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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010 RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-118 ADENILSON VIANA NERY-107, 51 ADMAR JOSE CORREA-76 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-62 ALAN ROVETTA DA SILVA-62 ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-111, 77, 89 Alexandre Hideo Wenichi-21 ALEXANDRE PERON-29 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-1, 22 ALOISIO LIRA-40 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-112, 85 ANA CRISTINA DELACIO ABREU-124 ANA IZABEL VIANA GONSALVES-85, 87 ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-103 ANA MERCEDES MILANEZ-91, 92, 96 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-51 ANDRE MIRANDA VICOSA-18 ANESIO OTTO FIEDLER-86 ANTÔNIO JUSTINO COSTA-114, 34 ARMANDO VEIGA-49 Arthur Stephan Silva de Melo-100 AUGUSTO MOURA VALDINO-101 BRUNO MIRANDA COSTA-93 BRUNO SANTOS ARRIGONI-69, 71 CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO JABOUR-54 CARLOS GUILHERME MACEDO PAGIOLA CORDEIRO-100 CARLOS MAGNO BARCELOS-36 CARLOS ROBERTO BUTERI-31 CINTHIA CIPRESTE SANSON WASCONCELLOS-30 CLEBER ALVES TUMOLI-124, 128, 129, 130, 131, 46, 47, 56, 57, 58, 90 CLEBSON DA SILVEIRA-91 CRISTIANO TEIXEIRA PASSOS-127 DANILO THEML CARAM-84 DASIO IZAIAS PANSINI-72 DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRA-112 DAYVID CUZZUOL PEREIRA-60 Denise Lorencini Valiatti-20 DIMAS PINTO VIEIRA-111 DORIAN JOSE DE SOUZA-65 EDGARD VALLE DE SOUZA-88 EDMILSON JOSE TOMAZ-73 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-106, 112, 113 EDUARDO LOPES ANDRADE-28 ELZA AUXILIADORA LOSS DOS REIS-123 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-108, 110, 28 EMILENE ROVETTA DA SILVA-62 ERIKA SEIBEL PINTO-127, 128 ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-104, 116, 118, 36, 66 EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-78, 83 FABIANA GONÇALES COUTINHO VIEIRA-37 FABIO SIQUEIRA MACHADO-26 FABRICIO CALEGARIO SENA-8 FABYANO CORREA WAGNER-9 FREDERICO AUGUSTO MACHADO-5 GECIMAR C. NEVES LIMA-50 GERALDO MAGELA CURTINHAS VIEIRA JUNIOR-102, 78 GILDO RIBEIRO DA SILVA-85 GILSON MEDEIROS DE MELLO-11 GISELA PAGUNG TOMAZINI-48, 52 GUILHERME MARCHIORI DE ASSIS-35 GUSTAVO CABRAL VIEIRA-106, 115, 37, 74, 92 GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-122 HARLEY SANTANNA-46, 59 HELTON TEIXEIRA RAMOS-124, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 21, 47, 56, 57, 58 HENRICA MARIA MORAES DE OLIVEIRA-52 HENRIQUE SOARES MACEDO-55, 69, 71 INGRID SILVA DE MONTEIRO-84 Página 1

BOLETIM 2010.000104 - SESSAO DIA 13-04-2010 - jfes.jus.br · ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-51 ... GISELA PAGUNG TOMAZINI-48, 52 ... Judiciária do Rio de Janeiro. 3

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-118ADENILSON VIANA NERY-107, 51ADMAR JOSE CORREA-76ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-62ALAN ROVETTA DA SILVA-62ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES-111, 77, 89Alexandre Hideo Wenichi-21ALEXANDRE PERON-29ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-1, 22ALOISIO LIRA-40ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-112, 85ANA CRISTINA DELACIO ABREU-124ANA IZABEL VIANA GONSALVES-85, 87ANA MARIA DA ROCHA CARVALHO-103ANA MERCEDES MILANEZ-91, 92, 96ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-51ANDRE MIRANDA VICOSA-18ANESIO OTTO FIEDLER-86ANTÔNIO JUSTINO COSTA-114, 34ARMANDO VEIGA-49Arthur Stephan Silva de Melo-100AUGUSTO MOURA VALDINO-101BRUNO MIRANDA COSTA-93BRUNO SANTOS ARRIGONI-69, 71CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO JABOUR-54CARLOS GUILHERME MACEDO PAGIOLA CORDEIRO-100CARLOS MAGNO BARCELOS-36CARLOS ROBERTO BUTERI-31CINTHIA CIPRESTE SANSON WASCONCELLOS-30CLEBER ALVES TUMOLI-124, 128, 129, 130, 131, 46, 47, 56, 57, 58, 90CLEBSON DA SILVEIRA-91CRISTIANO TEIXEIRA PASSOS-127DANILO THEML CARAM-84DASIO IZAIAS PANSINI-72DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRA-112DAYVID CUZZUOL PEREIRA-60Denise Lorencini Valiatti-20DIMAS PINTO VIEIRA-111DORIAN JOSE DE SOUZA-65EDGARD VALLE DE SOUZA-88EDMILSON JOSE TOMAZ-73EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-106, 112, 113EDUARDO LOPES ANDRADE-28ELZA AUXILIADORA LOSS DOS REIS-123ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-108, 110, 28EMILENE ROVETTA DA SILVA-62ERIKA SEIBEL PINTO-127, 128ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-104, 116, 118, 36, 66EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-78, 83FABIANA GONÇALES COUTINHO VIEIRA-37FABIO SIQUEIRA MACHADO-26FABRICIO CALEGARIO SENA-8FABYANO CORREA WAGNER-9FREDERICO AUGUSTO MACHADO-5GECIMAR C. NEVES LIMA-50GERALDO MAGELA CURTINHAS VIEIRA JUNIOR-102, 78GILDO RIBEIRO DA SILVA-85GILSON MEDEIROS DE MELLO-11GISELA PAGUNG TOMAZINI-48, 52GUILHERME MARCHIORI DE ASSIS-35GUSTAVO CABRAL VIEIRA-106, 115, 37, 74, 92GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-122HARLEY SANTANNA-46, 59HELTON TEIXEIRA RAMOS-124, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 21, 47, 56, 57, 58HENRICA MARIA MORAES DE OLIVEIRA-52HENRIQUE SOARES MACEDO-55, 69, 71INGRID SILVA DE MONTEIRO-84

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Isabela Boechat B. B. de Oliveira-107, 55, 94ITAMAR LUIS VALIM-74IZAEL DE MELLO REZENDE-61, 70, 91, 92, 96IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR-105JAKELINE CAMPOS PINTO-98JAMILSON SERRANO PORFIRIO-89JANETE MARCIA DIAS-42JEANINE NUNES ROMANO-25, 97JOAO BATISTA DALAPICOLA SAMPAIO-41JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-1, 25, 26, 27, 32, 97JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO-131JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-108, 109, 110, 16, 17, 43, 6JOÃO ROBERT CUZZUOL PEREIRA-60JOAQUIM AUGUSTO DE AZEVEDO SAMPAIO-41José Arteiro Vieira de Mello-53JOSE OLIVEIRA DE SOUZA-104JOSIANE VILELA BAPTISTA DA COSTA-40JUANDERSON MORAES DE OLIVEIRA-52JULIO DE CASTILHOS-100Karina Rocha Mitleg Bayerl-94KARLA CECILIA LUCIANO PINTO-131KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO-101KEILANE MARTINS REZENDE-27KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA-128, 47KRYSTINE ELISA HUBBE ZUMBLICK-21LEONARDO PIZZOL VINHA-102, 78, 82, 83LIDIANE DA PENHA SEGAL-93LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO-75LUCELIA GONCALVES DE REZENDE-122LUCIANO PEREIRA CHAGAS-123Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-114, 65LUIS RENATO GASTIN DOS SANTOS-90LUIZ CARLOS BASTIANELLO-116LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-125, 126, 59LUIZ FELIPE MANTOVANELI FERREIRA-19LUIZ HENRIQUE MIGUEL PAVAN-23LUIZ MARIA BORGES DOS REIS-53LUIZ ROBERTO SOARES SARCINELLI-100LUIZA HELENA GOMES LORETO-67MÁIRA DANCOS BARBOSA RIBEIRO-45MANOEL FELIX LEITE-63MANOEL FERNANDES ALVES-66MARCELA REIS SILVA-38Marcelo Camata Pereira-63, 67, 96, 99MARCELO CARVALHINHO VIEIRA-44, 45MARCELO MATEDI ALVES-102, 78, 82, 83MARCIA DALCIN LEMOS-8MARCIA RIBEIRO PAIVA-103, 54, 55, 61, 68MARCIO SANTOLIN BORGES-53MARCO HENRIQUE KAMHAJI-38Marcos Figueredo Marçal-69, 72MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-81MARIA APARECIDA ZANOTELLI SOUZA FERNANDES-99MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI-44MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-34MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-120, 121, 3, 81MARIA DE FATIMA MONTEIRO-42MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS-61, 92, 96MICHELI JESUS VIEIRA DE MELO-105, 18, 19NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-48, 52NEIDE DEZANE MARIANI-78, 79OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-117, 119OSIAS ALVES PENHA-80, 87OTNIEL CARLOS DE OLIVEIRA-52PATRÍCIA DA CUNHA CASTANHEIRA JACINTO-32PATRICIA NUNES ROMANO-97PAULA ALMEIDA RAMOS-33PAULO GUERRA FELIPE-48

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Paulo Henrique Vaz Fidalgo-60, 71, 88PRISCILA PERIM GAVA-117, 64RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-20, 39, 62, 64, 8RICARDO LEAO DE CALAIS ROLDAO-4RITA DE CÁSSIA DA VITÓRIA BERNARDO-24RODRIGO COSTA BUARQUE-50RODRIGO RODRIGUES DE OLIVEIRA-95ROGÉRIO KEIJÓK SPITZ-4ROGERIO SIMOES ALVES-124, 125, 126, 128, 129, 130, 21, 47, 56, 57, 58ROMÁRIO ORTELAN NOGUEIRA-123ROMULO COSTA MOREIRA-27ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-24, 33, 35, 70, 73, 76SALERMO SALES DE OLIVEIRA-39SAMUEL ANHOLETE-119SARITA DO NASCIMENTO FREITAS-92, 96SEBASTIAO EDELCIO FARDIN-9SERGIO DE SOUZA FREITAS-41SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-10, 109, 11, 12, 120, 121, 13, 14, 15, 16, 17, 2,3, 4, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 5, 6, 7SHIZUE SOUZA KITAGAWA-82, 83SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-113, 31, 49TAIS MARIA ZANONI-10, 13, 14, 15TAÍS MARIA ZANONI-12, 7THIAGO COSTA BOLZANI-48, 52VALERIO RODRIGUES NUNES CRUZ-77valmir meurer izidorio-21vanessa ribeiro fogos-45, 84VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM-102WILLIAN DA MATTA BERGAMINI-80

Setor de PublicacaoAUGUSTO S. F. RANGELDiretor(a) da Secretaria1ª Turma Recursal

Nro. Boletim 2010.000104

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 2007.50.50.000683-2/01 PEDRO HENRIQUE FERREIRA LARANJA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.). . E M E N T A

LOAS. RENDA MENSAL PER CAPITA SUPERIOR AO LIMITE LEGAL. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso interposto em face de sentença que julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder o benefício de amparo social a pessoa portadora de deficiência. O recorrente é menor de idade. Reside junto com o pai, a mãe e outro irmão menor. O grupo familiar do recorrente é composto, pois, por quatro pessoas. A renda mensal do grupo familiar, em março/2008, superava o valor de R$ 700,00, proveniente do salário auferido pelo pai do recorrente (fl. 100), mais R$ 36,00 decorrente do Programa Bolsa Família. Na época, o salário mínimo correspondia a R$ 415,00. Logo, a renda per capita superava em muito o limite máximo de ¼ do salário mínimo. O recorrente não cumpre o requisito financeiro objetivo previstono art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93. O recorrente alegou que necessita de uma prótese com valor estimado em R$ 1.115,00, além de precisar se submeter a tratamento fisioterápico e a uma cirurgia na bacia. Alegou também que, sem o benefício assistencial, será difícilcustear a cirurgia. Gastos com aquisição de prótese e com tratamento de saúde não podem ser deduzidos do valor da renda mensal familiar para aferição da miserabilidade. A Seguridade Social, consoante norma constitucional, é tripartida em Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Tratamentos de saúde não são cobertos pela proteção propiciada pela Assistência Social, mas pelo outro ramo da Seguridade Social, a Saúde. A necessidade de prótese, de fisioterapia e de tratamento cirúrgico autoriza a pessoa carente a exigir que o Estado entregue a prestação in natura - obrigação de dar coisa certa -, mas não

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010justifica a concessão de benefício assistencial - obrigação de pagar quantia certa.O recorrente alegou, com base no relatório sócio-econômico, que as despesas mensais da família perfazem o total de R$ 542,00. Esse valor, porém, é inferior à renda mensal bruta do grupo familiar. Está comprovada situação de pobreza, masnão o estado de miserabilidade que justifica a concessão do amparo assistencial.Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

2 - 2007.50.50.000162-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x VIONILSON LUBE. . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA ANTES DE 01/08/2007. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.1. Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o recorrente a revisar a renda mensal inicial de benefício previdenciário.2. O recorrente argüiu que a decadência do direito à revisão de ato de concessão de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28/06/1997 se operou em 01/08/2007, conforme Enunciado nº 63 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.3. A ação foi ajuizada antes de 01/08/2007. Logo, o direito à revisão foi exercido antes da consumação da decadência, ainda que se leve em conta o entendimento consolidado pelas Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Por conseguinte, é irrelevante, no caso concreto, a discussão sobre a divergência jurisprudencial em torno da questão de direito.4. Recurso improvido. Por se tratar de recurso manifestamente protelatório,aplica-se ao recorrente multa por litigância de má-fé, arbitrada em 1% do valor da causa, na forma do art. 17, VII c/c art. 18, ambos do CPC. 5. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso e condenar o recorrente ao pagamento de multa arbitrada em1% do valor da causa.

3 - 2007.50.52.000723-4/01 MANUEL DIAS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.)x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. PRAZO DE CADUCIDADE PREVISTO POR LEIPOSTERIOR À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DA LEI NOVA. RETROATIVIDADE MÍNIMA. NÃO HÁ OFENSA A DIREITO ADQUIRIDO NEM A ATO JURÍDICO PERFEITO. SÚMULA Nº8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.Até 27/06/1997, não havia previsão legal de decadência para a revisão dos atos de concessão de benefícios previdenciários. A revisão podia ser requerida a qualquer tempo. A decadência foi instituída a partir de 28/06/1997, quando entrou em vigor a MP 1.523-9, convertida na Lei nº 9.528/97.A decadência incide sobre os benefícios concedidos antes da lei que estabeleceu o prazo de caducidade. A lei nova é aplicável a todos os fatos e situações presentes e futuras, ressalvadas apenas as hipóteses cobertas pelo direito adquirido, pelo ato jurídico perfeito ou pela coisa julgada e desde que contado o prazo de caducidade apenas a partir do início da vigência da lei que o criou.A decadência não constitui elemento intrínseco ao ato de concessão do benefício.Trata-se, na verdade, de um efeito inerente ao regime jurídico aplicável ao benefício. E, na jurisprudência, é ponto pacífico que não existe direito adquirido a regime jurídico.Não há ofensa a ato jurídico perfeito, porque a instituição do prazo de decadência não interfere na definição de nenhum dos requisitos necessários à implementação do benefício segundo a lei vigente na data da concessão. O ato jurídico perfeito é instituto que visa impedir que lei nova, que estabeleça

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010novos requisitos, acarrete a desconstituição de ato jurídico completado com o aperfeiçoamento de todos os requisitos exigidos pela lei então vigente. Para a concessão de aposentadoria por tempo de serviço, por exemplo, os requisitos são apenas a carência e o tempo mínimo de serviço. A revisibilidade do ato jurídico não é um dos requisitos para a concessão de aposentadoria. Ademais, tanto o ato jurídico perfeito quanto a instituição do prazo de decadência têm por escopo a proteção da segurança jurídica, razão pela qual não colidem entre si.Aplicar o prazo de decadência aos benefícios concedidos antes da MP 1.523-9 não implica atribuir à lei aplicabilidade retroativa. O que ocorre, em verdade, é a aplicação imediata da norma para os fatos posteriores.Na ocasião em que o Código de Processo Civil de 1973 entrou em vigor, alterando o prazo decadencial da ação rescisória de cinco para dois anos, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “quando há incidência de lei nova em prazos de prescrição ou decadência em curso, não há falar em direito adquirido”.A Súmula nº 8 da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais da 2ª Região dispõe que "em 01.08.2007 operou-se a decadênciadas ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.Recurso ao qual se nega provimento.O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

4 - 2007.50.52.000626-6/01 HILTON ANGELO DA SILVA (ADVOGADO: RICARDO LEAO DE CALAIS ROLDAO, ROGÉRIO KEIJÓK SPITZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. PRAZO DE CADUCIDADE PREVISTO POR LEIPOSTERIOR À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DA LEI NOVA. RETROATIVIDADE MÍNIMA. NÃO HÁ OFENSA A DIREITO ADQUIRIDO NEM A ATO JURÍDICO PERFEITO. SÚMULA Nº8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.Até 27/06/1997, não havia previsão legal de decadência para a revisão dos atos de concessão de benefícios previdenciários. A revisão podia ser requerida a qualquer tempo. A decadência foi instituída a partir de 28/06/1997, quando entrou em vigor a MP 1.523-9, convertida na Lei nº 9.528/97.A decadência incide sobre os benefícios concedidos antes da lei que estabeleceu o prazo de caducidade. A lei nova é aplicável a todos os fatos e situações presentes e futuras, ressalvadas apenas as hipóteses cobertas pelo direito adquirido, pelo ato jurídico perfeito ou pela coisa julgada e desde que contado o prazo de caducidade apenas a partir do início da vigência da lei que o criou.A decadência não constitui elemento intrínseco ao ato de concessão do benefício.Trata-se, na verdade, de um efeito inerente ao regime jurídico aplicável ao benefício. E, na jurisprudência, é ponto pacífico que não existe direito adquirido a regime jurídico.Não há ofensa a ato jurídico perfeito, porque a instituição do prazo de decadência não interfere na definição de nenhum dos requisitos necessários à implementação do benefício segundo a lei vigente na data da concessão. O ato jurídico perfeito é instituto que visa impedir que lei nova, que estabeleça novos requisitos, acarrete a desconstituição de ato jurídico completado com o aperfeiçoamento de todos os requisitos exigidos pela lei então vigente. Para a concessão de aposentadoria por tempo de serviço, por exemplo, os requisitos são apenas a carência e o tempo mínimo de serviço. A revisibilidade do ato jurídico não é um dos requisitos para a concessão de aposentadoria. Ademais, tanto o ato jurídico perfeito quanto a instituição do prazo de decadência têm por escopo a proteção da segurança jurídica, razão pela qual não colidem entre si.Aplicar o prazo de decadência aos benefícios concedidos antes da MP 1.523-9 não implica atribuir à lei aplicabilidade retroativa. O que ocorre, em verdade, é a aplicação imediata da norma para os fatos posteriores.Na ocasião em que o Código de Processo Civil de 1973 entrou em vigor, alterando o prazo decadencial da ação rescisória de cinco para dois anos, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “quando há incidência de lei nova em prazos de prescrição ou decadência em curso, não há falar em direito adquirido”.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010A Súmula nº 8 da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais da 2ª Região dispõe que "em 01.08.2007 operou-se a decadênciadas ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.Recurso ao qual se nega provimento.O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e honorários advocatícios, por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

5 - 2006.50.50.006104-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x FLORISVALDO CAETANO FERREIRA (ADVOGADO: FREDERICO AUGUSTO MACHADO.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA ANTES DE 01/08/2007. RECURSO MANIFESTAMENTE PROTELATÓRIO. MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.1. Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o recorrente a revisar a renda mensal inicial de benefício previdenciário.2. O recorrente argüiu que a decadência do direito à revisão de ato de concessão de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28/06/1997 se operou em 01/08/2007, conforme Enunciado nº 63 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.3. A ação foi ajuizada antes de 01/08/2007. Logo, o direito à revisão foi exercido antes da consumação da decadência, ainda que se leve em conta o entendimento consolidado pelas Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Por conseguinte, é irrelevante, no caso concreto, a discussão sobre a divergência jurisprudencial em torno da questão de direito.4. Recurso improvido. Por se tratar de recurso manifestamente protelatório,aplica-se ao recorrente multa por litigância de má-fé, arbitrada em 1% do valor da causa, na forma do art. 17, VII c/c art. 18, ambos do CPC. 5. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em R$ 500,00 (quinhentos reais).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso e condenar o recorrente ao pagamento de multa arbitrada em1% do valor da causa.

6 - 2007.50.50.011406-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x MANOEL FERREIRA DA SERRA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PRAZO DECADENCIAL NÃO CONSUMADO. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a revisara renda mensal inicial do benefício previdenciário do recorrido. O INSS arguiu adecadência do direito à revisão do benefício.O auxílio-doença foi concedido antes de 1º/8/1997. Ocorre que o recorrido não pediu diretamente a revisão do ato de concessão do auxílio-doença, mas a revisãodo ato de concessão de sua aposentadoria por invalidez.Quando a aposentadoria por invalidez foi implantada, já estava em vigor a MP 1.523-9, que, alterando a redação do art. 103 da Lei nº 8.213/91, criara para o segurado ou beneficiário o prazo de decadência de dez anos para revisão de ato de concessão de benefício previdenciário. Esse prazo deveria ser contado do “diaprimeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo”. A data de início do pagamento foi estabelecida em outubro/98. Logo, o termo inicial do prazo de decadência fixou-se em 1º/11/98. Adecadência somente se consumaria em 1º/11/2008. Quando a ação revisional foi

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010ajuizada, a decadência ainda não estava consumada.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

7 - 2007.50.50.010682-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x GEANYS DOUGLAS BACAMELLIS (ADVOGADO: TAÍS MARIA ZANONI.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. PENSÃO DERIVADA DE OUTRO BENEFÍCIO. SENTENÇA MANTIDA.O INSS argüiu a decadência do direito à revisão do auxílio-doença originário nostermos do art. 103 da Lei nº 8.213/91. Ocorre que o recorrido não pediu diretamente a revisão do ato de concessão do benefício originário, mas a revisãodo ato de concessão de sua própria pensão por morte. E entre a data da concessãoda pensão por morte e a data do ajuizamento da ação não transcorreu tempo superior a dez anos. Se o beneficiário perdeu, em vida, o direito de revisar o ato de concessão da sua aposentadoria-base, esse fato não prejudica o titular dasubseqüente pensão por morte, o qual pode discutir amplamente todos os critériosque tenham influenciado o cálculo do seu benefício, ainda que fundados em dados que poderiam ter sido questionados pelo segurado atingido pela decadência.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

8 - 2008.50.51.001647-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x CECILIA REGINA DELPUPO SILVA (ADVOGADO:MARCIA DALCIN LEMOS, FABRICIO CALEGARIO SENA.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. PRAZO DE CADUCIDADE PREVISTO POR LEIPOSTERIOR À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DA LEI NOVA. RETROATIVIDADE MÍNIMA. NÃO HÁ OFENSA A DIREITO ADQUIRIDO NEM A ATO JURÍDICO PERFEITO. SÚMULA Nº8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA.Até 27/06/1997, não havia previsão legal de decadência para a revisão dos atos de concessão de benefícios previdenciários. A revisão podia ser requerida a qualquer tempo. A decadência foi instituída a partir de 28/06/1997, quando entrou em vigor a MP 1.523-9, convertida na Lei nº 9.528/97.A decadência incide sobre os benefícios concedidos antes da lei que estabeleceu o prazo de caducidade. A lei nova é aplicável a todos os fatos e situações presentes e futuras, ressalvadas apenas as hipóteses cobertas pelo direito adquirido, pelo ato jurídico perfeito ou pela coisa julgada e desde que contado o prazo de caducidade apenas a partir do início da vigência da lei que o criou.A decadência não constitui elemento intrínseco ao ato de concessão do benefício.Trata-se, na verdade, de um efeito inerente ao regime jurídico aplicável ao benefício. E, na jurisprudência, é ponto pacífico que não existe direito adquirido a regime jurídico.Não há ofensa a ato jurídico perfeito, porque a instituição do prazo de decadência não interfere na definição de nenhum dos requisitos necessários à implementação do benefício segundo a lei vigente na data da concessão. O ato jurídico perfeito é instituto que visa impedir que lei nova, que estabeleça novos requisitos, acarrete a desconstituição de ato jurídico completado com o aperfeiçoamento de todos os requisitos exigidos pela lei então vigente. Para a concessão de aposentadoria por tempo de serviço, por exemplo, os requisitos são apenas a carência e o tempo mínimo de serviço. A revisibilidade do ato jurídico não é um dos requisitos para a concessão de aposentadoria. Ademais, tanto o ato jurídico perfeito quanto a instituição do prazo de decadência têm por escopo a proteção da segurança jurídica, razão pela qual não colidem entre si.Aplicar o prazo de decadência aos benefícios concedidos antes da MP 1.523-9 não

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010implica atribuir à lei aplicabilidade retroativa. O que ocorre, em verdade, é a aplicação imediata da norma para os fatos posteriores.Na ocasião em que o Código de Processo Civil de 1973 entrou em vigor, alterando o prazo decadencial da ação rescisória de cinco para dois anos, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “quando há incidência de lei nova em prazos de prescrição ou decadência em curso, não há falar em direito adquirido”.A Súmula nº 8 da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais da 2ª Região dispõe que "em 01.08.2007 operou-se a decadênciadas ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.Recurso provido para reformar a sentença, extinguindo o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, do CPC. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95). Sem custas.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

9 - 2008.50.54.000384-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SEBASTIAO EDELCIO FARDIN.) x SEBASTIAO JOSE DA SILVA (ADVOGADO: FABYANO CORREA WAGNER.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. PRAZO DE CADUCIDADE PREVISTO POR LEIPOSTERIOR À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DA LEI NOVA. RETROATIVIDADE MÍNIMA. NÃO HÁ OFENSA A DIREITO ADQUIRIDO NEM A ATO JURÍDICO PERFEITO. SÚMULA Nº8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA.Até 27/06/1997, não havia previsão legal de decadência para a revisão dos atos de concessão de benefícios previdenciários. A revisão podia ser requerida a qualquer tempo. A decadência foi instituída a partir de 28/06/1997, quando entrou em vigor a MP 1.523-9, convertida na Lei nº 9.528/97.A decadência incide sobre os benefícios concedidos antes da lei que estabeleceu o prazo de caducidade. A lei nova é aplicável a todos os fatos e situações presentes e futuras, ressalvadas apenas as hipóteses cobertas pelo direito adquirido, pelo ato jurídico perfeito ou pela coisa julgada e desde que contado o prazo de caducidade apenas a partir do início da vigência da lei que o criou.A decadência não constitui elemento intrínseco ao ato de concessão do benefício.Trata-se, na verdade, de um efeito inerente ao regime jurídico aplicável ao benefício. E, na jurisprudência, é ponto pacífico que não existe direito adquirido a regime jurídico.Não há ofensa a ato jurídico perfeito, porque a instituição do prazo de decadência não interfere na definição de nenhum dos requisitos necessários à implementação do benefício segundo a lei vigente na data da concessão. O ato jurídico perfeito é instituto que visa impedir que lei nova, que estabeleça novos requisitos, acarrete a desconstituição de ato jurídico completado com o aperfeiçoamento de todos os requisitos exigidos pela lei então vigente. Para a concessão de aposentadoria por tempo de serviço, por exemplo, os requisitos são apenas a carência e o tempo mínimo de serviço. A revisibilidade do ato jurídico não é um dos requisitos para a concessão de aposentadoria. Ademais, tanto o ato jurídico perfeito quanto a instituição do prazo de decadência têm por escopo a proteção da segurança jurídica, razão pela qual não colidem entre si.Aplicar o prazo de decadência aos benefícios concedidos antes da MP 1.523-9 não implica atribuir à lei aplicabilidade retroativa. O que ocorre, em verdade, é a aplicação imediata da norma para os fatos posteriores.Na ocasião em que o Código de Processo Civil de 1973 entrou em vigor, alterando o prazo decadencial da ação rescisória de cinco para dois anos, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “quando há incidência de lei nova em prazos de prescrição ou decadência em curso, não há falar em direito adquirido”.O prazo de decadência, originalmente estipulado em dez anos (MP 1.523-9), havia sido reduzido para cinco anos a partir de 21/11/1998 (MP 1.663-13), mas, desde novembro/2003, voltou a ser de dez anos (MP 138/2003). A temporária redução do prazo de caducidade ocorrida em 1998, quando já estava em curso contra o recorrente o prazo de dez anos, não modificou o termo inicial do prazo para 21/11/1998. Esse argumento foi incidentalmente rejeitado pela Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Federais da 2ª Região quando deliberou sobre a decadência do direito à revisão dos benefícios concedidos antes de 1º/8/2007. Em sessão realizada no dia 29/06/2009, aquele colegiado aprovou a Súmula nº 8, com o seguinte enunciado: "Em 01.08.2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 daLei nº 8.213/91. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0". No julgamento do processo, descartou-se expressamente a possibilidade de que a MP 1.663-13 houvesse alterado o termo inicial do prazo de caducidade. Se, para os benefíciosconcedidos antes de 1º/8/2007, a MP 1.663-13 não alterou o termo inicial do prazo de decadência, também não pode ter produzido esse efeito em relação aos benefícios concedidos entre 1º/8/1997 e 21/11/1998.Recurso provido para reformar a sentença, extinguindo o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, do CPC. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95). Sem custas.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

10 - 2008.50.50.000832-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x ANGELA MARIA MACHADO (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PRAZO DECADENCIAL NÃO CONSUMADO. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a revisara renda mensal inicial do benefício previdenciário do recorrido. O INSS arguiu adecadência do direito à revisão do benefício.O auxílio-doença foi concedido antes de 6/2/1996. Ocorre que o recorrido não pediu diretamente a revisão do ato de concessão do auxílio-doença, mas a revisãodo ato de concessão de sua aposentadoria por invalidez.Quando a aposentadoria por invalidez foi implantada, já estava em vigor a MP 1.523-9, que, alterando a redação do art. 103 da Lei nº 8.213/91, criara para o segurado ou beneficiário o prazo de decadência de dez anos para revisão de ato de concessão de benefício previdenciário. Esse prazo deveria ser contado do “diaprimeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo”. A data de início do pagamento foi estabelecida em outubro/98. Logo, o termo inicial do prazo de decadência fixou-se em 1º/11/98. Adecadência somente se consumaria em 1º/11/2008. Quando a ação revisional foi ajuizada, a decadência ainda não estava consumada.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

11 - 2008.50.50.001908-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .) x ANTONIO FERREIRA (ADVOGADO: GILSON MEDEIROS DE MELLO.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. PRAZO DE CADUCIDADE PREVISTO POR LEIPOSTERIOR À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DA LEI NOVA. RETROATIVIDADE MÍNIMA. NÃO HÁ OFENSA A DIREITO ADQUIRIDO NEM A ATO JURÍDICO PERFEITO. SÚMULA Nº8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA.Até 27/06/1997, não havia previsão legal de decadência para a revisão dos atos de concessão de benefícios previdenciários. A revisão podia ser requerida a qualquer tempo. A decadência foi instituída a partir de 28/06/1997, quando entrou em vigor a MP 1.523-9, convertida na Lei nº 9.528/97.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010A decadência incide sobre os benefícios concedidos antes da lei que estabeleceu o prazo de caducidade. A lei nova é aplicável a todos os fatos e situações presentes e futuras, ressalvadas apenas as hipóteses cobertas pelo direito adquirido, pelo ato jurídico perfeito ou pela coisa julgada e desde que contado o prazo de caducidade apenas a partir do início da vigência da lei que o criou.A decadência não constitui elemento intrínseco ao ato de concessão do benefício.Trata-se, na verdade, de um efeito inerente ao regime jurídico aplicável ao benefício. E, na jurisprudência, é ponto pacífico que não existe direito adquirido a regime jurídico.Não há ofensa a ato jurídico perfeito, porque a instituição do prazo de decadência não interfere na definição de nenhum dos requisitos necessários à implementação do benefício segundo a lei vigente na data da concessão. O ato jurídico perfeito é instituto que visa impedir que lei nova, que estabeleça novos requisitos, acarrete a desconstituição de ato jurídico completado com o aperfeiçoamento de todos os requisitos exigidos pela lei então vigente. Para a concessão de aposentadoria por tempo de serviço, por exemplo, os requisitos são apenas a carência e o tempo mínimo de serviço. A revisibilidade do ato jurídico não é um dos requisitos para a concessão de aposentadoria. Ademais, tanto o ato jurídico perfeito quanto a instituição do prazo de decadência têm por escopo a proteção da segurança jurídica, razão pela qual não colidem entre si.Aplicar o prazo de decadência aos benefícios concedidos antes da MP 1.523-9 não implica atribuir à lei aplicabilidade retroativa. O que ocorre, em verdade, é a aplicação imediata da norma para os fatos posteriores.Na ocasião em que o Código de Processo Civil de 1973 entrou em vigor, alterando o prazo decadencial da ação rescisória de cinco para dois anos, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “quando há incidência de lei nova em prazos de prescrição ou decadência em curso, não há falar em direito adquirido”.A Súmula nº 8 da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais da 2ª Região dispõe que "em 01.08.2007 operou-se a decadênciadas ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.Recurso provido para reformar a sentença, extinguindo o processo com resolução de mérito na forma do art. 269, IV, do CPC. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencido fosse o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95). Sem custas.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento ao recurso.

12 - 2008.50.50.000056-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x DIVA RODRIGUES DA SILVA (ADVOGADO: TAÍS MARIAZANONI.). . E M E N T A

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL. SÚMULA 8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. DECADÊNCIA. PENSÃO POR MORTE DERIVADA DE BENEFÍCIO ANTERIOR. DATA DE INÍCIO DA PENSÃO POSTERIOR A 01/08/1997. DIREITO DO TITULAR DA PENSÃO POR MORTE NÃO É PREJUDICADO PELA DECADÊNCIA DO DIREITO DO TITULAR DA APOSENTADORIA-BASE. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL IMPROVIDO.1. Processo encaminhando para decidir o pedido de uniformização regional deinterpretação de lei federal mediante adequação do acórdão recorrido ao entendimento consolidado na Súmula 8 da Turma Regional de Uniformização.2. A solução da divergência jurisprudencial no incidente de uniformização não permite acolher a argüição de decadência. A Súmula 8 da TRU decidiu apenas que, para os benefícios concedidos antes da MP 1.523-9, o prazo de decadência dodireito à revisão de ato de concessão de benefício começou a correr a partir de 1º/08/1997. Ocorre que o benefício previdenciário ora submetido à revisão, uma pensão por morte, foi concedido depois daquela data. Logo, o termo inicial do prazo de caducidade não pode ser fixado em 1º/08/1997.3. Entre o dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação do benefício revisado (art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91) e a data do ajuizamento da ação não transcorreu tempo superior a dez anos. Logo, a decadência não se consumou.4. É verdade que a revisão da pensão por morte pressupõe o reexame do cálculo da renda mensal inicial da aposentadoria-base (cuja revisão sujeitava-se

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010a prazo de decadência com termo inicial fixado em 1º/08/1997). Entretanto, a revisão do ato de concessão da aposentadoria-base não constitui diretamente o objeto do processo. Eventual perda do direito do aposentado falecido à revisão do ato de concessão da aposentadoria-base não prejudica o titular da pensão por morte, que pode discutir amplamente todos os critérios que tenham influenciado ocálculo do seu benefício, ainda que fundados em dados que poderiam ter sido questionados pelo aposentado atingido pela decadência.5. Pedido de uniformização regional de interpretação de lei federal improvido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao pedido regional de uniformização de interpretação de lei federal.

13 - 2008.50.50.000343-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x VALDECI MARIA DE JESUS (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.). . E M E N T A

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL. SÚMULA 8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. DECADÊNCIA. PENSÃO POR MORTE DERIVADA DE BENEFÍCIO ANTERIOR. DATA DE INÍCIO DA PENSÃO POSTERIOR A 01/08/1997. DIREITO DO TITULAR DA PENSÃO POR MORTE NÃO É PREJUDICADO PELA DECADÊNCIA DO DIREITO DO TITULAR DA APOSENTADORIA-BASE. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL IMPROVIDO.1. Processo encaminhando para decidir o pedido de uniformização regional deinterpretação de lei federal mediante adequação do acórdão recorrido ao entendimento consolidado na Súmula 8 da Turma Regional de Uniformização.2. A solução da divergência jurisprudencial no incidente de uniformização não permite acolher a argüição de decadência. A Súmula 8 da TRU decidiu apenas que, para os benefícios concedidos antes da MP 1.523-9, o prazo de decadência dodireito à revisão de ato de concessão de benefício começou a correr a partir de 1º/08/1997. Ocorre que o benefício previdenciário ora submetido à revisão, uma pensão por morte, foi concedido depois daquela data. Logo, o termo inicial do prazo de caducidade não pode ser fixado em 1º/08/1997.3. Entre o dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação do benefício revisado (art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91) e a data do ajuizamento da ação não transcorreu tempo superior a dez anos. Logo, a decadência não se consumou.4. É verdade que a revisão da pensão por morte pressupõe o reexame do cálculo da renda mensal inicial da aposentadoria-base (cuja revisão sujeitava-sea prazo de decadência com termo inicial fixado em 1º/08/1997). Entretanto, a revisão do ato de concessão da aposentadoria-base não constitui diretamente o objeto do processo. Eventual perda do direito do aposentado falecido à revisão do ato de concessão da aposentadoria-base não prejudica o titular da pensão por morte, que pode discutir amplamente todos os critérios que tenham influenciado ocálculo do seu benefício, ainda que fundados em dados que poderiam ter sido questionados pelo aposentado atingido pela decadência.5. Pedido de uniformização regional de interpretação de lei federal improvido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao pedido regional de uniformização de interpretação de lei federal.

14 - 2008.50.50.000260-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x ONESIO SOARES (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.).. E M E N T A

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL. SÚMULA 8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. DECADÊNCIA. PENSÃO POR MORTE DERIVADA DE BENEFÍCIO ANTERIOR. DATA DE INÍCIO DA PENSÃO POSTERIOR A 01/08/1997. DIREITO DO TITULAR DA PENSÃO POR MORTE NÃO É PREJUDICADO PELA DECADÊNCIA DO DIREITO DO TITULAR DA APOSENTADORIA-BASE. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL IMPROVIDO.1. Processo encaminhando para decidir o pedido de uniformização regional deinterpretação de lei federal mediante adequação do acórdão recorrido ao entendimento consolidado na Súmula 8 da Turma Regional de Uniformização.2. A solução da divergência jurisprudencial no incidente de uniformização

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010não permite acolher a argüição de decadência. A Súmula 8 da TRU decidiu apenas que, para os benefícios concedidos antes da MP 1.523-9, o prazo de decadência dodireito à revisão de ato de concessão de benefício começou a correr a partir de 1º/08/1997. Ocorre que o benefício previdenciário ora submetido à revisão, uma pensão por morte, foi concedido depois daquela data. Logo, o termo inicial do prazo de caducidade não pode ser fixado em 1º/08/1997.3. Entre o dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação do benefício revisado (art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91) e a data do ajuizamento da ação não transcorreu tempo superior a dez anos. Logo, a decadência não se consumou.4. É verdade que a revisão da pensão por morte pressupõe o reexame do cálculo da renda mensal inicial da aposentadoria-base (cuja revisão sujeitava-sea prazo de decadência com termo inicial fixado em 1º/08/1997). Entretanto, a revisão do ato de concessão da aposentadoria-base não constitui diretamente o objeto do processo. Eventual perda do direito do aposentado falecido à revisão do ato de concessão da aposentadoria-base não prejudica o titular da pensão por morte, que pode discutir amplamente todos os critérios que tenham influenciado ocálculo do seu benefício, ainda que fundados em dados que poderiam ter sido questionados pelo aposentado atingido pela decadência.5. Pedido de uniformização regional de interpretação de lei federal improvido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao pedido regional de uniformização de interpretação de lei federal.

15 - 2008.50.50.000284-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA RANGEL (ADVOGADO:TAIS MARIA ZANONI.). . E M E N T A

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL. SÚMULA 8 DA TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. DECADÊNCIA. PENSÃO POR MORTE DERIVADA DE BENEFÍCIO ANTERIOR. DATA DE INÍCIO DA PENSÃO POSTERIOR A 01/08/1997. DIREITO DO TITULAR DA PENSÃO POR MORTE NÃO É PREJUDICADO PELA DECADÊNCIA DO DIREITO DO TITULAR DA APOSENTADORIA-BASE. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL IMPROVIDO.1. Processo encaminhando para decidir o pedido de uniformização regional deinterpretação de lei federal mediante adequação do acórdão recorrido ao entendimento consolidado na Súmula 8 da Turma Regional de Uniformização.2. A solução da divergência jurisprudencial no incidente de uniformização não permite acolher a argüição de decadência. A Súmula 8 da TRU decidiu apenas que, para os benefícios concedidos antes da MP 1.523-9, o prazo de decadência dodireito à revisão de ato de concessão de benefício começou a correr a partir de 1º/08/1997. Ocorre que o benefício previdenciário ora submetido à revisão, uma pensão por morte, foi concedido depois daquela data. Logo, o termo inicial do prazo de caducidade não pode ser fixado em 1º/08/1997.3. Entre o dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação do benefício revisado (art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91) e a data do ajuizamento da ação não transcorreu tempo superior a dez anos. Logo, a decadência não se consumou.4. É verdade que a revisão da pensão por morte pressupõe o reexame do cálculo da renda mensal inicial da aposentadoria-base (cuja revisão sujeitava-sea prazo de decadência com termo inicial fixado em 1º/08/1997). Entretanto, a revisão do ato de concessão da aposentadoria-base não constitui diretamente o objeto do processo. Eventual perda do direito do aposentado falecido à revisão do ato de concessão da aposentadoria-base não prejudica o titular da pensão por morte, que pode discutir amplamente todos os critérios que tenham influenciado ocálculo do seu benefício, ainda que fundados em dados que poderiam ter sido questionados pelo aposentado atingido pela decadência.5. Pedido de uniformização regional de interpretação de lei federal improvido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao pedido regional de uniformização de interpretação de lei federal.

16 - 2007.50.50.011687-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .) x ADEMAR CARDOSO DURAES (ADVOGADO: JOAO FELIPEDE MELO CALMON HOLLIDAY.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. NULIDADE DO ART. 32, § 20, DO DECRETO Nº 3.048/99. SENTENÇA MANTIDA.O art. 32, § 20, do Decreto nº 3.048/99, criou uma exceção à regra instituída pela lei, pois, nos casos em que o segurado contar com menos de 144 contribuições no período contributivo, prevê que todos os salários-de-contribuição (= 100%), e não apenas os 80% maiores, sejam considerados para efeito de cálculo do salário-de-benefício. Nesse ponto, o decreto, a pretexto de regulamentar o texto legal, estabeleceu exceção nele não prevista.O ato normativo infralegal não pode inovar a ordem jurídica, não pode exorbitar os limites da lei. Sua função é meramente explicitativa, minudenciando o comandogenérico da norma legal, a fim de propiciar-lhe o fiel cumprimento. Por isso, considera-se nulo o art. 32, § 20, do Decreto nº 3.048/99.Período contributivo pressupõe existência de contribuições. Por isso, se dentro do período decorrido desde julho/94 até a competência anterior à data de início do benefício ou data de afastamento do trabalho ocorrerem “falhas de contribuição”, o período contributivo engloba apenas as competências em que tiver sido apurado salário-de-contribuição.O benefício foi concedido quando a Lei nº 9.876/99 já estava em vigor. Assim, nocálculo do salário-de-benefício o INSS deveria ter desprezado os 20% menores salários-de-contribuição.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

17 - 2008.50.50.003832-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x JOSÉ EUDES ROZENO (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. ART. 29, II, DA LEI Nº 8.213/91. NULIDADE DO ART. 32, § 20, DO DECRETO Nº 3.048/99. SENTENÇA MANTIDA.O art. 32, § 20, do Decreto nº 3.048/99, criou uma exceção à regra instituída pela lei, pois, nos casos em que o segurado contar com menos de 144 contribuições no período contributivo, prevê que todos os salários-de-contribuição (= 100%), e não apenas os 80% maiores, sejam considerados para efeito de cálculo do salário-de-benefício. Nesse ponto, o decreto, a pretexto de regulamentar o texto legal, estabeleceu exceção nele não prevista.O ato normativo infralegal não pode inovar a ordem jurídica, não pode exorbitar os limites da lei. Sua função é meramente explicitativa, minudenciando o comandogenérico da norma legal, a fim de propiciar-lhe o fiel cumprimento. Por isso, considera-se nulo o art. 32, § 20, do Decreto nº 3.048/99.Período contributivo pressupõe existência de contribuições. Por isso, se dentro do período decorrido desde julho/94 até a competência anterior à data de início do benefício ou data de afastamento do trabalho ocorrerem “falhas de contribuição”, o período contributivo engloba apenas as competências em que tiver sido apurado salário-de-contribuição.O benefício foi concedido quando a Lei nº 9.876/99 já estava em vigor. Assim, nocálculo do salário-de-benefício o INSS deveria ter desprezado os 20% menores salários-de-contribuição.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

18 - 2007.50.51.001809-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010MICHELI JESUS VIEIRA DE MELO.) x JOSE GERALDO RITA (ADVOGADO: ANDRE MIRANDA VICOSA.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL NOPERÍODO IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO REQUERIMENTO. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a conceder ao recorrido o benefício de aposentadoria por idade de trabalhador rural.O recorrente alegou que o recorrido não comprovou exercício de atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento de aposentadoria. O início de prova material e a prova testemunhal demonstraram que o recorrido exerceu atividade rural pelo menos até o ano 2000. Ficou preso no período de 06/04/2001 a 28/04/2006. O recorrido completou 60 anos de idade em 2004. Requereu a aposentadoria em 27/02/2007. Uma das testemunhas ouvidas em juízo declarou, em depoimento colhido em 2008, que conhecia o recorrido havia pouco mais de dois anos e que ele trabalhava como diarista, recebendo por dia de trabalho na roça. Esse depoimento comprova que, após ganhar liberdade, o recorrido continuou exercendo atividade rural durante o período imediatamente anterior ao requerimento de aposentadoria.O recorrente alegou que o recorrido não completou tempo de atividade rural equivalente à carência da aposentadoria. Ocorre que o tempo de atividade rural pode ser descontínuo, e a soma do tempo de atividade rural anterior e posterior ao período de reclusão do recorrido é suficiente para superar o tempo equivalente à carência da aposentadoria.O recorrente alegou que a data de início do benefício deve ser fixada no dia do ajuizamento da ação, uma vez que a sentença que reconheceu o direito à aposentadoria baseou-se na prova testemunhal colhida em audiência. A sentença condenatória, ainda que baseada em prova testemunhal, opera efeitos ex tunc, isto é, retroativos à data da lesão do direito. Considerando que, na data de entrada do requerimento administrativo, o recorrido já havia completado todos osrequisitos para a concessão da aposentadoria por idade, não há razão para fixar a data de início do benefício na data do ajuizamento da ação.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente a pagar honorários advocatícios arbitrados em R$ dez por cento do valor da condenação. A omissão do advogado da parte recorrida em apresentar contra-razões ao recurso não isenta o recorrente vencido de pagar a verba honorária. O art. 55 da Lei nº 9.099/95, aplicável subsidiariamente, não condiciona a condenação em honorários advocatícios à apresentação de contar-razões, bastando que o recorrente seja sucumbente.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

19 - 2007.50.51.002231-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MICHELI JESUS VIEIRA DE MELO.) x VAIR DIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO: LUIZ FELIPE MANTOVANELI FERREIRA.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. INCAPACIDADE CONSOLIDADA ANTES DA PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA. POSSIBILIDADE DE CONVALESCENÇA. DIREITO A AUXÍLIO-DOENÇA.A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por invalidez com DIB em 20/08/2001, data de entrada do requerimento administrativo. O INSS interpôs recurso alegando: (a) que a data de início da incapacidade foi fixada em momentoposterior à perda da qualidade de segurado; (b) que não pode ser concedida aposentadoria por invalidez, porque o laudo pericial acusou que a incapacidade para o trabalho era temporária.O recorrido formulou dois requerimentos administrativos de auxílio-doença em 1996. Ambos foram indeferidos porque a perícia médica do INSS, embora diagnosticando “pequena lesão supra-ciliar com suspeita de CA baso-celular”, nãoconsiderou existir incapacidade para o trabalho. Em 2001, o recorrido foi reexaminado por perito médico do INSS, que, dessa vez, constatou grande ferida supra-ciliar. O recorrente sustenta que a incapacidade para o trabalho somente se consolidou em 2001, quando a ferida estava grande, sendo que a pequena lesão constatada em 1996 ainda não justificava afastamento do trabalho. Ocorre que o laudo da perícia médica do INSS elaborado em 1996, na época em que um dos

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010requerimentos administrativos de auxílio-doença foi indeferido, não se limitou aconstatar que o recorrido estava doente, mas claramente concluiu que ele estava incapaz para o trabalho (fl. 112/verso). Ainda que em 1996 a lesão tivesse menorextensão que em 2001, a incapacidade para o trabalho já estava comprovadamente instalada. O fato de o recorrido ter recolhido contribuição posteriormente a 1996 não prova que a incapacidade para o trabalho estivesse cessada. Dessa forma, a sentença está correta em considerar que a incapacidade para o trabalho consolidou-se antes de maio/2000, quando ocorreria a perda da qualidade de segurado.A concessão de aposentadoria por invalidez pressupõe incapacidade permanente para toda e qualquer atividade profissional, conforme prevê o art. 42 da Lei nº 8.213/91. O laudo pericial, porém, considerou que a incapacidade para o trabalhoera temporária, estimando em seis meses o prazo para recuperação. Não estando inequivocamente comprovada a existência de incapacidade definitiva, é prematura a conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. O fato de o recorrido ter sessenta anos de idade não autoriza presumir a irreversibilidade da inaptidão para o trabalho. Fatores pessoais podem ser sopesados para efeito de avaliar a improbabilidade de reabilitação profissional, mas não para descartar a possibilidade de convalescença.Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, substituindo a condenaçãodo INSS em conceder aposentadoria por invalidez pela condenação a conceder auxílio-doença. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

20 - 2007.50.51.001847-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x FRANKLIN WILSON NOVAES (ADVOGADO: Denise Lorencini Valiatti.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. CITAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA NÃO CONSTITUI DOCUMENTO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA REJEITADA. POSSIBILIDADE DE CANCELAMENTO, A REQUERIMENTO DO SEGURADO, DE AVERBAÇÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO UTILIZADO PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA NO RGPS. SENTENÇA MANTIDA.Documento consiste em objeto dotado de aptidão para comprovar algum fato. Citação de jurisprudência não tem por finalidade comprovar fatos. Isso não se enquadra no conceito de documento. Rejeitada a alegação de ofensa ao contraditório e à ampla defesa por falta de intimação para se manifestar sobre documentos novos. O tempo de contribuição do recorrido na Fundação Hospitalar do Espírito Santo caracterizou tempo de atividade privada. Esse tempo de contribuição foi averbadopelo INSS para produzir efeitos no âmbito do Regime Geral de Previdência Social.Essa averbação, porém, pode ser cancelada a requerimento do segurado, porque nãoexiste lei que a proíba. Se a jurisprudência dominante considera que a renúncia a benefício previdenciário é juridicamente admissível, por se tratar de direito patrimonial disponível e por não haver expressa vedação legal, igual tratamento há de ser conferido ao cancelamento de averbação de um dos períodos concomitantes de tempo de serviço. O cancelamento da averbação não ofende “ato jurídico perfeito”, porque as garantias constitucionais existem tão-somente paraproteger o cidadão em face do Estado, não podendo ser utilizadas para prejudicaro cidadão em favor do Estado.A desconstituição da averbação do período concomitante de tempo de serviço não afetará o somatório do tempo de serviço considerado para concessão da aposentadoria no RGPS, porque persistirão averbados dois outros períodos concomitantes de tempo de contribuição, representados pelos dois últimos vínculos identificados na tabela acima. Em contrapartida, o cancelamento da averbação inevitavelmente acarretará a revisão do salário-de-benefício da aposentadoria concedida no RGPS, uma vez que os salários-de-contribuição correspondentes ao tempo de contribuição na Fundação Hospitalar do Espírito Santo terão de deixar de ser computados. Dessa forma, o INSS não poderá alegar prejuízo.Ao cancelar a averbação do tempo de contribuição em atividade privada, desvinculando-o do RGPS, elimina-se a alegação de que esse tempo de contribuiçãotenha sido utilizado para concessão da aposentadoria, afastando a aplicação do inciso III do art. 96 da Lei nº 8.213/91. Por conseqüência, remove-se o

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010obstáculo ao aproveitamento desse tempo de contribuição em outro regime previdenciário mediante contagem recíproca.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em R$ 1.500,00.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

21 - 2003.50.50.027559-0/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Alexandre Hideo Wenichi.) x NIRMA GRAZZIOTTI PIGNATON (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRARAMOS, ROGERIO SIMOES ALVES, KRYSTINE ELISA HUBBE ZUMBLICK, valmir meurer izidorio.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal. . E M E N T A

MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL. AFASTADA DECADÊNCIA DO DIREITO À IMPETRAÇÃO. AUSÊNCIA DE OFENSA À COISA JULGADA. REVISÃO DE RMI. OTN/ORTN. CORREÇÃO PELA VARIAÇÃO ANUAL. IMPOSSIBILIDADE. ERRO DE CÁLCULO. ENUNCIADO Nº 38 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO. SEGURANÇA CONCEDIDA.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conceder asegurança.

22 - 2009.50.50.002742-0/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) RAMON DA SILVA SIQUEIRA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x UNIÃO FEDERAL x MUNICÍPIO DE VITÓRIA x ESTADO DO ESPIRITO SANTO x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S.. . Após voto do relator indeferindo a inicial, pediu vista o MM.Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

23 - 2009.50.50.006454-3/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) ROZANGELA COIMBRA DOS SANTOS OLIVEIRA (DEF.PUB: LUIZ HENRIQUE MIGUEL PAVAN.) x UNIÃO FEDERAL x MUNICIPIO DE VILA VELHA x ESTADO DO ESPIRITO SANTO x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S.. . Após voto do relator indeferindo a inicial, pediu vista o MM.Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

24 - 2007.50.50.010467-2/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x IRANY PEREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: RITA DE CÁSSIA DA VITÓRIA BERNARDO.). . �PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2007.50.50.010467-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO(S): IRANY PEREIRA DOS SANTOSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

Ementa

PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL. COMPROVAÇÃO. DESNECESSIDADE DE INÍCIO DE PROVA DOCUMENTAL. 1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido, para condenar o INSS a incluir a autoracomo beneficiária da pensão por morte já percebida por sua filha. O recorrente sustenta que a autora deveria ter comprovado documentalmente a existência de união estável, na forma do art.22, §§3º e 8º do Decreto 3.048/99, sendo a prova testemunhal insuficiente para justificar a procedência do pedido.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-20102. A qualidade de dependente da autora está bem demonstrada nos autos. A prova testemunhal foi uniforme no sentido de que a autora mantinha união estável com ofalecido na data de sua morte, conforme exposto na sentença.3. A legislação previdenciária não exige prova documental para comprovação de dependência econômica, fazendo-o, tão somente, em relação à comprovação de tempode serviço. Exigência de prova documental para comprovação de dependência econômica em decreto afigura-se nitidamente ilegal por ofensa ao princípio da legalidade (somente a lei ordinária pode disciplinar meios de prova).4. Ademais, a recorrente apresentou documentos idôneos para confirmar a prova testemunhal: certidão de nascimento de filha em comum (fl. 10); certidão de óbito do de cujus em que consta a recorrente como declarante (fl. 12); boletins de ocorrência policial, relativos ao desaparecimento e ao homicídio do de cujus,em que a recorrente foi declarante (fls. 57/64); bem como declaração de plano desaúde informando a associação do falecido como dependente da recorrente (fl. 47).5. Dessa forma, restou configurada a união estável da recorrente com o falecido,sendo presumida a sua dependência econômica, na forma do art. 16, I, e §4º da Lei 8213/91.6. Recurso conhecido e não provido. Condeno o recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência, que fixo em R$ 500,00 (quinhentos reais). Sem custas (art. 4º, I, Lei 9.289/96).AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa, parte integrante deste julgado.JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

25 - 2008.50.50.006718-7/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x LEONARDO RANGEL ALVES DOS SANTOS REP POR CELIA CRISTINA COELHO RANGEL (ADVOGADO: JEANINE NUNES ROMANO.). . PROCESSO Nº 2008.50.50.006718-7/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRECORRIDO(S): LEONARDO RANGEL ALVES DOS SANTOSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. PRORROGAÇÃO DE QUALIDADE DE SEGURADO. DESEMPREGO. REGISTRO EM ÓRGÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO. PRESCINDÍVEL. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente pedido de pensão por morte. Sustenta o recorrente que a situação de desemprego que autorizaria a prorrogação do período de graça não foi comprovada e que o registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho é a única prova que pode ser admitida.2. A Turma Nacional de Uniformização, em que pese o teor do art. 15 §2 da Lei 8213/91, já pacificou entendimento no sentido de que a situação de desemprego, para fins de prorrogação da qualidade de segurado, pode ser comprovada por qualquer meio de prova admitido em direito (enunciado 27).3. Os julgados colacionados pelo recorrente (oriundos do STJ), em sentido contrário (imprescindibilidade do registro do desemprego em órgão do Ministério do Trabalho), não representam a jurisprudência daquele tribunal, tendo em vista outros julgados em sentido diametralmente opostos, a exemplo do REsp 922283 / RS- Quinta Turma - Relator Arnaldo Esteves Lima - DJe 02/02/2009.4. O fato que origina a prorrogação da qualidade de segurado é o desemprego (porevidente motivo: o desemprego compromete a situação econômica do segurado, impedindo ou dificultando sua inscrição como contribuinte individual) e não o registro em órgão próprio do MTPS – meio de prova. A prova do desemprego constitui, em verdade, prova de fato negativo (não estar empregado), o que, pelos meios razoáveis de prova ao alcance do cidadão, recomenda a validade da CTPS (último vínculo). Não se trata de transformar em regra o que deveria ser a exceção. Trata-se de inversão do ônus da prova. Caberia ao INSS comprovar que o autor não estava desempregado após a cessação do último vínculo. O INSS não trouxe nenhum elemento de convicção no sentido contrário.5. Impondo-se a prorrogação da qualidade de segurado em razão do desemprego, não

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010há que se falar em perda de qualidade de segurado, pois a última contribuição foi recolhida em março/2006 e o óbito ocorreu em 08/06/2007, no curso do referido período de graça de 24 meses.6. Recurso não provido. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10 % sobre o valor da condenação. Sem custas.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

26 - 2009.50.50.001168-0/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x CESAR AUGUSTO MARTINELLI (ADVOGADO: FABIO SIQUEIRA MACHADO.). . A Turma Recursal, por maioria, negou provimento ao recurso, confirmando a sentença pelos seus própriosfundamentos (art. 46 da Lei nº 9.099/95), nos termos do voto oral do MM. Juiz Osair Victor de Oliveira Junior, vencido o relator. Votaram os MM. Juízes Federais José Eduardo do Nascimento, Osair Victor de Oliveira Júnior e Stelly Gomes Leal Cruz Pacheco.

27 - 2008.50.50.003018-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) MICHELLE DOS SANTOS SILVA (ADVOGADO: KEILANE MARTINS REZENDE, ROMULO COSTA MOREIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.). . A Turma Recursal, à unanimidade, anulou a sentença e determinou a remessa dos autos ao juízo de origem, nos termos do voto/ementa do relator. Votaram os MM. Juízes Federais José Eduardo do Nascimento, Osair Victor de Oliveira Júnior e Stelly Gomes Leal Cruz Pacheco.

28 - 2008.50.50.005773-0/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x MARINETE LUIZA GERLIN DIAS (ADVOGADO: EDUARDO LOPES ANDRADE.). . RETIRADO DE PAUTA

29 - 2008.50.50.001246-0/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ALEXANDRE PERON.) x CRISTIANE CONDE CHMATALIK. . EMENTATRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FISICA. O CÁLCULO DA RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA INCIDENTE SOBRE VERBA POSTERIORMENTE RECONHECIDA COMO INDENIZATÓRIA, JÁ FINDO O RESPECTIVO EXERCÍCIO E PROCESSADA A RESPECTIVA DECLARAÇÃO ANUAL DE AJUSTE DEVE SER FEITA À SEMELHANÇA DA RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO. APURAÇÃO DA DIFERENÇA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROVIDOS.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO aos embargos de declaração, na formada ementa que integra este julgado.

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

30 - 2007.50.01.015073-2/01 ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECAO DO ESPIRITO SANTO (ADVOGADO: CINTHIA CIPRESTE SANSON WASCONCELLOS.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal. . Após voto do relator indeferindo a inicial, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

31 - 2008.50.01.007602-0/01 JOSÉ BATISTA (ADVOGADO: CARLOS ROBERTO BUTERI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.). . EMENTA1. PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA CITRA-PETITA, ANULADA DE OFÍCIO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 515, §3° DO CPC. POSSIBILIDADE DE A TURMA RECUSAL ADENTRAR O MÉRITO, APLICANDO-SE A TEORIA DA CAUSA MADURA.2. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONCESSÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DO PROCESSO. PERDA DO INTERESSE EM RELAÇÃO

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010A ESTE PEDIDO. PARCELAS RETROATIVAS DEVIDAS. JUIZ NÃO ESTÁ ADSTRITO AO LAUDO PERCIAL. AUSENTES OS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PEDIDO DA INICIAL JULGADO PARCIALMENTE PROCEDENTE.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo ANULAR A SENTENÇA RECORRIDA, RESTANDO PREJUDICADO ORECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA, JULGANDO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO DA INICIAL, na forma do voto e ementa constante dos autos, que integram este julgado.

32 - 2007.50.50.009080-6/01 MARCIA NUNES DE SOUZA SILVA (ADVOGADO: PATRÍCIA DA CUNHA CASTANHEIRA JACINTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.). . EMENTAAUXÍLIO-DOENÇA. JUIZ NÃO ESTÁ ADSTRITO AO LAUDO PERICIAL. AGRAVAMENTO DO QUADRO CLÍNICO DA AUTORA. NECESSIDADE DE CIRURGIA NA COLUNA. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pela parte autora em face de sentença que, comfundamento na conclusão do laudo pericial, julgou improcedente o pedido de concessão do benefício de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que: (1) deve ser aplicada a pena de confissão ao INSS, pois este não impugnou os documentos trazidos aos autos, não se manifestou sobre a hérnia de disco e também não acostou aos autos os procedimentos administrativos referentes aos benefícios requeridos pela parte autora, conforme determinou o despacho de fls. 18/21; (2) o laudo pericial é confuso e omisso, vez que não atestou a existência de hérnia de disco; (3) após a perícia, teve que se submeter a uma cirurgia para implante de anel espaçador cervical e placa cervical, o que demonstra a sua incapacidade para o trabalho. Contrarrazões às fls. 136/138.

2. O perito concluiu que a autora é portadora de espondilose cervical (doença inflamatória lenta e insidiosa – quesito 07, fl. 28), que pode ser controlada por medicamentos e tratamento fisioterápico (quesito 15, fl. 28), sem prejuízo do exercício de sua atividade habitual (balconista – quesitos 08 e 09 – fl. 119).

3. A afirmação de capacidade laborativa pelo perito judicial não se coaduna com as demais provas dos autos. Com fundamento no art. 436 do CPC, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos. Os laudos particulares juntados aos autos (fls. 85/88), atestam a necessidade da autora se afastar do trabalho, devido aos seus vários problemas na coluna (cervicobraquialgia, artrose e hérnia de disco), desde 2007. Tanto o é, que a autora recebeu o beneficio de auxílio-doença entre o período de 02/05/2007 a 01/08/2007 (fl. 12), o que demonstra que o próprio INSS reconheceu a sua incapacidade para a atividade habitual. Ademais, em setembro de 2008, a recorrente teve que se submeter a uma intervenção cirúrgica para implante de anel espaçador cervical e placa cervical (fls. 68/69), o que confirma o agravamento de seu quadro clínico e, conseqüentemente, a incapacidade para o trabalho. Portanto, a incapacidade da recorrente para o exercício da atividade habitual está comprovada nos autos desde o ano de 2007, oque autoriza a concessão do benefício de auxílio-doença.

4. Recurso conhecido e provido para reformar a sentença e condenar o INSS a conceder o auxílio-doença, a partir da data da cessação administrativa (01/08/2007 – fl. 12), bem como ao pagamento dos atrasados, acrescidos de correção monetária, conforme tabela do CJF, e juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação e até 29.06.2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009). Após essa data, atualização na forma do art. 1º F da Lei 9494 / 97, com a redação quelhe foi dada pela Lei 11960 /2009. Sem custas e honorários (art. 55 da Lei nº. 9.099/95).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e DAR

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nos termos da ementa, parte integrante deste julgado.

33 - 2008.50.50.003167-3/01 ARGEO SCHUMACHER (ADVOGADO: PAULA ALMEIDA RAMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.). . EMENTAPREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA. CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE PARA ATIVIDADE HABITUAL - RURAL. INEXISTÊNCIA DE CONDIÇÕES PESSOAIS PARA REABILITAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.

1. Recurso interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedentesos pedidos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, com base na conclusão do laudo pericial. Sustenta o recorrente que não possui condições de ser reabilitado, pois sempre se dedicou ao trabalho rural e não possui instrução, requerendo a reforma da sentença.

2. O perito do juízo descreveu que o autor é portador de carcinoma “insitu” de pele (quesito 05, fl. 32). Concluiu, todavia, não haver incapacidade para a atividade habitual, desde que não desenvolva atividades em que necessite se expor ao sol por períodos longos e inadequados (quesito 15, fl. 34). O recorrente é pequeno proprietário rural e afirmou que atualmente se dedica mais à ordenha de vacas (quesito 18, fl. 35).

3. No caso dos autos, o autor é trabalhador rural e a perita afirmou que não poderá permanecer exposto ao sol e deve evitar os horários de maior incidência da radiação ultravioleta B, entre 10 e 15 horas (quesito 09, fl. 33). Porém, o juiz não está adstrito às conclusões do laudo pericial, podendo decidir de formacontrário. No caso dos autos, entendo que o recorrente está incapacitado para o exercício de sua atividade habitual, pois é inerente à atividade de pequeno proprietário rural a exposição ao sol. Ademais, os efeitos da radiação do sol sobre a pele do indivíduo são imprevisíveis, face do notório efeito cumulativo. Ainda que o autor não venha a se expor ao sol daqui para frente, não há garantias de que tal situação não venha a se agravar, pela radiação à qual já seexpôs. Por isso, com maior razão deve-se reconhecer o benefício ao autor, para que não necessite de novas exposições para manutenção de seu trabalho rural.

4. Com relação à possibilidade de reabilitação, ao analisarmos as condições pessoais do recorrente, como idade (53 anos), baixo grau de instrução (analfabeto – fl. 45) e o fato de ter sempre trabalhado na atividade rural, constata-se ser improvável, que readquira capacidade de disputar colocação no mercado de trabalho, fato que autoriza a concessão de aposentadoria por invalidez.

5. O recorrente requereu a concessão do auxílio-doença, desde a cessação administrativa do benefício, em 16/10/2007 (fl. 41). O laudo particular (fl. 14), datado de 29/10/2007, atesta que o autor já era portador da mesma doença depele que o impossibilita de trabalhar. Portanto, o auxílio-doença deve ser concedido desde a cessação administrativa, ou seja, a partir de 17/10/2007. Quanto à aposentadoria por invalidez, como o recorrente não requereu administrativamente tal benefício, este é devido a partir da citação (14/11/2008– fl. 38), nos termos do art. 219 do CPC.

6. Recurso interposto pela parte autora conhecido e provido para reformar a sentença e condenar o INSS a conceder o auxílio-doença desde a cessação administrativa (17/10/2007 – fl. 41) até o dia 13/11/2008. A partir de 14/11/2008, o auxílio-doença deve ser convertido em aposentadoria por invalidez.O INSS deverá, ainda, pagar os atrasados e as diferenças em razão da conversão, acrescidos de correção monetária, conforme tabela do CJF, e juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação e até 29.06.2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009). Após essa data, atualização na forma do art. 1º F da Lei 9494 / 97, com aredação que lhe foi dada pela Lei 11960 /2009. Sem custas e honorários (art. 55 da Lei nº. 9.099/95).ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

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34 - 2008.50.51.000743-6/01 PETRONILIA DORIGHETO (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.). . E M E N T APREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. OUTRAS PROVAS NOS AUTOS DEMONSTRAM A INCAPACIDADE DA AUTORA. PARCELAS RETROATIVAS DEVIDAS. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. A sentença julgou improcedente o pedido da autora, pois de acordo com o laudo pericial, a recorrente necessitava do prazo de 120 dias para complementação do tratamento médico, o que já foi concedido através do auxílio-doença durante o período de 22/08/2008 a 30/04/2009 (fl. 80). Recurso inominado interposto pela autora para que o auxílio-doença seja concedido retroativamente à data do requerimento administrativo (08/02/2008 – fl. 15). Requer, ainda, a concessão deaposentadoria por invalidez.

O perito não soube precisar a data do início da incapacidade (quesito 11, fl. 72). Atestou, no entanto, que a parte autora estava incapacitada total e temporariamente para o exercício de sua atividade habitual (vendedora), e que necessitava de 120 dias para sua recuperação. Com fundamento no art. 436 do CPC,o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos. Os laudos particulares juntados aos autos (fls. 28/30), datados de 2007, atestam que a autora é portadora de insuficiência coronária crônica e diabetes. Estas são as mesmas doenças que o perito considerou como incapacitantes, o que demonstra que o autor faz jus ao auxílio-doença desde o requerimento administrativo, ou seja, em 08/02/2008.

Com relação ao pedido de aposentadoria por invalidez, o perito do juízo concluiuque a recorrente estava incapacitada total e temporariamente para o trabalho e necessitava do prazo de 120 dias para sua recuperação, que demonstra que os requisitos para a concessão do referido benefício não estão presentes.

Recurso conhecido e parcialmente provido para reformar a sentença e condenar o INSS ao pagamento das parcelas de auxílio-doença retroativas ao período compreendido entre o requerimento administrativo 08/02/2008 (fl. 15) e 22/08/2008 (fl. 80), corrigidas monetariamente desde a data em que cada parcela foi devida, na forma da tabela para ações condenatórias do CJF, e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação e até 29/06/2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009). Após 30.06.2009, deve-se aplicar a correção prevista no art. 1º - F da Lei 9494 / 97 com a redação dada pela Lei 11960 / 2009. Sem custas e honorários (art. 55 da Lei nº. 9.099/95). Sem condenação em custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9.099/95).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso interposto pela autora, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

35 - 2008.50.50.003791-2/01 EDEMAR ROSSIM (ADVOGADO: GUILHERME MARCHIORI DE ASSIS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIODA SILVA.). . EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.

1. Recurso interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença, com base na conclusão do laudo pericial. Sustenta o recorrente que o laudo pericial não está de acordo com as demais provas constantes nos autos, que atestam sua incapacidade. Requer ainda, a designação de nova perícia médica na especialidade ortopedia. Contrarrazões àsfls. 143/146.

2. O perito do juízo descreveu que o autor é portador de processo degenerativo de coluna lombar e joelhos (quesito 01, fl. 111), concluiu, todavia, não haver incapacidade para a atividade habitual (quesito 06, fl. 112 - pedreiro autônomo), considerando que, o autor “senta e levanta sem dificuldades”, apresenta “boa mobilidade de coluna lombar”, sem sinais de “compressão nervosa”

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010(fls. 110/115). Ao contrário do que alega o recorrente, o perito do Juízo registrou, ainda, ter analisado os exames complementares apresentados pelo autor, em que constatou apenas “artrose de coluna lombar e joelhos em grau leve,não havendo compressão nervosa”. Assim, não há qualquer omissão ou contradição no laudo pericial, que determinem a necessidade de realização de nova perícia médica.

3. É certo que o juiz não fica adstrito às conclusões do laudo pericial. Entretanto, no caso concreto, as alegações do autor, os laudos dos médicos assistentes e demais documentos juntados não são suficientes para afastar a conclusão do perito do Juízo, que foi firme no sentido de que o autor, por ora, não se encontra incapacitado para o trabalho. “O laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é imparcial e,conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. (Enunciado 08 da TR/ES).

4. Recurso não provido. Sentença mantida. Sem custas (art. 4° II – Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$ 50,00 (cinqüenta reais), atendendo ao disposto no art. 20 § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12, da Lei nº 1.060/50.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

36 - 2007.50.52.000574-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x JORGE FUNDAO VIEIRA (ADVOGADO: CARLOS MAGNO BARCELOS.). . E M E N T APREVIDENCIÁRIO – PESCADOR – LAUDO PERICIAL ATESTA A IMPOSSIBILIDADE DE EXERCÍCIODE ATIVIDADE QUE DEMANDE ESFORÇO FÍSICO – INEXISTÊNCIA DE CONDIÇÕES PESSOAIS PARA REABILITAÇÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DEVIDA - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DO INSS NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente pedido de concessão de aposentadoria por invalidez, bem como pagamento de parcelas atrasadas de auxílio-doença. Sustenta o recorrente que a aposentadoria por invalidez não é devida, pois o autor não está incapacitado para o exercício de qualquer atividade que lhe garanta subsistência, conforme concluiu o perito, ao responder o quesito 07 (fl. 188): “o periciado poderia realizar atividades voltadas a produção artesanal de pesca (produção de redes, tarrafas, dentre outros)”. Contrarrazões às fls. 239/242.2. A sentença não merece reparos, posto que, levou em consideração, tanto o próprio laudo pericial, quanto às condições pessoais do segurado, como a idade (62 anos – fl. 10), baixo grau de instrução (primeiro grau incompleto – fl. 186)e natureza do trabalho habitual (pescador), cujo desempenho exige plenas condições físicas. A tese aventada pela autarquia ré, de que o recorrido pode trabalhar com produção artesanal de pesca não merece prosperar. A produção artesanal de pesca envolve produção de redes, tarrafas, ou seja, somente a produção em larga escala seria capaz de garantir a subsistência do autor, o que exige plenas condições físicas para tanto. Não se afigura razoável supor, que uma pessoa com problemas cardíacos, que já se submeteu, inclusive, à cirurgia derevascularização e que sofre constantes crises de epilepsia, possa reunir razoáveis condições de exercer a função de artesão ou ser inserido no mercado detrabalho para o desenvolvimento de outra atividade, que lhe garanta a subsistência e não demande esforço físico (fl. 187). Isto posto, conclui-se que os fatos supramencionados autorizam a concessão de aposentadoria por invalidez –cabendo ressaltar que esse benefício também pode vir a ser cessado, na forma do art. 47 da Lei 8213 / 91.3. Recurso do INSS conhecido e não provido. Sentença mantida. Condenação da parte recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, fixados no montante de10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, atendendo ao disposto no art. 20, § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95. Sem custas (art. 4. º, I da Lei 9.289/96).A C Ó R D Ã O

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

37 - 2008.50.50.000353-7/01 ANA LUIZA SIQUEIRA PEREIRA (ADVOGADO: FABIANA GONÇALES COUTINHO VIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS. . EMENTAAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. MISERABILIDADE NÃO COMPROVADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença, que julgou improcedente pedido de benefício assistencial, em razão da renda per capita superar o limite legal de ¼ do salário mínimo. Sustenta a recorrente que o requisito da renda não é critério objetivo, pois outros fatores relacionados à situação econômico-financeira devem ser levados em consideração. Afirma, ainda, que as despesas mensais constantes no relatório social (fl. 64) não refletem a realidade, pois as despesas elencadas às fls. 12, 20, 22, 36 não foram incluídas nos referidos gastos, e portanto, a despesa mensal superaria o montante de R$ 162,00 (cento e sessenta e dois reais) apurados na sentença. Alega em síntese, que a renda mensal familiar é inferior a R$ 661,00, visto que a autora é uma criança com deficiência e somente o pai labora. Contrarrazões às folhas 104/107.2. O laudo sócio-econômico de fls.59/70 revela que o grupo familiar em questão,com observância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei 8742/93, é formado pela autora deficiente (04 anos), sua mãe (23 anos) e seu pai (25 anos), único que trabalha e recebe o valor de R$ 661,00 por mês (fl. 94). O ponto controvertido restringe-se ao fato de a renda per capita ser superior ao critério legal. 3. As razões recursais, dissociadas do conjunto probatório produzido, não merecem prosperar. De fato, ainda que se considerassem as despesas apontadas às fls. 12, 20, 22 e 36, tal fato não autorizaria, por si só, a concessão do benefício pleiteado, pois, o pai da requerente recebe quantia aproximada de R$ 700,00 mensais (CNIS – fl. 47). Assim, os gastos supracitados podem ser pagos pela família da autora, sem que se configure uma situação de miserabilidade. Ademais, a família possui residência modesta, mas com condições dignas e razoáveis de habitação (casa de alvenaria, com cerâmica, teto de amianto, três cômodos, energia elétrica, água encanada e rede de esgoto, com móveis essenciaisem bom estado de conservação). Não restou demonstrada a situação de miserabilidade, que não se confunde com pobreza.4. Recurso não provido. Sem custas. Condenação em honorários advocatícios fixados em R$ 50,00 atendendo ao disposto no art. 20, § 4º - CPC c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1.060/50.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela autora, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

38 - 2008.50.51.000658-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCELA REIS SILVA.) x LUIZ VANDER RIBEIRO (ADVOGADO: MARCO HENRIQUE KAMHAJI.). . EMENTAAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO RECEBIDO PELA MÃE IDOSA DO AUTOR. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA DO ART.34, PARÁGRAFO ÚNICO, DO ESTATUTO DO IDOSO. MISERABILIDADE DEMONSTRADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente pedidode concessão de benefício assistencial. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que: (1) a renda per capita do grupo familiar é superior a ¼ do salário mínimo e, portanto, ultrapassa o critério legal autorizador da concessãodo benefício assistencial; (2) incaplicabilidade do art. 34, § único do Estatutodo Idoso. Contrarrazões às fls. 188/189. 2. O laudo sócio-econômico de fls. 131/134 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei 8742/93, é formadopelo autor, portador de doenças físicas e mentais (tetraplegia espástica, colelitíase, artropatia neurotrófica do quadril e epilepsia – fl 153) e sua mãe (87 anos – fl. 131), que recebe aposentadoria no valor de R$ 415,00 (fl. 132), valor excluído, na hipótese dos autos, do cômputo da renda per capita, autorizando a concessão do benefício.3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, estabelece que o

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010benefício assistencial já concedido a outro membro da família não será computadono cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. Há diversas decisões na jurisprudência conferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo, também seja desconsiderado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - processo 200543009040184 - DJU 02/10/2007).4. É nesse sentido o entendimento recentemente firmado pela Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo, nos termos do enunciado 46 de suasúmula: A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimoconcedida a pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, § 3º,da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art.34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO - Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, pág. 03 - anexo).5. O STF, no julgamento de ação direta de inconstitucionalidade n° 1232, decidiuque deve ser aplicado o critério objetivo fixado pela norma (art. 20, § 3º da Lei 8.742/93) não cabendo interpretação do citado dispositivo legal de forma diversa. No presente caso, não há que se falar em inconstitucionalidade da regra, mas de lhe conferir interpretação em consonância com o princípio da dignidade da pessoa, no sentido de se reconhecer a possibilidade de que esse parâmetro objetivo seja conjugado, no caso concreto, com outros fatores indicativos do estado de penúria do cidadão. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 e seu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício a ser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o que se fizesse mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais e princípios constitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o Supremo Tribunal teve por constitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas não afirmou inexistirem outras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquela norma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).6. Nesses termos, a hipótese dos autos retrata aplicação da analogia ao caso concreto para integração do ordenamento jurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poderes ou da precedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º; art. 2º; art. 195, § 5º; art. 203, V), essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário –mas por via reflexa. Nesse sentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.7. Ressalta-se, ainda, que as despesas com água e luz são assumidas pelo irmão do recorrido, parente este que não mora com o autor, visto que, o valor mensal auferido é insuficiente para arcar com todas as despesas do lar. Assim, não resta alternativa senão a de recorrer a pessoas não integrantes do quadro familiar. A mãe do autor não pode trabalhar, pois é idosa (87 anos) e apresentaproblemas de saúde (fl. 131). Por tais razões, bem como em face dos gastos retratados no relatório social de fls. 131/134, verifico comprovada a miserabilidade que autoriza a concessão do benefício, conforme assentado na decisão recorrida.8. Recurso do INSS não provido. Condeno o INSS ao pagamento dos honorários advocatícios no montante de 10 % sobre o valor da condenação. Sem custas.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

39 - 2008.50.51.000148-3/01 ROZA CARVALHO DE OLIVEIRA (ADVOGADO: SALERMO SALES DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.). . Após voto do relator dando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

40 - 2007.50.50.007569-6/01 JOSE VITORIANO NETO (ADVOGADO: ALOISIO LIRA, JOSIANEVILELA BAPTISTA DA COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .). . EMENTA

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL. BENEFICIO COM DIB ANTERIOR A 28/06/1997. AJUIZAMENTO DA AÇÃO EM 01/08/2007. DECADÊNCIA PRONUNCIADA DE OFÍCIO.RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA PREJUDICADO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de revisão da renda mensal inicial de benefíciomediante atualização dos 24 primeiros salários-de-contribuição do período básicode cálculo pela variação nominal da OTN / ORTN. A Turma Regional de Uniformização, em sessão realizada em 29.06.2009, editou o enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguintes termos: “Em 01.08.2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91”. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em 02.05.1983, mas só veio a ajuizar a presente ação em 01.08.2007, configurando-se a decadência – matéria que deve ser conhecida de ofício.Oportuno ressaltar que, tratando-se de prazo de direito material, a contagem do prazo decenal de decadência inclui o dia do começo (01.08.1997, primeiro dia do mês seguinte ao recebimento da primeira prestação do benefício após o advento daMP 1.523/97) e exclui o dia do vencimento (01.08.2007), de modo que o autor deveria ter ajuizado a ação até 31.07.2007.Sentença reformada. Extinção do processo com resolução de mérito, na forma do art. 269-IV CPC, em razão da decadência do direito de revisão, pronunciada de ofício. Recurso interposto pelo INSS prejudicado. Sem condenação em custas e honorários (Lei 9099/95 – art. 55).A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, PRONUNCIAR A DECADÊNCIA DO DIREITO, extinguindo o processo com resolução de mérito, na forma do art. 269-IV do CPC e JULGAR PREJUDICADO O RECURSO DA PARTE AUTORA, na forma da ementa, parte integrante do presente julgado.

41 - 2007.50.50.003790-7/01 DAVID GAZOLI BASSETE (ADVOGADO: JOAQUIM AUGUSTO DE AZEVEDO SAMPAIO, JOAO BATISTA DALAPICOLA SAMPAIO, SERGIO DE SOUZA FREITAS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.). . EMENTAPREVIDENCIÁRIO. RMI. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 29, § 5º DA LEI Nº. 8.213/91. BENEFICIO COM DIB POSTERIOR A 29/11/99. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. RENDA MENSAL INICIAL CALCULADA CORRETAMENTE. RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de revisão da RMI de aposentadoria por invalidez concedida após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99, mediante a aplicação do art. 29, § 5º da Lei nº. 8.213/91, considerando: (1) que a revisão pleiteada somente é procedente nos casos em que o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada com períodos de atividade normal, de maneira que o segurado não esteja no gozo de auxílio-doença no interregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez e (2) que, no caso dos autos, “o cálculo do valor da renda mensal inicial do seu benefício previdenciário foi elaborado exatamente em conformidade com a legislação previdenciária em vigor, como se depreende dos cálculos apresentados pela Contadoria do Juízo às fls. 44/48, não havendo qualquer diferença devida”. O recorrente afirma que “o art. 29§5º. da Lei 8.213/91 nada diz a respeito de ser requisito a percepção de benefício intercalada de labor”.O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei 9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o período imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básico de cálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidaderecebido nesse período como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção de benefício por incapacidade intercalados com retornos à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra no plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29 caput da Lei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do§ 5º foi revogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento daatividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não há fundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3048 / 99, pela qual considera-se somente como RMI da aposentadoria por invalidez o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviu de base para a concessão do auxílio doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais de atualização.Assim, considerando que o benefício da parte autora foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99 (DIB em 04.07.2006), seria procedente arevisão pleiteada.Entretanto, como bem assentou a decisão recorrida, no caso dos autos, o cálculo do valor da renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez foi elaborado exatamente em conformidade com a legislação previdenciária em vigor, inclusive mediante a aplicação do art. 29 §5º., da Lei 8.213/91, como se depreende dos cálculos apresentados pela Contadoria do Juízo às fls. 44 / 48, que apurou rendamensal inicial idêntica àquela fixada pelo INSS, não havendo qualquer diferença devida.Recurso conhecido e não provido. Sem custas, por ser o recorrente beneficiário da gratuidade da justiça (art. 4º - II, Lei 9.289/96). Condeno a parte recorrente ao pagamento de honorários de advogado, que fixo em R$ 50,00 (cinqüenta Reais), com fundamento no art. 20 - §4º. CPC c/c art. 55 da Lei nº. 9.099/95, ficando sua execução suspensa, na forma do art. 12, da Lei nº. 1.060/50.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima

indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

42 - 2008.50.50.002681-1/01 ANIBAL SALTORIO DE ALMEIDA (ADVOGADO: JANETE MARCIA DIAS, MARIA DE FATIMA MONTEIRO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.). . EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE REAJUSTES. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. NULIDADE PARCIAL RECONHECIDA DE OFÍCIO, RELATIVAMENTE AO TÓPICO DA SENTENÇA QUE AFIRMA QUE A RENDA MENSAL INICIAL DO BENEFÍCIO DO AUTOR FOI CALCULADA CORRETAMENTE. RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de revisão dos reajustes aplicados ao benefícioprevidenciário em manutenção, considerando (1) que os índices de reajuste utilizados pelo INSS atendem aos ditames legais, obedecendo ao comando constitucional que impõe a preservação do poder aquisitivo dos benefícios previdenciários; e (2) que a renda mensal inicial foi aferida pela Contadoria doJuízo, não havendo diferenças devidas.A parte autora sustenta que os índices de reajuste aplicados pelo INSS não atingiram sequer os índices inflacionários, o que torna inconstitucionais as leis que fixaram os critérios de correção, sem observância da preservação do valor real dos benefícios, conforme prevista no art. 201, §4º. da CF. Requer a anulação da sentença, em razão de cerceamento de defesa, uma vez que o demandante objetivava a produção de prova pericial a fim de demonstrar que os índices de reajuste aplicados pelo INSS não atingiram os índices inflacionários.Sucessivamente, a reforma da sentença.Inicialmente, verifico, de ofício, a nulidade parcial da sentença. O pedido da inicial se restringe à revisão dos reajustes aplicados ao benefício, ou seja, que índices devem ser aplicados anualmente sobre o benefício previdenciário já concedido, para efeito de reajuste. A fixação da renda mensal inicial, que integra o próprio ato de concessão, é, portanto, matéria estranha à presente lide, não podendo ser decidida por sentença, nos termos dos arts. 128 e 460 do CPC. Por conseguinte, o tópico da sentença em que se afirma que o cálculo da

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010renda mensal inicial foi elaborado em conformidade com a legislação previdenciária em vigor está nitidamente em descompasso com os limites objetivosda lide. Nesse sentido, verifico a ocorrência de julgamento extra-petita. Assim,voto no sentido de reconhecer a nulidade parcial da sentença recorrida, na parteque afirma que a renda mensal inicial do benefício do autor já foi calculada corretamente.Rejeito a alegação de cerceamento de defesa. A prova pericial é desnecessária. Ofundamento da improcedência do pedido é que os índices de reajuste utilizados pelo INSS atendem aos ditames legais, obedecendo ao comando constitucional que impõe a preservação do poder aquisitivo dos benefícios previdenciários. Logo, ainda que o autor efetivamente demonstrasse que os índices de reajuste aplicadospelo INSS não atingiram os índices inflacionários, o pedido seria julgado improcedente.No mérito, melhor razão não assiste ao recorrente. A matéria já está pacificada nesta Turma Recursal: “Não cabe ao Poder Judiciário conceder outros índices alémdaqueles previstos em lei para a correção dos benefícios previdenciários. Procedentes do Supremo Tribunal Federal quanto à utilização do critério legal dereajuste.” Enunciado 05. A jurisprudência do Colendo Supremo Tribunal Federal é unânime, no mesmo sentido (RE nº. 239.083-8/RJ e RE nº. 234.202-9).No caso dos autos, a contadoria do Juízo aferiu a aplicação dos índices legais de reajuste ao benefício do autor às fls. 127 / 128, informando que o INSS aplicou corretamente os índices previstos na legislação de regência. Ademais, convém ressaltar que o benefício do autor não atingiu o valor do salário-mínimo na época da concessão, e nem depois, com os reajustes de manutenção. Logo, não há diferenças devidas.Recurso conhecido e não provido. Nulidade parcial da sentença reconhecida de ofício, na parte que afirma que a renda mensal inicial do benefício do autor foicalculada corretamente. Sem custas, por ser o recorrente beneficiário da gratuidade da Justiça (art. 4º – Lei 9.289/96). Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios que fixo em R$ 50,00 (cinqüenta reais), ficando sua execução suspensa na forma do art. 12 da Lei 1.060/50.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, RECONHECER NULIDADE PARCIAL, DE OFÍCIO, e NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

43 - 2008.50.50.003036-0/01 NELZA HELENA CARDOSO DOS REIS (ADVOGADO: JOAO FELIPEDE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.). . EMENTAPREVIDENCIÁRIO. RMI. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 29, § 5º DA LEI Nº. 8.213/91. BENEFICIO COM DIB POSTERIOR A 29/11/99. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. RENDA MENSAL INICIAL CALCULADA CORRETAMENTE. RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de revisão da RMI de aposentadoria por invalidez concedida após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99, mediante a aplicação do art. 29, § 5º da Lei nº. 8.213/91, considerando: (1) que a revisão pleiteada somente é procedente nos casos em que o auxílio-doença, dentro do período básico de cálculo de futuro benefício, tenha sido auferido de forma intercalada com períodos de atividade normal, de maneira que o segurado não esteja no gozo de auxílio-doença no interregno imediatamente anterior à concessão da aposentadoria por invalidez e (2) que, no caso dos autos, “o cálculo do valor da renda mensal inicial do seu benefício previdenciário foi elaborado exatamente em conformidade com a legislação previdenciária em vigor, como se depreende dos cálculos apresentados pela Contadoria do Juízo às fls. 19/25 não havendo qualquer diferença devida”. Contrarrazões às fls. 51 / 55.O § 5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos antes da Lei 9.876 / 99, o período base a ser considerado para a concessão da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o período imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29 caput). A hipótese do § 5º (ou seja, utilização, no período básico de cálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidaderecebido nesse período como salário de contribuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção de benefício por

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010incapacidade intercalados com retornos à atividade. Isto se percebe facilmente no emprego da palavra no plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).A tese do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29 caput da Lei 8213 / 91 pela Lei 9876 / 99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do§ 5º foi revogado. O art. 29 caput atual não fala mais em “últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento daatividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não há fundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3048 / 99, pela qual considera-se somente como RMI da aposentadoria por invalidez o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviu de base para a concessão do auxílio doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais de atualização.Assim, considerando que o benefício da parte autora foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99 (DIB em 01.07.2004), seria procedente arevisão pleiteada.Entretanto, como bem assentou a decisão recorrida, no caso dos autos, o valor darenda mensal inicial da aposentadoria por invalidez não será alterado pela revisão mediante a aplicação do art. 29 §5º., da Lei 8.213/91, uma vez que aindaassim não ultrapassará o valor do salário-mínimo, conforme se depreende dos cálculos apresentados pela Contadoria do Juízo às fls. 19 / 25, que apurou rendamensal inicial idêntica àquela fixada pelo INSS, não havendo qualquer diferença devida. Ausente, portanto, o interesse recursal, uma vez que o manejo do recursonão permite colocar o recorrente em situação mais vantajosa do ponto de vista desua situação de direito material (utilidade).Recurso não conhecido. Sem custas, por ser o recorrente beneficiário da gratuidade da justiça (art. 4º - II, Lei 9.289/96). Condeno a parte recorrente ao pagamento de honorários de advogado, que fixo em R$ 50,00 (cinqüenta Reais), com fundamento no art. 20 - §4º. CPC c/c art. 55 da Lei nº. 9.099/95, ficando sua execução suspensa, na forma do art. 12, da Lei nº. 1.060/50.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima

indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NÃO CONHECER O RECURSO DA PARTE AUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

44 - 2008.50.50.006811-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x FRANCISCO DE ASSIS APARECIDO (ADVOGADO: MARCELO CARVALHINHO VIEIRA, MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI.). . EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 29, § 5º e INCISO II DA LEI Nº. 8.213/91. BENEFICIO COM DIB POSTERIOR A 29/11/99. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.01. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido, para condenar o réu a: (a) recalcular a RMI do benefício da parte autora na forma do § 5º do art. 29, da Lei 8.213/91, considerando-se, no cálculo, o período do auxílio-doença recebido pelo demandante durante o período básico de cálculo da aposentadoria por invalidez e (b) revisar o salário-de-benefício do(a) auxílio-doença/ aposentadoria por invalidez com base na média dos maiores salários-de-contribuição correspondentesa 80% de todo o período contributivo, desprezando-se os vinte 20% menores nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/1991; 02. Insurge-se o recorrente exclusivamente em relação à aplicação do art. 29 §5ºda Lei 8.213/91.03. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei 9.099/95), considerando que o benefício em questão (DIB 01 / 10 / 03) foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99.04. Com efeito, a aplicação do art. 29, § 5º da Lei 8.213/91 na espécie não afronta os princípios constitucionais aplicáveis à Previdência Social (seletividade, o caráter contributivo do RGPS e a preservação do equilíbrio financeiro-atuarial), especialmente ao art. 201, caput e § 3º da CF/88, visto que o critério de cálculo utilizado está previsto na própria lei de benefícios.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-201005. O acolhimento do pedido também não implica violação aos artigos 5º, XXXVI, 195, § 5º, e 201, § 1º, todos da Constituição Federal, pois não se trata de criar critério diferenciado para aposentadoria, mas tão-somente de aplicar a leiao caso concreto. Ademais, sequer acarreta majoração indevida do benefício sem prévia fonte de custeio, porquanto apenas reflete a adequação do critério de apuração da RMI ao comando legal em vigor.06. A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao processo nº. 2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, de forma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 extrapolou, nesse ponto, sua função regulamentadora. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinentes, percebe-se a existência de afronta ao princípio da hierarquia das leis”. 07. As decisões proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos especiais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG e 1.016.678 / RS cuidam de benefícios concedidos antes da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, à aplicação do §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipótese, portanto, não se assemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez da parte autora foi concedida já sob aégide da Lei 9.876 / 99. 08. Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º-I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em dez por cento sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima

indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

45 - 2008.50.50.007162-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS .) x RAYMUNDO DOUGLAS SOARES BASTOS (ADVOGADO: MÁIRA DANCOS BARBOSA RIBEIRO, MARCELO CARVALHINHO VIEIRA, vanessa ribeiro fogos.). . EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. ART. 29, § 5º e INCISO II DA LEI Nº. 8.213/91. BENEFICIO COM DIB POSTERIOR A 29/11/99. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.01. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido, para condenar o réu a: a) recalcular a RMI do benefício da parte autora na forma do § 5º e do inciso II, ambos do art. 29, da Lei 8.213/91, considerando-se, no cálculo, o período do auxílio-doença recebido pelo demandante durante o período básico de cálculo da aposentadoria por invalidez, devendo ser utilizado como salário-de-contribuição, no respectivo período, o salário-de-benefício (reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral) que serviu de base para o cálculo da renda mensal do auxílio-doença, bem assim a média dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, desprezando-se os 20% menores;

02. Quanto à revisão da renda mensal inicial na forma do art. 29, II da Lei 8.213/91, a matéria em questão já se encontra pacificada nesta Turma, nos termosdo enunciado 47 (publicado no DIOES - Boletim da Justiça Federal em 06/05/2009, pág. 24/25): “Para a aposentadoria por invalidez e para o auxílio-doença concedido sob a vigência da lei nº. 9.876/99, o salário-de-benefício deve ser apurado com base na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% do período contributivo, independentemente da data de filiação do segurado e do número de contribuições mensais no período contributivo. É ilegal o art. 32, § 20, do decreto nº. 3.048/99, acrescentado pelo decreto nº. 5.545/2005.”

03. No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício de auxílio-doença concedido em 22.06.2005 (fl. 12), já sob a vigência, portanto, daLei 9.876/99, pelo que é devida revisão pleiteada, independentemente da data de filiação do segurado e do número de contribuições mensais no período contributivo.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-201003. No que tange à revisão da aposentadoria por invalidez na forma do art. 29 §5º da Lei 8213 / 91, melhor razão não assiste ao recorrente. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei 9.099/95), considerando que o benefício em questão (DIB 01 / 10 / 03) foi concedido após a alteração determinada pela Lei 9876 / 99.04. Com efeito, a aplicação do art. 29, § 5º da Lei 8.213/91 na espécie não afronta os princípios constitucionais aplicáveis à Previdência Social (seletividade, o caráter contributivo do RGPS e a preservação do equilíbrio financeiro-atuarial), especialmente ao art. 201, caput e § 3º da CF/88, visto que o critério de cálculo utilizado está previsto na própria lei de benefícios. 05. O acolhimento do pedido também não implica violação aos artigos 5º, XXXVI, 195, § 5º, e 201, § 1º, todos da Constituição Federal, pois não se trata de criar critério diferenciado para aposentadoria, mas tão-somente de aplicar a leiao caso concreto. Ademais, sequer acarreta majoração indevida do benefício sem prévia fonte de custeio, porquanto apenas reflete a adequação do critério de apuração da RMI ao comando legal em vigor.06. A TNU, no julgamento de pedido de uniformização de interpretação de lei federal referente ao processo nº. 2007.51.51.00.2296-4 (julgado em 21/11/2008), entendeu “não ter o decreto o poder de inovar no ordenamento jurídico, de forma que, produzindo tal efeito no artigo 36, § 7º, o Decreto n.º. 3.048/99 extrapolou, nesse ponto, sua função regulamentadora. De fato, analisando detidamente os dispositivos pertinentes, percebe-se a existência de afronta ao princípio da hierarquia das leis”. 07. As decisões proferidas pelo STJ no julgamento dos recursos especiais de nº.1.017.520 / SC, 1.036.044 / MG e 1.016.678 / RS cuidam de benefícios concedidos antes da edição da Lei nº. 9.876/99, referindo-se, portanto, à aplicação do §5º. em consonância com a redação original do caput do art. 29 da Lei nº. 8.213 / 91. Sua hipótese, portanto, não se assemelha ao caso em tela, uma vez que a aposentadoria por invalidez da parte autora foi concedida já sob aégide da Lei 9.876 / 99. 08. Recurso conhecido e não provido. Sem custas (art. 4º-I, Lei 9.289/96). Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em dez por cento sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima

indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

46 - 2008.50.50.005647-5/01 ELIAS CHAGAS TRINDADE (ADVOGADO: HARLEY SANTANNA.) xCAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . EMENTA

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DEVIDO À PRESCRIÇÃO. RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS DO FUNDAMENTO DA SENTENÇA. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.1. Sentença que julgou improcedente o pedido de recomposição das taxas progressivas de juros na conta vinculada do FGTS, relativamente ao período de 21/11/1951 a 07/01/1977, reconhecendo a prescrição das parcelas e extinguindo o feito na forma do art. 269, IV do CPC.2. Recurso inominado interposto pelo autor, em que sustenta que a jurisprudênciaé pacífica, em afirmar o cabimento do pagamento dos juros progressivos sobre a conta vinculada do FGTS dos trabalhadores avulsos. Contrarrazões às fls. 59/69. Os fundamentos alegados pelo autor nas razões recursais não dizem respeito aos fundamentos específicos pelos quais a sentença julgou improcedente o pedido e portanto, não afastam o fundamento que lastreou a improcedência.3. Recurso não provido. Sentença de improcedência mantida. Sem custas (art. 4º -II, Lei 9.289/96). Condenação da parte recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$50,00, ficando sua execução suspensa, na forma do art. 12 da Lei 1.060/50.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as

acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, na forma da ementa que integra este julgado.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-201047 - 2007.50.50.011588-8/01 ISOEL COSTA (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, ROGERIO SIMOES ALVES, KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

48 - 2006.50.54.000419-2/01 MARIA FIGUEIRA DA SILVA (ADVOGADO: PAULO GUERRA FELIPE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO, THIAGO COSTA BOLZANI, GISELA PAGUNG TOMAZINI.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – PROPRIEDADES DE GRANDES DIMENSÕES – RESIDÊNCIA EM MEIO URBANO HÁ MAIS DE 10 ANOS – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1) Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença que julgou improcedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que é segurada especial e que acostou robusta prova que atesta sua condição de trabalhadora rural em regime de economia familiar.2) Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, o trabalhador rural, para finsde recebimento de aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.3) Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início de razoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que tal atividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família seja indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.4) É preciso salientar que a magistrada a quo agiu de maneira acertada ao indeferir o pedido de aposentadoria rural por idade, em razão da não comprovaçãoda qualidade de segurada especial da recorrente. Compulsando os autos e, especialmente, a partir do depoimento pessoal da autora, verifica-se que a mesmapossui duas grandes propriedades, que totalizam aproximadamente 22 alqueires. 5) Além disso, em audiência, a própria autora afirmou possuir há mais de 10 anosuma casa de 03 (três) quartos na área urbana da cidade de Pancas, que chegou a ser alugada durante um tempo, além de possuir um veículo automotor de marca Toyota. 6) Tudo isso destoa do conceito de regime de economia familiar, o qual remete a uma situação fática pautada na união de esforços da família com o fito de alcançar o suficiente para a manutenção do núcleo familiar. No referido regime, parte-se do pressuposto de que a família não possui grandes recursos financeiros, tampouco vastas propriedades, ao contrário do que ora se vê, ficando visível no caso em questão a condição financeira da recorrente para contribuir para a Previdência Social. 7) Ademais, diversas declarações constantes dos autos (fls. 65, 66 e 67) demonstram que a recorrente deixou sua propriedade rural em estado de abandono, já que vive há mais de 10 anos no meio urbano.8) Por todo o exposto, resta comprovado que não faz jus a recorrente ao recebimento de aposentadoria rural por idade, na qualidade de segurada especial,devendo a sentença ser mantida por seus próprios fundamentos.9) Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária da Justiça Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer o recurso e negar-lhe provimento, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

49 - 2006.50.51.001767-6/01 MARTA MARIA ZAMBOM RONCETE (ADVOGADO: ARMANDO

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010VEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – ATIVIDADE URBANA EXERCIDA PELO MARIDO E FILHOS – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – RECEBIMENTODE BENEFÍCIO DA LOAS POR MUITO TEMPO – NÃO CUMPRIMENTO DA CARÊNCIA NECESSÁRIA À OBTENÇÃO DO BENEFÍCIO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença que julgou improcedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que ficou provado que a mesma é trabalhadorarural em regime de economia familiar, tendo direito ao benefício. Foram apresentadas contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o trabalhador rural, para fins derecebimento de aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o efetivo exercício de atividaderural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve sercomprovado ao menos por início de razoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8.213/91 e, para que tal atividadese enquadre no regime de economia familiar, é preciso que o trabalho dos membrosda família seja indispensável à própria subsistência e seja exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.

No caso concreto, verifica-se, conforme documento de fl.153, que o marido da recorrente exerceu atividade urbana por muito tempo, tendo sido aposentado em virtude do seu trabalho como comerciário em 2003. Os filhos da recorrente, como indicam os documentos de fls. 147, 149 e 151, também exercem atividade urbana, sendo um deles contribuinte na modalidade “empresário”, conforme documento de fl.144. A própria recorrente, segundo documento de fl. 136, é contribuinte na modalidade “autônomo”, pela ocupação de costureira.

O exercício de atividade urbana por seu marido por tanto tempo acaba por desnaturar a qualidade de segurada especial da autora. Isso porque, não obstantelaborar no campo, a atividade exercida por seu marido demonstra, com alto grau de probabilidade, que a renda obtida da atividade rural não era fundamental parasubsistência do núcleo familiar, mas tão-somente complementar, o que descaracteriza a condição de segurada especial.

Ademais, a recorrente recebeu benefício assistencial previsto na LOAS, por mais de 07 (sete) anos, como é possível perceber através do documento de fl.154, o que também retira da mesma o direito ao benefício ora pleiteado, pelo fato de que, durante boa parte do período de carência que deveria ser preenchido para a obtenção do referido benefício, a recorrente estava impossibilitada de exercer qualquer atividade laboral, inclusive a rural.

Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária da Justiça Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

50 - 2007.50.54.000239-4/01 PEDRO VALÉRIO DE MELO (ADVOGADO: GECIMAR C. NEVES LIMA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – DIVERSOS VÍNCULOS URBANOS – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – NÃO CUMPRIMENTO DA CARÊNCIA

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010NECESSÁRIA À OBTENÇÃO DO BENEFÍCIO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, no qual a mesma requer a reforma da sentença que julgou improcedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que o fato de ter exercido atividade urbana não afasta a sua qualidade de segurada especial, já que é possível exercer atividade rural de forma descontínua.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o trabalhador rural, para fins derecebimento de aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o efetivo exercício de atividaderural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve sercomprovado ao menos por início de razoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8.213/91 e, para que tal atividadese enquadre no regime de economia familiar, é preciso que o trabalho dos membrosda família seja indispensável à própria subsistência e seja exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.

No caso concreto, é possível verificar que o recorrente possui diversos vínculos urbanos, inclusive tendo reconhecido, em audiência, que trabalhou nessetipo de atividade entre 1985 e 1998, o que pode ser verificado pelos documentos de fls. 20, 21, 22 e 91. O fato de ter vivido e laborado por tanto tempo no meiourbano retira do recorrente a qualidade de segurado especial.

De fato, a atividade rural pode ser exercida de forma descontínua. Ocorre que o exercício de atividade urbana por tanto tempo acaba por desnaturar a qualidade de segurado especial do autor durante boa parte do período de carência necessário para a concessão da aposentadoria rural por idade. Restando comprovado o labor rural apenas a partir de 1999, não preencheu o autor a carência necessária à concessão do benefício, qual seja, 180 (cento e oitenta) contribuições.

Ademais, sua esposa recebe benefício previdenciário proveniente de seu trabalho como servidora pública, conforme informações à fl.114, o que descaracteriza de vez o regime de economia familiar, pautado na união de esforços da família para garantir ao núcleo familiar o essencial à sua subsistência.

Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de o recorrente ser beneficiário da Justiça Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

51 - 2009.50.52.000405-9/01 JOEL BOTAZINI (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.). . E M E N T APREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA EM RAZÃO DO TAMANHO DA PROPRIEDADE E DA NOTA DE CRÉDITO RURAL DE FLS. 08 / 09. FATOS QUE, ISOLADAMENTE, NÃO DESCARACTERIZAM A CONDIÇÃO DE SEGURADO ESPECIAL. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO NÃO FOI MARCADA. CERCEAMENTO DE DEFESA. SENTENÇA ANULADA.RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA PROVIDO.01. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente pedido de aposentadoria por idade devida ao trabalhador rural, considerando que os documentos de fls. 08 e 09 (nota de crédito rural), bem como os de fls. 11, 14/15, que evidenciam o tamanho da propriedade, descaracterizariam a condição de segurado especial. A sentença

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010dispensou a realização da audiência de instrução, “uma vez que a prova dos autosé no sentido de inexistência do regime de economia familiar”.02. O recorrente alega cerceamento de defesa, uma vez que não foi oportunizada aprodução de prova testemunhal. Requer a anulação da sentença, ou, subsidiariamente, a sua reforma, sustentando que os documentos apresentados constituem suficiente início de prova material.03. O recurso do autor merece ser provido, reconhecendo-se a nulidade da sentença, por cerceamento de defesa.04. A extensão da propriedade por si só, não é fator que descaracterize o regimede economia familiar. “Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvelser superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar” (Súmula 30 TNU). Os documentos citados na sentença (fls. 11, 14 e 15) indicam que o autor possui propriedade rural com extensão de 34 hectares, que equivalem a 1,70 módulos fiscais da região. Embora o limite de 4 módulos fiscais introduzido pela Lei 11718 / 2008 não possua eficácia retroativa, serve como parâmetro para indicar que o tamanho da propriedade, no caso dos autos, não é óbice, isoladamente, ao reconhecimento da qualidade de segurado especial do autor.05. Por outro lado, a simples menção, em cadastros do INCRA e documentos referentes ao ITR, da classificação de empregador rural II – B ou II – C, ou da propriedade como latifúndio, não desconfigura o regime de economia familiar. Isto porque essa classificação pode ser motivada, exclusivamente, pelo tamanho da propriedade, nos termos do art. 1º - II, alínea "b", do Decreto-Lei 1166/71, bem como do art. 22 do Decreto 84.685/80, que considerava latifúndio, para fins de cálculo do ITR, qualquer área rural com dimensão superior a um módulo fiscal.06. A sentença considerou, ainda, que o documento de fls. 08 / 09 descaracterizava a condição de segurado especial. Trata-se de empréstimo realizado pelo autor junto ao Banestes, em 1982, para financiamento da eletrificação da propriedade rural, a ser pago em quatro parcelas anuais, de 1983 a 1986. O valor do empréstimo, na época de Cr$ 288.484,00, corresponde, hoje, a R$6.228,52, conforme tabela para atualização monetária desta Seção Judiciária. Longe de evidenciar riqueza ou grande produção rural, a nota de crédito indica o esforço que o proprietário rural tinha de fazer para obter acesso ao fornecimento de energia elétrica àquela época, pois precisava arcar com os custos da instalação da rede elétrica até a sua propriedade, a partir da “linha” já montada pela concessionária do serviço público. Ou seja, o autor precisou arcar, por sua própria conta, com os custos da instalação da rede elétrica, o que fez mediante financiamento através do Banestes, provavelmente por não dispor da quantia à vista. Assim, além de não impedir o reconhecimento da condição de segurado especial do autor, pois, em si, a nota de crédito rural não evidencia nenhum fato a descaracterizar essa condição, o documento constitui, ao contrário, início de prova material da atividade rural, já que demonstra o vínculo do autor com a atividade rural e o qualifica como “agricultor”. 07. Conclui-se, assim, que os fundamentos adotados pela sentença não autorizam, por si sós, a descaracterização da condição de segurado especial. Apresentado início de prova material suficiente à comprovação da atividade rural, o autor tem direito à produção de prova testemunhal, a fim de corroborar a prova documental produzida e permitir a extensão de sua eficácia probatória ao períodode carência exigido. Assim, resta evidenciado o cerceamento de defesa, pois a sentença dispensou a realização da audiência de instrução, apenas considerando que “a prova dos autos é no sentido de inexistência do regime de economia familiar”.08. Recurso interposto pela parte autora provido. Sentença anulada em razão do cerceamento de defesa. Remessa dos autos ao juízo de origem, para realização de audiência de instrução e novo julgamento. Sem custas e honorários advocatícios.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORA e ANULAR A SENTENÇA RECORRIDA, nos termos da ementa que integra este julgado.

52 - 2007.50.54.000067-1/01 EDIVALDO ASSIS (ADVOGADO: OTNIEL CARLOS DE OLIVEIRA,JUANDERSON MORAES DE OLIVEIRA, HENRICA MARIA MORAES DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GISELA PAGUNG TOMAZINI, THIAGO COSTA BOLZANI, NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – RECORRENTE PROPRIETÁRIO DE IMÓVEIS COM GRANDES DIMENSÕES – ALUGUEL DE PARTE DA PROPRIEDADE – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, no qual requer a reforma da sentença que julgou improcedente o seu pedido de aposentadoria rural por idade. A recorrente alega que os autos processuais possuem robustas provas que atestam o efetivo exercício de atividade rural em regime de economia familiar.2. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o trabalhador rural, para fins de recebimento de aposentadoria rural por idade, além de comprovar a idade mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), deve comprovar o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.3. Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início de razoável prova material contemporânea à época dos fatos e, para que tal atividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família seja indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados.4. Conforme se extrai dos autos em questão, o recorrente é proprietário de mais de um imóvel, sendo que um deles possui 52,2 hectares (fl.24), e o outro 41,8 hectares (fl.25). Estas áreas, somadas, perfazem o total de 94 hectares, que equivalem a mais de 19 alqueires de terras, uma extensão muito além da que se espera de uma propriedade pautada no regime de economia familiar. A legislação previdenciária caracteriza o segurado especial o produtor/proprietário que desenvolve atividade rural em área inferior a 04 módulos fiscais. O que se vê, in casu, é a exploração em área de aproximadamente 05 módulos fiscais (fls.24/25). Além da grande extensão da propriedade, o recorrente afirmou, em Entrevista Rural (fls.36/37), que possui mais de 100 (cem) cabeças de gado, o que também não é típico do mencionado regime.5. Ademais, na Entrevista Rural, o recorrente levou ao entendimento de que recebia, mesmo que eventualmente, dinheiro para que outras pessoas pudessem embarcar seus gados na propriedade do mesmo, já que esta possui embarcadouro. Essa informação é corroborada pelas Declarações de fls.45 e 51, nas quais os declarantes afirmam que a propriedade era alugada (o pasto), o que fazia com quea família possuísse outra fonte de renda.6. Tudo isso destoa do conceito de regime de economia familiar, o qual remete a uma situação fática pautada na união de esforços da família com a intenção de alcançar o suficiente para a manutenção do núcleo familiar. No referido regime, parte-se do pressuposto de que a família não possui grandes recursos financeiros, tampouco vastas propriedades, ao contrário do que ora se vê, ficando visível no caso em questão a condição do recorrente de contribuir para aPrevidência Social. 7. Por todo o exposto, resta comprovado que não faz jus o recorrente ao recebimento de aposentadoria rural por idade, na qualidade de segurado especial,devendo o seu recurso ser improvido.8. Recurso conhecido e improvido. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de o recorrente ser beneficiário da assistência judiciáriagratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER O RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

53 - 2006.50.51.000645-9/01 ZENILDA ALVES MILAGRES SALES (ADVOGADO: MARCIO SANTOLIN BORGES, LUIZ MARIA BORGES DOS REIS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: José Arteiro Vieira de Mello.). . E M E N T A

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL SOMENTE ATÉ MEADOS DA DÉCADA DE 80 – IMPLEMENTO DA IDADE POSTERIOR À SAÍDA DO CAMPO – IMPOSSIBILIDADE – LAVADEIRA – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face desentença de fls.59/61, que julgou improcedente o pedido de concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega a recorrente, em síntese, que cumpriu todos os requisitos para a obtenção da aposentadoria rural por idade, tendo trabalhado por período superior ao da carência. Pleiteia, assim, a reformada sentença. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.A aposentadoria do trabalhador rural tem como requisitos a idade mínima de 60 (sessenta) anos para homens e 55 (cinquenta e cinco) anos para mulheres; e o desempenho de atividade rural em regime de economia familiar pelo número de meses estabelecido pelo art. 142 da Lei 8.213/91. Embora existam documentos capazes de servir como início de prova material, assimcomo elementos indicando que a autora, de fato, laborou como trabalhadora rural em regime de economia familiar por vários anos, restou evidenciado que a demandante não labora no meio rural desde 1984, pelo menos.A parte autora afirmou, em entrevista rural feita em sede administrativa e em audiência, que se afastou completamente do labor rural e passou a viver da aposentadoria por invalidez/pensão do seu marido. Declarou, ainda, que trabalha atualmente lavando roupa para fora.Dessa maneira, a parte autora implementou, portanto, o requisito etário em momento posterior ao fim do labor rural, o que lhe impede o direito à obtenção do benefício de aposentadoria rural por idade, à luz do que dispõe a Lei 8.213. Para fins de aposentadoria por idade rural, é necessária a existência de labor rural no período imediatamente anterior ao requerimento (mesmo que de forma descontínua), requisito este não cumprido pela recorrente.Diante do que fora exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão de decidir. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários, visto que a recorrente é beneficiária da assistência jurídica gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e que passaa integrar o presente julgado.

54 - 2006.50.50.004359-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x JANIRA DE JESUS MOREIRA (ADVOGADO: CAMILA DE JESUS FIGUEIRAUJO JABOUR.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – SEGURADO ESPECIAL – LABOR RURALSOMENTE ATÉ 1992 – IMPLEMENTO DA IDADE POSTERIOR À SAÍDA DO CAMPO – IMPOSSIBILIDADE – REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS - SENTENÇA REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.77/80, que julgou procedente o pedido de concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega o recorrente, em síntese, que a parte autora somente exerceu atividade rural até 1992, quando, a partir de então, passou a desempenhar atividade urbana, não tendo cumprido os requisitos necessários à obtenção do benefício. Foram apresentadas contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60 anos para homens e 55 para mulheres) eexercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo período exigidoem lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. Embora existam documentos capazes de servir como início de prova material, assim como elementos indicando que a autora, de fato, laborou como trabalhadora rural em regime de economia familiar por vários anos, restou evidenciado que a

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010demandante não labora no meio rural desde 1992, pelo menos. Em seguida, manteve vínculos urbanos até agosto de 1996. Depois disso, não mais exerceu qualquer atividade.4. Dessa maneira, a parte autora implementou, portanto, o requisito etário em momento posterior ao fim do labor rural (somente em 1998). Isso significa que, quando completou os 55 anos de idade, necessários à obtenção do benefício, já não mais exercia atividade rural há 06 anos. Ou seja, ao se afastar do trabalho rural e, consequentemente, perder sua qualidade de segurada especial, a autora ainda não havia preenchido todos os requisitos para a concessão da aposentadoriarural por idade.5. Assim, não tendo preenchido todos os requisitos necessários à concessão da aposentadoria rural por idade, descritos na Lei 8.213, não faz jus a autora, portanto, ao benefício pleiteado, devendo ser a sentença de piso reformada em sua integralidade. 6. Ante o exposto, CONHEÇO DO RECURSO E, NO MÉRITO, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar a sentença recorrida e JULGAR IMPROCEDENTE O PEDIDO DA PARTE AUTORA, devendo ser revogada a antecipação de tutela, ressalvando-se a boa-fé da recorrida.7. Recurso conhecido e provido. Sentença reformada. Antecipação de tutela revogada.8. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art.1º da Lei nº 10.259/01.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

55 - 2004.50.01.002051-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Isabela Boechat B. B. de Oliveira, MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x AMALIA ASSIS AGUIAR (ADVOGADO: HENRIQUE SOARES MACEDO.). . Após voto do relator dando provimento ao recurso do INSS, pediu vista o MM. Juiz Federal José Eduardo do Nascimento.

56 - 2007.50.50.008543-4/01 ILBU DA SILVA (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . E M E N T A

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – TRABALHADOR AVULSO – IMPOSSIBILIDADE – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente seu o pedido de aplicação dos juros progressivos sobre os depósitos do seu FGTS, devido a não aplicação da progressividade aos trabalhadores avulsos, ante a não contração de vínculo empregatício por prazo exigido em lei. Alega a recorrente que a Lei 5.480/68 incluiu os trabalhadores avulsos na progressão dos juros do FGTS. Pugnou, por tal razão, pela reforma da sentença.A Lei 5107/66, que criou o FGTS, previu a aplicação de juros progressivos para os optantes que permanecessem na mesma empresa pelo período de tempo fixado no art. 4º da referida norma. Com o advento da Lei 5705/71, todos os empregados admitidos a partir da entrada em vigor da norma passaram a ter direito apenas a juros de 3% ao ano, sem a progressividade prevista inicialmente. Manteve a Lei 5705/71, porém, o direito adquirido daqueles que optaram na vigência da Lei 5.107/66, direito este que cessaria se o empregado mudasse de empresa. No caso em tela, trata-se o autor de trabalhador avulso, que se conceitua como “aquele que sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria (fora da faixa portuária) ou do órgão gestor de mão obra (na área portuária)”. Não há que se falar em aplicação da taxa de juros progressivos à conta vinculadado Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para a categoria profissional que pertence a parte autora. Tal situação ocorre porque a parte autora é vinculada tão-somente ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou ao Sindicato, e não a uma empresa diretamente. Tal vínculo, contudo, pode se dar por período ininterrupto,

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010sem que haja influência quanto à progressividade pretendida, na medida em que esta está diretamente ligada ao tempo de permanência do empregado em uma determinada empresa, o que, no caso dos avulsos, na maior parte das vezes, não ultrapassa o limite previsto na lei.Não obstante a CRFB/88 assegure igualdade de direitos ao avulso e ao trabalhadorcom vínculo empregatício, considerando-se que a aplicação da taxa de juros progressivos pressupõe que haja permanência do empregado na mesma empresa ao longo do tempo previsto, de acordo com os requisitos da Lei 5.107/66, revela-se incabível a referida aplicação para os trabalhadores avulsos.Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a ausência de contrarrazões.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao presente recurso, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

57 - 2007.50.50.009598-1/01 JOSE GOMES DE SOUZA SOBRINHO (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . E M E N T A

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – TRABALHADOR AVULSO – IMPOSSIBILIDADE – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente seu o pedido de aplicação dos juros progressivos sobre os depósitos do seu FGTS, devido a não aplicação da progressividade aos trabalhadores avulsos, ante a não contração de vínculo empregatício por prazo exigido em lei. Alega a recorrente que a Lei 5.480/68 incluiu os trabalhadores avulsos na progressão dos juros do FGTS. Pugnou, por tal razão, pela reforma da sentença.A Lei 5107/66, que criou o FGTS, previu a aplicação de juros progressivos para os optantes que permanecessem na mesma empresa pelo período de tempo fixado no art. 4º da referida norma. Com o advento da Lei 5705/71, todos os empregados admitidos a partir da entrada em vigor da norma passaram a ter direito apenas a juros de 3% ao ano, sem a progressividade prevista inicialmente. Manteve a Lei 5705/71, porém, o direito adquirido daqueles que optaram na vigência da Lei 5.107/66, direito este que cessaria se o empregado mudasse de empresa. No caso em tela, trata-se o autor de trabalhador avulso, que se conceitua como “aquele que sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria (fora da faixa portuária) ou do órgão gestor de mão obra (na área portuária)”. Não há que se falar em aplicação da taxa de juros progressivos à conta vinculadado Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para a categoria profissional que pertence a parte autora. Tal situação ocorre porque a parte autora é vinculada tão-somente ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou ao Sindicato, e não a uma empresa diretamente. Tal vínculo, contudo, pode se dar por período ininterrupto,sem que haja influência quanto à progressividade pretendida, na medida em que esta está diretamente ligada ao tempo de permanência do empregado em uma determinada empresa, o que, no caso dos avulsos, na maior parte das vezes, não ultrapassa o limite previsto na lei.Não obstante a CRFB/88 assegure igualdade de direitos ao avulso e ao trabalhadorcom vínculo empregatício, considerando-se que a aplicação da taxa de juros progressivos pressupõe que haja permanência do empregado na mesma empresa ao longo do tempo previsto, de acordo com os requisitos da Lei 5.107/66, revela-se incabível a referida aplicação para os trabalhadores avulsos.Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários, ante a ausência de contrarrazões.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao presente recurso, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

58 - 2007.50.50.010073-3/01 SEBASTIAO BENTO (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . E M E N T A

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – TRABALHADOR AVULSO – IMPOSSIBILIDADE – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente seu o pedido de aplicação dos juros progressivos sobre os depósitos do seu FGTS, devido a não aplicação da progressividade aos trabalhadores avulsos, ante a não contração de vínculo empregatício por prazo exigido em lei. Alega a recorrente que a Lei 5.480/68 incluiu os trabalhadores avulsos na progressão dos juros do FGTS. Pugnou, por tal razão, pela reforma da sentença.A Lei 5107/66, que criou o FGTS, previu a aplicação de juros progressivos para os optantes que permanecessem na mesma empresa pelo período de tempo fixado no art. 4º da referida norma. Com o advento da Lei 5705/71, todos os empregados admitidos a partir da entrada em vigor da norma passaram a ter direito apenas a juros de 3% ao ano, sem a progressividade prevista inicialmente. Manteve a Lei 5705/71, porém, o direito adquirido daqueles que optaram na vigência da Lei 5.107/66, direito este que cessaria se o empregado mudasse de empresa. No caso em tela, trata-se o autor de trabalhador avulso, que se conceitua como “aquele que sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria (fora da faixa portuária) ou do órgão gestor de mão obra (na área portuária)”. Não há que se falar em aplicação da taxa de juros progressivos à conta vinculadado Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para a categoria profissional que pertence a parte autora. Tal situação ocorre porque a parte autora é vinculada tão-somente ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou ao Sindicato, e não a uma empresa diretamente. Tal vínculo, contudo, pode se dar por período ininterrupto,sem que haja influência quanto à progressividade pretendida, na medida em que esta está diretamente ligada ao tempo de permanência do empregado em uma determinada empresa, o que, no caso dos avulsos, na maior parte das vezes, não ultrapassa o limite previsto na lei.Não obstante a CRFB/88 assegure igualdade de direitos ao avulso e ao trabalhadorcom vínculo empregatício, considerando-se que a aplicação da taxa de juros progressivos pressupõe que haja permanência do empregado na mesma empresa ao longo do tempo previsto, de acordo com os requisitos da Lei 5.107/66, revela-se incabível a referida aplicação para os trabalhadores avulsos.Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a ausência de contrarrazões.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao presente recurso, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

59 - 2008.50.50.007326-6/01 IOLANDA SOUZA LIMA DA SILVA (ADVOGADO: HARLEY SANTANNA.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.). . E M EN T A

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – TRABALHADOR AVULSO – IMPOSSIBILIDADE – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.68/70, que julgou improcedente seu o pedido de aplicação dos juros progressivos sobre os depósitos do seu FGTS, devido a não aplicação da progressividade aos trabalhadores avulsos, ante a não contração de vínculo empregatício por prazo exigido em lei. Alega a recorrente que a Lei 5.480/68

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010incluiu os trabalhadores avulsos na progressão dos juros do FGTS. Pugnou, por tal razão, pela reforma da sentença. A CEF apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.A Lei 5107/66, que criou o FGTS, previu a aplicação de juros progressivos para os optantes que permanecessem na mesma empresa pelo período de tempo fixado no art. 4º da referida norma. Com o advento da Lei 5705/71, todos os empregados admitidos a partir da entrada em vigor da norma passaram a ter direito apenas a juros de 3% ao ano, sem a progressividade prevista inicialmente. Manteve a Lei 5705/71, porém, o direito adquirido daqueles que optaram na vigência da Lei 5.107/66, direito este que cessaria se o empregado mudasse de empresa. No caso em tela, trata-se o autor de trabalhador avulso, que se conceitua como “aquele que sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria (fora da faixa portuária) ou do órgão gestor de mão obra (na área portuária)”. Não há que se falar em aplicação da taxa de juros progressivos à conta vinculadado Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para a categoria profissional que pertence a parte autora. Tal situação ocorre porque a parte autora é vinculada tão-somente ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou ao Sindicato, e não a uma empresa diretamente. Tal vínculo, contudo, pode se dar por período ininterrupto,sem que haja influência quanto à progressividade pretendida, na medida em que esta está diretamente ligada ao tempo de permanência do empregado em uma determinada empresa, o que, no caso dos avulsos, na maior parte das vezes, não ultrapassa o limite previsto na lei.Não obstante a CRFB/88 assegure igualdade de direitos ao avulso e ao trabalhadorcom vínculo empregatício, considerando-se que a aplicação da taxa de juros progressivos pressupõe que haja permanência do empregado na mesma empresa ao longo do tempo previsto, de acordo com os requisitos da Lei 5.107/66, revela-se incabível a referida aplicação para os trabalhadores avulsos.Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que a recorrente é beneficiaria de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao presente recurso, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

60 - 2007.50.53.000376-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x ZELINDA MARIA ORIGE GIULIATTE (ADVOGADO: JOÃO ROBERT CUZZUOL PEREIRA, DAYVID CUZZUOL PEREIRA.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE URBANA – PERÍODO DE CARÊNCIA COMPROVADO– APLICAÇÃO DA TABELA DO ART. 142 DA LEI 8.213/91 – REQUISITO ETÁRIO COMO MARCO TEMPORAL PARA CARÊNCIA - LABOR RURAL IRRELEVANTE PARA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido inicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria por idade. As alegações da Autarquia Previdenciária são todas referentes ao labor rural da parte autora. Afirma que inexiste qualquer prova material contemporânea capaz de comprovar o suposto trabalho rural em regime de economia familiar, motivo pelo qual pugna pela reforma da sentença.Basta uma simples análise dos autos para se observar que debater se a autora realizou labor rural, entre 1956 e 1989, é irrelevante para o deslinde da demanda. Isso porque a recorrida comprovou efetivamente 14 anos e 04 meses de atividade urbana, com variados vínculos empregatícios, desde 1989 (fls.56/57). Como a autora completou 60 anos em 2002, segundo aplicação da tabela progressivado artigo 142 da Lei 8.213/91, deve comprovar o recolhimento de 126 contribuições, ou seja, 10 anos e meio. O INSS, por sua vez, determinou o cumprimento de 180 contribuições (fl.72), exigência contrária ao disposto no caput do artigo 142. De fato, este artigo informa que deve ser considerado o “ano em que o segurado implementou todas as condições necessárias à obtenção do

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010benefício”. Desta forma, poder-se-ia argumentar que, em 2002, a autora ainda nãopossuía a totalidade da carência. Ao enfrentar questão idêntica, a TNU pacificouo entendimento de que o requisito etário deve ser considerado o marco temporal para carência (Processo 2005.72.95.01.7041-4), razão pela qual, ante tal posicionamento, a autora faz jus a concessão da aposentadoria desde a data do requerimento administrativo, realizado em 2003.Diante da razoabilidade da decisão da TNU, bem como em face de sua força cogente, resta irretocável a sentença proferida.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Condenação do recorrente em honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa presente nos autos, que passa a integrar o presente julgado.

61 - 2003.50.50.003279-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x EMIDIO ANANIAS DA SILVA (ADVOGADO: MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, IZAEL DE MELLO REZENDE.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – COMPROVAÇÃO DE DESEMPREGO PELA AUSÊNCIA DE REGISTRO NA CTPS - POSSIBILIDADE – QUALIDADE DE SEGURADO COMPROVADA – CARÊNCIA PREENCHIDA - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido inicial, condenando o INSS a conceder o benefício de aposentadoria por idade. Alega a autarquia, em suma, que a parte autora não apresentou prova cabal da situação de desemprego, isto é, registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho ou da Previdência Social. Diante de tal argumento, requer seja reformada a sentença, ante o não preenchimento do períodode carência necessário para a concessão do benefício pleiteado.O preenchimento do requisito etário resta incontroverso nos autos. Cabe, portanto, averiguar se presente a totalidade do período de carência necessário para obtenção da aposentadoria por idade. Como o autor completou 65 anos em 2001(fl. 12), deve comprovar o recolhimento de 120 contribuições, conforme regulamentava a legislação então vigente.Ao revés do que alega o INSS em sede recursal, a parte autora nunca chegou a perder a qualidade de segurado. Senão vejamos. O autor foi demitido em 04/08/1995 e somente firmou novo contrato de trabalho em 01/08/1997, cerca de dois anos após o último vínculo empregatício. O artigo 15, II, da Lei 8.213/91, fixa o chamado “período de graça” por 12 meses, tempo prorrogado em alguns casosespeciais discriminados nos parágrafos deste mesmo artigo. Conquanto a parte autora não tenha efetuado registro de desemprego perante órgão do Ministério do Trabalho, tem-se como possível a extensão do “período de graça” por 24 meses, conforme disposto no a parágrafo 2º do artigo ora analisado. Este entendimento já foi consolidado pela TNU na súmula 27 e fortalecido pela decisão proferida nos autos do processo 2007.70.95.01.1823-8/PR, em que a Turma Nacional defende apossibilidade de comprovação do desemprego pela ausência de registro na CTPS.Como o autor não chegou a perder sua qualidade de segurado, tem-se como desnecessário o cumprimento de 1/3 das contribuições referentes à carência do benefício requerido, regulamentação presente no artigo 24, § único da Lei 8.213/91. No momento do requerimento administrativo (15/02/2001 – fl. 53), como bem argumentado pelo magistrado a quo, o autor contava com 162 contribuições (13anos, 06 meses e 23 dias), montante suficiente para obtenção da aposentadoria por idade. Diante do que fora exposto e analisado, restou evidenciado o cumprimento integral do período de carência, razão pela qual a pretensão recursal carece de sustentação jurídica.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Condenação do recorrente em honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

ACÓRDÃO

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos e que passa a integrar o presente julgado.

62 - 2008.50.51.000587-7/01 ELIZABETE GUISSO FERREIRA (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE PARCIAL E DEFINITIVA – POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO/READAPTAÇÃO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora contra a sentença de fls.97/100, que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, apenas para conceder o benefício de auxílio-doença até a reabilitação para o exercício de outra atividade laborativa que lhe garanta o sustento. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que se encontra total e definitivamente incapacitada parao trabalho, motivo pelo qual faria jus à percepção do benefício aposentadoria por invalidez.

2. Para a concessão da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 42 da Lei nº 8.213/90,quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta a subsistência com insuscetibilidade de reabilitação.

3. O laudo médico pericial produzido em juízo (fls.86/87) atestou que a autora éportadora de “espondilodiscoartrose cervical”, o que gera a incapacidade parciale definitiva para a sua função habitual, qual seja, a de costureira. Contudo, afirma o expert, ao responder o quesito 09 da parte autora, que a mesma pode serreabilitada/readaptada para exercer atividades que não requeiram esforço em coluna cervical, sustentação de peso, posturas com a cabeça estendida ou flexionada por longos períodos. O perito do juízo considerou a idade e o nível de escolaridade da parte autora.

4. Com efeito, à luz do art. 42 da Lei nº 8.213/91, vislumbro que a parte autoranão faz jus ao recebimento de aposentadoria por invalidez, uma vez que a mesma pode ser reabilitada para desempenhar outras atividades laborativas que se compatibilizem com sua enfermidade e sua realidade funcional. Além de possuir apenas 48 anos de idade, a autora também possui bom nível educacional e certamente poderá voltar a fazer parte do mercado produtivo. Desta forma, a recorrente tem direito apenas ao recebimento do auxílio-doença, benefício este que a mesma já obteve judicialmente.

6. Ante o exposto, não lhe é devido o benefício de aposentadoria por invalidez, por não estarem preenchidos os requisitos necessários à sua concessão. Assim, tomo como razões de decidir os fundamentos da sentença recorrida.

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistência judiciária, nos termos do Enunciado nº 27 das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

63 - 2007.50.50.002772-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Marcelo Camata Pereira.) x WANTUIL CUSTODIO DE FARIAS (ADVOGADO: MANOEL FELIX LEITE.). . EMENTA

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - PERÍCIA JUDICIAL - INCAPACIDADE PARCIAL E DEFINITIVA - IDADE AVANÇADA E CONDIÇÕES PESSOAIS E SOCIAIS QUE IMPOSSIBILITAM A READAPTAÇÃO / REABILITAÇÃO – SENTENÇA INTEGRALMENTE CONFIRMADA - RECURSO IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, contra a sentença de fls.86/87, que julgou procedente o pedido de conversão de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente que a incapacidade da parte autora não é total, mas apenas parcial, existindo, assim, possibilidade de readaptação ou reabilitação profissional.

2. Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 42 da Lei nº 8.213/90,quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta a subsistência, com insuscetibilidade de reabilitação.

3. Na presente questão, não restam dúvidas acerca da qualidade de segurado, ou mesmo no que tange ao período de carência, pois a divergência entre as partes encontra-se no preenchimento do requisito da incapacidade da parte autora, bem como na possibilidade de a mesma exercer atividade profissional que lhe garanta a subsistência.

4. A legislação processual permite ao juiz formular seu convencimento com outroselementos ou fatos provados, não estando adstrito tão somente à conclusão obtidapelo perito. Diante de tal perspectiva, em que pese ter a perícia médica concluído pela incapacidade parcial e permanente, ao se cotejar o histórico clínico da parte autora, bem como os fatores de cunho pessoal, como sua avançadaidade e o exercício da mesma profissão desde 1993, resta comprovada a inviabilidade de reabilitação ou readaptação profissional da parte autora. A deficiência que o acomete, somado ao fato de já contar com 58 anos de idade e necessitar de tratamento médico certamente impedirão a recolocação do autor no mercado de trabalho.

5. Assim, a incapacidade para o desempenho de serviços que exijam esforço físico, aliada às condições pessoais da parte autora, como ter trabalhado praticamente sua vida inteira em serviços dessa natureza, idade avançada e necessidade de tratamento, são circunstâncias que acabam por desnaturá-la como incapacidade parcial, o que torna possível a concessão de aposentadoria por invalidez.

6. Portanto, corroboro com o entendimento perfilado pelo magistrado a quo, na medida em que, em decorrência da enfermidade, a parte autora está impossibilitada de exercer atividade laboral que lhe garanta o sustento, fazendojus ao benefício de aposentadoria por invalidez. Dessa forma, tomo como razões de decidir os fundamentos da sentença recorrida.

7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.

8. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

64 - 2007.50.51.002477-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x MARCIONILO MIRANDA FERREIRA (ADVOGADO: PRISCILA PERIM GAVA.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO - AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE TOTAL E TEMPORÁRIA – NECESSIDADE DE TRATAMENTO CIRÚRGICO – LAUDO PERICIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-20101. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.82/85, que julgou parcialmente procedente o pedido inicial, condenando a autarquia a restabelecer à parte autora o benefício de auxílio-doença, desde a data de sua cessação indevida. Alega o INSS, em suas razões recursais, que a parte autora não faz jus ao benefício, porque sua incapacidade é parcial e por não estar incapacitada para toda e qualquer atividade laborativa. Em segundo plano, requereu a alteração da DIB para a data da juntada do laudo pericial aos autos judiciais. Posteriormente, através de petição, requereu autorização para cessar o benefício deferido, em antecipação de tutela, à parte autora. 2. Ao se analisar os documentos acostados aos autos, observa-se que o perito médico judicial (fls.68/71), informou que a incapacidade da parte autora é totale temporária considerando a necessidade de tratamento cirúrgico (respostas aos quesitos 18 e 20). Com efeito, a parte autora não é obrigada a se submeter a umaintervenção cirúrgica. Somente poderá ocorrer se a parte autora, espontaneamente, se submeter à aludida intervenção. Considerando que restou consignado no laudo médico pericial que a parte autora necessita da cirurgia de artrodese no pé, que o tempo estimado para sua recuperação é de aproximadamente 01 (um) ano após a cirurgia, e que não consta dos autos qualquer informação sobre a realização da aludida cirurgia, concluo que é devido o auxílio-doença à parte autora até que a mesma se submeta ao tratamento cirúrgico, se assim o desejar, e se recupere completamente, para voltar a desempenhar sua atividade profissional. 3. Quanto à fixação da DIB, pelos documentos juntados aos autos, verifica-se quea parte autora já estava incapacitada desde data da cessação indevida, fazendo jus ao pagamento do benefício desde 31/10/2006 (fl.81), como bem observa a magistrada, em sua sentença de piso.4. Por tudo isso, a autora atende aos requisitos legais exigidos para a concessão do auxílio-doença. Assim, tomo como razão de decidir os fundamentos dasentença recorrida.5. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.6. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que tomou como razões de decidir os fundamentos da sentença recorrida, e que passa a integrar o presente julgado.

65 - 2007.50.51.002294-9/01 ELISANGELA APARECIDA DE SOUZA MARTINS (ADVOGADO: DORIAN JOSE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.). . EMENTAPREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – CÔNJUGE – BREVE SEPARAÇÃO DE FATO DURANTE O VÍNCULO MATRIMONIAL – RECONCILIAÇÃO - DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA – CASAMENTO NÃO DISSOLVIDO – COMPROVAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILAR NO MOMENTO DO ÓBITO – QUALIDADE DE SEGURADO COMPROVADA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.Analisando o conjunto probatório, observa-se que, no momento do óbito, a autora e o segurado conviviam em regime de economia familiar, exercendo o labor rural esobrevivendo por meio de mútua dependência e colaboração. Como comprovado que a autora era casada com o segurado, coabitando a mesma casa e trabalhando no mesmolugar, a dependência econômica é presumida, por incidência direta do artigo 16, §4, da Lei 8.213/91. Sendo assim, irrelevante a não comprovação de dependência econômica por prova material. A qualidade de dependente resta, portanto, evidenciada nos autos.Ante a robusta prova material e testemunhal, a sentença reconheceu a qualidade de segurado especial do de cujus na data do falecimento, decisão não impugnada pelo INSS. Presente a qualidade de segurado do instituidor da pensão por morte, acrescida da qualidade de dependente da autora, deve ser reformada a sentença para determinar a concessão do benefício ora pleiteado. Recurso provido. Sentença reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, vez que somente devidos quando o recorrente é vencido, assim como dispõe o caput do art. 55 da Lei 9.099/95.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO e JULGAR PROCEDENTE O PEDIDO DA PARTE AUTORA, na forma do voto e ementa presentes nos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

66 - 2008.50.52.000166-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x NEIDE MARIA SALVADOR DE LIMA (ADVOGADO: MANOEL FERNANDES ALVES.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – UNIÃO ESTÁVEL - PROVA DOCUMENTAL E TESTEMUNHAL – REQUISITOS PREENCHIDOS (DURABILIDADE, CONTINUIDADE E PUBLICIDADE) – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata o presente caso de recurso interposto pela Autarquia Previdenciária, contra a sentença que julgou procedente do pedido autoral, reconhecendo a qualidade de dependente da autora, para lhe conceder o benefício pensão por morte. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado à Previdência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº. 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que o postulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casos previstos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve ser efetivamente comprovada.In casu, a Autarquia Previdenciária defende que a autora somente começou a residir com o segurado um ano antes do óbito (10/10/2007 – fl.19), o que aduz denotar a fragilidade do relacionamento entre ambos. A prova documental carreada (fls. 24/27 e 48/50) é robusta, bem como a prova testemunhal, que foi coesa e coerente com a alegação da autora. O argumento recursal não traduz o mais acertado posicionamento jurídico. Conquanto a coabitação tenha se concretizado cerca de um ano antes do óbito, restou comprovado que a união estável teve início em 2002, ou seja, cerca de cinco anosantes do óbito. De todo modo, insta ressalvar que a união estável independe de coabitação, como já pacificou a jurisprudência nacional jurisprudência nacional é pacífica sobre a possibilidade de união estável sem coabitação (Súmula 382 do STF, TNU – Processo 2003.51.01.5000538). Além disso, a lei não fixa um prazo determinado de coabitação para a configuração da união estável. Diante de tudo que fora previamente analisado, não assiste razão ao pleito recursal do INSS, eis que presentes todos os requisitos necessários para concessão da pensão por morte, devendo, assim, ser ratificada a sentença.Recurso conhecido e improvido. Sentença Mantida.Custas ex lege. Condenação da recorrente em honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa supra, que passa a integrar opresente julgado.

67 - 2006.50.50.000136-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Marcelo Camata Pereira.) x MAIZA BAUER FALCÃO (ADVOGADO: LUIZA HELENA GOMES LORETO.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE UNIÃO ESTÁVEL POR PROVA TESTEMUNHAL – POSSIBILIDADE - REQUISITOS PREENCHIDOS (DURABILIDADE, CONTINUIDADE E PUBLICIDADE) - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso interposto pela Autarquia Previdenciária contra a sentença que julgou procedente o pedido autoral, reconhecendo a qualidade de dependente da autora. A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe queo falecido, à época do óbito, estivesse vinculado à Previdência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que o postulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casos previstos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve ser efetivamente comprovada.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-20102. In casu, a Autarquia Previdenciária defende que a união estável deve, necessariamente, ser comprovada documentalmente, assim como dispõe o art. 22 do Decreto 3.048/99. Tal argumento, contudo, não encontra sustentação no ordenamento jurídico. Isso porque a recomendação prevista no art. 55, §2, da Lei8.213/91 somente versa sobre comprovação de tempo de serviço e não qualidade de dependente, motivo pelo qual, sobre este aspecto, a redação do Decreto 3.048/99 acaba por extrapolar os limites da legislação. O próprio STJ já pacificou o entendimento de que a dependência econômica pode ser comprovada por prova exclusivamente testemunhal (REsp 296128). Os depoimentos das testemunhas foram coerentes e coesos ao comprovar a existência dos requisitos necessários para caracterização da união estável (durabilidade, continuidade e publicidade), motivo pelo qual resta irretocável a decisão a quo. 4. Recurso conhecido e improvido. Sentença por seus próprios fundamentos.5. Custas ex lege. Condenação do recorrente em honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa que passa a integrar o presente julgado.

68 - 2008.50.50.000998-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x DEUSIMERI FRANCISCO DE SOUZA. . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – SEGURADO ESPECIAL - FILHO FALECIDO - PROVA MATERIAL – JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA FAVORÁVEL - DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de ação para concessão do benefício de pensão por morte, em decorrênciado óbito do filho da autora. A sentença recorrida julgou procedente o pedido porconsiderar que o auxílio do filho, principal provedor do núcleo familiar, era essencial para sobrevivência da demandante, situação que qualifica a dependênciaeconômica. Argumenta o INSS, em sede recursal, que inexiste qualquer prova documental capaz de atestar a alegada dependência econômica. Sustenta, ainda, que existia mera colaboração entre os membros da família.A concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado à Previdência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que opostulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casos previstos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4ºdessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve ser efetivamente comprovada.A qualidade de segurado do falecido resta incontroversa nos autos. A questão cinge-se, portanto, em averiguar o preenchimento da dependência econômica. Se por um lado a dependência econômica do pai ou mãe em relação ao filho não precisa ser exclusiva, por outro deve ser mais do que um simples auxílio financeiro, ou seja, verdadeiramente essencial para sobrevivência da demandante,sendo esse o parâmetro utilizado na presente decisão.Apesar do art. 22, §3, do Decreto nº 3.048/99, exigir prova material, o próprio STJ já pacificou o entendimento de que a dependência econômica pode ser comprovada por prova exclusivamente testemunhal (REsp 296128). De todo modo, existem dois indícios materiais de dependência, quais sejam: a existência de coabitação (fls.39 e 55) e o seguro do vida do segurado em favor da mãe (fl.73).Ademais, a justificação administrativa realizada pelo INSS foi favorável à pretensão autoral, reconhecendo a existência de dependência econômica (fl.100). Restou evidenciado que o núcleo familiar era composto de 05 pessoas: a autora, ocompanheiro e três filhos, um deles menor. Conquanto comprovado que a filha da recorrida também trabalha como empregada, percebe-se que a renda obtida era direcionada exclusivamente para seus estudos. O companheiro, por sua vez, estavadesempregado à época do falecimento. Conclui-se, assim, que o segurado era o principal provedor da família, o que caracteriza a dependência econômica da autora e, consequentemente, sua qualidade de dependente.Diante do que fora exposto, infere-se que o falecido filho ajudava economicamente a autora, sendo tal auxílio substancial e indispensável para sobrevivência da mesma, isto é, mais do que uma simples colaboração. Recurso conhecido e provido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Custas ex lege. Condenação do recorrente em honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO na forma da ementa acima, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

69 - 2009.50.54.000172-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Marcos Figueredo Marçal.) x JOANA PASSOS DA SILVA (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – QUALIDADE DE SEGURADO - EXTENSÃO DO PERÍODO DE GRAÇA POR AUSÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO – SÚMULA 27 DA TNU – REQUISITOS PREENCHIDOS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 75/78, que julgou procedente o pedido de concessão do benefício de pensão por morte. Em sede recursal, os argumentos da Autarquia Previdenciária recaem, basicamente, sobre a impossibilidade de prorrogação do “período de graça” em face da ausência de registro na CTPS. A morte do segurado e a condição de dependente da autora são fatos incontroversos. A questão resume-se à qualidade de segurado no momento do óbito,requisito essencial para concessão do benefício ora pleiteado. No caso sub judice a autora conseguiu demonstrar que seu falecido marido trabalhou como empregado até novembro de 2006 (fls. 31/32), sendo que o óbito o ocorreu em junho de 2008 (fl. 16). Quanto à extensão do “período de graça”, não merece guarida o pleito do INSS. Como contrato de trabalho perdurou até novembrode 2006 e, considerando que o segurado falecido ficou desempregado, ou seja, semqualquer vínculo empregatício, ter-se-ia a extensão do período de graça por 24 meses, conforme disposto no art. 15, inciso II e parágrafo 2º da Lei 8.213/91. Esta possibilidade de prorrogação já foi reconhecida pela TNU, tanto na Súmula 27 como na decisão proferida nos autos do processo 2007.70.95.01.1823-8/PR, em que igualmente defende a possibilidade de comprovação do desemprego pela ausência de registro na CTPS. Diante do que fora explanado, não assiste razão à Autarquia Previdenciária, restando irretocável a sentença de piso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa presente nos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

70 - 2005.50.50.007297-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x RODRIGO OLIVEIRA MORELLATO x HENRIQUE OLIVEIRA MORELLATO (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE.) x DIRLENE DA SILVA OLIVEIRA MORELLATO. . E M E N TA

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – QUALIDADE DE SEGURADO – EXTENSÃO -PERÍODO DEGRAÇA – TÉRMINO – DIA 16 DO MÊS IMEDIATAMENTE POSTERIOR AO FIM DA EXTENSÃO – ARTIGO 15, §4º DA LEI 8.213 – REQUISITOS PREENCHIDOS – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 63/65, que julgou procedente o pedido de concessão do benefício de pensão por morte. Em sede recursal, a Autarquia Previdenciária defende que o segurado perdeu a qualidade de segurado no mês seguinte ao fim do período de graça, motivo pelo qual requer a reforma da sentença.A condição de dependente dos autores é fato incontroverso. Deve-se analisar se, no momento do óbito, persistia a qualidade de segurado, requisito essencial paraconcessão do benefício ora pleiteado.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010A matéria vertida é meramente hermenêutica, ou seja, versa sobre a interpretaçãode determinado dispositivo legal, qual seja, o artigo 15, §4º, da Lei 8.213/91, in verbis: “A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.” A questão é razoavelmente simples. A última contribuição foi realizada em setembro de 2003 (fl.17). Por incidência do inciso II do artigo mencionado, a qualidade de segurado perduraria até 30/09/2004. Acontece que o §4 é claro ao informar que a perda efetiva só acontece no dia seguinte ao limite para recolhimento da contribuição do mês posterior ao fim do prazo inicial. Como o prazo para recolhimento da contribuição referente ao mês de outubro de 2004 acabaria no dia15 de novembro, conclui-se que o falecido somente perdeu a qualidade de seguradono dia 16 de novembro. Sendo assim, no momento do óbito (24/10/2004) ainda existia a qualidade de segurado, motivo pelo qual os dependentes fazem jus ao recebimento da pensão por morte.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos.

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistência judiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa presente nos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

71 - 2008.50.54.000012-2/01 IRACI MACHADO PEREIRA (ADVOGADO: BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE - FILHO FALECIDO - DEPENDÊNCIA ECONÔMICA NÃO COMPROVADA – CARACTERIZAÇÃO DE MERO AUXÍLIO FINANCEIRO - REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

A sentença julgou improcedente o pedido inicial de concessão de pensão por morteprevidenciária, por entender que não restou configurada a dependência econômica entre a autora e sua filha, instituidora do benefício. A autora argumenta, em sede recursal, que o salário recebido pela filha era essencial para subsistênciado núcleo familiar, motivo pelo qual requer a caracterização da dependência econômica e, consequentemente, a concessão da pensão por morte. Sabe-se que a concessão do benefício de pensão por morte pressupõe que o falecido, à época do óbito, estivesse vinculado à Previdência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que o postulante, que se encontra no conjunto de dependentes do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casos previstos pelo art. 16, inciso I e parágrafo 4º dessa mesma lei, casos de presunção da dependência, esta deve ser efetivamente comprovada.De fato, a qualidade de segurada da falecida resta incontroversa nos autos. A questão cinge-se, portanto, no preenchimento da dependência econômica. Se por umlado a dependência econômica do pai ou mãe em relação ao filho não precisa ser exclusiva, por outro deve ser mais do que um simples auxílio financeiro, ou seja, verdadeiramente essencial para sobrevivência da demandante, sendo esse o parâmetro utilizado na presente decisão.De fato, existe prova material demonstrando indícios de dependência, especialmente o registro de empregado do Supermercado Dois Irmãos, onde a autorafigura como dependente da “de cujus” (fl.18) e a Declaração de fl.21, onde a segurada efetuou comprometimento de arcar com as despesas do aluguel. Entretanto, as demais informações presentes no conjunto probatório acabam por descaracterizar a dependência econômica. No momento do óbito, a filha da autora havia completado pouco mais de um ano emseu primeiro emprego, quando contava com apenas 18 anos de idade (fls.13 e 44). Em segundo plano, tanto o pai como a irmã mais velha da autora laboravam, o que minimiza a importância do salário da falecida filha. Embora evidente que a colaboração financeira da filha da autora era importante para quitar as despesasde casa, tal auxílio não é suficiente para classificação da dependência econômica, pois não se demonstra essencial para a sobrevivência do núcleo

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010familiar, servindo apenas para melhorar as condições de vida da família, sendo certo que a autora sobrevivia com os próprios rendimentos.Com efeito, restou demonstrado nos autos que a recorrida, mãe da instituidora, àépoca do óbito de sua filha, não era economicamente dependente desta, motivo pelo qual não merece reforma a sentença. Recurso conhecido e improvido. Sentença reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa presente nos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

72 - 2007.50.52.000100-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Marcos Figueredo Marçal.) x ABRAÃO RODRIGUES MOREIRA (ADVOGADO: DASIO IZAIAS PANSINI.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE - FILHO INVÁLIDO – INVALIDEZ ANTERIOR À MORTE DO INSTITUIDOR DO BENEFÍCIO – LAUDO MÉDICO PERICIAL - QUALIDADE DE DEPENDENTE COMPROVADA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

A sentença julgou procedente o pedido de concessão do benefício de pensão por morte, sob fundamento de que restou evidenciada a condição de dependente do autor na condição de filho inválido. Argumenta o INSS, resumidamente, que a invalidez do autor foi posterior ao óbito, razão pela qual merece reforma a decisão a quo.A qualidade de segurado do instituidor da pensão por morte e a invalidez do autor são fatos incontroversos. Logo, o mérito reside em tentar descobrir qual foi o momento exato da invalidez. Conquanto o perito judicial tenha sido incapazde relatar com precisão a data exata da invalidez, existem elementos nos autos indicando que há muitos anos o autor está impossibilitado de exercer atividade laboral. O recorrido possui uma arquilose do cotovelo esquerdo, além da enfermidade denominada “pé equino”, patologia causada por um acidente na infância do autor. Como argumenta o INSS, inexiste prova material concreta acerca da origem das enfermidades que acometem o autor. Contudo, o conjunto probatório comprova que o autor deixou de laborar no meio rural aos 18 anos, devido ao severo agravamento de sua patologia, sendo certo que sempre foi dependente do auxílio de seus genitores, sobrevivendo, inclusive, da pensão por morte recebida pela mãe, já falecida. O pleito recursal baseia-se em mera especulação, pois o INSS não conseguiu demonstrar que o agravamento da doença foi posterior ao óbito. Diante do que fora exposto, resta irretocável a sentença, cujos argumentos acabam por embasar a presente decisão colegiada. Recurso improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente em honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO PRESENTE RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

73 - 2005.50.50.012357-8/01 ODETE FERREIRA SUISSO (ADVOGADO: EDMILSON JOSE TOMAZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIODA SILVA.). . E M E N T APREVIDENCIÁRIO - PENSÃO POR MORTE – EX-CÔNJUGE – EXISTÊNCIA DE SEPARAÇÃO JUDICIAL COM RENÚNCIA DE ALIMENTOS - NÃO COMPROVAÇÃO DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA - SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA - RECURSO IMPROVIDO. A sentença julgou improcedente o pedido de concessão do benefício de pensão por morte, sob fundamento de que a autora, no momento do óbito do segurado, estava separada judicialmente, sendo economicamente independente. Argumenta a recorrente que a existência de patologia superveniente requer a aplicação da

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Súmula 336 do STJ, razão pela qual pleiteia a reforma da sentença.Ao se analisar o conjunto probatório, resta evidente que a sentença não merece qualquer reforma. A existência de separação judicial é incontroversa nos autos. Sendo assim, a prova de efetiva dependência econômica é requisito para a concessão do benefício, já que o art. 76, §2, da Lei 8.213/91, regulamenta que adependência econômica somente é presumida quando o cônjuge separado judicialmente, independentemente do tempo da separação, receber pensão de alimentos, o que não acontece in casu. Não há de se argumentar aplicação da Súmula 336 do STJ no caso dos autos. Tal súmula regulamenta que a necessidade econômica superveniente deve ser comprovada, seja por prova material ou mesmo testemunhal. Como renunciou aos alimentos, presume-se que a autora era economicamente independente, presunção cujo ônus de invalidar é da própria autora. Inexiste qualquer prova concreta que seja capaz de comprovar eventual dependência econômica. Recurso improvido. Sentença mantida pelos próprios fundamentos. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistência judiciária gratuita.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO PRESENTE RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

74 - 2008.50.50.003852-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x FILOMENA FRANCISCA DA SILVA (ADVOGADO: ITAMAR LUIS VALIM.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – JUROS DE MORA – DEVIDOS DESDE A DATA DA CITAÇÃO VÁLIDA – MATÉRIA PACIFICADA PELO STJ E PELA TNU - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

Trata o presente caso de recurso interposto pela Autarquia Previdenciária, contra sentença que determinou o pagamento de juros de mora desde a data do requerimento administrativo. Sabe-se que os juros moratórios têm como causa o atraso no cumprimento de determinada obrigação. Logo, possuem natureza de indenização pelo simples retardamento de determinado direito, ou melhor, pelo prejuízo ao titular deste. A controvérsia não reside no valor dos juros de mora,mas sim na data de início destes.A cobrança de juros de mora é regulamentada, basicamente, pelo Código Civil. In casu, inaplicável o art. 397,� já que na data do requerimento administrativo inexistia qualquer obrigação positiva e líquida, ou mesmo qualquer termo para ser utilizado como parâmetro. Deve, portanto, ser aplicado o art. 405� c/c o art. 219 do CPC, fixando-se a mora desde a citação inicial válida. Neste mesmo sentido já se manifestou o STJ, por intermédio da Súmula 204, assim como a TNU em reiterados julgados (PEDILEF 200751600033136, PEDILEF 200772500141321 e PEDILEF 200735007068455).Diante de tudo que fora previamente analisado, tem-se como necessário dar provimento ao recurso da Autarquia Federal, alternado a sentença no que tange aoinício dos juros de mora, que devem ser fixados desde o momento da citação. Recurso conhecido e provido. Sentença parcialmente reformada.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, eis que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa supra, que passa a integrar opresente julgado.

75 - 2007.50.51.003010-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.) x RICARDO PESSOA. . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO - RECURSO NÃO CONHECIDO.

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face da decisão

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010monocrática que negou provimento ao recurso inominado por ele interposto, mantendo a sentença de piso, que julgou procedente o pleito autoral, condenando a autarquia previdenciária a proceder à revisão do benefício da parte autora. Emsíntese, aduz a aplicação da decadência aos benefícios concedidos e mantidos até27 de junho de 1997. A parte autora não apresentou contrarrazões.Ao examinar a petição dos Embargos Declaratórios constato, ab initio, nela não se contemplarem as três hipóteses de seu cabimento, insculpidas nos incisos I e II, do art. 535, do CPC, sinalizando, consequentemente, a sua rejeição. In casu,demonstra-se ausente pressuposto admissional. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão, contradição ou obscuridade a esclarecer. Some-se a isso o fato de que a decadência sequer foi objeto do recurso inominado interposto pelo INSS.Por fim, saliento que os Embargos de Declaração não constituem recurso idôneo para corrigir os fundamentos de uma decisão. Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC, sendo o recurso, portanto, inadequado.Embargos não conhecidos, por falta de amparo legal, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somente a inconformidade da autarquia previdenciária com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NÃO CONHECER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

76 - 2006.50.50.005157-2/01 FELOMENA DOS REIS GARCIA (ADVOGADO: ADMAR JOSE CORREA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.). . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA COM EFEITOS RETROATIVOS. INCAPACIDADE EM PERÍODO PRETÉRITO COMPROVADA POR LAUDO DE ASSISTENTE MÉDICO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DO PARECER DA PERÍCIA MÉDICA DO INSS É APENAS RELATIVA.O acórdão condenou o INSS a restabelecer o auxílio-doença com efeitos retroativos à data da cessação do pagamento. Levou em consideração atestado de médico assistente para suprir a lacuna do laudo pericial e dar por provada a incapacidade para o trabalho no período pretérito. O INSS interpôs embargos de declaração alegando omissão do acórdão em levar em conta que a perícia médica doINSS na época da cessação do benefício foi contrária à pretensão do segurado e goza de presunção de veracidade. Pediu, por conseguinte, a modificação do acórdão, com a fixação do termo inicial do benefício na data do exame pericial judicial ou na data do ajuizamento da ação.Embora reconhecida a omissão do acórdão, não há motivo para modificar o resultado do julgamento. Os médicos peritos do INSS não têm compromisso de neutralidade em meio a litígio entre segurado e entidade previdenciária, na medida em que se subordinam às normas internas do INSS. Por isso, a presunção deveracidade do parecer da perícia médica do INSS é apenas relativa, podendo ser ilidida por documento particular contemporâneo que seja convergente com o laudo pericial judicial.Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento aos embargos de declaração.

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

77 - 2005.50.50.011816-9/02 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES.) x ROBERTO CRUZ (ADVOGADO: VALERIO RODRIGUES NUNES CRUZ.) x Juizo Federal do 1º Juizado Especial Federal Do E.S.. . E M E N TA

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO. PRETENSÃO DE QUESTIONAR A JUSTIÇA DA INTERPRETAÇÃO FORMULADA NO ACÓRDÃO.O acórdão embargado considerou que, embora tenha literalmente limitado o valor da condenação em 60 salários mínimos, o dispositivo da sentença executada emitiucomando genérico, que deixou em aberto a questão pertinente à extensão temporal da limitação do valor de alçada. Por isso, e também com base em petição do próprio INSS, interpretou que a limitação em 60 salários mínimos somente se aplicava às prestações vencidas até a data do ajuizamento da ação, ao passo que as prestações vencidas no curso da demanda não se sujeitavam a nenhum limite.O INSS interpôs embargos de declaração alegando a contradição do acórdão, pois, se a sentença literalmente limitou a condenação em 60 salários mínimos sem fazerressalva, a questão pertinente à extensão temporal da limitação do valor de alçada não teria ficado em aberto. Não há contradição lógica entre as duas premissas. O embargante pretende apenas questionar a justiça da interpretação formulada no acórdão.Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento aos embargos de declaração.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

78 - 2008.50.50.002226-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:NEIDE DEZANE MARIANI.) x MARIA NEUZA SCHNEIDER (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA,GERALDO MAGELA CURTINHAS VIEIRA JUNIOR, MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI.). . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA DE TRANSGRESSÃO APRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. ERRO MATERIAL. VALOR DA PONTUAÇÃO PAGA AOS APOSENTADOS. Não há transgressão ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dos Poderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário,ao aplicar o art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003, exerce legitimamente seu ofício jurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.Não há ofensa ao princípio da reserva legal, porque a decisão judicial está amparada no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.A norma constitucional acima indicada prevalece, em ponderação de valores, ante outras normas constitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art.61, § 1º, II, a; art. 169, § 1º).O voto vencedor dispôs que, entre março/2007 e a data do início do primeiro ciclo de avaliação de desempenho, deveriam ser pagas ao recorrido as diferenças entre “80 pontos e 30 pontos do valor máximo da gratificação”. O embargante alegou que, entre 1º/7/2008 e 30/06/2009, os aposentados e pensionistas receberam a GDASS em valor equivalente a 40 pontos, em vez de apenas 30 pontos. E a partir de 1º/7/2009, a gratificação passou a lhes ser paga em valor equivalente a 50 pontos. Esses valores, com efeito, estão indicados na MP 441/2008, convertida na Lei nº 11.907/2008, e não podem ser desconsiderados.Embargos de declaração parcialmente providos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento aos embargos de declaração.

79 - 2008.50.50.000989-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:NEIDE DEZANE MARIANI.) x ANTONIO CARLOS DOS SANTOS MOREIRA. . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA DE TRANSGRESSÃO APRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. ERRO MATERIAL. VALOR DA PONTUAÇÃO PAGA AOS APOSENTADOS.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010Não há transgressão ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dos Poderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário,ao aplicar o art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003, exerce legitimamente seu ofício jurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.Não há ofensa ao princípio da reserva legal, porque a decisão judicial está amparada no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.A norma constitucional acima indicada prevalece, em ponderação de valores, ante outras normas constitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art.61, § 1º, II, a; art. 169, § 1º).O voto vencedor dispôs que, entre março/2007 e a data do início do primeiro ciclo de avaliação de desempenho, deveriam ser pagas ao recorrido as diferenças entre “80 pontos e 30 pontos do valor máximo da gratificação”. O embargante alegou que, entre 1º/7/2008 e 30/06/2009, os aposentados e pensionistas receberam a GDASS em valor equivalente a 40 pontos, em vez de apenas 30 pontos. E a partir de 1º/7/2009, a gratificação passou a lhes ser paga em valor equivalente a 50 pontos. Esses valores, com efeito, estão indicados na MP 441/2008, convertida na Lei nº 11.907/2008, e não podem ser desconsiderados.Embargos de declaração parcialmente providos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento aos embargos de declaração.

80 - 2008.50.51.000425-3/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) x CARMOSINA ROVERSI MORESCHI (ADVOGADO: WILLIAN DA MATTA BERGAMINI.). . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDATA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.A embargante alegou que, embora tenha negado seguimento (rectius: provimento) aorecurso, o acórdão, na verdade, teria dado provimento, uma vez que fixou os parâmetros da condenação, fato omitido na sentença recorrida. O dispositivo exageradamente genérico da sentença realmente não estipulou a pontuação que deveria servir de base para apuração das diferenças de gratificação devidas ao recorrido. O recurso da União havia deduzido como pedido subsidiário que a sentença recorrida fosse parcialmente reformada a fim de se adequar aos limites fixados pelo Supremo Tribunal Federal. Ao esclarecer a pontuação devida, em congruência com o precedente do STF, o acórdão acabou dando parcial provimento ao recurso da União. Conseqüentemente, não tem cabimento a condenação da recorrente em honorários advocatícios.A embargante argüiu a omissão do acórdão em se manifestar sobre a aplicação imediata da nova redação atribuída ao art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, já em vigor na época do julgamento recursal. O acórdão não estava obrigado a se manifestar sobre a questão, porque o recurso inominado interposto pela União não impugnou ataxa de juros de mora. Dentro dos limites da devolução recursal, o feito foi apreciado por esta Turma, que, por isso mesmo, não deveria se manifestar sobre odireito superveniente que afeta tão-somente a matéria não impugnada. Nada obstante tratar-se de direito superveniente, trata-se de matéria que deve ser decidida e aplicada pelo juízo de origem, à míngua de controvérsia sobre o tema em sede recursal. Aliás, a correção monetária e os juros de mora sequer precisamser objeto de pedido explícito na sistemática processual civil. Caberá ao juízo de origem, ao elaborar os cálculos na fase de execução, traçar os parâmetros devidos conforme a legislação de regência. Inexistência de omissão.Embargos parcialmente providos para, modificando o acórdão embargado: (a) esclarecer que o recurso interposto contra a sentença foi parcialmente provido para reformá-la, adequando aos limites de pontuação estabelecidos no item 1 da ementa do acórdão embargado (fl. 49); (b) desconstituir a condenação da embargante a pagar honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento aos embargos de declaração.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-201081 - 2009.50.54.000145-3/01 ELISABET BUSATO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA.). . E ME N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DÚVIDA SOBRE O PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO. ESCLARECIMENTO SOBRE O PROCEDIMENTO PARA APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS PERTINENTES À LIQUIDAÇÃO DO CRÉDITO.O acórdão embargado decidiu o seguinte: “Considerando que a decisão judicial reconhece bis in idem apenas quanto ao imposto de renda incidente sobre a parcela do salário do empregado descontada para recolhimento ao fundo de previdência (contribuição previdenciária complementar com ônus exclusivo do participante), fica prejudicada a questão pertinente à definição do valor ou da proporção da contribuição suportada pela empresa empregadora-patrocinadora. É irrelevante para o julgamento da causa a juntada do estatuto da VALIA”. A recorrente interpôs embargos de declaração alegando que o acórdão deveria ter indicado o procedimento a ser seguido para juntada dos documentos necessários à apuração do valor do tributo a ser restituído, em vez de considerar prejudicado o recurso em relação ao quantum debeatur.A confusão feita pela embargante objetivamente não se justifica. O acórdão deu provimento ao recurso da autora, ora embargante, e, no item 2 da ementa, deixou claro que os documentos necessários à apuração do quantum debeatur deveriam ser futuramente apresentados na fase de cumprimento da sentença. Assim, tão logo ocorra o trânsito em julgado do acórdão, os autos serão devolvidos ao juizado deorigem, a fim de que então seja realizada a liquidação do crédito, cabendo ao juiz da execução livremente conceder às partes a oportunidade para juntada dos documentos pertinentes. O tópico que provocou confusão na embargante, item 6 da ementa da ementa do acórdão embargado, não teve por finalidade cercear o direito à futura apresentação de documentos tendentes à liquidação do crédito, mas apenas rejeitar a tese de defesa da União, baseada na pressuposição de que a liquidaçãodependeria da identificação do valor das contribuições feitas pela empresa empregadora-patrocinadora ao fundo de previdência privada.Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento aos embargos de declaração.

82 - 2006.50.50.003511-6/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: SHIZUESOUZA KITAGAWA.) x WILSON DOS SANTOS (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.). . Após voto do relator negando provimento aos embargos de declaração, pediu vista o MM. Juiz José Eduardo do Nascimento.

83 - 2006.50.52.000594-4/01 FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: SHIZUESOUZA KITAGAWA.) x JURANDYR ROLIM PACHECO (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA, EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI, MARCELO MATEDI ALVES.). . Após voto do relatornegando provimento aos embargos de declaração, pediu vista o MM. Juiz José Eduardo do Nascimento.

84 - 2006.50.50.002474-0/02 JOSE XAVIER BENTO (ADVOGADO: vanessa ribeiro fogos, INGRID SILVA DE MONTEIRO.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.). . Após voto do relator dando provimento aos embargos de declaração, pediu vista o MM. Juiz José Eduardo do Nascimento.

85 - 2007.50.54.000227-8/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) xSILVIO CHIEPPE x LOURDES CASOTTI (ADVOGADO: GILDO RIBEIRO DA SILVA, ANA IZABEL VIANA GONSALVES.) x JORGE SALES DA SILVA. . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TAXA DE JUROS DE MORA. NOVA REDAÇÃO DO ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97. RECURSO INTERPOSTO ANTES DA ALTERAÇÃO NORMATIVA. A sentença aplicou juros de mora à taxa de 1% ao mês. A decisão monocrática do relator do recurso reformou a sentença para, com base na redação original do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, reduzir a taxa de juros para 0,5% ao mês. A União interpôs embargos de declaração alegando contradição, porque a decisão foi prolatada quando já estava em vigor nova redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, que, nas condenações impostas à fazenda pública, atrela os juros de mora aos índices oficiais de remuneração básica da caderneta de poupança. Por

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010outro lado, o recurso contra a sentença foi interposto antes da modificação normativa.Reconhecida a contradição da decisão embargada. Quando foi interposto o recurso contra a sentença, ainda estava em vigor a lei antiga, não podendo a recorrente prever a modificação da taxa de juros, fato que escusa o silêncio da peça recursal sobre a taxa de juros nova. A lei nova que modificou a taxa de juros demora tem aplicabilidade imediata sobre os processos pendentes (Precedente: STF –RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009). Por isso, os juros de mora devem ser adequados à lei nova a partir do início de sua vigência.Embargos providos para modificar a decisão embargada quanto aos juros de mora, que, a partir de 30/06/2009, devem seguir os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança. Até 30/06/2009, os juros de mora continuam seguindo a taxa de 0,5% ao mês.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar provimento aos embargos de declaração.

86 - 2007.50.50.008833-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ANESIO OTTO FIEDLER.) x ERLY MARCAL BENDINELLI. . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO.Um dos pressupostos de admissibilidade dos recursos é a tempestividade, isto é, o recurso deve ser interposto dentro do prazo prescrito em lei. O prazo para interposição de embargos de declaração em face de acórdão proferido pela Turma Recursal é de cinco dias, nos termos do art. 49 da Lei nº 9.099/95, contados da ciência da decisão.O embargante foi intimado pessoalmente do acórdão em 15/1/2010. A contagem do prazo para interposição dos embargos de declaração iniciou-se no primeiro dia útil subseqüente, em 18/1/2010, encerrando em 22/1/2010. Os embargos de declaração, porém, só foram protocolizados em 26/1/2010, após o decurso do prazo. Embargos de declaração não conhecidos.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo não conhecer dos embargos de declaração.

87 - 2007.50.51.002162-3/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) x DAYSE FRAGOSO VIANA (ADVOGADO: ANA IZABEL VIANA GONSALVES.). . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ALEGAÇÃO DE ÓBITO NÃO COMPROVADA. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ANALISAR TAXA DE JUROS. ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97.A União alegou que a autora, ora recorrida, faleceu e que o falecimento do autorsem que eventuais sucessores providenciem habilitação no prazo de trinta dias importa extinção do processo independentemente de intimação. Não obstante, a embargante não comprovou o óbito da autora. Exibiu apenas extrato de sua base dedados interna. Somente a certidão de óbito pode comprovar o falecimento de uma pessoa. Questão processual rejeitada.O acórdão foi omisso na análise do recurso na parte em que pediu a redução da taxa de juros. Nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas “remuneratórias” devidas a servidores públicos, havia, desde a época do ajuizamento da ação, norma especial prevendo juros de mora à taxa de 6% ao ano (art. 1º-F da Lei nº 9.494/97). A Lei nº 11.960/2009 modificou a redação dessa norma, que passou a atrelar a taxa de juros de mora aos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Trata-se de lei nova com aplicação imediata sobre os processos pendentes (Precedente: STF - RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009). Embargos de declaração parcialmente providos para reduzir a taxa de juros de morara para 6% ao ano até 30/06/2009; a partir de 30/06/2009, para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010parcial provimento aos embargos de declaração.

88 - 2007.50.52.000589-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x ANTONIO MARCOS GUIMARÃES (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.). . E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. LOAS. VALOR DE APOSENTADORIA EQUIVALENTE A UM SALÁRIO MÍNIMO RECEBIDO PELOS PAIS EXCLUÍDO DO CÁLCULO DA RENDA MENSAL PER CAPITA. NÃO AFASTADA A APLICAÇÃO DO ART. 20, § 3º, DA LEI Nº 8.742/93.O INSS interpôs embargos de declaração pedindo que a turma recursal se manifesteexpressamente se a renda familiar per capita é superior ou inferior a ¼ do salário mínimo e se foi afastada a aplicação do art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93.O acórdão embargado deixou claro que, embora cada um dos pais do recorrido auferisse aposentadoria com renda mensal equivalente a um salário mínimo, esse rendimento não poderia ser computado para aferição da renda familiar per capita,por causa do art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso. Logo, a renda familiar per capita é nula. O acórdão não afastou a aplicação do art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93.Embargos de declaração rejeitados.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento aos embargos de declaração.

89 - 2007.50.53.000146-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES.) x ANADIR GUIDINI AGRIZZI (ADVOGADO: JAMILSONSERRANO PORFIRIO.). . E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR NÃO É IMPRESCINDÍVEL. TRABALHADOR INDIVIDUAL. SENTENÇA MANTIDA.Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o INSS a conceder à recorrida o benefício de aposentadoria por idade de trabalhador rural. O recorrente alegou apenas a inexistência de início de prova material do exercício de atividade rural em regime de economia familiar, uma vez que os documentos juntados aos autos indicam a profissão do marido da recorrida como comerciário.As escrituras públicas mostram que o marido e a recorrida ostentaram a condição de proprietários rurais desde 1988. Notas fiscais datadas de 1997 a 2005 mostramque o marido vendeu café e farinha. Em ficha de matrícula do filho em estabelecimento de ensino, em 1994, a recorrida foi qualificada como lavradora (fl. 43). Esses documentos não perfazem prova cabal, mas servem de indício de que a recorrida dedicava-se à produção rural. As notas fiscais indicam que, em 1997, a produção rural gerou receita estimada em mais de R$ 16.000,00, em valor nominal sem correção monetária. O recorrente alegou que tal receita é incompatível com o regime de economia familiar. A caracterização do regime de economia familiar depende apenas da demonstração de que a produção rural é indispensável à subsistência da família e que é desenvolvida sem concurso de empregados permanentes. O fato de a receita com a alienação da produção rural da família ser vultosa concorre para demonstrar que a atividade rural é necessária à sobrevivência do grupo familiar. A lei não estabelece limite de receita para enquadrar trabalhador rural como segurado especial. As notas fiscais concorrem para reforçar o direito ao benefício, e nãopara denegá-lo.Os documentos citados pelo recorrente indicam a profissão do marido como comerciário. A recorrida admitiu, em entrevista no processo administrativo, que,concomitantemente ao trabalho na roça, o cônjuge trabalhava como empregado (fl. 91). Extrato do CNIS mostra que o cônjuge trabalhou como empregado da empresa urbana entre 1969 e 1991 (fl. 126). E o esposo obteve em 2002 aposentadoria por tempo de contribuição com renda equivalente a um salário mínimo. O fato de o cônjuge ter exercido atividade urbana não necessariamente impede a qualificação da esposa como segurada especial. A jurisprudência dominante do STJreconhece a qualificação do segurado especial mesmo quando outro membro da família exerce atividade diversa da agrícola, embora ressalve que o exercício daatividade rural deve ser indispensável para a subsistência do trabalhador. O início de prova material, enquanto mero conjunto de indícios, deve ser

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010complementado por prova testemunhal. Ao início de prova material compete apenas mostrar que a recorrida pode ter exercido atividade rural, ainda que o esposo paralelamente se dedicasse à atividade urbana. À prova testemunhal, por sua vez,cabia esclarecer se a atividade urbana do esposo tornava a atividade rural da recorrida dispensável para a garantia da subsistência da família. O recorrente, porém, não questionou a prova testemunhal, mas apenas o início de prova material. E os documentos acima citados são suficientes para formar o início de prova material. Negado provimento ao recurso. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em 10%do valor da condenação.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.

90 - 2006.50.50.006989-8/01 CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.) x CELIA TEREZINHA PACHECO TERRA (ADVOGADO: LUIS RENATO GASTIN DOS SANTOS.). . E M E N T A

FURTO DE CARTÃO DE CRÉDITO. UTILIZAÇÃO POR TERCEIRO ANTES DA COMUNICAÇÃO DO FURTO À ADMINISTARDORA DO CARTÃO DE CRÉDITO. NEGLIGÊNCIA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL EM CONFERIR A IDENTIDADE DO USUÁRIO DO CARTÃO. INSCRIÇÃO EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. DANO MORAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA DA ADMINISTRADORA DO CARTÃO DE CRÉDITO. DIREITO DE REGRESO EM FACE DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL. REDUÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

91 - 2009.50.50.002774-1/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x EDSON DOS SANTOS AMANCIO (ADVOGADO: ANA MERCEDES MILANEZ, IZAEL DE MELLO REZENDE.). . �PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.50.002774-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: EDSON DOS SANTOS AMANCIORELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTAPREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. RUÍDO. EXPOSIÇÃO PERMANENTE AO AGENTE NOCIVOCOMPROVADA ATRAVÉS DE PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO E LAUDO TÉCNICO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO INTERPOSTO PELO INSS NÃO PROVIDO.1. Recurso interposto pelo INSS contra sentença que julgou procedente pedido de aposentadoria por tempo de contribuição, reconhecendo, para tanto, exercício de atividade especial no período de 01.07.1988 a 05.03.1997. Sustenta o recorrente que consta no documento de fl. 28 que o recorrido não estaria sujeito ao agente nocivo ruído de forma permanente. Alega, ainda, que o recorrido era supervisor, de modo que não operava os equipamentos ruidosos, nem fica próximo aos mesmos durante toda a jornada de trabalho. Pugnou pela reforma da decisão. Contrarrazões às fls. 76 / 83. 2. A sentença não merece qualquer reparo. A exposição do recorrido ao agente nocivo ruído, de forma permanente, está patentemente comprovada nos documentos de fls. 25 / 28.3. O Perfil Profissiográfico Previdenciário juntado aos autos informa, à fl. 27,no campo “observações” que: “Na função de Técnico de edificações nas frentes de obras, o profissional ficava exposto de forma habitual e permanente a ruídos decorrentes de: carpintaria, marcenaria, betoneira, vibrador de concreto,

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010policorte, caminhão betoneira, pá mecânica, retro-escavadeira, trator de esteirae outro”. Já o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (fl. 28), em sua conclusão, atesta: “Concluímos que na função de Técnico em Edificações, há exposição de forma habitual permanente e não habitual e nem intermitente ao agente físico ruído, com intensidade de 84,2 dB (A), proviniente de máquinas policorte, serra circular, bomba estacionária de concreto (bomba lança), vibrador de concreto e betoneiras. Esta exposição é considerada prejudicial à saúde para fins de aposentadoria conforme quadro 3, anexo 3, código 1.1.6, do Decreto 53.831, de 25.03.1964”. 4. É evidente o erro material lançado na referida conclusão do laudo técnico, sendo certo que onde se fez constar “há exposição de forma habitual permanente enão habitual e nem intermitente ao agente físico ruído”, queria-se dizer que há exposição de forma habitual permanente e não ocasional e nem intermitente ao agente físico ruído. Essa conclusão se faz possível diante dos próprios termos do laudo, analisados em seu conjunto.5. As alegações formuladas pelo INSS em seu recurso contrárias ao PPP e ao laudotécnico não foram comprovadas nos autos, não passando de meras suposições, não assistindo razão ao recorrente.6. Recurso não provido. Sem custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 1.500,00.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra este julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

92 - 2009.50.50.002772-8/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x JOÃO BATISTA ZAVARIS (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS, ANA MERCEDES MILANEZ.). . �PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.50.002772-8/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: JOÃO BATISTA ZAVARIS RELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇO COMUM. TENSÃO ELÉTRICA. COMPROVAÇÃO ATRAVÉS DE PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO INTERPOSTO PELO INSS NÃO PROVIDO.1. Recurso interposto pelo INSS contra sentença que julgou procedente pedido de aposentadoria por tempo de contribuição, reconhecendo, para tanto, o exercício de atividade especial no período de 01.01.1980 a 05.03.1997, no qual o recorridoesteve sujeito a tensão elétrica superior a 250 volts. Em suas razões recursais,o INSS repete todas as alegações formuladas em contestação e já enfrentadas pelasentença, sustentando, em síntese, que: (a) a eficiência do EPI afasta a exposição a agente nocivo; (b) não houve comprovação do exercício de atividade especial através de laudos técnicos contemporâneos e que os laudos constantes nos autos não foram assinados por aqueles que realizaram a perícia; (c) o reconhecimento da nocividade, in casu, pressupõe contato permanente com tensão superior a 250 volts. Contrarrazões às fls. 87 / 103.2. A sentença não merece qualquer reparo. O exercício de atividade especial foi reconhecido com fundamento na própria Instrução Normativa INSS / PRES nº 20 / 2007 (art. 161), tendo em vista que foi juntado aos autos Perfil Profissiográfico Previdenciário para todo o período discutido, o que afasta a necessidade de apresentação de laudo técnico. O PPP (fls. 45 / 46) comprova que,no período em questão, o recorrido trabalhou na Escelsa, atuando na fiscalizaçãode obras e manutenção de usinas, subestações e redes de distribuição e

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010transmissão de energia elétrica, auxílio na execução de trabalhos especializadosem eletricidade; execução de trabalhos de instalação, manutenção e operação de unidades termo e hidro-geradoras, linhas de transmissão, máquinas, motores e equipamentos de usinas e subestações, exposto a tensão superior a 250 volts (fl.44, item 14). Suficiente o PPP.3. Nos termos da sentença, tratando-se de eletricidade, o risco de acidente independe do tempo de exposição ao agente nocivo. Nesse mesmo sentido: Em se tratando de exposição a altas tensões elétricas, que tem o caráter de periculosidade, a caracterização em atividade especial independe da exposição dosegurado durante toda a jornada de trabalho, pois que a mínima exposição oferecepotencial risco de morte ao trabalhador, justificando o enquadramento especial (STJ – REsp 1.021.593 / SP – Rel. Hamilton Carvalhido – DJ 05.03.2008).4. Não basta para a descaracterização da natureza especial da atividade a mera utilização de EPI’s, sendo imprescindível a comprovação de efetiva eliminação daexposição ao agente nocivo (o que não foi demonstrado pelo recorrente). Nesse sentido, Enunciado nº 13 da Turma Recursal do Espírito Santo: Para que o uso de equipamento de proteção individual possa afastar a condição de insalubridade, computando-se o tempo de serviço como comum, é necessário que a redução ou eliminação de risco à saúde seja comprovada de forma cabal (DIO - Boletim da Justiça Federal, 18/03/04, pág. 59).5. Recurso não provido. Sem condenação em custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 1.500,00.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra este julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

93 - 2009.50.50.001385-7/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x LINDANOR LOPES BASTOS (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.). . �PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2009.50.50.001385-7/01RERRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRECORRIDO: LINDANOR LOPES BASTOS RELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. RENDA PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. RENDIMENTO MENSAL PROVENIENTE DE APOSENTADORIA DO MARIDO DA AUTORA. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA DO ART. 34, § ÚNICO, DO ESTATUTO DO IDOSO. MISERABILIDADE COMPROVADA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido de benefício assistencial, a partir da data do requerimento administrativo (03/05/2004). Sustenta o recorrente que a renda per capita do grupo familiar é superior ao limite legal de ¼ do salário mínimo, razão pela qual o benefício não seria devido. Contrarrazões às fls. 72/79. 2. O mandado de constatação de fls. 38/41 revela que o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei 8742/93, é formadopela autora idosa (83 anos) e seu marido (71 anos), aposentado por tempo de contribuição, cujos proventos foram excluídos, na hipótese dos autos, do cômputoda renda per capita, autorizando a concessão do benefício. 3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, estabelece que o benefício assistencial já concedido a outro membro da família não será computadono cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vem conferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo, também seja desconsiderado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - processo 200543009040184 - DJU02/10/2007).

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-20104. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento nesse sentido, consoante os termos do enunciado 46 de sua súmula: Arenda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo concedidaa pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, p. 03).5. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 e seu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício a ser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o que se fizesse mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais eprincípios constitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o Supremo Tribunal teve por constitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas não afirmou inexistirem outras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquela norma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).6. Nesses termos, a hipótese dos autos retrata aplicação da analogia ao caso concreto para integração do ordenamento jurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poderes ou da precedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º; art. 2º; art. 195, § 5º; art. 203, V), essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário –mas por via reflexa. Nesse sentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.7. Por tais razões, bem como em face dos gastos retratados às fls. 23/26 e 39, que ultrapassam o valor de um salário mínimo, verifico comprovada a miserabilidade que autoriza a concessão do benefício, conforme assentado na decisão recorrida.8. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, em razão da assistênciada Defensoria Pública da União, conforme nova redação dada pela LC n° 132/09 (art. 4.º, XXI). Sem custas.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso do INSS, na forma da ementa, que integra o presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

94 - 2008.50.50.006441-1/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.) x ROSIMAR ALVARENGA SIMOES (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.). . �PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.006441-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ROSIMAR ALVARENGA SIMÕESRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

E M E N T AAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DO ESTATUTODO IDOSO. MISERABILIDADE DEMONSTRADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Trata-se de recurso interposto pelo INSS em face de sentença que, aplicando analogicamente o art. 34 – parágrafo único da Lei nº. 10.741/2003, excluiu do cálculo da renda familiar per capita o valor da aposentadoria recebida pelo pai da autora, no valor de um salário mínimo, para assim julgar procedente o pedido,

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010determinando a concessão do benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº. 8.742/93. 2. A autora reside com seu pai, sua mãe, duas irmãs e dois sobrinhos, mas o grupo familiar em questão, com observância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei 8742/93, é formado apenas pela autora, sua mãe e seu pai (ambos idosos, com 67 e74 anos, respectivamente), sendo que este último recebe proventos de aposentadoria no valor de um salário mínimo por mês.3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, estabelece que o benefício assistencial já concedido a outro membro da família não será computadono cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vem conferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo, também seja desconsiderado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - processo 200543009040184 - DJU02/10/2007).4. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento nesse sentido, consoante os termos do enunciado 46 de sua súmula: Arenda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo concedidaa pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, p. 03).5. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 e seu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício a ser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o que se fizesse mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais eprincípios constitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o Supremo Tribunal teve por constitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas não afirmou inexistirem outras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquela norma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).6. Nesses termos, a hipótese dos autos retrata aplicação da analogia ao caso concreto para integração do ordenamento jurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poderes ou da precedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados (art. 1º; art. 2º; art. 195, § 5º; art. 203, V), essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário –mas por via reflexa. Nesse sentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.7. Por tais razões, bem como em face da situação retratada através do mandado deconstatação de fls. 48 / 52, verifico comprovada a miserabilidade que autoriza aconcessão do benefício.8. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 1.000,00. Sem custas (art. 4º - I, Lei 9.289/96).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementa, que integra o presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

95 - 2008.50.50.005823-0/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) SONIA MARIA XAVIER OSORIO (ADVOGADO: RODRIGO RODRIGUES DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS. . �PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.005823-0/01

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010RECORRENTE: SÔNIA MARIA XAVIER OSÓRIO RECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CARÊNCIA. RECOLHIMENTO DE APENAS UMA CONTRIBUIÇÃO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de auxílio-doença ou aposentadoriapor invalidez. Preliminarmente, argúi a parte autora negativa de prestação jurisdicional e cerceamento de defesa. No mérito, alega que a sentença recorridadeve ser reformada porque “não busca alternativas para erradicar a pobreza nem tampouco oferece métodos para que o problema da recorrente possa se solucionado”, sustentando, ainda, a natureza excepcional de sua situação, que autorizaria a dispensa do cumprimento do período de carência. Requer a realização de perícia médica e a reforma da sentença.Rejeito a preliminar suscitada pela recorrente, uma vez que o não cumprimento doperíodo de carência e a possibilidade de “regularização” das contribuições da parte autora foram expressamente apreciados na sentença, à fl. 38, que se pronunciou no sentido de que o recolhimento de um total de quatro contribuições não importará o cumprimento do período de carência, uma vez que não há contribuições anteriores que pudessem ser aproveitadas para fins de completar o período de doze meses. Os requisitos para a concessão dos benefícios auxílio-doença e aposentadoria por invalidez são cumulativos: a ausência de um deles dispensa a análise dos demais.A previdência, ao contrário da assistência social, tem caráter contributivo, ficando o direito ao recebimento de determinadas prestações condicionado ao cumprimento de período de carência, instituído em razão da necessidade de preservação do equilíbrio financeiro do sistema. Em “momento algum a recorrente nega que contribuiu somente uma única vez” (fl. 55). O cumprimento do período de carência somente é dispensado nas hipóteses do art. 26- II da Lei º. 8.213/91. A autora não afirmou nem comprovou que a causa de suaincapacidade decorre de alguma dessas hipóteses. O Estatuto do Idoso não autoriza a dispensa do cumprimento do período de carência em quaisquer outros casos.Não está presente um dos requisitos objetivos para a concessão dos benefícios pleiteados (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez), qual seja, o cumprimento do período de carência de 12 (doze) contribuições mensais. Logo, é dispensável aferir a capacidade laborativa da parte autora, já que a eventual constatação de incapacidade não ensejará a concessão do benefício pleiteado.Recurso conhecido e não provido. Sem custas, tendo em vista que a recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita. Deixo de condenar a recorrente ao pagamento de honorários de advogado ante a ausência de contrarrazões.

AcórdãoVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nos termos da ementa, parte integrante deste julgado.JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

96 - 2008.50.50.005403-0/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcelo Camata Pereira.) x MARIA ALVES DOS SANTOS (ADVOGADO: IZAEL DE MELLO REZENDE, ANA MERCEDES MILANEZ, SARITA DO NASCIMENTO FREITAS, MARIANA PIMENTEL MIRANDA DOS SANTOS.). . PROCESSO Nº 2008.50.50.005403-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRECORRIDO(S): MARIA ALVES DOS SANTOS RELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. INCAPACIDADE NÃO É PREEXISTENTE AO INGRESSO NO RGPS.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DEVIDA. RECURSO DO INSS IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

1. Sentença que julgou procedente o pedido para condenar o INSS a conceder a aposentadoria por invalidez desde a data do exame pericial judicial (22/12/2008). Recurso do INSS que impugna a concessão de aposentadoria por invalidez, sustentando: (1) que a incapacidade da recorrida preexiste ao seu ingresso no RGPS; (2) ausência de incapacidade absoluta da recorrida. Contrarrazões às fls. 62/69.2. Conforme demonstram as perícias realizadas administrativamente, a recorrida não estava incapacitada para o trabalho nos anos de 2005, 2007 e 2008 (fls. 14/17), ou seja, o próprio recorrente atesta a capacidade para o trabalho da autora após a sua filiação no Regime Geral de Previdência Social. O acidente automobilístico que causou a fratura do braço da recorrida ocorreu em 1983, e conforme o perito do juízo afirmou, trata-se de doença evolutiva, tanto o é, quenão foi possível fixar a data do início da incapacidade (quesito 13, fl. 29). Por tratar-se de doença evolutiva, o agravamento da doença pode trazer complicações para a saúde que anteriormente não se manifestavam, gerando, ocasionalmente, a incapacidade do indivíduo. Foi o que aconteceu com a recorrida, razão pela qual, não assiste razão ao recorrente. 3. Não merece prosperar também a alegação da recorrente de que a incapacidade daautora seria temporária, portanto, passível de reabilitação. O perito do juízo afirmou que a recorrida tem incapacidade total e definitiva para o exercício de sua atividade habitual (artesã – quesitos 14 e 15, fl. 29). Conclui que não há possibilidade de melhora no quadro clínico da autora (quesito 18, fl. 29) e que esta não teria condições de exercer outras atividades, pois o membro afetado é do seu lado dominante (quesito 20, fl. 30). Ademais, o perito é pessoa de confiança do juízo (art. 35 da Lei 9.099/95) e o laudo apresentado retratou com clareza a impossibilidade de reabilitação da recorrida. 4. Recurso conhecido e não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação (art. 20, parágrafo 4.º do CPC). Sem custas.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

97 - 2008.50.50.002800-5/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) VALDIONOR MOREIRA DE BARROS (ADVOGADO: JEANINE NUNES ROMANO, PATRICIA NUNES ROMANO.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.). . �PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.002800-5/01RECORRENTE: VALDIONOR MOREIRA DE BARROSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

E M E N T A

AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE DO AUTOR PARA A ATIVIDADE HABITUAL (PEDREIRO). SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO.Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de auxílio-doença.A conclusão do laudo pericial à fl. 36, complementado à fl. 48, foi no sentido de que o autor é portador de pequena hérnia discal, enfermidade que, contudo, não o incapacitaria para a sua atividade habitual (pedreiro). A afirmação de capacidade laborativa pelo perito judicial não se coaduna com as demais provas dos autos. Com fundamento no art. 436 do CPC, o juiz não está

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos. O documento de fl. 12 demonstra que o recorrente possui “esclerose e redução do espaço discal L5-S1”. No mesmo sentido o laudo datomografia da coluna lombar (fl. 19), realizada em 10/12/2007, atestando que o autor possui “hérnia discal paramediana e foraminal esquerda em L5-S1”. Os laudos particulares de fls. 20, 59 e 68, por sua vez, demonstram a indicação de intervenção cirúrgica, tratamento que ainda não foi realizado e ao qual, aliás, o autor sequer é obrigado a submeter-se (art. 77 do Decreto 3.048/99). Por outrolado, o perito do Juízo reconhece que “o esforço físico, dependendo do grau podeapresentar sintomas em pacientes que apresentam hérnia discal”, ponderando apenas que “não se pode atestar que os mesmos aconteceriam nesse caso” (fl. 48).A atividade de pedreiro demanda a realização de constante esforço físico e o manusear de peso. Por outro lado, como admite o perito do Juízo (fl. 48) e afirma o médico assistente (fl. 68), a doença que acomete o autor agrava-se com esforço físico. Assim, resta clara a incapacidade parcial do autor para sua atividade habitual, sendo devido o restabelecimento do benefício desde a indevida cessação (em 15/04/2008) até a recuperação da capacidade ou reabilitação profissional.Recurso provido, para restabelecer o benefício de auxílio-doença desde a data dacessação (15/04/2008), bem como para condenar o INSS ao pagamento dos atrasados,corrigidos monetariamente desde a data em que cada parcela foi devida, na forma da tabela para ações condenatórias do CJF, e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação e até 29/06/2009. Após 30.06.2009, deve-se aplicar acorreção prevista no art. 1º - F da Lei 9494 / 97 com a redação dada pela Lei 11960 / 2009 . Sem custas e honorários (art. 55 da Lei nº. 9.099/95).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

98 - 2008.50.50.002033-0/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) NEUZA POLASTRELI (ADVOGADO: JAKELINE CAMPOS PINTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS. . �PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

PROCESSO Nº 2008.50.50.002033-0/01RECORRENTE: NEUZA POLASTRELI RECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS RELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA. RECURSO NÃOPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA1. Sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de auxílio-doença desde a data da cessação administrativa do benefício (31/07/2007), bem como o pedido de conversão em aposentadoria por invalidez. Recurso da autora que se insurge contra as conclusões dos laudos judiciais, adotadas pela sentença impugnada. Sem contrarrazões. 2. Não assiste razão à parte autora. A autora alegou em sua inicial ser portadora de artrose e escoliose e que, portanto, estaria incapacitada para o exercício de sua atividade habitual (vendedora). Foi avaliada por perito especialista em ortopedia, que concluiu que “quanto a sua incapacidade, a paciente não pode carregar peso em excesso, porém pode trabalhar sentada e deambular, desta forma, não vejo, apesar das patologias que a mesma apresenta, incapacidade para a função de vendedora” (fl. 90). O perito sugeriu, ainda, que a autora fosse avaliada por médico reumatologista. Novamente, a médica especialista em reumatologia, concluiu que “quanto aos diagnósticos reumáticos

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010prévios da paciente, fibromialgia e osteoartrose, não existiria contra-indicaçãoao trabalho. Essas doenças não seriam agravadas pela atividade da paciente” (quesito 10, fl. 106). Em outubro de 2008, a autora afirmou e o perito, especialista em reumatologia, ratificou que a autora foi operada para retirada de um tumor do intestino, o que inclusive acarretou a concessão de benefício de auxílio-doença no período de 13.10.2008 a 15.01.2009 (fls. 130/131). Portanto, conclui-se que em relação ao período entre 31.07.2007 (data da cessação do primeiro benefício) a 13.10.2008 (data do início do segundo benefício), anteriorao aparecimento do câncer, não houve comprovação da incapacidade da autora, poisfoi avaliada por dois peritos que reafirmaram sua capacidade para o exercício deatividade habitual.3. No período posterior à cirurgia para retirada de tumor maligno, a incapacidade da autora restou incontroversa, tanto o é, que recebeu auxílio-doença entre 13.10.2008 e 15.01.2009. Novamente, em 10.03.2009, a autorafoi avaliada por perito, desta vez especialista em oncologia, que afirmou: “do ponto de vista do câncer do cólon, está totalmente apta para exercer suas atividades laborativas” (quesito 09, fl. 148). Portanto, após a retirada do tumor e recuperação da cirurgia, o perito concluiu que a autoria estaria apta para o exercício de sua atividade habitual. 4. As alegações da autora, os laudos dos médicos assistentes e demais documentosjuntados não são suficientes para afastar a conclusão dos laudos periciais. O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular (Enunciado 08 da TR/ES). Não há nos autos, por outro lado, elementos que determinem a necessidade de realização de nova perícia médica.

5. Recurso não provido. Sentença mantida. Sem condenação ao pagamento de honorários advocatícios, ante a ausência de contrarrazões. Sem custas (art. 4.º,II da Lei 9.289/96).ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela autora, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

99 - 2008.50.50.003030-9/01 (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcelo Camata Pereira.) x RENATO ALVES FLORENCIO (ADVOGADO: MARIA APARECIDA ZANOTELLI SOUZA FERNANDES.). . PROCESSO Nº 2008.50.50.003030-9/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRECORRIDO(S): RENATO ALVES FLORENCIORELATOR: DR. JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTO

EMENTA

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE ESPECIAL. ENQUADRAMENTO. CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇO COMUM APÓS 1998. POSSIBILIDADE. RECURSO INTERPOSTO PELO INSS NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pelo INSS contra sentença que julgou procedente pedido de aposentadoria por tempo de contribuição mediante a conversão de períodos de atividade especial prestada pelo autor de 09.01.1987 a 13.10.1996 e de 03.08.1998 a 13.03.2006 em tempo de serviço comum. Sustenta o recorrente que para o primeiro período o recorrido deveria ter comprovado enquadramento de sua atividade nos termos dos decretos de regência. Em relação ao segundo período (cujo exercício de atividade especial é reconhecido pelo INSS), alega a impossibilidade de conversão em tempo de serviço comum, pugnando pela reforma dadecisão.2. Conforme a sentença proferida pelo juízo a quo, que não merece qualquer reparo, o autor comprovou que, na condição de mecânico, exerceu atividade especial no período de 09.01.1987 a 13.10.1996, em face de sua exposição a óleo diesel, lubrificantes e graxas, com enquadramento no item 1.2.11 do Anexo do Decreto 53831 / 64 e item 1.2.10 do Anexo I do Decreto 83080 / 79.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-20103. O recorrido também faz jus à conversão – em tempo de serviço comum – de todosos períodos de atividade especial, inclusive em relação ao trabalho prestado após 28.05.1998, nos exatos termos da sentença recorrida, que deve ser mantida por seus próprios fundamentos (Lei 9099 / 94 – art. 46), cabendo ressaltar, nesse mesmo sentido, a jurisprudência do E. STJ: REsp 977.125-PB 2007/0183602-9 – 04/10/07).4. Recurso conhecido e não provido. Sem condenação em custas e honorários advocatícios (contrarrazões não apresentadas).ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integra este julgado.

JOSÉ EDUARDO DO NASCIMENTOJuiz Federal da Turma RecursalRelator

92001 - RECURSO/SENTENÇA PENAL

100 - 2006.50.50.001218-9/01 LUIZ ROBERTO SOARES SARCINELLI (ADVOGADO: LUIZ ROBERTO SOARES SARCINELLI, CARLOS GUILHERME MACEDO PAGIOLA CORDEIRO, Arthur Stephan Silva de Melo.) x MINISTERIO PUBLICO FEDERAL (PROCDOR: JULIO DE CASTILHOS.). . EMENTADIREITO PENAL. DESACATO. INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO. RITO DA LEI 9.099/95. TRANSAÇÃO PENAL NÃO OFERTADA. INEXISTÊNCIA DE ANTECEDENTES CRIMINAIS OU DE OUTROS IMPEDIMENTOS AO BENEFÍCIO DO ART. 76 DA LEI 9.099/95. RECONHECIDA ANULIDADE DA AÇÃO PENAL, DESDE O RECECIMENTO DA DENÚNCIA. NA SEQUÊNCIA, RECONHECIDA A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ESTATAL PELA PRÁTICA DE DELITO CUJA PENA MÁXIMA COMINADA É DE 02 ANOS, NOS TERMOS DO ART. 109, INCISO V, DO CÓDIGO PENAL, JÁ QUE TRANSCORRIDOS MAIS DE 05 ANOS ENTRE A DATA DOS FATOS (03 DEOUTUBRO DE 2004) E A PRESENTE DATA. RECURSO DO ACUSADO PROVIDO. SEM CUSTAS E HONORÁRIOS.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso interposto por LUIZ ROBERTO SOARES SARCINELLI, na forma do voto e da ementa, que integram este julgado.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

101 - 2008.50.50.006775-8/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: KARLA EUGENIA PITTOL DE CARVALHO.) x MYRNA PETERLE VALDINO BURKHARDT (ADVOGADO: AUGUSTO MOURA VALDINO.).. EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NÃO APONTADA. EMBARGOS REJEITADOS.01. Trata-se de embargos de declaração opostos pela União em face do acórdão de fls. 73/74, que rejeitou os embargos de declaração opostos pela União contra o acórdão de fls. 65/67. Os primeiros embargos apresentados (fls. 69/70) versavam exclusivamente sobre a fixação dos honorários advocatícios.02. Nos presentes embargos, a União pretende ver sanada omissão no acórdão de fls. 65 / 67 (que negou provimento ao recurso inominado interposto pela União, mantendo sentença que declarou a inexistência de relação jurídico tributária entre as partes, para afastar a incidência de imposto de renda sobre as verbas denominadas auxílio pré-escolar e auxílio-creche), com fins exclusivos de prequestionamento, requerendo a manifestação da Turma acerca de dispositivos legais relativos à incidência do imposto de renda.03. Os embargos de declaração não merecem ser conhecidos, pois não apontam qualquer omissão na decisão embargada (fl. 73 / 74).04. Por outro lado, está preclusa a possibilidade de integração do acórdão de fls. 65 / 67, uma vez que a União já apresentou embargos em face daquela decisão, argüindo, exclusivamente, erro material na fixação dos honorários de advogado. O processo não pode retornar às fases já vencidas, pelo princípio da preclusão.05. Os segundos embargos de declaração só se prestam a corrigir falhas na

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010prestação jurisdicional existentes no julgamento dos primeiros embargos de declaração, não do acórdão principal. Incidência da preclusão consumativa. (STJ,EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL – 746920, Relatora Ministra Eliana Calmon, 2ª. Turma, DJE DATA:29/04/2008).05. Embargos de declaração rejeitados. Sem custas e honorários.ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS opostos pela União, nos termos da ementa que integra este julgado.

102 - 2007.50.50.010151-8/01 JOSE PAULO CORREIA (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA, GERALDO MAGELA CURTINHAS VIEIRA JUNIOR, MARCELO MATEDI ALVES.) x FUNDACAONACIONAL DE SAUDE - FUNASA (PROCDOR: VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM.). . EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE NO JULGADO – INCONFORMISMO – EMBARGOS REJEITADOS.1. Trata-se de embargos de declaração apresentados pela FUNASA em face do acórdão de fls. 88 / 90, que, por maioria, deu provimento ao recurso interposto pela parte autora, para julgar procedente o pedido e condenar a ré à obrigação de pagar ao autor adicional de 50% sobre o valor da indenização de campo recebida, desde a edição do Decreto 5.554, de 04 de outubro de 2005, bem como a pagar as parcelas atrasadas. 2. O embargante sustenta a existência de omissão no acórdão embargado, que não se pronunciou sobre o teor da súmula 40 desta Turma Recursal, no sentido de que “não é devido o reajuste na indenização de campo por força da alteração trazida pelo Decreto 5.554/2005”, bem como sobre o teor de decisão da Turma Nacional de Uniformização (PU 200735007140489). Requer, ainda, manifestação acerca de dispositivos constitucionais, para fins de prequestionamento.3. A existência de enunciado de jurisprudência sobre a matéria no âmbito da Turma Recursal não vincula o resultado do julgamento. Apenas representa o entendimento majoritário da Turma que, contudo, pode não prevalecer no julgamento do caso concreto, a depender da composição do órgão colegiado. No caso dos autos, após voto do relator negando provimento ao recurso, a Turma houve por dar provimento ao recurso, por maioria, nos termos do voto-condutor divergente. Nesse sentido, não há omissão quanto ao teor da súmula 40 da TR/ES, mas sim divergência de julgamento. 4. O acórdão embargado enfrentou as questões indispensáveis ao julgamento da demanda recursal. Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não interessou a solução da controvérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demonstra mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade doPoder Judiciário. Precedentes STJ (Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93). Não há qualquer omissão a ser sanada.5. Inexistência de qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A via dos embargos não é adequada para a manifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal.6. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR os embargos de declaração, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

103 - 2008.50.50.001793-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x VALDEMIRO ENDLICH. . EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS contra acórdão que deu parcial provimento ao recurso interposto pelo INSS, assim ementado:

EMENTAPREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. FUNDAMENTOS DO RECURSO DO INSS NÃO ENSEJAM A REFORMA DA SENTENÇA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO APENAS QUANTO AO TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA. 1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença (fls. 61/64) que julgou procedente o pedido. Sustenta o recorrente que (1) a sentença

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010desconsiderou a existência de vínculo de emprego urbano no período entre 1997 e 1999; (2) que o contrato de parceria agrícola, embora datado de 2002, teve firmareconhecida em cartório somente em 2006; (3) que não há prova material contemporânea, nem prova testemunhal que a corrobore; (4) quantos aos juros de mora, que devem incidir somente a partir da citação.2. A sentença recorrida não ignorou a existência de vínculo de emprego urbano, consignando que “o período de quase três anos (1997 a 1999) de atividade urbana intercalado ao período rural (...) não descaracterizam a preponderância da atividade rural” (fls. 61/62). De fato, a atividade rural que autoriza concessãode aposentadoria pode ser descontínua (art. 39, I, Lei 8.213/91), não merecendo reforma, nesse ponto, a sentença impugnada.3. Os documentos de fls. 22/25, 31/34 constituem-se razoável início de prova documental, especialmente as certidões de nascimento de filhos (fls. 24 e 25), datadas de 1990 e 1994, na qual o autor é qualificado como lavrador, corroboradapelas declarações de fls. 26 e 28 (que equivalem à prova testemunhal). Por outrolado, o INSS reconheceu administrativamente o exercício de atividade rural nos períodos de 1990 a 1997 e 01/01/2002 a 30/12/2002 (fl. 41). “Para a concessão deaposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material, corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício” (Súmula 14 TNU). Início de prova documental também não se confunde com prova plena. Tendo oautor comprovado por início de prova documental e prova testemunhal o exercício de atividade rural antes da Lei 8213 / 91, faz jus à tabela transitória do art. 142, que exige 114 meses (9 anos e 6 meses) de carência – preenchidos.4. “Os juros de mora nas ações relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida” (Súmula 204 do STJ).5. Recurso parcialmente provido, apenas para fixar o termo inicial dos juros de mora na data da citação. Isenção de custas (art. 4º. – Lei 9.289/96). Sem condenação em honorários, ante a sucumbência recíproca.2. O INSS, ora embargante, alega a existência de omissão na decisão, uma vez que“a Turma Recursal não analisou que a parte autora, na verdade, não exerceu atividade rural apenas no curto período de três anos, mas sim dedicou a maior parte de sua vida laborativa ao exercício de atividade estranha àquela própria dos segurados especiais”. Destaca que o autor possui vários vínculos urbanos desde 1977 até 1999 e não apenas de 1997 a 1999. Alega, ainda, omissão quanto à alegação de falta de contemporaneidade do contrato de parceria de fls. 31 /33, cujo reconhecimento de firma somente foi realizado em 2006. Requer sejam sanadasas omissões e reformada a decisão.3. Assiste razão ao embargante, em parte. Com relação aos vínculos de emprego não mencionados especificamente no acórdão, referentes ao período de 1982 a 1987(fl. 19), registro que não integram o período de carência do benefício. 4. Por outro lado, quanto à omissão acerca da falta de contemporaneidade do reconhecimento de firma do contrato de parceria agrícola de fls. 31/33, é de se reconhecer que o documento não pode ser considerado início de prova documental, pois se trata de documento particular, com reconhecimento de firma extemporâneo.

5. Os fundamentos para a procedência do pedido, como se vê dos itens 02 a 04 da ementa, acima transcritos, foram: o reconhecimento administrativo do exercício de atividade rural nos períodos de 1990 a 1997 e 01/01/2002 a 30/12/2002; a existência de prova material anterior a 1991; o cumprimento do período de carência de 114 meses; e a premissa de que atividade rural que autoriza a concessão de aposentadoria pode ser descontínua. Assim, o reconhecimento da omissão e a integração da decisão, nos termos dos itens 4 e 5 acima, não alteramo resultado do julgamento, principalmente porque, embora a exclusão do contrato de parceria, há outros documentos que constituem suficiente início de prova material, conforme assentado na decisão recorrida.6. Em que pesem os efeitos modificativos dos presentes embargos, a integração dadecisão não enseja qualquer prejuízo para a parte embargada, razão pela qual, por economia processual, dispensa-se sua manifestação.7. Embargos de declaração conhecidos e parcialmente acolhidos, especificamente para sanar a omissão no julgamento, integrando à fundamentação os itens 3 e 4 desta decisão, mantendo-se o acórdão embargado em seus demais termos. Sem condenação em custas e honorários. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E ACOLHER PARCIALMENTE OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010

104 - 2008.50.52.000153-4/01 PAULO RODRIGUES DOS SANTOS (ADVOGADO: JOSE OLIVEIRADE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x OS MESMOS. . EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. INCONFORMISMO. EMBARGOS REJEITADOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora contra acórdão que deu provimento ao recurso interposto pelo INSS e negou provimento ao recursoda parte autora, julgando improcedente o pedido. O acórdão ficou assim ementado:

APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. RECURSO DO INSS CONTRA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. RECURSO DO AUTOR PARA FIXAÇÃO DA DIB NA DATA DO REQUERIMENTO ADMNISTRATIVO AO INVÉS DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO.1. O ponto central da questão está à fl. 80 na qual a sentença expressamente afirma que em análise pessoal do autor, o juiz que presidiu a audiência constatou “mãos calejadas e a pele queimada do sol”. Prossegue a sentença afirmando que o autor falava com linguajar próprio das pessoas do meio rural, tendo demonstrado conhecimentos sobre o cultivo, o que foi corroborado pela prova testemunhal. Conclui a sentença:“sendo assim, satisfeito o requisito de início de prova material (resultado da inspeção judicial que corrobora a declaração do sindicato), restou demonstrado oexercício de atividades rurais pela parte autora (...) por outro lado, não vejo como censurar o indeferimento administrativo perpetrado pelo INSS, que agiu de acordo com a lei vigente, a qual exige, em regra, salvo motivo de força maior, pelo menos um início de prova documental (requisito que, de fato, o segurado nãopossui), razão por que tenho por bem conceder à parte autora o benefício vindicado com efeitos retroativos à data da propositura da ação. É certo que a inspeção judicial apenas ocorreu por ocasião da audiência de instrução realizada, todavia, deixo de fixar a data da audiência como termo inicial das parcelas retroativas por entender que a parte autora não pode ser penalizada poruma eventual demora na marcação e realização das audiências”.2. Recurso interposto pelo INSS sustentando que não há nos autos início de provamaterial que permita a concessão do benefício. Alega que só em 2007 o autor se filiou ao sindicato rural; que em 2007 retificou sua certidão de casamento, na qual figurava como comerciante; que em 1982 filiou-se como ambulante junto ao RGPS; que a sentença considerou não haver início de prova material nos autos.3. Por seu turno, recorre a parte autora contra a fixação da DIB na data do ajuizamento da ação, alegando fazer jus ao início do benefício na data do requerimento administrativo.4. O recurso interposto pelo INSS merece ser acolhido. Pelo que se extrai da sentença, a mesma reconheceu que não há início de prova material, mas consideroueste requisito suprido pela “inspeção judicial” feita pelo juiz no autor durantea AIJ. É questionável este meio de convencimento como verdadeira inspeção judicial. Ainda que assim seja considerado, não vale como prova material; no máximo, prova que no momento da audiência e por até algum curto período anterioro autor trabalhava no meio rural. Aliás, mãos calejadas podem advir de diversos trabalhos não rurais; igualmente a pele queimada de sol. Por outro lado, a própria sentença é contraditória ao afirmar que o autor não possui requisito do início de prova documental, por isso que não fixou a DIB na data da DER.5. Nos moldes em que colocada a questão, ou bem o autor tem direito ao benefíciodesde a DER, ou direito não tem. Entendo que esta última hipótese deve prevalecer. Como bem salientado pelo INSS, a prova documental trazida aos autos pelo autor se resume a: carteira de filiação ao sindicato rural ocorrida somenteem 2007 (fl. 10); recibo de pesagem de mandioca datado de 2006. À fl. 13 certidão de casamento em que consta a retificação da profissão para agricultor, ao invés de comerciante, determinada por sentença de 2007. Ainda, em 1982 filiou-se como vendedor ambulante junto ao RGPS.6. Ausente início de prova documental que sirva de base para o exercício de atividade rural anterior a 1991, deve o autor comprovar 180 meses de atividade rural para o benefício, porque não se beneficia da tabela transitória do art. 142 da Lei 8213 / 91, o que não ocorreu.7. Por outro lado, o recurso do autor, pelas razões acima expostas, deve ser desprovido.8. Recurso do INSS provido. Recurso interposto pelo autor não provido. Sentença reformada para julgar improcedente o pedido. Sem condenação do INSS em honorários advocatícios. Condeno o autor recorrente/vencido ao pagamento de

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010honorários de advogado, que fixo em R$ 50,00 com fundamento no art. 20 §4º CPC c/c art. 55 da Lei nº. 9.099/95, ficando sua execução suspensa, na forma do art.12, da Lei nº. 1.060/50. Sem custas.2. O autor, ora embargante, alega a existência de omissão na decisão embargada, “quando proferiu a decisão sem uma valoração intrínseca dos depoimentos das testemunhas, já que como prova material há nos autos contrato de parceria agrícola às fls. 22/23 (...)”. Sustenta que a decisão contraria o entendimento da TNU e de outras Turmas, no sentido de que a declaração do sindicato serve cominício de prova material. Aduz que a certidão de casamento foi alterada em 2007 em razão de erro no registro, assim reconhecido por sentença. Requer a reforma da decisão.3. O fundamento para a improcedência do pedido, como se vê do item 06, acima transcrito, foi a inexistência de início de prova material anterior a 1991. O contrato de parceria agrícola apontado (fl. 22 / 23) data de 2006 e não altera oresultado do julgamento. A ausência de menção do documento no acórdão sequer configura omissão, já que o mesmo é posterior a 1991. Por outro lado, o acórdão recorrido afastou a certidão de casamento, retificada em 2007, como início de prova material anterior a 1991.4. Logo, não há qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. A viados embargos não é adequada para a manifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal.5. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

105 - 2008.50.51.000573-7/01 LUIZ CARLOS RICARDO (ADVOGADO: IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MICHELI JESUS VIEIRA DE MELO.). . EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. INCONFORMISMO. EMBARGOS REJEITADOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS contra acórdão que deu provimento ao recurso interposto pela parte autora, para reformar sentença que havia julgado improcedente o pedido. O acórdão ficou assim ementado:

EMENTAPREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE COMPROVADA. REQUISITOS PREENCHIDOS.SENTENÇA REFORMADA. RECURSO PROVIDO. 1. Sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença em razão da inexistência de incapacidade para o trabalho. Sustenta o recorrente que está incapacitado para sua atividade habitual de mecânico, que exige plenas condições e constante esforço físico – incompatível com seu quadro de artrose. Alega, ainda, que a doença diagnosticada pelo perito do juízo é a mesma que ensejou sentença de procedência de pedido de auxílio-doença formulado anteriormente nos autos de outra ação (fl. 18). Por tais razões, pugna pela reforma da decisão.2. Assiste razão ao recorrente. O perito judicial concluiu que o autor é portador de artrose de joelho direito (CID M 17.1 - fls. 34/35). O laudo particular de fl. 11 descreve que o autor apresenta quadro de dor à apalpação, edema, perda de força, perda de mobilidade, crepitação, dificultada mobilidade, e que não tem condições para o trabalho. O exame médico apresentado na perícia judicial também revela a incapacidade alegada (lesão irreversível, estando inapto ao trabalho, presença de pino de aço pós cirúrgico no joelho direito). 3. O autor conta com 50 anos de idade, e a atividade exercida pelo mesmo (mecânico de manutenção) demanda constante esforço físico e flexões dos membros,sendo incompatível com a artrose em joelho direito, que provoca dores. Por tratar-se de doença degenerativa e crônica, o que foi confirmado pelo perito do juízo, a evolução e agravamento da moléstia podem trazer complicações para a saúde do autor. 4. Com efeito, o recorrente já obteve por sentença o reconhecimento do direito àpercepção do benefício auxílio-doença pelo período de 01/12/2005 até 25/09/07, quando foi cessado indevidamente (fl. 18). Por tal razão, faz jus ao restabelecimento do auxílio-doença até que seja reabilitado profissionalmente.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-20105. Recurso conhecido e provido, para condenar o INSS ao restabelecimento do auxílio-doença devido ao autor desde a data da cessação (25/09/2007), a ser implementado imediatamente, independentemente do trânsito em julgado desta decisão, bem como condenar o INSS a pagar as parcelas atrasadas, com incidência de correção monetária e juros moratórios a contar da citação e até 29/06/09. A partir de 30/06/09, as parcelas vencidas deverão ser atualizadas na forma do art. 1º F da Lei 9.494/97, com redação dada pela Lei 11.960/2009. Sem condenaçãoem custas e honorários.

2. O INSS, ora embargante, alega a existência de contrariedade e omissão na decisão embargada, considerando: (1) que, ao contrário do consta do acórdão, o perito do Juízo não afirmou tratar-se de doença degenerativa e crônica, cuja evolução e tratamento poderiam trazer complicações para a saúde do autor; (2) que, apesar de a conclusão do laudo pericial ser desfavorável ao autor, o laudo foi utilizado como fundamento da procedência do pedido no acórdão embargado; (3)que não foi afastada a presunção de legitimidade e veracidade da perícia administrativa; (4) que deve prevalecer a conclusão do laudo pericial;3. O acórdão recorrido, apesar de usar informações constantes do laudo, afastou sua conclusão, no sentido da ausência de incapacidade, diante de outros elementos constantes nos autos: o laudo particular de fl. 11 e o laudo do médicoassistente apresentado por ocasião da perícia, referido no laudo pericial (fl. 34), ressaltando, ainda, que o benefício fora indevidamente cessado pelo INSS. Ojuiz não está adstrito à conclusão do laudo pericial (art. 436 CPC). A conclusãoda perícia administrativa foi fundamentadamente afastada.4. Não há qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. As alegações do INSS possuem nítido caráter de inconformismo com o que restou decidido, o que deve ser exercitado na via processual adequada.5. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

106 - 2008.50.50.000232-6/01 MARGARIDA ZAMBORLINI CARRETTA (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.). . EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. PARCIALMENTE ACOLHIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo autor contra acórdão que negou provimento ao recurso por ele interposto, mantendo a sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença, assim ementado:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS. INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA. RECURSO NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA1. Sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de auxílio-doença desde a data de cessação. Recurso da autora que se insurge contraas conclusões do laudo judicial, adotadas pela sentença impugnada.2. Não assiste razão à autora. O laudo judicial descreve as lesões degenerativasarticulares da autora e conclui pela ausência de incapacidade para o trabalho.3. O perito judicial observou que “a autora apresentou durante o exame boa elasticidade muscular com boa mobilidade articular em postura que seria desconfortável para qualquer pessoa que sentisse dor na coluna” (resposta ao quesito 7, fl. 29). 4. Recurso não provido. Sentença mantida. Condeno a parte recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, que fixo em R$ 50,00 (cinqüenta reais), atendendo ao disposto no art. 20, § 4º da Legislação Processual Civil c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12, da Lei nº 1.060/50. 2. O autor alega a existência de omissão na decisão embargada, quanto ao pedido subsidiário formulado em sede recursal, no sentido da baixa dos autos para realização de nova perícia médica.3. No recurso inominado de fls. 68 / 74, o autor sustentou que a conclusão do laudo pericial deveria ser afastada diante dos outros elementos constantes dos autos, nos termos do art. 436 do CPC. Requereu a reforma da sentença, ou, subsidiariamente, a baixa dos autos ao juízo de origem para a realização de novaperícia, “eis que a decisum hostilizada se baseou na precariedade do laudo

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010pericial produzido em juízo”. O acórdão embargado efetivamente não se pronunciousobre a necessidade de realização de nova perícia médica. Verifico, assim, a omissão apontada.4. É certo que o juiz não fica adstrito às conclusões do laudo pericial. Entretanto, no caso concreto, as alegações da autora, os laudos dos médicos assistentes e demais documentos juntados não são suficientes para afastar a conclusão do perito do Juízo, que foi firme no sentido de que a autora, por ora,não está incapacitada para sua atividade habitual ou, como pretendia o autor, para determinar a realização de nova perícia médica. O laudo médico particular éprova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular (Enunciado 08 da TR/ES).5. Em que pesem os efeitos modificativos dos presentes embargos, a integração dadecisão não enseja qualquer prejuízo para a parte embargada, razão pela qual, por economia processual, dispensa-se sua manifestação.6. Embargos de declaração conhecidos e parcialmente acolhidos, especificamente para sanar a omissão no julgamento, integrando à fundamentação o item 4 desta decisão, mantendo-se o acórdão embargado em seus demais termos. Sem condenação em custas e honorários. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E ACOLHER PARCIALMENTE OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

107 - 2006.50.52.001000-9/01 LUCINEIA DE SOUZA ROSALINO (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. de Oliveira.). . EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. INCONFORMISMO. EMBARGOS REJEITADOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS contra acórdão que deu provimento ao recurso interposto pela parte autora, para reformar sentença que havia julgado improcedente o pedido. O acórdão ficou assim ementado:

EMENTAPREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPROVAÇÃO DE INCAPACIDADE LABORATIVA. PROVA DOCUMENTAL SUFICIENTE DA QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença que julgou improcedente o pedido de concessão de auxílio-doença desde a data do requerimento administrativo (28/11/2006), bem como o pedido de conversão em aposentadoria por invalidez. Insurge-se a autora, em suas razões recursais, acerca da conclusão da sentença impugnada, que não reconheceu a sua qualidade desegurada especial. Contrarrazões à fl. 68, verso.2 . O perito do Juízo reconheceu a existência de incapacidade laborativa definitiva para o exercício de sua atividade habitual (rural), em decorrência deseus problemas de coluna, conforme quesito n..º 04 (fl. 34). 3. O ponto controvertido resume-se à qualidade de segurada da parte autora no momento do requerimento administrativo e ao cumprimento do período de carência para fins de concessão do benefício pleiteado. Há nos autos início de prova material suficiente quanto à atividade rural, consistente nas anotações constantes na carteira de trabalho da autora (fl. 08), que atestam o trabalho rural na condição de safrista nos anos de 2000, 2002 e 2004, sempre nos meses demaio/junho a agosto. 4 . Em audiência, a recorrente esclareceu que, durante a safra de café, trabalhava com carteira assinada e em outros períodos, como diarista, mas sempreexercendo atividades rurais (capinava, plantava abacaxi, enchia sacolinhas com mudas). Os depoimentos das testemunhas foram claros e coesos com as alegações daparte autora, ratificando que ela sempre trabalhou no meio rural. 5. A primeira testemunha ouvida, Sr. Geraldo Nascimento, afirmou que conhece a autora há 12 anos. Afirmou, ainda, que a parte autora prestava serviços à Incaper de Sooretama durante a safra e fora dela, trabalhava com o presidente deuma empresa da região, sempre exercendo atividades rurais. A segunda testemunha,Sr. Almir de Souza, declarou conhecer a autora há 12 anos. Afirmou que a autora

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010morava em Sooretama e trabalhava na Incaper, como contratada na colheita de café. Afirmou, finalmente, que a autora enchia sacola e fazia outros bicos fora da safra. 6. Nesse contexto, concluo que a autora comprovou que desde 2000, no mínimo, trabalha na atividade rural em Linhares, como diarista, para quem tenha serviço a lhe oferecer. A prova material, consistente em anotações em CTPS, foi suficientemente corroborada pela prova testemunhal produzida, no sentido de que a recorrente é e sempre foi diarista e, nessa condição, trabalha em Sooretama, na zona rural de Linhares, possuindo, assim, a verdadeira condição de segurada especial, razão pela qual faz jus ao auxílio-doença desde a data do requerimentoadministrativo, quando já contava, incontroversamente, com o período de carêncianecessário para obter o benefício.7. Recurso interposto pela parte autora provido, para condenar o INSS a concedero benefício de auxílio-doença à parte autora, desde a data do requerimento administrativo (28/11/2006), bem como ao pagamento dos atrasados, acrescidos de correção monetária, conforme tabela do CJF, e juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação e até 29.06.2009 (data do advento da Lei 11960 / 2009). Após essa data, atualização na forma do art. 1º F da Lei 9494 / 97, com a redação quelhe foi dada pela Lei 11960 /2009. Sem custas e honorários (art. 55 da Lei nº. 9.099/95).

2. O INSS, ora embargante, alega a existência de vícios na decisão embargada, considerando: (1) que, ao contrário do consta do acórdão, não há início de provamaterial do labor rural, havendo apenas registros na CTPS de períodos em que a autora trabalhou como empregada rural; (2) a autora não detinha a qualidade de segurado em 28/11/2006, uma vez que não há nenhum registro de vínculo de empregoposterior a 03/08/2004, data da demissão do último vínculo;3. O acórdão recorrido concluiu que as anotações na CTPS, corroboradas pela prova testemunhal, comprovaram que a autora trabalha pelo menos desde o ano 2000na condição de diarista, segurada especial, tendo a carteira assinada apenas nosperíodos de safra. As anotações em CTPS como empregado rural, ainda que em períodos intercalados, podem servir de início de prova material em relação aos períodos em que não esteve formalmente vinculado. Ausência de contraprova do INSS no sentido de que nos intervalos o autor assumiu outra fonte de renda para sua subsistência.4. Logo, não há qualquer omissão, obscuridade ou contradição a ser sanada. As alegações do INSS possuem nítido caráter recursal e devem ser manifestadas na via adequada (incidente de uniformização). A via dos embargos não é adequada para a manifestação de inconformismo com o que restou decidido pela Turma Recursal5. Embargos rejeitados. Sem custas e honorários.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

108 - 2007.50.50.009777-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x ANTONIO OLIVEIRA JULIO DE ARAUJO (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.). . EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS contra acórdão que deu parcial provimento ao recurso interposto pelo INSS (fls. 94 e 101/ 103), apenas para excluir da condenação o comando de aplicação do art. 29, II da Lei 8.213/91para fins de determinação do período básico de cálculo, mantendo, em seus demaistermos, e por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99 pela aplicação do art. 29, §5º. da Lei 8.213/91.2. Embargos com fins exclusivos de prequestionamento, em que o INSS requer a manifestação da Turma acerca dA matéria constitucional, especialmente acerca dosarts.194, 195 e 201 da CF.3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a decisão embargada.4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da controvérsia, concluindo que “o art. 29, § 5ºnão se limita a regular a hipótese em que a aposentadoria por invalidez e o

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010auxílio-doença forem intercalados por período de retorno do segurado ao trabalho. A lei não faz nenhuma distinção nesse sentido. E onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. O art. 29, § 5º aplica-se incondicionalmente toda vez que for concedida aposentadoria por invalidez, de forma que, no ato de concessão, deva ser sempre calculado novo salário-de-benefício, com base na média aritmética dos últimos salários-de-contribuição, incluindo aqueles referentes ao período de gozo de auxílio-doença precedente”.5. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não está obrigado a analisar todos os argumentos apresentados pelas partes.Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não interessou a solução da controvérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demonstra mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedentes STJ (Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).6. De todo modo, a simples oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequestionamento da matéria. Nesse sentido:EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO. AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS. 1. O acórdão decidiu a questão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente. Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração, uma vez que o julgador não está obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas partes, com o específico fim de satisfazer ao prequestionamento. 2. O Supremo Tribunal Federal, prestigiando sua Súmula n. 356, firmou posição nosentido de considerar prequestionada a matéria constitucional objeto do recurso extraordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo aquo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em 11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

109 - 2007.50.50.011453-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x ROBINSON PEREIRA DOS SANTOS (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.). . EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS contra acórdão que deu parcial provimento ao recurso interposto pelo INSS (fls. 112 e 119/ 121), apenaspara excluir da condenação o comando de aplicação do art. 29, II da Lei 8.213/91para fins de determinação do período básico de cálculo, mantendo, em seus demaistermos, e por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99 pela aplicação do art. 29, §5º. da Lei 8.213/91.2. Embargos com fins exclusivos de prequestionamento, em que o INSS requer a manifestação da Turma acerca da matéria constitucional, especialmente acerca dosarts.194, 195 e 201 da CF.3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a decisão embargada.4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da controvérsia, concluindo que “o art. 29, § 5ºnão se limita a regular a hipótese em que a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doença forem intercalados por período de retorno do segurado ao trabalho. A lei não faz nenhuma distinção nesse sentido. E onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. O art. 29, § 5º aplica-se incondicionalmente toda vez que for concedida aposentadoria por invalidez, de

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010forma que, no ato de concessão, deva ser sempre calculado novo salário-de-benefício, com base na média aritmética dos últimos salários-de-contribuição, incluindo aqueles referentes ao período de gozo de auxílio-doença precedente”.5. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não está obrigado a analisar todos os argumentos apresentados pelas partes.Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não interessou a solução da controvérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demonstra mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedentes STJ (Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).6. De todo modo, a simples oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequestionamento da matéria. Nesse sentido:EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO. AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ:RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS. 1. O acórdão decidiu a questão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente. Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração, uma vez que o julgador não está obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas partes, com o específico fim de satisfazer ao prequestionamento. 2. O Supremo Tribunal Federal, prestigiando sua Súmula n. 356, firmou posição nosentido de considerar prequestionada a matéria constitucional objeto do recurso extraordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo aquo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em 11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

110 - 2008.50.50.002140-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.) x OTACILIO DA CONCEIÇÃO (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.). . EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PREQUESTIONAMENTO. REJEITADOS.1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS contra acórdão que deu parcial provimento ao recurso interposto pelo INSS (fls. 96 e 103/ 105), apenas para excluir da condenação o comando de aplicação do art. 29, II da Lei 8.213/91para fins de determinação do período básico de cálculo, mantendo, em seus demaistermos, e por seus próprios fundamentos, a sentença que julgou procedente o pedido de revisão de aposentadoria por invalidez concedida após a Lei 9.876/99 pela aplicação do art. 29, §5º. da Lei 8.213/91.2. Embargos com fins exclusivos de prequestionamento, em que o INSS requer a manifestação da Turma acerca da matéria constitucional, especialmente acerca dosarts.194, 195 e 201 da CF.3. No que tange à matéria alegada, o acórdão confirmou a sentença recorrida, cujos fundamentos passaram a integrar a decisão embargada.4. A sentença, por sua vez, julgou procedente o pedido com base em argumentação coerente e suficiente à solução da controvérsia, concluindo que “o art. 29, § 5ºnão se limita a regular a hipótese em que a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doença forem intercalados por período de retorno do segurado ao trabalho. A lei não faz nenhuma distinção nesse sentido. E onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. O art. 29, § 5º aplica-se incondicionalmente toda vez que for concedida aposentadoria por invalidez, de forma que, no ato de concessão, deva ser sempre calculado novo salário-de-benefício, com base na média aritmética dos últimos salários-de-contribuição, incluindo aqueles referentes ao período de gozo de auxílio-doença precedente”.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-20105. Logo, não se verifica qualquer omissão na decisão recorrida, uma vez que o juiz não está obrigado a analisar todos os argumentos apresentados pelas partes.Sendo assim, suscitar matéria constitucional que não interessou a solução da controvérsia, apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demonstra mais um intuito protelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedentes STJ (Resp. 11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).6. De todo modo, a simples oposição de embargos declaratórios é suficiente para o prequestionamento da matéria. Nesse sentido:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91. OMISSÃO. AUSÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL PREQUESTIONADA PELA MERA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (STJ: RESP. 383.492/MA). EMBARGOS REJEITADOS. 1. O acórdão decidiu a questão de forma clara e bem fundamentada, adotando uma linha de raciocínio razoável e coerente. Assim, não vislumbro a ocorrência de qualquer dos vícios que possam dar ensejo à oposição de embargos de declaração, uma vez que o julgador não está obrigado a analisar cada um dos argumentos expendidos pelas partes, com o específico fim de satisfazer ao prequestionamento. 2. O Supremo Tribunal Federal, prestigiando sua Súmula n. 356, firmou posição nosentido de considerar prequestionada a matéria constitucional objeto do recurso extraordinário pela mera oposição de embargos declaratórios, ainda que o juízo aquo se recuse a suprir a omissão. (REsp 383.492-MA. Órgão Julgador: 2ª Turma. Relatora: Min. Eliana Calmon, julgado em 11/02/2003). 3. Embargos de Declaração rejeitados.(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL 200663050009638, Relator JUIZ FEDERAL OTÁVIO HENRIQUE MARTINS PORT, Fonte DJ 08/01/2010).7. Embargos de declaração rejeitados. Sem condenação em custas e honorários. ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL

111 - 2005.50.50.000061-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ALCINA MARIA COSTA NOGUEIRA LOPES.) x JOÃO BATISTA PEIXOTO (ADVOGADO: DIMAS PINTO VIEIRA.) x Juiz Federal do 2º Juizado Especial Federal. . Após voto do relator concedendo parcialmente a segurança, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

112 - 2008.50.50.003669-5/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ADVOGADO: DAX WALLACE XAVIER SIQUEIRA.) x WHENNER KEMPER (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.). . Após voto do relator dando provimento ao recurso do UNIÃO, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

113 - 2009.50.50.000986-6/01 IARA CARLOS DE OLIVEIRA (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.). . EMENTAPREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. IMPROCEDÊNCIA. PERÍCIA JUDICIAL REALIZADA POR MÉDICO SEM ESPECIALIDADE EM ORTOPEDIA. IRRELEVÂNCIA NA HIPÓTESE DOS AUTOS. INCAPACIDADE NÃO COMPROVADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio-doença. Sustenta a recorrente que a decisão é nula porque está fundada em perícia judicial que foi realizada por médica especialista em pediatria e medicina sanitária, enquanto a patologia que a acomete reclamaria exame por especialista em ortopedia e neurocirurgia. Alega, em seguida, que o resultado da perícia está dissociado de realidade, indo de encontro a laudo emitido por médico especialista em neurocirurgia, que foi juntado pela recorrente e atesta sua incapacidade (fl. 23). Ao final, pugna pelo provimento do recurso, com a anulação ou reforma da

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010sentença. Contrarrazões às fls. 65 / 68. 2. Inexiste qualquer nulidade a ser sanada. A perita nomeada – conquanto não seja especialista em ortopedia ou neurocirurgia – possui formação clínica geral e, portanto, está apta a avaliar a capacidade laborativa da autora, cujas patologias diagnosticadas (lombalgia e cervicalgia) não induzem à imprescindibilidade de exame por especialista. 3. A sentença também não merece reforma. Nos termos do laudo de fls. 37 / 38, a recorrente foi devidamente examinada pela perita, que fundamentou suficientemente suas conclusões, importando destacar a resposta ao quesito 8 (fl. 38), no sentido de que autora apresenta “boa mobilidade, ausência de contratura muscular vertebral, ausência de edema nos membros inferiores e laségue negativo”. Nesses termos, a incapacidade alegada não foi comprovada.4. As alegações da recorrente, os laudos particulares e demais documentos juntados não são suficientes para afastar a conclusão do laudo pericial – prova produzida com observância à imparcialidade e sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. Nesse sentido, o laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da capacidade do segurado para o trabalho, há de prevalecer sobre o particular (Enunciado 08 da TR / ES).5. Recurso não provido. Sentença mantida. Sem custas (art. 4° II – Lei 9.289 / 96). Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$ 50,00 (cinqüenta reais), na forma do art. 20 § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9.099/95, observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1.060 / 50.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela autora, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

114 - 2008.50.51.001464-7/01 GENI ATALAIA FERREIRA (ADVOGADO: ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.). . EMENTAAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. MISERABILIDADE NÃO DEMONSTRADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto em face de sentença que julgou improcedente pedido de amparo social. Sustenta a recorrente que o rendimento mensal de seu grupo familiar se resume aos proventos de aposentadoria de seu esposo, no valor de um salário mínimo, razão pela qual faria jus ao benefício. Contrarrazões às fls. 88/96.2. O grupo familiar em questão é formado pela recorrente (81 anos) e seu marido,que recebe aposentadoria por idade no valor de R$ 550,00 como demonstrado no extrato atualizado de fl. 100. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, estabelece que o benefício assistencial já concedido a outro membro da família não será computado no cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vem conferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo, também seja desconsiderado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - processo 200543009040184 - DJU 02/10/2007).3. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento nesse sentido, consoante os termos do enunciado 46 de sua súmula: Arenda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo concedidaa pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, p. 03).4. O atendimento acima mencionado faz referência expressa a benefício no valor de um salário mínimo, de modo que o recebimento de benefício previdenciário acima do mínimo – hipótese dos autos – não autoriza a interpretação extensiva daregra contida no art. 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso. Nesse contexto,o rendimento em questão não pode ser desconsiderado, devendo a parte autora comprovar, efetivamente, a situação de miserabilidade. 5. Na época da avaliação social (12.01.2009) o salário mínimo equivalia a R$ 415,00 e a renda mensal do casal, R$ 489,60, de modo que a renda per capita também superava o limite legal. O relatório social de fls. 21/24 também demonstra que o casal reside em casa própria, bem localizada e com recursos essenciais. O imóvel ainda possui 5 cômodos em boas condições de higiene e

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010limpeza e com os objetos em médio estado de conservação. Dessa maneira, constata-se que, embora preenchido o requisito etário, a renda familiar em exame, bem como a análise sócio-econômica, revelam uma situação de pobreza e inexistência de miserabilidade ou situação extraordinária a ensejar a concessão do benefício, motivo por qual não assiste razão à recorrente.6. Recurso não provido. Sem custas. Condenação da recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 50,00, observando-se o disposto no art. 12da Lei 1060/50. ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nos termos da ementa – parteintegrante deste julgado.

115 - 2008.50.50.004422-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x CLAUDIONOR SOARES DOS SANTOS. . EMENTAAMPARO SOCIAL. RENDA MENSAL SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DO ESTATUTODO IDOSO. MISERABILIDADE DEMONSTRADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente pedido de benefício assistencial. Sustenta o recorrente que a renda per capita do grupo familiar é superior a ¼ do salário mínimo, razão pela qual obenefício não seria devido.2. O laudo sócio-econômico de fls. 61/64 revela que o grupo familiar em questão,com observância ao disposto no art. 20, § 1º, da Lei 8742/93, é formado pelo autor idoso (76 anos) e sua esposa (66 anos), que recebe aposentadoria por invalidez no valor de um salário mínimo. Atesta ainda que as despesas da famíliasão consideráveis em virtude das despesas mensais ordinárias e em face das doenças que acometem o casal de idosos (fl. 61). 3. O Estatuto do Idoso, em seu art. 34, parágrafo único, estabelece que o benefício assistencial já concedido a outro membro da família não será computadono cálculo da renda per capita do grupo familiar do idoso. A jurisprudência vem conferindo interpretação extensiva ao dispositivo, concebendo que eventual benefício previdenciário, no valor mínimo, também seja desconsiderado no referido cálculo (TNU - Pedido de Uniformização - processo 200543009040184 - DJU02/10/2007). 4. Esta Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo firmou entendimento nesse sentido, consoante os termos do enunciado 46 de sua súmula: Arenda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo concedidaa pessoa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per capita a que se refere o art. 20, §3º, da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (DIO – Boletim da Justiça Federal, 06/04/2009, p. 03). 5. “O exame dos votos proferidos no julgamento revela que o Supremo Tribunal apenas declarou que a norma do art. 20 e seu § 3º da Lei n. 8.742/93 não apresentava inconstitucionalidade ao definir limites gerais para o pagamento do benefício a ser assumido pelo INSS, ora Reclamante. Mas não afirmou que, no exame do caso concreto, o juiz não poderia fixar o que se fizesse mister para que a norma constitucional do art. 203, inc. V, e demais direitos fundamentais eprincípios constitucionais se cumprissem rigorosa, prioritária e inescusavelmente. (...) De se concluir, portanto, que o Supremo Tribunal teve por constitucional, em tese (cuidava-se de controle abstrato), a norma do art. 20 da Lei n. 8.742/93, mas não afirmou inexistirem outras situações concretas que impusessem atendimento constitucional e não subsunção àquela norma” (STF, Rcl 3805/SP, Min. Carmen Lúcia, DJ 18/10/2006, p.00041).6. A hipótese dos autos retrata aplicação da analogia ao caso concreto para integração do ordenamento jurídico, não havendo que se falar em qualquer ofensa aos princípios da separação dos poderes ou da precedência de fonte de custeio. Além disso, ainda que houvesse violação aos princípios constitucionais invocados(art. 1º; art. 2º; art. 195, § 5º; art. 203, V), essa violação não seria direta e frontal – fundamento para o recurso extraordinário – mas por via reflexa. Nesse sentido: JEF - TRF1 -200535007224856 UF: GO - 1ª Turma Recursal - DJGO 28/06/2006.7. Por tais razões, considerando que o autor não possui qualquer renda para arcar com suas despesas pessoais e face aos gastos retratados no relatório social de fls. 61/64, verifica-se comprovada a situação de miserabilidade que autoriza a concessão do benefício. Sentença não merece reparos.

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-20108. Recurso conhecido e não provido. Sem condenação em honorários advocatícios ante a ausência de contrarrazões. Sem custas (art. 4º - I, Lei 9.289/96).ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa – parte integrante deste julgado.

116 - 2007.50.52.000603-5/01 GERALDO KRAUSE (ADVOGADO: LUIZ CARLOS BASTIANELLO.)x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.). . EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. A ÁREASOMADA DAS DUAS PROPRIEDADES DO AUTOR NÃO ULTRAPASSA 4 MÓDULOS FISCAIS – CRITÉRIO ESTABELECIDO PELA LEI 11718 / 2008. A EXISTÊNCIA DE MEEIROS BEM COMO A CONTRATAÇÃO DE DIARISTAS EM PERÍODOS ESPECÍFICOS NÃO DESQUALIFICA O REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. RECURSO PROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo autor, nos termos do voto e ementa constantes dos autos, partes integrantes do presente julgado.

117 - 2007.50.51.003046-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x NATASHA DA SILVA ROSA E OUTROS (ADVOGADO: PRISCILA PERIM GAVA.). . E M E N T APREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO RECLUSÃO – RENDA BRUTA DO SEGURADO ACIMA DO LIMITE LEGAL – SENTENÇA REFORMADA - RECURSO DO INSS PROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em face de sentença que julgou procedente pedido de concessão do benefício de auxílio-reclusão. Sustentao recorrente, em síntese, que a renda, a ser considerada para a concessão do auxílio-reclusão, é a do segurado preso e não a de seus dependentes. Contrarrazões às folhas 83/88.2. A qualidade de segurado, o recolhimento à prisão e a qualidade de dependente,alguns dos requisitos para a concessão do aludido benefício, foram satisfeitos pela recorrida. Todavia, a última condição para que o benefício seja implementado, qual seja, renda mensal inferior ou igual a R$ 752,12, conforme dispõe a portaria MPS/MF nº 48, de 12/02/2009, não restou satisfeito. Conforme CNIS (fl. 82), o último salário auferido pelo segurado, antes de ser recolhido ao estabelecimento prisional, era no valor de R$ 823,85. Assim, ainda que a renda mensal dos dependentes seja menor que o limite estipulado por lei, tal fato não pode ser considerado para fins de concessão do benefício previdenciárioem tela.3. Este é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, conforme informativo 540, transcrito abaixo:Reclusão e Renda Bruta do Segurado Preso - 1

A renda a ser considerada para a concessão do auxílio-reclusão de que trata o art. 201, IV, da CF, com a redação que lhe conferiu a EC 20/98, é a do segurado preso e não a de seus dependentes (CF: “Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: ... IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;”). Com base nesse entendimento, o Tribunal, por maioria, proveu dois recursos extraordinários interpostos pelo INSS para reformar acórdãos proferidos por Turma Recursal da Seção Judiciária do Estado de Santa Catarina, que aplicara o Enunciado da Súmula 5 da Turma Regional de Uniformização dos Juizados Especiais,segundo o qual “para fins de concessão do auxílio-reclusão, o conceito de renda bruta mensal se refere à renda auferida pelos dependentes e não à do segurado recluso”, e declarara a inconstitucionalidade do art. 116 do Regulamento da Previdência Social [Decreto 3.048/99: “Art. 116. O auxílio-reclusão será devido,nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que o

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010seu último salário-de-contribuição seja inferior ou igual a R$ 360,00 (trezentose sessenta reais).”], que teve como objetivo regulamentar o art. 80 da Lei 8.213/91. Asseverou-se que o inciso IV do art. 201 da CF comete à Previdência Social a obrigação de conceder “auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda”, e que se extrai, de sua interpretação literal, que a Constituição limita a concessão do citado benefício às pessoas que estejam presas, possuam dependentes, sejam seguradas da Previdência Social e tenham baixa renda. Observou-se que, caso a Constituição pretendesse o contrário, constaria do referido dispositivo a expressão “auxílio-reclusão para os dependentes de baixa renda dos segurados”. Aduziu-se que o auxílio-reclusão surgiu a partir da EC 20/98 e que o requisito “baixa renda”, desde a redação original do art. 201 da CF, ligava-se aos segurados e não aos dependentes. Ressaltou-se, ademais, que, mesmo ultrapassando o âmbito da interpretação literal dessa norma para adentrar na seara da interpretação teleológica, constatar-se-ia que, se o constituinte derivado tivesse pretendido escolher a renda dos dependentes do segurado como base de cálculo do benefício em questão, não teria inserido no texto a expressão “baixa renda” como adjetivo para qualificar os “segurados”, mas para caracterizar os dependentes. Ou seja, teria buscado circunscrever o universo dos beneficiários do auxílio-reclusão apenas aos dependentes dos presos segurados de baixa renda, não a estendendo a qualquerdetento, independentemente da renda por este auferida, talvez como medida de contenção de gastos Acrescentou-se que um dos objetivos da EC 20/98, conforme a Exposição de Motivos encaminhada ao Congresso Nacional, seria o de restringir o acesso ao auxílio-reclusão, haja vista que o constituinte derivado ter-se-ia amparado no critério de seletividade que deve reger a prestação dos benefícios eserviços previdenciários, a teor do art. 194, III, da CF, para identificar aqueles que efetivamente necessitam do aludido auxílio. Nesse sentido, tal pretensão só poderia ser alcançada se a seleção tivesse como parâmetro a renda do próprio preso segurado, pois outra interpretação que levasse em conta a rendados dependentes, a qual teria de obrigatoriamente incluir no rol destes os menores de 14 anos — impedidos de trabalhar, por força do art. 227,§ 3º, I, da CF —, provocaria distorções indesejáveis, visto que abrangeria qualquer seguradopreso, independentemente de sua condição financeira, que possuísse filhos menores de 14 anos. Por fim, registrou-se que o art. 13 da EC 20/98 abrigou uma norma transitória para a concessão do citado benefício e que, para os fins dessedispositivo, a Portaria Interministerial MPS/MF 77/2008 estabeleceu o salário decontribuição equivalente a R$ 710,08 (setecentos e dez reais e oito centavos) para o efeito de aferir-se a baixa renda do segurado, montante que superaria em muito o do salário-mínimo hoje em vigor. Esse seria mais um dado a demonstrar não ser razoável admitir como dependente econômico do segurado preso aquele que aufere rendimentos até aquele salário de contribuição. Vencidos os Ministros Cezar Peluso, Eros Grau e Celso de Mello, que desproviam o recurso.RE 587365/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 25.3.2009. (RE-587365)RE 486413/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 25.3.2009. (RE-486413)4. Registro que eventuais parcelas já recebidas em decorrência de tutela antecipada não serão repetidas em face da natureza alimentar do benefício e da boa-fé do segurado, na linha do entendimento atual do STJ sobre o tema:PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. DEVOLUÇÃO DE VALORES RECEBIDOS AO AMPARO DE TUTELA ANTECIPADA POSTERIORMENTE REVOGADA. DISPENSA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO JULGADO EM FACE DE MUDANÇA DE ENTENDIMENTO. DELIMITAÇÃO DAS PARCELAS QUE DEVERÃO SER RESTITUÍDAS AO INSS. OMISSÃO RECONHECIDA. EMBARGOS PROVIDOS. 1. A egrégia Quinta Turma/STJ, no julgamento do REsp. 999.660/RS, de minha relatoria, firmou entendimento de que, sendo a tutelaantecipada provimento de caráter provisório e precário, a sua futura revogação acarreta a restituição dos valores recebidos. 2. Posicionamento revisto para reconhecer a dispensa do ressarcimento dos valores indevidamente recebidos, em face da boa-fé do segurado que recebeu o aumento de seu benefício por força de decisão judicial, bem como em virtude do caráter alimentar dessa verba. 3. Essa mudança de entendimento não pode ser adotada por meio de Embargos de Declaração,a fim de proceder-se ao ajuste da solução dada à presente demanda, uma vez que, nos termos do art. 535 do CPC, a função dos aclaratórios é somente integrativa, podendo ser atribuído efeito infringente apenas quando o reconhecimento da existência de omissão, contradição ou obscuridade na decisão embargada acarretara modificação do julgado, o que, contudo, não se configura na hipótese dos autos. 4. Embargos de Declaração acolhidos apenas para, reconhecendo a alegada omissão do julgado, determinar que, em virtude das peculiaridades do caso, conforme antes demonstrado, somente sejam restituídos os valores pagos indevidamente a partir do momento em que a tutela provisória perdeu os seus

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010efeitos, ou seja, a partir da cassação ou da revogação da decisão que a concedeu. (STJ, 5ª. Turma, Embargos de Declaração no Ag. Regimental no REsp 984135, Relator Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 11/09/2008 e publicado em 16/03/2009, votação unânime).5. Recurso do INSS provido. Sentença reformada para julgar improcedente o pedidoinicial. Eventuais parcelas já recebidas em decorrência de tutela antecipada nãoserão repetidas. Sem condenação em custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei 9099 / 95).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO ao recurso interposto pelo INSS, nos termos da ementa que integrao presente julgado.

118 - 2009.50.53.000493-7/01 JUSSARA MARIA DA SILVA (ADVOGADO: ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.). . E M E N T APREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO NÃO FOI MARCADA. CERCEAMENTO DE DEFESA. SENTENÇA ANULADA DE OFÍCIO. RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA PREJUDICADO.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo ANULAR, de ofício, a sentença proferida, restando prejudicado o recurso interposto pela parte autora,nos termos do voto e da ementa que integram este julgado.

119 - 2007.50.51.002680-3/01 ARGEMIRO SCARPE (ADVOGADO: SAMUEL ANHOLETE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.). . EMENTAPREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL DE APOSENTADORIA. ART. 26 DA LEI 8870 / 94. IMPROCEDÊNCIA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença que julgou improcedente pedido de revisão de renda mensal de benefício previdenciário. Contrarrazões às fls. 67 / 71.2. Na inicial, o autor narrou a existência de equívoco no cálculo da renda mensal inicial de sua aposentadoria, pois os salários-de-contribuição teriam sofrido limitação ao teto então vigente antes mesmo de se preceder à média para apuração do salário-de-benefício. Pugnou, ao final, pela revisão da renda mensal, na forma do art. 26 da Lei 8870 / 94. Já na peça recursal em exame, alega que o INSS não observou a regra contida no art. 201 §2º da Constituição Federal, que garante o reajustamento dos benefícios de ordem a preservar-lhes, permanentemente, o valor real. Sustenta, assim, a defasagem do valor de seu benefício ao longo do tempo e alega que o benefício não foi revisto na forma do art. 144 da Lei 8213 / 91. Ao final, pugna pela reforma da sentença, com a condenação do recorrido a proceder à revisão do benefício a fim de que seja restabelecido seu poder aquisitivo.3. Não assiste razão ao autor. Em primeiro lugar, o documento de fl. 31 comprovaque não houve qualquer limitação nos valores dos salários-de-contribuição no cálculo da renda mensal inicial de seu benefício, pois todos os salários-de-contribuição apresentavam valores aquém dos respectivos limites legais vigentes. No mesmo sentido, a média apurada (Cr$ 397.482,53) também estava abaixo do limite máximo vigente à época (Cr$ 923.262,76). O coeficiente de cálculo foi de 100%, não se revelando qualquer limitação.4. A Lei 8870 / 94, invocada pelo recorrente no pedido formulado na inicial, estabelece: Art. 26. Os benefícios concedidos nos termos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, com data de início entre 5 de abril de 1991 e 31 de dezembro de 1993, cuja renda mensal inicial tenha sido calculada sobre salário-de-benefício inferior à média dos 36 últimos salários-de-contribuição, em decorrência do disposto no § 2º do art. 29 da referida lei, serão revistos a partir da competência abril de 1994, mediante a aplicação do percentual correspondente à diferença entre a média mencionada neste artigo e o salário-de-benefício considerado para a concessão. No caso dos autos, a renda mensal inicial foi calculada sobre salário-de-benefício igual à média dos 36 últimos salários-de-contribuição (RMI = SB), não incidindo a regra.5. A pretensão deduzida na inicial, assim, não procede. A sentença não merece reforma. As demais teses suscitadas em sede recursal, consistentes na revisão dereajustes, são – todas – nitidamente estranhas às causas de pedir e pedido

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010formulados na inicial, representando evidente inovação na lide.6. Recurso não provido. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 50,00 (art. 20 § 4º do CPC c/c art. 55 da Lei nº 9099/ 95), observando-se o disposto no art. 12 da Lei nº 1060 / 50. Sem custas (art.4º II – Lei 9289 / 96).A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto pela parte autora, nos termos da ementa constante dos autos, que integra o presente julgado.

120 - 2007.50.50.007112-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x LUCAS COLODETTI (ADVOGADO: MARIA DEFÁTIMA DOMENEGHETTI.). . EMENTAPREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA. LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ CARACTERIZADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto contra sentença que julgou procedente pedido de revisão de renda mensal inicial de benefício previdenciário. O INSS sustenta a decadência do direito da parte autora à revisão da RMI do benefício, nos termos do art. 103 da Lei 8213 / 91 e do enunciado 63 das Turmas Recursais dos JuizadosEspeciais Federais do Rio de Janeiro. Contrarrazões às fls.82/88. 2. A Turma Regional de Uniformização, em sessão realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguintes termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.3. No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em 11.08.1988 e, para tanto, ajuizou a presente ação em 06.07.2007, não se configurando, portanto, a decadência.4. As razões recursais fazem expressa menção ao enunciado 63 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro – no sentido de que apenas em 01.08.2007 operou-se decadência para as revisões de benefícios concedidos anteriormente a 28.06.1997 – sendo que, no caso dos autos, a ação foi proposta em 06.07.2007, o que revela propósito recursal manifestamente protelatório, configurando litigância de má-fé, na forma do art. 17 VII – CPC, e atraindo a incidência de multa.5. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor da condenação, bem como ao pagamento de multa, por litigância de má-fé, fixada em 1% sobre o valor da causa (CPC – art. 17 VII). Sem custas.

121 - 2007.50.50.007513-1/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x JOAO GERALDO DE VARGAS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.). . EMENTAPREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RMI. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA. LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ CARACTERIZADA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Recurso inominado interposto contra sentença que julgou procedente pedido de revisão de renda mensal inicial de benefício previdenciário. O INSS sustenta a decadência do direito da parte autora à revisão da RMI do benefício, nos termos do art. 103 da Lei 8213 / 91 e do enunciado 63 das Turmas Recursais dos JuizadosEspeciais Federais do Rio de Janeiro. Contrarrazões às fls. 86/93.2. A Turma Regional de Uniformização, em sessão realizada em 29.06.2009, apreciou a matéria em exame e editou o enunciado nº 8 de sua súmula, nos seguintes termos: Em 01.08.2007 operou-se a decadência das ações que visem à revisão de ato concessório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 28.06.1997, data de edição da MP nº 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/91. Precedente: processo nº 2008.50.50.000808-0.3. No caso dos autos, a parte autora busca a revisão de RMI de benefício concedido em 05.02.1985 e, para tanto, ajuizou a presente ação em 27.07.2007, não se configurando, portanto, a decadência.4. As razões recursais fazem expressa menção ao enunciado 63 das Turmas Recursais do Rio de Janeiro – no sentido de que apenas em 01.08.2007 operou-se decadência para as revisões de benefícios concedidos anteriormente a 28.06.1997 – sendo que, no caso dos autos, a ação foi proposta em 27.07.2007, o que revela propósito recursal manifestamente protelatório, configurando litigância de má-fé, na forma do art. 17 VII – CPC, e atraindo a incidência de multa.5. Recurso não provido. Condenação do INSS ao pagamento de honorários

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, bem como ao pagamento de multa, por litigância de má-fé, fixada em 1% sobre o valor da causa (CPC – art. 17 VII). Sem custas.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos da ementa que integra o presente julgado.

122 - 2008.50.01.009443-5/01 MOACYR FLAVIO PAGIOLA (ADVOGADO: LUCELIA GONCALVES DE REZENDE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.). . EMENTARECURSO INOMINADO INTERPOSTO EM FACE DE SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. DECISÃO IRRECORRÍVEL. LEI 10259 / 01 – ART. 5º. RECURSO NÃOCONHECIDO.1. Recurso inominado interposto pela parte autora contra sentença que extinguiu o processo sem resolução do mérito tendo em vista que o demandante deixou transcorrer in albis o prazo assinado para a emenda da inicial, na forma do despacho de fl. 137. Em suas razões recursais, o recorrente se limitou a reafirmar as teses defendidas na petição inicial, não se insurgindo contra os fundamentos da sentença recorrida. Contrarrazões às fls. 153 / 160.2. O art. 5º da Lei 10259 / 2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, somente se admite recurso de sentenças definitivas, sendo irrecorríveis as sentenças terminativas – hipótese dos autos. Assim, a Turma Recursal desta Seção Judiciária havia consolidado entendimento no sentido de que“Em sede de Juizados Especiais Federais não se admite recurso de sentença que extinguiu o feito sem julgamento de mérito” (Turma Recursal / ES – Súmula 12). 3. Na sessão do dia 14 / 04 / 2009, a Turma decidiu pelo cancelamento do referido enunciado, considerando, na ocasião, que embora o art. 5º da Lei nº. 10.259 / 2001 somente admita recurso contra sentença definitiva, impedir o examede recurso contra certas sentenças terminativas poderia implicar negativa de jurisdição, devendo sobrepor-se, nesse caso, a garantia constitucional do duplo grau de jurisdição.4. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que, ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual a modalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aos princípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório não constitui princípio constitucional explícito nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC 79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a lei limitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestação jurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todasas decisões judiciais. 5. Nesses termos, em que pese o cancelamento do Enunciado 12 / TRES, conclui-se que o art. 5º da Lei 10259 / 2001 não ofende qualquer princípio constitucional, não se revelando, por conseguinte, inconstitucional, razão pela qual deve incidir no caso dos autos, importando reiterar que os fundamentos da sentença não foram impugnados pelo recorrente, que apenas reescreveu as causas de pedir constantes na petição inicial.

6. Recurso não conhecido. Sem custas. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 50,00 (cinqüenta reais), com observância àregra do art. 12, da Lei 1060 / 50.ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo NÃO CONHECER orecurso interposto, nos termos da ementa que integra este julgado.

123 - 2008.50.50.004083-2/01 JAIR ALVES (ADVOGADO: ELZA AUXILIADORA LOSS DOS REIS, ROMÁRIO ORTELAN NOGUEIRA.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUCIANO PEREIRA CHAGAS.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

124 - 2008.50.50.002325-1/01 ALIDA MARIA DE SOUZA (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA

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BOLETIM 2010.000104 - SESSÃO DIA 13-04-2010RAMOS, ROGERIO SIMOES ALVES, ANA CRISTINA DELACIO ABREU.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

125 - 2007.50.50.006630-0/01 JOSE BENITO PEREZ VAQUEIRO (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

126 - 2007.50.50.007830-2/01 NILO CHRIST (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTONTEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.). .Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

127 - 2007.50.50.011416-1/01 ARISTEU SILVEIRA OSORIO (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKA SEIBEL PINTO, CRISTIANO TEIXEIRA PASSOS.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

128 - 2007.50.50.010812-4/01 ANTONIO RIBEIRO PERES (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, ROGERIO SIMOES ALVES, KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKA SEIBEL PINTO, CLEBER ALVES TUMOLI.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

129 - 2007.50.50.002892-0/01 RAIMUNDO BARCELLOS (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES,HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

130 - 2007.50.50.007698-6/01 LINO GOUVEIA (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

131 - 2007.50.50.000136-6/01 MANOEL DORIO MENDONCA (ADVOGADO: JOÃO EUGÊNIO MODENESI FILHO, KARLA CECILIA LUCIANO PINTO.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.). . Após voto do relator negando provimento ao recurso, pediu vista o MM. Juiz Federal Osair Victor de Oliveira Júnior.

Total Acolher os embargos : 1Total Dar parcial provimento : 9Total Dar provimento : 15Total Não conhecer o recurso : 4Total Não conhecer os embargos de declaração : 1Total Negar provimento : 68Total Rejeitar os embargos : 13

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