Upload
others
View
9
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
___________________________
¹ Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia, Biocursos Manaus – AM.
² Graduada em Fisioterapia, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e
Direito em Saúde.
Benefícios da bandagem funcional e alongamentos terapêuticos no
tratamento da fascite plantar
Rayanna maria paz nepumocena velasco¹
Dayana priscila maia mejia²
Pós-graduação em Traumato Ortopedia - Faculdade Ávila
Resumo
A fascite plantar é uma inflamação uni ou bilateral, decorrente de um trauma repetitivo
na origem da fáscia plantar sobre o calcâneo. Os tratamentos fisioterapêuticos são
sempre aprimorados e renovados a fim de melhorar as atividades de vida diária desses
pacientes. O objetivo deste estudo é mostrar os benefícios do tratamento da bandagem
funcional e alongamentos terapêuticos no tratamento da fascite plantar. Foi realizado
um levantamento bibliográfico através de literaturas e artigos científicos. A bandagem
funcional na aplicabilidade da patologia fascite plantar é pouco conhecida não sendo
encontrada muitas evidencias de seu uso, porém sabe-se que é mais utilizada em
atletas, buscando o reequilíbrio muscular. O alongamento é o método mais conhecido e
utilizado por fisioterapeutas, sua eficácia é comprovada em quadro álgicos
exacerbados.
Palavras-chave: Fascite Plantar; Bandagem Funcional; Alongamentos.
1. Introdução
Fascite plantar é uma síndrome degenerativa da fáscia plantar resultante de trauma
repetitivo na sua origem no calcâneo. Fascite Plantar é conhecido como a mais comum
causa de dor inferior de calcanhar do adulto. Outros nomes para Fascite Plantar incluem
síndrome da dor do calcanhar, síndrome do esporão do calcanhar, calcanhar de corredor,
dor subcalcanea e periosite de calcâneo. Apresenta várias explicações etiológicas,
porém a causa mais comum é de origem mecânica, envolvendo forças compressivas que
aplainam o arco longitudinal do pé. A inflamação ocorre por microtraumatismos de
repetição na origem da fáscia plantar sobre a tuberosidade medial calcânea. As forças de
tração durante a fase de apoio na marcha levam ao processo inflamatório, que resulta
em fibrose e degeneração. Esporão de calcâneo e o encarceramento dos nervos
calcaneares mediais, do nervo plantar lateral, ou do nervo do abdutor do quinto dedo,
podem estar envolvidos, quando, geralmente, já há um quadro inflamatório da fáscia
plantar estabelecido. A doença é acelerada ou agravada pela falta de flexibilidade, como
na retração do tendão calcânea, pelo excesso de treinamento, fadiga, inextensibilidade
fascial e mecânica precária. O aspecto clínico mais importante é a dor localizada
medialmente no tubérculo calcanear durante o primeiro apoio matinal (ZANON;
BRASIL; IMAMURA, 2006).
A epidemiologia mostra que a maior incidência da doença se dá entre as mulheres, em
sua maioria obesa e na faixa etária do climatério. Em homens, a prevalência é maior nos
praticantes de esportes, especialmente os que envolvem corridas (SIZÍNIO et al., 2003).
A inflamação da aponeurose plantar pode apresentar-se de forma isolada ou
acompanhada de um esporão de calcâneo, quer dizer, de um ponto de ossificação na
2
inserção aponeurótica. Podem ser citados alguns fatores de risco, ainda que não se possa
demonstrar que sejam sempre determinantes, já que alguns pacientes que não os exibem
apresentam igualmente a patologia; estes fatores são a obesidade, o pé valgo e a
realização de um sobre-esforço. A dor será inflamatória e aumentará intensamente com
a pressão sobre a tuberosidade interna do calcanhar; a inflamação, que se localizará
neste osso, às vezes poderá passar despercebida. O paciente apresentará dificuldade para
andar, apoiando-se no calcâneo (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).
A Bandagem Funcional promove imobilização, podendo manter o ganho da correção da
postura agindo no organismo por mais tempo, mantêm o funcionamento mecânico
correto, evita sobrecargas nas estruturas, proporciona estabilidade e mobilidade seletiva
(BOVÉ, 2000).
O quadro clinico é caracterizado por dor de início insidioso, principalmente no primeiro
apoio matinal, mas apresentando uma melhora após período de atividade. Durante o
sono, quando os músculos encontram-se inativos os dorsiflexores deixam o pé em
posição equina o que provoca o encurtamento da fáscia plantar. No exame físico
percebe-se uma marcha antálgica sobre a face lateral do pé e ao palpar percebe-se o
ponto gatilho na região medial e plantar da tuberosidade do calcâneo. Tem-se um
diagnóstico mais especifico através de ressonância magnética, pois identifica a extensão
do processo inflamatório, as roturas parcial ou total e o espessamento devido a
cicatrização hipertrófica. A fascite plantar evolui por períodos de remissão e recidiva,
porém a maioria dos pacientes melhoram em um período de 1 ano, mas nesse ponto que
se entra com métodos de tratamento fisioterápico, pois principalmente para um atleta é
um longo período (SIZÍNIO et al., 2003).
Segundo Hamer et. al., (2003) e Aldrige (2004) relatam que o exame físico, é verificado
marcha antálgica, com apoio sobre a parte lateral ou anterior do pé. Há palpação
dolorosa da região medial do calcâneo e a dorsiflexão dos dedos exacerba os sintomas,
pela distensão da fáscia plantar.
Pontos dolorosos na região medial da panturrilha e do tendão calcâneo podem ser
encontrados, o que demonstra uma relação entre a fascite plantar e a rigidez do tendão
calcâneo e musculatura posterior da perna (HEBERT et. al., 2003; HAMER et. al.,
2003).
Anatomia e biomecânica do pé
As articulações do pé e tornozelo formam um sistema que deve fornecer um grau de
estabilidade maior do que de flexibilidade. Suas funções são fornecer uma base estável
para a posição ereta, fornecer uma alavanca rígida na fase do impulso da marcha,
absorver cargas, adaptar-se as irregularidades do solo. Quando esse sistema é
comprometido por alguma disfunção a sintomatologia poderá se manifestar sobre o
próprio pé ou estender-se a outra parte da articulação inferior. A articulação do
tornozelo é formada por três faces articuladas, face articular superior do tálus
denominada tróclea, que articula-se com a face inferior da tíbia, face articular lateral do
tálus está articulado com a face articular do maléolo fibular, face articular medial do
tálus articulando-se com a face articular do maléolo tibial. Denomina-se articulação
tróclea, que significa que possui um grau de liberdade, condiciona os movimentos do
membro inferior com relação ao pé no plano sagital e é indispensável a marcha
(KAPANDJI, 2000).
Segundo Netter (2004) e Silva (2003) o pé humano é formado por vinte e seis ossos,
onde sete são classificados como tarso (tálus, cuboide, navicular, cuneiforme medial,
cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral) cinco como ossos do metartarso (iniciando-
3
se a contagem a partir da face medial; cinco falanges mediais e cinco distais). Todos
esses são interligados por ligamentos entre as articulações e músculos que se aderem
aos ossos para proporcionar movimentos diversos, como inversão, eversão, dorsiflexão
e flexão plantar, movimentos estes que permitem a locomoção do individuo. Além de
todo esse conjunto, existem nervos sensitivos e motores que proporcionam as sensações
de dor, a percepção das mudanças de temperatura e dão a condição de realizar os
diversos movimentos já citados acima, existe também o retináculo que envolve esse
complexo e, finalmente, a fáscia plantar, completa a anatomia do pé Toda essa estrutura
sustenta o peso de todo o corpo, além de permitir a locomoção e servir de amortecedor
de impactos entre o pé e o solo.
Fonte: http://carlospodologo.blogspot.com.br/2012/08/anatomia-do-pe.html
Figura 1: Ossos do Pé
Os músculos do pé e tornozelo são diferenciados como intrínsecos e extrínsecos. Os
músculos intrínsecos, inervados pelos nervos plantares medial e lateral, são divididos
em quatro camadas, sendo a mais superficial, a fáscia plantar, quem mantém o arco
longitudinal. Já os músculos extrínsecos, originam-se na perna e atuam sobre o
tornozelo e os dedos. Os músculos tibial anterior, extensor longo do hálux, extensor
longo dos dedos e fibular terceiro, situados na face anterior, executam dorsiflexão e
extensão dos dedos. Os fibulares longo e curto, na região lateral, produzem eversão. Os
músculos profundos póstero-mediais, que incluem o tibial posterior, o flexor longo do
hálux e o flexor longo dos dedos, causam inversão e flexão dos dedos. E por fim, os
músculos gastrocnêmio, sóleo e músculos plantares executam a flexão plantar e são
conhecidos como músculos posteriores verdadeiros (PERRIN, 2008).
A pele na planta do pé é especial. A pele e a derme são muito espessas. Na área do
calcâneo, compartimentos fibrosos fechados que vão da derme ao osso formam um
colchão hidráulico muito resistente e único. Estrutura semelhante é encontrada sob a
cabeça dos metatarsos. Isso ajuda a absorver as forças de compressão, mas
principalmente as enormes forças de estiramento a que o pé está exposto (DUERKSEN,
2003).
No movimento inicial de marcha humana, a articulação subtalar encontra-se supinada,
nesse movimento de supinação da articulação subtalar acontece obrigatoriamente à
rotação externa da tíbia. Na medida em que o pé recebe a carga, a articulação subtalar
move-se para pronação e consequentemente ocorre uma rotação interna da tíbia. A
pronação do pé destrava a articulação mediotarsal que permite uma melhor absorção de
impacto. A pronação é normal e importante para permitir a distribuição de forças sobre
o máximo de estruturas possíveis, e tem como objetivo, evitar o excesso de carga. Na
articulação subtalar permanece em pronação até que 55% a 85% da fase de apoio para
que sejam compatíveis com o centro de gravidade corporal que passa sobre a base de
apoio. O pé recomeça a supinar e se aproxima da posição subtalar neutra em 70% a 90%
4
da fase de apoio. Na supinação a articulação mediotarsal está travada e o pé fica estável
e rígido preparando-se para a propulsão. No apoio bipodal ou monopodal, o pé recebe
respectivamente metade ou toda carga corporal, transmitida pela tíbia ao talo
(SCHMIDT, 2005).
Fonte: http://estudosaude.blogspot.com.br/2012/08/marchas.html
Figura 2: Fases da Marcha
Bandagem Funcional
Foi descoberta por Tanaka, osteopata e acunpunturista. As bandagens funcionais são
utilizadas pelos Fisioterapeutas de todo mundo, onde em outros países recebem o nome
taping ou strapping (USA), ligaduras funcionais (Portugal), functional bandagens
(Alemanha), 6 contentions souples (França e Suíça).
A bandagem funcional tem sido utilizada de várias formas como técnicas de tratamento,
mas somente nos últimos 20 anos tem sido usada, principalmente, como uma prática da
fisioterapia. A aplicabilidade clínica da bandagem é muita ampla e pode ser usada no
tratamento de disfunções neuro-músculo-esqueléticas agudas e crônicas em todas as
regiões do corpo (THOMPSON, 2010).
A bandagem funcional é uma modalidade extensivamente utilizada no ambiente
esportivo, mas também é tão quanto aplicável na população de não esportistas. Pode ser
usado tanto na prevenção primária e secundárias de lesões quanto na terapia de lesão
aguda e postural. Nesta última ajuda a biomecânica, facilitar, reeducar ou melhorar a
percepção proprioceptiva. E pode ser usado para tirar carga, modificar alinhamento e
alterar o controle motor (THOMPSON, 2010).
De acordo com Bové (2000), a técnica de bandagem funcional é produto da aplicação
do conhecimento de anatomia e biomecânica que essa pode promover uma limitação,
contenção ou inibição. As principais técnicas da bandagem funcional são de contenção,
de imobilização, mista ou combinada. A técnica de contenção é aquele que limita o
movimento que produz a dor, que utiliza como materiais vendas elásticas puras, vendas
elásticas coesivas e vendas elásticas adesivas; a técnica de imobilização é aquela que
anula o movimento que produz a dor, e o principal material utilizado nesta técnica é o
esparadrapo (tape); técnica mista ou combinada que utilizam os mesmos princípios das
anteriores, os materiais para está técnica são as vendas elásticas adesivas ou coesivas
que reforçam as tiras de esparadrapo. A bandagem funcional é indicada nas distensões
ligamentares de primeiro grau e alguns casos de segundo grau; prevenção das luxações
ligamentosas; rotura de fibras musculares; distensões musculares; fissuras dos
metatarsianos, fissuras das costelas, intercostais e neuralgias de intercostais; após a
retirada da escápula para iniciar período de reabilitação; descarga nas tendinites;
5
descarga nas facites plantares. E são contra indicadas nas roturas tendinosas, musculares
e ligamentares, nas fraturas, edemas, problemas de circulação, e processo alérgico a
fitas.
Os materiais necessários para aplicação de uma bandagem funcional são spray adesivo,
vendas elásticas puras, adesivas e coesivas, esparadrapo (tape), vaselinas, cremes
hidratantes, taping Box, e liquido para retirada das bandagens (HEWETSON et al.,
2010).
Kinesio Taping, uma bandagem funcional, que adere a pele realizando uma
função neuromuscular de cura natural. Uma técnica desenvolvida, por Dr.
Kenso Kase, em 1979 em Tokyo no Japão, gerando uma opção terapêutica
natural para melhorar o desempenho muscular, minizando a dor e reduzindo
o impacto na lesão causada na musculatura esquelética (SAA e MARTINEZ,
2001).
Para a Técnica do Arco longitudinal paciente deve está sentado com a perna estendida
sobre a borda de uma mesa e o pé deve estar relaxado. Coloca-se uma âncora de fita
adesiva ao redor da cabeça dos metatarsos, iniciando no bordo medial, na primeira
articulação do hálux do pé, passando por debaixo do pé. Conforme a fita é levada para o
bordo lateral do pé, deve-se utilizar a palma da mão para estender o pé, assim
finalizando a volta no dorso do pé, mas sem juntar as duas extremidades da fita. Feito a
âncora, deve iniciar o estribo. Sobre o bordo lateral do pé é aplicado uma tira, iniciada
na extremidade proximal da cabeça do quinto metatarso e levando ao redor do
calcanhar, sob a inserção do tendão de Aquiles. Segure a tira no bordo medial, sob a
cabeça do primeiro metatarso e deve pressionar a fita contra o arco longitudinal medial.
Para certifica-se que o bordo lateral permanece numa posição neutra e relaxada, coloque
a palma da mão no quinto metatarso, com o polegar sob o segundo metatarso, o dedo
médio deve abaixar a cabeça do primeiro metatarso. Deve-se realizar com objetivo de
criar um arco longitudinal, para que se tenha uma melhor absorção de choques, e para
reduzir o esgarçamento na fáscia plantar. Em seguida deve-se repetir o procedimento de
estribo duas vezes, recobrindo a primeira bandagem completamente. Faça outra âncora
em volta da cabeça dos metatarsos. As tiras de apoio devem ser feitas acima do estribo
lateral, próximo à cabeça do quinto metatarso. Leve a fita por baixo do pé, levando-a do
bordo lateral ao bordo medial, pressionando o pé por cima para alargar a fita. No bordo
medial puxe firme para cima, para que a fita seja presa sobre a pele, acima das tiras
laterais. Esse procedimento deve ser repetido em direção do calcanhar. Cada tira
anterior deve ser recoberta pela metade da sua largura, até que todo arco esteja coberto.
Para realizar o fechamento o paciente deve estar na posição ortostática e as fitas devem
ser aplicadas sobre o dorso do pé, assim as prendendo no arco medial, puxando para
cima do bordo lateral do arco, para proporcionar um maior apoio ao arco e manter as
tiras juntas.
6
Fonte: http://terapiadomovimento.blogspot.com.br
Figura 3: Técnica do arco Longitudinal
Após o término da aplicação o fisioterapeuta deve observar se a mesma foi bem feita,
pois se o primeiro dedo estiver tracionado para dentro ou se o paciente relatar
desconforto ao ficar na posição ortostática, significa que o estribo está muito apertado,
assim pode ocasionar cãibras, e ferimentos se for colocada muito sob tendão de aquiles
e se, a bandagem não estiver bem lisa, pode causar bolhas na planta do pé. Antes de
realizar a aplicação de bandagem funcional tem que realizar teste para verificar como a
pele do paciente irá responder ao procedimento e quando aplicado orientá-lo para
observar se vai desenvolver processo alérgico no local, se sim tem que retirar a
bandagem, caso não ocorra alergia mantem a aplicação por 4 horas. Devido a esses
problemas que podem ocorrer, a bandagem não é aconselhável em determinados
pacientes (SILVA JR., 1999).
A bandagem funcional é uma técnica complementar, pois se o problema for
decorrente de um trauma local e a dor é o problema, o efeito analgésico
causado pela aplicação do mesmo, pode curar, mas, se a causa da dor for
decorrente de uma má postura ou uma postura desequilibrada e desalinhada,
o que soluciona o problema são as reeducações posturais que podem ser
adquiridas com RPG associado ao uso de bandagem funcional (VERONESI
JR, 2008).
O tempo de aplicação de bandagem funcional é explicado através da adaptação dos
receptores sensoriais, os mesmos se adaptam a qualquer estimulo constante, após certo
período de tempo. Quando é aplicado estimulo continuo o receptor responde
inicialmente com alta frequência de impulso e depois com frequência progressivamente
mais lenta, até que a frequência dos impulsos do potencial de ação diminui chegando até
interromper os impulsos. Devido a esse processo de adaptação neural que os receptores
apresentam, segue o tempo de aplicação de bandagem funcional (GUYTON, 2002).
De acordo com Silva (1999), experiências mostram que as bandagens de compressão,
imobilização e estabilização quando associadas ao tratamento fisioterapêutico, são
capazes de acelerar o processo de cura e evitar traumas ou recidivas.
Alongamentos
Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que
promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu
7
comprimento. O principal efeito do alongamento é o aumento da flexibilidade, que a
maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação. Quando mais
alongado um musculo, maior será a movimentação da articulação comandada por aquele
músculo e, portanto, maior sua flexibilidade (KISNER, 2005
Kisner (2005), afirma que alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer
manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e
subsequentemente melhorar a amplitude do movimento por meio de estiramento de
estruturas que tiveram encurtamento adaptativo e tornaram-se hipomóveis com o tempo.
De acordo com Andrade et. al., (2007) os sujeitos tratados através do protocolo de
alongamentos apresentaram redução estatisticamente significativa na dor após a
primeira até a decima sessão de tratamento, onde se verificou que a dor após cada uma
destas sessões de tratamento realizado através do protocolo de alongamentos, quando se
observa a redução estatisticamente significativa na sensitividade a dor verifica entre o
momento em que os sujeitos iniciaram o tratamento e o momento em que os sujeitos
encerram o tratamento.
O alongamento é uma manobra terapêutica utilizada para aumentar a
mobilidade dos tecidos moles por promover aumento do comprimento das
estruturas que tiveram encurtamento adaptativo, podendo ser definido
também como técnica utilizada para aumentar a flexibilidade articular, isto é,
aumentar a amplitude de movimento (KISNER, 2005).
Segundo Bernardes e Guedes (2005); Marques et al, (1994); Alter, (1999), os benefícios
do alongamento são: relaxamento do estresse e tensão; relaxamento muscular,
manutenção da mobilidade articular; reduzir o risco de entorse articular ou lesão
muscular; melhora a eficiência do movimento; melhora da amplitude corporal, postura e
simetria; aumento do fluxo sanguíneo que diminui a dor e irritabilidade muscular. O
gastrocnêmico é um dos principais músculos da panturrilha. Juntamente com o musculo
sóleo, que se funde e atribui ao calcanhar formando o tendão de Aquiles. Porque este
musculo atravessa tanto o joelho e tornozelo a melhor maneira de estica-lo é com uma
perna reta a partir de qualquer um de pé ou sentada. O alongamento do gastrocnêmico e
sóleo: Apoiar as mãos na parede e flexione o joelho de uma perna a frente do corpo,
enquanto a outra fica estendida atrás, tocando o calcanhar no chão com a ponta de
ambos os pés voltados para frente. Manter um alinhamento postural na diagonal. Repitir
com a outra; opcional: Colocar a ponta do pé na beirada da calçada, de um ou ambos os
pés e deixe que os calcanhares se abaixem, alongando os músculos da "batata da perna"
(panturrilha). Os pés devem estar paralelos e apontados para frente. Permanecer nessa
posição por 30 a 60 segundos. Repitir o procedimento com a outra perna.
Harris (2008) em revisão bibliográfica do tratamento da fascite plantar refere que o
alongamento da fascia plantar é um dos mais eficientes. DiGiovanni (2003) constatou
que o alongamento do gastrocnêmio e da fáscia plantar melhora a dor.
Fonte: http://www.cdof.com.br/along2.htm
Figura 4: Alongamento gastrocnêmico
8
2. Metodologia
O estudo foi realizado através de uma pesquisa de revisão bibliográfica de caráter
avaliativo e abordagem descritiva composta de livros de acervo da biblioteca do Bio
Cursos-Manaus AM e Centro Universitário do Norte-UNIORTE, pesquisas em revistas
científicas, além de pesquisas nos sites de busca Scielo, Medline, Pubmed, Google e
sites específicos de publicação científica com as seguintes palavras chaves: Fascite
plantar; bandagem funcional, alongamentos, com as literaturas ou artigo publicados,
entre os anos de 1995 a 2013. Após o levantamento bibliográfico, realizou-se a leitura
exploratória do material encontrado. Com essa leitura, pode-se obter uma visão global
do material, considerando-o de interesse ou não da pesquisa. Em seguida foi realizado a
leitura de seleção, a qual permitiu selecionar qual o material bibliográfico realmente
seria de interesse para a pesquisa.
Os artigos estudados e selecionados foram analisados de acordo com as palavras chaves
e conteúdos que pudessem correlacionar com o estudo proposto.
Os critérios para inclusão dos artigos para o estudo de revisão de literaturas foram os
que se relacionavam ao tratamento da fascite plantar, englobando os tratamentos de
alongamento e bandagem funcional. E excluídos aqueles que não possuíam literatura
que pudessem correlacionar com o estudo.
O estudo buscou mostrar os benefícios das técnicas terapêuticas, bandagem funcional e
alongamento no tratamento da fascite plantar. Portanto foram selecionados artigos e
capítulos texto referente ao interesse da temática.
3. Resultados e discussão O objetivo deste estudo foi mostrar os benefícios da Bandagem Funcional e Alongamento
no tratamento da fascite plantar.
Os dados obtidos se configuram a partir de artigos que respeitam a metodologia proposta,
referentes às técnicas de Bandagem Funcional e alongamentos na fascite plantar, e a
associação de tais técnicas nesta correção.
Dentre os artigos estudados, não foi encontrada a associação de tais técnicas. Mas, como os
efeitos em que as técnicas agem são os mesmos em qualquer segmento do corpo humano,
os resultados foram realizados também a partir de artigos que enfatizaram a ação de tais
técnicas no tratamento da fascite de uma forma geral.
De acordo com Aguiar (2012) a bandagem funcional é uma das técnicas bastante utilizadas
em atletas que e deve explorar ainda mais através de pesquisas com comprovação cientifica,
para que se possa aperfeiçoar a técnica sempre visando o bem estar dos pacientes e do bem
estar profissional.
Para Aguiar e Mejia (2011), nas fases iniciais do tratamento, objetivo é minizar os efeitos
da inflamação, e nos estágios finais a reabilitação total, ou seja, voltando o paciente as suas
atividades. Associando sempre a funcionalidade da bandagem com outros exercícios
fisioterapêuticos. Entretanto, se completa a ação fisioterapêutica da fita, trabalhando a
reeducação postural, estimula grupos musculares, e inibe outros grupos com intuito de
fornecer equilíbrio neuromuscular para região lesionada.
Segundo Snider (2000), o tratamento fisioterapêutico da fascite plantar consiste na
utilização de órteses, compradas prontas, para amortecimento do calcanhar, acompanhado
de recursos de analgesia e combate ao processo inflamatório, e exercícios que promovam a
diminuição da tensão no tendão calcâneo e na fascite plantar, sendo o alongamento, o
exercício mais comumente utilizado.
Conforme Andrade et. al (2007) os sujeitos tratados através do protocolo de alongamentos,
apresentaram redução significativa na dor após a primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a
sétima, a oitava e a decima sessão de tratamento, onde se verificou que a dor após cada uma
9
destas sessões de tratamento, reduziu de forma significativa. E possível constatar ainda, a
eficácia do tratamento realizado através do protocolo de alongamento quando se observa a
redução estatisticamente significativa na sensitividade a dor, verificada entre o momento em
que os sujeitos iniciaram o tratamento e o momento em que os sujeitos encerram o
tratamento.
4. Considerações finais
O estudo permitiu aprofundar o conhecimento sobre a patologia da Fascite Plantar,
assim como a anatomia, biomecânica do pé, os benefícios das técnicas terapêuticas da
Bandagem Funcional e alongamentos. A patologia da fascite atinge cerca de 70% da
população, e existe uma extensa variedade de tratamentos disponíveis para o paciente,
entre eles foram abordados a técnica da bandagem funcional e o alongamento,
acreditando que são tratamentos de fácil aplicabilidade e baixo custo. A bandagem
funcional é uma prova de que pode ser utilizado na prevenção primária e secundária de
lesões agudas da fascite, seu uso no tratamento da fascite plantar permite manter a
correção e o reequilíbrio da articulação permitida pelo uso da bandagem no organismo,
propicia de uma forma segura, a funcionalidade da articulação pela atividade muscular
envolvida. Exercícios de alongamento, para a fáscia e para a musculatura posterior da
perna, é eficaz para a redução da dor plantar e para a melhora funcional na fascite; os
mesmos são benéficos para o tratamento e prevenção da fascite. Estudos devem ser
necessários a fim de investigar os benefícios associados das duas técnicas abordadas
para a fascite plantar.
10
Referências
AGUIAR, Daniela Rotterdan; MEJIA, Dayana Priscilla Maia. Tratamento de Fascite
Plantar com Método de Bandagem Funcional. Disponível em:
<http://www.portalbiocursos.com.br/artigos/ortopedia/10.pdf. Acesso em: 06 Fev 2014.
ALDRICE, T. Diagnosingheel pain adults, Uniteds States, Am Fam Physician,70 (2):
332-8, 2004 Jul15.
ANDRADE, A.P.C; RABELLO, B.G.B; BASTOS, D.J. Tratamento da Fascite
Plantar: Estudo Comparativo entre o Protocolo de Alongamento associado as
Ondas Centimetricas (Microondas), Belém, 2007. Disponível em:
<http://www.unama.br/novoportal/ensino/graduacao/cursos/fisioterapia/attachments/arti
cle/135/Tratamento_da_fascite_plantar_estudo_comparativo.pdf>. Acesso em: 09 Fev
2014.
DANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. Rio de
Janeiro: Atheneu, 2007.
FACHIM, Odília. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2001.
FERNANDES, José. Técnicas de Estudo e Pesquisa. Goiânia: Kelps, 2000.
GABRIEL, Maria R. Serra; PETIT, J. Diaz; CARRIL, Maria L. de Sande. Fisioterapia
em Traumatologia, Ortopedia e Reumatologia. Rio de janeiro: Revinter, 2001.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
GUIMARÃES, João Flavio. Efeito da utilização da Técnica de Bandagem Funcional
do Tornozelo sobre o Equilíbrio. Monografia Curso de Fisioterapia. Unioeste,
2005.Disponivelem:<http://www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/2005/pdf/joao%
20flavio.pdf>. Acesso em 04/02/2014
HAMER, W.I. Exame Funcional dos tecidos moles e tratamento por método
manual: Novas perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
HEBERT, S.; XAVIER, R.; PARDINI JR.; BARROS FILHO.; ARLINDO GOMES.
Ortopedia e traumatologia: Princípios e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2003.
HEWETSON, T.; AUSTIN, K.; GYWNN-BRETT, K.; MARSHALL, S. An
Illustrated Guideto Taping Techniques: Principles and Practice. Mosby, 2010.
KAPANDJI, A. I. Fisiologia Articular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. São
Paulo: Manole, 1998.
MOORE, K. L., DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007.
11
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed, 2000.
O’SULLIVAN, S. B. Fisioterapia avaliação e tratamento. São Paulo: Manole, 2004.
PERRIN, David H. Bandagens funcionais e órteses esportivas, tradução de Denise
Regina de Sales. Porto Alegre: Artmed, 2008.
PINAGE, A.Monik; MEJIA, Dayana. Ultrassom no tratamento da fascíte plantar.
Disponível em: http://www.portalbiocursos.com.br/artigos/ortopedia/124.pdf. Acesso
em: 06 Fev 2014.
SAA,Pedro Antonio Calero;MARTINEZ, GustavoAdolfo Canõn. Efectos del vendaje
neuromuscular: uma revisión billbiografica. Revista ciência salud; v.10, p.273/274,
ouct., 2011.
SALGADO, Afonso S. I.; PARREIRA, Rodolfo B.; CECI, Lisandro Antonio.
Aplicação de bandagens funcionais como recurso no tratamento de lesões nos
atletas tratados na Clinica de fisioterapia Salgado – Clinique du Sport, Londrina –
PR. Disponível em: <http://www.portalsaudebrasil.com/artigospsb/traum054.pdf>.
Acesso em: 06 Fev 2014.
SANTOS, Gabriel Henrique; JORGE, Felipe Sampaio; VIZELLA, Rafael M.; SILVA,
Jeferson. A Influência da Bandagem Funcional na Atividade Eletromiográfica de
Músculos do Ombro durante Arremesso de Handball. Disponível em:
<http://www.perspectivasonline.com.br/revista/2008vol2n6/volume%202%286%29%2
0artigo7.pdf>. Acesso em: 02 Março 2014.
SANT’ANNA, Rodrigo Baptista. Tratamento da Fascite Plantar Bilateral pela
técnica da crochetagem: um estudo de caso. Artigo Científico (Pós-Graduação Lato-
Sensu Fisioterapia em Traumatologia e Ortopedia).
SENA, Diego Oliveira Batista de. Abordagem Fsioterapêutica no Entorse de
Tornozelo por Eversão - Um Estudo de Caso. Monografia (Curso de Fisioterapia)
Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:
http://www.uva.br/sites/all/themes/uva/files/pdf/abordagem_fisioterapeutica_na_entorse
_de_tornozelo_por_%20eversao.pdf. Acesso em 12 Março2014.
SMITH, L, K.; WEISS E. L.; LEHMKUL L. D. Cinesiologia Clinica de Brunnstrom.
São Paulo: Manole, 1997.
SNIDER R,R.K. Tratamento das doenças do Sistema Musculoesquelético. São
Paulo: Manole, 2000.
SIZÍNIO Hebert; RENATO Xavier; ARLINDO Gomes Pardini Jr; TARCÍSIO E.P. de
Barros Filho [et al.]. Ortopedia e Traumatologia- Princípios e Prática. Porto Alegre:
Artmed, 2003.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
12
TARANTO, G.; DUESTERHAUS, M. A.; MINOR, S. Procedimentos e Cuidados
com o Paciente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
THOMSON, A.; SKINNER, A.; PERCY, J. Fisioterapia de Tidy. São Paulo: Santos
Livraria, 1994
THOMPSON, D. Bandagem funcional – Aspectos práticos. Grupo terapia manual,
2010.Disponivelem:<http://www.terapiamanual.com.br/site/noticias/arquivos/20100826
2226590.band-funcional-parte3.pdf>. Acesso em: 06/02/2014
THOMPSON, D. Bandagem funcional – Aspectos teóricos. Grupo terapia manual,
2010.Disponívelem:<http://www.terapiamanual.com.br/site/noticias/arquivos/20100321
1139080.band-funcional.pdf>. Acesso em: 06/02/2014
VERONESI Jr, JOSE Ronaldo. RPG/RFL: O método da reeducação postural global
pelo reequilíbrio funcional laboral. São Paulo: Andreoli, 2008.
ZANON, Renata Graciele; BRASIL, Adriana Kundrat; IMAMURA, Marta. Ultra-som
contínuo no tratamento da Fascíte Plantar crônica. Artigo Científico (Trabalho
realizado no setor de fisioterapia do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital
das Clínicas da Universidade de São Paulo). São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/aob/v14n3/a04v14n3.pdf>. Acesso em:06 Março 2014.