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domingo, 16 de novembro de 2014 0 Curtir FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO: INTERVENÇÃO ANÔMALA (TEMA RELEVANTE PARA A AGU). Simulado já elaborado, quase 4h da manhã e cá estou eu atualizando o blog para ajudá‐los cada dia mais e melhor. Quem não se inscreveu ainda no 2 SIMULADO, lembro que essa é a última semana. CLIQUE AQUI PARA FAZER A INSCRIÇÃO. A postagem do dia é: INTERVENÇÃO ANÔMALA, tema crucial para o vindouro concurso da AGU. Não deixem de ler. Vamos a postagem: 2.6 Intervenção anômala Intervenção de terceiros nada mais é do que “o ingresso, num processo, de quem não é parte”, [1] mas demonstre interesse jurídico na causa, não sendo suficiente a mera existência de interesse econômico no litígio. Entretanto, mesmo diante desse clássico entendimento doutrinário o art. 5º da lei 9469/1997 visando a assegurar maior participação de entes públicos em processos que tenham reflexos em seu patrimônio veio permitir a intervenção com base tão somente na existência de interesse econômico, ainda que reflexo ou indireto. Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes. Comentando o instituto salienta Fredie Didier Jr: O dispositivo legitimou a União a intervir de forma ampla em processo alheio, tendo em vista a qualidade das partes em litígio, independentemente da juridicidade do interesse que leva a intervenção. Permite‐se, inclusive, que a União formule pedido de suspensão da segurança. O tipo legal exige, como elementos fundamentais para o ingresso a presença, como autora ou ré, de uma das pessoas indicadas e a manifestação de vontade da União em participar do feito; em nenhum momento cogita do interesse, que parece estar presumido. É sem dúvida, intervenção sem equivalente em nosso Código de Processo Civil.[2] Como se vê, o dispositivo permite às pessoas jurídicas de direito público seu ingresso em qualquer lide que possa trazer reflexos econômicos ao seu patrimônio, ainda que meramente potencial. Frisa‐se que tal dispositivo pode ser utilizado tanto pelos entes federais, estaduais e municipais, não estando restrito à União. Quanto aos poderes do ente público interveniente, restringem‐se eles ao esclarecimento de questões de fato e de direito, juntada de memoriais úteis ao exame da matéria, não tendo poderes, por exemplo, para o arrolamento e inquirição de testemunhas. Seus poderes são apenas os necessários ao esclarecimento de situações fáticas e jurídicas, não possuindo iniciativa probatória. Vê‐se que, em regra, o ente que se vale dessa intervenção anômala não é parte no sentido

Blog do eduardo gonçalves fazenda pública em juízo intervenção anômala (tema relevante para a agu)_

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5/21/2015 BLOG DO EDUARDO GONÇALVES: FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO: INTERVENÇÃO ANÔMALA (TEMA RELEVANTE PARA A AGU).

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FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO: INTERVENÇÃO ANÔMALA (TEMARELEVANTE PARA A AGU).

Simulado já elaborado, quase 4h da manhã e cá estou eu atualizando o blog para ajudá‐los cadadia mais e melhor.

Quem não se inscreveu ainda no 2 SIMULADO, lembro que essa é a última semana. CLIQUE AQUIPARA FAZER A INSCRIÇÃO.

A postagem do dia é: INTERVENÇÃO ANÔMALA, tema crucial para o vindouro concurso da AGU.Não deixem de ler. Vamos a postagem:

2.6 Intervenção anômala

Intervenção de terceiros nada mais é do que “o ingresso, num processo, de quem não é parte”,[1] mas demonstre interesse jurídico na causa, não sendo suficiente a mera existência deinteresse econômico no litígio.Entretanto, mesmo diante desse clássico entendimento doutrinário o art. 5º da lei 9469/1997visando a assegurar maior participação de entes públicos em processos que tenham reflexos emseu patrimônio veio permitir a intervenção com base tão somente na existência de interesseeconômico, ainda que reflexo ou indireto.

Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias,fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais.Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possater reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente dademonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendojuntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer,hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes.

Comentando o instituto salienta Fredie Didier Jr:

O dispositivo legitimou a União a intervir de forma ampla em processo alheio, tendo em vista aqualidade das partes em litígio, independentemente da juridicidade do interesse que leva aintervenção. Permite‐se, inclusive, que a União formule pedido de suspensão da segurança. Otipo legal exige, como elementos fundamentais para o ingresso a presença, como autora ou ré,de uma das pessoas indicadas e a manifestação de vontade da União em participar do feito; emnenhum momento cogita do interesse, que parece estar presumido. É sem dúvida, intervençãosem equivalente em nosso Código de Processo Civil.[2]

Como se vê, o dispositivo permite às pessoas jurídicas de direito público seu ingresso emqualquer lide que possa trazer reflexos econômicos ao seu patrimônio, ainda que meramentepotencial. Frisa‐se que tal dispositivo pode ser utilizado tanto pelos entes federais, estaduais emunicipais, não estando restrito à União.Quanto aos poderes do ente público interveniente, restringem‐se eles ao esclarecimento dequestões de fato e de direito, juntada de memoriais úteis ao exame da matéria, não tendopoderes, por exemplo, para o arrolamento e inquirição de testemunhas. Seus poderes sãoapenas os necessários ao esclarecimento de situações fáticas e jurídicas, não possuindoiniciativa probatória. Vê‐se que, em regra, o ente que se vale dessa intervenção anômala não é parte no sentido

Page 2: Blog do eduardo gonçalves  fazenda pública em juízo  intervenção anômala (tema relevante para a agu)_

5/21/2015 BLOG DO EDUARDO GONÇALVES: FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO: INTERVENÇÃO ANÔMALA (TEMA RELEVANTE PARA A AGU).

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próprio do termo, contudo, a lei passa a considerá‐lo parte se interpor recurso, havendoinclusive deslocamento de competência se for o caso.Assim, em não sendo parte, em regra, não está sujeito aos efeitos da coisa julgada, mas estaráa eles sujeitos se recorrer da decisão proferida.Conclui‐se que tal instituto encontra fundamento no interesse público subjacente à causa,sendo perfeitamente constitucional pelo fato de melhor tutelar interesses patrimoniais do entepúblico que podem ser atingidos por eventual decisão judicial.

Por hoje é só meu povo, bom domingo e boa semana a todos. E nunca desistam do sonho devocês, sonhem com a aprovação, que ela chega já já.

Abraço a todos

Eduardo

[1] CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, 15. ed. rev. e atual. Rio deJaneiro: Lumen Juris, 2006. p. 187.[2] DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil, vol. 1. 11. ed. rev. e atual. Salvador: JusPodivm, 2009. p. 384.