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Breve Panorama da Língua Internacional Esperanto

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CAVALHEIRO, Pedro Jacintho; RUSILO, Luiz Carlos. Breve Panorama da Língua Internacional Esperanto - Levantamento sobre seu uso e ensino em âmbito nacional e mundial. São Paulo: Z Editorial; Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto, 2012. 52 p. (Coleção Cadernos Contemporâneos).

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Sobre os autores: Prof. Me. Pedro Jacintho Cavalheiro http://lattes.cnpq.br/5977664577186239

Possui mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (2005), Bacharelado em Desenho Industrial pela Universidade Santa Cecília (1981), graduação em Educação Artística, com Licenciaturas Plenas em Educação Artística, Desenho e História da Arte, pela Faculdade Marcelo Tupinambá (1990). Atualmente trabalha no Instituto de Criminalística da Superintendência da Polícia Técnico Científica de São Paulo; é Professor da Universidade UNIBAN Brasil onde leciona as disciplinas “História e Patrimônio Cultural” e “Realidade Socioeconômica e Política Brasileira”; Delegado da Associação Universal de Esperanto na cidade de São Paulo, procurador da Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto e coordenador de seu Colegiado Acadêmico. Atua também como Designer de Efeitos Físicos e Diretor de Arte na SET Cavalheiro - Efeitos Especiais e Produções Cinematográficas. Possui vasta experiência no ensino da Língua Internacional Esperanto, é membro e cofundador do Grupo de Pesquisas de Cibernética Pedagógica da Escola de Comunicações e Artes da USP, voltado para o ensino do Esperanto à distância e membro do Grupo de Pesquisa de Aplicação Multidisciplinar de Métodos Matemáticos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, voltado para a pesquisa do desenvolvimento lógico-matemático proporcionado pelo aprendizado do Esperanto. Perito em exames forenses para obras de arte. Presidente da Comissão de Educação da BEL (2009-2011). Pesquisador da Fundação Prefeito Faria Lima - CEPAM (2010). Presidente da Liga Brasileira de Esperanto - BEL (2004-2007). Coordenador do Patrimônio Artístico do Estado de São Paulo, na Casa Civil, (2005-2009). Membro da Comissão Americana de Esperanto da Associação Universal de Esperanto (2002-2004). Possui experiência nas áreas de Comunicação e Artes, nas quais lecionou diversas disciplinas ao longo dos 15 anos de docência no ensino superior. Professor há 35 anos com experiência do ensino infantil à pós-graduação.

Prof. Dr. Luiz Carlos Rusilo http://lattes.cnpq.br/0251009451556335

Possui graduação em Engenharia de Minas pela Escola Politécnica da USP (1992), mestre em Engenharia Mineral pela Escola Politécnica da USP (1997), doutor em Engenharia Mineral pela Escola Politécnica da USP (2003), graduado em Direito pela FD-USP (2004) e especialista em Direito Ambiental pela FD-PUCSP (2009). Profissional de Educação Física e Contabilista. Auditor Interno NBR ISO 14.001 pela Fundação Vanzolini - USP. Professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP, na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária, área de Métodos Quantitativos e professor do MBA em Ciências Atuariais. Já atuou em outras seis instituições de ensino superior. Pesquisador de grupos de pesquisa da ECA-USP, NEF-PUC e LIAAC-PUC. Professor de Esperanto acreditado pela BEL - Liga Brasileira de Esperanto; Diretor da BEJO (1990-1991); Primeiro Secretário da Liga Brasileira de Esperanto - BEL (2004-2007). Trabalhou no IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo por 13 anos. Fundador do Instituto IDEAIS - Instituto de Desenvolvimento Ecológico e Artístico de Itapecerica da Serra, do Instituto IGIS - Instituto Gastronômico de Inclusão Social e da Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto - CBLIE. Consultor da Plataforma Sinergia, da ZPB - Zeladoria do Planeta Brasil e das empresas JS Global, PCA - Planejamento e Consultoria Ambiental e Multigeo. Coordenador de dois cursos PUC-COGEAE sobre indústria do petróleo e gás natural, um sobre gestão da sustentabilidade empresarial e um sobre Língua Internacional Esperanto - história, língua e movimento. Tem experiência na área de Meio Ambiente, Sustentabilidade, Direito Ambiental e Tributário, Lingüística Aplicada, Estatística Aplicada e Engenharia de Minas, Civil e de Petróleo, atuando principalmente nos seguintes temas: Meio ambiente e sustentabilidade, análise de estabilidade e modelamento numérico de estruturas em rocha, confiabilidade estrutural, geotécnica, inteligência artificial, modelagem e análises estatístico-estocásticas em questões de engenharia e fonética.

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Sumário

1 – INTRODUÇÃO................................................................................ 1.1 – Antecedentes do Esperanto............................................................ 2 – BREVE PANORAMA DO ESPERANTO NO MUNDO............................ 2.1 - Resoluções da UNESCO em Favor do Esperanto......................... 2.2 - Estruturação Representativa Mundial do Esperanto.................. 2.3 - Associações Técnicas e o Esperanto............................................ 2.4 - Instituições de Ensino no Exterior que Adotam o Esperanto........... 2.5 – Número de Esperantófonos no Mundo.......................................... 2.6 - Esperanto e a Internet................................................................. 2.7 - Bibliotecas, Museus e Centros de Pesquisa sobre o Esperanto 2.8 - Esperanto em Documento da União Europeia de 2011............... 2.9 – Importância do Esperanto em Declaração da Assembléia Geral da ONU de 2012.................................................................................. 3 – BREVE PANORAMA DO ESPERANTO NO BRASIL.............................. 3.1 - Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto................. 3.2 – Instituições Esperantistas no Brasil............................................ 3.3 – Ensino do Esperanto em Ambiente Universitário no Brasil...... 3.4 – Produção Acadêmica no Brasil sobre o Esperanto.................... 3.5 - Cenário Legislativo Nacional e o Esperanto................................ 4 - CLASSIFICAÇÃO LINGUÍSTICA DO ESPERANTO............................. 5 - QUALIDADES PEDAGÓGICAS E EDUICACIONAIS DO ESPERANTO ANEXO I - Resolução UNESCO nº 8C/DR/116 de 1954..................... ANEXO II - Resolução da 23º Conferência Geral da UNESCO de 1985 ANEXO III - Projeto de Lei Federal 6.162 de 2009 de autoria do Sen. Cristovam Buarque ............................................................................. ANEXO IV- - Revisão de Pesquisas Realizadas sobre o Valor Propedêutico da Aprendizagem do Esperanto...................................

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1 - INTRODUÇÃO O presente trabalho é um breve panorama da Língua Internacional Esperanto, desenvolvido pela Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto - CBLIE, objetivando apresentar o Esperanto em suas diversas dimensões, informando e discutindo vários aspectos de sua história, uso e desenvolvimento, no âmbito mundial e nacional. O Esperanto é a língua planejada mais vastamente falada, tendo saído dos níveis de projeto (publicação de instruções) e semilíngua (uso em algumas poucas esferas da vida social) para ser aplicada em praticamente qualquer esfera da vida social e cultural, inclusive havendo esperantófonos que o aprenderam como primeira língua, dentre eles Daniel Bovet, prêmio Nobel de Medicina de 1957, e o conhecido financista George Soros

1.

A Língua Internacional Esperanto surgiu há 125 anos, como uma esperada solução para o problema da comunicação linguística neutra entre nações e gentes. Seu iniciador, Lejzer Ludwik Zamenhof, publicou a versão inicial do idioma em 1887. Sua intenção era desenvolver uma língua de fácil aprendizagem e que servisse como língua internacional franca entre os povos e não, como alguns supunham, para substituir as línguas existentes. Atualmente o Esperanto é empregado em viagens, correspondência, intercâmbio cultural, congressos e convenções, literatura, ensino de línguas, internet, televisão e rádio. Seu uso não privilegia nenhum país ou etnia e sim valoriza a importância das línguas nacionais na expressão das respectivas culturas. Não pertencer a um povo em particular, nem estar diretamente ligado a uma corrente ideológica específica, confere ao Esperanto independência e neutralidade sociopolítica. Pertencer igualmente a todos os povos torna-o aceito em todo lugar, o que favorece a igualdade a amizade entre seus usuários. Devido à sua fonologia, léxico e gramática, o tempo de aquisição para o uso instrumental é normalmente bem menor que o de aquisição de uma língua européia, possibilitando emprego quase imediato. Adicionalmente, sua regularidade e clareza estrutural favorecem a compreensão de fenômenos da linguagem, a conscientização linguística dos estudantes e a aceleração no aprendizado de outras línguas. Em reconhecimento a essas características benéficas e para atender compromissos assumidos pelo Brasil, como signatário de resoluções oficiais da UNESCO em favor do Esperanto, tramita no Congresso Nacional o

1 Disponível em: <http://www.uea.org/info/angle/an_ghisdatigo.html>. Acesso em

30/jul/2011.

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Projeto de Lei 6.162/09 do Senador Cristovam Buarque para a introdução facultativa dessa língua no sistema de ensino nacional. Esse Projeto de Lei corrige uma distorção bastante grave da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que prevê apenas o ensino da língua pátria e de línguas estrangeiras, colocando-a em harmonia com a UNESCO e com o mundo contemporâneo. O Esperanto não é nossa língua nacional, também não é uma língua estrangeira, justamente por não pertencer a nenhum povo. Nessa situação, a LDB na sua atual redação, cria uma discriminação por excluir o Esperanto do sistema educacional formal brasileiro. O Esperanto não precisa de privilégios, mas precisa estar em pé de igualdade em relação às demais línguas e esse Projeto de Lei tem esse objetivo. 1.1 – Antecedentes do Esperanto

2,3,4

O Esperanto não foi a primeira nem a última língua planejada a ser desenvolvida – embora seja a única que, devido a suas características ímpares, desenvolveu uma vasta literatura e tem milhares de falantes, criando uma comunidade distribuída por todo o globo. A procura por uma solução para a comunicação entre os povos é muito antiga. Há mais de 2.000 anos o profeta bíblico Sofonias augurava a criação de uma língua comum em que “todos os povos invocarão o nome do Senhor”. O primeiro projeto de língua artificial que se tem notícia, a “Língua Ignota”, feita pela Abadessa Hildegard (Santa Hildegard, 1098-1178), no mosteiro de Rupertsberg, na cidade de Bingen am Rhein, Alemanha. No século XVI, o árabe Muk-ed-Din cria uma língua universal, o “Balaibalan”. No decurso dos três séculos que antecederam o surgimento do Esperanto, centenas de tentativas de solução para uma língua neutra foram encetadas. Vejamos alguns homens que tentaram, em seus tempos, uma solução para o problema: Descartes, em 1629; Dalgarno, em 1661; Dr. J. Joaquim Becker, numerando as palavras, em 1661; Anastácio Kirchner, em 1665 e Leibnitz, que entre outras descobertas, desenvolveu o cálculo diferencial e integral independentemente de Newton. O projeto de interlíngua de Leibnitz, apresentado em sua obra “Opera Omnia – vol. 6”, de 1666, criou um modismo que duraria até o final do século XIX: as línguas “a priori”. Assim, surgiram ainda os projetos de Pedro

2 DREZEN, Ernest Karlovich. Historio de La Mondolingvo, Moscou: Progreso, 1991. 3 ECO, Umberto, La sercâdo de la Perfekta lingvo, Pisa: Edistudio, 1994. 4 PECHA, Alfonso. Gvdilibro por supera ekzameno. Historio, luteraturo, metodologio. Budapeste: Hungara Esperanto-Asocio, 1979

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Porele, em 1667; do Bispo Wilkins, em 1668; de Johan Upperdorf, em 1679; de André Müller, que propôs uma língua internacional baseada no chinês, em 1681; de Johan Caramuel von Lobkowitz, em 1687; de David Solbrig, em 1725; de Kalmar de Taboltzafö, que reduziu todas as ideias humanas a cerca de apenas 500, em 1772. Todos esses projetos de interlíngua foram projetos “a priori”. Em 1732, aparece na redação de um jornal científico da Alemanha, um projeto anônimo de língua internacional que reapareceu em 1734. Seu autor usou o pseudônimo de “Carpophorophilus”. Em 15 alíneas o autor condensava toda a gramática e os fundamentos da língua que propunha. Pode-se considerar Carpophorophilus como sendo o autor do primeiro projeto de língua “a posteriori”. Com as ideias de fraternidade universal, que animaram o movimento revolucionário da Enciclopédia, o problema da língua internacional adquiriu novos impulsos. Por esse problema apaixonaram-se cientistas e filósofos de grande envergadura como: Condoreet, Condillac, Voltaire, Montesquieu, Burnuf, Volney, Locke, Ampère, Berger, Wolke e Lambert. Em 1765, o enciclopedista Faguet publica no célebre “Reportório” de Diderot e d’Alembert, tomo 5º, um esquema de “Langue Nouvelle” em que propõe interessante reforma regularizadora da gramática francesa, inspirada na “Gramatica Rational” de Leibnitz. O maior mérito dos projetos de Carpophorophilus e de Faguet foi interromper a concepção “a priori”, onde línguas eram literalmente “inventadas”. Outros grandes vultos da história interessaram-se pelo problema da língua internacional antes do Esperanto, como Thomas Moore, Joseph Fourier, Étienne Cabet, August Comte, Charles Renouvier, Ernest Renan, Arthur Schoppenhauer, Paolo Mantegazza, Gonçalves Viana, entre outros. Em 1795 o cidadão Delormel, no 3º ano da Revolução Francesa, apresentou à Convenção Nacional um projeto de língua universal “a priori”, para que se impusesse o seu uso. Continuaram surgindo projetos de interlíngua “a priori”. São relacionados alguns autores: em 1779 – Berger; em 1796 – Padre Sicard; em 1797 – Maimieux, Budet e Chambry; em 1797 – Wolke (pedagogo e poliglota); 1799 – Vater; em 1805 – Näther; em 1840 – A. Renzi; em 1863 – Barão de Goblenz; em 1864 – Moisés Paic; 1866 – Sudre, que criou uma língua baseada nas notas musicais, o “solresol”; em 1874 – Sunderwall; em 1874 – Autor inglês desconhecido criou a “New universal cipher language”; em 1879 o Abade Shleyer cria o “Volapük”, – primeira tentativa séria de língua “a posteriori”. Como já mencionado, em 1887, surge o Esperanto pelo médico e linguista amador polonês, Dr. Zamenhof. O Esperanto é a única interlíngua neutra “a posteriori” que ganhou autonomia, desenvolveu-se como língua viva,

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recebeu apoio de instituições internacionais como a UNESCO e a União Internacional de Telecomunicações, entre muitas outras, e se espalhou pelo mundo. Esse desenvolvimento fez com que o linguista francês Antoine Meillet sentenciasse: “Toda discussão teórica é vã: o Esperanto funcionou”. L. L. Zamenhof é considerado pela ONU um dos grandes gênios da humanidade. Mas, foi necessário o transcorrer do tempo para que o Esperanto se firmasse como língua viva. Por isso, naturalmente surgiram vários projetos de língua internacional neutra, depois do Esperanto, que não vingaram. Muitos não chegaram a ultrapassar os limites pessoais de seus criadores. Vejamos alguns: o “Latino sine Flexione”, do matemático e lógico Giuseppe Peano; o “Occidental”, de Edgar Wahl, o “Moloes”, de Sarranton, o “Novial” do Dr. Auerback e o “Ido” de Couturat e Belfront, que como tentativa de simplificar ainda mais o Esperanto, apenas acabou por comprovar que a língua internacional lançada por Zamenhof é tão perfeita e simples quanto uma língua pode ser. 2 – BREVE PANORAMA DO ESPERANTO NO MUNDO O Esperanto representa um fenômeno único na história da humanidade, porque apesar de ser uma língua planejada é de tal forma advinda das línguas étnicas, que não pode ser descrita como língua artificial. O linguista norte-americano Mario Pei

5, escreveu: “descrever o Esperanto como

‘artificial’ é como chamar um carro de ‘cavalo artificial’”. De fato, adjetivar o Esperanto como “artificial” é ignorar o que realmente é o Esperanto, é qualificação simplista, imprópria, viciosa e reacionária. Além disso, o Esperanto vem estabelecendo no mundo um paradigma completamente novo, inimaginável antes dele, porque ao mesmo tempo em que aproxima pessoas das mais diferentes culturas, estabelecendo pontes a partir da descoberta mútua de empatias interculturais humanas, protege a diversidade cultural dos povos. De todos os projetos de interlíngua neutra, só o Esperanto vive, cresce e foi mundial e oficialmente reconhecido. Esse reconhecimento de sua vitalidade e importância não para de acontecer, como se pode depreender das páginas seguintes. 2.1 - Resoluções da UNESCO em Favor do Esperanto Em 1954, após a 4º Conferência Geral da UNESCO ter reconhecido que o Esperanto está em sintonia com seus objetivos e ideais, estabelecem-se relações oficiais entre aquela organização e a Associação Universal de Esperanto – UEA. Nessa data, a Resolução nº 8C/DR/116 (Anexo I)

5 Disponível em <http://easiestlanguage.info/LanguageLearningResearch.html>. Acesso em 27/04/12.

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reconhece que os objetivos do movimento esperantista correspondem às finalidades da UNESCO e que a evolução dessa língua no mundo deve ser acompanhada e estimulada. A partir dali, a colaboração entre as duas instituições tem sido constante. Em 1985 a 23º Conferência Geral da UNESCO (Sófia, Bulgária) conclama os Estados-membros e suas organizações internacionais a implantar o ensino do Esperanto nas escolas e a usá-lo em questões internacionais. Recomenda aos Estados-membros que introduzam em suas escolas e instituições de ensino superior “programas de estudo sobre o problema da língua e sobre o Esperanto” e pede às organizações não governamentais internacionais “discutir a possibilidade de utilizar o Esperanto como recurso para divulgar entre seus membros todas as informações, inclusive aquelas sobre as atividades da UNESCO” (Anexo II). Em 1992 ocorreu no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Meio Ambiente. No que ficou conhecida como ECO-92 também aconteceu a Conferência das Organizações não Governamentais Ambientalistas. Essa conferência produziu e ratificou o "Compromisso Ético das ONGs para uma Atitude e Conduta Ecológica Global". Um dos "Compromissos para a Ação" desse documento reflete a Resolução da UNESCO de 1985 ao incluir, nos termos a seguir, a língua internacional Esperanto como uma de suas estratégias:

“Contribuir com entusiasmo para a superação das barreiras artificiais, sejam políticas ou religiosas, objetivando a formação da nação humana universal. Para tanto, fica sugerida a adoção da língua internacional Esperanto como segunda língua de todos os povos, a ser difundida por todas as ONGs.”

Em 1997 Amadou-Mahtar M'Bow, Diretor Geral da UNESCO, falou ao 82º Congresso Universal de Esperanto acorrido em Adelaide, Austrália. Recentemente a UNESCO reformulou o sistema de classificação das ONGs que com ela mantém relacionamento, reduzindo, inclusive esse número de ONGs. Na nova classificação, existem agora apenas duas categorias. A UEA - Associação Universal de Esperanto, órgão de maior representatividade da língua no mundo, permanece no grupo de 368 ONGs internacionais, com o status de parceria consultiva com a UNESCO. Trata-se de um grupo de elite. Para que se tenha ideia da importância de pertencer a esse grupo, um estudo do IBGE/IPEA/ABONG, feito em 2005, aponta que no Brasil já existiam mais de 338 mil associações e fundações sem fins lucrativos naquele ano. No mundo inteiro cresce a cada dia a quantidade de ONGs. Muitas gostariam de possuir o status de parceria consultiva com a UNESCO, mas poucas são escolhidas por aquela organização das Nações Unidas, para

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Educação, Ciência e Cultura. Esse é um dos fatos que demonstra a relevância do Esperanto para o mundo. 2.2 - Estruturação Representativa Mundial do Esperanto A Associação Universal de Esperanto (“Universala Esperanto-Asocio” - UEA)

6 é a maior organização internacional de esperantófonos e apoiadores

do Esperanto. Fundada em 1908, conta com membros em 120 países e mantém relações oficiais com as Nações Unidas, a UNESCO, o UNICEF, o Conselho da Europa, a Organização dos Estados Americanos e a Organização Internacional de Normas (ISO). Além de divulgar o Esperanto, ela estimula a discussão sobre problemas linguísticos mundiais e chama a atenção para as múltiplas vantagens da igualdade entre as línguas. Seu presidente, para o período 2011-2014, é o linguista indiano Probal Dashgupta. Como editora de livros de Esperanto, a UEA publicou cerca de 35.000 títulos, dos quais é a principal distribuidora, via correio. Ela dispõe de secretaria de congressos, centro de informações, importante biblioteca e sua rede de agentes é a mais vasta e internacional do movimento. O Escritório Central da UEA está instalado há quase cinquenta anos em Rotterdam, Holanda. Para seu trabalho junto à ONU e à UNESCO, a UEA possui escritório em Nova Iorque, Estados Unidos. Para divulgar a língua na África, ela conta com escritório na cidade de Lokossa, no Benin. Além dos cerca de seis mil sócios individuais, as 62 seções nacionais filiadas à UEA agregam mais de 11 mil associados. Sua rede de representantes especialistas conta com 1.673 membros, de 103 países. Mas há registros de que, entre filiadas e não filiadas à UEA, existem atividades de esperantistas, ou mesmo instituições esperantistas, em mais de 242 países

7, o que

confere ao Esperanto importante capilaridade, se não uma das maiores dentre as línguas do mundo. Em 2011, aqueles com maior número de representantes eram: Brasil, Alemanha, França, Japão, Estados Unidos e Itália. Mais de cem conferências e encontros internacionais acontecem todos os anos, sem tradutores ou intérpretes

8. O maior deles, o Congresso Universal

de Esperanto, alcançou em 2011 sua 96º edição. O de 2010 foi em Havana (Cuba), o de 2011, em Købernhavn (Dinamarca) e o de 2012 será em Hanói (Vietnã). E o referido Congresso foi realizado duas vezes no Brasil: em 1981, em Brasília, com 1.749 inscritos e em 2002, em Fortaleza, com 1.484 inscritos. No geral, as últimas edições contaram com números entre mil a três mil participantes.

6 Disponível em: <http://www.uea.org>. Acesso em 10/jul/2011. 7 Calculado a partir dos dados constantes do Anuário da Associação Universal de Esperanto. UEA: Roterdã, 2011. (ISSN 0075-3491). 8 Disponível em: <http://www.eventoj.hu/kalendar.htm>. Acesso em 10/jul/2011.

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A UEA tem seção especialmente voltada para os jovens adeptos do esperanto: eles são internacionalmente representados pela Organização Mundial da Juventude Esperantista – TEJO, que conta com 45 seções nacionais, distribuídas por quatro continentes. Além de publicar e difundir a revista “Kontakto” e de organizar o Congresso Internacional da Juventude, cuja 67º edição ocorreu em 2011, entre as ações da TEJO está um serviço denominado “Pasporta Servo”, um sistema de hospedagem voluntário e gratuito realizado entre esperantistas. Em 2010 havia 1.450 endereços de hospedagem, por 91 países. No Brasil, a Organização da Juventude Esperantista (BEJO) é uma seção da Liga Brasileira de Esperanto (BEL)

9, que congrega os jovem esperantistas e

publica o informativo “Momenton”. 2.3 - Associações Técnicas e o Esperanto Atualmente há 71 associações técnicas internacionais que mantém relação com a UEA. Sua função básica é congregar esperantistas interessados em área específicas e difundir o Esperanto entre os membros de determinadas áreas. As mais relevantes são:

Atividades Econômicas: Agricultura, Construtores, Correios e Telecomunicações, Economia, Ferroviários, Sindicatos e Turismo.

Científicas: Ciências, comunidades, comunismo, direito, ecologia, educação, filosofia, jornalismo, medicina, medicina natural, método Freinet.

Esportivas, Artísticas e Recreativas: Ciclismo, Escotismo, Esporte, Estilo de Vida, Filateria, Goo, Mensa, Motociclismo, Música, Naturalismo, Radioamador, Taichichuan, Turismo, Veteranos.

Questões Sociais: Ações no Âmbito Europeu, Assembléia Social Mundial, Cidadania Mundial, Comunidades, Deficientes, Deficientes Visuais, Etnismo, Deficientes Físicos, Homossexualismo, Trabalhismo, Proteção para as Línguas, Paz, Rotary, Solidariedade, Trabalhos Sociais, Vegetarianismo.

Religiosas: Ateísmo, Bahaismo, Budismo, Catolicismo, Cristianismo Ortodoxo, Ecumenismo, Espiritismo, Evangélicos, Hilerismo, Islamismo, Quaker, Oomoto, Wonbulgyo e de religiões comparadas. Em termos de evolução, a língua internacional conta com a Academia de Esperanto

10, fundada em 1905 que possui 44 membros de diversos países,

eleitos dentre os esperantistas mais renomados do mundo. Em relação a instituições esperantistas internacionais, destacam-se a Academia de Literatura de Esperanto

11, a Academia Internacional de

9 Disponível em: < http://esperanto.org.br>. Acesso em 10/jul/2011. 10 Disponível em: <http://www.akademio-de-esperanto.org>. Acesso em 14/jul/2011.

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Ciências Comenius, com sede em Uppsala, Suécia, e a Academia Internacional das Ciências de San Marino (AIS)

12. A AIS, criada em 1983,

oferece à comunidade esperantista cursos universitários e possível validação de títulos acadêmicos de pós-graduação (mestrado e doutorado) por instituição com status oficial. Também se pode destacar a União Esperantista Católica Internacional – IKUE: fundada em 1910, que edita a revista Espero Katolika, o periódico em Esperanto mais antigo ainda em atividade. 2.4 - Instituições de Ensino no Exterior que Adotam o Esperanto Com relação às instituições ligadas ao movimento esperantista e que oferecem cursos, treinamentos, seminários, encontros e afins destacam-se: - Universidade Internacional de Esperanto de Karlovo, Bulgária. Essa Universidade, de mesmo nome da cidade, é um dos braços da Academia Internacional das Ciências de San Marino, universidade autônoma que tem como área de estudo a língua oficial do Esperanto. Os diplomas oficiais da universidade são da AIS nos níveis de bacharel, mestre e doutor. - Programa de Estudos Internacionais sobre Cultura e Turismo

13. Outro

braço acadêmico da Academia Internacional das Ciências de San Marino, com curso de um ano para quem tenha pelo menos o ensino de nível médio. Ela forma:

Instrutor de Esperanto;

Organizador de eventos infantis;

Guia turístico internacional;

Organizador turístico com possibilidade de continuar estudos para diplomas de:

a) Turismo; b) Ações culturais; c) Professor profissional de Esperanto; e d) Especialista em turismo ou cultura.

Com três anos de estudos, pode-se obter o título de bacharel e com mais dois, o de mestre em humanística ou morfociências. - Universidade Livre Europeia “Academia Kelemantia” (UNI-KEL)

14. Em

setembro de 2011, iniciou trabalhos em cooperação como a AIS, a Universidade Lucian-Blaga de Sibiu/Hermannstadt (Romênia) e a Universidade “Filósofo Constantin” de Nitra (Eslováquia). A universidade, com sede em Komarno, na Eslováquia, inicia com três faculdades:

11 Disponível em: <http://www.everk.it>. Acesso em 14/jul/2011. 12 Disponível em: <http://www.ais-sanmarino.org>. Acesso em 14/jul/2011. 13 Disponível em: <http://www.esperanto.bydgoszcz.eu>. Acesso em 16/jul/2011. 14 Disponível em: <http://www.uea.org/agadoj/instruado/pirlot.html>. Acesso em 16/jul/2011.

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Faculdade Internacional de Estudos Técnicos, Revisão Científica e Pedagogia Universitária;

Faculdade Europeia de Culturas Minoritárias, Proteção Cultural e Evolução Europeia Harmonizada;

Faculdade Transnacional de Diálogos Mundiais Interculturais. - Exames do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas: Aprendizagem, Ensino e Avaliação (QECR)

15. Sistemas de exames para os

níveis B1, B2 e C1 realizados pelo Centro Estatal de Exames de Línguas, sediado em Budapeste, instituição reconhecida pelo Conselho Europeu para exames de Esperanto. - Esperanto Studies Foudation

16. Sediada em Nova Iorque, essa fundação

subvenciona projetos de educação e pesquisa relativos a comunicações interlinguísticas. - Cursos de Esperanto de Verão da América do Norte (NASK)

17. Curso de

Esperanto mais longevo da América do Norte e considerado um dos melhores do mundo. - ILEI - Liga Internacional de Professores de Esperanto

18. Além de apoio

aos professores, realiza exames no mundo todo organizados por sua Comissão Internacional de Exames, inclusive para deficientes visuais. - Esperanto-Gården

19. Cursos de Esperanto com acomodações para jovens,

em Lesjöfors, Suécia. - Centro Intercultural de Hezberg

20. Programa anual de curso, seminários e

várias outras atividades, em Hezberg, Alemanha. - Inter-Kulturo

21. Com sede em Maribor, Eslovênia, propõe-se organizar

seminários, conferências e congressos e preparar projetos financiados por fundações da União Europeia. - Instituto Internacional de Esperanto

22. Esse instituto, com sede em Den

Haag, Holanda, foi criado em 1930 pelo padre Andre Cseh para divulgação do método direto de ensino do Esperanto criado por ele. - Centro Cultural Esperantista. Centro para estudo, treinamento, exames e conferências com sede Chaux-de-Fonds, Suíça. Complementarmente, a biblioteca municipal de Chaux-de-Fonds possui vasta seção de

15 Disponível em: <http://itk.hu>. Acesso em 16/jul/2011. 16 Disponível em: <http://esperantic.org/en>. Acesso em 16/jul/2011. 17 Disponível em: <http://esperanto.org/nask>. Acesso em 16/jul/2011. 18 Disponível em: <http://ilei.info>. Acesso em 16/jul/2011. 19 Disponível em: <http://www.algonet.se/~egarden>. Acesso em 16/jul/2011. 20 Disponível em: <http://www.ic-herzberg.de>. Acesso em 16/jul/2011. 21 Disponível em: <http://www.inter-kulturo.si>. Acesso em 16/jul/2011. 22 Disponível em: <http://www.iei.nl>. Acesso em 16/jul/2011.

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interlinguística em seu Centro de Documentação e Pesquisa sobre a Língua Internacional - CDELI. - Casa de Cultura do Esperanto

23. Instalada em parque de 18 hectares do

Castelo Gréssillion, em Baugé, França, propõe-se organizar cursos, palestras, diversões e excursões em uma seus arredores. - Cinco Pétalas

24. Instalada em Bouresse, França, organiza estágios para o

ensino da língua e diversos aspectos da cultura esperantista (história do movimento, literatura etc.), bem como estágios sobre algumas especialidades como ornitologia, ioga, música, astronomia, botânica e tricô. - Kava-Pech

25. Com sede em Praga, na República Checa, agencia

congressos, conferências e seminários. Os principais deles os “ECOTUR”, encontros de ecoturismo, e os seminários de terminologia. Também edita livros, muitos deles técnicos. - Casa do Esperanto de Yatugatake

26. De propriedade do Instituto Japonês

de Esperanto, oferece cursos e seminários, hospedando esperantistas estrangeiros em região de floresta ao pé da montanha de mesmo nome, na província de Yamanashi. - Instituto de Esperanto Tietti de Togo (TIETO)

27. Instalado em Togo,

África, volta-se ao ensino e divulgação de Esperanto e outras áreas de interesse da população local, como vegetarianismo, ioga e outros. Segundo a UEA, fora do Brasil existem atualmente 69 cursos universitários regulares de Esperanto, muitos deles de grande prestigio, como os da Universidade Nacional de Beijing (China) e de Berkeley e Stanford (Estados Unidos). Os 24 países que abrigam os referidos cursos e os totais existentes em cada um deles são

28:

Alemanha: 4; Áustria: 3; Bélgica: 1; Bulgária: 1; China: 18;

Coréia do Sul: 1; Costa Rica: 1; Eslováquia: 1; Espanha: 3; Estados Unidos: 4; Estônia: 1; França: 1; Holanda: 1; Hungria: 3; Israel: 1; Itália: 1; Japão: 6; Lituânia: 2; México: 1; Polônia: 4; República Checa: 2; Romênia: 3; Rússia: 4 e Suécia: 1.

23 Disponível em: <http://gresillon.org/?lang=fr>. Acesso em 16/jul/2011. 24 Disponível em: <http://www.kvinpetalo.org>. Acesso em 16/jul/2011. 25 Disponível em <http://www.kava-pech.cz/esperanto>. Acesso em 30/jul/2011. 26Disponível em: <http://saluton.web.fc2.com/e-domo-internacie.htm>. Acesso em 16/jul/2011. 27Disponível em: <http://esperanto.org/TIETO>. Acesso em 16/jul/2011. 28Disponível em: <http://www.uea.org/agadoj/instruado/pirlot.html>. Acesso em 16/jul/2011. (com detalhes de cada IES, departamentos, professores responsáveis e cursos).

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2.5 – Número de Esperantófonos no Mundo O número de esperantófonos existentes no mundo é de difícil determinação devido à dispersão por todo o planeta e a falta de mecanismos censitários adequados. Sendo assim, deve-se lançar mão de estimativas, como a realizada pelo Prof. Sidney S. Culbert que, depois de vinte anos rastreando e avaliando esperantófonos em áreas de amostragem em dezenas de países, esse esperantista e professor de psicologia da Universidade de Washington concluiu que entre 1 e 2 milhões de pessoas dominam Esperanto no nível 3 da escala ILR (competência linguística para trabalho profissional)

29.

Essa informação está de acordo com o Ethnologue Languages of the World, que informa que pesquisa realizada por Wiesenfeld (1999) indica haver cerca de 2 milhões de esperantófonos no mundo. Existem estimativas mais inclusivas, que chegam ao valor de 10 milhões de esperantófonos no mundo. Apesar desses números serem pequenos se comparados com aos atuais sete bilhões de pessoas no planeta, há um dado comparativos que, das quase sete mil línguas vivas hoje conhecidas

30, só cerca de duzentas

contam com mais de um milhão de falantes – ou seja, o Esperanto certamente se inclui entre os 3% de línguas mais faladas do planeta. Um dado qualitativo importante refere-se a notável fato de que seis ganhadores do Prêmio Nobel são esperantistas

31:

1. Sir William Ramsay - Nobel de Química, 1904. Participou de

muitas reuniões e conferências esperantistas. 2. Sir Joseph J. Thomson - Nobel de Física, 1906. Vice-presidente da

Associação de Ciências Esperantista Internacional. 3. Alfred Hermann Fried - Nobel da Paz, 1911. Autor de livro de

ensino de Esperanto e colaborador da revista "L'esperantiste". 4. Charles Ribert Richet - Nobel de Medicina, 1913. Professor e

membro da Academia de Medicina da França. Esse esperantista ativo declarou: "O Esperanto é um idioma preciso como o francês; harmonioso como o italiano; capaz como o grego. Senhores, tende o valor de não cerrar os olhos diante da luz e tereis o espírito científico. Pois bem, é a primeira vez que uma língua científica, internacional, existe no mundo. Não deixeis obscurecer vosso pensamento por temer a inovação, essa atitude é inimiga de todo o progresso. Animai-vos a dar esse grandioso passo a frente. Em poucos dias, se o quiserdes, vos convertereis vós mesmos em apóstolos do Esperanto. O advento de uma língua internacional acessível a

29 Disponível em: < http://www.panix.com/~dwolff/docs/>. Acesso em 30/jul/2011. 30 Disponível em: < http://www.ethnologue.com>. Acesso em 10/jul/2011. 31

Disponível em: <http://culturoscopio.blogspot.com/2010/02/esperantistas-

ganhadores-do-premio.html>. Acesso em 30/jul/2011.

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todos os homens será, desde a destruição da Torre de Babel, o maior acontecimento da História, fértil de bens imensuráveis. O progresso está diante de vós e não atrás. Tendes a coragem de compreender o porvir."

5. Daniel Bovet - Nobel de Medicina, 1957. Aprendeu Esperanto como primeira língua.

6. Reinhard Selten - Nobel de Economia, 1994. Autor de dois livros em Esperanto, um deles sobre sua especialidade, a Teoria dos Jogos. Declarou: "Talvez saber o Esperanto não ajude a ganhar o prêmio Nobel, mas geralmente faz evoluir a vida intelectual das pessoas. O estudo do Esperanto facilita o aprendizado posterior de outros idiomas. Este fator, isoladamente, deveria ser suficiente para causar enorme sucesso do Esperanto. Eu comecei a estudar Esperanto aos 17 anos. Nos anos 60, dava aulas da língua. Conheci minha esposa graças ao Esperanto. Nunca ocultei que sou esperantista e nunca vou fazê-lo. Até busco oportunidades para falar do Esperanto em entrevistas."

Por outro lado, dados quantitativos favoráveis ao Esperanto não faltam, a despeito do número exato de falantes. Uma pesquisa recente promovida pelo site “More Intelligent Life” <moreintelligentlife.com>, da revista "The Economist", perguntou a seus leitores "qual é a melhor língua para aprender?". O Esperanto ficou em primeiro lugar. Em matéria publicada em 12 de abril de 2012 sobre o resultado daquela pesquisa, a jornalista Georgia Grimond, da equipe editorial da "The Economist" e do "More Intelligent Life", escreveu:

“A resposta à nossa enquete on-line foi sem precedentes. Ao meio-dia de hoje quando a votação foi fechada, mais de 11.000 votos tinham sido computados. O líder surpresa, com 26% dos votos, foi o Esperanto - uma língua em que as pessoas de todos os lados da conversação participam como linguisticamente iguais".

Outra pesquisa em andamento na Áustria, promovida pelo jornal Der Standard

32, pergunta “qual língua deve ser usada pela União Europeia”.

Com mais de 10.000 votos, o Esperanto vem liderando o escore com 64% dos votos. 2.6 - Esperanto e a Internet Na internet o uso do Esperanto vem crescendo significativamente. Na Wikipedia

33, já é a 38ª língua mais utilizada

34, com 149.541 artigos

32Disponível em: < http://derstandard.at>. Acesso em 20/abr/2012. 33Disponível em <http://meta.wikimedia.org/wiki/List_of_Wikipedias>. Acesso em 27/04/12.

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publicados na língua até 30 de julho de 2011. Existem sites não esperantistas que utilizam o Esperanto como ferramenta de comunicação, como o site informativo oficial do governo chinês

35, bem como programas

e sites jornalísticos em Esperanto mantidos pelo governo chinês36

; o do jornal francês “Le Monde Diplomatic”

37, a rede social Facebook

38 e o

buscador Google39

. O sistema operacional Linux também tem versão em Esperanto, o OpenOffice tem corretor ortográfico em Esperanto. O navegador Firefox tem versão oficial em Esperanto, assim como outros programas da empresa Mozilla

40.

Em estatística do Twitter, quando do falecimento de Steve Jobs, o Esperanto esteve entre as 13 línguas mais usadas nessa mídia social para comentar o fato, em 9º lugar, à frente de línguas como o Alemão, o Tailandês, o Dinamarquês e de todas as outras todas que usam alfabeto latino

41.

Desde 1922

42 o Esperanto conta com transmissões de rádio, evento que o

uso da internet reduziu bastante. Atualmente há sites que disponibilizam transmissões em tempo real ou gravações de programas. De um total de 24 fontes diversas, destacando-se o sítios:

<http://www.podkastaro.org> <www.bongo.ne.jp/~teg/radio/esperanto.htm>,

Uma instituição estatal que mantém transmissões diárias é a Rádio Internacional Chinesa, mas há pelo menos mais dez outras estações com transmissão semanal em Esperanto na Austrália, Brasil, Cuba, Espanha, França, Suécia e Vaticano

idem à ref. 35. Desde 1977 a Rádio do Vaticano

oferece horários para transmissões em Esperanto, em geral sob responsabilidade da União Esperantista Católica Internacional – IKUE. De 1910 a 1998 o programa era semanal; a partir dali, passaram a ser três programas, às 20h00 (UTC). Os programas, com duração de 9 minutos, costumam constituir-se de ensinamento pastoral do Papa (4ª

s feira); temas

34 Disponível em: < http://www.liberafolio.org/2011/jam-pli-ol-140-000-artikoloj-en-la-esperanta-vikipedio>. Acesso em 30/jul/2011. 35 Disponível em: < http://esperanto.china.org.cn>. Acesso em 30/jul/2011. 36 Ver <http://purgly.blogspot.com/2010/10/os-chineses-estudam-esperanto-e-voce.html> ou <http://www.espero.com.cn/>. Acesso em 14/dez/2011. Informações interessantes sobre o Esperanto na China podem ser obtidas em artigo de GLOSSOP, Ronald, em < http://www.icxlm.org/cxinio1a.htm>, acesso em 14/dez/2011. 37 Disponível em: < http://eo.mondediplo.com>. Acesso em 30/jul/2011. 38 Disponível em: < http://eo-eo.facebook.com>. Acesso em 30/jul/2011. 39 Disponível em: < http://www.google.com/webhp?hl=eo>. Acesso em 30/jul/2011. 40 Disponível em: < http://www.mozilla.com/pt-BR/firefox/all.html>. Acesso em 10/jul/2011. 41 Disponível em: < http://www.wired.com/epicenter/2011/10/global-mourning-for-steve-jobs/>. Acesso em 20/nov/2011. 42 Anuário da Associação Universal de Esperanto. UEA: Roterdã, 2011. pág. 92.

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e problemas religiosos atuais (5ªs feiras) e pensamentos religiosos,

informações e diversos (domingos). Em fevereiro de 2012 o Google lançou o Esperanto como a 64ª língua de seu tradutor automático

43. O Google já oferece seus serviços em Esperanto

há muitos anos, mas como incluir a língua internacional no tradutor envolve um trabalho muito maior, a notícia repercutiu na mídia, em todo o mundo, de forma muito positiva. Trata-se de um fato emblemático, porque o Google não é empresa esperantista e, portanto, a única razão que tem para incluir o Esperanto em seus serviços é o vasto uso que a língua tem na internet. Pelo mesmo motivo, outras empresas oferecem seus serviços na Internet em Esperanto, como é o já comentado caso do Facebook. 2.7 - Bibliotecas, Museus e Centros de Pesquisa sobre o Esperanto A cultura esperantista dispõe de vários museus e bibliotecas de alcance internacional. O anuário da UEA de 2011

44 destaca:

- Museu de Esperanto e Coleção de Línguas Planejadas. Localizado em Wien, Áustria, conta com 48.000 documentos e 2.500 objetos relativos ao Esperanto (por ex. fotos e insígnias). - Fundação Esperantista Cesar Vanbiervliet. Instalado em Kortrijk, Bélgica, dispõe de biblioteca protegida por lei, com cerca de 10.000 livros e 10.000 coleções de revistas anuais. - Biblioteca Montagu C. Butler. Fundada em 1905 e localizada em Barlaston, próximo a Stoke-on-Trend, essa seção da Associação de Esperanto Britânica tem cerca de 12.500 livros, além de coleções anuais de revistas, arquivo de fotos e documentos e arquivo de gravações, que disponibiliza via internet. - Museu de Esperanto de Svitavy. Inaugurado em 2008 na República Checa, é centro de informação acessável pela internet, no endereço <www.svitavy.cz/esperanto>. - Museu Nacional de Esperanto. Localizado em Gray, França, além de organizar exposições sobre o Esperanto, é arquivo público de livros e documentos na língua. - Biblioteca Alemã de Esperanto de Aalen. Dispõe de mais de 52.500 itens e oferece serviço de empréstimo internacional de documentos e livros.

43 Disponível em: <blogs.estadao.com.br/link/google-agora-tambem-traduz-esperanto/>/>. Acesso em 10 /mar/2012. 44 Anuário da Associação Universal de Esperanto. UEA: Roterdã, 2011. págs. 81-4.

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- Centro Herzberg de Intercultura / Centro Esperantista Alemão. Tem cerca de 7.000 livros, 13.000 jornais e informativos, 250 filmes em Esperanto, 350 gravações diversas de interesse em Esperanto. - Museu Espanhol de Esperanto. Instalado em San Pablo de Ordal, dispõe de mais de 8.400 livros, 12.300 coleções anuais de periódicos e 3.485 periódicos avulsos. - Coleção Esperantista de Fajszi. Coleção de 11.292 livros e documentos que são parte da Biblioteca Nacional de Línguas Estrangeiras Országos Idegennyelvu Könyvtár, em Budapeste, Hungria. - Biblioteca e Arquivo Nacional de Esperanto. O Arquivo Estatal de Massa, cidade da Itália, dispõe de 7.250 itens. - Biblioteca do Instituto Japonês de Esperanto. Em Tóquio, disponibiliza parcialmente em <www.jei.or.jp/hp/esp.htm> seus cerca de 20.000 livros e catálogo. - Biblioteca Hector Hodler. Com sede em Roterdã, Holanda, tem cerca de 20.000 livros, além de periódicos, fotos, gravações de áudio e outras coleções. - Centro de Documentação e Pesquisa sobre a Língua Internacional. Com sede em La Chaux-de-Fonds, Suíça, dispõe de cerca de 20.000 itens e documentos sobre Esperanto e interlinguística. - Museu Internacional de Paz e Solidariedade. Instalado em Samakard, Uzbequistão, dispõe de mais de 20.000 livros, coleções de periódicos, objetos de arte e lembranças sobre Esperanto de mais de 100 países. 2.8 - Esperanto em Documento da União Europeia de 2011 Recentemente a União Europeia reconhece o lugar efetivo do Esperanto entre as línguas existentes na Europa, comprovando ser essa língua neutra internacional realidade presente nas principais instâncias oficiais do mundo. Em 9 de junho de 2011, no documento da União Européia intitulado Civil Society Platform on Multilingualism – Policy Recommendations for the Promotion of Multilingualism in the European Union, o Esperanto é recomendado como ferramenta para a proteção da diversidade linguística Europeia. Esse documento é encabeçado por princípios exarados pelo Tratado da União Europeia e pela Convenção da UNESCO para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, de 2005, que declaram: “(The Union) … shall respect its rich cultural and linguistic diversity, and shall ensure that Europe’s cultural heritage is safeguarded and enhanced.”

In Treaty on European Union, Article 3.

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“The protection and promotion of the diversity of cultural expressions presuppose the recognition of equal dignity of and respect for all cultures, including the cultures of persons belonging to minorities and indigenous peoples.”

In UNESCO Convention on the Protection and Promotion of the Diversity of Cultural Expressions, 2005.

Em síntese, o Esperanto é incluso e citado diversas vezes no rol de princípios de respeito, proteção e reconhecimento da igual dignidade de todas as expressões culturais e linguísticas, sua herança e diversidade. Dele foram extraídos sete trechos à guisa de exemplo da importância da língua internacional hoje no cenário internacional. 1. No quadro dos trabalhos para o estabelecimento de políticas para a

promoção do multilinguismo na União Europeia, formou-se um grupo de trabalho para discutir a questão da diversidade linguística e inclusão social. Desse grupo participam diversas instituições europeias, destacando-se do próprio documento:

“Policy Recommendations for the Promotion of Multilingualism in the European Union WORK GROUP ON LANGUAGE DIVERSITY AND SOCIAL INCLUSION Chair of the group FAEY – Fundación Academia Europea de Yuste/European Academy of Yuste Foundation Co-chair of the group EBLUL – Eurolang Brussels/European Office for Lesser Used Languages Members EFIL – European Federation for Intercultural Learning FUEV – Föderalistische Union Europäischer Volksgruppen EEU – Eŭropa Esperanto-Unio EUROCLIO – European Association of History Educators ISSA – International Step by Step Association EFNIL – European Federation of National Institutions for Language EFVET – European Forum for Vocational Education and Training CMFE – Community Media Forum Europe Club de Madrid Brussels Office”

2. O documento estabelece políticas para a proteção das 23 línguas

oficiais dos 27 países da União Europeia, coloca os efeitos colaterais do uso do inglês como língua internacional e sugere opções para o desenvolvimento de políticas de aproximação justa e democrática para a comunicação internacional. Entre elas está o uso de língua planejada, como o Esperanto:

“(...) Recent publications have shown that the hegemony of English leads to disadvantages for non-Anglophones in general and in academia in particular. There is a growing awareness of the dangers emanating from the dominance of any one language,

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which is a clear threat to all other languages, whether they be national or minority languages, widely-spoken or not. Several options for language policy have been presented to find fair and democratic approaches to international communication. Their scope includes (1) multilingualism / plurilingualism, (2) restriction to receptive skills (e.g. European intercomprehension), (3) reduced variants of English, e.g. the model ‘English as a Lingua franca (ELF)’, (4) initiatives to revive an ancient language (e.g. Latin), and (5) the use of a planned language such as Esperanto.”

3. O documento também trata da propedêutica para se desenvolver a

consciência multilíngue em crianças: Através de sessões de orientação em línguas que lhes sejam estrangeiras, pode-se mostrar como ela opera e ensinar habilidades básicas da sobrevivência nessa língua. Essa ideia está sendo testada pela Universidade de Manchester, Inglaterra, em projeto chamado “Trampolim para as línguas”, que de início envolve quatro escolas. Como “trampolim” para o aprendizado de línguas, o projeto ensina o Esperanto, escolhido por sua facilidade, transparência, regularidade e por dar acesso à diversidade de culturas de todos os seus falantes pelo mundo:

“Actually, this idea is being tested in practice through a programme launched and supervised by the University of Manchester, entitled Springboard to Languages, involving four primary schools and approximately 250 pupils, with the following two aims: (1) to raise language-awareness, and (2) to prepare learners for the subsequent study of other languages. To this end, it used a language-orientation instruction course as a springboard, based on the basic grammar and 500 most frequently-used morphemes of the international planned language, Esperanto. The reasons for using Esperanto, as provided by Jansen, have to do with the regularity of this language, its transparence as a language, the lack of exceptions to its rules, the fact that it gives access to a variety of cultures of all of its speakers throughout the world and that it does not impose any predetermined thought patterns or societal organization.”

4. O documento relata o valor do Esperanto para o conhecimento das

“línguas menos amplamente usadas” (LWULs). Uma das recomendações da União Europeia é que se apoie o multilinguismo pelo ensino precoce de línguas minoritárias, dado elas possuírem enorme valor cultural e a manutenção da diversidade cultural e linguística ser importante para a unificação e união da Europa, para seu desenvolvimento social e econômico e para a mobilidade interna de sua população. Nesse contexto o documento não só recomenda ações que apoiem e promovam as LWULs, como cita experiências que contribuem para o conhecimento de línguas minoritárias. Uma é o “Pasporta Servo” (serviço de passaporte), rede de hóspedes e

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anfitriões voluntários, todos falantes de Esperanto, que funciona em todo o mundo:

“Understanding that the term ‘less-Widely Used Languages’ (LWULs) is used for minority, majority and ‘small’ languages, we recommend incentives for the learning, teaching and testing. The main reasons are firstly because each of these languages has immense cultural value on its own, and secondly because the maintenance of the cultural and linguistic diversity of Europe is important for its unification and cohesion, for its social and economic development and for the mobility therein. This takes place in a context where most of these LWULs face difficult conditions in the EU and tend to decline in spite of the positive value they add to our societies. The main recommendations for supporting and promoting the LWUL are the following:

Create an enabling educational framework to learn and teach LWUL, as from early age;

Support and encourage adequately learning and teaching of LWULs: financially, raise awareness, include in school curricula;

Invest in good educational materials, books, well-trained teachers etc.;

Invest in translation, teacher and learners exchanges;

Improve mobility schemes Europe-wide for young people especially from and to countries where LWULs are used;

Improve the place of LWULs within vocational education and training schemes and facilities; Develop toolkits for promoting awareness and value of RML amongst trainees; Offer training mechanisms for teachers and trainers at VET institutions; Create good practice guides for employers to raise their awareness;

Support and improve language transmission in the family for LWULs.

A ‘best practice example’ is the programme operated through the AFS Intercultura that has been sending students on exchange programs to countries with LWULs – Iceland, Latvia, Hungary, Finland, and the Czech Republic. In order to promote them, they organise special training & workshops on communication and provide specific materials to target groups. The most common objection raised is that nowadays English knowledge is a must. Intercultura tackles this demonstrating that students participating in intercultural youth exchanges improve their language skills in other ‘big’ languages, especially English, which they use in many cases as a vehicular language. A second example is the Pasporta Servo http://www.pasportaservo.org/ which is an online community of Esperanto speakers which offers a platform to meet and get to

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know people while travelling in Esperanto – hospitality service of Esperantists. Providing an applied use for this LWUL and facilitating this is surely a best practice which could be translated to other linguistic contexts, too.”

5. Enaltecendo o progresso do Esperanto na Europa, o documento

menciona moção de 2004, para introdução do Esperanto como língua oficial de trabalho do Parlamento Europeu. Apesar da derrota (mas com 43% dos votos a favor), fez-se constar o Parecer do Parlamentar Europeu Gianfranco Dell’Alba: O italiano pediu para incluir no texto sobre multilinguismo que:

“In the context of this discussion of the issue of multilingualism and on the basis of an underlying desire to preserve the cultural and linguistic diversity of the European Union, the rapporteur would like, in conclusion, to raise once again the idea of promoting a neutral pivot language such as Esperanto. A language such as this could encourage cross-cultural communication, while offering an alternative to the evergrowing preponderance of certain of the current languages, without, however, endangering the linguistic heritage which is one of Europe’s most precious assets.”

6. Nesse novo documento encontra-se também breve relato sobre os

serviços prestados pelas traduções para o Esperanto de obras primas da literatura originalmente escritas em línguas minoritárias, que assim ganharam divulgação mundial. O escritor húngaro Ludoviko Györy Nagy cita em sua Bibliografie de traduceri din literatura română în limba esperanto (Rotterdam, 2007), 622 traduções feitas por 78 tradutores do Romeno para o Esperanto e antologias literárias traduzidas da maioria das línguas principais e de muitas minoritárias, que foram publicadas em Esperanto. O poeta e escritor inglês William Auld, em sua Nova Esperanta Krestomatio (Rotterdam, 1991), apresenta poesia traduzida de 73 línguas. E a tradução flui em ambos os sentidos: O escritor, jornalista e poliglota escocês, nascido na Bolívia, Girvan McKay (em inglês), ou Garbhan MacAoidh (em escocês), em sua obra “William Auld - Master Poet of Esperanto” (Tullamore, 2009) contem traduções para o gaélico, inglês e escocês, da obra de William Auld, “Infana Raso” (raça infantil), que já havia sido publicada em português, em polonês, em alemão, em francês e em húngaro.

Dentre muitas outras informações e citações presentes no documento da União Europeia aqui tratado, escolheram-se como ilustração os comentários feitos por Pierre Janton, escritor esperantista francês, e pelo Dr. Hunphrey Tonkin, professor de língua inglesa, presidente emérito da Universidade de Hartford em Connecticut e membro da Academia de Esperanto, os quais atestam a relevância e qualidade do Esperanto como

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ferramenta para a preservação da diversidade linguística e cultural. Dizem eles:

“(…) at least 10,000 literary works have been translated into Esperanto… these constitute the largest anthology of world culture ever undertaken for popular consumption. (…) Through Esperanto translation, several masterpieces of little-known or minority cultures have gained a worldwide audience and reached levels of society normally indifferent to foreign literatures.” e “(...) translators into Esperanto enjoy a unique advantage over translators into ethnic languages because they translate from their own vernacular whereas the reverse is the rule with translators into ethnic idioms. (…) Thus Esperanto acts as a bridge between cultures. It is the Esperanto version of Marta that has been translated into Chinese and Japanese. (…) Only a Finn could give to the Kalevala that fidelity down to the last syllable that the translator Johan Leppäkoski provides.”

2.9 – Importância do Esperanto em Declaração da Assembléia Geral da ONU de 2012 A declaração final da Conferência de ONGs, que o Departamento de Informação Pública das Nações Unidas organizou em Bonn, em setembro de 2011, tornou-se documento oficial da Assembléia Geral das Nações Unidas, traduzido em todas as línguas oficiais das Nações Unidas e registrado nos Atos da Secretaria da Assembleia Geral em 20 de março de 2012

45.

A declaração final é particularmente destinada à Conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, a Rio +20, que ocorrerá nos dias 20 a 22 de junho de 2012, e que contém muitas recomendações que deverão ser consideradas na própria Rio +20. Durante a conferência de Bonn, numa demonstração de proativade das organizações esperantistas por um mundo melhor, os representantes da UEA conseguiram instituir vários itens na declaração final sobre a dimensão linguística do desenvolvimento sustentável, chamando a atenção para a importância das línguas e a diversidade lingüística. Com isso, a Declaração da Assembléia Geral da ONU, à página 3 da versão em Espanhol, utilizada

45 Disponível em <http://www.un.org/wcm/content/site/dpingorelations/home/announcements>. Acesso em 20/abr/2012.

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no presente trabalho, reconhece a íntima relação entre biodiversidade e diversidade lingüística, objeto de atenção e proteção do Esperanto e de sua comunidade:

“Reconociendo que la diversidad biológica y la diversidad lingüística son inseparables y alarmados por la pérdida de conocimientos tradicionales causada por la pérdida de diversidad lingüística,”

Em tradução livre:

“Reconhecendo que a biodiversidade e a diversidade linguística são inseparáveis e alarmado com a perda dos conhecimentos tradicionais causada pela perda da diversidade linguística,”

Reforçado o reconhecimento com a afirmação pela necessidade prática de promover o respeito às diversidades, dentre a qual as linguísticas, como colocado à página 4 do documento:

“Resueltos a promover el respeto de la diversidad cultural, lingüística y étnica y a fomentar la solidaridad y la reciprocidad entre los pueblos, incluidos los pueblos y las naciones indígenas, y las alianzas y asociaciones entre civilizaciones,”

Em tradução livre:

“Decididos promover o respeito pela diversidade cultural, linguística e étnica e fomentar a solidariedade e a reciprocidade entre os povos, incluindo povos e as nações indígenas, e alianças e parcerias entre as civilizações,”

E especificando e tornando concretos os objetivos de desenvolvimento sustentável com relação à juventude e educação, à página 17 encontra-se:

“Objetivo de desarrollo sostenible: medios de vida sostenibles, juventud y educación. Para 2015, las naciones deberán estar comprometidas con el principio de que todas las personas tienen derecho a tener medios de vida sostenibles y aplicarán políticas monetarias, fiscales y lingüísticas para alentar el pleno empleo y el trabajo decente.” Pág 17

Em tradução livre:

“Objetivo do desenvolvimento sustentável: meios de vida sustentáveis, juventude e educação. Em 2015, as nações deverão estar comprometidos com o princípio de que todas as pessoas tem o direito a ter meios de vida sustentáveis e aplicarão políticas monetárias, fiscais e linguísticas para incentivar o pleno emprego e o trabalho decente.” Pág 17

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Finalizando a análise deste importante documento, quanto ao papel da educação e da aprendizagem para o desenvolvimento do desenvolvimento sustentável, em sua página 16, o documento faz referência à promoção do ensino de Esperanto e às duas Resoluções da UNESCO em seu favor, pedindo que seja introduzido no sistema de ensino dos estados membros da ONU, não só como forma de estimular o desenvolvimento sustentável, mas como uma ação intrinsecamente sustentável, devido a sua facilidade de aprendizagem, simplicidade e neutralidade:

"Pedimos que se respeten e incluyan en el sistema educativo las lenguas de las minorías étnicas, dado que esas lenguas expresan la complejidad de sus respectivos entornos, y que se examine la posibilidad de promover un idioma internacional neutro que combine la facilidad de aprendizaje y la claridad con la neutralidad y, por lo tanto, pueda considerarse intrínsecamente sostenible.”

Em tradução livre:

“Pedimos que se respeitem e incluam no sistema de ensino as línguas das minorias étnicas, como estas línguas expressam a complexidade de seus ambientes, e que examine a possibilidade de promover uma língua internacional neutra, que combina a facilidade de aprendizagem e clara à neutralidade e, portanto, pode ser considerado intrinsecamente sustentável.”

(grifo nosso) 3 – BREVE PANORAMA DO ESPERANTO NO BRASIL No Brasil o movimento esperantista está organizado em 19 associações estaduais, afiliadas à Liga Brasileira de Esperanto (BEL), bem como associações municipais, filiadas às respectivas associações estaduais. Fundada em 1907, A BEL tem sede em Brasília e desde 1921 é órgão de utilidade pública. Com certidão ratificada em 2005, ela forma um sistema confederativo nacional, voltada para as necessidades dos esperantistas e seu movimento. 3.1 - Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto Em âmbito nacional, a Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto, que desenvolve conjuntamente o presente projeto de curso, é uma instituição sem fins lucrativos, cuja missão é trabalhar pela divulgação da língua neutra internacional Esperanto na sociedade brasileira, reconhecendo-a como a melhor solução para a democracia linguística nas relações internacionais e como um dos melhores instrumento para proteger a diversidade linguística. Estrutura-se segundo núcleos de atuação, sendo um de seus núcleos o “Colegiado de Professores e Pesquisadores Acadêmicos”, um corpo de

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especialistas na Língua Internacional Esperanto, formado por mestres e doutores, contando inclusive com o ex-reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Prof. Dr. José Passini

46, e que dá suporte aos serviços estáveis

de relações internas e internacionais para pesquisa e docência; funciona como conselho editorial da editora da CBLIE, voltada à edição em ou sobre esperanto, com ênfase em publicações didáticas e paradidáticas e, credencia tradutores para serviços de traduções e cursos de Esperanto. A Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto - CBLIE surge no cenário brasileiro com a missão de levar o Esperanto a todos os setores da sociedade, expandindo os benefícios do domínio e uso da língua internacional para além dos círculos do movimento tradicional esperantista. Surge para colocar o Brasil a par e passo com outros países no campo das pesquisas acadêmicas sobre o Esperanto, promovendo publicações científicas através de sua editora, a Z Editorial. Focada em projetos que possam dar cumprimento à sua missão, a CBLIE estabelece parcerias com instituições acadêmicas brasileiras, como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP - a segunda melhor universidade privada do país e primeira melhor do estado de São Paulo, segundo o MEC em 2011 - bem como com instituições estrangeiras, como a Academia Internacional de Ciências de San Marino, o que a projeta também no cenário mundial. Para tanto, conta com seu Colegiado Acadêmico formado por professores e pesquisadores, todos mestres ou doutores, especialistas na Língua Internacional Esperanto, atuantes no território nacional. A Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto – CBLIE fomenta a economia criativa através de sua Incubadora e Facilitadora de Comércio Exterior, que assessora seus associados para a realização de negócios de importação e exportação utilizando o Esperanto como língua de trabalho. Objetivando uma melhor inserção na sociedade de nosso tempo para a construção da sociedade que queremos, a Câmara Brasileira de Esperanto promove e apoia projetos de sustentabilidade. A CBLIE acredita que divulgar a Língua Internacional Esperanto é trabalhar pela democracia linguística nas relações internacionais, pela proteção da diversidade cultural, além de ampliar os horizontes do homem para uma dimensão mais profundamente humana e verdadeiramente planetária. Como disse Affonso Romano de Sant'Anna, "Falar uma língua estrangeira é romper uma fronteira, falar muitas línguas é romper várias, falar o ESPERANTO é romper todas de uma vez." 3.2 – Instituições Esperantistas no Brasil Dentre outras instituições esperantistas brasileiras de âmbito regional, destaca-se a fazenda-escola Bona Espero (Boa Esperança), em Alto Paraíso,

46 Endereço para acessar o CV: http://lattes.cnpq.br/5556315730534657

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GO. Há cinquenta e quatro anos essa escola busca melhorar as condições de vida de crianças afastadas judicialmente de suas famílias (por situações de alto risco social). O currículo do ensino fundamental que lhes é oferecido inclui, além das disciplinas curriculares, a convivência com a diferença étnica e cultural. Nele estão o Esperanto e princípios ecológicos e multiculturais. Ao concluir o ensino fundamental, o aluno é encaminhado para a escola em Alto Paraíso e, se ele não tem para onde ir, lá permanece enquanto o desejar. Há anos Alto Paraíso colhe os feitos dessa instituição esperantista: Entre ex-alunos da Bona Espero contam-se hoje professores da rede pública de ensino, um ex-prefeito e vários vereadores da cidade. Os administradores da fazenda-escola são Giuseppe e Úrsula Grattapaglia: ele italiano com 80 anos e ela, alemã de 77 anos. Há 38 anos deixaram Turim, na Itália, para visita de vinte dias à comunidade esperantista brasileira e tornaram-se voluntários na fazenda. Esse ex-engenheiro da FIAT e ex-tradutora da ONU (fluente em alemão, latim, francês, italiano, inglês, português e Esperanto)

47;48 tornaram-se co-fundadores da escola de

ensino médio da cidade. Todo ano realizam-se no Brasil dezenas de eventos esperantistas: o 46º Congresso Brasileiro de Esperanto, o 8º Congresso Panamericano de Esperanto e o 31º Congresso da Juventude Esperantista ocorreram entre 9 e 14 de julho de 2011 na Faculdade Santa Marcelina (FASM), no bairro de Perdizes, São Paulo. 3.3 – Ensino do Esperanto em Ambiente Universitário no Brasil Dentre os muitos locais onde o Esperanto é ensinado no Brasil, destacam-se os seguintes ambientes universitários: - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas). Seu programa de práticas de formação inclui, entre outros assuntos, optativa interdisciplinar para discutir os problemas linguísticos mundiais

49.

- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Curso da Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão – COGEAE e desenvolvido pelo Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Ciências e Artes com o Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, LAEL, em parceria com a Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto. É um curso realizado em dois módulos, básico e avançado, com carga horária de 120 h cada um, visando preparar professores com graduação em Letras e que queiram qualificar-se para lecionar Esperanto na rede pública ou

47 Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11364>. Acesso em 10/jul/2011. 48 Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11364>. Acesso em 10/jul/2011. 49

Disponível em: <http://docentes.puc-campinas.edu.br/ceatec/davidb>. Acesso em

10/jul/2011.

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privada, além de público interessado em estudar Esperanto por motivos culturais ou outro qualquer

50.

- Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Divulga suas atividades em página em Esperanto

51.

- Universidade Castelo Branco (UCB). Oferece cursos de extensão de Esperanto para seus alunos e a comunidade

52 carioca.

- Universidade Católica de Petrópolis (UCP). O Centro de Teologia e Humanidades oferece à comunidade um curso básico de Esperanto

53.

- Universidade de São Paulo (USP). Na década de 1970, o Professor Titular Osvaldo Sangiorgi fundou o grupo de pesquisa sobre Cibernética Pedagógica da Escola de Comunicações e Artes (ECA). Esse grupo, certificado pelo CNPq e constituído por cerca de trinta membros (entre pesquisadores, estudantes e técnicos), trabalha interfaces da comunicação e educação. Uma de suas linhas de pesquisa é o Esperanto, incluso em Língua Transnacional e Línguas Nacionais

54.

- Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac). Em março de 2011 iniciou terceira turma do curso de extensão para a língua internacional Esperanto

55.

- Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (UNESP). Em sua quarta edição no primeiro semestre de 2012, o curso é cadastrado na Pró-Reitoria de Extensão Universitária como curso de extensão, ministrado gratuitamente no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da UNESP, no Campus de Ribeirão preto, com certificados inclusive valendo para atividades curriculares acadêmico-científico-culturais.

56

- Universidade Federal do Ceará (UFC). A Pró-reitoria de Extensão – Coordenadoria Geral das Casas de Cultura Estrangeira oferece cursos de esperanto e edita a Interligvistika Revuo (ISSN 1981-9978). Essa revista

50 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Proposta de Criação do Curso de Extensão Universitária: Língua Internacional Esperanto: História, Língua e Movimento. São Paulo, 2011. 51 Disponível em: <http://softwarelivre.org/fisl12/?lang=eo>. Acesso em 10/jul/2011. 52 Disponível em: <http://www.castelobranco.br/site/index.php?option=com_jake&jrun=%2Fextensao%2Fexibir% 2F1316&japp=ucb>. Acesso em 10/jul/2011. 53 Disponível em: <http://www.ucp.br/html/joomlaBR/index.php?option=com_content&task=view&id=949& Itemid=1>. Acesso em 10/jul/2011. 54 Disponível em: <http://cpedagogica-usp.blogspot.com/p/o-grupo-de-pesquisa-cibernetica.html>. Acesso em 10/jul/2011. 55 Disponível em: <http://www.uniplac.net/noticias/index.php?id_noticia=2630>. Acesso em 10/jul/2011. 56 Disponível em: <http://www.ibilce.unesp.br/#N,19>. Acesso em 10/mar/2012.

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científica do Curso de Esperanto da Universidade Federal do Ceará57

foi concebida na Universidade de Fortaleza. Seu foco é a interlinguística e a esperantologia, mas também aceita artigos sobre língua e literatura em geral, sobretudo os relativos a temas inter e multiculturais. - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Desde 2004 Oferece cursos extracurriculares de Esperanto

58.

- Universidade Federal do Paraná (UFPA). O Centro de Línguas e Interculturalidade (CELIN), unidade do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da universidade, oferece o curso “Esperanto: Língua e Cultura”

59.

- Além dos cursos, há grupos de estudos de Esperanto na Universidade Federal da Bahia (UFBA)

60, Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC)61

, Universidade Estadual do Ceará (UECE)62

, Unicamp63

e Pontifícia Universidade Católica do Rio do Janeiro (PUC-RJ)

64.

3.4 – Produção Acadêmica no Brasil sobre o Esperanto Na Plataforma Lattes (lattes.cnpq.br), 1.813 pesquisadores informam o Esperanto como língua que dominam em maior ou maior grau. Dentre eles, 233 são doutores

65.

A título de exemplo, abaixo algumas das teses e dissertações realizadas no Brasil sobre o Esperanto: BORGES, Rosana Maria Ribeiro. A Pedagogia bonaesperense: um estudo de caso da fazenda-escola Bona Espero. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2000. (Dissertação de Mestrado).

57 Disponível em: <http://www.esperanto.ufc.br>. Acesso em 10/jul/2011. 58 Disponível em: <http://www.esperanto.org.br/p/brasil-mainmenu-89/eventos-mainmenu-90/200-esperanto-na-universidade-federal-do-espto-santo.html>. Acesso em 10/jul/2011. 59 Disponível em: <http://www.celin.ufpr.br>. Acesso em 10/jul/2011. 60 Disponível em: <http://ufbaesperanto.multiply.com/links/item/7>. Acesso em 10/jul/2011. 61 Disponível em: <http://www.esperanto-ufsc.blogspot.com>. Acesso em 10/jul/2011. 62 Disponível em: <http://www.esperanto.ufc.br>. Acesso em 10/jul/2011. 63 Disponível em: <http://bejo.esperanto.org.br/vikio/universitataj_grupoj>. Acesso em 10/jul/2011. 64 Disponível em: <http://publique.rdc.puc-rio.br/jornaldapuc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=140&sid=20>. Acesso em 10/jul/2011. 65 Conforme a Plataforma Lattes <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do?metodo=apresentar>, em acesso de 14/dez/2011, com aplicação do filtro “Idioma”.

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DIAS, Alberto Emerson Werneck. Renovação lexical do esperanto: mecanismos de formação de neologismos. Brasília: Universidade de Brasília, 2007. (Dissertação de Mestrado). LAROCA, Maria Nazaré de Carvalho. O caráter verbo-nominal do aspecto em esperanto. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense, 2009. (Tese de Doutorado). MATTOS, Geraldo. Discussão da polêmica sobre os particípios em esperanto. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 190 p., 1986. (Tese apresentada ao Departamento de Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas da UFP para concurso para o cargo de professor titular). PASSINI, José. Esperanto: Estudo comparativo do esperanto com outras quatro línguas planejadas e com o português. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1978. (Dissertação de Mestrado). _____. Esperanto: Descrição e avaliação de uma língua internacional. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1986. (Tese de Doutorado). A Associação Paulista de Esperanto (EASP) enumera sete cursos em São Paulo

66 e no interior. E informações da mesma associação e da Liga

Brasileira de Esperanto (BEL) cataloga cursos em 19 cidades do estado, que são: Arujá, Batatais, Bauru, Bebedouro, Campinas, Caraguatatuba, Divinolândia, Formiga, Itanhaém, Mirassol, Mongaguá, Praia Grande, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Carlos, São José dos Campos e São José do Rio Preto. 3.5 - Cenário Legislativo Nacional e o Esperanto No cenário legislativo, algumas das leis vigentes que favorecem o Esperanto em território nacional

67:

- Lei Estadual de SP, nº 505, de 18 de novembro de 1974, instituiu o "Dia da Língua Internacional Esperanto”, comemorado em 15 de dezembro. - Lei Municipal nº 7.182, de 18 de fevereiro de 1993 de Goiânia, que dispõe sobre o ensino de idioma internacional Esperanto na rede pública municipal de ensino. - Lei Municipal nº 8.463, de 25 de maio de 1999, de Ribeirão Preto, que introduziu no currículo escolar da rede municipal de ensino, o ensino da língua internacional Esperanto.

66 Disponível em: < http://www.easp.org.br>. Acesso em 10/jul/2011. 67 Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/busca?q=esperanto&s=legislacao>. Acesso em 10/jul/2011.

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O Projeto de Lei Federal 6.162/2009, (Anexo III), de autoria do Senador Cristovam Buarque, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB), para dispor sobre inclusão facultativa do ensino da Língua Internacional Esperanto no ensino médio, tornando sua oferta obrigatória caso a demanda justifique. Porque em relação ao ensino de línguas, a LDB prevê o ensino da língua pátria e o de línguas estrangeiras, casos em que o Esperanto não se enquadra. Ressalte-se que o projeto já tramitou na casa legislativa de origem (Senado Federal) e, em 2009, foi remetido à Câmara dos Deputados sob a forma de “Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões” e com o regime de tramitação de prioridade às Comissões de Educação e Cultura e Constituição e Justiça e de Cidadania (Art. 54 RICD), como pode ser verificado no site da Câmara Federal

68.

Em 6 de julho de 2011, a Comissão de Educação e Cultura (CEC) aprovou o Parecer do Relator, Dep. João Bittar, pela aprovação com Emenda. Sendo aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), o projeto de lei poderá ser sancionado em ato contínuo, prevendo prazo de três anos para adaptação do sistema de ensino. 4 - CLASSIFICAÇÃO LINGUÍSTICA DO ESPERANTO O Esperanto é língua aglutinante sem gêneros gramaticais para entidades assexuadas, sem conjugação de verbos variáveis por pessoa ou número. Além das formas nominais do verbo e seis particípios, conta com três modos: indicativo, imperativo e subjuntivo. - Tem apenas dois casos morfológicos: nominativo e acusativo. - Como língua planejada, o Esperanto não se relaciona genealogicamente a nenhuma língua étnica; pode ser descrito como língua de léxico predominantemente românico e de morfologia aglutinante. - A fonologia, a gramática, o léxico e a semântica são baseados em línguas indo-europeias ocidentais. - Seus fonemas de influência eslava, seu léxico derivado das línguas românicas, a contribuição de línguas germânicas e palavras tomadas de outras línguas fazem-no referir-se a cento e dez línguas

69.

- A relação biunívoca entre grafemas e fonemas (uma letra para cada som e um som para cada letra) e a morfologia regular são fáceis de aprender.

68 Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_imp?idProposicao=454210&ord=1&tp= completa>. Acesso em 10/jul/2011. 69 CHERPILLOD, Andre. Konciza etimologia vortaro. Rotterdam: Universala Esperanto-Asocio, 2007.

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- Tipologicamente, a ordem sintática padrão do Esperanto é sujeito-verbo-objeto e adjetivo-substantivo. - Novas palavras podem ser introduzidas como neologismos ou formadas a partir de processos de construção com morfemas já existentes na língua. - Sua estrutura vocabular do Esperanto é semelhante à das línguas aglutinantes. Nele (e em línguas como o chinês), os morfemas são invariáveis e combináveis em distintas palavras. 5 - QUALIDADES PEDAGÓGICAS E EDUCACIONAIS DO ESPERANTO Desde os anos 1920 experimentos educacionais na Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Inglaterra, Itália, Japão, Nova Zelândia e Suíça demonstram a facilidade de aprendizado do Esperanto em relação às outras línguas. A partir de 1970, ele passa a ser visto como facilitador do aprendizado de língua não materna e de matérias que exijam raciocínio lógico ou com interesses em humanidades. Esses experimentos comprovam o valor propedêutico do Esperanto (Anexo IV)

70. Por ter como fundamento o respeito e convivência harmoniosa com a

diversidade humana e por dar visão humanista das relações internacionais e interétnicas, seu aprendizado aporta ao aluno grande valor educacional e ético, além de facilitar o aprendizado de línguas estrangeiras. Essa função propedêutica do Esperanto deve-se principalmente à origem internacional de seu léxico e sua estrutura gramatical lógica e concisa, que faz com que o aluno entenda naturalmente como, de forma geral, estruturam-se as línguas. Aprender Esperanto amplia o potencial intersemiótico e ou interlinguístico, desenvolve o processo metacognitivo e translinguístico, enfim, alarga os horizontes e estimula o conhecimento de novas línguas e culturas. De fato, por 125 anos a difusão da Língua Internacional Esperanto tem perseguido os objetivos propostos e aprovados no 81° Congresso Mundial de Esperanto, ocorrido em 1996 em Praga

71:

Democracia É sistema de comunicação que não privilegia grupos de pessoas nem exige anos de esforços para se alcançar baixa capacidade de comunicação. É

70 Referências importantes encontram-se também em <http://www.eszperanto.hu/egyeb/propedeutika/index.htm> e <http://www2.cs.upb.de/extern/fb/2/Kyb.Paed/SMOD/Inhalt.htm>. Acesso em 30/jul/2011. 71 Disponível em: <http://www.kke.org.br/dossie/manifesto_de_praga>. Acesso em 30/jul/2011.

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visto como opção de comunicação internacional no mundo globalizado e porta de acesso à interação com outros povos e culturas.

Educação transnacional Não só as línguas étnicas ligam-se a culturas, nações ou conjunto delas, como a educação por seu meio tende a privilegiar visões particulares sobre o mundo. Elas exigem, por exemplo, conhecimento da cultura, geografia e política do país a que pertencem. O Esperanto propõe o mundo sem fronteiras, em que nenhum país é estrangeiro. Logo, sua educação transmite uma perspectiva transnacional de mundo.

Eficácia pedagógica Só pequena porcentagem dos que estudam língua estrangeira são capazes de dominá-la adequadamente. Por não apresentar os obstáculos comuns do estudo das línguas étnicas, por seu ensino ser eficaz e até ter efeitos propedêuticos na aprendizagem de outras línguas, o Esperanto é recomendado como disciplina básica em curso de sensibilização linguística. Por suas características, até autodidatas adquirem bom domínio dele.

Multilinguismo Os falantes do Esperanto formam uma das poucas comunidades linguísticas de âmbito mundial cujos membros falam no mínimo duas línguas. Todos os seus membros aprendem pelo menos uma língua estrangeira e a utilizam em nível coloquial. E ao terem contato com nativos de outros países, muitos se interessam por suas línguas e chegam a aprendê-las. E essa oportunidade de conhecer outras línguas amplia em muito seu universo pessoal.

Direitos linguísticos É fato que questões socioeconômicas podem conferir a uma língua certo nível de poder e que isso pode gerar insegurança e até opressão linguística de parte da população mundial. Se isso ocorre, certas garantias exaradas em documentos internacionais, especialmente as que propõem a igualdade de oportunidades para todos, independentemente de suas línguas maternas, podem ser destruídas. Isso não se dá com o Esperanto, já que com ele, todos estão nas mesmas condições. Ao operar em prol dos direitos e respectivas igualdades, ao equilibrar deveres e responsabilidades, facilita a discussão e encontro de soluções para eventuais desigualdades e conflitos linguísticos.

Diversidade linguística O Esperanto, como língua neutra, protege a diversidade linguística. E a diversidade linguística deve ser protegida, especialmente em tempos de globalização. As línguas devem ser protegidas por facilitarem a

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comunicação e o desenvolvimento e serem fonte de riqueza constante e inesgotável.

Emancipação do ser humano As línguas dão aos falantes a possibilidade de comunicação intergrupal. Mas, se elas não permitirem comunicação efetivamente universal, são simultaneamente libertação e prisão. Ao permitir a qualquer pessoa participar como indivíduo na comunidade humana, o Esperanto é projeto de emancipação do ser humano que passa à prática. Por ele, o indivíduo mantém sua identidade cultural e linguística, sem se limitar a ela. Em síntese, a imposição de língua étnica para a comunicação internacional estabelece como paradigmas:

a) mercantilismo desumano;

b) monolinguismo;

c) internacionalização ideológica;

d) homogeneização da cultura mundial;

e) Imperialismo linguístico, cultural e midiático.

Por seu lado, o Esperanto propõe a ecologia linguística, cujas premissas são:

a) respeito aos direitos humanos;

b) igualdade na comunicação;

c) multilinguismo;

d) preservação das línguas e culturas;

e) respeito às identidades nacionais;

f) incentivo ao estudo de línguas estrangeiras.

Pelas razões e valores educacionais acima mencionados, o Esperanto é tido como uma língua verde, no sentido ecológico do termo, ou língua sustentável – termo este agora chancelado da ONU, conforme relatado no item 2.9 deste levantamento. Por sinal, os referidos argumentos serviram de base à redação e diversos pareceres favoráveis ao já mencionado Projeto de Lei Federal nº 6.162, de autoria do Sen. Cristovam Buarque

72.

72 Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_imp?idProposicao=454210&ord=1&tp= completa>. Acesso em 10/jul/2011.

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ANEXO I

Resolução UNESCO nº 8C/DR/116 de 1954

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Resolução de 1954 (nº 8C/DR/116) _____________________________________________________________ Conferência Geral da UNESCO, oitava sessão, Montevidéu (Uruguai), 1954. Resolução adotada em 10 de dezembro de 1954, por ocasião da décima oitava sessão plenária. IV.1.4.422 – A Conferência Geral, Tendo discutido o relatório do Diretor Geral sobre a Petição Internacional em favor do Esperanto,

IV.1.4.422.1 – anota os resultados obtidos por meio do Esperanto nos intercâmbios intelectuais internacionais e para a aproximação dos povos;

IV.1.4.422.2 – Reconhece que esses resultados correspondem às finalidades e aos ideais da UNESCO;

IV.1.4.422.3 – Autoriza o Diretor Geral a acompanhar a evolução da utilização do Esperanto na ciência, educação e cultura e, para esse fim, colaborar com a Associação Universal de Esperanto em assuntos que interessem a ambas organizações.

IV.1.4.422.4 – Fica ciente de que vários Estados-Membros se declaram prontos a introduzir ou desenvolver o ensino do Esperanto em suas escolas primárias, secundárias ou superiores e convida esses Estados-Membros a manterem o Diretor Geral informado sobre os resultados obtidos nesse campo.

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ANEXO II

Resolução da 23º Conferência Geral da UNESCO

de 1985

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Resolução de 1985 ____________________________________________________________ Conferência Geral da UNESCO. Vigésima terceira sessão. Sófia (Bulgária), 1985. Resolução adotada em 8 de novembro de 1985, por ocasião da trigésima sexta sessão plenária. 11.11 – Comemorações do Centenário do Esperanto. A Conferência Geral,

Considerando que em sua sessão de 1954, ocorrida em Montevidéu, através da resolução IV.1.4.422-4224 anotou os resultados atingidos por meio da Língua Internacional Esperanto no campo dos intercâmbios intelectuais internacionais e compreensão recíproca entre os povos do mundo, e reconheceu, que eles coincidem com os objetivos e ideais da UNESCO,

Fazendo lembrar que o Esperanto desde então fez consideráveis progressos como instrumento de compreensão entre povos e culturas de diferentes países, penetrando na maioria das regiões do mundo e na maioria das atividades humanas,

Reconhecendo a grande possibilidade que o Esperanto representa para a compreensão internacional e comunicação entre povos de diferentes nacionalidades,

Anotando a contribuição muito importante do Movimento Esperantista, e principalmente da Associação Universal de Esperanto, para a divulgação de informações sobre as ações da UNESCO, assim como sua participação nessas ações,

Consciente do fato que em 1987 se comemorará o centenário da existência do Esperanto,

1. Parabeniza o Movimento Esperantista por ocasião de seu centésimo aniversário. 2. Pede ao Diretor Geral continuar seguindo com atenção a evolução do Esperanto como recurso para melhorar a compreensão entre diferentes nações e culturas. 3. Convida os Estados-Membros a marcarem o centenário do Esperanto por meio de eventos convenientes, declarações, publicação de selos especiais e semelhantes, e instigar a introdução de programas de estudo sobre o problema da língua e sobre o Esperanto em suas escolas e suas instituições de ensino superior;

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4. Recomenda às Organizações Não Governamentais Internacionais aderirem às comemorações do centenário do Esperanto e discutirem a possibilidade de utilizar o Esperanto como recurso para divulgar entre seus membros todas as informações, inclusive aquelas sobre as atividades da UNESCO.

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ANEXO III

Projeto de Lei Federal 6.162 de 2009 de autoria do

Sen. Cristovam Buarque

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ANEXO IV

Revisão de Pesquisas Realizadas sobre o Valor Propedêutico

da Aprendizagem do Esperanto

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Pesquisas sobre o Valor Propedêutico do Esperanto Realizadas em Vários Países

Desde os anos 1920 aconteceram experimentos educacionais, que demonstraram, inicialmente, a facilidade de aprendizado do Esperanto em relação às outras línguas e, à partir de 1970, a utilidade do Esperanto como facilitador do aprendizado de línguas não-maternas e de matérias que dependem de raciocínio lógico e interesse em humanidades. Assim, ficou comprovado cientificamente o valor propedêutico do Esperanto. Vejamos alguns:

1925 - 1931, Columbia University, New York, EUA, sob direção do Prof. E. Thorndike: 20 horas de ensino de Esperanto deram melhor resultado que 100 horas de Francês, Alemão, Italiano ou Espanhol.

1947 - 1951, Sheffield, Inglaterra (desde 1948 também em Manchester): crianças aprenderam o mesmo tanto de Esperanto em 6 meses que levaram 4 a 5 anos para aprender da língua francesa; depois de alguns meses aprendendo Esperanto adquiri-se melhores resultados no aprendizado de outras línguas.

1958 - 1963, Escola de ensino médio em curso de verão, na Finlândia: sob controle do Ministério da Educação daquele país, demonstrou-se que depois de um Curso de Esperanto os alunos atingiram um nível mais alto no aprendizado de Alemão do que os alunos que aprenderam somente a língua alemã, até mesmo por mais tempo.

1970 – Experimento realizado pelo Prof. Istvan Szerdahelyi em Budapest, Hungría: uma classe de crianças aprendeu primeiramente o Esperanto e depois, separados em grupos, aprenderam Russo, Inglês, Alemão ou Francês. Constatou-se que as crianças obtiveram 25% a mais de êxito no aprendizado da língua russa do que as que não aprenderam Esperanto antes. Ainda com relação às crianças que não aprenderam antes o Esperanto, o aproveitamento no Alemão foi 30% maior, no Inglês foi 40% maior e no Francês o ganho foi de 50%.

1975 e 1976 - Experimentos mais amplos e com resultados também documentados oficialmente aconteceram na Universidade de Paderborn, Alemanha, com crianças do ensino elementar. Esses experimentos contaram com aferições precisas de resultados, com aplicação de fórmulas da pedagogia cibernética, sob a orientação do Prof. Helmar Frank.

Os experimentos de Paderborn envolveram 300 crianças que aprenderam Esperanto por um ou dois anos e depois aprenderam o Inglês. Resultado: as crianças que aprenderam Esperanto por

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dois anos (cerca de 100 horas/aula) apresentaram um aproveitamento no aprendizado do Inglês 30% maior do que as que não aprenderam Esperanto. As que aprenderam Esperanto por um ano apresentaram aproveitamento 20% superior no aprendizado do Inglês em relação as que não aprenderam Esperanto antes.

1975 a 1977 – Experimento realizado com 300 crianças, pela Liga Internacional de Professores de Esperanto – ILEI, dirigido pelo Prof. Helmut Sonnabend, na Bélgica, França, Alemanha, Grécia e Holanda. Esse experimento contou com vários professores colaboradores e demonstrou que as crianças que aprenderam Esperanto obtiveram melhor aproveitamento no aprendizado de Inglês do que as que não aprenderam Esperanto. Com uma economia de tempo para o aprendizado de Inglês altamente significante: 129 horas em um curso de 960 horas. Foi analisado também, nesse mesmo experimento, o desempenho das crianças alemãs nas disciplinas Matemática e Geografia e ficou cientificamente demonstrado que as que aprenderam Esperanto apresentaram melhor aprendizado nessas duas disciplinas.

1980 – É digno de nota o estudo do Prof. Yukio Fukuda, do Japão, intitulado "Para racionalização do aprendizado de língua estrangeira, à luz da língua materna (por exemplo, alemão ou japonês), a partir de estudos básicos da cibernética e Humanidades” 21, 1980 (página 1-16) - "Zur rationalisierten Fremdsprach-Lehrplanung unter Berücksichtigung der (z.B. deutschen oder japanischen) Muttersprache", Grundlagenstudien aus der Kybernetik und Geisteswissenschaft” – no qual demonstra que o aprendizado prévio do Esperanto é muito útil como facilitador do aprendizado do Inglês para crianças, quando a língua materna não é o Inglês.

1983 a 1985, Scuola Elementare “Rocca”, San Salvatore de Cogorno, Itália: sob direção da Profa. Elizabeta Formaggio foi realizado um experimento com um grupo de pesquisa – 25 alunos do 3º e do 4º ano do ensino básico aos quais se ministrou curso de Esperanto – e com um grupo de controle – alunos das mesmas séries que não aprenderam Esperanto. Em 1985 foram aplicados exames abrangentes a esses dois grupos. Em 1988 foram aplicados exames de Francês a esses dois grupos e os resultados confirmaram as pesquisas anteriores, ou seja, os que aprenderam antes o Esperanto aprenderam mais rapidamente o Francês do que os que não aprenderam Esperanto.

Em 1995 o Prof. Zlatko Tišljar, nascido no Zagreb, residente hoje na Eslovênia, titulou-se mestre pela Academia Internacional de Ciências de San Marino – AIS com um experimento realizado entre 1993 e 1995 na Eslovênia, Áustria e Croácia. Nesse

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experimento se ensinou Esperanto em 5 escolas elementares para 40 estudantes por 70 horas. Depois em 4 daquelas escolas as crianças aprenderam o Inglês e em 1 escola aprenderam o Alemão, ambas como língua estrangeira. O Prof. Tišljar testou por três vezes essas crianças e 40 outras que não aprenderam Esperanto.

Conclusão final do experimento: as crianças que receberam 70 horas de ensino de Esperanto aprenderam o Inglês e também o Alemão, com aproximadamente 25 a 30% mais rapidez. Isso significa que depois de dois anos de aprendizado de língua estrangeira, crianças que aprenderam antes o Esperanto sabiam a língua estrangeira ensinada 50 a 60% melhor que as crianças que não aprenderam o Esperanto. Considerando que, nos países onde se deu esse experimento, línguas estrangeiras são ensinadas 3 horas por semana, ou seja, 120 por ano ou 240 horas por dois anos, a economia de tempo no aprendizado de língua estrangeira foi maior que 120 horas. Assim, as 70 horas investidas no ensino do Esperanto já passaram a compensar antes de 2 anos de ensino de língua estrangeira.

De 1994 a 1995, setembro a julho, a Profa, Ines Frank na Alemanha, realizou um experimento semelhante em uma escola elementar de Oberndorf, comunidade pertencente ao Distrito de Rottweil, junto ao rio Neckar, no estado alemão de Baden-Virtembergo (Oberndorf am Neckar). Inicialmente participaram 38 crianças e ao final 20 do quarto ano. Os resultados não foram publicados, mas foram semelhantes aos anteriores.

De 1993 a 1997, na Scuola Gaetano Salvemini, Torino, Itália, experimentou-se o Esperanto como língua propedêutica para o ensino de línguas estrangeiras na escola fundamental. Participaram 3 classes. No 2º e 3º anos os alunos aprenderam Esperanto básico e utilizaram-no para se comunicarem com outras escolas de outros países. No 4º e 5º anos uma classe passou a estudar o Inglês e outra o Francês. Desde o ano letivo de 1994/1995 esse experimento foi oficializado pelo Ministério de Instrução Pública da Itália. A avaliação confirma a eficácia do ensino do Esperanto para as crianças italianas para um melhor e mais rápido aprendizado posterior de Francês e Inglês.

Sem maiores detalhamentos, à guisa de informação, mencionamos também outros eventos do gênero dos relatados acima:

1920, Green Lane School, Eccles, Inglaterra; 1922 Enquete oficial da la Liga das Nações, Genev, Suissa; 1922 a 1924, Bishop’s Elementary School, Auckland, Nov-Zelando;

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1924, Wellesley College, Ohio, Estados Unidos da América - EUA; 1934 a 1935 Escola Pública de Ensino Médio, New York, EUA; 1948 a 1961 Egerton Park School, Manchester, Inglaterra; 1962 a 1963, Universidade Loránd, Budapest, Hungria (Prof. I. Szerdahelyi); 1971 a 1974, 22 classes na Itália, Iugoslávia, Hungria e Bulgária; 1972 a 1973, Scuola Elementare Dante, Forlì, Italia (Ministerio da Educação); 1977 a 1983, Universidade de Paderborn, Alemanha (Prof. H. Frank); 1983 a 1985, Escola Sítio do Pica-pau Amarelo, ensino Infantil, Santos, Brasil (Prof. Pedro Jacintho Cavalheiro, coordenador do Colegiado Acadêmico da Câmara Brasileira da Língua Internacional Esperanto - CBLIE); 1984, Escola Ordem e Progresso, ensino médio, Santos, Brasil (Prof. Pedro J. Cavalheiro); 1984 a 1986, Escola Irmã Catarina, ensino Infantil, fundamental e médio, São Paulo, Brasil (Prof. Pedro J. Cavalheiro); 1993, Relatório Oficial sobre o valor propedêutico do Esperanto: Ministério da Educação, Italia; 1994 a 1997, Universidade Monash, Victoria, Austrália (Prof. A. Bishop); 2005 a 2006, Escola Nossa Senhora das Graças, ensino fundamental e médio, São Paulo, Brasil (Prof. Pedro J. Cavalheiro).

Pedro Jacintho Cavalheiro

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