1
A botânica forense é uma área da ciência forense em que se realiza a análise e tratamento de vestígios vegetais para ajudar na obtenção de evidências científicas para a solução de casos, apoiando as investigações, como assassinatos, mortes acidentais. Ela é utilizada, por exemplo, no esclarecimento de casos de mortes por meio de conexões entre a causa e a hora da morte, apontando ligações entre a identificação do criminoso e o crime, estabelecendo o local do delito e o momento da morte através de pistas vegetais, como pólens, microorganismos ou substâncias oriundas de vegetais, ubíquos em todas as cenas de crimes. Botânica forense: Definição e aplicações O que é? Áreas Essa ciência possui diversas subcategorias, cada qual responsável pela análise e estudo de um tipo de vestígio vegetal, como por exemplo a palinologia, área responsável pelo estudo dos pólens, proporcionando diversas informações a uma investigação criminal. Outro exemplo é a limnologia, a qual estuda as interações físico-químicas de organismos, dos mais diversos, em ambientes de água doce, como a presença de diatomáceas na medula óssea de uma vítima, que traz evidências para sustentar um afogamento e que, sob análise de sua composição, pode indicar também o local do incidente com precisão. Outras áreas incluem: Ficologia, que é o estudo das algas, tanto de formas procariotas (conhecidas como algas azuis esverdeadas ou cianobactérias) quanto de formas eucariotas (desde macroalgas até diatomáceas), a Dendrocronologia, que se caracteriza pelo estudo e análise da formação de anéis nos troncos das árvores, indicando a idade do organismo bem como acontecimentos naturais que atingiram-no (incêndios, geadas, inundações e etc) e a Botânica Molecular, que é a análise a nível molecular dos vestígios vegetais que se encontram deteriorados em demasiado e não são passíveis de análises por métodos anatômicos e morfológicos. Caso Real Pode-se citar o sequestro do bebê de Lindbergh em 1932. No dia 12 de maio, o corpo da criança foi encontrado morto e o suspeito detido e apontado como o criminoso. Entre os itens, estava a escada usada pelo autor, que foi crucial na resolução do caso. O anatomista de madeira, Arthur Koehler, mostrou aos jurados que o próprio assassino havia construído a escada, com diferentes tipos de madeira, como o Abeto (Abies sp.), Pinheiro (Pinus sp.) e Bétula (Betula sp.), com suas próprias ferramentas, sendo aplainada, serrada e descompactada. Finalmente, a polícia notou que o assoalho do sótão da casa estava faltando um pedaço de madeira. Estudos sobre o padrão de crescimento dos anéis revelaram que era exatamente o da madeira da escada usada no crime. Um botânico forense procura evidências em restos ou vestígios vegetais. Marina Ponce; Michael Romangnoli; Pedro Bonamin; Vitor Fusco & Vitor Silva Referências: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/63755/4/ResumoSusana%20Lopes2011.pdf https://www.botanica.org.br/trabalhos-cientificos/64CNBot/resumo-ins18280-id3985.pdf http://neuron.mefst.hr/docs/CMJ/issues/2005/46/4/16100764.pdf http://www.seta.org.pt/ficha_56.pdf Arthur Koehler, tecnólogo de madeiras do 'United States Forest Products Laboratory', testificou contra o acusado, usando como evidência, entre outras coisas, as marcas de crescimento da madeira. A escada utilizada no crime ao lado de uma das tábuas do sótão do acusado. As marcas circulares de crescimento apontam para o uso de uma das tábuas do assoalho ter sido usada para a confecção da escada, o que serviu de evidência para sentenciar o réu.

Bm toodas ats âcenans de icricmeas

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Bm toodas ats âcenans de icricmeas

A botânica forense é uma área da ciência forense em que se realiza a análisee tratamento de vestígios vegetais para ajudar na obtenção de evidênciascientíficas para a solução de casos, apoiando as investigações, comoassassinatos, mortes acidentais. Ela é utilizada, por exemplo, noesclarecimento de casos de mortes por meio de conexões entre a causa e ahora da morte, apontando ligações entre a identificação do criminoso e ocrime, estabelecendo o local do delito e o momento da morte através de pistasvegetais, como pólens, microorganismos ou substâncias oriundas de vegetais,ubíquos em todas as cenas de crimes.

Botânica forense: Definição e aplicações O que é? Áreas

Essa ciência possui diversas subcategorias, cada qual responsável pelaanálise e estudo de um tipo de vestígio vegetal, como por exemplo apalinologia, área responsável pelo estudo dos pólens, proporcionandodiversas informações a uma investigação criminal. Outro exemplo é alimnologia, a qual estuda as interações físico-químicas de organismos, dosmais diversos, em ambientes de água doce, como a presença de diatomáceasna medula óssea de uma vítima, que traz evidências para sustentar umafogamento e que, sob análise de sua composição, pode indicar também olocal do incidente com precisão.

Outras áreas incluem: Ficologia, que é o estudo das algas, tanto de formas procariotas (conhecidascomo algas azuis esverdeadas ou cianobactérias) quanto de formaseucariotas (desde macroalgas até diatomáceas), a Dendrocronologia, que secaracteriza pelo estudo e análise da formação de anéis nos troncos dasárvores, indicando a idade do organismo bem como acontecimentos naturaisque atingiram-no (incêndios, geadas, inundações e etc) e a BotânicaMolecular, que é a análise a nível molecular dos vestígios vegetais que seencontram deteriorados em demasiado e não são passíveis de análises pormétodos anatômicos e morfológicos.

Caso Real Pode-se citar o sequestro do bebê de Lindbergh em 1932. No dia 12 de maio, ocorpo da criança foi encontrado morto e o suspeito detido e apontado como ocriminoso. Entre os itens, estava a escada usada pelo autor, que foi crucial naresolução do caso. O anatomista de madeira, Arthur Koehler, mostrou aosjurados que o próprio assassino havia construído a escada, com diferentestipos de madeira, como o Abeto (Abies sp.), Pinheiro (Pinus sp.) e Bétula(Betula sp.), com suas próprias ferramentas, sendo aplainada, serrada edescompactada. Finalmente, a polícia notou que o assoalho do sótão da casaestava faltando um pedaço de madeira. Estudos sobre o padrão de crescimentodos anéis revelaram que era exatamente o da madeira da escada usada nocrime.

Um botânico forense procura evidências em restos ou vestígios vegetais.

Marina Ponce; Michael Romangnoli; Pedro Bonamin; Vitor Fusco & Vitor Silva

Referências: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/63755/4/ResumoSusana%20Lopes2011.pdf https://www.botanica.org.br/trabalhos-cientificos/64CNBot/resumo-ins18280-id3985.pdf http://neuron.mefst.hr/docs/CMJ/issues/2005/46/4/16100764.pdf http://www.seta.org.pt/ficha_56.pdf

Arthur Koehler, tecnólogo de madeiras do 'United States Forest Products Laboratory', testificou contra oacusado, usando como evidência, entre outras coisas,

as marcas de crescimento da madeira.

A escada utilizada no crime ao ladode uma das tábuas do sótão do

acusado. As marcas circulares decrescimento apontam para o uso deuma das tábuas do assoalho ter sidousada para a confecção da escada, o

que serviu de evidência parasentenciar o réu.