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Barreiro-Trincheira: Alternativa de fartura e renda para família no semiárido Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8•nº1814 Junho/2014 Imaculada Acordar cedinho para cuidar dos canteiros não é um sacrifício para os agricultores Alaô Vicente e Severina Serafim (Teita), na comunidade Glória, em Imaculada-PB. A grande variedade de legumes e vegetais que crescem na lavoura é digna de orgulho para o casal e representa a melhoria da qualidade de vida da família e uma importante fonte de renda. Alaô sempre gostou de cultivar hortas, e conta com a ajuda de sua esposa e seus filhos, Anderson, Raila e Rávila. Ele viu a produção crescer ainda mais após a construção de um Barreiro-Trincheira em sua propriedade, através do Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido-Segurança e Soberania Alimentar através do manejo sustentável da terra e das águas (P1+2), executado pelo Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS). Com a construção do barreiro, a família passou a ter acesso a uma quantidade maior de água, o que possibilitou aumentar a produção de mais canteiros. A irrigação é feita através de de um motor e canos que leva a água, até as hortas. Com o aumento da produção parte das hortaliças passou a ser comercializada e representa um importante complemento na renda da família. Uma vez por semana, o casal colhe os vegetais, legumes e frutas e leva para três escolas do município de Imaculada-PB, onde são utilizadas na merenda escolar. A produção também é vendida em feiras e nas residências, no município de Santa Terezinha-PE.

Barreiro Trincheira: Alternativa de fartura e renda para família no Semiárido

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Boletim de sistematização da experiência dos agricultores Alaô Vicente e Teita, na comunidade Glória, em Imaculada-PB. Eles viram sua produção de hortaliças crescer significativamente, após a construção de um Barreiro Trincheira em sua propriedade.

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Barreiro -Trincheira: Alternativa de fartura e renda para família no semiárido

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1814

Junho/2014

Imaculada

Acordar cedinho para cuidar dos canteiros não é um sacrifício para os agricultores Alaô Vicente e Severina Serafim (Teita), na comunidade Glória, em Imaculada-PB. A grande variedade de legumes e vegetais que crescem na lavoura é digna de orgulho para o casal e representa a melhoria da qualidade de vida da família e uma importante fonte de renda.

Alaô sempre gostou de cultivar hortas, e conta com a ajuda de sua esposa e seus filhos, Anderson, Raila e Rávila. Ele viu a produção crescer ainda mais após a construção de um Barreiro-Trincheira em sua propriedade, através do Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido-Segurança e Soberania Alimentar através do manejo sustentável da terra e das águas (P1+2), executado pelo Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS).

Com a construção do barreiro, a família passou a ter acesso a uma quantidade maior de água, o que possibilitou aumentar a produção de mais canteiros. A irrigação é feita através de de um motor e canos que leva a água, até as hortas. Com o aumento da produção parte das hortaliças passou a ser comercializada e representa um importante complemento na renda da família. Uma vez por semana, o casal colhe os vegetais, legumes e frutas e leva para três escolas do município de Imaculada-PB, onde são utilizadas na merenda escolar. A produção também é vendida em feiras e nas residências, no município de Santa Terezinha-PE.

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Boletim Informativo do Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba

Realização Apoio

“Uma coisa que eu aprendi foi lidar com a terra. Quando chegava aqui, que eu ia ajeitar essa terra, eu ia roçar o mato e queimar, hoje eu boto o mato fora, deixo num cantinho, pois já vai servir de estrume para a terra. O coentro, quando a gente planta, a gente cobre com o mato, aí aquele mato solta as folhas na terra e já vai servir de adubo para a terra”, explica.

Solidariedade entre as famílias enriquece a produção na comunidade

Alaô e Teita utilizam um inteligente sistema de produção de mudas, elas são cultivadas em pequenos recipientes até estarem no tamanho adequado para serem plantadas nos canteiros. Essa prática ajuda a manter uma produção dinâmica de hortaliças e o uso sustentável do solo. Os principais alimentos cultivados são: alface, cebolinha, pimentão, maracujá, acerola, melancia e jerimum.

Essa dinâmica também fortalece a relação entre as famílias da comunidade. Quando uma família produz determinado legume ou vegetal e a outra não, elas costumam fazer a troca de mudas; esse gesto de solidariedade faz com que todos possam ter fartura de alimentos em suas propriedades. “As vezes você tem uma plantação, e o seu vizinho não tem, você troca; você vai lá, o vizinho tem macaxeira, você traz”, conta Teita.

Alaô dedica grande parte de seu tempo às hortas, para ele, a produção requer total empenho e atenção. Ele conta que também possui uma roça, onde são cultivados milho e feijão e para suprir toda demanda de trabalho precisou contratar trabalhadores. Apesar disso, a produção não para de crescer, seu maior sonho é ter água o suficiente para cultivar um plantio de acerola em sua propriedade.

Assim como muitos agricultores, Alaô costumava limpar o terreno para o plantio de hortaliças, queimando a vegetação existente no local.

Durante visitas de intercâmbio, promovidas pelo CEPFS e apoiadas pelo Programa P1+2, ele observou experiências em outras comunidades e aprendeu a utilizar a vegetação como adubo e proteção para o solo.