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Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasil desde 1921 nº273 jan/fev 2012 A vez do BrAsil Como o País se tornou parte da solução para a crise global Entrevista Wärtsilä Brasil: Robson Campos fala sobre os planos da empresa no País Radar À espera da criação do marco regulatório para os resíduos eletroeletrônicos Brasil Urgente Perspectivas para 2012 das relações entre Brasil e Estados Unidos

Brazilian Business - 273

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A vez do Brasil - Como o País se tornou parte da solução para a crise global

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Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasildesde 1921 nº273 jan/fev 2012

A vez do BrAsilComo o País se tornou parte da solução para a crise global

Entrevista Wärtsilä Brasil: Robson Campos fala sobre os planos da empresa no País

Radar À espera da criação do marco regulatório para os resíduos eletroeletrônicos

Brasil Urgente Perspectivas para 2012 das relações entre Brasil e Estados Unidos

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ArtigoCristiano Gaspar Machado, CFO da Brookfield, expõe as razões para a pujança do mercado imobiliário no Brasil e no Rio de Janeiro

O ano de 2012 começa com a incerteza sobre o futuro das economias dos países desenvolvidos. Enquanto os Estados Unidos dão leves sinais de recuperação, cujos reflexos cer-

tamente serão determinantes para as eleições presidenciais de no-vembro, a Europa enfrenta talvez um dos momentos mais difíceis desde a adoção do euro, com impactos sociais que se avolumam à medida que a recessão se prolonga.

Neste contexto conturbado, o Brasil se apresenta como uma das al-ternativas mais interessantes para os investidores internacionais, o que nos coloca no centro das atenções.

Com o acentuado crescimento nas relações comerciais com outros mercados, especialmente a China, hoje efetivamente um dos principais motores da economia mundial, o Brasil ganha espaço na governança internacional e passa, por outro lado, a ser alvo de uma análise cada vez mais apurada por parte do chamado mundo desenvolvido.

Nesta edição procuramos, conforme indica o tema de capa, abor-dar essas questões, inclusive sob o ângulo das relações bilaterais com os Estados Unidos e suas repercussões, com uma análise do diplomata Luiz Augusto de Castro Neves.

Na tradicional entrevista, ouvimos Robson Campos, diretor- presidente da Wärtsilä Brasil, empresa de capital originalmente fin-landês que vem ampliando cada vez mais a presença no País, já que identifica aqui uma das mais altas taxas de investimento para os ne-gócios, com o fornecimento de equipamentos de grande porte para o setor energético.

Temos ainda um artigo sobre a Etiópia, uma das economias que mais crescem no continente africano, refletindo também uma mudan-ça geográfica importante no cenário de investimentos internacionais para os próximos anos.

Boa leitura!

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Conselho editorial Helio Blak

Henrique Rzezinski João César Lima

Omar Carneiro da Cunha Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco

Robson Barreto

Editora-chefe e jornalista responsável Andréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected]

Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado (edição de arte), Giselle Saporito, Guilherme Zabael e Tom Cardoso (texto), Luciana

Areas (foto) e Luciana Maria Sanches (revisão)

CAnAl do lEitor [email protected]

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando,

necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

ComErCiAl E mArkEting

gerente Ricardo Santos

[email protected]

Publicidade Gisela Medeiros

[email protected]

A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada por Ernst & Young Terco

Impressão: Gráfica Stamppa

Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do rio de Janeiro

Praça Pio X, 15, 5º andar

20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201

[email protected] www.amchamrio.com

Leia a revista também pelo site amchamrio.com

Caso não esteja recebendo o seu exemplar ou queira

atualizar seus dados, entre em contato com Terezinha

Marques: (21) 3213-9220 ou [email protected]

editorial Em FocoNotícias sobre as empresas associadas e a Amcham Rio

EntrevistaO diretor-presidente da Wärtsilä Brasil, Robson Campos, fala sobre os investimentos no País da empresa de soluções e equipamentos de energia

PerfilA centenária White Martins vira referência em sustentabilidade com projeto inovador de reciclagem de CO2

Brasil UrgenteA parceria entre Brasil e Estados Unidos na visão do presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski, e do diplomata Luiz Augusto de Castro Neves

radarA política de resíduos sólidos e sua urgência para a sociedade no artigo da doutora em ambiente e sociedade pela Unicamp Cristiane de S. Soares

Ponto de VistaAs boas notícias em transferência de tecnologia por Andreia de Andrade Gomes, sócia na área de propriedade intelectual da TozziniFreire Advogados

From the USAMichael P. Ryan discorre sobre como a inovação ajudou países a alavancar o crescimento

EspecialO Brasil em meio à crise global: como o País vai reagir à turbulência mundial

Ponto de Vista Qual o perfil desejado de um líder de RH?, pergunta Marcelo C. Leite, diretor de recursos humanos do Momsen, Leonardos & Cia.

ArtigoAs redes sociais e o impacto nos negócios na visão do diretor do Grupo Bradesco Seguros, Tarcísio Godoy

dialoguesEtiópia: uma das cinco economias mundiais mais promissoras pode representar oportunidades para investidores brasileiros

Amcham newsNotícias sobre os eventos da Amcham Rio

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32 2012 pode ser melhor que 2011 George Vidor

33 Um cenário diferente em 2012 Clóvis Abreu Vieira

34 Em busca da competitividade Rodrigo Tostes

35 o cenário macroeconômico e os metais Roberto Castello Branco

Henrique rzezinski, pResidenTe dA CâmARA

de ComéRCio AmeRiCAnA do Rio de JAneiRo

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Nomeada recentemente presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster será a décima mulher a ocupar um cargo de peso no governo Dilma Rousseff.

A indicação de Graça, também a primeira mulher a assumir o comando de uma petrolífera no mundo, reflete o que já acontece com cada vez mais frequência no mercado privado: o aumento da participação feminina em cargos de gerência e diretoria. É o que revela uma pesquisa divulgada recentemente pela Michael Page, empresa referência em recrutamento especializado de executivos para média e alta gerência. O estudo mostra que em 2011 os cargos de gerência e diretoria preenchidos por mulheres chegaram a 40% na área de finanças – em 2009 esse número era de apenas 23%.

O setor de seguros é outro que mostra um avanço na participação das mu-lheres – passando de 44% de contratações de profissionais do sexo feminino em 2009 para 50% em 2011. Os dados demonstram também uma mudança de perfil na gestão de tecnologia da informação, tradicionalmente chefiada por homens. As mulheres respondiam por 25% dos cargos de chefia e gerência em 2009. Esse número foi para 29% em 2010 e atingiu 30% em 2011. Por outro lado, áreas que são historicamente redutos femininos, caso de recursos humanos, apresentaram queda no percentual de contratações de mulheres. Dos gerentes e diretores, 72% eram mulheres em 2009 – hoje não passam de 67%.

A nova estratégia de posicionamento do comitê é fruto de brainstorming entre os membros que, alinhadamente, aspiram

incrementar as ações neste ano que se inicia, criando oportunidades de conhecimento e inspirando reflexões sobre o tema Pessoas para o Mercado.

A prática dessa intenção terá esforço com foco em três targets: top manager, middle manager e young professionals. “Queremos propor ao mercado iniciativas diferenciadas, com conteúdo estimulante, de alta qualidade, por meio de abordagens alinhadas a cada público-alvo de RH”, explica a chairperson do comitê, Cláudia Danienne Marchi, remodelando assim um posicionamento dos últimos três anos para o mercado.

Uma das iniciativas para fomentar esse novo ambiente é ouvir mais o mercado e interagir melhor com ele para conseguir direcionar de maneira adequada os conteúdos dos eventos. Para isso, serão realizados encontros periódicos com altas lideranças de recursos humanos das empresas e consultorias expressivas para entender as tendências e os assuntos que mais correspondem às expectativas dos diferentes públicos dos eventos. “Assim, conseguiremos transformar as necessidades do mercado em ações – e atendendo ao foco de cada segmento”, disse o vice-chairman do comitê, Alexandre de Botton.

“Três elementos resumem bem a nossa estratégia de posiciona-mento: queremos representar as demandas do mercado – e por isso vamos criar ações periódicas de aproximação com os top managers para ouvi-los e poder traduzir suas perspectivas –, oferecer temas atuais e qualificados como propostas de conteúdo e incluir diferen-tes perfis de públicos, com a criação de eventos feitos sob medida para os jovens profissionais que estão chegando às empresas”, expli-cou o também vice-chairman do comitê, Carlos Vitor Strougo.

Engajar outros comitês da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro em torno do desenvolvimento humano e promover o relacionamento entre os profissionais das empresas associadas também são enfoques do projeto para este ano. “Queremos criar espaços para trocar conhecimento relevante e aproximar as pessoas interessadas nesse mesmo fim. O nosso objetivo é fazer a diferença e deixar um legado no olhar sobre gestão de pessoas. Estamos perseverantes com esse propósito”, reforçou Cláudia. Os eventos estão programados para acontecer a cada dois meses, de março a novembro de 2012, e podem ser de diferentes formatos, como café da manhã, brunch, workshop, happy hour, seminário, entre outros.

O projeto piloto Young Professionals, desafio inovador do comitê, em formato de workshop, será colocado em prática este ano, com foco em jovens profissionais em início de carreira, com até um ano após a conclusão da graduação. A ideia é contribuir para a capacitação dos iniciantes em desenvolvimento de carreira e habilidades no que tange aos temas pessoas, gestão, relacionamento, tendências mercadológicas etc. A princípio estão programados dois workshops no ano, cada um com quatro horas de duração, para os young professionals. O comitê abre suas portas para sugestões e faz questão de ouvir você, leitor desta matéria. Portanto, não hesite em estar up-to-date com Recursos Humanos e envie suas considerações para [email protected].

O avanço das mulheres em cargos de chefia

em foco

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Crise lá, otimismo aquiCopa do Mundo em 2014 no

Brasil, Olimpíada de 2016, no Rio, investimentos maciços no pré-sal. O bom momento do País tem refle-xo imediato no humor dos execu-tivos. É o que aponta uma recente pesquisa realizada pela Robert Half, que entrevistou 155 empresá-rios e executivos de 128 empresas dos setores automotivo, bancário, de bens de capital, construção ci-vil, petróleo e gás, telecomunica-ções e seguros. O otimismo, pelos acontecimentos listados acima, era esperado, mas os números, mesmo assim, impressionam: em tempos de crise internacional, 90% dos entrevistados afirmam que vão investir mais ou o mesmo va-lor que em 2011. Cerca de 80% do grupo, formado por representan-tes de empresas que faturam mais de R$ 1 bilhão por ano, também está disposto a contratar mais ou o mesmo número de profissionais que no ano passado.

PREPaRadOs PaRa O MERCadOIniciado em 1994, um dos projetos sociais mais bem-suce-

didos da dufry, o Cidadania, Trabalho e aprendizagem, capa-cita e profissionaliza jovens de comunidades carentes do en-torno do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Os cerca de 30 jovens selecionados a cada ano recebem, além de acom-panhamento médico e odontológico, seguro de vida, material didático, vale-transporte e outros benefícios, formação cívica e técnica proporcionada por um conjunto de voluntários sele-cionados entre os quadros da dufry. O projeto é um sucesso: a taxa de empregabilidade dos jovens envolvidos beira os 90%.

em foco

a chairperson do comitê, Cláudia Danienne marchi, e os vice-chairmen, alexandre de Botton e Carlos Vitor strougo

Graça, como é conhecida, assume a presidência da Petrobras no lugar de José sergio Gabrielli

comitê de Recursos Humanos começa 2012 com novos ideaisO Comitê de Recursos Humanos da Câmara de Comércio americana do Rio de Janeiro prevê para 2012 um ano com muitas novidades, não apenas em conteúdo, como também na forma de apresentar as ações e os eventos

calendáRio de ações paRa 2012

28/3, quaRta-feiRa talk show tendências e expectativas para rH em 2012

31/5, quinta-feiRa President’s Lunch com o ministro do trabalho

8/6, sexta-feiRa 1º Young Professionals

28/8, teRça-feiRatema a definir

18/10, quinta-feiRatema a definir

30/10, teRça-feiRa2º Young Professionals

turma de formandos de 2011 em festa de encerramento do projeto

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em foco

COPaCaBana PalaCE:ainda mais charmoso e moderno

Um dos hotéis mais tradicionais e charmosos do Rio de Janeiro, o Copacabana Palace, ficará ainda mais moderno. a partir de junho, após a conferência Rio+20, o hotel fecha-rá parcialmente por cem dias para dar início a uma gran-de reforma. no prédio principal, 90 banheiros entre os 147 apartamentos serão totalmente redesenhados. Entre várias modificações, o lobby deve crescer em área cerca de 60% e a rotunda para carros será ampliada e ganhará uma co-bertura de vidro para proteger os hóspedes que chegam ao local. a rede britânica Orient-Express, que hoje detém 52% das ações do Copacabana Palace, não teve dificuldades para aprovar o investimento de R$ 30 milhões na reforma do hotel carioca: há anos os resultados anuais do Copacabana estão entre os melhores desempenhos dos 51 hotéis que com-põem o portfólio da companhia.

4 peRguntas paRa...

tema: novo comitê – entretenimento, cultura e turismoCom Helio Blak, diretor-superintendente da amcham rio

o ano de 2012 começa com mudanças nos comitês da amcham rio?No processo de revisão das atividades dos 13 comitês setoriais em atividade na Amcham Rio, resolvemos rever as funções de alguns, de modo a ajustá-los às alterações pelas quais vem passando a economia carioca. Identificamos que a chamada economia criativa é cada vez mais uma vocação local das mais relevantes, especialmente numa cidade com as características do Rio.

Como pensaram em atender a essa demanda?Resolvemos transformar o antigo Comitê de Cidade, Negócios e Turismo no Comitê de Entretenimento, Cultura e Turismo, sob a coordenação de Steve Solot, com o apoio direto de Alícia Perez e Dolores Piñero. Desta forma, os temas que dialoguem com a economia criativa, cada vez mais significativos para a cidade e o Estado do Rio, serão aqui endereçados.

quais os rumos para o Comitê de Propriedade intelectual?Em paralelo, na medida em que a questão da propriedade intelectual ganha cada vez mais contornos jurídicos relevantes para a proteção dos direitos de criação, transformamos o Comitê de Propriedade Intelectual em um dos novos braços do Comitê de Assuntos Jurídicos, sob a coordenação de Andreia de Andrade Gomes.

Há mais mudanças previstas?Com essa reformulação, os comitês setoriais da Amcham Rio passam a ser 12, em vez dos 13 anteriores. Desta maneira, pretendemos atender de uma forma mais adequada às demandas que se ampliam nesses segmentos. No decorrer do ano, estaremos também revendo as atividades dos demais comitês e poderemos sugerir outras mudanças se houver consenso entre os participantes.

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imPaCto eConômiCo a pesquisa “Panorama empresarial 2012 – a visão dos em-

presários diante de cenários de instabilidade”, realizada pela deloitte, em novembro de 2011, com 456 empresas de todo o Brasil, aponta que os tomadores de decisão não sentiram im-pactos significativos da volatilidade internacional nesse ano. apesar disso, eles revelam estar atentos a possíveis impactos em seus negócios nos próximos anos. a previsão de cresci-mento e investimentos para os negócios dos entrevistados, em relação a 2012 e aos anos seguintes, é, de forma geral, contida. a maioria apontou para um crescimento moderado da receita líquida para 2012 e para os próximos três anos (57% e 59%, res-pectivamente), indicando essa tendência. a maior parte tam-bém prevê um aumento do número de empregados de 43% em 2012 e de 56% nos próximos três anos, além de uma projeção de investimentos moderada em 2012 e nos anos seguintes (44% e 52%). sobre as estratégias adotadas para ganhar espaço no mercado nos próximos anos, 57% apontaram o lançamento de novos produtos e serviços, enquanto 56% trabalharão na busca de novas parcerias e associações. Investimentos em inovação e pesquisa foram sinalizados por 52% dos que responderam a pesquisa.

inglês no cantagalo

O programa de ensino de inglês UP with English – Uso Prático da Língua Inglesa no Cantagalo,

comunidade localizada na zona sul do Rio, foi estendido com recursos do setor privado, por meio de uma parceria com a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro e empresas associadas. A iniciativa, do Consulado-Geral dos EUA no Rio de Janeiro em parceria com o Ibeu, vai contar agora com o apoio financeiro da BG Brasil. O curso é voltado para jovens entre 13 e 18 anos, que aprendem inglês com o objetivo de ajudá-los na inserção no mercado de trabalho.

A parceria foi celebrada em evento (foto) realizado em novembro, no Espaço Criança Esperança do Cantagalo, onde acontecem as aulas, e contou com a presença do cônsul-geral dos EUA, Dennis Hearne, do presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio e vice-presidente de Assuntos Corporativos da BG E&P do Brasil Ltda., Henrique Rzezinski, do presidente do Ibeu, Ítalo Mazzoni, e de vários outros parceiros e autoridades. Os alunos fize-ram uma apresentação teatral em comemoração ao Dia da Consciência Negra.

“Quando solicitamos o apoio da Amcham Rio, a BG Brasil foi a primeira empresa a se entusiasmar pelo pro-jeto. Ficamos muito felizes com a continuidade do UP with English nessa comunidade. O apoio da BG Brasil é fundamental para complementar o segundo ano desse programa. O interesse da iniciativa privada é muito bem-vindo porque nos permite ampliar o ensino da língua in-glesa aos jovens do Cantagalo”, afirmou o cônsul-geral dos EUA, Dennis Hearne.

O programa UP with English foi originalmente imple-mentado no Cantagalo, em agosto de 2010, com recursos do Departamento de Estado e já foi implementado na comunidade da Providência, com apoio da consultoria Case Benefícios e Seguros. Os preparativos estão em an-damento para o lançamento em outras comunidades ao longo do ano de 2012.

executivos em altaa sexta edição do estudo “a governança corporativa e o mer-

cado de capitais”, realizado pelo aCI - audit Committee Institute, da KPMG do Brasil, revelou um dado animador: a remuneração média anual dos executivos das companhias abertas brasileiras teve aumento de até 100% no ano passado em relação a 2010. Os dados foram apurados nos Formulários de Referência publicados pelas empresas em 2011, uma fonte valiosa de informações, pois trazem, além de dados financeiros e do negócio, a estrutura e as práticas de governança das empresas abertas no País.

agenda 2012 amcham RiomaRçocerimônia de posse da nova diretoria i biênio 2012-2013

seminário “Petróleo e gás – aspectos regulatórios e fiscais”

talk show “tendências e expectativas em rH para 2012”

8º prêmio Brasil ambiental inscrições de projetos

JunHoiii fórum de comércio internacionalprêmio de inovação em tic inscrições de projetos

agostoBrasil energy & powersetemBRoRio oil & gas expo espaços disponíveis no stand coletivo

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A hora da Wärtsilä

entrevistA

A unidade brasileira pretende triplicar o faturamento até 2015 e chegar à terceira posição na escala global da multinacional, que tem operações em mais de 70 países

Por Tom Cardoso e Andréa Blum

Empresa de origem finlandesa fundada em 1834 e líder global no fornecimento de motores e prestação de serviços para navios e usinas termelétricas – também oferece equipamentos

e soluções de energia para diversos tipos de embarcações e aplicações offshore –, a Wärtsilä se prepara para pegar carona no bom momento econômico do Brasil, principalmente no boom do mercado de óleo e gás, fortalecido com o advento do pré-sal.

Desde 1990 no País, onde enfrentou, além da conhecida instabi-lidade financeira, a derrocada da indústria naval (o grupo chegou a ficar seis anos sem fazer um só negócio por aqui), a Wärtsilä agora se diz preparada para fechar grandes acordos no Brasil. A meta de cres-cimento é ambiciosa: triplicar o faturamento até 2015 e fazer com que o mercado de óleo e gás, que hoje representa cerca de 20% do fatura-mento anual da empresa, dobre de tamanho nos próximos anos.

A Wärtsilä Brasil já trabalha a todo vapor. A empresa fechou joint ventures com a gigante Odebrecht e com a estatal Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), além de anunciar investimentos no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, e em Macaé, no Rio de Janeiro. Com os investimentos, ela espera contribuir para fortalecer a nossa indústria de construção naval e aumentar a participação do Brasil no mercado global – o País, hoje o sétimo faturamento da multinacional, deve pular, em breve, para o quinto lugar, e ocupar, até 2015, a terceira posição na escala global da companhia.

Para saber mais sobre os planos da Wärtsilä, a Brazilian Business passou uma manhã conversando com o atual diretor-presidente da companhia no Brasil, Robson Campos. Na conversa, ocorrida na sede brasileira da Wärtsilä, localizada no centro do Rio de Janeiro, Campos, um jovem executivo que fez toda a sua brilhante carreira no grupo finlandês (entrou como office boy e, em 20 anos, chegou à presidência, tornando-se o primeiro brasileiro a dirigi-la) em nenhum momento se mostrou relutante quanto ao sucesso da Wärtsilä no Brasil nos próximos anos. “Não tenho dúvida: vamos chegar lá.”

Robson CamposDiretor-presidente da Wärtsilä Brasil

nO executivo começou na empresa como office boy e, após 20 anos de carreira, não só alcançou a presidência, como se tornou o primeiro brasileiro a liderar a operação nacional

divulgaçãO

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12_Edição 273_jan/fev 2012 Edição 273_Brazilian Business_13

entrevistA roBson campos

Brazilian Business: A Wärtsilä tem grandes planos para o Brasil. Pretende, até 2015, triplicar o faturamento e o número de funcionários. Vai investir pesado nas três áreas de atuação no País. Mas nem sempre foi assim. A empresa está no Brasil desde 1990 e de lá para cá sofreu com a instabilidade financeira e, principalmente, com a derrocada da indústria naval. Não foram momentos de grande prosperidade...Robson Campos: Vivemos aqui momentos complicados. Ficamos seis anos sem um só negócio no Brasil. A indústria da construção naval brasileira foi praticamente dizimada nos anos 1990. Todos os grandes estaleiros quebraram. E começamos aqui para atender exclusivamente ao mercado naval. A área de energia sequer existia. E também não havia qualquer indicação de que o País virasse a potência emergente que é hoje. Não se falava do Brasil como o país do futuro. Mesmo assim, em nenhum momento foi discutida a nossa saída daqui. A gente tinha condição de esperar o melhor momento. A Wärtsilä sempre foi uma empresa sustentável. Foi fundada em 1834 como uma fundição e hoje é uma grande provedora de soluções. A empresa acredita fortemente no Brasil, tanto que o mercado brasileiro, hoje o sétimo faturamento da multinacional, deve pular, em breve, para o quinto lugar, ultrapassando a Itália e a Holanda (Estados Unidos, Alemanha, China e Coreia são os quatro primeiros), e ocupar, até 2015, a terceira posição na escala global da companhia. Mas há muito trabalho pela frente para recuperar o atraso, principalmente no segmento naval [a frota brasileira representa apenas 0,6% da marinha mercante mundial e o País detém somente 0,1% da produção naval].

BB: Agora vocês vão, finalmente, pisar no acelerador. Até que ponto a impulsão que tem alavancado o mercado de óleo e gás no Brasil foi decisiva para que a Wärtsilä revisse sua estratégia de investimento e produção? RC: É claro que a Wärtsilä não tinha como ignorar o crescimento do mercado de óleo e gás no Brasil, principalmente o advento do pré-sal, que vai impulsionar esse comércio nos próximos dez anos. Hoje, a frente de óleo e gás representa cerca de 10% a 20% do nosso faturamento anual – queremos chegar, em breve, a 40%. Vamos crescer com a Petrobras, que, no início de 2011, foi levada à categoria de cliente global estratégico da Wärtsilä. Acreditamos no pré-sal. Estamos tomando várias medidas para reduzir alguns gargalos. Formamos uma equipe de automação elétrica, que é uma área que tem conhecimento no mundo inteiro, mas não tem no Brasil. Essa área de automação integra todos os equipamentos de uma plataforma. Por meio dela você consegue alavancar uma série de produtos. Há muitas iniciativas.

BB: Uma das ações mais pontuais da Wärtsilä no Brasil, também levando em conta o boom da construção naval no País, foi o acordo firmado, em 2005, com a Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep) para a formação de uma joint venture. O objetivo da parceria é montar uma fábrica de motores (em Itaguaí, no Grande Rio) para navios e plataformas e, consequentemente, fortalecer a indústria nacional e diminuir a dependência das importações. Como está esse projeto? Quando vocês começam a fabricar?RC: Está quase tudo fechado. Diria que 95%. Somos majoritários nessa parceria com a Nuclep. Ainda em 2012 começaremos a fabricar definitivamente no Brasil, atendendo especialmente ao mercado de óleo e gás. É um salto muito importante. Há dez anos, nem sonhávamos com uma fábrica em território brasileiro. Com a migração da manufatura para a Ásia, o Brasil ficou muito longe. A gente precisava chegar. Mas é preciso encarar a realidade. O governo quer fomentar o produto nacional. Eu concordo. Acho ótimo. Mas a gente não pode ser cego. Nossa indústria ainda está muito longe de ser competitiva. Não dá, por exemplo, para fazer uma sonda com o mesmo preço internacional. Não conseguimos fabricar um só componente com o preço com que é feito na Europa ou na Ásia. Esse é um paradoxo que precisa ser tratado com urgência.

BB: A parceria com a Nuclep e o forte investimento no setor de óleo e gás mostram que a Wärtsilä não tem a menor dúvida sobre a viabilidade do pré-sal? E até que ponto a crise internacional pode atrapalhar os planos da empresa no País?RC: O pré-sal já se mostrou viável economicamente. O que preocupa, na verdade, é o adiamento constante. Todo mundo se prepara, se prepara. Mas a velocidade está em um ritmo menor do que o mercado esperava. Nós somos muito conservadores. Nunca fomos com muita sede ao pote. Não fizemos como outras empresas, que investiram pesado após o advento do pré-sal e hoje estão com dificuldade para se manter vivas. Nós vamos chegar ao momento certo. E o momento é do Brasil. A Wärtsilä, por ser finlandesa, é muito contagiada pela crise europeia. As recomendações que chegam de lá são sempre as mesmas: “Vamos poupar”, “olho na rentabilidade”, “prudência”, mas essa é uma preocupação que não chegou aqui. Eles sabem que precisam, mesmo na crise, preservar os bolsões de crescimento. E o Brasil é uma grande aposta. Somos o ponto fora da curva. Claro, vai haver um impacto, mas não como no ano passado.

BB: A Wärtsilä Brasil também fechou, recentemente, outra joint venture importante, desta vez com a Odebrecht Óleo & Gás (OOG). Fale um pouco mais sobre essa parceria e a importância dela para o mercado de óleo e gás brasileiro.RC: A Odebrecht é um parceiro potencial muito forte. Eu digo que é um casamento quase perfeito. Nós vamos fornecer o projeto e o sistema de propulsão de dois navios de lançamento de linhas flexíveis (PLVs) para operações no Brasil. As embarcações serão erguidas pela Odebrecht no estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME), na Coreia do Sul. Toda a parceria foi concebida com foco na otimização do consumo de combustível nas condições de projeto e para atender à necessidade de eficiência nas operações.

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BB: O projeto de expansão da Wärtsilä no Brasil passa por dois grandes investimentos. O primeiro prevê uma unidade para dar suporte ao mercado offshore implantada em Macaé, no Rio de Janeiro. O outro seria uma nova unidade para dar suporte a plantas termelétricas e instalações marítimas no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco. Fale sobre esses dois projetos.RC: Quando fui chamado de volta à empresa, em 2010, o que mais me atraiu foi a possibilidade de investir pesado no Brasil. O projeto de Suape está mais adiantado. Será uma espécie de workshop para atender aos estaleiros da área industrial. É um investimento muito importante e que já é realidade. Vamos começar a obra em setembro de 2012 e no início de 2013 já estaremos operando. Quanto a Macaé, a única certeza que temos é que vamos para lá. Ainda não sabemos de que forma. Se vamos adquirir uma empresa, que já tem uma estrutura, ou se vamos ter uma fábrica própria.

BB: O senhor tem uma trajetória de sucesso dentro da empresa. Começou como office boy, em 1990, e, em 20 anos, com um pequeno intervalo de sete meses, quando deixou a empresa, tornou-se diretor-presidente. Conte um pouco sobre essa trajetória.RC: Em 1990, no mesmo ano em que comecei o curso de Direito, consegui um emprego na Wärtsilä Brasil como office boy. Eram tempos difíceis. Mas tive paciência para aguentar as turbulências do Plano Collor, da instabilidade financeira e dos poucos negócios da empresa no País. Assim que me formei, em 1995, assumi o meu primeiro cargo de chefia, como gerente de controladoria. A Wärtsilä Brasil era uma empresa pequena, com 30 funcionários. Eu fui obrigado a jogar nas 11 posições e aprendi muito. Em 1998 fui convocado para abrir o escritório em Manaus, hoje a segunda maior filial brasileira, com 200 funcionários. Voltei ao Rio em 2000 como diretor da área de energia. Consegui ótimos resultados. Saímos de uma base instalada de 500 negócios para 2.500 negócios em apenas seis anos. De uma equipe de cinco pessoas para 40. O resultado me expôs muito ao mercado, que também estava bastante aquecido, e eu acabei saindo, em novembro de 2009. Fiquei apenas alguns meses fora. Em fevereiro de 2010, o presidente da Wärtsilä Brasil, Tomas Hakala, foi convocado para assumir uma posição importante nos Estados Unidos. Fui chamado de volta e me tornei o primeiro presidente brasileiro da companhia.

BB: E qual foi a principal mudança a partir de sua chegada?RC: Melhorou a relação com os clientes e, principalmente, com os funcionários da empresa, de todos os escalões, ao eliminarmos a barreira do idioma. O Tomas já estava ambientado no Brasil, é um apaixonado pelo País, mas por causa da língua, não tinha como dialogar com os funcionários que não sabiam inglês. O Tomas também tinha certa dificuldade de fazer o chamado “lobby do bem”, de conversar com autoridades de várias áreas governamentais. A relação com a imprensa também melhorou. Mas há algumas desvantagens. Eu sou muito mais demandado, todo mundo vem falar comigo. Às vezes é um caos. (risos)

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16_Edição 273_jan/fev 2012 Edição 273_Brazilian Business_17

Por Tom Cardoso

Maior empresa de gases industriais e medicinais da América do Sul, a White Martins vem colecionando prêmios na área de inovação – em 2011, ganhou destaque no ranking

elaborado pela revista Época Negócios em parceria com a consultoria A.T. Kearney, que premia as empresas mais inovadoras do Brasil. O reconhecimento não chega a ser uma surpresa para os executivos envolvidos na rotina da empresa. Criada há exatos cem anos, a White Martins nasceu justamente da visão inovadora de cinco profissionais, que anteviram o potencial da soldagem oxiacetilênica no desenvol-vimento industrial do Brasil. Hoje, o portfólio do grupo é composto por uma gama ampla de produtos, que vai desde a produção de equi-pamentos para aplicação, transporte e armazenamento de gases até o tratamento de águas e efluentes.

A excelência em inovação não significa que a White Martins freou os investimentos no setor. Pelo contrário. “Fizemos uma revolução cultural aqui, ao mostrar aos nossos funcionários que o termo inova-ção não precisa – e nem deve – estar associado apenas à tecnologia”, afirma William Macedo, diretor de inovação e tecnologia da empresa. “Cada funcionário, independentemente de função e cargo que ocupe, pode fornecer ideias inovadoras, inclusive para áreas que fogem da sua

especialidade”, conta Macedo.Recentemente foi criada uma diretoria exclusiva

para o desenvolvimento de produtos e processos foca-dos em inovação e sustentabilidade. Um dos processos de maior visibilidade, responsável pelos prêmios rece-bidos pela empresa, é o que garante a reciclagem de toneladas de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases causadores do efeito estufa. A

White Martins já disponibiliza uma série de aplicações para recicla-gem de CO2 para diversos segmentos da indústria. O gás é 100% captado de parques industriais, que normalmente o lançariam para a atmosfera, e, em seguida, fixado nesses processos sem causar alte-ração do produto final.

Para se ter uma ideia do alcance e da importância das aplicações, somente no ano de 2010 cerca de 320 mil toneladas de CO2 foram capturadas e utilizadas no processo produtivo de mais de 800 indús-trias. Com o trabalho da White Martins, 60 mil toneladas de ácidos nocivos, como o sulfúrico (H2SO4), o clorídrico (HCl) e o fosfórico (H3PO4), deixaram de ser utilizadas, uma vez que o CO2 passa a ser usado em substituição a esses produtos. “O programa de reciclagem foi amplamente aceito pelas indústrias. Só as vendas de CO2 devem aumentar cerca de 30% nos próximos dois anos. O potencial é enor-me”, afirma Macedo.

Atenta ao crescimento desse mercado, a White Martins já inaugu-rou uma fábrica na cidade de Camaçari (BA), no último trimestre de 2010, e vai instalar mais uma unidade, no início de 2012, em Minas Gerais. Esta irá capturar CO2 do próprio processo produtivo da White Martins, gerado na fabricação de carbureto de cálcio.

A solução está no arperfil

320 mil tonelAdAs de Co2 forAm CApturAdAs e utilizAdAs

no proCesso produtivo de mAis de 800 indústriAs

divulgação

Fundada há cem anos, a White Martins investe pesado em inovação e tecnologia e faz do seu projeto de reciclagem de CO2 referência em sustentabilidade

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18_Edição 273_jan/fev 2012 Edição 273 Brazilian Business_19

A visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano se consubstancia, portanto, numa grande oportunidade de levar ao presidente Barack Obama uma proposta de uma agenda de trabalho abrangente, desde os tópicos comerciais até os delicados assuntos políticos, condizente com a posição de protagonista do Brasil na Agenda de Governança Global. Essa visão abrangente tem a grande virtude de colocar para os nossos interlocutores americanos a mensagem do Brasil de que tanto os temas bilaterais quanto os multilaterais, com a sua dimensão bilateral, devem ser vistos de forma integrada numa agenda que permita estabelecer uma parceria estratégica de dimensões globais. Esta abrangeria assuntos de comércio e investimentos (tratado de bitributação, acordo de investimento e acordo de livre comércio), energia (renováveis e não renováveis), governança global (Conselho de Segurança, FMI, Banco Mundial e OMC), desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas e segurança hemisférica (aviação civil e militar).

Temos uma grande oportunidade de negociar, de forma soberana, uma parceria estratégica que seja ganhadora para ambos os países e que posicione o Brasil cada vez mais no centro da governança global. Independentemente da importância de outras parcerias estratégicas, é fundamentalmente na relação Brasil-Estados Unidos que se estabelecerão os principais alicerces do protagonismo do Brasil na governança global.

Estou otimista com a grande oportunidade que Brasil e Estados Unidos têm pela frente, em meio à crise internacional, de construir uma forte parceria estratégica. Nosso papel, no setor

privado, é ir além da nossa atuação na agenda comercial e contribuir para o debate e a formulação de uma visão estratégica e, sobretudo, de como aprofundar essa parceria. E, a partir daí, fortalecer a agenda de negócios de forma mais sustentável, sob o ponto de vista geopolítico. O Brasil é um país imenso, uma democracia vibrante, com uma economia emergente fundamentalmente movida pelas forças de mercado. A política externa do País tem se lastreado tradicionalmente em sua agenda de desenvolvimento econômico e em constante evolução. Os Estados Unidos têm uma política externa que, por décadas, tem sido reflexo de sua posição como a maior economia e potência militar do mundo. Exercer esse poder, em todas as suas formas, tem sido a grande prioridade para os Estados Unidos, sobretudo na era pós-Segunda Guerra Mundial. Ao passo que a relativa emergência do Brasil, em termos de potência além de sua região imediata, tem sido mais recente e dentro de um contexto mais restrito.

brasil urgente

Além dos efeitos dessas perspectivas diferentes na relação bilateral, dois enormes obstáculos têm historicamente dificultado os esforços para fortalecer o relacionamento entre o Brasil e os Estados Unidos. Em primeiro lugar, existe uma assimetria econômica e política entre os dois países, e a América do Sul não tem ocupado um lugar de grande prioridade na visão estratégica americana. Esses dois aspectos têm, naturalmente, até mais recentemente, desestimulado os Estados Unidos a investirem mais na relação bilateral. Em segundo lugar, na perspectiva brasileira, a assimetria entre os dois países sempre se consubstanciou como uma ameaça às metas brasileiras de desenvolvimento econômico autônomo. Um dos paradigmas da política externa do Brasil nos últimos 50 anos se lastreou na busca de alianças regionais e extrarregionais como um dos mecanismos para “reequilibrar” o poder no continente ou para reduzir os efeitos da assimetria entre o País e os Estados Unidos.

A maior relevância do Brasil em questões importantes da agenda internacional pode ajudar a estabelecer uma parceria estratégica entre as duas potências das Américas. O Brasil, por exemplo, tornou-se uma potência na produção de biocombustíveis. Juntos, o País e os EUA produzem quase 70% do etanol mundial – e tudo indica que os dois podem desempenhar papéis centrais no desenvolvimento desse setor e dos mercados afins em escala global. Com relação às formas tradicionais e ainda proeminentes de energia, o Brasil é destaque atualmente por suas enormes reservas de petróleo e gás natural. Nem todas as informações estão disponíveis para determinar o real valor econômico dessas reservas, mas o Brasil está pronto para se tornar, possivelmente, um exportador importante.

Na agricultura, o País é uma potência global incontestável. É o maior exportador mundial de açúcar, suco de laranja, carne bovina, aves, tabaco e café; o segundo maior exportador de soja e alimentos à base de soja; e o quarto maior exportador de milho e carne de porco. A mineração é outra área em que o Brasil é uma potência. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o Brasil está entre os países com as maiores reservas mundiais de diversos minerais e é também líder em exportação. É importante lembrar que muitos minerais têm papel fundamental em diversas tecnologias e produtos industriais. Os EUA dependem 100% da importação de determinados minerais, como bauxita, grafite, nióbio e tântalo, dos quais o Brasil é fornecedor.

Por fim, talvez um dos setores de maior sinergia estratégica seja o aeronáutico. Esta é uma nova área a ser explorada, à medida que o Brasil se torna um dos quatro maiores produtores de aviões comerciais do mundo, com importantes potenciais desdobramen-tos geopolíticos. O setor aeronáutico, tanto civil como militar, merece especial destaque, pois apresenta notável potencial de coope-ração estratégica entre os dois países na área industrial, em tecnologia de ponta e defesa hemisférica.

Outra indicação das novas tendências é o Brasil ter se tornado rapidamente um importante detentor de títulos do Tesouro dos EUA e protagonista das discussões globais. Em maio de 2011, o País possuía US$ 211,4 bilhões em títulos do Tesouro, valor que representa um aumento de 30,89% em um ano e mantém o Brasil como quinto maior credor externo dos Estados Unidos – atrás apenas de China, Japão, Reino Unido e um grupo de países exportadores de petróleo. Mais uma amostra da abrangência dessa relação Brasil-EUA, que tem ainda muito espaço para crescer.

“temos uma grande oportunidade de negociar,

de forma soberana, uma parceria estratégica que seja

ganhadora para ambos os países e que posicione o brasil

cada vez mais no centro da governança global”

Henrique Rzezinski_presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio)

a abrangência da parceria brasil-estados unidos

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Assimetrias de poder e de estágio de desenvolvimento à parte, não parece haver razões que impeçam os dois principais países do hemisfério de buscar estabelecer uma relação estratégica, positiva, importante e que, quando necessário, seja também, para usar uma frase do ex-embaixador soviético em Washington, Anatoly Dobrynin, “um compromisso frutífero de interesses”. Os dois países, além das características já mencionadas de dimensões, compartilham valores políticos e culturais importantes. A sociedade brasileira, assim como a norte-americana, tem uma origem multicultural e étnica; é também um melting pot que, não obstante os problemas sociais que ainda são enfrentados, permite uma mobilidade econômica e social muito rara em outros países.

Do lado de Washington, é de se esperar que a importância da parceria com o Brasil receba o devido reconhecimento e prioridade. Parcerias não excluem eventuais discrepâncias em relação a certos assuntos. Na realidade, diferenças ocasionais de percepções constituem a essência da convivência entre duas nações democráticas, em que os valores básicos que predominam são comuns às duas.

Já do lado de Brasília, parece oportuno promover uma ampla reavaliação das relações entre o Brasil e os Estados Unidos, exercício fundamental no mundo pós-Guerra Fria, globalizado e que assiste, entre maravilhado e apreensivo, à emergência de novos gigantes no cenário das grandes decisões internacionais.

No mundo da razão, 2012 pode ser o ponto de partida de uma nova fase, uma nova parceria menos assimétrica entre as duas maiores nações democráticas do mundo ocidental. O caminho poderá ser complexo e, às vezes, eivado de dificuldades. O êxito da empreitada dependerá da capacidade de ambos os lados avaliarem a questão com uma visão estratégica de longo prazo e, sobretudo, sem os preconceitos do passado.

A próxima visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, em março, poderá sinalizar com mais clareza

qual será o tom das relações entre Brasil e Estados Unidos para o futuro próximo. Os dois países, além de serem os mais populosos, constituem as duas maiores economias das Américas, e não seria um absurdo imaginar que um entendimento mais amplo e frutífero entre ambos seja um elemento essencial para uma cooperação hemisférica em bases mais equitativas. Em termos formais (alguns diriam “em linguagem burocrática”), a relação Brasil-Estados Unidos é intensa, diversificada e apresenta uma agenda com temas estrategicamente importantes para os dois países e para as relações internacionais em geral, como é o caso, entre outros, do tema energia. Parece, contudo, faltar em ambos os lados o convencimento de que a parceria é “para valer”.

Alguns importantes políticos norte-americanos, como o ex-presidente Nixon em 1971, fizeram declarações do tipo “aonde for o Brasil irá o resto do continente”; tais declarações, como era de se esperar, foram mal recebidas na América Hispânica e, no Brasil, foram vistas com desconfiança, inclusive pelas autoridades de então (recorde-se que o governo militar tinha uma retórica antiesquerdista e anticomunista, o que por si só alinharia inequivocamente o Brasil com os EUA em tempos de Guerra Fria). Na verdade, contudo, a desconfiança mútua permeou com frequência as relações bilaterais. Os Estados Unidos reagiam com ambiguidade e, às vezes, com mal disfarçada hostilidade, a iniciativas brasileiras destinadas a reforçar a cooperação hemisférica (como foi o caso da Operação Pan-Americana, lançada por Juscelino Kubitschek, que acabou substituída pela Aliança para o Progresso, fruto de uma ação unilateral dos EUA). A ambiguidade em relação à iniciativa de Kubitschek se transformava em hostilidade quando os temas comerciais vinham à baila. Quando o Brasil, ao lado de Argentina, Paraguai e Uruguai, buscou fortalecer a integração regional por meio do Mercosul, a secretária de Estado, Madeleine Albright, criticou o empreendimento, dizendo que o Brasil deveria focar sua atenção na Alca, iniciativa norte-americana. Posteriormente, Madeleine foi desmentida pelo presidente Bill Clinton em entrevista à imprensa nos jardins do Palácio da Alvorada, mas suas declarações davam uma boa medida da atitude de “indiferença benigna” que permeava as relações bilaterais e que existia também no lado brasileiro.

As relações entre os dois países ainda refletem a mentalidade que predominou durante a Guerra Fria. Parece haver no Brasil uma percepção generalizada de que o establishment norte-americano de política externa não atribui a devida prioridade às relações com o Brasil. As atenções norte-americanas são frequentemente percebidas como uma reação a questões que irritam Washington, como certas manifestações localizadas de nacionalismo populista em alguns países da região.“As relAções entre os dois

pAíses AindA refletem A mentAlidAde que

predominou durAnte A GuerrA friA”

Luiz Augusto de Castro Neves_presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais – Cebri

relações Brasil-estados unidos: ambiguidades, preconceitos e perspectivas

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22_Edição 273_jan/fev 2012 Edição 273 Brazilian Business_23

O mercado imobiliário brasileiro e a participação do Rio de Janeiro

aRtigO

A principal fonte de recursos do mercado imobiliário no Brasil é a poupança, com 65% do saldo aplicado destinado ao setor imobiliário. O valor financiado via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) passou de R$ 18 bilhões, em 2007, para R$ 56 bilhões, em 2010, uma elevação três vezes superior em três anos. Esse aumento no volume de financiamentos veio acompanhado da ampliação de prazos. Enquanto em 2007 era de dez a 15 anos, em 2011, o prazo de financiamento atingiu 25 anos em média.

Nas principais economias mundiais, além dos recursos específicos para o setor, existe o mercado de títulos lastreados em recebíveis imobiliários, que no Brasil são denominados Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Essa alternativa ainda está em sua fase inicial no Brasil, mas os progressos já são visíveis. Só nos primeiros dez meses de 2011 foram emitidos CRIs em valores que suplantaram em mais de 50% o total emitido em 2010. A expectativa é que o mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários continue em alta, alavancado pelo cenário de redução na taxa de juros do País, o que aumenta a atratividade desse tipo de investimento, uma vez que o CRI é isento de imposto de renda para pessoas físicas.

Cristiano Gaspar Machado_CFO da Brookfield Incorporações S.A.

Olhando para o futuro, a expectativa é de que o mercado continue com boa demanda em 2012. Uma barreira para esse crescimento seria o aumento nas taxas de desemprego, o que felizmente não é a realidade atual no Brasil.

O mercado brasileiro também está longe de ter uma “bolha imobiliária”, como ocorreu nos Estados Unidos nos últimos anos. Aqui o cenário é outro. Lá, grande parte do mercado estava focada em comprar para investir; nosso mercado é basicamente composto por pessoas em busca de moradia. E a grande prova disso é o fato de que as maiores valorizações imobiliárias ocorrem em áreas em que existe um desequilíbrio entre oferta e demanda. Na zona sul do Rio de Janeiro, por exemplo, onde a oferta é muito baixa pela falta de terrenos disponíveis, o preço dos imóveis cresceu enormemente. Já a valorização em bairros que ainda possuem muito espaço, como o Recreio, foi moderada. De forma geral, a valorização será cada vez maior em regiões em que não há oferta de imóveis.

Em termos de apostas para investimentos, podemos citar as lajes corporativas, um mercado que deve continuar superaquecido, em razão da grande procura. Grandes empresas precisam de espaços maiores, e a vacância no Rio de Janeiro está abaixo dos 4%, o que é um índice muito reduzido. O Rio também irá se beneficiar dos grandes investimentos em infraestrutura feitos para a Copa do Mundo e a Olimpíada.

thinkstock

É notório que nos últimos cinco anos o mercado imobiliário brasileiro cresceu de forma impressionante. A partir de 2006, passamos a ter uma visão mais abrangente e detalhada do

mercado imobiliário em função da abertura de capital de diversas empresas e o acompanhamento do desempenho do setor, com base na divulgação de resultados dessas organizações. Nesse período, as empresas que abriram capital mais que dobraram suas vendas contratadas. Em 2011, nos primeiros nove meses, os três principais mercados do País – São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal – aumentaram a oferta de novas unidades em 28%, sendo que na cidade do Rio essa elevação foi de 29%.

Entre os principais fatores para essa expansão imobiliária, o aumento de renda de todas as faixas da população e a disponibilidade de crédito merecem destaque. O aumento da renda fez com que mais de 20 mi-lhões de pessoas ingressassem nas classes A, B e C, e é esperada para os próximos 20 anos a inclusão de mais 20 milhões. No que diz respeito à disponibilidade de crédito, os números também impressionam.

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24_Edição 273_jan/fev 2012

ponto de vista

A tecnologia é fator fundamental para o desenvolvi-mento de uma nação, que pode adquiri-la capaci-

tando suas empresas mediante investimentos diretos em pesquisa e desenvolvimento ou adotando uma já desen-volvida por terceiros. Neste último processo, a empresa brasileira adquirente da tecnologia paga royalties para a empresa fornecedora. Essa modalidade contratual, ao envolver parceiros internacionais, deve ser registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), de acordo com o previsto na Lei de Propriedade Industrial, como condição prévia para legitimar remessas de valores para o exterior e permitir a dedutibilidade fiscal dos pagamentos contratuais efetuados, além de torná-los válidos em relação a terceiros.

Sem o registro do contrato no instituto, não há autorização para as remessas; e sem pagamentos para a empresa detentora da tecno-logia, sediada no exterior, não há transferência de tecnologia. Com isso, o Inpi foi investido de amplos poderes, que visavam promover o desenvolvimento econômico, cien-tífico e tecnológico do País.

Esses poderes, reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive quanto à discricionariedade e capaci-dade do Inpi de decidir caso a caso, fortaleceram os chamados “entendimentos” do órgão, que, embora muitas vezes não possuam base legal, passaram a ter importância fundamental nas decisões do instituto e se tornaram passíveis de discussão.

De fato, alguns se encontram ultrapassados, mas ainda vivos no Inpi, como aqueles que questionam ou não admitem cláusulas de sigilo e confidencialidade com prazos superiores a dez anos após o término do contrato. Outro exemplo de restrição é quando o instituto não aceita pagamento por vários direitos que envolvam os mesmos produtos contratuais. O adquirente é obrigado a optar por apenas um contrato, como de licença de uso de marca ou de transferência de tecnologia.

Boas-novas na transferência de tecnologia

AndreiA de AndrAde GomesSÓCIA DA TOZZINIFREIRE ADVOGADOS E

CHAIRPERSON DO COMITÊ DE PROPRIEDADE INTELECTUAL DA AMCHAM RIO

“o papel do inpi deve se limitar a examinar,

recomendar e registrar os contratos, respeitando a liBerdade

das partes quanto ao que foi pactuado

entre elas”

Além disso, contrariando as práticas internacionais adotadas nesse tipo de contrato, há também o entendimento de que a tecnologia não poderá ser licenciada, mas somente transferida, passando a empresa brasileira recipiente da tecnologia a ser considerada como adquirente. Não há uma utilização temporária da tecnologia, mas, sim, sua completa aquisição por parte da empresa brasileira contratante, que, ao término da relação contratual, poderá utilizá-la livremente.

Ainda sobre a titularidade da tecnologia, surge mais uma restrição por parte do Inpi quanto à possibilidade de aceitação de cláusulas, que estipula que a empresa brasileira adquirente retorne ao forne-

cedor, após o término do contrato, quaisquer docu-mentos, materiais e/ou infor-mações transmitidas, uma vez que são considerados como adquiridos. Apenas em caso de rescisão contratual por falta ou inadimplência do licenciado poderá ocorrer esse tipo de devolução.

Esses entraves dificultam e atrasam o processo de

registro dos contratos no Inpi e faziam mais sentido quando o País vivia outra realidade econômica. No cenário atual, com um empresariado brasileiro maduro e uma economia forte, não cabe mais ao instituto adotar uma postura de tutor monitorando o seu pupilo. O papel do Inpi deve se limitar a examinar, recomendar e registrar os contratos, respeitando a liberdade das partes quanto ao que foi pactuado entre elas.

A boa-nova que parece se descortinar mais recentemente é a de um Inpi mais aberto ao diálogo com as partes, permitindo que ajustem as formas que melhor lhes convenham para a contratação desejada. Já era hora.

O empresariado brasileiro aplaudirá.

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from the usa

The economy in India left “Hindu growth”, that is, no growth, behind when it initiated a liberalizing process that brought inno-vation to a long stagnant economy. The economies of Brazil, China and India all face common challenges of rising middle-class expec-tations regarding health improvement, pollution abatement, and lifestyle improvement, yet a slowdown in growth. All three great emerging economies face new challenges of governance to restore innovation and growth.

The European Union escaped the 1980s “sclerosis” by promoting both private and public sector innovation through intensified Union market integration and expansion of the Union eastward. The economy of Japan achieved global leadership in automobile and electronics production, and remarkable growth through an innovation-learning export-led “catch-up”. The United States government has long nurtured world-leading innovations in agriculture, bio-medicine, information technology, and cultural arts through investments in science, technology, and education; inducement to private investment through intellectual property rights; and commitment to an open economy. The trilateral developed economies of the European Union, Japan, and the United States face similar challenges-financial crises followed by recessions, first in Japan, then in the United States, now in the European Union; aging healthcare-demanding populations, and technology and globalization-induced re-structuring of local businesses, local middle-class workers, and local public service providers.

Innovation drives growth in the world economy. The eco-nomy in Brazil has grown

in the 2000s because the Brazi-lian government has invested in technology innovations in agri-culture, bio-fuels, oil, and mi-ning. The economy in China grew for 30 years in its reform era because the Chinese government opened its doors to innovation in technology and manufactu-ring management knowledge by multinational enterprises.

The leading governments of the world economy, including the governments of Brazil, China, the European Union, India, Japan, and the United States must further enable new innovations in the world economy as a matter of self-interest and global public good. The other economies of Africa and the Middle East, the Americas, Europe, and Asia depend for their future growth on leadership by the large developed and emerging economies. I explained in my book Knowledge Diplomacy that it was clear by the late 1990s that the world economy was innovation-driven. Innovation possesses distinctive economics of risky knowledge investment appropriation, which was recognized in the 1990s World Trade Organization and World Intellectual Property Organization agreements.

The economic and social opportunities in the world regarding consumer-focused growth, healthcare provision, pollution abatement, and cultural arts expression can be promoted through a renewed commitment to global governance regarding innovation. The global governance for innovation agenda considers biodiversity and genetic resources, clinical and field research information, fundamental science and applied technology, and cultural arts and communication media as knowledge for development.

Dr. Ryan is a Professor at the Center for Intercultural Education and Development at Georgetown University’s McDonough School of Business in Washington, DC and will be hosting a regional workshop, Intellectual Property Law and Strategic Management for Sustainable Economic Development, scheduled to take place with the support of the U.S. Patent and Trademark Office (USPTO) in Rio de Janeiro in April 2012.

Professor Michael P. Ryan, PhDGeorgetown University’s McDonough School of Business

the Global Governance of Innova

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Edição 273_Brazilian Business_29

O atual estilo da sociedade contemporânea desencadeia um frenético ritmo de consumo e instiga os indivíduos a adotar um comportamento voraz pela inovação tecnológica. Tal

conduta encurta o ciclo de obsolescência, estimulando a substituição de equipamentos com uma frequência cada vez maior, sendo assim, os aparelhos eletrônicos ocupam a categoria de sucata tecnológica.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal nº 12.305/10, representa um marco histórico na área ambiental e, se bem aplicada, pode mudar em pouco tempo a forma como poder público, empresas e consumidores lidam com a questão do descarte de produ-tos. Entre os novos instrumentos da lei está a logística reversa, que de-termina a devolução dos produtos pós-consumo para os fabricantes de embalagens e outros artigos descartados pela população.

As novas regras estabelecidas para a destinação adequada desses descartes seguem o princípio da responsabilidade compartilhada entre os diferentes elos da cadeia produção-comercialização-consumo, que envolve: fabricantes e importadores, distribuidores e comerciantes, poder público e também os consumidores.

A responsabilidade da governança pública é ampliar a coleta seletiva domiciliar, que hoje é de pouco mais de 7% nos municípios brasileiros, e ainda, banir até 2014 os depósitos de lixo irregulares e/ou inadequados.

Para o setor privado o desafio vai além da obrigatoriedade da destinação final ambientalmente adequada; está voltado também para a adoção ampla do conceito de sustentabilidade, que significa abraçar os três pilares que regem o tema: meio ambiente, por meio da recuperação dos materiais dos produtos; inclusão social, por intermédio da inserção das cooperativas de reciclagem; e viabilidade econômica, com destaque para que todo o sistema de logística reversa seja autossustentável.

Não restam dúvidas de que o problema precisa ser enfrentado e que o atraso de um marco regulatório já causou sérios passivos ambientais, e mesmo que uma parcela significativa da sociedade compreenda que é necessário e que existe uma premência do assunto, o caminho para o engajamento ainda é longo e prescindirá de muita negociação para que esse sistema se torne uma realidade.

A regulamentação da PNRS foi o primeiro passo para avançar em direção a um grande acordo nacional que irá tratar os resíduos sólidos do País, no entanto, ainda existem muitos entraves que comprometem a agilidade da implantação da logística reversa. Segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), a gestão dos resíduos sólidos é de responsabilidade dos municípios. Ocorre que cada Estado da federação possui o seu próprio conjunto de regras para o assunto e impõe taxas, restrições, compensações ou metas para a recuperação de embalagens e produtos pós-consumo.

Para que o novo modelo comece a funcionar plenamente, a regulamentação da lei definiu etapas, entretanto, muitos pontos importantes que envolvem o estabelecimento dos fluxos da logística reversa ainda estão em discussão. Entre os diferentes assuntos que não entram em consenso entre poder público e iniciativa privada, estão a responsabilidade dos fabricantes sobre os produtos cujas indústrias se retiraram do País ou não existem mais, produtos contrabandeados ou ainda os chamados produtos “piratas”.

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O futuro das regras de consumo e descarte de equipamentos eletroeletrônicos no Brasil

A Política Nacional de Resíduos Sólidos representa um marco histórico na área ambiental e, se bem aplicada, pode mudar em pouco tempo a forma como poder público, empresas e consumidores lidam com a questão do descarte de produtos

Cristiane de S. Soares_doutora em ambiente e sociedade pela Unicamp, membro do Grupo Temático de Trabalho do Ministério do Meio Ambiente, que trata do Acordo Setorial sobre a Logística Reversa de Resíduos Eletroeletrônicos,

e representante da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

“NãO restam dúvidas de que O prOBlema precisa ser

eNfreNtadO e que O atrasO de um marcO regulatóriO já causOu sériOs passivOs

amBieNtais”

Representantes da indústria e do comércio vêm traçando um acordo que definirá a mode-lagem para a governança dos fluxos da logística reversa, o perfil do estabelecimento comercial que servirá como posto de recebimento, os lo-cais para concentração e segregação das mar-cas e tipos de equipamentos, procedimentos de controle, construção de indicadores para o monitoramento e outros quesitos que ainda estão sendo levantados.

Apesar de estarem previstos pela PNRS os incentivos e instrumentos financeiros, não existem regras para que sejam disponibilizados. No caso de eletroeletrônicos, o descarte de tais produtos carece de arcabouço legal mais apurado. Comerciantes e fabricantes precisam de segurança jurídica em temas que dizem respeito à titularidade do bem e esclarecimentos sobre ponto de recebimento, bitributação, licenciamento ambiental, armazenamento e transporte desses produtos nas esferas intermunicipal e interestadual. Outro gargalo a ser enfrentado está relacionado à carência de empresas especializadas na desmanufatura desses equipamentos, que, apesar de não serem resíduos perigosos, possuem elementos que se manuseados inadequadamente podem se tornar tóxicos.

Mesmo que muitas empresas já tenham se antecipado à lei implantando programas de reciclagem, dentro da visão de sustentabili-dade, é sabido que ainda é baixa a adesão dos consumidores e que serão necessárias muitas ações educativas para sensibilizar e conscienti-zar a população do seu papel.

A mediação entre setor privado e público para a assinatura do acordo setorial é o primeiro passo do longo caminho que será trilhado para que sejam implantados os fluxos da logística reversa.

Não há dúvida de que a cadeia da reciclagem de eletroeletrônicos se constitui promissora, ainda que a solução do problema esteja apenas assumindo seus primeiros contornos. Se por um lado a aplicação da lei representa uma maior quantidade de resíduos coletados e destinados adequadamente, por outro gera desafios na implantação de uma logística reversa em escala nacional, demandando ações conjuntas do setor privado e público e elevados investimentos financeiros e tecnológicos. De certo a implantação desses fluxos de logística reversa implica uma longa jornada de erros e acertos que carecerá da sociedade o emprego de esforços para buscar soluções que viabilizem a cadeia de reciclagem de eletroeletrônicos.

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30_Edição 273_jan/fev 2012

O despertar dO gigante

especial

artigOs relaciOnadOs

n 2012 pode ser melhor que 2011 George Vidor pág. 32

n Um cenário diferente em 2012 Clóvis Abreu Vieira pág. 33

n Em busca da competitividade Rodrigo Tostes pág. 34

n O cenário macroeconômico e os metais Roberto Castello Branco pág. 35

Economistas acreditam que, aos poucos, o pior está ficando para trás e que o futuro do País é animador

Por Guilherme Zabael, do Rio

O ano de 2011 foi marcado pela crise da dívida na Eu-ropa, pelo rebaixamento dos Estados Unidos e até por catástrofes no Japão,

acontecimentos que serviram como freio para a economia brasileira. Mas como serão os próximos anos? Para alguns analistas, o pior do cenário global já passou, e o País deve viver um novo patamar de crescimen-to, acima da média internacional. Outros, contudo, ainda veem riscos e volatilidade no curto prazo, impactando o investimen-to. Mas todos concordam em um ponto: em momentos de estagnação nos países ricos, a situação nacional se destaca ainda mais com os potenciais únicos do Brasil.

Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, acredita que o cenário externo este ano está mais favorável para o Brasil. Em que pese uma quase estag-nação na Europa, os Estados Unidos devem crescer entre 1,8% e 2% neste ano, e nenhum dos prováveis eleitos para presidente ameri-cano em novembro defende uma mudança brusca da política econômica, com o FED indicando juros baixos até 2014. E, no Velho Continente, a situação já está bem melhor, com o avanço da união fiscal entre os países. A forma como Espanha e Itália conseguiram rolar suas dívidas neste ano com juros relati-vamente baixos confirma a melhora.

Langoni vê a China crescendo entre 8,5% e 9%, o que vai garantir bons preços para as commodities brasileiras. “Podemos crescer entre 3,5% e 4%. O grande desafio do Brasil será mudar o patamar do cresci-mento mantendo a inflação declinante”, afirmou o economista, que já foi presidente do Banco Central.

Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, também acredita que o pior já ficou para trás e que o começo do ano mostra que há mais confiança em uma solu-ção negociada para o problema grego e que Itália e Espanha não se “contaminaram”. Com isso, o mercado financeiro tende a beneficiar países como o Brasil. “Claro que há o risco, mas ele já está precificado. A instabilidade deste ano será menor. O cenário externo é melhor que a crise de 2008/2009, que foi mui-to forte, e que o do ano passado”, afirma.

Mas há alguns analistas que não estão tão otimistas. Luís Afonso Lima, diretor-presi-dente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet) acredita que o momen-to será de muita variação de preços e cotações e que o cenário externo só começa a favorecer de fato o Brasil em 2013. “Neste ano teremos ainda fortes emoções, a relativa calmaria que vivemos desde outubro, quando o BCE mu-dou sua forma de ação, tem chances de acabar, pois os remédios europeus podem ter contro-lado o desespero, mas ainda não resolveram o problema, o que só será feito com um forte choque fiscal”, afirmou.

Na opinião de Lima, a maior volatili-dade deve intensificar a aversão ao risco, combinado com o fato de que os bancos terão de reduzir suas exposições. Isso deve desacelerar um pouco o investimento direto no País em 2012, apesar do bom momen-to que o Brasil vive. Além do pré-sal e dos eventos esportivos, ele acredita que o avanço social continua tornando o Brasil um país único. “A nossa grande vantagem é o imen-so mercado consumidor, que, ao contrário da Europa, está crescendo, seja pela melhor distribuição de renda, seja pela ampliação de renda. Desde 2003, o aumento real da massa salarial foi de 70% e, no período, 40 milhões de pessoas ascenderam de classe social, o equivalente à população da Espanha. E, até 2013, espera-se que esse fenômeno ocorra com mais 17 milhões de pessoas, o que equi-vale a um Chile”, disse Lima. Assim, para ele, o futuro é promissor: “O Brasil passou de 14º entre os maiores receptores de investi-mentos, em 2009, para 4º, em 2011. E uma pesquisa realizada com empresários pela United Nations Conference on Trade and Development (Unctad) mostra que o Brasil é o país mais citado na hora de se pensar em investimentos”, lembra.

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32_Edição 273_jan/fev 2012 Edição 273_Brazilian Business_33

A crise financeira na Europa vem se refletindo nas previsões dos economistas para o ano de 2012. De fato, não faltam motivos

para preocupações, pois não se trata de uma crise de fácil solução, que possa ser superada no curto prazo. O excessivo endividamento acumulado por décadas terá de ser forçosamente reduzido, e esse processo tem gerado retração dos mercados do sul da Europa, es-pecialmente na região do Mediterrâneo. Mas nem a Grã-Bretanha, cuja economia é tradicionalmente mais ligada à dos Estados Uni-dos e que ainda mantém uma moeda própria (a libra esterlina), conseguiu resistir ao enfraquecimento do euro.

Ainda que esse quadro seja pouco previsível, a dimensão dos riscos parece ter sido mapeada, o que deixou os mercados finan-ceiros mais ativos, inclusive na Europa. Em janeiro, o Tesouro Na-cional captou recursos, com a venda de bônus de longo prazo, ofe-recendo rendimentos muito baixos aos investidores, e logo a seguir grandes companhias brasileiras, como a Petrobras e a Vale, foram na esteira e aproveitaram a oportunidade, buscando financiamen-tos a custos reduzidos em moeda estrangeira. Bancos brasileiros têm feito o mesmo porque é muito vantajoso repassar tais créditos para o mercado doméstico, diante do diferencial entre as taxas de juros que vigoram lá fora e aqui.

Ora, com um ambiente internacional aparentemente tão ne-gativo, por quais motivos o mercado permanece tão receptivo a títulos e papéis brasileiros? Primeiro, os investidores têm poucas opções nas economias mais desenvolvidas. Em função do “freio de arrumação”, as autoridades monetárias europeias, americanas e japonesas já deixaram claro que não devem alterar significativa-mente os juros básicos nos próximos dois anos, e que os sistemas financeiros serão irrigados para evitar que a crise se agrave por uma eventual quebradeira de bancos e de outros tipos de insti-tuições com participação relevante no setor. Segundo, a economia brasileira, em razão de seus próprios méritos e também pela pers-pectiva de a demanda por alimentos e matérias-primas (produtos que o Brasil tem a oferecer) continuar firme, é, sem dúvida, uma das exceções nesse ambiente negativo. Terceiro, não há indicação de que os bons ventos da Ásia venham a sofrer uma súbita e abrup-ta interrupção, o que nos beneficia.

2012 pode ser melhor que 2011

Em 2012, a agitação social deve permear toda a Europa, que vai atravessar seu

pior ano de crescimento. Claro que haverá alternâncias nas taxas de crescimento entre os diversos países, melhor para Alemanha e França, e pior para Itália e Grécia. Isso por-que a união das moedas, que não levou em consideração as enormes diferenças entre os países membros, como a produtividade e o desempenho fiscal, paga agora a conta de anos de fartura e bonança, graças ao crédito farto e barato.

Nos Estados Unidos o desempenho da economia será um pouco mais animador, com um crescimento assegurado de 1% do PIB, conseguindo se afastar das taxas nega-tivas que até então vinha experimentando. Na China, o crescimento também deverá ser ligeiramente menor, entre 7% e 8% a.a., mas a temida inflação se arrefeceu, sem a concre-tização da expectativa de valorização do yuan, o que poderia agravar a recessão mundial.

Portanto, o cená-rio para a economia mundial em 2012 levou a uma revisão do crescimento para baixo, diante da gravidade da situação na Europa, do baixo desempenho da economia norte-americana, da desaceleração, ainda que positiva, dos países asiáticos e da crítica situação dos países de baixa renda. Será um ano de crédito mais restrito em todo o mundo.

Um cenário diferente em 2012

Com relação ao Brasil, vamos assistir ao cenário internacional influenciando o quadro doméstico, e crescer estatisticamente os mesmos 3% de 2011, mas com uma leve sensação de recuperação de energias. Sem dúvida, vamos experimentar o crescimento da inadimplência, e o desemprego poderá até aumentar, mas o reajus-te de quase 14% ao salário mínimo, equivalente a uma injeção de recursos da ordem de R$ 60 bilhões, estimulará o consumo de bens pelas classes D e E, assim como nas regiões menos desenvolvidas do País.

A maior seletividade dos bancos na concessão de crédito, dado que encontrarão maiores dificuldades na captação interna e exter-na, conjugada com a alta inadimplência, repercutirá na desacelera-ção do consumo de bens de valor mais elevado. Ainda que os ban-cos públicos devam atuar de forma mais agressiva no crédito, para amenizar esses impactos, ele crescerá menos que o esperado.

Cabe enfatizar que o Brasil continua com os velhos problemas estruturais, como um sistema tributário perverso e ultrapassado, que impede a competitividade da economia e não viabiliza o retor-no dos bens públicos requeridos pelos cidadãos. Tudo isso aliado a uma precária infraestrutura que eleva os custos logísticos e a uma péssima qualificação da mão de obra, o que reduz sobremaneira a

competitividade do produto brasileiro. O Espírito Santo vive um bom momen-

to, e outros melhores ainda estão por vir se o Estado conseguir apropriar melhor os benefícios sociais e econômicos decorrentes dos investimentos que estão aportando em seu território nos últimos anos. Mas esse desenvolvimento ainda é muito desigual nas

várias dimensões como renda, emprego e acesso a serviços públicos. Essa iniquidade se materializa concretamente nas diferenças entre níveis de desenvolvimento em seu território, em regiões e municí-pios.

É notório que o governo estadual terminou 2011 com cerca de R$ 1,7 bilhão de investimentos públicos, mas postergaram-se para 2012 as sérias questões fiscais que envolvem as finanças do Estado e dos municípios, decorrentes da reforma do ICMS – que coloca em risco o mecanismo Fundap –, da distribuição dos royalties do petróleo e da partilha do FPE e FPM. Como é um ano de eleições municipais, não é difícil supor quão complicado será obter consen-so em âmbito nacional.

Portanto, grandes desafios se antepõem para 2012 e os anos subsequentes. E mais: é crucial pensar urgentemente em uma nova vocação para a economia estadual voltada para a exploração de seu potencial logístico diante do iminente pacto do federalismo fiscal. Com isso, espera-se que o Espírito Santo possa vir a ser um ator preponderante do cenário nacional.

artigOs relaciOnadOs

A conjugação desses fatores permite que a economia brasileira prossiga com investi-mentos em infraestrutura de grande vulto, com destaque para as áreas de transporte e energia. A indústria de petróleo vive um momento invejável, pois, concretamente a produção brasileira deverá triplicar até o fim da década. A cadeia produtiva do pe-tróleo é extensa e envolve desde centros de pesquisa a prestadores de serviços e forne-cedores de grandes equipamentos, incluin-do navios e plataformas.

O calendário de eventos internacionais vem impulsionando investimentos em ins-talações esportivas, sistemas de transportes de alta capacidade, recuperação de áreas ur-banas e programas habitacionais nas prin-cipais cidades do País. Com isso, o mercado de trabalho não dá sinais de enfraqueci-mento, e o resultado é um círculo virtuoso de aumento de renda, consumo doméstico e substancial arrecadação de impostos, fa-zendo com que um dos desafios da política econômica seja exatamente o de moderar esse ritmo para que o comportamento da inflação não fuja ao controle. Felizmente o setor público voltou a acumular superávits primários robustos, deixando de pôr mais lenha na fogueira da demanda global.

De qualquer forma, o ambiente inter-nacional exige uma postura de cautela e precaução. Por enquanto, a economia bra-sileira tem mostrado capacidade de convi-ver com a crise, e ainda ter fôlego para cres-cer. A tendência é que o País chegue ao fim de 2012 melhor do que em 2011, que, por sinal, já foi um ano bom.

GeoRGe VidoR_colunista do jornal O Globo e comentarista econômico da Globo News

“a cOnjUgaçãO desses fatOres permite qUe a ecOnOmia brasileira prOssiga cOm

investimentOs em infraestrUtUra de grande vUltO, cOm destaqUe para as áreas

de transpOrte e energia”

ClóVis AbReu VieiRA_economista e diretor-executivo da Câmara de Comércio Americana do Espírito Santo (Amcham-ES)

O espíritO santO vive Um bOm mOmentO,

e OUtrOs melhOres ainda estãO pOr vir

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34_Edição 273_jan/fev 2012 Edição 273_Brazilian Business_35

Após a forte recuperação da grande recessão de 2008/2009, a economia global se desacelerou em

2011, crescendo abaixo da tendência de longo prazo, es-timada em 4% ao ano. Vários fatores concorreram para a desaceleração, gerando também maior volatilidade de preços de ativos financeiros – dívida, ações e moedas – e de commodities, e um ambiente dominado por expecta-tivas pessimistas.

O choque de preços de petróleo e alimentos produziu alta temporária da inflação, provocando perda de poder aquisitivo, com impacto sobre o consumo. Contudo, os efeitos desses choques se dissiparam a partir da segunda metade de 2011.

A perspectiva de novo choque do petróleo pelo fecha-mento do Estreito de Ormuz nos parece mais um tail risk. A produção da Líbia está se recuperando rapidamente, e a disposição da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos de compensar o eventual corte das exportações iranianas ajuda a manter os preços em intervalo que não ameaça a estabilidade da economia.

Os desastres naturais causaram efeitos macroeco-nômicos relevantes, com o ter-remoto de março de 2011 no Japão provocando queda abrup-ta da atividade econômica local e rupturas na cadeia global de suprimentos, com amplas reper-cussões. Mais tarde, as enchentes na Tailândia provocaram efeitos semelhantes, embora de intensi-dade menor considerando-se as dimensões de sua eco-nomia. Tais efeitos pertencem ao passado: a cadeia de suprimentos se recompôs e a economia desses países voltou à normalidade.

Em consequência da expansão monetária de 2009 e parte de 2010 e da alta das commodities, a inflação nas economias emergentes se elevou. Todavia, essa tendência se reverteu, permitindo aos bancos centrais o afrouxa-mento da política monetária.

A normalização das políticas monetária e fiscal das economias emergentes – depois dos estímulos para se contrapor ao choque financeiro global de 2008 – a par-tir de meados de 2010 conteve a escalada inflacionária, mas promoveu significativa desaceleração do cresci-mento. Mais recentemente, seus bancos centrais, em movimento iniciado pelo Brasil, reverteram a direção da política monetária, passando a reduzir taxas de ju-ros e de reservas compulsórias dos bancos.

A desejada competitividade que a indústria cobra e que o País pre-cisa estimular esbarra em entraves e custos genericamente sin-

tetizados na expressão “custo Brasil”. Uma das principais dificuldades para esse crescimento é a arrecadação de impostos, que representa cerca de um terço das riquezas produzidas aqui. No Brasil, o empre-endedor enfrenta, além do risco do negócio, um “sócio” que cobra sua parte via imposto antes da geração de qualquer faturamento, ou seja, não há estímulo ao investimento, já que grande parte do risco não é dividida. Todo empresário trabalha de quatro a seis meses do ano só para pagar impostos, isto é, quase metade da receita é desti-nada aos tributos. A carga tributária excessiva, que no caso dos pro-dutos siderúrgicos eleva entre 40% e 50% o custo final do que é produzido no País, reduz a competitividade da indústria brasileira. Estudo da LCA Consultores realizado em 2011 mostrou que o Brasil poderia mais que dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) por habi-tante se reduzisse as ineficiências que afetam a competitividade, tais como falta de infraestrutura, complexidade do sistema tributário e tempo necessário para fazer valer o cumprimento dos contratos e para lidar com licenças em geral, além dos custos de exportação.

O Brasil pode estar perdendo preciosos investimentos em todos os segmentos, já que temos atualmente uma situação macroeconômica favorável, ou seja, uma janela de oportunida-des que seguramente não durará para sempre. Um dos fatores que precisam ser resolvidos em caráter emergencial é a guerra fiscal entre os Estados, situação que traz prejuízos ao País de forma geral. Certamente, a única alternati-va para o problema seria um novo pacto fede-rativo. A discussão dos royalties do pré-sal e os da mineração deveria ser vista como a solução para equacionar as per-das e os ganhos dos Estados por meio de uma legislação nacional para o ICMS, por exemplo. O governo federal tem agora uma oportunida-de única e, se ela for desperdiçada, não haverá outra.

A desonesta guerra tributária não atrai os investimentos de que o País precisa para crescer, ao contrário, provoca efeitos como o que já é sentido na cadeia metal mecânica, que vive hoje um claro pro-cesso de desindustrialização. Análise encomendada pelo Instituto Aço Brasil (IABr) à Booz&Company mostra que o custo de tributos sobre produção e vendas de produtos siderúrgicos compromete o bom desempenho do aço brasileiro, assim como a elevada tributação também onera, em cerca de 50%, os investimentos realizados pela indústria siderúrgica no Brasil. Considerando o impacto de tributos associados a novos investimentos, o aço no País perde ainda mais competitividade. O aço para exportação também carrega um custo tributário maior que o de outros países – 12,7% contra 7,2%. Além disso, os insumos registram custos elevados, o que, aliado à volatili-dade do câmbio, reduz a competitividade do setor frente ao produto chinês, tanto na briga pelo mercado interno como externo.

“É necessáriO qUe O país cOlOqUe em prática,

Urgentemente, Uma agenda de cOmpetitividade”

A reaceleração dos mercados emergentes é bastante importante: (i) as economias desenvolvidas continuarão a crescer lentamente no futuro próximo; (ii) neste século os emergentes têm sido a principal fonte de crescimento da economia global; (iii) face às suas trans-formações estruturais, o crescimento dessas economias é definiti-vamente a maior fonte de aumento da demanda global por metais e recursos naturais.

A crise da dívida soberana da zona do euro levou a Europa à recessão, por meio da ampliação das incertezas, da necessidade de aperto fiscal e de desalavancagem dos balanços dos bancos. O maior risco para a estabilidade da economia reside, entretanto, na perda do controle da crise, tendo em vista a importância das interações da zona do euro com a economia global. No momento, esta parece con-tida pelo financiamento de quase 600 bilhões de euros por três anos concedido aos bancos pelo European Central Bank (ECB), o que trouxe tranquilidade aos mercados financeiros neste início de ano.

O crescimento da economia americana se processa em ritmo in-ferior à capacidade potencial, fenômeno natural em recuperações de crises financeiras, porém influenciado também pela alta taxa de de-semprego – em parte devido ao mismatch entre tecnologia e educação – e a indefinição sobre o déficit e a dívida pública. No Japão, a incapa-

cidade do país em lidar com problemas estru-turais o condena ao crescimento lento.

Assumindo que a situação europeia não se deteriore, a economia global deverá ter um novo ano de crescimento abaixo da ca-pacidade potencial, embora com melhoria de desempenho no segundo semestre. Nesse contexto, as economias emergentes conti-nuarão a se expandir, com a Ásia crescendo

acima de 6%, com destaque para China (8,5%) e Índia (7%).O crescimento chinês, fundamental para os metais, será impul-

sionado pela demanda doméstica, principalmente pelos investimen-tos em infraestrutura nas regiões central e oeste, prioridade do XII Plano Quinquenal, pelo programa de construção de moradias po-pulares e pela redução dos controles de crédito.

A persistência de restrições ao aumento da oferta de minério de ferro e cobre contribui para preços reais historicamente elevados. A despeito da entrada em operação de vários projetos de níquel, seus preços se manterão face ao papel de swing producers dos produtos chineses de custo elevado. Já os preços do alumínio continuarão baixos em função da ampla oferta da China. Ao contrário do que acontece com outros metais, o alumínio é exportado pelo país, que detém influência baixista sobre os preços.

Acreditamos, portanto, que o minério de ferro permanecerá como o principal produto da pauta de exportação brasileira, ajudando o fi-nanciamento da importação de máquinas e equipamentos para a mo-dernização e o aumento de competitividade da indústria do País.

“as ecOnOmias emergentes cOntinUarãO a se expandir, cOm a ásia crescendO acima

de 6%, cOm destaqUe para china (8,5%) e índia (7%)”

O cenário macroeconômico e os metais

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. Vem se tornando, tam-bém, um grande investidor no País, com valores superiores a US$ 13 bilhões em 2010. A siderurgia e a mineração têm participação relevante nas relações bilaterais, tanto no que se refere aos investimentos como ao comér-cio. De acordo com dados do CEBC – Conselho Empresarial Brasil-China, os inves-timentos chineses estão concentrados em cinco setores, sendo que a siderurgia e a mineração representaram 34% do total. O setor siderúrgico registra elevado crescimen-to nas importações brasileiras de produtos chineses intensivos em aço, em particular máquinas e equipamentos, autopeças, mais recentemente, automóveis e utilitários.

Há também outros fatores que impactam negativamente a capacidade de o País con-correr no mercado internacional e interna-mente com importações da China, principal-mente. São obstáculos e gargalos de infraes-trutura que reduzem a eficiência da econo-mia brasileira. Altas taxas de juros destoando dos padrões do mercado externo, condições de crédito não tão favoráveis e burocracia são fatores negativos sobre os quais as empresas têm pouco ou nenhum controle e dependem de políticas governamentais. Por isso, é necessário que o País coloque em prática, urgentemente, uma agenda de competitivi-dade. É igualmente importante que as regu-lamentações sejam mais flexíveis para res-ponder com eficiência às mudanças na eco-nomia global.

Analisando a questão de forma mais abrangente, tirando os olhos do Brasil, esta é uma preocupação mundial. Como preservar a economia doméstica e fortalecer a econo-mia de um país sem apelar para o protecio-nismo, mantendo o progresso gerado por um mundo globalizado? O desafio não só do Brasil como da comunidade internacional é manter o equilíbrio com regulamentações adequadas, regras claras que não beneficiem apenas um ou outro setor, a fim de não criar distorções difíceis de corrigir, desenvolvendo um ambiente propício ao crescimento.

artigOs relaciOnadOs

em busca da competitividadeRodRiGo TosTes_VP de finanças do complexo siderúrgico ThyssenKrupp CSA, localizado

no distrito industrial de Santa Cruz, zona oeste do município do Rio de JaneiroRobeRTo CAsTello bRAnCo_diretor da Vale S.A.

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36_Edição 273_jan/fev 2012

ponto de vista

Ótima formação acadêmica, com diversos cursos de extensão e especialização, currículo profissional des-

lumbrante e fluência em idiomas estrangeiros são diferen-ciais que alavancam a carreira de qualquer profissional, certo? Depende.

O profissional de hoje está entrando numa espécie de robotização em busca de títulos. Nada contra, muito pelo contrário, se em paralelo ele também buscar o desenvol-vimento de seu lado humano, de pessoa, de gente. Interagir com seus pares e subordinados, em especial com estes últi-mos, de uma maneira mais informal e menos forçada deve ser uma meta a ser alcançada.

Essas boas características, que complementam um excelente perfil de profissional, devem estar presentes nos líderes, fundamentalmente. Venho percebendo essa lacuna nas lideranças de recursos humanos, e isso me deixa triste.

Recentemente, fui visitar um amigo em seu trabalho e quando estávamos indo em direção à saída, nos despe-dindo, estava entrando a diretora de RH da empresa. Sem nos cumprimentar, seguiu seu caminho, e meu amigo teceu o seguinte comentário, sabendo que atuo na área: “Precisamos de uma área de RH que entenda e goste de gente”.

Não há como liderar uma equipe de pessoas sem conhecê-las a fundo. O líder de RH não se limita ao seu setor, mas deve ter em mente que a empresa é o seu setor, a sua área de atuação. É obrigação, portanto, compreen-der todo o negócio da organização e conhecer seu pessoal de A a Z.

RH: líder total flex

Marcelo c. leite dirEtor dE rH do

MoMsEn, LEonardos & Cia.

Sempre ouço e leio de consultores espe-cializados na área que o RH, para ter suces-so na liderança e na gestão das pessoas, tem que compreender o negócio da companhia. Mas isso não é tudo, é preciso conhecer os funcionários além de suas expertises profis-sionais. Saber sua visão sobre o negócio, sobre a gerência, a estrutura que lhes é ofe-recida e também conhecer seus problemas, compartilhar de tristezas e alegrias, ser um amigo deles.

Com esse contato próximo e amigável, esse líder saberá traduzir as diversas lingua-gens que existem numa mesma corporação, proporcionando-lhe a receita para se ante-cipar a crises, por exemplo, e tocar a admi-nistração como um líder da organização, como deve ser.

Falta, portanto, a habilidade para conse-guir ser simples. Em português claro, esse líder, além de participar dos planejamentos e das decisões estratégicas, de estar ao lado do CEO e palestrar em idioma estrangeiro para uma plateia de altos executivos, tem que saber tomar café com o “peão” no boteco da

esquina em que a empresa está localizada, beber uma cerveja com a equipe depois do expe-diente, ouvi-los no ambiente que adoram estar. E, claro, deve fazer isso com naturalidade, com von-tade mesmo, porque se for força-do não adianta, não vai fazer você

se aproximar das pessoas.Por conta de nossa formação acadêmica

e profissional, somos colocados na liderança pelos donos das empresas na qual trabalha-mos. Mas, para nos manter nela, precisamos também de uma formação mais humana e social, lado a lado com os funcionários, ser-vindo de espelho para novas lideranças.

v-12849-05-An Rev Brazilian Business 210x280.indd 1 1/23/12 8:49 AM

“pRecisamos de uma áRea de RH que entenda e

goste de gente”

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38_Edição 273_jan/fev 2012 Edição 273 Brazilian Business_39

Se John F. Kennedy vivesse hoje, certamente reescreveria o dis-curso lido no Congresso norte-americano em 15 de março de 1962, data que, décadas depois, transformou-se no Dia Mun-

dial do Consumidor. O presidente americano disse que o consumi-dor precisava ser “ouvido”. Naquele momento, foi dado o pontapé para que o mundo empresarial passasse a olhar o cliente sob nova perspectiva: a de que era necessário conhecer as expectativas, os desejos, as opiniões, as reclamações e as críticas dos cidadãos.

No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), em con-junto com as mídias sociais Orkut, Facebook, LinkedIn e Twitter, tem conseguido fazer com que o consumidor seja “ouvido” pelas empresas de maneira rápida e eficiente. Apoiando-se no CDC, as comunidades na rede mundial de computadores puseram fim à co-municação unilateral. Na maioria das vezes, ambos falam e são ouvi-dos. E a conversa não se restringe a reclamações. Pesquisas mostram que o consumidor usa mais as redes para opinar, criticar ou sugerir ações às empresas do que para reclamar de problemas, numa conec-tividade que atinge milhões de pessoas em minutos.

A evolução das mídias sociais:o consumidor no comando das inovações dos produtos e serviços

Artigo

Hoje o mundo virtual está tão presente nas relações de consu-mo que o próprio CDC passa por atualização. Isso porque, quan-do houve a elaboração do texto, há mais de duas décadas, nem se cogitava a existência de lojas virtuais, com empresas e consumidores vendendo, comprando e se comunicando on-line.

Na sociedade moderna, o agente principal não poderia ser outro que não o consumidor. Mas não foi sempre assim. Antes do CDC e das redes sociais, o cliente se comunicava por reação. Agora, par-ticipa de forma proativa de todo o processo de uma empresa, e essa atitude é uma enorme possibilidade para que a companhia melhore seus produtos e serviços.

Um exemplo do poder do consumidor com as redes sociais vem de Dave Carroll, músico canadense que usou seu talento para denun-ciar ao mundo, pelo YouTube, a maneira como foi destratado por uma companhia aérea. Ele provou com sua canção de protesto – ouvida por milhões de pessoas – que as empresas devem “escutar” o cliente, sob o risco de um contratempo se reverter em uma imagem negativa.

“As empresAs entenderAm A importânciA desse novo

consumidor e de seu poder por meio dAs redes sociAis”

Tarcísio GodoyOuvidor-geral e diretor do Grupo Bradesco Seguros

As empresas entenderam a importância desse novo consumi-dor e de seu poder por meio das redes sociais e estão montando estruturas para acompanhar o que postam sobre elas no Twitter, Facebook, Orkut e outros sites. Pela internet, trocam informações em tempo real com seus consumidores objetivando atendê-los em seus pleitos, alteram fórmulas de produtos, criam serviços, reformatam embalagens. E também usam as mídias sociais para encantar o cliente. Se a reclamação vem rapidamente, entendem as empresas modernas, a melhoria dos processos e a solução dos problemas devem ter a mesma agilidade.

Utilizar de forma positiva esse novo canal de comunicação com os clientes é o grande desafio das empresas. É preciso planejar suas ações de modo a entender onde está seu público, como ele se comporta e o que procura na internet. Para isso, é preciso dar alguns passos: monitorar, analisar, criar e interagir com o consu-midor. E não nos esqueçamos nunca de que estamos na era do compartilhamento: nós só podemos ganhar algo se tivermos algo a oferecer.

O músico canadense Dave Carroll usou o YouTube para reclamar, de forma criativa, do serviço de uma companhia aérea

div

ulg

ação

rep

ro

du

ção

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dialogues

With 80 million people, Ethiopia is the second most populous country in Sub-Saharan Africa. Covering 1.14 million km2, Ethiopia’s land area is

larger than the land area of France and Spain together. Its economy has been growing at an unprecedented 11 percent annual average for the last seven years. Between 2003 and 2009 Ethiopia’s GDP expanded five fold. The November 2010 edition of The Economist forecast that Ethiopia would be one of the world’s five fastest-growing economies in the years that followed. With a double-digit growth rate, the forecast has come true. Ethiopia has made significant strides in reducing rural poverty, improving life expectancy, raising educational levels, and expanding infrastructure such as roads and hydropower plants.

Ethiopia’s remarkable growth has been attributed to a number of reform measures. Better regulatory and institutional frameworks such as streamlined business registration requirements, have helped enhance investor confidence. Large investments in infrastructure have boosted domestic demand and helped realize the economy’s productive potential. The introduction of a range of special incentives and policy instruments helped exports grow at an average annual rate of 22 percent between 2004 and 2009, thus boosting the country’s foreign exchange reserves.

According to the World Bank’s 2010 Doing Business ranking, Ethiopia holds a position (107) better than that of other fast-growing economies such as India (133), Russia (120), and even Brazil (129). At number 89, only China exceeds Ethiopia among the BRIC countries.

The dynamic and continuously improving investment operating environment in the country enabled it to attract direct investments from across the globe, inclu-ding China, India, Saudi Arabia, Turkey, France, The Netherlands, United King-dom, and Canada. The sectors in which investments from the above mentioned countries are made include textiles, breweries, infrastructure development, agro-processing, floriculture, leather, livestock, crops, and mining.

Though some Brazilian companies have begun exploiting opportunities in Ethiopia, they are yet to implement their ideas. Given their extensive experience in Africa, their technological and financial capacity and, most important, the convergence of what Ethiopia offers and what Brazilian business needs, they are conspicuously absent from the list of foreign investors in Ethiopia.

Indeed, one should not be present somewhere just for the sake of being there. The multi-billion infrastructure development plan, which includes the construction of railways and hydropower plants, the ambitious plan to expand the country’s sugar sector by a staggering 350 percent, the allocation of three million hectares of land for agricultural investment, and the country’s geographic proximity to the Middle East, Europe, and Asia, should be the right reasons for Brazilian companies to be in Ethiopia.

dynamic and continuously improving: ethiopia’s investment operating environment

aklilu shiketaMinister counselor at the Ethiopian Embassy in Brazil

“Though some Brazilian companies have Begun

exploiTing opporTuniTies in eThiopia, They are yeT To

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Amcham Rio entrega o 7º Prêmio Brasil Ambiental

O presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski, e o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo

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A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por iniciativa de seu Comitê de Meio Am-biente, entregou, na noite do dia 8 de dezembro de 2011,

no Salão Nobre da Bolsa do Rio, o 7º Prêmio Brasil Ambiental aos melhores projetos de preservação do meio ambiente – foram ins-critos 39 projetos, em sete categorias. O evento tem como objetivo estimular ações e reconhecer os méritos de programas que envolvam a questão da sustentabilidade.

O presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski, e o chairman do Comitê de Meio Ambiente, Luiz Pimenta, deram as boas-vindas aos convidados do prêmio e agradeceram a participação dos jura-dos. “A Amcham Rio espera estar na vanguarda de iniciativas que contribuam para estimular o empresariado brasileiro e fomentar, no ambiente de negócios, práticas voltadas para a preservação do meio ambiente”, enfatizou Rzezinski.

Eletrobras Eletronuclear, Petrobras, Fetranspor, Tractebel Energia, Samarco Mineração e Canal Energia foram as empresas premiadas nas sete categorias da sétima edição do prêmio, que valoriza as melhores práticas ambientais

Reportagens Giselle Saporito Fotos Luciana Areas

O diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, palestrante de honra, destacou a importância da realização do Prêmio Brasil Ambiental e da continuidade da discussão do tema, que este ano foi a água, e sua importância no desenvolvimento sustentável. “Um evento dessa natureza sinaliza que a questão ambiental é irreversível no que se refere ao mundo globalizado”, disse.

Guillo ressaltou a urgência da criação de uma política de uso ordenado da água e afirmou que a interferência do setor produtivo nos comitês das bacias hidrográficas será decisiva para a criação de uma gestão ambiental dos recursos hídricos. “O setor agrícola tem sido resistente no que diz respeito à cobrança do uso da água e na gestão das bacias hidrográficas. Estou convencido de que a ação do setor produtivo e empresarial é de grande importância para a implementação dessa política. Há uma atenção do mundo para a gestão da água no Brasil, e a consolidação de seu uso ordenado pode ser um referencial para todo o planeta.”

Segundo Guillo, a contabilização do uso da água não está disponível nem mesmo em nível internacional, mas um estudo apresentado recentemente em Brasília mostrou que em muitos países a contabilidade do uso da água fica por conta do número de funcionários das empresas. “Acredito que com esse exemplo, um evento chamando atenção para o tema, o Brasil possa avançar. Já se prepara uma primeira experiência piloto no Vale do Paraíba para quantificar o uso de água no País”, destacou. Ele chamou atenção para a discussão sobre o código florestal e pediu que o assunto fosse mais debatido no âmbito das cidades para deixar de parecer o que Guillo chamou de “briga de agricultores”. “A sociedade precisa se manifestar, isso vai ser a cara do Brasil, principalmente porque precisamos rever a questão da área de proteção ao longo dos rios”, concluiu.

A premiação teve como patrocinadores masters a Chevron e a Vale, como copa-trocinadores a BG Brasil e o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e como apoiadores a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Portogalo Suíte Hotel e a empresa O Melhor da Vida.

8ª edição do Prêmio Brasil amBientalInscrições de projetos: março de 2012

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TRACTEbEl ENERGIA S.A.Área de atuação: comercialização de energiaCategorias vencedoras: Preservação e Manejo de Ecossistemas e Uso Racional de Recursos HídricosProjetos: Conservação da Biodiversidade no Alto Uruguai e Implantação de um Sistema de Ciclo Fechado para Utilização de Água na Extração de Cinzas Úmidas do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda

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os vencedores COMISSãO julGAdORA

Responsabilidade Socioambiental: Haroldo Mattos, presidente do Instituto Brasil Pnuma, e Reginaldo Sales Magalhães, gerente do UniEthos – Instituto Ethos.

Inovação Ambiental: Luiz Felipe Guanaes, diretor Nima (PUC-Rio), Vânia Maria Junqueira Santiago, consultora sênior do Cenpes – Tecnologia em Tratamento e Reuso da Água, e Luiz Pimenta, chairman do Comitê de Meio Ambiente da Amcham Rio.

Gestão Sustentável: Luiz Paulo Vellozo Lucas, engenheiro de meio ambiente e professor da PUC-Rio, e Carlos Augusto Victal, coordenador de Responsabilidade Social do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).

uso Racional de Recursos Hídricos: Marcos Freitas, especialista em recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), e Luiza Cristina Krau de Oliveira, presidente do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Cerhi-RJ).

Preservação e Manejo de Ecossistemas: Volney Zanardi Júnior, secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, e Mário Cesar Mantovani, diretor de políticas públicas da SOS Mata Atlântica.

Inventário de Emissões: Ricardo Luiz Barros, especialista em engenharia do meio ambiente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Antônio Henrique Araújo Freitas, gerente de tecnologia da Golder Associates Brasil Consultoria e Projetos.

Texto jornalístico: Sidney Rezende, jornalista da Globo News, e Agostinho Vieira, editor da coluna Eco Verde, do jornal O Globo.

ElETRObRAS ElETRONuClEAR S.A.Área de atuação: opera e constrói usinas termonucleares no BrasilCategoria vencedora: Gestão SustentávelProjeto: Gestão Ambiental e de Resíduos

Para a gerente de planejamento estratégico da Eletrobras Eletro-nuclear S.A., Ruth Soares Alves, um prêmio na área ambiental

é sempre muito importante para qualquer empresa e mais ainda quando se trata de empresa de geração de energia por fonte nuclear, cujas atividades são, em geral, desconhecidas do público.

“Já são mais de 25 anos nesse processo para a unidade Angra 1 e 11 anos para a Angra 2. Há muita experiência acumulada e uma grande troca de informações e conhecimentos com organismos in-ternacionais, tanto operadores de usinas como nós, como órgãos e agências reguladores nucleares”, disse Ruth. “Todo o processo é para nós uma atividade natural que envolve praticamente todas as áre-as da empresa, com procedimentos bem definidos e obrigatórios. Essa é uma característica da indústria nuclear”, completou a gerente, destacando ainda que a empresa desenvolve atividades de educação ambiental com o objetivo de formar uma consciência ecológica nas comunidades locais, buscando um equilíbrio entre preservação e desenvolvimento tecnológico.

O troféu foi entregue pela presidente do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, luiza Cristina Krau de Oliveira, ao gerente de planejamento estratégico da empresa, Marcelo Gomes

A engenheira de meio ambiente da empresa Andréa Azevedo Veiga recebeu o troféu do especialista em engenharia de meio ambiente da uFRj Ricardo luiz barros

Para a pesquisadora de tecnologia em trata-mento e reuso de água da Petrobras, Fátima

Cunha, o prêmio representa o reconhecimen-to externo a um trabalho de equipe dedicado envolvendo diversas áreas da Petrobras, tendo como base o abastecimento e a engenharia na busca pela preservação dos recursos hídricos como um dos eixos do tripé de sustentabilida-de dos seus negócios. “Este ano, comemoramos dez anos de início da busca pelo conhecimento que viabilizasse a introdução do reuso da água na Petrobras”, disse Fátima, explicando que o começo foi norteado por iniciativas do SMES Corporativo (Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde), sinalizado em 2001 para a busca da excelência socioambien-tal da companhia.

“Ao vermos hoje o reuso de efluentes como uma realidade na companhia, tanto nas unida-des existentes quanto nas futuras refinarias, elevando a Petrobras para um patamar sem similar no âmbito nacional e internacional, podemos afirmar que o objetivo desse progra-ma foi plenamente atingido”, disse Fátima. Os projetos irão permitir, segundo ela, até 2012, uma redução do consumo de água de 850 mil m3/mês.

PETRObRASÁrea de atuação: petróleo e gásCategoria vencedora: Inovação AmbientalProjeto: Avaliação de Tecnologias Visando ao Reuso de Efluentes de Refinaria de Petróleo

Segundo o gerente de meio ambiente da Tractebel Energia S.A., José Lourival Magri, a premiação é um reconhecimento de que a empresa está caminhan-

do na direção certa para um planeta sustentável. “Temos ao mesmo tempo uma boa oportunidade de compartilhar nossos trabalhos com toda a sociedade, já que tivemos a satisfação de ver dois de nossos projetos vencedores”, acrescentou Magri. Um deles, explica Magri, está ligado a ações relacionadas à conservação na área da biodiversidade na região do alto do rio Uruguai. “Estamos desenvol-vendo pesquisas e ações para a conservação e preservação de espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção, como peixes migradores do rio Uruguai, como a piracanjuba, e plantas, como as reófitas endêmicas dessa região, além da recu-peração das áreas de APPs no entorno desses reservatórios”, disse o gerente.

Já o segundo projeto vencedor da Tractebel, a implantação de um sistema integrado de recirculação das águas do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, permitiu, segundo Magri, que o complexo passasse a operar em circuito fechado com a reutilização das águas, possibilitando a eliminação da captação de mais de 15 milhões de m3.

O time da Tractebel, única empresa premiada com projetos em duas categorias, na noite do evento

O troféu foi entregue pelo chairman do Comitê de Meio Ambiente da Amcham Rio, luiz Pimenta, ao gerente de meio ambiente, josé lourival Magri

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A analista de meio ambiente da Samarco Mineração, Sandrelly Amigo Lopes,

coordenadora e idealizadora do projeto, afirmou que o prêmio é o reconhecimento pelo valor do trabalho de responsabilidade socioambiental desenvolvido desde 2006. “Esse troféu é um indicador de que a empresa está no caminho certo”. O projeto foi desenvolvido junto às seis comunidades do entorno da Lagoa de Mãe-Bá, segunda maior lagoa do Espírito Santo, onde está localizada a Samarco. “Cerca de 3 mil pessoas divididas entre as áreas rural e ribeirinha foram capacitadas como agentes ambientais. Elas auxiliaram no desenvolvimento de

sustentabilidade, pesca e uso da água do projeto e também no diagnóstico de futuras empreitadas”, disse.

Foram criadas duas associações, o Núcleo de Artesões de Fibra da Taboa (Naboa) e a de Produtores e Pescadores de Tilápia, forma-da por pescadores da região e seus filhos, além de capacitações de artesãos e de educação socioambiental com as escolas da região. Na área rural são feitas ações de recuperação das nascentes com replan-tio de vegetação típica da Mata Atlântica. “Esse trabalho é feito em parceria com os produtores rurais, e a empresa realiza a manutenção dessas nascentes de três em três meses.”

A jornalista Carolina Medeiros, do Canal Energia, avaliou a premiação como um importante reconhecimento pessoal, assim como a todo o trabalho que

foi desenvolvido durante o ano de 2011 no site. “Buscamos sempre mostrar, dentro do contexto de energia elétrica, as ações que vêm sendo realizadas em prol do meio ambiente”, disse. A matéria mostra a possibilidade de se aliar hidreletricidade e desenvolvimento, explicando como a construção de uma hidrelétrica poderia ser feita minimizando os impactos ambientais e levando desenvolvimento à região. “Qualquer construção de hidrelétricas traz danos ao meio ambiente. O importante é avaliar se os impactos estão bem dimensionados e se poderão ser compensados. Melhor ainda se a construção puder trazer mais qualidade de vida à população do entorno”, acrescentou.

SAMARCO MINERAçãOÁrea de atuação: mineraçãoCategoria vencedora: Responsabilidade SocioambientalProjeto: Taboa Lagoa – Gestão Compartilhada de Recursos Hídricos

CANAl ENERGIAÁrea de atuação: site do setor elétrico Categoria vencedora: Texto JornalísticoProjeto: Hidreletricidade: Sustentabilidade e Desenvolvimento

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A subeditora da publicação, Carolina Medeiros, foi receber o prêmio do vice-presidente da Amcham Rio, Rafael Motta

O gerente corporativo de meio ambiente da empresa, Paulo Cezar de Siqueira Silva, e a coordenadora do projeto, Sandrelly lopes, receberam o troféu do presidente do Instituto brasil Pnuma, Haroldo Mattos

O gerente de planejamento e operações da Fetranspor, Guilherme Wilson,

afirmou que é essencial o reconhecimento de projetos especiais que nascem totalmente alinhados com a consciência ambiental no setor de transportes. “A divulgação das boas práticas nos últimos anos é necessária para o fortalecimento de novas e sustentáveis iniciativas. Neste sentido a premiação da Amcham Rio é uma das mais importantes para nós. A Fetranspor se elevou muitíssimo com esse reconhecimento”, disse. Sobre o projeto, Wilson explicou que o Biodiesel B20 – O Rio de Janeiro Anda na Frente é uma iniciativa conjunta da Fetranspor com o Estado do Rio de Janeiro, por meio das secretarias estaduais de transporte e meio ambiente, voltado à identificação das oportunidades e barreiras associadas ao uso do biodiesel em frotas de ônibus urbanos da cidade do Rio de Janeiro.

O programa contou com o apoio de montadoras e empresas de petróleo e gás. “Os resultados foram excepcionais em ter-mos de redução de poluentes locais e glo-bais, mostrando a viabilidade do uso desse combustível renovável em frotas de ônibus urbanos. O objetivo desse projeto foi prepa-rar os setores envolvidos para o seu uso nos Jogos Olímpicos de 2016”, explicou.

FETRANSPORÁrea de atuação: transporte urbano, interurbano e de turismo e fretamentoCategoria vencedora: Inventário de EmissõesProjeto: Biodiesel B20 – O Rio de Janeiro Anda na Frente

O gerente de tecnologia da Golder Associates brasil Consultoria e Projetos, Antônio Henrique Araújo Freitas, entregou o prêmio à coordenadora de meio ambiente da empresa, Giselle Ribeiro

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Responsabilidade Social e Esporte foi o tema do talk show realizado no dia

7 de novembro de 2011 pelo Comitê de Responsabilidade Social Empresarial da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, na Bolsa do Rio. O presidente do Instituto Bola Pra frente, Jorge de Amorim Campos, o Jorginho, o secretário municipal de Esportes e Lazer, Romário Galvão Maia, e a gerente da área tributária da Martinelli Advocacia Empresarial, Rosa Maria de Castro, falaram sobre sucessos, entraves e oportunidades para as empresas apoiarem projetos de responsabilidade social bem-sucedidos no Estado.

O evento foi patrocinado pelas empresas Ulhôa Canto e Case Benefícios e Seguros, mediado pela chairperson do Comitê de Res-ponsabilidade Social Empresarial da Câmara de Comércio Americana do Rio, Silvina Ra-mal, e apresentado pelo diretor-superinten-dente da Amcham Rio, Helio Blak.

O ex-jogador e técnico de futebol Jor-ginho contou um pouco da história de seu instituto, o Bola Pra Frente. Localizada no bairro de Guadalupe, mais precisamente no Complexo do Muquiço, onde o jogador cres-ceu, no subúrbio do Rio, a instituição utiliza o lado educacional do esporte para formar cidadãos. Ao todo, o instituto atende a 900 crianças, entre 6 e 17 anos, divididas em três faixas etárias (6 a 9, 10 a 13 e 14 a 17 anos), que normalmente têm dificuldades de apren-dizado na escola.

Responsabilidade social e esporte: resultado de boas práticas

“O esporte trouxe uma educação muito grande para a minha vida, principalmente o respeito às regras. Perdi meu pai aos 10 anos e cresci em uma comunidade em que muitos amigos morreram por conta do tráfico. Nós criamos uma metodologia especial para as crianças do instituto que utiliza o futebol como ponto de partida, sendo aplicada em várias áreas. Na matemática, por exemplo, usando placares dos jogos do fim de semana ou o número da camisa de um dos jogadores para ensinar. Também criamos um alfabeto que remete ao esporte. O J, por exemplo, é sempre de Jorginho”, explicou o técnico.

Na opinião de Jorginho, muitas empresas não se interessam em se aprofundar nas leis de incentivo porque temem a seriedade de algumas ONGs. “Acho que isso é falta de informação. É preciso debater mais o assunto e, principalmente, ter transparência no dinheiro aplicado. Quando montei o Bola Pra Frente usei o dinheiro que recebi por quatro anos de um contrato com a Nike. É preciso ser claro nas suas ações”, acrescentou.

O secretário municipal de Esportes e Lazer, Romário Galvão Maia, falou um pouco do trabalho de responsabilidade da prefeitura do Rio, principalmente das vilas olímpicas, e destacou o empenho na criação de incentivos fiscais municipais para empresas que venham a investir no setor, nos moldes do que já existe em âmbito federal e estadual.

A chairperson do Comitê de Responsabilidade Social Empresarial da Amcham Rio, Silvina Ramal, recebeu para o debate Jorginho, o secretário Romário Galvão Maia e a advogada Rosa Maria de Castro

O presidente do Instituto Bola Pra Frente e ex-jogador de futebol, Jorge de Amorim Campos, o Jorginho, o secretário municipal de Esportes e Lazer, Romário Galvão Maia, e a gerente da área tributária da Martinelli Advocacia Empresarial, Rosa Maria de Castro, mostram que há muito mais a ganhar investindo no social do que as empresas pensam

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“A questão do esporte é muito importante dentro da educação como instrumento de inclusão. O Ministério do Esporte tem um bom orçamento, mas as secretarias se consolidaram com o Pan de 2007 e com a vinda da Copa do Mundo e da Olimpíada de 2016. As 14 vilas olímpicas da cidade do Rio são um case de sucesso, mas precisamos aprimorar a gestão desses ferramentas. Já estamos tendo uma atenção especial do BID e da NBA. O esporte é uma atividade econômica de muito sucesso, e as leis de incentivos valorizam as empresas e beneficiam as instituições”, disse o secretário. Ele reforçou que a prefeitura está pensando em utilizar a dedução do IPTU e/ou do ISS como incentivo fiscal para empresas e pessoas físicas que queiram investir na área.

O secretário lembrou ainda que é preciso aproveitar o potencial que o Rio de Janeiro tem para o esporte. “A Olimpíada vai deixar um legado além do próprio evento. A geografia carioca permite que se descubram novas modalidades, como o rúgbi e o futebol americano, que estão sendo praticados na praia. O esporte é uma expressão cultural e uma área de entretenimento com um grande mercado para se investir”, disse comentando sobre as partidas do Super Bowl americano, que reúne vários eventos em um só, transformando o esporte em um show.

A parte burocrática do incentivo fiscal na responsabilidade social, tanto na esfera federal quanto no Estado do Rio, foi abordada pela gerente da área tributária da Martinelli Advocacia Empresarial, Rosa Maria de Castro. Segundo ela, o assunto precisa ser mais debatido e desmistificado, para mostrar que há muito mais a ganhar investindo no social do que as empresas pensam.

“É preciso realizar mais eventos como este para deixar claro que é simples utilizar as leis de incentivo para fazer a diferença, além de ser uma boa oportunidade de divulgação da pró-pria empresa. É preciso deixar claro que a apli-cação do dinheiro não vai denegrir a imagem das empresas. Existe todo um mecanismo de controle da aplicação da verba”, esclareceu.

Rosa também comentou sobre a Lei 11.438/2006, que deduz do Imposto de Renda 1% do valor devido para o projeto de escolha da empresa no âmbito federal. E no caso do Estado do Rio de Janeiro, a advogada explicou que existe todo um processo de títulos que a ONG deve possuir para receber incentivos fiscais e que as empresas que aplicam recursos nessa área deduzem 4% do ISS.

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A Proatividade de Mercado foi o tema do café da manhã realizado no dia 18 de

novembro de 2011 pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) e a Fundação Dom Cabral, com o apoio do Comitê de Marketing da Amcham Rio e o apoio institucional da Sisen Soluções Empresariais, no hotel Everest, em Ipanema, zona sul do Rio. O diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak, deu as boas-vindas aos presentes no evento.

O professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral Leonardo Araújo fez uma apre-sentação sobre como as empresas podem crescer sendo proativas e as estratégias que devem usar. Os cases concretos relatados es-tão no seu livro Empresas Proativas, escrito em parceria com Rogério Gava e publicado pela editora Campus-Elsevier. Na publicação, que foi desenvolvida em cinco anos, os auto-res destacam que das cerca de 300 empresas pesquisadas 95% mostraram nível de proati-vidade entre baixo e médio e elaboraram um estudo com quatro tipos de empresas: aflitas, ajustadas, atentas e ativadoras. Entre as men-cionadas na publicação está a IBM, que teve sua história de proatividade contada também durante o evento, com uma palestra do dire-tor de comunicação e marketing da empresa, Mauro Segura.

Segundo Araújo, uma empresa proativa é aquela que se antecipa às mudanças no merca-do, criando mecanismos e desenvolvendo es-tratégias para que a companhia construa esse foco de transição. “Isso significa responder às mudanças antes de ser forçada pelo mercado, ou mesmo criando sua mudança de forma deliberada. Esse tipo de empresa vai além da simples reação e adaptação às demandas dos clientes e movimentos da concorrência. É uma estrutura que olha o ambiente externo fazendo suas escolhas”, disse, destacando que enquanto as empresas reativas jogam as re-gras do mercado, as proativas passam a ditar as regras em um mundo em transformação, principalmente com a globalização.

Proatividade é ingrediente de empresas líderes

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O professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral, Leonardo Araújo, e o diretor de comunicação e marketing da IBM, Mauro Segura, mostram como as empresas que captam as mudanças e lançam tendências são as que mais se consolidam no mercado

Entre as várias organizações citadas no livro, Araújo mencionou dois exemplos, uma do ramo de cervejas e outra do setor de brinquedos, que, na década de 1980, foram impactadas pela transformação do mercado globalizado, mas de forma diferente. De acordo com os casos citados, a cervejaria se antecipou e instalou plantas de produção em países do Mercosul. Depois incorporou outra marca e se preparou para um novo mundo. Já a de brinquedos sofreu com a entrada dos chineses no ramo e pagou um preço por sua reatividade até encontrar uma solução anos depois para conseguir se reerguer – e hoje até importa brinquedos daquele país. “Por que as empresas são reativas? Não é uma ideia ruim, mas elas tendem a ter um movimento de adaptação. As proativas agem antes que o chamado ‘momento zero’ aconteça”, explicou.

Outro setor que também sofreu muito com a globalização, segundo Araújo, foi o da indústria têxtil, com a entrada de roupas chinesas de baixo custo. “A Hering é um exemplo de uma empresa que deu a volta por cima, investiu pesado na mudança de sua estratégia e hoje é bem-sucedida, com uma marca forte no mercado.”

Araújo explicou que as empresas podem ser proativas por anteci-pação, por criação ou por oferta complementar, quando desenvolvem novos produtos para a sua linha. “São por antecipação quando captam as mudanças que os concorrentes não conseguem perceber, agindo sobre pistas que sempre precedem a mudança. Mas ela pode se ante-cipar ao ‘momento zero’ e provocar sua própria mudança, modelando e criando novas realidades. É a antecipação por criação. Ou seja, an-tecipa mudanças em relação à oferta do mercado, aos concorrentes,

distribuidores, fornecedores e mecanismos reguladores da indústria e aos clientes e suas preferências e necessidades”, destacou.

Ele disse ainda que o tamanho da empresa não interfere na maneira de reagir e que a atitude de uma empresa pequena pode mudar as regras do ambiente e encontrar um novo rumo. “Quando eu mudo as regras do jogo eu quero me favorecer disso.”

Para Araújo, nem sempre uma estratégia de marketing é realizada em cima da opinião dos clientes de uma determinada empresa. Para

exemplificar, citou uma frase de Henry Ford: “Se eu tivesse perguntado a meus clientes o que queriam, teriam dito um cavalo mais rápido”.

Na opinião do pesquisador, a estratégia de atender às necessidades dos clientes foi por anos uma leitura equivocada. “É preciso ir além do que o cliente quer. É preciso criar aquilo de que ele precisa. A inovação é a chave do negócio”, afirmou, mencionando a Toyota, que se antecipou na criação do carro híbrido, a Consul, que lançou geladeiras frost-free para as classes B e C, e a Danone, que criou o Activia, que, na verdade, já existia desde 1987, na França, com outro nome. “A Danone nos fez tomar um iogurte regularmente mexendo com nossa necessidade. Hoje, a empresa não liga mais a marca ao problema intestinal das mulheres, mas já fala com toda a família. Este é um case de comunicação de sucesso”, concluiu.

“EmPrEsa Proativa é aquEla quE sE antEciPa

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comPanhia construa EssE foco dE transição”

A experIênCIA DA gIgAnte IBM

O diretor de comunicação e marketing da IBM, Mauro Segura, fez um balanço dos 100 anos da empresa e seus movimentos proativos para que ela migrasse da área de produção para a de geração de serviços de tecnologia da informação. Ele destacou que a mudança estrutural da empresa começou nos anos 1990, quando a IBM não enxergou que os PCs seriam algo comercial e continuou com o foco nos grandes computadores.

“A IBM negligenciou e não viu que os PCs, que foram criados por ela, dariam certo, enxergando-os como algo marginal, e amargou um grande prejuízo, mas [Louis V.] Gerstner assumiu a empresa e reintegrou as divisões da companhia com o foco na área de serviços e produtos. Foi ele quem teve a visão de que havia uma demanda de soluções integradas e viu que esse seria o melhor foco da IBM”, afirmou.

Esse foi o caminho seguido pela empresa a partir de meados da década de 1990, quando a internet dava seus primeiros passos e era possível pensar em um mundo interligado não apenas pelo PC, mas pelo celular. “A IBM reforçou sua unidade de serviços e, no fim de 1996, foi construído o e-business com o conceito de um mundo centrado em rede. Só para se ter uma ideia, em 1996 a área de serviços da empresa representava 18% das receitas, enquanto hoje já é responsável por 60%”, disse.

Após o ano 2000, a IBM migrou da área de componentes para a consultoria empre-sarial e execução de outros serviços de TI que usariam todo o hardware e o software já produzidos. A empresa vem desenvol-vendo parcerias com a iniciativa pública, como o Centro de Controle Operacional do Rio de Janeiro, que usa a tecnologia para antecipar a realidade, com inteligên-cia. Na avaliação do diretor da IBM, a em-presa conseguiu perceber os sinais do mer-cado e reagiu, lançando novos portfólios de negócios. “Soubemos criar uma dinâ-mica de aprendizado contínuo, com um trabalho de transformação cultural, posi-cionando a empresa em um leque muito maior do que existia dentro do mundo corporativo”, comemorou.

Leonardo Araújo, professor da Fundação Dom Cabral

Mauro Segura, diretor de comunicação e marketing da IBM

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A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) realizou, no dia 9 de novembro de 2011, um café da manhã

para dar boas-vindas aos novos associados. O objetivo do encontro, que acontece periodicamente, é apresentar o funcionamento da insti-tuição e mostrar o leque de oportunidades às empresas e a seus mem-bros de participar das atividades e ações da Câmara, como os comitês setoriais, as missões internacionais, os eventos customizados e os veí-culos de comunicação da casa. Representantes dos recém-associados aproveitaram para se apresentar e conversar para abrir possibilidades de novas parcerias de negócios. O evento foi realizado na Bolsa do Rio, no centro da cidade.

O diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak, apresen-tou a instituição e pediu a cada um dos representantes que falasse um pouco sobre a sua empresa. Em seguida, expôs a missão e a rotina da instituição, que tem hoje 300 empresas associadas, dando destaque aos comitês setoriais, apresentando as coordenadoras de cada grupo de trabalho, que estavam presentes no evento.

Blak falou ainda sobre a história da Amcham Rio, chamando a atenção para o centenário da instituição. “A Câmara foi fundada em 16 de abril de 1916 por empresas americanas que chegaram ao Brasil e perceberam que, para facilitar as parcerias estrangeiras, seria necessária uma infraestrutura de apoio em solo estrangeiro. Vamos completar 100 anos em 2016, ano em que o Rio vai sediar a Olim-píada”, destacou.

Amcham Rio recebe novos sócios em café da manhã

O diretor-superintendente apresentou um balanço de 2011 e sa-lientou que a Amcham Rio já estava programando sua agenda para 2012, permanentemente aberta a sugestões dos novos associados por meio dos comitês responsáveis. “Em 2011, já realizamos 65 eventos com os mais variados temas envolvendo os comitês, com destaque especial para o 7º Prêmio Brasil Ambiental [que aconteceu no dia 8 de dezembro de 2011]. A agenda para 2012 promete ser ainda mais intensa”, enfatizou.

Os novos sócios corporativos que se afiliaram à Amcham Rio ao longo de 2011 foram: A. Repsold Assessoria e Marketing (Lide-Rio), Aecom do Brasil Ltda., benCorp S.A. Corretora de Seguros, Burrill Brasil Gestão de Recursos Ltda., Business Partners Recrutamento e Seleção Ltda., C&V Consultoria Ltda., CesceBrasil Seguros de Garantias e Crédito S.A., CMS Cameron McKenna Consultores em Direito Estrangeiro, Dattis Brasil Comunicação Ltda., Distribuidora de Equipamentos Médicos Hospitalares Vipmed Ltda., Engenet Soluções Integradas Ltda., Esporte Interativo, G-Comex Óleo e Gás Ltda., Global Industries, Golden Cross Assistência Internacional de Saúde Ltda., Hays Recrutamento e Seleção Ltda., Herrero & Associados Brasil Propriedade Intelectual Ltda., ILOS/LGSC - Instituto de Logística e Supply Chain Ltda., ISDN Consultoria e Empreendimentos de Telecomunicações Ltda., Lobo & de Rizzo Sociedade de Advogados, M. I. Montreal Informática Ltda., Master Qual Serviços Especializados Ltda., Metal Fênix Comércio de Artigos Industriais e Serviços Navais, Metroflex Telecomunicações Ltda., MXM Sistemas e Serviços de Informática S/A., Naibert Consultoria Empresarial Ltda., Oil States Industries do Brasil Instalações Marítimas Ltda., Pedrosa e Contadores Associados Ltda., Radix Engenharia e Desenvolvimento de Software Ltda., Robert Half Assessoria em Recursos Humanos Ltda., Softway S.A., Technion Engenharia e Tecnologia Ltda., Tomé Engenharia S.A., Visla Consultoria de Petróleo Ltda., X-Com Tecnologias em Comunicação Convergente Ltda. (Telmart), Zemax Log Soluções Marítimas Ltda., além dos sócios físicos Ana Sabina de Campos Henriques de Brito, Arthur Felipe Tavora, Leonardo Pacheco Murat de Meirelles Quintella, Myriam Duffles e Rodrigo de Oliveira Botelho Corrêa.

Representantes das empresas recém-associadas à Amcham Rio no café da manhã oferecido pela instituição

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BSP Empreendimentos Imobiliários S.A.Samuel Monteiro dos Santos Júnior - Diretor-presidenteAv. Paulista, 1.415 - Bela Vista01311-925, São Paulo, SPTel.: (11) 3265-5871 Fax: (11) [email protected]

Regus do Brasil Ltda.Fabíola Gonçalves – Area Sales ManagerRua José Alexandre Buaiz, 300, salas 2001/2002 – Enseada do Suá29050-545, Vitória, ESTel.: (27) 9238-9945 [email protected]

por dentro da câmara

Lopes de Oliveira, Lambert AdvogadosMauricio Lopes de Oliveira - SócioAv. das Américas, 7.935, salas 604/606, Sunplaza I – Barra da Tijuca22793-081, Rio de Janeiro, RJTel/Fax.: (21) 3325-6050 [email protected]

Pedrosa e Contadores Associados Ltda.Frederico Ferreira Pedrosa - Sócio-diretorAv. Almirante Barroso, 91, sala 912 - Centro20031-005, Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 3553-9934/9198 [email protected]

Novos Sócios

Alvaro A. C. Notaroberto BarbosaSócioTozziniFreire Advogados

Eduardo Cruz del Rio Diretor-geralPosadas do Brasil Empreendimentos Hoteleiros Ltda.

Getúlio Brasil NunesConsultor

Pedro Marcelo Dittrich SócioTozziniFreire Advogados

Ricardo KarbagePresidenteXerox Comércio e Indústria Ltda.

Roberto HaddadSócioKPMG

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56_Edição 273_jan/fev 2012 Edição 272_Brazilian Business_57

COMITÊ EXECUTIVO PRESIDENTE Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

2º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Diretor IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil Indústria, Máquinas e Serviços Ltda.

3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros

DIRETOR-SECRETÁRIO Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETOR-TESOUREIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores

CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados

EX-PRESIDENTES João César Lima, Robson Goulart Barreto e Sidney Levy

PRESIDENTES DE HONRA Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil

DIRETORES Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretor- presidente, Odebrecht Infraestrutura

Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel

Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil – Assistência Médica Internacional

David Zylbersztajn_Engenheiro

Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker, Banco Citibank

Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

Fernando José Cunha_Gerente Executivo para América, África e Eurásia - Diretoria Internacional, Petrobras

Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda.

Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

Humberto E. Cesar Mota_Presidente, Dufry do Brasil

Italo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu

Ivan Luiz Gontijo Junior_Diretor-gerente, Jurídico e Secretaria Geral, Bradesco Seguros

Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados

Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, Brookfield Brasil

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores

Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG

Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda.

Michael Seidner_Presidente, ExxonMobil Química Ltda.

Ney Acyr Rodrigues de Oliveira_Vice-presidente Embratel Empresas São Paulo, Embratel

Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda.

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Diretor IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil Indústria, Máquinas e Serviços Ltda.

Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor, Accenture do Brasil

Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros

Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com Investidores, Vale S.A.

Roberto Furian Ardenghy_Diretor de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretor-presidente, Odebrecht Óleo e Gás Ltda.

Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Diretor Financeiro, ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico

Rogério Rocha Ribeiro_VP Sênior e Diretor de Área América Latina e Caribe, GlaxoSmithKline Brasil

Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Raoul Henri Grossmann | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

PRESIDENTES DE COMITÊS

Assuntos Jurídicos - Julian Chediak

Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli

Entretenimento, Cultura e Turismo - Steve SolotAlícia Perez e Dolores Piñeiro

Energia - Roberto Furian Ardenghy

Logística e Infraestrutura - Em definição

Marketing - Noel De Simone

Meio Ambiente - Luiz Pimenta

Recursos Humanos - Cláudia Danienne Marchi

Relações Governamentais - João César Lima

Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal

Saúde - Gilberto Ururahy

Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicação - Álvaro Cysneiros

ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM RJ

Diretor-superintendente Helio Blak

Gerente Administrativo Victor C.S. Teixeira

Gerente Comercial e Marketing Ricardo Santos

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO

PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda.

VICE-PRESIDENTE Maurício Max_Diretor do Departamento de Pelotização, Vale S.A.

DIRETORES

António Diogo_Diretor-geral, Chocolates Garoto

Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta

João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna

Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados

Marcos Guerra_Presidente, Findes

Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral Industrial, Fibria Celulose

Ricardo Vescovi Aragão_Diretor de Operações e Sustentabilidade, Samarco Mineração

Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços

Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado

Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg

ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM ES

Diretor Executivo Clóvis Vieira

Coordenadora de Associados Keyla Corrêa

LINHA DIRETA COM A CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANAAdministração e Finanças: Victor Cezar Teixeira (21) 3213-9208 | [email protected]

Comercial e Marketing: Ricardo Santos (21) 3213-9226 | [email protected]

Associados: Terezinha Marques (21) 3213-9220 | [email protected]

Novos Associados e Eventos Tailor-made: Jaqueline Rufino (21) 3213-9294 | [email protected]

Mantenedores e Patrocínio: Vanessa Barros (21) 3213-9286 | [email protected]

Publicidade e Visto: Gisela Medeiros (21) 3213-9291 | [email protected]

Comitês e Eventos Ana Paula Macieira (21) 3213-9229 | [email protected] Giuliana Sirena (21) 3213-9227 | [email protected] Helen Mazarakis (21) 3213-9231 | [email protected] Jaqueline Paiva (21) 3213-9232 | [email protected]

Revista Brazilian Business: Andréa Blum (21) 9285-4717 | [email protected]

Espírito Santo: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected]

expediente

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