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8/6/2019 BEJA CIDADE SUSTENTVEL CAPITAL DO BAIXO ALENTEJO COM VISTA PARA O FUTURO.
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Pormenores|Setembro.Outubro 201032/
-BEJA CIDADE SUSTENTVELCAPITAL DO BAIXO ALENTEJO
COM VISTA PARA O FUTURO
A necessidade de apostar nas energiasrenovveis, assim como a necessidadede reduo de emisses de dixidode carbono, hoje um factoindiscutvel. Ciente desta realidade,
e tambm da sua potencialidadeenquanto regio, o Municpio deBeja deu os primeiros passos para asustentabilidade, ao colocar emmarcha um plano integrado quecontempla a instalao de unidadesde microgerao nos edifciosmunicipais e um plano de mobilidadeelctrica que promete transformarBeja na primeira cidade sustentveldo pas.
Texto ngela MendesFotografia Cortesia da C.M. de Beja
[Ambiente]
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O Alentejo a regio da Europa que beneficia de
mais horas de sol. Este facto por si s faz comque o Alentejo tenha um enorme potencial e se
torne atractivo para investimentos na rea daproduo de energia solar. No por acaso que
esto instaladas, no distrito de Beja, duas dasmaiores centrais de produo fotovoltaica do
mundo: nas redondezas da Amareleja e em Serpa.Neste momento, existem sete centrais solares
em funcionamento no distrito de Beja, mas apenas3.6% do total da potncia instalada provm
desta fonte alternativa. A barragem do Alquevacontinua a ser o maior produtor de energia
atravs da produo de energia hidroelctrica.
Para alm da instalao em grande escala decentrais solares, a revoluo energtica passa
tambm pela microgerao, com a aposta nainstalao de unidades de produo ao nvel
domstico e principalmente com a utilizaoconsciente e regrada das energias produzidas,
reduzindo assim no s emisses de CO2 e asconsequncias nefastas que estas acarretam,
como a factura energtica, que no caso deorganismos como os municpios muito elevada.
Foi com este pensamento em mente, que o
municpio de Beja decidiu colocar em aco umplano que visa transformar Beja numa cidade
sustentvel.O municpio de Beja tem como objectivo tornar-se
eco-sustentvel. E isso implica intervenes emvrios domnios. Por um lado, no sentido de
melhores prticas ambientais que levem quer reduo de emisses de CO2, quer utilizao
mais racional da energia, e tambm a intervenesna rea ambiental que tm a ver sobretudo
com as questes da mobilidade e da eficinciaenergtica, declara Jorge Pulido Valente,
Presidente da Cmara Municipal de Beja.
UNIDADES DE MICROGERAO E OS EDIFCIOSMUNICIPAIS: UMA COMBINAO DE SUCESSO
Esto, neste momento, instaladas seis unidadesde microgerao com ligao rede em edifciospertencentes autarquia. Na primeira fase do
projecto, foram contempladas as escolas EB1n 1 e n4, a Biblioteca Municipal, o Teatro Pax
Jlia e a Casa da Cultura e mesmo antes de
avanar para a prxima fase, que prev a ligao rede de mais cinco unidades de microgerao,
j possvel afirmar que esta uma apostaganha, visto que as receitas da venda da energia
produzida comeam j a superar os custos deproduo.
Como frisa Jorge Pulido Valente, para alm daproduo de energia para consumo dos edifcios,
diminuindo assim a factura energtica, estasunidades de microgerao tm tambm capacidade
para introduzir energia na rede, o que as tornaauto-suficientes em termos de custos.
Numa segunda fase, todos os edifcios municipais
vo ter uma unidade de microgerao de energiasolar e a ideia da autarquia tambm a de
incentivar os privados a aderirem a esta ideia.Ns pretendemos que esta seja uma prtica o
mais generalizada possvel. Estamos nestemomento a estudar quais sero os incentivos
que podermos proporcionar aos privados. Mas,desde logo, a primeira questo que se coloca
a do acompanhamento tcnico e esse est
garantido da nossa parte. Outro factor que
tambm garantimos, ao nvel do licenciamentodas obras, que alis se estender tambm ao
nvel da construo de edifcios sustentveis departiculares, refora o Presidente da C.M. de Beja
Facilidades nos procedimentos administrativosde licenciamento de obras, acompanhamento
tcnico desde o inicio do projecto e certificaoenergtica depois deste estar pronto, so alguns
dos incentivos que a autarquia equaciona, paraque a populao de Beja invista no s na
instalao de unidades de microgerao, como
na construo de edifcios eficientes em termosenergticos e ambientais.
A Cmara Municipal prepara-se para dar oexemplo, ao construir novas instalaes para
os servios autrquicos, naquele que ser umedifcio sustentvel devidamente certificado:
Estamos a ultimar o projecto do novo edifciomunicipal, que albergar todos os servios da
Cmara de Beja. O projecto est praticamenteconcludo, nesta fase j foi feita uma avaliao
intermdia dos nveis de sustentabilidade doedifcio, no s em termos da sua construo,
mas tambm em termos do seu funcionamento,
e j ultrapassa mais de 50% daquilo que so asexigncias actuais de certificao. Penso que ser,
se no o primeiro, um dos primeiros edifciosmunicipais a ser certificado do ponto de vista
da sustentabilidade, desde a concepo doprojecto at entrada em funcionamento,
afirma Pulido Valente.Adoptar novas condutas no que respeita
utilizao de energia e microgerao de energiasolar aplicada a todos os edifcios, so os
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primeiros passos para que Beja se consiga tornar
a primeira cidade sustentvel do pas.
BEJA CIDADE CARBONO ZERO MOBILIDADEELCTRICA E O CAMINHO PARA A DIMINUIODE EMISSES DE CO2
A meta proposta pela Unio Europeia, a do
corte de 20% das emisses de CO2 at 2020.Beja pretende superar esta meta e para isso est
a investir numa rede de mobilidade elctrica esustentvel, que comea a dar os primeiros
passos j em Setembro, com a instalao doprimeiro ponto de carregamento de veculos
elctricos na Praa da Republica.Parte integrante da rede nacional e europeia de
cidades que tm um plano de mobilidade
elctrica, Beja tem um plano estruturado porfases e prev, para alm da instalao de pontos
de carregamento de veculos elctricos, arenovao gradual da frota automvel da
autarquia e a reestruturao da rede detransportes pblicos para que seja mais eficiente
e possa oferecer um melhor servio aos cidados.A disponibilizao de bicicletas grtis ao pblico
tambm uma forma de incentivo ao uso demeios de transporte que no emitam Dixido
de Carbono. O projecto de mobilidade passa asfronteiras da autarquia e conta com o apoio da
Associao de Municpios da Regio.
Beja uma regio relativamente plana e tem um
grande potencial para a produo de energiasalternativas, factores que potenciam a adopo
de meios de transporte livres de emisses de
CO2, como as bicicletas, e a produo de energialimpa que pode ser utilizada nos veculos
elctricos em grande escala.
ENERGIAS RENOVVEIS E O FUTURO.
Por um lado, os combustveis fsseis comeama escassear e os seus custos dispararam nos
ltimos anos. Por outro, as consequncias parao meio ambiente do uso destas fontes de
energia comeam a ser por demais evidentes. Anecessidade de adoptar novo modelos energticos
aceite por todos, mas no entanto as mudanasso lentas, no s porque pressupem custos
elevados, mas tambm porque no fcil lutarcontra o paradigma do petrleo e a mquina
industrial que o rege.
Portugal encontra-se ainda assim numa boaposio para comear e assumiu j a dianteira
da Europa na rea das energias renovveis.A instalao de parques elicos, a construo
de novas barragens e a expanso de centraisfotovoltaicas no Alentejo so a face mais visvel
deste mesmo progresso.Jorge Pulido Valente acredita que esto aqui
conjugadas uma serie de vontades que nodeixaro que este potencial seja desperdiado:
Por um lado, o governo est a explorar com
muita garra esta nova rea, est a colocar
Portugal na linha da frente, quer nas energiasalternativas, quer na mobilidade elctrica, e
tambm os municpios, nomeadamente osmunicpios com maiores aptides para este
sector, esto tambm a investir bastante nomesmo. Por outro lado, as empresas privadas
que esto mais ligadas a este sector de negcio
tambm j perceberam as oportunidades queesto criadas e esto a aproveit-las. A
administrao central, a administrao local eos privados esto a convergir no mesmo sentido,
o que me leva a considerar que uma rea combastante potencial, e que nos prximos anos
esse potencial ser bem explorado.Segundo o Presidente da C.M. de Beja, esto
ainda previstas novas instalaes de centrais deproduo de energia solar na regio. E apesar de
no excluir a produo de energia fotovoltaica,
a aposta ser em novas tecnologias ligadas aotermossolar.
A autarquia cria assim condies atractivas paraos privados ligados a esta rea de negcio
investirem na regio, diminui a factura energticaglobal do municpio e promove o uso racional
de energia. Este o caminho para se tornar naprimeira cidade sustentvel do pas e para
libertar o ar do excesso de Dixido de Carbono.Um plano ambicioso, mas que aponta na
direco que todos devemos tomar para ofuturo e que decerto ter muitos seguidores.
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ENERGIA FOTOVOLTAICA
Esta forma de produzir energia tem a grandevantagem de ser praticamente isenta depoluio, cheiros ou rudos.
A energia obtida atravs da conversodirecta da luz do sol em electricidade. Para
esse efeito, utilizada uma placa solarcomposta por clulas fotovoltaicas de silcio,
que transformam a luz do sol directamenteem energia, numa processo que se parece
com uma fotossntese electrnica.A capacidade de produo de uma placa
solar depende muito das condiesatmosfricas. Apesar disso, mesmo em dias
nublados, h produo de energia; no entanto,
produz-se em quantidades inferiores. Estesistema tem a desvantagem de no permitir
o armazenamento de energia, pelo que seesta no for utilizada na hora, acaba por ser
desperdiada. Para evitar este factor, devehaver um sistema de baterias que permitam,
por exemplo, usar durante a noite a energiaproduzida de dia.
Este meio de produo de energia temaplicaes em casos de casas isoladas em
zonas remotas, onde a ligao rede teria
custos demasiado elevados. Apesar dos
custos iniciais da instalao do sistema de
produo serem ainda um pouco elevados,
estes comeam hoje em dia a ser investimentosseguros, uma vez que a venda de energia
excedente rede por parte de privados juma realidade. O governo criou mesmo o
programa Renovveis na Hora, que simplifica acriao da figura produtor/consumidor, o que
incentiva os privados a vender a produoexcedentria das suas unidades de microgerao
rede.Estes factores fazem com que o investimento
feito na aquisio destas unidades de microgeraodemore cada vez menos a recuperar, sendo que
neste momento a meta dos cincos anos a
mais apontada.
Para alm das aplicaes ao nvel domestico,existem centrais de produo de energiafotovoltaica de dimenso industrial que ocupam
algumas centenas de hectares e so j capazesde produzir energia suficiente para alimentar
localidades inteiras. Duas das maiores do mundoesto instaladas no Baixo Alentejo.
REDE DE MOBILIDADE ELCTRICA
So 25 os municpios que fazem parte do
projecto-piloto e pretende-se que nestes estejam
instalados at ao final do ano cerca de320 pontos de abastecimento pblico de
veculos elctricos. A meta torna-se aindamais ambiciosa durante o prximo ano, que
aponta para a instalao efectiva de 1350pontos de carregamento.
A rede MOBI. E agrega 25 municpios,
incluindo Beja, regulados por um decreto-lei editado no passado ms de Abril.
Para alm de disponibilizar pontos decarregamento, esta rede pretende que a
energia dispensada seja maioritariamenteproduzida por fontes renovveis, tornando
a rede de carregamento sustentvel.
O MIT - Portugal prev que o veculo elctrico
seja introduzido no nosso pas razo de 1%do parque automvel, por ano, at 2010,
mas a meta do Governo Portugus ter750 000 veculos elctricos a circular at
2020.
Muita so as marcas que avanam commodelos elctricos e prev-se que em 2015
seja j perfeitamente vivel a utilizao deveculos automveis elctricos, apoiados
numa rede de carregamento espalhada pelopas.