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BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA 1|14 Nº 72, dezembro 2016 CONTEÚDOS IPMA,I.P. 01 Resumo 02 Situação Sinóptica 03 Descrição Meteorológica 05 Informação Agrometeorológica 11 Previsão 12 Situação agrícola 13 Anexos RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura Dezembro 2016 Produzido por Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. O mês de dezembro em Portugal Continental classificou-se como normal em relação à temperatura do ar e muito seco em relação à quantidade de precipitação. Os valores médios da temperatura média do ar no mês de dezembro foram próximos do valor normal em grande parte do território. Na primeira década os valores foram superiores ao valor normal em todo o território, com desvios que variaram entre +1.3 °C em Lisboa/I.G. e +3.8 °C no Porto/P.R. Na segunda década verificou-se uma descida nos valores de temperatura média do ar e os desvios em relação ao valor normal variaram entre -1.1 °C em Pinhão e +1.0 °C em Rio Maior. Na última década do mês em alguns locais das regiões do Norte e Centro, na região do Nordeste e também no interior do Alentejo os valores de temperatura média foram inferiores ao normal e os desvios variaram entre -2.1°C em Coruche e +3.6 °C em Penhas Douradas. Os valores da quantidade de precipitação acumulada no ano hidrológico 2016-2017 (1 de outubro a 31 de dezembro de 2016) variaram entre 147 mm em Mogadouro e 451 mm em Penhas Douradas. Em termos de percentagem é de salientar a região do barlavento algarvio e alguns locais das regiões do Centro e Sul onde se registaram valores superiores ao normal. Os valores da percentagem de precipitação em relação ao valor médio no período 1971-2000 variam entre 52 % em Cabeceiras de Basto e 151 % em Sagres. O número de horas de frio acumulado entre 1 de outubro e 31 de dezembro de 2016 é inferior a 500 horas em todo o território, exceto nalguns locais do interior Norte e Centro onde são superiores. Boletim meteorológico para a agricultura

Boletim meteorológico para a agricultura€¦ · os valores foram superiores ao valor normal em todo o território, com desvios que variaram entre +1.3 °C em Lisboa/I.G. e +3.8

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BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

1|14

Nº 72, dezembro 2016 CONTEÚDOS

IPMA,I.P.

01 Resumo

02 Situação Sinóptica

03 Descrição Meteorológica

05 Informação

Agrometeorológica

11 Previsão

12 Situação agrícola

13 Anexos

RESUMO

Boletim Meteorológico para a Agricultura Dezembro 2016 Produzido por Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P.

O mês de dezembro em Portugal Continental classificou-se como normal em

relação à temperatura do ar e muito seco em relação à quantidade de

precipitação.

Os valores médios da temperatura média do ar no mês de dezembro foram

próximos do valor normal em grande parte do território. Na primeira década

os valores foram superiores ao valor normal em todo o território, com desvios

que variaram entre +1.3 °C em Lisboa/I.G. e +3.8 °C no Porto/P.R. Na segunda

década verificou-se uma descida nos valores de temperatura média do ar e os

desvios em relação ao valor normal variaram entre -1.1 °C em Pinhão e +1.0 °C

em Rio Maior. Na última década do mês em alguns locais das regiões do Norte

e Centro, na região do Nordeste e também no interior do Alentejo os valores

de temperatura média foram inferiores ao normal e os desvios variaram entre

-2.1°C em Coruche e +3.6 °C em Penhas Douradas. Os valores da quantidade

de precipitação acumulada no ano hidrológico 2016-2017 (1 de outubro a 31

de dezembro de 2016) variaram entre 147 mm em Mogadouro e 451 mm em

Penhas Douradas. Em termos de percentagem é de salientar a região do

barlavento algarvio e alguns locais das regiões do Centro e Sul onde se

registaram valores superiores ao normal. Os valores da percentagem de

precipitação em relação ao valor médio no período 1971-2000 variam entre

52 % em Cabeceiras de Basto e 151 % em Sagres.

O número de horas de frio acumulado entre 1 de outubro e 31 de dezembro

de 2016 é inferior a 500 horas em todo o território, exceto nalguns locais do

interior Norte e Centro onde são superiores.

Boletim meteorológico para a agricultura

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Situação Sinóptica

1ª Década, 01-10 de dezembro de 2016 Nos primeiros 5 dias da década, o estado do tempo foi condicionado por uma vasta região depressionária

com núcleos centrados na região do Arquipélago dos Açores e/ou a oeste da Península Ibérica. A partir do

dia 6, a influência de uma crista anticiclónica, que se estendia desde a Europa central, influenciou as

condições meteorológicas. Entre os dias 1 e 5, o céu apresentou-se geralmente muito nublado e ocorreram

períodos de chuva ou aguaceiros. A precipitação foi por vezes forte e acompanhada de trovoada, nas regiões

do Centro e Sul nos dias 1, 3 e 4. O vento predominou de sul, fraco a moderado, por vezes moderado forte

no litoral e terras altas, sendo de registar a ocorrência de rajadas até 95 km/h no dia 3. Ocorreram também

neblinas ou nevoeiros em alguns locais. A partir do dia 6, com o predomínio da já mencionada crista

anticiclónica, o céu apresentou-se geralmente pouco nublado ou limpo, embora temporariamente muito

nublado por nuvens altas. O vento soprou de leste, fraco a moderado, temporariamente moderado a forte

no Algarve onde, nas terras altas, ocorreram rajadas da ordem dos 85 km/h, no dia 9. Verificaram-se

neblinas ou nevoeiros em alguns locais, que foram mais persistentes no nordeste transmontano, na Beira

Alta e nos vales do Douro e Tejo. Excetuando a subida generalizada dos valores da temperatura, em todo o

território, entre os dias 3 e 4, não se verificaram variações significativas dos valores da temperatura do ar.

2ª Década, 11-20 de dezembro de 2016 O estado do tempo foi condicionado até dia 12 e entre 17 e 20 por núcleos anticiclónicos. No início da

década, estes núcleos estavam localizados na Europa Central e Península Ibérica. No fim da década, a oeste

do Arquipélago dos Açores. Entre os dias 13 e 16 a aproximação e passagem de um sistema frontal, de

atividade moderada a forte, condicionou as condições meteorológicas. Até dia 12, o céu apresentou-se

pouco nublado ou limpo, o vento foi em geral fraco do quadrante leste e ocorreram neblinas ou nevoeiros,

em especial nas bacias hidrográficas e no interior das regiões Norte e Centro. Entre os dias 13 e 16, devido à

aproximação e passagem do sistema frontal, o céu esteve geralmente muito nublado e ocorreram períodos

de chuva ou aguaceiros por vezes de granizo e acompanhados de trovoada. A precipitação foi, por vezes

forte, entre os dias 14 e 16. Ocorreu queda de neve, entre os dias 13 e 16, no interior norte e centro, acima

dos 800 a 1200 m. O vento foi de sul, fraco a moderado, tendo no dia 16 soprado moderado a forte, com

rajadas até 100 km/h no litoral oeste a sul do Cabo Carvoeiro e nas terras altas das regiões Centro e Sul. A

partir do dia 17 e até ao fim da década, o céu apresentou-se pouco nublado ou limpo, o vento foi fraco a

moderado predominando de nordeste e ocorreram neblinas ou nevoeiros que persistiram nas regiões do

interior norte e centro. Em alguns locais, registou-se um acentuado arrefecimento noturno com formação

de geada. A temperatura do ar registou uma descida generalizada a partir de dia 17.

3ª Década, 21-31 de dezembro de 2016 O estado do tempo foi condicionado por um anticiclone inicialmente localizado na região do Arquipélago

das Açores e que se deslocou lentamente para nordeste e intensificou no decorrer da década. No dia 27, a

pressão ao nível médio do mar na Península Ibérica, apresentava valores superiores a 1040 hPa e o núcleo

anticiclónico principal localizava-se já sobre as ilhas Britânicas. O céu apresentou-se pouco nublado ou limpo

em todo o território, com exceção do dia 22 em que a passagem de uma superfície frontal fria de fraca

atividade originou precipitação fraca no Minho. Houve neblinas ou nevoeiros matinais que persistiram,

durante o dia, em alguns locais, em especial na Beira Alta e nordeste Transmontano. Nestes mesmos locais,

houve formação de sincelos nos últimos dias da década. Verificou-se ainda a ocorrência de geada em alguns

locais das regiões do Norte e Centro. O vento, nos primeiros três dias da década soprou de norte, tendo

predominado de leste nos restantes dias. O vento soprou em geral fraco. Ao longo da década não se

verificaram alterações significativas dos valores da temperatura do ar sendo, no entanto, de registar uma

descida gradual da temperatura mínima nas regiões do interior norte e centro.

Descrição meteorológica e agrometeorológica

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1. Descrição Meteorológica 1.1 Temperatura Os valores médios da temperatura média do ar no mês de dezembro foram próximos do valor normal em

grande parte do território. Na primeira década os valores foram superiores ao valor normal em todo o

território, com desvios que variaram entre +1.3 °C em Lisboa/I.G. e +3.8 °C no Porto/P.R. Na segunda

década verificou-se uma descida nos valores de temperatura média do ar e os desvios em relação ao valor

normal variaram entre -1.3 °C em Vila Real e +1.0 °C em Rio Maior. Na última década do mês em alguns

locais das regiões do Norte e Centro, na região do Nordeste e também no interior do Alentejo os valores de

temperatura média foram inferiores ao normal e os desvios variaram entre -2.5°C em Vila Real e +3.6 °C em

Penhas Douradas (Quadro I e Figura 1).

Quadro I - Temperatura média do ar e respetivas anomalias (°C) nas 3 décadas do mês de dezembro de 2016

Valores da temperatura média do ar e respetivas anomalias (°C)

Estações 1ª Dec 2ª Dec 3ª Dec

Tmed Anomalia Tmed Anomalia Tmed Anomalia

Bragança 7.6 +1.5 5.2 -0.5 3.5 -1.4

Vila Real 10.2 +2.7 6.0 -1.3 4.9 -2.5

Coimbra 13.2 +1.9 10.7 -0.4 9.9 -0.4

Castelo Branco 11.8 +2.4 9.2 +0.1 9.1 +0.5

Santarém 14.3 +3.2 11.7 +0.8 11.1 +0.8

Lisboa 13.7 +1.5 12.2 +0.3 10.8 -0.6

Viana do Alentejo 13.7 +2.4 10.3 -0.7 9.9 -0.5

Beja 13.4 +2.2 10.6 -0.3 10.8 +0.5

Faro 16.5 +3.0 13.5 +0.2 13.8 +1.1

Figura 1 - Distribuição espacial da temperatura média do ar na 1ª, 2ª e 3ª décadas de dezembro de 2016

1.2 Precipitação acumulada

Na Figura 2 apresentam-se os valores da quantidade de precipitação mensal e acumulada no ano hidrológico

2016/17, assim como o valor acumulado da normal 1971-2000 nas regiões agrícolas do Norte, Centro, Lisboa

e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Figura 2 - Precipitação mensal acumulada no ano hidrológico 2016/17 e média da quantidade de precipitação mensal

acumulada (1971-2000) em algumas estações meteorológicas e mapa com a percentagem da precipitação acumulada no ano

hidrológico em Portugal Continental. *Utilizado o valor da estação de Castro Marim

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1.3 Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo Apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura e da precipitação a Norte e a Sul do rio Tejo e

respetivos desvios em relação a 1971-2000 para o mês de dezembro de 2016 (Quadro II).

Quadro II - Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo – Dezembro de 2016

2. Informação Agrometeorológica

2.1 Temperatura acumulada1/Avanço-Atraso das Culturas

Na Figura 3 apresentam-se para alguns locais das regiões Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e

Algarve (de acordo com as regiões agrícolas) os valores da temperatura acumulada desde o início do ano

hidrológico (1 de outubro de 2016) considerando a temperatura base de 0 °C e desde 1 de janeiro de 2016

para a temperatura base de 6 °C.

1Método das temperaturas acumuladas (Ta)/graus-dia: permite analisar o efeito da temperatura na fenologia das plantas. Admitindo que a

temperatura base (Tb) é aquela a partir da qual determinada espécie se desenvolve, num período de n dias a Ta é o somatório das diferenças entre a

temperatura média diária e a Tb. Considera-se nula a diferença sempre que a temperatura média diária for inferior à Tb.

1ª Década 2ª Década 3ª Década 1ª Década 2ª Década 3ª Década

Valor médio da temperatura média (ºC) 11.4 8.6 8.0 13.8 10.9 10.5

Desvio do valor normal (ºC) 1.9 -0.6 -0.6 2.0 -0.6 -0.4

Valor médio da precipitação (mm) 20.6 39.8 0.4 41.6 24.1 0.2

Desvio do valor normal (mm) -20.6 -4.6 -54.4 13.5 -10.4 -35.9

Dezembro de 2016

Norte do Tejo Sul do Tejo

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Figura 3 – Temperaturas acumuladas calculadas para a temperatura base de 0 °C para o ano hidrológico (outubro de

2016 a setembro de 2017) e para a temperatura base de 6 °C no ano civil (janeiro a dezembro de 2016).

Comparação com valores normais 1971-2000.

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No Quadro III apresentam-se os valores da temperatura acumulada e o número de dias potencial do avanço

e atraso das culturas no mês de dezembro de 2016, para algumas localidades do Continente, para

temperaturas base de 0, 4, 6 e 10 °C.

Quadro III - Temperaturas acumuladas (graus-dia) e número de dias potencial do avanço e atraso das culturas no mês

de dezembro de 2016 para diferentes temperaturas base

Estações

Temperaturas acumuladas

T0 ºC Nº dias avanço atraso

T4 ºC Nº dias avanço atraso

T6 ºC Nº dias avanço atraso

T10 ºC Nº dias avanço atraso

Bragança 166.2 -1.3 55.9 -5.8 23.4 - 0.4 -

Vila Real 216.2 -0.1 95.2 -1.8 48.8 -2.1 8.1 -

Porto 384.4 4.5 260.4 7.0 198.4 9.8 78.8 26.3

Viseu/C.C. 290.4 4.6 166.4 8.9 104.9 16.8 22.6 -

Coimbra 347.3 1.1 223.3 1.6 161.3 2.1 53.1 1.4

Castelo Branco 309.9 3.2 185.9 5.7 123.9 9.2 21.9 -

Portalegre 347.2 5.3 223.2 9.1 161.2 14.6 50.8 -

Lisboa/I.G. 395.0 1.3 271.0 1.8 209.0 2.4 85.0 5.8

Évora 336.8 1.4 212.8 2.2 150.8 3.0 37.5 -

Beja 358.4 2.1 234.4 3.4 172.4 4.7 53.7 31.5

Faro 451.9 3.2 327.9 4.5 265.9 5.8 141.9 12.8

2.2 Número de horas de frio

Na Figura 4 apresenta-se o número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumulado desde 1 de

outubro de 2016 e estimado a partir de análises do modelo numérico “ALADIN”2. Verifica-se que o número

de horas de frio acumulado é inferior a 500 horas em todo o território, exceto nalguns locais do interior

Norte e Centro onde são superiores. No quadro IV apresentam-se os valores do número de horas de frio

acumulado entre 1 de outubro e 31 de dezembro de 2016 nas sedes de distrito de Portugal Continental, com

o valor mais elevado na Guarda (916 horas).

No quadro V apresentam-se as horas de frio para a pera rocha, estimado para os concelhos da região Oeste,

os 8 maiores valores médios do número de horas de frio, assim como os respetivos valores máximos e

mínimos e na sede de concelho.

2Modelo de previsão numérica, de área limitada, desenvolvido e aplicado no âmbito do consórcio europeu “ALADIN”

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Quadro IV - Número de horas de frio entre

01 de outubro e 31 de dezembro de 2016

Figura 4 - Número de horas de frio acumulado entre 01 de outubro

e 31 de dezembro de 2016 em Portugal Continental

(análises do modelo Aladin).

Quadro V - Número de horas de frio entre 01 de outubro e 31 de dezembro de 2016 na região Oeste

(análises do modelo numérico Aladin)

Estações Média do Concelho

Mínimo no Concelho

Máximo no Concelho

Sede de Concelho

Porto de Mós 358 281 394 337

Batalha 350 293 400 299

Leiria 303 83 393 292

Alcobaça 268 42 373 267

Santarém 254 209 366 260

Marinha Grande 246 88 318 296

Rio Maior 245 214 343 247

Cartaxo 242 215 264 247

Distrito Valor sede distrito

V. Castelo 242

Bragança 915

Vila Real 600

Braga 409

Porto/P.R 283

Viseu 543

Aveiro 309

Guarda 916

Coimbra 268

C. Branco 331

Leiria 290

Portalegre 333

Santarém/F.B 260

Lisboa/I.G. 30

Setúbal 178

Évora 295

Beja 275

Faro 31

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2.3 Evapotranspiração de referência (ET0)

Na Figura 5 apresenta-se a distribuição espacial, por décadas, dos valores de evapotranspiração de

referência (ET0. Penman-Monteith) em dezembro de 2016, estimada com base em análises do modelo

numérico “ALADIN” e segundo o método da FAO. Apresenta-se também a distribuição espacial da

evapotranspiração de referência (ET0. Penman-Monteith) acumulada, no ano hidrológico de 2016/2017,

entre 1 de outubro a 31 de dezembro 2016.

Figura 5 – Evapotranspiração de referência nas 1ª. 2ª e 3ª décadas de dezembro de 2016 e evapotranspiração de

referência acumulada de 1 de outubro a 31 de dezembro 2016

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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2.4 Balanço hídrico climatológico

Na Figura 6 apresenta-se a evolução decendial, durante o ano de 2016, do défice e excesso de água. Este

procedimento segue a metodologia adotada por Thornthwaite & Mather (1955). Consideraram-se os valores

de capacidade máxima de água disponível no solo, para os diferentes tipos de solo, propostos pela FAO.

Figura 6 – Balanço hídrico climatológico decendial em 2016

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2.5 Água no solo

Na Figura 7 apresentam-se os valores em percentagem

de água no solo, em relação à capacidade de água

utilizável pelas plantas, no final de dezembro de 2016.

Em relação ao final de novembro, o teor de água no

solo no fim de dezembro diminuiu em todo o

território, exceto no barlavento algarvio. Os valores

são inferiores aos normais para esta época do ano,

especialmente em alguns locais das regiões Norte e

Centro.

Figura 7 - Percentagem de água no solo a 31 de dezembro

de 2016

Previsão 2.6 Previsão de precipitação para 5 dias

Para os próximos 5 dias não se prevê precipitação em todo o território de Portugal Continental.

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2.7 Previsão mensal3

Período de 16/01 a 12/02 de 2017:

Na precipitação total semanal preveem-se valores abaixo do normal, para todo o território, na semana de

16/01 a 22/01 e valores acima do normal, para todo o território, nas semanas de 23/01 a 29/01 e de 30/01 a

05/02. Na semana 06/02 a 12/02 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente

significativo.

Na temperatura média semanal preveem-se valores abaixo do normal, para todo o território, na semana de

16/01 a 22/01 e valores acima do normal, para a faixa litoral ocidental, na semana de semana 23/01 a 29/01

e para todo o território, na semana de 30/01 a 05/02. Na semana de 06/02 a 12/02 não é possível

Identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.

3. Situação agrícola (Fonte: INE) As previsões agrícolas, em 30 de novembro, apontam para uma diminuição significativa na produção de

azeitona para azeite (-20% face a 2015), numa campanha onde as condições atmosféricas primaveris

prejudicaram o normal vingamento das azeitonas, em especial nos olivais tradicionais de sequeiro. Na

castanha, prevê-se uma produção próxima das 26 mil toneladas, uma das melhores da última década. No

milho, a diminuição da área semeada, conjugada com uma menor produtividade, determinaram uma redução

da produção (-15%), que deverá registar o valor mais baixo dos últimos cinco anos (pouco acima das 700 mil

toneladas). Quanto ao início da campanha dos cereais de outono/inverno, não tem havido problemas na

preparação dos terrenos/ sementeira das culturas, observando-se uma germinação regular na maioria das

searas.

3Previsão com base no modelo do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF)

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Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 13|14

Anexo I - Valores de alguns elementos meteorológicos em dezembro de 2016 por década (1ª. 2ª e 3ª)

Estação Tmin (ºC) Tmáx (ºC) Prec (mm) HR (%) V (Km/h) ( a 10m) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª

V. Castelo 9.1 5.6 3.4 17.9 14.9 13.3 0.7 56.5 1.0 - - - - - - Bragança 3.4 -0.1 -1.7 11.8 10.6 8.6 16.8 29.8 0.7 94.5 92.9 97.5 4.2 4.6 1.7 Vila Real 6.8 2.3 1.3 13.6 9.7 8.6 5.1 31.8 0.3 91.9 92.5 96.4 3.7 3.9 2.3 Braga 6.4 3.2 0.0 19.3 16.0 15.7 1.5 69.4 1.4 86.6 97.0 100.0 - - - Porto/P.R. 11.5 6.9 6.1 18.5 16.0 15.6 1.2 57.9 0.1 68.2 76.5 73.2 14.2 12.5 12.0 Viseu 7.5 4.7 3.1 15.5 12.2 13.5 8.0 35.6 0.2 90.3 89.9 81.4 18.5 15.8 15.0 Aveiro 11.5 7.5 5.0 19.8 16.7 15.8 2.4 64.9 0.2 72.8 80.4 80.7 0.8 3.5 2.3 Guarda 6.1 2.0 1.4 10.8 7.9 9.7 17.3 50.3 1.9 93.0 89.6 76.6 14.3 13.3 7.7 Coimbra 7.9 5.0 3.6 18.6 16.3 16.1 15.0 31.5 0.1 85.5 92.5 89.5 7.6 9.7 8.7 C. Branco 8.6 5.4 3.8 15.0 13.0 14.3 24.4 22.3 0.0 96.6 90.9 88.1 10.2 9.6 6.8 Leiria 10.7 4.8 1.9 17.9 16.4 16.9 - - - 83.5 92.4 89.7 12.1 7.7 4.9 Portalegre 9.8 6.6 8.4 14.7 12.5 15.1 14.3 37.6 0.0 83.1 77.8 57.3 17.4 13.8 7.2 Santarém/F.B 10.6 6.6 5.3 18.0 16.6 16.9 58.0 35.4 0.3 90.9 92.3 89.7 7.9 7.4 6.5 Lisboa/G.C. 10.7 8.6 6.7 16.6 15.8 14.8 79.4 34.3 0.1 92.5 81.8 88.8 10.7 12.0 10.4 Setúbal 8.3 6.1 2.8 18.2 17.5 17.1 53.1 36.0 0.0 95.9 89.0 93.9 4.8 6.7 4.5 Évora 8.4 5.1 3.3 17.0 15.3 16.2 31.7 25.7 0.3 94.9 89.5 94.4 11.5 12.1 6.4 Beja 9.7 6.2 5.7 17.0 15.0 15.9 44.1 37.0 0.0 96.6 92.6 89.6 11.8 13.0 8.2 Faro 13.9 9.9 10.2 19.0 17.1 17.5 80.3 15.1 0.0 85.8 78.2 69.5 19.6 13.0 12.8

No Anexo I apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura mínima (Tmin), temperatura máxima (Tmax), humidade relativa às 09UTC

(HR) a 1.5 m, os valores totais decendiais da precipitação (Prec) e o vento médio diário (V) a 10 m.

Page 14: Boletim meteorológico para a agricultura€¦ · os valores foram superiores ao valor normal em todo o território, com desvios que variaram entre +1.3 °C em Lisboa/I.G. e +3.8

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 14|14

Anexo II - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em dezembro de 2016 por década (1ª. 2ª e 3ª)

Estação Trelva (ºC) Tsolo 5cm(ºC) Tsolo 10cm(ºC) ET0 (mm) Água Solo (%)

Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª Acumu-lado 31 dezembro

V. Castelo 6.2 3.4 0.9 8.4 6.3 3.9 8.9 7.1 4.8 14.1 9.8 8.6 121.3 52.1 Bragança 2.0 -0.9 -2.9 - - - - - - 8.0 6.9 6.1 115.4 41.7 Vila Real 5.2 0.9 0.1 7.0 3.2 2.9 7.7 4.4 3.8 7.9 7.0 8.2 111.1 42.5 Braga 3.2 1.6 -1.5 8.8 7.3 4.7 - - - 12.9 8.2 7.0 114.5 41.2 Porto/P.R. - - - - - - - - - 14.4 10.9 12.1 139.6 53.4 Viseu - - - - - - - - - 10.1 8.7 10.7 127.0 51.8 Aveiro 6.9 3.4 0.2 11.1 8.6 5.8 11.9 10.2 7.7 13.9 9.8 8.1 129.7 54.9 Guarda 5.0 0.5 -0.8 10.7 10.1 9.0 8.9 7.8 6.7 8.3 7.0 7.8 116.2 52.5 Coimbra 7.7 6.1 4.5 11.6 10.5 9.0 12.1 11.1 9.6 14.6 9.9 10.4 141.0 55.8 C. Branco 7.2 3.9 1.4 8.6 5.8 3.3 9.4 7.0 4.8 11.2 10.6 12.9 161.7 51.4 Leiria - - - - - - - - - 15.1 11.0 10.8 146.2 47.5 Portalegre 9.0 5.9 6.1 - - - 8.7 6.1 4.2 12.3 10.2 13.5 160.2 50.7 Santarém/F.B 9.9 6.3 4.6 13.8 12.2 10.7 14.3 12.9 11.4 14.5 14.5 14.8 180.7 35.1 Lisboa/G.C. - - - - - - - - - 12.2 14.5 14.9 161.5 45.1 Setúbal 7.8 5.4 1.9 12.0 9.8 7.3 12.3 10.8 8.1 13.8 14.8 14.1 175.9 34.5 Évora 5.6 2.4 -1.7 10.6 8.4 5.7 11.4 9.7 7.3 12.7 12.6 15.2 180.3 44.8 Beja 7.5 3.4 0.1 12.8 10.8 8.8 12.7 11.0 9.2 12.4 12.2 13.3 177.8 28.7 Faro 15.8 13.8 12.6 16.3 14.4 13.1 16.7 15.1 13.6 14.2 15.2 20.8 192.4 41.5

No Anexo II apresentam-se os valores decendiais da temperatura da relva (Trelva), temperatura do solo a 5 e a 10cm de profundidade (Tsolo), da

evapotranspiração de referência (ET0 – das 00UTC às 24UTC) estimada com base em análises do modelo numérico “ALADIN” e segundo o método da

FAO para as 3 décadas do mês e o valor acumulado no ano hidrológico em curso (com início a 1 de outubro e fim a 30 de setembro) e percentagem de

água no solo em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas.