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Batalha contra o silêncio Luta contra preconceito e mitos da Surdez

Batalha contra o silêncio

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Projecto final de Design de Comunicação

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Batalha contra o silêncioLuta contra preconceito e mitos da Surdez

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Editora/Designer: Liliana Martins nº39342Curso: Licenciatura - Design de ComunicaçãoEstabelecimento:Universidade do Algarve Escola Superior de Educação e Comunicação

Batalha contra o silêncioLuta contra preconceito e mitos da Surdez

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Índice

Introdução

Formas de comunicação

Mitos sobre a surdez

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Conselhos e informações

Graus de perda auditiva

Soluções para melhor ouvir

Aparelhos auditivos

Tipos de aparelho

Implante coclear

Simulações

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Introdução

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O ruído já faz parte do nosso dia-a-dia. E isso inicia-se cada vez mais cedo. Caso necessite de incubadora, o bebê ficará ex-posto a níveis de pressão sonora de aproximadamente 61dB*, que podem atingir até 130 ou 140dB.Quando for para casa terá ao seu redor brinquedos que podem atingir 100dB e eletrodomésticos que produzem ruídos de seme-lhante intensidade. Na escola, o ruído pode atingir até 94,3dB com a média 70dB. Quando se tornar um adolescente, serão agregados a essa exposição os seus hábitos de lazer (motorizada, discoteca, walk-man) e o ruído urbano. Ao entrar na fase adulta, esse indivíduo poderá passar 8 a 12 horas por dia, em média, exposto a elevados níveis de pressão sonora no seu ambiente de trabalho.Esse estilo de vida, nem sempre opcional, leva à incorporação do ruí-do às nossas vidas, como se fosse algo natural e, portanto, inofensivo.

*Decibel (abreviatura dB) - unidade usada para medir a intensidade de um som.8

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A maioria das pessoas não tem noção do impacto da intensidade dos ruídos a que somos expostos, ao longo da nossa vida, nem dos seus efeitos a nível da saúde.

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Há mais de 500 milhões de pessoas com uma perda auditiva no mundo. Para o ano de 2015 há uma estimativa que esse número suba para 700 milhões. A razão para esse aumento deve-se ao facto de estarmos expostos a uma quantidade gran-de de ruídos ao nosso redor.

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Não é apenas um problema relacionado com a terceira idade. 50% das pessoas com perda auditiva estão abaixo dos 65 anos de idade e muitas são crianças e adolescentes.

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Mitos sobre

a Surdez

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1. “Para é que lhe falo se ele não me ouve?”Independemente de ouvir ou não, a pessoa precisa sempre de viver num clima de comunicação, tanto oral como não oral, o mais natural e feliz.

2.Quem usa aparelho auditivo ouve tão bem como qualquer pessoa ouvinte.O uso do aparelho permite ouvir melhor a linguagem oral mas não significa que assim passe a ter uma audição perfeita.

3. Um surdo quando fala, entende e satisfaz assim as suas neces-sidades de pessoa que comunica.Quando um surdo nem sempre manipula totalmente o processo da palavra, não é só através dela que se expressará da forma mais completa e satisfará as suas necessidades de comunicação.

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Toda a gente, apesar do facto de ouvir ou não, precisa de ser estimulado por um clima de comunicação, para desenvolver as suas competências a nível social.

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4. Não escutam nada, ou escutam quando querem.Todos os surdos podem escutar algum tipo de som. A maioria ouve sons de forte intensidade e graves (trovão, porta a bater). O surdo responde a sons e outras não, fazendo com que o ouvinte pense que “escutam quando querem” deve-se a alguns fatores: a distância da emissão do som, a frequência da voz da pessoa que fala, o tipo de som (grave/agudo), a intensidade do som (forte/fraco) e também, o nível de atenção do surdo ao som emitido.

5. Têm um excelente poder de atenção e concentração, e não dispersam.Atenção e concentração também não são habilidades inerentes à condição de surdez. Na realidade os índices de atenção e concentra-ção da pessoa surda apresentam-se no mesmo padrão encontrado em pessoas ouvintes. Os ouvintes se equivocam nessa questão, ao acreditar que uma pessoa surda pode muitas vezes trabalhar em am-bientes ruidosos, sem se dispersar da atividade que estão desen-volvendo-se. Não se pode, entretanto, esquecer, que a experiência tem revelado que outros estímulos, não sonoros, também podem provocar a dispersão da atenção da pessoa surda.

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A maioria dos surdos, consegue ouvir sons de maior intensidade, como um trovão. Alguns factores contribuem, ou não, para ouvir melhor. Isso faz com que os ou-vintes fiquem com a ideia de que os surdos ouvem simplesmente quando lhes apetece.

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6.Todos os surdos fazem facilmente a leitura labial. Não é fácil fazer leitura labial. É necessário fazer-se uma aprendi-zagem e a pessoa que fala tem de ser muito clara e evitar exageros de dicção.

7. As pessoas surdas que falam mal (ou não falam,) são intelectu-almente menos desenvolvidas que as ouvintes.Não se deve confundir domínio da linguagem oral com domínio de pensamento. O surdo não é obrigatoriamente uma pessoa com desenvolvimento intelectual afectado.

8. São surdo-mudosNão é correto dizer que alguém é surdo-mudo. As pessoas surdas apresentam condições físicas e fisiológicas necessárias para falar. Algumas não falam porque não foram ensinadas, outras porque acham que a língua favorece a efetivação e a agilidade na comuni-cação, e outras ainda por opção.

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O facto de alguém ter dificuldades na fala, não significa que tenha menos capacidade intelectual. É igual às outras tirando o facto de não ouvir bem e atrapalhar-se um pouco quando fala.

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Formas de

comunicação

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Esta é talvez a linguagem que mais facilita a comunicação entre quem ouve bem e quem não ouve tão bem. Hoje em dia com a evolução da tecnologia e o crescimento da internet há inúmeras escolhas para comunicar: e-mail, SMS, redes sociais, etc. Também diariamente a informação escrita facilita muito a vida a quem tem problemas de audição, seja a ver filmes legendados, um programa com legenda de teletexto até às placas dos autocarros com o nome do destino ou às caixas registadoras com o total.

A internet permitiu que a comunicação se tornasse mais rápida e fácil.

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A Língua Gestual é a forma pela qual comunicam pessoas que não conseguem verbalizar sons e/ou não conseguem ouvir. Com treino, podem conseguir verbalizar palavras. As pessoas que usam a Língua Gestual nem sempre são surdas. Há quem aprenda por gosto ou para comunicar melhor com um amigo ou familiar que se expresse por gestos. É uma língua com todas as características de qualquer outra língua, possui: vocabulário; alfabeto; gramática. No entanto não é igual em todos os países, há diferentes línguas gestuais. A de Portugal chama-se Língua Gestual Portuguesa.

Embora muita gente diga lingua-gem gestual, o termo correcto é : língua gestual.

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Geralmente ao comunicar utilizámos dois processos: o verbal e o não verbal. A surdez congénita e pré-verbal (antes do bébé começar a falar) pode bloquear o desenvolvimento da lingua-gem verbal, mas não impede o desenvolvimento dos processos não-verbais. A fase de zero a cinco anos de idade é decisiva para a formação psíquica do ser humano, uma vez que começa a de-senvolver a personalidade, e a falta da troca falar-ouvir traz para o surdo prejuízos ao seu desenvolvimento. As crianças são capazes de deduzir as regras gerais e regularizar os mecanismos de uma conjugação verbal, por exemplo. Dessa forma, utilizam as formas “eu fazi”, “eu di” enquadrando-os nos verbos regulares: eu corri, eu comi. As crianças sem proble-mas de audição e também um grande número de crianças “com necessidades especiais” aprendem a língua de uma forma seme-lhante e num mesmo espaço de tempo.

A surdez congénita pode impedir o desenvolvimento da linguagem verbal.

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No entanto, não se podem esquecer as diferenças individuais. Essas são encontradas nos tipos de palavras que as crianças pronunciam primeiro. Algumas emitem nomes de coisas, enquanto outras, evitando substantivos, preferem exclamações. Outras, ainda, expressam automaticamente os elementos ditos pelos mais velhos. Há crianças, no entanto, que apresentam dificuldades na adquirição da linguagem. Às vezes, a dificul-dade aparece, principalmente, no que se refere à percepção e à distinção auditiva, o que traz alteração à compreensão da linguagem.

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Quando não há a presença da palavra comunicamos através de códigos. Podemos decifrar mensagens a partir de ima-gens, ou até de sinais de trânsito. Sabemos que o verde é para avançar, o vermelho para parar e o amarelo para prosseguir com cuidado. Quem tem problemas de audição enquanto conversa com outra pessoa, ao observar a sua linguagem corporal recebe informações que ajudam a compreen-der mesmo que não perceba o que foi dito. A pessoa pode expressar corporalmente diversas manifestações de atenção, agrado ou desagrado. Os bocejos, o olhar vago e distante, os olhos que se fecham, a expressão de duvida, tristeza ou alegria são indícios significativos para quem quer receber uma mensagem. A própria postura e expres-sões dão pistas sobre o tipo de conversa, se a pessoa estiver animada e a rir, provavelmente está a contar uma piada. A língua gestual também é uma forma de comunicação não verbal. Comunica-se com gestos das mãos e dedos. Se a outra pessoa não entende o código, a comunicação não se realiza.

Na linguagem não verbal utilizam-se outros có-digos para comunicar, como sinais de trânsito ou expressão corporal.

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Fazer leitura labial, signfica ler os movimentos dos lábios. Perce-ber o que a pessoa diz através das posições da sua boca. A leitura labial não é uma habilidade natural. Precisa de ser ensi-nada, como se ensina a ler e a escrever. De certa forma, todos ao aprendermos o alfabeto na escola praticámos leitura labial, pois temos mexer os lábios da maneira mais correcta para fazer o som certo das letras e para isso temos de olhar para os lábios do(a) professor(a). Poucas pessoas surdas fazem uma boa leitura labial. Especialmente porque a pessoa ouvinte, ao comunicar com um surdo, esquece-se da deficiência, vira-se para os lados ou usa bigode e isso atrapalha a visibilidade da boca do falante. A maioria faz o que se chama leitura da fala (visualização de toda a fisionomia da pessoa que fala, incluindo a expressão e gestos espontâneos). Isto produz alguns problemas na comunicação. Uma minoria não consegue fazer nenhuma dessas leituras e só comunica através de sinais.

Quando nos ensinam o alfabeto e a pronunciar as letras, de certa forma acabámos por fazer leitura labial.

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Conselhos e

informações

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Se alguém tem perda auditiva, as estratégias abaixo podem ajudá-lo a comunicar melhor:

- Ser direto. Contar às outras pessoas que possui perda auditiva e deixar elas saberem qual a melhor forma de comunicar-se com você (falar devagar, olhar para ela enquanto falam, etc.).- Deixar as pessoas saberem que tem perda auditiva, assim elas não vão pensar que está ignorando-as caso não responda. Fazer com que peçam a sua atenção e depois repitam a pergunta. Colocar os barulhos de fundo no mínimo. Por exemplo, abaixar a TV ou o rádio, evitar ventiladores ou água corrente durante as conversas.- Mover-se para mais perto do interlocutor. Em grandes grupos, tentar posicionar-se ao centro. Em locais com muitas pessoas, como uma igreja ou palestras, sentar-se na fila da frente.

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Contar às pessoas que tem per-da de audição, é um dos grandes passos para uma melhor comunicação.

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- Utilizar equipamentos para suporte a audição se disponíveis.- Praticar a leitura labial. Isto envolve mais do que a leitura de lábios e inclusive ver a expressão facial e corporal.- Ver TV sem som para praticar a leitura labial.- Posicionar-se de modo que possa ver o interlocutor. Ouvir as palavras-chave do contexto. Normalmente não é necessário ouvir cada palavra para compreender a conversa.- Ouvir as variações da voz de quem fala. Uma entoação crescen-te normalmente significa uma pergunta que uma pergunta foi feita. Pedir às pessoas que se repitam caso não entenda o que foi dito.

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Outras estratégias para comunicar melhor com quem tem perda auditiva:

- Diga que não se importa de repetir ou até mesmo de falar mais devagar. Afinal até quem ouve bem, por vezes pede para repetir vezes sem conta, porque não percebeu o que lhe dizeram.- Pergunte à pessoa qual a melhor forma de comunicar em sitios barulhentos, por exemplo através de linguagem labial - fale de frente para a pessoa, de forma a que ela consiga ler os seus lá-bios, escreva num papel, no telemóvel ou comunique por gestos.- Utilize gestos – imagine que precisa de uma tesoura, por vezes enquanto faz uma pergunta se reforçá-la com gestos, pode faci-litar a compreensão se não percebeu o que foi dito olha para a mão, neste caso vê o gesto da tesoura a abrir e fechar e associa à pergunta: Tens uma tesoura que me emprestes?

?Para os ouvintes a melhor solu-ção é perguntar qual a melhor forma de comunicar com a pessoa com perda auditiva consoante o contexto em que se encontram e o seu tipo de surdez.

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- Se houver alguma coisa sobre surdez que não compreende bem, esclareça com a pessoa. Ninguém melhor do que ela para lhe explicar.- Evite gritar ou falar demasiado depressa. Em certos graus de perda auditiva, isto não ajuda pois a dificuldade da pessoa está em PERCEBER e não em OUVIR. Fale com calma e num tom que a pessoa o perceba.- Certifique-se de que a pessoa está mesmo a ouvi-lo. Algumas pes-soas não avisam quando não percebem e ganham o hábito de res-ponder a primeira coisa que lhes vem à cabeça: Sim, não, talvez… -Tenha paciência para repetir. Há dias melhores e piores, em que a pessoa entenderá melhor e outras em que terá de repetir mais vezes.

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Entre os dois extremos “ouvir bem” e “não ouvir nada”, há muitos graus de diminuição de capacidade auditiva. Os termos usados para descrever o grau de perda auditiva são: leve, moderada, severa e profunda. A maior parte se trata de “leve a moderada”. Como já foi dito anteriormente todos os tipos de perda auditiva são classificados em graus: leve, moderado, severo ou profundo. Leve a moderado são os graus mais comuns de perda auditiva.

- Perda auditiva leve: incapacidade de ouvir sons suaves, dificulda-de em compreender a fala com clareza em ambientes com ruído, mas é bem entendida em ambientes silenciosos.

- Perda auditiva moderada: incapacidade de ouvir sons suaves a moderadamente altos, dificuldade considerável em compreender a fala, principalmente com presença de ruído de fundo. Coloca o volume alto para entender TV ou rádio. Pode ser necessário usar aparelho auditivo

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- Perda auditiva severa: alguns sons altos são audíveis mas a comunicação sem o aparelho auditivo é impossível. Algumas pessoas com perda auditiva severa comunicam principalmen-te através de linguagem gestual, outros contam com uso das técnicas de leitura labial. Fala normal não é audível. Há difi-culdade em entender mesmo que falem um pouco mais alto.

- Perda auditiva profunda: alguns sons extremamente altos são audíveis mas a comunicação sem o aparelho auditivo é impos-sível. Também comunicam principalmente através de linguagem gestual, outros com uso das técnicas de leitura labial. A fala ampli-ficada é difícil de entender ou mesmo de ouvir.

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Frequência (Hz)

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Profunda

Severa

Moderada

Leve

Os graus de perda auditiva medem-se em Db de perda auditiva. Há quem digam em percentagem, por exemplo: 50%, mas o correcto é dizer: 50 dB de perda auditiva.

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Soluções para

melhor ouvir

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O aparelho auditivo é um meio auxiliar técnico que permite recu-perar alguma audição, e não a audição normal, como muitas vezes se pensa. Ou seja a pessoa, ouve melhor, mas não da mesma forma do que as que não apresentam problemas de audição. Os primeiros modelos criados há alguns anos trás, ampliavam todos os ruídos ao mesmo tempo: pessoas a falar, ruídos de fundo. O que tornava difícil a compreensão da fala ou até mesmo da natureza do som.

Felizmente, hoje em dia, graças à tecnologia digital é possível ofere-cer aparelhos auditivos muito avançados, os quais mais do que nunca realçam o que se pretende ouvir, tal como por exemplo, o discurso, eliminando ao mesmo tempo ruídos indesejáveis – sem prejudicar a re-produção sonora, que é clara e natural. Os aparelhos devem ser estima-dos, afinal são eles que acabam por ajudar a pessoa a ouvir, dando uma maior autonomia e independência. Não podem apanhar água e de-vem ser tirados antes de dormir. Quando estão mal colocados emitem um som semelhante a um assobio que pode ser ouvido pelo utilizador e por quem está ao seu redor. Existem vários tipos de aparelho ade-quados a diferentes necessidades auditivas.

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Modelo Dentro do Ouvido

Aparelhos Auditivos usados no ouvido são habitualmente fabricados especificamente para a pessoa que os vai usar, pelo que são con-cebidos a partir de um molde (impressão) do ouvido da própria pessoa. Estão disponíveis em diferentes matizes para se camufla-rem com o tom de pele do ouvido. E existem em vários modelos, do mais pequeno ao maior.

- Modelo Completamente no Canal

Microcanal (CIC) - É o mais pequeno e mais discreto dos aparelhos auditivos, pode-se dizer que é invísivel, pois nin-guém se aperceberá que a pessoa utiliza aparelho auditivo. Aloja-se completamente no canal auditivo, muito perto do tím-pano, esta proximidade ao ouvido interno pode ajudar a entregar uma qualidade de som mais natural. É totalmente automático, não dispondo de qualquer controlo de volume ou de seleccionador de programas.

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O Microcanal não se vê no ouvido devido à sua reduzida dimensão

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A programação do aparelho, isto é, a amplificação pode se sinto-nizada e as características especiais do aparelho podem ser ajusta-das, utilizando-se um software num computador pessoal. Os aparelhos auditivos são personalizados tendo em conta, simultaneamente, a perda de audição e as preferências da pessoa que os vai usar.

Muito confortável e praticamente invisível. Com um pequeno fio de extracçao para ser mais fácil de tirar do ouvido. Grande conforto, dado que o aparelho, feita à medida segundo a forma do conduto auditivo. Permite uma reprodução mais natural do som, já que o pavilhão da orelha conserva a sua função de ampli-ficação

Indicado para perdas auditivas: de grau leve a moderado.

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- Modelo no Canal Auditivo

Intracanal (ITC) - Usados dentro da orelha, mais especificamen-te, no canal auditivo.

Grande conforto, dado que a cápsula interna é modelada segun-do a forma do conduto auditivo.Reprodução mais natural do som, uma vez que o pavilhão da orelha conserva a sua função de amplificação. O seu tamanho e controlos são de fácil manuseamento e, por isso, também são úteis para as pessoas com limitações de mobilidade manual.Os modelos mais básicos de aparelhos auditivos digitais reque-rem que o utilizador faça alguns ajustes manuais em algumas si-tuações de audição, tais como colocar o controlo de volume para cima ou para baixo, ou apertar um botão no aparelho de modo a reduzir o ruído que vem de trás. O processador pode separar os sinais recebidos em dois ou mais canais e processar separada-mente cada canal.

O Intracanal coloca-se no canal auditivo externo

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Os modelos mais básicos podem ser programáveis por computa-dor mas são mais limitados no que se refere a uma sintonização digital mais exacta ou à personalização, quando comparados com os modelos de tecnologia mais avançada.

Além dessa tecnologia básica, cada um dos grandes fabricantes de aparelhos auditivos oferece diferentes níveis de tecnologia digital avançada. Assim que há um aumento do nível de tecno-logia, os instrumentos de audição tornam-se mais automáticos e são equipados com funções mais sofisticadas, de forma a satisfa-zer as necessidades das pessoas que se encontram em situações de audição mais exigentes e dinâmicas.

Indicado para perdas auditivas: geralmente indicado para per-das de grau leve até moderadamente severa.

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Intra-auricular - ocupa todo pavilhão de entrada do ou-vido. Construído em peça única, é o modelo de aparelho que permite maior potência de amplificação dos modelos Intras.Os modelos de aparelhos auditivos Intra Auriculares são os mo-delos que se podem instalar o maior número de opcões, como microfone direcional, duração de bateria maior (permite mais tempo de uso sem troca) e outras maravilhas tecnológicas que utilizam espaço. O modelo é bastante requisitado, porque usa o efeito concha acústica do pavilhão da orelha e é perfeitamen-te compatível com uso de óculos, celulares e outros aparelhos, que oferecem muitas vantagens principalmente se comparado ao aparelho retro auricular.Normalmente é construído com coloração próxima a cor da pele, inclusive para pessoas com pele escura.

Indicado para perdas auditivas: geralmente indicado para per-das severas.

O Intra-auricular coloca-se no pavilhão auricular e no canal auditivo externo.

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Modelo atrás da Orelha

Retroauricular- Aparelho auditivo atrás da orelha é o modelo mais usado de aparelho auditivo, por já estar no mercado há muitos anos e continuar a tender de forma satisfatória seus usuários. O modelo de aparelho auditivo atrás da orelha ainda hoje é muito indicado para crianças devido ao crescimento rápido do formato da orelha, o que acaba poupando os custos, já que só se faz a troca do molde. Porém indivíduos adultos que são portadores de perda auditiva severa ou profunda são muito beneficiados pelo mo-delo, já que o mesmo por ser maior pode dar mais volume aos portadores de perda auditiva.Coloca-se atrás do pavilhão da orelha e está conectado a um mol-de feito à medida através de um tubo de plástico transparente que transmite o som amplificado ao molde.

Indicado para perdas auditivas: Leve a profunda, atende a todos os graus.

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O Retroauricular coloca-se atrás da orelha, é utilizado principal-mente por crianças devido ao rápido crescimento da orelha.

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Adaptação aberta - Foram desenvolvidos para eliminar o conhe-cido “efeito de oclusão”, uma sensação desconfortável semelhante que alguns pacientes sentem ao começar a usar aparelhos. São comuns queixas como: “parece que estou falando dentro de um balde”. Designados como BTE – Behind The Ear – estes modelos colocam-se na parte superior externa da orelha. Um fino tubo liga o aparelho ao molde colocado no ouvido e é por esse fino tubo que o som é conduzido para o ouvido. O efei-to é uma sensação muito natural do ar a passar e do som a ouvir--se naturalmente, enquanto o som amplificado passa através do adaptador existente na ponta do tubo.

Os BTEs existem em diversas cores que condizem com a cor do cabelo ou com o tom da pele e, agora também, em cores mais vivas e outros padrões ao gosto das preferências e estilo individuais.

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Os BTE foram criados principal-mente para eliminar sensações desconfortáveis que os pacientes sentem ao usar aparelhos.

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De tamanhos variáveis, integram características diferentes a nível do número de controlos, tipo de pilhas e grau de potência (os modelos maiores têm geralmente maior potência do que os modelos mais pequenos). Algumas pessoas escolhem os mode-los mais discretos, que mal se notam quando colocados, enquan-to outras pessoas preferem os modelos de cores mais vivas e com design moderno. Aliado ao design moderno este tipo de apare-lhos auditivos está cada vez mais leve e confortável.

Os modelos atrás do ouvido têm a designação de “open fitting” , adaptação em ouvido aberto.

Indicado para perdas auditivas: leves a moderadas em altas frequências (sons agudos como o apito de guarda de transito, som da guitarra, pratos da bateria ou ponta do garfo a passar no fundo de uma panela de alumínio).

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O implante coclear (I.C.), mais conhecido como ouvido biónico, É um aparelho eletrónico de alta complexidade tecnológica, que tem sido utilizado nos últimos anos para restaurar a função da audição nos pacientes portadores de surdez profunda que não se beneficiam do uso de próteses auditivas convencionais. Trata-se de um equipamento eletrônico computadorizado que substitui totalmente o ouvido de pessoas que tem surdez total ou quase total. Um implante coclear consiste num aparelho que transforma os sons e ruídos do meio ambiente em energia eléctrica capaz de actuar sobre o nervo coclear, desencadeando uma sensação auditiva no indivíduo. É um aparelho muito sofisticado que foi uma das maiores conquistas da engenharia ligada à medicina. Já existe há alguns anos e mais de 150.000 pessoas no mundo usam-no.

Indicado para perdas auditivas: surdez profunda/severa, quan-do já não existe um ganho auditivo satisfatório com os aparelhos auditivos.

O Implante coclear é uma solu-ção, quando o aparelho já não ajuda a ouvir

41Nota da autora: Existem mais tipos de implantes que não são referidos neste livro, o Coclear é apenas um exemplo e um dos mais conhecidos.

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O audiograma é um gráfico da audição de determinada pessoa, representando o volume e a frequência do som. Os sons mais fracos que pode ouvir são marcados no audiograma, estão loca-lizados na parte superior do gráfico. Podem ser fracos ou fortes e graves ou agudos. Os sons mais fortes estão localizados na parte inferior do gráfico. O volume, também chamado de nível de audição ou intensidade é medido em decibéis (dB). Os sons graves, como um grande tambor, estão localizados no lado esquerdo do gráfico. Os sons agudos, como o gorjeio dos pássaros, estão localizados no lado direito do gráfico. O tom ou frequência é medido em hertz (Hz). Um som forte e grave, como uma buzina de neblina, será marca-do no canto inferior esquerdo do gráfico.

Os sons mais suaves que ouvir com o ouvido direito são marca-dos com um “O” vermelho no gráfico.

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Um som fraco e agudo, como o apito forte, será marcado no canto superior direito do gráfico. Os sons mais suaves que ouvir com o ouvido direito são marcados com um O vermelho no gráfico. Os sons mais fracos que a pessoa ouve com o ouvido es-querdo são marcados com um X azul no gráfico. Os níveis mais fracos que a pessoa pode escutar em cada frequência são chama-dos de “limiares auditivos”. Os limiares para cada ouvido frequentemente são diferentes. Os padrões são descritos como graus e formas da perda auditiva da pessoa.

Os sons mais fracos que ouvir com o ouvido esquerdo são marcados com um “X” azul no gráfico.

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Simulações

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Afinal como ouve alguém que tem perda auditiva? Varia consoante usa ou não aparelho, se sim depende do modelo (há uns mais desenvolvidos que outros) e da programação deste, do tipo de surdez (uma surdez provocada por uma otite nunca é igual a uma provocada por exposição prolongada em frente a colunas de som, pois vão afectar diferentes partes do ouvido). A audição nunca será igual, se não fosse um sentido complexo, criar simulações da audição de um surdo seria uma tarefa sim-ples. Cada um tem uma forma de ouvir e de aperceber-se dos sons. Por exemplo:

Um modelo de aparelho mais antigo, sem programação para distinguir sons “mais importantes”, faz com que a ampliação do ruído do comboio e das pessoas a conversar ao mesmo tempo.

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O zumbido (tinnitus, tinido), é um som que não está ao nos-so redor mas dentro de nós (dentro da via auditiva). Pode ser percebido no(s) ouvido(s) ou na cabeça, uma percepção auditiva fantasma cuja intensidade é impossível de ser medida, pois não existe no exterior. Pode ser referido como um chiar, apito, de cigarra, do escape da panela de pressão, de campainha, do esvoa-çar de um inseto, de pulsação do coração, etc. Pode ser de forma contínua ou com pausas, independemente do surdo usar apa-relhos ou não. Pode ocorrer em qualquer momento, quer esteja sozinho em silêncio ou enquanto caminha no meio da rua.

Também é possível “ouvir” sons através das vibrações de sons mais fortes (concerto musical, trovão), assim como o barulho do chuveiro ou do aspirador em ambientes mais silenciosos, em que o som parece mais baixo e um pouco abafado.

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Referências

Associação Portuguesa de Apoio ao Implante Coclear. (2011). O Implante Coclear ( I.C. ). Acedido em (19 de Outubro de 2011) de < http://apaic.pt/front/index.php?option=com_content&view=article&id=7&Itemid=6>

Deficiente Online. (2011). Esclarecendo mitos: Deficiência auditiva. Acedido em (14 de Outubro de 2011) de <http://www.deficienteonline.com.br/mitos_deficiencia_auditiva.php>

Direito de ouvir. (2011). Graus de perda auditiva. Acedido em (14 de Outubro de 2011) de <http://www.direitodeouvir.com.br/graus-da-perda-auditiva.php>

Laysom Aparelhos Auditivos. (2011). A Audição : Tipos de Aparelhos Auditivos. Acedido em (19 de Outubro de 2011) de < http://www.laysom.com.br/conteudo.asp?id_menu=4&id_submenu=6>

Mini Som. (2011). Tipos de Aparelhos Auditivos. Acedido em (19 de Outubro de 2011) de <http://www.mini-som.pt/aparelhos-auditivos/tipos/>

Ministério da Saúde, 2006. Protocolo_perda_auditiva.pdf

M.G. Pereira, A. Beleza, 2006. Lingua_gestual_portuguesa_15nov06.ppt

Phonak. (2011). Tipo e grau de perda auditiva. Acedido em (14 de Outubro de 2011) de <http://www.phonak.com/br/b2c/pt/hearing/awareness/pediatric_hearing_tests/shape_degree.html>

The Noun Project, LLC (2011). Noun Project. Acedido em (12 de Outubro de 2011) de <www.thenounproject.com/>

Widex Brasil. (2011). Perda auditiva. Acedido em (2 de Outubro de de 2011) de <http://www.widex.com.br/perda-audicao.php>

Mais info: http://www.behance.net/lilianadinizmartins