Upload
phammien
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
BRUCELOSE
BOVINA
Martin Schmachtenberg
E.M. Emater Estrela
Temas Abordados
• Definição
• Etiologia
• Epidemiologia
• Importância econômica
• Transmissão
• Patogenia
• Sinais clínicos
• Diagnóstico
• Controle
Brucelose Bovina
• DEFINIÇÃO
– Doença infecto-contagiosa provocada por bactérias do Gênero Brucella.
– Caracteriza-se por provocar abortos geralmente no terço final da gestação, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, repetição de cio e descargas uterinas com grande eliminação da bactéria, podendo ainda transmitir-se ao homem.
– BOVINOS
Doença de Bang;
Aborto contagioso;
Aborto infeccioso.
• SINONÍMIA
– HOMEM
Febre ondulante;
Febre de Malta.
Brucelose Bovina
Etiologia
B. melitensis - Bruce 1887 - Malta - 3 biovares
B. abortus - Bang 1897 - Dinamarca - 7 biovares
B. suis - Traum 1914 - EUA - 5 biovares
B. ovis - Buddle 1953 - Nova Zelândia
B. neotomae - Stoenner 1957 – EUA
B. canis - Carmichael 1968 - EUA
Ross et al. 1994 - Escócia – isolamento em mamíferos marinhos
Proposta: “Brucella cetaceae” - isolamentos de cetáceos
“Brucella pinnipediae” - isolamentos de focas
Brucella abortus Resistência
• Luz solar direta 4 - 5 horas
• Solo seco 4 dias
• Solo úmido 66 dias
– a baixas temperaturas 151 - 185 dias
• Fezes 120 dias
• Dejetos a altas temperaturas 2 - 4 horas
• Esgoto 8 - 240/700 dias
• Água potável 5 - 114 dias
• Água poluída 30 - 150 dias
• Feto à sombra 180 dias
• Exsudato uterino 200 dias
Fonte: Wray, 1975.
• Leite 17 dias
• Leite congelado > 800 dias
• Queijos até 6 meses
• Manteiga até 4 meses
• Iogurte até 96 dias
• Temperatura de 60ºC 10 minutos
• Temperatura de 71,7ºC 15 segundos
Brucella abortus Resistência
• DESINFETANTES – Álcool 96oGL
– Hipoclorito de sódio 5%
– Hipoclorito de cálcio 5%
– Formol 3%
– Fenol 5%
• CALOR – Autoclavação: 120oC por 20 minutos
– Pasteurização lenta: 65oC por 30 minutos
– Pasteurização rápida: 72 a 74oC por 15-20 segundos
– Fervura
Fonte: WHO/VPH/84.4.
Brucella abortus Destruição
• DISTRIBUIÇÃO
– Mundial
Maior prevalência em países em desenvolvimento.
Erradicada ou em erradicação em alguns países desenvolvidos.
Epidemiologia
• DISTRIBUIÇÃO
– Brasil
– 1975 - Último estudo nacional oficial:
Região Norte 4,1%
Região Nordeste 2,5%
Região Centro-Oeste 6,8% Região Sudeste 7,5% Região Sul 4,0%
Fonte: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO. Diagnóstico de Saúde Animal, 1977.
Epidemiologia
Brucelose - % Animais Reagentes
Norte 9,53
Nordeste 3,74
Centro-Oeste 2,59
Sudeste 1,02
Sul 0,76
Total 2,75
Fonte: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO.
Boletim de Defesa Sanitária Animal. V. 29, n. 1-4. 1996.
• DISTRIBUIÇÃO
Epidemiologia
B. abortus: biovares 1,2 e 3 B. suis: biovar 1
B. ovis B. canis
Brucelose
Brucelas confirmadas no Brasil
até 1985
Fonte: Carrillo,1990.
Importância Econômica
• PERDAS PARA A PECUÁRIA
Aborto
Repetição de cio
Bezerros fracos
Diminuição na produção de leite
Redução do tempo de vida produtiva
Custos de reposição de animais
Limitação na comercialização de animais
Cadeia de Transmissão
• Fonte de Infecção
– Animais infectados
• Vias de Eliminação
– Feto e anexos fetais, secreções vaginais, leite, sêmen, fezes e urina
• Vias de Transmissão
– Água, pastagem e fômites contaminados
– Sêmen
– Leite e derivados crus
• Porta de Entrada
– Oro-faríngea
– Mucosas (conjuntiva, respiratória e genital)
– Pele com solução de continuidade
• Suscetíveis
– Mamíferos domésticos e silvestres
– Homem
Cadeia de Transmissão
Oral
Conjuntiva ocular
Genital
Pele lesada
Respiratória
Linfonodo regional
Hemática
Linfática
Linfonodos
Baço
Fígado
Sistema reprodutivo
Útero
Úbere
Articulações
Porta de Entrada
Patogenia
Disseminação
Aborto Bezerros fracos
Natimortos
Tropismo pelo útero gestante e
placenta
Placentite necrótica
Doença na Fêmea
Retenção de placenta
Endometrite
Infertilidade
Inflamação aguda sistema reprodutivo
Orquite uni ou bilateral
(pus, fibrose ou necrose),
Epididimite,Vesiculite
Infertilidade
Testículo
Epidídimo
Vesículas seminais
Ampolas seminais
Cronificação
(assintomática)
Doença no Macho
• DIRETOS
– Presença do agente etiológico:
Isolamento do agente em meio de cultura e identificação bioquímica
Detecção de DNA (PCR)
• INDIRETOS
– Pesquisa de anticorpos específicos
Métodos de Diagnóstico
da Brucelose Bovina
Equipamentos de biossegurança nível 3 para pesquisa de Brucella sp
Diagnóstico da Brucelose Bovina
Diagnóstico Bacteriológico da Brucelose
• Meio de Farrell: agar triptose + soro (5%) + antibióticos (Polimixina B, Bacitracina, Cicloheximide, Nistatina, Ácido Nalidíxico, Vancomicina).
• MATERIAL
– Da vaca : linfonodos (parotídeo, pré-escapular, bronquial, ilíaco interno, supra-mamário) cotilédone, suabe vaginal, baço, leite.
– Do feto : linfonodo bronquial, conteúdo estomacal, baço, fígado, pulmão, suabe retal.
Fácil execução e interpretação
Rapidez na obtenção dos resultados
Baixo custo
(triagem e algumas confirmatórias)
Provas padronizadas internacionalmente
Diagnóstico Sorológico da Brucelose
0
50
100
150
200
250
0 5 12Tempo em meses
Tít
ulo
de
An
tic
orp
os
em
UI
IgG1
IgM
IgA
IgG2
• Título de anticorpos em bovinos infectados com
Brucella abortus ao longo do tempo.
Fonte: Adaptado de Nielsen et al., 1996.
Diagnóstico Sorológico da Brucelose
• Título de anticorpos em bezerras vacinadas entre
3 e 8 meses de idade com Brucella abortus amostra B19.
0
50
100
150
200
250
0 2 4 5 8 10 12
Tempo em meses
Tít
ulo
de
An
tic
orp
os
em
UI
IgG1
IgM
IgA
IgG2
Fonte: Adaptado de Nielsen et al., 1996.
Diagnóstico Sorológico da Brucelose
Diagnóstico Sorológico da Brucelose
(Provas Oficiais PNCEBT)
Teste de triagem diagnóstica: Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) (Rosa de Bengala)
Teste confirmatório de diagnóstico: Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME) (2-Mercaptoetanol + Soroaglutinação Lenta)
Teste de referência para trânsito internacional: Teste de Fixação de Complemento (FC)
Teste para vigilância epidemiológica: Teste do Anel em Leite (TAL)
Teste do Antígeno Acidificado Tamponado
positivo negativo Reação positiva
Teste do Anel em Leite
Diagnóstico Sorológico da Brucelose
(Provas Oficiais PNCEBT)
Teste do 2-Mercaptoetanol
1:50 1:100 1:200 1:25
positivo negativo positivo
Teste de Fixação de Complemento
Diagnóstico Sorológico da Brucelose
(Provas Oficiais PNCEBT)
Vacinação contra Brucelose
• Vacina B19
Amostra B19 B. abortus, lisa, viva atenuada
Aplicação em bezerras entre 3 e 8 meses de
idade (preferencialmente até os 6 meses)
Cuidados na aplicação
Não pode ser usada fora das especificações
Patogênica para o homem
É de reduzida virulência
É estável e causa reações mínimas
Protege cerca de 70% dos animais
Imunidade por aproximadamente 7 anos
Dose única
Não tem ação curativa
Vacinação de fêmeas entre 3 a 8 meses de idade
Persistência de anticorpos em animais vacinados acima de 8 meses de idade
Amostra B19 de B. abortus
Vacinação contra Brucelose
• Amostra rugosa viva atenuada de Brucella abortus
• Não interfere nas provas sorológicas oficiais
• Vacina oficial nos EUA e Chile
• Uso permitido, juntamente com B19, na Colômbia, México,
Costa Rica, Paraguai e Venezuela
• EUA: vacinação de bovinos entre 4 a 12 meses de idade
• Outros países: revacinação após 12 meses
• Proteção semelhante à B19 Fonte: OIE, 2004.
Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinantes
Vacinação contra Brucelose
Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinantes
Permitirá aumentar a cobertura vacinal
Recomendado o uso em:
– Fêmeas adultas que nunca foram vacinadas
– Falha na imunidade do rebanho (FOCO), com eliminação dos animais reagentes ao teste, seguido de vacinação dos restantes
– Situações de alto risco de infecção
– Vacinações estratégicas
Vacina não Indutora de Anticorpos Aglutinantes
Não deve ser utilizada em machos e fêmeas prenhes
Cuidados na aplicação
Não pode ser usada fora das especificações
Potencialmente patogênica para o homem
Combate à Brucelose Bovina
Educação sanitária
Vacinação
Rotina de testes sorológicos
Abate sanitário ou destruição dos animais reagentes
Desinfecção das instalações e destruição
de restos placentários, fetos abortados e secreções
Piquetes maternidade
Quarentena de animais introduzidos no rebanho
Exame de saúde das pessoas envolvidas
Fotos gentilmente cedidas pelas
Instituições:
LARA/MG/MAPA
UFMG
Instituto Biológico