20
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA AVALIAÇÃO DE CABOS DE PANELAS por Mateus Borges Knapp Paulo Oliveira Fraga Pedro Lewgoy Dalpiaz Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas Porto Alegre, novembro de 2008

cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

  • Upload
    vannhi

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

AVALIAÇÃO DE CABOS DE PANELAS

por

Mateus Borges Knapp

Paulo Oliveira Fraga

Pedro Lewgoy Dalpiaz

Trabalho Final da Disciplina de

Medições Térmicas

Porto Alegre, novembro de 2008

Page 2: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

ii

AGRADECIMENTOS

O grupo agradece a colaboração do Sr. Batista, técnico do laboratório LETA pela ajuda

prestada, o colega Edgar Oppitz, pela ajuda na montagem do projeto e a Magnesita Refratários

S.A., pelo material disponibilizado para o desenvolvimento do trabalho.

Page 3: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

iii

AVALIAÇÃO DE CABOS DE PANELAS

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo a medição da temperatura superficial em diferentes cabos de

panelas de cozinha, com foco na segurança do operador da panela. Através de uma panela defi-

nida como padrão para o ensaio, são analisados alguns dos principais modelos de cabos vendidos

no mercado. Os parâmetros do ensaio são: o a quantidade de água utilizada dentro da panela du-

rante o processo, a quantidade mássica do fluido, a vazão de combustível saindo do queimador, o

tamanho do queimador, o tempo do ensaio com o aquecimento do fluido, a posição da panela

com relação ao queimador, a distribuição de sensores de temperatura ao longo do cabo, o tipo de

sensor de temperatura. As temperaturas dos cabos são comparadas ao longo do tempo e são defi-

nidos os cabos seguros e não seguros. Como adicional, é proposto a utilização de um material

alternativo para a confecção de um cabo. O material de natureza isolante foi conseguido junto a

uma empresa de refratários. Ao final do experimento, sob as condições estabelecidas para o en-

saio, nenhum dos cabos propostos foi aprovado.

Page 4: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

iv

ABSTRACT

“SAUCEPAN CABLES EVALUATION”

This work has as a goal the measure of superficial temperatures on different kitchen’s sau-

cepan cables, focused on the operator security. Trough a saucepan set as default to test, some

models of cables sold in the market are analyzed. The default parameters are: the amount of wa-

ter used in the saucepan during the process, the mass quantity of the fluid, the flow of fuel com-

ing out of the burner, the size of burner, the time of test of heating the fluid, the saucepan posi-

tion in relation of the burner, the distribution of the temperature sensors along the cable and the

sensor type. The temperatures of the cables are compared along time and are set the safe and

unsafe cables. As additional, is proposed the use of an alternative material for the construction of

another cable. The insulating material was obtained from a refractory company. In the end of the

experiment, under the conditions set for test, none of the cables were approved.

Page 5: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

v

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1

2. FUNDAMENTACÃO TEÓRICA................................................................................. 1

3. TÉCNICAS EXPERIMENTAIS.................................................................................... 3

4. ESPECIFICAÇÃO DOS CABOS.................................................................................. 4

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL E RESULTADOS........................................... 7

6. INCERTEZAS................................................................................................................ 11

7. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 12

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 13

9. ANEXO.......................................................................................................... ............ 14

Page 6: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

vi

LISTA DE SÍMBOLOS

A Área da Seção [mm²]

D Diâmetro [mm]

H Altura [mm]

L Comprimento [mm]

T Temperatura [°C]

Ts Temperatura de superfície [K]

Tviz Temperatura da vizinhança [K]

T∞ Temperatura do fluido [K]

V Tensão [V]

w Largura [mm]

ε Emissividade [Adimensional]

kx Condutividade térmica do material [W/(mK)]

σ Constante de Stefan-Boltzmann [W/m² K4]

h Coeficiente de transferência de calor por convecção [W/m²K]

Qcond.e Fluxo de Calor que entra por Condução [W/m²]

Qconv.e Fluxo de Calor que entra por Convecção [W/m²]

Qrad.viz.e Fluxo de Calor que entra por Radiação [W/m²]

Qconv.s Fluxo de Calor que sai por Convecção [W/m²]

Qrad.viz.s Fluxo de Calor que sai por Radiação [W/m²]

Page 7: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

1

1. INTRODUÇÃO

Uma cozinha oferece muitos riscos por ter instrumentos afiados e fontes de calor por com-

bustão. Acidentes com queimadura e improvisação com panos são constantemente observados

em fogões. Estes acidentes podem ser diminuídos se medidas de segurança forem adotadas.

Qualquer cozinheiro utiliza panelas para preparar diversas comidas, sendo que a grande

maioria já vivenciou um acidente por queimadura. O que acontece é que muitas vezes tanto as

panelas quanto seus respectivos cabos são mal dimensionados.

Este tema foi proposto porque o engenheiro não pode se preocupar apenas com a eficiência

dos equipamentos, a segurança de operação é um ponto extremamente importante e tem sido um

dos principais valores das empresas globais atualmente.

O objetivo deste trabalho é a comparação de diversos tipos de cabos de panela. No experi-

mento serão medidas as temperaturas de todos os cabos selecionados previamente, bem como

comparadas as suas temperaturas após o ensaio e, com isso, será avaliado a qualidade dos cabos

para a situação proposta. Assim, serão indicados quais os cabos de panelas são seguros dentre os

ensaiados.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E INSTRUMENTAÇÃO

No processo foram analisados alguns pontos fundamentais que abordam a transferência de

calor. São eles:

• Condução Térmica

Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-

me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção do fluxo de calor é sempre do corpo mais quente

para o mais frio. Dessa forma o fluxo de calor qx na direção x, em W/m², é dado pela Equação 1:

�� � �����

�� (1)

onde kx é a condutividade térmica do material (W/(m K)) e T a sua temperatura (K).

• Convecção Térmica

É a transmissão de energia que ocorre na presença de um gradiente de temperatura entre

um fluido e um corpo sólido, ou entre fluidos. O fenômeno da convecção térmica é descrito pela

Equação 2:

Page 8: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

2

� � ��� � � � (2)

onde q é o fluxo de calor convectivo (W/m²), h o coeficiente de transferência de convecção

(W/m² K), Ts a temperatura da superfície (K) e T∞ a temperatura do fluido (K).

• Radiação Térmica

É a transferência de energia que ocorre entre dois ou mais corpos, através da emissão de

calor por ondas eletromagnéticas, inerente a toda matéria. Este fenômeno é dado pela Equação 3:

� � ������ � ����

�� (3)

onde q é o fluxo de calor por radiação (W/m²), ε a emissividade do material (adimensional), σ a

constante de Stefan-Boltzmann (σ = 5,67x10-8 W/m² K4), Ts a temperatura absoluta da superfície

(K) e Tviz é a temperatura da vizinhança (K).

• Balanço Térmico

O volume de controle considerado para análise do balanço térmico é visto na Figura 1.

Figura 1 – Volume de controle adotado.

Conforme é visto na figura acima, admite-se como calor que entra, em W/m², no volume

de controle a condução Qcond.e pelo contato entre a panela e o cabo, a convecção Qconv.e dos gases

da combustão e o cabo e a radiação Qrad.viz.e emitida pela vizinhança (panela, fogão, chama, etc.).

O calor que sai, em W/m², do volume de controle é convecção Qconv.s do cabo da panela com ar

Page 9: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

3

ambiente e a emissão de radiação Qrad.viz.s para a vizinhança. Utilizando a primeira lei da termo-

dinâmica, este balanço térmico pode ser visualizado na Equação 4:

������� � ������� � �� ������� � ������� � �� ������� (4)

Para garantir uma transferência de calor uniforme, a altura de contato adotada de cada cabo

com a panela foi a mesma. Sendo a transferência de calor da chama na panela uniforme e cons-

tante ao longo da área da superfície de baixo da panela e a mesma com geometria simétrica, po-

de-se aplicar a hipótese de que a temperatura e o calor, na altura onde os cabos estão conectados

são os mesmos. A altura média de fixação dos cabos adotada foi de 62,4 mm. Esse valor foi ba-

seado nas comparações com demais panelas, calculando-se a média.

3. TÉCNICAS EXPERIMENTAIS

Para a realização do experimento foi escolhida uma panela padrão de 200 mm de diâmetro,

95 mm de altura e 1 mm de espessura.

Para assegurar que todas as condições iniciais e condições de estado transiente do ensaio

seriam as mesmas, adotou-se um sistema de medir as temperaturas dos cabos ao mesmo tempo,

através de termopares ligados a uma placa de captura, instalada no computador do LETA, marca

Hewlett Packard modelo 34970A que comporta 20 canais.

Os cabos de compensação usados para fazer a medição são do tipo J (ferro/costantan). Os

“fios compensadores” trabalham na faixa de 0 a 200 °C, possuem sensibilidade de 50 µV/°C e

uma incerteza maior que 2,2 ºC. No experimento foram utilizados fios de compensação por mo-

tivos econômicos e de precisão. Não foi preciso utilizar um termopar muito preciso nos resulta-

dos.

O fluido usado foi água da torneira da rede pública de Porto Alegre. Foram despejados 400

ml de água na panela momentos antes de iniciar o ensaio. Considerando que Porto Alegre situa-

se ao nível do mar, portanto a pressão barométrica local é aproximadamente 1 atm. A temperatu-

ra do laboratório, onde o experimento foi realizado, era 27 °C.

Por último, os parâmetros restantes adotados foram o combustível usado, que é o GLP usa-

do em cozinhas comuns; o diâmetro do queimador, que é o queimador do laboratório de 70 mm;

a vazão de gás no queimador, a vazão foi determinada como máxima da válvula instalada, vazão

foi constante desde o início do ensaio, até o final.

A temperatura máxima para o limiar da dor na pele humana foi adotada como sendo 45°C.

Page 10: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

4

“Skin temperature greater than 45°C or less than 18°C causes pain” [Hardy et al. 1952]. Adotou-

se este valor para a determinação entre o cabo a ser aprovado ou reprovado

Desse modo o ensaio é padronizado e os resultados serão válidos.

4. ESPECIFICAÇÃO DOS CABOS

Os cabos utilizados no experimento estão especificados através das Tabelas 1, 2, 3 e 4 e

das Figuras 2, 3, 4 e 5, onde podem ser visualizados:

Figura 2 – Cabos tipo longitudinal de baquelite

Tabela 1 – Dimensões de cabos tipo longitudinal de baquelite

Tipo Longitudinal

Comprimento Área da seção da medição

L (mm) H x w (mm²) Cabo 1 135 448 Cabo 2 160 468

Cabo 3 155 500

Na tabela acima pode ser visto a relação existente entre o comprimento e a área de seção

de cada cabo do tipo longitudinal.

Page 11: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

5

Figura 3 – Cabos tipo “alça” de baquelite

Tabela 2 – Dimensões de cabos tipo “alça” de baquelite

Tipo Alça

Comprimento Área da seção da medição

L (mm) H x w (mm²)

Cabo 4 70 214

Cabo 5 55 120

Cabo 6 40 88

Já na Tabela 2 pode ser visto a relação existente entre o comprimento e a área de seção de

cada cabo do tipo alça.

Figura 4 – Cabo tipo “alça” de alumínio

Page 12: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

6

Tabela 3 – Dimensões de cabo tipo “alça” de alumínio

Tipo Alça Comprimento Área da seção da medição

L (mm) H x w (mm²)

Cabo 7 65 225

Na Tabela 3 pode ser visto a relação existente entre o comprimento e a área de seção do

cabo do tipo alça de alumínio.

Figura 5 – Cabo tipo longitudinal de Intoval

Tabela 4 – Dimensões de cabo tipo longitudinal de Intoval

Tipo Longitudinal

Comprimento Área da seção da medição

L (mm) D (mm)

Cabo 8 65 25,0 + 2,0 de PVC

Finalmente na tabela acima, pode ser visto a relação existente entre o comprimento e a área

de seção do cabo do tipo longitudinal feito de Intoval.

Juntamente com os cabos escolhidos para o ensaio, foi testado um material isolante propos-

to no presente trabalho e fornecido por uma empresa especializada na produção de refratários

para fornos de siderúrgicas e processos que exigem altas temperaturas. O material é denominado

Intoval (empresa Magnesita). As características técnicas deste produto se encontram no Anexo I.

Page 13: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

7

Este material possui uma preparação similar ao cimento de construção civil. Para prepará-

lo foi preciso adicionar água e fazer a mistura. A preparação do molde foi feita de modo rápido e

simples e uma semana antes de realizar o ensaio, tempo estimado para a cura. Foi utilizado um

tubo de PVC de 25mm de diâmetro cortado em pedaços de comprimento similares aos cabos de

baquelite. Em uma das pontas foi colocado papel, preso por fita colante. Após a preparação do

molde, foi depositado o isolante na sua cavidade, como se pode visualizar na Figura 6.

Figura 6 – Detalhe da preparação do cabo de isolante Intoval.

Após uma semana de espera para cura do material isolante, foi feita retirada do molde de

PVC com uma serra manual. A técnica, não muito adequada, ocasionou a quebra de um cabo

durante o corte do PVC. Devido à fragilidade mostrada pelo material, achou-se conveninte man-

tê-lo envolto pelo tubo.

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL E RESULTADOS

Utilizando uma furadeira, foram feitos os furos necessários na panela para fixação dos ca-

bos, sendo que estes foram presos posteriormente com rebites de alumínio, conforme mostra a

Figura 7.

Figura 7 – Detalhe da fixação dos cabos.

Page 14: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

8

Os fios do termopar tipo J depois de terem sua ponta desencapada foram entrelaçados e

bem prensados, formando um tipo de ponteira, como se pode visualizar na Figura 8. O adesivo

plástico foi o material utilizado para fixar os fios nos lugares pré-determinados.

Figura 8 – Detalhe da fixação do termopar no cabo da panela.

Através de aproximação visual, centralizou-se a panela no queimador, de forma que o calor

ficasse uniformemente distribuído. É importante que este fato seja enfatizado, pois as medições

serão feitas simultaneamente. A Figura 9 ilustra o posicionamento, e a Figura 10 mostra a panela

com os todos os cabos fixados e devidamente instrumentados.

Figura 9 – Detalhe da posição da panela em relação à chama.

Page 15: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

9

Figura 10 – Aspecto final da panela, em cima do queimador para fazer o ensaio.

Após a conexão dos fios no computador para a aquisição dos dados, configurou-se o soft-

ware Agilent Bench Data Loger com o modelo e parâmetros do fio utilizados. Com a entrada

destes dados no programa, o mesmo automaticamente o identificou, calibrando o sistema.

Com tudo devidamente montado, adicionou-se um volume de 400 ml de água na panela e

deu-se início ao ensaio medindo-se a temperatura inicial dos cabos (temperatura ambiente do

dia) e, após isto, ligando-se o queimador. Depois de 12 minutos, com o queimador na máxima

potência, observou-se as seguintes temperaturas nos cabos, conforme indicado na Tabela 5 e os

gráficos conforme as figuras 11, 12 e 13 que seguem abaixo:

Tabela 5 – Temperatura final dos pontos de medição, após os 12 minutos de ensaio, no queima-

dor funcionando com vazão máxima (dados por ordem decrescente de temperatura).

Formato

cabo Material

Temperatura final (°C)

Cabo 7 alça alumínio 96,7 Cabo 8 longitudinal Intoval 73,0 Cabo 1 longitudinal baquelite 72,2 Cabo 6 alça baquelite 68,8 Cabo 2 longitudinal baquelite 65,4 Cabo 3 longitudinal baquelite 61,2 Cabo 5 alça baquelite 59,4

Cabo 4 alça baquelite 53,9

Com a tabela acima, pode-se observar as relações entre os formatos dos cabos e seu mate-

rial com a temperatura final do ensaio.

Page 16: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

Figura 11 – Comparação de temperaturas

Com o gráfico acima podemos notar que a variaç

comportou-se de modo inversamente proporcional

Figura 12 – Comparação de temperaturas entre os cabos tipo “alça” de baquelite.

Com o gráfico acima podemos notar que a variaç

comportou-se do mesmo modo que os cabos longitudinais.

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

0 200

Tem

pe

ratu

ra (

°C)

Comparação entre os cabos longitudinais de

Cabo 1 - Longitundinal / Baquelite

Cabo 3 - Longitundinal / Baquelite

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

0 200

Tem

pe

ratu

ra (

°C)

Comparação entre os cabos tipo "alça" de

Cabo 4 - Alça / Baquelite

de temperaturas entre os cabos longitudinais de baqu

áfico acima podemos notar que a variação de temperatura dos cabos longitudinais

inversamente proporcional aos tamanhos das áreas de seç

Comparação de temperaturas entre os cabos tipo “alça” de baquelite.

áfico acima podemos notar que a variação de temperatura dos cabos

o mesmo modo que os cabos longitudinais.

400 600 800

Tempo (s)

Comparação entre os cabos longitudinais de

baquelite

Longitundinal / Baquelite Cabo 2 - Longitundinal / Baquelite

Longitundinal / Baquelite

ΔT

400 600 800

Tempo (s)

Comparação entre os cabos tipo "alça" de

baquelite

Alça / Baquelite Cabo 5 - Alça / Baquelite Cabo 6 - Alça / Baquelite

Δ

10

entre os cabos longitudinais de baquelite.

ão de temperatura dos cabos longitudinais

áreas de seção.

Comparação de temperaturas entre os cabos tipo “alça” de baquelite.

ão de temperatura dos cabos do tipo alça

Longitundinal / Baquelite

T = 11,0 °C

Alça / Baquelite

ΔT = 15,0 °C

Page 17: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

Figura 13 – Comparação de temperaturas entre todos os cabos ensaiados.

Através do gráfico acima, podemos notar que a maior diferença de temperatura se deu

tre os cabos de alumínio e baquelite de formato tipo alça.

6. INCERTEZA

É comum a utilização de cabos de compensação para medição de temperatura, p

em comportamento similar ao termopar e, principalmente, menor custo. Para avali

incertezas, os mesmos podem ser tratado

res são maiores que os especificados em um termopar com pont

As incertezas associadas ao termopar tipo “J”

de erro, definido como padrão, variando entre mais ou menos 2,2°C

entre mais ou menos 1,1°C.

No experimento proposto, utilizou

tando-se incertezas e erros maiores que

Os erros devido ao equipamento de aquisição, segundo o manual do fabricante são de

2,5°C para mais e 5°C para menos e a resolução máxima é 0,1°C para termop

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

0 100 200

Tem

pe

ratu

ra (

°C)

Comparação entre todos os tipos de cabos testados

Cabo 1 - Longitundinal / Baquelite

Cabo 3 - Longitundinal / Baquelite

Cabo 5 - Alça / Baquelite

Cabo 7 - Alça / Alumínio

Comparação de temperaturas entre todos os cabos ensaiados.

áfico acima, podemos notar que a maior diferença de temperatura se deu

ínio e baquelite de formato tipo alça.

É comum a utilização de cabos de compensação para medição de temperatura, p

em comportamento similar ao termopar e, principalmente, menor custo. Para avali

ser tratados como termopares. No entanto, sabe-se que estes val

res são maiores que os especificados em um termopar com ponta de alumínio encapsulada.

ao termopar tipo “J” (Iron vs. Copper-Nickel) possuem um limite

padrão, variando entre mais ou menos 2,2°C, e especial,

osto, utilizou-se para medição cabos de compensação tipo “J”,

maiores que do termopar padrão tipo “J” de mesmas cara

Os erros devido ao equipamento de aquisição, segundo o manual do fabricante são de

is e 5°C para menos e a resolução máxima é 0,1°C para termopares tipo J.

300 400 500 600 700 800

Tempo (s)

Comparação entre todos os tipos de cabos testados

Longitundinal / Baquelite Cabo 2 - Longitundinal / Baquelite

Longitundinal / Baquelite Cabo 4 - Alça / Baquelite

Alça / Baquelite Cabo 6 - Alça / Baquelite

Alça / Alumínio Cabo 8 - Longitudinal / Intoval

11

Comparação de temperaturas entre todos os cabos ensaiados.

áfico acima, podemos notar que a maior diferença de temperatura se deu en-

É comum a utilização de cabos de compensação para medição de temperatura, pois possu-

em comportamento similar ao termopar e, principalmente, menor custo. Para avaliação de erros e

se que estes valo-

a de alumínio encapsulada.

possuem um limite

cial, com variação

se para medição cabos de compensação tipo “J”, ado-

tipo “J” de mesmas características.

Os erros devido ao equipamento de aquisição, segundo o manual do fabricante são de

res tipo J.

800

Comparação entre todos os tipos de cabos testados

Longitundinal / Baquelite

Longitudinal / Intoval

ΔT = 37,4 °C

Page 18: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

12

7. CONCLUSÕES

Com a realização desse experimento pode-se ter uma breve visão do funcionamento, de-

sempenho térmico e influência geométrica de determinados cabos de panelas em sua aplicação.

O principal ponto analisado, a segurança do operador, deixou claro que existe a necessidade de

um estudo aprofundado pelos fabricantes no desenvolvimento de melhorias na função de isolan-

tes que os cabos devem exercer. Os resultados obtidos nos mostram, explicitamente, que a gran-

de maioria dos cabos é de baixa qualidade no quesito isolante térmico.

O cabo de alumínio com perfil tipo “alça”, por sua característica de bom condutor, apre-

sentou grande variação de temperatura, atingindo valores extremos rapidamente, sendo assim

reprovado.

Já os cabos de baquelite mostraram-se mais eficientes, apresentando um aumento mais len-

to na sua temperatura de superfície, porém nenhum foi eficiente o bastante para manter-se abaixo

de 48ºC (temperatura máxima para limiar da dor). Dentre os cabos de baquelite ensaiados, ob-

servou-se que os cabos com geometria longitudinal atingem um valor bastante elevado na parte

próxima a panela, onde normalmente o operador apóia seu polegar, sendo todos os ensaiados

reprovados conforme se pode ver na tabela 5. Os cabos com geometria tipo “alça” tiveram a pe-

culiaridade de ter dimensões variadas proporcionalmente, facilitando a comparação dos mesmos.

Obviamente o cabo de menor dimensão foi o que atingiu a temperatura mais elevada, devido sua

proximidade à panela, o que facilitou a troca térmica por convecção com gases da chama. O cabo

tipo “alça” de dimensão intermediária entre o menor e o maior, comportou-se de forma interme-

diária como era esperado. Isto pode ser perfeitamente visualizado na figura 11. Porém o maior

deles, depois de decorridos doze minutos, atingiu uma temperatura superficial máxima de

53,9ºC, valor considerado não satisfatório pelo grupo, apesar de ter o melhor desempenho entre

os cabos propostos.

O cabo proposto pelo grupo, feito de material isolante, perfil tipo cilíndrico, não obteve o

resultado esperado, sendo reprovado como a maioria dos outros. A obrigatoriedade de manter o

tubo de PVC prejudicou o resultado, pois o mesmo funcionou como “abafador” do cabo.

Finalmente, podemos afirmar que nenhum dos cabos testados foi aprovado, segundo o critério de

45ºC como temperatura máxima admitida. Podemos deixar como sugestão para um futuro expe-

rimento, o ensaio de cabos de diferentes materiais e formas geométricas.

Page 19: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

13

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Incropera, F. P., Dewitt, D. P., 2003. “Fundamentos de Transferência de Calor e Mas-

sa”, Quinta edição, Editora LTC, Rio de Janeiro.

American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, 2001. “2001

ASHRAE Handbook - Fundamentals”, Atlanta.

Schneider, P. S., 2008. “Termometria e Psicrometria”, Departamento de Engenharia

Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

http://www.nmead.ufrgs.br/cursos/ENG03108/

Page 20: cabos de panelas rev.FINALE2 - ufrgs.br · Transferência de calor pelo contato entre dois corpos em diferentes temperaturas. Confor-me a Segunda Lei da Termodinâmica a direção

14

9. ANEXO

Anexo I – Descrição técnica do material fornecido para teste pela Magnesita SA.