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BRASIL TRANSPORTES • EDIÇÃO ANUAL 2016-2017

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Diretoria • 1° janeiro 2014 a 31 dezembro 2016

José Hélio Fernandes • Presidente

Urubatan Helou • Vice-Presidente

Vander Francisco Costa • Vice-Presidente de Transporte

Antonio de Oliveira Ferreira • Vice-Presidente de Logística

Francisco Pelucio • Diretor Financeiro

Romeu Natal Panzan • Diretor

Antonio Pereira de Siqueira • Diretor

Irani Bertolini • Diretor

Conselho Fiscal

Antonio Luiz Leite

Baldomero Taques Neto

Jacinto Souza Dos Santos Jr.

José Antonio Fiorot

Oswaldo Dias De Castro

Vice-Presidentes Regionais

Antonio Pereira de Siqueira • BA

Eduardo Ferreira Rebuzzi • RJ

Irani Bertolini • Região Norte

Liemar Pretti • ES

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva • MG

Pedro José de Oliveira Lopes • SC

Sérgio Malucelli • PR

Vice-Presidentes Extraordinários

Adalcir Ribeiro Lopes • Transporte de Cargas Especiais

Ademir Pozzani • Relações Internacionais

Ana Carolina Ferreira Jarrouge • Assuntos dos Jovens Empresários

Cláudio Cavol • Transporte de Carga Lotação

Clóvis Antonio Gil • Transporte de Produtos Farmacêuticos

Geasi Oliveira de Souza • Agronegócio

Irineu Vobeto • Transporte de Granéis e Sólidos

José Maria Gomes • Transporte de Produtos Perigosos

José Antonio Cordeiro • Transporte de Produtos Refrigerados

Marcelo Martins Patrus • Transporte de Carga Fracionada

Roberto Mira • Segurança Patrimonial

Roberto Mira Júnior • Assuntos Trabalhistas

Sergio Gonçalves Neto • Responsabilidade Social

Vander Francisco Costa • Assuntos Tributários

Direção executiva

Dimas Barbosa de Araujo

Coordenação Editorial

Katia Rocha

Assistente de Coordenação

Rodrigo Mastrogiovanni e Fellipe Sales

Coordenador Técnico

Neuto Gonçalves dos Reis

Revisão

Fábio Soldá Barbosa de Araujo

Direção de Arte

Hiro Okita

Assistente de Arte

Diva Maddalena

Tratamento de Imagem

Américo Freiria

Produção Comercial

Elisete Balarini e Rodrigo Bernardino

Impressão e Acabamento

Ipsis Gráfica

São Paulo | Sede:

Rua Orlando Monteiro, nº 1

(antiga Rua da Gávea, nº 1390)

Vila Maria • São Paulo/SP

CEP 02121-020 • Tel. (11) 2632.1500

Brasília | Subsede:

SAS - Quadra 1 • Lotes 1/A • Bloco J

Torre A • 7º andar

Brasília/DF • CEP 70070-010

Tel. (61) 3322.3133 • Fax (61) 3226.5569

A NTC&&Logística não se responsabilidade

pelas opiniões expressadas pelos entrevistados

e pelos artigos assinados aqui publicados.

Fechamento desta edição em 17.11.2016

TRIÊNIO 2014 | 2016 BRASIL TRANSPORTES EDIÇÃO ANUAL 2016-2017

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A Revista Brasil Transportes – Edição Anual 2016/2017 é uma publicação já consagrada no TRC.Utilizada como instrumento de pesquisa e ferramenta de gestão, esta revista tem como objetivodivulgar informações importantes sobre o transporte de cargas brasileiro. Organizada em cincoseções, traz um compilado do ano no que diz respeito a aspectos relevantes que fazem parte doTRC em seu dia a dia.

Na seção Ponto de Vista, encontramos a entrevista do Presidente José Hélio Fernandes que falacomo foi o ano de 2016, bem como dos principais temas que envolveram o transporte de cargascomo o Marco Regulatório e a Reforma Trabalhista. Além destes temas, Fernandes comenta sobreas atitudes que tem tomado diante da NTC para fomentar uma melhor gestão no TRC.

A seção Panorama apresenta o setor a partir do momento econômico exibindo as perspectivas etendências de mercado. Destaque para o artigo elaborado por Alex Agostini sobre o CenárioEconômico Prospectivo e para a sondagem feita com empresários do setor para saber o que elestêm feito para superar a crise econômica, de Lauro Valdívia.

A seção Atitude abrange as ações que NTC&Logística vem tomando diante dos problemas dotransporte de cargas. O artigo de Marcos Aurélio Ribeiro explica de forma clara questões funda-mentais do marco regulatório. Não deixe de ler a matéria histórica do CONET&Intersindical,importante fórum resgatado pela Diretoria da NTC, e o artigo sobre o Roubo de Cargas, doCoronel Paulo Roberto de Souza. Nesta seção você ainda encontra as informações sobre oSeminário Brasileiro do TRC e seus desdobramentos e também uma matéria sobre os eventos rea-lizados pela NTC e o conteúdo levado nestas ocasiões. Vale a pena ler!

Já a seção Gestão traz as informações importantes para o gerenciamento das empresas de trans-porte de cargas. Assuntos como a Reforma Trabalhista e a Terceirização são abordados nos artigosde Narciso Figueirôa Jr e trazem dados importantes que norteiam o que se deve fazer para mini-mizar seus problemas com a justiça trabalhista. Para quem gosta de tecnologia e busca novas fer-ramentas para a gestão de sua empresa não deve deixar de ler a matéria PlataformasColaborativas. Lá estão todas as informações de como e porque trabalhar em nuvem. Além disso,temos o artigo sobre a mudanças de normas do CONTRAN, essencial para a circulação de acor-do com a legislação e detalhes sobre o exame toxicológico.

Na seção COMJOVEM, o leitor encontrará um balanço da COMJOVEM Nacional e uma detalha-da linha do tempo de todas as atividades realizadas pelos núcleos durante o ano. Nesta seçãoainda temos a trajetória de sucesso de Tayguara Helou, o presidente mais novo eleito pelo SET-CESP, e as ações do Instituto de Desenvolvimento Mercadológico da COMJOVEM.

Para finalizar, um ensaio fotográfico sobre a diversidade dos implementos rodoviários.

Boa leitura!

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PONTO DE VISTA

PANORAMA

ATITUDE

GESTÃO

COMJOVEM

ENSAIO FOTOGRÁFICO

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08 • Atitude e Gestão

18 • Cenário Econômico Prospectivo

42 • Análise conjuntural dos custos do transporte rodoviário de cargas

50 • Como estamos enfrentando a crise

54 • O TRC em Brasília

62 • Marco regulatório

64 • CONET&Intersindical

70 • Roubo de cargas

72 • Recuperação tarifária

76 • Reflexões sobre a reforma trabalhista

82 • Terceirização em debate

84 • Exame toxicológico

88 • CONTRAN - Um ano pródigo em Resoluções

92 • Plataformas colaborativas

98 • Resultados da ComJovem

102 • Instituto ComJovem de Desenvolvimento Mercadológico

104 • Tayguara Helou: uma história para se inspirar

110 • ComJovem em ação

134 • Implementos rodoviários

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PONTO DE VISTAentrevista com José Hélio Fernandes

Atitude e Gestão: o lema, instituído por

José Hélio Fernandes, que norteia as ações da

NTC&Logística rumo ao desenvolvimento do TRC

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Atitude e GestãoO lema, instituído por José Hélio Fernandes,que norteia as ações da NTC&Logísticarumo ao desenvolvimento do TRC

PONTO DE VISTA

Em 2016, José Hélio Fernandes, encerra seuprimeiro mandato como presidente daNTC&Logística. Nestes três anos, Fernandesenfrentou diversas mudanças políticas e eco-nômicas que afetaram diretamente o transpor-te de cargas.

Com o lema “Atitude e Gestão”, seu mandatofoi marcado por ações que pudessem colocaro TRC de volta ao rumo do desenvolvimento. Uma das ações de destaque foi a retomada doCONET – Conselho Nacional de Estudos emTransportes, Tarifas e Mercado; que volta areunir empresários e líderes do setor para dis-cutiram a questão tarifária, um dos grandesproblemas do TRC.

Mas como muitos dos problemas enfrentadospelo transporte de cargas implica em mudan-ças ou adequações na legislação, José Héliotem trabalhado incansavelmente junto àsautoridades e órgãos públicos buscando viabi-lizar as alterações necessárias. Bons exemplosdisso são os trabalhos realizados sobre a refor-ma trabalhista e acompanhamento da discus-são do marco regulatório do TRC.

Ciente de que as questões citadas acima pre-cisam de união e força para chegarem aoobjetivo esperado, Fernandes tem procuradounir cada vez mais o setor para definirem emconjunto quais os temas serão levados comobandeiras do TRC. Para isso, a cada edição, areunião Intersindical se transforma em umfórum ainda mais democrático que permite aparticipação de todos.

Eleito para mais um mandato frente a NTC,José Hélio Fernandes dará continuidade aotrabalho iniciado com o foco na retomada docrescimento do setor, buscando segurançajurídica e uma concorrência leal dentro destemercado.

Para comentar estes fatos e fazer um balançodo ano para o TRC, realizamos uma entrevis-ta exclusiva com José Hélio Fernandes nasede da NTC&Logística em São Paulo, no dia10 de novembro de 2016, que você confere aseguir.

1. Como foi o ano de 2016 para o transportede cargas?

O ano de 2016 foi realmente muito difícil, nãosó para o transporte de cargas, mas para todosos setores do Brasil. Para o TRC, em especifi-co, foi um ano bem complicado pois já vínha-mos de um 2015 ruim, e entramos em 2016com um cenário complexo, principalmente naquestão política, o que afetou diretamente aeconomia. Desde o começo do ano, o embatedo impeachment, que se desenrolou por quasetodo o ano efetivando-se apenas no final deagosto, atrapalhou qualquer possibilidade deretomada.

A questão do impeachment afetou a todos. Porisso, em março de 2016 o setor teve um posi-cionamento firme e claro através de manifes-tação pública, de ser a favor do impeachment.Claro que não fomos os responsáveis pela suaefetivação, mas acreditamos que era necessá-

Por Katia Rocha

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Ponto de Vista 9

rio uma mudança para, quem sabe, podermosvoltar a ver algum desenvolvimento.

Agora estamos no início de um novo governocom um mandato efetivo do presidente MichelTemer e esperamos que este consiga fazer asreformas necessárias para que a economiavolte a crescer. Todas as reformas propostassão muito importantes, seja a previdenciária, apolítica, a tributária ou a trabalhista. Esta últi-ma é fundamental, tanto para o TRC quantopara todos setores produtivos, como indústria,comercio ou serviços.

Hoje, ninguém mais tem dúvida que a questãotrabalhista é um empecilho para o desenvolvi-mento com esta legislação ultrapassada e nãoprivilegia o acerto entre as partes. O trabalha-dor é representado pelas entidades, que sãoaltamente profissionalizadas e trabalham paraestabelecer as regras de cada setor, mas infe-lizmente a justiça do trabalho muitas vezes nãoreconhece nada disso. É muito comum vermosnão serem aceitas clausulas que estão nas con-venções coletivas, o que gera uma insegurançajurídica muito grande. E isso chegou a umponto insustentável. Diante disto, o setor detransporte de cargas tem se posicionado firme-mente e iremos trabalhar incansavelmentepara, no mínimo, amenizar as dificuldades quea legislação trabalhista nos impõe.

Para 2017, esperamos que a economia melho-re. Em 2015, o PIB foi negativo em cerca de3,8%; e provavelmente em 2016 teremos denovo, um PIB negativo, superior a 3%. Espera-

mos que em 2017 já haja algum crescimento,mesmo que pequeno, mas que o PIB seja pelomenos positivo, pois isso já significa muitacoisa. Sair de um PIB negativo, na casa dos 3pontos, e ir para um PIB positivo de 1%, já éuma retomada.

Sabemos que para existir qualquer possibilida-de de desenvolvimento estas reformas, citadasanteriormente, serão fundamentais. O governojá aprovou e já está no Senado o teto dos gas-tos públicos, que também é muito importante.Todas estas outras que estão a caminho sãoessenciais para uma retomada. Com isso,esperamos que o país possa realmente voltar acrescer, gerando emprego e renda, e o TRCconsiga sair desta situação, que eu acreditoque tenha sido um dos períodos mais difíceisda história do transporte de cargas em todos ostempos.

2. Desde 2014, o seu mandato na NTC vemsendo marcado pela retomada da discussãoda questão tarifária e a comercialização noTRC. Para isso, você trouxe de volta o CONET.Quais são suas expectativas em relação aisso?

O CONET tem um foco muito claro na comer-cialização dos serviços de transporte de cargase na discussão das questões tarifárias, que éum tema de grande relevância para o setor.Quando decidimos retomar foi justamente porque conhecíamos a história destas reuniões ea importância que teve no setor em relação aesta questão.

“ O trabalho junto ao Congresso Nacional necessita do envolvimento de todo mundo, não só dos líderes, da NTC, da CNT. É preciso que todos, incluindo os empresários, se mobilizem para podermos, juntos, fazer com que os nossos deputados entendam as nossas propostas e aceitem as sugestões.”

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Acredito que tenha sido uma decisão asserti-va, pois além de discutir o aspecto das tarifasde transporte o CONET volta a se tornar ummomento único que reúne os empresários e aslideranças do Brasil inteiro para buscar solu-ções para os problemas do TRC. A participa-ção vem crescendo a cada edição.

A importância disso é conseguir unir as infor-mações do país inteiro em um só local. Destaforma, mesmo com a imensidão do país, fica-mos sabendo o que está acontecendo noNorte, no Sul, no Nordeste, no Centro-Oeste;o que nos possibilita uma visão ampla dosetor. Isto traz para este fórum uma capilarida-de incrível de informações a partir de umdebate franco e democrático.

Para quem participa do CONET, o mais impor-tante é levar de volta para suas bases as infor-mações debatidas durante a reunião e disse-minar amplamente junto a todos os transpor-tadores de suas respectivas regiões as questõescolocadas em pauta neste fórum, principal-mente, as relacionadas a comercialização. Éessencial que as informações cheguem a todosos transportadores, sejam grandes, médios oupequenos. Todos precisam saber quais os cus-tos e as tarifas que precisam ser aplicadas nacomercialização dos serviços prestados.

Com o CONET, estamos podendo acompa-nhar a dinâmica do setor neste tempo de crise.Sabemos que hoje os aumentos de tarifas nãoestão sendo repassados, até em função daretração econômica. Estamos em um períodode grande dificuldade e, com isso, repassarpreços e recompor os custos está sendo umatarefa árdua para o transportador. Neste senti-do, o CONET busca trazer o conhecimentoque o empresário precisa para tomar as deci-sões nas suas empresas.

Nesta retomada, o CONET acabou tendo umaoutra roupagem, um novo formato, que é aIntersindical. A Intersindical reúne as lideran-ças do TRC para debater temas de extremaimportância que possam ser considerados

bandeiras do setor. Para isso, são colocadas aspropostas em pauta e, através do voto, que é aforma mais democrática possível, definimos oque devemos defender. Com isso, as propostasdeixam de ser uma decisão de uma ou deoutra entidade e passam a ser de todas.

O trabalho da NTC neste processo é organizaras informações para que as propostas aprova-das sejam defendidas por todos. Como exem-plo temos as propostas sobre a questão traba-lhista que foram discutidas na Intersindical,em Bento Gonçalves, e hoje já se tornaramprojetos de lei na Camara Federal onde deve-remos defendê-las.

Mas, por se tratar de uma bandeira definidaem conjunto por líderes do setor, o trabalhopassa a ser coletivo, já que todas as entidadesse envolveram e devem conscientizar sua basena Câmara sobre a importância dessas pro-postas para o TRC. Acredito que, para obter-mos sucesso, é essencial que todos trabalhemunidos por estas bandeiras. É isto o que aIntersindical traz.

O trabalho junto ao Congresso Nacionalnecessita do envolvimento de todos, não sódos líderes ou de suas entidades sindicais,federações, associações, da NTC, da ou daCNT. É necessário que todos, incluindo osempresários, se mobilizem para, juntos, fazer-mos com que os deputados entendam as nos-sas propostas e, assim sendo, empenhem-separa aprová-las.

Diante de tudo isso, acredito que o CONET&Intersindical esteja no caminho certo. Nestareunião, todos têm o direito de se expressar, decolocar seu ponto de vista e discutir com o ple-nário suas questões. Isto fortalece o setor e otrabalho da NTC como entidade.

3. Outro evento importante que a NTC pro-move é o Seminário Brasileiro do Transportede Cargas realizado nas dependências doCongresso Nacional. Qual o objetivo da NTCcom a promoção deste evento?

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Quando este evento em Brasília foi idealizado,há 16 anos, queríamos um evento com umaconotação política. Queríamos debater comos parlamentares assuntos de extrema impor-tância para o setor. Sabíamos que era muitodifícil para eles comparecem a eventos fora deBrasília. Por isso, a escolha foi pela capitalfederal. Como nosso interesse é mostrar a rea-lidade do TRC para todo o Brasil, era muitoimportante a participação de autoridades dotodo o País. Desta forma, fazer em Brasília eraum caminho obvio. A ideia progrediu e fize-mos a parceria com a Comissão de Viação eTransportes da Câmara, e desde então, faze-mos o evento no auditório Nereu Ramos, den-tro do Congresso Nacional. Hoje em dia, oevento já faz parte do calendário anual daComissão de Viação e Transportes da Câmarados Deputados.

Este evento tem como objetivo levar para den-tro do Congresso Nacional as bandeiras que osetor encampa, sejam estas definidas noCONET ou em outros momentos. A ideia écolocar na agenda do Congresso Nacionalestas propostas. Temos visto que isso temacontecido. Hoje, a maioria dos parlamenta-res tem conhecimento sobre os assuntos liga-dos ao TRC e já falam com propriedade sobreeles. Por estarmos na casa do povo, podemoster um debate franco, aberto, levando aos par-lamentares quais os reais problemas do setor,cobrando ações de forma efetiva.

Além disso, temos outro aspecto: neste even-to, reunimos pessoas do Brasil inteiro e isso

deixa claro, para o parlamentar, que os assun-tos tratados ali realmente têm importância.Isto faz com que a mobilização em torno dotema seja mais efetiva. Mas o trabalho inicia-do neste evento não acaba junto com isto.Continuamos acompanhando, o ano todo, oandamento das propostas debatidas naqueleplenário.

O dia do evento é muito produtivo tambémpara o empresário ou líder, já que é uma ótimaoportunidade de interação com o deputado desua base. Seja no plenário do evento, em umadas comissões ou em seu gabinete, ter a seualcance a oportunidade de dialogar direta-mente com os parlamentares é um ótimomomento para expor os problemas e solicitarapoio e providencias.

Penso que hoje o Seminário Brasileiro do TRCé um dos eventos mais importante que a NTCrealiza, e do setor como um todo.

Este ano, houve uma grande coincidência coma data do evento: a votação do impeachmentno Senado.

Isso acabou trazendo mais importância aoevento pois, com o auditório lotado de empre-sários e líderes do setor, pudemos afirmar maisuma vez o nosso posicionamento a favor damudança do governo. Com isso, temos aexpectativa pela retomada do desenvolvimen-to do país.

4. O Marco Regulatório do TRC é um assunto

“ Acredito que o CONET&Intersindical esteja no caminho certo. Nesta reunião, todos têm o direito de se expressar, de colocar seu ponto de vista e discutir com o plenário suas questões. Isto fortalece o setor e o trabalho da NTC como entidade.”

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que vem sendo discutido desde 2015. Comoestá o andamento deste assunto em Brasília?

Como foi dito, esta questão está em andamen-to desde o ano passado. A princípio foi criadauma comissão que realizou audiências comtodos os envolvidos na atividade e, depois,esta comissão foi extinta e criada uma novapara apreciar o projeto de lei da DeputadaChristiane Yared. Mas, até o momento, nãotemos um relatório ou proposta da Comissãoque, sabemos, vem trabalhando nesse sentido.

O importante é que Marco Regulatório sejaelaborado em conjunto com todos os interes-sados na atividade. Temos conversado commembros da Comissão, e visto que existe umapreocupação de que o Marco contemple todosos interessados. O transporte de cargas é umaatividade complexa que precisa ser compreen-dida para que o Marco se dê de acordo com arealidade do dia a dia das empresas. Diante docuidado nos trabalhos da Comissão, acreditoque esta possa ser uma boa lei e que trarátraga benefícios para o setor. Desejo que sejauma lei simples e objetiva para ser facilmentecompreendida e implementada.

5. A Reforma Trabalhista é uma das bandeiraslevantadas pelo setor, definida no plenário doCONET. Quanto às questões trabalhistas, oque implicam no dia a dia do transporte?

O problema da questão trabalhista é a falta desegurança jurídica. Esta é a palavra-chave:segurança jurídica. O que vemos hoje são jul-gamentos e critérios diferentes, muitas vezespara a mesma causa.

Como o setor de transporte de cargas nãotinha nenhum regramento até pouco tempoatrás, as questões desta ordem eram regidaspela CLT. Mas, como sabemos, o TRC é umaatividade muito complexa e as funções exerci-das nele não possuem as mesmas característi-cas de outras profissões.

O que buscamos hoje é dar a segurança jurí-

dica para o empresário, para que ele nãotenha os problemas absurdos que temos vistohoje. Infelizmente, vemos no dia a dia coisasque fogem um padrão razoável.

Sabemos que este não é um trabalho fácil, mastemos tentando ao máximo resolver a questão.Como exemplo temos que as propostas apro-vadas em Bento Gonçalves já são projetos emandamento no Congresso Nacional.

Cada entidade receberá todas as informaçõesnecessárias para que possam trabalhar juntoaos parlamentares de suas respectivas bases,buscando apoio para sua aprovação.

Este trabalho, precisa ser feito por todos nósdo TRC. Senão, não anda. Este é um temapolêmico, de difícil consenso. O Congresso éplural, pensa diferente e mexer com a área tra-balhista não é fácil.

6. Um dos grandes problemas do transporte éo roubo de cargas. Neste ano houve umaumento nos casos. O que a NTC tem feito arespeito deste tema?

O roubo de cargas sempre foi um problemamuito sério no setor. Evidentemente, cresceumuito nestes últimos anos, apesar do trabalhoque é feito nesta área.

Na NTC temos o Roberto Mira que faz umbelíssimo trabalho, que não é de agora, para ocombate ao roubo de cargas. Ele e o CoronelSouza procuram trabalhar diversas frentes,como os eventos de conscientização e tam-bém a elaboração de leis que inibam a recep-tação da carga.

Sabemos que o maior problema é a recepta-ção da carga, e é nisso que devemos trabalharno combate ao roubo. Por isso é necessária acriação de leis que cassam o a inscrição esta-dual ( ICMS) de empresas que recebem cargaroubado. Hoje, estamos trabalhando uma leifederal que permita a cassação do CNPJempresas receptadoras. A ideia é criar barrei-

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ras que dificultem o roubo. Não podemosignorar o relatório da CPI de roubo de cargas,realizada em 2002, que comprova a questãoda receptação.

Mas existem aspectos que precisam de umcombate mais direto, além destes citados ante-riormente. Hoje no Rio de Janeiro é impressio-nante o número de roubos. Lá tornou-se umarotina, uma coisa absurda. Neste ano, já sãomais de 6500 roubos de cargas naquela cida-de. Lá atualmente é necessário o combatedireto, inclusive com o emprego de forçasfederais para tentar conter essa escalada cri-minosa.

Sabemos que o Sudeste tem um foco maior,mas que essa modalidade de crime vem cres-cendo no Brasil todo. Havia regiões que nãotinham roubos, mas isso hoje já vem aconte-cendo.

Temos nos empenhado junto ao Ministério daJustiça para que se conclua a regulamentaçãoda Lei Complementar 121, que cria o SistemaNacional de Prevenção, Fiscalização eRepressão ao Furto e Roubo de Veículos eCargas e dá outras providências. Aguardamos aformação do Comitê Gestor da Lei, o que con-tribuirá com o combate ao roubo de cargas.

Temos discutido em nossos encontros essas eoutras medidas que queremos propor aoGoverno para o combate ao roubo de cargas.Tanto que este será um dos temas a seremdebatidos na próxima edição do CONET, queacontece em fevereiro de 2017, em RioQuente.

Este é um combate sem tréguas.

7. Em janeiro de 2017 você inicia uma novagestão na presidência da NTC&Logística.Como será estes próximos três anos?

Nesta nova gestão iremos continuar trabalhan-do para resolver os problemas que temos nosetor de transporte. Para isso, tenho buscado

trabalhar em união com a equipe, diretoria,associados e com outras entidades, sindicatos,federações e CNT. Os assuntos de interesse doTRC precisam da força e participação de todospara se realizarem.

Tenho confiança de que o novo governo con-seguirá fazer as reformas que estão previstas eassim acertar a economia, para retomarmos ocaminho do desenvolvimento. É bom paranossas empresas, para o País, para os trabalha-dores, para todos.

Continuarei trabalhando a luz do lema“Atitude e Gestão” pois acredito que tanto aNTC quando o setor precisam de ações queprivilegiem a tomada de atitudes coerentesvoltadas para a boa gestão das empresas detransporte de cargas.

Darei continuidade às reuniões do CONET&Intersindical, em que temos um plenário plu-ral e democrático que define as bandeiras dosetor, pois acredito que o caminho é a uniãode todos nós, convergindo ideias e somandoesforços para que o nosso trabalho seja profí-cuo para o TRC.

Nós queremos, nesta nova gestão, trabalharmuito, mesmo diante de pleitos tão complexos.

União e trabalho é o que desejo e espero para2017.

“ O que buscamos hoje é dar a segurança jurídica para o empresário, para que ele não tenha os problemas gigantescos que temos visto hoje.”

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PANORAMA

• Cenário Econômico Prospectivo

• Análise conjuntural dos custos do transporte rodoviário de cargas

• Como estamos enfrentando a crise

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Cenário Econômico Prospectivo

PANORAMA

Passado o processo do impeachment, as atençõesdos agentes econômicos voltaram-se ao ambienteeconômico, em parte, pela preocupação com aprofunda recessão que o Brasil passa e, principal-mente, pelas expectativas acerca de quando have-rá o ressurgimento do crescimento econômico. Apartir do encerramento do processo de impeach-ment, a economia brasileira deve reduzir os impac-tos negativos do ambiente político sobre a ativida-de econômica. Porém, não será tarefa fácil ao atualpresidente, Michel Temer, em recolocar o Brasil narota do crescimento econômico, pois dependerámuito de sua habilidade de articulação junto aoCongresso Nacional para aprovar as medidas vitaisde ajuste fiscal.

No âmbito doméstico, os indicadores antecedentes,produzidos a partir das pesquisas de confiança eexpectativas futuras de consumidores, empresáriosde diversos setores de atividade, além das intençõesde investimentos, reforçam a economia brasileiracaminha para superar seu pior momento econômicodos últimos 85 anos, ainda que a passos lentos.

Com base nos indicadores antecedentes, bemcomo nos resultados atuais dos principais agrega-dos econômicos (PIB, inflação, produção, vendas etaxa de juros), a Austin atualizou seu cenáriomacroeconômico de projeções para 2016 e 2017,prevendo recessão menor no ano corrente e expan-são do PIB já em 2017 da ordem de 1,1%. É a luzno fim do túnel!

Para a execução da política monetária do BancoCentral do Brasil, após a taxa Selic subir até 14,25%ao ano e permanecer nesse nível até o momento,portanto – inalterada por 15 meses consecutivos –acreditamos que deverá retomar seu ciclo de queda,mas ainda em doses homeopáticas, devendo encer-rar 2016 com taxa ao redor de 13,50%.

Para a taxa de inflação medida pelo IPCA, a Austinmantém suas projeções de 7,1% e 4,9% para 2016e 2017, respectivamente. Mesmo o ano de 2016sendo o segundo consecutivo com recessão, fatoque deveria colocar os preços em terreno negativo,conforme revela a história econômica, porém, talsituação não deverá ocorrer em virtude dos aumen-

tos de custos de produção. Em parte pela volatilida-de do real e também pelos preços administradospelo governo, com destaque para os reajustes dastarifas de ônibus e planos de saúde. O contrapontoneste ano foi a redução dos preços de energia elé-trica ao redor de 4%, após subir mais de 50% namédia no País em 2015, e a redução de 3% dos pre-ços dos combustíveis nas refinarias.

O mercado de crédito segue em compasso de espe-ra, seja por conta da economia em retração – fatoque potencializa o aumento da inadimplência – sejapelo campo político que produziu fortes incertezase que exigem das instituições financeiras aumentode suas provisões para devedores duvidosos (PDD),elevando seu custo de capital. Dessa forma, a rela-ção Crédito/PIB, que encerrou 2015 em 54,3%,deverá encerrar 2016 com 54,5% e 2017 com55,5%. Porém, é importante destacar que numacomparação com economias emergentes, que sãonossos concorrentes pela atração do investimentoestrangeiro, o Brasil ainda está longe de atingir osníveis observados nessas economias que estão aoredor de 100% do PIB.

No front externo, um novo capítulo ganhou relevân-cia com a decisão do referendo do Reino Unidopara a saída da União Europeia, mas ainda sãoincertas as consequências econômicas, políticas,diplomáticas e constitucionais para a Europa, colo-cando em stand-by as perspectivas de consolidaçãodo atual processo de recuperação dos países euro-peus. Em tempo, o impacto do programa de liquidezmonetária anunciado em junho pela UniãoEuropeia é positivo, mas ainda difícil de quantificarseu sucesso para a recuperação econômica dos paí-ses do bloco.

Quanto aos Estados Unidos, a paralisação do pro-cesso de aperto monetário, que no início do anoelevou a taxa de juros básica (Fed Fund Rate) para0,50% ao ano, deve retomar essa tendência de alta,porém, no último trimestre de 2016. Isso porque osrecentes indicadores de atividade econômica, infla-ção e mercado de trabalho não revelaram a recupe-ração consistente que o FED esperava, mas já hásinais de melhora. Também tem impacto sobre essadecisão as recentes declarações da presidente do

Por Alex Agostini

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Panorama 19

Federal Reserve (Banco Central Norte-americano),Janet Louise Yellen, de que as tensões globais, inten-sificadas pelo Brexit, exigem maior parcimônia naexecução da política monetária. A Austin aindaacredita em elevação dos juros básicos para aomenos 0,75% até o final de 2016.

Adicionalmente, o processo de “soft landing” daChina e o risco de desvalorizações das moedas dospaíses emergentes são fatores ainda de preocupa-ção, mesmo que em menor intensidade pela pos-tergação do ajuste da taxa de juros nos EUA. Paraa China, o crescimento em 2015 foi de 6,9% emanteve a trajetória de redução de seu ímpeto eco-nômico (em 2014 o crescimento havia sido de7,3%). As projeções do FMI revisadas no últimomês de julho indicaram crescimento de 6,6% em2016 e de 6,2% em 2017 – redução de 1,1 pontopercentual em três anos.

No atual cenário econômico e político desafiadore desalentador, o Brasil sofreu o revés em sua notade classificação de risco de crédito, que passou aser “junk bond” pela Austin Rating desde 23 dejulho de 2015, saindo de “BBB-” para “BB+” emmoeda estrangeira, movimento que foi seguidodepois pelas agências internacionais de classifica-

ção de risco, que também retiraram a classificaçãode grau de investimento do Brasil.

Por fim, reitero que o Brasil não tem apenas desafiospara esta década (2011-2020), mas sim para os pró-ximos 30 anos, e destaco ser emergencial retomar oreequilíbrio das contas fiscais, haja vista a necessi-dade de realizar investimentos em áreas estratégicastais como energia elétrica e infraestrutura logísticapara amparar o crescimento sustentado de longoprazo com melhoria efetiva da competitividade eprodutividade, bem como realizar as importantesreformas estruturais: tributária, trabalhista, previden-ciária e política, não apenas para resgatar a credibi-lidade das instituições nacionais, mas principalmen-te a dignidade do Brasil perante o mundo.

CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL

Em 2015, o PIB brasileiro anotou queda de 3,8%,seu pior desempenho desde 1990 (-4,35%).Considerando a projeção para 2016 de retração daordem de 3,1%, o biênio 2015-2016 será o piordesempenho para a economia brasileira em 85anos, ou seja, desde o início dos anos 30 e apóscrise financeira da bolsa de Nova York, em 1929(Wall Street Crash of 1929).

1,1%

2002 2011 2012 2013 2014 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008 2017* 2016* 2015

3,1% 1,1%

5,8%

3,2%4,0%

6,1%5,1%

-0,1%

7,5%

3,9%

1,9%

3,0%

0,1% -3,8% -3,1%

PIB Total (taxa de crescimento real no ano)

Tais desempenhos negativos decorreram tanto dosdesajustes na condução da política econômica doPaís, como, por exemplo, maior tolerância com onível de inflação e com os gastos públicos, bemcomo um ambiente político extremamente contur-bado pelas decorrentes deflagrações de casos decorrupção e grande ônus ao erário público. Mas, adespeito dessa conturbação econômica e política,as perspectivas são de que haja retomada do cresci-

mento econômico a partir de 2017, mesmo queainda muito distante do PIB potencial, que um dia jáfoi de 3,5% ao ano.

Por dentro do PIB pela óptica da oferta...

A análise do desempenho do PIB pela óptica daoferta (produção) revela o grave desastre econômicoque o Brasil viveu em 2015, em que apenas a agro-

Fonte: IBGE Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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2014 2015 1º sem. 2016

1,2%-1,0% -1,9%

1,3%-4,0% -5,6% -4,5% -14,1% -13,3% -1,1%

6,1%8,2%

-1,0% -14,3% -16,2%

ExportaçõesGoverno Famílias Investimentos (FBCF) Importações

Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201720

0,1% -3,8% -4,6%

2,1% 1,8%

-3,4% -0,9% -6,2% -5,2%0,4%

-2,7% -3,5%

ServiçosPIB Total Agropecuária Indústria

2014 2015 1º sem. 2016

Taxa de Crescimento dos Componentes do PIB pela Óptica da Oferta / Produção

pecuária anotou crescimento de 1,8%, e sua exten-são negativa para o ano de 2016 com todos os seto-res amargando retração no primeiro semestre. Aindústria continua sofrendo perdas de produção,

seja pela queda dos investimentos que reflete aperda de confiança na economia, seja pela forteconcorrência com produtos importados, com desta-que à China.

A análise do desempenho trimestral do PIB total namédia móvel de quatro trimestres, conforme mostra ográfico a seguir, revela a forte perda de potencial de

crescimento dos fatores de produção do Brasil nosúltimos anos, constituindo um cenário de difícil rever-são ao longos dos próximos três anos (2017-2019).

Por dentro do PIB pela ótica do consumo...

Analisando a formação do PIB pela óptica dademanda, o consumo das famílias e as despesas dogoverno foram o destaque positivo em 2014, comcrescimento de 1,3% e 1,2%, respectivamente.

Porém, no ano de 2015 e no primeiro semestre de2016 a situação se inverteu e amargaram forte retra-ção. Por outro lado, as exportações foi o único com-ponente com desempenho positivo em 2015 e 2016refletindo, em grande parte, a forte desvalorizaçãodo real frente ao dólar que, por sua vez, afetounegativamente o desempenho das importações.

Taxa de Crescimento dos Componentes do PIB pela Óptica da Demanda / Consumo

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis

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Panorama 21

Consumo das famílias: sem emprego a rodada economia parou de girar...

O modelo de crescimento econômico brasileiroapoiado no consumo das famílias, que representamais de dois terços da composição do PIB, revelou-se esgotado. O atual quadro desalentador do merca-do de trabalho, com aproximadamente 12 milhõesde desempregados e queda de quase 10% na renda

real, foi determinante para a paralisia da atividadeeconômica, forçando a busca por um modelo decrescimento apoiado no equilíbrio das contas públi-cas, no estímulo aos investimentos na retomada dasprivatizações, concessões e autarquias. Porém, essavia de crescimento apoiado nos investimentos, ape-sar de mais consistente que o modelo do consumo,precisa de um tempo maior para reverter o quadronefasto do mercado de trabalho.

3,0%

0,8%

-1,2%

-0,1%

2,6%

5,3%

7,5% 7,5%6,5%

5,6%4,7%

3,9%3,1%

2,1% 1,9% 1,9% 2,2%3,0% 3,0% 3,0% 3,1%

1,9%0,9%

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-3,8%-4,7% -4,9%

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5,2%4,5%

3,6%4,5%

5,7% 6,1% 6,3% 6,2% 6,0% 6,3%5,9%

4,7%3,9%

2,8% 2,9%3,5% 3,8%

4,3% 4,2%3,5% 3,2%

2,3%1,5% 1,3%

0,3%

-0,7%-1,8%

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-5,2%

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-5,7%

PIB Total (variação % em 12 meses)

PIB Consumo das Famílias (variação % em 12 meses)

Em tempo, vale destacar que a participação do con-sumo das famílias, mesmo diante da crise econômi-ca, atingiu 63,5% no 1º semestre de 2016 e anotouo maior índice desde 2001 (64,1%), bem como serecuperou da queda para 59,8% registrada em 2008devido a crise financeira global. Este foi o menor

nível desde a adoção do Plano Real, em julho de1994. Mas tal expansão foi apoiada pelo aumentodo endividamento das famílias que, segundo oBanco Central do Brasil, atingiu seus maiores níveisem 2015 (44,9%) e já está em processo de redução(média de 44% em 2016).

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201722

2014 2015 1º sem. 2016

19,5% 20,2% 19,7%

62,4% 63,4% 63,5%

20,2% 18,2% 16,8%11,2% 13,0% 13,4% 13,9% 14,3% 12,9%

ExportaçõesGoverno Famílias Investimentos (FBCF) Importações

Taxa de Participação na Composição do PIB pela Óptica da Demanda / Consumo

O gasto desenfreado do governo federal entre 2014e meados de 2016, além do forte aumento real da ea manutenção do emprego nos últimos anos, permi-tiu que boa parte da população brasileira alterasse

seu hábito e passasse a consumir tipos de serviçosque antes não eram acessíveis, como, por exemplo,escola particular. Isto explica parte da pressão sobrea inflação nos anos recentes.

Inflação: o mal que persiste...

A atual gestão do Banco Central do Brasil, coman-dada pelo economista Ilan Goldfajn, tem árdua tare-fa em reduzir e controlar a taxa de inflação brasilei-ra em níveis civilizados. Nos últimos cinco anos(2011-2015) a taxa média do IPCA ficou em 7,1%,portanto, muito acima do limite superior de 6,5%estabelecido para o comportamento da inflação. Talsituação decorreu da desastrosa estratégia da políti-ca monetária, comandada pelo ex-presidente doBanco Central, Alexandre Tombini, que era focada

na fomentação do nível de atividade (consumo) emdetrimento ao controle efetivo e severo da inflação,bem como o negligenciamento aos investimentos.

Mesmo com a forte retração econômica no biênio2015-2016, a taxa de inflação não cedeu, permane-cendo inclusive acima do teto da meta para infla-ção, que é de 6,5%, exigindo que a taxa de jurosbásica (taxa Selic) fosse mantida em 14,25% ao anopor 15 meses consecutivos, sendo o mais longoperíodo desde a criação do Comitê de PolíticaMonetária, do BACEN, em 1996.

4,9%

2002 2011 2012 2013 2014 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008 2017* 2016* 2015

12,5%

9,3%

7,6%

5,7%

3,1%

4,5%

5,9%

4,3%

5,9%6,5%

5,8% 5,9%6,4%

10,7%

7,1%

Evolução Anual do IPCA

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis

Fonte: IBGE / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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Panorama 23

Taxa de juros: o remédio amargo que atrofiaos negócios...

Após permanecer estável por 15 meses, a taxa dejuros básica no Brasil segue trajetória de queda,ainda que em doses homeopáticas. As perspectivasfuturas para a taxa de inflação revelam descom-pressão devido ao aprofundamento da crise eco-nômica. Neste cenário, a autoridade monetária(COPOM) pode reduzir a taxa de juros básica com

relativa segurança. É importante destacar que ape-sar de a taxa de juros básica ser o mais eficienteinstrumento de controle da taxa de inflação, seureflexo no ambiente de negócios tem gosto amar-go, pois seu efeito maléfico à expansão da econo-mia decorre do custo de oportunidade que os ges-tores financeiro têm em alocar os recursos em títu-los públicos em virtude dos juros altos, e postergaros investimentos na expansão produtiva.

IPCA - Total IPCA - Serviços Meta BACEN

6,4%

8,3%

4,5%

10,7%

8,1%

4,5%5,5%

7,0%

4,5%

2014 2015 2016 *

IPCA Total versus IPCA Serviços (var. % ao ano)

11,25%12,25%

13,75%

11,25%

9,25% 8,75%

10,25% 10,75%11,75%

12,25%12,00%

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8,50%

7,50%

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7,25%8,00%

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10,75%11,00%

11,50%12,75%

13,75% 14,25%

Taxa de Juros Básica - SELIC (var. % ao ano)

Fonte: BACEN / Elaboração : Austin Asis

Política nacional e mudanças no front externoimpactam a taxa de câmbio...

Até a sua conclusão, o longo processo de impeach-ment da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff,afetou o comportamento da taxa de câmbio quepassou de R$ 2,2/US$ em meados de 2014 para R$

4,1/US$ no início de 2016 (mais de 80% de desva-lorização). Porém, concluído o processo deimpeachment, que resultou no afastamento definiti-vo da presidente, a taxa de câmbio entrou em traje-tória descendente, refletindo a maior confiança naeconomia brasileira por parte dos investidores, eatualmente está cotada a R$ 3,2/US$ (posição de

Fonte: IBGE e BACEN / Elaboração: Austin Asis(*) Var. % acumulada em 12 meses até set/2016

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201724

out/2016). Além do fim das dúvidas que pairavamsobre o desfecho do impeachment e seus efeitossobre a dinâmica macroeconômica no Brasil, outrofator importante para o comportamento da taxa decâmbio é a alteração na condução da políticamonetária nos Estados Unidos.

A princípio, a taxa de juros nos EUA deve ser eleva-da no final de 2016 e de forma muito gradativa, em

torno de 0,25 ponto percentual a cada reunião, masnão sequencialmente. Alguns diretores membros doFederal Reserve (Banco Central dos EUA) declararamque os sinais de recuperação da economia norte-americana após a crise financeira de 2008-2009ainda não são consistentes o suficiente para realizarajustes. Com isso, os investidores globais devemreduzir seus investimentos no Brasil e ampliar suaparcela nos EUA, que é um local mais seguro.

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1,6123 1,5641

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3,1850

4,05243,8801

3,04322,6342

Taxa de Câmbio Nominal - R$/US$ (média mensal)

As reservas internacionais do Brasil continuamem um nível que permite amenizar os impac-tos negativos advindo do cenário externo sobrea taxa de câmbio, além de dar o suporte neces-sário para o financiamento externo. Em 2015,as reservas do Brasil fecharam o ano com valorde US$ 368,7 bilhões, reduzindo um poucoseu nível em relação a 2014 que foi de US$374,1 bilhões.

Para 2016 e 2017, a perspectiva é que asreservas fiquem relativamente estáveis emUS$ 375 bilhões, pois, se por um lado hárisco de saída de capitais via mercado finan-ceiro, por outro há expectativa de entrada derecursos externos devido aumento das expor-tações por conta da desvalorização do real daordem de 15% (média no ano).

0,4 6,4 8,338,2

121,7

371,2

1950 1980 2011-Out/161960 1970 1990 2000

0,5

Reservas Internacionais em US$ Bilhões (média na década)

Fonte: BACEN / Elaboração : Austin Asis

Fonte: BACEN / Elaboração : Austin Asis

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Panorama 25

Balança comercial: o necessário ajuste dascontas externas...

Após recorrentes quedas no saldo comercialdesde 2006, inclusive com déficit em 2014, abalança comercial brasileira voltou a crescer em2015 e, muito provavelmente, encerrará 2016com recorde histórico de US$ 48,2 bilhões.Parte desse desempenho se deve tanto à recupe-

ração econômica dos países desenvolvidos, quesão principais parceiros comerciais do Brasildepois de China e Argentina, bem como peladesvalorização da moeda nacional frente aodólar norte-americano. Apesar do cenário derecuperação do comércio exterior brasileiro, obaixo crescimento dos produtos manufaturadosconfirma a ausência de uma política externamais eficiente por parte do governo.

Em tempo, mesmo com a forte recuperação em2016, o saldo comercial não é fruto do vigordas exportações, mas do enfraquecimento dasimportações, que devem continuar nesse ritmofraco até que haja melhor vigor dos investi-

mentos e do consumo das famílias. As impor-tações deverão anotar saldo de US$ 137,2bilhões, superando apenas o resultado de2009, que também foi um período de retraçãoeconômica.

25,6

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-3,4 -5,5 -8,4 -6,6 -1,2 -0,82,7

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19,7

48,2

2011 2012 2013 2014 2016* 2015 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2002 20102003 2004 2005 2006 2007 200920082001

Saldo da Balança Comercial Brasileira (valor em US$ bilhões)

Importações Exportações

242,0 50,2%

2013 2015 2016 *2014

239,7 49,8%

225,149,6%

229,2 50,4%

191,152,7%

171,4 47,3% 185,4

57,5%

137,2 42,5%

Balança Comercial Brasileira (valor em US$ bilhões)

Fonte: MDIC / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

Fonte: MDIC / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201726

(Pesquisa Nacional por Amostra deDomicílios Contínua) investiga aproximada-mente 3.500 municípios. A reformulaçãoampliou os setores censitários e também reve-lou que o desemprego medido pela PNADContínua é em média 2,0 pontos percentuaismaior em relação a PME, além de mostrarforte sazonalidade de baixa nos meses desetembro a dezembro.

283

7796 101 114 109 97 111 114 108 121

159192

229

281

371 384

482 466 482454

363323

2011 2012 2013 2014 2016* 2015 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2002 20102003 2004 2005 2006 2007 200920082001

Corrente de Comércio Exterior (Valor em US$ Bilhões)

A realidade nada branda do mercado de tra-balho...

O IBGE reformulou as estatísticas de empegoe renda ampliando a abrangência da pesqui-sa, visto que na antiga PME (Pesquisa Mensalde Emprego) eram pesquisadas apenas as seteprincipais regiões metropolitanas do País, eagora na nova metodologia a PNAD Contínua

Com relação à corrente de comércio exterior, queé a soma das exportações e importações, e revelaa força da competitividade externa do Brasil, ape-sar do resultado menor em 2016 sobre 2015 as

expectativas são de recuperação mais vigorosa apartir de 2017. Entretanto, ainda está distante dosrecordes atingidos em 2011 e 2014, que foi deUS$ 482 bilhões.

Taxa de Desemprego - IBGE (em % da PEA)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2012

2013

2016*

2014

2015

9,5%10,2%

10,9% 11,2% 11,2% 11,3%11,6% 11,8%

6,8%7,4%

7,9% 8,0% 8,1% 8,3% 8,6% 8,7% 8,9% 9,0% 9,0%9,0%

6,4%6,8%

7,2% 7,1% 7,0% 6,8% 6,9% 6,9% 6,8% 6,6% 6,5%6,5%

7,2%7,7% 8,0% 7,8% 7,6% 7,4% 7,3% 7,1% 6,9% 6,7%

6,2%6,5%7,9% 7,8% 7,6% 7,5% 7,4% 7,3% 7,1% 6,9% 6,8% 6,9%

Fonte: MDIC / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis / (*) Dados até Ago/2016

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Panorama 27

para 11% na média de janeiro a agosto de 2016,devendo continuar subindo até 12,5% em, 2017.

7,3% 7,2%6,8%

8,3%

11,0%

12,5%

2017*2012 2013 2016* 2014 2015

Taxa de Desemprego - IBGE (média anual - em % da PEA)

Em 2015, a taxa média de desemprego foi de 8,3%da População Economicamente Ativa (PEA), mas oaprofundamento da crise econômica elevou a taxa

períodos de sazonalidade baixa do emprego, que severificam entre os meses de setembro e dezembromuito provavelmente não serão constatados outravez em 2016, como ocorrido em 2015, quando apressão de baixa do desemprego foi menor que nosanos anteriores.

Desta forma, temos que o último trimestre do ano éo período em que a taxa de desemprego cai forte-mente e fica ao menos 0,7 ponto percentual abaixoda média. Ou seja, se a taxa média no ano é de11,0% em 2016, então no último trimestre do ano ataxa deve cair para algo ao redor de 10,3%. Essamenor taxa decorre, invariavelmente, pelo períodode contratações temporárias no setor de serviços(ex: lojas de departamentos, shoppings, hotéis, etc.)por conta do aumento da demanda no final do anodevido às festividades e férias de verão.

Já o primeiro trimestre do ano é o período em quese inicia o processo de demissão das contrataçõestemporárias e nesse período a taxa média observadafica ao menos 0,1 ponto percentual acima da médiaanual. Mas o período mais crítico para o emprego éo terceiro trimestre, pois é quando as demissõesatingem seu ápice do ano e a taxa de desempregomédia fica ao menos 0,4 ponto percentual acima dataxa média do ano.

O estoque de pessoal desempregado, segundo oIBGE, era de 11,6 milhões de pessoas em agosto. Jáos dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregadose Desempregados), do Ministério do Trabalho, reve-lam que os trabalhadores sem carteira assinada tota-lizam 1,2 milhão de pessoas.

O setor industrial, com destaque ao setor da cons-trução e veículos, continua reduzindo seu estoquede empregados em virtude tanto da baixa atividadeno setor como pela concorrência externa e falta deinvestimentos para aumento da competitividade,como, por exemplo, infraestrutura logística e supri-mentos de produção com menor custo (ex: energiaelétrica e taxa de juros). Tal cenário reforça as pers-pectivas negativas para o emprego no Brasil aolongo dos próximos meses.

A sazonalidade da taxa de desemprego e suaimportância...

A análise da taxa de desemprego por meio de suamédia anual é muito relevante em virtude da fortesazonalidade que afeta o indicador, pois interferediretamente no planejamento estratégico dasempresas, seja com foco na produção, seja no mar-keting & publicidade. Porém, vale destacar quedevido à forte crise econômica vivida pelo Brasil, os

Fonte: IBGE / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201728

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

7,5%

8,0% 8,4% 8,4% 8,3% 8,3% 8,4% 8,4%

7,4% 7,3% 7,2%7,2%

Média Mensal 7,9%

Sazonalidade da Taxa de Desemprego (em % da PEA)

Mercado de crédito em compasso de espera...

O cenário econômico nacional ainda incerto temrefletido com vigorosa cautela sobre o mercado decrédito, pois as instituições têm sido mais exigentesna concessão de crédito, diminuindo o volume ofer-tado e/ou reduzindo o prazo para pagamento e,ainda, elevando a taxa de juros.

Nesse contexto, o mercado de crédito deve continuarapresentando taxas de crescimento menores em 2016até que haja restabelecimento da confiança por dosagentes econômicos (consumidores, empresários,investidores e instituições financeiras), bem como aqueda efetiva da taxa de juros básica (Selic).

No entanto, mesmo diante desse cenário adverso,nos últimos 14 anos (2002-2016) a taxa de cresci-mento de crédito no SFN (Sistema FinanceiroNacional) cresceu mais de 786%, resultando numamédia anual de 16,9%, praticamente multiplicandopor oito seu volume. Já a relação Crédito/PIB, porsua vez, deverá encerrar 2016 ao redor de 54,5%,praticamente estável em relação aos 54,3% anota-dos em 2015. Vale destacar que na comparaçãocom as economias emergentes, que são nossos con-correntes pela atração do investimento estrangeiro,o Brasil ainda está longe de atingir os níveis obser-vados nessas economias que flutuam ao redor de100% do PIB.

55,5%

24,5% 23,0%26,0%

28,5%31,0%

34,7%

39,7%42,6%

44,1%46,5%

49,3%51,0%

53,1% 54,3% 54,5%

2002 2011 2012 2013 2014 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008 2017* 2016* 2015

3.600

377 409 523 635 765 9441.234 1.421

1.7132.034

2.3682.711

3.0173.217 3.341

Crédito Total (R$ bilhões)

Relação Crédito / PIB

Total de Crédito no SFN (em R$ bilhões e % do PIB)

Fonte: Dados primários IBGE-PNAD / Cálculo e Elaboração: Austin Asis

Fonte: BACEN / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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Panorama 29

já começam a esboçar reação consistente desdemeados de 2016. Parte dessa melhora se deve tantoao cenário externo mais favorável, bem como oambiente político e econômico nacional mais está-vel com a definição do impeachment e as medidasde controles de gastos adotadas pelo atual governode Michel Temer.

• A confiança segue se restabelecendo, aindaque lentamente...

Os indicadores de confiança do consumidor e daindústria, calculados pela Fundação Getúlio Vargas(FGV), apesar de ainda se posicionarem no terrenodo pessimismo com índices abaixo de 100 pontos,

A má gestão das contas públicas gerou resultadosnegativos para toda a economia brasileira, inclusivea perda do grau de investimento, visto que a relaçãodívida/PIB saltou de 30,6% em 2013 para 36% em2015 e deverá encerrar 2016 ao redor de 44%.

Para não piorar ainda mais a situação ao longo dotempo, o governo de Michel Temer lançou a PEC241/16 (Projeto de Emenda à Constituição), que ins-titui a todos os Poderes da União o Novo RegimeFiscal prevendo limite para a despesa primária combase na inflação do ano anterior e por 20 exercíciosfinanceiros consecutivos, ou seja, por 20 anos. Aexpectativa com essa medida é que haja reequilíbriodas contas públicas com retorno do superávit pri-mário e queda da relação Dívida/PIB.

Um rombo sem fim nas contas públicas...

As contas públicas do Brasil passam pelo seu piorresultado da história, pois, desde a adoção do PlanoReal, em 1994, nunca houve registro de déficit pri-mário tão elevado como registrado nos anos de2014 (R$ 32,5 bilhões) e 2015 (R$ 111,2 bilhões). Eo pior é que o tamanho do rombo tende a crescerem 2016 e se manter fundo em 2017.

Tal desempenho negativo decorreu dos elevadosgastos do governo federal com o custeio da máqui-na administrativa, baixo gasto com investimentos equeda da arrecadação. Outra parte considerável dorombo, mais especificamente em 2014 e 2015, foi ouso excessivo da chamada “contabilidade criativa”para anunciar resultados primários superavitáriosinexistentes que resultaram nas “pedaladas fiscais”.

2011 2012 2013 2014 201020092008 2016* 2015

108,9 106,4

118,2 119,0 121,8

113,3

99,4

72,4 72,5

Consumidor

Indústria106,4

93,3

114,5

106,5103,9 102,0

90,1

77,8 81,4

Otimismo

Pessimismo

100

Índices de Confiança na Economia

Fonte: FGV / Elaboração: Austin Asis / (*) Dados até Set/2016

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201730

Mercado acionário recuperando o fôlego...

O mercado de ações no Brasil passou por um forteteste de resistência no início de 2016. Entre janeirode 2012 e janeiro de 2016, o Ibovespa, principalíndice da bolsa de valores de São Paulo, anotouqueda de 43,9%, passando de 67.781 pontos para38.031 pontos. Parte dessa forte queda é explicadapela redução dos preços das commodities no mer-cado global em decorrência da menor demanda chi-nesa. Porém, o fato mais relevante foi a derrocadados preços das ações da Petrobras em virtude dosescândalos de corrupção que envolveram executi-vos e políticos, bem como do endividamento desen-freado da empresa para fazer frente aos diversosprojetos de expansão assumidos junto às empresasenvolvidas nos escândalos.

A mudança de orientação da política de juros noBrasil também contribuiu para a perda de rentabili-dade do mercado de ações, pois a rentabilidade dostítulos públicos federais são as maiores do mundo,mas essa foi uma contribuição quase irrelevantequando comparamos períodos de juros altos eestresse na bolsa de valores.

Com a melhor estabilidade da economia, alteraçãoda política de juros com orientação de baixa, bemcomo a alteração na gestão da Petrobras, maiortransparência no mecanismo de reajustes dos pre-ços dos combustíveis na refinaria, além dos efeitospositivos dos desdobramentos das operações dapolícia federal com os escândalos envolvendo aPetrobras que resultam em retorno de valores ediminuição da corrupção.

2011 2012 2013 2014 20102007 20092008 2017* 2016* 2015

88,1103,6

64,8

101,7

128,7105,0

91,3

-32,5

-111,2

-170,5

-140,0

R$ bilhões

% do PIB

45,5%

38,5%

42,1%

39,1%36,4%

35,3%

30,6%

33,1%

36,0%

44,0%

48,0%

Superávit Primário e Relação Dívida/PIB

-17,0%

97,3%

17,8%27,7% 32,9%

43,7%

-41,2%

82,7%

1,0% -18,1%7,4%

-15,5% -2,9% -13,3%

44,2%

2002 2011 2012 2013 2016* 2014 2015 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008

Índice Bovespa (var. % no ano)

Fonte: BACEN / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

Fonte: Bovespa / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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Panorama 31

Produção Física Industrial aprofunda seudesespero e segue no vermelho...

Segundo dados do IBGE, a produção física industrialbrasileira encerrou 2015 com retração de 8,3%,muito acima dos 3% anotados em 2014. Para 2016,a estimativa da Austin é que o resultado fique muitopróximo ao observado em 2015 e, com isso, acu-mulando perda de quase 20% entre 2014-2016.

O desempenho negativo da produção industrialdecorreu tanto pela forte queda dos investimentos(25,4%) devido ao ambiente de negócios conturba-

do pelos sucessivos episódios de corrupção no país,como também pela queda de 18,5% dos bens deconsumo duráveis, com destaque aos veículos.

Com a retomada dos índices de confiança de con-sumidores e empresários, mesmo que ainda timida-mente, e com a queda da taxa de juros, a expectati-va é de recomposição da produção já em 2017. Paratanto, o ambiente econômico deve se descolar doambiente político, além de o governo adotar medi-das de estímulo via financiamento à produção e,também, utilização do BNDES para acelerar o pro-cesso de recuperação financeira das empresas.

11.268

22.23626.196

33.455

44.473

63.886

37.550

68.588 69.304

56.75460.952

51.507 50.007

43.350

62.500

2002 2011 2012 2013 2016* 2014 2015 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008

Índice Bovespa (em pontos)

2016 * 2015

-8,2% -8,3%

-15,8%

-25,4%

-8,0%-5,3%

-20,3%-18,5%

-8,5%

-11,9%

-2,9%

-9,6%

Bens de Consumo Duráveis

Indústria Geral Bens de Capital Bens Intermediários

Bens de Consumo Não duráveis

Bens de Consumo Semiduráveis

Produção Física Industrial por Categorias de Uso - (var. % no ano)

Fonte: Bovespa / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis / (*) Acumulado de Jan a Ago/2016

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PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL BRASILEIRA (taxa de crescimento no ano ano)

Setores mais dinâmicos em 2016 * por subsetores de atividade 2016 * 2015 2014

Indústria Geral

Fabricação de produtos alimentícios

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

Fabricação de produtos de madeira

Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal

-8,2%

1,7%

1,6%

0,3%

0,0%

-8,3%

-3,3%

-0,4%

-2,5%

-3,8%

-3,0%

-1,0%

-1,1%

-2,6%

2,7%

Média Geral dos Segmentos "Mais e Menos dinâmicos da Indústria Nacional" -9,0% -7,5% -3,1%

Setores menos dinâmicos em 2016 * por subsetores de atividade 2016 * 2015 2014

Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos

Fabricação de bebidas

Fabricação de outros produtos químicos

Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

Indústrias de transformação

Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

Fabricação de produtos têxteis

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico

Metalurgia

Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

Confecção de artigos do vestuário e acessórios

Impressão e reprodução de gravações

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos

Fabricação de produtos diversos

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos

Insumos típicos da construção civil

Indústrias extrativas

Fabricação de móveis

Fabricação de máquinas e equipamentos

Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias

Fabricação de produtos do fumo

Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos

-0,2%

-1,7%

-1,9%

-2,7%

-7,4%

-7,5%

-7,8%

-8,5%

-8,7%

-9,1%

-9,4%

-9,4%

-11,1%

-11,5%

-11,6%

-11,8%

-12,4%

-13,1%

-13,4%

-14,4%

-18,8%

-19,6%

-21,0%

-22,8%

-15,9%

-7,4%

-4,9%

-4,5%

-8,4%

-5,4%

-6,9%

-10,4%

-6,7%

-7,4%

-5,5%

-10,6%

-13,7%

-5,0%

2,9%

-8,2%

-9,5%

9,3%

-7,5%

-11,6%

-20,6%

-8,1%

-5,9%

-28,4%

2,5%

1,3%

-3,9%

-4,2%

-4,2%

2,3%

-7,0%

-6,6%

-3,6%

-7,4%

3,9%

-2,9%

-3,8%

-2,5%

-5,0%

-10,1%

-5,7%

6,8%

-7,3%

-5,7%

-16,7%

-1,5%

-0,3%

-3,1%

Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201732

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis / (*) Valor acumulado de Jan a Ago/2016

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PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL BRASILEIRA (taxa de crescimento no ano ano)

Panorama 33

Produção de autoveículos segue ladeira abai-xo sem freio...

A produção de autoveículos, que inclui veículosleves, caminhões e ônibus, encerrou 2015 comretração de 22,8% e 2,43 milhões de unidades ante3,15 milhões em 2014. O grande destaque ficou acargo da produção de caminhões despencou 47,1%após já ter recuado 25,2% em 2014 (ou seja, quedaacumulada superior a 84% em dois anos). A produ-ção de ônibus teve o segundo pior desempenhocom queda de 34,7%,enquanto e a produção e veí-culos leves e comerciais amargou retração de21,5% em 2015.

No resultado de 2016 acumulado até setembro, aprodução de autoveículos foi de 1,55 milhão de uni-dades e reportou queda de 18,5% na comparação

contra o mesmo período de 2015. Dessa vez, até omomento, o destaque negativo ficou a cargo da pro-dução de ônibus com recuo de 22,5%, seguido pelaprodução de caminhões com queda de 21,7% e veí-culos leves e comerciais com baixa de 18,3%.

As exportações têm sido o caminho alternativopara a produção de autoveículos, que estão apro-veitando o momento de desvalorização do real. Em2015, as exportações cresceram 24,8% com desta-que para comerciais leves com expansão de56,1%. Já no acumulado de jan-Set/2016, a expan-são foi mais moderada, de 19,2%, com destaquepara a exportação de ônibus com 33,8% e de ape-nas 0,7% para a caminhões.

Média Geral dos Segmentos -9,9% -10,4% -3,4%

por categorias de uso (taxa de crescimento no ano) 2016 * 2015 2014

Indústria Geral

1. Bens de capital

1.1. Bens de capital, exceto equipamentos de transporte industrial

1.2. Equipamentos de transporte industrial

2. Bens intermediários

2.1. Alimentos e bebidas básicos, destinados principalmente à indústria

2.2. Alimentos e bebidas elaborados, destinados principalmente à indústria

2.3. Insumos industriais básicos

2.4. Insumos industriais elaborados

2.5. Combustíveis e lubrificantes básicos

2.6. Combustíveis e lubrificantes elaborados - exceto gasolinas p/ automóvel

2.7. Peças e acessórios para bens de capital

2.8. Peças e acessórios para equipamentos de transporte

3. Bens de consumo

3.1. Bens de consumo duráveis

3.1.1. Duráveis - exclusive (2) e (3)

3.1.1.1. Automóveis para passageiros

3.1.1.2. Equipamentos de transporte não industrial

4. Bens de consumo semiduráveis e não duráveis

4.1. Semiduráveis

4.2. Não duráveis

4.2.1. Alimentação e bebidas elaborados para consumo doméstico

4.2.2. Gasolinas para automóvel (motor spirit)

5. Bens não especificados anteriormente

-8,2%

-15,8%

-15,3%

-16,9%

-8,0%

0,2%

4,8%

-19,6%

-6,7%

-1,2%

-9,6%

-6,7%

-14,7%

-6,5%

-20,3%

-18,2%

-20,7%

-28,3%

-2,8%

-8,5%

-2,9%

-1,5%

1,2%

-10,7%

-8,3%

-25,4%

-20,7%

-33,1%

-5,3%

-2,1%

-1,3%

2,2%

-8,0%

5,9%

-5,1%

-3,1%

-18,1%

-9,4%

-18,5%

-17,7%

-19,4%

-16,2%

-6,8%

-11,9%

-9,6%

-3,5%

-5,4%

-6,9%

-3,0%

-9,3%

-4,9%

-15,8%

-2,4%

-4,3%

-0,4%

7,0%

-5,4%

5,5%

3,0%

-4,7%

-13,8%

-2,3%

-9,1%

-2,7%

-14,5%

-1,3%

-0,1%

-4,5%

3,7%

-0,6%

1,6%

-1,9%

Fonte: IBGE / Elaboração: Austin Asis / (*) Valor acumulado de Jan a Ago/2016

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201734

1.479 1.4291.579 1.715

1.928

2.463

2.8203.141

3.515 3.633

3.014 3.0612.881

2.155

1.733

2002 2011 2012 2013 2016* 2014 2015 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008

Licenciamento de Veículos, Caminhões e Ônibus (em mil unidades)

PRODUÇÃO DE VEÍCULOS LEVES, CAMINHÕES E ÔNIBUS

Autoveículos

Veículos leves

Automóveis

Comerciais leves

Caminhões

Semileves

Leves

Médios

Semipesados

Pesados

Ônibus

Rodoviário

Urbano

Produção Total

Unidades

2.973.484

2.502.293

471.191

139.965

2.225

27.875

8.291

50.474

51.100

32.937

5.854

27.083

3.146.386

Part. %

94,5%

79,5%

15,0%

4,4%

0,1%

0,9%

0,3%

1,6%

1,6%

1,0%

0,2%

0,9%

100,0%

Unidades

2.333.903

2.018.954

314.949

74.062

1.803

20.129

4.345

26.848

20.937

21.498

5.843

15.655

2.429.463

Var. % no ano

-21,5%

-19,3%

-33,2%

-47,1%

-19,0%

-27,8%

-47,6%

-46,8%

-59,0%

-34,7%

-0,2%

-42,2%

-22,8%

Var. % no ano

-18,3%

-19,7%

-9,5%

-21,7%

34,2%

-20,5%

-17,9%

-40,4%

-2,1%

-22,5%

-25,1%

-21,5%

-18,5%

2015 / 2014 2016 / 2015 *

Part. %

96,1%

83,1%

13,0%

3,0%

0,1%

0,8%

0,2%

1,1%

0,9%

0,9%

0,2%

0,6%

100,0%

Unidades

1.493.022

1.268.973

224.049

46.447

1.748

12.321

2.818

13.586

15.974

14.482

3.737

10.745

1.553.951

Part. %

96,1%

81,7%

14,4%

3,0%

0,1%

0,8%

0,2%

0,9%

1,0%

0,9%

0,2%

0,7%

100,0%

Fonte: ANFAVEA / Elaboração: Austin Asis / (*) Valores acumulados no período de Jan a Set.

Jan-Set / 201620152014

Produção de Veículos, Caminhões e Ônibus (em mil unidades)

1.791 1.828

2.3172.531 2.611

2.9973.216 3.183

3.381 3.408 3.4033.713

3.146

2.4292.072

2002 2011 2012 2013 2016* 2014 2015 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008

Fonte: ANFAVEA / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

Fonte: ANFAVEA / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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Panorama 35

424

536

759

897842

789735

475 503442 445

566

334

417468

2002 2011 2012 2013 2016* 2014 2015 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008

Gráfico 26 - Exportação de Veículos, Caminhões e Ônibus (em mil unidades)

EXPORTAÇÃO DE VEÍCULOS LEVES, CAMINHÕES E ÔNIBUS

Autoveículos

Veículos leves

Automóveis

Comerciais leves

Caminhões

Semileves

Leves

Médios

Semipesados

Pesados

Ônibus

Rodoviário

Urbano

Produção Total

Unidades

309.874

263.604

46.270

17.737

1.066

3.981

1.244

4.742

6.704

6.608

2.795

3.813

334.219

Part. %

92,7%

78,9%

13,8%

5,3%

0,3%

1,2%

0,4%

1,4%

2,0%

2,0%

0,8%

1,1%

100,0%

Unidades

388.761

316.531

72.230

20.869

1.661

4.237

908

6.368

7.695

7.325

3.588

3.737

416.955

Var. % no ano

25,5%

20,1%

56,1%

17,7%

55,8%

6,4%

-27,0%

34,3%

14,8%

10,9%

28,4%

-2,0%

24,8%

Var. % no ano

20,0%

19,9%

20,3%

-0,7%

-58,9%

22,6%

-4,5%

-10,7%

8,7%

33,8%

4,2%

62,1%

19,2%

2015 / 2014 2016 / 2015 *

Part. %

93,2%

75,9%

17,3%

5,0%

0,4%

1,0%

0,2%

1,5%

1,8%

1,8%

0,9%

0,9%

100,0%

Unidades

328.934

270.393

58.541

15.257

507

3.758

672

4.390

5.930

6.984

2.657

4.327

351.175

Part. %

93,7%

77,0%

16,7%

4,3%

0,1%

1,1%

0,2%

1,3%

1,7%

2,0%

0,8%

1,2%

100,0%

Fonte: ANFAVEA / Elaboração: Austin Asis / (*) Valores acumulados no período de Jan a Set.

Jan-Set / 201620152014

LICENCIAMENTO DE VEÍCULOS LEVES, CAMINHÕES E ÔNIBUS

Autoveículos(Nacionais)

Veículos leves

Automóveis

Comerciais leves

Caminhões

Ônibus

LicenciamentoTotal

Unidades

2.718.543

2.289.395

429.148

134.998

27.474

2.881.015

Part. %

94,4%

79,5%

14,9%

4,7%

1,0%

100,0%

Unidades

2.067.610

1.786.956

280.654

70.226

16.782

2.154.618

Var. % no ano

-23,9%

-21,9%

-34,6%

-48,0%

-38,9%

-25,2%

Var. % no ano

-20,0%

-19,7%

-22,3%

-31,2%

-32,2%

-20,5%

2015 / 2014 2016 / 2015 *

Part. %

96,0%

82,9%

13,0%

3,3%

0,8%

100,0%

Unidades

1.253.007

1.079.929

173.078

37.490

9.295

1.299.792

Part. %

96,4%

83,1%

13,3%

2,9%

0,7%

100,0%

Fonte: ANFAVEA / Elaboração: Austin Asis / (*) Valores acumulados no período de Jan a Ago.

Jan-Set / 201620152014

Fonte: ANFAVEA / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201736

Produção de Caminhões (em mil unidades)

68.55878.960

107.338117.987

106.601

137.281

167.406

123.633

191.621

223.602

133.403

187.002

139.965

74.06261.929

2002 2011 2012 2013 2016* 2014 2015 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008

Licenciamento de Caminhões (em mil unidades)

65.886 66.291

83.005 80.334 76.258

98.498

122.349109.873

157.694168.931

134.741151.175

134.998

70.226

49.987

2002 2011 2012 2013 2016* 2014 2015 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008

Produção de Caminhões sem controle nabanguela...

O setor de transporte rodoviário de cargas é umbom representante do nível de atividade da econo-mia. O reflexo da expansão ou retração da econo-mia é imediato sobre a produção de caminhões,visto que a demanda por esses bens é realizada apartir das expectativas futuras dos consumidores.

Nesse sentido, como não poderia ser diferente, aprodução de caminhões está em queda livre desde2014 e deve encerrar 2016 com queda de 16,4%após amargar queda de 47,1% em 2015. O volumede produção deverá ficar ao redor de 62 mil uni-

dades, nível três vezes e meia menor que o volumeproduzido em 2011 (223,6 mil unidades) que foirecorde histórico. O volume de produção de cami-nhões semipesados e pesados representam mais dametade, reafirmando a característica de transporterodoviário de longas distâncias.

Com a mudança do cenário econômico com pers-pectivas positivas a partir de 2017, inclusive comaumento da retomada da confiança de empresáriose consumidores, queda da taxa de juros, maiorvigor das exportações e produção agrícola, as esti-mativas são de retomada da produção a partir de2017, mesmo que ainda de forma moderada.

Fonte: ANFAVEA / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

Fonte: ANFAVEA / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

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Panorama 37

Independentemente das estimativas, as perspecti-vas para a produção agrícola na safra atual(2016/2017) são positivas considerando o cenárioeconômico brasileiro decepcionante. Mesmo como aumento dos custos de produção, em especialaumentos de preços dos insumos de produçãocomo defensivos, alguns fatores reanimam o setorde agronegócios, como, por exemplo, a desvalori-zação do real e o crescimento econômico nos prin-cipais países parceiros comerciais (Argentina, EUA,Europa, China, entre outros).

Safra de grãos: superando dificuldades

Após a safra recorde de grãos no Brasil, segundodados do IBGE, que foram colhidas 209,6 milhõesde toneladas na safra 2015/2016, a previsão atualé de recuo de 12,3% para uma safra total de 183,9milhões de toneladas no período 2016/2017. Já aCONAB prevê safra recorde de 212,5 milhões detoneladas na safra 16/17, com alta de 14,2% emrelação a safra 15/16 (186 milhões de toneladas).

Safra de Grãos - IBGE (em milhões de toneladas)

117,0132,9

145,8134,0

149,6 160,1 161,8

187,9 188,2 193,3209,6

183,9

05/06 14/15 15/16 16/17 * 13/1406/07 07/08 08/09 09/10 10/11 12/1311/12

Safra de Grãos - CONAB (em milhões de toneladas)

122,5 131,8144,1 135,1

149,3162,8 166,2

188,7 193,6209,5

186,0

212,5

05/06 14/15 15/16 16/17 *13/1406/07 07/08 08/09 09/10 10/11 12/1311/12

Produção de implementos rodoviários emmarcha ré

Segundo dados da ANFIR (Associação Nacional dosFabricantes de Implementos Rodoviários), os empla-

camentos de implementos rodoviários recuou43,9% em 2015 e atingiu 91,7 mil unidades contra163,6 mil registradas em 2014. Com dados compi-lados até o mês de setembro, o ano de 2016 apurouemplacamentos de 50,7 mil unidades com retração

Fonte e Estimativa (*): CONAB / Elaboração: Austin Asis

Fonte e Estimativa (*): IBGE-LSPA / Elaboração: Austin Asis

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IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS - Emplacamento do Setor (participação por tipo e mercado)

Reboques eSemirreboques (a)

45,5%

40,3%

35,9%

39,0%

41,5%

35,2%

34,8%

31,1%

32,8%

39,4%

35,4%

33,6%

38,6%

Ano

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016 *

Carroceriassobre chassis (b)

54,5%

59,7%

64,1%

61,0%

58,5%

64,8%

65,2%

68,9%

67,2%

60,6%

64,6%

66,4%

61,4%

Mercadointerno (c = a + b)

96,4%

95,1%

93,8%

93,6%

94,9%

97,3%

97,5%

97,3%

96,5%

97,0%

97,7%

96,3%

94,3%

Exportação(d)

3,6%

4,9%

6,2%

6,4%

5,1%

2,7%

2,5%

2,7%

3,5%

3,0%

2,3%

3,7%

5,7%

Total(c + d)

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201738

apresentou expansão de 280%, porém foram empla-cadas apenas 19 unidades entre Jan-Set/2016. Já pelolado dos destaques negativos estão o tipo Baú cargageral com queda de 46%, e Basculante com recuo de20,4%, ambos representam 22% do total.

Enquanto o mercado interno de implementos amar-gou perdas, as exportações do setor cresceram24,2% no acumulado de Jan-Set/2016 em relaçãoao mesmo período de 2015. Porém, o resultado nãoé expressivo em virtude das vendas externas repre-sentarem apenas 5,7% do total do setor.

IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS - Emplacamento do Setor (em unidades)

Fonte: ANFIR / Elaboração: Austin Asis / (*) Dado acumulado de Jan a Set/2016

Reboques eSemirreboques (a)

38.163

30.035

29.012

40.209

54.486

40.509

59.251

59.441

52.543

70.105

56.529

29.670

18.469

22.586

-18,2%

Ano

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Jan-Set/16

Jan-Set/15

Var.% 15/16

Carroceriassobre chassis (b)

45.653

44.561

51.796

62.860

76.715

74.598

111.032

131.382

107.871

107.796

103.341

58.645

29.379

46.467

-36,8%

Mercadointerno (c = a + b)

83.816

74.596

80.808

103.069

131.201

115.107

170.283

190.823

160.414

177.901

159.870

88.315

47.848

69.053

-30,7%

Exportação(d)

3.108

3.832

5.305

7.057

7.087

3.163

4.393

5.276

5.810

5.432

3.756

3.436

2.914

2.346

24,2%

Total(c + d)

86.924

78.428

86.113

110.126

138.288

118.270

174.676

196.099

166.224

183.333

163.626

91.751

50.762

71.399

-28,9%

28,9% em relação ao mesmo período de 2015 (71,4mil unidades). A situação em 2016 é negativa tantopara reboques e semirreboques (-18,2%) como paracarrocerias sobre chassis (-36,8%) – destacando-seque a participação das carrocerias no setor é de61,4% (set/2016).

Na segregação por tipo de implementos rodoviáriosde reboque e semirreboque, o destaque positivo ficoua cargo dos tipos Canavieiro e Dolly, que anotaramexpansão de 24,3% e 24,2%, respectivamente, erepresentam 13,3% do total. O tipo Tanque alumínio

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Panorama 39

REBOQUES E SEMIREBOQUES (em unidades)

Família

Graneleiro / Carga Seca

Basculante

Tanque Carbono

Baú Carga Geral

Transporte de toras

Baú Lonado

Dolly

Porta Conteiner

Carrega tudo

Canavieiro

Especial

Baú Frogorífico

Tanque Inox

Silo

Tanque Alumínio

Total

2008

20.366

5.918

5.343

4.841

425

2.791

1.434

2.113

1.422

4.864

2.070

1.434

487

940

38

54.486

2009

13.611

4.536

5.335

3.622

530

1.800

1.224

1.510

1.011

3.794

1.390

1.129

503

490

24

40.509

2010

18.723

9.453

4.108

5.842

1.553

3.469

1.231

2.710

1.598

4.722

1.749

1.671

1.411

939

72

59.251

2011

18.389

11.184

3.224

6.032

869

3.460

1.325

3.435

2.115

3.635

2.183

1.414

1.105

1.048

23

59.441

2012

15.909

9.801

2.510

5.497

951

3.305

1.462

2.700

2.503

2.755

1.651

1.545

906

998

50

52.543

2013

22.507

12.583

4.520

6.454

1.218

3.803

3.499

2.933

2.171

3.154

1.986

2.530

1.803

924

20

70.105

2014

15.693

10.277

4.833

5.259

2.298

3.150

2.609

2.401

1.766

2.963

1.598

1.552

1.504

599

27

56.529

2015

7.985

4.984

2.725

2.635

1.805

1.798

1.312

1.289

1.185

1.178

999

921

615

234

5

29.670

Jan-Set/15

5.842

3.732

2.215

2.044

1.454

1.265

883

941

936

1.090

815

685

501

178

5

22.586

Jan-Set/16

5.367

2.969

1.614

1.103

1.019

1.081

1.097

571

622

1.355

618

476

459

99

19

18.469

Var.% 16/15

-8,1%

-20,4%

-27,1%

-46,0%

-29,9%

-14,5%

24,2%

-39,3%

-33,5%

24,3%

-24,2%

-30,5%

-8,4%

-44,4%

280,0%

-18,2%

CARROCERIAS SOBRE CHASSIS (em unidades)

Família

Baú Alumínio / Frigorífico

Graneleiro / Carga Seca

Outras / Diversas

Basculante

Tanque

Betoneira

Baú Lonado

Total

2008

25.732

26.286

11.259

11.084

1.776

-

578

76.715

2009

26.274

26.604

9.218

10.332

1.789

-

381

74.598

2010

40.517

37.211

11.543

16.245

2.914

1.851

751

111.032

2011

45.903

44.595

14.111

19.910

3.607

2.405

851

131.382

2012

40.671

35.487

11.583

13.742

3.563

2.197

628

107.871

2013

41.562

32.881

12.374

13.219

5.066

1.942

752

107.796

2014

36.503

29.507

12.807

16.041

5.859

1.508

1.116

103.341

2015

22.799

18.884

7.544

5.505

2.923

559

431

58.645

Jan-Set/15

18.134

15.006

5.671

4.492

2.303

500

361

46.467

Jan-Set/16

12.481

9.262

3.800

2.158

1.283

231

164

29.379

Var.% 16/15

-31,2%

-38,3%

-33,0%

-52,0%

-44,3%

-53,8%

-54,6%

-36,8%

REBOQUES E SEMIREBOQUES (participação no total, por ano)

Família

Graneleiro / Carga Seca

Basculante

Tanque Carbono

Baú Carga Geral

Transporte de toras

Baú Lonado

Dolly

Porta Conteiner

Carrega tudo

Canavieiro

Especial

Baú Frogorífico

Tanque Inox

Silo

Tanque Alumínio

Total

2008

37,4%

10,9%

9,8%

8,9%

0,8%

5,1%

2,6%

3,9%

2,6%

8,9%

3,8%

2,6%

0,9%

1,7%

0,1%

100,0%

2009

33,6%

11,2%

13,2%

8,9%

1,3%

4,4%

3,0%

3,7%

2,5%

9,4%

3,4%

2,8%

1,2%

1,2%

0,1%

100,0%

2010

31,6%

16,0%

6,9%

9,9%

2,6%

5,9%

2,1%

4,6%

2,7%

8,0%

3,0%

2,8%

2,4%

1,6%

0,1%

100,0%

2011

30,9%

18,8%

5,4%

10,1%

1,5%

5,8%

2,2%

5,8%

3,6%

6,1%

3,7%

2,4%

1,9%

1,8%

0,0%

100,0%

2012

30,3%

18,7%

4,8%

10,5%

1,8%

6,3%

2,8%

5,1%

4,8%

5,2%

3,1%

2,9%

1,7%

1,9%

0,1%

100,0%

2013

32,1%

17,9%

6,4%

9,2%

1,7%

5,4%

5,0%

4,2%

3,1%

4,5%

2,8%

3,6%

2,6%

1,3%

0,0%

100,0%

2014

27,8%

18,2%

8,5%

9,3%

4,1%

5,6%

4,6%

4,2%

3,1%

5,2%

2,8%

2,7%

2,7%

1,1%

0,0%

100,0%

2015

26,9%

16,8%

9,2%

8,9%

6,1%

6,1%

4,4%

4,3%

4,0%

4,0%

3,4%

3,1%

2,1%

0,8%

0,0%

100,0%

2016 (*)

29,1%

16,1%

8,7%

6,0%

5,5%

5,9%

5,9%

3,1%

3,4%

7,3%

3,3%

2,6%

2,5%

0,5%

0,1%

100,0%

Fonte: ANFIR Elaboração: Austin Asis(*) Dado acumulado de Jan a Set/2016

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201740

383 379 411 447 458 490 531 719 942 1.055 1.138 1.172 1.190 1.247 1.251

Total1.738

Motos + Veículos Isentos

Pesados

Leves

162 162 164 166 167 178 190

270

362407

424 430 417 420 426

12 12 28 30 32 38 46

56

6064

69 69 69 74 61

2002 2011 2012 2013 2016* 2014 2015 20102003 2004 2005 2006 2007 20092008

Veículos Pedagiados - ABCR (em milhões de unidades)

Luz verde nas estradas pedagiadas...

Em 2015, o tráfego de veículos nas estradas peda-giadas registrou novo recorde e superou o resultadode 2014 ao anotar 1,742 milhão de unidades depassagens nas praças de pedágios das empresasassociadas à ABCR, com crescimento de 3,9% emrelação a 2014. Para 2016, a estimativa da Austin éque o tráfego de veículos fique ao redor de 1,738milhão, resultado ligeiramente inferior (-0,2%) aoregistrado em 2015.

O indicador de tráfego nas estradas é bom orienta-dor sobre a dinâmica macroeconômica, ou seja, éum termômetro, pois menos veículos trafegando nasestradas indicam que toda a atividade econômica

(ex: consumo das famílias) está diminuindo. Porém,em 2015, enquanto houve expansão de 3,9% no trá-fego de veículos, o PIB apresentou retração de3,8%. Muito provavelmente, esse resultado estárelacionado ao aumento de tráfego de deslocamen-to de veículos de carga vazios, o que eleva o custodos transportadores, pois houve aumento de 0,8%de veículos pesados contra 4,8% de veículos leves.

Para 2016, em virtude do aprofundamento do pro-cesso recessivo da economia brasileira, projetamosleve retração de 0,2% no fluxo de passagens de veí-culos nas estradas pedagiadas, com destaque para omenor volume de veículos leves e, principalmente,no eixo Rio-São Paulo.

Fonte: ABCR / Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

CARROCERIAS SOBRE CHASSIS (participação no total, por ano)

Família

Baú Alumínio / Frigorífico

Graneleiro / Carga Seca

Outras / Diversas

Basculante

Tanque

Betoneira

Baú Lonado

Total

2008

33,5%

34,3%

14,7%

14,4%

2,3%

-

0,8%

100,0%

2009

35,2%

35,7%

12,4%

13,9%

2,4%

-

0,5%

100,0%

2010

36,5%

33,5%

10,4%

14,6%

2,6%

1,7%

0,7%

100,0%

2011

34,9%

33,9%

10,7%

15,2%

2,7%

1,8%

0,6%

100,0%

2012

37,7%

32,9%

10,7%

12,7%

3,3%

2,0%

0,6%

100,0%

2013

38,6%

30,5%

11,5%

12,3%

4,7%

1,8%

0,7%

100,0%

2014

35,3%

28,6%

12,4%

15,5%

5,7%

1,5%

1,1%

100,0%

2015

38,9%

32,2%

12,9%

9,4%

5,0%

1,0%

0,7%

100,0%

2016 (*)

42,5%

31,5%

12,9%

7,3%

4,4%

0,8%

0,6%

100,0%

Fonte: ANFIR / Elaboração: Austin Asis / (*) Dado acumulado de Jan a Set/2016

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Leves

Pesados

Total

Panorama 41

31,0%

34,2%

2010 2011 2012 2013 2016* 2014 2015

30,6%

12,0%12,4% 11,9%

7,9%

4,2%6,9%

3,0%1,5% 2,5% 1,6%

-3,2% 0,3%

4,8%

0,8%

3,9%

0,3% 1,4%-0,2%

42,0%44,9%

2010 2011 2012 2013 2016* 2014 2015

42,7%

10,1%8,0% 9,6%

6,4% 5,3% 6,2%4,2% 2,7% 3,8% 4,2%

-4,0% 1,8% 0,5% -5,8% -1,3% -2,6% -6,1% -3,4%

3,3%

7,6%

2010 2011 2012 2013 2016* 2014 2015

4,0%4,9% 4,6% 4,9% 4,9%

3,0%

4,6%

3,0%2,2% 2,8%

2,1%

-0,9%1,5%

-2,6% -8,0% -3,5% -3,1% -9,3% -4,2%

10,8%12,3%

2010 2011 2012 2013 2016* 2014 2015

11,3%

5,4%

7,9%

6,3% 6,4%5,4% 6,1%

3,6%5,0%

4,1% 4,2%

-0,1%

2,6%

-2,2% -3,7% -2,7% -3,3% -2,0% -2,8%

Fluxo de Veículos nas Estradas Pedagiadas (var. % no ano)

São Paulo

Brasil

Rio de Janeiro

Paraná

Fonte: ABCR Elaboração e Projeção (*): Austin Asis

Fonte: ABCR Elaboração: Austin Asis(*) Var. % acumulada em 12 meses até set/2016

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201742

A economia brasileira fechará 2016 sob osigno da recessão, tida por alguns como amaior desde 1930. A queda esperada no PIB éde pouco mais de 3,0% (BCB: 3,3%, Focus:3,19%, FMI: 3,3%). Apesar de ser melhor queos mais de 4,0% previstos no começo do ano,ainda é muito alta e trouxe consequências gra-ves para o país. A principal são os 11,9% detaxa de desemprego - traduzidos em 12milhões de pessoas desempregadas – sem pers-pectivas de melhora no curto prazo.

O Banco Central (BC) previu para o ProdutoInterno Bruto (PIB) de 2016, em seu relatóriode outubro, uma queda de 3,3% e um cresci-mento de 1,3% para 2017.

Dentro desta visão de melhora do mercado noano de 2017, o BC prevê um crescimento de3,5% para a agropecuária, alta de 1,5% para aindústria e avanço de 0,9% para o setor de ser-viços. O mercado espera que outros indicado-res importantes também devam voltar a cres-cer. A projeção é de que os investimentos,depois de terminar 2016 em queda, cheguemao fim de 2017 com uma alta de 4,0%.

Outros números positivos devem ser registra-dos no consumo das famílias, que deve passarde uma queda de 4,4% em 2016 para uma altapróxima a 1,0%. O consumo do governo segueritmo semelhante, recuperando parcialmente aqueda de 1,3% de 2016 com um avanço de

0,5% no ano seguinte. As exportações devemcrescer 4,5%, e as importações 6,0%.

O ano de 2017 aponta para um ciclo demudança no ambiente macroeconómico, feliz-mente para melhor. Contudo, para que as pre-visões se concretizem, é fundamental que osresultados das decisões políticas se traduzamem uma solução governativa estável para opaís. O desenvolvimento da economia deforma positiva dependerá fundamentalmentede alguns fatores, em especial da governabili-dade fundamentada numa visão e num concei-to estratégico nacional, em instituições robus-tas e independentes, na coesão e cobrança dasociedade e na estabilidade política do cresci-mento econômico sustentável requerendoestabilidade macroeconômica, equilíbrio econtrole da dívida e uma estratégia de desen-volvimento que inclua reformas para melhoraro ambiente de negócios e, nomeadamente, doinvestimento; do apoio ao setor privado, comfoco nas pequenas e médias empresas; dasreformas estruturais na gestão das finançaspúblicas; do direcionamento de investimentospúblicos em áreas sociais prioritárias para odesenvolvimento, nomeadamente a saúde,educação e segurança; e de um sistema finan-ceiro estável e sólido com capacidade parafinanciar a economia e promover um cresci-mento inclusivo e sustentável.

O setor de transporte em 2016

Segundo o RNTRC, o setor empresarial do trans-porte rodoviário de cargas é composto por158.645 empresas, com uma frota de 1.157.522veículos, sendo 56% de caminhonetes, cami-nhões e cavalos mecânicos. As empresas estão

Análise conjuntural dos custos do transporte rodoviário de cargas

Por Eng. Antonio Lauro Valdivia Neto* e Economista Fernando Sebastião da Silva**

* Especialista em transportes; Engenheiro de Transportes, pós-graduado e Mestre em Administração de Empresas. Assessortécnico da Associação Nacional do Transporte de Cargas – NTC.

** Economista e Assessor técnico da Associação Nacional doTransporte de Cargas – NTC.

PANORAMA

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Panorama 43

distribuídas por todo o território brasileiro,sendo que pouco mais de 70% estão localiza-das em cinco estados da federação: São Paulo,Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e SantaCatarina. Destes, o estado que possui maisempresas registradas é São Paulo, com quase27% de todas as empresas transportadoras.

O ano de 2016 também não foi bom para oTRC. As pesquisas realizadas pela NTC aolongo do ano mostraram um cenário difícilpara as empresas do setor. O ano começoucom uma queda média de 8,9% no faturamen-to das empresas, resultado do menor valor dofrete e da queda no volume de carga transpor-tada. O setor iniciou o ano com uma defasa-gem em relação aos custos envolvidos nas ope-rações de transportes, calculada em 12,9%, eseguiu piorando ao longo do ano, a ponto de,no meio do ano, a defasagem, em razão dosdescontos concedidos e da inflação do perío-do, atingir 22,94% no transporte de cargaslotações (fechadas) e 9,81% no transporte decargas fracionadas.

Como se não bastasse tamanha defasagem, osetor ainda teve que absorver os pagamentosem atraso. Nada menso que 86% das empresasindicaram ter fretes a receber atrasados, mon-tante que, segundo elas, compromete 13,3%do faturamento. Isto, depois de terem cedido eestendido o prazo de pagamento. Os obstácu-los enfrentados ao longo do ano não são sóestes. Há ainda a questão das ações e indeni-zações trabalhistas que comprometem quase2% do faturamento ou, quando a empresa temlucro, 40% deste.

A travessia poderia ser um pouco mais fácilpara as empresas do setor se elas não fossemtão resistentes em cobrar pelos seus serviços deforma correta, não abrindo mão de recebertodos os componentes tarifários. A última pes-quisa constatou que:

• 30,7% não cobram frete-valor, sendo 19%na fracionada e 42% na lotação,

• 48,4% não recebem o GRIS, neste caso 28%na carga fracionada e 67% na carga lotação.

Sem contar que boa parte das generalidades dotransporte é ignorada por quem cobra e porquem paga.

Conclusão, no que compete ao frete, é impor-tante que as empresas que atuam neste merca-do passem a pensar seriamente em cobrar maise melhor pelos serviços que prestam.

Os Custos do Transporte Rodoviário de Carga

Se houve algo que contribuiu para que a situa-ção das empresas do setor de transporte não terpiorado em 2016 foi o comportamento docusto dos insumos. Assim como os demaisíndices que medem a inflação, o INCT – ÍndiceNacional de Custos de Transporte de Cargavem baixando desde o começo do ano, quan-do chegou a atingir entre 9,0% e 9,5%.

Os principais insumos desta atividade são amão de obra, o veículo e o combustível, alémde impostos e das despesas administrativas. A

SP 27%

RS 14%

PR 12%MG 10%

SC 9%

RJ 5%

BA 3%

GO 3%

MT 3%

Demais UF 14%

Cresceu

Estável

Queda

12%

7%

81%

Desenpenho das Empresas no 1º sem. 2016

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201744

participação destes varia em função da formaque a operação é realizada. Por exemplo, seos veículos rodam muito, pois trabalham emrotas longas, a variação no valor do combus-tível terá um impacto maior. Entretanto, emoperações urbanas, de coleta e distribuição,

os veículos pequenos, que consomem menoscombustível, rodam relativamente pouco edemandam muita mão de obra (motoristas eajudantes) a participação maior, dentro doscustos, fica com mão de obra.

Impostos Federais...

Média LongaCurta

Remuneração do Capital

30%

25%

20%

15%

10%

05%

00%

Custo com Motorista

Reposição do Veículo

Manutenção Combustível Demais Custos

Despesas Administrativas

Participação dos Custos x Distância (em %)

Impostos Federais...

Média LongaCurta

Remuneração do Capital

50%

40%

30%

20%

10%

00%

Custo com Motorista

Reposição do Veículo

Manutenção Combustível Demais Custos

Despesas Administrativas

Participação dos Custos (Fracionada) x Distância (em %)

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Panorama 45

O reajuste da mão de obra do setor que temcomo período de negociação concentrado aolongo do ano nos meses de maio e junho,resultou aumentos que variaram entre 7% e10%. O de São Paulo, por exemplo, fechou em8,0% em duas parcelas, 5,0% em maio e 3,0%em novembro. Na média, os reajustes peloBrasil ficaram em 8,61%, portanto abaixo dainflação acumulada pelo IPCA nos dos 12meses que, na época, estava em 9,32% segun-do o IPCA.

Diesel estável

O diesel esteve praticamente estável em 2016,com o valor médio a nível Brasil em torno deR$ 3,15 o S10 e R$ 3,00 o comum.

Ocorreu em outubro, a divulgação pelaPetrobrás de uma nova política de preços paraos combustíveis (diesel e gasolina). Agora, osreajustes passam a ser condicionadas ao doisfatores:

“A paridade com o mercado internacional -também conhecido como PPI e que incluicustos como frete de navios, custos internosde transporte e taxas portuárias – mais umamargem que será praticada para remunerarriscos inerentes à operação, como, por exem-plo, volatilidade da taxa de câmbio e dos pre-ços sobre estadias em portos e lucro, além detributos. A diretoria executiva definiu que nãopraticaremos preços abaixo desta paridadeinternacional.”

Segundo a empresa, a principal diferença emrelação ao que ocorria antes é o prazo para osajustes em relação ao mercado internacional.A nova política passa a prever avaliações pararevisões de preços pelo menos uma vez pormês. A expectativa é que, como o valor dessescombustíveis acompanhará a tendência domercado internacional, poderá haver manuten-ção, redução ou aumento nos preços pratica-dos nas refinarias e muito provavelmente parao consumidor final.

Entretanto, nem mesmo o desconto de 2,7%concedido pela Petrobras na refinaria no mêsde outubro fez com que o valor tivesse varia-ção significativa, mantendo a estabilidade. O

maior impacto veio pontualmente, devido ànecessidade de alguns estados aumentarem asreceitas, pelo aumento de impostos, principal-mente do ICMS.

Diesel Diesel S10

3,200

3,100

3,000

2,900

jan/16 set/16fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 ago/16jul/16 out/16nov/15out/15 dez/15

Diesel

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201746

Veículos (Caminhões)

Em 2016, até o mês de outubro, os veículos e osimplementos, assim como o diesel, também tiverampouca variação, Os caminhões pequenos leves esemileves foram os que variaram mais, subindo emmédia 4,7% e 3,8% respectivamente. Os médiosaumentaram 2,8% e os pesados tiveram uma quedade 0,6%. No mercado de implementos não houvevariação significativa.

Variação no ano (até out/2016)

• Caminhão Semileve - 3,8%• Caminhão Leve - 4,7%• Caminhão Médio - 2,3%• Caminhão Semipesado - 1,0%• Caminhão Pesado - -0,6%

Índices de custos

Para identificar de forma precisa qual o comporta-mento dos custos ao longo do tempo, a NTC traba-lha com índices de custos que variam em função dotipo da atividade de transporte. Assim, para o trans-porte de carga lotação tem-se o INCT-L; já para acarga fracionada adota-se o INCT-F. Mas só estádivisão não bastou e foi necessário também quepara cada um deles fossem criados pelo menos mais5, contemplando a influência da quilometragempercorrida na operação:

• Muito curtas - 50 km• Curtas - 400 km• Médias - 800 km• Longas - 2.400 km• Muito longas - 6.000 km

Fonte: FECOMBUSIVEIS - Set/2016

Diesel S500

TributoFederal(CIDE)

1%

2%

1%

1%

2%

1%

1%

2%

2%

2%

1%

1%

2%

1%

2%

2%

1%

2%

2%

2%

1%

1%

2%

2%

2%

2%

2%

TributoFederal

(Pis/Cofins)

6%

8%

7%

6%

8%

7%

7%

8%

8%

8%

7%

7%

8%

7%

8%

8%

7%

8%

7%

8%

7%

7%

8%

8%

8%

8%

8%

AC

AL

AM

AP

BA

CE

DF

ES

GO

MA

MT

MS

MG

PA

PB

PE

PI

PR

RJ

RN

RO

RR

RS

SC

SE

SP

TO

TributoFederal(Total)

7%

10%

8%

7%

10%

8%

8%

10%

10%

10%

8%

8%

10%

8%

10%

10%

8%

10%

9%

10%

8%

8%

10%

10%

10%

10%

10%

TributoEstadual(ICMS)

17%

17%

18%

25%

18%

17%

15%

12%

15%

18%

17%

17%

15%

17%

18%

18%

17%

12%

13%

18%

17%

17%

12%

12%

18%

12%

18%

Tributos(Federal eEstadual )

24%

27%

26%

32%

28%

25%

23%

22%

25%

28%

25%

25%

25%

25%

28%

28%

25%

22%

22%

28%

25%

25%

22%

22%

28%

22%

28%

Diesel S10

TributoFederal(CIDE)

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

1%

2%

1%

2%

1%

1%

1%

1%

1%

2%

1%

2%

1%

TributoFederal

(Pis/Cofins)

6%

7%

7%

6%

7%

7%

7%

7%

7%

7%

7%

7%

7%

7%

7%

8%

7%

8%

7%

8%

7%

7%

8%

8%

8%

8%

8%

AC

AL

AM

AP

BA

CE

DF

ES

GO

MA

MT

MS

MG

PA

PB

PE

PI

PR

RJ

RN

RO

RR

RS

SC

SE

SP

TO

TributoFederal(Total)

7%

8%

8%

7%

8%

8%

8%

8%

8%

8%

8%

8%

8%

8%

8%

10%

8%

10%

9%

10%

8%

8%

10%

10%

10%

10%

10%

TributoEstadual(ICMS)

16%

17%

18%

25%

18%

16%

15%

12%

15%

18%

17%

17%

15%

17%

18%

18%

17%

12%

13%

18%

17%

17%

12%

12%

18%

12%

18%

Tributos(Federal eEstadual )

23%

25%

26%

32%

26%

24%

23%

20%

23%

26%

25%

25%

23%

25%

26%

28%

25%

22%

22%

28%

25%

25%

22%

22%

28%

22%

28%

INCT – ÍndiceNacional de Custos de Transporte de Carga

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Panorama 47

No geral, o INCT acompanhou os demais índi-ces que medem a inflação e retraiu-se ao longodo ano. Iniciou o ano com aumentos anuaisentre 9% e 10% e deverá terminá-lo abaixodestes valores. Nos dois últimos anos, tanto oINCT-L quanto INCT-F perderam para o IPCA,mas em 2016 o índice da carga fracionada temgrande chance de superar a inflação oficial queo mercado prevê que deva terminar próximados 7,0%. O acumulado do ano até setembroaponta nesta direção com o IPCA em 5,5%, oINCT-F em 7,0% e o INCT-L em 3,2%.

A análise do INCT acumulado dos 12 mesesmostra que a medida que a quilometragemrodada do veículo na operação aumenta oíndice diminui. Este fato decorre da participa-ção da mão de obra ser maior nas operaçõesonde o veículo roda menos - como a mão deobra vinha subindo mais que a inflação o INCTpara as curtas distâncias acabou subindo maisque as longas distâncias.

Portanto, há de se tomar cuidado com atuali-zações de frete apenas pelo INCT médio, porexemplo, sem observar a distância percorridana operação, pois corre-se o risco de dar umreajuste aquém do que se deveria ou acima doque seria necessário.

jan/16 set/16fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 ago/16jul/16

8,88

6,71 6,666,41 6,17

6,937,30

6,716,51

9,43

8,50 8,37 8,237,89

8,358,78 8,77

8,82

10,7110,36

9,39 9,28 9,328,84 8,74

8,98

8,48

INCT-F INCT-LIPCA

Evolução Acumulada 12 meses (em %)

2014 2015 2016*

3,2%

6,4%

4,0%5,3%

10,7%9,5%

9,0%

5,5%

7,0%

INCTF - Fracionada

INCTL - Lotação

IPCA - Total

IPCA Total versus INCT-F / INCT-L (var. % no ano)

Fonte: IBGE e NTC / Elaboração: DECOPE / (*) Var. % acumulada no ano até Set/2016

M. Curtas (50 km) Curtas (400 km) M.Longas (6.000 km)

7,79

9,62

8,419,28

6,98

9,07

6,51

8,46

5,31

INCTF

INCTL

Médias (800 km) Longas (2.400 km)

5,73

INCT-F versus INCT-L (var. % em 12 meses)

Fonte: NTC / Elaboração: DECOPE / (*) Var. % acumulada em 12 meses até Set/2016

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201748

Previsão para 2017

A inflação do transporte rodoviário de cargasem 2016 refletiu, principalmente, o aumentoda mão de obra, que apesar de o ritmo deaumento ter diminuído, ainda foi alta, princi-palmente quando se considera a situação eco-nômica das empresas do setor. Acredita-se queem 2017 está pressão deva diminuir, mas issovai depender da velocidade de recuperação domercado.

Tudo indica que em 2017 a situação política eeconômica deva melhorar, a ponto de algunseconomistas cravarem um aumento de PIBpara o Brasil de mais de 3%. Esta é uma boa emá notícia, boa quando se olha para a recupe-ração do frete, mas não traz tranquilidadequanto à pressão que isto deva imputar sobre opreço dos insumos.

Conclui-se, portanto, que o desempenho dasempresas e o comportamento dos custos em2017 vão depender de muitos fatores. Alémdos já citados, é preciso considerar ainda o tér-mino o ajuste fiscal, em fase implantação, dosucesso ou não das reformas da previdência,política, trabalhista, tributária, entre outras.Além é claro da imprevisível Lava-jato.

O que é fato é que, se tudo correr razoavel-mente bem, o Brasil deve começar a se reer-guer em 2017, ou seja, este vai ser mais umano desafiador para os empresários brasileiros,em especial os transportadores. Neste cenário,é bem provável que a inflação do setor fiqueem torno dos valores do final de 2016, algocomo 4 a 6% para carga lotação e 5 a 8% paracargas fracionadas.

Índice Nacional de Custos de Transporte de Carga Fracionada (INCT-F) – set/2016

VariaçãoAcumulada36 meses

(%)

24,03

23,59

23,17

22,89

21,50

VariaçãoAcumulada24 meses

(%)

21,47

20,94

20,40

19,53

18,57

Percurso

Muito Curto

Curto

Médio

Longo

Muito Longo

Distância (km)

50

400

800

2.400

6.000

VariaçãoAcumulada12 meses

(%)

9,62

9,28

9,07

8,46

7,79

VariaçãoAcumulada

Anual(%)

7,77

7,28

7,00

6,41

5,65

Variação Mensal

(%)

0,1324

0,1256

0,1178

0,0902

0,0675

Índice Nacional de Custos de Transporte de Carga Lotação (INCT-L) – set/2016

VariaçãoAcumulada36 meses

(%)

22,41

21,18

20,78

20,09

19,71

VariaçãoAcumulada24 meses

(%)

17,17

16,04

15,67

15,03

14,67

Percurso

Muito Curto

Curto

Médio

Longo

Muito Longo

Distância (km)

50

400

800

2.400

6.000

VariaçãoAcumulada12 meses

(%)

8,41

6,98

6,51

5,73

5,31

VariaçãoAcumulada

Anual(%)

5,30

3,77

3,22

2,48

2,11

Variação Mensal

(%)

0,0391

- 0,0263

- 0,0457

- 0,0860

- 0,1100

Fonte: Decope/NTC&Logística

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Panorama 49

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Como estamos enfrentando a crise

PANORAMA

Quem tem resposta para a pergunta: até quandovai a crise econômica pela qual o Brasil está pas-sando? É difícil de responder. Muitos já disseramque já havia terminado e a recuperação come-çaria no final de 2016. Agora já se ouve que arecuperação só ocorrerá no segundo trimestrede 2017, com alguns especialistas apontando oinício da retomada só para o segundo semestredo ano que vem e, ainda há quem diga que serásó em 2018.

Embora ainda não existam certezas, é fato quese tudo correr sem sobressaltos e imprevistos,pode-se afirmar que há alguns sinais de que oBrasil começa a andar nos trilhos novamente -embora ainda seja cedo para cantar vitória.

Reformas estruturais, que são indispensáveispara que a economia melhorar, começam a serencaminhadas. Os juros bancários mais altos domundo começaram a baixar depois de quatroanos. A inflação dá sinais de queda. A Bolsasobe e o dólar cai, fortalecendo a moeda nacio-nal. E a confiança da sociedade em que a situa-ção começa a melhorar já atinge 30%, um índi-ce superior aos do último ano da ex-presidenteDilma Rousseff.

Entretanto, apesar de avançar na agenda fiscal, oBrasil ainda vai ter que esperar um pouco paraver a recuperação efetiva da economia, ou seja,ainda não há motivos suficientes para comemo-rar, mas não há como negar que o Brasil estámelhor do que seis meses atrás.

Neste cenário difícil por que passa o país, já hámais de dois anos, questiona-se quais devem seras providências adotadas pelas empresas de

transporte, neste período, para sobreviverenquanto a situação não melhora.

A NTC fez uma enquete junto às empresas trans-portadores sobre as medidas tomadas e quaiselas consideram ser mais eficazes neste momen-to de crise econômica por que passam.

As quatro principais providências e as conside-radas importantíssimas foram:

• Aumento do controle sobre os itens de consu-mo (combustível, pneus, manutenção etc) e osgastos;

• Negociar a diminuição de preços com os for-necedores;

• Aumentar a produtividade dos veículos (ocu-pação e nº de viagens);

• Solicitar reajuste de frete junto aos clientes.

Nota-se que duas delas (1 e a 3) dependemexclusivamente de ações e decisões internas daempresa, ou seja, não dependem de aprovaçãoou anuência de terceiros. Já a negociação com ofornecedor e a solicitação de reajuste de fretesão soluções consideradas importantíssimas,mas sempre dependerão da concordância docliente ou do fornecedor.

Uma análise um pouco mais profunda mostraque a segunda medida é prejudicada pela exis-tência no setor de transporte rodoviário de car-gas, de poucos fornecedores para os principaisinsumos. A solicitação de reajuste de frete acabatendo pouco efeito em virtude da queda novolume de carga em momentos recessivos daeconomia, fragilizando a posição do transporta-dor nessa negociação.

Outras ações também foram consideradas impor-tantes, mas com menor grau de efetividade:

• (T) Renegociar contratos (aluguel, serviços deterceiros, etc),

Por Eng. Antonio Lauro Valdivia Neto*

* Especialista em transportes; Engenheiro de Transportes, pós-gra-duado e Mestre em Administração de Empresas. Assessor técnicoda Associação Nacional do Transporte de Cargas – NTC.

Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201750

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• (I) Intensificar o treinamento dos funcionárioscom o objetivo de melhorar o seu desempenho.

• (T) Renegociar as dívidas.• (I) Diminuir os riscos (operacionais, comer-

ciais, segurança).• (I) Reduzir o custo com mão de obra.• (I) Investir em tecnologia (comunicação, con-

troles, etc).(T) Dependência de terceiros – (I) Decisão interna da empresa

Três medidas foram apontadas com tendo poucaeficácia ou resultado relativo para o enfrenta-mento das dificuldades imputadas por uma criseeconômica as empresas de transporte:

1. Desenvolver parcerias operacionais / Fazerparcerias com os concorrentes.

2. Diminuir a frota de veículos próprios.3. Substituir veículos próprios por veículos de

terceiros.

Outras soluções também foram citadas pelosque responderam a enquete:

• Diminuir salários altos e promover os queestão logo abaixo / Acordo com colaboradorescom cargo de Gerência, substituindo pornovos Gestores com salário menores.

• Valorizar os colaboradores.• Aumentar o controle dos custos operacionais

e administrativo.• Iniciar a tomar das medidas o quanto antes. • Diminuir o nível de endividamento da empre-

sa / Alongamento do endividamento bancário/ Renegociação da dívida.

• Vender os veículos financiados.• Rever investimentos e reavaliar atuação

comercial.• Parar parte da frota.• Valorizar o serviço prestado pela empresa e o

segmento como um todo.• Buscar novos oportunidades de negócios den-

tro do próprio segmento e/ou em segmentosdiferentes / Desenvolver novos clientes e/ounovos produtos.

• Dilatação de prazos com fornecedores e dimi-nuição de prazos com os embarcadores.

Foram várias as medidas adotadas e sugeridaspelos participantes para combater ou amenizar os

efeitos da crise por que passa o país. Todas sãoválidas e a decisão vai recair sobre a situação emque se encontra cada uma das empresas. A dimi-nuição de custos, suas derivadas e o aumento daprodutividade são providências importantíssimase fundamentais para todas as empresas, indepen-dentemente da suas condições. Contudo, o resul-tado das demais medidas dependerá da posição eda situação em que a empresa está, ou seja:

• se é ou não uma grande consumidora,• o nível de endividamento ou capitalização, • a diversidade da carteira de clientes,• a dependência dos clientes em relação ao

transporte,• o nível e os cuidados especiais exigidos para o

transporte da carga, • a quantidade e qualidade dos concorrentes,• o nível de reconhecimento que a empresa tem

no mercado junto aos clientes e fornecedores,entre outros.

Enfim, a crise deve durar mais algum tempo.Algumas previsões indicam crescimento da eco-nomia brasileira de 2% a 3% em 2017 e 4% oumais em 2018, mas mesmo com todo este cres-cimento, o PIB só voltaria em 2019 para o nívelregistrado no início de 2014, ou seja, deveremoster um total de cinco anos de dificuldades.

As recessões deixam marcas que só vão ser sen-tidas com o passar do tempo. Por exemplo, nãose sabe ainda o tamanho da destruição da capa-cidade de transporte resultante das perdas detrabalhadores, principalmente motoristas, queforam alijados do mercado e das empresas trans-portadoras que deixaram o setor.

O fato é que as medidas foram e são necessá-rias e, quem não as tomou provavelmente nãoteve a chance de responder à enquete. Mas,todos devem ter em mente que é preciso sepreparar para a retomada da economia brasi-leira, que se já não começou, está prestes acomeçar, e quem sobreviveu terá que tomaroutras providências, só que neste caso, paraenfrentar o desafio de atender as demandas doaumento da carga a ser transportada – dificul-dades que estão diretamente ligadas à veloci-dade da retomada da economia.

Panorama 51

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201752

ATITUDE

• O TRC em Brasília – XVI Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas

• Marco regulatório do transporte

• CONET&Intersindical – A retomada de uma atitude eficaz em busca de uma melhor gestão no TRC

• O roubo de cargas tem solução?

• Recuperação tarifária foi o principal tema de debate no Seminário Itinerante – ComJovem

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Atitude 53Atitude 53

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201754

31 de agosto de 2016O TRC em Brasília – XVI Seminário Brasileirodo Transporte Rodoviário de Cargas

ATITUDE

Há 16 anos consecutivos, a NTC&Logística promove, em parceria com a Comissão deViação e Transporte da Câmara dos Deputados, o Seminário Brasileiro do TransporteRodoviário de Cargas. Nas dependências da Congresso Nacional, este evento temcomo objetivo discutir questões de extrema importância para o transporte de cargas.

Foram durante suas edições que boa parte dosproblemas e da legislação existente no setortiveram a oportunidade de serem debatidasentre autoridades, líderes e executivos do TRC,sempre em busca de soluções que promovamo desenvolvimento do transporte de cargas.

Temas como roubo de carga, a lei do motoris-ta, a infraestrutura do transporte e outros jáfizeram parte desta pauta, visando trazer maissegurança jurídica e condições mais adequa-das para o exercício desta atividade.

Desta forma, este evento acabou se tornandoum momento único, em que temos o foco doCongresso Nacional voltado para as peculiari-dades e dificuldades do dia a dia do transportede cargas. É através deste evento que o setorconsegue expor os problemas que enfrenta, demaneira clara e objetiva, e, em conjunto comas autoridades, buscar soluções adequadasdiretamente com quem rege as leis.

Diante de momento de tamanha importância,os temas colocados em pauta sempre são de

Por Katia Rocha

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Atitude 55

grande impacto para o transporte de cargas e,neste ano de 2016, não poderia ser diferente.O Marco Regulatório do TRC e a ReformaTrabalhista, temas tratados nesta edição, sãoassuntos recorrentes que estiveram presentesna vida do setor durante todo o ano.

Frente a uma plateia com mais de 300 pessoascomposta por autoridades, parlamentares, líde-res e empresários do transporte de cargas, oscomponentes da mesa de abertura, em seu dis-curso, ressaltaram a importância do eventopara que todos possam conhecer melhor estesetor que auxilia o crescimento do país diaria-mente.

O deputado Gonzaga Patriota, membro titularda Comissão de Viação e Transportes daCâmara dos Deputados e autor do requerimen-to para realização deste evento, em seu discur-so ressaltou a importância do setor: “Precisa-mos ver com melhores olhos este setor quecontribui com a nossa economia e nossodesenvolvimento”. E destacou: “Precisamosfazer com que, os projetos que temos aqui setornem lei, e o que já temos de leis estabeleci-das sejam cumpridas”.

José Hélio Fernandes, Presidente da NTC&

Logística, aproveitou a presença de tantasautoridades para deixar claro os objetivos doTRC “Nós buscamos uma legislação justa, parapodermos fazer aquilo que sabemos fazer, queé transportar; e com isso gerar emprego, renda,e tornar esse país mais forte”.

O Secretário de Política Nacional de Transpor-tes, Herbert Drummond, que na ocasião repre-sentava o Ministro de Estado dos Ministro deEstado dos Transportes, Portos e Aviação Civil,ressaltou a importância do momento: “Nósestamos vivendo um momento importante, deelaboração do Marco Regulatório, com aintensa participação das entidades”.

A mesa de abertura, além dos citados acima,foi composta por: deputado Washington Reis;Maria Alice Nascimento Souza, diretora geraldo Departamento de Polícia RodoviáriaFederal, representando o Ministério da Justiça e Cidadania; Paulo Caleffi, presidente daFetransul, representando a ConfederaçãoNacional do Transporte (CNT).

O primeiro tema debatido foi o MarcoRegulatório do TRC, com base no Projeto deLei 4860/2016, da Deputada Christiane deSouza Yared, presente na mesa deste painel.

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201756

Este PL, que institui normas para regulação dotransporte rodoviário de cargas em territórionacional e dá outras providências, tem sido umdos focos de atenção do setor nos últimos tem-pos. Em sua fala a deputada deixou clara suaparceria com o setor de transporte de cargas:“Nós estamos nessa luta juntos e queremosdeixar um legado para o país. Nós estamossempre prontos para ouvir, pois precisamosagregar, e é exatamente isso que acontece emseminários como este, audiências públicas e,sempre, os gabinetes dos deputados estão comas portas abertas”.

Para apresentar o tema aos presentes, o Dr.Marcos Aurélio Ribeiro, diretor jurídico daNTC&Logística, falou sobre os pontos cruciaisdo TRC que precisam de regulamentação.Entre os pontos exibidos, destacamos a partici-pação das cooperativas no setor, a jornada detrabalho dos motoristas e a questão dos autô-nomos. todos estes assuntos precisam, urgente-mente, de uma regulamentação.

O representante do deputado NelsonMarquezelli, relator do referido PL, ValdirColatto, deixou explícito durante sua fala queo momento é ideal para mobilização do setor.“Este é o momento do setor se mobilizar pro-fundamente e não perder essa oportunidade defazer uma lei que traga tudo aquilo que eleprecisa. Espero que nós possamos buscar solu-ções para alguns pontos que realmente trazempreocupações para o setor”.

“ Nós buscamos uma legislação justa, parapodermos fazer aquilo que sabemos fazerque é transportar; e com isso gerar emprego,renda, e tornar esse país mais forte”.

José Hélio Fernandes, Presidente da NTC& Logística

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Thiago Martorelly, assessor da diretoria daANTT e um dos debatedores, concordou comCollato e ressaltou que não existe melhorforma de regulamentar algo senão em conjun-to com o setor. “A pior regulamentação é achamada regulamentação de gabinete, em queo burocrata se isola, e com sua própria cabeçaele tenta entender o setor. Regulamentar é par-ticipar, é dialogar, e isso, que estamos fazendo,estamos conversando com o setor interessa-do”. Paulo Vicente Caleffi, presidente daFetransul e representante da CNT na ocasião,ressaltou: “Nós somos os interlocutores. Cabea nós trazer aqui, tudo aquilo que é necessida-de do transporte no país”

Luis Henrique Baldez, Presidente Executivo daAssociação Nacional dos Usuários doTransporte de Carga (ANUT), colaborou comos trabalhos, trazendo para a discussão, outrospontos do Marco Regulatório, como seguro decarga, estadia dos veículos e os pontos de para-da para os motoristas.

O debatedor, Diumar Bueno, Presidente daConfederação Nacional dos Transportadores

Autônomos, aprofundou a questão dos traba-lhadores autônomos e levantou outros temasimportantes, como o vale-pedágio, a responsa-bilidade por seu pagamento e a obrigatorieda-de de estadia, por parte dos motoristas. ParaDiumar, as empresas e os trabalhadores autô-nomos precisam trabalhar juntos em prol dosetor. “Precisamos que o setor do transporterodoviário de cargas, empresas e autônomosfaçam um pacto, de trabalho em conjunto ediscussão, e não apenas de discurso. Nós pre-cisamos nos unir”.

O deputado Bosco Costa também aproveitou aoportunidade para sinalizar pontos importan-tes que dificultam a vida do transportador,como a qualidade de estradas, e os preços decombustível e dos pedágios no Brasil. Costatambém afirmou que o governo precisa auxi-liar o setor, que move o país. “Seja o governoque for, eles têm que viabilizar o transportepara que o Brasil não pare”.

A segunda parte do XVI Seminário Brasileirodo TRC tratou da Reforma Trabalhista, bandei-ra antiga do Transporte Rodoviário de Cargas.

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Apoio ao impeachment Limites ultrapassadosPresidentes e dirigentes de entidades represen-tativas do transporte de cargas e logística detodo o Brasil, reunidos na sede da NTC&Logística, em São Paulo, examinaram os gravesfatos dos últimos dias, que vêm mantendo anação brasileira aturdida e a economia parali-sada.

O setor de transportes sempre defendeu a lega-lidade e continua a fazê-lo. Nos momentos maisconflagrados, tem evitado dar curso a posiçõesmais radicais que traduzem sentimentos presen-tes em muitos segmentos da sociedade brasilei-ra. Mas os últimos acontecimentos – e os muitoserros cometidos – estreitaram em demasia ocampo de qualquer negociação política.

A partir de agora, a perspectiva é a de que adeterioração acelerada do ambiente políticoaprofunde ainda mais a crise econômica, ini-bindo investimentos, fechando lojas e fábricas,extinguindo postos de trabalho, produzindorecessão, desemprego e inflação. Nada é piorque isto.

Os limites da governabilidade foram ultrapas-sados. Exige-se uma solução rápida para que avida do país volte ao normal. O ideal é que elaparta da própria presidente da República, coma grandeza que se espera dos estadistas nosmomentos de grave crise, mediante renúnciaque servirá para pacificar a nação. O podernão é um fim em si mesmo. Só faz sentido como consentimento e o apoio da maioria da socie-dade, o que, notoriamente, deixou de existir.Não ocorrendo a renúncia, o setor de trans-porte e logística passará a apoiar fortemente oimpeachment, sempre com observância daordem constitucional.

E defenderá, também, a urgente reforma políti-ca e eleitoral para que, entre outros objetivos,

o país se liberte da armadilha do presidencia-lismo de coalizão e o instituto do “recall” sejaincorporado ao direito brasileiro, de modo atornar possível o afastamento expedito e legíti-mo de administradores públicos e políticos quedeixem de contar com a confiança e apoiomínimo para continuar exercendo seus manda-tos, independentemente de terem cometidocrime de responsabilidade.

Crimes são intoleráveis, mais ainda quandocometidos por homens públicos. Mas há deci-sões políticas e administrativas tão equivoca-das que causam prejuízos muito maiores paraa população, e que, por isso mesmo, precisamser rapidamente interrompidos.

18 de março de 2016

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Atitude 59

Os trabalhos tiveram início com a palestra deAlmir Pazzianotto, ex-Ministro do Trabalho eex-Presidente do TST.

Em sua apresentação, Pazzianotto trouxe umdebate sobre a reforma trabalhista, baseado emfatos ocorridos ao longo dos anos. A mudançana forma com que as empresas lidam com seusfuncionários com o passar dos anos foi um dostemas tratados. O trabalho temporário, oscaminhos a serem seguidos para o processo deterceirização e as inconsistências da CLT, tam-bém fizeram parte do discurso do ex-ministro.

O assessor jurídico da NTC&Logística, NarcisoFigueroa Jr., expôs um panorama geral da situa-ção trabalhista no país e no transporte de car-gas. Apresentou números gerais sobre a taxa dedesemprego no país, além de um estudo sobreo número de ações trabalhistas no setor.Também falou sobre atual situação da CLT, eapresentou alguns pontos importantes parauma reforma trabalhista.

Algumas inconsistências da CLT também forammencionadas por Narciso. “Nós temos, pelaatual CLT que entender o momento em que elafoi idealizada e o momento que nós todosentendemos que ela deve ser modificada.Quando a CLT foi criada, houve sensívelinfluência do Estado para criação de direitostrabalhistas. E o resultado é que nós temoshoje, em vários setores da economia, um custodo valor de mão de obra que supera os 100%do salário real do empregado”.

Paulo Teodoro, advogado da Federação daEmpresas de Transporte de Cargas de MinasGerais (Fetcemg), também presente neste pai-nel, afirmou que é fundamental uma mudançarápida na lei trabalhista. “É preciso que tenha-mos algumas modificações sérias e de umamaneira rápida, para aproveitar o momentoque estamos saindo de uma situação vivencia-da nos últimos 15 anos, e partir para um novomundo de adequação de nossas leis”.

Mas, além deste dia ter sido de grande impor-tância e muito produtivo para o Transporte deCargas, com todo o conteúdo discutido na 16a

edição do Seminário Brasileiro do TRC; os pre-sentes ainda tiveram a oportunidade de ver deperto um momento histórico do país: a votaçãono Senado do impeachment da presidenteDilma Rousseff.

O fato de estarem no Congresso Nacional emum dia tão importante como este fez com queo TRC se mobilizasse mais uma vez para mani-festar sua posição diante do momento políticovivido no Brasil. Esta, não era a primeira vezque o setor de transporte de cargas vinha àpúblico mostrar seu posicionamento.

Em 18 de março de 2016, a NTC&Logística,junto com mais 70 entidades ligadas ao trans-porte de carga, já havia publicado um mani-festo, chamado Limites Ultrapassados, ondedeixaram claro o posicionamento do setorsobre as questões políticas do país. Nestemanifesto, as entidades participantes solicita-ram a renúncia da presidente Dilma Rousseff e

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passaram a apoiar o impeachment. Nesta oca-sião, as entidades também produziram faixaspara colocar nos caminhões.

Dando continuidade aos trabalhos iniciadoscom este posicionamento, em 13 de abril de2016, empresários e representantes de sindica-tos e federações de transportadoras foram aBrasília para conversar com deputados federaisantes da votação do impeachment na Câmarados Deputados. A comitiva contou com mais de150 empresários e líderes do transporte rodoviá-rio de cargas que reforçaram o posicionamentodo setor sobre o momento político.

No dia 31 de agosto de 2016, o dia da efeti-vação do impeachment de Dilma Rousseff,líderes e empresários do transporte de cargasaproveitaram que estavam reunidos para arealização do 16º Seminário Brasileiro doTRC, e elaboraram um novo manifesto; destavez, de apoio ao presidente Michel Temer,que acabará de assumir a presidência doBrasil, após a votação no Senado. Este mani-festo, além de saudar o novo Presidente, soli-cita a retomada urgente do crescimento eco-nômico. Este documento foi lido no encerra-mento do evento e publicado em jornais degrande circulação.

Carta aberta ao presidente Michel Temer

Os representantes nacionais das empresas detransporte de cargas, reunidos na Câmara dosDeputados, em Brasília, no dia em que se inicianova e auspiciosa fase da vida político-econô-mica do País, saúdam o Presidente MichelTemer, agora no exercício efetivo da SupremaMagistratura da Nação, desejando-lhe felicida-des, mas também pedindo a Vossa Excelênciaque adote as medidas necessárias para recolo-car a Pátria no caminho da concórdia, da paz,do desenvolvimento gerador de empregos.

A economia brasileira se move sobre rodas.Mais de 80% da produção é deslocada com ouso de caminhões. Empresas e caminhoneirosautônomos são os responsáveis pelo transportede todas as espécies de mercadorias.

A crise atinge duramente o setor, ameaçadode entrar em colapso. Além dela, dois outrosproblemas assolam as empresas: astuciosasquestões trabalhistas e o roubo incessante decargas.

O País clama por segurança jurídica. Sem elanão há quem se disponha a investir para gerar

riqueza, trabalho, consumo e empregos.

O envelhecimento da legislação trabalhista, afragilidade dos documentos – sobretudo dorecibo de quitação e do controle da jornada –e a falta de lei sobre terceirização, geram con-denações abusivas e desproporcionais queconduzem empresas idôneas a situação deinsolvência.

Vale lembrar que no Brasil a indústria entornoda justiça do trabalho prejudica muito asempresas e, hoje em dia, também os emprega-dos. Por isso, a necessidade de uma reformatrabalhista urgente para a retomada econômicae geração de empregos.

Senhor Presidente Michel Temer, o Brasil tododirige atenção aos primeiros passos de VossaExcelência. Com a legitimidade e a liderança deque se encontra investido, promova rapida-mente as reformas, para que as classes produ-toras e trabalhadores reencontrem o caminhoda conciliação e do diálogo.

31 de agosto de 2016

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Marco regulatório do transporte

No ano de 1996, nasceu na NTC uma proposta de regulamentação da atividade detransporte rodoviária que, encaminhada ao Congresso Nacional, passou por longadiscussão, sofreu alterações e acabou se transformando na Lei nº 11.442 de 05 dejaneiro de 2007.

Vale lembrar que até então a atividade detransporte não era contemplada com nenhu-ma legislação específica, exceto as regras doantigo Código Comercial de 1850 que traziaalgumas normas sobre os condutores de gêne-ros ou comissários de transportes, citandoexpressamente os barqueiros e tropeiros.

A lei 11.442/2007 é tida como o marco regu-latório da atividade de transporte em vigor,muito embora na época da sua proposição edurante os longos onze anos de sua tramitaçãonão tenha sido assim definida pois até entãonão se utilizava a expressão e o conceito. Traza definição da atividade como sendo comer-cial e estabelece regras para o seu exercício,controle e fiscalização. Também define aempresa de transporte por conta de terceiromediante remuneração como principal agenteda atividade, cria a figura do transportadorautônomo distinguindo o autônomo agregadodo autônomo independente, define regrassobre a responsabilidade do transportador, asubcontratação entre empresas de transporte eentre empresas e transportadores autônomos.Trata ainda de seguros do transportador eprevê a solução de litígios mediante arbitra-gem e na Justiça Comum.

Após quase dez anos de vigência, apesar de játer passado por algumas alterações noCongresso Nacional, existe um certo clamorno setor pela revisão, atualização e aperfei-çoamento da regulamentação da atividade detransporte rodoviário de carga hoje consolida-da na lei em questão, especialmente depois da

aprovação da Lei 12.619 de 30 de abril de2012, alterada pela Lei 13.103 de 02 demarço de 2015 que estabeleceram regramentopróprio para a atividade do motorista – jorna-da de trabalho do motorista empregado etempo de direção do motorista transportadorautônomo.

Em razão da movimentação de entidades dosetor, de empresários e lideranças sindicais, aCâmara dos Deputados decidiu criar umacomissão especial com o objetivo de criar um“Marco Regulatório do Transporte” analisandoo amplo espectro da legislação existente eaplicável ao transporte rodoviário procurandosistematizar tudo em uma só peça normativa.Essa comissão foi instalada na Câmara dosDeputados ainda no ano de 2015, porém aca-bou sendo extinta sem avançar na elaboraçãoda proposta inicial.

Foi substituída por uma outra ComissãoEspecial da Câmara dos Deputados criadapara analisar o Projeto de Lei nº 4.860 de2016, de autoria da Deputada Christiane Yaredque tem como objetivo a revisão da Lei nº11.442, de 05 de janeiro de 2007, a lei emvigor que estabelece as regras para o exercí-cio da atividade de transporte rodoviário decargas mediante remuneração em todo o terri-tório nacional e partir dela encaminhar noCongresso Nacional a elaboração de um novoMarco Regulatório do Transporte, abrangendoa discussão das diversas normas legais exis-tentes que tratam da atividade.

Por Marcos Aurélio Ribeiro

ATITUDE

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As entidades do setor têm se mobilizado e rea-lizado uma ampla discussão sobre a necessi-dade de modernizar e atualizar a lei nº11.442/2007 e também corrigir alguns defei-tos da nova lei 13.103/2015, surgindo dessedebate algumas propostas de aperfeiçoamentoda legislação vigente. Em reunião da NTC &Logística realizada na cidade de BentoGonçalves, no Rio Grande do Sul, foram apro-vadas sugestões para serem encaminhadas aoCongresso Nacional, dentre as quais desta-cam-se algumas como sendo as mais impor-tantes.

Um dos graves problemas advindos da novalegislação sobre a atividade do motorista foi ainclusão na CLT da obrigatoriedade da reali-zação de exame toxicológico de larga janelana admissão e demissão do motorista empre-gado, problema esse que se procura corrigirmediante emenda na lei tornando facultativa arealização desses exames, mantendo-se aobrigatoriedade para a obtenção ou renova-ção da CNH (Carteira de Habilitação).

Sendo uma proposta de grande interesse parao setor, torna exclusiva da empresa de trans-porte a contratação do seguro obrigatório deResponsabilidade Civil do Transportador –RCTRC e cria um novo seguro obrigatório paracobertura dos danos decorrentes do roubo decarga, também de contratação exclusiva dotransportador, como forma de baratear o custodo seguro pela sua massificação. Ainda, nocampo securitário, foi apresentada propostada criação de um seguro obrigatório de danosa terceiros para o transportador autônomo,como forma de proteger o patrimônio dele eda empresa que o contrata.

A jornada de trabalho do motorista, pela pro-posta, poderá ser prorrogada até quatro horasextraordinárias mediante entendimento daempresa diretamente com o trabalhador, asse-gurada a remuneração prevista em lei para otrabalho extraordinário.

Sobre as Cooperativas de Transporte propõe-

se seja estabelecida na lei que regula a ativi-dade de transporte que sejam formadas portransportadores autônomos pessoas físicas,proprietários de um caminhão, vedando-setenham as cooperativas veículos próprios. Éque a cooperativa mantendo veículo próprio econtratando motorista disfarçado de coopera-do está, na verdade, cometendo uma fraudeao vínculo de emprego previsto na CLT, o quecoloca em risco a própria cooperativa queestará sujeita a futuras reclamações trabalhis-tas com a possibilidades de condenações vul-tosas, plantando incalculável passivo oculto.

A proposta procura dar solução para asempresas cumprirem a legislação sobre cotasde trabalhadores portadores de deficiência,excluindo da base de cálculo as atividadesinsalubres e perigosas, além de estabelecer aobrigatoriedade do SINE – Sistema Nacionalde Empregos do Ministério do Trabalho demanter cadastro de trabalhadores reabilitadosou portadores de deficiência para a consultadas empresas e cumprimento da legislação,ficando estas na desobrigação do seu cumpri-mento nas localidades onde não existiremcandidatos cadastrados.

Objetivando tornar efetivo o combate aoroubo de cargas e em especial à receptaçãotem a proposta para estabelecer a possibilida-de da cassação da inscrição no CadastroNacional de Pessoas Jurídicas do Ministério daFazenda – CNPJ/MF do estabelecimento queadquirir, distribuir, transportar, estocar, impor-tar, revender ou expor à venda quaisquer bensde consumo ou produtos que tenham sidoobjeto de roubo, furto ou receptação.

A expectativa é de que o projeto de lei emanálise no Congresso Nacional possa incorpo-rar as propostas do setor que foram apresenta-das como emendas ao projeto e ter sua trami-tação e aprovação ainda no próximo ano. Atélá, todas as entidades do setor deverão atuarjunto aos parlamentares na defesa das propos-tas apresentadas que são do interesse do trans-portador.

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CONET&Intersindical A retomada de uma atitude eficaz embusca de uma melhor gestão no TRC

Há 46 anos atrás, em 22 de janeiro de 1970,era criado, por presidentes de sindicatos eassociações, o CONET, na sede daNTC&Logística em São Paulo. Na ocasião,constituído como Comissão Nacional deEstudos de Tarifas e Condições de Transporte,tratava-se de um órgão nacional para o desen-volvimento de estudos das tarifas de transpor-te, que era integrado por todos os presidentesdas entidades de classe do TRC.

O CONET já nasceu com uma importantetarefa: balizar o reajuste tarifário do transpor-te de cargas junto ao CIP - ConselhoInterministerial de Preços. O CIP era umórgão do governo que, naquela época, tinhacomo atribuição fixar e fazer executar asmedidas destinadas a implementação do sis-tema de regulação de preços.

Na carta publicada na edição de nº 67 darevista BR, Gusmão Lacerda, presidente daNTC na época, afirma: “O surgimento doCONET representa o estabelecimento dascondições mínimas iniciais para criação denormas racionais e uniformes da aplicaçãodas tarifas de frete”. Tratava-se do início deuma organização do setor para o estabeleci-mento de normas e regras sobre a questãotarifária no TRC.

Na gestão de Oswaldo Dias de Castro, oCONET tornou-se ainda mais importante;pois, ao longo dos anos, foi crescendo e pas-sou a reunir cada vez mais líderes e empresá-rios do setor. Com esta estrutura e a necessi-dade de discutir novos temas, o CONET - quedebatia especificamente questões tarifárias,

passou a agregar, também, a reunião intersin-dical para debater outras questões de grandeimportância para o setor.

Estas reuniões aconteciam a cada três meses,sempre em uma cidade diferente. EstaItinerância viabilizava a participação deempresários de diversas regiões do país. Comisso, a cada edição, aquele plenário tornava-se cada vez mais plural e democrático, comrepresentantes de todo o Brasil.

Até os idos dos anos 80, era comum ver apublicação do reajuste tarifário nas páginas doDiário Oficial da União, onde toda a parte téc-nica era baseada em estudos e trabalhos doCONET e da NTC. Esta publicação, durantemais de 20 anos, delimitou a tarifa do setor edeu o tom do mercado do transporte de cargas.

Mesmo com o fim das reuniões do CONET, nadécada de 90; a NTC, através do DECOPE,manteve até hoje os estudos relativos a ques-tão tarifária através das planilhas referenciaisde custos do transporte. Além disso, inseriu apesquisa sobre a defasagem do frete, que épublicada duas vezes por ano.

Apesar de atualmente não termos mais anecessidade de regular os preços, como osinstituídos daquela época, ainda precisamosparametrizar os custos do transporte de car-gas, com todas as suas generalidades, paraque o mercado tenha regras claras e gere umaconcorrência leal.

Diante da necessidade de promover a recupe-ração tarifária do setor – e com base no lema

Por Katia Rocha

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Atitude e Gestão, instituído por José HélioFernandes quando assumiu a presidência daNTC, – a questão tarifária e a comercializaçãode fretes foi retomada como foco da entidadeno evento Raio X da Comercialização, reali-zado em abril de 2014.

Neste evento, exclusivo para transportadores,foi discutida abertamente a questão tarifária ea negociação de fretes. “Negociar frete atual-mente não é para amadores, é preciso estarpreparado”, afirmou José Hélio Fernandes,presidente da NTC&Logística, na aberturadeste evento.

Para dar embasamento técnico ao debate,foram apresentados estudos sobre a variaçãodos custos do transporte e a pesquisa sobre adefasagem do frete no mercado, ambos reali-zados pelo DECOPE. Para José HélioFernandes, “Equilibrar a remuneração dotransporte de cargas interessa a toda a socie-dade, não apenas aos operadores, pois é umaatividade que tem consequências em diversasáreas. Mais do que a remuneração, é neces-sário para valorizar o setor”.

Diante da necessidade de ações que estimu-lassem o debate e a união do setor em tornodo tema tarifas de transporte e comercializa-ção de fretes, e, que dessem subsídios para agestão da empresa de transporte de cargas, aNTC decidiu realizar uma nova edição doCONET, já que sua história foi marcada pelodebate destes temas.

A edição piloto do novo CONET aconteceu emsetembro de 2014, em Fortaleza, Ceará.Chamado, naquele momento, de CONET&Mercado – Conferência Nacional de Estudosem Transportes, Tarifas e Mercados; o eventoreuniu em sua plateia mais de 250 líderes eempresários do TRC. Os principais temas trata-dos, foram a defasagem do frete e os custos dotransporte de cargas, com destaque para asgeneralidades do setor. “O resultado do estudosinaliza às empresas do setor que não abrammão, sob qualquer pretexto, do ressarcimento

de custos significativos cobertos pelos demaiscomponentes tarifários, como o frete-valor, oGRIS, a cubagem e as generalidades, pois,muitas vezes, os custos com esses serviços sãosuperiores ao próprio frete arrecadado”, decla-rou José Hélio Fernandes na ocasião.

Após esta primeira edição, a certeza de queeste tema era um assunto para ser debatidocom certa frequência e diante da necessidadede retomar a reunião Intersindical para que ostemas de importância do setor voltassem aserem trabalhados em união, o CONET retor-nou a grade de eventos da NTC, só que agoracomo CONET&Intersindical – Conselho Na-cional de Estudos em Transportes, Tarifas eMercado | NTC Intersindical.

“O CONET não é um evento isolado, reúne aIntersindical. Ao reunir a Intersindical, conse-gue unir as grandes lideranças do Brasil com oempresariado. É esta simbiose que torna oCONET um dos maiores fóruns do setor. Nãoapenas trata assuntos de ordem comercial etarifária como trata também, na Intersindical,dos problemas desta classe como um todo. Isso,traz uma abrangência nacional e, torna-se umeco de todo o país”, afirma Urubatan Helou.

O sucesso da edição de Salvador, em feverei-ro de 2015, confirmou que a decisão da reto-mada foi assertiva e consagrou esta nova fasedo CONET: “Gostaria de parabenizar o presi-dente José Hélio Fernandes quando assumiu aNTC e decidiu ter o lema ‘Atitude e Gestão’como foco de trabalho da entidade. Sabemosque a associação não pode resolver nossosproblemas, pois somos nós, empresários, queprecisamos resolvê-los. Mas, a NTC tem feitoseu trabalho, que é nos proporcionar pesqui-sas e indicadores, e, viabilizar a oportunidadepara nos reunirmos e juntos decidirmos, efazermos a nossa parte”, afirmou AntônioPereira de Siqueira, presidente do SETCEB.

A terceira edição foi em Florianópolis, SantaCatarina, em agosto de 2015. Durante estaedição do CONET tivemos a apresentação de

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um panorama geral do transporte rodoviáriode cargas, além de debates sobre as tarifas edefasagem do frete. Na Intersindical foramcolocados em pauta assuntos como: Segurode responsabilidade civil do transportador;Criação de Comissão de Assuntos Trabalhis-tas; Criação da Consolidação Anual dasConvenções Coletivas do Transporte deCargas; Criação da Comissão de AssuntosTributários; Criação do Instituto Mercado-lógico da COMJOVEM. “Ficamos honradosem receber um evento tão importante aqui.Trata-se de mais um chamado para a respon-sabilidade do transportador”, disse PedroLopes, presidente da FETRANCESC na época.

A sede da quarta edição do CONET&Intersindical, desta nova fase, foi São Paulo,em janeiro de 2016. Com a casa cheia, foramapresentados estudos relacionados a tarifas ecomercialização e também os números maisrecentes das Câmaras Técnicas da NTC. Otema discutido durante a Intersindical foi oMarco Regulatório do TRC, que havia sidoimplantando pouco tempo antes e impacta,diretamente, no dia a dia das empresas. “Estaedição do CONET representa a importanteretomada deste evento que, através de gran-des discussões na forma mais democráticapossível, possibilita um alinhamento nacionalde temas vitais para o setor. No caso de SãoPaulo, tivemos o prazer de receber empresá-rios de todo Brasil em nossas instalações,aonde discutimos o importante marco regula-tório que está tramitando em Brasília.Provavelmente, este marco irá mudar e orga-nizar o setor de forma muito positiva” afirmouTayguara Helou, presidente do SETCESP.

A quinta edição do CONET&Intersindicalaconteceu em agosto de 2016 na cidade deBento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Estaedição, além da tradicional discussão sobreas questões tarifárias e de comercialização,contou com a reformulação da reuniãoIntersindical, que se transformou em um ple-nário ainda mais democrático, devido aonovo formato da votação. Tendo como tema

central para o debate na Intersindical aReforma Trabalhista, esta edição conseguiureunir neste fórum, praticamente, todas asentidades do TRC. “É surpreendente termosaqui as 11 federações do transporte de cargas,isso representa 100% das Federações brasilei-ras. Temos também 43 sindicatos, que mostraa força que este fórum tem para as tomadasde decisões. O que tem de representação dotransporte de cargas está aqui”, afirmou PauloVicenti Caleffi, presidente da FETRANSUL.

Diante de tantas considerações, hoje pode-mos dizer que o CONET&Intersindical é umevento consolidado no setor do transporte decargas. Seu formato, com dois momentos dis-tintos, permite tanto a discussão tarifáriaquanto a proposição de novas bandeiras parao setor. O CONET&Intersindical é o momen-to oportuno para que líderes e empresários,discutam e busquem soluções para questõesfundamentais no TRC como as tarifárias, polí-ticas, jurídicas e administrativas.

A importância deste evento é tamanha que,em todas estas últimas edições, o que maismarcou foi a presença maciça dos empresá-rios e líderes do transporte que trouxeramsuas ideias e opiniões. Quem esteve presentea esse fórum pôde notar que a participação detodos enriqueceu ainda mais o debate e trou-xe como resultado a definição de propostasem comum que visam ao desenvolvimento dotransporte de cargas.

Hoje, podemos dizer que o setor de transpor-te de cargas volta a se unir em torno de seusproblemas, em busca de soluções que pro-porcionem segurança jurídica e um mercadomais leal. O papel da NTC, neste caso, éorganizar e dar continuidade aos trabalhosrelacionados as bandeiras definidas noCONET&Intersindical.

Para 2017, já existem duas edições programa-das, uma no Centro-oeste e outra no Sudeste. Aprimeira acontece em fevereiro na cidade deRio Verde, em Goiás. Nesta edição o tema cen-

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tral da Intersindical será o roubo de cargas,problema já conhecido do setor e agravadopela crise econômica que o Brasil vem enfren-tando. Com certeza, veremos, de novo, umfórum repleto que irá deliberar e definir quaisas frentes de trabalho serão implantadas.

Para José Hélio Fernandes, “O CONET comseu foco direto na questão tarifária e na defi-nição das bandeiras a serem encampadaspelo setor, traz subsídios diretos para os negó-cios das empresas. As pesquisas e os índiceslevantados pelo DECOPE, junto com as infor-

mações capilarizadas do setor, trazem umavisão muito ampla do que está acontecendo eisso permite que o empresário tome decisõesmais assertivas para sua empresa”.

Sendo assim, o CONET&Intersindical, alémde trazer subsídios para uma gestão saudávelda empresa de transporte, no que diz respeitoa questão tarifária; ainda proporciona o deba-te e a definição de temas essenciais para odesenvolvimento do transporte de cargas, oque o torna um momento de extrema impor-tância para o TRC.

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O roubo de cargas tem solução?

Um olhar sobre o cenário nacional, a partir dadécada de 1990 até os dias atuais, revela-nos umcrescimento sistemático do roubo de cargas nopaís. Àquela época, convivíamos com índices quebeiravam 2000 ocorrências/ano, ao passo que, aofinal de 2015, atingimos a absurda marca de19.250 ocorrências no ano! Um outro dado paraimpressionar é que no período de 1998 a 2015,ao longo desses 19 anos em que nossa entidadepassou a realizar levantamentos estatísticos sobreesses delitos, totalizamos 193.000 roubos de car-gas no país, cujo montante em prejuízos para osetor situa-se no patamar dos R$ 14 bilhões.

Observando esse cenário sob a óptica regional,iremos constatar que o roubo de cargas teveexpansão em todas as regiões do país, especial-mente nos maiores centros urbanos. Porém, osestados de São Paulo e Rio de Janeiro permane-cem sendo as áreas de maior concentração dessesroubos, apresentando anualmente, se somados osseus percentuais, índices que ultrapassam a 75%da totalização nacional das ocorrências de roubode cargas. No cenário mais recente, preocupa ocrescimento que esse delito vem registrando noRio de Janeiro desde 2013, praticado por facçõesdo narcotráfico que atuam a qualquer hora e comextrema violência diante da incapacidade de res-posta dos organismos de segurança públicadaquele estado. O que fica evidente nessa visão éque, se quisermos enfrentar o roubo de cargas, háque se concentrar esforços nos estados de SãoPaulo e Rio de Janeiro, este em especial a reque-rer urgentes providências.

Dessa visão introdutória ao tema, surge natural-mente o questionamento: qual a causa desseincontrolável aumento?

Diversas autoridades e especialistas têm manifesta-do suas opiniões, sendo frequente ouvirmos que a

crise econômica seria a causa maior disso. Com odevido respeito aos que assim pensam, discorda-mos dessa visão, até porque como explicar que, aolongo desses 19 anos, quando atravessamos perío-dos em que a economia cresceu no país, o roubode cargas manteve-se em ascensão? É lógico que acrise econômica pode contribuir mas, a nosso ver,as causas fundamentais residem em dois fatores deexclusiva responsabilidade do estado brasileiro: oprimeiro, a vigência no país de uma legislaçãopenal extremamente branda, tanto na dosagem daspenas como na execução penal com todos os ate-nuantes legais que relaxam as detenções e acabamgerando uma sensação de impunidade; o outro, aconstatação de uma insuficiência crônica dosorganismos policiais responsáveis, tanto na esferafederal como na estadual, em dar as respostas ope-racionais adequadas aos delitos praticados. Bem éde ver que essas duas deficiências estruturais doEstado brasileiro tornam-se fatores propulsorespara os diferentes tipos de crimes que acometem anossa sociedade, mas, evidentemente, essa é umaquestão mais abrangente.

Para o enfrentamento do roubo de cargas, as lide-ranças do TRC definiram dois objetivos estratégi-cos a nortear as ações políticas a serem desenvol-vidas pelas entidades representativas do setor: oprimeiro, focado em respostas operacionais àação dos marginais, consubstancia-se em cobrardas autoridades federais e estaduais responsáveisa estruturação de um sistema integrado de com-bate com intercâmbio de informações e efetivacoordenação de ações entre seus membros; osegundo, resume-se a buscar a implantação delegislações que possam punir adequadamente osenvolvidos em delitos de carga, quer pelo apri-moramento das normas já existentes quer pelaedição de novos instrumentos legais, tanto naesfera federal como na estadual.

Em relação ao primeiro objetivo, vive-se ummomento de expectativa otimista, porquanto o“Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e

Por Cel. Paulo Roberto de Souza

* Cel. Paulo Roberto de Souza é assessor de Segurança – NTC & Logística

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Repressão ao Furto e Roubo de Veículos eCargas”, criado pela Lei Complementar nº 121/06e recentemente regulamentado pelo Decreto nº8.614/15, está em vias de “sair do papel” e deve-rá ser gerido por um comitê gestor, subordinadoao Ministério da Justiça, que terá poderes paracoordenar e estruturar ações integradas em todo opaís, tendo na Polícia Federal o seu principalbraço operacional. Vale lembrar que isso emnada inibe ações operacionais que possam serdesenvolvidas em âmbito estadual.

No tocante ao objetivo de aperfeiçoamento dalegislação aplicável aos delitos de carga, a par doesforço para o agravamento das penas de roubo eroubo qualificado na reforma do Código Penal oraem andamento (o que já estamos conseguindo àvista do texto em tramitação), a prioridade está emneutralizar a ação dos receptadores que, ao adqui-rir mercadorias ilícitas, servem como força motrizpara que ocorram os crimes antecedentes deroubo, furto e apropriação indébita, sem esquecertambém os delitos de contrabando, descaminho efalsificação que, ainda que não diretamente cone-xos com o TRC, também deságuam em receptação.

Entendemos que o receptador deve ser neutraliza-do pela vigência simultânea de três legislaçõespunitivas nas quais poderá incorrer e que, certa-mente, servirão como fator dissuasório de suaspotenciais ações criminosas: 1) pelo agravamentopenal do crime de receptação (o que também esta-mos conseguindo no novo Código Penal); 2) peloperdimento dos bens móveis e imóveis havidos ile-galmente quando das práticas criminosas (já pre-visto em nosso ordenamento jurídico desde 2012,conforme o Art. 7º da Lei nº 9613/98 modificadanaquele ano); e 3) pelo impedimento do exercícioda atividade comercial, configurado pela cassaçãoda inscrição do estabelecimento no cadastro doICMS estadual e também pelo impedimentodos sócios e administradores de exercerematividades profissionais por um período decinco anos. Hoje já há leis a respeito doassunto em cinco estados. Em outros doisestados, há projetos de lei em tramitaçãonas respectivas assembleias legistlativas.

Com tudo isso presente, arrisco-me a tentarresponder a pergunta que serve de título a

essa matéria: o roubo de cargas tem solução?Entendo que sim, uma vez que estão sendo cons-truídos os alicerces, em termos operacionais e dearcabouço jurídico para o enfrentamento do pro-blema. Porém, entendo também que essa respostanão virá em curto prazo, em razão, de um lado, dacarência estrutural dos organismos policiais em efe-tivos e meios materiais, agravada pela atual criseeconômica que se reflete nos orçamentos dessesentes, e, de outro, pela morosidade com que aslegislações passam a ser efetivamente eficazes.

Assim, enquanto não chegarmos a dias melhores,resta às lideranças do TRC continuar a sua incan-sável luta por conquistas em prol do setor e restaàs empresas, no decurso de suas operações detransporte, aperfeiçoarem as suas ferramentas detecnologia e de gestão na área preventiva doGerenciamento de Riscos, a custos cada vezmaiores em face do agravamento dos riscos nasáreas de atuação, custos esses que nem sempresão acatados pelos contratantes.

“Durante estes 19 anos que estou a frente deste trabalhocontra o roubo de cargas já fizemos muita coisa. Em 2002,com a ajuda de Romeu Tuma, fizemos a CPMI do Roubode Cargas no Congresso, onde foram indiciados dezenasde receptadores e ladrões; criamos leis que levam a cassa-ção do ICMS para receptadores em 5 estados brasileiros;fizemos a Lei Complementar 121, que foi regulamentadaem dezembro de 2015, e, ainda trouxemos a PolíciaFederal para o combate ao roubo de cargas, já que se tratade um assunto interestadual.

Hoje, além da continuidade de todas estas atividades,ainda buscamos expandir para outros estados o Procarga,que é um programa estadual de combate ao roubo de car-gas, e, estamos fazendo de tudo para que exista uma leifederal que combata a receptação com a cassação do

CNPJ. Mas, é muito importante que os empresá-rios se envolvam com a luta contra o roubo decargas e façam a sua parte. É preciso ajudar apolícia, utilizar todas as ferramentas existentes nomercado, sejam elas mecânicas ou tecnológico.Há uma infinidade de recursos, temos que fazerde tudo para combater o roubo de cargas.”

Roberto Mira, vice-presidente de Segurança da NTC&Logística

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Recuperação tarifária foi o principal tema de debate no Seminário Itinerante – ComJovemEventos reuniram centenas de jovens empresários por todo Brasil

O ano de 2016 foi marcado por uma ampla dis-cussão sobre recuperação tarifária. Com a res-ponsabilidade de fomentar esse debate, oInstituto ComJovem de Desenvolvimento Merca-dológico, que tem como objetivo promover estu-dos e disseminar a adoção de boas práticas tari-fárias pelas empresas de transporte rodoviário decargas, promoveu o “Seminário Itinerante –ComJovem” levando atualização técnica e opor-tunidade de negócios aos transportadores dasregiões por onde passou.

Composto por palestras e debates técnicos entreespecialistas de transporte e fornecedores desoluções para o setor, o evento trouxe conteúdoprático que pode ser aplicado, com facilidade, nodia a dia das empresas.

A primeira cidade a receber o SeminárioItinerante este ano foi Salvador. Com auditóriolotado, Marcelo Rodrigues, diretor da MR Expresse vice-coordenador da ComJovem de São Paulo,deu início ao evento explicando os objetivos doinstituto. “Foi um debate muito rico sobre recu-peração tarifária e a realidade regional. Os even-tos da ComJovem são importantes porque mes-clam a experiência dos grandes empresários coma tecnologia e entusiasmo da nova geração. Ojovem é fundamental nessa análise porque é eleo herdeiro do ônus ou do bônus”, comentouRodrigues.

Rodrigues acrescentou ainda a importância daúltima palestra do dia com Lauro Valdivia, asses-sor técnico da NTC&Logística, que tratou dotema “Os Custos e o Cenário Econômico do TRC”e promoveu, inclusive, simulações ao vivo noaplicativo Frete Empresa NTC.

Antonio Tiburcio de Santana Neto, vice-coordena-dor da ComJovem Nacional da NTC, também este-ve presente no evento e disse que a região carecede mais eventos técnicos como esse. “Foi sur-preendente o quórum do evento e, como repre-sentante do Nordeste, posso dizer que trazer infor-mações técnicas e no formato de debate, ajuda otransportador a entender melhor seus custos, refor-çando o corpo comercial da empresa”, afirmou.

Os presentes puderam ainda apreciar palestrassobre Seguros, Software de Gestão e até LeasingOperacional. Para Antonio Siqueira, presidentedo SETCEB, o evento é importante para aproxi-mar o Nordeste da região Sudeste, na qual oacesso às informações e tecnologia de ponta émais comum.

“Nosso setor é muito versátil. Aqui na Bahia, e naregião Nordeste como um todo, ficamos umpouco distantes do centro forte localizado emSão Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Assim,promover eventos de networking e trazer forne-cedores, seja de serviços ou tecnologia de infor-mação, colabora na melhoria da gestão das nos-sas empresas, em termos operacionais do negó-cio”, finalizou Siqueira.

Em Vitória, Luis Arthur Bogiano, gerente deEstratégias e Ofertas da Totvs, abriu o ciclo depalestras do Seminário falando sobre “Reduçãode Custos Através da Tecnologia da Informação”.A recuperação tarifária no setor de transporterodoviário de cargas fez parte de todos os deba-tes do período da manhã.

Para o Coronel Mario Natali, superintendente doTRANSCARES, um dos temas do evento foi bas-

Por Karen Cohen

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tante oportuno, devido à frequência com queocorre no Estado. “A terceirização ou subcontra-tação no TRC é uma realidade em todo o Brasil,e aqui no Espírito Santo não é diferente. Talvezpor falta de uma cultura, as contratações atuaisnão estão considerando todos os termos da Lei,causando muitos passivos trabalhistas. Acreditoque a doutrina e conhecimento dos aspectoslegais que envolvem a subcontratação são ocaminho para uma postura preventiva nas empre-sas, evitando as armadilhas da informalidade”,afirmou.

Natali referiu-se à palestra ministrada porNarciso Figueiroa Jr., assessor jurídico da NTC,com o tema “Como minimizar riscos da sub-contratação de serviços para o TransporteRodoviário de Cargas”.

“A terceirização é um fenômeno irreversível naeconomia mundial e o Brasil precisa ter umalegislação específica sobre a matéria e nãodepender apenas de uma súmula do TST. Fazendoa opção pela terceirização, o empresário assumeriscos e maiores responsabilidades. No caso dostransportadores autônomos de cargas (agregadoou independente) não se trata de terceirização esim de subcontratação de transporte a frete e detransporte cumulativo, atividades previstas nasLeis nº 7.290/84 e 11.442/2007 e artigo 733 doCódigo Civil. Em que pese a existência de umafarta legislação que fundamente essa contrataçãoo empresário deve tomar várias cautelas tanto naformalização quanto na execução do contrato detransporte para que se evitem discussões judi-ciais”, explicou Figueiroa.

De acordo com Roberta Fiorot, diretora paraassuntos da ComJovem no TRANSCARES, o even-to trouxe clareza para temas de difícil entendi-mento para os empresários. “Normalmente, odepartamento jurídico das empresas trata dosassuntos trabalhistas, mas é muito importantepara nos prepararmos para o momento que todomundo está enfrentando, que o empresário tenhaacesso ao tema de forma tão clara como pude-mos ver na palestra do Dr. Narciso. Além disso, aparticipação do jovem empresário, que está sem-pre aprendendo com as novas tecnologias e todonetworking e novidades dos patrocinadores, com

certeza, facilitarão o dia a dia nas empresas”,comentou Fiorot.

Lucas Gonzalez, integrante da ComJovem de BeloHorizonte, comentou que o empresário transpor-tador ainda tem muitos desafios no setor e desen-volver algumas virtudes e comportamentos nomercado de trabalho é um deles. “O mercado émuito volátil, está em constante mudança, e parase destacar e empreender o jovem empresário pre-cisa ficar atento a algumas virtudes, como com-prometimento, manter a mente aberta, superarexpectativas, empreender pensando no futuro erecriar seu ambiente”, explicou o palestrante.

Para Neto, esses eventos são muito importantestambém para networking. “O evento de BH foiexcelente. Contamos com um público de empre-sários de qualidade, o que só fortalece a impor-tância da ComJovem para o setor. A palestra moti-vacional do Lucas, integrante da ComJovem, foiinspiradora”, salientou Neto.

O assessor técnico da NTC e engenheiro de trans-porte, Lauro Valdívia, encerrou o evento mostran-do aos empresários a importância de teremconhecimento real de todos seus custos e nãoapenas das despesas relativas à viagem, porexemplo.

Em Porto Alegre, o Seminário aconteceu durantea 18ª TranspoSul. A abertura do evento foi feitapor Marcus Vinicius Couto, coordenador executi-vo da ComJovem de Porto Alegre, que ressaltou aforça que o grupo tem na região e nacionalmen-te. “Participo da ComJovem desde 2008 e hojetemos mais notoriedade. O evento serve paralevantar mais a força que temos e mostrar que aspessoas da ComJovem estão tomando posiçõesde liderança no nosso meio de trabalho. Toda ainteração e o relacionamento que temos gerabons resultados”, afirmou Marcus.

Além de trazer em palestras, dados econômicos elogísticos, o encontro apresentou inovações deprodutos e serviços que auxiliem os novosempresários na gestão de frotas. A oportunidadede fazer a edição dentro da TrasnpoSul possibili-tou aos jovens empresários fazer novos negóciose relacionamentos.

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GESTÃO

• Reflexões sobre a reforma trabalhista

• Terceirização em debate

• Exame toxicológico de larga janela – CLT e CTB

• CONTRAN - Um ano pródigo em Resoluções

• Plataformas colaborativas: uma necessidade estratégica para o meio corporativo

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Gestão 75Gestão 75

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Reflexões sobre a reforma trabalhista

1. Ações trabalhistas

É muito comum a afirmação de que no Brasilhá um excesso de ações trabalhistas. E isto éuma verdade.

Segundo o TST, o número de processos traba-lhistas no Brasil teve um aumento de 13% em2015. Foram recebidas pelas varas do trabalhoinstaladas pelo país 2,66 milhões de ações noano de 2015. Esse volume já havia representa-do um avanço de 5,1% na comparação com2014. (1)

As estatísticas demonstram que o Brasil está emprimeiro lugar no mundo em numero de açõestrabalhistas. Existe uma estimativa de que em2016 o país atingirá 3 milhões de processos.

Além disso, desde 1995, o aumento percen-tual apurado a cada ano não era tão elevado.Segundo especialistas, entre todos os fatores,um é determinante: a alta do desemprego em2015.

Os dados de dezembro de 2015 divulgadospelo IBGE, apontam que a taxa média dedesemprego para o ano ficou em 8,5%. Em2014, a média anual de desemprego ficou em6,8%. De acordo com a pesquisa, foi a maiorde toda a série anual da pesquisa iniciada em2012. (2)

No ano de 2015, o Brasil perdeu 1,5 milhãode postos de trabalho segundo o CAGED e atémarço de 2016 havia 11,1 milhões de desem-pregados.

Para absorver esse alto volume de desemprega-dos, incluindo os jovens que anualmenteingressam no mercado de trabalho, os econo-mistas estimam que a economia precisariacrescer acima de 7% ao ano por duas décadas.

Todavia não basta a economia crescer, énecessário que haja uma reforma da legisla-ção trabalhista para que se possa gerar maisempregos.

Já existe um elevado número de empresas bra-sileiras que estão migrando para o Paraguaiem busca de energia mais barata e encargostrabalhistas menores. (3)

2. Principais causas das ações trabalhistas

A CLT data de 1943 e possui 922 artigos. Tratade direito material, processual, organizaçãosindical, contribuição sindical, direito indivi-dual e coletivo do trabalho, além de normasde segurança e saúde do trabalho.

Durante esses 73, anos poucas modificaçõesocorreram na legislação trabalhista e na pró-pria CLT. Temos ainda várias leis específicasque tratam de matéria trabalhista, podemoscitar como exemplos: Lei 7855/1989 – Baixainstruções para fiscalização; Lei 7783/1989(Lei de Greve); Lei 9.601/1998 (Banco deHoras e contrato por prazo determinado); Lei9958/2000 (Comissão de Conciliação Prévia);Lei 12.551/2011 (Teletrabalho) e, ainda, váriasleis, decretos, portarias, normas regulamenta-doras, Convenções Coletivas de Trabalho eAcordos Coletivos de Trabalho, Súmulas eOrientações Jurisprudenciais do TST.

Temos ainda uma legislação complexa, ana-crônica, detalhista e excessivamente protetiva,gerando várias dúvidas em sua interpretação.

Por Narciso Figueirôa Junior

* Narciso Figueirôa Junior é advogado e consultor jurídico especia-lista em Direito do Trabalho.

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GESTÃO

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As ações trabalhistas também são geradas pelonão cumprimento da legislação e a realizaçãode pagamentos incorretos de verbas rescisó-rias, horas extras, recolhimento do FGTS, ape-nas para citar alguns exemplos.

O desprestígio dos meios alternativos de com-posição dos conflitos de trabalho, tais como aarbitragem e conciliação privada, também éum fato gerador de ações trabalhistas, valendodestacar que a jurisprudência limita o alcancedas negociações coletivas.

Daí a razão pela qual tanto se falar, da propos-ta de prevalência do acordado sobre o legisla-do. Uma das principais críticas feitas a essaproposta é o fato de que há vários sindicatosque não são representativos e nem sempredefendem os interesses das categorias repre-sentadas o que demandaria também uma refor-ma sindical.

Outro problema é que os encargos sociaishoje, em vários setores, superam 100% dovalor do salário real do empregado, podendoesse índice ser mais elevado se levarmos emconsideração as horas extras e seus reflexos.

A Constituição Federal de 1988 passou a tratarde vários direitos trabalhistas, elevando osencargos sociais.

Quando a CLT completou 70 anos, em 2012,foi divulgado na imprensa que existem 569projetos de lei no Congresso Nacional tentan-do impor mudanças na CLT. Eram 437 projetosde lei na Câmara dos Deputados e outros 132no Senado (4). São projetos sobre vários temaspolêmicos e que geram muita cizânia entrepatrões, empregados e o governo.

Dentre as mais polêmicas podemos destacar

a redução da jornada de 44 horas para 40semanais, aprovação da Convenção 158 daOIT que limita a dispensa sem justa causa eregulamentação da terceirização de mão deobra.

Sabemos que medidas governamentais que fle-xibilizem a legislação trabalhista são vistascomo precarização e são impopulares, mas amanutenção de direitos que elevam os custosda produção e da prestação de serviços criauma lógica perversa, ou seja, aumenta o traba-lho informal e cada vez mais protege menosempregados.

Embora a CLT tenha alguns poucos dispositivosinovadores e que permitem a sua adaptaçãoaos tempos atuais, boa parte de seus artigosestão ultrapassados e não acompanharam aevolução natural do mundo do trabalho numaeconomia globalizada.

Um exemplo disso é o artigo 72 da CLT, quetrata dos serviços de mecanografia, datilogra-fia, escrituração ou cálculo, para conceder acada período de 90 minutos de trabalho con-secutivo um repouso de 10 minutos não dedu-zidos da duração normal de trabalho.

O teletrabalho, por exemplo, tão comum naatualidade, dispõe apenas de uma tímida men-ção na CLT, no parágrafo único do artigo 6º,incluído pela Lei 12.551/2011 com seguinteredação: “os meios telemáticos e informatiza-dos de comando, controle e supervisão seequiparam, para fins de subordinação jurídica,aos meios pessoais e diretos de comando, con-trole e supervisão do trabalho alheio.”

Há dispositivos que ainda tratam o empregadocomo um indivíduo sem vontade própria e quedeve ser permanentemente tutelado pelo

1. Fonte: http://economica.estadao.com.br/noticias/geral.ações-trabalhistas-10/5/20162. Fonte: http://g1/globo.com/economia/noticia/2016/03/taxa-media-de-desemprego-15/3/20163. Fonte: HTTP://www.1.folha.uol.com.br/mercado/2015/09/1680868-empresas-brasileiras-12/9/20154. Fonte: HTTP://g1.globo.com/politica/noticia/2013/05/569-projetos-de-lei-do-congresso-01/5/2013

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201778

Estado, como, por exemplo, o artigo 468 daCLT, que dispõe que é lícita a alteração dascondições de trabalho, por mútuo consenti-mento, desde que não resultem, direta ou indi-retamente, prejuízos ao empregado, sob penade nulidade.

É certo que o princípio protetivo é um dos pila-res de sustentação do Direito do Trabalho.Busca compensar com uma desigualdade jurí-dica a desigualdade econômica que envolve arelação de emprego. Isto também inspirou oCódigo de Defesa do Consumidor (Lei8.078/90), no que tange as relações de consu-mo de bens e serviços.

Não identificamos críticas à CLT oriundas dadoutrina e jurisprudência, mas a realidade domercado de trabalho e o elevado número deprocessos trabalhistas demonstra que há neces-sidade de uma reforma que busque a sua adap-tação às novas formas de contratação e evolu-ção tecnológica, assim como sejam supridasalgumas lacunas que acabam por propiciardecisões judiciais subjetivas e excessivamenteprotetivas.

Não há nenhum incentivo à adoção dos meiosalternativos de solução dos conflitos. AsComissões de Conciliação Prévia que foramcriadas pela Lei 9958/2000 e que inseriram osartigos 625-A a 625-H poderiam ser mais pres-tigiadas pela jurisprudência, assim como aarbitragem privada.

Também é necessário que se crie mecanismoslegais de fortalecimento e prestígio das nego-ciações coletivas, assim como uma reformula-ção da legislação sindical para que se possibi-lite entidades sindicais mais representativas.

A proposta de extinção do imposto sindical e asua substituição pela contribuição negocial,obrigando a todos os integrantes das categoriasprofissional e econômica, também deve serdiscutida dentro de uma reforma trabalhista.Mesmo quem não é filiado ao sindicato tam-bém se beneficia da negociação coletiva e

também deve contribuir para os custos decor-rentes da negociação.

3. Algumas propostas

Há algumas propostas de reforma na legisla-ção que entendemos são relevantes paraserem discutidas no Congresso Nacional, desorte a viabilizar a atividade econômica etambém atender as necessidades dos traba-lhadores.

A) Reconhecimento e o fortalecimento dasnegociações coletivas. A CLT deve dar maisvalidade aos acordos e convenções coletivasde trabalho. A negociação coletiva, emboraconsagrada na CF/88, permite a adequação dascondições de trabalho a realidades específicase interessa tanto aos empregados quanto aosempregadores.

Não se busca, na negociação coletiva, suprimirdireitos trabalhistas ou reduzi-los, mas estabe-lecer normas e condições de trabalho em con-formidade com as circunstâncias de um deter-minado período.

Também não se atinge com a negociação cole-tiva o ideal para ambas as partes e sim o possí-vel, na medida em que deve haver necessaria-mente um amplo debate de ideias, avaliaçãode pretensões e concessões recíprocas paraque o acordo seja celebrado.

Entretanto, há várias decisões judiciais queinterferem nos instrumentos coletivos e na legí-tima vontade das categorias representadaspelos sindicatos de empregadores e trabalha-dores, invalidando as negociações, despresti-giando a autonomia privada coletiva contidana Constituição Federal.

Essa interferência excessiva e por vezes funda-mentada na anacrônica premissa da hipossufi-ciência do trabalhador desestimula um meca-nismo eficaz das relações de trabalho, criandoenorme insegurança jurídica e passivo traba-lhista às empresas.

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C) Também é necessário alterar o artigo 71,par.4, da CLT para dispor que nos casos desupressão parcial do intervalo intrajornada,sejam pagos apenas os minutos suprimidos.

D) O artigo 134, parágrafo 1º, da CLT, tambémmerece alteração para que o período de gozode férias possa ser fracionado em até três perío-dos. Tal proposta de modificação está em con-sonância com os dias atuais sendo benéficatambém aos trabalhadores.

E) Outra proposta interessante é a inclusão deum novo parágrafo no artigo 614, da CLT, paradispor que não há ultratividade nas normas econdições de trabalho previstas nas cláusulasconvencionais e que essas não integram defini-tivamente o contrato de trabalho, vigorandoapenas pelo prazo de validade do instrumentocoletivo de trabalho.

F) É recomendável uma alteração na Lei9.307/96, que permita expressamente a utiliza-ção da arbitragem para resolução de conflitosindividuais de trabalho, pelo menos para pro-fissionais que não são hipossuficientes e ocu-pantes de cargos de direção e confiança.

G) Outra proposta válida é a alteração do arti-go 899 da CLT, para dispor que o depósitorecursal tenha a mesma correção dos débitostrabalhistas.

Enquanto o depósito recursal feito na contavinculada do FGTS sofre correção de acordocom a atualização dos saldos dos depósitos dapoupança e capitalização e juros de 3% aoano (art.899, par.4, CLT e art.13 da Lei8036/90), os débitos trabalhistas sofrem jurosde mora equivalentes à TRD, acrescidos dejuros de 1% ao mês, contados do ajuizamentoda ação (art.39 da Lei 8.177/91). Essa distorçãodeve ser corrigida.

H) Torna-se necessária a extinção da multa adi-cional de 10% sobre o FGTS nos casos dedemissão sem justa causa, não havendo maisnenhum sentido que as empresas continuem

Parte-se de uma tese ultrapassada de que anegociação coletiva somente pode acrescentardireitos, além daqueles já previstos em lei.

Ignora-se o fato relevante de que a negociaçãocoletiva pressupõe concessões recíprocas, emque as partes cedem determinada pretensãopara obter outra mais vantajosa e assim criarbenefícios para os dois lados.

Há vários casos de decisões judiciais queinterferem na autonomia coletiva das partes.Um exemplo disso é a redução do intervalopara refeição, respeitadas as característicasregionais. Através da aplicação da Súmula437 do TST, tem sido anulada essa redução,através de negociação coletiva, mesmoquando isto representa um interesse doempregado em deixar mais cedo o trabalho,com fundamento nas regras de segurança esaúde do trabalho.

Outro exemplo de desestímulo às negociaçõescoletivas é a atual redação da Súmula 277 doTST, dispondo que as cláusulas dos instrumen-tos coletivos integram os contratos individuaisde trabalho e somente poderão ser modificadasou suprimidas mediante nova negociação cole-tiva. Além de contrariar o texto expresso doartigo 614 da CLT, cria impasse nas negocia-ções coletivas, pois permite que os benefíciosnela previstos sejam incorporados ao contratoindividual de trabalho, além da vigência legaldo instrumento.

B) Outra medida necessária é o afastamento derestrições sem base legal a acordos individuaisde compensação, especialmente na modalida-de de “banco de horas”, permitindo que possaser estabelecido diretamente entre empregadose empregadores sem a necessidade de partici-pação do sindicato dos trabalhadores. Paratanto é necessário alterar o artigo 59, par.2º, daCLT, para dispor que a compensação de jorna-da (inclusive na modalidade banco de horas)pode ser firmado por meio de acordo indivi-dual, convenção coletiva ou acordo coletivode trabalho.

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201780

arcando com esse custo criado pela LC110/2001.

I) Devem ser criadas medidas que visem impe-dir que a penhora on line recaia sobre valoresque excedem a execução e que prejudiquepessoas físicas ou jurídicas que não tenhamparticipado do processo. A aplicação dessemecanismo de penhora tem gerado muitas dis-cussões judiciais, sendo necessária umamelhor regulamentação da matéria para que setenha mais segurança jurídica.

J) Outra proposta relevante e que atende asnecessidades atuais é a permissão para quepossa haver terceirização de atividade meio efim da empresa, com mecanismos que assegu-rem o pagamento dos direitos trabalhistas.

Para a economia, a terceirização representa atransferência de atividades produtivas para oramo terciário (prestação de serviços). Para oDireito do Trabalho é um fenômeno de des-concentração empresarial, pelo qual o empre-gador transfere a terceiros, atividades periféri-cas, passando a se dedicar a sua atividade fim.

É o ajuste que liga uma empresa tomadora àempresa prestadora de serviços, mediante con-trato de natureza civil, comercial ou adminis-trativa, com a finalidade de realizar serviçoscoadjuvantes da atividade-fim, por cuja reali-zação somente responde a empresa prestadorade serviços, não tendo a empresa tomadoraqualquer possibilidade de ingerência na mão-de-obra da empresa prestadora. A contrataçãopoderá ter como objetivo a produção de bensou a prestação de serviços.

São objetivos da terceirização: 1º) Reduçãodos custos operacionais; 2º) Aumento da capa-cidade de produção; 3º) Redução de tempo naentrega produtiva até o produto acabado; 4º)Aumento da competitividade; 5º) Excelênciado produto ou serviço.

Atualmente não há uma lei que regulamente aterceirização de mão de obra, apenas a Súmula

331 do TST que têm sido questionada no STF,através da ADPF 324, Rel.Ministro RobertoBarroso, ARE – Agravo em RecursoExtraordinário n.791932, Rel.Min.TeoriZavascki e ARE – Agravo em RecursoExtraordinário n.713.211, Rel.Min.Luiz Fux.

Tramita no Congresso Nacional, há váriosanos, o PL 4340, que trata da terceirização demão obra, já aprovado na Câmara dosDeputados e que tramita no Senado Federalsob o número 30/2015 e que, até o presentemomento, não se sabe se será enfim aprovado.

É certo que o projeto é polêmico, sobretudoem relação à permissão da terceirização na ati-vidade fim, mas não menos certo é que permi-tir que esse assunto continue sendo regula-mentado pela Súmula 331 do TST sem uma leiespecífica sobre a matéria, continuará ensejan-do conflitos trabalhistas individuais e coletivos,gerando insegurança jurídica para patrões eempregados.

A terceirização de mão de obra é um processoirreversível na economia mundial e necessitaser regulamentada por lei, para que se evite aaplicação de teorias jurídicas que muitas vezescontrariam a legislação específica de determi-nadas relações de trabalho.

Não podemos ter uma legislação trabalhistaque impeça o progresso e o desenvolvimentotecnológico, criando obstáculo à geração deempregos e desestimulando o empreendedo-rismo.

É certo que a legislação deve se pautar peloprincípio protetivo, criando mecanismos dedefesa quanto aos abusos e a precarização darelação de emprego.

Porém, a CLT necessita de reformas que reco-nheça as novas modalidades de trabalho e osavanços tecnológicos, garantindo direito míni-mos aos trabalhadores, mas valorizando anegociação coletiva como mecanismo jurídicoeficaz de prevenção e solução de conflitos.

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Terceirização em debate

“A terceirização de mão de obra é um proces-so irreversível na economia mundial e necessi-ta ser regulamentada por lei, para que se evitea aplicação de teorias jurídicas que muitasvezes contrariam a legislação específica dedeterminadas relações de trabalho”. Quemafirma isso é o assessor jurídico daNTC&Logística, Narciso Figuerôa Junior, ao serquestionado sobre a terceirização de serviços emão de obra no setor de transporte de cargas.

Este tema foi bastante discutido durante todoo ano nos eventos promovidos pelas entida-des do setor, que apoiam uma reforma traba-lhista que altere vários dispositivos da CLTque se encontram ultrapassados e inibem aatividade econômica.

A revista Brasil Transportes Jovens Empresá-rios entrevistou Narciso Figuerôa Junior emostra abaixo um panorama completo sobreo assunto.

BTJE: Qual a grande discussão que envolve aterceirização no setor de transporte de car-gas? O problema é a terceirização de mão deobra e não de empresas, correto?

N: O segmento econômico do transporterodoviário de cargas é muito dinâmico e paraque o transporte possa ser realizado em todoo território nacional e integrado com osdemais modais é comum a subcontratação deentre empresas de transporte (ETC), e entreempresas de transportes e transportadoresautônomos de cargas (TAC) para parte do tra-jeto, o que a legislação define como transpor-te cumulativo. Não se trata de terceirização esim de subcontratação de transporte a fretecom previsão na Constituição Federal, artigo733 do Código Civil, Lei 11.442/2007 e nalegislação tributária que regulamenta o

Imposto de Circulação de Mercadorias eServiços (redespacho).

Ocorre que não há em nossa legislaçãonenhuma regulamentação sobre terceiriza-ção, apenas a Súmula 331 do TST que já estásendo questionada no Supremo TribunalFederal, pois contraria o princípio da legali-dade estrita contido no artigo 5, II, da CF.

A terceirização é um processo irreversível naeconomia mundial e em um mundo globali-zado é uma necessidade, pois permite umamelhor especialização nos serviços, reduçãode custos e gera mais impostos.

BTJE: Quais os prós e contras da terceiriza-ção de mão de serviços, no caso do TRC?

N: São vários os reflexos positivos, comoampliação da capacidade operacional dasempresas, redução de custos e maior especia-lização e qualidade dos serviços prestados.

A terceirização gera empregos diretos e indi-retos, além de permitir como permite umamelhor racionalização da operação e deampliar a capacidade operacional das empre-sas, resultando em uma melhor especializa-ção dos serviços.

A proibição da terceirização da atividade fime a má interpretação jurídica da subcontrata-ção de transporte a frete prevista na lei11.442/2007 e no artigo 733 do Código Civil,em decisões judiciais pode inviabilizar a ati-vidade do transporte rodoviário de cargas,pois o transporte cumulativo e o redespachoencontram previsão legal e são necessáriospara que o transporte possa ser realizado emtodo o território nacional e integrado com osdemais modais.

Por Karen Cohen

GESTÃO

Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201782

Entrevista com assessor jurídico da NTC traz todas as informações sobre o assunto

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BTJE: Existe algum movimento das entidadesdo setor para regulamentar essa situação oujá é regulamentada?

N: O setor apoia uma reforma trabalhista quealtere vários dispositivos da CLT que seencontram ultrapassados e inibem a atividadeeconômica. A necessidade de regulamenta-ção da terceirização através de lei tem sidotratado em várias reuniões e eventos do setor.

BTJE: Esse tema tem sido tratado nos eventosda ComJovem?

N: Praticamente em todos os eventos e reu-niões das entidades do setor.

BTJE: Na sua opinião, qual é a melhor solu-ção para essa questão?

N: A melhor solução é a regulamentação damatéria através de lei ordinária. Ocorre que oCongresso Nacional está demorando muitopara resolver essa questão. Há vários projetostramitando na Câmara dos Deputados e noSenado Federal e parece que não está haven-do vontade política de que os mesmos sejamvotados.

BTJE: Quais as perspectivas para 2017 no quediz respeito à terceirização?

N: Ha três processos tramitando no SupremoTribunal Federal que tratam de terceirização equestionam a constitucionalidade da Súmula331 do TST. Trata-se dos processos ADPF 324,Rel. Ministro Roberto Barroso, ARE – Agravoem Recurso Extraordinário n.791932, Rel.Min. Teori Zavascki e ARE – Agravo emRecurso Extraordinário n.713.211, Rel. Min.Luiz Fucs. Esse último chegou a entrar empauta de julgamento no dia 09/11/2016, mashouve adiamento. Se o Congresso Nacionalnão aprovar um dos projetos de lei que tratada terceirização de mão de obra é bem pro-vável que o STF venha definir se é ou nãoinconstitucional a Súmula 331 do TST e se épossível a terceirização da atividade fim ou sefica restrita a atividade meio do tomador dosserviços.

A nossa expectativa é que o STF venha decla-rar a inconstitucionalidade da Súmula 331 doTST, pois, a nosso ver, ela viola o princípio dalegalidade estrita previsto no artigo 5, II, daConstituição Federal e não havendo lei queregulamente a terceirização não poderia oTST legislar sobre o assunto, haja vista que talcompetência é do Congresso Nacional.

Gestão 83

“ A terceirização é um processo irreversível na economia mundial e em um mundo globalizado é umanecessidade, pois permite uma melhor especialização nos serviços, redução de custos e gera mais impostos.”

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Exame toxicológico de larga janela – CLT e CTBAspectos trabalhistas – CLT e Portaria116/2015 do MTPS

O exame toxicológico de larga janela é aqueleutilizado para detecção de drogas por umlongo período, sendo realizado através deamostras e exames de cabelos ou pêlos.

Esse exame é obrigatório para os motoristasque conduzam veículos de transporte rodoviá-rio de cargas ou passageiros e está previsto noartigo 168 da CLT com a redação dada pela Lei13.103/2015, acrescentando os parágrafos 6º e7º, que assim dispõem:

“§ 6o Serão exigidos exames toxicológicos,previamente à admissão e por ocasião do des-ligamento, quando se tratar de motorista pro-fissional, assegurados o direito à contraprovaem caso de resultado positivo e a confidencia-lidade dos resultados dos respectivos exames.

§ 7o Para os fins do disposto no § 6o, será obri-gatório exame toxicológico com janela dedetecção mínima de 90 (noventa) dias, especí-fico para substâncias psicoativas que causemdependência ou, comprovadamente, compro-metam a capacidade de direção, podendo serutilizado para essa finalidade o exame toxico-lógico previsto na Lei no 9.503, de 23 desetembro de 1997 - Código de TrânsitoBrasileiro, desde que realizado nos últimos 60(sessenta) dias.” (NR)

Vale destacar que a Lei 13.103/2015, em seuartigo 3º, dispõe que aos motoristas profissio-nais dependentes de substâncias psicoativas éassegurado o pleno atendimento pelas unida-

des de saúde municipal, estadual e federal, noâmbito do Sistema Único de Saúde, podendoser realizados convênios com entidades priva-das para o cumprimento da obrigação.

O artigo 235-B da CLT, com a redação trazidapela Lei 13.103/2015, ao estabelecer os deve-res do motorista profissional empregado, pres-creve em seu inciso VII que o motorista devesubmeter-se a exames toxicológicos com jane-la de detecção mínima de 90 dias e a progra-ma de controle de uso de droga e de bebidaalcoólica, instituído pelo empregador, com suaampla ciência, pelo menos uma vez a cadadois anos e seis meses, podendo ser utilizadopara esse fim o exame obrigatório previsto noCódigo de Trânsito Brasileiro, desde que reali-zado nos últimos 60 dias.

Também dispõe o parágrafo único do artigo235-B da CLT que a recusa do empregado emsubmeter-se ao teste ou ao programa de con-trole de uso de droga e de bebida alcoólicaprevistos no inciso VII será considerada infra-ção disciplinar, passível de penalização nostermos da lei, ou seja, artigo 482 da CLT.

No sentido de regulamentar o exame toxicoló-gico para fins trabalhistas o Ministério doTrabalho e Previdência Social publicou aPortaria 116, de 13/11/2015, publicada noDOU de 16/11/2015, dispondo que entrará emvigor em 02/03/2016.

Segundo a referida Portaria os exames toxico-lógicos devem ser realizados: a) previamente àadmissão e b) por ocasião do desligamento,devendo ter janela de detecção para consumode substâncias psicoativas, com análise retros-pectiva mínima de 90 dias e ser avaliadossegundo o Quadro I, anexo à referida Portaria.

Por Narciso Figueirôa Junior

Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201784

GESTÃO

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De acordo com a norma em referência osexames toxicológicos não devem: a) ser parteintegrante do PCMSO; b) constar de atestadosde saúde ocupacional; c) estar vinculados àdefinição de aptidão do trabalhador, tendovalidade de 60 dias, a partir da coleta daamostra, podendo ser utilizado o exame pre-visto no CTB, desde que realizado nos últimos60 dias.

O exame toxicológico somente pode ser reali-zado por laboratórios acreditados pelo CAP-FDT (Acreditação forense para exames toxico-lógicos de larga janela de detecção do ColégioAmericano de Patologia ou por acreditaçãoconcedia pelo INMETRO, além de requisitosadicionais de toxicologia forense reconhecidosinternacionalmente) e deve possuir todas asetapas de cadeia de custódia, garantindo a ras-treabilidade de todo o processo além de pos-suir procedimento com validade forense paratodas as etapas analíticas.

Os laboratórios devem entregar ao trabalhadorlaudo laboratorial detalhado em que conste arelação de substâncias testadas, bem comoseus respectivos resultados, devendo os mes-mos ficar armazenados em formato eletrônicopelo laboratório executor por no mínimo cincoanos.

A Portaria MTPS 116/2015 assegura ao traba-lhador o direito à contraprova e à confidencia-lidade dos resultados dos exames e o acesso àtrilha de auditoria do seu exame, devendo oslaboratórios disponibilizar Médico Revisorpara proceder à interpretação do laudo labora-torial e emissão do relatório médico, sendofacultado ao empregador optar por outroMédico Revisor de sua escolha, cabendo aesse último considerar, dentre outras situações,

além dos níveis da substância detectada noexame, o uso de medicamento prescrito, devi-damente comprovado.

O relatório médico deve concluir pelo usoindevido ou não de substância psicoativa, semindicação de níveis ou tipo de substância e otrabalhador deve entregar ao empregador orelatório médico emitido pelo Médico Revisorem até 15 dias após o recebimento.

Os exames toxicológicos devem testar, nomínimo, a presença das seguintes substâncias:a) maconha e derivados; b) cocaína e deriva-dos, incluindo crack e merla; c) opiáceos,incluindo codeína, morfina e heroína; d) anfe-taminas e metanfetaminas; e) “ecstasy”(MDMA e MDA); f) anfepramona; g) fempropo-rex; h) mazindol.

Legislação de trânsito – CTB e Deliberação145 do CONTRAN

O artigo 148-A do Código de TrânsitoBrasileiro, com a redação trazida pela Lei13.103/2015, estabelece que os condutoresdas categorias C, D e E deverão submeter-se aexames toxicológicos para a habilitação erenovação da Carteira Nacional de Habili-tação que buscará aferir o consumo de subs-tâncias psicoativas que, comprovadamente,comprometam a capacidade de direção edeverá ter janela de detecção mínima de 90dias, nos termos das normas do CONTRAN.

O referido artigo traça a seguinte regra desubmissão do motorista profissional aoexame toxicológico de larga janela: 1º) oscondutores das categorias C, D e E com CNHcom validade de cinco anos deverão fazer oexame previsto no artigo 148-A no prazo de

Gestão 85

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201786

dois anos e seis meses a contar da realizaçc-cedil;ão da habilitação e renovação da CNH;2º) os condutores das categorias C, D e E comCNH com validade de dois anos deverãofazer o exame no prazo de um ano e seismeses a contar da habilitação e renovação daCNH.

A lei assegura o direito de contraprova e derecurso administrativo no caso de resultadopositivo para o exame toxicológico, nos termosdas normas do CONTRAN, sendo que a repro-vação no exame terá como consequência asuspensão do direito de dirigir pelo período detrês meses, condicionado o levantamento dasuspensão ao resultado negativo em novoexame, e vedada a aplicação de outras penali-dades, ainda que acessórias.

Ainda de acordo com o artigo 148-A do CTBo resultado do exame somente será divulgadopara o interessado e não poderá ser utilizadopara fins estranhos ao disposto no referido arti-go ou no parágrafo 6º, do artigo 168 da CLT.

O exame será realizado, em regime de livreconcorrência, pelos laboratórios credenciadospelo DENATRAN, nos termos das normas doCONTRAN, vedado aos entes públicos: 1º)fixar preços para os exames; 2º) limitar onúmero de empresas ou o número de locaisem que a atividade pode ser exercida; e 3º)estabelecer regras de exclusividade territorial.

No âmbito do CTB, a matéria havia sido regu-lamentada pelas Resoluções CONTRAN517/2015 e 529/2015, que foram revogadaspela Deliberação 145, de 30/12/2015, quealterou a Resolução 425/2012, para incluir aletra “g”, ao inciso III, do artigo 4º, para incluiro exame toxicológico de larga janela de detec-ção para consumo de substâncias psicoativas,exigido quando da habilitação, renovação emudança para as categorias C, D e E e paraincluir o parágrafo 3º, ao inciso IV, definindo oexame toxicológico de larga janela de detec-ção como sendo aquele destinado à verifica-ção do consumo ativo, ou não, de substâncias

psicoativas, com a análise retrospectiva míni-ma de noventa dias.

A Deliberação 145/2015 do CONTRAN, queentrou em vigor em 30/12/2015, alterou oCapítulo VII – Do exame toxicológico de largajanela de detecção, da Resolução CONTRAN415, de 2012, passando a dispor que:

1º) o exame toxicológico de larga janela dedetecção, exigido quando da habilitação,renovação e mudança para as categorias C, De E, deverá ser realizado de acordo com asdiretrizes estabelecidas no Anexo da Portaria116/2015 do MTPS;

2º) o DENATRAN deverá credenciar laborató-rios para a realização do exame toxicológicode larga janela de detecção que atendam aosrequisitos definidos na Portaria 116/2015 doMTPS, tendo validade de 2 (dois) anos, poden-do ser revogado a qualquer tempo, se nãomantidos os requisitos exigidos para o creden-ciamento, podendo o credenciamento serrenovado por igual período, sem limite derenovações, desde que atendidos os requisitosestabelecidos nesta Resolução;

3º) a coleta de material biológico destinado aoexame toxicológico deverá ser feita de acordocom os requisitos definidos no Anexo daPortaria 116/2015 do MTPS, devendo ser reali-zada por laboratórios habilitados pela ANVISA,sob a responsabilidade dos laboratórios cre-denciados pelo DENATRAN;

4º) a análise do material coletado será reali-zada por laboratórios credenciados peloDENATRAN, atendidos os critérios estabeleci-dos no Anexo da Portaria 116/2015 do MTPSe, em caso de resultado positivo, o condutorpoderá submeter o laudo do exame à apre-ciação do médico revisor, que considerará,além dos níveis da substância detectada noexame, o uso de medicamento prescrito,devidamente comprovado, que possua emsua formação algum dos elementos constan-tes da Portaria 116/2015 do MTPS;

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5º) o laboratório credenciado deverá inserir ainformação contendo o resultado da análisedo material coletado (se positivo ou negativo)no prontuário do condutor por meio doRENACH, desde que autorizado, por escrito,pelo interessado, devendo tal informação serconsiderada confidencial, sob responsabilida-de dos laboratórios, dos órgãos e entidadesexecutivos de trânsito dos Estados e do DF edo DENATRAN;

6º) na hipótese de detecção de consumo dequalquer das substâncias constantes do Anexoda Portaria 116/2015 do MTPS, em níveissuperiores ao permitido, o candidato será con-siderado reprovado no exame e terá como con-sequência a suspensão do direito de dirigirpelo período de 3 (três) meses, sendo garantidoao interessado o direito a contraprova e derecurso administrativo;

7º) os exames realizados com base nestaResolução serão utilizados, de forma anônimae com fins estatísticos, para formação de bancode dados e estudo da conduta dos motoristas,visando a implementação de política públicade saúde e os órgãos e entidades executivos detrânsito dos Estados e do Distrito Federal deve-rão disponibilizar em seu sítio eletrônico arelação dos laboratórios credenciados peloDENATRAN.

Dispõe ainda a Deliberação 145 do CON-TRAN que o exame toxicológico de largajanela, de que trata a Portaria 116/2015, doMTPS, será válido para renovação ou mudan-ça para as categorias C, D e E da CNH, res-peitado o prazo de validade previsto na refe-rida Portaria (60 dias) e será exigido para ahabilitação, renovação ou mudança para ascategorias C, D e E, a partir de 02/03/2016,excluindo-se os processos de habilitação quejá tenham sido iniciados até essa data,momento a partir do qual também terá inícioa fiscalização do cumprimento da referidaDeliberação.

O DENATRAN já credenciou alguns labora-

tórios para a realização dos exames atravésdas Portarias Denatran 35 de 25/02/2016; 36 de 25/02/2016; 37 de 25/02/2016; 38 de 25/02/2016; 40 de 25/02/2016 e; 42 de26/02/2016.

Da vigência da Portaria 116/2015 do MTPS eda Deliberação 145/2015 do CONTRAN e daobrigatoriedade do exame toxicológico

Tanto a Portaria 116/2015 do MTPS quanto aDeliberação 145/2015 do CONTRAN entramem vigor no dia 02/03/2016, mas os examestoxicológicos de larga janela para os motoristasempregados somente passam a ser obrigatóriosna admissão e demissão, a partir do dia17/04/2016, ou seja, um ano após a vigênciada Lei 13.103/2015, conforme disposto no arti-go 13, inciso II, da referida Lei.

Vale lembrar que a Portaria 116/2015 do MTPSnão trata do exame toxicológico periódico,sendo certo que o artigo 235-B, inciso VII, daCLT, com a redação dada pela Lei13.103/2015, estabelece que o motoristaempregado deve submeter-se a exames toxico-lógicos com janela de detecção mínima denoventa dias, pelo menos uma vez a cada doisanos e seis meses.

Portanto, a partir do dia 17/04/2016 as empre-sas estarão obrigadas a submeter o motoristaempregado ao exame toxicológico de largajanela, nos casos de admissão de demissão. Oexame periódico somente passará a ser obriga-tório, após dois anos e seis meses de vigênciada Lei 13.103/2015.

Vale destacar que o artigo 235-B exige a ado-ção de um programa de controle de uso dedroga e bebida alcoólica e não somente a rea-lização do exame toxicológico, sendo reco-mendável que as empresas cumpram rigorosa-mente à legislação para que possa ter umacompanhamento do padrão de comporta-mento de cada empregado, de sorte a se evitarproblemas futuros.

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201788

GESTÃO

CONTRANUm ano pródigo em ResoluçõesO ano de 2016 foi pródigo em Resoluções do CONTRAN que afetam diretamentea vida do transportador. Uma das mais importantes foi a Resolução 593/16, querevogou as Resoluções 152/03 e antiga 805/09, entra em vigor em 1º de janeiro de2017 e estabelece novos requisitos para a construção dos pára-choques de cami-nhões, reboques e semirreboques.

Este diploma isentou dos seus requisitos oscaminhões tratores e os veículos produzidosespecialmente para cargas autoportantes e veí-culos muito longos que necessitem deAutorização Especial de Trânsito (AET).

Os veículos que sofrerem alterações de carac-terísticas que exijam Certificado de SegurançaVeicular devem atender às especificações danova Resolução.

Importante lembrar que os veículos em circu-lação deverão substituir os pára-choques con-forme cronograma para cada par de final deplacas que começa em até 31/12/2020 e vaiaté 31/12/2024 (tabela).

Carroçarias de madeira

Vence em 31 de dezembro de 2017 o prazodado pela Resolução 552/15 para que as car-roçarias de madeira em circulação se adaptem

às exigências sobre novos dispositivos de segu-rança.

De acordo com a Resolução 588, são osseguintes estes requisitos:

“Art. 4º (...) § 4º As carroçarias de madeira deverão obede-cer aos seguintes requisitos:(...)II - Para os veículos em circulação, deverão seradicionados aos dispositivos de amarração per-fis metálicos em “L” ou “U” nos pontos de fixa-ção, fixados nas travessas da estrutura porparafusos, de modo a permitir a soldagem dogancho nesse perfil e a garantir a resistêncianecessária.

Biodiesel e asfalto

A Resolução 604/16 modificou o artigo 17 Ada Resolução 258/07 (já modificada peloResolução 503/14), para incluir o cimentoasfáltico de petróleo (CAP) entre os produtosque gozam, até 31 de julho de 2019 da tole-rância de 7,5% no peso bruto total ou no pesobruto total combinado.

A alteração vale tanto na verificação por meiode balança quanto por meio de nota fiscal. Oartigo 17 A ficou assim redigido:

“Art. 17-A. Para fins de fiscalização de peso dos

Por NeutoGonçalves

PRAZOS PARA ADEQUAÇÃO DOS PARA-CHOQUES EM CIRCULAÇÃO

prazo final para adequação

31/12/202031/12/202131/12/202231/12/202331/12/2024

algarismo final da placa

1 e 23 e 45 e 67 e 89 e 0

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veículos que estiverem transportando produtosclassificados como Biodiesel (B-100) eCimento Asfáltico de Petróleo (CAP) por meiode balança rodoviária ou por meio de NotaFiscal, ficam permitidos, até 31 de julho de2019 a tolerância de 7,5%” (sete e meio porcento) no PBT ou PBTC.”

Restrições da via

A Resolução 608/16 incluiu o artigo 12 A naResolução 210/06, para permitir aos órgãos detrânsito fixarem para as vias sob sua circunscri-ção limites de pesos e dimensões mais restriti-vos do que os estabelecidos pelo CONTRAN.

O novo artigo ficou assim redigido:

“Art. 12-A. O peso e as dimensões máximosaqui estabelecidos não excluem a competênciados demais órgãos e entidades executivosrodoviários fixarem valores mais restritivos emrelação a vias sob sua circunscrição, de acordocom as restrições ou limitações estruturais daárea, via/pista, faixa ou obra de arte, desde queobservado o estudo de engenharia respectivo.

Parágrafo Único. O órgão e entidade com cir-cunscrição sobre a via deverá observar a regu-lar colocação de sinalização vertical regula-mentadora, nos termos do Manual deSinalização Vertical de Regulamentação, espe-cialmente as placas R-14 e R-17, conforme ocaso.

Placa bipartida

A Resolução 610/16 modificou a Resolução510/15 para permitir aos veículos com portatraseira e comprimento excedente o uso deplacas bipartidas e excluir a exigência de retro-refletividade para a cor preta. Eis a íntegra dodispositivo do artigo 8º sobre o assunto:

Parágrafo único. Para os veículos furgão cargageral, furgão frigorífico, sider, basculante ououtros veículos com sistema de portas traseirase comprimento excedente, pode ser aplicada asinalização de comprimento excedente bipar-tida (...), sendo que o espaçamento entre asplacas pode ser igual à largura da moldura dasportas, sem que comprometa ou altere asdimensões estabelecidas para a sinalização (...)

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Lona em canavieiro

O CONTRAN baixou também a Resolução618, que adia para 1º de junho para 2017 oprazo concedido pela Resolução 441/13 paraque os caminhões que transportam cana (cana-vieiros) passem a utilizar lona protetora dacarga. Eis a íntegra do dispositivo:

Art. 1–A. Para os veículos utilizados no trans-porte de cana-de-açúcar, o uso de lona ou dis-positivo similar de que trata o §1º do art. 1ºserá exigido a partir do dia 1º de junho de2017.

Tráfego diuturno de CVC de 19,80 m

O CONTRAN aprovou também a Resolução615/16, que acrescenta parágrafo único aoartigo 7º da Resolução 211/06, para tornar diu-turno o tráfego das combinações de veículosde carga de 19,80 m:

Art. 7º (...)Parágrafo único. Para as combinações cujocomprimento seja de 19,80 m será autorizadoo tráfego diuturno.

Linhas e estações de metrô

A Resolução 614 acrescenta inciso VII doparágrafo 1º do artigo 3º da Resolução268/08 dispositivo que estende aos veículosdestinados à manutenção e restabelecimentodos sistemas das linhas e estações metrofer-roviárias o benefício de livre trânsito de quejá gozam os veículos de bombeiros, policiaise ambulâncias (inciso VII artigo 29 do CTB).Veja a íntegra:

Art. 3º ........................... §1º.................................. (...)

VII - os veículos destinados à manutenção erestabelecimento dos sistemas das linhas eestações metroferroviárias."

Terceira placa agora é facultativa

O Conselho Nacional de Trânsito – CON-TRAN – baixou a Resolução 616, de 6 desetembro de 2016, que referendou aDeliberação 149/16, tornando facultativo ouso pelos veículos de carga com mais de4.536 kg do sistema auxiliar de identificaçãoveicular, também conhecido como terceiraplaca ou faixa ouro.

O uso deste adesivo era exigido pelaResolução 575/15, que teve agora o seu arti-go 1º reformulado e os artigos 2º, 4º e 5º revo-gados. Permanece em vigor, no entanto, oartigo 3º, determinando que o trânsito dosveículos com o sistema de identificação auxi-liar sem condições de legibilidade e visibili-dade constitui infração prevista no artigo 237do Código de Trânsito Brasileiro e sujeita seusproprietários à penalidade de multa, bemcomo à medida administrativa de retenção doveículo para regularização.

Isto significa que quem optar pelo uso da ter-ceira placa deve sempre mantê-la em comestado de legibilidade e conservação.

Sistema ilegal

No apagar das luzes de 2015, o CONTRANbaixou a Resolução 575, ressuscitando osefeitos da Resolução 370/10, que exigia a ins-talação nos veículos novos de carga com maisde 4.536 kg de um Sistema Auxiliar deIdentificação Veicular, conhecido na práticacomo “terceira placa”.

Graças à eficaz intervenção da NTC&Logística à época, junto ao Ministério dasCidades, esta exigência estava suspensa desdeagosto de 2011, pela Deliberação 116/11. Noentanto, ressurgiu em dezembro de 2015 dofundo dos escaninhos do CONTRAN, semmaiores estudos ou explicações.

Exaustivo estudo elaborado pelo CoronelPaulo Roberto de Souza, assessor de Seguran-

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ça da NTC&Logística, demonstrou que a “ter-ceira placa”, além de ilegal, é dispensável eacarretaria, se prosperasse, ônus desnecessá-rio aos proprietários de veículos de carga.

Reza taxativamente o artigo 115 do CTB que“o veículo será identificado externamente pormeio de placas dianteira e traseira” (assimmesmo, no singular). Ou seja, a competênciadelegada ao CONTRAN pelo CTB restringe-se a fixar modelos e especificações das placasestabelecidas pela lei, não lhe cabendo criar,à revelia da legislação, novos dispositivosexternos de identificação.

Ainda que não se aceite este argumento, háoutro aspecto muito mais grave a questionar,a partir da vigência simultânea dasResoluções 231/07 e 370/10. Em seu artigo1º, a Resolução 231/07 dispõe que “cada veí-culo será identificado por placas dianteira etraseira, afixadas em primeiro plano”.

Admitir-se a possibilidade de um “sistemaauxiliar” para possibilitar a legibilidade daplaca traseira dos veículos em situação irre-gular é permitir que se continue a descumprira Resolução 231/07, ou seja, sacramentar aperpetuação de uma irregularidade, o que éinadmissível em nosso ordenamento jurídico.

Inútil e onerosa

É questionável também a utilidade da “tercei-ra placa”, uma vez que, pelo artigo 2º daResolução 370/10, ela não poderia ser usadapara fundamentar a lavratura de autos de

infração. Ou seja, o dispositivo se destinariaunicamente a prover “melhor legibilidade”.

Além do mais, existem hoje pelo menos trêsoutros sistemas tecnológicos capazes desubstituir a “terceira placa”: os sistemasSINIAV, RNTRC e Brasil ID, todos desenvolvi-dos com base em tecnologia RFID para ocontrole dos veículos e implementos rodo-viários em circulação.

O sistema auxiliar de identificação veicular semostraria também bastante oneroso. Conside-rando-se que o setor de transportes compraatualmente cerca de 100 mil caminhões e 40mil reboques e semirreboques por ano, são140.000 películas anuais a um custo médioanual de R$ 5,6 milhões.

Isso, se se considerar, conforme concluiu oDepartamento Jurídico da NTC&Logística, quea exigência da “terceira placa” vigora apenaspara os veículos novos. Na hipótese de preva-lecer uma interpretação adversa, seriam maiscerca de 2 milhões de veículos a serem equi-pados, de setembro a dezembro deste ano,com o sistema auxiliar de identificação, o quetotalizaria R$ 80 milhões de gasto inútil.

Tanto o Ministério das Cidades quanto oCONTRAN foram devidamente alertados pelaNTC&Logística sobre o despropósito destamalsinada “terceira placa”. Esperava-se, por-tanto, nada menos que a revogação de tãodescabida exigência. No entanto, o governo,para não dar totalmente o braço a torcer, aca-bou optando por torná-la facultativa.

Coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de Segurançada NTC&Logística, demonstrou que a “terceira placa”, além de ilegal, é dispensável e acarretaria, se prosperasse,ônus desnecessário aos proprietários de veículos de carga.

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201792

Plataformas colaborativas: uma necessidade estratégica para o meio corporativoA tecnologia já está inserida no contexto das empresas e tende a ocupar cada vezmais espaço e trazer rentabilidade

Pensar o dia a dia de uma empresa hoje semrecursos tecnológicos é praticamente impossí-vel. As ferramentas disponíveis no mercadosão diversas e ajudam profissionais de todosos setores a ganharem produtividade e com-petitividade, na medida em que conseguemconcentrar esforços naquilo que realmenteimporta: resultados.

Neste contexto, as plataformas colaborativasaparecem como alicerces importantes paramanter a empresa organizada e focada nonegócio. São ferramentas que exercem duasfunções principais: automatizar os fluxos deatividade e agregar colaboradores que fazemparte de uma ou mais equipes. Por isso, demaneira geral, as ferramentas colaborativasfacilitam o trabalho para as equipes dentro daempresa, além de fornecer aos gestores umavisão mais ampla do processo.

O resultado do uso dessas soluções tecnológi-cas é o trabalho coletivo e a potencializaçãode alguns elementos importantes, como novasformas de cooperação, inteligência coletiva econstrução conjunta do conhecimento. Dessaforma, a empresa ganha em produtividade, osprocessos são realizados de maneira otimiza-da e os líderes podem traçar estratégias paraajustar o que é necessário para melhorar osresultados.

Se você ainda tem dúvidas sobre a importân-cia e necessidade da utilização dessas ferra-

mentas, veja a os diversos benefícios listadospelo blog Simplez:

Aumento da velocidade de acesso ao conhe-cimento

A informação é um ponto-chave para o suces-so de qualquer negócio nos dias de hoje. Noentanto, com um volume gigantesco de infor-mações e dados disponível, é preciso nãosomente saber pesquisar, mas também filtrar oque é válido para a empresa. Isto impactapositivamente na velocidade de acesso aoconhecimento. Ou seja, é importante conse-guir informações críticas rapidamente nomomento em que elas são necessárias, masnem sempre essa é uma tarefa fácil.

Por isso, as ferramentas colaborativas facili-tam o acesso ao conhecimento, já que abusca passa a ser baseada no contexto e nadinâmica de navegação, oferecendo maisinformações relevantes aos colaboradores.Além disso, essas soluções permitem amelhoria do compartilhamento de informa-ções, uma vez que a pessoa que está com oproblema pode compartilhá-lo com outras ediscutir possíveis soluções.

Este cenário também auxilia nos momentosem que o colaborador está com dúvidas emrelação aos processos ou sobre quais atitudesdeve tomar. A partir da disponibilização dasinformações, ele pode simplesmente acessá-

Por Karen Cohen

GESTÃO

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las, ler e sanar rapidamente sua dúvida.

Elevação do total de inovações de sucesso aodesenvolver novos produtos

O conceito de inovação está diretamente rela-cionado à solução de desafios. No entanto, osobstáculos estão sendo modificados justa-mente porque há cada vez mais inovações nomercado. Então, o que fazer?

A resposta é aceitar que há um aumento nototal de partes envolvidas e que é necessáriocolaborar e investir nelas para o sucesso daempresa. Desta forma, é possível encontrarnovas ideias, também descobrir novos cami-nhos e estratégias que podem ser adotadas.

Outro ponto importante para o aumento dosucesso das inovações no desenvolvimento denovos produtos é a redução dos custos desseprocesso para haver menos retrabalho e des-perdícios, agregar mais valor e controlar maisrigidamente processos de produção — tudoisso, graças às ferramentas colaborativas.

Basicamente, essas soluções incentivam o sur-gimento de oportunidades e novas ideias, con-tribuindo, consequentemente, para o desem-penho da empresa para a redução de custos epara o desenvolvimento de produtos diferen-ciados.

Criação de consideração, consciência, con-fiança e conversão entre clientes

Toda empresa precisa de clientes para sobre-viver e ser reconhecida no mercado. Com ouso das ferramentas colaborativas, a empresaestreita o relacionamento com seus clientespor meio da rápida distribuição de informa-ções a respeito dos produtos — e também

pelo convite ao feedback, mostrando a elesque suas opiniões são válidas e merecem serconsideradas.

Além disso, algumas empresas chegam a con-vidar clientes a participar do processo dedesenvolvimento de novos produtos, conhe-cendo suas demandas e necessidades, a fimde atendê-las.

Aumento da satisfação dos fornecedores

Ter um bom relacionamento com os fornecedo-res também é um ponto fundamental para umaboa gestão de compras. Nesse cenário, é precisoconsiderar que qualquer ação de uma das partesenvolvidas na cadeia de abastecimento afetatodos os outros participantes. Por isso é tãoimportante colaborar com fornecedores, aumen-tando a confiança e a reputação deles e reduzin-do os custos com a cadeia de abastecimento.

Melhoria da transparência

Muito se fala sobre a importância da transpa-rência dos processos para uma empresa. Asferramentas colaborativas podem ajudar nessequesito e até aumentá-lo, porque exigem umamodificação da cultura organizacional e per-mitem que as habilidades de cada indivíduosejam mapeadas.

Outro benefício adquirido pela melhoria datransparência é o desenvolvimento da con-fiança entre os membros das equipes, da res-ponsabilidade e da flexibilidade.

As soluções em nuvem

Pequenas, médias e grandes empresas estãoaderindo cada vez mais a soluções em nuvem,já que boa parte da nova geração de ferramen-

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201794

tas de negócios funciona com essa tecnologia eoferecem flexibilidade para todas as áreas dasempresas, como RH, marketing, compras e ven-das, além de promover integração para automa-tizar os processos das organizações.

As soluções em nuvem estimulam a eficiên-cia, reduzem custos, oferecem mobilidade,segurança e maior produtividade para asequipes de empresas de todos os tamanhos. AMicrosoft, por exemplo, tem o Office 365,que oferece aos usuários a possibilidade detrabalhar à distância por ser uma versão emnuvem. Além disso, o Office 365 tem outrosprodutos que dão suporte a um mundo maismóvel e conectado, como o Skype forBusiness, que permite fazer reuniões à distân-cia e ligações gratuitas por meio do software;o Sharepoint, para compartilhar e armazenarinformações de qualquer dispositivo; oOneDrive, para armazenar e compartilhardocumentos com clientes e parceiros e oExchange, o e-mail corporativo.

Já o Google Apps for Business também ofere-ce computação 100% em nuvem, mas semsoftware de cliente para instalar ou manter.Em vez disso, o usuário recebe um pacote denegócios confiável e seguro baseado no nave-gador, atualizações remotas com soluçõesinovadoras do Google e o Marketplace comcentenas de aplicações integradas de parcei-ro. Voltado para o trabalho em equipe, oGoogle Apps permite compartilhar um docu-mento, site, página, planilha com apenas doiscliques, para qualquer usuário (interno ouexterno). Basta adicionar os endereços de e-mail e compartilhar.

Anírio Neto, Diretor Adjunto de Tecnologia daInformação do SETCESP, afirma que é neces-sário envolver as pessoas para evitar as resis-tências, mas quando elas veem os benefíciosda utilização dessas ferramentas, começam acolaborar com o processo mesmo sem perce-ber. “Integrar processos e pessoas, eliminarduplicidade de informações, deixar as infor-mações disponíveis sempre, acessíveis de

qualquer local, independentes de máquinasou dispositivos são algumas das característi-cas de soluções em nuvem”, ressalta Neto.

De acordo com um estudo global da Cisco,cerca de 68% das empresas estão usandorecursos de nuvem para ajudar a gerar resul-tados efetivos, um aumento de 61% em rela-ção ao estudo do ano passado (2015). Noentanto, a provedora indica que a maioria dascompanhias (69%) ainda não possui estraté-gias maduras de nuvem, sendo que apenas3% delas usam a nuvem para gerar resultadosde negócios superiores.

Os dados da Cisco são baseados em uma pes-quisa de mercado realizada pela IDC comexecutivos responsáveis por decisões de TI emmais de 6,1 mil organizações em 31 países.Segundo o estudo, as organizações enfrentamuma série de obstáculos para alcançar umamaior maturidade de nuvem incluindo defi-ciência de capacidades e habilidades, falta deuma estratégia e um roteiro bem definido, umlegado de estruturas organizacionais de silosentre as áreas de Tecnologia da Informação enegócios.

Visita técnica ao Vale do Silício

Com o objetivo de conhecer a região famosapor ser a maior fomentadora de tecnologias econceitos inovadores do mundo, o SETCESPlevou uma comissão de empresários e execu-tivos do transporte rodoviário para uma visitatécnica no Vale do Silício.

Segundo Neto, rompimento é a palavra domomento. “Todas as pessoas e empresas estãoatrás de algo que possam chamar de disrupti-vo. Trata-se de uma busca incessante paraencontrar soluções que possam mudar o statusquo. Um grande exemplo, já em uso aqui noBrasil, é o Uber, que mudou o modo comoolhamos e usamos o transporte de pessoas, eao mesmo tempo provocou uma reação nomercado de taxi, que atuava da mesma formahavia dezenas de anos”, explica.

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INTEL

Na Intel, a tecnologia que mais chamou ogrupo à atenção foram as câmeras capazes deinterpretar cores, distâncias, profundidades,presenças, ausências, etc. – capacidades queantes eram exclusivas do olho humano. Comestas câmeras inteligentes, a Intel investiu nomercado de logística e hoje oferece soluçõespara aferição das medidas dos volumes (cuba-gem) em equipamentos estáticos e em tablets.

GOOGLE

No estacionamento da Google, conheceram oseletric power stations – pontos de abasteci-mentos de carros elétricos. “A forma como oGoogle vê o mundo é realmente diferente. Oconceito “our problem” (nosso problema)abrange todas as expectativas e necessidadeshumanas quanto: pesquisar, escrever correta-mente, falar um idioma, ter conteúdo suficien-te na web e até acesso lento à internet”, afirmaNeto. Durante a visita o grupo também visitouos carros elétricos e autônomos da Google epuderam vê-los se locomovendo pelas ruas doVale do Silício.

ACCENTURE

A Accenture é uma daquelas empresas queatende outras empresas. Funciona assim: umaempresa identifica uma demanda, avalia otamanho do mercado e contrata a Accenturepara desenvolver o produto.

ORACLE

Logo na abertura da apresentação, o executivoda Oracle declarou: “Em 2025, acreditamosque 80% do mercado de cloud estará nas mãos

de apenas dois fornecedores e a Oracle está sepreparando para ser uma delas”. A visão queembasa as ações da Oracle é de que apenas25% dos investimentos em tecnologia estãovoltados para inovação, e 75% para manuten-ção. Além de incomodar seus clientes, estesíndices se tornaram uma visão de negóciospara a empresa.

OTTO

O projeto da Otto é construir um caminhãoque possa rodar pelas estradas sem a presençado motorista. O objetivo é que o motorista sejanecessário apenas nas áreas urbanas. A Otto(que é considerada uma startup) tem apenasoito meses de vida como empresa e já foiadquirida pela Uber. O engenheiro que rece-beu o grupo conhece o Brasil, e disse que omercado brasileiro é interessante não só parafornecer caminhões autônomos, como tam-bém para fazer negócios na cadeia de supri-mento.

PELOTON

Uma startup que já recebe investimentos volu-mosos que tem por objetivo acoplar cami-nhões virtualmente. Dois caminhões (porenquanto) podem se conectar através de umarede (wifi – v2v) e se comunicarem (por voz)enquanto estão em movimento e a uma distân-cia segura entre eles. O produto garante umaeconomia de combustível de 4,5% (da frente) e10% (de trás) para os veículos conectados. Ummonitor de vídeo mostra aos motoristas asvisões de cada um, ou seja, o motorista de trásconsegue ver tráfego que está logo após o cole-ga da frente, e o primeiro motorista consegueter a visão do retrovisor do veículo traseiro. Istogera mais segurança para ambos.

Vale do Silício - Visita técnica SETCESPNa ocasião, os empresários conheceram novas soluções e visitaram as principaisempresas da região. Fique por dentro das novidades relatadas por Neto.

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COMJOVEM

• Resultados da ComJovem superam expectativas• Instituto ComJovem de Desenvolvimento

Mercadológico promove simulação BID• Tayguara Helou: uma história para se inspirar• Boletim ComJovem 2016

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ComJovem 97ComJovem 97

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COMJOVEM

Resultados da ComJovem superam expectativasMesmo com a crise, os jovens empresários conseguiram desempenhar o trabalho e bater as metas

Em meio a um cenário econômico conturba-do, tomado por uma crise sem precedentes, aComJovem ergueu as mangas e foi buscaralternativas para ajudar o setor a encontrar oequilíbrio e a tão almejada recuperação tari-fária. E fez isso por meio do SeminárioItinerante e do Instituto de DesenvolvimentoMercadológico, fornecendo conteúdo dequalidade e embasamento técnico aosempresários.

Composto por palestras e debates técnicosentre especialistas de transporte e fornecedo-res de soluções para o setor, o SeminárioItinerante - ComJovem levou conteúdo práticoque pode ser aplicado, com facilidade, no diaa dia das empresas. O evento passou porcinco cidades brasileiras – Vitória, Cuiabá,Belo Horizonte, Porto Alegre e Natal – e abor-dou temas como redução de custos por meioda tecnologia, seguros, software de gestão,leasing operacional e subcontratação de ser-viços, além de estimular o networking entreos empresários.

O assessor técnico da NTC e engenheiro detransporte, Lauro Valdívia, marcou presençaem todos os eventos com a palestra “Os Custose o Cenário Econômico do TRC”, em que mos-trou aos empresários a importância de teremconhecimento real de todos seus custos e nãoapenas das despesas relativas à viagem, porexemplo. Isso é essencial para que a empresagaranta a lucratividade do negócio e a mante-nha competitiva no mercado.

Já o Instituto de Desenvolvimento Mercado-lógico, logo em seu primeiro ano de atuação,

promoveu um exercício que envolveu os 25núcleos da ComJovem de todo país. ASimulação BID aconteceu em quatro etapas epossibilitou a cada núcleo criar uma empresafictícia e disputar o melhor preço para o ser-viço em cotação. O exercício teve como focoestudar as questões tarifárias e de planeja-mento do TRC, simulando o ambiente diáriode trabalho do transportador por meio dedesafios que envolveram desde cálculos defrete variáveis e fixos até a escolha de veícu-los e mão de obra adequados aos tipos de ser-viços apresentados pelo Instituto.

Para Ana Carolina Jarrouge, coordenadora daComJovem Nacional, os resultados desse anoforam surpreendentes. “Em um ano tão difícil,com os empresários desanimados e desacre-ditados, tendo que demitir funcionários ereduzir a operação, deparamos-nos comresultados muito bons. Nessas horas vemoscomo o brasileiro é surpreendente, porquemesmo diante de tanta dificuldade o pessoallevou o trabalho a sério”, explica. Ainda deacordo com a empresária, esse cenário mos-tra a maturidade que a ComJovem atingiu nes-ses anos e a seriedade com que vem encaran-do as metas e os desafios propostos. “Nós,jovens empresários, estamos construindo umamudança de longo prazo. Veremos os resulta-dos daqui alguns anos, quando essas pessoasassumirem as lideranças das entidades e desuas empresas. Será um grupo muito maisunido”.

As perspectivas para 2017 são boas. “Para oano que vem estamos apostando em um temacrucial para as empresas de transporte que é a

Por Karen Cohen

Brasil Transportes • Edição Anual 2016-201798

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ComJovem 2016 em números

504 horas de reunião

29 açõessociais

43 visitastécnicas

17 artigos técnicos

segurança, tanto patrimonial quanto nasestradas. Devemos, também, mexer nas metaspara estimular os jovens a fazerem coisasnovas, usar a criatividade”. E finaliza: “Estãotodos de parabéns. E eu me sinto com o devercumprido nesses três anos à frente da coorde-nação nacional”.

Novo núcleo

O núcleo ComJovem dos empresários do SIN-DETRANS de Ribeirão Preto empossouMatheus Vantini como diretor, IsabelaFestuccia como primeira vice-diretora eNazer Haikal Filho como segundo vice-dire-tor. O evento contou com a presença deIvanildo Clemente Ribeiro, presidente do SIN-DETRANS, Ana Carolina Jarrouge, coordena-dora da ComJovem Nacional da NTC&Logística e Tayguara Helou, diretor adjunto daNTC e presidente do SETCESP.

Vantini destacou que a cidade e municípiospróximos precisavam de uma iniciativa comoessa. “Ribeirão Preto e região estavam caren-tes desse projeto. Tive a felicidade de fundá-lojuntamente com o presidente do SINDE-TRANS, que também colherá enormes frutosdessa criação. No que tange à preparação,inovação e reciclagem no aprendizado defuturas lideranças do nosso setor, será umavanço enorme para nossa região”.

Ana Jarrouge afirmou que a região agora rece-be um importante projeto, que contribuirápara promoção, aprendizado e integração dosnovos empresários. A coordenadora destacoutambém o apoio do presidente do SINDE-

TRANS. “Para a região de Ribeirão Preto serámuito representativo ter um núcleo comoesse. Eles são jovens e estão abertos, estimu-lados e dispostos a se reunirem em busca deinovações e melhorias. Além disso, o Sr.Ivanildo não apenas apoiou como também semostrou aberto para ouvir as novas ideias eprojetos”.

Encontro Nacional

A cidade de Porto Seguro recebeu o CongressoNTC 2016 e IX Encontro Nacional ComJovem,importante evento de encerramento do anopara as lideranças, empresários e jovens empre-sários do transporte rodoviário de cargas.

“Nosso encontro é uma oportunidade parareunir os núcleos da ComJovem do Brasil todoe, mais do que isso, um momento para com-partilhar experiências entre as diversas gera-ções do setor. Além disso, tivemos também oreconhecimento do trabalho realizado atéaqui e muito debate técnico dos principaistemas que afligem o empresariado”, afirmaAna Carolina Jarrouge, coordenadora nacio-nal da ComJovem.

A edição de 2016 trouxe uma novidade: oFórum Trabalhista do TRC que contou com apresença da própria coordenadora daComJovem Nacional, Ana Jarrouge, do Dr.Marlos Melek, juiz do Trabalho, da Dra.Dulce Maria Soler Gomes Rijo, juíza doTrabalho e Titular da 2° Vara do Trabalho deSanto André/SP, do Dr. Agenor Calazans daSilva Filho, Juiz do Trabalho e Titular da 25ªVara do Trabalho de Salvador/BA e do

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017100

mação, tão abundante nos dias atuais, comrepertório e estratégia. Vânia Ferrari, pales-trante com vasta experiência em MarketingDireto, Publicidade, Processos e entre outrasáreas, apresentou o painel “Protagonismo &Atitude”, com uma nova visão sobre gestãode mudanças na prática.

O evento foi realizado pela AssociaçãoNacional dos Transportadores de Carga &Logística (NTC), com patrocínio Autotrac,Cummins, Iveco, MAN - VolkswagenCaminhões e Ônibus, Mercedes-Benz,Petrobras, Governo Federal, Sascar, ScaniaTotvs, Trade Vale Seguros- TNIX, apoio da TopDoctors e entidade anfitriã SETCEB.

Tribunal Regional do Trabalho da 5ª RegiãoTRT-5, de José Hélio Fernandes, presidente daNTC&Logística, e convidados e liderançassindicais. O debate girou e torno da visão dosmagistrados sobre o excesso de processos tra-balhistas em andamento no setor, coerênciadas medidas, polêmicas na reforma trabalhis-ta e consenso sobre a disputa entre legislaçãoe Convenção Coletiva.

A programação contou com o painel“Geração T”, apresentado pelo cartunista,colunista e escritor, Luciano Pires, que trouxeuma abordagem descontraída sobre a necessi-dade de refinar a capacidade de julgamento etomada de decisão, ou seja, o uso da infor-

Um dos momentos mais esperados do Encontro é a premiação dos núcleos que sedestacaram durante o ano por sua atuação em diversas áreas. Confira a relação devencedores:

PRÊMIO MELHOR ARTIGOVale do Paraíba, artigo "Você está se preparando para a sucessão familiar?"

PRÊMIO DESTAQUE DO ANOBelo Horizonte, por sua retomada de sucesso. Em 2014 e 2015 estavam inativos e em 2016 foi o núcleo com maior quantidade de horas de atividades (46 horas e 20 minutos, além de realizarem3 visitas, 3 ações sociais e 2 artigos técnicos)

PRÊMIO DESTAQUE NTCCuritiba, pela elaboração do material de divulgação da Comjovem Nacional, especialmente vídeo institucional que explica de maneira simples e objetiva o que é e quais objetivos da Comissão.

PRÊMIO DO INSTITUTO COMJOVEMpara o ganhador do jogo BID - Núcleo de Videira / SC.

PRÊMIO DESEMPENHOpelo cumprimento das metas (20 horas reunião + 2 visitas técnicas + 1 artigo):

• Belo Horizonte• Campinas• Cascavel• Curitiba• Joinville• Maringá• Porto Alegre• São José do Rio Preto• São Paulo• Sorocaba• Vale do Paraíba• Porto Ferreira

12 núcleos no total

Prêmio ComJovem

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COMJOVEM

Instituto ComJovem de Desenvolvimento Mercadológico promove simulação BIDO primeiro ano de atuação do Instituto ComJovemde Desenvolvimento Mercadoló-gico pode ser con-siderado um sucesso. Criado no final de 2015 como objetivo de conscientizar empresários de transpor-te sobre posicionamento de mercado, análise decustos e cobrança de frete, o grupo mobilizou os 30núcleos espalhados pelo país em uma simulação deconcorrência.

Composto por quatro etapas, a simulação de BID(concorrência) possibilitou a cada núcleo daComJovem criar uma empresa fictícia e disputar omelhor preço para o serviço em cotação. “O institu-to foi o embarcador da história.Fizemos um BID de solicitação de ser-viços de transporte de carga de lota-ção determinando a rota, a quantida-de de veículos e de motoristas neces-sários para a operação. Com isso emmãos, os núcleos se reuniram paradiscutir as regras e formular uma pro-posta de acordo com o escopo de tra-balho solicitado”, afirma MarceloRodrigues, coordenador do Instituto.

O exercício teve como foco estudar as questões tari-fárias e de planejamento do TRC, simulando oambiente diário de trabalho do transportador pormeio de desafios que envolveram desde cálculos defrete variáveis e fixos até a escolha de veículos emão de obra adequados aos tipos de serviços apre-sentados pelo Instituto. Ana Carolina Jarrouge, coor-denadora nacional da ComJovem, garante que odesenvolvimento do potencial dos jovens empresá-rios foi estimulado com a atividade. “Além dos semi-nários itinerantes que a ComJovem faz durante oano levando esse assunto para conscientização,tivemos a ideia de fazer essa simulação sobre BID. Éum circuito para estudar questões mercadológicas emostrar a importância do planejamento de custospara se fazer um cálculo exato da operação antes deoferecer um frete ao cliente”, conclui.

Para Marcelo, a ação trouxe ensinamentos e instru-ção. “Os que participaram da simulação BID 2016poderão lembrar das falhas cometidas durante oprocesso e não cometer esses erros novamentequando estiverem em um BID real. O ganho está naprodutividade para as empresas e na experiênciaadquirida pelos jovens empresários”, reforça.

No Encontro Nacional da ComJovem os membrosdo Instituto se reunirão para discutir as próximasações e como serão colocadas em prática. Marceloreforça a mensagem principal que deve ser passadaao jovem empresário: “o TRC pode ter lucro se tiver

boas práticas em seu dia a dia, atualizando-se com as diversas ferramentas de custos exis-tentes nos sindicatos e associações de classe,como a NTC&Logistica, que fornece um apli-cativo de cálculo de frete, por exemplo”.

Marcelo Rodrigues assumiu a coordenaçãodo Instituto ComJovem de DesenvolvimentoMercadológico em agosto de 2016, substi-tuindo Ana Carolina Jarrouge. Atuante nosetor desde 1993, Marcelo é hoje empresário,gerente da filial de São Paulo da 3P

Transportes e faz parte da Comissão de JovensEmpresários desde 2006. Em 2010 assumiu a vicecoordenação da ComJovem São Paulo e passou a seenvolver cada vez mais com as entidades do setor,principalmente SETCESP e NTC.

Por Karen Cohen

Classificação – Simulação BID

Núcleo

VideiraCampinasSorocabaSão Paulo

Vale do ParaíbaCuritiba

Posição

1º 2º 3º 4º 4º5º

Pontos

19514513011511525

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Tayguara Helou: uma história para se inspirarSurfista nas horas vagas e apaixonado pela família, Tayguara Helou é um dos maio-res entusiastas do setor de transporte. No começo de 2016, assumiu o comando doSETCESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região)e se tornou o presidente mais jovem a ocupar tal posto. À frente da ComJovem, foiresponsável pela viabilização de uma série de eventos e seminários, que serviramde ferramenta e suporte para jovens empresários de todo Brasil. Por esse e tantosoutros feitos, Tayguara foi premiado com o Troféu Destaque, pela NTC&Logística(Associação Nacional de Transportes de Carga e Logística), em 2011 e 2015.

O reconhecimento mais recente veio daCâmara Municipal de São Paulo, quando foicondecorado com a Medalha Anchieta e oDiploma de Gratidão da Cidade, por suaimportante atuação como representante políti-co sindical do transporte rodoviário de cargas,com gestão focada na defesa dos interesses dosetor, e sua jovem carreira empreendedora.

No auge de seus 36 anos, Tayguara tem muitahistória para contar e inspirar. A Revista BrasilJovens Empresários conversou com ele e trazum pouco dessa trajetória de sucesso.

Conte um pouco sobre sua infância e históriaem São Paulo.

Sou nascido e criado na cidade de São Paulo.Meu pai, Urubatan Helou, fundou os nossosnegócios em 1º de julho de 1977, três anosantes do meu nascimento. Ou seja, eu crescidentro de uma transportadora, que na épocanão tinha as mesmas proporções do GrupoBraspress de hoje, mas era onde eu passavaboa parte do meu tempo. Eu e a Braspress cres-cemos juntos, literalmente.

Urubatan, além de ser um grande empresário,foi também um grande pai, muito presente naminha criação. Ele nunca cometeu o erro de

me levar de castigo para a empresa, tratouaquilo como uma brincadeira quando eu tinhaum tempo livre.

Em que momento você se deu conta queseguiria os passos de seu pai como empreen-dedor?

Tive a primeira convicção de que gostaria detrabalhar nos negócios da família quando esta-va no terceiro ano de faculdade na Austrália.Me formei em Administração de Empresas pelaBond University na Gold Coast - Austrália, equando estava entrando no quarto ano, perce-bi que todas as minhas oportunidades estavamno Brasil e ao lado do meu pai. Quando vocêestá fora do seu país de origem, por melhorprofissional que você seja, você vai sempre serum estrangeiro e vai ficar atrás de um nativo.Quando me dei conta disso, resolvi terminar afaculdade, fazer as malas e voltar correndopara casa com a missão de multiplicar tudoque havia sido feito até então.

Como começou a sua trajetória no setor detransporte?

Desde pequeno realizava pequenos trabalhosna área operacional da empresa, bem de formaesporádica, pois meus pais queriam que eu

Por Karen Cohen

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COMJOVEM

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focasse todos os esforços nos estudos. Na ado-lescência, passei pelo departamento de coletae me destaquei atendendo o dobro de opera-ções em um tempo em que as solicitações dosclientes ainda eram anotadas em papel.Também trabalhei em outras áreas da empresa,até mesmo como ajudante, recebendo merca-dorias de frete FOB diretamente na plataformada empresa.

Quando voltei da Austrália, em novembro de2003, comecei efetivamente a empreender nosetor. Naquela época meu pai ainda não que-ria que eu trabalhasse na empresa, pois achavaque eu precisava adquirir mais experiência. Foiquando montei a minha própria transportadora(T.H.TEX) que prestaria serviços de transferên-cia de cargas consolidadas para outras empre-sas, no caso para a Braspress. Meu pai disseque me emprestaria o dinheiro para começarmeu negócio. Em minha expectativa, dariapara comprar um caminhão novo, de últimageração. Mas a realidade foi bem diferente. Sóconsegui comprar um caminhão usado e tiveque correr atrás de toda parte burocrática naJunta Comercial.

Fui muito bem-sucedido com a T.H.TEX.Desenvolvi uma metodologia, formas de con-trole e acompanhamento para reduzir custosoperacionais e aumentar a produtividade.Comecei a ter lucro e a reinvestir na própriaempresa. Em três anos já contava com 30 con-juntos de caminhões. Isso chamou a atençãodo diretor administrativo e financeiro daBraspress, Sr. Giusepe Dimas de OliveiraCoimbra, que me convidou para assumir ocargo de controller na empresa. Assim come-çou minha vida executiva no Grupo Braspress,do qual hoje sou diretor de desenvolvimento enovos negócios.

No mundo das entidades eu ingressei pormeio de uma iniciativa do meu pai, então pre-sidente do SETCESP, em 2004. Ele teve a bri-lhante ideia de reinaugurar a COMJOVEM(Comissão de Jovens Executivos e Empresá-rios) em setor que estava adormecida desde a

década de 1990. Foi naquela primeira reu-nião, com 16 outros colegas de setor, na suamaioria sucessores de empresários do TRC,que tudo começou.

Qual foi o papel da ComJovem nesse processo?

A COMJOVEM foi o começo, o meio, e é atéhoje o local em que aprendi muito sobre onosso setor e sobre o ambiente externo dosnossos negócios. Foi também o celeiro paratodas as minhas ideias e conquistas no setor.Para mim, a COMJOVEM é muito mais do queapenas um grupo de jovens. A Comissão, quehoje é uma diretoria do SETCESP, dirigida pelaBarbara Calderani, é o futuro dos nossos negó-cios, mas é também o futuro da atividade eco-

Posse Tayguara Helou como Presidente do SETCESP

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nômica do Brasil, pois sem um TRC de nível, ocomércio, a rede de serviços e a indústria bra-sileira não é competitiva.

No final de 2005, fui eleito como coordenadorda COMJOVEM pelos próprios membros dacomissão e foi quando passei a compreendermuito mais os problemas que tínhamos, emtodas as esferas. Fiz o primeiro seminário coma presença do economista Delfim Neto e a par-ceria com o Sérgio Reis, no Siga Bem Criança.No final da minha gestão, a comissão passoude 16 para 120 jovens empresários, tornando-se um sucesso.

Ainda cheguei a assumir o cargo de vice-coor-denador da COMJOVEM Nacional, o que con-siderei uma conquista, já que no começo acomissão era apenas regional.

Na sua opinião, qual é o papel do jovemempresário no setor de transporte?

O papel do jovem empresário primeiramente érespeitar o legado e saber que nem tudo é daforma que ele quer e que as mudanças devemacontecer com tempo e da melhor forma pos-sível. Está nas mãos do jovem empresário odesafio de dar continuidade a tudo o que foiconstruído até agora de forma contínua e sus-tentável. Os novos empresários jovens do setortêm a obrigação de inovar e aplicar as melho-res metodologias de gestão possíveis em seusnegócios.

O que o setor está fazendo para qualificar osjovens empresários e garantir bons gestores nocurto prazo?

O setor investe muito no jovem, porque temos omaior e melhor grupo de jovens empresários eexecutivos do Brasil: a COMJOVEM Nacional,que nasceu em 2008 a partir da inciativa do ex-presidente do SETCESP, Francisco Pelucio, etambém do então Presidente da Federação do

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Estado de São Paulo e Presidente daNTC&Logistica, Flavio Benatti.

A COMJOVEM Nacional é a maior e melhorcomissão de jovens empresários, pois está emtodo o Brasil. São mais de 30 núcleos e 500jovens espalhados por todo o País, realizandoencontros empresariais, rodada de negócios,visitas técnicas a empresas e departamentopúblicos, palestras, engajando e preparandonovas lideranças para dar continuidade aonosso setor.

Existe também diversas plataformas de ensinoexecutivo. A primeira está no SETCESP, a ULT(Universidade de Logística e Transportes) comuma grade completa para preparar os jovensna gestão de seus negócios. A segunda é umplano de aprendizagem entre o SEST/SENAT daCNT e a Universidade Dom Cabral, que pormeio de uma parceria com a entidade oferececentenas de bolsas de ensino para jovens dosetor em cursos de pós-graduação, doutoradose mestrados.

Você imaginava chegar à presidência do SET-CESP em tão pouco tempo?

Na verdade, não foi tão pouco tempo assim.Foram 12 anos de muito trabalho nas entidadespara chegar nesta posição, sempre respeitandoos mais velhos, trabalhando muito duro e ino-vando em todas as frentes como se fosse um tra-balho realizado nos meus próprios negócios.

Mas não, não imaginava chegar à presidênciada casa tão jovem. Sou o 17º presidente destacasa, que completou 80 anos em 2016. É umaentidade antiga com presidente jovem. Sou opresidente mais novo que a entidade já teve eo primeiro, com muito orgulho, filho de ex-presidente. O primeiro presidente de sindicatopatronal do nosso setor proveniente da COM-JOVEM e provavelmente o único presidentesurfista da história da casa.

Quais os seus principais objetivos na presidên-cia da entidade?

Tenho como principal objetivo lutar incansa-velmente por melhores dias para os transporta-dores, porque o setor é repleto de históriasmaravilhosas de empreendedorismo e é umdos que mais empregam pessoas no país. Etambém porque se tivermos um setor maisorganizado, seremos capazes de prestar umserviço altamente qualificado, levando aindústria, o comércio, a rede de serviços e aeconomia para novos patamares.

O que as empresas do setor devem fazer parafugir da crise e continuar crescendo?

Planejamento, conhecimento detalhado dosseus custos, precificar suas tarifas de forma ade-quada, ser extremamente enxuto, focar em umaboa gestão e manter a calma, pois tudo passa.

De onde surgiu a ideia da LDT (Linha Diretado Transportador)? Como isso funciona?

Criei a LDT conversando com transportadoresde cargas lotação que se queixam muito dasituação de mercado atual. Percebi nestas con-versas que havia muita coisa de cunho comer-cial, que as entidades não podiam contribuir.Por outro lado, identifiquei problemas relacio-nados à legislação e regulamentação específi-ca do nosso setor e aí estava uma oportunida-de para ajudá-los.

A LDT é um canal para todos os transportado-res – não apenas para as empresas da base ter-ritorial do SETCESP - de carga lotação ou não,associados ao SETCESP ou não, que tem porobjetivo ser uma câmara solidária entre trans-portares e embarcadores.

Por meio da criação de um estatuto específicopara esta ferramenta da nossa entidade, conse-guimos manter total confidencialidade deambas as partes sem expor os transportadores etratar a legislação específica do nosso setor,como por exemplo, o não pagamento de vale-pedágio, questões fiscais, prazos que desobe-decem a lei 13.103, entre outros.

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Como anda o debate sobre a reforma traba-lhista no que diz respeito ao TRC? O que foifeito esse ano e quais são as perspectivasdaqui para frente?

A reforma trabalhista é a nossa atual prioridade.

Em 2016 mais de três milhões de ações traba-lhistas devem ingressar na Justiça em todo opaís. Caso a previsão se confirme, o volumerepresentará um aumento de quase 13% emrelação a 2015, quando as varas do trabalhoreceberam 2,66 milhões de novos casos. Essemontante já havia representado um avanço de5,1% na comparação com 2014, segundodados do TST.

No último Conet & Intersindical, realizado emBento Gonçalves, o setor chegou a uma sériede propostas para esta reforma. Mas o SETCESPestá trabalhando em três propostas que nãodependem de reforma tão grande, que são:

• A valorização das convenções coletivas. Omotivo é evitar os inúmeros casos em que osindicatos e empresas fecham o acerto edepois são anulados por juízes do trabalho,que determinam o cumprimento da lei ao péna letra e pagamento de indenizações, semlevar em consideração as peculiaridades decada setor.

• Legitimidade das homologações realizadasno sindicato dos empregados. O objetivo éque não caiba ação trabalhista quando ahomologação é feita sem ressalvas nos sindi-catos dos empregados.

• Validade para as câmaras de conciliaçãoprévias, ou seja, resgatar da obrigatoriedadede submissão prévia de demandas trabalhis-tas para as Câmaras de Conciliações Prévias(CCPs), quitando o contrato de trabalho noscasos de conciliações realizadas, não caben-do ação posterior. Intenção é regulamentarseu funcionamento e combater morosidadeda Justiça trabalhista

Quais os principais desafios do setor para ospróximos anos?

O nosso setor exerce uma atividade com altacomplexidade, portanto sofre com diversosproblemas como, por exemplo, a devastadaindústria da justiça do trabalho, em queempresas e, especialmente trabalhadores, per-dem muito, o que acarreta em um atraso nodesenvolvimento econômico e de todos os bra-sileiros.

Mas os desafios não param por aí. Precisa-mos lutar contra a pior carga tributária do paisque só onera a indústria e o comércio brasi-leiro, pois esses impostos são repassados aopreço dos produtos finais e dos serviços.

Precisamos valorizar mais a importância doveículo de carga para o desenvolvimento davida, pois é o caminhão que leva alimentos aossupermercados, medicamentos para farmácias,insumos aos hospitais e maternidades. Temos aobrigação de lutarmos contra o roubo decarga, contra as quadrilhas, pois esta atividadefinancia as drogas que matam milhares de pes-soas. Combater o receptador da carga roubadaé o melhor caminho, pois é por causa delesque a situação chegou a esse ponto.

Construiremos junto aos órgãos públicosmelhores condições para que o TRC seja peçaprincipal do desenvolvimento econômico donosso país, além de melhorar a mobilidadeurbana das grandes regiões metropolitanascom propostas técnicas que beneficiam a vidade todos. Entre outros grandes desafios.

Como você se vê nos próximos cinco anos? Edaqui 20 anos?

Sinto-me motivado, trabalhando e me diver-tindo com o que faço. Sonho em montar amaior multinacional do mundo no setor detransportes e logística. Sonho com um Brasilmelhor, um Brasil protagonista de novosnegócios e inovação, sendo referência e res-peitado mundialmente.

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Tayguara Helou: “Pessoa Física”

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O que você gosta de fazer em seu tempo livre?

Tenho algumas paixões. A primeira é ficar com a minhafamília. A segunda é o surfe, esporte que já pratico a maisde 17 anos, e o motociclismo.

Se tivesse que indicar um livro, qual seria? Por que?

Leio muito jornais e revistas, especialmente os online,pois desta forma fico informado do que está acontecendoem tempo real. Mas como bom surfista, indico o livro do11 vezes campeão mundial Kelly Slater (Pipe Dreams)que para mim é o maior atleta de todos os tempos, poisaos 42 anos ainda tem a capacidade de competir incan-savelmente.

E um filme? Por qual motivo faria essa indicação?

Tenho gostado de assistir algumas séries, notadamente deficção, pois nos faz pensar fora da caixinha e ter novasideias. Assisti recentemente Game of Thrones e achei fan-tástica a capacidade de alguém conseguir criar tantas his-tórias juntas em um só programa, além das lições de dedi-cação, disciplina, estratégia e família.

Para você, qual o significado de “família”?

Família é o começo, o meio e fim de tudo. Família é tudoem nossas vidas.

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COMJOVEM

Desde 1970 os líderes do transporte de car-gas já buscavam os jovens para se envolve-rem com as questões do setor. Em matériapublicada no nº 67 da revista BR, sob o título“Aonde estão os jovens?”, Luciano Pinho, falasobre a falta e a necessidade da manifesta-ção dos jovens no setor. Em trecho da maté-ria, Pinho conclama: “Vamos, meus jovens.Ainda é hora de ouvir-se o vozerio de vocês”.

Diante disso, podemos dizer que esta foi achama inicial do desejo de ver a existên-cia de uma comissão de jovensempresários do TRC. Hoje, é pos-sível falar que este desejo foirealizado.

A ComJovem Nacional –Comissão de Jovens Empre-sários e Executivos do TRC,

com seus 25 núcleos é uma comissão quecongrega cerca de 600 jovens espalhadospelo Brasil afora.

Diante de atividades mínimas a serem cum-pridas durante o ano, como reuniões, visitastécnicas e confecção de artigos, estesjovens ocupam boa parte de seu tempo seespecializando no setor. Isso, com certezaforma novos líderes e moderniza o setor.

A NTC&Logística acredita quefomentar o jovem é dar

continuidade ao desen-volvimento e a histó-ria de luta em proldo TRC. Acompanhea seguir as ativida-des realizadas em2015 e 2016.

COMJOVEM EM AÇÃO

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AÇÕES 2015 E 2016

09/11/15 • URUGUAIANA • Reunião

11/11/15 • CURITIBA • Ação SocialHospital Pequeno Príncipe – Noite do Bem

11/11/15 • JOINVILLE • PalestraApresentação dos representantes da PolíciaRodoviária Federal os seguintes temas: programade redução de acidentes e infrações rotineiras noTRC. Apresentação da palestra sobre a Lei 13.103,as apresentações foram seguidas de debates.

12/11/15 • CAMPINAS • Participação do Vice Coordenador Walter Darri na Reunião do Instituto Mercadológico

16/11/15 • CURITIBA • Reunião no Encontro Nacional ComJovem

16/11/15 • ABC • Reunião

18/11/15 • CASCAVEL • Reunião

23/11/15 • ABC • Ação• Divulgação da campanha ComJovem SET-CESP/ABC para arrecadação de água mineral.• Ideias para reestruturação do programa ABC empresarial e comunicação do SETRANS.

30/11/15 • ABC • ReuniãoNovas ações para o SETRANS em 2016

01/12/15 • VALE DO PARAIBA E LITORAL NORTE• Confraternização ComJovem e SINDIVAPA

03/12/15 • CASCAVEL • Reunião

10/12/15 • ABC • Reunião

26/11/2015 • COMJOVEM NACIONALRealizado em Foz do Iguaçú, o evento destacou asações realizadas pelos núcleos ao longo do ano.

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09/12/15 • SÃO PAULO • Reunião e Happy Hour

15/12/15 • BELO HORIZONTE• Reunião no Encontro Nacional ComJovem1ª reunião com a nova coordenadora Ana Luiza Magalhães Lobato e Luiz Gustavo Lopes como vice coordenador.

15/12/15 • SOROCABA • ApresentaçãoApresentação da ComJovem de Sorocaba para toda a diretoria do SETCARSO. O intuito foi que os associados do sindicato conhecessem um pouco mais da ComJovem e que novos integrantes façam parte do núcleo.

16/12/15 • BELO HORIZONTE • Continuidade dos assuntos discutidos na 1ª Reunião

16/12/15 • CURITIBA • Ação SocialEntrega de panetones para o Lar dos Idosos – Recanto Tarumã, e também a doação na APACN - Associação Paranaense de Apoio a Criança com Neoplasia.

16/12/15 • SÃO PAULO • Reunião

17/12/15 • BELO HORIZONTE • DebateConvidado especial: Felipe Moraes (advogado e secretário geral da CAMARB).

18/11/15 • MARINGÁ • Reunião ordináriaNo café da manhã foi feita a apresentação do fluig (plataforma agnóstica de gestão de processos,documentos e identidades de uma interface decomunicação colaborativa) pelo sr. Olímpio Edsonda Silva, gestor de A.R. da unidade Totvs.

17/12/15 • CURITIBA • ReuniãoEncontro Nacional ComJovem: Ação Social de Natal; Transição de Coordenaçãopara 2016 – Coordenadora Patricia Vailati e vice coordenador Caio Cantú. Planejamento 2016.

18/12/15 • MARINGÁ • Visita Técnica

23/12/15 • MARINGÁ • Ação SocialCasa Lar Benedito Franchini

18/01/16 • ABC • Reunião

19/01/16 • CURITIBA • ReuniãoAlteração de coordenadores – Planejamento para o ano de 2016 com ênfase em mostrar a importância da Comissão.

25/01/16 • CURITIBA • ReuniãoEstabelecimento das metas de 2016

25/01/16 • ABC • Reunião

27/01/16 • INSTITUTO COMJOVEM DEDESENVOLVIMENTO MERCADOLÓGICOReunião Pre CONET

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28/01/16 • COMJOVEM NACIONAL• Reunião durante o CONET&Intersindical –Edição São Paulo

01/02/16 • ABC • Reunião

02/02/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

03/02/16 • CAMPINAS • ReuniãoApresentação de novos integrantes e estabelecimento das metas de 2016

12/02/16 • CASCAVEL • Reunião

15/02/16 • VALE DO PARAÍBA e LITORAL NORTE• Palestra “O Mito do Rodoviaríssimo Brasileiro”,apresentada pelo Dr. Geraldo Vianna – Ex-Presidente da NTC.

15/02/16 • URUGUAIANA • ReuniãoMensagem de motivação e conforto ao núcleo focada à crise.

16/02/16 • CAMPINAS • ReuniãoApresentação de novos integrantes.

16/02/16 • SÃO PAULO • Reunião e PalestraEstabelecimento da agenda de 2016 e abordados assuntos do Programa de Recadastramento da ANTT e suas implicações

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17/02/16 • JOINVILLE • ReuniãoExposição do programa Pró Carga que beneficia ostransportadores do Estado de se creditarem doICMS de insumos consumidos na atividade dotransporte rodoviário de cargas.

17/02/16 • ESPIRITO SANTO • Reunião

FEVEREIRO 16 • ESPIRITO SANTO3º fórum Liberdade e Democracia Realizado pelo Instituto Lideres do Amanhã.

22/02/16 • ABC • Reunião

22/03/16 • SOROCABA • Participação1º Seminário do SETCARSO

23/02/16 • VALE DO PARAÍBA E LITORAL NORTEReuniãoEstabelecimento das metas de 2016 e entrevistados membros do núcleo feita pela TV Vanguarda.

23/02/16 • SOROCABA • ReuniãoEstabelecimento das metas de 2016 e apresentaçãosobre o tema: É possível alterar um conhecimentode transporte eletrônico emitido?

23/02/16 • CASCAVEL • Reunião

24/02/16 • RIO DE JANEIRO • EventoPrimeira reunião sobre o Conselho de Combate aoRoubo de Cargas no Rio de Janeiro e lançamentodo Observatório de Prevenção ao Roubo e Furto deCargas, liderado pelo Cel. Moura, com o objetivode auxiliar na integração das policias e com infor-mação de inteligência.

25/02/16 • CURITIBA • Visita TécnicaGreca Asfaltos – Curitiba/PR

25/02/16 • SÃO PAULO • Visita TécnicaFábrica TRUCKVAN com a presença daCoordenadora Maíra Chaquib, Carlos Eduardo eVanessa Ferreira do Núcleo Vale do Paraíba.

25/02/16 • BAHIAReunião e Participação no Seminário Itinerante ComJovemEstabelecimento das metas de 2016.

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25/02/16 • BELO HORIZONTE • Reunião no SETCEMGEstabelecimento das metas de 2016.

25/02/16 • CASCAVEL • Reunião

25/02/16 • PORTO FERREIRA • ReuniãoEstabelecimento das metas de 2016.

29/02/16 • SÃO JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

04/03/16 • CASCAVEL • Visita Técnica – COAMO

05/03/16 • CASCAVELParticipação na reunião da FACIAP JovemRepresentada pelo coordenador Antonio C. M. Ruyz, a ComJovem Cascavel foi apresentada aos participantes durante reunião ordinária da FACIAP Jovem (Federação dasAssociações Comerciais e Industriais do Paraná) em Campo Mourão/PR.

07/03/16 • ABC • Reunião

08/03/16 • RIO DE JANEIRO • Ação SocialEm parceria com a Transita Transportes, que disponibilizou um veículo para transporte, a ComJovem RJ arrecadou itens básicos como roupas, colchões, etc., visando a auxiliar uma família de Nova Iguaçu que estava vivendo de maneira precária, com crianças sem cama, dormindo diretamente no chão.

08/03/16 • MARINGÁ • Reunião

25/02/16 • COMJOVEM NACIONAL• Seminário Itinerante ComJovem – Edição Salvador

08/03/16 • SÃO PAULO • Palestra e ReuniãoTema da palestra: Abordagem prática da aplicaçãode exames toxicológicos como forma de reduçãode riscos ocupacionais.

09/03/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • WorkshopImpactos da Lei do Motorista 13.303/15

10/03/16 • CASCAVEL • Reunião

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017116

10/03/16 • COMJOVEM NACIONAL • SeminárioItinerante ComJovem – Edição Vitória

11/03/16 • JOINVILLE • Reunião

14/03/16 • URUGUAIANA • Reunião

14/03/16 • ABC • Reunião

14/03/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

15/03/16 • CAMPINAS • Palestra e ReuniãoTema da palestra: Principais aspectos a serem observados no seguro de cargas.

15/03/16 • PORTO FERREIRA • Palestra e ReuniãoPalestra técnica: Recadastramento da ANTT e pagamento eletrônico de frete.

15/03/16 • PORTO FERREIRA • Ação SocialColeta de produtos, como fraldas geriátricas e produtos de limpeza, em benefício da instituição“Solar dos jovens de ontem” da cidade de PortoFerreira. Os produtos foram arrecadados durante a palestra técnica ministrada no dia.

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ComJovem 117

15/03/16 • BELO HORIZONTE e REGIÃO METROPOLITANA • Reunião

15/03/16 • RIO DE JANEIRO • Ação SocialNecessitando de uma reforma em seu banheiroprincipal, e sem condições de promover a reforma,por viver de doações, o asilo Lar de Serepta, localizado em Catumbi, recebeu materiais de construção comprados pela ComJovem RJ.

15/03/16 • CAMPINAS • Reunião com Palestra: "Principais aspectos a serem observados no seguro de cargas", ministrado pelos consultores da Trade Vale Seguros

15/03/16 • BELO HORIZONTE • Reunião

21/03/16 • ABC • Reunião

21/03/16 • RIO DE JANEIRO • Ação SocialA ComJovem se organizou e comprou material de construção para a reforma do banheiro principal do asilo Lar de Serepta, localizado em Catumbi, que vive de doações.

22/03/16 • SOROCABAParticipação no I Seminário do SETCARSO

22/03/16 • BELO HORIZONTE e REGIÃO METROPOLITANA • Reunião

22/03/16 • VALE DO PARAÍBA e LITORAL NORTE • Palestra e ReuniãoTema da palestra: Treinamento em Simulador para Motoristas Profissionais, com participação de Luciano Burti.

22/03/16 • RIO DE JANEIRO • Ação SocialDoação de 100 ovos de páscoa para um colégio de Curicica, organizado pela ComJovem RJ.

25/03/16 • CURITIBA • ReuniãoAssuntos abordados: certidão de arrendamentoDETRAN / RNTRC, convenção coletiva 2016, participação da ComJovem na reunião de diretoria Setcepar, apresentação do novo materialde divulgação da ComJovem, visita técnicaTransfrios para o mês de abril.

MARÇO 2016 | RIO DE JANEIRO • Ações sociaisRealização de várias ações sociais:• Rua sem Fome – participamos da

distribuição de jantar e comida para moradores de rua no centro do Rio de Janeiro.

• Reforma banheiro asilo – juntamos os integrantes da ComJovem e compramos materialde obra para a reforma de um banheiro do Asilo Lar do Abraão, localizado em Cachambi.

• Campanha do Agasalho – arrecadados 2 pallets de agasalhos que foram doados para a Ong Casa Belém.

29/03/16 • BAHIA • Reunião

30/03/16 • PORTO ALEGRE • Reunião

31/03/16 • SÃO PAULOVisita Técnica – BRASPRESS (junto a ComJovemSorocaba) e AIR CARGO AERO PRESS

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017118

04/04/16 • BELO HORIZONTE e REGIÃO METRO-POLITANA • Posse FOPEMIMPECom a finalidade de ajudar a promover projetos,proposições de políticas públicas para as microem-presas e empresas de pequeno porte, os membrosda Comjovem Belo Horizonte e RegiãoMetropolitana decidiram, juntamente com o apoioda FETCEMG Federação de Transporte de Cargasde Minas Gerais, integrar o FOPEMIMPE, ForumPermanente Mineiro de Microempresas e Empresasde Pequeno Porte.

04/04/16 • BELO HORIZONTE e REGIÃO METRO-POLITANA • Visita Técnica: INTERMODAL SOUTHAMERICA no Espaço Transamérica SP

30/03/16 • PORTO ALEGRE • Nova CoordenaçãoFoi definida uma gestão colaborativa para 2016.Comissão coordenadora: institucional (JúliaColvara/Primavera Cargas), gestão (HaíssaBedin/Panex), mercado (Jorge Lavatel/Panex) e executiva (Marcus Couto/Vitlog, CarolineLaguna/Translaguna, Fernanda Moreira/Intetrlink)

31/03/16 • SOROCABAVisita Técnica – BRASPRESS junto a ComJovem São Paulo

ABRIL 2016 • ESPIRITO SANTO • Ação Social

01/04/16 • CAMPINAS • Café Legal e PalestraTema da Palestra: Exames toxicológicos, com grande participação dos associados do sindicato. 06 e 07/04/16 • MARINGÁ

• Visita Técnica: fábrica da DAF

04/04/16 • ABC • Reunião

08/04/16 • BELO HORIZONTE e REGIÃO METRO-POLITANA • Palestra e ReuniãoPalestra técnica: “Bate Papo Jurídico – AspectosJurídicos da Aplicação dos Exames Toxicológicosno TRC”.

08/04/16 • BAHIA • Reunião Negociação CCT 2016/17

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ComJovem 119

08/04/16 • PORTO FERREIRA • Reunião e Bate-papo jurídico Participação do Dr. Narciso Figueiroa –Assessor Jurídico da NTC

10/04/16 • PORTO ALEGRE • Participação – Evento – “Café com Jurídico”Realizado no SETCERGS, o Café com Jurídico contou com a discussão sobre o desequilíbrio contratual entre o transportador e o embarcador, e teve a participação da coordenadora daComjovem Porto Alegre.

11/04/16 • ABC • Reunião

11/04/16 • BAHIA • Reunião Negociação CCT 2016/17 + Sindicato dos Trabalhadores

11/04/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião e Visita Técnica – SEST/SENAT

12 e 13/04/16 • CASCAVEL • Participação – Evento – “Rumo a Brasília”Com a participação de integrantes do núcleoComjovem de Cascavel, uma comitiva do Estado do Paraná esteve em Brasília, no movimento de entidades em favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

12/04/16 • SÃO PAULO • Reunião e PalestraTema: Sucessão empresarial

12/04/16 • JOINVILLE • Reunião

12/04/16 • JOINVILLE • Visita Técnica – Indústria CREMER – Blumenau/SC

12/04/16 • PORTO ALEGRE • Participação – Evento Social – Chá do NASCom a presença da Primeira Dama do Estado, o evento do Núcleo de Ação Social do SETCERGS contou com a participação daComJovem Porto Alegre, representada por sua coordenadora institucional.

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27/04/16 • VALE DO PARAÍBA e LITORAL NORTE • Reunião

27/04/16 • CURITIBA • Reunião

28/04/16 • PORTO FERREIRA • Reunião

28/04/16 • CASCAVEL • Ação SocialFeijoada Beneficente

28/04/16 • PORTO ALEGREVisita Técnica – Prédio Administrativo da EMBRATEC S/A – Porto Alegre/RS

Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017120

MAIO 2016 • CURITIBA • A ComJovem Curitibaganha coluna fixa no Boletim do SETCEPAR

05/05/16 • PORTO ALEGRE • Reunião e Almoço

09/05/16 • ABC • Reunião

09/05/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

10/05/16 • CAMPINAS • Reunião

13/04/16 • PORTO ALEGRE • Reunião e PalestraTema: Desmistificando o ICMS do Transporte Rodoviário Nacional de Cargas

13/04/16 • PORTO ALEGRE • Participação Durante a posse da nova diretoria da FAJERS(Federação das Associações de JovensEmpreendedores do Rio Grande do Sul), a Comjovem Porto Alegre esteve representada no evento por sua Coordenadora Institucional.

14/04/16 • CASCAVEL • Reunião

14/04/16 • CURITIBA • Reunião

14/04/16 • VALE DO PARAÍBA E LITORAL NORTE• PalestraTema: Aplicação dos Exames Toxicológicos no TRC, e seus aspectos Jurídicos e Médicos, organizada pela ComJovem/SINDIVAPA

14/04/16 • SOROCABA • PalestraTema: Os Custos e o Cenário Econômico do TRC.

19/04/16 • CAMPINAS • Reunião

26/04/16 • SOROCABA • ReuniãoDefinido tema do Estudo Técnico –Terceirização no Transporte Rodoviário

14/04/16 • URUGUAIANA • Palestra e ReuniãoTema da palestra: Planejamento estratégico

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10/05/16 • SÃO PAULO • Reunião com Palestra: Palestrante: Thiago Henriques Fernandes – gerente de vendas na ESET BRASIL

10/05/16 • BELO HORIZONTE • Visita TécnicaTRANSPES S.A

11/05/16 • JOINVILLE • Reunião

11/05/16 • JOINVILLE • Visita TécnicaDICAVE VOLVO e MUSEU/VOLVO

11/05/16 • MARINGÁ • Reunião

ComJovem 121

17/05/16 • COMJOVEM NACIONAL • Seminário Itinerante ComJovem – Edição Cuiabá

13 a 15/05/16 • BELO HORIZONTE • ParticipaçãoEvento do Sindicarga - Eu amo caminhão

14/05/16 • CASCAVEL • Ação SocialOrganização para a realização e arrecadação derenda para a Feijoada Beneficente - Feijuca Mãosdo Bem programada para o dia 25/06

16/05/16 • ABC • Reunião

16/05/16 • MARINGÁ • Ação SocialEntrega na Sede da Secretaria Municipal deAssistência Social de Paissandu de 80 cobertorespara ser entregue a famílias carentes.

18/05/16 • PORTO ALEGRE • Discurso Deputado Marcel Van Hattem

19/05/16 • VALE DO PARAIBA E LITORAL NORTE• Visita Técnica – VALECAP PNEUS

24/05/16 • VALE DO PARAIBA E LITORAL NORTE• Reunião

24/05/16 • CURITIBA • Visita Técnica e Reunião – TRANSFRIOS

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017122

JUNHO 2016 • RIBEIRÃO PRETO • Reunião e Visita Técnica – RODONAVES

02/06/16 • CASCAVEL • TreinamentoLauro Valdívia - NTC&Logística

05/06/16 • BELO HORIZONTE • Reunião, Debatese Participação no Seminário Itinerante ComJovem

08/06/16 • JOINVILLE • Reunião e PalestraExame Toxicológico de Larga Escala.

09/06/16 • S. JOSÉ RIO PRETO • Visita TécnicaGraneleiro Transporte - Mirassol

09/06/16 • MARINGÁ • Reunião Extraordinária Agendamento de visitas técnicas (Sascar, Michelin,Scania e Braspress).

13/06/16 • ABC • Reunião

13/06/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

14/06/16 • ESPIRITO SANTOReunião com o pré-candidato a vereador de Vitória, Mazinho dos Anjos

14/06/16 • CAMPINAS • Reunião

24/05/16 • SÃO PAULO • Visita Técnica – TOTALTEC/AUTOTRAC

17/05/16 • SOROCABA • Reunião

09/06/16 • CASCAVEL • Reunião

09/06/16 • COMJOVEM NACIONAL • Seminário Itinerante ComJovem – Edição Belo Horizonte

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017124

15/06/16 • MARINGÁ • Reunião e Palestra

20/06/16 • ABC • Reunião

21/06/16 • VALE DO PARAIBA e LITORAL NORTE • Reunião

JUNHO 2016 • VALE DO PARAIBA e LITORAL NORTE • ParticipaçãoCongresso Paulista do TRC

21 e 22/06/16 • CURITIBA • Visita Técnica – MICHELIN

21 e 22/06/16 • CASCAVEL • Visita Técnica MICHELIN (com os núcleos Curitiba e Maringá)

21/06/16 • SOROCABA • Reunião

22/06/16 • BELO HORIZONTE • Reunião e Debates – Apresentação das ações da ComJovem de Belo Horizonte e Região

24/06/16 • CAMPINAS • Café LegalEncontro Técnico ComJovem Campinas

Junho 2016 • CAMPINAS • Ação Social Campanha do Agasalho: os itens arrecadados foramdestinados à Turma do Sopão de Campinas, umgrupo de voluntários que faz a sopa para distribuiraos moradores de rua, na região Central da cidade.

24/06/16 • URUGUAIANA • Reunião

24/06/16 • PORTO FERREIRA • Ação Social “Arraiá Solidário” em ação social em prol do Fundo social de solidariedade da Cidade de Porto Ferreira.

14/06/16 • SÃO PAULO • Reunião e Palestra Palestra: Passivo trabalhista no TRC. Como administrar?Palestrante: Dr. NarcisoFigueirôa Junior

21 e 22/06/16 • MARINGÁ • Visita Técnica – MICHELIN/SASCAR

25/06/16 • CASCAVEL • Ação Social Feijuca Mãos do Bem

27/06/16 • CURITIBA • Ação SocialApoio a Noite de Queijos e vinhos em Prol doHospital Pequeno Príncipe.

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ComJovem 125

04/07/16 • CASCAVEL • Visita Técnica – Grupo SDR

05/07/16 • SÃO PAULO • Ação Social – Campanha do AgasalhoDoações entregues para as Instituições beneficiadas pela Escola de Samba Unidos de Vila Maria.

27/06/16 • ABC • Reunião

28/06/16 • SÃO PAULO • Visita Técnica – FLASH COURIER

29/06/16 • CURITIBA • Ação SocialEntrega da Campanha do Agasalho ao IPCC –Instituto Pró Cidadania de Curitiba

29/06/16 • CURITIBA • Reunião

30/06/16 • CASCAVEL • Reunião

07/07/16 • BELO HORIZONTE • Café com Palestra – Setcemg

11/07/16 • SOROCABA • Reunião

11/07/16 • JOINVILLE • Visita TécnicaCentro de Distribuição das Lojas Havan localizada em Barra Velha/SC

11/07/16 • JOINVILLE • Reunião

11/07/16 • ABC • Reunião

11/07/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

12/07/16 • BAHIA • Visita Técnica E Reunião Martins Medeiros Logística

12/07/16 • SÃO PAULO • Reunião com PalestraTema: Soluções financeiras em tempos de crisePalestrante: Sr. Kleber Zanchetta Lopes, SócioFundador da Primuz Consultoria

12/07/16 • CAMPINAS • Reunião

13/07/16 • COMJOVEM NACIONAL• Seminário Itinerante ComJovem – Edição Porto Alegre

13/07/16 • PORTO ALEGRE • Reunião – TRANSPOSUL

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017126

14/07/16 • PORTO FERREIRA • Reunião

19/07/16 • MARINGÁ • Reunião e Curso Montagem de Planilhas de Frete

20/07/16 • VALE DO PARAIBA e LITORAL NORTE• Reunião

21/07/16 • JOINVILLE • Reunião Concessionaria Scania Mevale – Itajaí/SC

21/07/16 • ESPIRITO SANTO • Café na Venac – SCANIA

21/07/16 • SOROCABA • Visita Técnica – SASCAR Rio de Janeiro

22/07/16 • SOROCABA • Visita Técnica – MICHELIN Rio de Janeiro

25/07/16 • ABC • Reunião

31/07/16 • PORTO FERREIRA • Ação SocialReunião – Espaço Saúde Caminhoneiro

01/08/16 • CURITIBA • Day 1 – EndeavorRealização do Day 1 – Endeavor em São Paulo, a Comjovem Curitiba transmitiu o evento nas dependências do SETCEPAR.

03/08/16 • URUGUAIANA • Reunião

04/08/16 • CASCAVEL • Reunião

05/08/16 • CAMPINAS • Visita Técnica – LALT UNICAMP

05/08/16 • URUGUAIANA • Reunião e Confraternização

09/08/16 • CAMPINAS • Reunião

09/08/16 • MARINGÁ • Reunião

28/07/16 • SÃO PAULO e SOROCABA • Visita Técnica – Linkedin

10/08/16 • SÃO PAULO • 2ª Visita Técnica – FLASH COURIER

11/08/16 • CASCAVEL • Seminário – Seminário Trabalhista do Transporte Rodoviário de Cargas do Oeste

15/08/16 • PORTO FERREIRA • Ação SocialRecolhimento de Fraldas e Produtos de Limpeza e doação à entidade que cuida de idosos

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ComJovem 127

AGOSTO 2016 • RIBEIRÃO PRETO• Reunião, Encontro e Visita Técnica RODONAVES

15/08/16 • SÃO PAULO • Evento Dia dos Pais A importância dos pais na minha profissão

15/08/16 • ABC • Reunião

15/08/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

17/08/16 • BELO HORIZONTE• Feira RIOMINASTRANSPOR

17/08/16 • MARINGÁ • Reunião e Curso

17/08/16 • PORTO ALEGRE • Reunião

22/08/16 • ABC • Reunião

23/08/16 • BAHIA • Reunião

AGOSTO 2016 • CURITIBA • Apoio a Campanha VotebemEm apoio ao Movimento VOTEBEM, a Comjovem Curitiba realizará palestras de conscientização política nas empresas de transporte.O movimento reúne entidades, organizações e personalidades para estimular as pessoas a exercerem sua cidadania e a refletirem sobre a importância do voto e das eleições.

23/08/16 • CURITIBA • ConfraternizaçãoO núcleo se reuniu para realizar uma confraternização paraacompanhar os projetos que estão em andamento.

10 A 12/08/16 • CURITIBA • Feira TransportarA ComJovem Curitiba participou da FeiraTransportar 2016. Na oportunidade o núcleo apresentou a palestra “Entusiasmos e Superação”

23/08 • SOROCABA • Reunião

25/08/16 • VALE DO PARAIBA e LITORAL NORTE • Reunião

23/08/16 • PORTO FERREIRA • Reunião

23/08/16 • CASCAVEL • Reunião

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017128

227/08/16 • URUGUAIANA • Visita Técnica – Sede da CENTEC

9/08/16 • SÃO PAULO • 1ª Etapa BID

29/08/16 • MARINGÁ • Reunião

30/08/16 • COMJOVEM NACIONAL • VIII Congresso Técnico Olhar Empresarial

31/08/16 • URUGUAIANA • Reunião

SETEMBRO 2016 • RIBEIRÃO PRETO • Reunião e Ação SocialEntrega da Campanha do Agasalho 2016

SETEMBRO 2016 • CURITIBACriação do Vídeo Institucional ComJovem

SETEMBRO 2016 • CAMPINAS • Reunião – Café Legal

31/08/16 • COMJOVEM NACIONAL• Participação – Seminário Brasileiro do TRC

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ComJovem 129

02/09/16 • CASCAVEL • PalestraAs Principais Operações e seu Impacto no Transporte de Cargas

05/09/16 • ABC • Reunião

12/09/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

13/09/16 • CAMPINAS • Reunião

14/09/16 • SOROCABA • Reunião

15/09/16 • MARINGÁ • Reunião

19/09/16 • ABC • Reunião

21/09/16 • CURITIBA • HomenagemComJovem Curitiba entrega placa de homenagem a Diretoria do SETCEPAR, ao apoio que a mesmatem oferecido a ComJovem nas realizações de ações e da divulgação da comissão.

21/09/16 • CURITIBA • Reunião

21/09/16 • VALE DO PARAIBA e LITORAL NORTE• Reunião

21/09/16 • PORTO ALEGRE • Reunião – SEST SENAT

01/09/16 | PORTO FERREIRA • ParticipaçãoReunião ComJovem Araraquara

20/09/16 •| SÃO PAULO • Reunião e PalestraGestão Tributária no Transporte de Carga – Dra. Requel Ap. Jesus

22/09/16 • CASCAVEL • Reunião

21/09/16 • JOINVILLE • Reunião

22/09/16 • SOROCABA • CIC de Campinas

23/09/16 • CURITIBA • Palestra Oportunidades Tributárias

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Brasil Transportes • Edição Anual 2016-2017130

06/10/16 • COMJOVEM NACIONAL• Seminário Itinerante ComJovem – Edição Natal

23/09/16 • MARINGÁ • Reunião e Definição da Ação SocialDia das Crianças no Florescer

27/09/16 • BELO HORIZONTE • Reunião

27/09/16 • PORTO ALEGRE • Visita TécnicaDUROLINE – Fábrica de Lona

28/09/16 • SÃO PAULO • Visita TécnicaGRUPO ALGAR Empreendimento GranjaMarileuza / Uberlândia

28/09/16 • SÃO PAULO • Visita TécnicaARCOM Atacado / Uberlândia

28/09/16 • SOROCABA • Reunião BID

28/09/16 • PORTO FERREIRA • Reunião

28/09/16 • ARARAQUARA • Reunião

28/09/16 • PORTO ALEGRE • Reunião BID

29/09/16 • SÃO PAULO • Visita TécnicaMARTINS Distribuidor / Uberlândia

29/09/16 • SÃO PAULO • Visita TécnicaSuporte Logístico INTEGRADA / Uberlândia

29/09/16 • SÃO PAULO • Reunião BID

29/09/16 • ABC • Reunião

29/09/16 • VALE DO PARAIBA e LITORAL NORTE • Reunião BID

SETEMBRO 2016 • VALE DO PARAIBA e LITORAL NORTE • Visita Técnica – 3M

03/10/16 • ABC • Reunião

03/10/16 • S. JOSÉ DO RIO PRETO • Reunião

OUTUBRO 2016 • CAMPINAS • Visita TécnicaAVITUS – Eficiência Energética Veicular

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ComJovem 131

12/10/16 • CAMPINAS • Ação Social O Lar da Criança Feliz tem a honra de agradecer pela ação de generosidade daComJovem com o delicioso evento em comemoração ao Dia das Crianças com brincadeiras, salgadinhos, refrigerantes e docinhos.Na ocasião, recebemos também a doação de 246 litros de leite longa vida para nos ajudar noscuidados com nossas crianças e adolescentes.

11/10/16 • BELO HORIZONTE • Ação SocialDesde o início do ano, a comissão tem mobilizado o setor de transporte de cargas paraajudar a recolher donativos para a AssociaçãoMineira de Reabilitação (AMR), organização não-governamental, sem fins lucrativos, que atende cerca de 500 crianças e adolescentes carentes com deficiência física ocasionadas em sua maioria por paralisia cerebral e outras síndromes neurológicas. “Conseguimos sensibilizarmuitos empresários a conhecerem esse trabalho tão nobre que é o da AMR”, afirmou a coordenadora da comissão, Ana Luiza Lobato.

13/10/16 • ARARAQUARA • Ação SocialOrfanato Renascer – campanha para arrecadaçãode recursos, que depois foram convertidos em alimentos, materiais de limpeza, etc.

13/10/16 • CASCAVEL • Reunião e Ação social – 3º LIVRO

05/10/16 • PORTO FERREIRA • Reunião e Visita TécnicaOs integrantes da ComJovem e os associados do Sindecar puderam conhecer as novidades e lançamentos da Mercedes-Benz, quanto a caminhões, ônibus e utilitários, além de poder realizar test-drive em alguns modelos e por fim participar do jantar comemorativo.

15/10/16 • MARINGÁ • Ação SocialCasa de Recuperação Aliança da Misericórdia

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19/10/16 • SÃO PAULO • Visita Técnica – Batalhão da ROTA

14/10/16 • PORTO ALEGRE • Reunião

18/10/16 • SOROCABA • Reunião

19/10/16 • SÃO PAULO • Reunião

19/10/16 • BELO HORIZONTE • Visita Técnica – Fábrica da IVECO

19/10/16 • PORTO ALEGRE • Reunião com Almoço

20/10/16 • VALE DO PARAIBA e LITORAL NORTEAção Social – Bazar União Solidária

24/10/16 • ABC • Reunião

25/10/16 • SÃO PAULO • Reunião BID

26/10/16 • CURITIBA • Ação Social – Apoio O Hospital Pequeno Príncipe promoveu o evento “Noite do Bem” em prol dos serviços de Oncologia, Hematologia e Transplante deMedula Óssea. Realizado no Espaço Klaine em Santa felicidade, o jantar reuniu mais de 60apoiadores da causa da saúde infanto-juvenil.

28/10/16 • CAMPINAS • Café LegalArrecadamos 48 litros de leite longa vida, que será encaminhado ao Lar da Criança Feliz.

29/10/16 • PORTO FERREIRA • Visita Técnica – Fábrica VIDROPORTO

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ENSAIOFOTOGRÁFICOImplementos rodoviários: uma infinidade de opções para se adequar a carga

Já pensou em como transportar sólidos, líquidos e gasosos, sejam elesembalados ou a granel? Pois é, foi preciso pensar nisso para suprir as pecu-liaridades das cargas durante o transporte.

Cada carga tem suas características e levá-las de um lugar para o outro, vaimuito além de colocar na caçamba e sair rodando.

É preciso transportar com segurança, com a melhor utilização do espaçopossível, de maneira inteligente para que a integridade esteja preservada; eisso vale para a carga que for. Por isso, houve a necessidade da criação dediversos tipos de implementos rodoviários.

Hoje, é comum encontramos nas ruas e rodovias uma infinidade de tipos decaminhões. Temos o baú; o graneleiro; o tanque, que podem transportar líqui-dos e gás liquefeitos; o lonado; o de carga seca, o frigorificado, o isotérmicoe muitos outros. E, ainda há aqueles específicos que são utilizados para ape-nas um fim, como o transporte de botijões de gás, o de contêineres, os cego-nheiros e mais. Vale sempre lembrar que ainda podem ser truck, toco, carre-ta e diversos tipos de bitrens. Enfim, uma bela diversidade.

Para conhecer melhor este universo e saber o que de verdade roda por aí,fomos as ruas e rodovias de São Paulo buscar a beleza da diversidade dotransporte de cargas no corre-corre do abastecimento das cidades.

Por Katia Rocha

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