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PROVAS DE DOUTORAMENTO Priscilla Teixeira Campos, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “A interdisciplinaridade na conservação de recifes de coral para manutenção da biodiversidade do oceano”, em 17/03/2021 Ana Catarina Rocha Braga, Programa Doutoral em Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar, “Adaptações fisiológicas e estratégias de eliminação de toxinas em bivalves face a blooms de algas tóxicas”, em 16/04/2021 Serafino Afonso Rui Mucova, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “Avaliação multinível da biodiversidade e alterações climáticas em Moçambique: caminhos locais para o desenvolvimento sustentável”, em 28/04/2021 Carlos José Magalhães e Silva, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “Poluição por microplásticos em ambientes dulçaquícolas: ingestão e efeitos em invertebrados bentónicos”, em 30/04/2021 Página 8 BOLETIM INFORMATIVO Diretor: Fernando Gonçalves Equipa Editorial: Fernando Cozinheiro, Mário Pacheco, Susana Galante-Oliveira, Victor Bandeira | Contacto: [email protected] Colaboraram: Carlos Barroso, Fábio Campos, Fernando Cozinheiro, Francisca Folque Gouveia, Joana Lourenço, Mário Pacheco, Olga Ameixa, Patrícia Pereira Kowalski, Rita Ferreira (NEB), Sónia Mendo, Susana Galante, Victor Bandeira Título Hora Palestrante Os impactos das alterações climáticas nas regiões polares 15h30 João Canário (Centro de Química Estrutural / Instituto Superior Técnico) Terras raras: mitos, realidades e desafios 16h10 Miguel Caetano (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) Projeto FRIENDS: Frota de drones para inspeção radiológica, comunicação e salvamento 17h00 Alberto Vale (Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear / Instituto Superior Técnico) A ecotoxicologia no contexto da problemática da corrosão: estratégias para assegurar o desenvolvimento de produtos inovadores, eficientes e amigos do ambiente 17h40 Roberto Martins (CESAM & DBio / Universidade de Aveiro) quatro palestras proferidas por especialistas de reconhecido mérito, sendo que, excecionalmente, este ano decorrerá em modo virtual. TOXECO 2021 - Ciclo de Palestras atuais relacionados com essas temáticas, com o principal objetivo de aproximar o mundo da investigação científica e a sociedade. Seguindo a tradição, este encontro contará com O ciclo de palestras sobre Toxicologia e Ecotoxicologia (TOXECO) terá a sua próxima edição no dia 26 de maio de 2021, a partir das 15h00. Este encontro visa fomentar um amplo debate sobre temas Título Data / Hora Palestrante Microbial modulation in aquacultures: towards a production system suppressor of diseases. Maio 19 16h30 Newton Gomes (CESAM & DBio, Universidade de Aveiro) Profiling of antibiotic resistance genes from environmental samples using a high throughput qPCR system. Maio 26 16h30 Windi Muziasari (CEO, Resistomap, Helsinki, Finland) Molecular Biology of SARS-CoV-2: implications in disease, epidemiology and vaccine development. Junho 16 16h30 Ana Matos (Faculdade de Farmácia, Universidade Coimbra) Microbiota interaction with ageing and age-related diseases. Junho 23 16h30 Margarida Sousa (iBIMED & DCM, Universidade de Aveiro) Seminários sobre Microbiologia direção do Mestrado em Microbiologia. Convidamos todos a assistir. São temas atuais e muito relevantes para a sociedade que certamente despertarão o vosso interesse. A organização é da responsabilidade da Durante os meses de maio e junho, vão realizar-se, via Zoom, seminários na área da microbiologia, proferidos por especialistas convidados, oriundos de outras instituições. quadro de um dos cursos oferecidos no DBio, e reconhecida pelo seu caráter excecional em termos de execução e relevância dos resultados apresentados, dando igualmente a conhecer o seu autor. Espaço NEB-AAUAv – página que oferece ao Núcleo de Estudantes de Biologia a possibilidade de divulgação das suas iniciativas, concretizando uma ideia de comunidade DBio onde os discentes são protagonistas de uma intervenção transformadora. Não sendo uma secção a estrear neste número, o Encarte constituiu um elemento central da estratégia mencionada, dando a conhecer uma subunidade funcional do DBio (ex. unidades expositivas como a COBI ou o Herbário da Universidade de Aveiro, apresentadas nas duas edições precedentes, ou laboratórios de investigação consolidados), apresentando a sua história, missão e equipa, dando projeção às suas linhas de ação e aos seus principais outputs. Assim se vai catalisando, assim se vai comunicando (forma do verbo “comunicar”, do Latim communicāre = dividir alguma coisa com alguém). Boa leitura. Está a ler as primeiras linhas do 10º número do Bio-Síntese (boletim informativo do DBio). Os 9 números anteriores criaram uma marca na comunicação interna no DBio, traduzindo uma intenção de cultivar a transparência, inclusão e pluralidade. Decorrente do nome desta publicação, é oportuno invocar uma analogia para realçar o seu papel “catalisador”, no sentido de gerar perceções positivas e orgulho de pertença, a par com ações individuais e coletivas que contribuam para uma excelência nas atividades de ensino, investigação e na relação com a sociedade. Acentuando a analogia, a pena desliza facilmente para a exploração do conceito de “anabolismo” (conjunto de reações bioquímicas que produzem nova matéria orgânica nos seres vivos). Atentando na etimologia do termo (do Grego anabolé = crescimento; ismós = sistema, doutrina), emerge uma perspetiva positiva, construtiva e construtora. É esta ação anabólica que o Bio-Síntese pretende fomentar e a que dá expressão, qual ação catalítica de uma ligase (enzima que catalisa a ligação entre duas moléculas), pressupondo, igualmente, a existência de um catalisador em cada estudante, em cada TAG, em cada docente, e em cada investigador. A este perfil de intervenção predominantemente intra- organizacional, entendeu-se, a partir da presente edição, enfatizar a comunicação com o universo externo ao DBio, seja com parceiros (atuais e potenciais), seja com antigos ou futuros estudantes dos diferentes níveis de formação. Dando corpo a este propósito, encontrará nas próximas páginas um conjunto de rubricas que se tornarão regulares, invocando uma diversidade de participações e indo ao encontro de objetivos específicos: Made in DBio – espaço que dará a conhecer profissionais em diferentes domínios consignados nos Estatutos da Ordem dos Biólogos, e que têm em comum o facto de terem, pelo menos, uma fase da sua formação académica desenvolvida no DBio. Investigação de ponta, investigação que conta secção que dará palco a um projeto de investigação ou de transferência de tecnologia, recentemente concluído ou em fase final de execução, desenvolvido sob coordenação de um elemento do DBio, que se destaca pela inovação associada, pelo enquadramento em áreas estratégicas e pela aplicabilidade prática dos resultados obtidos. Mestrado, mestre e mestria – área de destaque a uma dissertação de mestrado defendida com sucesso, no Número 10 Maio 2021 Editorial B OLETIM I NFORMATIVO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA UNIVERSIDADE DE AVEIRO Catalisando e comunicando, e vice-versa Neste número: Henrique Queiroga empossado presidente da Assembleia Geral da Ordem dos Biólogos 2 UA participa na avaliação de impactes da mineração em mar profundo 2 Dissertação de mestrado de antiga aluna vence o Concurso Life-INVASAQUA 2 Made in DBio “Aveiro é nosso” … e fica connosco para sempre! 3 Investigação de Ponta, Investigação que Conta Projeto SUShI 4 Mestrado, Mestre e Mestria Investigação em nanoecotoxicologia – uma dissertação aplicada 5 Espaço NEB-AAUAv O XVI Biologia na Noite está a chegar! 6 Investigador da UA na equipa que analisa impacte da Covid- 19 na aquacultura mundial 7 Seis cientistas da Universidade entre as mulheres homenageadas pela Ciência Viva 7 UA cria no ECOMARE instalação-piloto para testar novo sistema de aquicultura 7 Exposição Fotográfica no Departamento de Biologia 7 Provas de Doutoramento 8 Seminários sobre Microbiologia 8 TOXECO 2021 - Ciclo de Palestras 8 A Equipa Editorial

BOLETIM INFORMATIVO B I D DE B Seminários sobre

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PROVAS DE

DOUTORAMENTO

Priscilla Teixeira Campos, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “A interdisciplinaridade na conservação de recifes de coral para manutenção da biodiversidade do oceano”, em 17/03/2021

Ana Catarina Rocha

Braga, Programa Doutoral em Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar, “Adaptações fisiológicas e estratégias de eliminação de toxinas em bivalves face a blooms de algas tóxicas”, em 16/04/2021

Serafino Afonso Rui

Mucova, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “Avaliação multinível da biodiversidade e alterações climáticas em Moçambique: caminhos locais para o desenvolvimento sustentável”, em 28/04/2021

Carlos José Magalhães e

Silva, Programa Doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, “Poluição por microplásticos em ambientes dulçaquícolas: ingestão e efeitos em invertebrados bentónicos”, em 30/04/2021

Página 8

BOLETIM INFORMATIVO

Diretor: Fernando Gonçalves

Equipa Editorial: Fernando Cozinheiro, Mário Pacheco, Susana Galante-Oliveira, Victor Bandeira | Contacto: [email protected]

Colaboraram: Carlos Barroso, Fábio Campos, Fernando Cozinheiro, Francisca Folque Gouveia, Joana Lourenço, Mário Pacheco, Olga Ameixa, Patrícia Pereira Kowalski, Rita Ferreira (NEB), Sónia Mendo, Susana Galante, Victor Bandeira

Título Hora Palestrante

Os impactos das alterações climáticas nas regiões polares

15h30 João Canário (Centro de Química Estrutural / Instituto Superior Técnico)

Terras raras: mitos, realidades e desafios

16h10 Miguel Caetano (Instituto Português do Mar e da Atmosfera)

Projeto FRIENDS: Frota de drones para inspeção radiológica, comunicação e salvamento

17h00 Alberto Vale (Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear / Instituto Superior Técnico)

A ecotoxicologia no contexto da problemática da corrosão: estratégias para assegurar o desenvolvimento de produtos inovadores, eficientes e amigos do ambiente

17h40 Roberto Martins (CESAM & DBio / Universidade de Aveiro)

quatro palestras proferidas por especialistas de reconhecido mérito, sendo que, excecionalmente, este ano decorrerá em modo virtual.

TOXECO 2021 - Ciclo de Palestras atuais relacionados com essas temáticas, com o principal objetivo de aproximar o mundo da investigação científica e a sociedade. Seguindo a tradição, este encontro contará com

O ciclo de palestras sobre Toxicologia e Ecotoxicologia (TOXECO) terá a sua próxima edição no dia 26 de maio de 2021, a partir das 15h00. Este encontro visa fomentar um amplo debate sobre temas

Título Data / Hora Palestrante

Microbial modulation in aquacultures: towards a production system suppressor of diseases.

Maio 19 16h30

Newton Gomes (CESAM & DBio, Universidade de Aveiro)

Profiling of antibiotic resistance genes from environmental samples using a high throughput qPCR system.

Maio 26 16h30

Windi Muziasari (CEO, Resistomap, Helsinki, Finland)

Molecular Biology of SARS-CoV-2: implications in disease, epidemiology and vaccine development.

Junho 16 16h30

Ana Matos (Faculdade de Farmácia, Universidade Coimbra)

Microbiota interaction with ageing and age-related diseases.

Junho 23 16h30

Margarida Sousa (iBIMED & DCM, Universidade de Aveiro)

Seminários sobre Microbiologia direção do Mestrado em Microbiologia. Convidamos todos a assistir.

São temas atuais e muito relevantes para a sociedade que certamente despertarão o vosso interesse. A organização é da responsabilidade da

Durante os meses de maio e junho, vão realizar-se, via Zoom, seminários na área da microbiologia, proferidos por especialistas convidados, oriundos de outras instituições.

quadro de um dos cursos oferecidos no DBio, e reconhecida pelo seu caráter excecional em termos de execução e relevância dos resultados apresentados, dando igualmente a conhecer o seu autor.

Espaço NEB-AAUAv – página que oferece ao Núcleo de Estudantes de Biologia a possibilidade de divulgação das suas iniciativas, concretizando uma ideia de comunidade DBio onde os discentes são protagonistas de uma intervenção transformadora.

Não sendo uma secção a estrear neste número, o Encarte constituiu um elemento central da estratégia mencionada, dando a conhecer uma subunidade funcional do DBio (ex. unidades expositivas como a COBI ou o Herbário da Universidade de Aveiro, apresentadas nas duas edições precedentes, ou laboratórios de investigação consolidados), apresentando a sua história, missão e equipa, dando projeção às suas linhas de ação e aos seus principais outputs.

Assim se vai catalisando, assim se vai comunicando (forma do verbo “comunicar”, do Latim communicāre = dividir alguma coisa com alguém).

Boa leitura.

Está a ler as primeiras linhas do 10º número do Bio-Síntese (boletim informativo do DBio). Os 9 números anteriores criaram uma marca na comunicação interna no DBio, traduzindo uma intenção de cultivar a transparência, inclusão e pluralidade.

Decorrente do nome desta publicação, é oportuno invocar uma analogia para realçar o seu papel “catalisador”, no sentido de gerar perceções positivas e orgulho de pertença, a par com ações individuais e coletivas que

contribuam para uma excelência nas atividades de ensino, investigação e na relação com a sociedade. Acentuando a analogia, a pena desliza facilmente para a exploração do conceito de “anabolismo” (conjunto de reações bioquímicas que produzem nova matéria orgânica nos seres vivos). Atentando na etimologia do termo (do Grego anabolé = crescimento; ismós = sistema, doutrina), emerge uma perspetiva positiva, construtiva e construtora. É esta ação anabólica que o Bio-Síntese pretende fomentar e a que dá expressão, qual ação catalítica de uma ligase (enzima que catalisa a ligação entre duas moléculas), pressupondo, igualmente, a existência de um catalisador em cada estudante, em cada TAG, em cada docente, e em cada investigador.

A este perfil de intervenção predominantemente intra-organizacional, entendeu-se, a partir da presente edição, enfatizar a comunicação com o universo externo ao DBio, seja com parceiros (atuais e potenciais), seja com antigos ou futuros estudantes dos diferentes níveis de formação. Dando corpo a este propósito, encontrará nas próximas páginas um conjunto de rubricas que se tornarão regulares, invocando uma diversidade de participações e indo ao encontro de objetivos específicos:

Made in DBio – espaço que dará a conhecer profissionais em diferentes domínios consignados nos Estatutos da Ordem dos Biólogos, e que têm em comum o facto de terem, pelo menos, uma fase da sua formação académica desenvolvida no DBio.

Investigação de ponta, investigação que conta – secção que dará palco a um projeto de investigação ou de transferência de tecnologia, recentemente concluído ou em fase final de execução, desenvolvido sob coordenação de um elemento do DBio, que se destaca pela inovação associada, pelo enquadramento em áreas estratégicas e pela aplicabilidade prática dos resultados obtidos.

Mestrado, mestre e mestria – área de destaque a uma dissertação de mestrado defendida com sucesso, no

Número 10

Maio 2021

Editorial

BOLETIM INFORMATIVO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA

UNIVERSIDADE DE AVEIRO

Catalisando e comunicando, e vice-versa

Neste número:

Henrique Queiroga empossado presidente da Assembleia Geral da Ordem dos Biólogos

2

UA participa na avaliação de impactes da mineração em mar profundo

2

Dissertação de mestrado de antiga aluna vence o Concurso Life-INVASAQUA

2

Made in DBio

“Aveiro é nosso” … e fica connosco para sempre!

3

Investigação de Ponta, Investigação que Conta

Projeto SUShI

4

Mestrado, Mestre e Mestria

Investigação em nanoecotoxicologia – uma dissertação aplicada

5

Espaço NEB-AAUAv

O XVI Biologia na Noite está a chegar!

6

Investigador da UA na equipa que analisa impacte da Covid-19 na aquacultura mundial

7

Seis cientistas da Universidade entre as mulheres homenageadas pela Ciência Viva

7

UA cria no ECOMARE instalação-piloto para testar novo sistema de aquicultura

7

Exposição Fotográfica no Departamento de Biologia

7

Provas de Doutoramento 8

Seminários sobre Microbiologia

8

TOXECO 2021 - Ciclo de Palestras

8

A Equipa Editorial

O Bio-Síntese também é seu!

Página 2

BOLETIM INFORMATIVO

Henrique Queiroga empossado presidente da Assembleia Geral da Ordem dos Biólogos Henrique Queiroga, biólogo marinho, professor associado com agregação do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e investigador do CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar), tomou posse como presidente da mesa da Assembleia Geral da Ordem dos Biólogos. A cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos nacionais da Ordem dos Biólogos teve lugar online, a 31 de março, pelas 17h30.

A lista de que Henrique Queiroga e a atual bastonária, Maria de Jesus Fernandes,

técnica superior do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e antiga diretora do Departamento de Conservação da Natureza e das Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, fazem parte foi a única que concorreu a eleições para os corpos sociais a nível nacional, tendo apresentado um plano estratégico que identifica seis linhas de trabalho prioritárias: (i) Contribuir para o direito ao exercício digno e ético da profissão de Biólogo; (ii) Promover a capacitação, a valorização e a dignificação

socioprofissional dos Biólogos; (iii) Contribuir para a divulgação da Biologia e literacia Biológica como garante da sustentabilidade e de uma sociedade mais justa e inclusiva; (iv) Valorizar o papel dos docentes do ensino básico e secundário na educação para a cidadania científica; (v) Incrementar e melhorar a comunicação, interna e externa; e (vi) Continuar a forte aposta nas oportunidades de formação para os seus membros em diferentes áreas.

Dissertação de mestrado de antiga aluna vence o Concurso Life-INVASAQUA

A dissertação de mestrado defendida em 2019 por Cláudia Barrocas, no âmbito do Mestrado em Biologia Aplicada da Universidade de Aveiro, e intitulado “Espécies exóticas Invasoras no Rio Minho — sensibilização de setores económicos primários através da ilustração científica” venceu o Concurso Life-INVASAQUA na categoria “Estudos Sociais, de

Saúde Social e Jurídicos”.

Este trabalho final de mestrado, centrado na especialização em Comunicação de Ciência e, mais particularmente, em Ilustração Científica, procurou encontrar soluções gráficas eficazes para alcançar e sensibilizar as populações locais para a problemática das espécies invasoras - um drama

tão antigo, quanto urgente - contribuindo para a formação de cidadãos-cientistas que auxiliem na monitorização e controlo destas espécies lesivas para os ecossistemas nativos e espécies autóctones.

UA participa na avaliação de impactes da mineração em mar profundo

A Universidade de Aveiro (UA) está envolvida, através do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Biologia, num estudo internacional de monitorização dos testes de funcionamento de uma máquina coletora de nódulos polimetálicos em mar profundo, por enquanto, um protótipo, numa zona do Pacífico, fora da zona económica exclusiva de qualquer país. O teste da máquina vai ser realizado pela empresa belga Global Sea

Resources (DEME-GSR).

Em breve, uma equipa internacional de cientistas no âmbito do projeto “MiningImpact”, de que faz parte a UA, vai embarcar nessa expedição de seis semanas. À equipa da UA, liderada pela professora e investigadora Marina Cunha, cabe contribuir para a avaliação dos impactes na biodiversidade, em particular, na comunidade de invertebrados marinhos que ocorre no oceano profundo daquela área, a Zona de

Fratura Clarion-Clipperton (CCFZ), entre o México e o Hawai.

O Bio-Síntese – Boletim Informativo do Departamento de Biologia - é uma publicação de periodicidade bimestral. O acesso é aberto e tem como objetivo principal o reforço do sentido de comunidade, divulgando informações que possam ser do seu interesse, nomeadamente em termos de decisões dos órgãos de gestão, de iniciativas, de estruturas fucionais, mas também de saberes.

Aceitam-se propostas para futuras publicações:

a) Os textos devem ser remetidos até ao final dos meses pares, para o endereço [email protected];

b) A extensão máxima é de 600 caracteres, incluindo espaços em branco, num ficheiro em formato Word ou compatível – poderão ser aceites contributos mais extensos mediante aprovação prévia da Equipa Editorial;

c) Devem ser alusivos a temáticas na área da Biologia, ou afins, ou estarem relacionados com iniciativas diretamente relacionadas com o DBio;

d) Os textos a submeter devem ser originais e ter rigor científico;

e) Os artigos devem indicar o nome do autor e o endereço de email na UA, sendo ambos sujeitos a publicação;

f) A Equipa Editorial reserva o direito de decidir sobre a publicação ou não.

Desde 19 de abril, precisamente a data da mais recente retoma de atividades presenciais e aquela que acreditamos ser o início de um novo ciclo de vida, pós-pandémico, está patente a exposição fotográfica “BIO CORES”. É composta por mais de uma trintena de trabalhos realizados por quatro dos membros do grupo “Momentos de Natureza”, todos funcionários da Universidade de Aveiro: Aldiro Pereira (DBIO), António Vieira (STIC), Hélder Bernardo (STIC) e João Quintela (SAS).

Por força das limitações que nos foram impostas, a situação pandémica que vivenciamos conduziu-nos a um estado de monocromia, a uma palete de cores em que imperam os tons acinzentados, pronunciados...

A vida ensina-nos tudo sobre os ciclos que precisamos de iniciar, aprender, aceitar e encerrar. Ensina-nos como nos devemos equilibrar e restaurar. Ensina-nos muito sobre o poder dos nossos pensamentos e de como (e quanto) o pensamento positivo pode mudar os nossos dias.

É, pois, forçoso mudar a nossa palete de cores de referência...

Foi precisamente com esse intuito que o Departamento de Biologia se dispôs a receber mais uma exposição de fotografia, no “Nicho Expositivo DBIO”.

progresso da ciência e tecnologia nacionais. Conheça o trabalho em que se têm envolvido e a reação a esta homenagem. Em 2021, ano em que o poder da ciência se assume maior do que nunca, a Ciência Viva continua a homenagear as mulheres cientistas portuguesas, que representam 45 por cento do total de investigadores no nosso país e cujo papel tem sido fundamental para

Alexandra Monteiro, Ana Velosa, Iola Duarte e Sandra Soares, a que acresce Diana Madeira e Sónia Cruz, investigadoras do CESAM / DBio, são as seis cientistas da Universidade de Aveiro (UA) que integram a edição deste ano do livro “Mulheres na Ciência”, lançado a 8 de março, às 11h00, pela Ciência Viva, como forma de homenagear as mulheres cientistas portuguesas que têm contribuído para o

o progresso que a ciência e a tecnologia nacionais registaram nas últimas décadas.

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Ano 2, Número 10

estruturado cumpre os objetivos de sustentabilidade e circularidade, permite um controlo total dos parâmetros de produção e pode ser, teoricamente, instalado em qualquer lugar, independentemente da proximidade da costa, com níveis elevados de biossegurança.

Numa área que se aproxima da de uma piscina olímpica, a Universidade de Aveiro (UA), através do ECOMARE, montou uma instalação-piloto composta por oito linhas de produção, para estudar e demonstrar o funcionamento de um novo sistema de aquicultura. Designada aquicultura multi-trófica integrada, funcionará em circuito fechado, com recirculação da água e cumprindo objetivos de sustentabilidade, circularidade e biossegurança. O projeto, financiado em mais

de um milhão de euros, através do Programa Operacional Mar 2020, consiste na instalação de oito linhas de produção, cada uma delas preparada para o cultivo de espécies de águas marinhas e salobras de três níveis tróficos diferentes, em circuito fechado. Ou seja, a água com nutrientes libertada no nível trófico anterior é aproveitada como input no nível trófico seguinte. No final da linha a água é reciclada e volta novamente ao início como input do nível trófico mais elevado. O sistema assim

“Tanto os fatores de stress antropogénicos como a pandemia COVID-19 representam desafios económicos significativos para os sistemas de aquacultura em todo o mundo”. A conclusão é apontada num artigo assinado por um consórcio internacional de investigadores, onde se inclui António Nogueira, professor e investigador da Universidade de Aveiro (UA). Entre os “fatores de stress antropogénicos” referidos, destacam-se as alterações climáticas. O artigo “The synergistic impacts of anthropogenic stressors and COVID-19 on aquaculture: a current global

perspective” é assinado por investigadores de 54 países e foi publicado no periódico científico “Reviews in Fisheries Science & Aquaculture”. Incluindo membros de quatro continentes (América, Europa, Ásia e África), do consórcio fez parte o académico que é professor do Departamento de Biologia e membro do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA. As conclusões deste estudo, para já, referem-se ao conjunto dos países analisados, uma vez que os dados por país ainda não foram analisados, afirma o professor da UA. Assim, as

conclusões, nesta fase, indicam que tanto os fatores de stress provocados pelo homem, e neste conjunto destacam-se as alterações climáticas, como a pandemia COVID-19 “representam desafios económicos significativos para os sistemas de aquacultura em todo o mundo, ameaçando a cadeia de abastecimento de uma das mais importantes fontes de proteína animal, com potenciais impactos desproporcionados sobre as populações mais vulneráveis.”

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BOLETIM INFORMATIVO

O XVI Biologia na Noite está a chegar! Os dias 24 e 26 de maio aproximam-se. O entusiasmo é crescente, talvez devido à bagagem e quantidade de histórias associadas a este evento e a todo um conjunto de pessoas que o viveram na sua plenitude. (Vem vivê-lo connosco!)

Mas, afinal, o que é o Biologia na Noite pelos olhos de quem o viveu?

"A primeira vez que ouvi falar do Biologia na Noite disseram-me que esta era a oportunidade para o Curso de Biologia mostrar à cidade de Aveiro um pouco do "Backstage", no que toca ao trabalho académico realizado pelo seu Departamento - pelos seus alunos e docentes. Foi então durante os meus vários anos enquanto aluno que tive o gosto de ouvir sobre “Sex, Sharks and Rock and Roll", Aliens e o Perigo de

Doenças Infeciosas, como a malária, muito antes da Pandemia Covid-19. Para mim, o Biologia na Noite é, inevitavelmente, uma oportunidade dada a cada um de nós de explorar temáticas interessantes, sabendo que poderão influenciar o próprio pensamento para o resto das nossas vidas, aumentado a criatividade de quem as ouve: cidadãos e futuros Biólogos."

Gonçalo Abreu ex-aluno

“A minha participação no Biologia na Noite foi uma das atividades de comunicação de ciência que mais prazer me deu ao longo da minha carreira enquanto investigador. O ambiente informal e descontraído em que decorre este evento cria uma grande proximidade com o público. O facto de haver muitas pessoas a assistir que não são especialistas nos temas que abordamos obriga-nos a sair da nossa zona de conforto que é a de falar para os nossos pares no meio académico e científico. Na minha apresentação aproveitei a oportunidade de ter uma sala cheia para desmistificar algumas questões relacionadas com a sustentabilidade da aquacultura. Pretendi acima de tudo informar sem doutrinar e transmitir alguns aspetos que ajudassem os membros do público a fazerem escolhas mais informadas enquanto consumidores. Por mim repetia a experiência todos os anos.”

Ricardo Calado investigador

Ainda te podes inscrever… Vem vivê-lo connosco! Página 3

Ano 2, Número 10

A nossa história começou há mais de 20 anos, quando em 1999 ingressei na licenciatura em Biologia da Universidade de Aveiro. Foi uma das grandes mudanças da minha vida (tenho passado por algumas!) e um marco decisivo na minha formação pessoal e profissional.

A UA e o DBio presentearam-me com um ensino de excelência, valorizando as novas tecnologias e a inovação. O primeiro ano comum marcou-me especialmente: afinal o conhecimento é multidisciplinar e a capacidade de integrar diferentes áreas científicas um elemento diferenciador no mercado de trabalho. Seguiram-se anos de consolidação da teoria no colorido mundo da prática e muitas aprendizagens que ainda hoje me são muito valiosas. O último ano, em particular a disciplina de Projeto, foram essenciais para desenvolver métodos de trabalho, trabalhar soft skills e delinear um percurso profissional.

Sempre senti inclinação para as ciências aplicadas à resolução de problemas: “fazer melhor, mais rápido e com menos esforço”. A realização do estágio de final de curso na empresa Eurocereal SA permitiu-me mais facilmente integrar o mercado de trabalho, realçando a importância da colaboração entre universidades e indústria no processo de inserção de jovens profissionais e por conseguinte, no reforço da qualificação dos quadros empresariais. Entre 2004 e até final de 2009, desempenhei funções na área da garantia e controlo de qualidade de matérias-primas e produto acabado. Foi

me especializei em tecnologias analíticas de processo (Process Analytical Technologies, PAT) que combinam um conhecimento aprofundado de processos industriais com métodos de análise de dados multivariados. A transição para a indústria farmacêutica aconteceu em 2010, altura em que integrei o quadro da 4Tune Engineering Lda. A empresa centra a sua atividade na otimização do processo de produção de princípios ativos (small and large molecules), desde a fase de desenvolvimento (R&D) até à produção em larga escala, e colabora com as maiores multinacionais farmacêuticas em diferentes geografias. Durante os 7 anos seguintes, liderei diversos projetos de implementação de novas tecnologias em R&D e de otimização end-to-end de processos de produção de anticorpos monoclonais a larga escala, nas etapas de cultura celular (upstream) e purificação (downstream). Durante este período concluí em paralelo o doutoramento na Universidade de

Manufacturing Sciences & Technologies (MS&T) da unidade de produção biotech em Huningue, França onde atualmente desempenho funções como Senior Process Expert – outra grande mudança!

O trabalho é muito motivante e desafiante pois exige competências em áreas muito distintas: biologia celular, engenharia de processos, tecnologias e uma compreensão do contexto regulatório, particularmente complexo na indústria farmacêutica. Entre as principais atividades que exerço, destacam-se o apoio às unidades de produção na resolução de problemas, a otimização continua dos processos produtivos, a colaboração em projetos de transferência de novos produtos ou ainda, a implementação de tecnologias inovadoras na área da transformação digital.

A formação no DBio possibilitou a aquisição de competências transversais, essenciais na minha atividade profissional. Em paralelo, teve um contributo muito importante na minha formação integral, do ponto vista pessoal (amigos para a vida!), humano e ético.

Um sincero obrigada à Universidade de Aveiro, ao Departamento de Biologia e a todos os professores e colegas que

uma experiência muito enriquecedora onde aprendi muito sobre métodos analíticos avançados e sobre a estrutura e funcionamento das organizações.

Em 2008, senti necessidade de sair da zona de conforto, aprofundar conhecimentos e explorar novas áreas de aplicação. Ingressei no Mestrado em Engenharia Farmacêutica, organizado pelo Instituto Superior Técnico e pela Faculdade de Farmácia de Lisboa onde

Copenhaga em colaboração com duas empresas farmacêuticas, Lundbeck A/S e Roche GmbH. Foi uma fase muito exigente onde a dedicação, a proatividade, a resiliência e a flexibilidade foram competências adquiridas que em muito contribuíram para a concretização dos diferentes objetivos.

Em 2017, fui convidada pela Novartis Pharma para integrar a equipa de

me inspiraram durante o percurso académico.

“Aveiro é nosso...!”

Francisca F. Gouveia

Sr. Process Expert MS&T (Novartis BioProduction Operations, France)

“AVEIRO É NOSSO” … e fica connosco para sempre!

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BOLETIM INFORMATIVO

O projeto SUShI (uso SUStentável de proteína de Insetos), tem como objetivo principal a produção de insetos com perfis nutricionais adequados para a alimentação de organismos marinhos de aquacultura.

Para atender às demandas de uma população em crescimento, é necessário produzir alimentos nutritivos de forma sustentável. Aparentemente, e de acordo com a estratégia de crescimento azul, a aquacultura reduziu a pressão das pescas. Porém, na produção de peixes carnívoros, o cenário é bem diferente, uma vez que estes requerem uma dieta rica em proteína e óleo de origem animal. Para atender a essas necessidades nutricionais, são frequentemente usados dois ingredientes: a farinha de peixe e o óleo de peixe, ambos ricos em ácidos gordos polinsaturados ómega-3, essenciais para a saúde e crescimento dos peixes (Ameixa et al. 2020).

O projeto SUShI, tenta responder a este desafio, através da utilização de insetos, modelando o seu perfil lipídico ou prospetando novas espécies de insetos costeiros, autóctones.

Na natureza muitos peixes alimentam-se naturalmente de insetos, não só aquáticos, mas também terrestres. Embora a aquacultura seja um sistema de produção de alimentos muito eficiente, a dependência da pesca para a produção de farinhas e óleos de peixe tem conduzido à erosão dos stocks de peixes selvagens, uma vez que em todo o mundo, as indústrias de aquacultura dependem da pesca selvagem como fonte de alimentação para peixes de viveiro. O aumento da conscientização sobre os benefícios dos ómega-3 para a saúde humana tem também contribuído para aumentar o consumo de peixes de aquacultura, colocando ainda mais pressão sobre os stocks pesqueiros.

Por outro lado, a utilização de ingredientes alternativos nas rações para aquacultura, como a farinha de soja, tem importantes impactos ecológicos nos locais onde é produzida, por exemplo, a

desflorestação e utilização de agroquímicos em biomas como a floresta Amazónica ou no Cerrado. Para além disto, a soja possui fatores anti-nutricionais, que são substâncias que, mesmo em estado vestigial, reduzem ou impedem a utilização de nutrientes, ou provocam mesmo inflamação. A farinha de soja também não possui alguns aminoácidos ou outros nutrientes importantes. Existem ainda outros ingredientes alternativos que ou possuem elevados custos de produção ou a sua produção em larga escala ainda não é viável (Ameixa et al. 2020).

Assim, a procura por ingredientes alternativos para a produção de rações para a aquacultura tem considerado os insetos em diversos estudos um pouco por todo o mundo. Na Europa ganhou novos contornos sobretudo após a legislação europeia ser alterada em 2017, de forma a permitir o uso de insetos na alimentação de peixes.

Os insetos são ricos em proteínas, lípidos, e vários aminoácidos essenciais e, ao contrário dos ingredientes de origem vegetal, são pobres em fibras e fatores anti-nutricionais. Os insetos convertem alimentos de forma mais eficiente do que outros animais, e podem ser alimentados com coprodutos ou subprodutos de outras indústrias, contribuindo para uma economia mais circular. Atualmente, a legislação europeia restringe a produção de insetos a algumas espécies entre as quais a mosca-soldado-negro (Hermetia illucens), uma das espécies estudadas pelo projeto SUShI, cujos resultados (ainda não publicados) são muito animadores.

Para além desta espécie autorizada pelo decreto, no projeto está a ser realizada a prospeção de novas espécies de insetos.

Alguns exemplos, são a mosca-das-pernas-longas, Machaerium maritimae (Duarte et al. 2021), uma mosca presente na Ria de Aveiro e cujo trabalho sobre o seu perfil lipídico foi publicado recentemente, revelando valores muito interessantes de ácidos gordos ómega-3. No decurso do trabalho têm sido também identificadas

algumas espécies novas para Portugal, como por exemplo, o caso da mosca-das-algas, a Fucellia maritima (Lourenço et al. 2020).

Assim, pela sua baixa necessidade de utilização de terra arável, água e alimentos, bem como pelas baixas emissões de gases com efeito de estufa, e capacidade de utilização com substratos subprodutos de outras indústrias, os insetos constituem ingredientes alternativos mais sustentáveis do que os

outros utilizados atualmente e apresenta-se como uma alternativa viável para uma aquacultura mais sustentável.

O projeto decorre no Centro de Extensão e de Pesquisa em Aquacultura e Mar (CEPAM) localizado no ECOMARE - laboratório para a inovação e sustentabilidade dos recursos biológicos marinhos da Universidade de Aveiro.

O projeto é coordenado pela investigadora Olga Ameixa, do DBio e CESAM/UA, e conta com uma equipa multidisciplinar que envolve investigadores dos Departamentos de Biologia (DBio), de Química, e do Ambiente e Ordenamento, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), laboratório associado da Universidade de Aveiro (UA) para além de vários alunos de doutoramento e mestrado. O Projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro, através do FEDER, com o valor de 237.783,00€.

Mais informação:

Website: http://sushiproject.web.ua.pt

Twitter: SUShI Project @SUShI52176330

Olga Ameixa

investigadora CESAM & DBio

PROJETO SUSHI uso SUStentável de proteína de Insetos

Larvas de mosca-soldado-negro (Hermetia illucens)

Adulto de mosca-soldado-negro (Hermetia illucens)

Investigadora Olga Ameixa, coordenadora do projeto SUShI

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Ano 2, Número 10

Desde a licenciatura em Biologia, em que contactei pela primeira vez com a (Eco)Toxicologia, que fiquei fascinado por esta área do saber. Naturalmente, senti que o passo seguinte seria matricular-me no Mestrado de Eco-Toxicologia e Análise de Risco, parte da oferta formativa ao nível de 2º ciclo de estudos do Departamento de Biologia.

O mestrado correspondeu a todas as expectativas que tinha criado previamente, fruto de conversas com antigos alumni. Os conteúdos teóricos abordados, aliados à componente prática considerável, suportados pelo corpo docente de comprovada excelência, são altamente pertinentes e atuais para a área científica em questão e garantem a formação

especializada de todos os que o frequentam. Além do mais, a possibilidade de participar na organização do “TOXECO – Ciclo Anual de Palestras em Toxicologia e Ecotoxicologia” foi uma mais-valia adicional. No segundo ano letivo, maioritariamente composto pela dissertação, pude colocar em prática os conteúdos adquiridos nos semestres anteriores, e tive a oportunidade de juntar duas áreas que me cativam: Ecotoxicologia e Nanotecnologia, a chamada Nanoecotoxicologia.

A minha dissertação consistiu em i) harmonizar metodologias para o uso específico de nanomateriais, utilizando um nanomaterial inovador (hidróxidos duplos lamelares), e ii) avaliar o perfil ecotoxicológico de diferentes granulometrias do mesmo nanomaterial. Com o trabalho desenvolvido comprovámos a necessidade de adaptar metodologias de exposição, principalmente para substâncias químicas

com características menos convencionais e consideradas como difíceis de testar em bioensaios (nanomateriais, neste caso). Para além disso, foi fornecida informação à empresa produtora dos nanomateriais sobre as granulometrias dos pós de nanomateriais que induziam menor toxicidade nesta abordagem ecotoxicológica, contribuindo assim para a seleção de uma granulometria mais amiga do ambiente. Contudo, mais do que desenvolver uma dissertação em contexto puramente académico, tive a oportunidade de a desenvolver em colaboração com uma empresa de Aveiro (SmallMatek, Lda.), e como bolseiro de um projeto com financiamento Europeu (NanoHarmony). A Smallmatek, Lda. foi o parceiro industrial que generosamente doou os nanomateriais, apoiando-me igualmente no desenvolvimento da minha dissertação. Deixo-lhes aqui, por isso, o meu agradecimento público pelo voto de confiança e oportunidade.

O facto de poder ir além da investigação exclusivamente académica, deu-me novas perspetivas e potencialidades relativamente ao trabalho científico e ao seu espetro de ação. A criação de vias comunicacionais entre academia, indústria e entidades reguladoras é uma vertente deste trabalho que é vital e essencial para o crescimento de todas as partes envolvidas e que comprovadamente produz ótimos resultados. Esta relação simbiótica já era uma divisa primordial da nossa Universidade, a qual está bem enraizada no Departamento de Biologia e no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) através das múltiplas (e proveitosas) parcerias estabelecidas.

Mestre Fábio Campos

ex-estudante do METAR

Investigação em nanoecotoxicologia – uma dissertação aplicada

O Mestre Fábio Campos concluiu o Mestrado em Eco-Toxicologia e Análise de Risco (METAR) em fevereiro de 2021. Este ciclo de estudos oferece formação especializada em mecanismos de ação de contaminantes ao nível sub-celular e celular, bem como os seus efeitos nos indivíduos, populações, comunidades/ecossistemas (Ecotoxicologia) e na Saúde Humana (Toxicologia), estabelecendo pontes entre o conhecimento científico e a sua aplicação em processos de decisão, regulamentação e gestão ambiental. O METAR valoriza muito a internacionalização e a ligação dos estudantes ao tecido empresarial, por isso convidou o Fábio a partilhar a sua experiência como recente estudante deste mestrado.

Prof. Doutor Carlos Miguez,

Diretor do Mestrado

No METAR é muito importante providenciar aos estudantes conceitos e ferramentas que lhes permitam interagir com entidades reguladoras, a indústria química, e/ou outras instituições relacionadas com a componente de avaliação de riscos químicos e/ou biológicos. Neste contexto, e no âmbito da dissertação de mestrado, o Fábio “juntou o bom de 3 mundos”: a investigação em meio académico, a participação num projeto europeu (NanoHarmony) direcionado para a componente de regulação, e com intervenção direta da OCDE, e a colaboração com uma empresa produtora de nanomateriais. Esta conjugação de valências, que o Fábio adquiriu e vivenciou durante o seu trabalho prático, vai certamente ser crucial para a sua vida profissional futura.

Prof. Doutora Susana Loureiro,

Orientadora de Dissertação

Hidróxidos duplos lamelares testados durante a dissertação. O pó de cor branca corresponde ao hidróxido duplo lamelar de Zn-Al e o pó azulado

corresponde ao hidróxido duplo lamelar de Cu-Al.

Atividade laboratorial de Fábio Campos