O Agroideal, um sistema de inteligência territorial que ajuda lideranças de organizações a tomar decisões estratégicas, é uma das ferramentas usadas pela Bunge no planejamento de negócios da companhia. Desde setem-bro de 2017, o Agroideal tem colaborado para aperfeiçoar as análises de risco socioambiental das operações, um aspecto importante para que a empresa alcance seus objetivos de expansão sustentável no país.

“Na Bunge, o Agroideal nunca foi um sistema restrito à área de Sustentabilidade. Desde o princípio, ele tem sido uma ferramenta útil para diversas áreas de negócio, inclu-sive para aquelas onde o plano de originação de grãos é gerenciado e onde se avalia a estratégia de longo prazo”, explica Pamela Moreira, gerente da área de Planejamento de Negócios da Bunge.

Ela diz que o fortalecimento das análises, a partir do uso do sistema, mudou até o vocabulário do time, em algumas situações.

“Agora nós falamos de conceitos como ‘go zone’ e ‘no go zone’ e ‘áreas abertas para produção’, por exemplo. Eu acho interessante que esses termos tenham sido adotados tão rapidamente por nossa equipe”, diz Pamela. “Isso re-flete as oportunidades que o Agroideal abriu para a análise de risco socioambiental”, finaliza.

Informações qualificadas ajudam na execução da estratégia da empresaPara a Bunge, uma das principais inovações que o Agroideal permitiu foi integrar informações sobre produção e meio ambiente em uma só plataforma. Com

o sistema de inteligência territorial, tornou-se mais fácil cruzar o potencial aumento do volume de soja de diferen-tes regiões com mapas que mostram quais áreas de cada região são cobertas por floresta ou pastos degradados, de forma a identificar se a expansão estimada pode se dar de maneira sustentável. O Agroideal ajuda a qualificar três tipos de análise, na companhia:

- Anual – A ferramenta é parte das análises e avaliações do plano de negócios do ano seguinte.

- Master Plan – A mesma análise do plano anual, mas para um horizonte de dez anos.

- Novas aquisições – As áreas em que atuam empresas e negócios disponíveis para fusões e aquisições são ma-peadas, para identificar os riscos socioambientais antes de fechar negócio.

Em todos os níveis de planejamento, os funcionários da Bunge observam mapas que integram informações como as características produtivas da região em análise – área de plantio de soja, áreas de pastos degradados e proximida-de de infraestrutura de transporte, por exemplo – com dados ambientais, tais como índice de desmatamento no município e proximidade de Terras Indígenas. A análise territorial, dessa forma, complementa a análise individual dos imóveis rurais, que já fazia parte das políticas de Sustentabilidade da Bunge. Enquanto o olhar sobre as propriedades serve para identificar parceiros de negócio que estão em dia com suas obrigações socioambientais, a perspectiva regional ajuda a definir onde e como alocar recursos.

O que é Agroideal?Agroideal é um sistema on-line gratuito de inteligên-cia territorial que ajuda empresas e organizações dos setores da soja e da carne a tomar decisões informadas sobre suas compras, seus investimentos e suas operações nos biomas Amazônia e Cerrado, no Brasil, e Chaco, na Argentina.

Como funciona o Agroideal?Qualquer pessoa interessada pode utilizar o sistema. Para isso, basta acessar a página https://agroideal.org/ Com base em seu plano de negócios, o usuário seleciona uma região e uma escala de zoom, assim como os aspectos produtivos e ambientais que quer conhecer (cultivos da região, áreas degradadas ou áreas preservadas, por exemplo). O sistema mostrará mapas e dados dos aspectos rela-cionados e permitirá que se façam análises e planos a partir de informações concretas e confiáveis.

Acesse https://agroideal.org

Bunge incorpora o Agroideal como ferramenta estratégica de planejamento de negócios

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LegendaBioma Amazônia

Bioma Cerrado

Mapa dos biomas Amazônia e Cerrado, no Brasil.

Como o Agroideal se tornou uma solução

setorial

Para incluir todo a cadeia de valor da soja no desenvolvimento do Agroideal e gerar comprometimento coletivo, The Nature

Conservancy e Bunge convidaram represen-tantes de 18 instituições para um Grupo de

Trabalho (GT) do projeto.

Ao longo de um ano e meio de diálogo, mais de 50 profissionais discutiram a construção da ferramenta, em oito reuniões. Entre os temas abordados estavam os riscos e as oportunidades da expansão sustentável e os compromissos socioambientais das

companhias. O Grupo de Trabalho também ajudou a definir requerimentos do sistema e a indicar as informações econômicas, sociais, agronômicas e ambientais que a ferramenta

deveria incluir. Por fim, o GT opinou ativa-mente na avaliação da Prova de Conceito e

da versão 1.0 do sistema.

Como resultado dessa colaboração, o Agroideal foi lançado em setembro de

2017, na capital paulista, em um evento que contou com a participação de representan-

tes de todo o setor. Em 2018, uma versão 2.0 da ferramenta chegou ao mercado com

funcionalidades adicionais, sugeridas pelo GT. Desde então, as principais informações disponíveis no sistema são atualizadas regu-larmente, conforme surgem novos dados.

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Setor tem papel fundamental na conservação dos biomas

O percurso para que o Agroideal se tornasse realidade e fosse incorporado ao conjunto de ferramentas já utilizadas pela Bunge foi longo. Em 2013, a companhia participou de um primeiro projeto com a The Nature Conservancy (TNC), para defi-nir go/no go zones, ou seja, para identificar regiões ambientalmente mais adequadas para a intensificação da produção. Essa iniciativa trouxe resultados, mas também mostrou que era preciso ir além. Em uma nova colaboração, as duas organizações trabalharam para criar um sistema que permitisse uma análise mais dinâmica e uma abordagem mais integrada de conserva-ção e negócios. O Agroideal surgiu como fruto desse esforço. A ferramenta contou, ainda, com o apoio da Colaboração para Florestas e Agricultura (CFA), uma iniciativa da Fundação Gordon and Betty Moore com o objetivo de zerar o desmatamento

nas cadeias produtivas de carne e soja, na Amazônia brasileira, no Cerrado e no Chaco paraguaio e argentino. Fazem parte do CFA as organizações ambientais NWF, TNC e WWF, assim como várias outras organizações locais que contribuíram, com suas ideias, para o desenvolvimento do Agroideal.

Para que o sistema pudesse ampliar sua abrangência e contasse com a validação ampla do mercado, estava claro, desde o começo do projeto, que a ferramenta de-veria ser aberta a todo o setor, de maneira gratuita e online. As principais empresas dos setores de soja e carne, bancos e ONGs foram convidadas a participar desde o início do processo de construção do sistema e contribuíram para o desenvolvimento da ferramenta (mais informações no quadro ao lado). Dessa forma, a iniciativa tornou-se

uma solução setorial para um desafio que todas as companhias enfrentam: expandir-se de maneira sustentável, usando a inteli-gência territorial como aliada.Apoiadora do Agroideal desde o início, a Bunge tornou-se, também, uma das primeiras empresas a incorporá-lo aos seus processos.

“Nosso objetivo vai além do crescimento da empresa, nosso foco está em fazer isso de forma sustentável. Por isso, utilizamos diversas ferramentas e criamos processos e procedimentos para contribuir para o desenvolvimento de uma agricultura cada vez mais eficiente e que possa crescer em harmonia com a conservação do meio ambiente e com responsabilidade social. E o Agroideal veio para nos auxiliar nessa jorna-da”, reforça Diego Fernandes, vice-presiden-te de Agronegócio da Bunge no Brasil.

Ajudar a trazer a Ciência para o centro do processo decisório das empresas, como faz o Agroideal, é um dos caminhos mais relevantes para fortalecer a sustentabilida-de na produção agropecuária. Os dados inéditos e os mapas georreferenciados que a ferramenta oferece ampliam a segurança das companhias de que estão fazendo escolhas acertadas, tanto do ponto de vista de negócios quanto da perspectiva socioambiental.

No Cerrado e na Amazônia, o agronegócio mostra-se, indiscutivelmente, como um dos motores do crescimento econômico e da geração de oportunidades. No entanto, o uso dos recursos naturais precisa ser feito de maneira ordenada. As empresas líderes do

setor podem contribuir para o desenvolvi-mento sustentável, atuando como influen-ciadoras de toda a cadeia produtiva. Ao aderir ao Agroideal, por exemplo, as compa-nhias ampliam sua capacidade de cumprir compromissos socioambientais cada vez mais abrangentes, o que eleva o setor a um novo patamar de responsabilidade.

A Amazônia e o Cerrado são biomas funda-mentais para a conservação da biodiversida-de no planeta. Também cumprem um papel fundamental na regulação do clima em escala global. Diversos estudos científicos comprovam que a conservação das florestas e savanas é um dos fatores-chave para o su-cesso da humanidade no esforço de mitigar as mudanças climáticas. Também as chuvas

e os rios, que fornecem a água indispensável ao cultivo agrícola e à pecuária, dependem diretamente da existência da vegetação em pé.

Por fim, a conservação dos biomas é es-sencial para o bem-estar da população das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Só a Amazônia concentra cerca de 180 etnias de Povos Indígenas e cerca de 14 milhões de famílias urbanas e rurais. Uma parcela considerável desse grupo depende de atividades como pesca, caça e extrativismo para se sustentar e manter sua cultura. Contribuir para a conservação ambiental nessas áreas significa, portanto, fomentar o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país.

Solução setorial para um desafio de todos

Como a Bunge está usando o Agroideal A companhia participou da construção do sistema desde o início

e foi uma das primeiras a utilizar a ferramenta para aperfeiçoar todoo seu processo de planejamento estratégico.

Inseriu o sistema em seus três níveis de análise de risco socioambiental, para poder

cruzar mais facilmente informações econômicas e ambientais das regiões de interesse.

Qualificou as análises de expansão da produção: além de estimar o potencial de crescimento em uma região, a empresa verifica se há áreas suficientes para

comportar essa mudança sem desflorestamento.

Aperfeiçoou a avaliação de risco socio-ambiental, para garantir que seus

investimentos em infraestrutura se concentrem em áreas que não sofrerão

interrupção de fornecimento por causas ambientais.

Integração

Inteligência

Segurança

Fotografia: ©The Nature Conservancy / Desenho: SOHO DESIGN, Ecuador

Rodrigo Spurirodrigo.spuri@tnc.orgSoy Sector Coordinator

The Nature Conservancywww.nature.orgww.tnc.org.br