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Niterói 2/2019 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO BEATRIZ MULIN MENDES ROZALINO BRUNA PIMENTEL COSTA NOVAES FERNANDO ARRAIS ROMERO DIAS LIMA AVALIAÇÃO DA ECOEFICIÊNCIA E DA INTENSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE SEPARAÇÃO METILAL-METANOL VIA SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

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Niterói

2/2019

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

BEATRIZ MULIN MENDES ROZALINO

BRUNA PIMENTEL COSTA NOVAES

FERNANDO ARRAIS ROMERO DIAS LIMA

AVALIAÇÃO DA ECOEFICIÊNCIA E DA INTENSIFICAÇÃO

DO PROCESSO DE SEPARAÇÃO METILAL-METANOL VIA

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

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Niterói

2/2019

BEATRIZ MULIN MENDES ROZALINO

BRUNA PIMENTEL COSTA NOVAES

FERNANDO ARRAIS ROMERO DIAS LIMA

AVALIAÇÃO DA ECOEFICIÊNCIA E DA INTENSIFICAÇÃO

DO PROCESSO DE SEPARAÇÃO METILAL-METANOL VIA

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

Projeto Final apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Química, oferecido pelo departamento de

Engenharia Química e de Petróleo da Escola de Engenharia da

Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Química.

ORIENTADORES

Prof. Dr. Diego Martinez Prata

Eng. Igor Nardi Caxiano

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Niterói

2/2019

BEATRIZ MULIN MENDES ROZALINO

BRUNA PIMENTEL COSTA NOVAES

FERNANDO ARRAIS ROMERO DIAS LIMA

AVALIAÇÃO DA ECOEFICIÊNCIA E DA INTENSIFICAÇÃO

DO PROCESSO DE SEPARAÇÃO METILAL-METANOL VIA

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

Projeto Final apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Química, oferecido pelo departamento de

Engenharia Química e de Petróleo, da Escola de Engenharia,

da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Química.

Aprovado em 03 de dezembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

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AGRADECIMENTOS

Beatriz, Bruna e Fernando

Ao Prof. Diego Martinez Prata, agradecemos por sua dedicação, envolvimento e

orientação neste trabalho, assim como em toda a experiência acadêmica que vivenciamos

enquanto seus alunos, em especial na disciplina de Simulação, que deu origem a este estudo.

Somos gratos pelo carinho e atenção prestados à nossa formação e pela preocupação constante

com o nosso desenvolvimento acadêmico, pessoal e profissional. Apreciamos o esforço feito

para alcançar melhores condições para os alunos e para a universidade, seja na construção e

expansão de seu laboratório de pesquisa, ou mesmo provendo equipamentos para salas de

aula.

Ao Eng. Igor Nardi Caxiano, agradecemos o contínuo suporte durante a execução

desse trabalho, tendo demonstrado interesse e se colocando à nossa disposição até mesmo em

horários inoportunos. Agradecemos também o foco na qualidade do conteúdo produzido,

motivando-nos a buscar excelência naquilo que realizamos, e o conhecimento transmitido.

Agradecemos à Prof.ª Luciane Pimentel Costa Monteiro e à Eng. Danyelle Soares

Bastião por aceitarem tão solicitamente a participar da banca avaliadora deste trabalho.

Ademais, agradecemos a todos os professores do departamento de Engenharia

Química da Universidade Federal Fluminense, assim como todos que passaram por nossa por

jornada acadêmica. Em especial gostaríamos de agradecer: à Prof.ª Mônica Maia pelo carinho,

atenção, conversas descontraídas e lanches que compartilhamos; à Prof.ª Ana Carla Lomba,

pela dedicação aos alunos, carinho e empenho na coordenação do curso de Eng. Química; ao

Prof. Hugo Alvarenga pelo carinho, preocupação e aulas dinâmicas e divertidas; ao Prof.

Jorge Ourique pela atenção, dedicação e simpatia com alunos; ao Prof. Lizandro Santos, pelo

carinho, simpatia e ótimas aulas; à Prof.ª Luciane Pimentel pelo carinho e atenção aos alunos;

e à Prof.ª Laurinda Bragança, pelo carinho e aulas de conteúdo de alta qualidade.

Por fim, agradecemos a oportunidade de estudar em uma instituição de excelência tal

como a Universidade Federal Fluminense e de conviver com a comunidade acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Beatriz

Primeiramente, gostaria de agradecer às grandes mulheres da minha vida: minha mãe,

Flávia, e minha irmã, Maria Laura, por serem minhas melhores amigas, confidentes e

parceiras de todas as horas, não tenho dúvidas de que o nosso amor vem de muitas vidas.

Agradeço à minha avó Maria Marlena por ser minha maior inspiração na busca pelo saber,

por todo o cuidado e amor dedicado ao longo desses anos. À tia Marlete, minha “metade

mãe”, um exemplo de mulher forte e resiliente. E, é claro, à minha avó Niuza, que reza por

mim todos os dias, sempre bondosa e implacável em sua fé.

Devo agradecer ao meu pai, João Emilio, por todo seu amor e por ter deixado a sua

“garotinha” ir sozinha para a cidade grande estudar, mesmo tendo que enfrentar noites mal

dormidas regadas de preocupação e os muitos finais de semana sem poder vê-la.

Agradeço ao meu vovozinho Laercio, amigo de todas as horas, sempre presente e

pronto para ajudar. Ao meu avô Milton (Hermito), por sempre me lembrar que eu era um dos

seus maiores orgulhos. E, também, ao meu tio Carlos, que ajudou a me criar com muito amor.

Sinto muito por não estarem mais aqui.

Gostaria de agradecer à minha tia Fernanda, pela companhia nesses últimos seis anos.

À minha tia Ravena pelo carinho e momentos de alegria. À minha prima Laís por também ser

uma irmã para mim e à prima Sylvia por ser um porto seguro aqui, além de ter trazido ao

mundo nossa pequena e amada Maria.

Agradeço à minha família de Euclidelândia, a todos os tios e primos, pelos bons

momentos de carinho e descontração ao longo dos anos.

Agradeço, especialmente, às amigas Milla e Nicinha, por terem me acolhido e ajudado

sem pedir nada em troca.

Devo agradecer a todos os preciosos amigos que fiz durante a faculdade,

especialmente Ana Caroline, Bruna, Fernando e Nathália Teodosio, sem vocês, eu não sei se

teria chegado ao fim desse curso, saibam que são muito amados e queridos por mim. À amiga

Nathália Dalbó, um presente que o estágio me deu, obrigada por acreditar em mim e sempre

me ajudar. À minha amiga Iris di Leo, que trouxe sua alegria e carinho lá da Itália, e foi

responsável por me proporcionar muitos momentos felizes enquanto esteve aqui conosco.

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Devo agradecer à Profª. Drª. Vanessa Nascimento, pela oportunidade da iniciação

científica e a todas as pessoas especiais que conheci no Laboratório 111.

Agradeço muito à ANP pela oportunidade de estágio e pela confiança. A todo o

pessoal da SPC, em especial todos da CGIA, Rosângela, Marcela, Luciana, Rafael, Nathália,

Márcio e Renan, assim como minha supervisora de estágio, Fernanda. A experiência na SPC

me mostrou como um ambiente de trabalho pode ser agradável e me inspirou a amar o que eu

faço, buscando realmente fazer a diferença.

Agradeço aos meninos do Bangtan Sonyeondan, por terem sido trilha sonora de todos

os bons e maus momentos desses últimos dois anos, por me alegrarem, por me darem força e

por terem me ensinado a me amar, além de me presentearem com muitas “armygas”.

Agradeço à minha querida professora de dança do ventre, Ju Najlah, por ser uma

pessoa tão boa, serena e iluminada e ter me apresentado essa arte tão linda.

Por fim, mas não menos importante, agradeço a Deus, a Nossa Senhora, a Santa Rita

de Cássia e a Santo Expedito a quem rezei e ainda rezo todos os dias. Muito obrigada por

tudo.

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AGRADECIMENTOS

Bruna

Agradeço primordialmente à Deus e às duas pessoas a quem mais amo, minha mãe,

Regina, e minha avó, Bettina, que infelizmente não pode estar aqui para presenciar o término

deste trabalho e de minha graduação. Devo-lhes tudo que alcancei, por meio de seus esforços,

apoio e afeto incondicional, em todos os aspectos da minha vida. É difícil imaginar seres mais

iluminados, bondosos, generosos e dispostos a ajudar àqueles que lhe recorriam, mesmo a

custo próprio. Eu as considero como meus maiores exemplos, os bens mais valiosos e a graças

mais completas contempladas a mim, sem as quais minha realidade e minhas conquistas não

seriam as mesmas, sequer talvez possíveis. Agradeço por cada momento, carinho, brigas,

reconciliações, experiências, enfim, que pude desfrutar em sua companhia e que ajudaram a

formar a pessoa que sou hoje. Espero algum dia poder, com o resultado das minhas

realizações, retribuir a minha querida mãe, e, de onde estiver me observando, a minha amada

avó, com ao menos uma fração do amor e alegrias que me proporcionaram.

Agradeço também imensamente a minha querida tia e madrinha Luciane e aos meus

primos, que considero como irmãos, Larissa e Lucas, que me acompanham agora e sempre.

Agradeço à minha tia, a famosa tia Lu, pelos conselhos e orientações na minha jornada

acadêmica, pelo incentivo à pesquisa e por sua contribuição ao melhoramento da minha

formação, tudo com muito afeto e atenção. A minha prima querida, a melhor prima do mundo,

Larissa, agradeço o companheirismo, franqueza, carinho e simplesmente por me fazer rir em

momentos em que talvez isso não fosse possível. Ao meu primo mais que especial, Lucas,

agradeço o aprendizado que traz para nossas vidas, a inocência e o carinho. Além disso, sou

grata pelos momentos em família, pelas reuniões de domingo, e por todas as orações feitas por

mim, por nossa família e antepassados.

Ao meu pai, agradeço pela vida, pela alegria que trouxe à minha mãe enquanto vivo e

pelas poucas memórias que ainda guardo dos momentos em que estivemos juntos.

Também agradeço ao meu tio Jorge, também falecido, por muitas das melhores

lembranças que tenho da minha infância. Pela maior parte em que convivemos esteve

severamente debilitado, mas nunca deixou de ser um homem extremamente afetuoso,

especialmente comigo e com minha avó, e o tenho como verdadeiro exemplo de superação.

Sou grata por tê-lo conhecido e amado como um pai.

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Agradeço as famílias Graffunder, Lowrey e Struik, por terem me recebido de braços

abertos, pelos muitos momentos de alegria que me proporcionaram e por todo apoio prestado

a mim e minha mãe. Agradeço pelos biscoitos Anzac, pelo carinho incondicional e pela

acolhida.

À Rita, sou grata pelo apoio prestado a mim e minha família, pela paciência comigo,

pela minha cama feita e pelo carinho por mim, minha mãe e em especial à minha avó.

Agradeço aos meus amigos e companheiros neste trabalho, Beatriz e Fernando, e à

Carolinde (também conhecida como Ana Caroline), responsáveis pela minha sanidade durante

este período da minha vida. Agradeço o carinho, paciência, e principalmente por me

apoiarem, incentivarem, muitas vezes ensinarem, e por todos os momentos que tivemos

juntos.

Também agradeço a todos os amigos que fiz na universidade, em especial, Ana,

Ângela, Bruna e Yuri, com quem tive o prazer de trabalhar, seja em trabalhos de disciplinas,

em projetos de iniciação científica ou mesmo em recitais de piano. Agradeço o apoio,

paciência, carinho e acima de tudo pela amizade.

Agradeço ao meu “filho” e professor orientador de iniciação científica, Yutao Xing,

pela oportunidade de pertencer ao seu grupo de pesquisa (praticamente uma grande família),

pelos momentos descontraídos, por ter me recebido tão generosamente em seu laboratório e

por todos os ensinamentos passados a mim nos últimos dois anos. Ademais, estendo este

agradecimento as todos os membros colaboradores do NanoMat do Instituto de Física da

UFF.

Agradeço à Ramboll e toda sua equipe pela confiança e por me proporcionar minha

primeira experiência profissional. Em especial, agradeço a Diogo, Luísa, Sérgio, Gustavo e

Eugênio por acreditarem no meu potencial, pelos ensinamentos e carinho. Sou grata também

ao Gabriel pelo apoio em inúmeras tarefas aparentemente impossíveis, pelo suporte

emocional e carinho.

Por fim, mas não menos importante, agradeço aos meus amigos de longa data André,

Sabrina, Victor, João, Raphael e Francisco. Agradeço pela amizade, pelas reuniões de fim de

semana, pelo carinho e apoio. Aos muitos advogados dentre vocês, também agradeço pelos

préstimos jurídicos já prestados e dos quais espero não precisar tão cedo. André e João, espero

que um dia ainda projetem uma casa com muito carinho para mim. Enfim, espero que

continuemos amigos por mais muitos longos anos.

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AGRADECIMENTOS

Fernando

Agradeço à minha mãe, Maria Teresa, por todo amor, carinho e todo apoio ao longo de

toda essa jornada. Obrigado por todo o sacrifício, por tudo que você teve que abrir mão para

eu alcançar meu objetivo, por nunca ter deixado de estar do meu lado nos momentos bons e

ruins e por ser meu exemplo de caráter, pessoa e profissional.

Ao meu irmão, Daniel, por todo o apoio, estar do meu lado em todos os momentos de

necessidade e por sempre acreditar em mim.

Ao meu pai, Aloisio, por todos os conselhos, por estar do meu lado nas minhas

decisões e por toda a ajuda.

À minha avó, Marlene, à minha madrinha, Carmen, e à minha tia, Rose, que foram

mulheres de grande importância para meu crescimento, me ajudaram em tudo o que puderam

e estiveram comigo sempre que possível.

À Francilene por todo o apoio, estar sempre comigo em toda essa jornada e por todo o

carinho.

À Gabriela, minha primeira amiga na faculdade, por toda a ajuda, por me ensinar tudo

que eu não conseguia entender, por sempre acreditar no meu potencial, por sua amizade e

sempre estar disposta a me ajudar de todas as formas possíveis.

À Isabela por toda a ajuda ao longo da faculdade, tirar minhas dúvidas, estar sempre

calma e disponível para me ouvir, por sua amizade e por sempre acreditar em mim.

À Ana Caroline por toda a ajuda, estar sempre disponível para me ouvir, me acalmar

mesmo sem paciência, lanches, pela amizade e pelo companheirismo.

Às minhas amigas e parceiras de TCC, Bruna Pimentel e Beatriz Mulin, por toda a

amizade, momentos divertidos, lanches e por estarem sempre comigo.

Ao meu orientador de iniciação científica, Yutao Xing, pela oportunidade que me

proporcionou, por todos os ensinamentos e toda a ajuda ao longo do curso.

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A todos os amigos que fiz na universidade, em especial à Ângela, à Bruna Enne, à Ana

Carolina e à Clarisse por todos os momentos que passamos juntos, todo o companheirismo, a

amizade, conselhos e por estarem sempre comigo quando eu preciso.

À minha equipe de Furnas, Eduardo Faria, Eduardo Hatherly, Monique, Beatriz,

Ákilla, Tatiana e Pedro, pela oportunidade de trabalhar com vocês, por todos os ensinamentos,

toda a diversão, todos os conselhos e sempre acreditarem em mim.

Por fim, aos meus amigos Thais, Maria Eduarda, Rafael, Yasmin, Leonardo, Carla e

Juliana que estão comigo em todos os momentos que preciso, toda a amizade, todos os

momentos divertidos, sempre estarem do meu lado quando eu preciso e sempre acreditarem

em mim.

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RESUMO

Nesse trabalho foi realizada uma análise comparativa da ecoeficiência de três

processos diferentes de destilação da mistura metilal/metanol por meio de simulação

computacional: o processo de destilação extrativa com uso de dimetilformamida (DMF) como

componente de arraste; a destilação por duplo efeito, e um processo de destilação por pressão

variante. Para todos os processos, uma planta de utilidades contendo sistemas de água de

refrigeração e vapor de aquecimento também foi simulada para fornecer dados de consumo de

água e energia mais precisos. Ecoindicadores, definidos pela razão entre uma variável

ambiental e outra econômica, para consumo de água, emissões de CO2 e toxicidade potencial

do solo, foram desenvolvidos com base nos resultados dos balanços de massa e energia para

os processos e utilidades. Utilizando a metodologia do Índice Comparativo de Ecoeficiência,

foi possível determinar que o processo de destilação por pressão variante é 25,797% e

24,786% mais ecoeficiente do que o processo de destilação extrativa e a sua proposta de

intensificação, respectivamente. Verificou-se, também, que a intensificação do processo de

destilação extrativa, proposta nesse trabalho, é marginalmente melhor que o processo original

devido ao uso de diferentes categorias de vapor.

Palavras-chave: Metilal, Metanol, Ecoindicadores, Intensificação de processos, Simulação

computacional.

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ABSTRACT

In this work a comparative eco-efficiency analysis was carried out using computer

simulation for three different methylal/methanol separation processes, namely extractive

distillation utilizing dimethylformamide (DMF) as the entrainer; the intensification of the

extractive distillation process via double-effect distillation; and pressure swing distillation.

For all processes, a utility plant with cooling water and steam generation systems was also

simulated for more accurate water and energy consumption data. Eco-indicators, expressed by

the ratio between an environmental and an economic variable, for water use, CO2 emissions

and terrestrial toxicity potential, were developed based on results for the mass and energy

balances of the processes and the utility plant. Using the Eco-efficiency Comparison Index

methodology, results showed that the pressure swing distillation process was 25,797% and

24,786% more eco-efficient than the extractive distillation process and its intensified design,

respectively. Additionally, it was flalso verified that the intensification of the extractive

distillation process was only marginally better than the original design due to the utilization of

different pressure categories of steam.

Keywords: Methylal, Methanol, Eco-indicators, Process intensification, Computer

simulation.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................... 21

1.1 CONTEXTO ...................................................................................................................... 21

1.2 OBJETIVO ......................................................................................................................... 23

1.3 ESTRUTURA .................................................................................................................... 24

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLOGRÁFICA ......................................................................... 26

2.1 METANOL ...................................................................................................................... 26

2.2 METILAL ........................................................................................................................ 27

2.3 PROCESSOS DE SEPARAÇÃO .................................................................................... 28

2.4 INTENSIFICAÇÃO DE PROCESSOS ........................................................................... 32

2.5 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL .............................................................................. 35

2.6 PLANTA DE UTILIDADES ........................................................................................... 35

2.7 ECOEFICIÊNCIA E ECOINDICADORES .................................................................... 36

2.7.1 Ecoindicador de emissão de CO2 ................................................................................ 39

2.7.2 Ecoindicador de consumo de água .............................................................................. 40

2.7.3 Ecoindicador de impactos potenciais no solo ............................................................. 41

CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO ..................................................... 42

3.1 MODELO TERMODINÂMICO ..................................................................................... 42

3.2 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS ESTUDADOS .......................................................... 43

3.2.1 Processo de destilação extrativa com DMF ............................................................... 43

3.2.2 Processo com destilação de duplo efeito .................................................................... 45

3.2.3 Processo com destilação por pressão variante............................................................ 46

3.2.4 Planta de utilidades .................................................................................................... 48

3.3 ECOINDICADORES ....................................................................................................... 50

CAPÍTULO 4 – METODOLOGIA ............................................................................................ 52

4.1 SIMULAÇÃO DO PROCESSO DE DESTILAÇÃO EXTRATIVA .............................. 52

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4.2 SIMULAÇÃO DA PLANTA COM DESTILAÇÃO DE DUPLO EFEITO ...................... 53

4.3 SIMULAÇÃO DO PROCESSO POR PRESSÃO VARIANTE ....................................... 55

4.4 SIMULAÇÃO DA PLANTA DE UTILIDADES ............................................................... 56

4.4 CÁLCULO DOS ECOINDICADORES ............................................................................. 57

4.5 SOFTWARE E HARDWARE ............................................................................................... 59

CAPÍTULO 5 – RESULTADOS ................................................................................................. 60

5.1 PROCESSO DE DESTILAÇÃO EXTRATIVA ............................................................. 61

5.1.1 Simulação da planta de destilação extrativa ............................................................... 61

5.1.2 Simulação do sistema de água de resfriamento – Destilação extrativa ...................... 64

5.1.3 Simulação do sistema de geração de vapor– Destilação extrativa ............................. 66

5.1.4 Ecoindicadores – Destilação extrativa ....................................................................... 68

5.1.4.1 Ecoindicador de consumo de água – Destilação extrativa ................................. 69

5.1.4.2 Ecoindicador de emissões de CO2 – Destilação extrativa .................................. 70

5.1.4.3 Ecoindicador de TTP – Destilação extrativa ...................................................... 71

5.2 PROCESSO DE DESTILAÇÃO COM DUPLO EFEITO .............................................. 72

5.2.1 Simulação da planta de destilação com duplo efeito .................................................. 72

5.2.2 Simulação do sistema de água de resfriamento – Destilação com duplo efeito ......... 74

5.2.3 Simulação do sistema de geração de vapor – Destilação com duplo efeito ............... 76

5.2.4 Ecoindicadores – Destilação com duplo efeito .......................................................... 78

5.2.4.1 Ecoindicador de consumo de água – Destilação com duplo efeito. ................... 78

5.2.4.2 Ecoindicador de emissões de CO2 – Destilação com duplo efeito ...................... 79

5.2.4.3 Ecoindicador de TTP – Destilação com duplo efeito ........................................ 80

5.3 PROCESSO DE DESTILAÇÃO POR PRESSÃO VARIANTE .................................... 81

5.3.1 Simulação da planta de destilação por pressão variante............................................. 81

5.3.2 Simulação do sistema de água de resfriamento – Destilação por pressão variante .... 84

5.3.3 Simulação do sistema de geração de vapor ................................................................ 85

5.3.4 Ecoindicadores – Destilação por pressão variante ..................................................... 86

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5.3.4.1 Ecoindicador de consumo de água – Destilação por pressão variante .............. 87

5.3.4.2 Ecoindicador de emissões de CO2 – Destilação por pressão variante ............... 87

5.3.4.3 Ecoindicador de TTP– Destilação por pressão variante .................................... 89

5.4 AVALIAÇÃO DO ÍNDICE COMPARATIVO DE ECOEFICIÊNCIA ......................... 89

5.4.1 Cálculo do ICE ........................................................................................................... 90

CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES .................................................................... 92

6.1 CONCLUSÕES................................................................................................................ 92

6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................... 93

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLOGRÁFICA

Figura 2.1 – Esquema representativo de uma coluna de destilação. ............................................. 29

Figura 2.2 – Processo de destilação extrativa com uso de componente de separação. ................. 30

Figura 2.3 – Ilustração da técnica de destilação por pressão variante. .......................................... 31

Figura 2.4 – Exemplo de uma estratégia de duplo efeito em duas colunas distintas..................... 33

Figura 2.5 – Destilação de duplo efeito - duas colunas dividindo a mesma alimentação. ............ 34

Figura 2.6 – Exemplo de estratégia de duplo efeito em uma única coluna. .................................. 34

Figura 2.7 – Gráfico representativo do Índice Comparativo de Ecoeficiência ............................. 38

CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO

Figura 3.1– Fluxograma do processo estudado por Wang et al. (2012). ....................................... 44

Figura 3.2 – Perfil de temperatura da coluna C1. .......................................................................... 44

Figura 3.3 – Fluxograma do processo com destilação de duplo efeito.......................................... 46

Figura 3.4 – Fluxograma do processo de destilação por pressão variante. ................................... 47

Figura 3.5 – Perfis de temperatura das colunas para a destilação por pressão variante. ............... 47

Figura 3.6 – Sistema de resfriamento da planta de utilidades. ...................................................... 48

Figura 3.7 – Sistema de geração de vapor da planta de utilidades ................................................ 49

CAPÍTULO 5 – RESULTADOS

Figura 5.1 – Simulação do processo de destilação extrativa no UniSim®. .................................... 61

Figura 5.2 – Simulação computacional do sistema de água de resfriamento no UniSim®............ 64

Figura 5.3 – Make-up de água de resfriamento por equipamento – Destilação extrativa. ............ 65

Figura 5.4 – Simulação computacional do sistema de geração de vapor no UniSim®. ................. 67

Figura 5.5 – Make-up para geração de vapor por equipamento – Extrativa .................................. 68

Figura 5.6 – Emissões por fontes de combustão e indiretas – Extrativa. ...................................... 71

Figura 5.7 – Simulação do processo de destilação extrativa com duplo efeito no UniSim®......... 73

Figura 5.8 – Make-up de água de resfriamento por equipamento – Destilação com duplo efeito. 75

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Figura 5.9 – Emissões por fontes de combustão e indiretas – Duplo efeito. ................................. 80

Figura 5.10 – Simulação do processo de destilação por pressão variante no UniSim®. ............... 82

Figura 5.11 – Emissões por fontes de combustão e indiretas – Pressão variante. ......................... 88

Figura 5.12 – Gráfico do Índice Comparativo de Ecoeficiência dos processos estudados. .......... 90

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 3 – DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO

Tabela 3.1 – Heurísticas para cálculo de perdas de água no sistema de utilidades. ............... 50

Tabela 3.2 – Expressões para o cálculo dos ecoindicadores. ................................................ 51

CAPÍTULO 4 – METODOLOGIA

Tabela 4.1 – Metodologia para simulação da planta de destilação extrativa. ........................ 53

Tabela 4.2 – Metodologia para simulação da planta com destilação de duplo efeito. ............ 54

Tabela 4.3 – Metodologia para a planta de destilação por pressão variante. ......................... 55

CAPÍTULO 5 – RESULTADOS

Tabela 5.1 – Correntes de alimentação na planta de destilação extrativa. ............................. 62

Tabela 5.2 – Especificação das colunas de destilação. ......................................................... 62

Tabela 5.3 – Resultados para a simulação da planta de destilação extrativa. ........................ 63

Tabela 5.4 – Resultados para as principais correntes de energia. .......................................... 63

Tabela 5.5 – Make-up de água de resfriamento – Destilação extrativa ................................ 65

Tabela 5.6 – Sistema de água de resfriamento – Destilação extrativa ................................... 66

Tabela 5.7 – Make-up de água para geração de vapor – Destilação extrativa ........................ 68

Tabela 5.8 – Sistema de geração de vapor – Destilação extrativa ......................................... 68

Tabela 5.9 – Ecoindicador de consumo de água – Destilação extrativa. ............................... 69

Tabela 5.10 – Resultados para as emissões de CO2 – Destilação extrativa ........................... 70

Tabela 5.11 – Ecoindicador de emissão de CO2 – Destilação extrativa. ............................... 71

Tabela 5.12 – Ecoindicador de TTP – Destilação extrativa. ................................................. 72

Tabela 5.13 – Redimensionamento da segunda coluna – Destilação com duplo efeito. ........ 73

Tabela 5.14 – Resultados para a simulação da planta de destilação com duplo efeito. .......... 74

Tabela 5.15 – Make-up de água de resfriamento – Destilação com duplo efeito. .................. 75

Tabela 5.16 – Sistema de água de resfriamento – Destilação com duplo efeito. ................... 76

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Tabela 5.17 – Make-up de água para geração de vapor – Destilação com duplo efeito. ........ 76

Tabela 5.18 – Sistema de geração de vapor – Destilação com duplo efeito. ......................... 77

Tabela 5.19 – Ecoindicador de consumo de água – Destilação com duplo efeito .................. 78

Tabela 5.20 – Resultados para as emissões de CO2 – Destilação com duplo efeito. ............. 79

Tabela 5.21 – Ecoindicador de emissão de CO2 – Destilação com duplo efeito. ................... 80

Tabela 5.22 – Ecoindicador de TTP – Destilação com duplo efeito...................................... 81

Tabela 5.23 – Correntes de alimentação na planta de destilação por pressão variante. .......... 83

Tabela 5.24 – Especificação das colunas de destilação do processo por pressão variante. .... 83

Tabela 5.25 – Resultados para a simulação da planta de destilação por pressão variante. ..... 83

Tabela 5.26 – Make-up de água de resfriamento – Destilação por pressão variante. ............. 84

Tabela 5.27 – Sistema de água de resfriamento – Destilação por pressão variante. .............. 85

Tabela 5.28 – Make-up de água para geração de vapor – Destilação por pressão variante. ... 86

Tabela 5.29 – Sistema de geração de vapor – Destilação por pressão variante. .................... 86

Tabela 5.30 – Ecoindicador de consumo de água – Destilação por pressão variante. ............ 87

Tabela 5.31 – Resultados para as emissões de CO2 – Destilação por pressão variante. ........ 88

Tabela 5.32 – Ecoindicador de emissão de CO2 – Destilação por pressão variante. .............. 88

Tabela 5.33 – Resultados para o ecoindicador de TTP – Destilação por pressão variante. .... 89

Tabela 5.34 – Ecoindicadores de todos os processos. ........................................................... 90

Tabela 5.35 – Ecoindicadores normalizados. ....................................................................... 90

Tabela 5.36 – Resultados do Índice Comparativo de Ecoeficiência. ..................................... 91

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LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS

SIGLAS

ANP Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

DMF Dimetilformida

DMM Dimetoximetano/Metilal

DMSO Dimetilsulfóxido

EG Etileno Glicol

ESCAP Economic And Social Commission For Asia And The Pacific

FAO Food And Agriculture Organization Of The United Nations

GCP Global Carbon Project

GEE Gás de Efeito Estufa

hps High pressure steam

ICE Índice Comparativo de Ecoeficiência

ID Diâmetro Interno

IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change

lps Low pressure steam

MCTIC Ministério Da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação

MMA Ministério do Meio Ambiente

mps Medium pressure steam

MTBE Methyl Tert-Butyl Ether (Éter Metil-Terc-Butílico)

NRTL Non-Random Two-Liquid Theory

NRTEE The National Round Table On Environment And The Economy

ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

ONU Organização das Nações Unidas

PEI Potential Environmental Impact

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RR Razão de reciclo

TTP Terrestrial Toxicity Potential

UNIQUAQ Universal Quasi Chemical

US EPA United States Environmental Protection Agency

WAR Waste Reduction

WBCSD World Business Council for Sustainable Development

ΔTmin Approach térmico mínimo

SÍMBOLOS

E Ecoindicador

EICO2 Ecoindicador de emissão de CO2

EIH2O Ecoindicador de consumo de água

ln Ecoindicador normalizado

n Número de ecoindicadores

ST Área gerada a partir dos ecoindicadores normalizados

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

Mundialmente, a questão ambiental é cada vez mais relevante e presente, sendo o

assunto principal de inúmeras discussões políticas. O crescimento industrial causou um

aumento nas emissões de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e gás metano, e um

maior uso dos recursos hídricos. De acordo com o relatório do Global Carbon Project, foi

esperado um aumento nas emissões de dióxido de carbono em 1,7% em 2017 e mais de 2%

em 2018 (GCP, 2018). Consequentemente, diversos problemas ambientais foram observados,

como o derretimento das calotas polares e o aumento da temperatura global. Neste contexto,

novas políticas foram elaboradas objetivando mitigar esses efeitos. Dessa maneira, o Acordo

de Paris foi criado em 2015 visando reduzir as emissões de gases de efeito estufa no quadro

de desenvolvimento sustentável (MMA, 2016). Uma alternativa criada no mesmo ano foram

os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), onde a Organização das Nações Unidas

(ONU) definiu 17 objetivos a serem cumpridos até o ano de 2030 como parte de uma agenda

de desenvolvimento sustentável (ONU, 2015). Em especial, entre as metas propostas pela

ONU, o Objetivo 12 visa assegurar padrões de produção e de consumo sustentável.

Para este fim, vê-se necessário o desenvolvimento de tecnologias com foco ambiental

que ofereçam a manutenção ou melhoria da produtividade, ao mesmo tempo que são

limitados os impactos ambientais inerentes da atividade industrial. Dentre as diversas

estratégias que podem ser aplicadas para este serviço, destacam-se as técnicas de

intensificação de processos.

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A intensificação de processos é um campo de estudos em franco crescimento, que vem

sendo explorado no decorrer das três últimas décadas (WANG et al., 2017). Usualmente,

observa-se que essas técnicas podem ser abordadas como modificações de um processo

químico ou petroquímico já existente que resultem em redução do tamanho dos equipamentos,

do consumo de energia ou gasto de produção, o que acarreta uma tecnologia mais barata e

sustentável (STANKIEWICZ e MOULIJN, 2000). Dessa maneira, verifica-se que os

objetivos desse procedimento podem ser descritos em diferentes esferas: econômica,

operacional (de processo) e de meio ambiente (WANG et al., 2017).

A redução do tamanho de equipamentos e, consequentemente, da instalação industrial

é um grande propulsor para o desenvolvimento de tecnologias de intensificação no âmbito

econômico. Menores equipamentos e áreas, de modo geral, implicam em menores custos de

implantação (BOODHOO e HARVEY, 2013).

Do ponto de vista de engenharia de processos, a evolução da pureza e qualidade do

produto; da extensão da reação; e da segurança de operação são exemplos de melhorias que

representam um avanço na eficiência de sistemas. Isso pode ser observado no uso de matérias

primas menos tóxicas ou na possibilidade de operar equipamentos a pressões mais baixas.

Esses constituem, assim, uma força motriz para o investimento em tecnologias de

intensificação (BOODHOO e HARVEY, 2013).

Já o refreamento do gasto energético, de água, e da geração de efluentes é de

imprescindível importância ambiental e econômica. Naturalmente, o consumo de energia,

enquanto advindo da queima de combustível, é a principal fonte de emissões atmosféricas.

Similarmente, existe a crescente atenção em relação à demanda desmedida de água em

volumes industriais e ao gerenciamento de efluentes, que têm o potencial de contaminar o

solo e os corpos hídricos. Fica claro, então, o aspecto ambiental envolvido, que inclui desde o

senso comum até a conformidade com as exigências legais impostas. O viés econômico se faz

presente através da minimização dos custos de operação, relacionados às utilidades industriais

(tais como a água de refrigeração e a geração de vapor), e ao tratamento e destinação de

efluentes e resíduos (BOODHOO e HARVEY, 2013).

A intensificação de processos é uma estratégia de modificação para projeto aplicada a

um processo existente base ou projeto base, que pode ser realizada, dentre outros modos, via

simulação computacional, de forma segura. Esta consiste na utilização de programas de

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computador capazes de executar análises e previsões de um processo químico ou

petroquímico de forma precisa e exata (BRAVO et al., 2018).

Ademais, necessita-se de uma maneira para quantificar a melhora ambiental que uma

planta intensificada pode ocasionar. Para tal, podem ser utilizados os indicadores de

ecoeficiência ou ecoindicadores, definidos pela relação entre duas variáveis, uma ambiental e

outra econômica, como a produção (PEREIRA et al., 2018). Dessa forma, pode-se fazer uma

comparação entre um processo modificado e sua configuração base, geralmente o processo

original, utilizando-se os ecoindicadores.

O processo de separação do metanol e do metilal (também conhecido como

dimetoximetano ou DMM) foi estudado por Wang et al.(2012). Neste trabalho foi realizada a

simulação do processo, bem como sua otimização econômica e uma recomendação de um

sistema de controle. Entretanto, verificou-se que não foram considerados os aspecto

ambientais do processo, e a produção de metanol e metilal é notavelmente responsável por

grandes impactos ao meio ambiente, mesmo que o DMM se apresente muitas vezes como um

“solvente verde”(RAFAEL, 2015). Assim, a intensificação desse processo e a contabilização

quantitativa de melhoria em termos de ecoeficiência, representa uma proposta inovadora e

desafiadora, fato que motivou o presente trabalho de conclusão de curso.

1.2 OBJETIVO

O objetivo principal deste trabalho consiste em uma proposta de intensificação para o

processo economicamente otimizado apresentado por Wang et al. (2012), por destilação

extrativa da mistura metilal/metanol com uso de Dimetilformamida (DMF) como componente

de separação. A estratégia de intensificação adotada (de duplo efeito) foi realizada via

simulação computacional no software UniSim® Design R390.1, com licença.

O objetivo secundário consiste na comparação dos processos originais para separação

da mistura metilal/metanol por pressão variante (YU et al., 2012) e destilação extrativa

(WANG et al., 2012), bem como a intensificação desse última em termos de ecoeficiência,

quantificada por ecoindicadores, na qual estão inseridos concomitantemente os fatores

ambientais e econômicos. Para tanto se faz necessário:

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• Desenvolver os ecoindicadores de consumo de água, emissão de CO2 e Potencial de

Toxicidade Terrestre (TTP – do inglês Terrestrial Toxicity Potential), para

mensurar a ecoeficiência, uma vez que representam os impactos nos recursos

hídricos, na atmosfera e no solo;

• Inserir as plantas de utilidades de água de refrigeração e vapor de aquecimento,

para obter resultados mais realísticos com base nos valores heurísticos de perdas de

água e eficiência térmica apresentados na literatura para esses sistemas;

• Utilizar uma metodologia quantitativa, como o Índice Comparativo de

Ecoeficiência, proposto por Pereira et al. (2018), que se utiliza de três ou mais

ecoindicadores.

1.3 ESTRUTURA

Neste primeiro capítulo, é introduzida de forma sucinta a temática de estudo abordada

neste trabalho. São apresentados os elementos relevantes no cenário nacional e mundial,

ressaltando sua importância e vigência na atualidade para o desenvolvimento de processos

sustentáveis bem como os objetivos, metodologia e motivação para o estudo.

No segundo capítulo, é desenvolvida uma revisão aprofundada da bibliografia

disponível acerca do assunto, explicitando em detalhes os conceitos essenciais para o

entendimento deste trabalho. São demonstrados um contexto sobre o metanol e o metilal, o

processo de separação desses componentes e sua importância, tecnologias de intensificação de

processos e a metodologia de cálculo dos ecoindicadores.

No terceiro capítulo, são apresentados os processos originais e a estratégia de

intensificação proposta. Também é apresentada a planta de utilidades associada ao processo,

assim como a definição dos indicadores utilizados na análise dos impactos ambientais e do

Índice Comparativo de Ecoeficiência.

No quarto capítulo, é detalhada a metodologia empregada para simulação das plantas

originais e intensificada, bem como para o cálculo dos ecoindicadores e do Índice

Comparativo de Ecoeficiência.

No quinto capítulo, são apresentados e discutidos os resultados obtidos para as

simulações computacionais e cálculo dos ecoindicadores, conforme proposto na metodologia.

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No sexto capítulo, são expostas as conclusões alcançadas a partir deste trabalho, além

de sugestões para estudos futuros.

Enfim, são apresentadas as referências bibliográficas consultadas e citadas ao longo

desse trabalho.

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi desenvolvido no Núcleo de Estudos de

Otimização (NEO) do Departamento de Engenharia Química e de Petróleo da Universidade

Federal Fluminense.

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CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica acerca das propriedades

físicas do metanol e do metilal, processos de separação, tecnologias de intensificação de

processos, ecoeficiência e ecoindicadores. Este capítulo introduzirá vários tópicos com

relação ao presente trabalho.

2.1 METANOL

O metanol (CH3OH) é um composto orgânico líquido e inflamável, com um ponto de

fusão de -98 °C e um ponto de ebulição de 64,5 °C (MERCK, 2019). Tal componente é usado

na síntese de outros reagentes químicos como ácido acético, éter metil-terc-butílico (MTBE –

do inglês Methyl Tert-Butyl Ether) e formaldeído, sendo que 31% do metanol mundial foi

direcionado para a produção de formaldeído em 2013 (ANP, 2017). O metanol também é

utilizado como anticongelante para radiadores automotivos, combustível em fogões e carros,

tochas de solda e reforço de octanagem na gasolina (LUTTRELL e CONLEY, 2011).

A produção de metanol é realizada em três etapas: preparação de gás de síntese,

síntese do metanol e purificação (RIBEIRO, 2017). O gás de síntese é gerado

majoritariamente a partir do gás natural por meio do processo de reforma a vapor ou

gaseificação do carvão, obtendo-se um gás composto principalmente por monóxido de

carbono (CO), dióxido de carbono (CO2) e hidrogênio (H2) (ANP, 2017). Posteriormente, o

metanol é sintetizado através da hidrogenação dos óxidos de carbono na presença de

catalisadores compostos de óxido de cobre, óxido de zinco ou óxido de cromo, conforme as

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Equações 2.1 e 2.2 (RENÓ et al., 2011). Após a síntese, o metanol é purificado em colunas de

destilação para remoção de impurezas e da água produzida nas reações (RIBEIRO, 2017).

CO + 2H2 ⇌ CH3OH (2.1)

CO2 + 3H2 ⇌ CH3OH + H2O (2.2)

Muitos dos derivados do metanol são obtidos a partir de reações de desidratação ou de

oxidação seletiva, com uso de catalisadores heterogêneos. Dentre os produtos obtidos

destacam-se: dimetil éter, dimetoximetano, formato de metilo, formaldeído, ácido fórmico e

monóxido e dióxido de carbono (RAFAEL, 2015).

2.2 METILAL

O metilal ou dimetoximetano (DMM), é um composto orgânico, líquido, incolor e

inflamável, com um ponto de fusão de -104,8 °C e um ponto de ebulição de 42 °C à pressão

atmosférica (PETROVILA QUÍMICA, 2018). Devido a suas propriedades físico-químicas, o

metilal é um importante intermediário na produção de diversos produtos, como aerossóis,

perfumes, fármacos e resinas (WANG et al., 2012).

Outros exemplos da aplicação do metilal incluem o uso como agente de expansão

físico, que oferece esse composto como uma opção não prejudicial à camada de ozônio, frente

ao uso de clorofluorcarbonetos (JANUNCI, 2014). Além disso, uma nova rota de produção de

formaldeído concentrado envolve a oxidação seletiva do DMM (PECHENKIN et al., 2015).

O metilal também apresenta baixa toxicidade e corrosividade, podendo ser utilizado na

produção de H2 (PECHENKIN et al., 2015) e como um promissor aditivo oxigenado ao

diesel, resultando em menores emissões de material particulado e gases tóxicos poluentes

(REN et al., 2006).

A síntese usual do metilal envolve a reação entre metanol e formaldeído, caso no qual

o sistema de separação utilizado no presente trabalho é utilizado, ou paraformaldeído na

presença de um catalisador (WANG et al., 2012). Esse processo ocorre em duas etapas: a

oxidação do metanol à formaldeído e a reação do metanol em excesso com o formaldeído

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previamente produzido, gerando o DMM, como exposto nas Equações 2.3 e 2.4 (RAFAEL,

2015).

CH3OH + ½ O2 catalisador, redox→ CH2O + H2O (2.3)

CH2O + 2CH3OH catalisador, ácido→ CH3O CH2O CH3 + H2O (2.4)

Foram propostas, ainda, rotas alternativas para a síntese do metilal, como a oxidação

catalítica do dimetil éter a dimetoximetano utilizando catalizadores como H3PW12O40/SiO2

(ZHANG et al., 2007a) e Mn-H4SiW12O40/SiO2 (ZHANG et al., 2007b) a fim de alcançar uma

maior conversão do dimetil éter e uma maior seletividade para a formação de metilal.

2.3 PROCESSOS DE SEPARAÇÃO

A destilação é a operação unitária mais utilizada na indústria química para a separação

de compostos, representando até 60% do consumo energético nos processos em que é

empregada, tais como o fracionamento de petróleo (JIANG e AGRAWAL, 2019) e a

separação e purificação de matérias primas e produtos (PIROLA, 2019).

Tipicamente, a separação se dá através de múltiplos estágios de equilíbrio, nos quais

ocorre transferência de massa e energia entre os estados líquido e o vapor (AZEVEDO e

ALVES, 2017), fortemente associados à termodinâmica do processo. Características tais

como a volatilidade, comportamento ideal ou não ideal da mistura e o número de

componentes a serem separados são de suma importância, além do dimensionamento

otimizado da coluna, para determinação do processo de destilação (PIROLA, 2019).

Uma coluna de destilação é caracterizada como um vaso sob pressão controlada no

qual ocorre o fluxo em contracorrente de uma vazão de vapor e outra de líquido. A corrente

de vapor é retificada pela corrente de líquido descendente, resultante do refluxo parcial ou

total do produto destilado na saída do condensador. De maneira semelhante, vapor é

reinserido na base da torre por meio da vaporização parcial do produto de fundo, ou resíduo

de destilação, em um refervedor (AZEVEDO e ALVES, 2017). O esquemático de uma coluna

de destilação pode ser observado conforme a Figura 2.1 a seguir.

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As colunas mais utilizadas industrialmente em processos contínuos são as de pratos e

as empacotadas, nos quais o contato entre as fases líquido e vapor resultam em variações

descontínuas e contínuas na composição de misturas, respectivamente. O perfil de

composição das correntes na coluna acompanha o perfil de temperatura crescente no sentido

do condensador para o refervedor; dessa maneira, verifica-se o acúmulo do componente mais

volátil no topo e do componente menos volátil no produto de fundo, e observa-se que, quanto

maiores as volatilidades relativas, mais eficaz é a separação (AZEVEDO e ALVES, 2017).

Seção de retificação

Seção de esgotamento

Destilado

Resíduo

Alimentação

Fonte: Adaptado de Green e Perry (2008).

Figura 2.1 – Esquema representativo de uma coluna de destilação.

Existem, contudo, misturas que impossibilitam a separação de seus componentes pelo

processo de destilação comum, devido a comportamentos anômalos (MATSOUKAS, 2016).

As misturas azeotrópicas caracterizam-se por apresentarem ponto de ebulição constante a uma

determinada pressão, impossibilitando a separação dos componentes nela presentes por um

processo de destilação convencional.

Com o objetivo de contornar essa dificuldade, é possível alterar a temperatura ou

pressão da mistura ou ainda adicionar um terceiro componente (MATSOUKAS, 2016).

Técnicas de destilação específicas que podem ser utilizadas para este fim incluem: destilação

azeotrópica, destilação extrativa com uso de componente de separação (do termo em inglês

entrainer), destilação por pressão variante (do termo em inglês pressure swing), pervaporação

e métodos híbridos (CORDEIRO, 2016).

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A destilação extrativa com uso de componente de separação é feita usualmente para

misturas cuja volatilidade relativa é igual ou inferior a 1,1 e consiste na adição de um outro

componente que apresenta maior afinidade por um dos compostos chaves da mistura original,

levando ao aumento da volatilidade relativa, possibilitando a separação (WANG et al., 2012).

O componente de separação é geralmente um composto não volátil com alto ponto de

ebulição que, ao ser adicionado à mistura, altera a volatilidade relativa dos componentes

chave sem criar uma mistura azeotrópica (PERRY, 1992 apud VASCONCELOS, 2015).

Além disso, o agente extrativo não deve ser reativo com as outras espécies da mistura, não ser

corrosivo nem tóxico e deve apresentar baixo custo.

Utilizando duas colunas, o componente chave-leve é recuperado na corrente de topo

da primeira coluna, enquanto o componente de separação e chave-pesado acumulam-se na

corrente de fundo. Na segunda coluna, recupera-se o componente de separação na corrente de

fundo, ao passo que o componente chave pesado é obtido no destilado (CORDEIRO, 2016). A

Figura 2.2 ilustra de maneira simplificada o processo de destilação extrativa.

Coluna 1 Coluna 2

Azeotrópo

SolventeDestilado 1

Produto de fundo 1

(A)

(A + B)

Reciclo

(B)

Destilado 2(B)

Produto de fundo 2(Solvente)

Fonte: Adaptado de Cordeiro (2016).

Figura 2.2 – Processo de destilação extrativa com uso de componente de separação.

Dependendo da volatilidade do composto adicionado, pode-se classificar a destilação

em azeotrópica ou extrativa (SOUZA, 2012 apud VASCONCELOS, 2015), sendo estas as

mais comumente utilizadas na separação de misturas azeotrópicas (YU et al., 2012). Além

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disso, na destilação azeotrópica geralmente há a separação de fases líquidas e formação de

uma nova mistura azeotrópica de menor ponto de ebulição, dependendo da pressão de

operação escolhida, diferentemente da destilação extrativa. Devido ao alto consumo

energético associado à essas técnicas de destilação, são frequentemente estudadas estratégias

de redução de gasto energético para estes processos (CORDEIRO, 2016).

Enquanto a mistura azeotrópica é condicional a específicos valores de pressão e

temperatura, a técnica de destilação por pressão variante faz uso da mudança de pressão de

operação da coluna para alterar a composição da mistura e, assim, permite a separação de seus

componentes (CUI et al., 2019). De acordo com essa variação da composição do azeótropo

em relação à pressão, estrutura-se, então, o sistema, que requer o uso de uma coluna a alta

pressão e uma coluna a baixa pressão para que seja eficiente (FARSI et al., 2019).

Coluna 1 Coluna 2

Alimentação

Destilado 1

Produto de fundo 1 Produto de fundo 2

Pressão 1

Destilado 2

Pressão 2

(A+B)

(A) (B)

Fonte: Adaptado de Yu et al. (2012).

Figura 2.3 – Ilustração da técnica de destilação por pressão variante.

O processo funciona de maneira que os produtos são retirados em uma extremidade

das colunas, enquanto a mistura azeotrópica é reciclada na outra extremidade (ZHANG et al.,

2020). Em geral, a destilação por pressão variante apresenta como principais vantagens a não

utilização de solventes e um menor gasto energético devido às menores quantidades de

material nas torres (FARSI et al., 2019). A Figura 2.3 ilustra uma variação da técnica de

destilação por pressão variante, na qual os produtos A e B são ambos recuperados nas

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correntes de fundo das colunas. Os produtos de topo, por sua vez, são reciclados

continuamente e compõem a mistura azeotrópica.

2.4 INTENSIFICAÇÃO DE PROCESSOS

A utilização da técnica de destilação HIGEE (colunas de destilação de alta eficiência)

por Ramshaw em 1983 foi um dos primeiros conceitos de intensificação de processos inserido

na indústria química (LUTZE e GORAK., 2016). Essa estratégia utiliza tecnologia de alta-

gravidade, consistindo no uso de campos centrífugos com acelerações muito superiores à

gravidade em operações de transferência de massa e energia (WANG et al., 2011). No mesmo

ano, Ramshaw e Arkley também definiram a intensificação de processos como a condensação

demasiada de plantas resultando em menores instalações industriais e custos de instalação

(RAMSHAW e ARKLEY, 1983 apud KEIL, 2018).

O escopo da intensificação de processos foi expandido gradualmente além de sua

concepção inicial, incluindo a preocupação com gastos operacionais e sustentabilidade (KEIL,

2018). Em 2000, o conceito passou a englobar quaisquer tecnologias ou estratégias

inovadoras que resultam não somente na redução da dimensão física de equipamentos, mas

também da diminuição do gasto energético e da geração de efluentes (STANKIEWICZ e

MOULIJN, 2000). Outra definição para o termo considera a utilização de equipamentos

menores, mais eficientes, seguros e multifuncionais, implicando também na diminuição dos

custos de aquisição (TOURIS e PORCELLI, 2003 apud KEIL, 2018).

Outra interpretação afirma que a intensificação de processos tem como objetivos

essenciais: melhorar a eficiência de interações intra e intermoleculares; aumentar a

homogeneidade das condições de processo; favorecer fenômenos de transferência de massa e

energia e a integração harmônica entre equipamentos (GERVEN e STANKIEWICZ, 2009

apud KEIL, 2018). Esses objetivos podem ser atingidos, entre diversas outras maneiras,

utilizando-se os estudos no campo de catálise; empregando-se misturadores estáticos e

aquecimento por micro-ondas em reatores tubulares; reatores de membrana, micro- reatores e

micro trocadores de calor e investindo-se em equipamentos multifuncionais tais como colunas

reativas (KEIL, 2018).

Como mencionado na seção 2.3, operações de destilação são amplamente utilizadas na

indústria e correspondem à maior parte dos gastos energéticos dos processos em que são

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empregados. Verifica-se assim um grande interesse no desenvolvimento de tecnologias e

estratégias visando diminuir os gastos energético e financeiro envolvidos, assim como

promover uma maior sustentabilidade do processo (SHAHRUDDIN et al., 2017). Inovações

tecnológicas voltadas para este fim incluem a destilação de duplo efeito, recompressão de

vapor e coluna de parede dividida (DEJANOVIC et al., 2010).

A destilação de duplo efeito faz uso de estratégias de integração energética. Entre duas

colunas distintas, pode-se utilizar a energia da corrente de topo de uma coluna para aquecer a

corrente de fundo de outra, de maneira a reduzir o gasto energético (PALACIOS-BERECHE

et al., 2015). Além disso, também é gerada uma economia no consumo de água de

resfriamento. Um exemplo é apresentado na Figura 2.4, na qual se observam duas colunas

distintas, sendo a corrente de topo da coluna à direita utilizada como fluido de troca térmica

no refervedor da coluna à esquerda.

Coluna 1 Coluna 2

Alimentação

Destilado 1

Produto de fundo 2

Destilado 2

Produto de fundo 1

Fonte: Adaptado de Yu et al. (2012).

Figura 2.4 – Exemplo de uma estratégia de duplo efeito em duas colunas distintas

Este conceito também pode ser empregado separando-se uma coluna em duas e

dividindo-se a carga original entre ambas. As colunas resultantes devem operar a diferentes

valores de pressão de maneira a proporcionar um gradiente de temperatura entre as correntes

de topo e de fundo, permitindo assim a integração energética entre as mesmas (HAN e PARK,

1996). Esta estratégia é apresentada na Figura 2.5, na qual se observa uma corrente de

alimentação sendo dividida e enviada a duas colunas integradas energeticamente através do

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uso da corrente de topo da coluna inferior (de alta pressão) no refervedor da coluna superior

(de baixa pressão).

Alimentação

Destilado

Produto de fundo

Fonte: Adaptado de Junqueira et al. (2018).

Figura 2.5 – Destilação de duplo efeito - duas colunas dividindo a mesma alimentação.

Existe, ainda, a alternativa de aplicação em uma única coluna, como colunas de

destilação integradas internamente (Internally Heat-Integrated Distillation), que utilizam a

energia de seções superiores para o aquecimento da seção de esgotamento, com uso de

recompressão de vapor (KIM, 2012), conforme ilustrado na Figura 2.6.

Seç

ão

de

esg

ota

men

to

Seç

ão

de

reti

ficaç

ão

Alimentação

Produto de fundo

Vapor destilado

Calor

Refervedor

Compressor Condensador

Fonte: Adaptado de Chen et al. (2013).

Figura 2.6 – Exemplo de estratégia de duplo efeito em uma única coluna.

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35

2.5 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

Uma ferramenta amplamente empregada para a avaliação de propostas de

intensificação de processos são os software de simulação computacional, sendo o Aspen

Plus™, Aspen/HYSYS™, UniSim®, PRO/II™ e CHEMCAD™ os mais utilizados

comercialmente (LOPES, 2018).

Particularmente, o software UniSim® Design R390.1 da empresa Honeywell permite o

desenvolvimento de modelos dinâmicos e estacionários de processos de engenharia por meio

de uma interface intuitiva. Ele viabiliza o monitoramento do desempenho de processos,

planejamento e gerenciamento de negócios (HONEYWELL, 2019). Além disso, sua aplicação

oferece soluções para otimização e aumento da eficiência de processos, aumento da segurança

operacional e possibilita partidas de planta mais efetivas (LOPES, 2018).

2.6 PLANTA DE UTILIDADES

O setor industrial apresenta a necessidade de calor e energia, sendo que uma planta

química, em especial, precisa, por exemplo, de vapor em diferentes condições de temperatura

e pressão em reatores, colunas de destilação e outros equipamentos (PÉREZ-URESTI et al,

2019). Dessa maneira, esses processos necessitam de uma fonte para proporcionar as

utilidades necessárias. Essa fonte é conhecida como planta de utilidades e a mesma é

responsável pelos seguintes fornecimentos (TOWLER e SINNOT, 2013):

• Eletricidade;

• Combustível para aquecedores;

• Fluidos de aquecimento (vapor ou óleo quente, por exemplo);

• Fluidos de refrigeração (água, por exemplo);

• Água de processo (água desmineralizada e água para uso geral);

• Ar comprimido;

• Fornecimento de gás inerte.

O processo de separação de metilal e metanol estudado neste trabalho requer o

fornecimento de duas utilidades: água de refrigeração para os condensadores e refrigeradores

e vapor de aquecimento para refervedores e aquecedores.

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A planta de utilidades necessita de equipamentos auxiliares utilizados também nos

processos estudados no presente Trabalho de Conclusão de Curso, como bombas e trocadores

de calor. Dessa maneira, esses equipamentos também são responsáveis pelo consumo de água

e energia elétrica e pela emissão de CO2, devendo ser, portanto, inclusos na determinação dos

ecoindicadores. Entretanto, Wang et al. (2012) e Yu et al. (2012) não fornecem detalhes sobre

o sistema de utilidades e, por isso, foi necessário considerar sistemas típicos de refrigeração e

geração de vapor presentes na literatura para identificação dos impactos ambientais gerados

por tais serviços, obtendo-se um resultado mais realista.

2.7 ECOEFICIÊNCIA E ECOINDICADORES

O cenário mundial contemporâneo tem demonstrado uma preocupação com a causa

ambiental devido às atividades poluidoras, como o aquecimento global, escassez hídrica e

depleção da camada de ozônio. Nesse contexto, surge o conceito de ecoeficiência, sendo

proposto pelos alemães Schalitegger e Strum (1990) e formalizado em 1992 (ZHOU et al.,

2020). A ecoeficiência é definida como um método garantir as necessidades humanas de

maneira mais efetiva por meio do uso de recursos ecológicos e atividades sustentáveis (SONG

e CHEN, 2019). Tal ideia tem como finalidade unir os fatores ambientais aos processos

produtivos, visando o crescimento econômico em conjunto com a proteção ambiental e, com

isso, promover o desenvolvimento sustentável (ZHOU et al., 2020). Dessa maneira, para que

se possa garantir a ecoeficiência de determinada atividade, o Conselho Mundial de Negócios

para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) definiu sete princípios a serem seguidos

(NRTEE, 2001):

• Redução dos materiais necessários para a produção de bens e serviços;

• Diminuir a energia utilizada na produção de bens e serviços;

• Reduzir a dispersão tóxica;

• Proporcionar a produção de materiais recicláveis;

• Maximizar a sustentabilidade dos recursos renováveis;

• Aumentar a durabilidade de um produto;

• Melhorar a intensidade do trabalho da produção de bens e serviços.

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A ecoeficiência pode ser avaliada para diferentes setores da economia, como os setores

agrícola, industrial, manufatureiro, de transporte e de serviços públicos (ESCAP, 2009). Além

disso, o escopo de estudo de tal conceito pode abranger diferentes partes de uma empresa

(NRTEE, 2001):

• Corporação: a companhia inteira;

• Unidade de negócios: uma unidade de negócio da empresa, a qual pode incluir

várias instalações e/ou produtos;

• Linha de produção: uma linha particular de produção na empresa, a qual pode ser

produzida em uma ou mais instalações;

• Instalação ou instalações: uma ou mais instalações operadas pela companhia;

• Unidade de processo: uma ou mais unidades de operação na instalação.

Os ecoindicadores são um tipo de métrica cuja avaliação conjunta pode ser utilizada

para analisar quantitativamente a ecoeficiência de um processo e auxiliar na escolha de meios

de produção mais sustentáveis (MANGILI e PRATA, 2019). Ecoindicadores são usualmente

definidos pela razão entre uma variável ambiental de interesse e uma variável econômica do

processo, visando estabelecer um parâmetro para comparação e escolha de tecnologias mais

ecoeficientes, conforme a Equação 2.5 (PEREIRA et al., 2018). Como esta definição

estabelece uma medida dos impactos ambientais relativa à produção, quanto menor os valores

dos ecoindicadores, mais sustentável é o processo.

E = Variável Ambiental

Variável Econômica (Produção) (2.5)

Diversas variáveis ambientais podem ser consideradas nesta metodologia, sendo que

normalmente são calculados o consumo de energia, de água e de materiais, as emissões de

gases de efeito estufa e a emissão de substâncias que destroem a camada de ozônio

(VERFAILLIE e BIDWELL, 2000). Além disso, a variável econômica que é geralmente

utilizada no cálculo é a taxa de produção na forma como é apresentado na equação anterior.

Neste trabalho, serão avaliados os ecoindicadores de emissão de CO2, consumo de água e de

impactos potenciais no solo (TTP).

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O cálculo do Índice Comparativo de Ecoeficiência (ICE) permite a comparação

quantitativa entre processos com base nos ecoindicadores calculados. Utilizando-se o maior

valor de cada categoria de ecoindicador, é possível normalizar os ecoindicadores e avaliar,

comparativamente, a ecoeficiência total da planta considerando os aspectos ambientais

(ecoindicadores) empregados na análise (PEREIRA et al., 2018).

A partir dos valores normalizados, o resultado pode ser aferido quantitativamente a

partir da comparação entre as áreas dos polígonos formados com a mesma origem e com

ângulos centrais idênticos. O valor dessa área pode ser calculado a partir Equação 2.6, sendo n

o número de indicadores analisados (PEREIRA et al., 2018).

ST= 1

2 . sen (

2 . π

n) . (l1. ln+ ∑ li . li+1

n-1

i=1

) (2.6)

A Figura 2.7 abaixo apresenta um gráfico de radar representativo para comparação

de quatro processos distintos com base em três ecoindicadores.

Figura 2.7 – Gráfico representativo do Índice Comparativo de Ecoeficiência

Como mencionado na seção 2.6, isso permite a escolha de tecnologias e processos

mais sustentáveis e a redução de impactos ambientais. O cálculo final do ICE é feito

conforme a Equação 2.7 (PEREIRA et al., 2018).

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ICE = (1-Polígono de menor área

Polígono de maior área) . 100% (2.7)

A literatura científica denota exemplares de sucesso na utilização de táticas de

intensificação de processos por meio de simulação computacional, sendo realizado o cálculo

dos ecoindicadores. Esses trabalhos buscam a diminuição de fatores relacionados ao impacto

da atividade industrial sobre o meio ambiente, os recursos hídricos, o solo, e a atmosfera.

Resultados positivos apontam para melhoras significativas na eficiência ecológica de

sistemas, especialmente no que tange a utilização de água, energia e emissões de poluentes.

Ilustrando essa possibilidade, o trabalho de Mangili e Prata (2019) avaliou uma série de

fatores comparativos entre um processo tradicional e um intensificado de produção de acetato

de butila. Realizando-se uma avaliação de ecoeficiência considerando 14 indicadores

ambientais, econômicos e de segurança, os autores observaram que a aplicação de destilação

reativa em dois casos estudados, por exemplo, possibilitou aumentar a sustentabilidade em até

62 % em relação ao processo tradicional. A metodologia ICE também foi utilizada com

sucesso para comparação de diversos processos, tais como separação de acetona-metanol

(MANGILI et al., 2016), cumeno (JUNQUEIRA et al., 2018), anidrido maleico (MANGILI

et al., 2019), entre outros.

2.7.1 Ecoindicador de emissão de CO2

Segundo o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), as emissões de gases

efeito estufa somente aumentaram entre os anos de 1970 e 2010, tendo-se verificado que as

emissões de CO2 pela combustão de combustíveis fósseis e processos industriais contribuíram

com 78% desse fato (IPCC, 2014). Além disso, como já mencionado na seção 1, o relatório

do Global Carbon Project demonstrou que as emissões de dióxido de carbono tenderam a

aumentar em 1,7% em 2017 e mais de 2% em 2018 (GCP, 2018).

Diante desse contexto, evidencia-se que é de suma importância a quantificação das

emissões desse gás efeito estufa (GEE) nos processos industriais. Dessa maneira, a avaliação

de seu ecoindicador atua como uma ferramenta importante para avaliar se determinado

processo está de acordo com os padrões de ecoeficiência e se existe a possibilidade da

utilização de tecnologias mais limpas para a redução da emissão desse gás.

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Segundo Pereira et al. (2018), as emissões de dióxido de carbono em processos

industriais estão divididas em três categorias:

• Emissão Fugitiva: ocasionada por pequenos vazamentos em equipamentos

como válvulas, transporte de componentes químicos e decorrentes de alívio

para o flare;

• Emissão por Combustão: decorrente da queima de gás natural, combustíveis

gasosos e combustíveis líquidos;

• Emissão Indireta: causada por fontes externas que são incorporadas à planta

de utilidades e não geradas pela mesma, como energia elétrica e vapor.

Dessa maneira, de acordo com tais classificações, o ecoindicador de emissão de CO2

(EICO2) é calculado conforme a Equação 2.8.

EICO2 =

Emissões (combustão + indiretas + fugitivas)

Taxa de produção (𝑡𝐶𝑂2 ℎ⁄

t ℎ⁄) (2.8)

2.7.2 Ecoindicador de consumo de água

Nos Estados Unidos, o uso da água aumentou de 180 bilhões de galões por dia na

década de 1950 para 355 bilhões de galões por dia em 2010 (WANG et al., 2019). Além

disso, o uso da água ao redor do mundo aumentou em 1% por ano desde 1980 e apresenta

uma tendência de crescimento de 20 a 30% do uso atual até 2050 (UN-WATER, 2019). A

atividade industrial é responsável por 48% do consumo de água na América do Norte e 52,4%

na Europa (FAO, 2018), verificando que o ecoindicador de consumo de água pode ser uma

forte ferramenta para quantificar este problema e tentar mitigá-lo.

Towler e Sinnot (2013) indicam que o uso da água em processos industriais ocorre

devido às correntes de make-up do sistema de refrigeração e geração de vapor e ao tratamento

para gerar água nas condições necessárias ao processo. Dessa maneira, por meio do

conhecimento de tais fatores, pode-se calcular o ecoindicador de consumo de água (EIH2O) de

acordo com a Equação 2.9.

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41

EIH2O = Vazão de água consumida + Make-up - Vapor

exportado

Taxa de produção (

m3H2O/h

t/h) (2.9)

2.7.3 Ecoindicador de impactos potenciais no solo

O algoritmo WAR (Waste Reduction) é baseado no conceito de balanço de impacto

ambiental, levando em consideração os componentes envolvidos no processo, as correntes de

entrada, produtos e resíduos e o consumo energético de uma planta química (PETRESCU e

CORMOS, 2015). Esta ferramenta produz resultados em PEI (Potential Environmental

Impact) de uma quantidade de material e energia, sendo este definido como o efeito que o

material e a energia teriam no meio ambiente se fossem emitidos diretamente, sem nenhum

tratamento prévio (YOUNG et al., 2000). Dessa maneira, pode-se perceber que o uso de tal

algoritmo apresenta um papel importante para o cálculo de potenciais impactos ambientais

que um processo industrial pode ocasionar. Entretanto, é possível observar que o algoritmo

WAR não analisa o ciclo de vida completo do produto, mas somente a etapa de produção

(YOUNG et al., 2000).

O algoritmo WAR é capaz de calcular diversos danos que uma planta química poderia

causar ao meio ambiente, como a potencial acidificação, a depleção da camada de ozônio e,

em especial, os impactos potenciais no solo, TTP (TRIANA et al., 2011). Assim, pode-se

definir ecoindicador de TTP como os impactos ambientais causados ao solo caso um produto

fosse lançado diretamente, sendo esse indicador calculado como PEI que deixa o sistema.

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CAPÍTULO 3

DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO

Nesta seção, discute-se o uso do modelo termo termodinâmico Non-random Two-

Liquid Theory (NRTL), que tem a função de estimar as propriedades termodinâmicas dos

compostos puros e suas misturas, assim como o equilíbrio químico e de fases.

Além disso, avaliaram-se três processos diferentes de separação da mistura metanol e

metilal no presente trabalho. Desses, dois foram desenvolvidos anteriormente na literatura: a

destilação extrativa com uso de DMF, desenvolvida por Wang et al. (2012), e a destilação por

pressão variante, de Yu et al. (2012). A terceira planta para comparação foi desenvolvida

através da estratégia de intensificação por destilação de duplo efeito tendo como base o

trabalho de Wang et al. (2012). A finalidade deste estudo é comparar estas diferentes

possibilidades de separação, de maneira a determinar quantitativamente qual apresenta melhor

desempenho ambiental e menor consumo energético.

Este capítulo apresenta informações acerca das condições operacionais dos processos e

o dimensionamento dos equipamentos, assim como o raciocínio para a realização da

simulação do processo modificado. As equações matemáticas e as considerações feitas para o

cálculo dos ecoindicadores, dotadas de suas respectivas referências, também são apresentadas.

3.1 MODELO TERMODINÂMICO

Wang et al. (2012) e Yu et al. (2012) adotaram em seus estudos o modelo

termodinâmico NRTL, amplamente utilizado para cálculos em sistemas binários e

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43

multicomponente e na representação de misturas não ideias (FARAJNEZHAD et al., 2016).

Além de ser aplicável em condições de equilíbrio líquido-líquido e líquido-vapor (LI et al.,

2015), o modelo NRTL apresenta parâmetros de interação pré-determinados para sistemas

binários que podem ser empregados no cálculo de sistemas multicomponentes compostos por

esses binários (FARAJNEZHAD et al., 2016).

Dessa maneira, o modelo termodinâmico NRTL foi utilizado em todas as simulações

realizadas no presente trabalho, possibilitando uma comparação justa com o caso base

proposto por Wang et al. (2012).

3.2 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS ESTUDADOS

Neste tópico serão expostos os processos estudados, simulados no software UniSim®.

As condições operacionais, as considerações adotadas em cada processo, dimensionamento e

as particularidades de cada sistema de separação são descritos. Em todos os casos avaliados,

assumiu-se operação em regime permanente, uso de bombas centrífugas com eficiências de

75% operadas a energia elétrica, compressores centrífugos com 75% de eficiência adiabática

operados a energia elétrica e colunas de destilação com condensadores e refervedores parciais

com pratos de 100% de eficiência de separação (configurações padrões do software).

Ademais, considerou-se que são utilizados nas colunas pratos perfurados e refervedores do

tipo caldeira.

3.2.1 Processo de destilação extrativa com DMF

O processo de destilação extrativa da mistura metilal-metanol com DMF como

componente de arraste, proposto por Wang et al. (2012), é apresentado na forma de um

diagrama de processo na Figura 3.1. Nesta figura, as razões de reciclo são representadas pela

sigla RR e os diâmetros internos são representados pela sigla ID.

Inicialmente, uma corrente pura de DMF e outra contendo metilal, metanol e água são

inseridas em uma coluna absorvedora operando à pressão atmosférica. O DMF foi escolhido

por Wang et al. (2012) por meio de um estudo comparativo com Dimetilsulfóxido (DMSO) e

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Etileno Glicol (EG), no qual o DMF apresentou maior volatidade relativa além de não formar

uma nova mistura azeotrópica.

C1

2

4

42

51

C2

2

9

21

Alimentação

Make-up

D1

B1 B2

D2

0,0359 kg/h

DMF

3000 kg/h

0,858 Metilal

0,139 Metanol

0,003 Água

2573,15 kg/h

0,999 Metilal

9,38E-4 Metanol

4,35E-6 Água

1,24E-5 DMF

101,3 kPa

315,07 K

620,9 kW

RR = 1,321

ID = 0,79 m

391,4 K

782,6 kW

3324,3 kg/h

2,56E-4 Metilal

0,125 Metanol

2,71E-3 Água

0,872 DMF

424,32 kg/h

0,002 Metilal

0,977 Metanol

0,021 Água

1,00 E-5 DMF

2899,99 kg/h

9,20E-14 Metilal

5,30E-7 Metanol

9,46E-6 Água

0,99999 DMF

430 K

255,1 kW

101,3 kPa

338,09 K

204,5 kW

RR = 0,543

ID = 0,46 m

E-1

Fonte: Adaptado de Wang et al. (2012).

Figura 3.1– Fluxograma do processo estudado por Wang et al. (2012).

A corrente de DMF e a corrente de metilal são inseridas no 3º e 41º prato da coluna,

respectivamente, ambas a 313,15 K. Este valor de temperatura foi estimado a partir do gráfico

disponibilizado no trabalho de Wang et al. (2012), exposto na Figura 3.2 abaixo.

Fonte: Adaptado de Wang et al. (2012).

Figura 3.2 – Perfil de temperatura da coluna C1.

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45

Dessa maneira, é obtido como produto uma corrente pura de metilal a 315,07 K,

enquanto o produto de fundo é obtido a 391,4 K e tem composição mássica de 12,5% de

metanol e 87,2% de DMF, além de pequenas quantidades de metilal e água. Os parâmetros de

operação foram definidos por Wang et al. (2012) por meio de um estudo para definir as

melhores condições econômicas de operação da coluna.

O produto de fundo é encaminhado para uma coluna de destilação regeneradora do

solvente, operando também à pressão atmosférica, a fim de recuperar o DMF utilizado. Essa

corrente é alimentada no 8º prato desse equipamento, que opera com 21 estágios. Os

parâmetros de operação desta coluna também foram determinados no trabalho de Wang et al.

(2012).

O produto de topo da segunda coluna é obtido a 338,09 K, com composição mássica

de 97,7% metanol com traços de metilal e água, enquanto uma corrente pura de DMF é obtida

como produto de fundo, a 430 K. O DMF recuperado na coluna é resfriado em um trocador de

calor até alcançar a temperatura de 313,15 K e é reciclado para a coluna absorvedora e

misturado com uma corrente de make-up do solvente para recuperar quaisquer perdas sofridas

no processo.

3.2.2 Processo com destilação de duplo efeito

Foi empregada uma técnica de intensificação de processos à planta proposta por Wang

et al. (2012) apresentada na seção 3.2.1. Essa modificação tem como propósito averiguar

possíveis reduções no consumo energético e no uso de utilidades térmicas, tais como vapor de

aquecimento e água de resfriamento.

Conforme apresentado na seção 2.4, a destilação de duplo efeito pode utilizar a

energia da corrente de topo de uma coluna para o aquecimento da corrente de fundo de outra,

substituindo um condensador e um refervedor por um trocador tipo casco e tubo. Neste

trabalho, decidiu-se por integrar energeticamente a corrente de topo da segunda coluna e a

corrente de fundo da primeira.

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46

A Figura 3.3 exibe a nova configuração da planta demonstrando a exclusão de um

condensador e um referverdor em função da inclusão do trocador de calor tipo casco e tubo,

possibilitando a integração energética proposta.

C-1 C-2

Alimentação

D1

B2

E-1

B1

D2

P-98

354,83 K

101,3 kPa

387,45 K

524 kPa

377,65 K

101,3 kPa

497,85 K

387,75 K

524 kPa

Figura 3.3 – Fluxograma do processo com destilação de duplo efeito.

3.2.3 Processo com destilação por pressão variante

O processo de Destilação por Pressão Variante foi apresentado no trabalho de Yu et al.

(2012). Neste processo, duas correntes são alimentadas inicialmente a uma coluna de

destilação operando a pressão atmosférica e com 14 pratos, sendo que uma corrente entra no

4º prato e a outra no 11º prato, ambas compostas por metilal, metanol e água. A corrente de

fundo desse equipamento é constituída principalmente por metanol e o destilado é composto

por metilal e traços de água e metanol. O fluxograma deste processo é apresentado na Figura

3.4 a seguir.

Posteriormente, a corrente de destilado é alimentada no 10º estágio de uma segunda

coluna de destilação operando a uma pressão de 1200 kPa e com 26 pratos, sendo obtida uma

corrente de fundo com uma composição majoritária de metilal. A corrente de destilado é

utilizada como fluido de aquecimento no refervedor da primeira torre de destilação. Após esta

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etapa, essa corrente é acumulada em um vaso, no qual uma fração da corrente é utilizada

como refluxo da segunda coluna de destilação e o remanescente é reciclado para a primeira

torre.

C1

2

5

12

15

C2

2

10

27

Alimentação

D1

B1 B2

3000 kg/h

0,858 Metilal

0,139 Metanol

0,003 Água

4947,7 kg/h

0,905 Metilal

0,094 Metanol

0,001 Água

101,3 kPa

314,64 K

742,60 kW

RR = 0,226

ID = 0,83 m

340,63 K

605,40 kW424,30 kg/h

0,002 Metilal

0,977 Metanol

0,021 Água

2371,60 kg/h

0,804 Metilal

0,194 Metanol

0,002 Água

409,77 K

904,2 kW

1200 kPa

399,73 K

RR = 1,34

ID = 0,78 m

E-1

D2

2575,80 kg/h

0,999 Metilal

0,001 Metanol

Fonte: Adaptado de Yu et al. (2012).

Figura 3.4 – Fluxograma do processo de destilação por pressão variante.

Fonte: Adaptado de Yu et al. (2012).

Figura 3.5 – Perfis de temperatura das colunas para a destilação por pressão variante.

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Todas as condições de operação da planta foram calculadas no trabalho Yu et al.

(2012), sendo realizado um estudo para determinação dos melhores número de estágios da

coluna, prato de alimentação, temperaturas e pressões de operação em cada situação. A

temperatura de entrada da corrente de alimentação da primeira coluna foi obtido a partir dos

perfis de temperatura fornecidos por Yu et al. (2012), conforme apresentados na Figura 3.5.

Além disso, os dados utilizados para os cálculos de todos os ecoindicadores deste processo

tiveram como base o trabalho de Yu et al. (2012).

3.2.4 Planta de utilidades

Uma planta de utilidades com sistemas de vapor de aquecimento e água de

resfriamento foi desenvolvida e simulada, de maneira a obter dados mais realistas acerca dos

consumos de água e energia de cada processo.

A água utilizada nos processos de refrigeração é inserida nos trocadores de calor a

uma temperatura de 303,15 K e tem como temperatura de saída 318,15 K (TURTON, et al.,

2012). Esta corrente de água é, então, enviada a uma torre de resfriamento, na qual ocorrem

perdas por evaporação e arraste. Uma vez resfriada, a água é realimentada ao sistema de

resfriamento, sofrendo mais perdas na forma de purga (CAXIANO et al., 2018). O sistema de

refrigeração é ilustrado na Figura 3.6 a seguir.

Processos

Reciclo de água de resfriamento

Água aquecida

Tratamento químicoEvaporaçãoArraste

Make-up

Purga

Água de resfriamento

Fonte: Adaptado de Caxiano (2017).

Figura 3.6 – Sistema de resfriamento da planta de utilidades.

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Antes de ser inserida na caldeira, a água é pressurizada a pressão do vapor. Na

caldeira, a corrente de água, inicialmente a 101,3 kPa, é aquecida para produção de vapor em

diferentes categorias de pressão de acordo com a temperatura de operação necessária. O vapor

de baixa pressão (lps – low pressure steam) foi utilizado para as condições operacionais de

439,15 K e 711 kPa e o vapor de alta pressão (hps – high pressure steam) para as condições

operacionais de 527,15 K e 4201 kPa, de acordo com os critérios propostos por TURTON, et

al. (2012). Após sua utilização no processo, esta retorna na forma de líquido saturado, com

perdas de condensação. Esta corrente é posteriormente reciclada para o início do processo de

geração de vapor (CAXIANO et al., 2018). O sistema de geração de vapor é ilustrado na

Figura 3.7 a seguir.

E-14

Make-up

Perdas

Processos

Perdas

dos

processosCondensado hps

Fonte: Adaptado de Caxiano (2017).

Figura 3.7 – Sistema de geração de vapor da planta de utilidades

Utilizam-se os valores obtidos de volume total de água de make-up, tanto do sistema

de resfriamento quanto do sistema de geração de vapor, para o cálculo do ecoindicador de

consumo de água de utilidades. O consumo energético total da caldeira, por sua vez, é

utilizado para o cálculo de emissões de CO2. As perdas de água no sistema de utilidades

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foram calculadas de acordo com as heurísticas disponibilizadas na literatura apresentadas na

Tabela 3.1 abaixo.

Tabela 3.1 – Heurísticas para cálculo de perdas de água no sistema de utilidades.

Processo Perda Referência

Arraste 0,3 % Turton et al. (2012)

Evaporação 2,7 % Silla (2003)

Perdas do tratamento 1 % Turton et al. (2012)

Perdas no condensado 25 % McKay et al. (1981)

Purga na torre 3 % Couper et al (2012)

Purga na caldeira 5 % Seneviratne (2007)

3.3 ECOINDICADORES

Como mencionado na seção 2.6, os ecoindicadores são calculados a partir da razão

entre uma variável ambiental (tal como o consumo de água) e uma variável de processo (tal

como a taxa de produção), visando estabelecer um parâmetro para comparação e escolha de

tecnologias mais ecoeficientes. O cálculo dos ecoindicadores foi realizado de acordo com as

expressões apresentadas na Tabela 3.2, utilizando-se como taxa de produção a vazão mássica

de metilal recuperada na destilação de cada processo avaliado. Com base nos trabalhos de

Wang et al. (2012) e Yu et al. (2012), é assumido que a corrente de metanol é reutilizada

como reagente no processo de produção de metilal, não sendo, portanto, contabilizada na taxa

de produção dos processos avaliados. Nos processos de destilação extrativa e destilação com

duplo efeito, o metilal é recuperado na corrente de destilado da primeira coluna; enquanto no

processo de destilação por pressão variante, ele é recuperado na corrente de fundo na segunda

coluna. Todas essas expressões são descritas com a premissa de quanto menor o resultado

numérico melhor a eficiência.

Os valores de vazão volumétrica de água consumida pelo processo foram obtidos a

partir da simulação da planta de utilidades. A vazão de gás natural gasta na combustão para

produção de vapor foi calculada a partir do calor trocado na caldeira, com eficiência estimada

de 80%. Além disso, na equação da Tabela 3.2 a seguir para consumo de água, foi

desconsiderado o consumo de água do processo produtivo, já que os processos estudados no

presente Trabalho de Conclusão de Curso não apresentam esse parâmetro.

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Tabela 3.2 – Expressões para o cálculo dos ecoindicadores.

Ecoindicador Expressão Unidade

Consumo de água EIH2O = Make-up - Vapor

exportado

Taxa de produção m3H2O/t

Emissão de CO2 EICO2 =

Emissões (combustão + indiretas )

Taxa de produção tCO2

/t

TTP Algoritmo WAR (US EPA) PEI/t

As emissões de CO2 por combustão foram calculadas utilizando o fator de conversão

para o gás natural de 0,0561 tCO2/GJ (IPCC, 2006); as emissões indiretas foram calculadas

com base na energia elétrica e no fator médio para inventários corporativos, para o ano de

2018, de 0,0206 tCO2/GJ (MCTIC, 2018); não foram consideradas emissões fugitivas para os

processos estudados no presente Trabalho de Conclusão de Curso, já que não há esse tipo de

emissão nesses processos.

O algoritmo WAR leva em consideração os componentes envolvidos no processo, as

correntes de produtos (corrente de produção de metilal) e resíduos (corrente de produção de

metanol) e o consumo energético da planta. Esta ferramenta produz resultados em Potencial

Impacto Ambiental com relação a diversos fatores, incluindo índices totais de PEI e

categorias de impacto. Neste trabalho, a categoria de impacto utilizada é o PEI total que deixa

o sistema por massa de produtos (PEI/tprod), e o impacto ambiental estudado é o TTP

(Terrestrial Toxicity Potential), que trata do potencial impacto de contaminação do solo.

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CAPÍTULO 4

METODOLOGIA

Este capítulo é dedicado à apresentação da metodologia empregada na simulação

computacional do processo de separação da mistura metilal-metanol proposto por Wang et al.

(2012), assim como a planta intensificada elaborada neste trabalho.

Na sequência, é abordada a metodologia e considerações usadas na elaboração da

simulação dos sistemas de refrigeração e geração de vapor, que constituem a planta de

utilidades. Também é apresentada a metodologia para a elaboração e cálculo dos

ecoindicadores de consumo de água, emissões de CO2 e TTP, com base nos valores obtidos

através das simulações computacionais e disponibilizados pelos trabalhos de referência. Além

disso, deve-se ressaltar que os dados utilizados para os cálculos dos ecoindicadores da planta

de pressão variante foram retirados do trabalho de Yu et al. (2012).

As metodologias expostas neste capítulo apresentam de forma sintética, por

intermédio de tabelas, o conteúdo previamente discutido no Capítulo 3 para o

desenvolvimento das plantas de processo e de utilidades por simulação computacional, assim

como o cálculo dos ecoindicadores e subsequente avaliação da ecoeficiência.

4.1 SIMULAÇÃO DO PROCESSO DE DESTILAÇÃO EXTRATIVA

A metodologia empregada para a simulação computacional do processo de destilação

extrativa da mistura metilal/metanol com uso de DMF é descrita de maneira sucinta na Tabela

4.1, assim como as premissas e dados utilizados, objetivos e considerações.

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Tabela 4.1 – Metodologia para simulação da planta de destilação extrativa.

Descrição da metodologia

Planta: Separação por destilação extrativa da mistura metilal/metanol com uso de DMF.

Artigo de referência: Wang et al. (2012).

Objetivos: Reproduzir os resultados apresentados por Wang et al. (2012), obtendo valores

de vazão e fração mássicas e a quantidade de calor trocado nos equipamentos para cálculo

dos ecoindicadores de emissão de CO2, consumo de água e TTP.

Software utilizado: UniSim® Design Suite R390.1.

Componentes envolvidos: Metilal, metanol, água e DMF.

Modelo termodinâmico: NRTL.

Modelagem: Balanços de massa e energia e equações inerentes aos módulos de

equipamentos utilizados no UniSim®, tais como os de equilíbrio líquido-vapor nas colunas

de destilação.

Operação: Estado estacionário (Steady State)

Alimentação: Corrente de alimentação: metilal, metanol, água; Corrente de make-up: DMF.

Considerações: O fluido de troca térmica nos refervedores é vapor de aquecimento;

O fluido de troca térmica nos condensadores é água de resfriamento.

Validação dos resultados: Análise comparativa entre os valores de vazão e fração mássicas

e transferência de energia resultantes da simulação no UniSim® com relação aos resultados

obtidos no ASPEN Plus por Wang et al. (2012). Foram admitidos erros inferiores à 5% para

vazões e frações mássicas e inferiores à 10% para valores de correntes energéticas.

4.2 SIMULAÇÃO DA PLANTA COM DESTILAÇÃO DE DUPLO EFEITO

A metodologia empregada para a simulação computacional e intensificação do

processo de destilação extrativa da mistura metilal/metanol com uso de DMF é descrita de

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maneira sucinta na Tabela 4.2, incluindo procedimento de redimensionamento de

equipamentos e de integração energética, assim como considerações feitas.

Tabela 4.2 – Metodologia para simulação da planta com destilação de duplo efeito.

Descrição da metodologia

Intensificação do processo: Aplicação do conceito de destilação de duplo efeito e

redimensionamento de equipamento.

Artigo de referência: Wang et al. (2012).

Objetivos: Implementar a estratégia de intensificação de processo por meio de destilação

de duplo efeito, com intuito de aferir potenciais reduções nos valores dos ecoindicadores da

planta intensificada em relação à original.

Software utilizado: UniSim® Design Suite R390.1 e Microsoft Excel.

Modificações: Aumento da pressão de operação da coluna regeneradora de DMF (segunda

coluna);

Redimensionamento da regeneradora através do método shortcut, realizado no UniSim®;

Integração energética entre a corrente de topo da coluna regeneradora de DMF a corrente de

fundo da coluna extratora de metilal (primeira coluna);

Introdução de um trocador de calor tipo casco e tubo e de um vaso flash;

Eliminação do refervedor da primeira coluna e do condensador da segunda coluna;

Adição de uma válvula para redução da pressão da corrente de fundo da regeneradora para

reciclo para a primeira coluna.

Considerações: Diferença de temperatura mínima (approach térmico mínimo - ΔTmin)

igual a 10 ºC;

Perdas de carga nos trocadores de calor são consideradas como desprezíveis.

Critério de avaliação: Análise comparativa entre os valores de vazão e fração mássicas e

transferência de energia resultantes da simulação no UniSim® com relação aos resultados

obtidos no ASPEN Plus por Wang et al. (2012). Foram admitidos erros inferiores à 5% para

vazões e frações mássicas.

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4.3 SIMULAÇÃO DO PROCESSO POR PRESSÃO VARIANTE

A metodologia empregada para a simulação computacional do processo de destilação

por pressão variante da mistura metilal/metanol é descrita de maneira sucinta na Tabela 4.3,

assim como as premissas e dados utilizados, objetivos e considerações.

Tabela 4.3 - Metodologia para a planta de destilação por pressão variante.

Descrição da metodologia

Planta: Separação por destilação por pressão variante da mistura metilal/metanol.

Artigo de referência: Yu et al. (2012).

Objetivos: Reproduzir os resultados apresentados por Yu et al. (2012), obtendo valores de

vazão e fração mássicas e o valor do calor trocado nos equipamentos para a elaboração dos

cálculos dos ecoindicadores de emissão de CO2, consumo de água e TTP.

Software utilizado: UniSim Design Suite R390.1.

Componentes envolvidos: Metilal, metanol e água.

Modelo termodinâmico: NRTL.

Modelagem: Balanços de massa e energia e equações inerentes aos módulos de

equipamentos utilizados no UniSim, tais como os de equilíbrio líquido-vapor nas colunas de

destilação.

Operação: Estado estacionário (Steady State)

Alimentação: Corrente de alimentação: metilal, metanol e água

Considerações: O fluido de troca térmica nos refervedores é vapor de aquecimento;

O fluido de troca térmica nos condensadores é água de resfriamento.

Validação dos resultados: Análise comparativa entre os valores de vazão e fração mássicas

e o valor do calor trocado resultantes da simulação no UniSim® com relação aos resultados

obtidos no ASPEN Plus por Wang et al. (2012).

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Não foi possível reproduzir o processo de destilação por pressão variante apresentado

no trabalho de Yu et al. (2012) dentro dos critérios estabelecidos para validação de resultados,

isso será discutido detalhadamente no Capítulo 5 e, por isso, os dados para os cálculos de

ecoindicadores deste processo foram retirados do estudo de Yu et al. (2012).

4.4 SIMULAÇÃO DA PLANTA DE UTILIDADES

A metodologia empregada para a simulação computacional da planta de utilidades é

descrita de maneira sucinta nas Tabelas 4.4 e 4.5, referentes aos sistemas de refrigeração e

geração de vapor, respectivamente, assim como as premissas e dados utilizados, objetivos,

considerações e heurísticas.

Tabela 4.4 – Metodologia para simulação do sistema de água de resfriamento

Descrição da metodologia

Planta: Sistema de refrigeração da planta de utilidades.

Artigos de referência: Couper et al (2012), Silla (2003) e Turton et al. (2012).

Objetivos: Obter valores mais fidedignos para o consumo de água e energia dos processos, para

o cálculo dos ecoindicadores de consumo de água e emissão de CO2.

Software utilizado: UniSim® Design Suite R390.1.

Componentes envolvidos: Água.

Modelo termodinâmico: UNIQUAC.

Operação: Estado estacionário (Steady State).

Condições operacionais da água de resfriamento:

Entrada dos trocadores de calor: 303,15 K e 500 kPa

Saída dos trocadores de calor: 318,15 K. e 500 kPa

Condições operacionais da água de make-up: 303,15 K e 101,3 kPa.

Considerações: Foram consideradas bombas elétricas operando a 75% de eficiência.

Heurísticas para perda de água: Arraste na torre de evaporação: 0,3%; evaporação: 2,7%; e

purga na torre: 3%.

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Tabela 4.5 – Metodologia para simulação do sistema de geração de vapor.

Descrição da metodologia

Planta: Sistema de geração de vapor da planta de utilidades.

Artigos de referência: McKay et al. (1981), Seneviratne (2007) e Turton et al. (2012).

Objetivos: Obter valores mais fidedignos para o consumo de água e energia dos processos,

para o cálculo dos ecoindicadores de consumo de água e emissão de CO2.

Software utilizado: UniSim® Design Suite R390.1.

Componentes envolvidos: Água.

Modelo termodinâmico: UNIQUAC.

Operação: Estado estacionário (Steady State).

Condições operacionais do vapor de aquecimento:

Vapor de baixa pressão (lps): 439,15 K e 711 kPa.

Vapor de alta pressão (hps): 527,15K e 4201 kPa.

Condições operacionais da água de make-up: 303,15 K e 101,3 kPa.

Considerações: Foram consideradas bombas elétricas operando a 75% de eficiência e a

caldeira operando a 80%.

Heurísticas para perda de água: Perdas do tratamento: 1%; purga: 5%; e retorno de

condensado: 75%.

4.4 CÁLCULO DOS ECOINDICADORES

A metodologia empregada para o cálculo dos ecoindicadores de emissão de CO2,

consumo de água e TTP das plantas de separação da mistura metilal/metanol é descrita na

Tabela 4.6.

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Tabela 4.6 – Metodologia para o cálculo dos ecoindicadores.

Descrição da metodologia

Ecoindicadores: Emissão de CO2, consumo de água e TTP.

Principais referências: Pereira et al. (2018), MCTIC (2018), US EPA (2016), IPCC (2006)

Objetivos: Verificar quantitativamente os impactos ambientais dos processos estudados e

promover uma análise comparativa da ecoeficiência de cada tecnologia.

Taxa de produção: Vazão mássica de produto metilal em tprod/h.

Ecoindicador de emissão de CO2: Razão entre as emissões totais de CO2 em tCO2/h e a taxa

de produção em tprod/h. Unidade: tCO2/ tprod

Emissões de CO2: Advindas da combustão de gás natural que ocorre na caldeira para geração

de energia e do consumo de energia elétrica nas bombas e no ventilador da torre de

refrigeração.

Considerações: Considera-se que valores de emissões provenientes de vazamentos e

transporte são desprezíveis.

Ecoindicador de consumo de água: Razão entre a vazão total de água de make-up em

m3H2O/h e a taxa de produção em tprod/h. Unidade: m3H2O/ tprod.

Consumo de água: Advindo das vazões de água de make-up que alimentam os sistemas de

refrigeração e geração de vapor na planta de utilidades.

Ecoindicador de TTP : Razão entre PEI (Potencial Environmental Impact) em PEI/h e a

taxa de produção em tprod/h. Unidade: PEI/tprod

TTP: São consideradas as correntes de alimentação, produto e resíduos para cálculo de PEI

através do algoritmo WAR (US EPA).

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4.5 SOFTWARE E HARDWARE

Na elaboração deste estudo fez-se uso dos seguintes software: UniSim® Design Suite

R390.1, MS Word®, MS Excel®, MS Visio Profissional® e WAR 1.0.

As simulações computacionais das plantas de separação da mistura metilal/metanol e

dos sistemas de refrigeração e geração de vapor da planta de utilidades foram realizadas no

UniSim® Design Suite R390. A Honeywell® é a concedente da licença utilizada na

Universidade Federal Fluminense.

O texto do presente trabalho foi elaborado e editado no MS Word® 365, da

Microsoft®. A comparação dos valores obtidos a partir da simulação computacional e dos

resultados apresentados na literatura de base, o cálculo de ecoindicadores e da ecoeficiência,

assim como a confecção de gráficos e tabelas, foram desenvolvidos no MS Excel® 365, da

Microsoft®.

Os desenhos dos fluxogramas de processo das plantas de destilação extrativa, original

e intensificada e de destilação por pressão variante, dos sistemas de água de resfriamento e

geração de vapor, assim como as figuras 2.2 a 2.6 foram realizados no MS Visio Profissional®

Online, da Microsoft®.

O cálculo do ecoindicador de TTP (Terrestrial Toxicity Potencial) foi realizado no

WAR 1.0 da US EPA (United States Environmental Protection Agency).

Os software foram utilizados com a seguinte configuração de hardware:

• Processador: Intel® Core™ i7 a 1,80 GHz;

• Disco rígido: 1 TB, 5400 rpm;

• Memória: 8 GB, DDR4 de 2400 MHz;

• Sistema operacional: Windows 10, da Microsoft.

Assim, tem-se apresentada a metodologia de desenvolvimento deste estudo, que reúne

de maneira sintética as informações contidas no Capítulo 3. Os próximos capítulos são

dedicados ao detalhamento dos resultados, discussões, conclusões e sugestões com base na

metodologia utilizada.

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CAPÍTULO 5

RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados obtidos por meio das simulações computacionais

das plantas de separação extrativa da mistura metilal/metanol com uso de DMF, proposto por

Wang et al. (2012), e do processo intensificado, desenvolvido neste trabalho, ambas

realizadas no software UniSim® da Honeywell®. Para a validação dos dados provenientes da

simulação, os valores resultantes para as correntes de processo e de energia são comparados

com os disponibilizados no artigo de referência.

Importante ressaltar que, como mencionado no Capítulo 4, não foi possível simular o

processo de destilação por pressão variante apresentado no trabalho de Yu et al.(2012) em sua

totalidade, como será discutido posteriormente. Contudo, os dados das correntes mássicas e de

energia apresentados no estudo de referência serão utilizados para o cálculo dos

ecoindicadores e do Índice Comparativo de Ecoeficiência.

Ademais, são apresentados os resultados para as simulações dos sistemas de água de

resfriamento e de geração de vapor da planta de utilidades, necessários para a realização do

cálculo representativo dos ecoindicadores.

Por fim, apresentam-se os resultados para os ecoindicadores de consumo de água,

emissões de CO2 e TTP dos processos de separação extrativa, original e intensificado, e do

processo de destilação por pressão variante, tendo como base os resultados das simulações

computacionais e a metodologia descrita no Capítulo 4.

As tabelas apresentadas neste capítulo foram realizadas a partir dos valores obtidos

pelo software UniSim® Design Suite R390.1, utilizando-se como referência as condições

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operacionais, vazões molares, composições e correntes de calor dos trabalhos de Wang et al.

(2012) e Yu et al. (2012).

5.1 PROCESSO DE DESTILAÇÃO EXTRATIVA

Nesta seção serão apresentados os resultados associados às simulações do processo de

destilação extrativa da mistura metilal/metanol com uso de DMF e dos sistemas de

refrigeração e geração de vapor, realizadas no software UniSim®.

5.1.1 Simulação da planta de destilação extrativa

Para a simulação do processo de destilação extrativa da mistura metilal/metanol com

uso de DMF, utilizaram-se os dados de vazões molares, temperatura e pressão informadas

pelos autores do trabalho de Wang et al. (2012), sendo a temperatura, em especial, estimada a

partir da Figura 3.2, que consta da seção 3.2.1. fluxograma no ambiente de simulação do

UniSim® é apresentado na Figura 5.1.

Figura 5.1 – Simulação do processo de destilação extrativa no UniSim®.

Utilizando-se os dados fornecidos no trabalho de Wang et. al. (2012), foi realizada

simulação do processo, de maneira a manter os desvios relativos dos valores de vazão e fração

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mássica abaixo de 5%. Para os valores de energia nos trocadores de calor das colunas, foram

considerados aceitáveis erros inferiores à 10%.

O processo é alimentado com três correntes, 01, 02 e 07, respectivamente: corrente de

alimentação, make-up de DMF e reciclo da segunda coluna. Estas correntes foram

especificadas de acordo com os dados de composição, pressão e temperatura apresentados por

Wang et. al. (2012) que se encontram na Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Correntes de alimentação na planta de destilação extrativa.

Corrente DMF Metilal Metanol Água Vazão Temp. Pressão

(fração mássica) (kg/h) (K) (kPa)

01 0 0,858 0,139 0,003 3000 313,15 101,3

02 1 0 0 0 0,0359 313,15 101,3

07 0,99999 9,20E-14 5,37E-07 9,46E-14 2899,99 313,15 101,3

Não foram observadas divergências significativas para o sucesso da simulação que

justificassem alterações na planta. A Tabela 5.2 apresenta as especificações utilizadas para a

simulação das colunas de destilação C101 e C102.

Tabela 5.2 – Especificação das colunas de destilação.

Especificação das colunas Valor

Simulação

C101 Composição de metanol no destilado 9,83E-04

Composição de metilal no fundo 0,0256

C102 Razão de refluxo 0,543

Vazão mássica do fundo (kg/h) 2900

Os resultados obtidos pela simulação computacional para composição mássica, vazão,

temperatura e pressão das principais correntes de processo, assim como seus respectivos

valores apresentados por Wang et al. (2012), são apresentados na Tabela 5.3.

Foram observados valores de desvio menores que 5% para os principais componentes

de cada corrente, assim como para vazão mássica, temperatura e pressão. Valores muito

baixos de fração mássica foram desconsiderados neste critério de tolerância, visto que mesmo

pequenas diferenças aumentam consideravelmente os desvios relativos.

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Também foram avaliados os resultados para o consumo energético dos condensadores

e refervedores das colunas C101 e C102 em relação aos valores disponibilizados no artigo de

referência, sendo apresentados na Tabela 5.4 a seguir. Nota-se que não foi possível comparar

o valor obtido para a corrente do trocador E101 visto que essa informação não é divulgada no

trabalho de Wang et al. (2012).

Tabela 5.3 – Resultados para a simulação da planta de destilação extrativa.

Corrente DMF Metilal Metanol Água Vazão Temp. Pressão

(fração mássica) (kg/h) (K) (kPa)

03

Wang et al.

(2012) 1,24E-05 9,99E-01 9,83E-04 4,35E-06 2573,15 315,07 101,30

UniSim® 1,49E-05 1,00E+00 4,15E-04 4,18E-07 2574,36 315,47 101,30

04

Wang et al.

(2012) 8,72E-01 2,56E-04 1,25E-01 2,71E-03 3324,30 391,41 101,30

UniSim® 8,72E-01 2,26E-04 1,25E-01 2,95E-03 3326,30 377,83 101,30

05

Wang et al.

(2012) 1,00E-05 2,00E-03 9,77E-01 2,10E-02 424,31 338,09 101,30

UniSim® 2,18E-07 1,76E-03 9,76E-01 2,26E-02 426,31 338,23 101,30

06

Wang et al.

(2012) 1,00E+00 9,20E-14 5,37E-07 9,46E-06 2899,99 430,00 101,30

UniSim® 1,00E+00 1,45E-15 3,63E-09 5,98E-05 2899,99 426,43 101,30

Tabela 5.4 – Resultados para as principais correntes de energia.

Equipamento Energia (kJ/h)

C101 Condensador Wang et al. (2012) 2,24E+06

UniSim® 2,42E+06

C101 Refervedor Wang et al. (2012) 2,82E+06

UniSim® 2,96E+06

C102 Condensador Wang et al. (2012) 7,36E+05

UniSim® 7,42E+05

C102 Refervedor Wang et al. (2012) 9,18E+05

UniSim® 1,02E+06

O erros observados na corrente energética do refervedor da segunda coluna foi

superior à 10%. Isso pode ser atribuído a diferentes condições especificadas nas colunas em

relação ao trabalho original. Além disso, podem atribuir outros desvios às diferenças nos

software de simulação utilizados, visto que o processo original realizado por Wang et al.

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(2012) foi simulado no AspenPlus® e AspenDynamics®. Portanto, os resultados da

simulação foram considerados, de maneira geral, satisfatórios e coerentes.

5.1.2 Simulação do sistema de água de resfriamento – Destilação extrativa

O fornecimento de água de resfriamento para o processo de destilação extrativa é feito

pelo sistema de refrigeração da planta de utilidades. Esse sistema foi desenvolvido de acordo

com a metodologia apresentada nos Capítulos 3 e 4. A simulação desse sistema é apresentada

na Figura 5.2 a seguir.

Figura 5.2 – Simulação computacional do sistema de água de resfriamento no UniSim®.

Deve-se observar que as correntes de tratamento químico antes da torre de refrigeração

não foram consideradas relevantes para o presente trabalho, visto que não houve especificação

dos produtos químicos nos sistemas propostos por Turton et al. (2012) e Seneviratne (2007),

utilizados como referência no desenvolvimento do sistema de água de resfriamento.

Entretanto, espera-se que essa omissão não acarretará erros significativos, visto que o objetivo

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da planta é estimar os valores de vazão volumétrica de água consumida e de energia elétrica

gasta na bomba P-100 e nos ventiladores da torre de resfriamento.

Utilizando-se os valores das taxas de transferência de calor obtidas pela simulação nos

equipamentos de troca térmica que fazem uso de água de resfriamento, foi possível

determinar a vazão volumétrica de água de make-up do sistema de refrigeração e as perdas

proporcionais por equipamento, como pode ser observado na Tabela 5.5. Pode-se verificar

também o consumo percentual de água de make-up por equipamento da planta na Figura 5.3 a

seguir.

Tabela 5.5 – Make-up de água de resfriamento – Destilação extrativa .

Equipamentos Taxa de transferência de calor

(GJ/h)

Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

C101 - Condensador 2,24 2,09

C102 - Condensador 0,74 0,69

E101 - Resfriador 0,76 0,71

Make-up Total 3,73 3,49

Figura 5.3 – Make-up de água de resfriamento por equipamento – Destilação extrativa.

Dessa maneira, é possível observar que o condensador da primeira coluna é o

equipamento que mais consome água de make-up resfriamento, sendo responsável por mais

59,92%

19,73%

20,35%

C101 - Condensador C102 - Condensador E101 - Resfriador

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da metade do gasto total, enquanto os outros dois equipamentos consomem aproximadamente

a mesma quantidade de água.

O quantitativo da taxa de transferência de calor total nos equipamentos utilizadores de

água de resfriamento é representado na simulação pela corrente “ENERGIA DE

RESFRIAMENTO”. Essa informação, em conjunto com as heurísticas de perdas,

apresentadas nos Capítulos 3 e 4, viabilizam o cálculo do volume total de água necessário

para abastecer o sistema de refrigeração, além das demais correntes de processo. Os valores

obtidos a partir da simulação para as vazões volumétricas dessas correntes encontram-se na

Tabela 5.6 abaixo.

Tabela 5.6 – Sistema de água de resfriamento – Destilação extrativa

Corrente Vazão volumétrica

(m3H2O/h)

Água de resfriamento 59,13

Reciclo de água de resfriamento 59,13

Arraste 0,18

Evaporação 1,59

Purga 1,72

Make-up de água de resfriamento 3,49

O valor obtido para a corrente de make-up de água de resfriamento foi utilizado para o

cálculo da vazão volumétrica total de água consumida pela planta, enquanto o valor da

corrente de reciclo de água de resfriamento foi utilizado para determinar o gasto energético

nos ventiladores da torre de refrigeração.

5.1.3 Simulação do sistema de geração de vapor – Destilação extrativa

O sistema de geração de vapor foi desenvolvido de acordo com a metodologia descrita

nos Capítulos 3 e 4. Também se considera que o vapor utilizado na planta de destilação

extrativa é vapor de baixa pressão (lps), visto que as temperaturas de operação nos

refervedores são inferiores a 439,15 K (TURTON et al., 2012).

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É importante ressaltar que, similarmente ao sistema de água de resfriamento, não foi

considerado relevante o sistema de tratamento de água. Acredita-se, ainda, que a omissão

desse sistema não prejudicará a determinação do volume de água da corrente de make-up e a

aferição dos gastos energéticos dos equipamentos, de maneira a não alterar o resultado da

análise da unidade de geração de vapor da planta de utilidades, apresentada na Figura 5.4.

Figura 5.4 – Simulação computacional do sistema de geração de vapor no UniSim®.

A caldeira foi subdivida em dois equipamentos, B101-A e B101-B. Dessa maneira, a

água é aquecida no primeiro à condição de líquido saturado pela transferência de calor

sensível e, em seguida, a vapor saturado pela transferência de calor latente no segundo

trocador. Antes do segundo trocador, simula-se o descarte de água por meio da corrente de

purga da caldeira.

De maneira análoga ao sistema de água de resfriamento, utilizando-se os valores das

taxas de transferência de calor obtidas pela simulação nos equipamentos de troca térmica que

fazem uso de vapor de aquecimento, foi possível determinar a vazão volumétrica de água de

make-up do sistema de geração de vapor e as perdas proporcionais por equipamento, como

pode ser observado na Tabela 5.7. Pode-se verificar também o consumo percentual de água de

make-up para geração de vapor por equipamento na Figura 5.5 a seguir.

Observar-se que a água de make-up consumida para geração do vapor fornecido para o

referverdor da primeira coluna constitui cerca de três quartos de toda água de make-up

consumida para este fim. Dessa maneira, é possível afirmar que este é o equipamento mais

oneroso da planta quanto a necessidade de utilidades quentes.

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Tabela 5.7 – Make-up de água para geração de vapor – Destilação extrativa

Equipamentos Taxa de transferência de calor

(GJ/h)

Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

C101 - Refervedor 2,82 0,42

C102 - Refervedor 0,92 0,14

Total 3,74 0,55

Figura 5.5 – Make-up para geração de vapor por equipamento – Extrativa

Tabela 5.8 – Sistema de geração de vapor – Destilação extrativa

Corrente Vazão volumétrica

(m3H2O/h)

Água de alimentação da caldeira 1,91

Vapor saturado (lps) 1,81

Condensado 1,36

Perdas de tratamento 0,01

Purga 0,10

Perdas dos processos 0,45

Make-up de água para geração de vapor 0,55

O quantitativo da taxa de transferência de calor total nos equipamentos utilizadores de

vapor de aquecimento é representado na simulação pela corrente “ENERGIA DE

AQUECIMENTO”. Essa informação, em conjunto com as heurísticas de perdas, apresentadas

75,42%

24,58%

C101 - Refervedor

C102 - Refervedor

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nos Capítulos 3 e 4, viabilizam o cálculo do volume total de água necessário para abastecer o

sistema de geração de vapor, além das demais correntes de processo. Os valores obtidos a

partir da simulação para essas correntes encontram-se na Tabela 5.8. O valor obtido para a

corrente de make-up de água para geração de vapor foi utilizado para o cálculo da vazão

volumétrica total de água consumida pela planta.

5.1.4 Ecoindicadores – Destilação extrativa

Nesta seção serão abordados os resultados gerados para os ecoindicadores de consumo

de água, emissão de CO2 e TTP, conforme as metodologias apresentadas nos Capítulos 3 e 4 e

com base nos resultados obtidos a partir das simulações computacionais. A variável de

processo utilizada é a taxa de produção de metilal.

5.1.4.1 Ecoindicador de consumo de água – Destilação extrativa

Utilizando-se os valores das taxas de transferência de calor obtidas pela simulação nos

equipamentos de troca térmica que fazem uso de água de resfriamento, foi possível calcular as

vazões volumétricas de make-up dos sistemas da planta de utilidades. Dessa maneira, foram

utilizadas as vazões volumétricas de make-up para a obtenção do ecoindicador de consumo de

água, considerando-se que a planta não exporta vapor. Os resultados são expostos na Tabela

5.9.

Tabela 5.9 – Ecoindicador de consumo de água – Destilação extrativa.

Corrente Vazão mássica (t/h)

Vazão de água utilizada no processo 0,00

Make-up do sistema de água de resfriamento 3,49

Make-up do sistema de geração de vapor 0,55

Vapor exportado 0,00

Consumo total de água (m3H2O/h) 4,04

Taxa de produção de metilal (tprod/h) 2,5706

Ecoindicador de consumo de água (m3H2O

/tprod) 1,58

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Dessa maneira, a partir dos dados expostos na Tabela 5.9 pode-se afirmar que o

processo de destilação extrativa da mistura metilal-metanol com uso de DMF consome

através da planta de utilidades um quantitativo de 1,57 m3 de água por tonelada de metilal.

5.1.4.2 Ecoindicador de emissões de CO2 – Destilação extrativa

O ecoindicador de emissões de CO2 foi calculado a partir dos valores obtidos pela

simulação para o consumo energético de cada equipamento. O valor das emissões foi obtido

por meio da multiplicação dos resultados de gasto de energia pelo fator de conversão

associado à sua categoria, por combustão ou indiretas. Os resultados podem ser observados na

Tabela 5.10.

Tabela 5.10 – Resultados para as emissões de CO2 – Destilação extrativa

Equipamento Tipo de

emissão

Energia

(GJ/h)

Fator de

conversão

Emissão

(tCO2/h)

Caldeira Combustão 5,53692 0,05610 0,31062

Bomba 1 – P100 Indiretas 0,00214 0,02060 0,00004

Bomba 2 – P101 Indiretas 0,04167 0,02060 0,00086

Ventiladores da torre Indiretas 0,40351 0,02060 0,00831

Total de emissões por combustão (tCO2/h) 0,31062

Total de emissões indiretas (tCO2/h) 0,00921

Para o cálculo do ecoindicador foi considerado que a planta não apresenta emissões

fugitivas por vazamentos ou queima de gases de purga em flare. Os resultados para o

ecoindicador de emissões de CO2 são apresentados na Tabela 5.11.

Dessa maneira, a partir dos dados exposto na Tabela 5.11 acima pode-se afirmar que o

processo de destilação extrativa da mistura metilal-metanol com uso de DMF emite, somado a

planta de utilidades, um quantitativo de 0,12 tonelada de CO2 por tonelada de metilal. A

Figura 5.6 apresenta em percentagem as emissões advindas de fontes de combustão e fontes

indiretas.

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Tabela 5.11 – Ecoindicador de emissão de CO2 – Destilação extrativa.

Tipo de emissão Quantidade (tCO2/h)

Combustão 0,31

Indiretas 0,01

Total de emissões de CO2 (tCO2/h) 0,32

Taxa de produção de metilal (tprod/h) 2,57

Ecoindicador de emissões de CO2 (tCO2/tprod) 0,12

A partir da Figura 5.6, é possível concluir que a maior fonte de emissões de CO2 na

planta de destilação extrativa da mistura metilal/metanol com DMF é a caldeira B101 do

sistema de geração de vapor, responsável pela quase totalidade de emissões.

Figura 5.6 – Emissões por fontes de combustão e indiretas – Extrativa.

5.1.4.3 Ecoindicador de TTP – Destilação extrativa

O cálculo do ecoindicador de impactos potenciais no solo (TTP) é feito por meio do

algoritmo WAR, como descrito na seção 2.7.3 e nas metodologias detalhas nos Capítulos 3 e

4. Considerando os dados de composição mássica, vazão das correntes de alimentação,

produto e resíduo do processo, o resultado para o ecoindicador de TTP é apresentado na

Tabela 5.12.

97,1189%

2,8811%

Total de emissões por combustão Total de emissões indiretas

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Tabela 5.12 – Ecoindicador de TTP – Destilação extrativa.

Corrente DMF Metilal Metanol Água Vazão mássica

(fração mássica) (kg/h)

01 Alimentação 0,000 0,858 0,139 0,003 3000

02 Alimentação 1,000 0,000 0,000 0,000 0,0359

03 Produto 0,000 0,999 0,001 0,000 2573,15

05 Resíduo 0,000 0,002 0,977 0,021 424,31

TTP (PEI/tprod) 10,80

5.2 PROCESSO DE DESTILAÇÃO COM DUPLO EFEITO

Nesta seção serão apresentados os resultados associados às simulações do processo de

destilação duplo efeito da mistura metilal/metanol com uso de DMF e dos sistemas de

refrigeração e geração de vapor, realizadas no software UniSim® e com base no processo de

destilação extrativa proposto por Wang et al. (2012).

5.2.1 Simulação da planta de destilação com duplo efeito

Para a simulação do processo de destilação com duplo efeito da mistura

metilal/metanol com uso de DMF, foram utilizados os mesmos valores para as correntes de

alimentação apresentados na Tabela 5.1. Dessa maneira, foi necessário redimensionar a

segunda coluna para possibilitar a execução da estratégia de intensificação de destilação de

duplo efeito por meio da integração térmica das correntes de topo da segunda coluna e de

fundo da primeira.

Com este fim, utilizou-se o recurso do algoritmo shortcut UniSim® Design R390.1.

Definiu-se o metanol como chave leve, e sua composição molar no fundo como 1.10-7, e o

DMF como chave pesada, com composição molar no destilado de 1.10-8. Além disso, utilizou-

se a razão de refluxo como 1,5 vezes a razão de refluxo mínima calculada pelo software.

Através do método de tentativa e erro, variou-se a pressão da coluna até uma

temperatura que possibilitasse a troca térmica. Esta foi, ainda, modificada posteriormente para

garantir um approach mínimo de temperatura no trocador casco e tubo de 10 ºC. Isso é feito

de maneira a representar uma opção realista de projeto, visto que trocadores de calor com

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valores de approach térmico inferiores resultam em equipamentos maiores e menos eficientes

(LOPES, 2018). A Tabela 5.13 apresenta a configuração da segunda coluna no processo de

destilação extrativa original, e da destilação de duplo efeito.

A partir do redimensionamento da segunda coluna, foi possível, então, iniciar o

processo de integração entre as correntes previamente escolhidas. Para tal, simulou-se

individualmente cada coluna de destilação para a obtenção das condições operacionais e

composições molares das correntes que alimentam o condensador e refervedor originais.

Tabela 5.13 – Redimensionamento da segunda coluna – Destilação com duplo efeito.

Configuração da C102/C02

Processo Número de pratos Alimentação Pressão (kPa)

Destilação extrativa 20 8 101,3

Destilação de duplo efeito 29 24 524

Assim, utilizando-se o artificio de colunas absorvedoras, uma sem refervedor, e a

outra sem condensador, foi possível integrar as correntes de interesse em um trocador casco e

tubo. É possível verificar na Figura 5.7 a planta no ambiente de simulação no UniSim®.

Figura 5.7 – Simulação do processo de destilação extrativa com duplo efeito no UniSim®.

O trocador casco e tubo foi especificado com as temperaturas iniciais de cada corrente,

originadas nas torres de destilação, sem perda de carga e com a temperatura de saída da

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corrente de fundo determinada através de um operador lógico adjust. Para a configuração

deste, a fração de vapor da corrente foi a variável ajustada para se alcançar a vazão de fundo

necessária na saída do vaso flash seguinte. Neste equipamento, ocorre a separação do produto

de fundo e do boilup, corrente vaporizada que retorna à primeira torre, enquanto a corrente de

topo da segunda coluna, após a troca térmica, é dividida em um “tê”, no qual parte da vazão é

reciclada para a coluna e parte constitui a corrente de destilado.

Os resultados obtidos pela simulação computacional para composição mássica, vazão,

temperatura e pressão das principais correntes de processo, assim como seus respectivos

valores apresentados por Wang et al. (2012), são apresentados na Tabela 5.14. Assim como

observado na planta de destilação extrativa, apesar das modificações os resultados

continuaram coerentes com os dos autores.

Tabela 5.14 – Resultados para a simulação da planta de destilação com duplo efeito.

Corrente DMF Metilal Metanol Água Vazão

(fração mássica) (kg/h)

3 Wang et al. 1,24E-05 9,99E-01 9,83E-04 4,35E-06 2573,15

UniSim® 6,10E-05 9,99E-01 9,84E-04 6,25E-08 2571,21

7 Wang et al. 8,72E-01 2,56E-04 1,25E-01 2,71E-03 3324,30

UniSim® 8,71E-01 1,72E-03 1,25E-01 2,75E-03 3324,30

11 Wang et al. 1,00E-05 2,00E-03 9,77E-01 2,10E-02 424,31

UniSim® 1,94E-11 4,25E-03 9,73E-01 2,27E-02 426,89

14 Wang et al. 1,00E+00 9,20E-14 5,37E-07 9,46E-06 2899,99

UniSim® 1,00E+00 2,01E-10 9,20E-08 9,91E-06 2895,21

5.2.2 Simulação do sistema de água de resfriamento – Destilação com duplo efeito

De maneira análoga ao procedimento realizado na seção 5.1.2, utilizando-se os valores

das taxas de transferência de calor obtidas pela simulação nos equipamentos de troca térmica

que fazem uso de água de resfriamento, foi possível determinar a vazão volumétrica de água

de make-up do sistema de refrigeração e as perdas proporcionais por equipamento, como pode

ser observado na Tabela 5.15. Pode-se verificar também o consumo percentual de água de

make-up por equipamento da planta na Figura 5.8.

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75

Comparando a Figura 5.8 e a Figura 5.3 é possível observar que a parcela referente ao

consumo do condensador da primeira coluna continua sendo o maior, apesar do aumento

considerável da parcela advinda do resfriador E02 devido à retirada do condensador da

segunda coluna do processo de destilação extrativa original.

Tabela 5.15 – Make-up de água de resfriamento – Destilação com duplo efeito.

Equipamentos Taxa de transferência de calor

(GJ/h)

Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

C01 - Condensador 1,70 1,60

E02 - Resfriador 1,30 1,22

Make-up Total 3,00 2,82

Figura 5.8 – Make-up de água de resfriamento por equipamento – Destilação com duplo

efeito.

Similarmente à seção 5.1.2, é feito o cálculo do volume total de água necessário para

abastecer o sistema de refrigeração, além das demais correntes de processo. Os valores

obtidos a partir da simulação para as vazões volumétricas dessas correntes encontram-se na

Tabela 5.16.

O valor obtido para a corrente de make-up de água de resfriamento foi utilizado para o

cálculo da vazão volumétrica total de água consumida pela planta, enquanto o valor da

corrente de reciclo de água de resfriamento foi utilizado para determinar o gasto energético

nos ventiladores da torre de refrigeração.

57%

43%

C01 - Condensador E02 - Resfriador

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Tabela 5.16 – Sistema de água de resfriamento – Destilação com duplo efeito.

Corrente Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

Água de resfriamento 47,68

Reciclo de água de resfriamento 47,68

Arraste 0,14

Evaporação 1,29

Purga 1,39

Make-up de água de resfriamento 2,82

Comparativamente ao processo de destilação extrativa, como pode ser verificado na

Tabela 5.6, a vazão volumétrica de make-up de água para o sistema de refrigeração é reduzida

de 3,49 m3H2O/h para 2,82 m3

H2O/h. Essa redução de 19,2% é decorrente da eliminação do

condensador da coluna 102 da planta de destilação extrativa original em função da integração

energética realizada na estratégia de destilação de duplo efeito.

5.2.3 Simulação do sistema de geração de vapor – Destilação com duplo efeito

De maneira análoga ao procedimento realizado na seção 5.1.3, utilizando-se os valores

das taxas de transferência de calor obtidas pela simulação nos equipamentos de troca térmica

que fazem uso de vapor de aquecimento, foi possível determinar a vazão volumétrica de água

de make-up do sistema de geração de vapor e as perdas proporcionais por equipamento.

Também se considera que o vapor utilizado na planta de destilação de duplo efeito é vapor de

alta pressão (hps), visto que as temperaturas de operação no refervedor (497,85 K) são

superiores a 475,15 K, temperatura limite para o uso de vapor de média pressão (mps –

medium pressure steam) (TURTON, et al., 2012). Esses resultados podem ser observados na

Tabela 5.17.

Tabela 5.17 – Make-up de água para geração de vapor – Destilação com duplo efeito.

Equipamentos Taxa de transferência de calor

(GJ/h)

Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

C02 - Refervedor 3,49 0,63

Total (vapor saturado - hps) 3,49 0,63

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Comparativamente ao processo de destilação extrativa, como pode ser verificado na

Tabela 5.17, a vazão volumétrica de make-up de água para o sistema de geração de vapor é

mais elevada, aumentado de 0,55 m3H2O/h para 0,63 m3

H2O/h, um incremento de 14,5%. Esse

aumento é decorrente da utilização de vapor de alta pressão na destilação de duplo efeito,

enquanto na planta de destilação extrativa original é utilizado vapor de baixa pressão.

Além disso, é possível observar uma aparente economia energética, com a diminuição

da taxa transferência de calor total, de 3,74 GJ/h na planta de destilação extrativa para 3,49

GJ/h na planta de destilação de duplo efeito, uma redução de 6,7% no consumo energético.

Ademais, verifica-se o aumento significativo do consumo energético do refervedor da

segunda coluna, de 0,92 GJ/h para 3,49 GJ/h, um incremento de 279%. Isso é explicado pelo

redimensionamento da coluna e pelo aumento da pressão de operação da coluna de 101,3 kPa

a 524 kPa, que resulta em uma maior taxa de transferência de calor no referverdor desse

equipamento.

Tabela 5.18 – Sistema de geração de vapor – Destilação com duplo efeito.

Corrente Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

Água de alimentação da caldeira 2,15

Vapor saturado (hps) 2,05

Condensado 1,53

Perdas de tratamento 0,01

Purga 0,11

Perdas dos processos 0,51

Make-up de água para geração de vapor 0,63

Similarmente à seção 5.1.3, é feito o cálculo do volume total de água necessário para

abastecer o sistema de geração de vapor, além das demais correntes de processo. Os valores

obtidos a partir da simulação para essas correntes encontram-se na Tabela 5.18 acima.

O valor obtido para a corrente de make-up de água para geração de vapor foi utilizado

para o cálculo da vazão volumétrica total de água consumida pela planta.

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5.2.4 Ecoindicadores – Destilação com duplo efeito

Nesta seção serão abordados os resultados gerados para os ecoindicadores de consumo

de água, emissão de CO2 e TTP, conforme as metodologias apresentadas nos Capítulos 3 e 4 e

com base nos resultados obtidos a partir das simulações computacionais. A variável de

processo utilizada é a taxa de produção de metilal.

5.2.4.1 Ecoindicador de consumo de água – Destilação com duplo efeito.

De forma análoga ao procedimento realizado na seção 5.1.4.1, o ecoindicador de

consumo de água foi calculado com base nos valores obtidos pela simulação para as vazões

volumétricas de make-up dos sistemas da planta de utilidades. Foi considerado que a planta

não exporta vapor. Os resultados podem ser observados na Tabela 5.19.

Tabela 5.19 – Ecoindicador de consumo de água – Destilação com duplo efeito

Corrente Vazão mássica (t/h)

Make-up do sistema de água de resfriamento 2,82

Make-up do sistema de geração de vapor 0,63

Vapor exportado 0,00

Consumo total de água (m3H2O

/h) 3,44

Taxa de produção de metilal (tprod/h) 2,5685

Ecoindicador de consumo de água (m3H2O

/tprod) 1,34

Dessa maneira, a partir dos dados expostos na Tabela 5.19 pode-se afirmar que o

processo de destilação de duplo efeito consome por meio da planta de utilidades um

quantitativo de 1,37 m3 de água por tonelada de metilal, valor inferior a 1,57 m3, obtido para a

planta de destilação extrativa.

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5.2.4.2 Ecoindicador de emissões de CO2 – Destilação com duplo efeito

De forma análoga ao procedimento realizado na seção 5.1.4.2, o ecoindicador de

emissões de CO2 foi calculado para fontes de combustão e indiretas. Os resultados podem ser

observados na Tabela 5.20.

É importante ressaltar que o gasto energético na caldeira é superior na planta de

destilação de duplo efeito, apesar da aparente economia energética na taxa de transferência de

calor nos equipamentos, como visto na seção 5.2.3. Isso ocorre devido ao maior gasto

energético na caldeira para transferência de calor sensível para água para a produção de vapor

de alta pressão em relação à produção de vapor de baixa pressão. Dessa maneira, verifica-se

na realidade um aumento da energia na caldeira, de 5,54 GJ/h, apresentado na Tabela 5.10,

para 6,41 GJ/h, totalizando um incremento de 15,8% em seu consumo energético.

Tabela 5.20 – Resultados para as emissões de CO2 – Destilação com duplo efeito.

Equipamento Tipo de

emissão

Energia

(GJ/h)

Fator de

conversão

Emissão

(tCO2/h)

Caldeira Combustão 6,41266 0,05610 0,35975

Bomba 1 - P100 Indiretas 0,01624 0,02060 0,00033

Bomba 2 - P101 Indiretas 0,03361 0,02060 0,00069

Ventiladores da torre Indiretas 0,32538 0,02060 0,00670

Total de emissões por combustão (tCO2//h) 0,35975

Total de emissões indiretas (tCO2/h) 0,00773

Para o cálculo do ecoindicador foi considerado que a planta não apresenta emissões

fugitivas por vazamentos ou queima de gases de purga em flare. Os resultados para o

ecoindicador de emissões de CO2 são apresentados na Tabela 5.21. A Figura 5.9 apresenta em

percentagem as emissões advindas de fontes de combustão e fontes indiretas.

Dessa maneira, a partir dos dados expostos na Tabela 5.21 pode-se afirmar que o

processo de destilação de duplo efeito emite, somado à planta de utilidades, um quantitativo

de 0,14 tonelada de CO2 por tonelada de metilal, valor superior a 0,12, obtido para a planta de

destilação extrativa.

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Tabela 5.21 – Ecoindicador de emissão de CO2 – Destilação com duplo efeito.

Tipo de emissão Quantidade

(tCO2/h)

Combustão 0,36

Indiretas 0,01

Total de emissões de CO2 (tCO2/h) 0,37

Taxa de produção de metilal (tprod/h) 2,5685

Ecoindicador de emissões de CO2 (tCO2/tprod) 0,14

A partir da Figura 5.9 é possível concluir que a maior fonte de emissões de CO2 na

planta de destilação de duplo efeito é a caldeira B101 do sistema de geração de vapor,

responsável pela quase totalidade de emissões, bem como na planta de destilação extrativa.

Figura 5.9 – Emissões por fontes de combustão e indiretas – Duplo efeito.

5.2.4.3 Ecoindicador de TTP – Destilação com duplo efeito

De forma análoga ao procedimento realizado na seção 5.1.4.3, o ecoindicador de TTP

foi calculado utilizando os dados de corrente de entrada, de produto e resíduo da planta de

duplo efeito. Os resultados podem ser observados na Tabela 5.20

Verifica-se a partir da Tabela 5.20 que a destilação de duplo efeito, por utilizar as

mesmas correntes de alimentação do processo de destilação extrativa, e produzir correntes de

97,9%

2,1%

Total de emissões por combustão Total de emissões indiretas

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saída (produto e resíduo) muito próximas, apresenta o mesmo valor para o ecoindicador de

TTP.

Tabela 5.22 – Ecoindicador de TTP – Destilação com duplo efeito.

Corrente DMF Metilal Metanol Água Vazão mássica

(fração mássica) (kg/h)

1 Alimentação 0,000 0,858 0,139 0,003 3000

2 Alimentação 1,000 0,000 0,000 0,000 0,0359

3 Produto 0,000 0,999 0,001 0,000 2571,21

11 Resíduo 0,000 0,004 0,973 0,023 426,89

TTP (PEI/tprod) 10,80

5.3 PROCESSO DE DESTILAÇÃO POR PRESSÃO VARIANTE

Nesta seção serão apresentados os resultados associados às simulações do processo de

destilação por pressão variante da mistura metilal/metanol e dos sistemas de refrigeração e

geração de vapor, realizadas no software UniSim®, com base no processo proposto por Yu et

al. (2012).

5.3.1 Simulação da planta de destilação por pressão variante

Para a simulação do processo de destilação por pressão variante da mistura

metilal/metanol, utilizaram-se os dados de vazões molares, temperatura e pressão informadas

pelos autores do trabalho de Yu et al. (2012), sendo as temperaturas, em especial, estimadas a

partir da Figura 3.5, que consta da seção 3.2.3. O fluxograma no ambiente de simulação do

UniSim® é apresentado na Figura 5.10.

Utilizando-se os dados fornecidos no trabalho de Yu et. al. (2012), foi feita simulação

do processo, de maneira a manter os desvios relativos dos valores de vazão e fração mássica

abaixo de 5%. Para os valores de energia nos trocadores de calor das colunas, foram

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considerados aceitáveis erros inferiores à 10%. Entretanto, não foi possível reproduzir os

resultados apresentados no trabalho de referência dentro de erros aceitáveis.

Figura 5.10 – Simulação do processo de destilação por pressão variante no UniSim®.

Foi necessária a realização de modificações para a convergência da simulação em

relação ao fluxograma de processo disponibilizado por Yu et al. (2012), como apresentado na

Figura 3.4. Foram adicionados equipamentos auxiliares, como a bomba P-1 e a válvula VLV-

100, necessários devido à diferença de pressão entre as colunas, a primeira operando a 101,3

kPa e a segunda a 1200 kPa.

Além disso, as temperaturas da corrente de alimentação da coluna C2 e do reciclo que

retorna à coluna C1 foram ajustadas com auxílio de trocadores de calor. Isto foi feito para que

entrassem com a temperatura do estágio em que foram inseridas, conforme a Figura 3.5, de

maneira a não apresentar desvios abruptos no perfil de temperatura nesses estágios.

Ademais, somente uma corrente é reciclada do condensador para a coluna C2. Com o

intuito de obter resultados mais próximos aos apresentados por Yu et al. (2012), foram feitas

tentativas variando o estágio de inserção e a vazão para esta corrente por meio de um

separador. Contudo, observou-se que os resultados mais próximos foram obtidos sem a adição

desta segunda corrente.

Similarmente ao que foi feito na simulação da planta de destilação extrativa, foram

utilizados os dados para correntes de alimentação como expostos na Tabela 5.23,

disponibilizadas no trabalho de Yu et al. (2012). Já a Tabela 5.24 a seguir apresenta as

especificações utilizadas para a simulação das colunas de destilação C1 e C2.

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Tabela 5.23 – Correntes de alimentação na planta de destilação por pressão variante.

Corrente Metilal Metanol Água Vazão Temp. Pressão

(fração mássica) (kg/h) (K) (kPa)

1 0,858 0,139 0,003 3000 313,15 101,3

2 0,804 0,194 0,002 2371,6 315,63 101,3

Tabela 5.24 – Especificação das colunas de destilação do processo por pressão variante.

Especificação das colunas Valor

Simulação

C1 Vazão mássica do destilado (kg/h) 4947,37

Comp. de metanol no fundo 0,95

C2 Razão de refluxo 1,34

Vazão mássica do destilado (kg/h) 2371,60

Os resultados da simulação em comparação aos do artigo de referência foram

divergentes, como pode ser verificado na Tabela 5.25.

Tabela 5.25 – Resultados para a simulação da planta de destilação por pressão variante.

Corrente Metilal Metanol Água Vazão Temp. Pressão

(fração mássica) (kg/h) (K) (kPa)

D1

Yu et al.

(2012) 9,05E-01 9,94E-02 1,00E-03 4947,40 314,64 101,30

UniSim® 9,95E-01 5,52E-03 8,93E-08 4947,38 315,64 101,30

B1

Yu et al.

(2012) 2,00E-03 9,77E-01 2,10E-02 424,30 340,63 101,30

UniSim® 2,88E-02 9,50E-01 2,12E-02 423,41 337,75 101,30

D2

Yu et al.

(2012) 8,04E-01 1,94E-01 2,00E-03 2371,60 399,73 1200

UniSim® 9,95E-01 5,37E-03 2,66E-10 2371,63 406,55 1200

B2

Yu et al.

(2012) 9,99E-01 1,00E-03 - 2575,80 409,77 1200

UniSim® 9,94E-01 5,65E-09 1,71E-07 2899,99 406,55 1200

Devido à impossibilidade de reprodução dos resultados, não foram feitas tentativas

para integração energética como realizado no trabalho de Yu et. al. (2012). É importante

ressaltar que a integração energética de correntes não altera a composição das mesmas, de

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maneira que os desvios seriam muito próximos aos obtidos no processo convencional não

intensificado.

Dessa maneira, a simulação realizada não foi capaz de reproduzir o processo tal qual

descrito no artigo de referência, e os resultados das simulações dos sistemas da planta de

utilidades e ecoindicadores serão baseados estritamente nos valores divulgados no trabalho de

Yu et al. (2012).

5.3.2 Simulação do sistema de água de resfriamento – Destilação por pressão variante

De maneira análoga ao procedimento realizado nas seções 5.1.2 e 5.2.2, utilizando os

valores das taxas de transferência de calor fornecidos para os equipamentos de troca térmica

que fazem uso de água de resfriamento, foi possível determinar a vazão volumétrica de água

de make-up do sistema de refrigeração e as perdas proporcionais por equipamento, como pode

ser observado na Tabela 5.26.

Tabela 5.26 – Make-up de água de resfriamento – Destilação por pressão variante.

Equipamentos Taxa de transferência de calor

(GJ/h)

Vazão volumétrica

(m3H2O/h)

C1 - Condensador 2,67 2,50

Make-up Total 2,67 2,50

Similarmente às seções 5.1.2 e 5.2.2, é feito o cálculo do volume total de água

necessário para abastecer o sistema de refrigeração, além das demais correntes de processo.

Os valores obtidos a partir da simulação para as vazões volumétricas dessas correntes para

essas correntes encontram-se na Tabela 5.27.

O valor obtido para a corrente de make-up de água de resfriamento foi utilizado para o

cálculo da vazão volumétrica total de água consumida pela planta, enquanto o valor da

corrente de reciclo de água de resfriamento foi utilizado para determinar o gasto energético

nos ventiladores da torre de refrigeração.

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Tabela 5.27 – Sistema de água de resfriamento – Destilação por pressão variante.

Corrente Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

Água de resfriamento 42,37

Reciclo de água de resfriamento 42,37

Arraste 0,13

Evaporação 1,14

Purga 1,23

Make-up de água de resfriamento 2,50

Comparativamente ao processo de destilação extrativa e de duplo efeito, como pode

ser verificado nas Tabela 5.6 e 5.16, a vazão volumétrica de make-up de água para o sistema

de refrigeração é a menor das três plantas. Este valor para o processo de destilação por

pressão variante é de 2,50 m3H2O/h, enquanto para as plantas de destilação extrativa e extrativa

de duplo efeito são de 3,49 m3H2O/h e 2,82 m3

H2O/h, respectivamente.

A diminuição do consumo de água está relacionada à aplicação da estratégia de duplo

efeito proposta por Yu et al. (2012), na qual o condensador da segunda coluna não consome

água de resfriamento, explicando seu melhor desempenho com relação à planta de destilação

extrativa. A planta de destilação por pressão variante, como retratada no artigo de referência,

não apresenta um resfriador da corrente de reciclo, presente em ambas as plantas de extração

e extração de duplo efeito, o que também elucida o menor gasto de utilidades frias.

5.3.3 Simulação do sistema de geração de vapor

De maneira análoga ao procedimento realizado nas seções 5.1.3 e 5.2.3, utilizando-se

os valores das taxas de transferência de calor fornecidas pelo artigo de referência, foi possível

determinar a vazão volumétrica de água de make-up do sistema de geração de vapor e as

perdas proporcionais por equipamento. Também se considera que o vapor utilizado na planta

de destilação por pressão variante é vapor de baixa pressão (lps), visto que as temperaturas de

operação nos refervedores são inferiores a 439,15 K (TURTON, et al., 2012). Esses

resultados podem ser observados na Tabela 5.28.

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Tabela 5.28 – Make-up de água para geração de vapor – Destilação por pressão variante.

Equipamentos Taxa de transferência de calor

(GJ/h)

Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

C2 - Refervedor 3,25 0,48

Total (vapor saturado - lps) 3,25 0,48

Comparativamente, o processo de destilação por pressão variante consome menos

água de make-up para a geração de vapor do que as outras plantas, gastando 0,48 m3H2O/h

frente a 0,63 m3H2O/h, do processo de destilação extrativa, e 0,55 m3

H2O/h, do processo de

destilação extrativa de duplo efeito. Isso ocorre devido ao menor gasto energético nos

equipamentos consumidores de utilidades quentes.

Similarmente às seções 5.1.3 e 5.2.3, é feito o cálculo do volume total de água

necessário para abastecer o sistema de geração de vapor, além das demais correntes de

processo. Os valores obtidos a partir da simulação para essas correntes encontram-se na

Tabela 5.29 a seguir. O valor obtido para a corrente de make-up de água para geração de

vapor foi utilizado para o cálculo da vazão volumétrica total de água consumida pela planta.

Tabela 5.29 – Sistema de geração de vapor – Destilação por pressão variante.

Corrente Vazão volumétrica

(m3H2O

/h)

Água de alimentação da caldeira 1,66

Vapor saturado (hps) 1,58

Condensado 1,19

Perdas de tratamento 0,01

Purga 0,08

Perdas dos processos 0,39

Make-up de água para geração de vapor 0,48

5.3.4 Ecoindicadores – Destilação por pressão variante

Nesta seção serão abordados os resultados gerados para os ecoindicadores de consumo

de água, emissão de CO2 e TTP, conforme as metodologias apresentadas nos Capítulos 3 e 4 e

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87

com base nos resultados obtidos a partir das simulações computacionais. A variável de

processo utilizada é a taxa de produção de metilal.

5.3.4.1 Ecoindicador de consumo de água – Destilação por pressão variante

De forma análoga ao procedimento realizado nas seções 5.1.4.1 e 5.2.4.1, o

ecoindicador de consumo de água foi calculado com base nos valores obtidos pela simulação

para as vazões volumétricas de make-up dos sistemas da planta de utilidades. Foi considerado

que a planta não exporta vapor. Os resultados podem ser observados na Tabela 5.30.

Dessa maneira, a partir dos dados expostos na Tabela 5.30 a seguir pode-se afirmar

que o processo de destilação por pressão variante consome por meio da planta de utilidades

um quantitativo de 1,16 m3 de água por tonelada de metilal, valores inferiores aos de 1,57 m3

e 1,37 m3, obtidos para as planta de destilação extrativa e duplo efeito, respectivamente.

Tabela 5.30 – Ecoindicador de consumo de água – Destilação por pressão variante.

Corrente Vazão mássica (t/h)

Make-up do sistema de água de resfriamento 2,50

Make-up do sistema de geração de vapor 0,48

Vapor exportado 0,00

Consumo total de água (m3H2O

h) 2,98

Taxa de produção de metilal (tprod/h) 2,5732

Ecoindicador de consumo de água (m3H2O

/tprod) 1,16

5.3.4.2 Ecoindicador de emissões de CO2 – Destilação por pressão variante

De forma análoga ao procedimento realizado nas seções 5.1.4.2 e 5.2.4.2, o

ecoindicador de emissões de CO2 foi calculado para fontes de combustão e indiretas. Os

resultados podem ser observados na Tabela 5.31.

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Tabela 5.31 – Resultados para as emissões de CO2 – Destilação por pressão variante.

Equipamento Tipo de

emissão

Energia

(GJ/h)

Fator de

conversão Emissão (tCO2

/h)

Caldeira Combustão 4,82460 0,05610 0,27066

Bomba 1 - P100 Indiretas 0,00187 0,02060 0,00004

Bomba 2 - P101 Indiretas 0,02986 0,02060 0,00062

Ventiladores da torre Indiretas 0,28916 0,02060 0,00596

Total de emissões por combustão (tCO2/h) 0,27066

Total de emissões indiretas (tCO2/h) 0,00661

Para o cálculo do ecoindicador foi considerado que a planta não apresenta emissões

fugitivas por vazamentos ou queima de gases de purga em flare. Os resultados para o

ecoindicador de emissões de CO2 são apresentados na Tabela 5.32. A Figura 5.11 apresenta

em percentagem as emissões advindas de fontes de combustão e fontes indiretas.

Tabela 5.32 – Ecoindicador de emissão de CO2 – Destilação por pressão variante.

Tipo de emissão Quantidade

(tCO2/h)

Combustão 0,27

Indiretas 0,01

Total de emissões de CO2 (tCO2/h) 0,28

Taxa de produção de metilal (tprod/h) 2,5732

Ecoindicador de emissões de CO2 (tCO2/tprod) 0,11

Figura 5.11 – Emissões por fontes de combustão e indiretas – Pressão variante.

96,4%

3,6%

Total de emissões por combustão Total de emissões indiretas

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89

A partir da Figura 5.9 acima é possível concluir que a maior fonte de emissões de CO2

na planta de destilação por pressão variante é a caldeira B101 do sistema de geração de vapor,

responsável pela quase totalidade de emissões, bem como nas outras plantas.

5.3.4.3 Ecoindicador de TTP– Destilação por pressão variante

De forma análoga ao procedimento realizado nas seções 5.1.4.3 e 5.2.4.3, o

ecoindicador de TTP foi calculado utilizando os dados de corrente de entrada, de produto e

resíduo da planta de destilação por pressão variante. A Tabela 5.33 exibe os resultados para

este ecoindicador.

Verifica-se a partir da Tabela 5.33 que a destilação por pressão variante, por utilizar

uma corrente de alimentação igual à do processo de destilação extrativa e de duplo efeito, e

produzir correntes de saída (produto e resíduo) muito parecidas, apresenta um valor muito

próximo para o ecoindicador de TTP, sendo a pequena diferença possivelmente atribuída à

ausência do uso do DMF.

Tabela 5.33 – Resultados para o ecoindicador de TTP – Destilação por pressão variante.

Corrente Metilal Metanol Água Vazão mássica

(fração mássica) (kg/h)

1 Alimentação 0,858 0,139 0,003 3000

3 Produto 0,999 0,001 0,000 2575,80

11 Resíduo 0,002 0,977 0,021 424,30

TTP (PEI/tprod) 10,70

5.4 AVALIAÇÃO DO ÍNDICE COMPARATIVO DE ECOEFICIÊNCIA

Nesta seção serão avaliados os resultados obtidos para os ecoindicadores de consumo

de água, emissões de CO2 e TTP, de acordo com o procedimento descrito na seção 2.7.

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5.4.1 Cálculo do ICE

A partir dos valores apresentados nas seções 5.1.4, 5.2.4 e 5.3.4, é possível obter o um

quadro comparativo inicial, como apresentado na Tabela 5.34 e com os valores normalizados

pelo maior da categoria na Tabela 5.35.

O gráfico comparativo pode então ser elaborado a partir dos valores normalizados dos

ecoindicadores, como apresentado na Figura 5.12. Já o cálculo da área gráfica de cada

triângulo é realizado de acordo com a Equação 2.6, resultando nos valores expostos na Tabela

5.36.

Tabela 5.34 – Ecoindicadores de todos os processos.

Categoria Ecoindicador

Extrativa Duplo efeito Pressão variante

Consumo H2O (m3H2O

/tmetilal) 1,58 1,34 1,16

Emissão de CO2 (tCO2//tmetilal) 0,12 0,14 0,11

TTP (PEI/tmetilal) 10,80 10,80 10,70

Tabela 5.35 – Ecoindicadores normalizados.

Categoria Ecoindicador Normalizado

Extrativa Duplo efeito Pressão variante

Consumo H2O (m3H2O

/tmetilal) 1 0,85 0,74

Emissão de CO2 (tCO2//tmetilal) 0,87 1 0,75

TTP (PEI/tmetilal) 1 1 0,99

Figura 5.12 – Gráfico do Índice Comparativo de Ecoeficiência dos processos estudados.

0,0

0,3

0,5

0,8

1,0Consumo de água

Emissões de dióxido

de carbonoTTP

Extrativa Duplo efeito Pressure swing

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Tabela 5.36 – Resultados do Índice Comparativo de Ecoeficiência.

Ecoindicador x Ecoindicador Extrativa Duplo efeito Pressão variante

Consumo H2O x Emissão de CO2 0,870 0,851 0,556

Emissão de CO2 x TTP 0,870 1,000 0,747

TTP x Consumo De H2O 1,000 0,851 0,730

Soma 2,739 2,702 2,033

Área 1,186 1,170 0,880

ICE - 1,355% 25,797%

Evidencia-se, portanto, que o processo de destilação por pressão variante é o mais

ecoeficiente dentre as plantas estudadas. O processo de destilação extrativa com duplo efeito

foi apenas ligeiramente melhor do que o original, sendo superior somente no consumo de

água. Isso pode ser explicado pela necessidade de uso de vapor de alta pressão nesse processo,

que resulta em um gasto energético maior na caldeira e assim resultando em um maior

ecoindicador de emissões de CO2. Quanto ao ecoindicador de TTP, todos os três processos,

por utilizarem e produzirem correntes semelhantes, apresentam aproximadamente o mesmo

resultado.

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CAPÍTULO 6

CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Este capítulo tem como objetivo apresentar as conclusões obtidas a partir do estudo

comparativo da ecoeficiência de três diferentes abordagens do processo de destilação da

mistura metilal/metanol, realizado no presente trabalho. Além disso, são feitas recomendações

para trabalhos futuros relacionados à ecoeficiência de processos de destilação dessa mistura.

6.1 CONCLUSÕES

Foram realizadas as simulações de três diferentes plantas de destilação da mistura

metilal/metanol: o processo de destilação extrativa com DMF, a intensificação desse processo

com uso de destilação com duplo efeito e o processo de destilação por pressão variante,

baseados nos artigos de referência de Wang et al. (2012) e Yu et al. (2012).

Dentre os processos estudados, as simulações foram bem sucedidas na reprodução dos

resultados apresentados na literatura com desvios aceitáveis, com exceção da planta de

destilação por pressão variante. Neste caso, foram utilizados os dados do trabalho original de

Yu et al. (2012) para análises posteriores.

Além das simulações computacionais dos processos, foram realizadas as simulações

dos sistemas de água de resfriamento e geração de vapor com base em heurísticas para

obtenção de dados mais realistas para o consumo de utilidades e subsequente cálculo dos

ecoindicadores de consumo de água e emissões de CO2. Ademais, utilizou-se o algoritmo

WAR da US EPA para o cálculo do ecoindicador de TTP.

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O processo de destilação por pressão variante apresentou os menores valores para

todos os ecoindicadores, o que pode ser explicado pela aplicação da estratégia de destilação

de duplo efeito proposta no trabalho de Yu et al. (2012), que resultou em menores gastos de

energia e água, além de não utilizar o componente de arraste, o DMF. Entretanto, o processo

apresenta uma coluna de destilação operando a 1200 kPa, podendo haver um alto custo de

implantação. Além disso, ressalta-se que os resultados apresentados no artigo de referência

não foram passíveis de reprodução e, portanto, podem ser ainda discutidos no futuro.

O processo de destilação extrativa com duplo efeito obteve menor consumo de água

em relação ao original. Contudo, a aparente economia de energia alcançada pela estratégia de

intensificação não representou uma redução do gasto energético da planta, devido ao uso de

vapor de alta pressão, em relação ao uso de vapor de baixa pressão no processo de Wang et al.

(2012), resultando em maiores gastos energéticos na caldeira. Esse resultado demonstra a

importância crucial da simulação da planta de utilidades para produção de resultados mais

representativos da realidade. Dessa maneira, verificou-se que o processo intensificado gerou

um maior ecoindicador de emissões de CO2, enquanto ofereceu o mesmo valor para o

ecoindicador de TTP, visto as semelhanças entre as correntes de processo.

O cálculo do Índice Comparativo de Ecoeficiência evidenciou que o processo de

destilação extrativa foi o menos eficiente dentre os processos estudados, enquanto o processo

de destilação extrativa com duplo efeito apresentou uma pequena melhora de 1,35% e o de

destilação por pressão variante uma significativa melhora de 25,8%, sendo considerado o

mais ecoeficiente em relação aos demais.

6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Futuramente, esse estudo pode ser estendido para incluir uma maior variedade de

indicadores, não somente com relação ao meio ambiente, como também referentes a saúde e

segurança de processos além de aspectos econômicos. Ademais, podem ser propostas outras

estratégias de intensificação dessas plantas para melhoria do desempenho da operação. Além

disso, estudos mais aprofundados com relação ao processo de destilação por pressão variante

podem ser feitos para que sejam realizadas simulações com resultados satisfatórios,

permitindo consequentemente o desenvolvimento de novas estratégias de intensificação.

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