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Projeto índios Krahô O trabalho de pesquisa de plan- tas medicinais utilizadas pela etnia Krahô está sendo desenvolvido há seis anos pelo Departamento de Psi- cobiologia da Unifesp. O projeto, no entanto, passa por dificuldades tais, que chegou a perder os investimen- tos prometidos. Página 4. A Natura e a biodiversidade brasileira A caminhada pioneira não só em busca do ativo breu branco na biodi- versidade brasileira no Amapá, mas também pelos meandros dos organis- mos de controle, comissões técnicas e de legislação, foi narrada com detalhes pelo diretor jurídico da Natura, Anto- nio Carlos Siqueira da Silva. Página 6. Reunião da ABPI, dia 11 de maio, no Rio de Janeiro O palestrante convidado para a reunião-almoço de maio da ABPI se- rá o desembargador federal Frederi- co Gueiros, presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que falará sobre Reorganização do Tri- bunal e a especialização das turmas. O evento será no dia 11 de maio, no Rio de Janeiro. Página 2. Nº 64 • Abril de 2005 Boletim da ABPI 1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Boletim da Abril de 2005 - nº 64 Acesso aos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais “Acesso aos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados” foi o tema da palestra que a doutora Cristina Theodore Assimakopoulos, coordenadora do Núcleo de Propriedade Intelectual da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, proferiu durante o almoço da ABPI, dia 14 de abril, em São Paulo. Ela falou da dificuldade das pesquisas com plantas medicinais, a vulnerabilidade da diversidade natural e cultural, a legislação vigente, e apresentou o projeto de pesquisa de plantas medicinais visando identificar as que tenham atuação sobre o sistema nervoso central, junto à comunidade dos índios Krahô. Página 3.

Boletim ABPI 52 · cobiologia da Unifesp. O projeto, no entanto, passa por dificuldades tais, que chegou a perder os investimen-tos prometidos. Página 4. ... e o acesso aos recursos

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Page 1: Boletim ABPI 52 · cobiologia da Unifesp. O projeto, no entanto, passa por dificuldades tais, que chegou a perder os investimen-tos prometidos. Página 4. ... e o acesso aos recursos

Projeto índios KrahôO trabalho de pesquisa de plan-

tas medicinais utilizadas pela etniaKrahô está sendo desenvolvido háseis anos pelo Departamento de Psi-cobiologia da Unifesp. O projeto, noentanto, passa por dificuldades tais,que chegou a perder os investimen-tos prometidos. Página 4.

A Natura e abiodiversidadebrasileira

A caminhada pioneira não só embusca do ativo breu branco na biodi-versidade brasileira no Amapá, mastambém pelos meandros dos organis-mos de controle, comissões técnicas ede legislação, foi narrada com detalhespelo diretor jurídico da Natura, Anto-nio Carlos Siqueira da Silva. Página 6.

Reunião da ABPI, dia 11 de maio, noRio de Janeiro

O palestrante convidado para areunião-almoço de maio da ABPI se-rá o desembargador federal Frederi-co Gueiros, presidente do TribunalRegional Federal da 2ª Região, quefalará sobre Reorganização do Tri-bunal e a especialização das turmas.O evento será no dia 11 de maio, noRio de Janeiro. Página 2.

Nº 64 • Abril de 2005 Boletim da ABPI 1

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Boletim daAbril de 2005 - nº 64

Acesso aos recursos genéticos econhecimentos tradicionais

“Acesso aos recursos genéticos econhecimentos tradicionais associados”foi o tema da palestra que a doutoraCristina Theodore Assimakopoulos,coordenadora do Núcleo de PropriedadeIntelectual da Escola Paulista deMedicina, Universidade Federal de SãoPaulo - Unifesp, proferiu durante oalmoço da ABPI, dia 14 de abril, em SãoPaulo. Ela falou da dificuldade daspesquisas com plantas medicinais, avulnerabilidade da diversidade natural ecultural, a legislação vigente, eapresentou o projeto de pesquisa deplantas medicinais visando identificar asque tenham atuação sobre o sistemanervoso central, junto à comunidade dosíndios Krahô. Página 3.

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Novos associadosO Comitê Executivo e o Conselho

Diretor da ABPI aprovaram em 14 deabril as propostas de filiação de: Ricar-do Barretto F. da Silva (Barretto Ferrei-ra, Kujawsi, Brancher e Gonçalves So-ciedade de Advogados), Lucas Jun-queira Marin (Junqueira & Marin Edi-tores) e Marco Antonio Marcondes Pe-reira (Ministério Público de São Paulo).

Reorganização do Tribunal e a especialização

das turmasA reunião mensal da ABPI de

maio contará com a presença do de-sembargador federal Frederico Guei-ros, presidente do Tribunal RegionalFederal da 2ª Região, que proferirá pa-lestra sobre Reorganização do Tribu-nal e a especialização das turmas. Se-rá às 12h30 do dia 11 de maio (quarta-feira), no Restaurante Casa da Suíça,rua Cândido Mendes, 157, Glória, Riode Janeiro. Confirmações de presença,no Rio de Janeiro, com Adriana Rosa,pelo telefone (21) 2532-5655, ou peloe-mail [email protected]; ou em SãoPaulo, com Mirela Germano, pelo te-lefone (11) 2175-7300 ou pelo [email protected].

Contrafação de Patentes

A LTR Editora lançou o livro Con-trafação de Patentes - Violação de Direitosde Propriedade Industrial, de autoria deBalmes Vega Garcia. A obra aborda te-ma adstrito à propriedade industrial econexo à inovação tecnológica. Analisao instituto da contrafação de patentesem suas diferentes características efundamentos. Discute os conceitos deestado da arte, exaustão de direitos, li-cença compulsória, caducidade e equi-valência, tanto para a patenteabilidadecomo para a contrafação.

2 Boletim da ABPI Abril de 2005 • Nº 64

Editorial

A jusprospecção para o acesso à biodiversidade

Ernani José Lenate GuimarãesGuimarães & Nery Advogados

Com os relatos de diferentes experiências propiciados pelo almoço mensalorganizado pela ABPI, no dia 14 de abril, o instigante debate sobre a proteçãoe o acesso aos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais teve um inte-ressante desenvolvimento que nos deu uma perfeita noção do quanto aindaresta por ser feito e esclarecido no arcabouço jurídico desse setor.

Efetivamente, as informações trazidas à mesa pelos palestrantes nos mos-traram o quão precárias são as regras existentes, com falta de relevantes defi-nições conceituais e, em especial, de procedimentos.

A experiência bem-sucedida, relatada pelo diretor jurídico da Natura, An-tonio Carlos Siqueira da Silva, demonstra que a atividade do operador do di-reito, no campo da biodiversidade, é um trabalho de verdadeira jusprospec-ção: as regras são difusas; os conceitos, vagos; as instâncias, indefinidas; osinstrumentos, inexistentes; os caminhos, incertos. Felizmente, a equipe doprojeto contava com o apoio claro, resoluto da sua instituição, o qual se ma-nifestou não apenas nos aspectos morais, mas também nos materiais, pelo cus-teio de sabe-se lá quantas viagens, não apenas a Brasília, para dialogar comórgãos governamentais, como até aos confins do Amapá, para onde advogadosforam enviados para ensinar a estrutura e detalhes de instrumentos jurídicoscomplexos a uma comunidade ribeirinha perdida nas barrancas do rio Irata-puru, ela própria organizada a partir do projeto.

Já a experiência relatada pela coordenadora do Núcleo de Propriedade Inte-lectual da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo -Unifesp, doutora Cristina Theodore Assimakopoulos, alertou para o fato de que,também na jusprospecção, os riscos de insucesso são latentes, como ocorre naspesquisas científicas. Cinco anos de intenso trabalho dos pesquisadores do De-partamento de Psicobiologia da renomada universidade brasileira, capitaneadospelo eminente professor Elisaldo Carline e sua colaboradora, professora ElianaRodrigues, se perderam nos desvios das trilhas burocráticas, jurídicas e políti-cas que precisaram ser percorridas para o desenvolvimento do projeto, sem queos trabalhos de bioprospecção propriamente ditos pudessem, sequer, ser inicia-dos ao longo desse tempo. Para além da falta de regras claras, a dificuldademaior relatada residiu, no caso, na identificação de interlocutores adequados:tanto interlocutores válidos para representar a comunidade indígena afeta aoprojeto (os índios Krahôs), como interlocutores regulares nas instâncias gover-namentais competentes, sujeitos à dança das cadeiras costumeiras no setor (incasu, na Funai). Assim, o projeto científico não foi desenvolvido e seus coorde-nadores ficaram sob ameaças, morais e jurídicas, de carregar a pecha de biopi-ratas e de sofrer demandas de indenização por lideranças espúrias.

De concreto, a certeza de que muito ainda há de ser desenvolvido para quea exploração da biodiversidade nacional possa ser feita com alguma seguran-ça jurídica.

Notas

Cartas para a redação do Boletim da ABPI

Envie suas mensagens para a redação doBoletim da ABPI pelo e-mail [email protected]

Informações, críticas e sugestões serãoavaliadas e respondidas, podendo ser publi-cadas ou não no Boletim após estudo de ca-da caso.

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Nº 64 • Abril de 2005 Boletim da ABPI 3

Matéria de capa

O título Acesso aos recursos ge-néticos e conhecimentos tradicio-nais associados - os desafios da pes-quisa retrata bem a abordagem queCristina Theodore Assimakopoulosdeu à palestra proferida aos associa-dos da ABPI, no almoço mensal pre-sidido por Sueli Burger, 1ª vice-presi-dente. A palestrante veio acompa-nhada da professora doutora ElianaRodrigues, pesquisadora do Depar-tamento de Psicobiologia da EscolaPaulista de Medicina - Unifesp, res-ponsável pela pesquisa de campojunto à comunidade dos índios Kra-hôs, no projeto de busca da identifi-cação de plantas que tenham atuaçãosobre o sistema nervoso central. A ex-periência desenvolvida pela univer-sidade “passa pelas atividades comcomunidades tradicionais e princi-palmente com pesquisas de plantasque sejam da área da medicina, porse tratar de uma universidade daárea da saúde”, diz a palestrante.

Cristina Assimakopoulos discor-reu sobre o contexto nacional da bio-diversidade natural e cultural baseadanas diversas etnias e seus conheci-mentos tradicionais. Citou a biogrila-gem e a biopirataria. O tráfico de plan-tas e animais, quando associados a co-nhecimentos tradicionais, permiteeconomizar muitas etapas numa pes-quisa científica. Abordou a legislaçãovigente na área, a partir da Convençãoda Biodiversidade de 1992, a medidaprovisória 2.186/2001, que regularizouo acesso ao patrimônio genético nacio-nal e ao conhecimento tradicional a eleassociado, a repartição de benefícios ea criação do Conselho de Gestão do Pa-trimônio Genético - CGEN. Citou os

três projetos de lei “muito bem pensa-dos, fundamentados e que contem-plavam o lado das comunidades, edos pesquisadores”, mas que acaba-ram atropelados pela MP. Hoje há umanteprojeto de Lei dos Recursos Gené-ticos, Conhecimentos Tradicionais eRepartição de Benefícios, que está sen-do debatido em diversas esferas parasubstituir essa MP.

Para falar da importância da pes-quisa, e do que a universidade está

passando com a falta de recursos enorma que “mais engessa do que esti-mula o pesquisador”, a palestrantedestacou o texto de Lúcio Flávio Pin-to que se encontra no livro Ouro daAmazônia, de João Meirelles Filho:“Mesmo que possua satélites, rada-res, aviões, militares e soldados ron-dando seus limites e patrulhando seuinterior, a Amazônia continuará ex-posta aos interesses e disposiçõesalheias, se permanecer dependendodos minguados recursos materiais co-locados à disposição dos seus estu-dantes, tecnólogos, pesquisadores ecientistas. E se esses minguados re-cursos, desprezíveis até pelos anêmi-cos parâmetros nacionais, permane-cerem subordinados a diretrizes obtu-sas, vesgas, exóticas, coloniais”.

Mas a expectativa da academiasobre o anteprojeto está envolta empreocupações: como incentivar aspesquisas sem perder o controle daproteção da biodiversidade e semcerceá-las com procedimentos buro-cráticos? Quais os mecanismos a se-rem praticados para estimular a ciên-cia nacional e coibir a biogrilagem?

Acesso aos recursos genéticos e conhecimentos

tradicionais associados - os desafios da pesquisa

A doutora Cristina Theodore Assimakopoulos, coordenadora do Núcleo dePropriedade Intelectual da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federalde São Paulo - Unifesp, abordou esse tema em palestra no almoço da ABPI,

realizado dia 14 de abril em São Paulo.

Da esquerda para a direita: Leonor Botton (vice-coordenadora da Comissão de Estudos deBiotecnologia da ABPI), Antonio Carlos Siqueira da Silva (Natura), Sueli Burger (1ª vice-presidente da ABPI), Cristina Theodore Assimakopoulos (Unifesp), Eliana Rodrigues(Unifesp) e Rodrigo S. Bonan de Aguiar (2º vice-presidente da ABPI).

Cristina Theodore Assimakopoulos,coordenadora do Núcleo de PropriedadeIntelectual da Unifesp.

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4 Boletim da ABPI Abril de 2005 • Nº 64

O Projeto Krahô, descrito pelaprofessora Cristina Assimakopoulos,foi realizado pelos professores Elisal-do Carlini e Eliana Rodrigues, doDepartamento de Psicobiologia daUniversidade Federal de São Paulo -Unifesp, e tem como objetivo identi-ficar plantas que atuem sobre o siste-ma nervoso central - SNC. Para isso,é necessário identificar comunidadestradicionais que usem plantas rela-cionadas aos problemas do SNC.

O trabalho identificou, inicial-mente, comunidades tradicionais,como: os caboclos da região do Par-que Nacional do Amazonas, em1995; os índios Bakairis e os índiosKrahôs. Esta última foi a comunida-de escolhida por preencher os crité-rios estabelecidos no trabalho:

- populações que ocupassem osbiomas: cerrado e/ou Pantanal, porserem pouco estudados em compa-ração à Mata Atlântica e FlorestaAmazônica;

- áreas ocupadas por negros ou ín-dios, por serem populações que, apa-rentemente, dispõem de um conheci-mento maior em relação ao uso deplantas que alteram o comportamento;

- grupos humanos que tivessema prática de rituais associada ao usode plantas medicinais;

- presença de “especialistas empráticas de cura” (pajés, xamãs, cura-dores, rezadores, benzedores, entreoutros) no grupo humano escolhido;

- isolamento geográfico em rela-ção às redes públicas de saúde ou aqualquer tipo de atendimento médi-co-convencional.

A palestrante descreveu passo apasso os procedimentos seguidos parao desenvolvimento do projeto, desdeos pedidos de autorização, de finan-

ciamento, os contatos com a etnia,através de uma das seis associações(na época) que representavam a etnia(Vyty-Cati), até a assinatura de proto-colo de intenções entre a universidadee a associação Vyty-Cati, “com previ-são de repartição de benefícios para to-das as aldeias Krahô, em 2001, aindaque nem todas fossem associadas daVyty-Cati”. No trabalho de campo, adoutora Eliana tentou entrar em conta-to com a maioria das aldeias, famíliapor família, para obter o consentimen-to prévio de todos os integrantes da et-nia. Ela teve reuniões com quase todasas lideranças Krahô, mas infelizmente,segundo a palestrante, uma questãopolítica dentro da própria etnia gerouos primeiros entraves para execuçãoda segunda fase do projeto, em feve-reiro de 2002. Na primeira fase houvecoleta e identificação de plantas, mas,com esses problemas, o projeto sofreususpensão imediata. “Sem uma repre-sentação legítima e sem o órgão quepoderia autorizar, a pesquisa não seria

realizada”, esclareceu a palestrante. “Enenhuma planta foi pesquisada. Alémda questão da representação da etnia,o CGEN, apontado como o único ór-gão que poderia autorizar o acesso pa-ra institutos de pesquisa, só começou afuncionar em 2002.”

“Então fomos em busca da asso-ciação que representasse a totalidadeda etnia Krahô. Todos indicaram aAssociação Kapéy. Marcada a primei-ra reunião com a Kapéy, o pessoal daVyty Cati pediu que a Unifesp nãofosse falar com a Kapéy, senão elesnão continuariam no projeto. A Uni-fesp, em respeito à associação VytyCaty, acatou e decidiu não participar.

“A partir daí, começaram a surgirdenúncias pela imprensa. O jornal OGlobo publicou a matéria ‘Suspeita deBiopirataria’, no dia 9/6/2002. O Mi-nistério Público Federal negou quehouvesse qualquer inquérito envol-vendo a Unifesp. O professor Carlinideu uma entrevista negando (Jornaldo Tocantins, 19/6/2002). A Folha de S.Paulo publicou a reportagem ‘TriboQuer R$ 25 milhões por Ervas Medi-cinais’ (19/6/2002) e no dia 13 deagosto publicou outra, ‘Técnico daFunai Afirma que Vai Processar Pes-quisador da Unifesp’. Esse técnicoacabou sendo afastado do projeto eoutro interlocutor foi nomeado.

“A CPI da Pirataria chamou osresponsáveis pelo projeto e concluiuque a Unifesp não era biopirata. Emmarço de 2003 realizou-se uma reu-nião na terra Krahô, na sede da Ka-péy, com a participação do MinistérioPúblico, Funai e Unifesp. O termo deanuência prévia, elaborado pela Uni-fesp e pelo Ministério Público Fede-ral, foi assinado por todos os líderespresentes, para validar a primeira fa-

Cristina Assimakopoulos temconvicção de que:

- a partir do momento em que seestimule a ciência nacional, a pesqui-sa, os nossos pesquisadores, a biogri-lagem vai se sentir coagida;

- equilíbrio entre atores (indús-tria, comunidades tradicionais, go-verno e pesquisadores) é outra ex-pectativa, porque, “quando os colo-

camos juntos, os atores parecem serinimigos e não que somos todos bra-sileiros e temos objetivos comuns”;

- é necessário estimular os pes-quisadores brasileiros a desenvol-ver estudos que tenham como obje-to a biodiversidade nacional, com ointuito de conhecer efetivamente opotencial da diversidade natural dopaís;

- os detentores de conhecimentostradicionais devem ser estimulados adesenvolver sistemas de proteção deseus conhecimentos e de uso susten-tável da biodiversidade;

- o apoio governamental finan-ceiro, político e fiscal à pesquisa e oincentivo à iniciativa privada a in-vestir em projetos de pesquisa sãoindispensáveis.

Matéria de capa

Projeto Krahô

Os pesquisadores da Unifesp vêm tentando, há seis anos, realizar o projeto de pesquisas de plantas medicinais. A cada etapa, grandes dificuldades.

Eliana Rodrigues, do Departamento dePsicobiologia da Unifesp, responsável pelapesquisa de campo junto à comunidadedos índios Krahôs

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Nº 64 • Abril de 2005 Boletim da ABPI 5

se do projeto e autorizar a segundafase, que era a pesquisa efetiva dasplantas usadas como medicamento;ela estava condicionada ao projeto demedicina tradicional, porque os ín-dios Krahôs solicitaram o apoio daUnifesp como contrapartida. O pro-blema é que, para Universidade Fe-deral, a figura do apoio é muito difí-cil. E o problema não era só financei-ro. Os índios queriam praticar a me-dicina Krahô para pessoas brancas,por exemplo. Não há como uma uni-versidade de medicina, nossa medici-na, validar esse tipo de procedimento.

“Nós, da Unifesp, elaboramosum contrato de repartição de benefí-cios; sem qualquer contrato anteriorque pudesse servir de base. Poste-riormente, a chefia de gabinete daPresidência da República, com suges-tões e auxílio do Ministério da Justi-ça, introduziu alterações e a minutado contrato foi aprovada. O contratocom previsão de royalties, inclusivede participação da etnia, como titularde eventuais patentes que possamsurgir da pesquisa. Mas como colocaros seis titulares que representam a et-nia numa patente? Após cinco anosde projeto, os laboratórios se desinte-ressaram, pois mudou a realidade,

mudou o foco da pesquisa, mudou ofoco do medicamento, mudou tudo.Em decorrência do longo período dediscussões, acabamos perdendo o in-vestimento não só da Fapesp, comotambém dos laboratórios.

“No momento, a equipe do proje-to aguarda reunião a ser agendada pe-la Funai. Porque, quando comunica-mos que não teríamos a verba necessá-ria para a pesquisa, ainda temos umapendência lá: o que fazer com o que foiacessado na primeira fase do projeto. Ésobre isso que a etnia insistiu tanto nocomeço, aquelas poucas lideranças,volto a dizer, para aqueles 25 milhões.A maioria da etnia ficou interessadano projeto, fizeram uma carta, para opresidente da Funai, pedindo umareunião para dizer ‘tudo bem, vamosver como fazer para acelerar isso, res-gatar o interesse dos laboratórios,prosseguir com a pesquisa’.”

Cristina Assimakopoulos con-cluiu sua apresentação manifestandoo pedido da universidade: “O quequeremos é pesquisar e conhecer onosso país. Enquanto isso não forpossível, a biopirataria vai continuara ser realizada e o desenvolvimentotecnológico vai ficar extremamenteprejudicado”.

Matéria de capa

DebatesQuando a vice-presidente da

ABPI Sueli Burger franqueou as ma-nifestações para os debates, houveperguntas e intervenções de váriosparticipantes: Antonio Carlos Si-queira da Silva (Natura), VivianeAmaral Gurgel (Amaral Gurgel Ad-vogados), Antonio Ferro Ricci (Ricci& Associados - Propriedade Indus-trial), Paulo Parente Marques Men-des (diretor secretário da ABPI), Ri-cardo P. Vieira de Mello (diretorconselheiro da ABPI) e Ernani JoséLenate Guimarães (Guimarães &Nery Advogados).

Entre outras respostas, a profes-sora Cristina Assimakopoulos disseter percebido que “as indústrias na-cionais parecem não estar muito es-timuladas a financiar a pesquisapor conta de toda essa legislação,de toda essa confusão. Estamospreparando um simpósio, e convi-damos todos aqui presentes, nosdias 16 e 17 de junho, no Hotel Jara-

guá, sobre o tema ‘Plantas medici-nais do Brasil: o pesquisador brasi-leiro consegue estudá-las?’. Um dostópicos a serem apresentados será‘A indústria farmacêutica brasileiratem interesse realmente nos fitote-rápicos?’ Quatro laboratórios queprocuramos no ano passado nega-ram o financiamento”.

Respondeu também que os de-tentores dos conhecimentos tradi-cionais têm todo o direto de dizersim ou não para determinada pes-quisa, quando ela envolve o co-nhecimento da sua etnia. “A partirdo momento em que se acessa opatrimônio genético associado adeterminados conhecimentos tra-dicionais, queimam-se etapas dapesquisa. Por isso, a totalidade daetnia tem de autorizar, e isso é ex-tremamente complicado, porquemuitas vezes os membros dessa et-nia estão espalhados por vários Es-tados brasileiros em locais de difícil

acesso. Além disso, tem tribos emque o pajé é o único que detém oconhecimento, que aprendeu comseus guias espirituais, no seu dia-a-dia na mata, coletando plantas,experimentando nele, no filho, nasogra. Será que esse conhecimentodo pajé é da aldeia toda? É da etniainteira? Será que não foi do avô de-le que era um Xerente, nem era umKrahô, que passou para ele? OsKrahô aprendem sobre plantasquando vão caçar, pescar, no dia-a-dia, desde criancinhas, com osavós. Na ascendência dos Krahôtem Gavião, Kricati, Apinagé e Xe-rente. Se a gente tiver de dividir,há de ser não só com os Krahô,mas também com os ascendentes,se for querer ir à raiz da repartiçãodos benefícios. Tem antropólogosque acham que quem detém o co-nhecimento é aquele pajé e tem ou-tros que acham que pertence aosascendentes também.”

Plantas medicinais doBrasil: o

pesquisador brasileiroconsegue estudá-las?

O Centro Brasileiro de Informa-ções sobre Drogas Psicotrópicas - CE-BRID e a Sociedade Brasileira para oProgresso da Ciência - SBPC realizarãoo simpósio Plantas medicinais do Bra-sil: o pesquisador brasileiro consegueestudá-las?, nos dias 16 e 17 de junho,no Hotel Jaraguá, rua Martins Fontes,71, São Paulo. A preocupação que levaa tomar essa iniciativa é causada pelasbarreiras da legislação que tornam aspesquisas lentas e burocráticas, tantopara acessar os recursos vegetais quan-to para obter autorização para estudaras plantas usadas pela cultura popular.Isso torna o desenvolvimento fitoterá-pico inviável no Brasil. O simpósio temo objetivo de discutir o panoramaatual, levantar os principais problemase buscar soluções. Informações no sitewww.cebrid.epm.br ou pelo [email protected].

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6 Boletim da ABPI Abril de 2005 • Nº 64

Matéria de capa

No último dia 14 de abril, em SãoPaulo, o diretor jurídico da Natura, An-tonio Carlos Siqueira da Silva, apresen-tou aos participantes do almoço da as-sociação a experiência da Natura nouso da biodiversidade brasileira, comfoco no caso do uso do breu branco, es-pécie coletada no Amapá para confec-ção de alguns dos seus produtos.

Iniciada com a projeção de umfilme sobre a coleta da castanha-do-brasil pela comunidade de São Fran-cisco do Iratapuru, sua palestra tevecomo objetivo mostrar os procedi-mentos da Natura na busca pela le-galização e pelo estabelecimento deuma segurança jurídica em relaçãoao trabalho que que a empresa já vi-nha desenvolvendo havia muitotempo na área de biodiversidade.

Especialista em direito empresa-rial e tributário, há mais de vinte anosatuando como advogado de empresasnacionais e internacionais, AntonioCarlos Siqueira da Silva conta que,quando chegou à Natura, se espantoucom as dificuldades existentes na in-terpretação e aplicação da legislaçãode acesso ao patrimônio genético. Poroutro lado, a atuação da Natura juntoàs comunidades tradicionais para usode ativos da biodiversidade brasileiraprecede a medida provisória que re-gulou o acesso a esses recursos. “Já tí-nhamos uma legitimidade que nospossibilitou trabalhar para esclareceras dúvidas suscitadas pela legislação.Queremos que a legislação seja me-lhor, menos complicada, de forma queas pequenas empresas também pos-sam ter acesso aos recursos da biodi-versidade e fazer seus produtos comtranqüilidade e segurança, dentro dalei”, explicou.

A comunidade de São Franciscodo Iratapuru, fornecedora de casta-nha-do-brasil à Natura, é também aresponsável pela extração do breubranco (Protium pallidum) utilizadonos produtos da linha Ekos da em-presa - ambos os insumos são coleta-dos na Reserva de DesenvolvimentoSustentável do Rio Iratapuru, noAmapá. Ela é formada por 27 famí-lias, e representada pela CooperativaMista dos Produtores Extrativistasdo Rio Iratapuru - Comaru.

“Ao iniciarmos as relações comessa comunidade”, relatou Siqueira,“tratamos de legitimar uma represen-tação, para que se viabilizasse a assi-natura de contratos, a autorização deacesso, a repartição de benefícios, as-pectos que precisam estar muito bemdefinidos em processos como esses.”

Além disso, previamente foi neces-sário definir o enquadramento legaldas atividades desenvolvidas pela Na-tura. “Não havia qualquer definiçãosobre a expressão desenvolvimentotecnológico”, explicou Siqueira. Numprimeiro contato com o CGEN sobreprocedimentos, percebeu haver a ne-cessidade de começar a relação com oórgão com a definição do que se enten-dia por desenvolvimento tecnológico.

“Pesquisamos os conceitos exis-tentes sobre o que é o desenvolvimen-to tecnológico, para então elaboraruma proposta de definição”, contouele. Esse era um interesse comum doCGEN, da Natura e das demais asso-ciações ali presentes, pois não seriapossível desenvolver produtos semter certeza a respeito dos procedimen-tos legais a que estariam sujeitosaqueles que utilizavam ativos da bio-diversidades brasileira. “Protocola-mos uma consulta, pois, como não sa-bíamos de que forma fazer, nossa in-tenção era discutir abertamente como CGEN e encontrar o melhor cami-nho.” O processo caminhou bem e,

em seis meses, o CGEN deliberou so-bre o conceito de desenvolvimentotecnológico, o que possibilitou darmais um passo na direção da legaliza-ção do acesso ao patrimônio genético.

Opção pelo trabalho conjunto

A Natura utiliza uma série de ati-vos da biodiversidade brasileira e, porisso, sua diretoria jurídica decidiu seconcentrar numa forma de trabalho emparceria - da empresa com os governosestadual e federal e a comunidade - pa-ra definir como seria feita a análise doprocesso de acesso ao patrimônio ge-nético. “Estabelecemos um processo denegociação com a comunidade, cria-mos mecanismos de relacionamentolegítimo, independente, com suas lide-ranças, e, então, assinamos o termo deanuência para ter acesso ao breu bran-co, sempre dialogando com o CGEN eo Estado do Amapá”, explicou.

Antes de assinar o contrato derepartição de benefícios gerados peloproduto comercializado, foi necessá-rio definir o que são benefícios e aforma de reparti-los. “Como não ha-via uma prática nesse sentido, esta-belecemos um pagamento a ser feitono início do processo, ou seja, na re-tirada da planta da comunidade. De-pois, criamos um fundo, adminis-trado em conjunto pela Natura e pe-la comunidade, formado pelo per-centual recebido sobre a venda lí-

A Natura e a biodiversidade Brasileira

Antonio Carlos Siqueira da Silva, diretor jurídico da Natura.

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quida dos produtos que contêm ma-téria-prima fornecida pela comuni-dade”, afirmou Siqueira. Explicouque esses recursos são aplicados pe-la comunidade em projetos sociais,com supervisão da Natura, mas seminterferência da empresa nas deci-sões da comunidade.

Esse processo foi protocolado jun-to ao CGEN. Depois de atendidas assolicitações de esclarecimentos e fei-tas as avaliações pelas comissões es-pecializadas, o CGEN emitiu um pa-recer preliminar. Esse parecer foi sa-tisfatório, mas ainda não totalmentede acordo com os pontos defendidospela Natura. “Por isso”, afirmou Si-queira, “fomos ao plenário, fiz umadefesa aberta de cinco minutos, apon-tando os motivos e a importância des-sa aprovação. Salientei que era neces-sário viabilizar o uso da biodiversida-de brasileira. Tivemos a oportunida-de de ir ao CGEN e de nos manifestarde forma autônoma, soberana, duran-te a sessão plenária em que o proces-so foi a julgamento. Como não haviaum procedimento definido para amanifestação das empresas perante aplanária do CGEN, foi necessário de-finirmos, com aprovação daquele ór-gão, um novo procedimento para ga-rantir, regulamentarmente, a possibi-lidade de manifestação das empresas.Assim, a partir da aprovação desseprocedimento todas as empresas po-derão fazer uso da palavra para sus-tentar oralmente os seus pontos devista sobre os processos em julgamen-to perante o CGEN.”

Os dezessete membros do CGENautorizaram o acesso da empresaao breu branco, com manifestaçõesfavoráveis.

Esse processo foi o primeiro a en-volver uma comunidade - com partici-pação aberta e repartição de benefícios-, um governo estadual (do Amapá) euma empresa. “Daí a importância queo processo tem. Esse é o caminho maisdifícil, mas a empresa optou por isso,porque acredita que é a forma maiscorreta e que respeita as crenças e valo-res da própria Natura”, disse Siqueira.

Lições aprendidas

A trilha pioneira da Natura podeser útil a outras empresas. “É impor-tante ter uma identificação precisado local de acesso aos recursos da

biodiversidade. A simplificação docontrato e a legitimidade no proces-so de negociação devem ser observa-das. É preciso dialogar com a comu-nidade. Fernanda Ferraz, advogadada Natura responsável pela área debiodiversidade, teve de ir até o Ama-pá para explicar em linguagem sim-ples como seria o contrato e comoiria ocorrer a repartição dos benefí-cios para a comunidade do Iratapu-ru”, contou Siqueira. É preciso tomarmuito cuidado para definir exata-mente o que a empresa considera co-mo repartição de benefícios, porqueessa é a base para a tomada de de-cisão da comunidade.

Para Siqueira, em todo o processo,é fundamental ter uma visão multidis-ciplinar para manter um bom relacio-namento com as comunidades tradi-cionais. “Estamos sempre em contatocom antropólogos, engenheiros, so-ciólogos, com gente que trabalha comessas comunidades, é um trabalhorealmente artesanal”, completou.

De acordo com Siqueira, os requi-sitos legais para acesso ao patrimôniogenético e ao conhecimento tradicio-nal associado devem assegurar a re-partição justa e eqüitativa dos benefí-cios derivados do uso dos recursos,de forma a promover o desenvolvi-mento e a conservação da biodiversi-dade, bem como estabelecer uma re-lação equilibrada entre provedores eusuários desses recursos.

No decorrer de sua apresentação,apresentou toda a legislação relacio-nada ao tema, passando por decretos,pela Convenção da Diversidade Bio-lógica, por medidas provisórias, atépelas resoluções do CGEN, além demostrar as definições de bioprospec-ção e desenvolvimento tecnológico.Também mostrou uma cronologia doprocesso, passo a passo.

O diretor jurídico da Natura en-cerrou sua exposição com as liçõesaprendidas pela empresa, tanto emrelação aos aspectos jurídicos quantoà sustentabilidade dos ativos.

Matéria de capa

Nº 64 • Abril de 2005 Boletim da ABPI 7

R$ 11 milhões parapesquisas comcélulas-tronco

A Frente Plurissetorial em Defe-sa da Ciência, Tecnologia e Inovaçãoreuniu-se no dia 20 de abril na Câ-mara dos Deputados, quando foilançado o edital do CNPq nº024/2005, para seleção de projetosde pesquisa e desenvolvimento nasáreas de pesquisa básica, pré-clinicae terapia celular. Em seus discursos,os ministros da Saúde, HumbertoCosta, e da Ciência e Tecnologia,Eduardo Campos, apontaram a im-portância do edital envolvendo pes-quisas com células-tronco embrioná-rias e os avanços que trarão ao de-senvolvimento do país. As pesquisasterão R$ 11 milhões de recursos, dosquais R$ 5,5 milhões do Fundo Seto-rial de Biotecnologia (CT-Biotec), ad-ministrado pelo MCT, e R$ 5,5 mi-lhões do Ministério da Saúde. A ABPIfoi representada por Alexandre Mül-ler Buarque Viveiros.

Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015

A ABPI, representada por Ale-xandre Müller Buarque Viveiros, par-ticipou do lançamento do Mapa Es-tratégico da Indústria 2007-2015, dia26 de abril, no auditório da CNI, queteve a presença dos ministros Eduar-do Campos, da Ciência e Tecnologia,e Luiz Fernando Furlan, do Desen-volvimento, Indústria e ComércioExterior e do presidente da CNI, de-putado Armando Monteiro Neto. OMapa Estratégico da Indústria foielaborado nos últimos seis meses, pe-lo Fórum Nacional da Indústria.

O Mapa define objetivos, metas eprogramas capazes de consolidar oBrasil como uma economia competiti-va, inserida na sociedade do conheci-mento e base de uma das principaisplataformas da indústria mundial: ino-vadora, com capacidade de crescer deforma sustentável, com mais e melho-res empregos. Conheça o mapa no sitewww.cni.org.br/mapadaindustria.

Notas

Page 8: Boletim ABPI 52 · cobiologia da Unifesp. O projeto, no entanto, passa por dificuldades tais, que chegou a perder os investimen-tos prometidos. Página 4. ... e o acesso aos recursos

O Ministério da Justiça, a Interpol,a World Customs Organization - WTO,a Global Business Leaders AlianceAgainst Counterfeiting - GBLAAC e aAssociação Brasileira da PropriedadeIntelectual - ABPI promoverão o 1°Congresso Internacional de Combateà Pirataria - Fórum Regional da Amé-rica Latina, nos dias 13 e 14 de junho,

na Escola da Magistratura do Estadodo Rio de Janeiro - EMERJ, destinado ajuízes, promotores e delegados. Serãotambém destinadas vagas a participan-tes da sociedade civil. AABPI é respon-sável pela secretaria do Congresso e,para mais informações, ligar para (21)3974-2006 ou enviar e-mail [email protected]

Na semana de 13 a 17 de junho,o Ministério Público do Estado doRio de Janeiro promoverá o I CursoNacional de Capacitação paraAgentes Públicos, destinado aagentes das polícias e Receita. Ocurso será realizado na Academiade Polícia do Rio de Janeiro.

Gabriel Francisco Leonardos, nos-so associado e integrante do ConselhoEditorial da ABPI, sócio do escritórioMomsen, Leonardos & Cia., foi eleitopresidente da Câmara de Comércio eIndústria Brasil-Alemanha do Rio deJaneiro - AHK Rio para o período2005-2006. Na mesma chapa foi tam-bém eleita como integrante da direto-

ria da Câmara nossa associada MariaThereza Wolff, sócia do escritórioDannemann, Siemsen, Bigler & Ipane-ma Moreira. Em sua gestão, GabrielLeonardos, que atua na Câmara desde1998, inicialmente como diretor e pos-teriormente como vice-presidente,pretende fomentar o relacionamentocomercial entre empresas dos dois

países e acredita no potencial de cres-cimento de eventos, associados e mis-sões comerciais, e dedicará especialatenção à comemoração dos noventaanos da Câmara em 2006. Gabriel Leo-nardos considera a sua eleição e a deMaria Thereza Wolff como um sinalda valorização dos profissionais dapropriedade intelectual.

8 Boletim da ABPI Abril de 2005 • Nº 64

Notas

Informativo mensal dirigido aos associados da ABPI.

Visite a versão on-line deste Boletim no sítio da Associação.

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Comitê Executivo: Gustavo Starling Leonardos - Presidente; Sueli Burger - 1º Vice-Presidente; Rodrigo Sérgio Bonan de Aguiar - 2° Vice-Presidente; Manoel J. Pereira dosSantos - 3° Vice-Presidente; Cláudio Roberto Barbosa - Diretor Relator; Lilian de MeloSilveira - Diretora Editora; Paulo Parente Marques Mendes - Diretor Secretário; HerlonMonteiro Fontes - Diretor Tesoureiro.Conselho Editorial: Gabriel F. Leonardos, José Roberto d’Affonseca Gusmão, Juliana L. B. Viegas, Manoel J. Pereira dos Santos e Rodolfo H. Martinez y Pell Jr.Boletim da ABPI: Editora - Lilian de Melo Silveira; Jornalista Responsável - João Yuasa (MTb: 8.492); Produção Gráfica - PW Gráficos e Editores Associados Ltda; Fotos - CarlosGueller; Revisão - Mauro Feliciano; Impressão e Acabamento - Neoband Soluções Gráficas.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Boletim da

28 A 30 DE AGOSTOHOTEL TRANSAMÉRICA - SÃO PAULO

27 E 28 DESTINADOS AOS TRABALHOS DAS COMISSÕES DE ESTUDO DA ABPI

SEMINÁRIO NACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUALA IMPORTÂNCIA DA PROPRIEDADE INTELECTUALNA INDÚSTRIA E NO COMÉRCIO: AGREGANDOVALOR AOS PRODUTOS E SERVIÇOS

XXV

Gabriel F. Leonardos eleitoPresidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro

1° Congresso Internacional de Combate à Pirataria