Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Lívia Clemente Motta Teixeira
Exercício físico, neurogênese e memória
Exercise, neurogenesis and memory
São Paulo
2013
Resumo
MOTTA-TEIXEIRA, L.C. Universidade de São Paulo, novembro de 2013. Exercício Físico,
aprendizado e Memória. Orientador: Gilberto Fernando Xavier
A neurogênese hipocampal é modulada por muitos fatores que incluem
envelhecimento, estresse, enriquecimento ambiental, atividade física e aprendizado.
Atividade física voluntária (espontânea) estimula a proliferação celular no giro denteado e
facilita a aquisição e/ou retenção de tarefas dependentes do hipocampo, incluindo o
Labirinto Aquático de Morris. Embora seja bem estabelecido que o exercício físico regular
melhore o desempenho em tarefas de memória e aprendizado, não está claro qual a duração
desses benefícios após o final da atividade física. Neste estudo investigamos a relação
temporal entre os efeitos benéficos da atividade física associado ao aprendizado de tarefa
dependente da função hipocampal, e sua relação com a neurogênese, levando em
consideração também o tempo decorrido desde o término da atividade física. Grupos
independentes de ratos tiveram acesso a roda de atividade ao longo de 7 dias (Grupo EXE)
ou roda bloqueada (Grupo Ñ-EXE) e receberam injeções de BrdU nos últimos 3 dias de
exposição roda. Após um INTERVALO de 1, 3 ou 6 semanas após o final da exposição a
roda de atividade após o final da exposição a roda de atividade, os animais foram testados no
labirinto aquático de Morris, sendo uma parte deles expostos a tarefa de memória
operacional espacial, dependente da função hipocampal (H), e outra parte a uma tarefa de
busca por uma plataforma visível, independente da função hipocampal (ÑH). Em ambos os
casos, o intervalo entre as tentativas (ITI) foi de 10 minutos durante as sessões 1-6 e
(virtualmente) zero minutos durante as sessões 7-10. Concluída a tarefa os cérebros foram
processados para imuno-histoquímica. Foram feitas imunoistoquímicas para a detecção de
Ki-67 (proliferação celular), BrdU, NeuN (para identificar neurónios maduros), e DCX
(para identificar imaturo neurônios). Nossos dados suportam a ideia que atividade física
voluntária induz um aumento na proliferação celular e na diferenciação neuronal
(neurogênese) no giro denteado. A introdução de um período de intervalo entre o final do
exercício e a execução da tarefa comportamental causa uma redução significativa na
sobrevivência dos novos neurônios, como observado com 1 semana de intervalo em
comparação com os animais testados com 6 semanas de intervalo. Em contraste, entretanto,
o presente resultado não confirma que esse aumento da neurogênese é acompanhado por
melhora na memória espacial, como avaliado por meio da versão que envolve memória
operacional no labirinto aquático de Morris. O aprendizado da tarefa do labirinto aquático de
Morris, na versão de memória operacional que é dependente do hipocampo, leva a um
aumento da sobrevivência dos novos neurônios que foram produzidos no período de
exercício, ao passo que o aprendizado da versão independente da tarefa leva a uma redução
do número absoluto de novos neurônios.
Palavras-chave: neurogênese, atividade física, aprendizado espacial, memória
espacial
Abstract
MOTTA-TEIXEIRA, L.C. University of São Paulo, in november 2013. Exercise, neurogenesis and memory.
Advisor: Gilberto Fernando Xavier
Hippocampal adult neurogenesis is modulated by many factors including age, stress,
environmental enrichment, physical exercise and learning. Spontaneous exercise in a
running wheel stimulates cell proliferation in the adult dentate gyrus and facilitates
acquisition and/or retention of hippocampal-dependent tasks including the Morris water
maze. While it is well established that regular physical exercise improves cognitive
performance, it is unclear for how long these benefits last after its interruption. In this
study, we investigate the temporal relation between exercise-induced benefits associated
with learning of a hippocampal-dependent task, this relationship with neurogenesis,
considering the time after exercise has ended. Independent groups of rats were given free
access to either unlocked (EXE Group) or locked (No-EXE Group) running wheels for 7
days, having received daily injections of BrdU for the last 3 days. The animals were then
transferred to standard home cages. After a time period of either 1, 3 or 6 weeks, the animals
were tested in the Morris water maze, one of them being exposed to the spatial working
memory task dependent on hippocampal function (H) and partly to a task search for a
visible platform, independent of hippocampal function (NH). In both cases, the interval
between trials (ITI) was 10 minutes during sessions and 1-6 and (virtually) zero minute
during the sessions 7-10. After the task brains were processed for immunohistochemistry.
Cell proliferation and net neurogenesis were assessed in hippocampal sections using
antibodies against BrdU, NeuN (to identify mature neurons), and DCX (to identify
immature neurons). Data of the present study confirm that exposure of rats to 7 days of
spontaneous wheel running increases cell proliferation and neurogenesis. In contrast,
however, the present results did not confirm that this neurogenesis is accompanied by a
significant improvement in spatial learning, as evaluated using the working memory version
of the Morris’ water maze task. The introduction of a delay period between the end of
exercise and cognitive training on the Morris water maze reduces cell survival; the number
of new neurons was higher in the EXE1 week delay group as compared to the EXE6 week
delay. We showed that learning the Morris water maze in the working memory task
dependent on hippocampal function (H) increases the new neurons survival, in contrast,
learning hippocampal-independent version of the task decreases number of new neurons.
keywords: neurogenesis, physical activity, spatial learning, spatial memory
INTRODUÇÃO
1
1. INTRODUÇÃO
A contínua geração e integração de novos neurônios no giro denteado, estrutura que
corresponde à principal via de entrada de informações no hipocampo e que regula do fluxo de
informações nesta estrutura nervosa, leva à ideia de uma relação entre neurogênese e
memória. Embora essa relação venha sendo extensivamente investigada, os resultados são
ainda controversos, requerendo estudos adicionais para se avaliar a contribuição desses
novos neurônios para funções cognitivas.
Neste trabalho, buscamos compreender a relação temporal entre neurogênese
estimulada por atividade física e o aprendizado de tarefas dependentes do hipocampo, após o
término do exercício. Essa abordagem permitirá avaliar os benefícios gerados pelo exercício
físico regular nas funções cognitivas e como os mecanismos de plasticidade ativados pelo
exercício evoluem após o final do mesmo.
1.1 Neurogênese adulta
1.1.1Uma perspectiva histórica
“In the adult centres, the nerve paths are something fixed, ended and immutable.
Everything may die, nothing may be regenerated.” Santiago Ramon y Cajal, 1928 pag. 750
No final do século XIX, utilizando técnicas de coloração desenvolvidas por Camilo
Golgi, Ramón y Cajal (1928) estudou as diferentes fases de desenvolvimento dos neurônios
em mamíferos, concluindo que não havia surgimento de novas células no encéfalo adulto,
além daquelas já estabelecidas no período pré-natal. Entretanto, no final do século XIX,
alguns grupos relatavam figuras mitóticas no encéfalo adulto (e.g., SCHAPER, 1897; LEVI
1898 apud MENINI, 2010). Em 1912, Ezra Allen propôs a primeira evidência de que novos
neurônios poderiam ser gerados no encéfalo de ratos adultos, mostrando figuras mitóticas na
parede dos ventrículos laterais de ratos albinos com mais de 120 dias de vida (ALLEN, 1912).
Esses relatos, contrários às ideias preponderantes na época, não tiveram notoriedade uma vez
que as técnicas disponíveis na época não eram capazes de demonstrar com precisão que essas
células eram neurônios propriamente ditos.
INTRODUÇÃO
2
Desde então, a suposta “incapacidade” do cérebro adulto gerar novos neurônios
tornou-se um dos principais dogmas da neurociência por quase um século. No final dos anos
50, com o desenvolvimento do método da timidina tritiada ([H3]-Timidina), que é
incorporada ao DNA durante a fase S do ciclo celular, foi possível marcar células em divisão
e detectá-las com a técnica de autorradiografia. O primeiro relato de geração de novos
neurônios utilizando essa técnica foi feito em ratos neonatos com 3 dias de idade (SMART,
1961). Posteriormente, Joseph Altman e colaboradores publicaram uma série de artigos
relatando a ocorrência de neurogênese em várias estruturas cerebrais de ratos jovens e
adultos, incluindo giro denteado do hipocampo, bulbo olfatório e neocórtex (ALTMAN e
DAS, 1965; ALTMAN, 1966; ALTMAN, 1969). Esse grupo foi o primeiro a descrever de
geração de células na zona subventricular (ALTMAN e DAS, 1965a) e a descrever com
detalhes o caminho de migração para o bulbo olfatório, onde essas células se diferenciam em
neurônios (ALTMAN, 1969). Entretanto, nessa época, esses resultados não reconhecidos;
alegava-se que não havia evidências suficientes de que as células marcadas eram neurônios.
A questão da neurogênese em idade adulta foi revista no final da década de 70 por
Michael Kaplan e colaboradores que por meio de técnicas de microscopia mostraram que as
células marcadas com [H3]-Timidina incorporadas no giro denteado e bulbo olfatório de
ratos possuíam características ultra-estruturais de neurônios, tais como dendritos e sinapses,
o que não é observado em astrócitos e oligodendrócitos (KAPLAN e HINDS, 1977;
KAPLAN e BELL 1984; KAPLAN, 1985). Considerando que o fenótipo celular foi baseado
apenas em critérios puramente morfológicos e que marcadores imunohistoquimicos
específicos para neurônios ainda não existiam, a maioria da comunidade em neurociência
não aceitou os resultados do grupo de Kaplan.
Fernando Nottebohn (NOTTEBOHN, 1981) demonstrou que um número
substancial de novos neurônios era gerado no cérebro de canários adultos (Serinus canaria),
sendo esse número dependente da sazonalidade: no período reprodutivo, em que os animais
aumentam e diferenciam suas vocalizações para atração de parceiros, ocorrem as maiores
taxas de neurogênese (SADANANDA,2004)
Heather Cameron e Elizabeth Gould fizeram a terceira redescoberta da neurogênese
em ratos adultos (GOULD e col., 1992; CAMERON e col., 1993). O campo de pesquisa sobre
neurogênese acelerou-se no início dos anos 1990 com a introdução da 5-bromo-3’-deoxiuridina
(BrdU), um análogo sintético de timina, que é captado pelas células durante a fase S da
mitose, sendo desta forma, um marcador de células em proliferação. As células marcadas
com BrdU podem ser visualizadas por técnicas de imunohistoquímica, e podem ser
combinadas com marcadores neuronais ou gliais para análise fenotípica. Com o uso da
INTRODUÇÃO
3
técnica do BrdU diversos estudos em mamíferos confirmaram a neurogênese hipocampal
adulta em roedores (CAMERON e col., 1993; SEKI e ARAI, 1993; KUHN e col., 1996;
GOULD e col., 1998), e primatas não-humanos e humanos (ERIKSSON e col., 1998;
KORNACK e RADIC, 1999). Presentemente, existem relatos de formação de novos
neurônios em quase todos os grupos de vertebrados, e em alguns grupos de invertebrados
(e.g., LINDSEY e TROPEPE, 2006).
Cerca de 9000 novos neurônios são gerados por dia no giro denteado de roedores,
contribuindo para aproximadamente 3,3% por mês ou 0,1% por dia da população de células
granulares (CAMERON e MCKAY, 2001). A taxa de neurogênese hipocampal em macacos
é aproximadamente 10 vezes menor (KORNACK e RAKIC, 1999). Além disso, a taxa de
neurogênese é menor em macacos idosos e há um decréscimo linear com a idade (LEUNER e
col., 2007). Esse declínio ocorre na meia-idade e é comparável ao declínio encontrado em
ratos e camundongos (LEUNER e col, 2007). A neurogênese adulta hipocampal em humanos
foi mensurada post-mortem usando BrdU (ERICKSSON e col., 1998; SPALDING e col.,
2013) e Ki-67 (marcador endógeno de proliferação) (REIF e col., 2006).
Louis Manganas e colaboradores (2007) identificaram, por meio de técnicas de
imageamento in vivo, um biomarcador metabólico para células progenitoras no encéfalo de
humanos. Esse biomarcador permitiu a detecção e quantificação de células precursoras
neurais, e mostrou que há um declínio relacionado à idade de pré-adolescentes (8-10 anos) até
a fase adulta (30-35 anos). Esse declínio na atividade proliferativa relacionado à idade é
contundentemente paralelo ao declínio observado em roedores e primatas.
Recentemente, Spalding e colaboradores (2013) quantificaram a geração post-mortem
de novas células hipocampais em humanos com idade entre 19 e 92 anos (N=55), por meio de
uma técnica de datação de carbono 14. Esses autores mostraram que cerca de 700 neurônios
são adicionados a cada hipocampo por dia em seres humanos adultos, correspondendo a um
volume anual de 1,75% de neurônios numa fração de renovação, com declínio modesto
durante o envelhecimento. As taxas de neurogênese hipocampal de humanos são
comparáveis com aquelas encontradas em roedores. Uma vez que o hipocampo é uma região
reconhecidamente associada aos processos de memória, tem havido sugestões de que a adição
de novos neurônios possa contribuir para o aperfeiçoamento dessas funções (GOULD e col.,
1999; KEMPERMANN e col., 2010).
INTRODUÇÃO
4
1.2. Nichos neurogênicos
Para que um nicho neurogênico seja caracterizado é necessário que além da presença
de células precursoras imaturas haja um microambiente propício para a produção de novos
neurônios. Em mamíferos adultos, pelo menos duas regiões nervosas são reconhecidamente
classificadas como nichos neurogênicos, o sistema olfatório e o hipocampo (GAGE, 2002;
2004).
No sistema olfatório, as células precursoras localizam-se na porção anterior da zona
subventricular na parede dos ventrículos laterais (ZSV), de onde migram pela via de
migração rostral (do inglês- rostral migratory stream ou RMS-Figura 1A) até o bulbo olfatório,
onde se diferenciam em interneurônios inibitórios granulares ou periglomerulares (LOIS &
ALVAREZ-BUYLLA, 1993; DOESTCH e col., 1999).
O hipocampo é uma estrutura do sistema nervoso central, localizado no lobo
temporal de cada hemisfério encefálico, com alto grau de plasticidade, que está diretamente
relacionado a funções de aprendizagem e memória, com base na morfologia celular e
projeções de fibras, o hipocampo é subdividido em regiões CA (cornu anmonis), organizadas
em subregiões denominadas CA1, CA2, CA3, e CA4 (Figura 1 A e B, painel direito) e Giro
Denteado (GD).
O giro denteado é uma estrutura trilaminar dividido em a camada molecular
(relativamente livre de células e ocupada basicamente pelos dendritos das células granulares
em cesto e polimórficas), a camada granular (camada principal de células que têm corpos
celulares pequenos e esféricos (8-12 µm de diâmetro) e tem sua disposição próxima) e a
camada polimórfica (também chamada de hilo ou região hilar e onde se encontram as células
musgosas).
Na região hipocampal, as células progenitoras encontram-se na zona subgranular do
giro denteado (ZSG) ( Figura 1 painel B- painel esquerdo), local em que iniciam sua
diferenciação e de onde, ao longo da primeira semana, migram para a camada granular onde
passam pelo processo de maturação dando origem a células granulares propriamente ditas,
com sinapses funcionais (GAGE, 2002; KEMPERMANN e col., 2004; SERI e col., 2004;
DUAN e col., 2008; DENG e col., 2010).
INTRODUÇÃO
5
Em adição a essas duas regiões, existem evidências de produção de novos neurônios
em outras regiões do encéfalo adulto (Figura 2), incluindo neocórtex (GOULD e col., 1999a;
GOULD e col., 2001; DAYER e col., 2005), córtex entorrinal (SHAPIRO e col., 2009), córtex
piriforme (BERNIER e col., 2002); substância negra (BEDARD e col., 2006; LUZZATI e
FIGURA 1- Nichos neurogênicos e circuitaria trissináptica. A) Desenho ilustrativo dos dois principais
nichos neurogênicos conhecidos no cérebro: a zona subventricular (ZSV) e o hipocampo. B)
Representação das divisões do hipocampo e camadas do giro denteado C) Circuitaria trissináptica.
Representação esquemática da circuitaria trissináptica, que conecta o córtex entorrinal (CE) ao
hipocampo (GD, CA3 e CA1). A via de projeção excitatória origina-se no CE e chega a CA1 passando por
GD e CA3 em série. De CA1 estas projeções chegam novamente ao CE, principalmente através de relé no
subículo (não representado em C). Legenda: ZSG – zona subgranular do giro denteado; cg - camada
granular; cm - camada molecular; hi-hilo ZSV-zona subventricular RSM- via de migração rostral CE –
Córtex Entorrinal. GD – Giro Denteado. Subículo (SB). CA4-Área CA4 do corno de Ammon. CA3 –
Área CA3 do corno de Ammon. CA2 - Área CA2 do corno de Ammon. CA1 - Área CA1 do corno de
Ammon.
Circuito trisináptico
A)
C)
B)
INTRODUÇÃO
6
col., 2006), amídala (BERNIER e col., 2002; FOWLER e col.,2002; AKBARI e col., 2007;
OKUDA e col., 2009), área pré-ótica medial (MPOA) (AKBARI e col., 2007) e hipotálamo
(HUANG e col., 1998; FOWLER e col., 2002; KOKOEVA e col., 2005; LEE e col., 2012;
CHENG, 2013), apesar de existirem relatos conflitantes (BENRAISS e col., 2001;
KORNACK & RAKIC, 2001; EHNINGER & KEMPERMANN, 2003; CHMIELNICKI e
col., 2004).
FIGURA 2. Desenho esquemático de regiões encefálicas onde ocorre o processo de
neurogênese. Em vermelho - regiões canônicas de ocorrência de neurogênese no encéfalo de
roedores adultos, a zona subgranular do giro denteado (ZSG) e a zona subventricular (ZSV)
onde são encontradas células precursoras que migram para o bulbo olfatório. Em rosa - áreas
sobre as quais há relatos esparsos de neurogênese, havendo, porém, controvérsias. Adaptado
de Gould, 2008.
1.3 Estágios da Neurogênese A neurogênese adulta envolve a produção de novos neurônios no encéfalo adulto. O
termo neurogênese refere-se a um processo complexo que se inicia com a proliferação de
células progenitoras, seguido pela diferenciação, i.e., determinação do fenótipo neuronal,
INTRODUÇÃO
7
maturação morfológica e fisiológica para o desenvolvimento das características de
funcionamento neuronal, e finaliza-se com a existência de um novo neurônio funcional e
integrado a redes já existentes (ver Figura 3). Os experimentos da presente dissertação estão
focados na neurogênese hipocampal que ocorre na zona subgranular do giro denteado.
Portanto, não será descrito em detalhes a neurogênese que o ocorre na zona subventricular,
embora boas revisões estejam disponíveis (MENINI, 2010; ALVAREZ-BUYLLA &
GARCIA-VERDUGO, 2002; MING & SONG, 2005).
Proliferação
As células tronco-neurais (Neural stem cells ou NSC’s) do sistema nervoso central
(SNC) são um tipo especial de células somáticas que possuem capacidade de auto renovação,
ou seja, capacidade de originar outra NSC com características idênticas, potencial para se
diferenciar em mais de uma linhagem celular, e capacidade de originar células funcionais nos
tecidos derivados da mesma linhagem (SOHUER e col., 2006). Esses tipo celular é
classificados de maneira geral como precursoras. Entretanto, a definição de uma
“verdadeira” célula tronco neural ainda é incerta (ENCINAS & SIERRA, 2012).
No hipocampo adulto, as células precursoras do giro denteado têm o seu corpo
celular localizado na zona subgranular (ZSG) região localizada entre o hilo e a camada
granular caracterizada por uma frouxa matriz extracelular. O primeiro precursor celular foi
descrito como um tipo de astrócito radial (SERI e col., 2001), sendo atualmente conhecido
como progenitor neural quiescente (PNQ) (ENCINAS & SIERRA, 2012).
Evidências genéticas, bioquímicas e farmacológicas sugerem que essas células PNQ’s
seriam tipos especiais de astrócitos que expressam proteína glial fibrilar ácida (GFAP- do
inglês- glial fibrillary acidic protein) e nestina (Duan et al., 2008). E possuem como principal
característica funcional baixa taxa de divisão. Pensa-se que devido à sua morfologia
ramificada e à extensa penetração por entre vasos sanguíneos, estas se dividam apenas
raramente (KRONENBERG e col., 2003) e, que quando o fazem, fazem-no
assimetricamente, dando origem a outra célula semelhante a si e ao segundo tipo de células,
as células do tipo II ou C.
Diferenciação e migração
As células do tipo II ou C expressam nestina (filamento intermediário tipo IV) e
SOX2 (DUAN e col., 2008), e não mais expressam GFAP (KEMPERMANN e col., 2004).
Essas células são mitoticamente ativas e atuam como progenitores neurais amplificadoras
INTRODUÇÃO
8
(PNA) nome pelo qual são identificadas (ENCINAS e col., 2006). Menos de uma semana
após seu nascimento, as PNA’s param suas divisões e começam a expressar marcadores de
neurônios imaturos e estender neuritos (futuros axônios e dendritos), sendo nessa etapa
denominados de neuroblastos (ENCINAS & SIERRA, 2012). É durante essa etapa de
transição entre PNA e neuroblastos, que mais de 60% das novas células morrem por
apoptose e são fagocitadas por microglia (Figura 3) (SIERRA e col., 2010).
Esses neuroblastos pós-mitóticos possuem soma grande, redondo ou ovoide com
curtas extensões citoplasmáticas orientadas tangencialmente e um complexo padrão
eletrofisiológico com características claramente diferentes de astrócitos (FILIPPOV e col.,
2003). Eles já não expressam nestina ou SOX2, mas começam a expressar molécula de adesão
neuronal polissiálica (PSA-NCAM) (SERI e col., 2004). Esses neuroblastos são subdivididos
em duas subclasses, 3A e 3B, e ambas expressam a proteína associada de microtúbulos, a
doublecortina (DCX) (ENCINAS & ENIKOLOPOV, 2008). Os neuroblastos do tipo 3A
têm prolongamentos apicais curtos e finos, enquanto neuroblastos do tipo 3B já possuem
características de um neurônio granular imaturo, incluindo processo radial ramificado e
proeminente que se estende através da camada granular e um fino prolongamento para o hilo
(SERI e col., 2004). Existem evidências que as células progenitoras amplificadoras dividem-
se dando origem a neuroblastos pós-mitóticos tipo 3A que maturam dando origem ao estágio
3B para a formação de um novo neurônio granular (SERI e col., 2004).
Maturação Neuronal
A diferenciação pós-mitótica é caracterizada pela expressão transitória de DCX e da
proteína ligante de cálcio Calretinina, e a expressão de Proteína Nuclear Neuronal (NeuN),
um marcador neuronal, e Calbindina ( KEMPERMANN, 2005). A maior parte a formação
axonal e dendrítica ocorre durante esse período (BRANDT e col., 2003; AMBROGINI e col.,
2004), incluindo o aparecimento transitório de denditros basais (RIBAK e col., 2004). O
alongamento do axônio dá-se imediatamente no período pós-mitótico (HASTINGS &
GOULD, 1999) e suas conexões para o Cornum Ammonis (CA), particularmente a região
CA3, ocorre nos 4º. a 10º. dias seguintes (MARKAKIS & GAGE, 1999).
Para conclusão da diferenciação e maturação neuronal completa, é condição sine qua
non a integração sináptica dos novos neuroblastos (TOZUKA e col., 2005). Os novos
neurônios passam por um processo estereotipado para integração sináptica na circuitaria
existente (revisado por GE e col., 2008). Durante os estágios iniciais de maturação os
neuroblastos são tonicamente ativados pelo neurotransmissor ácido gama aminobutírico
(GABA) liberado por interneurônios locais (BHATTACHARYYA e col., 2008; GE e col.,
INTRODUÇÃO
9
2006), que é seguido pelo estabelecimento de conexões sinápticas gabaérgicas e
posteriormente glutamatérgicas (ESPOSITO e col., 2005; GE e col., 2006; OVERSTREET-
WADICHE e col., 2006b) e sinapses eferentes projetando-se para a região CA3 (Figura 1)
(FAULKNER e col., 2008; TONI e col., 2008).
Comparados a células granulares maduras, os novos neurônios exibem alta
plasticidade sináptica durante estágios específicos do desenvolvimento (GE e col., 2008;
SCHMIDT-HIEBER e col., 2004). Sete semanas após a divisão, os novos neurônios exibem
propriedades eletrofisiológicas de neurônios maduros, como disparo de potenciais de ação
(revisado por MONGIANT & SCHINDER, 2011), podendo ser finalmente integrados à
circuitaria hipocampal. As células não recrutadas para maturação são eliminadas por
apoptose (ZHAO e col., 2006; DAYER e col., 2003).
INTRODUÇÃO
10
FIGURA 3. Representação esquemática da neurogênese adulta hipocampal: A)
Estágios do processo de neurogênese. Progenitores neurais quiescentes (PNQ) atuam como
células-tronco dividindo-se assimetricamente e dando origem a progenitores neurais
amplificadores (PNA) que proliferam rapidamente antes de entrar no processo de apoptose
ou diferenciar-se em neuroblastos. Esses neuroblastos passam por um estágio de neurônios
imaturos antes de se integrarem à circuitaria hipocampal como um neurônio granular
maduro. B) Resumo dos principais marcadores de desenvolvimento neuronal expressos
durante a neurogênese pós-natal, os marcadores sinalizados em vermelho foram utilizados
nesse trabalho. Abreviações: ZSG – zona subgranular do giro denteado; cg - camada
granular; cm - camada molecular.
A)
B)
INTRODUÇÃO
11
1.4.Regulação da neurogênese
A neurogênese no encéfalo adulto pode ser regulada por fatores intrínsecos e
extrínsecos. Há na literatura um crescente número de estudos mostrando o impacto desses
fatores na neurogênese (Tabela 1).
O processo de neurogênese é dinamicamente regulado por muitos estímulos
fisiológicos. Por exemplo, o envelhecimento leva a uma redução drástica da proliferação
celular na ZSG e ZSV (revisado por ROSSI e col., 2008); outro importante regulador
negativo neurogênese adulta é a inflamação induzida por lesões, doenças neurodegenerativas
e irradiação (revisado por CARPENTIER & PALMER, 2009).
Fatores dinâmicos podem afetar diferentes estágios do processo de neurogênese,
incluindo expansão (proliferação), diferenciação (i.e. neuronal vs. glial), e sobrevivência.
Cada estágio da neurogênese adulta pode ser regulado por estímulos diferentes e cada
estímulo pode atuar em múltiplos alvos. Além disso, o impacto na rede de neurogênese quase
sempre resulta diferentes combinações de efeitos nos estágios individuais do
desenvolvimento neuronal e da interação de diferentes fatores. Em geral, a regulação da
neurogênese adulta por estímulos externos é complexa e o efeito depende do tempo, da dose
/ duração, paradigmas específicos, modelos animais (idade, sexo, linhagem), e métodos de
análise.
Nesse tópico será enfatizada a ação modulatória do aprendizado e atividade física na
neurogênese hipocampal.
INTRODUÇÃO
12
Tabela 1. Alguns fatores que modulam a neurogênese hipocampal
Fator
Efeito Referências
Enriquecimento ambiental
+
Kempermann e col., 1997
Fatores de crescimento BDNF
+ Pencea e col., 2001
EGF + Kunh e col., 1997
FGF-2 + Kunh e col., 1997
IGF-1 + Alberg e col., 2000
VEGF + Jin e col., 2002
Hormônios Corticosterona + Cameron e col., 1994
Estrogênio + Tanapat e col., 1999
Testosterona + Brannvall e col., 2005
Isquemia Isquemia + Takagi e col.,1999
Atividade física Corrida em esteira voluntária
+ Van Praag e col., 1999
Corrida em esteira forçada + Uda e col., 2006
Stress Odor de predador - Tanapat e col., 2001
Psicosocial - Gould e col, 1997
Restrição - Pham e col., 2003
Isolamento social - Lu e col., 2003
Dieta Restrição calórica
+ Kumar e col., 2009
Dieta hipercalórica
- Lindqvist e col., 2006
INTRODUÇÃO
13
Atividade física
Roedores expostos a uma roda de atividade em sua gaiola usam essa oportunidade
para se exercitar durante seu período ativo. Camundongos e ratos chegam a correr de um a
oito quilômetros por noite, sendo esse montante de atividade estimado como um reflexo da
atividade física natural (KEMPERMMAN, 2010).
Diversos estudos demonstram que atividade física é um indutor robusto do aumento
da neurogênese no giro denteado em animais jovens, adultos e idosos (KEMPERMANN e
col., 1998; VAN PRAAG e col., 1999a, 1999b; TREJO e col., 2001; RA e col., 2002; KIM e col.,
2007; NAYLOR e col., 2005; WOLF e col., 2006; KRONENBERG e col., 2003; 2006; BICK-
SANDER e col., 2006; STEINER e col., 2008; WU e col., 2008; FABEL & KEMPERMANN,
2008; KANNANGARA e col., 2010; KOHMAN e col., 2012). Supreendentemente, a
atividade física voluntária não exerce qualquer tipo de influência na neurogênese do sistema
olfatório (BROWN e col., 2003).
A atividade física tem um efeito pro-proliferativo agindo primeiramente sobre os
progenitores neurais amplificadores (células tipo II) do hipocampo (Figura 4)
(KRONENBERG e col., 2003; STEINER E COL., 2008). Existe um efeito não-independente
presumível nos estágios subsequentes do desenvolvimento neuronal, envolvendo a promoção
de sobrevivência. Mesmo quando o efeito da proliferação retorna a níveis basais, a população
de células positivas para DCX continua a aumentar (KRONENBERG e col., 2003).
O efeito da atividade física na fase de proliferação não é necessariamente refletido na
neurogênese; i.e., na ausência de um estímulo apropriado para a sobrevivência,
presumivelmente esse potencial não será traduzido em aumento de neurogênese
(KEMPPERMAN, 2010).
INTRODUÇÃO
14
Figura 4. Efeito da atividade física na neurogênese adulta hipocampal. A atividade
física não induz alterações nos progenitores neurais quiescentes (PNQ), mas leva a uma
expansão dos progenitores neurais amplificadores (PNA) e pode ter efeito em neuroblastos
que expressam doublecortina.
INTRODUÇÃO
15
Aprendizado
O aprendizado é o processo de aquisição de informações provenientes do ambiente e
de representações endógenas, enquanto memória é o processo pelo qual essas informações
são codificadas e armazenadas, sendo posteriormente, conforme a necessidade, decodificadas
e utilizadas.
O hipocampo exerce papel fundamental para a consolidação de memórias
declarativas em todas as espécies de mamíferos (Squire & Zola, 1996). Diversas tarefas
comportamentais que são utilizadas para análise do efeito modulatório do aprendizado no
processo de neurogênese são hipocampo-dependentes (Tabela 2).
Tabela 2. Tarefas comportamentais utilizadas para avaliar os efeitos do aprendizado na
neurogênese (KEMPERMANN , 2010).
Função alvo Tarefas
Dependentes da
função hipocampal Espaciais
Labirinto Aquático de Morris (plataforma submersa)
Labirinto de Barnes
Labirinto Radial
Reconhecimento de objetos
Não espaciais Condicionamento de medo ao contexto
Independentes da
função hipocampal
Labirinto Aquático de Morris (Plataforma visível)
Esquiva ativa
O primeiro relato de modulação do processo de neurogênese pelo aprendizado foi
feito por Elizabeth Gould e colaboradores, em 1999. Nesse estudo, BrdU foi utilizado para
marcar células em divisão uma semana antes do início dos testes comportamentais. Ratos
INTRODUÇÃO
16
treinados no labirinto aquático de Morris, uma tarefa de memória espacial dependente da
função hipocampal, exibiram maior número de novos neurônios no giro denteado. Em ratos
jovens a taxa de proliferação celular é maior em relação ao número de neurônios imaturos
que sobrevivem até a maturidade. Uma grande quantidade de novos neurônios imaturos
morre durante as duas primeiras semanas pós-mitose (CAMERON e col., 1993). Entretanto,
Elizabeth Gould e colaboradores (1999) demonstram que o aprendizado de tarefas
dependentes do hipocampo é capaz de “resgatar” essas células do processo de apoptose,
promovendo aumento da sobrevivência e incorporação dessas na circuitaria do giro denteado.
Esse estudo pioneiro proporcionou evidências convincentes da interação entre o
aprendizado e a neurogênese adulta, dando suporte à idéia de um possível papel funcional
dos novos neurônios na memória (ver adiante). Diversos estudos posteriores mostraram que
o aprendizado de diferentes tarefas dependentes do hipocampo leva ao aumento da
neurogênese e da sobrevivência dos novos neurônios (LEMAIRE e col., 2000; AMBROGINI
e col., 2000; SHORS e col., 2001; DÖBRÖSSY e col., 2003; HAIRSTON e col., 2005;
OLARIU e col., 2005; LEUNER e col., 2006; DUPRET e col., 2007), ao passo que a
aprendizagem de tarefas independentes do hipocampo não alteraria o número de novos
neurônios na mesma região (GOULD e col., 1999; SHORS e col., 2001; VAN DER
BORGHT e col., 2005; revisado por DENG e col., 2010).
Existem controvérsias sobre o efeito do aprendizado na regulação da neurogênese,
notadamente a respeito da aprendizagem espacial. Enquanto alguns estudos apontam que o
aprendizado espacial possui efeito na sobrevivência de novos neurônios (AMBROGINI e
col., 2000; HAIRSTON e col., 2005; EPP e col., 2007, 2010, 2011), outros estudos referem-se a
uma redução do número de novos neurônios no giro denteado (DOBROSSY e col., 2003;
AMBROGINI e col., 2004; MOHAPEL e col., 2006; EPP e col., 2011). Existem ainda relatos
de que o aprendizado não teria qualquer efeito na sobrevivência desses novos neurônios
(DÖBRÖSSY e col., 2003; EHNINGER & KEMPERMANN, 2006; MOHAPEL e col.,
2006; VAN DER BORGHT e col., 2006; DUPRET e col., 2007).
A falta de resultados consistentes nos estudos descritos acima sugere que embora a
aprendizagem espacial possa influenciar positivamente a sobrevivência dos novos neurônios,
esse efeito não deve ser considerado universal. É possível que existam condições em que a
sobrevivência de novos neurônios seja maior, ao passo que em outras condições esse efeito de
sobrevivência é reduzido ou não é afetado.
Uma análise desses estudos revela uma variedade de diferenças metodológicas que
poderiam explicar os resultados diferentes, entre eles, a idade dos neurônios imaturos no
INTRODUÇÃO
17
momento de exposição à aprendizagem espacial, a espécie / linhagem de animal empregado,
os protocolos de injeção de BrdU , as diferenças de gênero e tipo de paradigma de
aprendizado empregado, entre outros (EPP e col., 2007; 2010; 2011; GARTHE e col., 2009;
CHOW e col, 2012).
Um aspecto importante a ser considerado nesse tipo de estudo é o curso temporal
envolvido na produção de células e sua relação com mudanças na capacidade de adquirir
novas informações. Por exemplo, novos neurônios podem ser críticos para o aprendizado
apenas quando são maduros e integrados em uma rede neural pré-existente. Muitos estudos
têm investigado a incorporação funcional de neurônios imaturos no hipocampo por meio da
expressão de genes de expressão imediata (IEG), usados como marcadores da atividade
neuronal (RAMIREZ-AMAYA e col., 2006; KEE e col., 2007; TASHIRO e col., 2007). O
processo de integração e ativação envolvendo uma tarefa espacial parece levar entre 4 e 8
semanas para ser completado (KEE e col., 2007; OVERSTREET e col., 2004; VAN PRAAG
e col., 2002 SNYDER e col., 2009), sendo este tempo de maturação variável para diferentes
espécies de roedores (SNYDER e col., 2009).
1.5. Possíveis funções da neurogênese
hipocampal
Imediatamente após a descoberta da neurogênese hipocampal adulta, foi proposto
que ela pode determinar mudanças comportamentais, tanto no que tange ao aprendizado e
memória, quanto em relação a funções emocionais (ALTMAN & DAS, 1965; CAMERON e
col., 1994; GOULD e col., 1999). Considerando que mudanças permanentes na expressão dos
genes codificam memórias de longo prazo, e que a aquisição destas memórias são em última
instancia uma etapa final e irreversível da diferenciação celular, então o neurônio inteiro,
não apenas a sinapse, pode ser considerado uma unidade de aprendizagem e o número de
neurônios disponíveis para o armazenamento de novas memórias de longo prazo seria
inversamente relacionado com o número de memórias previamente adquiridas (BARNEA,
2009). Esse mecanismo remete a uma função importante da neurogênese sobre o aumento da
capacidade de aprendizado e armazenamento de novas informações.
Embora ainda em fase de intenso debate, análises envolvendo os níveis celular, de
circuitos, sistemas e de comportamento têm gerado, ao longo dos últimos anos, evidências de
INTRODUÇÃO
18
contribuições críticas dos novos neurônios para as funções hipocampais (DENG e col., 2010;
LAZARINI & LLEDO, 2011; AIMONE e col., 2011; SAHAY e col., 2011).
No nível celular, os novos neurônios apresentam propriedades especiais que são
distintas dos neurônios maduros. Quando sinapticamente conectados os novos neurônios
exibem hiperexcitabilidade e aumento da plasticidade sináptica de suas aferências
glutamatérgicos durante um período crítico de maturação, o que pode permitir que os novos
neurônios recentemente integrados contribuam para o processamento de informações. No
nível de circuitos, esses novos neurônios são responsáveis por determinadas propriedades
especiais do circuito local (SNYDER; 2001; SCHMIDT-HIEBER e col., 2004; GE e col.,
2008;). Impedimento da neurogênese leva a diminuição da amplitude da resposta evocada
pela via perfurante (LACEFIELD e col., 2010).
No nível de sistemas, uma série de modelos computacionais da neurogênese adulta
tem fornecido pistas de como a adição de novos neurônios pode alterar propriedades de redes
neurais e têm sugerido papéis distintos para os novos neurônios em diferentes estágios de
maturação neuronal (AIMONE & GAGE, 2011).
No nível comportamental, várias condições que diminuem a neurogênese no giro
denteado em roedores são associadas com déficits de aprendizado. Isso inclui estresse, níveis
elevados de glicocorticóides, e envelhecimento (DRAPEAU e col., 2003; MONTARON e
col., 2006;). Reciprocamente, condições que aumentam a neurogênese, como enriquecimento
ambiental e atividade física, tendem a aumentar o desempenho de tarefas dependentes do
hipocampo (KEMPERMANN e col., 1997; VAN PRAAG e col., 1999; 2005). Há também
inúmeros estudos que não encontram correlação ou encontram correlação negativa entre
neurogênese e aprendizado (LEUNER e col., 2006). Entretanto, é importante ressaltar que a
correlação positiva entre o número de neurônios e o desempenho de aprendizado não implica
necessariamente numa relação causal.
Uma questão a ser considerada é que a linha de tempo para a alteração na produção
de células pode não corresponder diretamente a mudanças nas habilidades de aprendizado.
Por exemplo, parece improvável que a produção de novos neurônios possa ter um efeito
imediato no processo de aprendizado, porque as células provavelmente requerem certo nível
de diferenciação para ter impacto no comportamento. Além disso, deve-se considerar
também o fato que muitos fatores que afetam a neurogênese alteram outros aspectos da
estrutura cerebral, como a arquitetura dendrítica e o número de sinapses. Essas alterações
também estão relacionadas com o aprendizado dependente do hipocampo, assim torna-se
difícil interpretar a correlação entre novos neurônios e aprendizagem.
INTRODUÇÃO
19
Uma metodologia direta para avaliar as implicações funcionais dos novos neurônios
para função hipocampal é através da ablação seletiva da neurogênese (Tabela 3). A ablação de
progenitores neurais tem sido atingida farmacologicamente pela administração sistêmica de
agentes anti-mitóticos como acetato de metilazoximetanol (MAM; BRUEL-JUNGERMAN
e col., 2005; SHORS e col., 2001). A irradiação ionizante aplicada focalmente é outro método
bastante utilizado para ablação da neurogênese (BAYER & ALTMAN, 1975; MOREIRA,
MOREIRA, BUENO e XAVIER, 1997; SANTARELLI e col., 2003; SAXE e col., 2006;
WINOCUR e col., 2006; CLELLAND e col., 2009).
Ambos os métodos podem induzir efeitos não específicos no desempenho da função
cerebral aumentando as chances de resultados falsos positivos. A presença desses vieses
levou ao desenvolvimento de novos modelos de ablação genética, que podem ser utilizados
para eliminar células progenitoras ou novos neurônios ou torna-los disfuncionais (SAXE e
col., 2006; BERGAMI e col., 2008; DUPRET e col., 2008; IMAYOSHI e col., 2008;
JESSESBERG e col., 2009; KITAMURA e col., 2009). Além disso, há poucos casos de
animais knockout (ex: Ciclina D2, Preinilina.1) que expressam reduzida neurogênese e tem
sido utilizados para elucidar aspectos funcionais dos novos neurônios (KEMPERMANN,
2010).
A Tabela 3 resume os resultados de uma longa lista estudos de ablação que tem
variadas metodologias de redução ou bloqueio da neurogênese e seus resultados funcionais.
INTRODUÇÃO
20
Tabela 3. Estudos de ablação da neurogênese e seus efeitos no comportamento
Teste comportamental
Método de Ablação
Espécie Resultado Referências
Labirinto aquático
de Morris
Irradiação
Camundongo
Déficit
Rola e col., 2004 Raber e col., 2004
Irradiação Camundongo Sem Déficit Meshi e col.,2006
Irradiação e Ablação genética
Camundongo
Sem Déficit
Saxe e col.,2006
Ablação genética
Droga anti-
mitótica
Camundongo
Camundongo Rato
Déficit Déficit Sem défict
Zhang e col.,2008;Deng e col., 2009;Dupret e col., 2008 Imayoshi e col.,2008 Garthe e col, 2009 Shors e col., 2002
Irradiação
Rato Déficit Sem déficit
Snyder e col., 2005 Madsen e col.,2003 Hernandez-Rabaza e col., 2009
Knockdown Rato Déficit Jessberger e col.,2009
Medo Condicionado
ao contexto
Irradiação Camundongo Déficit Saxe e col.,2006 Ko e col., 2009
Ablação genética
Camundongo Déficit Imayoshi e col.,2008
Ablação genética
Camundongo Sem déficit Zhang e col.,2008
Drogas anti-mitóticas
Rato Sem déficit Shors e col.,2002
Irradiação Rato Déficit Winocur e col.,2006 Wojtowicz e col., 2008
Reconheciment0 de objetos
Irradiação Irradiação
Irradicação
Drogas anti-mitóticas Knockout
Camundongo Camundongo
Rato Rato Rato
Sem déficit Déficit
Sem déficit Déficit
Rola e col.,2004 Kim e col., 2007
Madsen e col.,2003 Bruel-Jungerman e col.,2005 Jessberger e col.,2009
INTRODUÇÃO
21
A principal crítica aos modelos de ablação refere-se a questionável especificidade de
seu efeito. Outros aspectos a serem considerados são o tempo e a extensão da ablação dos
novos neurônios sendo esses fatores críticos na detecção de déficits de aprendizagem. Novos
neurônios podem participar no aprendizado apenas por um período discreto depois de sua
produção e a detecção de déficits de aprendizado pode requerer ablação de forma mais
extensa para que possam ser percebidas alterações comportamentais. Falsos negativos podem
ocorrer se a ablação é insuficiente em extensão ou se o intervalo entre ablação e treinamento
for inapropriado. Além disso, mecanismos compensatórios podem entrar em ação
dependendo do tempo em que a ablação ocorre, gerando resultados controversos.
Coletivamente, esses estudos têm sugerido significativa contribuição da neurogênese
adulta para o aprendizado e a retenção da memória espacial de longo prazo, discriminação de
padrões espaciais, medo condicionado ao contexto (revisado por DENG e col., 2010;
AIMONE e col., 2011; MARÍN-BURGIN &. SCHINDER, 2012).
Modelos computacionais (AIMONE e col., 2009) e experimentais (CLELLAND e
col., 2009) sugerem que neurônios imaturos podem ser críticos para criar associações entre
memórias aprendidas próximas no tempo (AIMONE e col., 2009) e podem ajudar a
distinguir memórias relacionadas no espaço (CLELLAND e col., 2009).
Assim, existem fortes evidências de correlação entre neurogênese e função
hipocampal. No entanto, existem controvérsias sugerindo ser necessário o desenvolvimento
de abordagens experimentais que combinem análises em níveis celulares, de circuitos,
sistemas e de comportamento, que controlem mais robustamente o curso temporal desses
diferentes aspectos, almejando esclarecer como a neurogênese adulta pode contribuir para a
aprendizagem, memória e regulação do humor.
2. Memória
Memória é a habilidade dos seres vivos de adquirir, reter e utilizar informações. O
termo aprendizado é utilizado para designar um primeiro estágio da memória que é a
aquisição de novas informações provenientes do ambiente, enquanto o termo memória diz
respeito ao processo de consolidação, a curto ou longo prazo, de conhecimentos ou eventos,
associados á capacidade de evocar e utilizados quando necessário (TULVIN, 1987). Sua
importância reside no fato que o individuo pode alterar seu comportamento ou decisões,
baseado em experiências prévias, que lhe conferem uma vantagem adaptativa frente a
INTRODUÇÃO
22
diversos fatores que a sobrevivência impõe, facilitando, por exemplo, o forrageio de
alimentos, reconhecimento de padrões de um predador (ex: odor) entre outros (HELENE &
XAVIER, 2007).
A formação de memórias é dependente da capacidade do sistema nervoso de
modificar-se frente a experiências. Acredita-se que o arquivamento de informações no
sistema nervoso seja decorrente de alterações transitórias na atividade eletrofisiológica de
populações de neurônios distribuídos no sistema nervoso, para o armazenamento de
informações por curtos períodos de tempo; processos de facilitação de transmissão sináptica,
para o arquivamento de informações por períodos intermediários de tempo e de modificações
estruturais permanentes na conectividade neuronal, para o arquivamento de informações por
períodos prolongados de tempo (HELENE & XAVIER, 2007). O processo de formação da
memória é subdivido em nas seguintes etapas: aquisição, consolidação e evocação (Figura 5).
A aquisição ou aprendizado corresponde ao momento em que informações são
detectadas pelos sistemas sensoriais, ou seja, a exposição à experiência. Durante a aquisição
ocorre uma seleção das informações que são mais significantes (LENT, 2010).
A consolidação das informações adquiridas é o passo seguinte na formação da
memória, após um período de tempo variável (minutos ou horas) posterior ao contato com o
estímulo/experiência a ser memorizado, as informações recém-adquiridas tornam-se estáveis
por meio de uma série de processos que envolvem síntese proteica e modificações sinápticas
resultando na consolidação. Essa é uma fase instável e sujeita a modulações (IZQUIERDO,
2002; SQUIRE & KANDEL, 2003). Muller e Pilzecker (1900) apresentaram o termo
consolidação para indicar que após a aprendizagem, a memória está inicialmente em um
estado lábil, mas que ao longo do tempo ela torna-se estável e resistente (MCGAUGH, 2000;
IZQUIERDO, 2002; DUBAI, 2004; ALBERINI, 2011).
Timothy Bliss e Terje LØmo (1973) mostraram que neurônios hipocampais de
coelhos exibem um aumento na magnitude da resposta pós-sináptica depois da estimulação
elétrica de alta frequência num axônio pré-sináptico durante alguns segundos. Esse potencial
pós-sináptico é muito maior do que o observado a um estímulo anterior de mesma
intensidade. Esse aumento da resposta pode durar horas, dias ou meses. Esse padrão de
respostas neuronais reforçadas e persistentes ficou conhecido como potenciação de longa
duração ou long-term potentiation (LTP). A LTP corresponde a um processo de facilitação,
dependente da duração e frequência do estímulo repetitivo; em condições naturais, esses
estímulos repetitivos seriam desencadeados pelo processo de aprendizagem (IZQUIERDO,
2002; BLUNDON & ZAKHARENKO, 2008 ).
INTRODUÇÃO
23
A evocação corresponde ao momento em que as informações aprendidas podem ser
recuperadas e utilizadas.
O comportamento é a expressão mais notória do funcionamento do sistema nervoso.
Por meio do comportamento é possível deduzir que há evocação de memórias em animais.
Exemplos disso ocorrem na supressão de um comportamento inato (como deixar de explorar
um ambiente devido à presença de um estímulo aversivo nesse ambiente) ou aquisição de
um comportamento “não natural” (como acionar uma alavanca diversas vezes mediante
estímulos apetitivos). Durante a fase de evocação, as memórias podem se tornar instáveis
por um período de tempo limitado, podendo ser novamente estabilizadas, num processo
conhecido como reconsolidação da memória (SARA, 2000; MONFILS e col., 2009) ou
extintas (HERRY e col., 2010).
INTRODUÇÃO
24
Cabe ressaltar que as memórias são moduladas pelas emoções, pelo nível de alerta e
pelo estado de ânimo, em todas as suas etapas, incluindo a evocação (CAHILL &
MCGAUGH, 1998; IZQUIERDO, 2002; MCGAUGH 2004, 2005).
FIGURA 5. Formação de memórias.
INTRODUÇÃO
25
2.1 Memória espacial
A memória espacial é crucial para a sobrevivência, pois está relacionada com a
habilidade para codificar, armazenar e recuperar informações sobre localizações espaciais.
Essas informações permitem ao indivíduo localizar sua toca, além de alimento e água em
determinado hábitat, lembrar locais já forrageados, onde ocorreram experiências que
trouxeram riscos, e recordar se há a presença de coespecífico ou predadores na área (BEST e
col., 2001).
O'Keefe e Nadel (1978) postularam a existência de pelo menos dois tipos de
navegação espacial: o sistema de mapeamento e o sistema de Táxon.
Sistema Hipocampal de Mapeamento
Esse sistema trata do uso de estratégias alocêntricas em que o indivíduo constrói um
mapa cognitivo do ambiente, através de múltiplas triangulações de estímulos presentes no
espaço físico, itens (ou eventos) pertencentes aquele ambiente, incluindo seus valores
atribuídos (vantagem vs prejuízo, e.g., local A contém fonte de alimento, local B contém
risco de injúria ou predador) e estímulos do próprio corpo. Assim, independente da posição
que o animal esteja nesse ambiente, ele é capaz de se localizar por meio das múltiplas
triangulações entre estímulos ambientais e ele próprio, estabelecidos em explorações
anteriores desse ambiente, e mesmo identificar atalhos ou novas possibilidades de trajetos
nunca antes percorridos, mas dedutíveis a partir do mapa espacial estabelecido.
Sistema de Táxon
Nesse sistema o animal utiliza estratégias de guiamento envolvendo uma pista
preponderante do ambiente ou rotas. Estas estratégias subdividem-se em dois grupos:
orientação e guiamento.
A estratégia de orientação egocêntrica tem como base a sinalização proprioceptiva e
rotações do corpo, em relação a um estímulo externo marcante. Os animais aprendem uma
sequencia de movimentos corporais através de informações egocêntricas e aprendem uma
sequência de comportamentos para atingir o local ou pista alvo (ex: virar 45o à direita).
A estratégia de guiamento baseia-se na movimentação (aproximação ou
distanciamento) em relação a um objeto ou pista específica, sem a necessidade de estabelecer
triangulações entre objetos e eventos do ambiente (ex: ir em direção ao prédio azul).
INTRODUÇÃO
26
Segundo O’Keefe e Nadel (1978), a navegação baseada em mapas cognitivos
proporciona uma maior flexibilidade e adaptação a mudanças ambientais, pois mesmo após a
remoção de diversos estímulos ou objetos de um ambiente o animal ainda será capaz de
orientar-se se alguns objetos ou pistas inicialmente presentes ainda estiverem disponíveis. Já
a navegação baseada em estratégias de orientação/ guiamento é pouco flexível, uma vez que
essa é dependente de um estímulo preponderante.
Além disso, os autores sugerem que as informações espaciais ficariam armazenadas
em algum sistema de memória adaptado para reter e codificar informações espaciais, sendo
proposto que a formação hipocampal corresponderia a esse sistema. A orientação baseada em
estratégias de guiamento (sistema de Táxon) seria independente da integridade hipocampal.
A proposta de O'Keefe e Nadel (1978) de que integridade da formação hipocampal é
essencial para a formação de mapas cognitivos é corroborada por diversas evidências
experimentais. Entre elas, estudos de neurofisiologia que mostram que o disparo de células
piramidais hipocampais está associado a localização do animal no ambiente. Essas células
foram denominadas células de lugar (do inglês place cells) e sugeridas como substrato inicial
das habilidades espaciais inerentes à navegação espacial (O'KEEFE & DOSTROVSKY, 1971;
SHAPIRO, 1997; MORRIS, 2000; D´HOOGE E DE DEYEN, 2001; MOSER e col., 2008;
LANGSTON e col., 2010) e estudos envolvendo lesões ou danos ao hipocampo que resultam
em marcados prejuízos de orientação espacial, particularmente em tarefas que dependem do
sistema de mapeamento espacial (ver adiante).
2.2 Labirinto aquático de Morris como instrumento
de avaliação da memória espacial
Os estudos sobre o envolvimento da formação hipocampal no sistema de navegação
por mapeamento cognitivo foram impulsionados com a descrição da tarefa do labirinto
aquático de Morris (LAM) introduzido por Richard Morris (1982) há mais de que 30 anos
atrás, que se tornou uma das tarefas mais amplamente utilizadas na neurociência
comportamental para avaliar o processamento de memórias espaciais (MORRIS e col., 1982;
GARTHE & KEMPERMANN, 2013).
O labirinto aquático consiste de uma piscina circular preenchida com a água (opaca
pela adição de um pigmento branco - leite ou tinta não tóxica), em uma sala com pistas
INTRODUÇÃO
27
evidentes nas paredes e uma câmera de registro acoplada a um software de análise (Figura 6).
Essa piscina contém uma plataforma submersa, 1-2 cm abaixo do nível de água, que é
utilizada pelos animais como forma de escapar da água, mantida a 26oC.
Nesta tarefa, o animal deve navegar pela piscina para encontrar a plataforma
submersa que não é visível. Esse arranjo permite que pistas intra-labirinto sejam
minimizadas; ademais, os animais não podem utilizar seu olfato para encontrar a plataforma,
sendo sua localização estabelecida com base nas pistas distais da sala, i.e., as pistas ou pontos
de referencia do ambiente externo ao labirinto (piscina). A cada tentativa o animal inicia a
tarefa em diferentes pontos de partida da borda da piscina, o que estimula a adoção de uma
estratégia de orientação alocêntrica para a execução da tarefa. Ademais, essa manipulação
minimiza o uso de estratégias de guiamento (MORRIS, 1983; WISHAW e MITTLEMAN,
1986; SANTOS, 1999; XAVIER, 1999).
Uma grande variedade de protocolos tem sido desenvolvida com esta tarefa, mas eles
podem ser agrupados em duas categorias principais, uma que envolve a versão para avaliar
memória de referência e outra que envolve a versão para avaliar memória operacional
(XAVIER e col., 1999; SANTOS, 1999; ANDERSON e col., 2006).
Para avaliar a memória de referência espacial, a plataforma é mantida na mesma
localização ao longo dos dias de treino, e a cada tentativa o animal parte de um ponto
distinto da borda da piscina. Assim, o animal formula uma memória sobre a localização da
plataforma que é aplicável a vários dias diferentes, sendo portanto relevante armazenar esta
informação ao longo dos dias de treino. Admite-se que haja a formação de um mapa
cognitivo que contém não só informações sobre a distribuição espacial das diferentes regiões
da piscina como dos estímulos da sala, permitindo reconhecer locais específicos que podem
ser lembrados como parte de uma rota e, portanto, mais utilizado em
tentativas subseqüentes. Essa versão está relacionada com a formação de uma memória de
“longo prazo” ou memória de referência (OLTON, 1983).
Diferentemente para avaliar a memória operacional espacial, a localização da
plataforma é modificada a cada dia, permanecendo fixa nas tentativas de um mesmo dia. O
ponto de partida varia de tentativa para tentativa, estimulando a adoção de estratégias de
mapeamento cognitivo. Esse tipo de protocolo permite avaliar um tipo de memória
temporária em que o animal deve, a cada dia, procurar pela plataforma em um local diferente
em relação ao dia anterior. Porém, como a localização da plataforma é mantida constante ao
longo das tentativas de um mesmo dia, os animais devem reter a informação sobre a
localização da plataforma de modo a encontrá-la mais prontamente na segunda e demais
INTRODUÇÃO
28
tentativas de um dia. Como a localização da plataforma a cada dia é variada aleatoriamente,
a informação sobre sua localização num dado dia é irrelevante para os dias subsequentes.
Portanto, trata-se de uma informação útil para facilitar o desempenho da tarefa na segunda e
demais tentativas de um dia, sendo irrelevante para os demais dias. Portanto, esse tipo de
memória está associada a um contexto temporal específico e válido para aquele dia e pode ser
“apagado” após seu uso. Em outras palavras, este teste permite avaliar se o animal se vale da
informação adquirida na primeira tentativa para encontrar a plataforma mais rapidamente,
na segunda e demais tentativas do dia para melhorar seu desempenho, sendo que a
informação da localização da plataforma deixa de ser útil quando as tentativas daquele dia
são concluídas. Ademais, como o intervalo de tempo entre as tentativas pode ser variado,
pode-se avaliar a duração da memória operacional, pela variação do intervalo entre as
tentativas (OlTON, 1983; SANTOS, 1999).
Diversos estudos mostram que lesões ou danos ao hipocampo e/ou suas conexões
resultam em um profundo déficit de memória espacial, sem prejuízo no desempenho de
tarefas de natureza não espacial (MORRIS e col., 1992; EICHNBAUM, 1999; XAVIER e
col., 1999; BEST e col., 2004; BROADBENT e col., 2004;).
XAVIER e col. (1999) testaram ratos com perda seletiva de células granulares do giro
denteado, lesados pela aplicação múltipla e tópica de colchicina, nas versões de memória de
referencia e operacional do labirinto aquático de Morris. Os animais lesados exibiram
prejuízos notórios em ambas as versões da tarefa, sinalizando desorganização do sistema de
orientação alocêntrica; no entanto, na versão de referência os animais foram capazes de
adquirir, por meio do sistema de orientação/guiamento, informações relevantes para o
desempenho da tarefa, ao passo que na versão envolvendo memória operacional, os ratos não
exibiram qualquer melhora em seu desempenho mesmo quanto o intervalo entre tentativas
foi virtualmente zero. Outros estudos com resultados similares sugerem que o hipocampo e
estruturas relacionadas parecem necessários para o desempenho de tarefas de memória
operacional (para uma completa revisão sobre a importância do giro denteado para a
orientação espacial ver XAVIER & COSTA, 2009).
INTRODUÇÃO
29
FIGURA 6- Esquema representativo do labirinto aquático de Morris.
INTRODUÇÃO
30
2.3 Atividade física, neurogênese e memória espacial
Sabe-se que a prática regular de atividades físicas resulta em adaptações orgânicas,
decorrentes de alterações metabólicas, endócrinas e neuro-humorais, capazes de melhorar a
saúde física e mental (MATTSON, 2000; COTMAN & BERCHTOLD, 2002; WINTER e
col., 2007; VAYNMAN & GOMEZ-PINILLA, 2006; COTMAN e col., 2007).
A atividade física, independente da modalidade, traz diversos benefícios para o
sistema nervoso de animais em estado saudável, patológico e em diferentes faixas etárias
(DUSTMAN e col., 1990; KRAMER e col., 1999; GOMEZ-PINILLA e col., 2002; MARIN e
col., 2003; VAYNMAN e col., 2004; HUANG e col., 2006; KIM e col., 2007; LOU e col.,
2008; BERCHTOLD e col., 2010).
A visão em torno da importância da atividade física mudou significativamente
quando foi demonstrado que o exercício físico é um fator indutor da neurogênese
hipocampal em mamíferos adultos (VAN PRAAG e col., 1999). Surpreendentemente o
exercício não somente atuava na melhora de funções metabólicas, mas também no
aprimoramento de funções cognitivas (FABEL e KEMPERMANN, 2008).
Em humanos, exercícios aeróbicos regulares têm sido associados à melhora de
desempenho em tarefas que requerem funções executivas, memória operacional e memória
espacial (COLCOMBRE & KRAMER, 2003; COTMAN e col., 2007; BERCHTOLD e col.,
2010; RUSCHWEYH e col., 2011). Estudos em roedores comprovam melhoras no
aprendizado, na memória, e na plasticidade do sistema nervoso como resposta ao exercício
físico (LAMBERT e col., 2005; MOLTENI e col., 2002; 2004; NEPPER e col., 1995; VAN
PRAAG e col., 2005; VAYNMAN e col., 2004).
O consenso atual de que o exercício promove melhoras no aprendizado e memória de
roedores é baseada em dois regimes principais de atividade física, o exercício voluntário [e.g.,
atividade voluntária na roda de atividade - o animal tem livre acesso à roda e exibe atividade
voluntária que é também intermitente (COTMAN e col., 2005), influenciada pelo ritmo
circadiano, tem velocidade auto-determinada e predominância do metabolismo aeróbico], e
atividade forçada [corrida em esteira ou natação (o animal é obrigado a realizar exercício
físico em intensidade e duração determinados pelo experimentador, impondo maior
demanda energética - esse tipo de atividade ativa respostas neuroendócrinas de estresse, em
função das configurações de treinamento (SHERWIN, 1998; ARIDA e col., 2004)].
INTRODUÇÃO
31
Os efeitos benéficos da atividade física sobre a plasticidade cerebral e função
cognitiva podem ser mediados em parte por um incremento na vasculatura do encéfalo
(angiogênese), bem como do fluxo sanguíneo neste tecido (BLACK e col., 1990; VAN DER
BORGHT e col., 2009; RHYU e col., 2010), que levam a otimização do transporte de
nutrientes, oxigênio e neurotrofinas (CLARK e col., 2009).
Dentre as neurotrofinas, é importante destacar o fator neurotrófico derivado do
cérebro (BDNF) que está envolvido na regulação da sobrevivência neuronal e neurogênese
(BERCHTOLD e col., 2005; COTMAN e BERCHTOLD, 2002) e pode estar diretamente
envolvido nos efeitos benéficos proporcionados pelo exercício físico (GOMEZ-PINILLA e
col., 2008; LISTA e SORRENTINO, 2010). Sabe- se que a administração de BDNF exógeno
é capaz de reverter déficits no processo de aprendizagem e memória, indicando que esta
neurotrofina possui papel importante nos processos cognitivos (COTMAN e
BERCHTOLD, 2007). Contudo, outros fatores neurotróficos também atuam nesses
processos, dentre eles vale destacar o fator de crescimento derivado do endotélio (VEGF), o
fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1) e Nerve growth fator (NGF) que
promovem crescimento e reparo celular (NEEPER e col., 1995; BERCHTHOLD e col., 2005;
VAYNMAN e col., 2006; HUANG e col., 2006; BLACKMORE e col., 2009; LAFENETRE
e col., 2010).
Faz-se importante também destacar que a atividade física induz a uma cascata de
alterações funcionais e estruturais parcialmente interdependentes no sistema nervoso
(Figura 7). Essas alterações incluem: aumento da densidade de espinhas dendríticas
(STRANAHAN e col., 2007), aumento da eficácia de LTP (VAN PRAAG e col., 1999) e
redução das variáveis relacionadas ao estresse oxidativo (OGONOVSZKY e col., 2005;
RADAK e col., 2006). Além disso, o exercício físico afeta os sistemas de neurotransmissão,
por exemplo, aumento crescente dos níveis de serotonina, noradrenalina e de acetilcolina
(LISTA & SORRENTINO, 2010) e aumento da densidade de receptores de dopamina
(FORDYCE & FARRAR, 1991). Todos esses fatores desempenham papéis importantes na
indução da neuroplasticidade.
INTRODUÇÃO
32
Figura 7: Efeitos da atividade física no encéfalo. A atividade física regula a
aprendizagem, através de cascatas de fatores de crescimento, que modulam os processos de
neurogênese, angiogênese e sinaptogenese.
No presente estudo, entretanto, avaliaremos apenas os efeitos da atividade física na
neurogênese hipocampal adulta.
Os efeitos decorrentes do exercício físico sobre o giro denteado de roedores podem
ser observados 24 horas após a primeira sessão de treinamento, entretanto, a detecção dos
efeitos mais pronunciados se dá após 3 dias de atividade física (VAN PRAAG e col., 1999).
Estudos que investigam a indução da neurogênese pela atividade física espontânea utilizam
diferentes períodos de exercício, variando de 3 dias a 6 meses. Com relação à duração que a
atividade física espontânea deve ser praticada para que seja obtidos maiores taxa de indução
da neurogênese, foi observado que corrida por períodos curtos (3-9 dias) provocam um
aumento de proliferação celular de até 5 vezes nos valores encontrados em animais controles,
em contrapartida, corrida por períodos prolongados (24- 32 dias) faz com que a taxa de
proliferação retorne ao seu nível de basal (NAYLOR e col.,2005; KRONENBERG e col.,
2006).
O aumento na taxa de neurogênese pós-exercício é acompanhado por melhor
desempenho em tarefas de memória espacial (UYSALET e col., 2005; VAN PRAAG e col.,
INTRODUÇÃO
33
2005; ALBECK e col., 2006; UDA e col., 2006; BARRIENTOS e col., 2011; AQUIAR e col.,
2011), assim como uma melhor consolidação de memórias associadas ao contexto
(KOHMAN e col., 2012). Estudos com roedores demonstram que o exercício facilita a
aquisição e/ou retenção em tarefas dependentes do hipocampo incluindo o labirinto aquático
de Morris (VAYNMAN e col., 2004; VAN PRAAG e col., 2005; RHODES e col., 2008;
MARLLAT e col., 2012), labirinto radial (NICHOL e col., 2007), labirinto aquático radial
(KHABOUR e col., 2010, 2012; BERCHTOLD e col., 2010; ALOMARI e col., 2013) e
reconhecimento de objetos (O’CALLAGHAN e col., 2007). Diante dessas evidências, o
exercício físico parece mobilizar uma cascata de eventos moleculares que culmina na
formação de novos neurônios no hipocampo, com consequente aumento da plasticidade
sináptica e melhora nos processos de aprendizagem e memória.
Embora esteja bem estabelecido que o exercício aumenta a aquisição e/ou retenção de
uma tarefa cognitiva, não se sabe por quanto tempo os benefícios trazidos pelo exercício se
mantêm após o término da atividade física. Os relatos que abordam essa questão temporal
ainda são escassos na literatura. Por exemplo, Radak e colaboradores (2006) mostraram que
os benefícios da atividade física na memória de esquiva passiva são perdidos após 6 semanas
do final do treinamento. Kitamura e colaboradores (2003) mostraram que a neurogênese
dependente de exercício cessa após 3 semanas de sua interrupção, o curso temporal dos
benefícios após o término da atividade física parece ser importante para a melhora cognitiva
subsequente. A atividade física por curtos períodos de tempo mantêm a proliferação de
células precursoras elevadas. Presumivelmente, na presença de estímulo apropriado para a
sobrevivência, essas células são incorporadas às redes neurais (ver KRONENBERG e col.,
2003). Em outras palavras, considerando que o aprendizado de tarefas dependentes do
hipocampo modula a neurogênese, é possível que o exercício físico associado à exposição a
tarefas dependentes da função hipocampal, promovam não apenas a neurogênese, mas
também a sobrevivência e o recrutamento desses novos neurônios e sua integração a
circuitos hipocampais. Esse processo, porém, pode ser dependente do intervalo temporal
entre a neurogênese estimulada por exercício físico e a incorporação dessas novas células aos
circuitos hipocampais, estimulada pelo desempenho de tarefas dependentes da função
hipocampal.
Neste estudo investigamos a relação temporal entre os efeitos benéficos da atividade
física associado ao aprendizado de tarefa dependente da função hipocampal, e sua relação
com a neurogênese, levando em consideração também o tempo decorrido desde o término da
atividade física.
INTRODUÇÃO
34
Neste trabalho utilizamos a atividade física voluntária como um fator indutor de
neurogênese e como forma de mobilizar esses novos neurônios utilizaremos duas versões do
labirinto aquático de Morris, uma dependente da função hipocampal e outra independente, e
avaliaremos como o aprendizado modula sua sobrevivência. A introdução de diferentes
intervalos de tempo entre o nascimento desses novos neurônios e seu engajamento na tarefa,
permitiu avaliar se a idade dos neurônios imaturos pode influenciar o aprendizado e
determinar sua sobrevivência.
CONCLUSÕES
70
7 . CONCLUSÕES
I. O protocolo de 7 dias de atividade física voluntária leva a um aumento
na proliferação e na diferenciação neuronal (neurogênese).
II. O aumento da neurogênese hipocampal não refletiu em uma melhora na
memória espacial.
III. A interrupção da atividade física anterior à execução da tarefa comportamental
leva a uma redução significativa na sobrevivência dos neurônios gerados pela
atividade física.
IV. O aprendizado da tarefa do labirinto aquático de Morris, na versão de memória
operacional que é dependente do hipocampo, leva a um aumento da
sobrevivência dos novos neurônios que foram produzidos no período de
exercício, ao passo que o aprendizado da versão independente da tarefa leva a
uma redução do número absoluto de novos neurônios.
Referências Bibliográficas
74
8. Referências Bibliográficas
Aimone JB, Wiles J, Gage FH. (2009). Computational influence of adult neurogenesis on memory encoding. Neuron 61:187–202
Aimone JB, Gage FH. (2011)Modeling new neuron function: a history of using computational neuroscience to study adult neurogenesis. Eur J Neurosci. 33:1160–1169.
Akbari,E.M., Chatterjee,D., Levy, F., and Fleming, A.S.(2007). Experience-dependent
cell survival in the maternal rat brain. Behav. Neurosci. 121, 1001–1011.
Albeck DS, Sano K, Prewitt GE, Dalton L. (2006) Mild forced treadmill exercise
enhances spatial learning in the aged rat. Behav Brain Res. 168:345–348.
Alberg et al.,(2000) Peripheral infusion of IGF-I selectively induces neurogenesis in the
adult rathippocampus. J. Neurosci., 20, 2896–2903
Alberini CM. (2011) The role of reconsolidation and the dynamic process of long‑term
memory formation and storage. Front. in Behav. Neurosci. 2011, Vol. 5, No. 12.
Allen E. (1912) The cessation of mitosis in the central nervous system of the albino rat.
J.Comp. Neurol. 12 547-568
Altman G.1962 Are new neurons formed in the brains of adult mammals? Science. 135
1127-1128
Altman J, Das GD.1965. Autoradiographic and histological evidence of postnatal
hippocampal neurogenesis in rats. J. Comp. Neurol. 124:319–35
Referências Bibliográficas
75
Altman J. 1966. Autoradiographic and histological studies of postnatal neurogenesis. II.
A lon- gitudinal investigation of the kinetics, migration and transformation of cells
incorporating tritiated thymidine in infant rats, with special reference to postnatal
neurogenesis in some brain regions. J. Comp. Neurol. 1966:431–74
Altman J. 1967. In The Neurosciences, Second Study Program, ed. GC Quarton, T
Melnechuck, FO Schmitt, pp. 723–43. New York: Rockefeller Univ. Press
Altman J. 1969. Autoradiographic and histological studies of postnatal neurogenesis.
IV. Cell proliferation and migration in the anterior forebrain, with special reference to
persisting neurogenesis in the olfactory bulb. J. Comp. Neurol. 137:433–57
Alvarez-Buylla A, Garcia-Verdugo JM. 2002.Neurogenesis in adult subventricular
zone. J Neurosci. 1;22(3):629-34.
Alvarez-Buylla A, Lim DA. 2004. For the long run: maintaining germinal niches in the
adult brain. Neuron 41:683–86
Ambrogini P, Lattanzi D, Ciuffoli S, Agostini D, Bertini L, Stocchi V, Santi S, Cuppini
R. (2004) Morphofunctional characterization of neuronal cells at different stages of
maturation in granule cell layer of adult rat dentate gyrus. Brain Res 1017:21–31
Andersen, P.; Morris, R.; Amaral, D.; Bliss, T.; O’keefe, J. The hippocampus book. New
York, Oxford University Press, 2007.
Andersen ML, Tufik S. Animal Models as Tools in Ethical Biomedical Research. São
Paulo, Universidade Federal de São Paulo, 2010
Aquiar AS, Jr, Castro AA, Moreira EL, Glaser V, Santos AR, Tasca CI, Latini A,
Prediger RD.(2011) Short bouts of mild-intensity physical exercise improve spatial
learning and memory in aging rats: Involvement of hippocampal plasticity via AKT,
CREB and BDNF signaling. Mech Ageing Dev. 132(11-12):560-7
Referências Bibliográficas
76
Barnea A. 2009-Interactions between environmental changes and brain plasticity in
birds. General Compar Endocri.. 2009, 163: 128–134.
Barrientos RM, Frank MG, Crysdale NY, Chapman TR, Ahrendsen JT, Day HE,
Campeau S, Watkins LR, Patterson SL, Maier SF.(2011) Little exercise, big effects:
reversing aging and infection-induced memory deficits, and underlying processes. J
Neurosci. 31:11578–11586.
Ben et al., 2010.Running exercise effects on spatial and avoidance tasks in
ovariectomized rats. Neurobiol Learn Mem.;94(3):312-7.
Bédard A, Gravel C, Parent A. (2006).Chemical characterization of newly generated
neurons in the striatum of adult primates. Exp Brain Res 170:501–12.
Benraiss A, Chmielnicki E, Lerner K, Roh D, Goldman SA.(2001) Adenoviral brain-
derived neurotrophic fator induces both neostriatal and olfactory neuronal recruitment
from endogenous progenitor cells in the adult forebrain. J Neurosci 21:6718–6731.
Berchtold, N. C., Castello, N., & Cotman, C. W. (2010). Exercise and time-dependent
benefits to learning and memory. Neurosci 167(3), 588-97.
Bergami, M., Rimondini, R., Santi, S., Blum, R., Götz, M., and Canossa, M. (2008).
Deletion of TrkB in adult progenitors alters newborn neuron integration into
hippocampal circuits and increases anxiety-like behav- ior. Proc. Natl. Acad. Sci.
U.S.A. 105, 15570–15575.
Bernier PJ, Bedard A, Vinet J, Levesque M, Parent A.(2006) Newly generated neurons
in the amygdala and adjoining cortex of adult primates. Proc Natl Acad Sci 99:11464–9.
Best, P.J.; White, A.M.; Minai, A.(2001) Spatial processing in the brain: The Activity of
Hippocampal Place Cells. An Rev Neurosci,.24:459-486
Referências Bibliográficas
77
Bick-Sander, A., Steiner, B., Wolf, S. A., Babu, H., and Kempermann, G. (2006).
Running in pregnancy tran- siently increases postnatal hippoc- ampal neurogenesis in
the offspring. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 103, 3852–3857.
Bhattacharyya BJ, Banisadr G, Jung H, Ren D, Cronshaw DG, Zou Y, Miller RJ.
(2008).The chemokine stromal cell-derived factor-1 regulates GABAergic inputs to
neural progenitors in the postnatal dentate gyrus. J Neurosci. 28:6720–6730.
Bliss TV, Lomo T. 1973 .Long-lasting potentiation of synaptic transmission in the
dentate area of the anaesthetized rabbit following stimulation of the perforant path. J
Physiol. 232(2):331–356.
Blundon JA, Zakharenko SS.(2008) Dissecting the components of long-term
potentiation. Neuroscientist. 14(6):598-608
Brandt MD, Jessberger S, Steiner B, Kronenberg G, Reuter K, Bick-Sander A, von der
Behrens W,Kempermann G.(2003) Transient calretinin expression defines early
postmitotic step of neuronaldifferentiation in adult hippocampal neurogenesis of mice.
Mol Cell Neurosci. 24:603–613.
Brannvall K, Bogdanovic N, Korhonen L, Lindholm D. (2005). Nortestosterone
influences neural stem cell proliferation and neurogenesis in the rat brain. Eur J
Neurosci ;21:871–878.
Broadbent, N.J.; Squire, L.R.; Clark, R.E. (2004).Spatial memory, recognition memory,
and the hippocampus. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A., 101: 14515-20, 2004.
Brown J, Cooper-Kuhn CM, Kempermann G, Van Praag H, Winkler J, Gage FH, Kuhn
HG.(2003). Enriched environment and physical activity stimulate hippocampal but not
olfactory bulb neurogenesis. Eur J Neurosci, 17: 2042–2046.
Brown JP, Couillard-Despre S, Cooper-Kuhn CM,Winkler J, Aigner L,Kuhn HG. 2003.
Transient expression of double-cortin during adult neurogenesis. J Comp Neurol 467:
1–10.
Referências Bibliográficas
78
Bruel-Jungerman E, Laroche S, Rampon C.. (2005). New neurons in the dentate gyrus
are involved in the expression of enhanced long-term memory following
environmental enrichment. Eur. J. Neurosci. 21: 513–521
Cahil L, MCgaugh JL. 1998. Mechanisms of emotional arousal and lasting declarative
memory. Trends Neurosci 11: 294-299
Cameron, H.A.; Woolley, C.S.; MCewen, B.S.; Gould, E. (1993) Differentiation of newly
born neurons and glia in the dentate gyrus of the adult rat. Neurosci, 56:337–344.
Cameron HA, Gould, E. (1994) Adult neurogenesis is regulated by adrenal steroids in
the dentate gyrus. Neurosc 61:203-209.
Cameron HA, McKay RD. ( 2001).Adult neurogenesis produces a large pool of new
granule cells in the dentate gyrus. J Comp Neurol. 435(4):406-17.
Chmielnicki E, Benraiss A, Economides AN, Goldman SA. (2004)Adenovirally
expressed noggin and brain derived neurotrophic factor cooperate to induce new
medium spiny neurons from resident progenitor cells in the adult striatal ventricular
zone. J Neurosci ;24:2133–2142
Chow C, Epp JR, Lieblich SE, Barha CK, Galea LA.2012. Sex differences in neurogenesis
and activation of new neurons in response to spatial learning and memory.
Psychoneuroend.38(8):1236-50
Christie, B. R. , Cameron, H. A. (2006). Neurogenesis in the adult hippocampus.
Hippocampus: 16, 199–1207.
Clelland CD, M. Choi, C. Romberg, G. D. Clemenson Jr., A. Fragniere, P. Tyers, S.
Jessberger, L. M. Saksida, R. A. Barker,F. H. Gage, T. J. Bussey.(2009) A functional role
for adult hippocampal neurogenesis in spatial pattern separation. Scien 325:210–13
Referências Bibliográficas
79
Cotman, C.W. & Berchtold, N.C. 2002. Exercise: a behavioral intervention to enhance
brain health and plasticity. Trends in Neurosci 25: 295-301.
CotmanCW, Berchtold NC, Christie LA. 2007. Exercise builds brain health: Key roles of
growth factor cascades and inflammation. Trends Neurosci 30: 464–472
Creer DJ, Romberg C, Saksida LM, van Praag H, Bussey TJ. (2010). Running enhances
spatial pattern separation in mice. Proc. Natl. Acad. Sci., v.107, n. 5, p. 2367–72.
Dayer AG, Ford AA, Cleaver KM, Yassaee M, Cameron HA (2003). Short-term and
long-term survival of new neurons in the rat dentate gyrus. J Comp Neurol 460:563–72.
Deng, W., Aimone, J. B., & Gage, F. H. (2010). New neurons and new memories : how
does adult hippocampal neurogenesis affect learning and memory ? Nat 11(5), 339-350
Doetsch, F. 2003. The glial identity of neural stem cells. Nat. Neurosci. 6, 1127–1134.
Döbrössy MD, Drapeau E, Aurousseau C, Le Moal M, Piazza PV, Abrous DN.(2003).
Differential effects of learning on neurogenesis: learning increases or decreases the
number of newly born cells depending on their birth date. Mol. Psychiatry 8:974–82
Drapeau E, Montaron MF, Aguerre S, Abrous DN. Learning-induced survival of new
neurons depends on the cognitive status of aged rats. J Neurosci. 2007; 27:6037–6044
Duan X, Kang E, Liu CY, Ming GL, Song H. (2008). Development of neural stem cell in
the adult brain. Curr Opin Neurobiol; 18:108 –15.
Referências Bibliográficas
80
Dubai Y.(2004)The neurobiology of consolidations, or, how stable is the engram?.
Annu. Rev. Psychol. 55:51–86.
Duman, R.S., (2004). Depression: a case of neuronal life and death? Biol. Psychiatry 56,
140–145.30
Dupret D, Fabre A, Döbrössy MD, Panatier A, Rodríguez JJ, Lamarque S, Lemaire V,
Oliet SH, Piazza PV, Abrous DN. (2007) Spatial learning depends on both the addition
and removal of new hippocampal neurons. PLoS Biol. 5, e214
Dupret D, Revest JM, Koehl M, Ichas F, De Giorgi F, Costet P, Abrous DN, Piazza PV.
(2008). Spatial relational memory requires hippocampal adult neurogenesis. PLoSOne
3:e1959
Dustman, R.E., Emmerson, R.Y., Ruhling, R.O., Shearer, D.E., Steinhaus, L.A., Johnson,
S.C., Bonekat, H.W., Shigeoka, J.W., 1990. Age and fitness effects on EEG, ERPs, visual
sensitivity, and cognition. Neurobiol. Aging 11, 193– 200.
Ehninger & Kempermann, 2003. Regional effects of wheel running and environmental
enrichment on cell genesis and microglia proliferation in the adult murine neocortex.
Cerebral Cortex 13, 845–51
Einchenbaum, (2002). The Cognitive Neuroscience of Memory: an
Introduction.Oxford University Press
Eichenbaun, H.; Stewart, C.; Morris, R.G.M. (1990) Hippocampal representation in
place Learning. J Neurosci, 10(11). P3531-3542. 1990
Referências Bibliográficas
81
Encinas JM, Vaahtokari A, Enikolopov G.(2005) Fluoxetine targets early progenitor
cells in the adult brain. Proc Natl Acad Sci U S A 103:8233–8238
Encinas JM, Enikolopov G. (2008) Identifying and quantitating neural stem and
progenitor cells in the adult brain. Methods Cell Biol 85:243–272.
Encinas JM, Sierra A. (2012) Neural stem cell deforestation as the main force driving
the age-related decline in adult hippocampal neurogenesis. Behav Brain Res 433-439
Epp JR, Spritzer MD, Galea LA,(2007).Hippocampus- dependent learning promotes
survival of new neurons in the den tate gyrus at a specific time during cell maturation.
Neurosci 149, 273–285
Epp,J.R.,& Galea,L.A.M.(2009). Hippocampus-dependent strategy choice predicts low
levels ofcell proliferation in the dentate gyrus. Neurobiol.Learn.Mem. 91, 437–446.
Epp JR, Haack AK, Galea LA., (2010).Task difficulty in the Morris water task influences
the survival of new neurons in the dentate gyrus. Hippocampus 20, 866–876.
Epp JR, Haack AK, Galea LA. (2011).Activation and survival of immature neurons in
the dentate gyrus with spatial memory is dependent on time of exposure to spatial
learning and a geofcells at examination. Neurobiol.Learn.Mem. 95, 316–325.
Epp JR, Chow C, Galea LA. (2013) Hippocampus-dependent learning influences
hippocampal neurogenesis Front Neurosci. 7:57.
Referências Bibliográficas
82
Eriksson PS, Perfilieva E, Bjork-Eriksson T, Alborn AM, Nordborg C, Peterson DA,
Gage FH (1998).Neurogenesis in the adult human hippocampus. Nat Med 4:1313–1317
Esposito MS, Piatti VC, Laplagne DA, Morgenstern NA, Ferrari CC, Pitossi FJ, Schinder
AF.(2005)Neuronal differentiation in the adult hippocampus recapitulates embryonic
development. JNeurosci. 25:10074–10086.
Fabel, K., and Kempermann, G. (2008). Physical activity and the regulation of
neurogenesis in the adult and aging brain. Neuromolecular. Med. 10, 59–66.
Fabel, K., Wolf, S. A., Ehninger, D., Babu, H., Galicia, P. L., Kempermann, G. (2009).
Additive effects of physical exercise and environmental enrich- ment on adult
hippocampal neuro- genesis in mice. Front. Neurosci. 3, 50-67
Farioli-Vecchioli, S., Saraulli, D., Costanzi, M., Pacioni, S., Cina, I., Aceti, M., Micheli,L.,
Bacci,A., Cestari,V., Tirone,F. (2008). The timing of differentiation of adult
hippocampal neurons is crucial for spatial memory. PLoS Biol. 6(10):e246
Farmer, J., Zhao, X., van Praag, H., Wodtke, K., Gage, F. H., and Christie, B. R. (2004).
Effects of voluntary exercise on synaptic plasticity and gene expression in the dentate
gyrus of adult male Sprague-Dawley rats in vivo. Neurosci 124, 71–79.
Faulkner RL, Jang MH, Liu XB, Duan X, Sailor KA, Kim JY, Ge S, Jones EG, Ming GL,
Song H,Cheng HJ.(2008) Development of hippocampal mossy fiber synaptic outputs by
new neurons in the adult brain. Proc Natl Acad Sci U S A. 105:14157–14162.
Referências Bibliográficas
83
Ferreira, A.F.B., Real, C.C., Rodrigues, A.C., Alves, A.S., Britto, L.R.G. Short-term,
moderate exercise is capable of inducing structural, bdnf-independent hippocampal
plasticity. Brain Research 1425: 111-122. 2011
Filippov V, Kronenberg G, Pivneva T, Reuter K, Steiner B, Wang LP, Yamaguchi M,
Kettenmann H,Kempermann G. (2003) Subpopulation of nestin-expressing progenitor
cells in the adult murinehippocampus shows electrophysiological and morphological
characteristics of astrocytes. Mol Cell Neurosci 23:373–382.
Fowler CD, Liu Y, Ouimet C, Wang Z. (2002) The effects of social environment on adult
neurogenesis in the female prairie vole. J Neurobiol 51:115–128.
Gage ,FH. (2000). Mammalian neural stem cells. Sci 287: 1433–1438.
Gage ,FH. (2002) Neurogenesis in the adult brain. J Neurosci 3:612-3.
Gage, FH. (2004) Structural plasticity of the adult brain. Dialogues Clin Neurosci
6:135-41.
Garthe, A., Behr, J., e Kempermann, G. (2009). Adult-generated hippocampal neurons
allow the flexible use of spa- tially precise learning strategies. PLoS ONE 4, e5464.
Garthe, A. , Kempermann, G. (2013). An old test for new neurons: refining the Morris
water maze to study the functional relevance of adult hippocampal neurogenesis.
Front Neurosci. 7: 63
Referências Bibliográficas
84
Ge S, Pradhan DA, Ming GL, Song H.(2007) GABA sets the tempo for activity-
dependent adult neurogenesis.Trends Neurosci 30:1–8.
Gould E, Cameron HA, Daniels DC, Woolley CS, McEwen BS. (1992)Adrenal
hormones suppress cell division in the adult rat dentate gyrus. J Neurosci 12:3642–
3650.
Gould E, McEwen BS, Tanapat P, Galea LA, Fuchs E. (1997) Neurogenesis in the
dentate gyrus of the adult tree shrew is regulated by psychosocial stress and NMDA
receptor activation. J Neurosci 17:2492–2498.
Gould E, Tanapat P, McEwen BS, Flugge G, Fuchs E.(1998) Proliferation of granule cell
precursors in the dentate gyrus of adult monkeys is diminished by stress. Proc Natl
Acad Sci U S A 95:3168–3171.
Gould E, Reeves AJ, Graziano MS, Gross CG. (1999) Neurogenesis in the neocortex of
adult primates. Sci 286:548–552.
Gould E, Reeves AJ, Fallah M, Tanapat P, Gross CG, Fuchs E.(1999) Hippocampal
neurogenesis in adult Old World primates. Proc Natl Acad Sci U S A 96:5263–5267.
Gould E, Vail N, Wagers M, Gross CG. (2001) Adult-generated hippocampal and
neocortical neurons inmacaques have a transient existence. Proc Natl Acad Sci U S A
98:10910–10917.
Greenwood , BN, Loughridge AB, Sadaoui N, Christianson JP, Fleshner M. (2012). The
protective effects of voluntary exercise against the behavioral consequences of
Referências Bibliográficas
85
uncontrollable stress persist despite an increase in anxiety following forced cessation of
exercise. Behav Brain Res 233:314–21
Hairston, I. S., Little,M. T.M., Scanlon, M. D., Barakat, M. T., Palmer, T. D., Sapolsky, R.
M., et al. (2005). Sleep restriction suppresses neuro- genesis induced by hippocampus-
dependent learning. J. Neurophysiol. 94, 4224–4233.
Hastings, NB & Gould, E. 1999. Rapid extension of axons into theCA3region by
adultgenerated granule cells. J. Comp. Neurol. 413:146–54
Helene, A & Xavier, GF. 2003. A construção da atenção a partir da memoria. Revista
Brasileira de Psiquiatria, 25 (Sup.II), 12-20
Helene, A & Xavier, GF. 2007. Memória e ( a Elaboração da ) Percepção, Imaginação,
Inconsciente e consciência. In: Ladeira-Fernandez, J e Silva, M. T. A. (ed.) Intersecções
entre psicologia e neurociências, 1a edição. MedBook, Rio de Janeiro, pp 103-148
Hernandez-Rabaza V, Llorens-Martín M, Velázquez-Sánchez C, Ferragud A, Arcusa A,
Gumus HG, Gómez-Pinedo U, Pérez-Villalba A, Roselló J, Trejo JL, Barcia JA, Canales
JJ. (2009). Inhibition of adult hippocampal neurogenesis disrupts contextual learning
but spares spatial working memory, long- term conditional rule retention and spatial
reversal. Neurosci 159:59–68
Herry C, Ferraguti F, Singewald N, Letzkus JJ, Ehrlich I, Lüthi A. (2010).Neuronal
circuits of fear extinction. Eur J Neurosci.;31(4):599-612.
Referências Bibliográficas
86
Huang, L., Devries, G. J., and Bittman, E. L. (1998). Photoperiod regulates neuronal
bromodeoxyuridine labeling in the brain of a seasonally breeding mammal. J.
Neurobiol. 36, 410–420.
Imayoshi, I., Sakamoto, M., Ohtsuka, T., Takao, K., Miyakawa, T., Yamaguchi, M.,
Mori, K., Ikeda, T., Itohara, S., and Kageyama, R. (2008). Roles of continuous
neurogenesis in the structural and functional integrity of the adult forebrain. Nature
Neurosci. 11: 1153–1161.
Izquierdo I. Memória. Porto Alegre, Ed. Artmed, 2002.
Jaholkowski P, Kiryk A, Jedynak P, Ben Abdallah NM, Knapska E, Kowalczyk A,
Piechal A, Blecharz-Klin K, Figiel I, Lioudyno V, Widy-Tyszkiewicz E, Wilczynski GM,
Lipp HP, Kaczmarek L, Filipkowski RK. (2009). New hippocampal neurons are not
obligatory for memory formation;cyclin D2 knockout mice with no adult brain
neurogenesis show learning. Learn Mem 16:439–451
Jessberger, S., Clark, R. E., Broadbent, N. J., Clemenson, G. D. Jr., Consiglio, A., Lie, D.
C., Squire, L. R., and Gage, F. H. (2009). Dentate gyrus-specific knock- down of adult
neurogenesis impairs spatial and object recognition memory in adult rats. Learn. Mem.
16, 147–154
Jin et al. (2002).Vascular endothelial growth factor (VEGF) stimulates neurogenesis in
vitro and in vivo. Proc Natl Acad Sci U S A 99:11946- 11950
Kanarek RB, D'Anci KE, Jurdak N, Mathes WF.(2009).Running and addiction:
precipitated withdrawal in a rat model of activitybased anorexia. Behav
Neurosci;123:905–12.
Referências Bibliográficas
87
Kannangara, T. S., Lucero, M. J., Gil- Mohapel, J., Drapala, R. J., Simpson, J. M.,
Christie, B. R., and van Praag, H. (2010). Running reduces stress and enhances cell
genesis in aged mice. Neurobiol. Aging. neurobiolaging. 32(12):2279-86.
Kannangara, T. S., Webber, A., Gil- Mohapel, J., and Christie, B. R. (2009). Stress
differentially regulates the effects of voluntary exercise on cell proliferation in the
dentate gyrus of mice. Hippocampus 19, 889–897
Kaplan MS, Bell DH. (1983). Neuronal proliferation in the 9-month-old rodent-radio-
autographic study of granule cells in the hippocampus. Exp. Brain Res. 52:1–5
Kaplan MS, Hinds JW. (1977). Neurogenesis in the adult rat: electron microscopic
analysis of light radioautographs. Science 197:1092–94
Kaplan MS, McNelly NA, Hinds JW.(1985) Population dynamics of adult-formed
granule neurons of the rat olfactory bulb. J Comp Neurol 239:117–125
Kee N, Sivalingam S, Boonstra R, Wojtowicz JM. (2002). The utility of Ki-67 and BrdU
as proliferative markers of adult neurogenesis. J Neurosci Methods 115:97–105.
Kee N, Teixeira CM, Wang AH, Frankland PW. (2007). Preferential incorporation of
adult-generated granule cells into spatial memory networks in the dentate gyrus. Nat
Neurosci 10:355–362.
Kempermann G, Kuhn HG, Gage FH.(1997). More hippocampal neurons in adult mice
living in an enriched environment. Nature. 386: 493–495.
Referências Bibliográficas
88
Kempermann G, Jessberger S, Steiner B, Kronenberg G. (2004) Milestones of neuronal
development in the adult hippocampus. Trends Neurosci 27:447–452.
Kempermann, G. Adult Neurogenesis: Stem Cells and Neuronal Development in the
Adult Brain. USA:Oxford University Press; 2005.
Kempermann, G. Adult Neurogenesis: Stem Cells and Neuronal Development in the
Adult Brain. USA: 2ed Oxford University Press; 2010.
Khabour OF, Alzoubi KH, Alomari MA, Alzubi MA. (2013).Changes in spatial memory
and BDNF expression to simultaneous dietary restriction and forced exercise. Brain
Res Bull. 90:19-24.
Khabour OF, Alzoubi KH, Alomari MA, Alzubi MA.(2010) Changes in spatial
memoryand BDNF expression to concurrent dietary restriction and voluntary exercise.
Hippocampus 20:637–45
Kim H, Lee SH, Kim SS, Yoo JH, Kim CJ (2007) The influence of maternal treadmill
running during pregnancy on short-term memory and hippocampal cell survival in rat
pups. Int J Dev Neurosci 25:243–249
Kitamura T, Mishina M, Sugiyama H. (2003). Enhancement of neurogenesis by running
wheel exercises is suppressed in mice lacking NMDA receptor epsilon 1 subunit.
Neurosci. Res. 47, 55–63.
Kitamura, T., Saitoh, Y., Takashima, N., Murayama, A., Niibori, Y., Ageta, H.,
Sekiguchi, M., Sugiyama, H., and Inokuchi, K. (2009). Adult neurogenesis modulates
the hippocampus- dependent period of associative fear memory. Cell 139, 814–827.
Referências Bibliográficas
89
Kramer, A. F., Hahn, S., Cohen, N. J., Banich, M. T., McAuley, Harrison, C. R. et al.
(1999). Ageing, fitness and neurocognitive function. Nature. 400:418-419.
Ko, H. G., Jang, D. J., Son, J., Kwak, C., Choi, J. H., Ji, Y. H., Lee, Y. S., Son, H., and
Kaang, B. K. (2009). Effect of ablated hippocampal neurogenesis on the formation and
extinction of con- textual fear memory. Mol. Brain 2, 1.
Kobilo T, Liu QR, Gandhi K, Mughal M, Shaham Y, van Praag H. (2011). Running is
the neurogenic and neurotrophic stimulus in environmental enrichment. Learn Mem
18:605–609.
Kohman RA, Deyoung EK, Bhattacharya TK, Peterson LN, Rhodes JS.(2012) Wheel
running attenuates microglia proliferation and increases expression of a proneurogenic
phenotype in the hippocampus of aged mice. Brain Behav Immun. 26(5):803-10.
Kohman RA, Clark PJ, Deyoung EK, Bhattacharya TK, Venghaus CE, Rhodes JS.(2012).
Voluntary wheel running enhances contextual but not trace fear conditioning. Behav
Brain Res. 126:1-7.
Kokoeva MV, Yin H, Flier JS. (2005).Neurogenesis in the hypothalamus of adult mice:
potential role in energy balance. Sci ;310:679–683.
Kornack DR, Rakic P. (1999). Continuation of neurogenesis in the hippocampus of the
adult macaque monkey. Proc Natl Acad Sci U S A 1999;96:5768–5773
Referências Bibliográficas
90
Kronenberg G, Reuter K, Steiner B, Brandt MD, Jessberger S, Yamaguchi M,
Kempermann G.(2003). Subpopulations of proliferating cells of the adult hippocampus
respond differently to physiologic neurogenic stimuli. J Comp Neurol; 467: 455–63
Kronenberg G, Reuter K, Steiner B, Brandt MD, Jessberger S, Yamaguchi M,
(2006). Physical exercise prevents age-related decline in precursor cell activityin the
mouse dentate gyrus. Neurobiol Aging. 27: 1505–1513.
Kuhn HG, Winkler J, Kempermann G, Thal LJ, Gage FH.(1997) Epidermal growth
factor and fibroblast growth factor-2 have different effects on neural progenitors in the
adult rat brain. J Neurosci 17:5820–5829.
Lacefield CO, Itskov V, Reardon T, Hen R, Gordon JA. (2010). Effects of adult-
generated granule cells on coordinated network activity in the dentate gyrus.
Hippocampus. 22(1):106-16.
Lafenetre, P., Leske, O., Ma-Hogemeier, Z., Haghikia, A., Bichler, Z., Wahle, P., and
Heumann, R. (2010). Exercise can rescue recognition memory impair- ment in a model
with reduced adult hippocampal neurogenesis. Front. Behav. Neurosci. 3:34.
Langston, R. F.; Ainge, J. A; Couey, J. J. (2010). Development of the spatial
representation system in the rat. Sci. 328: 5985: 1576–80.
Lazarini F, Lledo PM. (2011). Is adult neurogenesis essential for olfaction? Trends
Neurosci. 34:20–30
Referências Bibliográficas
91
Leasure J.L e Decker L. (2009) Social Isolation Prevents Exercise-Induced Proliferation
of Hippocampal Progenitor Cells in Female Rats. Hippocampus. 19:907–912.
Lee DA, Blackshaw S. (2012). Functional implications of hypothalamic neurogenesis in
the adult mammalian brain. Int J Dev Neurosci. 30(8):615-21
Lemaire V, Koehl M, Le Moal M, Abrous DN. (2000). Prenatal stress produces learning
deficits associated with an inhibition of neurogenesis in the hippocampus. Proc. Natl.
Acad. Sci. 97:11032–37
Lent, R.2010. Cem Bilhões de Neurônios - 2ª Ed.Editora: Atheneu
Levi G. Sulla cariocinesi delle cellule nervosa. Riv. Patol. Nerv. Ment. 1898
Leuner, B., Kozorovitskiy, Y., Gross, C.G., Gould, E., 2007. Diminished adult
neurogenesis 849 in the marmoset brain precedes old age. Proc. Natl Acad. Sci. U. S. A.
104, 850 851 17169–17173.
Lindsey BW, Tropepe V (2006) A comparative framework for under- standing the
biological principles of adult neurogenesis. Prog Neurobiol 80:281–307.
Lindqvist A, Mohapel P, Bouter B, Frielingsdorf H, Pizzo D, Brundin P, Erlanson-
Albertsson C. (2006) High-fat diet impairs hippocampal neurogenesis in male rats. Eur
J Neurol.13(12):1385-8.
Referências Bibliográficas
92
Lledo PM, Alonso M, Grubb MS. (2006) Adult neurogenesis and functional plasticity
in neuronal circuits. Nat Rev Neurosci 7:179–193
Llorens-Martin Tejeda GS, Trejo JL..2010. Differential regulation of the variations
induced by environmental richness in adult neurogenesis as a function of time: a dual
birthdating analysis. PLoSONE;5:e12188
Lois c, Alvarez-Buylla A 1993. Proliferating subventricular zone cells in the adult
mammalian forebrain can differentiate into neurons and glia. Proc. Natl Acd Sci USA
90: 2074-2077
Lou SJ, Liu JY, Chang H, Chen PJ (2008) Hippocampal neurogenesis and gene
expression depend on exercise intensity in juvenile rats. Brain Res 1210:48–55
Lu L, Bao G, Chen H, Xia P, Fan X, Zhang J, Pei G, Ma L. (2003). Modification of
hippocampal neurogenesis and neuroplasticity by social environments. Exp Neurol
183:600-609.
Luzzati F, De Marchis S, Fasolo A, Peretto P.(2006) Neurogenesis in the caudate
nucleus of the adult rabbit. J Neurosci 26:609–621
Madsen, T. M., Kristjansen, P. E., Bolwig, T. G., and Wortwein, G. (2003). Arrested
neuronal proliferation and impaired hippocampal function following frac- tionated
brain irradiation in the adult rat. Neurosci 119, 635–642.
Referências Bibliográficas
93
Manganas LN, Zhang X, Li Y, Hazel RD, Smith SD, Wagshul ME, Henn F, Benveniste
H, Djuric PM, Enikolopov G, Maletic-Savatic M. (2007) Magnetic resonance
spectroscopy identifies neural progenitor cells in the live human brain. Sci 318:980–985
Marín-Burgin A, Schinder AF.(2012) Requirement of adult-born neurons for
hippocampus-dependent learning. Behav Brain Res.227(2):391-9.
Marlatt MW, Potter MC, Lucassen PJ, van Praag H. (2012).Running throughout
middle-age improves memory function, hippocampal neurogenesis, and BDNF levels
in female C57BL/6J mice. Dev Neurobiol. 72(6):943-52
Markakis EA, Gage FH. (1999).Adult-generated neurons in the dentate gyrus send
axonal projections to field CA3 and are surrounded by synaptic vesicles. J Comp
Neurol 406:449–460.
Mattson, MP,2000. Neuroprotective signaling and the the aging brain: take away my
food and let me run. Brain Res. 886, 47-53
McGaugh J.L. (2000). Memory - a Century of Consolidation. Sci, 287.
McGaugh JL.(2004). The amygdala modulates the consoli- dation of memories of
emotionally arousing experiences. Annu Rev Neurosci 27: 1–28.
McGaugh JL. (2005). Emotional arousal and enhanced amygdala activity: new evidence
for the old persever- ation-consolidation hypothesis. LearnMem 12: 77–79.
Referências Bibliográficas
94
Mello, P. Efeitos do exercício físico sobre diferentes tipos de memória em ratos
normais e com prejuízo mnemônico causado pela separação maternal. [dissertação de
mestrado] Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2008
Menini A, 2010. The Neurobiology of Olfaction. Boca Raton (FL): CRC Press; 2010.
Chapter 11. Frontiers in Neuroscience.
Meshi D. D, Drew MR, Saxe M, Ansorge MS, David D, Santarelli L, Malapani C, Moore
H, Hen R. (2006).Hippocampal neurogenesis is not required for behavioral effects of
environmental enrichment. Nat Neurosci. 9(6):729-31
Ming GL, Song H (2005) Adult neurogenesis in the mammalian central nervous
system. Annu Rev Neurosci 28:223-250.
Mohapel P, Mundt-Petersen K, Brundin P, Frielingsdorf H. (2006).Working memory
training decreases hippocampal neurogenesis. Neurosci 142:609–13
Monfils MH, Cowansage, KK, Klann E, Ledoux JE 2009. Extinction-reconsolidation
boundaries: key to persistent attenuation of fear memories. Scie 324: 951-955
Mongiat LA, Schinder AF. (2011)Adult neurogenesis and the plasticity of the dentate
gyrus network. Eur J Neurosci. 33:1055–1061.
Moreira, R. C.; Moreira, M. V.; Bueno, J. L.; Xavier, G. F. Hippocampal lesions induced by
ionizing radiation: a parametric study. J Neurosci Methods 75(1) 41–7.
Morris, R.G.M.; Garrud, P.; Rawlins, J.N.P.; O’keefe, J. (1982) Place navigation
impaired in rats with hippocampal lesions. Nat 297: 681-683, 1982.
Referências Bibliográficas
95
Morris, R. (1984). Developments of a water-maze procedure for study- ing spatial
learning in the rat. J. Neurosci.Methods 11, 47–60.
Morris RGM, Schenck F, Tweedie F, Jarrard LE. (1990). Ibotenate lesions
of the hippocampus and/or subiculum: dissociating components of
allocentric spatial learning. Eur J Neurosci 2:1016–1028.
Moser EI, Kropff E, Moser MB (2008) Place cells, grid cells and the brain’s spatial
representation system. Annu Rev Neurosci. 2008;31:69-89.
Montaron MF, Drapeau E, Dupret D, Kitchener P, Aurousseau C, Le Moal M, et al.
(2006) Lifelong corticosterone level determines age-related decline in neuro- genesis
and memory. Neurobiol Aging 27:645–54.
Mustroph ML, Chen S, Desai SC, Cay EB, Deyoung EK, Rhodes JS. 2012. Aerobic
exercise is the critical variable in an enriched envi- ronment that increases hippocampal
neurogenesis and water maze learning in male C57BL/6J mice. Neurosci 219:62–71
Naylor AS, Persson AI, Eriksson PS, Jonsdottir IH, Thorlin T. et al.,2005. Extended
voluntary running inhibits exercise-induced adult hippo campalprogenitor
proliferation in the spontaneously hypertensive rat. J Neurophysiol 93:2406–2414
Nottebohm F (1981) A brain for all seasons: Cyclical anatomical changes in song
control nuclei of the canary brain. Sci 214:1368-1370
Referências Bibliográficas
96
O'Callaghan RM, Ohle R, Kelly AM.. (2007) The effects of forced exercise on
hippocampal plasticity in the rat: A comparison of LTP, spatial- and non-spatial
learning. Behav Brain Res. 176(2):362-6.
Ogonovszky H, Berkes I, Kumagai S, Kaneko T, Tahara S, Goto S, Radák Z. (2005) . The
effects of moderate-, strenuous-and over-training onoxidative stress markers, DNA
repair, and memory, in rat brain. Neurochem. Int. 46, 635–640
Ohira K, Furuta T, Hioki H, Nakamura KC, Kuramoto E, Tanaka Y, Funatsu N,
Shimizu K, Oishi T, Hayashi M, Miyakawa T, Kaneko T, Nakamura S.(2010). Ischemia-
induced neurogenesis of neocortical layer 1 progenitor cells. Nat Neurosci.13(2):173-9
O'Keefe J. and Nadel, L., 1978. The Hippocampus as a Cognitive Map. Oxford: Oxford
University Press.
O'Keefe J, Dostrovsky J.1971. The hippocampus as a spatial map. Preliminary evidence
from unit activity in the freely-moving rat. Brain Res. 34(1):171-5.
Okuda, H., Tatsumi,K., Makinodan, M.,.(2009). Environmental enrichment stimulates
progenitor cell proliferation in the amygdala. J. Neurosci.Res. 87, 3546–3553
Olariu A, Cleaver KM, Shore LE, Brewer MD, Cameron HA. (2005). A natural form of
learning can increase and decrease the survival of new neurons in the dentate gyrus.
Hippocampus 15:750–62
Olton DS. (1983).Memory functions and the hippocampus. In: SeifertW,
editor.Neurobiology of the hippocampus. London: Academic Press. p 335–373.
Referências Bibliográficas
97
Overstreet-Wadiche LS, Bensen AL, Westbrook GL. Delayed development of adult-
generated granule cells in dentate gyrus. J Neurosci. 2006a; 26:2326–2334.
Overstreet-Wadiche LS, Bromberg DA, Bensen AL, Westbrook GL. Seizures accelerate
functional integration of adult-generated granule cells. J Neurosci. 2006b;
Pencea V, Bingaman KD, Wiegand SJ, Luskin MB (2001) Infusion of brain-derived
neurotrophic factor into the lateral ventricle of the adult rat leads to new neurons in the
parenchyma of the striatum, septum, thalamus, and hypothalamus. J Neurosci 21:6706-
6717
Pham K, Nacher J, Hof PR, McEwen BS. (2003). Repeated restraint stress suppresses
neurogenesis and induces biphasic PSA- NCAM expression in the adult rat dentate
gyrus. Eur J Neurosci 17:879
Raber, J., Rola, R., LeFevour, A., Morhardt, D., Curley, J., Mizumatsu, S., VandenBerg,
S.R. & Fike, J.R. (2004) Radiation-induced cognitive impairments are associated with
changes in indicators of hippocampal neurogenesis. Radiat. Res., 162, 39–47.
Radak, Z, Chung HY, Naito H, Takahashi R, Jung KJ, Kim HJ, Goto S. (2004). Age-
associated increase in oxidative stress and nuclear factor kappaB
activation are attenuated in rat liver by regular exercise. FASEB J.18, 749–750.
Radak, Z, Kaneko T, Tahara S, Nakamoto H, Pucsok J, Sasvári M, Nyakas C, Goto S.
(2005). Regular exercise improves cognitive function and decreases oxidative damage
in rat brain. Neurochem. Int. 38, 17– 23.
Referências Bibliográficas
98
Radak, Z, Toldy A, Szabo Z, Siamilis S, Nyakas C, Silye G, Jakus J, Goto S. (2006) The
effects of training and detraining on memory, neurotrophins and
oxidative stress markers in rat brain. Neurochem 49:387–392.
Ramirez-Amaya, V., Marrone, D.F., Gage, F.H., Worley, P.F., Barnes, C.A., (2006).
Integration of new neurons into functional neural networks. J. Neurosci. 26, 12237–
12241.
Ramon y Cajal, S.(1928). Degeneration & Regeneration of the Nervous System.
London: Oxford University Press.
Reif, A., Fritzen, S., Finger, M., Strobel, A., Lauer, M., Schmitt, A., Lesch, K.P., (2006).
Neural stem cell proliferation is decreased in schizophrenia, but not in depression.
Mol. Psychiatry 11, 514–522.
Rhodes, JS, van Praag H, Jeffrey S, Girard I, Mitchell GS, Garland T Jr, Gage FH.(2003).
Exercise increases hippocampal neurogenesis to high levels but does
not improve spatial learning in mice bred for increased voluntary wheel running.
Behav Neurosci. 117: 1006–1016.
Ribak CE, Korn MJ, Shan Z, Obenaus A.(2004) Dendritic growth cones and recurrent
basal dendrites are typical features of newly generated dentate granule cells in the
adult hippocampus. Brain Res 1000:195–199
Rola, R., Raber, J., Rizk, A., Otsuka, S., VandenBerg, S. R., Morhardt, D. R., and Fike, J.
R. (2004). Radiation- induced impairment of hippocampal neurogenesis is associated
with cogni- tive deficits in young mice. Exp. Neurol. 188, 316–330.
Referências Bibliográficas
99
Rossi, C., Angelucci, A., Costantin, L., Braschi, C., Mazzantini, M., Babbini, F., Fabbri,
M. E., Tessarollo, L., Maffei, L., Berardi, N., and Caleo, M. (2008). Brain-derived
neurotrophic factor (BDNF) is required for the enhance- ment of hippocampal
neurogenesis following environmental enrichment. Eur. J. Neurosci. 24, 1850–1856.
Sadananda, M. (2004) Adult neurogenesis in the brain of higher vertebrates:
implications of the paradigm shift. Curr Sci, 87; (3)297-307
Sahay, A., Wilson, D. A., and Hen, R. (2011). Pattern separation: a com- monfunctionfor
new neurons in hippocampus and olfactory bulb. Neuron 70, 582–588.
Santarelli L, Saxe M, Gross C, Surget A, Battaglia F, Dulawa S, Weisstaub N, Lee J,
Duman R, Arancio O, Belzung C, Hen R. (2003). Requirement of hippocampal
neurogenesis for the behavioral effects of antidepressants. Sci 301, 805–809.
Santos, A.M.G. Envolvimento do giro denteado e córtex entorrinal medial, mas não
do córtex entorrinal lateral, com o processamento de informações de natureza
espacial.Tese (doutorado). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2001
Santos, A.M.G.. Aprendizagem e Memória no Labirinto Aquático de Morris. In:
Gilberto Fernando Xavier. (Org.). Técnicas para o Estudo do Sistema Nervoso. 1ed.São
Paulo: Plêiade, 1999, v. , p. 135-158
Sara SJ. 2000. Retrieval and reconsolidation: toward a neurobiology of remembering.
Learn Mem 7:73-84.
Referências Bibliográficas
100
Saxe, M. D., Battaglia, F., Wang, J. W., Malleret, G., David, D. J., Monckton, J. E., Garcia,
A. D., Sofroniew, M. V., Kandel, E. R., Santarelli, L., Hen, R., and Drew, M. R. (2006).
Ablation of hippocampal neurogenesis impairs contextual fear conditioning and
synaptic plasticity in the dentate gyrus. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 103, 17501–17506.
Schaper A. (1897) .Die fruhesten differenzierung im centralnervenssystem. Arch.f
Entw-Mech Organ, 5 81-132
Schmidt-Hieber C, Jonas P, Bischofberger J.(2004) Enhanced synaptic plasticity in
newly generated granule cells of the adult hippocampus. Nat 429:184–187.
Seki T, Arai Y. (1993) Highly polysialylated neural cell adhesion molecule (NCAM-H)
is expressed by newlycgenerated granule cells in the dentate gyrus of the adult rat. J
Neurosci 13:2351–2358.
Seri B, Garcia-Verdugo JM, McEwen BS, Alvarez-Buylla A. (2001)Astrocytes give rise
to new neurons in the adult mammalian hippocampus. J Neurosci 21: 7153–60.
Seri B, Garcia-Verdugo JM, Collado-Morente L, McEwen BS, Alvarez-Buylla A.(2004).
Cell types, lineage,and architecture of the germinal zone in the adult dentate gyrus. J
Comp Neurol 478:359–378.
Shapiro LA, Ng K, Zhou QY, Ribak CE. (2009)Subventricular zone-derived, newly
generated neurons populate several olfactory and limbic forebrain regions. Epilepsy
Behav 14:74–80
Referências Bibliográficas
101
Shapiro M.L. Eichenbaum H. (1997). Hippocampus as a memory map: Synaptic
plasticity and memory encoding by hippocampal neurons. Hippocampus. 9(4), 365-
384.
Shors TJ, Miesagaes G, Beylin A, Zhao M,Rydel T, Gould E. (2001). Neurogenesis in the
adult rat is involved in the formation of trace memories. Nat 410:372–76
Shors TJ,Townsend DA, Zhao M, Kozorovitskiy Y, Gould E. (2002). Neurogenesis may
relate to some but not all types of hippocampal-dependent learning. Hippocampus
12:578–84
Shors TJ. (2008). From stem cells to grandmother cells: how neurogenesis relates to
learning and memory. Cell Stem Cell 3:253–58
Shors TJ, Mathew J, Sisti HM, Edgecomb C, Beckoff S, Dalla C. (2007). Neurogenesis
and helplessness are mediated by controllability in males but not in females. Biol.
Psychiatry 62:487–95
Sierra A, Encinas JM, Deudero JJ, Chancey JH, Enikolopov G, Overstreet-Wadiche LS,
Tsirka SE, Maletic-Savatic M.(2010) Microglia shape adult hippocampal neurogenesis
through apoptosis-coupled phagocytosis. Cell Stem Cell. 8;7(4):483-95
Smart I. (1961). The subependymal layer of the mouse brain and its cell production as
shown by autography after [H3]-thymidine injection. J. Comp. Neurol. 116:325–27
Smart I, Leblond CP (1961) Evidence for division and transformation of neuroglia cells
in the mouse brain as derived from radioautography after injection of thymidine-H3. J
Comp Neurol 116:349–367.
Referências Bibliográficas
102
Snyder JS, Kee N, Wojtowicz JM (2001) Effects of adult neurogenesis on synaptic
plasticity in the rat dentate gyrus. J Neurophysiol 85:2423–2431
Snyder, J. S., Hong, N. S., McDonald, R. J., and Wojtowicz, J. M. (2005). A role for adult
neurogenesis in spatial long-term memory. Neurosci 130, 843–852.
Snyder, J. S., Glover, L. R., Sanzone, K.M., Kamhi, J. F. e Cameron, H. A. (2009). The
effects of exercise and stress on the survival and maturation of adult-generated granule
cells. Hippocampus 19, 898–906
Sohuer US, Emsley JG, Mitchell BD, Macklis JD.(2006) Adult neurogenesis and cellular
brain repair with neural progenitors, precursors and stem cells. Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 361:1477–1497
Spalding KL, Bergmann O, Alkass,K, Bernard,S, (2013). Dynamics of Hippocampal
Neurogenesis in Adult Humans. Cell 153, 1219–1227
Squire, L.R.; Kandel, E.R. (2003). Memória: da mente às moléculas.Artmed, Porto
Alegre
Squire LR, Zola SM (1998): Episodic memory, semantic memory, and amnesia.
Hippocampus 8:205–211.
Steiner, B., Zurborg, S., Horster, H., Fabel, K., and Kempermann, G. (2008). Differential
24 h responsiveness of Prox1-expressing precursor cells in adult hippocampal
neurogenesis to physical activity, environmental enrichment, and kainic acid-induced
seizures. Neurosci 154, 521–529.
Referências Bibliográficas
103
Swanson, L.W. (2004) Brain Maps: Structure of the Rat Brain. A Laboratory Guide
with Printed and Electronic Templates for Data, Models and Schematics. 3a 215pp.,
Elsevier, Amsterdam.
Takagi Y, Nozaki K, Takahashi J, Yodoi J, Ishikawa M, Hashimoto N (1999):
Proliferation of neuronal precursor cells in the dentate gyrus is accelerated after
transient forebrain ischemia in mice. Brain Res 831:283-287.
Takase et al., 2009 . Effects of the hypnotic drug zolpidem on cell proliferation and
survival in the dentate gyrus of young and old rats.. Brain Reser. 1259, p. 26-31.
Tanapat P, Galea LA, Gould L. (1998). Stress inhibits the proliferation of granule cell
precursors in the devel- oping dentate gyrus. Int. J. Dev. Neurosci. 16:235–39
Tanapat P e Gould E (1997). EGF stimulates proliferation of granule cell precursors in
the dentate gyrus. Soc Neurosci Abstr. 23:317.
Tanapat P et al. (2001). Exposure to fox odor inhibits cell proliferation in the
hippocampus of adult rats via an adrenal hormone-dependent mechanism. J Comp
Neurol 437:496-504.
Tashiro A, Makino H, Gage FH.(2007) Experience-Specific Functional Modification of
the Dentate Gyrus through Adult Neurogenesis: A Critical Period during an Immature
Stage. J Neurosci 27:3252–3259.
Referências Bibliográficas
104
Taupin, P. Adult Neurogenesis And Neural Stem Cells In Mammals. England: Nova
Science Publishers Inc; 2006.
Trejo JL, Carro E, Torres-Aleman I. (2001). Circulating insulin-like growth factor I
mediates exercise-induced increases in the number of new neurons in the adult
hippocampus. J Neurosci 21:1628–1634
Toni, N, Laplagne DA, Zhao C, Lombardi G, Ribak CE, Gage FH, Schinder AF (2007).
Synapse formation on neurons born in the adult hippocampus. Nat Neurosci. 10, 727–7
Toni N, Laplagne DA, Zhao C, Lombardi G, Ribak CE, Gage FH, Schinder AF. (2008).
Neurons born in the adult dentate gyrus form functional synapses with target cells.
Nat Neurosci. 11:901–907.
Tozuka Y, Fukuda S, Namba T, Seki T, Hisatsune T.(2005) GABAergic excitation
promotes neuronal differentiation in adult hippocampal progenitor cells. Neuron.
1104:64–72
Tulvin, E. 1987. Multiple memory systems and consciousness. Hum. Neurobiol, 6; 67-
80.
Uda M, Ishido M, Kami K, Masuhara M.(2006) Effects of chronic treadmill running on
neurogenesis in the dentate gyrus of the hippocampus of adult rat. Brain Res. 1104:64–
72.
van der Borght K, Meerlo P, Luiten PG, Eggen BJ, Van der Zee EA.,2005. Effects of
active shock avoidance learning on hippocampal neurogenesis and plasma levels of
corticosterone. Behav. Brain Res. 157:23–30
Referências Bibliográficas
105
van der Borght K, Ferrari F, Klauke K, Roman V, Havekes R, Sgoifo A, van der Zee EA,
Meerlo P (2006) Hippocampal cell proliferation across the day: increase by running
wheel activity, but no effect of sleep and wakefulness. Behav Brain Res.;167(1):36-41.
Van der Borght K, Kóbor-Nyakas DE, Klauke K, Eggen BJ, Nyakas C, Van der Zee EA,
Meerlo P. (2009) Physical exercise leads to rapid adaptations in hippocampal
vasculature: temporal dynamics and relationship to cell proliferation and
neurogenesis. Hippocampus;19:928–36.
van Praag H, Kempermann G, Gage FH (1999) Running increases cell proliferation and
neurogenesis in the adult mouse dentate gyrus. Nat Neurosci 2:266–270
van Praag, H. 2002.Functional neurogenesis in the adult hippocampus. Nat 415:1030
van Praag, H, Shubert T, Zhao C, Gage FH.,2005.Exercise enhances learning and
hippocampal neurogenesis in aged mice. J. Neurosci. 25, 8680–8685
Vaynman, S., Ying, Z., and Gomez-Pinilla, F. (2003). Interplay between brain- derived
neurotrophic factor and sig- nal transduction modulators in the regulation of the
effects of exercise on synaptic-plasticity. Neurosci 122, 647–657.
Vaynman, S., Ying, Z., and Gomez-Pinilla, F. (2004). Hippocampal BDNF medi-ates the
efficacy of exercise on synap- tic plasticity and cognition. Eur. J. Neurosci. 20, 2580–
2590
Vorheese CV, Williams MT. (2006) : Morris water maze: procedures for assessing
spatial and related forms of learning and memory. Nat Protoc 1:848–848
Referências Bibliográficas
106
Xavier GF, Oliveira-Filho FJB, Santos AMG. (1999)Dentate gyrus-selective colchicine
lesion and disruption of performance in spatial tasks: difficulties in ‘place strategy’
because of a lack of flexibility in the use of environmental cues? Hippocampus
1999;9:668–81.
Xavier G.F. Técnicas para estudo do sistema nervosa. São Paulo: Plêiade, 1999.
Xavier GF, Costa VC. (2009) Dentate gyrus and spatial behaviour. Prog
Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry.;33(5):762-73.
Whishaw, I. Q; mittleman, G.(1986) Visits starts, routes and places by rats (Rattus
norvegicus) in swimming pool navigation tasks. J. comparat. Psych. V. 100. P.422-431,
1986.
Winocur, G., Wojtowicz, J. M., Sekeres, M., Snyder, J. S., and Wang, S. (2006). Inhibition
of neurogenesis inter- feres with hippocampus-dependent memory function.
Hippocampus 16, 296–304
Winter, B., Breitenstein, C., Mooren, F. C., Voelker, K., Fobker, M., Lechtermann, A.,
Krueger, K., Fromme, A., Korsukewitz, C., Floel, A., & Knecht, S. (2007). High impact
running improves learning. Neurobiol Learn Mem, 87, 597–609.
Wojtowicz, J.M. (2008) Irradiation as an experimental tool in studies of adult
neurogenesis. Hippocampus, 16, 261–266.
Wu, C. W., Chang, Y. T., Yu, L., Chen, H. I., Jen, C. J., Wu, S. Y., Lo, C. P., and Kuo, Y.
M. (2008). Exercise enhances the proliferation of neural stem cells and neurite growth
Referências Bibliográficas
107
and survival of neuronal progenitor cells in dentate gyrus of middle-aged mice. J.
Appl. Physiol. 105, 1585–1594.
Zhao C, Teng EM, Summers RG Jr, Ming GL, Gage FH.(2006) Distinct morphological
stages of dentate granule neuron maturation in the adult mouse hippocampus. J
Neurosci. 26:3–11
Zhang CL, Zou Y, He W, Gage FH, Evans RM. (2008) A role for adult TLX-positive
neural stem cells in learning and behaviour. Nat 451:1004–1007.
Zigova Pencea V, Wiegand SJ, Luskin MB. (1998). Intraventricular administration of
BDNF increases the number of newly generated neurons in the adult olfactory bulb.
Mol. Cell. Neurosci., 11, 234–245.