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Revista Eletrônica Novo Enfoque, ano 2011, v. 12, n. 12, p. 47 – 67 BENEFÍCIOS DA SOJA NO CONTROLE DA OBESIDADE Jacqueline Carvalho Peixoto , Ângela Passos Feijó , Andréa Bittencourt de Santana Teixeira, Silvia Regina Nóvoa Louzada – UCB/RJ RESUMO A obesidade é considerada doença metabólica de ocorrência mundial e um grave problema de saúde pública sendo uma forma comum de má nutrição que contribui para o aparecimento de diversas doenças. A adiposidade visceral induz risco para inflamação crônica sistêmica pelo aumento da concentração de marcadores inflamatórios e também para a resistência insulínica que é apontada como fator de risco para o aumento da resposta inflamatória no tecido adiposo e para o desencadeamento da síndrome metabólica. Atualmente a soja vem sendo indicada nas intervenções nutricionais da obesidade e suas comorbidades. A ação benéfica da soja sugere promover melhora no metabolismo lipídico de indivíduos obesos a partir da ação dos fitoestrógenos da soja nos adipócitos e hepatócitos. Como demonstrada nesta revisão, a soja e seus fitoestrógenos atuam na promoção da saúde e no controle da obesidade, o que sugere ser recomendada na alimentação diária da população. Palavras-chave: adiposidade, inflamação, soja, fitoestrógenos, saúde ABSTRACT Obesity is a metabolic disease of worldwide occurrence and a serious public health problem is a common form of malnutrition that contributes to the onset of various diseases. The visceral fat leads to chronic systemic inflammation risk by increasing the concentration of inflammatory markers and also to insulin resistance that is identified as a risk factor for the increased inflammatory response in adipose tissue and to trigger the metabolic syndrome. Currently soybeans has been recommended by dietary interventions of obesity and its comorbidities. The beneficial action of soybean suggests promoting an improvement in lipid metabolism in obese subjects from the action of soy phytoestrogens in adipocytes and hepatocytes. As demonstrated in this review, soy phytoestrogens and their work promoting health and controlling obesity, suggesting it as recommended in the daily diet of the population. Keywords: adiposity, inflammation, soy, phytoestrogens, health. INTRODUÇÃO A obesidade é considerada doença metabólica de ocorrência mundial e um grave problema de saúde pública, sendo uma forma comum de má nutrição que contribui para o aparecimento de diversas doenças (REPPETO, 2003). O acúmulo excessivo de tecido adiposo na obesidade pode ser causado por fatores endócrinos, metabólicos, genéticos ou por alterações do gasto energético, devido à redução da atividade física e aumento do consumo dietético (CROWTER, 2005). Os adipócitos presentes em maior número e volume na obesidade apresentam aspectos funcionais

BENEFÍCIOS DA SOJA NO CONTROLE DA OBESIDADE · resposta inflamatória no tecido ... A obesidade é a mais comum das doenças metabólicas e ... metabólico e funcional que se aliados

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Revista Eletrônica Novo Enfoque, ano 2011, v. 12, n. 12, p. 47 – 67

BENEFÍCIOS DA SOJA NO CONTROLE DA OBESIDADE

Jacqueline Carvalho Peixoto, Ângela Passos Feijó, Andréa Bittencourt de Santana

Teixeira, Silvia Regina Nóvoa Louzada – UCB/RJ

RESUMO A obesidade é considerada doença metabólica de ocorrência mundial e um grave problema de saúde pública sendo uma forma comum de má nutrição que contribui para o aparecimento de diversas doenças. A adiposidade visceral induz risco para inflamação crônica sistêmica pelo aumento da concentração de marcadores inflamatórios e também para a resistência insulínica que é apontada como fator de risco para o aumento da resposta inflamatória no tecido adiposo e para o desencadeamento da síndrome metabólica. Atualmente a soja vem sendo indicada nas intervenções nutricionais da obesidade e suas comorbidades. A ação benéfica da soja sugere promover melhora no metabolismo lipídico de indivíduos obesos a partir da ação dos fitoestrógenos da soja nos adipócitos e hepatócitos. Como demonstrada nesta revisão, a soja e seus fitoestrógenos atuam na promoção da saúde e no controle da obesidade, o que sugere ser recomendada na alimentação diária da população.

Palavras-chave: adiposidade, inflamação, soja, fitoestrógenos, saúde

ABSTRACT Obesity is a metabolic disease of worldwide occurrence and a serious public health problem is a common form of malnutrition that contributes to the onset of various diseases. The visceral fat leads to chronic systemic inflammation risk by increasing the concentration of inflammatory markers and also to insulin resistance that is identified as a risk factor for the increased inflammatory response in adipose tissue and to trigger the metabolic syndrome. Currently soybeans has been recommended by dietary interventions of obesity and its comorbidities. The beneficial action of soybean suggests promoting an improvement in lipid metabolism in obese subjects from the action of soy phytoestrogens in adipocytes and hepatocytes. As demonstrated in this review, soy phytoestrogens and their work promoting health and controlling obesity, suggesting it as recommended in the daily diet of the population. Keywords: adiposity, inflammation, soy, phytoestrogens, health.

INTRODUÇÃO A obesidade é considerada doença metabólica de ocorrência mundial e

um grave problema de saúde pública, sendo uma forma comum de má nutrição que

contribui para o aparecimento de diversas doenças (REPPETO, 2003). O acúmulo

excessivo de tecido adiposo na obesidade pode ser causado por fatores endócrinos,

metabólicos, genéticos ou por alterações do gasto energético, devido à redução da

atividade física e aumento do consumo dietético (CROWTER, 2005). Os adipócitos

presentes em maior número e volume na obesidade apresentam aspectos funcionais

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importantes atuando no metabolismo e homeostase energética, além de possuírem

habilidade para adipogênese (RAYLAM; DELLA-FERA & BAILE, 2008). A

adiposidade central induz inflamação crônica sistêmica pelo aumento da concentração

de marcadores inflamatórios, o que pode ser risco para o desencadeamento da síndrome

metabólica (DUARTE, 2003; LEE & PRATLEY, 2005). Várias são as adipocinas

envolvidas com a inflamação sistêmica como a resistina, adipsina, fator de necrose

tumoral alfa (TNFα) interleucina 1 e 6 (IL1 e IL6), fator de plasminogênio 1 (PAI -1) e

angiotensinogênio. Na obesidade, as altas concentrações de insulina favorecem o

aumento da síntese de ácidos graxos, hiperlipidemia e hipoglicemia que contribuem

para o aumento de sua resistência periférica e para o desencadeamento da obesidade

(DUARTE, 2005). A redução da massa adiposa pode ocorrer pela mobilização lipídica

através da lipólise e a perda de células adiposas maduras via apoptose (RAYLAM;

DELLA-FERA & BAILE, 2008) e vários estudos sugerem que a proteína da soja e seus

fitoestrógenos podem contribuir beneficamente na obesidade e suas disfunções. Os

fitoestrógenos da soja possuem inúmeras atividades fisiológicas, particularmente no

metabolismo lipídico, exercendo importante função hipocolesterolêmica e

hipolipidêmica (BHATHENA & VELASQUEZ, 2002; BHATHENA et al., 2003;

ZHAN & HO, 2005). O presente estudo busca revisar na literatura os benefícios que a

soja e seus fitoestrógenos podem exercer na obesidade e discute também o papel da soja

como alimento funcional no controle da obesidade e das comorbidades a ela associadas.

REVISÃO DA LITERATURA Obesidade: conceito e etiologia

A obesidade é a mais comum das doenças metabólicas e está associada

com inúmeras complicações sendo hoje considerada uma das principais ameaças à

saúde do mundo desenvolvido (SEIDELL, 2003; KONTUREK et al., 2004). Pode ser

definida como um acúmulo excessivo de tecido adiposo com aumento no número e

volume de adipócitos causado por fatores endócrinos, metabólicos, genéticos ou por

alterações do gasto energético, devido à redução da atividade física ou ao aumento do

consumo dietético (ALI & CROWTHER, 2005). Tais fatores ocasionam desequilíbrio

metabólico e funcional que se aliados a outras disfunções podem maximizar os riscos

associados à obesidade como doenças cardiovasculares, respiratórias, endócrinas,

gastrintestinais, dermatológicas, geniturinárias, neoplásicas, entre outras (MANCINI,

2001).

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Hoje cada vez mais a comunidade científica está atenta a esta doença

grave, de genética complexa e de múltiplas facetas, que está normalmente associada a

inúmeras complicações e comorbidades elevando os índices de morbi-mortalidade por

doença cardiovascular (REPETTO et al., 2003). A obesidade abdominal também é um

risco para saúde cardiovascular e está relacionada com o acúmulo de gordura na região

da cintura. Tal fato é determinante na resistência insulínica, o que pode induzir

intolerância à glicose, aumento dos triglicerídios, redução dos níveis de HDL e aumento

da reabsorção do sódio, condições estas relacionadas à síndrome metabólica que está

associada a comorbidades como hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes e doença

aterosclerótica (LEE, 2001). Estudos anteriores demonstraram que as classificações

complexas do índice de massa corporal e da razão cintura-quadril não são marcadores

tão eficientes de promoção da saúde como a classificação baseada na relação cintura

(DIETZ, 1994; LEAN et al.,1998). No quadro 1 estão demonstrados os pontos de corte

da circunferência da cintura e a prevalência em relação ao sexo. O baixo gasto

energético é um dos principais fatores para o excessivo ganho de peso em indivíduos

susceptíveis (ROSADO e MONTEIRO, 2001). A obesidade e o sobrepeso estão

relacionados com o estilo de vida sedentário e com consumo excessivo de carboidratos

de alto índice glicêmico e lipídios, que conferem um alto consumo passivo de energia,

devido a sua alta densidade energética e baixa ação na saciedade (ROSADO e

MONTEIRO, 2001). Estudo recente sugere que o genoma humano é programado para

atividade física, e hoje com o advento da tecnologia e aumento da vida sedentária há

riscos de mudanças na expressão gênica que podem induzir o surgimento de doenças

crônicas, entre elas, a obesidade (ESPÍNDOLA e CHAUL, 2003). Outro fator a ser

considerado é o desmame precoce na infância e a adição de proteínas e carboidratos em

fórmulas lácteas, já que são considerados fatores que podem influenciar no risco de

desencadeamento da obesidade na fase adulta.

Os fatores envolvidos na gênese da obesidade não são ainda

conclusivos, mas podem incluir também o papel dos macronutrientes na

susceptibilidade ao ganho de peso pelo aumento da ingestão calórica. O aumento da

ingestão energética e redução do gasto maximizam a síntese de gorduras o que leva a

uma estocagem excessiva de gordura no tecido adiposo (SENGIER, 2005). Indivíduos

obesos apresentam riscos aumentados de desenvolverem vários distúrbios físicos e

psicológicos. A figura 1 mostra os principais distúrbios associados à síndrome, segundo

Bray (2003).

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Aspectos metabólicos na obesidade

Fatores neuronais, endócrinos, intestinais e adipocitários estão entre os

determinantes fisiológicos do controle do peso e do apetite e a região hipotalâmica no

Sistema nervoso central (SNC) é responsável pela regulação da ingestão alimentar e do

gasto energético (HALPERN et al., 2004). O peso corporal é regulado por inúmeras

reações conjuntas entre hormônios e neuropeptídios do núcleo hipotalâmico e estas

reações podem interferir com o controle do apetite e com a quantidade de tecido adiposo

acumulado (KALRA, 1999). O adipócito é uma célula endócrina que secreta alguns

peptídeos e metabólitos biologicamente ativos, entre eles, o mais importante é a leptina,

que é uma proteína que regula a ingestão de alimentos via sinais de retroalimentação

negativa entre as reservas de tecido adiposo e centro de saciedade, possivelmente

mediado pelo decréscimo do neuropeptídeo Y. Este peptídeo é um potente orexígeno e

inibidor do gasto energético, amplamente distribuído no SNC e periférico (HALPERN

et al., 2004). A leptina e a insulina são hormônios secretados em proporção à massa

adiposa agindo perifericamente e interagindo com receptores hipotalâmicos. Indivíduos

obesos apresentam maiores concentrações destes hormônios e resistência à sua ação

(idem). Outro fator a ser considerado na regulação é a presença de alimento no trato

gastrointestinal que pode agir na modulação do apetite e regulação energética. Peptídeos

intestinais, combinados a outros sinais podem estimular a ingestão alimentar através da

grelina e orexina ou inibir esta ingestão através da colecistoquinina, leptina e

oximodulina (VERDICH et al., 2001; HALPERN et al., 2004). A colecistoquinina

(CCK), hormônio liberado após consumo de refeições, parece afetar a saciedade, agindo

como inibidora no desenvolvimento da obesidade. A grelina está relacionada com o

aumento do apetite e com o estímulo da motilidade e secreção gástrica, diferentemente

da oximodulina, recentemente descoberta como supressora da ingestão alimentar

(KONTUREK et al., 2004). Ácidos graxos livres, produtos derivados da alimentação e

degradação do tecido adiposo, podem ser também considerados como os mais

importantes na influência metabólica da síndrome (BRAY, 2003). A gordura acumulada

nos adipócitos viscerais pode ser mediada por inúmeros fatores hormonais, um deles é o

aumento na produção de estrona que aumenta os riscos de desencadeamento de câncer

de mama e do colo do útero em mulheres com sobrepeso. Já o aumento das

concentrações de cortisol nestes adipócitos pode induzir resistência à insulina, fator de

risco este preponderante na gênese da hipertensão, diabetes, doenças da vesícula e

cardiovasculares (LEAN et al., 1998; SEIDELL, 2003).

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Marcadores inflamatórios na obesidade

A inflamação pode ser definida como um processo ordenado mediado

pelo aparecimento de moléculas de adesão intercelular no endotélio e mediadores

inflamatórios liberados pelas células teciduais e leucócitárias a partir de uma injúria

(DUARTE, 2003). Os leucócitos, uma vez ativados por lesão tecidual ou pela presença

de LDL colesterol oxidada, sintetizam uma série de interleucinas como as da série 1 e 6

e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). Em adição, a proteína C reativa é um marcador

inflamatório sintetizado pelos hepatócitos sob estímulo das interleucinas 1 e 6 e TNF-α.

Estudos demonstraram a presença desses mediadores em tecidos inflamados, miocárdio

infartado e vasos ateroscleróticos (SANTOS et al., 2003; RIDKER, 2003). O processo

inflamatório desempenha importante papel no desencadeamento da aterosclerose e

diabetes, uma vez que a inflamação é parte integrante da síndrome metabólica

(DUARTE, 2003). A resistência insulínica atualmente pode ser considerada como fator

de risco no que se refere ao aumento da resposta inflamatória no tecido adiposo a partir

da mudança na expressão de citocinas, como interleucinas 1 e 6 e TNF-α. O

desequilíbrio no consumo lipídico, como aumento na ingestão de ômega 6 (W-6), pode

favorecer a elevação na produção de citocinas inflamatórias pelo aumento da cascata de

ácido araquidônico. Em adição, o aumento do consumo de carboidratos (CHO) de alto

índice glicêmico (IG) pode também induzir glicotoxicidade e aumento na produção

destas citocinas, diferentemente quando há um equilíbrio na ingestão de W-6 e W-3 e

aumento do uso de CHO de baixo IG (JUGE-AUBRY CE et al., 2003). Outra evidência

na resposta inflamatória na obesidade é que o tecido adiposo apresenta um número

maior de macrófagos, que se ativados cronicamente aumenta a resposta linfocitária e

por conseguinte a inflamação.

Soja e seus fitoestrógenos: papel fisiológico na obesidade

Atualmente, a soja vem sendo indicada nas intervenções nutricionais

da obesidade, já que estudos mostram que alimentos à base de soja podem ser benéficos

para a síndrome e introduzidos nas dietas de redução calórica. A alimentação é

influenciada por vários fatores, visto que o metabolismo de macronutrientes requer

processos complexos regulados por diversos hormônios esteróides, peptídeos e enzimas

(BHATHENA & VELASQUEZ, 2002). Esta ação benéfica da soja sugere promover

melhora no metabolismo lipídico destes indivíduos a partir da ação dos fitoestrógenos

da soja, nos adipócitos e hepatócitos (ZHAN & HO, 2005). Portanto, o conhecimento

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dos fitoestrógenos e seus efeitos se faz necessário para o entendimento dos mecanismos

dessas substâncias no processo fisiopatológico da obesidade. A soja é uma excelente

fonte de arginina e glicina, aminoácidos importantes para a síntese de glucagon. O

glucagon possui ação hiperglicemiante e termogênica contribuindo para o aumento da

oxidação dos ácidos graxos, via glicogenólise hepática, cuja ação parece ser mediada

nos hepatócitos via aumento da atividade da adenil-ciclase (RODBELL, 1983; ZHAN

& HO, 2005). Como fonte de triptofano, aminoácido importante para a síntese de

serotonina pode promover a modulação do neuropeptídio Y (NPY), que age no controle

do apetite. Além disso, estudos demonstram que as isoflavonas da soja na forma

glicosídica possui efeito protetor contra a inflamação sistêmica que ocorre na obesidade

por diminuir os níveis de interleucinas 1 (IL-1) e 6 (IL-6) e inibir a atividade dos

receptores das citocinas pró-inflamatórias (DUARTE, 2003; LEE e PRATLEY, 2005).

Fitoestrógenos da soja

Os fitoestrógenos são substâncias pertencentes a classes de polifenóis

como isoflavonas, lignanas e coumestrol, que são considerados um grupo de plantas

biologicamente ativas com estrutura química similar ao estradiol, um estrógeno

endógeno (BHATHENA & VELASQUEZ, 2002; VAN DOKUM, 2002). A estrutura

similar ao estrógeno favorece a competição por receptores estrogênicos em várias

células, possibilitando efeito antiestrogênico, para tal, são atualmente uma forma de

terapia de reposição hormonal para aqueles com desequilíbrio hormonal (WU et al.,

2004). Esses fitoquímicos bioativos são em sua maior parte genisteína e daidzeína

(BHATHENA & VELASQUEZ, 2002). As lignanas também presentes na soja são

fitoquímicos do esqueleto de plantas e produzem a lignina para a construção desses

blocos vegetais, sendo as duas maiores lignanas, a enterolactona e o enterodiol,

principais lignanas de mamíferos, produzidos a partir do matairesinol e

secoisolariciresinol e, principalmente, através de outros desconhecidos precursores de

plantas pela microflora intestinal (ROSS, 1997). São encontrados amplamente em óleo

de semente de linhaça, grãos inteiros, legumes, vegetais e frutas. Coumestans ocorrem

predominantemente durante a germinação, por exemplo, em brotos de feijões, e o

principal composto desse subgrupo é o coumestrol (KEINAN-BOKER et al., 2002).

Entre os indivíduos, a biodisponibilidade dos fitoestrógenos depende

de vários fatores, entre os quais hábitos alimentares e duração do consumo de soja, que

podem ser determinados por fatores genéticos e diferenças na flora bacteriana intestinal

53

(ROWLAND et al., 1999; KEINAN-BOKER et al., 2002). Na figura 2 estão

representadas as estruturas químicas dos fitoestrógenos. Os fitoestrógenos foram

identificados em mais de 800 vegetais, sendo a soja a principal fonte de isoflavonas.

Fontes intermediárias incluem ervilha e tempê. Outras fontes de fitoestrógenos incluem

sementes de girassol, gergelim, nozes, framboesa, amora, brócolis, alho, cravo e

cenoura As fontes de lignanas incluem cereais, grãos, frutas e vegetais, sendo as fontes

mais ricas semente de linhaça e gergelim (BHATHENA & VELASQUEZ, 2002).

Alimentos à base de soja processados possuem quantidades variadas de genisteína e

daidzeína na forma conjugada (glicona) e não conjugada (aglicona). O conteúdo de

isoflavona desses produtos está em torno de 0,1-5 mg de isoflavonas por grama de

proteína. Produtos tradicionais de soja possuem 0,25 a 40 mg de isoflavonas. Tofu,

proteína da soja e leite de soja contêm 0,1 a 2 mg de isoflavonas. Coumestrol é uma das

mais importantes formas de coumestan consumidos por humanos através da ingestão de

feijões e legumes (ROSS, 1997).

Metabolismo dos fitoestrógenos da soja

As isoflavonas existem na forma inativa como glicosídeos

denominados genisteína, daidzeína e gliciteína. São hidrolisados por bactérias

intestinais denominadas beta-glucosidases (BHATHENA & VELASQUEZ 2002;

GARRIDO et al., 2003). Essa hidrólise de agliconas precede de uma fermentação no

duodeno com posterior absorção pelo trato gastrointestinal, onde são conjugadas no

fígado a glucoronides por ação de enzimas glucoronil-transferases e sulfotransferases,

formando conjugados de glucoronides e sulfatos, já que a glucoronidação é a principal

via de biotransformação das isoflavonas. As glucoronides são posteriormente

reexcretadas na bile e reabsorvidas pela circulação entero-hepática ou excretadas na

urina (SKAFIANOS et al., 1997; GARRIDO et al., 2003). Dihidrodaidzeína, etilfenol e

gliciteína também foram detectados no plasma. A daidzeína pode ser metabolizada a

equol, dihidrodaidzeína ou O-desmetilangolensina e a genisteína a etilfenol no cólon.

As isoflavonas que têm sido detectadas na urina e sangue de animais e humanos são:

daidzeína, genisteína, equol e O-desmetilangolensina, este último apresentando

atividade estrogênica (BHATHENA & VELASQUEZ, 2002). As concentrações

plasmáticas em várias populações de isoflavonas estão em torno de 1- 4 µmol/L

(WATANABE, S., 1998; XU et al., 2000). As lignanas sofrem também hidrólise

bacteriana intestinal por bactérias beta-glucosidases. Os glicosídios das lignanas

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(matairesinol e secoisolariciresinol) são convertidos a enterolactona e enterodiol pela

fermentação bacteriana colônica, absorvidos no cólon e conjugados com ácido

glucurônico e sulfatos no fígado, que podem também entrar no plasma via sangue

venoso portal. A excreção das lignanas ocorre na bile e urina como glucuronídeos

conjugados e nas fezes, na forma não conjugada (ROSS, 1997; BHATHENA &

VELASQUEZ, 2002). Estruturalmente, coumestans e isoflavonas lembram esteróides

estrogênicos que são capazes de ligarem-se aos receptores estrogênicos,

preferencialmente os do tipo ERβ (FIGURA 2), embora essa afinidade dependa das

concentrações plasmáticas destes componentes. Tem-se descrito que esses dois

fitoestrógenos têm propriedades mediadas pelos receptores estrogênicos, exercendo

atividade transcricional, agindo como antiestrógeno por competição (MÃKELÃ, 2001).

As lignanas também mostram afinidade pelos receptores estrogênicos. A influência

hormonal exercida pelos fitoestrógenos demonstrou atividade antioxidante, anti-

proliferativa, e antiangiogênica, os quais não foram hormonalmente dependentes em

estudos in vitro e em animais (MAZUR, 1998; SETCHELL, 1998; FOTSIS et al., 1998;

BOKER et al, 2002). Os fitoestrógenos agem também como antiagregantes plaquetários

por participarem da síntese de eicosanóides devido seu conteúdo em ácidos graxos

essenciais e também exercendo ação antioxidante através de fitoesteróis, fitatos,

saponinas e vários ácidos fenólicos presentes na soja (LAMATINIERE, 2000). No

quadro 3 estão demonstrados os efeitos metabólicos dos diversos fitoestrógenos.

Consumo de fitoestrógenos pela população

A análise do consumo de fitoestrógenos pela população ainda é de

difícil quantificação. A estimativa de consumo de isoflavonas normalmente baseia-se

em inquéritos dietéticos, entrevistas e questionários a partir do consumo de soja pelos

indivíduos. Normalmente essas análises são realizadas na Europa. No Brasil, não há

dados disponíveis a respeito. Existe, porém, a forma de análise de excreção urinária de

isoflavonas (HUTCHINS et al., 1995; LAMPE et al., 1999). A análise de ingestão de

lignanas pode ser realizada através dos níveis de biomarcadores no sangue e urina

(HUTCHINS et al., 1995). Isoflavonas e lignanas podem ser quantificadas

laboratorialmente no plasma através de coleta sanguínea e pode refletir uma forma

aproximada de ingestão de longa data destes fitoestrógenos, principalmente de lignanas.

Algumas sugestões para consumo da soja e seus fitoestrógenos foram recomendadas por

alguns autores e sua incorporação em produtos comumente consumidos pela população

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pode ser também recomendada para se agregar os fitoestrógenos nestes alimentos com o

objetivo de se alcançar seus benefícios. O Quadro 4 mostra a quantidade recomendada

do consumo de soja para alcance do controle do perfil lipidêmico. No Quadro 5 e 6

estão destacados os produtos brasileiros à base de soja, a quantidade ideal recomendada

e seu conteúdo de isoflavonas. Deve ser ressaltado, porém, que o conteúdo de

isoflavonas nos alimentos varia muito segundo estudos de diversos autores. No quadro

estão exemplificados alguns produtos comercializados no país à base de soja e seu

conteúdo de proteínas. Outras sugestões para o consumo de soja e seus fitoestrógenos

podem ser através da incorporação dos mesmos em produtos infantis, massas, burguers,

barras de cereais, sobremesas, sorvetes e bebidas (sucos e leites).

Soja como alimento funcional na obesidade

Estudos têm examinado os efeitos do consumo da soja e de seus

fitoestrógenos no metabolismo do açúcar, lipídios e dos hormônios associados a esses

eventos. A desordem do balanço energético e neuro-hormonal provocados pela

obesidade pode induzir vários fatores de riscos como hiperinsulinemia, resistência à

insulina e anormalidades no metabolismo lipídico. Em modelos de obesidade e diabetes

em animais e humanos, a proteína isolada da soja e seus fitoestrógenos têm

demonstrado reduzir insulinemia sérica e a resistência insulínica. Em humanos obesos e

animais, a soja, como fonte de proteína dietética, tem efeitos antiobesidade e

hipocolesterolêmicos significantes (BHATHENA & VELASQUEZ, 2002). No quadro

7, estão descritos alguns estudos com dieta a base de soja em animais e humanos na

prevenção da obesidade.

Benefícios dos fitoestrógenos da soja para a obesidade

Estratégias vêm sendo sugeridas para diminuir o excesso de peso como

as dietas com baixo teor de gorduras e ricas em frutas, cereais e grãos. Atualmente tem

se dado ênfase ao papel da ingestão protéica na obesidade e diabetes (DM), e parece que

os fitoestrógenos têm demonstrado efeitos benéficos para a melhora do metabolismo

lipídico, redução da oxidação das LDLs, aumento da TMB e oxidação da glicose

(BHATHENA et al., 2000; BHATHENA & VELASQUEZ, 2002). Segundo Hillgartner

et al. (1997), o AMP-cíclico aumenta a síntese de IGFBP-1, diminuindo a atividade do

IGF-1 que exerce efeito anabólico nos adipócitos, e o consumo de soja parece diminuir

a atividade deste sinalizador proporcionando redução ponderal. Yamori (2004) mostrou

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que as isoflavonas da soja podem afetar beneficamente no controle do apetite e na

composição corporal por ação dos fitoestrógenos. Alguns trabalhos evidenciaram que os

polissacarídeos da soja podem diminuir concentrações de triacilgliceróis, glicose pós-

prandial e os riscos de HAS pela redução da LPL, aumento do HDL e diminuição dos

níveis pressóricos, minimizando riscos de intolerância à glicose e hiperlipidemia,

fatores estes que podem induzir doenças cardiovasculares e aumento da mortalidade,

principalmente em países ocidentais (BHATHENA & VELASQUEZ et al., 2002;

GARRIDO et al. 2003). Alimentos contendo isoflavonas poderiam evitar essas

enfermidades, e o consumo recomendado para a prevenção desses riscos está em torno

de 25 gramas (ADA, 1999). Estudo de Garrido et al. (2003) mostrou efeitos favoráveis

sobre as lipoproteínas e fatores de coagulação com o consumo da soja, já que as

isoflavonas parecem exercer efeito protetor nas paredes arteriais pelo aumento do óxido

nítrico e prostaglandinas antiinflamatórias. Em mulheres pós-menopáusicas a ingestão

de fitoestrógenos demonstrou melhora do perfil lipídico e metabólico, reduzindo risco

para doenças cardiovasculares, isto porque algumas investigações postularam que os

fitoestrógenos da soja podem minimizar a susceptibilidade à oxidação de lipídios (DE

KLEIN et al., 2002). Em adição, estudo recente analisou os efeitos das isoflavonas no

metabolismo lipídico e endócrino e observou diminuição do colesterol total e LDL, em

parte, pela modulação dos hormônios esteroides (ALI et al, 2004). Alguns estudos

demonstraram os efeitos do consumo de soja nas concentrações dos hormônios insulina,

T4, TSH, glucagon e hidrocortisona. Nesses estudos verificou-se que houve aumento de

triiodotironina (T3) livre e do hormônio do crescimento (GH) após as refeições, o que

sugere aumento da taxa metabólica com o consumo de soja (SCHOLZ-AHREUS et al.,

1990; BRAY, 2003). Proteínas da soja são ricas em arginina e glicina, que parecem

favorecer a diminuição da insulinemia. O conteúdo de nutrientes com efeito terapêutico

presentes na soja, como as isoflavonas e aminoácidos específicos, parece reduzir a

liberação de insulina pelo pâncreas ou aumento de sua remoção hepática, com isso

diminuindo as concentrações de insulina e aumentando as de glucagon (LANG et al.,

1998). O glucagon possui efeito termogênico contribuindo para a oxidação dos ácidos

graxos e essa ação parece ser mediada nos hepatócitos pelo aumento da atividade da

adenil-ciclase que aumenta a concentração de AMP-cíclico (BHATHENA &

VELASQUEZ, 2002). Wagner et al. (1997) evidenciaram redução da tolerância à

glicose pelo aumento do consumo de soja e observaram melhora da sensibilidade à

insulina. Em estudo anterior Minami et al. (1990) postularam que a proteína isolada da

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soja é fisiologicamente ativa, isto porque alguns de seus componentes promovem ação

hipocolesterolêmica quando comparada à de origem animal em estudos in vitro,

confirmado por estudos mais recentes como o de Boker et al. (2002) e de Zhan & Ho

(2005). Estudo em roedores obesos que consumiram proteína da soja mostrou que

houve redução no colesterol total, triglicerídeos, LDL-col e VLDL-col (AOYAMA et

al., 2000). Similarmente, em estudo anterior, Yamashita et al. (1998) observaram que

dietas à base de soja quando comparadas as de proteína animal reduziram os fatores de

risco cardiovasculares e proporcionaram redução de peso corporal em indivíduos

obesos.

Em trabalho com ratos obesos alimentados com dietas à base de

caseína, gordura insaturada, proteína da soja e gordura saturada, verificou-se maior

redução de peso nas concentrações dos receptores de insulina RNA ligados e no tecido

adiposo, quando se utilizou modelo de dieta à base de proteína da soja em comparação

às outras dietas utilizadas no estudo, sugerindo melhor reposta para a resistência

insulínica (BHATHENA & VELASQUEZ, 2002). Wu et al. (2004) observaram em

ratos obesos os efeitos dos fitoestrógenos e do exercício na redução da composição

corporal. Os resultados desta investigação demonstraram que a intervenção combinada

das isoflavonas com o exercício reduziu o percentual de gordura corporal e aumentou a

massa muscular e óssea nos animais, além também de ter sido observada a redução das

concentrações do colesterol. Niiho et al. (1993) anteriormente estudaram as ações

farmacológicas de pequenos peptídios isolados da soja em ratos, na prevenção da

fadiga, obesidade e hipoglicemia. Bosello et al (1998) avaliaram os efeitos a curto e

longo prazos de dietas hipocalóricas contendo diferentes fontes de proteínas em 24

adultos humanos com obesidade (60% sobre o peso corporal ideal). Nesse estudo, os

pacientes foram divididos em dois grupos no qual um grupo com dieta de muito baixa

caloria (375kcal/d) contendo a mesma quantidade de proteína (à base de caseína e soja)

por 15 dias, seguidos de uma dieta com mais calorias com caseína (425 kcal/d) por 60

dias. Todos os pacientes perderam peso similarmente em ambos os grupos. Em

contrapartida, houve redução nos níveis de colesterol total, LDL-col, VLDL-col e TG

nos indivíduos que utilizaram a dieta com proteína da soja quando comparado com a

caseína. Assim, os resultados sugerem que para a redução do excesso de peso corporal a

baixa ingestão calórica foi mais eficiente do que o tipo de proteína que foi utilizada.

Igualmente, Yamashita et al (1998) também não verificaram diferenças na perda de

peso em mulheres obesas com dietas de muito baixa caloria cuja proteína usada era do

58

tipo bovina magra ou de soja, porém estudo anterior observou somente perda de peso

significativa em pacientes obesos depois de terem utilizado dieta hipocalórica à base de

proteína de soja em relação à dieta a base de caseína (JENKINS et al., 1989).

Estudo anterior realizado com homens obesos alimentados com dietas

hipocalóricas à base de soja ou colágeno durante 40 dias mostrou melhor manutenção

do pool de aminoácidos essenciais quando os indivíduos utilizaram as dietas à base de

proteína da soja (FISLER et al, 1985). Esses estudos sugerem que a longo prazo a

substituição de proteína vegetal por proteína animal em dietas hipocalóricas pode

promover um benefício adicional para a redução do peso corporal em pacientes obesos.

Mikkelsen et al. (2000), porém, mostraram em estudo cruzado

randomizado com 12 indivíduos obesos que utilizaram dietas hipocalóricas com

reduzido teor de gordura e conteúdo variado em proteína (proteína animal, vegetal e

CHO) durante 24 h estimulando o gasto energético, que a utilização de proteína animal

quando comparada a de CHO ou proteína vegetal proporcionou maior aumento da taxa

metabólica basal e maior redução de peso. Em outro trabalho recente com mulheres pós-

menopausadas e com peso normal do grupo, demonstrou-se que o consumo de

isoflavonas (daidzeína e genisteína) foi relacionado com a redução de massa corporal,

diminuição da insulina e aumento do HDL-col, mostrando os efeitos benéficos das

isoflavonas na redução dos fatores de risco associados à obesidade (GOODMAN-

GRUEN & KRITZ-SILVERSTEIN , 2001).

Em trabalho anterior com ratos alimentados com dietas combinadas

semipurificadas à base de proteína de caseína com milho, caseína com sacarose,

proteína isolada de soja com milho, milho com proteína do peixe, sacarose com proteína

do peixe e sacarose pura observou-se que as dietas combinadas com sacarose

promoveram ganho de massa gorda e aumento da concentração de glicose, porém as

dietas com proteína da soja promoveram redução da massa corporal total e dos ganhos

de massa gorda quando comparadas com dieta a base de caseína e combinação,

mostrando que as dietas à base de proteína vegetal (soja e milho) foram mais eficientes

na redução do peso e nas concentrações de glicose pela redução da sensibilidade à

insulina observada no estudo (HURLEY et al., 1998). Ali et al. (2004) observaram os

efeitos das isoflavonas da soja associadas ou não com probióticos na deposição de

gordura, nos níveis de colesterol e nos níveis de hormônios tireoidianos em ratos obesos

e magros, comparando os resultados com o fenótipo dos ratos magros. Os resultados

desse trabalho evidenciaram que houve redução de peso significativa nos ratos obesos e

59

também diminuição na gordura visceral, porém os probióticos isoladamente não

mostraram efeitos significativos nesses parâmetros. Esses dados mostraram que as

isoflavonas da soja também promoveram redução dos níveis de colesterol,

provavelmente devido à regulação da modulação dos hormônios esteróides. Estudo de

Allison et al. (2003) avaliou dietas hipocalóricas à base de proteína de soja no

emagrecimento de indivíduos obesos e compararam com dieta controle. Os resultados

mostraram que o grupo tratado com soja obteve maior perda ponderal e maior redução

da LDL colesterol quando comparado ao grupo controle. Zhan & Ho (2005)

demonstraram em sua meta-análise os efeitos da proteína de soja e dos fitoestrógenos no

perfil lipídico entre trabalhos de 1995 a 2002 e concluíram que a soja e seus

fitoestrógenos reduziram significativamente o colesterol total, triglicerídios e o LDL

colesterol dos indivíduos e aumentaram o HDL colesterol. Porém, as mudanças

observadas no perfil lipídico variaram de acordo com o sexo, nível de intervenção,

duração da ingestão da soja, bem como para as concentrações lipidêmicas dos sujeitos

estudados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo demonstrou que a obesidade é um grave problema de saúde

pública, de etiologia multifatorial causado por um desequilíbrio entre gasto e consumo

energético, onde vários fatores neuro-hormonais envolvidos com o controle do apetite e

peso corporal são determinantes no desencadeamento da doença. Atualmente estratégias

nutricionais são sugeridas para minimizar as disfunções associadas à obesidade e como

demonstradas por vários estudos em humanos e animais, o consumo de soja e de seus

fitoestrógenos são considerados como intervenção nutricional eficaz no controle da

doença e de todos os fatores de risco associados à mesma. Como demonstrado nesta

investigação, a utilização de fitoestrógenos evidenciada nos estudos, através de

alimentos à base de soja, pode agir beneficamente no metabolismo lipídico e glicídico,

modulando a resposta hormonal, inibindo a síntese de ácidos graxos pelo estímulo da

lipólise e reduzindo a insulinemia e a captação de glicose nas células intestinais. Tais

mecanismos possibilitam melhora da resistência periférica à insulina, melhora do perfil

lipídico e controle glicêmico, por conseguinte favorecendo a redução ponderal, o que

diminui os riscos de desenvolvimento da obesidade, diabetes, dislipidemias e

hipertensão, fatores associados à síndrome metabólica. Portanto, os fitoestrógenos da

60

soja podem ser considerados como importantes fitoquímicos funcionais que agem

preventivamente nas repercussões orgânicas observadas em indivíduos obesos atuando

na promoção da saúde e no controle da obesidade, o que sugere ser a soja recomendada

na alimentação diária e incluída nos produtos comumente utilizados pela população.

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64

Anexos: Quadro 1- Pontos de corte específicos de circunferência da cintura em relação ao sexo. *Nível 1

(zona de alerta) Prevalência *Nível 2

(zona de alerta)

Prevalência

homens ≥ 94 cm 24,1% ≥ 102 cm 18% mulheres ≥ 80 cm 24,4% ≥ 88 cm 23,9% *Nível 1 baseado em IMC ≥ 25 Kg/m2 combinado com índice cintura quadril (RCQ) ≥ 0,95 em homens e ≥ 0,8 em mulheres. *Nível 2 baseado em IMC ≥ 30 Kg/m2 combinado com RCQ ≥ 1,0 Fonte: SEIDELL, 2003

Obesidade

HAS AVC

CVD

HIPERLIPIDEMIA

DMNID

OSTEOARTRITE

DISTÚRBIOS DE HUMOR

DISTÚRBIOS DO SONO

DISTÚRBIOS ALIMENTARES

GOTA

DISTÚRBIOS DERMATOLÓGICOS

DOENÇAS DAVESÍCULA BILIAR

ALGUNS TIPOS DECÂNCER

DISTÚRBIOSGASTRINTESTINAIS

DISTÚRBIOS GENITO-URINÁRIOS

Figura 1 Condições associadas com a obesidade

DMNID = Diabetes mellitus não insulino-dependente; AVC = Acidente vascular cerebral; HAS = Hipertensão; CVD = Doença cardiovascular. Fonte: Bray, 2003

Figura 2 - Estrutura química das isoflavonas, coumestrol e lignanas

Estrutura do 17-estradiol comparado com isoflavonas (daidzeína, gliciteína e genisteína), coumestrol e lignanas (seicosolariciresinol e matairesinol). FONTE: BHATHENA & VELASQUEZ, 2002.

65

Quadro 2 - Metabolismo dos fitoestrógenos e seus efeitos celulares

Fitoestrógeno Tipo de célula Ação Daidzeína genisteina intestinais ⇓ a captação de glicose na borda em escova das

vesículas membranosas das células

Genisteína pancreáticas ⇑ a secreção de insulina basal

⇓ proliferação celular das ilhotas e inibe captação

de glicose e receptores de insulina estimulados

pelas sulfonilureias

Genisteína Hepáticas

Adiposas

Inibe a conversão de glicose em ácidos graxos

Estimula a lipólise e inibe a oxidação de glicose,

porém sem efeitos estimuladores nas atividades

das enzimas *PDH e *GS ou tirosina por

autofosforilação de receptores de insulina

Genisteína Musculoesqueléticas Inibe a captação de glicose pela proteína 3

desacoplada

Coumestrol Musculoesqueléticas Diminui a síntese de glicogênio e inibe a ligação da insulina nas membranas

*Enzimas PDH= piruvato-desidrogenase; GS= glicogênio-sintase. * ⇓ reduz/ ⇑ aumenta Adaptado de fonte: BHATHENA & VELASQUEZ, 2002.

Quadro 3- Quantidade ideal de consumo de soja e seus efeitos metabólicos. Sugestão de consumo diário Efeitos Autor

PTN de soja 20 a 50 g ⇓ colesterol total WELSBY, 1998

PTN de soja 25 g ⇓ LDL-colesterol ADA, 1999.

PTN de soja 40 g ⇑ atividade estrogênica POTTER, 1998.

Fonte: GENOVESE e LAJOLO, 2002

66

Quadro 4- Conteúdo de isoflavonas em produtos brasileiros

Produto Proteína (%) Conteúdo de isoflavonas (mg/100g)

AdeS original 2,5 82,9 ± 3,6

Soymilk natural 24,5 39,3 ± 0

Tonyu maçã 1,4 30,8 ± 0,9

Milkshake ensure chocolate

6,3 12,1± 0,1

AdeS maçã 0,6 17,8 ±0,9

Fonte: GENOVESE e LAJOLO, 2002.

Quadro 5- Conteúdo de proteína isolada em alguns produtos brasileiros Produto Quantidade (g) Proteína (g)

Tofú fresco (ecobrás)

30g 2,4

Tofú cottage (ecobrás)

100 g 7,0

Iogurte yosoy (ecobrás)

180 ml 5,3

Iogurte biosoja (Batavo) 180 ml 3,4

Leite de soja (AdeS original)

200 ml 5,0

Fonte: GENOVESE e LAJOLO, 2002.

67

Quadro 6 - Efeitos da dieta à base de soja em animais e humanos

Modelo Dieta Quantidade e duração Efeitos

♀ e ♂ obesos Muito baixa caloria com Ptn

da soja e caseína

375-425 Kcal/dia

60-70 dias ⇓ peso corporal

Porém foi > para

⇓ colesterol e

triglicerídios

♀ obesas Hipocalóricas com soja ou

carne bovina magra

Baixa caloria por 16

semanas Ambas ⇓ peso

♀ obesas Leite de soja e leite de vaca 1000 Kcal por 4 semanas Sem ≠ significativa

para ambas as

dietas na ⇓ peso

♀ obesas Proteína animal e de soja 28-29 % da energia como

Ptn por 4 dias ⇓ o gasto

energético em 24 h

Ratos

geneticamente

obesos

Ptn isolada da soja intacta e

hidrolisada comparada com

caseína intacta e hidrolisada

35% de Ptn por 2 semanas

e 60% de energia por 2

semanas

⇓ peso corporal,

glicose e o peso da

gordura perirenal

com ptn de soja.

Ratos obesos

Ratos obesos

Ptn isolada de soja intacta e

hidrolisada e comparada com

caseína intacta e hidrolisada

Saponina de soja e caseína

plus

35% de Ptn por 2 semanas

e 60% de energia por 4

semanas

15% de caseína com

saponina total

10- 100 mg.d.Kg -1

⇓ gordura corporal

e glicose sérica

⇓ gordura corporal

Adaptado de fonte: BHATHENA & VELASQUEZ, 2002; ZHAN & HO, 2005.