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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS UNIFAL- MG Projeto de Pesquisa Variabilidade citogenética de espécies de boldo com potencialidades medicinais utilizadas no sul de Minas Gerais. Estudante: Thaís Furtado Nani Orientador: Prof. Dr. Sandro Barbosa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

UNIFAL- MG

Projeto de Pesquisa

Variabilidade citogenética de espécies de boldo com potencialidades

medicinais utilizadas no sul de Minas Gerais.

Estudante: Thaís Furtado Nani

Orientador: Prof. Dr. Sandro Barbosa

Alfenas – MG

2007

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SUMÁRIO

Página

1 – RESUMO.................................................................................................. 03

2 – INTRODUÇÃO......................................................................................... 04

3 – REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 06

3.1 – Aspectos botânicos das espécies de boldo.......................................... 06

3.2 - Potencialidades medicinais das diferentes espécies de boldo.............. 07

3.3 - Citogenética do boldo............................................................................ 08

4 – JUSTIFICATIVA....................................................................................... 10

5 – OBJETIVOS............................................................................................. 10

6 – METODOLOGIA...................................................................................... 10

6.1 – Material Botânico................................................................................... 10

6.2 - Análise cromossômica através de técnica de coloração convencional. 11

6.3 - Análise morfométrica dos cromossomos............................................... 11

6.4 - Análise estatística................................................................................. 12

7 – RESULTADOS ESPERADOS................................................................ 13

8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 13

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1 – RESUMO

O uso de plantas medicinais no sul de Minas Gerais é um traço cultural

marcante e entre as muitas espécies utilizadas com potencialidades medicinais se

destacam os diferentes tipos de boldo. Existem pelo menos quatro espécies

denominadas indistintamente de boldo, o Plectranthus barbatus Andrews (Boldo-

Brasileiro) da família Lamiaceae, a Vernonia condensata Backer (Boldo-Baiano)

da família Asteraceae e o Peumus boldus Lyons (Boldo-do-Chile) que pertence à

família Monimiaceae. Praticamente todas estas plantas são utilizadas para os

mesmos fins, e por apresentarem sabor e aroma bem parecido, a população

acabou denominando todas elas de boldo. Dessas plantas já se conhece muito do

ponto de vista botânico-agronômico, morfofisiológico e fitoterápico, no entanto,

esses aspectos não são suficientes para elucidação de problemas taxonômicos ou

mesmo na reformulação de estudos filogenéticos. Assim sendo, a citogenética é

uma ferramenta ideal já que maioria desses parâmetros morfológicos ou

bioquímicos estão sujeitos à constantes alterações devido a variações de caráter

ambiental. Nesse sentido, esse trabalho tem por finalidade identificar e

caracterizar genótipos de espécies de boldo e seus complementos cromossômicos

visando contribuir com subsídios para a citotaxonomia, evolução cariotípica e

programas de melhoramento dessas espécies, bem como para que a introdução

dos genótipos de boldo no horto de plantas medicinais da UNIFAL-MG seja feita

com maior rigor descritivo.

Palavras chave: Boldo, citogenética, morfometria

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2 – INTRODUÇÃO

O uso de plantas medicinais no Brasil é uma alternativa para as pessoas

que possuem restrições de acesso à medicina tradicional. A medicina popular tem

sido usada no tratamento e na cura de enfermidades nas regiões mais pobres do

país bem como nas grandes cidades brasileiras. As plantas medicinais são

comercializadas em feiras livres, mercados populares e encontradas em quintais

residenciais. Esse tipo de cultura medicinal desperta o interesse de pesquisadores

em estudos envolvendo áreas multidiciplinares, como por exemplo, botânica,

farmacologia, fitoquímica, genética, entre outras, que associadas enriquecem os

conhecimentos sobre a inesgotável fonte medicinal natural (VIEIRA e SILVA,

2002).

Segundo Scheffer et al. (2007), o Brasil é muito rico no que se refere à

diversidade de espécies vegetais. Dentre as nativas, existem espécies que têm

um aspecto comercial importante e são consumidas em grande escala, seja no

mercado brasileiro como no exterior, esta lista inclui o guaraná (Paulinia cupana),

ipê-roxo (Tabebuia sp), catuaba (Trichilia catigua), pata-de-vaca (Bauhinia sp),

faveira (Dimorphandra mollis), entre outras. Algumas têm importância regional,

com consumo em menores proporções, sendo comercializadas em barracas de

raizeiros ou enviadas a centros urbanos regionais: carqueja-doce (Baccharis

articulata), marcela (Achyrocline satureioides), jatobá (Hymenea sp), guaco

(Mikania glomerata).

Várias espécies de plantas medicinais são exóticas e foram trazidas pelos

mais diversos imigrantes, em distintas épocas e seu uso foi gradativamente

incorporado pelas diversas etnias no Brasil, acabando por constituir-se em

espécies bastante utilizadas. Algumas espécies desse grupo são hoje importantes,

como a camomila (Chamomilla recutita), algumas hortelãs (Mentha sp.), o

manjericão (Ocimum basilicum) e o alecrim (Rosmarinus officinalis). Muitas

acabaram aclimatando-se bem em algumas regiões brasileiras, constituindo-se em

espécies ruderais, muito utilizadas por diversas populações, rurais ou urbanas.

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Na variabilidade genética de plantas medicinais, ressalta-se que as

variabilidades inter e intraespecíficas resultante da pressão ambiental nos diversos

biomas produzindo características que são muito importantes nos trabalhos de

conservação e citogenética, em especial nas populações cultivadas (SHARMA e

SHARMA, 1999). Essas diferenças ainda não estão suficientemente estudadas,

principalmente quando em nível intra-específico. A evolução dos estudos

botânicos e genéticos, onde são envolvidos estudos fitoquímicos, moleculares e

ambientais, tem resultado na proposição de alguns re-enquadramentos

taxonômicos .

A região Sul de Minas Gerais está entre os locais de ocupação mais antiga

do Brasil e seu histórico mostra que a economia local sempre se baseou na

exploração dos recursos naturais. O uso de plantas medicinais na região é um

traço cultural marcante e entre as muitas espécies utilizadas com potencialidades

medicinais se destacam os diferentes tipos de boldo.

Existem pelo menos quatro espécies denominadas indistintamente de

boldo, o Plectranthus barbatus Andrews (o Boldo-Brasileiro) da família Lamiaceae,

a Vernonia condensata Backer (o Boldo-Baiano) da família Asteraceae e o

Peumus boldus Lyons (Boldo-do-Chile) que pertence à família Monimiaceae

(JOLLY, 2002; LORENZI e MATOS, 2002). Praticamente todas estas plantas são

utilizadas para os mesmos fins, e por apresentarem sabor e aroma bem parecido,

a população acabou denominando todas elas de boldo.

Dessas plantas já se conhece muito do ponto de vista botânico-agronômico,

morfofisiológico e fitoterápico, no entanto, esses aspectos não são suficientes para

elucidação de problemas taxonômicos ou mesmo na reformulação de estudos

filogenéticos. Assim sendo, a citogenética é uma ferramenta ideal já que maioria

desses parâmetros morfológicos ou bioquímicos estão sujeitos à constantes

alterações devido a variações de caráter ambiental.

Nesse sentido, esse trabalho tem por finalidade identificar e caracterizar os

genótipos de espécies de boldo e seus complementos cromossômicos visando

contribuir com subsídios para a citotaxonomia, evolução cariotípica e programas

de melhoramento dessas espécies, bem como para que a introdução dos

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genótipos de boldo no horto de plantas medicinais da UNIFAL-MG seja feita com

maior rigor descritivo.

3 – REVISÃO DE LITERATUA

3.1 Aspectos botânicos das espécies de boldo

O uso de plantas medicinais na região sul de Minas Gerais é um traço

cultural marcante e entre as muitas espécies utilizadas com potencialidades

medicinais se destacam os diferentes tipos de boldos.

Existem pelo menos quatro espécies denominadas indistintamente de

boldo, o Plectranthus barbatus (o Boldo-Brasileiro) da família Lamiaceae, a

Vernonia condensata (Boldo-Baiano) da família Asteraceae e o Peumus boldus

(Boldo-do-Chile) que pertence à família Monimiaceae (JOLLY, 2002; LORENZI e

MATOS, 2002). Praticamente todas estas plantas são utilizadas para os mesmos

fins, e por apresentarem sabor e aroma bem parecido, a população acabou

denominando todas elas de boldo.

O Boldo-Brasileiro pertence à família Lamiaceae, Ordem Tubiflorae

(Lamiales), com atualmente 200 gêneros e 3200 espécies, subdividida em 7

subfamílias. Há cerca de 23 gêneros e 232 espécies nativas do Brasil. São

cosmopolitas, porém têm como centros de origem as regiões Mediterrâneas, o

Oriente Médio e as montanhas subtropicais (JOLLY, 2002).

Essa planta é muito utilizada popularmente com o nome de Boldo-da-Terra,

Falso-Boldo, Boldo-do-Reino, Malva-Santa, Boldo-Brasileiro, Boldo-Nacional,

Boldo-do-Jardim, com as sinonímias Coleus forskohlii (Willd.) Briq, e Coleus

barbatus (Andrews) Benth (LORENZI e MATOS, 2002). Trata-se de uma planta

perene, herbácea ou subarbustiva, aromática, ereta quando jovem e decumbente

após 1-2 anos, pouco ramificada, de até 1,5m de altura. Seu caule é pouco

resistente, seus ramos são grossos e semi-suculentos, tomentosos; verde-claro na

extremidade e de secção quadrangular; e pardo-claro e circulares na base.

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O Peumus boldus, conhecido como Boldo-do-Chile, é originário da região

dos Andes. É uma planta arbustiva, podendo alcançar até 6 metros de altura, mas

sendo encontrada na maioria das vezes com 2 ou 3 metros. Suas folhas são

coriáceas, de uma cor verde acinzentado, com presença de glândulas ricas em

óleo essencial de odor bem marcante, lembrando levemente a cânfora (LORENZI

e MATOS, 2002).

Vermonia condensata é outra espécie de boldo conhecida também como

Boldo-Baiano, Boldo-Japonês ou Aluman na região Nordeste do Brasil. É uma

espécie pertecente a família Asteraceae com origens na África tropical, Índia e

Ceilão. A morfologia da lâmina da folha desta planta é simples com uma forma

elíptica e ápice agudo, sua base cuneada e a margem dentada. Sua consistência

é membranosa e a superfície é pilosa. A folha é anfihipoestomática, na epiderme

são inseridos estômatos anomocíticos e tricomas. Na superfície adaxial o teste

padrão cuticular ocorreu enquanto os striaes e se viu somente em células

adjacentes às células-guarda ou na base do tricoma (CASTRO, 1995; JOLLY,

2002).

3.2 Potencialidades medicinais das diferentes espécies de boldo

Embora todas essas plantas sejam conhecidas como boldo elas são de

diferentes espécies e famílias além de possuir diferentes propriedades medicinais.

Medicinalmente, o P. barbatus é utilizado como antitóxicos do fígado, por

diminuir o volume e a acidez do suco gástrico, no tratamento do cálculo biliar,

depurativo, diurético, fungicida, antiinflamatório, antidiarréico, para insuficiência e

congestão hepática, cicatrizantes, calmante e fortificante do estômago, hoje está

sendo utilizado em cremes antirugas e para dor de ouvido (BOTSARIS, 1998),

citado por Silva, 2005. Suas raízes são fonte de Forskolina, uma importante droga

utilizada no tratamento do glaucoma, cardiopatias e asma. O Forskolina é um

diterpenóide do tipo labdano obtido pelo isolamento de suas raízes, seu emprego

estimula a adenil ciclase em muitos tecidos e inibe a formação de plaquetas,

possuindo propriedade inotrópica positiva (SOUZA e SHAH, 1988). Na Índia já se

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encontram relatos de cultivo da planta com o objetivo de se ter uma provisão dos

tubérculos de raízes para uso medicinal, e também de melhoramento genético

para aumentar o desenvolvimento e rendimento dessa substância nas espécies

cultivadas (ROBBERS et al. 1997; ALMEIDA e LEÔNICA, 2000).

Quanto á utilização medicinal de Peumus boldus, é empregado para dores

reumáticas e em casos de luxações e também é indicado para afecções do fígado

e da vesícula, cálculo biliar, cólica, diarréia, digestão, dispepsia, febre, fraqueza

orgânica, gota, hepatite, insônia, má-flatulência, previr icterícia, prisão de ventre,

problemas diuréticos, reumatismo, uréia. P. boldus é apresentado no mercado

brasileiro na formula de extrato fluido, tinturas, cápsulas e na forma de chá. Em

altas doses pode provocar vômitos, diarréias e alterações do sistema nervoso

(efeito narcótico). Pode ser abortivo e provocar hemorragias internas (LORENZI e

MATOS, 2002).

Vermonia condensata é utilizada para as mesmas indicações do boldo

verdadeiro, possui propriedades depurativas, diuréticas, antidiarreicas,

principalmente utilizado como antitóxico do fígado e propriedades cicatrizantes

(CASTRO, 1995).

3.3 Citogenética de boldo

Recentemente dentro da família Lamiaceae o gênero Coleus foi

incorporado ao gênero Plectranthus. Algumas espécies como Coleus barbatus

Benth e Coleus forsskohlii Briq são consideradas sinonímias de P. barbatus,

sendo que citogeneticamente há uma grande divergência quanto ao número de

cromossomos nessas espécies, pois pertencem a uma família que

cariotipicamente apresenta uma grande variação (MOORE, 1973; citado por

SILVA, 2005).

A literatura é confusa no que diz respeito a informações citogenéticas,

principalmente em plantas com propriedades medicinais que são espécies que

vem atraindo gradativamente o interesse de pesquisadores, principalmente os

brasileiros. As questões das sinonímias ainda são confusas e resolvidas pelo

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aspecto morfofisiológico da espécie. As informações citogenéticas são pouco

divulgadas o que representa uma dificuldade para o pesquisador. Na literatura

algumas informações citogenéticas, sobre espécies da família Lamiaceae, foram

encontradas (BRANDÃO, 2003).

Sobre o gênero Coleus e Plectranthus os números cromossômicos, variam

de acordo com a espécie e o pesquisador, muitas vezes, a mesma espécie chega

a apresentar números cromossômicos diferentes. Silva (2005) trabalhando com

uma população de P. barbatus do Horto de Plantas Medicinais da Universidade

Vale do Rio Verde (UninCor) verificou-se a ocorrência de citotipos com números

cromossômicos variando de 2n = 28, 2n = 30, 2n = 32 e 2n = 34 cromossomos. A

autora confirmou que o citotipo introduzido no horto, apresenta um cariótipo de 2n

= 2x = 28 cromossomos para o qual foram apresentadas as descrições do

complemento cromossômico e o idiograma. Os cromossomos foram classificados

como metacêntricos de acordo com a classificação de Levan et al. (1964) e

apenas os cromossomos 6, 21 e 26 foram classificados como submetacêntricos

de acordo com a classificação de Guerra (1988).

Para as demais espécies de boldo não foram encontradas na literatura

consultada informações sobre a descrição do complemento cromossômico. Neste

contexto comprova-se a importância do estudo citogenético tanto de plantas ainda

não estudadas como daquelas já analisadas. Apesar do Boldo-Brasileiro já

apresentar número cromossômico determinado, este fator não invalida a

realização de novas análises, pois há um grande número de informações sobre

número de cromossomos da literatura que está incorreto (GUERRA e SOUZA,

2002). Assim novos estudos sobre os complementos cromossômicos são

relevantes e necessários não só como meio de confirmação dos dados já

existentes, como para no futuro servirem de base para experimentos de

melhoramentos genéticos das espécies estudadas.

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4 – JUSTIFICATIVA

Da flora medicinal utilizada no sul de Minas Gerais quatro espécies são

denominadas indistintamente de boldo: Plectranthus barbatus (Boldo-Brasileiro) da

família Lamiaceae, Vernonia condensata (Boldo-Baiano) da família Asteraceae e

Peumus boldus (Boldo-do-Chile) que pertence à família Monimiaceae. Essas

espécies por apresentarem sabor e aroma bem parecidos e serem utilizadas para

os mesmos fins, a população acabou denominando todas elas de boldo. Essas

plantas apresentam características botânico-agronômicas, morfofisiológicas e

fitoterápicas amplamente descritas na literatura. Contudo, esses aspectos não são

suficientes para elucidação de problemas taxonômicos ou mesmo na reformulação

de estudos filogenéticos. Nesse sentido, a citogenética é uma ferramenta ideal já

que a maioria desses parâmetros morfológicos ou bioquímicos estão sujeitos à

constantes alterações devido a variações de caráter ambiental. Associado a essa

temática a descrição do complemento cromossômico das espécies de boldo ainda

é insipiente e carece de maiores investigações.

5 - OBJTIVOS

Identificar genótipos de Plectranthus barbatus, Peumus boldus e Vermonia

condensata e caracterizar seus complementos cromossômicos visando contribuir

com subsídios para a citotaxonomia e evolução cariotípica dessas espécies.

6 – METODOLOGIA

6.1 Material Botânico

Estacas e/ou sementes das três espécies citadas serão obtidas de três

populações a serem coletadas em localidades dos municípios da região ou serão

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obtidos em hortos de plantas medicinais da UNINCOR, UFLA ou da Embrapa

Recursos Genéticos - CENARGEN.

Os procedimentos experimentais serão realizados no Laboratório de plantas

medicinais do Departamento de Ciências Biológicas da Unifal-MG.

As análises citogenéticas mitóticas serão feitas a partir da observação de

células meristemáticas de pontas de raízes, obtidas da germinação de sementes

ou do enraizamento de estacas das populações obtidas, conforme descrito Guerra

e Souza (2002) e Peñaloza et al. (2005).

Serão realizadas as seguintes análises:

6.2 Análise cromossômica através de técnica de coloração convencional

As radículas serão coletadas e preparadas segundo metodologias a serem

adaptadas de Barbosa et al. (2003) e Peñaloza et al. (2005).

Pré-tratamento com solução de ciclohexamida 25 mg/L e hidroxiquinoleína

300 mg/L (1:1) por 2:45 horas; fixação em solução de Carnoy (etanol: ácido

acético glacial - 3:1); maceração enzimática em solução de pectinase (20%) /

celulase (2%), seguida de hidrólise em HCl 1N, a 60ºC por 8 minutos e coloração

com reativo de Schiff ou GIENSA; extração e fragmentação do meristema, sob um

microscópio estereoscópio; montagem da lâmina por esmagamento e fixação da

lamínula em Entellan.

As radículas, após o pré-tratamento e a fixação, poderão ser armazenadas

em Carnoy e estocadas em freezer, para posterior utilização.

6.3 Análise morfométrica dos cromossomos

As melhores fotomicrografias serão selecionadas e digitalizadas. As

imagens digitalizadas serão analisadas utilizando software Jandel Sigma Scan

Pro v. 2,0. As mensurações dos cromossomos, obtidas pelo processo de análise

de imagem, serão determinadas pela média de oito avaliações, utilizando-se os

recursos do programa citado.

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Os índices derivados das mensurações dos cromossomos serão os

seguintes: comprimento do braço maior: BL; comprimento do braço menor: BC;

comprimento total do cromossomo i: Cti = BL + BC; relação de braços: RB = BL /

BC; comprimento total do lote diplóide: CTLD = Cti; comprimento relativo: CR =

Cti/CTLH x 100; índice centromérico: ic = BC x 100/ Cti.

Com estes dados será feita a identificação dos pares homólogos em cada

metáfase. Uma vez identificados os cromossomos, serão calculadas as médias

dos valores de relação de braços (RB) e de comprimento relativo (CR). Os

cromossomos serão organizados e numerados em ordem decrescente e

representados na forma de idiograma. Os dados cariotípicos de cada célula serão

analisados para cada um dos cromossomos do complemento, com exceção do

comprimento total do lote haplóide que envolve todos os cromossomos.

A classificação morfológica dos cromossomos será feita de acordo com a

nomenclatura de Levan, Fredga e Souberg (1964), baseada na relação de braços.

6.4 Análise estatística

Será feita análise de variância para detectar a existência de variação para o

comprimento total dos complementos cromossômicos entre os espécimes

coletados das populações obtidas nas diferentes localidades de coleta nos

municípios ou dos hortos. O delineamento experimental utilizado será o

inteiramente casualizado.

A comparação entre os acessos será feita utilizando-se o teste de Scott-

Knott (1974), adotando-se o nível de significância de 5%.

As análises serão realizadas utilizando softwere adequado e disponível na

UNIFAL-MG.

7 – RESULTADOS ESPERADOS

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Espera-se com o desenvolvimento desse trabalho obter a cariotipagem das

espécies de Plectranthus barbatus (Boldo-Brasileiro), Vernonia condensata

(Boldo-Baiano) e Peumus boldus (Boldo-do-Chile) que pertence à família

Monimiaceae. A cariotipagem e o estudo do comportamento do complemento

cromossômico dessas espécies poderão vir a ser utilizadas na elucidação de

problemas taxonômicos e na compreensão da evolução cariotípica dessas

espécies.

Associada a essa expectativa, espera-se ainda que esse trabalho possa

conferir a estudante uma oportunidade de treinamento e amadurecimento

profissional na área da genética vegetal ampliando a sua visão de mundo a

respeito da Ciência e das questões conservacionistas da flora medicinal brasileira.

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 16: barbosa_sandro_1042_2007_Projeto_Citog_ de espécies de Boldo

Prof. Dr. Sandro BarbosaOrientador

Com ciência do líder do Grupo de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular

Prof. Dra. Cibele Marli Cação Paiva GouvêaLíder do Grupo de Pesquisa

Genética e Biologia Molecular

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CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Atividades desenvolvidas 2007 2008Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul

Revisão de literatura X X X XColeta ou obtenção do material botânico

X X X X

Enraizamento das estacas e sementes

X X X X

Pré-tratamentos utilizando bloqueadores do ciclo celular e antimitóticos

X X X X X X

Confecção das preparações citogenéticas

X X X X X X

Análises das lâminas X X X X X X X X XDigitalização das melhores metafases

X X X X X X X X X

Construção dos cariótipos X XAnálise cariotípica das espécies de boldo

X X

Redação de artigos científicos X X

17

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ORÇAMENTO DO MATERIAL DE CONSUMO

Item Unid. Qt. PreçoUnit.

Total Justificativa

Ácido clorídrico L 1ud 11,50 11,50 Utilizado na HidróliseÁlcool etílico absoluto L 3ud 8,90 26,70 Para fixação de tecidosÁcido acético glacial L 1ud 16,50 16,50 Fixação e preparo de lâminas Colchicina g 1 ud 327,00 327,00 Bloqueador do ciclo celularLâmina de vidro cx 6ud 3,60 21,60 Preparação citológica e citogenéticaLamínula de vidro (24 x 24 mm)

cx 10ud 5,60 50,60 Preparação citológica e citogenética

Papel filtro (10cm de diâmetro)

cx 1ud 5,10 5,10Utilizado na germinação das sementes e na preparação citológica e citogenética

Placa de Petri cx 2ud 45,00 90,00 Germinação de sementesPipeta 5 mL de vidro graduada 1/10

un 5 ud 5,00 25,00 Rotina laboratorial

Giemsa (corante) un 2 ud 198,00 396,00 Coloração das preparações citogenéticasReativo de Schiff (corante)

un 1ud 170,00 170,00 Coloração das preparações citogenéticas

TOTAL 1140,00

Fonte de recursos: verba cedida aos grupos de pesquisa e contrapartida do laboratório de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

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Page 19: barbosa_sandro_1042_2007_Projeto_Citog_ de espécies de Boldo

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DA ESTUDANTE

Atividades desenvolvidas 2007 2008Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul

Revisão de literatura X X X XColeta ou obtenção do material botânico

X X X X

Enraizamento das estacas e sementes

X X X X

Pré-tratamentos utilizando bloqueadores do ciclo celular e antimitóticos

X X X X X X

Confecção das preparações citogenéticas

X X X X X X

Análises das lâminas X X X X X X X X XDigitalização das melhores metafases

X X X X X X X X X

Construção dos cariótipos X XAnálise cariotípica das espécies de boldo

X X

Redação de relatório parcial XRedação de relatório de férias XRedação de relatório final XRedação de artigos científicos X X

A bolsista será responsável pela apresentação dos dados e de seminários

nas reuniões quinzenais realizadas pelo grupo de pesquisa. Será responsável pela

análise dos dados e redação do relatório, em conjunto com o orientador.

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Page 20: barbosa_sandro_1042_2007_Projeto_Citog_ de espécies de Boldo

TERMO DE COMPROMISSO DO ORIENTADOR

Comprometo-me a orientar a aluna Thaís Furtado Nani no desenvolvimento do

projeto: “Variabilidade citogenética de espécies de boldo com

potencialidades medicinais utilizadas no sul de Minas Gerais.” e saliento que

existem as condições para a execução do projeto.

Prof. Dr. Sandro BarbosaOrientador

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Page 21: barbosa_sandro_1042_2007_Projeto_Citog_ de espécies de Boldo

DECLARAÇÃO DO ORIENTADOR DE CIÊNCIA

DAS NORMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Declaro, para os devidos fins, que estou ciente das normas de iniciação

científica constantes no edital PRPGP 001/2007 – ABERTURA DE INSCRIÇÕES

AOS PROGRAMAS INSTITUCIONAIS DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

– PIBIC / CNPQ e PROBIC / UNIFAL-MG.

Por ser expressão da verdade firmo a presente declaração

Prof. Dr. Sandro BarbosaOrientador

Alfenas, 26 de abril de 2007.

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Page 22: barbosa_sandro_1042_2007_Projeto_Citog_ de espécies de Boldo

TERMO DE COMPROMISSO DO ALUNO

Eu, Thaís Furtado Nani, comprometo-me a realizar as atividades

propostas no cronograma apresentado para o presente projeto de iniciação

científica, na UNIFAL-MG sob orientação do Prof. Dr. Sandro Barbosa.

Comprometo a dedicar-me integralmente às atividades acadêmicas e de

pesquisa presentes no referido projeto.

Thaís Furtado Nani

Alfenas, 26 de abril de 2007.

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Page 23: barbosa_sandro_1042_2007_Projeto_Citog_ de espécies de Boldo

DECLARAÇÃO DO ALUNO QUE NÃO É BENEFICIÁRIO DE

NENHUM OUTRO TIPO DE BOLSA

Declaro, para os devidos fins, que não sou beneficiária de nenhum outro tipo

de bolsa, não possuo vínculo empregatício e não realizo estágio remunerado.

Por ser expressão da verdade firmo a presente declaração,

Thaís Furtado Nani

Alfenas, 26 de abril de 2007.

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Page 24: barbosa_sandro_1042_2007_Projeto_Citog_ de espécies de Boldo

DECLARAÇÃO DA ALUNA DE CIÊNCIA

DAS NORMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Declaro, para os devidos fins, que estou ciente das normas de iniciação

científica constantes no edital PRPGP 001/2007 – ABERTURA DE INSCRIÇÕES

AOS PROGRAMAS INSTITUCIONAIS DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

– PIBIC / CNPQ e PROBIC / UNIFAL-MG.

Por ser expressão da verdade firmo a presente declaração

Thaís Furtado Nani

Alfenas, 26 de abril de 2007.

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