55
O novo acordo ortográfico Biblioteca da Universidade do Algarve Faro, Campus da Penha, 20 de outubro de 2011 Artur Gonçalves Maria da Conceição Andrade

Biblioteca da Universidade do Algarve Faro, da Penha, 20 ... · Nos nomes que designam instituições: Instituto de Pensões e Aposentadorias da Previdência Social , Ministério

Embed Size (px)

Citation preview

  • O novo acordo ortogrfico

    Biblioteca da Universidade do Algarve

    Faro, Campus da Penha, 20 de outubro de 2011

    Artur GonalvesMaria da Conceio Andrade

  • Sumrio

    0. A lngua portuguesa no mundo

    1. Prolegmenos

    2. Breve panormica histrica da ortografia portuguesa: os polos de tenso

    3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo AcordoOrtogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Alfabeto (Base I)

    Emprego de minscula / maiscula (Base XIX)

    Acentuao grfica (Bases VIII XIII)

    Supresso de consoantes mudas ou no articuladas (Base IV)

    Hifenizao (Bases XV XVII)

    4. Concluses

    5. BibliografiaAcordo Ortogrfico DR 43704388.pdf

  • Fonte: Aguilar, Lus Diaporama Evoluo ortogrfica da lngua portuguesa: um sculo de (des)acordos. Montral, 2 de junho de 2010.

  • Total de falantes CPLP: 242.787.000 A minha ptria a lngua portuguesa (Fernando Pessoa).

    Fonte: Almanaque abril. So Paulo, 2008.

  • Segundo projees baseadas na evoluo demogrfica dos oito

    pases de lngua oficial portuguesa, o nmero de falantes pode

    totalizar 335 milhes em 2050.

    Acima do portugus, no ranquingue das lnguas maternas mais

    faladas do mundo encontra-se o mandarim (874 milhes de

    falantes), o hindi (366), o espanhol (358) e o ingls (341

    milhes).

    Fonte: Aguilar, Lus Diaporama Evoluo ortogrfica da lngua portuguesa: um sculo de (des)acordos. Montral, 2 de junho de 2010.

  • Mas, apesar dos seus cerca de 240 milhes de falantes, o Portugus, a

    terceira lngua ocidental com maior nmero de locutores, apenas atrs do

    ingls e do espanhol, uma lngua quase desconhecida internacionalmente

    e sem a importncia que devia ter no ensino, nas organizaes

    internacionais, na cultura, na literatura, no comrcio, etc. Deve-se tal

    situao pssima poltica lingustica e prtica das gentes que a falam e,

    como j o dizia Antnio Ferreira, no sculo XVI,

    Florea, fale, cante, oua-se e viva

    A portuguesa lngua, e j, onde for,

    Senhora v de si, soberba e altiva.

    Se tqui esteve baixa e sem louvor,

    Culpa dos que a mal exercitaram,

    Esquecimento nosso e desamor. (...) Antnio Ferreira (1528-1569)Carta a Pero Andrade Caminha

    Fonte: Aguilar, Lus Diaporama Evoluo ortogrfica da lngua portuguesa: um sculo de (des)acordos. Montral, 2 de junho de 2010.

  • 1. Prolegmenos

    ORTOGRAFIA[rtugr fi]. s. f. (Do lat. orthographia < gr. .)

    1. Ling. Maneira correcta de escrever as palavras de umalngua, de acordo com uma determinada norma.

    2. Ling. Conjunto das regras relativas forma correcta deescrever as palavras de uma lngua.

    3. Ling. Aplicao dessas regras num texto.

    4. Ling. Forma de escrever as palavras.

    Dicionrio da Lngua Portuguesa Contempornea da Academia das Cincias de Lisboa. Coordenao de Joo Malaca Casteleiro. Lisboa: ACL e FCG Verbo, 2001, VOL. II, p. 2692 A.

  • 1. Prolegmenos

    A ortografia um dos temas permanentes da Gramtica normativa. Aslnguas de grande circulao, sobretudo quando usadas em mais de umaregio geogrfica, precisam de um cdigo ortogrfico uniforme parafacilitar a circulao dos textos.

    Os cdigos grficos perseguem um objetivo que nunca ser atingido:aproximar a lngua escrita da lngua falada. Escrever como se fala impossvel: basta lembrar a flutuao da pronncia em qualquer pas().

    VISMARA, Carlos & SOUZA, Adalto (rev. Prof. Ataliba T. de Castilho).

    Guia da Reforma Ortogrfica. So Paulo: FMU - Museu da Lngua Portuguesa, 2009, p.9.

  • 1. Prolegmenos

    Na palavra lagryma, [...] a forma do y lacrymal; estabelece[...] a harmonia entre a sua expresso grfica ou plstica e asua expresso psicolgica; substituir-lhe o y pelo i ofenderas regras da Esttica.Na palavra abysmo, a forma do y que lhe d profundidade,escurido, mistrio... Escrev-la com i latino fechar a bocado abismo, transform-lo numa superfcie banal.

    Teixeira de Pascoaes, A fisionomia das palavras,

    in A guia, ano 1, I. srie, n. 5 (1 fevereiro 1911), pp. 7-8.

  • 1. Prolegmenos A palavra Phantasma, por exemplo, escrita com F perde

    todo o seu aspecto espectral e misterioso; Theologia escrita scom T, perde o seu sinal de transcendncia divina.Mas j no acontece o mesmo nas palavras Teatro,Fotografia, etc.,etc.; aquelas so complexas e profundas,estas so simples e claras.

    Teixeira de Pascoaes, A fisionomia das palavras, in A guia, ano 1, I. srie, n. 5 (1 fevereiro 1911), pp. 7-8.

  • 1. Prolegmenos

    odeio, com odio verdadeiro, com o nico odio que sinto, noquem escreve mal portuguez, no quem no sabe syntaxe, noquem escreve em orthographia simplificada, mas a paginamal escripta, como pessoa prpria, a syntaxe errada, comogente em que se bata, a orthographia sem psilon, como oescarro directo que me enoja independentemente de quem ocuspisse.Sim, porque a orthographia tambm gente. A palavra completa vista e ouvida. E a gala da transliterao greco--romana veste-ma do seu vero manto rgio, pelo qual senhora e rainha.

    Fernando Pessoa (Bernardo Soares), Livro do Desassossego (1931).

    Texto publicado originariamente em Descobrimento, revista de cultura n. 3, 1931, pp. 409-410, transcrito do Livro do Desassossego, por Bernardo Soares (heternimo de Fernando Pessoa), numa recolha de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha; ed. de Jacinto do Prado Coelho, Lisboa: tica, 1982, vol. I, p. 16-17.

  • 1. Prolegmenos

    Os adultos, habituados a escrever de uma certa maneira, tmdificuldade em mudar essa forma de escrever. Quando seaprende uma palavra nova, aprendemos trs coisas: osignificado da palavra, a pronncia e a sua grafia. Tanto apronncia como a grafia fixam-se como imagens na nossamente. Alterar a imagem grfica de uma palavra sempreuma espcie de violncia. As pessoas reagem negativamentecontra essa imposio de mudar a sua forma de escrever, poisquando escrevemos fazemo-lo de uma forma automtica,mecnica.

    Malaca Casteleiro, in frica 21, dezembro de 2007.

  • 2. Breve panormica histrica da ortografia portuguesa: os polos de tenso

    PERODOS DA ORTOGRAFIA PORTUGUESA

    FONTICOportugus arcaico

    opes grficas pessoais

    ETIMOLGICO / PSEUDOETIMOLGICO

    portugus moderno

    propostas ortogrficas tericas

    REFORMAS

    portugus contemporneo

    pactos normativos oficiais

  • 2. Breve panormica histrica da ortografia portuguesa: os polos de tensoPERODO FONTICO

    Documentos mais antigos 1173 ? Pacto dos Irmos Pais 1175 Notcia de Fiadores 1192 Documento de Partilhas c. 1214 Notcia de Torto 1214 Testamento de D. Afonso II

    Disposies rgias 1255 Imposio aos escrives do emprego dos dgrafos e nas

    Chancelarias Rgias de D. Afonso III.

    1288 - Adoo do Portugus como lngua oficial das Chancelarias Rgias de D. Dinis.

  • 2. Breve panormica histrica da ortografia portuguesa: os polos de tenso

    PERODO ETIMOLGICO / PSEUDOETIMOLGICO: CLASSICISMO

    1536 - FERNO DE OLIVEIRA, Grammatica da lingoagem portuguesa 1540 - JOO DE BARROS, Grammatica da lingua portuguesa 1574 - PERO MAGALHES DE GNDAVO, Regras que ensinam a maneira

    de escrever e ortographia da lingua portuguesa

    1576 - DUARTE NUNES DE LEO, Orthographia da lingoa portuguesa 1631 - LVARO FERREIRA DE VERA, Orthographia ou modo para escrever

    certo na lingua portuguesa

    1671 - JOO FRANCO BARRETO, Orthographia da lingua portuguesa 1739 - JOO DE MORAIS MADUREIRA FEIJ, Orthographia, ou Arte de

    escrever, e pronunciar com acerto a lingua portugueza

    1783 - FRANCISCO FELIS CARNEIRO SOUTO-MAIOR, Orthographiaportugueza ou regras para escrever certo ordenadas para uso de quem se quizerapplicar

  • 2. Breve panormica histrica da ortografia portuguesa: os polos de tensoPERODO ETIMOLGICO / PSEUDOETIMOLGICO: ROMANTISMO

    1822 - JERNIMO SOARES BARBOSA, Grammatica philosophica da linguaportuguesa, ou principios da grammatica geral applicados nossa linguagem

    1856 - ANTNIO JOS VAZ VELHO, Opusculo sobre ortografia dividida emseres de inverno

    1875 - JOS BARBOSA LEO, Consideraes sobre a ortographia portugueza 1877 - ANTNIO MONIZ BARRETO CORTE REAL, Proposta de reforma

    orthographica, submettida academia real das sciencias de lisboa e variosappensos

    1886 - SANTOS VALENTE & FRANCISCO DE ALMEIDA, OrthographiaPortugueza

    1904 - A. R. GONALVES VIANA, Ortografia Nacional. Simplificao eUnificao Sistemtica das Ortografias Portuguesas

    1910 - ALEXANDRE FONTES, A Questo Orthographica

  • 2. Breve panormica histrica da ortografia portuguesa: os polos de tensoPERODO DE REFORMAS

    1911 - Reforma Oficial da Ortografia Portuguesa1916 NOVA ORTOGRAFIA (BRASIL)

    1920 ALTERAES (PORTUGAL)

    1931 - Primeiro Acordo Ortogrfico Luso-Brasileiro1940 VOCABULRIO (PORTUGAL)

    1943 VOCABULRIO (BRASIL)

    1943 - Conveno Ortogrfica Luso-Brasileira 1945 - Segundo Acordo Ortogrfico Luso-Brasileiro

    1971 ACERTOS AO FORMULRIO DE 1943 (BRASIL)

    1973 ACERTOS AO ACORDO DE 1945 (PORTUGAL)Reforma ortogrfica 1911.docx

  • 2. Breve panormica histrica da ortografia portuguesa: os polos de tenso

    1975 - Projeto de Acordo Ortogrfico dos Pases Lusfonos

    1986 - Proposta de Acordo Ortogrfico dos Pases Lusfonos 1988 - Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Lngua

    Portuguesa

    1990 - Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa1998 PROTOCOLO MODIFICATIVO

    2004 SEGUNDO PROTOCOLO MODIFICATIVO

    2011 Aplicao no sistema educativo (ano letivo de 2011-2012) e, apartir de 1 de janeiro de 2012, ao Governo e a todos os servios,organismos e entidades na dependncia do Governo, bem como publicao do Dirio da Repblica.

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Base I

    Do alfabeto e dos nomes prprios estrangeiros e seus derivados

    O alfabeto da lngua portuguesa formado por 26 letras, cada uma delas comuma forma minscula e outra maiscula.

    .

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais:

    Em antropnimos/antropnimos originrios de outras lnguas e seusderivados: Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo;Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista;

    Em topnimos/topnimos originrios de outras lnguas e seus derivados:Botswana; Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano.

    Em siglas, smbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades demedida de curso internacional: TWA, KLM; K-potssio (de kalium), W--oeste (West); kg-quilograma, km-quilmetro, kW-kilowatt, yd-jarda(yard); Watt.

    Em unidades monetrias: kwanza, won, yuan, yen.

    Em desportos e desportistas: kung fu, skate, kitesurf, windsurf,windsurfista.

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Base XIX Das minsculas e maisculas

    A letra minscula inicial usada:

    Nos nomes dos dias, meses, estaes do ano: segunda-feira; outubro;primavera.

    Nos pontos cardeais e colaterais: norte, sul, nordeste, s-sudeste.

    Mas no nas abreviaturas nem quando empregados absolutamente nadesignao de regies com os mesmos pontos: O Sul est em festa. / Oavio rumou para NW / A cultura do Ocidente.

    Nos axinimos/axinimos: vossa santidade, senhor doutor JoaquimSilva, senhor professor.

    Nos usos de fulano, sicrano, beltrano.

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Emprego opcional de minscula ou maiscula em incio de palavra:

    Nos biblinimos/biblinimos (aps o primeiro elemento, com maiscula, osdemais vocbulos podem ser escritos com minscula, salvo nos nomes prprios, tudoem grifo): A Ilustre Casa de Ramires ou A ilustre casa de Ramires; As Pupilas doSenhor Reitor ou As pupilas do senhor reitor.

    Nos haginimos/haginimos: Santa Brbara ou santa Brbara, Santo Antnio ousanto Antnio.

    Nos nomes que designam domnios do saber, cursos e disciplinas: Matemtica oumatemtica; Lnguas e Literaturas Modernas ou lnguas e literaturas modernas.

    Em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou hierarquicamente, em inciode versos, em categorizaes de logradouros pblicos, templos e edifcios: Avenidada Liberdade ou avenida da Liberdade, Igreja do Bonfim ou igreja do Bonfim,Palcio da Cultura ou palcio da Cultura.

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    A letra maiscula inicial usada:

    Nos antropnimos/antropnimos, reais ou fictcios:Conceio Andrade, D Artagnan, D. Quixote.

    Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitolgicos:Adamastor, Jpiter, Tgides.

    Nos topnimos/topnimos, reais ou fictcios: Maputo,Atlntida.

    Nos nomes que designam instituies: Instituto de Penses eAposentadorias da Previdncia Social, Ministrio da Educao,Direo-Geral de Inovao e Desenvolvimento Curricular.

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Nos nomes de festas e de festividades: Natal, Pscoa,Ramado, Todos os Santos.

    Nos ttulos dos peridicos, que retm o itlico: O Primeirode Janeiro, O Estado de S. Paulo, Dirio de Notcias.

    Em siglas, smbolos ou abreviaturas internacionais ounacionalmente reguladas com maisculas, iniciais ou mediaisou finais ou o todo em maisculas: NATO, ONU; H2O; Sr., V.Ex.

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Bases VIII - XIII

    Acentuao Grfica

    Supresso de acentos grficos em paroxtonas (graves)

    Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais que contm um

    tnico/tnico oral fechado em hiato com a terminao em da 3.

    pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os

    casos:

    creem, deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem(conj.), releem, reveem, tresleem, veem.

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Acentuao Grfica

    Supresso de acentos grficos em paroxtonas (graves)

    Prescinde-se quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavrasparoxtonas que, tendo respetivamente vogal tnica/tnica aberta ou fechada, sohomgrafas de palavras proclticas (o contexto de ocorrncia estabelecer adistino).

    para [v.] pela(s) [n. e v.] pelo [v.], pelo(s) [n.] polo(s) [n.] pera [n.] pero [n.], Pero (antropnimo)Coa [n. e v.]

    para [prep.] pela(s) [per+la(s)] pelo(s) [per+lo(s)]

    [formas preposicionais arcaicas]

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Supresso de acentos grficos em paroxtonas (graves)

    No se acentuam graficamente os ditongos tnicos/tnicosrepresentados por da slaba tnica/tnica das palavras paroxtonas(oscilao em muitos casos entre o fechamento e a abertura na suaarticulao).

    asteroide, boia, heroico, introito, jiboia, joia, paranoico

    O acento agudo no tnico/tnico depois de q ou g deixa de serusado.

    averigue, averigues, averiguem [averige, averiges averigem], adeque,adeques, adequem [adeqe, adeqes, adeqem], enxague, enxagues,enxaguem [enxage, enxages, enxagem]

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Casos facultativos de acentuao de paroxtonas (graves)

    facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais da 1.pessoa do plural do pretrito perfeito do indicativo dos verbos da 1.conjugao: ammos, louvmos (variedade culta luso-africana) ouamamos, louvamos (variedade culta brasileira).

    facultativo assinalar com acento circunflexo a forma da 1. pessoa doplural do presente do conjuntivo do verbo dar: dmos (variedade cultaluso-africana) e demos (variedade culta brasileira).

    facultativo assinalar com acento circunflexo frma (substantivo[molde]), distinta de forma (substantivo; 3. pessoa do singular dopresente do indicativo ou 2. pessoa do singular do imperativo do verboformar).

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Casos obrigatrios de acentuao de paroxtonas (graves)

    Assinala-se obrigatoriamente pde (3. pessoa do singular dopretrito perfeito do indicativo), que se distingue dacorrespondente forma do presente do indicativo pode.

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Emprego de acento agudo ou de acento circunflexo no universo da lngua portuguesa

    Palavras proparoxtonas (esdrxulas)

    Por divergncias de timbre, entre a variedade luso-africana e a variedadebrasileira, na articulao das esdrxulas que tm vogais tnicas/tnicasgrafadas e , seguidas das consoantes nasais e , com asquais no formam slaba (em Portugal essas vogais so semiabertas e emgrande parte do Brasil so semifechadas), so legtimas as duas variantes.

    acadmico e acadmico, efmero e efmero, snior e snior; cmico ecmico, fenmeno e fenmeno, tnico e tnico

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Emprego de acento agudo ou de acento circunflexo no universo da lngua portuguesa

    Palavras paroxtonas (graves)

    A oscilao de timbre, referida no ponto anterior, tambm se verifica nasgraves, pelo que coexistem, no universo da lngua, as duas variantes.

    fmur e fmur, tnis e tnis; abdmen e abdmen, bnus e bnus, pnei epnei

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Emprego de acento agudo ou de acento circunflexo no universo da lngua portuguesa

    Palavras oxtonas (agudas)

    Tambm se encontram algumas divergncias de timbre em agudasterminadas em tnico/tnico, sobretudo em palavras de origemfrancesa, pelo que coexistem duas grafias: beb e beb, carat e carat,croch e croch, pur e pur.

    semelhana do que acontece com o tnico/tnico, existe um ououtro caso de oscilao em agudas terminadas em tnico/tnico: coce coc, r e r.

    Vogal final com variao de slaba tnica/tnica

    So igualmente admitidas as formas jud e metr (variedade brasileira) apar de judo e metro (variedade luso-africana).

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Supresso grfica de consoantes mudas ou no articuladas

    O critrio da pronncia determina a supresso grfica das consoantesmudas ou no articuladas, as quais se tm conservado na ortografia luso--africana essencialmente por razes de ordem etimolgica.

    N.B.: quando a consoante se articula, mantm-se, como evidente.

    Sequncias consonnticas

    -cc-

    abstracionismo, acionamento, lecionar, protecional, selecionamento, vs.

    faccioso, ficcional, friccionar, perfeccionismo

    Base IV

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    -c-

    ao, coleo, contrao, correo, deteo, direo, infrao, injeo, objeo, proteo, reao, redao, seleo

    vs. convico, fico, suco

    -ct-

    ata [n.f.], ator, atual, adjetivo, afeto, arquitetura, coletivo, correto, diretor, eltrico, espetculo, exatamente, letivo, objeto, teto [n. m.]

    vs.bactria, compacto, convicto, facto, nctar, pacto, pictrico

    -pc-

    anticoncecional, dececionante, excecional, percecionismo, rececionistavs.

    egpcio, npcias, opcional

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    -p-

    aceo, adoo, conceo, deceo, interceo, receovs.

    corrupo, erupo, interrupo, opo

    -pt-

    Egito, adotar, batismo, timovs.

    adepto, apto, eucalipto, rapto

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Bases XV- XVII

    Hifenizao

    Elimina-se o hfen nas formaes por prefixao e recomposio (as quecontm pseudoprefixos de origem grega e latina) em que :

    O prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o elementoimediatamente seguinte comea por ou , dobrando-se estasconsoantes.

    antirreligioso, autorrdio, autosservio, biorritmo, contrarreao, contrarrelgio, eletrossiderurgia, microssistema, minissaia, semisselvagem, semirreta, ultrassnico

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    O prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o elementoimediatamente seguinte comea por vogal diferente daquela.

    agroindustrial, antiareo, autoaprendizagem, autoestrada,coautor, extraescolar, plurianual

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Suprime-se o hfen:

    Nas ligaes da preposio de com as formas monossilbicas dopresente do indicativo do verbo haver.

    hei de, hs de, h de, heis de, ho de

    Nas locues de qualquer tipo, exceo das j consagradas pelo uso

    (como o caso de gua-de-colnia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-

    -que-perfeito, p-de-meia, ao deus-dar, queima-roupa).

    co de guarda, carto de visita, fim de semana, sala de jantar, cor de

    vinho, cor de laranja, cor de caf com leite

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Emprega-se o hfen nas formaes por prefixao e recomposio emque:

    O prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o elementoimediatamente a seguir comea por vogal idntica.

    anti-ibrico, auto-observao, contra-almirante, intra-arterial, infra-axilar,micro-ondas, semi-interno, supra-auricular

    Obs.: o prefixo co- ocorre geralmente aglutinado, mesmo quando oelemento seguinte comea por , exceo das formaes em que osegundo elemento comea por .

    coincinerar, coinquilino, coobrigao, coocupante, cooperar, coordenar vs.

    co-herdeiro, co-herdar

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    O prefixo tnico/tnico acentuado graficamente.

    ps-parto, pr-operatrio, pr-africano

    Os prefixos hiper-, inter- e super- se combinam com elementosiniciados por ou .

    hiper-requintado, inter-resistente, super-homem

    Os prefixos circum- e pan- se combinam com elementos comeadospor vogal, , ou .

    circum-escolar, circum-navegao, pan-africano, pan-helnico

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    O prefixo ex- (com o sentido de estado anterior oucessamento), sota-, soto-, vice-, vizo-.

    ex-cnjuge, ex-primeiro-ministro, sota-piloto, soto-mestre,vice-presidente

    O elemento colocado direita um estrangeirismo, umnome prprio ou uma sigla ou acrnimo.

    anti-apartheid, anti-Kadhafi, anti-NATO

    tabela Hfen(revista).docx

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Os compostos que designam espcies na rea da botnica e da zoologia,

    ligados ou no por preposio ou qualquer outro elemento, escrevem-se

    sempre com hfen.

    abbora-menina, bem-me-quer, cobra-capelo, erva-doce, ervilha-de-

    -cheiro, fava-de-santo-incio, feijo-verde, formiga-branca, louva-a-

    -deus

    Nos casos em que a mudana de linha se faz na posio do hfen, a

    duplicao do hfen torna-se obrigatria.

    formiga- // - branca; deu- //-lhe; l-lo- //- .

  • 3. O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa ou Novo Acordo Ortogrfico de 1990: principais modificaes e alteraes

    Emprega-se o hfen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmentese combinam, formando, no propriamente vocbulos, masencadeamentos vocabulares

    A divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade

    A ponte Rio-Niteri

    O percurso Lisboa-Coimbra-Porto

    Assim como nas combinaes histricas ou ocasionais de topnimos

    ustria-Hungria

    Alscia-Lorena

    Angola-Brasil

    Tquio-Rio de Janeiro

  • 4. Concluses

    Tudo somado, aqui ficam as contas do Acordo:

    A adoo da nova ortografia, conforme os dados da Nota Explicativa

    do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa (1990) [Anexo II], ir

    alterar a grafia de cerca de 2600 palavras, 1,42% do total de palavras

    na norma euro-afro-asitico-ocenica, quer dizer, em Portugal, nos

    pases africanos de lngua portuguesa, Timor Leste e na Regio

    Administrativa Especial de Macau, e de cerca de 0,45% na norma

    brasileira. Em resumo, uma palavra em cada 62 em Portugal euma em cada 223 no Brasil.

    Fonte: Aguilar, Lus Diaporama Evoluo ortogrfica da lngua portuguesa: um sculo de (des)acordos. Montral, 2 de junho de 2010.

  • 4. Concluses

    Uma ortografia complicada no consegue ser aprendida por populaesrecm-alfabetizadas e de nvel cultural baixo, at por ter pouco a ver coma sua oralidade. esse um dos problemas do ensino do portugus noBrasil, assim como , ou ser, em frica. E em Portugal, mantendo-se otipo e o nvel de ensino actual, no tardar muito que as crianas achem naortografia vigente um obstculo sua aquisio da arte de ler e escreverportugus.

    Ivo Castro et al., A Demanda da Ortografia Portuguesa, 1987.

  • 4. Concluses

    O Novo Acordo privilegia, de certo modo, o critrio fontico, emdesfavor do critrio etimolgico.

    O Novo Acordo no consegue atingir a unificao ortogrfica absoluta,uma vez que h diferenas intransponveis dos dois lados do Atlntico, asquais foram acentuadas pelo tempo.

    O Novo Acordo visa, pois, a unificao possvel, mas que, mesmo assim,abranger cerca de 98% do lxico.

    O Novo Acordo Ortogrfico apenas afeta a grafia da escrita e nointerfere de modo nenhum nem nas diferenas orais, nem nas variaesgramaticais ou lexicais.

    Joo Malaca Casteleiro & Pedro Dinis Correia,

    Atual: O Novo Acordo Ortogrfico O que vai mudar na grafia do portugus, 2007.

  • 4. Concluses

    H um complexo que, no fundo, persiste entre ns: o de uma concepoda Lngua Portuguesa como patrimnio exclusivo dos portugueses. Orano s o idioma no propriedade exclusiva dos portugueses como o seufuturo depende (e muito) da capacidade de afirmao internacional de umpas com o potencial econmico e geopoltico do Brasil. Por isso mesmo,bom seria que unssemos esforos (que nos pusssemos de acordo), emvez de cavarmos discrepncias baseadas em traumas por superar.

    Carlos Reis, reitor da Universidade Aberta de Lisboa.(Comunicao lida na Audio Parlamentar sobre o Acordo Ortogrfico da Lngua

    Portuguesa, promovida pela Comisso de tica, Sociedade e Cultura da Assembleia daRepublica, em Lisboa, no dia 7 de abril de 2008).

  • Que ter esta ortografia, ainda em vigor, de to

    dogmaticamente divino que no pode ser alterada?

    Fernando Cristvo In Acordo ortogrfico desfaz ambiguidades Ciberdvidas, 25 de maio 2008.

    4. Concluses

    Fonte: Aguilar, Lus Diaporama Evoluo ortogrfica da lngua portuguesa: um sculo de (des)acordos. Montral, 2 de junho de 2010.

  • 4. Concluses

    Se verdade que a lngua portuguesa um patrimnio, est bem longede ser uma arca frigorfica ou, muito menos, um fssil.

    A lngua um sistema em evoluo, mas em evoluo lenta de alcancediatpico, diafsico, diastrtico, diacrnico, em constante interaco.

    Se nos servirmos da glotocronologia, poderemos verificar que, no querespeita lngua portuguesa, esta evolui, aproximadamente, a umavelocidade mdia de 1,8%... por sculo. Isto , a evoluo da lnguaportuguesa, em termos glotocronolgicos, da ordem dos 18%, desde queexiste.

    Francisco lvaro Gomes, O Acordo Ortogrfico, 2008.

  • 4. Concluses

    A lngua materna (particularmente na sua dimenso escrita), para serbem conhecida, praticada e amada, tem de passar por uma fase deexplicitao e de (re)flexo, o que pressupe a existncia de um conjuntode regras simples, dotadas de um alto grau de sistematicidade. para essacoerncia formal, (...) que um acordo ortogrfico deveria tender,sobretudo quando se tem a conscincia das dificuldades em presena.

    Em si mesma, a ortografia no um fim, mas um meio, e bem sabidocomo este vector, ao influenciar grandemente o sucesso escolar,condiciona (e, porventura, determina) o (in)sucesso profissional epessoal.

    Francisco lvaro Gomes, O Acordo Ortogrfico, 2008.

  • Essa repblica do portugus no tem uma capital demarcada.

    No est em Lisboa, nem em Coimbra; no est em Braslia, nem

    no Rio de Janeiro. A capital da lngua portuguesa est onde

    estiver o meridiano da cultura.

    Celso Cunha (1917-1989, professor, fillogo e ensasta brasileiro)

    in Uma Poltica do Idioma (1964). Rio de Janeiro: Livraria S. Jos, p. 38.

    4. Concluses

    Fonte: Aguilar, Lus Diaporama Evoluo ortogrfica da lngua portuguesa: um sculo de (des)acordos. Montral, 2 de junho de 2010.

  • 4. Concluses

    A lngua portuguesa um elemento essencial do patrimnio cultural portugus. Aproteco, a valorizao e o ensino da lngua portuguesa, bem como a sua defesa epromoo da difuso internacional, so tarefas fundamentais do Estado, consagradasna Constituio.

    Ao governo compete criar instrumentos e adoptar medidas que assegurem aunidade da lngua portuguesa e a sua universalizao, nomeadamente atravs doAcordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa e da promoo da sua aplicao.

    A presente resoluo do Conselho de Ministros determina a aplicao do AcordoOrtogrfico da Lngua Portuguesa no sistema educativo no ano lectivo de 2011-2012e, a partir de 1 de Janeiro de 2012, ao Governo e a todos os servios, organismos eentidades na dependncia do Governo, bem como publicao do Dirio daRepblica.

    Resoluo do Conselho de Ministros n. 8/2011.

    DR n17-25 jan 2011.pdf cartoon1.jpg

    Bartoon- AO.jpg

  • 5. Bibliografia

    Geral

    Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa. Dirio da Repblica I Srie A, N193 23-8-1991. CASTELEIRO, Joo Malaca & CORREIA, Pedro Dinis Atual . O Novo Acordo Ortogrfico. O que vai mudar

    na grafia do portugus. Lisboa: Texto Editores, 2007.

    CASTRO, Ivo et al. A Demanda da Ortografia Portuguesa. Lisboa: Livraria Joo S da Costa, 1987.

    ESTRELA, Edite et al. Saber usar a nova ortografia. Carnaxide: Editora Objectiva, 2011.

    PINTO, Paulo Feytor Novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2009.

    GOMES, Francisco lvaro O Acordo Ortogrfico Exerccios prticos com propostas de solues. Porto:Edies Flumen & Porto Editora, 2008.

    Dicionrios Vocabulrios e Gramticas

    CUNHA, C. & CINTRA, L. Nova Gramtica do Portugus Contemporneo. Lisboa: Ed. Joo S da Costa,1984.

    CASTELEIRO, Joo Malaca (or. cient.)- Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa. Porto: Porto Editora,2009.

    VSQUEZ CUESTA, Pilar & LUZ, M. Albertina Mendes da Gramtica da Lngua Portuguesa. Lisboa:Edies 70, 1971.

    Dicionrio Editora da Lngua Portuguesa 2009 Acordo Ortogrfico. Porto: Porto Editora, 2008.

    Novo Grande Dicionrio da Lngua Portuguesa Conforme Acordo Ortogrfico. Lisboa: Texto Editores, 2007.

  • 5. Bibliografia

    Stios http://www.anossaescola.com/tarouca/recursos/Escolhamultipla2.htm

    http://aeiou.visao.pt/guia-pratico-para-perceber-o-acordo-ortografico=f543282

    http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=acordo

    http://fmu.br/game/home.asp

    http://www.soportugues.com.br/secoes/acordo_ortografico/jogo_reforma.php

    http://www.portuguesexato.pt

    http://www.teiaportuguesa.com/ [Aguilar, Lus Diaporama Evoluo

    ortogrfica da lngua portuguesa: um sculo de (des)acordos. Montral, 2 de

    junho de 2010].

    http://noticias.sapo.pt/especial/acordo_ortografico/