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Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

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Revista da Família Salesiana

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SÃO FRANCISCO DE SALES: Alguém poderá perguntar: porque o Oratório foi dedicado e

começou a chamar-se de São Francisco de Sales?

D.Bosco, estando ainda no Colégio Eclesiástico (Convitto) já tinha no coração o pensamento de

colocar todas as suas obras sob a protecção do Apóstolo do Chiablese, porque o ministério que

assumiu para realizar no meio dos jovens exigia muita calma e mansidão; e por isso, queria colocar

-se sob a especial protecção de um Santo, que foi um modelo perfeito da virtude da bondade. (MB

II, 252).

Neste Ano da Fé o Papa nos convida a descobrir nos SANTOS as testemunhas vivas da fé. A Família Salesiana é já uma família de santos e santas. Hoje, seguindo o calendário do BS italiano para 2013, apresentamos a figura do Santo da Bondade, do qual tomamos, por vontade de Dom Bosco, o nome de ‘SALESianos’ e cuja festa é o 24 de Janeiro.

«Deus ordena aos cristãos, que são

as plantas vivas da sua Igreja, que

produzam frutos de devoção (=vida

de piedade), cada qual segundo a

sua qualidade, o seu estado e a sua

vocação.»

«Ó meu Deus! que alegria teremos

no Céu quando virmos o Amado

(=Jesus) de nossos corações como

um mar infinito, cujas águas são

unicamente perfeição e bondade»

«A devoção deve ser exercida de

maneira diferente pelo patrão e

pelo operário, pelo criado e pelo

príncipe, pela viúva, a solteira ou a

mulher casada; é necessário aco-

modar o exercício da devoção às

forças, aos trabalhos e aos deveres

de cada pessoa em particular». 3 breves textos escritos por S. Francisco de Sales

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Janeiro—Fevereiro 2013

ANO XIII - Nº 50

Queridos amigos e amigas do

Boletim Salesiano:

Iniciamos o ano procurando cum-

prir um desejo: publicar bimensal-

mente o Boletim Salesiano. Este

exemplar faz já o numero 50. São

poucos números, mas já fizeram a

sua história desde que o Padre Adolfo Duro iniciara a

caminhada desta revista tão querida para Dom Bos-

co. Agradecemos a Deus e a todos os que colabora-

ram para que fosse uma realidade humilde e bonita.

A edição digital deste numero sai dias antes de cele-

brar os 125 anos da morte (dies natalis) do nosso Pai

e Fundador. Mas, o olhar não fica para trás. Com

todos, unidos ao seu Sucessor actual, Padre Pascual

Chávez, olhamos com esperança para o bicentenário

do seu nascimento: 2015!

O Sistema Preventivo vai ser a ‘medula’ da nossa

renovação para este ano, a todos os níveis e em

todas as estruturas. Temos de tomar consciência de

que o Sistema Preventivo é um enriquecimento para

a cultura moçambicana, como já o foi para outras cul-

turas. Os desafios da sociedade e da juventude

necessitam a nossa resposta educativa salesiana: o

Evangelho da alegria; o estilo de bondade; a vida

como vocação; homens e mulheres transformadores

da sociedade e criadores de Igreja, a de Jesus.

O nosso pedido a Dom Bosco pela sua festa: que o

seu amor pelos jovens e a sua alegria evangélica

atraia muitos rapazes e raparigas do nosso extenso

Moçambique, para que tenham a coragem e energia

de o seguirem nas diferentes vocações salesianas

para o bem dos jovens mais pobres.

P. Rogelio Arenal sdb

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1- A presença de uma mãe.

Mamãe Margarida tinha apenas 29 a-

nos quando meu pai morreu, destruí-

do em poucos dias por uma terrível

pneumonia. Mulher enérgica e corajo-

sa, não ficou a lamentar-se; arregaçou

as mangas, e assumiu o seu duplo

trabalho. Doce e decisiva, fez as ve-

zes de pai e mãe.

Muitos anos depois, feito padre para

os jovens, poderei afirmar como fruto

da experiência concreta: "A primeira

felicidade de um jovem é saber que

é amado". Por isso, com meus jovens

sempre fui um verdadeiro pai, com

gestos concretos de amor sereno, ale-

gre e contagiante. Eu amava os meus

jovens e dava-lhes provas concretas

desse afeto, entregando-me completa-

mente à causa deles. Não aprendi nos livros esse amor forte e viril;

herdei-o de minha mãe e sou-lhe reconhecido por isso.

3– O sentido de Deus.

Minha mãe condensara o cate-

cismo inteiro numa frase que

repetia a cada instante: "Deus

te vê!". Eu, à escola de uma

catequista completa como era

minha mãe, cresci sob o olhar

de Deus.

Não um Deus-policial, frio e im-

placável que me 'pegava' em

fragrante; mas um Deus bom e

providente, que eu descobria

no suceder-se das estações e

aprendia a conhecer e agrade-

cer no momento da colheita do

trigo ou depois da vindima, um

Deus grande, que admirava o-

lhando para as estrelas à noite.

2– O trabalho. Minha mãe era a primeira a dar-nos o exemplo.

Eu sempre insistia: "Quem não se habitua ao trabalho na juven-

tude, será sempre preguiçoso até a velhice". Na conversa famili-

ar que tinha com meus jovens depois do jantar e das orações da

noite (o célebre "boa-noite") eu insistia que "O paraíso não é feito

para os preguiçosos".

Começamos a apresentar as mensagens do Reitor Mor para o BS de 2013 dentro do ano dedicado ao Sistema Preventivo. Numa linguagem simpática, o P. Pascual escreve em primeira pessoa como se fosse o mesmo D. Bosco a falar connosco.

Eis a mensagem de Janeiro de 2013.

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5 - O gosto de trabalhar em conjunto.

Por muitos anos, fui protagonista absoluto entre os meus colegas:

penso nas primeiras experiências como saltimbanco nos Becchi,

naquelas esplêndidas tardes de domingo; penso na popularidade

adquirida entre meus colegas de escola em Chieri, a ponto de nu-

ma página autobiográfica eu poder afirmar que "era venerado pe-

los meus colegas como capitão de um pequeno exército". Mas,

depois, compreendi que o protagonismo era de todos.

Surgiu, então, a Sociedade da Alegria, um grupo simpático de estu-

dantes no qual todos atuavam em posição de paridade. O Regula-

mento era composto por três bre-

víssimos artigos:

- estar sempre alegres,

- cumprir bem com os pró-

prios deveres,

- evitar tudo que não fosse

digno de um bom cristão.

Mais tarde surgirão as Companhi-

as, grupos juvenis, verdadeiros laboratórios de apostolado e santi-

dade ao alcance de todos. Dizia que elas eram "coisa de jovens"

para favorecer a iniciativa deles e dar espaço à sua criatividade na-

tural.

6- O prazer de estar juntos.

Eu queria que os educadores, jovens ou idosos que fossem, esti-

vessem sempre entre os jovens, como "pais amorosos". Não por

desconfiança em relação a eles, mas justamente para caminhar

com eles, construir e participar com eles. Chegarei a dizer com ínti-

ma alegria: "Entre vocês, sinto-me bem. Minha vida é justamen-

te estar com vocês".

4- "Raciocinemos!"

Nossos velhos pronunciavam

este verbo em piemontês; e

quanta sabedoria eu descobria

nessa palavra. Era usada para

dialogar, explicar-se, chegar a

uma decisão comum, tomada

sem que alguém quisesse im-

por o próprio ponto de vista.

Depois, farei do termo "razão"

uma das colunas mestras do

meu método educativo. A pala-

vra "razão" será, para mim, si-

nônimo de diálogo, acolhida,

confiança, compreensão; será

transformada numa atitude de

busca para que não haja rivali-

dade entre educadores e jo-

vens, mas tão somente amiza-

de e estima recíproca. Para

mim, o jovem jamais será um

sujeito passivo, um simples e-

xecutor de ordens. Em meus

contatos com os jovens, jamais

farei de conta que estou escu-

tando; eu os escutarei realmen-

te, discutirei o ponto de vista

deles, as suas razões.

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A alegria: o décimo primeiro mandamento!

«Sou conhecido no mundo todo como um santo

que semeou muita alegria a mãos cheias. Ou

melhor, como escreveu alguém que me conhecia

pessoalmente, fiz da alegria cristã “o décimo pri-

meiro mandamento”. A experiência convenceu-

me não ser possível um trabalho educativo sem

este admirável impulso, este belo percurso a mais

que é a alegria.

E para que os meus jovens estivessem intimamente

persuadidos disso, eu acrescentava: “Se quereis

que a vossa vida seja alegre e tranquila, deveis procurar viver na graça de Deus, pois o coração

do jovem que vive no pecado é como o mar em agitação contínua”. Eis porque sempre recordava

que “a alegria nasce da paz do coração”. E insistia: “eu não quero outra coisa dos jovens senão

que sejam bons e sempre alegres”.

Há quem, às vezes, me apresente como o eterno saltimbanco dos Becchi e pense fazer-me um grande

favor. Mas é uma imagem muito redutiva do meu ideal. Os jogos, as excursões, a banda de música, as

representações teatrais, as festas eram um meio, não um fim. Eu tinha em mente o que escrevia aber-

tamente aos meus jovens: “Um só é o meu desejo: ver-vos felizes no tempo e na eternidade”.

Mensagem do Reitor Mor ao BS para Fevereiro 2013.

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Jovens construtores

de esperança e de alegria

Em 1847, imprimi um livro de formação cristã, O

Jovem Instruído. Escrevera-o roubando muitas

horas ao sono. As primeiras palavras que os meus

jovens liam eram estas: “O primeiro e principal

engano com que o demónio costuma afastar os

jovens da virtude é fazê-los pensar que servir a

nosso Senhor consista numa vida melancólica e

distante de qualquer divertimento e prazer. Não

é assim, caros jovens. Eu quero ensinar-vos um método de vida cristã, que possa ao mesmo

tempo fazer-vos alegres e felizes, indicando-vos quais são os verdadeiros divertimentos e os

verdadeiros prazeres... Esta é, justamente, a finalidade do pequeno livro, servir ao Senhor e

viver alegres”. Como vedes, para mim a alegria assumia um profundo significado religioso. No meu

estilo educativo havia uma combinação equilibrada de sacro e de profano, de natureza e de graça.

Não me satisfazia que os jovens fossem alegres; queria que eles difundissem ao redor deles esse clima

de festa, de entusiasmo, de amor à vida. Queria-os construtores de esperança e de alegria. Missioná-

rios de outros jovens mediante o apostolado da alegria. Um apostolado contagiante».

Viver e transmitir a alegria, uma forma de vida

Desde criança, o jogo e a alegria foram para mim uma forma séria

de apostolado, do que estava intimamente convencido. Para mim, a

alegria era um elemento inseparável do estudo, do trabalho e da pie-

dade. Um jovem daqueles primeiros anos recordando os anos

“heroicos” assim os descrevia: “Pensando como se comia e como

se dormia, admiramo-nos agora de ter podido divertir-nos, sem, contudo sofrer e sem nos

lamentarmos. Mas éramos felizes, vivíamos de afeto”.

Viver e transmitir a alegria constituía uma forma de vida, uma opção consciente de pedagogia em

ação. Para mim, o jovem era sempre um jovem, a sua exigência profunda era a alegria, a liberdade, a

diversão. Sentia como natural que eu, padre para os jovens, lhes transmitisse a boa e alegre notícia

contida no Evangelho. E não o poderia fazer carrancudo e com modos frios e bruscos. Os jovens preci-

savam entender que para mim a alegria era uma coisa tremendamente séria! Que o pátio era a minha

biblioteca, a minha cátedra onde eu era ao mesmo tempo professor e aluno. Que a alegria é lei funda-

mental da juventude. Eu valorizava o teatro, a música, o canto, e organizava nos mínimos detalhes as

célebres excursões de outono.

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O desenvolvimento da vocação sacer-

dotal de Dom Bosco caminou a par e

passo com a manifestação e desen-

volvimento da sua vocação de educa-

dor. Ambas as vocações se influencia-

ram e qualificaram reciprocamente. A

vocação sacerdotal de Dom Bosco

conferiu à sua vocação de educa-

dor o sentido mais profundo e a

sua forma de ser; ao passo que a

sua vocação de educador conferiu

à sua vocação sacerdotal a especi-

ficidade e dimensão concreta. Dito

por outras palavras, Dom Bosco foi

sacerdote também na sua missão

educativa e nas suas actividades

pedagógicas; como foi também edu-

cador na sua missão sacerdotal e nas

suas actividades ministeriais. Pode,

pois, afirmar-se que a pedagogia de

Dom Bosco foi sacerdotal e que o

sacerdócio de Dom Bosco foi educati-

vo e pedagógico.

Já adulto, reconhece com muita sim-

plicidade: “O desejo de reunir os

rapazes para lhes ensinar o catecis-

mo despertou em mim quando

tinha apenas cinco anos; isto cons-

tituía o meu mais vivo anelo, pare-

cendo-me a única coisa que tinha a

fazer na terra”. Por isso, consagrou e

entregou toda a sua vida à educação

dos rapazes mais pobres e a fazer

deles “honrados cidadãos e bons

cristãos”.

Refletindo sobre as origens da sua

obra, Dom Bosco confessa com

humildade: “Quando me entreguei a

esta parcela do sagrado ministério,

entendi consagrar todos os meus

esforços à maior glória de Deus e

ao bem das almas, e propus-me

dedicar-me a formar bons cidadãos

nesta terra, a fim de que depois fos-

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sem dignos cidadãos do céu. Que

Deus me ajude a continuar neste

propósito até ao último alento da

minha vida”.

Eugénio Alburquerque Frutos

(Traductor: Basílio Gonçalves)

Publicado no BS de Portugal nº 535

Separata, Nov/Dez 2012

«Não podemos dizer se

Dom Bosco começou a pen-

sar primeiro na santidade

ou no sacerdócio. Mas a

verdade é que João Bosco

desde pequeno era já

ambas as coisas, à sua

maneira.

Logo, todo o seu itinerário

formativo ficou marcado

pela pobreza; mas a pobre-

za como a entende o Evan-

gelho. Teve que viver na

pobreza e é inenarrável

constatar o que significou

para ele. Contudo imediata-

mente se deu conta que,

mesmo com essas limita-

ções, Deus queria que ele

fosse sacerdote, embora

nem tivesse chegado a

entender ainda o que signifi-

cava ser sacerdote»

Cardeal Anastasio Ballestrero

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Realizou-se em Roma, do 28 de Dezembro ao dia 2 de Janeiro o 35º ENCONTRO EUROPEU de JOVENS, organizado pela Comunidade cristã de Taizé, fundada pelo grande Irmão Roger, um apósto-los dos jovens de todas as confissões cristãs e não só. O tema do encontro deste ano era: “OS JOVENS, SOIS A ESPERANÇA DE UM MUNDO ROTO”. Foram

seis dias de oração, de reflexão e de vida nas paróquias, famílias e comunidades religiosas de Roma. Tiveram uma Vigília de oração com o Papa e todas as autoridades das diferentes Igrejas cristãs fize-ram-se presentes com as suas respectivas mensagens. Eis algumas mensagens transmitidas:

“A juventude é também cari-

dade, simplicidade de cora-

ção...”

“A confiança dentro do cris-

tianismo é um acto de fé,

uma acto de adesão do

coração, de adesão da inte-

ligência. A fé é o fermento

da nossa confiança em

Deus”

“A oração é um acto de fé: é

um acto de reconhecer a possi-

biidade de ter uma relação

directa com Deus...”

Patriarca Bartolomé

(Igr.Ortodoxa)

“É impressionante quando

alguém se desvia do plano

da sua vida, muda os seus

projectos, é surpreendido por

uma luz e a segue... E lem-

brai, JESUS, está sempre aí.

Mostra-nos o caminho para a

conversão”

“Esta LUZ-JESUS dá-nos

corações para uma nova soli-

dariedade. Mostra-nos alter-

nativas para mudar a vida

actual. Podemos seguir juntos

caminhos para uma vida que

seja pacífica, sustentável e

equitativa”

Martin Junge ( Ig. Luterana)

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realidade, mas oferece novos

horizontes, novas perspectivas

com a formação humana nas

catequeses, nos grupos de

vida e no oratório. Enfrentamos

por vezes algumas barreiras

como o desinteresse pelo

assunto ou tema, mas mesmo

com aqueles poucos que ade-

rem procuramos sempre ofere-

cer o melhor, fazer com que a

informação chegue e que seja

entendida. Com todo este tra-

balho realizado notamos que

ainda é muito pouco, queremos

levar a estes jovens a descobri-

rem a Jesus em suas vidas e a

ficar com ele, outro desafio é a

sua formação.

pois abrangeu a comunidade

Paroquial. Tivemos muita ade-

rência na campanha, consegui-

mos angariar vários produtos,

entre alimentos, vestuário, cal-

çado e material escolar. Foi

gratificante ver o envolvimento

da comunidade, para mim, com

certeza esta foi uma experiên-

cia marcante, pois, com um

pouco que cada um pôde ofe-

recer podemos ajudar muitas

pessoas que vivem, apesar de

não ser suficiente.

No bairro a maioria dos jovens

não tem muitas oportunidades,

de ir a escola e obter um

emprego digno, pois não tem

formação. O seu refúgio tem

sido em algumas actividades

que na maioria são prejudiciais.

No caso dos rapazes o grande

problema tem sido o álcool e

as drogas, uma vez que estes

entregam-se completamente a

estes vícios desperdiçando a

sua juventude. Quanto as rapa-

rigas, estas engravidam muito

cedo, algumas tentam consti-

tuir família, que por vezes tem

sido infeliz; e outras com medo

fazem abortos clandestinos,

com ou sem o consentimento

dos seus encarregados.

Existe porém, um pequeno gru-

po que não luta contra esta

Chamo-me Cintia Carla de

Sousa Flores, moçambicana

de 23 anos de idade, estudante

do segundo ano de contabilida-

de do Instituto Superior Dom

Bosco (ISDB), residente em

Maputo, bairro do Chamanculo

C.

Estou na Paroquia de São

José a trabalhar como anima-

dora há quase cinco anos, num

grupo de aproximadamente

vinte e cinco membros. Este

grupo procura trazer às crian-

ças, adolescentes e jovens dos

b a i r r o s c i r c u n v i z i n h o s

(Chamanculo, Malanga e Luís

Cabral) tardes recreativas aos

domingos durante o período

lectivo aos domingos e nas

férias “Verão Bosco” de

segunda a domingo; ao estilo

de Dom Bosco oferecemos,

grupos formativos de fé nos

domingos logo após a missa,

reforço das matérias, activida-

des manuais, música e despor-

to.

No decorrer deste trabalho o

grupo desenvolveu (sempre

com a ajuda do Pe. Miguel)

várias actividades que me fize-

ram crescer espiritualmente

dentre elas destaco a Campa-

nha de solidariedade que

envolveu não só o Oratório

Cintia Carla de Sousa Flores,

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Continuamos apresentando alguns textos da carta dos Bis-pos de Moçambique “SALVAGUARDAR A VIDA HUMANA”, e fazendo alguns comentários que nos ajudem a fomentar em nós o cuidado pela família, como núcleo fundamental

de toda sociedade e como base da Igreja doméstica. Neste número do BS estudamos o número 27 que trata sobre a BIGAMIA.

Alguns legisladores do nosso

país estão a propor a legaliza-

ção da bigamia. Mas o que é

isso?

Escrevem os Bispos: «A biga-

mia é o acto pelo qual um

homem ou mulher contrai

segundo ou ulterior matrimó-

nio, sem que se ache legiti-

mamente dissolvido o ante-

rior. Logo, isto envolve em si

a poligamia (n.d.r.:um homem

com muitas mulheres) e a

poliandria (n.d.r.:uma mulher

com muitos homens)»

Algumas considerações:

- «Na proposta da despenali-

zação da bigamia –afirmam os

Bispos- transparece uma

machismo camuflado em que

o homem pretende enveredar

pela poligamia e não o con-

trário; deste modo negligen-

cia-se o principio da igualda-

de do género...»

- Com a bigamia o valor da uni-

dade da família fica destruído,

podendo chegar a criar um tipo

de «família depravada, incon-

gruente, absurda e doentia».

Será este o caminho para con-

seguirmos homens e mulheres

felizes? Famílias felizes? Uma

sociedade feliz?

- Afirma o documento que na

nossa sociedade actual «há

mais perversão sexual do

que bigamia».

Os Bispos com esta ultima afir-

mação tocam um tema vital e

grave.

Ao desaparecer progressiva-

mente, por várias causas, o

entorno familiar onde se trans-

mitiam os valores da vida e da

família -lembramos os ritos de

iniciação-, e não haver outra

oferta colectiva positiva no

campo do amor, da afectivida-

de, da sexualidade, do matri-

mónio, se está a viver uma

radical mudança, muitas vezes

não positiva.

A infidelidade desordeira fora

do casal, seja no homem como

na mulher, substituiu a poliga-

mia tal como se entendia e

vivia na tradição.

É provável que uma das cau-

sas seja uma vivência deficien-

te e errada da sexualidade da

pessoa assim como uma fraca

ou inexistente formação para o

amor nas ultimas gerações.

Também, certos meios de

comunicação social (através

dos filmes, vídeo clips, letras

de canções...) transmitem uma

imagem da sexualidade que

potencia mais os instintos

sexuais que o amor autêntico.

Para muitas crianças e jovens

faltam modelos de pais e mães,

de casais fiéis. É um triste fac-

to, que muitíssimas crianças

tem de viver com seus padras-

tos ou madrastas, e em muitas

ocasiões, passam por essa

experiência várias vezes, com

todo o que isso tem de traumá-

tico. Quando elas forem adul-

tas, tenderão a repetir os mes-

mos comportamentos que elas

viram nas suas famílias.

Esta afirmação da escritora

madeirense, católica e salesia-

na cooperadora, pode-se apli-

car ao que estamos a falar:

- Sem dúvida, o casal tem a

responsabilidade de cuidar

materialmente da família.

- Mas, o mais importante no

casal e na família, é o amor

que se vive dentro dela. Éste

amor é fonte de vida!

Page 13: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Nada é tão grande neste mun-

do como “construir” um ser hu-

mano. As máquinas acabarão

um dia, mas os nossos filhos

jamais. Hoje mais do que nun-

ca, o valor da mulher na educa-

ção e maternidade deve ser va-

lorizado e protegido pela socie-

dade.

A maternidade é um dom de

Deus que as sociedades mo-

dernas devem proteger para

manutenção da dignidade da

pessoa humana.

Tudo começa em casa

Educar é promover o cresci-

mento e o amadurecimento da

pessoa humana em todas as

suas dimensões: material, inte-

lectual, moral e religiosa. Por

isso, a educação não se rece-

be só na escola, mas principal-

mente em casa.

Às vezes ouve-se alguém di-

zer: “Ele é analfabeto, mas é

muito educado”. Não adianta

ser doutor e não saber tratar os

outros como gente; não saber

cumprir com a palavra dada;

não se comportar bem; trair a

esposa e os filhos; não ser

gentil; não ser afável, etc.

Deus quis que isso fosse feito

a n t e s

de tudo

p e l o s

pais e,

de mo-

do es-

pec ia l ,

p e l a

mãe.

Hoje sobretudo, quando muitas

mães são obrigadas a criar so-

zinhas os seus filhos, porque

são “órfãos de pais vivos”, essa

missão torna-se mais importan-

te e árdua ainda. Nesse caso,

o papel materno tem a sua im-

portância triplicada, porque ela

(a mãe), tem de desempenhar

o papel do pai e dela própria.

Esta é hoje a realidade da so-

ciedade moçambicana desde o

campo até a cidade. O que fa-

zer para mudar este cenário?

A Igreja nos ensina que: “Pela

graça do Sacramento do matri-

mónio os pais receberam a res-

ponsabilidade e o privilégio de

evangelizar os seus filhos. Por

isso os iniciarão desde a tenra

idade nos mistérios da fé, da

qual são para os filhos os pri-

meiros arautos.(LG,11). Asso-

ciá-los-ão desde a primeira in-

fância à vida da Igre-

ja” (Catecismo da Igreja Católi-

ca, n. 2225).

A arte de educar os filhos-

Sem o carinho e a atenção da

figura da mãe, a criança certa-

mente crescerá carente de afe-

to e desorientada para a vida.

O povo diz que atrás de um

grande homem há sempre uma

grande mulher, mas é preciso

não esquecer que “esta mu-

lher”, mais do que a esposa, é

a mãe.

É no colo da mãe que a criança

precisa aprende o que é a fé,

aprende a rezar e a amar a

Deus e as pessoas. É no colo

que o homem de amanhã deve

aprender o que é a retidão, o

caráter, a honestidade, a bon-

dade, a pureza de coração.

É no colo da mãe que a criança

aprende a respeitar as pesso-

as, a ser gentil com os mais ve-

lhos, a ser humilde e simples e

não desprezar ninguém. É a

mãe, com o seu jeito doce e

suave, que vai retirando da sua

plantinha que cresce a erva da-

ninha da preguiça, da desobe-

diência, da má-criação, dos

gestos e palavras inconvenien-

tes.

É ela que lhe vai ensinando a per-

doar, a superar os momentos de

raiva, a não ter inveja dos outros

que têm mais bens e dinheiro. É a

mãe que nas primeiras tarefas do

lar lhe ensina o caminho redentor

do trabalho e a responsabilidade.

Até o Filho de Deus quis precisar

de uma Mãe para cumprir a Sua

missão de salvar a humanidade; e

Ele fez o Seu primeiro milagre nas

Bodas de Caná exatamente por-

que Ela lhe pediu. Por isso, cada

mãe é um sinal de Maria, que ensi-

na seu filho a viver de acordo com

a vontade de Deus. Gandhi dizia

que “a verdadeira educação con-

siste em pôr a descoberto o me-

lhor de uma pessoa”. Para isso é

preciso a arte de educar, a mais

difícil e mais bela de todas.

Alice Albertina, FMA

Page 14: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

- 2.080 milhões de pessoas

utilizam internet (das quais,

1.190 milhões são dos países

em desenvolvimento, como o

nosso);

- Existem 5.280 milhões de

pessoas com telefone celular

(das quais, 3.840 milhões são

dos países em desenvolvi-

mento).

(Dados de 2011)

O mundo não é

hoje só onde as

pessoas ‘vivem fisi-

camente’, mas tam-

bém onde as pes-

soas ESTÃO!

Na NET estão mui-

tos e nós também!

O ‘Oratório de Val-

docco’ foi o ESPA-

ÇO educativo e

evangelizador de

Dom Bosco.

Hoje, D.Bosco, não

trabalharia na NET

para criar nela um

espaço harmonio-

so, de relações e

para evangelizar?

Não basta estar na

NET, como todos.

É necessário fazer

dela um lugar de

COMUNICAÇÃO

autêntica, transmis-

sora de valores, de

formação e de

informação cons-

trutiva.

Na ‘rede’ de internet trata-se

de evangelizar não o meio,

mas sim as pessoas que u t i -

lizam cada um dos meios

sociais que se vão criando.

Cada meio social, cada r e d e

social, necessita de uma

equipa de evangelizadores

que faça presente a Cristo e

à Igreja nesse meio.

(Nestor Mora)

Page 15: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

UM DESAFIO:

«No contexto da sociedade de

hoje, somos chamados a ser-

mos santos educadores

como Dom Bosco, entregando

a nossa vida como ele, traba-

lhando com e pelos joven»

Dom Bosco iniciou, desde o início da Congregação, a tradição da Estreia. Era o presente ‘educativo e afectivo’ que ele dava a cada jovem e a cada salesiano ao ter-minar o ano como palavra de ordem para viver no novo ano. Desde então, todos os seus Sucessores repetem o gesto.

O comentário oficial da Estreia, que guiará o trabalho da Família Salesiana durante todo o

ano, é apresentado sempre, em primeiro lugar, desde as últimas décadas, pelo Reitor Mor às Filhas de Maria Auxiliadora, na sua Casa Geral em Roma. Só depois é que se faz extensi-vo a toda a Família Salesiana.

UMA MENSAGEM PROFÉTI-

CA:

O SP é ‘uma experiência

espiritual e educativa que se

fundamenta na razão, na reli-

gião e na bondade’

UMA SÍNTESE:

‘O Sistema Preventivo repre-

senta a síntese da sabedoria

pedagógica de Dom Bosco ‘

UMA INTUIÇÃO:

‘A bondade, como estilo edu-

cativo e, mais em geral, como

estilo de vida cristã’

O SISTEMA

PREVENTIVO (SP) É:

Page 16: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

UMA RESPOSTA AOS

POBRES:

Formando ‘para a sensibilida-

de social e politica que sempre

leve a investir a própria vida

como missão pelo bem da

comunidade social’

31 Dezembro 2012: P.

Pascual e Madre Ivon-

ne FMA, no dia da

apresen taçã o do

comentário à Estreia. ASSUMIR UMA CONSCIÊN-

CIA CRISTÃ:

‘Revelar e ajudar a viver cons-

cientemente a vocação de

homem, a verdade da pes-

soa… O homem deve a pró-

pria existência a um dom’

MOSTRAR A JESUS AO

JOVEM:

‘A verdade da pessoa, que a

razão percebe de modo inicial,

encontra em Cristo a sua ilu-

minação total… Jesus Cris-

to… abre a pessoa à plena

compreensão de si e do pró-

prio destino’

UMA MISSÃO:

‘Missão salesiana é consa-

gração, é «predileção» pelos

jovens, e esta predileção, em

seu estado inicial, nós o sabe-

mos, é um dom de Deus, mas

cabe à nossa inteligência e ao

nosso coração desenvolvê-la

e aperfeiçoá-la

Page 17: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Page 18: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Ver-se, aos seis anos, sem pais, maltratado pelos parentes, com mais a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais pequenos: eis infelizmente uma situação ideal para decidir-se a viver pelas ruas. Foi o que aconteceu a Patrick, que entretanto teve a sorte, gran-

de, de achar quem lhe desse a possibilidade de voltar a sonhar. Vejamos a sua história.

Meu nome é Patrick Ngugi

Gichuhi. Nasci em 1986 de

uma família muito humilde. Sou

o primeiro de seis filhos: tenho

três irmãos e duas irmãs. Dis-

punha de uma linda famí-

lia que tanto cuidava de nós.

Mais importante ainda: eu

sonhava. Sonhava como qual-

quer outro rapaz que tem uma

família que o possa ajudar a

realizar seus sonhos. Entretan-

to, todos eles acabaram por se

desvanecer com o passar de

pouquíssimos anos...

Em 1991 meus pais se separa-

ram: é que meu pai se dedica-

va, como trabalho, a traficar

com maconha, passando a

maior parte do tempo na

cadeia, em vez de tomar conta

da família. Minha mãe, depois

de toda uma série de esforços

para convencê-lo a mudar de

profissão, chegara a um ponto

de não mais volta: e foi embo-

ra, deixando-nos a todos nós.

Meu pai decidiu levar-nos à

nossa casa de campo, em Nye-

ri, onde tínhamos parentes pelo

lado de minha mãe; mas por-

que o pai não tinha com eles

bons relacionamentos, em vez

de levar-nos diretamente a

meu avô, simplesmente des-

carregou-nos numa cidade vizi-

nha, Kiganjo, encarregando-me

de cuidar dos meus irmãos e

de achar os meus parentes.

Depois de algum tempo achei

quem me ajudou a encontrá-

los. Mas, para minha grande

surpresa, eles não foram nada

hospitaleiros conosco. Além

disso, havia maus tratos que se

repetiam…. Não nos conside-

ravam da família: viam-nos

como um peso. Por tudo isso

em 1992 eu e o meu irmão

menor, deixamos Nyeri e

fomos a Karatina, de onde

depois de poucos dias partimos

para Nairóbi. Ali nos tornamos

‘meninos de rua’.

Decidimos viver, mendigar,

comer, e dormir sempre na rua.

Isso durou dois anos. Em 1995

fomos presos como… parquea-

dores abusivos e enviados a

um centro para a infância, em

Kabete. Depois de um ano,

porque ninguém viera a inte-

ressar-se por nós, o Ministério

Público me perguntou o que

desejava fazer. Ouvira falar,

através de alguns rapazes, de

um lugar chamado ‘Dom Bos-

co’, onde as crianças podiam ir

à escola, receber comida e rou-

pa, e, sem vacilar, disse que

queria ser adotado por Dom

Bosco.

Fui recebido pela comunidade

salesiana de Nairóbi-Kariua,

uma das sedes do programa

“Bosco Boys”; e retomei os

estudos. De ali, graças aos

meus bons resultados escola-

res, fui inserido no primeiro

grupo que, da escola salesia-

na, passava às escolas públi-

cas de grau superior, comple-

tando todos os níveis e che-

gando, com a graça de Deus,

até conseguir o Láurea em

‘International Business Admi-

nistration’ (Administração Inter-

nacional de Empresas) com

especialização em Finanças.

Sinto uma profunda gratidão

pelos Salesianos de Dom

Bosco por seu empenho e

determinação em ajudar

jovens como eu a dar um

novo rumo à sua vida.

Como a eles agradeço também

a todos os benfeitores e prote-

tores.

Mas sobretudo agradeço ao

nosso bom Senhor Jesus Cris-

to, que me concedeu obter

estes meus sucessos. No fim,

de fato, não seremos julgados

por quantos diplomas tivermos

obtido, ou por quanto dinheiro

tivermos ganho, ou por quantas

coisas grandes tivermos feito;

mas pelo critério “tive fome e

me destes de comer, tive sede

e me destes de beber, era

forasteiro e me recebestes,

estava nu e me vestistes” (Mt

25,35-36). (ANS)

Page 19: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

§ Somos leigos que DEUS consagra na Igreja para o mundo e escolhemos viver segundo o espírito de DOM BOSCO.

§ Seguimos uma vida segundo os CONSELHOS EVANGÉLICOS e nos comprometemos a fazer surgir em cada realidade da

vida e do trabalho a mensagem do EVANGELHO.

§ Não esquecemos o mundo por Deus, nem Deus pelo mundo, e mantemos uma ‘discreção’ sobre a pertença ao Instituto para

poder trabalhar com mais eficácia.

§ Vivemos a CONSAGRAÇÃO no trabalho, na qualidade profissional e nas circunstâncias ordinárias da vida, vivendo na pró-

pria familia o sós. Não vivemos em comunidade, mas nos encontramos para momentos de formação e encontros fraternos.

§ Participamos na vida social, cultural e políticia levando a riqueza e a plenitude dos valores cristãos.

§ Descobrimos a Cristo no rosto de cada HOMEM.

§ A Voluntária de Dom Bosco é uma mulher que opta por fazer da sua vida um dom e compromete por Cristo a

sua vida no mundo e escolhe viver a sua vida segundo o espírito de DOM BOSCO.

§ É uma leiga que, tendo consciência da sua consagração baptismal, se compromete, a exemplo de Cristo, a viver

um amor pobre, casto e obediente.

§ Não se afasta do mundo, nem do seu ambiente, nem do seu trabalho, nem da sua família, mas aí opera levando a

plenitude da sua opção radical de amor.

§ Distingue-se apenas pelo testemunho de um amor libertador, desinteressado, disponível; utilizando os meios ofe-

recidos pelo mundo, para orientar tudo e todos para Deus.

§ Realiza tudo isto não de forma isolada, mas em COMUNHÃO com outras irmãs VDB que compartilham a mes-

ma opção de vida.

Page 20: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

1- “Nos quatro evangelhos apa-

rece com claridade a resposta

à pergunta: «de onde provém

Jesus?». A sua verdadeira ori-

gem é o Pai, Deus: Jesus pro-

vém totalmente dele”.

2- “Na profissão de fé, o Credo,

Jesus é definido com diferentes

nomes: Senhor, Cristo, Unigé-

nito de Deus, Deus de Deus,

Luz de Luz, Deus verdadeiro

de Deus verdadeiro, da mesma

substância que o Pai”.

3- “O que é central na nossa

profissão de fé: Deus é um

Deus connosco”.

4- “Nada é impossível a Deus!

Com Ele a nossa existência

caminha sempre sobre um ter-

reno seguro e está aberta a

uma futuro de firme esperan-

ça”.

5- “Deus que chamou ao ser

humano do nada, com a Encar-

nação de Jesus da vida a um

novo inicio da humanidade”.

Mensagens da catequese do dia 2 de Janeiro de 2013

3– O DIÁLOGO, A JUSTIÇA E A PAZ:

«Exortamos as comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa-

vontade a irem para a frente na consolidação da paz...:

§ cooperando de todas as maneiras na construção de um ambiente

cujas bases sejam a justiça social, a verdade, a liberdade e o res-

peito.

§ ...redescobrir o diálogo justo e respeitoso, e no respeito dos

direitos das pessoas e das populações...

§ Abandonando definitivamente o recurso às armas, a qualquer tipo

de violência, verbal ou física na procura da solução dos nossos pro-

blemas.

§ Renovemos o espírito que 20 anos atrás levou as partes envolvi-

das a assinarem o Acordo Geral de Paz...

Continuamos apresen-tando trechos do comuni-

cado da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) intitulado “Para que a minha casa fique cheia (L 14,23)”.

4– SEMINÁRIOS E PASTORAL

VOCACIONAL

« O Seminário Interdiocesano de

Filosofia... teve 169 alunos internos

e o Seminário Interdiocesano Teoló-

gico... teve 58 alunos internos. As

despesas de manutenção dos semi-

naristas e dos edifícios são cada vez

mais pesadas, pelo que contamos

com a generosidade de todos os

cristãos...

Reforçamos as equipas de ambos

seminários com mais alguns novos

formadores e enviando outros para

estudos de especialização... APELAMOS PARA QUE:

§ «a promoção vocacional seja feita no respeito e na observância

da pastoral diocesana de conjunto, evitando caminhos paralelos».

§ «Haja um sério acompanhamento nas paróquias e nos grupos de

vocacionados».

§ «Ajude-se o jovem no discernimento, e se respeite a liberdade do

mesmo na escolha do seu futuro».

Page 21: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Queridos jovens,

Desejo fazer chegar a todos

vós minha saudação cheia de

alegria e afecto.

Agora estamo-nos preparando

para a próxima Jornada Mun-

dial, que será celebrada no Rio

de Janeiro, Brasil em Julho.

Desejo, em primeiro lugar,

renovar a vós o convite para

participardes nesse importante

evento.

A conhecida estátua do Cristo

Redentor, que se eleva sobre

àquela bela cidade brasileira,

será o símbolo eloquente deste

convite: seus braços abertos

são o sinal da acolhida que o

Senhor reservará a todos

quantos vierem até Ele, e o

seu coração retrata o imenso

Por isso me alegro que tam-

bém vós, queridos jovens,

sejais envolvidos neste

impulso missionário de toda

a Igreja: fazer conhecer Cris-

to é o dom mais precioso que

podeis fazer aos outros.

(continuará)

amor que Ele tem por cada

um e cada uma de vós.

Deixai-vos atrair por Ele!

Vivei essa experiência de

encontro com Cristo, junto com

tantos outros jovens que se

reunirão no Rio para o próximo

encontro mundial!

Deixai-vos amar por Ele e

sereis as testemunhas de que

o mundo precisa.

Convido a vos preparardes

para a Jornada Mundial do Rio

de Janeiro, meditando desde já

sobre o tema do encontro: «Ide

e fazei discípulos entre as

nações» (cf. Mt 28,19).

Trata-se da grande exortação

missionária que Cristo deixou

para toda a Igreja e que perma-

nece actual ainda hoje, dois mil

anos depois. Agora este man-

dato deve ressoar fortemente

em vosso coração.

Page 22: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Como foi o seu trajeto mis-

sionário?

Ir. Carla: Antes fiquei em Por-

tugal durante seis anos. De-

pois, quando o governo portu-

guês de Moçambique, que ain-

da era colônia, pediu que nós

fma e os salesianos fôssemos

a João de Deus para dirigir

dois colégios, eu parti com

mais duas Irmãs. Fomos de a-

vião até Johanesburgo e de-

pois chegamos a Moçambique

de trem. A inspetora nos acom-

panhou.

Como foram os inícios da

missão em Moçambique?

Ir. Carla: Éramos três Irmãs e

uma voluntária e devíamos diri-

gir o colégio que até então ti-

nha sido gerido por algumas

senhoras. Havia perto de 150

meninas e jovens, entre 6 e 20

anos. Mas eu nunca perdi a co-

ragem, ia assim mesmo e,

quando não entendia e não sa-

bia, simplesmente perguntava.

Desse modo, o funcio-

nário encarregado

dos assuntos educa-

cionais se interessou

pelo nosso colégio e

nos ajudou muito.

Quanto tempo ficou

no colégio da Na-

maacha?

Ir. Carla: Eu fiquei 9

anos. Quando saí de

lá, muitas pessoas fo-

ram ao aeroporto para

se despedirem de

mim. Havia todas as

autoridades, civis e

religiosas. Eu fui para o norte

numa missão no Chiúre. Ali

também pude trabalhar muito

com as meninas. A missão era

muito organizada, tínhamos a

visita às famílias, a escola, a

catequese. E depois havia o

grupo das moças que se pre-

paravam para o matrimônio. A

essas eu ensinava a cozinhar,

costurar, dava algumas normas

básicas de higiene.

Ir. Carla como olha para a

mulher moçambicana ontem

e hoje?

Ir. Carla: A mulher nem sem-

pre desempenhou as mesmas

funções na sociedade. Se em

outras épocas, ela ficava cir-

cunscrita as paredes de sua

c a s a , h o j e a m u lh e r

“abandonou” o lar e foi para o

mercado de trabalho objetivan-

do compor a renda familiar.

Algum tempo atrás a mulher

era educada somente para

exercer o papel de dona de

casa, mãe e esposa. Dessa

forma, ela vivia em função do

homem, por isso era pouco

valorizada na sociedade.

Quando se criou a necessidade

de a mulher enfrentar o merca-

do de trabalho, ela aos poucos

conquistou seu espaço.

Hoje a mulher exerce muitas

funções. Além de dona de

casa, mãe e esposa, ela tem

sua profissão ou trabalho no

mercado. Assim sendo, actual-

mente a mulher exerce todas

as funções que antes eram

executadas pelo homem, con-

quistando assim seu espaço

Ir. Carla sente se feliz?

Ir. Carla: Eu me sinto feliz na

minha vocação missionária. O

Senhor me deu muito! Tive a

possibilidade de viver entre o

povo de Moçambique e senti

que me querem bem. Se penso

no que já vivi, posso dizer que

sou realmente feliz.

Ir. Carla Bajetta, uma das pri-

meiras filhas de Maria Auxilia-

dora . Uma Religiosa, que tes-

temunha a fidelidade criativa ,

alegre e transparente para o

mundo de hoje onde a pala-

vra” fidelidade” é um desafio

para as familias de hoje.

Alice A. Nhamposse, FMA

Ir. Carla, uma das três primeiras missionárias que chegaram à Moçambique em 1952. Ir. Carla uma das primeiras missionárias salesianas em Moçambique completa 96 anos, a sua fisionomia tem u-ma incrível vivacidade; seus olhos azuis são límpidos e transparentes, como sempre foi toda a sua vida extraordinariamente simples. De fato, fala-nos com simplicidade da viagem, dos primeiros con-

tatos com a nova cultura, do trabalho realizado por mais de 76 anos de vida consagrada e 60 de vida missionária em Moçambique. Mas para ela tudo é muito normal. Tudo devia ser assim, ela não fez nada de extraordinário. Lembra-se de tantas coisas. Sente-se feliz de ter podido viver plenamente a sua vocação missionária e consagrada.

Page 23: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Nesta crónica quero destacar um “jovem” de

35 anos, que concluiu o curso de Carpinteiro,

em 450 horas, aproximadamente.

Nascido no Gúrué, na região do chá, província

da Zambézia, ali cresceu, recebeu os sacra-

mentos de iniciação e casou canonicamente

com a Margarida.

Como a maioria dos jovens moçambicanos,

também o Carlitos pensou que Maputo seria o

“el dorado”. Meteu pés ao caminho, deixando a

casa, a mulher e

cinco filhos, a quem chama “as minhas flores”,

e cá chegou à capital, que dista cerca de 2.000

quilómetros da sua terra. Agora já reconhece

que o sonho não passou disso mesmo: um

sonho e uma desilusão.

Não só não pode mandar algum dinheiro para

a mulher e filhos, como tem de lutar para

sobreviver.

Há dias fiz-me convidado, e fui fazer uma visita

ao lugar onde vive (?) o Carlitos. Tive de ser

guiado por ele, pelo complicado labirinto deste

Bairro de Chamanculo. Sozinho seria impensá-

vel chegar lá, mesmo se a distância não é

grande (uns 300 ou 400 metros). O factor

segurança também tem peso, e de que manei-

ra!

Pois este “jovem” vive num anexo de 3 x 2,5,

feito com chapas de zinco. Paga o equivalente

a 30 euros mensais. Não tem direito, nem a

água, nem a luz, nem a casa de banho. É pre-

ciso ver para crer.

Em Julho, que é o tempo do frio, pediu-me um

cobertor, porque dormia vestido. Agora pude

ver que na verdade não tinha nada. Já lhe dei

duas cadeiras. Apesar de velhas, ele com a

sua habilidade, na carpintaria, transformou-as

em novas. E foi nelas que nos sentámos e

conversámos sobre a vida difícil que os pobres

levam neste país, e que são a maioria, infeliz-

mente.

Joaquim Gomes, sdb

Page 24: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Uma coisa que chama a aten-

ção dos que visitam a África é

o grande número de chineses

presentes no Continente.

Alguns estimam que sejam

pelo menos 25 milhões os chine-

ses na África!

Alguns deles, especialmente

jovens, vêm aos nossos cen-

tros e oratórios para brincar e

jogar. Algumas vezes também

para "gozar" de algumas das

nossas celebrações litúrgicas.

Vezes há também que se tor-

nam centro das nossas brinca-

deiras. Entretanto, examinando

a situação de modo mais pro-

fundo, com sensibilidade mis-

sionária, torna-se mais que evi-

dente que muitos deles, a

maioria quem sabe, nunca

ouviram falar do Evangelho, de

Jesus Cristo.

Dois eventos: o primeiro, nos

dias 5-9 de Novembro de 2012,

se fizeram os Dias de Estudo

sobre o primeiro anúncio de

Cristo na África-Madagascar,

em Adis-Abeba, Etiópia, e, o

segundo, o Dia Missionário

Salesiano neste ano se con-

centra no anúncio de Cristo na

África... Feliz coincidência? Os

dois eventos impelem-nos a

olhar em nosso redor com o

coração missionário de Dom

Bosco!

Vemos, com os olhos missioná-

rios de Dom Bosco, em nosso

redor "a urgência de proclamar

a Boa Nova a milhões de pes-

soas na África, pessoas que

não fo ram evange l i za-

das" (Ecclesia in Africa, 47).

Urge pois suscitar o interesse

por Jesus Cristo entre aqueles

que ainda O não conhecem.

Também para revitalizar a fé

daqueles cristãos africanos

que, na sua Fé, se tornaram

tíbios, frouxos.

O Papa Bento XVI tem convi-

dado a recuperar «o fervor dos

inícios da evangelização do

Continente Africano" (Africae

munus, 164).

Essa paixão missionária abre

os nossos olhos às possibilida-

des missionárias da presença

chinesa na África. Dispomos ali

com efeito de todas as possibili-

dades de proclamar o Evange-

lho, possibilidades de que a Igre-

ja na China não dispõe!

O Novo Testamento utiliza o

termo ‘kairos’ para descrever "o

tempo de graça nos desígnios

de Deus», o momento em que

Deus age (ver, p. ex., Mc 1,15).

Estou convencido de que deve-

mos responder a este tempo da

visita de Deus. Foi por isso que

convidei os Inspetores da

Região África-Madagascar ,

durante o nosso último encon-

tro, a discernirem quanto Deus

nos está a dizer, hoje, perante

essa tão maciça presença chi-

nesa. Estou certo de que uma

abundante colheita nos está a

esperar, se respondermos com

audácia missionária a este kai-

ros para a Igreja e para a Con-

gregação, na África e Mada-

gascar!

P. Guillermo Basañes, SDB

Conselheiro Regional para a

África-Madagascar

Page 25: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Nasci na República Democráti-

ca do Congo. E numa família

católica. Encontrei-me com

Nosso Senhor pelo exemplo de

minha mãe. Certo dia estáva-

mos a passar por uma igreja. E

então minha mãe me disse:

"Vem, filho! Vamos saudar a

Jesus que está na igreja!” Ain-

da não podia compreender.

Mas tendo entrado na igreja, vi

que minha mãe se ajoelhou e

fez o sinal-da-cruz. Esse gesto

me marcou para sempre. Des-

de aquele momento comecei a

sentir a presença de Deus em

minha vida.

Entre 1990-1992 a vida foi difí-

cil... No meu povoado eram

muitas as crianças abandona-

das pelas ruas. Ver aquelas

crianças assim, pela rua, aban-

donadas..., o meu coração

começou a me fazer perguntas:

«Por que essas crianças

sofrem? Não teria sido Jesus a

abandoná-las?». Mas aí a

Palavra do mesmo Senhor vol-

tou a me dizer no coração:

'Tudo o que fizestes a um des-

tes mais pequenos, que são

meus irmãos, foi a mim que o

fizestes’ (v. Mt 25,40).

Decidi que daria a minha vida

para servir às crianças que

sofrem no mundo. Havia come-

çado a minha vocação missio-

nária.

Chegando ao postulantado

salesiano, foi enorme a minha

alegria quando o Inspetor me

mandou trabalhar com crianças

em dificuldades. A seguir parti-

lhei com o meu Director o cha-

mado missionário que sentia no

peito. O director aconselhou -

me a expressar esse meu

desejo logo ao chegar ao novi-

ciado. Durante o noviciado o

Mestre encorajou-me firme-

mente a cultivar essa vocação

e a continuar o discernimento.

Durante o Curso de Filosofia

escrevi ao Reitor-Mor, P. Juan

E. Vecchi.

Ele aceitou o

meu pedido e

mandou-me

para a Inspe-

toria África

Francófona

O c i d e n t a l

(AFO), que

abrange sete

países. Tra-

balhei no

Togo dois

anos, duran-

te o tirocínio

prático sale-

siano. Depois da ordenação

sacerdotal fui responsável pela

Casa de crianças desampara-

das. E também pela Pastoral

Juvenil, em Abidjan, na Costa

do Marfim. Desde 2010 estou

em Ouagadougou, Burkina

Fasso, entre as crianças de

Belleville, onde estamos come-

çando uma nova presença

salesiana.

Ao longo dessa caminhada

missionária foram várias as difi-

culdades encontradas. Mas

fazem parte da alegria de

anunciar a Jesus Cristo. São as

costumeiras dificuldades de

adaptação à língua, ao clima...

Dificuldades que não se podem

comparar com as alegrias

experimentadas, sendo a maior

de todas a alegria de estar com

o Povo da África Ocidental, tão

sensível para com um ‘africano

missionário na... África’.

Eu também fico muito sensibili-

zado com o testemunho de

pessoas que, mais ou menos,

me dizem: «Você que é africa-

no e deixa o seu país, seus

pais, seus amigos, para vir

para o meio de nós, para

ficar e viver connosco. Você

fazendo isso é realmente um

nosso irmão, um nosso filho.

Não tenha medo: nós estare-

mos com você nesta missão

que Deus lhe confia no meio

de nós».

Gostaria de convidar os Sale-

sianos jovens a não terem

medo de responder ao chama-

do missionário que Deus lhes

dirige: ‘Deus precisa de vós

neste mundo; deseja que

onde estiverdes sejais Suas

testemunhas, mesmo nos

extremos confins da Terra.

Vivei a missão onde quer que

estejais. Sede a página do

Evangelho que atrai outros

jovens à vida missionária!’

P. Albert Kabuge, missioná-

rio em Burkina Fasso

Page 26: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

A CIDADE DE DOIS MÁRTIRES SALESIANOS

DECLARA A DOM BOSCO PATRONO

No dia 20 de dezembro de 2012 o Conselho Comunal de

Oświęcim adotou uma resolução que nomeia São João Bos-

co santo Patrono da Cidade.

O Instituto Dom Bosco, de Oświęcim, é o berço da Congrega-

ção salesiana na Polônia. Ali, no dia 15 de agosto de 1898,

chegaram os primeiros Salesianos, tomando a seus cuidados

o mosteiro dominicano que, rapidamente, foi recuperado e res-

taurado. E sobre as ruínas da velha Igreja de Santa Cruz

levanta-se agora uma igreja dedicada a Maria Auxiliadora.

Quanto ao mosteiro, é hoje uma das atrações de Oświęcim.

Desde o seu início a escola salesiana de Oświęcim preparou verdadeiros especialistas profissionais em diversos misteres

(mecânico, torneiro, marceneiro/carpinteiro, projetista, modelador industrial). Em 1998 recebeu um prêmio citadino por sua

contribuição à formação profissional dos jovens.

Entre os ex-alunos da escola salesiana de Oświęcim (cidade mais conhecida sob o sinistro nome tedesco Auschwitz) contam-

se dois Beatos mártires da II Guerra Mundial: P. José Kowalski e Eduardo Klinik, este também jovem do Oratório, de Poz-

nan.

Nos últimos anos foram ampliadas as atividades da escola para a aprendizagem dos Jovens, que, além da formação técnica e

a profissional, podem agora receber a formação ‘colegial’. (ANS)

OS 2 CONSELHOS GERAIS (SDB—FMA)

ENCONTRAM-SE EM ROMA

Roma, Itália – 15 de janeiro de 2013 – Renovou-se o

habitual encontro semestral dos Conselhos Gerais

dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora.

Realizado na Casa Geral SDB, Pisana, o encontro

teve qual núcleo temático a nova Evangelização. O

Reitor-Mor e a Madre Reungoat compartilharam com

todos a experiência vivida durante a participação no

recente Sínodo dos Bispos. Os dois Superiores

Gerais tiveram também a oportunidade de partilhar a

própria satisfação por ver que algumas sensibili-

dades emersas durante o Sínodo já fazem parte da

ação e do estilo salesiano; e que compartilhar com

os Padres sinodais dos temas da atenção à família,

da proximidade aos jovens e aos pobres, requer uma

constante conversão pastoral. (ANS)

EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA

DOS PRÉ-NOVIÇOS DE QUÉNIA

Korr, Quénia – Os pré-noviços salesianos do “Bosco Boys”, Quénia,

pertencente à Inspetoria África Leste, viveram uma experiência mis-

sionária em Korr, localidade situada no deserto do “Kaisut” ao norte

do país. Os pré-noviços participaram, junto com os jovens locais, da

Semana do Festival Juvenil, que teve como tema “Paz e harmonia”,

com celebrações eucarísticas, momentos de oração, diálogo, jogos,

esporte, compartilha. É desde 1980 que os salesianos realizam a

obra missionária em Korr entre as tribos Rendille e Samburu. (ANS)

Page 27: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

HAITI: APÓS O DRAMA, A ESPERANÇA!

No dia 12 de janeiro recordou-se o terceiro aniversário do terramoto que atingiu o

Haiti provocando imensas perdas humanas e o colapso das infraestruturas do

País. Foram 32 segundos que semearam nos corações desolação, desespero, feri-

das. O P. Sylvain Ducange, Superior da Visitadoria do Haiti, oferece uma quadro de

quanto se fez até agora, e confirma todo o empenho salesiano no País.

A intervenção da comunidade internacional foi rapidíssima e eficaz. Graças à solicitude

paterna do Reitor-Mor, que lançou um apelo imediato à solidariedade, todas as Inspeto-

rias da Congregação se tornaram solidárias, organizando ajudas em favor da Visitadoria do Haiti, através das Procuradorias e

das Ongues salesianas.

Eis pois o que se fez em três anos:

- Assistência aos refugiados nos campos de Thorland, Cité Soleil e Pétion-Ville.

- Ajuda humanitária às pessoas afluídas às casas salesianas.

- Campos de formação para a luta contra a cólera-morbo.

- Atividades paraescolares, formativo-recreativas para adolescentes e jovens atingidos

por traumas pós-sismo (formação de agentes sociais e atividades várias).

- Retomada das atividades escolares e formativas (bolsas de estudo, material didático,

salário aos professores).

- Reorganização da rede da Obra das Pequenas Escolas do P. Bonhen (OPEPB) e reconstrução das escolas danificadas pelo

terromoto.

- Construção de salas de aula provisórias e impostação de pré-fabricados na ENAM, Fleuriot, Gressier e Cité Soleil.

- Reconstrução do muro de proteção de algumas obras salesianas.

- Construção de pré-fabricados para as comunidades da ENAM e de Thorland.

- Novo Centro Dom Bosco, em Gressier, com escola elementar, ginasial (ou média) e um internato.

- Apoio para a reinserção dos meninos de rua mediante ‘LAKAY-LAKOU’, em Porto Prín-

cipe e em Cap Haïtien, com um novo centro de acolhida.

- Reabilitação dos edifícios danificados pelo tremor de terra, em Gressier, Thorland,

Pétion-Ville, Drouillard e Cap Haïtien.

- Construção do Centro Escolar de Bas-Fontaine-Vila dos Repatriados, do Centro poliva-

lente S. Francisco de Sales, do Kindergarten Soleil 4, em Cité Soleil.

- Novo Modelo de Formação Profissional adaptado à realidade atual, do Haiti.

- Início do canteiro-de-obras para a nova Casa Inspetorial e o Pós-noviciado, em Fleuriot.

- Intercâmbio dos centros de Cap Haïtien e Fort Liberté com a escola agrícola salesiana da República Dominicana.

- Nova Escola para Enfermeiros e refeitório com cozinha em Fort Liberté.

- Recuperação do Centro Profissional, de Gonaïves.

- Um grande salão para a promoções socioeducativas, em Gressier.

- Atividades geradoras de lucro, para as famílias da Área Thorland e em Cité Soleil.

- Reconstrução de um edifício (18 salas) na Escola elementar da ENAM.

- Início da Escola de Futebol Dom Bosco, em Fort Liberte.

- Centros de tratamento e venda de água, em Les Cayes, Fort Liberté e ENAM.

- Distribuição de água com dois caminhões-pipas.

...Nós, Filhos de Dom Bosco, no Haiti, estamos convencidos de que o carisma salesiano contribui para a transformação da

sociedade, criando uma mentalidade nova para forjar um novo futuro com os jovens a nós confiados. Assim continuamos a

levar ao nosso país o patrimônio pedagógico herdado de Dom Bosco que, através de um sistema educativo eficaz, continua-

mente atualizado, encaminha cada jovem a triunfar na própria vida qual “bom cristão e honesto cidadão”. (ANS)

Page 28: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

A Igreja da Missão de São João Baptista de Moatize (Tete) viu-se enriquecida

com duas novas imagens: a de Nossa Senhora Auxiliadora e a de São José.

Tudo começou quando, faz um ano, o irmão carmelita do P. Francisco Lourenço

esteve a visitá-lo na missão.

Ficou comovido de tudo o que viu e tornou-se, desde Fátima, lugar onde vive, um

benfeitor da Missão, aproveitando tantos peregrinos que passam por aquele san-

tuário mariano tão famoso para procurar ajudas.

Mas, teve uma ideia grande: faltava uma imagem de Nossa Senhora Auxiliadora

na Igreja dos salesianos! Então, procurou o benfeitor. Buscou os meios para a

mandar por barco. E aqui está! O que não conseguiram durante tantos anos os

salesianos, foi um frade carmelita que o fez!

Que Maria Auxiliadora e São José o abençoem!

Nas fotografias, o P. Lourenço apresentando as imagens à comunidade paroquial

ENCONTRO DAS VOLUNTÁRIAS

DE DOM BOSCO

Realizou-se em Maputo, dos dias 4 a

10 de Janeiro um encontro histórico

para a Família Salesiana em Moçam-

bique: o primeiro encontro das Volun-

tárias de Dom Bosco (sigla: VDB) de

Angola e Moçambique.

Para participar e animar tão importan-

te encontro vieram do Conselho Geral

duas VDB: a Conselheira Geral para a

África e a Ecónoma Geral. O encontro

realizou-se no Instituto Superior Dom

Bosco.

De Angola participaram duas VDB já

com a Profissão Religiosa e 3 aspiran-

tes. Foram acompanhadas pelo Padre

Gino, assistente eclesiástico das VDB

em Angola.

De parte de Moçambique, participa-

ram duas aspirantes e foram acompa-

nhadas pelo P. António Tallón, em

nome do P. Leal, actualmente ausente

de Moçambique.

No dia 8 de Janeiro o grupo se trans-

ladou ao Centro de Espiritualidade

‘Emaús’ de Matola onde fizeram uma

manhã de retiro animado pelo P.

Rogelio.

De tarde houve uma Eucaristia impor-

tante, presidida pelo Provincial P.

Américo. Nela, a Conselheira Geral

para África das VDB recebeu a passa-

gem para o segundo ano de aspiran-

tado de duas jovens angolanas e a

entrada no primeiro ano de aspiranta-

do de uma jovem angolana e duas

moçambicanas.

Também esteve presente uma candi-

dato moçambicano a Voluntário Com

Dom Bosco (CDB).

Agradecemos a Deus este encontro

no nosso país e rezamos para que

estas vocações de ‘leigos/as consa-

grados/as’ cresça em ambos países.

Page 29: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

ESTÁGIO VOCACIONAL

NA MATOLA

Mais um ano, realizou-se na casa do

Aspirantado salesiano de Matola o

estágio vocacional, dos dias 19 de

Janeiro a 2 de Fevereiro.

O estagio está dirigido para aqueles

jovens que fizeram o pedido para

entrar no aspirantado. São dias que

permitem o conhecimento entre os

candidatos e com os salesianos da

comunidade do aspirantado. Realizam

-se encontros formativos pelas

manhãs e diversas actividades duran-

te a tarde (desporto, trabalho...) que

ajudam a introduzir-se no ambiente da

nova casa.

Durante o estágio os aspirantes parti-

cipam nas Primeiras Profissões dos

Salesianos na Namaacha no mesmo

dia de São João Bosco, dia 31 de

Janeiro.

O estágio termina no dia 2 de Feverei-

ro com uma manhã de retiro e fazem

a entrada oficial no aspirantado na

Eucaristia presidida pelo Provincial.

Este ano de 2013 os novos aspirantes

são 10: 7 da província de Tete, 1 da

província da Zambezia (Mocuba) e 1

da província de Cabo Delgado

(Chiúre).

I l u s t r e s

‘graduados’ da

Escola das FMA

de Chiúre.

Junto às crian-

ças a Ir. Apoli-

ne, directora da

Comunidade.

Os ecónomos e

contabilistas da

Visitadoria reuni-

ram-se durante

dois encontros

para analizar o

trabalho realiza-

do e programar

o novo ano de

2013.

A Ir. Petra (FMA)

cumpriu no pas-

sado 6 de Janei-

ro, 80 anos de

idade.

Continua vivo o

seu entusiasmo

e o cuidado pelos

pobres.

PARABÉNS!

Page 30: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Falamos com VDB-A. Ela é

Voluntária desde o ano de

2003, já com Votos Perpé-

tuos e é a primeira VDB do

seu país.

Fala-nos da tua experiência

viva de ser VDB no teu país,

um país africano.

É uma experiência não muito

fácil por causa da ‘reserva’. No

nosso contexto africano a nos-

sa vocação não é muito aceite.

As pessoas olham para nós

com muitas interrogações. A

pergunta é: porque é que não

se casam? Porque é que não

se faz irmã religiosa?.

Mas, eu estou bem, sou feliz. A

minha família sabe. A minha

mãe me apoia nesta escolha.

(Fora do microfone ela nos dis-

se que o seu pai não chegou a

saber, porque ele teria ficado

tão contente que diria a toda a

gente, então para evitar isso,

foi bom não lhe informar e não

prejudicar o ‘anonimato’ das

VDB).

Qual pensas que é a novida-

de que uma VDB traz para a

Igreja e a Sociedade do teu

país?

O testemunho de vida. A novi-

dade é estar ali. Não se distin-

guir dos outros, nem pela rou-

pa. Viver com os outros. Mas,

sabendo que eu sou uma

CONSAGRADA.

Cada VDB vive do seu pró-

prio trabalho. Qual é o traba-

lho que tu realizas?

Eu sou professora. Dou aulas

de língua.

E tens algum trabalho pasto-

ral concreto?

Na minha diocese eu sou a

Coordenadora Diocesana da

Pastoral Juvenil.

É um trabalho bem salesia-

no. E o Bispo sabe?

Sim, ele sabe que sou consa-

grada.

Como vês a realidade das

VDB em África e no teu pais?

Têm futuro?

Em crescimento. Está a cres-

cer. Têm futuro. Basta que as

jovens conheçam. É uma voca-

ção que não se conhece muito.

Mas se as jovens conhecem,

as VDB têm futuro.

Como se faz a pastoral voca-

cional das VDB?

Nós, como VDB não podemos

aparecer. Mas, podemos dar

pistas, e apresentar as várias

modalidades de consagração

aos jovens e às jovens, então

aí podem escolher. Ou, as

outras pessoas podem fazer

por nós, como os sdb, as fma e

outras pessoas que conheçam

os Institutos Seculares.

Como vês o mundo dos

jovens no teu país?

É um mundo de sonhos, de

fantasias, mas também de

desafios. Os jovens de hoje

procuram, querem alcançar

metas cada vez mais altas. Há

muitos jovens que já se preo-

cupam muito com a formação,

querem estudar. Mas também

há aqueles que ainda andam

por aí, a passear…

No campo da evangelização

dos jovens, como está o teu

país?

Está a caminhar. Precisa cres-

cer muito. Ainda há muito tra-

balho por se fazer. Os jovens

são inconstantes. Há vezes

que vêm nas actividades da

Igreja, mas há muitos também

que se furtam, que não querem

saber nada da Igreja.

Uma mensagem para os

jovens de Moçambique:

Aproveitando o encontro, em Moçambique, durante a pri-meira semana de Janeiro de 2013, das VDB (Voluntárias de Dom Bosco) de Angola e Moçambique, o BS realizou peque-nas entrevistas a duas delas.

A primeira entrevista foi realizada a uma Conselheira Geral das VDB, vinda de Itália. A segunda entrevista foi realizada a uma VDB africana, já de Votos Perpétuos. Para respeitar a ‘reserva’ própria das VDB (por motivos pastorais, as VDB não se apresentam em publico como tais), indicaremos a primeira com o nome de ‘VDB-A’ e a segunda entrevista com o nome de ‘VDB-E’, e evitaremos

referências concretas das suas pessoas.

Bem, que tenham como cen-

tro das próprias vidas Jesus.

Que busquem, neste Ano da

Fé, que procurem buscar

mais , conhecer cada vez

mais a Jesus Cristo.

O Papa oferece um manual

próprio para os jovens para o

conhecimento de Jesus Cris-

to, que é o Youcat.

Que estudem. Que conheçam

bem, cada vez mais, e que

se tornem cada vez mais,

grandes amigos de Jesus.

Page 31: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Falamos com VDB-E. Ela é

natural do sul de Itália.

O que está a fazer nestes

dias em Moçambique?

Tenho vindo como Conselheira

Geral do Instituto das Voluntá-

rias de Dom Bosco a acompa-

nhar à outra Conselheira

encarregada da África. Esta-

mos a fazer um encontro com

as jovens Voluntárias de

Moçambique juntamente com

as jovens Voluntárias de Ango-

la que quiseram encontrar-se

aqui neste lugar, para experi-

mentar um encontro de forma-

ção, de fraternidade, e para

renovar os próprios compro-

missos no Instituto.

Desde quando é você VDB?

Toda a vida vivi, posso dizer,

entre as VDB . Tive uma voca-

ção muito jovem, entre os 15 e

16 anos. Quando tive 18 anos

me aceitaram no grupo. Em

2012 celebrei os 50 anos da

minha Primeira Consagração

no Instituto.

O que pensa da sua vocação

de 50 anos de VDB?

Olha, tem sido uma vida que

eu tenho vivido na plenitude da

consciência de pertencer ao

Senhor. E isto deu-me uma

grande alegria e uma grande

força para enfrentar toda a rea-

lidade da vida, que nem sem-

pre é fácil, que leva consigo

tantas experiencias de sofri-

mento, de provas, seja na

família, no trabalho. Mas, com

a graça do Senhor tenho vivido

na alegria. E estou muito, mui-

to agradecida ao Senhor pela

sua chamada. Agradecida ao

Instituto e a todas as irmãs que

me fizeram crescer de tantas

maneiras.

Qual era o seu trabalho na

sociedade?

Comecei a trabalhar muito

jovem para ajudar à minha

família. Fiz trabalhos diversos.

Depois tive um trabalho mais

estável na Livraria Salesiana

da minha cidade onde trabalhei

34 anos. Já estou reformada

desde faz 10 anos.

Agora estou dedicada a outras

coisas. Também o Instituto me

chamou para dar as minhas

energias e experiências no ser-

viço actual.

E a sua experiência pastoral?

Um trabalho muito bonito que

tenho feito desde jovem tem

sido o trabalho com os não

videntes (cegos). Era um grupo

eclesial de não videntes e os

acompanhei durante muitos

anos. Tem sido catequese, cul-

tura, passeios. Eles depois

cresceram, os tenho encontra-

do noutras situações e agora

tenho com eles contactos pes-

soais com alguns deles.

Tive outras responsabilidades

que me empenharam bastante.

Uma VDB: como sente, como

vive Dom Bosco’?

Vivi a salesianidade porque

estudei nas Fma. Tenho nasci-

do próprio no Instituto das

Irmãs. Olhava estas mulheres

que se dedicavam totalmente

ao Senhor. Eu queria fazer

assim como elas. E a coisa

bonita que aprendi delas foi a

oração. Buscar dialogar com o

Senhor. Encontrar-me com Ele,

busca-lo, falar-lhe.

Depois esta experiencia cres-

ceu com a familiaridade, com

as pessoas da FS, no ambiente

de trabalho, que particularmen-

te era frequentado por sdb,

fma, jovens, leigos… Penso

que Dom Bosco está no cora-

ção e caminha connosco. E

depois, o Beato Filipe Rinaldi,

nosso bom Pai…

Qual é o contributo da VDB

na sociedade?

Olha, especialmente a nossa

vocação pode dar tanto como

testemunho. Num mundo onde

se quer fazer de menos a

Deus. A nossa presença, a

nossa coerência de viver em

Deus, de viver um vida cristã,

fiel, comprometida, cheia de

fé, leva à gente algo de diferen-

te, que temos necessidade de

Deus.

Uma mensagem para os

jovens de Moçambique:

Queridos jovens: deixai-vos

atrair por Jesus, o Cristo. É

um grande amigo que não

vos abandonará nunca. Que

responderá à todas as vos-

sas perguntas. Que vos fará

felizes, mesmo que a vossa

vida nem sempre seja fácil.

F. Rinaldi: Fundador das VDB

Page 32: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

SISTEMA PREVENTIVO E

DIREITOS HUMANOS (Carola Carazzone)

São muitíssimos os pontos de

contacto, de sinergia e de reci-

procidade vital entre Sistema

Preventivo e promoção e pro-

tecção dos direitos humanos.

HONESTOS CIDADÃOS

O desafio para nós hoje – e é

um desafio que diz respeito a

todas as obras salesianas:

escolas, oratórios, paróquias, e

não certamente apenas as

obras que se ocupam de mar-

ginalização – é educar os

jovens para uma participação

activa, livre e significativa, para

a solidariedade, para a respon-

sabilidade e para o compromis-

so individual e social pela digni-

dade da pessoa humana, pela

justiça, pelo desenvolvimento

humano, pela construção de

um mundo – possível – mais

justo e mais habitável...

AMBIENTE EDUCATIVO

O ambiente educativo é funda-

mental e deve ser coerente

com o respeito, a promoção, a

protecção e a plena realização

dos princípios e dos valores

que se proclamam. Nisto Dom

Bosco foi mestre para qualquer

educador, mesmo fora do nos-

so ambiente salesiano.

Numa época de regulamentos,

de muitos níveis de autoridade,

de punições, de profundas dis-

criminações e exclusão, Dom

Bosco pôs em evidência a

espontaneidade, a familiarida-

de, o carinho, a prevenção, a

participação activa e significati-

va do educando na relação

com o educador e com o

ambiente educativo.

É o clima humano, o espírito, o

ambiente que se respira na

obra salesiana e que constitui

um dos elementos essenciais

do Sistema Preventivo de Dom

Bosco, aquilo que o torna váli-

do em todos os contextos cultu-

rais e religiosos, como demons-

tra uma experiência consolida-

da na Ásia e na África, onde a

maioria dos nossos alunos,

pais e colaboradores não são

cristãos, mas encontram na

escola salesiana uma atmosfe-

ra familiar de respeito, dignida-

de, partilha, solidariedade que

os faz sentir à sua vontade, em

casa.

Realizou-se no Salesianum, junto da Casa Geral dos SDB em Roma, do 17 ao 20 de Janeiro, a 31ª edição dos Dias de Espiritualidade Salesiana. Cada ano, à luz da Estreia do Reitor Mor, reúnem-se representantes de todo o mundo e do mundo salesiano para reflectir, aprofundar e experimentar em vivo a mensagem do Suces-

sor de Dom Bosco. Neste ano, a Estreia do Reitor-Mor, dedicada à pedagogia de Dom Bosco, foi aprofundada pela contribuição de espertos e de jovens, e iluminada pela apresentação de experiências pessoais e de algumas boas práticas de pedagogia salesiana. Nesta 31ª edição participaram representantes de 31 Congregações, Associações e Grupos Laicais fundados por Dom Bosco ou que se inspiram no seu carisma. Os Dias de Espiritualidade Salesiana são coordenados pelos vários responsáveis e anima-

dores membros da Consultoria mundial da Família Salesiana. Pode-se dizer que, cada ano começa com este tradicional encontro de Família, que ao mesmo tempo vai aprofundando a realidade da Família Salesiana e fortalecendo os seus laços de união carismática. Apresentamos extractos de algumas experiências comunicadas.

A MELHOR JUVENTUDE

Perspectiva Pedagógica (Alessandro D’Avenia)

Para falar dos rapazes é

necessário conhecê-los e escu-

tá-los. Não na televisão, mas

em carne e osso. Desde que

dou aulas, sempre notei uma

certa diferença entre os rapa-

zes que encontrava na aula e

os que via nos media.

TESTEMUNHAS

Só em contacto com a busca

da verdade as forças de um

rapaz se libertam, a liberdade é

posta em ação. Não uso efeitos

especiais, só as palavras. E a

palavra que querem ouvir não

é a que dá soluções, essa não

a escutam, mas a palavra que

é pronunciada de olhos a bri-

lhar, a palavra vivida, a palavra

que procura a verdade e a ama

sem esconder o cansaço e o

insucesso. Estes rapazes pre-

cisam de pessoas que mos-

trem não ter medo de viver,

ainda que a vida meta medo e

não há que escondê-lo. Só

assim começam a gerar a vida

e se sentem estimulados a fazê

-lo, na idade em que desco-

brem que o seu corpo é feito

para a gerar. Mas de tal manei-

Page 33: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

ra anestesiámos a verdade e

tão virtual tornámos a realida-

de, que as verdades mais evi-

dentes como o corpo, o amor,

o sexo, a dor, a morte, a felici-

dade, Deus… se tornam alego-

rias idealizadas, prisioneiras de

interpretações pré-fabricadas

ainda antes de ser vividas, e

isto vale também no âmbito

católico.

BUSCANDO SENTIDO

Escutei confidências desespe-

radas de rapazes que não con-

seguiam encontrar um adulto a

quem pedir ajuda. Parece-me

ter de lidar com uma geração

que foi biologicamente gerada,

mas não culturalmente e, por-

tanto, está privada de uma

ordem simbólica e narrativa

que lhe permita interpretar

experiências e emoções.

Se falta o sentido, perdem-se

os significados. Dor sem signifi-

cado, vida sem significado,

sexo sem significado… Eis o

que eles procuram: uma capa-

cidade de leitura da realidade

que, se vem a faltar, oscila

entre instabilidade das emo-

ções (quanto mais fortes são,

mais vivo me sinto) e depen-

dência do mais forte, do “todos

fazem assim” (conformismo).

Ambas as atitudes abrem um

poço de dor nos seus cora-

ções, uma prisão interior de

tédio e de incerteza.

A medida alta do quotidiano de

que falava o beato Karol foi

posta de parte. O critério de

felicidade está reduzido ao

sucesso e não à capacidade de

sonhar a vida que foi dada, de

aceitar e transformar o destino

que temos numa vida pessoal,

vivendo para a busca da verda-

de, do bem e da beleza no

espaço permitido pelos nossos

limites e capacidades.

Page 34: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

Janeiro, mês de Dom Bosco, mês em que alguns jovens de Angola e Moçambique, ofere-cem as suas vidas ao Senhor no caminho de São João Bosco, Pai e Mestre da Juventude. No dia 24 de Janeiro, festa de São Francisco de Sales, duas jovens dizem SIM a Jesus no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.

No dia 31 de Janeiro, festa de Dom Bosco, no Noviciado de Namaacha, 7 jovens oferecem as suas vidas a Cristo como Salesianos de Dom Bosco. Eis os seus testemunhos:

EMÍLIA RAQUEL DE SOUSA

Nasci em Maputo. Fui baptiza-

da um ano depois.

Na minha paróquia, S. Francis-

co de Assis do Infulene, tive os

primeiros contactos com a

espiritualidade de D. Bosco e

Madre Mazzarello através da

acção das Irmãs salesianas,

no oratório e na catequese. Fui

apreciando, conhecendo e

interiorizando melhor essa

espiritualidade. Depois pedi

para fazer a experiência da

vivência dessa espiritualidade

como vocacionada interna.

Depois de alguns anos de

estudo, aprofundamento e

assimilação vital, a pesar das

dificuldades, que também

fazem parte da nossa vida,

com a profissão religiosa quero

oferecer alegremente a minha

a Deus para ser sinal do seu

amor preveniente para os

jovens.

Cara/o jovem, procure sempre

dar a Deus o seu lugar na tua

vida.

ROSALINA ANTÓNIO MBEVE

Sou natural da província de

Tete, distrito de Angónia, loca-

lidade de Ulóngué. Nasci no

dia 19 de Julho de 1986.

Eu quero ser Filha de Maria

Auxiliadora, para testemunhar

Cristo aos jovens. Ser como

dom Bosco e Madre Mazzarel-

lo, que se doaram sem limites

para salvar muitos jovens da

sua pobreza tanto material

como espiritual.

Estou muito feliz por ser mem-

bro desta grande família.

Convido cada jovem a não ter

medo de dar a sua resposta,

quando sentir o chamado do

Senhor.

Page 35: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º

CRISTOVÃO FONSECA L. B.

KIESSE PAUO DE SOUSA

PEDRO PENA

JOSÉ NHAMBONGE

AVELINO DOS SANTOS

LUVUNDO CAPALO MUME

ARSÉNIO MUHANGO

Nascí em Kuanza-Norte, Ango-

la. Tenho 24 anos de idade.

A Profissão Religiosa sale-

siana é uma entrega total e

generosa que eu faço de mim

mesmo a Deus, devido ao

chamamento que Ele próprio

faz, seja para o Sacerdote,

como para o Leigo Consagra-

do, que entre nós Salesianos

chamamos de Coadjutor.

A alegria e a paz que me vem

de Deus é que me levam a

entregar e gastar a minha

vida pelos jovens. São estes

sentimentos que Deus colocou

no meu coração e no meu pen-

samento, a fim de eu dedicar

toda a minha vida no traba-

lho pela salvação da minha

alma e pela salvação dos

jovens.

Assim estou motivado a fazer

os Votos de Obediência,

Pobreza e Castidade, e a

viver como Salesiano Coadju-

tor, para responder à vontade

de Deus a meu respeito, e

assim escolhi seguir os pas-

sos de Jesus e viver como

Ele para anunciar o Reino de

Deus aos jovens (Marcos

16,15)».

Page 36: Boletim Salesiano Moçambique Nº 50 2013

º