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Semana Missionária - Igreja em saída CIRCULOS BÍBLICOS Ano Nacional do Laicato Solenidade de Cristo Rei de 2017 Solenidade de Cristo Rei de 2018. 1

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Semana Missionária - Igreja em saídaCIRCULOS BÍBLICOS

Ano Nacional do LaicatoSolenidade de Cristo Rei de 2017 Solenidade de Cristo Rei de 2018.

Apresentação

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Por que celebrar o Ano Nacional do Laicato?A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, reunida durante a 54ª Assembleia Geral

Ordinária, na sessão do dia 14 de abril de 2016, aprovou o Documento 105, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”, que sugeriu, como um dos “compromissos”, a realização do Ano Nacional do Laicato.

O Conselho Permanente, em sua reunião de 20 a 22 de junho de 2017, apreciou e aprovou a proposta apresentada pela Comissão Especial para o Ano do Laicato. Ficando definido que teria o seu

Início: Solenidade de Cristo Rei de 2017 e o Encerramento: Solenidade de Cristo Rei de 2018.

Tema: Cristãos leigos e leigas, sujeitos na “Igreja em saída”, a serviço do Reino.Lema: Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5, 13-14).Objetivo Geral: Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos

leigos e leigas no Brasil; aprofundar sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade.

Objetivos Específicos:Comemorar os 30 anos do Sínodo Ordinário sobre osLeigos (1987) e os 30 anos da Exortação ChristifidelesLaici, de São João Paulo II, sobre a vocação e missãodos leigos na Igreja e no mundo (1988);_ Dinamizar o estudo e a prática do documento 105 daCNBB: Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedadee demais documentos do Magistério sobre o laicato,em especial do Papa Francisco;_ Estimular a presença e a atuação dos cristãos leigos eleigas, “verdadeiros sujeitos eclesiais” (DAp, n. 497a),

como “sal, luz e fermento” na Igreja e na sociedade.

O Ano Nacional do Laicato é a celebração de um conjunto de iniciativas do magistério da Igreja que vem se esforçando para traduzir na prática a renovação eclesial promovida e encorajada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II e as diretrizes apontadas pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium, Laudato Sí, Amoris laetitia e outros pronunciamentos.

O Concílio Ecumênico Vaticano II ofereceu orientações teológicas e pastorais que visaram precisamente superar as distâncias e as oposições há muito consolidadas entre a Igreja e o mundo. O propósito de aggiornamento da Igreja no mundo, que nasceu da intuição e dos encaminhamentos de São João XXIII e orientou os debates e decisões conciliares, possibilitou a elaboração de uma nova compreensão da Igreja, do mundo e da relação entre as duas realidades.

O Povo de Deus, condição comum de todos os batizados, constitui a Igreja como sacramento do Reino de Deus no mundo. No mundo e na Igreja o mesmo Povo vive sua dignidade e exerce sua missão (cf. ChL, n.15). Assim sendo, o cristão leigo já não constitui um segmento ou um mero braço da hierarquia no mundo, como era visto anteriormente, mas um sujeito eclesial que realiza, em sua condição e missão próprias, o tríplice múnus de Jesus Cristo sacerdote, profeta e pastor (cf. LG, n. 31.34-36).

Com efeito, o Concílio quis, de fato, uma Igreja presente no mundo; quis falar aos homens e mulheres concretos de suas angústias e esperanças; dirigiu-se a uma sociedade em rápidas e dramáticas mudanças; comunicou a todos, sem distinção, uma mensagem de fraternidade e de paz. Se a sociedade com a qual dialogou o Concílio já não é mais a mesma, se impõem como fato e missão as grandezas do Evangelho, como Querigma sempre atual a ser vivido-anunciado; do mundo como realidade criada por Deus que tem o ser humano como seu sujeito e da Igreja, sinal e instrumento da salvação de Deus no mundo. “Mais que no passado, temos hoje as condições eclesiais, as condições sociais, políticas e culturais e as bases eclesiológicas para que o cristão leigo exerça sua missão como autêntico sujeito eclesial, apto a atuar na Igreja e na sociedade e a promover uma relação construtiva entre ambas. (Doc

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105, n. 122). Promover a interação dessas realidades constitui, certamente, o desafio atual e de sempre e foi o que o próprio Concílio fez e propôs que a Igreja fizesse em cada contexto e geração.

Por que promover uma Semana Missionária?

A Semana Missionária tem como objetivo mostrar os areópagos modernos, os lugares que clamam por evangelização: família, mundo do trabalho, mundo da política, políticas públicas, comunicação social, educação, meio ambiente, culturas, povos indígenas e quilombolas, superação das violências e a promoção da cultura da paz.

Nós, cristãos leigos e leigas, somos encorajados a assumir nossa vocação que nasce do Batismo, que nos torna sal da terra e luz do mundo, como sujeitos eclesiais e cidadãos, agindo na Igreja e na sociedade a serviço do Reino de Deus.

Esta Semana Missionária quer ser um tempo de graça para a escuta das pessoas que Deus colocou em nossa vida para juntos ouvirmos o que o Espirito Santo nos diz hoje. Para partilhar nossos dons, conhecimentos, visão crítica da realidade, comunicarmos melhor, criar espaço para a partilha e a comunhão. Para que a Igreja seja fiel ao Evangelho de Jesus Cristo e a sociedade seja levedada pelo fermento do Evangelho.

Vale aqui o conselho de Jesus para que cuidemos de não nos deixar contaminar pelo “fermento dos fariseus e de Herodes” (Mc 8,15).

Como seguidores e seguidoras de Jesus somos chamados a assumir nossa responsabilidade como Igreja perante a sociedade, como testemunhas vivas das virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade, que colaborem com as gerações presentes e futuras na construção e reconstrução da “civilização do amor”. “A força do Reino coloca todo sujeito eclesial em postura ativa; em atitude de prontidão para o serviço, buscando as formas concretas em que o amor afaste o ódio, o diálogo vença os antagonismos, a solidariedade supere os isolamentos, a justiça suplante as injustiças, para que se estabeleça no mundo a civilização do amor e da paz, que o Beato Paulo VI indicou como o ideal que deve inspirar a vida cultural, social, política e econômica do nosso tempo”. (Doc 105, n. 247)

Nestes círculos bíblicos, amos refletir sobre a atuação dos Cristãos leigos e leigas nos areópagos modernos (cf Doc. 105-CNBB, nº 250 a 273).

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Oração inicial para todos os dias

Oração Final para todos os diasO Senhor nos abençoe e nos guarde!O Senhor faça brilhar sobre nós a sua face e tenha misericórdia de nós!O Senhor dirija para nós o seu rosto e nos dê a paz!

Que o Senhor confirme a obra de nossas mãos, agora e para sempre. Amém!Abençoe-nos o Deus da vida por intercessão da Sagrada Família, Jesus, Maria e José.Amém!

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Índice

1° Encontro – Família e Mundo do Trabalho

2° Encontro – Política e Políticas Públicas

3° Encontro – Comunicação e Educação.

4° Encontro – Casa Comum e Culturas.

5° Encontro – Superação das Violências e Cultura de Paz.

Encerramento – Celebração com todos os participantes.

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Orientações GeraisÉ importante que em cada encontro tenha uma acolhida com apresentação dos participantes, visto

que serão com famílias/pessoas diferentes. Valorizar cada pessoa do grupo sempre fazendo uma acolhida alegre e aconchegante.

Preparar a leitura com antecedência. para melhor compreensão e anúncio da Palavra de Deus.

Criar um clima de oração pessoal e comunitária, cuidar do ambiente, usar criatividade, preparar-se, ensaiar os cantos.

Fazer memória dos fatos da comunidade, rezar a Oração do Ano Nacional do Laicato e a Ladainha, pedindo a intercessão dos cristãos leigos e leigas santos e beatos.

Cada encontro vai se realizar em um ambiente de trabalho distinto ou numa rua diferente com famílias diferentes: Os/as missionários/as visitam os locais de trabalho ou as casas de uma rua conhecendo as pessoas e as famílias e as convidam para participarem do Círculo Bíblico.

A participação deve ser facilitada pelos animadores, observando os que falam mais, estimulando os tímidos e reservados a se manifestarem. Envolver a todos, especialmente as crianças e jovens. Levar a Bíblia, Palavra de Deus que nos ilumina, nos fortalece e orienta nossa caminhada cristã.

Seguir o roteiro de cada encontro, levando sempre em conta a realidade do grupo, todos devem ser envolvidos e as tarefas devem ser distribuídas. Valorizar os gestos dos participantes, fortalecendo a unidade que nos torna Igreja viva sal da terra e luz do mundo.

É importante realizar gestos concretos de solidariedade, como promoção de iniciativas locais visando a efetiva atuação de todos.

Estudar o Documento 105-CNBB - “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”. Assim o nosso agir será muito mais frutuoso.

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Primeiro Encontro

Uma Igreja em saída, ao encontrodas periferias geográficas e existenciais,

na família e no mundo do trabalho

Preparando o ambiente - Ornamentar o local do encontro com Bíblia, imagem da Sagrada Família, flores, vela, cruz, carteira de trabalho, instrumentos de trabalho, globo terrestre ou mapa.

1 - AcolhidaAnimador/a - Irmãos e irmãs, sejam bem-vindos e bem-vindas neste nosso primeiro encontro da semana missionária do Ano Nacional do Laicato, para que sejamos “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”.

Hoje vamos refletir sobre a Família e Mundo do Trabalho.Nós, os batizados, como um povo sacerdotal, somos chamados a cuidar da dimensão litúrgica,

eucarística, celebrativa e sacramental para nos tornarmos guardiões da virtude teologal da Fé; como povo profético somos chamados a nos alimentarmos da Palavra de Deus nos círculos bíblicos, nos grupos de reflexão, na leitura orante e popular da Bíblia para sermos guardiões da virtude teologal da Esperança; e como povo régio, pastor, somos chamados a cuidar da comunidade, dos seus membros, acolhendo-os, curando suas feridas para sermos guardiões da virtude teologal da Caridade.

Na certeza da presença da Santíssima Trindade em nosso meio, cantemos juntos:Em nome do Pai que nos criou, do Filho que nos salvou e do Espirito Santo que nos une

por amor. Amém, Amém, Amém!

Oração inicial: (Oração do Ano Nacional do Laicato)Canto inicial: (Me chamaste para caminhar ou à escolha do grupo).

2 - Olhando a realidade – Família e Mundo do TrabalhoAnimador/a – Defender e promover a integridade da família é uma das maiores exigências no anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. É um modo de dizer não a toda dominação e submissão do Ser Humano.

Pede-nos o Papa Francisco que sejamos uma Igreja de porta aberta e não controladora da graça, como se fosse uma alfândega, pois durante muito tempo pensamos que, com a simples insistência em questões doutrinárias sem motivar a abertura à graça, já apoiávamos suficientemente as famílias, consolidávamos o vínculo dos esposos e enchíamos de sentido as suas vidas compartilhadas.

A Igreja “em saída’ é a comunidade dos discípulos e discípulas missionários e missionárias que tomam iniciativas, se envolvem com os desafios humanos com ousadia.

Todos - Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças (Eg, n.49).

Leitor/a 1 - Inspirado no Salmo 128, o papa fala sobre quatro realidades fundamentais da vida familiar: o casal, os filhos, o sofrimento e o trabalho. É um jeito novo e leve de falar da vocação da família à luz da Bíblia.

Quantas surpresas saíram das mãos e do coração do Papa Francisco ao escrever no dia oito de abril de 2016, a carta às famílias Amoris Letitia, “A alegria do amor”.

A carta está distribuída da seguinte forma:A realidade e os desafios da família; O olhar fixo em Jesus; A vocação da família; O amor no matrimônio; O amor se torna fecundo; algumas perspectivas pastorais;Reforçar a educação dos filhos; Acompanhar, discernir e integrar a fragilidadeEspiritualidade conjugal e familiar.

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Vejamos estas orientações apontadas em Amoris Laetitia:Homens - “Enquanto o amor nos leva a sair de nós mesmos, a inveja leva a centrar-nos em nós próprios” (n. 95).Mulheres - “Ser amável não é um estilo que o cristão possa escolher ou rejeitar: faz parte das exigências irrenunciáveis do amor” (n. 99).Homens - “Deve-se evitar dar prioridade ao amor a si mesmo, como se fosse mais nobre do que o dom de si aos outros” (n. 101). Mulheres - “Faz falta rezar a própria história, aceitar a si mesmo, saber conviver com as próprias limitações e inclusive perdoar-se, para poder ter essa mesma atitude com os outros” (n. 107).Todos - “O caminho da Igreja é o de não condenar eternamente ninguém” (n. 296).

Leitor/a 2 - Diante do mundo do trabalho estamos vivendo um retrocesso com a terceirização das relações de trabalho, nas Reformas Trabalhistas e Previdenciária. Sabemos que os tipos de trabalho mudaram muito desde a promulgação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), em 1943, e hoje as atividades trabalhistas são modificadas por conta das tecnologias, das demandas das empresas e nos turnos variados de trabalho.

Para justificar a reforma trabalhista, falou-se muito em modernização do trabalho e da necessidade de uma legislação que se adequasse a essas novas exigências, entretanto, o resultado final foi a favor de uma modernização que não conseguiu estender o Direito ao Trabalho a toda a realidade moderna que carece de uma regulação que proteja o trabalho e a vida do trabalhador e da trabalhadora.

Leitor/a 1 - Os sete “nãos” e os sete “sins” do papa FranciscoO Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, “A Alegria do Evangelho”,

descreve a Igreja como: “Uma Igreja ‘em saída’, que não olha para si mesma”. A intimidade da Igreja com Jesus é uma intimidade itinerante, e a comunhão se configura essencialmente como comunhão missionária (EG 20-23).

O Papa Francisco apresenta sete atitudes que o povo cristão deve ter e nos convida a transformar os sete ‘nãos’ em sete ‘sins’ a serviço da evangelização local e mundial.

Todos - 1. “Não nos deixemos roubar o entusiasmo missionário! ” Sim a uma espiritualidade missionária positiva, capaz de ver, no dia a dia, as pegadas de Deus nos rastros da humanidade;2. “Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização! ” Sim a um dinamismo missionário que seja sal e luz, com leigos protagonistas e bem formados para esta tarefa;3. “Não deixemos que nos roubem a esperança!” Sim a uma evangelização baseada na confiança e na entrega para sermos fontes de água viva para a humanidade;4. “Não deixemos que nos roubem a comunidade!” Sim a uma vivência comunitária da fé que promova a fraternidade e a transformação das pessoas, da comunidade e da sociedade;5. “Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” Sim a uma espiritualidade que promova a reciprocidade e o diálogo, o testemunho da comunhão fraterna;6. “Não deixemos que nos roubem a força missionária!” Sim à defesa e à promoção da vida em todas as suas formas e situações em obediência ao mandato missionário de Jesus, para acolher o Reino de Deus;7. “Não abafemos nem pretendamos controlar esta força missionária da piedade popular” “O caminhar juntos para os santuários e o participar em outras manifestações da piedade popular, levando também os filhos ou convidando a outras pessoas, é em si mesmo um gesto evangelizador”.

Exorta o Papa Francisco: “O Evangelho é claro: O Senhor convidou-os, ide em frente! E isto significa que o cristão é um discípulo do Senhor que caminha, que vai sempre em frente” (L’Osservatore Romano, 20/02/2014, p.13).

Leitor/a 2 - Digamos juntos do fundo do coração:

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Todos-Nenhuma família sem teto! Nenhum camponês sem terra!Nenhum trabalhador sem direitos! Nenhum povo sem soberania!Nenhuma pessoa sem dignidade! Nenhuma criança sem infância!Nenhum jovem sem possibilidades! Nenhum idoso sem uma veneranda velhice!

3 - Acolhendo a Palavra de Deus – canto Leitor/a 1 – Evangelho de Joao 2, 1-11 (Bodas de Caná)

4 - Refletindo à luz da Vida e da Bíblia

Animador/a - Vamos conversar, à luz do Evangelho sobre as Famílias e o Mundo do Trabalho.

5 -Preces espontâneasL1 – Pai, nós vos pedimos que olheis pelas famílias, pois são tantos desafios da agitação da vida moderna: falta de discernimento, pessoas de uma família que mal se encontram, dependência química, violência, desemprego, falta de amor, de solidariedade, de compromisso cristão. Ajudai-nos a superar estes desafios auxiliados pela vossa graça, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.L2 – Diante das mudanças no Mundo do Trabalho, que impactam a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, vinde em nosso auxilio, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.L1 – Senhor, nós vos pedimos pelas comunidades rurais, que resistem às pressões do agronegócio e praticam a agroecologia e produzem alimentos sem veneno para nossa mesa, sustentai-as em sua resistência, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor atendei a nossa prece.L2 – Senhor, que todos vivam com dignidade e que não lhes falte Terra, Teto e Trabalho, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.

6-CompromissoAnimador/a - Que gesto concreto podemos assumir diante do que refletimos hoje?1) O que podemos fazer diante desta desafiante realidade para sermos uma “Igreja em saída” que se faz luz no mundo da família e do trabalho?2)Somos conscientes de que estamos presenciando rupturas substanciais na família e no mundo do trabalho? 3)Que gestos concretos podemos assumir em defesa da família e do trabalho para todos?

Pai-Nosso, Ave-Maria e bênção final.

Canto final: Hino do Ano Nacional do Laicato.Oração final para todos os dias - página - 04

Segundo Encontro

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Uma Igreja em saída, que se faz luzno mundo da política e nas políticas públicas

Preparando o ambiente - Ornamentar o local do encontro com Bíblia, imagem da Sagrada Família, flores, vela, cruz, título de eleitor, cartilhas de formação sócio política, globo terrestre ou mapa.

1 - AcolhidaAnimador/a - Irmãos e irmãs, sejam bem-vindos e bem vindas neste nosso segundo encontro desta semana missionária do Ano Nacional do Laicato para que sejamos “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”.

Hoje vamos refletir sobre a Política e Políticas Públicas A fé e a política andam lado a lado, a maioria de nossas atitudes é política, o convencimento

para participar de uma pastoral, aceitar um convite, nos remete a política, à nossa ação e decisão. Precisamos reabilitar a política que é uma das formas mais altas de se fazer caridade, como nos alertava o bem aventurado Paulo VI. A vida na cobra responsabilidade social que assumimos pela política.

Políticas públicas dizem respeito a um conjunto de ações e decisões dos governos. Porém, nem sempre essas políticas atendem aos reais interesses da população. Por isso, a sociedade civil organizada deve propor, vigiar e cobrar políticas públicas que atendam às necessidades reais das pessoas, sobretudo dos pobres.

Neste encontro, não vamos falar de política partidária, embora, ela tenha sua importância, mas a política vista como serviço ao bem comum, em que os recursos públicos devem ser usados em benefício de todos e não somente de alguns.

Na certeza da presença de Cristo ressuscitado em nosso meio, cantemos juntos:Em nome do Pai que nos criou, do Filho que nos salvou e do Espirito Santo que nos une

por amor. Amém, Amém, Amém!

Oração inicial: Oração do Ano Nacional do LaicatoCanto inicial: (Vem, Espirito Santo, vem! Vem iluminar! ou a escolha do grupo)

2 - Olhando a realidade - Política e Políticas PúblicasAnimador/a – O Concilio Ecumênico Vaticano II retoma o conceito de bem comum, fiel à Doutrina Social da Igreja, apresentando-o como o principal critério para o agir cristão na política:

A interdependência, cada vez mais estreita e progressivamente estendida a todo o mundo, faz com que o bem comum – ou seja, o conjunto de condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição – torne-se hoje cada vez mais universal (GS 26).

Leitor/a 1 – “Igreja em saída” significa também uma Igreja livre das amarras, aprisionamentos e dominações que, muitas vezes, ocorrem na sociedade. É fazer-se Igreja profética e misericordiosa, que se alimenta da Eucaristia e da Palavra de Deus. Que se arrisca a sair dos antigos sistemas e colocar-se ao lado das pessoas vitimadas por uma estrutura social contrária ao Evangelho.

No discurso aos formadores de opinião, na cidade do Rio de Janeiro em 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Papa Francisco apontou alguns desafios que devemos assumir:

Homens - A vida nos cobra responsabilidade social que assumimos pela política. Precisamos reabilitar a política, que é uma das formas mais altas da caridade;

Mulheres - A política deve evitar o elitismo da democracia representativa, muitas vezes fechada no mero equilíbrio de representação de interesses; deve incentivar cada vez mais e melhor a participação das pessoas com a finalidade de assegurar a todos dignidade, fraternidade e solidariedade;

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Homens - Participação e diálogo entre as diversas riquezas culturais fazem crescer o país. A única maneira para fazer avançar a vida dos povos é o diálogo e a cultura do encontro. Nesse diálogo, todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em troca algo de bom. Esse diálogo exige humildade social, que abre mão de exigências hegemônicas culturais e sociais;

Mulheres - As grandes tradições religiosas podem desempenhar um papel fundamental para a convivência harmoniosa de uma nação, já que a laicidade do Estado garante sua convivência pacífica.

Todos - Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. (EG 49).

Leitor/a 2 - Digamos NÃO às velhas e novas formas de colonialismo. Digamos SIM ao encontro entre povos e culturas. Bem-aventurados os que trabalham pela paz.

Asseguro-lhes que o futuro da humanidade não está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas mãos que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança.

Queremos uma mudança nas nossas vidas, nos nossos bairros, no vilarejo, na nossa realidade mais próxima; mas uma mudança que toque também o mundo inteiro, porque hoje a interdependência global requer respostas globais para os problemas locais. A globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença.

Todos - Podemos dizer sem medo que precisamos e queremos uma mudança. Queremos uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos. E nem sequer o suporta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco de Assis.

3 - Acolhendo a Palavra de Deus – cantoLeitor/a 1 – Evangelho de São João 6, 1-15 – Multiplicação dos pães

4 - Refletindo à luz da Vida e da Bíblia

Animador/a - Vamos conversar, à luz desse Evangelho sobre a nossa responsabilidade na vida política e atuação nas políticas públicas.

5 - Preces espontâneas.L1 - Senhor, ajudai-nos a reencantar o mundo da política, que foi sequestrado por aventureiros e inescrupulosos, restaurando-a pelos princípios da ética, para que ela se coloque a serviço do bem comum e promotora da vida para os pobres e marginalizados. Nós vos pedimos, Senhor:

Todos: Senhor, atendei a nossa preceL2 - Senhor, fortalecei os organizadores da sociedade civil e das comunidades cristãs na construção de políticas públicas inclusivas e pela superação da miséria e da fome, da enfermidade, do analfabetismo e da solidão. Nós vos pedimos, Senhor:

Todos: Senhor, atendei a nossa preceL1 – Senhor, ajudai-nos na vigilância ativa para que os recursos públicos sejam destinados à assistência social e a garantia das políticas de direito e de cidadania. Nós vos pedimos, Senhor.

Todos: Senhor, atendei a nossa prece

6 - Compromisso: Que gesto concreto podemos assumir diante do que refletimos hoje?

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1) Reconhecemos, de verdade, que as coisas não andam bem num mundo onde há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem teto, tantos trabalhadores sem direitos, tantas pessoas feridas em sua dignidade?2) O que podemos fazer para garantir as conquistas que a sociedade civil alcançou nas políticas públicas?3) A política partidária é um dos componentes da democracia. O que podemos fazer para democratizar a política?

Pai-Nosso, Ave-Maria e bênção final.Canto final: Hino do Ano Nacional do Laicato.

Oração final para todos os dias - página - 04

Terceiro Encontro

Uma Igreja em saída, que se faz luzno mundo da comunicação e da educação

Preparando o ambiente - Ornamentar o local do encontro com Bíblia, imagem da Sagrada Família, flores, vela, cruz, globo terrestre ou mapa, quadros, desenhos, símbolos da comunicação, da educação, livros, celular, instrumentos musicais, material didático.

1 - Acolhida

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Animador/a - Irmãos e irmãs, sejamos bem-vindos e bem-vindas neste nosso terceiro encontro da semana missionária do Ano Nacional do Laicato para que sejamos, “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”.

Hoje vamos refletir sobre Comunicação e EducaçãoOs meios de comunicação social são fundamentais no fortalecimento das relações democráticas

e na formação para a cidadania, desde que sejam centrados nas pessoas, em suas necessidades reais e se façam facilitadores do diálogo e da cultura do encontro, dando visibilidade aos grupos sociais excluídos e fragilizados.

Esta realidade está sendo construída pela democratização das redes sociais, por iniciativas de bairros populares, pelas rádios comunitárias e TVs educativas.

A educação brasileira está passando por uma profunda reforma que, de acordo com vários analistas, da forma como ela está sendo efetivada, poderá provocar um retrocesso em nossa sociedade, voltando ao passado, alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e alguns pontos da Lei do FUNDEB desconstituindo-a naquilo que se refere ao Ensino Médio e à Educação Profissional, submetendo-a ao mercado financeiro, em detrimento da formação humana.

Oração inicial: Oração do Ano Nacional do LaicatoCanto inicial: (Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão ou à escolha do grupo).

Na certeza da presença do Espirito Santo, nosso iluminador, cantemos juntos:Em nome do Pai que nos criou, do Filho que nos salvou e do Espirito Santo que nos une

por amor. Amém, Amém, Amém.

2 - Olhando a realidade - Comunicação e Educação, desafios permanentes Animador/a – Os Meios de Comunicação Social e o Sistema educacional são os responsáveis diretos pela formação cultural de um povo, pois a cultura é uma construção social e simbólica de cada grupo humano e de cada povo manifestar-se, expressar-se e dar sentido às suas relações, interligando-o aos seres envolvidos nessas relações: consigo, com os outros, com Deus, com a natureza e toda a criação.

A cultura congrega as artes, a comunicação popular, os meios de comunicação social, o saber acadêmico, as pesquisas científicas, as redes sociais, as grandes forças culturais, sobretudo em nosso tempo.

Da mesma forma que produzimos cultura, também absorvemos cultura. Consciente ou inconscientemente, nós entramos na onda e nos deixamos levar por imposições culturais.

Desde a antiguidade, os dominadores já sabiam que a melhor forma para destruir um povo, dominá-lo ou aniquilá-lo é destruir sua identidade e sua resistência, enfraquecendo sua cultura em suas expressões de religião, costumes, saberes, artes, valores, língua e outros mais.

Leitor/a 1 - Vivemos hoje sob a imposição de outras expressões culturais que não são nossas, que não nos dizem nada em nosso tempo e espaço, que não nos ajudam a viver com sentido no mundo.

Libertar a cultura significa investir em artes, educação popular, rádios comunitárias, redes sociais alternativas, lutar por uma educação de qualidade que forme cidadãos livres, conscientes e solidários. É possibilitar que as expressões culturais das minorias tenham seu espaço e possam contribuir no macro cultura; denunciar todo tipo de discriminação que proíbe ou impede que traços de nossa identidade cultural estejam presentes em todos os âmbitos de nossa vida.

Isso serve para todos nós e em todos os sentidos. Libertar a cultura é redescobrir o belo, o valor humano que está em tudo o que ele faz, mesmo quando esse produto seja a coisa mais simples do mundo. É redescobrir a capacidade humana de criar, de buscar saídas, de construir novas possibilidades de vida plena. Libertar a cultura é voltar a dar sentido a tudo o que fazemos, falamos, sentimos. É descolonizar nossa cabeça e nosso coração.

Leitor/a 2 - São João Paulo II ao dirigir-se aos artistas fez a seguinte declaração:

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“Este mundo no qual vivemos, precisa da beleza, para não cair no desespero. A beleza com a verdade dá alegria ao coração dos homens e é fruto precioso que resiste ao desgaste do tempo, que une as gerações e as faz comunicar na admiração. Nobre mistério aquele dos artistas, quando as suas obras são capazes de refletir, em qualquer modo, a infinita beleza de Deus e endereçar a Ele as mentes dos homens” (Carta apostólica duodecin sarculum).

3 - Acolhendo a Palavra de Deus – cantoLeitor/a 1 – Evangelho de São João 4, 43-54 - Cura do filho de um funcionário

4 - Refletindo à luz da Vida e da Bíblia

Animador/a - Vamos conversar, à luz desse Evangelho sobre as problemáticas no mundo da comunicação e da educação hoje.

5 -Preces espontâneasL1 – Senhor, cuja palavra é capaz de criar o céu e a terra, pronunciai sobre nós uma palavra recriadora, capaz de nos libertar da cultura da morte e nos capacitar para promover a cultura da vida, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.L2 – Senhor, ajudai-nos na luta por uma educação humanizante e promotora do bem comum, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.L1 – Senhor Jesus, o comunicador da vontade do Pai, sustentai-nos com vosso espirito de obediência para que nos eduquemos com toda palavra que sai da boca de Deus, nós vos pedimos Senhor: Todos – Senhor, atendei a nossa prece.L2 – Senhor, livrai-nos de toda comunicação alienante e massificadora, ajudando-nos a resgatar nossa verdadeira identidade, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.

6 - Compromisso: Que gesto concreto podemos assumir diante do que refletimos hoje?1) Na esfera ética, como lidar com os benefícios das tecnologias modernas? 2) Como promover uma educação integral das pessoas? 3) Quais são os impactos das novas tecnologias na vida social?

Pai-Nosso, Ave-Maria e bênção final.Canto final: Hino do Ano Nacional do Laicato.Oração final para todos os dias - página - 04

Quarto Encontro

Uma “Igreja em saída”, como um estandarte erguido diante dos desafios de nossa casa comum e dos povos

Preparando o ambiente - Ornamentar o local do encontro com Bíblia, imagem da Sagrada Família, flores, vela, cruz, globo terrestre ou mapa, agua, terra e plantas.

1 - AcolhidaAnimador/a - Irmãos e irmãs, sejamos bem-vindos e bem-vindas neste nosso quarto encontro.Hoje vamos refletir sobre a criação divina, nossa Casa Comum e culturas dos povos originários e tradicionais.

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Nossa casa comum está marcada pela pobreza, por desastres socioambientais, desmatamento, destruição da Amazônia, biopiratarias, agrotóxicos, migrações forçadas, refugiados e pelo crescente consumismo que vai invadindo e destruindo os territórios e as culturas dos povos originários e tradicionais desta nação.

Somos desafiados a renovar uma aliança com os povos e seus territórios na defesa e no cuidado com a criação, renovando nossa adesão pessoal à vocação de guardiões da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda e misericórdia para superarmos toda atitude de devastação e destruição.

Na certeza da presença do Divino Espírito, que sustenta a criação, cantemos juntos:Em nome do Pai que nos criou, do Filho que nos salvou e do Espirito Santo que nos une por amor. Amém, Amém, Amém!

Oração inicial: Oração do Ano Nacional do LaicatoCanto inicial: (Eis-me aqui Senhor ou à escolha do grupo).

2 - Olhando a realidade – Casa Comum e culturas dos povos originários e tradicionais.Animador/a - Na Encíclica Laudato Si’, “o cuidado com a Casa Comum”, o Papa Francisco traçou um itinerário sobre a questão ambiental a ser assumido por todos para uma verdadeira ‘conversão ecológica’:

Reconhecer a relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta, ter a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, Desenvolver uma consciência crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia, procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, reconhecer o valor próprio de cada criatura, cultivar o sentido humano da ecologia, promover debates sinceros e honestos, cobrar a grave responsabilidade da política internacional e local, eliminar a cultura do descarte, construir um novo estilo de vida sustentável.

Leitor/a 1 - É muito encorajador que a preocupação com o futuro do nosso planeta seja partilhada pelas Igrejas e comunidades cristãs em conjunto com outras religiões e pessoas de boa vontade.

O Papa Francisco nos convida a participarmos do movimento ecumênico entre os dias 1º de setembro (Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação) e 4 de outubro, a cada ano.

A conversão ecológica, que já havia sido proposta por São Joao Paulo II, agora retomada na Laudato Si’, torna-se uma exigência evangélica na renovação do diálogo com cada pessoa que habita este planeta sobre os sofrimentos que afligem os pobres e a devastação do meio ambiente.

Deus deu-nos de presente um exuberante jardim, mas estamos transformando-o numa poluída vastidão de ruínas, desertos e lixo. Não podemos render-nos ou ficar indiferentes perante a perda da biodiversidade e a destruição dos ecossistemas, muitas vezes provocadas pelos nossos comportamentos irresponsáveis e egoístas. Todos - Por nossa causa, milhares de espécies já não darão glória a Deus com a sua existência, nem poderão comunicar-nos a sua própria mensagem. Não temos direito de o fazer.Leitor/a 2 - Quem melhor sistematizou um pensamento circular sobre a vida em sociedade foram os povos andinos Quetchua e Aymará com o Bem viver. Sua ideia central é a vida em harmonia: harmonia consigo mesmo, com outras pessoas do mesmo grupo, com grupos diferentes, com a Pachamama, a Mãe Terra e seus filhos e filhas de outras espécies e com as realidades espirituais.

O Bem Viver implica em se construir uma sociedade fundamentada nos sete caminhos para a harmonia e a paz. O primeiro é a paz para trás: com o nosso passado pessoal e coletivo; o segundo é a paz para frente: com as gerações futuras; o terceiro é a paz para o alto: com a divindade; o quarto é a paz para baixo: com o ambiente onde se vive; o quinto é paz para a direita: com os vizinhos; o sexto, para a esquerda: com a família e o sétimo: para dentro: consigo mesmo.

Os princípios do Bem Viver dialogam com a proposta das Bem-Aventuranças proclamadas por Jesus. Das oito Bem-Aventuranças, destaquemos três: bem-aventurados os puros de coração porque

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verão a Deus (princípio religioso), bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra (princípio político) e bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia (princípio ético).

O Bem viver constitui-se numa alternativa espiritual, política, econômica, cultural e social ao sistema produtivista-consumista que tudo transforma em mercadoria, inclusive a vida humana, produzindo a violência e a banalização de todas as formas de vida.

O Bem viver nos mostra que cada ser humano compõe a comunidade de vida e estabelece teias de relações com todas as criaturas. Cada ser está interligado e é interdependente de tudo e de todos. Em vez de extrair, transformar, consumir, descartar, destruir e matar, as nossas relações devem ser regidas pelo princípio do respeito, da harmonia e da comunhão com a terra e todas as criaturas. Só o respeito e a veneração poderão favorecer em nós a consciência do Bem viver, Pertencer, Conviver e Ser.

O Bem viver poderá contribuir também para transformar em expressão política de uma Sociedade do Bem viver para todos e na superação de uma sociedade do viver bem para alguns poucos, causadora da violência. Ao bem viver dos povos indígenas, acrescentamos o Pertencer dos afro descendentes e o Conviver e Ser da tradição cristã.

3 - Acolhendo a Palavra de Deus – cantoLeitor/a 1 – Evangelho de São Joao 6, 16-27 – Caminhando sobre as águas

4 - Refletindo à luz da Vida e da BíbliaAnimador/a - Vamos conversar, à luz desse Evangelho sobre a nossa casa comum e a situação dos povos.

5 -Preces espontâneasL1 – Senhor, apesar dos nossos pecados e dos desafios tremendos que temos pela frente, nunca percamos a esperança, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.

L2 – Senhor, Nosso Criador, vós não nos abandonais, nunca recuais no vosso projeto de amor, nem vos arrependeis de nos ter criado, porque vos unistes definitivamente à nossa terra e o vosso amor sempre nos leva a encontrar novos caminhos em defesa da vida ameaçada, inspirai-nos palavras e ações que nos sustentem a esperança de um mundo novo, nós vos pedimos, Senhor:Todos – Senhor, atendei a nossa prece.

L1 – Senhor, ajudai-nos com vossa graça, para que sejamos solidários com os povos tradicionais na luta pela demarcação de seus territórios, nós vos pedimos, Senhor;Todos – Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Ó Deus de amor, mostrai-nos o nosso lugar neste mundo como instrumentos do vosso carinho por todos os seres desta terra. Ó Deus de misericórdia, concedei-nos a graça de receber o vosso perdão e transmitir a vossa misericórdia em toda a nossa casa comum. Louvado sejais. Amém

6 - Compromisso: Que gesto concreto podemos assumir diante do que refletimos hoje?1) Reconhecemos que as coisas não andam bem, quando o solo, a água, o ar e todos os seres da criação estão sob ameaça constante?2) Somos capazes de reconhecer que estas realidades destrutivas correspondem a um sistema que se tornou global?3) Reconhecemos que este sistema impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social, nem na destruição da natureza?

Pai-Nosso, Ave-Maria e bênção final.

Canto final: Hino do Ano Nacional do Laicato.

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Oração final para todos os dias - página - 04

Quinto Encontro

Uma Igreja em saída, promotora da justiça e construtora da cultura da paz

Preparando o ambiente - Ornamentar o local do encontro com Bíblia, imagem da Sagrada Família, flores, vela, cruz, globo terrestre ou mapa, símbolos que representem a paz.

1 - AcolhidaIrmãos e irmãs, sejam bem-vindos e bem-vindas neste nosso quinto encontro.

Hoje vamos refletir sobre Superação das Violências e a promoção da Cultura da Paz.A promoção da paz é uma das bem-aventuranças proclamadas por Jesus: Felizes os que

promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5, 9).Coloquemos diante de Deus os anseios e as angústias por justiça e paz de muitos povos e

pessoas. Temos sede de justiça e paz. O desejo de testemunhar a paz nos leva a rezar pela paz, porque a paz é dom de Deus e cabe a nós invocá-la, acolhê-la e construí-la cada dia com a sua ajuda.

A paz, como dom de Deus é fruto da justiça. Não podemos ficar indiferentes diante das injustiças e da violência. Que este encontro nos aponte caminhos para a superação das violências e a promoção da cultura da paz.

Oração inicial: Oração do Ano Nacional do LaicatoCanto inicial: (Quando o dia da paz renascer ou à escolha do grupo).

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2 - Olhando a realidade - Superação das Violências e a promoção da Cultura da Paz.Animador/a - A sensação que toma conta de muitas pessoas, em nossos dias, é a de que estamos vivendo em um caos, sinônimo de desordem, turbulência, desorientação, quebra de relações, de contratos, perda de valores, tornando a vida pessoal e em sociedade carregada de uma certa escuridão, muitas dúvidas, inquietações e preocupações com o presente e a garantia de continuidade do futuro.

Tudo parece fora do lugar, como se o chão estivesse fugindo debaixo dos nossos pés. Os números apresentados sobre o aumento da escalada da violência no Brasil e no mundo, nos angustia e adoece a nossa alma, nos deprime, e, na maioria das pessoas, cria um sentimento de impotência, de indiferença e as imobiliza, como se a nossa existência estivesse pendurada por um fio sobre um abismo sem fundo.

A sensação de não haver saída, nem luz e nem remédio, causa uma desordem interna e externa, isolamento, medo, insegurança e, o pior, a busca por soluções rápidas e, aparentemente, fáceis, como a justiça pelas próprias mãos, a segurança privada e a aposta em aventureiros e justiceiros ‘salvadores da pátria’.

Em tais momentos, faz-se necessário sair de si mesmo, olhar para fora, buscar um ponto de apoio sólido na comunidade.

Pensemos nas famílias, cuja vida foi transtornada; nas crianças, que na vida só conheceram violência; nos idosos, forçados a deixar as suas terras, todos eles têm uma grande sede de paz. Todos - A fé, fortalecida pela esperança e a caridade, é uma bússola que indica o “norte”, o farol que ilumina as trevas, o porto seguro em terra firme, o céu pontilhado de estrelas.

Leitor/a 1 - Não queremos que estas tragédias caiam no esquecimento. Desejamos dar voz aos que sofrem e se encontram sem voz e sem escuta. Eles sabem bem, muitas vezes melhor do que os poderosos, que não há qualquer esperança na guerra e que a violência das armas destrói a alegria da vida.

A comunidade eclesial deve mergulhar nas situações de violência e dar o primeiro lugar aos que sofrem; assumir os conflitos e saná-los a partir de dentro; percorrer com coerência caminhos do bem, recusando os atalhos do mal; empreender pacientemente, com a ajuda de Deus e a boa vontade, processos de paz.

Cremos e esperamos um mundo fraterno. Desejamos que homens e mulheres de religiões diferentes se reúnam e criem concórdia em todo o lado, especialmente onde há conflitos. O nosso futuro é viver juntos. Por isso, somos chamados a libertar-nos dos fardos pesados da desconfiança, dos fundamentalismos e do ódio. “Ou aprendemos a viver todos juntos como irmãos, ou morreremos todos juntos como loucos”. (Martin Luther King).Todos - Que nós, cristãos leigos e leigas, sejamos promotores da paz, de ações em prol da justiça e na defesa do ser humano e de toda a Criação. Não nos cansemos de procurar e promover caminhos de paz, olhando para além dos nossos interesses particulares. Não caiam no vazio os apelos de Deus às nossas consciências, o grito de paz dos pobres e os bons anseios das jovens gerações. A paz é uma responsabilidade universal. Assumamos esta responsabilidade, reafirmemos hoje o nosso sim a ser, juntos, construtores da paz que Deus quer e de que a humanidade está sedenta.

3 - Acolhendo a Palavra de Deus – cantoLeitor/a 2 – Evangelho de São João 11, 1-44 – Ressurreição de Lázaro

4 - Refletindo à luz da Vida e da BíbliaAnimador/a - Vamos conversar, à luz desse Evangelho sobre a superação das violências e a promoção da Cultura da Paz.

5 -Preces espontâneas

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L1 – Senhor, cujo nome evoca o Shalom, a plenitude da paz, sustentai-nos em nossa luta pela promoção de uma cultura do encontro, do diálogo e da paz, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.L2 – Senhor, ajudai-nos na promoção da verdadeira paz, aquela paz inquieta que nos desinstala e nos coloca no seguimento de Jesus, o príncipe da paz, nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.L1 – Senhor, queremos viver, nossos jovens querem viver, os pobres querem viver, os negros querem viver, os indígenas querem viver, as mulheres querem viver. Todos queremos viver uma vida boa e de qualidade, retirai de nosso caminho as marcas da dor, da violência, do sangue inocente derramado e purificai-nos com vosso amor redentor e reconciliador, nós vos pedimos, Senhor: Todos – Senhor, atendei a nossa prece.L2 – Senhor, livrai-nos de toda violência, real ou simbólica, de toda intolerância e maldade e ensinai-nos a viver como irmãos nós vos pedimos, Senhor:

Todos – Senhor, atendei a nossa prece.

6 - Compromisso: Que gesto concreto podemos assumir diante do que refletimos hoje?1). Reconhecemos que as coisas não andam bem, quando explodem tantas guerras sem sentido e a violência fratricida (entre irmãos) se apodera até dos nossos bairros? 2) Como promover o encontro entre os que são vítimas, os agentes da violência e os promotores da paz?3) Que gestos concretos podemos assumir para a superação das violências e a cultura da paz, a partir de nossa comunidade?

Pai-Nosso, Ave-Maria e bênção final.

Canto final: Hino do Ano Nacional do Laicato.Oração final para todos os dias - página - 04

Celebração de encerramento da semana missionáriaOrientação sobre a celebração

Ornamentar o ambiente: Bíblia, banner ou cartaz do Ano Nacional do Laicato, sal, luz (lamparina ou vela), sementes, faixas com nomes de todas as expressões laicais que atuam na diocese, paróquia e comunidades, estandarte e/ou imagem da Sagrada Família, globo terrestre, documento 105, documento de Aparecida, fotos ou nomes de cristãos leigos/as que atuaram efetivamente na Igreja e na sociedade local, carteira de trabalho, título de eleitor, mapa ou globo terrestre.

Canto de abertura Venham, ó Nações, ao Senhor cantar (bis)Ao Deus do universo venham festejar (bis) Seu amor por nós firme para sempre (bis)Sua fidelidade dura eternamente (bis) Índios desta terra, índias a cantar, (bis)Tribos de todo o mundo, venham celebrar (bis) Venha, ó povo negro ao Senhor dançar (bis)Quilombos e terreiros, venham festejar (bis)

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 Venham, ó migrantes, povo sofredor (bis)Ao Deus dos que caminham tragam o louvor (bis) Irmãs mulheres, venham adorar (bis)Ao Deus ternura e força, vamos festejar (bis) Crentes no Evangelho, venham a cantar, (bis)De todas as Igrejas, vamos celebrar (bis) Povo em romaria, povo peregrino, (bis)Da terra prometida cante alegre hino (bis) Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito (bis)Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis) Aleluia irmãos! Aleluia irmãs! (bis)Do povo em caminhada, a Deus louvação (bis) Vem, ó santo Espírito, vem iluminar (bis)Este nosso encontro, vem abençoar (bis)(Durante o canto vai entrando uma procissão com os símbolos e objetos religiosos).

Recordação da vida

Desenhar no chão ou fazer um cartaz com uma estrela. Cada ponta da estrela representa um dia de reflexão. Escrever em cada ponta da estrela as palavras chaves de cada dia: família e trabalho, política e políticas públicas, comunicação e educação, casa comum e culturas, superação das violências e cultura da paz.

Distribuir pincéis ou canetas aos participantes que deverão escrever o que está acontecendo e foi refletido nestes dias em sua comunidade sobre cada situação. Rezar estas situações. Recordar os compromissos assumidos durante a semana missionária.

Animador/aO Sonho de Deus finalmente realizadoO sonho de Deus, expresso na história do Paraíso Terrestre não é uma ilusão. É como a visão da Terra sem males, sonhada pelos índios Guarani. No livro do Apocalipse, aparece a sua realização. No antigo paraíso, havia um rio que irrigava tudo e dava fertilidade à terra (Gn 2,10-14). No novo paraíso, a cabeceira do rio é o trono de Deus (Ap 22,1). Suas águas irrigam a terra inteira e em todo canto fazem crescer, não uma, mas muitas árvores da vida, que dão fruto doze vezes por ano (Ap 22,2)! Até suas folhas curam as nações (Ap 22,2). Tudo isto é uma imagem para dizer que a morte foi vencida. Agora só existe vida, vida em abundância, para todos! (cf. Jo 10,10) Até as feridas, que sobraram da dureza do sofrimento, são curadas (Ap 22,2). As maldições que entraram no antigo paraíso (Gn 3, 14-19) desapareceram (Ap 22,3). Não haverá mais morte, nem luto, nem grito, nem dor (Ap 21,4)! Deus

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enxugará as lágrimas que ainda sobraram (Ap 21,4). Ele dará de beber da fonte das águas da vida (Ap 21,6). Amém!

Salmo: 27( Qual salmo)

Leitura do Evangelho - Lucas 5, 13-16

Partilha da Palavra

No Evangelho Segundo São João, encontramos os sete Sinais que Jesus realizou em sua vida pública. Nestes encontros refletimos sobre cinco desses sinais. Vamos recordá-los?

Os sete sinais nos apresentam um programa de vida e uma metodologia pastoral, a ser seguida, numa “Igreja em Saída”, que seja sal da terra e luz do mundo.Primeiro sinal: Bodas de Caná.Segundo sinal: Cura do filho de um funcionário.Terceiro sinal: Cura do paralitico.Quarto sinal: Multiplicação dos pãesQuinto sinal: Caminhar sobre as águasSexto sinal: Cura do cego de nascença Sétimo sinal: Ressurreição de Lázaro

Observe que os sinais de Jesus começam em favor da família e termina na superação da morte e na recuperação da vida

Renovação das promessas batismais (acender as velas)

Profissão de fé

Apresentação das ofertas e partilha

Oração do Pai Nosso, Ave Maria e do Ano Nacional do LaicatoBenção final

Canto - Sal da terraPadre Zezinho

Vós sois o sal da terra,Vós sois a luz do mundo.Ninguém mais quer o sal quando ele perde o seu sabor:Ninguém acende a luz para escondê-la logo após:

O sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do Senhor

Vós sois o sal da terraVós sois a luz do mundoEu quero que esta vida tenha muito mais saborEu quero que meu povo tenha muito mais amor

O sal e a luz sou eu, eu sou do povo do Senhor

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O sal e a luz sou eu, eu sou do povo do Senhor

Vós sois o sal da terraVós sois a luz do mundoHá muito prato insípido num mundo sem saborhá muita escuridão cegando o mundo sem amor

O sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do Senhor

Vós sois o sal da terraVós sois a luz do mundoA vida sem tempero muita gente sofre a dorExiste escuridão porque ninguém acende o amor

O sal e a luz sou eu, eu sou do povo do SenhorO sal e a luz sou eu, eu sou do povo do Senhor

Ladainha dos Cristãos Leigos e Leigas Beatos e Santos“Os cristãos leigos, homens e mulheres, são chamados, antes de tudo, à santidade. São interpelados a

viver a santidade no mundo. (...) Se nem todos são chamados aos mesmos caminhos, ministérios e trabalhos, ‘todos, no entanto, são chamados à santidade’. (...). Os cristãos leigos e leigas se santificam de forma peculiar na sua inserção nas realidades temporais, na sua participação nas atividades terrenas. Santificam-se no cotidiano, na vida familiar, profissional e social. Os santos movem o mundo. ‘O horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral é a santidade’.” ( DOC. 105 - CNBB, 116 -118)

“Percebemos com esperança e gratidão a presença e ação de cristãos leigos e leigas santos e santas entre nós. São inabaláveis na fé, solidários e fraternos, fortes na oração, humildes no perdão, silenciosos na ação, experientes na vida mística e na espiritualidade da cruz. Com alegria e perseverança, visitam as casas, os hospitais, os presídios, as periferias, e atuam em movimentos eclesiais, sociais e políticos, colaborando na santificação das estruturas e realidades do mundo”. (DOC 105 - CNBB, 29)

Rezemos (Cantemos) a ladainha com alguns cristãos leigos e leigas, solteiros/as, casados/as, viúvos/as que foram beatificados ou canonizados pela Igreja, pedindo a sua intercessão por todos nós neste “Ano Nacional do Laicato”:C: Senhor, tende piedade de nós! / T: Senhor, tende piedade de nós!C: Cristo, tende piedade de nós! / T: Cristo, tende piedade de nós!C: Senhor, tende piedade de nós! / T: Senhor, tende piedade de nós!C: Deus Pai do Céu / T: tende piedade de nós!C: Deus Filho Redentor do mundo / T: tende piedade de nós!C: Deus Espírito Santo / T: tende piedade de nós!C: Santíssima Trindade que sois um só Deus / T: tende piedade de nós!C: Santa Maria, Mãe de Deus, modelo de cristã leiga / T: rogai por nós!

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C: São José, esposo de Maria, Padroeiro dos operários, / T: rogai por nós!C: São Joaquim e Sant’Ana, / T: rogai por nós!C: São Zacarias e Santa Isabel, / T: rogai por nós!C: São João Batista, / T: rogai por nós!C: Santos inocentes mártires, / T: rogai por nósC: Santa Maria Madalena, / T: rogai por nós!C: Santos Patriarcas e Profetas, / T: rogai por nós!C: São Jorge, / T: rogai por nós!C: São Sebastião, / T: rogai por nós!C: São Cristóvão, / T: rogai por nós!C: São Tomás Morus, / T: rogai por nós!C: São Domingos Sávio, / T: rogai por nós!C: Santa Mônica, / T: rogai por nós!

C: Santa Maria Goretti, / T: rogai por nós!C: Santos Louis Martin e Zélia Guérin, / T: rogai por nós!C: São Juan Diego, de Guadalupe, / T: rogai por nós! C: Santos Francisco e Jacinta, de Fátima, / T: rogai por nós! C: Santos e Santas Mártires de Cunhaú e Uruaçú, Rio Grande do Norte / T: rogai por nós! C: Santa Zita, / T: rogai por nós!C: São Giuseppe Moscati, / T: rogai por nós!C: Santa Gianna Beretta Molla, / T: rogai por nós!C: Beata Laura Vicuña, / T: rogai por nós!C: Beata Nhá Chica, / T: rogai por nós!C: Beato Benedict Samuel, mártir Sul Africano, / T: rogai por nós! C: Beato Frederico Ozanam, / T: rogai por nós! C: Beata Chiara Luce Badani, / T: rogai por nós! C: Beata Albertina Berkenbrock, / T: rogai por nós!

C: Todos os Santos e Santas de Deus, / T: intercedei por nós!C: Sede-nos propício, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Pela vossa Encarnação, pela qual assumistes a condição humana neste mundo, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Pela vossa Paixão e Cruz, na qual libertastes a humanidade, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Pela vossa Morte e Ressurreição, em que consumastes a redenção, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Pela vossa Ascensão, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Pela vinda do Espírito Santo, que nos concede os dons, carismas, serviços e ministérios, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Apesar de sermos pecadores, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que vos digneis abençoar a vossa Igreja no cumprimento de sua missão, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que vos digneis conceder que sejamos uma “Igreja em saída”, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que vos digneis abençoar o Papa Francisco, os bispos, presbíteros e diáconos, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que vos digneis abençoar os que são consagrados à vida ativa, contemplativa e secular, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que vos digneis a abençoar e santificar nossas famílias, / ouvi-nos, SenhorC: Para que vos digneis conceder a paz e a verdadeira concórdia a todos os povos, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que vos digneis confortar-nos e conservar-nos em vosso santo serviço, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que vos digneis abençoar a nossa Casa Comum, os frutos da terra e do trabalho humano, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que todos os cristãos leigos e leigas compreendam e atuem como “verdadeiros sujeitos eclesiais”, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Para que os cristãos leigos e leigas sejam fiéis à missão nas diversas realidades em que estão inseridos na Igreja e na sociedade, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, / T: perdoai-nos, Senhor.C: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, / T: ouvi-nos, Senhor.C: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, / T: tende piedade de nós.C: Jesus Cristo, ouvi-nos! / T: Jesus Cristo, ouvi-nos! C: Jesus Cristo, atendei-nos! / T: Jesus Cristo, atendei-nos!

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C: OREMOS: Concedei, Senhor, aos vossos filhos e filhas, a perfeita saúde da alma e do corpo e, por intercessão da Sagrada Família, livrai-nos das tristezas do tempo presente, dai-nos coragem para o compromisso na Igreja e na Sociedade e concedei-nos esperança para alcançar, por sua graça, as alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. T: Amém.

Ladainha de Memória e Inspiração de Mártires da Caminhada:Agora façamos memória de homens e mulheres que testemunharam com coragem e atualidade o

Evangelho entregando a própria vida como Mártires da Caminhada. Que o exemplo de vida dessas pessoas nos inspirem no compromisso com a revelação do Reino de Deus na história da humanidade. A cada pessoa recordada, digamos: “Presente entre nós”!C: Santo Dias da Silva, / T: presente entre nós!C: Margarida Alves, / T: presente entre nós!C: Chico Mendes, / T: presente entre nós!C: Irmã Dorothy Stang / T: presente entre nós!C: Francisco Domingos Ramos, / T: presente entre nós!C: Sepé Tiaraju, / T: presente entre nós!C: Eugênio Lyra, / T: presente entre nós!C: Verino Sossai, / T: presente entre nós!C: Zumbi do Quilombo dos Palmares, / T: presente entre nós!C: João Canuto de Oliveira, / T: presente entre nós!C: Paulo Fonteles, / T: presente entre nós!C: Nativo da Natividade de Oliveira, / T: presente entre nós!C: Dorcelina de Oliveira Folador, / T: presente entre nós!C: Eloy Ferreira da Silva, / T: presente entre nós!C: Valmir Rodrigues de Souza, / T: presente entre nós!(Pode-se acrescentar outras mulheres e homens, lutadores sociais da caminhada da Comunidade)

Texto de apoio primeiro encontro

Não revogar, mas aperfeiçoar – Amoris LetitiaTemos dificuldade em apresentar o matrimônio como um caminho dinâmico de crescimento e

realização. O vemos como um fardo a carregar a vida inteira. Também nos custa deixar espaço à consciência dos fiéis, que muitas vezes respondem o melhor que podem ao Evangelho no meio dos seus limites e são capazes de realizar o seu próprio discernimento perante situações onde se rompem todos os esquemas. Somos chamados a formar as consciências, não a pretender substituí-las (n. 37).

Desejo, antes de tudo, reafirmar que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar “qualquer sinal de discriminação injusta” e particularmente toda forma de agressão e violência (n. 250).

Trata-se de integrar a todos, deve-se ajudar cada um a encontrar a sua própria maneira de participar na comunidade eclesial, para que se sinta atraído por uma misericórdia “imerecida, incondicional e gratuita”. Ninguém pode ser condenado para sempre, porque essa não é a lógica do Evangelho! Não me refiro só aos divorciados que vivem numa nova união, mas a todos seja qual for a situação em que se encontrem (n. 297).

A sua participação pode exprimir-se em diferentes serviços eclesiais, sendo necessário, por isso, discernir quais das diferentes formas de exclusão atualmente praticadas em âmbito litúrgico, pastoral, educativo e institucional possam ser superadas. Não só não devem sentir-se excomungados, mas

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podem viver e maturar como membros vivos da Igreja, sentindo-a como uma mãe que sempre os acolhe, cuida afetuosamente deles e encoraja-os no caminho da vida e do Evangelho (n. 299).

Se, por um lado, o papa reconhece ser impossível estabelecer uma norma única para uma variedade de situações, por outro, ele encoraja a busca do discernimento para os casos particulares. Já que os graus de responsabilidade são diferentes “as consequências ou efeitos de uma norma não devem ser necessariamente os mesmos” (n. 300). Eis a chave revolucionária da Amoris Laetitia!

O que deve prevalecer, portanto, é a misericórdia, e isso vai exigir da Igreja verdadeira conversão, uma vez que temos dificuldade, na pastoral, de dar lugar “ao amor incondicional de Deus”. “Pomos tantas condições à misericórdia que a esvaziamos de sentido concreto e real significado, e esta é a pior maneira de frustrar o Evangelho” (n. 311).

O caminho é longo e está apenas começando. A tríade estabelecida pelo papa Francisco – acompanhar, discernir e integrar – exigirá, sobretudo dos bispos, presbíteros, diáconos, consagrados, consagradas e dos cristãos leigos e leigas o compromisso de novas leituras e práticas sobre o que até então vigora nas orientações da própria Igreja. Os princípios estão postos, as diretrizes estão dadas. E tudo de acordo com a prática de Jesus conforme nos ensina o Evangelho.

Texto de apoio – primeiro encontro

Mudanças no mundo do trabalhoCom a Lei 3.467 da reforma trabalhista em vigor desde o dia 13 de novembro de 2017 muita

coisa foi alterada na vida do trabalhador e trabalhadora brasileira. O espírito da reforma em vigor é a prevalência do negociado sobre o legislado.

Em relação às mudanças na reforma trabalhista, ocorreram muitas alterações que devem ser conhecidas pelos trabalhadores em relação à legislação anterior. A Consolidação das Lei de Trabalho – CLT foi totalmente alterada. Foram alterados 117 artigos no Direito e no processo do trabalho, entre os quais destacamos a título de informação:

a) Negociado x legislado: o espírito da reforma foi a prevalência do negociado sobre o legislado; essa foi a ideia fundamental. Com isso os trabalhadores, a partir de agora, têm, diante de si, um cenário mais amplo, distendido de temas que podem ser negociados coletivamente — alguns também de constitucionalidade duvidosa. Mas muito mais temas passam a ser expressamente referidos no artigo 611-A e que podem ser objeto de negociação, inclusive em termos diversos daqueles que estão na lei. Por outro lado, o artigo 611-B diz o que não pode ser negociado, e nesse ponto já vemos algumas incoerências, porque no artigo 611-B a lei já diz que não se pode negociar saúde e segurança no trabalho, mas no artigo 611-A se diz que pode ser negociado coletivamente enquadramento de grau de insalubridade e jornada extraordinária em ambiente insalubre.

b) Demissões coletivas: pelo que está na lei, as demissões já não exigem prévia negociação com o sindicato, o que foi um retrocesso.

c) Horas de trajeto: a lei extinguiu a figura das horas de trajeto, que é quando o trabalhador, por não ter possibilidade de utilizar transporte público regular, se serve de um veículo da empresa para poder estar no horário no local de trabalho. Agora, segundo a reforma, isso não configura mais tempo à disposição do empregador.

d) Contratos de trabalho: introduziram-se algumas alterações e algumas figuras novas no que diz respeito à modalidade de contratação. Primeiro, no contrato de trabalho a tempo parcial - aquele em que o trabalhador não trabalha oito horas diárias e 44 horas semanais, ele trabalha menos -, houve uma alteração que agora permite que o trabalhador faça horas extras no regime de tempo parcial, o que também é uma alteração questionável, mas que a lei introduziu.

e) Trabalho intermitente: da mesma maneira a lei introduziu a figura do trabalho intermitente, que até sendo questionado no Supremo Tribunal Federal.

f) Premiações e gratificações: A lei passa a prever que os prêmios que são concedidos ao trabalhador em função do seu desempenho ou da sua produtividade não se incorporam à remuneração para qualquer efeito, mesmo que sejam habituais. Nesse sentido a lei vai contra a jurisprudência anterior, mas passa a prever estes termos.

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g) Negociação de redução de salário: a Constituição sempre admitiu a negociação de jornada e de salários. Então é possível, inclusive, coletivamente, negociar uma redução de salário para a categoria desde que haja a correspondente redução de jornada, em função de uma crise. Agora a lei passa a prever que se houver esse tipo de negociação coletiva, que está autorizada pela Constituição, durante o período em que essa alteração estiver vigente, há que se garantir o emprego dos trabalhadores dessa categoria, isto é, uma garantia de emprego associada a esta negociação.

h) Repartição do ônus da prova. Da mesma maneira a CLT era muito antiga com relação à previsão da chamada repartição do ônus da prova, ou seja, quem prova o que no processo do trabalho? Quem precisa provar de fato? Agora, a reforma modifica o artigo 818 da CLT e incorpora ali as regras que estão no Código de Processo Civil, que são regras mais modernas. Algumas mudanças são importantes, mas em geral a reforma não avançou e nem se modernizou.

É bom saber que o Código de Processo Civil, que foi completamente alterado, foi discutido durante cinco anos, e a reforma trabalhista, que altera praticamente todo o Direito do processo do trabalho, foi discutida quatro meses e com pouco debate. Quando o governo sugeriu mudar a lei, havia sete artigos para serem alterados, terminaram alterando 117, dos quais 110 artigos não foram discutidos. O relatório passou para o Senado sem nenhuma alteração e depois foi para a sanção do presidente. Uma reforma com tantas implicações foi feita assim porque “o Brasil tinha pressa”, acabou resultando em uma Lei com muitas incoerências internas e muitos prejuízos para a nação brasileira.

Texto de apoio 2° encontroAs mudanças urgentes e necessárias para que todos tenham Teto, Trabalho e Terra

Na vida do Papa Francisco, a misericórdia ocupa um lugar central, como mostra seu lema episcopal: Olhou-o com misericórdia e o escolheu. A escolha desse lema está na origem da vocação de Jorge Mario Bergoglio, que sentiu o chamado misericordioso daquele Deus, que saiu ao seu encontro e o convidou a segui-lo.

É na casa de Mateus, cobrador de impostos e marginalizado socialmente, que Jesus defende a misericórdia para com publicanos e pecadores contra o rigorismo dos fariseus.

O Evangelho da misericórdia tem seu lugar na Igreja que prioriza os pobres e que, “pelo amor ao homem, escuta o clamor pela justiça e deseja respondê-la com todas as suas forças” (EG 188).

Em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, participando do segundo encontro mundial dos movimentos populares, assim expressou-se o Papa Francisco:

A Bíblia lembra-nos que Deus escuta o clamor do seu povo e também eu quero voltar a unir a minha voz à vossa: os famosos três “T”: terra, teto e trabalho para todos os nossos irmãos e irmãs. Disse-o e repito: são direitos sagrados. Vale a pena, vale a pena lutar por eles. Que o clamor dos excluídos seja escutado na América Latina e em toda a terra.

L2 - Comecemos por reconhecer que precisamos duma mudança. Quero esclarecer, para que não haja mal-entendidos, que falo dos problemas comuns de todos os latino-americanos e, em geral, também de toda a humanidade. Problemas, que têm uma matriz global e que atualmente nenhum Estado pode resolver por si mesmo.

Vós, os mais humildes, os explorados, os pobres e excluídos, podeis e fazeis muito. Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, nas vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e promover alternativas criativas na busca diária dos três “T”: trabalho, teto, terra, e também na vossa participação como protagonistas nos grandes processos de mudança, mudanças nacionais, regionais e mundiais. Não se acanhem!

L3 - Vós sois semeadores de mudança. A mudança concebida, não como algo que um dia chegará porque se impôs esta ou aquela opção política ou porque se estabeleceu esta ou aquela estrutura social. Sabemos, amargamente, que uma mudança de estruturas, que não seja acompanhada

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por uma conversão sincera das atitudes e do coração, acaba a longo ou curto prazo por burocratizar-se, corromper-se e sucumbir. É preciso mudar o coração.

Este sentimento de pertencimento ao bairro, à terra, à profissão, à corporação, este reconhecer-se no rosto do outro, esta proximidade no dia-a-dia é o que permite realizar o mandamento do amor, não a partir de ideias ou conceitos, mas a partir do genuíno encontro entre pessoas, precisamos instaurar esta cultura do encontro, porque ninguém ama um conceito, ninguém ama uma ideia; amam-se as pessoas.

A entrega, a verdadeira entrega nasce do amor pelos homens e mulheres, crianças e idosos, vilarejos e comunidades. Rostos e nomes que enchem o coração. A partir destas sementes de esperança semeadas pacientemente nas periferias esquecidas do planeta, destes rebentos de ternura que lutam por subsistir na escuridão da exclusão, crescerão grandes árvores, surgirão bosques densos de esperança para oxigenar este mundo.

L4 - A Igreja não pode nem deve ficar alheia a este processo no anúncio do Evangelho. Muitos sacerdotes e agentes pastorais realizam uma tarefa imensa acompanhando e promovendo os excluídos de todo o mundo, ao lado de cooperativas, dando impulso a empreendimentos, construindo casas, trabalhando abnegadamente nas áreas da saúde, desporto e educação. Estou convencido de que a cooperação amistosa com os movimentos populares pode robustecer estes esforços e fortalecer os processos de mudança.

No coração, tenhamos sempre a Virgem Maria, uma jovem humilde duma pequena aldeia perdida na periferia dum grande império, uma mãe sem teto que soube transformar um curral de animais na casa de Jesus com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Maria é sinal de esperança para os povos que sofrem dores de parto até que brote a justiça.

Aponto algumas tarefas importantes neste momento histórico, pois queremos uma mudança positiva em benefício de todos os nossos irmãos e irmãs:

Todos - A primeira tarefa é pôr a economia ao serviço dos povos.L1 - Os seres humanos e a natureza não devem estar ao serviço do dinheiro. Digamos NÃO a

uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a Mãe Terra.

Este sistema atenta contra o projeto de Jesus, contra a Boa Nova que Jesus trouxe. A justa distribuição dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral. Para os cristãos, o encargo é ainda mais forte: é um mandamento. Trata-se de devolver aos pobres e às pessoas o que lhes pertence.

Não basta deixar cair algumas gotas, quando os pobres agitam este copo que, por si só, nunca derrama. Os planos de assistência que acodem a certas emergências deveriam ser pensados apenas como respostas transitórias, conjunturais. Nunca poderiam substituir a verdadeira inclusão: a inclusão que dá o trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário.

Os governos devem promover o fortalecimento, melhoria, coordenação e expansão destas formas de economia popular e produção comunitária. Isto implica melhorar os processos de trabalho, prover de adequadas infraestruturas e garantir plenos direitos aos trabalhadores deste setor alternativo.

Quando Estado e organizações sociais assumem, juntos, a missão dos “3 T”, ativam-se os princípios de solidariedade e subsidiariedade que permitem construir o bem comum numa democracia plena e participativa.

Todos - A segunda tarefa é unir os nossos povos no caminho da paz e da justiça.L2 - Os povos do mundo querem ser artífices do seu próprio destino. Querem caminhar em paz

pela justiça. Não querem tutelas nem interferências, onde o mais forte subordina o mais fraco. Querem que a sua cultura, o seu idioma, os seus processos sociais e tradições religiosas sejam respeitados. Nenhum poder efetivamente constituído tem direito de privar os países pobres do pleno exercício da sua soberania e, quando o fazem, vemos novas formas de colonialismo que afetam seriamente as possibilidades de paz e justiça, porque “a paz funda-se não só no respeito pelos direitos do homem, mas também no respeito pelo direito dos povos, sobretudo o direito à independência”.

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Os povos da América Latina alcançaram, como um parto doloroso, a sua independência política e, desde então, viveram já quase dois séculos duma história dramática e cheia de contradições, procurando conquistar uma independência plena.

Nos últimos anos, depois de tantos mal-entendidos, muitos países latino-americanos viram crescer a fraternidade entre os seus povos. Os governos dessa região juntaram seus esforços para fazer respeitar a sua soberania, a de cada país e da região como um todo que, de forma muito bela como faziam os nossos antepassados, chamam de Pátria Grande. Peço-vos que cuidem e façam crescer esta unidade. É necessário manter a unidade contra toda a tentativa de divisão, para que essa região cresça em paz e justiça.

Texto de apoio – segundo encontro

Papa Francisco e o compromisso cristão com a politicaNa Exortação Apostólica Evangelii Gaudium de 24 de novembro de 2014, o Papa Francisco

traz elementos fundamentais para aprofundamento do debate sobre fé e política.

Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Por isso, negam o direito de controle dos Estados, encarregados de velar pela tutela do bem comum. Instaura-se uma nova tirania invisível, às vezes virtual, que impõe, de forma unilateral e implacável, as suas leis e as suas regras. Além disso, a dívida e os respectivos juros afastam os países das possibilidades viáveis da sua economia, e os cidadãos do seu real poder de compra. A tudo isto vem juntar-se uma corrupção ramificada e uma evasão fiscal egoísta, que assumiram dimensões mundiais. A ambição do poder e do ter não conhece limites. Neste sistema que tende a fagocitar tudo para aumentar os benefícios, qualquer realidade que seja frágil, como o meio ambiente, fica indefesa face aos interesses do mercado divinizado, transformados em regra absoluta (EG 56).

Texto de apoio – terceiro encontro

Transição social e culturalVejamos a maneira como pensam, se posicionam, sentem, constroem suas representações,

como acreditam, como buscam a felicidade as gerações atuais. Estamos desenhando uma cultura muito diferente da cultura das gerações anteriores, sobretudo, diante de um mundo "globalizado" que n verdade é muita mais mundializado, como nos adverte o Papa Francisco sobre a necessidade da globalização da solidariedade.

As novas tecnologias criam novas configurações subjetivas, interpessoais, culturais, espirituais e sociais.

As relações sociais estão sendo pautadas pelas novas tecnologias nos campos da nanotecnologia, biotecnologia, informática, as redes sociais e os Meios de Comunicação de Massa (MCM).

As novas tecnologias avançam controladas pelo mercado, que gerencia a sua produção, distribuição e estimula seu auto reprodução.

As interações com os novos sistemas de comunicação e informatização geram uma cultura mediática, mais do que meros consumidores tecnológicos, pois cria novas estruturas subjetivas para

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perceber o mundo, cria novas sensibilidades e novas formas de socialização, formando uma geração alfabetizada digitalmente, comprometendo todas as suas relações.

ImpactosMudanças profundas na relação homem/máquina que produz uma multifuncionalidade, cada

vez mais complexa. As máquinas não somente comandam a vida cotidiana, como a potencializam, acelerando as concepções de tempo e espaço, da prática educativa e escolar, da reconstrução do próprio corpo, alterando o conceito de natureza humana e de todo o conjunto da criação.

Alteração de conceitos, representações sociais como: vida/morte, artificial/natural, normal/patológico, criando a era pós humana.

As novas gerações se relacionam com a tecnologia de maneira diferente, elas são configuradas por ela, pois os processos interativos modificam o mundo das relações interpessoais, impactam diretamente na produção de novas subjetividades pautadas pela relação realidade-imagem; virtual-real.

O consumo comanda a tecnologia: Todos os estratos sociais são incentivados pela relação entre tecnologia-desejo-usufruir-consumir tecnologias, negando a identidade pessoal, que está mais ligada à dimensão territorial, de pertença, lugar social, universo religiosos e classe social.

DesafiosBuscar um equilíbrio entre o ético e o estético, que supere a cultura do aparecer/ter/consumir,

antes da cultura de ser. Desenvolver mecanismos educativos que favoreçam a consciência crítica diante da ditadura do

consumismo, como princípio "estruturador" e "estruturante" da realização pessoal.Estabelecer relações que fortaleçam os vínculos em todas suas expressões cotidianas: trabalho, família, relações afetivas, relações de vizinhança, espiritualidade.

Criar formas de entretenimento e ócio que desenvolvam outras formas de criatividade, exercendo a participação corporal, intelectual, social com o menor custo possível.

Retomar o sentido profundo de felicidade pessoal, distanciado da cultura de consumo.

A reforma do ensino médio no BrasilPela publicação da Lei Nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, o presidente Michel Temer

introduziu profundas mudanças no ensino médio no Brasil, a serem implantadas a partir de 2018. Segundo afirmação do próprio presidente Temer, “nós estamos voltando a um passado extremamente útil”.

Vários analistas consideram que estamos voltando ao passado, porém, no sentido de retrocesso, uma antirreforma para a educação pública brasileira, pois ela acaba alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e alguns pontos  da Lei do Fundeb desconstituindo-a naquilo que se refere ao Ensino Médio e a Educação Profissional.

Texto de apoio – quarto encontroDesafios à missão da Igreja hoje apontados pelo Papa Francisco

Animador/a: Os dez desafios apontados pelo Papa Francisco à Igreja no Brasil, tornam-se como que a atualização dos dez mandamentos, que todo cristão e cristã leigo e leiga deve assumir para se fazer ser luz do mundo, a ser acendida como um farol ou estandarte para nossa nação.

Estes desafios são permanentes e atualizam as exigências do Evangelho para o nosso tempo.

Primeiro desafio: A Igreja deve ser um instrumento de reconciliaçãoPor ocasião do encontro da imagem de Aparecida, os pescadores estavam em busca de pão,

usavam um barco frágil e velhas redes. Deus, que sempre nos surpreende, se manifestou no encontro de uma imagem dividida - divisão que nos lembra a divisão social da época, entre patrões e escravos. A Igreja deve aprender que é sua missão a de unir o que está separado. Muros, abismos, distâncias ainda hoje existentes estão destinados a desaparecer. Não esperar, para isso, ter meios extraordinários: como os pescadores fizeram, cabe à Igreja acolher o mistério de Deus - mistério que encanta as

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pessoas e as atrai. Não podemos nos esquecer de que Deus aprecia os meios pobres. O resultado do trabalho pastoral não se baseia na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor. Agindo com essas convicções, na hora certa, Ele se manifestará.

Segundo desafio: Dar uma atenção especial aos que abandonaram a IgrejaÉ necessário não ceder ao medo, ao desencanto, ao desânimo e às lamentações, e entrar na noite

das pessoas, em seu mundo, para com eles dialogar. Cabe à Igreja acompanhar sua caminhada e ser capaz de aquecer o coração dos que caminham sem esperança - particularmente dos que abandonaram a Igreja, por pensar que ela nada mais tinha a lhes oferecer e foram, então, buscar respostas para suas perguntas em novos e difusos grupos religiosos ou passaram a viver sem Deus tanto na teoria como na prática. Para isso, precisamos voltar às fontes, direcionando o nosso olhar para a Escritura, a Catequese, os Sacramentos, a Comunidade, e a Amizade com o Senhor, com Maria e os Apóstolos. Enfim, nossa Igreja deve ser capaz de aquecer o coração dos atuais discípulos de Emaús.

Terceiro desafio: Priorizar a formaçãoÉ preciso rever as estruturas de formação dos bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e leigos,

para que a Igreja tenha pessoas de uma grande solidez humana, cultural, afetiva espiritual e doutrinal. Pessoas capazes de descer na noite da humanidade.

Quarto desafio: Buscar a colegialidade e a solidariedade Tendo recebido a fé como herança, é nossa obrigação, agora, reparti-la. Devemos ser uma

expressão da misericórdia de Deus e da maternidade da Igreja. Para isso, há necessidade do testemunho de comunhão - teia que deve ser tecida com paciência e perseverança, que vai gradualmente aproximando os pontos para permitir uma cobertura cada vez mais ampla e densa. A comunhão cresce quando há permuta de testemunhos sobre os encontros com o Ressuscitado.

Quinto desafio: Viver em estado permanente de missão e conversão pastoral.A urgência da missão tem como causa a sua motivação interna, isto é, trata-se de transmitir

uma herança recebida. Tal transmissão não ocorre de maneira geral; é necessário, sim, entregar pessoalmente o dom recebido. Quanto à conversão pastoral, é preciso levar em conta que a pastoral é o exercício da autoridade da Igreja. A Igreja precisa, pois, redescobrir as profundidades da misericórdia de Deus. Somente assim será capaz de se inserir no mundo dos que estão feridos, que têm necessidade de compreensão, perdão e amor.

Sexto desafio: Reforçar a família e valorizar a presença dos jovens, das mulheres e dos homens na Igreja.

A família é a célula essencial da sociedade e da Igreja; os jovens são o presente e o futuro da Igreja; as mulheres têm um papel fundamental na transmissão da fé e constituem uma força que faz evoluir e renovar a sociedade; e os homens têm uma vocação especial na família, na Igreja e na sociedade, como pais, trabalhadores e cidadãos.

Sétimo desafio: Anunciar o Evangelho de modo integral.O anúncio do Evangelho deve ser feito de modo integral, mesmo quando ele está em contraste

com o mundo. Com esse anúncio, defender valores dos quais a Igreja não pode livremente dispor, mas que recebeu e aos quais deve ser fiel. É sua missão, pois, apresentar o que Deus revelou sobre o homem e sua realização; procurar manter acesa a chama da liberdade e da unidade do ser humano; apresentar a visão cristã a respeito da educação, da saúde e da paz social. Afinal, não basta ao mundo soluções meramente técnicas; é preciso ter uma visão ampla do ser humano, de sua liberdade, do seu valor e da sua abertura ao transcendente.

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Oitavo desafio: Superar a tentação contra o discipulado missionário.O clericalismo é também uma tentação muito atual. O fenômeno do clericalismo explica, em

grande parte, a falta de maturidade adulta e de liberdade cristã em boa parte do laicato da América Latina: ou não cresce a maioria, ou se abriga, sob coberturas de ideologizações, ou ainda em pertenças parciais e limitadas. Em nossas terras, existe uma forma de liberdade laical através de experiências de povo: o católico como povo. Aqui vê-se uma maior autonomia, geralmente sadia, que se expressa fundamentalmente na piedade popular. O capítulo de Aparecida sobre a piedade popular descreve, em profundidade, essa dimensão. A proposta dos grupos bíblicos, das comunidades eclesiais de base e dos Conselhos pastorais está na linha de superação do clericalismo e de um crescimento da responsabilidade laical.

Nono desafio: Conversão PastoralSuperar a ideologização da mensagem evangélica. O nosso ver está sempre condicionado pelo

olhar. Com que olhar vamos ver a realidade? Aparecida respondeu: Com o olhar de discípulo e discípula. Superar os reducionismos dos “católicos iluminados”, que apresentam uma proposta de espiritualidade desencarnada, que acaba em posições pastorais de disputa de questões que não interessam à vida real das pessoas; superar a proposta espiritualista que quer restaurar a Igreja em nome de um passado perdido e acaba regredindo a Igreja; superar o funcionalismo, cuja ação na Igreja é paralisante. Superar a “teologia da prosperidade” no organograma da pastoral.

Décimo desafio: Conversão ecológicaNa encíclica Laudato Si, o cuidado com a Casa Comum, o Papa Francisco traçou um itinerário

sobre a questão ambiental a ser assumido por todos para uma verdadeira ‘conversão ecológica’. No número 16 são apresentados alguns eixos temáticos, analisados por uma variedade de perspectivas diferentes, que lhe conferem uma forte unidade:

1- A relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta2- A convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo3- Crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia4- O convite a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso5- O valor próprio de cada criatura6- O sentido humano da ecologia7- A necessidade de debates sinceros e honestos8- A grave responsabilidade da política internacional e local9- A cultura do descarte 10- A proposta dum novo estilo de vida

Texto de apoio – quarto encontroPassos para uma conversão ecológica.

As raízes da crise cultural agem em profundidade e não é fácil reformular hábitos e comportamentos.

A educação e a formação são desafios centrais: toda mudança tem necessidade de motivações e dum caminho educativo; estão envolvidos todos os ambientes educacionais, a escola, a família, os meios de comunicação, a catequese.

Apostar em uma mudança nos estilos de vida, que também abre à possibilidade de exercer uma pressão salutar sobre quantos detêm o poder político, económico e social.

As escolhas dos consumidores conseguem a mudança do comportamento das empresas, forçando-as a reconsiderar o impacto ambiental e os modelos de produção.

Promover a educação ambiental para incidir sobre gestos e hábitos cotidianos, da redução do consumo de água, à diferenciação do lixo até apagar as luzes desnecessárias.

Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo.

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A conversão ecológica faz crescer as peculiares capacidades que Deus deu a cada crente, leva-o a desenvolver a sua criatividade e entusiasmo.

A sobriedade e a felicidade exigem saber limitar algumas necessidades que nos entorpecem voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos.

Texto de apoio – quarto° encontro

Cuidado da criação O Papa Francisco nos convida a participarmos do movimento ecumênico entre os dias 1º de

setembro e 4 de outubro como o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação.Eis a sua mensagem sobre o cuidado da criação

Usemos de misericórdia para com a nossa casa comumÉ muito encorajador que a preocupação com o futuro do nosso planeta seja partilhada pelas

Igrejas e comunidades cristãs em conjunto com outras religiões. Em resposta à crescente solicitude pela integridade da criação, a III Assembleia Ecumênica

Europeia (Sibiu, 2007) propunha que se celebrasse um Tempo em prol da Criação com a duração de cinco semanas entre o dia 1 de setembro (memória ortodoxa da criação divina) e 4 de outubro (memória de Francisco de Assis, na Igreja Católica e noutras tradições ocidentais). A partir de então aquela iniciativa, com o apoio do Conselho Mundial das Igrejas, inspirou muitas atividades ecumênicas em várias partes do mundo. Deve ser também motivo de alegria o fato de em todo o mundo iniciativas semelhantes, que promovem a justiça ambiental, a solicitude pelos pobres e o serviço responsável à sociedade, terem feito encontrar pessoas, sobretudo jovens, de diferentes contextos religiosos. Cristão ou não, pessoas de fé e de boa vontade, devemos estar unidos manifestando misericórdia para com a nossa casa comum, a terra, e valorizar plenamente o mundo em que vivemos como lugar de partilha e comunhão.

1. A terra clamaCom esta Mensagem, renovo o diálogo com cada pessoa que habita neste planeta sobre os

sofrimentos que afligem os pobres e a devastação do meio ambiente. Deus deu-nos de presente um exuberante jardim, mas estamos transformando-o numa poluída vastidão de ruínas, desertos e lixo. Não podemos render-nos ou ficar indiferentes perante a perda da biodiversidade e a destruição dos ecossistemas, muitas vezes provocadas pelos nossos comportamentos irresponsáveis e egoístas. Por nossa causa, milhares de espécies já não darão glória a Deus com a sua existência, nem poderão comunicar-nos a sua própria mensagem. Não temos direito de o fazer.

O planeta continua a aquecer, em parte devido à atividade humana: o ano de 2015 foi o ano mais quente de que há registo. Isto provoca seca, inundações, incêndios e acontecimentos meteorológicos extremos cada vez mais graves. As mudanças climáticas contribuem também para a dolorosa crise dos migrantes forçados. Os pobres do mundo, embora sejam os menos responsáveis pelas mudanças climáticas, são os mais vulneráveis e já sofrem os seus efeitos.

Como salienta a ecologia integral, os seres humanos estão profundamente ligados entre si e à criação na sua totalidade. Quando maltratamos a natureza, maltratamos também os seres humanos. Ao mesmo tempo, cada criatura tem o seu próprio valor intrínseco que deve ser respeitado. Escutemos tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres e procuremos atentamente ver como se pode garantir uma resposta adequada e célere.

2. Porque pecamosDeus deu-nos a terra para a cultivar e guardar (cf. Gn 2, 15) com respeito e equilíbrio. Cultivá-

la demasiado, isto é, explorando-a de maneira míope e egoísta, e conservá-la pouco, é pecado.Com coragem, o amado Patriarca Ecumênico Bartolomeu tem, repetida e profeticamente,

posto em evidência os nossos pecados contra a criação: Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e

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contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar comete pecado. Porque um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus.

Em face do que está acontecendo à nossa casa, clama aos fiéis cristãos a uma profunda conversão interior, sustentada de modo particular pelo sacramento da penitência. Aprendamos a procurar a misericórdia de Deus para os pecados contra a criação que até agora não soubemos reconhecer nem confessar; e comprometamo-nos a dar passos concretos no caminho da conversão ecológica, que exige uma clara tomada de consciência da responsabilidade que temos para conosco, o próximo, a criação e o Criador.

3. Exame de consciência e arrependimentoO primeiro passo neste caminho é sempre um exame de consciência, que implica gratidão e

gratuidade, ou seja, um reconhecimento do mundo como dom recebido do amor do Pai, que consequentemente provoca disposições gratuitas de renúncia e gestos generosos. Implica ainda a consciência amorosa de não estar separado das outras criaturas, mas de formar com os outros seres do universo uma estupenda comunhão universal. O crente contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres.

A este Pai, cheio de misericórdia e bondade, que aguarda o regresso de cada um dos seus filhos, podemos nos dirigir a ele reconhecendo os nossos pecados para com a criação, os pobres e as gerações futuras. Todos nós, na medida em que causamos pequenos danos ecológicos, somos chamados a reconhecer a nossa contribuição, pequena ou grande, para a desfiguração e destruição do ambiente. Este é o primeiro passo no caminho da conversão.

Em 2000, no Ano Jubilar, o meu predecessor São João Paulo II convidou os católicos a arrepender-se da intolerância religiosa passada e presente, bem como das injustiças cometidas contra os judeus, as mulheres, os povos indígenas, os imigrantes, os pobres e os nascituros. Convido agora a cada um a fazer algo parecido. Como indivíduos, acostumados a estilos de vida induzidos quer por uma cultura equivocada do bem-estar, quer por um desejo desordenado de consumir mais do que realmente se tem necessidade, e como participantes dum sistema que impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza, arrependamo-nos do mal que estamos a fazer à nossa casa comum.

Depois dum sério exame de consciência e habitados por tal arrependimento, podemos confessar os nossos pecados contra o Criador, contra a criação, contra os nossos irmãos e irmãs. O Catecismo da Igreja Católica apresenta-nos o confessionário como um lugar onde a verdade nos torna livres para um encontro. Sabemos que Deus é maior do que o nosso pecado, do que todos os pecados, incluindo os pecados contra a criação. Confessamo-los, porque estamos arrependidos e queremos mudar. E a graça misericordiosa de Deus, que recebemos no sacramento, ajudar-nos-á a fazê-lo.

4. Mudar de rumoO exame de consciência, o arrependimento e a confissão ao Pai, rico em misericórdia, levam-

nos a um propósito firme de mudar de vida. Isto deve traduzir-se em atitudes e comportamentos concretos mais respeitadores da criação, como, por exemplo, fazer uma utilização judiciosa do plástico e do papel, não desperdiçar água, comida e eletricidade, diferenciar o lixo, tratar com desvelo os outros seres vivos, usar os transportes públicos e partilhar o mesmo veículo com várias pessoas. Não devemos pensar que estes esforços sejam demasiado pequenos para melhorar o mundo. Tais ações provocam, no seio desta terra, um bem que sempre tende a difundir-se, por vezes invisivelmente, e incentivam um estilo de vida profético e contemplativo, capaz de gerar profunda alegria sem estar obcecado pelo consumo.

De igual modo, o propósito de mudar de vida deve permear a maneira como estamos contribuindo para a construção da cultura e da sociedade a que pertencemos: de fato, o cuidado da natureza faz parte dum estilo de vida que implica capacidade de viver juntos e de comunhão. A economia e a política, a sociedade e a cultura não podem ser dominadas por uma mentalidade de curto prazo nem pela busca de imediato benefício financeiro ou eleitoral. Pelo contrário, aquelas devem ser urgentemente reorientadas para o bem comum, que inclui a sustentabilidade e o cuidado da criação.

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Um caso concreto é o da dívida ecológica entre o Norte e o Sul do mundo. A sua restituição exigiria cuidar do meio ambiente dos países mais pobres, fornecendo-lhes recursos financeiros e assistência técnica que os ajudem a gerir as consequências das mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável.

A proteção da casa comum requer um consenso político crescente. Neste sentido, é motivo de satisfação o fato de que, em setembro de 2015, as nações da terra adotaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e, em dezembro de 2015, aprovaram o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, que se propõe o difícil mas fundamental objetivo de conter a subida da temperatura global. Agora, os governos têm o dever de respeitar os compromissos que assumiram, enquanto as empresas devem responsavelmente cumprir a sua parte, e cabe aos cidadãos exigir que isto aconteça e também se aponte para objetivos cada vez mais ambiciosos.

Assim, mudar de rumo consiste em respeitar escrupulosamente o mandamento primordial de preservar a criação de todo o mal, tanto para o nosso bem como para o bem de outros seres humanos. Há uma pergunta que nos pode ajudar a não perder de vista este objetivo: Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão crescendo?

5. Uma nova obra de misericórdiaNada une mais a Deus do que um ato de misericórdia, quer se trate da misericórdia com que o

Senhor nos perdoa os nossos pecados, quer se trate da graça que nos dá para praticarmos as obras de misericórdia em seu nome.

Parafraseando São Tiago, a misericórdia sem as obras está morta em si mesma. Devido às mudanças no nosso mundo globalizado, algumas pobrezas materiais e espirituais têm-se multiplicado: demos, pois, espaço à criatividade da caridade para identificar novas modalidades operativas. Desta forma, o caminho da misericórdia tornar-se-á sempre mais concreto.

A vida cristã inclui a prática das tradicionais obras de misericórdia corporais e espirituais. Estamos habituados a pensar nas obras de misericórdia uma a uma e enquanto ligadas a uma obra: hospitais para os doentes, sopa dos pobres para os famintos, abrigos para os que vivem pela estrada, escolas para quem precisa de instrução, o confessionário e a direção espiritual para quem necessita de conselho e perdão. Mas, se as olharmos em conjunto, a mensagem que daí resulta é que a misericórdia tem por objeto a própria vida humana na sua totalidade.

Obviamente, a vida humana na sua totalidade inclui o cuidado da casa comum. Por isso, tomo a liberdade de propor um complemento aos dois elencos de sete obras de misericórdia, acrescentando a cada um o cuidado da casa comum.

Como obra de misericórdia espiritual, o cuidado da casa comum requer a grata contemplação do mundo, que nos permite descobrir qualquer ensinamento que Deus nos quer transmitir através de cada coisa. Como obra de misericórdia corporal, o cuidado da casa comum requer aqueles simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo e se manifesta o amor em todas as ações que procuram construir um mundo melhor.

Texto de apoio quinto encontroDiscurso Papa Francisco na jornada mundial pela pazNós não temos armas, mas acreditamos na força mansa e humilde da oração. Neste dia, a sede

de paz fez-se imploração a Deus, para que cessem guerras, terrorismo e violências. Procuramos em Deus, fonte da comunhão, a água cristalina da paz, de que está sedenta a humanidade: essa água não pode brotar dos desertos do orgulho e dos interesses de parte, das terras áridas do lucro a todo o custo e do comércio das armas.

Continuando o caminho iniciado há trinta anos em Assis, onde permanece viva a memória daquele homem de Deus e de paz que foi São Francisco, “uma vez mais nós, aqui reunidos, afirmamos que quem recorre à religião para fomentar a violência contradiz a sua inspiração mais autêntica e profunda”, que qualquer forma de violência não representa “a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição”. Não nos cansamos de repetir que o nome de Deus nunca pode justificar a violência. Só a paz é santa; não à guerra!

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Rezamos para que as consciências se mobilizem para defender a sacralidade da vida humana, promover a paz entre os povos e salvaguardar a criação, nossa casa comum. A oração e a vontade de colaborar comprometem a uma paz verdadeira, não ilusória: não à tranquilidade de quem esquiva às dificuldades e vira a cara para o lado, se os seus interesses não forem afetados; não ao cinismo de quem se lava as mãos dos problemas alheios; não à abordagem virtual de quem julga tudo e todos no teclado dum computador, sem abrir os olhos às necessidades dos irmãos, nem sujar as mãos em prol de quem passa necessidade.

Texto de apoio – quinto encontro

Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2018

O tema escolhido pelo papa para o ano 2018 é: Migrantes e Refugiados: homens e mulheres em busca da paz.

1- A paz, que os anjos anunciaram aos pastores na noite de Natal é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou o meu amado predecessor Bento XVI, “são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram um lugar onde viver em paz”. E, para o encontrar, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.

2- Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental. Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que, às vezes, se vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos que são sempre limitados. Praticando a virtude da prudência, os governantes saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas, “nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido, para lhes favorecer a integração”.

3- Pergunta-se: porque há tantos refugiados e migrantes no nosso mundo atual? São João Paulo II na sua mensagem de paz do ano 2000 incluía o número crescente de refugiados entre os efeitos de “uma sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, ‘limpezas étnicas’” que caracterizaram o século XX. Até agora, infelizmente, o novo século não registou uma verdadeira virada: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam provocando deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas.

4- As pessoas migram também pelo “ desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de deixar para trás o ‘desespero’ de um futuro impossível de construir”. As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz. “É trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada pela degradação ambiental”. A maioria das pessoas migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.

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5- Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm como responsabilidade a tutela de todos os seres humanos.

6- A migração é um fenómeno permanente da história: todos os elementos à disposição da comunidade internacional, indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz. Daí a importância de olhar para o fenómeno migratório com um olhar contemplativo, sustentado pela sabedoria da fé, capaz de intuir que todos pertencemos “a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha”.

7- Precisamos por isso de lançar, também sobre a cidade, onde vivemos, este olhar contemplativo, “isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças, promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça”, realizando a promessa da paz. Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem. Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde os recursos são poucos.

8- Este olhar contemplativo saberá guiar o discernimento dos responsáveis governamentais, de modo a exigir políticas de acolhimento até ao máximo dos “limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido”, tomando em consideração as exigências de todos os membros da única família humana e o bem de cada um deles. Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento. Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de migrantes e refugiados. Pistas de ação concreta: acolher, proteger, promover e integrar.

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