Bancada de Perda de Carga

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    CENTRO UNIVERSITÁRIO POSITIVO

    BANCADA DE PERDA DE CARGA

    CURITIBA

    2006

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    EMERSON MARTINS MAFRA

    MAURO JOSE DE SOUZA

    BANCADA DE PERDA DE CARGA

    Monografia apresentada como requisitoparcial à obtenção do grau de Engenheiropelo curso de Engenharia Mecânica, do Setorde Ciências Exatas e de Tecnologias doCentro Universitário Positivo.

    Orientador: Prof. Fabio A. Schneider

    CURITIBA

    2006

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    APÊNDICE 1 – TABELA DE RUGIDADE PARA TUBOS DE METAIS .......... 38 

    APÊNDICE 2 – ÁBACO PARA DETERMINAR F............................................ 39 

    APÊNDICE 3 – TABELA COM VALORES DO COEFICIENTE “K ”................ 40 

    APÊNDICE 4 – TABELA DE COMPRIMENTOS EQUIVALENTES................ 41 

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 42 

    DOCUMENTOS CONSULTADOS................................................................... 43 

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 – VISTA GERAL DA BANCADA ............................................................... 5 

    FIGURA 2 –VARIAÇÃO DE PRESSÃO NO ACESSÓRIO VENTURI ........................ 5 

    FIGURA 3 – TOMADAS DE PRESSÃO NO ACESSÓRIO TIPO VENTURI............... 6 

    FIGURA 4 – TOMADAS DE PRESSÃO NA PLACA DE ORIFÍCIO............................ 6 

    FIGURA 5 – VISTA GERAL DA BANCADA ............................................................... 7 

    FIGURA 6 – DESENHO ESQUEMÁTICO DA BANCADA.......................................... 8 

    FIGURA 7 – VISTA GERAL DA BANCADA UTFPR................................................... 9 

    FIGURA 8 – DEFORMAÇÃO DE UM ELEMENTO FLUIDO .................................... 13 

    FIGURA 9 – ESCOAMENTO VISCOSO E INVÍSCIDO............................................ 14 

    FIGURA 10 – ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO .................................... 15 FIGURA 11 – CLASSIFICAÇÃO DOS FLUÍDOS ..................................................... 17 

    FIGURA 12 – PARTÍCULA SOBRE UMA LINHA CORRENTE................................ 18 

    FIGURA 13 – CROQUI DA BANCADA LAB. MECFLU UNICENP........................... 27 

    FIGURA 14 – BANCADA LAB. MECFLU UNICENP ................................................ 28 

    FIGURA 15 – GRÁFICO COMPARATIVO DOS RESULTADOS ............................. 35 

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 – K PARA ENTRADAS DE TUBOS.............................................. 24 

    TABELA 2 – K PARA MUDANÇAS DE ÀREA. .............................................. 24 

    TABELA 3 – LE/D PARA CURVAS E COTOVELOS 90°............................... 25 

    TABELA 4 – DADOS COLETADOS ............................................................... 30 

    TABELA 5 – VALORES CALCULADOS ........................................................ 34 

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    RESUMO

    Este trabalho relata o desenvolvimento de uma bancada experimental simples e debaixo custo que auxiliará na melhoria do processo de ensino e aprendizagem prática

    na disciplina de mecânica dos fluídos no curso de engenharia mecânica do CentroUniversitário Positivo (Unicenp). O resultado foi à elaboração de uma bancadavertical composta de diversas linhas, contendendo diferentes acessórios, diâmetrose comprimentos. No auxilio das leituras de perda de pressão foi utilizado um painelde coluna de água e tubo de Pitot para determinação das velocidades. Como fontede alimentação para o sistema foi aproveitado o ventilador do túnel de vento,equipamento este já pertencente ao laboratório de mecânica dos fluídos.

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    1 INTRODUÇÃO

    O ensino superior tem buscado cada vez mais proporcionar aos seus alunos

    um ambiente educacional similar ao que o mesmo irá encontrar na sua carreira

    profissional. As grandes e rápidas transformações tecnológicas exigem das

    universidades uma adequação e evolução constante dos métodos de ensino,

    visando formar futuros profissionais capacitados a atender as exigências de um

    mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e competitivo. Para tanto, uma das

    soluções adotadas na formação acadêmica é a aplicação de uma base teórica sólida

    acompanhada de uma atuação prática através de experimentos realizados sobre

    bancadas didáticas em laboratórios, possibilitando ao aluno a aplicação prática da

    teoria estudada em sala de aula.Neste contexto, tem-se como foco principal para este trabalho a construção

    de uma bancada didática para permitir testes de perda de carga (ou diminuição de

    pressão) em tubulações, porém, se faz necessário à abordagem dos conceitos

    básicos de mecânica dos fluidos, suas definições e modelos matemáticos. Após a

    revisão de tais conceitos e a construção da bancada, serão coletados e comparados

    os valores experimentais com tabelas empíricas publicadas nas literaturas clássicas

    (prática que será utilizada posteriormente pelo professor nas aulas laboratoriais).

    Em qualquer sistema, onde o fluido é o meio operante, são essenciais oconhecimento e o entendimento dos princípios básicos e conceituais da mecânica

    dos fluidos. Estes conceitos são empregados praticamente em todos os projetos,

    desde algo muito simples até projetos de grandes complexidades, dentre os quais é

    possível citar as áreas de engenharia aeroespacial, na qual a aerodinâmica é muito

    importante, agronomia e a automobilística que nos últimos anos vem aplicando cada

    vez mais os princípios da mecânica dos fluidos em seus projetos.

    O estudo destes fluidos tem por objetivo conhecer o comportamento dos

    seus fluxos e sua perda de carga em diferentes regimes de solicitação do sistema(pressão e temperatura).

    Para um projeto hidráulico é de suma importância levar em conta a perda de

    carga, para que em funcionamento, a máquina apresente o resultado desejado. Um

    exemplo simples e clássico é a construção de um sistema de irrigação na

    agricultura, que caso não esteja corretamente dimensionado, terá o seu

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    funcionamento comprometido, ou seja, a perda de carga está diretamente

    relacionada ao diâmetro da tubulação, ao material construtivo da mesma,

    comprimento da rede, modelos e quantidade de curvas, reduções e até mesmo a

    forma de entrada e saída do fluido na tubulação.

    1.1 OBJETIVO

    O projeto tem como objetivo a construção de uma bancada didática com

    algumas variáveis construtivas (diferentes diâmetros de tubos, rugosidades e

    formas) para avaliar em um escoamento interno a sua perda de carga. Tem como

    objetivo secundário comparar os dados coletados do ensaio desta bancada com

    dados tabelados da literatura.

    1.2 ESCOPO

    Neste projeto serão tratados os seguintes tópicos:

    •  Fundamentação teórica para perda de carga em fluidos

    newtonianos – viscoso – turbulento;

    •  Croqui dimensional da bancada e descrição técnica dos seus

    componentes;•  Custos para construção da bancada;

    •  Construção da bancada;

    •  Execução de ensaio para obtenção de dados experimentais e a

    comparação dos mesmos com tabelas encontradas na literatura;

    •  Conclusão.

    Este projeto não abordara alguns tópicos, dentre eles:

    •  Fundamentação teórica para perdas de cargas em fluidos não

    newtonianos – invíscidos – compressíveis em escoamento externo;

    •  Projeto estrutural da bancada;

    •  Estudo de mercado para comercialização;

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    1.3 PREMISSAS E RESTRIÇÕES

    A execução deste trabalho não visa somente considerar a parte técnica,

    também será enfatizada a importância da bancada didática no desenvolvimento das

    técnicas pedagógicas.

    Devido ao investimento restrito para confecção da bancada, como fonte para

    alimentação do sistema, será utilizado o ventilador do túnel de vento e para a leitura

    de vazões, seu sistema de colunas d’água.

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    2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

    A perda de carga ou redução da pressão é um fenômeno que ocorre em

    qualquer tipo de escoamento, independente do fluido; esta perda nada mais é do

    que o atrito gerado pelo escoamento e está diretamente relacionada com as

    características do material utilizado como condutor do fluido. Para verificação da

    perda de carga em tubulações podem ser utilizadas bancadas, que auxiliam na

    aquisição de dados experimentais.

    Bancadas para ensaios de perda de carga são comumente utilizadas na

    área de projetos, pesquisas, educacional e industrial.

    Na área de projetos são desenvolvidas bancadas de acordo com as

    necessidades de utilização; em pesquisas a bancada pode ser utilizada como auxiliona determinação de coeficientes e equações, para a área educacional a bancada

    pode ser utilizada como subsídio ao entendimento do aluno, pois será possível que o

    mesmo possa aplicar o conhecimento adquirido pela teoria em experimentos

    práticos. No setor industrial a bancada de perda de carga é empregada como meio

    de controle de qualidade, possibilitando verificar se a perda de carga está conforme

    as especificações determinadas.

    Alguns exemplos de bancadas podem ser encontradas no site desenvolvido

    pelo laboratório de termodinâmica da Universidade Federal de Santa Catarina(LabTermo), especializado em construção de bancadas de ensaios. Entre os

    projetos elaborados destaca-se a bancada para a visualização de perda de carga

    utilizando água como fluido. O equipamento é composto basicamente por uma

    bomba ligada a um reservatório de água com uma tubulação horizontal de saída e

    uma de retorno. O retorno é divido em três trechos retos, sendo que no primeiro

    trecho é acoplado um dispositivo tipo placa de orifício, que acarreta uma mudança

    brusca de área da tubulação, no trecho seguinte tem-se um dispositivo tipo tubo de

    Venturi, o qual também varia o diâmetro da tubulação, mas de maneira mais suave eno trecho reto final existe a ligação da tubulação ao reservatório. Ao longo de todo o

    percurso de retorno estão conectados tubos de coluna de d’água, possibilitando a

    tomada de pressão estática.

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    FIGURA 1 – VISTA GERAL DA BANCADA

    FONTE: LABTERMO

    Por meios das colunas d’agua é possível visualizar as variações de pressãoao longo da tubulação. Em trechos retos observa-se que a pressão caí linearmente e

    nos acessórios percebe-se o aumento na aceleração do escoamento com a

    conseqüente queda de pressão e posteriormente a sua recuperação parcial. No

    acessório tipo Venturi a recuperação é maior, pois a seção varia mais suavemente

    que no caso do tipo placa de orifício.

    FIGURA 2 –VARIAÇÃO DE PRESSÃO NO ACESSÓRIOVENTURI

    FONTE: LABTERMO

    Sentido

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    FIGURA 3 – TOMADAS DE PRESSÃO NO ACESSÓRIO TIPOVENTURI

    FONTE: LABTERMO

    Outro projeto lançado pelo LabTermo é uma bancada para a medição de

    perda de carga em tubulações retas e acessórios, a qual é composta de uma

    bomba, uma tubulação de saída e quatro tubulações de retorno. Na tubulação de

    saída estão dispostos um medidor de vazão tipo turbina (roda d’água) e um

    separador de ar. Duas das tubulações de retorno são utilizadas para medir a perdade carga em trechos retos com diâmetros distintos. As outras duas tubulações de

    retorno apresentam uma mudança de diâmetro na região intermediária dos seus

    comprimentos, sendo que uma apresenta uma expansão e a outra uma redução de

    diâmetro. O conjunto não possui reservatório de água, estando esta sempre

    circulando pela tubulação em forma de anel. São utilizadas válvulas de esfera para

    FIGURA 4 – TOMADAS DE PRESSÃO NA PLACA DEORIFÍCIO

    FONTE: LABTERMO

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    integrar uma das tubulações de retorno ao circuito e isolando as demais. O controle

    de vazão é feito através da variação da rotação da bomba por meio de um conversor

    de freqüência e as pressões são lidas através de manômetros de coluna d’água.

    FIGURA 5 – VISTA GERAL DA BANCADA

    FONTE: LABTERMO

    Um outro exemplo de aplicação de bancada de perda de carga é o estudo

    realizado pela Universidade Federal de Lavras, em um sistema de irrigação

    localizada. Neste projeto foi desenvolvida uma bancada para simulação de um

    sistema de irrigação com três pontos de tomada de pressão com distâncias

    conforme sugerido por Miller, citado por Caixeta (1981), para as tais tomadas de

    pressão foram utilizadas agulhas veterinárias cortadas num comprimento

    equivalente à espessura da parede do tubo e fixada a este de modo a não permitir

    qualquer vazamento. Para medição das diferenças de pressão entre os pontos,

    foram utilizados três manômetros em “U” posicionado conforme desenho

    esquemático.

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    FIGURA 6 – DESENHO ESQUEMÁTICO DA BANCADA

    FONTE: CIÊNCIA AGROTEC LAVRAS

    Em cada situação, passagem direta ou lateral, foi montada uma planilha

    envolvendo valores de velocidade da água à montante do conector, velocidade da

    água na linha lateral e perda de carga localizada, possibilitando obtenção demodelos matemáticos com intuito de obter a perda de carga para os três conectores

    Hardie Irrigation.

    Este trabalho concluiu que de modo geral as perdas de carga localizadas

    devido à inserção de conectores são relativamente altas para aplicação em sistemas

    de irrigação localizada, tanto para passagem direta quanto na passagem lateral,

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    podendo causar um desequilíbrio hidráulico no sistema e conseqüentemente uma

    perda acentuada na uniformidade de distribuição de água por parte dos emissores.

    Na empresa NMi Brasil Ltda, os tubos flexíveis metálicos e conexões para

    instalação doméstica de gás combustível produzidos passam por uma série de

    ensaios de conformidade (certificação de produtos), entre eles o de vazão e perda

    de carga, que é efetuado com auxílio de uma bancada de perda de carga conforme

    NBR 14177, onde a pressão de entrada no tubo flexível é ajustada para 1.08kPa e

    para uma perda de carga, entre as extremidades do mesmo, de 147Pa, garantida

    por meio da válvula localizada na saída do sistema. Com a pressão de entrada e a

    perda de carga fixadas, a vazão é registrada no medidor de vazão.

    O laboratório de Mecânica dos Fluidos da Universidade Tecnológica Federal

    do Paraná (UTFPR) é equipado com uma bancada didática de perda de cargacomposta por uma linha com o dispositivo de Venturi, duas linhas retas com

    diâmetros distintos, duas linhas com diferentes acessórios (cotovelos 90° e curvas),

    um acessório tipo placa de orifício e um tubo de Pitot. Todas as linhas são

    equipadas com válvulas de controle de vazão e dispositivos para tomada de pressão

    em vários pontos estratégicos, a leitura das pressões é feita através de uma coluna

    de mercúrio com uma régua graduada. O funcionamento do sistema é efetuado

    através de uma bomba tendo água como fluido operante.

    FIGURA 7 – VISTA GERAL DA BANCADA UTFPR

    FONTE: OS AUTORES

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    A bancada que compõem o laboratório de Mecânica dos Fluidos da UTFPR

    é o que mais se assemelha ao objetivo deste projeto, por ser uma bancada didática

    e apresentar uma construção de baixa complexidade.

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    3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

    Para o desenvolvimento deste projeto há necessidade de um estudo

    aprofundado dos conceitos fundamentais em mecânica dos fluidos e seus modelos

    matemáticos.

    3.1 FLUIDO

    O fluido é uma substância que se deforma continuamente com aplicação de

    uma tensão de cisalhamento, não importa quão pequena ela possa ser. Pode se

    apresentar na forma física, líquida e gasosa e quando o mesmo é submetido a uma

    força cisalhante apresenta um comportamento diferenciado a de um corpo sólido aoque diz respeito à deformação, ou seja, no sólido a deformação não é continua (Fox

    & McDonald, 2001).

    Para iniciar uma análise sobre um problema de mecânica dos fluidos, faz-se

    necessária a declaração direta ou indireta das leis básicas de regimento do

    movimento do fluido. Certamente, não será necessária a aplicação de todas estas

    leis na resolução de um problema, porém, em muitos casos, é preciso adequar as

    equações através de relações adicionais, de forma a descrever o comportamento

    das propriedades físicas do fluido em determinadas condições.

    As leis básicas de regimento aplicadas a qualquer fluido são:

    •  Conservação de massa;

    •  Segunda lei de Newton para o movimento;

    •  Principio da quantidade de movimento angular;

    •  Primeira lei da termodinâmica;

    •  Segunda lei da termodinâmica.

    3.2 FLUIDO CONTÍNUO E CAMPO DE VELOCIDADE

    Em relação à estrutura molecular da matéria, pode se dizer que os fluidos

    são compostos de moléculas em constante movimento, porém, na maioria das

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    aplicações da engenharia, o que é interessante, são os efeitos médios e

    macroscópicos de muitas moléculas, pois estes podem ser percebidos e

    mensuráveis. Desta forma, considera-se o fluido como um contínuo, ou seja, uma

    substância infinitamente divisível.

    Conseqüentemente considera-se que cada propriedade do fluido possui um

    valor específico em cada parte do espaço, sendo assim, as propriedades dos fluidos,

    como massa específica, temperatura, velocidade e etc..., são consideradas funções

    contínuas na posição e no tempo.

    Outras propriedades dos fluidos podem ser conhecidas através da análise

    de campos, no momento em que se analisa um fluido em movimento, o principal

    ponto a conhecer são os campos de velocidade. Para poder determinar o campo de

    velocidade faz-se necessário analisar a velocidade de uma partícula do fluido commassa desprezível, no qual pode-se considerar com uma velocidade instantânea no

    ponto em análise. Com a velocidade instantânea definida, o campo de velocidade

    ficará em função das coordenadas espaciais x, y e z da partícula.

    De acordo com o número de coordenadas espaciais, é possível determinar

    se o escoamento possui uma, duas ou três dimensões. O campo de escoamento

    tridimensional é considerado transiente, pois para determinação de um ponto no

    espaço é necessário conhecer as três coordenadas (x, y, z). No caso de um

    escoamento bidimensional o campo de velocidade é considerado idêntico em todosos planos perpendiculares ao eixo z, logo, o campo de velocidade somente estará

    em função de x e y. Conseqüentemente para um escoamento unidimensional o

    campo de velocidade será somente em função de uma coordenada (x).  Devido a

    complexidade aumentar proporcionalmente com o número de dimensões, para

    resolução de muitos problemas de engenharia é conveniente adotar-se um análise

    unidimensional, pois os resultados são consideráveis e precisos.

    3.3 VISCOSIDADE

    Ao definir um fluido, observou-se que o mesmo deforma-se continuamente

    quando submetido a uma força constante (tensão de cisalhamento), porém, quando

    da ausência desta, não ocorrerá deformação.

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    FIGURA 8 – DEFORMAÇÃO DE UM ELEMENTO FLUIDO

    FONTE: FOX & MCDONALD

    Portanto pode classificar-se os fluidos através da relação entre tensão de

    cisalhamento e a taxa de deformação.

    Para a determinação da tensão de cisalhamento, pode se aplicar o fluido

    entre duas placas planas, onde a placa inferior é fixa e a superior é submetida a uma

    força e velocidade constantes. Para um intervalo de tempo, o fluido em contato com

    a placa superior sofrerá uma deformação em relação à região do fluido em contato

    com a placa fixa, formando um ângulo, o qual define a taxa de deformação.

    Desta forma um fluido pode ser classificado como newtoniano quando a

    tensão de cisalhamento é diretamente proporcional a taxa de deformação. (Fox& Mc,

    2001).

    A água, o ar e a glicerina são exemplos de fluido newtoniano em condições

    normais. Quando aplicado uma mesma tensão de cisalhamento sobre a glicerina e a

    água, observa-se que a glicerina tem uma resistência à deformação muito superior a

    da água, ou seja, a glicerina é muito mais viscosa do que a água. Desta forma pode-

    se afirmar que as constantes de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e

    a taxa de deformação é a viscosidade absoluta, representada pela letra (µ), sendo

    assim, aplica-se à lei de Newton da viscosidade para o escoamento unidimensional:

    dy

    du yx   µ τ    =   (1)

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    As dimensões de µ podem ser expressas por (F.t / L2).

    Onde:

    F= força;

    t = tempo;

    L= comprimento linear.

    O surgimento freqüente nos problemas de mecânica dos fluidos da razão

    entre a viscosidade absoluta µ e a massa específica ρ leva o nome de viscosidade

    cinemática e é representado pela letra grega ν  .

     ρ µ ν  =   (2)

    3.4 FLUIDOS VISCOSOS E NÃO VISCOSOS

    Todos os fluidos são viscosos, porém, como hipótese simplificadora para

    resolução de muitos problemas, considera-se a inexistência das forças viscosas, ou

    seja, = 0, portanto são denominados escoamentos invíscido.

    FIGURA 9 – ESCOAMENTO VISCOSO E INVÍSCIDO

    FONTE: FOX & MCDONALD

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    3.5 ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO

    O escoamento viscoso pode ser classificado de duas formas, turbulento e

    laminar, está classificação está diretamente ligada ao tipo de estrutura do

    escoamento, o escoamento laminar tem suas linhas de fluxo divididas em camadas

    bem definidas, já o escoamento turbulento apresenta as camadas de fluxo em

    movimento tridimensional e aleatório. Para um escoamento laminar unidimensional

    há uma relação entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade,

    conforme a equação (1), no caso de um escoamento turbulento esta relação não é

    aplicável, devido às flutuações na velocidade e aumento de tensão de cisalhamento,

    por conseqüência, nesta condição são utilizados dados experimentais e teorias

    empíricas.

    FIGURA 10 – ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO

    FONTE: FOX & MCDONALD

    3.6 ESCOAMENTO COMPRESSÍVEL E INCOMPRESSÍVEL

    Uma outra particularidade existente nos fluidos está ligada a variação da

    massa específica. No escoamento em que a variação de massa específica é

    desprezível, dá-se o nome de escoamento incompressível. No caso oposto, ou seja,onde a variação da massa específica é relevante, denomina-se escoamento

    compressível.

    Em um escoamento onde o fluido é totalmente envolvido por uma superfície

    sólida, denomina-se escoamento interno ou em dutos. Já quando o escoamento é

    dado sobre uma superfície e esta não o envolve totalmente, é chamado de

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    escoamento externo. Ambos podem ser laminares ou turbulentos, compressíveis ou

    incompressíveis. Neste trabalho será tratado o escoamento interno como citado

    anteriormente no capítulo 1.

    Para determinar se escoamento interno, incompressível, laminar ou

    turbulento, existe um parâmetro adimensional que foi desenvolvido pelo engenheiro

    britânico Osborne Reynolds, na década de 1880. O número de Reynolds é dado por:

    µ 

     ρ VL=Re   (3)

    Sendo:

    ρ = massa específica [kg/m3];

    V = velocidade média do escoamento [m/s];

    L = comprimento do duto [m];

    = viscosidade do fluido [N.s/m2].

    Um escoamento é denominado laminar quando Re ≤  2300, acima deste

    valor o escoamento é considerado turbulento. Experiências posteriores com o

    parâmetro de Reynolds correlacionaram-no com o comprimento do campo de

    escoamento (L), ou seja, o comprimento do duto no qual o fluido escoa.

    3.7 CLASSIFICAÇÃO DA MECÂNICA DOS FLUIDOS

    Segundo Fox & McDonald (2001) pode ser adotada a classificação da figura

    a seguir:

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    FIGURA 11 – CLASSIFICAÇÃO DOS FLUÍDOS

    FONTE: FOX & MCDONALD

    3.8 ESCOAMENTO EM TUBOS E DUTOS

    O escoamento incompressível em dutos e tubos sofre constantes variações

    de pressão, estas acontecem devido às variações de velocidade, elevação do

    escoamento e do atrito. Para determinar as variações de velocidade e elevação do

    escoamento, à equação de Bernoulli seria de grande valia, porém em escoamentos

    reais onde o atrito é presente, a equação de Bernoulli não pode ser aplicada. Em

    escoamentos reais, o principal objetivo é avaliar a redução de pressão causada pelo

    atrito em relação ao escoamento ideal. A redução de pressão é denominada perda

    de carga e para fins de análise é dividida em duas classificações:

    •  Perdas maiores ou distribuídas no trecho do sistema onde ocorre

    atrito e possui área constante.

    •  Perdas menores ou localizadas, onde o atrito é dado por válvulas,

    cotovelos, derivações em T e em trechos onde a seção transversal é

    não constante.

    Mecânica dosFluidos Contínuos

    Invíscidoµ = 0

    Viscosoµ > 0

    Laminar Turbulento

    Interno ExternoCompressível Incompressível

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    3.9 PERDA DE CARGA

    A primeira lei da termodinâmica está relacionada a conservação de energia e,

    através da equação de energia, é possível obter dados ligados a perda de pressão

    em escoamento viscoso por tubos.

    3.9.1 Equação de Bernoulli

    Esta dedução pode ser encontrada em detalhes em Fox & Mc Donald 2001.

    As linhas de correntes traçadas tangentes aos vetores velocidade ( v  ) em cada

    ponto do campo de escoamento fornecem uma curva conveniente.

    Ψ = linhas de correntes

    g = gravidade

    θ = ângulo entre v e wR = raio de curvatura 90° à Ψ

    Quer-se uma relação entre força de inércia de corpo e pressão, ao longo de

    uma linha de corrente para o sistema cilíndrico temos a equação de Euller:

    FIGURA 12 – PARTÍCULA SOBRE UMA LINHA CORRENTE

    FONTE: FOX & MCDONALD

    z

    w

    Ψ1

    Ψ2

    Ψ3Y 

    X v 

    θ 

    θ g  

    gx

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      19

    dx

    dP  Bx

     Dy

     Duv

     Dx

     Duu

     Dt 

     Du X    −=

     

      

     ++   ρ  ρ :   (4)

    dy

    dP  By

     y

    u

     x

    v

     y

    u

     Dy

     Dvv

     Dt 

     DvY    −=

     

      

     −

    ∂++   ρ  ρ 

    2

    :   (5)

    Para regime permanente, na direção x tem-se:

    dx

    dP  g 

    dx

    dvv  x  −=  ρ  ρ   

    Ou,

    dx

    dP  g 

    dx

    dvV   x

     ρ 

    1−=   (6)

    Sendo:

    θ sen g  g  x  =  

     z 

    ∂=θ sen  

    Para z constante na direção Y tem-se:

    dy

    dP 

     R

    V −=−

    2

     ρ    (7)

    Integrando equação (6) em x tem-se:

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      20

    ∫∫∫   =∂∂

    −=   dxdx

    dP dx

     x

     z  g dx

    dx

    dvV 

     ρ 

    ∫∫∫   −−=   dP dz  g Vdv  ρ 1

     

    C  P  gz V 

    +−−= ρ 

    1

    2

    2

     

    Cte gz V  P 

    =++2

    2

     ρ  

    (8)

    A eq. (8) é chamada de equação de Bernoulli e é valida para as seguintes hipóteses:

    •  Regime permanente;

    •  Fluido incompressível;

    •  Gravidade constante;

    •  Fluido invíscido;

    •  Escoamento ao longo de uma linha de corrente.

    A parcela  gz V  P  ++2

    2

     ρ   representa a energia mecânica em uma seção

    transversal, porém no escoamento real, existe uma variação de energia mecânica

    entre pontos de uma tubulação, ou seja, energia que entra é diferente da energia

    que sai , esta variação de energia é transformada em energia térmica e através da

    transferência de calor entre o duto e o meio externo a energia térmica é dissipada.

    Este fenômeno é denominado de perda de carga e simbolizado por hT .

    Assim sendo, para aplicar a equação de Bernoulli em escoamento real,

    deve-se corrigí-la, levando em conta a perda de carga, portanto tem-se:

    T h gz V  P 

     gz V  P 

      

     ++−

     

      

     ++ 2

    2

    221

    2

    11

    22   ρ  ρ   (9)

  • 8/18/2019 Bancada de Perda de Carga

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      21

    A perda de carga total, hT, é a somatória das perdas distribuídas hC ,atrito

    no escoamento com a parede do tubo, e as perdas localizadas hL, que provêm do

    tipo de entrada e dos acessórios como cotovelos, derivações em T, reduções, etc...

     LC T    hhh   +=   (10)

    3.9.2 Perdas Distribuídas ou Contínuas

    Para encontrar a perda distribuída hC em um regime laminar de escoamento

    completamente desenvolvido em um tubo horizontal, pode-se calcular analiticamente

    utilizando a equação,

    2

    642

     D

     L

     Rh

    e

    C   

      

     =   (11)

    No regime turbulento o cálculo de perda distribuída só é possível utilizando

    análise dimensional e dados empíricos, resultantes da análise dimensional tem-se:

     

      

     =  D

    e

     D

     L RV 

    he

    ,,2 φ   

    Com os valores retirados de experiências, mostram que a perda de carga

    está diretamente proporcional a L/D, e é multiplicada à velocidade média de

    escoamento por ½, para balancear a equação em relação à perda de carga e à

    energia cinética, portanto tem-se:

     

      

     =

     D

    e R

     D

     L

    he

    C  ,

    2

    1 2φ   

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      22

    O termo  

      

     

     D

    e Re ,φ   é desconhecido, porém, definido como o fator de atrito f 

    através de resultados experimentais publicado por L.F.Moody (Fox & Mc.Donald,

    2001), assim sendo, pode-se escrever a equação isolando hC. 

    2

    2V 

     D

     L f  hC   =   (12)

    Portanto, agora pode-se determinar a perda de carga para um escoamento

    completamente desenvolvido, determinando primeiramente o número de Reynolds

    Re através da eq. (3), o valor da razão entre rugosidade (e), tabela do apêndice 1 , e

    o diâmetro interno do tubo (D). Em seguida o valor do fator de atrito (f) é lido natabela do apêndice 2 através dos valores Re e da relação e/D.

    Conhecendo o valor f, pode-se calcular a perda de carga distribuída hC 

    aplicando a eq. (12).

    Outra forma de se obter o valor do fator de atrito (f), é através da equação

    de Muller: (Fox & Mc, 2001).

    2

    9,00 Re

    74,5

    7,3

    /

    log25,0

     

     

     

     

    +=

      De

     f     (13)

    3.9.3 Perdas Localizadas

    A perda de carga localizada é provocada em tubos quando da presença de

    acessórios do tipo, registro, conexões, curvas, válvulas e também variações na

    secção transversal, este tipo de perda é consideravelmente menor em relação à

    perda distribuída e pode ser calculada através da seguinte equação:

    2

    2V  K h L  =   (14)

  • 8/18/2019 Bancada de Perda de Carga

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      23

    Sendo K o coeficiente de perda, que varia de acessório para acessório e os

    seus valores são determinados experimentalmente. Alguns valores para K  podem

    ser vislumbrados na tabela do apêndice 3.

    A perda de carga localizada também pode ser calculada através datransformação de um acessório ou curvas em um comprimento equivalente (Le) de

    um tubo reto, ou seja, há uma correlação direta entre o coeficiente K e o coeficiente

    de atrito (f) multiplicado pela razão entre o comprimento equivalente e o diâmetro

    interno (D).

    2

    2V 

     D

     L f  h   e L =   (15)

    Dentre os principais agentes causadores de perda localizada, se destacam

    os tipos de entrada e saída, as expansões e contrações, curvas, válvulas e

    acessórios.

    •  Entrada e saída:  para que determinado projeto apresente um coeficiente de

    perda quase que desprezível na entrada, faz-se necessário um

    arredondamento, onde a relação entre o raio de arredondamento (r) e o

    diâmetro interno (D) seja ≥  0,15. Caso este valor não possa ser atendido é

    possível obter uma redução significativa para o coeficiente de perda

    aplicando-se ao menos um leve arredondamento.

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      24

    TABELA 1 – K PARA ENTRADAS DE TUBOS

    FONTE: FOX & MCDONALD

    •  Expansão e contração: para este tipo de perda decorrente da variação brusca

    de área, há muito pouco à se fazer. Uma das soluções aplicáveis é a

    utilização de um bocal ou difusor, onde há diversas variáveis geométricas

    envolvidas no dimensionamento do difusor para obter-se um ganho mais

    expressivo possível.

    TABELA 2 – K PARA MUDANÇAS DE ÀREA.

    FONTE: FOX & MCDONALD

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      25

    •  Curvas: a perda de carga em uma curva é significativamente maior do que a

    perda de carga distribuída em um tubo de mesmo comprimento. Para fins de

    cálculo do coeficiente de perda em uma curva é conveniente utilizar o

    comprimento equivalente através da razão entre o raio de curvatura (r) e o

    diâmetro interno (D) ou quando há uma curva de deflexão é utilizado o ângulo

    θ  para correlacionar com o valor do comprimento equivalente na tabela 3, a

    seguir:

    TABELA 3 – LE/D PARA CURVAS E COTOVELOS 90°

    FONTE: FOX & MCDONALD

    •  Válvulas e acessórios: Para determinar o coeficiente de perda em válvulas e

    acessórios, também pode-se aplicar o conceito de comprimento equivalente,

    que pode ser visualizado no apêndice 4 . 

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      26

    4 CONCEPÇÃO DA BANCADA

    Conforme resultado da pesquisa para elaboração da revisão bibliográfica, o

    modelo de bancada que mais se aproximou do objetivo proposto para este trabalho

    foi a bancada do laboratório de Mecânica dos fluidos da UFTPR (figura 7).

    O material a ser empregado nas linhas de tubulações será o PVC, devido ao

    seu baixo custo e uma possível correlação para cálculos de perda de carga em

    projetos na construção civil. Desta forma serão utilizados os diâmetros de ¾” e 40

    mm, devido sua grade aplicabilidade em construções de redes hidráulicas.

    Em relação à escolha dos tipos de acessórios serão utilizados

    aproximadamente 70% dos principais disponíveis em mercado comercial, dentre os

    quais é possível citar:

    •  Cotovelos e curvas de 90º;

    •  Redução 60°;

    •  Expansão 60°;

    •  Registro de esfera.

    A bancada será composta de sete linhas de tubulações, sendo quatro de

    diâmetro ¾”, uma de expansão ¾” para 40mm e redução de 40mm para ¾” e asduas ultimas linhas 40mm. Dentre as linhas de diâmetro ¾”, uma linha será sem

    acessórios, com objetivo de que o aluno possa comparar os diferentes valores de

    perda de carga em relação as outras linhas de mesmo diâmetro compostas de

    diferentes acessórios, para as linhas de 40mm será considerado o mesmo

    raciocínio.

    Todos as linhas terão pontos de tomada de pressão em suas extremidades,

    estes pontos serão ligados ao painel de coluna d`água, e através da diferença entre

    as colunas será possível calcular a perda de carga em cada linha.

    Para conhecer a velocidade do fluido na tubulação, empregar-se á técnica

    do tubo de Pitot, (equipamento disponível em laboratório) o qual deve ser montado

    em um tubo transparente facilitando o seu posicionamento paralelo ao fluxo do

    fluido.

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      27

    4.1 CROQUI DA BANCADA DE PERDA DE CARGA

    FIGURA 13 – CROQUI DA BANCADA LAB. MECFLU UNICENP 

    FONTE: OS AUTORES

    Linha 1

    Linha 2

    Linha 3

    Linha 4

    Linha 5

    Linha 6

    Linha 7

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      28

    4.2 BANCADA DE PERDA DE CARGA CONSTRUIDA

    FIGURA 14 – BANCADA LAB. MECFLU UNICENP 

    FONTE: OS AUTORES

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      29

    5 EXPERIMENTO

    Antes de iniciar a coleta dos dados, faz se necessário à obtenção da

    temperatura ambiente e a pressão atmosférica para cálculo da densidade do ar. De

    posse destes dados, deve-se conectar as mangueiras flexíveis na linha a ser medida

    e no tubo de Pitot, posicionado-o no centro do tubo e no sentido contrário ao fluxo do

    fluido.

    Em seguida estabiliza-se a rotação do ventilador em 60 u.m, para efetuar a

    leitura na coluna d`água referente ao Pitot, para calcular a velocidade do fluxo.

    Na seqüência realiza-se a leitura na segunda coluna que corresponde a

    linha a ser medida, para cálculo da perda de carga.

    A mesma seqüência deve ser aplicada para as medições das outras linhas,ou seja, para cada linha haverá um valor de velocidade diferenciado e conseqüente

    uma diferença na perda de carga.

    Após a coleta dos dados, aplica-se a seqüência de cálculos conforme

    descrito no sub-capítulo 5.2 para obtenção da perda de carga correspondente à

    cada linha.

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      30

    5.1 DADOS COLETADOS EXPERIMENTALMENTE

    TABELA 4 – DADOS COLETADOS

    FONTE: OS AUTORES

    5.2 DESCRITIVO DE CÁLCULOS

    Os cálculos serão apresentados para a linha 2, para o restante das linhassegue a mesma seqüência, portanto os valores estarão na tabela logo abaixo do

    desenvolvimento dos cálculos no qual foi utilizado o programa Excel para obter os

    resultados.

    Cálculo da Densidade do Ar (ρar  )

    patm = 89875,3 Pa

    R = 286,95 J/kmol.K

    M = 28,97 mol

    T = 290,15 K

    T  R

     M  P ar 

    .

    .= ρ 

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      31

    ρar = 1,0793 Kg / m3 

    Cálculo da Diferença de Pressão (∆p) para o Tubo de Pitot

    ΡH2O = 1000 Kg / m3 

    g = 9,81 m/s2

    ∆h = 3.10-3 m.c.a

    ∆p = 29,43 Pa

    Cálculo da Velocidade (V) para o Tubo de Pitot

    ∆p = 29,43 Pa

    ρar = 1,0793 Kg / m3 

    V = 7,38 m/s

    Cálculo da Velocidade (V) para o Linha 2

    VPitot . APitot = VLinha2 . A Linha2

    VLinha2 = 17,15 m/s 

    Cálculo de Perda de Carga Total (hT  ) – equação (10)

     LC T    hhh   +=  

    hC  - perda de carga contínua - equação (12)

    h g  p O H  Pitot    ∆=∆ ..2 ρ 

    ar 

     pV 

     ρ 

    ∆=

    .2

     V2.A2V1.A1=

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      32

    2

    2V 

     D

     L f  hC  =  

    L = 2,08 m

    D = 0,021 m

    V = 17,15 m/s

    f – fator de atrito adimensional – equação (13)

    2

    9,00Re

    74,5

    7,3

    /log25,0

     

      

     +=

      De f    

    e = 67.10-7 m - coeficiente de atrito do tubo PVC

    D = 0,021 m

    R e – Reynolds – parâmetro adimensional –equação (3)

    µ 

     ρ VL=Re  

    ρar = 1,0793 Kg / m3 

    V = 17,15 m/s

    L = 2,08 m

    µar  = 179,8.10-7 N.s/m2 

    Re = 2,16.104

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      33

    Com o número de Reynolds pode-se obter o fator de atrito ( f )

    aplicando a equação (13).

    f  = 0,026127

     Agora se pode calcular a perda de carga contínua ( hC  ) - equação (12)

    hC = 380,45 (m/s)2

    hL - perda de carga localizada - equação (14)

    2

    2

    V  K h L  =  

    V = 17,15 m/s

    K = 1,2 – coeficiente adimensional – apêndice 3 (para linha 2 – 8 joelhos de

    90°)

    hL = 1411,33 (m/s)2 

    Portanto a perda de carga total (hT   ) pode ser obtida através dasomatória do hc  e hL.

    hT  = 1791,78 (m/s)2 

    Para conhecer o ∆p real do sistema deve-se multiplicar o hT   por ρar. 

    ∆p = 1791,78 * 1,0793

     ∆p = 1,93 kPa

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      34

    5.2.1 Resultados dos Cálculos de Todas as Linhas da Bancada

    TABELA 5 – VALORES CALCULADOS 

    FONTE: OS AUTORES

    Conforme verifica-se na tabela acima, em todas as linhas onde há presença

    de acessórios, os resultados obtidos no cálculo de perda de carga (∆P) utilizando o

    fator K é sempre superior ao resultado utilizando Le/D. Esta diferença deve-se ao

    coeficiente de segurança já embutido pelos fabricantes de acessórios sobre o fator

    K.

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      35

    5.2.2 Gráfico Comparativo dos Resultados Teóricos x Práticos

    Para melhor visualização dos resultados práticos e teóricos contidos nas

    tabelas 4 e 5 respectivamente, apresenta-se o gráfico da figura 15.

    FIGURA 15 – GRÁFICO COMPARATIVO DOS RESULTADOS 

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    2,50

    L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7

    Linhas de perda de carga

       V  a   l  o  r  e  s   d  e  p  e  r   d  a   d

      e

      c  a  r  g  a

       (   k   P  a   )

    Experimental Calculado K Calculado Le/D 

    FONTE: OS AUTORES

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    6 CONCLUSÃO

    Este trabalho apresentou de maneira clara e objetiva todos os fundamentos

    teóricos que serviram de subsídio técnico para a construção de uma bancada de

    perda de carga para fins didáticos.

    Desta forma atinge-se o objetivo primário para o qual este estudo foi

    proposto. A partir desta bancada o docente poderá ministrar os conceitos de

    mecânica dos fluídos (perda de carga) e após propor aos alunos exercícios que

    serão resolvidos no laboratório de MecFlu, utilizando-se da bancada.

    Conseqüentemente possibilitando ao aluno uma visualização prática do

    fenômeno e consolidando o conceito.

    No que diz respeito ao objetivo secundário, a comparação do resultadoteórico com o resultado prático é apresentado na figura 15 de forma comparativa

    para cada linha da bancada. Com base neste comparativo, conclui-se que quando o

    cálculo é efetuado em função do coeficiente K, este leva um coeficiente de

    segurança adicional e por esta razão a curva se apresenta na parte superior em

    relação ao valor calculado “ideal” usando o Le/D.

    Com relação à curva dos valores experimentais, o que leva a mesma a

    posicionar-se acima da curva Le/D são as imperfeições geométricas ao longo da

    seção transversal da tubulação. Para a linha 4 não tem-se o mesmo resultado, poispara os acessórios(expansão e redução) aqui envolvidos, foi necessário a obtenção

    de Le/D a partir dos dados experimentais, devido as literaturas pesquisadas não os

    contemplarem.

    6.1 LIMITAÇÕES DO PROJETO

    •  A banca não pode ter alteração de layout, devido a mesma ser alimentada

    pelo ventilador do túnel de vento;•  Os melhores resultados para fins de cálculo são obtidos com a utilização do

    regulador de freqüência do ventilador, no range compreendido entre 50Hz à

    60Hz ;

    •  Para instalações futuras de novas linhas, a distância mínima entre os pontos

    de tomada de pressão deve no mínimo de dois metros;

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      37

    6.2 DIFICULADADES DO PROJETO

    •  Obtenção do valor da rugosidade para materiais PVC em literaturas, para

    suprir esta necessidade, foi realizada medição em laboratório.

    •  Encontrar o range adequado para o regulador de freqüência do ventilador do

    túnel de vento, e desta forma conseguir resultados representativos.

    6.3 OPORTUNIDADES DE MELHORIA

    •  Desenvolver um programa computacional para calcular a perda de carga nas

    linhas da bancada, utilizando linguagens como: LabVIEW, C++ e outros;

    •  Acrescentar novas linhas com perfis e materiais diferentes;•  Acrescentar uma linha com acessório para medição de velocidade, como

    placa de orifício e Venturi.

    •  Adaptar um ventilador com maior vazão, exclusivamente para a bancada.

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    APÊNDICE 1 – TABELA DE RUGIDADE PARA TUBOS DE METAIS

    Rugosidade ( e)

    Tubo Pés MilímetrosAço rebitado 0,003 – 0,03 0,9 – 9

    Concreto 0,001 – 0,01 0,3 – 3

    Madeira 0,0006 – 0,003 0,2 – 0,9

    Ferro fundido 0,00085 0,26

    Ferro galvanizado 0,0005 0,15

    Ferro fundido asfaltado 0,0004 0,12

    Aço comercial ou aço forjado 0,00015 0,046

    Trefilado 0,000005 0,0015FONTE: FOX & MCDONALD

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    APÊNDICE 2 – ÁBACO PARA DETERMINAR f

    FONTE: FOX & MCDONALD

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      40

    APÊNDICE 3 – TABELA COM VALORES DO COEFICIENTE “K ”

    Diam (galv – pol) 

    Diam (PVC – mm) 

    1/2

    15 

    3/4

    20 

    1

    25 

    11/4

    32 

    11/2

    40 

    2

    50 

    2 1/2

    60

    3

    75 

    4

    100

    5

    125

    6

    150

    Joelho 90º 

    0,4 

    1,1 

    0,6 

    1,2 

    0,7 

    1,5 

    0,9 

    2,0 

    1,1 

    3,2 

    1,4 

    3,4 

    1,7

    3,7

    2,1 

    3,9 

    2,8

    4,3

    3,7

    4,9

    4,3

    5,4

    Joelho 45º

    0,2 

    0,4 

    0,3 

    0,5 

    0,4 

    0,7 

    0,5 

    1,0 

    0,6 

    1,3 

    0,8 

    1,5 

    0,9

    1,7

    1,2 

    1,8 

    1,5

    1,9

    1,9

    2,4

    2,3

    2,6

    Curva 90º

    0,2 

    0,4 

    0,3 

    0,5 

    0,3 

    0,6 

    0,4 

    0,7 

    0,5 

    1,2 

    0,6 

    1,3 

    0,8

    1,4

    1,0 

    1,5 

    1,3

    1,6

    1,6

    1,9

    1,9

    2,1

    Curva 45º

    0,2 

    0,2 

    0,2 

    0,3 

    0,2 

    0,4 

    0,3 

    0,5 

    0,3 

    0,6 

    0,4 

    0,7 

    0,5

    0,8

    0,6 

    0,9 

    0,7

    1,0

    0,9

    1,1

    1,1

    1,2

    Tê fluxo direto

    0,3 

    0,7 

    0,4 

    0,8 

    0,5 

    0,9 

    0,7 

    1,5 

    0,9 

    2,2 

    1,1 

    2,3 

    10,3

    2,4

    1,6 

    2,5 

    2,1

    2,6

    2,7

    3,3

    3,4

    3,8

    Tê fluxo lateral

    1,0

    2,3 

    1,4

    2,4 

    1,7

    3,1 

    2,3

    4,6 

    2,8

    7,3 

    3,5

    7,6 

    4,3

    7,8

    5,2

    8,0 

    6,7

    8,3

    8,4

    10,0

    10,0

    11,1

    Tê fluxo bilateral

    1,0

    2,3 

    1,4

    2,4 

    1,7

    3,1 

    2,3

    4,6 

    2,8

    7,3 

    3,5

    7,6 

    4,3

    7,8

    5,2

    8,0 

    6,7

    8,3

    8,4

    10,0

    10,0

    11,1

    Saída de tubulação

    0,4

    0,8 

    0,5

    0,9 

    0,7

    1,3 

    0,9

    1,4 

    1,0

    3,2 

    1,5

    3,3 

    1,9

    3,5

    2,2

    3,7 

    3,2

    3,9

    4,0

    4,9

    5,0

    5,5

    Entrada de tanque s/ borda

    0,2

    0,3 

    0,2

    0,4 

    0,3

    0,5 

    0,4

    0,6 

    0,5

    1,0 

    0,7

    1,5 

    0,9

    1,6

    1,1

    2,0 

    1,6

    2,2

    2,0

    2,5

    2,5

    2,8

    Entrada de tanque c/ borda

    0,4

    0,9 

    0,5

    1,0 

    0,7

    1,2 

    0,9

    1,8 

    1,0

    2,3 

    1,5

    2,8 

    1,9

    3,3

    2,2

    3,7 

    3,2

    4,0

    4,0

    5,0

    5,0

    5,6

    Registro gaveta aberto

    0,1

    0,1 

    0,1

    0,2 

    0,2

    0,3 

    0,2

    0,4 

    0,3

    0,7 

    0,4

    0,8 

    0,4

    0,9

    0,5

    0,9 

    0,7

    1,0

    0,9

    1,1

    1,1

    1,2

    Registro globo aberto

    4,9

    11,1 

    6,7

    11,4 

    8,2

    15,0 

    11,3

    22,0 

    13,4

    35,8 

    17,4

    37,9 

    21,0

    38,0

    26,0

    40,0 

    34,0

    42,3

    43,0

    50,9

    51,0

    56,7

    Registro angular

    2,6 

    5,9 

    3,6

    6,1 

    4,6

    8,4 

    5,6

    10,5 

    6,7

    17,0 

    8,5

    18,5 

    10,0

    19,0

    13,0

    20,0 

    17,0

    22,1

    21,0

    26,2

    26,0

    28,9

    Válvula de pé e crivo3,68,1 

    5,69,5 

    7,313,3 

    10,015,5 

    11,618,3 

    14,023,7 

    17,025,0

    20,026,8 

    23,028,6

    30,037,4

    39,043,4

    Válvula de retenção leve

    1,1

    2,5 

    1,6

    2,7 

    2,1

    3,8 

    2,7

    4,9 

    3,2

    6,8 

    4,2

    7,1 

    5,2

    8,2

    6,3

    9,3 

    8,4

    10,4

    10,4

    12,5

    12,5

    13,9

    Válvula retenção pesada 

    1,6

    3,6 

    2,4

    4,1 

    3,2

    5,8 

    4,0

    7,4 

    4,8

    9,1 

    6,4

    10,8 

    8,1

    12,5

    9,7

    14,2 

    12,9

    16,0

    16,1

    19,2

    19,3

    21,4

    FONTE: WWW.MSPC.ENG.BR 

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      41

    APÊNDICE 4 – TABELA DE COMPRIMENTOS EQUIVALENTES

    Tipo de Acessório Comprimento equivalente,

    (L2/D)

    Válvulas (completamente abertas)Válvula gaveta 8

    Válvula globo 340

    Válvula angular 150

    Válvula de esfera 3

    Válvula de retenção: tipo globo 600

    : tipo angular 55

    Válvula de pé com crivo: disco guiado 420

    : disco articulado 75Cotovelo padrão: 90º 30

    : 45º 16

    Curva de retorno (180º), configuração curta 50

    T padrão : escoamento principal 20

    : escoamento lateral 60

    FONTE: FOX & MCDONALD

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      42

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    FOX, Robert & McDonald, Alan, Mecânica dos Fluidos. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC

    S.A, 2001.

    NMIBRASIL Ltda, Ensaios Mecânicos Conforme NBR14177 , disponível:

    http://www.nmibrasil.com.br_imagens_lab_lgd , [capturado em 23 de mar. 2006].

    UFLA, Perda de Carga em Conectores Utilizados em Sistemas de Irrigação

    Localizada, disponível: http://www.editora.ufla.br_revista_suple_2000_art20 ,

    [capturado em 16 de mar. 2006].

    UFSC, Bancadas de ensaios, disponível:

    http:// www.srv.emc.ufsc.br/labtermo/VPerda.html, [capturado em 16 de mar. 2006].

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      43

    DOCUMENTOS CONSULTADOS

    UTFPR, Bancada de Perda de Carga, visita ao laboratório de mecânica dos fluidos

    da Universidade Tecnológica Federal do Paraná no dia 03 de abril de 2006.

    Drapinski, Janusz. Elementos e Manutenção Hidráulica e pneumática industrial

    e móvel . São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979.

    Festo Didatic.  Análise e Montagem de Sistemas Pneumáticos. São Paulo: Festo

    Brasil, 1995.

    Stewart, Harry L & Vidal, Luiz Roberto de Godoi. Pneumática e Hidráulica. 3. ed.São Paulo: Hemus, 1981.