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www.camara.leg.br/camaranoticias Disque - Câmara 0800 619 619 BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 1º DE JULHO DE 2016 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 18 | Nº 3642 Policiais participam de treinamento no Cristo Redentor, como preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio A Medida Provisória 736/16 abre crédito extraordinário de R$ 2,9 bilhões para a segurança nas Olimpíadas de 2016 Comissão analisará MP de ajuda ao Rio Em balanço na Câmara sobre os quatro anos do Código Florestal Brasileiro, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, disse que o CAR é um dos avanços da nova norma, mas definiu como um retrocesso a permissão de regularizar áreas já desmatadas. O presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, disse que pretende colocar em votação, na próxima semana, projeto que cria, na estrutura da Casa, a Coodenadoria de Acessibilidade, que reunirá várias ações com esse fim. Transparência Internacional defende medidas contra a corrupção José Carlos Ugaz, líder da organização não-governamental que atua em 23 países, reuniu- se com com deputados de pelo menos sete partidos e defendeu a aprovação do PL 4850/16, que ficou conhecido como “10 Medidas Contra a Corrupção”. Ministro aponta cadastro rural como ponto positivo do Código Florestal | 7 Maranhão anuncia votação de projeto sobre Coordenação de Acessibilidade A Comissão Mista de Orçamento deverá votar a MP destinada a cobrir despesas com segurança pública para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que começam em agosto no Rio. Após análise pela comissão, a medida terá que ser votada pelos Plenários da Câmara e do Senado. | 3 Agentes lotéricos querem receber mais da Caixa | 6 | 5 | 2 Luis Macedo Rogério Santana/GERJ

BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 1º DE JULHO DE 2016 CÂMARA DOS ... · que o CAR é um dos avanços da nova norma, mas definiu como ... em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, disse

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www.camara.leg.br/camaranoticiasDisque - Câmara 0800 619 619

BRASÍLIA-DF, SEXTA-FEIRA, 1º DE JULHO DE 2016 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 18 | Nº 3642

Policiais participam de treinamento no Cristo Redentor, como preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio

A Medida Provisória 736/16 abre crédito extraordinário de R$ 2,9 bilhões para a segurança nas Olimpíadas de 2016

Comissão analisará MP de ajuda ao Rio

Em balanço na Câmara sobre os quatro anos do Código Florestal Brasileiro, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, disse que o CAR é um dos avanços da nova norma, mas definiu como um retrocesso a permissão de regularizar áreas já desmatadas.

O presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, disse que pretende colocar em votação, na próxima semana, projeto que cria, na estrutura da Casa, a Coodenadoria de Acessibilidade, que reunirá várias ações com esse fim.

Transparência Internacional defende medidas contra a corrupçãoJosé Carlos Ugaz, líder da organização não-governamental que atua em 23 países, reuniu-se com com deputados de pelo menos sete partidos e defendeu a aprovação do PL 4850/16, que ficou conhecido como “10 Medidas Contra a Corrupção”.

Ministro aponta cadastro rural como ponto positivo do Código Florestal

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Maranhão anuncia votação de projeto sobre Coordenação de Acessibilidade

A Comissão Mista de Orçamento deverá votar a MP destinada a cobrir despesas com segurança pública para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que começam em agosto no Rio. Após análise pela comissão, a medida terá que ser votada pelos Plenários da Câmara e do Senado. | 3

Agentes lotéricos querem receber mais da Caixa | 6

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| 2Luis Macedo

Rogério Santana/GERJ

1º de junho de 20162 | JORNAL DA CÂMARA

Maquete tátil, uma das medidas já adotadas pela Câmara na área de acessibilidade

(61) 3216-1500 [email protected]

[email protected] | Redação: (61) 3216-1660 /1611 | Distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1626

1º Vice-PresidenteWaldir Maranhão (PP-MA)2º Vice-Presidente Giacobo (PR-PR)1º SecretárioBeto Mansur (PRB-SP)2º Secretário Felipe Bornier (Pros-RJ)

Presidente: Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Editora-chefeRosalva NunesEditoresSandra CrespoRalph Machado

DiagramadoresGilberto MirandaRenato PaletRoselene Guedes

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 55a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Jornal da Câmara

Presidente do Conselho de Ética e Decoro ParlamentarJosé Carlos Araújo (PSD-BA)Presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos Lúcio Vale (PR-PA)Corregedor ParlamentarCarlos Manato (SD-ES)Procurador ParlamentarClaudio Cajado (DEM-BA)

3ª SecretáriaMara Gabrilli (PSDB-SP)4º SecretárioAlex Canziani (PTB-PR)Suplentes:Mandetta (DEM-MS)Gilberto Nascimento (PSC-SP)Luiza Erundina (Psol-SP)Ricardo Izar (PP-SP)

Ouvidor Parlamentar Nelson Marquezelli (PTB-SP)Coordenadora dos Direitos da Mulher Dâmina Pereira (PSL-MG)Procuradora da MulherElcione Barbalho (PMDB-PA)Secretário de Relações InternacionaisÁtila Lins (PSD-AM)

Diretor-Geral: Rômulo de Sousa MesquitaSecretário-Geral da Mesa: Sílvio Avelino

Secretário: Cleber Verde (PRB-MA)

Diretor-Executivo: Silvério Rios

Diretor de Mídias: Caíque Novis

Diretor de Agência e Jornal: João Pitella Junior

O presidente da Câma-ra em exercício, Waldir Maranhão, anunciou que pretende colocar em vota-ção, na próxima semana, o Projeto de Resolução 76/15, que cria a Coordenação de Acessibilidade na estrutu-ra administrativa da Casa.

“Com a medida, as di-versas ações que a Casa vem adotando desde 2004 terão mais segurança e le-gitimidade, além de respal-do administrativo maior”, declarou Maranhão.

Atualmente, as ações de acessibilidade desenvolvi-das pela Câmara são ela-boradas em um nível ad-ministrativo informal, a partir de cessões de pesso-al e de estrutura de outros setores.

Pela resolução, serão criados, na estrutura admi-nistrativa da Coordenação de Acessibilidade, o Servi-ço de Acessibilidade de Co-municação e Informação, o Serviço de Acessibilida-de Digital e Tecnológica, o Serviço de Inclusão Social e a Seção de Apoio Técnico- Administrativo.

Inclusão - Aumentar a acessibilidade é uma pre-ocupação formal da Câ-mara desde 2004, quando foi criado o Programa de Inclusão Social de Pesso-as com Deficiência, atual-mente denominado Progra-ma de Acessibilidade, com base na legislação federal e em uma série de princípios e recomendações.

As equipes que traba-lham no programa vêm implementando diversas

Maranhão quer votar projeto sobre acessibilidadeCriação de setor administrativo, a Coordenadoria de Acessibilidade, está prevista em projeto de resolução da Câmara

adaptações na Casa para atender as necessidades das pessoas com deficiên-cia física, auditiva, visual e intelectual, eliminando barreiras arquitetônicas, atitudinais e de comuni-cação, além de capacitar funcionários que atuam no atendimento a esse público.

Sanitários reformados e adaptados nos prédios que compõem o complexo arquitetônico da Casa

Plenários de comissões reformados e adaptados; tri-buna acessível por meio de plataforma elevatória no Ple-nário Ulysses Guimarães

Meios-fios rebaixados; construção de rampas de acesso

Sinalização visual e em braille

Apartamentos funcionais e gabinetes adaptados aos deputados que possuem deficiência

Corrimãos nas escadas, alguns sinalizados em braille

Vagas reservadas nos estacionamentos em atendi-mento à legislação

Equipamentos de tecnologia assistiva disponíveis

Alex Ferreira

O deputado Waldir Maranhão

J. Batista

(terminais de auto-atendimento, impressora braille, ca-deiras de rodas e triciclos motorizados para visitantes)

Van e ônibus adaptados na frota de veículos

Páginas acessíveis no Portal da Câmara na Internet

Desenvolvimento e instalação de um sistema óptico de votação eletrônica e de uma urna eletrônica de vota-ção com reconhecimento de movimentos da cabeça no Plenário

Leis em formato áudio disponíveis na Internet

Maquete tátil do Congresso Nacional para visitantes

Sessões plenárias e diversos programas da TV trans-mitidos com interpretação de Libras

Prestação de serviços de higienização de livros no Cen-tro de Documentação por alunos da Apae-DF

Conheça as principais ações já adotadas na Câmara:

Hildo Rocha, relator na CCJ

Alex Ferreira

Dinheiro será usado para garantir a segurança durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos

Comissão de Orçamento analisará MP que libera R$ 2,9 bilhões para o Rio

JORNAL DA CÂMARA | 31º de julho de 2016

A Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania aprovou na terça-feira (14) proposta que obriga livrarias e vendedores autônomos de livros a destinar a obras na-cionais, no mínimo, 30% do espaço total de exposição em vitrines externas e internas de livrarias, postos de ven-da, feiras, bienais e páginas de internet.

A medida está prevista no Projeto de Lei 1942/15, de autoria do deputado Vene-ziano Vital do Rêgo (PMDB--PB), e foi aprovada com emenda da Comissão de Cul-tura, que elevou o percentu-al mínimo de exposição de obras de autores nacionais previsto no texto original de 10% para 30%.

Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA) concluiu pela constitucionalidade do projeto e da emenda e de-fendeu a aprovação da pro-posta.

Desafio - Na justificati-va apresentada, o autor ob-serva que o hábito de leitura ainda é um grande desafio a ser alcançado no Brasil, em particular a leitura de auto-res brasileiros.

Segundo Vital do Rêgo, a visibilidade das obras lite-rárias nas vitrines e pontos de comercialização venda é fator decisivo para a venda.

“Assim como já existe a chamada ‘cota de tela’ para as produções cinematográ-ficas brasileiras, propõe-se que se estabeleça mecanis-mo similar para os livros”, disse o deputado.

Câmara aprova exposição de obra nacional nas livrarias

CULTURA

Será analisada pela Co-missão Mista de Orçamento a Medida Provisória 736/16, editada ontem pelo governo, que abre um crédito extra-ordinário de R$ 2,9 bilhões para o estado do Rio de Ja-neiro. Os recursos vão cobrir despesas com segurança pú-blica decorrentes da reali-zação dos jogos Olímpicos e Paralímpicos, que começam em agosto na capital flumi-nense.

Na semana passada foi publicada a MP 734/16, que autorizou o governo federal a realizar a operação de re-passe. A MP 736 efetiva essa autorização, por meio de um crédito extraordinário. A Constituição permite que o governo edite MPs de cré-dito para atender despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção in-terna ou calamidade pública.

Antecipação - Apesar de os jogos começarem apenas em agosto, o governo alega que a antecipação do repasse é necessária porque os turis-tas que irão acompanhar os dois eventos deverão chegar ao Rio de Janeiro a partir de

Tânia Rêgo/Agência Brasil

O presidente da República interino, Michel Temer, e comitiva durante visita ao Parque Olímpico no Rio

julho. O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) es-tima que o estado receberá cerca de 500 mil turistas es-trangeiros, além dos brasi-leiros, de julho a setembro.

Os R$ 2,9 bilhões libera-dos afetam a meta fiscal do governo federal, que é de de-ficit primário de R$ 170,5 bi-lhões. O crédito terá que ser incorporado na estatística de

resultado primário deste ano.Tramitação - Após análise

na Comissão de Orçamento, a MP 736 seguirá para vota-ção nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado.

O deputado Danilo For-te (PSB-CE) será o relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da proposta do governo do presidente interino Michel Temer que institui o Novo Regime Fiscal (PEC 241/16). Ele foi designado pelo pre-sidente da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Caberá a Forte apresentar um parecer sobre a admis-sibilidade da PEC. O mérito da proposta será analisado em uma comissão especial de deputados, criada após a votação do parecer na CCJ.

Limites - O projeto limi-ta as despesas primárias da União aos gastos do ano an-terior corrigidos pela infla-ção oficial (IPCA). O texto

Gustavo Lima

Danilo Forte relata o novo regime fiscal

Danilo Forte vai relatar o principal texto do governo na área fiscal

também determina que as despesas com saúde e educa-ção sejam corrigidas anual-mente pelo IPCA, deixando de representar uma parce-la fixa da receita da União,

como acontece hoje.A proposta chegou à Câ-

mara dos Deputados no dia 15 e é o principal texto do governo Temer na área fis-cal, até o momento.

1º de julho de 20164 | JORNAL DA CÂMARA

Beto Mansur pede renúncia de Eduardo Cunha

Para Beto Mansur, a sociedade brasileira se cansou de esperar”

Em entrevista, 1º secretário da Câmara faz apelo; em rede social, presidente afastado diz que fica na Presidência

Lucio Bernardo Jr.

“Quanto tempo isso vai demorar? A sociedade aguenta? Ninguém aguenta.”Deputado Beto Mansur

O 1º secretário da Câ-mara dos Deputados, Beto Mansur (PRB-SP), defendeu ontem, em entrevista coleti-va no Salão Verde, a renún-cia do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que possa ocorrer uma eleição para o cargo.

Mansur avaliou que Cunha teve uma boa atua-ção no cargo, mas disse que a situação atual, de uma “administração tripartite”, não pode continuar. “Pre-cisamos de um presidente eleito que represente todos os deputados”, argumentou.

O 1º vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), é o presidente em exercício

A Comissão de Consti-tuição e Justiça e de Cida-dania (CCJ) reúne-se na pró-xima quarta-feira (6) para votar o parecer do deputa-do Ronaldo Fonseca (Pros--DF) ao recurso apresenta-do pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, contra a decisão do Conse-lho de Ética e Decoro Par-lamentar que recomendou a perda de mandato. A vo-tação está marcada para as 10h no plenário 1.

Inicialmente, o parecer deveria ser entregue hoje, mas o relator pediu mais prazo. Com a concessão de mais dois dias úteis, Fon-seca terá agora que apre-sentar seu relatório até o

da Câmara. O 2º vice-presi-dente, Giacobo (PR-PR), tem conduzido as sessões do Ple-nário. A 1ª Secretaria, cujo titular é Mansur, é respon-sável pelos serviços admi-nistrativos.

“Achei que Giacobo, eu e Maranhão pudéssemos fa-zer um trabalho conjunto, mas está muito difícil. Não sou melhor do que ninguém, mas não dá para continuar desse jeito”, disse Mansur.

Calendário - Mansur fri-sou que na terça-feira (5) completam-se 60 dias do afastamento de Cunha, de-terminado pelo voto unâ-nime dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o 1º secretário, essa situação já tomou tem-po demais e é preciso iniciar o processo de sucessão.

“A sociedade brasileira se cansou de esperar. Não podemos ter o calendário do Eduardo Cunha influin-do no calendário da Casa”, disse.

Questionado se a cas-sação de Cunha não teria um efeito mais imediato

do que a renúncia, Mansur disse não entrar nesse mé-rito. Ele reconheceu o direi-to de Cunha de se defender na Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania (CCJ) – colegiado que rece-beu recurso contra a apro-vação, pelo Conselho de Éti-ca e Decoro Parlamentar, de parecer pela cassação do seu mandato (leia texto abaixo).

Porém, segundo Mansur, a Câmara não pode esperar o fim desse processo, que pode ter adiamentos e novos prazos, como aconteceu no Conselho de Ética. “Quan-to tempo isso vai demorar? A sociedade aguenta? Nin-guém aguenta.”

Planalto - Pouco antes da entrevista, Mansur partici-pou no Palácio do Planalto de uma reunião com o presi-dente da República em exer-cício, Michel Temer, mas disse que esse assunto não foi tratado. Mansur afirmou não ter conhecimento de um suposto acordo para salvar o mandato de Cunha.

Pelo Twitter, Eduardo Cunha reiterou que está decidido a não renunciar. “Apesar de todo o respei-to pela opinião de qualquer deputado, não tenho porta--voz. Eu sempre falei direta-mente as minhas posições e mais uma vez reafirmo que não irei renunciar.”

CCJ deve votar na quarta recurso do presidente afastadofim da próxima segunda- feira (4).

Processo - O Conselho de Ética aprovou no último dia 14, por 11 votos a 9, parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que concluiu que Cunha mentiu em depoimen-to na Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, em maio de 2015, sobre a exis-tência de contas de sua pro-priedade no exterior.

Depois da decisão, Cunha afirmou, em nota, que o pro-cesso foi conduzido “com parcialidade e nulidades gritantes”. Ele alega que não mentiu à CPI, pois não era proprietário de conta, e sim beneficiário de um trus-te – entidade que administra

bens e recursos.Argumentos - Em seu re-

curso à CCJ, o presidente afastado pede a nulidade da decisão baseada em ques-tões como cerceamento do direito de defesa; troca de partido do deputado Marcos Rogério (RO) do PDT para o DEM, partido do mesmo blo-co parlamentar que o PMDB de Cunha – o que impediria sua condição de relator; adi-tamento de denúncias sobre novas contas no exterior no processo de cassação; parcia-lidade do presidente do con-selho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA); e votação nominal do parecer do rela-tor no conselho, por gerar o chamado “efeito manada”.

Zeca Ribeiro

Ronaldo Fonseca conseguiu mais prazo para analisar o recurso

JORNAL DA CÂMARA | 51º de julho de 2016

O presidente da Trans-parência Internacional, José Carlos Ugaz, esteve na Câ-mara, na terça-feira (28), em reunião com deputados de pelo menos sete partidos (PV, PMDB, PPS, Psol, PSB, Rede e PSDB), tanto de apoio quanto de oposição ao go-verno. A entidade vai abrir um escritório aqui no Brasil.

No encontro, o líder da organização não-governa-mental que atua há 25 anos em mais de cem países disse estar preocupado quanto à aprovação do projeto de lei (PL 4850/16) que ficou co-nhecido como “10 Medidas Contra a Corrupção”, uma iniciativa do Ministério Pú-blico Federal que recebeu o apoio, por meio de assinatu-ras, de mais de 2 milhões de brasileiros.

Para Ugaz, transformar essa proposta em lei é fun-damental para o combate a crimes contra o patrimô-nio público, porque o Bra-sil ainda não tem leis real-mente eficientes na área. “Há rumores de que se es-taria retirando a condição de urgência desse projeto e isso seria realmente muito preocupante. Cremos que o Brasil está sendo observado pelo mundo em sua capaci-dade de reagir frente a um caso imenso de corrupção sistêmica-estrutural e esse esforço não deveria ser pa-rado pela guerra política.”

O projeto das “10 Me-didas Contra a Corrupção” será primeiro analisado por uma comissão especial, cria-

O presidente da Trans-parência Internacional, José Carlos Ugaz, também se mostrou preocupado quan-to à continuidade da opera-ção Lava Jato, que investiga a corrupção em órgãos pú-blicos. Ugaz se reuniu com o juiz da operação, Sérgio Moro, e com membros do Ministério Público.

Para Ugaz, “ficou claro que não há vinculação polí-tica na Lava Jato” e que “a in-vestigação tem que chegar ao final, caia quem cair”. Disse também que a comunidade internacional está acompa-nhando atentamente a Lava

Operação Lava Jato recebe apoio de Ugaz, que investigou FujimoriCongreso de la República del Perú

Jato e todas as suas consequ-ências, inclusive as políticas. E que a entidade vai colabo-rar com as autoridades.

Perfil - Advogado e pro-fessor, o peruano José Carlos Ugaz foi eleito para o coman-do da Transparência Inter-nacional em 2014. Ele atuava na seção peruana da entida-de, que presidiu em 2002, e participou das discussões para uma resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) contra a corrupção.

Das investigações de que participou, uma das mais im-portantes foi o escândalo en-volvendo o então presidente

do Peru, Alberto Fujimori, e o então chefe do serviço pe-ruano de inteligência, Vladi-miro Montesinos.

Entre 2000 e 2002, Ugaz chefiou uma equipe de 30 pessoas que elaborou 200 ações contra 1.500 envolvi-dos no escândalo. Na época, foram bloqueados no exte-rior US$ 250 milhões, dos quais US$ 150 milhões foram recuperados de contas nos Estados Unidos, na Suíça, em Cayman e no próprio Peru.

Eleição - Ainda em 2000, Fujimori tentou renunciar ao cargo que ocupava desde 1990 e refugiou-se no Japão, Keiko, filha de Alberto Fujimori

mas, durante viagem ao Chi-le, em 2005, acabou extra-ditado. Está preso no Peru, acusado por corrupção e vio-lação de direitos humanos.

Os filhos seguiram na po-lítica. A ex-congressista Kei-ko, a mais velha, foi derro-tada em junho no segundo turno da eleição presidencial do Peru, tida como a mais acirrada da história. Kenji, o caçula, foi eleito deputado.

A Operação Lava Jato foi citada na disputa eleito-ral peruana, já que algumas empreiteiras brasileiras in-vestigadas também atuam naquele país.

Entidade defende projeto contra corrupçãoPresidente da Transparência Internacional afirma que o Brasil ainda não tem leis realmente eficientes nesta temática

da pelo presidente da Câma-ra em exercício, Waldir Ma-ranhão. Depois, vai para o Plenário da Câmara.

Preocupação - Vários de-putados presentes à reunião disseram que faz sentido a preocupação com o anda-mento da proposta.

Chico Alencar (Psol--RJ), por exemplo, afirmou que existe mesmo “uma má vontade política em relação ao projeto”, porque o texto endurece as penas contra quem pratica atos de cor-

O deputado Mendes Thame (E) e o presidente da Transparência Internacional, José Carlos Ugaz, durante a reunião na Câmara

Cleia Viana

rupção.O deputado Aliel Macha-

do (Rede-PR) apelou para que o presidente da Trans-parência Internacional aju-de a pressionar o Congres-so para que a proposta vá adiante e não seja esquecida como aconteceu com outras iniciativas parecidas.

“O governo mostrou esta semana o interesse de tirar a urgência deste projeto. É im-portante lembrar que isso já aconteceu. Teve um projeto encaminhado pelo governo,

no ano de 2015, com urgên-cia, que está engavetado e foi imposto isso pela Casa na época para que outras medi-das relacionadas à economia fossem votadas”, disse.

Urgência - O coordena-dor da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrup-ção, deputado Antônio Car-los Mendes Thame (PV-SP), afirmou considerar difícil que o projeto deixe o regi-me de urgência, que permi-te que a tramitação na Casa seja mais rápida do que as

propostas comuns.Para Thame, os deputa-

dos estão atentos ao grande apoio popular à iniciativa. “Uma das poucas unanimi-dades que a população tem é esse combate à corrupção. Pode não ter unanimidade aqui na Casa, onde há cor-ruptos. A corrupção é muito danosa, ela impede desen-volvimento, ela desvia re-cursos públicos que seriam destinados a melhorar a educação, melhorar a saúde, o combate à criminalidade.”

1º de julho de 20166 | JORNAL DA CÂMARA

Segundo a associação, últimas correções do valor pago pelos serviços prestados nem sequer cobrem a inflação

Lotéricos reivindicam reajuste maior à CaixaCerca de 2 mil agentes

lotéricos cobraram da Cai-xa Econômica Federal, em debate na Câmara dos De-putados, um aumento de 23,39% nos repasses dos serviços bancários da ins-tituição prestados pelos lo-téricos.

O debate, promovido na quarta-feira (29) pelas comissões de Desenvolvi-mento Econômico, Indús-tria, Comércio e Serviços; de Finanças e Tributação; e de Fiscalização Financeira e Controle, reuniu empresá-rios do setor e de entidades representativas.

O presidente da Asso-ciação dos Lotéricos de São Paulo e Interior, José Ma-nuel Gouveia, destacou que os últimos reajustes ofereci-dos pela Caixa não repõem a inflação. “Estamos perden-do dinheiro”.

Ele explicou que, atual-mente, a Caixa deveria pa-gar R$ 0,72 por serviço ban-cário prestado pela lotérica, mas paga apenas R$ 0,58. Gouveia afirmou também que as agencias estão em situação financeira difícil e quase falindo.

A diretora de Comunica-ção da Associação dos Lo-téricos de São Paulo e Inte-rior, Adriana Domingues, reivindicou maior partici-pação nas decisões da Cai-xa. “Queremos participar das negociações, e não re-

Luis Macedo

Agentes lotéricos participaram, no auditório Freitas Nobre, de audiência conjunta de três comissões permanentes da Câmara

“Os lotéricos estão reclamando, e com razão, da baixa remuneração dos serviços prestados.”Deputado Valtenir Pereira

ceber determinações vindas da Caixa”, protestou.

Segurança - Ela também disse que a categoria exige que a Caixa se responsabili-ze pelos transportes de va-lores. “Recebemos dinheiro no balcão, levamos até uma agência e nesse caminho so-mos assaltados”, disse.

Adriana Domingues afir-mou que os lotéricos se sen-tem ameaçados ainda com

as perspectivas de privati-zação das loterias e com o projeto que legaliza os jo-gos de azar no Brasil. “Vai ser criado um novo tipo de aposta e porque nós não po-demos ser contemplados de alguma forma?”.

Dificuldades - De acor-do com a empresária Maria Lúcia César da Silva, hoje

O superintendente na-cional de Operações de Varejo, Cleverson Tadeu Santos, disse, em resposta aos agentes lotéricos, que a Caixa está sempre aber-ta a negociar. Ele afirmou que o banco tem feito in-vestimentos nas lotéricas e que o objetivo é viabili-zar mais serviços bancários nas lojas. “A ideia é ampliar o faturamento e a gama de serviços”, afirmou Santos, que também participou da audiência pública.

O deputado Valtenir Pereira (PMDB-MT), um dos proponentes do deba-te conjunto, afirmou que as loterias são o banco da cidadania por realizar pa-

Comissão proíbe a privatização do serviço

Coutinho, relator na comissão

Banco diz que pode negociarA Comissão de Desen-

volvimento Econômico, In-dústria, Comércio e Serviços aprovou proposta que proíbe a privatização ou venda de direitos de empresa pública que explore com exclusivi-dade os serviços de loteria e penhora de bens privados.

Esses serviços atualmen-te são explorados pela Cai-xa. O autor do Projeto de Lei 551/15, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), argumen-ta que a Caixa tem objetivos sociais, alguns inclusive sob a forma de monopólio, para atender à população.

Fins sociais - O relator na comissão, Augusto Coutinho (SD-PE), também concordou que o banco estatal precisa

não está valendo a pena ser dono de lotérica. “A dificul-dade hoje é a segurança que não temos; o reajuste que está muito defasado. Temos que dispensar funcionário. Além disso, os municípios estão indo em cima da casa lotérica por causa da lei da fila, e não tem como a gente cobrir isso.”

gamentos e benefícios so-ciais. “Na verdade, os loté-ricos são uma mini Caixa instalada na periferia das cidades, nos distritos dos municípios, nas comunida-des longínquas. É a Caixa presente no dia a dia do ci-dadão. O que acontece? Os lotéricos estão reclamando, e com razão, da baixa remu-neração dos serviços pres-tados”, disse.

A audiência também foi pedida pelos deputados Herculano Passos (PSD--SP), Keiko Ota (PSB-SP), Áureo (SD-RJ), Mauro Pe-reira (PMDB-RS), Carlos Melles (DEM-MG), Pauder-ney Avelino (DEM-AM) e Hélio Leite (DEM-PA).

ser resguardado de qual-quer tentativa de privatiza-ção. Ele destacou que servi-ços com fins sociais, como financiamento imobiliário, juros e tarifas menores, e até a atuação de agências-barco em regiões amazônicas, po-deriam ser comprometidos.

“É importante ponderar que, caso o capital da Caixa passe a ser aberto, o objetivo de alcançar benefícios à po-pulação pode ser diminuído em face da necessidade de persecução do lucro ao longo dos anos, em decorrência do necessário respeito aos inte-resses dos acionistas mino-ritários privados.”

Tramitação - A proposta tramita em caráter conclusi-

vo e será analisada pelas co-missões de Finanças e Tri-butação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Gilmar Felix

SEGURANÇA

JORNAL DA CÂMARA | 71º de julho de 2016

Ministro aponta avanço no novo Código Florestal Debate sobre os quatro anos de vigência do código foi promovido na Câmara pela Frente Parlamentar Ambientalista

Entre outras medidas, o Código Florestal reduziu a área de proteção permanente nas margens dos rios

Quatro anos depois de entrar em vigor, o Novo Có-digo Florestal Brasileiro (lei 12.651/2012) ainda não foi completamente implementa-do. Um dos principais instru-mentos para garantir a recom-posição das áreas degradadas, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) não foi feito por todos os cerca de 5 milhões de pro-prietários rurais do País.

O CAR foi considerado um avanço por ambientalistas e é o primeiro passo para a re-cuperação de áreas de preser-vação permanente. No futuro, poderá até ser unificado com os dados da Receita Federal sobre Imposto Territorial Ru-ral (ITR) e ser usado para que o produtor seja remunerado pela área que preservar.

O balanço dos quatro anos do código e o andamento do cadastramento foram os principais pontos de semi-nário promovido ontem na Câmara pela Frente Parla-mentar Ambientalista, coor-denada pelo deputado Ricar-do Trípoli (PSDB-SP).

Segundo dados do Minis-tério do Meio Ambiente, cerca de 10% dos produtores ainda

não fizeram os cadastros. Por isso, o prazo, que terminaria em maio passado, foi prorro-gado por um ano.

Ponto positivo - O minis-tro do Meio Ambiente, o de-putado licenciado Sarney Fi-lho, justificou a prorrogação do prazo em função da não homologação de grande par-

te dos cadastros já feitos. Em Mato Grosso, segundo ele, dos 100 mil cadastros, só 11 foram reconhecidos legalmente.

No balanço que fez dos quatro anos do código, o ministro conclui que a lei foi um retrocesso ao permi-tir a regularização de áreas já desmatadas, mas tem um

ponto positivo: o CAR.“Os ambientalistas perde-

ram uma batalha importante, o código anistiou realmente aqueles que fizeram desma-tamento ilegal, isso foi ruim. No entanto, o código traz al-gumas coisas importantes, e a melhor delas é o Cadastro Ambiental Rural”, disse.

Críticas - Já Andreia Azeve-do, do Observatório do Código Florestal, criticou o adiamen-to. Segundo ela, as empresas que comercializam grãos, por exemplo, preparavam-se para exigir o cadastro dos produto-res. A prorrogação, disse, adia também ações de recuperação ambiental.

Ela afirmou que, além disso, os estados não dispo-nibilizaram para o produtor acesso fácil à segunda fase da compensação, que são os programas de regularização ambiental.

“Houve muitos avan-ços, sobretudo na área do CAR, mas precisa avançar um pouco mais. Precisamos acelerar esse processo de im-plementação. Há várias áre-as que precisam ser melho-radas. É uma organização conjunta do governo federal e dos estados.”

Entre outras medidas, o Código Florestal reduziu a área de proteção perma-nente nas margens dos rios e isentou os proprietários rurais das penas previstas por desmatamentos ocorri-dos até 2008.

Comissão obriga plano de emergência para barragensA Comissão de Integra-

ção Nacional, Desenvolvi-mento Regional e Amazô-nia aprovou o Projeto de Lei  3775/15, do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), que determina a elaboração de Plano de Ação de Emergên-cia (PAE) para todas as bar-ragens construídas no País. O texto estabelece também o conteúdo mínimo do PAE.

A proposta recebeu pare-cer favorável do relator, de-putado Alan Rick (PRB-AC). O texto altera a Lei da Políti-ca Nacional de Segurança de Barragens (Lei 12.334/10).

Atualmente, a norma só exige a elaboração do PAE quando for constatado dano potencial em termos econô-micos, sociais, ambientais ou de perda de vidas humanas.

Nova versão - O projeto tramita em conjunto com o PL4287/16, da Comissão Externa sobre o Rompimen-to de Barragem na Região

de Mariana (MG). Os dois propõem mudanças na Lei 12.334. O relator optou por apresentar um substitutivo que engloba os dois textos.

A principal mudança da versão aprovada é a determi-nação para que a fiscalização das barragens, a ser feita por órgão ambiental, também se concentre na avaliação de indicadores que compro-vem a segurança da estru-tura, conforme definido em regulamento. Atualmente, a vistoria é apenas documen-tal. Ou seja, analisa os docu-mentos entregues pelo res-ponsável pela barragem.

Características - O texto estabelece que o órgão fisca-lizador determinará a elabo-ração de um PAE para todas as barragens, independen-temente da classificação de risco dessas construções. O plano deverá conter todas as ações a serem executadas pelo empreendedor em caso de acidente, bem como iden-

tificar os agentes a serem notificados imediatamente a cada ocorrência.

O PAE será elaborado e implantado com a partici-pação de representantes das populações situadas no ca-minho da barragem e dos órgãos de proteção e defesa civil e deve ficar disponível na internet.

O texto traz ainda outros pontos importantes. Primei-ro, em caso de emergência, será criada uma “Sala de Si-tuação”, que centralizará as ações a serem desenvolvidas e a comunicação com a so-ciedade, com participação de representantes do empreen-dimento, da defesa civil, dos órgãos fiscalizadores da ativi-dade e do meio ambiente, dos sindicatos dos trabalhadores e dos municípios afetados.

Depois, exige a implan-tação de sirene de alerta nas comunidades que podem ser afetadas pelo rompimento da barragem e a realização periódica de exercícios si-mulados com essas comuni-dades.

Tramitação - Antes de ir ao Plenário, o PL 3775 será ana-lisado nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Minas e Ener-gia; e de Constituição e Justi-ça e de Cidadania.

Proposta foi motivada pelo rompimento de barragem em Mariana

Hoje, a norma só exige a elaboração de plano quando for constatado dano potencial em termos econômicos, sociais, ambientais e de perda de vidas

Sonia Baiocchi

Antonio Cruz/Agência Brasil

1º de julho de 20168 | JORNAL DA CÂMARA

O ex-ministro da Fazen-da Paulo Roberto Haddad destacou ontem que univer-sidades e centros de ensino superior podem gerar proje-tos locais de promoção in-dustrial. Ele participou de palestra sobre “Modelo in-tegrado de desenvolvimento regional: ciência e tecnolo-gia”, promovida pelo Centro de Estudos e Debates Estra-tégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados.

Especialista em Ciências Econômicas, Haddad, que foi ministro na gestão Ita-mar Franco, também afir-mou que, para haver desen-volvimento, é preciso haver inconformismo e participa-ção da sociedade no desen-volvimento de soluções.

Segundo o ex-ministro, o Brasil é um mosaico de re-giões e está crescendo nas áreas industrializadas, nas áreas de agronegócio e nas regiões petrolíferas. En-quanto isso, municípios do Nordeste e do Norte brasilei-ro têm PIB (Produto Inter-no Bruto) per capita mais de 30% menor que a média bra-sileira. “O capitalismo sabe crescer, mas não sabe divi-dir”, observou. Ele considera essencial a inovação tecno-lógica e a promoção de ar-ranjos produtivos locais para o desenvolvimento regional brasileiro.

Centros - A palestra faz parte de estudo proposto e relatado pelo deputado Vi-

A Comissão de Educação aprovou proposta que esten-de por até quatro meses os prazos para as bolsas de es-tudos, com duração mínima de 12 meses, em todos os ní-veis de titulação, em razão do afastamento temporário das estudantes em casos de gravidez e parto.

Foi aprovado, com emen-da, o Projeto de Lei 3012/15, da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que, original-mente, previa essa extensão somente para as bolsas de estudos de mestrado e dou-torado. gravidez e parto.

A relatora, deputada Ma-ria do Rosário (PT-RS), con-cluiu que a medida garante Maria do Rosário: medida garante uma gestação mais tranquila

Prazo de bolsa de estudo para grávidas pode aumentaruma gestação mais tranqui-la às acadêmicas e propôs emenda para estender seu alcance a todas as bolsas de estudo com duração mínima de 12 meses.

“A falta de prorrogação de bolsas também atinge estudantes de ‘graduação sanduíche’, pós-doutorado, estágio sênior, entre outras modalidades. Nada mais jus-to, portanto, estender-se a prorrogação das bolsas para casos como esses”, defendeu a relatora.

Regulamentação - Segun-do a autora, o projeto trans-forma em lei federal o que já prevê uma portaria (248/11) da Coordenação de Aperfei-

çoamento de Pessoal de Ní-vel Superior (Capes).

Pelo texto aprovado, o afastamento temporário de-verá ser formalmente comu-nicado à agência de fomento, acompanhado da confirma-ção da direção do curso em que esteja matriculada, es-pecificando as datas de iní-cio e término efetivo, além de documentos comproba-tórios da gestação e nasci-mento.

Tramitação  - O projeto tramita em caráter conclusi-vo e será analisado ainda pe-las comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania.

Luis Macedo

“A universidade tem o conhecimento, os jovens mais bem preparados e tem perenidade – algo essencial para o planejamento.”Deputado Vitor Lippi

“O Brasil está crescendo nas áreas industrializadas, mas municípios do Nordeste e do Norte têm PIB per capita mais de 30% abaixo da média” Paulo Haddad, ex-ministro da Fazenda

Universidades devem promover indústrias locaisExistem hoje no Brasil 1.300 campi universitários, sendo 900 públicos e o restante, privado, diz o deputado Vitor Lippi

tor Lippi (PSDB-SP). A ideia do deputado é formular pro-postas e construir metodo-logias para que as universi-dades possam ser centros de planejamento e desenvolvi-mento local regional.

“Só podemos melhorar

a produção e geração de ri-queza por meio do conheci-mento”, disse. “A universida-de tem o conhecimento, os jovens mais bem preparados e tem perenidade – algo es-sencial para o planejamen-to”, acrescentou. Segundo Lippi, hoje existem no Bra-sil 1.300 campi universitá-rios, sendo 900 públicos e o restante, privado.

Integração - O deputado licenciado Ariosto Holanda propôs a criação da “socie-dade universitária para estu-dos regionais”, para integrar as universidades aos setores produtivos. Já o represen-

tante da Agência Brasileira de Desenvolvimento Indus-trial, Carlos Frees, afirmou que as universidades brasi-leiras devem ser centros de experimentação e de desen-volvimento de projetos es-truturantes.

Para o vice-presidente da Associação Nacional de Pro-moção de Empreendimen-tos Inovadores, José Alber-to Aranha, as universidades podem preparar lideranças locais para promover os ar-ranjos produtivos dessas re-giões específicas. “O locus do desenvolvimento é a ci-dade”, observou.

A representante da Confederação Nacional dos Municípios, Zione Assis, salientou que o foco no de-senvolvimento local depen-de da questão financeira. “Algumas cidades não têm internet ainda”, lembrou.

Deputado Vitor Lippi, autor do estudo, ao lado do ex-ministro Paulo Haddad (à esquerda) e do deputado licenciado Arisoto Holanda (dir.)

Lucio Bernardo Jr.