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Boletim Informativo Clube Niteroiense de Montanhismo Ano IX – número 21 Niterói, junho de 2013 Fundado em 20/11/2004 • Como se preparar para uma travessia • • Como se preparar para uma travessia • • Concurso Fotográfico • • Concurso Fotográfico • • Cordeletes • Camadas de Roupa • Cordeletes • Camadas de Roupa • Chaminé CEI: a primeira via de escalada de Niterói? • • Chaminé CEI: a primeira via de escalada de Niterói? • Sul da Sul da Patagônia Patagônia Código Código de Ética de Ética de Niterói de Niterói

Boletim CNM 2013-2

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Boletim InformativoClube Niteroiense de MontanhismoAno IX – número 21

Niterói, junho de 2013Fundado em 20/11/2004

• Como se preparar para uma travessia • • Como se preparar para uma travessia • • Concurso Fotográfi co • • Concurso Fotográfi co •

• Cordeletes • Camadas de Roupa • Cordeletes • Camadas de Roupa • • • Chaminé CEI: a primeira via de escalada de Niterói? •• Chaminé CEI: a primeira via de escalada de Niterói? •

Sul da Sul da PatagôniaPatagônia

CódigoCódigode Éticade Ética

de Niteróide Niterói

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2 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21

Um Código de Ética é um documento de texto com diversas diretrizes que norteiam as pessoas quanto as suas posturas e atitudes ideais, moralmente aceitas ou toleradas por uma sociedadecomunidade com um todo, enquadran-do os participantes a uma conduta politicamente correta e em linha com a boa imagem que a entidade ou a profi s-são quer ocupar É redigido, analisado e aprovado pela sua entidade de classe, organização ou governo competente, de acordo com as atribuições da atividade desempenhada, de forma que ela venha a se adequar aos interesses, lutas ou anseios da comunidade benefi ciada pelos serviços que serão oferecidos pelo profi ssional sobre o qual o código tem efeito.

Agora saindo do texto formal, o Código de Ética de Niterói foi um esforço justamente para que se organizas-se, tornasse mais “ética” as atividades de montanhas no lado de cá na Baía da Guanabara, tendo em vista também que o montanhismo se pratica em unidades de conser-vação, era necessário mostrar para os gestores públicos condutas moralmente aceitas pela coletividade da comu-nidade de montanha, em prol tanto do esporte quanto da própria montanha.

Baseando-se na experiência das entidades e em docu-mentos pré-existentes quanto ao montanhismo (a Declara-ção de Tirol por exemplo) ocorreu, em 21/10/2006, o 1º Encontro Niteroiense de Escalada, onde juntos, FEMERJ, CNM e escaladores independentes, aprovaram as seguintes recomendações gerais do Código de Ética de Niterói:

“1) Durante a escalada ou rapel faça o possível para reduzir os danos sobre a vegetação. Quando exis-tir esta opção, escolha sempre a descida pela ca-minhada, pois o rapel é bastante impactante. Se após uma ascensão, o rapel for inevitável, procure não realizá-lo emendando duas cordas, caso exis-ta esta opção. Opte sempre pela descida menos impactante.

2) Evite a colocação de grampos em cumes acessados por caminhadas, evitando assim a prática exclusiva de rapel (prática extremamente danosa à vegetação de paredes).

3) O esforço exigido pela colocação de proteção fi xa de forma tradicional (talhadeira e marreta), em geral, leva a uma maior refl exão da validade e da

qualidade da rota escolhida. Privilegie esta forma de conquista. Pelos mesmos motivos, não conquis-te com corda de cima, especialmente em vias não esportivas.

4) Na base, evite se arrumar ou se aglomerar para a escalada em platôs de vegetação. Da mesma forma, não utilize a vegetação como apoio, proteção natu-ral ou ancoragem.

5) Utilize as trilhas existentes, não abra ou utilize atalhos. Contribua para a manutenção das trilhas existentes. No caso da necessidade de abertura de uma nova trilha, entre em contato com o Clube Ni-teroiense de Montanhismo.

6) Destaca-se que o compromisso com o baixo impac-to de uma via conquistada não se refere somente ao ato da conquista, que deve ser feita em linhas sem vegetação. Neste sentido, as conseqüências das repetições e das descidas futuras também devem ser pensadas. Por exemplo: se numa parede com vege-tação, deixarmos uma via bem equipada, com pos-sibilidade de rapel, e ainda juntarmos a facilidade de acesso, temos que pensar que as repetições serão muitas, bem como as descidas pela via. Assim, pou-co vai sobrar daquele cuidado inicial de não remo-ver a vegetação durante a conquista.

7) Ao pensar em realizar uma conquista explore o potencial oferecido pelas vias já existentes no setor (escale!). Conheça um pouco da história dessas vias (informe-se nos guias já publicados para área ou com escaladores locais mais experientes). Isto pode evitar que se cometam alguns equívocos como: abertura de variantes de variantes, rotas muito pró-ximas ou atravessando (e por vezes intermediando) vias clássicas, etc.

8) Não promova e nem participe de escaladas com um grande grupo de pessoas (um grupo de oito pessoas já é sufi cientemente grande para uma es-calada). Estas excursões causam grande impacto nas trilhas e nas vias. Aprecie o aspecto refl exivo e contemplativo da escalada, que só são possíveis longe da multidão. A parede não é o melhor lugar

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Código de Ética de NiteróiPor Alex Figueiredo

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para festas, deixa as comemorações para locais mais apropriados que vias de escalada.

9) Lembre-se que se o objetivo é o mínimo impacto, restrinja ao estritamente essencial sua passagem na parede. Não coloque grampos exageradamen-te (estes são a última opção de proteção, não os transforme na única opção), privilegie as prote-ções móveis não grampeando fendas. Não bata grampo ou chapeletas em boulders. Não coloque agarras artifi ciais, bem como não quebre ou cave agarras na rocha. Não faça pinturas, pichações ou outras marcações na parede. Leve todo o seu lixo para casa.

10) Certos locais apresentam indícios de que não comportam mais vias sem que ocorra um dos seguintes casos: vias coladas umas nas outras ou muita vegetação destruída. Estas situações não acrescentam nada de positivo para a história da escalada em Niterói.

11) Dê preferência às proteções fi xas em inox em áreas que sofram infl uência de maresia.

12) Utilize sempre chapeletas e fi xadores de material idêntico. Materiais metálicos diferentes, quando em contato, causam uma diferença de potencial eletroquímico, o que acelera consideravelmente a corrosão. O mesmo vale para os grampos e pa-lhetas.”

Tenhamos a clareza que alguns pontos acima me-recem revisão, afi nal já se foram sete anos! Um exemplo “ultrapassado” a indicação quanto ao uso de grampos de inox ..., mas o Código de Ética foi um marco para a História do Montanhismo Fluminense, e esperamos que, em breve, possamos vir a atualizá-lo, tendo em vista os trabalhos que serão iniciados junto ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, com a formação do Grupo de Trabalho de Montanhismo.

Abraços a todos e lembrem-se: “Nós devemos a to-das as pessoas que encontramos nas montanhas ou nas rochas uma porção igual de respeito. Mesmo em condi-ções isoladas e em situações estressantes, nós não deve-mos nos esquecer de tratar os outros da maneira como queremos que nos tratem”, é o artigo 3, da Declaração de Tirol.

ACONTECEU

GT Montanhismo – PESETPor Leandro do Carmo

Local: NUPIFData: 04/05/2013

Em uma reunião, o GT Montanhismo do PESET, composto pelo Clube Niteroiense de Montanhismo e Escaladores Independentes, tratou de assuntos importantes que visam preservar e melhorar o excelente relacionamento entre montanhistas e o Parque. Dentre os assuntos debatidos, falou-se sobre: a possibilidade de substituição do Termo de Responsabilidade de Risco (TRR), por placas de sinalização alocadas em pontos estratégicos, bem como sua revisão.

Mas o foco foi nas conquistas. E tomando como base a setorização de áreas, estabelecidas em reunião anterior, fi cou claro que os setores verdes estão liberados para conquistas e os vermelhos devem ser analisados por um grupo composto por: 4 escaladores independentes; e o CNM, representando 4 cadeiras.

Abaixo, seguem as defi nições do dia:

1- Setor Verde: Conquista liberada, sendo necessário apenas um comunicado prévio para nivelamento e atualização da administração;

2- Setor Vermelho: O escalador deverá encaminhar uma solicitação a administração do parque, segun-do formulário próprio para conquistas de vias. O prazo para manifestação do GT pode variar entre quinze e trinta dias;

3- O formulário para abertura de novas vias já foi elaborado e passará por ajustes, estando estes por conta do escalador Luiz Andrade.

4- Este formulário, bem como todos os procedimen-tos, setorização e código de ética deverão estar dis-postos em meios digitais no site do parque e em sites de instituições afi ns;

5- O PESET iniciará a avaliação do TRR a partir das sugestões do GT.

A reunião foi uma conquista, uma vitória. Segun-do Fernando Matias, “as pessoas que fazem parte deste processo de discussão entram para a história da unidade de conservação e da montanha, avaliando tecnicamente a conquista de vias”.

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Tendo um planejamento minucioso o treino fi ca livre de possíveis erros. Para iniciar um treino de caráter aeróbico ou de resistência muscular localizada, é necessário aplicar o princípio de especifi cidade, sendo assim: faça exercícios localizados na musculação que simulem treino de pernas iguais a caminhada, e no aeróbico é caminhar, caminhar e caminhar! Não se esqueça do peso extra que terá no trajeto. Em alguma hora terá de treinar com o mesmo peso que carregará no dia. Use mochila com todos os equipamentos e treine nos dias mais intensos.

Tenha como padrão a seguinte ordem de exercícios:

1 - Aquecimento - Movimentação muito leve2 - Movimentação de cadência - Aumento de intensidade (inclinação e/ou velocidade)3 - Treino cansativo - Incremento de carga forte4 - Treino exaustivo - Incremento de carga muito forte5 - Desaceleração - Diminuir a intensidade 6 - Volta à calma - Movimentação leve7 - Alongamento - Amplitude de movimentos articulares submáximos estáticos ou balísticos.

Trabalhemos uma porção de tempo formada por 12 semanas no mínimo:

Modelo de treinamento a ser executado:

ContínuoAplicação contínua de cargas e velocidade, sem

nenhum tipo de alteração nos estímulos (intervalo, carga e número de contrações musculares)

Ex: Caminhada de 5km com velocidade de 6km/h o tempo inteiro.

Terreno: Plano

Nesse treinamento deixarei de lado a preparação dos equipamentos e trabalharei as informações aprofundadas do desempenho físico. Mostrarei as fases do treino de caminhada, até que alcance o topo da forma física, para executar sem muita difi culdade uma longa trilha.

De iniciante a atleta: para iniciar esse trajeto é preciso treinar, mas treinar muito! Pois não é prudente a participação de aventureiros sedentários nesse tipo de atividade. Deve cuidar muito bem de seu corpo, pois o mesmo levará uma intensa carga até o longo destino e sofrerá impacto signifi cativo as articulações, músculos e tendões. Fortalecê-los de forma específi ca é a chave para o sucesso, e a prevenção de muitas dores durante o percurso e pós-atividade.

É necessário um tempo mínimo de preparação, pois, as

adaptações musculares e cardiorrespiratórias costumam ser lentas. Atente ao princípio da “individualidade biológica”. Sendo assim: cada indivíduo responderá de forma diferente ao estímulo. Persista no treino e o corpo se adaptará, não há fórmula moldada, mas sim treino base, descanso e novo treino. A “não progressão” da “performance” pode ser um indicativo de erro ao usar a planilha nos fatores intervalo e/ou intensidade. Teste o seu corpo, a resposta sempre será efetiva se conduzi-lo de forma prudente, respeitando seus limites.

1ª Fase do treino: PreparaçãoTenha todas as informações possíveis do percurso:

distância, altura, desnível, tipo de terreno e clima (temperatura); tempo mínimo e máximo de duração da atividade, e fase do dia (manhã , tarde ou noite) de início.

2ª Fase: ExecuçãoSuponhamos que essa travessia seja a Petrópolis

-Teresópolis: (Dados aproximados

1 - Sede Petrópolis-Açu - 7 km - 1145 m desnível - Subida pesada

2 - Açu-Pedra do Sino10 KM - 200 m desnível - Misto(subidas e descidas)

3 - Pedra do Sido-Sede Teresópolis11 km - 1200 m desnível - 4 horas - Descida constante

SAÚDE

Como se preparar para travessiasPor Guilherme Belém

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IntervaladoÉ aplicado esforço máximo ou submáximo, com o

uso de descanço no meio do treino, podendo ser o mesmo passivo (parado) ou ativo(movimentação fraca).

Ex: Caminhada de 6km, o 1ºkm (e os demais ímpares) com velocidade de 6,5km/h, o 2ºkm (e os demais pares)caminhada a 5km/h. Alternando os dois estímulos.

Terreno: Plano

FartlekTrabalhado também como terreno misto, é usado

com variação extrema de velocidade, inclinação e tempo de intervalo ativo (ainda se movimentando).

Ex: Caminhada de 10km, sendo o 1ºkm – 6km/h (inclinação 6%) o 2,3 e 4ºKm - 6,5km/h (inclinação nenhuma) e o 5ºkm- executar caminhada 5km/h (inclinação 10%). Sendo essa série repitida por duas vezes.

Terreno: Misto (Aclive, declive e plano)

Ganho de volumeÉ usado para que se alcance maiores distâncias. Treino

moderado porém com longa distância.Ex: Treino longo de 12km contínuos e velocidade

moderada. Terreno : Plano

ForçaDiminuição do número de contrações com um

emprego alto de carga.Ex: 2km sendo eles percorridos a 5,5km/h em uma

inclinação de 8% e com o peso dos equipamentos.Terreno: Íngreme

Tudo pronto?

Agora a fase mais importante: Planilha de treino!

Obs: Faça o treino na ordem em que foi empregado. Use sempre o intervalo de 24h para cada treino no mínimo, e mantenha o corpo em movimento o maior tempo possível, sem fazer paradas. Não deixe de fazer musculação atrelada aos dias de caminhada.

Com essas dicas tenho certeza que a travessia será um sucesso, onde a preocupação não será o corpo, mas sim aproveitar o evento e todas a suas maravilhas que a natureza proporciona. Boa trilha! E até a próxima!

Dúvidas: [email protected]

Guilherme Belem é Professor Especialista em Exercício aplicado à Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais, Medicina do Exercício e Consultor PitbullAventura CREF: 028167-G/RJ.

SUGESTÃO DE LEITURA

Por Allan Marra

O melhor livro de cicloturismo que já li foi “No guidão da liberdade”, do Antonio Olinto, que já fez palestra no clube. Sem contar os diver-sos guias dele: www.olinto.com.br

Diários da Bicicleta, David Byrne

Conquistadores do Inútil, Lionel Terray

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CROQUI

Conquista: Chaminé Saí RaladoPor Leandro do Carmo

No sábado, dia 11/05, eu e o Guilherme demos um pulo na praia de Adão e Eva a fi m de darmos uma olhada num ponto onde já tinha visto uma possibilidade de conquista. Assim que cheguei, coloquei dois grampos para rapelar até a base e iniciar a subida pela chaminé. Com a maré alta, pode ser que nem dê para acessar a base direito.

Não é uma chaminé com paredes paralelas, ela é em formato de V. O começo é um pouco alto, sendo difícil a saída. Tem uma agarra alta e para vencer o lance tem que usar o braço, pois fi ca sem apoio para os pés. Muitas agarras quebrando. Fui subindo e por ser muito estreita no começo, fui bem devagar. Dei uma parada num pequeno buraco, onde acomodei meu pé para descansar um pouco.

Depois de pegar um fôlego, continuei subindo e o lance foi difi cultando um pouco, tem que começar a sair e mais acima, já fi ca numa posição mais confortável. Dá para fazer em top rope, com proteção numa árvore no fi nal dela

Ralei o joelho e os dois ombros... Depois de feita, não poderia termos dado outro nome: Chaminé Saí Ralado! Ainda preciso confi rmar o grau, mas acho que deve fi car em IVsup. Tem que alguém ir lá para confi rmar!!!!

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Regulamento:

1. Disposições gerais1.1. O Concurso de Fotografi a Além das Quatro

Paredes, é direcionado para os associados do Clube Nite-roiense de Montanhismo, sem limite de idade, bastando estar devidamente inscrito no clube e em dia com suas mensalidades.

1.2. As fotografi as devem ter como assunto alguma atividade de ciclismo, ou de caminhada e ou de escalada sem depender de a atividade ter sido ofi cial.

1.2.1. A seleção das fotos levará em consideração cri-térios estéticos da imagem produzida – composição, cores, corte e a mensagem transmitida pelo fotógrafo.

1.3. Cada fotógrafo poderá participar com, no máxi-mo, 05 (cinco) fotos.

1.4. Cada participante só poderá ser contemplado em até 02 (duas) fotografi as.

2. da inscriçãoAs inscrições serão de 08 de julho a 10 de agosto

de 2013 por meio de mensagem para o e-mail [email protected]

3. objetivoOs autores das doze fotografi as selecionadas receberão

certifi cado do clube e as imagens serão expostas na exposi-ção virtual no FaceBook do CNM e como banners no site http://niteroiense.org.br.

4. do material4.1) As fotografi as somente serão aceitas em meio

digital, no formato de arquivo (extensão) JPEG, em quali-dade máxima, deverão ter seu tamanho entre 3 Mbytes e 5 Mbytes, e o padrão de cores RGB.

4.2) As fotografi as poderão ser em cores ou preto e branco.

4.3) Somente será aceita a inscrição de uma foto por mensagem, onde deve constar:

• Nome do autor da foto• Endereço postal completo, com CEP• RG• CPF• Telefone para contato• Título da foto (caso aplicável)4.3.1) Para o caso de participante menor de 18

anos, a inscrição deverá ser acompanhada dos mesmos dados do responsável legal, bem como sua autorização

Concurso Fotográfi co Além das 4 Paredesexpressa, mesmo por e-mail, que será confi rmada em contato pessoal.

4.4) Aqueles que optarem por inscrever mais de uma fotografi a devem enviar quantas mensagens forem neces-sárias, até o limite de cinco por participante conforme informado acima.

4.5) As fotos inscritas poderão ou não ter sofrido pós--tratamento em software de edição de imagens, fi cando ao critério do autor a livre expressão de sua criatividade.

4.6) As imagens devem ser obrigatoriamente de auto-ria do participante, cabendo a ele a responsabilidade auto-ral, bem como responder pelo direito de uso de imagem de propriedades e pessoas ali retratados. Qualquer uso não autorizado e porventura reclamado será integralmente as-sumido pelo participante.

4.7) Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis.

4.8) Ao se inscrever o autor permite automaticamente que suas fotografi as sejam usadas pelo Clube Niteroiense de Montanhismo, sempre vinculando o nome do autor, para divulgação de suas atividades.

4.9) Ao se inscrever os autores selecionados deverão levar no evento de encerramento (25 de agosto) a fotografi a am-pliada no tamanho 30 x 40 cm para a exposição de um dia.

5. do julgamento5.1) Será formada uma comissão com 03 associados

do CNM, indicados pela direção do clube para a contagem dos votos.

5.2) todas as fotos que estejam dentro do padrão serão postadas no dia 11 de agosto, no grupo de discussão do Clube Niteroiense de Montanhismo na rede social Face-book a fi m de que sejam votadas por júri popular. Serão considerados votos absolutos.

5.3) A votação de cada fotografi a será computada as 21:00 h no dia 22 de agosto pela comissão.

5.4) A comissão terá capacidade de resolver questões que eventualmente não estejam claras no presente regula-mento.

6. da seleção6.1) Serão selecionadas 12 fotografi as.7. do encerramento7.1) As fotografi as selecionadas serão expostas no dia

25 de agosto, em evento de encerramento do concurso em conjunto com o Climbing Day na Pracinha de Itacoatiara. Neste evento serão entregues os certifi cados para os auto-res selecionados.

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HISTORIA

Chaminé CEI, a primeira via de escalada de Niterói?Por Leandro do Carmo

Mas o que é que isso tem de importante? Estamos falando de 10/03/1940, ou seja, 16 anos antes da conquista da Agulha Guarischi!!! O texto deixa bem claro que era uma via de escalada e que já era frequentada.

Já havia estado lá há alguns dias atrás e depois de ler o texto do informativo, tive a certeza que a Chaminé C.E.I. é onde o André Ilha, Rodolpho Pajuaba e Rosângela Gelly conquistaram, em 1987, a Chaminé Almas Penadas. Cheguei a essa conclusão pois o CEI descreve o local com “pequenos lances de escalada” e o lá não tem outra chaminé com essas características, pois a outra chaminé existente no local, é a Campello, tendo sido conquistada em 1957, pelo próprio CEC, porém um pouco mais complexa, tendo sido graduada em 3º IIIsup A1.

Além de todas a evidências físicas quanto ao local, o CEI fez questão de dar nome a chaminé, o que não aconteceu nos pequenos lances de escalada na trilha para o Alto Mourão, conforme descrição da atividade nos dias 15 e 17/03/1940, ainda neste mesmo informativo. Outro fato é que a Chaminé C.E.I não é o único nem o mais fácil acesso ao cume, então, escalá-la, era uma opção, o que reforça a tese de primeira via de escalada.

Não temos informação da linha exata da via, graduação, etc., mas fi ca claro, até que a história mostre o contrário, que a Chaminé C.E.I., é a primeira via de escalada de Niterói!

*Ano 61 - No 3 - Maio / 2007

A história nem sempre é clara. Muitos fatos não documentados se perdem no tempo. Por vezes, descobrimos relíquias que passam despercebidas durante anos... Por que no montanhismo seria diferente?

Voltando a história conhecida, é fato que os primeiros relatos de conquista de vias de escalada em Niterói se deram com a da Agulha Guarischi, que fora, primeiramente, batizada de Agulha Itacoatiara. Segundo informativo do Centro Excursionista Carioca*, a idéia de conquistar a Agulhinha nasceu de um acampamento que fi zeram na praia de Itacoatiara, em 2 de setembro de 1951. Ao todo, foram 11 investidas e 37 grampos em cinco anos, sendo fi nalizada em 20 de outubro de 1956. Essa foi a 8ª conquista do Clube e a primeira em terras niteroienses.

Voltando um pouco mais no passado, podemos considerar a fundação do Centro Excursionista Brasileiro como um marco para montanhismo nacional, pois antes dele, as conquistas eram pontuais. O CEB organizou a atividade excursionista, promovendo o esporte e incentivando a criação de outros clubes. Porém, uma lacuna de quase 37 anos entre 1º de novembro de 1919, data de fundação do CEB, e 20 de outubro de 1956, fi nalização da conquista da Agulha Guarischi, se formou na história do montanhismo fl uminense. Será que nesse período, tendo sido inaugurados dezenas de clubes, inclusive um em nossa cidade, e tendo vários pontos com potencial de escalada, as montanhas de Niterói não tiveram conquistas?

Essa foi uma pergunta que sempre me fi z e nunca havia lido nada que pudesse elucidar minhas dúvidas. Porém, como disse no primeiro parágrafo do texto: “muitos fatos não documentados se perdem no tempo...” Foi aí que me deparei com alguns informativos do extinto Centro Excursionista Icaraí. Apesar de poucos, já dava para se ter uma noção de como se organizava o esporte nas terras fl uminenses. Várias atividades eram propostas e algumas em parceria com o próprio CEB.

Mas uma me chamou a atenção. Estava marcada para o dia 10 de março de 1940, conforme abaixo:

DIA 10 – MORRO DO CANTAGALLONiterói – Montanha com pequenos lances de escalada,

sendo a principal pela CHAMINÉ C.E.I. Excursão que irá relembrar uma das primeiras feitas pelo nosso club. Novos caminhos serão traçados, assim como será feita a procura de um novo roteiro para Itaipú.

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21 9

Para as atividades de montanha e esportes ao ar livre, o ideal é vestir-se de maneira correta e mais versátil possível. Em climas frios, necessitamos proteger o corpo contra o frio, vento, umidade e outras intempéries. A melhor ma-neira de se vestir para atividades ao ar livre é o sistema de camadas. A arte é o de encontrar uma boa mistura entre as diferentes camadas que compõem este tipo conjunto protetor.

Basicamente, existem três principais camadas, mas poderá aumentar para cinco ou até seis, dependendo do tipo de atividade e ou clima de onde será utilizada. Com o grande avanço tecnológico dos tecidos, existe no mercado uma grande gama de produtos, mas tentaremos simplifi car ao máximo as possíveis combinações.

1ª CAMADA – ROUPA INTERIOR (SEGUNDA PELE) – UNDERWEAR E BASE LAYER

É a camada que estará em contato com a pele, cuja função é transferir a umidade do suor pra fora, mantendo o corpo o mais seco possível. Esta capa deve ser de teci-do de rápida secagem. Os materiais mais utilizados são o polipropileno e poliéster. Os mais avançados utilizam o sistema e Power Dry® (Polartec).

Base Layer – Drenar o suor e manter a pele seca, tem a função de regular e manter a temperatura corporal;

Underwear Polar – Além de drenar o suor e manter a pele seca, ajudam a aquecer o corpo.

2ª CAMADA – ROUPA INTERMEDIÁRIA – PO-LAR

Esta segunda camada é a responsável de manter o calor corporal. Existem vários tipos de tecido. O mais comum é o fl eece, que também é chamado de pile. Atualmente é possível encontrar uma grande variedade de tecidos e com-posições, que entre si, são altamente diferentes no quesito aquecimento e resistência a vento.

3ª CAMADA – CAPA EXTERNA IMPERMEÁ-VEL – ANORAK

A terceira camada impermeável ou camada externa, serve para proteger contra o vento e água. Existem vários tipos de materiais, composições e tipos de shell (composi-

ção da camada externa de tecido do conjunto do anorak). O anorak é a peça chave de todo conjunto. Não adianta economizar na compra. É muito importante fi car atento a qual tipo de membrana é utilizado no modelo escolhido.

EM CASOS DE FRIO EXTREMO

Em casos excepcionais de frio extremo (-10ºc pra bai-xo) pode-se utilizar um casaco com isolamento de fi bra ou pluma de ganso. Em general pode-se dizer que um casaco de pluma é mais conveniente para expedições de inverno a locais muito frios e secos, mas para uso geral, é mais reco-mendável um casaco de fi bra sintética.

Considerações fi nais:

• As peças acima citadas, não são somente para a parte superior do corpo (tórax), o sistema de combinação de camadas para as pernas é o mesmo sistema utili-zado no tórax. Não esquecer dos pés, que devem ter cuidados especial, pois são pontos de troca de calor.

• Em atividade física, o indivíduo poderá alternar e retirar ou não alguma das camadas, pois quando es-tamos em atividade, o corpo pode sobreaquecer e será preciso maior eliminação de vapor de suor. En-tão... Se começar a suar muito, melhor ir retirando as camadas superiores até regular melhor a temperatura corporal.

• A tecnologia dos tecidos deve ser levada em conta pra escolha de gorros, cachecóis e luvas, mas não necessariamente será preciso a combinação de ca-madas para essas peças, tendo em vista que muitos desses equipamentos, são vendidos completamente prontos para uso solo (sem necessidade de com-plementos).

• Apesar de no Brasil não termos casos de congela-mento de extremidades como nos Andes, vale a pena utilizar as 3 camadas para regiões frias como Itatiaia, Caparaó e mesmo na Serra dos Órgãos no inverno, que para um carioca são bemmm frias!. Uma noite mal dormida é muito desgastante.

Fonte: http://www.mochileiros.com/como-vestir--se-em-locais-frios-sistema-de-camadas-anorak-fleece--underwear-t32962.html

CAMADAS DE ROUPA

Como vestir-se em locais friosPesquisado por Eny Hertz

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10 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 21

O Sul da Patagonia tem dois pontos de grande interesse ao montanhista, qual escolher?

Fitz Roy ou Paine? Quando tempo você tem disponível? Uma semana para caminhar sem refazer seus passos, Paine é a escolha. Somente poucos dias, e preferindo ter uma base fi xa, váà El Chalten.

Orçamento: O câmbio daqueles países muda tão frequentemente que somente ao comprar as passagens de avião que poderás escolher entre os dois. Tudo sempre bem caro no verão ou mesmo no início de outono. Alguns parques cobram por entrada (Torres del Paine), e alguns são grátis (Parque Nacional dos Glaciares em El Chalten). Nem todos aceitam cartão de crédito, outros somente na alta temporada. Alguns parques aceitam dólar. Vários hostels e restaurantes aceitam peso CH, peso AR, dólar ou real. Verifi que o câmbio que ofertam, pois às vezes é melhor que o ofi cial.

Refúgio, Camping, (Paine) ou hostel (El Chaltén)? Esta é a ordem da relação dos preços das estadias, do mais caro ao mais em conta. Em Torres del Paine o EcoCamping tem um “bom” preço (a diária foi de 180 dólares por casal

Em setembro recebo um telefonema: “Vamos pra Patagônia?”.

Respondo na hora: “Tô dentro. Quando partimos?”

Em novembro compramos as passagens para abril de 2013, reservamos hotéis/pousadas. Resolvemos decidir sobre os passeios somente no carnaval, após termos pesquisado na Internet e no Guia Patagônia da Lonely Planet. Entretanto tivemos uma grande surpresa durante o carnaval ao descobrirmos por acaso, que a GOL havia mudado os voos sem nos avisar!! Nossos planos de estadia e locomoção tiveram que ser mudados. E.mails, telefonemas, horas e horas para resolver o não profi ssionalismo da GOL. Mais tarde soubemos que outras viações aéreas fi zeram o mesmo com seus passageiros. Aconselhamos: Fique atento. Acabamos não decidindo nada sobre os passeios antes da viagem. A aventura nos esperava!

Carlos Penedo, Andrea Guimarães, Carlinhos e eu, Eny Hertz, partimos no dia primeiro de abril para Buenos Aires, para então irmos a Torres del Paine , El Calafate e El Chaltén. Viajamos por 15 dias.

RELATO

Sul da PatagoniaPor Eny Hertz Carlos Penedo

Nascer do sol no EcoCamping em Torres del Paine

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no domo mais simples) para o que oferta, além da incrível vista constante das Torres.

Época: verão é alta temporada, boa temperatura e muito vento (não esqueça o elástico de cabelo) ou início de outono (fi nalzão da temporada), já bem frio (não esqueça das três camadas de roupa), algum gelo ao longo de algumas trilhas, neve no chão no fi nal de alguns passeios, pouco vento na maior parte dos lugares (de qualquer maneira não esqueça do elástico de cabelo), pouca oferta de transporte público (ônibus e barco), “poucos” turistas. Dependendo de qual passeio fará, a temporada vai de novembro a fi nal de abril (para o lago Los Tres), mas pode ser de dezembro a março em outros locais. Acredite, esta diferença faz toda diferença. Muita coisa muda no dia primeiro de abril: oferta de ônibus, de barcos etc.

Como a mudança de tempo em qualquer serra no sul da Patagônia é muito rápida, Alan Marra nos aconselhou que um bom anorack não pode faltar na mochila. Segui o conselho. É comum nuvem ao redor dos picos. E às vezes pinta a frustração de não conseguir a foto perfeita. Garantia de bom tempo... vá para Búzios.

Torres del Paine: Paine signifi ca azul pálido, cor constante nos rios que

saem das lagunas dos glaciares. Nem pensar em nadar nas lagunas ou nos rios, já que as águas, mesmo no verão, são gélidas, podendo provocar rapidamente hipotermia e resgate não é fácil. Somente na Laguna Azul que permitem mergulhos, assim mesmo... pense duas vezes antes de se atrever.

Nosso primeiro ponto de base na viagem pela Patagônia foi no EcoCamping no Parque Nacional Torres del Paine. Fizemos a trilha para o Mirante Torres, que apesar de não possuir difi culdades técnicas, é bem cansativa, e apresenta um desnível considerável (750 m em 9 km). Rodrigo Raineri recomenda para os caminhantes que subam devagar como um velho, para poderem voltar

como jovem.Cuide bem de seu joelho. No fi nal da subida fomos agraciados com alguns fl ocos de neve caindo em nós. E claro, o incrível visual da lagoa com o paredão e as três torres.

O Glaciar Grey é outro local que deve ser visitado no Parque Nacional del Paine. Vindo pelo circuito “O”, logo após o passo John Gardner (uma subida bem forte) você estará de frente para o Glaciar e trilhará ao longo da margem. Caso não faça nem o “O” nem o “W” você pode passear no Barco Grey, pelo lago de mesmo nome, chegando bem perto da geleira azulada. É um passeio turistão, que vale muito a pena. Foi o que fi zemos e fi camos impressionados. Como o dia estava muito nublado, estávamos, felizmente, agasalhados, e conseguimos fi car alguns minutos do lado de fora do barco. Apostamos que o termômetro estava quebrado, pois marcava 10 graus celsius (?!).

Darwin ao conhecer as geleiras mais ao sul da patagônia disse

“É difícil imaginar algo mais bonito do que o transparente azul destas geleiras”

Tive a mesma sensação. O azul desta geleira realmente nos impressionou bastante, assim como o formato tanto da própria geleira, quanto dos gelos desprendidos, fl utuantes do lago.

Nesta temporada de 2012/2013 o circuito “O” foi fechado algumas vezes na área do pântano (antes do grande subidão), muita neve e desabamento. Algumas pessoas souberam somente quando chegaram no início do percurso e tiveram que voltar para a Hosteria Las Torres... Mantenha-se atualizado com as notícias do parque.

No terceiro dia Carlos, Carlinhos e eu fi zemos a trilha entre Hosteria Las Torres e Refugio Los Cuernos. O desnível é bem menor, o joelho agradeceu. Fizemos 22 km em 6 horas e 35 minutos, parando somente para um lanche rápido. Em alguns pontos o vento estava muito forte, e frio (anorak para que te quero!). Ao vermos o

Geleira Grey

Torres del Paine

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mapa descobrimos que há vários pontos no parque onde o símbolo de vento está desenhado... nenhum por onde passamos! Andrea foi passear à cavalo. Ela também adorou o dia.

Essas duas trilhas estavam muito bem marcadas, com algumas placas mostrando onde estávamos, a altitude e a quilometragem entre os pontos.

Como chovia e fazia sol ao mesmo tempo, tivemos o prazer de ver vários arco-íris, muitos deles tão perto que parecia que passaríamos por baixo do arco.

El CalafateNesta cidade fomos visitar o Glaciar Perito Moreno.

Recomendamos a todos que façam este passeio tradicional da cidade. Trekking em gelo pode ser feito em várias geleiras da Patagônia, há tanto o big (várias horas e permitido somente para pessoas de até 50 anos) quanto o mini, que é bem apreciado por vários excursionistas, já que não chega a fi car monótono. Esta experiência tão diferente para um brasileiro, termina com uma dose de uísque com gelo glacial e um alfajor. Escolhemos O Glaciar Perito Moreno (nome dado em homenagem ao Perito Francisco Moreno) para nossa aventura e surpreendemo-nos com a peculiaridade do glaciar. Este, apesar do aumento da temperatura global, se mantem com o mesmo volume, como apenas outros três da região. Esta geleira está na zona sul do P.N. los Glaciares. A parte sul éa maior cobertura de gelo fora dos polos. Sugerimos que vá somente depois do passeio do Grey, para que as emoções sejam num crescente. Construíram passarelas que permitem fi car de frente ao glaciar para apreciarmos as quedas dos blocos de gelo,que são frequentes. Tranquilamente você pode fi car por algumas horas “viajando” com a incrível vista.

O Parque los Glaciares tem uns 200 km de norte a sul, com 4.460 km2 . Ele está dentro do campo de gelo Patagônico, que tem uns 13 km2

Calafate é uma fruta azulada que amadurece no inverno. A cidade é considerada a capital dos glaciares, sendo o Glaciar Perito Moreno o mais famoso, além de ser muito grande, de tempos em tempos, atinge a terra, e com isto, gigantescos blocos de gelo num único ponto caem ao mesmo tempo de maneira surpreendente.

Tanto em Torres del Paine quanto em El Calfate podíamos comprar o lanche da trilha na pousada /refúgio, nos facilitando a vida.

El ChaltenÉ a cidade mais nova da Argentina, fundada em 1985

para terminar a disputa territorial com o Chile. Ela é bem pequena, tendo somente um posto de gasolina na cidade, que nem sempre tem gasolina... Alugando um carro planeje bem para não fi car no meio da estrada, do nada. Na cidade há boa estrutura para o turista, tem farmácia, mini mercados, lojas de equipamento de escalada, de roupas de caminhada, aluguel de bicicleta etc.

Estávamos na nossa segunda e última base para as caminhadas. Muitos turistas reclamam do vento forte na cidade, que juntando com a aridez da região provoca incômodo nos olhos. Felizmente os ventos cooperaram conosco, nada temos que reclamar.

Nossa primeira trilha na parte norte do Parque Nacio-nal dos Glaciares foi para a Laguna Torre, mirante do Cerro Torre, este é considerado um dos mais difíceis do mundo inteiro para subir/escalar até o cume. Há no início da trilha uma placa nos ajudando a entrar na trilha certa. O começo é meio inclinado, do meio para o resto, fi ca numa inclinação tranquila para quem está acostumada a caminhar em mon-tanha. Como esta trilha é bem marcada pela passagem de tanta gente não há necessidade de marcos ao longo dela. As bifurcações são bem sinalizadas com placas.

No dia seguinte fi zemos a trilha para a Laguna Los Tres, mirante para o Cerro Fitz Roy (Homenagem ao Capitão do navio Beagle, no que Darwin navegou). Este pico de 3.405 m, é conhecido localmente por El Chalten, que signifi ca pico fl amejante, já que sob os raios solares do amanhecer, parece que está em chamas. A constante nuvem no topo também ajuda no nome. Uma atração a mais para os viajantes é acordar cedo e partir para a trilha para apre-ciar esta linda visão.

Este monolito é o marco da extremidade norte dos Los Glaciares, uma imensa reserva de cerca de uns 50 glaciares. O maior glaciar da América do Sul é o Upsala (nome derivado da cidade sueca de mesmo nome) está na parte sul do parque, podendo ser visitado por barco, relativamente perto do G. Perito Moreno.

Mirante do Cerro Torre

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Há algumas entradas para essas duas trilhas, pelo mapa você poderá escolher a melhor para você.

Nos mirantes do meio do caminho destas trilhas, há uma placa com o desenho dos cerros principais com seus nomes. A placa nos ajuda a visualizar melhor o cenário, e nos dá uma ótima oportunidade para comparar corre-tamente com o mapa. Maioria dos caminhantes tira foto com a placa, tipo “Eu estou aqui.”

Toda terceira semana de março ocorre na cidade El Chalten, a Capital Argentina de Trekking, o Festival In-ternacional de Trekking, com trekkingatlon, competição de escalada, de boulder e muita cerveja... ou vinho.

Decidindo fazer trilhas fora do roteiro de turista, entre em contato com o parque para saber se é necessário pegar permissão. Para escalar na zona norte do P. N. dos Glaciares é obrigatório ter permissão. CONAF no Chile. APN na Argentina.

Tivemos certa difi culdade de encontrar na internet informações / comentários fi eis sobre aluguel de car-ro, cruzar a fronteira, os parques (preços, horários dos transportes internos) e trilhas. Por exemplo: achamos diversos relatos comentando a difi culdade de atravessar a fronteira entre AR e CH com carro alugado e o absurdo do preço que as locadoras argentinas cobram para isto. Resolvemos ir de ônibus, por isto a logística fi cou mais comprometida. Depois, várias pessoas falaram que foi muito tranquilo atravessar a fronteira para elas e nem tão caro assim.

Pelo menos uma vez percorra a Ruta 40, rodovia ar-gentina que vai de norte a sul do país. Em vários trechos não há asfalto, fazendo que o motorista tenha que estar bem atento, pois é fácil derrapar no cascalho e pedras soltas, principalmente quando um vento forte empurra o carro facilmente para fora da estrada. E sair de uma vala lateral não é fácil, sabemos disto por experiência, só conseguimos sair de ré, e sendo empurrado pelos ho-mens. Andrea dirigindo e eu olhando. Alugando um car-ro, mantenha o tanque sempre cheio, pois nem sempre se encontra gasolina nos postos das pequenas vilas.

Compre os mapas nas primeiras cidades que visitar para entender melhor a geografi a local. Alguns mapas apresentam gráfi cos com as altitudes ao longo das ca-minhadas clássicas, assim como o tempo médio, facili-tando a organizar seus passeios. Planeje de forma que possa descansar entre as trilhas mais pesadas. Seu joe-lho agradecerá. Muitas pessoas recomendam bastões de caminhada, o ideal é usar um par, apenas um já ajuda bastante. As trilhas clássicas estão bem marcadas pela

passagem dos caminhantes e algumas são bem sinaliza-das pela administração do parque. Bússola, GPS e mapa tornam-se somente brinquedos do excursionista durante a trilha. Nenhuma das trilhas que fi zemos necessita de guia profi ssional, principalmente se você estiver acostu-mado a caminhar.

Maria de Lourdes Moreira e Ana Leticia disseram que o que não pode faltar na mochila de quem vai a Patagônia é a máquina fotográfi ca! Concordamos. Em qualquer das trilhas, vá prestando atenção tanto no chão para não tropeçar, quanto na vista, pois a cada virada uma surpresa te espera. Aprecie a vista sem moderação. É fácil se sentir dentro de um cartão postal na Patagônia.

Dicas:Observe os horários de nascer e por do sol: tabela para o dia 10 de cada mêsJaneiro 05:35 21:52Fevereiro 06:30 21:12Março 07:21 20:13Abril 08:13 19:03Setembro 07:55 19:14Outubro 06:45 20:04Novembro 05:43 21:00Dezembro 05:14 21:46

Sempre chegue pelo menos 02 horas antes no aero-porto argentino ou chileno, mesmo para viagem domés-tica; chegue na rodoviária pelo menos meia hora antes da partida. E Boa Viagem!

Fonte Trekking in the Patagonia Andes, da Lonely Planet, 2009.

http://www.todocalafate.com.

A vista mais comum da Ruta 40

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SEGURANÇA – ESCALADA

CordeletesPor Eny Hertz

O que ter na cadeirinha?

É recomendado que se tenha no mínimo 3 cordeletes, pois caso tenha que abandonar um, você ainda terá 2 para uma ascensão. O tamanho ideal é entre 1,20 a 1,50 m.

Em relação ao diâmetro, dependerá do diâmetro da sua corda: de 1/2 a 2/3.

E na mochila num auto resgate?

- De 3 a 5 com 6 a 7 metros cada;- 2 de 1,20 m (eu acho pequeno para fazer o prussik

mais o mariner juntos, eu proponho no mínimo 1.60 m)- 1 de sua altura mais 5 cm;- 1 de 2 vezes a sua altura;- 1 de tamanho de 5 / 6 m.

Diâmetro: Muitos recomendam para um cordelete confi ável no mínimo 5,5 mm de Spectra ou 7 mm de nylon. O Spectra é mais forte e leve, porém mais difícil de fazer e desfazer o nó.

Qual nó blocante com o cordelete?

Prussik: ascende e descende; fi xa um ponto; o nó que mais atrito oferece; segura grandes pesos sem correr; bilateral (segura em ambas as direções); pode ser feito com fi ta (alguns discordam); certa difi culdade de ser afrouxado após carga;muito difícil de ser afrouxado com carga

Autoblocante: ascende e descende; fi xa um ponto; fácil de ser liberado; bem rápido de ser feito; desloca-se com facilidade; bilateral; relativamente fácil de ser liberado com carga; nó com o menor atrito entre os blocantes; ás vezes demora a bloquear, necessita de ter atenção; libera a carga abruptamente.

Bachman: ascende e descende; fi xa um ponto; bom bloqueio, principalmente numa direção (entre bilateral e

unilateral); uso do mosquetão como cabo; pode ser feito com fi ta; o uso do cabo pode fazer o nó deslizar; menor atrito que o Prussik; necessita de um mosquetão.

Machard: ascende descende; fi xa um ponto ótimo atrito; sobe e desce na corda mais facilmente que o Prussik; às vezes pode ser liberado mesmo com carga; pode ser feito com fi ta; unilateral (sendo que pode também segurar na outra direção)

A escolha de um nó deve ser baseada na segurança oferecida, versatilidade, seu tamanho fi nal com carga, quantidade de corda necessária para o nó, facilidade de fazê-lo ou desfazê-lo mesmo sem luz e facilidade de percebermos algo errado nele.

Uma corda ou cordelete terá sua resistência reduzida

conforme o nó feito. Sem nó - 0%Nó 8 duplo (encordoamento) - 19 a 34%Lais de Guia duplo - 25 a 30%Pescador duplo - 20 a 35%Nó 8 (unindo cordas) - 19 a 30%

Outros nomes para os nós:

Pescador = InglêsFita = Duplo = ÁguaOito = Fiador Lais de Guia = BolinaBorboleta = Alpinista = Borboleta AlpinaOito Direcionado = Oito Inverso = Laçada PaulistaRibeira = VigamentoFateixa = ArgolaUIAA = Dinâmico = Meia Volta de FielVolta do Fiel = Porco = BarqueiroMachard = KlemheistAutoblocante = Prussik Francês

Fonte Climbing Self Rescue MountainiringLista para o curso de Self Rescue for Climbers da

Sierra Mountain CenterManual de Nós e Amarras de Daniel Maldonado d

A. LimaKnots for Rock Climbers de Michael Strong

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FIQUE DE OLHO

Climbing DayO Climbing Day, é um tradicional evento de

escalada realizado na cidade Esse ano, acontecerá no dia 25/08/2013, na Pracinha de Itacoatiara, organizado pelo CNM, PESET e Escaladores Independentes

Marque na agenda!!!!

Encontro de Escaladores do NE

Acontece de 15 a 17 de novembro o XII Encontro de Escaladores do Nordeste em Algodão de Jandaíra, na Paraibana. As inscrições começarão em breve. Encontre mais informações no site http://www.eene.com.br.

Realizado anualmente, a cada edição em um estado nordestino, o EENe é hoje o fator mais importante para o desenvolvimento da escalada em rocha na região, atraindo escaladores não apenas do nordeste, mas de todo o Brasil e do exterior para conhecerem o potencial esportivo das cidades que sediam o evento.

Foi criado, a princípio, com o intuito de aproximar os escaladores nordestinos, para que pudessem se confraternizar e trocarem experiências. O primeiro Encontro foi organizado em 1999, no, hoje, Parque Estudal da Pedra da Boca, na cidade de Araruna, Paraíba.

Com o passar dos anos o EENe ganhou força e adeptos fi éis, fazendo com que tomasse lugar de destaque na mídia esportiva. Palestras e Ofi cinas ministradas por escaladores renomados também fi zeram com que o evento ganhasse respeito e novos participantes, agregando valor cultural e educativo aos Encontros.

Próximas atividades

26/06/2013 - Eny Hertz Enseada do Bananal (Campo Escola Helmut Heske

- várias vias) - 14h portão do PESET - Levar EPI e se puder corda.

28/06/2013 - Andréa Rezende VivasNiver da Andréa - Viagem de 28 a 30/6 para o

Parque Estadual dos Três Picos - Reservei todo o Abrigo do Mascarim. Possibilidade de acampar ou fi car abrigado. Entrar em contato com a guia antes de se inscrever.

03/07/2013 Andréa Rezende Vivas Reunião social

20 Bar do Turco, Rua Martins Torres, 18 - Santa Rosa, às 19:30h!. Abraços e até lá!

12/07/2013 - Leandro Gonçalves do Carmo Travessia Petrópolis x Teresópolis (PNSO). Faremos a travessia em 3 dias, de sexta até domingo. Combinaremos os detalhes por e-mail. Estar fi sicamente preparado! Antes de se inscrever, entrar em contato com o guia.

06/08/2013 - Leandro Guimarães Collares Passa-

gem da Neblina (PNSO) - Caminhada semi-pesada, com lances de escalada/rapel, necessário estar habilitado para participar. Levar água, lanche, anorak, lanterna e EPI de escalada.

24/08/2013 - Leandro Guimarães CollaresPico do Glória (PNSO) - (ingresso e uso de trilha

alta). Trilha pesada, exposta (passada de escalada e rapel). Levar água, lanche, anorak, lanterna, EPI.

ACOMPANHE PELO SITE A ABERTURA DE NOVAS AVITIDADES.

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Avisos

CURSO BÁSICO DE ESCALDA

Já estamos fi nalizando a primeira turma. Acompanhe em nosso site a possível abertura de novas turmas.

REUNIÕES SOCIAIS

As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ímpar e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser defi nido e divulgado.

Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os sócios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, relatando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna.

Periodicamente acontecem reuniões e seminários técnicos com o intuito de possibilitar miores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados.

Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site:

http://www.niteroiense.org.br.Compareçam e sejam muito bem vindos!!!

EXPEDIENTE

CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMOInício das Atividades em 26 de Março de 2003Fundado em 20 de Novembro de 2004Website: www.niteroiense.org.bre-mail: [email protected]: 8621-5631(Alex Figueiredo)

Presidente: Alex de Faria FigueiredoVice: Eny Hertz Bittencourt Tesoureiro: Leandro Guimarães Collares

Conselho FiscalEfetivosAdriano de Souza Abelaria Paz Alan Renê Marra JuniorNeuza Maria Ebecken de Araújo

SuplenteMariana Silva Abunahman

Diretoria TécnicaAlex Figuereiredo – caminhadaEny Hertz – EscaladaAdriano Paz – Ciclismo

Diretoria SocialAndrea Vivas

Diretoria AmbientalNeuza Ebecken

Representante do CNM no PESETNeuza Ebecken

Informativo Nº 21: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição ofi cial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para [email protected]. Participe!!!

Edição e Diagramação:- Leandro Collares- Leandro do Carmo

Adriano PazAlan MarraAlessandra NevesAlex FigueiredoAlfredo Vieira CastinheirasAndréa Rezende VivasAry Carlos Cardoso NetoCarlos PenedoDiogo PaixãoEny Hertz

Glauber CarvalhosaLeandro do CarmoLeandro CollaresLeandro PestanaLuiz Alexandre Valadão Mauro de Mello NettoNeuza EbeckenPaulo GuerraVinicius Farias Ribeiro

ANIVERSARIANTES

A todos muita saude e felicidade!

Giovani Souza Neto 01/abrLeandro do Carmo 10/abrAlan Marra 11/abrGuilherme Belem 23/abrAdriano Paz 26/abrMarcos Duarte 08/maiNei de Mello 08/maiDiogo Grumser 12/maiMaria de Fátima 16/maiLeandro Collares 23/maiLeonardo G Carmo 26/maiMauro de Mello 28/maiAlex Figueiredo 15/jun

CORPO DE GUIAS