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OBSERVATÓRIO DO TURISMO DA CIDADE DE MAPUTO N.º7 ABRIL.2012 Nova Circular, novo Mercado do Peixe e o Paiol que vira Ecoparque Baixa de Maputo muda de face MAPUTO LAM premeia agências de viagens com melhor desempenho Conferência Sub-Regional sobre Economia Verde em Moçambique Estrangeiros rumam mais para Tete e Nampula MOÇAMBIQUE MUNDO Brasil destrona Angola no ranking de turistas Hotéis da Europa registam ocupação superior a 65% http://observatoriomaputo.blogspot.com/ Gaza ganha com turismo doméstico A cada dia que passa, os moçambica- nos parecem ganhar consciência do potencial turístico que o seu país ofe- rece. Segundo o director provincial do Turismo de Gaza, Roque Silva Manuel, nos anos de 2008 e 2009, a diferença entre o número de turistas nacionais e estrangeiros era muito grande, sendo que dos 25 mil turistas que visitavam a província apenas três mil (12 %) eram nacionais. Actualmente, a situação melhorou substancialmente. O número de turis- tas domésticos cresceu e, em termos indicativos, dos cerca de 68 mil turistas que afluíram à província de Gaza em 2011, 50% eram turistas nacionais. Por outro lado, os moçambicanos têm sido os primeiros a fazer reservas e a ocupar espaços nas estâncias turísticas, e cerca de 70% dos turistas que afluem à pro- víncia de Gaza - em ‘períodos de pico’ do turismo - são moçambicanos. “Em períodos de pico, cerca de 70% dos turistas são moçambicanos. Portanto, os moçambicanos passaram a ganhar gosto pelo turismo. Mas isto não caiu do céu, é fruto de um trabalho que te- mos estado a fazer para que os moçam- bicanos também usufruam das grandes potencialidades e oportunidades que o país oferece», referiu Roque Manuel, o director provincial do Turismo de Gaza. Entretanto, o mesmo dirigente reco- nhece que um dos grandes constran- gimentos que o sector enfrenta passa pela questão da qualidade de serviços prestados. Por essa razão, além do es- forço envolvido na construção de novas infraestruturas e no sentido de captar investimentos para o sector do turismo, o desafio agora deve passar também por trabalhar no sentido de melhorar a qualidade de serviços, não só nas es- tâncias turísticas, mas nos serviços que são prestados ao turista desde o local de desembarque ao local do alojamen- to. Nesse contexto, está-se a trabalhar em parceria com a Migração, as Alfânde- gas, a Polícia de Trânsito e com a pró- pria Comunidade, de modo a que com- preendam que também os residentes desempenham um papel importante na arte de bem-receber os turistas. E este trabalho ou esforço estende-se igual- mente aos operadores turísticos, no sentido de criar neles uma mentalidade em prol da necessária profissionaliza- ção do sector. «Um dos problemas que tínhamos pas- sava pela falta de escolas de formação para “saber fazer”, porque infelizmente a maior parte das instituições de ensi- no que temos no país são de formação mais formal, como a Escola Superior de Hotelaria e Turismo em Inhambane e a pessoa formada tem dificuldades de en- trar no restaurante e saber servir, saber receber», revelou Roque Silva. Como forma de solucionar o problema, foi construída na praia do Bilene uma escola de formação em hotelaria e tu- rismo, em parceria com o sector priva- do, com a missão de ensinar os forman- dos a saber atender e a receber o turista de forma adequada e profissional.

Boletim OCTM n.º 7 - Abril 2012

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Boletim do Observatório de Turismo da Cidade de Maputo, Abril de 2012

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ObservatóriO dO turismOda cidade de maPutO

N.º7 abriL.2012

Nova Circular, novo Mercado do Peixe e o Paiol que vira Ecoparque

Baixa de Maputo muda de face

Maputo

LAM premeia agências de viagens com melhor desempenho

Conferência Sub-Regional sobre Economia Verde em Moçambique

Estrangeiros rumam mais para Tete e Nampula

MoçaMbique

MuNDo

Brasil destrona Angola no ranking de turistas

Hotéis da Europa registam ocupação superior a 65%

http://observatoriomaputo.blogspot.com/

Gaza ganha com turismo doméstico

A cada dia que passa, os moçambica-nos parecem ganhar consciência do potencial turístico que o seu país ofe-rece. Segundo o director provincial do Turismo de Gaza, Roque Silva Manuel, nos anos de 2008 e 2009, a diferença entre o número de turistas nacionais e estrangeiros era muito grande, sendo que dos 25 mil turistas que visitavam a província apenas três mil (12 %) eram nacionais.Actualmente, a situação melhorou substancialmente. O número de turis-tas domésticos cresceu e, em termos indicativos, dos cerca de 68 mil turistas que afl uíram à província de Gaza em 2011, 50% eram turistas nacionais. Por outro lado, os moçambicanos têm sido os primeiros a fazer reservas e a ocupar espaços nas estâncias turísticas, e cerca de 70% dos turistas que afl uem à pro-víncia de Gaza - em ‘períodos de pico’ do turismo - são moçambicanos. “Em períodos de pico, cerca de 70% dos turistas são moçambicanos. Portanto, os moçambicanos passaram a ganhar gosto pelo turismo. Mas isto não caiu do céu, é fruto de um trabalho que te-mos estado a fazer para que os moçam-bicanos também usufruam das grandes potencialidades e oportunidades que o país oferece», referiu Roque Manuel, o director provincial do Turismo de Gaza.Entretanto, o mesmo dirigente reco-nhece que um dos grandes constran-gimentos que o sector enfrenta passa pela questão da qualidade de serviços prestados. Por essa razão, além do es-forço envolvido na construção de novas

infraestruturas e no sentido de captar investimentos para o sector do turismo, o desafi o agora deve passar também por trabalhar no sentido de melhorar a qualidade de serviços, não só nas es-tâncias turísticas, mas nos serviços que são prestados ao turista desde o local de desembarque ao local do alojamen-to.Nesse contexto, está-se a trabalhar em parceria com a Migração, as Alfânde-gas, a Polícia de Trânsito e com a pró-pria Comunidade, de modo a que com-preendam que também os residentes desempenham um papel importante na arte de bem-receber os turistas. E este trabalho ou esforço estende-se igual-mente aos operadores turísticos, no sentido de criar neles uma mentalidade em prol da necessária profi ssionaliza-ção do sector. «Um dos problemas que tínhamos pas-sava pela falta de escolas de formação para “saber fazer”, porque infelizmente a maior parte das instituições de ensi-no que temos no país são de formação mais formal, como a Escola Superior de Hotelaria e Turismo em Inhambane e a pessoa formada tem difi culdades de en-trar no restaurante e saber servir, saber receber», revelou Roque Silva.Como forma de solucionar o problema, foi construída na praia do Bilene uma escola de formação em hotelaria e tu-rismo, em parceria com o sector priva-do, com a missão de ensinar os forman-dos a saber atender e a receber o turista de forma adequada e profi ssional.

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Abril.2012 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO2

Maputo

Indicadores Turísticos da Demanda - Destino MaputoIndicadores 2008 2009 2010 2011 2012*Número de turistas 294.698 333.000 357.310 382.320* Nacionais (%) 40 44 44 47 49Estrangeiros (%) 60 56 56 53 51Permanência Média 3 3 4 7 8Gasto Médio por dia (USD) 95 100 106 123** Taxa de Ocupação Hoteleira 39.5% 44.3% 53,80% 62% 65%Contribuição ao PIB de Maputo $ 95 M $ 143 M $ 153 M Geração de Emprego Directo 3.880 4.000 4.116 4.239

* Projecção do Observatório ** Estimativa Intercampus

LAM premeia agências de viagens com melhor desempenho

A LAM reuniu, em Maputo, as agên-cias de viagens com quem trabalha no território moçambicano para premiar as que obtiveram melhores resultados em 2011. Na categoria de maior volume de passageiros transportados foram vencedoras as agências de viagens COTUR, QUINTA ESSÊNCIA e AQUARIUM. Pelo maior volume de carga transportada ganharam galar-dões a DHL, SKYNET e FEDEX. Uma das grandes novidades desta edição foi a introdução dos prémios Reve-lação, ganho pela QUINTA ESSÊN-CIA e de MELHOR TARIFA MÉDIA VENDIDA (YIELD), conquistado pela MEXTUR.Na gala, realizada a 17 de Abril, a Administradora Delegada da LAM, Marlene Manave, destacou o mérito das agências premiadas e frisou que «para além de serem indicadores da performance de cada agência, estas distinções apontam para a tendên-cia a seguir com vista à conquista da quota do mercado que na globalida-de está cada vez melhor».

Nova Circular, novo Mercado do Peixe e o Paiol que vira EcoparqueA face do Turismo em Maputo vai cer-tamente mudar. O governo de Moçam-bique vai contrair um empréstimo de 300 milhões de dólares junto do Banco de Exportações e Importações (ExIm) da China para financiar a construção da Circular de Maputo.Depois de dizer que o Conselho de Mi-nistros aprovou a assinatura do contrato com aquele banco chinês, o porta-voz Henrique Banze referiu que a Circular de Maputo inclui a estrada que liga a cidade de Maputo ao bairro da Costa do Sol e que dá acesso ao distrito de Marracuene.Salientando que Maputo se debate ac-tualmente com um grande congestiona-mento de tráfego, o porta-voz acrescen-tou que a Circular foi projectada para dar acesso à Estrada Nacional 1, pretenden-do-se com a sua construção evitar que todas as viaturas tenham de passar no meio da cidade.Banze adiantou que após a assinatura do contrato de empréstimo seguir-se-á a fase de mobilização do equipamento

para iniciar as obras, ainda este semestre.Por outro lado, a meio caminho entre o Centro de Maputo e a Costa do Sol, irá ser construído um outro “Mercado do Peixe” em Maputo com melhores condi-ções do que o existente, através de um financiamento de 11 milhões e 600 mil dólares, concedido a fundo perdido pelo Japão. Por último, e não menos importante, o Parque Ecológico de Maputo vai ser construído e encontra-se em processo de constituição uma Comissão Instaladora, sob coordenação do MICOA (Ministério para a Coordenação da Acção Ambien-tal) para criar as condições de implemen-tação do projecto que irá transformar a actual área do Paiol de Malhazine, com 580 hectares num EcoParque. O Concur-so para a contratação de uma consulto-ria especializada para a elaboração dos estudos necessários poderá ser lançado nos próximos meses, pelo que o desafio constitui em si uma séria oportunidade de negócio.

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Abril.2012ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 3

Maputo

Baixa de Maputo muda de faceOs novos projectos imobiliários já co-meçaram a mudar a configuração de Maputo e a cidade assume-se como a localização preferencial dos investidores que apostam no segmento do uso misto, combinando a habitação com o retalho e os serviços. Assim, prevê-se para breve a construção de torres e edifícios multi-usos e a certe-za é que vai haver de tudo: Apartamen-tos, escritórios, hotéis e centros comer-ciais, tanto no centro como na periferia.Mesmo ali na Baixa de Maputo surge o Maputo Bay Waterfront, que é conside-rado um dos maiores projectos imobi-liários em desenvolvimento. E, de facto, é um dos maiores em termos de área de intervenção e de investimento, atingindo o valor de 1.162 milhões de dólares.O projecto vocacionado para o uso mis-to, combina as valências da habitação, comércio, serviços e lazer, estendendo--se por uma área de 83.000 m2. A sua localização coincide com o espaço onde outrora era realizada a FACIM - Feira In-ternacional de Maputo, que desde 2011 decorre em infraestruturas próprias construídas em Ricatla (Marracuene).

As obras do Maputo Bay Waterfront já arrancaram, a avaliar pela azáfama no re-cinto da ex-FACIM, e o empreendimento, que tem como proprietária a sociedade Costellation ( formada por um grupo de investidores privados moçambicanos), vai ser contruído ao longo de 10 anos.O programa imobiliário prevê a constru-ção de dois hoteis, de cinco e três estre-las, edifícios de escritórios, habitação, galerias comerciais e parque de esta-cionamento, enquandrados numa zona verde, formada por diferentes espaços ajardinados.O Maputo Bay Waterfront promete mu-dar a frente da zona ribeirinha na Baixa da Cidade através do seu carácter inova-dor e pelos negócios e residentes que ali pretende instalar.Não muito distante do mesmo local, prevê-se a construção das Torres Ma-xaquene. Uma infraestrutura a cargo da Oriental K Real Estate, que pretende ser um marco arquitectónico na Baixa de Maputo com os seus 82.300 m2 destina-dos à habitação, comércio e serviços.Da responsabilidade da mesma compa-nhia, eis que surge também o Edifício

Pott, um projecto que resulta da recon-versão de um palácio do século XIX, em avançado estado de desgradação mas com uma traça valiosa sob o ponto de vista arquitectónico, num conjunto de edifícios modernos. A construção irá lo-calizar-se entre a Av. 25 de Setembro e a Av. Samora Machel, a via que dá acesso ao Conselho Municipal de Maputo. Ao todo, o complexo vai ocupar 23.883 m2, distribuídos por escritórios, habitação, comércio e ainda por um hotel.Ao mesmo tempo, a Green Point Invest-ment, de capitais maioritariamente israe-litas, vai investir 110 milhões de dólares no desenvolvimento do Maputo Business Tower. O edifício irá envergar 47 andares e será o maior do país, ou seja, um autên-tico arranha-céus. Promete apresentar 32 pisos para escritórios, cinco para estacio-namento de viaturas e os restantes para centros comerciais e um heliporto.O Maputo Business Tower vai ser erigido na Baixa. A sua construção já se encontra em marcha pela ‘mão’ da Soares da Costa e decorre de uma parceria encetada entre o grupo Green Point Investment e a em-presa pública Correios de Moçambique.

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MoçaMbique

Conferência Sub-Regional sobre Economia Verde em MoçambiqueO Ministério para a Coordenação da Ac-ção Ambiental, com o apoio do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), reali-zou, entre 23 e 25 de Abril, a Conferência sobre Economia Verde em Moçambique.A iniciativa enquadrou-se no processo de preparação da Cimeira sobre Desenvolvi-mento Sustentável, também conhecida como Conferência do Rio +20, que terá lugar em Junho de 2012, no Rio de Janeiro.A Cimeira do Rio +20 acontece 20 anos depois de a primeira Cimeira sobre Am-biente e Desenvolvimento Sustentável, em 1992, que resultou na adopção da Agenda 21.Importa referir que um dos temas desta

Cimeira Rio +20 é a abordagem sobre a Economia Verde no contexto do desen-volvimento sustentável e erradicação da pobreza.Tendo em conta que as economias da região do Sul e Este de África são, em grande parte, economias que funcionam com base no uso dos recursos naturais e extracção (agricultura, turismo, pesca...) há, nesse sentido, um reconhecimento de que a Economia Verde deve estar no cen-tro dos planos de desenvolvimento.Assim, as economias dos nossos países só podem prosperar, se a base dos recur-sos naturais estiver garantida. Moçambi-que, como em muitos outros países, po-

derá adoptar a abordagem da Economia Verde como um elemento a integrar no seu plano de desenvolvimento económi-co e social.A conferência sobre a Economia Verde e Avaliação Ambiental Estratégica tem os objectivos de acelerar o Roteiro de Mo-çambique, Tanzânia e Quénia, acordar o processo regional pós-Rio para desen-volver os roteiros nacionais da Economia Verde e colaborar na sua implementação para finais de 2012.A acção pretende também promover a integração da avaliação ambiental estra-tégica nos futuros processos de planifica-ção da Economia Verde.

INE e MITUR criam Conta Satélite do TurismoO Ministério do Turismo (MITUR) e o Instituto Nacional de Estatística (INE) rubricaram um protocolo que visa a criação da Conta Satélite do Turismo. Um instrumento

que permite melhorar a qualidade de informação para a avaliação do impacto do sector turístico na economia na-cional.O protocolo foi rubricado pelo presidente do INE, Dias Lou-reiro, e pelo ministro do Turismo, Fernando Sumbana, e vai permitir que as duas instituições trabalhem no sentido de elaborar esta ferramenta, cuja metodologia foi desenvol-vida sob orientação da Organização Mundial do Turismo, uma agência especializada das Nações Unidas.A Conta Satélite do Turismo vai permitir obter um conjun-to de informações e indicadores que avaliam o impacto do turismo em relação ao PIB, ao valor bruto acrescentado,

ao emprego, aos impostos e taxas, ao valor acrescentado directo e indirecto do turismo na economia, bem como a dependência da economia nacional das actividades da in-dústria turística.“Esta ferramenta permite que o desempenho económico do turismo seja comparável com outros sectores econó-micos e com as economias de outros países, assim como saber quais são os sectores económicos que promove, e contribuem directamente para o crescimento do turismo”, disse o Ministro Fernando Sumbana.Segundo Sumbana, nos últimos anos o sector turístico tem estado a demonstrar um crescimento de desempenho na economia nacional, sendo que o volume de investimento médio anual aprovado, nos últimos seis anos é de cerca de 500 milhões de dólares por ano.

Mitur

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Abril.2012ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 5

MoçaMbique

Estrangeiros rumam mais para Tete e NampulaNa última edição do Boletim do Observa-tório do Turismo da Cidade de Maputo foram publicados artigos acerca do boom turístico que Nacala está a viver nos dias que correm e sobre os cinco novos hotéis que irão abrir nas cidades de Nampula, Nacala-porto e no distrito de Mossuril. Ao mesmo tempo, era noticiado que a província de Nampula registava igual-mente o maior crescimento de hóspedes nacionais, impulsionando assim, em lar-

ga medida, o tão almejado turismo do-méstico certamente mais voltado para o mundo dos negócios. E, agora, Nampula, segundo a quarta vaga do Estudo de Sa-tisfação ao Turista da Cidade Maputo, continua a dar cartadas e a assumir a maior fatia de turistas estrangeiros (34%) logo a seguir a Tete (36%), que assume o lugar cimeiro das preferências.A par desta tendência, urge colocar uma questão pertinente: Será que as unidades

hotelerias em Tete virão a ser suficentes para receber um número crescente de visi-tantes que se deslocam, sobretudo, motiva-dos pelo negócio ou em missão de serviço? Sabe-se que o grupo Visabeira vai cons-truir um hotel em Tete, à semelhança do grupo VIP, e que a dinâmica no ramo imobiliário não cessa ao ponto de Tete assistir inclusivamente à construção de condomínios. Mas será este esforço sufi-ciente?

AVITUM une agentes de viagens e operadores turísticos em MarracueneRealizou-se a 28 de Abril, no Marracuene Lodge, a IV

Assembleia Geral  a Associação dos Agentes de Viagens e Operadores Turísticos de Moçambique, que reuniu no local um total superior a 50 associados.Entre outros assuntos tratados na Assembleia Geral, foi aprovado o Plano de Actividades e Orçamento para 2012. Nas principais preocupações a serem tratadas ao longo deste ano, constam a Revisão do actual regulamento das agências de viagens, a adopção de um código de condu-ta dos associados, o acesso a tarifas preferenciais para os operadores locais, a continuação de cursos intensivos para consultores de turismo - em parceria com o Instituto Co-mercial de Maputo - e a necessidade de se promover um Seminário sobre a concorrência desleal e informal no Tu-rismo.Além da sua agenda principal, a AVITUM espera continuar

a organizar eventos desta natureza com intuito de aproxi-mar aínda mais os seus membros e promover o intercâm-bio entre os associados fazendo turismo doméstico. 

aVituM

NampulaNiassa

TeteManica

ZambéziaSofala

VilanculosGorongosa

PembaPraia do Tofo

BazarutoPonta do OuroPraia de Xai-Xai

Bilene

ESTraNGEirOS NaciONaiS

21%30%29%17%24%17%11%18%27%11%

3%6%

17%21%

34%13%36%

7%19%13%17%

9%19%10%

2%8%5%

15%

Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo 2012

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Abril.2012 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO6

MuNDo

Chegadas Internacionais aumentam 5,7%As chegadas de turistas internacionais cresceram 5,7 por cento nos primeiros dois meses de 2012, com a Europa a manter a tendência de crescimento, aci-ma das expetativas, segundo um relató-rio da Organização Mundial do Turismo (OMT).De acordo com um relatório divulgado na quinta-feira pela OMT, o turismo na Europa cresceu cinco por cento, “um resultado acima das expetativas, impul-sionado pelo forte crescimento das che-gadas de turistas à Europa Central e de Leste (mais oito por cento)”, bem como ao Norte da Europa e à Europa Ocidental (ambas com um crescimento de seis por cento).Estes desempenhos confirmam a “con-tinuação de um sólido 2011, ano em que as chegadas internacionais aumentaram seis por cento, no total, para mais de 500 milhões” de turistas, “apesar das preocu-pações económicas”, refere o documento.

África lidera sectorCom um aumento em 7% no número de turistas, África foi o destino que mais cresceu nos primeiros meses do ano, se-gundo o Barómetro do Turismo da OMT.A região do Norte e Subsaariana africana foram as que registaram mais procura,

com um aumento de 8 e 7%, respectiva-mente. Com um índice de crescimento de 53%, a Tunísia lidera a procura.Também a Ásia registou uma forte pro-cura, com um aumento de 7% de turistas, com o destaque a recair para o sul, sudes-

te e Japão, que representaram um cresci-mento de 10% de turistas.Segundo a OMT, nos dois primeiros me-ses deste ano, o número de turistas inter-nacionais ultrapassou os 131 milhões.

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Abril.2012ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 7

MuNDo

Brasil destrona Angola no ranking de turistasDos 98 por cento de estrangeiros que residem fora de Moçambique e chegam ao Aeroporto Internacional de Maputo, os brasileiros assumem-se como os ter-ceiros do ranking de países emissores de turistas para Moçambique, destronando Angola, de acordo com a quarta vaga do Estudo de Satisfação ao Turista conduzi-da pelo Observatório do Turismo da Ci-dade de Maputo.Na primeira vaga do Estudo de Satisfa-ção, realizada tecnicamente pela em-presa Intercampus, Angola situava-se na sexta posição dos países emissores de turistas. Na segunda vaga passou para o quarto lugar e na terceira vaga para a terceira posição (15%), a seguir à vizinha África do Sul (25%) e a Portugal (17%). Desta feita, o Brasil assume a terceira posição do ranking com 8%, a seguir a Portugal com 11% no segundo lugar e à África do Sul com 28% no topo. A tendên-cia registada leva a crer que o número de turistas brasileiros que chega a Maputo possa aumentar ainda mais, nos próxi-mos tempos. Desta feita, sabe-se que os negócios as-sumem-se como principal motivo de vi-sita para os turistas estrangeiros, de um modo geral. Explicação essa que poderá estar na base do interesse da vinda de visitantes do Brasil, além da propalada febre da exploração dos minérios.Em simultâneo, constata-se uma ligeira

subida de turistas ingleses. Na 3ª vaga, os turistas do Reino de Sua Majestade re-presentavam apenas uma fatia de 3% ( fi-gurando na 7ª posição do ranking da 3ª vaga do Estudo), agora representam 6% e

assumem a quinta posição.Por outro lado, o domínio dos turistas provenientes da África do Sul parece estar reforçado, tendo evoluído de 25% para 28%.

Hotéis da Europa registam ocupação superior a 65%No último mês de Abril, os hotéis na Europa registaram 65,6% em índices de ocupação média, segundo os dados di-vulgados pela STR Global. O número representa um aumento de 1,1% em rela-ção ao mesmo período de 2011.De acordo com o relatório, outros índices

hoteleiros na região apontaram no mes-mo sentido.A diária média cresceu 7% em relação a Abril passado, atingindo os 101,6 euros, e a receita por quarto disponível, aumen-tou 8,1%, chegando a 66,78 euros.O estudo englobou 31 cidades espalha-

das por todo o território europeu.Entre os resultados observados des-tacam-se os desempenhos de cidades como Frankfurt e Bruxelas, que alcança-ram os maiores aumentos em termos de receita.

africa do SulangolaEtiopiaNigéria

cabo VerdeOutros paises de africa

PaquistãoTurquia

chinaOutros paises da asia

Portugalinglaterra

HolandaEspanha

FrançaNoruega

alemanhaOutros paises da Europa

Brasilchile

MexicoOutros paises da américa

28%5%

2%2%1%

7%3%2%1%2%

11%6%

2%2%2%1%1%

4%8%

2%1%3%

Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo

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ABRIL.2012 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO8

MuNDo

ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO

FicHa TÉcNicaO Observatório do Turismo da cidade de Maputo (OTcM) é resultado de uma parceria entre as 18 organizações que o integram. Trata-se de um organismo especializado em monitorar e analisar as informações de inteligência de mercado. O Boletim do OTcM é distribuído em Moçambique e em todas as embaixadas do País no exterior.

EQUIPA

Coordenação / concepção de textos:Helga Nunes (aHSM)Assessoria / concepção de textos:Federico Vignati (SNV)Secretariado: Tânia Barbero (aHSM)Design e Paginação: rui BatistaTradução: Pedro amaralImpressão: Kamatsolo, Lda.

INFORMAÇÕES

Associação de Hotéis do Sul de Moçambiquerua da Sé, nº 114, 6º andar Porta 608Maputo - MoçambiqueTel. +258 21 31 4970

Subscrições e informações do Boletim:[email protected]://observatoriomaputo.blogspot.com/

MEMBrOS DO OTcM

 

 

Table Mountain é uma nova maravilha da natureza Table Mountain é ofi cialmente uma das novas sete maravilhas da natureza de-pois de uma auditoria internacional que confi rmou o resultado de um processo de votação global. Centenas de milhões de votos foram contados e destinados aos 28 fi nalistas mundiais. A Fundação New 7 Wonders, com sede na Suíça e regulamentada no direito suí-ço, confi rmou que o seu estado “provisó-rio” de nova maravilha havia sido altera-do para “ofi cial”.Em nome do Município da Cidade do Cabo, Patricia de Lille descreveu o título como “uma grande honra para uma ma-ravilha única da natureza que pertence a todo o povo da Cidade do Cabo, África do Sul, África e do Mundo.” Sabine Lehmann, presidente do Comité de Suporte ofi cial ao Table Mountain, re-feriu que a confi rmação ofi cial irá dar um impulso signifi cativo para a indústria do turismo sul-africano. «O número de visitantes de Table Moun-tain alcançou números recordes depois

da montanha ter sido nomeada para a lista provisória das novas maravilhas, em Novembro passado, e esperamos que a confi rmação ofi cial sirva para impulsio-nar ainda mais o interesse do visitante local e do exterior», disse Lehmann. Um bom exemplo de como podemos aumen-tar o número de visitas a determinados

lugares em Moçambique.As outras seis maravilhas são a fl oresta amazónica na América do Sul, Halong Bay, no Vietname, as Cataratas do Igua-çu, no Brasil e na Argentina, Ilha de Jeju na Coréia do Sul, Ilha de Komodo, na In-donésia, e o rio de Puerto Princesa nas Filipinas.

Andreas Tusche