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I editorial nesta edição 41 Boletim janeiro•2004 Integrando a equipe de Gilberto Belleza por duas gestões como vice-presidente financeiro, me sentia feliz participando, nos bastidores, do sucesso e desempenho das empreitadas e ini- ciativas do Instituto de Arquitetos do Brasil. São inumerá- veis as ações da Diretoria deste departamento nessas últimas gestões. Entretanto, nunca havia imaginado a possibilidade da minha indicação para o cargo de presidente do Instituto. Assumimos a indicação, articulamos a chapa e enfrentamos o processo eleitoral, durante o qual aprofundamos o contato com toda a diversidade interna, cultural e política de nosso próprio Instituto. Aprendemos muito e estou certo de que muito ainda vamos aprender. Agora passados os momentos de disputa eleitoral, assentada a poeira, devemos começar o trabalho. Vamos trabalhar com uma série de objetivos que vão perseguir de um lado a continuidade dos esforços das diretorias anteriores e, de outro, procurar agregar novos valo- res ao trabalho do Instituto, com ênfa- se à realidade cotidiana do associado. Um dos focos principais desta nova gestão é o associado. Assim, estamos instituindo uma gerência específica para ouví-lo - a GERÊNCIA DO ASSOCIADO – IAB-SP –, para co- nhecer suas necessidades e preocu- pações do dia a dia. O apelo e o mote de nossa cam- panha foram: IAB Forte / IAB dos Arquitetos, que significa que o IAB não é um espaço para poucos ami- gos, mas ponto de encontro de to- dos os colegas arquitetos engajados com a produção arquitetônica de qualidade em suas múltiplas origens e resultados. As propostas de nossa plataforma permanecem abertas para a discussão e critica dos cole- gas. São muitas as áreas de trabalho onde devemos atuar. O Colégio Bra- sileiro de Arquitetos, representações públicas junto ao governo estadual e aos vários municípios de nosso Estado. Cursos, palestras, deba- tes, eventos e obviamente festas e celebrações, pois ninguém é de ferro. Toda uma agenda especial está sendo construída, pri- vilegiando o associado. A qualidade de um projeto arquitetônico atinge seu maior impacto quando privilegia o uso coletivo, pois é no encontro das pessoas que a arquitetura ganha a sua maior força, expressividade e legitimidade. Queremos incorporar esse conceito na adminis- tração de nosso Departamento, tornando-o um verdadeiro pon- to de encontro dos associados, um local para se discutir a arqui- tetura como expressão da cultura brasileira. Devemos apoiar as ações de qualidade que atendam as neces- sidades de nosso povo por moradia adequada, por um desenvol- vimento ordenado de nossas cidades e o respeito ao meio ambi- ente natural e construído como patrimônio de todos. Afinal, o IAB-SP sempre foi um canal e uma tribuna aberta e transparente, divulgando as posições dos arquitetos sobre os grandes te- mas que afetam o cidadão paulista e brasileiro. Assumimos a Presidência de um departamento que é estadual, e des- ta forma todas as nossas ações terão caráter e abrangências estaduais. Saudamos os presidentes e dire- torias dos vários Núcleos de nosso departamento recém-eleitos que deverão participar ativa e coordenadamente da agenda pro- posta contando também com o apoio e a direção dos novos vice-presiden- tes de Núcleos e do próprio presi- dente estadual. A voz do IAB não é a de seu pre- sidente, mas a voz de seu associado. Portanto colega arquiteto, com você a palavra e a ação! VAMOS À LUTA. Depoimentos ................. 3 SP 450 anos ................. 4 Opinião ........................ 8 Entrevista ..................... 9 Os arquitetos têm uma resposta muito importante a dar para a solução dos problemas da habitação, do planejamento urbano, da gestão do espaço público e do patrimônio ambiental (natural e construído). O IAB-SP é o fórum de discussão destes problemas e a gestão que se inicia irá aglutinar as múltiplas respostas representando dignamente a riqueza do pensamento arquitetônico paulista À luta PAULO SOPHIA presidente do IAB/SP Capa do livro “Profissionais da Cidade”. detalhe do vitral do edifício Ramos de Azevedo, SP CANDIDA MARIA VUOLO Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP

Boletim 41 - iabsp.org.br · de Azevedo, SP CANDIDA MARIA VUOLO Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP. ... Arq. José Ignacio Sequeira de Almeida COMISSÃO OPERAÇÃO URBANA

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janeiro•2004

Integrando a equipe de Gilberto Belleza por duas gestõescomo vice-presidente financeiro, me sentia feliz participando,nos bastidores, do sucesso e desempenho das empreitadas e ini-ciativas do Instituto de Arquitetos do Brasil. São inumerá-veis as ações da Diretoria deste departamento nessas últimasgestões. Entretanto, nunca havia imaginado a possibilidade daminha indicação para o cargo de presidente do Instituto.

Assumimos a indicação, articulamos a chapa e enfrentamos oprocesso eleitoral, durante o qual aprofundamos o contato comtoda a diversidade interna, cultural e política de nosso próprioInstituto. Aprendemos muito e estou certo de que muito aindavamos aprender.

Agora passados os momentos de disputa eleitoral, assentada apoeira, devemos começar o trabalho.

Vamos trabalhar com uma série de objetivos que vão perseguirde um lado a continuidade dos esforços das diretorias anteriores e,de outro, procurar agregar novos valo-res ao trabalho do Instituto, com ênfa-se à realidade cotidiana do associado.

Um dos focos principais desta novagestão é o associado. Assim, estamosinstituindo uma gerência específicapara ouví-lo - a GERÊNCIA DOASSOCIADO – IAB-SP –, para co-nhecer suas necessidades e preocu-pações do dia a dia.

O apelo e o mote de nossa cam-panha foram: IAB Forte / IAB dosArquitetos, que significa que o IABnão é um espaço para poucos ami-gos, mas ponto de encontro de to-dos os colegas arquitetos engajadoscom a produção arquitetônica dequalidade em suas múltiplas origense resultados. As propostas de nossaplataforma permanecem abertaspara a discussão e critica dos cole-gas.

São muitas as áreas de trabalhoonde devemos atuar. O Colégio Bra-sileiro de Arquitetos, representaçõespúblicas junto ao governo estadual e

aos vários municípios de nosso Estado. Cursos, palestras, deba-tes, eventos e obviamente festas e celebrações, pois ninguém éde ferro. Toda uma agenda especial está sendo construída, pri-vilegiando o associado.

A qualidade de um projeto arquitetônico atinge seu maiorimpacto quando privilegia o uso coletivo, pois é no encontro daspessoas que a arquitetura ganha a sua maior força, expressividadee legitimidade. Queremos incorporar esse conceito na adminis-tração de nosso Departamento, tornando-o um verdadeiro pon-to de encontro dos associados, um local para se discutir a arqui-tetura como expressão da cultura brasileira.

Devemos apoiar as ações de qualidade que atendam as neces-sidades de nosso povo por moradia adequada, por um desenvol-vimento ordenado de nossas cidades e o respeito ao meio ambi-ente natural e construído como patrimônio de todos.

Afinal, o IAB-SP sempre foi um canal e uma tribuna aberta etransparente, divulgando as posiçõesdos arquitetos sobre os grandes te-mas que afetam o cidadão paulista ebrasileiro.

Assumimos a Presidência de umdepartamento que é estadual, e des-ta forma todas as nossas ações terãocaráter e abrangências estaduais.

Saudamos os presidentes e dire-torias dos vários Núcleos de nossodepartamento recém-eleitos quedeverão participar ativa ecoordenadamente da agenda pro-posta contando também com o apoioe a direção dos novos vice-presiden-tes de Núcleos e do próprio presi-dente estadual.

A voz do IAB não é a de seu pre-sidente, mas a voz de seu associado.Portanto colega arquiteto, com vocêa palavra e a ação!

VAMOS À LUTA.

Depoimentos .................3SP 450 anos .................4Opinião ........................8Entrevista ..................... 9

Os arquitetos têm uma resposta muito importante a dar para a solução dosproblemas da habitação, do planejamento urbano, da gestão do espaço públicoe do patrimônio ambiental (natural e construído). O IAB-SP é o fórum de discussão

destes problemas e a gestão que se inicia irá aglutinaras múltiplas respostas representando dignamente ariqueza do pensamento arquitetônico paulistaÀ luta

PAULO SOPHIA presidente do IAB/SP

Capa do livro “Profissionais da Cidade”.detalhe do vitral do edifício Ramosde Azevedo, SP

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Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SPInstituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP

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Biênio 2004 / 2005COMISSÕES DE TRABALHOSDO IAB/SPA atual diretoria do IAB/SP se propõe arecuperar a atuação da entidade baseadanas Comissões de trabalho, por issoestamos remontando vários grupos deapoio à diretoria. As Comissões deverão sereunir mensalmente e os associados quedesejam participar devem se inscreverjunto à secretaria.

COMISSÃO DE PLANEJAMENTO URBANOCoordenação: Arq. Rosa PuchalaComposição inicial: Arqs. Candido Malta Campos,Alberto Botti, Joaquim Guedes, José Magalhães Jr. eTito Livio Frascino

COMISSÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONALCoordenação: Arq. Candi HiranoComposição Inicial: Arqs. Francisco Petraco, ValterCaldana, Arnaldo Martino, Antonio Carlos Sant’annae Paulo Correa

COMISSÃO DE PRATICA PROFISSIONALCoordenação: Arq. Lucio Gomes MachadoComposição inicial: Arqs. César Bergstrom, EdsonElito e Marcos Toledo

COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONALCoordenação: Arq. Marco FogacciaComposição inicial: Arqs. José Eduardo Tibiriçá,José Luis Tabith, João Honório de Mello Filho, ValterCaldana, José Borelli, Ronald Tanimoto e MiguelFabregues

COMISSÃO DE HABITAÇÃOCoordenaçãoArq. Joan VilláComposição inicialArq. Elisabete FrançaArq. Pedro Paulo de Melo Saraiva

COMISSÃO DE PATRIMONIO HISTÓRICOCoordenação: Arq. Marcos CarrilhoComposição inicial: Arqs. José Carlos Ribeiro deAlmeida, Jon V. Maitrejeam, Haroldo Galo, GuilherneMota e Victor Hugo Mori

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E PAISAGEMURBANACoordenação: (a definir)Composição inicial: Arqs. Miranda M. Magnoli,Ana Maria Antunes Coelho, Fabio Vital, JoséRicardo de Carvalho, Adauto Paes Manso, PedroMendes da Rocha, Issao Minami e Eduardo deJesus Rodrigues

COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO EMARQUITETURACoordenação: Arq. Arnaldo MartinoComposição inicial: Arqs. José Luis Tabith, JoãoHonorio de Melo Filho e José Borelli

COMISSÃO DE TRANSPORTESCoordenação: Arq. Anne Marie SummerComposição inicial: Arqs. Pedro de Melo Saraiva eSilvana Zione

COMISSÃO DE CONCURSOSCoordenação: (a definir)Composição inicial: Arqs. Antonio Cláudio, AlfredoBianco, Eduardo de Castro Mello, Gilberto Belleza,Jose Carlos Ribeiro de Almeida, Paulo Sophia e ValterCaldana

COMISSÃO DE HONORÁRIOS DO IAB-SPCoordenação: (a definir)Composição inicial: Arqs. Takeo Tanaka, Helia M.Vendramini Neves, Leda Van Bodegraven, Luis CarlosPereira Viviani, Carlos Andrigo, Glaucy Rillian de Oli-veira, Armando Coppini Jr., Paulo O. Pascotto, Arman-do Cunha, José Roberto Costa Lima, Leandro EdwardCarlovich, Ricardo Bastos Calabrese, Markus FernandoKenzler, Eduardo Habu, Aliana F. V. Teramaki eAparecida Bou Ghosn.

REPRESENTANTES DO IAB/SP:ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICASArq. Geraldo Gomes Serra

CEUSOMiriam Tibiriça – TitularGilberto Belleza – Suplente

CIC – COMISSÃO DA INDUSTRIA E CONSTRUÇÃOPedro Cury – TitularEleftérios Athanasopoulos – Suplente

CNLU – COMISSÃO NORMATIVA DE LEGISLAÇÃOURBANAArq. Tito Livio Frascino – TitularArq. José Luiz Tabith Jr. – Suplente

SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTOURBANO – COMISSÃO DE PROTEÇÃO A PAISAGEMURBANA – CPPUArq. João Carlos Cauduro – TitularArq. Sylvio de Ulhoa Cintra Filho – Suplente

COMISSÃO FUNDO ROTATIVO ESPECIAL/LOTERIAHABITACIONAL – SECRETARIA DE HABITAÇÃOArq. José Ignacio Sequeira de Almeida

COMISSÃO OPERAÇÃO URBANA – CENTRO/EMURBArq. Rosa Maria Puchala – TitularArq. Francisco Spadoni – Suplente

COMISSÃO PLENÁRIA DELIBERATIVA DO PROGRAMADE REQUALIFICAÇÃO URBANA E FUNCIONAL DAREGIÃO DA RUA TREZE DE MAIO – PROBEXIGAArq. Rogerio Marcondes Machado – TitularArq. José de Souza Moraes – Suplente

COMLU – COMISSÃO MUNICIPAL DE LIMPEZAURBANA:Arqª. Mônica Teófilo Drucker – TitularArqª. Maria Helena Bronowski – Suplente

CONDEPHAATArq. Jon Andoni V. Maitrejean

CONPRESPArq. Marcos José Carrilho

CONSEMAArq. Eduardo Trani – TitularArqª. Violeta Saldanha Kubrusly – Suplente

CREA/SPTitularArqs. Valter Caldana, José Borelli Neto, José Carlos I.Ribeiro de Almeida, Miguel Gustavo Fabregues, PedroPaulo de Melo Saraiva, Elisabete França, Ronald CelestinoTanimoto, Gilberto BellezaSuplenteArqs. Jose Luiz Tabith Jr., Rolando Rodrigues da Costa,Paulo Oropallo PascottoFrancesco Rivetti, Edson Jorge ElitoRegina Maria Duarte Doria

COMISSÃO PERMANENTE DE ACESSIBILIDADE – CPAArq. Francisco Prestes Maia Fernandes – TitularArqª. Renata Helena de Paula – Suplente

FÓRUM SÃO PAULOArq. Sergio Zaratin – TitularArqª. Helena Aparecida Ayoub Silva – Suplente

PROCENTROArq. José Armenio de Brito Cruz – TitularArq. Pedro Nosralla Jr. – Suplente

PROPAULISTA – COMISSÃO PLENÁRIA DELIBERATIVADO PROGRAMA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA EFUNCIONAL DA REGIÃO DA AV. PAULISTAArq. Pedro Cury – TitularArq. Fernando Magalhães Jr. – Suplente

SEHAB / COLEGIADOArq. Marco Fogaccia – TitularArq. Gilberto Belleza – Suplente

CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTEE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIADO VERDE E MEIO AMBIENTEArq. Miranda Martinelli Magnoli – TitularArqª. Ana Maria Antunes Coelho – Suplente

CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTOURBANO DE SANTOSArq. Nelson Goncalves de Lima

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTOURBANO DE SÃO PAULO – SEMPLA CONSELHOCONSULTIVO / PLANO DIRETORArq. Rosa Maria Puchala – TitularArq. Gilberto Belleza – Suplente

CONSÓRCIO “PLANTAS ON LINE”Arq. Paulo Sophia

RELAÇÃO DE NÚCLEOS (INTERIOR)DO IAB-SP: PRESIDENTESAmericana – Victor Chinaglia Jr.

Araraquara – Renata Aboud Barbugli

Bauru – Wagner Domingos

Campinas – Marcelo Daniel Hobeika

Franca – Cláudio Barbosa Ferreira

Guarulhos – Mario Yoshinaga

Itatiba – José Augusto Silveira Franco

Jundiaí – Ricardo Ropelli Felippi

Litoral Norte – Davison Becato

Marilia – Mauricio Santana Rezende

Mogi das Cruzes – Ana Maria Abreu Sandim

Presidente Prudente – Kazuo Maezano

Ribeirão Preto – Onésimo Carvalho

Santo André – Roberto Dias Marin

São Carlos – Regina Maria Duarte Doria

São José dos Campos – Rolando Rodrigues da Costa

São José do Rio Preto – Márcia B. Pontes Gestal

Sorocaba – Paulo Cesar Freire

Sumaré – Fernando Rodrigues Neto

Suzano – Eduardo Habu

Taubate – Paulo Gomes de Oliveira

Vinhedo – Aurivaldo F. de Carvalho Pacheco

Presidente: Paulo Sophia1o vice-presidente: Eduardo de Jesus Rodrigues2o vice-presidente: Décio Tozzi3o vice-presidente: Antonio Cláudio P. da FonsecaSecretário geral: Larissa Garcia Campagner1o secretário: Lílian Dal Pian2o secretário: Cecília Pisetta1o tesoureiro: Carlos Carmelo de Benedetto2o tesoureiro: Pedro Nosralla Júnior

Diretores:• Jaime Cupertino • Pedro de Melo Saraiva• Fernando de Magalhães Mendonça• Regina Helena Vieira Santos • Francisco PrestesMaia Fernandes • Elefterios A. Athanasopoulos

Conselho Fiscal:• Roberto Selmer Jr • José Renato SoibelmannMelhem • Poliana de Melo Leite

Conselho Superior (titulares):• Gilberto Silva D. Oliveira Belleza• Pedro Antonio Galvão Cury • Pedro Paulo deMello Saraiva • Joaquim Guedes • Renato LuizMartins Nunes • Edson Jorge Elito • MarceloDaniel Hobeika • Eduardo Habu • Mario Yoshinaga

Conselho Superior (suplentes):Elisabete França • João Honório de Mello Filho• José Eduardo Tibiriçá • Lucio Gomes Machado• José Magalhães Jr • Valter Caldana • Paulo CésarFreire • Fernando Rodrigues Neto • AurivaldoFarias de C. Pacheco

Vice-presidentes regionais de NúcleosJoaquim Caetano de Lima Filho – CampinasElisabeth Brigida Bottamedi – São CarlosAna Maria Abreu Sandim – Mogi das CruzesMaria Cristina Bondezan – MariliaPaulo Roberto Correa – Bauru

Conselho Superior Consultivo• Carlos Bratke • José Carlos Ribeiro de Almeida• Arnaldo Martino • Titio Livio Frascino• Antonio Carlos Sant’Anna Jr • Ubyrajara Gilioli

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Depoimentos

Pela primeira vez participo de uma Diretoria do IAB. É, portanto, com grande expectativa e entusi-asmo que vejo a possibilidade de contribuir para a valorização da arquitetura e do arquiteto. Aconsciência da abrangência da ação do IAB junto à sociedade nas questões relativas à cidade e àarquitetura foi, para mim, uma surpresa. O grande número de pessoas envolvidas nas representa-ções e comissões possibilita ao IAB uma presença e uma capacidade de entender e questionar ostemas da cidade...Esta capacidade não só aumenta nossa responsabilidade, como confirma a neces-sidade do IAB ter uma estrutura que permita que o conhecimento gerado nos grupos seja repassadoaos arquitetos e à sociedade como um todo

Jaime Cupertino Diretoria

IAB forte Nesta edição, o Boletim inicia uma série de depoimentos demembros da Diretoria e dos núcleos sobre a nova gestão:

O interior mais próximo da capital! Mais que uma luta entre tantas outras nos planos da novaDiretoria do IAB/SP, deverá aperfeiçoar o processo de troca de experiências e informações, deposturas, do modo de ser as coisas, a vida e a arquitetura. O interior é diferente: aqui, há maistempo, com maior intimidade entre as pessoas e maior proximidade com o poder público e possi-bilidade de maior interação entre os profissionais. O IAB deve ser o agente catalisador desse processo,por uma qualidade melhor no exercício da arquitetura, na prática da ética profissional, na luta pelacoerência e respeito à cobrança dos honorários, na defesa não só do arquiteto – sujeito a maus clientes–, como da sociedade – sujeita a maus profissionais. Existe vontate e iniciativa na nova Diretoria, daqual, com prazer, faço parte

Cristina Bondezan vice-coordenadora dos Núcleos

“Esta gestão do IAB/SP incentivará principalmente as propostas de desenvolvimento harmônico,equilibrado, para o Estado de São Paulo. Assim, estaremos sempre atentos às políticas públicas eprivadas que visem ao equilíbrio entre as regiões características de nosso Estado, diluindo áreas depobreza e propiciando dinâmica de desenvolvimento econômico e social. Nossa história impõe acontinuada luta por uma relação correta entre o espaço construído e o espaço natural na ocupaçãodo território, o que implica, certamente, o envolvimento e participação de todos os arquitetos. E oIAB estará à frente desse processo

Décio Tozzi 2o vice-presidente

Nossa gestão se inicia com a intenção de dar continuidade ao trabalho de fortalecimento de nossaentidade, do qual participamos nas duas últimas gestões. Poderia falar de cada uma das propos-tas de nossa plataforma, porém gostaria de ressaltar uma delas, como arquiteta de uma geraçãonova, que foi a possibilidade encontrada por mim de participação e envolvimento efetivos nasatividades diversas realizadas pelo IAB/SP. Possibilidade esta que é um dos temas que nossagestão quer abordar estreitando o contato do nosso Instituto com os arquitetos em busca daparticipação maior de nossos colegas

LARISSA GARCIA CAMPAGNER Secretaria Geral

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CSP 450 anos

Cidade de várias linguas, raças, estilos e religiões, segundo oantropólogo italiano Massimo Canevacci, a capital do Estado de SãoPaulo continua enfrentando problemas estruturais na áreaambiental, humana e urbana.

Uma série de projetos – decorrentes de concursos públicos munici-pais ou estaduais (muitos esquecidos na gaveta), envolvendo cente-nas de profissionais da capital, do interior e do país poderia reverter ocenário de carência urbana., qualificando a paisagem e o espaço construídoda cidade-metrópole que comemora seus 450 anos de fundação.

A título de registro (e lembrete), o Boletim celebra a data,revisitando e re-vendo alguns projetos que, se concretizados, a ci-dade e o cidadão, com certeza, agradeceriam. Alguns desses proje-tos foram tema, inclusive, da exposição “O que São Paulo per-deu” organizada pelo IAB paulista. Outros participam da exposição(Re)conhecer o Centro (veja Agenda). Agora, a nova Diretoriaorganiza outra mostra sobre projetos para o Centro.

Um projeto para as Marginais:

Planejadas como vias estratégicas para a cidade e para que vem ou vaipara o interior, as Marginais Pinheiros e Tietê foram notícia em 2003 emfunção de problemas de megacongestionamentos e enchentes recorren-tes. Com 21 trabalhos inscritos, o concurso nacional de idéias para aestruturação urbana e paisagística das Marginais, promovido pela Pre-feitura, com apoio do IAB, destacou três projetos. Ou seja::

1) o da equipe Bruno Padovano2) o da equipe Francisco Spadoni3) o da equipe Maria Helena M. Vieira O projeto vencedor trabalha com duas áreas-pólos distintas: uma

junto ao Parque Ecológico Tietê, funcionando como pólo turístico,com um teleporto e um centro ecumênico. Outra, próxima à repre-sa de Guarapiranga, onde poderia ser construída uma vila olímpica,com infra-estrutura para o transporte fluvial. O projeto, segundo ojúri, “apresenta forte consistência entre a conceituação do PlanoDiretor e as soluções pontuais, boa abrangência, tanto nos aspectos

“Saber olhar já é ummomento fundamental de

interpretação”in “A Cidade Polifônica”, de,

Massimo Canevacci

Projetos para qualificar eurbanísticos quanto paisagísticos, atendendo de forma harmônica eequilibrada a todas as áreas e a todos os questionamentos do edital...”.

Já a proposta da equipe Spadoni, trabalha em cima da proposi-ção de uma área vegetal ou áreas verdes que poderiam ser instala-das nos espaços públicos e nos vazios residuais existentes. Essas áreas,implantadas ao longo das vias expressas, conformariam uma florestaurbana, possibilitando a recuperação de áreas da antiga várzea.

O projeto da equipe representada por Maria Helena se detevenuma proposta basicamente ambientalista, sugerindo corredoresecológicos, bosques e parques, destinados à preservação da nature-za e à qualidade ambiental do espaço público.

“ A mais paulista das avenidas...”

Celebrada como um dos principais cartões postais da cidade, aavenida Paulista mantém seu charme e fascínio. Passarela de come-morações esportivas, pista final da corrida de São Silvestre. Cartãoque ostenta, entre tantos projetos clássicos, o MASP, de Lina BoBardi, ponto de referência dos “caras pintadas” do movimento paraa deposição do governo Fernando Collor. O Conjunto Nacional, deDavid Libeskind, o conjunto Paulicéia e São Carlos do Pinhal, deJacques Pilon e Giancarlo Gasperini, o edifício-sede da CBPO, deR. Rocha Diniz e Sidônio Porto, além do Instituto Cultural Itaú, dePaulo Mendes da Rocha, o Banco Sul Americano, de Rino Levi,Cerqueira Cesar e Luis Roberto Carvalho Franco, o edifício Aveni-da, de Pedro Paulo de Melo Saraiva e Miguel Juliano , o edifício-sede da Fiesp, de Roberto Cerqueira Cesar e Luis Roberto Francoou o Nações Unidas, de Abelardo de Souza.

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humanizar a capital do Estado Objeto de concurso promovido pela Sempla, o projeto vence-

dor foi da equipe coordenada pelos arquitetos José Magalhães Juniore Francisco Xavier Magalhães. A equipe propõe a construção deuma plataforma elevada com 10 m de largura, no canteiro central,que receberiam os equipamentos urbanos, como pontos de ônibus.A plataforma conectada às estações do metrô, apresenta trechoscobertos, com cruzamentos em desnível nas transversais e defronteao Masp. Outras equipes vencedoras: José S. Moraes, Fabio Gomese Vital Pessoa de Mello.

De volta ao Centro

Seguindo a tendência internacional de valorização de antigos cen-tros urbanos, o chamado Centrão de São Paulo também foi tema deum concurso promovido pela Prefeitura paulistana, nos anos 90, quemobilizou 64 equipes profissionais de todo o país. O concurso con-templou o Vale do Anhangabaú, o Parque Dom Pedro, a ZonaCerealista e o pátio de manobras do Pari (antiga estação ferroviária)

O edital solicitava atenção à diversidade funcional, à vocação deSão Paulo para Cidade Mundial, à questão da acessibilidade e à ên-fase ao transporte coletivo. Resultado:1o lugar: equipe João Batista Martinez Corrêa;2o lugar: equipe Vital Pessoa, Amélia Reynaldo e Célia da Rocha,do Recife, PE.3o lugar: equipe José S. Moraes4o lugar: equipe Carlos Teixeira, de Belo Horizonte, MG;5o lugar: equipe Renato e Lílian Dal Pian.

Corredor CulturalO plano de intervenção, anunciado pela prefeita Marta Suplicy,

traz como objetivo melhorar a circulação de pedestres e de veícu-los, na área central da cidade, além de ampliar o número de moradi-as, restaurar prédios antigos, criar um novo mobiliário urbano, de-senhando um corredor cultural no trecho entre a praça Dom Gaspare a Praça Patriarca, interligando, com isso, edifícios significativos,como a galeria Prestes Maia, o Teatro Municipal, a Biblioteca Mariode Andrade e o Shopping Light. Na área funciona, desde o dia 25de janeiro, a nova Prefeitura de São Paulo instalada no antigo edifí-cio do Banespa. Uma área, que nos anos 60 e 70, abrigava escritóri-os e grandes salas de cinema da cidade, além do café Paris, reduto

de intelectuais e cineastas paulistas, como o crítico Paulo Emílio e ocineasta Walter Khoury.

Vale do Anhangabau: o “core”da metrópole

Classificado de o grande “core”, onde nasceu o núcleo urbanocentral , a partir do qual a cidade se expandiu em outras direções, oVale do Anhangabaú passou por várias intervenções urbanísticas, aolongo da história. Em 81, foi objeto de um megaconcurso, com 155participantes, vencido pela equipe liderada pelos arquitetos JorgeWilheim, Rosa Kliass e Jamil Kfouri. Solução: a construção ao longodo vale de dois túneis cobertos por uma grande praça recuperandoo caráter simbólico da área. Área emoldurada pelo Teatro Munici-pal, jardins, escadarias, fontes, esculturas e um renque de palmeirasimperiais, além dos viadutos de Santa Ifigênia, do edifício JoãoBrícola/Mappin e do viaduto do Chá, projetos de Elisiário Bahiana.E o antigo hotel Esplanada (hoje edifício da Votorantim), projetadopor Ramos de Azevedo.

Um pedra no caminho: Carandiru

Quem assistiu ao filme de Hector Babeco, com certeza, não vaiesquecer o que significou o antigo Carandiru - o maior complexopresidiário do Estado - na história e consciência contemporânea deSão Paulo. Um holocausto!

Em seu lugar, surge o Parque da Juventude, que resultou de umconcurso nacional realizado em 99. Organizado pelo governo doEstado e o IAB, o concurso para ocupação da área onde se encon-travam as antigas edificações do complexo, recebeu 58 propostas.O projeto vencedor, da equipe do escritório Aflalo & Gasperini),

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SP 450 anossegundo o júri, possibilitou a requalificação das edificações, confe-rindo caráter peculiar às novas finalidades programáticas do com-plexo desativado. Em 2o lugar: equipe Paulo Bastos. Em 3o: a equi-pe Mario Biselli,.

Aos vencedores, o Largo da Batata

Outro concurso marcante, que recebeu 42 propostas: o do Largoda Batata, promovido pela Prefeitura, a Sempla, a Emurb, a Admi-nistração Regional de Pinheiros, com organização do IAB. Objeti-vos? Entre outros:

• A alteração e reformulação do sistema viário da área;• A valorização dos espaços públicos destinados à circulação de

pedestres, , acessibilidade, estar, lazer e cultura, incluindotratatamento paisagístico da região;

• A proposição de novos espaços públicos, além da articulaçãofísica e formal dos elementos funcionais e de infra-estrutura.

Vencedores: equipe Tito Lívio (1º lugar), equipe Maria doCarmo Vilarino (2o lugar) e , em 3o, a equipe de Luiz EspallargasGimenez.

Hora de restaurar.De ressuscitar!

Com estímulo da associação Viva o Centro, criada nos anos 90, daqual o IAB também participou, inaugura-se uma nova etapa de açõeslocais: o da requalificação ou revitalização de edifícios ou espaçoshistóricos da área central. Objeto de concursos ou não, alguns pro-jetos de restauro e adaptação ainda estão no papel, outros finaliza-dos e alguns, como a Estação da Luz (que já foi um dos pontos-chave de ligação entre a capital e as cidades do interior), com proje-to de Helena Saia e o Mercadão, sob a direção de Pedro PauloMelo Saraiva, projetos em andamento.

Entre outros projetos, que mudaram o cenário da cidade: a refor-ma da antiga estação Júlio Prestes, antiga Estação Sorocabana, pro-jetada por Christiano das Neves nos anos 20. Ali, surgiu um com-plexo cultural, como a Sala São Paulo, idealizado pela equipe doarquiteto Nelson Dupré.

A Pinacoteca do Estado, projeto de Paulo Mendes da Rocha, querecebeu o prêmio Mies van der Rohe para a América Latina, como“um expressivo trabalho de preservação do patrimônio cultural eum exemplo de vitalidade da arquitetura latino-americana”.

O edifício Copan, um dos ícones de São Paulo projetado porNiemeyer, cujo trabalho de renovação foi coordenada pela equipe

A “Cidade dos Mil Povos,com populações de culturas

diversas, cresceu praticamentesem planejamento...”

José Magalhães Jr

Patriarca

Copan

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de Ciro Pirondi, por indicação do próprio Niemeyer. O Copan foicenário do filme “Cleo e Daniel”, baseado no livro de Roberto Freire.

O prédio do antigo Dops (Departamento de Ordem Política eSocial), projetado por Ramos de Azevedo, em 1914. Um dos símbo-los da ditadura, nos anos 60/70, o prédio, onde tantos militantesforam torturados, se transformou, sob a coordenação de HaronCohen, num Centro Cultural, com exposições com temáticas relaci-onadas à cidadania, aos direitos humanos e à democracia.

A praça do Patriarca, cujo projeto de reurbanização foi coordena-do por Paulo Mendes da Rocha. Além da restauração do piso origi-nal da praça, a obra incluiu uma cobertura metálica suspensa e umportal, criando um novo cenário urbano junto ao acesso da galeriaPrestes Maia, sob o viaduto do Chá. A Biblioteca Mario de Andrade,com projeto de restauro de Fábio Penteado e o Sesc-24 de maio(antigo edifício Mesbla), com assinatura de Paulo Mendes, projetoque se encontra em obras.

A Catedral da Sé, construída no século XX, em estilo gótico-renascentista, que se mantinha inacabada, foi restaurada e concluí-da pela equipe de Paulo Bastos. Implantada na praça da Sé, marcozero da cidade, a catedral marcou nossa história como cenário demanifestações e comícios, como o das Diretas já!, com a presençade lideranças políticas e religiosas (Lula, Tancredo Neves, MarioCovas, dom Paulo Arns, Ulysses Guimarães, entre tantos), pela re-conquista da democracia, nos anos 70 e 80.

O retrofit do antigo hotel Jaraguá e da antiga sede do jornalEstadão e depois do Diário Popular, na esquina da Major Quedinhoe da Martins Fontes, trabalho conduzido por Miguel Juliano.

E, finalmente, a recuperação e reciclagem do antigo edifício cen-tral da ECT- Correios, em São Paulo. O projeto, assinado pelo Gru-po Una, foi escolhido num concurso nacional realizado em 96. Aproposta elaborada pela equipe previa transformar o espaço numcentro cultural, com cinemas, teatro, biblioteca, auditórios, restau-rantes, cafés, além de continuar funcionando como agência dosCorreios, responsável grande número de mensagens gráficas e ma-nuscritas em plena era eletrônica da internet. O prédio, protegidoatualmente por tapumes, ostenta uma placa de obras que ainda nãosaíram do papel.

PESQUISA: JOSÉ WOLF

DepoimentoComo cidadãos mais ainda como profissionais, não podemos ficar alheios ao âmbitoimediato que nos rodeia através da percepção de nossas trilhas diárias, assim como ouniverso físico sobre a qual estamos submersos.Assim vivemos uma permanente angústia do olhar crítico que não nos abandona, uma permanenteinsatisfação, que contraditoriamente amamos possivelmente porque vislumbramos sua transformação.Não bastaram 450 anos para poder descrever nossa cidade, esta permanente impaciência latina dequerer que os resultados sejam imediatos tem como conseqüência esta sensação que está tudo porconcluir, ou seja, está tudo permanentemente inacabado, e todo intento parece que fica enclaustradoapenas nos desejos.São Paulo, esta sua realidade a qual presto meu maior homenagem, porque nos desafia a decifrá-latrabalhosamente para poder tirar dela qualquer sinal de localização e reconhecimento. São Paulo écomo um “palimpsesto” sem páginas em branco a desvirginar, onde esta realidade “ tão pouco bela” etão pejorativamente criticada tem muito a nos ensinar a respeito da história da cultura, e que semdúvidas encerra entre suas frestas sua própria transformação.

Héctor Vigliecca

Correios

Mercadão

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Resenha

Idéias, projetos e lutas. Sem dúvida, umlivro necessário para se reler uma faseinstigante da história política da arqui-

tetura paulista moderna, quando o mestreVilanova Artigas era o grande condotiere in-telectual e os princípios modernistas con-quistavam mentes e corações de toda umageração de arquitetos. Dissidentes, alterna-tivos ou na contramão das correntes intelec-tuais vigentes, os jovens Flávio Império,Lefèbre e Sérgio Ferro lutam por um novomodelo de habitação e arquitetura, critican-do valores considerados socialmente ou cul-turalmente incorretos.

Autor de um texto contundente – O Can-teiro e o Desenho, que se transformou numlivro, em 1979, Sérgio Ferro acabou se exi-lando na França, onde vive. Conforme re-gistra Hugo Segawa, no livro “Arquiteturasno Brasil”, o “ Canteiro e o Desenho” foi umdos mais mencionados trabalhos entre osestudantes de arquitetura muito embora ra-ramente lido na íntegra e compreendido”.

Um dos seus interlocutores fiéis, RodrigoLefèvre, companheiro de trabalho de Ser-gio Ferro, mantinha-se no canteiro, sem seafastar da prancheta. Acabou morrendo naÁfrica num canteiro de obras, quando reali-

Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro,Grupo Arquitetura Nova, de Ana Paula Koury

zava trabalho para uma empresa deconsultoria brasileira.

Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e SergioFerro são da mesma geração de arquitetos ecada um deles trouxe para o exercício da ar-quitetura uma contribuição particular. Alémda arquitetura, Flávio Império se destacoucomo grande cenógrafo. Entre seus traba-lhos destaca-se a cenografia da peça – Mor-te e Vida Severina – nos anos 60. O livro,da coleção Olhar Arquitetônico, volume I,resgata idéias e projetos que merecem ser co-nhecidos pelas novas gerações, e revisitadospor arquitetos de uma geração de tantas lu-tas e sonhos, que mudaram de rumo e tática,mas não envelheceram...Inf.: www.vitruvius.com.br/romanoguerra

I n memoriamArquiteto, Sérgio fez parte de uma geração– junto com os arquitetos Rodrigo Lefrevre,Sérgio Ferro, Flávio Império e, sobretudo,Mayumi Souza Lima, que foram fundamen-tais para a formação profissional, política eética de várias gerações de arquitetos. Du-

OpiniãoCompanheiros arquitetos

A classe dos arquitetos vem assistindopassivamente a concorrência desleal promo-vida por algumas firmas de engenharia e ar-quitetura, que aceitam fazer gratuitamenteestudos, anteprojetos, apresentações emmulti mídia, etc., em troca da promessa departicipação na elaboração destes projetosno futuro.

O IAB precisa abrir uma campanha deesclarecimento aos arquitetos e ao públi-co em geral, que são os verdadeiros cli-entes, no sentido de impedir este tipo deação predatória, que está exterminandoos escritórios de arquitetura, transfor-mando os arquitetos brasileiros, que jáforam valorizados no mundo, em verda-deiros pedintes.

Esta bandeira precisa ser levantada pelanova diretoria do IAB, considerando que, otão esperado Conselho de Arquitetura eUrbanismo, talvez, nem precise nascer, por-que poderá não haver mais arquitetos parajustificar sua existência.

Atenciosamente

JOSÉ ROBERTO DA COSTA LIMA

José Roberto da Costa LimaAcuso o recebimento de seu e-mail e peço

desculpas pela demora na resposta.São relevantes os pontos levantados e

gostaria da sua opinião, do seu trabalho eda sua presença discutindo o assunto nopróprio IAB.

Encaminho o e-mail para nosso jornalis-ta que irá também pensar sobre como co-locar esta discussão no próximo Boletim.

abraçosPAULO SOPHIA

Questões cotidianasCitando o novo presidente do IAB/SP, na

edição 40 do Boletim, “Assim, a nossa lutaestará centrada numa linha de defesa pelodireito à arquitetura , pelo direito a um es-paço, urbano ou habitacional, com qualida-de e dignidade”. Parabéns, tenho certeza deque nenhum arquiteto discorda dessas pri-oridades. Entretanto, uma questão funda-mental que costuma ser pouco lembrada é avalorização profissional do arquiteto, quenão se esgota nessas prioridades “macro”,mas tem muito a ver também com questões

cotidianas, como honorários, relações de tra-balho e garantia da qualidade do arquitetoque atua no mercado.

Como a nova direção do IAB pretende li-dar com essas questões que, com certeza,estão no cerne das preocupações da grandemaioria dos arquitetos paulistas?.

PAULO BERNARDELLI MASSABKI, assistente técnico de Direção, Parque de

Ciência e Tecnologia, PRCEU-Usp.

Paulo H. Bernardelli MassabkiConforme citado em seu e-mail, os itens

abaixo:1 – A Valorização profissional,2 – honorários,3 – as relações de trabalho e4 – garantia da qualidade do arquiteto queatua no mercado

São quatro importantes questões levan-tadas pelo colega e que fazem parte daspreocupações desta Diretoria para o queconto com a participação efetiva dos as-sociados e principalmente de você, Paulo.

PAULO SOPHIA

rante mais de quarenta anos, trabalhou naimplantação de cursos inovadores de arqui-tetura (todos fechados pela ditadura, comona UnB, nos anos 60, e em Santos e São Josédos Campos nos anos 70), em órgãos de pla-nejamento e em consultorias.

Sérgio Souza Lima

Metrópole – Já no mercado editorial, a 2a

edição do livro “Prelúdio da Metrópole: Ar-quitetura e Urbanismo em São Paulo na Pas-sagem do Século XIX ao XX”, de HugoSegawa, da Ateliê Editora (veja resenha napróxima edição do Boletim).

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Paulo SophiaEntrevista

Fale sobre sua candidatura àpresidência do IAB-SP.PS Para mim foi uma novidade boa saircomo candidato dentro de uma ação de con-senso entre colegas que propuseram e tra-balharam meu nome. Eu fiquei entusiasma-do com essa possibilidade, mas não seduzi-do. Por um lado, existe uma inexperiênciaque precisa ser trabalhada , uma certa au-tenticidade que eu gostaria de manter e cul-tivar.

O sr. considera expressivo onúmero de votantes?PS Para você ter idéia, na cidade de SãoPaulo, nós tivemos 282 votantes nas duasurnas existentes. Essa é uma situação únicana história do IAB-SP, um número superiora qualquer eleição anterior. Mas será queisso é expressivo em um Estado que tem 40mil arquitetos dos quais oito mil são associ-ados ao IAB-SP?

Por que isso ocorre?PS Porque os arquitetos não participam, seinscrevem, se associam, mas deixam de pagara inscrição, se distanciam e não estão presen-tes cobrando posições do instituto. E o pre-sidente do IAB-SP não pode ter posições so-bre tudo, ele não é gênio para falar de urba-nismo, de habitação popular, de transportecoletivo, de transporte de massa de grandeeficiência. Não tenho essa competência. Souum arquiteto de prancheta, de obra. Meuuniverso é entregar com qualidade aquilo quemeu cliente solicitou, dentro do prazo queele pediu, e com o custo que ele pretendiater. Nós levamos um pouco dessa política paraa administração do IAB em termos de admi-nistração financeira, na atual gestão.

Qual é a plataforma da chapaIAB Forte dos Arquitetos?PS É muito ampla e foi colocada em aber-to.. Nós estamos interessados em fazer o IABforte em todo Estado de São Paulo e em todoo Brasil. O que nos interessa é promoveruma arquitetura que seja respeitada em todoo país porque nós não somos arquitetos deCampinas ou de São Paulo. Somos arquite-tos do mundo. Quando os arquitetos do in-terior vêm para a capital ou quando os dacapital vão para o interior, todos são bem

recebidos. Nós vamos tratar de ampliar esseintercâmbio.

Qual será a postura do IAB-SPdiante da regulamentação daprofissão e da criação doConselho de Arquiteturae Urbanismo (CAU)?PS O Colégio Brasileiro de Arquitetos jáexiste como uma organização de cinco enti-dades: Associação Brasileira dos ArquitetosPaisagistas (Abap), Associação Brasileira deEnsino de Arquitetura e Urbanismo (Abea),Associação Brasileira dos Escritórios de Ar-quitetura (Asbea), Federação Nacional deArquitetos e Urbanistas (FNA) e Institutode Arquitetos do Brasil (IAB). O juristaMiguel Reale formulou o projeto de lei...

dos arquitetos, vai proteger a sociedade, as-sim como o Conselho Regional de Medici-na (CRM) protege a sociedade da prática ile-gal da medicina. Isso é muito importante.

Como o sr. vê a implantação deum exame prévio para liberar oexercício profissional?PS A OAB – Ordem de Advogados do Bra-sil pratica, com sucesso, o exame de ordem.O exame é algo que os arquitetos discuti-ram. Talvez um exame de ordem não sejaadequado ao exercício da nossa profissão,mas sim algo semelhante à residência médi-ca. A idéia é um estágio monitorado em quehabilite o recém-formado a assumir proje-tos cada vez mais complexos. É preciso quehaja um monitoramento da carreira.

Debate em abertoPela relevância dos temas enfocados na entrevistado novo presidente para o Arcoweb (arcoweb.com.br),da revista Projeto Design, o Boletim reproduz,numa síntese, a matéria

Esse PL já foi entregue ao senador JoséSarney e está tramitando. O que nós preci-samos fazer é uma ação política e lobby paraque essa lei seja levada a cabo, sejaimplementada, vá ao plenário, seja votada econsagrada para dar continuidade a esse pro-cesso. o IAB-SP estará empenhado para queo CAU saia do papel.

E a regulamentação daprofissão de arquiteto?PS Ela sai com a aprovação da lei. Nossabriga é para que nós possamos finalmentesair do Conselho Regional de Engenharia,Arquitetura e Agronomia (Crea) e termos aprofissão controlada por arquitetos. Arqui-tetos que dirão qual o procedimento éticoda profissão, qual o escopo da profissão, qualo currículo básico da universidade, como ocolega que fez arquitetura está exercendo aprofissão, aplicando a tabela de honoráriose se ele está agindo eticamente diante doscolegas e da sociedade. O conselho, mais doque regulamentar a profissão em benefício

Há uma proposta dereestruturação administrativado IAB-SP, não é?PS Se o IAB quer crescer, não bastam trêsou quatro funcionários trabalhando. Nossosassociados precisam entender que, para terisenção e liberdade, para falar o que se devefalar, o IAB precisa ser forte com a contri-buição dos associados. Porque se o IAB ésubsidiado por uma indústria específica, porexemplo, o IAB pode ser cerceado em seupapel crítico naquela área. E isso não pode.

E a reforma do edifício-sede doIAB-SP?PS ... Nós temos o levantamento do prédiointeiro e imaginamos a possibilidade de fa-zer um concurso de idéias para recuperá-lo.Mas como fazer isso em um momento emque a construção civil está com essa crise?Como o prédio já está tombado, é precisoorganizar o projeto de acordo com a LeiRouanet para conseguir verbas.entreb

entrevista a FÁBIO DE PAULA

“Colégio, regulamentaçãoprofissional, reestruturação

administrativa do IAB,núcleos do interior e reforma

da sede do IAB...”

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Núcleos

Com o objetivo de ampliar e reforçar asbases do IAB no interior, o novo presi-dente Paulo Sophia iniciou uma série

de visitas aos núcleos, começando por Baurue Marília. Presidiu, também, no dia 15 dejaneiro, a solenidade de posse, no Núcleode Suzano, de Eduardo Habu, que reassumea presidência.

Além disso, o novo presidente pretende,em breve, reunir-se com representantes evice-presidentes dos núcleos para definiruma pauta de atividades e iniciativas volta-das à valorização dos profissionais que tra-balham nas cidades do interior do Estado.

Os novos vice-presidentes dos Núcleossão Joaquim Caetano (Campinas), ElisabethBottamedi (São Carlos), Ana Abreu Sandim(Mogi das Cruzes), Maria Cristina Bondezan(Marília) e Paulo Correa (Bauru).

Ampliando as bases

Marilia – o arquiteto Paulo Sophia,presidente eleito para a gestão 2004/2005, visita o Núcleo de Marilia. Na fotocom os colegas da cidade os arquitetosMaria Cristina Bondezan, ex-presidentedo núcleo, Nelson Guillen e WalmirPimentel

Bauru – o presidente eleito visitoutambém o Núcleo de Bauru. Na foto,num momento de descontração, comos arquitetos Mônica Maria Donida,Paulo Burgo, ex-presidentes do Núcleoe Wagner Domingos, o novo presidentepara a gestão 2004/2005

Gerência

O ano de 2004 começou e a Diretorarecém eleita para o Biênio 2004/2005já está trabalhando e deseja a todos

os colegas arquitetos sucesso em sua lidadiária. Em nome do Instituto de Arqui-tetos do Brasil gostaríamos de firmar ocompromisso de estar ao lado de todos ar-quitetos defendendo a produçãoarquitetônica como expressão de uma ver-dadeira cultura brasileira, dando ênfase àsações de atendimento às necessidades denosso povo por moradia adequada, lutan-do por um desenvolvimento ordenado de

nossas cidades e o respeito ao meio ambi-ente natural e construído como patrimôniode todos.

Vamos trabalhar com uma série de objeti-vos que vão perseguir de um lado a conti-nuidade dos esforços das diretorias anterio-res e, de outro, procurar agregar novos va-lores ao trabalho do Instituto com ênfase àrealidade cotidiana do associado.

Nesse sentido foi instituída uma GE-RÊNCIA DO ASSOCIADO – IAB-SP paraconhecer suas necessidades e preocupaçõesdo dia a dia.

Mãos à obraA qualidade de um projeto arquitetônico

atinge seu maior impacto quando privilegiao uso coletivo, pois é no encontro das pes-soas que a arquitetura ganha a sua maior for-ça, expressividade e legitimidade. Queremosincorporar esse conceito na administraçãode nosso Departamento, tornando-o um ver-dadeiro ponto de encontro dos associados,um local para se discutir a arquitetura comoexpressão da cultura brasileira.

Contem conosco e feliz 2004 a todos.

INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL/SP

C onvocação

Recadastre-se!O IAB-SP irá recadastrar os associados detodo o Estado e conta com a colaboração deseus sócios nesta atualização. Queremosinformatizar os dados e proporcionarpraticidade e mais qualidade aos serviços ofe-recidos pelo IAB. Para isso também é impor-tante o pagamento das bimestralidades emdia. O IAB-SP quer promover parcerias, con-vênios e descontos, e somente sócios em dia

com o Instituto poderão usufruir dessas eoutras vantagens. Os associados que queiramregularizar seus pagamentos poderão acertaras 3 ultimas bimestralidades e ficar em diacom a entidade.

Dados bancários para depósito:BANESPAagência 083 conta corrente 1302275-9

BANCO ITAUagência 0553 conta corrente 34336-9

Ano de Formação Bimestralidade

De 0 a 5 anos R$ 15,00

De 6 a 10 anos R$ 25,00

De 11 a 15 anos R$ 35,00

Mais de 15 anos R$ 45,00

Favor enviar comprovante de pagamento p/o fax (11) 3259.6597 ou por e-mail.

Informações pelo 3259.9897 ou [email protected]

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Notas & Toques

RevistaUm nova revista no mercado: “Um Centro para

todos”, do Instituto de Políticas Públicas das Cidades.O primeiro número foi lançado no dia 19 de janeiro,

no Centro Cultural do Banco do Brasil, em São Paulo.

PolêmicaSylvio de Podestá provoca polêmica aopublicar no jornal “O Cometa” e no jornaldo IAB local entrevista , criticando adecisão do governo mineiro de transferir oCentro Administrativo governamental paraoutra área de Belo Horizonte, indicandoNiemeyer para desenvolver o projeto.Conheça o conteúdo no portal arcoweb

ÁguaSaiu o resultado do concurso Sanasa paraa Requalificação do 1o Reservatório de Água Potávelde Campinas, SP, quecontou com o apoio doNúcleo de Campinas.Em 1o lugar, a equipeRenato e Lilian DalPian. Em 2o, a equipe,José Xavier Magalhãese em 3o, a equipe CesarShundi Imazu.

In memoriamCorrigindo nota divulgada

no Bo’40 (página 3): onome correto do

arquiteto é Gastão deCastro Lima, que

estudou em São Paulo,viveu e atuou em São Carlos, SP.

Concurso da FAPERGSFoi divulgado o resultado do concurso.Os autores dos projetos que passaram paraa segunda fase são os seguintes:Henneberg Morettin, de São Paulo-SP;Cláudio de Sá Ferreira, de Brasilia-DF;Mario Biselli, de São Paulo-SP;Eduardo Rebeschini Maurmann, dePorto Alegre-RS e Cristiano Lemes deCarvalho, de Goiânia-GO.

Novo horárioA livraria Prolivros – MCB (Museu daCasa Brasileira) especializada em livrosde arquitetura, urbanismo e designmudou seu horário de atendimento.Anote: agora, está aberta de terça adomingo, das 10 às 18 horas.

ConcursosConcurso público nacional:Sede da Procuradoria Regionalda República da 4ª Região, PortoAlegre, RS(inscrições até 19 de março).

A nova sede será construída numa área de2.640 m2, frente ao rio Guaíba. Premiação:40 mil reais (1º lugar), 15 mil reais (2ºlugar), e 10 mil (3º).Inf. www.iab-rs.org.br

[email protected]

Concurso de publicações,IV Bienal Iberoamericana deArquitectura, Madri, Espanha(inscrições até 14 de maio)

Categorias: livros (monografias e ensaios)“revistas e periódicos” mídia (cd’s, vídeos,documentos). Inf.

www. Bienaliberoamericanadearquitectura.org

Prêmio Pré-frabricados /categoria Arquitetos(questões até 5 de março’04)

Objetivo: obra concluída de edificação ouedificações , cujo projeto tenha utilizadocomo sistema construtivo elementos deconcreto pré-fabricado. A premiação estáaberta a todos os arquitetos com registrono Crea, autores de projetoscorrespondentes a obras concluídas nosúltimos dez anos, no território brasileiro.

E vem aí concurso“Opera Prima”/04

Para trabalhos de Graduação deformandos nas escolas de Arquitetura eUrbanismo do país, em 2003.Inf.: [email protected]

UnisinosDivulgado no dia 12 o resultado daprimeira etapa do Concurso PúblicoNacional para o Complexo Desportivo ede Lazer, no Rio Grande Sul. Classificadospara a seganda fase as seguintes equipes:Michel de Andrade (SC), Cesar Dorfman(RS) e Jaime Cupetino (SP), que participada atual Diretoria do IAB paulista.

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Atenção: o código da entidadea ser preenchido no formulárioda Art é 064. Não se esqueçade preenchê-lo para que os 10%do valor da taxa sejamrepassados ao IAB.

A R TDiretor responsável: Paulo SophiaEdição: José Wolf

Este boletim é uma publicação oficial do IABInstituto de Arquitetos do Brasil • São Paulo

R Bento Freitas, 306 • 01220-000 • SP • Fone 11 3259.6866 • Fax 11 3259.6597E-mail: [email protected] • http://www.iabsp.org.br

Coordenação editorial: Lilian Dal PianArte: José Roberto Ferreira Jr

FevereiroAté dia 1º/2 – Gaudí. Exposição de pe-ças e desenhos originais do arquiteto catalãoAntoni Gaudí, no Masp.Inf. (11) 251-5644.

Até dia 14 – Exposição (Re)conhecero Centro, MCB, São Paulo, sob a curadoriade Rosa Artigas e Glória Bayeux. Projetos:Estação da Luz, antigo prédio do Dops, Jú-lio Prestes, Mercadão, Biblioteca Mario deAndrade e Correios, entre outros.Inf. (11) 30-323727.

Abril9 a 13 – Revestir – Feira Internacionalde Revestimentos da Anfacer, TransaméricaExpo Center, São Paulo.Inf. www.exporevestir.br, (11) 3873-0081.

13 a 17 – Feicon”04, Pavilhão de Expo-sições do Anhembi, São Paulo.Inf. feicon.br.com.br (11) 4197-911.

Maio119º Cosu, Brasília, DF, quando será eleitaa nova Diretoria do IAB nacional

Julho11 a 16 – XII Conferência Internacionalsobre Conservação de Centros Históricose Patrimônio Edificado Latino-america-no, Universidade Central da Venezuela, Ca-racas. Módulos temáticos: viver o patrimônio* patrimônio e periferia * projeto e cidade *educação, compromisso e novas propostas *patrimônios culturais da Modernidade.Inf. [email protected]

AgendaO novo presidente do IAB paulista,Paulo Sophia, no dia 11, em compa-nhia do arq. Lúcio Gomes Machadoacompanhou comitiva francesa, quepercorreu áreas da Vila Buarque,onde se encontra o edifício-sede doIAB/SP. Em foco, a revitalização da re-gião e da sede do IAB. O tema foi ob-jeto de novo encontro, no dia 14,quando foi analisada uma série medi-das relacionadas ao projeto.

Além disso, esteve com JorgeWilheim, secretário de Planejamentoda Prefeitura de São Paulo. Em pau-ta: a realização de um concurso para

presentea criação de um bairro num vazio ur-bano da capital.

Ainda, participou de reunião com mem-bros da Camargo Corrêa. Objetivo: adefinição de normas para a realizaçãodo III Prêmio Cauê de Arquitetura.

E, no dia 14, esteve em reunião, em com-panhia de mais de 200 arquitetos, com aprefeita Martha Suplicy, quando foram dis-cutidas questões relacionadas à ampliaçãodo Parque do Parque do Ibirapuera. PauloSophia sugeriu a realização de um concur-so, sob a coordenação do IAB, para a área.

E-mailVotosEm nome da Diretoria deDocumentação e Informaçãoda Federação Nacional dos Estudantesde Arquitetura venho parabenizaro nosso novo presidente, arq. dr.Paulo Sophia.Sintimos honrados em ter tal membroilustre na direção do IAB -SPe sabemos que podemos contar como apoio do mesmo para que esse laçoentre IAB e FeNEA seja cada vezmaior e mais intenso.

Que haja um apoio em ambas aspartes para un crescimento aindamaior, buscando sempre melhoriase inovações.Deixo aqui então meus sinceros votosde uma gestão maravilhosa e cheia deglórias e que futuramente possamosver com brilhos essa gestão.Parabéns!!!!!

ITABAJARA BENEDICTODiretor de Documentação e InformaçãoFederação Nacional dos Estudantes de

Arquitetura Gestão 2003/2004

CONVITEdia 1o de março

Solenidade de posse da nova diretoria.

Local e horário a serem confirmado.

Informe-se 11 3259-6866

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fev/mar • 2004

Entrevista ..................... 3Premiação ....................4Discursos ......................8A posse .......................11

O TRABALHO COMEÇOU! E este boletim ilustra o ânimo e energia danova Diretoria para a condução séria e responsável de nosso Instituto.Parcerias, cursos, palestras estão em andamento. Novos concursosestão sendo contratados e planejados sempre com a perspectiva do

aprimoramento profissional e dabusca de propostas arquitetônicasinovadoras para o espaço público

Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SPInstituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP

Ao trabalhoOs concursos, em diferentes categorias e abordagens (Reves-tir, o concurso de Araras, o HabitaSampa, o Prêmio de Pré-Fabricados e o novo Prêmio CAUÊ) ilustram as oportunida-des geradas pelo IAB/SP para uma melhor exposição dacriatividade dos nossos arquitetos. A qualidade dos trabalhosapresentados tem surpreendido e garantido o interessepúblico para o papel do arquiteto. Com a SEMPLA estamosorganizando outro grande concurso. Agora para um bairro novona cidade de São Paulo. Será mais uma oportunidade para o exer-cício do talento de nossos colegas.

O trabalho começou também no relacionamento com opoder público e com a iniciativa privada. Reuniões têm sidoagendadas sempre com o intuito da valorização do profissionalarquiteto e da ampliação de sua participação nas oportunidadesde trabalho, bem como na democratização de seu acesso.

O trabalho começou, ainda, nas atividades culturais coma programação de encontros de nossos associados com arqui-tetos estrangeiros, artistas e personalidades notáveis de nossomeio e história. A visita histórica de Sergio Ferro ao IAB,no dia 10 de março, viabilizada através da parceria do IABcom o Portal Vitruvius e a vinda dos professores JosephRykwert (Universidade da Pensilvânia, EUA) e RobertTavernor viabilizada através da parceria do IAB com a FAU/USP são exemplos desse trabalho.

Anexada a este boletim, os colegas vão encontrar uma pes-quisa que tem seu porte de correio pago (para resposta). Comela, esperamos obter informações e melhor entendimento dasreais necessidades de nosso associado, seu perfil, e expecta-tivas. Contamos com a rápida resposta, pois nossas fu-turas ações dependem desse resultado. Abrimos tam-bém neste boletim um espaço para informes técnicosque vão abordar diferentes assuntos do interesse doassociado pelo viés da técnica.

E festa também é cultura. E todos quetiveram a oportunidade de comparecer aocongraçamento público da solenidade deposse, puderam exclamar: Esta é nos-sa praça! Num momento simbóli-co desta gestão, festejamos a reno-vação, com uma solenidade singelae num espaço público, quando asdiretorias do IAB nova e anterio-res, com seus conselheiros, associa-dos, e as muitas empresas apoiadoras,

PAULO SOPHIA presidente do IAB/SP

puderam confraternizar-se. Assim, festejamos o rito de pas-sagem, a própria cidade e seus cidadãos.

O IAB, o nosso caro Instituto de Arquitetos do Brasil,em especial nosso Departamento Estadual representadotambém por muitos de seus núcleos, festejou o otimismo queapesar das dificuldades cotidianas dos arquitetos semprepermeia suas ações, seus projetos e expectativas para o futu-ro das nossas cidades.

Com simplicidade e coragem pudemos constatar que mais doque a própria arquitetura são as pessoas que fazem o lugar, e des-ta forma pudemos mostrar que cidadania, civilidade, educação ecultura são a fundação primordial de uma arquitetura de sucessoconstruída nas ações coletivas de nosso próprio Instituto.

Nesse primeiro ato público do IAB e desta gestão que foiempossada em um mandato de responsabilidades, buscamos umnovo significado, um novo paradigma para nós arquitetos e paranossa relação com as nossas cidades e seus habitantes. Acredita-mos que conseguimos nossa meta, dada a grande repercussãoda solenidade bem como a alegria contagiante de todos os pre-sentes na solenidade. Dos compromissos firmados em discursoressaltamos enfim a responsabilidade que nos é transmitidapelo conjunto de associados de nosso Instituto que esperam eacreditam no IAB como fórum de discussão dos problemasque afligem as nossas populações e fórum de proposição deuma nova cidade para todos.

Trata-se de um trabalho bilateral no qual o asso-ciado, a diretoria e o Conselho compartilham res-ponsabilidades, discutem, propõem, delegam, ad-ministram e põem em movimento. Em breve, jun-tos, vamos colher os frutos de nossas ações.

Em todas iniciativas do IAB/SP, empresas par-ceiras têm garantido o brilho de nossas atividades.

Chamo atenção para os últimos 26 boletinscuja publicação só foi possível graças à par-ceria com a Universidade Paulista –UNIP. A ABCP, ABCEM, Açominas,CBCA, Munte, IntelligentTable,Fademac, Comporta painéis, e aSonda Supermercados, por outrolado, garantiram o brilho da solenida-de de posse desta gestão. Outras em-presas parceiras estão interessadas,por meio do IAB/SP, aproximar-setambém da arte, da técnica e dacriatividade de nossos associados. E,

como lembra Sergio Ferro, a “arte é aexpressão da alegria no trabalho livre”.AO TRABALHO

De volta ao IAB – veja matériada palestra de Sérgio Ferro nosite do IAB (www.iabsp.org.br)

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Depoimentos

IAB forte Continuamos a série de depoimentos de membrosda atual Diretoria, dos núcleos do interior e de associados

Atenção: o código da entidadea ser preenchido no formulárioda Art é 064. Não se esqueçade preenchê-lo para que os 10%do valor da taxa sejamrepassados ao IAB

A R TPresidente: Paulo SophiaEdição: José Wolf

Este boletim é uma publicação oficial do IABInstituto de Arquitetos do Brasil • São Paulo

R Bento Freitas, 306 • 01220-000 • SP • Fone 11 3259.6866 • Fax 11 3259.6597E-mail: [email protected] • http://www.iabsp.org.br

Coordenação editorial: Lilian Dal PianArte: José Roberto Ferreira Jr

Desde meu tempo de estudante, acompanho com grande entusiasmo o dia-a-dia do nosso Insti-tuto de Arquitetos do Brasil. É, pois, com grande satisfação que, ao lado de expressivos colegasarquitetos, faço minha estréia no IAB. Nossa atuação deve dar-se sobretudo em defesa doDireito à Arquitetura e com ações que colaborem para uma melhor qualidade de vida. A cidadeprecisa de idéias que possam provocar manifestações e transformações importantes e o IAB éum destes instrumentos, abrindo espaço ao arquiteto-cidadão, tornando-o co-responsável pelaconstrução da cidade

Roberto Selmer Júnior Conselho Fiscal

Eu sempre tive com o IAB uma relação de muito respeito. Desde a época da faculdade tínhamos nasatividades do Instituto, uma complementação da nossa formação. Frequentávamos a sede, assistía-mos aos debates, às palestras, aos cursos etc. Ainda tenho viva dentro de mim a emoção de estudan-te da minha primeira viagem aérea, a bordo de um Boeing da TAP fretado pelo IAB, para levar adelegação brasileira ao Congresso Mundial da UIA em Madrid em 1975. Formados, sempre tivemosno Instituto o apoio necessário para que compreendêssemos o que era a nossa profissão. Acreditoque o convívio no IAB possibilita a integração das diversas gerações de arquitetos. É nossa intençãotrazer cada vez mais os jovens com sua energia e entusiasmo, para participar das atividades danossa entidade. Esse é o nosso futuro

Pedro Nosralla Jr 2o tesoureiro

Participar do IAB/ SP é participar da vida da cidade. É envolver-se em assuntos pertinentes àprática profissional da arquitetura, questões relacionadas ao meio construído, tanto público quan-to privado, questões ambientais. São várias as representações e as atividades a serem exercidas.Acredito que a nova Diretoria tem muito a contribuir nesse sentido principalmente porque temcomo um de seus focos a aproximação cada vez maior e mais efetiva dos associados à entidade. É naunião e colaboração de todos que vejo o fortalecimento da classe e a possibilidade de ampliar aatuação junto aos órgãos governamentais

Cecília Pisetta 2o secretário

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Agradecimento – fazer nossa solenidadede posse numa praça pública para valori-zar a importância do arquiteto na cidadefoi um desafio para nós. Ao escolhermos olocal preocupamo-nos com a valorização einserção do cidadão, arquiteto ou não, naprópria cidade, utilizando desta maneira aPraça do Patriarca e a passagem da Ga-leria Prestes Maia. Tudo deu certo e atéSão Pedro ajudou.Não posso deixar de agradecer à equipe doMASP – Centro, pela sua atenção, orien-tação e disposição para o sucesso da fes-

ta. Agradeço ao pessoal da CET, EMURB,PMSP – Subprefeitura da Sé, ECAD, pornos permitirem o uso do espaço público.Sem dúvida, também, ao empenho de todaa equipe do IAB-SP. Obrigada ao mestrede Cerimônia Paulo Markun, à equipe dehostess, ao Quarteto de CordasBaccarelli que abriu a nossa noite, e aosprestadores de serviços como o Buffet Ma-nia Saudável, a Cia Paulista de Som, quecuidou dos palcos, som, vídeo e ilumina-ção, ao Feijó Design, com seus belíssimosarranjos de flores, ao Capuzo que delimi-

tou a área da festa, à equipe de segurançaGood Job, a ESTAPAR com o serviços demanobristas. E para deixar tudo em ordemao fim da festa, à equipe de limpeza JaniKing. Agradeço ainda às empresas patro-cinadoras: a FADEMAC, a MUNTE, aAÇOMINAS, a CBCA, a Comporta Paineis,a ABCEM, a ABCP, a IntelligentTable eao Sonda Supermercados por tornaremessa solenidade numa realidade. De fato,uma grande festa possível pela participa-ção dos colegas arquitetos.

Regina Helena Vieira Santos

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Eduardo de Jesus RodriguesEntrevista

Alguns ainda perguntam – IABpra quê? Afinal, o IAB envelheceuou modernizou-se?EDUARDO RODRIGUES Todas as alternativas eopções são válidas. O IAB envelheceu? Emparte, sim, ao manter de pé, ao longo do tem-po, seu antigo ideário. Ou seja, ele se man-teve numa espécie de torre de marfim, en-quanto outras entidades e organizações,como o Secovi e AsBEA mudavam, se vol-tando mais para os interesses específicos deseus associados. O IAB tem uma posturatão ética e ideologicamente correta que, àsvezes, se esquece dessa interface necessáriacom a sociedade e os profissionais.

Portanto...EDUARDO RODRIGUES Precisamos chegarmais perto da sociedade e do arquiteto, emostrar quem somos. Precisamos, enfim,nos reestabelecer para nos fortalecer.

O que implica, com certeza,inovação de atitudes e posturas?EDUARDO RODRIGUES Com certeza! Junto àsociedade, divulgando o que podemos fazer, oque somos. E, sob um ponto de vista mais prag-mático, o IAB deve se aproximar mais do pro-fissional que está fora da área específica daedificação: o paisagista, o designer, ocomunicador visual. Uma sugestão possível:abrir por exemplo, aqui na sede, um espaço àsemelhança do que acontece nos grandes mu-seus e centros culturais, onde todos pudessemdivulgar e comercializar sua produção artísti-ca. Há ainda a questão do jovem arquiteto ...

Sim, em relação aos jovens?EDUARDO RODRIGUES Quanto aos jovens es-tudantes, o IAB poderia assumir uma linhaeditorial informativa, divulgando materialdidático, de complementação, para os estu-dantes das faculdades, que convivem quasesempre com um currículo de disciplinas mí-nimo. Um tipo de Cadernos do IAB, cominformações fundamentais, com noções so-bre Geometria, por exemplo, que já não seensina mais nas escolas, história etc.. Perce-bo nos meus alunos a dificuldade que têminclusive para elaborar um texto. Enfim, háuma série de iniciativas que o IAB poderiacoordenar, não só para divulgar sua imagem,mas para ajudar os associados.

Discute-se, também, a mudançado papel e do perfil do arquiteto...EDUARDO RODRIGUES Eu me lembro que nosanos 60 a gente estacionava o carro aqui na

Hora de se reposicionarEm entrevista exclusiva para o Boletim, o vice-presidente do IAB paulista,discute os novos rumos da arquitetura, da profissão e da entidade. Confira

frente do edifício do IAB. Eram pouquís-simos os arquitetos. Agora, vemos as facul-dades colocando no mercado mais de doismil profissionais todos os anos. Ao mesmotempo, o arquiteto vai participar de um gran-de projeto e já não é mais o coordenador.Quem coordena o grande projeto é semprealguém ligado ao marketing. Quer dizer, omundo mudou e precisamos encarar essamudança e reposicionar nossa função, nos-sa profissão no campo da construção.

Reposicionamento queimplica o quê?EDUARDO RODRIGUES Implica, num primeiroestágio, uma re-avaliação, realista, do que é,hoje, o mercado de trabalho. Não basta, por-tanto, discutir qual a abrangência que o pro-fissional pode ter nesse mercado. Depois, fa-

zer um diagnóstico mais completo para o ar-quiteto poder aplicar algumas medidas maispragmáticas que não fiquem apenas na teoria.

O sr. agora é vice do IAB. Quevalores gostaria que essaDiretoria agregasse à entidadeEDUARDO RODRIGUES O Boletim publicouuma entrevista com o Paulo Sophia, falandode nossa plataforma. Basicamente é neces-sário ter uma atitude e uma postura mais in-cisiva em relação à classe, aos problemas dacidade, administração pública e à qualidadedo espaço construído. Aqui estão os pontosprincipais, basta ler a plataforma.

E como vê o IAB no cenárionacional?EDUARDO RODRIGUES À semelhança de ou-tras instituições profissionais, tem um pa-pel importante a desempenhar. Assim, é fun-damental a criação de nosso Colégio.Já per-demos essa luta no passado...Basta lembraro esforço de João Honório, entre tantos co-legas, junto aos deputados, no Congresso,tentando a aprovação do Colégio. Vamos lu-tar e conquistar essa bandeira!

E a condição ecomômica doprofissional de arquitetura?EDUARDO RODRIGUES Não foi só a condiçãodo arquiteto que piorou. A situação de todosos profissionais caiu significativamente nos úl-timos 20 anos. Assim, temos que lutar parasermos remunerados, nem digo dignamen-te, mas minimamente. O que não aconteceatualmente quando você tem que enfrentara concorrência desleal por parte de pessoasque não são categorizadas profissionalmen-te. Um mercado restrito, dominado por gran-des incorporadoras. A construção civil poroutro lado, praticamente estagnou.

Esse cenário reflete, comcerteza,no trabalho de muitosprofissionais?EDUARDO RODRIGUES Reflete. Na teoria, oarquiteto deve estar preparado para proje-tar desde uma casinha de cachorro até umaestação interplanetária. Mas, na realidade, amaioria acaba fazendo projetos comezinhos,sem qualquer atrativo maior, como o profis-sional desejaria que fosse. Com certeza, issotem gerado certa frustração na classe. O IABcom os concursos que promove, vem con-seguindo reverter um pouco esse cenário.

J.W.

O mundo mudoue precisamosencarar essamudança e

reposicionarnossa função...”

JRFJ

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Premiação CSN

Autor: Bruno Bonesso VitorinoProjeto: Estádio de futebolOrientador: Valter CaldanaEscola: Universidade Mackenzie, SP

Aço na construção civilCom mais de 300 trabalhos inscritos, foi realizada a 4a Premiação CSNna Construção Civil. A iniciativa da Companhia Siderúrgica Nacional,que conta com o apoio do IAB, objetiva divulgar o uso do aço naconstrução civil, estimulando o jovem arquiteto a utilizar técnicasconstrutivas metálicas. A seguir, os cinco premiados do concurso,cujo consultor foi o arq. José Ignacio Mesquita

Autor: Daniela Teresa DutraProjeto: Centro de Pesquisa e Ensino de Cinema do RSOrientador: Sergio Moacir MarquesEscola: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Os arquitetos e engenheiros brasileiros dominam a técnica do concreto, sabem fazer estruturasesbeltas, elegantes e exploram todos os seus recursos plásticos, o mesmo não acontece com o aço.O concurso CSN objetiva familiarizar o arquiteto que se forma com esse material, incentivandoo seu uso que também induzirá os calculistas a se aprimorarem para dele tirarmos soluções coma mesma elegância que hoje tiramos do concreto José Carlos Ribeiro de Almeida (Zeca)

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Autor: Rodrigo Fernandes CarboneProjeto: Centro de Cultura e LazerOrientador: Leandro MedranoEscola: Universidade Paulista 9 de Julho, SP

Autor: Marcelo SendayProjeto: Parque Universitário SorocabanoOrientador: José Eduardo LefèvreEscola: Faculdade de Arquiteturae Urbanismo de São Paulo/USP

Autor: Márcio Tovar AndreottiProjeto: Parque Caminhos da Vida – Revitalização de Área Verde UrbanaOrientadora: Letícia Peret AntunesEscola: PUC do Paraná

Alice Viana de Araujo – UFMGCandice Ballester – UFRGSClarissa de Almeida Lima – Universidade Federal do ParanaFrancisco Navarro – FAAP, SPIsis Salviano – Belas Artes de São Paulo

Além dos principais prêmios, foram atribuídas dez menções honrosas:Reginaldo Pereira Lima – PUC do ParanaRodrigo de Castilhos – Faculdades Integradas Ritter Reis, RSRogerio Augusto Hirata – Universidade Mackenzie, SPTiago Abreu Chambrione – Universidade de Mogi das Cruzes, SPTiago Cordeiro Aguiar – UNIP – Onze de Julho

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Cofins

ConcursosConcurso para a IdentidadeVisual do 18o Prêmio DesignMuseu da Casa Brasileira(inscrições até 12 de abril)

O concurso para o cartaz do PrêmioDesign Museu da Casa Brasileira volta esteano com inovações. Em vez de se restringirao pôster, vai abranger todo o design gráficoda 18ª edição do Prêmio, incluindo impres-so com o edital, convite para a exposição,banner, camisetas etc. O vencedor será con-tratado para o pacote todo de design gráficodo evento, e os dez primeiros trabalhos se-rão expostos no Museu ao lado de todos oscartazes já realizados para o Prêmio MCBdesde sua criação.

“O cartaz é um importante meio de ex-pressão cultural ainda pouco usado no Bra-sil. O Prêmio Design MCB é uma das pou-cas iniciativas que desde o seu início adotaesta mídia”, afirma Adélia Borges, diretorado Museu, que decidiu ampliar o formato

da iniciativa, convidando a designer RuthKlotzel para fazer a curadoria do evento.

Segundo Ruth Klotzel, os critérios para aavaliação do júri serão clareza de comunica-ção, conceito, originalidade, viabilidade técni-ca e econômica e qualidade estética, além dorespeito aos padrões exigidos pelo regulamen-to, que já se encontra disponível para todos osinteressados no site www.mcb.sp.gov.br.

Anote o calendário do concurso:até 12/4 – inscrições abertas a participan-tes de todo o país;23/4 – reunião do júri com três designersbrasileiros e dois estrangeiros;30/4 – solenidade de premiação1 a 30/5 – exposição no MCB com os dezprimeiros colocados e os cartazes dasedições anteriores do Prêmio Design.

Informações: www.mcb.sp.gov.br [email protected] ou (11) 3032

3727. Menezes Comunicação, (11)815-1243 3815-0381 9983-5946.

Santa Tereza/RSValorização da paisagem urbana(destaque ao patrimônio histórico)

Concurso público nacional deanteprojeto(inscrições até 31 de março).Promoção: Prefeitura de SantaTereza, RS. Organização: IAB/RS.Objeto: proposta de intervenção napaisagem urbana e ambiental deSanta Tereza, núcleo de imigraçãoitaliana, situada a 30 km de BentoGonçalves, na Serra Gaúcha.

Inf. IAB/SP ou [email protected] www. iab-rs.org.br

A Lei 10.833/2003 criou grandeceleuma no meio empresarial, poisdeterminou a retenção na fonte das

contribuições ao PIS, COFINS e Contribui-ção Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), aexemplo do que já acontecia com o Impostode Renda Retido na Fonte (IRRF), a partirde fevereiro.

Trouxe também o aumento da alíquota daCOFINS de 3% para 7,6%. Esclareça-se quecontinuam sujeitas à alíquota de 3% as em-presas jurídicas tributadas pelo Imposto deRenda com base no lucro presumido, entreoutras exceções. Vale dizer, se a prestadorade serviço for tributada pelo lucro real, teráde arcar com o aumento.

Tais alterações, ao contrário do que apre-goaram o Executivo e o Legislativo, tiveramo condão de aumentar a carga tributária aser suportada pelas empresas, principalmen-te pelas empresas prestadoras de serviços,em cuja categoria se enquadram os escritó-rios de arquitetura.

Isto porque, a retenção na fonte das con-tribuições retro descritas ocasiona, por ób-vio, uma imediata diminuição de entrada derecursos, quando pelo antigo regime tinha-se um prazo maior para o recolhimento detais tributos, o que possibilitava um melhor

“trabalho de fluxo de caixa”, situação querestou impossibilitada, pois o tomador deserviços (cliente) reterá tais importâncias nomomento do pagamento do preço, sob penade sofrer sanções legais.

A tão falada reforma tributária, que teria afinalidade de diminuir a carga tributária emverdade, aumentou-a, como singelamente ten-tamos explicar acima. Para variar, o governoao invés de tentar aumentar a base de contri-buintes, procurando diminuir a informalidade,como de costume simplificou seu trabalho econtinua cobrando mais do bom contribuinte.

Todavia, há uma possibilidade de diminui-ção do impacto da carga tributária para associedades de profissão regulamentada, emcujo rol se encaixam os escritórios de arqui-tetura, pois gozam do benefício da isençãoda COFINS, conforme já articulamos emartigo anteriormente publicado pelo IAB/SP.

Para fazer jus à isenção da COFINS, osescritórios de Arquitetura devem se enqua-drar nos seguintes pressupostos básicos:a) sejam seus sócios residentes no Brasil;b) seja a empresa registrada no Cartório deTítulos e Documentos;c) que as atividades da empresa sejam pre-ponderantemente ligadas ao exercício deprofissão regulamentada.

Carga tributáriaAlterações na tributação geram impacto negativono fluxo de caixa dos escritórios de Arquitetura

Referido benefício deve ser buscado atra-vés de ação judicial, vez que a Receita Fe-deral não reconhece esta possibilidade.

Porém, os Tribunais pátrios e, mais pre-cisamente, o Superior Tribunal de Justiçatem concedido esse direito à isenção, bemcomo o direito à restituição do que foi re-colhido a título de COFINS nos últimoscinco anos, com juros e correção monetá-ria, tanto que emitiu a Súmula 276, abai-xo transcrita:

“As sociedades civis de prestação de ser-viços profissionais são isentas da COFINS,irrelevante o regime tributário adotado”.

Desta forma, verifica-se que existem mei-os de diminuição da carga tributária de for-ma legal e sem que se tenha que recorrer aexpedientes que possam caracterizar even-tual crime de sonegação fiscal, o que jamaisaconselhamos.

Nestas breves palavras procuramosmanter o arquiteto atualizado das princi-pais alterações legislativas ocorridas. Vol-taremos ao tema “Carga Tributária” emartigos vindouros.

RICARDO PIRAGINI diretor de Ricardo Piragini Advocacia eespecializado em direito empresarial –www.ricardopiraginiadvocacia.com.br

Opera Prima 2004Concurso para trabalhosde graduação deformandos de arquiteturaInf.: [email protected]

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Depoimento

Apontado como um dos projetos maisantiestéticos da cidade, o “Minhocão”(elevado ou via expressa Costa e Silva)

continua provocando polêmica. O próprio pre-sidente do IAB/SP, Paulo Sophia, entrevista-do pela Jovem Pan, manifestou-se a favor dedemolição, em nome da qualidade urbana eambiental, em defesa do morador da região.

O projeto de “requalificação do espaço” aolongo da via expressa, de autoria dos arqs. CelsoCoracy Dalprat e Felipe Francisco de Souza,apresentado durante a V BIA, volta a chamar aatenção da mídia. Assim, a título de informa-ção, o Boletim registra a proposta que de-verá ser objeto, em breve, de uma exposiçãoe debate organizados pelo IAB. Confira:

Proposta“Quando São Paulo construía o elevado

Costa e Silva (o “Minhocão”), em 1972, ou-tras cidades no mundo começaram a demo-lir suas expressways, funcionalmente subs-tituídas por vias subterrâneas. Nosso estu-do prevê o desmonte do elevado, transfe-rindo o tráfego para via enterrada com gran-des aberturas na laje, permitindo ventilaçãoe iluminação do espaço subterrâneo, man-

Polêmica

O “minhocão” em xeque Demolir ou não, eis a questão!

tendo o tráfego local na superfície. Propõe-se a construção de edifício linear, integradopor três grandes segmentos marcados pelamudança de direção expressa pelo traçadoatual do elevado.

Sob o edifício linear, grande passarelasuspensa, tendo início no Largo Péricles,seguindo até a praça Roosevelt, dando cir-culação contínua aos pedestres e acesso àsprumadas. Várias edificações lindeiras serãodemolidas, dando lugar a um parque linear

de largura variável , definindo jardins paraonde as construções remanescentes podemse abrir com usos diversificados. Os edifíci-os mantidos serão interligados à “grandepassarela”, sendo os pavimentos abaixo dainterligação adaptados para uso comercial,e os acima, residencial.

O que se pretende com esta proposta éobter uma estética transformadora , que sejapertinente à da cidade existente” (Catálogo5a Bia página 303).

Sua opinião sobre o viaduto?BD Um monstro! Veja, toda a área residenciale comercial abaixo do viaduto acabou, se des-valorizou. Pelo menos se fosse bonito, mas éhorrível, sujo, poluído e cinza.

E por que decidiu viver aqui?BD Vim tentando ajudar a mudar. Abri esta

A empresária Berenice Dib decidiu viver etrabalhar na rua Amaral Gurgel, onde se

encontra o viaduto (minhocão). Abriu uma loja de arte, com artigospara pintura, modificando o visual da área. Decisão que foielogiada, por uma Ong que trabalha pela preservacão do Centro.

loja, com muita luz e cores, criando umcontraponto visual para os moradores daqui.E, de repente, o inferno virou céu. As pes-soas gostam muito deste espaço iluminado.

E se o viaduto fosse demolido?BD Ah, sou a favor, desde que seja para seconstruir algo mais bonito e melhor.

METRÓPOLE/V BIA

“O que se pretende com esta proposta é obter

uma estética transformadora...”

Recadastre-se!Associado, não se esqueça de renovarseu cadastramento de sócio paraatualização do quatro de associadosda entidade. Os associados poderãoregularizar suas contribuições.Confira as condições:

Dados bancários para depósito:BANESPAagência 083 conta corrente 1302275-9BANCO ITAÚagência 0553 conta corrente 34336-9

Favor enviar comprovante de pagamento p/o fax (11) 3259.6597 ou por e-mail.

JRFJ

Ano de Formação Bimestralidade

De 0 a 5 anos R$ 15,00

De 6 a 10 anos R$ 25,00

De 11 a 15 anos R$ 35,00

Mais de 15 anos R$ 45,00

Informações pelo 3259.9897 ou [email protected]

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Completo 20 anos de participação no Instituto de Arquitetos do Brasil, sendo 17deles atuando em diretorias ou no Con-

selho Superior. Isso não é nada perto da de-dicação de toda uma vida de muitos de nos-sos colegas. Não sei se isso é bom ou não,mas posso dizer que para mim, representauma grande parte de minha vida, de quemuito me orgulho, e que só fez, cada vez mais,aumentar minha admiração por nossa profis-são e pelo IAB, principalmente quando setoma conhecimento de toda essa historia ede todo o esforço para se construir umacredibilidade, encampada por um grandenúmero de colegas que se dispõem a traba-lhar voluntariamente, e freqüentemente, comdespesas e prejuízos próprios.

Nesse período, que tomei conhecimentodessa historia, aprendi a respeitar e valori-zar as pessoas que aqui passaram e contri-buíram para o sucesso de nossa entidade, umtrabalho, como já disse voluntário, e de gran-de esforço, com prejuízos pessoais, profis-sionais, financeiros e familiares.

Assumimos a presidência do IAB/SP coma intenção de renovar a visão e o trabalho daentidade. O nome de nossa proposta “No-vos Tempos’’ traduzia essa intenção. Hoje,quatro anos após esse trabalho, tenho cer-teza de termos alcançado nosso objetivo.

Houve grande mudança de postura daentidade, que se abriu mais para os arquite-tos, para a sociedade e para a mídia. Acredi-to que poucas vezes o IAB foi tão ouvidopela sociedade e pela mídia como no últimoperíodo, poucas vezes ocorreram tantoseventos na história do IAB/SP.

Gostaria de citar um deles como represen-tativo; o ciclo de depoimentos “Geração deArquitetos”, que reuniu quase duzentos con-vidados, que expuseram suas memórias de es-tudo, profissão e de ligação com o IAB, resga-tando uma importante fase histórica de nossaentidade, de nossa arquitetura e de nossa for-mação, vivida por gerações formadas na déca-da de 30 até hoje. Ciclo que registrou um pú-blico de mais de três mil pessoas.

Essa riqueza de memória aguarda patrocíniopara uma publicação, mas já está disponível emCD‘s para serem distribuídos para bibliotecas.

Ao mesmo tempo, cito o avanço do rela-cionamento com o associado através de nos-sos meios de comunicação. Nosso boletimimpresso alcançou uma tiragem de dez milexemplares com periodicidade mensal sen-do as últimas edições com 12 páginas.

Lançamos o boletim on line no primeiromês de gestão, que leva informações rápi-das aos associados, acabando com a defici-ência de prazos nas informações.

Toda reformulação de nosso site propor-cionou uma audiência surpreendente. Emfins de 2003 alcançamos mais de 500 milPage Views num mês. Um número bastan-te elevado para um site especializado comoo nosso.

Conseguimos transformar, com a realiza-ção da V Bienal Internacional de Arquitetu-ra, essa importante exposição, num eventoverdadeiramente bienal. A indicação do co-lega Pedro Cury como um dos curadores,reforçou o papel do IAB como um dosorganizadores, resgatando o firme relacio-namento entre o IAB e a Fundação Bienal,como seus verdadeiros realizadores. O su-cesso desta última edição, em todos os sen-tidos, não exige maiores comentários.

Num único ponto, não alcançamos nos-sos objetivos: não conseguimos iniciar, ape-sar de todos os esforços despendidos, a re-cuperação de nossa sede. Espero que, coma ajuda de todos, possamos viabilizar o res-gate desse importante patrimônio dos arqui-tetos paulistas.

O IAB entra num novo tempo, com umanova visão, crescente para o futuro e bus-cando o nosso almejado Conselho profissi-onal próprio. Para tanto, é necessário ainda,aprimorar alguns aspectos.

Precisamos organizar nossos arquivos,principalmente de nossos associados , e denossos núcleos. Para nós paulistas, a forçade nosso Estado não seria a que é hoje, nãofosse a união da capital e do interior comoimagem de nosso Estado, porém, isso nãopode permitir que nosso empenho na am-pliação de nossa entidade em todo o Estadopossibilite a criação de uma parcela de asso-ciados que seja diferente das demais, possi-bilitando o aparecimento de aventureirospara comandar nossa entidade.

Todo associado é igual perante o IAB, in-clusive em seus direitos e deveres, não im-porta sua procedência.

Tenho certeza que estamos entregandohoje um novo IAB, diferente do que rece-bemos, e muito mais atuante e respeitado.

Tenho certeza também, que o colega Pau-lo Sophia, um jovem atuante nos quadros doIAB, o que já por si só reflete uma nova ima-gem da entidade, saberá bem conduzir oIAB, neste momento difícil de nossa área,

com a construção civil recuando quase 9%no ano passado. Soma-se a isso o crescimentoexponencial de novos arquitetos.

Precisaria agradecer a alguns nomes quepossibilitaram o nosso sucesso, primeiroaos integrantes atuantes de nossas direto-rias, à aqueles que sempre estiveram aonosso lado, aos nossos colaboradores e àsempresas patrocinadoras. Nosso trabalhosempre foi feito em equipe, e o sucesso tevea participação de todos. Quero agradecer aalguns colegas que sempre foram meus con-selheiros nesse período: Miguel Pereira,pela grande experiência na nossa entidade,Haroldo Pinheiro nosso presidente nacio-nal, Paulo Sophia nosso atual presidente,Elisabete França, Edson Elito, ValterCaldana, José Tibiriça, José Carlos Ribeirode Almeida (Zeca) e Pedro Cury e a todosex-presidentes de nossa entidade, que sem-pre que convocados nunca se furtaram emcolaborar e auxiliar-nos com seu trabalho esua experiência.

Não poderia deixar de agradecer tambémà Dona Daya e sua equipe. Fui o responsávelpela sua chegada ao IAB há 13 anos, e possocomprovar que sua dedicação à nossa entida-de é a grande locomotiva de nosso dia-a-dia.

Por fim, minha vida pessoal mudou mui-to nos últimos quatro anos. Minha famíliadobrou no primeiro mandato, e não fosse acompreensão e o apoio de minha esposa, ja-mais poderia ter alcançado o que alcança-mos. A ela, meu muito obrigado.

A todos que aqui não enumerei por falharou esquecimento, mas que muito contribuí-ram para o fortalecimento do IAB e de nos-sa profissão, meu muito obrigado.

Ao Paulo Sophia nosso presidente, boasorte e sucesso! Saiba que sempre poderácontar comigo para ajudar o IAB, como sim-ples militante. Sempre estarei disposto a tra-balhar por nossos ideais.

Muito obrigado a todos.

GILBERTO BELLEZA

O legadoGilberto Belleza, atual vice-presidente do IABnacional, em seu discurso, faz o balanço de suagestão (dois mandados) como presidente do IAB/SP

Na praça

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A posseO novo presidente do IAB paulista, Paulo Sophia,em seu discurso de posse definiu as principais metasda gestão – IAB Forte / dos arquitetos – que se inicia

Meus colegas Arquitetos. O poeta Cas-tro Alves escreveu, “A praça é dopovo”. Hoje a praça é também dos

arquitetos.E nós arquitetos, estudantes de arquitetu-

ra, profissionais de áreas afins e amigos, ocu-pamos esta praça para celebrar o IAB, o nossoInstituto de Arquitetos do Brasil, em especialnosso Departamento Estadual, mas tambémpara celebrar a cidade e seus cidadãos.

Esta é uma solenidade muito importante paratodos nós. Um ato público que demonstra nossavontade política por transformações. É uma so-lenidade que esperamos traga um novo signifi-cado para nós arquitetos e a nossa relação com asnossas cidades e seus habitantes. Estamos hoje,eu, a nova diretoria e os Conselheiros do Conse-lho Superior do IAB, sendo empossados em ummandato de responsabilidades.

Responsabilidade que nos é transmitidapelos nossos companheiros da brilhante ges-tão anterior. O exemplo do nosso queridoex-presidente Gilberto Belleza que soubeconduzir nosso instituto ao longo destes di-fíceis últimos quatro anos.

Gilberto nós vamos continuar seu traba-lho e seguir seu exemplo.

Responsabilidade que nos é transmitidapelo nosso brilhante presidente da direçãonacional do IAB o arquiteto Haroldo Pinhei-ro. Nosso comandante na luta pelo tão so-nhado Colegio Brasilerio de Arquitetos.

Haroldo Pinheiro nós vamos continuar sualuta e seguir seu exemplo.

Responsabilidade que nos foi transmiti-da também pelo exemplo e conduta ética dosmuitos colegas arquitetos que tiveram a co-ragem de conduzir a presidência e diretori-as de nosso instituto antes de nós.

Fomos precedidos por 30 gestões, 22 co-legas arquitetos as presidiram, algumas ve-zes por mais de uma gestão.

Os saudosos ex-presidentes do IAB, os ar-quitetos: Eduardo Kneese de Mello, OswaldoBratke, Armando Ciampolini, Rino Levi,Ícaro de Castro Mello e Eurico Prado Lopes.

Os importantes e ativos companheiros, osarquitetos: Oswaldo Corrêa Gonçalves (co-lar de ouro), Alberto Botti, Julio Neves,Abelardo Gomes de Abreu, Pedro Paulo deMello Saraiva (colar de ouro), BennoPerelmutter, Pedro Taddei, CesarBergstrom, Rita Vaz, José Magalhães Júnior,Renato Nunes, Paulo Mendes da Rocha (co-lar de ouro), Carlos Bratke (colar de ouro),Fábio Penteado (colar de ouro) e Pedro Cury

Por fim meu dileto e imediato predeces-sor o arquiteto: Gilberto Belleza.

Não quero cometer injustiça e deixar decitar nomes de importantes colegas quemuitas vezes nos bastidores garantiram osucesso da atuação do IAB, mas quero fazeruma homenagem a todos estes colegas quesempre defenderam o instituto citando adois colegas exemplares que sempre estive-ram presentes para o trabalho e para oaconselhamento dos presidentes que são oarquiteto José Carlos Ribeiro de Almeida eo arquiteto João Honório de Mello Filho.

Enfim a responsabilidade que nos étransmitida hoje pelo conjunto de associa-dos de nosso instituto que esperam e acre-ditam neste instituto como fórum de dis-cussão dos problemas que afligem as nos-sas populações e fórum de proposição deuma nova cidade para todos.

Mas sobretudo, responsabilidade queadvêm da consciência crítica e do entendimen-to das grandes transformações a que os pro-cessos de projeto e construção dos espaçoscontemporâneos sofreram nos últimos anos.

A arquitetura é o palco da vida e das rela-ções sociais. A cidade o grande teatro e ametrópole o espetáculo final. Por seus acer-tos, mas também por seus equívocos.

Tanto por belezas propostas e alegriaspossibilitadas quanto por conflitos e dispu-tas perpetrados.

Cabe-nos valorizar os acertos, divulgar asbelezas promover as alegrias, entender os con-flitos e negociar nas disputas. Mas também anós fica a responsabilidade da crítica aos mui-tos equívocos de uma sociedade que sabe pro-duzir riqueza, mas não sabe distribui-la.

As nossas cidades são hoje o exemploinconteste da desigualdade construída.

Senhores, autoridades, públicas e privadas,os arquitetos têm respostas a dar, solucionan-do problemas da habitação, do planejamentourbano, da gestão do espaço público e dopatrimônio ambiental natural e construído.

O IAB/SP e seus arquitetos serão aliadosfiéis na luta por uma nova cidade para to-dos, uma cidade de inclusão social. Não nosafastaremos um milímetro deste objetivo.

O nosso instituto, o Instituto de arquite-tos do Brasil – IAB, já completou 83 anos.

O nosso departamento o IAB/SP, já com-pletou 60 anos.

Não somos inexperientes, temos uma his-tória, registrada nos anais da luta pela demo-cracia, contra a ditadura, por trabalho, e mui-to mais, que transcende ao objetivo cotidia-no do já nada simples “fazer projetos”. Umpouco desta história está registrada nos pai-néis da exposição que estamos abrindo hoje.

Sucessão – o abraço de saudação do ex-presidente e do novo presidentesob os aplausos das autoridades presentes no palco

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Há muito o que fazer e para pontuar al-gumas questões, deixo com vocês estas pre-ocupações que são as preocupações destadiretoria:• O impacto da globalização nas relações detrabalho de projeto• O patrimônio arquitetônico e ambiental.• O problema da escassez de água e a prote-ção dos mananciais.• O problema das enchentes, e de outrasáreas de risco.• Os planos diretores de nossas cidades• As políticas públicas de transporte de massa• O esvaziamento das áreas centrais de nos-sas cidades.• As políticas públicas habitacionais• O déficit habitacional e o problemafundiário de nossas cidades.• O problema do lixo• A acessibilidade aos desabilitados• A massificação do ensino de arquitetura• A formação continuada dos arquitetos.• A oferta de serviços de forma democrati-zada ao contingente de arquitetos disponí-veis e aptos ao trabalho.• A remuneração compatível com o traba-lho de cunho intelectual.• A pesada carga tributária incidente no exer-cício de nossa profissão• Os concursos públicos nacionais de arquitetura.• A restauração de nossa sede hoje patrimôniotombado pelo Condephaat.• A luta pelo Colégio Brasileiro de Arquitetos.• As muitas Representações públicas de nos-so Instituto junto aos governos federal, es-tadual e municípais.• O dilema e a gestão das Metrópoles.

Estas são algumas entre muitas outras áre-as de trabalho onde devemos atuar.

A qualidade de um projeto arquitetônicoatinge seu maior impacto quando privilegiao uso coletivo, pois é no encontro das pesso-as que a arquitetura ganha a sua maior força,expressividade e legitimidade. Esta semprefoi a força da arquitetura Brasileira reconhe-cida internacionalmente como expressão daprópria cultura brasileira. Esta é a arquitetu-ra que iremos privilegiar e defender.

Assumimos a Presidência de um departamen-to que é estadual, e desta forma todas as nossasações terão caráter e abrangências estaduais.

Senhores, nenhum instituto tem sentidosem seus associados. Mas, também, nenhuminstituto sobreviveria sem seu staff adminis-trativo, elemento fundamental de ligaçãoentre a direção e o associado. Presto aqui a

minha homenagem, em nome de toda a di-retoria, à nossa equipe, Emerson, Ari,Rodolfo e Aline, que com o comando deDona Daya são a garantia do sucesso de qual-quer empreitada em que nos aventuremos.

Da mesma forma um evento como essenão seria possível sem a generosidade denossos patrocinadores: ABCP, ABCEM,Açominas, CBCA, Munte, IntelligentTable,Fademac, Comporta painéis e Sonda Super-mercados.

Meus colegas, a voz do IAB não é a voz deseu presidente.

A voz do IAB é a voz de seus arquitetos.

PAULO SOPHIA,presidente do IAB/SP

Na praça

Masp/Centro recebe o IAB – representandes de Núcleos do interior do Estadoparticiparam também da solenidade de posse e do coquetel, na sala central do Masp/Centro. Na foto (da esquerda para direita): Wagner Domingos (Bauru), CristinaBondezan (Marília), Paulo Sophia, Mário Yoshinaga (Guarulhos), Elisabeth Bottamedi(São Carlos), Eduardo Habu (Suzano) e Maurício Santana Rezende (Marília)

O grande encontro – a solenidade reuniu cerca de 800 convidados

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O“O poeta Castro Alves escreveu a praça édo povo. Hoje, a praça é também dos ar-quitetos. E nós arquitetos, estudantes de Ar-quitetura, profissionais de áreas afins e ami-gos, ocupamos esta praça para celebrar oIAB, o nosso Instituto de Arquitetos do Bra-sil, em especial nosso Departamento esta-dual, mas também para celebrar a cidade eseus cidadãos.”

Com estas palavras, Paulo Sophia ini-ciou seu discurso, no palco armado aolado da marquise suspensa da praça Pa-triarca, em pleno Centro antigo da cida-de. A cerimônia reuniu cerca de 800 con-vidados, arquitetos, autoridades, empre-sários e jornalistas. Jorge Wilheim, secre-tário do Planejamento municipal, repre-sentou a prefeita Marta Suplicy. E o se-cretário estadual de Transportes, DarioLopes, o governador Geraldo Alckmin.Acompanhe, a seguir, alguns depoimen-tos sobre o evento:

“A praça é do povo, assim como o céu édo condor. E eu diria que os condores,hoje, são os arquitetos que voam através desua imaginação, sob esta marquise, projetode Paulo Mendes da Rocha, como se fosseum grande abraço, abrigando a todosnós...”, (Miguel Pereira, ex-vice- presiden-te da UIA).

“Toda solenidade de posse significousempre um feito de grande importânciapara a entidade. E esta festa de hoje tra-duz não só a nossa representatividade, maso respeito por uma história de 83 anos. Aexpressividade das personalidades e dospresidentes de entidades e dos Núcleospresentes demonstra o respaldo e acredibilidade da nova Diretoria eleita. En-trego o cargo com a certeza do dever cum-prido e convicto que o colega Paulo Sophiaserá um excelente condutor do IAB nospróximos anos” (Gilberto Belleza, ex-pre-sidente do IAB/SP).

“ Eu vi como como uma abertura do IABpara o interior do Estado, também. A idéiada posse em praça pública foi encantadora,elogiável, traduzindo mais uma atitude denosso IAB, no sentido de se resgatar valoresantigos de nossa cidade-capital”(ElisabethBottamedi, vice-presidente dos Núcleos doInterior).

“Com esta solenidade, o IAB marca umaposição histórica. O importante é que a de-cisão desta iniciativa tenha sido do próprioPaulo Sophia,e não de um assessor de im-

A posse da praça1o de março de 2004 – um dia histórico para a memória do IAB de São Paulo:a cerimônia de posse, em plena praça pública, do novo presidente da entidade,arquiteto Paulo Sophia

prensa ou de marketing” (Lúcio GomesMachado, do Conselho Superior do IAB.)

“Eu vi esta posse com muita alegria, por-que é muito significativa a presença do IABno espaço público junto com a população. Acerimônia foi quase uma representação doque deve ser a atividade cotidiana da enti-dade” (Haroldo Pinheiro, presidente doIAB nacional).

“A princípio, para ser franco, achava quea posse deveria ser na sede do IAB. Mas aca-bei reformulando minha opinião. Conclusão:foi uma festa muito bonita, funcionou per-feitamente, mostrando que o Paulo estavacoberto de razão. O novo presidente já co-meçou a imprimir sua personalidade no pró-prio dia de sua posse. O que eu espero? Queos arquitetos fiquem cada vez mais próxi-mos do usuário final e da cidade. O novo pre-sidente tem condições de ampliar o que oBelleza conquistou em sua gestão, estabe-lecendo uma nova convivência com os arqui-tetos, o mercado, o governo e a população”(Edson Elito, do Conselho Superior)

“A posse da praça... algo que há muitoestava no imaginário dos arquitetos se tor-nou realidade, neste ato simbólico... pú-blico” (Carlos Carmelo de Benedetto,1o tesoureiro do IAB)

J.W.

Espaço público – praça doPatriarca, no centro de São Pauloonde aconteceu a sonelidadede posse

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Resenha

OBrasil entrou no terceiro milênio mar-cado por ¨novos e velhos desafios”.Diante de tantos e complexos desafi-

os, que atingem também a arquitetura, estána hora de voltarmos ao passado em buscade referências e pistas de nossa identidadepolítico-cultural perdida. Com a ajuda de pu-blicações, como o livro “Viagem Incomple-ta”, organizado por Carlos Guilherme Motae editado pela Editora Senac e Sesc-São Pau-lo, é possível ampliar a reflexão sobre a for-mação de nosso país.

A obra divide-se em dois volumes, que po-dem ser lidos separadamente.. O primeirotrata da “formação: história – 1500-2000”.O segundo (a grande transação) reúne arti-gos e ensaios que enfocam, entre outros te-

Viagem incompletaA experiência brasileira/Carlos Guilherme Mota

mas, a questão da cultura, da terra e da ur-banização. Alguns capítulos: Quem fomosnós no século XX: as grandes interpretaçõesdo Brasil (Alberto da Costa e Silva), Urba-nização e modernidade: entre o passado e ofuturo (Nestor Goulart Filho), Em busca dacontemporaneidade perdida: a esquerda bra-sileira pós-64 (Jose Paulo Neto), Os anos no-venta: o ocaso do político e a sacralizaçãodo mercado (Tarcísio Costa), A questão so-cial no Brasil: a difícil construção da cida-dania (Amélia Cohn) e Sociedade, Estado eDireito: caminhada brasileira rumo ao sé-culo XXI (Dalmo Dallari).

Inf. (11) 884-6122 [email protected]/www.sp.senac.br

ErrataUma confusão de arquivos eletrônicos causou um equívocoeditorial na resenha publicada na edição 41. No texto, apareceum parágrafo referindo-se a Flávio de Carvalho e suas obras, quepertence a outra geração de arquitetos. O correto é Flavio Impérioque projetou outros trabalhos. O equívoco já foi corrigido no Boletimque está no site do IAB. Pedimos desculpas ao leitor. O editor.

Divulgue-se!Arquiteto, urbanista, paisagista,

designer, autores de livros. Enviemexemplar de suas obras ao IAB/SP para

a divulgação no Boletim impresso.

Evento

A julgar pela opiniao dos participantesdo evento ‘’A Pauliceia em debate”,sim! “Trata-se, fundamentalmente de

uma questão de inteligência e bom-senso”,opinou Paulo Mendes da Rocha, um dosdebatedores. Alem do ex-presidente do IABpaulista, participaram do debates, NadiaSomeck, presidente da Emurb, Carlos Le-mos, Aziz Ab’Saber e Antonio Claudio daFonseca, vice-presidente do IAB.

Em pauta, questões e problemas recor-rentes da grande metrópole, como enchen-tes, violência, transportes, poluição, áreasverdes, exclusão social, habitação, planeja-mento urbano, revitalização do centro.

Qual a imagem que temos ou queremospara São Paulo? Este foi um dos temas quemotivou considerações sobre a beleza ou nãoda capital. O Parque do Ibirapuera foi cita-do como um dos pontos mais bonitos, en-

quanto as favelas, o mais crítico. “Qualquercidade do mundo é, em essência, bonita, afi-nal ela constitui o nosso habitat, mesmo comtodas as suas contradições”, acresentou Pau-lo Mendes.

Aziz Ab´Saber, autor do livro “Geomor-fologia do sítio urbano de São Paulo”, levan-tou questões relacionadas à ocupaçãogeomorfológica equivocada da cidade. Segun-do ele, o homem indígena foi mais sábio aoocupar os pontos mais elevados, enquanto ohomem branco invadiu margens e várzeas derios, como o Anhangabaú, movido pela ânsiado progresso a qualquer custo.

Nádia Someck, elencou algumas inicia-tivas e projetos da Prefeitura, ao ressaltarque a atual administração vem tentandomudar paradigmas e estratégias do passa-do, incluindo a reestruturação do sistemaviário urbano. “O nosso grande objetivo é

incluir a cidade real no planejamento ur-bano, valorizando a cidadania. Sem isso –advertiu – não há solução!”.

Apesar de todos os problemas e contradi-ções que a metrópole enfrenta, AntonioCláudio Fonseca, em concordância com ou-tros debatedores, manifestou-se otimistaquanto ao futuro. A mobilização, a cons-cientização da população e a discussão demo-crática ainda constituem as grandes armaspara se mudar o quadro de carências e con-flitos que atingem a população paulistana.

Ao final, Carlos Lemos provocou aplausosda plateia ao opinar:“Se sou otimista quanto ao futuro da cida-de? Bem, pior do que está não pode ficar!”

J.W.

A Paulicéia em debateAfinal, São Paulo tem solução?

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A construção mudouA integração da cadeia produtiva melhorao desempenho da obra e reduz custos

Informe técnico

A Comunidade da Construção propos-ta pela Associação Brasileira de Ci-mento Portland (ABCP) ao merca-

do da construção civil de todo o país é umainiciativa inédita de integração da cadeia pro-dutiva dos sistemas construtivos à base decimento. Ela foi lançada em janeiro de 2002,com o objetivo de auxiliar construtores a ele-var o desempenho dos sistemas construti-vos, alcançando redução de custos e maiorprodutividade na execução de estruturas deconcreto, alvenaria de blocos de concreto erevestimentos de argamassa. A principal pre-missa para a existência e para o êxito da Co-munidade é integrar os profissionais e asempresas envolvidos, a fim de detectar gar-galos e estabelecer um plano conjunto deações e metas.

Em dois anos de existência a Comunida-de da Construção tornou-se um movimentonacional pela integração dos agentes da ca-deia produtiva e melhoria contínua dos sis-temas construtivos à base de cimento – en-tre eles, estruturas moldadas in loco, pré-

Esquina – local de maior encontro deusuários e concentração deinterferências

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1 banca de jornal (elemento de grande porte)2 rebaixamento para veículos 3 calçadas verdes4 minimizar as interferências nas esquinas5 telefones públicos (elementos de pequeno porte)

Critério de locaçãode equipamentose mobiliários nasesquinas

Diminuição das distânciasde travessia

Alargamentos de calçadas propiciamfacilidades ao pedestre

fabricadas, pavimentos, al-venaria estrutural etc. Até o fi-nal de 2003, 16 cidades do paíshaviam estruturado núcleos da comu-nidade, associando as principais entida-des dos construtores, fabricantes de mate-riais, universidades, projetistas, laboratóri-os e profissionais liberais, além de organis-mos, como o Senai e o Sebrae.

Os núcleos da Comunidade se organizampor áreas do conhecimento ou localidade. Acomunidade permite que os seus membrostroquem experiências, debatam seus proble-mas e busquem as soluções, sempre comapoio de seminários, cursos de formação,palestras, manuais e indicadores de desem-penho colhidos em obras.

Os arquitetos, especialmente, têm umpapel fundamental em todas as etapas da Co-munidade da Construção. Contribuem sig-nificativamente para a escolha do sistemaconstrutivo que será utilizado na obra, le-vando em conta as potencialidades e limita-ções do mesmo.

No estado de São Paulo, a Comunidadeda Construção está presente nas cidades deSão Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. Aspróximas cidades escolhidas para a implan-tação do projeto são Bauru, Santos e São Josédo Rio Preto, todas no 1º semestre deste ano.

São Paulo não é uma cidadeacessível

Dos 50 mil rebaixamentos de guia neces-sários para ser considerada minimamenteacessível para pessoas portadoras de defici-ência ou com mobilidade reduzida, a cidadede São Paulo já possui mais de 10 mil exe-cutados nesta gestão.

Os dados são da Comissão Permanentede Acessibilidade (CPA), órgão da Secre-

taria Municipal da Habitação e Desenvol-vimento Urbano de São Paulo. Pelo Cen-so 2000, o número de pessoas portadorasde necessidades especiais em São Paulochega a 1 milhão. Em todo o Brasil são24,5 milhões que representam 14,5% dapopulação.

Preocupada em tornar a cidade maisacessível e atender a enorme demanda epadronização dos rebaixamentos de gui-as (normalmente construídos de forma ir-regular no próprio calçamento) a Prefei-tura de São Paulo assinou um convêniocom a Associação Brasileira de CimentoPortland (ABCP) para o desenvolvimen-to de uma peça pré-fabricada de concre-to para rebaixamento de calçadas em viaspúblicas. A rampa é destinada aos defici-entes físicos e visuais. Além do rebaixa-mento, há círculos em relevo que funcio-nam como aviso tátil para que deficien-tes visuais percebam a proximidade docruzamento.

Em 2004, pela primeira vez, parte do or-çamento da Prefeitura será destinado aorebaixamento de guias. Serão investidosR$ 3 milhões na compra e instalação de 5mil rampas.

Guias de orientação paraprofissionais da área

Com o patrocínio da ABCP, a ComissãoPermanente de Acessibilidade (CPA) lançouno último ano duas publicações com o obje-tivo de orientar engenheiros e arquitetosenvolvidos na construção de edifícios e pro-jetos urbanos. Os guias de acessibilidade emedificações e para mobilidade acessível emvias públicas reúnem informações técnicas,metodologias de construção, códigos e leisa respeito dos temas.

Para profissionais da área,a distribuição é gratuita. Os pedidosdevem ser feitos por e-mail, para oendereço: [email protected].

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Formação continuada

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ErrataPrezado Fernando Forte

Volto a contatá-lo para informar que suaobservação sobre impropriedades divulgadasno boletim 41 foi de grande valia para nos-so instituto e que já providenciamos a ne-cessária errata para o próximo boletim.

Entretanto para que o site não permane-cesse em desacordo com a verdade e quali-dade de informação pretendida encaminha-mos as devidas correções que já foram fei-tas no acesso ao mesmo boletim via internet.

Mais uma vez agradeço sua atenção.PAULO SOPHIA

Língua portuguesaPrezado arquiteto Paulo Sophia

Sou admirador da arquitetura brasileira,tenho filho arquiteto; e sou engenheiro.Gosto muito de nosso idioma, que não édos mais fáceis. Chamou-me atenção umtexto publicado no Boletim 41: “Depoimen-to”, na pg.7. Ocorre que está mal redigido,e é parcialmente não entendível; cheguei apensar no autor do texto como profissionalestrangeiro, com enorme dificuldade de secomunicar. Mas para ser editado no Bole-tim, deveria sê-lo com cuidado e correção,mostrando assim até um carinho para comseu autor. Mas encontrei erros também emoutras páginas; por ex., na pg.6, em Hora

de restaurar; e na pg.10, em Núcleos e emGerência. Assim, tomei a iniciativa de es-crever-lhe, sugerindo que ocorram revisõesantes das publicações.

ENG. PEDRO

RespostaEng. Pedro

Agradeço seus comentários. Vamos cuidarmelhor da revisão de nosso boletim.

PAULO SOPHIA

Quase revistaCaros Amigos

Recebi o Boletim 41 e achei que vocês nãoparam de evoluir; ele está muito elegantena solução gráfica e denso na medida certano conteúdo; uma beleza; quase uma revis-ta; e das boas.

SuperparabénsARQ MARCIO MAZZA

SucessoCaro Paulo Sophia,

Acabo de receber o mais recente bole-tim do IAB. Está maravilhoso! Desejo todoo sucesso a você e seu time nesta gestão. Econte conosco sempre que preciso for e queem algo pudermos contribuir.

Um grande abraço,GUILHERME COSTA

E-mail AgendaMarçoAte dia 31 Chamada de artigos paraos Cadernos de Arquitetura e Urbanis-mo da PUC-Minas. Com publicação pre-vista para dezembro de 2004, os textos (iné-ditos) podem estar relacionados a diversastemáticas de arquitetura e urbanismo.Inf. pucmg.br [email protected]

AbrilDia 7 Debate sobre o cartaz como meiode expressão cultural. Com a mediação dadesigner Ruth Klotzel, o debate vai comple-mentar informações sobre o Prêmio MCB,Museu da Casa Brasileira, São Paulo.Inf. (11) 3032-3727.

9 a 13 Revestir – Feira Internacional deRevestimentos da Anfacer, TransaméricaExpo Center, São Paulo.Inf. www.exporevestir.com.br

(11) 4197-911.

13 a 17 Semana da Construção eIluminacao, Anhembi, São Paulo. FeiraInternacional da Construção. Atenção! Du-rante a feira, a Maisarquitetura monta sua“Vila do Arquiteto”, com espaço interativoaberto a todos os arquitetos.Inf. (11) 6914-9087Maisarquitetura, (11) 3819-2355.

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CONVITE

Biênio 2004 / 2005COMISSÕES DE TRABALHOSDO IAB/SPA atual diretoria do IAB/SP se propõe arecuperar a atuação da entidade baseadanas Comissões de trabalho, por issoestamos remontando vários grupos deapoio à diretoria. As Comissões deverão sereunir mensalmente e os associados quedesejam participar devem se inscreverjunto à secretaria.

COMISSÃO DE PLANEJAMENTO URBANOCoordenação: Arq. Rosa PuchalaComposição inicial: Arqs. Candido Malta Campos,Alberto Botti, Joaquim Guedes, José Magalhães Jr. eTito Livio Frascino

COMISSÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONALCoordenação: Arq. Candi HiranoComposição Inicial: Arqs. Francisco Petraco, ValterCaldana, Arnaldo Martino, Antonio Carlos Sant’annae Paulo Correa

COMISSÃO DE PRATICA PROFISSIONALCoordenação: Arq. Lucio Gomes MachadoComposição inicial: Arqs. César Bergstrom, EdsonElito e Marcos Toledo

COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONALCoordenação: Arq. Marco FogacciaComposição inicial: Arqs. José Eduardo Tibiriçá,José Luis Tabith, João Honório de Mello Filho, ValterCaldana, José Borelli, Ronald Tanimoto e MiguelFabregues

COMISSÃO DE HABITAÇÃOCoordenaçãoArq. Joan VilláComposição inicialArq. Elisabete FrançaArq. Pedro Paulo de Melo Saraiva

COMISSÃO DE PATRIMONIO HISTÓRICOCoordenação: Arq. Marcos CarrilhoComposição inicial: Arqs. José Carlos Ribeiro deAlmeida, Jon V. Maitrejeam, Haroldo Galo, GuilherneMota e Victor Hugo Mori

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E PAISAGEMURBANACoordenação: (a definir)Composição inicial: Arqs. Miranda M. Magnoli,Ana Maria Antunes Coelho, Fabio Vital, JoséRicardo de Carvalho, Adauto Paes Manso, PedroMendes da Rocha, Issao Minami e Eduardo deJesus Rodrigues

COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO EMARQUITETURACoordenação: Arq. Arnaldo MartinoComposição inicial: Arqs. José Luis Tabith, JoãoHonorio de Melo Filho e José Borelli

COMISSÃO DE TRANSPORTESCoordenação: Arq. Renato AnneliComposição inicial: Arqs. Pedro de Melo Saraiva eSilvana Zione

COMISSÃO DE CONCURSOSCoordenação: (a definir)Composição inicial: Arqs. Antonio Cláudio, AlfredoBianco, Eduardo de Castro Mello, Gilberto Belleza,Jose Carlos Ribeiro de Almeida, Paulo Sophia e ValterCaldana

COMISSÃO DE HONORÁRIOS DO IAB-SPCoordenação: (a definir)Composição inicial: Arqs. Takeo Tanaka, Helia M.Vendramini Neves, Leda Van Bodegraven, Luis CarlosPereira Viviani, Carlos Andrigo, Glaucy Rillian de Oli-veira, Armando Coppini Jr., Paulo O. Pascotto, Arman-do Cunha, José Roberto Costa Lima, Leandro EdwardCarlovich, Ricardo Bastos Calabrese, Markus FernandoKenzler, Eduardo Habu, Aliana F. V. Teramaki eAparecida Bou Ghosn.

REPRESENTANTES DO IAB/SP:ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICASArq. Geraldo Gomes Serra

CEUSOMiriam Tibiriça – TitularGilberto Belleza – Suplente

CIC – COMISSÃO DA INDUSTRIA E CONSTRUÇÃOEleftérios Athanasopoulos

CNLU – COMISSÃO NORMATIVA DE LEGISLAÇÃOURBANAArq. Antonio Claudio – TitularArq. José Luiz Tabith Jr. – Suplente

COMLU – COMISSÃO MUNICIPAL DE LIMPEZAURBANA:Arqª. Mônica Teófilo Drucker – TitularArqª. Maria Helena Bronowski – Suplente

COMISSÃO FUNDO ROTATIVO ESPECIAL/LOTERIAHABITACIONAL – SECRETARIA DE HABITAÇÃOArq. José Ignacio Sequeira de Almeida

COMISSÃO OPERAÇÃO URBANA – CENTRO/EMURBArq. Rosa Maria Puchala – TitularArq. Francisco Spadoni – Suplente

COMISSÃO PERMANENTE DE ACESSIBILIDADE – CPAArq. Francisco Prestes Maia Fernandes – TitularArqª. Renata Helena de Paula – Suplente

CONDEPHAATArq. Jon Andoni V. Maitrejean

CONPRESPArqª. Mônica Junqueira

CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANAArqs. Tito Livo, Miguel Pereira e José Luiz Tabith

CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTOURBANO DE SANTOSArq. Nelson Goncalves de Lima

CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTEE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIADO VERDE E MEIO AMBIENTEArq. Miranda Martinelli Magnoli – TitularArqª. Ana Maria Antunes Coelho – Suplente

CONSEMAArq. Eduardo Trani – TitularArqª. Violeta Saldanha Kubrusly – Suplente

CONSÓRCIO “PLANTAS ON LINE”Arq. Paulo Sophia

CREA/SP – CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA,ARQUITETURA E AGRONOMIATitularArqs. Gilberto Belleza, Edson Jorge Elito, Rolando Rodriguesda Costa, Benno Michael Perelmutter, Paulo Roberto Correa,Denise Guarezzi e Marco da Silva FogacciaSuplenteArqs. Maria de Lourdes de Carvalho, Elvis José Vieira,Maria do Carmos Lopes Soueiro, Onésimo Carvalho deLima, Ricardo Ropelle Felippi, Ricardo Carvalho LimaRamos e Francesco Rivetti

EMURB – GRUPO DE GESTÃO DE OPERAÇÃOURBANA CONSORCIADA ÁGUA ESPRAIADAArq. Vasco de Mello

FÓRUM SÃO PAULOArq. Sergio Zaratin – TitularArqª. Helena Aparecida Ayoub Silva – Suplente

PROCENTROArq. José Armenio de Brito Cruz – TitularArq. Pedro Nosralla Jr. – Suplente

SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTOURBANO – COMISSÃO DE PROTEÇÃO À PAISAGEMURBANA – CPPUArq. Sylvio de Ulhoa Cintra Filho

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTOURBANO DE SÃO PAULO – SEMPLA CONSELHOCONSULTIVO / PLANO DIRETORArq. Rosa Maria Puchala – TitularArq. Gilberto Belleza – Suplente

VIVA O CENTROArqª. Elisabete França

RELAÇÃO DE NÚCLEOS (INTERIOR)DO IAB-SP: PRESIDENTESAmericana – Victor Chinaglia Jr.Araraquara – Renata Aboud BarbugliBauru – Wagner DomingosCampinas – Marcelo Daniel HobeikaFranca – Cláudio Barbosa FerreiraGuarulhos – Mario YoshinagaItatiba – José Augusto Silveira FrancoJundiaí – Ricardo Ropelli FelippiLitoral Norte – Davison BecatoMarilia – Mauricio Santana RezendeMogi das Cruzes – Ana Maria Abreu SandimPresidente Prudente – Kazuo MaezanoRibeirão Preto – Onésimo CarvalhoSanto André – Roberto Dias MarinSão Carlos – Regina Maria Duarte DoriaSão José dos Campos – Rolando Rodrigues da CostaSão José do Rio Preto – Márcia B. Pontes GestalSorocaba – Paulo Cesar FreireSumaré – Fernando Rodrigues NetoSuzano – Eduardo HabuTaubate – Paulo Gomes de OliveiraVinhedo – Aurivaldo F. de Carvalho Pacheco

Presidente: Paulo Sophia1o vice-presidente: Eduardo de Jesus Rodrigues2o vice-presidente: Décio Tozzi3o vice-presidente: Antonio Cláudio P. da FonsecaSecretário geral: Larissa Garcia Campagner1o secretário: Lílian Dal Pian2o secretário: Cecília Pisetta1o tesoureiro: Carlos Carmelo de Benedetto2o tesoureiro: Pedro Nosralla Júnior

Diretores:• Jaime Cupertino • Pedro de Melo Saraiva• Fernando de Magalhães Mendonça• Regina Helena Vieira Santos • Francisco PrestesMaia Fernandes • Elefterios A. Athanasopoulos

Conselho Fiscal:• Roberto Selmer Júnior • José RenatoSoibelmann Melhem • Poliana de Melo Leite

Conselho Superior (titulares):• Gilberto Silva D. Oliveira Belleza• Pedro Antonio Galvão Cury • Pedro Paulo deMello Saraiva • Joaquim Guedes • Renato LuizMartins Nunes • Edson Jorge Elito • MarceloDaniel Hobeika • Eduardo Habu • Mario Yoshinaga

Conselho Superior (suplentes):Elisabete França • João Honório de Mello Filho• José Eduardo Tibiriçá • Lucio Gomes Machado• José Magalhães Jr • Valter Caldana • Paulo CésarFreire • Fernando Rodrigues Neto • AurivaldoFarias de C. Pacheco

Vice-presidentes regionais de NúcleosJoaquim Caetano de Lima Filho – CampinasElisabeth Brigida Bottamedi – São CarlosAna Maria Abreu Sandim – Mogi das CruzesMaria Cristina Bondezan – MariliaPaulo Roberto Correa – Bauru

Conselho Superior Especial da Presidencia• Carlos Bratke • José Carlos Ribeiro de Almeida• Arnaldo Martino • Titio Livio Frascino• Antonio Carlos Sant’Anna Jr • Ubyrajara Gilioli

Conselho Vitalício• Miguel Pereira • Ciro Pirondi • Fábio Goldman• Fábio Penteado

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Entrevista ..................... 3Sérgio Ferro..................4Premiação ....................5IAB presente ...............16

O IAB E TODOS OS SEUS DEPARTAMENTOS SE PREPARAM PARA O 119o COSU,EM BRASILIA. UMA HISTÓRICA REUNIÃO QUE TERÁ O CARÁTER DEFINIDOR DASPOLÍTICAS QUE IRÃO NORTEAR O IAB – DN DURANTE A PRÓXIMA GESTÃO.O IMPORTANTE COMANDO DO ARQUITETO HAROLDO PINHEIRO, QUE ESTEVE

À FRENTE DO IAB DURANTE AS DUASÚLTIMAS GESTÕES, SE AMPLIA NUMANOVA ETAPA

Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SPInstituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP

ConvocaçãoPAULO SOPHIA presidente do IAB/SP

Haroldo com sua conduta clara e segura deixa um caminhopreparado para a condução do Instituto ao nosso objetivo maior– a consecução do Conselho de Arquitetura e Urbanismo –cujo projeto de lei (PL. – 347/03) já está em processo derelatoria no Senado Federal. Cabe aqui o reconhecimento e agra-decimento pelo trabalho e dedicação na luta pelo nosso conse-lho próprio ao colega arquiteto Haroldo Pinheiro.

O IAB – Departamento de São Paulo preparou um documen-to, como contribuição ao debate, que se dará neste próximo COSU.O debate também já acontece aqui em nosso próprio departamentoonde estamos discutindo a conjuntura nacional e o futuro do IAB,o Colégio Brasileiro de Arquitetos e a atuação internacional, aformação profissional e a prática profissional, as políticas pú-blicas e por fim, a organização do IAB e suas finanças. O docu-mento que está disponível no site do IAB foi encaminhado a todos ospresidentes de núcleos e suas contribuições agregadas. Contamoscom a contribuição de todos os associados para o debate.

Neste momento em que todo o IAB dá uma demonstração deunião nacional para a busca de soluções para os problemas que an-gustiam os profissionais arquitetos e toda a sociedade, assistimos àtensão social que se alastra em todo o país explodindo em disputasarmadas no campo e nas cidades. São os garimpeiros contra os índi-os, os fazendeiros contra os “sem- terra”, o narcotráfico versus a pró-pria sociedade, os “sem-teto”, os “sem-trabalho” os “sem-dignidade”etc. Esta violência não tem fronteiras e a instabilidade global é umfato. Trata-se de uma disputa de interesses, desigual e desumana queafasta as pessoas, enfraquece o tecido social destruindo os verdadei-ros valores de uma sociedade pluralista e democrática que todos que-remos construir. A arquitetura é invenção. Invenção que só temsentido no encontro dos homens com a paz.

Esta é a conjuntura global e o IAB/SP não pode se calar.Estamos em um ano eleitoral e devemos apresentar imediatamen-te àqueles que se proporão como dirigentes municipais e estadu-ais o espaço do IAB para o debate sobre a atual conjuntura e assoluções de nossos problemas candentes.

Sobre o nosso conselho profissional próprio o CAU, a aprova-ção do PL-347/03 que o Senado Federal examina neste momen-to será o primeiro passo na valorização da profissão, o reconhe-cimento das relevantes implicações humanísticas, culturais,estéticas e artísticas que distingüem a Arquitetura e o Ur-banismo como profissão importante para a própria socie-dade e seu futuro. Com a sua aprovação, o Senado Federal po-derá fazer uma reparação pública ao importante trabalho dos ar-quitetos e urbanistas. O IAB/SP aproveita todas as oportunida-des e todas as tribunas para falar, divulgar e defender a rápidatramitação deste importante projeto de lei neste sentido encami-nhou correspondência ao senador Eduardo Azeredo, relator do

projeto de lei, solicitando a sua rápida aprovação. Esta carta estáno site e solicitamos que os colegas façam o mesmo.

Em Bauru encontramos no dia 9 de abril os estudantes queestavam reunidos no EREA e levamos as últimas informaçõesdo projeto de lei de nosso Conselho, mostrando a importânciado trabalho conjunto de profissionais e estudantes de arquite-tura. No dia 10 de abril nos reunimos com os presidentes dosnúcleos de Marília e Bauru, os colegas arquitetos MaurícioSantana Rezende e Wagner Domingos

No dia-a-dia do Instituto as ações já surtem efeito. Os colegasjá estão respondendo à pesquisa que foi encartada no boletim42. As respostas serão catalogadas, classificadas e em breve uti-lizadas como fonte de orientação das ações da diretoria. Vocêque ainda não enviou tem chance de participar e colaborar comos avanços que a pesquisa certamente irá propiciar a todos.

Apesar de todas as dificuldades que os colegas enfrentam emseu dia- a- dia muitos têm encontrado tempo para se dedicaremao desenvolvimento e participação em concursos que nosso Insti-tuto tem promovido nacionalmente. Aqui em nosso departamen-to vários concursos têm possibilitado a discussão de temas can-dentes de nossas cidades. O recente HABITASAMPA que o lei-tor irá encontrar nas páginas deste boletim propõe soluções parauma nova modalidade de moradia, de locação social.

Neste momento as atenções estão todas voltadas para o con-curso BAIRRONOVO que abre uma nova dimensão para oscolegas arquitetos que terão a possibilidade de projetar todoum bairro com 3 milhões de m2. O projeto de um bairro ideal,uma utopia viável.

Já está lançada a Premiação Jovens Arquitetos. Colegas commenos de 40 anos poderão expor e discutir seus trabalhos du-rante o mês de maio em debates que estão sendo preparados noMuseu da Casa Brasileira. Os prêmios estarão divididos em trêscategorias, a saber: projetos arquitetônicos, projetos urbanísti-cos e trabalhos teóricos.

Registro também o encontro do IAB com os vereadoresde São Paulo Gilberto Nataline e Nabil Bonduki na Câmarade Veradores de São Paulo quando esteve em exposição os pai-néis comemorativos dos 60 anos do IAB.

Importante salientar por fim o evento de premiação de pro-fissionais e estudantes com projetos de pré-fabricados, em par-ceria com a ABCP e a ABCIC, matéria importante que já seencontra no site do IAB e deverá ser abordada em profundida-de na próxima edição do boletim.

Este editorial é um misto de prestação de contas, de manifesto,e de convite, uma convocação para a sua participação nos even-tos que a Diretoria organiza e registra:o que se fez, o que se pensa e o que se pretende.

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Depoimentos

IAB forte Continuamos a série de depoimentos de membrosda atual Diretoria, dos núcleos do interior e de associados

Atenção: o código da entidadea ser preenchido no formulárioda Art é 064. Não se esqueçade preenchê-lo para que os 10%do valor da taxa sejamrepassados ao IAB

A R TPresidente: Paulo SophiaEdição: José Wolf

Este boletim é uma publicação oficial do IABInstituto de Arquitetos do Brasil • São Paulo

R Bento Freitas, 306 • 01220-000 • SP • Fone 11 3259.6866 • Fax 11 3259.6597E-mail: [email protected] • http://www.iabsp.org.br

Coordenação editorial: Lilian Dal PianArte: José Roberto Ferreira Jr

A expectativa em relação aos próximos dois anos do IAB está vinculada aos compromissos assumi-dos pela diretoria na plataforma apresentada, reforçados no discurso de posse do Paulo. Pessoal-mente dedico especial atenção à concretização do Conselho de Arquitetura, objetivo central do IAB(SP e Nacional), aspiração histórica que não pode ser mais uma vez adiada. A recuperação da sedetambém deverá ser concretizada nesta gestão e significará o compromisso dos arquitetos e suacontribuição para a recuperação do centro da cidade (dando continuidade ao gesto simbólico dafesta de posse na Praça Patriarca). A presença constante da entidade nos debates sobre temasrelacionados à permanente construção da cidade é importante, com especial destaque naquelesrelacionados à recuperação dos espaços públicos da cidade. Finalmente, a presença cada vez maiorde jovens arquitetos participando da construção da nossa entidade

Elisabete França Conselho Superior

Desde o início da minha participação no IAB, ainda como estudante, tive a oportunidade de compreender a importância dahistória de luta do IAB na defesa da arquitetura e da profissão, assim como nas discussões e manifestos pela melhoria daqualidade da vida nas cidades. Diante deste quadro, acredito que a participação coletiva dos arquitetos como entidade ecomo cidadãos comprometidos eticamente com a cidade é de fundamental importância na aproximação do arquiteto de suacomunidade. O Núcleo de Jundiaí tem como objetivos principais, para este biênio, a ampliação de sua participação nasprincipais discussões sobre a cidade através da criação de alguns programas como: Arquitetos de Bairro, Oficina de ProjetosUrbanos, participação em conselhos e comissões municipais; o resgate da História e Memória de arquitetos da cidade,diminuindo a distância entre as diversas gerações de arquitetos; divulgação e promoção dos arquitetos e da arquiteturajunto à sociedade. A união dos arquitetos e o fortalecimento da entidade são muito importantes para o aumento da nossacapacidade de atuar, provocar e transformar nosso cotidiano

Ricardo Felippi presidente Núcleo de Jundiaí

O Estado de São Paulo vive um momento especial de sua história, em face do surgimento de novasnecessidades de serviços e, em decorrência, aumentando em muito a responsabilidade dos arquitetos.Hoje há escolas de Arquitetura distribuídas pelas regiões do Estado, formando arquitetos que estãoatuando em todas as áreas de nossa profissão. O IAB-São Paulo tem participado ativamente desteprocesso, incentivando a formação de novos núcleos no interior e propiciando a consolidação dos jáexistentes. Nesses últimos anos foram fundados 22 núcleos do IAB-São Paulo nas diversas regiões doEstado. Na capital, o momento não é menos interessante. A cidade procura se reconciliar com o seucentro antigo, promovendo uma rápida elevação da qualidade de vida na área, através do incrementoda função de moradia na região central da cidade. Essa estratégia objetiva garantir a completa utili-zação da infra-estrutura urbana existente e a permanência das pessoas na área central da cidade

também durante a noite. O IAB-São Paulo, com sede na região central, está na liderança desse processo junto com os demaisagentes, estimulando as intervenções propostas e promovendo novas idéias para a concretização, em nível elevado, destapolítica. Pretendemos iniciar com a máxima brevidade a restauração do nosso prédio, demonstrando de forma clara o nossoapoio à política de valorização da área central da cidade. O IAB-São Paulo, compromissado com os valores mais profundos dacultura brasileira, está, junto com todos os arquitetos do Estado de São Paulo e do país, participando das profundas transfor-mações que surgem como corolário desta fase pós-industrial que vivemos

Antonio Cláudio da Fonseca vice-presidente

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Décio TozziEntrevista

Reflexão & prospecçãoNesta entrevista, o vice-presidente do IAB paulista, Décio Tozzi revê etapas de

sua trajetória profissional, olhando para o futuro da arquitetura e do país

Numa entrevista, o sr. citouLukacs – a arte é reflexão eprospecção – para concluir queo projeto arquitetônico deverefletir a realidade e, ao mesmotempo, o futuro? Que futuro?DÉCIO TOZZI Se analisarmos as obras dos ar-quitetos brasileiros, em cada tema abordado,percebemos que nessa produção dos últimos40 anos estão contidas propostas que anun-ciam um Brasil organizado, semantizado, comnovos significados e possibilidades. A obra dearquitetura, realmente, reflete a cultura numdeterminado momento histórico e anunciasempre os significados emergentes.

E tudo isso continua viável?DÉCIO TOZZI Deve-se analisar como isso vemacontecendo. Concluído o período da implan-tação do movimento moderno, cujo pontoalto foi Brasília, a arquitetura brasileira viveuum período fértil, a partir de 1960, durante oqual a sociedade pode perceber as propostasde um planejamento nacional, regional, e deuma série de propostas temáticas, capazes detraduzir e desenhar seus anseios.

O sr. traz uma bagagem detrabalhos e experiência e,agora, participa da Diretoria doIAB. Qual sua intenção?DÉCIO TOZZI A de continuar colaborandopara a nossa categoria, com o mesmo espíri-to dos tempos de estudante, no Mackenzie,quando descobri a presença e a atuação doIAB junto à sociedade e à cidade.

O sr. falou sobre a importânciado papel da arquitetura para odesenvolvimento do país. Qual opapel do IAB, nessa questão?DÉCIO TOZZI Fundamental. O IAB, assim comoos arquitetos, fazem parte desse processo. O es-paço do IAB tem sido desde a sua fundação oFórum onde se debatem as grandes propostasde caráter estético, cultural e político. Juntos de-vemos pensar o Brasil e a cidade, com visão dedesenvolvimento e de futuro. Mesmo nos traba-lhos mais comuns de nosso cotidiano, podemosconstatar o quanto é importante a atuação do ar-quiteto, a sua visão de planejamento, de organi-zação e como as pessoas podem se beneficiar dis-so, através da atuação conjunta da categoria, nocampo político, administrativo, empresarial, dainiciativa privada ou do poder público.

Em sua opinião, depois deBrasília houve uma ruptura?DÉCIO TOZZI Não diria ruptura, masaprofundamento. Assim, temos notícia quan-do Brasília foi inaugurada, em 60, ano em que

me formei, de uma grande produção cultu-ral. A partir desse momento a arquitetura bra-sileira liderada pelos arqs. Vilanova Artigas eOscar Niemeyer inicia um novo ciclo que en-cerra um importante exercício de prospecçãoem relação à estrutura organizativa dos espa-ços da arquitetura, dentro de uma visão se-mântica, em busca de novos significados quepudessem superar a sociedade retrógada e au-toritária, que findava, para se inaugurar umaetapa de espaços condizentes com uma novasociedade democrática, progressista eparticipativa, na qual a Cidadania constitui ovalor principal. A história recente do paísconta a epopéia que constituiu a conquistadas liberdades democráticas e do exercício daCidadania que hoje experimentamos.

O que chama a atenção, emseu perfil profissional, Décio, étambém seu humanismo. Hoje,em meio a tanta violência, aindahá espaço para o humanismo?DÉCIO TOZZI Sem dúvida, esse é meuengajamento moral, profissional e ético, umaquestão de formação. Cresci no meio das ar-tes, convivi com intelectuais, freqüentandonúcleos onde se discutia e se repensava o país.Além disso, vivendo em Perdizes, onde estáo convento dos dominicanos, acabei me apro-ximando deles e, depois, num trabalho soci-al, conheci arquitetos militantes como Joa-quim Guedes e Carlos Milan, FranciscoWhitaker. Com uma equipe interdisciplinar,acabei coordenando a primeira pesquisa so-bre habitação infra-humana dos cortiços deSão Paulo, que foi publicada em 61, na revis-

ta Anhembi, do prof. Paulo Duarte. Mais tar-de, aconteceu o engajamento político maisprofundo, que foi importante contrapontopara a elaboração do meu trabalho de arqui-teto, identificado com uma crítica aguda aosdesequilíbrios que nosso país apresenta.

E, voltando, aos anos 60...DÉCIO TOZZI Sem dúvida, um dos momen-tos mais belos que o país viveu. Havia umaebulição cultural que produziu verdadeirarevolução em todas as Artes. O cinema novoabandonava as grandes produções da VeraCruz e de câmara na mão mergulhava narealidade social do país; o teatro rompia coma tradicional relação palco-platéia e propu-nha novas formas de participação entre pú-blico e atores no texto; as artes plásticasabandonavam os tradicionais suportes e ino-vavam espacial e conceitualmente; a poesiae a literatura deixavam os gabinetes e seexbiam em praça pública; a música aborda-va temas em textos cada vez mais densos e aarquitetura inicia importante prospecção se-mântica reinterpretando as relações espaci-ais arcaicas e apresentando em sua síntaxe amais franca verdade construtiva. Um perío-do que moldou uma nova feição, uma novadireção da produção cultural no Brasil.

E como resgatar isso?DÉCIO TOZZI Agora é outro momento. Ummomento no qual vejo novas gerações dearquitetos percorrendo e interpretando ca-minhos e trilhas buscando compreender osdiversos vetores da globalidade brasileira.Certamente sua alma de artista anteverá odesenvolvimento da Arquitetura...

O complexo TRT projetode sua autoria, acaba de serinaugurado depois de tantapolêmica. Ao passar pela frentedo edifício, Mario Pini mecomentou: veja, de tudo restoua sua arquitetura. Que liçõesextrair do episódio?DÉCIO TOZZI Vemos na história da arquiteturabrasileira, inúmeros casos de má administração,que independem da atividade projetual do ar-quiteto. São fatos administrativos que a Cida-dania e a participação da Sociedade Civil no pro-cesso do fazer a cidade, começam a eliminar,mudando atitudes e um tipo de mentalidade ede ranço que fez parte de nossa cultura. O IABnacional, deveria lutar por uma CPI dasEmpreiteiras... São, enfim, fatores externos àarquitetura, que acabam prejudicando a cida-de, a sociedade e os autores dos projetos quevêem retardada a sua conclusão.

J.W.

Juntos devemospensar o Brasil

e a cidade

JRFJ

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Sérgio Ferro.De volta ao IAB10 de março de 2004, século XXI. Mais uma noitehistórica na sede do IAB, em São Paulo.

Com o auditório Kneese de Melo lotado,jovens e profissionais experientesacompanham, em silêncio e com emo-

ção, o depoimento de Sérgio Ferro, que foigravado em vídeo (o vídeo está disponívelno IAB para aquisição dos interessados).

Primeiro evento organizado pela atualDiretoria, em parceria com o Portal

Há quanto tempo, o sr. nãovinha ao Brasil, ao IAB?SÉRGIO FERRO Ao Brasil, venho sempre.Mas, ao IAB, não vinha há mais de 30anos. O prédio, por sinal, continua omesmo. Eu tinha um escritório aqui, evinha muitas vezes ao IAB, costumavaalmoçar aqui, dividindo a mesa com oFábio Penteado, o Paulinho (Paulo Men-des da Rocha) e Artigas, para discutirprojetos, arquitetura, política, era umtempo muito rico.

Agora, depois de tanto tempo,o sr. retorna, qual o sentimento?SÉRGIO FERRO Confesso que não tenhoacompanhado muito a história do IAB,nos últimos anos. Mas me lembro de umIAB ativo, participante e progressista.Porsinal, uma das coisas que mais me cho-cou quando cheguei na França foi desco-brir que a Ordem dos Arquitetos de lá erao inverso daqui, algo retardatário, paratrás. Assim, mesmo não vindo aqui, pas-sei a admirar o IAB por toda essa suaenergia, potência e capacidade de parti-cipação e de análise.

O sr. é um dos autores dolivro “Futuro-anterior”. Afinal,o passado é o futuro ou ofuturo é o passado?SÉRGIO FERRO O tempo futuro-anterior,gramaticalmente, é muito complicado,porque ele indica o futuro, mas com o sen-tido de passado antes do futuro. E, de cer-ta maneira, contém um sentido inverso.Ou seja, preparar, passo a passo, o depoisdesejado mas a partir do hoje, das condi-ções atuais, do presente.

No livro “O canteiro e odesenho”, o sr. discute a questãodo distanciamento entre projetoe canteiro, o trabalho, a questãoda plástica da dominação. Essasituação, em sua opinião, mudoucom a globalização?SÉRGIO FERRO Tenho impressão que estámudando, para pior. O que acontece é quetemos cada vez mais uma concentração gi-gantesca de potências e capitais, de um lado,e a pauperização e a exploração de paises pe-riféricos, de outro . Já que as potências nãoconseguem abrigar todo o mundo no siste-

Vitruvius, o encontro contribuiu, comcerteza, para o resgate de antigas ques-tões, que permanecem esquecidas dodebate arquitetônico, nas escolas e nasrevistas especializadas, mas que ainda não

foram superadas. Entre outras, a questãodas contradições existentes no processo daprodução arquitetônica, a cisão entre “OCanteiro e O Desenho”, título de seu famo-so livro que marcou várias gerações e que,agora, desperta novamente a atenção de jo-vens estudantes de Arquitetura.

Há mais de 30 anos, o arquiteto, profes-sor e pintor não visitava a sede da entida-de, em São Paulo, onde costumava vir comfreqüência, nos anos 60, século XX, para seencontrar com amigos e intelectuais, du-rante a gestão de Júlio Neves e, depois, deAlberto Botti.

Agora, o eterno militante retorna à antigasede e se emociona.

O IAB? Bem, o prédio continua o mesmo...Ao saudá-lo, o novo presidente do IAB/

SP, Paulo Sophia, ressalta que o IAB se re-nova, neste encontro dos jovens com a his-tória, da qual Sérgio Ferro faz parte.

E diante de “novas caras”, de amigos e ad-miradores, Sérgio Ferro, tranqüilo, repassaetapas de sua juventude, ao lado de FlávioImpério e Rodrigo Lefèvre, e de sua densae polêmica trajetória. Uma trajetóriamarcada por protestos, prisão e, principal-mente, por questionamentos que fogem doscompêndios arquitetônicos tradicionais.Uma trajetória, enfim, que faz parte da his-tória recente da arquitetura brasileira.

Quanto ao futuro, diz que pode estar numnovo tipo de relação entre arquitetura (pro-jeto) e canteiro de obras. E na atuação doarquiteto junto a “bolsões” da periferia oumovimentos coletivos emergentes, como odos Sem-Teto e o MST.

ma deles, cada vez mais há áreas excluídas,bolsões de exclusão, e minha esperança éque nessas áreas possa nascer uma outra ar-quitetura, no sentido coletivo.

O sr. tem se pautado dentrode uma linha marxista. Nessacondição, como vê o Brasil,o país de agora?SÉRGIO FERRO É uma pergunta difícil deresponder. Primeiro porque estou longee não acompanho o passo a passo da situa-ção política brasileira. Mas sei que houveuma enorme esperança de renovação queacolheu a eleição do Lula...

E a sua opinião sobrea arquitetura brasileiracontemporânea?SÉRGIO FERRO Ainda temos bons arquite-tos. Não vou citar nomes, mas há um arqui-teto que, a meu ver, acabou sendo injus-tiçado pela história: Vilanova Artigas. A meuver, Artigas foi um dos grandes arquitetos,no Brasil e no mundo, do século XX, quemerecia ser conhecido internacionalmente.

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Concurso

Arquitetos. Estamos no coração deSão Paulo onde a maior cidade denosso país nasceu, estamos hoje dan-

do alguns passos no sentido de resolver umproblema que aflige a milhões de coraçõesbrasileiros: o problema da moradia. SãoPaulo hoje está dando um exemplo, coma iniciativa da Prefeitura, e em associação desua secretaria, a Sehab, com a Cohab, a Cai-xa Econômica Federal e o Instituto de Ar-quitetos do Brasil através de sua seçãopaulista, o Departamento de São Paulo, pro-pondo uma alternativa corajosa para a loca-ção social. Vamos hoje divulgar o resultadode um importante concurso que certamen-te servirá de exemplo para todo o país.

Sr. secretário, esteja certo que o resulta-do deste concurso irá contribuir para o avan-ço de soluções para este grande problema.Esteja certo que todos os arquitetos que par-ticiparam em suas diferentes instâncias sãoao final co-autores e parceiros daquele queao final desta solenidade irá receber o titulode vencedor. A equipe do IAB, a equipe daSEHAB e da COHAB, e as múltiplas equi-pes que se inscreveram vão deixar a sua mar-ca na paisagem de São Paulo.

A qualidade de todos os projetos apresen-tados sugere a sua ampla divulgação. Nãopodemos deixar nenhum projeto aquiapresentado no fundo de uma gaveta.Mas transformar o resultado deste concur-so em CIDADE – MATÉRIA – CULTURA.

A Cidade material por onde andamos enos abrigamos, e a cidade cultural onde cres-cemos, aprendemos e ensinamos.Este conjunto de projetos deverá ser trans-formado em uma publicação que celebraráa cidade e seus cidadãos, ilustrará a diversi-dade das proposições arquitetônicas Brasi-

Exemplo a seguirConfira o discurso do presidente do IAB/SP nasolenidade de premiação do concurso Habitasampa,no dia 1o de abril de 2004, em São Paulo:

leiras. Esta é uma solenidade muito impor-tante para todos nós. Um ato público quedemonstra nossa vontade política por trans-formações. É uma solenidade que espera-mos traga um novo significado para nós ar-quitetos e para a nossa relação com as nos-sas cidades e seus habitantes.

Nossas cidades são hoje o exemploinconteste da desigualdade construída eestamos hoje trabalhando para corrigir ereparar a condição sub-humana em que sevive em nossas cidades.

Os arquitetos estão dando hoje uma res-posta das muitas respostas possíveis para a

solução do problema da habitação. O IAB/SP e seus arquitetos são aliados fiéis nestaluta por uma nova cidade para todos, umacidade de inclusão social.

Estamos hoje trabalhando para reafirmara arquitetura como palco da vida e dasrelações sociais, a cidade como o grandeteatro e o homem como seu grande ator.

Tenho constantemente afirmado que aqualidade de um projeto arquitetônico atin-ge seu maior impacto quando privilegia o usocoletivo, pois é no encontro das pessoas quea arquitetura ganha a sua maior força,expressividade e legitimidade. Esta semprefoi a força da arquitetura brasileira reconhe-cida internacionalmente como expressão daprópria cultura brasileira.

Esta é a arquitetura que estamos privile-giando hoje nesta solenidade. Nenhumconcurso seria possível sem o promotor,muito menos sem o organizador - o IABagradece ao consultor, ao júri e ao staff ad-ministrativo, elemento fundamental de li-gação entre todos.Agradeço aos senhoresparticipantes.

PAULO SOPHIA,presidente do IAB/SP

A qualidade de todos os projetosapresentados sugere a sua ampladivulgação. Não podemos deixarnenhum projeto aqui apresentado

no fundo de uma gaveta

Qual a importância desteconcurso?ZECA Há vários aspectos a considerar. Em pri-meiro lugar, o fato de se tratar de um concur-so para locação social, que há muito tempo nãose faz, e que o IAB vem defendendo há mui-tos anos como solução. Em segundo, o fato dese tratar de um grande concurso, possibilitan-do a uma grande parcela da população o aces-so a uma moradia com qualidade e dignidade.

O concurso mostra o quê?ZECA Mostra uma quantidade, um estoque de pro-jetos com qualidade que deveriam ser utilizados

com adaptações, em outras áreas e regiões ca-rentes. A Cohab deveria aproveitar toda essamatéria-prima, não só os projetos premiados.

Prova, portanto, que aarquitetura brasileira estápreparada para responder àsdemandas de habitação popular?ZECA Sem duvida. A arquitetura brasileira sem-pre atendeu às demandas de projetos sociais.Quem não atendeu foi o contratante. A dificulda-de portanto está mais na contratação que nos ar-quitetos, que provam mais uma vez sua capaci-dade de fazer bons projetos para as áreas sociais.

Depoimento

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José Carlos de Almeida Ribeiro (Zeca) – consultor

No coração da cidade – o presidente do IAB/SP discursou ao lado de autoridadesmunicipais e do representante da Caixa Econômica, Antonio Linone (o segundo à direita)

Presença – jovens e profissionaismacaram presença na solenidade

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AASSEMBLÉIA

Concurso

Ao abrir a solenidade, o presidente do IABpaulista, Paulo Sophia , ressaltou:“Estamos no coração de São Paulo, ondea maior cidade de nosso país nasceu...ESão Paulo hoje está dando um exemplo,com a iniciativa da Prefeitura e, em asso-ciação, com sua secretaria, a Sehab, com aCohab, a Caixa Econômica Federal, e oIAB, através do Departamento de São Pau-lo, propondo uma alternativa corajosa paralocação social...”

Paulo Teixeira, secretário da Habitaçãomunicipal, por sua vez, destacou o alto ní-vel de qualidade e criatividade dos traba-lhos, assegurando que novos concursos de-verão ser realizados, pois através deles,pode-se atender a dois segmentos: aos quedemandam moradias e aos que respondem,

O tema habitaçãoreconquista o coração...Dia 1o de abril, no solar Marquesa de Santos, próximo ao Pátio do Colégio, foirealizada a solenidade de premiação do concurso Habitasampa, com 88 projetosinscritos. O evento reuniu dezenas de autoridades, jovens e profissionais, alémda mídia e convidados.

com qualidade e competência profissional,os profissionais da arquitetura. Os arquite-tos, em sua opinião, estão mostrando quecasa para a habitação carente não significapobreza. Ao contrário! Os jovens, inclusi-ve, estão incorporando em suas propostasoutros conceitos e valores de acessibilida-de, paisagismo e lazer.

Premiação: Assembléia (55 projetos)Na Ata sobre o concurso para os conjun-

tos para a locação social – Assembléia e Cô-nego Vicente Marino, na Barra Funda – aCJ (Comissão Julgadora) reconhece a difi-culdade de seleção, devido ao número e àqualidade dos trabalhos apresentados. Eexplica as razões que motivaram a premiaçãodos seguintes projetos:

1o PRÊMIO – Projeto no 40Autores: Marcelo H. Morettin, ViniciusAndrade, Renata Vicente de AzevedoEstagiário: Thiago NatalProgramação visual: Renata Domingos

Ao trabalho de número 42, projeto dequalidade que atendeu corretamente a to-dos os critérios adotados para julgamento,com fortes características de arquiteturapaulista, solução engenhosa, porém com ex-cesso de áreas de circulação, a comissão de-liberou atribuir o terceiro prêmio.

Ao projeto de número 28, que apresentavagrande criatividade e qualidade plástica, cominteressante circulação por escadas externas,soluções engenhosas e manejo inventivo do es-paço ocupado, foi atribuído o segundo prêmio.

Finalmente, o primeiro prêmio foi atri-buído não apenas por consenso, mas porunanimidade ao trabalho de número 40, quecom grande competência, clareza e qualida-de atendia aos critérios que a CJ havia pau-tado para a escolha do melhor projeto.

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MENÇÕES HONROSAS

2o PRÊMIO – Projeto no 28Autores: Fernanda Barbara, Cristiane Muniz,Fabio Valentim, Fernando Viégas, Ana Paula deCastro, Apoena Amaral de Almeida, JimmyLiendo, José Carlos Silveira, José Paulo Gouvêa,Ricardo Barbosa Vicente e Sabrina Lapyda.Consultoria em paisagismo:Ricardo ViannaConsultoria em acústica:Alexandre Srewnewski

3o PRÊMIO – Projeto no 42Autores: Ricardo Bellio, Alexandre Mirandez,Carlos Ferrata, Cássia Buitoni, César Shundi,Daniel Pollara, Luciana Yamamura, MarceloPontes de Carvalho, Mariana Viegase Moracy Amaral.Estagiários: Nuno MartinsEngenheiros: Petrucci Engenharia, EuricoFreitas MarquesFotografia: Bebete ViegasRevisão de texto: Murilo OhlConsultoria: Heolisa Maringoni

Projeto no 01Autores: Pedro Nitsche, João Nitsche,Lua Nitsche, Marcio Guarnieri e LuizRenato MartinsColaboradores: Mariana Dal Canton eEduardo Crafig

Projeto no 05Autores: Luis Mauro Freire, Maria doCarmo Vilarino e Henrique FinaColaboradores: Luis Oliveira Ramos eJosé Mario Castro Gonçalves

Projeto no 35Autores: Euclides Oliveira, CarolinaMello Carvalho e Dante FurlanConsultor estrutural: Engº JorgeZaven Kurkdjian

Projeto no 38Autores: Newton Massafumi Yamato eTânia Regina ParmaColaborador: Marcio Eiji TanakaDesenhos 3D: Alexandre Takashi FujitaDesenhos Autocad: Paula AndréaFrasca e Paulo Rogério R. Silva

Projeto no 41Autores: Artur Katchborian, Mario Biselli,Vasco de Mello, Cristiana Gonçalves PereiraRodrigues, Daniel Corsi, Laura PaesBarretto Pardo, Thais Cristina da Silva, AnaCarolina Pudenzi e André Biselli Savaia

Projeto no 46Autores: Leandro Medrano e Luiz RecamánEstagiários: Carina Mie Saito, EduardoCosta, Julia Spinelli, Kátia Veríssimo,Mario Sergio Nader, Simone Pereira ePaulo Tavares

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BARRA FUNDA

Premiação: CÔNEGO VICENTE M.MARINO, Barra Funda (33 projetos)

O terceiro prêmio foi atribuído ao proje-to de número 78, que apresenta amplo es-paço interno como área de convivência lo-calizando os blocos e apartamentos nas la-terais do terreno, além da inserção do con-junto no bairro muito bem estudada.

O segundo prêmio, ao projeto número 79,que se desenvolve em três blocos duplos com

e a mente dos arquitetosa circulação no centro, tirando partido dodesnível entre o terreno e as ruas. Os aparta-mentos quitinetes e os dois dormitórios seencaixam, solucionando a mescla de três ti-pos de apartamentos no mesmo edifício. Aproposta, contudo, atribuiu excessivo espaçopara estacionamento e circulação de veículosem detrimento dos espaços de uso comum.

O primeiro prêmio foi atribuído aoprojeto de número 86, por unanimida-

de. O projeto propõe implantação cen-tralizada no lote, liberando espaços ge-nerosos, concepção das habitações, in-dependência e implantação do Centro deCapacitação que privilegia seu funciona-mento.

CJ – Antônio Carlos Sant‘Anna Jr., Eduar-do de Almeida, Helena Menna Barreto, JoanVillá e João Filgueiras Lima, assistidos porJosé Carlos Ribeiro de Almeida.

1o PRÊMIO – Projeto no 86Autores: Juliana Corradini e José AlvesConsultoria estrutural: Cláudio Puga

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MENÇÕES HONROSAS

2o PRÊMIO – Projeto no 79Autores: Cristiane Muniz, Fabio Valentim,Fernanda Barbara, Fernando Viégas, Ana Paulade Castro, Apoena Amaral de Almeida, JimmyLiendo, José Carlos Silveira, José Paulo Gouvêa,Ricardo Barbosa Vicente e Sabrina Lapyda.Consultoria em paisagismo:Ricardo ViannaConsultoria em acústica:Alexandre Srewnewski

3o PRÊMIO – Projeto no 78Autores: Hector Vigliecca Gani, LucieneQuel, Ruben Otero e Ronaldo W. FiedlerEquipe: arqs. Gabriel A. Farias, Lílian Hune Ana C. Penna, Estag. Indiana S. Martelie Heloisa NevesConsultor: eng. Paulo S. L. da CunhaMaquete: arqs. Frederico Cravo e CarolinaHaapalainenPerspectivas: Fernando Piriz

Projeto no 64Autores: Luciano Margotto Soares,Marcelo Luiz Ursini, Sergio Salles,Alexander Gaiotto Miyoshi, AndréY. Ciampi, Juliana Bicudo Barbosa,Letícia Campanelli F. Santos, LuisCláudio Marques Dias e Lílian Martinsda Silva

Projeto no 67Autores: Pablo Emilio Hereñú, AnnaHelena Vilella, Eduardo Ferroni,Fernanda Neiva, Fernanda Palmieri,Maria Julia Herklotz, Paula Cardosoe Silvio Oksman.Colaboradores: Ana Kaiser, ElianaSatie Uematsu

Projeto no 68Autores: Newton Massafumi Yamatoe Tânia Regina ParmaColaborador: Marcio Eiji TanakaDesenhos 3D: Alexandre Takashi FujitaDesenhos Autocad: Paula AndréaFrasca e Paulo Rogério R. Silva

Projeto no 69Autores: Ricardo Bellio, AlexandreMirandez, Carlos Ferrata, CássiaBuitoni, César Shundi, Daniel Pollara,Luciana Yamamura, Marcelo Pontes deCarvalho, Mariana Viegas e MoracyAmaral.Estagiários: Nuno MartinsEngenheiros: Petrucci Engenharia,

Eurico Freitas MarquesFotografia: Bebete ViegasRevisão de texto: Murilo OhlConsultoria: Heolisa Maringoni

Projeto no 71Autores: Állvaro Puntoni, JonathanDavies e João Clark SodreColaboradora: Juliana BragaEngenheiro: Mauro Rodrigues Pinto

Projeto no 74Autores: Cristina Ferreira Martins,Aline Tumelero Valente, Carlos HeckerLuz, Giancarlo Gasparotto, MarianaSoldan Hugo e Silvio LagranhaMachado

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Odiálogo do centro semfronteiras foi o ganchoinicial dado pelo prof.

Joseph Rykwert, ao abrir osimpósio organizado pela Fau/Usp, que discutiu o caminhodas responsabilidades de serarquiteto neste século em queas relações com o espaço, aspessoas e os lugares são temasrecorrentes de discursos, quese distanciam da prática deprojetos e desenhos. Práticaque se afasta das necessidadesvitais de trocas e do bom rela-cionamento entre o passado, opresente e o futuro.

Em sua palestra, o prof. Robert Tavernordesenvolveu o tema do encontro, recorrendoa idéias e ideais construídos ao longo da histó-ria da cidade vista em suas partes, num tempodefinido, que é a representação figurativa deuma época , a identidade e o equilíbrio ou di-álogo da cidade com a arquitetura. Uma cida-de que é pensada e projetada além dos discur-sos e das ordens para um progresso visionário,completou Daniele Vitale. Uma construçãoteatral, a beleza da cidade se dá também de

forma irregular, que nos faz compreender ahistória e suas qualidades particulares.

Regina Meyer provocou, fazendo um flashnas imagens que consumimos, o conhecidoskyline das novas cidades desses últimos sé-culos que celebram a força e a difusão daimagem que os arquitetos tentam reprodu-zir como se fosse uma fórmula para o suces-so. Imagem instituída, imagem comprada,imagem do não-lugar, sem identidade, semrelação homem x lugar x meio ambiente.

A cidade do amanhãHistória e prospectivas da arquitetura e do urbanismo no início do século 21

Simpósio

Ressurge a idéia de comuni-dade e incentiva-se a produçãode pequenos planos.

O prof. Benamy Turkieniczdeixa perguntas no ar após suatão questionável afirmação eapresentação de dois únicosmodelos de crescimento dascidades sejam elas qual foreme estejam elas onde estive-rem, onde periferias e centrossão mutáveis. Ficou entãouma pergunta: é possível cri-ar identidades e absorver cul-turas com apenas dois mode-los de crescimento para acentralidade?

Cidade e cidadania, as palavras“A map of the world that does not include

Utopia is not even worth glancing at.” (ummapa-mundi que não incluir a utopia, não me-rece ser visto nem de soslaio) – Oscar Wilde

A cidade em quatro dimensões, além docubo e das formas, um cenário-escala paraos acontecimentos, explorando a geometriae o movimento que se transforma com açõese a intenção.

POLIANA DE MELO LEITE

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Premiação Revestir

Objetivo: estimular a reflexão sobre situa-ções e problemas urbanos que possam serresolvidos com pequenas intervenções cons-trutivas. Júri: Anne Marie Sumner, Antonio

Espaços urbanosCom 35 trabalhos inscritos, aconteceu também apremiação do segundo concurso Revestir-IAB (paraestudantes de Arquitetura)

PRÊMIOS:Aluno: Ricardo Luis SilvaOrientadora: Gilcéia Pesce do Amaral e SilvaTema: Projeto AcupunturaEscola: CAU/UFSC

Alunas: Eliana Torres de Oliveira e Eliza Izabel BastosOrientadora: Maria de Sampaio Bonafe OstrowskyTema: Recuperação da Praça de Espanha, CuritibaEscola: Universidade Tuiuti do Paraná –UTP

Alunos: Cristiano G. Pestana, Leila Lemos Novaes,Luciana Capucci de Oliveira e Marina Otavia Rayis.Orientador: José Maria de Macedo FilhoTema: Valongo – Largo Marques de Monte AlegreEscola: Universidade Católica de Santos

Carlos Sant´Ana, Helena Aparecida AyoubSilva, Michael Rumpf Gail, Roberto Simone César G. Bergström (consultor). Dos tra-balhos inscritos, o júri premiou:

MENÇÕES HONROSAS:Alunos: Carlos H. Magalhães de Lima e Rafael FernandesInneccoOrientador: Eliel Américo da SilvaTema: Requalificação dos Pontos de Ônibus de Brasília, DFEscola: FAU/Universidade de Brasília

Aluna: Lara Lydia CrivellariOrientador: José XaidesTema: Requalificação da Praça Feira do Rolo, em Bauru-SPEscola: Universidade Estadual Paulista – UNESP

Alunos: Vicente Naspolini, Anelise Christine Macari, Alice deOliveira VianaOrientadora: Gilcéia Pesce do Amaral e SilvaTema: Retomando o AterroEscola: Universidade Federal de Santa Catarina

DESTAQUES:Alunos: Fernanda A. Nuernberg, Aline Eyng Savi, Alisson PeruchiRibeiro e Licks Bertollo e Gilmara RossoOrientador: José TabacowTema: Cor e Aromaescola: Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Alunos: Jorge Felício Leite, Eduardo Bergamin Saito, JulianaSaad de Marchi, Olívia Malfati Buscariolli e Ricardo AldoStefoniOrientadora: Pérola Felipette BrocaneliTema: Projeto de Revestimento na Av. Dr. ArnaldoEscola: Universidade Mackenzie

Aluno: Marcos Eduardo da SilvaOrientador: Sergio Leal Costa FilhoTema: Reurbanização da Praça Kasato MaruEscola: Universidade de Guarulhos – UNG

Alunos: Marcos Rosa e Claudia Inoue VazOrientadora: Joana Carla Soares GonçalvesTema: Praça 14 bis, São Paulo.Escola: FAU-USP

Desafios para o futuro – o prof. Joseph Rykwert, ao lado daprofa. Maria Irene Q. F. Szmrecsanyi, durante o simpósio na Fau/Usp

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Reencontro – o cartunista e o presidentedo IAB/SP na exposição “São Paulo por

Paulo Caruso”

Paulo CarusoEntrevista

Arquiteto e cartunista. Comovocê vive essa dicotomia?PAULO CARUSO Na verdade, fui fazer arqui-tetura motivado por aquilo que as pessoasdiziam. Ou seja, de que quem desenha bemacaba se tornando arquiteto. Mas, na facul-dade, acabei descobrindo que a arquiteturaexige outro conceito de expressão, de um de-senho mais técnico, de medição do espaço,da especificação correta dos materiais. Algo,portanto, muito mais próximo da ciência doque da arte, além da expresão conceitual.

Mas, haveria alguma relaçãoentre arquitetura e humor?PAULO CARUSO Acho que a linguagem dodesenho de cartum está mais ligada à imagi-nação. Assim, a leitura do espaço do humor ébem diferente. Já, o desenho arquitetônico,como disse, é mais racional, lógico.

Você se formou onde?PAULO CARUSO Na Fau, em 1977. Quem pro-feriu a aula inaugural foi justamente oVilanova Artigas, um de meus professores.Além dele, tive aulas com o SiegbertZanettini, que foi muito importante na ques-tão da prática, do lado pragmático. E Mozano,que foi meu orientador no campo da comu-nicação visual, e o Dario Motezano.

E o cartum, o humor?PAULO CARUSO Bem, desde menino, eu e oChico, meu irmão, fomos seduzidos pela lin-guagem dos quadrinhos, o HQ. Já, aos seisanos, vivia fazendo desenhos narrativos, noscadernos, dentro de uma linguagem do humor.

O reencontro com a arquiteturaHumor e dor se confundem, já sentenciou o cartunista turco Aziz Nesin.No caso do arquiteto e cartunista Paulo Caruso, a chargee o humor se transformaram numa forma de expressão para traduzir fatosda cena política e urbana de nosso país. Atualmente, ele assina uma colunadominical no jornal “Diário de S. Paulo”. E, recentemente, expôs seusdesenhos e cartuns, no Masp/Centro. Entre outros, os trabalhos feitos parao livro “São Paulo por Paulo Caruso”. Com o arquiteto-cartunista oucartunista-arquiteto a palavra:

Veja o Centro, por exemplo, onde muitosedifícios foram destruídos. A vertica-lização acabou matando um imenso tesou-ro arquitetônico. Se houvesse maior cul-tura pela preservação, pela memória, SãoPaulo seria uma cidade maravilhosa. Masainda falta essa cultura.

Qual a área que você destaca?PAULO CARUSO Bem, há alguns trechos,como o Largo do Café, que lembram ci-dades da Europa. Ainda menino, meu avôgostava de me levar lá. Havia um trechoperto da rua Álvares Penteado, onde eletinha seu escritório, que era conhecidocomo travessa do cuspe. O pessoal se di-vertia cuspindo do alto dos edifícios detrês, quatro ou cinco andares, imagine queloucura!

J.W.

São Paulo? É uma cidade linda,principalmente no seu ladoantigo... Se houvesse maiscultura pela preservação,

seria maravilhosa

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AAliás, minha avó teve a paciência de guadartodos os meus rascunhos, que hoje fazem par-te de minha coleção. Foi, assim, que acabeiabraçando esse tipo de desnho como forma deexpressão de minha atividade profissional.

E esta exposição, o quesignificou na sua trajetória?PAULO CARUSO Uma espécie de reeleiturade minha trajetória, num momento em quereencontro, depois de 30 anos, o meu ladode arquiteto. Assim, saí a campo, tentandodesenhar a cidade na qual vivo, quase comum olhar de turista. E dessa forma, acabeidescobrindo, com a ajuda de informaçõestécnicas e históricas, como as do catálogo daEmurb, que muitas coisas de minha intui-ção estavam corretas.

Por exemplo...PAULO CARUSO O comentário que faço so-bre a arquitetura de Ramos de Azevedo.Uma arquitetura tipo chantili, decorativa, deconfeitaria, com todos aqueles apliques degesso, carrancas, caras, pórticos, dentro deuma corrente do classicismo. Corrente quepossibilitava à burguesia da época, do café,uma história e um passado que ela não ti-nha, como se fosse algo antigo, como vemosem muitos projetos, como no Teatro Muni-cipal ou no Mercadão...

A propósito, discute-se muitosobre a beleza ou não dacidade, qual a sua opinião?PAULO CARUSO São Paulo? É uma cidadelinda, principalmente no seu lado antigo.

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Esses Planos Regionais correspondem auma espécie de segunda etapa do Pla-no Diretor. Nesta etapa cabe a cada

subprefeitura pensar as suas especificidadese, dentro dos objetivos gerais anteriormen-te estipulados para a localidade, definir o seupróprio plano de ação e crescimento.

Na primeira fase, a Prefeitura buscou pa-dronizar o adensamento urbano da cidade,diminuindo as diferenças de potencial cons-trutivo entre diferentes regiões da cidade.Os novos instrumentos de intervenção ur-bana, previstos no Estatuto da Cidade fo-ram incluídos na legislação, como a Outor-ga Onerosa, que obriga o proprietário deterreno (de regiões onde o potencial cons-trutivo puder ultrapassar 2,5 vezes o tama-nho do seu lote) que desejar construir aci-ma dessas 2,5 vezes, a pagar uma taxa à Pre-feitura. Com isso os grandes empreendi-mentos, que exigem pesada infra-estruturaurbana, pagarão para usufruir dela.

Nesta nova etapa serão definidas commaior precisão as intervenções e construçõesque a prefeitura deverá fazer nos próximosdez anos, como as novas ciclovias, caminhosverdes, parques lineares, zonas de interessesocial para construção de habitação populare abertura de novas avenidas entre outras.

O projeto de lei de uso e ocupação dosolo está embasado nos conceitos pós-mo-dernos de urbanismo que analisam o espa-ço urbano como um organismo dinâmico,onde as atividades se intercalam permitin-do ao habitante morar, trabalhar e se diver-tir em seu próprio bairro, criando assimvínculos com seu habitat e sem precisar fa-zer grandes deslocamentos. Desta forma,o novo zoneamento está diminuindo aquantidade de zonas estanques de moradia,indústria ou comércio, prevendo um am-plo aumento em área da zona mista.

Para tentar amenizar o possível atrito en-tre os usos residenciais e não residenciaishaverá uma qualificação das atividades emcompatível, tolerável e incômodo ou espe-cial. Essa qualificação determinará o tipo devia em que poderá ser instalado o uso. Des-ta forma apenas as chamadas vias estrutu-rais poderão receber atividades qualificadascomo incômodas.

A tramitação dos dois projetos de leiocorre em duas etapas. A primeira, já con-cluída, no Executivo, onde os técnicos daSecretaria Municipal de Planejamento jun-to com os técnicos das subprefeituras e al-guns escritórios contratados montaramtodo o projeto recebendo as propostas da

Agora, na segunda faseJá chegou à Câmara dos Vereadores o projeto de lei para a nova lei deZoneamento (uso e ocupação do solo) e dos Planos Diretores Regionais

população através de assembléias públicas.A segunda etapa é no Legislativo, onde osprojetos de lei são aperfeiçoados nas comis-sões (das quais a população participa atra-vés das audiências públicas) e posterior-mente serão colocados em votação.

Porém apesar de serem projetos que in-terferem diretamente no futuro da cida-de, infelizmente por desconhecimento oudesinteresse da maioria dos paulistanos, aparticipação popular nas plenárias e as-sembléias foi baixa e pouco diversificadano aspecto social. Apesar de ocorreremmuitas assembléias, nelas o debate ficourestrito ao embate entre as entidades re-presentativas de moradores dos bairrosresidenciais e os técnicos da prefeitura.Apenas em regiões da cidade onde ocor-rem grandes polêmicas, como a das ope-rações urbanas ou do entorno do aeropor-

to de Congonhas, as assembléias registra-ram um número expressivo de pessoasdebatendo o plano.

No final do ano passado, porém os proje-tos que já estavam em tramitação nas comis-sões da Câmara tiveram sua tramitação anu-lada pelo Ministério Público que aceitou asirregularidades apontadas por entidades demoradores como o Defenda SP e dos verea-dores Gilberto Natalini, Ricardo Montoro eDomingos Dissei. A irregularidades apon-tadas foram entre outras, a não publicaçãono Diário Oficial dos dois projetos na ínte-gra e a restrição a participações das entida-des nas assembléias públicas. Desta forma oprojeto voltou ao Executivo que refez o pro-cesso. Os projetos já foram encaminhados àCâmara e devem ser aprovados ainda nestesemestre.

JOSÉ RENATO SOIBELMANN MELHEM

Plano Diretor

São Paulo – vista aérea da área central. No primeiro plano, o Banespa. No centro,o Vale do Anhangabaú e, acima, o Teatro Municipal

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A Munte ConstruçõesIndustrializadas começaa se aproximar do IAB.Qual o significadodessa iniciativa?PAULO CORDEIRO Para nós, daMunte, é fundamental. Não só nosentido de conhecimento, mastambém de colaboração e apri-moramento profissional. Princi-palmente, pelo fato do IAB ter arepresentatividade da categoriados arquitetos, não só no Estadode São Paulo, mas de todos osarquitetos do país.

Portanto...PAULO CORDEIRO Quanto maispróximos estivermos dos arqui-tetos, mais possibilidades tere-mos para discutir e aperfeiçoarnosso processo de desenvolvi-mento e definição de sistemasconstrutivos. Essa aproximaçãovai nos possibilitar ampliar a massa críticade comunicação entre os que projetam e aempresa que produz e que atua na área depré-fabricados de concreto.

De que maneira seria possívelampliar essa colaboração entrea empresa e o IAB?PAULO CORDEIRO A Munte estava afastada doInstituto e, agora, esse retorno traz, conformeeu disse, uma nova possibilidade de troca deconhecimentos, de parceria. Isso implica cer-ta cumplicidade, de retorno para ambos, parase alcançar um resultado desejável e de quali-dade, tanto para o IAB quanto para a empre-sa, para o cliente e para o arquiteto.

A propósito, como o sr. vêa produção arquitetônicabrasileira que já registra umarica história, que foi consagradainclusive internacionalmente?PAULO CORDEIRO Uma produção que chamaa atenção de todos nós do setor da construção,pelo seu alto nível de qualidade e criatividade.Uma arquitetura que já se refletiu no Exteri-or, nos projetos de Niemeyer, Ruy Ohtake,Carlos Bratke, Marcelo Ferraz, Gasperini,Paulo Mendes da Rocha, e por aí afora...

Que valores a Munte, comseus sistemas e soluções na áreade pré-fabricados, pode agregarao projeto arquitetônico?

PAULO CORDEIRO Procuramos cada vez maisoferecer ao arquiteto que desenvolve um pro-jeto sistemas que proporcionem soluções cons-trutivas completas com maiores vantagens narelação custo/benefício, com racionalização,velocidade e flexibilidade. Hoje, a Munte estáem condições de fornecer sistemas que abran-gem desde a infra-estrutura, fundações, até ofechamento, o acabamento e a cobertura deuma obra. E tudo isso dentro de um conceitode sistema aberto, deixando maior margem àoriginalidade e criatividade do autor do proje-to. (A respeito dessa questão, o arq. CarlosAlberto Villar, gerente comercial da Munte, queacompanhou a entrevista, complementa):CARLOS VILLAR A meu ver, a Munte está fa-zendo uma revolução na área dos pré-fabrica-dos. Durante muito tempo, o sistema foi vistocomo imperativo, impondo dimensões e carac-terísticas rígidas ao projeto, o que gerou certopreconceito em relação ao sistema. Hoje, o pro-fissional encontra outra realidade: um sistemacada vez mais versátil e flexível, como fachadaspré-fabricadas, cores e volumetrias diferencia-das ou soluções mistas com pré-moldados e es-truturas metálicas. E isso se deve, justamente,à contribuição de arquitetos, que nos ajudamcom suas opiniões e sugestões.

Segundo registrou a mídiao setor da construção recuoucerca de 10% , em 2003. Em suaopinião, qual a solução parareverter esse quadro negativo?

PAULO CORDEIRO Antes detudo, há a questão dos juros,que continuam altos. A saída,portanto, seria sair da apatia egerar maior investimento parao setor. Gerando investimen-to, vamos gerar produção. Ge-rando produção, vamos gerartambém construção. É, neces-sário, enfim, tornar mais atra-tivo o investimento no setor daconstrução.

Se houvesse umapolítica mais ampla naárea de equipamentoscoletivos – habitação,creches e escolas – qualseria a contribuição daMunte?PAULO CORDEIRO A Munte já de-senvolve algumas soluções em re-lação à área habitacional, que éuma área que continua deficitá-

ria, carente. Mas, nesse segmento precisariahaver o crescimento da receita, da renda dotrabalhador. Não basta só o emprego. Soluçõescom painéis pré-fabricadas ou outras alterna-tivas há, mas se não houver receita, renda, nãohá demanda. Além do setor habitacional, hásoluções disponíveis para projetos de escolas,como vemos no programa CEU.

O arquiteto Sérgio Ferro, autordo livro “O canteiro e o desenho”,proferiu palestra no IAB, na qualressaltou o distanciamento queexiste entre o projeto (o desenho)e o canteiro, como o sr. analisaa questão?PAULO CORDEIRO O conceito de canteiro estámudando. Hoje, existe uma visão muito maisde gerenciamento da obra, de interação en-tre todos os componentes de um sistemaconstrutivo, seja na parte estrutural, seja nocampo das fundações, seja nos acabamentos.Essa interação está diminuindo odistanciamento que havia, no passado, entreo projeto e o canteiro. E reflete inclusive nascondições da obra, que se humanizaram mais.A obra não é mais resolvida no canteiro. Suaresolução é anterior, já vem pronta, definida,detalhada, para o canteiro. Os canteiros já nãosão tão amplos como em outros tempos. Ago-ra, ele ganhou na realidade outra dimensão,transformando-se numa verdadeira base paraa montagem de peças.

J.W.

Paulo Sérgio CordeiroEntrevista

Uma nova parceriaVeja o que significa a parceria entre uma empresa do setor da construção e o IAB,segundo a avaliação de Paulo Sérgio Cordeiro, diretor de Marketing da Munte:

Essa aproximação vainos possibilitar ampliar

a massa crítica decomunicação...

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As sociedades profissionais e os autô-nomos continuam com tratamento tributário privilegiado, com

direito ao chamado regime especial, queconsiste na aplicação da alíquota de 5% (cin-co por cento) sobre uma receita bruta men-sal estimada pela Prefeitura em R$ 800 (oi-tocentos reais) para os profissionais autôno-mos de nível superior, o mesmo ocorrendocom as sociedades de profissionais, multipli-cado pelo número de sócios e/ou emprega-dos habilitados.

Para estas 02 (duas) categorias, o recolhi-mento do ISS será trimestral, a partir do mês

ISS

Decreto regulamenta a cobrançado ISS em São Paulo

O decreto municipal no 44.540 de 29/03/2004, publicado no Diário Oficial doMunicípio de São Paulo em 30/03/2004, veio regulamentar a Lei 13.701/2003,

sendo importante destacarmos o quanto se segue:

de competência abril/2004, ocorrendo todoo dia 10 (dez) do mês subseqüente ao tri-mestre. Vale dizer, para o primeiro trimes-tre deste ano, o imposto vence em 10 deabril; para o segundo trimestre, o vencimen-to será em 10 de julho; para o terceiro tri-mestre o vencimento será 10 de outubro epara o quarto trimestre, o vencimento seráem 10 de janeiro de 2005.

Uma grande vitória foi a manutenção dadesobrigatoriedade de emissão e escrituraçãode documentos fiscais para os autônomos esociedades de profissionais, referentementeaos serviços por eles prestados.

É importante ressaltar que as socieda-des que tenham como sócio pessoa jurídi-ca; sejam sócias em outra sociedade; de-senvolvam atividade diversa daquela a queestejam habilitados profissionalmente ossócios; tenham sócio que delas participetão somente para aportar capital ou admi-nistrar e explorem mais de uma atividadede prestação de serviços, estão excluídasdo Regime Especial de tributação.

RICARDO PIRAGINI diretor de Ricardo Piragini Advocacia eespecializado em direito empresarial –www.ricardopiraginiadvocacia.com.br

ManualOriente-se!O arq. Jorge Königsberger e a advogada Lízia Manhães sãoos autores do livro “O arquiteto e as leis”, no qual enfocamquestões relacionadas à legislação que envolve o exercícioprofissional de arquitetura.

O Manual Jurídico do Königsberger e da Lízia já tem sido de enorme utilidade, socorrendo-nos sobretudo quando explicitaconceitos e valores apenas implícitos nas nossas normas legais que nem sempre são claras, posto que cheias de excessos e delacunas. Tive a oportunidade de consultá-lo e apreciar a utilidade imediata dos inúmeros comentários concisos, voltadospara preocupações dos arquitetos, na sua linguagem. Agora, já que começaram, precisam continuar, e investir mais nessetrabalho tão bem feito a nosso favor, de modo a que possamos atender melhor os nossos clientes. Sem dúvida, a par dasreconhecidas atividades normais, eles têm experiência e brilho também para isso. Estimo que possam insistir e seguiradiante em futuras edições também na Internet e em CD”

João Honorio Conselho Superior do IAB/SP

Leis não provenientes da geometria e da natureza, sempre foram complicadores na vida do arquiteto, como por exemplocódigos de obra e leis de zoneamento mal escritos e ambíguos que interferem no dia a dia do fazer arquitetônico, e paracontornar esse problema foi criada uma rede de intermediários que freqüentemente esbarram na corrupção passiva e ativa.A lei de defesa do consumidor, que parecia ser a redenção para a sociedade de consumo, não trata bem do assunto relacio-nado à nossa atividade de projeto, até onde vai nossa responsabilidade e até pode nos deixar a descoberto se a analisarmosa fundo, sem falar no código civil e sobretudo na Legislação do sistema CREA/CONFEA, a que ainda estamos submetidosenquanto não conseguirmos concretizar o nosso Conselho próprio, cujo projeto de lei tramita no Senado. O lançamento dolivro “O arquiteto e as leis”, de Jorge Konigsberger e Lízia Manhães de Almeida, aborda exatamente os temas a que osarquitetos são arredios, por falha inclusive de uma formação que inclua nos currículos das escolas de arquitetura o ensinoda legislação aplicada à prática profissional. A publicação, numa inteligente proposta editorial e de abordagem, podecontribuir para aproximar os arquitetos e estudantes de arquitetura do tema, cujo conhecimento hoje é fundamental, eestimular para que os cursos de arquitetura o insiram nos seus currículos

Edson Jorge Elito Conselho Superior do IAB/SP

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Opinião

O arquiteto é o profissional capaz de res-ponder a solicitações que vão desde oprojeto de uma cidade ao levantamen-

to, através de uma lente, das particularida-des das cidades e das edificações. Esse vas-to campo de atuação exige uma invejável for-mação eclética e abrangente, quase holística.Algo que infelizmente falta na formação deprofissionais de outras áreas. Só o conheci-mento abrangente é capaz de produzir no-vos conhecimentos.

Assim, o futuro arquiteto, nos cinco anosem que freqüenta a faculdade, vê passar di-ante de seus olhos e ouvidos um caleidoscó-pio de disciplinas. A maioria das escolas, fe-lizmente, consegue com uma boa qualidadeadministrar essa situação. Mas quem vê defora, em uma análise simplista, pode erro-neamente concluir que uma formação destasó pode ser superficial. Na verdade não éisso que ocorre; as boas escolas sabem do-sar o adequado grau de profundidade paraque o recém formado seja capaz de enfren-tar os primeiros tempos de sua profissão.

Mais tarde, o jovem arquiteto, conhecen-do as nuances da sua profissão, começa a teralgumas certezas a respeito das suas reais

aptidões profissionais. È neste momento queele vai sentir a necessidade de aprofundarquestões relativas à sua área de interesse. Èquando o processo de formação continuadaentre em cena.

È dentro deste conceito, de aprofundar co-nhecimento, que se deve colocar o processode formação continuada e não como propostapara sanar deficiências e lacunas da gradua-ção. Pois se assim for a formação continuadanão cumpre seu devido papel, torna-se somen-te uma muleta do ensino de graduação.

Como o próprio nome diz, formação conti-nuada deve ser um espaço, extra-muros esco-lares, de educação e de divulgação de conhe-cimento. Por isso, qualquer entidade ou em-presa que se proponha a esse fim deve nascerda cabeça de educadores, sejam eles profes-sores ou não, para que não se torne apenas umaprestadora de serviços remunerados.

È necessário que os gestores desses espa-ços de educação procurem não se ater a dis-putas comerciais, mas antes, se adiantar emoferecer cursos adequados, honestos e efi-cientes. Cursos ministrados por professoresaltamente qualificados, seja por sua vastaexperiência profissional, seja pela sua valio-sa capacitação acadêmica; por conseguinte:professores de valor e valorizados.

É óbvio que empresas se constituem paragerar lucros, mas que não seja esse o objetivoprincipal das empresas de formação continua-da. Seu produto é o conhecimento, cujo valorjusto é impossível medir em cifrões. Essa nãoé, em hipótese alguma, uma posição hipócrita,muito pelo contrário, é mais que sabido queatrás de objetivos sérios e edificantes, aliados àqualidade, sempre vêm recompensas materiais.

YOPANAN C. REBELLO

Formação continuada. Por quê?

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“Só o conhecimento abrangenteé capaz de produzir novos

conhecimentos”

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presente

RestauroO projeto de restauração e reforma do edifício IAB abrange além da preservação do patrimônio arquitetônico,também a restauração do acervo do Instituto, o qual apesar de pequeno, conta com obras de artistas importantescomo Antônio Bandeira, Alexander Calder, Brecheret, entre outros. A reforma terá como foco a adequação dosespaços utilizados pelo Instituto para melhor atendimento ao público, incluindo a sala de exposições, auditório,salão de eventos, biblioteca e área administrativa.

Pesadelo em debateDebates, palestras, depoimentos, exposições e lançamentos de livros relacionados aos 40 anos do golpe militar tentam decifrar asconseqüências do acontecimento no cenário político e social do pais. Um acontecimento que deixou cicatrizes e marcas em muitasgerações, incluindo arquitetos que foram cassados, presos ou afastados de sua cátedra. A propósito do tema, a Adusp, sob a coodernaçãoeditorial de Heloísa Daruiz Borsari e Pedro Estevam da Rocha, acaba de relançar o chamado livro negro da Usp – “O ControleIdeológico na USP (1964-1978)”.

Dia 1o – O IAB compareceu à cerimôniade premiação do Concurso Habitasampa, noSolar da Marquesa de Santos, próximo aoPátio do Colégio, em São Paulo. Ao discur-sar, o presidente Paulo Sophia ressaltou que“São Paulo está dando um exemplo, com ainiciativa da Prefeitura e, em associação coma sua secretaria, a Sehab, com a Cohab, a CaixaEconômica Federal e o IAB (Departamentode São Paulo), propondo uma alternativa co-rajosa para a locação social”.

Dia 5 – Ao lado dos ex-presidentes CarlosBratke, Miguel Pereira, Benno Perelmuter,Renato Nunes, Gilberto Belleza e Pedro Pau-lo de Melo Saraiva, dos vereadores GilbertoNatalini e Nabil Bonduki, o presidentePaulo Sophia participou da cerimônia deabertura da exposição em homenagem e co-memoração aos 60 anos do Instituto de Ar-quitetos do Brasil/Departamento São Paulo.

Dia 10 – Em Bauru, reuniu-se com ospresidentes dos Núcleos de Bauru e deMarília, Maurício Santana Rezende eWagner Domingos. Além disso, participoudo encontro do Erea, quando fez uma expo-sição para os estudantes sobre o processoque envolve a criação do Colégio Brasileirode Arquitetos.

O IAB/SP participou, no mês de abril, de uma série de eventos e reuniões, marcandosua presença junto à sociedade, ao governo e aos núcleos do interior. Confira:

concurso Bairro Novo, promovido pela Pre-feitura paulista e coordenado pelo IAB/SP.A solenidade contou com a presença daprefeita Marta Suplicy, do presidente Pau-lo Sophia, dos secretários Jorge Wilheim,do Planejamento, Rui Falcão, chefe do ga-binete do governo municipal e do vice-pre-sidente da Emurb, Carlos Rea. Em seu dis-curso, Paulo Sophia destacou que “é umprivilégio para o IAB participar de uma ini-ciativa que resgata a dimensão da utopia”,que marcou a história da arquitetura moder-na brasileira. “Afinal, uma cidade sem espa-ços para utopia nem mereceria ser visitada”,completou (leia notícia na página ao lado).

Dia 14 – O IAB se fez presente na sole-nidade de premiação do Prêmio pré-fabri-cados´03 (categoria arquitetos), que aconte-ceu durante o 2o Seminário Nacional de Pré-fabricados de Concreto, no Novotel São Pau-lo Center Norte. O concurso, com promo-ção da Abcic e da ABCP e organização doIAB/SP, que já se encontra no site do IAB,será um dos temas da próxima edição do BO.

Dia 16 – no Palácio Anhangabaú, atualsede da Prefeitura Municipal de São Paulo,aconteceu a solenidade de lançamento do

Habitasampa – o secretário dehabitação municipal, Paulo Texeiradestacou a qualidade das propostas

Interior – o presidente do IAB/SP reuniu-se com os presidentes dos núcleos deMarília, Maurício Santana Rezende e de Bauru, Wagner Domingos. Participaram doencontro os colegas Profs Arq. Mônica Maria Donida, Paulo Burgo e Vera Maria Vilela.Além disso, participou do EREA, quando falou aos estudantes sobre o processo decriação do Colégio de Arquitetos

Câmara – em seu discurso, Paulo Sophiafalou sobre o resgate da utopia quemarcou a história da arquitetura brasileira

Bairro Novo – a prefeita de São Pauloao lado do presidente do IAB/SP, do viceEduardo de Jesus Rodrigues, do vice-financeiro Carmelo Carlos Carmelo deBenedetto e de José Magalhâes Jr., doConselho Superior

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A ÁreaLocalizada na região da Água Branca / BarraFunda, entre a Av. Francisco Matarazzo e aMarginal do Tietê, a área de estudo eintervenção possui cerca de 1.000.000 m² ,com potencial construtivo de mais de3.000.000 m².

Reflexão e AçãoPara além de uma reflexão crítica, decaráter teórico e conceitual, o que se esperadeste Concurso é a obtenção de diretrizesconcretas e consistentes para a implantação

do BAIRRO NOVO, que se dará com autilização de novos mecanismos de gestãoe participação.

As PropostasEste projeto se insere no conjunto de açõesda Prefeitura Municipal de São Paulo e visa,entre outros aspectos:• criar áreas e equipamentos públicos;• propor novos usos e ocupações para glebase edificações sub-utilizadas;• qualificar a paisagem e indicar diretrizesde preservação ambiental;• indicar estratégias de implantação doprojeto, através da proposição de planos deação pública e privada e da implantaçãode empreendimentos imobiliários;

Coordenação do ConcursoArq. Valter Caldana

ParticipaçãoProfissionais de Arquitetura e Urbanismoem pleno exercício da profissão,regularmente registrados no sistemaCONFEA / CREAs.

InscriçõesDe 19 de abril a 30 de junho de 2004Na sede do IAB/SP, via correio ou internetR$ 150,00 para sócios quites do IAB e R$ 300,00para não sócios do IAB

Lançamento do Edital,Regulamento, Material deReferência e Publicação13 de maio de 2004

Debate “Um Bairro Novopara São Paulo”20 de maio de 2004

Entrega dos trabalhos06 de julho de 2004Na sede do IAB/SPRua Bento Freitas, 306 – São Paulo

Divulgação dos resultados22 de julho de 2004

Premiação1o Colocado – R$ 50.000,002o Colocado – R$ 30.000,003o Colocado – R$ 20.000,00

Concurso

O poder da organizaçãoNovo software vem ao encontro das necessidades do mercado!

Um poderoso software vem fazendo enor-me sucesso no setor da construção civil.Trata-se do DRarqui, uma ferramenta in-

dispensável na administração e controle de es-critórios de Engenharia e Arquitetura.

Concebido e aperfeiçoado por um arquiteto,este software permite uma perfeita administra-ção das informações, projetos, despesas, docu-mentos e atividades realizadas na empresa,alocadas por cliente; permitindo assim um efi-ciente controle de tempo e custos dispendidosem cada projeto.

O DRarqui é um programa completo, fun-damental e estratégico para o profissional, defácil entendimento, interfaces leves, que o aju-darão muito no seu dia-a-dia. Entre todos osrecursos que o software apresenta, podemosdestacar:• Controle de desenhos manuais, pranchetas,pesquisa, perspectivas, (cronometragem de tem-po trabalhado);

Investimentos:Preço Full (entrada+4 parcelas)de R$629,00. Preço exclusivo para associados (em dia) do IAB-SP. 06 parcelas de R$395,00(entrada + 05) (sem juros) ou à vista, 10% de desconto.(licença para 10 terminais, sendo 1 servidor e mais 09 terminais).

Maiores Informações:(17) 233-2277 - R. 210 - [email protected] - www.drarqui.com.br

• Controle de impressos (total de cópias impres-sas para o cliente);• Controle de materiais entregues ao cliente;• Controle de pranchas entregues para o cliente;• Controle de recibos para fornecedores ou clientes;• Agenda de compromissos e lembretes (todosos funcionários);• Controle de fotos relacionadas a obras;• Controle de envio de e-mails;• Controle de comissões a receber;• Atas de viagens;• Atas de desenvolvimento de projeto;• Atas de visitas técnicas;• Atas de atendimento• Relatório de projetos, por usuário, por obras,por arquivos,• Relatório de clientes, obras, fornecedores;• Mala direta de cliente e fornecedores (etiquetas);• Ferramentas auxiliares (calculadora e conversor);O Drarqui pode ser utilizado em escritórios eempresas de qualquer porte.

Controlede Viagens

Cadastrode Clientes

Cadastrode Obras

Cadastro deFornecedores

Atas

Quem Fez?Quando?

Pra quem?Tempo gasto?

Controle deProdução

Relatórios

RecibosMaladireta

Documentosentregues

Documentosentregues

Despesascom Materiais

Controle deImpressos

Tecnologia da InformaçãoO Departamento de São Paulo vem buscando parcerias que agreguem valor e desempenho ao dia-a-diados colegas arquitetos. Neste sentido o aplicativo Dr. Arqui vem sendo testado com sucesso. Aos associadosdo IAB-SP está sendo ofertada uma condição especial de aquisição

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Biênio 2004 / 2005Presidente: Paulo Sophia. 1o vice-presidente: Eduardo de Jesus Rodrigues. 2o vice-presidente: Décio Tozzi. 3o vice-presidente: Antonio Cláudio P. da Fonseca. Vice-presidentefinanceiro: Carlos Carmelo de Benedetto. Diretor financeiro: Pedro Nosralla Júnior. Secretário geral: Larissa Garcia Campagner. 1o secretário: Lílian Dal Pian. 2o

secretário: Cecília Pisetta. Diretores: Jaime Cupertino, Pedro de Melo Saraiva, Fernando de Magalhães Mendonça, Regina Helena Vieira Santos, Francisco Prestes Maia Fernandese Elefterios A. Athanasopoulos. Conselho Fiscal: Roberto Selmer Júnior, José Renato Soibelmann Melhem e Poliana de Melo Leite. Conselho Superior (titulares): GilbertoSilva D. Oliveira Belleza, Pedro Antonio Galvão Cury, Pedro Paulo de Mello Saraiva, Joaquim Guedes, Renato Luiz Martins Nunes, Edson Jorge Elito, Marcelo Daniel Hobeika, EduardoHabu e Mario Yoshinaga. Conselho Superior (suplentes): Elisabete França, João Honório de Mello Filho,José Eduardo Tibiriçá, Lucio Gomes Machado, José Magalhães Jr, ValterCaldana, Paulo César Freire, Fernando Rodrigues Neto e Aurivaldo Farias de C. Pacheco. Vice-presidentes regionais de Núcleos: Joaquim Caetano de Lima Filho –Campinas, Elisabeth Brigida Bottamedi – São Carlos, Ana Maria Abreu Sandim – Mogi das Cruzes, Maria Cristina Bondezan – Marilia e Paulo Roberto Correa – Bauru. ConselhoSuperior Especial da Presidencia: Carlos Bratke, José Carlos Ribeiro de Almeida, Arnaldo Martino, Titio Livio Frascino, Antonio Carlos Sant’Anna Jr e Ubyrajara Gilioli.Conselho Vitalício: Miguel Pereira, Ciro Pirondi, Fábio Goldman e Fábio Penteado

RELAÇÃO DE NÚCLEOS (INTERIOR) DO IAB-SP: PRESIDENTESAmericana: Victor Chinaglia Jr. Araraquara: Renata Aboud Barbugli. Bauru: Wagner Domingos. Campinas: Marcelo Daniel Hobeika. Franca: Cláudio Barbosa Ferreira. Guarulhos:Mario Yoshinaga. Itatiba: José Augusto Silveira Franco. Jundiaí: Ricardo Ropelli Felippi. Litoral Norte: Davison Becato. Marilia: Mauricio Santana Rezende. Mogi das Cruzes: AnaMaria Abreu Sandim. Presidente Prudente: Kazuo Maezano. Ribeirão Preto: Onésimo Carvalho. Santo André: Roberto Dias Marin. São Carlos: Regina Maria Duarte Doria.São José dos Campos: Rolando Rodrigues da Costa. São José do Rio Preto: Márcia B. Pontes Gestal. Sorocaba: Paulo Cesar Freire. Sumaré: Fernando Rodrigues Neto. Suzano:Eduardo Habu. Taubate: Paulo Gomes de Oliveira. Vinhedo: Aurivaldo F. de Carvalho Pacheco

COMISSÕES DE TRABALHOSCOMISSÃO DE PLANEJAMENTO URBANO – Coordenação: Arq. Rosa Puchala – Composição inicial: Arqs. Candido Malta Campos, Alberto Botti, Joaquim Guedes, José Magalhães Jr. e TitoLivio Frascino. COMISSÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Candi Hirano – Composição Inicial: Arqs. Francisco Petraco, Valter Caldana, Arnaldo Martino, Antonio CarlosSant’anna e Paulo Correa. COMISSÃO DE PRÁTICA PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Lucio Gomes Machado – Composição inicial: Arqs. César Bergstrom, Edson Elito e Marcos Toledo.COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Marco Fogaccia – Composição inicial: Arqs. José Eduardo Tibiriçá, José Luis Tabith, João Honório de Mello Filho, ValterCaldana, José Borelli, Ronald Tanimoto e Miguel Fabregues. COMISSÃO DE HABITAÇÃO – Coordenação: Arq. Joan Villá – Composição inicial Arqs. Elisabete França e Pedro Paulo de MeloSaraiva. COMISSÃO DE PATRIMONIO HISTÓRICO – Coordenação: Arq. Marcos Carrilho – Composição inicial: Arqs. José Carlos Ribeiro de Almeida, Jon V. Maitrejeam, Haroldo Galo,Guilherne Mota e Victor Hugo Mori. COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E PAISAGEM URBANA – Composição inicial: Arqs. Miranda M. Magnoli, Ana Maria Antunes Coelho, Fabio Vital, JoséRicardo de Carvalho, Adauto Paes Manso, Pedro Mendes da Rocha, Issao Minami e Eduardo de Jesus Rodrigues. COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO EM ARQUITETURA – Coordenação: Arq.Arnaldo Martino – Composição inicial: Arqs. José Luis Tabith, João Honorio de Melo Filho e José Borelli. COMISSÃO DE TRANSPORTES – Coordenação: Arq. Renato Anneli – Composiçãoinicial: Arqs. Pedro de Melo Saraiva e Silvana Zione. COMISSÃO DE CONCURSOS – Composição inicial: Arqs. Antonio Cláudio, Alfredo Bianco, Eduardo de Castro Mello, Gilberto Belleza, JoseCarlos Ribeiro de Almeida, Paulo Sophia e Valter Caldana. COMISSÃO DE HONORÁRIOS DO IAB-SP – Composição inicial: Arqs. Takeo Tanaka, Helia M. Vendramini Neves, Leda Van Bodegraven,Luis Carlos Pereira Viviani, Carlos Andrigo, Glaucy Rillian de Oliveira, Armando Coppini Jr., Paulo O. Pascotto, Armando Cunha, José Roberto Costa Lima, Leandro Edward Carlovich, Ricardo BastosCalabrese, Markus Fernando Kenzler, Eduardo Habu, Aliana F. V. Teramaki e Aparecida Bou Ghosn.

REPRESENTANTES DO IAB/SP:ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Arq. João Honório. CEUSO: Miriam Tibiriça – Titular. Gilberto Belleza – Suplente. CIC – COMISSÃO DA INDUSTRIA ECONSTRUÇÃO: Eleftérios Athanasopoulos. CNLU – COMISSÃO NORMATIVA DE LEGISLAÇÃO URBANA: Arq. Antonio Claudio – Titular. Arq. José Luiz Tabith Jr. – Suplente. COMLU –COMISSÃO MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA: Arqª. Mônica Teófilo Drucker – Titular. Arqª. Maria Helena Bronowski – Suplente. COMISSÃO FUNDO ROTATIVO ESPECIAL/LOTERIAHABITACIONAL – SECRETARIA DE HABITAÇÃO: Arq. José Ignacio Sequeira de Almeida. COMISSÃO OPERAÇÃO URBANA – CENTRO/EMURB: Arq. Rosa Maria Puchala – Titular. Arq.Francisco Spadoni – Suplente. COMISSÃO PERMANENTE DE ACESSIBILIDADE – CPA: Arq. Francisco Prestes Maia Fernandes – Titular. Arqª. Renata Helena de Paula – Suplente. CONDEPHAAT:Arq. Jon Andoni V. Maitrejean. CONPRESP: Arqª. Mônica Junqueira. CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA: Arqs. Tito Livo, Miguel Pereira e José Luiz Tabith. CONSELHO MUNICIPALDE DESENVOLVIMENTO URBANO DE SANTOS: Arq. Nelson Goncalves de Lima. CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIA DOVERDE E MEIO AMBIENTE: Arq. Miranda Martinelli Magnoli – Titular. Arqª. Ana Maria Antunes Coelho – Suplente. CONSEMA: Arq. Eduardo Trani – Titular. Arqª. Violeta Saldanha Kubrusly –Suplente. CONSÓRCIO “PLANTAS ON LINE”: Arq. Paulo Sophia. CREA/SP – CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA: Titular: Arqs. Gilberto Belleza,Edson Jorge Elito, Rolando Rodrigues da Costa, Benno Michael Perelmutter, Paulo Roberto Correa, Denise Guarezzi e Marco da Silva Fogaccia. Suplente: Arqs. Maria de Lourdes de Carvalho, ElvisJosé Vieira, Maria do Carmos Lopes Soueiro, Onésimo Carvalho de Lima, Ricardo Ropelle Felippi, Ricardo Carvalho Lima Ramos e Francesco Rivetti. EMURB – GRUPO DE GESTÃO DE OPERAÇÃOURBANA CONSORCIADA ÁGUA ESPRAIADA: Arq. Vasco de Mello. FÓRUM SÃO PAULO: Arq. Sergio Zaratin – Titular. Arqª. Helena Aparecida Ayoub Silva – Suplente. PROCENTRO: Arq. JoséArmenio de Brito Cruz – Titular. Arq. Pedro Nosralla Jr. – Suplente. SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO – COMISSÃO DE PROTEÇÃO À PAISAGEM URBANA –CPPU: Arq. Sylvio de Ulhoa Cintra Filho. SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO DE SÃO PAULO – SEMPLA CONSELHO CONSULTIVO / PLANO DIRETOR: Arq. RosaMaria Puchala – Titular. Arq. Gilberto Belleza – Suplente. VIVA O CENTRO: Arqª. Elisabete França

III Prêmio CauêO prêmio Cauê de arquitetura, promovido

pelo IAB-São Paulo e patrocinado pelo Cír-culo Cauê de Arquitetura, é dirigido para ar-quitetos e urbanistas e visa incentivar o conhe-cimento da técnica de utilização do CimentoPortland Cauê Branco na construção civil, seupotencial e seus recursos para a utilização emedificações e em áreas urbanas em geral.

O IAB/SP irá premiar e divulgar os me-lhores projetos e obras, em que o emprego

desse material possa se destacar pela coe-rência, adequação, criatividade, eficiênciana interação entre as características do pro-duto e o resultado almejado pelo projetoou atingido pela obra.

Os participantes poderão inscrever-se emduas categorias: 1) Obra Realizada e 2)Projeto. Para inscrever-se na Categoria“Projeto” o participante deverá optar en-tre três subcategorias: a) Edifícios resi-denciais b) Edifícios não residenciais ec) Espaços Urbanos Públicos.

A comissão julgadora será composta pelo arq.Carlos Leite (São Paulo) e pelo eng. João Pau-lo Guimaraens (São Paulo), pelo arq. ManoelCoelho (Paraná), pelo arq. Sidônio Porto (SãoPaulo) e pelo arquiteto paisagista FernandoChacel (Rio de Janeiro). As inscrições se inici-am no dia 12 de abril e se encerram no dia 14de junho de 2004. A entrega dos trabalhos ocor-rerá até o dia 26 de julho de 2004. A cerimôniade premiação se realizará no dia 12 de agostode 2004, com o anuncio do resultado final.

A.C.F.

ConcursoCamila Outa Angeleli; Melissa MarinaFreitas Cacciatori; Mariana de Souza Rolim;Guilherme Augusto de Souza Nigro; LuizBoscardin; Fernando Lorente Zanetti;Lucianna Carla Pezzolante Gerghi; ThaisPoliselli Abdelnur Borim; Marcelo Teixeira;Sergio de Oliveira Coleho Souza; Paulo LuizBoé Júnior; Nicole Evelyne Reiss; ThiagoNatal Duarte; João Paulo Daolio; GustavoCaparica Olzon; José Vicente Anderson deMello; Andréa Salies Landell de Moura;Mariana Casoy; Marja Edelman; Betty BirgerMurachovcky; Roberto Kodama Ota; SilviaRegina Merendas Rangel; Luis EduardoKohama Chimabucuro; Andreza CristinaBaroni; Marcelo Ballon Barotti; Luciano Mag-no de Oliveira Novais; Eduardo Luiz TeixeiraDornelas; Alexandre Locatelli Ferro;Fernanda Aiex da Fonseca; Claudia BranNogueira Cardoso; José Renato SoibelmannMelhem; Florência Chapius; Gylmar de PáduaBeruete; Elen Esteves Ricon; Carlos EduardoFerrari; Milena Mingone Cordeiro; Daniela daCamara; Juliana Penteado; Rubens CascaldiFilho; Poliana de Melo leite; Cristiano TeixeiraSidoti; Ney Caldatto Barbosa; PaulaGorenstein Dedecca; Mario Emilio Luppi;Jeferson Domingues Diniz; Luiz AugustoContier; Tatiana de Queiroz Moreira

Novosassociados

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A UNIÃO QUE CARACTERIZOU A 119o REUNIÃO DO CONSELHO SUPERIORDO IAB E QUE CULMINOU COM A ELEIÇÃO DA NOVA DIREÇÃO NACIONAL ÉA DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DO COMPROMISSO DE TODA A DIRETORIADO IAB COM OS MAIS CAROS PRINCÍPIOS E IDEAIS QUE SEMPRE ESTIVERAMPRESENTES NA HISTÓRIA DE NOSSO INSTITUTO

Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SPInstituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP

União e convergênciaPAULO SOPHIA presidente do IAB/SP

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ão3 ENTREVISTAO vice-presidente do IABpaulista, Antonio Cláudio Pintoda Fonseca destaca, o papeldas novas gerações narenovação do IAB

14 depoimentos/iab presente/agenda15 debate | 8 registro | 13 palestra14 concurso araras | 16 código civil17 bairronovo | 18 prêmio19 lançamento | 20 novos associados

6 ELEIÇÃODurante o 119o Cosu, em

Brasília, DF, foi eleita a novaDiretoria do IAB/DN

9 PRÉ-FABRICADOSDia 14 de abril foi realizada a solenidade depremiação do concurso pré-fabricados de concreto(categoria estudantes e categoria arquitetos)

boletimi n f o r m a t i v o

O IAB se forta lece com a e le ição de DemetreAnastassakis, do Rio de Janeiro e Gilberto Belleza, deSão Paulo, para respectivamente a presidência e vice-presi-dência do IAB/DN. Eles sucedem à profícua e exemplargestão de Haroldo Pinheiro que dirigiu o IAB durante doisperíodos. O IAB sai fortalecido para a continuidade do im-portante trabalho de Haroldo em defesa da arquiteturacomo forma inequívoca do mais alto grau de manifestaçãoda cultura brasileira.

União e Convergência construídas para o sucesso de nos-so Instituto e de nossos associados são palavras que definemo espírito deste momento.

Estamos, todos nós do IAB, firmes e decididos para juntos,com a nova Direção Nacional, continuarmos os trabalhos paraa consecução final de nosso Conselho Profissional, o Conse-lho de Arquitetura e Urbanismo. E vale repetir que estanossa luta pelo CAU significa muito mais do que uma atitudecorporativista. Significa sim a defesa da própria sociedade, desuas cidades e de seus cidadãos. Demetre e Belleza estarão àfrente, mas contarão com a nossa retaguarda, pois no dia-a-dia

o IAB em todo o território nacional e, em especial em nossoDepartamento, aqui em São Paulo, assumimos postura de alti-vez política e compromisso com a ética.

Ainda em Brasília e antecedendo ao 119o COSU houve a au-diência pública no Senado Federal para a apresentação dos re-presentantes de entidades de arquitetos interessados na rápidaaprovação do PLS 347/03 (no link – http://www.senado.gov.br/agencia/noticias/2004/5/not129.asp) é possível conferir a im-portância desse momento para nossa história e nosso futuroprofissional.

Quanto ao nosso Departamento continuamos trabalhandoe já podemos registrar alguns resultados já conquistados:

Os concursos e premiações vêm sendo organizados e têmsido o ponto alto das atividades de nosso Departamento. Orecente concurso BairroNovo em andamento já é um recor-de de inscrições. O concurso HabitaSampa premiou e já con-tratou as equipes de jovens arquitetos vencedores e resultarátambém numa bela publicação com as avaliações do júri. Oconcurso de Araras que teve sua origem na 5ª Bienal deArquitetura culminou com uma festa política dos arquitetos

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Atenção: o código da entidadea ser preenchido no formulárioda Art é 064. Não se esqueçade preenchê-lo para que os 10%do valor da taxa sejamrepassados ao IAB

A R TPresidente: Paulo SophiaEdição: José Wolf

Este boletim é uma publicação oficial do IABInstituto de Arquitetos do Brasil • São Paulo

R Bento Freitas, 306 • 01220-000 • SP • Fone 11 3259.6866 • Fax 11 3259.6597E-mail: [email protected] • http://www.iabsp.org.br

Coordenação editorial: Lilian Dal PianArte: José Roberto Ferreira Jr

editorial

e da cidade de Araras representando também a responsabilidadesocial do patrocínio da Nestlé.

O 6o Prêmio Jovens Arquitetos recebeu 110 trabalhos mos-trando a força dos jovens para uma nova paisagem construída. OPremio Cauê segue em sua terceira edição para promover a boaarquitetura com o emprego do cimento branco.

Quem ler nossos últimos boletins poderá verificar a qualida-de gráfica e o conteúdo que imprimimos a este importante veí-culo de comunicação de nosso Instituto com os associados e aprópria sociedade.

Como um dos termômetros para as ações do IAB, podemosapontar o expressivo e constante crescimento de nosso quadroassociativo. A cada mês novos colegas arquitetos juntam-se a nós.

O Site de nosso Departamento já se consolidou como veiculo deconsulta rápida e efetiva entre sócios e não-sócios. Ultrapassamos amarca de 750 mil pages view/ mês, mas não vamos parar aqui. Quemvisita o site encontra a pesquisa de interesse e satisfação do associa-do disponível e aguardando a manifestação de todos.

Para a importante relação entre o Departamento e seus Nú-cleos, uma intensiva programação de visitas e atividades aos nú-cleos está em andamento conduzida diretamente pela presidên-cia. Já receberam nossa visita Marilia, Bauru, Suzano, São Carlose Guarulhos. Um dos primeiros e importantes núcleos do IAB nadécada de 50, o núcleo de Santos está agora em vias de serreativado. Na UniSanta de Santos proferimos palestra aos cole-gas e estudantes sobre a importância do IAB e do futuro Conselhoprofissional. As universidades UniSanta e UniSantos e os cole-gas arquitetos de Santos deverão dar a demonstração de União e

Convergência que caracteriza este momento de nosso Instituto.O novo Núcleo de Piracicaba também recebe a nossa visita eterá especial atenção da presidência. Saudamos a criação do Nú-cleo de Limeira que em breve vamos visitar. Para o Núcleo deRibeirão Preto estamos apoiando seminário local sobre arquite-tura de interesse social indicando para uma palestra o colega ar-quiteto Joan Villá. Aos Núcleos colocamos à disposição toda aestrutura do Departamento no espírito que norteia nossas ações,conforme traduz este editorial – União e Convergência.

Os trabalhos iniciais para a 6ª Bienal de Arquitetura que acon-tecerá de setembro a novembro de 2005, já começaram com a de-terminação do corpo de conselheiros do IAB-SP, em suas reuniões.

O debate sobre o BairroNovo no dia 20 de maio, na sede doIAB, com nosso auditório totalmente lotado, foi exemplar mos-trando que quando há demanda há respostas.

Em nossa sede o painel de Antonio Bandeira já está sendorestaurado pela artista plástica Magali Melleu.

Novos seminários temáticos sobre política e as eleições, e umsobre Arquitetura Esportiva, estão sendo articulados.

Registro o novo interlocutor na presidência da AsBEA, o ar-quiteto Jorge Königsberger, a quem desejamos as boas-vindaspara um trabalho político e associativo. Registramos aqui a faci-lidade de comunicação que sempre tivemos com esta importanteassociação co-irmã e que irá se ampliar com este profissionalexemplar naquilo que é interesse dos arquitetos, da sociedade eda qualidade dos espaços construídos de nossas cidades.

Afinal este momento é o momentoda União e da Convergência!

Sucessão de gerações – o atual presidente do IAB/DN, Demetre Anastassakis (à esquerda), o ex-presidente Haroldo Pinheiro(ao centro), e o vice-presidente Gilberto Belleza (à direita)

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Antonio Cláudio Pinto da FonsecaEntrevista

Presente, Passado & FuturoO vice-presidente do IAB paulista, Antonio Cláudio Pinto da Fonseca destaca,

nesta entrevista, o papel das novas gerações na renovação do IAB

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A Por coincidência, estamosaqui no pátio do antigo prédioda Fau, na rua Maranhão, comtantas histórias pra contar...ANTONIO CLÁUDIO Sou das primeiras turmasque iniciaram o curso na Fau da Cidade Uni-versitária, mas sei das histórias daqui daMaranhão, deste prédio que continua umareferência emblemática para todos nós. As fes-tas do Equador com esta fonte que o Artigastransformou no “laguinho” do projeto que fezpara a nova Fau. Neste prédio se formaramvárias gerações de arquitetos compromissadoscom a qualidade arquitetônica e responsáveispor uma ampla produção de conhecimento.A grande maioria dos doutores que hoje estádisseminando o conhecimento e a pesquisasobre arquitetura por todo o país saiu daqui,destas salas e corredores...

Quando se formou quando?ANTONIO CLÁUDIO Em 76. Ingressei na Fauem 72, uma época em que a Faculdade ini-ciava a retomada do processo crítico quehavia sido interrompido com a saída dosgrandes mestres, como Vilanova Artigas, JonMaitrejean e Paulo Mendes da Rocha. A es-cola, a meu ver, ressentiu-se muito com essaperda, principalmente no sentido da estra-tégia de um procedimento em relação aoensino de Arquitetura.

E você optou pela arquiteturapor quê?ANTONIO CLÁUDIO A arquitetura apareceupara mim pelo caminho do desenho, porquegostava muito de desenhar. A idéia de recu-perar uma imagem visual e colocá-la no pa-pel era um desafio. Vivia, no tempo do giná-sio, comprando material nas papelarias paradesenhar... Posteriormente, a descoberta daspossibilidades que a arquitetura como ciên-cias humanas permite, no campo damaterialidade, da construção e da interven-ção num mundo real me conduziram defi-nitivamente para esta profissão.

Bem, hoje, você é professordo Mackenzie...ANTONIO CLÁUDIO Cada geração tem seusvalores e seus adversários. Para nós, o adver-sário, era claro, a falta de liberdade política, afalta de democracia, o regime militar. Hoje,em dia, o adversário talvez seja mais sofisti-cado, sutil. Mas, acredito que a juventude atu-al sabe se colocar diante dos novos obstácu-los e desafios. O importante é a capacidadede renovação que cada geração traz.

Atualmente, participa tambémda atual Diretoria do IAB. O IABcontinua atual?ANTONIO CLÁUDIO O IAB continua desem-penhando um papel importante na vida dosarquitetos. Por um motivo muito simples: elereflete o estado da produção arquitetônica,de sua elegância ou deselegância, de seu oti-mismo ou pessimismo, de seu humor.

E como anda esse humor.hoje?ANTONIO CLÁUDIO Acho que o humor,hoje, traduz uma crença profunda para umnovo papel que o IAB deve desempenharcomo instituição, traduzindo a perspecti-va de todos nós, no sentido de se criarnovos espaços para a profissão. Esses es-paços estarão ligados a um outro entendi-mento do significado da cidade, que deixade ser o local da produção para se confi-

gurar como local de consumo, alterando omodo de circulação das mercadorias e ca-pitais. Essa alteração produz profundamodificação nas relações sociais no terri-tório da cidade e daí novas necessidadesespaciais e formais. E esses novos espa-ços serão condicionados pela participaçãodessa juventude que está aí, vencendo con-cursos como o Habitasampa e o PrêmioCauê. Enfim, essa juventude que traz avisão atualizada do mundo, contribuindopara a modernização do IAB, abrindo no-vos caminhos para o futuro.

E o Colégio sai?ANTONIO CLÁUDIO Sai. É uma questão delibertação, para podermos definir nosso ca-minho e nosso rumo. O Colégio deve ser oprincipal objetivo dos arquitetos para esteinicio de século XXI...

J.W.

O IAB reflete o estadoda produção arquitetônica,

de sua elegância ou deselegância,de seu otimismo ou

pessimismo, de seu humor

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Depoimentos

IAB forte Continuamos a série de depoimentos de membrosda atual Diretoria, dos núcleos do interior e de associados

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O O que mais me atrai na arquitetura é a possibilidade, que o exercício de projetar proporciona, demodificar positivamente o comportamento social e a configuração desigual da sociedade em quevivemos. Essa ação dos arquitetos, porém, só será efetivamente transformadora, no momento em quenossa classe profissional estiver mais unida e conseguir um maior espaço nas decisões políticas e nomercado da construção. O IAB tem um papel fundamental nessa tarefa, pois é o órgão que melhorrepresenta os arquitetos. Espero que a presente gestão possa dar uma grande contribuição na conquis-ta desse espaço e para mim é um orgulho poder participar e colaborar com o trabalho da diretoria.Esta gestão possui grandes projetos com os quais me identifico e já tem conseguido alguns avanços,no sentido de ampliar o número de concursos —como o do Bairro Novo que está sendo realizado emconjunto com a prefeitura de São Paulo—, participar mais ativamente dos debates públicos, reformara sede e conseguir a criação do Colégio Brasileiro de Arquitetura e Urbanismo. São passos iniciaispositivos e com um bom trabalho conseguiremos evoluir muito mais”

José Renato Soibelmann Melhem Conselho Fiscal

Nas circunstâncias de me ver com um diploma na mão, lembrei a primeira pergunta de uma aula nauniversidade: “O que é arquitetura?”. A pergunta que me faço hoje é: “O que é ser arquiteto?”.A universidade me ensinou a teoria, mas não me ensinou como atuar no mercado frente à burocraciae à política. “Por onde começar?”. “Cadista?”. “Montar escritório?”. “Acompanhar obras?”. “Quandovou projetar o que aprendi?”. Desenvolvemos projetos, fomos na grande maioria aprovados quasesem nenhuma reprovação. “E ai?”. “E a qualidade dos profissionais?”. No IAB, tive a possibilidade deencontrar arquitetos, verdadeiros mestres, blibliografia da nossa formação. Aqui, descobri que abarreira que existia entre nós estava em mim, pois suas portas estiveram sempre abertas. Participarativamente do Instituto aproximou-me destas fronteiras, mostrando que acima de tudo aqui sereunem ideais, culturas, histórias, identidades, arte e filosofia. A diferença se fez quando o desco-nhecer, me impulsionou a ir buscar além da superficialidade que dissemina hoje uma cultura.Envolvendo-me com compromentimento ao progresso da nossa história, e não fazer parte de uma platéia que aplaude ouvaia, muitas vezes sem saber o porquê. Nessa nova diretoria caminharemos para a concretização das propostas apresentadaspela plataforma e estaremos sempre atentos às mudanças, sempre conectados ao tempo

Poliana de Melo Leite Conselho Fiscal

presente

Em SantosO presidente do IAB/SP, Paulo Sophia, parti-cipou de um encontro no auditório da Univer-sidade Santa Cecília, em Santos, SP, quandoproferiu palestra sobre as atividades e propos-tas do IAB e sobre as negociações políticas elegais para a criação do Colégio Brasileiro deArquitetos. Além disso, reuniu-se com um gru-po de arquitetos da cidade para tratar dareativação do Núcleo do IAB, em Santos.

AgendaJunho24 a 27 – O IAB - Núcleo de Jundiaí parti-cipará da 1a FEICAD - Feira do Imóvel,Construção, Arquitetura e Decoração, queserá realizada de 24 a 27 de junho , no MaxiShopping Jundiaí, em Jundiaí, SP. Durante afeira, o Núcleo do IAB vai organizar a IV Mos-tra da Produção Arquitetônica com o obje-tivo de promover a discussão e a reflexão sobrea arquitetura jundiaiense, assim como apresen-tar ao público em geral trabalhos dos profissio-nais que atuam na cidade. Os projetos (execu-tados ou não) a serem apresentados incluem re-sidências, edifícios (institucionais, residenciaisou comerciais), urbanização, reformas, arquite-tura de interiores, design ou mobiliário. Pode-rão participar da exposição arquitetos sócios doIAB - Núcleo de Jundiaí ou não, legalmentehabilitados e registrados no sistema CONFEA/CREA. Inf.: (11) 4526 6524

Grupo de trabalho De 31 de maio a 4 de junho, ocorreu em

São Paulo a 24° Reunião do Grupo de Tra-balho sobre Saúde Pública da UIA, que con-grega arquitetos de várias partes do mundo.Integrantes do grupo de trabalho da UIAparticiparam da reunião, quando se discu-tiu a produção de edificações voltadas paraa área médica e de saúde. A abertura do en-contro foi no hospital Albert Einstein no dia1 de junho, prosseguindo até 4 de junho. OIAB, na última reunião do Conselho Supe-rior, indicou o arq. Haroldo Pinheiro comoseu representante. Estiveram presentes, re-presentando o IAB no evento, os arqs. Gil-berto Belleza, vice-presidente nacional doIAB, Roberto Simon, representante do IABno Conselho da UIA e representante do pre-sidente da UIA, Jaime Lerner, além do pre-sidente do IAB/SP, Paulo Sophia. G.B.

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Debate

ORodoanel ou anel viário Mario Covasque interligará as dez principais rodovias de acesso à região metropolitana

– Bandeirantes, Anhanguera, RégisBittencourt, Castelo Branco, RaposoTavares, Fernão Dias, Presidente Dutra,Ayrton Senna, Imigrantes e Anchieta, deve-rá totalizar 170 km, parte dos quais já foiimplantada.

O projeto objetiva redirecionar os fluxosde transporte que atravessam a malha urba-na da região metropolitana de São Paulo.

Ao justificar sua presença no IAB, o se-cretário adjunto Paulo Tromboni argumen-tou que “a sociedade paulista possui umainteligência e massa crítica, técnica e cul-tural, da qual o IAB constitui um núcleoimportante, que não pode ser ignorada pelopoder público”.

IAB analisa o Rodoanel Cumprindo uma das diretrizes da atual Diretoria presidida por Paulo Sophia –a de discutir problemas e questões estaduais relacionadas à cidade, ao meioambiente e ao patrimônio, o IAB promoveu, no dia 28, um novo debate.Desta vez, com o secretário adjunto estadual dos Transportes,eng. Paulo Tromboni de Souza. Em pauta, a construção do Rodoanel

Depoimento Paulo Tromboni de Souza – secretário adjunto dos Transportes

O que significa, afinal, oRodoanel para a cidade e oEstado de São Paulo?PAULO TROMBONI Basicamente, o 1º objeti-vo, é aliviar e diminuir o tráfego de veículosde passagem na região metropolitana, umaredução equivalente a 50%. E o segundo ob-

jetivo é agilizar o tráfego de veículos, comrotas para outras regiões, sem que seja ne-cessário passar pela região central.

Quais as conseqüênciasambientais desse projeto?PAULO TROMBONI Posso dizer que, hoje, o im-pacto é muito positivo. Principalmente quantoà emissão de poluentes na região metropolita-na, com uma redução de 1,5 % da emissão depoluentes na cidade, além de inibir o acesso e aocupação das áreas de mananciais.

O projeto contou com aparticipação de arquitetos eurbanistas?PAULO TROMBONI Diretamente, na con-cepção da infra-estrutura, não, Evidente-mente é uma atividade que diz respeito à

engenharia de transportes. Mas, na discus-são sobre as melhores opções do desenho,do traçado, da inserção urbana, certamen-te é muito importante a contribuição dourbanista, o que está sendo levado em con-ta pela Secretaria. Por isso, estamosaprofundando a discussão sobre o proje-to, através de contatos com entidades,como acontece aqui, no IAB, para ouvirsugestões relacionadas a outros aspectosurbanísticos, ambientais e até estéticos.

E, quando o projeto deveráestar concluído?PAULO TROMBONI Creio que, se tudo correrbem, o projeto que está sendo implantadopor etapas, deverá ser inaugurado no próxi-mo governo, em 2007.

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Construção sustentávelAtenção!De 18 a 21 de julho, serão realizados no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, a IConferência Latino-americana de Construção Sustentável e o 10º Entac-Encontro Nacional de Tecnologiado Ambiente Construído. O evento é dirigido a profissionais do setor da construção civil na AméricaLatina. Temas: construção, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social empresarial • Eficiên-cia energética em edificações • Edifícios sustentáveis: avaliação da sustentabilidade de edifícios • Materi-ais e tecnologias para a sustentabilidade. Inf. www. clacs04.org ou ww.antac.org.br

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Posse

O IAB nacional já está sob novo coman-do. A eleição da nova Diretoria ocor-reu no dia 13 de maio, em Brasília, DF,

durante a 119a reunião do Conselho Superior.Demetre Anastassakis, do IAB/RJ e GilbertoBelleza, do IAB/SP, foram eleitos respectiva-mente presidente e vice-presidente da Dire-ção Nacional para o biênio maio/2004 a maio/2006. Eles sucedem ao arquiteto Haroldo Pi-nheiro, que dirigiu a entidade durante as duasúltimas gestões. Uma das prioridades da novaDiretoria é a aprovação do CAU

A solenidade de posse ocorreu no mesmo dia,em Brasília, com a presença de representantesdos vários Departamentos do IAB e autorida-des, entre elas o ministro das Cidades, OlívioDutra. O evento foi marcado ainda pela entre-ga do Colar de Ouro para o arquiteto SeverianoMario Porto, em reconhecimento à sua obradesenvolvida principalmente na Amazônia.

Por um IAB convergenteCom a chapa União, Demetre Anastassakis, do IAB/RJ, e Gilberto Belleza, do IAB/SP,foram eleitos respectivamente presidente e vice-presidente do IAB nacional

Deixo como legado um IAB unificado, com representações em todos Estados do país. O último foi o de Roraima. Outro pontopositivo: a eleição de Jaime Lerner para a presidência da UIA. Mas, um ponto a lamentar foi o de não conseguir em nossagestão, por uma série de circunstâncias, a aprovação e a instalação de nosso Colégio. O caminho, enfim, está aberto e a lutacontinua para conseguirmos, juntos, a concretização de nosso sonho

Haroldo Pinheiro ex-presidente do IAB/DN

NOVA DIRETORIA

Durante a 119a reunião do Conselho Superior do IAB, ocorrida entre os dias 12 e 15 de maio foram eleitosos novos membros da Direção Nacional do IAB. Em nome da unidade da entidade na luta por nossosideais, principalmente a conquista de nosso tão almejado Conselho Profissional próprio, foi montada umadireção presidida pelo Departamento do Rio de Janeiro, na pessoa do Arquiteto Demetre Anastassakis,tendo como vice-presidente nacional e representante de nosso Departamento de São Paulo, o colegaarquiteto Gilberto Belleza. Compõem ainda a Diretoria e vice-presidências os seguintes colegas: vice-presidente Região Sul - Arq. Roberto Simon (SC) vice-presidente Região Centro Oeste, arq. RenatoRocha (GO), vice-presidente Região Nordeste - arq. Bruno Ferraz (PE), vice-presidente Região Norte, arq.José Eduardo Beliche S. Leão (PA). Secretária Geral - arq. Dayse Gois (RJ). Diretora Administrativa - arq. Mônica Vettori (RJ). Diretora Financeiro - Arq. Márcia Nogueira Batista (RJ). Diretor Cultural - arq. Fernando Alencar (RJ). A Delegação de São Paulo foi presidida por nosso presidente, arquiteto PauloSophia e teve a participação dos seguintes colegas arquitetos: Gilberto Belleza, Elisabete França,Edson Elito, José Magalhães Jr, Valter Caldana, Joaquim Guedes, João Honório de Mello Filho,Eduardo Habu, Mario Yoshinaga e Marcelo Hobeika.Participaram ativamente dos debates no Cosu em Brasilia os ex-presidentes do IAB-DN por São Paulo eConselheiros Vitalícios do IAB, Miguel Pereira e Ciro Pirondi. G.B.

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Delegação – ao lado, integrantes dadelegação paulista: Elisabete França,(Roberto Simon, RS), João Honório,José Eduardo Tibiriçá, José Magalhães Jr.e Gilberto Belleza

Registro – o encontro entre JoaquimGuedes, do Conselho Superior,

e Carlos Maximiliano Fayet,ex-presidente do IAB nacional

Pela união – à mesa o novo presidente Demetre Anastassakis (ao centro),ladeado pelo vice Gilberto Belleza e o ex-presidente Haroldo Pinheiro, commembros das nova Diretoria

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A 119a Reunião do Conselho Superiordo IAB, realizada de 13 a 15 de maio,em Brasília, que elegeu a nova Dire-

ção Nacional encabeçada pelo presidenteDemetre Anastassakis, do Rio de Janeiro, foiprecedida no dia 12, véspera da data da li-bertação dos escravos, pela , digamos, histó-rica Audiência Pública promovida pela Co-missão de Assuntos Sociais do Senado, paraanalisar o Projeto de Lei PL-347/2003, quecria o Conselho Federal e os Conselhos Re-gionais de Arquitetura, solicitada pelorelator do projeto de lei, senador EduardoAzeredo – MG.

O chamado PL-347 tramita no Senado emcaráter terminativo. No espaço projetado porOscar Niemeyer para o Senado Federal, numauditório lotado de arquitetos favoráveis àcriação do Conselho, falaram, como especia-listas convidados para comporem a mesa,além do presidente do Confea, Wilson Lang,que recebeu uma ameaça de apupos ao afir-mar que a iniciativa dos arquitetos “irá enfra-quecer as categorias profissionais hoje reu-nidas no Sistema Confea-Crea” e que por isso“não via com bons olhos a separação”; o ar-quiteto Eduardo Bimbi, presidente da FNA– Federação Nacional dos Sindicatos de Ar-quitetos, que defendeu a criação do Conse-lho de Arquitetura, mas manteve uma atitu-de ambígua ao declarar a necessidade de“mais consultas” antes da criação do Conse-lho; o engenheiro agrônomo Antônio dePádua Angelim, presidente da Confederaçãodas Federações de Engenheiros Agrônomosdo Brasil, ( inexplicável presença na mesa, emdetrimento dos presidentes da ABEA, ABAPe AsBEA) que falou, sob o espanto dos pre-sentes: “a matéria não é consenso entre osarquitetos” e que o projeto iria “acarretardespesas para a União”(ver site do senado emhttp://www.senado.gov.br/agencia/noticias/2004/5/not129.asp); e o arquiteto Haroldo Pi-nheiro, na condição de presidente nacionaldo IAB, que proporcionou aos senadores e atodos os presentes uma verdadeira aula so-bre porque e como os arquitetos devem edesejam ter legislação e regulamentação pró-pria da profissão, e disse: “a desvinculação das

profissões e a criação do Conselho de Arqui-tetura, a exemplo do que ocorre no Exterior,representa uma unanimidade entre os prin-cipais arquitetos do país e a maioria dos estu-dantes”, sendo demoradamente ovacionado.A presidente da Comissão de Assuntos Soci-ais, senadora Lúcia Vânia, de Goiás, manifes-tou-se francamente favorável ao desejo dosarquitetos e disse para os colegas depois dareunião: “...nós vamos aprovar essa lei”.

A entusiasmada senadora Ana JúliaCarepa, da Bahia, a única arquiteta entretodos os senadores da República, manifes-tou-se emocionadamente em favor da cria-ção do Conselho de Arquitetura, arrancan-do novamente aplausos da platéia de arqui-tetos. Também compondo a mesa, o arqui-teto, ex-governador do Estado do Paraná, eatual presidente da União Internacional dosArquitetos – UIA, Jaime Lerner deixou cla-ro que “a criação do conselho irá melhorartanto a formação acadêmica quanto a pró-pria fiscalização dos profissionais” e con-cluiu, mirando nos olhos do presidente doConfea, com um bem humorado “ let mypeople go...”. Presidentes de Departamen-tos e conselheiros do IAB percorreram du-

rante a tarde os corredores do Senado e tú-nel do tempo para entrevistas com os sena-dores membros da Comissão de AssuntosSociais, para dar esclarecimentos sobre onosso projeto de lei e para deles receber in-formações sobre os próximos passos para otrâmite do processo ser rápido e obter su-cesso. Todos os senadores visitados foramfavoráveis à criação do Conselho de Arqui-tetura, entre eles o senador Romero Jucá(RR), vice-líder do governo; Juvêncio daFonseca (MS) e Pedro Simon (RS).

E agora? Resta encontrar o melhor cami-nho para que o desejo se torne realidade, ouseja, lei, inclusive decidir se será pela cria-ção de um novo conselho de arquitetura,oupelo desmembramento do sistema Confea/Crea, e se o projeto de lei também deve serencaminhado ao Senado pelo executivo –governo federal. Enfim, há ainda várias pe-dras no caminho que deverão ser removidase lapidadas, com a participação intensa, emBrasília, dos arquitetos e dos dirigentes doIAB e demais entidades, antes de vermos o,esperado há mais de meio século, Conselhode Arquitetura, ser realidade.

EDSON ELITO

A reunião do ConselhoSuperior do IAB, em Brasília,

foi precedida no dia 12 de maio pelaaudiência pública, com a presença de

autoridades, para a análise do projeto lei que cria o Conselho Federal e osConselhos Regionais de Arquitetura

Agora sai o Conselhode Arquitetura?

Audiência – Eduardo Bimbi, presidente da FNA, Haroldo Pinheiro, presidentedo IAB/DN, Jaime Lerner, presidente da UIA, senadora Lúcia Vânia, presidenteda Comissão de Assuntos Sociais, Wilson Lang, presidente do Confeae Antônio de Pádua Angelim, presidente da Confeab, participaram do debate

...a criação do Conselho de Arquitetura, a exemplodo que ocorre no Exterior, representa uma unanimidade

entre os principais arquitetos do país...

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Entrevista

Registro

No dia 13 de abril ocorreu a comemo-ração dos 60 anos do IAB departamen-to São Paulo, na Câmara Municipal de

São Paulo. No Salão Nobre da Câmara esta-vam presentes os ex-presidentes: CarlosBratke, Miguel Pereira, Paulo Mendes da Ro-cha, Benno Perelmuter, Renato Nunes, CiroPirondi, Gilberto Belleza, Pedro Cury, JoséMagalhães, Pedro Paulo de Melo Saraiva e oatual presidente Paulo Sophia. Durante a ce-rimônia, grandes passagens da história da en-tidade foram recordadas e gravadas para ser-vir de exemplo às futuras gerações. Os anfitri-ões da noite, os vereadores Gilberto Natalinie Nabil Bonduki abriram a sessão reforçandoa necessidade de uma presença maior dos ar-quitetos na Câmara de Vereadores ajudandono planejamento de São Paulo. Natalini res-saltou a importância dos arquitetos na luta pelaliberdade durante o período do regime mili-tar; Nabil acrescentou que cada gabinete devereador deveria ter obrigatoriamente um as-sessor de urbanismo para qualificar as deci-sões dos parlamentares nos projetos urbanísti-cos importantes como o Plano Diretor. O se-cretário de planejamento urbano municipal Jor-ge Wilheim prestigiou o evento, demonstran-do a importância do IAB no cenário do país.

A partir disso o presidente Paulo Sophia eos ex-presidentes assumiram a cena e cada umbuscou contar um pouco de sua experiênciadentro do Instituto de Arquitetos do Brasil.

Uma noite para ficar na memória...Câmara Municipal de São Paulo comemora os 60 anos do IAB/SP

Nessa altura, a cerimônia passou a emocionara platéia com diversos momentos, como quan-do Renato Nunes relembrou a luta do Institu-to contra o regime militar, que gerou a perse-guição a diversos arquitetos que lutavam pelaliberdade de expressão. Recorrendo á metá-fora, para definir esse período, Miguel Perei-ra lembrou o poema “No meio do caminhotinha uma pedra”, de Carlos Drummond.

“Tivemos nesta noite a bela história doIAB contada de forma bem resumida, por

quem a viveu intensamente” assim encerroua solenidade o vereador Gilberto Nataliniorganizador do evento.

Fazendo parte da comemoração dos 60 anosda entidade, uma exposição foi montada noespaço de exposições da Câmara Municipal deSão Paulo . A exposição composta por cercade 30 painéis recordou como foi a atuação doIAB ao longo desse tempo e registrou algunsprojetos executados no período.

JOSÉ RENATO SOIBELMANN MELHEM

Memória – (da esquerda para a direita) Pedro Paulo de Melo Saraiva, BennoPerelmuter, Renato Nunes, o secretário Jorge Wilheim, os vereadores Gilberto Natalinie Nabil Bonduki, o atual presidente do IAB/SP, Paulo Sophia, Miguel Pereira, CarlosBratke, Ciro Pirondi e Gilberto Belleza, vice-presidente do IAB nacional

Com pós-gradução em Artes Plásticas emestrado em Restauro e Conservação,ela esclareceu para o Boletim:

O que significa, neste caso,restaurar?MAGALI MELLEU Basicamente, recuperar outentar devolver a leitura estética da obra. Re-cuperar, por exemplo, problemas estruturaise de sujeira que a obra apresenta, interrom-pendo, assim, o processo de deterioração emque ela se encontra.

E esse trabalho implica o quê?MAGALI MELLEU Bem, ainda estou na fasedo diagnóstico, de pesquisa, fazendo testesde limpeza e da remoção mecânica de res-pingos de tintas da obra, que é um painel aóleo sobre parede, e não afresco. Mas o pro-blema principal é a conservação.

E quais devem ser aspróximas fases?MAGALI MELLEU O da limpeza. Mas aindatenho que conversar com Paulo Sophia parasaber até onde a gente pode ir. Depois, vem

a fase de nivelamento, de fixação da camadapictórica e finalmente, a reintegração cro-mática que significa a recuperação da leitu-ra estética da obra, fazendo o, assim, o reto-que final.

Mas, você se referiu aoproblema da conservação?MAGALI MELLEU Sim, assim vou estudar umaproposta de ação preventiva. Pode ser umtipo de barreira de isolamento, um tipo depainel de vidro de proteção.

J.W.

Restauro de painelA convite da Diretoria, a artista plástica Magali MelleuSehn iniciou o trabalho de restauração do painel“geométrico” de Antonio Bandeira, que se encontrano hall da sede do IAB, em São Paulo

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Prêmio pré-fabricados

Com o objetivo de premiar os melhoresprojetos que tenhamutilizado de siste-mas construtivos depré-fabricados deconcreto, além de divulgar e ampliar osconceitos de industrialização desses sis-temas, surgiu o Prêmio Pré-Fabricados(categoria estudantes), com a organiza-ção do IAB/SP, promoção da Abcic, daABCP e apoio do Ibracon. Além disso,foi lançado o 1º Prêmio Pré-Fabricados(categoria Arquitetos), com os seguintesobjetivos:

Desafios à técnica e à arteDia 14 de abril foi realizada a solenidade de premiação do concursopré-fabricados de concreto (categoria estudantes e categoria arquitetos)

Estamos neste Seminário patrocinadopela ABCP, ABCIC e por outras empresasamigas discutindo: Técnica e Arte.

Sim técnica, pois queremos fazer mais emelhor poupando o sacrifício humano e pou-pando nossos recursos tão escassos. Sim, tam-bém Arte, pois nestes abrigos para o traba-lho, lazer e cultura que construímos, deixa-mos a marca de nossa cultura, a marca donosso saber, a marca de nossos sonhos.Estamos divulgando o 1º Prêmio Nacional dePré-Fabricados de Concreto para Arquitetose o Prêmio Pré-Fabricados 2003 para Estu-dantes de Arquitetura. Hoje estamos premi-ando a arte e a técnica de estudantes e pro-fissionais da arquitetura que se dispuseram adividir seus sonhos com todos nós...

Sr. presidente da ABCP e sr. presidente daABCIC, estejam certos que o resultado des-tes concursos irá contribuir para o avanço dasrelações entre projeto e canteiro, projeto eindústria, arquitetura e engenharia.Estejam certos que todos os arquitetos e en-genheiros que participaram em suas diferen-tes instâncias – organizador, júri, enfim todos,são ao final co-autores e parceiros daqueles queirão receber o titulo de vencedores.

A equipe do IAB, a equipe da ABCP e daABCIC, e as múltiplas equipes que se ins-creveram e trabalharam para apresentar seusprojetos vão deixar aqui, de alguma forma, asua marca. A qualidade de todos os projetosapresentados sugere a sua ampla divulgação.Não podemos deixar nenhum projeto apre-sentado no fundo de uma gaveta. Mas trans-formar o resultado deste concurso em CI-DADE – MATÉRIA- CULTURA. A Cidadematerial por onde andamos e na qual nos

• reunir a produção arquitetônica no Brasilde obras executadas a partir da utilização depré-fabricados de concreto, e concluídas nosúltimos dez anos:• premiar o projeto correspondente à me-lhor obra apresentada escolhida pela comis-são de julgamento (CJ):• debater e divulgar o processo e o resulta-do da premiação na mídia.

A solenidade de premiação foi no dia 14de abril, no Novotel, durante a realização do2º Seminário Nacional de Pré-fabricados de

Concreto, em São Paulo. Ao participar dasolenidade, o presidente do IAB paulista,Paulo Sophia, destacou:

“Estamos divulgando hoje o 1º PrêmioNacional de Pré-fabricados de Concretopara arquitetos e o prêmio Pré-fabrica-dos´03 para estudantes de arquitetura.Estamos, enfim, premiando a arte e a téc-nica de estudantes e profissionais de ar-quitetura que se dispuseram a dividirseus sonhos com todos nós (leia, na se-qüência, o texto):

abrigamos, e a cidade cultural onde cresce-mos, aprendemos e ensinamos.

Gostaria de firmar um compromisso comvocês de que este conjunto de projetos de-verá ser transformado numa publicação quecelebrará a técnica e a arte, a cidade e seuscidadãos, ilustrará a diversidade das propo-sições arquitetônicas brasileiras.

Os arquitetos, com seus projetos estãodando uma resposta entre muitas respostaspossíveis para a solução do problema da ha-bitação, da indústria, do comércio, da edu-cação, do lazer, de cada uso enfim tratadopor cada concorrente.

É importante salientar que os estudantes de-ram sua contribuição com forte apelo para pro-posições ao problema da habitação, o grande

Cidade + matéria + cultura

e talvez maior problema urbano atual. Para-béns, este é o exemplo de consciência e de tra-balho por uma nova sociedade, uma cidade deinclusão social. Estamos hoje trabalhandopara reafirmar a arte e a técnica irmanadasna arquitetura e em seu projeto como o pri-meiro passo do sucesso de uma sociedademadura que queremos para o nosso país. Estaé a arquitetura e estes são os projetos queestamos privilegiando nesta solenidade.

Nenhum concurso seria possível sem opromotor, muito menos sem o organizador.O IAB agradece ao consultor, ao júri e aostaff administrativo, elemento fundamentalde ligação entre todos.”

PAULO SOPHIA,presidente do IAB/SP

o conjunto de projetos deverá sertransformado numa publicaçãoque celebrará a técnica e a arte“

Celebração – À mesa, o presidente do IAB paulista, Paulo Sophia, o gerente regionalda ABCP Ronaldo Meyer, o ex-presidente da ABCIC, Milton Moreira Filho, Edson Elito,consultor do concurso, e o vice-presidente do IAB nacional, Gilberto Belleza

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‘Prêmio pré-fabricados

MENÇÕES HONROSAS

PRÊMIO – Obra: Livraria Triom, São Paulo, SPArquitetos: Ricardo Ramos e Aldo Urbinati NetoCliente: Renata Vidigal Carvalho LimaConclusão: março de 2003

Obra: Millennium OfficeBuilding, São Paulo, SPArquitetos: Alberto Botti e MarcRubinEquipe: Sergio Alvaro de Oliveira,Sandro Rogério Machado, VaniaZanocco, Paul Bringold, TakushiNakashima e Marco Antonio CortesProjeto estrutural: AluizioD’avila e Rudiger Nestor MaderProjeto hidráulica/elétrica:Procion Engenharia Ltda.

ARQUITETOSSegundo a CJ: na obra premiada, “ a exploração plástica dosistema construtivo consegue um resultado harmônico einstigante; a revelação clara do processo de concepção; a evi-dência da superestrutura e, independentemente da dimensão daobra, a possibiluidade e o sucesso em conseguir um grande re-sultado, além do desenho dos elementos complementares quepermitem atingir a unidade sensível do produto final”

Projeto ar-condicionado:Thermoplan Engenharia Térmica Ltda.Cliente: Serplan DesenvolvimentoImobiliário e Comercial Ltda.Conclusão: 2003

Obra: Companhia deExportação, Campo Bom – RSArquitetas: Elisa Maria SpohrSenger e Carla Regina Spohr HorsterCliente: Shoe Trend Exporatadora LtdaConclusão: setembro de 2003

Obra: Ceus – Centros EducacionaisUnificados, São Paulo – SPArquitetos: Wanderley Ariza,Andre Takiya e Alexandre DelijaicovCliente: Prefeitura do Município deSão PauloConclusão: 2003

CJ: Carlos Bratke (SP), GilsonParanhos (DF), Gustavo Penna (MG),Leo Bonfim (SP), Manoel Coelho (PR)e Edson Elito (consultor)

Fachada principal e interior

O prêmio pré-fabricados para Estudantes de Arquitetura teve na sua primeira edição uma participação tão expressiva quantitativae qualitativamente, que a ABCIC, a ABCP e o IAB/SP decidiram realizar paralelamente à 2ª edição, premiação semelhante paraos profissionais (categoria Arquitetos), como de fato ocorreu. Concorreram 28 trabalhos, sendo conferidas três mençõeshonrosas, sendo que para o prêmio principal foi escolhida uma obra de reduzida dimensão, dos arqs. Ricardo Ramos e AldoUrninati Neto, de São Paulo, uma livraria, mas que demonstra, além da correta utilização do pré-fabricado de concreto comosistema construtivo, que é possível extrair desse sistema a expressão plástica que a obra de arquitetura deve ter

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1o PRÊMIO – Projeto: São Paulo Brooklin Jardim EdithAlunos: Victor Paixão, André Biselli Sauaiae Reinaldo Sigueta NishimuraOrientador: Mario BiselliEscola: Universidade Mackenzie, SP

Segundo a CJ:“A proposta para con-junto habitacional emque é configurada uma ar-quitetura rica e interessan-te, contando com aspectos va-riados e bem resolvidos, a sererigida mediante as possibilidadesde um sistema construtivo igualmentebem concebido, detalhado e apresenta-do com clareza; foram incluídos nessaapreciação geral o jogo versátil das combi-nações e das articulações das unidadesresidenciais conforme uma variada tipologia,além da estrutura expressada por componentes pré-moldados de geometria singela, e também a indica-ção de instalações racionalmente dispostas; contudo,mediante tais potencialidades, a solução urbanística po-derá ser melhor obtida, se for evitada a densidade excessivade ocupação do solo e, por conseguinte, ensejados ambientesmais abertos e acolhedores para o convívio público.”

Segundo a CJ: “Uma proposta para edificação escolar bem con-cebida quanto à arquitetura e à sua implantação no terreno dispo-nível, mediante um sistema construtivo tecnicamente estruturadoem ossatura de componentes pré-moldados e articulados de modoracional e coerente.”

ESTUDANTES2o PRÊMIO – Projeto: Escola Federalde Aplicação – Brasília, DFAlunos: Rommel Dias Marques Ribas Brandão,Carlos Henrique Magalhães, Rafael FernandesInnecco e Thiago Teixeira de AndradeOrientador: Andrey Rosenthal SchleeEscola: Fau – Universidade de Brasília, DF

CJ: Arnaldo Martino (SP), Carlos M. Fayet (RS), Marco Antonio Borsoi (PE), João Honório e Sami Bussab (SP)

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’MENÇÕES HONROSAS

ESTUDANTES

Segundo a CJ: “A proposta para conjuntohabitacional mediante a conjugação deedificações bem concebidas quanto à arquite-tura, embora mediante o emprego de longasformações de blocos edificados; no entanto,notou-se o modo de implantação no terreno,em que são reservados espaços formadores deambientes urbanos generosos e bem propor-cionados para o convívio público; o sistemaconstrutivo estruturado em ossatura e demaiscomponentes pré-moldados de concreto arma-do, estão articulados de forma racional e in-teressante, embora o sistema em container,conforme é indicado, não pareça ser indispen-sável à integridade da idéia central.

3o PRÊMIO – Projeto: Habitação: Espacialização Alternativa no Bairro de SantanaAluna: Laura Paes Barretto PardoOrientadora: Nadia CahenEscola: Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, SP

Projeto: Conjunto Habitacionaldo GuanduAlunos: Luis Antonio ValesiniGegembauer, Juliana Ferreira Teixeirade Almeida e Rafael AugustoSant’Anna VideiraOrientador: Luiz Fernando deAlmeida FreitasEscola: Universidade Santa Úrsula,Rio de Janeiro, RJ

Projeto: Centro de Ensino dasArtes do Vale do ReginaldoAlunos: Várany Kelthome de OliveiraNunes e Andréia Lopes Muniz CorrêaOrientador: Flavio AntonioMiranda de SouzaEscola: Universidade Federal deAlagoas, Maceió, AL

Projeto: Intervenção emFavelas de Palafitas – uma paraBrasília Teimosa, no Recife - PE eoutra para a Favela do Dique,em Santos - SPAlunos: Diego Beja Inglez de Souzae Pablo IglesiasOrientador: Anála Amorim eÁlvaro PuntoniEscola: FAU/USP, São Paulo

Projeto: Habitação SocialColetivaAlunos: Tiago RuprechtOrientador: Luis Flavio GaggetiEscola: Universidade PresbiterianaMackenzie, São Paulo

Projeto: Parque deEquipamentos Vila Sônia – BlocoHabitacional

Alunos: Vanessa Grossman, MarcosLeite Rosa e Pedro Mollan SaitoOrientador: Milton BragaEscola: FAU/USP, São Paulo – SP

Projeto: Escola Técnica –Universidade Federal do ParanáAlunos: Matheus MarquesRodrigues Alves, André AugustoPrevedello, Cassiano Pitella Navarro,Eron Danilo Costin e Felipe SachsOrientador: Silvio ParuckerEscola: Universidade Federal doParaná, Curitiba – PR

Projeto: Conjunto Habitacional –PariAluna: Camila de Castro StelaOrientadora: Ruth Verde ZeinEscola: Universidade PresbiterianaMackenzie, São Paulo – SP

O 2º Prêmio (para estudantes) teve um crescimento de 8% no número de participantes com 66 trabalhos inscritos representando12 Estados da Federação. Todos os envolvidos na promoção e organização da premiação, principalmente a Comissão Julgadorase surpreendeu com o salto de qualidade em relação ao ano passado. Os trabalhos mostraram alto nível de elaboraçãoarquitetônica e tecnológica e abordaram predominantemente temas de interesse social como habitação e educação e seusautores revelaram estar na direção de poderem contribuir para a solução dos problemas que o Brasil enfrenta nessas áreas,com a aplicação conveniente do sistema construtivo de pré-fabricados de concreto. Além dos três prêmios, sete projetosreceberam menção honrosa. O projeto vencedor, dos estudantes Victor Paixão, André Biselli Sauaia e Reginaldo Nishimura,orientados pelo prof. Mario Biselli, da Universidade Mackenzie, é um ótimo exemplo de como resolver um conjunto habitacionalaplicando os conceitos de construção industrializada

Edson Elito consultor e membro do júri

Prêmio pré-fabricados

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Falando sobre arquitetura nos dois pri-meiros dias, enfatizou a importância deabordar a História da Arquitetura do

ângulo da construção e do significado eco-nômico da realização de obras, públicas eparticulares, para as sociedades que as pro-moveram. Mostrou como, por exemplo, noperíodo medieval, pode-se perceber que nãoforam as cidades que construíram seus mu-ros e catedrais, mas sim que foi a sua cons-trução que movimentou a economia que sus-tentou o desenvolvimento das cidades. Mos-trou que, ao longo da História, a massa devalor gerada na construção sempre susten-tou o desenvolvimento da economia.

Sérgio Ferro detalhou a respeito do papeldo desenho na obra. No período medieval odesenho era essencialmente um instrumen-to da construção, inexistia praticamente odesenho de representação. Mesmo os dese-nhos de Villard de Honnecourt eram um re-gistro, um aide-mémoire de detalhes constru-tivos. Com a invenção da perspectiva e o de-

Sérgio Ferro fala sobrearquitetura e artena Fau – USPNos dias 20, 26 e 27 de abril, o arquiteto Sérgio Ferrofez um conjunto de palestras no prédio da rua Maranhãosobre arquitetura e sobre arte, expondo o resultado de sua trajetóriaintelectual como arquiteto, como artista e como professor, tanto na FAU-USPcomo na França, especialmente em curso de arquitetura na cidade deGrenoble, durante muitos anos

senvolvimento do desenho de representação,mais do que um afastamento do arquitetocom relação à obra, ocorre o afastamento doartesão, do trabalhador na construção, da con-cepção da obra. E, além disso, a redução daremuneração da mão-de-obra, dos artesãosque se tornam operários. A valorização do‘status’ dos artistas é concomitante à desvalo-rização da mão-de-obra em vários campos,como na produção de tecidos por exemplo.

Outro aspecto abordado por Sérgio Fer-ro foi a relação entre o desejo da perfeiçãoatingida no desenho e a imprecisão própriada construção. Ressaltou a comparação en-tre a elevada qualidade observada na cons-trução gótica e a imprecisão da construçãorenascentista e posterior, que é recobertapor um revestimento que regulariza super-fícies, eliminando a visibilidade de falhas.Mostrou como, na arquitetura moderna, aimprecisão na construção prejudica obrascujo desenho exigiria uma realização perfei-ta, quase impossível.

Sérgio mostrou como, quando o desenhocontraria a construção, esta acaba se reve-lando, como em obras em que o desenhoapenas criado de juntas de pedras não coin-cide com o efetivo corte dos materiais cons-trutivos.

Abordando a arquitetura moderna, salien-tou como Frank Lloyd Wright mudou a ma-neira de entender a arquitetura. Depois delenão se podia mais reduzir a arquitetura àconstrução de paredes e coberturas.

Sérgio Ferro observou que os movimen-tos sindicais do século vinte se ocuparam dascondições de trabalho e de sua remunera-ção, mas não questionaram a organização daprodução da obra desde sua concepção atésua realização. Também os arquitetosracionalistas e funcionalistas questionarama elaboração de projetos e as técnicas cons-trutivas, sem entrar no mérito da organiza-ção dos canteiros de obras.

Abordando as questões ligadas à pintura,Sérgio tratou, entre outras, da relação entreo artista e sua obra e o público.

A realização das palestras surgiu de umasugestão do próprio Sérgio e de convite fei-to a ele pelos arquitetos José Pedro de Oli-veira Costa e José Eduardo Lefèvre, profes-sores da FAU-USP, por ocasião do eventopromovido pelo IAB/SP, em 10 de março,em seu auditório, em que Sérgio fez um in-teressante depoimento pessoal. O IAB/SPdeu apoio às palestras através da sua docu-mentação em vídeo, que deverá ser trans-crito para futura publicação.

A FAU-USP está preparando para o se-gundo semestre deste ano um evento paradivulgar a obra desenvolvida por Sérgio Fer-ro, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, emarcar a integração, ao acervo de sua bibli-oteca, dos desenhos de obras por elesprojetadas, de acervo pessoal em poder dafamília Império e cadernos de anotações deSérgio Ferro, por ele doados.

JOSÉ EDUARDO DE ASSIS LEFÈVRE

Palestra

Outros tempos – Na platéia, a presença marcante dos jovens

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Concurso

Araras nos trilhos da históriaA cidade do interior paulista resgata parte de seu passado

Aexemplo de outras cidades do interi-or, Araras decidiu investir na arqui-tetura, para resgatar sua história,

para transformar sua antiga estação fer-roviária num Centro Cultural. Assim, foilançado um concurso nacional, através deconvênio firmado entre a Associação deCultura e Artes de Araras e o IAB/SP, du-rante a gestão de Gilberto Belleza. A ini-ciativa contou com a participação da Fun-dação Bienal de São Paulo e patrocínioda Nestlé.

O concurso registrou 160 projetos inscri-tos (79 entregues) de todo o país. Participa-ram da primeira reunião os membros da CJ(Comissão Julgadora) composta pelos arqui-tetos Miguel Juliano e Silva, Marcos JoséCarrilho e Luciano Margotto Soares, o ar-quiteto-consultor Pedro Taddei Neto e Gil-berto Belleza, presidente do IAB/SP na oca-sião em que foi firmado o convênio para or-ganização deste certame.

Após uma série de reuniões, a CJ decidiu atri-buir os seguintes prêmios e menções honrosas:

1o PRÊMIO – Projeto identificadocom o número 61Equipe: Bruno Bonesso Vitorino,André Dias Dantas, André Maia Luque,Fernando Botton e Renato Dala MartaCidade: São Paulo - SP

Segundo a CJ: “o projeto traduz a interpretação do programa com a maior simplicidade e força dentre todos os projetos apresentados.Com uma proposta intencionalmente econômica, apresenta a mais adequada e elegante intervenção arquitetônica que possibilita avalorização das características históricas dos bens remanescentes. “O projeto extrai da estrutura existente seu máximo de potencial ebeleza por meio de sua legibilidade e coerência com o uso dos espaços.”

CJ: Pedro Taddei Neto (consultor),Miguel Juliano e Silva, Marcos JoséCarrilho e Luciano Margotto Soares

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MENÇÕES HONROSAS

Segundo a CJ: “com grande consistência e definição conceitual tanto para a recuperação do patrimônio quanto para o estabelecimentodo Centro Cultural, o partido apóia-se na “configuração de um espaço centralizador, capaz de estabelecer uma nova lógica espacial aoconjunto e integrar as antigas e novas construções.” Sobressai-se pela praça central sob grande marquise transversa ao eixo original apoiadaem duas “paredes-mestras” paralelas ao leito dos antigos trilhos. Destaca-se também pela grande ênfase dada aos aspectos construtivos.

Segundo a CJ: “o projeto apresenta elaborado desenvolvimen-to do programa sugerido resultando em um conjunto com grandevisibilidade para a cidade, especialmente os espaços livres públicose coletivos, sendo notável a configuração de uma ampla praça re-baixada, principal ponto de encontro do Centro Cultural, local queabrigará e organizará diversas partes do programa: teatro de arena,entrada para a lanchonete, entrada para as salas de exposição epara o auditório.

2o PRÊMIO – Projeto identificadocom o número 12Equipe: Eduardo Argenton Colonelli,Eduardo Pereira Gurian e Fabio KassaiColaboradora: Gabriela Ravani GurgelConsultor: eng. Jorge Zaven KurkdjianCidade: São Paulo – SP

3o PRÊMIO – Projeto identificadocom o número 69Equipe: René Miliauskas, RodrigoFernandes Carbone, Paulo Luiz Boe Júnior,Caio Augusto Fioretto Micelli e AdrianoRamos PassarelliCidade: São Paulo – SP

Projeto no 05Equipe: Afonso Jorge Assumpção eRachel Fernanda Michielin BonfantiCidade: Araras – SP

Projeto no 11Equipe: Nina Andrade Domingues,Adriana Zampieri, André Vainer, BrunoLayus, Guilherme Paoliello, João Paulo

Meirelles de Faria e Manoel Maia.Cidade: Santana de Parnaíba – SP

Projeto no 31Equipe: Arquitetos Luciano Tricárico,Emilio Yasunaga e Fabio NunesConsultor de Meio Ambiente:Paulo Nascimento EvangelistaCidade: São Paulo – SP

Projeto no 46Equipe: Arquitetos JulianaCorradini e José AlvesCidade: São Paulo – SP

Projeto no 48Equipe: Marcus Ricco La Motta,Paula Andrade e Ivan NishihataCidade: São Paulo – SP

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Código civil

Portanto, tais profissionais ou empresaspor eles constituídas, devem atentarpara o cumprimento dos deveres esta-

belecidos nestas legislações, afora o contidona Lei 5.194/66, que regula o exercício daprofissão.

Mais especificamente, o Código Civil de-nomina o serviço prestado pelos profissio-nais da construção como sendo o contratode empreitada.

Definimos empreitada como sendo oContrato pelo qual um dos contraentes (en-genheiros e arquitetos) se obriga, sem su-bordinação ou dependência, a realizar, pes-soalmente ou por meio de terceiros, certaobra p/ o dono da obra, com material pró-prio ou por este fornecido, mediante remu-neração determinada ou proporcional ao tra-balho executado.

A empreitada contém uma obrigação deresultado, portanto devem os profissionaisatentar p/ a qualidade, solidez e segurança daobra, sob pena de serem responsabilizadoscivil e criminalmente.

Neste sentido, é importante ressaltar queo Código Civil em seu artigo 186 estipulaque “aquele que, por ação ou omissão vo-luntária, negligência ou imprudência, violardireito e causar dano a outrem, ainda queexclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Desta forma, um simples erro de cálculoé considerado ato ilícito, pois o dono da obra,geralmente um leigo, contrata um profissi-onal legalmente habilitado p/ realizar o ser-viço, sendo a relação jurídica havida nestaprestação de serviço protegida pela Lei esendo interpretada a favor do dono da obra.

Atente-se, ainda, p/ o que reza o artigo 927do CC: “Aquele que, por ato ilícito causardano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

§ único – Haverá obrigação de repararo dano, independentemente de culpa, noscasos especificados em Lei, ou quando a ati-vidade normalmente desenvolvida pelo au-tor do dano implicar, para sua natureza, ris-co para os direitos de outrem.”

Ressalte-se que os textos dos 2 artigos aci-ma são intimamente ligados e se completame atingem diretamente o exercício da pro-fissão dos empreiteiros, assim chamadosgenericamente pelo Código Civil os arqui-tetos, engenheiros e demais profissionais daconstrução civil.

Responsabilidades e riscos dosprofissionais da construção civilO novo Código Civil estipula que o Mister exercido pelos profissionais daConstrução Civil, incluídos os arquitetos e os engenheiros, caracteriza prestaçãode serviços. O Código de Defesa do Consumidor também o faz

Vejamos:Se o profissional não avisou formalmente o

dono da obra da inconsistência do solo e aedificação nele construída vier a ruir, o profis-sional foi imprudente e negligente, tendo co-metido ato ilícito e, portanto, tem o dever dereparar o dano, além de poder vir a respondercriminalmente por ter colocado em risco a vida,a integridade física ou o patrimônio de outrem(C.P art.256 e LCP, arts. 29 e 30).

Repise-se:A atividades destes profissionais, então, é de

risco também, estando sujeita a sansões civis,criminais e administrativas. Para não nos alon-garmos mais, passaremos a destacar algumassituações importantes de responsabilidade:

1 – Quanto aos riscos da obra, se o emprei-teiro fornece materiais, até o momento da en-tregada obra. Tem responsabilidade porque naempreitada com fornecimento de materiais éele quem os escolhe e prepara a obra enco-mendada. Se a obra apresentar defeitos ou seos materiais forem de má qualidade, respon-derá por isso. Se ocorrer um acidente que des-trua a obra antes de ser entregue a contento, oprofissional suportará o prejuízo.

Todavia, se terminada a obra, o dono serecusar a recebê-la, deve depositar a mes-ma, citando o dono para vir recebê-la e sedesencumbir do encargo. Se, por exemplo,for contratada empreitada só de lavor (mão-de-obra), e o dono da obra adquirir produ-tos de má qualidade, que possam colocar emrisco a solidez ou desvirtuar o projeto, o pro-fissional deverá notificar o mesmo deste ris-co, a fim de se eximir de responsabilidadeou até mesmo parar a execução do serviço.

2 – Quanto ao preço dos materiais em-pregados na obra, perante os fornecedores,se a empreitada for de execução e materiais.

Neste caso, os fornecedores não poderão aci-onar o dono da obra, mas sim o profissional.

Daí a necessidade de um bom contrato deprestação de serviços, estipulando os direi-tos e obrigações de cada parte.

3 – Quanto aos danos causados a terceiros,por erro de plano, de cálculo ou por defeitode construção, casos em que os vizinhos daobra são os mais atingidos em cujas proprie-dades aparecem trincas, fendas, desabamen-tos ou até mesmo transeuntes, que são atingi-dos por objetos que se desprendem das obras.

Se por erro do profissional o dono da obrativer que indenizar terceiros, o profissionalpoderá ser acionado pelo dono da obra emação de regresso.

Lembre-se que o profissional responde-rá, ainda, criminalmente se houver desaba-mento ou desmoronamento da construção,como já dissemos anteriormente.

4 – Quanto aos impostos, perante a Fa-zenda, se a empreitada compreender exe-cução e materiais, visto que o fornecimentodestes assume o aspecto de venda, justifi-cando a cobrança de tributo.

5 – Quanto aos danos causados pelosubempreiteiro, pois o profissional tem o direi-to de ceder o contrato de empreitada, parcial outotal, desde que não seja “intuito personae”,mesmo c/ a anuência do dono da obra.(continua na próxima edição)

RICARDO PIRAGINI diretor de Ricardo Piragini Advocacia eespecializado em direito empresarial –www.ricardopiraginiadvocacia.com.br

Aquele que, por ação ouomissão voluntária,

negligência ou imprudência,violar direito e causar dano

a outrem, ainda queexclusivamente moral, comete

ato ilícito

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Urbanismo

O projeto vai nascer de um concurso na-cional promovido pela Prefeitura mu-nicipal em parceria com o IAB paulista.

Mas que bairro será esse? Um bairro li-near, vertical, com uma mescla de habitaçõesde interesse social com edifícios de alto pa-drão ? Um bairro planejado, moderno, am-plo, com muitos parques, áreas de lazer eesportes, e até um lago? Um bairro, enfim,que seja modelo e paradigma de como seviver no século XXI?, questionou o secretá-rio de Planejamento, Jorge Wilheim, ao par-ticipar de debate sobre o concurso, no dia20, na sede do IAB, em São Paulo.

O debate mobilizou uma legião de arquite-tos, estágiários e estudantes de Arquitetura,que lotaram o auditório Kneese de Melo, quese tornou pequeno para abrigar tanta gente.

Abrindo a discussão, o presidente da enti-dade, Paulo Sophia, comentou, com humor,que gostaria que outros concursos fossem re-alizados para “manter a casa cheia”, com tan-tos profissionais e associados. E ressaltou queo concurso abre para o arquiteto a possibilida-de de se construir uma nova utopia. “Sem autopia – argumentou - tudo perde o sentido”.

Valter Caldana, consultor do concurso,lembrou que o concurso, além de significarum grande exercício conceitual, apresentacertas características especiais. Afinal, pelaprimeira vez, um projeto urbanístico deveincorporar novas exigências e questões, comopropõe o Estatuto das Cidades. O concursotraz também um desafio: “será que vamos noslivrar finalmente do esquema lote-quadra,que herdamos como herança dos portugue-ses, para um novo desnho urbano?”, desafiou.

Um novo bairro para São PauloA cidade de São Paulo se prepara para construir um novo bairro. Ou seja:

o Bairronovo, que vai ocupar uma área de 1 milhão de m², entre a Barra Fundae a Água Branca, uma área equivalente a dois vales do Anhangabaú

Jose Magalhães Jr., diretor de Projetos daSempla, por sua vez, com a ajuda de imagense gráficos, visualizou didaticamente a áreaonde deverá ser implantado o bairronovo,cuja construção se insere dentro de outrasoperações urbanas levadas a efeito pela ad-ministração municipal atual. E destacou aspotencialidades da região marcada por gran-des avenidas, edifícios e projetos referenciais,como o Memorial da América Latina, o Sesc-Pompéia, o Parque Antártica, além de vazi-

O sr. tem enfatizado nesseconcurso a imagem de umacidade ideal. Que cidade é essa?JORGE WILHEIN Na verdade, não se trata de umacidade ideal, mas de uma forma ideal de vivêncianuma cidade como São Paulo, uma cidade glo-bal, cosmopolita, neste início de século, com tan-tas coisas novas apontando por aí. Esse concur-so, então, visa cutucar a imaginação dos arqui-tetos e urbanistas para uma reflexão sobre umanova forma de se viver e habitar.

Que implica ?JORGE WILHEIN Implica uma série de novas

os, trilhos, o metrô e a Marginal do rio Tietê.Finalmente,o secretário de Planejamen-

to, Jorge Wilheim, enfatizou que o projetovencedor deve responder a uma série dequestões principalmente questões relacio-nadas à nova maneira de se habitar,trabalharno século XXI. Ou seja: a novo estilo de vida.“Não se trata, portanto, de se construir umcondomínio fechado, cercado por muros,enjaulado, mas de um organismo vivo, emmutação, aberto”, advertiu, finalizando.

Depoimento Jorge Wilheim – secretário de Planejamento

formas de comportamento e costumes, no-vas maneiras de se trabalhar, de morar, comuma diversificação de equipamentos e espa-ços, incluindo áreas de lazer es esportes queganham cada vez mais importância.

Portanto, um desafio para ainovação?JORGE WILHEIN Sem dúvida. Tenho 50 anosde profissão e, no entanto, continuo aprenden-do , procurando me atualizar. Vivemos, enfim,um período de transição, de mudança e, as-sim, se faz necessário repensar muita coisa.

J.W.

Mobilização – o debate sobre oconcurso do Bairronovo mobilizou

autoridades, profissionias eestudantes de arquitetetura, que

lotaram o auditório do IAB. À mesa,o secretário de Planejamento, o

presidente do IAB/SP e ValterCaldana, consultor do concurso

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Prêmio

O MCB, Museu da Casa Brasileira, e oIAB, Instituto de Arquitetos do BrasilDepartamento de São Paulo, tornampública a realização do 5º Prêmio JovensArquitetos, para arquitetos de todo o paíscom até 40 anos de idade.Serão objeto de premiação trabalhosdesenvolvidos nas seguintes áreas:• Arquitetura: Projetos e Obras Executadas;• Urbanismo: Projetos e Obras Implantadas;• Ensaios Críticos de Arquitetura eUrbanismo (incluindo livros, artigospublicados, ensaios fotográficos).

CalendárioInscrições e entrega dos trabalhos(até 03/06/2004 às 18h00).Postagem com data limite de 03/06/2004Premiação e Inauguração da Exposição(dia 16/06/2004 às 19h00). Local: Museu daCasa BrasileiraDebate: 23/06/2004, MCB, às 19h00

Comissão organizadoraIAB/SP: Poliana de Melo Leite eCecília PisettaMCB e Sociedade Amigos do MCB:Adélia BorgesApoio: Pini

ObjetivosO 5o Prêmio Jovens Arquitetos tem porobjetivo reunir, debater, destacar, estimular,promover intercâmbio e divulgar ostrabalhos dos jovens arquitetos e, nessesentido, contribuir para a análise do processode evolução da produção e das tendênciasarquitetônicas mais recentes do país.

Júri de Arquitetura ( projetos deArquitetura e Obras Executadas): JoséCarlos de Lima Bueno, Edson JorgeElito e João DinizJúri de Urbanismo (projetos deUrbanismo e Obras Implantadas): CarlosAlberto Ferreira Martins, Tito LívioFrascino e Newton Massafumi YamatoJúri de Ensaios Críticos deArquitetura e Urbanismo: AntonioClaudio Pinto da Fonseca, MônicaJunqueira de Camargo e Abílio GuerraAtenção! O Regulamento já se encontrano site do IAB (www.iabsp.org.br)

InformaçõesSecretaria do IAB/SPFone: 11 259-9897Rua Bento Freitas, 306 – 4º andar – SãoPaulo/SP CEP 01220-000Museu da Casa BrasileiraFone: 11 210-3727Av. Brigadeiro Faria Lima, 774 – SãoPaulo/SP CEP 1452-000.

O concurso Prêmio Mundial do Habitat foiiniciado em 1985 pela Building and SocialHousing Foundation (BSHF) como parte desua contribuição ao Ano Internacional dasNações Unidas para o Abrigo das Pessoas Sem-

Teto. Os projetos são avaliados por um comitêinternacional e os prêmios são entregues cadaano no Dia Mundial do Habitat.O concurso tem como objeto projetos detodos os países e contextos que ofereçamsoluções inovadoras e criativas paraenfrentar a problemática habitacional.Todos os interessados envolvidos naprovisão de habitações de interesse social,em diversas áreas de atuação (financiamen-to, projeto, assessoria, construção, adminis-tração), estão convidados a participar.Para a primeira etapa do concurso, é necessá-rio somente enviar uma descrição concisa doprojeto. Os projetos selecionados para asegunda etapa deverão preparar umaapresentação mais detalhada que será avaliadapor um Comitê Internacional de Avaliação.

Cronograma1° de setembro (divulgação dosresultados da 1ª etapa do concurso)1° de dezembro (prazo para recebi-mento das apresentações finais dosprojetos selecionados para a etapafinal).

Informações:World Habitat Awards 2004 CompetitionBuilding and Social Housing Foundation -Tel +44 (0)1530 510444Memorial Square - Fax +44 (0)1530510332Coalville – e-mail [email protected] 3TUUNITED KINGDOM

MCB: prêmio para cartazO concurso para o cartaz do 18° Prêmio Design MCB registrou um recorde de 313 trabalhos inscritos devários Estados do país. A seleção foi feita pelos designers brasileiros Eliane Stephan, Gabriel Zellmeister,Kiko Farkas, Rico Lins e Ruth Klotzel, e pelos estrangeiros Mervyn Kurlansky (Dinamarca) e Robert Peters(Canadá), respectivamente atual e ex-presidente do International Council of Graphic DesignersAssociations (Icograda). O primeiro lugar foi para a equipe Designing: Alexandre Andrade, Theo França,Juliana Cabalin, Manuel Guimarães e Nivia Barbosa, São Paulo, SP, com uma imagem considerada pelo júri“original, atraente e provocativa”: a remontagem da entrada de uma casa brasileira comum feita com objetosde domínio público. Além dela, foram selecionados: Danilo Barbieri Cordeiro e Giovanni Meirelles deFaria, segundo lugar, São Paulo, SP, Everton Randal Gavino e Fernando Domingues Caetano, comcolaboração de Adriana Shizue Murate, terceiro lugar, Salto, SP, Ely Borges, Brasília, DF. 1+1 Design/ LuisFernandes (diretor), Per Hörnell (designer), Luciana Bigatti (designer) e Darcy Vieira (ilustrador), SãoPaulo, SP. Silvia Vallim, Rio de Janeiro, RJ. Anderson Soares da Costa, Rio de Janeiro, RJ. Estereodesign/Marcelo Curvello e Richard Verdoorn, Rio de Janeiro, RJ. Eduardo Wexler, São Paulo, SP

Atenção! – associado (em dia com o IAB) assine as revistas da Arco Editorial(Projeto Design e Finestra) com 20% de desconto. Ligue para 11 3259-6866

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Dia 16 de junho de 2004 será lançadona Livraria Cultura do Conjunto Na-cional, em São Paulo, o quarto volu-

me da “Coleção Arquitetura Comenta-da”, que se propõe a cada edição analisaruma obra arquitetônica brasileira. Objetivoda coleção: mostrar o processo criativo doarquiteto desde sua idéia original até o de-senvolvimento e finalização do projeto, oque faz da coleção um verdadeiro recortena arquitetura brasileira. Para isso, sempreque possível serão mostrados desenhos querepresentem os diversos sistemas que com-põe um projeto.

Como co-editora dessa iniciativa, aGiro Consultoria em Projetos Cultu-rais conta com parcerias para garantir aanálise e divulgação de expressões da ar-quitetura no Brasil, dando relevância aoconhecimento indispensável que a arqui-tetura oferece à sociedade.Para o quartovolume foi escolhido o escritório Aflalo

Lançamento

Volume IV – coleçãoarquitetura comentada

& Gasperini e os edifícios da “FamíliaAtrium” - um conjunto de obras pensa-das dentro de variações sobre um parti-do de estruturação do térreo, corpo prin-cipal e coroamento como elos de ligaçãocom o urbano, em distintas escalas. Osentrosamentos formais, materiais e cro-máticos, próprios à família, fortaleceramo papel de referencial qualificador da pai-sagem e do espaço urbano no bairro deVila Olímpia em São Paulo.

O autor, Paulo Olivato, natural de SãoPaulo, formou-se em Arquitetura e Ur-banismo pela Universidade Mackenzie(2000) , onde concluiu também seumestrado “Intervenções nas favelas: so-lução ou impasse? O caso de São Paulona década de 1990” (2003). Atualmentededica-se ao planejamento de áreas de-gradas de São Paulo e Recife. As imagensde todos os volumes desta coleção foramrealizadas pelo fotógrafo Nelson Kon.

Edifícios CorporativosAflalo & Gasperini:Família AtriumPaulo OlivatoAteliê Editorial

Volumes anteriores da Coleção“Arquitetura Comentada”:Vol I: “Edifícios Escolares”Miguel JulianoVol II: “Quadras Multifuncionais”Königsberger VannucchiVol III: “Novas Tecnologias”EGC Arquitetura

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Biênio 2004 / 2005Presidente: Paulo Sophia. 1o vice-presidente: Eduardo de Jesus Rodrigues. 2o vice-presidente: Décio Tozzi. 3o vice-presidente: Antonio Cláudio P. da Fonseca. Vice-presidentefinanceiro: Carlos Carmelo de Benedetto. Diretor financeiro: Pedro Nosralla Júnior. Secretário geral: Larissa Garcia Campagner. 1o secretário: Lílian Dal Pian. 2o

secretário: Cecília Pisetta. Diretores: Jaime Cupertino, Pedro de Melo Saraiva, Fernando de Magalhães Mendonça, Regina Helena Vieira Santos, Francisco Prestes Maia Fernandese Elefterios A. Athanasopoulos. Conselho Fiscal: Roberto Selmer Júnior, José Renato Soibelmann Melhem e Poliana de Melo Leite. Conselho Superior (titulares): GilbertoSilva D. Oliveira Belleza, Pedro Antonio Galvão Cury, Pedro Paulo de Mello Saraiva, Joaquim Guedes, Renato Luiz Martins Nunes, Edson Jorge Elito, Marcelo Daniel Hobeika, EduardoHabu e Mario Yoshinaga. Conselho Superior (suplentes): Elisabete França, João Honório de Mello Filho,José Eduardo Tibiriçá, Lucio Gomes Machado, José Magalhães Jr, ValterCaldana, Carlos Bratke, Paulo César Freire, Fernando Rodrigues Neto e Aurivaldo Farias de C. Pacheco. Vice-presidentes regionais de Núcleos: Joaquim Caetano de LimaFilho – Campinas, Elisabeth Brigida Bottamedi – São Carlos, Ana Maria Abreu Sandim – Mogi das Cruzes, Maria Cristina Bondezan – Marilia e Paulo Roberto Correa – Bauru.Conselho Superior Especial da Presidencia: José Carlos Ribeiro de Almeida, Arnaldo Martino, Titio Livio Frascino, Antonio Carlos Sant’Anna Jr e Ubyrajara Gilioli.Conselho Vitalício: Miguel Pereira, Ciro Pirondi, Fábio Goldman e Fábio Penteado

RELAÇÃO DE NÚCLEOS (INTERIOR) DO IAB-SP: PRESIDENTESAmericana: Victor Chinaglia Jr. Araraquara: Renata Aboud Barbugli. Bauru: Wagner Domingos. Campinas: Marcelo Daniel Hobeika. Franca: Cláudio Barbosa Ferreira. Guarulhos:Mario Yoshinaga. Itatiba: José Augusto Silveira Franco. Jundiaí: Ricardo Ropelli Felippi. Litoral Norte: Davison Becato. Marilia: Mauricio Santana Rezende. Mogi das Cruzes: AnaMaria Abreu Sandim. Presidente Prudente: Kazuo Maezano. Ribeirão Preto: Onésimo Carvalho. Santo André: Roberto Dias Marin. São Carlos: Regina Maria Duarte Doria.São José dos Campos: Rolando Rodrigues da Costa. São José do Rio Preto: Márcia B. Pontes Gestal. Sorocaba: Paulo Cesar Freire. Sumaré: Fernando Rodrigues Neto. Suzano:Eduardo Habu. Taubate: Paulo Gomes de Oliveira. Vinhedo: Aurivaldo F. de Carvalho Pacheco

COMISSÕES DE TRABALHOSCOMISSÃO DE PLANEJAMENTO URBANO – Coordenação: Arq. Rosa Puchala – Composição inicial: Arqs. Candido Malta Campos, Alberto Botti, Joaquim Guedes, José Magalhães Jr. e TitoLivio Frascino. COMISSÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Candi Hirano – Composição Inicial: Arqs. Francisco Petraco, Valter Caldana, Arnaldo Martino, Antonio CarlosSant’anna e Paulo Correa. COMISSÃO DE PRÁTICA PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Lucio Gomes Machado – Composição inicial: Arqs. César Bergstrom, Edson Elito e Marcos Toledo.COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Marco Fogaccia – Composição inicial: Arqs. José Eduardo Tibiriçá, José Luis Tabith, João Honório de Mello Filho, ValterCaldana, José Borelli, Ronald Tanimoto e Miguel Fabregues. COMISSÃO DE HABITAÇÃO – Coordenação: Arq. Joan Villá – Composição inicial Arqs. Elisabete França e Pedro Paulo de MeloSaraiva. COMISSÃO DE PATRIMONIO HISTÓRICO – Coordenação: Arq. Marcos Carrilho – Composição inicial: Arqs. José Carlos Ribeiro de Almeida, Jon V. Maitrejeam, Haroldo Galo,Guilherne Mota e Victor Hugo Mori. COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E PAISAGEM URBANA – Composição inicial: Arqs. Miranda M. Magnoli, Ana Maria Antunes Coelho, Fabio Vital, JoséRicardo de Carvalho, Adauto Paes Manso, Pedro Mendes da Rocha, Issao Minami e Eduardo de Jesus Rodrigues. COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO EM ARQUITETURA – Coordenação: Arq.Arnaldo Martino – Composição inicial: Arqs. José Luis Tabith, João Honorio de Melo Filho e José Borelli. COMISSÃO DE TRANSPORTES – Coordenação: Arq. Renato Anneli – Composiçãoinicial: Arqs. Pedro de Melo Saraiva e Silvana Zione. COMISSÃO DE CONCURSOS – Composição inicial: Arqs. Antonio Cláudio, Alfredo Bianco, Eduardo de Castro Mello, Gilberto Belleza, JoseCarlos Ribeiro de Almeida, Paulo Sophia e Valter Caldana. COMISSÃO DE HONORÁRIOS DO IAB-SP – Composição inicial: Arqs. Takeo Tanaka, Helia M. Vendramini Neves, Leda Van Bodegraven,Luis Carlos Pereira Viviani, Carlos Andrigo, Glaucy Rillian de Oliveira, Armando Coppini Jr., Paulo O. Pascotto, Armando Cunha, José Roberto Costa Lima, Leandro Edward Carlovich, Ricardo BastosCalabrese, Markus Fernando Kenzler, Eduardo Habu, Aliana F. V. Teramaki e Aparecida Bou Ghosn.

REPRESENTANTES DO IAB/SP:ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Arq. João Honório. CEUSO: Miriam Tibiriça – Titular. Gilberto Belleza – Suplente. CIC – COMISSÃO DA INDUSTRIA ECONSTRUÇÃO: Eleftérios Athanasopoulos. CNLU – COMISSÃO NORMATIVA DE LEGISLAÇÃO URBANA: Arq. Antonio Claudio – Titular. Arq. José Luiz Tabith Jr. – Suplente. COMLU –COMISSÃO MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA: Arqª. Mônica Teófilo Drucker – Titular. Arqª. Maria Helena Bronowski – Suplente. COMISSÃO FUNDO ROTATIVO ESPECIAL/LOTERIAHABITACIONAL – SECRETARIA DE HABITAÇÃO: Arq. José Ignacio Sequeira de Almeida. COMISSÃO OPERAÇÃO URBANA – CENTRO/EMURB: Arq. Rosa Maria Puchala – Titular. Arq.Francisco Spadoni – Suplente. COMISSÃO PERMANENTE DE ACESSIBILIDADE – CPA: Arq. Francisco Prestes Maia Fernandes – Titular. Arqª. Renata Helena de Paula – Suplente. CONDEPHAAT:Arq. Jon Andoni V. Maitrejean. CONPRESP: Arqª. Mônica Junqueira. CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA: Arqs. Tito Livo, Miguel Pereira e José Luiz Tabith. CONSELHO MUNICIPALDE DESENVOLVIMENTO URBANO DE SANTOS: Arq. Nelson Goncalves de Lima. CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIA DOVERDE E MEIO AMBIENTE: Arq. Miranda Martinelli Magnoli – Titular. Arqª. Ana Maria Antunes Coelho – Suplente. CONSEMA: Arq. Eduardo Trani – Titular. Arqª. Violeta Saldanha Kubrusly –Suplente. CONSÓRCIO “PLANTAS ON LINE”: Arq. Paulo Sophia. CREA/SP – CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA: Titular: Arqs. Gilberto Belleza,Edson Jorge Elito, Rolando Rodrigues da Costa, Benno Michael Perelmutter, Paulo Roberto Correa, Denise Guarezzi e Marco da Silva Fogaccia. Suplente: Arqs. Maria de Lourdes de Carvalho, ElvisJosé Vieira, Maria do Carmos Lopes Soueiro, Onésimo Carvalho de Lima, Ricardo Ropelle Felippi, Ricardo Carvalho Lima Ramos e Francesco Rivetti. EMURB – GRUPO DE GESTÃO DE OPERAÇÃOURBANA CONSORCIADA ÁGUA ESPRAIADA: Arq. Vasco de Mello. FÓRUM SÃO PAULO: Arq. Sergio Zaratin – Titular. Arqª. Helena Aparecida Ayoub Silva – Suplente. PROCENTRO: Arq. JoséArmenio de Brito Cruz – Titular. Arq. Pedro Nosralla Jr. – Suplente. SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO – COMISSÃO DE PROTEÇÃO À PAISAGEM URBANA –CPPU: Arq. Sylvio de Ulhoa Cintra Filho. SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO DE SÃO PAULO – SEMPLA CONSELHO CONSULTIVO / PLANO DIRETOR: Arq. RosaMaria Puchala – Titular. Arq. Gilberto Belleza – Suplente. VIVA O CENTRO: Arqª. Elisabete França

CorreçãoLuiz Marino Küller; Aline Porto Lira; MariaJosé Gomes Feitosa; Rogério Engelmann;Mônica Benites Farias Engelmann; RenataGomes; Ricardo Motta Tibau; Pedro Nitsche;Alexandre Capisano Stefani; Jaime CunhaJúnior; Fernando Alexandre da Silva;Lucienne Ayumi Suenags; José Carlos deSouza; Miguel Cerrato Júnior; Cinthia TiemiFuzihara Gascon; Newton Gagioti; NorbertoJosé Campos Júnior; Irina Aibara; JoséCarlos Assef; Walter Caprera; LuciaMinervini de Souza Lima; Fernando Abrão;Rodrigo Bongiovani Lima Rocha; MiltonSouza Tigre; Daniela Del Priore; Renato Oli-veira Mello; Mauricio Xella Mutti; LucianeMarassi Guariento; Denis Duck; MarisaBarda; Silvia Regina Chile; Marcos LeiteRosa; Bruno Rustice Bezerra; Ana ElenaSalvi; Domingos Amauri Massa; JurandirPrestes de Oliveira Júnior; Carlos Caoru deSouza Tussano; Fabiana Pedroso de Araú-jo; Ricardo Leôncio Graner; Renata GianelliBertoni; Fernanda dos Santos Bertfein;Vivian Hori Hawthorne; José Carlos FerreiraMautone; Jorge Bassani; Rodrigo PappLopes; Juliano Goulart Silveira; LucianoBraga de Lima; Fernanda Santos Rocha;Kelly Maria Rampazo; Caio Santos Siqueira;Ronaldo Maran Mangabeira

Novosassociados

Nota da RedaçãoO BO, conforme vem observando o leitor,está mudando, ganhando uma estruturaeditorial mais ágil e moderna. Nessa fasede transição, que requer ajustes diferen-ciados, estamos sujeitos a tropeços, paraos quais pedimos a compreensão do lei-tor. Assim, na página 10 (BO 43) na legen-da da foto o nome correto é prof. JosephRykwert e não prof. Robert Tavernor comoequivocadamente foi registrado.

Desafios para o futuro – o prof. JosephRykwert, ao lado da profa. Maria Irene Q. F.Szmrecsanyi, durante o simpósio na Fau/Usp

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Nova faseCaro Paulo Sophia, Agradeço a prontaatenção a respeito da divulgação do li-vro Edifícios Corporativos – Aflalo &Gasperini. Gostaria ainda de registrar a melhoria substancial na qualidade do Boletim IAB,seja graficamente, seja em seu conteúdo. Parabéns! Um abraço

PAULO OLIVATO

E-mail

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O NOSSO INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL TEM UMA HISTÓRIADIGNA E REFERENCIAL, CONSTRUÍDA PELOS ARQUITETOS BRASILEIROS. NÃOSE TRATA DE UMA HISTÓRIA DE UMA PEQUENA PARCELA DE NOSSOSPROFISSIONAIS, MAS DE UMA HISTÓRIA DE TODOS OS ARQUITETOS

Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SPInstituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP

PAULO SOPHIA presidente do IAB/SP

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ão3 ENTREVISTAO novo presidente da AssociaçãoBrasileira dos Escritórios de Arquitetura,Jorge Könisberger, destaca a açãosolidária entre a AsBEA e o IAB

14 depoimento/registro/lançamento16 debate/fórum | 15 código civil16 núcleos | 18 ensino | 19 palestra20 agenda/novos associados

7 PLANO DIRETORComentário sobre os Planos Diretores

Regionais aprovados pela CâmaraMunicipal de São Paulo

8 JOVENS ARQUITETOSConfira os projetos e obras premiados na6a edição do Prêmio Jovens Arquitetos

boletimi n f o r m a t i v o

Da mesma forma, o nosso Departamento,com o compromisso e engajamento coletivovoltados para os interesses da sociedade, daarquitetura e de seus arquitetos, contribuiupara essa história.

Quando por aqui passou um grupo de ar-quitetos cariocas, a caminho de Buenos Aires,mostrando a produção arquitetônica moder-na que vinha sendo desenvolvida no Rio deJaneiro, incentivaram os arquitetos a criaremo Departamento paulista do IAB. Desde en-tão, várias gerações lutam incansavelmentepelo crescimento de nossa entidade e pelaampliação da participação do arquiteto nas questões relevantesda cidade, de seu planejamento e transformação.

A partir da década de 70, iniciou-se a expansão de nossoDepartamento para o interior do Estado, com a criação dosprimeiros núcleos do Departamento de São Paulo. Até hoje,foram criados mais de 30 núcleos em todo o interior do Es-tado, mostrando a força de nossa entidade e a preocupaçãodos arquitetos com o programa político-cultural do IAB.

Alguns desses núcleos, por dificuldades fi-nanceiras e conjunturais, acabaram se dissol-vendo, voltando a se reerguer mais tarde ape-sar de todas as dificuldades.

Com tudo isso, fica claro a necessida-de do fortalecimento de nossa entidade.

Só uma entidade de todos, forte e represen-tativa terá voz e presença em nossa sociedade. Épor esta consciência que lutamos. A recente cri-ação de mais dois núcleos do IAB/SP, em Limeirae Piracicaba, vem reforçar essa proposta. Os nú-cleos foram montados pelo esforço de algunsprofissionais que visualizaram a necessidade de

uma entidade que representasse os arquitetos em suas cidades.Uma entidade desvinculada de qualquercaráter político-partidário local.Uma entidade com um ideário político-culturalcom a ótica do arquiteto diante dos problemasda arquitetura e do urbanismo em nosso país.Uma entidade altiva e não subservienteao Sistema Confea/Crea.

IAB – Uma entidade de todos

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Atenção: o código da entidadea ser preenchido no formulárioda Art é 064. Não se esqueçade preenchê-lo para que os 10%do valor da taxa sejamrepassados ao IAB

A R TPresidente: Paulo SophiaEdição: José Wolf

Este boletim é uma publicação oficial do IABInstituto de Arquitetos do Brasil • São Paulo

R Bento Freitas, 306 • 01220-000 • SP • Fone 11 3259.6866 • Fax 11 3259.6597E-mail: [email protected] • http://www.iabsp.org.br

Coordenação editorial: Lilian Dal PianArte: José Roberto Ferreira Jr

editorial

Bairro Novo – projeto vencedor (equipe Euclides de Oliveira, Dante Furlan e Carolina de Carvalho). O concurso será objeto dematéria especial na edição do Boletim 46. Os projetos do concurso participam de uma exposição na sede do IAB/SP

É assim que persiste o IAB em seus mais de 80 anos de existên-cia. É importante salientar que em todo esse período, a entidadesempre esteve apoiada em seus associados. Uma entidade não exis-te sem a participação dos associados, quer seja na forma de contri-buição associativa, quer seja na forma de participação nos eventosprogramados.

O resultado dos últimos eventos organizados em nosso departa-mento reflete essa característica. A grande participação dos arqui-tetos nos concursos organizados – aproximadamente 95% dos con-correntes são associados quites com a tesouraria – é um dado im-portante. A intensa visitação ao nosso site com mais de 800.000page views mensais é outro dado importante, mostrando a reper-cussão de nossas atividades e de nossas informações.

A criação de um serviço de atendimento ao associado é uma diretrizforte no sentido de poder responder com rapidez às necessidades denossos profissionais e associados. Advogado e contador tem respondi-do prontamente às solicitações de nossos associados.

Aliado a isso tudo, o IAB/SP vem tendo uma intensa atividade,com a realização de eventos, exposições e concursos: o PrêmioJovens Arquitetos, o Concurso BairroNovo, o Premio Cauê a pa-lestra do arquiteto argentino Alfredo Garay em conjunto com aABAP, e exposições de arquitetura como a EletriCidade, alémde uma presença e participação ativa nos mais variados eventosrelacionados com nossa prática profissional, como Abcen, ABM,Enea, entre outros.

Temos o importante direcionamento da entidade no sentido decriar convênios com revistas, cursos e congressos, o que possibilitaao nosso associado custos reduzidos e diferenciados.

Lembramos aqui a realização da 9ª Mostra Internacionalde Arquitetura da Bienal de Veneza, que acontece entre12 de setembro e 7 de novembro, sob o tema Metamorfo-se. A participação brasileira, sob a curadoria de Pedro Cury eJacopo Crivelli, contará com trabalhos selecionados pela Fun-dação Bienal de São Paulo. Ou seja: projetos dos colegas doescritório Aflalo & Gasperni, do grupoo UNA Arquitetos,Roberto Loeb (São Paulo), além de projetos dos arquitetos Do-mingos Bongestabs e Abraão Assad (Curitiba)e CarlosTeixera (Minas Gewrais).

Nas páginas deste número está documentada a recente reuniãoem nossa sede com um expressivo grupo de professores da FAUUSPque vieram apresentar ao IAB a nova proposta de ensino –aprofundada e estendida – em andamento naquela escola, recu-perando um valioso espaço de discussão dentro de nossa entidade,relacionada ao ensino da Arquitetura.

Como vocês poderão constatar neste Boletim a intensa atividadede toda a atual Diretoria é voltada para as necessidades profissio-nais dos arquitetos. Com tais iniciativas, a Diretoria esperando con-tar sempre com a participação ativa de todos os associados.

PARTICIPARAM DESTE EDITORIAL PAULO SOPHIAGILBERTO BELLEZA, vice-presidente do IAB/DN

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Jorge KönisbergerEntrevista

Missão comumO novo presidente da AsBEA – Associação Brasileirados Escritórios de Arquitetura, Jorge Könisberger, cujagestão vai de 2004 a 2006, destaca a ação solidáriaentre a AsBEA e o IAB, em defesa da atuaçãoprofissional dos arquitetos brasileiros e da criação deum Conselho independente de Arquitetos e Urbanistas

Afinal, quais são os novosobjetivos da AsBEA, que reúneos principais escritórios deArquitetura do país, sob suapresidência?JORGE KÖNISBERGER É importante pautarque, em nossa visão, “principais” somos to-dos nós, profissionais arquitetos cultural-mente responsáveis. A AsBEA continua comos mesmos objetivos que sempre pautaramsua ação, ou seja, a qualificação da atuação eda produção dos escritórios de Arquiteturabrasileiros e a consolidação do nosso mer-cado de trabalho em bases cada vez mais pro-fissionais. É, no entanto, natural que a cadamomento a conjuntura estimule movimen-tação, ações e estratégias renovadas.

Ou seja...JORGE KÖNISBERGER Neste momento espe-cífico, a AsBEA vive um período de muitoentusiasmo e crescimento, com a adesão deescritórios dos mais diversos segmentos deatuação, áreas geográficas, tamanhos e tem-pos de prática. Creio que esse movimentorepresenta o anseio generalizado por solu-ções efetivas para os problemas que nos afe-tam como coletividade profissional, e signifi-cam também uma confiança cada vez maiordos arquitetos na capacidade de articulaçãoe efetividade de ação de nossas entidades.

De que forma a AsBEA e oIAB podem fazer um trabalho deparceria, conjunto, em favor da

Devemos... coordenar nossasações a partir das característicase possibilidades de contribuiçãode cada uma das entidades, de

forma sinergética e solidáriasolidária. Assim, pretendemos atuar o quan-to possível de forma conjunta em todos osforos comuns, estimular ações educativas ede produção de conhecimento mútuo quali-ficando nossa formação, inibir práticas pro-fissionais nefastas ou ilegais, estabelecer con-vênios benéficos aos nossos associados, esti-mular a adesão conjunta a ambas entidades eprincipalmente manter o foco de nossos es-forços na criação de nosso Conselho, o CAU.

A propósito, e a criação do CAU,sai ou não sai? O que está faltandopara a sua aprovação final?JORGE KÖNISBERGER Acredito que nosso Con-selho está prestes a se tornar realidade e afirmoque até lá a AsBEA envidará determinadamentetodos os esforços necessários para tal. O adven-to de nossa autoregulamentação é fundamen-tal para atingirmos nossa maturidade profissio-nal e para desempenharmos definitivamente opapel relevante que ao longo da história todasas civilizações dignas desse nome sempre re-servaram a seus arquitetos.

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qualidade do espaço construídoe da valorização profissionaldos arquitetos brasileiros?JORGE KÖNISBERGER Acredito que a qualida-de dos espaços e do habitat edificado é ex-pressão direta do valor, da competência e daconsciência cultural de nossos profissionais,bem como de sua capacidade de articulaçãoe ação junto à sociedade como um todo, oque é missão comum à AsBEA e ao IAB.

Missão que implica?JORGE KÖNISBERGER Estimular a percepçãomútua da força que nossa ação conjunta re-presenta aos olhos de nossos interlocutores,sejam eles os próprios arquitetos, sejam en-genheiros ou outros projetistas, os contratan-tes de todos os tipos ou o poder público, cujaestrutura na esfera federal tanto nos afeta.

Além disso?JORGE KÖNISBERGER Devemos também co-ordenar nossas ações a partir das característi-cas e possibilidades de contribuição de cadauma das entidades, de forma sinergética e

DocumentoValioso documento

Em almoço-reunião, no dia 22 de junho,em São Paulo, foram retomados as negocia-ções e contatos para a publicação do livro“Depoimentos de gerações”. Do encontro,participaram Paulo Sophia, presidente doIAB/SP, Gilberto Belleza, vice-presidente doIAB nacional, Mario Pini, da Pini Editora,Abílio Guerra, da Romano Guerra, o gerentede Marketing Ricardo Bertagnon, da ÓperaMarketing , além do jornalista José Wolf.

O ciclo de depoimentos, objeto da futurapublicação, foi organizado (em duas rodadas)

durante a gestão de Gilberto Belleza, reunindodezenas de arquitetos de várias gerações, queatravés de seus testemunhos desenharam a tra-jetória da arquitetura paulista do século XX. Semdúvida, um documento valioso para a história, acultura e a memória, que merece a atenção econtribuição de todos, que lutam por um paíscultural e politicamente independente.

A série de depoimentos teve momentos deemoção e humor, com a participação, entre tan-tos, dos arquitetos Miguel Forte (na foto, aolado de G. Belleza), Eduardo Corona, RobertoTibau e Ubirajara Ribeiro, que já faleceram.

A publicação, segundo Paulo Sophia,constitui um ponto de honra para todos osprofissionais que desejam resgatar uma par-te da memória cultural do país, de persona-gens que construíram a história da arquite-tura paulista do século XX.

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Depoimentos

IAB forte Continuamos a série de depoimentos de membrosda atual Diretoria, dos núcleos do interior e de associados

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ÃO A idéia de um IAB forte e o incentivo da Direção estadual à formação e ao fortalecimento dos

Núcleos no Estado de São Paulo têm colaborado para a reestruturação do IAB em Ribeirão Preto epossibilitado, aos arquitetos locais reunidos, a realização de um trabalho de valorização da profis-são que ultrapassa os limites da ação individual. Esse trabalho consiste na promoção e divulgaçãodo debate acerca do encaminhamento das questões referentes à pratica da arquitetura e do urbanis-mo, e também em permitir uma avaliação da real participação da arquitetura na configuração dosespaços públicos e na geração da vida urbana em nossa cidade. Assim o Núcleo Ribeirão tem parti-cipado de conselhos e comissões municipais, dos processos de valorização do patrimônio arquitetônicolocal, promovendo exposições de arquitetura, conversas com arquitetos locais de várias gerações ecom diferentes atuações, palestras com profissionais convidados. O IAB Ribeirão, além disso, vempromovendo intercâmbios, construindo novos canais de atuação dos arquitetos para aproximar otrabalho dos profissionais de sua comunidade

Onésimo Carvalho presidente Núcleo Ribeirão Preto

Lançamento

São Paulo ganha o documento mais com-pleto sobre a história da urbanizaçãoda cidade, contada a partir de desenhos

antigos, plantas, mapas e fotografias de épo-ca, que vão de 1554 até os dias de hoje. “SãoPaulo: Vila, Cidade, Metrópole”, do profes-sor Nestor Goulart Reis, livro distribuídocomo brinde pela Prefeitura de São Paulo,em comemoração aos 450 anos do municí-pio, foi lançado dia 16 de abril, durantepalestra que o titular da FAU-USP fez naBienal do Livro.

Com mais de 100 ilustrações dos séculosXVI ao XIX, 38 plantas e mapas da cidade,

20 croquis e esquemas explicativos e maisde 120 fotografias, o livro é um referencialpara quem procura conhecer a antiga SãoPaulo de Piratininga, em seus mínimos de-talhes. De um lado descreve a aparência eas características de sua arquitetura e de suasruas. De outro procura identificar as razõesque presidiram a construção de seus espa-ços públicos e privados, em cada época; asrazões dos poderosos, mas também as razõesda vida cotidiana dos mais comuns. Faz umaanálise profunda mostrando como o vilarejode 60 habitantes transformou-se na maiorcidade do País. “Apesar da quantidade de

São Paulo: Vida,Cidade, Metrópole

informações, o objetivo do livro não é servirapenas para pesquisadores mas mostrar parao cidadão comum, aspectos da cidade queele desconhece”, enfatiza o autor.

“São Paulo: Vila, Cidade, Metrópole”,coordenação editorial de Via das Artes.Informações: Ana Maria Xavier

(11) 5573 9584 / 9963 9142 [email protected]

Registro

O Hotel Unique, em São Paulo, projeto deRuy Ohtake, foi escolhido como uma das “setemaravilhas” do mundo contemporâneo. A clas-sificação aparece numa reportagem da revistanorte-americana Conde Nast Traveler assina-da pelo crítico Paul Goldberger. “Ruy Ohtakeinaugura a criação de um símbolo que atra-vessa a desordem da maior cidade da Américado Sul”, justifica o crítico ao incluí-lo na lista.

Além do Unique, foram selecionados:• Opera House, nas Ilhas Canárias,

Arquitetura paulista é destaque internacionalEspanha, de Santiago Calatrava• Kunsthaus, na Áustria, de Peter Cook eColin Founier• Prada Tokyo, em Tóquio, de Herzog e Meuron• Jubilee Church, em Roma, de Richard Méier• Selfridges, na Inglaterra, do escritórioFuture Systems• Walt Disney Concert Hall, em Los Angees,EUA, de Frank GehryInformações: ww.cntraveler.com

Fonte: AU 124

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Informe publicitário

Uma pesquisa realizada pelo Metrô deSP afirma que 35% das pessoas residentes na região metropolitana de

São Paulo andam única e exclusivamente apé. Ou seja: são milhões de pessoas que de-pendem das boas condições das calçadaspara se locomover com facilidade, sem o ris-co de sofrer acidentes

Pensando nisso, a Associação Brasilei-ra de Cimento Portland (ABCP) está pro-movendo um novo sistema de calçadas.Chamada de “calçadas inteligentes”, ainovação consiste na colocação de placasde concreto removíveis nas áreas de pas-seio. Assentadas em areia enriquecidacom cimento, as placas de concreto po-dem ser retiradas e recolocadas sem que-brar, gerando economiapor anos. Dessa forma,não há custo adicional aoproprietário do imóvel ouadministrador da via pú-blica sempre que necessá-ria uma intervenção na cal-çada (comum por existirtantas concessionárias quetrabalham nas tubulaçõessubterrâneas da cidade).Para resistirem à retiradae recolocação, as placas sãofabricadas com concretode alto desempenho.

As vantagens das “calçadas inteligentes”não param por aí. Para arquitetos, o diferen-cial está na variedade de tamanhos, texturase cores. É possível, em conjunto com os fa-bricantes, desenvolver placas próprias paracada caso.

Além disso, quando o projeto prevê oenterramento de fios e cabos e tubulaçõesdas concessionárias no subsolo, as placas deconcreto podem ser apoiadas sobre alvéo-los que facilitam a passagem destes fios sem-pre que for necessário fazer uma ampliaçãoda rede ou uma nova instalação.

O sistema de calçadas inteligentes jáestá sendo praticado pelos fabricantesSTAMP e REAGO, com o apoio técnicoda ABCP e em parceria com os arquitetosdo Projeto. O primeiro cliente atendidofoi a ONG Movimento Colméia, formadapor empresários e moradores da VilaOlímpia, em São Paulo. O MovimentoColméia pretende colocar em prática uma

ABCP promove o uso de“calçadas inteligentes”O novo sistema consiste na colocação de placas de concreto

removíveis nas áreas de passeio da via pública

proposta ambiciosa: implantar um novoprojeto urbanístico, visando à melhoria daqualidade de todos que passam pelo bair-ro. “Com o apoio dos fabricantes conse-guimos chegar a uma cor e resistência ade-quadas ao nosso projeto”, diz o coordena-dor geral da Colméia.

Seminário Paulistano deCalçadas

A ABCP e a Câmara Municipal de SãoPaulo, em parceria com a ABRASP-SP, As-sociação Brasileira de Pedestres, o IAB-SP e a Associação de Arquitetos Paisagis-tas (ABAP), realizarão no dia 30 de agos-to, na Câmara Municipal de São Paulo, o“Seminário Paulistano de Calçadas”. Oevento discutirá a situação das calçadas nacapital paulista e apresentará propostassobre o tema.Mais informações:ABCP 11 3760-5408.

O que diz a lei“Os responsáveis por imóveis,

edificados ou não, lindeiros a vias oulogradouros públicos dotados de guiase sarjetas, são obrigados a construiros respectivos passeios na extensãocorrespondente de sua testada, e amantê-los sempre em perfeito esta-do de conservação.”

“Os passeios obedecerão às normastécnicas existentes, conjuntamente aosregulamentos a serem expedidos.”

“Os passeios deverão ser mantidosem perfeito estado de preservação,para que os pedestres neles transi-tem com segurança, resguardandotambém seus aspectos estéticos eharmônicos.”

Economia – assentadas emareia enriquecida comcimento, as placas deconcreto podem ser retiradase recolocadas sem quebrar,gerando economia por anos

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Debate

Odebate que aconteceu no dia 6 dejulhoem São Paulo, teve a participa-ção de Nuno Ramos (artista plástico

que neste mesmo evento tinha suas obrasexpostas num diálogo interativo com as doartista, Frank Stella). A exposição resultounum gancho para a discussão sobre a arte. Amesa foi composta por Iole de Freitas ,tam-bém artista plástica, e pelos arquitetos Gui-lherme Wisnik, Paulo Mendes da Rocha eJanete Costa, autora do livro “Viva o povobrasileiro/Arte popular”.

A exposição é um caminho para a interface daarte para-além do plano pintura bidimensional,buscando com os volumes escultóricos atridimensionalidade do espaço, contemplandoexperiências sensoriais do ser humano.

Foram feitas colocações em diferentes esca-las, permeando as construções entre seus vazi-os; da “tela” e da urbis. A “urbis” que se constróie se desconstró. A ilusão da forma e do espaço,no limite da ordem e do caos contemporâneo. Oolhar é instrumento de questionamento do es-paço real, aberto para a reflexão entre o ser daobra e o poder ser da arte.

Esta junção da arte, sobre o entendimen-to da “escultura como desenho no espaço”

A arte na cena contemporâneaUm debate sobre “Arte e Arquitetura na Cena Contemporânea” reuniu

artistas plásticos e arquitetos

Julio Gonzales (1876- 1942) é uma expan-são dinâmica do campo plástico que se pro-jeta além das dimensões da tela, invadindoo espaço circundante multidirecional de suasatenções e emoções para o exterior.

A sensação de falta de equilíbrio, que per-mite girar sem sentido único os 360 grausdo nosso repertório é cifrado em lacunas quesofrem mutações e a cada olhar, numa novaorganização.

Essa característica pluralista da frag-mentação mostra nas formas e nos usos,uma nova linguagem que a produção con-temporânea das artes, seja ela pintura, es-cultura, música, literatura e também a ar-quitetura, enfrenta para alcançar a artecomo manifestação do espírito, na qual oseu valor deve ser “ou não” (vamos pensartambém nessa hipótese) despertado emnós pela sua permanência, através dos anose das gerações.

A arquitetura dos espaços passivos de se-rem edificados, construídos pela acumu-lação, pela saturação ou adição de várioselementos que exploram a fragmentação,muitas vezes se cala e se tornam neutrasou então diríamos se tornam alegóricas por

puro repertório formalista, sem conteúdoque expresse de fato algo ou simplesmen-te uma retórica.

Todos nós arquitetos convidados a umposicionamento diante desse tema, devemosestar atentos a uma visão atual das mutaçõesque se verificam na mentalidade e na sensi-bilidade de cada um com o passar dos anose da coletividade através das gerações, poiso território da arquitetura é justamete o la-boratório no qual se experimentam as reor-ganizações, reestruturações, restaurações,reurbanizações e suas mais extensas formasde se recombinar artes, técnicas e ciências.

Há ainda um ponto a se vencer: o da cons-trução na superfície que não consegue sedespreender dela mesma, que se faz o “cen-tro de referência” e que impede que a su-perfície confine de fato como o espaço ex-terior, porque toda a sua tensão está orien-tada para dentro dela mesma, para o seupróprio centro. Somente com a eliminaçãodesse centro é possível encontrar a conti-nuidade do processo criativo artístico coma valorização do que é arquitetura. Ou seja:“a arte de construir”.

POLIANA DE MELO LEITE

Diversidade, mas com valorização e res-peito às identidades de cada região -eis a principal arma cultural para se

fazer frente à banalização e à chamadahomogenização da era global.

A cultura, enfim, pode ser também um fa-tor importante para a geração de empregos,de renda e de desenvolvimento econômico .

Essa foi, sem dúvida, a grande lição quenos deixou o Fórum Cultural Mundial,

Fórum

Diversidade culturalCom o slogan “movendo as artes e a cultura daperiferia para o Centro”, aconteceu, em São Paulo,o Fórum Cultural Mundial

que reuniu, em São Paulo, de 26 de ju-nho a 6 de julho, autoridades, artistas eintelectuais de 60 países. O evento con-tou com o apoio da Unesco e do Ministé-rio da Cultura., além da Secretaria Mu-nicipal de Cultura e do governo do Esta-do de São Paulo.

Durante o encontro foi divulgada a “Car-ta de São Paulo”. O documento assegura, en-tre outros pontos, o compromisso dos paí-

ses participantes em realizar políticas públi-cas que ajudem e ampliem o acesso da po-pulação aos espaços e meios da produçãocultural., sem exclusão

J.W.

CONCURSO18º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira (inscrições de 9 a 20/8 ). O concurso vinculado à Secretariaestadual de Cultura está dividido nas seguintes cartegorias: mobiliário • utensílios • iluminação • têxteis e

revestimentos • equipamentos eletro-domésticos • equipamentos de construção • trabalhos escritos e novasidéias (protótipos). A premiação será no dia 30 de novembro, no MCB.

Informações: (11) 3032-3727 www.mcb.sp.gov.br

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A nova lei constitui numa segundafase do Plano Diretor da cidade,aprovado em 2002, que demandava

esta complementação para se efetivar.Apesar da necessidade vital de São Paulocontar com um novo Plano Diretor, a for-ma como foi aprovado causou indignaçãoentre diversas entidades, como a Associa-ção Comercial de São Paulo, a Ordem dosAdvogados do Brasil – OAB e o Movimen-to Defenda São Paulo. Isto por que, en-quanto o texto e os mapas da lei elabora-dos pela Prefeitura eram discutidos pelapopulação em assembléias e audiênciaspúblicas, o vereador encarregado darelatoria do projeto concluía uma novaredação do mesmo, alterando em 60% oconteúdo da lei, que foi apresentada aosvereadores no mesmo dia da votação, dis-cutida e aprovada (em regime de congres-so de comissões) num período recorde decinco horas. Considerando que o projetoaprovado possui 1.400 páginas, é válidoconcluir que a maioria dos vereadores vo-tou sem ter conseguido ler o texto final.

Durante o processo, o Instituto dos Ar-quitetos do Brasil enviou duas cartas aosvereadores e numa delas (que foi lida emplenário da Câmara pelo vereador GilbertoNatalini) pedia uma cópia do texto para di-vulgar e promover debates públicos sobre otema. O texto, porém, só foi enviado ao IABquando faltavam poucas horas para a apro-vação do projeto.

Segundo a oposição, tamanha pressatem motivação eleitoral. Na opinião dovereador Ricardo Montoro, também daoposição, o Plano deveria ser aprovadoem agosto ou setembro para que osubstitutivo do relator pudesse ser deba-tido com a sociedade antes da votação.Para a Prefeitura, porém, o processo évisto como uma vitória, pois há mais de30 anos São Paulo necessitava de um novoPlano Diretor. Na época em que foi feitoo antigo Plano, alguns bairros periféricosda capital simplesmente não existiam; se-gundo avalia o vereador João Antonio, lí-der do governo na Câmara: “O novo Pla-no Diretor incorpora a periferia no pla-nejamento da cidade”.

Uma nova direção para oplanejamento da cidade

O novo zoneamento e o Plano Diretortrazem diversas inovações com relação àlei antiga, aprovada por decurso de prazodurante a gestão do prefeito Jânio Qua-dros, na década de 80. Pelo novo Plano,mais de 70% da cidade fica classificadacomo de uso misto (residência, comércioe serviços), adotando o conceito pós-mo-derno de morar, comprar e trabalhar namesma região. O tipo de uso passa a serdefinido não só pelo zoneamento, mastambém pelo tipo de via – que pode serde três categorias: estrutural, coletora elocal. Assim, por exemplo, usos conside-rados como pólos geradores de tráfegodevem se localizar em vias estruturais quecomportem este maior fluxo de pessoas eveículos. Alguns instrumentos de inter-venção urbana presentes no Estatuto daCidade, como a transferência de potenci-al construtivo e as operações urbanas (quepassam a existir em número superior) fun-cionam como uma forma de direcionar ocrescimento imobiliário para regiões deinteresse da cidade. Como exemplo temosa operação urbana Jacu-Pêssego que – as-sociada a obras de grande porte como oprolongamento da Radial Leste, à constru-ção do novo Campus da USP e à extensão

do Rodoanel – pretende criar um pólo dedesenvolvimento econômico e social naZona Leste da capital.

Outro instrumento incorporado são asZEIS – Zonas de Interesse Social, nas quaisa Prefeitura terá direito à desapropriaçãopara uso para habitação popular.

Uma importante característica do Pla-no é oficializar e potencializar as chama-das “centralidades” da cidade, áreasselecionadas para serem caracterizadascomo centros de bairro, por serem refe-rência comercial e, se for o caso, tambémcultural. Na mesma linha de raciocínio, al-guns corredores comerciais consagrados,como a Alameda Gabriel Monteiro da Sil-va e a Avenida Pacaembú, tiveram os seususos comerciais oficializados. Outros es-tabelecimentos comerciais, entretanto,não tiveram o mesmo tratamento: a VilaMadalena, famosa pela sua dinâmica cul-tural na vida noturna, acabou limitada pelonovo zoneamento a residências e serviços,comprometendo a característica boêmiaconsagrada da região.

Outra questão polêmica é a fórmula quedetermina as regras de uso que passarão avaler para cada local. Para saber as regrasque dizem respeito ao lote em que fica seuimóvel, o cidadão precisa verificar primeiroa macrozona em que ele está (preservaçãoou urbanização), depois à qual macroáreapertence, além do tipo de via e de zona ouoperação urbana em que está localizado.Esta sobreposição introduz uma variedademaior de tipos de zona, que passarão das atu-ais 18 para mais de 200, o que pode com-prometer a aplicação das novas regras, poisa população terá dificuldade para entender,cumprir e principalmente fiscalizar o cum-primento da lei.

Diante das contradições levantadas, espe-ra-se que os pontos positivos prevaleçam,para que a cidade possa ter um crescimentomais homogêneo e sustentável no aspectourbano e social, e que os pontos negativossejam detectados e analisados de maneira asubsidiar adequadamente a revisão da leiprevista para o ano de 2006. E nessa revi-são, cabe aos arquitetos um papel decisivo.

JOSÉ RENATO SOIBELMANN MELHEM

Aprovado o novo zoneamentode São Paulo Após dois anos de discussões e muita polêmica;

a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovouna madrugada do dia 2 de julho, por 38 votos a oito, o PL139/04 que incluia nova Lei de Uso e Ocupação do Solo (zoneamento) e os Planos DiretoresRegionais das 31 subprefeituras da cidade de São Paulo. Resultado: umdocumento com mais de mil páginas

São Paulo – vista aérea do Centro dacapital, um dos focos do novo plano

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A nova face daarquitetura brasileiraCom a presença expressiva de arquitetos, em sua maioria jovens, foi realizada no dia16 de junho, no Museu da Casa Brasileira, a solenidade de premiação da sexta Ediçãodo Prêmio Jovens Arquitetos, que recebeu 112 trabalhos de várias regiões do país

Entrevista

Abrindo a cerimônia, o presidente do IABpaulista, arquiteto Paulo Sophia, declarouque o IAB continua, passo a passo, dia a dia,avançando, aproveitando cada oportunida-de para dignificar e ampliar o trabalho dosarquitetos, por meio de concursos, debatese intervenções políticas e profissionais nosassuntos da cidade.

“O trabalho do IAB – ressaltou é ga-rantir que a qualidade da arquitetura ex-posta aqui, neste museu, premiada ounão, tenha a força necessária para a realtransformação de nossas cidades” (vejatexto na página ao lado).

Entre os premiados e destaques, projetosde Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pernambucoe Rio Grande do Sul. (veja nesta reporta-gem os projetos premiados).

A solenidade , sob o toldo do jardim exter-no do MCB, reuniu dezenas de arquitetos,professores, presidentes de entidades e jor-nalistas, incluindo o editor da Prolivros, oseditores da revista Projeto e da AU/ Pini, prin-cipal responsável pela divulgação do prêmio.

À mesa, o presidente do IAB/SP estavaacompanhado por Adélia Borges, diretorado MCB, Diana Mazzoni (da AssociaçãoAmigos do MCB), Edson Elito (do júri/arquitetura), Newton M. Yamato (do júri/urbanismo) Maria Lúcia Bressan Pinheiro(do júri/ensaios críticos). Ao saudar os pre-

Prêmio Jovens Arquitetos

sentes, Adélia Borges declarou que oMCB é a casa dos arquitetos e do design e,assim, se sente orgulhosa de abrigar umaexposição de projetos que revelam novostalentos da arquitetura.

Depois da proclamação dos vencedores,seguiu-se o coquetel de confraternização.Entre os presentes, o vice-presidente do IABnacional, Gilberto Belleza, um dosincentivadores do concurso, desde os tem-pos de presidente do IAB/SP.

Numa breve apresentação, o arquiteto su-íço Mario Botta, autor da famosa expres-são “amigo do passado”, deixou seu recado:“o novo deve conviver com o antigo, cadaum com sua identidade e simbologia. Assim,as cidades precisam aprender, também, arespeitar o antigo, enriquecendo-o com ossignos do novo e da contemporaneidade”.

A CJ estabeleceu os seguintes critériosbásicos para a seleção dos projetos premia-dos na categoria Arquitetura:• adequação do projeto ao programa• resposta às exigências funcionais• resposta às exigências de confortoambiental• escolha e utilização do sistema construti-vo, dos elementos da edificação, dos siste-mas das instalações e dos materiais

Depoimento Mario Botta, por coincidência o sr.

retorna ao MCB, onde acontece apremiação dos Jovens Arquitetos de2004. A propósito, o que o sr. diriaà nova geração de arquitetos?MARIO BOTTA Diria, antes de tudo, que arquite-tura é uma atividade, um ofício essencial do serhumano. Enquanto existir um ser humano sobrea Terra, existirá também a arquitetura, porque ohomem precisa essencialmente de um espaçopara se abrigar. Assim, diria aos jovens que a com-plexidade dos problemas contemporâneos nãodeve amedrontá-los. Sabemos que hoje é muitodifícil projetar uma casa, um igreja, um teatro,em meio a um cenário de violência, da velocida-de e do caos. Mas, como já nos ensinaram os

• implantação com relação ao terreno, o en-torno e o meio ambiente• inserção da edificação na paisagem e notecido urbano• resultado final que se consubstancie emboa arquitetura e que expresse criatividade,caráter arquitetônico, contemporaneidade,com emprego de tecnologias adequadas

J.W.

Exposição – os trabalhos premiados, que participaram de uma exposição no MCB,também foram expostos na sede do IAB/SP

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Estamos mais uma vez nesta “Casa” queé um exemplo da hospitalidade brasi-leira e paulista: o Museu da Casa Bra-

sileira, que sempre acolheu tão bem seusvisitantes e em especial a comunidade dosarquitetos. Em nome do Instituto de Arqui-tetos do Brasil – Departamento de São Pau-lo agradeço à Adélia Borges e à sua equipe,que nos ofereceu uma maravilhosa retaguar-da para a montagem deste evento. Adélia,muito obrigado!

Estamos hoje numa solenidade depremiação dos jovens arquitetos, jovens comaté 40 anos, que se dedicam às reflexões eproposições de uma arquitetura de transfor-mação, inconformados que estão com a si-tuação de nossas cidades. A triste condiçãode nossa morada. Esta premiação já se con-solidou no calendário da Arquitetura Brasi-leira, pois estamos na sexta edição com 112trabalhos inscritos vindos de 12 diferentesEstados do país.

O Instituto de Arquitetos do Brasil – De-partamento de São Paulo agradece às con-sultoras desta Premiação: Poliana de MeloLeite e Cecília Pisetta , que brilhantemen-te coordenaram os trabalhos. Para julgar ostrabalhos convocamos um júri também deoutros Estados e cidades

Agradeço ao júri por sua dedicação e tra-balho na difícil tarefa de escolher alguns emdetrimento de tantos outros bons trabalhos.

Mais do que premiar os jovens, e isso já émuito importante, estamos premiando a pró-pria arquitetura, estamos dando alguns pas-sos no sentido de tratar, aprofundar, discu-tir e podemos dizer encontrar soluções para

os problemas que afligem nosso povo emseus direitos básicos por saúde, educação tra-balho e moradia. Eu incluo aqui o direito àArquitetura

Com esta iniciativa do Museu da Casa Bra-sileira em associação com o Instituto de Ar-quitetos do Brasil/SP, com o apoio da Edi-tora PINI, estamos dando um exemplo, ex-pondo as questões intrínsecas da arquitetu-ra. Sob a ótica e mão dos jovens arquitetos.

O IAB, o Museu da Casa Brasileira e aEditora PINI juntos vão divulgar o resulta-do desta premiação, um importante exem-plo para todo o país. Mas, srs. e sras, eu cha-mo atenção para o triste contrasenso quetemos em nossas cidades: ao lado das obrasexemplares premiadas ou não nesta noite,temos o paradoxo de que elas significam

apenas 1% daquilo que é construído emnosso país. Ou seja: 99% do que é construídonão considera o projeto arquitetônico comouma ferramenta eficaz de seu sucesso paraa economia de meios, racionalização de pro-cessos, e qualidade de vida futura.

Apenas um 1% de arquitetura, com gran-de dela parte sufocada pela loucura dos pro-cessos de especulação imobiliária, pelo des-respeito ao meio ambiente, pela falta de cul-tura, pelo apego a valores importados, pelodesrespeito à nossa importante história epatrimônio arquitetônico. Este é o trabalhoque pretendemos no IAB de São Paulo. Darforça e voz aos nossos arquitetos no interes-se de nossas cidades. O trabalho do IAB égarantir que a qualidade da arquitetura ex-posta aqui, neste museu, premiada ou não,tenha a força necessária para a real transfor-mação de nossas cidades.

O sucesso do trabalho do IAB e de cadaum de nos está também intimamente ligadoao sucesso da legislação que tramita no Se-nado Federal para regulamentar nosso Con-selho profissional próprio. O CAU Conse-lho de Arquitetura e Urbanismo. Estou se-guro que arquitetos responsáveis contribu-em para a qualidade de vida não só dos usu-ários do edifício que projetam, mas tambémpara a qualidade de vida de nossas cidadesenquanto urbanidade e cidadania. Esses ar-quitetos deixam, enfim, suas marcas na pai-sagem das nossas cidades. Esta é a arquite-tura e que estamos privilegiando hoje nestasolenidade.

PAULO SOPHIA,presidente do IAB/SP

Arquitetura da cidadania.E da transformação

Mario Botta

mestres, o homem existe quando habita, quandodescobre a possibilidade de se orientar a partirde seu espaço, de seu lugar. Essa é a função daboa arquitetura.

Mas, o que seria uma boaarquitetura?MARIO BOTTA Uma arquitetura que seja sincera,autêntica, que não camufle. Uma casa é uma casa,um abrigo, um teatro, o lugar do imaginário,uma igreja, lugar da oração. Então, a boa arqui-tetura deve responder corretamente às exigênci-as e necessidades funcionais e estéticas do ho-mem, ajudá-lo a sonhar. Então, cabe aos jovensarquitetos proporcionar ao cidadão espaços comqualidade, alegria e imaginação.

E, em sua opinião, qual é o perfildo profissional de arquitetura destenovo século?MARIO BOTTA O arquiteto contemporâneo de-sempenha um papel muito delicado. De um lado,temos uma sociedade de consumo , valorizandoaspectos secundários e descartáveis da arquite-tura de efeito. Mas, arquitetura exige tempo. Afi-nal, o território onde trabalha o arquiteto é o ter-ritório da memória, da história, não é só o dafunção. Portanto, o arquiteto de nossos dias deveser um profissional que seja um misto de filósofoe de historiador. Em síntese, ele deve saber in-terpretar os novos sonhos e desejos do ser huma-no, com imaginação, ética e criatividade.

J.W.

Paulo Sophia: aprender com os jovens...

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MENÇÃO HONROSA

Prêmio Jovens Arquitetos

PRÊMIO “Intervenção em Espaços Públicosno Centro Histórico de Mariana, MG”Autores: Alexandre Brasil, André Prado,Bruno Santa Cecília e Carlos Alberto Maciel

URBANISMOSegundo a CJ: “o projeto tem como questão fundamentala requalificação do Centro Histórico de Mariana, apostando narecuperação dos espaços públicos (praças, calçadas, largos etc.),gerando maior unidade dos mesmos, através de recuperação dasvisuais para as edificações simbólicas, otimização da relaçãoentre áreas edificadas e livres, medidas que potencializam ouso do espaço público pelo público, seja ele formado pelo mora-dor ou pelo turista”

DESTAQUE “Praça Max Define”,Orlândia, no interior paulistaAutores: Cícero Ferraz Crus e Fábio Mosaner

Segundo a CJ: “O projeto em questão prevêa criação de espaço público apartir de uma visão de mundo regional, buscando na memória coletiva uma iden-tidade. O quintal com suas jabuticabeiras, espaço lúdico infantil privado, ganhasua versão coletiva e pública”

“Praça Adejuto Manoel Moreira”, Barra de Boiçucanga, São Sebastião, no Litoral Norte de São PauloAutores: Marcelo Eichstädt Nogueira, Alexandre Lima, Mariângela Tomé, Cristina Machado e Sérgio Del Fiol.

Segundo a CJ: “ o projeto em questão ordena de forma cuidadosa a transição entre aterra e a água através de recursos simples, mas eficazes, como decks, arrimo de gabião etc.O projeto também articula de maneira adequada aspectos sociais e ecológicos, ao proporum uso sustentável do desemboque do rio no mar, com equipamentos para a comunidadelocal de pescadores”

CJ: Abílio Guerra, Tito LívioFrascino e Newton MassafumiYamato

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OBRASEXECUTADAS

PRÊMIOS EX-AEQUOObra: residência em Recife, PEAno: 2004Autores: Bruno Lima,Francisco Rocha e LuizMarcondes

Segundo a CJ: “resposta clara a umprograma simples de residência em ambientenatural delimitado por duas grandes árvores.Utilização criativa de sistema construtivotradicional em madeira, com ênfase naventilação e iluminação naturais e naexploração dos ângulos de observação apartir do interior da edificação”

Segundo a CJ: “edificação deuso comercial/serviços, comimplantação em lote urbano eplantas dos pavimentos comextrema limpeza e flexibilidade deuso. Utiliza recursos desustentabilidade e, por meio degrelha metálica periférica, cria ummicro clima ventilado epaisagisticamente tratado. Asuperestrutura de aço contemplaadequadamente a liberação dosubsolo para o estacionamento”

Obra: Studio Kaze, São Paulo, SPAno: 2003Autores: Fernando Forte, Lourenço Gimenese Rodrigo Marcondes Ferraz

Os jovens arquitetos brasileiros, como os mais velhos também, passam por um momento detransição. Quando o novo milênio indica vários caminhos, a produção vem, em sua maioria,pautada por uma cautela apoiada na tradição modernista brasileira o que pode gerar bons proje-tos mas também pode não garantir uma evolução do fazer arquitetônico nacional. A premiaçãotem a força de buscar uma produção nacional, destes arquitetos, revelando como as diversasregiões do país podem gerar espaços próprios afinados ao mesmo tempo com a cultura local euma visão universal. O IABSP está de parabens pela iniciativa...

João Diniz

ARQUITETURA

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OBRASEXECUTADAS”

ARQUITETURA

MENÇÕES HONROSASObra: residência em Alphaville, SPAno: 2003Equipe: Paula Zasnicoff Cardoso(autora), Alexandre Mirandez, CésarShundi Iwamizu e Pablo Hereñu(colaboradores)

Obra: residência na praia de Paúba,São Sebastião, SP.Ano: 2003Equipe: Alexandre Cafcalas eGuilherme Margara (autores), GiovanaOliva, Melissa Patrício e BrunoCarvalho (colaboradores)

Obra: Centro de Treinamento doClube Atlético Mineiro-Concentraçãodos Profissionais, Vespasiano, MGAno: 2003Equipe: Alexandre Brasil Garcia,André Luiz Prado e Carlos AlbertoMaciel (autores), Juliana Barros,Fernanda Faria e Rafael Borges(colaboradores).

Obra: Casa na praia de Juquey, SãoSebastião, SPAno: 2001Autor: Álvaro Puntoni

Obra: residência Yamada, Aldeiada Serra, Barueri, SP.Ano: 2004Autor: César Shundi IwamizuEquipe: Alexandre Mirandez deAlmeida, Eduardo Crafig, MarceloPontes de Carvalho, MarcioHenrique Guarnieri e RicardoBellio/Tiago Natal e CarolinaFarias (estagiários)

Segundo a CJ: “ residência com implantação coerente com a topografia, explorando com felicidade os pontos de vista para o entorno.O sistema construtivo em alvenaria estrutural de blocos de concreto foi utilizado gerando grandes e inusitadas aberturas que dão transparênciae leveza à edificação”

Obra: escola PHD Infantil, Natal, RNAno: 2003.Autor: Felipe Bezerra.

Obra: guarita e escritório para E-BOX Estacionamento, Porto Alegre, RSAno: 2003Equipe: Gabriel Gallina, LucianoAndrade e Rochele Castro.

Prêmio Jovens Arquitetos

Afinal, o que os jovens estão dizendo, em seus projetos? Os jovens estão dizendo: que as cidadesprecisam ser modificadas; que os recursos naturais precisam ser preservados; e que eles têm condi-ções de colaborar com a renovação das cidades e a melhoria da qualidade de vida da população; e,mais, que estão aptos a contribuir para resolver problemas de déficits de habitação, de escolas oude equipamentos públicos, que ainda não foram resolvidos; enfim, eles estão mostrando que tudoisso é possível, com projetos, que revelam uma qualidade projetual e uma diversidade de soluçõesimpressionantes, seja com concreto, madeira ou estrutura metálica! Basta observar os projetos pre-miados: uma casa de madeira, em Recife, um prédio comercial com estrutura metálica, em São Pauloe uma casa feita com blocos de concreto, em São Paulo, dentro do rigor da escola paulista

Edson Elito

CJ: Edson Elito, José Carlos deLima Bueno e João DinizConsultoria: Poliana de MeloLeite e Cecília Pisetta

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PROJETOS

MENÇÕESHONROSAS

Projeto: Anexo do Museudo Ouro, Sabará, MG.Autores: Álvaro Puntonie João Sodré

PRÊMIOS EX-AEQUOProjeto: escola no JardimUmuarama –FDE, São Paulo, SPAutores: César ShundiIwamizuEquipe: Alexandre Mirandezde Almeida, Marcelo Pontes deCarvalho e Ricardo Bellio.Estagiários: Letícia Tomisawa,Suzana Barboza, TatianaDurigane Vanessa Friso.

Segundo a CJ: “excelente resultadona utilização do sistema construtivo de pré-fabricados de concreto e cobertura em estruturametálica para edificação escolar. A setorização dosconjuntos funcionais é valorizada pelo acesso pelopavimento mais alto onde se localizam as áreas de vivência”

Segundo a CJ: “implantação deanexo a museu em cidade histórica,que a um tempo respeita a edificaçãoexistente e a topografia e mantémidentidade arquitetônica própria econtemporânea”

Projeto: Igreja – Comunidade São GasparBertoni, Parque Shangrilá, Campinas, SPAno: 2004.Autor: Adriano Carnevale Domingues.

Projeto: estação hidroviária Praça XY,Rio de Janeiro, RJAno: 2004.Equipe: Célio Diniz Ferreira Filho e EduardoCanellas , Eduardo Dezouzart e Tiago Gualda(co-autores)

O que me chamou à atenção nessa premiação?Muitos desses projetos participantes dapremição, principalmente alguns trabalhosvindos do Nordeste, mostram como setrabalhar corretamente com a luz e a sombranum país tropical... Além disso, a preocupaçãocom a qualidade e a criatividade

José Carlos de Lima Bueno

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ENSAIOSCRÍTICOS

Prêmio Jovens Arquitetos

Pioneiro moderno – O edifício Esther,projeto do arquiteto carioca Álvaro Vital Brazil

e Adhemar Marinho, construído em 1936,localiza-se na praça da República, na esquinada avenida Ipiranga, no Centro de São Paulo

Segundo a CJ: “trabalho resultado de dissertação de mestrado, que aborda atrajetória do edifício Esther e suas relações com a cidade de São Pulo. Certamente,o documento mais completo sobre esse edifício, marco da arquitetura modernapaulistana, que o posiciona como referência obrigatória para o estudo da arquite-tura moderna desta cidade”

PRÊMIOSObra: “Memória moderna: a trajetória do edifício Esther”Autor: Fernando Atique

Mençôes HonrosasObra: “O lado esquerdo do rio”Autor: Herbert Rocha

Obra: “Cidades dos vivos”Autor: Renato Cymbalista

DestaquesObra: “Fora do centro: a lógica dasextensões”Autor: Márcio Correia Campos

Obra: “Maharishi Tower”Autor: Carlos M. Teixeira

CJ: Maria Lúcia BressanPinheiro, Mônica Junqueirade Camargo e Antônio CláudioPinto da Fonseca

Numa noite marcada pelo en-tusiasmo,no dia 23 de junho, noMuseu da Casa Brasileira, a mesa

composta por Marcio Mazza, repre-sentante do MCB, Paulo Sophia, pre-sidente do Instituto de Arquitetos doBrasil- Departamento de São Paulo,Maria Lúcia Bressan Pinheiro, pro-fessora da Fau /USP, José Carlos deLima Bueno, professor e secretário dePlanejamento do município de S. J. doRio Preto, Tito Lívio Frascino, arqui-teto e membro do IAB SP e o arquitetoconvidado Francisco Spadoni, sereuniram para agradecimentos e prin-cipalmente para saudar os jovens arquitetos,premiados, participantes, colegas e clientes.

No debate, os arquitetos se referiam aosjovens quanto conquistadores da excelênciana arquitetura, tanto em seus trabalhos depesquisa, como em seus projetos e obras,muito bem representados pelos trabalhosentregues na premiação.

O IAB- SP, em parceria com o Museu da CasaBrasileira e a editora Pini, promove há dez anosa premiação Jovens Arquitetos. O evento des-taca a produção, incentivando a troca de expe-riências, motivando avanços e mostrando os va-lores do trabalho do arquiteto. O Instituto é umaliado dos profissionais para garantir a realiza-ção e a permanência da arquitetura.

As características marcantes apontadas nostrabalhos foram: a preocupação em inserir o

projeto ou estudo em uma situação pré-exis-tente, tirando partido histórico e natural, daarquitetura, e da paisagem urbana ou rural; aqualidade dos projetos e sua execução; o res-gate inteligente de referências arquitetônicas,como uma herança. Os ensaios críticos, quenormalmente são objetos de pesquisas aca-dêmicas, foram destacados por seu importan-te papel de avaliar a contribuição da obra deum colega frente à cidade, exigindo doensaísta, pesquisador, uma postura analíticae critica bastante precisa.

Arquitetos que hoje são consagrados pelo con-junto de suas obras, entre eles, Oscar Niemeyer,Vital Brazil, Paulo Mendes da Rocha e SeverianoPorto, foram lembrados enquanto jovens, comorealizadores de obras relevantes na arquiteturabrasileira e internacional.

O arquiteto José Carlos de LimaBueno cita trecho do livro Eupalinos ouo Arquiteto, de Paul Valery, em que seobserva na cidade os edifícios mudos, osque falam e os que cantam. Como umprofessor, aponta os problemas no mer-cado, instiga os jovens a permaneceremfiéis ao entusiasmo pela qualidade e, fi-naliza, poetizando com as palavras escri-tas por Joaquim Guedes, no prefácio dolivro de Valery: “O vôo perfeito é com-pletamente dependente da rigorosa exe-cução e economia dos movimentos queos produzem, em condições ambientaisdeterminantes, a que ave ou nave se sub-

metem em liberdade...”.Os depoimentos dos jovens arquitetos premi-

ados foram marcados pelo entusiasmo, alegria,postura crítica e esperança. Muitos acreditam queo trabalho social do arquiteto é fundamental paraas conquistas do profissional e, assim como amúsica, o cinema e a moda, a arquitetura deveconquistar seu espaço diante dos brasileiros e es-trangeiros. As dificuldades mencionadas, reais nomercado, podem intimidar, mas a criatividade eo apoio dos clientes envolvidos com a produçãoda arquitetura, garantem que o entusiasmo setransforme em um bom projeto.

Paulo Sophia encerra o debate e avisa queo bom-humor diante das dificuldades é umalição para se continuar aprendendo cotidia-namente, como um jovem.

ALINE PORTO

Debate semeando arquiteturas

Debate “Jovens Arquitetos” – À mesa(da esquerda para a direita), Márcio Mazza,

Francisco Spadoni, Paulo Sophia,Lúcia Bressan, José Carlos de Lima Bueno.

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Repise-se:6 – Quanto aos defeitos e imperfeições da

obra construída que, oriundas de imperícia,negligência ou imprudência na execução doserviço ou emprego do material, não afetem asolidez e segurança da construção, mas resul-tem, por exemplo, de inobservância de dispo-sição no Código de Obras etc.

Denote-se que se esses defeitos forem visí-veis, uma vez que o dono da obra a receba,cessa a responsabilidade. Porém, se os víciosforem ocultos, a responsabilidade persiste por1 ano, após a entrega da obra, conforme reza oartigo 445 do Código Civil, que é o chamadovício redibitório.

7 – Quanto à inobservância das obrigaçõescontratuais, pois deve executar a obra dentro dasdeterminações do contrato e da boa técnica.

Se ele se afastar das instruções, casusaráprejuíxo e, por isso, o dono da obra poderá recusá-la ou recebê-la com abatimento no preço.

8 – Quanto à falta de recolhimento das con-tribuições previdenciárias do pessoal empre-gado na obra, pois se não o fez, o dono da obraserá solidariamente responsável.

9 – Ao ressarcimento dos materiais que re-cebeu, se por imperícia os inutilizou.

10 – À mora na obra encomendada, poisesta poderá dar lugar a indenização por per-das e danos, se o dono da obra não rejeitá-la,que só se justificará se a obra se desvalorizarmuito.

11 – Quanto à solidez e segurança do tra-balho, no contrato de empreitada de edifíciose outras construções consideráveis, em razãodos materiais e solo.

A responsabilidade neste caso é indepen-dente de culpa, gozando o dono da obra deum prazo de garantia de 5 anos.

Dentro deste período de garantia, verifica-dos danos causados pela falta de solidez ousegurança da obra, deverá o profissional fazeras devidas reparações.

Frise-se que este prazo de 5 anos é de sim-ples garantia, para resguardar a coletividadedo risco da edificação.

É importante ressaltar que o dono da obratem o prazo de 180 dias da constatação do vícioou defeito para propor a ação de reparação.

É o que prescreve o artigo 618 do CódigoCivil:

“Nos contratos de empreitada de edifíciosou outras construções consideráveis, o emprei-

Código civil

Responsabilidades e riscos dosprofissionais da construção civilVeja nessa página a conclusão do artigo sobre o novo Código Civil,cuja primeira parte foi publicada no Boletim IAB 44, página 16

Aquele que, por ato ilícitocausar dano a outrem, fica

obrigado a repará-lo“”teiro de materiais e execução responderá, du-

rante o prazo irredutível de 5 anos, pela soli-dez e segurança do trabalho, assim em razãodos materiais e do solo.

§ Único – Decairá do direito asseguradoneste artigo o dono da obra que não propusera ação contra o empreiteiro, nos 180 dias se-guintes ao aparecimento do vício ou defeito.”

Ocorre que a redação deste artigo pode ge-rar interpretações errôneas. Por exemplo, sedecorridos 2 anos e aparecer um defeito, odono da obra só terá 180 dias p/ entrar com aação? E os outros 3 anos, como ficam?

A melhor interpretação é aquela na qual odono da obra tem os 180 dias, passados os 5anos.

E, ainda conforme o artigo 205 do C.C., te-ria o dono da obra o prazo de 10 anos p/ pro-por a ação de reparação, se o vício fosse verifi-cado nos 5 anos de garantia.

Como ficamos 180 dias ou 10 anos?A doutrina e a jurisprudência pátria tem

várias interpretações, sendo nossa opinião ados 5 anos mais 180 dias por ser mais lógica e

por gerar maior segurança jurídica entre aspartes contratantes.

É necessário considerar que o novo CódigoCivil estabeleceu algumas inovações, apresen-tando direitos e deveres do projetista, distin-tos do dos construtores.

Assim, no parágrafo 2º do artigo 610, esta-belece que, o contrato de elaboração de umprojeto não implica a obrigação de executá-lo,ou de fiscalizar a execução.

Já o artigo 621 afirma que sem a anuênciado autor não se podem fazer modificações noprojeto, mesmo que a execução seja feita porterceiros, a menos que comprovado motivosuperveniente ou razão de ordem técnica, deinconveniência ou excessiva onerosidade deexecução do projeto original.

E mais, no artigo 622 estipula que se a execu-ção for confiada a terceiros, a responsabilidadedo autor do projeto, desde que não assuma a di-reção ou fiscalização, ficará limitada aos danosresultantes de defeitos previstos no artigo 618.

Ora, se tais terceiros ou dono da obra des-virtuarem o projeto, entendemos que cessa aresponsabilidade do profissional, pois casocontrário isto iria contra o disposto nos arti-gos 17 a 23 da Lei 5.194, que protegem a au-toria e estipulam as obrigações e responsabili-dades dos profissionais que alteraram ou mo-dificaram o projeto original, na recusa ou im-possibilidade do autor.

Em suma, estes são os tópicos principais quenos cumprir alertar os profissionais da cons-trução civil.

Bibliografia:Maria Helena Diniz, Curso de Direito Ci-

vil Brasileiro – Responsabilidade Civil, 7º vo-lume, Editora Saraiva, 18ª edição, São Paulo.

José de Aguiar Dias, Da ResponsabilidadeCivil, volume I, Editora Forense, 9ª Edição,Rio de Janeiro.

RICARDO PIRAGINI diretor de Ricardo Piragini Advocacia eespecializado em direito empresarial –www.ricardopiraginiadvocacia.com.br

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Núcleos

Simpática PiracicabaAntigo povoado fundado em agosto de

1763, sob a proteção de N. Sra. dos Praze-res, Piracicaba se transformou numa das ci-dades mais simpáticas do interior paulista.Marcada por imensos canaviais e seu sota-que inconfundível, acaba de se incluir entreos novos núcleos do IAB/SP.

Além de abrigar universidades de exce-lência, como a Universidade Metodista, aUnicamp e a Escola Superior de Agricul-tura Luiz de Queiroz, criou o famoso Sa-lão de Humor, com a colaboração de pro-fissionais, como o jornalista João MartinsFilho), que imprimiu um ritmo global aoevento, que completa 30 anos de existên-cia numa exposição no Memorial da Amé-rica Latina, reunindo trabalhos dehumoristas, Laerte, Paulo, Ziraldo, ChicoCaruso, Angelini e Glauco, entre tantoscartunistas.

A solenidade de instalação do Núcleo, nodia 25 de junho, foi prestigiada pela presen-ça do arquiteto Paulo Sophia, presidentedo IAB/SP.

Exemplar São CarlosCom mais de 200 mil habitantes, a 231

km da capital, São Carlos mantém uma qua-lidade vida exemplar, além de abrigar cur-sos superiores (Engenharia Civil, Arquite-tura, Matemática, Mecânica, Psicologia) in-cluídos entre os dez melhores do país. A ci-dade conta, também, com um Núcleo doIAB, cuja Diretoria é presidida pela arq.Regina Maria Duarte , que tomou posseno dia 18 de junho, com a presença do pre-sidente Paulo Sophia e da vice-presidentedos Núcleos do Interior, ElisabethBottamedi.

Dinâmica GuarulhosFundado em 1560, o antigo aldeamento

de índios, a 17 km da capital, se transfor-mou num dos eixos de desenvolvimentomais importantes do país, abrigando umdos principais aeroportos internacionaisdo país – Cumbica. Guarulhos participa ,também do IAB/SP, cuja Diretoria (para opróximo biênio), assumiu no dia primeirode junho, , com a presença do presidentedo IAB paulista.

Confira, a seguir, o discurso de posse dopresidente do Núcleo, arq. Mario Yoshinaga.

Força aos núcleos do interiorA valorização dos Núcleos do interior constitui uma das metas da atual Diretoriado IAB paulista. Com esse objetivo, o presidente Paulo Sophia vem mantendouma série de visitas e contatos com arquitetos de várias cidades do interior

São Carlos – (da esquerda para a direita), Alex Marques Rosa (presidente do núcleoLimeira), Andréa Júlia Soares (vice-presidente do núcleo Limeira), Paulo Sophia(presidente do IAB-SP), Regina Dória (presidente do núcleo São Carlos)e Elisabeth Bottamedi (vice-presidente de núcleos IAB/SP)

Piracicaba – (da esquerda para a direita) os arquitetos: Antônio Carlos FerreiraBetiol, André Faleiros Heise, Walter Naime Filho, Jovane Bonatto Ferreira, Hélio Dias;Walter Naime, Paulo Sophia, Francisco de Assis, Carvalho Ferraz Junior (novopresidente do Núcleo), Adriano Ranzani, Dulce Inês Insfran Guimarães de Oliveira,Roberto Alvarez, João Chaddad, Reynold Alvarez, Elizabeth Vidor

Cerimônia de posse – (da esquerda para direita), Francisco Gonzaga (segundodiretor), Maria Flausina Lopes (segunda secretaria), Nilcéia Bruyn (primeira secretaria),Elisete Akemi Kida (primeira diretora), Paulo Sophia, Mario Yoshinaga (presidentedo IAB/Guarulhos), José Alberto Hajeck (segundo tesoureiro), Regina Villegas(vice-presidente) e José Danielson Gracia (primeiro tesoureiro)

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Quero agradecer a presença de todos,arquitetos, colaboradores e patrocina-dores, numa demonstração de amiza-

de e de apoio à nossa entidade. Agradeço àsentidades que vêm colaborando conosco, nasatividades culturais, entre elas a OAB – Or-dem dos Advogados do Brasil, Agende – Agên-cia de Desenvolvimento de Guarulhos, RotaryClub do Brasil, CRECI – Conselho Regionalde Corretores de Imóveis, Aché Laboratóri-os, Cultura Inglesa, Elétrica Takei, MóveisBontempo, Matesica e Lago Eventos.

Mais importantes que as entidades são aspessoas e a amizade entre elas, que é a real epermanente união de forças. São pessoas comoLuis Roberto Mesquita, Marco Antonio Ribei-ro de Castro, Maria Amélia Marin, ValdirCarleto, Arlindo Jacó Goedert e colegas da Co-missão de Revitalização do Centro deGuarulhos, que estão conosco na defesa de ummeio urbano eficiente, seguro, acessível , atra-ente, e participam ativamente na discussão deuma questão importante para a cidade:Guarulhos em busca de sua identidade.

Meus agradecimentos aos colegas da mesa:Airton Trevisan, presidente da OAB –Subsecção Guarulhos; Roberto Moreno, se-

cretário de Desenvolvimento Urbano deGuarulhos; Luiza Cordeiro, vereadora deGuarulhos; Antonio Silvan Oliveira, presiden-te do Sindicato dos Químicos e da CentralForça Sindical Regional Guarulhos; PlínioTomaz, presidente da Associação de Enge-nheiros e arquitetos de Guarulhos; EduardoHabu, presidente do IAB – Núcleo Suzano eChairman Interact e Rotaract, distrito 4430do Rotary Clube Brasil , e Paulo Sophia, nos-so presidente do IAB – Departamento SãoPaulo, que empossou a diretoria eleita doIAB-Guarulhos, para o biênio 2004 / 2005...

O IAB – Guarulhos aproxima-se tambémdo Poder Público, num momento em que sediscute o Plano Diretor do Município, e mo-dificações nos procedimentos de aprovaçãode projetos particulares. Preocupa-nos umPlano Diretor com prazo limitado de 12 anos,assim como a proposta de responsabilidadetotal da obra pelo profissional arquiteto ouengenheiro, com a “não-aprovação” mas re-gistro de projeto, proposta pela Prefeitura.

Guarulhos carece de uma estruturação ur-bana condizente com o seu portepopulacional e econômico, e sua importân-cia dentro da logística de transportes. A cida-

“Juntos já somos umagrande equipe”A seguir, trechos do discurso de posse do novo presidente doNúcleo de Guarulhos, arquiteto Mário Yoshinaga

de carece de grandes projetos, independen-temente das condições econômicas desfavo-ráveis. Grandes projetos que não disponhamde recursos podem ser viabilizados por pra-zos maiores. Tal como pensam os chineses,nada deve ser (considerado antecipadamen-te) impossível. E que os nossos sonhos de re-alizações desta diretoria possam ser iniciadospor uma equipe pequena, otimista e compe-tente, que tenho o privilégio de compor.

Apresento-lhes a nossa vice-presidente Regi-na Villegas Mas, a primeira secretária Nilcéia deBruyn, a segunda secretária Maria FlausinaLopes, o primeiro tesoureiro João DanielsonGarcia, o segundo tesoureiro José Alberto Hajek,a primeira diretora Elisete Akemi Kida e o se-gundo diretor Francisco de Fátimo Gonzaga.

Despeço-me com um amplo abraço, envol-vendo a todos nós, que juntos já somos umagrande equipe, e temos o principal para cres-cer ainda mais: a amizade. Finalizando, ecomplementando a fala do amigo e arquitetoCláudio Fugita, nosso mestre de cerimônias dehoje, sobre os valores do colega OscarNiemeyer:” o importante na vida é ter amigos”.

MÁRIO YOSHINAGApresidente IAB-SP, Núcleo Guarulhos

Bioarquitetura(construção com bambu)O Núcleo do IAB de Campinas, sob a pre-sidência do arq. Marcelo Hobeika, com aparticipação de Ong´s e outras associações,organiza curso, em setembro (data aindanão definida), destinado à formação de mãode obra especializada em técnicas alterna-tivas. O curso será ministrado pelo eng. co-lombiano Luís Carlos Rios Gallego, umexpert em técnicas com bambu. Além de

palestras, o curso incluirá aulas práticas e oprojeto de um módulo a ser construído.Com o objetivo de divulgar o evento, umacomissão do Núcleo presidida porHobeika, reuniu-se com membros da Di-retoria do IAB, no dia 20, na sede da enti-dade, em São Paulo, quando o presidentePaulo Sophia prometeu apoiar a iniciativa,sugerindo, inclusive, uma palestra de RiosGallegos, na sede do IAB.Informações fone (19) 3295-22 16

Campinas

Protótipoem bambu

Atenção! Dias 17, 24 e 31 de agosto.CICLO DE PALESTRAS: ARQUITETURA E RACIONALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO

CAMINHOS E PRODUÇÃO DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA NO BRASILCom a participação de Paulo Sophia, presidente do Iab/SP, Alessandro Ventura, Paulo Eduardo Campos,Paulo Sérgio Munte, Yopanan Conrrado, Luís Andrade de Matos, José Eliseu Verzoni, João Filgueiras

Lima (lLelé), Sidônio Porto, Paulo Zimbres, Arnaldfo Martino e Sérgio Teperman.Inf. IAB/SP, fone (11) 3259-6866.

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Ensino

Objetivo: esclarecer dúvidas sobre aproposta, já em fase experimental, naFau-USP, que contempla um curso

ampliado para os alunos da Arquitetura, comextensão de dois anos no curso da Politécni-ca-USP (e vice-versa) para os alunos da Po-litécnica com extensão do curso em dois anosna FAU. Atualmente, essa composiçãocurricular denomina-se “dupla formação”..

Além do diretor da Fau/USP, prof.Ricardo Toledo Silva participaram do en-contro os professores que compõem a co-missão de implantação dessa nova modali-dade de curso: Siegbert Zanetini, Fran-cisco Segnini Jr., Paulo Bruna e HelianaVargas numa reunião dirigida pelo presi-dente do IAB, arquiteto Paulo Sophia. Dareunião participaram também membros doConselho Superior do IAB. O arquitetoArnaldo Martino participou na condição deconselheiro da Diretoria.

Em pauta, a apresentação e discussão des-sa nova possibilidade introduzida no cursode Arquitetura da FAU-USP, em caráteroptativo para os alunos. Possibilidade queconta com a parceria da Poli-USP para umcurso piloto inspirado, segundo informouSiegbert Zanetini, em experiências de es-colas da França e da Bélgica.

O objetivo do novo curso é possibilitar aofuturo profissional de Arquitetura uma forma-ção mais abrangente e aprofundada na áreatecnológica, bem como ao aluno de Engenha-ria Civil, um maior aprofundamento na área dasHumanas e Projetuais. Porém – o curso nãoimplica uma “formação dupla”, esclareceArnaldo Martino. OU SEJA: os alunos da FAU-USP serão diplomados em Arquitetura e Ur-banismo e os da Poli em Engenharia Civil.

O vice-presidente do IAB nacional, Gilber-to Belleza apresentou suas considerações,principalmente em relação a implantação doConselho de Arquitetura e Urbanismo e so-bre as definições de atribuições desses futu-ros profissionais, alertando a importância queas decisões da FAUUSP tem para o conjuntode escolas de Arquitetura de todo o pais. Men-cionou também a importância da reunião quecoloca novamente o IAB/SP no contexto dasdiscussões do ensino da arquitetura no Brasil,e no aprofundamento das relações entre o IAB/SP e a FAUUSP, entidades históricas dentroda Arquitetura e o Urbanismo no nosso país.

São quatro anos na FAU, mais dois anos paraas matérias que serão cursadas na Poli, e, final-mente, a conclusão na FAU até o TFG (Traba-lho Final de Graduação), totalizando sete anos

de formação. Atualmente, 15 alunos participamdo curso de “dupla formação” e, segundo teste-munho dos profs. Paulo Bruna e HelianaVargas, integrantes da Comissão, eles estãoplenamente satisfeitos com a experiência.• Afinal, qual é o perfil do arquiteto do séculoXXI, num mundo globalizado, eclético, plural?• O que irá diferenciar o arquiteto nestanova possibilidade de formação expandida?• Quais são as atribuições dos arquitetos eas possibilidades de novos apostilamentoscomplementares em seu diploma dentrodesta formação expandida?• Qual a importância e o peso deste arqui-teto no mercado sempre mutante?• Como preparar um profissional arquitetocapacitado para a plenitude de suas respon-sabilidades?• Qual seria a posição desse novo profissionalno Conselho de Arquitetura e Urbanismo?• Como democratizar e universalizar esta ex-periência?• Como equalizar (compatibilizar) os arqui-tetos da prática profissional e os arquitetosdo universo acadêmico?

Questões como estas foram levantadas pelosparticipantes do encontro, e ao final, os profes-sores da FAU/USP deixaram bem claro que setrata de formar um arquiteto com maior instru-mental tecnológico, não resultando, portando,em aquisição de outra diplomação diferente.

O Instituto de Arquitetos sempre reivin-dicou para o arquiteto, seriedade em suaformação para preparando-o com o instru-mental técnico e científico que sempre ca-racterizou esse profissional e, é certo que, asociedade contemporânea demanda esseconhecimento tecnológico.

Miguel Pereira, do Conselho Superior,lembrou experiências de qualidade de en-sino anteriores, como as inovadoras técni-cas de educação e formação do arquitetoimplantadas na UnB (Universidade Nacio-nal de de Brasília), nos anos 60.

“O mundo globalizado exige um novo per-fil profissional, mais completo, eclético, plu-ral”, enfatizou , questionando contudo a ex-pressão “dupla formação”.

Arnaldo Martino e Valter Caldana, re-forçando a manifestação, recomendaram quese encontre uma denominação mais precisapara o curso, para a sua devida divulgação,substituindo, assim, a expressão “dupla for-mação” que pode induzir ao equívoco de seacreditar que se trata de dupla diplomação.

Paulo Sophia advertiu, contudo, que ofuturo e o sucesso de qualquer profissionalsão incertos e dependem, muitas vezes, dasregras de um “certo deus mercado”, que nãocontrolamos, sendo certo que profissionaismais preparados darão respostas cada vezmais adequadas.

A reunião foi concluída com o compromis-so de todos, do IAB e da FAUUSP, para a di-vulgação, debate e aprofundamento dessa ex-periência inovadora, motivando estudantes eprofissionais sobre a importância da perma-nente discussão sobre a formação dos futurosprofissionais bem como para uma formaçãocontinuada. Os participantes salientaram aimportância da reunião e encontro entre asduas entidades, explicitando o relacionamen-to necessário e profícuo entre ambas, fazendovotos da continuação dessa comunicação.

JOSÉ WOLFColaborou: Arnaldo Martinho

O perfil de um novo arquitetoA convite do IAB/SP, uma comissão de professores da FAU/USP reuniu-se commembros da Diretoria e do Conselho Superior, no dia 5 de julho, na sede da

entidade, em São Paulo

Reunião na sede do IAB – em debate a formação continuada do arquiteto

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Palestra

Garay aproxima a produção de um es-paço público à produção de uma emo-ção. “A experiência de vivenciar o par-

que é uma experiência emotiva”. As relaçõeshumanas, em toda sua complexidade, sãovivenciadas no espaço público da cidade.

Apresenta a solução para recuperar o centrode Buenos Aires aproximando edifícios de altatecnologia, habitação, e serviços, utilizando ainfra-estrutura já existente da região como su-porte a um novo bairro. A região de PuertoMadero, abandonada, estava próxima ao centro,conectado a Costaneira Sul, um passeio públicodo início do século XX, patrimônio histórico dacapital Argentina projetado por Forrestier, e tam-bém próximo a uma grande área verde à mar-gem do Rio da Plata. Um lugar com vestígios egeometrias que serviriam de coordenadas para opartido projetual do parque.

“Qual é a ordem geométrica que produzuma emoção?” Fazendo um paralelo entreo cinema e a arquitetura, o arquiteto analisa

a produção da emoção através de planos. Naarquitetura, os planos são compostos porescalas, e por essa ótica, o espaço urbanodeve se recortar em recintos, criar tensões,texturas, movimentos, seqüências, sendo atopografia, protagonista na criação de umageometria “catastral”, urbana.

O desafio do projeto era articular o acessoao bairro habitacional, e empresarial; tratar aCostaneira Sul, patrimônio histórico; e reco-nhecer a reserva natural existente junto ao rio.

A linguagem partiu do movimentoneofiguralista, de raízes populares da Argen-tina pré-ditadura. Pinceladas de cores, con-formam uma dinâmica de sensações.

Os materiais interferem minimamente noespaço verde, são peças pré-moldadas deconcreto que se repetem infinitamente, nasescadas, nos caminhos e nos bancos; a ilu-minação focalizada, porém dinâmica dos es-paços, foi elaborada através de um paralelocom a iluminação teatral.

Um muro de 6 m de altura transpõe o par-que de 1 km de comprimento. Do lado dobairro, o muro, do lado da Costaneira, o “bar-ranco” verde. O muro articula três recintos:uma área livre, como um terreno baldio, ondeos usuários podem tanto se reunir para um“piquenique” como também para uma parti-da de futebol; uma segunda área com peque-nos espaços intimistas, e o terceiro, um espa-ço verde aberto para o sol. Rampas, escadas ecaminhos conectam os espaços. O mobiliáriofoi disposto livremente, inclusive em áreas nasquais os caminhos são demarcados, esponta-neamente por seus usuários.

Um ciclo de vida, dinâmico, compõe oparque, influenciando o manejo da evolu-ção das espécies vegetais, da manutenção, edo uso. O parque foi descrito como uma ex-tensão da habitação do homem da cidade e,portanto conectado às sensações humanas eurbanas.

ALINE PORTO

O Projeto e a EmoçãoO arquiteto argentino Alfredo Garay, membro dojúri do Concurso BairroNovo, proferiu palestra na sededo IAB, dia 16 de julho, quando apresentou o projetode um parque em Puerto Madero, Buenos Aires

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20 BO 45 • jun/jul 2004

Biênio 2004 / 2005Presidente: Paulo Sophia. 1o vice-presidente: Eduardo de Jesus Rodrigues. 2o vice-presidente: Décio Tozzi. 3o vice-presidente: Antonio Cláudio P. da Fonseca. Vice-presidentefinanceiro: Carlos Carmelo de Benedetto. Diretor financeiro: Pedro Nosralla Júnior. Secretário geral: Larissa Garcia Campagner. 1o secretário: Lílian Dal Pian. 2o

secretário: Cecília Pisetta. Diretores: Jaime Cupertino, Pedro de Melo Saraiva, Fernando de Magalhães Mendonça, Regina Helena Vieira Santos, Francisco Prestes Maia Fernandese Elefterios A. Athanasopoulos. Conselho Fiscal: Roberto Selmer Júnior, José Renato Soibelmann Melhem e Poliana de Melo Leite. Conselho Superior (titulares): GilbertoSilva D. Oliveira Belleza, Pedro Antonio Galvão Cury, Pedro Paulo de Mello Saraiva, Joaquim Guedes, Renato Luiz Martins Nunes, Edson Jorge Elito, Marcelo Daniel Hobeika, EduardoHabu e Mario Yoshinaga. Conselho Superior (suplentes): Elisabete França, João Honório de Mello Filho,José Eduardo Tibiriçá, Lucio Gomes Machado, José Magalhães Jr, ValterCaldana, Carlos Bratke, Paulo César Freire, Fernando Rodrigues Neto e Aurivaldo Farias de C. Pacheco. Vice-presidentes regionais de Núcleos: Joaquim Caetano de LimaFilho – Campinas, Elisabeth Brigida Bottamedi – São Carlos, Ana Maria Abreu Sandim – Mogi das Cruzes, Maria Cristina Bondezan – Marilia e Paulo Roberto Correa – Bauru.Conselho Superior Especial da Presidencia: José Carlos Ribeiro de Almeida, Arnaldo Martino, Titio Livio Frascino, Antonio Carlos Sant’Anna Jr e Ubyrajara Gilioli.Conselho Vitalício: Miguel Pereira, Ciro Pirondi, Fábio Goldman e Fábio Penteado

RELAÇÃO DE NÚCLEOS (INTERIOR) DO IAB-SP: PRESIDENTESAmericana: Victor Chinaglia Jr. Araraquara: Renata Aboud Barbugli. Bauru: Wagner Domingos. Campinas: Marcelo Daniel Hobeika. Franca: Cláudio Barbosa Ferreira. Guarulhos:Mario Yoshinaga. Itatiba: José Augusto Silveira Franco. Jundiaí: Ricardo Ropelli Felippi. Litoral Norte: Davison Becato. Marilia: Mauricio Santana Rezende. Mogi das Cruzes: AnaMaria Abreu Sandim. Presidente Prudente: Kazuo Maezano. Ribeirão Preto: Onésimo Carvalho. Santo André: Roberto Dias Marin. São Carlos: Regina Maria Duarte Doria.São José dos Campos: Rolando Rodrigues da Costa. São José do Rio Preto: Márcia B. Pontes Gestal. Sorocaba: Paulo Cesar Freire. Sumaré: Fernando Rodrigues Neto. Suzano:Eduardo Habu. Taubate: Paulo Gomes de Oliveira. Vinhedo: Aurivaldo F. de Carvalho Pacheco

COMISSÕES DE TRABALHOSCOMISSÃO DE PLANEJAMENTO URBANO – Coordenação: Arq. Rosa Puchala – Composição inicial: Arqs. Candido Malta Campos, Alberto Botti, Joaquim Guedes, José Magalhães Jr. e TitoLivio Frascino. COMISSÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Candi Hirano – Composição Inicial: Arqs. Francisco Petraco, Valter Caldana, Arnaldo Martino, Antonio CarlosSant’anna e Paulo Correa. COMISSÃO DE PRÁTICA PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Lucio Gomes Machado – Composição inicial: Arqs. César Bergstrom, Edson Elito e Marcos Toledo.COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Marco Fogaccia – Composição inicial: Arqs. José Eduardo Tibiriçá, José Luis Tabith, João Honório de Mello Filho, ValterCaldana, José Borelli, Ronald Tanimoto e Miguel Fabregues. COMISSÃO DE HABITAÇÃO – Coordenação: Arq. Joan Villá – Composição inicial Arqs. Elisabete França e Pedro Paulo de MeloSaraiva. COMISSÃO DE PATRIMONIO HISTÓRICO – Coordenação: Arq. Marcos Carrilho – Composição inicial: Arqs. José Carlos Ribeiro de Almeida, Jon V. Maitrejeam, Haroldo Galo,Guilherne Mota e Victor Hugo Mori. COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E PAISAGEM URBANA – Composição inicial: Arqs. Miranda M. Magnoli, Ana Maria Antunes Coelho, Fabio Vital, JoséRicardo de Carvalho, Adauto Paes Manso, Pedro Mendes da Rocha, Issao Minami e Eduardo de Jesus Rodrigues. COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO EM ARQUITETURA – Coordenação: Arq.Arnaldo Martino – Composição inicial: Arqs. José Luis Tabith, João Honorio de Melo Filho e José Borelli. COMISSÃO DE TRANSPORTES – Coordenação: Arq. Renato Anneli – Composiçãoinicial: Arqs. Pedro de Melo Saraiva e Silvana Zione. COMISSÃO DE CONCURSOS – Composição inicial: Arqs. Antonio Cláudio, Alfredo Bianco, Eduardo de Castro Mello, Gilberto Belleza, JoseCarlos Ribeiro de Almeida, Paulo Sophia e Valter Caldana. COMISSÃO DE HONORÁRIOS DO IAB-SP – Composição inicial: Arqs. Takeo Tanaka, Helia M. Vendramini Neves, Leda Van Bodegraven,Luis Carlos Pereira Viviani, Carlos Andrigo, Glaucy Rillian de Oliveira, Armando Coppini Jr., Paulo O. Pascotto, Armando Cunha, José Roberto Costa Lima, Leandro Edward Carlovich, Ricardo BastosCalabrese, Markus Fernando Kenzler, Eduardo Habu, Aliana F. V. Teramaki e Aparecida Bou Ghosn.

REPRESENTANTES DO IAB/SP:ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Arq. João Honório. CEUSO: Miriam Tibiriça – Titular. Gilberto Belleza – Suplente. CIC – COMISSÃO DA INDUSTRIA E CONSTRUÇÃO:Eleftérios Athanasopoulos. CNLU – COMISSÃO NORMATIVA DE LEGISLAÇÃO URBANA: Arq. Antonio Claudio – Titular. Arq. José Luiz Tabith Jr. – Suplente. COMLU – COMISSÃO MUNICIPAL DELIMPEZA URBANA: Arqª. Mônica Teófilo Drucker – Titular. Arqª. Maria Helena Bronowski – Suplente. COMISSÃO FUNDO ROTATIVO ESPECIAL/LOTERIA HABITACIONAL – SECRETARIA DEHABITAÇÃO: Arq. José Ignacio Sequeira de Almeida. COMISSÃO OPERAÇÃO URBANA – CENTRO/EMURB: Arq. Rosa Maria Puchala – Titular. Arq. Francisco Spadoni – Suplente. COMISSÃOPERMANENTE DE ACESSIBILIDADE – CPA: Arq. Francisco Prestes Maia Fernandes – Titular. Arqª. Renata Helena de Paula – Suplente. CONDEPHAAT: Arq. Jon Andoni V. Maitrejean. CONPRESP: Arqª.Mônica Junqueira. CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA: Arqs. Tito Livo, Miguel Pereira e José Luiz Tabith. CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE SANTOS: Arq.Nelson Goncalves de Lima. CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIA DO VERDE E MEIO AMBIENTE: Arq. Miranda Martinelli Magnoli –Titular. Arqª. Ana Maria Antunes Coelho – Suplente. CONSEMA: Arq. Violeta Saldanha Kubrusly – Titular. Arqª. Eduardo Trani – Suplente. CONSÓRCIO “PLANTAS ON LINE”: Arq. Paulo Sophia. CREA/SP– CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA: Titular: Arqs. Gilberto Belleza, Edson Jorge Elito, Rolando Rodrigues da Costa, Benno Michael Perelmutter, PauloRoberto Correa, Denise Guarezzi e Marco da Silva Fogaccia. Suplente: Arqs. Maria de Lourdes de Carvalho, Elvis José Vieira, Maria do Carmos Lopes Soueiro, Onésimo Carvalho de Lima, Ricardo RopelleFelippi, Ricardo Carvalho Lima Ramos e Francesco Rivetti. EMURB – GRUPO DE GESTÃO DE OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA ESPRAIADA: Titular: Arq. Carlos Carmelo De Benedeto,Suplente – Arq. Vasco de Mello. FÓRUM SÃO PAULO: Arq. Sergio Zaratin – Titular. Arqª. Helena Aparecida Ayoub Silva – Suplente. PROCENTRO: Arq. José Armenio de Brito Cruz – Titular. Arq. PedroNosralla Jr. – Suplente. SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO – COMISSÃO DE PROTEÇÃO À PAISAGEM URBANA – CPPU: Arq. Sylvio de Ulhoa Cintra Filho. SECRETARIAMUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO DE SÃO PAULO – SEMPLA CONSELHO CONSULTIVO / PLANO DIRETOR: Arq. Rosa Maria Puchala – Titular. Arq. Gilberto Belleza – Suplente. VIVA OCENTRO: Arqª. Elisabete França. COMISSÃO CONSULTIVA DE ARTE - METRÔ – Titular: Vasco de Mello, Suplente - Carlos Carmelo De Benedeto

AgendaAnderson Luiz Felix de Sá; Tatiana Castrode Paula; Carlos Eduardo Verzola Vaz;Marcelo Sikorski Nunes; Marcio Orsi da Silva;Ellen Lys Trochmann; Cíntia Cristina deMiranda Vigarinho; Nilcio Regueira Dias;Cristina Maria de Magalhães Berbert; RodrigoSatoshi Kato; Vanessa Stralberg; ErcioBarbugian; Izabel Cristina Soares Araújo;Renato Tadeu Barbato; Gustavo Petinati;Fabiano de Moraes Almeida; Bruno SilvaBalthazar; Ricardo José da Cunha; MamoruAso; Rachel de Oliveira Rodrigues; AdrianaPereira Tomaz; Aline Monteiro Felix; CésarSilva Moreira; Cristina Wehba; MarceloEduardo Venturoli; Manuela Barros Nogueira;Leonardo Bachiega; Flavia Marques; LisboaWeinschenck; Thais Origuela; Fernando Jaffede Lima Forte; Bianca Saur Furlanetto; WalterFernando Paixão de Assis D’Antonio; MichelGoldmacher; Alie Song; Ana Carolina de LimaPrearo; Fernando Milliet Roque; JanainaAlmeida Stédile; Jorge Nader; Ana CarolinaTomassian; Daniel Corsi da Silva; PatríciaElena Troster Rodrigues Alves; AlfredoFigueiredo; Maria Daniela Ariano Casanova;Telma Cristina Fogaça; Rinaldo GonçalvesFagundes Filho; Anna Victoria WanderleySilva de Azevedo; Leandro Nogueira deFreitas; Roberto de Araújo Silva; Anna Paulade Souza e Silva; Paulo Gagliardi Noguer

Novosassociados

AGOSTO27/8 a 3/9 1o Seminário Internacio-nal de Arquitetura – Discurso Reverso– Niterói 21. O evento organizado peloIAB/RJ e o Centro Universitário Plínio Lei-te, de Niterói, RJ, inclui debates e confe-rências. Entre os participantes, o arquitetoÁlvaro Siza. Inf. (21) 2611-6314

[email protected]

ParabénsAo IAB - Instituto dos Arquitetos do Brasila/c presidente arquiteto Paulo SofiaGostaria de agradecer a matéria do Boletim 42 e parabenizá-lo novamente pelo evento. Mas o querealmente chamou bastante minha atenção foi o carinho com o qual foi elaborado o boletim que damaneira que se apresenta mostra o envolvimento com consciência na apresentação do trabalho doinstituto. O interesse de tornar o boletim atraente para os leitores, convidando - os a participar dasquestões nas quais a diretoria IAB se envolve esta bastante explicito. Parabéns pelas imagens, corese diagramação. Vocês conseguiram tornar a leitura do boletim um agradável entretenimento des-pertando a cada pagina a curiosidade do que a próxima irá revelar. Parabéns

ELISABETH BOTTAMEDIvice-presidente dos Núcleos

E-mail

In memoriamNatural da Itália, onde nasceu em 1940, fa-leceu no dia 28 de julho, em São Paulo, o ar-quiteto Luigi Villavecchia. Diplomado pelaUniversidade Mackenzie em 1964, era asso-ciado do IAB-SP desde 12.10.1965. Além desua atuação profissional, com vários prêmiosem concursos, participou da Diretoria do IAB(1970-1971) durante a gestão do arquitetoPedro Paulo de Melo Saraiva.

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ago/set • 2004

EM TODAS AS CIDADES DE NOSSO PAÍS, A ELEIÇÃO MUNICIPAL CONSTITUI OPRINCIPAL TEMA DA PAUTA NACIONAL DO MOMENTO. CANDIDATOS APREFEITOS E VEREADORES APRESENTAM SEUS PROGRAMAS E SÃO POUCOS,REALMENTE MUITO POUCOS, OS CANDIDATOS QUE PAUTAM EM SUASPLATAFORMAS A QUESTÃO DA CIDADE, DA VIDA URBANA E DOPLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DAS FORÇAS PRODUTIVAS NOTERRITÓRIO DAS NOSSAS CIDADES

Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SPInstituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP

PAULO SOPHIA presidente do IAB/SP

2 EntrevistaO novo presidente do IAB/DN,Demetre Anastassaki, aponta asprincipais metas de sua gestão

boletimi n f o r m a t i v o

O IAB e sua Ação PolíticaAs campanhas seguem as estratégias dos marqueteiros, dos vende-dores de ilusões, que agora propõem o céu na terra. De fato, apesarde todo o avanço da consciência e mentalidade de nosso povo, ain-da é forte o apelo sentimental, afetuoso, quase paterno dos candi-datos, com a Arquitetura e Urbanismo ‘fora de seus programas.Tentando resolver esta lacuna nosso Departamento organizou odebate “Os Arquitetos e As Eleições”, no qual com a presençade importantes colegas,em três rodadas consecutivas, discutiu-se arelação dos arquitetos com o poder público, sob o ponto de vista doplanejamento, de quem está dentro da máquina, de quem prestaserviço aos municípios, e a história recente dos processos de plane-jamento de nossos centros urbanos. A ridícula remuneração aosprofissionais de planejamento e projetos também foi alvo de co-mentários ácidos. A convergência dos debates revela que as rela-ções metropolitanas foram colocadas de lado, esquecidas edesprestigiadas. Órgãos que tinham a responsabilidade de propôre mediar estas relações foram desmantelados.

Ao IAB e aos arquitetos, cabe a tarefa de cerrarem fileiras emdefesa da requalificação do planejamento e da gestão de nossascidades. As técnicas construtivas também foram objeto de im-portante discussão num seminário promovido por nosso Depar-tamento. Sob o titulo “Arquitetura e Racionalização daConstrução”, colegas arquitetos, engenheiros, especialistas dapré-fabricação em concreto e em aço encontraram-se para de-bater o estado da arte de nossa produção.

Entre as múltiplas atividades de nosso Departamento há que sedestacar o encontro de Núcleos em Americana. Apesar da au-sência de muitos colegas do interior, marcou o início de um traba-lho fundamental que é o estabelecimento do Conselho EstadualConsultivo conforme previsto em nosso estatuto nacional. Destaimportante reunião, surgiu o documento - “Carta de America-na” que firma as posições políticas de nosso Instituto.

Por falar em política e em política estadual dos arquitetos assu-mimos postura firme em defesa de nosso instituto diante da con-fusão que um suposto IASP – Instituto de Arquitetura de SãoPaulo está provocando. Notificamos judicialmente os colegas fun-dadores daquele instituto recém- criado, alertando-os para a im-possibilidade de uso da razão social “instituto”. Cabe salientarque a marca IAB, que nos é tão cara, está registrada no Institutode Marcas e Patentes. Por outro lado, a estes colegas oriundos deassociações de Engenheiros e Arquitetos de várias localidades denosso Estado, foi feito o convite para se associarem ao IAB.

Notícia triste – a violência que também se bateu às portas denosso Instituto, que foi assaltado no final de semana do feriado de 7de setembro, entre os dias 5 e 6. Nosso edifício foi invadido, todas asunidades do condomínio arrombadas e os computadores levados. Oestrago só não foi maior porque tínhamos o seguro de nossos equi-pamentos e o back-up de nossos documentos eletrônicos.

A boa notícia – colegas arquitetos vêm sendo reconhecidospublicamente em significativas cerimônias. Registramos a ho-menagem ao arquiteto Oscar Niemeyer que recebeu o títulode cidadão paulistano, ao arquiteto José Luiz Tabith querecebeu o título de cidadão de Suzano e ao arquiteto JoãoFilgueiras Lima (Lelé), que foi homenageado com o titulo dedoutor honoris-causa pela Universidade Braz Cubas, de Mogidas Cruzes, SP. Por fim, anunciamos a conclusão da restauraçãodo painel do artista Antonio Bandeira no hall de nossa sede.Aos poucos, e com firmeza, vamos defendendoe requalificando o patrimônio de nossaarquitetura, que pertence a todos nós.

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14 Debate eleiçõesO IAB/SP promoveu debate sobreos “arquitetos e as eleições”,

que será objeto de umsuplemento especial

3 120a Cosu | 4 Depoimentos/Rodoanel | 5 Núcleos | 6 Habitação7 Niemeyer | 13 Seminário | 14 Bioarquitetura | 15 Nabil Bonduki16 Prêmio Cauê | 19 Racionalização | 20 Registro

8 BairronovoConfira os projetos premiados no concurso

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2 BO 46 • ago/set 2004

Atenção: o código da entidadea ser preenchido no formulárioda Art é 064. Não se esqueçade preenchê-lo para que os 10%do valor da taxa sejamrepassados ao IAB

A R TPresidente: Paulo SophiaEdição: José Wolf

Este boletim é uma publicação oficial do IABInstituto de Arquitetos do Brasil • São Paulo

R Bento Freitas, 306 • 01220-000 • SP • Fone 11 3259.6866 • Fax 11 3259.6597E-mail: [email protected] • http://www.iabsp.org.br

Coordenação editorial: Lilian Dal PianArte: Beto Ferreira Jr

Demetre AnastassakisEntrevista

Socializando a profissãoO novo presidente do IAB nacional, Demetre Anastassakis, fala com exclusividadepara o Boletim, defendendo um IAB próximo do país real, da sociedade civil...

Demetre, o sr. foi eleitocom a chapa União. Afinal,o que se pretende unir?DEMETRE ANASTASSAKIS Acho queestávamos equivocados em relação apossíveis divergências sobre algunstemas, que defendemos, como o dacriação de nosso Conselho, cujaaprovação caminha rapidamente,com adesões significativas, inclusi-ve de autoridades do Executivo. Opróprio senador Eduardo Azeredo,relator do projeto, deverá anunciarpublicamente, em breve, seu apoioà nossa causa, à criação do Conselhode Arquitetura e Urbanismo.... Alémdisso, estamos propondo socializara profissão. Muitos ainda insistemem classificá-la de elitista.. .e precisamosmostrar, com atitudes e atos, que isso nãocorresponde à verdade.

E quanto à valorização dotrabalho do arquiteto?DEMETRE ANASTASSAKIS Aqui está uma provaconcreta: o concurso da Caixa. Não se tratade uma questão acadêmica, de uma matériapara se publicar numa revista ou algo parase mostrar para amigos e netinhos. Trata-se,na realidade, de um desafio real, no sentidode se propor projetos de habitação para ter-renos reais do patrimônio da União. Serãodez ou vinte projetos contratavéis pelo Po-der Público.

O direito, portanto,à arquitetura...DEMETRE ANASTASSAKIS Sim, um concurso,que coloca em pauta a questão do direito àarquitetura e também o direito deescolha,mas uma arquitetura com qualida-de, como expressão cultural, de cidadania.Até definiria como architetura povera....,uma arquitetura direcionada para os quemais precisam de equipamentos coletivoscomo habitação, com qualidade e dignida-

E com a criação doConselho, qual seráo papel do IAB?DEMETRE ANASTASSAKIS O que sem-pre foi, ao longo de seus 80 anos dehistória: um IAB de luta, em defesada arquitetura, do profissional, docliente e do cidadão... A luta, agora,é pela criação do Conselho.

Então, para que o IAB?DEMETRE ANASTASSAKIS Um IABpara promover a arquitetura, paradefender a prática da arquitetura. Já,o Conselho é para defender a socie-dade, o cidadão contra o mau profis-sional. Essa é a questão, o desafio...!

E a questão cultural?DEMETRE ANASTASSAKIS Quanto à questãocultural, precisamos mostrar para a socieda-de, e até para os arquitetos, que arquitetu-ra é um fato cultural. Não se trata de umquadro de Van Gogh ou de Picasso que vocêcompra e leva para a casa, não. O nosso ob-jeto cultural tem uma função utilitária, pú-blica, social. Alguém vai usufruir desse es-paço, habitá-lo. Então, no caso da habitaçãopopular, não se trata de oferecer um sim-ples teto, mas algo que emocione o mora-dor. Sem dúvida, precisamos melhorar a for-ma de apresentar nossos projetos aos leigos,à sociedade. Assim, defendemos o financia-mento do governo e das empresas para queseja possível e viável o direito à arquitetura,que será objeto de uma campanha nacionaldo IAB , em 2004.

JOSÉ WOLF

de. Eu sinto que tanto na área oficial, gover-namental, quanto na área popular e profis-sional, há um grande desejo para se solucio-nar o problema habitacional, que continuano vermelho...

E como está seu contato comos demais Departamentos?DEMETRE ANASTASSAKIS Excelente. Aliás nãotenho feito quase outra coisa que viajar, vi-sitando nossos Departamentos estaduais. Jáestive em Porto Alegre, em Recife, Brasília,em Belo Horizonte, Cuiabá e, agora, estouem São Paulo, pela segunda vez...Ás vezes,a pretexto de um debate, de uma palestra,de um seminário, mas sempre tendo emfoco o fortalecimento dos Departamentos denosso IAB, a defesa e a valorização do traba-lho dos arquitetos.

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...o IAB continuará sendoo que sempre foi ao longo

de seus 80 anos dehistória: um IAB de luta...

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EO encontro, que ocorreu em Maceió,

Alagoas, de 1o a 4 de setembro, nãose caracterizou pela quantidade, mas

pela qualidade das questões em pauta. UmCOSU, enfim, caracterizado como momentode transição, a caminho de um Conselho pró-prio e independente do sistema Crea-Confea, classificado de a “carta de alforria”,de arquitetos e urbanistas brasileiros.

Além disso, o encontro foi enriquecidocom uma palestra do arquiteto e professorJoaquim Guedes e uma exposição especi-al do arquiteto carioca Índio da Costa or-ganizada pelo Centro de Arquitetura e Ur-banismo do Rio de Janeiro.

A reunião foi a primeira que ocorreu soba gestão do novo presidente, DemetreAnastassakis e do vice Gilberto Belleza,eleitos, em maio, em Brasília. Ao abrir oencontro, Demetre, que sucede a HaroldoPinheiro, que conduziu o IAB durante asduas gestões anteriores, ressaltou que entresuas principais metas, pretende socializar oexercício profissional e lutar pela aprovação,o mais breve possível, do Conselho.

A delegação paulista foi composta pelo pre-sidente do IAB/SP, Paulo Sophia e pelos con-selheiros Joaquim Guedes, Edson Elito,Valter Caldana e Miguel Pereira. E, pelaprimeira vez, o IAB enviou um repórter paracobrir o evento, objetivando profissionalizar amídia da entidade, divulgando ações do IAB.

A solenidade de abertura foi na sede res-taurada da Associação Comercial de Maceió,com a presença de arquitetos, estudantes eautoridades, entre as quais, o governador emexercício, eng. Luís Abílio de Souza Neto eo presidente do IAB/AL, Cláudio Bergamini.

Bergamini saudou os participantes, des-tacando a importância de se organizar umencontro em regiões do Nordeste, para setornar mais visível junto à sociedade, o pa-pel dos arquitetos na construção qualifica-da do espaço urbano.

O primeiro dia foi ocupado praticamentepelos debates dos seguintes Grupos de Traba-lho, que apresentaram questões para a pautado encontro: Assuntos Internacionais;Patrimônio/Meio Ambiente/Política Urbana eHabitacional; Formação Profissional; Concur-sos e Prática Profissional. Quanto aos Concur-sos, a formatação do concurso BairroNovo, emSão Paulo, sob a consultoria de Valter Caldana,foi citado como fato novo, exemplar para a re-

Momento de transiçãoDivulgar o conteúdo do Projeto de Lei Pl-347-2003 que cria o CAU (Conselho deArquitetura e Urbanismo), ampliar ações estratégicas em conjunto com as cincoentidades que participam do Colégio de Arquitetos e junto às lideranças políticaspara agilizar a aprovação do CAU, além de questionamentos sobre a resolução 218do Confea, e sua modificação: esses foram os temas que marcaram a 120a Reuniãodo Conselho Superior do IAB

alização de outros concursos públicos no país.Em relação à Prática Profissional, a questãodas licitações foi a mais polêmica.

Ainda foi apresentado o novo formato doportal do IAB nacional, que está sendoestruturado pela Direção Nacional. .

Na plenária final, foram votadas as moções.Entre outras, a do Departamento de São Pau-lo, defendendo o direito de todos os cidadãosao espaço público das cidades, em solidarie-dade aos moradores de rua, recentemente alvode violência em várias cidades brasileiras.

Como contraponto à violência urbana queatinge a todos, foi lançado o concurso Gentile-za Urbana. Originário do IAB/MG, sob a ges-tão da arquiteta Maria Elisa Batista, tem comoobjetivo estimular ações e propostas que vi-sam à qualidade de vida nas cidades do país.

JOSÉ WOLFColaboraram: Edson Elito e Paulo Sophia

“Um encontro positivo, sob o ponto devista das questões analisadas, para a prá-tica e atuação dos arquitetos. Principal-mente, a questão da criação de nossoConselho. Além disso, ampliamos a pautatemática, com questões relacionadas à for-mação , ao ensino e à legislação. Mas, nãopodemos esquecer que a situação econô-mica do país continua afetando o setorda construção civil, refletindo nas ativi-dades profissionais e dos escritórios de ar-quitetura em todos os Estados.”

Gilberto Bellezavice-presidente do IAB/DN

“O que eu diria sobre o Cosu? Um en-contro complexo, mas que avançou nosentido da conciliação e da unificação dastendências e anseios dos arquitetos dopaís. Esse, para mim, foi o ponto funda-mental: a UNIFICAÇÃO, tendo como focosprincipais a criação do Conselho e a ques-tão habitacional”

Luciano Cachetapresidente do IAB/GO

“Qual a importância do Cosu? É a almado IAB. É a partir dele, que surgem to-das as diretrizes operacionais para todosos Departamentos do Instituto. Sem ele,não haveria uma rota ”

Roberto Simonconselho do IAB/SC

Prática profissional – o vice-presidentedo IAB/DN, Gilberto Belleza (ao centro),conduziu a reunião da comissãoPrática Profissional

Registro – na foto, os participantes do 120o Cosu, vindos de vários Estados do país

Depoimentos

120o Cosu

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Consema – declaração de voto do IAB

A seu ver, qual a missão de um núcleo do IAB da sua região.Até que ponto, ele pode contribuir para a qualidade da cidadee a valorização dos profissionais da região (1)

Em sua opinião, o que o Departamento deve fazer parafortalecer os núcleos do interior (2)

Depoimentos

IAB forte Continuamos a série de depoimentos de membrosda atual Diretoria, dos núcleos do interior e de associados

1) FF Em Pira-cicaba, o núcleodo IAB somaráesforços ao De-partamento de

São Paulo para juntos promovermos demodo mais direcionado e eficaz a Arquite-tura e o Arquiteto como Profissão e Profis-

FranciscoFerraz

presidentedo Núcleo de

Piracicaba

sional relevantes à sociedade. Creio que aprincipal missão do IAB na região dePiracicaba é esclarecer qual é o papel dosArquitetos Urbanistas de fato, pois percebouma grande demanda de consumidores empotencial por serviços de arquitetura e ur-banismo, que ainda desconhece nosso per-fil profissional ou mesmo, que desconhecea relação entre custo e benefício positiva emtodos os aspectos, resultante da contrataçãodesses profissionais.Dessa forma, estou certo que estaremos va-lorizando o profissional e a intervenção deum maior número de arquitetos e urbanis-

tas na construção das nossas cidades garan-tirá certamente sua qualidade.

2) FF As dificuldades para o exercício profissi-onal bem como para a atuação de um núcleo nointerior são maiores e têm natureza diversa dosgrandes centros. Acredito que o Departamen-to de São Paulo deve se empenhar por uma cam-panha de fortalecimento – em vários níveis –dos núcleos para que eles tenham maior poderde questionamento e barganha frente a estru-turas politicamente viciadas ou regidas pela ló-gica da especulação, desvinculadas do real inte-resse (pela) e da comunidade.

?

1) MH O nossonúcleo com a co-laboração da di-retoria, tem par-ticipado de vári-

as discussões e atividades que fortalecem osnossos profissionais de arquitetura como tam-bém os moradores das cidades da região.Conforme a ata de fundação do Núcleo deCampinas, várias cidades da região de Cam-pinas fazem parte da nossa responsabilidade.A nossa participação está nas ações do núcleo,nas comissões e conselhos municipais e me-tropolitanos; nas ações jurídicas obtendoliminares contra as alterações de zoneamentourbano sem o devido estudo técnico do Exe-cutivo; na defesa do Patrimônio Histórico e

cultural do município de Campinas e de al-gumas cidades vizinhas, elaborando obrasemergenciais, projetos de restauro e laudostécnicos a pedido da Promotoria Pública; noscursos , como o curso de Bambu, a ser reali-zado com a participação do Departamento SP,nos dias 8, 9 e 10 de outubro, cursos de res-tauro elaborados em Campinas e Amparo;nos Concursos Públicos de Arquitetura, comoda Unicamp e da Sanasa, enfim, são várias asatividades que nos fortalecem perante os nos-sos aproximados 450 associados e a impren-sa. Diante dos avanços tecnológicos, mante-mos informados através dos Boletins eletrô-nicos (BIC) e do site www.iabcampinas.org.br,sobre as atividades do núcleo aos associados.

2) MH O presidente Paulo Sophia e sua Di-retoria tem se esforçado em defender os in-teresses dos arquitetos na grande metrópo-le e no interior do Estado, estabelecendoparcerias entre o Departamento e os núcle-os. Mas falta investir na estruturação dos nú-

cleos, adquirindo equipamentos necessári-os e mão de obra qualificada, para que pos-sam melhor defender os interesses dos co-legas arquitetos em todo o Estado, gerandoassim uma maior participação associativa, ne-cessária para a sua gestão financeira inde-pendente. É necessário, também, criar umaagenda estadual de atividades para todos osnúcleos. Com a proposta da criação do Con-selho Estadual do IAB/SP, que deveria serDeliberativo..., será um marco importantepara as discussões necessárias e principal-mente, uma ligação maior entre todos osnúcleos e o Departamento, abrindo cami-nhos para ações conjuntas, viabilizando dessaforma, uma realização organizada de maiseventos e atividades. A prioridade é encon-trar as soluções indispensáveis para a manu-tenção dos vários núcleos, uma conquista doDepartamento, enquanto não temos o nos-so tão sonhado Conselho de Arquitetura eUrbanismo, que mudará definitivamente,para melhor, o rumo da nossa profissão.

MarceloHobeikapresidente

do Núcleo deCampinas

Rodoanel1 Considerando que o documento Avaliação

Ambiental Estratégica do Rodoanel Má-rio Covas tramitou na CE de Avaliação deImpacto Ambiental em prazo por demaisexíguo, no entender deste Instituto;

2 Considerando que o Parecer do DAIA, quepreside a CE citada, em seu primeiro es-forço de análise deveria ter sido maisaprofundado, e não reduzido em termos de

seus conteúdos pelo Parecer ora trazidopela Relatoria da CE AIA a esta Plenária;

3 O IAB, Departamento do Estado de SãoPaulo, declara sua abstenção neste pro-cesso deliberatório, por entender que vá-rias propostas, simulações e conclusõesconstantes da AAE ainda mereceriam edemandariam maior compreensão e de-bates com a sociedade, não sendo opor-

tuna, neste momento, uma aceitação de-finitiva de seus termos;

4 O IAB-SP deixa claro que não é contra oempreendimento Rodoanel, agora chama-do de Programa Rodoanel, mas sugereampliar e permear a discussão dos impac-tos desta intervenção de grande porte so-bre a Região Metropolitana de São Paulo.

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Núcleos

Mais um fato para ser regis-trado nos Anais da históriado IAB/ Departamento de

São Paulo: o encontro de Núcleos, emAmericana, no dia 11 de setembro.

O evento, com patrocínio da ABCPe da Global mobilinea, contou com apresença do presidente do IAB/SP,Paulo Sophia, do vice, Décio Tozzi( que proferiu uma palestra sobre suatrajetória profissional) e do vice-pre-sidente do IAB nacional, GilbertoBelleza. E, ainda, dos arquitetosElefterios Athanasopoulos.Roberto Selmer Junior, Poliana de MeloLeite, da atual Diretoria do IAB paulista.

Além de Americana, que sediou o encontro,participaram os núcleos da região: Campinas,Sumaré, , Marília e dos recém- instalados nú-cleos de Piracicaba e Limeira . E, também, SãoCarlos que foi representado por ElisabethBottamedi , vice-presidente de Núcleos.

Abrindo os trabalhos, Paulo Sophia, re-feriu-se aos novos desafios que enfrentamos arquitetos, neste momento dereformulações, para a valorização profissio-nal e para a qualificação dos espaços urba-nos, da cidade, da defesa do meio ambientee dos recursos naturais.

Victor Chinaglia, presidente do Núcleo/Americana e secretário municipal de Planeja-mento, agradeceu a presença dos arquitetos,enfatizando o significado do encontro que re-força a imagem do IAB junto à sociedade: “umpatrimônio moral e cultural de todo o país”

O arquiteto-vereador e secretário de Ha-bitação de Americana, Marco AntonioAlves Jorge conhecido na cidade por Kimsaudou os presentes, em nome do prefeito,enfatizando que os arquitetos devem ocu-par também os espaços políticos, participan-do ativamente do processo das decisões so-bre as cidades e a habitação.

Belleza, por sua vez, destacou a pujançado Estado paulista, dentro do cenário naci-onal. Apesar de todas as dificuldades, abri-ga cerca de 30 núcleos, com mais de 40 milprofissionais. Ou seja: 50% dos arquitetosde todo o país. “Assim, este encontro no in-terior representa um exemplo para todos, nomomento em que lutamos pela criação deum Conselho independente, para o avançoprofissional e de nossa arquitetura ”.

A seguir, a secretária geral do Núcleo deAmericana, Denise Bittar, iniciou os relatos decada Núcleo. Relataram as atividades , desafi-os e dificuldades que enfrentam, os presiden-

O encontro de AmericanaDia 11 de setembro: em Americana, o encontro dos Núcleosdo interior com a participação de representantes de setenúcleos do Estado. Confira como foi:

tes Alex Marques Rosa (Limeira),Fernando Rodrigues (Sumaré),Maurício Santana (Marília), Mar-celo Hobeika, (Campinas). Elisa-beth Bottamedi , que represen-tou a presidente Regina MariaDuarte, falou sobre o núcleo deSão Carlos, que está organizandoum concurso nacional tendo comoobjeto a revitalização da antiga fa-zenda de plantação de cafezais Con-de do Pinhal.

Em síntese, foram enfatizadasa credibilidade do IAB junto às comunida-des locais e a importância da atuação dos ar-quitetos do interior na qualificação do es-paço habitado e construído.

Ao final, foi apresentada uma propostapara a criação do Conselho Consultivo Es-tadual, com a participação de representan-tes do interior e a criação de um link noboletim on-line do IAB para a divulga-

“O encontro? Este encontro possibilitoulevar a todos os núcleos do interior a men-sagem do IAB, em defesa da cidade, docidadão e do profissional. Conseguimosatingir um novo patamar de diálogo en-tre a Diretoria e os núcleos”

Victor Chinagliapresidente do Núcleo Americana

“Aqui, percebemos que nossas dificulda-des são idênticas. E nossas propostas eesperança, também, reforçando a impor-tância do papel cultural e político do IAB.A meta é um trabalho de ações conjun-tas, integradas com o IAB central, quenos aponta o Norte”

Alex Marquespresidente do Núcleo Limeira

Depoimentos

ção das atividades e eventos do interior.Ao encerrar o encontro, Paulo Sophia con-

vocou a todos para a construção de “ um IABa-partidário, acima das paixões, participativo eagregador, pois todos fazem parte do mesmocorpo, somando e trocando competências parao aprimoramento da gestão....” .

Atenção! Veja no site,a “Carta de Americana”.

“Pudemos debater nossos problemas co-muns e descobrir que existem experiên-cias que devemos agregar ao nosso traba-lho. Nós, com um trabalho de formigui-nhas, podemos nos fortalecer”

Maurício Santanapresidente do Núcleo Marília

“O encontro? Inovador, vai refletir naelaboração de nossos trabalhos e de nos-sas ações futuras, em busca da qualidadeda produção arquitetônica. Hoje, o quepesa, é o trabalho local”

Elisabeth Bottamedi, de São Carlosvice-presidente de Núcleos

“Valeu pela troca de experiências, de infor-mações e pela confraternização! Agora, va-mos caminhar em direção a ações conjuntas”

Fernando Rodrigues Netopresidente do Núcleo Sumaré

Registro – à mesa (a partir daesquerda) Gilberto Belleza,vice-presidente do IAB/DN,Paulo Sophia, presidentedo IAB/SP, Victor Chinaglia,presidente do Núcleo Americanae Marco Antonio Alves Jorge,vereador de Americana.Abaixo, o registro fotográficodos participantes do encontro

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Habitação

Asolenidade foi conduzida pelo arqui-teto Carlos Fernando, do IAB/RJ, coor-denador do concurso, que destacou

o momento especial em que vivem os ar-quitetos brasileiros, com a discussão, noCongresso, de projetos importantes, comoa criação do Conselho de Arquitetura e Ur-banismo, da lei do Fundo Nacional deSubsídio Habitacional e a lei de Arquite-tura Pública.

A mesa foi composta por Paulo Galli, su-perintendente do Planejamento Urbano,Gilberto Belleza, Demetre Anastassakis,Augusto Bandeira Vargas, superintendentede Negócios da Caixa e André Leonardi,secretário de Habitação e Desenvolvimen-to Urbano do Município de São Paulo.

O arquiteto Gilberto Belleza represen-tou o presidente do IAB/SP, Paulo Sophia,que naquele momento participava da possedo novo presidente da AsBEA. Ao abrir asessão, Belleza enfatizou a importância des-se concurso que beneficia toda a sociedade,principalmente a faixa da população maiscarente, que reivindica habitação com qua-lidade e dignidade.

O presidente do IAB nacional informouque durante o processo do concurso, serápromovido um amplo debate sobre o Direi-to à Arquitetura e o Direito à escolha (o di-

Direito à moradiaCom a presença do presidente do IAB nacional, Demetre Anastassakis, do viceGilberto Belleza, de autoridades da Caixa, da Prefeitura e da Superintendênciado Planejamento Urbano, foi lançado, no dia 16 de agosto, na sede do IABpaulista, o concurso do Prêmio Caixa-IAB 2004

reito de se escolher a habitação onde se vaimorar), argumentando que não se trata ape-nas de uma questão de teto, mas tambémcultural e de cidadania.

Paulo Galli e André Leornardi, por sua vez,destacaram que a iniciativa é fruto de umaampla parceria entre o IAB, a Caixa, o Minis-tério das Cidades e o Poder Municipal, embusca de soluções habitações com qualidadee criatividade, para se fazer frente ao déficithabitacional, de 6 milhões de moradias queainda registra o país. Os projetos serão im-plantados em terrenos desativados da União.

ObjetivoO concurso de idéias e soluções para habita-ção social no Brasil, tem por objetivo a buscade soluções em arquitetura e urbanismo ade-quadas, inovadoras, pra o problema do déficithabitacional brasileiro, principalmente para apopulação com faixa de renda familiar de zeroaté cinco salários mínimos.

Cronograma:Início das inscrições: 10/8Encerramento do período de consultas: 30/10Encerramento das inscrições: 29/10Entrega das propostas: 8/12Julgamento das propostas: 13/12 a 15/12Divulgação do resultado: 17/12

Augusto Vargas, por outro lado, referiu-se a experiências anteriores na áreahabitacional, com a a participação dos ar-quitetos, que comprovam a possibilidade dese produzir soluções concretas e viáveis, comprojetos com consistência e qualidade.

A seguir, seguiu-se um coquetel de confra-ternização, com a participação de autoridades,do presidente do IAB/SP, Paulo Sophia, dosex-presidentes Renato Nunes e Pedro Pau-lo de Melo Saraiva, Miguel Pereira, ex-vice-presidente da UIA, e do presidente doNúcleo de Campinas, Marcelo Hobeika.

Prêmios:Categoria Profissional10 mil reais para cada modalidade

Categoria Estudante2 mil reais (cinco prêmios)

Prêmio especial: 5 mil reais

Informações e inscrições:IAB- Direção Nacional Av. Rio Branco, 277, sala 1301, CentroRio de Janeiro, RJ – 200040-009Fone/fax (021) 25 33-9514E-mail: [email protected] www. iab.org.br/premiocaiaxa

Idéias e soluçõesO concurso nacional “Prêmio Caixa – IAB 2004” conta com o patrocínio da CaixaEconômica Federal, participação do Ministério das Cidades e do Ministério doPlanejamento, Orçamento e Gestão, com organização do IAB nacional

Solenidade oficial – À mesa (da esquerda para a direita), André Leonardi,Augusto Bandeira Vargas, Demetre Anastassakis, Gilberto Belleza e Paulo Galli

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Homenagem

Capítulo I24 de agosto de 2004.

Anotem! Uma data muito especial,para ficar na memória: um dia quepoderia se chamar Oscar Niemeyer,marcado por emoções, homenagense surpresas.

No Memorial da América Latina,em São Paulo, num dia frio, um Se-minário sobre a obra de Niemeyer ea cerimônia da concessão do títulode “cidadão paulistano” (decretolegislativo do arquiteto- vereadorNabil Bonduki), ao arquiteto, queaos 96 anos, continua atraindo umamultidão de jovens e profissionais ,para ouví-lo ou conhecê-lo, de perto.

O seminário “Oscar Niemeyer: pro-jetos e obras”, no auditório SimónBolívar, totalmente lotado, contou com aparticipação dos arquitetos Carlos Lemos,Marco do Valle, Miguel Pereira, HélioPasta, Ruy Ohtake, Hélio Chiossi e JúlioKatinsky, que enfatizaram a marca mutante einovadora da obra de Oscar Niemeyer.

Com objetividade didática, Marco doValle, professor da Unicamp de Campinas,

enfocou a questão do desenvolvimento daforma na obra de Niemeyer. Com a ajuda deimagens e croquis , exemplificou o conjun-to de repertórios que marca a obra do ar-quiteto, ao longo do tempo, como:

1.volumes/telhados invertidos/volumetrapezoidal ou prismáticos ( Iate Club daPampulha, Congresso Nacional, Brasília) ;2. pilares/pilotis (Palácio do Alvorada); 3.arcos e abóbadas ( Igreja de São Francisco ,Pampulha, Memorial da AL); 4. marquises(casa do Baile, Pampulha, aeroporto deBrasília, a marquise da Bienal, no Parquedo Ibirapuera); 5. formas cilíndricas(Memorial da AL, aeroporto de Brasília) e6. cúpulas e calotas (Oca no Ibirapuera eCongresso Nacional, em Brasilia).

Tributo a NiemeyerCom a presença de autoridades, estudantes, arquitetos e repórteres, Oscar

Niemeyer recebeu, no dia 24 de agosto, no Memorial da América Latina, o títulode “cidadão paulistano”. Da solenidade, participaram, também, o presidente doIAB/SP, Paulo Sophia, o vice-presidente do IAB nacional, Gilberto Belleza e

Nabil Bonduki, autor do decreto legislativo municipal

Miguel Pereira, ex-vice-presidente daUIA, destacou a dimensão de leveza,engajamento político e estética da obra evivência de Niemeyer, para concluir: é pos-sível acreditar que “a volúpia estética deOscar” sinaliza que é necessário tornar maisleve o sofrimento de nosso povo.

Capítulo IIÀ tarde, outro momento marcante. O mo-

mento mais esperado: o da presença do ho-menageado. Antes disso, foi projetado o fil-me-documentário “ Oscar Niemeyer, um ar-quiteto engajado em seu século”, do belgaMarc-Henri Wajnberg´, editado em 2000.

De repente, jovens com máquinas fotográ-ficas e gravadores em punho , emocionados,correm em direção à comitiva que chegava.Ao entrar no auditório, aplausos dos jovens,autoridades, arquitetos e da mídia quelotavam o grande auditório, que se tornoupequeno para abrigar a multidão. À mesa,autoridades, presidentes de entidades, ochefe da Casa Civil, José Dirceu, o vereadorNabil Bonduki, a prefeita Marta Suplicy, o

presidente do IAB/SP, Paulo Sophiae Oscar Niemeyer.

Nabil abre a sessão, saudando” ocolega Niemeyer”, enfatizando que“São Paulo está prestando uma home-nagem a um dos arquitetos que maiscontribuíram para a construção de umambiente de qualidade na cidade,como o Parque do Ibirapuera”.

A seguir, cabe ao presidente doIAB paulista, Paulo Sophia saudar ohomenageado, em nome dos arquite-tos e das faculdades de Arquitetura:

“Uma responsabilidade”, desabafaPaulo Sophia, reforçando “é uma res-ponsabilidade e um privilégio estartão perto do mestre e poder toca´- lo!”Niemeyer, com simplicidade, retribuio gesto, tocando o ombro do orador,

sob os aplausos dos presentes. Paulo Sophiaacrescenta, que entre tantas lições do mes-tre, a principal foi que “ a vida e os amigostêm mais valor”!

Ao concluir a saudação, o presidente doIAB enfatiza: “Arquiteto OSCARNIEMEYER, o sr. transcende o homem, osr. transcende o profissional, o sr. transcendeo arquiteto, pois o arquiteto Oscar Niemeyerhá muito suplantou o herói. Arquiteto OscarNiemeyer, o sr. alcança o mito”!

Finalmente, a prefeita lembra que “oimaginário de todo o brasileiro está marca-do por alguma obra de Niemeyer”. Ao en-tregar o diploma de concessão do título decidadão paulistano ao arquiteto, declara que“ a cidade, com orgulho, acaba de adotá-locomo um de seus filhos mais ilustres. QueNiemeyer seja, para os jovens, exemplo paranovos sonhos e ousadias”!, conclui.

Capitulo IIICom certeza, quem acompanhou a sole-

nidade deixou o Memorial convencido quepoucas vezes se viu uma cena tão emocio-nante! Uma cena que agora faz parte da his-tória da cidade e da memória de profissio-nais e de futuros arquitetos que hão de vir...

J. W.

Cidadão – Oscar Niemeyer, ladeado pela prefeitaMarta Suplicy e pelo vereador Nabil Bonduki, recebe

o diploma de cidadão paulistano

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OEntrevista

Urbanismo

O concurso registrou 58 propostas válidas,envolvendo cerca de 700 profissionais. “Omenos continua sendo mais”, observou al-guém, referindo-se à equipe vencedora com-posta por três profissionais.

Um projeto que, segundo o autor, o cario-ca Euclides de Oliveira, resgata aspectos daproposta do urbanista francês Alfred Aga-che, que havia apresentado para o Rio deJaneiro, em 1927, a convite do prefeito daépoca.

“O mérito de Agache – comenta YvesBruand, em “Arquitetura Contemporâneano Brasil’ – consistia em encarar o urbanis-mo como uma disciplina ampla onde inter-vinham todas as questões referentes à vidada cidade (identidade,trânsito, circulação, habi-tação, edifícios públicos,espaços livres, estéticaetc.),...”.

O projeto classificadoem primeiro lugar, segun-do a Ata do júri, respondeà expectativa de um bair-ro diferenciado, indicandouma forma de habitar emSão Paulo diferente daatual tendência de condo-mínios em edifícios altose isolados.

O anúncio foi feito numa cerimônia sim-ples no dia 22 de julho. A solenidade con-tou com a presença da prefeita MartaSuplicy, do vice, Hélio Bicudo, do secre-tário de Planejamento, Jorge Wilheim, dopresidente do IAB/SP, Paulo Sophia, dapresidente da Emurb, Nádia Somekh, doarquiteto Alberto Botti (representante dojúri), do subprefeito da Lapa, AdauchoDurigan, do consultor do concurso, ValterCaldana, além de arquitetos, estudantes eprofissionais da mídia, que lotaram o audi-tório do Palácio do Anhangabaú, no Centrode São Paulo, onde funciona atualmente aPrefeitura paulistana.

Paulo Sophia, em nome do IAB, desta-cou a participação dos arquitetos, que estão,com seus projetos, contribuindo para umareflexão sobre a gestão de uma nova cidade,mais humana e democrática, sobre questõesessenciais como a técnica e a arte, a inclu-são social, a questão ambiental e da

São Paulo, 22 de julho de 2004

Bem-vindo ao bairronovo!Um convite “à cordialidade, à convivência e à esperança”, segundo definiu JorgeWilheim, secretário municipal de Planejamento de São Paulo: o projetoda equipe de Euclides de Oliveira, Dante Furlan e Carolina de Carvalho,com escritório na Capital, venceu o concurso Bairronovo

humanização dos canteiros de obras e, in-clusive, sobre a distribuição mais eqüitativada renda num país que enfrenta, ainda, tan-tas carências na área dos equipamentos so-ciais. “A Prefeitura do Município de SãoPaulo, a Sempla, a Emurb, o IAB/SP e to-dos nós – enfatizou o arquiteto – estamoshoje dando um exemplo, um belo exemplopara todo o país, um exemplo de responsa-bilidade civil” (veja, ao lado, a íntegra dopronunciamento).

A prefeita Marta Suplicy ressaltou queiniciativas como a deste concurso estãocontribuindo para a transformação dementalidades sobre a realidade urbana,atraindo novas parcerias de empresários.E referindo-se à afirmação do arquitetoPaulo Sophia sobre os canteiros, lembrouque nos CEU“s projetados pela atual ad-ministração, os primeiros beneficiados fo-ram justamente os filhos dos operários queparticiparam da obra.

Nádia Somekh, da Emurb, comentouque a atividade dos jurados, durante umasemana, funcionou como um a espécie debig brother, quando aprendeu muito com osdemais participantes do júri, do qual fezparte. E concluiu que o concurso não se li-mitou, no entanto, a questões técnicas oufuncionais, mas abriu uma nova perspectivapara o problema da inclusão social e da cons-trução da própria cidadania.

O consultor Valter Caldana ressaltou oalto nível de qualidade e criatividade daspropostas, acrescentando que o concurso vaicontribuir para um amplo debate sobre onovo pensamento arquitetônico brasileirocontemporâneo.

Alberto Botti, representando o júri, tam-bém confirmou que o nível de qualidade dosprojetos participantes surpreendeu o júri.Os projetos não deixam dúvidas de que “aprata da casa é ouro”!, pontificou.

JOSE WOLF

Epifania – À mesa (a partir daesquerda), a prefeita Marta Suplicy,o vice Hélio Bicudo,o presidente doIAB/SP, Paulo Sophia, Alberto Botti(representante do júri) e o subprefeitoda Lapa, Adaucho Durigan. Ao lado, opublico que lotou o auditório daPrefeitura, onde foi anunciado oresultado do concurso nacional

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Estamos aqui nesta oportunidade que aPrefeitura do Município de SãoPaulo nos oferece para juntos com a

Sempla, a Emurb e o IAB-SP indicarmosos vencedores de um concurso nacionalpara um BAIRRONOVO desta nossa que-rida cidade.

Agradeço aos arquitetos que em equipesutilizaram seu precioso tempo para se dedi-carem à reflexão do que será umPARADIGMA para a nossa cidade e as ou-tras muitas cidades de nosso Estado e país.Os arquitetos e o IAB-SP não poderiam dei-xar de dar seu apoio. Estamos presentes paraoferecer aos senhores a nossa contribuição.

A Prefeitura do Município de São Pau-lo, a Sempla, a Emurb, o IAB-SP e todosnós, hoje, estamos dando um exemplo, nes-ta solenidade, um belo exemplo para todo opaís, um exemplo de responsabilidade civil.Que este bairro novo seja o casamento daTécnica com a Arte.

Em sua dimensão social.No campo da moradia, dos espaços públi-

cos, do emprego que esta grande empreita-da irá possibilitar, da inclusão social.

Em sua dimensão ambiental. Considerando o impacto de nossas ativi-

dades no meio ambiente e as possibilidadesque uma obra desta envergadura irá possi-bilitar em termos de qualidade de vida e deuma responsabilidade que eu chamaria detrans-geracional.

Em sua dimensão econômica.

E as possibilidades do manejo respon-sável de recursos advindos de uma valo-rização do solo urbano, remunerando oscapitais empregados mas evitando asconcentrações de renda tão comuns parauma nova postura de distribuição de ren-da que deve ser absorvida por toda a so-ciedade.

Estas são palavras de ordem com as quaiso Instituto de Arquitetos do Brasil e em es-pecial nosso Departamento de São Pauloestá alinhado.

Todas as obras arquitetônicas relevan-tes da história da humanidade são o casa-mento feliz da vontade e da possibilidade.Parece que temos hoje aqui estes dois in-gredientes. Vamos então aproveitá-los.

Esta é uma grande oportunidade para to-dos e principalmente para o IAB - Institutode Arquitetos do Brasil - Departamento deSão Paulo, estarmos juntos aprofundandoconhecimentos e defendendo a ampliaçãodos mercados e das solicitações aos arquite-tos em benefício das nossas cidades.

Senhores, estejam certos que o resulta-do deste concurso irá contribuir para oavanço das relações entre os arquitetos e oPoder Público, entre o Poder Público e ainiciativa privada, entre o projeto e o can-teiro, entre o projeto e a indústria, entre aarquitetura e a engenharia nacional.

Senhores, gostaria de deixar mais uma pe-quena ponderação que considero importante.

A Cidade por onde andamos e nos abri-gamos, e onde crescemos, aprendemos eensinamos, tem sido construída sob a tris-te condição dos canteiros de obra que sãode fato senzalas que devem mudar.

Este projeto deve ser exemplo para as ge-rações futuras de que passou por aqui umageração responsável que trabalhou para re-afirmar que a arte e a técnica irmanadas emseus processos e associadas a uma arquite-tura e a um urbanismo de qualidade, emprojetos responsáveis, são os passos certospara o sucesso de uma sociedade maduraque queremos construir em nosso país.

Agradeço muito aos senhores participan-tes esta oportunidade.

Vamos abrir os envelopes e conhecer osgrandes vitoriosos desta tarde.”

PAULO SOPHIA,presidente do IAB/SP

o resultado deste concurso irácontribuir para o avanço dasrelações entre os arquitetos e oPoder Público, entre o Poder

Público e a iniciativa privada,entre o projeto e o canteiro, entreo projeto e a indústria, entre a

arquitetura e a engenharia nacional

Um paradigma...Em seu discurso, o presidente do IAB/SP, PauloSophia, ao lado do consultor, Valter Caldana,agradeceu a participação dos arquitetos,enfatizando que o concurso será um paradigmapara todas as cidades do país

Visitação – os projetos premiados foram expostos no hall da Prefeitura

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P R E M

1o lugar Projeto: PR 1051Equipe: Euclides de Oliveira,Carolina de Carvalhoe Dante Furlan, SP

Urbanismo São Paulo, 22 de julho de 2004

Segundo a CJ:• o projeto PR 1051 classificado em primeiro lugar responde à expectativa de umbairro diferenciado, indicando uma forma de habitar em São Paulo diferente daatual tendência de condomínios em edifícios altos e isolados.• possui bom conceito geral, enaltece a vida de bairro, controla a trama urbanacom boa escala das ruas, calçadas, galerias e áreas privadas.• propõe uma boa separação e seqüência de etapas, facilitando a sua implementaçãoe a realização de parcerias público-privadas destinadas a acelerar a gradual im-plantação do novo bairro....• as quadras compostas por prédios contíguos de pavimento térreo mais seispavimentos, permitem a participação de empreendedores e construtores de mé-dio porte na construção do bairro.• o partido adotado aceita diversidade de escala e insere edifícios destinados a HIS ao ladodos demais prédios em lugar de segregá-los. estabelece escala e volumes dos espaçosprivados a partir do desenho dos espaços públicos e promove ruas e esquinas animadas,dando condições para uma vida de bairro marcado pela mistura de usos e pessoas.

Recomendações:• conviria dar uma atenção menos marginal ao parque proposto, garantir a exis-tência de marcos referenciais urbanos avaliando a conveniência de verticalizaçõespontuais, além de aprofundar as soluções hidráulicas.• será necessário proceder a uma negociação com os clubes a fim de adequá-los àtrama urbana proposta da melhor forma possível.Trata-se indubitavelmente de uma experiência urbanística digna de ser implan-tada, conclui a CJ.

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2o lugar Projeto: PR 1052Equipe: Jaime M. Cupertino, José PauloDe Bem, Joan Villá, Luis Guilherme R.Castro, Silvia Chile e Maria Augusta BuenoColaboradores: Paulo Massao M.Shibuya, Stephan Norai Chahinian, BrunoBarbato, Mario Rodrigues Echigo e MarisaLousada Rodrigues. Estagiários: AndréBarbato, Fabio De Bem, Mario De Bem,Maíra Paes de Barros e Diego MagalhãesConsultores: Eduardo Giansanti,Renato Mendonça e Mauricio Viegas, SP

Segundo a CJ:• o projeto PR 1039, classi-ficado em terceiro lugar,apresenta uma organizaçãode bairro a partir de eixosverdes ortogonais, com orga-nização simples do espaço,boa escala dos espaços pú-blicos, mantendo inalteradasas ocupações de lojas e clu-bes pré-existentes.

I A D O SSegundo a CJ:• o projeto PR 1052, classificado em segundo lugar, apresenta boaintegração com o entorno, bom traçado viário dando unidade aobairro, havendo indicações claras para a composição volumétricadas quadras.• tem bom aproveitamento da área ao lado dos edifícios da Constru-tora Ricci com a colocação de uma estação aéreo-ferroviária.

3o lugar Projeto: PR 1039Equipe: Francisco Spadoni, Lauresto Esher,Selma Bosquê, Tiago Andrade, Raimundo dePaschoal, Angélica Alvim, Paulo GiaquintoEstagiárias: Marina Vizini de Azevedo,Priscila Sayuri Gusukuma, Silviane BussolaroConsultores: Nerino Caldo, Luis W. Pina,Paula Pardo, Fernanda SpinicciFotógrafo: Nelson KonCustos: Aluízio A. M. Leite, SP

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M E N Ç Õ E SHONROSAS

Urbanismo São Paulo, 22 de julho de 2004

”“Aprendemos muito com as discussões do júrisobre os projetos, de altíssima qualidade, desseconcurso. Sem dúvida, o concurso Bairronovoserá uma referência para a estruturação deoutros concursos e de novas propostas urbanaspara nosso país

Nádia Somekh presidente da Emurb

Projeto: PR 1002Equipe: Pedro Nitsche, LuaNitsche, João Nitsche, RenataCupine, Marianna MartignagoConsultores: Luiz RenatoMartins e Vinícius Andrade

Projeto: PR 1004Equipe: Décio Amadio, Franciscode Assis Rosa, Regina M. F.Gouveia, Renata Rabbat, RodrigoChust,Consultores: Caio RafaelVerniers, José Roberta Baptista,Alfredo Faljana, Luis Carlos Chade,Rogério Tadao NogutiApoio técnico: VetecEngenharia

Projeto: PR 1016Equipe: Fábio Zeppelini,Adriana Rebello Cocchiarali,Isabela Jock Piva, PatríciaBertacchiniConunicação visual: LarsDiederichsenConsultoria, aeronáutica:Piloto Gustavo Avelino CorrêaColaboradores: EduardoZeppelini Iannicelli, Maria CarolinaDuvaEstagiários: Débora Zeppelini,Rafael SerraduraApoio: Eliana M. S. Bertacchini,Mauro Bertachinni, Spy – apoio,Marc e Yuri

Projeto: PR 1033Equipe: Héctor Vigliecca,Luciene Quel, Ruben Otero, LílianHun, Ana Carolina Penna, RonaldFiedler, Gabriel Azevedo FariasPaisagismo: Rafael DoderaDrenagem: Renato MattosZuccoloTrânsito e Transportes:Francisco Moreno Neto, Eli KimuraVazzolaViabilidade econômica:Fábio Maracci FormosoColaboradores: HeloisaDomingues Neves, Thaisa FolgosiFróes, Fernando Silveira LimaApoio administrativo: LuciMaie e Paulo Serra

Projeto: PR 1036Equipe: Bruno Roberto Padovano,Geraldo Gomes Serra, JaquesSuchodouski, Maria Beatriz Ferreirade Souza Oliveira, Sidney SchwindtLinhares, Edo Rocha, Ricardo Biancade Mello, Luis Guilherme B.Nicoletti, Elaine Salles Biella,Gabriel Mazorra, Patrícia ZuranoBizelli, Alex Haiashida(estagiário)Consultores: EdsonDomingues Jr. e Aluízio AmaralMonteiro Leite – SP

Projeto: PR 1041Equipe: Ana Paula GonçalvesPontes, Christian de Portzamparc,

Alexis Lorch, Bárbara Bottel,Benoit Vlauviller, BurckhardtSchiller, Christopher Eschapasse,Clóvis Cunha, Michael Kaplan,Nanda Eskes, Rex BombardelliEstagiários: AnouarElmoussaoui, Cyril, Wei WangConsultores: Francisco Sallese Henrique Aragão – RJ

Projeto: PR 1046Equipe: Décio Tozzi, JéssicaGenaro Faro, Felipa Shahin,Marino Barros Filho, RodrigoLeopoldi, Rodrigo AffonsoScaletsky, Rodolfo AfonsoScaletskySistema viário: HumbertoPullin, Juliana Rosa ColomboPaisagismo: Caio GuimarãesMachado- SP

Segundo a CJ, deve-se destacar:No projeto PR 1002 o belo eixo verde comcanal e que termina num pequeno lago comatracadouro ao lado do Tietê. No projeto PR1004, a estruturação do bairro segundo trêseixos verdes oblíquos. No projeto 1016, a ri-queza de soluções parciais e a originalidadeda teia proposta. No projeto PR 1033, a im-plantação do bairro em torno de um grandeparque central. No projeto 19036, a unidadedada pela via verde interna articulada à av.Marques de São Vicente e a a penetração dolago adentrando a trama das quadras. No pro-jeto 1041, a exploração do tecido residencialatravés de quadras de rica volumetria. No pro-jeto 1046, a solução compacta e vertical.

CJ: Alfredo Máximo Garay (Argentina), José Magalhães Jr. (São Paulo), Nádia Somekh (São Paulo),Alberto Botti (São Paulo), Jorge Wilheim (São Paulo), Luiz Fernando Freitas (Rio de Janeiro) e PauloZimbres (Brasília). Consultor: Valter Caldana.

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Seminário

O IAB e a ABAP, mais ASBEA, CREA,Instituto de Engenharia, ComissãoPermanente de Acessibilidade, VIVA

O CENTRO, SINDUSCON e ABRASPE,entre outras entidades, foram parceiros noevento, realizado por iniciativa da Associa-ção Brasileira de Cimento Portland – ABCP– e da vereança de São Paulo.

Durante o Seminário ficaram eviden-tes a pertinência do tema e a urgência emse tomar atitudes práticas que melhorema s i tuação das ca lçadas na Capita lpaulistana. Em grande parte de suas ruas,por exemplo, a fiação elétrica ainda éaérea, o que polui mais a paisagem urba-na, gera acidentes e prejudica a visibili-dade do comércio.

Há falta de uma padronização do piso, o queimpede a circulação de pessoas idosas ou por-tadoras de mobilidade reduzida. Calçadas pa-dronizadas permitem o desejado nivelamentodo piso, além de possibilitar a criação de umaidentidade cultural para a região.

Grave é a insegurança que o atual estadode coisas gera para a saúde humana: segun-do a dra. Maria Júlia Greve, 40% dos aci-dentes de trânsito atendidos nas unidades

Resgate do passeio públicoNo dia 30 de agosto, no plenário da Câmara Municipal de São Paulo,

ocorreu o 1o Seminário Paulistano de Calçadas

Muitos desses problemas decorrem daausência de consciência por parte da po-pulação e da falta de eficiência do poderpúblico. É importante o Executivo teruma fiscalização mais efetiva e assumir aresponsabilidade pela construção do pas-seio público nos bairros mais carentes daCapital. Quanto ao Legislativo, é neces-sário que se reveja a atual legislação, quenão prevê a padronização do piso nem davegetação e também restringe os tipos demateriais que podem ser aplicados na cal-çada, não permitindo empregar produtosmais adequados.

As concessionárias presentes ao evento secomprometeram a restaurar pisos públicosque, em muitos casos, ficam danificados apóssuas intervenções, advertindo porém que odano muitas vezes decorre do uso de materi-ais impróprios no passeio público —como aconhecida pedra portuguesa, de difícil recu-peração.

Na conclusão do Seminário, um plano demetas foi aprovado por todas as entidadespresentes.

JOSÉ RENATO SOIBELMANN MELHEMConselho Fiscal, IAB/SP

Objetivos• Entre outros objetivos, o Poder Executi-

vo deve assumir uma política pública derecuperação das calçadas, num trabalhointegrado das suas Secretarias.

• Deve haver um incremento de projetosde acessibilidade, pois permitem a in-serção social de pessoas com mobilida-de reduzida.

• A legislação deve ser atualizada, incor-porando a evolução técnica do setor e adinâmica social.

• Devem ser empregados novas técnicase novos materiais na execução do pisodo passeio público, para que as calça-das fiquem mais apropriadas para so-frer futuras intervenções das concessi-onárias de diferentes serviços.

• Parcerias do Poder Público com a inicia-tiva privada devem ser priorizadas...

• Deve haver uma política de incrementoda área permeável do solo urbano queinclua o plantio adequado de árvores e

de Emergência do Hospital das Clínicas en-volvem pedestres.

Arquitetos e engenheiros também têm suaparcela de responsabilidade, pois, em muitoscasos, a construção das calçadas resulta de pro-jetos que não respeitam as normas técnicas,utilizam vegetação inadequada ou aplicammateriais que impermeabilizam o solo, aumen-tando a poluição atmosférica e agravando osproblemas de enchentes durante o verão.

Metas do Seminário

o aumento do total de áreas verdes nascalçadas, para melhorar a qualidade domeio ambiente e da paisagem urbana.

• Campanhas educativas devem conscien-tizar a população sobre a necessidade deconservar o passeio público de seu imóvel.

• Arquitetos e engenheiros devem incor-porar em seus projetos a necessidadede utilizar materiais adequados que au-mentem a capacidade de drenagem dacalçada. Também devem considerar anecessidade de padronização do piso dopasseio público.

Ações• Entre outras ações, a Câmara Municipal

promoverá uma revisão da legislaçãovigente, para incorporar as propostasapontadas no Seminário. Será feito tam-bém um projeto de Resolução que obri-gue a adaptação do espaço físico daCâmara para permitir o acesso e circu-lação de toda a população.

• As entidades profissionais deverão divulgara seus associados a importância de incorpo-rar em seus projetos a necessidade de:permeabilização de parte do solo, aumentoda capacidade de drenagem da calçada epadronização do piso do passeio público.

• O IAB/Departamento São Paulo, e a As-sociação Brasileira de Arquitetos Paisa-gistas se comprometem a auxiliar naobtenção do projeto arquitetônico deadaptação do espaço físico da CâmaraMunicipal de São Paulo, para garantir oacesso e circulação de toda a popula-ção.

Veja a íntegra no site do IAB/SP www.iabsp.org.br

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Bioarquitetura

Um evento que surgiu com o objetivode vivenciar e experimentar as possi-bilidades na construção de forma sus-

tentável, assumindo responsabilidades como ambiente e disseminando através da apli-cação pratica do conhecimento, as técnicasde construções com a terra e outros recur-sos naturais disponíveis ou sub-utilizados,despertando, uma nova consciência particu-lar e coletiva.

Os participantes eram em sua maioria es-tudantes e profissionais entre eles algunsestrangeiros que participavam do programaECOVERSIDADES. Participaram tambémprofissionais das áreas da Geografia, Biolo-gia, Direito com destaque para o profissio-nal ARQUITETO, que procura compensara teórica sustentabilidade apresentada comoconhecimento, através da observação dossistemas dinâmicos dos fenômenos naturaise através da vivencia teórico–prática de téc-nicas construtivas apresentadas no curso,como: taipa de pilão, fardo de palha,superadobe, adobe, taipa leve,ferrocimento, (cob) (taipa de mão), bam-bu, vigas recíprocas (com o australianoCraig Gibsone), rebocos naturais, estru-tura de pedra, ichaimel, tijolo de solo/cimento e tijolo armado.

Essa técnica foi apresentada pelo Arqui-teto paulistano Victor Lotufo. Uma grandeaula da arquitetura milenar, das formas orgâ-nicas, das necessidades e culturas que acom-panham os homens em suas particularidades,tudo apoiado nas ciências que não se desli-

gam do poder de intuição como processo decriação que pode ser aprendida no processoconstrutivo de uma geodésica, por exemplo.

Todas as atividades começavam logo cedo,sete horas todos de pé para o café da manhã,depois círculo de integração, oficinas, almoço,palestras de iniciação sobre sanitáriocompostável, óleo vegetal como combustível,sistemas de captação de águas pluviais, capta-ção de energia. Continuam então as oficinas,jantar e para relaxar mais uma palestra a noite.

Em uma das noites de debate o tema eco-vilas instigou a participação dos presentes,foram apresentados projetos baseados nosfundamentos da permacultura e do BomDesign em que o desenho deve contemplarsempre três ou mais funções para cada ele-mento projetado em resposta ao ambiente ea existência de vidas. Hoje são mais de 15 mileco-vilas conectadas promovem assentamen-tos humanos sustentáveis no Brasil e no mun-

Bioconstrução no cerrado brasileiroAconteceu no final de julho o IV Bioconstruindo maior evento brasileirode Bioarquitetura e Construção Natural realizado no IPEC (Instituto dePermacultura e Eco-vilas do Cerrado), Pirinopolis, GO. O IAB/SP esteve lá

do. O projeto envolve o planejamento, a im-plantação consciente de ecossistemas produ-tivos que tenham a diversidade, a estabilida-de e a resistência dos ecossistemas naturais,utilizando os conhecimentos de muitas áreaspara fazer sua analise e tomar suas decisões.

O IPEC, que faz parte da Rede Brasileirade Permacultura, emite um certificado re-conhecido internacionalmente pelos Insti-tutos de Permacultura da Austrália e daAmérica do Norte, alem de garantir crédi-tos acadêmicos em diversas universidadescomo o programa Universidade BillMollison de Sistemas Sustentáveis ouEcoversidades de caráter transdisciplinar.

A título de esclarecimento, o conceito depermacultura (cultura permanente) foi cri-ado nos anos 70 pelos australianos BillMollison e David Holmgren, aplicando-seem todos os gêneros e setores da sociedade,quanto ao uso de recursos e de tecnologiasapropriadas à criação de estruturassocioeconômicas, no sentido de se manterum padrão de qualidade e de caráter reno-vador em toda e qualquer atividade.

O IAB-SP, presente neste evento esta en-contrando um caminho junto ao IPEC eoutras instituições dessa natureza para pro-por parcerias com as Universidades interes-sadas e ser uma ponte para trazer benefíci-os aos associados.

POLIANA DE MELO LEITEConselho Fiscal, IAB/SP

Mais informações: www.permacultura.org.br/ipec

Oficina – tijolo de solo-cimento armadodo arq.Victor Lotufo

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Acampanha para as eleições munici-pais agita as agendas dos candidatosem todas as Cidades do Estado de

São Paulo. A importância dos cargos públi-cos pressupõe a elaboração de um plano degoverno de estatura para enfrentar e supe-rar nossas inquietações.

O IAB/SP, e os arquitetos, mantendo a im-parcialidade, têm contribuído e apoiadofreqüentemente as políticas e decisões me-ritórias para a cidade. Nossa diretriz é a Ci-dade, e ao debatê-la, o fazemos de maneirapolida e organizada, através de políticas equestionamentos. Temos o espírito e o cor-

po necessários à tarefa de apontar aos can-didatos os caminhos desejáveis para o suces-so de uma gestão.

Assim, o IAB reivindica seu espaço comointerlocutor com o Poder Público, inspira-do, sobretudo, nas reflexões de seus mem-bros. Temos portanto a tarefa intransferível,sob pena de omissão, de apresentar os te-mas e ideários nos quais a Arquitetura e osarquitetos jamais deverão ser preteridos.Supor uma agenda comprometida com umplano de governo não basta.

PAULO SOPHIApresidente do IAB/SP

Eleições

Em função desses objetivos,foi organiza-da uma bateria de debates, nos dias 15, 16e 17 de outubro na sede do IAB/SP.Debatedores: Lacir Ferreira Baldusco, Eli-sabete França e Candido Malta C. Filho (1a

mesa); Luiz Carlos Costa, Nabil Bonduki,José Magalhães Jr., Paulo de Mello Bastose José Paulo de Bem (2a mesa); AlbertoBotti, Jorge Wilheim, Raymundo dePaschoal, Sergio Zaratim, Sylvio Sawaya eRoberto Righi (3a mesa). Moderador:Lucio Gomes Machado.Atenção, o debate foi gravado em vídeo.Inf.: www.iabsp.org.br 11 3259-6866

O IAB, os arquitetos e a política

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Favela-Bairro: uma outra história da cidade do Rio de Janeiro/Luiz Paulo Conde e Sérgio Ferraz Magalhães

LançamentoO respeito às preexistências ambientais e culturais foi o marco fundador do Favela-Bairro. Ele está associado ao enten-dimento de que as favelas não se constituem em problema por especialidades étnicas, religiosas ou culturais; e que,tampouco, se trata de fenômeno transitório, mas encravado no peculiar processo do desenvolvimento brasileiro.Urbanisticamente, as favelas se apresentam com grande variedade morfológica, como também ocorre com a cidadeformal. Não seria desejável a implantação de um modelo, mas, ao contrário, o caminho a percorrer seria o da explicitaçãode uma estrutura urbana que aflorasse do próprio assentamento e que pudesse ser concebida em acordo com ospróprios moradores. Essa estrutura deveria buscar a interligação mais ampla possível às estruturas dos bairros doentorno, de modo a se criar uma rede urbana interdependente. O livro faz um amplo balanço do projeto Favela-Bairro,desde sua criação. Com depoimentos de Nuno Portas (Portugal), Oriel Bohigas (Espanha) e Afraoui Hussein (Marrocos),ilustrado com fotos, plantas e implantações. Informações: www.prolivros.com.br (11) 3034-2627

Nabil, você é um arquiteto, quefoi eleito vereador. Com certeza,na elaboração do novo PlanoDiretor de São Paulo, vocêdesempenhou um papelfundamental?NABIL Bom, fui indicado pelos colegascomo relator do projeto. Como relator, fuiresponsável pela coordenação dos traba-lhos. Foram quase 11 meses de discussõese reuniões, de audiências públicas, com aparticipação de moradores, lideranças debairros e representantes de outros seto-res da sociedade. Fui relator também dosPlanos Regionais e de Zoneamento da ca-pital, que detalham e complementam oPlano Diretor.

Qual foi o objetivo dessasreuniões?NABIL Buscar um denominador comum, de-mocrático, de consenso, das várias opiniõese sugestões . Em síntese, o aperfeiçoamen-to técnico do Plano Estratégico.

E que plano é esse?NABIL Previsto no Estatuto das Cidades, oPlano Diretor é um conjunto de diretrizes eações aprovado por lei mu-nicipal, que ordena e regu-lamenta o desenvolvimentoe a ocupação da cidade. Quetrata de questões relaciona-das aos espaços urbanos, aquestões sociais, econômi-cas e ambientais, que defi-ne, enfim, todas as políticaspúblicas do município e oplano urbanístico-ambientalda cidade até 20012.

Nabil BondukiEntrevista

Em nome da cidadeO arquiteto-vereador Nabil Bonduki, ex-presidente do Sindicatodos Arquitetos e ex-secretário da Habitação municipal, fala, comexclusividade, sobre o Plano Diretor Estratégico de São Paulo.Um plano que abre um novo universo para a atuaçãoe participação de arquitetos e urbanistas

Qual o objetivo?NABIL O objetivo não é resolver de uma veztodos os problemas da cidade, mas criar uminstrumento viável para a definição de açõesestratégicas para a construção de uma novacidade, de inclusão, que atenda às necessi-dades e desejos de seus moradores.

Ou seja...NABIL O PDE – Plano Diretor Estratégico ,elaborado originalmente pela Secretaria dePlanejamento Urbano, sob a direção de Jor-ge Wilheim, foi aperfeiçoado e reestruturadonum projeto substitutivo, sob minha coorde-nação. O plano representa, com certeza, umavanço na política pública urbana de São Pau-lo, nas últimas décadas, definindo, por exem-plo, áreas verdes, zonas especiais de interes-se social (ZEis), de operações urbanas etc..

Qual a conseqüência disso?NABIL Um grande impacto, principalmen-te na atividade de construtores arquitetose urbanistas...

Que implica...NABIL Informação e discussão. Aliás, já háuma Cartilha sobre o Plano. O desdobramen-

Niemeyer representa osímbolo da construção da

identidade de uma Nação.Além disso, contribuiu paraa qualificação da paisagemurbana de São Paulo...

to do PDE cabe a iniciativas de entidades,como IAB e a AsBEA, por meio de concur-sos, talvez, principalmente quanto às ques-tões relacionadas à habitação e ao meio am-biente. O concurso Bairronovo pode ser umexemplo dessa nova política pública e men-talidade envolvendo o espaço público, calça-das, vias públicas, paisagem urbana, polui-ção sonora e ambiental...

Você foi o autor do decreto queconcedeu o título de “cidadãopaulistano” a Niemeyer. Qualfoi seu sentimento ao entregaro diploma ao arquiteto...?NABIL Foi uma grande emoção e contenta-mento. Afinal, Niemeyer representa o sím-bolo da construção da identidade de umaNação. Além disso, ele contribuiu muitopara a qualificação da paisagem de São Pau-lo, com projetos como o Parque Ibirapuera,que por coincidência completa 50 anos deexistência. Então, devíamos homenageá-lo,como um gesto de reconhecimento e agra-decimento. Mas, além dele, já homenagea-mos também o cantor e compositor Tom Zé,o sociólogo e professor Francisco de Olivei-ra e o Zé Celso Matinéz, do Teatro Oficina.

E o futuro, Nabil?NABIL Pretendo continuarlutando pelo aperfeiçoa-mento de projetos e leisem áreas do urbanismo,cultura, juventude, meioambiente e habitação.

JOSÉ WOLF

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Prêmio Cauê

Adequação + criatividade +articulação + integração

Com o apoio do IAB/SP, aconteceu a terceira ediçãodo Prêmio Cauê de Arquitetura, com o objetivo depremiar projetos ou obras de arquitetura que sedestacam pela coerência, criatividade e eficiênciano uso do material Cimento CAUÊ Branco.Da premiação, participaram 64 trabalhos.A solenidade de premiação ocorreu nodia 12 de agosto no Museu da Casa Brasileira

CJ: Sidônio Porto, Fernando Chacel, Manoel Coelho, Carlos Leite, Adriano Saldanha.Consultor: Antonio Cláudio Pinto da Fonseca.

Segundo a CJ: o projeto se destaca pela implantação adequada em face das condi-ções adversas do terreno, gerando interessante permeabilidade entre os ambientes e boaintegração dos espaços do exterior e do interior.• o projeto foi desenvolvido com clareza construtiva utilizando-se de técnicas convencionais.• propõe volumetria clara e bem definida, num partido arquitetônico simples e elegante.• o partido estrutural proposto reforça a qualidade da arquitetura.

Prêmio – CondomínioresidencialAutoras: Adriana Belleza eElizabete AzevedoColaboradoras: PatríciaAguiar, Valeria Guimarães eLudmila GrammontCálculo Estrutural:MAC EngenhariaInstalações: Roberto MinsonPaisagismo: Catherina Poli,São Paulo – SP

OBRAS REALIZADAS

Menções HonrosasProjeto: no 05Autora: Simone MantovaniSão Paulo – SPProjeto: no 24Autores: Arthur de MattosCasas, Fabiana Teixeira Rocha eLuis Henrique de LimaSão Paulo – SP

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PROJETOS NÃO RESIDENCIAIS

Menções HonrosasProjeto: no 60Autores: Daniela Coppede Pacheco, CésarCoppola, São Paulo – SPProjeto: no 47Autor: Maurício Bastos Mendes Rosa, São Paulo, SP

Projeto: no 36Autores: Alexandre Baioni Trento, Tiago Rocha Lopese Mariana Romanowski Alvim de Oliveira, Curitiba, PRProjeto: no 55Autores: Mamoru Aso, André Giannoni e GustavoFazioli Pereira, Taboão da Serra, SP

Menção HonrosaProjeto: no 16Autor: Ricardo Laredo Diniz, Curitiba – PR

Prêmio – Museu Parque Villa-Lobos, SPAutores: Rodrigo Bocchini, Alekssandro deAlmeida, Anselmo Oliveira, Carolina Augusto,Magno Moreira, Marcos de Sanctis, Raphael GodoySão Paulo – SPSegundo a CJ: o edifício apresentado se destaca pela ênfaseno objeto arquitetônico e na boa relação com a esplanada deacesso do Parque Villa-Lobos;• a variada articulação dos volumes opacos gera interessantesfeixes de luz...

PROJETOS RESIDENCIAIS

Prêmio – Casa emCarapicuíba, SPAutores: Álvaro Puntonie Ângelo Bucci, São Paulo,SP

Segundo a CJ: solução criativa enão ortodoxa a partir de implantaçãodesafiadora para um lote com perfilnatural esdrúxulo;• partido estrutural coerente com asolução da implantação;• plantas bem resolvidas;• solução espacial que valoriza oterritório...

PROJETOS ESPAÇOS URBANOSSegundo a CJ: o projeto apresenta interessante integraçãodos vários elementos urbanos construídos e não construídos atra-vés de desenho urbano

Prêmio – Portal em Ibiúna, SPAutores: Alessandra Gizella da Silva, ApoenaAmaral e Almeida, Gabrielly Alice da Silvae José Luiz Brenna, São Paulo, SP

Projeto: no 58Autores: José Magalhães Júnior e José FranciscoXavier Magalhães, São Paulo, SPProjeto: no 10Autores: Manoela Muniz Machado Cavalcantie Pedro Paes, Recife,PE

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Informe Publicitário

Os painéis compostos de chapas de alu-mínio foram criados em 1965 na Ale-manha e são utilizados em todo o

mundo para revestimentos de fachadas, re-vestimentos de mobiliários, sistemas de si-nalização e identificação empresarial e umainfinidade de outras aplicações. Este produ-to vem possibilitando aos Arquitetos e En-genheiros a oportunidade em projetar obrasdiferenciadas e modernas, pois enquantooutros revestimentos costumam refletir odesenho da estrutura, os painéis podem porsi, constituir a linguagem da edificação.

Compostos por duas chapas pintadas de alu-mínio com 0,5mm de espessura, unidas por umacamada de polietileno de baixa densidade, sãofabricados por processo contínuo nas espessu-ras totais de 3,4,5 e 6mm com várias alternati-vas de comprimento e largura. Outras caracte-rísticas são: leveza, resistência, diversas modu-lações, facilidade de limpeza, vários sistemas defixação, opção de fachadas e outros.Pois estespainéis também são resistentes à intempéries,à atmosfera industrial e ao ambiente salino. De-pendendo do fabricante, possibilitam projetar

Revestindo MonumentosConheça os benefícios dos painéis de chapa de alumínio

fachadas ventiladas para melhorar as condiçõesenergéticas e climáticas dos edifícios, por eli-minar umidade de condensação e por protegera parede estrutural, bem como o material deisolamento térmico.

Estes painéis são encontrados no merca-do através de vários fabricantes de diversasorigens (americanos, canadenses, chineses,etc.) cada um deles com suas diferenciaçõesde características e cores. Geralmente ofe-recem grande planicidade, pela possibilida-de das suas grandes dimensões (até 8 mil mmde comprimento por 1.575 mm de largura)e a capacidade de adaptação a formas e re-cortes mais diversos, películas protetoraspara proteger o acabamento durante proces-so de usinagem e instalação na obra e exce-lentes possibilidades de projetos.

É por causa disso tudo, que a ALUBONDtornou-se a pioneira no beneficiamento des-tes painéis e instaladora de grandiosas obrasà nível nacional, principalmente em SãoPaulo, onde realizou o Hospital AlemãoOswaldo Cruz, a Sede da Telefônica, a Fe-deração do Comércio, o Instituto TomieOhtake entre outras. Hoje, com mais de 10anos de empresa é formada por uma equipetécnica capacitada e possui maquinários deúltima geração trazidos da Itália e Austrália.Já processou em todo Brasil e em países vi-zinhos mais de 600 mil m2 de revestimentosmetálicos, dando a eles diversos formatos demanuseio de corte, furo, dobras e curvasresultando as mais variadas formas e dosmais belos efeitos com grande impacto vi-sual mesmo em pequenas aplicações. Mas

tudo isso não seria possível, sem a ousadiados Arquitetos em suas obras e sem o inte-resse da ALUBOND em oferecer novosprojetos e novos sistemas para atender aosanseios e expectativas das criações destesgrandes profissionais.

Por isso, desenvolveu seus próprios sistemas:Sistema Alubond, Sistema Ventilado e Sistemade Junta Seca. Também trabalha com o Siste-ma convencional já existente no mercado.

Sistema ventilado – corte horizontal

Sistema ALUBOND

Sistema Feal Bond – dispensa o desmonte de acabamentos pré-existentes, pode serfixado sem a paralização das atividades da edificação. Os painéis recebem umausinagem diferente, são clicados sob os perfis especialmente extrudados e travadospor uma baguete, e recebem o tarucel de silicone (gaxeta)

Hospital Oswaldo Cruzque possui o Sistema Feal Bond,Projeto Butti/Rubin

Sede da Telefônica que possuio sistema de Fachada Ventilada,

Intarco Projetos

Sede da Federação do Comércio de SPque possui o Sistema Convencional

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Sensível aos novos temas, a atual Diretoria do IAB paulista promove umasérie de palestras e seminários, com o ob-

jetivo de ampliar o leque de informações , co-nhecimento e atualização profissional de seusassociados, incentivando parcerias entre a in-dústria da construção, institutos de pesquisastecnológicas e o Instituto de Arquitetos.

Em conseqüência disso foi realizado, nasede do IAB/SP, o Seminário “Arquitetura eRacionalização da Construção”, com a parti-cipação de engenheiros, arquitetos e repre-sentantes de empresas do setor da constru-ção. Um seminário, cuja primeira etapafactual foi concluída no dia 31 de agosto, masque - segundo o arquiteto Paulo Sophia,presidente da entidade – ,deverá prosseguir,no futuro, mantendo-se portanto a discussãoem aberto. O último debate foi coordenadopor Eleftérios Athanasopoulos, um dos res-ponsáveis pela organização do evento.

Os palestrantes: Alessandro Ventura, Pau-lo Campos (Precast), Paulo Sérgio Cordei-

Arquitetura & RacionalizaçãoSeminário

Qualidade... e dignidade também!Alto desempenho, satisfação dos clientes, qualidade e excelência de produtose projetos, racionalização das soluções construtivas, adequação às necessidadesdo mercado e do usuário, parceria – são palavras de ordem de uma realidadeeconômica cada vez mais competitiva e seletiva

ro (Munte), Cláudio Midieri (IPT), YopananRebello (Ycon), Luis Andrade Dias (CBCA),Paulo A. Andrade (Abcem), Marcos A.Donato (CSN), Paulo Zimbres, Sidonio Por-to e Arnaldo Martino. Através de depoimen-tos, projetos e relatos de suas experiências,desenharam a evolução da construção indus-trializada no Brasil, desde os processos cons-trutivos tradicionais até às recentes inova-ções do setor.

O curtametragem “Universidade deBrasília: primeira experiência em pré-mol-dados”, com texto de João Filgueiras Lima(Lelé) e montagem de Luis Fisberg, commaterial coletado e testemunho de PauloZimbres, registrando experiências pioneirasenvolvendo obras de Brasília, como o Cen-tro de Planejamento da UnB, com certezafoi exemplar para exemplificar os primeirospassos do processo construtivo industriali-zado no país. Experiências (que contaram,inclusive, com a participação de arquitetospaulistas, como Pedro Paulo de Melo Sarai-

va), objetivando o aperfeiçoamento da téc-nica da pré-fabricação, o aprimoramento dosdetalhes, tendo como foco a racionalizaçãoda construção.

O tema qualidade do projeto concentrou amaioria das intervenções. Qualidade que sig-nifica simplificação, excelência, economia(redução de desperdícios), sustentabilidade,respeito ao meio ambiente, a melhor relaçãoentre custo e benefício, rapidez na execu-ção, pesquisa tecnológica, humanização doscanteiros de obras e valorização profissional.

Contudo, – conforme ressaltou PauloSophia – discutir a racionalização naconstrução não se limita a debater ques-tões referentes à utilização ou pesquisa denovos materiais, ao emprego de novastecnologias e de novos sistemas construti-vos, mas, pressupõe responsabilidade pro-fissional e compromisso com a ética e aprópria dignidade.

Atenção: mais detalhes na próxima edição

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Biênio 2004 / 2005Presidente: Paulo Sophia. 1o vice-presidente: Eduardo de Jesus Rodrigues. 2o vice-presidente: Décio Tozzi. 3o vice-presidente: Antonio Cláudio P. da Fonseca. Vice-presidentefinanceiro: Carlos Carmelo de Benedetto. Diretor financeiro: Pedro Nosralla Júnior. Secretário geral: Larissa Garcia Campagner. 1o secretário: Lílian Dal Pian. 2o

secretário: Cecília Pisetta. Diretores: Jaime Cupertino, Pedro de Melo Saraiva, Fernando de Magalhães Mendonça, Regina Helena Vieira Santos, Francisco Prestes Maia Fernandese Elefterios A. Athanasopoulos. Conselho Fiscal: Roberto Selmer Júnior, José Renato Soibelmann Melhem e Poliana de Melo Leite. Conselho Superior (titulares): ElisabeteFrança, Fábio Penteado, Pedro Antonio Galvão Cury, Pedro Paulo de Mello Saraiva, Joaquim Guedes, Renato Luiz Martins Nunes, Edson Jorge Elito, Marcelo Daniel Hobeika, EduardoHabu e Mario Yoshinaga. Conselho Superior (suplentes): João Honório de Mello Filho,José Eduardo Tibiriçá, Lucio Gomes Machado, José Magalhães Jr, Valter Caldana, CarlosBratke, Paulo César Freire, Fernando Rodrigues Neto e Aurivaldo Farias de C. Pacheco. Vice-presidentes regionais de Núcleos: Joaquim Caetano de Lima Filho –Campinas, Elisabeth Brigida Bottamedi – São Carlos, Ana Maria Abreu Sandim – Mogi das Cruzes, Maria Cristina Bondezan – Marilia e Paulo Roberto Correa – Bauru. ConselhoSuperior Especial da Presidencia: José Carlos Ribeiro de Almeida, Arnaldo Martino, Titio Livio Frascino, Antonio Carlos Sant’Anna Jr e Ubyrajara Gilioli. ConselhoVitalício: Miguel Pereira, Ciro Pirondi, Fábio Goldman e Fábio Penteado. Vice-presidente do IAB/DN: Gilberto Belleza

RELAÇÃO DE NÚCLEOS (INTERIOR) DO IAB-SP: PRESIDENTESAmericana: Victor Chinaglia Jr. Araraquara: Renata Aboud Barbugli. Bauru: Wagner Domingos. Campinas: Marcelo Daniel Hobeika. Franca: Cláudio Barbosa Ferreira. Guarulhos:Mario Yoshinaga. Itatiba: José Augusto Silveira Franco. Jundiaí: Ricardo Ropelli Felippi. Limeira: Alex Marques Rosa. Litoral Norte: Davison Becato. Marilia: Mauricio SantanaRezende. Mogi das Cruzes: Nelson Bettoi Batalha. Piracicaba: Francisco Ferraz Jr. Presidente Prudente: Kazuo Maezano. Ribeirão Preto: Onésimo Carvalho. Santo André:Roberto Dias Marin. São Carlos: Regina Maria Duarte Doria. São José dos Campos: Rolando Rodrigues da Costa. São José do Rio Preto: Márcia B. Pontes Gestal. Sorocaba: PauloCesar Freire. Sumaré: Fernando Rodrigues Neto. Suzano: Eduardo Habu. Taubate: Paulo Gomes de Oliveira. Vinhedo: Aurivaldo F. de Carvalho Pacheco

COMISSÕES DE TRABALHOSCOMISSÃO DE PLANEJAMENTO URBANO – Coordenação: Arq. Rosa Puchala – Composição inicial: Arqs. Candido Malta Campos, Alberto Botti, Joaquim Guedes, José Magalhães Jr. e TitoLivio Frascino. COMISSÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Candi Hirano – Composição Inicial: Arqs. Francisco Petraco, Valter Caldana, Arnaldo Martino, Antonio CarlosSant’anna e Paulo Correa. COMISSÃO DE PRÁTICA PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Lucio Gomes Machado – Composição inicial: Arqs. César Bergstrom, Edson Elito e Marcos Toledo.COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Marco Fogaccia – Composição inicial: Arqs. José Eduardo Tibiriçá, José Luis Tabith, João Honório de Mello Filho, ValterCaldana, José Borelli, Ronald Tanimoto e Miguel Fabregues. COMISSÃO DE HABITAÇÃO – Coordenação: Arq. Joan Villá – Composição inicial Arqs. Elisabete França e Pedro Paulo de MeloSaraiva. COMISSÃO DE PATRIMONIO HISTÓRICO – Coordenação: Arq. Marcos Carrilho – Composição inicial: Arqs. José Carlos Ribeiro de Almeida, Jon V. Maitrejeam, Haroldo Galo,Guilherne Mota e Victor Hugo Mori. COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E PAISAGEM URBANA – Composição inicial: Arqs. Miranda M. Magnoli, Ana Maria Antunes Coelho, Fabio Vital, JoséRicardo de Carvalho, Adauto Paes Manso, Pedro Mendes da Rocha, Issao Minami e Eduardo de Jesus Rodrigues. COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO EM ARQUITETURA – Coordenação: Arq.Arnaldo Martino – Composição inicial: Arqs. José Luis Tabith, João Honorio de Melo Filho e José Borelli. COMISSÃO DE TRANSPORTES – Coordenação: Arq. Renato Anneli – Composiçãoinicial: Arqs. Pedro de Melo Saraiva e Silvana Zione. COMISSÃO DE CONCURSOS – Composição inicial: Arqs. Antonio Cláudio, Alfredo Bianco, Eduardo de Castro Mello, Gilberto Belleza, JoseCarlos Ribeiro de Almeida, Paulo Sophia e Valter Caldana. COMISSÃO DE HONORÁRIOS DO IAB-SP – Composição inicial: Arqs. Takeo Tanaka, Helia M. Vendramini Neves, Leda Van Bodegraven,Luis Carlos Pereira Viviani, Carlos Andrigo, Glaucy Rillian de Oliveira, Armando Coppini Jr., Paulo O. Pascotto, Armando Cunha, José Roberto Costa Lima, Leandro Edward Carlovich, Ricardo BastosCalabrese, Markus Fernando Kenzler, Eduardo Habu, Aliana F. V. Teramaki e Aparecida Bou Ghosn.

REPRESENTANTES DO IAB/SP:ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Arq. João Honório. CEUSO: Miriam Tibiriça – Titular. Gilberto Belleza – Suplente. CIC – COMISSÃO DA INDUSTRIA E CONSTRUÇÃO:Eleftérios Athanasopoulos. CNLU – COMISSÃO NORMATIVA DE LEGISLAÇÃO URBANA: Arq. Antonio Claudio – Titular. Arq. José Luiz Tabith Jr. – Suplente. COMLU – COMISSÃO MUNICIPAL DELIMPEZA URBANA: Arqª. Mônica Teófilo Drucker – Titular. Arqª. Maria Helena Bronowski – Suplente. COMISSÃO FUNDO ROTATIVO ESPECIAL/LOTERIA HABITACIONAL – SECRETARIA DEHABITAÇÃO: Arq. José Ignacio Sequeira de Almeida. COMISSÃO OPERAÇÃO URBANA – CENTRO/EMURB: Arq. Rosa Maria Puchala – Titular. Arq. Francisco Spadoni – Suplente. COMISSÃOPERMANENTE DE ACESSIBILIDADE – CPA: Arq. Francisco Prestes Maia Fernandes – Titular. Arqª. Renata Helena de Paula – Suplente. CONDEPHAAT: Arq. Jon Andoni V. Maitrejean. CONPRESP: Arqª.Mônica Junqueira. CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA: Arqs. Tito Livo, Miguel Pereira e José Luiz Tabith. CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE SANTOS: Arq.Nelson Goncalves de Lima. CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIA DO VERDE E MEIO AMBIENTE: Arq. Miranda Martinelli Magnoli –Titular. Arqª. Ana Maria Antunes Coelho – Suplente. CONSEMA: Arq. Violeta Saldanha Kubrusly – Titular. Arqª. Eduardo Trani – Suplente. CONSÓRCIO “PLANTAS ON LINE”: Arq. Paulo Sophia. CREA/SP– CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA: Titular: Arqs. Gilberto Belleza, Edson Jorge Elito, Rolando Rodrigues da Costa, Benno Michael Perelmutter, PauloRoberto Correa, Denise Guarezzi e Marco da Silva Fogaccia. Suplente: Arqs. Maria de Lourdes de Carvalho, Elvis José Vieira, Maria do Carmos Lopes Soueiro, Onésimo Carvalho de Lima, Ricardo RopelleFelippi, Ricardo Carvalho Lima Ramos e Francesco Rivetti. EMURB – GRUPO DE GESTÃO DE OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA ESPRAIADA: Titular: Arq. Carlos Carmelo De Benedeto,Suplente – Arq. Vasco de Mello. FÓRUM SÃO PAULO: Arq. Sergio Zaratin – Titular. Arqª. Helena Aparecida Ayoub Silva – Suplente. PROCENTRO: Arq. José Armenio de Brito Cruz – Titular. Arq. PedroNosralla Jr. – Suplente. SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO – COMISSÃO DE PROTEÇÃO À PAISAGEM URBANA – CPPU: Arq. Sylvio de Ulhoa Cintra Filho. SECRETARIAMUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO DE SÃO PAULO – SEMPLA CONSELHO CONSULTIVO / PLANO DIRETOR: Arq. Rosa Maria Puchala – Titular. Arq. Gilberto Belleza – Suplente. VIVA OCENTRO: Arqª. Elisabete França. COMISSÃO CONSULTIVA DE ARTE - METRÔ – Titular: Vasco de Mello, Suplente - Carlos Carmelo De Benedeto

E-mailPrezados colegas do IAB-SP

Gostaria de manifestar o meu conten-tamento e agradecê-los pelo apoio dadoa nós arquitetos através da parceria coma Ycon. È muito importante a formaçãocontinuada nos dias de hoje, principal-mente numa área tão abrangente que é anossa. Fico muito grato pela preocupa-ção que o IAB tem em tornar a formaçãocontinuada mais acessível através dos des-contos oferecidos aos associados. Conti-nuem assim !!!

ARQ. RICARDO

Prezados SenhoresRecebi o Boletim nº 45 do Instituto dos

Arquitetos do Brasil enviado por V. Sas.Agradeço a deferência da remessa e esperoque a Prefeitura de São Paulo e o IAB/SPpossam continuar caminhando juntos na

busca por soluções para a questão urbanís-tica da cidade.

AtenciosamenteHÉLIO BICUDO

Paulo Sophia Agradeço recebimento Boletim Informa-

tivo 45. Limpo, livre, com informações signi-ficativas e depoimentos valorizados pela pa-lavra do Mário Botta, com a colocação preci-sa do território do trabalho do arquiteto: amemória, a história e, claro, outras áreas maisque complementam a função profissional,que é feita de experiência e equilíbrio nesseprecário trapézio social e econômico. A pu-blicação estabelece reencontros. Há quantotempo não via o José Carlos de Lima Bueno,o homem que carrega a memória de São Josédo Rio Preto na cabeça e nos gestos.

NILDO CARLOS OLIVEIRA

Registro

Atenção: confira os projetos premiadosdo concurso Opera Prima no Boletim 47

Cidadão de Suzano27 de agosto: o arq. José L. Tabith, do Con-selho Superior do IAB (2000/20001), foi ho-menageado pela Câmara de Suzano, SP, como título de cidadão de Suzano.O projeto delei, de autoria do vereador Mamede ZacariasRodrigues, justifica “serviços prestados à ci-dade”. Tabith, Eduardo Bianchini e FaustoTornirei, integrantes do ex-grupo Itapeti, fo-ram, autores do projeto do Centro Cívico deSuzano, com consultoria de Irineu Idoeta. Aobra foi concluída depois de mais anos para-lisada. Confira detalhes no BO 47.

AgendaMCB promove curso sobre omóvel brasileiro do século XXO Museu da Casa Brasileira realiza de 1 a 22de outubro um curso sobre o “Mobiliário bra-sileiro do século XX”, quando serão apresen-tados quatro momentos do móvel no país.Informações:

[email protected] 11 3032-2564

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out/dez • 2004

O ANO DE 2004 ESTÁ CHEGANDO AO FIM. É OPORTUNA, PORTANTO, UMARÁPIDA E SÉRIA AVALIAÇÃO DO QUE FOI ESTE ANO PARA OS ARQUITETOS ENOSSO INSTITUTO, EM ESPECIAL PARA O NOSSO DEPARTAMENTO. A AVALIAÇÃONESTE MOMENTO PROPICIA REMEMORAR PRINCÍPIOS FIRMADOS PELA DIREÇÃOESTADUAL QUANDO INICIOU A GESTÃO. PROPICIA AVALIAR AS DEFICIÊNCIAS

E TAMBÉM ACORREÇÃO DERUMO

Instituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SPInstituto de Arquitetos do Brasil • IAB/SP

PAULO SOPHIA presidente do IAB/SP

boletimi n f o r m a t i v o

Avaliar e persistirUm ano com grandes resultados econômicos para a exportação,mas com resultado pífio para o mercado interno e para nossa áreade projeto. Os jornais e revistas registram: a classe média diminuiu,o que reforça a conclusão de que o modelo concentrador deriquezas impera, apesar da “ideologia” federal.

Nossos arquitetos enfrentam dificuldade para obter no mer-cado encomendas significativas e contratos dignos; a concorrên-cia desleal é a regra.

Nas licitações públicas, baseadas na lei 8666, a situação é pior:alguns órgãos chegam a declarar que o projeto arquitetôniconão é trabalho intelectual ! ! ! Entretanto esses mesmos órgãospúblicos impõem aos arquitetos, prestadores de serviço, queabram mão dos direitos autorais de seus trabalhos.

Mesmo frente a todas essas dificuldades, a atual Diretoria doIAB desenvolve um grande número de atividades, sempre comobjetivo maior de divulgar a profissão e valorizar a arquiteturacomo expressão cultural. Entre as atividades, ressaltamos:• O trabalho pela aprovação de nosso conselho profissional pró-

prio, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeuo parecer favorável do senador Eduardo Azeredo, do qualreproduzimos o comentário: “...o que se pretende é organizara profissão (arquitetura) em torno de seu próprio ambiente deatuação, sob a égide da modernização normativa quanto aosprocedimentos que diferem o trabalho do arquiteto e do urba-nista em relação àqueles a que hoje se ligam por meio de seuconselho singular (o CREA). Não há reparos a fazer, portanto,em relação ao mérito da iniciativa...”.

• Ampliamos o Boletim como veículo de comunicação e registrodas atividades de nosso Instituto. Aumentamos o número depáginas, a tiragem, as cores.

• O nosso portal na internet, ferramenta contemporânea eeficiente na comunicação diária com nosso associado, já estáagregado às rotinas diárias daqueles que buscam informa-ções e novidades de nossa profissão.

• Abrimos o leque de empresas patrocinadoras dos nossos eventos• Visitamos vários núcleos de nosso Estado e apoiamos finan-

ceiramente a presença de importantes arquitetos para ciclosde palestras e encontros em vários Núcleos.

• Garantimos e respaldamos as ações de importantes colegasque representam o nosso Departamento em órgãos públi-cos e privados.

• Garantimos a presença de arquitetos estrangeiros convida-dos, para palestras no IAB.

• Apoiamos o prêmio Jovens Arquitetos, o premio Cauê, oprêmio de pré-fabricados, o concurso BairroNovo, o con-curso HabitaSampa.

• A exposição de comemoração dos 90 anos do nascimento daarquiteta Lina Bo, montada no IAB pelo Instituto Lina Bo ePietro Maria Bardi,

• O debate sobre o Rodoanel no IAB,• O seminário sobre calçadas.• O debate sobre as eleições municipais,que mobilizaram todos os

municípios, quando o IAB de São Paulo também discutiu as váriascandidaturas na sede do Departamento e nos vários Núcleos.

• A restauração do Painel do artista Antonio Bandeira no hallde nosso edifício- sede.

• No Departamento e, em cada Núcleo, analisamos ações equestões relacionadas à gestão e políticas públicas pertinentes,como planos diretores, códigos de obras, zoneamentos, meioambiente, patrimônio histórico.

• A presença de nossos diretores nas reuniões do ConselhoSuperior do IAB ( 119º e 120º COSU), inclusive com a signi-ficativa eleição da vice-presidência nacional para o nosso De-partamento na gestão 2004/2005.

O ano chega ao fim, mas o trabalho não. Para o IAB/SPeste é apenas o começo. Vale lembrar que, apesar das difi-culdades profissionais e econômicas que atualmente todosenfrentamos, o desempenho e o vigor da entidade dependemdo envolvimento de seus associados em:Pagar sua contribuição associativa,Participar das atividades do institutoe Exigir resultados de sua diretoria.

Anote! Dia 9 de dezembro,solenidade de Premiação

IAB´2004, no MASP, às 19h30Informe-se: 11 3259-6866

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2 BO 47 • out/dez\ 2004

Atenção: o código da entidadea ser preenchido no formulárioda Art é 064. Não se esqueçade preenchê-lo para que os 10%do valor da taxa sejamrepassados ao IAB

A R TPresidente: Paulo SophiaEdição: José Wolf

Este boletim é uma publicação oficial do IABInstituto de Arquitetos do Brasil • São Paulo

R Bento Freitas, 306 • 01220-000 • SP • Fone 11 3259.6866 • Fax 11 3259.6597E-mail: [email protected] • http://www.iabsp.org.br

Coordenação editorial: Lilian Dal PianArte: Beto Ferreira Jr

Depoimentos

IAB forte Continuamos a série de depoimentos de membrosda atual Diretoria, dos núcleos do interior e de associados

Integração, posicionamento, comprometimento e reflexão, essas são palavras essenciais em qual-quer entidade que tenha a importância histórica do IAB. Porém, essas palavras têm sido o norte daatual gestão do IAB-SP, gestão que vem rompendo barreiras entre Capital e Interior e assim promo-vendo a integração necessária entre Departamento e Núcleos, posicionamento político e cultural,levando o trabalho e a ótica dos arquitetos para os demais colegas e para a sociedade, mostrando ovalor cultural de nossa arquitetura, criando assim, um vínculo ideológico entre os presidentes denúcleos, e esse vínculo nos dá o comprometimento necessário para que possamos promover aunião, união de ideais e de princípios, que nos trazem à reflexão, ao debate arquitetônico e dacriação de nosso Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Esse conjunto de palavras citado inicial-mente deixa o campo das idéias e passa ao campo das ações concretas, que farão de nosso IAB, um

IAB FORTE, dando à arquitetura a força necessária que ela necessita, para que as palavras de nosso presidente nacional setornem realidade o mais breve possível, e tenhamos o direito a uma arquitetura digna do povo brasileiro

Maurício Rezende presidente do IAB/Núcleo Marília

Cumprimento o Paulo Sophia e sua equipe pela vivacidade, abrangência e qualidade do Boletim doIAB, o que reflete o empenho e dedicação de toda a Diretoria. Vocês colocam o IAB quase diaria-mente em nossa tela, tornando o Instituto um parâmetro obrigatório em nosso cotidiano profissi-onal. Aproveito então, para sugerir que se crie um espaço permanente (repetido em todas as edi-ções do boletim para facilitar nossa memória e trabalho de busca), em local de muita evidência,dividido em três partes: IAB/SP; IAB/DN; UIA, contendo o calendário anual de concursos, exposi-ções, Bienais Internacionais, datas de inscrição e programações que possam despertar o interesse eestimular a participação de um maior número de arquitetos, nele acrescentando as coisas que vãosurgindo ao longo do ano, evitando assim, ler notícias sobre fatos consumados que poderiam tersido abertos à uma maior participação dos arquitetos. Sugiro ainda que abram um espaço especial

exclusivo para o noticiário da DN. A publicação de assuntos como Legislação Profissional, debates nacionais ocorridos emoutros Departamentos e mais os informativos sobre a movimentação dos colegas da Direção Nacional, não só nos deixaligados como ajuda a DN a manter a saudável integração entre os Departamentos

Renato Nunes Conselho Superior

Dentre as várias representações que nossos colegas desempenha-ram neste ano destacamos a da arquiteta Violêta SaldanhaKubrusly e a do arquiteto João Honório de Mello Filho.

A arquiteta Viôleta, junto ao CONSEMA, órgão responsávelpela implantação do RodoAnel na Metrópole Paulista (leiaentrevista na página 18), tema que suscitou duas importantesreuniões em nosso Instituto.

O arquiteto João Honório, representando o IAB, participoudo UIA Working Programme Educational and Cultural Spacesem Amsterdam e Eindhoven (Holanda), em outubro, conforme

prévia designação do COSU. No Seminário, o tema principal foi“School Plus. The new role of educational and cultural buildingsin a transformed city structure”.

Ressalto ainda a representação que o arquiteto Jon Andoni V.Maitrejean junto ao Condephaat, órgão responsável pelas po-líticas de preservação, no âmbito estadual. Que, à semelhança deoutros Conselhos de defesa do patrimônio histórico,arquitetônico e ambiental, não recebe a devida atenção por partede nossos governantes.

PAULO SOPHIA

Representações

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BO 47 • out/dez 2004 3

Carlos Carmelo de BenedettoEntrevista

Você se formou quando?CARMELO Em 1984 na FAU da Universida-de Católica de Santos, fundada nos anos 70e que, é uma das escolas mais antigas do Es-tado de São Paulo.

E por que a opção porArquitetura?CARMELO Quando adolescente, gostava muitode projetos de automóveis, desenhos de equi-pamentos, motores etc. Tinha a intenção defazer Engenharia Automobilística. Assim, aca-bei ingressando na Faculdade de Engenharia,porém os primeiros anos eram praticamentedirecionados às questões de cálculo e física, porisso decidi prestar Arquitetura.

E assim?CARMELO Nos primeiros meses, fiquei en-tusiasmado com as disciplinas de projetos,com o desenho, que tanto gostava. Assim,acabei me identificando com a Arquitetura.Antes, via os edifícios com uma característi-ca estática, visualmente falando, mesmo per-cebendo que as sombras “corriam” sobreeles. As máquinas têm movimento,dinamismo. Mas, descobri na Arquiteturauma outra dimensão, pois nos edifícios há,também, movimento e dinamismo, o movi-mento do ser humano, que interage noespaço. Tanto é que, Le Corbusier, naquelafamosa expressão, classificava as habitaçõesde “máquina de morar”...

Ao se formar, qual era operfil de um profissional deArquitetura?CARMELO Um perfil que foi mudando, comcerteza, se ajustando ao desenvolvimento decada trabalho e pesquisa, o que implica aprática. Mas, a meu ver, não existe um novoperfil do arquiteto, o arquiteto é um profis-sional que continua trabalhando com a or-ganização e otimização do espaço, dentro deum contexto. O que mudou foi a questão doefêmero, de uma produção mais ligada aomercado. Isto sem considerar a conjuntura

econômica que prejudica não só o arquiteto,mas a sociedade como um todo.

E o contexto político?CARMELO Quando me formei, o cenáriopolítico era o da abertura democrática, masno auge da crise econômica. Antes disso,havia a crise política, nefasta, mas haviacrescimento econômico. E, tudo isso refle-tiu e continua refletindo na arquitetura, naconstrução civil e no trabalho do arquiteto.

E hoje, o que você vê?CARMELO há um grande esforço no sentidode resgatar a participação política dos arqui-tetos. A Arquitetura, por sua vez, entrou noprocesso de globalização, representada mui-tas vezes com a imagem de um fragmento daobra. Na Europa ou na América, aqui em SãoPaulo ou em La Paz, a imagem do fragmentoda arquitetura passa a ser um modelo.Assistimos, enfim, à consolidação da fragmen-tação cultural que estamos vivendo.

Você é um dos vices-presidentes do IAB, o que é oIAB, na sua opinião?CARMELO Pelo Estatuto, sou o Tesoureiro doIAB/SP. Politicamente, se tem dado o status device-presidência ao cargo pela relevância dasquestões financeiras. O IAB é uma instituiçãomuito importante, que vai além da representa-ção de classe. Afinal, o IAB deve ser o fiel depo-sitário do conhecimento técnico, cultural epolítico dos arquitetos. além de representá-losperante a sociedade e o poder público..

Com base nas iniciativas daatual Diretoria, percebe-se quehá uma busca pelaprofissionalização do IAB...CARMELO Sim, uma instituição com 80 anosde história precisa ter uma atualizaçãoprofissional...mesmo que as atividades doInstituto estejam com bastante dinamismo,na realidade, existe uma condição cruel –ou você cresce ou você morre.

Então, qual seria o pontofrágil do IAB?CARMELO O de viver numa espécie de “Ca-verna de Platão”. O IAB precisa se expan-dir, se mostrar para a sociedade, ter maiorvisibilidade. Afinal, o trabalho do arquitetoé voltado para a sociedade, para a cidade...ouseja, precisamos repassar o nossoconhecimento, as nossas discussões paraoutros segmentos, também.

Desde a posse da atualDiretoria, no que o IABavançou?CARMELO Avançou muito, principalmente,na consolidação dos núcleos do interior.Avançou na luta pela aprovação do CAU –Conselho de Arquitetura e Urbanismo e,avançou, também, na questão daprofissionalização do Instituto...

Portanto, mesmo com aaprovação do CAU, o IABcontinua tendo sua função emissão específicas?CARMELO Sem dúvida. Uma coisa é a regu-lamentação da profissão, outra coisa é o Ins-tituto, que continua sustentando as inicia-tivas, como se fosse, utilizando-me de umametáfora astronômica, o ruído de fundo dobig boom no universo, sempre presente,entre as constelações da noite espacial..

E, qual o seu comentáriosobre a sua experiência na atualgestão do IAB?CARMELO Muito gratificante, encontrar-mecom colegas, conversar sobre as questões daarquitetura, discutir sobre a cidade, a me-trópole, a profissão, trocar experiências. oprincipal objeto do discurso do arquitetocontinua a ser a arquitetura e suas relaçõescom a cidade, com a metrópole, a ocupaçãodo território, a cultura etc. Essa deve ser atônica de nossas preocupações. Devemosromper com a “Caverna de Platão” dosarquitetos, ter uma presença mais visível eparticipativa na mídia, na sociedade e napolítica.

JOSÉ WOLF

Romper a caverna de PlatãoO vice-presidente financeiro do IAB/SP defende, nestaentrevista, a profissionalização da entidade e maiorvisibilidade participativa do Instituto

Devemos romper com a “Cavernade Platão” dos arquitetos, teruma presença mais visívele participativa na mídia, nasociedade e na política

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4 BO 47 • out/dez\ 2004

Debate

O auditório Kneese deMelo lotado, com jovensestudantes e profissionais

experientes, amigos do mestre“Artigas”, como Paulo Mendes daRocha, Miguel Pereira e PedroPaulo de Melo Saraiva. À mesa, ohistoriador José Tavares Lira, ao ladodos arquitetos Luís Recamán, pro-fessor da USP/São Carlos e FábioValentim, professor da Escola daCidade, fala sobre as matrizes eâncoras que orientaram a publica-ção, agora reeditada e ampliada, comnovos textos e documentos dos anos 80.

Muito além “de memórias pessoais de umitinerário verdadeiramente plural – pela arte,pela profissão, pela cultura, pela política e pelauniversidade – aqui se recolhem utopias, pro-jeções, modos de ver e de pensar”, ressalta JoséTavares Lira, em seu texto de apresentação.

A presença de tantos jovens no debateconfirma o interesse crescente que a obra eo pensamento de Artigas vêm despertando

Artigas Caminhos da arquiteturaCom um debate, na sede do IAB, foi lançada no dia 18 de outubro

a nova versão do livro “Caminhos da Arquitetura”, coordenado pelaarquiteta Rosa Artigas e o historiador José Tavares Lira

Rosa, você que conviveu comArtigas, qual a principalherança, a seu ver, que eledeixou para a arquiteturabrasileira?ROSA A principal, em primeiro lugar, foi a obraconstruída, que está na cidade ou no interior,para a gente ver e viver. Para um arquiteto,por mais que tenha uma postura teórica oupolítica, a obra realizada é sempre importante.E, no caso do Artigas, em particular, os espaçosde suas obras falam muito, expressam o queele pensava e desejava.

Falam o quê?ROSA Falam de democracia, de relaçõeshumanas, falam de liberdade, de técnica, denacionalidade. Falam, enfim, de um ideárioque faz parte da história da arquiteturabrasileira.

E esse ideário se perdeu?ROSA Acho que houve um intervalo, comnovos questionamentos, de procura de ou-

entre as novas gerações de arquitetos, nes-tes tempos da fragmentação, da globalizaçãoe da perplexidade.

Assim, sua obra se mantém viva, como ex-pressão de uma postura política solidária ecrítica diante do mundo, na busca de um dese-nho coletivo, transformador, e de um projetode país, conforme observou Luís Recamán.

Autor de projetos de escolas, residências,estações rodoviárias, Artigas construiu uma

linguagem arquitetônica própria,enriquecida pela pesquisa e expe-rimentações tecnológicas e estru-turais do concreto armado, que seevidenciam particularmente nosprojetos de escolas, segundo ob-servou Fábio Valentim. O grandeexemplo desse processo de pesqui-sa é, com certeza, o prédio da FAU(1961), onde Artigas privilegia osespaços coletivos e as circulações,através de rampas e uma amplapraça de convívio.

Com seus direitos cassados peloAI-5, ele voltou a lecionar, no final de 1979.Em 1984, aos 69 anos de idade, submete-sea um concurso para retomar o lugar de pro-fessor-titular na FAU. O material desseepisódio também está registrado no livro, sobo título “A função social do arquiteto”.

Artigas morreu em janeiro de 1985. Al-guns dias depois, recebe da UIA o prêmio(post-mortem) por sua contribuição à ar-quitetura.

Rosa ArtigasEntrevista

tros caminhos, por circunstâncias históricas,mas o essencial continua presente nopensamento e nos projetos das pessoas quecontinuam acreditando que possa haver umpaís com futuro mais feliz.

O que você destaca emArtigas como ser humano?ROSA Para mim, é dificil traduzir isso, afi-nal sou filha dele. Então, há uma mistura deafeto e de admiração profissional, ao mesmotempo.

Na famosa palestra sobre oDesenho, na FAU, em 67,Artigas perguntava aos jovens,”que catedrais tendes nopensamento?” Que catedrais,em sua opinião, a nova geraçãotem?ROSA Não saberia explicar como um todo.Mas, estou dando aulas de História da Ar-quitetura na Escola da Cidade, para mais de50 alunos, e sinto que há a perspectiva de se

construir e formar novos arquitetos quesejam cidadãos, no sentido mais profundoda palavra, que sejam transformadores.

E como você explica esseinteresse dos jovens pela obrado Artigas?ROSA Afinal, ele continua sendo uma refe-rência importante na construção do pensa-mento da arquitetura brasileira, do debate,principalmente na busca do projeto e dodesenho de um novo Brasil...

JOSÉ WOLF

Catedrais da transformação

Caminhos – à mesa (a partir da esquerda) Luís Recamán,José Tavares Lira e Fábio Valentim

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Homenagem

Doze anos de ausência.Mas a lição sobreviveCom este artigo de Haifa Y. Sabbag, ex-editora da revista AU,o Boletim celebra os 90 anos de nascimento de Lina Bo Bardi(5/12/1914), consagrada como um dos expoentes daarquitetura moderna brasileira, que é homenageadacom uma exposição especial de seus trabalhos nasede do IAB/SP de 29 de outubro a 6 de dezembro

Lina Bo Bardi

Não vou falar das obras de Lina. Suasobras estão aí, marcando a cidadecomo ícones. Conheci a arquiteta

pessoalmente em 1984, no precário escri-tório montado no canteiro de obras do SescPompéia. Foi a primeira de várias conver-sas sobre seu trabalho, sua vidaprofissional; conversas sem-pre surpreendentes pela fran-queza com que abordava os te-mas. Apaixonada pela Bahia,centro de seu trabalho por lon-go período e, segundo confes-sou, onde projetou seu traba-lho mais importante – opolígono das secas –, interrom-pido em 64. Tratava-se de pro-posta de erradicação do anal-fabetismo, um grande movi-mento pela “libertação dopaís”, compartilhado com ogrande educador AnísioTeixeira, com Celso Furtado,Paulo Freire e outros. Nessacidade, viveu os momentosmais ricos de sua vida; tomouparte da criação do CinemaNovo com Glauber Rocha;vivenciou o teatro popular;confraternizou com os estu-dantes da UNE-Volante. Anosdepois, do Renascimento Cul-tural Baiano junto com Gil,Caetano Veloso, escritores epoetas populares e com o ar-quiteto João Filgueiras Lima.“Salvador está visceralmenteligada à história do Brasil”, di-zia, - e à sua própria história,se concluí.

Sobre a arquitetura brasi-leira, era enfática quando afir-

mava que não houve nada de significativodepois de 64; “o mais importante aconte-ceu antes do anos 50”.

Lina fez poucas mas definitivas criações.Foi autora de pequenas construções egrandes restaurações como o conjunto

arquitetônico do Unhão, do projeto parao Pelourinho, da Casa do Benin, todos emSalvador; o Palácio das Indústrias, em SãoPaulo, Teatro Politeama, em Jundiaí. Pro-jetou a pequena igreja do Espírito Santodo Cerrado, em Uberlândia, MG; a Cape-

la de Ibiúna, para os padresfranciscanos, SP; o Centrode convivência emCananéia, SP e o teatro Ofi-cina, em São Paulo, obrasque amava muito. Nas recu-perações, procurava interviro menos possível, utilizandométodos de sistema de res-tauro cientifico: “o uso énovo; se houver necessida-de de elementos novos, elesserão usados”. Em 1992, foihomenageada no XIII Con-gresso Brasileiro de Arqui-tetos como um dos papas daarquitetura brasileira”!

Ao longo de quase meioséculo de atividades ligadasà arquitetura e à arte noBrasil.

Brasileira como poucos -ela nos ensinou a valorizara cultura popular. A roma-na Lina Bo Bardi foi edi-tora de revista, desenhoujóias, figurinos, cenários,móveis, escreveu textos,compartilhou a pranchetacom seus colaboradores.Como disse José CelsoMatinez Correa, Lina ar-rancava tudo para fazer avida acontecer.

HAIFA Y. SABBAG

Sesc Pompéia, São Paulo, 1977

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O Instituto de Arquitetos doBrasil – Departamento deSão Paulo, os Núcleos das cidades de

Americana, Campinas, Limeira, Marilia,Piracicaba, São Carlos e Sumaré, reunidos noprimeiro Encontro Estadual de Diretoria dosNúcleos do IAB/SP – gestão 2004/2005, nacidade de Americana, no dia 11 de setembrode 2004, vêm através desta manifestarpublicamente o que se segue:• Que juntos, o Departamento e Núcleos deSão Paulo empreenderão todos os esforçospara a defesa, divulgação e consecuçãofinal do nosso conselho profissional próprio,o Conselho de Arquitetura e Urbanismo.• Que juntos, o Departamento e Núcleosde São Paulo empreenderão todos os es-forços para a defesa e divulgação da ar-quitetura como forma inequívoca eindissociável da cultura nacional.• Que juntos, o Departamento e Núcleos deSão Paulo empreenderão todos os esforçospara a consolidação e fortalecimento doIAB, seu Departamento e seus Núcleos,como entidade independente, apartidária e

Núcleos

A carta de AmericanaDo encontro dos Núcleos, em Americana, no interior paulista, no dia 11 desetembro, resultou a “Carta de Americana”, que registramos. Confira:

representativa dos arquitetos. Que buscarãosua independência financeira, crescimentoassociativo e presença pública coordenada.• Que empreenderão todos os esforços no sen-tido da regularização da situação dos Núcleosperante o estatuto vigente.• Que juntos, o Departamento e Núcleos deSão Paulo empreenderão todos os esforçospara a implementação de políticas públi-cas adequadas, para o patrimônio, para omeio ambiente, para a habitação, para oplanejamento urbano, sempre no interes-se da cidade e de seus cidadãos.• Que o Departamento e Núcleos de SãoPaulo implantam o Conselho Estadual

Consultivo, conforme previsto no estatutoda Direção Nacional do IAB, art. 3º, parágra-fos 4º e 5º, e que irão dar início à redação deuma norma de funcionamento deste conse-lho que será posteriormente incorporada aoestatuto do Departamento.Esta Carta de Americana é subscrita abaixo,pelos presidentes de Núcleo e do Departa-mento presentes no encontro:

VICTOR CHINAGLIA,Núcleo de Americana

MARCELO HOBEIKA,Núcleo de Campinas

ALEX MARQUES ROSA,Núcleo de Limeira

MAURICIO SANTANA REZENDE,Núcleo de Marília

FRANCISCO FERRAZ JUNIORNúcleo de Piracicaba

ELIZABETE BOTTAMEDINúcleo de São Carlos

FERNANDO RODRIGUES NETONúcleo de Sumaré

PAULO SOPHIADepartamento de São Paulo

11 de setembro de 2004

São 84 páginas ilustradas com a exce-lência das fotos de Nelson Kon e dostextos de Miguel Pereira, Júlio

Katinsky e Nabil Bonduki, autor do de-creto legislativo municipal de concessão dotítulo de “cidadão paulistano” a Niemeyer.

Com certeza, um livro pontual, mas quevale como documento, além de um gesto dereconhecimento ao arquiteto que projetou

LançamentoOscar Niemeyer emSão Paulo

alguns dos mais importantes conjuntosarquitetônicos da cidade, como o Parque doIbirapuera, a galeria Califórnia, o edifícioCopan e o Memorial da América Latina.Conforme observa Miguel Pereira, em seutexto: ”Oscar não precisa de elogios, e sim deentendimento, de reeleitura, de reavaliação ,em busca de novas etapas para a arquiteturabrasileira, no limiar do terceiro milênio”. Os

Com apoio do Instituto TomieOhtake, do IAB, da Fau/USP

e patrocínio da ABCP, a publicação registra asprincipais obras de Oscar Niemeyer, em São Paulo

capítulos: “Oscar Niemeyer e a cidade de SãoPaulo”, de Júlio Katinsky, “Oscar Niemeyer eos portais da vida”, de Miguel Pereira e “Os-car Niemeyer, cidadão de São Paulo, cidadãodo mundo”, de Nabil Bonduki.Informações: (11) 6844 1900

[email protected]

Notas• O Núcleo de Marília promoveu em outubro um ciclo de palestras sobre“Arquitetura Brasileira Contemporânea”. Veja na próxima edição.• Gilberto Belleza vice-presidente do IAB Nacional foi indicado personalidadedo ano no prêmio Sinaenco 2004. Leia matéria na próxima edição.Registro: O IAB/SP completou 61 anos de fundação no dia 6 de novembro

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Tabith, como você recebeuesse gesto de reconhecimentotraduzido pelo decretolegislativo do vereador MamedeZacarias, aprovado porunânimidade pela Câmara deSuzano?TABITH Para mim, foi surpreendente essereconhecimento, em relação a um projeto,que apresenta uma trajetória extensa e, aomesmo tempo, um projeto com uma postu-ra erudita e radical em relação à cidade deSuzano. A gente propunha, dentro de umaatitude de juventude, que o edifícioassumisse a função de criar espaços demo-cráticos para a cidade: uma praça cívica,aberta, pública.

Dessa atitude, resultou o quê?TABITH Depois de quase 20 anos, o proje-to se implantou e se concluiu. Hoje, é vis-

Reconhecimentoao arquiteto

José Luiz TabithEntrevista

to como um ícone, pelos cidadãos da cidade,inclusive, por pessoas que nada entendemde arquitetura.Atualmente, todo esse complexo é utilizadoplenamente tanto pela Prefeitura, pela Câ-mara, quanto pela população, inclusive, paraeventos culturais. O que era apenas um con-ceito, hoje é uma realidade. Então, quando otelefone tocou, e eles me convidaram paraessa homenagem, percebi que muitas propos-tas que parecem míticas, na verdade, sãoimportantes no universo dos arquitetos.

Ou seja...TABITH Que a arquitetura cumpre um pa-pel fundamental, seja no campo ético, cul-tural, seja no campo do conhecimento,numa dimensão plural, que vai além dopapel de se resolver problemas objetivos eespecíficos de um projeto. Assim, me sentiextremamente honrado, com o gesto da ci-

dade, que mostra a importância da funçãoprofissional e social do arquiteto na quali-ficação do espaço urbano, na construçãode valores éticos ou significados culturais,que ainda constitui uma dimensão extrema-mente forte na arquitetura .Cada um devedesenvolver seu próprio olhar sobre omundo e a realidade contemporâneas. Des-se olhar, vai surgir, a forma de se materia-lizar nosso trabalho e nossa individualida-de.Porém, num mundo tão complexo em quevivemos, as questões básicas estão semprepresentes: o homem, a cidade, o meio ambi-ente, as liberdades individuais. E a forma deinterpretá-las deve ser plural. Não é possívelmais uma direção única. Vivemos, enfim, ummomento rico de pluralismo .

Em sua trajetória, você temsido, também, um militante edefensor do IAB...TABITH Sim, participando ou não da Dire-toria, temos que estar sempre próximos doIAB, dando todo o apoio, atentos ao traba-lho que o IAB vem desempenhando. Sem aparticipação do IAB, nossa trajetória pro-fissional, com certeza, fica extremamentemais difícil e vulnerável.

JOSÉ WOLF

Sem a participação do IAB,nossa trajetória profissional,

com certeza, ficaextremamente mais difícil

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A grande praça – Maquete original doprojeto do Centro Cívico de Suzano, SP,de autoria de José Luiz Tabith, Carlos

Eduardo Bianchini, Fausto Tornerie do consultor Irineu Idoeta

O arquiteto José LuizTabith, membro do

Conselho Superior do IAB (gestão 2000-01), professorda Mackenzie e um dos autores do projeto do CentroCívico de Suzano, SP, foi homenageado no dia 27 deagosto com o título de cidadão de Suzano, SP

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Entrevista

Prêmio

Opera Prima viva!Com parceria do IAB, da revista Projeto/Design e da Joy Eventosfoi realizado o concurso Opera Prima‘2004. Direcionado aos formandosde 2003, o concurso, que incluiu uma categoria especial, recebeu 423

trabalhos inscritos, abrangendo 86 cursos de Arquitetura do país. Dessetotal, cinco trabalhos foram premiados e 20 receberam menção honrosa.

Na categoria especial Projetando com PVC, houve um trabalho premiado,duas menções e um destaque. Segundo Roberto Simões, vice-presidente

da Braskem S.A. (revista Projeto 295), a participação da empresa,que patrocinou o concurso, tem como propósito apoiar os novostalentos e incentivar, através da premiação especial, a busca desoluções inovadoras em PVC. Confira:

VISTA DESIGNPROJETO DESIGN 295

Esta premiação que está perto de alcançar duas décadasde realização, é hoje uma referência para formandos dearquitetura e urbanismo, para professores e escolas

Demetre Anastassakis presidente do IAB/DN

Premiado Casa da Palavra/novasede do Instituto Estadual do Livro,Porto Alegre, RSAutor: Pedro EngelOrientador: Benamy TurkienczEscola: Universidade Federal do Rio GrandeSul, Porto Alegre, RS

Segundo a CJ: solução adequada à finalidade proposta eescolha feliz do lote, localizado no centro de Porto Alegre, sãoalguns dos méritos do trabalho.

CJ: Ari Rocha (RN), Elisabete França (SP), Haroldo Pinheiro (DF), José Albano Volkmer (RS) e Sônia Le Cocq (RJ).

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Premiado Museu de Fotografia. RSAutor: Nina Carla SegatttoOrientador: Ronaldo de Azambuja StröerEscola: Universidade do Vale do Rio dosSinos, São Leopoldo, RS

Segundo a CJ: um edifício solto, livre de ornamentos, implan-tado com extrema propriedade em lote limítrofe à paisagem de umapraça constituem os principais atributos do trabalho.

Segundo a CJ: este trabalho brasileiro em Estocolmo se destacapelo requinte de uma construção sem supérfluos, pela criação deespaços bem proporcionais, integrados com a paisagem local.

Premiado Galeria de ArteContemporânea de Estocolmo,Suécia: expor, refletir, compartilharAutor: Lucas F. MartinsOrientador: Flávio de Oliveira FerreiraEscola: Universidade Federal doRio de Janeiro, RJ

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MENÇÕESHONROSAS

Segundo a CJ: o projeto reforça a vocação cultural ede lazer da região de Belo Horizonte, onde propõe implan-tar a fundação deste grande artista brasileiro, e destaca-sepela sintonia entre as condicionantes físicas e morfológicaslocais e os volumes estreitos e compridos criados para aedificação.

Premiado Fundação Amílcar de Castro-FAC,Belo Horizonte, MGAutor: Leonardo Piccinini ColucciOrientadora: Maria Lúcia MalardEscola: Universidade Federal de Minas Gerais, BH

Segundo a CJ: inserido no cenário de um dos mais desorganizados terminais de transpor-tes de São Paulo, o projeto parte da recomposição e ordenação dos eixos viários a fim de criarum grande átrio integrador destinado a atividades coletivas

Premiado Requalificação urbana do Largo13 de maio, São PauloAutora: Fernanda K. SpinicciOrientador: Pedro Nosralla Jr.Escola: Universidade Mackenzie, SP

Largo São Francisco e a praça do OuvidorPacheco e Silva, São PauloAutora: Carolina Pons Esparó/UniversidadeMackenzie, SP

Estudo de requalificação do Bexiga, São PauloAutora: Soráya Tieko de Rojas/Universidade SãoJudas, SP

Diretrizes para requalificação do Pátio doTerço, Recife, PEAutora: Ingrid de França Mittelbach/Faculdadede Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco

MultiplicidadeAutor: Diogo Rocha Nunes/Universidade Federaldo Rio de Janeiro

Núcleo Base de Monitoramento e Pesquisados AreaisAutor: Gustavo Conte Moojen/Centro Universi-tário Ritter dos Reis, Porto Alegre, RS

Centro de Referência Ambiental Lobo-GuaráAutora: Mara Oliveira Eskinazi/UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul

Telecentro Apipucos: socializando ainformaçãoAutor: Pedro Paes Lira/Universidade Federal dePernambuco

Parque Tecnológico - Escola de Estilismoe Moda da UFMGAutor: Tiago de Assis Márquez/UniversidadeFederal de Minas Gerais

Centro Cultural Artes e Ofícios (CCAO)Autora: Márcia Barroso Kümmel/UniversidadeFederal de Santa Maria, RS

Museu de Arte Contemporânea deFortalezaAutor: Daniel Gomes Nobre/UniversidadeFederal do Ceará

Centro Cultural da LapaAutor: João Marcos Torres/Universidade SantaÚrsula, RJ

Embaixada brasileira em BernaAutora: Prisca Odermatt/Universidade Brasília

Casa da Memória, Juiz de Fora, MGAutor: Sandro Cherem Fassheber/UniversidadeFederal de Juiz de Fora, MG

Escola Náutica: Intervenção na Orla doLago ParanoáAutora: Izabel Torres Cordeiro/UniversidadeBrasília

Estratégia Urbana: centralidade, tecidourbano e redesenho habitacional em ViçosaAutor: Bruno Reis Alcântara/UniversidadeFederal de Viçosa, MG

Bhering: Fábrica de Morar e FazerAutora: Márcia Oliveira da Veiga Lima/Universidade Santa Úrsula, RJ

Centro Profissionalizante: Núcleo deFormação no BrásAutora: Cristiane Fraga Vasquez/UniversidadeMackenzie, SP

Espaço de Ocupação ColetivaAutor: Giancarlo Gasparotto/Centro Universitá-rio Ritter dos Reis, RS

Prêmio

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Segundo a CJ: elementos tradicionais da arquiteturamodernista brasileira, os caixilhos de cobogós deram lugarao uso criativo e inovador do PVC em áreas de serviço numprojeto de edificação habitacional

Premiado Escola de BolsoAutor: Rafael PinhoOrientadora: Maria Lúcia MalardEscola: Universidade Federal de MinasGerais, Belo Horizonte

Segundo a CJ: o projeto alia alta qualidade de concepção arquitetônicae diversificação do uso do PVC, material indicado para obras transitórias eemergenciais pela precisão e facilidade de montagem e desmontagem,assimcomo por aspectos de assepsia e higiene.

Destaque Habitação como suporte derequalificação urbana na área da LuzAutora: Flávia Carolina DotteOrientador: Gilberto BellezaEscola: Universidade Mackenzie, São Paulo

Menções HonrosasMuseu da Imagem e SomAutora: Sofia Mohr/Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Complexo Aquático/Jogos Pan-AmericanosAutor: Guilherme C. Amadeu/Fundação Armando Álvares Penteado, SP

CJ: Edison Musa e Luciano Nunes

PROJETANDO COM PVC

Imagens Fornecidas pela Arco Editorial

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CAU

D urante o processo de tramitação, opresidente do IAB/SP, Paulo Sophia,o vice-presidente do IAB nacional,

Gilberto Belleza, além de João Honório deMello Filho, do Conselho Superior, envia-ram cartas (via e-mail) aos senadores que in-tegram a Comissão de Assuntos Sociais doSenado Federal, em defesa e apoio aoprojeto de lei (PL 347/2003), que cria oConselho de Arquitetura e Urbanismo.Confira, a seguir, a síntese das mensa-gens, cuja íntegra está no site IAB.

Excelentíssimossrs. Senadores

Como cidadão, ar-quiteto e Presidente daSeção Paulista do Ins-tituto de Arquitetos doBrasil, venho a VossaExcelência declarar omeu apoio incondicio-nal aos termos do Pro-

jeto de Lei 347/2003, que Regulamenta aArquitetura e Urbanismo no Brasil e cria oConselho de Arquitetura e Urbanismo, deautoria do Presidente do Senado Federal,José Sarney e que está em discussão na Co-missão de Assuntos Sociais do Senado Fe-deral, tendo recebido o parecer favorável dorelator, o senador Eduardo Azeredo...

Saliento que este projeto de lei represen-ta em seus artigos o sonho dos arquitetos eurbanistas brasileiros, de abandonar o ana-crônico sistema autárquico do CONFEA,Conselho Federal de Engenharia, Arquite-tura e Agronomia e com essa iniciativa, o Se-nado Federal poderá fazer uma reparaçãopública ao importante trabalho dos arquite-tos e urbanistas.

A importância e o significado da Arquite-tura e do Urbanismo Nacional com asincontáveis obras que são referências histó-ricas e têm o reconhecimento públiconacional e internacional terão agora tambéma oportunidade de receber o reconhecimen-to do Senado Federal com a aprovação desseimportante PL.

Confio na atenção que os senadores des-sa comissão darão ao oportuno Projeto deLei 347/2003 e a sua aprovação.

PAULO SOPHIA,presidente do IAB

Departamento de São Paulo

Como arquiteto militante e professor uni-versitário, gostaria de pedir seu apoio ao pro-

jeto de Lei 347/2003que trata da criação deum Conselho Profissi-onal próprio para os ar-quitetos. Atuamos, jun-to com os engenheiros,pela criação do sistemaCREA/CONFEA, em1933, durante o gover-no do presidente Getu-

lio Vargas. Desde então, passados poucosanos, essa estrutura de controle profissio-nal se desvirtuou por completo, alcançandohoje em dia o controle de centenas de ativi-dades profissionais que passam por arquite-tos, engenheiros civis, engenheiros elétricos,navais, de alimentos, de metalurgia,geógrafos, geólogos, meteorologistas, e téc-nicos de segundo grau, inviabilizando qual-quer controle, em prol da sociedade, visto adimensão e a burocracia alcançadas, além dagrande diversidade de atividadescongregadas, que tornam impossíveis qual-quer discussão especifica...

A audiência pública ocorrida na Comis-são de Assuntos Sociais contribuiu para es-clarecer a importância e o total apoio queesse conselho congrega dentro da categoriados arquitetos.

Por isso, mais uma vez gostaria de pedirseu apoio a aprovação desse importanteProjeto de Lei, que culminará com a con-quista de uma luta dos arquitetos por maisde 50 anos, alinhando nossa profissão, àpratica profissional que ocorre em quasetotalidade dos paises do mundo.

GILBERTO BELLEZA,vice-presidente nacional do

Instituto de Arquitetos do Brasil

Como cidadão e arquiteto, volto a decla-

rar o meu apoio aos ter-mos do Projeto de Lei347/2003, que Regula-menta a Arquitetura eUrbanismo no Brasil ecria o Conselho de Ar-quitetura e Urbanismo,de autoria do Presiden-te do Senado FederalJosé Sarney. Ele já está

em discussão final na Comissão de AssuntosSociais.

Vossa Excelência, como relator, apresen-tou recentemente Parecer Favorável.

Com essa iniciativa, o Senado da Repú-blica louvou a importância, o significado e aprojeção da Arquitetura e do Urbanismobrasileiros, há muitos anos mundialmentereconhecidos pelo seu notável brilho, espí-rito inovador e indiscutível qualidade.

Assim, confiando que a tramitação desseoportuno PL 347/2003 se desenvolva den-tro das melhores expectativas, resta-me res-saltar que ele representa um antigo sonhodos arquitetos e urbanistas brasileiros, queconsiste em abandonar o anacrônico siste-ma autárquico do CONFEA, Conselho Fe-deral de Engenharia, Arquitetura e Agrono-mia, criado no remoto ano de 1933....,hojeuma estrutura burocrática inconveniente eirremediável, única, indevida e obstinada-mente centrada na cobrança de anualidades,emolumentos e taxas que acabam semdestino útil aparente.

Nesse momento, é sempre indispensávellembrar que, por força da lei que o instituiuaquele triste sistema, os arquitetos eurbanistas têm sido constrangidos a perma-necer a ele vinculados, sobretudo sob o ar-gumento enganoso de que as nossas profis-sões devem integrar uma certa "áreatecnológica", que reúne mais sete grupos deengenharias, em modalidades muitodiversificadas, incluindo cerca de 200 (du-zentas) habilitações diferentes...

É desse modo que foi constituído o únicoconselho multiprofissional hoje existente emnosso país. Diante do mundo moderno, eleassim performa um gigantesco, pesado, con-fuso e ultrapassado aparato burocrático-ad-ministrativo. É curioso considerar que osconselheiros federais formados em uma de-terminada profissão, devem opinar, decidire votar sobre o desempenho de outras pro-fissões e atividades profissionais cuja voca-ção, formação e problemas específicos nãosão obrigados a conhecer (Arquitetura e Ur-

Na reta finalO CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo na reta final, em Brasília. Comparecer favorável do senador Eduardo Azeredo, relator do projeto, o PLS 347/2003 foi aprovado pelo Senado (veja na página ao lado)

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banismo, por exemplo). E vice-versa. Essaprática é uma das que presidem uma per-manente absurdidade, gerando seguidosconflitos, notoriamente desnecessários, poistodos querem se respeitar mutuamente.

Eis que a existência de conselhos profis-sionais distintos não impediria a colabora-ção sempre esperada entre as diversas pro-fissões da "área tecnológica", fato apontadoexemplarmente por outra área de grandecomplexidade ética, cientifica e técnica. Defato, contrastando com o nosso caso da "áreatecnológica", uma argumentação análogajamais foi invocada no Congresso Nacionalpara as profissões da "área da saúde".Conforme recentemente me informou oFórum dos Conselhos Federais da Área deSaúde (Tel.:(61)3464506), ela está bem re-presentada pelos 14 (quatorze) conselhos fe-derais que a integram: Medicina, Enferma-gem, Odontologia, Nutrição, Farmácia,Psicologia, Fonoaudiologia, Educação Físi-ca, Biomedicina, Biologia, Radiologia,Psicologia, Serviço Social, Fisioterapia.

Portanto, acho que usando melhor a luci-dez sempre oferecida pelo mero sensocomum, trata-se de reconhecer que as rele-vantes implicações humanísticas, culturais, es-téticas e artísticas que distingüem aArquitetura e o Urbanismo (a par da nossatecnologia nacional), diferentemente dasdemais importantes profissões da "áreatecnológica" que citei acima, exigem umasolução singular, mais apropriada para aregulamentação do seu exercício, tal como ado PL proposto à consideração do SenadoFederal...

JOÃO HONORIO DE MELLO FILHO,Do Conselho do Instituto de Arquitetos do Brasil

A carta (via e-mail) foi enviada aos seguintes senadorestitulares da Comissão de Assuntos Sociais:

Aelton FreitasAna Júlia CarepaAntero Paes de BarrosAugusto BotelhoDelcídio AmaralEdison LobãoEduardo AzeredoFátima CleideFlávio ArnsGeraldo Mesquita JúniorIdeli SalvatiJonas PinheiroJosé AgripinoJuvêncio da FonsecaLeomar Quintanilha

Lúcia VâniaMaguito VilelaMão SantaMaria do Carmo AlvesNey SuassunaPapaléo PaesPatrícia Saboya GomesPaulo OctávioRamez TebetReginaldo DuarteRoseana SarneySergio CabralSiba MachadoTeotônio Vilela

Concursos

Concurso Internacional deEscolas de ArquiteturaTambém foi divulgado o regulamento doconcurso Internacional de Arquitetura, queserá realizado na 6a Bia, em 2005, São Pau-lo. Cada escola deve apresentar apenas umtrabalho.Objeto: projeto de urbanização para finshabitacionais, incluindo projeto deedificações (unidades habitacionais) e equi-pamentos urbanos.

Critérios de avaliação:• Conceituação• diagnóstico• projeto das edificações habitacionais e dosequipamentos urbanos• adequação funcional• adequação técnica• articulação urbana• respeito e valorização da memória e dahistória local• proposta de inclusão social• expressão arquitetônica

Inscrições: confira nos sites:www.iabsp.org.br ewww.bienalsaopaulo.org.br

Pré-fabricadosJá está em movimento o 3º Prêmio nacionalde pré-fabricados de Concreto (paraestudantes), da ABCP, que se afirma como

um espaço alternativo para a revelação denovos talentos. Participe!Objetivo: elaboração de projetos deedificações , com tema livre, que se utilizamdo sistema construtivo com elementos oucomponentes industrializados de concretopré-fabricadoInscrições: até 12 de maio de 2005.Júri: Décio Tozzi (SP), Assis Reis (BA), JoãoEdmundo Bohn (SC), Mario Biselli (SP) eRomeu Duarte (CE).Inf.: 11 3259-6866

GeniusPrêmio GE de IluminaçãoConcurso nacional de Iluminação da GeneralElectric que objetiva premiar projetos de ilu-minação desenvolvidos no Brasil. São três cate-gorias: máster, profissional e novos talentos.Inscrições: até 15 de dezembro.Inf.: www.genius.com.br

Etapa vencida – A Comissão deAssuntos Sociais do Senado aprovou porunânimidade, no dia 24 de novembro,oProjeto de lei – PLS 347/2003, queregulamenta o exercício da arquiteturae urbanismo em nosso país e que cria oConselho Federal e os ConselhosRegionais da Arquitetura e Urbanismo.Agora,o PLS será encaminhado àCâmara dos Deputados.

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Qual a importância dessatecnologia, dessa matéria-prima, o bambu?GALLEGO O bambu é mais que umatecnologia, é uma possibilidade que anatureza nos oferece, uma oferenda que oser humano pode incorporar em seusafazeres e projetos. É importante, então,conhecer suas características físicas emecânicas específicas, seu comportamentoem relação às intempéries, para usá-lo deforma adequada.

Quais as vantagens dessatecnologia em relação àstecnologias convencionais?GALLEGO O uso do bambu nas edificações éum sistema construtivo tradicional, mas com

Recurso renovávelO engenheiro responde a questõesapresentadas pelo Boletim

Luis Carlos Rios GallegoEntrevista

muitas vantagens em relação a outros siste-mas convencionais, principalmente por suascaracterísticas de flexibilidade e adaptabili-dade. Constitui, enfim, uma opção que devese adaptar às necessidades e característicasdo projeto. Especialmente nas requisitos re-ferentes ao comportamento estrutural e àsexigências climáticas.

Como sr. analisa essa opçãodentro da questão dasustentabilidade?GALLEGO Por se tratar de uma oferenda danatureza, o bambu é um recurso renovável.Então, é mais que sustentável. É necessá-rio, colhê-lo adequadamente, para que pos-sa continuar seu ciclo de renovação, de plan-tio, floração, colheita etc.

Bioarquitetura

Construíndo com bambuA convite do IAB, o engenheiro colombiano Luis Carlos Rios Gallego,

proferiu palestra na sede do Instituto, no dia 5 de outubro,sobre suas experiências construtivas com bambu

Bioarquitetura – Gallego, queparticipou de curso de bioarquitetura,em Campinas, também proferiu palestrana sede do IAB/SP

Forrmado engenheiro civil, com especia-lizações em geologia, geobiologia emedicina da Antiguidade, Gallego vem

realizando construções com bambu guadua,tanto na Colômbia quanto em outros paísesda América Latina.

Em sua palestra, apresentou o projetoTimagua, Fundação que pesquisa processosrelacionados à bioarqui-tetura. TI terra / MAmadeira / GUA Guadua: TIM ÁGUA! “Osmateriais são oferendas da natureza e seintegram aos componentes de umahabitação, como a cal, a terra, o sisal, a pedra,o cimento e o bambu guadua”, ressaltou.

Ao lembrar que na Colômbia ocorremmuitos abalos sísmicos acrescentou que,assim, a partir dessa realidade, o bomdesempenho das moradias e construçõesdeve ser alcançado para se garantir asegurança de seus usuários. As construçõesque utilizam materiais oferecidos pelanatureza possuem vibrações mais próximas

às do homem, assim a bioarquiteturapossibilita qualidade à vida humana , etambém com menos impactos na natureza.

Desta visão, ao mesmo tempo, simples eousada, Luis Carlos e o TIMAGUA propõemuma dinâmica cósmica que envolve o serhumano através da solidariedade. O desenhourbano e arquitetônico é proposto atravésdessa consonância. O projeto, portanto,parte da transição de uma idéia à“cristalização de um sonho”.

O cultivo e processamento do bambuguadua é incentivado junto aos produtoresagrícolas daquele país, que seguem tradiçõesmilenares para o corte e a secagem do material.Uma nova visão da participação comunitária éproposta pelo TIMAGUA durante a realizaçãode fases básicas da implantação dos conjuntos,das vivendas solidárias. A capacitaçãoprofissional dos construtores é um pontorelevante para a aprendizagem. “ A construçãoconsciente desde seu projeto, elaboração e

ocupação humana, é mais que um objetivo, épropósito de vida”, enfatizou.

O resultado vai além da relação custo-benefício, ele é uma expressão de arte quevisa responder às necessidades da família efacilitar a relação saudável da moradia como entorno, completou.

A.P.

Exemplo – estruturas com bambu paraprojetos de habitação, em Cali, Colômbia

Qual deveria ser, então, opapel dos arquitetos e dosengenheiros na luta pela defesado meio ambiente?GALLEGO Existe um grande compromisso doser humano com o entorno e o meioambiente, isso independe da profissão. Énecessário nos reconciliarmos com oentorno, tanto o mais distante quanto o maispróximo. Não se trata, portanto, de uma luta,mas sim de uma atitude, no sentido de umacomunhão e união do ser humano com anatureza, pois somos parte dela também.

J.W.

O IAB entende que esta e outras semelhantes experiências, como pesquisa docomportamento de materiais da natureza aplicados à construção, devem ser discutidas,

analisadas e divulgadas, mesmo não se caracterizando como soluções de processosconstrutivos com desempenho de larga escala para a construção civil.

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BO 47 • out/dez 2004 15

O Instituto de Arquitetos do Brasil, De-partamento de São Paulo – IAB SP,entidade de caráter político-cultural,

apartidária e sem fins lucrativos, fundado em1943 e que representa a Classe de Arquite-tos no Estado de São Paulo, movido pelo in-teresse de colaborar com o processo demo-crático de gestão pública e urbana na capital,

Nota

O IAB e os candidatosDurante a última campanha eleitoral municipal do segundo turno,o IAB/SP enviou aos candidatos, Marta Suplicy e José Serra, questionário,levantando questões relacionadas à prática profissional e à cidade.A título de registro para a história do IAB, o Boletim reproduz as perguntas.A resposta da atual prefeita encontra-se no site. O IAB/SP, por outro lado,já iniciou contatos com a assessoria do prefeito eleito de São Paulo, José Serra,para um possível debate na sede da entidade

É incontestável a importância dosplanos diretores para nossascidades. Hoje muitas delas já ostêm, entretanto diante daalternância democrática devereadores e prefeitos e dosrespectivos quadros técnicos deconfiança destes novos mandatáriosas obras públicas ainda carecem deuma visão de continuidade!!! Comoresolver este dilema? Qual suaproposta para solucionar a questãoda continuidade dos projetos paraa nossa cidade dentro de uma visãode alternância do poder?

Como construir dentro dos limites(ou limitações) municipais umaestrutura de ganhos para ascamadas mais carentes? Avalieo que foi feito nos últimos quatroanos. O que pode ser feito dentrode uma visão de assistência socialde recuperação do indivíduo, suaauto-estima e dignidade como serprodutivo em uma sociedade deresponsabilidades compartilhadas.

Como o(a) candidato(a) avaliaa pressão metropolitana sobrenossa cidade? Água, transportee circulação, meio ambientee moradia! Quais as saídas quepropõe para um equilíbrio deforças destas pressões e de queforma esta busca de equilíbrioresultará em uma nova forma doviver metropolitano?

O meio ambiente natural emnossa metrópole ainda existe?Pode ser recuperado? Ou se tratada criação de uma nova políticaambiental urbana e metropolitanaonde o projeto urbanístico,paisagístico e arquitetônico temmuito a contribuir? Comoo candidato irá propora participação dos arquitetos nabusca da solução ambiental?

Considerando a conjunturaeconômica e a grande mudançaestrutural dos processos industriaise de serviços nas cidades, comoresolver o binômio emprego/moradia? Quais os limites e aspossibilidades do prefeito para criarempregos e moradia de qualidadeem nossa cidade?

Como o(a) candidato(a) vêo problema do patrimônioarquitetônico da nossa cidade?

Como o(a) candidato(a) pretende re-aparelhar ou re-equipar a estruturade serviços que a Prefeitura prestaà nossa população?

Como o(a) candidato(a) vê acontribuição dos arquitetosdentro da administração públicamunicipal e de que forma poderámelhorar o acesso de nossacategoria profissional aos quadrosestáveis das muitas secretarias?

vem mui respeitosamente, apresentar umconjunto de questões que consideramospertinentes ao exercício do mandato do fu-turo prefeito.

Todas as perguntas estão relacionadas àsmais elevadas preocupações dos arquitetose, acreditamos que, as respostas do candi-dato serão vitais para a definição das inten-

ções de votos de muitos de nossos colegasarquitetos.

As perguntas em anexo foram enca-minhadas para os dois candidatos dosegundo turno.

AtenciosamentePAULO SOPHIA

Presidente do IAB-SP

as questões:Diante da lei federal delicitações 8.666 que é tãonociva ao trabalho intelectualdo arquiteto, que trata o projetoarquitetônico como umamercadoria qualquer, comoo futuro prefeito poderáincrementar a contribuição dosarquitetos com a oferta deencomendas para a elaboraçãode planos e projetos paraa nossa cidade? Concursose outras formas de contratação?

Como o Sr(a) vê a atual situaçãodo Código de Obras doMunicípio de São Paulo que aoinvés de ajudar o cidadãoresguardando-o deirregularidades danosasà cidade, só complica a aprovaçãode projetos, com exigênciasdescabidas, tornando-se emmuitos casos, numa grandebrecha para a corrupção, vistoa burocracia para a aprovação deprojetos na cidade?

Como o Sr(a) imagina simplificaros processos de aprovação deprojetos que necessitam passarem vários órgãos governamentais(regionais, Sehab, Secretaria doVerde e Meio Ambiente,Secretaria de Transportes,Patrimônio Histórico, entreoutros), tornando a aprovaçãouma verdadeira “via crucis”?

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16 BO 47 • out/dez\ 2004

Debate/eleições

Face a face com a políticaI ndaga-se: a participação de um arqui-

teto na administração pública pode sig-nificar um diferencial na gestão da ci-

dade? Com certeza, os arquitetos podem –e devem – agregar um valor a mais, paraequacionar os problemas relacionados aomeio ambiente, mananciais, habitação, es-paço urbano, paisagem, legislação urbana,ocupação do solo.

E devem contribuir para a elaboração depolíticas de Planejamento estratégico (delongo e curto prazo), para se conseguir aqualidade de vida desejável das cidades ede seus habitantes. Ou seja: cabem aos ar-quitetos criar uma “cadeia de ações urba-nas de excelência”, conforme defendeuElisabete França.

O primeiro debate contou com a partici-pação e experiência dos arquitetos Elisabe-

O primeiro debate – (a partir da esquerda) Elisabete França (ex-secretáriamunicipal da Habitação), Lucio Gomes Machado, Lacir Ferreira Baldusco (prefeito deItapecerica da Serra), Cândido Malta (ex-secretário de Planejamento) e Paulo Sophia,presidente do IAB/SP, que abriu o debate

O segundo debate – (a partir da esquerda) José Paulo de Bem( ex-presidente daEmurb), Paulo Bastos, Lucio Gomes Machado, José Magalhães Jr. (diretor de Projetosda Sempla), Luis Carlos Costa e Nabil Bonduki (arquiteto-vereador)

Advertência: se os arquitetos não con-seguirem atuar no espaço político, vãocontinuar com muitas idéias, mas sem

poder colocá-las de pé”! A advertência foifeita por Nabil Bonduki durante o segundodebate sobre “os arquitetos e as eleições”.

Em síntese, o debate destacou a atuaçãodo IAB e do arquiteto frente à questão polí-tica. Nabil sugeriu, inclusive, que o temadeveria ser “os arquitetos e a política”, parauma discussão futura.

Com base em suas experiências na adminis-tração pública, os arquitetos convidadosfizeram seus comentários sobre a gestão polí-tica que implica acordos, ajustes e negociações.O presidente do IAB paulista, apresentou osdebatedores, reafirmando que o IABcontinuará promovendo debates e discussõessobre temas culturais, políticos e profissionais

Balanço: o último debate contribuiupara se constatar o valor do trabalhodo arquiteto urbanista junto ao Poder

Público. A valorização do profissional é indis-pensável, e a conquista por trabalho e melho-res condições para o desenvolvimento é umaluta dos arquitetos e, portanto. do IAB. As ques-tões fiscais e legislativas foram colocadas comoum entrave a ser superado. A cidade precisa daqualidade, da técnica e da criatividade de pro-fissionais dispostos a empreender políticas pú-blicas tanto emergenciais quanto de longo pra-zo. O urbanista deve ter uma postura realiza-dora, trabalhar como consultor, ou até comoassessor público, mais do que manter-se comoum tecnólogo. A sintonia durante o debate foiclara neste sentido. Os presentes assistiram aaulas de história, de políticas urbanas, discus-sões sobre política getulista, popular, e empre-

O terceiro debate – Raymundo de Paschoal, Roberto Righi, Lúcio Gomes Machado, JorgeWilheim, Alberto Botti, Sérgio Zaratin (e Sylvio Sawaya, que chegou mais tarde)

setembro 2004

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BO 47 • out/dez 2004 17

dia 16dia 17

dia 15te França, ex-secretária de Habitaçãomunicipal, Cândido Malta, ex-secretário dePlanejamento e de Lacir Baldusco, atualprefeito de Itapecerica da Serra, na regiãometropolitana de São Paulo e que apontoua necessidade de reformular o modelo atualde administração publica municipal, estadu-al e federal considerando a dimensãoMetropolitana.

Paulo Sophia, presidente do IAB/SP,enfatizou a necessidade de debates quenão se limitam a temas de concursos, masque coloquem em pauta temas que dizemrespeito ao cotidiano da cidade e de seuscidadãos.

Objetivo: criar uma nova consciênciapública e humanista, com a valorização daprópria cidadania.

J.W.

O IAB/SP promoveu, nos dias 15, 16 e 17 de setembro, o debate “os arquitetos eas eleições”, com a presença de profissionais que participam ou participaram daadministração pública. O debate será matéria de um documento especial

Sem dúvida, é um debate que interessa a todos os arquitetos de nossoEstado, pois precisamos articular um discurso junto a nossa sociedade,aos moradores de nossas cidades PAULO SOPHIA

A revisão do Plano Diretor deve vir o mais cedo que se puder e realizada damelhor forma, pois, com isso, anteciparemos as soluções aos graves pro-blemas da metrópole CÂNDIDO MALTA

O atual modelo administrativo não atende mais às demandas existentesno cotidiano de uma cidade LACIR FERREIRA

A função do IAB, portanto, é a de lutar e cobrar as atribuições que sãonossas, do domínio dos arquitetos e urbanistas ELISABETE FRANÇA

”que sejam de interesse da sociedade. Dodebate, uma conclusão: as questões técnicas,quase sempre, vêm a reboque das questõespolíticas. Falta, enfim, um projeto de país. Etambém um planejamento regional.

Apesar dos obstáculos, cabe ao arquitetoe ao IAB, uma missão especial, de transfor-mação. Como exemplo foram citadas a lutapela Constituinte, a implantação das ope-rações urbanas e até a inclusão na atualConstituição de artigos sobre o Desenvol-vimento Urbano e Ambiental, além da apro-vação do Estatuto das Cidades e do novoPlano Diretor da cidade.

O vice-presidente Carlos Carmelo DeBenedetto, numa intervenção, propôs quetoda essa problemática discutida, fosse trans-mitida aos candidatos das próximas eleições.

J.W.

Continuamos com essa questão da obra para resolver uma questão pontu-al, local, que não está amarrada a um contexto mais amplo...

PAULO DE BEM

Falta uma estrutura de pensamento consistente, que traga uma visão de futu-ro, de algum projeto, não só para a cidade, mas para o país PAULO BASTOS

A postura do IAB em defesa da ordenação do espaço urbano, que abriga a vidade todos nós, de nosso cotidiano, é uma luta perene, na direção da utopia

JOSÉ MAGALHÃES JR.

Podemos ter uma política que não seja sonhos, mas que seja um caminhotrilhável? LUIS CARLOS COSTA

”endedora como a de Juscelino. O intervalo dodesenvolvimento urbano durante a ditaduramilitar e as atuais políticas públicas setransformou numa lacuna, período de total des-valorização do arquiteto urbanista. Algunspassos para a retomada da competência do ur-banista são dados, desde a Constituinte, e aaprovação de Planos Diretores, até o Estatutoda Cidade.

As divergências partidárias que se mostramestão além de questões ideológicas. A escolhada nova gestão constitui uma tarefa conscien-te e clara, afirmou o atual secretário de Plane-jamento, o arquiteto Jorge Wilheim. A mesafoi composta por arquitetos que contribu-íram, com seu conhecimento e vivência paramais um passo para a valorização da categoria.Do IAB, e da cidade.

ALINE PORTO

Que projetos têm os nossos partidos? Não há projeto, o projeto é o poder!SÉRGIO ZARATIN

O que o IAB e nós esperamos do novo prefeito? Que ele conduza umapolítica desenvolvimentista para São Paulo ALBERTO BOTTI

O IAB possui historicamente um importante desempenho como agentemobilizador para questões nacionais ROBERTO RIGHI

Nós estamos entrando, num processo no qual as soluções convencionais,que foram válidas, já não valem mais RAYMUNDO PASCHOAL

Precisamos ser capazes, de lutar pela coordenação das ações públicas e,assumir nossa condição de arquitetos SYLVIO SAWAYA

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18 BO 47 • out/dez\ 2004

Você representa o IAB noConsema. O que é o Consema?VIÔLETA É o Conselho Estadual de MeioAmbiente, que tem mais de 20 anos e, porele, passam todos os empreendimentos e de-liberações relacionados ao meio ambientaldo Estado.

E qual é a contribuição do IABnesse Conselho?VIÔLETA O IAB tem presença e assento,como entidade da sociedade civil, num

De novo, em pauta, o RodoanelO IAB/SP havia promovido um debate sobre o Rodoanel, em abril. E, no dia 19de outubro, organizou um segundo encontro para aprofundar a discussão sobreo projeto, com a participação de arquitetos, urbanistas e do secretário-adjuntodos Transportes, Paulo Tromboni. Confira o relato:

O IAB e o RodoanelA arquiteta Viôleta Kubrusly, representante-titular do IAB no Consema, explica,nesta entrevista, o papel do Instituto na defesa do meio ambiente emmegaempreendimentos como o Rodoanel

Viôleta KubruslyEntrevista

Debate/rodoanel

Paulo Tromboni, secretário adjuntoestadual dos Transportes, mostra a in-serção urbana do RODOANEL e suas

ligações com as dez principais rodovias de aces-so à região metropolitana. Além disso, apre-senta dados para a implantação do trecho Sul,estudos de impacto e modelagens com e semo Rodoanel, que projetam uma perspectiva dedesenvolvimento urbano da região. A maiorpreocupação está relacionada à ocupação demananciais que abastecem a metrópole. Nessasáreas, ocupadas sem controle há tempos, vivemmilhões de habitantes que se deslocam diaria-mente para a capital à procura de trabalho. ORodoanel a ser implantado prevê delimitaçãode áreas de parque, preservando e recuperan-do parte dessa área ocupada. Os estudossuscitam questões como: haverá aumento naocupação? De que forma se dará o uso do solo?O número de empregos aumentará?

Miguel Pereira indaga sobre a possívellegislação que protege o Rodoanel e suas in-tervenções?

Luiz Carlos Costa, por sua vez, sugerealgumas propostas, que incluem:1. Estrutura de circulação integrada decor-

rente de fluxos;2. Necessidade de conter a mancha urbana,

protegendo e controlando a ocupação, epermitir a expansão onde for conveniente;

3. Posicionamento político enérgico quan-to à proteção dos mananciais;

4. Definição de estratégia global, tendo comobase um plano de uso e ocupação do solopara complementar as propostas doRodoanel.

Nabil Bonduki, por outro lado, observa,que a proposta viária está desvinculada deuma proposta urbanística metropolitana.Assim, a articulação entre elementos daestrutura urbana e medidas indicadoraspresentes em planos diretores, pode garan-tir conjunto de ações melhores à propostade implantação do novo anel rodoviário. Os

colegiado de 36 membros. A contribuição?Nos grandes empreendimentos, como nocaso do Rodoanel, temos a possibilidade decontribuir e interferir na discussão sobre oconteúdo, sobre a formação dos escopos detrabalho e sobre a avaliação e análise dosestudos de impactos ambientais. Ou seja:temos a possibilidade de uma interferênciatécnica nos projetos.

E a voz do IAB é ouvida?VIÔLETA Tem sido. Este debate sobre o

Rodoanel, aqui no IAB, partiu justamentede uma demanda feita pelo IAB numa ple-nária do Consema.

Até que ponto o IAB pôdeinterferir na qualificação ou emalguma alteração do projeto?VIÔLETA Não alteramos o conteúdo. O quehouve foi um documento que se chama Ava-liação Ambiental Estratégica de todo o em-preendimento, que foi aprovado no âmbitodo Consema. O IAB se absteve na votação,

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BO 47 • out/dez 2004 19

processos de degradação podem ser rever-tidos?, questiona.

Eduardo Trani, representante do IAB/SPno CONSEMA, junto à arquiteta ViôletaKubrusly, comenta sobre o projeto inicial eseus 12 pontos ambientais. Considera o tre-cho do Rodoanel na região Sul como potenci-al reestruturador da área, possibilitando umredesenho da região, como um controleestruturador da ocupação e uso na região sul.

Marta Dora Grostein, professora daFAU/USP, ressalta que é papel do IAB pro-vocar e promover o debate. Acrescenta acre-ditar que o Rodoanel apresenta uma óticaestratégica estadual ao propor aintermodalidade nos transportes, como aimplantação paralela do rodoanel e ferroanelno trecho sul, ligados ao porto de Santos. Oprojeto analisado em escala mais próxima àsintervenções sugere observação sob o pontode vista das oportunidades. Cada um dossete municípios envolvidos tem suaslegislações específicas quanto à ocupação e,por isso, devem ser levadas em consideraçãojunto a ações de comitês de bairros.

José Carlos Ribeiro de Almeida faz umparalelo entre a intervenção no trecho Nor-te (Cantareira) e trecho Sul (Guarapiranga)em relação à questão ambiental de preser-vação e ocupação, acentuando sobre a im-portância de se observar o impactoambiental de um modo geral. Comenta casosde ocupação nas proximidades da RodoviaAnhanguera. Pontua questões para discus-são: permeabilidade, áreas a preservar e áre-as a habitar. Acrescenta que o planejamentometropolitano é uma questão de cidadania,que cabe não só aos municípios, mas sim aoEstado de São Paulo.

Csaba Deák, professor da FAU/USPacredita que a obra tenha efeito global nametrópole. O Rodoanel desencadeia efeitosno ecossistema, na estrutura urbana, noabastecimento, na sociedade. Hoje a áreaprevista para o trecho Sul está abandonadaà clandestinidade, falta infra-estrutura e adevastação de áreas de preservação é alar-mante. Assim, questiona se há chance de oRodoanel estruturar uma transformaçãopositiva para reverter esse quadro.

Joaquim Guedes enfatiza que a propos-ta é uma realidade frente às grandes neces-sidades da metrópole. Será um avanço emrelação ao passado que trará conseqüênciase compensações.

Questiona o discurso de preservação, queimpede avanços de infra-estrutura e até acriação de soluções inovadoras em relaçãoao ecossistema.

Regina Meyer acredita que a implantaçãodo Rodoanel passa pela questão do desenhourbano. Cita exemplos de cidades, como Parise Barcelona, nas quais a escala local foicontemplada criando situações no perímetrourbano aliadas ao objetivo viário principal,onde há pouco espaço residual. O plano Me-tropolitano viria apoiar e justificar a implanta-ção, mas na impossibilidade de tê-lo, o gover-no deve estruturar um princípio para aocupação, planejando e dimensionando áre-as passíveis de exploração imobiliária.

Julio Cerqueira César, presidente docomitê da Bacia do Alto Tiête, observa quea discussão do Rodoanel é um desafio sociale como qualquer grande intervenção éimpactante, porém é uma obra esperada pelasociedade, e deve ser implantada de acordocom os recursos disponíveis.

Luiz Carlos Costa alerta que o discursode implantação do Rodoanel já vendeempreendimentos imobiliários, e esse tipode exploração pode gerar um efeitoindesejado quanto á ocupação. Uma estra-tégia clara deve ser definida a tempo daurgência da implantação, por meio de umprojeto urbano que una técnica, iniciativamunicipal integrada e legislação. Ao invésda inserção imediata de um traçado defini-tivo, propor alternativas e implantá-las deacordo com programa de obras que observepontos de infra-estrutura existente, e definaa ocupação urbana de forma detalhada,sugere.

Tromboni, entusiasta do projeto, ressal-ta a qualidade das reflexões apresentadaspelos colegas e refere-se ao empenho doGoverno na realização do projeto.Exemplifica as modelagens e informa queas projeções sobre impactos locais serãoapresentadas ainda este mês para melhoravaliação. Os estudos de impacto mais deta-lhados servirão de base para o projeto dotraçado do Rodoanel.

Conclusão: nesta complexidade onde di-nâmica econômica, social e política necessi-tam de intervenções, o Rodoanel propõeuma interface de transformação dentro dametrópole. Se não há o plano metropolita-no, ele deve surgir das iniciativas locais quecriam uma teia de ações na metrópole.

Ao encerrar o debate, o presidente doIAB/SP, Paulo Sophia, reforçou a importân-cia de se discutir questões relacionadas àqualidade de vida urbana , ao meio ambien-te, prometendo que virão outros debates tãorelevantes e instigantes como este.

ALINE PORTO

com declaração de voto, exigindo, inclusive,por uma interferência firme do presidentedo IAB/SP, Paulo Sophia, que houvessemaior tempo para a discussão quanto àatuação de arquitetos e urbanistas na exe-cução do projeto.

Em relação à arquitetura e aourbanismo, que questões vocêlevantaria nesse projeto?VIÔLETA A principal questão é a do dese-nho urbano, até que ponto o Rodoanel vai

interferir no espaço e no planejamento me-tropolitano, englobando questões de infra-estrutura, de mananciais, de recursoshídricos e de ocupações irregulares.

Afinal, existe ainda umamargem para possívelaperfeiçoamento do projeto?VIÔLETA Sem dúvida. O Rodoanel pode serum elemento estruturador de políticas setoriais.Em vez de se ter políticas isoladas, pode-se terpolíticas articuladas que a partir de uma inter-

venção dessa magnitude, de grande impactoambiental, sejam estruturadoras de outras po-líticas mais abrangentes, então é esse controlede aperfeiçoamento que um instituto como oIAB, com seus arquitetos e urbanistas, pode fa-zer, para agregar valores, contribuindo, assim,com seu conhecimento e leitura críticaconstrutiva, para se aperfeiçoar o projeto.

JOSE WOLF

é esse controle deaperfeiçoamento que um institutocomo o IAB, com seus arquitetos

e urbanistas, pode fazer“

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20 BO 47 • out/dez\ 2004

Biênio 2004 / 2005Presidente: Paulo Sophia. 1o vice-presidente: Eduardo de Jesus Rodrigues. 2o vice-presidente: Décio Tozzi. 3o vice-presidente: Antonio Cláudio P. da Fonseca. Vice-presidentefinanceiro: Carlos Carmelo de Benedetto. Diretor financeiro: Pedro Nosralla Júnior. Secretário geral: Larissa Garcia Campagner. 1o secretário: Lílian Dal Pian. 2o

secretário: Cecília Pisetta. Diretores: Jaime Cupertino, Pedro de Melo Saraiva, Fernando de Magalhães Mendonça, Regina Helena Vieira Santos, Francisco Prestes Maia Fernandese Elefterios A. Athanasopoulos. Conselho Fiscal: Roberto Selmer Júnior, José Renato Soibelmann Melhem e Poliana de Melo Leite. Conselho Superior (titulares): ElisabeteFrança, Fábio Penteado, Pedro Antonio Galvão Cury, Pedro Paulo de Mello Saraiva, Joaquim Guedes, Renato Luiz Martins Nunes, Edson Jorge Elito, Marcelo Daniel Hobeika, EduardoHabu e Mario Yoshinaga. Conselho Superior (suplentes): João Honório de Mello Filho,José Eduardo Tibiriçá, Lucio Gomes Machado, José Magalhães Jr, Valter Caldana, CarlosBratke, Paulo César Freire, Fernando Rodrigues Neto e Aurivaldo Farias de C. Pacheco. Vice-presidentes regionais de Núcleos: Joaquim Caetano de Lima Filho –Campinas, Elisabeth Brigida Bottamedi – São Carlos, Ana Maria Abreu Sandim – Mogi das Cruzes, Maria Cristina Bondezan – Marilia e Paulo Roberto Correa – Bauru. ConselhoSuperior Especial da Presidencia: José Carlos Ribeiro de Almeida, Arnaldo Martino, Titio Livio Frascino, Antonio Carlos Sant’Anna Jr e Ubyrajara Gilioli. ConselhoVitalício: Miguel Pereira, Ciro Pirondi, Fábio Goldman e Fábio Penteado. Vice-presidente do IAB/DN: Gilberto Belleza

RELAÇÃO DE NÚCLEOS (INTERIOR) DO IAB-SP: PRESIDENTESAmericana: Victor Chinaglia Jr. Araraquara: Renata Aboud Barbugli. Bauru: Wagner Domingos. Campinas: Marcelo Daniel Hobeika. Franca: Cláudio Barbosa Ferreira. Guarulhos:Mario Yoshinaga. Itatiba: José Augusto Silveira Franco. Jundiaí: Ricardo Ropelli Felippi. Limeira: Alex Marques Rosa. Litoral Norte: Davison Becato. Marilia: Mauricio SantanaRezende. Mogi das Cruzes: Nelson Bettoi Batalha. Piracicaba: Francisco Ferraz Jr. Presidente Prudente: Kazuo Maezano. Ribeirão Preto: Onésimo Carvalho. Santo André:Roberto Dias Marin. São Carlos: Regina Maria Duarte Doria. São José dos Campos: Rolando Rodrigues da Costa. São José do Rio Preto: Márcia B. Pontes Gestal. Sorocaba: PauloCesar Freire. Sumaré: Fernando Rodrigues Neto. Suzano: Eduardo Habu. Taubate: Paulo Gomes de Oliveira. Vinhedo: Aurivaldo F. de Carvalho Pacheco

COMISSÕES DE TRABALHOSCOMISSÃO DE PLANEJAMENTO URBANO – Coordenação: Arq. Rosa Puchala – Composição inicial: Arqs. Candido Malta Campos, Alberto Botti, Joaquim Guedes, José Magalhães Jr. e TitoLivio Frascino. COMISSÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Candi Hirano – Composição Inicial: Arqs. Francisco Petraco, Valter Caldana, Arnaldo Martino, Antonio CarlosSant’anna e Paulo Correa. COMISSÃO DE PRÁTICA PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Lucio Gomes Machado – Composição inicial: Arqs. César Bergstrom, Edson Elito e Marcos Toledo.COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL – Coordenação: Arq. Marco Fogaccia – Composição inicial: Arqs. José Eduardo Tibiriçá, José Luis Tabith, João Honório de Mello Filho, ValterCaldana, José Borelli, Ronald Tanimoto e Miguel Fabregues. COMISSÃO DE HABITAÇÃO – Coordenação: Arq. Joan Villá – Composição inicial Arqs. Elisabete França e Pedro Paulo de MeloSaraiva. COMISSÃO DE PATRIMONIO HISTÓRICO – Coordenação: Arq. Marcos Carrilho – Composição inicial: Arqs. José Carlos Ribeiro de Almeida, Jon V. Maitrejeam, Haroldo Galo,Guilherne Mota e Victor Hugo Mori. COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E PAISAGEM URBANA – Composição inicial: Arqs. Miranda M. Magnoli, Ana Maria Antunes Coelho, Fabio Vital, JoséRicardo de Carvalho, Adauto Paes Manso, Pedro Mendes da Rocha, Issao Minami e Eduardo de Jesus Rodrigues. COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO EM ARQUITETURA – Coordenação: Arq.Arnaldo Martino – Composição inicial: Arqs. José Luis Tabith, João Honorio de Melo Filho e José Borelli. COMISSÃO DE TRANSPORTES – Coordenação: Arq. Renato Anneli – Composiçãoinicial: Arqs. Pedro de Melo Saraiva e Silvana Zione. COMISSÃO DE CONCURSOS – Composição inicial: Arqs. Antonio Cláudio, Alfredo Bianco, Eduardo de Castro Mello, Gilberto Belleza, JoseCarlos Ribeiro de Almeida, Paulo Sophia e Valter Caldana. COMISSÃO DE HONORÁRIOS DO IAB-SP – Composição inicial: Arqs. Takeo Tanaka, Helia M. Vendramini Neves, Leda Van Bodegraven,Luis Carlos Pereira Viviani, Carlos Andrigo, Glaucy Rillian de Oliveira, Armando Coppini Jr., Paulo O. Pascotto, Armando Cunha, José Roberto Costa Lima, Leandro Edward Carlovich, Ricardo BastosCalabrese, Markus Fernando Kenzler, Eduardo Habu, Aliana F. V. Teramaki e Aparecida Bou Ghosn.

REPRESENTANTES DO IAB/SP:ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: Arq. João Honório. CEUSO: Miriam Tibiriça – Titular. Gilberto Belleza – Suplente. CIC – COMISSÃO DA INDUSTRIA E CONSTRUÇÃO:Eleftérios Athanasopoulos. CNLU – COMISSÃO NORMATIVA DE LEGISLAÇÃO URBANA: Arq. Antonio Claudio – Titular. Arq. José Luiz Tabith Jr. – Suplente. COMLU – COMISSÃO MUNICIPAL DELIMPEZA URBANA: Arqª. Mônica Teófilo Drucker – Titular. Arqª. Maria Helena Bronowski – Suplente. COMISSÃO FUNDO ROTATIVO ESPECIAL/LOTERIA HABITACIONAL – SECRETARIA DEHABITAÇÃO: Arq. José Ignacio Sequeira de Almeida. COMISSÃO OPERAÇÃO URBANA – CENTRO/EMURB: Arq. Rosa Maria Puchala – Titular. Arq. Francisco Spadoni – Suplente. COMISSÃOPERMANENTE DE ACESSIBILIDADE – CPA: Arq. Francisco Prestes Maia Fernandes – Titular. Arqª. Renata Helena de Paula – Suplente. CONDEPHAAT: Arq. Jon Andoni V. Maitrejean. CONPRESP: Arqª.Mônica Junqueira. CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA: Arqs. Tito Livo, Miguel Pereira e José Luiz Tabith. CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE SANTOS: Arq.Nelson Goncalves de Lima. CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIA DO VERDE E MEIO AMBIENTE: Arq. Miranda Martinelli Magnoli –Titular. Arqª. Ana Maria Antunes Coelho – Suplente. CONSEMA: Arq. Violeta Saldanha Kubrusly – Titular. Arqª. Eduardo Trani – Suplente. CONSÓRCIO “PLANTAS ON LINE”: Arq. Paulo Sophia. CREA/SP– CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA: Titular: Arqs. Gilberto Belleza, Edson Jorge Elito, Rolando Rodrigues da Costa, Benno Michael Perelmutter, PauloRoberto Correa, Denise Guarezzi e Marco da Silva Fogaccia. Suplente: Arqs. Maria de Lourdes de Carvalho, Elvis José Vieira, Maria do Carmos Lopes Soueiro, Onésimo Carvalho de Lima, Ricardo RopelleFelippi, Ricardo Carvalho Lima Ramos e Francesco Rivetti. EMURB – GRUPO DE GESTÃO DE OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA ESPRAIADA: Titular: Arq. Carlos Carmelo De Benedeto,Suplente – Arq. Vasco de Mello. FÓRUM SÃO PAULO: Arq. Sergio Zaratin – Titular. Arqª. Helena Aparecida Ayoub Silva – Suplente. PROCENTRO: Arq. José Armenio de Brito Cruz – Titular. Arq. PedroNosralla Jr. – Suplente. SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO – COMISSÃO DE PROTEÇÃO À PAISAGEM URBANA – CPPU: Arq. Sylvio de Ulhoa Cintra Filho. SECRETARIAMUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO DE SÃO PAULO – SEMPLA CONSELHO CONSULTIVO / PLANO DIRETOR: Arq. Rosa Maria Puchala – Titular. Arq. Gilberto Belleza – Suplente. VIVA OCENTRO: Arqª. Elisabete França. COMISSÃO CONSULTIVA DE ARTE - METRÔ – Titular: Vasco de Mello, Suplente - Carlos Carmelo De Benedeto

E-mailNabil BondukiO arquiteto vereador finaliza mandato com dignidade

In memoriam14/10 – David Araújo Ottoni (1927).Diplomado engenheiro-arquiteto pela Es-cola Politécnica de São Paulo, em 1949, foisócio atuante do IAB, tendo participado daDiretoria, na gestão 1970-71.

15/10 – Elizabeth Goldfarb –Diplomada pela FAU/USP, em 1974, erasócia do IAB desde 1976.

AgendaJULHO´053 a 7 – XXII Congresso Internacional deArquitetura, Istambul, Turquia. Em pauta, otema: “cities: grand bazaar de architectures”.Durante o encontro, será eleito o novo presi-dente da UIA, que sucederá ao arquiteto brasi-leiro, Jaime Lerner, atual presidente da UniãoInternacional de Arquitetos, cujo objetivo prin-cipal é , reunindo os arquitetos de todo o mun-do, fortalecer os vínculos intelectuais, artísticos,científicos e profissionais entre os arquitetos detodos ao países, escolas e filosofias.Informações: www.uia2005istanbul.org

“Caros,Ganhar ou perder uma eleição faz parte

da democracia. O importante é não perdera linha: os princípios, a postura, odiscernimento, o programa, a utopia.

Fico com a sensação de ter cumprido o pa-pel que me foi confiado há quatro anos. Vintemil seiscentos e um paulistanos desejaram, deverdade, que essa forma ética e renovadora defazer Política tivesse continuidade e eu os agra-deço de coração. Emocionado, agradeço os quecontribuíram para fazer deste mandato umareferência para a cidade.

Agradeço as muitas manifestações quetenho recebido e convido todos os quenos acompanharam nesses quatro anospara um encontro na Casa da Rodésia nopróximo dia 14, para conversarmos sobreas eleições, sobre nosso empenho paraeleger Marta no segundo turno e sobreas perspectivas para o futuro.

Como tenho repetido, podemos fazer polí-

tica de diferentes formas. Tenho certeza quecontinuaremos juntos para contribuir na cons-trução de uma cidade mais justa e bonita”.

Com um abraço,NABIL BONDUKI

“Caro Arquiteto Nabil Bonduki,Sua contribuição para a democracia e

para a proposição de solução dos gravesproblemas da gestão urbana como verea-dor de nosso município durante estes úl-timos quatro anos é incontestável e ficarános anais daquela casa como também jáestá registrada na história de nosso Insti-tuto.

A sua postura ética frente ao resultado dasurnas é outro exemplo de altivez e dignidade.

Estaremos sempre à sua disposição comoamigo, colega arquiteto e no período denossa gestão como presidente de nosso Ins-tituto”.

PAULO SOPHIA