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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA BRUNA FRANCIELLE GAZZONI FITORREMEDIAÇÃO DE ÁGUA RESIDUAL CONTENDO DIESEL E BIODIESEL UTILIZANDO Typha latifolia Linn. Londrina 2007

BRUNA FRANCIELLE GAZZONI - uel.br · substâncias, bem como seus derivados nitrogenados e oxigenados, têm ampla distribuição e são encontrados como constituintes de misturas complexas

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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

BRUNA FRANCIELLE GAZZONI

FITORREMEDIAÇÃO DE ÁGUA RESIDUAL CONTENDO DIESEL E BIODIESEL UTILIZANDO Typha latifolia Linn.

Londrina 2007

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Fitorremediação de água residual contendo diesel e biodiesel utilizando Typha latifolia

Linn.

Relatório de conclusão do Estágio Supervisionado em Química A apresentado por Bruna Francielle Gazzoni ao Departamento de Química como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Bacharel em Química.

Supervisora: Profa. Dra. Carmen L. Barbosa Guedes Orientador: Prof. Dr. Osmar Rodrigues Brito

Londrina 2007

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BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Dra. Carmen Luisa Barbosa Guedes

Universidade Estadual de Londrina

_________________________________________

Dr. Osmar Rodrigues Brito Universidade Estadual de Londrina

_________________________________________

Me. Alex Gibellato Pavanelli Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 9 de outubro de 2007.

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AGRADECIMENTOS

À Deus e nossa Santa Mãe por me dar forças e esperança diante das situações

difíceis, por me auxiliar a ter sempre um sorriso nos lábios.

A meus pais que me deram a vida, por me amar, por me apoiarem, estimularem e

financiarem todos esses anos.

Aos meus irmãos pelo carinho, pelo amor e amizade.

Ao Jonas por me ensinar a viver, pelo amor, carinho, atenção e pela paciência em

tantos momentos, pela fé que sempre teve em mim.

Aos amigos do Águas de Sião pela paciência, compreensão e oração durante

minhas ausências e tribulações.

Aos colegas do LAFLURPE, que me ajudaram nos momentos em que eu precisei

principalmente à Milena, Luciana, Renato, Karina e tantos outros por toda boa

conversa, companheirismo, e boas risadas.

À Talita, companheira pra todas as horas, pelos conselhos, pela amizade, pelo

exemplo de força e perseverança.

Ao Alex por tudo que me ensinou, pela dedicada amizade e companheirismo.

Aos colegas do laboratório de solos, principalmente o Nagib, o João e o Marcio sem

os quais não teria conseguido terminar esse trabalho em tempo.

À Carmen e ao Osmar pelos conselhos, sugestões e ensinamentos que me

ajudaram a crescer como estudante e como pessoa.

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“A probabilidade de a vida originar-se

por acaso é comparável à probabilidade

de um dicionário completo surgir como

resultado da explosão de uma tipografia”

Edwin Conklin

Biólogo americano

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GAZZONI, Bruna F. Fitorremediação de água residual contendo diesel e biodiesel utilizando Typha latifolia Linn. 2007. Relatório (Graduação em Química – Habilitação Bacharelado – opção em Química Tecnológica) – Universidade Estadual de Londrina.

RESUMO

O óleo diesel é uma complexa mistura de hidrocarbonetos derivados de petróleo, entre eles os HPAs, que são potencialmente tóxicos e geralmente refratários a processos de degradação biológica. Algumas pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de encontrar alternativas para remover os contaminantes do ambiente ou transformá-los em componentes menos tóxicos. Neste sentido, com o objetivo de avaliar a possibilidade de cultivo da Typha latifolia Linn (taboa) e investigar seu potencial de fitorremediação, foram preparados vasos contendo água contaminada com diesel e B2 (1% v/v), adquiridos em posto de combustível na cidade de Londrina. As mudas de taboa foram coletadas na Fazenda-Escola e identificadas no Herbário da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR. Após adaptação, as mudas foram selecionadas e transferidas para os vasos de cultivo. O experimento foi conduzido em casa de vegetação no CCB-UEL durante 60 dias. A fase aquosa após cultivo foi analisada por espectroscopia de fluorescência para monitorar derivados aromáticos do diesel e do B2. O tecido foliar das plantas foi analisado para determinação do teor de nutrientes. Os espectros de fluorescência indicaram a presença de HPAs dissolvidos em água, assim como a degradação dos mesmos durante o cultivo da taboa. A porcentagem relativa de fluorescência na água contaminada com diesel diminuiu em 60% e a do B2 em 40%, comparando com a porcentagem de emissão em água contaminada não cultivada. A porcentagem de degradação superior do diesel pode decorrer de sua maior volatilização devido ao ponto de fulgor do diesel ser inferior ao ponto de fulgor do biodiesel. A presença do diesel e B2 reduziu a absorção da maioria de nutrientes pelas plantas. O percentual de absorção quando se utilizou o diesel, em relação a cultivo em água pura, ocorreu na seguinte ordem decrescente: 526,7%; 49,1%; 48,8%; 48,1%; 31,7% e 25,3%, para Fe, K, Zn, Mg, N e P respectivamente. Quando o contaminante foi o B2 a ordem foi a seguinte: 196,4%; 141,3%; 46,5%; 45,3%; 30,2% e 11,5%, para Fe, Zn, Mg, N, P e K, respectivamente. A presença do diesel estimulou a absorção de Fe e o B2 a absorção de Fe e Zn, pelas plantas de taboa. Os teores foliares de Ca, Cu e Mn na matéria seca da taboa não sofreram variações devido à presença de contaminantes na água, independentemente se diesel ou B2.

Palavras-chave: fitorremediação; diesel; biodiesel; HPA; fluorescência.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...........................................................................................................8

1.1 PETRÓLEO ......................................................................................................8

1.2 DIESEL.............................................................................................................9

1.2.1 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) ......................................9

1.3 BIODIESEL.....................................................................................................12

1.4 MÉTODOS DE REMEDIAÇÃO.......................................................................13

1.4.1 Mecanismos da fitoremediação...............................................................14

1.4.2 Vantagens e Desvantagens da Fitorremediação ...................................15

1.5 O GÊNERO Typha ........................................................................................16

1.6 NUTRIENTES ESSENCIAIS PARA O CRESCIMENTO VEGETAL ..............17

2 OBJETIVOS ..........................................................................................................19

2.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................................19

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................19

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL .......................................................................20

3.1 ANÁLISE DE NUTRIENTES NO TECIDO VEGETAL ....................................21

3.1.1 Determinação de Nitrogênio por Digestão Sulfurica ................................21

3.1.2 Determinação de P, K, Ca, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn por Digestão

Nitro-perclórica..................................................................................................22

3.2 ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA FASE AQUOSA ..................................23

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................24

4.1 TEORES FOLIARES PARA MACRO E MICRONUTRIENTES ......................24

4.2 ANÁLISE POR ESPECTROSCOPIA DE FLUORESCÊNCIA ........................26

CONCLUSÕES ........................................................................................................37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................38

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Mecanismos envolvidos no processo de fitorremediação.

Fonte: Pavanelli, 2007) ............................................................................................15

FIGURA 2. Esquema dos tratamentos empregados no experimento de

fitorremediação ........................................................................................................20

FIGURA 3. Espectros de fluorescência da água contaminada com 1% (v/v) de

diesel e B2 em água ................................................................................................27

FIGURA 4. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa

após 20 dias de contaminação com diesel de petróleo e B2 ..................................28

FIGURA 5. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa

após 30 dias de contaminação com diesel de petróleo e B2 ..................................28

FIGURA 6. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa

após 40 dias de contaminação com diesel de petróleo e B2 ..................................29

FIGURA 7. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa

após 50 dias de contaminação com diesel de petróleo e B2 .................................29

FIGURA 8. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa

após 60 dias de contaminação com diesel de petróleo e B2 ..................................30

FIGURA 9. Espectros de fluorescência da mistura diesel + água no intervalo de

monitoramento ........................................................................................................31

FIGURA 10. Espectros de fluorescência do diesel de petróleo em água da mistura

diesel + água com cultivo no intervalo de monitoramento........................................31

FIGURA 11. Espectros de fluorescência da mistura B2 + água no intervalo de

monitoramento ........................................................................................................32

FIGURA 12. Espectros de fluorescência da mistura B2 + água com cultivo no

intervalo de monitoramento .....................................................................................32 FIGURA 13. Áreas integradas dos espectros de fluorescência do diesel de petróleo

e B2 em função do período de contaminação da água ...........................................33

FIGURA 14. Porcentagem relativa de Diesel e de B2 degradado nos vasos

cultivados em relação aos vasos não cultivados em função do intervalo de

monitoramento ........................................................................................................35

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INTRODUÇÃO

O petróleo e seus derivados ocupam lugar de destaque dentre os compostos

orgânicos contaminantes, principalmente devido ao grande volume produzido e as

formas de consumo na sociedade moderna (ACCIOLY e SIQUEIRA, 2000).

Os processos de produção e refino de petróleo podem levar à contaminação

do solo e água. As principais causas de contaminação são vazamentos em tanques

de estocagem e tubulações, despejo de resíduos de petróleo e derramamentos

acidentais (WHITE Jr. et al., 2006).

Quando o petróleo ou produtos refinados de petróleo são derramados em

ambiente aquático, imediatas mudanças em suas propriedades físicas e químicas

ocorrem (PAYNE et al., 1985). O deslocamento da mancha de óleo, devido ao vento

e as correntes, e a difusão, devido à gravidade, aumenta a interface óleo-água e

óleo-ar resultando em aumento na evaporação e dissolução (GUEDES, 1998).

O óleo derramado começa a sofrer a ação do ambiente, com ocorrência de

efeitos físicos, químicos e biológicos. O processo natural de degradação é chamado

de intemperismo (GUEDES et al., 2003).

1.1 PETRÓLEO

O petróleo é um líquido natural e oleoso, que também pode ser encontrado

no estado semi-sólido, de cor variável, podendo ser amarelada, âmbar,

avermelhada, ou mesmo negra, de cheiro mais ou menos pronunciado, constituído

principalmente de hidrocarbonetos (BORSATO et al., 2005).

Os componentes de petróleo podem ser classificados em quatro categorias

gerais: alifáticos, aromáticos, polares, e asfaltênicos. Na fração alifática predominam

os hidrocarbonetos saturados de cadeia normal, além de cadeias ramificadas e

cicloalcanos. A fração aromática consiste de hidrocarbonetos aromáticos mono ou

policíclicos, enquanto a fração polar é composta por aromáticos heterocíclicos que

podem incluir derivados de porfirina e compostos alifáticos contendo nitrogênio,

enxofre ou oxigênio. A fração asfaltênica, por sua vez, possui alto peso molecular, é

rica em aromáticos, heteroátomos e metais (GARRET et al., 1998; NICODEM et al.,

2001).

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O petróleo, tal como é obtido, tem poucas aplicações, além do que, sua

manipulação é altamente perigosa. Sendo assim, para usá-lo, faz-se necessário seu

desdobramento em frações de diversas faixas de destilação, nas unidades de

processamento das refinarias. As principais frações obtidas nesse processo são:

gasolina, querosene, óleo diesel, óleo combustível, parafina e asfalto (BORSATO et

al., 2005).

1.2 DIESEL

Define-se óleo diesel como sendo uma mistura de hidrocarbonetos

constituída por frações com ponto de ebulição superiores ao querosene e inferiores

aos lubrificantes, que corresponde aos destilados intermediários do petróleo e cuja

faixa de destilação se situa, aproximadamente, entre 190 e 380ºC. É composto de

moléculas com oito a quarenta átomos de carbono e são normalmente mais pesados

e menos voláteis que a gasolina (VIEIRA et al., 2007).

O óleo diesel é uma complexa mistura, contendo tanto compostos voláteis,

alcanos de baixo peso molecular os quais são potencialmente fitotóxicos, e

derivados de naftaleno que podem interferir no desenvolvimento normal das plantas.

Além disso, os hidrocarbonetos poliaromáticos (HPAs) encontrados no diesel são

persistentes no ambiente. Dos óleos combustíveis de destilação média, o diesel é o

que tem o maior conteúdo de HPAs e aromáticos totais, o que pode tornar muito

mais difícil sua remediação (ADAM e DUNCAN, 1999).

Crafts e Reiber (1948 apud ADAM e DUNCAN, 2002) verificaram que a

fitotoxicidade dos combustíveis derivados do petróleo aumenta na seguinte ordem:

gasolina, querosene, diesel e óleos pesados. Isto indica que as frações leves do

combustível causam menos danos às plantas do que as frações mais pesadas,

porque são menos tóxicas ou porque são mais voláteis e, assim, perdidas com maior

facilidade. A fração volátil do diesel comercial corresponde de 5 a 10% do total na

maioria dos casos.

1.2.1 Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs)

Os HPAs constituem uma família de compostos que se caracterizam pela

existência em sua estrutura de 2 ou mais anéis aromáticos condensados. Estas

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substâncias, bem como seus derivados nitrogenados e oxigenados, têm ampla

distribuição e são encontrados como constituintes de misturas complexas em todos

os compartimentos ambientais (NETTO et al., 2000).

Eles têm sido considerados compostos de alto risco à saúde devido à sua

conhecida estabilidade química, alta toxicidade e por serem potencialmente

carcinogênicos (ANDREONI et al., 2004; COLE, 1994). De maneira geral, os HPAs e

seus derivados estão associados ao aumento da incidência de diversos tipos de

câncer no homem. Vários componentes deste grupo, na forma original ou

decomposta, são capazes de reagir diretamente com o DNA, tornando-se potenciais

agentes carcinogênicos e eficientes mutagênicos. A exposição humana a estes

compostos se dá principalmente através da contaminação ambiental (NETTO et al.,

2000).

Dentre as inúmeras fontes de HPAs, podem ser citados os processos de

combustão de material orgânico (particularmente a exaustão de motores a diesel), a

queima de carvão, as fotocopiadoras, a exaustão da incineração de rejeitos, a

fumaça do cigarro, além de vários processos industriais como, por exemplo, a

produção de alumínio (SILVA, 2003)

Os HPAs são de interesse particular no controle da qualidade de águas, já

que esses compostos representam a principal e onipresente classe de

carcinogênicos com resistência marcante no ambiente. O monitoramento de HPAs

em águas naturais ou no descarte de efluentes justifica-se pelo possível dano que

estes podem causar a saúde humana, já que podem estar presentes na água para

consumo.

Os HPAs são rigorosamente controlados no ambiente pela “U.S.

Environmental Protection Agency” (EPA) dos EUA e também pela Organização

Mundial da Saúde. Uma lista dos principais HPAs, com algumas de suas

características encontra-se na Tabela 1.

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Tabela 1. Hidrocarbonetos poliaromáticos (HPAs) classificados como principais poluentes

pela “U.S. Environmental Protection Agency” (EPA) (KUMKE et al., 1995 apud GUEDES, 1998).

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1.3 BIODIESEL

Segundo a legislação brasileira o biodiesel é um combustível derivado de

biomassa renovável para uso em motores de combustão interna com ignição por

compressão ou, conforme regulamentação, para geração de outro tipo de energia,

que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.

Quimicamente o biodiesel pode ser definido como sendo um mono-alquil

éster de ácido graxo derivado de fontes renováveis, como óleo vegetal e gordura

animal. É obtido através do processo de transesterificação, no qual ocorre a

transformação de triglicerídeos (cadeias longas) em moléculas menores de ésteres

de ácidos graxos. Encontra-se registrado na “Environment Protection Agency - EPA -

USA” como combustível e aditivo para combustíveis e pode ser usado puro (B100),

em misturas com o diesel de petróleo, ou em baixa proporção como aditivo de 1% a

5% (FERRARI et al., 2005).

Em janeiro 2005, o Governo Federal publicou a Lei 11.097, que dispõe sobre

a obrigatoriedade da adição de um percentual mínimo de biodiesel ao óleo diesel

comercializado em qualquer região do território nacional. Esse percentual deverá

chegar a 5% em 2012 (oito anos após a publicação da lei), havendo um percentual

obrigatório intermediário de 2% nos três primeiros anos.

Misturas entre o biodiesel e o diesel mineral são conhecidas pela letra B,

mais o número que corresponde à quantidade de biodiesel na mistura. Por exemplo,

uma mistura com 5% de biodiesel, é chamada B5, com 20% de biodiesel, é B20.

Assim, o biodiesel comercializado hoje é conhecido por B2 (Biodieselbr, 2007).

A utilização de biodiesel no transporte rodoviário pesado oferece grandes

vantagens para o ambiente, principalmente nos grandes centros urbanos.

Entretanto, os níveis de emissão para alguns compostos orgânicos voláteis podem

apresentar-se elevados, como exemplo, formaldeído.

Segundo Correa (2005) o estudo indicou que o uso do biodiesel pode levar

a uma melhora na qualidade do ar em termos de CO, NOx e ozônio (Tabela 2).

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Tabela 2. Níveis poluentes com a variação da porcentagem de biodiesel ao diesel. Variação percentual nas concentrações

Biodiesel CO NOx O3

B2 -0,07 -1,25 -0,65 B5 -0,15 -1,32 -1,11 B10 -0,31 -3,63 -2,01 B20 -0,56 -5,21 -2,36 B100 -3,32 -22,5 -8,44 Fonte: CORREA, 2005.

O uso do biodiesel conduz consequêntemente à redução de poluentes na

atmosfera. Um fator interessante é a redução nos níveis de ozônio, um importante

poluente fotoquímico. Além disso, existem outros fatores que podem provocar

alterações nas emissões do biodiesel, tais como a oleaginosa de origem, a rota de

produção e os tipos de motores (CORREA, 2005).

1.4 MÉTODOS DE REMEDIAÇÃO

A contaminação acidental de solos e águas naturais, durante a exploração e

transporte de petróleo e derivados, tem chamado atenção da população em geral,

como também, dos órgãos federais e estaduais de controle ambiental. Dependendo

das condições hidrogeológicas do local atingido pelo derramamento, a recuperação

será mais rápida ou mais lenta. Avaliar matrizes ambientais e os diversos tipos de

contaminantes, monitorar processos naturais de recuperação e propor alternativas

para remediação de áreas impactadas, tem sido alvo de pesquisa nos últimos anos

(GUEDES, 1998). Dificuldades tecnológicas e econômicas quase sempre conduzem

à escolha de métodos para remediação baseados na análise de risco como

ferramenta da tomada de decisão (NICODEM et al., 1997).

Tem crescido a busca de tecnologias inovadoras que sejam menos onerosas

e que priorizem a componente ambiental. Entretanto, uma questão tão importante

quanto tratar o que já está poluído é desenvolver processos “limpos”, com a mínima

geração de resíduos, evitando assim a produção de mais efluente a ser tratado.

Neste sentido são necessárias mudanças de tecnologia, de qualidade da matéria

prima e até comportamentais (TEIXEIRA e JARDIM, 2004).

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Muitos pesquisadores vêm desenvolvendo trabalhos com objetivo de

encontrar alternativas apropriadas para remover contaminantes orgânicos,

principalmente aromáticos, do solo e das águas. Novas técnicas como

biorremediação e fitorremediação têm sido alternativas atraentes para a recuperação

de locais contaminados por petróleo e derivados (ANDREONI et al., 2004).

1.4.1 Mecanismos da fitorremediação

A fitorremediação é uma técnica que utiliza plantas como agente de

descontaminação de solo e água. É uma alternativa aos métodos convencionais,

sendo vantajosa principalmente por apresentar potencial para tratamento in situ e

ser economicamente viável. Além disso, após extrair o contaminante do solo ou

água, a planta armazena-o nos seus tecidos possibilitado tratamento subseqüente

ou em alguns casos transformando-o em produtos menos tóxicos ou inócuos. A

fitorremediação pode ser empregada em solos contaminados por substâncias

inorgânicas e/ou orgânicas. Resultados promissores de fitorremediação já foram

obtidos para metais pesados, hidrocarbonetos de petróleo, agrotóxicos, explosivos,

solventes clorados e subprodutos tóxicos da indústria (PIRES et al., 2003)

A utilização da fitorremediação baseia-se na seletividade, natural ou

desenvolvida, que algumas espécies exibem a determinados tipos de compostos. Os

mecanismos envolvidos no processo de fitorremediação podem ser de ação direta,

quando a planta captura e degrada os contaminantes (fitoextração in planta), ou de

ação indireta (ex planta), quando as raízes da planta liberam compostos que

estimulam a atividade microbiana na rizosfera (CARMAN et al., 1998; SALT et al.,

1998).

De acordo com diferentes autores (ALKORTA et al., 2001; CARMAN et al.,

1998; CUNNINGHAM et al., 1995; DAVIS et al., 2002; SALT et al., 1998; SCHWAB,

2006), os efeitos da planta sobre os contaminantes podem ser resumidos em

Fitoextração: quando a planta captura e degrada os contaminantes; Fitodegradação:

quando a planta, a partir de enzimas e outras substâncias excretadas pelas raízes

(nitroredutases, desalogenases, lacases, ácidos carboxílicos, etc.) ou através da

microflora associada, convertem o poluente em outras substâncias menos tóxicas;

Fitoestabilização: quando o poluente fica retido ou inativo no tecido vegetal

(CUNNINGHAM et al., 1995.)

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Figura 1. Mecanismos envolvidos no processo de fitorremediação (Pavanelli, 2007)

1.4.2 Vantagens e Desvantagens da Fitorremediação

A fitorremediação apresenta elevado potencial de utilização, devido às

vantagens que apresenta em relação às outras técnicas de remediação. Com base

nos relatos de Cole et al. (1995), Cunningham et al. (1996) e Vose et al. (2000),

essas vantagens são:

menor custo em relação às técnicas de tratamento ex situ;

na maioria dos casos, os equipamentos e suprimentos empregados no

programa de fitorremediação são os mesmos utilizados na agricultura;

os compostos orgânicos podem ser degradados a CO2 e H2O,

removendo toda a fonte de contaminação, não havendo, nessa situação, a

necessidade de retirada das plantas fitorremediadoras da área contaminada;

plantas são mais fáceis de ser monitoradas do que microrganismos;

plantas são mais favoráveis esteticamente do que qualquer outra técnica

de biorremediação e podem ser implementadas com mínimo distúrbio ambiental;

utiliza a energia solar para realizar os processos.

Contudo, a técnica da fitorremediação não é aplicável universalmente nem é

um sistema perfeito. Ela oferece muitos aspectos positivos, mas também existem

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inconvenientes. As limitações da fitorremediação de compostos orgânicos em geral,

relatadas por Cunningham et al. (1995; 1996) e Macek et al. (2000), são:

dificuldade na seleção de plantas para fitorremediação;

o pH, a salinidade e a concentração do poluente devem estar dentro dos

limites de tolerância da planta;

o tempo requerido para obtenção de uma despoluição satisfatória pode

ser longo;

o contaminante deve estar dentro da zona de alcance do sistema

radicular;

as plantas podem metabolizar os compostos, o que não quer dizer que

eles serão completamente mineralizados. Em alguns casos, os metabólitos podem

ser mais problemáticos do que os compostos originais;

potencial de contaminação na cadeia alimentar;

necessidade de disposição da biomassa vegetal, quando ocorre a

fitoextração de poluentes não-metabolizáveis ou metabolizados a outros compostos

tóxicos;

possibilidade de que a planta fitorremediadora torne-se planta daninha.

1.5 O GÊNERO TYPHA

As espécies do gênero Typha, da família Typhaceae, são provavelmente as

plantas de ambiente aquático mais comuns em todo o mundo (GALLARDO-

WILLIAMS et al., 2002). No Brasil as plantas desse gênero são conhecidas como

“taboa”, mas possuem diversos sinônimos como erva-de-esteira, pau-de-lagoa,

paineira-do-brejo, paina-de-flecha, etc. Na língua inglesa são conhecidas como

cattails (rabo-de-gato) devido à sua flor de espiga característica (UFRS, 2006).

A sua folha, durável e resistente, pode fornecer fibra como matéria-prima

para fabricação de papel (LORENZI, 2000). Além disso, com ela pode-se fabricar

pastas, cestas, bolsas e outros itens de artesanato. Comunidades tradicionais do

litoral norte do Rio Grande do Sul utilizam as fibras da Typha domingensis como

uma importante fonte de renda para os artesãos (UFRS, 2006).

A taboa é uma planta originária da América do norte, mas hoje se encontram

espalhadas por todo o planeta, podem atingir alturas superiores a 1,5 m de altura e

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prolifera-se a partir de seu espesso rizoma. A taboa frequêntemente domina grandes

áreas, especialmente onde o nível da água costuma flutuar (University of Florida,

2007).

Segundo McManus et al. (2002), as espécies do gênero Typha são muitas

vezes encontradas em lagoas ou banhados contaminados por diversos tipos de

resíduos industriais. As espécies mais importantes do gênero Typha são T. lalifolia,

T. angustifolia e T. domingensis. A espécie T. latifolia é a mais comum delas, sendo

conhecida pelo nome em inglês Common cattail, e as outras duas por Narrowleaf

cattail e Southern cattail, respectivamente.

Estas plantas chamadas macrófitas (ou hidrófitas) estão sendo utilizadas na

construção de leitos cultivados de tratamento, conhecidos pelo termo em inglês

wetlands, devido às suas conhecidas propriedades de retirar nutrientes de águas de

esgoto ou rejeitos industriais, tornando-se importante o estudo destas espécies para

o aprimoramento de sua utilização (MELO Jr., 2003).

1.6 NUTRIENTES ESSENCIAIS PARA O CRESCIMENTO VEGETAL

São apenas 16 os elementos químicos considerados essenciais para as

plantas: C, H, O, N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Cu, Mn, Zn, Mo, Cl e B. A classificação em

macronutrientes e micronutrientes está relacionada à quantidade que a planta

absorve do meio ambiente e não quanto à sua importância para o metabolismo

vegetal. Todos são igualmente importantes (MENGEL e KIRKBY,1982)

O carbono (C), o hidrogênio (H) e o oxigênio (O) são macronutrientes que a

planta obtém do ar e da água do solo e são ditos “orgânicos”. Constituem a maior

parte da massa seca da planta.

O nitrogênio (N) estimula a formação e o desenvolvimento de gemas

floríferas e frutíferas; estimula vegetação e perfilhamento, além de aumentar o teor

protéico.

O fósforo (P) acelera a formação de raízes, aumenta o teor de carboidratos,

óleos, gorduras e proteínas, além de ajudar na fixação simbiótica de N.

O potássio (K) estimula a vegetação e o perfilhamento das raízes; aumenta

o teor de carboidratos, óleos, gorduras e proteínas, promove armazenamento de

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açúcares e de amido; ajuda a fixação simbiótica de N; além de aumentar a

resistência a secas, geadas, pragas e moléstias.

O cálcio (Ca) é essencial para manter a integridade estrutural das

membranas e das paredes celulares: quando há deficiência as membranas

começam a vazar, a compartimentalização é rompida e a ligação do cálcio com a

pectina da parede celular é afetada. Ele também estimula o desenvolvimento das

raízes; aumenta a resistência a pragas e moléstias e auxilia a fixação simbiótica de

nitrogênio.

O magnésio (Mg) participa diretamente da molécula de clorofila e

desempenha importante papel na fotossíntese, além disso, age sinergicamente

colaborando com ação e funções do fósforo no metabolismo da planta.

O enxofre (S) atua na planta aumentando a vegetação e frutificação, teor de

óleos, gorduras e proteínas e auxilia a fixação simbiótica de nitrogênio.

O cobre (Cu) aumenta a resistência a doenças, o ferro (Fe) ajuda na fixação

do N, o manganês (Mn) aumenta a resistência a doenças fúngicas, o zinco (Zn)

estimula o crescimento, o molibdênio (Mo) participa do processo de fixação

simbiótica do N, o Cl atua como cofator de uma série de reações necessárias ao

metabolismo e o boro (B) junto com o Ca, age no sentido de favorecer a germinação

do grão de pólen, formação e crescimento do tubo polínico, maior pegamento da

florada e diminui a esterilidade masculina e o chochamento dos grãos (MALAVOLTA

et al., 1997).

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2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito do cultivo da espécie vegetal Typha latifolia Linn. na remediação

de água contaminada com diesel comercial e diesel aditivado com biodiesel (2%).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Monitorar a degradação da fração aromática de diesel na água;

Avaliar a interferência do contaminante no processo de absorção de nutrientes

pela taboa.

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3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada no centro de

ciências biológicas (CCB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A matriz

ambiental utilizada foi água de poço artesiano coletada no departamento de

agronomia da UEL. Os combustíveis utilizados na contaminação, biodiesel (B2) e

diesel vermelho (de interior), foram comprados em posto na cidade de Londrina. Os

óleos foram misturados com a água na proporção de 1% (v/v) utilizando Misturador

Fisiton 715. As mudas de taboa utilizadas no experimento foram coletadas na

Fazenda-Escola da UEL (Latitude 23º23’ Sul e Longitude 51º11’ Oeste). As plantas

foram identificadas pelo Herbário do Centro de Ciências Biológicas da UEL e pelo

Museu Botânico de Curitiba como Typha latifolia Linn. As mudas foram transferidas

para vasos adequados e deixadas por 10 dias para adaptação as condições

experimentais a que seriam posteriormente submetidas. Após o período de

adaptação, as mudas foram selecionadas e transferidas para vasos, segundo

esquema a seguir:

Descrição do Tratamento Ilustração

Água + B2

Água + Diesel

Água + Cultivo

Água + B2 + Cultivo

Água + Diesel + Cultivo

Figura 2. Esquema dos tratamentos empregados no experimento de fitorremediação.

Foram usados vasos de vidro de 20 cm de altura por 15 cm de diâmetro.

Com o auxílio de uma proveta e de fita crepe fez-se menisco nos vasos no volume

de 2,5 L de água. Assim, foi possível manter o volume de água constante. Cada

tratamento testado foi conduzido com três repetições.

As coletas de água contaminada com diesel e B2 foram realizadas após 20,

30, 40, 50 e 60 dias transcorridos da instalação do experimento, isto é, após cultivo

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de taboa. Cerca de 15 mL de fase aquosa foram retirados de cada vaso por coleta

para análise de fluorescência.

Após 30 dias de instalação do experimento foi feita a aplicação de uma

solução nutritiva preparada segundo a descrição de OLIVEIRA et al. (1991). Por ser

uma formulação para solo, as concentrações foram reduzidas a 50% e foi adicionado

CaSO4 e MgO2 como fontes de Ca e de Mg. Para cada vaso cultivado foi aplicado

100 mL da solução nutritiva de 150 ppm de P, 100 de Ca, 80 ppm de Mg; 75 ppm de

K, 50 ppm de N, 20 ppm de S, 2 ppm de Zn e 0,66 ppm de Cu.

Após 60 dias de cultivo as plantas foram coletadas e lavadas. Toda a água

resultante do experimento e da lavagem das plantas foi devidamente armazenada

para avaliação e posterior disposição do resíduo. A parte aérea e as raízes foram

secas a 55ºC em estufa com circulação forçada de ar por 72 h. As folhas foram

trituradas em Micro Moinho Tipo Willye Tecnal - TE648 e armazenadas para análise

de nutrientes.

3.1 ANÁLISES DE NUTRIENTES NO TECIDO VEGETAL

Foram realizadas neste trabalho análises de tecido foliar seguindo

metodologia padronizada e validada pela EMBRAPA, descrita por Malavolta et al.

(1997).

3.1.1 Determinação de Nitrogênio por Digestão Sulfúrica

Em tubo digestor foi adicionado 0,10 g de material seco e moído (parte

aérea) e 7 mL de solução digestora.

A solução digestora é preparada através da dissolução de 25,47 g de

Na2SeO3.5H2O; 48,5 g de Na2SO4.10H2O e 4,0 g de CuSO4.5H2O em 175 mL de

água destilada com acréscimo cuidadoso de 200 mL de H2SO4.

Os tubos foram colocados em um bloco digestor, partindo-se da temperatura

ambiente e aumentando 40º a cada 30 min até atingir 350ºC e deixado nessa

temperatura até o extrato apresentar-se levemente esverdeado.

Fez-se a destilação da solução digerida em equipamento destilador de

nitrogênio Tecnal TE - 036/1 e fez-se a determinação do N por volumetria.

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À solução digerida foi adicionado 12 mL de hidróxido de sódio 18 M,

procedeu-se a destilação recebendo o destilado em um erlenmeyer contendo 10 mL

de ácido bórico (indicador).

O indicador puro é de cor roxa, durante a destilação a solução torna-se

verde. Titulu-se a solução com ácido sulfúrico 0,05 N até o ponto de viragem (roxo).

3.1.2 Determinação de P, K, Ca, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn por Digestão Nitro-perclórica

Em tubo de digestão foi adicionado 0,50 g de material (folhas) seco e moído

e 6 mL de solução digestora.

A solução digestora é preparada através da dissolução de 800 mL de HNO3

(65%) com 200 mL de HClO4 (72%).

Os tubos foram colocados em um bloco digestor, com temperatura inicial de

50ºC que foi aumentada gradativamente até atingir 160ºC e deixados nessa

temperatura até que não houvesse mais desprendimento de NO2 (gás castanho).

Então, a temperatura foi aumentada para 210ºC e deixada constante até que

iniciasse o desprendimento de fumos brancos indicando o final da digestão, e o

extrato se apresentou na coloração verde claro. Depois de resfriado, o extrato foi

normalizado para 50 mL.

Para análise de P foi adicionado a um tubo de ensaio 0,5 mL da solução

digerida; 4,5 mL de água deionizada; 10 mL de solução de molibdato e 0,1 mL de

ácido ascórbico. Após agitação foi deixado em repouso por 30 min (para fixação da

cor) e fez-se a leitura por espectroscopia de absorção em espectrofotômetro Femto

600 Plus, calibrado para comprimento de onda de 660 nm.

Para análise de K foi adicionado a um tubo de ensaio 1 mL da solução

digerida e 9 mL de solução de ácido perclórico, após agitação a mistura foi analisada

por fotometria de chama em fotômetro Micronal B262.

Para análise de Ca e de Mg foi adicionado a um tubo de ensaio 0,1 mL da

solução digerida e 4,9 mL de solução de óxido de lantânio. Após agitação, a

determinação foi feita por espectroscopia de absorção atômica por chama em

equipamento GBC 932 AA.

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23

A determinação dos micronutrientes Cu, Fe, Mn e Zn foi feita diretamente no

extrato digerido por espectroscopia de absorção atômica por chama no mesmo

equipamento.

3.2 ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA FASE AQUOSA

As amostras de água contaminada com diesel e B2 foram analisadas por

espectroscopia de fluorescência em Espectrofluorímetro SHIMADZU – RF5301PC

na modalidade synchronous com ∆λ = 30 nm e varredura de emissão entre 250 e

650 nm.

Foram calculadas as áreas integradas dos espectros utilizando o software

Personal Fluorescence RF5301-PC versão 1.40, tomando-se o intervalo de 375 a

395 nm. Os espectros das amostras iniciais apresentaram efeito hipsocrômico

(deslocados para comprimentos de onda menores), por isso suas áreas não foram

integradas para fins comparativos.

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Todos os resultados obtidos neste trabalho foram submetidos a análise de

variância (ANOVA) e teste de Tukey ao nível de 5% de significância para

comparação de médias, as análises foram feitas mediante emprego do software

Sisvar para Windows v. 4.6.

O método de análise de variância indica a aceitação ou rejeição da hipótese

de igualdade entre médias. Existem alguns testes para solução desta questão, por

exemplo, o teste de Tukey. Estes testes indicam quais médias são consideradas

diferentes entre si ao nível de significância adotado (FONSECA e MARTINS, 1994).

O resultado desta análise é representado por letras maiúsculas, colocadas diante de

cada média. Por exemplo, valores seguidos da mesma letra não diferem entre si. A

ordem alfabética das letras também indica a ordem crescente das médias, a letra A

indica o maior valor numérico e as letras B, C, D e assim por diante, indicam

subsequentemente valores menores.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No intervalo monitorado os vasos foram trocados de posição aleatoriamente

a cada 15 dias para evitar efeitos permanentes das condições ambientais do local.

As amostras do inicio do experimento foram guardadas por uma semana

(em frasco âmbar e ao abrigo da luz para que o óleo não fosse fotodegradado) para

que o diesel de petróleo e o B2 pudessem miscibilizar parcialmente na água e serem

passiveis de leitura no espectrofluorímetro.

4.1 TEORES FOLIARES PARA MACRO E MICRONUTRIENTES

Os valores obtidos nas análises foliares para macro e micronutrientes estão

transcritos na Tabela 3.

Tabela 3. Teores foliares para alguns macro e micronutrientes das plantas da taboa.

Tratamento N (g/kg)

P (g/kg)

K (g/kg)

Ca (g/kg)

Mg (g/kg)

Cu (mg/kg)

Fe (mg/kg)

Mn (mg/kg)

Zn (mg/kg)

Sem óleo 22,10A* 3,91A 56,33A 7,20A 1,87A 12,47A 633,53B 88,27A 48,33AB

Com Diesel 7,01C 0,99B 27,67B 5,80A 0,90B 9,27A 3336,73A 210,07A 23,60B

Com B2 10,02B 1,18B 6,50C 2,37A 0,87B 11,00A 1244,33B 130,87A 68,275A

CV (%) 6,69 24,69 24,87 45,82 18,87 40,45 106,17 44,07 21,85 DMS 0,228 0,201 18,791 5,82 1,211 11,052 748,259 158,659 26,079

*Medidas seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%.

A exceção do Ca, os teores de macronutrientes foliares da planta de taboa

foram todos significativamente maiores para a planta cultivada na água não

contaminada. A falta de significância para os teores de Ca foliar pode estar

associada ao alto valor do coeficiente de variação (CV) observado na avaliação

desse nutriente (45,82%). Entretanto, repetindo o que ocorreu com os outros

macronutrientes, o maior teor foliar de Ca foi observado no tratamento controle

(água sem óleo).

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Entre os micronutrientes analisados, os teores foliares de Cu e Mn não

foram influênciados significativamente pelos tratamentos testados.

Para os tratamentos que diferiram entre si pelo teste de Tukey a 5% de

significância foram calculadas as porcentagens de nutrientes absorvidos pela parte

aérea da planta em meio contaminado em relação à absorção nas plantas controle.

Tabela 4. Variação percentual dos teores foliares de nutrientes em relação ao controle sem óleo.

Tratamento N (%) P (%) K (%) Mg (%) Fe (%) Zn (%)

Sem óleo 100 100 100 100 100 100

Com Diesel 31,7 25,3 49,1 48,1 526,7 48,8

Com B2 45,3 30,2 11,5 46,5 196,4 141,3

O teor encontrado dos macronutrientes (N e P) foi superior nas plantas não

submetidas ao contaminante, sendo que entre os tratamentos submetidos ao óleo as

plantas em contato com o B2 apresentaram um maior teor de nutrientes que as

plantas submetidas ao diesel.

O teor obtido de N nas plantas submetidas ao B2 foi inferior à metade

(45,3%) e nas plantas submetidas ao diesel inferior a um terço (31,7) do teor

observado nas plantas não submetidas ao contaminante. As plantas submetidas aos

contaminantes amareleceram em alguns dias. Este fenômeno pode ter ocorrido

devido à deficiência de N que tem como conseqüência a perda de clorofila, o

pigmento responsável pela coloração verde das folhas.

O teor foliar obtido para P no tratamento com B2 foi três vezes inferior

(30,2%) e no tratamento com diesel quatro vezes inferior (25,3%) ao valor

encontrado para as plantas não expostas ao óleo.

O teor encontrado dos micronutrientes não seguiu um padrão único. O teor

de K foi superior nas plantas não submetidas ao contaminante, sendo que nos

tratamentos submetidos ao óleo as plantas em contato com o diesel apresentaram

um maior teor de nutrientes que as plantas submetidas ao B2. O ter encontrado de

Mg foi superior nas plantas não expostas ao contaminante, não diferindo entre o

tratamento com diesel e com B2. A influência dos contaminantes sobre os teores

foliares de Fe e Zn da taboa se deu de forma anômala. Enquanto a contaminação

com diesel aumenta significativamente os teores de Fe, maior teor foliar de Zn foi

observado quando se contamina a água com B2.

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O teor de K encontrado para o diesel foi 50% inferior nas plantas cultivadas

em água contaminada com diesel, enquanto as plantas cultivadas em água

contaminada com B2 tiveram uma redução de 90%, ou seja, absorveram 10% da

quantidade absorvida pelas plantas cultivadas em água não contaminada.

A absorção de Mg foi 50% inferior nos tratamentos com água contaminada

(diesel e B2) que no tratamento sem óleo.

O teor de Fe encontrado nas plantas submetidas ao diesel foi 526,7%

superior e nas plantas submetidas ao B2 foi 196,4% superior ao teor encontrado nas

plantas controle. E o teor de Zn foi de 48,8% no tratamento com diesel e de 141,3%

no tratamento com B2.

Considerando que ambas as plantas estavam em contato com ambiente de

mesma concentração de nutrientes, em geral, o óleo exerceu influência negativa

sobre a absorção dos nutrientes. Possivelmente devido à formação de um filme de

óleo (camada hidrofóbica) sobre na superfície das raízes, repelindo a água e

dificultando a absorção dos os íons necessários à sua nutrição.

Possivelmente o diesel contém Fe e o B2 contém Fe e Zn e por isso

aumentou a absorção desses nutrientes no tecido foliar das plantas que entraram

em contato com esses óleos.

4.2 ANÁLISE POR ESPECTROSCOPIA DE FLUORESCÊNCIA

São fluorescentes as substâncias cujas moléculas absorvem radiação

ultravioleta e visível, com excitação a um nível eletrônico superior e, após uma

preliminar desativação vibracional, retornam ao estado fundamental emitindo

radiação com comprimento de onda maior (radiação fluorescente) do que a da

radiação absorvida (radiação excitadora). Uma espécie fluorescente apresenta dois

espectros característicos: um de excitação e outro de emissão (OHLWEILER, 1981

apud SILVA, 2003).

Os compostos que apresentam fluorescência molecular são: aromáticos,

alicíclicos contendo carbonila ou dupla ligação conjugada e estruturas rígidas

(SKOOG et al., 2002). A fluorescência no diesel é devido principalmente aos BTEX,

HPAs e porção asfaltênica. A fluorescência não ocorre no biodiesel puro, por este

não possuir componentes aromáticos, então a fluorescência no B2 (mistura de diesel

com 2 % de biodiesel), deve-se à fração aromática contida no diesel.

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A análise por espectroscopia de fluorescência da água foi realizada com o

intuito de se avaliar o potencial de fitorremediação da taboa em relação aos

componentes aromáticos do diesel.

Na Figura 3, os espectros de fluorescência da água contaminada com diesel

ou B2 na proporção de 1% (v/v) são bastante semelhantes, exceto no que diz

respeito a compostos que emitem na faixa entre 340 e 440 nm, correspondentes a

derivados aromáticos do diesel contendo dois ou mais anéis condensados.

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Comprimento de onda (nm)

Inte

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Água\ Diesel

Água\ B2

Figura 3. Espectros de fluorescência da água contaminada com 1% (v/v) de diesel e B2 em água.

As figuras 4, 5, 6, 7 e 8 referem-se à intensidade de fluorescência do diesel

e B2 no intervalo de monitoramento.

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Comprimento de onda (nm)

Inte

nsid

ade

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scên

cia Água\ Diesel

Água\ Diesel\ cultivo

Água\ B2

Água\ B2\ cultivo

Figura 4. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa após 20 dias de

contaminação com diesel de petróleo e B2.

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Comprimento de onda (nm)

Inte

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cia

Água\ Diesel

Água\ Diesel\ cultivo

Água\ B2

Água\ B2\ cultivo

Figura 5. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa após 30 dias de

contaminação com diesel de petróleo e B2.

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Comprimento de onda (nm)

Inte

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Água\ Diesel

Água\ Diesel\ cultivo

Água\ B2

Água\ B2\ cultivo

Figura 6. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa após 40 dias de

contaminação com diesel de petróleo e B2.

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Comprimento de onda (nm)

Inte

nsid

ade

rela

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de fl

uore

scên

cia

Água\ DieselÁgua\ Diesel\ cultivoÁgua\ B2Água\ B2\ cultivo

Figura 7. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa após 50 dias de

contaminação com diesel de petróleo e B2.

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Comprimento de onda (nm)

Inte

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cia Água\ Diesel

Água\ Diesel\ cultivo

Água\ B2

Água\ B2\ cultivo

Figura 8. Espectros de fluorescência da água residual com e sem cultivo de taboa após 60 dias de

contaminação com diesel de petróleo e B2.

Álcoois, fenóis, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos são citados na

literatura como produtos da degradação de petróleo, que dissolvidos em água

atribuem toxicidade à mesma (NICODEM et al., 2001). Porém, em todos os

intervalos de amostragem da água residual, a intensidade de fluorescência foi menor

na água residual após cultivo da taboa, indicando que a planta contribuiu para

reduzir o percentual de compostos aromáticos presentes na água.

Nas Figuras 9, 10, 11 e 12 são apresentados de forma conjunta os espectros

de degradação de cada tratamento considerando o manejo com e sem o cultivo da

taboa nas diferentes épocas de amostragem.

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Comprimento de onda (nm)

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Figura 9. Espectros de fluorescência da mistura diesel + água no intervalo de monitoramento.

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Comprimento de onda (nm)

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cia Água\ Diesel

Água\ Diesel\ cultivo\ 20 diasÁgua\ Diesel\ cultivo\ 30 diasÁgua\ Diesel\ cultivo\ 40 diasÁgua\ Diesel\ cultivo\ 50 diasÁgua\ Diesel\ cultivo\ 60 dias

Figura 10. Espectros de fluorescência da mistura diesel + água com cultivo no intervalo de

monitoramento.

No decorrer dos 60 dias de monitoramento verificou-se que o cultivo com a

taboa resultou em grande decréscimo na intensidade de fluorescência da mistura

diesel + água, indicando efeito positivo desta planta na degradação do diesel.

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Comprimento de onda (nm)

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cia

Água\ B2Água\ B2\ 20 diasÁgua\ B2\ 30 diasÁgua\ B2\ 40 diasÁgua\ B2\ 50 diasÁgua\ B2\ 60 dias

Figura 11. Espectros de fluorescência da mistura B2 + água no intervalo de monitoramento.

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20.000

25.000

250 300 350 400 450 500 550 600 650

Comprimento de onda (nm)

Inte

nsid

ade

rela

tiva

de fl

uore

scên

cia

Água\ B2Água\ B2\ cultivo\ 20 diasÁgua\ B2\ cultivo\ 30 diasÁgua\ B2\ cultivo\ 40 diasÁgua\ B2\ cultivo\ 50 diasÁgua\ B2\ cultivo\ 60 dias

Figura 12. Espectros de fluorescência da mistura B2 + água com cultivo no intervalo de

monitoramento.

A intensidade de fluorescência do B2 foi menor na água com cultivo de

taboa em todo o intervalo monitorado.

Nota-se no espectro um deslocamento do pico de emissão de fluorescência

do diesel e do B2. Os picos que inicialmente se encontravam na faixa de 270 a

380 nm deslocaram-se para a região entre 340 e 450 nm. Devido a esse

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deslocamento não foi possível comparar as áreas dos espectros iniciais com as

áreas dos demais espectros. É fenômeno conhecido que o espectro de fluorescência

de uma mistura sofre deslocamento em relação aos espectros de seus constituintes

isolados, no decorrer do tempo a mistura de hidrocarbonetos se altera na água

devido a sua degradação, volatilização e solubilidade, o deslocamento observado no

espectro de fluorescência pode estar ocorrendo em decorrência dessa mudança na

composição da mistura dissolvida no óleo.

Na Figura 13, são apresentadas as áreas integradas de fluorescência do

diesel e do B2 para as diferentes épocas de coleta de amostras ao longo do período

de monitoramento.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

20 30 40 50 60

Dias

Áre

a in

tegr

ada

de fl

uore

scên

cia

Água\ DieselÁgua\ Diesel\ CultivoÁgua\ B2Água\ B2\ Cultivo

Figura 13. Áreas integradas dos espectros de fluorescência do diesel de petróleo e B2 em função do período de contaminação da água. Médias seguidas da mesma letra maiúscula não diferem entre si quanto aos tratamentos dentro de uma mesma época de amostragem e médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si quanto às épocas de amostragem, pelo teste de Tukey a 5% de

significância.

Os dados para área integrada dos espectros de fluorescência foram

submetidos a análises de variância e as médias foram comparadas pelo teste de

Tukey a 5% de significância, relacionando no gráfico a semelhança da intensidade

de fluorescência em função dos tratamentos (diesel, diesel/cultivo, B2 e B2/cultivo)

Ac Ab

Ab

Ab Ab

Aa Aa

Bb Bb

Ba

Bb

Ba Bab

Ba

Ba

Ba

Cb Cb Cb

Cab

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através de letras maiúsculas e em função do intervalo de monitoramento (20, 30, 40,

50 e 60 dias) através de letras minúsculas.

A fluorescência aumenta significativamente de intensidade no decorrer do

tempo, principalmente entre 50 e 60 dias, porém é possível observar que o cultivo da

taboa, independentemente da época de amostragem, reduziu a área integrada de

fluorescência da água contaminada.

De acordo com Nicodem et al. (1997), a exposição do filme de petróleo à luz

solar ocasiona a solubilização de componentes do óleo em água. Isto decorre da

formação de derivados polares que migram e aumentam a fluorescência na fase

aquosa (NICODEM et al., 2001). Neste trabalho, o filme de diesel e B2, sob

condições de intemperismo (temperatura e luz solar) podem ter gerado

intermediários ou produtos polares, que possivelmente migraram para a água, de

maneira semelhante àquela que ocorreu com produtos da degradação fotoquímica

de filme de petróleo.

Ao adicionar o óleo, diesel ou B2, forma-se um filme imiscível sobre a água e

em uma leitura de fluorescência imediata nenhum sinal é observado, detectando-se

apenas ruído. No decorrer do tempo, a luz solar e o efeito térmico, ocasionam a

solubilização dos compostos, fazendo com que compostos da fase oleosa passem

para a fase aquosa, aumentando a concentração de aromáticos e,

consequêntemente, aumentando a intensidade de fluorescência.

Na Figura 14 estão apresentados os dados relativos à percentagem relativa

de degradação do diesel e do B2 nos vasos cultivados com taboa, ao longo do

período de monitoramento.

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0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

20 30 40 50 60

Dias

% d

e D

egra

daçã

o

Água/ DieselÁgua/ B2

Figura 14. Porcentagem relativa de degradação do Diesel e do B2 nos vasos cultivados em relação

aos vasos não cultivados em função do intervalo de monitoramento. Médias seguidas da mesma letra maiúscula não diferem entre si quanto aos tratamentos dentro de uma mesma época de amostragem e médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem entre si quanto às épocas de amostragem,

pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

A porcentagem de fluorescência entre as misturas água+diesel e água + B2,

cultivadas com taboa, apresentou diferenças significativas dentro de cada época de

amostragem, exceto para avaliação feita aos 50 dias (letras maiúsculas). Entretanto

para o mesmo contaminante (diesel ou B2) não foram observadas diferenças

significativas na porcentagem de fluorescência ao longo do período de

monitoramento (letras minúsculas).

Foi obtida uma média relativa de 60% de degradação do diesel em água

com cultivo em relação ao diesel em água sem cultivo. E uma média relativa de 40%

de degradação do B2 em água com cultivo em relação ao B2 em água sem cultivo.

O resultado esperado era que o B2 degradasse mais que o diesel, esse

resultado anômalo pode ser devido a uma maior volatilização do diesel, pois este

tem ponto de fulgor (~58ºC) inferior ao biodiesel (entre 180 e 210ºC).

Outro possível motivo para esse resultado anômalo seria uma maior

degradação de óleo no vaso controle de B2 que no vaso controle de diesel, visto que

para o cálculo de porcentagem utilizou-se como 100% de fluorescência os valores

obtidos nos vasos sem cultivo (controles) e a partir deles foram calculadas as

porcentagens relativas de degradação do diesel e do B2 nos vasos cultivados.

É importante ressaltar que foi também observado que aos 60 dias de cultivo

a solubilidade de aromáticos na água, verificada através da fluorescência, é

Aa Aa Aa

Aa Aa

Aa

Ba

Ba

Ba

Ba

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equivalente para o diesel e para o B2. Isto pode indicar que nesse ponto, trata-se

apenas da fração aromática do diesel, uma vez que o biodiesel não fluoresce por si

só. Este fato de a equivalência da solubilidade ter sido observada apenas no final do

intervalo de monitoramento pode gerar uma falsa impressão de degradabilidade

relativa, comparando-se diesel e B2. Assim, sugere-se para trabalhos futuros,

considerar maior intervalo de monitoramento, a fim de se obter informações que

possam melhorar o entendimento de todo o processo.

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CONCLUSÕES

A Typha latifolia Linn cultivada durante 60 dias em água contaminada com

diesel e B2 promoveu a degradação de compostos aromáticos presentes no meio

aquoso. A fluorescência do diesel diminuiu em 60% e a do B2 em 40%, comparando

com a porcentagem de emissão em água contaminada não cultivada.

A presença do diesel e B2, exceto para o Fe e o Zn, reduziu a absorção da

maioria de nutrientes pelas plantas. O percentual de absorção quando se utilizou o

diesel, em relação a cultivo em água pura, ocorreu na seguinte ordem decrescente:

526,7%; 49,1%; 48,8%; 48,1%; 31,7% e 25,3%, para Fe, K, Zn, Mg, N e P

respectivamente. Quando o contaminante foi o B2 a ordem foi a seguinte: 196,4%;

141,3%; 46,5%; 45,3%; 30,2% e 11,5%, para Fe, Zn, Mg, N, P e K, respectivamente.

A presença do diesel estimulou a absorção de Fe e o B2 a absorção de Fe e

Zn, pelas plantas de taboa.

Os teores foliares de Ca, Cu e Mn na matéria seca da taboa não sofreram

variações devido à presença de contaminantes na água, independentemente se

diesel ou B2.

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