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ibitipoca FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO a partir do dia 8/12 Bichinho 2ª. Festa da Cana na "Capital do Artesanato" 12 A 14 DE OUTUBRO edição 02 l outubro 2012 SURF NA CACHOEIRA EM JANEIRO 2013 l Visconde de MauA

BOA IDEIA

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TURISMO E AVENTURA

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ibitipocaFESTA DE

NOSSA SENHORADA CONCEIÇÃO

a partir do dia 8/12

Bichinho2ª. Festa da Cana na "Capital do Artesan

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edição 02 l outubro 2012

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Aproveitando a oportunidade da visita da cientista Valé-ria Magalhães, professora em Águas na UFRJ, na Pousada “Sítio das Hortências” de Da-

nestis e Adriana registrei a conversação deles durante o café da manhã: “Ibitipoca é maravilhosa! Diz a Valéria. Danestis concorda com seu encanto ao Parque.

“É um patrimônio bem cuidado. Não se encontra papel de bala, toco de cigarro. Tem águas límpidas. É bom estarmos aqui, mas no seu entorno, há algo preo-cupante...

“Então, vamos refletir, intervém a mes-tra. Onde o ser humano habite há cresci-mento populacional. Das regras desres-peitadas advém danos. Então, quem vive no entorno, na Vila, em Lima Duarte, JF, os turistas, enfim, as pessoas estão cui-dando do que usam?

Pensar na preservação desse “te-souro”, prossegue, porque é óbvio que do

esgoto jogado in natura no corpo d’água, essa água não servirá para nada. Ante-vendo isso, há de se analisar a perme-abilidade do lençol freático, se foi, está sendo atingido, ou corre riscos (a Univer-sidade Federal de Juiz de Fora pode aju-dar nesses estudos).

Eliminar o que polui. Criar hábitos como a conscientização sobre o uso correto dos detergentes, a reciclagem. Lembrar que a nossa vida depende da sobrevivência de outras criaturas”. E atuar junto às crian-ças, numa formação salutar dessas me-didas (...)

“Também salientar que, exemplifica Adriana, a despeito dos que preferem ig-norar, a água é finita! (não é profes-sora?)”.

Exatamente. Se queremos felizes o tu-rista, a comunidade e quem vive do tu-rismo. Às futuras gerações: urge atuar em prol do bem estar em nossa querida Ibitipoca!”, finaliza.

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PÁGINA ESPÍRITA PLANTÃO DE SOCORRO ESPIRITUALA CASA DO CAMINHO32 3216-9616

Na presençado Cristo

“Em verdade vos digo que o céu e a terra não passa-rão sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeita-mente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto.” - Jesus (Ma-teus, 5:18.)

“0 Cristo foi o iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangé-lico-cristã, que há de reno-var o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que há de fazer brotar de to-dos os corações a caridade e o amor do próximo e es-tabelecer entre os huma-nos uma solidariedade co-mum; de uma perfeita mo-ral, enfim, que há de trans-formar a Terra, tornando--a morada de Espíritos supe-riores aos que hoje a habi-tam.” - Cap. 1, 9.

A ciência dos homens vem liquidando todos os proble-mas, alusivos ao reconforto da Humanidade. Observou a escravidão do homem pelo próprio homem e dignificou o trabalho, através de leis compassivas e justas.

Reconheceu o martírio so-cial da mulher que as civili-zações mantinham em mul-timilenário regime de cati-veiro e conferiu-lhe acesso

às universidades e profis-sões. Inventariou os desas-tres morais do analfabe-tismo e criou a grande im-prensa.

Viu que a criatura humana tombava prematuramente na morte, esmagada em ati-vidade excessiva pela pró-pria sustentação e deu-lhe a força motriz.

Examinou o insulamento dos cegos e administrou--lhes instrução adequada. Catalogou os delinquentes por enfermos e transformou prisões em penitenciárias--escolas.

Comoveu-se, diante das moléstias contagiosas, e fa-bricou a vacina. Emocionou--se, perante os feridos e do-entes desesperados, e in-ventou a anestesia.

Anotou os prejuízos da so-lidão e construiu máquinas poderosas que interligas-sem os continentes.

Analisou o desentendi-mento sistemático que opri-mia as nações e ofereceu--lhes o livro e o telegrafo, o rádio e a televisão que as aproxima na direção de um mundo só.

Entretanto, os vencidos da angústia aglomeram-se na Terra de hoje como enxame-

avam na Terra de ontem...Perderam o emprego,

que lhes garantia a estabi-lidade familiar, e desorien-tam-se abatidos, à procura de pão. Foram despejados de seu teto, hipotecado à so-lução de constringentes ne-cessidades e vagueiam sem rumo.

Encontram-se despojados de esperança, pela deser-ção dos afetos mais caros, e abeiram-se do suicídio.

Caíram em perigosos conflitos da consciência e aguardam leve sorriso que os reconforte. Envelhece-ram sacrificados pelas exi-gências de filhos queridos que lhes renegaram a con-vivência nos dias da prova-ção, e amargam doloroso abandono. Adoeceram gra-vemente e viram-se trans-feridos da equipe domés-tica para os azares da men-dicância. Transviaram-se no pretérito e renasceram, tra-zendo no próprio corpo os sinais aflitivos das culpas que resgatam, pedindo co-operação. Despediram-se dos que mais amavam no frio portal do túmulo e car-regam os últimos sonhos da existência, cadaveriza-dos agora no esquife do pró-

JornalistaVinícius Fagundes Netto Pimentel FilhoReg. Prof. L9-fls.80 de 06/04/81 com

registro em 02/04/81

Revisor EditorialLuiz Fernando Cigani Lima - Reg. Prof. SRP. nº. 2300 - liv. 013 - fls. 51 - data 02/04/90

[email protected]

Editoraçãowa editoração - (32) 3218-2449

prio peito.Abraçaram tarefas de bon-

dade e ternura, e são mu-lheres supliciadas de fadiga e de pranto, conduzindo os filhinhos que alimentam à custa das próprias lágrimas. Gemem, discretos, e surgem na forma de crianças des-prezadas, à maneira de flo-res que a ventania quebrou, desapiedada, no instante do amanhecer.

Para eles, os que tomba-ram no sofrimento moral, a ciência dos homens não dis-põe de recursos. É por isso que Jesus, ao reuni-los em multidão no tope do monte, desfraldou a bandeira da ca-ridade e, proclamando as bem-aventuranças eternas, no-los entregou por filhos do coração...

Companheiro da Terra, quando estendes uma pa-lavra consoladora ou um abraço fraterno, uma gota de bálsamo ou uma concha de sopa, aliviando os que choram, estás diante de-les, na presença do Cristo, com quem aprendemos que

o único remédio capaz de curar as angústias da vida nasce do amor, que der-rama, sublime, da ciência de Deus.

Página transcrita do Livro da Espe-rança, obra de Emmanuel, psicogra-fada pelo médium Francisco Cân-dido Xavier.

www.iriesalomao.com.br

Allan Kardec por Iriê

Salomão

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ValtembergSales Carvalho59 anos, produtor rural, de família com tradição de 4 séculos na loca-lidade. Conselheiro do Parque de Ibitipoca e construtor de estradas

O “Velho Chico” é sinônimo de vida para as populações ribeiri-nhas ao longo de seus 2.814 km

de percurso. As águas do “Rio dos Cur-rais” abrangem 5 estados formando a 3a maior bacia hidrográfica do país. O batismo com o nome santo deu-se em 4 de outubro de 1501 quando o explora-dor italiano Américo Vespúcio avistou a foz do Rio “Opará” (“rio-mar” em “tupi-guaranês”) e consa grou-o. Pouca coisa mudou depois de anos da descoberta da nascente do “Velho Chico” no Parque Na-cional da Serra da Canastra. Os 3 olhos d’água nascem de um brejinho a 1500 m de altitude. Outras nascentes desbrotam nos 14 km até que o finalmente, o riacho despenque por 200m de altura na plá-cida cachoeira Casca D’Anta; cartão-pos-tal que fica na “parte baixa do Parque” em Vargem Bonita. Cidade responsável pelo garimpo de diamantes no século XIX. O PARQUEDa portaria do Parque administrado

pelo Instituto Chico Mendes em São Ro-que de Minas, após 4 km depara-se com a imagem do padroeiro da ecologia “São Francisco” a abençoar a reserva e a estra-dinha que liga a Sacramento em 70 km de extensão.

Do outro lado, quase como escondido e próximo a Sacramento chega-se ao ar-

raial de Desemboque, na região do Triân-gulo Mineiro. Garimpo de diamantes no século XVIII, hoje, o local é mais lembrado pelo nascimento do ator global Lima Du-arte.

Num caminho inverso a estradinha pró-pria a veículos off-road e bikes leva a Del-finópolis, outra “porta de entrada” para o Parque desvenda a Serra da Babilônia e a Barragem dos Peixotos.AS ÁGUAS FASCINAM E ABIODIVERSIDADE ENCANTAVisitante ilustre, o botânico francês Au-

guste de Saint-Hilaire, 1o pesquisador a explorar o interior do Brasil a convite do Império no século XIX, identificou alguns dos 120 tipos de quaresmeiras entre as 1200 espécies do lugar. Deixou o legado na obra “Viagens as nascentes do Rio São Francisco” . Já os naturalistas ale-mães Johann Spix e Carl Von Martius ci-taram a paisagem, sua fauna e flora na-quele século no 2o volume da obra “Via-gem pelo Brasil”.

O inglês Richard Francis Burton e o en-genheiro, imigrante alemão Henrique Guilherme Fernando Halfeld descreve-ram a região O romancista Guimarães Rosa evidenciou os musicos, poetas de São Roque de Minas e dessa maneira es-tão vivas as almas dos que formaram o Brasil, a identidade cultural de seu povo.

“O mineiro e o queijo”: no que depender dos produto-res de queijo da Serra do Salitre Paulo Henrique da Silva, 48 anos e João José de Melo, 44 anos a tradição desse alimento está assegurada. A alquimia iniciada há 4 ge-rações pelos “tetra avós” vem sendo defendida no em-bate ao entrave estatal que inibe a comercialização nos mercados de São Paulo e Rio aliada a concorrência des-leal dos atravessadores do queijo a serviço da industria.MOTIVAÇÃO“A nossa sobrevivência nas regiões férteis das monta-

nhas e serras próximas as nascente do Rio Parnaíba e da Serra da Canastra, deve-se muito ao incentivo dos Chefs da alta gastronomia, do “slow food” e do Instituto do Pa-trimonio Histórico eArtístico Nacional (IPHAN) que cer-tificou o queijo”, declarou João José e arrematou, “res-gatamos a cultura de nossos antepassados dando conti-nuidade ao trabalho que servia exclusivamente a alimen-tação familiar. Na década de 60 com a expansão comer-cial o queijo perdeu a qualidade. Inovamos com valores e hoje, o sabor natural do queijo da fazenda chega ao con-sumidor que tem opções de um produto encorpado de sa-bor suave e agradável. Sabemos que o mercado está ca-rente; existem paladares diferenciados. Somos capacita-dos e se as pesquisas garantem a segurança do produto, à ciência só falta atestar nossa produção”, conclui.

O impasse atingiu em cheio os guichês de Brasília após o lançamento do documentário “O Mineiro e o Queijo – Patrimônio Proibido” do cineasta Helvécio Ratton em se-tembro de 2011 e premiado na 15a Semana de Cinema em Tiradentes em 2012. A organização da Semana de Gas-tronomia de Tiradentes convidou os produtores da Serra do Salitre para uma noite de degustação e a palestra inte-ressante revelou a criação do queijo com chocolate.CREDIBILIDADEPara finalizar, Paulo Henrique nos disse que, “uma lei

de 1952, sem embasamento científico e repleta em su-posições descabidas prevalece sob a indiferença do Es-tado. Da forma que está, a lei vigora e o queijo desapa-rece. Esse filme do Helvécio nos dá credibilidade. Motiva a nossa luta iniciada há 15 anos e que felizmente, ganha no-toriedade nos eventos gastronomicos como a excelência desse em Tiradentes. Tivemos fenomenal acolhida, saí-mos daqui felizes. Nosso produto está “apadrinhado” pe-los chefs e suas receitas em pratos requintados, de bom gosto. E a aprovação pelo consumidor tem-nos dado o dever em retribuir com a competência qualitativa” .

O prestígio do queijo mineiro receberá em breve o re-gistro de Indicação Geográfica da Propriedade Industrial (Inpi). Essa é só mais uma peculiar demonstração do por-que Minas Gerais deve ser conhecida e sua gente valori-zada.

canastraBERÇOREDENTOR DO‘VELHO CHICO’

Fé, esperançae trabalho

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PauloHenrique

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O ENCANTO DO

BICHINHONo Circuito Trilha dos Inconfidentes as cida-

des que circundam a Serra de São José são exemplos perfeitos de um passado glorioso em que se o ouro tornou-se irrisório hoje é o turismo que desnuda tesouros que esses lu-gares possuem.

Vitoriano Veloso, famoso “Bichinho” é dis-trito de Prados. O acesso preferido pelos tu-ristas se dá a partir da charmosa cidade de Ti-radentes. Trecho da Estrada Real em calça-mento, a curta viagem de 6kms denota a exu-berante paisagem da Serra de São José até chegar a “Bichinho”. Esse caminho era per-corrido pelos tropeiros vindos das minas de ouro e pedras preciosas que “desciam” de Diamantina e Ouro Preto passando por Ca-randaí e Prados vindo a pernoitar nessa lo-calidade que ganhou o apelido de “Bichinho” em referência a presença de animais que “roubavam” alimentos desses viajantes (...).

Desse passado de lendas, repletos de “cau-sos” e estórias que esse povo conta o “quase arraial” guarda tradições que contrastam com o inevitável progresso.

De família tricentenária no Bichinho Lu-zia Maria da Silva, a professora e proprietá-ria da Pousada Vovó Cota acompanhou a ins-talação dos postes de energia nas ruas do dis-trito há 30 anos e conclui que com o maior poder aquisitivo das famílias a juventude está acomodada e desabafa: “estamos inquietos com a falta de um atendimento médico com-petente. Alertamos ao prefeito em Prados da necessidade do posto policial há anos. Infeliz-mente, essa ineficiência perdura. Fora isso o Bichinho tem tudo de bom. Daqui nem penso em mudar(...)”.

Parece que nada muda mesmo o cotidiano de vida dessa gente simples e hospitaleira que tiravam o sustento da terra. Hoje sobre-vivem do talento que foi despertado na dé-cada de 80 pelo artista plástico Antonio Car-los Bech, o “Tóti” que criou uma oficina de ar-tesanato apresentando ferramentas e méto-dos de produção à comunidade.

Martiniano Moreira Carvalho, o “Naninho” um dos mais respeitados escultores em ma-deira do Brasil naquela época já transformava

madeira bruta em valiosas peças sacras. Jun-tamente, com Tóti, Bageco e “Passarinho” motivou a comunidade que fazem hoje do Bi-chinho referência mundial em artesanato.

Para atender a demanda de turistas a Chef Ângela abandonou o trabalho no campo para se dedicar a gastronomia. Atende a mais de 300 clientes em um só dia nos feriados e fins de semana prolongados.”A nossa hospitali-dade é de muito carinho e quem vem retorna. Aqui passa gente de todo o mundo, classes sociais e temos tratamento idêntico, com ale-gria. Valorizamos o ser humano num traba-lho para as futuras gerações”, disse. A filha de Ângela, Mônia Silva complementa: “nesse lu-gar encontra-se a cultura mineira de origem, de raiz...”.

A genuína Bichinho está em expansão. Ter-re nos ganham residências, novos ateliês e em presários já administram negociações das terras. A belorizontina Denise de Oliveira Lobo vivia em Tiradentes. Conheceu Bichi-nho em 2009, declarou, “foi paixão à primeira vista. Hoje é sonho, estou cercada dessa

VITORIANOVELOSO

“Se o Brasil é um país sem memória, não é por falta de cenários que

estimulem uma volta ao

passado”.

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energia fabulosa. Criei a firma ACI, qualidade em serviços para oferecer lotes a partir de 250m2. Quero satisfazer a quem procura o mesmo que eu”,.

Turistas e artistas que se apaixonam pelo lo-cal tomam a decisão de “mudança de ares”, trocam o “caos” dos grandes centros urba-nos pela simplicidade. A Chef Áurea Simões Lombardi, natural de São João del-Rei morou 25 anos em BH. Administrou um buffet para empresas e criou há 15 anos em Tiradentes, o Restaurante “Ora pro Nóbis” especializado em leitão à pururuca na Rua do Chafariz. E as-segura que “um amigo do Bichinho o “Airton das Macelas” falou-me desse lugar encanta-dor. Eu trouxe o restaurante há um ano. Bem de frente a “Dona Carmen do Fuxico”, que é um amor de pessoa. Se preciso de limão, couve, alface vem da horta. Tudo sem agrotó-xico. Aqui não há falta de nada. É saúde. Da-qui não arredo pé, de jeito nenhum!O PRESENTE DE TESOUROSSe o Bichinho exibe explicitamente, as mar-

cas do passado barroco, o turista que respira esses “ares sagrados”, encontra os traços da mineiridade de sua gente e não pode dei-

xar de conhecer a preciosidade escondida na Serra de São José.

A partir do pórtico do Bichinho a “Estrada--parque Passos dos Fundadores” tem exten-são de 9 km até Prados. Dezenas de cachoei-ras no topo da serra circundadas pela vege-tação de Mata Atlântica, Campos Rupestres e Cerrados abrigam fauna e flora e exemplares endêmicos.

Uma mina dágua fluoretada. Lindo visual de Bichinho, Prados e Tiradentes. A estrada é fiscalizada pelo IEF que possui um Centro de Visitantes “Casa Verde” com interessante acervo.

Ao turista curtir dias abrigando-se nas con-fortáveis pousadas do Bichinho, levantando--se da cama “um pouco mais tarde” para apreciar a serra a cavalo, de bike ou em car-ros tracionados ou simplesmente, “bater per-nas” pelos ateliês, saborear a especialíssima comida ao fogão à lenha, apreciar uma cer-veja artesanal ou mesmo aquela pinga da boa (Tabaroa) vai levar daqui um sentimento da mineiridade que nos leva a concluir que mesmo para quem é nascido em Minas Gerais orgulha-se do que é ser mineiro.

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Teatro Barracão Culturalwww.barracaocultural.com.br

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Flavia Oliveira 39 anos, produtora do Festival Ibitipoca Blues nasceu em Lima Duarte. A afinidade com Ibitipoca remete à infãncia. Com a mãe, tia e amigos su-bia a serra para tomar os banhos de ca-choeira, estar na Vila. Foi crescendo com as coisas do lugar que a apaixonaram. Subiam a serra levando colchões e toda a parafernália para a casa do tio Guaraci, o “Cici”, coração bom (...)”.

Diz, Flavinha: “não tinha banheiro. Ha-via uma biquinha. O riachozinho atrás do terreno para os banhos. Uma vez deu ba-gunça. Era tanta gente. Roupas mistura-das, mochilas trocadas, enfim, a casa fi-cou pequena. Aí montamos o camping “Tô no Osso”. Minha mãe, de quem her-dei o estilo “guerreira,” criou banheiros

de lona. O chuveiro de balde com cordi-nha. Água requentada no fogão à lenha.Cobrávamos uma taxa simbólica. E o re-veillon de 1996/97 foi ma-ra-vi-lho-so! Com participação de todos ceiamos es-plendidamente. É essa história que resul-tou no que é o IbitiLua. O Festival segue na filosofia. Mas, agora não resido aqui. E sempre que venho, só recebo presentes!!!

Nessa mescla de IbitiLua e Festival ga-nhou forma na 1a edição, o “Ibitipoca Blues”, batizado “Blues Lunar”. A geada surreal naquelas noites geladas marcou o “agosto de 99”. Era o brinde por vencer adversidades. Numa dessas, o caminhão quebrou na subida da serra. A “tropa” foi mobilizada, montou-se o palco. O sucesso do evento tem até hoje essa sinergia por

determinação. Foi conquistada a aber-tura a nível de Prefeitura, o apoio da As-sociação de Moradores e Amigos de Ibi-tipoca e a consideração da comunidade, que tem merecido recíproca. SUSTENTABILIDADE“Temos o Projeto LIXO ZERO que nos

mostrou na 1a etapa o problema da co-leta. Entendemos que a Prefeitura tem outros distritos para trabalhar a questão e iremos organizar tudo. Nessa etapa o uso das lixeiras na Vila não deu certo. Em outubro, prevê Flavinha, instalamos as li-xeiras “de mão”e as maiores para as pou-sadas. Até dezembro distribuimos carti-lhas. As pousadas ganham embornais e os hóspedes colaboram trazendo o lixo das caminhadas. A intenção do projeto

HARMONIASUSTENTÁVEL

DO BLUESLUNAR AO

13o IBITIPOCABLUES

vai além da conscientização. Cooptamos pelo lado social num questionário sobre a estrutura na Vila. Estamos em busca da sustentabilidade na mão de obra” .

Flavinha diz, “divulgaremos o Circuito Serras do Ibitipoca, seus atrativos belíssi-mos. O Parque é a nossa “vitrine” que é a mais visitada no estado!

Encontramos tanta gente bacana, que na mesma sintonia, faz as coisas fluirem. A questão ambiental é missão. Do jeito que está não vai ficar. Entristece que o córrego em que nadávamos está impra-ticável. Se há pousadas que abrem fos-sas até que o ar se torne impróprio, aler-tamos para a falta de respaldo ao belís-simo projeto da Fundação João Pinheiro que prevê tratamento do esgoto. Pessoas adoentam-se ao aprofundar na questão.Não devemos e nem vamos desistir! Pre-cisamos de tempo para manter um ne-ces sário equilíbrio – é uma “travessia” que faremos de mãos dadas. Conscien-tes desse amor que devemos a Ibitipoca”.QUERO MAIS!A 13a edição do Ibitipoca Blues deixa o

gosto de quero mais: Irmandade do Blues, Beale Street, Jefferson Gonçalves, Artur Menezes, Adriano Grineberg Omar Cole-man (EUA) consolidam toda a expecta-tiva. Alem do show particular de cada um homenageando a Celso Blues Boy (que está na Pátria Espiritual desde início de agosto e participou de 2 edições do Fes-tival) uma energia incrível pairou na noite do sábado dia . Quem presenciou, ganhou bis. Agora está acionada a contagem re-gressiva para o próximo agosto! “LONGA VIDA...”Fica a torcida para um patrocínio “de

peso”. Incentivo das leis da Cultura. Do crescimento. Que o “Ibitipoca Blues” se realize também pelas bandas da “Serra dos Inconfidentes”. Promoters da cidade de Tiradentes estão ‘sedentos’ por um evento a nível do Blues em Ibitipoca que consagra-se no circuito nacionalmente.

Parabéns a toda equipe: Jussara Reis, Daniel Veloso, Cátia Galoleti, Victor Zai-den da filmagem e Flavinha. Para o ad-vento do novo ano já confirma-se a par-ticipação “do cara” do Mississipi Blues (RS). Os “souvenirs” (camisetas, casa-cos, embornais, bolsas, etc..), novos lan-çamentos e novidades, podem ser aces-sadas pelo site www.ibitipocablues.com.br. Que venha 2013!

Ricardo (Dedé) Valle de Mello

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lo MOMENTOCOM A CHEF

Chef Gabriela, o que você acha desse domínio masculino nas cozinhas dos restaurantes?Acho engraçado porque da mesma forma que as mulheres vem que-brando barreiras em atividades an-tes masculinas os homens torna-ram-se maioria nas cozinhas. Há um grande desenvolvimento tec-nológico na área culinária. Novos equipamentos facilitam o cozinhar. Mas, o trabalho na cozinha profis-sional continua exaustivo. E exaus-tão é algo que lido muito bem. Se do ponto de vista social o papel da mulher mudou, porque não che-fiando uma cozinha?

O que a mais contenta da boa mesa, as receitas consagradas ou a surpresa da culinária, no improviso?Acho que os ingredientes remete as pessoas lembranças. Divirto-me na criação para surpreender os convidados. Não é modismo a sim-plicidade ou a tecnica elaborada na culinária. O importante é que a boa cozinha me faça evoluir como Chef. Isso me deixa feliz.

Dos cardápios que montou re-centemente, quais tem maior apreciação. Segue a alguns ritu-ais no preparo?A Lasanha de Berinjela e a receita que revelo aqui tem mais saída. Sigo um ritual ao preparar os mo-lhos, a massa. Tudo organizadinho. Executo depois, Misanplis O que você acha mais impor-tante para se degustar um car-dápio?A sensibilidade. Para apreciar o

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Flávia Oliveira

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MOMENTOCOM A CHEF

Gabriela Rodrigues Rosa A exímia chef Gabriela Rodrigues Rosa comanda a

Cantina Santa Fé no Shopping Libertas em Tiraden-tes. Apaixonada pela cozinha italiana aprendeu desde criança, com a mãe de origem portuguesa as recei-tas do “velho mundo”. Aos 16 anos auxiliava a avó na cozinha. Depois, por dez anos aprimorou seu talento com a ex-sogra .

Recentemente, a experiência de 2 anos no Curso Gastronomico da America Latina deu formação a sua praticidade singular. As receitas, a releitura, estilo e conceito, como diz, são “para encantar, festejar, ho-menagear, impressionar, brincar, jejuar,celebrar, es-perar e prender marido! “.

Afirma que, “a inspiração vem dos meus filhos, a

Laura que com dez anos cria receitas e o Davi com 8 já é um crítico culinário”. E finaliza, “nos momentos que estou a volta com os utensílios, ingredientes, in-vento, improviso e recrio (...)”.

Gabriela. nos concede alguns minutos de seu pre-cioso tempo nessa entrevista e nos aplica a deliciosa receita...

MASSA300g de farinha; 3 ovos; pitada de sal; 1 colher de manteiga

RECHEIO3 baroas grandes e cozidas; 200 ml de creme de leite; pitada de sal; pimenta do reino

MANTEIGADE ALHO150g de manteiga; 1 alho pequeno

EXTRA1 bandeja de Cogumelo Paris

PREPARO DA MASSAColocar a farinha em uma tigela. Fazer uma cavidade e acrescentar os ovos, sal, manteiga. Mistura até formar uma massa homogênea.PREPARO DO RECHEIOAmasse a baroa a ponto de purê com creme de leite e tempere a gosto.

PREPARO DA MANTEIGADerreta a manteiga

e bata com alho no liquidificador.

MontagemAbra a massa retangular e corte com o cortador de forma quadrada. Recheie com a mistura de baroa e feche com clara de ovo. Pincele os ravioles e leve ao forno por 10 minutos. Saltear os cogumelos na manteiga e adicione em cima do raviole. Sirva quente. Bom apetite!

Chef Gabriela, o que você acha desse domínio masculino nas cozinhas dos restaurantes?Acho engraçado porque da mesma forma que as mulheres vem que-brando barreiras em atividades an-tes masculinas os homens torna-ram-se maioria nas cozinhas. Há um grande desenvolvimento tec-nológico na área culinária. Novos equipamentos facilitam o cozinhar. Mas, o trabalho na cozinha profis-sional continua exaustivo. E exaus-tão é algo que lido muito bem. Se do ponto de vista social o papel da mulher mudou, porque não che-fiando uma cozinha?

O que a mais contenta da boa mesa, as receitas consagradas ou a surpresa da culinária, no improviso?Acho que os ingredientes remete as pessoas lembranças. Divirto-me na criação para surpreender os convidados. Não é modismo a sim-plicidade ou a tecnica elaborada na culinária. O importante é que a boa cozinha me faça evoluir como Chef. Isso me deixa feliz.

Dos cardápios que montou re-centemente, quais tem maior apreciação. Segue a alguns ritu-ais no preparo?A Lasanha de Berinjela e a receita que revelo aqui tem mais saída. Sigo um ritual ao preparar os mo-lhos, a massa. Tudo organizadinho. Executo depois, Misanplis O que você acha mais impor-tante para se degustar um car-dápio?A sensibilidade. Para apreciar o

prato deve-se degustar devagar. A fome atrapalha e é por isso que na culinária italiana há todo ritual de entradas. Os temperos, condimen-tos aguçam o paladar. Gosto de manjericão, tomate, noz moscada, pimenta do reino e o queijo aliados a uma salada de folhas verdes.

Se fosse sugerir uma entrada agora, qual seria sua sugestão?Pessoalmente, adoro embutidos. Que tal uma salada de folhas ver-des com figo e mussarela den-tro rodea do de presunto parma ao forno?

Destaques na culinária:Um ingrediente: pimenta do reino. Um utensílio: a faca do chef de ta-manho médio. Ótima. Corta tudo! Um hábito: gosto de estar solitária no preparo dos ingredientes e exe-cução dos pratos. Me inspiro me-lhor para que possa admirar os pra-tos que voltam do salão, vazios!

RECEITARaviole de Baroa

ao molho deCogumelo Paris na manteiga de alho

“Cozinhar é uma arte que aguça nossos cinco

sentidos. Deve-se respeitar a alquimia entre os alimentos.

Os ingredientes extras são: carinho, amor e a paixão. Ao se desejar a quem a deguste que

o faça num clima de amizade e fraternidade e se complete no segredo

da magia e no retorno às nossas raízes, o que torna

tudo mais prazerosoCHEF GABRIELA

RODRIGUES

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entrevistaCom a família presente em Ibitipoca há 4 séculos, o produtor rural Valtemberg Sales de Carvalho assimilou com a avó, Del-fina Sales Pacheco a valorização do passado. Entre os anos 70 a 90, trabalhou na construção das principais rodovias, portos e aeroportos do Brasil. Consultou o Arquivo Publico Mineiro, Museu da Inconfidencia, Museu Nacional do Rio para transmitir co-nhecimento. Espírita convicto, acredita na reencarnação. Diz, “a vida em outras épocas me leva a luta pelo preservacionismo na região e afirma que, não tenho um centavo que venha da corrupção ou de algum deslize eventual(...)”. Designado conse-lheiro do Parque de Ibitipoca acompanhou as ações do “amortecimento da área de preservação”. Não gostou do que presen-ciou. Denunciou. Empreendeu a reativação da “mina dágua”ao lado da igreja e desde então, conscientiza a comunidade sobre o dever em relação postura de obras em Conceição de Ibitipoca. Hoje, encontra elogios. Até de quem o criticava no passado...

Ibitipoca foi a primeira Vila registrada pe-las “bandeiras” da Capitania de São Paulo?Sim. Em 1674 os bandeirantes partiram de Tau-baté e Cunha (SP) seguindo a trilha dos índios para os escravizar no trabalho das lavouras. Na região do “Monte Ebitipoca” houve confronto sangrento com os resistentes que evadiram--se. Contudo, os pacíficos índios Aracis deixa-ram dominar-se e indicaram a existência de pepitas de ouro. Assim que a notícia chegou a Capitania os bandeirantes seguiram as “ban-deiras” (registros) que avançava em direção a Borda do Campo. A do Padre Faria Fialho “Fazenda do Tanque, no Monte Ebitipoca” fora registrada em 1690 e notabiliza-se numa das 1as fazendas no estado. Os bandeirantes que exploravam “Ebitipoca” ultrapassam os limites da “Fazenda Borda do Campo” em Barbacena. Inúmeras trilhas se encontravam na passagem no que seria o “Rio das Mortes” onde Tomé Portes estabeleceu pedágio. Era “São João del-Rei”, onde as terras foram arrendadas para criação de gado e plantação de rosas. Do vizi-nho arraial de “Ponta do Morro” onde brotava ouro de superfície surgiu o que é hoje, a ma-jestosa cidade de Tiradentes. Os bandeirantes avançavam. Fernão Dias segue em busca das pedras preciosas e morre tragicamente. Seu

genro, Manoel de Borba Gato funda Sabará. Em 1698 Duarte Lopes ao capturar indios no “Pico do Itacolomi” intercepta ouro puro e na região do “Vale do Tripuí” em 1771 ganha nome de “Arraial de Villa Rica de Albuquerque”que daria origem a Ouro Preto em 1823. O “Cami-nho Novo” já descortinava a riqueza, encurta-va distância e favorecia a fiscalização até Dia-mantina, sendo Ibitipoca importante local de fiscalização e escambo naquela época. Além do pioneirismo, Ibitipoca tem outros fatos relevantes nesse contexto?Dos 20 conselheiros que tinham província onze estabeleceram-se em Ibitipoca.O padre Manoel da Costa, conhecido como “Inconfidente dos livros” nasceu aqui na “Rua Amargurinha” que hoje está repleta de valetas. Quantas vezes, ele e o “Tiradentes”, que eram amissíssimos passaram aqui nessa rua? Infelizmente, as pes-soas não tem o menor zelo por isso... Além de todo ouro lavado as margens do Rio Conceição e o movimento entre Vila Rica, Rio e São Paulo passar aqui, a história religiosa marcou nossa igreja erguida em 1768.Dessa época o que até hoje o sr. destaca-ria? Como o sr. avalia o potencial turístico de Ibitipoca?Além dos primeiros templos religiosos da Zona

da Mata mineira, em Ibitipoca o nome Fazenda do “Tanque” deve-se aos tanques que facili-tavam a lavra do ouro. Mas, em 1840 o rego deixou de correr e os benfeitores Coronel Se-verino Baldino com o irmão Manoel de Paula canalizaram a agua pura para o manancial que existe até hoje no adro da igreja. Foi revitaliza-do na década de 90 por iniciativa minha. Ar-recadei dinheiro com a comunidade, tive apoio moral da Prefeitura de Lima Duarte. Hoje a Vila está belíssima.

Numa pesquisa da Demanda Turística realizada pela Secretaria de Turismo de Minas Gerais (Setur), o Parque Estadual de Ibitipoca, um dos mais encantadores do Brasil, é o que tem a melhor aceitação pelos turistas. Ocupa o 1o lugar, com nota 8,4 seguido do “Pico da Bandeira”, no Parque Nacional do Caparaó, com nota 8,0

Como o senhor, avalia o comportamento dos que aqui desfrutam dessa beleza na-tural?O parque realmente é nosso cartão de visitas preservado. Contudo, fico perplexo da impres-são desses que acham que podem fazer da Vila de Conceição de Ibitipoca uma “terra sem lei”. O que parece verdade, porque, por exemplo, após um encontro de jipeiros que teve gen-te de todos os cantos desse país, o comércio beneficiou-se. Ótimo. Mas, nós, os produtores rurais, que moramos à margem das estradas vicinais ganhamos dos turistas, o lixo. Deixam dejetos nas proximidades das propriedades, quebram porteiras, cercas das propriedades (...). Falta amparo às famílias da área rural que têm pessoas de até 90 anos desassistidas. Somos imcompreendidos e a Vila não tem ação fiscalizatória! A conclusão é que é pre-ciso abandonar o modelo de administração à distância. Como o município com 800 mil m2 e uma area de população de menos de 20 mil habitantes irá estruturar essa área territorial à distância de 30km desse distrito? Há demanda aqui maior que a população de Lima Duarte. Enfim, a necessidade é para esse lugar (que não pode ter suas próprias regras) um fato pejorativo?

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visconde de mauá

s índios foram os primeiros ha-bitantes dessa região com ares de europa. Colonizadores (jesui-tas, bandeirantes, fazendeiros e imigrantes) foram tomando conta das terras até que nos anos 70 surgiram os “hippies”, fato que despertou a curiosi-dade de turistas ávidos pela vida alternativa em meio à bela natureza.

A infraestrutura local tem sido impulsionada por projetos arro-jados com foco no tratamento do esgoto, coleta seletiva de lixo e reciclagem que priveligia a estradinha asfaltada de 16 km que liga Resende a Mauá, (“Ca-pelinha-Mauá”) – é a 1a estrada-

-parque brasileira aos moldes de projetos canadenses e ame-ricanos.

O acesso “off-road” por Minas Gerais passa por Itamonte, Ala-goa, Aiuruoca (Estrada Real), Bocaina de Minas, Santo Antô-nio do Rio Grande, Mirantão e Passa Vinte.

A Vila de Visconde de Mauá tem um campinho, igreja e ca-sas antigas conservadas.

A partir dali se chega a Ma-ringá pela estradinha ladeada de hortênsias margeando o ria-cho de águas cristalinas. Uma pequena ponte sobre o Rio Preto divide Maringá ao municí-pio de Bocaina de Minas (MG) e

a Resende (RJ).GASTRONOMIAREQUINTADAA truta, especialidade regio-

nal, vem acompanhada de cre-mes, castanhas, pinhão, cogu-melos e molhos exóticos. Queijo de cabra, parmesão, ovos, ge-leias, mel, são fornecidos pelos produtores locais que primam pelo manejo correto em res-peito ao meio ambiente.

Se a gastronomia é de “enlou-quecer” outro orgulho da Ma-ringá de Minas são os eventos que reúnem celebridades, além de seus restaurantes consagra-dos há anos consecutivos pelo “Guia 4 Rodas”.

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As pousadas oferecem lençois térmicos, la-reiras, ofurô, sauna, piscina, serviços de mas-sagem, acunpuntura e Pilates. Nas áreas ex-ternas cercadas de mata atlântica, bosques de pinus ao som das aguas do Rio Preto tor-nam a hidromassagem ao ar livre mais agra-dável. A apenas 3 km de Maringá, rios e mais de 100 cachoeiras estão catalogadas na Vila do Pavão e em Maromba. A Cachoeira do Es-correga nasce no alto do Parque Nacional do Itatiaia a 2.200m de altitude. O “toboágua na-tural” tem 40 metros de descida. Velocidade para um mergulho profundo.

O “Poção” que está próximo ao “Escorrega” propicia mergulhos a 8m de altura.

Opção de “puro êxtase” está nas trilhas em meio as cachoeiras de Santa Clara (paredão de 40m de altura) e do Alcantilado (com “pe-dágio”). A Pousada “Sítio das Astrapéias” em meio a tudo isso está bem proxima ao Museu Duas Rodas.

Para atravessar Visconde de Mauá para o Pico das Agulhas Negras ou a escalada ao Pico das Prateleiras guias experientes podem ser contratados nas agências receptivas.

Por tudo isso, quando chega a hora de partir os planos para voltar devem estar traçados...

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Para apreciar o prato deve-se degustar devagar. A fome atrapalha e é por isso que na culinária italiana há todo ritual de entradasGABRIELA RODRIGUESCHEF DA COZINHA DOCANTINA SANTA FÉ

êh tremcharmoso!

Os irmãos Arthur, 5 anos e Eliza Lucas Cigani 12 anos com a amiga Giseli Andrade 18, realizaram um passeio na Maria Fumaça a con-vite da Ferrovia Centro Atlântica ao “Jornal Boa Ideia!”

À estação inaugurada em 1881 por D. Pedro II misturamo-nos aos tu ristas. O apito ouvido de longe agita a todos que com suas câ-meras registram a chegada ma-jes tosa da “Baldwin Locomotiv Works”, máquina fabricada na Fi-ladélfia, Estados Unidos. É uma das únicas locomotivas a vapor ainda em atividade no mundo e que transporta passageiros na li-nha de bitola 76 cm. A conhecida “bi tolinha” viaja entre São João del-Rei e Tiradentes.

Ao parar na estação e feito o de-sen gate dos vagões é posicionada na “rotunda” - mecanismo para in verter a posição da locomotiva em curta manobra. Engata-se aos vagões para o regresso. Daí, as pessoas recolhem-se a um dos 9 vagões e aguardam a partida.

A fumaça, o apito, o badalar do si no e o tranco no trenzinho dá se quência ao deslocamento num rit mo lento, embalado pela veloci-da de. As cenas típicas do interior mi neiro vão aparecendo. “Ba ten- do e quarando roupas”, as lava-deiras em frente as suas modes-tas casas, interrompem a ativi-dade. Acenam. Agitam os braços.

A vista das janelas da composi-ção, a história registrada há sécu-

los é trazida à memória. Aqueles campos foram palco da “Guerra dos Emboabas” (1702 a 1709). O conflito entre portugueses e pau-listas se deu pela cobiça ao ouro que brotava da superfície numa outrora “São José del-Rei”, como havia sido batizada a atual Tira-dentes. O imponente Rio das Mor-tes com seus contornos ganhou o nome porque daquele combate os corpos inertes dos combaten-tes “desciam” na turbulência de suas águas.

VIDA SOBREOS TRILHOSEliza, Arthur e Giseli, alheios a

isso, expressavam nos olhos e no sorriso a emoção ditada pelas ce-

nas típicas do interior mineiro, a paisagem delineada pela Serra de São José.

No banco vizinho ao nosso, por sorte do “acaso” deparei-me com o ex-maquinista Luiz Gonzaga Car doso que revelou sua vida so-bre os trilhos.

Natural de Conceição da Barra de Minas, começou a trabalhar na Ferrovia aos 22 anos. Na lida com as caldeiras a lenha e carvão, tra-balho pesado, não imaginava que após 33 anos em sua aposentado-ria em 1983, as viagens de trens de passageiros estariam no fim. “Tenho paixão por isso aqui. Aca-bou mas, ainda tem a vantagem desse trecho para o pessoal di-vertir, distrair. A Ferrovia cobriu

mais de 600 km entre as cidades de Antônio Carlos, Barroso, Pra-dos, Tiradentes, São João de Rei, Divinópolis, Barra do Paraopeba, Lavras e Ribeirão Vermelho” re-lembra.

Entre idas e vindas Luiz de to-das as viagens, guardou a maior lembrança. “Reparava numa mo-cinha que estava sempre na ja-nela de sua casa. Eu perguntava, como vai? Ela sorria. Eu chegava do trabalho, tomava banho e ia a pé por mais de 20 km para encon-trar com ela.

Casamos e vivi 53 anos com aquela menina. Arrumei namo-rada trabalhando, você acredita?, pergunta sorrindo. Da união, meus filhos Aloísio e Geovane, são, hoje, funcionários da ferro-via” conta, orgulhoso.

Nos despedimos do sr. Gonzaga para desembarcar na estação de São João del-Rei. A visita ao Mu-seu ficou para outra oportuni-dade já que o telhado estava em recomposição. Saboreamos um sorvete do outro lado da praça. Como bons mineiros retornamos a tempo de folga para conhece-mos o “nosso maquinista”. Ale-xandre Augusto Campos que há 10 anos lida com as locomotivas...

Sobre o lixo que presencia-se ao chegar a São João del-Rei co-menta: “Infelizmente, a popula-ção joga de tudo na beira da li-nha. Nossa equipe de manuten-ção conserva o coliseum, os va-gões, locomotivas, a estação, mu-seu: mas, limpa-se a beira da fer-rovia, no dia seguinte está suja. O pessoal precisa de colaborar com nosso trabalho”, adverte.

A satisfação completa-se no re-gresso da viagem em 12 km e a volta ao tempo, marca patente do passado. Testemunho espe-tacular do Brasil histórico. Mais gostoso, ameno. Cordial. Que jóia preciosa!

32 3571-8485INFORMAÇÕES

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