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BIO CURSOS Pós-Graduação em Fisioterapia Intensiva Maira Manuele Aguiar da Silva ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA FASE I E II NA REABILITAÇÃO CARDÍACA EM PACIENTES APÓS CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCARDIO REVISÃO DE LITERATURA. Manaus 2016

BIO CURSOS Pós-Graduação em Fisioterapia Intensiva Maira … · 2017. 3. 7. · pós o uso de incentivador respiratório no pós-operatório de revascularização do miocárdio

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BIO CURSOS

Pós-Graduação em Fisioterapia Intensiva

Maira Manuele Aguiar da Silva

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA FASE I E II NA REABILITAÇÃO CARDÍACA EM

PACIENTES APÓS CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCARDIO –

REVISÃO DE LITERATURA.

Manaus

2016

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Maira Manuele Aguiar da Silva

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA FASE I E II NA REABILITAÇÃO CARDÍACA EM

PACIENTES APÓS CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCARDIO –

REVISÃO DE LITERATURA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Pós Graduação em Fisioterapia Intensiva, como pré

requisito para a obtenção de Título de Especialista,

sob a Orientação do Professor(a): Dayana Priscila

Maia Mejia.

Manaus

2016

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Atuação fisioterapêutica na fase I e II na reabilitação cardíaca em pacientes após

cirurgia de revascularização do miocárdio – Revisão de Literatura.

Maira Manuele Aguiar da Silva1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-Graduação em Fisioterapia Intensiva – Faculdade Faserra

Resumo: A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é hoje uma

intervenção frequente para indivíduos com insuficiência coronariana. A fisioterapia possui

um papel fundamental no processo de reabilitação cardíaca (RC). A RC é o somatório das

atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatias, condições

física, mental e social, fazendo-os reconquistar uma posição normal na comunidade e levar

uma vida ativa e produtiva. O estudo trata-se de uma revisão literária realizada através de

consulta às Bases de Dados: MEDLINE, LILACS e SciELO. Tem como objetivo elucidar a

atuação do fisioterapeuta na fase 1 e 2 com esses pacientes. Para a realização da pesquisa

foram utilizados os seguintes termos referente ao assunto: “Revascularização do

Miocárdio”, “Reabilitação Cardíaca”, “Conduta Fisioterapêutica”, no período de 2004 a

2016. A revisão evidenciou que a fisioterapia é altamente importante no contexto de auxiliar

os pacientes de revascularização do miocárdio e que são necessários estudos que afirmem a

atuação do fisioterapeuta.

1. Introdução

A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é hoje uma intervenção

frequente para indivíduos com insuficiência coronariana. ¹

A operação tem por objetivo, proporcionar ao indivíduo o retorno às suas atividades

normais, preservar a função do miocárdio, melhorar a qualidade de vida de pacientes com

sintomas anginosos, elevar a sobrevida de alguns subgrupos, sobretudo daqueles com alto

risco. ²

A fisioterapia possui um papel fundamental no processo de reabilitação cardíaca

(RC). A RC é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de

cardiopatias, condições física, mental e social, fazendo-os reconquistar uma posição normal

na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. ³

1. Fisioterapeuta. Pós Graduanda em Fisioterapia Intensiva na Instituição Bio Cursos em Manaus, Amazonas.

2. Orientadora: Fisioterapeuta, professora orientadora na Instituição Bio Cursos em Manaus, Amazonas.

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Os tratamentos fisioterapêuticos baseiam-se em procedimentos simples, e que

auxiliam os pacientes tenham alta hospitalar precocemente após a cirurgia, sem a perda da

capacidade funcional. 4

Com essas afirmativas, essa revisão de literatura tem como objetivo elucidar as

melhorias que a fisioterapia fornece, enfatizando a fase I e II, e ressaltar sua importância na

reabilitação cardíaca com esses pacientes.

2. Fundamentação Teórica

A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM), há mais de duas décadas,

possibilitou nova e eficaz terapêutica a pacientes com doença aterosclerótica avançada, com

alívio sintomático em grande número de pacientes e aumento de sobrevida em alguns

subgrupos. 5

A CRM é a restauração do transporte sanguíneo através de um conduto, realizada em

pacientes com insuficiência cardíaca, consequência da irrigação sanguínea ao miocárdio

causada pela obstrução aterosclerótica de artérias coronarianas. 6

O procedimento foi desenvolvido em 1960 e causou um grande impacto e mudanças

no tratamento do doente arterial coronariana. A cirurgia é uma opção com indicações precisas

e com bons resultados a médio e longo prazo, proporcionando a remissão dos sintomas

anginosos e contribuindo para o aumento da expectativa de vida e melhora da qualidade de

vida de pacientes portadores da doença. 2,7

As síndromes coronarianas podem ser definidas como indicativo cirúrgico são:

Angina estável crônica - Angina que pode ser tratada com medicação oral e/ou procedimento

transcutâneo; Angina instável - Angina na presença de isquemia miocárdica, a qual necessita

internação hospitalar e uso de medicação intravenosa; Instabilidade hemodinâmica - (edema

agudo de pulmão, hipotensão e insuficiência mitral); Angina em repouso com alteração do

segmento ST-T- De, no mínimo, 1mm e disfunção ventricular esquerda preexistente; Infarto

do miocárdio - Infarto transmural; Infarto subendocárdico - Com evidências de necrose

miocárdica e ECG sem novas ondas “Q”; Choque cardiogênico - Caracterizado pela pressão

sistólica < 80mmHg, PVC > 20mmHg, índice cardíaco < 1,8 l/min/m², com necessidade do

uso de drogas inotrópicas e balão intra-aórtico no momento da cirurgia, para manter a pressão

sistólica > 80mmHg.8

O procedimento cirúrgico de revascularização do miocárdio, pode levar a algumas

complicações, como a reação inflamatória sistêmica, hemodiluição, hipotermia e diminuição

do débito cardíaco, do fluxo urinário e também da complacência pulmonar. A diminuição da

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capacidade pulmonar total e de suas subdivisões são devido à depressão do movimento

respiratório causada tanto pela anestesia quanto pela técnica cirúrgica.4, 9

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a reabilitação

cardiovascular é o conjunto de atividades necessárias para assegurar às pessoas com doenças

cardiovasculares condição física, mental e social ótima, que lhes permita ocupar pelos seus

próprios meios um lugar tão normal quanto seja possível na sociedade.10

Os pacientes aptos para a reabilitação cardiovascular são aqueles que apresentam

pelo menos um dos seguintes quadros cardiovasculares, como: Infarto agudo do miocárdio

(IAM)/Síndrome coronariana aguda (SCA); Cirurgia de revascularização miocárdica;

Angioplastia coronária; Angina estável; Reparação ou troca valvular; Transplante cardíaco ou

cardiopulmonar; Insuficiência cardíaca crônica; Doença vascular periférica; Doença coronária

assintomática; Pacientes com alto risco de doença cardiovascular.10

A fisioterapia tem sido considerada um componente fundamental na reabilitação de

pacientes com doenças cardiovasculares com o intuito de melhorar o condicionamento

cardiovascular e independência física e segurança para alta hospitalar e posterior recuperação

das atividades de vida diária. 4,11.

A Fisioterapia possui um papel fundamental no processo da reabilitação cardíaca, na

fase 1, o fisioterapeuta deve trabalhar com exercícios físicos de baixa intensidade e também

educar o paciente quanto os fatores de risco associados. Na fase 2, o programa das atividades

deve ser individualizado, em termos de intensidade, duração, frequência e modalidade de

treinamento em progressão dos exercícios.12

A fisioterapia motora tem grande significado para o desenvolvimento da capacidade

respiratória, procurando evitar atelectasias, tromboembolismo e alterações venosas no

membro inferior. A mobilização precoce reduz os efeitos prejudiciais do repouso no leito e

maximiza a velocidade em que as atividades habituais podem ser reassumidas. 12

3. Metodologia

O presente estudo trata-se de uma revisão literária realizada através de consulta às

Bases de Dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE),

Literatura Latino Americano do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific

Eletronic Library Online (SciELO). Para a realização da pesquisa foram utilizados os

seguintes termos referente ao assunto: “Revascularização do Miocárdio”, “Reabilitação

Cardíaca”, “Conduta Fisioterapêutica”.

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Foram apreciados artigos científicos de língua portuguesa publicados no período de

2004 a 2016. Artigos que envolviam estudos randomizados, estudos que envolviam as

palavras chaves, juntamente com programas de reabilitação pertinentes ao tema.

Para a seleção dos artigos, primeiramente, foi realizada a leitura dos resumos

resultantes das pesquisas às bases de dados. Foram obtidos aqueles considerados relevantes. E

após a análise foram estabelecidas uma tabela para melhor apresentar os resultados.

4. Resultados e Discussão.

Através das buscas nos bancos de dados citados anteriormente, foram encontrados 87

artigos voltado com o tema e usando a palavra-chave: “Revascularização do Miocárdio”,

“Reabilitação Cardíaca” e “Conduta Fisioterapêutica”. Porém de acordo com os critérios de

inclusão, artigos de 2004 a dias atuais e temas que enfatizavam protocolos e atuação do

fisioterapeuta na fase 1 e 2, foram pré-selecionados 22 artigos. Foram excluídos 14 artigos,

pois seus dados eram repetitivos. Totalizando 08 artigos para discussão. Como mostra a tabela

abaixo.

AUTOR E ANO ESTUDO RESULTADO

Bertol Et Al, 2008 Fisioterapia convencional versus

terapia EPAP no pós operatório de

revascularização do miocárdio.

A terapia no EPAP associada a

Fisioterapia convencional

respiratória não demonstrou

superioridade no pós-operatório

de forma imediata.

Renault Et Al, 2009 Exercícios de respiração profunda

e espirometria de incentivo no pós-

operatório de revascularização do

miocárdio.

Não houve diferença significativa

nas pressões respiratórias

máximas, variáveis expirométricas

e saturação de ox entre pacientes

submetidos a exercícios de

respiração profunda e

espirometria de incentivo.

Garbossa Et Al, 2009 Efeito de orientações

fisioterapêuticas sobre a ansiedade

de pacientes submetidos a cirurgia

de revascularização do miocárdio.

Com as orientações, os escores de

ansiedade foram mais baixos antes

da cirurgia. E os pacientes que

foram orientados após cirurgia,

tiveram menos tempo internados.

Hinterholz Et Al, 2011 Fisioterapia respiratória pré-

operatória (exercícios metabólicos,

respiratórios e treino muscular

Não houve diferença nas medidas

de força muscular respiratório e

ventilometria no pré e pós,

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respiratório, com manobras de

reexpansão pulmonar,

espirometria de incentivo e

treinamento muscular com o

Threshold.

comparado ao grupo controle.

Matheus Et Al, 2012 Treinamento muscular melhora

volume corrente e a capacidade

vital pós-operatório (Uso do

Thresould e fisioterapia

convencional).

Redução significativa em todas as

variáveis mensuradas no pós-

operatório, comparado ao pré-

operatório.

Zangerdano Et Al, 2013 Efeito da inspirometria de

incentivo a fluxo

O incentivador respiratório a fluxo

associado a restauração das

capacidades vitais não é tão

efetivo. Porém, a fisioterapia

respiratória se mostrou efetivo na

manutenção do volume corrente e

do volume minuto após a cirurgia.

Rocha Et Al, 2013 Variáveis cardiorrespiratória e

expansibilidade de torácica antes e

pós o uso de incentivador

respiratório no pós-operatório de

revascularização do miocárdio.

Foi eficaz na melhoria na

expansibilidade torácica, sem

interferir nas variáveis

cardiorrespiratórias. Com o

aumente da frequência respiratória

e cardíaca.

Cavalcante Et Al, 2014 Impacto da fisioterapia intensiva

no pós-operatório de

revascularização do miocárdio.

(avaliação clinico, avaliação

pulmonar e função cognitiva).

Melhora na função cognitiva no

período do pós-operatório e com

pacientes que obtiveram mais

número de sessões realizadas.

Bertol Et al1, realizou um ensaio clinico randomizado, com 54 pacientes com cirurgia

de revascularização do miocárdio. Dividiu em dois grupos: o primeiro grupo com fisioterapia

convencional (FCO) e o segundo grupo, além da FCO, com o uso do EPAP. Usando a

espirometria, vacuômetria e radiografia de torácica no pré-operatório, 2º e 6º semana de pós-

operatório. As análises de variância dos valores de espirometria e de manovacuometria

mostrou variação significativa entre os momentos pré-operatório, 2º PO e 6º PO,

independente de técnica, (p≤0,001). Todas as variáveis mostraram menores para os grupo com

terapia de EPAP, com significância estatística no 2º PO para volume expiratório forcado no

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primeiro segundo (VEF1) e capacidade vital forçada (CVF), e no 6º PO também para a CVF e

para pressão expiratória máxima (PEM).

Há uma anormalidade na mecânica pulmonar causada pela cirurgia cardíaca, que é

caracterizado pela redução da capacidade vital e da capacidade residual funcional1. A

fisioterapia é utilizada na prevenção e tratamento de complicações pós-operatórias como:

retenção de secreções, atelectasias e pneumonia17.

Renault Et al13, realizou um estudo com 36 pacientes, sendo aplicado a ventilação

não invasiva por dois períodos de 30 minutos durante as primeiras 24 horas pós-extubação e

distribuídos em dois grupos. Um com exercício de respiração profunda (ERP) e outra com

espirômetro de incentivo de fluxo (EI). Sendo avaliado espirometria no pré-operatório e no

sétimo dia pós-operatório, e a força muscular respiratória e saturação de oxigênio no pré,

primeiro, segundo e sétimo dia do pós-operatório. Observou-se uma queda da CFV pré-

operatória e no 7º dia pós-operatório em todos os casos. Não houve diferença dos valores

referente a capacidade vital forçada e o volume expiratório forçado de primeiro segundo e do

pré-operatório e do 7º DPO. Sem diferença também nos valores de força da musculatura

respiratória entre o pré-operatório, 1º, 2º e 7º DPO. Quanto a saturação, não houve queda na

fase pré-operatória, porém houve queda comparado ao pré-operatório e 2º DPO, aumentou

estatisticamente comparado do 2º e 7ºDPO.

Em relação a ansiedade, Garbosa Et al7, realizou um ensaio clinico randomizado com

51 indivíduos, 27 sendo grupo controle e 24 com a utilização da intervenção. Foram avaliados

nível de ansiedade e de dor no período pré e pós-operatório. O grupo que foi utilizado a

intervenção, foram orientados sobre os procedimentos cirúrgicos e exercícios respiratórios. O

resultado é bem evidente que os pacientes orientados, quanto aos exercícios ventilatórios

fisioterapêuticos e da rotina hospitalar tiveram menores níveis de ansiedade e dor, quanto

comparado ao grupo controle. Porém no pós-operatório, todos os grupos tiveram seus níveis

de ansiedade reduzidos. Para Cavenaghi et al.17, a fisioterapia pré-operatória em cirurgia

cardíaca inclui avaliação funcional orientação dos procedimentos e a relação com a

capacidade respiratória, além de analisar os riscos de possível complicações no pós-

operatório.

Voltado para fisioterapia respiratória no pré-operatório, Hinterholtz Et Al.15, analisou

12 pacientes e dividiu em dois grupos, um de intervenção e grupo controle, e, analisaram a

força muscular com o manovacuômetro, o ventilômetro para avaliar o volume corrente (VC) e

volume minuto (VM), fizeram medições da circunferência abdominal. Não houve diferença

estatística nos valores de força respiratória e ventilometria, todos os pacientes não

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necessitaram de ventilação não invasiva, e o grupo controle apresentou menos problemas por

possuir um maior número de sujeitos que praticavam atividades físicas antes da cirurgia.

Nesse estudo também enfatiza que intervenções diárias com pacientes de revascularização do

miocárdio, há uma melhora muito significativa, ressaltando a importância do fisioterapeuta

acompanhando esses pacientes regularmente.

De acordo com as diretrizes de reabilitação cardíaca, o estilo de vida sendentária

ocasina um risco duplamente elevadoa esses pacientes, havendo redução de 20% a 25% de

risco de morte.8

Matheus Et al.16, realizou um estudo randomizado, incluindo 47 pacientes e divididos

em dois grupos, o de controle e o de estudo, o grupo de estudo foi submetido a fisioterapia

convencional e ao treinamento muscular inspiratório com threshold e o grupo controle à

fisioterapia convencional. Foram comparadas as pressões respiratórias máximas (PIMÁX E

PEMÁX), volume corrente (VC), capacidade vital (CV) e pico de fluxo expiratório (PEAK

FLOW) no pré-operatório (Pré-OP), 1º e 3º dias de pós-operatório. Foi observado a redução

significativa em todas as variáveis mensuradas no PO1, quando comparadas ao pré-

operatório, nos dois grupos estudados, Pimáx (P<0,0001), Pemáx (P<0,0001), VC: Grupo

estudado (P<0,0004) e Grupo controle: (P< 0,0001) e CV Grupo estudado: (P<0,0001) e

Grupo controle: (P<0,0001) e peak flow (P<0,0001). No PO3, o grupo estudado apresentou

em comparação ao grupo controle, maior valor de CV, GE 1230,4 ± 477,86 ml vs. GC 919,17

± 394,47 ml (P= 0,0222) e VC Grupo estudado 608,09 ± 178,24 ml vs. Grupo controle 506,96

± 168,31 ml (P=0,0490).

Zangerolano Et al.5, que analisou o efeito da espirometria de incentivo a fluxo após

revascularização do miocárdio. Um grupo foi submetido a FRC e realizaram 3 séries de 10

repetições para cada exercício respiratório de reexpansão pulmonar. E o outro grupo realizou

a FRC com o uso do incentivador respiratório a fluxo, realizando também3 séries de 10

repetições. O resultado foi que houve um aumento significativo da FR no grupo de FRC+IR,

houve manutenção do volume corrente e volume minuto para ambos os grupos. A capacidade

vital houve redução significativa para ambos os grupos.

Rocha Et al.14, realizou um estudo com 12 pacientes sendo avaliado as variáveis 5

minutos antes e 5 depois após o uso de incentivador respiratório, realizou a orientação do

incentivador respiratório e posicionamento na sedestação no leito com elevação da cabeceira

de 60º, realizando em sequência 10 séries de 10 repetições com intervalo de 1 minuto de

descanso entre as séries. Avaliou-se então a FC, FR, PA, Spo2, expansibilidade torácica. Suas

observações demonstram que houve um aumento da FR comparado aos valores de antes e

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após a utilização do incentivador. Houve aumento dos valores de FC também. A saturação

não houve diferenças. A PA antes a aplicação do teste foi inferior referente após a intervenção

e a expansibilidade torácica houve um aumento após o uso do incentivador.

Cavalcante Et Al.9, também analisou o impacto da fisioterapia intensiva no pós-

operatório de revascularização do miocárdio. Um estudo randomizado realizando testes de

função pulmonar e neuropsicológicos. Totalizando com 39 pacientes. 20 pacientes tendo uma

sessão de fisioterapia por dia e 19 pacientes foram submetidos a 3 sessões de fisioterapia por

dia. As alterações da função pulmonar não diferiram significativamente entre os grupos,

entretanto não ocorreu com a função neurocognitiva, que apresentou uma queda no grupo 1,

mas não no grupo 2.

5. Conclusão

Os dados demonstrados nesse estudo, mostrou que a fisioterapia tem um papel de

minimizar o dano aos pacientes que realizaram a cirurgia de revascularização do miocárdio.

Melhorando a eficiência da capacidade funcional do paciente e consequentemente

melhorando sua qualidade de vida, tendo alta hospitalar mais rápido e gerando menos custos

hospitalares.

É de extrema importância que os estudos voltado a esse tema continue sendo

realizado, com o objetivo de formular novos protocolos de reabilitação cardíaca, com o intuito

de auxiliar a área de saúde, e principalmente esses pacientes.

6. Referências

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