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Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

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Boletim Salesiano Mozambique nº 51 / 2013

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-Então, que lhe parece? - disse Domingos a D. Bosco no

seu primeiro encontro - Leva-me a Turim para estudar?

DB: É. Parece-me que temos boa fazenda.

- E para que pode servir essa fazenda?

DB: Para fazer uma roupa e dá-la de presente ao Nosso

Senhor.

- Então, eu sou a fazenda, o Senhor é o alfaiate; leve-

me e faça de mim uma bela roupa para Nosso

Senhor.

Neste Ano da Fé, Bento XVI nos convidou a descobrir nos SANTOS as testemunhas vivas da fé. A Família Salesiana é já uma família de santos e santas. Seguindo o calendário do BS italiano para 2013, lembramos neste número a figura de ...

Ao pedido do seu amigo de Oratório Camilo Gávio, recém

chegado, que queria ser um membro da Companhia da

Imaculada, Domingos lhe responde:

- Já te digo em duas palavras:

Queremos tornar-nos santos, e fazemos consistir a

santidade em ser muito alegres, em cumprir bem nos-

sos deveres e em fazer o bem aos outros.

ORAÇÃO: São Domingos Sávio, que na escola de Dom Bosco aprendeste a seguir os caminhos da santidade juve-

nil, ajuda-nos a imitar-te no amor a Jesus, na devoção a Maria, no amor pela salvação das pessoas; e fazei que,

praticando o teu propósito ‘antes morrer que pecar’, alcancemos a salvação eterna. Assim seja.

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Março - Abril 2013

ANO XIII - Nº 51

Queridos amigos e amigas do

Boletim Salesiano:

Feliz Páscoa da Ressurreição

do Senhor Jesus!

Na grande basílica de Dom Bosco,

no lugar onde nasceu, o Colle

Dom Bosco, preside a Igreja uma enorme estátua de

Cristo Ressuscitado.

Em Valdocco, um domingo de Páscoa, 12 Abril 1846,

Dom Bosco encontrou o lugar definitivo para o Orató-

rio e lugar do nascimento da sua Obra.

Dom Bosco foi canonizado num dia de Páscoa.

Como não proclamar ‘o Evangelho da alegria’, como

nos pede o P. Pascual, se as nossas origens carismá-

ticas estão ligadas ao Senhor Ressuscitado?

Os jovens e a humanidade necessitam urgentemente

do testemunho pascal das nossas vidas, das nossas

comunidades, das nossas actividades.

Só nesta óptica pascal, pode-se compreender a sinto-

nia que a humanidade e a Igreja inteira tem feito com

o novo Papa Francisco: não nos transmite ele, desde

a sua humildade evangélica e desde a sua radicalida-

de pelos pobres, esse ar do evangelho que tudo o

renova?

Eis sinais novos para a ‘nova evangelização’: transmi-

tir a bondade e a alegria do Evangelho, que já vive-

mos primeiro no nosso coração.

Eis o grande e belo desafio: encher o mundo da ale-

gria e do amor de Cristo Vivo! Como Dom Bosco!

P. Rogelio Arenal sdb

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Numa linguagem simpática, o P. Pascual escreve em primei-ra pessoa como se fosse o mesmo D. Bosco a falar con-

nosco. Eis a mensagem de Março de 2013.

Era o dia da Páscoa, quando fi-

nalmente eu podia dizer aos

meus meninos: “Temos uma

casa”. Na verdade, era um te-

lheiro baixo e insuficiente, mas

era nosso! Acabamos de girar

p o r T u r i m , n u m a

“precariedade” cansativa, cheia

de incompreensões e desconfi-

anças. A data é muito impor-

tante para poder esquecê-la:

12 de abril de 1846! Eu tinha

30 anos, e há cinco era padre.

Via as coisas numa perspectiva

iluminada pela confiança na

Providência. Lancei-me de ca-

beça no trabalho: subia pelos

precários andaimes dos edifí-

cios em construção para en-

contrar-me com meus meninos,

entrava nas oficinas, nos negó-

cios: a todos eu dirigia uma pa-

lavra de amizade, brincava

com eles. Preocupava-me com

a sua saúde física; falava com

seus patrões, muitas vezes

muito desumanos. Era uma re-

lação de amizade e confiança

recíproca que eu criava com

todos. A educação não é coi-

sa de um dia, mas exige paci-

ência e muita esperança.

Estava para terminar um domingo cheio de muitas atividades. Im-

provisamente, caí no chão. Um fluxo de sangue ensopou a poeira e

a grama do prado. Depois, perdi os sentidos. Quando me reanimei,

percebi que estava na cama: havia muita gente ao redor, e depois

chegou um médico. Percebendo a gravidade da situação, obrigou-

me ao repouso absoluto. Passou-se uma semana enquanto minhas

forças físicas diminuíam sempre mais. Sentia-me fraco, numa so-

nolência contínua.

Recordo ter visto o médico balançando a cabeça, impotente, en-

quanto dizia: “Talvez não passe desta noite”. No dia seguinte, qua-

se por encanto, acordei. Depois, aos poucos fui recuperando as for-

ças. Meu pensamento voltava-se para os meus meninos. Onde es-

tavam? Retornariam a Valdocco? Mais uma semana. Depois, o do-

mingo. Apoiando-me numa bengala, desci ao telheiro. Ouvia vozes,

gritos de alegria. A cabeça girava pelo esgotamento. Veio-me ao

encontro um padre que me estendia a mão. Falou-me dos muitos

sacrifícios que os meninos fizeram porque diziam: “Dom Bosco não

pode morrer”. Compreendi que eles tinham obtido um verdadeiro

milagre. Depois, os maiores me pegaram, obrigaram-me a sentar-

me num cadeirão e me levaram em triunfo. Muitos choravam de a-

legria. Apertavam-se ao meu redor. Quando se fez silêncio, eu lhes

disse: “Meus caros, rezastes e fi-

zestes muitos sacrifícios para que

eu recuperasse a saúde. Obrigado.

Eu vos devo a vida. Pois bem: pro-

meto-vos que a viverei toda por

vós”. Não pude dizer outra coisa,

porque também eu estava comovido.

Mas, desde aquele dia, senti-me con-

sagrado à causa dos jovens, para

sempre. A lição mais bela e mais

convincente foi-me dada pelos meni-

nos!

Sentado naquele rústico cadeirão, rodeado de tantos meninos, con-

sagrei a minha vida aos jovens. E assim continuei. Mas há uma

resposta que lhes dei em forma ainda mais clara e convicta. Era o

dia 31 de dezembro de 1859: festa de fim de ano. Embora na po-

breza crônica de Valdocco, trocávamos pequenos presentes, como

se faz em família: uma medalhinha, um lápis, uma borracha, um ca-

ramelo, um caderno... Pequenas coisas, mas dadas de coração.

Depois das orações da noite, dei o boa-noite, dirigindo-lhes algu-

mas breves palavras. Também eu queria dar alguma coisa de pre-

sente àqueles jovens. E disse: “Meus queridos filhos: sabeis o

quanto vos amo no Senhor, e como eu me consagrei inteira-

mente a fazer-vos o maior bem que puder. Aquele pouco de ci-

ência, aquele pouco de experiência que adquiri, o que sou e o

que possuo, eu desejo empregar a vosso serviço. Em qualquer

dia e para qualquer coisa tende-me como um capital para vo-

cês, mas especialmente nas coisas da alma. De minha parte,

como presente eu me entrego por inteiro a vós; será coisa pe-

quena, mas quando vos dou tudo, isso quer dizer que não re-

serva nada para mim”.

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A partir daquele domingo de

fim de julho, quanto fizera a-

quela solene promessa de en-

tregar toda a minha vida para

os jovens, já se tinham passa-

do 13 anos; Valdocco era uma

família aumentada. Já havia

várias centenas de meninos

que estudavam ou aprendiam

um ofício. Queria que eles en-

tendessem que o meu estar

com eles era fruto de opção ir-

revogável. Jamais atraiçoaria a

confiança que os jovens depu-

nham em mim, e mais tarde

nos meus salesianos.

Quando lhes dizia: “Nada re-

servo para mim” era como se

dissesse: não penso mais em

mim mesmo, entrego-me total-

mente a cada um de vós, não

me pertenço mais, pertenço so-

mente a vós, sou vosso para

sempre, não tenho mais nada

de meu. Eis o meu segredo re-

velado. Com os jovens fui sem-

pre guiado por estas decisões,

por estas opções. Jamais voltei

atrás. Jamais atraiçoei os jo-

vens!

Escrevi milhares de cartas.

Mas se tivesse que escolher u-

ma delas, que brotou do meu

coração, escolheria uma que

escrevi aos meus Salesianos e,

com eles, aos professores e a-

lunos de Lanzo Torinese.

Aqui estão algumas passagens

dessa carta: Deixai que eu

vos diga, e ninguém se ofen-

da: vós sois todos uns la-

drões; digo e repito: vós me

roubastes tudo. Quando fui a

Lanzo, me encantastes com

a vossa benevolência e cor-

dialidade, prendestes as mi-

nhas faculdades da mente

com a vossa piedade. Resta-

va-me ainda este pobre cora-

ção, do qual não me havíeis

roubado todos os afetos. A-

gora, a vossa carta assinada

por 200 mãos amigas e queri-

das tomaram posse de todo

este coração, no qual nada

restou, a não ser um vivo de-

sejo de vos amar no Senhor,

de vos fazer o bem, de salvar

a alma de todos.

Era este o meu estilo de falar e

escrever aos jovens: com o co-

ração na mão, sem floreios inú-

teis, usando palavras sinceras

e dizendo coisas nas quais eu

realmente acreditava. Como

bom agricultor, aprendera a

honrar a palavra dada. E a mi-

nha palavra era esta: “Prometi

a Deus que até meu último

suspiro seria pelos meus po-

bres jovens”.

Sei que o meu segundo suces-

sor, padre Paulo Albera escre-

veu uma belíssima circular na

qual diz uma coisa verdadeira:

“Dom Bosco educava-nos a-

mando, atraindo, conquistan-

do e transformando”. Há uma

sequência de verbos que se

enriquecem reciprocamente, e

os quatro são importantes, um

exige o outro. O “meu Pauli-

nho” entendera a lição: o amor

atrai, a atração torna-se con-

quista, e esta acaba por trans-

formar.

O meu programa, simples e li-

near, se expressa numa frase

que é um compromisso sério e

radical: “Por estes jovens, fa-

ria qualquer sacrifício; para

salvá-los, daria de boa vonta-

de também o meu sangue”.

Não eram palavras ditas por di-

zer; era o programa da minha

vida!

Janeiro de 1888. Mesmo no lei-

to de morte, naquela agitação

em que se misturam recorda-

ções, afetos, preocupações, te-

mores e esperanças, ainda tive

a força de transmitir a um caro

salesiano, o padre Bonetti, a

minha última mensagem que

condensa praticamente toda a

minha vida: “Diz aos jovens

que os espero a todos no Pa-

raíso”. Era o meu testamento,

o último desejo que eu exprimi-

a na agonia. Eu amara os jo-

vens realmente até o fim! E os

queria comigo, para sempre,

também no Paraíso.

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Mensagem do Reitor Mor ao BS para Abril 2013.

Eu era um garotinho vivo e atento que, com permissão de minha

mãe, ia às várias festas campestres nas quais se apresentavam

saltimbancos e ilusionistas. Punha-me sempre na primeira fileira, a-

tento aos movimentos com que procuravam distrair os espectado-

res. Aos poucos, eu conseguia descobrir os seus truques; voltando

para casa, repetia-os por horas a fio. Com frequência, porém, os

movimentos não produziam o efeito desejado. Não foi fácil cami-

nhar sobre aquela bendita corda suspensa entre duas árvores!

Quantas quedas, quantos joelhos esfolados! E, muitas vezes, vinha

-me a vontade de deixar tudo prá lá... Depois, recomeçava suado,

cansado e, às vezes, também angustiado. Depois, aos poucos,

conseguia equilibrar-me; sentia a planta dos pés descalços aderi-

rem à corda; tornava-me uma só coisa com os movimentos dos pés

e, então, divertia-me contente repetindo e inventando outros movi-

mentos. Eis porque, quando falava aos meus meninos, dizia-lhes:

“façamos as coisas fáceis, mas façamo-las com perseveran-

ça”. Eis aí a minha pedagogia essencial, fruto de muitas vitórias e

de tantas outras derrotas, com a obstinação que era minha caracte-

rística mais marcante.

Assim nasceu meu estilo de educar, sem palavras difíceis, sem

grandes esquemas ideológicos, sem referências a muitos autores

ilustres. Assim nasceu a minha pedagogia, aprendida nos campos

dos Becchi, mais tarde nas ruas de Chieri e, mais tarde ainda, nas

prisões, nas praças, nas ruas de Valdocco. Uma pedagogia que te-

ve origem num pátio.

Depois, havia aquele bendito

sonho tido aos 9-10 anos

(sonho que ainda se repetiria

outras vezes!), que me vinha

sempre à mente, e o desejo de

ser padre para os jovens que

se tornava sempre mais forte...

Foi então que fiz uma coisa

realmente contrária ao meu

gosto, pela qual obtive do meu

caráter uma grande vitória, u-

ma verdadeira conquista: es-

tender a mão para pedir uma a-

juda, qualquer coisa desde que

pudesse realizar o meu sonho.

Mais tarde, eu confessarei a

um salesiano: “Você não sabe

quanto me tenha custado pe-

dir esmola”. Com meu tempe-

ramento orgulhoso, não era

certamente fácil chegar à hu-

mildade de ter que pedir.

Minha coragem era alimentada

por uma grande confiança na

Providência; e também isso eu

aprendera de minha mãe. À

sua escola, eu aprendera uma

regra que sempre me orienta-

va: “Quando me deparo com

uma dificuldade, faço como

quem encontra a estrada

obstruída por uma grande

pedra; se não posso removê-

la, passo ao seu lado”.

Alguns anos depois, demons-

trei coragem quando ao chegar

a Chieri para continuar os estu-

dos fui acolhido pelo professor,

diante de todos os estudantes,

com uma frase muito entusias-

mante: “Este garoto ou é uma

grande toupeira ou um grande

talento”. Era para ficar confuso

ao extremo; mas recordo-me

que sai bem com estas pala-

vras: “Alguma coisa pelo

meio disso, senhor: sou um

pobre jovem que deseja fazer

o seu dever e progredir nos

estudos”.

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E posso garantir-lhe: encontrei

muitas dessas grandes pedras

no meu caminho. Aceno breve-

mente a algumas delas. 1860,

por exemplo, foi um ano tipica-

mente difícil. Morrera o padre

Cafasso, meu amigo, confessor

e diretor espiritual; fazia-me

muita falta a sua presença, o

seu conselho e também a sua

ajuda financeira.

Depois, da parte do governo,

surgiram grandes dificuldades,

autênticas “grandes pedras”:

inquirições orientadas e devas-

tadoras em Valdocco, como se

eu fosse um delinquente! Meus

meninos viviam aterrorizados,

enquanto guardas armados en-

travam por todos os lados. As

inquirições continuavam a criar

um clima de medo e incerteza.

Pedi, por escrito, uma audiên-

cia ao ministro do Interior, Luís

Farini. Tive a coragem de dizer

-lhe com humilde franqueza:

“Para os meus meninos, eu

exijo justiça e reparação hon-

rosa para que não lhes venha

a faltar o pão da vida”. Sei

que arriscava muito, pois estes

homens de governo eram anti-

clericais, mas não me faltou a

coragem necessária. E assim,

aos poucos, as inquirições ces-

saram.

Jamais me dei por vencido! Dizia aos meninos: “a coragem dos

maus não brota senão do medo dos outros. Sejam corajosos e

verão desaparecerem as dificuldades”. Uma benfeitora francesa

enviara-me de Lyon um santinho com uma frase que jamais esque-

ci porque me servia de guia: “Esteja com Deus como o passarinho

que sente o ramo tremer, mas continua a cantar, porque sabe que

tem asas”. Não era apenas uma expressão poética, mas um ato co-

rajoso de confiança na Providência do Senhor, porque só Ele “é o

dono dos nossos corações”.

No momento de partir para as férias, costumava dizer aos meus

meninos: “Sejam homens e não ramos! Cabeça erguida, passo

firme no serviço de Deus, na família e fora dela, na igreja e na

praça. O que é o respeito humano? Um monstro de papel ma-

chê que não morde. O que são as palavras petulantes dos

maus? Bolhas de sabão que evaporam num instante. Não nos

preocupemos com os adversários e seus sarcasmos. Recor-

dem-se de que ciência sem consciência não é senão a ruína da

alma”. E acrescentava: “Nada no mundo nos deve assustar. A-

jam hoje de modo que não tenham que se enrubescer ama-

nhã”...

Eu não me cansava de inculcar em suas cabecinhas: “Deem glória

a Deus com a própria conduta, consolação a seus pais e supe-

riores. Caso contrário, um jovem preguiçoso, indisciplinado,

será um jovem infeliz, será um jovem de peso para os pais, de

peso para os superiores, será de peso para si mesmo”.

De Valdocco haveriam de sair os futuros “bons cristãos e honestos

cidadãos”, dos quais o mundo tanto precisava.

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1) Através das vicissitudes da

sua vida devemos de o conhe-

cer como educador e pastor,

fundador, guia e como legisla-

dor… Um conhecimento que

conduz ao amor e à imitação.

2) Para aqueles a quem D.

Bosco é um ponto de referên-

cia a sua figura deve ser consi-

derada como a dum Fundador,

o mestre de espírito, o modelo

de educação e sobretudo o ini-

ciador de um movimento de

ressonância mundial…

3) Para realizar esta tarefa é

necessário dirigir-se à história,

memória viva que está dentro

de nós e nos interpela em fun-

ção da actualidade…

4) Temos de nos acercar a D.

Bosco com os métodos pró-

prios da investigação histórica

que nos levou já a compreen-

der e medir a grandeza huma-

na e cristã de D. Bosco, a sua

genialidade operativa, as suas

qualidades de educador, a sua

espiritualidade, a sua obra,

totalmente compreensível se

enraizada profundamente na

historia da sociedade onde ele

viveu. Assim conhecemos

melhor a intervenção providen-

cial de Deus na sua vida.

Eis alguns critérios orienta-dores do Reitor Mor que nos ajudam a conhecer

melhor, ’hoje’, a Dom Bos-co. A fidelidade ao nosso Pai não é um ‘copiar’, mas sim um viver no tempo actual as motivações profundas que orientaram toda a sua

vida. Por isso, é importante conhecer bem historica-mente o seu ambiente, o contexto, as ideologias...

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5) Não se trata de rejeitar as

imagens de D. Bosco que gera-

ções de membros da FS

conheceram e amaram, mas

devemos ter uma imagem de

D. Bosco que seja actual, fale

ao mundo de hoje e utilize uma

linguagem renovada.

6) Devemos rever a imagem de

D. Bosco para ter uma fidelida-

de que não seja repetição de

fórmulas ou de respeitos à tra-

dição.

7) Ser fiéis a D. Bosco significa

conhece-lo na sua história e na

história do seu tempo, fazer

nossas as suas inspirações,

assumir as suas motivações e

escolhas.

8) Ser fiéis a D. Bosco e à sua

missão significa cultivar em nós

um amor constante e forte

diante dos desafios dos jovens,

especialmente dos mais

pobres.

9) Através do conhecimento da

história de D. Bosco, devemos

de escutar os interrogativos

que D. Bosco nos dirige hoje a

nós: Que devemos de fazer a

favor dos jovens pobres? Quais

são as novas fronteiras na

região onde trabalhamos, no

país em que vivemos? Temos

ouvidos para escutar o grito

dos jovens de hoje?

10) As Memórias do Oratório

de São Francisco são um pon-

to de referência imprescindível

para conhecer o caminho espi-

ritual e pastoral de D. Bosco.

Foram escritas para nós

pudéssemos conhecer os iní-

cios prodigiosos da vocação e

da obra de D. Bosco…e cada

grupo da FS possa fazer o

mesmo caminho espiritual e

apostólico.

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No sábado, 16 de Março, reali-

zou-se no Centro de Espirituali-

dade ‘Emaús’, da Matola, o

encontro dos acólitos e acólitas

do MJS das paróquias salesia-

nas. Participaram um total de

42 acólitos.

Estiveram presentes acólitos

de São José, Maria Auxiliado-

ra, Beata Annuarite e Bom

Pastor.

Toda a manhã foi dedicada ao

retiro. Foi animado pelo P.

Rogelio e apresentou como

tema as etapas do caminho

cristão que levem ao encontro

com Cristo. A ideia central vem

da mensagem anual do Reitor

Mor ao MJS, concretamente da

mensagem deste ano de 2013.

Houve momento de oração e

terminou o retiro com um

momento de adoração ao San-

tíssimo.

De tarde, o P. Pescador, ani-

mou a formação dos acólitos

com diferentes actividades.

A redacção do BS teve um encontro com 4 acólitos, representantes dos diferentes grupos presentes.

No diálogo foram feitas perguntas que ajudassem a perceber melhor a vida e o serviço do acólito na

sociedade de hoje.

Eis algumas das ideias partilhadas:

+ Todos os acólitos sentem-se contentes com este serviço ministerial do acolitado. Tem a experiência

de que lhes tem servido para crescer como jovens e como cristãos.

+ Mostraram dificuldades de incompreensão por parte doutros companheiros e jovens que não com-

preendem este serviço ou até fazem troça deles.

Page 11: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

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gia e solicitude educativa foram

os famosos “sete carabineiros

de Maria”, conselhos que

Miguel confia a um colega a fim

de custodiar a virtude da pure-

za, convidando-o a lê-los e a

praticá-los.

Este espírito de viva fé, alimen-

tado por uma filial devoção a

Maria, vinha unido “à mais

industriosa caridade para

com seus colegas: sabia que

o exercício desta virtude é o

meio mais eficaz para

aumentar em nós o amor de

Deus. Esta máxima ele a pra-

ticava nas mais pequenas

ocasiões”.

Miguel, de menino de rua, liti-

gioso e violento, se torna ani-

mador da recreação, consola-

dor dos companheiros aflitos,

agente de paz e de reconcilia-

ção. A prática da caridade con-

creta e operosa, leva-o a cons-

truir amizades verdadeiras, que

ajudam os seus colegas a liber-

tar-se de fáceis enganos, a

refazer relações abertas e sin-

ceras com os pais e os profes-

sores, a viver uma quotidiani-

dade alegre e operosa.

Miguel amadurece, assim, na

consciência de ter faltado ao

amor de Deus e de não ter sido

obediente à sua vontade: “Eu

Desde o primeiro encontro com

Miguel Magone, Dom Bosco

nos revela a sua arte de educar

positivamente, propondo a

Miguel uma alternativa à sua

vida desordenada e envolven-

do-o em experiências possíveis

e atraentes.

Dom Bosco entra sem medo na

vida de Miguel, toma-o pela

mão e desencadeia nele aque-

le dinamismo típico do sistema

preventivo que faz crescer

“desde dentro” os seus jovens,

leva-os com alegria e satisfa-

ção ao bem, os faz conscienti-

zar-se dos riscos que correm

perseverando em caminhos

errados e prepara para o ama-

nhã através de uma sólida for-

mação do carácter e da cons-

ciência.

Na escola de Dom Bosco e sob

o olhar paterno, através da prá-

tica perseverante de pequenos

exercícios fáceis e agradáveis

na vida de oração, de estudo e

de caridade, Miguel chega a

um maravilhoso grau de perfei-

ção. Dom Bosco de fato está

convencido de que “o esplen-

dor da caridade pode ofuscar

-se e perder-se a cada peque-

no sopro de tentação; assim,

qualquer coisa, ainda que

muito pequena, que possa

contribuir para conservá-lo,

deve considerar-se de gran-

de valor”.

Expressão típica de tal pedago-

choro ao contemplar a lua

que por tantos séculos com-

parece com regularidade a

iluminar as trevas da noite,

sem nunca desobedecer às

ordens do Criador, enquanto

que eu, que sou tão insignifi-

cante, eu, que dotado de

inteligência, deveria ter sido

fidelíssimo às leis do meu

Senhor, eu lhe desobedeci

tantas vezes; e de mil modos

o ofendi”.

Esta consciência o levará na

hora da morte a mandar, atra-

vés de Dom Bosco, uma men-

sagem à mãe, como vontade

última de reconciliação e de

paz: “Sim, digam a minha

mãe, que me perdoe todos

os desgostos que lhe causei

na minha vida. Estou muito

arrependido. Digam-lhe que

eu a amo; que persevere com

coragem no fazer o bem; que

eu morro de boa vontade;

que eu parto deste mundo

com Jesus e com Maria; que

vou esperar por ela no Céu”.

Miguel Magone era órfão de

pai. Quando se encontrou pela

primeira vez com Dom Bosco

na estação de Carmagnola

ouviu a recomendação: “Hoje

de noite faça uma oração fer-

vorosa ao nosso Pai que está

nos céus; reze de coração,

confie nele e ele haverá de

providenciar por mim, por si

e por todos”.

O Pai-nosso de Miguel Mago-

ne, dito de coração, revelou o

amor providente e previdente

de Deus através do carisma de

Dom Bosco.

D. Bosco escreveu a vida de três seus alunos para apresen-tá-las como modelo para os outros jovens.

Apresentamos o trabalho do P. Cameroni, publicado em ANS, onde nos da os traços fundamentais dum rapaz sim-pático: MIGUEL MAGONE, que também pode ser modelo para os adolescentes e jovens

moçambicanos.

Page 12: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

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Continuamos apresentando alguns textos da carta dos Bis-pos de Moçambique “SALVAGUARDAR A VIDA HUMANA”, e fazendo alguns comentários que nos ajudem a fomentar em nós o cuidado pela família, como núcleo fundamental

de toda sociedade e como base da Igreja doméstica. Neste número do BS estudamos os números 4-9.

Nestes dias falava-me uma

senhora de que o nosso mundo

se está a ‘tornar um inferno’.

Falava assim, após a notícia de

que um polícia tinha morto um

chapeiro no bairro T3, de

Maputo. E começou a falar de

outras faltas de respeito contra

as pessoas e contra a vida.

Há poucas semanas assistimos

na TV à tremenda tortura públi-

ca e ao posterior assassinato

dum taxista moçambicano pela

polícia de África do Sul.

Porque passa isto? Porque tan-

ta morte e tanta violência con-

tra a vida?

Os nossos Bispos oferecem a

sua resposta no nº 4:

«Todo o debate acerca dos

valores fundamentais duma

sociedade tem de ter em con-

ta que, no universo material,

a vida não é um acidente,

mas a essência do ser huma-

no, pelo que, sem ela tudo o

resto não tem valor...» (n. 4).

Diante duma sociedade, sobre-

tudo a urbana, onde parece

que o outro não conta, onde se

pode matar com facilidade,

onde qualquer coisa vale mais

que a vida, que é um dom de

Deus, nós cristãos e os

homens e mulheres de boa

vontade somos chamados a

ser LUTADORES PELA VIDA,

a recuperar e a enriquecer a

nossa sociedade moçambicana

com o amor à vida humana,

desde que está no seio mater-

no até ao final dos seus dias.

A família está chamada a ser o

‘sacrário’ da vida humana, o

lugar onde ela nasce, se

desenvolve, onde é amada e

protegida, onde é cultivada e

cultivado o amor entre todos.

Os Bispos nos indicam que «o

espírito relativista põe em

causa os valores morais,

relega a religião ao segundo

plano e à índole privada,

colocando o homem como o

ponto de partida e meta de

tudo» (n. 4).

O problema «agrava-se quan-

do este homem se perde no

horizonte existencial, voltan-

do-se contra o próprio Cria-

dor e pondo em discussão

todo o projecto da cria-

ção» (n. 5).

Daí, compreendemos alguns

comportamentos graves nasci-

dos na nossa moderna socie-

dade que vive esta mentalida-

de ‘relativista’, onde o centro

sou ‘eu’ e não o NÓS, onde o

TU de Deus desaparece para

eu me tornar o meu deus:

«Hoje em dia – continuam a

escrever os Bispos - a moral e

todo o conjunto de regras

morais são vistos por muitos

como cúmulo de normas,

ordens, proibições e leis

impostas pela autoridade e

que vão contra os gostos,

aspirações e tendências

naturais e impedem o gozo e

a alegria de uma vida

feliz» (n.6).

Esta mentalidade, infiltrada já

nas novas gerações, justifica

certos comportamentos que,

em nome da própria liberdade

e autonomia, vão contra a vida,

contra o amor, contra Deus e,

em definitiva, contra nós mes-

mos.

Escrevem os Bispos: «É nesse

contexto que se insere o

desejo (nas próprias leis

moçambicanas!) da despenali-

zação do aborto, da legaliza-

ção da bigamia, das ‘drogas

ligeiras’ e de outros crimes

hediondos» (n. 6).

Nas famílias temos essa gran-

de e difícil tarefa de formar as

consciências dos filhos para

caminhar na lei de Deus, na lei

do Amor, na lei da vida.

Page 13: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

A MENTIRA

DA LINGUAGEM

Ao falar sobre o aborto, os Bis-

pos dizem na sua carta que

«hoje em dia já não se fala

muito sobre aborto, prefere-

se falar de interrupção volun-

tária da gravidez. Isto suscita

mais simpatia, porque o

aborto faz referência ao bebé

que se impediu de continuar

a crescer e a viver, e o con-

ceito interrupção voluntária

da gravidez faz referência à

mãe e o exercício da ‘sua

liberdade’» (n. 7).

Os grupos pro-abortistas, tão

sensíveis!, manipulam as pala-

vras e a ideologia relativista de

que se falou na pagina anterior

aparece aqui manifesta:

- a mulher-mãe, dizem, têm

direitos sobre o seu corpo, ela

é que deve decidir, mais nin-

guém...

Mas, é que o bebé, mesmo

’embrião’, nunca foi o corpo da

mãe, é outro ’ser vivo’ no cor-

po da mãe. A ciência cada vez

mais o confirma.

Conclusão: a mulher e os

outros colaboradores do abor-

to, não têm nenhuma autori-

dade para ‘liquidar material-

mente’ essa nova vida!

Na linha do pensamento da

Igreja, os Bispos são claros ao

afirmar que «o aborto provo-

cado (...) é um atentado con-

tra a preciosidade da

vida» (n. 8), «é sempre uma

violência injusta contra um

ser humano, que nenhuma

razão justifica eticamente

(...), por isso, «a Igreja Católi-

ca considera a despenaliza-

ção e legalização do aborto

uma aberração ética, destina

a promover a prática pelo

desrespeito pela vida

alheia» (n. 9).

Vejamos com atenção as pala-

vras fortes dos Bispos:

ATENTADO

VIOLÊNCIA INJUSTA

ABERRAÇÃO ÉTICA

DESRESPEITO

É triste contemplar como na

nossa sociedade moçambicana

(lembramos que na cultura

africana a vida se respeitava,

era um dom!), o aborto passou

a ser mais ‘uma doença’.

É triste observar como no mun-

do juvenil, ‘fazer aborto’ é o

recurso fácil para resolver pro-

blemas de comportamentos

imaturos e irresponsáveis. E

muito mais grave, quando são

os adultos a promoverem

esses abortos.

É muito doloroso ouvir a

mulheres jovens que fizeram o

aborto, o sofrimento que levam

nos seus corações. Foram

enganadas! O aborto lhes trou-

xe uma dor imensa na vida!

Page 14: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

Do dia 13 ao 15 de Fevereiro

reuniu-se em Lubumbashi

(R.D. Congo), na casa Inspec-

torial, por primeira vez, a equi-

pa de coordenação da Comuni-

cação Social da região África-

Madagascar. Estiveram pre-

sentes P. Faustino Garcia, Ins-

pector da AFO que acompanha

a comissão de CS, o P. Sebas-

tião Koladiyil como Secretário

da equipa e o P. Jean Marc

Marie Ngoie como Coordena-

dor Regional da CS.

Neste primeiro encontro dedi-

cou-se o tempo a planificar o

trabalho da comissão de CS.

Igualmente, preparou-se o pla-

no regional da CS assim como

a planificação dos trabalhos e

de partilha de tudo aquilo que a

comissão tem de realizar para

concretizar a missão na região.

Programou-se também o próxi-

mo encontro de todos os dele-

gados da região.

Page 15: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

Continuamos apresen-tando algumas das ideias propostas do Rei-tor Mor a toda a Família

Salesiana na Estreia de 2013 cujo tema central, em vista do Bicentenário do nascimento de Dom Bosco em 2015, é o Sis-

tema Preventivo.

(À esquerda o cartaz oficial do 2º ano de preparação ao bicentenário)

Page 16: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

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Page 17: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

Page 18: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

Durante a sua vida Dom Bosco

tratou a educação como uma

missão e defendeu a ideia de

que antes de educar é preciso

amar. Relatos da sua biografia

garantem que ele faria tudo

para impedir que jovens aban-

donados ou em situação de ris-

co fossem obrigados a compor-

tamentos que os empurrassem

para o mundo da marginalida-

de.

O Sistema Preventivo de Dom

Bosco sugere ao educador que

se disponha a ser uma presen-

ça significativa junto dos

jovens. Para atrair a sua aten-

ção e confiança, Dom Bosco

não poupou esforços. Desen-

volveu habilidades várias:

mágica, acrobacia, malabaris-

mos, música, poesia, canto... O

seu objetivo foi sempre condu-

zir os jovens para Deus.

Dom Bosco via longe, previa o

futuro, mas vivia com os pés

bem assentes no chão. Estava

convencido de que para ter

uma sociedade harmoniosa era

preciso educar a juventude e

oferecer-lhe os meios para que

pudesse viver o seu projeto de

vida com segurança e dignida-

de.

Embora as suas ideias pedagó-

gicas tenham sido colocadas

em prática no século XIX, a

sua experiência educativa

gerou frutos que permanecem

espalhados pelos cento e trinta

e dois países em que os Sale-

sianos estão presentes e conti-

nuam a ter um lugar de desta-

que no universo da educação.

Segundo Dom Bosco, em todo

o jovem, mesmo naquele que

apresenta comportamento mais

rebelde, há um ponto accesível

ao bem e a primeira tarefa do

educador é procurar esse pon-

to e tirar bom proveito dele. A

metodologia e prática educati-

va de Dom Bosco permitem

afirmar que os educadores

assimilam a sua pedagogia

tanto mais quanto considera-

rem a educação, não como

uma profissão, ma como uma

vocação. A história revela que

Dom Bosco dedicou toda a sua

vida aos jovens, com atitudes

audaciosas e sempre aberto à

inovação. Deste modo foi pio-

neiro na sociedade da época e

proporcionou novas oportuni-

dades a milhares de jovens.

Façamos justiça ao nome que

temos, e a Dom Bosco nosso

mestre e pai que pelos jovens

mais pobres gastou toda a sua

vida.

P. Artur Pereira Provincial Salesiano

de Portugal

Nestas páginas centrais dedi-cadas este ano ao Sistema Preventivo, apresentamos um bonito artigo sobre o tema,

publicado na revista dos Sale-sianos de Portugal, ‘Boletim Informativo nº 307’. Agrade-cemos a autorização para esta publicação.

Page 19: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

No domingo 17 de Março de 2013, reali-

zou-se na Casa ‘Madre Rosetta’ das

FMA do Jardim um encontro formativo

dos Conselhos locais do sul dos diferen-

tes grupos da Família Salesiana. Partici-

param perto de 40 pessoas.

O encontro iniciou às 8,30 com a Euca-

ristia dominical presidida pelo P. Améri-

co, à qual seguiu um momento de inter-

valo que serviu para cumprimentar o Sr.

Arcebispo de Maputo, Dom Francisco

Chimoio que vinha de celebrar na Paró-

quia do Bom Pastor.

Depois seguiu-se o momento formativo

animado pelo P. Rogelio. O tema era o

estudo da CARTA DA IDENTIDADE

CARISMÁTICA DA FAMÍLIA SALESIA-

NA, documento aprovado pelo Reitor-

Mor em 2012 para todos os grupos per-

tencentes oficialmente à nossa Família

carismática.

Acabou o encontro às 12,30 com as

informações dadas pelo P. António Tal-

lón, destacando dentre elas, a visita que

vem fazer uma equipa enviada de Roma

à nossa Família Salesiana durante uma

semana em Abril. No próximo número do

BS poderemos dar informação detalhada

sobre esta visita.

Page 20: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

O BS, seguindo a tradição de Dom Bosco, ale-gra-se com toda a Igreja e com toda a FS pela

escolha do novo Sucessor de Pedro: PAPA FRANCISCO.

Acolhemo-lo com a oração e o coração! Acolhamos a sua mensagem !

Page 21: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

Santo e Beatíssimo Padre,

eis-me com esta missiva à Sua

presença para manifestar-Lhe

os sentimentos de homenagem

e bons votos da Congregação

e de toda a Família Salesiana,

por Sua eleição a Bispo de

Roma e a Sumo Pontífice...

Rendemos agora graças a

Deus por ter-nos dado um

outro grande Pastor na pessoa

do Sucessor de Bento XVI,

exactamente em Vossa Santi-

dade, amadíssimo Papa Fran-

cisco.

Neste momento, como cristãos

e religiosos salesianos,

enquanto lhe queremos

expressar nossa alegria por

sua eleição, renovamos-Lhe

nossa fidelidade, assegurando-

Lhe o respeito filial herdado de

Dom Bosco...

Desde o momento de Sua elei-

ção e apresentação, quedamo-

nos fascinados pelo nome

assumido como Pontífice, que

muito bem enfeixa alguns dos

traços da Sua pessoa e anun-

cia um programa de renovação

da Igreja, restituindo-a à sua

verdadeira identidade e ao

Evangelho, através da simplici-

dade, da austeridade, manten-

do fixo o olhar no Senhor

Jesus...

Asseguramos-Lhe a nossa ora-

ção. O Espírito Santo O assista

no delicado mister que a Provi-

dência Lhe quis confiar, e a Vir-

gem Maria Lhe seja sempre a

grande Auxiliadora do Seu

Ministério.

Roma, 19 de março de 2013

P. Pascual Chávez Villanueva

SDB -Reitor-Mor

Santidade,

é com imensa alegria que

vimos até Vossa Santidade

para exprimir-Lhe os nossos

mais cordiais augúrios pela

missão de Sumo Pontífice da

Igreja Católica e de Bispo de

Roma a que foi chamado pela

vontade dos Cardeais partici-

pantes do Conclave.

A oração pelo Papa e por Suas

altas responsabilidades vê-nos

empenhadas na vanguarda,

também pelo amor ao Suces-

sor de Pedro que o nosso Fun-

dador e Pai, São João Bosco,

legou como mandado a toda a

Família Salesiana.

Agora que podemos pensar no

Papa com um nome e rosto, a

nossa oração será ainda mais

intensa.

...Em nome de todas as Filhas

de Maria Auxiliadora esparsas

pelos cinco Continentes, expri-

mo-Lhe a filial adesão ao seu

Magistério de Pastor e Pai da

Igreja universal.

Irmã Yvonne Reungoat

Superiora Geral das FMA

Page 22: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

A comissão provincial das Es-

colas e Centros Profissionais,

da Inspectoria ‘São João

Bosco’ das FMA de Moçambi-

que, organizou vários encon-

tros formativos das Comunida-

des Educativas das diferentes

casas.

O primeiro encontro realizou-se

no dia 9 de Fevereiro, no Cen-

tro Dom Bosco de Infulene.

Participaram as CE de Namaa-

cha, Jardim, Casa Provincial e

Infulene.

O segundo encontro realizou-

se no dia 16 de Fevereiro no

Colégio Laura Vicunha de I-

nharrime. Neste lugar ajuntou-

se também a CE da Escola

Profissional Domingos Sávio

dos Sdb de Inharrime.

Nestes dois lugares o encontro

de um dia inteiro dividiu-se em

dois momentos formativos:

- pela manhã, a Ir. Alice Alberti-

na animava a formação sobre a

Educomunicação.

- pela tarde, o P. Rogelio Are-

nal animava a formação sobre

a Estréia do Reitor Mor 2013.

A Ir. Carolina, animadora da

Comissão organizadora, apre-

sentou em ambos encontros o

novo documento : ‘Carta de I-

dentidade das Escolas e Cen-

tros Profissionais das Filhas de

Maria Auxiliadora’.

As outras comunidades educa-

tivas Fma do centro e norte do

país tiveram também os seus

encontros formativos seguindo

o esquema das do sul.

Page 23: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

"Ser hoje com os jovens CASA que

evangeliza" Este é o tema do próximo

Capítulo Geral XXIII que, com

a circular Nº 934 Madre Yvon-

ne Reungoat convocou oficial-

mente.

Ele terá início em Roma no dia

22 de setembro de 2014, na

Casa Geral. Como Reguladora

do Capítulo a Madre designou

Ir. Chiara Cazzuola.

« A casa - continua a circular -

n a t r a d iç ã o s a l es ia n a

é ambiente de família formado

por FMA, jovens e leigos,

é clima de corresponsabilida-

de que favorece o crescimento

das pessoas, fortalece a ale-

gria, é espaço de anúncio de

Jesus e apelo vocacional . É

experiência de comunhão no

estilo do Sistema preventivo,

que dilata os horizontes da

missão aos apelos da Igreja e

da realidade. Nela, é importan-

te que os jovens se sintam feli-

zes e sejam connosco protago-

nistas activos, envolvidos na

missão evangelizadora, espe-

cialmente em meio a outros

jovens».

as acompanham. Os mesmos

pais ou encarregados não têm

os valores...

Este Centro sim ajuda a cres-

cer às jovens, a pesar de haver

resistência.

Sou Reinaldo Celso, do Colegio

Maria Auxiliadora de Namaacha.

Já levo sete anos na educação e

sete anos também no Colégio

Maria Auxiliadora.

A minha experiência de profes-

sor-educador é uma experiência

muito boa. Por acaso, não espe-

rava quando fui mandado para

esta Escola, não tinha percebido

bem a diferença entra ela e as

demais. Por isso, quando entrei

passei pelas formações e então

percebi que a ideologia, a filoso-

fia era diferente. E eu acabei

também sendo diferente. Eu

também transformei-me noutra

pessoa também diferente.

Hoje nós temos jovens mais

preocupados, tal vez não encon-

trem uma resposta ainda. São

jovens dinâmicos. Quando nós

damos uma oportunidade para

se expressarem notas neles a

vontade de fazer e a vontade de

ser. Apenas precisam da pre-

sença, de acompanhamento.

E gosto muito desta pedagogia

salesiana, desta pedagogia do

amor. Acredito nessa pedago-

gia. É complicado, não vou

negar. Este método preventivo é

a diferença que eu mais gosto.

Sou Olinda Jõao, do Centro

Dom Bosco do Jardim.

Dou aula de português e tam-

bém trabalho na área da assis-

tência social com as alunas: vejo

o comportamento das alunas

nas chegadas, também para ver

como elas vestem os uniformes,

como cumprimentam (mesmo ao

guarda que está na porta, saber

que ele é importante), …e outros

comportamentos, pois estamos

formando uma boa cidadã, e

elas têm que aprender, a partir

da sua idade juvenil, a saber

como se comportar.

Sinto-me feliz de estar no meio

das jovens. As acompanho dia a

dia, a pesar de haver muitas

diversidades. Me sinto como

mãe, além de ser professora.

Vou dando a minha experiência,

o que eu vivi antes e o que esta-

mos a viver agora, tentando pas-

sar os valores para elas no dia a

dia para se formarem e serem

boas pessoas.

As dificuldades que encontro

são nas próprias jovens: a resis-

tência. Há muita resistência, por-

que o que aprendem lá fora não

é o que vêm encontrar dentro da

escola. Há muita diferença.

Também penso que os pais não

Page 24: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

A minha família é a raiz da

minha vocação missionária.

Para mim, meu pai e minha

mãe são exemplos vivos de

caridade e de fé. Lembro-me

de que quando criança capri-

chava em memorizar o evange-

lho dominical a fim de que fos-

se escolhido para o dramatizar

na frente dos meus coetâneos

durante a catequese dominical.

Voltando para casa, eu e os

meus amigos rivalizávamos por

repetir as orações que havía-

mos ouvido durante a Missa,

até que um dia minha mãe veio

a saber: proibiu-nos terminan-

temente imitar as orações do

Sacerdote na Santa Missa.

Obedeci. Mas sempre quis ser

sacerdote.

Depois do colegial, pedi e fui

aceite como aspirante salesia-

no. Durante esse tempo decidi

manifestar o meu desejo de ser

missionário ao meu director

espiritual e ao Director da

Comunidade: ambos me incen-

tivaram a rezar.

Como jovem salesiano, minha

vocação missionária cresceu

ainda mais concretamente,

sobretudo quando fui mandado

fazer uma experiência apostóli-

ca num campo de refugiados.

Devia ocupar-me dos meninos.

Num dia de calor, estava can-

sado: preferi não participar dos

jogos dos rapazes, embora

estivesse ali presente fisica-

mente. Um deles se aproximou

e sentou-se a meu lado. Passa-

dos alguns momentos de silên-

cio, perguntou: “Irmão, o que

foi que Deus não lhe conce-

deu? É que vejo que hoje o

senhor não está feliz”. Não

consegui responder e devolvi a

pergunta... De repente debu-

lhou-se em lágrimas. Mais tar-

de, vim a saber que fora um

soldado e que a sua experiên-

cia continuava a torturá-lo.

Quando, por fim, eles voltaram

às suas terras, os rapazes me

convidaram a ir com eles.

Essa experiência me ficou mui-

to viva na lembrança. Depois

das férias de verão, voltei a

falar de missões com os meus

directores, que me ajudaram a

fazer o discernimento. Por últi-

mo enviei o meu pedido ao Rei-

tor-Mor que me destinou a

Papua Nova Guiné, no Pacífi-

co.

“Por que vai ao exterior se na

África precisamos tanto de mis-

sionários?” – foi a pergunta que

muitos me fizeram. De fato, a

África precisa ainda de muitos

missionários. Mas é também

verdade que minha Inspectoria-

Mãe recebeu muito. Graças

aos sacrifícios dos missionários

do Projeto África, o carisma

salesiano já é florescente.

Creio que agora chegou o

momento de compartilhar dos

primeiros frutos já obtidos.

Estou realmente feliz por ter

sido enviado a Papua Nova

Guiné, a este povo tão alegre e

acolhedor. O que me impres-

siona é que há tantas ilhas na

Oceânia que esperam pelo pre-

sente de um missionário que os

ajude a aprofundar a Fé.

Para mim o início não foi nada

fácil: a comida e a cultura

foram algumas das minhas

experiências mais duras.

Foram muitas as noites passa-

das em claro! Agradeço ao

‘Curso de Novos Missionários’,

de Roma, que me preparou psi-

cologicamente a enfrentar esse

choque cultural e ser realista

perante o que me espera. Con-

tar com um director espiritual

ajudou-me também a ver a rea-

lidade por outra perspectiva,

diferente: que nós, missioná-

rios, podemos fazer florescer o

carisma salesiano também

aqui.

Clérigo Stephen Musya Maswili

SDB de Quénia

Page 25: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

No mês passado a nossa Rádio estreou 3 novos programas, todos

sob a direcção do Pe. Carlos Artur Ochoa:

O "Pensamento do Dia" passa de segunda a sexta-feira, em que o

Pe. Artur fala de temas que são sempre actuais como a valores

pessoais, família, sociedade, Igreja e valores tradicionais (Culturais

Africanos).

"Nossa Hora" programa dirigido aos adolescentes da nossa Vila e

localidades vizinhas, apresentado por 4 adolescentes da nossa

Paróquia, transmitido todos os domingos as 18h.

E por fim temos o "Batukada", programa dirigido aos jovens, e tam-

bém ele apresentado por jovens da Paróquia. Neste programa o

publico pode interagir enviando sms com perguntas, duvidas ou

apenas dando a sua opinião sobre o tema. Com transmissão todas

as sextas-feiras às 18h.

Os dois programas são do tipo formativo-debate e são apresenta-

dos em directo. Aqui fica o que dois dos nossos jovens têm a dizer

do seu programa:

~ Euclides 23 anos apresentador do "Batukada": “O meu principal

objectivo é chamar atenção de toda a sociedade juvenil que se

encontra desmoralizada,(...)e espero que comecem a valorizar-se!"

~ Marciela 20 anos apresentadora do "Batukada":"- É primeira vez

que apresento rádio e sinto-me muito orgulhosa e divertida porque

gosto do programa e aprendo muito coisa importante e interessan-

te."

Benedita Siqueira

Os meios técnicos da Comunicação Social sempre foram fiéis companheiros no caminho evangelizador da Igreja e dos Salesia-nos. Entre eles, o mais clássico e ainda muito necessário, é o da rádio.

Apresentamos brevemente algumas novidades na rádio da Missão salesiana de Moatize (Tete), que dentro da sua simplicidade, para muita gente é a sua primeira rádio a escutar cada dia.

Muitas vezes quando ouvimos a

palavra APÓSTOLO parece que

são somente aqueles que anda-

vam, comiam e pregavam com

Jesus no Seu tempo; isto é, o gru-

po dos 12... Alguns daqueles que

seguiram Jesus tinham sido dos

discípulos de João Baptista e

outros ainda tinham feito algumas

experiências de seguir Jesus não

de forma radical, mas de longe

como a maioria do povo. P para

ser apóstolo é preciso antes ser

discípulo...

Esta experiência passa por um

exercício de muita renúncia, e a

coragem de caminhar ao encontro

de um povo fatigado e carregado

de muitas esperanças, de ouvir

uma palavra consoladora e anima-

dora.

Há muitas zonas da Paróquia de

Zóbwè onde o povo tem muita

sede de ouvir alguma palavra do

sacerdote. Há muitas crianças que

somente ouviram dizer a palavra “

padre” mas nunca tinham visto um

padre. Que pena! Coitados! É mui-

to frequente ver comunidades

onde o único padre que passou foi

o falecido Padre Bernardo Soares,

ver crianças que não piscavam os

olhos para ver de perto o Padre e

outros com medo, apesar de falar-

mos a mesma língua e termos a

mesma cor.

O trabalho é intenso e temos mui-

tos desafios. Temos os limites

pelas distâncias e estradas intran-

sitáveis no tempo chuvoso para

alem das zonas onde nem o carro

pode passar, apenas vai-se de

bicicletas ou de mota.

P. Filipe Ajuda, Sdb

Page 26: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

PROJECTO EUROPA: ENCONTRO DOS MISSIONÁRIOS

(ANS – Péliföldszentkereszt) – Nos dias 1-3 de Março, realizou-se em

Péliföldszentkereszt, Casa-Mãe dos Salesianos da Hungria, um encontro

para os missionários do Projeto Europa (PE), presentes na Áustria, Bul-

gária (da Inspetoria da República Tcheca) e Hungria. Presentes 16 mis-

sionários e os salesianos adidos à sua inserção nas respectivas Inspecto-

rias.

O encontro foi convocado pelo P. Václav Klement, Conselheiro para as

Missões Salesianas, como estágio de monitoria e continuação do traba-

lho iniciado em Novembro de 2011 em Roma, durante o primeiro encon-

tro dos missionários na Europa. Na carta de convocação o P. Klement

havia apresentado os objectivos da reunião: examinar a inserção e a for-

mação dos missionários; e partilhar as próprias experiências e as das

comunidades que os acolhem, a fim de formular propostas e sugestões em favor do PE.

As sessões de trabalho foram moderadas pelo P. Alfred Maravilla, Encarregado da formação missionária junto ao Dicastério

das Missões. O tema que emergiu de todos os debates foi a importância do acompanhamento dos missionários por parte das

Inspectorias que os recebem, a fim de favorecer a sua inserção e inculturação. Neste contexto os elementos fundamentais

para um êxito feliz são tanto uma atitude acolhedora pelos salesianos das Inspectorias que recebem os missionários quanto a

abertura às contribuições e ao dinamismo que os missionários podem dar à revitalização do carisma salesiano.

Entre Novembro de Dezembro de 2012 os missionários do PE, na França (FRB) e Bélgica Norte (BEM), junto com os salesia-

nos que os acompanham na inserção, já realizaram análogo encontro em Lião, França.

O PAPA FRANCISCO RECEBE AO REITOR MOR P. PASCUAL CHÁVEZ

(ANS – Roma) – Na tarde de ontem, 21 de março, o Reitor-Mor, P. Pascual Chá-

vez, e o seu Vigário, P. Adriano Bregolin, foram recebidos pelo Papa Francisco,

no Vaticano, num encontro marcado por grande familiaridade. O Papa recebeu

com espontaneidade a carta e os brindes do P. Chávez e P. Bregolin, mostrando-

se disponível a visitar Turim em 2015.

“Foi um encontro breve, de 15 minutos, mas de grande intensidade, em que entre-

gamos ao Santo Padre a Carta que lhe havia escrito por ocasião do início do seu

Pontificado e a Estátua de Nossa Sra. Auxiliadora, que logo beijou – referiu o Rei-

tor-Mor.”

“Tudo quanto vimos e sentimos desde a sua primeira apresentação na Praça de São Pedro, na noite inesquecível da sua elei-

ção, voltamos a reviver e a experimentar pessoalmente ontem de tarde: a sua acolhedora simpatia, a grande simplicidade, a

cordialidade, a capacidade de escuta e de relacionamento. Reconheceu-me; e o abraço com que me recebeu fez-me sentir a

sua grande paternidade”.

“Pediu-me notícias da minha saúde, porque soubera que não havia passado muito bem. Perguntou-me outrossim pelo termo

do meu mandato como Reitor-Mor. Disse-lhe que, graças a Deus, havia de tal modo recuperado a saúde que pudera levar

adiante o meu serviço; e que dentro de um ano haveria de terminar o meu encargo de Superior”.

“Juntos relembramos alguns acontecimentos: como quando em Aparecida pedi que a beatificação de Zeferino Namuncurá

não se fizesse em Buenos Aires, mas em Chimpay, motivando o pedido com a explicação de que ‘na Patagônia os Salesianos

fizeram tudo’; o seu passado como aluno do Colégio Salesiano de Ramos Mejía; a sua devoção a Nossa Sra. Auxiliadora, que

ele exprimia indo ao seu Santuário, em Almagro, todo dia 24 do mês, para celebrar a Eucaristia; ele mesmo recordou que

exactamente naquele santuário fora baptizado, sempre por um salesiano, P. Enrico Pozzoli; e falamos também da sua afilia-

ção ao Clube de Futebol São Lourenço, de que ainda conserva a sua primeira carteirinha desportiva”.

Page 27: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

ENCONTRO ENTRE CULTURAS

(ANS – Sherbrooke) – De 1° a 16 de Março cerca de 20 adolescentes

canadenses que frequentam o grupo Missionário Salesiano Juvenil

(JMS), de Sherbrooke, fizeram uma expedição a Santa Catarina, México,

onde conviveram com outros 30 jovens, seus coetâneos. O confronto

entre experiências de vida diferentes foi enriquecedor para todos.

Chefiou a expedição dos jovens canadenses, a 20ª desse tipo, o P. Alain

Léonard, salesiano, membro da comunidade de Sherbrooke e responsá-

vel e guia das 19 edições precedentes. Durante as duas semanas de per-

manência, os jovens de Sherbrooke compartilharam seus dias com crian-

ças e adolescentes mexicanos, estando-lhes ao lado em variadas activi-

dades: passeios culturais às localidades mais características da região,

momentos de espiritualidade, jogos e trabalhos manuais, mostrando como preparar a terra para as plantações das várias cul-

turas. O confronto, além do linguístico, foi sobretudo sobre os desafios típicos da própria idade.

“Esta experiência, qualificada como ‘stage’ de cooperação internacional, recordou aos rapazes que para mudar o mundo é

antes necessário mudar a si mesmos – sublinhou o P. Léonard –. Com efeito o desafio foi o de encorajar e sustentar, no quoti-

diano, a quem recebeu menos; de concentrar-se mais nos outros, de que em si mesmos; de optar preferivelmente pelo essen-

cial, não pelo acessório; de relativizar os nossos pequenos problemas pessoais e de viver na alegria, como os nossos amigos

mexicanos, no pleno espírito salesiano”.

Entre os rapazes canadenses e os mexicanos houve também momentos intensos, como quando os jovens mexicanos falaram

do problema da droga em Chignahuapan.

Jovens de Sherbrooke, que muito aprenderam dessa experiência, disseram: “Mudou a minha percepção do mundo: eu olhava

o mundo através das lentes ‘estado-unidenses’; mas agora é como se o visse através de outras lente, muito mais abertas”; “O

que me fica da viagem é ter partilhado uma certa pobreza: havia muito auxílio mútuo entre as pessoas... Todos partilhavam. E

as dificuldades se superavam juntos”.

Também do ponto de vista relacional, os jovens canadenses aprenderam muitas coisas: “Criaram-se lindas amizades, tam-

bém sem computador ou celular”. E ainda: “Esta viagem aumentou o meu amor ao próximo. Lembrou-me que ser feliz é muito

simples: basta um sorriso”.

JOVENS INDIANOS PELO MUNDO MELHOR

Cherrapunjee, Índia – Fevereiro de 2013 – De 15 a 17

de fevereiro, no Santuário Dom Bosco, de Cherrapun-

jee, pertencente à Inspetoria salesiana de Silchar (INS),

realizou-se o encontro juvenil sobre o tema “Juntos

rumo a um mundo melhor”. Do evento, organizado pelo

Movimento Juvenil Salesiano, do Departamento de Sil-

char, tomaram parte cerca de 800 jovens. Presentes ao

encontro Dom Dominic Jala SDB, Arcebispo de Shil-

long, e o P. George Maliekal, Inspetor da INS.

VIOLÊNCIA SEXUAL E JOVENS

Cidade do Cabo, África do Sul – 1° de março de 2013 – No

dia 1° de março, na Escola salesiana ‘Don Bosco Hostel’,

realizou-se um encontro sobre o tema da violência sexual,

moderado pela Sra. Mildrett Stevens, Agente Social. Partici-

param os alunos do Instituto. A iniciativa foi lançada pelo

Departamento da Instrução Pública, da África do Sul, em

todas as Escolas da Nação, para fazer frente à chaga da

violência sexual, crime realmente mui difundido no País.

Page 28: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS NO ZOBWÈ

Uma das prioridades da nossa Paró-

quia de Zobwè é a formação dos

agentes da pastoral. Portanto, uma

das áreas mais urgentes é a cate-

quese. Por isso neste ano querendo

melhorar a qualidade no anúncio

explícito de Jesus às crianças, ado-

lescentes e jovens, achamos por

bem iniciar com a formação dos

catequistas. Assim sendo, começa-

mos com esta formação na sede paroquial na semana antepassada e na semana

passada demos a formação na zona de Mussacama e na próxima semana chega-

remos até Nkondezi.

Esta formação visa também a mudar o antigo catecismo que consistia nas per-

guntas e respostas, introduzindo agora um catecismo com temas bíblicos, refle-

xão e perguntas no fim de cada tema. São bons catecismos que estão ser usados

toda a zona fronteiriça de Moçambique, mas são livros feitos no Malawi. Essa acti-

vidade é realizada todos os sábados de manhã, durante somente este mês de

Fevereiro.

Proximamente vamos iniciar com a formação bíblica e litúrgica de todos os agen-

tes da pastoral de cada zona também. Essa actividade será realizada também a

parte de manhã, visto que nas tardes temos que atender outras situações na

paróquia.

P. Filipe Ajuda – Missão do Zobwè

MOAMBA CELEBRA

O PADROEIRO

A Vila de Moamba, pequena que é,

viveu no dia 10 de Fevereiro, a habi-

tual festa de São João de Brito,

padroeiro desta paróquia, neste

momento em obras de alargamento.

O padre Américo Chaquisse presidiu

a Eucaristia festiva.

Depois da Eucaristia, houve procissão

com o andor do Santo Padroeiro, que

seguiu o roteiro: casa das irmãs-praça

dos heróis-correios e entrou na estra-

da principal de regresso à paróquia.

Na entrada desta, os participantes

tiveram direito a uma senha que dava

direito a um quite de lanche.

No período da tarde, houve diversos

jogos com muitos prémios em vista, a

destacar: roupa, bolachas, pastilhas,

computadores, arroz, sal de cozinha,

etc. Já ao cair da tarde, os pequenos

participaram de uma corrida pedestre,

com direito a medalhas de ouro, prata

e bronze.

‘AMIGOS PARA SEMPRE’ NO CHIÚRE

Iluminadas pela pedagogia de Dom Bosco que levou vários jovens até aos altares,

as irmãs da comunidade de Chiúre, quiseram tornar perene a obra de Dom Bosco

ajudando as crianças no caminho da santidade.

Para tal, segundo as possibilidades do lugar, não será possível ainda este ano

ter o grupo de Lauras/os, apenas se preparara o ambiente para a implementação

do mesmo nos próximos anos.

É confortável observar o entusiasmo das crianças ao participar do grupo: 30 pré-

adolescentes e

adolescentes, que

se encontram nas

3ª feiras. De

momento o nome

do grupo é ‘Amigos

para sempre’. Este

será este o cami-

nho que irão trilhar,

procurando cultivar

boa amizade com

os colegas e com o

verdadeiro amigo:

Jesus.

Ir.E.Inacia Capela de Maria Auxiladora

em Inharrime

Page 29: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

IR. PAULA DE VISITA CHIÚRE

Foi entre os dias 9 a 14 de Fevereiro que a irmã Paula,

nossa Provincial, esteve de visita na comunidade Madre

Mazzarello de Chiúre.

No dia 11 encontrou-se com os membros da direcção da

Escola Dom Bosco onde apresentou a Carta de Identidade

das Escolas e Centros Profissionais das FMA. Ficou o com-

promisso de estuda-la e fazê-la operativa.

Ir.E. Inácia

A FAMÍLIA SALESIANA AO REDOR DE DOM BOSCO

Realizou-se na Missão de São José de Lhanguene

(Maputo), no domingo 3 de Fevereiro, o tradicional

encontro da Família Salesiana do Sul de Moçambique

para celebrar juntos Dom Bosco e dar início ao ano pas-

toral salesiano com a apresentação da estreia do Reitor

Mor e dos programas de cada grupo.

A eucaristia foi presidida pelo Provincial P. Américo. O

encontro foi coordenado pelo Delegado de Pastoral

Juvenil, P. Pescador.

Ao longo do encontro os diversos grupos foram apresen-

tando as suas propostas para este ano de 2013 tendo

em conta o ano da Fé, a estreia e os documentos dos

Bispos de Moçambique.

Estiveram presentes Sdb, Fma, Salesianos Cooperado-

res, ADMA, Antigos Alunos/as dos Sdb e Fma, Movimen-

to Juvenil Salesiano.

Foto 1: Os jovens de Moamba visitam os jovens do

Sabiè em vista da preparação da JMJ2013

Foto 2: Os tirocinantes (sdb jovens no estágio prático)

tiveram dois dias de formação na Visitadoria.

Foto 3: Primeira pedra das oficinas no Ins.Sup.D.Bosco

Page 30: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

ML: Sr. Cardeal, você conti-

nua denunciando a injustiça

onde ela exista. Está a sofrer

perseguições?

Cardeal: È verdade, muitas

vezes recebo insultos, também

ataques físicos, e por que não

dizer também, recebo apoios e

também orações, de tal manei-

ra que procuro seguir a minha

consciência, seguir a doutrina

social da Igreja e sobretudo o

Evangelho, e procuro fazer do

melhor que posso.

ML: Onde encontra tempo

para realizar tantas tarefas

que tem a serviço da Igreja?

Cardeal. Dom Bosco disse-nos

que o salesiano descansará no

céu... Mas, é sempre bom que

reservemos tempo sobretudo

para a oração, para mim é um

momento de descanso, de

retomar forças espiritualmente,

e é um momento que é muito

importante na minha vida.

ML: Não é um dilema pere-

ne, em muitos países, a desi-

gualdade entre ricos e

pobres?

Cardeal: Depois de tantos anos

de experiência estou convenci-

do que o actual sistema é um

sistema injusto que produz

desigualdades. Devemos reali-

zar um caminho novo...: A

opção preferencial pelos

pobres deve dirigir-se às

mudanças necessárias no sis-

tema económico.

ML: A Igreja fala há muito

tempo de opção pelos

pobres. O que deve fazer

hoje neste sentido?

Cardeal: A Igreja deve motivar

as mudanças do sistema eco-

nómico mundial. Não haverá

opção pelos pobres, se o siste-

ma não muda, se não muda o

comercio global…

Fala-se de comercio livre, mas

o comercio não é livre. Com o

proteccionismo e as subven-

ções não podemos falar de

comercio livre, o sistema está

realizado assim para proteger

alguns países…

ML: E mantendo uma povoa-

ção pobre, também se lhe

domina, não é?

Cardeal: É verdade. Aqui, pelo

menos em América Latina,

temos outra causa principal da

pobreza, que é a falta de famí-

lia, o grande número de filhos

de mães sozinhas que povoam

os nossos países e que perpe-

tuam a pobreza…

Outra causa da pobreza é a fal-

ta de educação. Se não temos

uma educação de qualidade

não podemos sair da pobreza.

ML: Outro grande problema

unido à pobreza é a corrup-

ção. Você disse que é ‘um

cancro’ que é antigo e tam-

bém novo.

Cardeal: A corrupção é um sis-

tema programado para enri-

quecer ilegalmente políticos

que chegam ao governo e

depois querem ficar todo o res-

to da vida sem trabalhar…

Quando um político se corrom-

pe e se enriquece ilegalmen-

te… defende-se com a corrup-

ção…

ML: O que pode fazer a gente

simples para lutar pela justi-

ça e para lutar contra as

desigualdades e contra a

corrupção?

Cardeal: A força que o povo

tem na democracia é no voto,

porque se os corruptos sabem

que o povo que toma consciên-

cia não lhes vota, inicia a

mudança. A arma do cidadão é

o voto e deve utilizá-lo com

consciência.

ML: Onde encontrar esperan-

ça num mundo com tanta

dor, tanta injustiça?

Cardeal: Se nós somos cris-

tãos, o nosso exemplo é o de

Jesus, e o Senhor Jesus teve

de lutar contra toda esperan-

ça… Sabemos que Deus quer

um céu e uma terra nova… e

isto o fará através de cada cris-

tãos, quando construímos o

Reino já nesta vida. A Comuni-

dade é o elemento fundamental

da nossa fé para viver a espe-

rança.

O salesiano, Cardeal Oscar Maradiaga, arzebispo de Tegu-cigalpa, nas Honduras e Presidente de Cáritas Internacio-nal, é um Bispo conhecido pelas suas denuncias contra as injustiças sociais e económicas, que são causa da maior

parte das pobrezas domundo. Na linha do Reitor-Mor que nos convida a viver uma ‘caridade’ também comprometida a favor da justiça no mundo, colocamos no BS algumas respostas da entrevista que deu à jornalista Maria Lozano para o programa ‘Where God Weeps’ e que publicou em italiano a agência Zenit.

Page 31: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

È com este lema que Dom

Miguel Ángel Olaverri, sale-

siano, novo bispo de Pointe-

Noire, República do Congo,

resume a determinação com

que deseja trabalhar pela uni-

dade em sua diocese, para

cujo governo foi nomeado no

dia 22 de Fevereiro passado.

Espanhol, da Navarra, nascido

em Pamplona, perfez toda a

sua formação inicial na Inspe-

toria de Valência. Pouco

depois da sua ordenação, em

1976, em Barcelona, partiu

como missionário à África.

Quais as exigências primá-

rias na diocese de Pointe-

Noire?

A diocese foi instituída em

1948. Hoje, a primeira e mais

importante exigência é a cons-

trução da comunhão eclesial...;

A necessidade de promover as

áreas rurais que foram muito

descuidadas e são ainda muito

primitivas, para que possam

gozar de infra-estruturas e de

pessoas que levem avante a

evangelização. Os transportes

estão melhorando: não em

todos os lugares, é claro, mas

ao menos em cerca da metade

das missões, no interior.

Temos duas zonas habitadas

por nativos (os que antes se

chamavam ‘pigmeus’): são as

zonas mais distantes da sede

da diocese, a cerca de 180

Kms, e a 10 dos confins com o

Gabão: ali só se chega e com

muita dificuldade pelo rio. Nes-

sas duas missões quase termi-

namos a construção da Casa

paroquial e de uma Igreja, que

inauguraremos no fim de

Junho.

Trata-se de uma das zonas

mais remotas da África?

Quando falamos de áreas de

floresta equatorial na nossa

Diocese, então, sim, ali é real-

mente muito difícil de chegar,

porque não existem meios de

transporte! Alguns meses atrás

tive de guiar de noite por estra-

das totalmente alagadas. E

neste ano as chuvas foram tor-

renciais.

Que mais nos pode dizer da

sua Diocese?

A Diocese tem 13 500 Km2...

Actualmente são 62 os sacer-

dotes diocesanos (com mais

outros 21 na Europa); há outros

onze, procedentes de ordens e

congregações religiosas, dos

quais 5 salesianos. Há além

disso 14 religiosos e 54 religio-

sas... As paróquias na cidade

são 19. Nas zonas rurais 11, e

em todas essas áreas não

temos nenhuma comunidade,

nem de religiosos, nem de reli-

giosas, o que significa que há

uma dificuldade muito grave

para a evangelização...Temos

hoje 32 seminaristas maiores e

um seminário menor.

Que pode dar o seu estilo e

coração salesianos a estas

terras?

Em primeiro lugar, uma aten-

ção especial aos sacerdotes

jovens... Quero assim estar-lhe

muito perto e animar suas ini-

ciativas.

Havendo, além disso uma

comunidade salesiana na qual

vivi por oito anos nesta cidade

haverá certamente uma com-

pleta atenção à Pastoral juvenil

que temos confiado a mesma

comunidade salesiana. Apoio-

os ao máximo; estou muito pre-

sente nas actividades juvenis

em nível diocesano.

Interessa-me também o futuro

dos jovens no que respeita à

criação de empregos, nas

escolas profissionais; e o cui-

dado dos presos na prisão cen-

tral, que em sua maioria são

jovens e que procuramos tratar

com todo o respeito, relacio-

nando-nos com suas famílias e

preocupando-nos por oferecer

alternativas quando deixam a

casa de detenção...

E quanto ao lema episcopal,

já pensou nele?

«Ut unum sint» (como rezava

o Senhor, ‘que sejam um’).

Creio que continuar na busca

da unidade também seja a coi-

sa melhor que possa fazer em

minha diocese a fim de que as

coisas corram bem.

A presença salesiana em África viu-se enriquecida com mais um Bispo salesia-no nomeado pelo Papa

emérito Bento XVI para o Congo. Trata-se do P. Ola-verri, que vive e trabalha nas terras de África desde a sua juventude. Já esteve em Moçambique a pregar Exercícios Espiri-

tuais aos salesianos. Apresentamos partes da entrevista de ANS.

Page 32: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

Cada momento da nossa vida

está impregnado da Divina Pre-

sença, que nos ama e nos

cumula dos Seus dons.

Viver a fé significa saber reco-

nhecer essa amorosa Pre-

sença sempre gratificante.

Graças à Fé, Cristo torna-Se

pouco a pouco a Luz que ilumi-

na toda a vida do homem e

todo o mundo. Assim, Ele torna

-se Presença viva e actuante

na vida dos Seus

discípulos e cada

momento da vida é

portador da Sua

Presença.

O tempo é a Pre-

sença escrita com

P maiúsculo; é a

Presença de Cristo

na nossa Vida, é a

Presença pessoal

de Deus, que Se

revela como

A l g u é m q u e

espera algo de

nós.

Deus manifesta-Se

através da Sua

Vontade: Mas, que

Vontade? Sempre

a do nosso bem. Oxalá que

pudéssemos ajudar os nossos

jovens a descobri-la a ser feli-

zes com Ela, pois Deus é

Amor.

Por isso cada instante da

nossa vida é momento de

encontro com esta Presença

que te ama. Alguém disse que

o tempo é como que o sacra-

mento do encontro do

homem com Deus, onde Ele

dá a Sua graça em todos os

momentos, sejam eles fáceis

ou difíceis. São Paulo diz que

nós vivemos em Deus, e n’Ele

nos movemos e somos. É por-

tanto d’Ele que recebemos,

não só o dom da existência,

mas também o da respiração,

do alimento, da amizade, a gra-

ça de cada momento da vida.

Santa Teresa do Menino

Jesus, dirá que “tudo é gra-

ça”, significa que Deus vem a

nosso encontro sob a forma de

dom, Ele quer que para nós

tudo resulte bom. Como é

importante então que acredite-

mos na sua Presença constan-

mos na sua Presença constan-

te, a qual se manifesta dos

mais diversos modos.

O Momento presente,

qualquer que seja ele,

é sempre portador do

Amor. Mesmo no

momento em que

pecamos está cheio

de graça de Deus,

pois ele está junto de

nós e ama-nos: Ele

não quer a morte do

pecador senão que se

converta e viva, diz

Ezequiel.

Uma perspectiva para

viver a nossa Fé

como o ‘sacramento’

do nosso encontro

com Deus e com a

Sua Misericórdia, com

o Seu Amor por cada

um. Se desta manei-

ra, considerássemos todos os

momentos da nossa vida, cer-

tamente nasceria em nós uma

oração espontânea que tende-

ria a tornar-se oração contínua

e nossa vida passaria a ser

uma constante oração, uma

procura contínua de viver na

Sua Presença que constante-

mente nos envolve.

Miguel A.Delgado Herrera,

Sdb

Page 33: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

Queridos jovens (2ª parte):

UMA CHAMADA URGENTE

A história mostra-nos muitos

jovens que, através do dom

generoso de si mesmos, contri-

buíram grandemente para o

Reino de Deus e para o desen-

volvimento deste mundo, anun-

ciando o Evangelho.

De um modo geral, diante das

dificuldades do mundo contem-

porâneo, muitos se perguntam:

E eu, que posso fazer? A luz

da fé ilumina esta escuridão,

fazendo-nos compreender que

toda existência tem um valor

inestimável, porque é fruto do

amor de Deus. Ele ama mesmo

quem se distanciou ou esque-

ceu d’Ele: tem paciência e

espera; mais que isso, deu o

seu Filho, morto e ressuscita-

do, para nos libertar radical-

mente do mal. E Cristo enviou

os seus discípulos para levar a

todos os povos este alegre

anúncio de salvação e de vida

nova.

É urgente testemunhar a pre-

sença de Deus para que todos

possam experimentá-la: está

em jogo a salvação da humani-

dade, a salvação de cada um

de nós.

TORNAI-VOS DISCÍPULOS

DE CRISTO

O anúncio do Evangelho não

pode ser senão consequência

da alegria de ter encontrado

Cristo e ter descoberto n’Ele a

rocha sobre a qual construir a

própria existência.

Comprometendo-vos no servi-

ço aos demais e no anúncio do

Evangelho, a vossa vida, mui-

tas vezes fragmentada entre

tantas actividades diversas,

encontrará no Senhor a sua

unidade; construir-vos-eis tam-

bém a vós mesmos; crescereis

e amadurecereis em humani-

dade.

O discípulo é uma pessoa que

se põe à escuta da Palavra de

Jesus (cf. Lc 10,39), a quem

reconhece como o Mestre que

nos amou até o dom de sua

vida. Trata-se, portanto, de

cada um de vós deixar-se plas-

mar diariamente pela Palavra

de Deus: ela vos transformará

em amigos do Senhor Jesus,

capazes de fazer outros jovens

entrar nesta mesma amizade

com Ele.

Ser missionário pressupõe o

conhecimento deste património

recebido que é a fé da Igreja: é

necessário conhecer aquilo em

que se crê, para podê-lo anun-

ciar.

Sim, tendes de estar enraiza-

dos na fé ainda mais profunda-

mente que a geração dos vos-

sos pais, para enfrentar os

desafios e as tentações deste

tempo com força e determina-

ção.

Page 34: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

º

Este ano de 2013 o noviciado salesiano de Namaacha viu-se enriquecido com oito novos noviços: 3 de Moçambique e 5

de Angola. São eles: - Adriano Pedro, de Angola e 24 anos de idade; - António Paulo, de Angola e 26 anos de idade; - Augusto Pedro, de Angola

e 21 anos de idade; - Chamareza Constantino, de Moçambique e 22 anos de idade; - Dercio Henriques, de Moçambique e 21 anos de ida-

de; - Domingos Cassua de Oli-veira, de Angola e 21 anos de idade; - Luis Sacânia, de Angola e 20 anos de idade; - Machava Jorge, de Moçam-

bique e 24 anos de idade.

Machava

Augusto Chamareza

Luis Adriano

António

Dércio Domingos

Page 35: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

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O que é o Noviciado? Para que serve? Se um jovem quer ser salesiano, o que deve fazer?... Estas e outras perguntas são feitas aos noviços muitas vezes. Eis aqui algumas das suas respostas, dirigidas principalmente àqueles jovens, rapazes e raparigas, que sintam no seu coração a chamada do Senhor para o servir no caminho da

vida salesiana.

Quero ser sdb por estar apaixo-

nado pelos jovens e quero

seguir mais de perto a Jesus

Cristo nos passos de Dom Bos-

co.

O que deve fazer

um jovem para ser

salesiano: ter boa

vontade, e boa

capacidade de escu-

ta.

A um jovem que gos-

te ser salesiano, lhe

diria que basta ape-

nas ter em mente que

Jesus Cristo chama a

cada pessoa a dar

seguimento e a dar

continuidade a essa

missão de Dom Bos-

co e que não tenha

medo.

Vim a Moçam-

bique ao Novi-

ciado, que é a

ex p er i ênc i a

vocacional de

c o n s a gr a d o

seguindo a D.

Bosco.

O noviciado é

para poder for-

mar-me e ser

salesiano e

poder traba-

lhar para Deus

no serviço à

juventude.

Os salesianos são

c o n t i n u a d o r e s

desse amor de

Dom Bosco na

vida dos jovens.

Um jovem na

vida salesiana

pode encontrar

muita coisa.

Para mim, pes-

s o a l m e n t e ,

e n c o n t r a a

Jesus Cristo e a

Dom Bosco.

Vim ao noviciado para fazer a

experiência de vida comunitá-

ria, apostólica e salesiana.

Fazer essa experiência. Viver.

Ser salesiano.

Em Angola os jovens amam

muito a Dom Bosco.

Page 36: Boletim Salesiano Nº 51 Março-Abril 2013

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