidos inundando a conscincia e tomando o ego. As emoes, representadas pelomar de Posseidon podem ser destrutivas, mas tambm podem trazer a tona sentimentos

    profundos reprimidos para que possam ser trabalhados luz da conscincia, expandindonossa viso sobre ns mesmos e nos tornando mais humildes e humanos.

    Portanto no reino de Posidon no h somente dio e fria, mas existe tambm,assim como o fundo dos oceanos, uma beleza insondvel e uma riqueza desconhecida.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Afroditehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pas%C3%ADfaehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Touro_Cretensehttp://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9dalohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vacahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Madeirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Copularhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Copularhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Madeirahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vacahttp://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9dalohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Touro_Cretensehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pas%C3%ADfaehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Afrodite
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    Os smbolos a eles associados: o Tridente, o Cavalo e o Touro mostram suasexualidade desenfreada e tambm sua fertilidade. O Tridente um smbolo flico triploque conforme Bolen (2005) indicava a sua funo como par da deusa tripla.

    Portanto, Posidon precisa fecundar. Ainda segundo Bolen (xxx), Posidon omarido da terra, sendo a umidade propicia vida, necessria para que a terra seja frtil.

    Mas tambm se pode observar em Posidon um carter regressivo ainda preso ame. Falta-lhe a objetividade masculina, presentes em outros deuses como Zeus, Hermese Apolo, para lhe trazer o equilbrio.

    Essa sexualidade indiscriminada mais comum em homens, mas encontramosalgumas mulheres sem nenhum controle de seus apetites. E enquanto a sexualidade estindiscriminada a nova vida gerada se apresentar de forma monstruosa.

    Um dos caminhos para a discriminao desse aspecto sexual e fecundador dePosidon est no mito de Medusa.

    Posidon estuprou Medusa, no santurio de Atena. Esta puniu a jovem

    transformando-a em uma Gorgona, cujo olhar petrificava quem ousasse encar-la.Medusa viveu em uma caverna at ser decapitada por Perseu. Aps sua morte, dela saiuo cavalo alado Pegasus.

    O mito mostra que a libido indiscriminada pode se transformar. O Pgasus diferente do cavalo comum, ele smbolo da inteligncia, espiritualidade e capacidadecriativa.

    Alm disso, Medusa era uma mortal que foi fecundada por Posidon e dele herdousuas caractersticas vingativas e rancorosas.

    Portanto, nossos aspectos monstruosos como a vingana, o rancor, o dio e as

    emoes descontroladas que por vezes irrompem do inconsciente mais profundo, devemmorrer. E devem morrer pelas mos da lgica e da objetividade, representadas pela espadade Perseu. No de forma a reprimi-las, mas de forma a passar por um sacrifcio. Osacrifcio de nossos aspectos infantis e regressivos, aquele nosso lado que no aceita sercontrariado. Somente assim o instinto de Posidon, pode se colocar a servio dainteligncia e da criatividade mais elevada.

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    Demeter

    Demeter a deusa grega da vegetao, deusa da terra cultivada, das colheitase das estaes do ano. conhecida como Ceres em Roma.

    Filha de Cronos e Ria, irm de Zeus, Hades, Posseidon, Hstia e Hera, as

    origens de seu culto so atestadas em Creta e o santurio de Elusis data da pocamicnica (Brando, 1986).

    A planta a ela dedicada o trigo e juntamente com Dioniso saiu ensinando aoshomens a cuidarem da terra e da vegetao.

    retratada como uma mulher de cabelo dourado e vestida com roupo azul,ou, mais comumente na escultura, como figura matronal, sentada.

    Teve uma filha, Persfone, com seu irmo Zeus e esse mito o centro dosMistrios Elusis da qual um personagem vital.

    Com seu irmo Posseidon teve um casal de gmeos: a menina Despina ("a

    deusa das sombras invernais") e rion. Mas Demeter abandonou a menina ao mascerpara procurarPersfone quando raptada.Despina,que representa oinverno, o opostode sua irm,Persfone,que representa aprimavera e de sua me, deusa daagricultura.O filho chamado rion, era um cavalo de crinas azuis, tinha o poder da fala e de vero futuro. Foi o cavalo mais rpido de todos os tempos e ajudou muitos heris

    bravamente em suas conquistas. Ela tambm uma das deusas que tiveram filhos commortais. Com o heri cretenseJaso teve o deusPluto.Um fragmento doCatlogo deMulheres,deHesodo,sugere que Demter teve um outro amante mortal, Eetion, quefoi fulminado por um raio de Zeus.

    O culto a Demter era levado muito a srio. A dor pela qual a deusa passoucom o rapto de Cor por Hades, com o consentimento do pai Zeus fez com que eladeixasse de dar vida e alimento aos homens. A vegetao deixou de crescer e osalimentos se tornaram escassos.

    Coma volta de Persfone por dois teros do ano a sua companhia, Demeterdevolveu os gros da vida ao homem.

    O perodo em que Persfone passa com sua me corresponde primavera,onde os gros brotam, saindo da terra assim como a Persfone. Ao retornar ao Hadesinicia-se o outono, quando os gros so enterrados, da mesma forma que Persfonevolta ao reino do marido. Durante o inverno,Despina mostra sua ira contra sua meDemeter e sua irm, congelando lagos e destruindo plantaes e flores.

    Demeter ento uma deusa nutridora, a Terra-Me que envia seu filho Pluto(Rico), o deus da riqueza agrria aos homens piedosos. Ela a me do gro, e o gro Persfone que fica escondida por certo tempo no interior da Terra para se tornarespiga, ou seja, alimento.

    Ela ento est ligada as estaes do ano e aos ciclos da colheita do trigo e foiela que ensinou os homens arte de fabricar pes.

    Demeter est indissoluvelmente ligada a sua filha Persfone, formando comela uma dupla denominada As Deusas. O mito do rapto de Cor /Persfone j foidescrito no texto anterior sobre essa deusa, por isso no vou cit-lo novamente.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Despinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pers%C3%A9fonehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Despinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Invernohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pers%C3%A9fonehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Primaverahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturahttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=I%C3%A1sio&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Pluto_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Cat%C3%A1logo_de_Mulhereshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cat%C3%A1logo_de_Mulhereshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADodohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Despinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Despinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADodohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cat%C3%A1logo_de_Mulhereshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cat%C3%A1logo_de_Mulhereshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pluto_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=I%C3%A1sio&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Primaverahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pers%C3%A9fonehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Invernohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Despinahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Pers%C3%A9fonehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Despina
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    Um ponto importante na histria do sofrimento de Demeter que ela tentoutornar Demofonte imortal, mas foi impedida pela me do menino.

    Essa deciso pode ser interpretada como o desejo de 'adotar' um filho (que aconsolaria da perda de Persfone) e, ao mesmo tempo, como uma vingana contraZeus e os Olmpicos, pois Demter estava transformando um homem em deus. Asdeusas possuam esse poder de outorgar a imortalidade aos humanos, e o fogo ou ocozimento do nefito figuravam entre os meios mais reputados.

    Isso significa que o homem jamais encontrar a imortalidade fsica.

    Enquanto figura arquetpica, a relao de Demeter e sua filha representa aligao me e filha arquetpica presente na estrutura psquica de toda mulher.

    Von Franz (2010), diz que na psicologia da mulher, o arqutipo do Self podese apresentar sob os traos de uma mulher mais velha, ou ento mais jovem (Demetere Cor).

    No processo de individuao a mulher na primeira metade da vida deverecolher as projees que faz em sua me para que se torne individuo. E na segundametade a mulher deve retirar a projeo que faz em sua filha. E essa ligao no nada fcil de ser feita, pois se trata de uma ligao muito forte, e a ruptura dessarelao simbitica sentida como uma morte (Hades).

    Demeter ento representa o instinto maternal. Ela no consegue se ver comoindividuo fora da relao com um filho, por essa razo ela busca um filho substitutoem Demofonte.

    Como arqutipo materno representa a nutrio e a generosidade. Alm de me

    de Persfone era fornecedora de alimentao (como deusa do cereal) e de alimentoespiritual (os mistrios eleusinos) (Bolen, 1990).

    Demter a grande deusa das alternncias de vida e de morte, que regularizamno somente o ciclo da vegetao, mas tambm de toda a existncia. Ou seja, semesses ciclos de vida e morte, no h fertilidade na terra, nem fertilidade psicologia.

    O ato de descer ao Hades, realizado por Persfone, simboliza uma descida aoinconsciente na busca do sentido da vida e da prpria personalidade. Um processoiniciatrio de morrer e nascer renovado.

    O lado sombrio desse arqutipo o a me que impede o crescimento dos filhos.A me destruidora. o arqutipo que impede a independncia do filho e osubseqente desenvolvimento da personalidade. A perda do filho para o mundo sentido como rejeio.

    Toda me de certa forma e em variados graus, passam por esse sentimentoquando os filhos crescem e saem de casa. a sndrome do ninho vazio. Por essa razo importante que a mulher desenvolva atividades criativas fora do mbito damaternidade.

    Esse , portanto, um arqutipo que auxilia tanto homens e mulheres a nutrirema si mesmos e aos outros, a serem generosos, a doar ateno e zelo, e a encontrarem

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    satisfao como algum que zela e prov a subsistncia de outro. Ela nos proporcionaa segurana interior que nos leva a crescer e prosperar.

    ela quem prov nossa subsistncia fsica e nosso alimento espiritual,fornecendo o significado de nossas vidas por meio de uma iniciao nos mistrios damorte e renascimento.

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    Hades

    Hades o deus do reino dos mortos. filho de Cronos e Ria, irmo de Zeus,Posseidon, Demter, Hstia e Hera e marido de Persfone. Conhecido em Roma como

    Pluto.Aps a vitria sobre os Tits, o Universo foi dividido em trs grandes reinos:

    cabendo a Zeus o Olimpo, a Posseidon os oceanos e a Hades o imenso impriolocalizado no "seio das trevas brumosas", nas entranhas da Terra, denominadoInferno.

    Hades possui um capacete que o torna invisvel. Esse capacete, por sinal,muito semelhante ao de Siegfried na mitologia germnica, foi usado por outrasdivindades como Atena e at por heris, como Perseu, quando mata a GrgonaMedusa.

    Seu nome era raramente proferido pelos gregos, que temiam excitar sua clera,pois era violento e poderoso.

    Conforme Brando (1986) era normalmente invocado por meio deeufemismos, sendo o mais comum Pluto (o "rico"), fazendo aluso no apenas a"seus hspedes inumerveis", mas tambm s riquezas inexaurveis das entranhas daterra, sendo estas mesmas a fonte profunda de toda produo vegetal.

    Hades era geralmente retratado como tranqilo em sua majestade. Conhecidocomo Zeus subterrneo saiu apenas duas vezes, sendo uma delas para raptar Cor etorn-la sua esposa.

    Mesmo assim ele possui um carter cruel, implacvel e inflexvel, sendo

    odiado por todos. E esse carter se mostrava quando algum intruso teimava em nolhe respeitar os domnios. Exemplo disso ocorreu com o audacioso Pirtoo, que,acompanhado de Teseu, penetrou no Hades na louca esperana de raptar Persfone.Pirtoo foi punido pelo Deus a ficar sentado em uma cadeira, por toda a eternidade.

    Lutou ainda contra Hracles, que desceu aos Infernos, para capturar seu coCrbero. Foi no decurso deste combate que o heri o feriu no ombro direito com umaflechada. To grande era a dor, que o Senhor dos mortos teve que subir ao Olimpo esolicitar os servios de curandeiro de Apolo, que lhe aplicou sobre o ferimento um

    blsamo curativo. Essa foi a segunda e ltima vez que Hades saiu de seus domnios.

    Esse reino dos mortos tambm leva seu nome Hades e sua localizao era em

    um abismo encravado nas entranhas da Terra, e cuja entrada se situava no CaboTnaro (sul do Peloponeso) ou numa caverna existente perto de Cumas, na MagnaGraecia (sul da Itlia) (Brando, 1986).

    Hades e Persfone tinham um casamento calmo. Apenas uma vez Hades atraiu, quando se apaixonou pela Minta. Minta (ou Minte), ninfa que habitava oSubmundo, mantinha com Hades um relacionamento, interrompido por seucasamento; a ninfa ento, procurando recuperar o amante, passou a se vangloriar,dizendo ser mais bonita que sua rival, despertando a fria em Demter, me de Core.Demter ento puniu a moa presunosa, fazendo em seu lugar surgir a menta.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ninfa_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Ninfa_%28mitologia%29
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    A simbologia da unio dele com Persfone mostra o casamento de duas forasda natureza e da vida: a riqueza do subsolo que fornece os minerais necessrios parafazer brotar de seu mago as sementes, simbolizando vida e morte, o nascimento dasemente e sua conseqente morte.

    Importante salientar que Hades no o deus da morte. Esse papel cabe aTanatos.

    Enquanto arqutipo, Hades simboliza a fora que impulsiona o crescimentodas plantas, o local onde os preciosos metais e pedras so extrados e o local para ondetodos os seres vivos devem voltar.

    Ele o smbolo do inconsciente pessoal e coletivo. Local onde esto ostesouros da alma, nossas potencialidades, ou seja, os elementos que ainda no vieram luz e que continuam nas sombras. Mas tambm l esto nossos demnios interiores,nossos terrores, nosso inferno pessoal, as coisas mortas e reprimidas.

    Como inconsciente pessoal podemos encontrar os arqutipos, nossos padres

    humanos universais que existem desde o inicio dos tempos e que foram vividos pelaspessoas que j morreram.

    Ele o responsvel por fornecer energia aos vegetais para erguerem-se a partirdasemente mergulhada na obscuridade do solo, ou seja, dele quem surge a energianecessria para criarmos algo novo em nossas vidas.

    Mas seu carter implacvel no permite que ningum saia de seu reino, umavez ali tendo ingressado. Ele reclama de volta aquilo que ele d. Por isso ele totemido. O ego no aceita o seu fim.

    Para os gregos a esperana de uma possibilidade de ps-vida se encontrava emsua esposa, Persfone que representa a vida emergente e a juventude. Ela a sementeque morre e retorna. Psicologicamente isso significa que a vida feita em ciclos ondealternamos morte e vida. Coisas devem morrer para que o novo renasa. Persfone eHades mostram que para termos novas possibilidades e energia para surgir riquezainterior, algo sempre deve ser sacrificado e morto.

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    Persfone

    Cor ou Persfone filha de Zeus, o senhor do Olimpo e Demter, a Senhorada vegetao e da produtividade da terra. Conhecida como Prosrpina pelos romanos.A palavra Cor ou Kore, em grego, significa donzela ou filha. Por isso enquanto Cora Deusa a doce virgem.

    Seu mito conta que vrios deuses como Hermes, Ares, Apolo e Dionisocortejaram Cor. Sua me Demter, no entanto rejeitou a todos e escondeu a filhalonge da companhia dos deuses.

    Quando os sinais de sua grande beleza efeminilidade comearam a brilhar,em sua adolescncia, Cor chamou a ateno de seu tio Hades que a pediu emcasamento.Zeus,sem sequer consultarDemter,atendeu ao pedido de seu irmo, que,impaciente, emergiu da terra e raptou-a enquanto ela colhia flores com as ninfas, ousegundo os hinos Homricos,a deusa estava tambm junto de suas irms Atena ertemis.Hades levou-a para seus domnios (o mundo dos mortos), desposando-a efazendo dela sua rainha.

    Irritada com Hades e Zeus, decidiu no mais retornar ao Olimpo,permanecendo na terra, abdicando de suas funes divinas, at que lhe devolvessema filha. Inconsolvel, acaba por se descuidar de suas tarefas levando as terras atornarem-se estreis e a escassez de alimentos.

    Ela ento se recusa a ingerir qualquer alimento e comea a definhar. Ningumsabe lhe contar o que aconteceu com sua filha, masDemter depois de muito procurarfinalmente descobre atravs deHcate eHlio que a jovem deusa havia sido levada

    para o mundo dos mortos, e junto comHermes,vai busc-la no reino deHades (ousegundo outras fontes, Zeus ordena que Hades devolva a sua filha). Como, entretantoPersfone tinha comido uma semente de rom concluiu-se que no havia rejeitadointeiramente Hades. Assim, estabelece-se um acordo, ela passaria metade do ano juntoa me, quando seria Kor, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando setornaria a sombria Persfone.

    A papoula e o narciso so as plantas a ela dedicadas. A papoula devido ao fatode ter abrandado a dor de sua me na ocasio de seu rapto. E o narciso, pois estavacolhendo esta flor quando foi raptada por Hades. A ela tambm so associadas asserpentes.

    Em seu mito podemos ver vrias imagens arquetpicas importantes. Um deles

    a imagem do rapto.A imagem do rapto representa um ritual de iniciao pertencente a ritos da

    vegetao.

    Normalmente, o rapto se consuma no outono, "quando os trabalhos agrcolasesto terminados", os celeiros esto cheios e , portanto, o momento de se pensar e

    preparar a prxima colheita (Brando, 1986).

    O rapto da noiva tambm era um costume entre os gregos e romanos onde anoiva sendo levada nos braos do noivo simula uma fuga e comea a gritar, pedindoo auxlio das mulheres que a acompanham. Psicologicamente isso significa que para

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminilidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hadeshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Zeushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9terhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Homerohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Atenahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rtemishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9terhttp://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9cate_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lio_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Hermeshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hadeshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sementehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rom%C3%A3http://pt.wikipedia.org/wiki/Serpenteshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Serpenteshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rom%C3%A3http://pt.wikipedia.org/wiki/Sementehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hadeshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hermeshttp://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lio_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9cate_%28mitologia%29http://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9terhttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rtemishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Atenahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Homerohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%A9terhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Zeushttp://pt.wikipedia.org/wiki/Hadeshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Feminilidade
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    a mulher o ato do casamento significa a morte. A morte de sua ligao com a me ede sua imaturidade enquanto mulher.

    Pois para a relao me e filha o masculino visto como violador eseqestrador.

    Outro tema importante o da herona ou deusa que cai no sono da morte. Esse um tema comum em contos de fadas. Heronas como Branca de Neve e A BelaAdormecida ficaram adormecidas por um tempo devido a maldio de uma bruxa edespertaram por meio de um beijo de amor.

    O mito de Persfone pode fazer o seguinte paralelo com A Bela Adormecida:No conto a maldio do sono tem a durao de cem anos. Durante esse tempo o reinose tornou estril e uma parede de espinhos cresceu ao redor do castelo. No mito a terrase torna estril e sem vida, pois Demeter est sofrendo.

    A esterilidade da Terra significa psicologicamente que o feminino estdormente, por essa razo no h fertilidade e tudo se tornou rido.

    Ou seja, o mito da descida cclica de Persfone ao Hades e seu retorno asuperfcie simboliza as estaes do ano e a fertilidade da terra, assim como osmistrios femininos, que inclui a espera pelo tempo certo para que algo amadurea.

    Persfone foi a figura central nos Mistrios de Elusis, que por dois mil anosantes do cristianismo foi a principal religio dos gregos. Nos Mistrios de Elusis osgregos experienciavam a volta ou renovao da vida depois da morte atravs da voltaanual de Persfone do Inferno (Bolen, 1990).

    Era um rito centrado na Grande Me. Persfone era uma deusa tipicamentecretense, assim como Hera, ou seja, ela era uma transposio da Grande Me, que foiassimilada pelos gregos, recebendo uma me grega, mas mantendo seu aspecto defecundidade. Por essa razo era chamada de Hera infernal.

    Persfone tambm se liga a Afrodite, sendo que as duas rivalizavam embeleza. Com ela forma um par de opostos: a deusa da morte dos gros e a deusa davida dos gros.

    A hbrida Cor-Persfone nos mostra dois arqutipos distintos em uma mesmadivindade: o da jovem-virgem e o da rainha do mundo dos mortos.

    Como a jovem Cor esbelta e bonita, est associada com smbolos defertilidade: a rom, o gro, o milho, e tambm com o narciso. Como rainha do Inferno,simboliza uma deusa experiente que reina sobre os mortos, guia os vivos que visitam

    o mundo das trevas, e pede para si o que deseja.Cor representa a mulher presa a uma me dominadora e protetora. A eterna

    adolescente que no sabe o que quer e se deixa manipular por outras pessoas. Mesmoadulta est sempre voltada a agradar a me. Geralmente seu lado masculino ausentee primitivo. O homem visto como intruso nessa relao, sendo que somente umrapto, ou seja, uma possesso para ajud-la a se relacionar com ele e adquirircaractersticas como objetividade e foco. Assim como A Bela Adormecida, espera

    para ser acordada de seu sono.

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    J como Persfone ela representa o aspecto feminino que empreendeu adescida ao inconsciente e ao sofrimento e por isso capaz de guiar os outros em suas

    jornadas. Ela alcana um desenvolvimento psicolgico e uma autonomia ao entrar emcontato com sua subjetividade e no ficar presa a ela.

    Persfone aquela que capaz de regredir ao mundo interior quandonecessrio e de saber quando voltar para as exigncias do mundo externo renovada.

    Assim como Hera ela tambm uma Rainha e ao contrario dela tem umcasamento harmonioso com Hades, com raras brigas.

    Persfone o smbolo da funo intuio, mas que amadureceu e mantm umrelacionamento com sua contraparte inferior a sensao, representada pelo mundosubterrneo e seu marido Hades.

    Nesse compromisso estabelecido com a funo inferior possvel para aintuio materializar suas ideias no mundo exterior.

    Para concluir, Persfone o arqutipo que nos auxilia em nossa descida a

    nossa prpria profundeza. Ela um guia, um psicopompo. A mediadora entre arealidade externa e a subjetividade interna. ela, portanto, quem pode nos auxiliar nacompreenso do significado simblico de nossos prprios sofrimentos.

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    Referncias Bibliogrficas:

    BOLEN, J. S. -As Deusas e a Mulher. So Paulo: Paulus, 1990

    BOLEN, J. S. Os deuses e o homem: uma nova psicologia da vida e dosamores masculinos. So Paulo: Paulus, 2002.

    BRANDO, J. S.Mitologia Gregavol I. Petrpolis: Vozes 1986.

    BRANDO, J. S.Mitologia Grega Vol. 2, Petrpolis: Vozes, 1986

    BYINGTON, C.A. - O Sincretismo do Diabo e de Exu e o Arqutipo daAlteridade. Um Estudo da Psicologia Simblica Junguiana.

    CAMPBELL, J. O Poder do Mito. So Paulo: Palas Athena, 1990.

    JUNG, C. G. Smbolos da Transformao. Vozes. Petrpolis: 1986.

    SHAMAN-BURKE, J. & GREENE, L.O Tar Mitolgico. 27 edio. SoPaulo: Arx. 2003.

    VON FRANZ, M. L. A interpretao dos contos de fada. 5 ed. Paulus. So

    Paulo: 2005.

    VON FRANZ, M. L. O feminino nos contos de fada. Vozes. So Paulo: 2010.