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editorial B O L E T I M *29 dezembro 2014 . boletim trimestral . ano 6 “A Fé diz-se pela Caridade! O conceito de fé «revela quão firmes podem ser os vínculos entre os homens, quando Deus Se torna presente no meio deles. Não evoca apenas uma solidez interior, uma convicção firme do cren- te; a fé ilumina também as relações entre os homens, porque nas- ce do amor e segue a dinâmica do amor de Deus. O Deus fiável dá aos homens uma cidade fiável» (LF 50). Acompanhar alguém até Cristo leva a que seja necessário ajudá-lo a perceber que a promoção do bem comum é parte constitutiva da profissão de fé. Acreditar em Deus é amar tudo o que Ele criou e quer redimir, é comprometer-se pela construção de um mundo melhor, de acordo com os planos do Reino. Este ano somos desafiados particularmente a redescobrir o ver- dadeiro sentido da Caridade, na vivência das Bem-aventuranças. As bem-aventuranças são em simultâneo um convite e um enco- rajamento. Fr. Roger de Taizé expressou muito bem o carácter pró- prio das bem aventuranças:“ Aquilo que torna feliz uma existência é avançar em direção à simplicidade: a simplicidade do nosso co- ração e da nossa vida. Para que a vida seja bela, não é indispensá- vel ter capacidades extraordinárias ou grandes possibilidades: o humilde dom de si próprio torna feliz.”

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BOLETIM 1

editorial

B O L E T I M *29dezembro 2014 . boletim trimestral . ano 6

“A Fé diz-se pela Caridade! O conceito de fé «revela quão firmes podem ser os vínculos entre os homens, quando Deus Se torna presente no meio deles. Não

evoca apenas uma solidez interior, uma convicção firme do cren-te; a fé ilumina também as relações entre os homens, porque nas-ce do amor e segue a dinâmica do amor de Deus. O Deus fiável dá aos homens uma cidade fiável» (LF 50).Acompanhar alguém até Cristo leva a que seja necessário ajudá-lo a perceber que a promoção do bem comum é parte constitutiva da profissão de fé. Acreditar em Deus é amar tudo o que Ele criou e quer redimir, é comprometer-se pela construção de um mundo melhor, de acordo com os planos do Reino.

Este ano somos desafiados particularmente a redescobrir o ver-dadeiro sentido da Caridade, na vivência das Bem-aventuranças. As bem-aventuranças são em simultâneo um convite e um enco-rajamento. Fr. Roger de Taizé expressou muito bem o carácter pró-prio das bem aventuranças: “ Aquilo que torna feliz uma existência é avançar em direção à simplicidade: a simplicidade do nosso co-ração e da nossa vida. Para que a vida seja bela, não é indispensá-vel ter capacidades extraordinárias ou grandes possibilidades: o humilde dom de si próprio torna feliz.”

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BOLETIM 2

Secção OpInIãO

A vida como lugar de conversãoP.e Luís MigueL Figueiredo rodrigues

O ser humano, cada um de nós, é constituído pelas faculdades do entendimento, afetivi-dade e vontade. Sendo que a primeira nos

permite saber, a segunda amar e gostar, e a terceira agir em conformidade com as nossas convicções.

Embora todas sejam importante, a experiência diz-nos que a ação e a vida em geral é guiada, so-bretudo, pela afetividade, por aquilo que amamos e que por isso consideramos o mais importante: «Pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6,21).

É, pois, evidente que a vida em Cristo como diá-logo e exercício de permanência em Deus seja uma das oportunidades privilegiadas para deixarmos que o Senhor converta o nosso coração, a nossa afe-tividade, para que o nosso maior prazer seja amar a Deus sobre todas as coisas e expressar esse amor junto daqueles de quem nos tornamos próximos, pela caridade.

Aliás, este dado está já presente na oração dos judeus:

«Reconhece, agora, e medita no teu coração, que só o SENHOR é Deus, tanto no alto do céu como em baixo, sobre a terra, e que não há outro. Cumpri-rás, pois, as suas leis e os seus mandamentos, que eu hoje te prescrevo, para seres feliz, tu e os teus filhos depois de ti, e para que se prolongue a tua existência sobre a terra que o SENHOR, teu Deus, te dará para sempre» (Dt 5, 39-41). Nesta oração, então, pede-se sobretudo que Deus

nos converta e que essa conversão comece pelo co-ração, pela afetividade.

A conversão do coração, da afetividade, é o ca-minho para uma espiritualidade saudável, sob pena

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BOLETIM 3

A vida como lugar de conversãode não se encontrar o necessário equilíbrio interior, o que originaria desvios espirituais, dos quais se des-tacam os fundamentalismos, e que negam tudo o que a vida espiritual deve ser: um caminho de con-versão.

A conversão religiosa é, sobretudo, a assunção e adopção de uma nova identidade, melhor dizendo, a mudança progressiva do homem velho para o ho-mem novo. Como nos diz São Paulo:

«Pelo Baptismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, tam-bém o estaremos pela sua ressurreição. É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele, para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado; e assim não somos mais escravos do pecado» (Rm 6, 4-6).A conversão é, sobretudo, uma mudança nas

relações, a partir da experiência da relação pro-funda com Deus. Logo, o exercício da caridade tem um papel muito importante na conversão, porque é a partir da experiência de amar ao estilo de Je-sus Cristo que a conversão faz caminho na vida do crente.

As obras de misericórdia hão de funcionar como mapas, através dos quais o crente guia o seu pere-grinar, não se deixando encerrar no seu subjetivismo exacerbado, mas abandonando-se a Deus e sendo expressão no Seu amor.

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BOLETIM 4

Secção OpInIãO

Formação (filosofia) Cristã de Adultos IV – viver o NatalAntónio JoAquiM gALvão

«Quando o Filho do Homem, voltar, encontrará fé sobre a terra?» (Lc 18, 8)

Poderá parecer estranha e confusa a pergunta que coloco, pois, estamos a viver e a preparar a celebração do Nascimento e não da última vin-

da de Jesus!É o sentido e o alcance de «vinda» que me obriga a

refletir e a colocar precisamente a questão! A situação evangélica que despoletou a questão foi: a impotên-cia de uma pobre mulher perante a prepotência de um juiz corrupto! Sem referências concretas à atuali-dade, mas, o desânimo, a falta de perspetivas laborais, socioeconómicas, pedagógicas, familiares e espiritu-ais que hoje vivemos conduziram-me à entrevista do Papa Francisco com Antonio Spadaro sobre tradição e a memória do passado que nos devem ajudar a ter co-ragem de abrir novos espaços para Deus. Abrir novos Espaços para Deus é o centro desta reflexão.

Conta-se que um certo aprendiz perguntou ao mestre:

– Mestre, que pensas do dinheiro?O mestre disse:– Olha pela janela! O que é que vês?– Vejo uma mulher com uma criança, um carro

puxado por cavalos e um aldeão que se dirige para o mercado.

– Muito bem. E agora olha para o espelho. O que é que vês?

– O que é que vejo? Vejo-me a mim próprio, natural-mente!

– Agora pensa: a janela é feita de vidro e o espelho também. Basta uma subtilíssima camada de prata sobre o vidro e o homem apenas se vê a si próprio.

Moral da história! O dinheiro é necessário para comparar o que faz falta… a janela e o espelho! Mas existe o perigo dos que têm dinheiro se deixarem en-volver de tal modo pelo dinheiro que os impede de ver a pobreza a clamar por justiça.

É com alegria e entusiasmo que nos preparamos para celebrar a história fundacional da nossa fé cristã:

a vinda do Menino Jesus ao nosso meio, assumindo a nossa condição humana para abrir um novo futuro para a humanidade.

A nível Arquidiocesano estamos no ano da Fé Vivi-da. Sem nos perdermos em comentários, gostaria de salientar a história escrita pela vida de cristãos simples e comuns que verdadeiramente aceitaram a missão de Jesus e com fé, com dignidade e com alegria tes-temunharam a presença de um Deus misericordioso que transforma um mundo em trevas num mundo de esperança e sentido: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz.» (Is 9, 1). A tradição e a memória que gostaria de sublinhar não é sobre o passado, mas a forma como recordamos o passado é que nos ajuda a determinar, até certo ponto, o modo como vivemos o presente e delineamos o futuro!

Hoje às crianças pede-se-lhes que escrevam uma carta ao pai natal e este (até figura simpática da La-pónia) vem carregado de presentes (fruto da coca-cola)! A mim, ensinaram-me que era o Menino Jesus (menino) que descia pela chaminé e com amor e gra-ça deixava um presente no sapatinho. Para o Menino vir eu deixava o sapato junto à chaminé. Com toda a simbologia inerente o que quero realçar é o dom da graça com amor que o Menino humildemente vinha até mim (nós - lar - família) como prenda, como tesou-ro escondido a descobrir! S. Tomás dizia: «gratia facit fidem» - a graça cria a fé; e não apenas quando a fé co-meça, mas cria-a a cada instante e a cada momento! A frase escolhida para o ano pastoral da fé vivida é: «A fé: se ela não tiver obras, está completamente morta». (Tg 2, 17). Na minha experiência de vida eu entrava e parti-cipava na obra natalícia, embora sem verdadeira cons-ciência de ato tão sublime! S. Tiago (4, 1-10) diz-nos que o que nos é pedido é que sejamos humildes, que sejamos crianças e com toda a simplicidade tomemos nos braços o Menino Jesus neste Natal de 2014.

Não foi confusão para mim, criança, perceber e sentir o alcance da celebração festiva do Natal: espe-rar, receber, pôr-me a caminho (quais Reis Magos) … com sapatos e roupa para a festa, para a adoração do Menino, para beijar o Menino, de trocar presente com o Menino, porque Ele já tinha vindo e me tinha agra-

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BOLETIM 5

Formação (filosofia) Cristã de Adultos IV – viver o Natal

ciado. Eu via todos os anos, participava e celebrava, como criança, com toda a comunidade em alegria a Santa Eucaristia. É evidente que também me lembro de momentos de sofrimento, mas, mais uma vez, a co-munidade paroquial fazia unidade e mostrava solida-riedade, sempre que isso acontecia, mas não se perdia, antes se ganhava a confiança de que era Natal. Era a comunidade «Escola» da vida que vivia a Fé.

Viver a fé, hoje parece mentira porque o caminho é difícil! Temos que reaprender (ir à escola) a exaltar a excelência de Jesus Cristo que vem e está em tudo nas nossas vidas. É preciso predispor o coração para aco-lher as maravilhas do Senhor (Lc 1, 49) É na docilidade ao Espírito Santo que nos libertamos e o nosso cora-ção se enaltece! Mesmo que, por qualquer motivo, nos custe obedecer à vontade de Deus, mesmo não com-preendendo, cumprir a Sua vontade com amor acaba por nos encher de gozo e de alegria (Lc. 1, 47)

A fé é transformadora. Tenho que procurar a fé em todos os momentos da minha vida e só assim faz sentido falar em fé vivida: quando rezo, quando can-to, quando peço, quando agradeço, quando estudo, quando discuto… até ao mais pequeno gesto apren-di que Jesus está comigo! Aprendi a amar mais, a olhar mais pelo meu próximo e a descobrir o verdadeiro sentido da fé como nos pedia D. Jorge na Mensagem do Advento?

A fé vivida, se tem o seu fundamento em Jesus, é reconhecê-Lo em todos os momentos da minha vida (vivida); é amá-Lo, é saber (porque aprendi) que Ele é o guia, o companheiro perfeito para fazer o caminho (Jo 14, 6), viver a vida com Deus. Viver a fé sem amor

não é fé porque Deus é Amor. Viver é crescer na graça (2 Ped 3, 18) consciente de que «a fé é o firme funda-mento das coisas que se esperam e uma demonstra-ção das que não se vêem» (Heb 11,1). O Natal é esta realidade mística e real de Tesouro que temos o dever sagrado de partilhar com aqueles que connosco hoje vivem. Nas palavras de S. Paulo (que agora connosco vivem: eu relato a experiência da minha infância! Que relato farão daqui a 20/30 anos as crianças de hoje? Colocámos-lhes a «subtilíssima camada de prata so-bre o vidro» - pai natal e o Menino perdeu-se?) «Agora subsistem estas três: a fé a esperança e a caridade; mas a maior é a caridade» (1 Cor 13, 13). O agora é o hoje que vivemos e quer nós estejamos ou não estejamos cá, porque o Senhor virá (Mt 24, 42), haverá sempre o hoje continuado no agora. O que é que o Filho do Ho-mem encontrará? O produto da nossa sementeira!

A esperança é o ato ou efeito de esperar, a fé em conseguir o que se deseja, logo podemos esperar algo ou alguém com fé. Como criança que espera a contemplação de um brinquedo! Contudo, se não há esperança sem fé, não há amor sem esperança, por-que quem ama sempre espera (1 Cor 13, 4-7). As vir-tudes teologais: a fé, a esperança e o amor (caridade), são indissociáveis na vida do cristão, ou, virtudes vivas (logo têm que ser vividas) como nos diz S. Pedro (1 Ped 1,3-7) e nos pede que estejamos sempre prepa-rados para responder com mansidão e temor a quem nos pedir a razão da esperança que vive em nós (1 Ped 1, 15). Que todos saibamos crescer na virtude, na ciên-cia, na perseverança, na piedade, na fraternidade e no Amor (Deus é Amor) orando no Espírito Santo (Jd 1, 20) sem nunca desistirmos de rezar, pois fé e oração estão interligadas.

Com S. Paulo possamos dizer: «Combati o bom combate, terminei a minha carreira e guardei a fé» (2 Tim 4,7).

«Felizes aqueles servos que o Senhor, quando vier, encontrar vigilantes» (Lc 12, 37). Oxalá a comemoração e vivência deste extraordinário Natal renove a nossa consciência de sermos – novos espaços para Deus.

A todos um Santo Natal.

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BOLETIM 6

Secção OpInIãO

Graça SacramentalrosA Pires

«A graça, consiste em ser olhado por Deus, ser tocado pelo Seu amor». (Bento XVI) A graça não é uma coisa, mas a autoco-

municação de Deus ao ser humano. Deus nunca dá menos que a Si mesmo. Na graça, estamos em Deus. (Youcat 338). A graça é o favor, o socorro gratuito que Deus nos dá, a fim de respondermos ao Seu cha-mamento para nos tonarmos filhos de Deus, filhos adotivos participantes da natureza divina e da vida eterna. A participação na vida de Deus, introduz-nos na intimidade da vida trinitária.

A graça acontece especialmente nos Sacramen-tos, que são, segundo a vontade do nosso Redentor, os lugares privilegiados do encontro com Deus. A preparação do homem para acolher a graça é já obra da graça. Esta é necessária para suscitar e sustentar a nossa colaboração na justificação pela fé e na santi-ficação pela caridade. Deus acaba em nós o que co-meçou, «porque é Ele próprio que começa, fazendo com que queiramos e é Ele que acaba, cooperando com aqueles que assim querem». (CCE 2001)

Pelo Batismo, o cristão participa na graça de Cristo, cabeça do seu corpo. Como «filho adotivo», pode doravante chamar “Pai” a Deus, em união com o seu Filho Unigénito. Recebe a vida do Espírito, que lhe infunde a caridade e forma a Igreja.

Os diferentes efeitos do Batismo são significa-dos pelos elementos sensíveis do rito sacramental. A imersão na água evoca os simbolismos da morte e da purificação, mas também da regeneração e da renovação. Os dois efeitos principais são, pois, a puri-ficação dos pecados e o novo nascimento no Espírito Santo. (CCE 1262)

A Santíssima Trindade confere ao batizado a gra-ça santificante, a graça da justificação, que

– o torna capaz de crer em Deus, esperar n’Ele e O amar pelas virtudes teologais;

– lhe dá o poder de viver e agir sob a moção do Espírito Santo e pelos dons do Espírito Santo;

lhe permite crescer no bem pelas virtudes mo-rais. Assim, todo o organismo da vida sobrenatural do cristão tem a sua raiz no santo Batismo. (CCE 1266)

O batizado é incorporado na igreja, corpo de Cris-to e tornado participante no sacerdócio de Cristo.

O efeito do sacramento da Confirmação é a efu-são especial do Espírito Santo, como outrora foi con-cedida aos apóstolos no dia de Pentecostes. A confir-mação proporciona crescimento e aprofundamento da graça batismal:

– enraíza-nos mais profundamente na filiação di-vina, que nos faz dizer “Abbá, Pai” (Rm 8,15);

– une-nos mais firmemente a Cristo;– aumenta em nós os dons do Espírito Santo;– torna mais perfeito o laço que nos une à Igreja;– dá-nos uma força especial do Espírito Santo

para propagarmos e defendermos a fé, pela palavra e pela ação, como verdadeiras testemunhas de Cris-to, para confessarmos com valentia o nome de Cris-to e para nunca nos envergonharmos da cruz. (CCE 1302-1303).

A comunhão aumenta a nossa união com Cris-to. Receber a eucaristia na comunhão traz consigo, como fruto principal, a união intima o com Cristo Jesus.A comunhão da Carne de Cristo ressuscitado, “vivificada pelo Espírito Santo e vivificante”, conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batis-mo. O Corpo de Cristo que recebemos na comunhão é «entregue por nós», e o sangue que nós bebemos é «derramado pela multidão, para remissão dos peca-dos». É por isso que a Eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem nos purificar ao mesmo tempo, dos peca-dos cometidos, e nos preservar dos pecados futuros.

Tal como o alimento corporal serve para restau-rar as forças perdidas, assim também a Eucaristia fortifica a caridade que, na vida quotidiana, tende a enfraquecer-se; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais. Dando-Se a nós, Cristo reaviva o nosso amor e torna-nos capazes de quebrar as

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amarras desordenadas às criaturas e de nos radi-carmos n’Ele. Pela mesma caridade que acende em nós, a Eucaristia preserva-nos dos pecados mortais futuros. Quanto mais participarmos na vida de Cristo e progredirmos na sua amizade, mais difícil nos será romper com pelo pecado mortal.

Os que recebem a Eucaristia ficam mais estrei-tamente unidos a Cristo. Por isso mesmo, Cristo une todos os fiéis num só corpo, a Igreja. A comunhão renova, fortalece e aprofunda esta incorporação na Igreja, já realizada pelo Batismo. A Eucaristia compro-mete com os pobres. Para receber na verdade o Cor-po e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos. (CCE1391-1397).

Penitência e reconciliação, o fim e o efeito des-te sacramento são, pois, a reconciliação com Deus. Naqueles que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa, seguem-se-lhe «a paz e a tranquilidade da consciência, acom-panhadas duma grande consolação espiritual». Com efeito, o sacramento da reconciliação com Deus leva a uma verdadeira “ressurreição espiritual”, à restitui-ção da dignidade e dos bens próprios da vida dos filhos de Deus, o mais precioso dos quais é a amizade do mesmo Deus.

Este sacramento reconcilia-nos com a Igreja. O sacramento da Penitência não se limita apenas a curar aquele que é restabelecido na comunhão ecle-sial, mas também exerce um efeito vivificante sobre a vida da Igreja, que sofreu com o pecado de um de seus membros. (CCE1468-1469) Voltar à comunhão com Deus depois de a ter perdido pelo pecado é um movimento nascido da graça do mesmo Deus mise-ricordioso e cheio de interesse pela salvação dos ho-mens. Deve pedir-se esta graça preciosa, tanto para si mesmo como para os outros. (CCE 1489)

A primeira graça do sacramento da santa unção é uma graça de reconforto, de paz e de coragem para

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Secção OpInIãO

vencer as dificuldades próprias do estado de doença grave ou da fragilidade da velhice. Esta graça é um dom do Espírito Santo que renova a confiança e a fé em Deus, e dá força contra as tentações do maligno, especialmente a tentação do desânimo e de angús-tia da morte. Esta assistência do Senhor pela força de seu Espírito visa levar o doente à cura da alma, mas também à do corpo, se tal for a vontade de Deus. Além disso, «se ele cometeu pecados, ser-lhe-ão per-doados» (Tg 5,15).

Pela graça deste sacramento o enfermo recebe a força e o dom de se unir mais intimamente à pai-xão de Cristo: ele é, de certo modo, consagrado para produzir fruto pela configuração com a paixão re-dentora do Salvador. Ao celebrar este sacramento, a Igreja, na comunhão dos santos, intercede pelo bem do doente. E o doente, por seu lado, pela graça deste sacramento, contribui para a santificação da Igreja e para o bem de todos os homens pelos quais a Igreja sofre e se oferece, por Cristo, a Deus Pai.

A Unção dos Enfermos completa a nossa con-formação com a morte e ressurreição de Cristo, tal como o Batismo a tinha começado. Leva à perfeição as unções santas que marcam toda a vida cristã: a do Batismo selara em nós a nova vida; a da confir-mação robustecera-nos para o combate desta vida. Esta última unção mune o fim de nossa vida terrena como que de um sólido escudo em vista das últimas batalhas antes da entrada na Casa do Pai. (CCE 1520-1523)

A graça do Espírito Santo própria do sacramento da ordem consiste numa configuração com Cristo Sacerdote, Mestre e Pastor, de quem o ordenado é constituído ministro.

Para o Bispo, é, em primeiro lugar, uma graça de fortaleza, a graça de guiar e defender com força e prudência a sua Igreja, como pai e pastor, com amor desinteressado para com todos e uma predileção pelos pobres, os enfermos e os necessitados. Esta graça impele-o a anunciar o Evangelho a todos, a ser o modelo de seu rebanho, a ir adiante dele no ca-

minho da santificação, identificando-se na Eucaristia com Cristo sacerdote e vítima, sem recear dar a vida pelas suas ovelhas.

O dom espiritual, conferido pela ordenação pres-biteral, está expresso nesta oração própria do rito bizantino. O bispo, impondo as mãos, diz entre ou-tras coisas: «Senhor, enchei do dom do Espírito Santo aquele que Vos dignastes elevar ao grau de presbíte-ro, para que seja digno de manter-se irrepreensível diante de vosso altar, anunciar o Evangelho do vosso Reino, de desempenhar o ministério de vossa Palavra de verdade, de Vos oferecer dons e sacrifícios espiri-tuais, de renovar o vosso povo pelo banho da rege-neração, de modo que, ele próprio, vá ao encontro do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, vosso Unigénito, no dia da sua segunda vinda, e recebe de vossa imensa bondade a recompensa dum fiel de-sempenho do seu ministério».

Quanto aos diáconos, «fortalecidos pela graça sacramental, servem o povo de Deus na “diaconia” da liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o Bispo e seu presbitério». (CCE 1585-1588)

A graça própria do sacramento do Matrimónio destina-se a aperfeiçoar o amor dos conjuges e a fortalecer a sua unidade indissolúvel. Por meio desta graça «eles auxiliam-se mutuamente para chegarem à santidade pela vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos».

Cristo é a fonte desta graça. «Assim como outrora Deus veio ao encontro do seu povo com uma aliança de amor e fidelidade, assim agora o Salvador dos ho-mens e Esposo da Igreja, vem ao encontro dos espo-sos cristãos com o sacramento do Matrimónio». Fica com eles, dá-lhes a coragem de O seguirem tomando sobre si a sua cruz, de levantar-se depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levarem o fardo um do outro, de serem «submissos um ao outro no temor de Cristo» (Ef 5,21) e de se amarem com um amor sobrenatural, delicado e fecundo. Nas alegrias de seu amor e da sua vida familiar. (CCE 1641-1642)

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BOLETIM 9

Secção pOnTES DOS ARCIpRESTADOS Amares

ARCIPRESTADO DE AMARES ORGANIzA “VIGíLIA DE ORAçãO”

No dia 11 de dezembro, pelas 21H00, os Cate-quistas do Arciprestado de Amares realizaram uma “ Vigília de Oração”, na Igreja de Amares.

Em pleno tempo de Advento e sob o lema “ É dando...que se recebe”, os/as Catequistas responde-ram com entusiasmo ao desafio que lhes tinha sido proposto – o de trazer um donativo que será en-tregue a uma Instituição de Caridade. Deste modo simbólico, pretendeu-se contribuir para amenizar as carências dos nossos irmãos.

Esta Vigília constituiu uma oportunidade de re-flexão neste tempo de espera vigilante pelo Deus que se fez Menino, em que devemos “estar vigilantes e preparados” vivendo o amor e a solidariedade para com os pobres, os pequenos, os desprotegidos e os marginalizados.

No final houve um momento de partilha em que todos participaram e puderam conviver.

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BOLETIM 10

Secção pOnTES DOS ARCIpRESTADOS

Cabeceiras

de BastoENCONTRO DE COORDENADORES PAROQUIAIS

No passado dia 22 de Outubro a Arci-prestal da Catequese de Cabeceiras de Basto, promoveu o primeiro en-

contro de coordenadores paroquiais deste ano pastoral.

Dado que este ano é dedicado ao tema “Viver a Fé”, seguindo as orientações do plano Pastoral, foi proposto aos coordena-dores para este primeiro encontro a leitura e análise do capítulo I da Constituição Gau-dium et Spes (A Igreja no Mundo atual), so-bre a dignidade da pessoa humana.

Falar da dignidade da pessoa implica antes de mais tomar consciência que o homem foi criado «à imagem e semelhan-ça de Deus», capaz de conhecer e amar o seu criador (GS12). No entanto, desde o princípio o homem abusou da própria li-berdade levantando-se contra Deus. O homem encontra-se pois dividido numa luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas (cf GS13). No mais fundo da própria consciência o homem descobre uma lei, escrita por Deus, que soa na intimi-dade do seu coração e que sempre o está a chamar ao amor do bem e à fuga do mal. A consciência é pois o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na inti-midade do seu ser (cf GS13).

Só na liberdade o homem se pode con-verter ao bem. A liberdade verdadeira é um sinal privilegiado da imagem divina do homem, pois Deus «quis deixar o homem entregue à sua própria decisão. A dignida-de do homem exige que proceda segundo a própria consciência, movido e induzido pessoalmente desde dentro. O homem atinge essa dignidade quando se liberta da escravidão das paixões e tende para a livre escolha do bem (GS 17).

O encontro terminou com uma oração de louvor e de súplica, a oração de Comple-tas da Liturgia das Horas desse dia.

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BOLETIM 11

FafeNO TEMPO DE ADVENTO

Eis que um novo ano litúrgico nos bate à porta, trazendo consigo os desafios do Advento. Mais um ano, um novo Ad-

vento e o convite a uma Fé Vivida… Que rica oportunidade para, mais uma vez, “preparar os caminhos do Senhor” no nosso coração!

No nosso arciprestado de Fafe, a cate-quese paroquial – crianças, adolescentes, catequistas e famílias – vai viver o Advento à luz da proposta duma Campanha intitu-lada “Chamados ao Amor...… a Caminho do Natal”. Em que consistirá esta iniciativa? Consistirá na recolha de material escolar – novo ou usado, desde que em bom estado – em favor do projeto “Um Sonho em Mo-çambique” o qual se orienta essencialmen-te para dois fins:

1.º Prestação de cuidados básicos de saúde e educação a um conjunto alargado de crian-ças, entre os 0 e os 12 anos de idade, órfãos de pais vitimados pelo vírus do VIH/SIDA;

2.º Colaboração no equipamento de ma-terial escolar duma escola secundária em construção, pois numa região maior do que todo o distrito de Braga, só há 5 escolas se-cundárias! Há alunos que para poderem estu-

dar se deslocam mais de 80 Km de distância! Por isso mesmo, esta nova escola funcionará em regime de internato.

Esta campanha irá ocupar as quatro se-manas do Advento, distribuída da seguinte forma:

1.º Fim-de-semana: recolha de mochilas e porta-lápis;

2.º Fim-de-semana: recolha de cadernos; 3.º Fim-de-semana: recolha de material de

escrita e pintura;4.º Fim-de-semana: recolha de livros.

Nas Eucaristias de cada fim-de-semana, haverá um tema de reflexão comum a to-das as comunidades paroquiais do arcipres-tado, inspirado no texto do Evangelho. Esta circunstância permitirá termos consciência de que a caminhada de Advento é feita em comunhão, de modo que as Comunidades no seu todo celebrem, saboreiem, e acolham o Verbo Encarnado, Deus feito homem para todos, também para aqueles, ou sobretudo para aqueles, que a fome, a doença e a guerra, maltratam!

ENCONTROS INTERPAROQUIAIS DE CATEQUISTAS EM FAFE

Uma das atividades mais queridas e gra-tificantes do Plano Arciprestal da Cate-quese são os encontros interparoquiais:

momentos de oração e reflexão espiritual, momentos de partilha e convívio, momentos de conhecimento mútuo e de desabafo...

De 10 de Outubro a 7 de Novembro, a equipa arciprestal de Catequese deslocou-se às 4 zonas pastorais do Arciprestado de Fafe.

Após a oração inicial e a apresentação do plano arciprestal de catequese para o ano pastoral 2014/2015, foi aproveitada a comu-

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Secção pOnTES DOS ARCIpRESTADOS

nicação do Papa Francisco ao Movimento Fo-colares em 26/9/2014, para uma reflexão e in-teriorização espiritual. Assim, de acordo com o Papa, para um encontro pessoal com Cristo há três “palavras – chave”: comtemplar, sair, formar escola.

Para o Santo Papa, “comtemplar” tem duas dimensões distintas, mas interligadas: a dimensão divina e a dimensão humana: “ Contemplar Deus e as maravilhas do seu amor, de permanecer n’Ele… Contemplar significa também viver na companhia dos irmãos e ir-mãs, partilhar com eles o Pão da comunhão e da fraternidade… “

Uma das palavras mais repetidas e mais caras para o Papa Francisco é palavra “sa-ída”. O cristão não poderá ficar no seu re-duto, no seu “casulo”. Terá de ter coragem e deixar o seu “acampamento” e sair. Também jesus deixou o seio do Pai, para se entregar completamente à Humanidade, numa doa-ção total, até ao suplício na Cruz. Este é o “sentido da Evangelização”. Cristo humilha-do… Cristo desonrado…Cristo sofredor…e…,não apenas o Cristo Glorioso, terá se ser levado aos outros irmãos, principalmente aos mais humilhados, aos mais desespe-rados, aos mais inconformados, aos mais

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desamparados socialmente… “O Senhor nos espera, diz o Papa, nas provações e nos gemidos dos nossos irmãos, nas chagas da sociedade e nas interrogações da cultura do nosso tempo”.

“Fazer Escola”: fazer discípulos em sin-tonia de ideias e em comunhão de vida. Jesus “fez escola”: escolheu doze, arrastou uma multidão de discípulos sedentos dos ensinamentos e ideais do Filho de Deus. Ao estilo da escola peripatética aristotélica, Je-sus percorria os caminhos da Judeia, Sama-ria, Galileia… ensinando… procurando os mais necessitados… confortando… dando soluções de vida… Hoje, como diz o Papa, há necessidade de ” formar, como exige o Evangelho, homens e mulheres novos. Para tal, ocorre uma escola de humanidade à me-dida da humanidade de Jesus. É Ele, de facto, o Homem novo…”

No seguimento das palavras papais, foi in-troduzido um novo momento nestes encon-tros: o convite a viver a Fé. O nosso encontro pessoal com Cristo, como dizia o Santo Padre, terá de ser fermento do “homem novo”: a fé que professamos e celebramos na Igreja não pode ficar “religiosamente” encerrada nos templos, delimitada pelos horários das cele-brações e sem contacto com o nosso quoti-diano… Na nossa diocese, o presente ano pastoral é dedicado exatamente à vivência da nossa fé: fé que se transforma em vida e que transforma a nossa vida.(cf. Plano Pastoral, pag.)

Viver a Fé é praticar o Amor, é rezar por atos, encontrar Cristo no nosso próximo mais necessitado, na indigência evidente e que

não se disfarça, na pobreza que se envergo-nha, na solidão de quem vive nas multidões estranhas. No fim de contas, a atitude do ca-tequista e de todo o cristão perante o mundo é viver a alegria do Evangelho e em prática as Obras de Misericórdia. De facto,” as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as ale-grias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo…” (Gaudium et Spes, 1). Jesus diz: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos ou-tros” (Jo. 13, 35) e S. Paulo insiste “Ainda que possua a fé em plenitude, a ponto de transpor-tar montanhas, se não tiver caridade, nada sou” (1 Cor. 13, 2).Que bom seria que a exclamação dos pagãos em relação aos primeiros cristãos fosse repetida hoje: “Vede como eles se amam” (act.4,32)!...

Para pôr em prática estes princípios bá-sicos da doutrina social da Igreja, foram sugeridas algumas atividades a desenvol-ver no “espaço catequese”( dinâmica dos balões; do perdão; da Fé e vida; dos au-tógrafos) e algumas a serem aplicadas no “espaço social”: no Advento: “Chamados ao amor … a caminho do Natal” com a cam-panha “Um Sonho em Moçambique”; parti-cipação ativa no Banco Alimentar; criar um “banco de talentos” a nível arciprestal para animação em lares….; na Quaresma: roupa, calçado, brinquedos.

Finalmente, depois de dada a palavra à assembleia (sugestões…partilha…), agra-deceu-se a Deus e compartilhamos “um chá convívio”.

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No dia 8 de Outubro de 2014, a Equipa Ar-ciprestal de Catequese de Fafe, depois de solicitada, teve uma “reunião de tra-

balho” com os sacerdotes de Fafe. Era a reunião mensal dos sacerdotes. Necessitava-se que os responsáveis primeiros pela evangelização ti-vessem conhecimento do plano catequético do arciprestado e sentissem que há um con-junto de pessoas, cristãmente empenhadas, numa missão cooperativa em relação à missão evangelizadora da Igreja. Era como dizer: “aqui nos têm, estamos dispostos a colaborar, é esta a nossa perspetiva, são estes os nossos projetos e anseios… É necessário que os principais res-ponsáveis da Igreja estejam disponíveis e aber-tos para uma tarefa difícil, mas comum, que os catequistas pretendem levar em frente. Cristo convida… Cristo merece…

O “ TESTAMENTO VITAL” de Jesus: ”Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as tudo quanto vos tenho mandado. E Eu esta-rei sempre convosco, até ao fim do mundo” : (Mt. 28, 19-20) “ mantém-se viva e atual. Esta men-sagem toca-me a mim, catequista… Toca… deverá tocar a todos e cada um dos sacerdo-tes para quem a mensagem é diretamente e prioritariamente enviada.

A Igreja alerta e insiste no papel comum de todo o batizado, sacerdote ou leigo: “ In-corporados em Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, (que) exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no Mundo” (LG 31). Perante isto, na fidelidade a Jesus Cristo e à Igreja, pretendemos ser coo-peradores dos sacerdotes do arciprestado.

ENCONTRO DA EQUIPA DE CATEQUESE COM OS SACERDOTES

Neste sentido, a equipa de catequese, numa perspetiva construtiva, apresentou, pe-rante o clero do arciprestado, um conjunto de preocupações:

1. Ao fazer-se a radiografia da formação dos nossos catequistas, chega-se à conclusão que existe um deficit de formação ao nível catequé-tico e cristão. Por um lado, “Ninguém dá o que não tem”. Ser catequista exige conhecimentos bíblicos e um conjunto de técnicas psico/pe-dagógicas. Não bastam teorias … Mais impor-tante e para que haja uma correta transmissão da Mensagem cristã, é preciso, além de conheci-mentos teóricos, estar-se revestido, impregnado de Cristo e ter uma profunda “paixão” por Jesus.

2. Por outro lado, ao nível dos catequizan-dos, é urgente repensar as lacunas, os inter-regnos, os abatimentos e os abandonos no desenrolar do processo sistemático da vivên-cia cristã. Catequiza-se aos saltos. Hoje, Cris-to serve-me… amanhã, não me convém… Constata-se que, no desencadeamento da aceitação e da prática religiosa há uma in-consequência vital do sentir-se cristão. Esta é uma questão muito preocupante. Procura-se Cristo e a Sua Igreja em momentos e da-tas de dimensão puramente social: Batismo, 1ª comunhão e Confirmação. Verifica-se que, no processo do amadurecimento cristão dos catequizandos, muitos ficam pelo caminho e, na fase pós-crisma, quase abandonam a Igre-ja. Como lidar com isto?

3. Foram apresentadas, por parte da equi-pa arciprestal, um conjunto de propostas no sentido da melhoria da catequese:

– Exigência na preparação e acesso aos Sacramentos: Batismo, Confirmação e Matri-mónio

Secção pOnTES DOS ARCIpRESTADOS

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– Urgente necessidade de cooperação dos párocos com os seus catequistas: por vezes, os catequistas sentem desamparados e soli-tários…

– Investimento das Paróquias na formação catequética.

– Nomeação de coordenadores paro-quiais.

– Possível definição de territórios catequéticos. 4. Da parte da equipa arciprestal ficou o

compromisso de uma cooperação sincera e autêntica com os párocos do arciprestado, bem como o apoio à catequese paroquial sempre que for solicitada. A equipa arcipres-tal da catequese, procurará investir na forma-ção interparoquial dos catequistas.

CATEQUESE SOLIDÁRIA

A Equipa Arciprestal de Catequese, du-rante os encontros interparoquiais, re-alizados em outubro e novembro, lan-

çou, entre outros, um desafio aos catequistas do Arciprestado: a participação de catequis-tas e catequizandos na campanha do Banco Alimentar contra a Fome.

Este desafio veio de encontro ao presente Ano Pastoral, que tem como tema: Fé Vivida. Fé que deverá conduzir todos aqueles, que acreditam conscientemente em Jesus, a assu-mir que viver a Fé não pode limitar-se ao sim-ples cumprimento teórico de regras, calendá-rios, preceitos e rituais. Acreditar em Deus é, essencialmente, transformar a Fé acreditada e celebrada em obras a favor dos que mais necessitam: Viver a Fé é praticar o Amor, es-tender a mão a quem precisa de mim e… ver, no outro, a autêntica pessoa de Jesus Cristo.

Passada a campanha, que se realizou nos dias 29 e 30 de novembro, podemos dizer que a Catequese do Arciprestado deixou mar-ca no Banco Alimentar. O desafio lançado foi aceite... aceite com entusiasmo… aceite com carinho e… abraçado com Amor Cristão. Os catequizandos foram muito bem recebidos pela população: o seu sorriso e boa disposi-ção conquistaram tudo e todos.

O Banco Alimentar contra a Fome dá os parabéns a todos e, uma vez mais, agradece a participação nesta fantástica campanha de solidariedade. Conta com a colaboração de todos para a próxima campanha, que será nos dias 30 e 31 de maio de 2015.

A todos e a cada um, MUITO OBRIGADA POR ALIMENTAR ESTA IDEIA!

Equipa Arciprestal de Catequese de Fafe

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centro cultural e pastoral da arquidioceserua de S. Domingos, 94 B • 4710-435 Braga • tel. 253 203 180 • fax 253 203 190 [email protected] • www.diocese-braga.pt/catequese

impressão: empresa do diário do minho, lda.

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era uma vez o amor...

O amor morava numa casa assoalhada de estrelas e toda enfeitada de sóis. Mas não havia luz na casa do amor, porque a luz era o próprio amor. E então o amor queria uma casa mais linda para si. - Que estranha mania essa do amor! E fez a terra, e na terra fez a carne, e na carne soprou a vida, e na vida imprimiu a imagem da sua semelhança. E a chamou de ser humano. E, dentro do peito do ser humano, o amor construiu sua casa, pequenina, mas palpitante, inquieta e insatisfeita com o próprio amor. E o amor foi morar no coração do ser humano e coube todinho lá dentro, porque o coração do ser humano foi feito para o infinito.

Cónego Ápio Pais Campos Costa