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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS ENGENHARIA FLORESTAL WESLEY RIBEIRO DOS SANTOS DINÂMICA DA OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO XINGU -MT SINOP MATO GROSSO - BRASIL 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

ENGENHARIA FLORESTAL

WESLEY RIBEIRO DOS SANTOS

DINÂMICA DA OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO XINGU -MT

SINOP

MATO GROSSO - BRASIL

2017

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WESLEY RIBEIRO DOS SANTOS

DINÂMICA DA OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

XINGU -MT

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Engenharia Florestal da Universidade

Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus

Universitário de Sinop, como requisito parcial

para obtenção do título de Engenheiro Florestal.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Morgan Uliana

Sinop, MT

2017

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo (a)

autor (a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo seu amor e a misericórdia que me concedeu o dom da

vida e que em todos os momentos da minha existência, me segura pela mão e demonstra de

diversas maneiras o seu amor comigo.

Agradeço a minha família, por tudo que fizeram por mim, aos meus pais Maria Zilma da Silva

e José Ribeiro dos Santos e aos meus irmãos Angelica Ribeiro dos Santos e Lucas Ribeiro dos

Santos a minha eterna gratidão e minha namorada Rebecca Sousa, que tem me ensinado que o

amor está nos detalhes.

A todos os meus amigos, muito obrigado pelas palavras, apoio, paciência e companheirismo,

em especial, ao Jhony Ourives, Gean Marcos, Matheus Teixeira, Jonathan Batista, Leonir

Pezzini, Ronaldo Santos, Felipe Borges (Itapira), e aos outros que não foram citados, mas tem

espaço especial no meu coração.

Aos amigos que se tornaram família nessa jornada, em especial a Pr. Lucas Couto, Marina

Coelho, Jhonatam Luan, Bruna Gaieski, Anderson Louback, Nayra Duarte, Leandro Ribeiro,

Tiago Diolindo, Antônio de Pádua (Pádua), Aparecido Cardoso (Cidão), Josiane do

Nascimento.

Agradeço aos meus pastores da Igreja Batista Getsemâni – Sinop/MT, Pr. Reginaldo Martins,

Pr. Maria José, Pr. Jackson Sousa, Pr. Andréia Sousa, Pr. Rogério Arruda, Flavia Arruda, Pr.

Joel, Pr. Deva, Pr. Marcondes, Pr. Neto vale citar novamente Pr. Lucas Couto, Marina Coelho,

Pr. Wilson Amorim e Nayara Santiago, essas pessoas são um pilar essencial para chegar aonde

estou, a minha eterna gratidão.

Ao meu querido orientador Prof. Dr. Eduardo Morgan, que tanta ajuda forneceu para que este

trabalho fosse concluído com o êxito esperado e aos demais professores que marcaram minha

história nessa jornada, muito obrigado, Prof. Dr. Anderson Lange, Prof(a). Dr(a). Rafaella Curto,

Prof. Dr. Rafael Mello, Prof. Dr. Ricardo Silveira, por toda a dedicação e paciência.

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DEDICÁTORIA

Dedico este trabalho ao homem que dividiu a

história da humanidade e transformou a forma de

pensar.

Ao mestre da vida, o senhor Jesus Cristo.

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DINÂMICA DA OCUPAÇÃO DO SOLO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

XINGU -MT

RESUMO

O estudo teve como objetivo quantificar em termos de área as mudanças no uso e ocupação do

solo ocorridas em um intervalo de 31 anos, nos anos de 1986, 1996, 2006 e 2017, na bacia

hidrográfica do Rio Xingu – MT no Estado de Mato Grosso, utilizando imagens dos satélites

Landsat 5 e 8. Para isso foram aplicadas técnicas de processamento digital como combinações

coloridas (falsa-cor) e classificação supervisionada. Além disso, foram definidas três classes

temáticas de uso do solo, sendo ela floresta, hidrografia e área antropizada, solo exposto e

cerrado – AA/SE/C. Os resultados obtidos são apresentados em mapas temáticos que mostram

a distribuição espacial das mudanças ocorridas no uso e cobertura da terra da bacia do rio Xingu

no período de 1986 a 2017. As avaliações permitiram concluir que o uso do solo variou

expressivamente no período analisado, com redução de 16% da área de floresta no período 1986

– 2017. Já a classe de área antropizada, solo exposto e cerrado (AA/SE/C) obteve ganho de

16,8%, entre 1986 e 2017. Verificou-se ainda que as maiores mudanças de transição entre as

classes de uso e ocupação do solo ocorreram no período de 1996 a 2006, período de maior

expansão agrícola e pecuária no Estado de Mato Grosso.

Palavras – chave: Geoprocessamento; Desmatamento; Uso do Solo.

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DYNAMICS OF BASIN SOIL OCCUPATION WATERSHED XINGU -MT

ABSTRACT

The objective of this study was to quantify the changes in land use and occupation occurring

over a period of 31 years in the years 1986, 1996, 2006 and 2017 in the Xingu - MT watershed

in the state of Mato Grosso, using images from the Landsat 5 and 8 satellites. To this were

applied digital processing techniques such as color combinations (false-color) and supervised

classification. In addition, three thematic classes were defined land use, it being forest,

hydrographic and disturbed area above the ground and closed - AA / SE / C. The results are

presented in thematic maps showing the spatial distribution of the changes in the use and land

cover of the Xingu River basin from 1986 to 2017. The evaluations allowed us to conclude that

land use varied significantly in the analyzed period, with a 16% reduction in forest area between

1986 and 2017. The anthropogenic area, exposed and closed soil (AA / SE / C) 16.8% between

1986 and 2017. It was also verified that the major changes of transition between the classes of

land use and occupation occurred in the period from 1996 to 2006, the period of greatest

agricultural and livestock expansion in the State of Mato Grosso.

Keywords: Geoprocessing; Deforestation; Land Use.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Biomas da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu – MT....................................................17

Figura 2. Municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Xingu – MT.........................18

Figura 3. Terras Indígenas na Bacia do Rio Xingu – MT...........................................................19

Figura 4. Área e localização da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu – MT....................................28

Figura 5. Mapas de uso e ocupação do solo da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu – MT........32

Figura 6. Área para as classes de uso e ocupação do solo nos anos de 1986, 1996, 2006 e 2017

na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu -MT..................................................................................33

Figura 7. Classes de Floresta e Hidrografia na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu......................34

Figura 8. Mapas de mudanças entre os diferentes períodos na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu

– MT..........................................................................................................................................35

Figura 9. Mapas de persistência entre os diferentes períodos na Bacia Hidrográfica do Rio

Xingu – MT...............................................................................................................................36

Figura 10. Taxa de desmatamento anual em Km² na Amazônia Legal para o estado de Mato

Grosso no período de 1988 – 2017.............................................................................................39

Figura 11. Área em Km² dos municípios que se destacaram no desmatamento da Bacia do Rio

Xingu - MT no período de 2000 – 2016.....................................................................................40

Figura 12. Representação de ganhos e perdas de área de floresta nos diferentes períodos

analisados..................................................................................................................................41

Figura 13. Mapas de ganhos e perdas das classes de Florestas nos diferentes períodos

analisados..................................................................................................................................42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Munícipios com suas macrorregiões..........................................................................18

Tabela 2. Demografia Indígena na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu – MT..............................20

Tabela 3. Período de obtenção das imagens de satélite..............................................................29

Tabela 4. Classificação de Uso e Ocupação do Solo..................................................................30

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11

2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 13

2.1 Geral ................................................................................................................... 13

2.2 Específicos .......................................................................................................... 13

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 14

3.1 Estado de Mato Grosso ....................................................................................... 14

3.2 Bacias Hidrográficas .......................................................................................... 15

3.3 Bacia Hidrográfica do Rio Xingu ....................................................................... 16

3.3.1 Vegetação na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu ......................................... 16

3.3.2 Economia na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu .......................................... 17

3.3.3 Terras e população Indígena ........................................................................ 19

3.4 SIG – Sistema de informações Geográficas ....................................................... 20

3.5 Sensoriamento Remoto ....................................................................................... 22

3.6 Classificação de Imagens de Satélites ................................................................ 23

3.7 Imagens LandSat ................................................................................................ 24

3.7 O uso e a ocupação do solo ................................................................................ 26

4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 28

4.1 Caracterização da área de estudo ........................................................................ 28

4.2 Análises do uso e ocupação do solo ................................................................... 29

4.3 Processamento digital de imagens e hidrografia ................................................ 30

4.4 Classificação das imagens .................................................................................. 30

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 32

5.1 Uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do rio Xingu - MT ..................... 32

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos os assuntos sobre preservação e conservação dos recursos naturais tem

se tornado uma problemática para à sociedade, pois devido o rápido desenvolvimento do Brasil

nos últimos 40 anos, ocorreu a utilização desgovernada desses recursos gerando uma

diminuição, devido à falta de planejamento e políticas públicas para gerenciar esses recursos.

Ao longo desses anos, os especialistas estão tentando entender e compreender a reação

do meio ambiente com a degradação dos seus recursos, neste contexto de mudanças globais, o

uso e a ocupação do solo tem se tornado principal tema, pois esses dois fatores influenciam muito

o modo de vida humano.

O conhecimento das dinâmicas de transformação do uso e cobertura do solo é importante

pois permite compreender o espaço e analisar cenários futuros, a transformação desses fatores vem

crescendo rapidamente, com o avanço tecnológico do setor agrícola, desmatamento e altos índices

de urbanização, o que tem transformado áreas rurais em setores urbanos. O mapeamento do uso e

cobertura do solo, permite uma organização do espaço e a previsão dos impactos decorrentes do

uso inadequados da terra (BRANNSTROM et al., 2008; IBGE, 2016; ROSA, 2001).

O Estado do Mato Grosso, pertencente ao bioma Amazônico e o Cerrado, para preservar a

cultura e a biodiversidade desses biomas, foram criados no Estado parques e unidades de

conservação. Um deles é o Parque Indígena do Xingu (PIX) que foi a primeira terra indígena a ser

homologada pelo governo para fins de preservação ainda na década de 60 (ISA, 2011), abrigando

diversas etnias e preservando os costumes indígenas da região. Dessa forma, o monitoramento e a

gestão desse território são de extrema importância.

Como a vistoria dessas áreas é complicada devido à dificuldade de acesso e a falta de

infraestrutura, tem-se buscado outras alternativas de monitoramento, como as geotecnologias. O

emprego de sensoriamento remoto, por exemplo, tem contribuído de forma expressiva nessas

atividades, por fornecer várias alternativas de monitoramento através de imagens que cobrem

diferentes faixas do espectro eletromagnético e possibilitam uma análise robusta do uso e cobertura

da terra (NOVO, 2010).

Esses levantamentos são relevantes, pois as imagens derivadas de produtos do

sensoriamento remoto são excelentes fontes de dados para produzir mapas de uso e cobertura

da terra. Esses mapas são gerados a partir de técnicas de processamento de imagens, como a

classificação digital. Para uma melhor classificação os produtos obtidos por meio de

processamento digital de imagens devem ter sua acurácia avaliada a partir de uma verdade de

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campo a fim de oferecer uma maior confiabilidade e facilitar o processo de tomada de decisão

(POWELL et al., 2004).

Portanto as geotecnologias têm importante papel na gestão pública e ambiental de

territórios e nos diversos estudos dos fenômenos físicos ou sociais, pois o uso e ocupação da

terra são temas básicos para o planejamento ambiental porque retrata as atividades humanas

que podem significar pressão sobre os elementos naturais. De forma geral, o uso e a ocupação

têm toda uma cadeia de planejamento, primeiro são identificados os tipos de uso, depois ocorre

uma caracterização pela intensidade de uso e indícios de manejo e por fim pode-se obter valores

quantificados do percentual de área ocupada (SANTOS; CARDOSO, 2007).

Para mitigar os problemas nos recursos naturais, torna-se imprescindível o

monitoramento do uso e da cobertura do solo em bacias hidrográficas, tornando possível obter

informações sobre as capacidades e limitações de uma bacia, utilizando - se informações

espaço-temporais do sensoriamento remoto, tornando mais fácil a tarefa de gerenciar esses

recursos naturais, fornecendo conhecimento aprofundado sobre a região (VEAZA et al., 2010).

Diante da carência de dados e informações da Bacia do Rio Xingu – MT, o estudo em

questão formará um banco de dados de informações geográfica, composto por imagens de

satélite e mapas de uso e ocupação do solo, que auxiliará na realização de futuros planejamentos

na região, marcada por constantes conflitos socioambientais devido a sua grande diversidade

de recursos naturais.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar a dinâmica da cobertura do solo da bacia hidrográfica do rio Xingu, de forma a fornecer

informações que servirão de base para diagnósticos ambientais e tomadas de decisões em

futuros planejamentos ambientais e gestão dos recursos naturais da bacia.

2.2 Específicos

- Mapear a cobertura do solo da bacia hidrográfica do rio Xingu localizada no Estado

de Mato Grosso no período de anos entre 1986 a 2017.

- Avaliar a dinâmica do uso e da cobertura do solo na bacia hidrográfica do rio Xingu –

MT.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Estado de Mato Grosso

O Estado do Mato Grosso é o terceiro maior Estado do Brasil, com uma área de 906.807,0

km², ficando atrás somente do Amazonas e do Pará, e está localizado na região Centro-Oeste

do país. A área urbana do Estado corresponde 519,7 km2, o que o coloca em 11º lugar no ranking

de Estados com maior mancha urbana. Devido à localização privilegiada no centro do

continente, em uma área de transição dos biomas Cerrado, Amazônia e Pantanal, tem

desenvolvido um papel importante no desenvolvimento nacional e na integração sul-americana.

O Estado de Mato Grosso, começou a ser explorado de forma moderna na segunda metade

do século XX, mais precisamente a partir da década de 1970, onde passou a receber incentivos

para que fosse ocupado seus territórios, através de programas federais e estaduais que em um

curto espaço de tempo se tornou uma referência na produtividade agropecuária (MORENO;

HIGA, 2005).

De acordo com o Governo de Mato Grosso (2017), o Estado é o segundo mais populoso

do Centro-Oeste, com 3.035.122,0 habitantes em 2010, ficando atrás apenas de Goiás, que tem

quase o dobro de habitantes (6.003.788) e com pouco mais que Mato Grosso do Sul (2.449.341).

Quanto ao clima o estado apresenta uma variedade de climas, prevalece o tropical super-

úmido de monção, com elevada temperatura média anual, superior a 24º C e o tropical,

caracterizado por médias de 23°C no planalto.

Quanto a hidrografia o Estado de Mato Grosso é um dos lugares com maior volume de

água doce no mundo. Considerado a caixa d'água do Brasil por conta dos seus inúmeros rios,

aquíferos e nascentes, o Estado tem as bacias hidrográficas mais importantes do Brasil: Bacia

Amazônica, Bacia Platina, Bacia do Tocantins e Bacia do Xingu (GOVERNO DO ESTADO

DE MATO GROSSO, 2017).

As principais sub-bacias do Estado são: Sub-bacia do Guaporé, Sub-bacia do Aripuanã,

Sub-bacia do Juruena-Arinos, Sub-bacia do Teles Pires e Sub-Bacia do Xingu, sendo assim

todos pertencentes as Bacias Amazônicas drenam 2/3 do território mato-grossense (GOVERNO

DO ESTADO DE MATO GROSSO (2017).

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3.2 Bacias Hidrográficas

No decorrer dos últimos anos, obteve-se uma crescente preocupação com a preservação

dos recursos naturais e hídricos, gerando uma consciência a respeito desta problemática

ambiental, assim questões como desmatamento, manejo sustentável, e conservação de florestas

e dos recursos hídricos passaram a ter grande destaque, inclusive na mídia internacional

(NARDELLI, 2001).

A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 225 definiu a necessidade de proteção e

preservação do meio ambiente e no decorrer dos anos após a Constituição Federal, foram

criados leis e decretos, que complementaram a gestão e proteção dos recursos hídricos, de forma

detalhada, fornecendo requisitos para a sua aplicação e cobrança (BRASIL, 1988).

No ano de 1997 foi promulgada a Lei 9.433/97 (Lei das Águas), a qual instituiu a

Política Nacional de Recursos Hídricos, relatando que a água é um bem de domínio público,

limitado, dotado de valor econômico e que em situação de escassez, o uso prioritário dos

recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais.

Segundo a Lei 9.433/1997 a bacia hidrográfica é a unidade territorial para

implementação da política nacional de recursos hídricos e atuação do sistema nacional de

gerenciamento de recursos hídricos. Viessman et al. (1972) define a bacia hidrográfica como

uma área definida topograficamente, drenada por um curso de água ou um sistema conectado

de cursos de água tal que toda vazão efluente seja descarregada através de uma simples saída

(exutório).

De acordo com Cardoso et al., (2006), o solo, água, vegetação e fauna, são os principais

componentes das bacias hidrográficas, geram todo um ecossistema e nesses compartimentos

naturais as bacias hidrográficas constituem indicadores das condições dos ecossistemas.

A bacia é uma fonte de dados para estudos qualitativos e quantitativos dos recursos

hídricos e até ambientais, onde pode ser tomada decisões para planejamento dos recursos

naturais e hídricos e analisar os padrões de uso da terra e suas implicações (PIRES et al., 2002).

Portanto uma bacia hidrográfica é uma fonte de informações como objetivo de favorecer

os estudos sobre impactos ambientais, pois os aspectos físicos, químicos e naturais geram

consequências diretas e indiretas sobre o seu sistema hídrico (SILVA, 2016).

De acordo com Vaeza et al. (2010), os estudos em bacias hidrográficas geralmente

utilizam imagens orbitais de alta resolução na obtenção de classes de uso e ocupação do solo.

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Essas imagens permitem a obtenção de resultados com qualidade e precisão, facilitando

a identificação das mais variadas classes de uso do solo, pois a classificação do uso do solo

deve ocorrer de acordo com as características e necessidades da região (SILVA et al., 2005).

3.3 Bacia Hidrográfica do Rio Xingu

A bacia hidrográfica do rio Xingu está situada dentro dos Estados do Pará e de Mato

Grosso e abrange cerca de 509,7 mil km², onde o rio Xingu é o seu principal curso d’água,

representando um dos principais afluentes do Rio Amazonas. A nascente do Rio Xingu está

localizada no Estado do Mato Grosso, em uma área de transição abrangendo dois biomas:

Cerrado e Amazônia, tendo a sua foz no Rio Amazona (VILLAS-BÔAS et al., 2012).

De acordo com Velásquez et al., (2010), a bacia se tornou uma forte referência da

diversidade socioambiental da Amazônia, sendo um símbolo da diversidade biológica e da

cultura brasileira. É uma região com grandes contrastes, suas águas percorrem o Estado de Mato

Grosso até chegar no Pará, percorrendo diversas paisagens tão diferentes como as pessoas que

são abastecidas por elas. Os primeiros 1,2 mil quilômetros, de curso de água do Xingu, estão

no Estado do Mato Grosso.

Nesse contexto, rio Xingu recebe contribuições de uma imensa rede de rios menores de

diferentes ordens, que formam a sua bacia hidrográfica, sendo mais de 82 mil quilômetros de

pequenos e médios rios e córregos formando uma complexa rede hídrica, formando uns dos

mais significativos e extensos corredores de áreas protegidas do mundo, que transita entre o

Cerrado e a floresta Amazônica, com 28 milhões de hectares, composto por Unidades de

Conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs) (VELASQUEZ et al., 2010).

Devido à grande extensão de suas áreas, constituída por dois biomas (Amazônico e

Cerrado), a bacia tem se tornado uma fonte de riquezas naturais, o encontro desses biomas

forma uma área de transição ecológicas, onde está localizado as nascentes do Rio Xingu,

formando uma grande variedade de vegetações.

3.3.1 Vegetação na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu

A área total da bacia hidrográfica do Rio Xingu – MT é de 153.044,80 Km²,

representando 17% da área do estado de Mato Grosso, a bacia é constituída pelos dois maiores

biomas do Brasil, bioma Amazônico e Cerrado, que representam uma área de 117.296,67 Km²

e 35.747,91 Km², respectivamente, conforme a (Figura 1).

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O bioma amazônico representa uma área de 483.668,56 Km² no Estado de Mato Grosso,

e 25% está na região da bacia do rio Xingu, o bioma do cerrado representa uma área de

(359.709,73 Km²) no Estado de Mato Grosso, apenas 10%, abrange a área da bacia do rio

Xingu.

O Cerrado abriga milhares de espécies de plantas, formando uma grande variedade de

paisagem, onde as espécies dominantes são ervas e os arbustos, formando uma estrutura

predominante de campo, com poucas árvores. Os processos de ocupação do cerrado, deixaram

a cobertura vegetal, reduzida a pequenos remanescentes, comprometendo a integridade da fauna

e flora. Na Amazônia, as árvores são grandes, de até 50 metros de altura, geralmente são as

formas predominantes na vegetação formando uma estrutura florestal que ocorrem milhares de

espécies da fauna e flora (VILLAS-BOAS, 2012).

3.3.2 Economia na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu

A bacia Hidrográfica do Rio Xingu, tem forte poder econômico no Estado, pois abrange

30 municípios direta e indiretamente (Figura 2), onde as principais atividades são: Agricultura,

Pecuária e a Extração de Madeira. Devido esses fatores, a bacia tem se tornado um palco de

investidores nacionais e internacionais, o que tem ocasionado transformações dos recursos

naturais ao longo dos anos.

Figura 1. Biomas da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu - MT

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De acordo com o IMEA – Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (2010),

a bacia do hidrográfica do Rio Xingu, é dividida em quatro macrorregiões que são: Norte,

Médio-Norte, Nordeste e Sudeste, (Tabela 1).

A macrorregião norte constituída unicamente pelo bioma amazônico, apresentando

condições de relevo impróprio para a agricultura, tornando a pecuária a principal atividade da

região. Na região médio norte se localiza o Planalto dos Parecis, fornecendo relevo, solo e clima

propícios para culturas perenes, tendo como polos econômicos os municípios de Sinop e

Sorriso.

Tabela 1. Munícipios com suas macrorregiões

Macrorregiões: Municípios

Norte Itaúba, Marcelândia, Nova Santa Helena, Peixoto de Azevedo.

Médio – Norte Claudia, Feliz Natal, Nova Ubiratã, Santa Carmem, Sinop, Sorriso, União

do Sul e Vera.

Nordeste

Alto Boa Vista, Água Boa, Bom Jesus do Araguaia, Campinápolis,

Canarana, Gaúcha do Norte, Nova Nazaré, Nova Xavantina, Querência,

Ribeirão Cascalheira, Santa Cruz do Xingu, São Félix do Araguaia e São

José do Xingu.

Sudeste Nova Brasilândia, Paranatinga, Planalto da Serra, Primavera do Leste,

Santo Antônio do Leste.

Figura 2. Municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Xingu – MT

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A macrorregião nordeste faz parte da Bacia Hidrográfica do Araguaia, no extremo sul

dessa macrorregião, possui o cerrado tendo como foco produtivo as culturas perenes e o restante

da macrorregião formado por pequenos trechos de savanas em sua maioria por florestas do

bioma amazônico, onde a pecuária se tornou o principal setor econômico, já o Sudeste está

situado sobre o bioma cerrado, onde a pecuária é a atividade econômica dominante, porém na

região do município de Primavera do Leste (porção norte), o destaque é para a agricultura,

sendo o município um polo econômico da região. (IMEA, 2010).

3.3.3 Terras e população Indígena

As terras indígenas na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu, representam uma área de

38359,30 Km², (Figura 3). De acordo com a FUNAI – Fundação Nacional do Índio (2017), as

terras que compõem a bacia são: O Parque do Xingu (com 2.649.284 hectares), Capoto/Jarina

(578.633 ha), Wawi (150.598 ha), Pequizal do Naruvôtu (27.991 ha), Bakairi (573 ha), Chão

Preto (12.221 ha), Maraiwatsede (5.738 ha), Marechal Rondon (100.481 ha), Parabubure

(225.655 ha), Pimentel Barbosa (32.699 ha) e Ubawawe (52.053 ha) (FUNAI, 2017; ISA,

2011).

No início da década de 1940, os índios da região central do Brasil, sofriam ameaças

devido o avanço da ocupação do território brasileiro, cuja meta era ocupar e integrar, devido

esse avanço o presidente Getúlio Vargas criou, em 1943, a Fundação Brasil Central (FBC) e a

Figura 3. Terras Indígenas na Bacia do Rio Xingu - MT

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Expedição Roncador-Xingu, com objetivo de abrir estradas para fornecer condições de

logísticas e explorar o potencial mineral da nação (ISA, 2011).

O maior índice populacional indígena na área da bacia do rio Xingu, está localizado no

Parque Indígena do Xingu – (PIX). De acordo com o Instituto Socioambiental – ISA (2017), as

terras indígenas que compõem a bacia do Rio Xingu – MT possui cerca de 28 povos indígenas,

com aproximadamente 16.099 habitantes indígenas, número crescente ao longo dos anos

(Tabela 2).

Tabela 2. Demografia Indígena na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu – MT.

FONTE: (ISA, 2017; FUNAI, 2017).

De acordo com a FUNAI (2017), todas as terras indígenas citadas na Tabela 4, estão

com o status de regularizada, isto é, após o decreto de homologação, foram registradas em

cartório em nome da União e na Secretaria do Patrimônio da União.

3.4 SIG – Sistema de informações Geográficas

De acordo com SILVA et al., (2012), o SIG faz parte do grupo de funções do

geoprocessamento, permitindo realizar uma integração da área de estudo com as mudanças

ocorridas, através de um espaço-tempo determinado, com o resultado podendo sugerir

requisitos para o uso e ocupação da área, sendo uma ferramenta para produção de mapas,

suporte para analise espacial de fenômenos e banco de informações geográficas (ASSAD,

1998).

O primeiro Sistema de Informação Geográfica (Geographic Information System - GIS)

foi implementado no Canadá em 1962, denominado Canadian Geographic Information System

(CGIS), com o objetivo de realizar um inventário de terras em âmbito nacional. Em 1968, o

Terra Indígena Etnia População

Indígena

Povos

Bakairi Bakairí 734 1

Capoto/Jarina Kayapó 1388 2

Chão Preto Xavante 56 1

Maraiwatsede Xavante 781 1

Marechal Rondon Xavante 551 1

Parabubure Xavante 3819 1

Parque do Xingu Kisêdje - Kayapo 6090 16

Pequizal do Naruvôtu Nambikwára 69 1

Pimentel Barbosa Xavante 1759 1

Ubawawe Xavante 395 1

Wawi Kisêdje 457 2

TOTAL: 16099 28

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Departamento de Censo dos EUA desenvolveu o DIME (Dual Independent Map Encoding)

para a representar de forma digital as redes de estradas e zonas censitárias e esse sistema foi

baseado na codificação de nós (interseção de ruas) e de áreas (quarteirões).

Em 1969, foi fundado o Environmental Systems Research Institute - ESRI, na

Califórnia, que se dedicou, na década de 70, ao desenvolvimento de um plano de reconstrução

das cidades de Baltimore, Maryland, em 1991. A ESRI lançou uma versão “desktop” SIG com

baixo custo e manuseio mais fácil, o ARCVIEW GIS, para promover uma grande variedade de

dados de alta qualidade (MORAES, E. C. de, 2002).

No Brasil, segundo Xavier-Da-Silva (2001), os estudos de Geoprocessamento e dos

Sistemas Geográficos de Informação (GIS) foram iniciados em 1975, através do projeto

RADAMBRASIL para otimizar a geração, armazenamento, recuperação e análise de dados

ambientais como geomorfologia, solos, vegetação e outros de todo o território brasileiro. A

quantidade de informação foi produzida a um custo extraordinário, inclusive com perda de vidas

em diversas situações de engajamento profissional durante a existência do projeto.

No ano de 1984, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) estabeleceu um

grupo específico para desenvolvimento de tecnologia de geoprocessamento e sensoriamento

remoto (a Divisão de Processamento de Imagens – DPI). De 1984 a 1990, a DPI desenvolveu

o SITIM (Sistema de Tratamento de Imagens) e o SGI (Sistema Geográfico de Informação),

para ambiente PC/DOS e, a partir de 1991, o SPRING (Sistema para Processamento de

Informações Geográficas), para ambientes UNIX e MS/Windows (INPE, 2002)

O geoprocessamento de informações cartográficas se desenvolveu de forma rápida

devido a evolução da tecnologia de programas (softwares) e das plataformas (hardwares), onde

são executados, tornando-se mais fácil a sua manipulação com usuários não especialistas. O

SIG é essencial para auxiliar nas tomadas de decisões onde envolve planejamento de territórios,

recursos ambientais e a sua aplicação é através de um banco de dados, que constitui informações

com uma base georreferenciada de dados, passível de ser manipuladas por meio de programas

(SALAMUNI, et al., 2001).

Além disso, o SIG oferece funções como tratamento de imagens digitais e até funções

matemáticas. Dentre as diversas áreas que o SIG abrange, estão o manejo de bacias

hidrográficas, onde se tem a capacidade de armazenar, manipular e visualizar uma grande

quantidade de dados em uma área de estudo gerando modelos hidrológicos, fornecimento de

dados de uso e ocupação do solo; planejamento e gerenciamento de equipamentos urbanos e

monitoramento ambiental, para tomada de decisões (BECKER, 2002).

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3.5 Sensoriamento Remoto

O Sensoriamento Remoto abrange um conjunto de atividades e informações que permite

uma obtenção de dados dos objetos que estão na superfície terrestre, sem contato direto com os

mesmos. Estas atividades envolvem a detecção, aquisição e análise da energia eletromagnética

emitida ou refletida pelos objetos terrestres e registradas por sensores remotos (MORAES,

2002).

Dentre todo conjunto de sensoriamento remoto disponível, as fotografias aéreas e as

imagens de satélites são as ferramentas mais utilizadas em trabalhos de exploração e

monitoramento ambiental, e são obtidas por meio de modernos sensores, aeronaves e

espaçonaves.

O sensoriamento se divide em duas etapas: a primeira é relacionada a estrutura do

satélite, estações de recepção, fontes de radiação e sensores; e a segunda etapa é parte do

geoprocessamento de imagens. O registro de um ambiente ocorre através de interações entre a

Radiação Eletromagnética (REM) e as substâncias existentes na superfície da terra (NOVO,

1988; NOVO, 2008).

De acordo com Avelino (2006), o uso das técnicas de Sensoriamento Remoto e os

avanços da tecnologia e do geoprocessamento tornaram-se ferramentas promissoras, que no

Brasil, serão imprescindíveis para execução de diagnósticos, planejamentos, monitoramento e

geração de modelos. O sensoriamento é uma tecnologia que depende de várias ciências e tem

seus avanços diretamente ligados aos avanços destas com o principal objetivo de expandir a

percepção do ser humano através de uma visão panorâmica, através de uma aquisição área ou

espacial.

De acordo com Florenzano (2002), as principais áreas de aplicação do sensoriamento

remoto são:

- Geologia: mapeamento geológicos de uma região, previsão de acidentes geológicos

- Agricultura e Silvicultura: confecção do inventário agropecuário, mapeamento de

solos, delimitação de áreas afetadas por pragas e insetos, detecção de incêndios florestais e seu

mapeamento, na determinação do volume de madeira para corte e em cálculos de produtividade

de pastagens.

- Geografia: as principais aplicações do Sensoriamento Remoto referem-se ao estudo

das modificações impostas ao meio pelas atividades humanas.

Suas principais aplicabilidades estão nos mapas de uso da terra, planejamento urbano e

utilização de recursos naturais que são áreas beneficiadas por essa técnica (AVELINO, 2006).

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3.6 Classificação de Imagens de Satélites

A classificação é um dos processos utilizados para analisar informações em imagens e tem

como fundamento associar cada pixel da imagem a um determinado rótulo, obtendo-se como

resultado um determinado tema. Existem essencialmente duas abordagens na classificação de

imagens multiespectrais de sensoriamento remoto: a classificação supervisionada e a não-

supervisionada (CROSTA, 1992).

No uso das técnicas de classificação de imagens para o mapeamento da cobertura das

terras, as classes normalmente estão ligadas a diferentes formas de coberturas, como florestas,

áreas urbanas, corpos d’agua, culturas agrícolas, seguindo um padrão de acordo com o objetivo

do levantamento.

A interpretação visual de imagens de satélites é um método muito utilizado para o

mapeamento do uso e cobertura do solo, porém apesar de ser um método viável exige uma

demanda elevada de tempo para áreas muito extensas. As técnicas de processamento de

imagens digitais podem ser classificadas em três conjuntos: técnicas de pré-processamento,

técnicas de realce e técnicas de classificação (VASCONCELOS & NOVO, 2004; REIS et al.,

2005).

As técnicas de pré-processamento fazem a transformação dos dados brutos em dados

corrigidos, as técnicas de realce melhoram a qualidade visual da imagem, cooperando para a

interpretação visual e as técnicas de classificação estão relacionadas a manipulação e operações

entres bandas em uma mesma área geográficas. Essas técnicas permitem uma vasta combinação

de bandas, formando imagens que permitem uma melhor compreensão dos dados, porém em

alguns casos pode ocasionar perda de informação devido a resolução (REIS, et al., 2005).

Na classificação supervisionada, inicialmente utiliza-se um conjunto de amostras para

cada classe que se deseja analisar, essas amostras são áreas delimitadas sobre uma imagem, e a

definição das classes que serão mapeadas e as áreas que serão utilizadas, exige um

conhecimento prévio da área, esse conhecimento pode ser teórico, ou seja, onde se sabe o

comportamento espectral dos alvos ou prático, onde tem maior custo pois exige visitas ao

campo para realizar o levantamento (QUARTAROLI & BATISTELLA, 2006).

Portanto, a classificação não supervisionada são implementada por meio do

agrupamento de pixels, através de métodos computacional, onde não se tem um conhecimento

sobre as classes existentes na imagem, isto é, a partir de algoritmos próprios, onde a cada pixel

é examinado e agregados em classes com base nos agrupamentos naturais presentes na imagem,

atribuindo a cada pixel uma determinada classe, como esse método não exige um conhecimento

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sobre os dados antes da classificação, cabe o analista responsável após a classificação,

determinar um significado para cada classe (DAINESE, 2001; REIS et al., 2005; LILLESAND

et al., 2004).

3.7 Imagens LandSat

As imagens de satélites obtidos por meio digital fornecem informações da superfície da

terra, que pode ser classificada e manipulada conforme cada objetivo, esse processo está

baseado na distinção e identificação de diferentes alvos que possuem comportamentos

espectrais diferenciados, o que permite a sua classificação.

O programa Landsat foi lançado com objetivo de oferecer registro contínuo da

superfície da terra, fornecendo imagens de parâmetro visual, cujos dados fornecem uma melhor

compreensão de coisas desde os recifes de corais até as geleiras da Antártica. Oprograma foi

projetado pela NASA (Agência Espacial Americana) no fim da década de 60 e integrou vários

satélites tais como: LANDSAT 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7 e 8 lançados em 1972, 1975, 1978, 1982, 1984,

1993, 1999 e 2013, respectivamente (NASA, 2017).

De acordo com a agência espacial americana (NASA), os sensores a bordo do Landsat

são dos mais variados tipos, como: MSS (Multispectral Scanner System) e RBV (Retum Beam

Vidicon) no Landsat 1, 2 e 3; sensor MSS E TM (Thematic Mapper) no LANDSAT 4 e 5, e

sensor ETM no Landsat 6, 7 e 8.

De acordo Ferreira et al. (2008) O sensor TM possui características com resolução

espacial de 30 m x 30m, suas bandas estão alocadas na região do visível, com o infravermelho

próximo e médio, com resolução temporal de 16 dias e com imagens de 8 bits e o sensor ETM,

teve algumas inovações em relação ao sensor TM, entre estas, constitui de uma banda

pancromática de 15 m, sendo composto por 8 bandas espectrais, que podem ser combinadas em

diversas composições coloridas (RODRÍGUEZ, 2000).

Em 1 de março de 1984, a NASA lançou o Landsat 5, o último satélite Landsat

originalmente mandado pela agência, foi projetado com Sistema de Scanner Multispectral

(MSS) e os instrumentos Thematic Mapper (TM), o Landsat 5 apresenta uma órbita quase polar

de aproximadamente 98° de inclinação, em órbita da Terra a uma altitude de 705 km. No Brasil,

quase que a totalidade dos trabalhos desenvolvidos na área de recursos naturais, utiliza dados

coletados pelo sensor TM (NOVO, 1988; CHUVIECO, 1990; RODRIGUES, 2000).

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O Landsat 7, foi lançado com sucesso em 15 de abril de 1999, da Western Test Range

da Base Califórnia, tendo o sensor Enhanced Thematic Mapper Plus (ETM +), sendo

considerado o satélite de observação mais precisamente calibrado, ou seja, suas medidas são

extremamente precisas quando comparadas às mesmas medidas feitas no chão, oferece também

recursos adicionais que o tornam um instrumento mais versátil e eficiente para estudos de

mudanças globais, monitoramento e avaliação de cobertura da terra e mapeamento de grandes

áreas do que seus antepassados de design.

Em 11 de fevereiro de 2013, foi lançado o Landsat 8 considerado o futuro dos satélites

Landsat, com objetivo de coletar dados valiosos de imagens para serem utilizados na

agricultura, educação, negócios, ciência e governo. O Landsat 8 foi desenvolvido como uma

colaboração entre a NASA e o US Geological Survey (USGS) (NASA, 2017).

O satélite possui uma carga útil de dois sensores, o Operational Land Imager (OLI) e o

sensor de infravermelho térmico (TIRS). O Landsat tem ciclo de repetição de 16 dias, e seus

dados são adquiridos em faixas de 185 km e segmentados em cenas de 185 km × 180 km

definidas no sistema de referência mundial (WRS-2) de caminho (groundtrack paralelo) e linhas

(paralelo de latitude) (ROY et al., 2014; ARVIDSON et al., 2001; KNIGHT & KAVRAN,

2014).

Para que as imagens digitais possam ser manipuladas em informações para estudo, torna

-se necessário dispor de um sistema de análise das imagens, que são geradas através do

sensoriamento remoto, se desdobram em resolução espacial e resolução temporal.

A resolução espacial é a capacidade do sistema sensor em analisar objetos na superfície

da terra, pois quanto menor o objeto na superfície, maior a resolução espacial, devido a isso o

tamanho da área dependerá da resolução espacial do sensor, que deverá ser compatível com a

escala de mapeamento (MAZZA et al., 2000).

A resolução temporal está ligada ao intervalo de tempo que cada satélite passa por uma

área, isto é, quanto maior o número de passagens por esta mesma área, maior será a

possibilidade de se obter imagens de boa qualidade e quanto menor o intervalo de passagens

sobre o mesmo alvo maior é a periodicidade, devido isso para o monitoramento de processos

bastante dinâmicos, como o uso e ocupação do solo a resolução temporal se torna fator base

para obter informações (IBGE, 2016).

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3.7 O uso e a ocupação do solo

No Brasil, foi exposto sempre foi evidente os conflitos gerados por disputa de terras,

gerando debates e questionamentos sobre o uso e a ocupação desordenada do solo,

principalmente em regiões de grandes latifúndios e terras indígenas, então neste contexto, o

termo uso e cobertura do solo tem sido tema de conferências e debates ao redor do mundo.

Os estudos de uso e ocupação do solo são uma importante ferramenta de planejamento

e de orientação para tomadas de decisões no gerenciamento dos recursos naturais, pois as

informações são obtidas através de dados de impactos ambientais, provenientes de

desmatamentos, perda da biodiversidade, mudanças climáticas, e impactos gerados pelos altos

índices de urbanização. Para isso são necessárias diversas atividades para a sua elaboração que

envolve trabalhos desde pesquisas de escritório a levantamentos em campo (IBGE, 2016).

Santos et al., (2007), descreve que as interferências do homem no meio ambiente vêm

gerando, uma insustentabilidade do meio ambiente, formando um ciclo degradador, provocado

pelo manejo irracional dos solos, intensa utilização de insumos, gerando consequências

irreversíveis e alterações que estão acima da capacidade de suporte do solo, o que compromete

o equilíbrio de todo o ecossistema e de toda a sociedade.

Para minimizar tais efeitos, deve se estabelecer um sistema de conservação do solo,

através dos estudos de uso e da ocupação do solo pode-se realizar a identificação de processos

e as alterações de uma paisagem ao longo do tempo. Santos et al., (2000), relata em um estudo

da influência do tipo da cobertura vegetal sobre a erosão no semi-árido paraibano que a

cobertura vegetal de bacias hidrográficas está sujeita a modificações sejam naturais ou

artificias, produzindo os mais variados tipos de impactos no meio ambiente.

De acordo com Tucci; Clarke (1997) os componentes do ciclo hidrológicos ocasionam

alterações sobre o uso e o manejo do solo em bacias hidrográficas. Os estudos de impacto do

uso do solo sobre o comportamento hidrológico são fundamentais na preservação e uso dos

recursos hídricos.

Valente et al. (2005) relata que o conhecimento do uso e cobertura do solo é um pré-

requisito indispensável para melhor dimensionar o planejamento das ações de preservação,

conservação e recuperação de uma paisagem. Uma das ferramentas mais utilizadas para esses

levantamentos são as geotecnologias, pois através das observações de campo ou por imagens

orbitais pode se estabelecer uma classificação de uso da terra, monitoramento de bacias

hidrográficas e dos seus componentes (BARROS et al., 2006).

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Vasconcelos et al. (2017), utilizou as ferramentas do sensoriamento remoto para

mapeamento da dinâmica do uso do solo na bacia hidrográfica Mutum (MT) no período de 1980

a 2010, em seis tipos de classes de uso e ocupação do solo para as diferentes datas, seguindo o

Manual técnico de uso da terra (IBGE, 2006).

As geotecnologias envolvem o processamento, análise e fornecimentos de referência

geográfica, e se destaca o sensoriamento remoto e o sistema de informações geográficas que

em conjunto tem permitido diversos levantamentos de uso e ocupação do solo (SILVA et al.,

2013; ROSA, 2005).

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Caracterização da área de estudo

A área de estudo está localizada na região norte-nordeste do Estado de Mato Grosso,

conforme a Figura 4. A bacia hidrográfica do rio Xingu - MT ocupa uma área de 17 milhões de

hectares, sendo responsável por 1/3 da área total da bacia do rio Xingu. Atualmente, nela vivem

26 povos indígenas e inúmeras populações, sua área é coberta pelo bioma amazônico (79,69%)

e o cerrado (20,21%).

As águas do Xingu apresentam uma grande biodiversidade aquática e as suas margens

constituem uma enorme diversidade biológica. Os principais rios formadores do Xingu nascem

em áreas de bioma Cerrado, atravessam uma zona de transição para o bioma Amazônico

Os primeiros 1,2 mil quilômetros de curso de água do Xingu estão no Estado de Mato

Grosso, sendo constituída de 15 sub-bacias no Estado. Entre seus principais rios contribuintes

estão o Manissauá-Miçu, e o Suiá-Miçu, ambos têm como característica marcante a presença

de áreas alagáveis, formadas por uma vegetação de grande heterogeneidade, como veredas,

matas alagadas, várzeas, buritizais, campos úmidos, dentre outras (VELASQUEZ et al., 2010).

Figura 4. Área e localização da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu - MT

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4.2 Análises do uso e ocupação do solo

Para o estudo em questão foram utilizadas as ferramentas de geotecnologias disponíveis,

onde foi realizado um levantamento das modificações ocorridas na bacia hidrográfica, através

da elaboração e interpretação de mapas temáticos do uso e ocupação do solo entre os períodos

de 1986 e 2017, conforme a (Tabela 3).

Tabela 3. Período de obtenção das imagens de satélite

Os procedimentos foram executados na seguinte ordem: aquisição e processamento das

imagens e hidrografia; delimitação da bacia hidrográfica; definição das classes de uso e

ocupação do solo e classificação supervisionada; quantificação das áreas classificadas; e

interpretação dos resultados.

A obtenção de imagens dos satélites LANDSAT 5 e LANDSAT 8 foi realizada através

do banco de dados do USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos) por meio do site

<https://earthexplorer.usgs.gov/>, no período seco do ano que vai de junho a agosto, período

com menor número de nuvens nas imagens.

Esse período obtemos as melhores respostas espectrais dos alvos, como os índices

foliares, que podem variar conforme os períodos de precipitação e durante o período da seca as

áreas agrícolas encontram-se em pousio diferindo da vegetação florestal, fornecendo uma

melhor qualidade para a classificação das imagens.

A hidrografia da bacia do Rio Xingu – MT foi obtida no Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE, 2016). O software utilizado para execução do trabalho, bem como nas

análises e processamento das imagens, foi o ArcGis 10.2.

Ano (s) Período (meses) Satélite Sensor Resolução

Espacial

Projeção

1986 Junho – Agosto Landsat 5

TM (Thematic

Mapper)

30 m UTM WGS84

1996 Junho – Agosto Landsat 5

TM (Thematic

Mapper)

30 m UTM WGS84

2006 Junho – Agosto Landsat 5

TM (Thematic

Mapper)

30 m UTM WGS84

2017 Junho – Agosto Landsat 8

TM (Thematic

Mapper)

30 m UTM WGS84

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4.3 Processamento digital de imagens e hidrografia

Para a área de estudo foram elaborados mosaicos e a composição de bandas falsa cor,

com a combinação das bandas 5-4-3 e 6-5-4 para as imagens dos satélites Landsat 5 e 8,

respectivamente. Esses procedimentos foram realizados com auxílio dos softwares ArcGis.

A delimitação da bacia hidrográfica do Rio Xingu, foi realizada por meio de uma

extensão do ArcGis intitulada ArcHydro, que é conjunto de ferramentas para análises

hidrológicas.

4.4 Classificação das imagens

A classificação das imagens foi dividida em três classes temáticas de uso e ocupação do

solo baseado no sistema de classificação do IBGE, de acordo com a Tabela 4.

Na quantificação das classes de uso do solo, o bioma do cerrado entrou como AA/SE/C,

devido à dificuldade em se distinguir as áreas que realmente são cerrados com as áreas abertas,

pois cerrado possui a vegetação tipo savana, ou seja, com muitos indícios de herbáceas de

poucas árvores de grande porte, sendo na maioria vegetação de médio a baixo porte.

Após a classificação foram gerados mapas de uso e ocupação do solo, onde foram

disponibilizadas informações de mudanças e transições de cada classe, levantamento das suas

áreas e porcentagens de ocupação no período estudado. Os mapas de uso e ocupação do solo,

foram elaborados para os seguintes anos: 1986, 1996, 2006 e 2017, de acordo com as classes

estabelecidas na Tabela 4. Os mapas das transições ocorridas na paisagem de acordo com as

Tabela 4. Classificação de Uso e Ocupação do Solo

Nome das classes – Código Descrição

Área Antropizada - Solo

Exposto - Cerrado – 1

AA/SE/CE

Corresponde áreas urbanizadas, áreas de mineração,

cultura temporárias e permanentes, pastagens, uso não

identificado, terras ocupadas de forma irregular, solo

exposto e Cerrado.

Floresta- 2

Unidades de conservação de uso integral e sustentável,

áreas de extrativismo animal e vegetal, terras indígenas,

cobertura florestal densa, alta e de grandes extensões.

Hidrografia – 3 Corpos hídricos.

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classes, foram gerados a cada 10 anos e para o período total da seguinte forma: 1986/1996,

1996/2006 e 2006/2017.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica do rio Xingu - MT

O resultado da classificação das imagens dos anos 1986, 1996, 2006 e 2017 está

apresentado na Figura 5. A classe de uso na tonalidade verde apresenta o uso do solo em

Floresta, em tons de rosa o uso do solo de área antropizada, solo exposto e cerrado – AA/SE/C

e em a tonalidade azul representa a classe de Hidrografia.

Podemos observar visualmente na Figura 5 a transformação e perdas das áreas de

florestas nos diferentes períodos analisados e consequentemente o ganho em áreas de AA/SE/C.

Na Figura 6 podem ser observados os valores de áreas em quilômetros quadrados (Km²)

de cada classe de uso e ocupação do solo nos seguintes períodos: 1986, 1996, 2006 e 2017.

A área total da bacia hidrográfica do Rio Xingu – MT é de 153044,80 Km². No ano de

1986 a área de floresta representava 69% da área total (105650,81 Km²), as áreas antropizadas,

solo exposto e cerrado - AA/SE/C, representava 29,6% (45299,95 Km²) e a hidrografia

representava 1,4% (2094,04 Km²) da área total.

Figura 5. Mapas de uso e ocupação do solo da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu - MT

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Entre os anos de 1986 e 1996, verifica-se que a transição das áreas de floresta para

AA/SE/C, gerou acréscimo nas áreas de AA/SE/C passando de 45299,95 Km² em 1986 para

53473,82 Km² em 1996, isto é, acréscimo de 8174,87 Km² para as áreas de AA/SE/C.

A maior transição de áreas de floresta para AA/SE/C, ocorreu entre os anos de 1996 -

2006, onde as áreas AA/SE/C passou de 53473,82 Km² de AA/SE/C em 1996 para 65409,58

Km² de AA/SE/C em 2006.

As áreas de floresta ainda decaíram no próximo período analisado chegando em

81560,30 Km² no ano de 2017 e consequentemente ocorreu acréscimo das classes de AA/SE/C

tendo uma área de 70970,03 Km² no mesmo ano.

No período entre 2006 e 2017 ocorreu redução nos valores de transição das áreas de

Floresta para AA/SE/C. Neste período ás áreas ocupadas com floresta reduziu 3,3%, cerca de

5114,38 Km². Na Figura 7, pode-se analisar a dinâmica das classes de hidrografia nos diferentes

períodos analisados, pois conforme a Figura 6, ocorreu uma redução drástica de 1131,53 Km²

em valores de área, entre os anos de 1986 e 1996.

Nos anos de 1996 e 2006 as classes de áreas de hidrografia manteve padrão em extensão,

conforme os valores da Figura 6, no ano de 2017 nas classes de hidrografia ocorreu redução

Figura 6. Área para as classes de uso e ocupação do solo nos anos de 1986, 1996, 2006 e 2017

na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu -MT

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

1986 1996 2006 2017

105650,8198608,47

86674,6881560,30

45299,9553473,82

65409,5870970,03

2094,04 962,51 960,54 514,47

Áre

a e

m (

Km

²)

Ano

Floresta

AA/SE/C

Hidrografia

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34

novamente em extensão de área sendo 514,47 Km² conforme a Figura 6, podemos analisar

visualmente a redução das classes de hidrografia aos longos ano.

A redução das áreas de hidrografia consequente gera aumento nas áreas de solo exposto,

a redução drástica nas classes de hidrografia devido diversos fatores como o período de

obtenção das imagens e o assoreamento dos rios devido ao aumento nos índices de

desmatamento, entre fatores.

A redução devido ao período de obtenção de imagens está ligada aos leitos dos rios que

ocorrem variação em sua extensão em diferentes anos, ocasionando assim exposição do solo ou

não ao longo das suas margens, outro parâmetro devido no momento da classificação as classes

de AA/SE/C, próximo aos leitos dos rios entrou como classes de hidrografia, por causa da

coloração da imagem.

. Quanto ao assoreamento Trancoso et al., (2005) relata que a cabeceira do Rio Xingu

que está localizada em região de transição de biomas, sendo perturbada pela expansão da

fronteira agrícola, consequentemente pelo desmatamento, esses fatores estão ocasionando

problemas hidrológicos e a redução da vazão dos rios que compõem a bacia.

Na (Figura 8), pode-se observar as mudanças nas classes de uso e ocupação do solo nos

diferentes períodos analisados. Verifica-se que os maiores índices de transição estão entre os

períodos de anos 1996 – 2006, período que ocorreu maiores mudanças na área da bacia,

principalmente na transição das áreas de florestas para AA/SE/C.

Figura 7. Classes de Floresta e Hidrografia na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu

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35

Nos períodos de 1986 a 1996 e de 1996 a 2006, os maiores indíces de transição das áreas

de floresta para AA/SE/C, ocorreram nas extremidades leste e oeste da área da bacia, devido a

criação de estradas na região e outro fator que podem ter influenciado foram as politicas da

imigração para o Estado. No período de 1996 a 2006, ocorreu a maior dinâmica de transição

das áreas de floresta para as AA/SE/C, pois neste período ocorreu grande avanço das expansões

agrícolas no Estado.

Durante o período de 2006 a 2017 ocorreu uma redução da transição de floresta para

AA/SE/C, devido a criação de políticas públicas para reduzir o desmatamento. Outro fator que

reduziu a transição de área de floresta para AA/SE/C foi a pressão dos povos indígenas e da

comunidade ambientalista da região da bacia. (TEIXEIRA; SOARES-FILHO, 2009).

Na Figura 9 observa-se as áreas que permaneceram nos diferentes períodos analisados,

nas classe de uso e ocupação do solo, na tonalidade verde apresenta a persistência do uso do

solo de floresta, em tons rosa persistência do uso do solo de AA/SE/C e na tonalidade azul

representam a persistência da classe de hidrografia nos diferentes períodos analisados.

Observa-se na Figura 9, entre os anos de 1986 e 2006 a ocupação por florestas nas

extremidades leste, oeste e sul da bacia, pois nessas extremidades neste perídodo já existiam as

estradas e rodovidas, fornecendo acesso a região. Verifica-se que entre os anos de 2006 e 2017,

as classes de florestas permaneceram na região norte e central da bacia, nesta região composta

por terras indígenas, devido a isso o desmatamento foi reduzido na região.

Figura 8. Mapas de mudanças entre os diferentes períodos na Bacia Hidrográfica do Rio Xingu

- MT

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Mesmo com a pressão ambiental e aumento no efetivo da fiscalização ambiental, os

recursos naturais, em terras indígenas ainda estão sujeitas ao desmatamento ilegal. Segundo o

MMA no ano de 2005 foram desmatados 135,5 mil ha de terras indígenas que compõem a bacia

hidrografica do Rio Xingu.

A política de imigração foi o principal fator de aberturas de áreas no Estado de Mato

Grosso, pois gerou construção de estradas e rodovias, aumentou a produção agropecuária, as

fronteiras agrícolas, a densidade populacional, desmatamento, queimadas, ocasinando assim o

uso desordenado dos recursos naturais.

Devido a carência de estrutura física e humana para fiscalizar e incentivar o uso correto

desses recursos, esses fatores ainda permancem na região da bacia do Xingu até os dias atuais,

principalmente o desmatamento e aberturas de áreas ilegais.

Segundo Siqueira (2002), o primeiro movimento migratório com o objetivo de ocupar e

colonizar as terras mato-grossenses, foi a Marcha para o Oeste, implementada durante o

governo do Presidente Getúlio Vargas em meados da década de 30.

A Marcha para o Oeste, tinha como objetivo mapear e criar núcleos populacionais em

diversas áreas no Estado de Mato Grosso, atuou ativamente na região leste do estado, no Vale

do Araguaia e no município de Barra do Garças, tendo com os primeiros resultados dessa

atuação, o município de Nova Xavantina, que faz parte da área da bacia hidrográfica do rio

Xingu – MT (JUNIOR, 2003).

Figura 9. Mapas de persistência entre os diferentes períodos na Bacia Hidrográfica do Rio

Xingu - MT

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O governo do Estado de Mato Grosso, inicou nas décadas de 50 e 60 oferta das terras

nas regiões Norte e Noroeste do Estado, ambas regiões representam áreas significativas na bacia

do rio Xingu – MT, representando 17 municípios, conforme a Tabela 1.

As vendas das terras eram com intuito que as áreas fossem colonizadas formando novos

núcleos urbanos e rurais, no entanto, não obteve muito sucesso, pois ao invés de surgir,

aumentou a concentração de grandes extensões de terras na mãos de grandes latinfundiários

(CUNHA, 2006; JUNIOR, 2003).

Neste mesmo período ocorreu a construção das primeiras estradas amazônicas “Cuiabá

– Santarém (BR – 163), Cuiabá – Porto Velho - Rio Branco ( BR – 364), Barra dos Garças –

Altamira (BR – 158)’’. A bacia hidrográfica do rio Xingu – MT está localizada entre rodovidas

federais BR – 163 e BR – 158, que fornecem acesso à uma uma grande região no Estado,

formando assim novas frentes de ocupação de colonos, garimpeiros, produtores rurais,

comerciantes e empresas privadas de outras regiões (LITTLE, 2002).

A partir de 1970, ocorreu reforço no processo de colonização por parte do governo, visto

que as terras que se situavam em MT eram consideradas “espaços vazios”, se tornando

necessária a abertura de áreas, principalmente no bioma amazônico. Porém esses espaços nunca

foram vazios, receberam esse título, pois o governo não levou em consideração as populações

locais e os recursos naturais da região, onde os seguintes discursos nacionalistas “integrar para

não entregar” e “terra sem homens para homens sem terra” imperou durante esse período

(BARROS, 2000; PORTO-GONÇALVES, 2001).

Segundo Silva; Sato (2012), esses incentivos de vendas de terras tinha como objetivo

central a criação de polos de desenvolvimento para projetos madeireiros, mineradores,

hidrelétricos e agropecuários, que ocorreram de forma totalmente desordenada e sem o devido

cuidado socioambiental, por falta de fiscalização e planejamento.

O desmatamento na área da bacia hidrográfica do rio Xingu – MT, aumentou de forma

progressiva, com o processo migratório, com a evolução do desmatamento e também está

relacionada ao aumento das fronteiras agrícolas e pecuária, pois o relevo e as condições

ecológicas da área da bacia favorecem a produtividade em larga escala. Atualmente o grande

desafio é conciliar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental, com

objetivo de reduzir ainda mais o ritmo do desmatamento.

De acordo com Ferreira et al. (2005), a dinâmica migrátoria inicia com o desmatamento,

por meio de aberturas oficiais ou clandestina de estradas que permitem a expansão humana e a

ocupação regular ou irregular das terras. Após a exploração predatória de madeiras nobres,

ocorre a conversão de floresta explorada em áreas para fins agrícolas ou pecuários,

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38

especialmente em grandes propriedades, sendo este fator responsável por cerca de 80% das

florestas desmatadas na Amazônia legal.

As causas no desmatamento são diversas e estão totalmente relacionadas, compreendem

desde incentivos fiscais, políticas de colonização, conflitos fundiários motivados pela ausência

de titularidade da terra e a pressão da reforma agrária (Soares-filho et al., 2004), avanço da

exploração madeireira, pecuária e a expansão das culturas agrícolas sobre áreas de pastagens

(Alencar et al., 2004), abertura de estradas e pavimentação. Formando assim um conjunto de

fatores, que promovem a aberturas de áreas, como consequência gerando super valorização de

suas terras (SOARES-FILHO et al., 2005).

De acordo com Teixeira; Soares-Filho, (2009), o avanço da ocupação mato-grossense

ocorreu do Sul para o Norte do Estado, com a migração principalmente de gaúchos, paranaenses

e, isoladamente, nordestinos.

O lado Leste e Oeste da Bacia do Xingu na década de 60, sediaram a implantação de

projetos de colonização da SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia),

INCRA. Na Figura 9 é totalmente evidente que o predomínio das classes de AA/SE/C, estão

nessas extremidades.

Na Bacia do Xingu, existem cerca de 70 mil quilômetros de estradas estaduais, federais

e vicinais, cuja infraestrutura é importante para estimular a economia, integrar locais distantes

e prover acesso a serviços públicos. Porém, a construção de infraestrutura de forma

desgovernada abre brecha para atividades de desmatamento, invasões de terra e migração

descontrolada, por não ser acompanhada de políticas de desenvolvimento sustentáveis

(VILLAS-BÔAS, 2012).

A partir da série histórica de monitoramento gerada pelo INPE, por meio do projeto

PRODES, foi possível apresentar as taxas de desmatamento anuais em Km² no Estado de Mato

Grosso.

Na Figura 10 observa-se que desde o ano de 1988 até o ano de 2006, as taxas de

desmatamento foram altas e constantes, ocorrendo pequena redução no ano de 1991, e nos anos

de 1995, 2003 e 2004, apresentaram os maiores índices de desmatamento com valores iguais a

10.391 km², 10.405 km² e 11.814 km² , respectivamente.

Esses valores confirmam os resultados obtidos nesse trabalho para evolução das classes

no uso e cobertura do solo apresentados na Figura 6, durante o período de 1996 a 2006 ocorreu

os maiores índices de transição das áreas de floresta para AA/SE/C. Esse comportamento

também pode ser visto nos mapas de transição de uso e ocupação do solo (Figura 8) e nos mapas

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de persistência (Figura 9), onde a mudança de floresta para AA/SE/C se tornou evidente entre

os anos de 1996 e 2006.

Os dados obtidos nesse estudos corroboram com os do Ministério do Meio Ambiente –

MMA, (2013), que relata que no Estado de Mato Grosso as maiores perdas em florestas

observadas na Amazônia ocorreu entre 1993 - 2005, representando mais da metade do

desmatamento total na região.

VILLAS-BÔAS, (2012) relata que a exploração madeireira no Xingu concentra-se

principalmente no polo central de Mato Grosso e reúne os municípios de Cláudia, Feliz Natal,

Vera, Marcelândia, Sinop, Santa Carmem e União do Sul, que no ano de 2009 extraíram 1,5

milhões de metros cúbicos de madeira, nas cabeceiras do Xingu cerca de 3,4 milhões de

hectares foram desmatados até o ano 2000, o que representa 19% de seu território.

No ano de 2016, no Estado do Mato Grosso foi explorado 3,4 milhões de metros cúbicos

de toras ano. Na região da bacia do Xingu, os munícipios que se destacaram na extração de

madeira em toras em metros cúbicos ano são: Sinop (779.406 m³), Feliz Natal (208.701 m³),

União do Sul (190.616 m³) e Marcelândia (103.727 m³), esses valores mostram que a produção

de madeira, ainda fornece forte peso na economia do Estado (IBGE, 2017).

51

40 59

60

40

20

28

40

46

74

62

20

62

20

10

39

1

65

43

52

71 6

46

6

69

63

63

69 7

70

3

78

92

10

40

5 11

81

4

71

45

43

33

26

78

32

58

10

49

87

1

11

20

75

7 11

39

10

75

16

01

14

89

13

41

Áre

a e

m k

Anos

Figura 10. Taxa de desmatamento anual em Km² na Amazônia Legal para o Estado de Mato

Grosso no período de 1988 – 2017. (PRODES-INPE, 2017).

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Na Figura 11, de acordo com o sistema PRODES/INPE (2017), estão munícipios da

bacia hidrográfica do rio Xingu – MT, que mais se destacaram em extensão de desmatamento

entres os anos de 2000 e 2016.

De acordo com Velásquez et al., (2010), outros fatores que estão relacionados ao

desmatamento é a expansão agrícola e pecuária. Com a intensificação da produção

agropecuária, entre os anos 2000 e 2007, mais 2,3 milhões de hectares foram desmatados, da

mesma forma que esses municípios se destacam na extensão de desmatamento no período

analisado, ambos também se destacam em tamanho por área, sendo justificável os valores da

Figura 11.

Os municípios de Querência, São Felix do Araguaia, Nova Ubiratã e São José do Xingu,

que apresentaram os maiores valores de desmatamento possuem área total de 17897,49 Km²,

16963,06 Km³, 12689,46 Km² e 7498,44 Km², respectivamente. Verifica-se que entre 2000 e

2016 esses municípios perderam aproximadamente 50% de suas áreas total.

A ocupação do bioma Cerrado iniciou-se ao fim da década de 60 através da expansão

da fronteira agrícola, políticas públicas federais de desenvolvimento. Essas políticas

relacionavam-se principalmente ao II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND: 1975-

1979) e seu Programa de Desenvolvimento dos Cerrados - POLOCENTRO.

1951,6

2283,3

2494,6

2626,1

2751,7

3557,7

3628

3654,5

3975,9

4341

4412,3

4513,6

5169,60

500 1500 2500 3500 4500 5500

Vera

Feliz Natal

Sinop

Paranatinga

Bom Jesus do Araguaia

Peixoto de Azevedo

Marcelândia

Gaúcha do Norte

Sorriso

São José do Xingu

Nova Ubiratã

São F. do Araguaia

Querência

Área em km²

Figura 11. Área em Km² do desmatamento da Bacia do Rio Xingu - MT no período de 2000 a

2016.

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Tais programas viabilizaram a ocupação das terras, favorecendo principalmente na

questão fundiária, estimularam a infraestrutura no campo, a modernização agrícola, criação de

obras viárias para o escoamento da produção, e linhas de crédito para finaciamento do setor

produtivo agropecuário (GOMES; TEIXEIRA NETO, 1993).

As áreas do bioma cerrado na bacia do rio Xingu – MT, cerca de 35747,91 Km², foram

amplamente voltada para a produção agrícola e pecuária, fazendo predominar na região os

grandes latifúndios. Isso transformou a região em produtora de monoculturas e pecuária

voltadas ao mercado internacional (EMBRAPA CERRADOS, 2005).

Na Figura 12, é possível observar a área total de ganhos e perdas para todas as classes

de uso e ocupação de solo estudadas na bacia do rio Xingu – MT.

Observa-se na Figura 12 que entre os períodos de anos de 1986 e 1996 ás areas de

florestas obtiveram uma perda de 11703,90 Km². Os valores de perdas de florestas continuaram

crescente, pois entre 1996 e 2006, os valores de perda chegaram a 16140,25 Km², ocorrendo

uma redução apenas no período de 2006 a 2017 com perdas de 8454,49 Km². Conforme

aconteciam as perdas de floresta, aumentavam os ganhos na classe de AA/SE/C, pois no período

de 1986 a 1996 a classe de AA/SE/C obteve um ganho de 12395,19 Km², e no periodo de 1996

– 2006 obteve ganho de 16253,12 Km².

Figura 12. Representação de ganhos e perdas nas classes nos diferentes períodos analisados.

-2,00

-1,50

-1,00

-0,50

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

Floresta Floresta AA/SE/C AA/SE/C Água Água

Áre

a (

10000k

m²)

1986-1996

1996-2006

2006-2017

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Na Figura 13 podemos observar os mapas de ganhos e perdas da classe de floresta entre

os seguintes peridos: 1986 a 1996, 1996 a 2006 e 2006 a 2017.

Observamos na Figura 13 no período de anos 1986 a 1996 as maiores perdas das classes

de florestas ocorreram nas extremidades leste e sul da bacia no períodos das 1996 a 2006 as

perdas das classes de florestas torna-se evidente na extremidades leste, sul e oeste da bacia,

principalmente no bioma amazônico.

Na Figura 13 fica evidente que a maior perda de floresta ocorreu no período de 1996-

2006, percebe-se também que a maior redução de florestas e consequentemente os ganhos de

áreas de AA/SE/C ocorreram no bioma amazônico.

De acordo com Brandão et al. (2006), entre 1999 a 2004 ocorreu o crescimento agrícola

na região centro-oeste, principalmente o cultivo da soja e o aumento da pecuária. No último

período analisado 2006 a 2017, ocorreu redução nos valores de perdas das classes de floresta

conforme a Figura 12 e consequentemente reduziu os ganhos de AA/SE/C.

Conforme já relatado o processo de colonização do Estado, que ocasinou desmatamento,

expansão agricola e a pecuária, no período de 1986 a 2006, foram os principais responsáveis

pelas aberturas de áreas na bacia hidrográfica do Rio Xingu – MT.

Azevedo; Saito (2009), relatam que entre os anos de 2000 e 2007 foram desmatado em

propriedades com licenciamento fornecido pela SEMA – MT (Secretaria de Meio Ambiente)

cerca de 1.420.500,50 hectares no estado do Mato Grosso, aumento de 32% comparado ao

período 1995 – 1999.

Figura 13. Mapas de ganhos e perdas das classes de Florestas nos diferentes períodos

analisados.

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O período 2006 – 2017, apresentou os menores valores de perdas e ganhos para as

diferentes classes estudadas, no entanto, verifica-se um agravante na Figura 13, a perda de

floresta em terras indigenas principalmente no Parque Indígena do Xingu, as terras indigenas

da bacia, principalmente as que estão localizadas no bioma amazônico estão em frequentes

conflitos com latifundiários e o mercado clandestino na extração de madeira.

Na década de 1980, o INCRA – (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária),

gerava incentivos para os ocupantes de terras públicas desmatarem até 50% da área total do

imóvel e assim disponibilizada o título da propriedade (BARRETO et al., 2008).

Mesmo com os altos índices de transição de área de Floresta para AA/SE/C, nesta época

já existiam políticas de restrições ao desmatamento como, o primeiro Código Florestal criado

em 1934 pelo Decreto 23.793 e atualizado em 1965 (Lei nº 4.771), entretanto, a fiscalização

era escassa, as multas leves e as penas apenas administrativas, o que levava ao não cumprimento

das medidas impostas.

Os aumentos das taxas de desmatamento presentes na Figura 10 e da perda das classes

de florestas na Figura 12, podem ser atribuídas, segundo Barreto e Araújo (2002) ao

crescimento do mercado da soja e da pecuária, tendo então um aumento na demanda crescente

por esses produtos. As atividades de pecuária e agricultura tem se tornado as principais

atividades econômicas desenvolvidas na Bacia do Rio Xingu – MT, ultrapassando a exploração

madeireira.

Esse dado é confirmado por Rivero et al., (2009) que relatam que os processos de

desmatamento basicamente se dividem em três categorias: expansão das pastagens e áreas

agrícolas, extração de madeira e expansão da infraestrutura. Essas mudanças no uso do solo

estão intimamente relacionadas como o crescimento econômico, ocasionando a mudança de uso

do solo, com a urbanização e o crescimento populacional que está ligado com fatores

estruturais, culturais e as políticas governamentais.

No Estado de Mato Grosso, a pecuária iniciou no século XVIII com a vinda de

portugueses e colonizadores, proprietários de terras, que trouxeram os primeiros gados para

abastecer a população dos garimpos cuiabanos e do interior do Estado, tornando-se a principal

atividade econômica até meados de 1970 (VASCONCELLOS, et al., 2009).

A partir daí, inicou a expansão das fronteiras agrícolas, liderando o setor econômico do

Estado. As propriedades rurais utilizadas para pastagens ocupam a maior extensão de terras no

Estado e sua prática predomina, principalmente na região pantaneira e na região norte de Mato

Grosso.

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Do ponto de vista econômico aproximadamente 70% do PIB de Mato Grosso está

diretamente ligado ao agronegócio, sendo a soja e o algodão os principais produtos de

exportação, seguidos do arroz, milho e pecuária (MORENO; HIGA, 2005; EGLER, 2007).

As atividades de pecuária e a expansão das áreas agricolas estão presentes nas pequenas

e grandes propriedades da bacia. O rebanho da bacia corresponde a 25% do Estado de Mato

Grosso. Já a soja responde por 33% da área colhida no estado e o plantio estende-se pelas áreas

mais planas e secas (VILLAS-BÔAS, 2012).

A pecuária tem se tornado representativa no Estado, são 6,5 milhões de cabeças, que

corresponde a 25% do rebanho do estado do Mato Grosso e a soja é o principal cultivo agrícola

da região do Xingu. Entre 1998 e 2004, a área cultivada com soja no Mato Grosso subiu de 2,6

milhões de hectares para 5,2 milhões, sendo a responsável por mais de 90% da produção da

região. O total de cabeças de gado na Amazônia Legal passou de 37,8 milhões para mais de

65,7 milhões (IBGE, 2004).

De acordo com o IBGE (2017), na área da bacia hidrográfica do rio Xingu, os

municípios com as maiores áreas de colheita da soja na safra 2016/2017 são Canarana,

Primavera do Leste e Paranatinga, com 986.657 hectares, 462.800 hectares e 403.000 hectares,

respectivamente.

Uma forma de otimizar a abertura de áreas na região da bacia é realizar práticas

alternativas de produção como a Integração Lavoura Pecuária Floresta e a recuperação e o

manejo de pastagens, mas o incentivo é reduzido na região outra possibilidade seria recuperar

as áreas degradadas e improdutivas e a criação de politicas publicas para despertar consciência

ambiental na população.

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45

6 CONCLUSÃO

A área de floresta da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu - MT apresentou redução

expressiva no período de 1986 a 2017 passando de 105650,8 Km² no ano de 1986 para 81560,3

Km² no ano de 2017.

As áreas AA/SE/C da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu – MT obteve acréscimo de 16,8

% passando de 45299,9 Km² no ano de 1986 para 70970,0 Km² no ano de 2017. No período de

anos entre 1996 a 2006 ocorreu o maior ganho de área de AA/SE/C, cerca de 16253,12 Km².

A maior perda de floresta na bacia ocorreu entre os anos de 1996 e 2006 cerca de

16140,25 Km². No período de 2006 a 2017 ocorreu redução nos valores de perda de floresta,

cerca de 8454,49 Km².

A maior parte das áreas de florestas que são convertidas em outros usos, não retornam

as suas condições naturais, o que demonstra a importância das atividades de controle para a

conservação da vegetação natural.

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