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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS INSTITUCIONAIS LUIS BOUQUILLARD RIBEIRO FERNANDES BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ESTUDO DE CASO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NATAL RN 2017

BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

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Page 1: BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS

INSTITUCIONAIS

LUIS BOUQUILLARD RIBEIRO FERNANDES

BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:

ESTUDO DE CASO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR

NATAL – RN

2017

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS

INSTITUCIONAIS

LUIS BOUQUILLARD RIBEIRO FERNANDES

BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:

ESTUDO DE CASO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Gestão de Processos Institucionais da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Linha de pesquisa: Política e Gestão Institucional

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Rique Caricio

NATAL – RN

2017

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Fernandes, Luis Bouquillard Ribeiro. Bibliotecas no contexto da educação a distância: estudo decaso em uma Instituição de Ensino Superior / Luis BouquillardRibeiro Fernandes. - 2017. 130f.: il.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro deCiências Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-graduação emGestão de Processos Institucionais, 2017. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Rique Caricio. Coorientador: Prof.ª Dr.ª Patricia Borba Vilar Guimarães.

1. Educação a distância. 2. Polos de apoio presencial. 3.Biblioteca. I. Caricio, Marcelo Rique. II. Guimarães, PatriciaBorba Vilar. III. Título.

RN/UF/BS-CCHLA CDU 37.018.43

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes -CCHLA

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LUIS BOUQUILLARD RIBEIRO FERNANDES

BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA:

ESTUDO DE CASO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR

Aprovado em: ______ / ____________ / ________

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________

Prof. Dr. Marcelo Rique Caricio

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientador

____________________________________________________________

Profa. Dra. Patrícia Borba Vilar Guimarães

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Examinador Interno

____________________________________________________________

Profa. Dra. Adriana Carla Silva de Oliveira

Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte

Examinador Externo

NATAL – RN

2017

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Este trabalho é dedicado às pessoas que são a razão

de ser da minha vida: meus pais, João e Enilde;

minhas filhas Daniela e Amanda.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por conceder-me a vida, a família, os amigos, o trabalho, a educação ... o

seu AMOR.

Aos meus pais João Batista Fernandes e Enilde Ribeiro Fernandes, por seu amor,

carinho, compreensão e incentivo, nesta longa e árdua, porém prazerosa caminhada em

direção ao saber e o conhecimento.

A minha companheira Francy Soares, que nesses últimos dois anos foi testemunha

diária dessa minha luta para alcançar este objetivo;

Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcelo Rique Caricio, que sempre me atendeu para

que pudéssemos concluir essa jornada.

A Professora Dra. Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo, Coordenadora Geral da

Secretaria de Educação a Distância da UFRN, que me apoiou desde o início desse projeto.

A cada coordenador de polo da UAB/UFRN que contribuiu com esta pesquisa,

informando as condições atuais das bibliotecas sob sua gestão.

A cada professor do Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais

(MPGPI), em especial aqueles que estiveram presentes na banca de seleção do curso:

Professora Dra. Patrícia Borba Vilar Guimarães, Professor Dr. Sebastião Faustino Pereira

Filho e o Professor Dr. Sérgio Luis Rizzo Dela Savia, que acreditaram na minha proposta

de pesquisa.

A todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para que esse objetivo

fosse alcançado.

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As universidades serão o que são suas bibliotecas. (GELFAND, 1968).

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RESUMO

Esta pesquisa tem como principal objetivo analisar a realidade atual de bibliotecas

inseridas no contexto da educação a distância, no âmbito de uma Instituição de Ensino

Superior (IES). O estudo é desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN), onde desde 2005 oferta cursos de graduação e pós-graduação na modalidade de

educação a distância. Esta IES, utiliza polos de apoio presencial da Universidade Aberta

do Brasil (UAB), como unidades de apoio operacional para acolher os alunos em alguns

dos encontros presenciais exigidos durante os cursos. Os polos estão localizados em

diversos municípios do Estado do Rio Grande do Norte, devendo estar adequadamente

estruturados, contendo ambientes administrativos e acadêmicos, sendo que um dos mais

importantes é a biblioteca. Uma unidade de informação dessa natureza precisa ser

organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo

com os seguintes instrumentos normativos do Ministério da Educação (MEC):

instrumento para credenciamento institucional e Referenciais de Qualidade para

Educação Superior a Distância. A metodologia utilizada nesta pesquisa corresponde a um

estudo de caso, de natureza exploratória e descritiva, com abordagem quanti-qualitativa.

Os atores participantes da pesquisa são os coordenadores dos polos da UAB/UFRN. Os

principais resultados apontam que a maioria das bibliotecas não estão adequadamente

estruturadas para o atendimento ao seu público alvo, uma vez que não estão

informatizadas; não oferecem importantes serviços, tais como: normalização de

documentos e elaboração de ficha catalográfica; também não dispõem de bibliotecários

atuando nessas unidades de informação. Nesse sentido, entende-se que as seguintes ações

podem ser desenvolvidas a fim de melhorar a oferta de produtos e serviços informacionais

aos usuários da EAD: a participação da biblioteca universitária da IES ofertante dos

cursos, nesse processo; a criação de um setor específico, para o atendimento aos diversos

atores participantes dessa modalidade de ensino na instituição; a contratação de

bibliotecários, para atuar nas bibliotecas dos polos e na equipe profissional

multidisciplinar da EAD da UFRN.

Palavras-chave: Educação a distância. Universidade Aberta do Brasil. Polos de apoio

presencial. Bibliotecas.

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ABSTRACT

This research has as main objective to analyse the current reality of libraries inserted on

distance learning context, within the ambit of a Higher Education Institution (HEI). The

study is developed in the Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), which

offers undergraduate and graduate courses through the distance learning study mode since

2005. The mentioned HEI utilises face-to-face support centres from the Universidade

Aberta do Brasil (UAB) [a Brazilian government system integrated by public universities

that offers higher education distance learning courses in order to facilitate the access of a

certain portion of the population to higher education] as operational support units to

receive students in a few face-to-face meetings required during the courses. Centres are

located in several cities of Rio Grande do Norte state, and they must have an adequate

structure, containing administrative and academic environments, one of the most

important being the library. An informational unit of this nature needs to be organised in

conformity with the distance learning regulatory framework, especially according to the

following normative instruments from the Ministério da Educação (MEC) [Ministry of

Education]: institutional accreditation instrument and Referenciais de Qualidade para

Educação Superior a Distância [Quality Benchmarks for Distance Learning Higher

Education]. The methodology used in this search corresponds to an exploratory and

descriptive case study with a quantitative-qualitative approach. The participants of this

research are the UAB/UFRN centre coordinators. Major results indicate that most of the

libraries are not structurally adequate to serve its target audience, since they are not

computerised; do not offer important services as document normalisation and preparation

of catalogue records; also, they do not have librarians working in these information units.

In this sense, it is understood that the upcoming actions can be developed in order to

improve the supply of informational products and services to distance learning users:

participation of the library from the courses supplier HEI in this process; creation of a

specific sector to assist the various actors participating in this education modality in the

institution; librarians hiring, to act in the centres libraries and in the multidisciplinary

professional team of the UFRN distance learning.

Keywords: Distance learning. Universidade Aberta do Brasil. Face-to-face support

centres. Libraries.

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1 - Serviços desenvolvidos por uma biblioteca ................................................. 32

Quadro 2 - Tipos de bibliotecas e características ........................................................... 35

Quadro 3 - Tipos de bibliotecas: evolução tecnológica .................................................. 37

Quadro 4 - Fontes de informação virtual/digital: primária, secundária e terciária ......... 39

Quadro 5 - Informações sobre o polo preenchidas pela IES .......................................... 44

Quadro 6 - Avaliação de dimensão única: polo de apoio presencial .............................. 44

Quadro 7 - Credenciamento Institucional para EAD...................................................... 46

Quadro 8 - Serviço de Referência Virtual (SRV): produtos e serviços .......................... 56

Quadro 9 - Atribuições do bibliotecário ......................................................................... 59

Quadro 10 - Centros Acadêmicos e cursos que participam da EAD .............................. 65

Quadro 11 - Equipe profissional multidisciplinar - SEDIS ............................................ 71

Quadro 12 - Polos da UAB/UFRN ................................................................................. 74

Quadro 13 - Informações adicionais dos coordenadores sobre as bibliotecas dos polos

...................................................................................................................................... 105

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organograma da SEDIS ................................................................................ 70

Figura 2 - Biblioteca Digital da SEDIS . ........................................................................ 73

Figura 3 - Bibliotecas dos polos da UAB/UFRN . ......................................................... 77

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Acervo da biblioteca: atualização ................................................................ 88

Gráfico 2 - Acervo das bibliotecas: relacionadas com disciplinas dos cursos ............... 90

Gráfico 3 - Informatização das bibliotecas ..................................................................... 92

Gráfico 4 - Existência de bibliotecários nos polos da UAB/UFRN ............................. 100

Gráfico 5 - Existência de auxiliares de biblioteca nos polos da UAB/UFRN .............. 102

Gráfico 6 - Utilização das bibliotecas pelos usuários dos polos da UAB/UFRN ........ 104

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Bibliotecas nos polos da UAB/UFRN: aspectos estruturais ......................... 85

Tabela 2 - Produtos oferecidos pelas bibliotecas dos polos da UAB/UFRN ................. 93

Tabela 3 - Serviços disponibilizados pelas bibliotecas dos polos da UAB/UFRN ........ 96

Tabela 4 - Existência de salas para estudo individual e em grupo nas bibliotecas dos

polos ............................................................................................................................... 98

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LISTA DE SIGLAS

AVA Ambientes Virtuais de Aprendizagem

BCZM Biblioteca Central Zila Mamede

BD Biblioteca digital

BDTD Biblioteca Digital de Teses e Dissertações

BH Biblioteca híbrida

BV Biblioteca virtual

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CETEB Centro de Ensino Tecnológico de Brasília

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

CRAI El Centro de Recursos para el Aprendizaje e Investigación

EAD Educação a distância

FUNPEC Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IES Instituições de Ensino Superior

INEP Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MPGPI Mestrado em Gestão de Processos Institucionais

NTIC Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

PPGPI Pós-Graduação em Gestão de Processos Institucionais

REUNI Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

SEDIS Secretaria de Educação a Distância

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SERES Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior

SIGAA Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas

SIGADMIN Sistema Integrado de Gestão da Administração e Comunicação

SIGED Sistema Integrado de Gestão Eletrônica de Documentos

SIGPP Sistema Integrado de Gestão de Planejamento e Projetos

SIGRH Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos

SINAES Sistema Nacional de Educação Superior

SIPAC Sistema Integrado de Gestão de Patrimônio, Administração e Contratos

SISBI Sistema de Bibliotecas

SR Serviço de Referência

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SRV Serviço de Referência Virtual

UAB Universidade Aberta do Brasil

UFBA Universidade Federal da Bahia

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 16

1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 19

1.2 PROBLEMA ............................................................................................................ 20

1.3 HIPÓTESE ............................................................................................................... 27

1.4 OBJETIVOS ............................................................................................................. 28

1.4.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 28

1.4.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 28

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 29

2.1 BIBLIOTECAS, SIM! MAS, NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA? ......................... 29

2.1.1 Bibliotecas dos polos da UAB: parâmetros normativos ................................... 41

2.1.2 Bibliotecas na EAD: desafios para polos da UAB ............................................ 51

2.2 A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O BIBLIOTECÁRIO NA EAD ................ 53

2.2.1 A importância da biblioteca universitária para EAD ...................................... 54

2.2.2 O papel do bibliotecário na EAD ....................................................................... 58

3 ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 64

3.1 A UFRN NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: O AMBIENTE DA PESQUISA ...... 64

3.1.1 Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) .................................................... 69

3.1.2 Polos de apoio presencial da UAB/UFRN ......................................................... 74

3.1.3 Bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB/UFRN ............................... 76

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 78

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................... 78

4.2 POPULAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................... 80

4.3 COLETA DOS DADOS ........................................................................................... 81

4.4 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................... 83

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 85

5.1 BIBLIOTECAS DOS POLOS DA UAB/UFRN: SITUAÇÃO ATUAL ................. 85

5.1.1 Bibliotecas dos polos: aspectos estruturais ........................................................ 85

5.1.2 Acervo da biblioteca: atualização ...................................................................... 87

5.1.3 Acervo da biblioteca: compatibilidade com as disciplinas dos cursos ............ 89

5.1.4 Bibliotecas informatizadas .................................................................................. 91

5.1.5 Produtos oferecidos pelas bibliotecas ................................................................ 93

5.1.6 Serviços oferecidos pelas bibliotecas .................................................................. 95

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5.1.7 Existência de salas para estudo individual e em grupo .................................... 98

5.1.8 Existência de bibliotecários no polo ................................................................... 99

5.1.9 Existência de auxiliares de biblioteca no polo ................................................. 102

5.1.10 Utilização das bibliotecas pelos usuários ....................................................... 104

5.1.11 Considerações finais dos coordenadores dos polos sobre as bibliotecas .... 105

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 108

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 112

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS COORDENADORES DOS

POLOS UAB/UFRN .................................................................................................... 121

APÊNDICE B – MEMORIAL DESCRITIVO ........................................................... 126

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1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais a educação a distância (EAD) vem se consolidando em nosso país.

Essa modalidade de ensino oferece diversas possibilidades de acesso ao ensino superior,

beneficiando milhares de pessoas que até poucos anos não tinham como realizar a tão

sonhada formação acadêmica.

Muitas Instituições de Ensino Superior (IES), viram na EAD uma alternativa para

atender a uma parcela significativa da população brasileira, geograficamente dispersa em

nosso país. Até o final do século passado, milhares de pessoas se limitavam apenas ao

ensino de nível médio ou técnico profissionalizante. Algumas universidades federais, no

entanto, iniciaram suas atividades nessa modalidade de ensino, sendo crescente o número

de IES ofertantes de cursos de graduação e até pós-graduação.

Alguns fatores podem ser destacados como contribuintes para que a EAD viesse

a se consolidar no Brasil. Um deles corresponde ao advento das novas tecnologias de

informação e comunicação (NTIC), que desde os anos 90 vem se desenvolvendo e

oferecendo diversas possibilidades de acesso a informação e ao conhecimento.

A iniciativa do governo federal em criar programas governamentais que apoiam o

projeto de EAD, podem ser descritos como um outro importante fator que influenciou

positivamente no crescimento da oferta de cursos de graduação e pós-graduação no

âmbito de importantes universidades públicas, na modalidade a distância.

Um dos principais programas governamentais é o Universidade Aberta do Brasil

(UAB). Trata-se de um projeto que visa promover uma articulação entre as universidades

federais e os municípios, credenciando esses últimos à implementação de polos de apoio

presenciais, tendo como finalidade apoiar os alunos ingressantes nos cursos, em algumas

de suas atividades acadêmicas.

Os polos, nesse sentido, são unidades operacionais que devem dispor de uma

infraestrutura suficientemente necessária para receber os alunos matriculados nos cursos

de EAD. Podem ser denominados ainda de núcleos ou centros de atendimento presencial,

oferecendo os seguintes ambientes administrativos e acadêmicos: coordenação,

secretaria, salas para tutores presenciais, laboratórios de informática, salas de vídeo e web

conferência, salas de aula e ainda bibliotecas.

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Estudos recentes apontam, no entanto, que este último ambiente nem sempre está

adequadamente estruturado para o cumprimento de seu papel, frente às necessidades

acadêmicas de seus usuários. Ferrugini e Sena (2014), por exemplo, evidenciam esta

afirmação, uma vez que identificaram algumas dificuldades encontradas em diversos

contextos universitários atuantes na EAD.

O presente relato de pesquisa, portanto, aborda o tema bibliotecas no contexto da

educação a distância, tendo como ambiente de pesquisa a Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) e os polos da UAB - onde essa IES oferta cursos de graduação,

modalidade licenciatura a distância – visando a diagnosticar a adequação às normativas e

verificando a realidade atual das bibliotecas existentes nesses centros de atendimento.

A pesquisa tem um duplo propósito: o primeiro corresponde à realização de uma

análise da situação atual das bibliotecas dos polos da UAB/UFRN, utilizando como

parâmetro a Legislação em vigor sobre EAD e alguns instrumentos normativos do MEC;

o segundo, fornecer subsídios para que a UFRN possa analisar a possibilidade da

implementação de ações que viabilizem um melhor atendimento aos usuários da EAD,

potenciais utilizadores daquelas bibliotecas.

Os principais autores utilizados como fonte de informação para esta pesquisa, são

Miranda (1980), Targino (1984), Marchiori (1997), Maciel (2000), Souza (2001) e Lemos

(2008), todos especialistas em Biblioteconomia e Ciência da Informação. As

contribuições destes estudiosos sobre o assunto estão direcionadas à uma abordagem

sobre conceitos e características sobre bibliotecas, fundamentais para o desenvolvimento

do estudo.

Outros contribuintes com a pesquisa são Blattmann (2001), Sembay (2009),

Rocha (2011), Lucena, Silva e Sena (2014), Matos Filha e Cianconi (2015), além de Costa

e Jesus (2015). Esses pesquisadores discorrem sobre a questão das bibliotecas no contexto

da educação a distância, relatando alguns problemas ainda existentes em unidades de

informação dessa natureza, assim como apresentam sugestões para melhorias na oferta

de produtos e serviços informacionais aos usuários da EAD.

A revisão da literatura do estudo está dividida em duas partes. Inicialmente aborda

o tema bibliotecas no contexto da educação a distância. Nesse primeiro momento,

verifica-se conceitos e características sobre bibliotecas; os instrumentos normativos do

MEC, que norteiam a implementação e funcionamento das bibliotecas na EAD;

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apresentando, por último, alguns desafios enfrentados por polos da UAB, em diferentes

contextos universitários.

Na segunda etapa da revisão da literatura, a abordagem está direcionada para duas

estratégias de ação fundamentais para que aquela modalidade de ensino ganhe em

qualidade na oferta de produtos e serviços informacionais. A primeira diz respeito a uma

participação mais efetiva da IES na EAD, através de sua biblioteca acadêmica, enquanto

que a segunda considera a necessidade da participação de bibliotecários nesse sistema,

quer exercendo atividades nos polos ou ainda fazendo parte da equipe profissional

multidisciplinar exigida para EAD.

Em relação a metodologia utilizada, o trabalho se apresenta como um estudo de

caso, de natureza exploratória e descritiva, com abordagem quanti-qualitativa. O

instrumento utilizado foi um questionário aplicado aos os coordenadores dos polos da

UAB/UFRN. Estes, além de professores, são gestores dessas unidades de atendimento

presencial, sendo que neste estudo são caracterizados como população a ser investigada

na pesquisa.

O estudo de caso foi desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), uma IES que oferta cursos de EAD desde 2005. A UFRN dispõe de uma

unidade institucional criada especificamente para o acompanhamento desses cursos: a

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS). Esta, por sua vez, desenvolve atividades

pedagógicas e utiliza amplamente as tecnologias, para conduzir as diversas atividades no

âmbito dessa modalidade de ensino, além de orientar os polos de EAD, em suas atividades

e procedimentos acadêmicos.

Ao término desta pesquisa, algumas sugestões são apresentadas para

SEDIS/UFRN, enquanto outras são direcionadas aos polos da UAB/UFRN. Embora de

forma resumida, essas recomendações têm como finalidade oportunizar uma reflexão

entre os atores vinculados a EAD na UFRN, na perspectiva que melhorias futuras venham

a ser desenvolvidas em relação ao atendimento aos usuários da EAD, sendo esses reais

ou potenciais utilizadores das bibliotecas inseridas na EAD dessa IES.

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1.1 JUSTIFICATIVA

O elemento decisivo que motivou à realização desta pesquisa, foi por considerar

o ensino a distância tão importante quanto o modelo de educação tradicional. Prova maior

desta afirmação, é que inúmeras universidades federais vêm investindo nessa modalidade

de ensino, expandindo seus cursos de extensão, graduação e pós-graduação, atendendo a

milhares de pessoas que não tinham uma real oportunidade de acesso à formação superior.

A UFRN, conforme mencionado anteriormente, é uma das IES que nos últimos

anos investiu na EAD, sendo escolhida como ambiente para o desenvolvimento desta

investigação. Através de sua Secretaria de Educação a Distância (SEDIS), esta

universidade federal vem empreendendo esforços no sentido de oferecer cursos a

distância com o mesmo padrão de qualidade existente nos seus cursos presenciais.

Enquanto unidade institucional, a SEDIS é uma Secretaria, com status de Pró-

reitoria na UFRN, que tem como principal objetivo fomentar a educação na modalidade

a distância, dispondo de uma boa estrutura física, tecnológica e de recursos humanos.

Utiliza polos de apoio da UAB que estão localizados em municípios do Estado do Rio

Grande do Norte. Nesse sentido, este estudo se apresenta como uma importante

contribuição para os diversos atores que participam – ou podem ser inseridos - nesse

sistema de ensino.

Um dos principais grupos de atores que podem ser beneficiados com o estudo são

os coordenadores dos polos da UAB/UFRN. Isso porque com as informações aqui

descritas, espera-se que esses gestores tenham maiores subsídios para identificar os

pontos fracos existentes nessas unidades de informação, possibilitando ainda que os

mesmos possam organizar (ou reorganizar) as bibliotecas que, de certo modo, estão sob

sua responsabilidade. É importante destacar que as informações aqui descritas são apenas

a título de contribuição, sendo que em nenhum momento pretende-se interferir na forma

como as bibliotecas dos polos estão sendo administradas.

Um outro grupo de atores que pode ser beneficiado com esta pesquisa corresponde

aos alunos dos cursos de Ciência da Informação da UFRN. Isso porque esta abordagem

pode ser vista como uma primeira iniciativa no que diz respeito a investigações dessa

natureza, no âmbito desta IES. Além disso, é possível afirmar que na EAD o futuro

bibliotecário encontra um vasto campo de atuação, podendo exercer atividades em um

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20

dos polos de EAD ou atuando em outras unidades de vivenciam essa modalidade de

ensino, mesmo que incialmente exerçam tais atividades na condição de estagiários.

Ainda considerando alguns atores vinculados a EAD, o trabalho ora desenvolvido

pode ser objeto de interesse de outros personagens, tais como: professores que se

interessem pelo tema; tutores presenciais ou tutores que trabalham a distância – ambos

devendo manter um contato permanente com os alunos da EAD; e, principalmente, os

próprios discentes desta modalidade de ensino, que através deste estudo terão a

oportunidade de conhecer alguns produtos e serviços informacionais, fundamentais para

que os mesmos consigam realizar suas pesquisas e trabalhos acadêmicos com um maior

padrão de qualidade.

Independentemente do benefício que pode ser oferecido aos atores acima

descritos, cumpre-nos o dever de lembrar que qualquer iniciativa desenvolvida no sentido

de melhorar o funcionamento de bibliotecas em nosso país, vai de encontro aos interesses

da nossa sociedade que, em muitos casos, é carente de um atendimento de qualidade no

serviço público. Nesse sentido, esta pesquisa pode ser objeto de interesse de outras

instituições públicas, que estão atuando na EAD, carentes de melhorias em suas

bibliotecas ou mais especificamente no que diz respeito à oferta de produtos e serviços

informacionais aos seus usuários.

1.2 PROBLEMA

O ensino a distância é uma realidade na vida de milhares de pessoas,

principalmente daquelas que moram em regiões mais interioranas do nosso país e não tem

como se deslocar para grandes metrópoles, a fim de obter capacitação ou qualificação

profissional. Trata-se de uma modalidade de ensino que vem se desenvolvendo no Brasil

desde o início do século passado. Alguns dos momentos marcantes da EAD no Brasil são

o ensino por correspondência, em 1904; a educação pelo rádio, em 1923; a criação das

tvs educativas pelo poder público, em 1965; o projeto Minerva, em 1970; o uso do

computador nas universidades, em 1985. (MATTAR, 2014).

O autor destaca ainda o uso de mídias de armazenamento (videoaulas, disquetes,

CD-ROM, dentre outros), como recursos complementares, em 1985; o uso das

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teleconferências, em programas de capacitação, em 1990; a oferta de cursos superiores a

distância por mídia impressa, em 1994; a criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem

(AVA), em 1997; a publicação de Decretos e Portarias que normatizam a EAD, a partir

de 1998; além da publicação dos Referenciais de Qualidade para Educação Superior a

Distância, em 2003. (MATTAR, 2014).

Considerando sua inserção na educação superior, o ensino a distância apresenta,

nos dias atuais, uma grande e variada oferta de cursos de extensão, graduação e pós-

graduação. De acordo com o Art. 1º do Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, EAD

pode ser compreendida como:

[...] a modalidade educacional na qual a mediação didático-

pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com

a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação,

com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com

acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e

desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais

da educação que estejam em lugares e tempos diversos.

Dentro da perspectiva do ensino superior, a EAD corresponde a um caráter

inovador de ensino-aprendizagem, considerando sua metodologia de ensino e

flexibilidade, o uso intenso dos meios de comunicação e das novas tecnologias de

informação. (ARENTIO, 2000). O autor afirma ainda tratar-se de um sistema de ensino

que exige um compromisso pessoal com a autoaprendizagem, fundamental para que uma

formação de qualidade venha a ser estabelecida.

Além disso, requer que os diversos atores participantes desta modalidade de

ensino, incorporem novos hábitos em relação à aquisição do conhecimento, sendo

proativos em suas atividades acadêmicas. Ou seja, a prática da transmissão de

conhecimento nos dias atuais requer não apenas que o professor pesquise e apresente

novas informações aos seus alunos. Faz-se necessário que esses últimos, sobretudo na

EAD, busquem a informação, utilizando para isso as mais diversas possibilidades e

recursos tecnológicos voltados para o acesso a informação e o conhecimento.

No entanto, para que isso possa ser concretizado, não apenas pelos discentes, mas

também por docentes que vivenciam a prática do ensino a distância, é fundamental que

esses atores adquiram determinadas competências. A esse respeito, Behar (2013)

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apresenta algumas das principais competências necessárias para um bom desempenho na

EAD:

• Competência computacional – que está relacionada à aquisição de conhecimentos

básicos para utilização de computadores;

• Competência comunicacional – que está relacionada à expressão oral, gestual e

escrita;

• Competência multimídia – que está relacionada à utilização de diferentes tipos de

mídia;

• Competência informacional – que está relacionada à busca, avaliação e utilização

de informações.

A autora explica ainda que essas competências envolve uma série de

conhecimentos, habilidades e atitudes, fundamentais para que os mais diversos atores da

EAD consigam desenvolver suas atividades de forma qualitativa. A competência

informacional, por exemplo, abrange a necessidade do conhecimento da utilização de

diversos sites de busca; a capacidade de identificar informações confiáveis a partir de

diversas fontes de informação virtuais; ou ainda a iniciativa de buscar e ler textos em

diversas fontes de informação.

De um modo geral, a prática do ensino a distância em nosso país vem se

desenvolvendo através de diferentes modelos de EAD. Vidal e Maia (2010, apud

Vianney, 2009), destacam os seguintes modelos de ensino a distância mais utilizados no

Brasil, compreendendo o período de 1994 até os dias atuais:

1. O modelo tele-educação com transmissão ao vivo e via satélite em canal aberto

para todo o país;

2. O modelo vídeo-educação com reprodução pré-gravada e forma de tele aulas;

3. O modelo semipresencial, com uma proposta de interiorização universitária que

combina a educação a distância com a presencial em polos regionais, que

funcionam como unidades presenciais de apoio para o acesso dos alunos a

laboratórios, bibliotecas, salas de aula para realização de tutoria presencial em

parceria com as prefeituras municipais;

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4. O modelo de universidade virtual, com uma EAD caracterizada pelo uso intensivo

de tecnologias digitais para entrega de conteúdos e atividades para os alunos e

para promover a interação destes com professores, colegas e suporte técnico e

administrativo;

5. O modelo em que os alunos dos cursos a distância permanecem períodos regulares

na instituição (de forma presencial) onde não realizam apenas provas, mas

atividades de laboratórios, por exemplo.

Em todos os modelos de EAD acima descritos, o fator tecnologia sempre esteve

presente, contribuindo significativamente para que um projeto desta natureza tivesse

êxito. Atualmente, através das novas possibilidades de informação e comunicação, as IES

conseguem transmitir as informações e os conhecimentos necessários à formação

acadêmica de pessoas que não tem acesso ao campus de uma IES. Isto é, a relação docente

x discente - que antes se limitava através de encontros presenciais, em salas de aulas ou

em outros ambientes físicos - agora é estabelecida mediante relações de interação virtual.

Um segundo fator contribuinte para a implementação da EAD, corresponde ao

amparo legal que, desde os anos noventa, vem sendo construído (e reconstruído) em nosso

país. Através dessas diretrizes, as IES e demais instituições que participam desta

modalidade de ensino vem procurando ajustar suas ações e procedimentos, com a

finalidade de obter autorização e credenciamento para oferta de cursos de graduação e

pós-graduação a distância. As principais diretrizes para EAD em nosso país foram

estabelecidas nos seguintes documentos:

• A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro

de 1996, pode ser considerada como a diretriz inicial que faz referência ao ensino

a distância. Em seu Artigo 80, afirma que “O Poder Público incentivará o

desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os

níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”. (BRASIL, 1996).

• O Decreto n° 5.622 de 20 de dezembro de 2005 que, dentre outras coisas,

estabeleceu as primeiras diretrizes que permitiram o credenciamento de uma

instituição junto ao MEC – revogado recentemente;

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• O Decreto n° 5.773 de 09 de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das

funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior

e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino;

• Os Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância1. Trata-se de

um documento elaborado pelo MEC em 2003 e reeditado em 2007, no âmbito da

Secretaria de Educação a Distância (SEED) – hoje Secretaria de Regulação e

Supervisão da Educação Superior (SERES).

• O Decreto 5.800 de 08 de junho de 2006, que “dispõe sobre o Sistema

Universidade Aberta do Brasil”. De acordo com seu Artigo 1º, está “voltado para

o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de

expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no

País”. (BRASIL, Decreto 5.800, 2006).

• O Decreto 9.057 de 25 de maio de 2017, que revoga o Decreto 5.622, sendo,

portanto, considerando como novo marco regulatório da EAD;

• A Portaria normativa n° 11 de 20 de junho de 2017, que “Estabelece normas para

o credenciamento de instituições e a oferta de cursos superiores a distância, em

conformidade com o Decreto no 9.057, de 25 de maio de 2017.

Alguns desses documentos normativos serão discutidos no decorrer deste estudo.

Neste primeiro momento da pesquisa, porém, optou-se por destacar aquele que faz

referência ao Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Isso porque o Sistema UAB

corresponde a um dos projetos de maior destaque na modalidade de EAD, uma vez que

oportuniza a integração entre as IES, envolvendo ainda a participação de Estados ou

Municípios que demonstrem interesse em ingressar nesse projeto de formação acadêmica.

Nesse sentido, ainda em seu Artigo 1°, são objetivos do Sistema UAB:

I - Oferecer, prioritariamente, cursos de licenciatura e de formação

inicial e continuada de professores da educação básica;

II - Oferecer cursos superiores para capacitação de dirigentes, gestores

e trabalhadores em educação básica dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios;

III - Oferecer cursos superiores nas diferentes áreas do conhecimento;

IV - Ampliar o acesso à educação superior pública;

1 A partir desse momento utilizaremos: Referenciais de Qualidade para EAD.

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V - Reduzir as desigualdades de oferta de ensino superior entre as

diferentes regiões do País;

VI - Estabelecer amplo sistema nacional de educação superior a

distância; e

VII - Fomentar o desenvolvimento institucional para a modalidade de

educação a distância, bem como a pesquisa em metodologias

inovadoras de ensino superior apoiadas em tecnologias de informação

e comunicação. (BRASIL, Decreto 5.800, 2006).

Nota-se que existe uma grande preocupação do governo federal em combater um

dos maiores problemas existentes em nosso país, que corresponde a qualificação daqueles

professores que estão em sala de aula, mas não devidamente habilitados para o exercício

da função. Isto é, antes da UAB havia uma grande barreira entre os professores e as IES.

Enquanto os primeiros nem sempre tinham a condição de viajar às cidades onde existe

universidades, o segundo não tinham recursos financeiros suficientes para atender a uma

grande demanda de professores dispersos nos mais diversos municípios do nosso país.

É importante acrescentar que a UAB não é uma instituição que atende diretamente

aos usuários interessados em cursos de EAD, mas sim exerce um papel de articulação

entre as IES, os governos estaduais e municipais. Ou seja, é composto por Universidades

e Institutos técnicos federais devidamente credenciados para ofertar cursos de graduação

e pós-graduação, tendo ainda a participação direta dos Estados e Municípios, conforme

está descrito no Artigo 2º, ainda do Decreto n° 5.800 de 2006:

O Sistema UAB cumprirá suas finalidades e objetivos sócio

educacionais em regime de colaboração da União com entes

federativos, mediante a oferta de cursos e programas de educação

superior a distância por instituições públicas de ensino superior, em

articulação com polos de apoio presencial.

Observa-se que, embora tenha sido mencionado a participação dos Estados e

Municípios como entidades que participam desse processo, o texto acima destaca os

“polos de apoio presencial” como principais ambientes organizacionais aptos para o

desenvolvimento das ações votadas para EAD. Isso porque os polos de apoio presencial

- ou mais recentemente denominados de polos de EAD - são os ambientes operacionais

que foram idealizados para o atendimento aos usuários dessa modalidade de ensino. De

acordo com o Decreto 9.057 de 25 de maio de 2017, em seu Art. 5º:

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O polo de educação a distância é a unidade acadêmica e operacional

descentralizada, no País ou no exterior, para o desenvolvimento de

atividades presenciais relativas aos cursos ofertados na modalidade a

distância.

Parágrafo único. Os polos de educação a distância deverão manter

infraestrutura física, tecnológica e de pessoal adequada aos projetos

pedagógicos ou de desenvolvimento da instituição de ensino e do curso.

É no polo onde os alunos recebem os materiais didáticos referente a cada

disciplina ofertada durante um curso de graduação ou pós-graduação. Em um polo de

EAD os discentes recebem o apoio dos tutores presenciais - professores contratados por

um período pré-determinado para auxiliar os alunos na utilização dos recursos

tecnológicos, motivando-os e orientando-os sobre as atividades virtuais que devem ser

realizadas e postadas nos ambientes virtuais de aprendizagem.

De um modo geral, um polo de apoio presencial deve disponibilizar um

atendimento de qualidade aos seus usuários, sendo que para isso precisa estar

adequadamente estruturado, disponibilizando os seguintes ambientes administrativos e

acadêmicos: coordenação pedagógica; secretaria administrativa; auditório; laboratórios

de informática; laboratórios para aulas práticas (cursos de Física e Química, por

exemplo); salas de aula; e ainda biblioteca.

A coordenação pedagógica, por exemplo, tem por finalidade acompanhar o

trabalho desenvolvido pelos tutores presenciais, monitorando as ações desenvolvidas por

esses atores e os orientando em atividades específicas a serem realizadas no polo.

Também é responsável pela aplicação das avaliações presenciais, periodicamente

realizadas, devendo ainda acompanhar o desempenho dos alunos durante o curso,

atendendo suas solicitações de uso dos ambientes do polo para realização de estudos

individuais ou em grupo.

Os demais setores existentes no polo devem desempenhar um papel mais

específico, voltado para o atendimento as reais necessidades dos usuários da EAD, como

é o caso da utilização dos laboratórios de informática. Neste ambiente os usuários da EAD

têm ao seu dispor computadores com acesso à Internet, dando condições aos usuários de

acessar os ambientes e plataformas virtuais da IES ofertante dos cursos. Do mesmo

modo, os demais setores existentes nos polos devem estar disponibilizados para

realização de atividades específicas a serem desenvolvidas pelos discentes da EAD.

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No entanto, estudos apontam que nem sempre essa teoria condiz com a prática.

Ou seja, é possível afirmar que em alguns casos determinados polos enfrentam

dificuldades para disponibilizar alguns desses setores de forma adequada aos seus

usuários. Ao que parece, um dos setores que podem ser apontados como carentes de

melhorias são as bibliotecas desses centros de atendimento presencial. Estudos recentes,

como os de Ferrugini e Sena (2014), além de Jesus (2015), identificaram essa realidade,

evidenciando o que foi afirmado anteriormente.

O presente relato de pesquisa, portanto, aborda o tema bibliotecas no contexto da

EAD. Considera que este pode ser visto como um dos problemas ainda enfrentados por

algumas IES, que enfrentam dificuldades no sentido de disponibilizar bibliotecas

adequadas ao seu público alvo. O trabalho em questão corresponde a um estudo de caso

desenvolvido na UFRN, onde verifica-se a unidade institucional que é responsável pelos

cursos de EAD nessa IES, estabelecendo um foco de análise nas bibliotecas dos polos de

apoio presencial da UAB, atualmente vinculadas a esta universidade.

É importante salientar que o estudo não tem por finalidade apontar deficiências

nas bibliotecas dos polos. Necessita, porém, analisar a situação atual dessas unidades de

informação, uma vez que através delas pretende-se desenvolver uma contribuição para

que a UFRN e os polos da UAB vinculados a esta IES, tenham uma real possibilidade de

qualificar o atendimento aos seus usuários da EAD. Nesse sentido, a seguinte questão

norteadora da pesquisa foi estabelecida:

Até que ponto as bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB/UFRN estão

adequadamente estruturadas para o atendimento aos seus usuários?

1.3 HIPÓTESE

As bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB/UFRN não estão

adequadamente estruturadas para o atendimento aos seus usuários, uma vez que nem

sempre dispõem de:

• Espaço físico satisfatório;

• Acervo atualizado e compatível com as disciplinas ofertadas pelos cursos;

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• Informatização;

• Produtos diversos: livros, jornais, revistas, coleção de referência, multimeios, etc.;

• Serviços diversos: Empréstimo, normalização de documentos, elaboração de ficha

catalográfica, acesso à Internet, etc.;

• Espaços para estudo individual e/ou em grupo;

• Bibliotecários e auxiliares de biblioteca.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo geral

Analisar a realidade atual de bibliotecas dos polos de apoio presencial da

UAB/UFRN.

1.4.2 Objetivos específicos

• Diferenciar os diversos tipos e categorias de bibliotecas;

• Identificar os principais produtos e serviços que podem existir nessas unidades de

informação;

• Investigar o marco regulatório da EAD, especialmente os instrumentos

normativos do Ministério da Educação (MEC), que credenciam e orientam a

disponibilização de bibliotecas nos polos da UAB;

• Identificar e caracterizar os polos de apoio presencial da UAB, onde a UFRN

oferta cursos de graduação na modalidade a distância;

• Identificar a realidade atual das bibliotecas dos polos da UAB/UFRN.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura desta pesquisa está dividida em dois momentos. No

primeiro, discorre sobre o modelo de biblioteca que deve ser disponibilizado aos usuários

da EAD, apresentando os parâmetros normativos em vigor que estão direcionados à

implementação e organização dessas bibliotecas. Em seguida, abarca duas ações

fundamentais para apoiar os usuários da EAD em relação ao acesso à informação e

conhecimento: a participação da biblioteca universitária e do bibliotecário nesse sistema

de ensino.

2.1 BIBLIOTECAS, SIM! MAS, NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA?

As bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB – ou “polos de EAD”,

conforme está descrito na nova regulamentação para o ensino a distância em nosso país -

são um tipo de unidade de informação2 idealizadas para apoiar os alunos matriculados em

cursos de EAD, no que concerne a realização de suas pesquisas e desenvolvimento de

trabalhos acadêmicos. Assim como ocorre no ensino presencial, faz-se necessário que

exista nessas bibliotecas uma variedade de produtos (materiais bibliográficos), tais como:

livros; jornais; revistas; coleção de referência (dicionários, enciclopédias, atlas, etc.);

multimeios; dentre outros itens.

Também é importante que exista serviços específicos para atender as diversas

necessidades acadêmicas dos alunos da EAD. Apenas para mencionar alguns desses

serviços, pode-se citar: empréstimo (com a possibilidade de renovação e posterior

devolução); empréstimos entre bibliotecas; orientação para o acesso as fontes de

informação científica; orientação em relação à utilização de bibliotecas virtuais e digitais;

normalização de trabalhos acadêmicos; elaboração de ficha catalográfica; acesso à

Internet.

Assim como as bibliotecas que atendem aos usuários do ensino presencial, as

bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB devem ser compreendidas como uma

instituição social. Isso porque, em geral, essas unidades de informação estão vinculadas

2 São denominados Unidades de informação: Arquivos, Bibliotecas, Museus, Centros de Informação, dentre

outros. (SOUSA, 2001).

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a União, um Estado ou Município do nosso país. A partir dessas considerações iniciais,

compreende-se que a definição de Targino (1984) sobre biblioteca, também pode ser

utilizada às unidades de informação inseridas no contexto da EAD. De acordo com a

autora:

Biblioteca é o local, onde uma coleção organizada e constituída de

acordo com a demanda e necessidade dos usuários efetivos e potenciais

a que se destina, está à disposição aos interessados, para suprir suas

necessidades informativas, educacionais [...]. Para tanto, requer

recursos humanos, materiais e financeiros que assegurem a

continuidade e atualização dos serviços. (TARGINO, 1984, p. 59).

Ou seja, uma biblioteca dessa natureza não deve ser um simples ambiente para

guardar, mesmo que de forma organizada, livros e/ou materiais didáticos a serem

disponibilizados aos alunos e demais atores partícipes da EAD. Não devem, portanto,

caracterizar-se como um depósito de livros. Esforços permanentes devem ser

empreendidos por seus órgãos mantenedores, visando disponibilizar nesses ambientes

informacionais, os mais diversos recursos (materiais, financeiros, tecnológicos,

humanos).

Além disso, essas bibliotecas precisam funcionar de forma dinâmica, interagindo

com seu público alvo da melhor maneira possível. Miranda (1980, p. 41), acrescenta que

biblioteca é “um organismo vivo interativo, dinâmico, que só existe com a participação

da comunidade, não apenas no seu uso, mas, sobretudo, da definição de sua própria

organização”. Entende-se com essa afirmação que uma biblioteca para usuários da EAD,

deve ser estruturada reconhecendo os hábitos de estudo desses usuários, os principais

recursos utilizados por eles em relação à busca pela informação, sobretudo considerando

as inovações tecnológicas cada vez mais presentes no universo do ensino a distância.

Uma outra questão que merece ser observada, é que essas bibliotecas terão um

bom desempenho frente aos seus objetivos, tão somente se forem vistas e tratadas como

uma organização. Conforme destaca Maciel (2000), uma unidade de informação deve ser

vista como uma organização, com ações planejadas e organizadas como ocorre em uma

empresa. Destaca, no entanto, que essas ações não necessariamente devem visar fins

lucrativos, mas com resultados programados e avaliados em determinados períodos.

Ainda segundo essa autora, apenas através da utilização dessa estratégia, uma biblioteca

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conseguirá competir efetivamente em um ambiente de inovações e incertezas, cada vez

mais presentes em nosso cotidiano.

Diante dessas considerações iniciais, convém que se estabeleça uma melhor

diferenciação sobre o que vem a ser os produtos e serviços informacionais, ambos

fundamentais em uma biblioteca, estando essa unidade de informação inserida no ensino

presencial ou a distância. De acordo com Almeida (2000, p. 85), “entendem-se como

produtos das unidades de informação tanto as publicações e o site da unidade de

informação quanto outras formas de divulgação e comunicação, como palestras, cursos,

atividades de extensão e projetos”.

Obviamente que o conceito de produtos de uma unidade de informação vai muito

além do que foi acima descrito. Embora não seja objetivo deste estudo apresentar e

estabelecer definições sobre cada um dos produtos informacionais que podem existir em

uma biblioteca, convém destacar alguns dos produtos mais utilizados nesses ambientes

informacionais. Nesse sentido, apresenta-se os seguintes itens ou materiais bibliográficos

abaixo, estes descritos por Duarte (2015, p. 613):

• Livro;

• Periódico;

• Folder;

• Recurso em Braille;

• Texto falado;

• Videotexto; Audiolivro;

• Computador para consulta à base de dados;

• Informações aos visitantes em forma de brindes;

• Panfleto;

• Clipagem; Manual;

• Catálogo;

• Base de dados;

• Inventário;

• Lista;

• Cartilha.

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Em relação aos serviços que podem ser encontrados em uma biblioteca,

tradicionalmente, identificam-se os serviços-meio e serviços-fins. Estes, se subdividindo

em outros serviços, cada uma com uma função específica na unidade de informação,

porém atuando em conjunto para o alcance do objetivo maior da biblioteca que

corresponde a disponibilização de informação ao seu público alvo. Através do quadro 1,

é possível identificar alguns dos principais serviços:

Quadro 1 - Serviços desenvolvidos por uma biblioteca

Funções da biblioteca (serviços desenvolvidos)

Serviços-meio

Reunir

- Seleção: escolha dos documentos para compor o acervo da

biblioteca.

- Aquisição: procedimento utilizado para adquirir os

materiais bibliográficos para biblioteca. Os livros e outros

itens, podem ser adquiridos através de compra, permuta ou

doação.

- Tombamento: registro do livro e demais materiais da

biblioteca, identificando os itens como pertencentes a

unidade de informação.

- Conservação: processo de preservação dos itens existentes

na biblioteca, por meio de controle ambiental,

conscientização dos usuários e tratamento específicos para

cada tipo de material bibliográfico.

Organizar

- Classificação: organização dos livros e demais itens da

biblioteca que compõem o acervo, mediante utilização de um

plano de classificação estabelecido e reconhecidamente

utilizado.

- Catalogação: é a descrição de um determinado material

bibliográfico, considerando suas particularidades e a

distinguindo de outros itens.

- Preparação: corresponde a fixação de etiquetas e demais

ações que possibilitem a localização dos livros nas estantes.

Serviços-fins

Difundir

- Consulta: é a busca pela informação, podendo ser realizada

de forma direta (nas estantes) ou indireta (através do catálogo

da biblioteca).

- Empréstimo: os livros e demais itens da biblioteca podem

ser emprestados aos usuários da unidade de informação, com

exceção dos materiais de referência (dicionários,

enciclopédias, atlas, dentre outros). Um único exemplar de

um livro existente na biblioteca, em geral, é disponibilizado

apenas para consulta no âmbito da unidade de informação.

- Serviço de Referência: apoio às diversas necessidades de

informação ou serviços biblioteconômicos, dos usuários da

biblioteca (orientação à pesquisa, normalização de

documentos, dentre outros). Atualmente destaca-se o Serviço

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de Referência Virtual (SRV), que possibilita o atendimento

ao usuário, sem necessariamente este ter que estar na

biblioteca.

Fonte: Adaptado de Sousa (2001) e Silva (2009).

Ao observamos o quadro acima, verifica-se que os serviços-meio estão

direcionados para reunião e organização dos materiais bibliográficos adquiridos. No

primeiro caso, envolve o processo de seleção; aquisição; tombamento e conservação dos

livros e demais materiais bibliográficos obtidos pela unidade de informação. No segundo,

exige uma maior capacitação técnica dos recursos humanos que trabalham na biblioteca,

uma vez que envolve o processo de classificação; catalogação; e preparação dos livros

para serem colocados nas estantes e, consequentemente, disponibilizados aos usuários.

Os serviços fins, por sua vez, corresponde a relação direta da biblioteca com seu

público alvo. Possibilita que estes últimos possam realizar consultas, verificando o acervo

existente; realizem empréstimos dos materiais bibliográficos de seu interesse, quer

através de um sistema de empréstimo pessoal ou mediante solicitação à uma outra

biblioteca participante da mesma instituição e que esteja habilitada para esta ação; além

de usufruir de serviços específicos que em geral são oferecidas por bibliotecas.

Há de se considerar, no entanto, que nos dias atuais existe uma gama maior de

serviços que podem estar à disposição dos usuários de uma biblioteca. Muitos desses

serviços, convém destacar, são provenientes das novas tecnologias de informação e

comunicação. Como este trabalho não têm a pretensão de explorar e/ou definir cada um

deles, reafirmamos, apresenta-se abaixo tão somente alguns dos possíveis serviços que

podem ser disponibilizados, de forma virtual, por uma biblioteca:

• Disseminação Seletiva da Informação – DSI

• Comutação Bibliográfica – COMUT;

• Apresentação de mostruários e exposições;

• Realização de eventos e campanhas;

• Divulgação na web;

• Serviços de sinalização;

• Serviço de disponibilização de salas individuais;

• Serviço que primam por acessibilidade;

• Levantamento bibliográfico;

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• Pesquisa de opinião (enquetes, estudos, outros);

• Respostas técnicas;

• Acesso público à internet;

• Alertas bibliográficos;

• Análise de ambientes;

• Uso das Redes sociais para divulgar informações;

• Blogs com informações úteis;

• Serviços de referência digital;

• Serviço de referência virtual;

• Pergunta ao bibliotecário;

• Referência online;

• Perguntas frequentes;

• Formação de interagentes;

• Treinamentos específicos;

• Diretório de recursos eletrônicos;

• Base de dados;

• Assistência por telefone;

• Serviço de informação utilitária;

• Serviço de automação;

• Serviço de atendimento aos deficientes visuais;

• Biblioterapia. (DUARTE, 2015, p. 613).

Verificando a diversidade dos serviços acima relacionados, é possível afirmar que

uma biblioteca de um polo de apoio presencial da UAB, que disponibilize tais serviços,

estará exercendo um papel qualitativo no atendimento ao seu público. Do contrário, há

grandes possibilidades de a unidade de informação dessa natureza não conseguir atender

as reais necessidades de seus usuários. Isso pode implicar, inclusive, no distanciamento

dos mesmos em relação a unidade de informação.

É importante destacar, porém, que em nosso país algumas bibliotecas são bem

estruturadas – considerando, dentre outras coisas, a oferta de produtos e serviços

informacionais - enquanto que outras necessitam de melhorias e maiores investimentos,

estes podendo ser de ordem física, material, tecnológica ou de recursos humanos. Essa

estruturação a que nos referimos, muito tem a ver com o tipo ou categoria de biblioteca.

De acordo com o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP): “O tipo de uma

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biblioteca é determinado pelas funções e serviços que oferecem, pela comunidade que

atende, e pelo seu vínculo institucional”. A fim de melhor identificarmos essas diferenças,

elaborou-se o quadro 2, que contempla diversas categorias de bibliotecas.

Quadro 2 - Tipos de bibliotecas e características

Tipo de Biblioteca Características

Biblioteca pública

Tem por objetivo atender por meio do seu acervo e de seus

serviços, os diferentes interesses de leitura e informação da

comunidade em que está localizada, colaborando para

ampliar o acesso à informação, à leitura e ao livro, de forma

gratuita. Em sua maioria é criada e mantida pelo Estado

(Município, Estado ou Federação).

Biblioteca pública temática

São bibliotecas públicas que se caracterizam como

bibliotecas especializadas em uma determinada

área/assunto. O ambiente configura-se de maneira a

representar a área/assunto em foco, assim como as coleções

que compõe o seu acervo, os serviços que oferecem e a

programação cultural. Sendo uma biblioteca pública,

diferenciam-se das bibliotecas especializadas por atender a

todos os públicos, bebes, crianças, jovens, adultos, pessoas

da melhor idade e pessoas com necessidades especiais.

Biblioteca comunitária

Espaço de incentivo à leitura e acesso ao livro. É criada e

mantida pela comunidade local, sem vínculo direto com o

Estado.

Ponto de leitura

Espaços de incentivo à leitura e acesso ao livro, criados em

comunidades, fábricas, hospitais, presídios e instituições

em geral.

Biblioteca Nacional

Tem por função reunir e preservar toda produção

bibliográfica do país. Em cada país existe uma Biblioteca

Nacional. Toda produção bibliográfica do país deve ser

enviada para a Biblioteca Nacional, isto é garantido pela lei

de Deposito Legal.

Biblioteca escolar

Tem por objetivo atender os interesses de leitura e

informação da sua comunidade e trabalha em consonância

com o projeto pedagógico da escola a qual está inserida.

Está localizada dentro de uma unidade de ensino pré-

escolar, fundamental e/ou médio.

Biblioteca universitária

Tem por objetivo apoiar as atividades de ensino, pesquisa

e extensão por meio de seu acervo e dos seus serviços. É

vinculada a uma unidade de ensino superior, podendo ser

uma instituição pública ou privada. A Biblioteca

Universitária dá continuidade ao trabalho iniciado pela

Biblioteca Escolar.

Biblioteca especializada

Voltada a um campo específico do conhecimento. Seu

acervo e seus serviços atendem às necessidades de

informação e pesquisa de usuários interessados em uma ou

mais áreas específicas do conhecimento. É vinculada a uma

instituição pública, ou privada podendo também se

caracterizar como uma biblioteca universitária, quando

vinculada a uma unidade de ensino superior.

Page 38: BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

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Biblioteca centro de referência

Bibliotecas especializadas que atuam com o foco no acesso,

disseminação, produção e utilização da informação para

um determinado público. Também denominados como

Centro de Informação e Referência. Muitas delas não

possuem acervo próprio e trabalham exclusivamente com a

referenciação de documentos sobre determinado assunto

(resumos e resenhas).

Fonte: SNBP, 2017.

Dos tipos de unidades de informação acima descritos, três categorias se

evidenciam, se consideramos sua relação com o ensino a distância: as bibliotecas

universitárias; as bibliotecas públicas; e as bibliotecas escolares, ambas vinculadas a

União, a um Estado ou a um Município, respectivamente. Ou seja, cada uma desses tipos

ou categorias de unidade de informação, possuem determinadas particularidades,

podendo estar ou não em condições de atender adequadamente ao seu público alvo.

Em geral, as bibliotecas universitárias se destacam, uma vez que disponibilizam

uma maior oferta - quantitativa e qualitativa - de produtos e serviços informacionais aos

seus usuários. Isto é, o acervo existente nestas bibliotecas é vasto, contempla todas as

áreas do conhecimento e são disponibilizados no formato tradicional - impresso, ofertado

ainda através de diversas formatos virtuais e digitais, cada vez mais acessíveis ao seu

público alvo e à população de um modo geral.

As bibliotecas públicas e escolares, por sua vez, nem sempre dispõem de tamanha

sorte. Não generalizando, obviamente, mas há casos em que sua estrutura física é

deficitária; o acervo está desatualizado e necessitando de renovação; não dispõem de

bibliotecários e nem auxiliares de bibliotecas; podendo ainda estar informatizadas, mas

não necessariamente automatizadas. Considerando esta última possibilidade, Côrte e

Bandeira (2011, p. 133), lembram que:

O maior benefício da informatização é a rapidez, agilidade e eficiência

no atendimento e na prestação de serviços, isto é, a otimização das

atividades não só em relação aos usuários, como também no que diz

respeito ao controle e formação do acervo, levantamento bibliográfico,

catalogação, empréstimos, comutação, reclamação de obras em atraso

e em processamento técnico.

Do mesmo modo, a automação é essencial para manter uma maior interação entre

as bibliotecas e seus usuários. Conforme esclarecem Marques e Prudêncio (2009, p. 2):

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Automatizar significa a utilização de máquinas na execução de tarefas

que antes eram executadas pelo homem. Nas bibliotecas e centros de

informação, a automação surge para oferecer um atendimento eficaz e

eficiente ao usuário, poupar tempo, otimizar os processos, atender a

demanda, auxiliar a aquisição, tornar a organização mais precisa e

principalmente atender às necessidades do usuário em curto espaço e

tempo.

Ou seja, com a informatização e automação das bibliotecas, as diversas atividades

técnicas desenvolvidas nessas unidades de informação - classificação, catalogação,

empréstimo, referência, dentre outros - ganham em praticidade e dinamicidade. Nesse

sentido, as bibliotecas passam a utilizar softwares específicos, voltados para a realização

dessas atividades, exigindo ainda mais capacitação dos recursos humanos existentes

nessas unidades de informação.

E por falar em tecnologia, convém destacar que embora as bibliotecas inseridas

na EAD estejam vinculadas a uma modalidade de ensino onde a utilização das tecnologias

de informação e comunicação é intensa, o formato dessas unidades de informação é

híbrido. Isto é, as bibliotecas utilizam materiais impressos, disponibilizando ainda a opção

de os usuários acessarem bibliotecas virtuais, bibliotecas digitais, além de diversas fontes

de informação em meio eletrônico.

Para uma melhor compreensão sobre esses diversos formatos tecnológicos de

acesso a informação científica, recorremos a Marchiori (1994) e Blattmann (2001), que

estabelecem as seguintes definições sistematizadas no quadro 3:

Quadro 3 - Tipos de bibliotecas: evolução tecnológica

Tipos de bibliotecas Definição

Biblioteca virtual (BV)

A biblioteca virtual (BV): é conceitualizada como um tipo de

biblioteca que, para existir, depende da tecnologia da

realidade virtual. Neste caso, um software próprio acoplado

a um computador sofisticado reproduz o ambiente de uma

biblioteca em duas ou três dimensões, criando um ambiente

de total imersão e interação. É então possível, ao entrar em

uma biblioteca virtual, circular entre as salas, selecionar um

livro nas estantes, “tocá-lo”, abri-lo e lê-lo.

Biblioteca digital (BD)

A biblioteca digital (BD): difere das demais, porque a

informação que ela contém existe apenas na forma digital,

podendo residir em meios diferentes de armazenagem, como

as memórias eletrônicas (discos magnéticos e óticos). Desta

forma, a biblioteca digital não contém livros na forma

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convencional e a informação pode ser acessada, em locais

específicos e remotamente, por meio de redes de

computadores.

Biblioteca híbrida (BH)

A biblioteca hibrida (BH): não só proporciona o acesso aos

recursos eletrônicos (isto é, digitais) ou a combinação de

fontes na Web e também nas demais fontes de informação

tradicionais, mas integra, por meio das tecnologias

disponíveis, todas as formas de informação, oferecendo ao

usuário o melhor de ambos ambientes, sejam serviços

digitais ou não digitais.

Fonte: Marchiori (1997, p. 4) e Blattmann (2001, p. 103).

Considerando a possibilidade de acesso as bibliotecas virtuais e digitais, não

poderíamos deixar de mencionar algumas das plataformas que são mais utilizadas pela

comunidade acadêmica nos dias atuais, fundamentais também à utilização no ensino a

distância. Trata-se de bibliotecas virtuais, bibliotecas digitais e ainda Repositórios

Digitais, comumente utilizados por pesquisadores e comunidade acadêmica de uma IES,

mas que estão disponíveis ainda para o público em geral:

• Biblioteca Digital de Teses e Dissertação (BDTD): corresponde a uma

biblioteca digital que abarca as teses e dissertações desenvolvidas no Brasil,

abrangendo assuntos das mais diversas áreas do conhecimento científico. Esta BD

é mantida pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

(IBICT).

• Scientific Electronic Library Online (SCIELO): é uma biblioteca eletrônica,

abrangendo uma coleção de periódicos científicos brasileiros que abarcam todas

as áreas do conhecimento. Os periódicos podem ser pesquisados por lista

alfabética, por assunto ou ainda por títulos. A busca por artigos pode ser feita por

índice de autores ou por assunto.

• Repositórios Digitais: são bases de dados online, de acesso aberto, que reúnem a

produção científica de uma IES, sendo que os utilizadores encontrarão a produção

científica desenvolvida por pesquisadores nas mais diversas áreas temáticas.

• Portal Domínio Público: trata-se de uma biblioteca digital desenvolvida em

software livre, contendo diversas possibilidades de acesso a informação científica,

incluído obras clássicas de autores consagrados, como a obra completa de

Machado de Assis, apenas a título de exemplo;

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• Portal Periódicos CAPES/MEC: é uma biblioteca virtual que disponibiliza

materiais de bibliográficos referenciais ou de texto completo, sendo que a busca

pode ser realizada por assunto, livros, periódicos ou ainda base de dados.

• Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): disponibiliza milhares de produtos

informacionais na área da saúde. A coleção de fontes de informação do Portal é

composta por bases de dados bibliográficas, sendo possível obter acesso a outros

tipos de fontes de informação, tais como recursos educacionais abertos, sites de

internet e eventos científicos.

É importante ressaltar que há inúmeras outras possibilidades de acesso a

informação virtual/digital, estas disponibilizadas através de fontes primárias, secundárias

ou terciárias. A esse respeito, Cunha (2016) apresenta como fontes primárias, por

exemplo: legislação, normas técnicas, periódicos, relatórios técnicos, teses e dissertações,

etc.; fontes secundárias: atlas, bibliografias, biografias, catálogos de bibliotecas,

dicionários, enciclopédias, etc.; fontes terciárias: bibliotecas e centros de informação,

diretórios, dentre outros. Muitas delas disponíveis virtualmente, conforme descrito no

quadro 4.

Quadro 4 - Fontes de informação virtual/digital: primária, secundária e terciária

Fonte de

informação

Tipologia Onde encontrar

Primária

Legislação Sites governamentais da União, Estado

e Municípios.

Periódico Portal de periódicos da CAPES, dentre

outras.

Teses e Dissertações

Bibliotecas digitais e Repositórios

Institucionais das IES. Em destaque, a

Biblioteca Digital de Teses e

Dissertações e os Repositórios

Institucionais das IES.

Atlas e mapas

A utilização do Google Maps faz com

que o pesquisador consiga informações

detalhadas sobre o mundo todo. Trata-se

de um recurso que permite, inclusive,

verificar aspectos locais ou regionais

que antes seria possível apenas in loco.

Bibliografias Uma grande variedade de sites

disponibiliza este tipo de informação.

Dicionários

Através de uma simples pesquisa no

Google ou Yahoo, por exemplo,

Page 42: BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

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Secundária

diversas fontes de informação desta

natureza são encontradas.

Filmes e vídeos

O YouTube se apresenta como uma

poderosa fonte de informação,

disponibilizando o acesso a milhões de

vídeos, muitos deles educacionais.

Blogues

Alguns desenvolvidos por

pesquisadores e especialistas sobre as

mais diversas áreas do conhecimento,

possibilitando a interação com o leitor.

Terciária

Bibliotecas digitais das IES

Embora o acesso ao acervo esteja

limitado à comunidade acadêmica da

instituição, é possível pesquisar nos

catálogos os itens existentes. Alguns

deles disponíveis na íntegra, como

alguns artigos em formato PDF.

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Estas são apenas algumas das possibilidades reais de acesso a informação, sendo

que muitas delas vem sendo utilizadas amplamente, quer no ensino presencial ou na

modalidade a distância. Aliás, considerando este último contexto, sobretudo por sua

grande utilização de materiais didáticos específicos e ambientes virtuais de aprendizagem

desenvolvidos para o público alvo da EAD, parece-nos correto afirmar que em um futuro

próximo as bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB, não necessariamente,

precisarão de uma estrutura física da forma como a conhecemos hoje.

Isso porque cada vez mais os usuários da EAD têm a sua disposição recursos

tecnológicos que são atualizados constantemente, possibilitando que os usuários das

bibliotecas tenham maiores possibilidades de acesso virtual a serviços acadêmicos e de

informação. É perceptível que mesmo no ensino presencial a prática da utilização dos

recursos tecnológicos para fins educacionais aumenta a cada ano. Cunha (2008), nos

primeiros anos deste século, já havia previsto essa nossa realidade atual. Dizia aquele

autor há quase dez anos:

Nos tempos atuais é crescente o percentual de pessoas que estão lendo

mais e copiando documentos em seus computadores pessoais. Tais fatos

farão com que a biblioteca não tenha tanta necessidade de expandir a

sua área física nem prover mais mesas e cadeiras para leitura; também

farão com que economize seus recursos com gastos com espaço físico

e com a expansão do quadro de pessoal; assim ela concentrará recursos

na modernização do seu parque tecnológico. (CUNHA, 2008, p. 10).

Page 43: BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

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Com efeito, o que foi previsto por aquele especialista em Biblioteconomia e

Ciência da Informação, está cada vez mais evidente. Nos dias atuais, as diversas

possibilidades de acesso a informação (científicas ou não-científicas) existentes, são

perceptíveis até mesmo àqueles que não estão vinculados ao ensino formal (nível

fundamental, médio ou superior). Com efeito, é possível admitir que o uso de periféricos,

tais como: computadores; Smartphones; Tablets; dentre outros, é algo comum, objeto de

uso de crianças nos primeiros anos de idade e até mesmo idosos.

Um segundo motivo que nos direciona a visualizar as bibliotecas dos polos de

EAD mais flexíveis - ao menos em relação a sua estrutura física - baseia-se nas recentes

mudanças na legislação que abarca o ensino a distância no Brasil. Embora reconhecendo

que uma biblioteca, enquanto instituição social, ainda deve seguir diversos parâmetros

normativos, parece-nos correto afirmar para EAD essas unidades de informação

caminham à uma adequação com o perfil do seu público alvo.

Esta, no entanto, corresponde apenas a uma primeira impressão que temos sobre

o assunto, uma vez que ainda é recente a publicação da nova regulamentação do ensino a

distância, podendo ocorrer algumas adequações por parte do governo federal. De

qualquer modo, o que dispomos atualmente nos condiciona a elaborar uma reflexão sobre

a realidade atual dessas unidades de informação, considerando a legislação vigente e

alguns problemas que foram identificados em alguns contextos universitários, conforme

verificaremos nos tópicos seguintes.

2.1.1 Bibliotecas dos polos da UAB: parâmetros normativos

Assim como ocorre no ensino presencial, as bibliotecas planejadas, organizadas e

disponibilizadas aos usuários da EAD devem observar critérios e diretrizes normativas,

respeitando a legislação em vigor no nosso país. A esse respeito, Santos Filho (2009, p.

89) lembra que de acordo com a LDB, as bibliotecas são consideradas “como item

obrigatório nos planos de desenvolvimento de instituições de ensino, seja qual for o nível,

desde o infantil ao superior”. Mattos Filha e Cianconi (2015, p. 411), acrescentam que

No Brasil, a avaliação e o planejamento para EAD são feitos pelo MEC,

em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

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Educacionais Anísio Teixeira (INEP), através do Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior (SINAES) e por meio de dispositivos

legais.

Essas autoras consideram, no entanto, que nossa legislação precisa ser mais

abrangente no que diz respeito ao planejamento e avaliação das bibliotecas. De fato, ao

observar a legislação sobre este assunto, é possível identificar diversos dispositivos legais

que tratam sobre a questão das bibliotecas na EAD. Estas normas, porém, expressam o

que é necessário para composição das bibliotecas dos polos da UAB, mas não especificam

como se deve proceder em relação a alguns dos itens exigidos.

De acordo com algumas diretrizes estabelecidas pelo MEC, por exemplo, os

bibliotecários são descritos como item obrigatório, devendo estar presente nas bibliotecas

dos polos da UAB. Da mesma forma, podemos identificar outras exigências estabelecidas

pelo MEC, aspectos relacionados à infraestrutura das bibliotecas; o acervo que deve

existir nessas unidades de informação; a necessidade de ambientes para estudo individual

e em grupo; a informatização e tecnologias utilizadas nesses ambientes informativos,

dentre outros aspectos.

A tipologia dos documentos legais, onde verifica-se diretrizes em relação as

bibliotecas na EAD, correspondem a Decretos - emitidos pelo poder executivo federal do

nosso país; instrumentos normativos desenvolvidos pelo MEC – utilizados para fins de

autorização e credenciamento dos cursos; um documento que deve ser utilizado como

referência de qualidade para EAD – abordando diversos aspectos dessa modalidade de

ensino. Abaixo descreveremos estes instrumentos normativos, considerando sua

abordagem em relação as bibliotecas na EAD.

O primeiro documento legal a ser mencionado nesta pesquisa é o Decreto nº

5.622, de 19 de dezembro de 2005, que tinha como objetivo regulamentar o art. 80 da Lei

nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. No entanto, este documento foi recentemente

revogado, sendo substituído pelo Decreto 9.057 de 25 de maio de 2017. Apesar disso,

optou-se por destaca-lo neste estudo, uma vez que por muito tempo foi utilizado como

parâmetro para EAD, destacando em seu Artigo 12 aspectos relacionados às bibliotecas

dos polos:

X - Descrição detalhada dos serviços de suporte e infraestrutura

adequados à realização do projeto pedagógico, relativamente a: [...] d)

bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico remoto e acesso

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por meio de redes de comunicação e sistemas de informação, com

regime de funcionamento e atendimento adequados aos estudantes de

educação a distância. (BRASIL, Decreto 5.622, 2005).

Observa-se nesse documento que as bibliotecas na EAD deveriam dispor em

recursos tecnológicos, com a finalidade de qualificar a oferta de informação aos usuários

da EAD, sendo estes critérios para fins de credenciamento. O documento em questão

ainda mencionava sobre a necessidade de a unidade de informação funcionar de forma

compatível com os horários do seu público alvo. Entretanto, conforme dito anteriormente,

este Decreto foi revogado, não devendo ser utilizado para fins de avaliação das bibliotecas

dos polos de EAD.

O segundo documento corresponde ao Decreto 5.773, de 09 de maio de 2006, que

“dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições

de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal

de ensino”. (BRASIL, Decreto 5.773, 2006). O seu Artigo 16, estabelece os elementos

que devem estar contidos no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) de uma IES,

dentre os quais está a biblioteca:

VII - infraestrutura física e instalações acadêmicas, especificando: a)

com relação à biblioteca: acervo de livros, periódicos acadêmicos e

científicos e assinaturas de revistas e jornais, obras clássicas,

dicionários e enciclopédias, formas de atualização e expansão,

identificando sua correlação pedagógica com os cursos e programas

previstos; vídeos, DVD, CD, CD-ROMS e assinaturas eletrônicas;

espaço físico para estudos e horário de funcionamento, pessoal técnico

administrativo e serviços oferecidos. (BRASIL, Decreto 5.773, 2006).

Acima é possível identificar as exigências em relação aos materiais bibliográficos

que, necessariamente, devem ser disponibilizados aos usuários dessas bibliotecas. A

exigência não se limita ao acervo (que deve ter diversos tipos de materiais, inclusive

eletrônicos), mas também faz menção ao horário de funcionamento dessas unidades de

informação, além dos recursos humanos necessários para o atendimento aos usuários das

bibliotecas. Convém destacar que não há um detalhamento sobre esses dois itens,

conforme mencionou anteriormente Mattos Filha e Cianconi (2015).

O terceiro documento que é o Instrumento para credenciamento do polo de

apoio presencial para EAD. Este documento normativo, elaborado no âmbito do MEC,

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tem como objetivo verificar as seguintes informações: a) informações gerais sobre o polo,

geradas pelo e-MEC; b) informações sobre o polo, preenchidas pela IES ofertante dos

cursos; e, c) avaliação de dimensão única, voltada para o projeto do polo. Neste

documento encontraremos uma série de questionamentos sobre o polo, dos quais

destacamos aqueles que estão direcionados às bibliotecas, conforme é possível observar

no quadro 5:

Quadro 5 - Informações sobre o polo preenchidas pela IES

Item de verificação Objetivos das informações

Biblioteca: infraestrutura de

pessoal projetada.

Saber se há bibliotecários e auxiliares de biblioteca,

considerando ainda seu grau de formação.

Quadro geral de tecnologias e

equipamentos do polo

(bibliotecas virtuais).

Dentre os diversos questionamentos feitos sobre as

tecnologias utilizadas no polo, pergunta-se se há bibliotecas

virtuais. Objetiva-se com essas informações, saber a

quantidade, se é de uso exclusivo para EAD ou

compartilhado.

Espaços gerais (biblioteca). Aqui verifica-se se há um espaço específico para biblioteca,

se é de uso exclusivo para EAD ou compartilhado.

Biblioteca (equipamentos) Neste item, objetiva-se saber quais os equipamentos existem

na unidade de informação, tais como aparelho telefônico,

computadores e impressoras, por exemplo.

Fonte: BRASIL, SINAES, Credenciamento de polo, 2010.

São informações que uma IES deveria disponibilizar aos avaliadores do MEC,

sendo que posteriormente essas informações poderiam ser verificadas in loco por

representantes daquele Ministério. Este instrumento de verificação, tem ainda o propósito

de verificar outros importantes aspectos do polo, utilizando critérios de análise, conforme

podemos observar no quadro 6.

Quadro 6 - Avaliação de dimensão única: polo de apoio presencial

Categoria

de análise

Indicador Critério de análise

Biblioteca (instalações para o

acervo e funcionamento)

Quando as instalações para o acervo e

funcionamento da biblioteca atendem aos

requisitos de dimensão, limpeza, iluminação,

acústica, ventilação segurança, conservação e

comodidade necessária à atividade proposta.

Biblioteca: instalação para

estudos individuais e em grupo

Quando existem instalações para estudos

individuais e em grupo e elas atendem às

necessidades do (s) curso (s).

Quando o acervo atende aos programas das

disciplinas da primeira metade do (s) curso (s),

em quantidade suficiente, na proporção de um

Page 47: BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

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Infraestrutura Livros da bibliografia básica (1) exemplar para até oito (8) alunos, previstos

para cada turma, referentes aos títulos indicados

na bibliografia básica (mínimo de 3

bibliografias), e é atualizado e tombado junto ao

patrimônio da IES.

Livros da bibliografia

complementar

Quando o acervo atende as indicações

complementares feitas pelos programas das

disciplinas ofertadas.

Periódicos especializados

Quando existe assinatura de periódicos

especializados, indexados e correntes, sob a

forma impressa ou informatizada, abrangendo

todas as áreas temáticas, distribuídas entre as

principais áreas dos cursos.

Fonte: BRASIL, SINAES, Credenciamento de polo, 2010.

Neste instrumento normativo, foram estabelecidos critérios de análise que podem

categorizar cada item acima, atribuindo conceitos que vão de 1 a 5. Assim sendo, esses

critérios podem descrever a situação da biblioteca, considerando cada um dos indicadores

como precários, insuficientes, suficientes, adequados, ou ainda atendendo plenamente às

expectativas institucionais e dos usuários.

Os critérios de análise que apontem precariedade ou insuficiência nas condições

dos indicadores descritos, podem gerar problemas para o polo, que vão desde uma

exigência na adequação dos ambientes frente ás condições exigidas, ou mesmo o

descredenciamento desses núcleos de atendimento presencial pata funcionamento. Os

demais demonstram que o polo está em condições de exercer o seu papel, no que diz

respeito ao atendimento aos usuários da EAD.

Ocorre, porém, que este documento normativo, ao que parece, não mais será

utilizado para fins de avaliação. Isso porque com a publicação da Portaria n° 11, de 20 de

junho de 2017, novos procedimentos de avaliação foram estabelecidos. Agora, a própria

IES ofertante dos cursos poderá, em sua sede, apresentar as informações necessárias para

fins de avaliação do MEC. Ao menos é o que está descrito no Artigo 5° do referido

documento:

Art. 5° As avaliações in loco nos processos de EAD serão concentradas

no endereço sede da IES.

§ 1° A avaliação in loco no endereço sede da IES visará à verificação

da existência e adequação de metodologias, infraestrutura física,

tecnológica e de pessoal que possibilitem a realização das atividades

previstas no PDI e no Projeto Pedagógico do Curso - PPC.

Page 48: BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

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§ 2° Durante a avaliação in loco no endereço sede, as verificações

citadas no § 1° também devem ser realizadas, por meio documental ou

com a utilização de recursos tecnológicos disponibilizados pelas IES,

para os Polos de EAD previstos no PDI e nos PPC, e os ambientes

profissionais utilizados para estágio supervisionado e atividades

presenciais. (BRASIL, Portaria ministerial nº 11 do MEC, 2017).

Entende-se, a priori, que o Instrumento para credenciamento do polo de apoio

presencial para EAD também deve ser desconsiderado para fins de avaliação das

bibliotecas dos polos de EAD. Isso não quer dizer, porém, que haverá uma perda de

qualidade nas unidades de informação, uma vez que as IES estarão obrigadas a monitorar

ainda mais de perto as atividades nos seus respectivos polos.

O quarto documento que a ser descrito neste estudo é o Instrumento de

credenciamento institucional para oferta da modalidade de EAD. Este instrumento

normativo foi organizado considerando três dimensões: Dimensão: I, que trata da

organização institucional para EAD; Dimensão II, que aborda a questão do corpo social

necessário para efetivação do projeto de ensino a distância; Dimensão 3, que estabelece

as diretrizes relacionadas às instalações físicas.

Nas últimas dimensões descritas, há diretrizes que estão direcionadas às

bibliotecas dos polos de EAD, contendo indicadores e critérios de análise. Ao contrário

do que ocorreu com o documento para credenciamento dos polos, este instrumento

normativo ainda deve ser considerado, ao menos até o presente momento. Nesse sentido,

é imperativo que o mesmo seja mencionado, descrevendo o que foi abordado sobre as

bibliotecas na EAD, conforme o quadro 7:

Quadro 7 - Credenciamento Institucional para EAD

Dimensão Indicador Critério de análise

Corpo

social

Corpo técnico administrativo

para atuar na gestão das

bibliotecas dos polos de apoio

presencial.

Quando os profissionais técnico-administrativos,

tem qualificação ou experiência profissional para

atuar na gestão de um sistema de bibliotecas com

diferentes unidades.

Biblioteca: instalações para o

gerenciamento central das

bibliotecas dos polos de apoio

presencial e manipulação dos

respectivos acervos.

Quando as instalações para o gerenciamento

central das bibliotecas dos polos de apoio

presencial e manipulação central do acervo, que

atendem os polos de apoio presencial, satisfazem

os requisitos de dimensão, limpeza, iluminação,

acústica, ventilação, segurança, conservação e

comodidade necessária à atividade proposta.

Page 49: BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

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Instalações

físicas

Biblioteca: informatização do

sistema de bibliotecas (que

administra as bibliotecas dos

polos de apoio presencial).

Quando a informatização do sistema de

bibliotecas (que administra as bibliotecas dos

polos de apoio presencial) atende as necessidades

de registro e de utilização.

Biblioteca: política de

aquisição, expansão e

atualização do acervo das

bibliotecas dos polos de apoio

presencial.

Quando a instituição apresenta uma política de

aquisição, expansão e atualização do acervo das

bibliotecas dos polos de apoio presencial,

considerando a proposta pedagógica dos cursos e

a demanda dos docentes.

Fonte: BRASIL, SINAES, Credenciamento Institucional para EAD, 2010.

Conforme podemos observar no quadro acima, a primeira dimensão diz respeito

a existência de corpo administrativo para atuar na gestão das bibliotecas dos polos. Nesse

sentido, a nota máxima de avaliação será dada caso os profissionais técnico-

administrativos tenham qualificação ou experiência profissional de, pelo menos, um ano

para atuar na gestão de um sistema de bibliotecas;

As demais diretrizes estão direcionadas às instalações físicas que, conforme

verificamos, no primeiro caso observa os itens da dimensão: limpeza, iluminação,

acústica, ventilação, segurança, conservação e comodidade necessária à atividade

proposta; Em seguida, verifica a informatização do sistema de bibliotecas, fundamentais

àquela unidades de informação; avaliando, por fim, o grau de excelência da política de

aquisição, expansão e atualização do acervo das bibliotecas dos polos de apoio presencial.

É importante ainda destacar que este documento normativo atribui pontuações

semelhantes ao do instrumento utilizado para credenciamento do polo, também

estabelecendo conceitos que podem ir de 1 a 5, para cada indicador observado.

Lembrando que essa numeração segue uma ordem crescente de avaliação dos critérios de

análise, conforme demostrado anteriormente.

Complementando os instrumentos normativos que abarcam orientações para

disponibilização de bibliotecas na EAD, convém destacar os Referenciais de Qualidade

para EAD. Este documento apresenta orientações específicas sobre a forma como as

bibliotecas devem ser disponibilizadas aos alunos vinculados a um polo da UAB. A

primeira orientação que merece destaque é de ordem estrutural. Isto é, de acordo com os

Referencias de Qualidade para EAD:

As bibliotecas dos polos devem possuir acervo atualizado, amplo e

compatível com as disciplinas ministradas nos cursos ofertados.

Seguindo a concepção de amplitude de meios de comunicação e

informação da educação à distância, o material oferecido na biblioteca

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deve ser disponibilizado em diferentes mídias. É importante, também,

que a biblioteca esteja informatizada, permitindo que sejam realizadas

consultas online, solicitação virtual de empréstimos dos livros, entre

outras atividades de pesquisa que facilitem o acesso ao conhecimento.

Além disso, a biblioteca deve dispor em seu espaço interno de salas de

estudos individuais e em grupo. (BRASIL. Ministério da Educação,

2007, p. 26).

Apesar dessas diretrizes estarem reunidas em um único parágrafo, é possível

identificar aqueles recursos que são considerados como essenciais para uma unidade de

informação dessa natureza: biblioteca com acervo atualizado e disponibilizado em

diferentes mídias; devidamente informatizada; dispondo ainda de ambientes específicos

para estudo individual e em grupo. No entanto, acredita-se que em um futuro próximo

este documento será revisado, considerando, sobretudo, o que consta na recém-publicada

Portaria n° 11, do MEC. Está descrito no Artigo 11 deste documento que:

O polo EAD deverá apresentar identificação inequívoca da IES

responsável pela oferta dos cursos, manter infraestrutura física,

tecnológica e de pessoal adequada ao projeto pedagógico dos cursos a

ele vinculados, ao quantitativo de estudantes matriculados e à legislação

específica, para a realização das atividades presenciais, especialmente:

I - Salas de aula ou auditório;

II - Laboratório de informática;

III - Laboratórios específicos presenciais ou virtuais;

IV - Sala de tutoria;

V - Ambiente para apoio técnico-administrativo;

VI - Acervo físico ou digital de bibliografias básica e complementar;

VII - Recursos de Tecnologias de Informação e Comunicação -TIC; e

VIII - Organização dos conteúdos digitais. (BRASIL, Portaria

ministerial nº 11 do MEC, 2017, grifo nosso).

Ao que parece, existe uma possibilidade da não obrigatoriedade das bibliotecas

nos polos, conforme descrito nos Referencias de Qualidade para EAD e demais

instrumentos normativos apresentados neste estudo. Inclusive, em palestra proferida na

Câmara dos Deputados do nosso país, abordando o tema “Os desafios da Educação a

Distância no Brasil”, o diretor de EAD da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

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de Nível Superior CAPES, Carlos Lenuzza, evidencia aspectos relacionados à

modernização das bibliotecas dos polos3.

No que tange à administração pública, pela primeira vez a

modernidade advinda da educação a distância passa a ser

reconhecida, que são as bibliotecas e laboratórios virtuais, que

hoje passam a fazer parte do rol que poderá integrar os nossos

polos, facilitando a ação no interior do país. (Informação verbal).

Parece-nos correto afirmar, portanto, que com a nova regulamentação para EAD,

especialmente o trecho que tem relação direta com as bibliotecas – “Acervo físico ou

digital de bibliografias básica e complementar” – essas unidades de informação poderão

ser implementadas considerando uma maior compatibilidade com o ensino a distância e,

sobretudo, com o perfil e interesse de seus usuários. Por tratar-se de uma considerável

mudança normativa em relação as unidades de informação na EAD, ainda em construção,

convém que as IES acompanhem mais de perto esta regulamentação, preferencialmente

se manifestando sobre o tema.

Enquanto novas publicações normativas não surgem, detalhando novas ações que

poderão ser empreendidas às bibliotecas dos polos, convém que se destaque uma outra

orientação expressa nos Referenciais de Qualidade para EAD, que tem relação com esses

ambientes informacionais. Desta vez, o foco está direcionado à uma necessidade de

recursos humanos devidamente capacitados para o atendimento aos usuários,

reconhecendo o bibliotecário como um ator importante e fundamental para estar atuando

no polo.

O polo de apoio presencial [...], além da estrutura física adequada, deve

contar com uma equipe capacitada [...] composta pelo coordenador do

polo, os tutores presenciais, técnicos de laboratório de ensino (quando

for o caso), técnicos para laboratório de informática, bibliotecário,

pessoal de secretaria. (BRASIL, Ministério da Educação, 2007, p. 28,

grifo nosso)

3 Notícia disponibilizada por Gisele Novais, no endereço eletrônico da UAB. Disponível em:

http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8427-diretor-da-capes-fala-sobre-desafios-da-ead-na-

camara-dos-deputados , em 07 de junho de 2017.

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Foram apresentados acima alguns dos principais documentos legais, diretrizes e

orientações para implementação de bibliotecas nos polos de EAD. Os documentos

correspondem a Decretos e outros instrumentos normativos, ambos desenvolvidos pelo

poder executivo federal. Destacou-se o Decreto 9.057 e a Portaria n° 11, de 25 de maio e

20 de junho de 2017, respectivamente, uma vez que os mesmos são considerados como a

nova regulamentação para essa modalidade de ensino. Apesar desses instrumentos

normativos, convém o acompanhamento de novas publicações frente a outras possíveis

mudanças que possam surgir, no que diz respeito às bibliotecas dos polos de EAD.

Finalizamos esta etapa da pesquisa, registrando que em um futuro próximo

teremos um novo instrumento normativo direcionado às bibliotecas, estando essas

unidades de informação atendendo aos alunos de cursos presenciais ou na modalidade a

distância. Trata-se do Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 28, de 2015, de autoria do

Senador Cristovam Buarque, que está em tramitação no Senado Federal. De acordo com

o Artigo 1º “Esta Lei institui a Política Nacional de Bibliotecas”. (BRASIL, Projeto de

Lei do Senado 028/2015). Os demais Artigos descrevem a relevância desta Lei, dos quais

destacamos o:

Art. 5º Para efeito desta Lei, considera-se biblioteca todo espaço físico

ou virtual que mantenha bens simbólicos organizados, tecnicamente

tratados, em condições de busca, recuperação e disseminação, e que

ofereça, de forma sistemática e continuada, entre outros, serviços de

consulta e empréstimo a seus grupos de usuários preferenciais.

Art. 7º Toda biblioteca deve contar com bibliotecários em número

proporcional e adequado ao atendimento dos usuários, conforme dispõe

a legislação que regulamenta o exercício da profissão no Brasil.

Art. 18. É obrigatório à União, aos estados, aos municípios e ao Distrito

Federal consignarem em seus orçamentos verbas destinadas à criação,

à manutenção e à expansão dos programas de acesso ao livro, de

incentivo à leitura e das coleções do acervo das bibliotecas sob as suas

responsabilidades.

Parágrafo único. A obrigação de que trata o caput deste artigo se estende

a todas as instituições de quaisquer níveis e modalidades de educação e

ensino. (BRASIL, Projeto de Lei do Senado 028/2015)

Corresponde, portanto, a um novo instrumento norteador no que diz respeito a

questão das bibliotecas, estejam elas inseridas no modelo tradicional de educação, ou no

ensino a distância. Principalmente considerando o que está descrito no Artigo 18 do

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documento supracitado, entende-se que através desta Lei as entidades federativas, como

um todo, necessariamente deverão investir na estruturação das bibliotecas sob sua gestão.

Nesse sentido, espera-se que as bibliotecas, em qualquer modalidade de ensino, ganhem

em qualidade. As dos polos de apoio presencial da UAB, em especial, superando alguns

desafios que ainda são perceptíveis, conforme veremos a seguir.

2.1.2 Bibliotecas na EAD: desafios para polos da UAB

Alguns polos de apoio presencial da UAB, embora tenham obtido autorização para

funcionamento, ainda não estão devidamente estruturados para o atendimento efetivo ao

seu público alvo, especialmente no que diz respeito às suas bibliotecas. Em muitos casos,

isso pode ocorrer devido a limitação dos recursos financeiros de seu órgão mantenedor,

o que implica na impossibilidade do desenvolvimento de novas ações voltadas para

superar algumas das barreiras existentes. Nesse sentido, muito problemas podem ser

identificados.

Ferrugini e outros pesquisadores (2014), em seu artigo intitulado “Educação a

distância no Brasil: potencialidades e fragilidades”, mencionam a falta de materiais

bibliográficos no formato impresso e de qualidade nas bibliotecas dos polos de apoio

presencial da UAB. Ainda de acordo com esses pesquisadores, a indisponibilidade de

bibliotecas físicas e virtuais de qualidade podem ser apontadas como uma grande

fragilidade existente nessa modalidade de ensino, comprometendo assim a qualidade dos

cursos de EAD.

No mesmo ano, Sena (2014), também identificou algumas dificuldades existentes

nessas unidades de informação. Em seu estudo denominado “A biblioteca universitária

na educação a distância: papel, características e desafios” - pesquisa desenvolvida no

âmbito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) - aquela pesquisadora

identificou, dentre outras coisas, os seguintes problemas:

• Número reduzido de funcionários atuando nas bibliotecas [...];

• Número insuficientes de funcionários para manterem as

bibliotecas abertas em todos os horários de funcionamento dos

polos;

• Bibliotecas pertencentes aos polos e divididas com escolas;

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• Dimensão física das bibliotecas inadequada ao número de

usuários em potencial;

• Inexistência de área para o armazenamento do acervo;

• Número reduzido de produtos e serviços ofertados aos

usuários; • Ausência de estudo de usuários. (SENA, 2014, p. 107).

Cada um dos itens acima descritos pode comprometer negativamente o

desempenho das bibliotecas. A pouca quantidade de funcionários, por exemplo, pode

fazer com que as bibliotecas não estejam funcionando em horários de interesse dos

discentes. Do mesmo modo, os problemas relacionados ao espaço físico, podem

desestimular o uso desses ambientes informacionais por parte de seus usuários. Além

disso, a não realização de estudos de usuários da biblioteca, impede que os gestores

conheçam seus usuários reais e em potencial, assim como suas necessidades acadêmicas

e de informação. Aqui convém esclarecer que

Estudo de usuários são investigações que se fazem para saber o que os

indivíduos precisam em matéria de informação, ou então, para saber se

as necessidades de informação por parte dos usuários de uma biblioteca

ou de um centro de informação estão sendo satisfeitas de maneira

adequada. (FIGUEIREDO, 1994, p. 7).

Outro estudo que pode ser mencionado é o de Jesus (2015). Este pesquisador

desenvolveu na Universidade Federal da Bahia (UFBA), uma outra investigação sobre as

bibliotecas no contexto da EAD. Em sua dissertação de mestrado, intitulada “As

bibliotecas nos polos de apoio presencial de educação a distância no Estado da Bahia”,

aquele pesquisador constatou que

Entre os aspectos problemáticos observados estão a falta de

bibliotecário no quadro profissional dos polos, as bibliografias básica e

complementar em sua maioria no formato impresso, não inclusão de

recursos tecnológicos de redes sociais no ambiente da biblioteca, falta

de cooperação das bibliotecas das universidades mantenedoras dos

cursos no polo. (JESUS, 2015, p. 7).

Aqui destacamos a ausência do bibliotecário, descrita nas duas últimas pesquisas

mencionadas. Obviamente que a inexistência de um acervo que esteja em conformidade

com as disciplinas ofertadas pelos cursos, também comprometem a oferta de informação

aos usuários. Do mesmo modo, a inexistência de uma maior interação tecnológica,

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53

apresenta-se como um ponto negativo, comprometendo assim o desempenho de uma

biblioteca no contexto da EAD.

Como podemos perceber, diversas barreiras ainda podem ser encontradas em um

determinado polo de apoio presencial da UAB, no âmbito de uma IES. Assim sendo, cabe

aos gestores dos polos desenvolverem maiores investigações sobre a realidade de suas

bibliotecas, buscando alternativas que viabilizem um melhor funcionamento dessas

unidades de informação.

Uma IES, portanto, precisa olhar com atenção essa possível realidade existente

nos polos da UAB, onde ofertam seus cursos de graduação e pós-graduação, a distância.

Além disso, parece-nos correto afirmar que mesmo que essa universidade não venha a ser

o órgão mantenedor do polo, isto não a isenta de uma certa responsabilidade em relação

a construção de uma proposta ou estratégia de ação que ajude aqueles núcleos de

atendimento presencial a superar essa barreira.

Nesse sentido, duas ações podem ser pensadas e implementadas, visando ampliar

e qualificar a oferta de produtos e serviços informacionais aos usuários da EAD. A

primeira diz respeito a uma participação ainda mais efetiva da IES em relação aos polos.

Esta ação pode ser realizada mediante a inserção da biblioteca acadêmica da instituição,

no sentido de apoiar os polos em suas atividades. A segunda, está direcionada à

contratação de bibliotecários para atuar em diversas áreas da EAD, sendo que este

profissional da informação deve exercer atividades que vão além dos polos da UAB,

conforme veremos nos tópicos seguintes.

2.2 A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O BIBLIOTECÁRIO NA EAD

Neste capítulo abordaremos duas ações que podem ser vistos como essenciais para

que uma IES venha a obter qualidade na oferta de seus cursos de EAD. A primeira

corresponde a uma participação mais efetiva da Instituição, através de sua biblioteca

universitária. A segunda, diz respeito a participação dos bibliotecários nesse sistema de

ensino.

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2.2.1 A importância da biblioteca universitária para EAD

As bibliotecas universitárias precisam contribuir com as bibliotecas dos polos

UAB para que essas últimas consigam desenvolver suas atividades da melhor maneira

possível. Uma IES, que ingressou na modalidade a distância, não apenas tem a condição,

mas também o dever de empreender esforços no sentido de oportunizar aos alunos da

EAD maiores possibilidades de acesso à informação e conhecimento. É o que defende

Silva (2014, p. 14), quando considera que

As Bibliotecas Universitárias precisam ir além do seu público de ensino

presencial, para atender os alunos dos cursos a distância que se

relacionam ao processo de aprendizagem baseada nas possibilidades

virtuais, mas que, no plano concreto, são alunos reais, e não virtuais, e,

como tal, apresentam necessidades de informação e precisam ser

atendidos em suas especificidades e singularidades.

Aqui a autora aborda uma realidade que pode ser identificada em muitas

universidades atuantes no ensino a distância. Isto é, pode haver casos em que os alunos

da EAD, não necessariamente estejam tendo acesso ao mesmo suporte de apoio

informacional fornecido aos alunos dos cursos presenciais, principalmente em relação à

utilização dos diversos produtos e serviços informacionais existentes na IES. Isso, no

entanto, deve ser analisado o quanto antes, uma vez que usuários presencias ou virtuais,

em geral, possuem o mesmo tipo de vínculo com a IES, devendo essa universidade criar

mecanismos que ao menos amenizem essa possível desigualdade.

Nesse sentido, uma biblioteca universitária poderia desenvolver ações diversas no

âmbito da EAD, tais como: oferecer treinamentos aos funcionários das bibliotecas dos

polos; orientar essas unidades de informação sobre procedimentos para organização e

preservação dos itens no acervo; ou ainda disponibilizar produtos e serviços on-line para

os usuários da EAD, procedimentos que mencionamos apenas a título de exemplo. Aqui

convém que mencionemos outras ações que podem ser desenvolvidas, muitas delas com

um grau de importância maior do que apresentamos a pouco.

Rocha (2011), por exemplo, defende a criação de uma rede de informações para o

compartilhamento de acervos eletrônicos entre a IES e as bibliotecas dos Polos. Aquela

pesquisadora sugere ainda a formação de um sistema de parceria, com o objetivo de

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disseminar as informações contidas nos periódicos eletrônicos, bases de dados e acervos

digitais. Além disso, propõe:

• Formulação de processos padronizados em relação à aquisição e

distribuição do acervo para as bibliotecas dos Polos;

• Adoção de gestão centralizada para as bibliotecas dos polos,

visando agilizar procedimentos técnicos e administrativos;

• Criação de um modelo padrão de biblioteca para os polos para

assegurar a qualidade dos serviços prestados e a infraestrutura

necessária. (ROCHA, 2011, p. 46).

Em relação a essa padronização, uma situação em comum que pode ser

identificada em bibliotecas inseridas no contexto da EAD, é que muitas dessas unidades

de informação podem estar funcionando em um espaço físico pequeno, insuficiente para

organização do acervo que, em geral, cresce a cada ano. Nesse sentido, a biblioteca

acadêmica da IES poderia, através de seus bibliotecários, elaborar uma proposta de

modelo padrão de biblioteca, a ser utilizado por todas as unidades de informação

existentes nos polos da UAB, onde aquela IES está ofertando cursos.

Lucena (2014), também nos direciona à alguns importantes procedimentos que

podem ser adotados por uma IES, considerando a participação da biblioteca universitária.

Essa autora considera que a organização de eventos de caráter institucional, envolvendo

membros da equipe multidisciplinar da EAD e do Sistema Integrado de Bibliotecas da

IES ofertante dos cursos, seriam importantes para promoção do conhecimento mútuo dos

atores envolvidos nesse sistema de ensino.

Uma outra participação da biblioteca universitária na EAD, pode ser através da

oferta de produtos e serviços informacionais aos usuários dessa modalidade de ensino.

Essa participação pode ser de forma virtual, onde o usuário da EAD teria o apoio da

biblioteca acadêmica da IES onde possui vínculo. Semelhante proposta foi realizada por

Nascimento (2012) para o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), no

RN.

Embora o ambiente de pesquisa não tenha sido em uma IES, o estudo

desenvolvido a esse respeito é bastante significativo, à medida que estabelece uma

proposta compatível com o perfil dos usuários da EAD. Diz respeito à adoção de um

Serviço de Referência Virtual (SRV) que, de acordo com a American Library Association

(ALA) apud Pagani e Lucas (2016, p. 522), corresponde a um:

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56

Serviço de referência iniciado eletronicamente onde os clientes utilizam

computadores ou outras tecnologias para se comunicarem com a

unidade de informação sem estarem fisicamente presentes. Os canais de

comunicação utilizados frequentemente no serviço de referência virtual

incluem bate-papo, videoconferência, serviço de voz por IP,

compartilhamento de tela, e-mail e mensagens instantâneas.

Nascimento (2012, p. 170), afirma que “as bibliotecas que trabalham com

produtos e serviços informacionais, devem oferece-los com qualidade objetivando

satisfazer as necessidades de seus usuários”. Nesse sentido, propôs para o SENAC/RN

que os seguintes produtos e serviços fossem disponibilizados aos usuários, conforme é

possível observar no quadro 8:

Quadro 8 - Serviço de Referência Virtual (SRV): produtos e serviços

Produtos e serviços de referência virtual – SENAC RN

Produtos

- Catálogo on-line: através do sistema “em nuvem” a

clientela de usuários utiliza-se de pesquisas, avaliação e

indicação de material informacional.

- Elaboração de ficha catalográfica: Trata-se da

elaboração de uma ficha, fazendo a representação

descritiva de algum documento, de acordo com as regras do

Código de Catalogação Anglo-Americano. (AACR2).

- Links de base de dados de acesso público: aqui seriam

disponibilizados links que levariam à base de dados. Dessa

forma os usuários são levados a conteúdos nunca antes

consultados.

- Repositório institucional digital: disponibilização dos

documentos em formato digital, na íntegra, para que

pesquisadores das mais diversas linhas de pesquisa tenham

acesso a ele, sem que necessariamente obtenham o modelo

impresso.

Serviços

- Orientação à elaboração de trabalhos acadêmicos:

aqui o bibliotecário orienta os usuários com relação a forma

de ele elaborar seus trabalhos acadêmicos, segundo as

normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT).

- Levantamento informacional: consiste em realizar um

levantamento de documentos informacionais relacionados

às necessidades dos usuários quanto a determinados

assuntos, uma vez que eles nem sempre têm facilidade em

encontrar documentos relevantes para suas pesquisas.

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57

- Normalização de trabalhos acadêmicos: serviço que

normaliza os trabalhos enviados pelos usuários, de acordo

com as normas da ABNT.

- Comutação bibliográfica: o Programa de Comutação

Bibliográfica (COMUT), é um serviço oferecido pelo

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

(IBICT). Através dele é possível a obtenção de cópias de

documentos técnicos científicos disponíveis nos acervos

das principais bibliotecas brasileira e em serviços de

informação internacionais. Fonte: Nascimento (2012, p. 171-172).

É importante destacar que, em geral, as IES já disponibilizam esses produtos e

serviços informacionais à sua comunidade acadêmica, quer estejam vinculados aos cursos

de extensão, graduação ou pós-graduação. É importante que cada instituição, no entanto,

verifique se seus usuários da modalidade de EAD também estão sendo atendidos. Até

porque a rotina e hábitos de estudos desse grupo de discentes é diferenciada, podendo

ocorrer que os mesmos pouco ou raramente frequentem as bibliotecas da instituição a que

estão vinculados. De qualquer modo, Galvão Neto e Silva (2010, p. 74) observam que:

A criação da referência virtual é uma tendência na disponibilização de

produtos e serviços em bibliotecas. Com o advento das tecnologias,

mais precisamente a Internet, tornam-se perceptíveis mudanças que

vêm ocorrendo nos serviços das bibliotecas, oferecidos, muitas vezes,

de forma virtual para seus usuários.

Um SRV, portanto, corresponde a um processo de comunicação contemporâneo,

uma vez que abarca diversas possibilidades de acesso à produtos e serviços

informacionais, antes disponíveis apenas no interior de uma biblioteca. Contribui de

forma significativa para o atendimento as necessidades de informação do público alvo

dessas unidades de informação, estejam esses usuários vinculados ao ensino presencial

ou a distância. Além disso, um serviço dessa natureza se renova a cada dia,

acompanhando a constante evolução tecnológica, em especial aquelas que podem ser

disponibilizadas pela Internet.

Uma outra contribuição que merece destaque é a de Costa (2015). Essa

pesquisadora também apresenta uma importante sugestão às IES que atuam no ensino a

distância. A autora sugere a criação de um setor específico na biblioteca acadêmica da

IES, visando atender aos usuários da EAD. Essa ação, inclusive, foi implementada na

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biblioteca universitária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde criou-

se um setor de apoio às bibliotecas do polo da EAD, visando uma maior oferta de recursos

informacionais para os alunos dessa modalidade de ensino na instituição.

Considera-se essa última proposta, inclusive, como uma das mais relevantes para

uma IES que esteja inserida na EAD. Em primeiro lugar, porque essa modalidade de

ensino apresenta algumas particularidades, como é o caso da oferta de materiais didáticos

elaborados especificamente para as disciplinas ofertadas nos cursos, muitos deles

disponíveis no formato impresso e virtual. Segundo, e talvez o mais importante, porque a

quase totalidade das atividades acadêmicas desenvolvidas pelos usuários da EAD são

realizadas virtualmente, em ambientes virtuais de aprendizagem ou plataformas

específicas para encontros realizados entre os diversos atores que participam desse

processo.

Nesse sentido, um setor específico que abarca produtos e serviços informacionais,

um atendimento personalizado aos usuários da EAD - presencial ou virtualmente - vem a

somar aos diversos recursos que contribuem com a formação acadêmica dos alunos da

EAD. É importante considerar, no entanto, que ao se pensar em uma espécie de setor ou

serviço direcionado aos usuários da EAD, focado ainda no apoio às bibliotecas dos polos

de apoio presencial da UAB, exige que recursos humanos capacitados também sejam

inseridos. Mais especificamente, que existam bibliotecários atuando a frente de tais

serviços, pois somente dessa forma alguns benefícios serão efetivados à IES e polos,

conforme veremos no tópico seguinte.

2.2.2 O papel do bibliotecário na EAD

O bibliotecário é necessário para EAD, assim como também o são os auxiliares

de biblioteca. A diferença entre esses dois atores é que, enquanto o primeiro desenvolve

ações de maior complexidade, o segundo desenvolve serviços de apoio na biblioteca.

Conforme explica Silva e Araújo (2003), o bibliotecário cuida de toda logística que

envolve o planejamento, a organização e implantação de bibliotecas. Sousa (2001, p. 16)

complementa, afirmando que o bibliotecário “é o profissional qualificado para implantar,

implementar, administrar unidades de informação e documentação, bem como gerenciar

recursos informacionais da geração ao uso da informação”.

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O auxiliar de biblioteca, por sua vez, apoia e executa as mais diversas tarefas

auxiliares em uma unidade de informação, tais como restauração de livros ou localização

dos um livro nas estantes, apenas a título de exemplo. Em se tratando de uma biblioteca

pequena, esse profissional da informação desenvolve quase a totalidade dos serviços,

considerando serem de menor complexidade. Mesmo assim, é importante ressaltar, é

imprescindível a existência de um bibliotecário, como responsável por esse tipo de

unidade de informação.

Diversas são as atribuições dos bibliotecários, muitas delas podendo exercer maior

peso, dependendo do tipo ou categoria de biblioteca em que estiver atuando. Na tentativa

de descrevermos algumas que são comuns para os vários tipos de unidades de informação

existentes, destacamos o que foi descrito pela Federação Internacional de Associações de

Bibliotecários e Bibliotecas (IFLA). De acordo com essa entidade, esse profissional da

informação precisa estar capacitado para assumir diversas atividades ao mesmo tempo,

conforme algumas podem ser observadas abaixo:

Quadro 9 - Atribuições do bibliotecário

Algumas atribuições dos bibliotecários

Atribuições Ações desenvolvidas

Planejamento e administração

- Analisar as necessidades de informação;

- Formular e implantar políticas para o desenvolvimento dos

serviços;

- Planejar serviços para o público e participar da prestação dos

serviços;

- Desenvolver políticas e sistemas de aquisição dos recursos da

biblioteca;

- Organizar e administrar serviços e sistemas de bibliotecas e

informação.

Fornecimento de informações

- Recuperar e fornecer informações

- Responder a questões de referência e informação

- Assistir os clientes no uso dos recursos e informações da

biblioteca;

- Proporcionar serviços de orientação dos leitores.

Marketing - Fazer a promoção dos serviços da biblioteca.

Organização da informação

- Criar e manter base de dados para atender às necessidades da

biblioteca e seus clientes;

- Projetar serviços e sistemas de bibliotecas e informação para

atender às necessidades do público;

- Catalogar e classificar materiais da biblioteca;

- Manter-se a par das mudanças nas profissões ligadas à

informação e tecnologias relevantes.

Avaliação e monitoramento

- Avaliar serviços e sistemas de bibliotecas e medir seu

desempenho;

- Selecionar, avaliar, administrar e treinar pessoal.

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Administração das instalações - Participação no planejamento do projeto e decoração das

bibliotecas novas e remodeladas.

Desenvolvimento das coleções - Selecionar e adquirir materiais de biblioteca para o acervo.

Educação dos clientes

- Oferecer oportunidades de educação e treinamento para

comunidade;

- Desenvolver serviços para atender às necessidades de grupos

especiais.

Fonte: IFLA (2012).

Em conformidade com algumas das atribuições descritas no quadro 9, é possível

identificar o grau de complexidade a que esse profissional da informação está submetido.

É importante acrescentar que tais atribuições são necessárias, mas isso não quer dizer que

esse profissional da informação consiga abarcar todas essas ações de forma impecável.

Afinal, é natural que um profissional com qualquer formação acadêmica, tenha maiores

aptidões para um ou outra atribuição.

Um bibliotecário deve estar atento às diversas e incontáveis possibilidades de

acesso a informação e ao conhecimento, sobretudo aquelas que estão disponíveis

virtualmente. Foi-se o tempo em que a relação entre esses profissionais da informação se

dava tão somente no âmbito da instituição em que estavam inseridos. Nos dias atuais, é

comum haver um constante processo de interação e compartilhamento de informação e

conhecimento entre diversos atores qualificados nessa área, muito deles, inclusive,

exercendo atividades em instituições fora do nosso país. De acordo com Silva e Cunha

(2002, p. 81):

[...] os bibliotecários são levados cada vez mais a participar ativamente

do fluxo internacional de informações por meio de prestação de

serviços a usuários virtuais que podem estar localizados em qualquer

local do planeta. Em contrapartida, estes mesmos profissionais se

beneficiam e utilizam serviços provenientes deste fluxo internacional.

Estão em constante processo de interação e compartilhamento de informação e

conhecimento, o que traz benefícios individuais e institucionais. Sobretudo, beneficiando

os usuários, razão de ser de qualquer biblioteca ou centro de informação. E, dentro dessa

perspectiva, é possível verificar o papel do bibliotecário em um universo onde se utiliza

amplamente as novas tecnologias educacionais, como é o caso do ensino a distância e

dentro do contexto das bibliotecas utilizadas na EAD.

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61

Nas bibliotecas dos polos das UAB os bibliotecários são considerados como

essenciais, uma vez que apenas eles têm a real condição de organizar aquelas unidades de

informação. Alguns pesquisadores consideram, ainda, que os bibliotecários devem fazer

parte da equipe que compõe os recursos humanos de um polo da UAB. Outros que este

profissional desenvolve um papel de professor no âmbito da biblioteca, à medida que

ensina o usuário a buscar a informação de maneira mais eficiente.

Mostafa (2003) e Sembay (2009), por exemplo, entendem que o bibliotecário pode

participar dessa modalidade de ensino, atuando como uma espécie de educador,

colaborando diretamente como o processo de ensino aprendizagem. Nesse sentido, esse

profissional da informação estaria atuando na organização, elaboração de conteúdos,

análise de fontes de informação tradicionais e online, treinamento de recursos

tecnológicos, estimulação de ações para dinamizar o acesso e o uso de conteúdos, entre

outros serviços que dinamizam os processos de EAD.

Silva (2014, p. 17), corrobora e complementa o que foi afirmado anteriormente,

explicando que o bibliotecário

[...] deve auxiliar o usuário na pesquisa, localização de fontes de

informação, orientação do uso adequado da tecnologia e trabalho

colaborativo entre instituições e pares. Isso permitirá maior autonomia

dos usuários em acessar documentos no formato digital, tais como:

artigos de periódicos, resenhas, capítulos de livros, e-books, diferentes

tipos de bases de dados, redes sociais e fóruns temáticos.

Mas a participação desse profissional da informação não deve ser limitada apenas

em um polo de apoio presencial da UAB. Alguns estudiosos entendem que esse

profissional da informação deve fazer parte da equipe profissional multidisciplinar de

uma IES, que atua diretamente na EAD. Spudeit, Viapiana e Vitorino (2010, p. 62), por

exemplo, explicam que

O bibliotecário da equipe multidisciplinar dos cursos da modalidade

EAD orienta os alunos quanto ao acesso a material informacional

complementar, indica fontes de pesquisa, intermedia o acesso a fontes

impressas de informação disponíveis em outras unidades de informação

tradicionais ou eletrônicas, executa buscas personalizadas, seleciona

links e disponibiliza conteúdos referentes ao programa disciplinar do

curso, auxilia na busca e acesso a bases de dados e bibliotecas virtuais,

capacitando os alunos para uso dos recursos virtuais e facilitando

através de tutoriais ou treinamentos virtuais a localização de fontes de

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informação, enfim, fazendo um indispensável apoio a educação que fará

a diferença nas bases do conhecimento construído pelo aluno num curso

virtual.

Considerando essa última afirmação, Souto (2002) expressa concordância sobre a

possibilidade de o bibliotecário fazer parte da equipe multidisciplinar da EAD em uma

instituição, acrescentando que esse profissional da informação pode atuar tanto na

estruturação do material didático, na identificação de fontes de informação pertinentes

para cada usuário, na interação com os discentes, orientando-os na obtenção de

informações de seu interesse, diante das infinitas possibilidades de acesso a informação

científica. O autor considera ainda a possibilidade de adoção de um novo termo para esse

profissional da informação na EAD, que poderia ser chamado de cibertecário.

Embora discordemos dessa sugestão do autor, pois consideramos desnecessária e

defendemos o termo bibliotecário, o certo é que esse profissional da informação é

comprovadamente necessário para atuar em qualquer área ou nível educacional,

gerenciando as unidades de informações existentes, atualizando-se constantemente com

as novas possibilidades de acesso a informação e ao conhecimento. É pertinente, portanto,

que uma IES atuante na EAD reveja a configuração dos seus recursos humanos, levando

em conta a importância desse profissional da informação para aquela modalidade de

ensino, na perspectiva que venha a contribuir diretamente com os diversos atores

envolvidos nesse processo.

A revisão da literatura desta pesquisa objetivou apresentar algumas informações

que contribuam com gestores de polos de apoio presencial da UAB, no estabelecimento

de uma visão diferenciada sobre as bibliotecas existentes nesses centros de atendimento.

Além dos produtos e serviços apresentados nesta pesquisa, as bibliotecas foram

diferenciadas considerando suas categoriais e evolução tecnológica. Mais

especificamente no caso das bibliotecas dos polos, verificou-se os principais instrumentos

normativos que direcionam a organização e funcionamento desses ambientes

informacionais.

Por fim, identificou-se que existe algumas barreiras que precisam ser superadas a

fim de melhorar o desempenho de algumas bibliotecas dos polos vinculadas a uma IES.

Do mesmo modo, destacou-se algumas ações desenvolvidas no âmbito de importantes

IES, visando a melhoria da oferta de produtos e serviços informacionais aos usuários da

EAD. A partir desse momento, porém, inicia-se a investigação na UFRN, conforme

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proposta estabelecida no início dessa pesquisa. Isto é, a realização do estudo de caso que

tem como principal objetivo analisar a realidade atual das bibliotecas dos polos de apoio

presencial da UAB/UFRN.

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3 ESTUDO DE CASO

A partir desse momento verifica-se o ambiente da pesquisa. Isto é, o estudo de

caso realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O estudo foi

desenvolvido nessa IES, tendo como principal objeto de investigação as bibliotecas

inseridas no contexto da EAD, enfatizando as unidades de informação que encontram-se

dispersas em diversos municípios do RN, mais precisamente em polos de apoio presencial

da UAB.

3.1 A UFRN NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: O AMBIENTE DA PESQUISA

A UFRN é reconhecida como uma das mais importantes IES do nosso país.

Considerada a 23ª (vigésima terceira) melhor Universidade Federal, segundo o Ranking

Universitário Folha de 2016, tem como missão:

Educar, produzir e disseminar o saber universal, preservar e difundir as

artes e a cultura, e contribuir para o desenvolvimento humano,

comprometendo-se com a justiça social, a sustentabilidade

socioambiental, a democracia e a cidadania. (UFRN, PDI, 2017).

De acordo com seu Estatuto, publicado no Diário Oficial da União (DOU) nº 173,

seção 1, de 06 de setembro de 2002, a UFRN foi criada a partir da Lei Estadual nº 2.307,

de 25 de junho de 1958, sendo federalizada pela Lei nº 3.849, de 18 de dezembro de 1960,

com plano de reestruturação aprovado pelo Decreto nº 62.091, de 09 de janeiro de 1968,

modificado pelo Decreto nº 74.211, de 24 de junho de 1974. (UFRN, 2002).

Para que seus objetivos institucionais venham a ser alcançados, essa universidade

federal dispõe de uma ampla e complexa estrutura organizacional, assim como ocorre nas

maiores universidades do mundo. Dessa forma, além da Reitoria, a UFRN é composta

por:

• 08 Pró-Reitorias, que funcionam em consonância com o Plano de

Desenvolvimento Institucional – PDI da Universidade;

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• 04 Secretarias, que são órgãos executivos com atuação setorial e específica,

visando o fomento, coordenação, articulação e apoio às a atividades fins da

universidade;

• 08 Centros Acadêmicos, que são órgãos coordenadores, supervisores e

articuladores das atividades de ensino, pesquisa e extensão;

• 11 órgãos de natureza técnica, cultural e recreativa, tais como Escolas e Institutos

– alguns vinculados a Reitoria;

• 03 museus, que além de sua importância cultural à sociedade, se apresentam como

campo de estágio para os discentes da instituição;

• 03 Superintendências, responsáveis pelo gerenciamento da comunicação,

infraestrutura e tecnologia da universidade;

• 03 hospitais universitários, sendo um especificamente caracterizado como

maternidade;

• 10 Núcleos especializados em determinados campos do conhecimento,

desempenhando atividades voltadas para o ensino, pesquisa e extensão;

• 22 bibliotecas universitárias, sendo uma central e as demais classificadas como

bibliotecas setoriais;

• 01 Editora universitária, que além de publicar a produção técnico-científica da

UFRN, pode publicar ainda títulos clássicos da literatura do Estado do RN;

• 01 Restaurante universitário, que atende a comunidade acadêmica.

Ao verificarmos as unidades institucionais acima descritas, é possível afirmar que

a UFRN é uma instituição pública de ensino superior detentora de todos os recursos

necessários para qualificar a oferta de produtos e serviços informacionais à sua

comunidade acadêmica, independente do vínculo de modalidade de ensino (presencial ou

a distância) a que estejam inseridos.

Dos centros acadêmicos, por exemplo, podemos mencionar aqueles que tem

relação direta com os cursos de EAD. Ao observarmos o quadro 10, verifica-se a

distribuição de 09 (nove) cursos, vinculados a 05 (cinco) centros acadêmicos da UFRN

que participam desse processo.

Quadro 10 - Centros Acadêmicos e cursos que participam da EAD

Centros Acadêmicos Cursos

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Centro de Biociências (CB) Ciências Biológicas

Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET) Física

Química

Matemática

Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) Administração Pública

Centro de Ciências Humanas Letras e Artes (CCHLA) Geografia

História

Centro de Educação (CE) Letras

Pedagogia

Fonte: UFRN, 2017.

Além disso, convém destacar que o CCSA dispõe de um curso que não tem relação

com o ensino a EAD, no entanto muito pode contribuir com a melhoria dessa modalidade

de ensino na instituição. O curso de Ciência da Informação da UFRN qualifica

anualmente diversos profissionais da informação para o exercício da função, sendo que

mesmo durante o curso oportuniza que os discentes desenvolvam estágios

supervisionados, podendo ser realizado em instituições públicas ou privada. A EAD na

UFRN, portanto, tem uma dupla possibilidade de obtenção de recursos humanos para

atuar nessa modalidade de ensino.

Uma outra unidade institucional que merece destaque é a Superintendência de

Informática da UFRN (SINFO). A SINFO, conforme está descrito em seu endereço

eletrônico, atua no desenvolvimento, disponibilização e manutenção dos Sistemas

Institucionais Integrados de Gestão (SIG), utilizados no âmbito da UFRN; é responsável

por toda infraestrutura de redes na instituição; disponibiliza estudos e desenvolve ações

referentes a pesquisa e inovação; auxiliam na gestão e na rotina de diversas instituições

públicas federais em todo país.

Dos SIG utilizados nesta IES, destacamos o Sistema Integrado de Gestão de

Atividades Acadêmicas (SIGAA), uma vez que é o que nos interessa para esta pesquisa.

O SIGAA corresponde a uma importante plataforma virtual que disponibiliza à

comunidade acadêmica da UFRN o acesso as mais diversas atividades acadêmicas:

ensino; pesquisa; extensão; ambiente virtuais; comunidades virtuais; e ainda biblioteca.

Esta última possibilidade de acesso, oportuniza aos docentes e discentes o acesso à

diversas serviços, dos quais destacamos:

• Realização do cadastro para utilização dos serviços da biblioteca da instituição;

• Realização de pesquisa do material existente no acervo das bibliotecas;

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• Realização de pesquisa sobre artigos disponíveis;

• Visualização dos empréstimos ativos, renovação, além do acesso ao histórico dos

empréstimos realizados;

• Disseminação seletiva da informação;

• Serviços diretos ao usuário: ficha catalográfica, normalização e empréstimo entre

bibliotecas;

• Serviços agendados ao usuário: orientação de normalização; orientação à

pesquisas; treinamento do Portal da CAPES; além do agendamento para visitas

programadas à biblioteca.

• Acesso ao Repositório Institucional da UFRN.

Em suma, através do SIGAA a comunidade acadêmica da UFRN pode não apenas

ter acesso a informações importantes sobre o acervo existente na instituição, mas também

realizar ações que qualifiquem seus trabalhos acadêmicos. Ainda, os docentes e

especialmente os discentes que tiverem dificuldades para o desenvolvimento dessas

ações, podem solicitar o apoio institucional através das bibliotecas que compõe o Sistema

de Bibliotecas (SISBI). É importante ressaltar, no entanto, que em geral o atendimento é

feito na principal biblioteca da instituição: Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).

O SISBI, conforme mencionado, é mais uma unidade institucional da UFRN que

pode contribuir de forma significativa com o ensino a distância nessa IES. Além do que

já foi descrito, convém destacar que trata-se de um Sistema de Bibliotecas que

compreende todas as bibliotecas da UFRN, dos quais a BCZM é a principal unidade de

informação dessa IES. De um modo geral, o acervo desta biblioteca abarca todas as áreas

do conhecimento científico, além de disponibilizar serviços de extrema relevância à

comunidade acadêmica da universidade, muitos deles virtualmente, conforme

anteriormente mencionado. Acrescenta-se, ainda, os diversos e importantes Serviços de

Informação Digital da instituição disponíveis aos usuários:

• Repositório Institucional da UFRN: reúne a produção acadêmica desenvolvida

por docentes e discentes de pós-graduação da instituição;

• Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN: abarca revistas científicas produzidas

no âmbito da universidade;

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• Biblioteca Digital de Monografias da UFRN: reúne os trabalhos de conclusão de

curso (TCC) de graduação e especialização, produzidos por discentes vinculados

aos diversos centros acadêmicos da UFRN.

Acima foi posto em destaque algumas das unidades que participam (ou podem

participar) das atividades desenvolvidas na EAD no âmbito da UFRN. Com exceção dos

cursos de Ciência de Informação da UFRN e do SISBI, as demais unidades estão cada

vez mais presentes no dia-a-dia da EAD na instituição.

De um modo geral, qualquer atividade relacionada ao ensino a distância têm o

acompanhamento de uma das Secretarias que desempenham um importante papel nessa

IES. Trata-se da Secretaria de Educação a Distância (SEDIS), unidade institucional

voltada para EAD.

A SEDIS, foi objeto de estudo de Araújo (2014). Esta pesquisadora, em seu estudo

denominado “Avaliação de implementação da Educação Superior a Distância: o caso da

Secretaria de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte –

SEDIS/UFRN”, identificou naquela ocasião os quatro pilares que podem ser apontados

como fundamentais para o funcionamento da EAD na UFRN:

• O primeiro corresponde a produção do material didático que é disponibilizado aos

usuários dessa modalidade de ensino;

• O segundo diz respeito aos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), que

corresponde ao maior elo entre os docentes e discentes que vivenciam a

modalidade de ensino a distância na UFRN;

• O terceiro trata-se do sistema de tutoria, dos quais é formado por tutores a

distância e presenciais, ambos sob a supervisão dos coordenadores dos cursos;

• Por último, os polos da UAB/UFRN, dotado de uma estrutura física suficiente

para apoiar os discentes em suas atividades ou encontros periódicos agendados

pelos docentes.

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Cada um desses pilares representa um importante papel na instituição, voltado

para os objetivos da EAD, conforme alguns dos aspectos estão detalhados a partir do

tópico seguinte.

3.1.1 Secretaria de Educação a Distância (SEDIS)

A SEDIS tem suas ações direcionadas para o ensino superior a distância daquela

IES. As atividades no âmbito da EAD nessa IES foram desenvolvidas a partir de 2005,

sendo que o alicerce da EAD na UFRN foi iniciado no Plano de Desenvolvimento

Institucional 1999-2008. Naquela ocasião, duas iniciativas foram essenciais para

viabilização desse projeto.

O primeiro consistia na criação de uma estrutura física que viesse a centralizar as

ações da EAD, dando-lhe visibilidade administrativa e de identidade. O segundo,

direcionado à formação de uma equipe de pesquisadores que pudessem contribuir didática

e pedagogicamente com esse desafio. (DANTAS, RÊGO, 2011, p. 113).

Reconhecida como uma unidade organizacional da UFRN, com status de Pró-

reitoria, a SEDIS tem suas competências e atribuições descritas no Regimento Interno da

Reitoria - UFRN, a partir dos seguintes artigos:

Art. 232. A Secretaria de Educação a Distância, diretamente

subordinada à Reitoria, é o órgão responsável pela articulação e pelo

fomento de programas e políticas, em nível institucional, das ações de

educação a distância, bem como por suporte e assessoria a essas ações.

Art. 233. As ações de Educação a Distância serão executadas,

prioritariamente, pelos Centros Acadêmicos e pelas Unidades

Acadêmicas Especializadas, em suas respectivas áreas, sob

acompanhamento da Secretaria de Educação a Distância e observada a

legislação vigente. (BRASIL, 2015).

Enquanto o primeiro artigo conceitua aquela Secretaria, o segundo esclarece que

são os Centros Acadêmicos e Unidades Acadêmicas Especializadas, responsáveis e

organizadores dos cursos ofertados, sendo estes presenciais ou a distância. A esse

respeito, Dantas e Rêgo (2011) esclarecem que os cursos ofertados pela UFRN no ensino

a distância, têm o apoio do corpo docente da instituição, sendo que alguns desses

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professores também atuam como coordenadores de curso, coordenadores pedagógicos e

coordenadores de tutoria, por exemplo.

A SEDIS foi estruturada em conformidade com o Artigo 234 do Regimento

Interno da Reitoria, dispondo hoje da seguinte estrutura organizacional: Gabinete do

secretário; Assessoria técnica; Coordenadoria pedagógica; Coordenadoria de tecnologia

de informação; Coordenadoria administrativa e de projetos; Coordenadoria de produção

de material didático; além da secretaria administrativa da SEDIS, estando essa estrutura

representada em conformidade com o seguinte organograma:

Figura 1 - Organograma da SEDIS

Fonte: SEDIS, 2017.

Cada um dos setores identificados na figura 1, devem atuar no sentido de

disponibilizar serviços específicos para EAD, a maioria deles de ordem pedagógica e

tecnológica. Desse modo, construiu-se um corpo funcional que atua em cada um daqueles

setores, caracterizando-se no que Rosini (2013) chama de equipe profissional

multidisciplinar para EAD. Ainda segundo esse autor, corresponde a um grupo de

profissionais que necessitam estar altamente conectados com os usuários daquela

modalidade de ensino.

Os recursos humanos existentes na SEDIS, é composto por docentes da UFRN;

servidores técnicos administrativos desta IES; funcionários terceirizados, contratados

pela Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (FUNPEC); além de

funcionários terceirados por outras empresas que direcionam suas ações para serviços de

Coordenação geral (Secretária EAD e Secretária Adjunta)

Coordenadoria pedagógica

Coordenadoria de Tecnologia da

Informação

Coordenadoria de produção de

materiais didáticos

Coordenadoria administrativa e de

projetos

Assessoria técnicaSecretaria

Administrativa

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apoio de limpeza e vigilância. Através do quadro 11, é possível identificar a equipe

profissional multidisciplinar para EAD na UFRN:

Quadro 11 - Equipe profissional multidisciplinar - SEDIS

Setores Profissionais

Coordenação geral - Secretária de Educação a Distância (Ocupa ainda o cargo

de Coordenadora local da UAB)

- Secretária Adjunta de Educação a Distância

Vice-Coordenação e fomento

UAB

Vice-Coordenadora local da UAB

Secretaria administrativa - Secretária executiva

Coordenadoria pedagógica - Coordenadora pedagógica

Coordenadoria de tecnologia da

informação

- Coordenador de tecnologia da informação

Suporte tecnológico - Analista de suporte

- Administrador de redes

- Técnicos em informática

Desenvolvimento e suporte dos

AVA

- Programador

- Analista de Tecnologia da informação

- Técnico em tecnologia da informação

- Desenvolvedor de software educacional

- Editor

Revisão dos materiais didáticos - Coordenadora de revisão

- Revisores

- Designer gráfico

- Programadora visual

Editoração - Técnico em assuntos educacionais

- Programador visual

Audiovisual - Editor de vídeo

- Editor de imagem

Materiais interativos - Revisora de textos

- Programador visual

- Diagramador

- Ilustrador

Legendagem, Audiodescrição e

Libras

- Coordenador de Legendagem e Audiodescrição

- Programador visual

- Revisor

Formação permanente - Analista de mídias sociais

- Pedagoga

Fonte: SEDIS, 2017.

Percebe-se que a SEDIS é uma unidade institucional da UFRN que possui um

corpo funcional diversificado e, ao mesmo tempo, orientado às ações pedagógicas e

tecnológicas. O que não poderia ser diferente, considerando o contexto em que se insere

essa modalidade de ensino. É importante destacar, no entanto, que inexiste nessa equipe

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profissional multidisciplinar, um bibliotecário. Lembrando que esse profissional da

informação é considerado por muitos como essencial para EAD.

Em relação a área pedagógica, toda estrutura organizacional da SEDIS permite o

desenvolvimento das ações necessárias para o projeto de EAD na UFRN. Uma delas, é

elaboração e distribuição dos materiais didáticos. Esses materiais são disponibilizados

aos alunos regularmente matriculados nos cursos de licenciatura e bacharelado desta IES,

na modalidade a distância, no formato impresso e digital.

No primeiro caso, o material impresso é enviado aos polos de apoio presencial da

UAB/UFRN para serem entregues aos alunos. A cada período uma nova remessa de

materiais didáticos são enviados aos polos, considerando o número de discentes

regularmente matriculados nas disciplinas ofertadas. Simultaneamente, a SEDIS

disponibiliza os mesmos materiais didáticos, mas dessa vez através dos seguintes AVA:

o Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle)4; e na biblioteca

digital da SEDIS.

No “Moodle Mandacaru”, versão atual disponível para uso na EAD da UFRN, o

aluno não apenas desenvolve suas atividades acadêmicas, mas tem acesso aos materiais

didáticos. Os usuários da EAD desta IES, podem ter acesso também a artigos, vídeos e

sugestões de professores sobre outras fontes de informação que direcionam o discente ao

encontro assuntos correspondentes às disciplinas ofertadas nos cursos.

Além disso, nessa plataforma o usuário cadastrado tem acesso à uma biblioteca,

onde encontra os itens anteriormente descritos. É através do Moodle que ocorre a

interação síncrona ou assíncrona entre docentes e discentes da instituição. Nesse AVA os

docentes podem aplicar trabalhos e mesmo avaliações virtuais, previamente agendadas.

Na biblioteca digital da SEDIS, figura 2, o aluno e demais usuários da EAD

encontram não apenas os materiais didáticos mencionados anteriormente. Materiais

interativos contribuem com o ensino a distância devido a virtualidade de diversas

atividades necessárias para atividades práticas. Permite que alunos dos cursos de

Química, Matemática e Geografia, por exemplo, consigam desenvolver atividades

diversas, virtualmente. Além disso, há vídeos aulas que poderão contribuir na formação

acadêmica desses discentes.

4 Na SEDIS/UFRN, foi atribuído o nome de Moodle Mandacaru a esse AVA.

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Figura 2 - Biblioteca Digital da SEDIS

Fonte: SEDIS, 2017.

Essa biblioteca não disponibiliza, no entanto, produtos e serviços que poderiam

contribuir com os usuários da EAD em sua rotina de estudos e desenvolvimento de

trabalhos acadêmicos. Inexiste nesse ambiente virtual, por exemplo, link para as

plataformas digitais da UFRN (Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações, Repositório

Institucional, Biblioteca Digital de Monografias, Portal de Periódicos Eletrônicos).

Também não existe uma opção de solicitação de serviços, tais como: orientação à

normalização de trabalhos acadêmicos; elaboração de ficha catalográfica; orientação à

pesquisa; dentre outros.

Apesar desta última informação apresentada, onde demostra a existência de uma

biblioteca digital específica para alunos da EAD, porém necessitando de melhorias e de

uma maior oferta de produtos e serviços informacionais, é possível afirmar que a SEDIS

possui uma rica estrutura física, de recursos humanos e tecnológica. Ou seja, além de

atuar em sua própria estrutura organizacional, ao que parece, dispõe dos recursos

necessários para apoiar os polos da UAB/UFRN em suas atividades administrativas e

acadêmicas, podendo implementar melhorias para o apoio às bibliotecas no contexto da

EAD, conforme veremos a seguir.

Page 76: BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: …...organizada em conformidade com o marco regulatório da EAD, especialmente de acordo com os seguintes instrumentos normativos

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3.1.2 Polos de apoio presencial da UAB/UFRN

Atualmente os polos de apoio da UAB, que ofertam cursos da UFRN, estão

distribuídos em quinze municípios do Estado do Rio Grande do Norte. Quatro desses

polos são unidades organizacionais pertencentes aquela IES, sendo que os demais polos,

são mantidos pelos municípios que solicitaram e se comprometeram em disponibilizar

ambientes físicos para apoiar os alunos em suas atividades acadêmicas.

Utilizaremos o quadro 12, para apresentar os polos da UAB/UFRN, suas

respectivas instituições mantenedoras, demostrando ainda a localização de cada um e os

cursos oferecidos nessas unidades de apoio presencial aos usuários da EAD.

Quadro 12 - Polos da UAB/UFRN

Polos

UAB/UFRN

Localização / Endereço Mantenedor Cursos oferecidos

Caicó

Rua José Evaristo, S/N –

Penedo – Caicó – RN

UFRN / Centro de

Ensino Superior do

Seridó

Adm. Pública

Ciências

Biológicas

Educação Física

Geografia

Pedagogia

Letras

Química

Matemática

Caraúbas Rua Alfredo Alves de

Azevedo – 212 – Caraúbas –

RN

Prefeitura municipal de

Caraúbas

Educação Física

História

Pedagogia

Currais Novos

Sítio Totoró, S/N – Zona

Rural – Currais Novos

UFRN / Centro de

Ensino Superior do

Seridó

Adm. Pública

Ciências

Biológicas

Educação Física

Geografia

Pedagogia

Letras

História

Física

Química

Matemática

Extremoz Rua Projetada, Loteamento

Áurea de Góis – Centro –

Extremoz – RN

Prefeitura municipal de

Extremoz

Química

Grossos Rua Coronel Solon, 10 –

Boa Esperança – Grossos –

RN

Prefeitura municipal de

Grossos

Educação Física

Pedagogia

Guamaré Rua Monsenhor José

Tibúrcio, S/N – Guamaré –

RN

Prefeitura municipal de

Guamaré

Ciências

Biológicas

Educação Física

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Lages

Rua Coronel Joaquim

Teixeira, S/N – Centro -

Lages – RN

Prefeitura municipal de

Lages (Escola Municipal

Monsenhor Vicente)

Adm. Pública

Ciências

Biológicas

Geografia

Matemática

Química

Luís Gomes Avenida Senhora Santana,

17 – Centro – Luís Gomes

(Colégio municipal Padre

Osvaldo

Prefeitura municipal de

Luís Gomes

Ciências

Biológicas

Educação Física

Geografia

Pedagogia

Macau

Rua Padre João Clemente,

S/N – Porto São Pedro –

Macau – RN

UFRN

Adm. Pública

Ciências

Biológicas

Educação Física

Geografia

Pedagogia

Letras

História

Física

Química

Matemática

Marcelino

Vieira

Rua Nossa Senhora de

Fátima, 3 – Centro –

Marcelino Vieira – RN

Prefeitura municipal de

Marcelino Vieira

Educação Física

Geografia

Pedagogia

Letras

Martins Rua Desembargador

Hemetério, S/N – Centro –

Martins – RN

Prefeitura municipal de

Martins

Educação Física

Geografia

Pedagogia

Natal Avenida Coronel Estevam,

3705 – Nossa Senhora de

Nazaré – Natal – RN

Prefeitura municipal de

Natal

Letras

Pedagogia

Nova Cruz

Rua Assis Jatobriá, S/N –

Alto de Santa Luzia – Nova

Cruz – RN

UFRN

Ciências

Biológicas

Educação Física

Geografia

Pedagogia

Letras

Química

Matemática

Parnamirim Rua Castor Vieira Régis,

424 – Cohabinal –

Parnamirim – RN

Prefeitura municipal de

Parnamirim

Adm. Pública

História

Letras

Pedagogia

São Gonçalo do

Amarante

Rua Cajupiranga, 55 –

Conjunto Amarante – São

Gonçalo do Amarante – RN

Prefeitura municipal de

São Gonçalo do

Amarante

História

Matemática

Pedagogia

Fonte: CAPES, 2017.

Conforme podemos observar acima, os polos existentes nos municípios de Caicó,

Currais Novos, Macau e Nova Cruz, possuem uma estrutura organizacional que é mantida

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pela UFRN, uma vez que o prédio é patrimônio desta IES. Os demais polos, conforme foi

dito anteriormente, são mantidos pelas respectivas prefeituras municipais, sendo estas

responsáveis por toda infraestrutura física, material, tecnológica e de recursos humanos.

Os polos mantidos pela UFRN apresentam uma maior estrutura física, maior

quantidade de recursos materiais, tecnológicos e humanos. Ao menos é o que espera-se

encontrar nesses ambientes organizacionais, uma vez que entre 2007 e 2011 fortes

investimentos foram feitos pelo governo federal, no sentido de melhorar as condições

estruturais das universidades públicas. Aqui convém destacar o programa de

Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), como expoente maior

dessas mudanças nas IES nos últimos anos.

Em relação aos polos dos municípios, pareceu-nos correto afirmar que muitos

ainda encontram algumas dificuldades, no sentido de melhorar sua estrutura física e

condições de atendimento. Reconhecendo que há exceções, os municípios do Estado do

Rio Grande do Norte, nem sempre desenvolvem maiores investimentos para educação,

fator que influencia na melhoria das escolas e por consequência dos polos da UAB, onde

muitos estão localizados.

Uma vez que identificamos e caracterizamos os polos da UAB/UFRN, sendo que

não desenvolvemos maiores informações sobre esses centros de atendimento presencial

por não ser esse o objetivo da nossa pesquisa, consideramos ainda oportuno comentar

sobre as bibliotecas daqueles polos. Propósito maior dessa pesquisa, essas unidades de

informação, ao que parece, estão longe de atender as diretrizes do MEC, especialmente

aquelas diretrizes identificadas nos Referenciais de Qualidade para EAD.

3.1.3 Bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB/UFRN

As bibliotecas dos polos da UAB/UFRN, estando elas mantidas pelo Governo

Federal, Estado ou algum Município, devem seguir aquelas orientações que apresentamos

anteriormente. Baseando-se nos instrumentos normativos do MEC, essas bibliotecas

devem dispor de recursos que as direcionem para um atendimento efetivo e de qualidade

ao seu público alvo.

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Ocorre, porém, que essa pode não ser uma realidade existente naqueles polos. Em

uma breve observação no endereço eletrônico da SEDIS, podemos identificar fotos de

algumas bibliotecas, sendo que essas imagens nos levam a supor que muito ainda há de

se fazer por melhorar aqueles ambientes informacionais. Apresentamos a figura 3, na

perspectiva de ilustrar o que afirmamos a pouco.

Figura 3 - Bibliotecas dos polos da UAB/UFRN

Fonte: SEDIS, 2017.

Podemos perceber nessas três unidades de informação - onde optamos pela não

identificação do polo - que: a) há pouco mobiliário na biblioteca do Polo UAB/UFRN A;

b) o acervo da biblioteca do Polo da UAB/UFRN B, é bastante limitado; e c) a existência,

inadequada, de carteiras escolares no ambiente destinado para biblioteca do polo

UAB/UFRN C.

Analisar a realidade atual dessas unidades de informação, portanto, corresponde

ao principal objetivo deste trabalho, conforme descrito nas considerações iniciais do

estudo. Nesse sentido, a partir desse momento, a atenção está direcionada para o objetivo

central da pesquisa, sendo que antes apresentamos os procedimentos metodológicos

adotados.

Biblioteca do polo UAB/UFRN A

Biblioteca do polo UAB/UFRN B

Biblioteca do polo UAB/UFRN C

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78

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesta fase do estudo os seguintes procedimentos metodológicos são descritos:

caracterização da pesquisa; população participante da pesquisa; coleta de dados; análise

dos dados obtidos.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Com base no objetivo geral adotado para este estudo, compreende-se que essa

pesquisa é de natureza exploratória e descritiva. De acordo com Gil (2002, p. 41), as

pesquisas exploratórias

[...] têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses.

Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o

aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.

Com efeito, buscou-se com o desenvolvimento da revisão da literatura deste

trabalho, além de resgatar conceitos e características sobre as bibliotecas, enquanto

instituição social, obter uma maior familiaridade com a questão das bibliotecas inseridas

no contexto da EAD. Mais especificamente, verificando alguns aspectos relacionados às

bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB.

Nesse sentido, o foco foi direcionado à uma investigação sobre essas bibliotecas,

priorizando as seguintes informações: sistema normativo, que norteia e orienta à

implementação, organização e funcionamento das bibliotecas; algumas dificuldades

enfrentadas por IES, que atuam na EAD, no que concerne essas unidades de informação;

ações ou sugestões desenvolvidas por pesquisadores sobre esse tema, na perspectiva de

encontrar alternativas para um melhor funcionamento dessas bibliotecas.

O estudo é caracterizado ainda como descritivo. “As pesquisas descritivas têm

como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. (GIL, 2002, p. 42).

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79

Vergara (2011, p. 42), acrescenta que esse tipo de pesquisas “não tem compromisso de

explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação”.

Este estudo tem como principal objetivo analisar a realidade atual das bibliotecas

dos polos da UAB/UFRN. Para isso, portanto, diversos aspectos sobre essas unidades de

informação foram investigados, desde a verificação da estrutura física, perpassando por

questões tecnológicas e de recursos humanos, que devem existir nas bibliotecas.

Em relação a natureza da pesquisa sob a ótica dos seus objetivos, optou-se por

uma abordagem quanti-qualitativa. É importante esclarecer que, enquanto o método

quantitativo “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto na modalidade de coleta

de informações, tanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas”

(RICHARDSON, 1989, p. 29), a abordagem qualitativa corresponde a “um meio para

explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um

problema social ou humano”. (CRESWELL, 2010, p. 43).

Em relação aos procedimentos, considera-se que o estudo de caso corresponde ao

método de pesquisa adequado para esse trabalho. Segundo Gil (2002, p. 54), estudo de

caso “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a

permitir o seu amplo e detalhado conhecimento [...]”. No entender de um dos maiores

estudiosos sobre esse método, trata-se de “uma investigação empírica que investiga um

fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real” (YIN, 2001, p. 32).

Gil (2002, p. 54-55), retoma, destacando que

a. Para a realização de estudos de caso não são definidos

procedimentos metodológicos rígidos.

b. Os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o

conhecimento preciso das características de uma população,

mas sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de

identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele

influenciados.

c. É possível a realização de estudos de caso em períodos mais

curtos e com resultados passíveis de confirmação por outros

estudos.

Yin (2001), explica ainda que esse método de pesquisa pode ser desenvolvido

abarcando um caso único ou múltiplos casos. Considera-se esta pesquisa, portanto, como

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uma abordagem de múltiplos casos, uma vez que contempla diversas bibliotecas inseridas

no contexto da EAD, estando essas unidades de informação presentes em polos de apoio

presencial da UAB, que ofertam cursos de graduação da UFRN. Ou seja, são bibliotecas

que, apesar de suas particularidades, devem estar funcionando em conformidade com um

sistema normativo vigente, podendo ainda serem vistas como instituições sociais,

conforme foi discutido na revisão da literatura deste estudo.

4.2 POPULAÇÃO DA PESQUISA

A população da pesquisa é composta por todos os 15 (quinze) coordenadores dos

polos da UAB/UFRN. Os coordenadores foram escolhidos por serem os responsáveis

diretos pela gestão do polo, devendo zelar por toda infraestrutura existente naquelas

unidades de atendimento presencial. Esses professores - e ao mesmo tempo gestores dos

polos - devem, portanto, observar os pontos fracos existentes no polo sob sua

responsabilidade, tomando as medidas necessárias a fim de sanar as dificuldades

encontradas.

Nesse sentido, um primeiro contato foi mantido com o público alvo desta pesquisa

no dia 02 de fevereiro de 2017, quando ocorreu um encontro de coordenadores dos polos

da UAB/UFRN, na SEDIS. Naquela oportunidade, aproveitamos para conversar com os

coordenadores sobre esta proposta de estudo e informamos que em breve estaríamos

solicitando a contribuição dos mesmos. No encontro estavam presentes 12 (doze) do

quantitativo total de coordenadores de polo da UAB/UFRN, sendo que todos

manifestaram-se positivamente no sentido de contribuir com o estudo.

Após a realização desse encontro, iniciamos a elaboração do questionário. Este

documento foi desenvolvido em conformidade com os instrumentos normativos do MEC,

especialmente considerando o que está descrito nos Referenciais de Qualidade para EAD.

Em um primeiro momento idealizamos identificar cada polo, descrevendo: o nome, local

e responsável por sua gestão. No entanto, após apresentação deste instrumento de coleta

de dados à alguns coordenadores, optamos por acatar a sugestão desses professores, no

sentido de manter a confidencialidade das unidades de atendimento presencial, assim

como dos seus respectivos gestores.

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81

4.3 COLETA DOS DADOS

Em relação às técnicas para coleta de dados e informações, Yin (2001) esclarece

que diversas fontes de evidência podem ser utilizadas. Embora o autor destaca a

documentação; os registros em arquivos; as entrevistas; a observação direta; a observação

participante; e os artefatos físicos, não descarta, porém, a utilização de outras técnicas,

como é o caso dos questionários, por exemplo. Nesse sentido, além da análise documental

– legislação sobre bibliotecas dos polos da EAD, dois instrumentos de coleta de dados

foram utilizados neste estudo: observação participante e questionário.

No que diz respeito a observação participante, convém esclarecer que corresponde

a um procedimento onde “pesquisador-observador torna-se parte integrante de uma

estrutura social e, na relação face a face com os sujeitos da pesquisa, coleta dados e

informações”. (MARTINS; LINTZ, 2000, p. 55). Mais especificamente no que concerne

um estudo de caso:

A observação participante é uma modalidade especial de observação na

qual você não é apenas um observador passivo. Em vez disso, você

pode assumir uma variedade de funções dentro de um estudo de caso e

pode, de fato, participar dos eventos que estão sendo estudados. (YIN,

2001, p. 116).

Nesse sentido, esse procedimento possibilitou que observássemos, no período de

janeiro a junho de 2017, a baixa frequência de usuários na biblioteca de um dos polos da

UAB/UFRN - onde exercemos atividades administrativas; que os livros existentes na

biblioteca, raramente são solicitados para empréstimo; que nessa biblioteca há muitos

livros desatualizados e sem relação com as disciplinas ofertadas nos cursos; que os

recursos humanos existentes na biblioteca deste polo, não está capacitada para o exercício

da função de bibliotecário, ou ao menos auxiliar de biblioteca.

A segunda técnica utilizada para obtenção das informações necessárias ao

desenvolvimento deste estudo foi a elaboração de um questionário. Esse instrumento de

coleta de dados foi escolhido, sobretudo, considerando que não foram efetivadas visitas

aos polos da UAB/UFRN, a fim de verificarmos in loco a realidade atual das bibliotecas.

Desse modo, o questionário (Apêndice A) foi elaborado contendo questões fechadas,

abertas e mistas. De acordo com Martins Júnior (2009, p. 209-210):

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• Questões abertas – São aquelas em que o pesquisador solicita

que o sujeito emita uma opinião, usando para isso suas próprias

palavras.

• Questões fechadas – São aquelas em que as alternativas são

fixas e preestabelecidas pelo pesquisador, após consultar a

literatura, sua experiência naquele assunto ou o senso comum.

• Questões mistas - São aquelas em que são colocadas algumas

alternativas fixas, já preestabelecidas pelo pesquisador, e, no

final, é deixado um espaço a fim de que o sujeito emita uma

opinião particular, além das anteriormente previstas.

Nesse sentido, 8 (oito) questões foram fechadas, direcionadas aos seguintes

questionamentos: existência de biblioteca no polo; tamanho do espaço físico destinado à

biblioteca; adequação do espaço físico; atualização do acervo; compatibilidade do acervo

com as disciplinas ofertadas; informatização da biblioteca; espaço para estudo individual;

espaço para estudo em grupo;

Outras 5 (cinco) questões foram mistas, abordando sobre: produtos oferecidos

pela biblioteca; serviços disponibilizados pela biblioteca; existência de bibliotecário no

polo; existência de auxiliares de biblioteca; percepção dos coordenadores em relação a

utilização das bibliotecas pelos usuários.

A última questão disponibilizada aos entrevistados, foi aberta. Isto é, oportunizou

que os coordenadores de polo pudessem emitir sua opinião sobre aspectos diversos, tais

como: dificuldades encontradas pelo polo, em relação às bibliotecas; espaço físico;

acervo; serviços; recursos humanos; dentre outros.

Esse instrumento de coleta de dados foi enviado, via e-mail, para o público alvo

da pesquisa no dia 18 de março de 2017. No dia seguinte, o primeiro coordenador atendeu

a nossa solicitação.

No dia 20 de março de 2017, recebemos um e-mail de um outro coordenador de

polo, solicitando maiores esclarecimentos sobre a pesquisa, ação que foi concretizada. O

coordenador, aproveitou a ocasião e informou que a biblioteca de seu polo havia

adquirido novos livros para o seu acervo. Contudo, como esse não se configurava em um

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procedimento escolhido para coleta de dados, optamos por desconsiderar tal informação,

enfatizando tão somente o que estivesse nos questionários.

De um modo geral, os questionários foram sendo devolvidos de forma lenta e

gradativa, mais especificamente entre os meses de março a junho deste ano. Além disso,

obtivemos apenas 09 (nove) respostas, contrariando nossa expectativa que era obter a

participação de todos os 15 (quinze) polos da UAB/UFRN. Apesar disso, consideramos

ser um número satisfatório, uma vez que corresponde a 60% do total das unidades

pesquisadas.

4.4 ANÁLISE DOS DADOS

Considerando que “nos estudos de caso não se pode falar num esquema rígido de

análise e interpretação” (GIL, 2008, p. 156), optou-nesta pesquisa pela utilização de duas

técnicas, sendo uma utilizada para analisar as questões fechadas existentes no

questionário (técnica de análise quantitativa); enquanto que a outra foi adotada na

avaliação das questões abertas e semiabertas existentes no instrumento de coleta de dados

(técnica de análise qualitativa). A primeira corresponde a análise estatística de dados, que

segundo Gerhard e Silveira (2009, p. 81)

[...] implica processamento de dados, através da geração (normalmente

mediante o emprego de técnicas de cálculo matemático), da

apresentação (os dados podem ser organizados em gráficos ou tabelas)

e da interpretação. A descrição das variáveis é imprescindível como um

passo para a adequada interpretação dos resultados de uma

investigação. (GERHARD; SILVEIRA, 2009, p. 81).

Isto é, em quase todas as questões existentes no questionário, utilizou-se gráficos

ou tabelas para descrever os dados obtidos. Para que esses dados fossem convertidos nas

informações necessárias para posterior análise, utilizou-se o programa Microsoft Excel

como ferramenta para quantificação dos dados obtidos.

Em seguida, foi utilizado o procedimento de análise de dados baseado na revisão

da literatura desenvolvida nesta pesquisa. Esse procedimento é permitido em uma

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investigação do tipo estudo de caso. Segundo Yin (2001, p. 33), uma pesquisa do tipo

estudo de caso “beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para

conduzir a coleta e a análise de dados”.

Ainda em relação a esse segundo procedimento de análise, Yin (2001, p. 54)

afirma que

A utilização da teoria, ao realizar estudos de caso, não apenas representa

uma ajuda imensa na definição do projeto de pesquisa e na coleta de

dados adequados, como também torna-se o veículo principal para a

generalização dos resultados do estudo de caso.

Nesse sentido, as características das bibliotecas, enquanto instituição social e,

principalmente, as normas vigentes para implementação, organização e funcionamento

das bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB, são utilizadas como parâmetro de

análise desta pesquisa. Em suma, este último procedimento de análise “refletem o

conjunto de questões da pesquisa, as revisões feitas na literatura sobre o assunto e as

novas interpretações que possam surgir”. (YIN, 2001, p. 133).

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85

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 BIBLIOTECAS DOS POLOS DA UAB/UFRN: SITUAÇÃO ATUAL

Esta etapa do estudo está direcionada à investigação sobre a realidade atual das

bibliotecas dos polos da UAB/UFRN. Os seguintes resultados foram obtidos, mediante

questionário aplicado aos coordenadores dos polos da UAB/UFRN, conforme

mencionado anteriormente.

5.1.1 Bibliotecas dos polos: aspectos estruturais

Neste primeiro item buscou-se identificar aspectos de ordem estrutural sobre as

bibliotecas dos polos da UAB/UFRN. Os dados descritos abaixo, correspondem às

respostas sistematizadas referente as questões 01, 02 e 03, do questionário apresentado

aos coordenadores dos polos. Mais especificamente, foi questionado a esses gestores

sobre a existência de bibliotecas nos polos; o tamanho aproximado dessas unidades de

informação; além da adequação desses espaços para serem utilizados como biblioteca.

Tabela 1 - Bibliotecas nos polos da UAB/UFRN: aspectos estruturais

Questão Tópicos Quanti

dade

Considerações apresentadas pelos

coordenadores de polo

01 Biblioteca no polo 09 Existe biblioteca no polo

02

Tamanho da biblioteca

04

01

02

02

Até 60m²

Entre 60m² e 80m²

Entre 80m² e 100m²

Acima de 100m²

03 Espaço físico da

biblioteca

06

03

Adequado

Inadequado

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Conforme podemos observar na tabela 1, os primeiros resultados desta pesquisa

podem ser considerados como positivos. Primeiro, porque todos os polos possuem

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biblioteca, atendendo assim aos seguintes instrumento normativos: Instrumento para

credenciamento institucional e Referenciais de Qualidade para EAD. Além disso, é

importante destacar que o simples fato de existir biblioteca nos polos, contempla ainda a

Lei nº 12.244 de 24 de maio de 2010, que trata da universalização nas bibliotecas nas

instituições de ensino do país.

É possível verificar que essas unidades de informação possuem tamanhos

variados. Isto é, enquanto quatro polos possuem apenas um pequeno ambiente disponível

para o funcionamento da unidade de informação – menos de 60m² -, outros dispõem de

um maior espaço físico – com destaque para duas unidades de informação que

ultrapassam os 100m² de espaço destinado à biblioteca. Obviamente que uma biblioteca

que tenha mais espaço, pode oportunizar uma melhor distribuição e organização do

acervo, assim como proporcionar melhores condições de trabalho aos seus funcionários,

implicando em um melhor atendimento aos usuários.

Não desconsiderando a importância do espaço físico, mas é importante destacar

que o fato de um polo ter um espaço maior do que outro para biblioteca, não quer dizer

que uma unidade de informação venha a ser melhor do que a outra. Até porque uma

biblioteca pode funcionar de forma eficiente em um espaço físico pequeno, enquanto

outra pode não desenvolver bem suas atividades, mesmo dispondo de um maior espaço

físico. Isto é, o que vai fazer com que uma biblioteca se destaque frente as necessidades

de seu público alvo é a existência dos recursos (materiais, tecnológicos, humanos)

considerados como essenciais para o funcionamento dessas unidades de informação.

Inclusive, ao que parece, a questão do espaço físico realmente não se configura

como um problema para alguns coordenadores dos polos da UAB/UFRN. A maioria dos

entrevistados (seis coordenadores) consideram o espaço destinado à unidade de

informação adequado, o que é visto como um ponto de extrema importância. Aqui

convém lembrar o que alerta Almeida (2000), quando afirma que um espaço físico

inadequado para uma biblioteca pode gerar conflitos, comprometendo negativamente a

produtividade e a qualidade no atendimento, tornando-se um fator contribuinte para uma

baixa frequência de usuários nesse tipo de unidade de informação.

É imprescindível, portanto, que providencias sejam tomadas pelas entidades

mantenedoras das três bibliotecas que foram consideradas como tendo um espaço físico

inadequado. Ao menos a curto prazo, no entanto, é possível pensar em alternativas para

que essas unidades de informação funcionem da melhor forma possível. Uma estratégia

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utilizada na Europa, por exemplo, poderia ser adotada pelos gestores dessas bibliotecas.

Isto é, a prática da adoção do crescimento zero para biblioteca, ao que parece, poderia ser

utilizada pelos gestores dos polos da UAB/UFRN. A esse respeito, Figueiredo (1991, p.

31) explica que

Na Inglaterra, há o conceito de limitar o tamanho das bibliotecas

universitárias, de acordo, principalmente, com o número de alunos. É o

que se chama de crescimento zero ou de biblioteca que se auto renova

com a entrada de material novo contrabalançada com a retirada de

material obsoleto ou sem consulta.

Esse procedimento, portanto, poderia ser adotado nas bibliotecas dos polos da

UAB/UFRN, até mesmo por aqueles coordenadores que resolvam inovar em suas

bibliotecas, otimizando o espaço físico da unidade de informação. Isso, é importante

enfatizar, priorizando sempre a manutenção no acervo dos materiais bibliográficos que

tenham relação com as diversas disciplinas que estão sendo ofertadas pelos cursos de

EAD, exigência presente nos Referenciais de Qualidade para EAD.

Por fim, convém ainda lembrar que cada polo apresenta determinadas

particularidades, como a quantidade dos cursos ofertados, por exemplo. Considerando

essa perspectiva, quanto mais cursos em um polo, teoricamente, mais alunos estão

vinculados a esse centro de atendimento presencial. Nesse sentido, fundamenta-se a

necessidade da realização de estudos periódicos sobre o perfil dos usuários do polo, uma

vez estes são potenciais utilizadores das bibliotecas. Esse “estudo de usuários” contribuirá

para que os gestores identifiquem as reais necessidades acadêmicas e de informação dos

alunos e demais potenciais usuários das unidades de informação.

5.1.2 Acervo da biblioteca: atualização

A quarta questão apresentada aos coordenadores de polo de apoio presencial da

UAB/UFRN, buscou a obtenção de informações desses gestores em relação ao acervo das

bibliotecas, no que diz respeito a sua atualização.

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Gráfico 1 - Acervo da biblioteca: atualização

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Conforme podemos observar no gráfico 1, 08 (oito) coordenadores de polo

demostram satisfação em relação ao acervo da biblioteca que está sob sua gestão,

destacando ainda que 03 (três) desses gestores foram ainda mais categóricos, ao

expressarem um maior grau de concordância com o que fora questionado.

Este corresponde a mais um ponto positivo para essas bibliotecas, uma vez que

contempla as orientações expressas nos Referenciais de Qualidade para EAD e,

principalmente, atende as exigências do Decreto n° 5.773 de 09 de maio de 2006.

Lembrado que este último instrumento normativo exige, dentre outros itens, que exista

nas bibliotecas: acervo de livros, periódicos acadêmicos e científicos, jornais, obras

clássicas, dicionários e enciclopédias, dentre outros materiais bibliográficos.

O Instrumento de credenciamento institucional para oferta da modalidade de

EAD, também é contemplado. Nele, há indicadores específicos que tratam sobre esse

item. Ou seja, discorre sobre a necessidade de uma política de aquisição, expansão e

atualização do acervo das bibliotecas dos polos de apoio presencial.

Contudo, não podemos esquecer das recentes mudanças na Regulamentação da

EAD em nosso país. Nesse sentido, verifica-se a Portaria n° 11, do MEC – em seu Artigo

11 -, que menciona sobre a existência de acervo físico. Um detalhe a ser observado neste

documento é que o acervo pode ser disponibilizado também virtualmente. Ou seja, é

possível afirmar que a atualização do acervo das bibliotecas dos polos da UAB/UFRN

3

5

0

1

00

1

2

3

4

5

6

Concordo

totalmente

Concordo em

parte

Indiferente Discordo em

parte

Discordo

totalmente

Atualização do acervo da biblioteca

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89

será uma constante, sobretudo porque a SEDIS disponibiliza material didático para os

cursos de EAD, sendo estes materiais revisados e atualizados constantemente, estando

disponíveis no formato impresso e virtual.

Cumpre-nos ainda o dever de lembrar que muitas são as possibilidades de acesso

a informação científica no formato virtual. Algumas delas, inclusive, podem não ser mais

necessárias fisicamente nas bibliotecas dos polos, como é o caso de algumas fontes de

informação primárias: legislações, teses de doutorado, dissertações de mestrado,

periódicos – nas mais diversas áreas do conhecimento, além de mapas e atlas. Este último,

inclusive, pode ser descrito como totalmente ultrapassado, uma vez que através do Google

Maps é possível “viajar” em questão de segundos para os lugares mais longínquos do

mundo.

Do mesmo modo, algumas fontes de informação, secundárias e terciárias, podem

não ser mais necessárias para as bibliotecas dos polos, isso se considerarmos o formato

tradicionalmente utilizado. Aqui utilizaremos como exemplo: bibliografias, dicionários,

vídeos educacionais, dentre outras possibilidades de acesso à informação científica. Todo

esse material está disponível virtualmente, de forma vasta e qualitativa. No que concerne

a UFRN, convém lembrar que assim como ocorre nas demais IES do nosso país, essa

universidade disponibiliza diversas possibilidades de acesso a informação científica

produzida no âmbito da instituição, como é o caso da Biblioteca Digital de Monografias

ou mesmo o Repositório Institucional da UFRN.

Diante de tais considerações, acredita-se que outros procedimentos podem ser

adotados pela UFRN, no sentido de ampliar a oferta de informação aos seus usuários da

EAD. Aqui fazemos referência a possibilidade de implementar melhorias na biblioteca

digital da SEDIS. Essas melhorias podem contemplar uma maior disponibilização de

fontes de informação científicas primárias, secundárias e terciárias, devendo essas serem

pensadas em conformidade com o perfil e necessidades de informação dos usuários

matriculados nos cursos de educação a distância desta IES.

5.1.3 Acervo da biblioteca: compatibilidade com as disciplinas dos cursos

A quinta questão procurou descobrir até que ponto o acervo da biblioteca estava

compatível com as disciplinas ofertadas pelos cursos a distância da UFRN.

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Gráfico 2 - Acervo das bibliotecas: relacionadas com disciplinas dos cursos

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Os dados apresentados no gráfico 2, demostram que este corresponde a um outro

ponto positivo existente nas bibliotecas dos polos. Isso porque a grande maioria dos

entrevistados (7 coordenadores) afirmaram que os materiais bibliográficos existentes nas

bibliotecas atendem, ao menos em parte, aos instrumentos normativos que rezam sobre

este item. Além disso, um único gestor apresentou uma discordância parcial sobre o que

fora questionado. E isso, de certo modo, demostra que esta única biblioteca, mesmo que

timidamente, atende às exigências expressas nos instrumentos normativos.

Convém lembrar que o Decreto 5.773 de 09 de maio de 2006, assim como o

Instrumento para credenciamento Institucional, trazem considerações sobre a necessidade

de uma correlação dos materiais bibliográficos existentes nas bibliotecas com os cursos e

programas ofertados pela IES. No entanto, são nos Referenciais de Qualidade para EAD

onde encontramos orientações mais específicas a esse respeito: “As bibliotecas dos polos

devem possuir acervo atualizado, amplo e compatível com as disciplinas ministradas

nos cursos ofertados”. (BRASIL. Ministério da Educação, 2007, p. 26, grifo nosso).

Aqui é importante destacar que, apesar da existência da nova Regulamentação

para EAD, é fundamental que os gestores dos polos e responsáveis por suas respectivas

bibliotecas continuem observando as exigências dos instrumentos normativos acima

1

7

0

1

00

1

2

3

4

5

6

7

8

Concordo

totalmente

Concordo em

parte

Indiferente Discordo em

parte

Discordo

totalmente

Acervo compatível com as disciplinas dos cursos

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91

descritos. Isso porque tal regulamentação ainda é muito recente e passível de alterações,

sendo que ao mesmo tempo assegura alguns procedimentos utilizados às IES, como o

esclarece o Artigo 21 do Decreto 9.057 de 25 de maio de 2017: “O disposto neste Decreto

não afasta as disposições específicas referentes aos sistemas públicos de educação a

distância, à Universidade Aberta do Brasil e à Rede E-TEC Brasil”. (BRASIL, Decreto

9.057, 2017).

De qualquer modo, entende-se que a existência de materiais bibliográficos que

não tenham relação com as disciplinas dos cursos de EAD, poderiam ser retirados do

acervo de uma biblioteca com problemas com o espaço físico, por exemplo. Isso, porque

esses itens em nada contribuem com a tão esperada qualidade dessas bibliotecas. Isto é,

um polo que ofereça cursos de Matemática, Física e Química, por exemplo, não

necessitaria de ter em sua biblioteca itens referentes aos assuntos de Filosofia, Psicologia

ou Religião, estes últimos também a título de exemplo.

Ou seja, a existência de materiais que pouco ou raramente são utilizados pelos

usuários da biblioteca, podem estar tão somente comprometendo o pouco espaço físico

da unidade de informação e, em alguns casos, a caracterizando como um mero depósito

de livros. Além do mais, conforme foi comentado no início dessa etapa da pesquisa, o

pouco espaço em uma biblioteca pode influenciar no mal desempenho dos funcionários,

comprometer negativamente a organização do acervo e, principalmente, afastar os

usuários da unidade de informação.

Diante de tais considerações, entende-se ser fundamental a criação de uma política

de descarte dos livros e demais materiais bibliográficos existentes nas bibliotecas dos

polos. Para isso, é importante destacar, a UFRN e sua principal biblioteca acadêmica pode

contribuir com essa estratégia de ação. Ou seja, bibliotecários que fazem parte do SISBI

podem apoiar a SEDIS na elaboração de um manual que atenda ao conjunto das

bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB/UFRN, formulando diretrizes para

padronização do acervo a ser disponibilizado aos usuários da EAD.

5.1.4 Bibliotecas informatizadas

Uma outra questão que buscou-se conhecer junto aos coordenadores dos polos,

foi se as bibliotecas existentes naqueles centros de atendimento presencial estavam

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informatizadas. Neste item, os resultados não foram considerados positivos, conforme

podemos observar no gráfico 3.

Gráfico 3 - Informatização das bibliotecas

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

De acordo com 78% dos respondentes, as bibliotecas ainda não estão

informatizadas. Ou seja, essas unidades de informação, em sua grande maioria, estão

funcionando em conformidade com aquele modelo antigo e ultrapassado de biblioteca,

onde a recuperação e disponibilização da informação ao seu público alvo pode ocorrer de

forma lenta e precária.

Lembrando que essas unidades de informação devem ter computadores e

impressoras (equipamentos); deve existir um sistema de bibliotecas que as administre

(instalações físicas); permitindo, assim, que os usuários consigam realizar pesquisas on-

line, utilizando as mais diversas e infinitas fontes de informação virtuais e digitais. Isso

tudo está evidenciado no Instrumento para credenciamento Institucional, assim como nos

Referenciais de Qualidade para EAD.

É importante ainda destacar que as fontes de informação virtuais e digitais a que

nos referimos – podendo ser primárias, secundárias e terciárias – estão cada vez mais

acessíveis, sendo geradas no âmbito da própria IES ou disponibilizadas em ambientes ou

plataformas virtuais de outras instituições de ensino, conforme foi comentado no decorrer

desta pesquisa. Além disso, não se pode ignorar que a EAD é uma modalidade de ensino

2; 22%

7; 78%

Informatização da biblioteca do polo

Sim Não

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93

que utiliza amplamente as novas tecnologias, a fim de promover o compartilhamento de

informações e conhecimentos necessários à formação acadêmica de seu público alvo.

A ausência de produtos e serviços que possam ser disponibilizados virtualmente

em uma biblioteca de polo de EAD, nesse sentido, contraria o processo de modernização

e inovação em atividades meio e fins, que tão somente traz benefícios para qualquer

usuário de uma biblioteca, beneficiando ainda a própria unidade de informação. Em

outras palavras, uma biblioteca informatizada – e automatizada - além de facilitar o

trabalho dos funcionários, pode ser considerado como um item que contribui para uma

maior aproximação dos usuários em relação as bibliotecas dos polos da UAB/UFRN.

É fundamental, portanto, que providências sejam adotadas pelos gestores dos

polos, buscando junto as suas entidades mantenedoras, investimentos para informatização

e automatização dessas bibliotecas. Dessa forma, as bibliotecas atenderão ao quesito

qualidade, melhorando suas atividades meio e fins, beneficiando diretamente os seus

usuários. Por fim, entende-se que se faz necessário que, ao menos, um computador venha

a ser disponibilizado em cada uma dessas bibliotecas, sendo este equipamento destinado

à utilização dos usuários.

5.1.5 Produtos oferecidos pelas bibliotecas

A sétima questão descrita no questionário, discorre sobre os produtos oferecidos

pelas bibliotecas dos polos da UAB/UFRN, aos seus usuários. Dos principais produtos –

ou materiais bibliográficos – que foram levados em consideração nesta pesquisa, destaca-

se: livros; jornais; revistas; coleção de referência (dicionários, enciclopédias, atlas,

manuais, etc.); multimeios (CD, DVD, fotografias, dentre outros).

Tabela 2 - Produtos oferecidos pelas bibliotecas dos polos da UAB/UFRN

Materiais bibliográficos

(produtos)

Quantidade de

bibliotecas

Percentual

Livros 9 100%

Jornais 0 0%

Revistas 6 67%

Coleção de referência

Multimeios

6

6

67%

67%

Outros 0 0%

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

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94

De acordo com a tabela 2, todas as bibliotecas (100%) possuem livros em seu

acervo. Outros materiais bibliográficos também estão presentes em 67% dessas unidades

de informação, tais como revistas, coleção de referência e multimeios, cada. Verifica-se

ainda que nenhuma biblioteca é assinante de jornais.

Conforme foi comentado no decorrer deste estudo uma biblioteca, enquanto

instituição social, deve dispor de diversos tipos de materiais bibliográficos. Essa

variedade de itens é importante pois atende aos mais diversos interesses de leitura e

pesquisa, contemplando assim os mais diversos tipos de usuários. Vimos em Duarte

(2015), que livros, periódicos, videotexto e Audiolivro, são apenas alguns desses

materiais. Convém ainda destacar que, de acordo com os Referenciais de Qualidade para

EAD, os acervos das bibliotecas dos polos devem ser disponibilizados em diferentes

mídias, não admitindo a exclusão do material bibliográfico no formato impresso.

Ocorre, porém, que essa exigência de acervo impresso às bibliotecas dos polos

nos parece um tanto ultrapassada. Primeiro porque, conforme destacou Cunha (2008),

cada vez mais os discentes estão utilizando os computadores para pesquisa. Segundo,

porque os discentes da EAD, ao menos os da UFRN, utilizam amplamente os materiais

didáticos desenvolvidos especificamente para os cursos, oferecidos inclusive em formato

digital; terceiro, porque muitos dos produtos exigidos nas bibliotecas, no seu formato

tradicional, hoje estão facilmente acessíveis aos usuários de qualquer modalidade de

ensino, isso em formato virtual, tais como: dicionários, vídeos, atlas, mapas, periódicos,

dentre outros.

Em relação aos jornais, convém lembrar que em um passado não tão distante,

muitas bibliotecas – escolares e públicas, principalmente – necessitavam desse tipo de

material impresso, o que parece ser desnecessário nos dias de hoje, devido as diversas

possibilidades de acesso a informação via Internet. Além disso, poderia até ser

desnecessário comentar, mas não podemos deixar de reconhecer que a Internet, de um

modo geral, nos oferece um universo infinito de informações, muitas delas apresentadas

em diversas plataformas virtuais e endereços eletrônicos de jornais e revistas, nacionais

e internacionais, disponíveis em tempo real ou não.

Diante de tais considerações, é importante destacar que embora as bibliotecas

híbridas apresentem uma vantagem ao disponibilizar o acesso a materiais bibliográficos

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95

no formato virtual/digital e ao mesmo tempo no formato tradicional - impresso, parece-

nos correto afirmar que estamos caminhando para um novo modelo de biblioteca, ao

menos a ser utilizado na EAD. Isso porque a cada dia as possibilidades de acesso a

produtos e serviços informacionais podem ser realizadas virtualmente, estando agora

amparados pela nova Regulamentação para EAD.

Ou seja, a Portaria 11 do MEC, em seu Art. 11, menciona a possibilidade de

existência do acervo físico ou digital, respeitando a legislação específica. Aqui convém

aguardar se não haverá mudanças em alguns instrumentos normativos, como os

Referenciais de Qualidade para EAD, uma vez que com a recente publicação desta nova

Regulamentação para EAD, possíveis ações podem ser adotadas pelo MEC em relação a

questão da obrigatoriedade de acervo físico nas bibliotecas dos polos.

Por hora, e mais especificamente no caso da UFRN, é importante considerar a

importância dos materiais didáticos utilizados nos cursos de EAD desta Instituição.

Lembrando que estes materiais estão disponíveis aos usuários da EAD no formato

impresso e digital, sendo que neste segundo caso podem ser encontrados no Moodle

Mandacaru ou ainda na biblioteca digital da SEDIS, conforme comentado no decorrer

desta pesquisa.

Além disso, convém lembrar, os usuários da EAD desta universidade têm ainda

outras opções de acesso a informação e conhecimento científico, no formato virtual. Quer

mediante utilização do SIGAA e, sobretudo, recorrendo ao site da BCZM, onde neste

último podem acessar diversos links que os direcionarão a bibliotecas virtuais,

repositórios digitais, base de dados, periódicos eletrônicos, dentre outras importantes

fontes de informação científica.

5.1.6 Serviços oferecidos pelas bibliotecas

Em seguida, foi perguntado aos coordenadores dos polos da UAB/UFRN, quais

seriam os serviços disponibilizados aos usuários das bibliotecas.

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Tabela 3 - Serviços disponibilizados pelas bibliotecas dos polos da UAB/UFRN

Serviços prestados

Quantidade

de

bibliotecas

Percentual

Empréstimo, renovação e devolução 8 89%

Empréstimo entre bibliotecas 2 22%

Orientação à elaboração de trabalhos acadêmicos 1 11%

Normalização de documentos

Elaboração de fichas catalográficas

1

2

11%

22%

Acesso à Internet 5 56%

Orientação portal CAPES 3 33%

Orientação bibliotecas e repositórios digitais 3 33%

Outros 0 0%

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Observando a tabela 3, verifica-se o quanto as bibliotecas dos polos da

UAB/UFRN estão limitadas em relação a oferta de serviços aos seus usuários, uma vez

que apenas o serviço de empréstimo, renovação e devolução ganha destaque, estando

presente na quase totalidade dessas bibliotecas (89%).

O acesso à Internet apresenta-se como o segundo serviço que ganha destaque

nessas unidades de informação, de acordo com 56% dos respondentes. Poucas destas

unidades de informação, no entanto, disponibilizam importantes serviços, tais como:

orientação ao Portal Capes (33%) ou orientação para o acesso aos repositórios digitais da

UFRN ou de outras IES.

Uma biblioteca deve oferecer um conjunto de importantes serviços aos seus

usuários ou, ao menos, alguns que atendam minimamente as necessidades acadêmicas de

seu público alvo. Acredita-se que, em se tratando de unidades de informação que estão

inseridas no universo na EAD, serviços virtuais deveriam estar sendo amplamente

oferecidos.

No decorrer deste estudo, identificamos importantes serviços, apontados por

Duarte (2015), que devem existir em uma biblioteca. Considerando as bibliotecas dos

polos e a proposta daquele autor, é possível destacar alguns dos serviços que,

necessariamente, devem ser implementados nas bibliotecas dos polos da UAB/UFRN:

Disseminação Seletiva da Informação – DSI; Apresentação de mostruários e exposições;

Divulgação na web; Levantamento bibliográfico; Pesquisa de opinião (enquetes, estudos,

outros); Uso das Redes sociais para divulgar informações; Pergunta ao bibliotecário;

Diretório de recursos eletrônicos; Assistência por telefone.

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97

Também tivemos a oportunidade de comentar nesta pesquisa sobre a importância

do Serviço de Referência Virtual (SRV) como uma excelente alternativa para atender aos

usuários do ensino a distância, conforme foi exemplificado no caso do SENAC/RN,

podendo ser desenvolvido um projeto semelhante na UFRN. Nesse sentido, serviços

como orientação à pesquisa; orientação para o acesso ao Portal de periódicos da Capes;

orientação para o acesso a Repositórios e biblioteca digitais; elaboração de ficha

catalográfica; normalização de documentos; dentre outros, podem ser ofertados. Todos

esses serviços, inclusive, tendo o apoio de diversos canais de comunicação, tais como o

bate-papo; e-mail; ou mensagens instantâneas - via Whatsapp, por exemplo.

É importante lembrar que a UFRN disponibiliza, através do SIGAA, opções de

solicitação de importantes serviços da BCZM, conforme também foi destacado no

decorrer desta pesquisa. Cabe aos gestores e demais professores da EAD verificar se seus

alunos estão cientes dessas possibilidades, até porque não nos parece justo que um

discente da EAD não usufrua desses serviços por falta de conhecimento ou apoio

institucional. Ou seja, trata-se de uma questão que não condiz com a grandeza da UFRN,

uma vez que essa IES preza pela qualidade no atendimento à sua comunidade acadêmica,

dos quais os usuários da EAD também fazem parte.

Dito isto, consideramos ser fundamental a participação da SEDIS diretamente

nesse processo. Como estratégia de ação, essa Secretaria acrescentaria em sua estrutura

organizacional um setor específico para que os usuários da EAD pudessem ser atendidos

presencial e, principalmente, virtualmente. Mas a SEDIS não necessariamente deve atuar

sozinha nessa forma de ofertar serviços de atendimento virtual aos usuários da EAD. Ou

seja, a BCZM assim como o curso de Ciência da Informação da UFRN poderiam ser

fortes contribuintes.

A BCZM porque dispõe de profissionais de grande capacidade técnica,

bibliotecários que podem contribuir com propostas para melhoria na oferta de informação

aos usuários da EAD. O curso de Ciência da Informação da UFRN, por sua vez, teria um

novo campo de estágio para os seus alunos, capacitando-os para atuação em um universo

que a cada ano cresce, gerando mais possibilidades de trabalho na educação formal, nos

três níveis educacionais (fundamental, médio e superior). Com efeito, uma integração

entre essas unidades institucionais agregaria valor à oferta de produtos e serviços aos

usuários da EAD na UFRN.

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98

5.1.7 Existência de salas para estudo individual e em grupo

A nona e décima questão apresentada aos coordenadores de polo, diz respeito a

existência de ambientes específicos na biblioteca do polo para que os usuários possam

estudar individualmente ou em grupo.

Tabela 4 - Existência de salas para estudo individual e em grupo nas bibliotecas dos polos

Questão Tópicos Quantidade Considerações apresentadas pelos

coordenadores de polo

09 Existência de

sala para estudo

individual

4

5

Sim

Não

10 Existência de

sala para estudo

em grupo

8

1

Sim

Não

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

De acordo com os dados descritos na tabela 4, verifica-se que nem todas as

unidades de informação estão estruturadas para atender ao usuário individualmente,

considerando a disponibilização de um ambiente específico para estudo. Ou melhor,

pouco mais da metade das bibliotecas (cinco unidades de informação) não estão

estruturadas para tal finalidade. Por outro lado, a quase totalidade das bibliotecas dos

polos da UAB/UFRN (oito unidades de informação) disponibilizam aos seus usuários

espaços para que estudo em grupo possam ser realizados.

É importante destacar que no espaço físico destinado às bibliotecas dos polos,

conforme foi observado em algumas fotos no decorrer desta pesquisa, as salas destinadas

para estudo individual e em grupo corresponde tão somente a mesas e cadeiras existentes

nas bibliotecas, para fins de utilização pelos usuários. Não se trata, portanto, do que está

proposto nos Referenciais de Qualidade para EAD. Isto é, que exista espaços físicos

destinados para esta finalidade.

Aqui não vemos esse item como um problema, mas sim como algo que deve ser

repensando. Isto é, embora o Instrumento para credenciamento institucional discorra

sobre o assunto, onde o mesmo é categórico ao afirmar que se faz necessário “limpeza,

iluminação, acústica, ventilação, segurança, conservação e comodidade necessária à atividade

proposta”. (BRASIL, SINAES, Credenciamento Institucional para EAD, 2010), convém o

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99

entendimento que nossa realidade atual - o contexto social em que vivemos - e o perfil dos

usuários da EAD, também devem ser considerados.

Nesse sentido, dentro da perspectiva de melhorias nas bibliotecas dos polos da

UAB/UFRN, considerando o item salas para estudo individual e em grupo, parece-nos

correto afirmar que uma alternativa seria que alguns polos utilizem as salas de tutores

como um ambiente compartilhado com os alunos, possibilitando que estes últimos

possam utilizar estes ambientes para estudo individual (ou mesmo em grupo) e assim

terem maiores condições de obter êxito em seus estudos.

Além disso, é importante registrar que essa proposta considera a previsão de

Cunha (2008), lembrando que há quase dez anos atrás este autor afirmou ser crescente o

percentual de pessoas que estão lendo mais e copiando documentos em seus

computadores pessoais, considerando ainda que isso implicaria em uma menor

necessidade de expansão da área física de uma biblioteca. Consequentemente, haveria

uma menor exigência para um grande número de mesas cadeiras para leitura ou, nos casos

das bibliotecas dos polos, desnecessário deveria ser a obrigatoriedade ou recomendação

de construção de salas para estudo individual ou em grupo.

5.1.8 Existência de bibliotecários no polo

Um dos itens mais importantes para uma biblioteca corresponde aos seus recursos

humanos, sendo que nas unidades de informação inseridas no contexto da EAD isso não

pode ser diferente. Nesse sentido, foi questionado aos coordenadores de polo sobre a

existência de bibliotecários atuando nas bibliotecas.

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100

Gráfico 4 - Existência de bibliotecários nos polos da UAB/UFRN

Fonte: Dados da pesquisa. 2017.

De acordo com o gráfico 4, a grande maioria das bibliotecas dos polos da

UAB/UFRN não dispõe de um bibliotecário. Ou seja, 7 (sete) unidades de informação

precisam rever essa situação, buscar formas de atender esta que é uma das principais

exigências dos instrumentos normativos do MEC (Instrumento par credenciamento

institucional e Referenciais de Qualidade para EAD, por exemplo). Ainda segundo os

coordenadores dos polos: professores, com licenciatura em Letras, Pedagogia ou História;

servidor público; técnico administrativo, contratado pelo município; são alguns dos

profissionais que estão sendo responsáveis por algumas das bibliotecas dos polos.

Conforme foi comentado no decorrer desta pesquisa, o bibliotecário é um

profissional da informação que, necessariamente, deve existir em um polo de apoio

presencial. Inclusive, pode desenvolver uma efetiva contribuição para os polos e a IES

ofertante dos cursos, se for incorporado a equipe multidisciplinar da EAD. Nesse caso,

mais especificamente, se fizer parte da equipe de profissionais da SEDIS/UFRN.

A ausência deste profissional da informação implica em grandes prejuízos para o

polo, refletindo ainda para instituição ofertante dos cursos. Considera-se como maior

prejuízo, a possibilidade de o polo ser prejudicado em um processo de avaliação realizado

pelo MEC, uma vez que diversos instrumentos normativos especificam sobre a exigência

deste profissional da informação na EAD.

Além disso, sem bibliotecários atuando no polo, outros prejuízos poderão ser

facilmente identificados nessas unidades de informação, inviabilizando a tão esperada

2

7

0

2

4

6

8

Sim Não

Existência de bibliotecário no polo

Sim

Não

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101

qualidade desejada por todos. Isto é, a capacidade de uma biblioteca atender bem aos seus

usuários será quase nula com a ausência deste profissional da informação, pois sem ele:

• A biblioteca do polo não estará devidamente organizada;

• Os serviços-meio (catalogação, classificação e preparação dos livros para o acervo

e posterior empréstimo aos usuários), praticamente inexistirão;

• Os serviços-fins (normalização, elaboração de ficha catalográfica, orientação à

pesquisa, dentre outros), também não estarão disponíveis aos usuários das

bibliotecas.

É importante destacar, porém, que um bibliotecário poderia desenvolver muitas

dessas ações e ainda acompanhar o desempenho da biblioteca do polo, mesmo à distância.

Nesse sentido, a IES ofertante dos cursos poderia contribuir, através de sua biblioteca

acadêmica, possibilizando que bibliotecários desenvolvessem atividades virtuais,

apoiando ao conjunto de atores participantes dessa modalidade de ensino, além de apoiar

os auxiliares de biblioteca em sua rotina de trabalho nas bibliotecas dos polos.

Ou, mais especificamente no caso da SEDIS, unidade institucional da UFRN,

providenciaria a contratação de um bibliotecário. Este sendo incorporado a equipe

profissional multidisciplinar desta Secretaria. Essa ação possibilitaria que os diversos

atores da EAD tivessem um profissional da informação atuando em conjunto, nos

aspectos de ordem pedagógica e tecnológica, priorizando a orientação e atendimento

virtual aos discentes da EAD, considerando algumas de suas necessidades de informação,

ou mesmo acesso serviços de ordem biblioteconômica.

É importante ainda destacar que mesmo que ações dessa natureza venham a ser

adotadas pela UFRN, cada polo que ainda que não tenha em seu corpo funcional um

bibliotecário, deve solicitar junto ao seu órgão mantenedor – União, Estado ou Município

– que este profissional da informação venha a ser contratado. Além disso, é fundamental

que os demais servidores públicos ou funcionários terceirizados atuantes na biblioteca,

recebam capacitação periódica para o exercício da função.

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102

5.1.9 Existência de auxiliares de biblioteca no polo

Também foi questionado aos coordenadores de polo, se haveriam auxiliares de

bibliotecas em atividade nas respectivas unidades de informação existentes nos polos.

Neste item, os gestores dos polos tiveram ainda a oportunidade de descrever a profissão

do funcionário que estava atuando ou seria responsável pelas atividades nas bibliotecas.

Gráfico 5 - Existência de auxiliares de biblioteca nos polos da UAB/UFRN

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

É possível observar no gráfico 5 que pouco mais da metade das bibliotecas dos

polos (5;56%) afirmaram não dispor de auxiliares de biblioteca em seu corpo funcional.

Além disso, de acordo com alguns dos coordenadores que afirmaram não haver

auxiliares de biblioteca no polo, são esses os seguintes profissionais que estão

responsáveis por estas unidades de informação: “servidor público, (professora, formada

em pedagogia”; o coordenador (Letras e Português) e o secretário (História), dão suporte

à biblioteca; “pedagogo, professor”; “funcionária da UFRN, assistente em administração,

concursada. Sem qualificação profissional de bibliotecária de nível superior”.

A existência de auxiliares de biblioteca é de extrema importância para as unidades

de informação existentes nos polos. Primeiro, porque a presença deste profissional

possibilitará que a biblioteca de polo funcione em conformidade com o horário do polo,

atendendo assim as necessidades acadêmicas dos usuários da EAD. No entanto, o mais

4; 44%

5; 56%

Existência de auxiliar de biblioteca no polo

Sim Não

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103

importante, é que esses auxiliares de biblioteca estejam devidamente capacitados,

treinados para ajudar o Bibliotecário em importantes atividades, conforme descrito

abaixo5:

• Atuar na recuperação e disseminação da informação;

• Executar atividades administrativas relacionadas à rotina das bibliotecas dos polos

(atendimento ao usuário, administração do acervo, dentre outros);

• Participar da gestão da biblioteca, elaboração e realização de projetos de extensão

cultural;

• Colaborar com o controle e conservação de equipamentos e materiais

bibliográficos;

• Participar de treinamentos e programas de atualização.

No entanto, não devemos ignorar que muitas dessas bibliotecas estão alocadas em

escolas, ambiente onde, geralmente, professores podem estar atuando na biblioteca,

conforme foi destacado por alguns dos coordenadores de polo da UAB/UFRN. Nesse

sentido, convém destacar o que foi dito por Côrte e Bandeira (2011). De acordo com esses

autores o professor exerce um papel indispensável ao êxito da biblioteca escolar, à medida

que incentivam os alunos a buscarem informações na biblioteca. Com efeito, não

podemos ignorar esse fato, reconhecendo que mesmo um pedagogo – como foi

identificado em algumas bibliotecas dos polos – pode exercer um importante papel nas

unidades de informação dos polos.

Em nosso caso, isto é, considerando as bibliotecas dos polos de apoio presencial

da UAB/UFRN, consideramos que uma alternativa de ação para esta questão, é que a

SEDIS/UFRN estabeleça um grupo de trabalho, com a participação de representantes da

EAD na instituição, tendo o apoio da BCZM e do curso de Ciência de Informação da

UFRN, na perspectiva da criação de cursos periódicos para treinamento e capacitação dos

funcionários que estão exercendo atividades auxiliares nas bibliotecas dos polos.

Além disso, dada a sua importância na instituição, a SEDIS e BCZM poderiam

desenvolver ações voltadas para visitas programadas às bibliotecas dos polos, uma vez

5 Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

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104

que esse procedimento de ação contribuiria para que outras importantes atividades fossem

desenvolvidas nas bibliotecas, como uma constante análise dos usuários dessas unidades

de informação. Isto é, para que “estudos de usuários” fossem implementados e

desenvolvidos periodicamente nas bibliotecas dos polos da UAB/UFRN.

5.1.10 Utilização das bibliotecas pelos usuários

Um outro questionamento apresentado aos gestores dos polos, diz respeito à

frequência dos usuários nas bibliotecas. As percepções dos coordenadores em relação a

esse item podem ser observadas no gráfico 6.

Gráfico 6 - Utilização das bibliotecas pelos usuários dos polos da UAB/UFRN

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Podemos verificar que 89% dos coordenadores de polo afirmaram que as

bibliotecas são pouco utilizadas pelos discentes. Corresponde a um dado importante, uma

vez que muitas são as exigências do MEC em relação a estruturação dessas unidades de

informação, o que requer investimentos financeiros por parte de seu órgão mantenedor.

A pouca ou nenhuma utilização da biblioteca do polo, implica em um desperdício

de recursos físicos, materiais, tecnológicos e humanos. Com efeito, é consenso que

1; 11%

8; 89%

Utilização das bibliotecas pelos usuários

Utilizam muito Utilizam pouco

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105

qualquer gestor público que atue de forma ética em sua unidade institucional, não

compactua com o desperdício de recursos públicos, sejam estes de qualquer natureza.

Criar um ambiente mais atrativo para os usuários dos polos, inovando no ambiente

destinado à biblioteca. Essa inovação se daria, sobretudo, no aspecto físico da unidade de

informação: diminuindo a quantidade de livros desnecessários (desatualizados ou

desconformes com as disciplinas dos cursos; reduzindo a quantidade de estantes

desnecessárias; investindo em computadores ou pontos de acesso à Internet na biblioteca.

Além disso, consideramos oportuno reafirmar que “estudo de usuários” deveriam

ser realizados periodicamente, a fim de se descobrir os reais interesses do público alvo

das bibliotecas, proporcionando assim um constante processo de interação entre os

discentes e gestores do polo. Enquanto os primeiros se beneficiariam com produtos e

serviços mais compatíveis com suas reais necessidades, os segundos qualificariam os

serviços dessas unidades de informação aos seus usuários.

5.1.11 Considerações finais dos coordenadores dos polos sobre as bibliotecas

Por último, foi perguntado aos coordenadores de polo da UAB/UFRN se os

mesmos teriam algo a acrescentar, considerando o que foi discutido nesta pesquisa. Esta

última questão descrita no questionário, visou obter outras informações sobre as

bibliotecas dos polos, podendo o gestor emitir opiniões ou mesmo maiores

esclarecimentos sobre essas unidades de informação, sendo que as respostas foram

sistematizadas no quadro abaixo:

Quadro 13 - Informações adicionais dos coordenadores sobre as bibliotecas dos polos

Coordenador de polo

da UAB/UFRN

Informações adicionais sobre as bibliotecas

Coordenador A

O espaço físico é pequeno, além de faltar recursos tecnológicos,

como computadores atualizados com acesso à Internet para facilitar

o acesso dos alunos a informação, bem como um profissional da

informação da área que pudesse organizar melhor o acervo e

gerenciar melhor o espaço.

A biblioteca deste polo tem uma grande dificuldade, não temos

nenhum sistema que nos auxilie no controle de empréstimo, por

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106

Coordenador B

isso a opção mais viável é o não empréstimo. Assim, o acervo é

usado exclusivamente na biblioteca e somos cientes de que isso

descaracteriza o espaço. Também não é uma biblioteca vinculada

às Universidades que oferecem cursos UAB. Apesar disso, ela

recebeu acervo destas, contudo, há muito tempo não recebemos

nenhum tipo de investimento, nem local, nem por parte das

universidades.

Outra grande preocupação é ter uma pessoa exclusivamente para o

atendimento neste espaço, pois devido aos cortes que o município

teve que fazer (decretou estado de calamidade) também reduziu o

número de servidores ao Polo de Apoio Presencial UAB e ficamos

sem esse profissional.

Coordenador C

Acho o espaço físico inadequado, pois a biblioteca foi implantada

em um espaço que era uma sala de aula e localizada na entrada do

polo, deixando a desejar o silêncio para as atividades acadêmicas

dos estudantes.

Coordenador D

O polo ficou desde 2014 sem entrada de cursistas devido sua

pendência junto a CAPES no que se refere a estrutura. Porém foram

sanadas todas, acredito que a partir do ano em curso com novas

entradas de cursistas como está ocorrendo em 2017.1 (Letras

Espanhol) e para 2017.2 (Pedagogia, História e Geografia pela

UFRN), acredito que poderemos receber novos exemplares.

Coordenador E

O acervo, pois temos novas turmas de outros cursos que nossa

biblioteca não dispõe de livros para esta demanda. Ex.: Dicionários

- português e inglês, atlas e enciclopédia.

Coordenador F

Primeiro acredito que precise de uma formação específica para

bibliotecário e depois termos uma biblioteca informatizada.

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Conforme podemos observar no quadro 13, seis coordenadores optaram por emitir

maiores informações e esclarecimentos sobre alguns aspectos relacionados as bibliotecas

dos polos de apoio presencial da UAB/UFRN. Esses professores discorreram sobre os

seguintes aspectos: espaço físico; acervo; informatização da biblioteca; recursos

financeiros; além dos recursos humanos. A partir de tais considerações, é possível que

algumas inferências sejam estabelecidas na fase final desta pesquisa, conforme descrito

abaixo.

Em relação ao espaço físico, observa-se que dois coordenadores destacam este

como um problema para os seus respectivos polos. Aqui convém destacar o que foi dito

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pelo Coordenador C. Isto é, sobre o espaço que foi adaptado em uma sala de aula.

Percebe-se que este se apresenta como um grande problema, uma vez que, em geral, uma

sala de aula não oferece as condições necessárias para implementação de uma biblioteca:

espaço para os funcionários; disponibilização de estantes, para organização do acervo; ou

ainda disposição de ambientes específicos para realização de estudos individual ou em

grupo.

Isso, porém, se o formato de biblioteca seguir aquele padrão tradicional, onde

existe inúmeras estantes e livros – nem sempre necessários na biblioteca -; mesas e

cadeiras, dentre outros móveis que não são tão necessários nos dias atuais, considerando

principalmente o perfil dos usuários da EAD. Aqui é importante lembrar que estes

usuários nem sempre estão frequentando essas unidades de informação, para fins de

estudo. Ou seja, não seria um exagero afirmar que essas bibliotecas deverão em um futuro

próximo ganhar um novo formato, com mais investimento em tecnologia e menos

comprometimento do espaço físico.

O Coordenador E afirma que há poucos livros a serem disponibilizados aos

usuários da EAD, mencionando os materiais bibliográficos de referência como itens

necessários para biblioteca. No entanto, conforme foi visto no decorrer desta pesquisa,

muitos desses tipos de materiais se apresentam em formato virtual. Isto é, através da

utilização da Internet, o acesso a materiais de referência (dicionários, enciclopédias,

dentre outros); estão cada vez mais disponíveis no formato digital. Do mesmo modo, as

aulas de Geografia estão cada vez mais interativas, visto que plataformas como o Google

Maps, por exemplo, a cada dia aproximam o aluno de seu objeto de pesquisa, mesmo que

este esteja do outro lado do mundo.

Por fim, optamos por destacar a questão da necessidade da informatização dessas

bibliotecas, assim como a contratação de bibliotecários para atuar nessas unidades de

informação, conforme foi observado pelos Coordenadores de polo A, B e F. Com efeito,

qualquer biblioteca de polo da EAD que não esteja devidamente informatizada, terá a

qualidade de seus serviços comprometidos, uma vez que a dinâmica de empréstimo e

demais atividades meio e fins estarão longe de atender a qualquer instrumento normativo

e, principalmente, as reais necessidades acadêmicas de seus usuários.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi desenvolvido com a finalidade de analisar a realidade atual de

bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB/UFRN. Mais especificamente, além de

resgatarmos um pouco sobre a literatura do tema em questão, buscou-se investigar a

legislação em vigor sobre EAD e os instrumentos normativos MEC que credenciam e

orientam a disponibilização de bibliotecas nos polos da UAB, identificando e

caracterizando os polos de apoio presencial da UAB, onde a UFRN oferta cursos de

graduação na modalidade a distância.

É importante ainda destacar que o conhecimento sobre algumas outras

experiencias e estudos desenvolvidos sobre o tema proposto para esta pesquisa foram

significativas, uma vez que, além de demostrar ser um problema que aos poucos vem

sendo trabalhado por importantes IES, nos apresentou duas importantes estratégias de

ação que podem ser adotadas no âmbito da UFRN. A primeira diz respeito a importância

da participação da biblioteca acadêmica nesse processo, enquanto que a segunda

considera a necessidade que bibliotecários atuem diretamente nessa modalidade de

ensino, preferencialmente fazendo parte da equipe multidisciplinar de EAD.

De um modo geral, considera-se que os objetivos desta pesquisa foram

alcançados. Além da revisão da literatura sobre diversos aspectos relacionados a

Biblioteconomia e Ciência da Informação, observou-se instrumentos legais que tratam do

ensino a distância em nosso país. Dessa forma, verificou-se os instrumentos para

credenciamento, o instrumento para credenciamento institucional, os Referenciais de

Qualidade para EAD, além de Decretos que norteiam o sistema de EAD no Brasil,

destacando o recém-publicado Decreto n º 9.057 de 25 de maio de 2017 e a Portaria n°

11 de 20 de junho de 2017.

Considerando os resultados obtidos, é possível afirmar que apesar de

identificarmos alguns pontos que podem ser considerados como não muito

comprometedores, no que concerne a organização e funcionamento dessas unidades de

informação, a hipótese elaborada para esta pesquisa foi confirmada. Isso porque alguns

itens que podem ser descritos como de maior grau de importância para uma unidade de

informação desta natureza, foram considerados como negativos.

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Mais especificamente, enquanto a questão do espaço físico, do acervo (atualização

e compatibilidade com as disciplinas ofertadas nos cursos), dos produtos oferecidos, além

do espaço disponível para estudo individual ou em grupo, podem ser considerados como

pontos positivos nessas unidades de informação, os seguintes aspectos devem ser vistos

como de extrema preocupação, tanto para IES ofertante dos cursos quanto para os

coordenadores dos polos:

• Informatização das bibliotecas;

• Serviços diversos: Empréstimo entre bibliotecas, normalização de documentos,

elaboração de ficha catalográfica, orientação ao Portal de periódicos da CAPES,

dentre outros;

• Bibliotecários e auxiliares de biblioteca.

Considerando os resultados negativos acima – e mesmo os pontos positivos

apresentados - fica evidente que muitas providências precisam ser adotadas. Algumas

dessas providências pela IES ofertante dos cursos e responsável direta pelos discentes,

atores que fazem parte da comunidade acadêmica vinculada a esta instituição. Outras,

pelos gestores dos polos, também detentores de um certo grau de responsabilidade pelo

bom aproveitamento dos cursos pelos discentes. Nesse sentido, considera-se que as

seguintes sugestões podem ser oportunas, as 06 (seis) primeiras direcionadas aos

coordenadores de polo e as demais à SEDIS/UFRN:

1. Retirada de materiais bibliográficos que não contemple as disciplinas ofertadas

nos cursos, estejam desatualizados ou em péssimas condições de uso;

2. Padronização dos espaços físicos existentes nas bibliotecas dos polos, retirando

carteiras ou outros mobiliários incompatíveis com os exigidos em uma biblioteca;

3. Realização periódica de estudo de usuários dos polos, visando conhecer o perfil

desses atores, assim como suas reais necessidades acadêmicas, de informação e

utilização de produtos e serviços informacionais;

4. Busca junto as entidades mantenedoras dos polos, por maiores investimentos para

informatização e automatização dessas bibliotecas;

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5. Articulação dos gestores dos polos com seus órgãos mantenedores, com a

finalidade de solicitar a contratação de bibliotecários para os polos;

6. Solicitação de cursos e treinamento periódicos, para fins de capacitação dos

funcionários que estão exercendo atividades auxiliares nas bibliotecas dos polos.

7. Criação na SEDIS de um setor específico para que os usuários da EAD possam

ser atendidos virtualmente: Serviço de Referência Virtual (SRV) para usuários de

EAD da UFRN.

8. Contratação de um bibliotecário para atuar no setor acima descrito. Esse

profissional da informação estaria sendo inserido na equipe profissional

multidisciplinar da SEDIS/UFRN, onde produtos e serviços informacionais

poderiam ser disponibilizados de forma virtual aos usuários da EAD;

9. Inserção do curso de Ciência da Informação na EAD, possibilitando que os

discentes desse curso atuem como estagiários na SEDIS;

10. Melhoria da biblioteca digital da SEDIS, gerando novas possibilidades de acesso

a informação, através de links que direcione os usuários da EAD às diversas outras

fontes de informação científica, produtos e serviços informacionais, seguindo a

lógica de organização do site da BCZM.

As sugestões acima descritas são fundamentais para melhoria da oferta de

produtos e serviços informacionais aos usuários da EAD. Sob esta perspectiva,

compreende-se que há uma necessidade em oficializar tais recomendações no âmbito da

UFRN, dos quais foi formulado um documento (Apêndice B) para posterior

encaminhamento à SEDIS e BCZM. O encaminhamento a primeira unidade institucional

se justifica, por ser esta responsável direta pelas ações de EAD na Instituição. A segunda,

porque é referência em gestão da informação, podendo aprimorar as propostas formuladas

nesta pesquisa.

Convém ainda destacar que esta pesquisa se configura em uma primeira e

importante iniciativa no sentido de se buscar o aprimoramento de ações que viabilizem

uma melhor disponibilização na oferta de produtos e serviços informacionais aos usuários

da EAD no âmbito da UFRN. Nesse sentido, espera-se que o trabalho ora apresentado

tenha continuidade, uma vez que a EAD ainda está em processo de consolidação,

necessitando que todas suas ramificações estejam em constante processo de análise, pois

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somente assim qualquer precariedade ainda existente será combatida, assim como a

qualidade desta modalidade de ensino terá maiores possibilidades de ser assegurada.

Por fim, acredita-se na relevância do estudo para cada um dos grupos de atores

que foram descritos no início do estudo. A pesquisa com os coordenadores de polos pode

ser considerada como bastante significativa, uma vez que esses atores da EAD tiveram a

oportunidade de não apenas refletir sobre a realidade atual das bibliotecas existentes em

seus respectivos polos de apoio presencial da UAB/UFRN. Ao participarem do estudo

enquanto público alvo da investigação, contribuíram com a construção deste documento

que poderá ser utilizado por eles, na perspectiva de implementar melhorias em suas

bibliotecas, qualificando a oferta de produtos e serviços informacionais aos seus usuários.

A relevância do estudo se confirma ainda à medida que se percebeu a pouca

utilização das bibliotecas dos polos pelos usuários da EAD. Esse resultado, inclusive,

pode ser visto como uma questão que merece um estudo mais aprofundado, isso porque

os usuários da EAD são a razão de ser desta modalidade de ensino, cujo qualquer indício

de precariedade deve ser observado com um maior grau de investigação.

Ademais, considera-se que o melhor tipo de biblioteca a ser disponibilizada aos

usuários da educação a distância, que utilizam os polos de apoio presencial da UAB, são

aquelas que de forma efetiva atendam às suas reais necessidades acadêmicas e de

informação. Nesse sentido, seria interessante que a UFRN e as demais IES atuantes na

EAD, não deixando de reconhecer a importância dos instrumentos normativos do MEC,

considerassem preferencialmente o perfil do público alvo dessas unidades de informação,

a fim de ofertar produtos e serviços mais compatíveis com usuários.

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121

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS COORDENADORES DOS

POLOS UAB/UFRN

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS

INSTITUCIONAIS

Pesquisa: Bibliotecas no contexto da educação a distância

Mestrando: Luis Bouquillard Ribeiro Fernandes.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Rique Carício.

QUESTIONÁRIO

Prezado coordenador de polo de apoio presencial da Universidade Aberta do

Brasil (UAB), sou mestrando do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Processos

Institucionais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Meu nome é

Luis Bouquillard Ribeiro Fernandes, e estou desenvolvendo a pesquisa “Bibliotecas no

contexto da educação a distância”.

O estudo tem como principal objetivo identificar a realidade atual das bibliotecas

dos Polo da UAB/UFRN, sendo que utilizaremos como parâmetro de análise os seguintes

instrumentos normativos para EAD: a) Credenciamento do polo; b) Credenciamento

institucional; c) Referenciais de Qualidade para EAD, todos elaborados no âmbito do

Ministério da Educação.

A coleta de dados está sendo feita por meio deste questionário, sendo que as

informações fornecidas serão analisadas no conjunto dos demais participantes.

Corresponde a uma pesquisa exploratória e descritiva, cujos resultados serão

posteriormente apresentados à UFRN e compartilhados com os respectivos polos,

vinculados aquela IES.

Sua participação é muito importante!

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Informações sobre a biblioteca do polo

1. Existe biblioteca no polo UAB, que está sob sua coordenação?

( ) Sim ( ) Não

Em caso de resposta negativa, qual o ambiente utilizado no polo para disponibilização

dos livros e demais recursos informacionais aos usuários da EAD?

2. Qual o tamanho aproximado do espaço físico destinado à biblioteca do polo?

( ) Até 60m² ( ) Entre 60m² e 80m² ( ) Entre 80m² e 100m² ( ) Acima de 100m²

3. Como você avalia o espaço físico disponível para biblioteca do polo, considerado a

necessidade da organização do acervo e atendimento aos usuários?

( ) Adequado ( ) Inadequado

4. O acervo da biblioteca está atualizado?

( ) Concordo totalmente ( ) Concordo em parte ( ) Indiferente ( ) Discordo em

parte ( ) Discordo totalmente

5. O acervo da biblioteca é compatível com as disciplinas ofertadas nos cursos?

( ) Concordo totalmente ( ) Concordo em parte ( ) Indiferente ( ) Discordo em

parte ( ) Discordo totalmente

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6. A biblioteca está informatizada (permitindo consultas à Internet, pesquisas em

bibliotecas digitais, periódicos eletrônicos e outras fontes de informação on-line)?

( ) Sim ( ) Não

7. Assinale os produtos oferecidos pela biblioteca do polo.

( ) Livros

( ) Jornais

( ) Revistas

( ) Coleção de referência (dicionários, enciclopédias, atlas, dentre outros.

( ) Multimeios (Fitas de vídeo, CD, DVD, fotografias, mapas, etc.

Caso a biblioteca ofereça outro tipo de produto, não especificado acima, por favor

informar abaixo.

8. Assinale os serviços oferecidos pela biblioteca do polo.

( ) Empréstimo, renovação e devolução dos livros

( ) Empréstimo entre bibliotecas

( ) Orientação à elaboração de trabalhos acadêmicos

( ) Normalização de documentos

( ) Elaboração de ficha catalográfica

( ) Acesso à Internet

( ) Orientação para o acesso ao Portal Periódicos da CAPES

( ) Orientação para o acesso a bibliotecas digitais e Repositórios Institucionais

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Caso a biblioteca ofereça outro tipo de serviço, não especificado acima, por favor

informar abaixo.

9. Existe, na biblioteca, um espaço reservado para estudo individual?

( ) Sim ( ) Não

10. Existe, na biblioteca, espaço reservado para estudo em grupo?

( ) Sim ( ) Não

11. A biblioteca dispõe de bibliotecário (profissional da informação qualificado para o

gerenciamento da unidade de informação e atendimento aos usuários)?

( ) Sim ( ) Não

Em caso de resposta negativa, por favor informe a profissão do responsável pela

biblioteca (professor, servidor púbico, técnico em administração, por exemplo):

12. A biblioteca dispõe de auxiliares de biblioteca?

( ) Sim ( ) Não

Em caso de resposta negativa, por favor informe a profissão do responsável pela

biblioteca (professor, servidor púbico, técnico em administração, por exemplo):

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13. Qual a sua percepção em relação a utilização da biblioteca pelos usuários?

( ) Utilizam muito ( ) Utilizam pouco

14. Você teria algo a acrescentar sobre a biblioteca (ex.: dificuldades encontradas pelo

polo, para melhoria dessa unidade de informação; espaço físico; acervo; serviços;

recursos humanos; por exemplo)?

Obrigado por sua colaboração,

Atenciosamente,

Mestrando: Luis Bouquillard Ribeiro Fernandes

E-mail:[email protected] ou [email protected]

Celular: (84) 99641-9966

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APÊNDICE B – MEMORIAL DESCRITIVO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PROCESSOS

INSTITUCIONAIS

LUIS BOUQUILLARD RIBEIRO FERNANDES

MEMORIAL DESCRITIVO

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE PROCESSOS

INSTITUCIONAIS

NATAL – RN

2017

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1 INTRODUÇÃO

Esse memorial retrata, de forma sucinta, o meu percurso para construção de uma

proposta de ação à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), direcionada

especificamente à Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) desta Instituição e aos

seus respectivos polos de apoio presencial da Universidade Aberta do Brasil (UAB) -

denominados ainda de Polos de Educação a Distância (EAD).

2 SOBRE O AUTOR

Eu sou Luis Bouquillard Ribeiro Fernandes, natural de Alto do Rodrigues, no Rio

Grande do Norte (RN), servidor público federal, pertencente ao quadro de servidores

técnico administrativos da UFRN desde 1996. Iniciei minhas atividades profissionais

nesta Instituição no Departamento de Material e Patrimônio (DMP), sendo lotado na

Divisão de Patrimônio, onde por diversos anos exerci o cargo de chefe substituto.

Em 2008 solicitei minha remoção para o Núcleo da UFRN, no município de

Macau, no RN, sendo esta uma unidade institucional vinculada à Secretaria de Educação

a Distância da UFRN. Esta unidade institucional corresponde a um Polo de EAD, local

onde os usuários da educação a distância da Instituição encontram diversos ambientes de

apoio administrativo e acadêmico, tais como Coordenação; Secretaria; Auditório;

Laboratórios de informática; Laboratórios específicos para atender aos cursos de Química

e Física; Salas de tutores; Salas de aula; e ainda uma Biblioteca.

A partir de 2011, passei a exercer a função de Coordenador Administrativo desta

unidade, sendo responsável por toda infraestrutura, material, tecnológica e ainda de

recursos humanos. Esta função me permite estar em um constante processo de interação

com diversas unidades institucionais da UFRN, dos quais pode-se destacar: a Biblioteca

Central Zila Mamede (BCZM); algumas Coordenações de cursos de licenciatura; os

demais polos de apoio presencial da UAB/UFRN; dentre outras diversas unidades

institucionais desta universidade.

Graduado em Biblioteconomia por esta mesma Instituição, em 2003, participei

ainda do curso de Especialização em Gestão Estratégica da Informação, na Universidade

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Potiguar (UNP), em 2006. Além de outros cursos de curta duração, voltados para área de

educação a distância, optei no ano de 2015 por uma qualificação profissional, o que me

levou a participar do Mestrado Profissional em Gestão de Processos Institucionais

(MPGPI), da UFRN, na perspectiva de desenvolver uma proposta de melhorias na oferta

produtos e serviços informacionais aos usuários dessa modalidade de ensino na

Instituição.

3 SOBRE MINHA PARTICIPAÇÃO NO MPGPI

Minha participação no MPGPI foi bastante positiva, uma vez que obtive o

conceito A – conceito máximo - em mais de 94% das disciplinas ofertadas: Fundamentos

da Ética; Comunicação Institucional; Processos e Legislação Administrativa; Ética,

Cultura e Sociedade; Gestão e Tecnologia da Informação; Ética Aplicada às

Organizações; Desenvolvimento Institucional; Ética, Saúde e Trabalho; além das

disciplinas de Metodologia Científica, Seminários, Proficiência em Língua estrangeira,

Exame de Qualificação e Dissertação de Mestrado.

Em relação a esta última atividade acadêmica no curso, desenvolvi uma proposta

de pesquisa voltada à uma investigação sobre as “Bibliotecas no contexto da educação a

distância”, no âmbito da UFRN. O estudo teve um duplo propósito: o primeiro, analisar

a situação atual das bibliotecas dos polos da UAB/UFRN, utilizando como parâmetro a

Legislação em vigor sobre EAD e alguns instrumentos normativos do MEC; o segundo,

fornecer subsídios para que a UFRN possa analisar a possibilidade da implementação de

ações que viabilizem um melhor atendimento aos usuários da EAD, potenciais

utilizadores daquelas bibliotecas.

Tendo como orientador o Professor Doutor Marcelo Rique Carício, tive ainda o

apoio da Professora Doutora Patrícia Borba Vilar Guimarães, ambos da UFRN. Os

docentes supracitados participaram da Banca de Defesa da Dissertação do Mestrado,

momento que contou ainda como a participação de um examinador externo à Instituição:

a Professora Doutora Adriana Carla Silva de Oliveira, do Tribunal de Justiça do Estado

do Rio Grande do Norte.

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4 SOBRE O RESULTADO DA PESQUISA

Os resultados da pesquisa apontam que existe diversos aspectos que precisam ser

melhorados em relação as bibliotecas dos polos de apoio presencial da UAB/UFRN. Isto

é, essas unidades de informação não estão devidamente estruturadas para o atendimento

aos seus usuários, onde pode-se destacar como os mais relevantes:

• Bibliotecas não informatizadas;

• Ausência de importantes serviços, tais como: Empréstimo entre bibliotecas,

normalização de documentos, elaboração de ficha catalográfica, orientação ao

Portal de periódicos da CAPES, dentre outros;

• Ausência de Bibliotecários e auxiliares de biblioteca.

5 PROPOSTAS PARA OS POLOS DA UAB/UFRN E SEDIS

A partir dos resultados obtidos, consegui assim obter êxito em meu projeto de

pesquisa, desenvolvendo um produto final compatível com as expectativas do MPGPI.

Nesse sentido, algumas sugestões foram estabelecidas aos polos de apoio presencial da

UAB/UFRN e à SEDIS/UFRN.

5.1 POLOS DE APOIO PRESENCIAL DA UAB/UFRN

• Retirada de materiais bibliográficos que não contemple as disciplinas ofertadas

nos cursos, estejam desatualizados ou em péssimas condições de uso;

• Padronização dos espaços físicos existentes nas bibliotecas dos polos, retirando

carteiras ou outros mobiliários incompatíveis com os exigidos em uma biblioteca;

• Realização periódica de estudo de usuários dos polos, visando conhecer o perfil

desses atores, assim como suas reais necessidades acadêmicas, de informação e

utilização de produtos e serviços informacionais;

• Busca junto as entidades mantenedoras dos polos, por maiores investimentos para

informatização e automatização dessas bibliotecas;

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• Articulação dos gestores dos polos com seus órgãos mantenedores, com a

finalidade de solicitar a contratação de bibliotecários para os polos;

• Solicitação de cursos e treinamento periódicos, para fins de capacitação dos

funcionários que estão exercendo atividades auxiliares nas bibliotecas dos polos.

5.2 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEDIS)

• Criação na SEDIS de um setor específico para que os usuários da EAD possam

ser atendidos virtualmente: Serviço de Referência Virtual (SRV) para usuários de

EAD da UFRN.

• Contratação de um bibliotecário para atuar no setor acima descrito. Esse

profissional da informação estaria sendo inserido na equipe profissional

multidisciplinar da SEDIS/UFRN, onde produtos e serviços informacionais

poderiam ser disponibilizados de forma virtual aos usuários da EAD;

• Inserção do curso de Ciência da Informação na EAD, possibilitando que os

discentes desse curso atuem como estagiários na SEDIS;

• Melhoria da biblioteca digital da SEDIS, gerando novas possibilidades de acesso

a informação, através de links que direcione os usuários da EAD às diversas outras

fontes de informação científica, produtos e serviços informacionais, seguindo a

lógica de organização do site da BCZM.