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Biossegurança em Quimioterapia na Clínica Veterinária Cláudio Mafra Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular Universidade Federal de Viçosa

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Biossegurança em Quimioterapiana Clínica Veterinária

Cláudio MafraDepartamento de Bioquímica e Biologia Molecular

Universidade Federal de Viçosa

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Médico Veterinário (UFV, 1988) (CRMV-MG)Mestrado em Parasitologia (UFMG, 1991)Doutorado em Bioquímica (UFRGS, 1998)Pós-Doutorado (UTMB, WHOCCTD / CBB / GNL, 2001, 2004, 2010-2011)

Professor Associado IIIDepartamento de Bioquímica e Biologia MolecularUniversidade Federal de Viçosa – MG

Interação molecular Parasito-Hospedeiro16 orientados: 8 DSc, 3 MSc, 4 ICs, 1 PD

Bioquímica e Biologia MolecularBioinformáticaBiossegurançaEpidemiologia Molecular

Editor Científico da Revista do CFMV (2009-...)Editor Científico Assistente da RBPV (2004-...)

Consultor da OPAS, da Fapesp, do MS e SESEnfermidades emergentesAgentes veiculados por carrapatos e pulgas

Bolsista Produtividade CNPq Nível 2

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BIOSSEGURANÇA

BIORISCOBIOCUSTÓDIA

SAÚDE OCUPACIONAL

BIOPROTEÇÃO

BIOCONTENÇÃO

BIOPREVENÇÃO

Multirelação de Conceitos

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Bioagente ou agente biológicoTodo aquele que contenha informação genética e seja capaz de autorreprodução ou de se reproduzir em um sistema biológico, seja este animal, humano ou vegetal, sejam bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos ou artrópodes

Produto tóxicoTodo produto que contém uma substância química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função fisiológica e, ou, levando o sistema à falência e morte

BioconfiançaConjunto de sistemas e procedimentos para salvaguardar agentes biológicos ou químicos contra furto, roubo, perda, desvio, acesso ou uso não autorizado, garantindo que estas ações sejam conduzidas de maneira segura e confiável, englobando neste conceito a biossegurança, a bioproteção e os controles de pessoa e material

BioproteçãoConjunto de ações que visam minimizar o risco de uso indevido, roubo e, ou, a liberação intencional de material com potencial risco a saúde humana, animal e vegetal

BiossegurançaConjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam, de foram não intencional, comprometer a saúde humana, animal e vegetal

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Barreiras de Contenção

- Equipamentos de proteção Individual

- Cabines de Segurança Biológica

- Envase primário de contenção

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Classes de Cabines

- Cabine de fluxo laminar (Horizontal ou Vertical)

Para manipulação de produtos não tóxicos

Proteção do produto

- Cabine de segurança biológica (Classes I, II, III)

Para manipulação de produtos tóxicos e/ou com risco de infecção

Proteção do usuário e ambiente

Proteção do produto, do usuário e do ambiente

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Cabine de Fluxo Laminar Horizontal

Cabine de Fluxo Laminar Vertical

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Cabines de Segurança Biológica

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Tipo A1Uso recomendado estritamente para trabalhos que apresentem materiais contaminados particulado

Tipo A2Uso recomendado para trabalhos que apresentem material contaminado particulado ou baixa concentração de substâncias químicas voláteis ou tóxicas provocando pequena geração de vapor ou gases

Tipo B2Uso recomendado para trabalhos que apresentam material contaminado particulado ou substâncias químicas voláteis ou tóxicas provocando geração de vapor ou gases

Cabine de Segurança Biológica - Classe 2

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Classe II Percentual de ar recirculado

Percentual de ar exaurido

Exaustão requerida

Tipo A1 70% 30% Dentro da sala

Tipo A2 30% 70% No ambiente externo

Tipo B2 0% 100% Remota e externa, com caixa de exaustão

Uso obrigatório de CSB Classe II B2, paramanipulação anti-neoplásicos(ANVISA 2004)

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1- Instalação

2- Certificação periódica

3- Boas práticas

4- Desinfecção / Descontaminação

Cuidados com Cabine de Segurança Biológica

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Riscos na Manipulação de Quimioterápicos

Produtos com potencialGenotóxicoCarcinogênicoTeratogênicoTóxico sobre sistema reprodutor

Potencializados pela associação de medicamentos anti-neoplásicos

1- Alteração ciclo menstrual

2- Ocorrência de aborto

3- Malformações congênitas e danos ao DNA

4- Infertilidade

5- Potencial mutagênico

6- Lesões hepáticas

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Antineoplásico Indicação Toxicidade

Ciclofosfamida Leucemias, tumor oral, carcinomas,linfoma maligno, mielomas múltiplos,tumores mamários e ovarianos,neuroblastoma, retinoblastoma, linfomadérmico

Carcinogênica. Hematológica (Leucemia)

Lomustina Neoplasias cerebrais, linfomas,mastocitomas, mielomas múltiplos,câncer de pulmão e tratogastrointestinal

Carcinogênica. Leucemia, Mielossupressão,neutropenia e trombocitopenia tardia, Sinaisgastrointestinais, Hepatotóxico

Vincristina Tumor venéreo transmissível do cão Alterações neurológicas, dérmicas,hematológicas e gastrointestinais

Doxorrubicina Toxicidade cardíaca, renal e hematológica

Cisplatina Fibrossarcoma, osteossarcoma,carcinomas primários e secundários decabeça, pescoço, bexiga, próstata,carcinomas de cavidade oral e daderme, adenocarcinoma nasal etc

Nefrotóxica. Alterações renais, hematológicas e gastrointestinais

Carboplatina Osteossarcoma, carcinoma deglândulas mamárias

Mielossupressão, toxicidade gastrointestinal, neuropatia periférica

Antinflamatóriosesteroidais(Corticóides)

Linfosarcomas, mastocitomas eleucemias

Carcinogênico. Mielossupressão

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Anti-neoplásicos mais utilizados na clínica veterinária

VincristinaInibidora de mitoseGenotóxica e teratogênicaEfeitos sobre sistema reprodutorTumor Venéreo Canino, Leucemia Aguda, Linfomas linfocíticos, Sarcomas, Carcinomas

CiclofosfamidaAção CitostáticaGenotóxica, carcinogênica e teratogênicaEfeitos tóxicos sobre o sistema ou função reprodutivaLinfomas, Melanomas, Leucemias, Tumores malígnos sólidos,Doenças auto-imune

DoxorrubicinaGenotóxica e teratogênicaLeucemias, Carcinomas e SarcomasAlteração DNA produzindo radicais livres

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Exposição a agentes antineoplásicos

Contaminação ambientalVias respiratóriasContato direto com pele e mucosas

Formação de aerosóis / Derramamentos / Gotículas

Remoção das soluções dos frascosAbertura de ampolasTransferência de soluçõesRetirada de ar das seringasFracionamento de comprimidos

Sinais/Sintomas mais frequentes Intoxicação aguda(Exposição ocupacional)

CefaléiaNáuseasVômitosIrritação de pele e mucosaReações alérgicasAlopécia

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Recomendação na Manipulação de Quimioterápicos

Uso de medidas de segurança na manipulação, quer seja no preparo, na administração, no descarte do material ou no manuseio de produtos de uso e excretas dos pacientes (incluindo orientações ao proprietário)

Uso de EPIs

Uso de Cabine de Segurança Biológica

Área de preparo de quimioterápicos de ser isolada e restrita

Apenas envolvidos com manipulação de medicamentos tem acesso

Limpeza terminal semanalmente

Refeições e cosméticos terminantemente proibidos

Atividade não permitida a técnicos e auxiliares

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ABNT - NBR7500 de 04/2013Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos

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EPIs

- Luvas de látex ou polipropileno (duplas), sem talco, descartáveis

- Avental descartável, com mangas longas, fechados na parte frontal, punhos com elásticos e baixa permeabilidade

- Máscaras com proteção de carvão ativado (filtro químico)

- Óculos de proteção, com bloqueio lateral

- Touca descartável

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Preparo da Cabine de Segurança Biológica

- Ligar e esperar, mínimo, 15 minutos para expurgar e equilibrar a CSB

- Ligar UV, mínimo, 15 minutos

- Desinfectar a CSB (Álcool 70%)

- Desinfectar todo o material que será inserido para trabalho na CSB (Álcool 70%)

- Ao finalizar o trabalho

- Desinfectar com álcool 70%- Descontaminar

- Hipoclorito de sódio 2%- Tiossulfato de sódio 1%

- UV, mínimo, 15 minutos

- Desligar após mais 15 minutos

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Descarte seringas, ampolas, agulhas, luvas etc.

Pérfuro-cortantes e seringas Descarte em contêiner próprioLixo tóxico

Conectores, equipos de aplicação, papéis absorventes, luvas etc.Lixo infectadoLixo tóxico

Manuseio cobertas e excretas do paciente

Identificação própria e rotina separada na lavanderia

Uso de luvas no manuseio de urina e excretas do paciente (primeiras 48 horas)

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Condutas em caso de acidentes

- Troca de luvas

- Derramamento / GotículasBicarbonato de sódio 8,4% (mínimo, 5')

Hipoclorito de sódio 2%Tiossulfato de sódio 1%

- Contato com o medicamentoPele

Íntegra: lavar com sabão ou solução de peróxido de hidrogênioLesionada: Peróxido de hidrogênio 3%

OlhosLavar com água corrente, mínimo, 15'

Comunicar responsável pelo setorProcurar por assistência médica

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Programa Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PRGSS)- Lei no. 6.938, 1981- Resolução da Diretoria Colegiada (RDC no. 306), ANVISA, 2004- Resolução no. 358, MMA/CONAMA, 2005

Classificação de Resíduos dos Sistemas de SaúdeResíduos do Grupo A1 (Infectante- Cultura e estoques de microorganismos)Resíduos do Grupo A2 (Infectante- Carcaças e peças anatômicas)Resíduos do Grupo A3 (Infectante- Peças anatômicas humanas e produtos de fecundação)Resíduos do Grupo A4 (Infectante- Linhas arteriais, endovenosas e dialisadoras, filtros de ar, amostras de laboratório, materiais sem sangue, peças anatômicas e resíduos cirúrgicos, bolsas transfusionais vazias, carcaças e órgãos de animais não submetidos a experimentação)Resíduos do Grupo A5 (Infectante- Órgãos, tecidos, fluidos, materiais perfuro-cortantes … suspeitos de contaminação por prions)Resíduos do Grupo B (Risco químico)Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos, NBR 14725/ABNT, Decreto/PR 2657/98Estado Sólido não tratados, dispostos em Aterro de Resíduos Perigosos – Classe IEstado Líquido devem ser submetidos a tratamento específico, não sendo permitido encaminhar para disposição final em aterros sanitáriosVasilhame adequado, identificado através do símbolo de risco associado (NBR 7500/ABNT), descrição da substância química e frases de riscoResíduos do Grupo C (Rejeitos radioativos)Resíduos do Grupo D (Papéis, metais, vidros, plásticos e resíduos orgânicos (Resíduos líquidos de esgoto e águas de SS, resíduos orgânicos, flores, podas, sobras de alimento sem contato com fluidos e excreções))Resíduos do Grupo E (Perfurocortantes – NBR 13853/1997, ABNT)

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RESOLUÇÃO - RDC No 220, DE 21 DE SETEMBRO DE 2004

Regulamento Técnico de funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica

Infração de natureza sanitária

Esta norma é aplicável a todos os estabelecimentos públicos e privados do país que realizam atividades de Terapia Antineoplásica (TA).

Acidente Ambiental em Terapia Antineoplásica: contaminação do ambiente gerada pelo derramamento dos medicamentos da terapia antineoplásica.

Acidente Pessoal em Terapia Antineoplásica: contaminação pessoal gerada por contato ou inalação dos medicamentos da terapia antineoplásica em qualquer das etapas do processo.

Cabine de Segurança Biológica (CSB): equipamento de proteção coletiva, com insuflamento e exaustão completa de ar para proteção do produto, das pessoas e do ambiente.

Controle da Qualidade em Terapia Antineoplásica: conjunto de operações (programação, coordenação e execução) com o objetivo de verificar a conformidade dos processos e produtos da Terapia Antineoplásica.

Equipamento de proteção individual (EPI): dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Terapia Antineoplásica (TA): conjunto de procedimentos terapêuticos medicamentosos aplicados ao paciente oncológico ou a quem deles necessitar.

Define atribuições, condições de funcionamento, infraestrutura, transporte, acondicionamento, manipulação e utilização destes medicamentos; Descarte de resíduos; Boas práticas de preparação de terapia antineoplásica; Utilização de equipamentos de proteção coletiva e individual; Biossegurança

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RDC 220, 2004. ANVISA.Regulamento Técnico de funcionamento para os serviços de terapia antineoplásica

Resolução no.1015, 2012. CFMV.Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários

X

NR 32, 2004. MTE.Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde.

Manipulação quimioterápicos

Riscos quimioterapia serviços veterináriosEstabelecimentos veterinários com diversos fatores de risco à saúde humana(arranhaduras e mordeduras, agentes físicos, biológicos e químicos)

Pouca atenção dos órgãos de fiscalização e dos próprios médicos veterinários(apenas 1 em 70 declarou realização exames médicos periódicos – Silva et al., 2013)

Situação de risco constantePacientesMédicos veterináriosAuxiliaresProprietários

Referência técnica para o funcionamento dos serviços veterinários (2010, ANVISA)Ações de Vigilância Sanitária mais eficazes, tratando da prevenção de riscos à saúde ocupacional, dos aspectos de higiene e limpeza do ambiente interno e do gerenciamento de resíduos

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REFERÊNCIA TÉCNICA PARA O FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS VETERINÁRIOS

Brasília, 04 de março de 2010

Esse documento não tem qualquer poder legal, sendo apenas material de referência para que estados e municípios elaborem e instituam legislações locais a respeito do assunto tratado

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OBJETIVOS

Orientar as gestões estaduais e municipais que ainda não implantaram em suas respectivas estruturas gerenciais as atividades voltadas para a supervisão e controle dos serviços veterinários, sugerindo procedimentos que atendam a realidade de cada unidade federada sem impor pré-condições formais ao seu desenvolvimento e ao mesmo tempo qualificando sua operacionalização tendo como princípio a legislação vigente.

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COMPETÊNCIAS

A atuação da Vigilância Sanitária (VISA) sobre os estabelecimentos deAssistência Veterinária como Ambulatórios, Consultórios, Hospitais, ClínicasVeterinárias, Pet Shops e outros estabelecimentos que prestam serviços ecomercializam produtos para animais de estimação, suscita discussões e diferentesentendimentos sobre qual, ou quais órgãos possuem competência legal parafiscalizar a estrutura física e outras condições referentes ao funcionamento destesestabelecimentos, os quais variam de estado para estado, de município paramunicípio.

Depreende-se da legislação sanitária vigente, portanto, que à VigilânciaSanitária compete, principalmente, atuar sobre estabelecimentos de assistência eserviços veterinários em questões sanitárias legais vigentes relacionadas àprevenção de riscos e agravos à saúde humana, limpeza e higiene do local,proteção do meio ambiente; condições de exposição ambiental e ocupacional dasradiações ionizantes; fiscalização de Plano de Gerenciamento para resíduosquímicos e infectantes e condições dos medicamentos de linha humana com registrono Ministério da Saúde.

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ATUAÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

As ações da Vigilância Sanitária sobre estabelecimentos de assistência veterinária voltadas para a Saúde Humana (trabalhadores, clientela, população) tratam especialmente dos aspectos referentes à:

- Prevenção de riscos e agravos à saúde do trabalhador (PPRA, PCMSO, fiscalizar procedimentos, processos, estrutura física, equipamentos e substâncias que interfiram na saúde do trabalhador e cumprimento da NR 32 do MTE);

- Limpeza e higiene do local, visando à segurança e o bem estar dos trabalhadores, clientela e proteção do meio ambiente; Esse documento não tem qualquer poder legal, sendo apenas material de referência para que estados e municípios elaborem e instituam legislações locais a respeito do assunto tratado;

- Fiscalização das condições de exposição ambiental e ocupacional das radiações ionizantes nos estabelecimentos quepossuam equipamentos de Raios X para fins de diagnóstico por imagem;

- Abastecimento de Água e Proteção do Meio Ambiente através da adequação e fiscalização de Plano de Gerenciamento de resíduos sólidos e de saúde (resíduos e materiais contaminados, disposição e armazenamento de resíduos de forma segura para o trabalhador e meio ambiente);

- Condições dos medicamentos de linha humana – com registro no Ministério da Saúde, utilizados em estabelecimentos médicos veterinários.

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LIBERAÇÃO SANITÁRIA DOS ESTABELECIMENTOS

Possuir PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - atualizado (NR 9 e NR 32/ MTE);

Possuir PCMSO - Programa de Controle Médico Saúde Ocupacional – de acordo com as exigências previstas na NR 7 quanto ao número de funcionários e grau de risco da atividade;

Cumprir com as normas para guarda e controle de medicamentos sujeitos a controle especial;

Possuir PGRSS - Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde - (Resolução CONAMA 358/2005, Resolução ANVISA, RDC 306/2004 e demais legislações locais e Complementares que regulamentem a matéria).

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DA INSPEÇÃO PELA EQUIPE DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Condições Sanitárias Gerais

Gerenciamento de efluentes e programa de gerenciamento de resíduos de saúde

- Gerenciamento de Resíduos de Serviços de SaúdeDevem cumprir, no mínimo, determinações

Resolução RDC ANVISA 306/2004Resolução CONAMA 358/2005

- Acondicionamento de ResíduosRDC ANVISA 306/2004NBR 9191 ABNT

- Identificação de ResíduosRDC ANVISA 306/2004

Grupo B – QuímicosIdentificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco.

Grupo E – Resíduo Perfurocortante

Identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR- 7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de “RESÍDUO PERFUROCORTANTE”, indicando o risco que apresenta o resíduo.

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Resolução 1015/2012, CFMV: Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários;

Resolução 923/2009, CFMV: Dispõe sobre procedimentos e responsabilidades do Medico Veterinário e do Zootecnista no manuseio de micro-organismos e de animais domésticos, silvestres, exóticos e de laboratório, inclusive os geneticamente modificados;

Referencia Técnica para o funcionamento dos serviços veterinários - ANVISA, na qual mesmo reconhecendo o Decreto no. 64.704/1969/CFMV, a Resolução 670/2000/CFMV e o Decreto 5053/2004/MAPA, tece recomendações quanto a atuação da Vigilância Sanitária relacionadas a questões de prevenção de riscos e agravos a saúde humana;

Resolução - RDC 220/2004/, ANVISA: Aprova-se o Regulamento técnico de funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica;

Portaria no. 485/2005, Ministério do Trabalho e Emprego: Aprova-se a Norma Regulamentadora no. 32 quanto a Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde;

NR 9/1994- Trata do Programa de prevenção de Riscos Ambientais, dispõe da utilização de equipamentos de proteção coletiva e equipamentos de proteção individual para trabalhadores expostos a agentes prejudiciais a saúde;

NR 15/2011- Trata de Atividades e operações insalubres, quanto do relativo a substancias cancerígenas;

RDC 306/2004- Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, ANVISA, discorrendo sobre o manuseio, a segregação, o acondicionamento, a identificação, o transporte e o tratamento de resíduos (no caso, entendido como aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente);

Resolução 358/2005, CONAMA- Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde;

Documento alerta do National Institute for Occupational Safety and Health (CDC/EUA), discutindo medidas de proteção a saúde de profissionais envolvidos com o manuseio de drogas toxicas, incluindo o médico veterinário;

Comunicação do National Toxicology Program (NIH/EUA) quanto a produtos carcinogênicos

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Perguntamos:

É justificável toda esta ação e preocupação?

Qual a nossa realidade?

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ARTIGOExposição ocupacional a medicamentos antineoplásicos em clínicas veterinárias no município do Rio de Janeiro

RESUMOMédicos veterinários estão expostos constantemente a riscos químicos, físicos e biológicos durante a prática de sua profissão.

Médicos veterinários, de 78 dos 88 estabelecimentos registrados no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e com mais de cinco anos de funcionamento, foram entrevistados sobre o uso de medicamentos antineoplásicos, medidas de proteção individual e efeitos tóxicos associados.

A vincristina (100%) é o antineoplásico mais utilizado, seguido da ciclofosfamida (27,02%).

Nenhuma das clínicas visitadas possuía capela de fluxo laminar;58,10% dos profissionais não utilizavam máscaras;16,20% não usavam luvas e 14,85% nenhum tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI); 30% relataram não conhecer os efeitos tóxicos decorrentes da exposição aos antineoplásicos.

A maioria dos entrevistados relatou que, durante a graduação, não recebeu orientação adequada sobre riscos químicos ocupacionais.

Ações de vigilância sanitária devem ser tomadas para diminuir os riscos decorrentes da manipulação de medicamentos antineoplásicos em clínicas veterinárias.

Fonte: Silva et al., 2013

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Medicamentos antineoplásicos utilizados nas clínicas veterinárias do município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, segundo os entrevistados

Medicamentos antineoplásicos utilizadosn %

Vincristina 70 100Ciclofosfamida 20 29Doxorrubicina 19 27Vimblastina 9 13Carboplastina 7 10Terapia composta por mostarda nitrogenada, vincristina,procarbazina e prednisona 7 10Lomustina 5 7Asperginase 4 6Cisplatina 4 6Bleomicina 3 4Ifosfamida 2 3Metotrexato 2 3

n = número de entrevistados que utilizavam o medicamento antineoplásico.

Fonte: Silva et al., 2013

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Tipos de EPIs usados durante a manipulação dos medicamentos antineoplásicos nas clínicas veterinárias do município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Uso de EPIMasculino Feminino

n % n %Usam 32 45,7 30 42,9Não usam 4 5,7 4 5,7

EPIs utilizadosMasculino Feminino

n % n %Luvas 10 28 8 24Jaleco 0 0 1 3Luvas e máscara 5 14 11 32Luvas e óculos 3 8 2 6Luvas e jaleco 3 8 2 6Luvas e avental 1 3 1 3Luvas, óculos e máscara 3 8 1 3Luvas, avental e máscara 0 0 2 6Luvas, gorro e máscara 3 8 0 0Luvas, óculos e protetor 0 0 1 3Luvas, capote e gorro 1 3 0 0Luva, jaleco e máscara 0 0 1 3Luvas, jaleco e óculos 1 3 0 0Luvas, óculos, máscara e avental 2 6 0 0

n = número de participantes entrevistados das clínicas que utilizavam o medicamento antineoplásico.

Fonte: Silva et al., 2013

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Respostas dos médicos veterinários sobre conhecimento ou informação dos riscos associados à manipulação dos antineoplásicos e relato de eventos

Masculino Femininon % n %

Relato do conhecimento sobre a toxicidade associada à exposição a antineoplásicosSabem 21 30,0 18 25,7Não sabem ou não lembram 15 21,4 16 22,9

Informação durante a graduação sobre a necessidade de utilização de EPI e EPCpara a manipulação de antineoplásicosSim 9 12,9 11 15,7Não 26 37,1 22 31,4Não lembra 1 1,4 1 1,4

Relato de ocorrência de acidentes, exposição ou aparecimento de sintomasdurante a manipulação ou utilização de antineoplásicosSim 27 38,6 29 41,4Não 9 12,9 5 7,1

Acidentes, exposição ou efeitos relatadosExposição inalatória 22 31,4 21 30,0Exposição dérmica 2 2,9 5 7,1Perfuração com material perfurocortante 2 2,9 0 0,0Ocorrência de lesões teciduais 2 2,9 1 1,4Quebra de frasco 1 1,4 2 2,9Sintomas respiratórios 0 0,0 2 2,9

Fonte: Silva et al., 2013

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Efeitos tóxicos associados a medicamentos antineoplásicos citados pelos médicos veterinários entrevistados em clínicas veterinárias do município do Rio de Janeiro com mais de cinco anos de funcionamento

Efeitos tóxicos n %

Necrose tecidual 20 28,6Leucopenia 10 14,3Aplasia de medula 8 11,4Carcinogênico 8 11,4Irritação na pele 4 5,7Alopecia 3 4,3Hepatotoxicidade 3 4,3Problemas respiratórios 4 5,7Nefrotoxicidade 3 4,3Imunossupressão 2 2,9Irritação ocular 2 2,9Arritmia 1 1,4Teratogênico 1 1,4Impotência 1 1,4Infertilidade 1 1,4Intoxicação 1 1,4Lesão de córnea 1 1,4Queimadura na pele 1 1,4

Fonte: Silva et al., 2013

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Conclusões

O presente estudo identificou a vulnerabilidade de exposição, por parte de médicos veterinários de clínicas para animais de pequeno porte, a medicamentos antineoplásicos com potencial de causar efeitos tóxicos graves e irreversíveis como câncer, malformações fetais e infertilidade.

As observações desse estudo, que foi realizado no município do Rio de Janeiro no ano de 2009, podem dar um panorama da exposição a medicamentos antineoplásicos emclínicas veterinárias do Brasil, uma vez que existem diversas lacunas na legislação vigente no que se refere aos requisitos necessários para o licenciamento desses estabelecimentos; ao monitoramento da saúde dos veterinários expostos às situaçõesde risco; e à formação, ao treinamento e capacitação de médicos veterinários em biossegurança.

Em geral, a fiscalização dos estabelecimentos veterinários se detém, quase exclusivamente, aos riscos físicos, decorrentes da utilização de radiação ionizante, e biológicos, pela possibilidade de transmissão de patógenos — sendo os agentesquímicos mencionados quando o Plano de Gerenciamento de Resíduos é tratado.

Em virtude do potencial tóxico dos medicamentos antineoplásicos e da sua ampla utilização nesses estabelecimentos, é preciso traçar estratégias específicas durante as ações de fiscalização que minimizem o risco de exposição a esses agentes.

Fonte: Silva et al., 2013

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Não existe limite de exposição segura a medicamentos com potencial mutagênico ou genotóxico

Uma única molécula é capaz de induzir mutação

A exposição ocupacional a essas classes de substâncias traz elevado risco de aparecimento de efeitos tóxicos graves e

irreversíveis(câncer, malformação fetal e infertilidade)

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- Normas brasileiras em desacordo com normas internacionais

- Uso de EPIs e EPCs adequados- Treinamento periódico dos trabalhadores- Disseminação de informações- Registro de acidentes- Disponibilidade de instruções claras em casos de

acidentes- Monitoramento da saúde dos trabalhadores

Alguns pontos não considerados para médicos veterinários

Diretrizes curriculares cursos Medicina Veterinária não mencionando diretamente aspectos de biossegurança durante o exercício da pratica da medicina veterinária, seja para proteção individual ou coletiva(Resolução CNE/CES no. 1, 2003. CFMV)

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Lacunas na legislação vigente

- Requisitos necessários para o licenciamento de estabelecimentos que realizem procedimentos anti-neoplásicos

- Monitoramento da saúde de médicos veterinários e auxiliares expostos a situações de risco

- Ações de fiscalização restritas a riscos físicos (radiação ionizante e biológicos)

- Plano de gerenciamento de resíduos

- Formação, treinamento e capacitação de médicos veterinários em biossegurança

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