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Publicação Oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas - Lei Federal nº 11.419/06, art. 4º Ano VIII • Edição 1699 • Maceió, quinta-feira, 1 de setembro de 2016 http://www2.tjal.jus.br/cdje Caderno 2 JURISDICIONAL - PRIMEIRO GRAU Presidente: João Luiz Azevedo Lessa TRIBUNAL DE JUSTIÇA Capital Varas Cíveis da Capital 1ª Vara Cível da Capital - Intimação de Advogados JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA CAPITAL JUIZ(A) DE DIREITO IVAN VASCONCELOS BRITO JUNIOR ESCRIVÃ(O) JUDICIAL IRENE BEATRIZ PESSOA FRANCO EDITAL DE INTIMAÇÃO DE ADVOGADOS RELAÇÃO Nº 0529/2016 ADV: JORCELINO MENDES DA SILVA (OAB 1526/AL), CARLOS HENRIQUE DE LIMA COSMO (OAB 5446/AL), THIAGO SOUTO AGRA, DEBORA LINS CATTONI (OAB 5169/RN), HELENILDO BARBOSA DE LIMA (OAB 10786/AL) - Processo 0006016- 19.2012.8.02.0001 - Consignação em Pagamento - Pagamento em Consignação - AUTOR: COMERCIAL PAM LTDA - RÉ: CLARO S/A - SENTENÇAVistos etc.COMERCIAL PAM LTDA, qualificado à fl. 01, propôs, com base na legislação que entendeu pertinente, AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO C/C INDENIZATÓRIA em face de CLARO S/A, qualificado à fl. 03 dos autos.Na inicial, o autor alega que é cliente da ré há um longo período, e que possuía um plano telefônico do qual pagava uma variável entre R$ 800,00 (oitocentos reais) e R$ 1.100,00 (mil e cem reais) em média, sendo as contas sempre pagas em dia.Alegou também que possuía 08 (oito) linhas ativas e uma inativa, solicitando, a ativação desta linha e a contratação de uma nova para que fosse utilizada como linha pessoal do sócio da empresa. Nessa linha contratou dois serviços para redução do valor global das contas, pois esse número passaria a ser de uso tanto pessoal quanto profissional. Os serviços foram contratados nos valores de R$ 29,90 (vinte e nove reais e noventa centavos), no módulo claro DDD nacional e R$ 84,00 (oitenta e quatro reais), no modulo de dados GPRS ilimitado.Aduziu que em contato com a central de atendimento da ré foi pedido ao sócio da empresa autora que aguardasse o prazo de 5 (cinco) dias para que a transferência da linha solicitada fosse finalizada. Foi então que ao aguardar o mencionado prazo, e acreditando que a transferência já teria sido realizada, começou a utilizar os serviços de dados em sua linha acreditando estar acobertado pelo plano oferecido pela ré. Ocorre que, verbera o autor que na fatura seguinte a adesão ao plano, com vencimento em 24/04/2012, veio a cobrança indevida no valor de R$ 15.271,55 (quinze mil duzentos e setenta e um reais e cinquenta e cinco centavos), referente aos consumo de dados e ligações interurbanas. Com isso, diante do valor alegadamente exorbitante da conta, o sócio da autora procurou o consultor da empresa ré, o qual entrou em contato com a central de atendimento e repassou a informação de que a trasnferência não havia sido operada, por isso o valor havia sido cobrado. Nesse sentido reiterou o pedido de transferência dos serviços contratados, o que foi informado que foi atendido de pronto, no entanto, na fatura com vencimento em 24/05/2012, veio outra cobrança exorbitante no valor de R$ 13.849,17 treze mil oitocentos e quarenta e nove reais e dezessete centavos).Posto isso, o sócio da autora entrou novamente em contato com a central de atendimento da ré, que informou que o valor se devia a um período no qual a linha não possuía pacote de dados, salientando, inclusive, que não iriam modificar a cobrança.Por esta razão, ajuizou a presente demanda, a fim de consignar judicialmente o valor que entende devido para o pagamento dos boletos referentes as faturas de 24/04 e 24/05 do ano de 2012, faturas estas que apresentaram valores excessivos comparado aos valores cobrados em faturas anteriores e em consonância ao novo plano aderido pela empresa autora. Pugnou também pela reparação compensatória em danos morais suportados em valor a ser arbitrado por este magistrado. Formulou os requerimentos de praxe, assim como pugnou pela concessão de medida liminar para que a que sejam restabelecidos os serviços de telefonia prestados pela ré, bem como a retirada do nome da autora dos cadastros de restrição ao crédito relativo ao débito discutido na presente demanda, até que fosse a demanda definitivamente julgada.Juntou documentos de fls. 24 ut 205.Em decisão de cognição sumária o juiz plantonista indeferiu a medida liminarmente requerida no sentido de negar a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, quais sejam o restabelecimento dos serviços de telefonia e a retirada do nome da empresa autora dos cadastros de proteção ao crédito, apenas determinando a consignação da quantia de R$ 3.969,04 (três mil novecentos e sessenta e nove reais e quatro centavos) em conta judicial, valor este que entende o autor como devido a empresa ré. Citada, a empresa ré apresentou contestação, na qual alegou no mérito a inaplicabilidade da repetição do indébito, tendo em vista o não preenchimento de seus requisitos expressos nos arts. 876, 877, 884 e 885 todos do código civil brasileiro, bem como afirmou que a ausência do dever de indenizar, pois não há dano a moral a ser reparado, tendo em vista que não houve ofensa aos direitos de personalidade da empresa autora. Alegou que agiu em exercício regular de um direito, inexistindo ato ilícito, e pelo reconhecimento da culpa exclusiva do consumidor, posto que deu causa ao próprio evento danoso.Aduziu ainda que não houve ato ilícito praticado pela ré, não havendo que se falar em indenização por dano moral, salientando que no caso deste ser fixado, que seja dentro dos parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade.Ato continuo, informou a parte autora em novo requerimento atravessado aos autos a interposição de agravo de instrumento, tendo no mesmo ato, requerido a reconsideração da decisão anteriormente proferida as fls. 207/208 dos autos. Vieram-me os autos conclusos, onde verificado que a parte ré continuava realizando cobrança de valores a empresa autora de serviços posteriores a suspensão da linha telefônica e caracterizado os requisitos autorizadores da antecipação dos efeitos da tutela, foi reconsiderada a decisão liminar anteriormente proferida, determinando a retida do autor dos cadastros de proteção ao crédito bem como o restabelecimento dos serviços de telefonia (a)

Caderno 2 JURISDICIONAL - PRIMEIRO GRAU · Publicação Ofi cial do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas - Lei Federal nº 11.419/06, art. 4º Disponibilização: quinta-feira,

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    Ano VIII Edio 1699 Macei, quinta-feira, 1 de setembro de 2016 http://www2.tjal.jus.br/cdje

    Caderno 2JURISDICIONAL - PRIMEIRO GRAU

    Presidente:

    Joo Luiz Azevedo Lessa

    TRIBUNAL DE JUSTIA

    Capital

    Varas Cveis da Capital

    1 Vara Cvel da Capital - Intimao de Advogados

    JUZO DE DIREITO DA 1 VARA CVEL DA CAPITALJUIZ(A) DE DIREITO IVAN VASCONCELOS BRITO JUNIORESCRIV(O) JUDICIAL IRENE BEATRIZ PESSOA FRANCOEDITAL DE INTIMAO DE ADVOGADOS

    RELAO N 0529/2016ADV: JORCELINO MENDES DA SILVA (OAB 1526/AL), CARLOS HENRIQUE DE LIMA COSMO (OAB 5446/AL), THIAGO SOUTO

    AGRA, DEBORA LINS CATTONI (OAB 5169/RN), HELENILDO BARBOSA DE LIMA (OAB 10786/AL) - Processo 0006016-19.2012.8.02.0001 - Consignao em Pagamento - Pagamento em Consignao - AUTOR: COMERCIAL PAM LTDA - R: CLARO S/A - SENTENAVistos etc.COMERCIAL PAM LTDA, qualifi cado fl . 01, props, com base na legislao que entendeu pertinente, AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO C/C INDENIZATRIA em face de CLARO S/A, qualifi cado fl . 03 dos autos.Na inicial, o autor alega que cliente da r h um longo perodo, e que possua um plano telefnico do qual pagava uma varivel entre R$ 800,00 (oitocentos reais) e R$ 1.100,00 (mil e cem reais) em mdia, sendo as contas sempre pagas em dia.Alegou tambm que possua 08 (oito) linhas ativas e uma inativa, solicitando, a ativao desta linha e a contratao de uma nova para que fosse utilizada como linha pessoal do scio da empresa. Nessa linha contratou dois servios para reduo do valor global das contas, pois esse nmero passaria a ser de uso tanto pessoal quanto profi ssional. Os servios foram contratados nos valores de R$ 29,90 (vinte e nove reais e noventa centavos), no mdulo claro DDD nacional e R$ 84,00 (oitenta e quatro reais), no modulo de dados GPRS ilimitado.Aduziu que em contato com a central de atendimento da r foi pedido ao scio da empresa autora que aguardasse o prazo de 5 (cinco) dias para que a transferncia da linha solicitada fosse fi nalizada. Foi ento que ao aguardar o mencionado prazo, e acreditando que a transferncia j teria sido realizada, comeou a utilizar os servios de dados em sua linha acreditando estar acobertado pelo plano oferecido pela r.Ocorre que, verbera o autor que na fatura seguinte a adeso ao plano, com vencimento em 24/04/2012, veio a cobrana indevida no valor de R$ 15.271,55 (quinze mil duzentos e setenta e um reais e cinquenta e cinco centavos), referente aos consumo de dados e ligaes interurbanas. Com isso, diante do valor alegadamente exorbitante da conta, o scio da autora procurou o consultor da empresa r, o qual entrou em contato com a central de atendimento e repassou a informao de que a trasnferncia no havia sido operada, por isso o valor havia sido cobrado. Nesse sentido reiterou o pedido de transferncia dos servios contratados, o que foi informado que foi atendido de pronto, no entanto, na fatura com vencimento em 24/05/2012, veio outra cobrana exorbitante no valor de R$ 13.849,17 treze mil oitocentos e quarenta e nove reais e dezessete centavos).Posto isso, o scio da autora entrou novamente em contato com a central de atendimento da r, que informou que o valor se devia a um perodo no qual a linha no possua pacote de dados, salientando, inclusive, que no iriam modifi car a cobrana.Por esta razo, ajuizou a presente demanda, a fi m de consignar judicialmente o valor que entende devido para o pagamento dos boletos referentes as faturas de 24/04 e 24/05 do ano de 2012, faturas estas que apresentaram valores excessivos comparado aos valores cobrados em faturas anteriores e em consonncia ao novo plano aderido pela empresa autora. Pugnou tambm pela reparao compensatria em danos morais suportados em valor a ser arbitrado por este magistrado.Formulou os requerimentos de praxe, assim como pugnou pela concesso de medida liminar para que a que sejam restabelecidos os servios de telefonia prestados pela r, bem como a retirada do nome da autora dos cadastros de restrio ao crdito relativo ao dbito discutido na presente demanda, at que fosse a demanda defi nitivamente julgada.Juntou documentos de fl s. 24 ut 205.Em deciso de cognio sumria o juiz plantonista indeferiu a medida liminarmente requerida no sentido de negar a antecipao dos efeitos da tutela pretendida, quais sejam o restabelecimento dos servios de telefonia e a retirada do nome da empresa autora dos cadastros de proteo ao crdito, apenas determinando a consignao da quantia de R$ 3.969,04 (trs mil novecentos e sessenta e nove reais e quatro centavos) em conta judicial, valor este que entende o autor como devido a empresa r. Citada, a empresa r apresentou contestao, na qual alegou no mrito a inaplicabilidade da repetio do indbito, tendo em vista o no preenchimento de seus requisitos expressos nos arts. 876, 877, 884 e 885 todos do cdigo civil brasileiro, bem como afi rmou que a ausncia do dever de indenizar, pois no h dano a moral a ser reparado, tendo em vista que no houve ofensa aos direitos de personalidade da empresa autora. Alegou que agiu em exerccio regular de um direito, inexistindo ato ilcito, e pelo reconhecimento da culpa exclusiva do consumidor, posto que deu causa ao prprio evento danoso.Aduziu ainda que no houve ato ilcito praticado pela r, no havendo que se falar em indenizao por dano moral, salientando que no caso deste ser fi xado, que seja dentro dos parmetros de razoabilidade e proporcionalidade.Ato continuo, informou a parte autora em novo requerimento atravessado aos autos a interposio de agravo de instrumento, tendo no mesmo ato, requerido a reconsiderao da deciso anteriormente proferida as fl s. 207/208 dos autos. Vieram-me os autos conclusos, onde verifi cado que a parte r continuava realizando cobrana de valores a empresa autora de servios posteriores a suspenso da linha telefnica e caracterizado os requisitos autorizadores da antecipao dos efeitos da tutela, foi reconsiderada a deciso liminar anteriormente proferida, determinando a retida do autor dos cadastros de proteo ao crdito bem como o restabelecimento dos servios de telefonia

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    Disponibilizao: quinta-feira, 1 de setembro de 2016 Dirio Ofi cial Poder Judicirio - Caderno Jurisdicional - Primeiro Grau Macei, Ano VIII - Edio 1699 2

    da linha discutida nesta lide, nos modes da deciso de fl s. 264/265.Houveram vrias manifestaes posteriores informando acerca do descumprimento da tutela antecipadamente concedida, no que tange ao restabelecimento da linha telefnica, entretanto, no se manifestou a parte sobre a contestao e demais documentos acostados aos autos. Alm do mais genericamente reiterou os pedidos constantes na inicial, pugnando pela procedncia da demanda. Designada a audincia preliminar, fl s. 307, restou frustrada a possibilidade de acordo, ante a resistncia de ambas as partes. No que tange a produo de provas em sede de instruo processual, a parte autora requereu apenas a juntada de uma declarao de quitao anual de dbito, do que manifestando a r impugnou tal juntada afi rmando que o documento colacionado em audincia no comprova a quitao dos dbitos referentes ao ano das cobranas discutidas nos autos. o relatrio.FUNDAMENTO E DECIDO.I - DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDEInicialmente, impe-se justifi car o julgamento antecipado da ao, porquanto desnecessria a produo de provas em audincia, j tendo a jurisprudncia ptria assim assentado que uma vez verifi cados os pressupostos estabelecidos no art. 355, I, do Novo Cdigo de Processo Civil, o Magistrado passa a ter um verdadeiro dever no uma mera faculdade de julgar antecipadamente o mrito. que, tal regra, existe para assegurar a celeridade e efi cincia prestao jurisdicional, vale dizer, serve como meio de distribuio clere de justia. Confi ra-se.O cerceamento de defesa no resta confi gurado quando desnecessria a produo da prova pretendida pela parte, impondo-se o julgamento antecipado da lide em que se controverte apenas sobre matria de direito, em obedincia aos princpios da economia e da celeridade processuais (REsp 797.184/DF, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 09 de abril de 2008; REsp 897.499/SP, Rel. Ministro Joo Otvio de Noronha, Segunda Turma, DJ de 20 de abril de 2007; e REsp 536.585/ES, Rel. Ministro Slvio de Figueiredo Teixeira, Quarta Turma, DJ de 06 de outubro de 2003). O artigo 131 do CPC consagra o princpio da persuaso racional, habilitando o magistrado a valer-se do seu convencimento, luz dos fatos, provas, jurisprudncia, aspectos pertinentes ao tema e da legislao que entender aplicvel ao caso concreto, constantes dos autos. Nada obstante, compete-lhe rejeitar diligncias que delonguem desnecessariamente o julgamento, a fi m de garantir a observncia do princpio da celeridade processual.Nos termos da reiterada jurisprudncia desta Corte Superior, tutela jurisdicional deve ser prestada de modo a conter todos os elementos que possibilitem a compreenso da controvrsia, bem como as razes determinantes de deciso, como limites ao livre convencimento do juiz, que deve form-lo com base em qualquer dos meios de prova admitidos em direito material, hiptese em que no h que se falar cerceamento de defesa pelo julgamento antecipado da lide e que o magistrado tem o poder-dever de julgar antecipadamente a lide, desprezando a realizao de audincia para a produo de prova testemunhal, ao constatar que o acervo documental acostado aos autos possui sufi ciente fora probante para nortear e instruir seu entendimento (REsp n 102303/PE, Rel. Min. Vicente Leal, DJ de 17/05/99).Na espcie, compulsando-se os autos do presente processo, v-se que elementos de persuaso j existem para a outorga da prestao jurisdicional requerida, posto que as provas documentais carreadas aos autos j deram ensejo formao do livre convencimento deste Magistrado, sendo desnecessria, portanto, a produo de novas provas, pois, como j mencionado, existem nos autos de elementos de convico sufi cientes, de fatos e de direito, que autorizam o julgamento da ao.A nossa legislao instrumental civil, em tema de julgamento antecipado da pretenso resistida, assim preceitua:Art. 355 - O juiz julgar antecipadamente o pedido, proferindo sentena com resoluo de mrito, quando:I - no houver necessidade de produo de outras provas;II - o ru for revel, ocorrer o efeito previsto noart. 344e no houver requerimento de prova, na forma doart. 349.Ora, in casu, no h impedimento para que este Magistrado proceda ao julgamento da demanda, mormente por estar convencido de que os autos j foram instrudos com as provas sufi cientes para formao do livre convencimento, de modo que se torna desnecessria a designao de nova audincia para produo de mais provas, o que apenas retardaria ainda mais o feito, violando o direito fundamental razovel durao do processo, previsto constitucionalmente. I - DO MRITO DA LIDE PRINCIPALPois bem. Cumpre mencionar que resta inegvel, no presente caso, a existncia da relao de consumo, conforme prev o artigo 3 do Cdigo de Defesa do Consumidor, in verbis:Art. 3. Fornecedor toda pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produo, montagem, criao, construo, transformao, importao, exportao, distribuio ou comercializao de produtos ou prestao de servios.[...] 2 - Servio qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remunerao, inclusive as de natureza bancria, fi nanceira, de crdito e securitria, salvo as decorrentes das relaes de carter trabalhista.Tendo em vista a norma estabelecida no Cdigo de Defesa do Consumidor, a empresa r efetivamente caracterizada como fornecedora, sendo responsvel pelo servio que presta aos seus consumidores. Alm disso, a autora, mesmo pessoa jurdica, caracterizada como consumidora por ser destinatria fi nal do produto fornecido pela r, sendo este o entendimento do Superior Tribunal de Justia, in verbis:DIREITO DO CONSUMIDOR. DEFINIO DE CONSUMIDOR E DE FORNECEDOR. NO CARACTERIZAO EMPRESA DE TRANSPORTE. RELEVNCIA, PARA A CONFIGURAO DA RELAO DE CONSUMO, DA DISPARIDADE DE PORTE ECONMICO EXISTENTE ENTRE PARTES DO CONTRATO DE FORNECIMENTO DE PEAS PARA CAMINHO EMPREGADO NA ATIVIDADE DE TRANSPORTE. IMPORTNCIA, TAMBM, DO PORTE DA ATIVIDADE PRATICADA PELO DESTINATRIO FINAL. SITUAO, ENTRETANTO, EM QUE, INDEPENDENTEMENTE ADEMAIS, DE RELAO DE CONSUMO, H ELEMENTOS DE PROVA A EMBASAR A CONVICO DO JULGADOR DE QUE PEAS AUTOMOTIVAS FORNECIDAS E A CORRESPONDENTE PRESTAO DE SERVIO NO TM DEFEITOS. I - No enqudravel como relao de consumo a prestao de servios entre empresas de porte, no se caracterizando hipossufi cincia da contratante de conserto de caminho de transporte de cargas, situao em que no se tem consumidor fi nal, mas, apenas, intermedirio, afasta-se a incidncia do Cdigo de Defesa do Consumidor. II - Ainda que se aplicasse o Cdigo de Defesa do Consumidor, a regra da inverso do nus da prova (CDC, art.6, VIII) no seria sufi ciente para afastar a prova contrria pretenso inicial, tal como detidamente analisada, inclusive quanto percia, pela sentena e pelo Acrdo. III - O Cdigo de Defesa do Consumidor defi ne consumidor como a pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utiliza produto ou servio como destinatrio fi nal, noo que, como a de fornecedor, idia-chave para a caracterizao da relao de consumo. IV - O fato de a pessoa empregar em sua atividade econmica os produtos que adquire no implica, por si s, desconsider-la como destinatria fi nal e, por isso, consumidora. No entanto, preciso considerar a excepcionalidade da aplicao das medidas protetivas do CDC em favor de quem utiliza o produto ou servio em sua atividade comercial. Em regra, a aquisio de bens ou a utilizao de servios para implementar ou incrementar a atividade negocial descaracteriza a relao como de consumo. Precedentes. V - O reconhecimento da existncia da relao de consumo, por si s, no implica presuno de prova. Presentes elementos de prova a indicar que as peas automotivas fornecidas e a prestao do servio correspondente no so defeituosos, pode o Juiz concluir em favor do fornecedor a despeito da inverso do nus da prova. VI - Recurso Especial improvido. (REsp 1038645/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 24/11/2010)AGRAVO REGIMENTAL . AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSUMIDOR. RELAO DE CONSUMO. CARACTERIZAO. DESTINAO FINAL FTICA E ECONMICA DO PRODUTO OU SERVIO. ATIVIDADE EMPRESARIAL. MITIGAO DA REGRA. VULNERABILIDADE DA PESSOA JURDICA. PRESUNO RELATIVA. 1. O consumidor intermedirio, ou seja, aquele que adquiriu o produto ou o servio para utiliz-lo em sua atividade empresarial, poder ser benefi ciado com a aplicao do CDC quando demonstrada sua vulnerabilidade tcnica, jurdica ou econmica frente outra parte. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no Ag 1316667/RO, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 15/02/2011, DJe 11/03/2011)No subsiste, portanto, a alegao da empresa r de que no deve ser responsabilizada pelos danos suportados pelo autor, por no ser a responsvel pela falha na prestao dos servios da linha telefnica de uso do autor, tendo em vista que quando da mudana da linha para o pacote de dados e telefonia oferecido, cobrou indevidamente valor superior ao contratado.Compulsando os autos, percebe-se que, a parte autora

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    comprovou que fi rmou o contrato de sefvios de telefonia com demandada, bem como a sua assinatura no plano mdulo claro DDD nacional e mdulo de dados GPRS ilimitado nos valores fi xos de R$ 29,90 e 84,00, sendo que nada comprovou ou alegou a r para rechaar o defeito na prestao de servios, cobrando indevidamente valores excessivos, tendo em vista que no realizou o servio solicitado.O Cdigo de Defesa do Consumidor prev como um dos direitos bsicos do consumidor o direito a informao, e para tal, o fornecedor tem o dever de informar ao consumidor de maneira objetiva sobre os servios a serem prestados, e quais sero os deveres e obrigaes de ambas as partes. Nesse sentido caminha a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia:DIREITO DO CONSUMIDOR. ADMINISTRATIVO. NORMAS DE PROTEO E DEFESA DO CONSUMIDOR. ORDEM PBLICA E INTERESSE SOCIAL. PRINCPIO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR. PRINCPIO DA TRANSPARNCIA. PRINCPIO DA BOA-F OBJETIVA. PRINCPIO DA CONFIANA. OBRIGAO DE SEGURANA. DIREITO INFORMAO. DEVER POSITIVO DO FORNECEDOR DE INFORMAR, ADEQUADA E CLARAMENTE, SOBRE RISCOS DE PRODUTOS E SERVIOS. DISTINO ENTRE INFORMAO-CONTEDO E INFORMAO-ADVERTNCIA. ROTULAGEM. PROTEO DE CONSUMIDORES HIPERVULNERVEIS. CAMPO DE APLICAO DA LEI DO GLTEN (LEI 8.543/92 AB-ROGADA PELA LEI 10.674/2003) E EVENTUAL ANTINOMIA COM O ART. 31 DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MANDADO DE SEGURANA PREVENTIVO. JUSTO RECEIO DA IMPETRANTE DE OFENSA SUA LIVRE INICIATIVA E COMERCIALIZAO DE SEUS PRODUTOS. SANES ADMINISTRATIVAS POR DEIXAR DE ADVERTIR SOBRE OS RISCOS DO GLTEN AOS DOENTES CELACOS. INEXISTNCIA DE DIREITO LQUIDO E CERTO. DENEGAO DA SEGURANA. 1. Mandado de Segurana Preventivo fundado em justo receio de sofrer ameaa na comercializao de produtos alimentcios fabricados por empresas que integram a Associao Brasileira das Indstrias da Alimentao ABIA, ora impetrante, e ajuizado em face da instaurao de procedimentos administrativos pelo PROCON-MG, em resposta ao descumprimento do dever de advertir sobre os riscos que o glten, presente na composio de certos alimentos industrializados, apresenta sade e segurana de uma categoria de consumidores os portadores de doena celaca. 2. A supervenincia da Lei 10.674/2003, que ab-rogou a Lei 8.543/92, no esvazia o objeto do mandamus, pois, a despeito de disciplinar a matria em maior amplitude, no invalida a necessidade de, por fora do art. 31 do Cdigo de Defesa do Consumidor CDC, complementar a expresso contm glten com a advertncia dos riscos que causa sade e segurana dos portadores da doena celaca. concreto o justo receio das empresas de alimentos em sofrer efetiva leso no seu alegado direito lquido e certo de livremente exercer suas atividades e comercializar os produtos que fabricam. 3. As normas de proteo e defesa do consumidor tm ndole de ordem pblica e interesse social. So, portanto, indisponveis e inafastveis, pois resguardam valores bsicos e fundamentais da ordem jurdica do Estado Social, da a impossibilidade de o consumidor delas abrir mo ex ante e no atacado. 4. O ponto de partida do CDC a afi rmao do Princpio da Vulnerabilidade do Consumidor, mecanismo que visa a garantir igualdade formal-material aos sujeitos da relao jurdica de consumo, o que no quer dizer compactuar com exageros que, sem utilidade real, obstem o progresso tecnolgico, a circulao dos bens de consumo e a prpria lucratividade dos negcios. 5. O direito informao, abrigado expressamente pelo art. 5, XIV, da Constituio Federal, uma das formas de expresso concreta do Princpio da Transparncia, sendo tambm corolrio do Princpio da Boa-f Objetiva e do Princpio da Confi ana, todos abraados pelo CDC. 6. No mbito da proteo vida e sade do consumidor, o direito informao manifestao autnoma da obrigao de segurana. 7. Entre os direitos bsicos do consumidor, previstos no CDC, inclui-se exatamente a informao adequada e clara sobre os diferentes produtos e servios, com especifi cao correta de quantidade, caractersticas, composio, qualidade e preo, bem como sobre os riscos que apresentem (art. 6, III). 8. Informao adequada, nos termos do art. 6, III, do CDC, aquela que se apresenta simultaneamente completa, gratuita e til, vedada, neste ltimo caso, a diluio da comunicao efetivamente relevante pelo uso de informaes soltas, redundantes ou destitudas de qualquer serventia para o consumidor. 9. Nas prticas comerciais, instrumento que por excelncia viabiliza a circulao de bens de consumo, a oferta e apresentao de produtos ou servios devem assegurar informaes corretas, claras, precisas, ostensivas e em lngua portuguesa sobre suas caractersticas, qualidades, quantidade, composio, preo, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam sade e segurana dos consumidores (art. 31 do CDC). 10. A informao deve ser correta (= verdadeira), clara (= de fcil entendimento), precisa (= no prolixa ou escassa), ostensiva (= de fcil constatao ou percepo) e, por bvio, em lngua portuguesa. 11. A obrigao de informao desdobrada pelo art. 31 do CDC, em quatro categorias principais, imbricadas entre si: a) informao-contedo (= caractersticas intrnsecas do produto e servio), b) informao-utilizao (= como se usa o produto ou servio), c) informao-preo (= custo, formas e condies de pagamento), e d) informao-advertncia (= riscos do produto ou servio). 12. A obrigao de informao exige comportamento positivo, pois o CDC rejeita tanto a regra do caveat emptor como a subinformao, o que transmuda o silncio total ou parcial do fornecedor em patologia repreensvel, relevante apenas em desfavor do profi ssional, inclusive como oferta e publicidade enganosa por omisso. 13. Inexistncia de antinomia entre a Lei 10.674/2003, que surgiu para proteger a sade (imediatamente) e a vida (mediatamente) dos portadores da doena celaca, e o art. 31 do CDC, que prev sejam os consumidores informados sobre o contedo e alertados sobre os riscos dos produtos ou servios sade e segurana. 14. Complementaridade entre os dois textos legais. Distino, na anlise das duas leis, que se deve fazer entre obrigao geral de informao e obrigao especial de informao, bem como entre informao-contedo e informao-advertncia. 15. O CDC estatui uma obrigao geral de informao (= comum, ordinria ou primria), enquanto outras leis, especfi cas para certos setores (como a Lei 10.674/03), dispem sobre obrigao especial de informao (= secundria, derivada ou tpica). Esta, por ter um carter mnimo, no isenta os profi ssionais de cumprirem aquela. 16. Embora toda advertncia seja informao, nem toda informao advertncia. Quem informa nem sempre adverte. 17. No campo da sade e da segurana do consumidor (e com maior razo quanto a alimentos e medicamentos), em que as normas de proteo devem ser interpretadas com maior rigor, por conta dos bens jurdicos em questo, seria um despropsito falar em dever de informar baseado no homo medius ou na generalidade dos consumidores, o que levaria a informao a no atingir quem mais dela precisa, pois os que padecem de enfermidades ou de necessidades especiais so freqentemente a minoria no amplo universo dos consumidores. 18. Ao Estado Social importam no apenas os vulnerveis, mas sobretudo os hipervulnerveis, pois so esses que, exatamente por serem minoritrios e amide discriminados ou ignorados, mais sofrem com a massifi cao do consumo e a pasteurizao das diferenas que caracterizam e enriquecem a sociedade moderna. 19. Ser diferente ou minoria, por doena ou qualquer outra razo, no ser menos consumidor, nem menos cidado, tampouco merecer direitos de segunda classe ou proteo apenas retrica do legislador. 20. O fornecedor tem o dever de informar que o produto ou servio pode causar malefcios a um grupo de pessoas, embora no seja prejudicial generalidade da populao, pois o que o ordenamento pretende resguardar no somente a vida de muitos, mas tambm a vida de poucos. 21. Existncia de lacuna na Lei 10.674/2003, que tratou apenas da informao-contedo, o que leva aplicao do art. 31 do CDC, em processo de integrao jurdica, de forma a obrigar o fornecedor a estabelecer e divulgar, clara e inequivocamente, a conexo entre a presena de glten e os doentes celacos. 22. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (REsp 586.316/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/04/2007, DJe 19/03/2009) importante ressaltar que, o artigo 20 do Cdigo de Defesa do Consumidor disciplina a responsabilidade do fornecedor por vcios do servio, podendo estes serem de qualidade ou quantidade. Tais vcios tornam imprprios o consumo ou diminuem valor do servio prestado. Seguindo tal entendimento, verifi ca-se que h responsabilidade da empresa r, apesar de esta, em sede de contestao, ventilar a hiptese de no concorrncia para o evento danoso, alegando que a parte autora no comprovou efetivamente os danos sofridos e do nexo de causalidade entre a conduta da r e os alegados prejuzos. Ocorre que, houve falha no servio prestado, pois quando a autora utilizou dos servios de

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    telefonia mvel oferecidos de forma ilimitada, foi cobrado excessivamente por um valor que no lhe era devido, conforme comprova com a juntada das faturas com os valores cobrados com a descrio dos servios utilizados e indicou o protocolo pelo qual solicitou a modifi cao da linha com os novos servios contratados, do qual a r em nada trouxe aos autos para comprovar que a cobrana no foi indevida, j que se tratando de relao de consumo h inverso do nus da prova. Destarte, no que diz respeito s relaes de consumo, verifi ca-se tambm que a boa-f requisito exigido tanto pelo fornecedor como pelo consumidor de modo que haja transparncia nas relaes de consumo e seja mantido o equilbrio contratual entre as partes. Para o cumprimento do contrato, tambm deve ser observado o princpio da pacta sunt servanda estabelecendo que o que foi acordado entre as partes no instrumento contratual dever ser cumprido. Contudo, se uma das partes descumpriu com o acordado ou est agindo de m-f, no poder exigir lealdade da outra parte ou cumprimento do contrato, conforme tambm se verifi ca nos ensinamentos de Sergio Cavalieri Filho:As obrigaes assumidas no contrato no demais repetir devem ser fi elmente executadas. A regra fundamental que o devedor est obrigado a efetuar a prestao devida de um modo completo, no tempo e lugar determinados na obrigao. Haver responsabilidade contratual sempre que a inexecuo do contrato decorrer de fato imputvel ao devedor. Logo, a responsabilidade contratual tambm um dever sucessivo decorrente da violao de um dever primrio estabelecido no contrato.Nesse sentido, est claro que a empresa r, no prestou os servios de forma satisfatria, pois a modifi cao da linhas com os planos contratados no funcionaram da forma como deveria, realizando cobranas bem acima do acordado entre as partes, conforme se v em faturas acostadas pelo autor de fl s. 55 e 104. Para tanto, que o Cdigo de Defesa do Consumidor impe a responsabilidade objetiva, qual seja, aquela que independe da comprovao da culpa da parte demandada, bastando a verifi cao da conduta e do dano, bem como, o nexo de causalidade entre ambos, conforme demonstrado pela parte autora no caso em deslinde.Assegura, tambm, a inverso do nus da prova, enquanto direito do consumidor, desde que presente um dos seus requisitos autorizadores, previstos no artigo 6., inciso VIII, do CDC, desde que, a critrio do juiz, seja constatada a verossimilhana das suas alegaes ou a hipossufi cincia da parte.No caso dos autos, no h que se questionar acerca da hipossufi cincia da parte autora, especialmente por se tratar de relao de consumo.Assim que verifi cada a hipossufi cincia do consumidor, inverte-se o nus da prova a seu favor, cabendo empresa r produzir a contento todas as provas necessrias a elidir o direito da parte autora, o que simplesmente no se verifi ca no caso em tela, haja vista que a requerida se limitou a alegar que no concorreu para o evento danoso, conforme j explicitado.Uma vez confi gurada a responsabilidade da r, vez que presentes todos os elementos caracterizadores da responsabilidade civil objetiva, resta aferir a ocorrncia dos danos alegados, para, num momento posterior, fi xar uma indenizao compatvel com a espcie, alegando o autor ter sofrido danos morais.No captulo que pertine ao dano moral, de se verifi car que o autor no fi xou, em sua exordial, um valor a ttulo de compensao, deixando tal fi xao a critrio deste Juzo. Deve o juiz ter em conta que a orientao capitaneada pela doutrina e jurisprudncia majoritrias conduz o julgador anlise da extenso e gravidade do dano, das circunstncias (objetivas e subjetivas) do caso, da situao pessoal e social do ofendido e da condio econmica do ru, a fi m de encontrar relativa objetividade com relao reparao compensatria, preponderando, como orientao principal, a ideia de sancionamento do ofensor, como forma de obstar a repetio da negligncia apurada. Tudo isso sopesadas as circunstncias concretas do caso, luz da prudncia e razoabilidade.Cumpre-me, portanto, determinar o quantum da indenizao pelo dano moral devido, utilizando-me dos princpios da razoabilidade e proporcionalidade e da analogia, posto que no h na legislao ptria critrios explcitos de quantifi cao aritmtica da reparao compensatria do dano moral.Ante o exposto, cabvel a condenao da empresa r pelos danos morais causados ao autor, considerando que este teve a indisponibilidade na prestao dos servios, bem como foi negativado por uma cobrana indevida, somente tomando conhecimento da situao quando do recebimento das faturas de cobrana, fazendo jus, assim, compensao da quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais).Ademais, quanto ao pedido consignatrio, verifi ca-se que a parte autora formulou em sua inicial a pretenso em pagar o valor que era devidamente a ser cobrado, o que realizou por meio de depsito judicial, em que a empresa r em sede de contestao, nada trouxe nos autos que no reconhecesse o direito alegado pela parte autora a impugnar tal pleito. cedio que o reconhecimento tcito expressado pelo ru implica na admisso de que o direito alegado pelo autor existe e procedente, motivo pelo qual, no resta outra soluo a este Juzo seno julgar procedente o pedido de consignao articulado pelo autor.Por fi m, quanto ao pedido de fi xao de multa diria por descumprimento de deciso, entendo que at o presente momento a parte r s comprovou a retirada do nome da autora dos cadastros de proteo ao crdito, sem, contudo, ter realizado o restabelecimento dos servios de telefonia nos moldes da deciso de fl s. 264/265, do que passo a fi xar multa diria por dia de descumprimento no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), certo de que houve verdadeiro descumprimento da ordem judicial proferida. que se trata de medida coercitiva, tomada como presso psicolgica, destinada a induzir o obrigado renitente ao adimplemento da obrigao, a fi m de evitar o agravamento da situao, devidamente prevista nos artigos 297, 498 e 537 do Novo Cdigo de Processo Civil.Contudo, sendo uma multa processual, sem qualquer natureza indenizatria, a qual somente incidir aps o transcurso do prazo estabelecido para o cumprimento da ordem judicial, vez que pressupe a resistncia injustifi cada do destinatrio da ordem judicial em cumpri-la, determino nova intimao da parte r, em carter de urgncia, para dar cumprimento medida no prazo de 48 (quarenta e oito horas), contados da cincia da presente deciso.III - DA CONCLUSO Em face dos fundamentos acima expostos, JULGO PROCEDENTES os pedidos formulados nesta lide, para condenar a parte r, CLARO S/A, na compensao do dano moral causado ao autor, numa reparao compensatria, ao pagamento do valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), valores que devero ser devidamente corrigidos at a data do efetivo pagamento, seguindo orientao da Lei n 6.899/81, com juros de mora legais, na base de 1% ao ms, (art. 406 do Cdigo Civil), a partir da ocorrncia do evento danoso (24/04/2012).Condeno ainda a empresa r, quanto ao pedido consignatrio formulado pela parte autora, declarando extinta qualquer dvida existente entre a empresa autora Comercial PAM Ltda e a empresa r Claro S/A, com relao ao dbito noticiado na exordial. Por conseguinte, determino que a empresa r proceda ao levantamento da quantia depositada em conta judicial, devendo ser expedido o competente alvar liberatrio da quantia consignada em fl s. 235 dos autos, no valor de R$ 3.969,04 (trs mil novecentos e sessenta e nove reais e quatro centavos), com as suas devidas atualizaes at o seu levantamento.Condeno, ainda a empresa r ao pagamento das despesas processuais e dos honorrios advocatcios, os quais fi xo em 10% sobre o valor da condenao, nos termos do 2, do art. 85, do CPC em vigor, a ser atualizado at o efetivo adimplemento. Registre-se. Publique-se. Intime-se.Macei,18 de julho de 2016.Ayrton de Luna Tenrio Juiz de Direito.

    ADV: LOUISE RAINER PEREIRA GIONDIS (OAB 8123/PR), DANIELA REIS RODRIGUES (OAB 28224/PE) - Processo 0014756-44.2004.8.02.0001 (001.04.014756-9) - Busca e Apreenso - Obrigao de Entregar - AUTOR: Banco do Brasil S/A - Ato Ordinatrio: Em cumprimento ao art. 3, do Provimento n 02/2006, da Corregedoria-Geral da Justia do Estado de Alagoas, mediante retorno dos autos do Tribunal de Justia de Alagoas, abro vista s partes pelo prazo sucessivo de 10 (dez) dias, iniciando-se pelo autor.Macei, 30 de agosto de 2016 .Irene Beatriz Pessoa FrancoEscriv Titular

    ADV: MICHELLE KARINE SALGUEIRO TEIXEIRA (OAB 6422/AL) - Processo 0018443-53.2009.8.02.0001 (apensado ao processo 0004729-89.2010.8.02) (001.09.018443-3) - Procedimento Ordinrio - Interpretao / Reviso de Contrato - REQUERENTE: Ubaquin Jos Incio da Silva - RU: Banco Finasa BMC S/A - Ato Ordinatrio: Em cumprimento ao Provimento n 13/2009, da Corregedoria-Geral da Justia do Estado de Alagoas, manifeste-se a parte apelada para apresentar contrarrazes , no prazo de 15 (quinze) dias.Macei, 30 de agosto de 2016.Irene Beatriz Pessoa Franco Escriv.

    ADV: MARLEY EUGNIO VERAS (OAB 10572/AL), ANDR CRAVEIRO DE LIRA (OAB 10383/AL), JAIRO SILVA MELO (OAB 3670/AL), MIRELLA MARIA GOMES DE ALBUQUERQUE (OAB 7474/AL) - Processo 0702113-95.2013.8.02.0001 - Procedimento Ordinrio -

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    Sustao de Protesto - AUTOR: CONSTRUTORA SAUER LTDA - RU: J C NET LTDA. EPP - SENTENAVistos etc.CONSTRUTORA SAUER LTDA, qualifi cada s fl s. 01 dos autos, ajuizou, com base na legislao que entendeu pertinente, AO DE SUSTAO E CANCELAMENTO DE PROTESTO E PERDAS E DANOS, em face de J C NET LTDA EPP, tambm qualifi cada s fl s. 01 dos autos.Na inicial, a empresa autora alegou que exerce a atividade de construo civil, tendo realizado contrato de prestao de servio com a r para mo de obra de determinados servios de construo, como alvenaria de blocos cermicos, chapisco, reboco, concretagem de radier e regularizao de terreno em casas do Condomnio Residencial Recanto das Palmeiras, o qual est sendo construdo pela autora.Alegou que para o pagamento de parte dos servios realizados foi emitida nota fi scal n 162, em 06 de outubro de 2012, no valor de R$ 45.511,74 (quarenta e cinco mil, quinhentos e onze reais e setenta e quatro centavos), e que foi paga em 29 de novembro de 2012 por meio de cheque nominal r, no valor lquido de R$ 39.140,10 (trinta e nove mil, cento e quarenta reais e dez centavos), conforme recibo fornecido pela r.Verberou que fora surpreendida, em janeiro de 2013, com a intimao de protesto a ser registrado perante o 1 Ofcio de Notas e Protestos de Macei, referente nota fi scal referida, n 162. E que, apesar de haver tentado resolver a situao administrativamente, a r se recusou a desistir do protesto, bem como se recusou a fornecer a declarao de anuncia para o cancelamento do protesto.Aduziu que o protesto causa prejuzos empresa autora, haja vista que precisa de todas as certides negativas para obter fi nanciamentos, registros de memoriais de incorporao, aprovao de projetos, inclusive do programa Minha casa, minha vida.Ressaltou que o valor da nota fi scal emitida foi pago a menor em decorrncia da reteno obrigatria de contribuio para o INSS e ISS, no valor de R$ 6.371,64 (seis mil, trezentos e setenta e um reais e sessenta e quatro centavos) conforme constante na prpria nota fi scal.Por esta razo, ajuizou a presente demanda, pretendendo a sustao e o posterior cancelamento do protesto realizado. Requereu tambm a compensao pelos danos morais que entende fazer jus. Formulou pedido de antecipao dos efeitos da tutela. Formulou os requerimentos de praxe. Juntou documentos de fl s. 11/30.Em requerimento de fl s. 31/32, a parte autora requereu aditamento da petio inicial para informar que o pagamento no foi realizado mediante cheque nominal, mas sim que, estando a r, poca, em atraso com seus funcionrios que prestaram servios autora, o pagamento do valor lquido da nota fi scal foi pago pela autora diretamente a estes funcionrios, conforme o recibo colacionado aos autos.Antecipao de tutela deferida, nos moldes da deciso de fl s. 67/70 dos autos, para determinar a suspenso do protesto at a apreciao do mrito da demanda.s fl s. 85 dos autos foi juntado petio pela r, habilitando seus advogados nos autos. Em requerimento de fl s. 91/97, a parte autora pugnou pela decretao da revelia da r, que compareceu espontaneamente aos autos, juntando procurao, e no entanto, deixou correr o prazo sem apresentao de defesa. o relatrio.FUNDAMENTO E DECIDO.Inicialmente, de se destacar que, segundo a jurisprudncia dominante no Superior Tribunal de Justia, uma vez verifi cados os pressupostos estabelecidos no art. 355 do NCPC, o Magistrado passa a ter um verdadeiro dever - no uma mera faculdade - de julgar antecipadamente a lide, em homenagem aos princpios da durao razovel do processo e da efi cincia. Vale dizer, serve como meio de distribuio clere de justia. Confi ra-se:Art. 355. O juiz julgar antecipadamente o pedido, proferindo sentena com resoluo de mrito, quando:I - no houver necessidade de produo de outras provas;II - o ru for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e no houver requerimento de prova, na forma do art. 349.Neste sentido a jurisprudncia reiterada de nossos Tribunais Superiores, inclusive em sede de recurso repetitivo no Superior Tribunal de Justia:AO DE INDENIZAO - DANOS MATERIAIS E MORAIS A PESCADORES CAUSADOS POR POLUIO AMBIENTAL POR VAZAMENTO DE NAFTA, EM DECORRNCIA DE COLISO DO NAVIO N-T NORMA NO PORTO DE PARANAGU - 1) PROCESSOS DIVERSOS DECORRENTES DO MESMO FATO, POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO COMO RECURSO REPETITIVO DE TEMAS DESTACADOS PELO PRESIDENTE DO TRIBUNAL, CONVENINCIA DE FORNECIMENTO DE ORIENTAO JURISPRUDENCIAL UNIFORME SOBRE CONSEQUNCIAS JURDICAS DO FATO, QUANTO A MATRIAS REPETITIVAS; 2) TEMAS: a) CERCEAMENTO DE DEFESA INEXISTENTE NO JULGAMENTO ANTECIPADO, ANTE OS ELEMENTOS DOCUMENTAIS SUFICIENTES; b) LEGITIMIDADE DE PARTE DA PROPRIETRIA DO NAVIO TRANSPORTADOR DE CARGA PERIGOSA, DEVIDO A RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRINCPIO DO POLUIDOR-PAGADOR; c) INADMISSVEL A EXCLUSO DE RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO; d) DANOS MORAL E MATERIAL CARACTERIZADOS; e) JUROS MORATRIOS: INCIDNCIA A PARTIR DA DATA DO EVENTO DANOSO - SMULA 54/STJ; f) SUCUMBNCIA. 3) IMPROVIMENTO DO RECURSO, COM OBSERVAO. 1.- admissvel, no sistema dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-C e Resoluo STJ 08/08) defi nir, para vtimas do mesmo fato, em condies idnticas, teses jurdicas uniformes para as mesmas consequncias jurdicas. 2.- Teses fi rmadas: a) No cerceamento de defesa ao julgamento antecipado da lide.- No confi gura cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide (CPC, art. 330, I e II) de processo de ao de indenizao por danos materiais e morais, movida por pescador profi ssional artesanal contra a Petrobrs, decorrente de impossibilidade de exerccio da profi sso, em virtude de poluio ambiental causada por derramamento de nafta devido a avaria do Navio N-T Norma, a 18.10.2001, no Porto de Paranagu, pelo perodo em que suspensa a pesca pelo IBAMA (da data do fato at 14.11.2001); b) Legitimidade ativa ad causam.- parte legtima para ao de indenizao supra referida o pescador profi ssional artesanal, com incio de atividade profi ssional registrada no Departamento de Pesca e Aquicultura do Ministrio da Agricultura, e do Abastecimento anteriormente ao fato, ainda que a emisso da carteira de pescador profi ssional tenha ocorrido posteriormente, no havendo a r alegado e provado falsidade dos dados constantes do registro e provado haver recebido ateno do poder pblico devido a consequncias profi ssionais do acidente; c) Inviabilidade de alegao de culpa exclusiva de terceiro, ante a responsabilidade objetiva.- A alegao de culpa exclusiva de terceiro pelo acidente em causa, como excludente de responsabilidade, deve ser afastada, ante a incidncia da teoria do risco integral e da responsabilidade objetiva nsita ao dano ambiental (art. 225, 3, da CF e do art. 14, 1, da Lei n 6.938/81), responsabilizando o degradador em decorrncia do princpio do poluidor-pagador. d) Confi gurao de dano moral.- Patente o sofrimento intenso de pescador profi ssional artesanal, causado pela privao das condies de trabalho, em consequncia do dano ambiental, tambm devida a indenizao por dano moral, fi xada, por equidade, em valor equivalente a um salrio-mnimo. e) termo inicial de incidncia dos juros moratrios na data do evento danoso.- Nos termos da Smula 54/STJ, os juros moratrios incidem a partir da data do fato, no tocante aos valores devidos a ttulo de dano material e moral; f) nus da sucumbncia.- Prevalecendo os termos da Smula 326/STJ, a condenao em montante inferior ao postulado na inicial no afasta a sucumbncia mnima, de modo que no se redistribuem os nus da sucumbncia. 3.- Recurso Especial improvido, com observao de que julgamento das teses ora fi rmadas visa a equalizar especifi camente o julgamento das aes de indenizao efetivamente movidas diante do acidente ocorrido com o Navio N-T Norma, no Porto de Paranagu, no dia 18.10.2001, mas, naquilo que encerram teses gerais, aplicveis a consequncias de danos ambientais causados em outros acidentes semelhantes, sero, como natural, evidentemente considerados nos julgamentos a se realizarem. (REsp 1114398/PR, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA SEO, julgado em 08/02/2012, DJe 16/02/2012)Ademais, verifi ca-se, no caso em deslinde, que a parte r compareceu espontaneamente aos autos, atravs da petio de fl s. 85/86, na qual habilitou seus advogados nos autos, fazendo juntar procurao (fl s. 87) na qual foram outorgados poderes especiais dentre os quais o de receber citao/intimao.Ora, o Cdigo de Processo Civil de 1973 dispunha que o comparecimento espontneo do ru supre, entretanto, a falta de citao. No mesmo sentido, o Novo Cdigo de Processo Civil dispe em seu artigo 239, 1, vejamos:Art. 239. Para a validade do processo indispensvel a citao do ru ou do executado, ressalvadas as hipteses de indeferimento da petio inicial ou de improcedncia liminar do pedido. 1o O comparecimento espontneo do ru ou do executado supre a falta ou a nulidade da citao, fl uindo a partir desta data o prazo para apresentao de contestao ou de embargos execuo.Pois bem, uma vez que o advogado da parte r compareceu aos autos espontaneamente, antes mesmo que houvesse o cumprimento da ordem de citao, no havia sequer

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    necessidade de intimao do mesmo para apresentao de defesa pois, conforme a legislao processual, seja a de 1973, seja a atual de 2015, j que ia se manifestar nos autos espontaneamente, que o fi zesse de modo completo, apresentando todos os argumentos necessrios e especfi cos sua defesa.No resta outra opo a este Juzo que no seja o reconhecimento da revelia da parte r, que no se desincumbiu de seu nus de impugnao especfi ca dos fatos alegado em seu desfavor.Neste sentido a jurisprudncia amplamente consolidada do Superior Tribunal de Justia e dos Tribunais Ptrios:PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. INDENIZAO POR DANOS MORAL E MATERIAL. PROCESSUAL CIVIL. REVELIA RECONHECIDA ANTE A INEXISTNCIA DE RESPOSTA. RECURSO DA R SOB O FUNDAMENTO DE INEXISTNCIA DE CITAO. COMPARECIMENTO ESPONTNEO DA R COM A JUNTADA DE PROCURAO E ATOS CONSTITUTIVO SUPRE A FALTA DE CITAO. INCIDNCIA DA SMULA 7 DO STJ. 1. consabido que o recurso especial no a via adequada para o reexame de questo que demanda o revolvimento de fatos e provas ante o teor da Smula 7 do STJ. 2. No caso, a deciso prolatada pelo Tribunal a quo fundou-se em matria ftico-probatria - comparecimento espontneo supre a falta de citao - em sentido diverso do pretendido pela recorrente. 3. Agravo regimental no provido. (AgRg no AREsp 509.521/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMO, QUARTA TURMA, julgado em 24/06/2014, DJe 04/08/2014)AGRAVO. AO DE DESPEJO POR DENNCIA VAZIA. CUMPRIMENTO DE SENTENA. ALEGAO DE NULIDADE POR AUSNCIA DE CITAO. INADMISSIBILIDADE. INTERPOSIO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO ANTES DA CITAO VLIDA. COMPARECIMENTO ESPONTNEO DO RU QUE SUPRE A FALTA DE CITAO. INTELIGNCIA DO ART. 214, 1, DO CPC. DEFESA NO APRESENTADA. REVELIA CARACTERIZADA. DESNECESSIDADE DE NOMEAO DE CURADOR ESPECIAL E INTIMAO DO REVEL SOBRE OS ATOS PRATICADOS. RECURSO IMPROVIDO NESSA PARTE. 1. - No caso vertente, embora no tenha sido citado, o ru interps agravo de instrumento contra a deciso que ordenou a desocupao do imvel e tambm ingressou nos autos principais para informar sua interposio, o que equivale ao comparecimento espontneo preconizado no art. 214, 1, do CPC. Revelia caracterizada. 2.- O comparecimento espontneo supre a falta de citao do ru. Obviamente, corresponde sua modalidade pessoal e no se amolda ao art. 9 do CPC, sendo desnecessria a nomeao de curador especial. Ademais, contra o revel sem patrono nos autos, os prazos correro independentemente de intimao, nos termos do art. 322 do CPC. AGRAVO. EMBARGOS DECLARATRIOS. OMISSO. OPOSIO CONTRA DECISO DE PRIMEIRO GRAU. CARTER NO PROTELATRIO. IMPOSIO DE MULTA PELO JUIZ MONOCRTICO AFASTADA. RECURSO PROVIDO NESSA PARTE. No se vislumbra ndole manifestamente protelatria em embargos de declarao opostos contra a deciso proferida. Assim, ausentes as hipteses previstas nos arts. 538, 2, e 17, VI, ambos do CPC, revogam-se as multas impostas. (TJ-SP - AI: 02414849420128260000 SP 0241484-94.2012.8.26.0000, Relator: Adilson de Araujo, Data de Julgamento: 19/02/2013, 31 Cmara de Direito Privado, Data de Publicao: 19/02/2013) luz do que preceitua nossa legislao processual ptria, em casos tais, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela parte autora na pea exordial, nos exatos termos dos artigos 344 do Novo Cdigo de Processo Civil, abaixo transcritos:Art. 344. Se o ru no contestar a ao, ser considerado revel e presumir-se-o verdadeiras as alegaes de fato formuladas pelo autor. No mesmo sentido j assentou a jurisprudncia ptria:AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. REVELIA. PRESUNO RELATIVA DE VERACIDADE. SMULA N 83/STJ. 1. fi rme a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia no sentido de que a presuno de veracidade dos fatos alegados pelo autor em razo da ocorrncia da revelia relativa, sendo que para o pedido ser julgado procedente o juiz deve analisar as alegaes do autor e as provas produzidas. 2. dever do agravante impugnar especifi camente todos os fundamentos da deciso agravada, mormente quanto aplicao do bice da Smula n 83/STJ, demonstrando que outro o entendimento jurisprudencial desta Corte, com a indicao de precedentes contemporneos ou supervenientes aos referidos na deciso agravada, de modo a justifi car o cabimento do recurso especial interposto, sob pena de no ser conhecido o agravo. 3. Agravo regimental no provido. (AgRg no AREsp 537.630/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/06/2015, DJe 04/08/2015)No caso em tela, verifi cada a contumcia da parte r, desnecessria a designao de audincia de conciliao, ante a supervenincia dos efeitos da revelia, de modo que no h impedimento para que este Magistrado proceda ao julgamento da demanda, mormente por estar convencido de que os autos j foram instrudos com as provas sufi cientes para formao do livre convencimento, evitando-se com isso o retardamento do feito.Pois bem. Na presente demanda, uma vez decretada a revelia, verifi co que a matria de fato alegada pelo autor resta incontroversa, pois no contrariada pelas provas dos autos, as quais so sufi cientes para formar o convencimento do juiz acerca da procedncia do pleito formulado na inicial. Tanto assim que a antecipao de tutela requerida fora oportunamente concedida. Com isso, procede o pedido de cancelamento do protesto, conquanto fundado em ttulo j devidamente pago, conforme comprova o recibo de fl s. 26 dos autos, no qual consta expressamente a reteno dos valores devidos a ttulo de INSS e ISS.No que tange ao pedido de compensao pelos danos morais que alega ter suportado, pode-se verifi car que a autora teve que suportar o constrangimento de ter seu ttulo protestado mesmo aps ter realizado pagamento do servio prestado pela r, inclusive mediante recibo, conforme j mencionado, o que causou prejuzos o exerccio de sua atividade empresarial. certo que a relao em deslinde no se caracteriza como relao de consumo, todavia, no entendo como possvel afastar a responsabilidade da r pelos prejuzos causados empresa autora. que o Cdigo Civil de 2002, infl uenciado pelas normas gerais trazidos pelo Cdigo de Defesa do Consumidor, elencou como dever a ser resguardado pelas partes contratantes o dever da boa-f contratual, em todas as fases do contrato. que o Cdigo de Defesa do Consumidor estabeleceu princpios gerais de proteo to amplos que serviram de infl uncia ao Cdigo Civil de 2002, de modo que podem ser aplicados tambm aos contratos em geral, ainda que no envolva relao de consumo.Deve ser ponderado sempre pelo magistrado a boa-f dos contratantes, a abusividade de uma parte em relao outra e a excessiva onerosidade do contrato fi rmado, de forma que este conjunto de princpios, em consonncia com as normas constitucionais, levam construo de uma nova teoria contratual, inclusive fazendo nascer o dever de indenizar sempre que uma parte contratante, independentemente de causar prejuzos outra, assuma conduta violadora do preceito objetivo de respeito boa-f.Confi gurada est, pois, a conduta da empresa r que, ao protestar a nota fi scal emitida e j quitada, mediante pagamento do valor lquido diretamente aos funcionrios da r que prestaram servios autora, consoante acerto feito entre as partes, causou danos empresa autora. Por esta razo, passo a aferir a existncia de responsabilidade pelos danos morais decorrentes de sua conduta.Ora, o reconhecimento de personalidade jurdica s pessoas jurdicas implica na necessidade de reconhec-las como sujeitos de direitos na ordem jurdica, passando a titularizar relaes jurdicas com uma capacidade jurdica geral.Ademais, as pessoas jurdicas so dotadas de atributos da personalidade, como o nome, o domiclio, a nacionalidade, a honra objetiva, a reputao, a marca, a imagem etc, os quais lhe so assegurados, na forma do artigo 52 do Cdigo Civil Brasileiro, com base no atributo da elasticidade, e desde que compatveis com com a sua natureza, visando proteger as atividades por elas desempenhadas a saber:Art. 52. Aplica-se s pessoas jurdicas, no que couber, a proteo dos direitos da personalidade.Tudo isso viabiliza o direito de pleitearem por indenizao por dano no-patrimonial, que o chamado dano moral, sempre que tiverem infringidos seus direitos da personalidade.Tanto que o prprio Superior Tribunal de Justia j consolidou o entendimento, atravs do Enunciado da Smula 227, in verbis:Smula 227. A pessoa jurdica pode sofrer dano moral.No caso dos presentes autos, a empresa autora pleiteia pela compensao pelos danos morais que suportou em decorrncia do protesto de nota fi scal j quitada, mediante recibo entregue pela parte r (fl s. 26). Tal conduta faz nascer o dever de reparar o abalo imagem, honra objetiva e reputao da pessoa jurdica autora. Ressalte-se ainda que a proteo da personalidade da pessoa jurdica no visa maximizar seu desempenho econmico, mas sim fi gura como instrumento de tutela da realizao de suas funes sociais. Sobre o tema, a jurisprudncia fl uminense proclamou ter a pessoa jurdica honra objetiva, a ser protegida, pelo que parte legtima para ocupar o plo

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    ativo da ao em que pleiteia indenizao por dano moral. A pessoa jurdica uma realidade, e no uma fi co, podendo ser atingida em sua imagem, conceito pblico e credibilidade, o que integra a honra objetiva, que merece proteo da lei (TJ/RJ, Ac. Unn. 10 Cm. Cv., ApCv. 8.716/95, Rel. Sylvio Capanema).Nesta senda, tambm j se decidiu que: A pessoa jurdica, cuja imagem e bom nome devem ser tutelados, pode pedir reparao por dano moral, quando for vtima de injusta acusao de emisso de cheques se fundos, com o conseqente registro no Serasa (TA/MG, Ac. 2 Cm. Cv., Ap. Cv. 210.491-8, j. 12.3.96).Veja-se outros julgados sobre o tema:APELAO CVEL. AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS. INSCRIO INDEVIDA DO NOME DE PESSOA JURDICA CONSUMIDORA EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. DANO MORAL QUE SE D IN RE IPSA. FATO SUFICIENTEMENTE CAPAZ DE ABALAR A IMAGEM E O BOM NOME. NEGATIVAO MANTIDA POR MAIS DE QUATORZE MESES. MCULA HONRA OBJETIVA DA EMPRESA INSCRITA. DESNECESSIDADE DE COMPROVAO DO DANO EXTRAPATRIMONIAL QUE, EM CASOS TAIS, SE PRESUME. PRETENDIDA REDUO DO QUANTUM. VALOR EQUNIME E RAZOVEL. JUROS DE MORA. SMULA N 54 DO STJ. APELO DESPROVIDO. SENTENA MANTIDA. Conquanto as empresas no possuam honra subjetiva, sendo imprprio nome em cadastros restritivos de crdito, viola a sua honra objetiva, importando, por si s, em automtico prejuzo extrapatrimonial indenizvel, pois o bom nome atributo de fundamental importncia para a boa imagem das pessoas jurdicas, seja pelo que subjetivamente representa, seja pelo seu valor extrnseco para as relaes pessoais e comerciais. Precedentes do STJ. Razoavelmente fi xado, o quantum indenizatrio arbitrado deve ser mantido. Em se tratando de dano moral puro por inscrio indevida do nome de consumidor em cadastros de inadimplncia, a incidncia dos juros de mora seguem a regra da Smula n 54 do STJ. (TJ-MT; APL 92443/2009; Capital; Quinta Cmara Cvel; Rel. Des. Marilsen Andrade Addario; Julg. 09/12/2009; DJMT 14/01/2010; Pg. 23)Pois bem. Considero existir responsabilidade da pessoa jurdica r quanto realizao de protesto indevido no nome da empresa autora de nota fi scal adimplida, causando-lhe com isso constrangimentos morais em razo dos abalos sua imagem e boa reputao perante a sociedade em que instituda. Enxergar de outro modo desfi gurar a ratio essendi da legislao ptria, tanto protetiva do direito do consumidor, quanto protetiva das relaes contratuais em geral, responsvel pela concretizao dos elementos scio-ideolgicos da Constituio de 1988.Uma vez confi gurada a responsabilidade da r, vez que presentes todos os elementos caracterizadores da responsabilidade civil objetiva, resta aferir a ocorrncia do dano moral alegado, para, num momento posterior, fi xar uma indenizao compatvel com a espcie.Considero, pois, ser cabvel o dano moral pleiteado, tanto pela vasta documentao carreada aos autos, como pela ausncia de outras provas nos autos capazes de elidir os fatos narrados na exordial, e com isso, afastar o direito a que entende fazer jus a empresa autora.Cabe, pois, ao juiz sopesar a gravidade do dano, as circunstncias fticas do caso, a situao pessoal e social do ofendido, bem como a condio econmica do ru, tudo luz dos princpios da proporcionalidade e da razoabilidade, haja vista que a indenizao por danos morais deve assegurar a justa reparao do prejuzo sem proporcionar enriquecimento sem causa.Cumpre-me, portanto, determinar o quantum da indenizao pelo dano moral devido, utilizando-me dos princpios da razoabilidade e proporcionalidade e da analogia, posto que no h na legislao ptria critrios explcitos de quantifi cao aritmtica da reparao compensatria do dano moral. por isso que entendo cabvel a condenao da r pelos danos morais causados empresa autora no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), considerando que a autora pessoa jurdica que teve o desempenho de sua atividade prejudicada em razo da conduta danosa e mesmo depois de promover o pagamento dos servios prestados pela r conforme documentao carreada aos autos.Por fi m, chamo a ateno para a no apresentao de contestao pela r, o que enseja o reconhecimento de sua contumcia, ou seja, do seu estado de inrcia quanto ao exerccio do direito de defesa, o que produz efeitos de ordem material e processual.Assim que verifi cada a revelia do banco ru implicou na no produo de provas capazes de elidir o direito da parte autora, no obstante devidamente citada atravs de seu representante legal, o que, somado documentao acostada aos autos, leva procedncia do pedido formulado.Cabvel, pois, o dano moral suportado pela empresa autora, no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor que dever ser devidamente corrigido monetariamente, desde a prolatao desta sentena at a data do efetivo pagamento, alm dos juros de mora, na base de 1% ao ms, que so devidos desde a data da citao, haja vista tratar-se de responsabilidade civil contratual, si entendimento do Superior Tribunal de Justia:EMBARGOS DE DECLARAO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SMULA 182/STJ. NO INCIDNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL. VALOR DA INDENIZAO. MODIFICAO. HONORRIOS ADVOCATCIOS. MAJORAO. SMULA 7/STJ. JUROS DE MORA. CORREO MONETRIA. INCIDNCIA. 1. Omisso do acrdo embargado quanto impugnao pela agravante do fundamento da deciso de inadmisso do especial, ensejando o afastamento da smula 182/STJ. Acrdo embargado e deciso agravada reconsiderados, enfrentando-se as alegaes do agravo de instrumento. 2. Conforme jurisprudncia pacfi ca do STJ, a modifi cao do valor da indenizao por responsabilidade civil bem como a majorao do valor dos honorrios advocatcios so autorizadas apenas quando a fi xao mostrar-se exorbitante ou irrisria, incidindo o bice da Smula 7/STJ s demais hipteses, em virtude da necessidade de reexame de matria ftica. 3. Em hiptese de responsabilidade civil contratual, os juros de mora incidem desde a data da citao, e a correo monetria, a partir da data do arbitramento da indenizao . 4. EMBARGOS DECLARATRIOS ACOLHIDOS PARA DAR PROVIMENTO AO AGRAVO REGIMENTAL E, RECONSIDERANDO DECISO ANTERIOR, NEGAR PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO (EDcl no AgRg no Ag 879.180/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/09/2010, DJe 15/09/2010)Em face dos fundamentos acima expostos, JULGO PROCEDENTE o pedido, para determinar a sustao do protesto realizado perante o 1 Ofcio de Notas e Protestos de Macei, referente nota fi scal referida, n 162, confi rmando assim a antecipao de tutela proferida, bem como para condenar a r, J C NET LTDA EPP, ao pagamento da quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a ttulo de compensao do dano moral causado a parte autora, numa reparao compensatria, valor que dever ser devidamente corrigido monetariamente, desde a prolatao desta sentena at a data do efetivo pagamento, alm dos juros de mora, na base de 1% ao ms, que so devidos desde a data da citao, haja vista tratar-se de responsabilidade civil contratual.Condeno ainda a parte r ao pagamento das despesas processuais e honorrios advocatcios, de arbitro em 15 % (quinze por cento) sobre o valor da condenao.Registre-se. Publique-se. Intime-se.Macei, 05 de julho de 2016.AYRTON DE LUNA TENRIOJuiz de Direito

    ADV: ALDENIRA GOMES DINIZ (OAB 5647A/AL), GUSTAVO RIBEIRO DE ALMEIDA (OAB 8783/AL), SIMONE ALVES DA SILVA (OAB 29016/PE) - Processo 0703973-34.2013.8.02.0001 - Procedimento Ordinrio - Interpretao / Reviso de Contrato - AUTOR: DENIS BARBOSA DOS SANTOS - RU: Banco Volkswagen S/A - SENTENAVistos etc.DENIS BARBOSA DOS SANTOS, qualifi cado s fl s. 01 dos autos, ajuizou, com base na legislao que entendeu pertinente, AO REVISIONAL DE CONTRATO, em face de BANCO VOLKSWAGEN S/A, qualifi cado s fl s. 01 dos autos.Ocorre que, prolatada sentena, a qual julgou parcialmente procedente aos pedidos, com base no artigo 269, I do Cdigo de Processo Civil de 1973, condenando a parte r ao pagamento dos honorrios advocatcios, bem como das custas processuais, fora certifi cada que a mesma transitou em julgado sem interposio de recurso (fl s. 190).Entretanto, com base no artigo 523 do Novo Cdigo de Processo Civil, a parte autora permaneceu inerte enquanto deveria ter requerido o cumprimento da sentena de fl s. 119/134.Ao compulsar os presentes autos vislumbro a ausncia de uma das condies da ao, qual seja, o interesse processual da parte autora, no que tange execuo dos honorrios advocatcios arbitrados na sentena de fl s. 119/134, fi cando os autos paralisados por mais de 06 (seis) meses tendo em vista que no manifestou interesse no cumprimento de sentena, impedindo com isso, fosse dado prosseguimento no feito.Pois bem. O art. 523 do Novo Cdigo de Processo Civil estabelece:Art. 523. No caso de condenao em quantia certa, ou j fi xada em liquidao, e no caso de deciso sobre parcela incontroversa, o cumprimento defi nitivo da sentena far-se- a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o dbito, no prazo de 15 (quinze) dias,

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    acrescido de custas, se houver. De acordo com o artigo 485, a ausncia de interesse processual autoriza o julgamento da ao sem resoluo do mrito, seno vejamos:Art. 485. O juiz no resolver o mrito quando:VI - verifi car ausncia de legitimidade ou de interesse processual;Torna-se, por consequncia, desnecessrio prosseguir-se no presente processo, j que, em face da processualstica adotada pelo nosso Novo Cdigo de Processo Civil, o interesse reveste-se na utilidade e necessidade do provimento judicial pleiteado pelo requerente. De consequncia, julgo extinto o processo, sem resoluo do mrito, e o fao com fundamento no art. 485, inciso VI do Estatuto Processual Civil. Portanto, homologo, para que produzam os seus jurdicos e legais efeitos, os clculos de fl . 192, determinando a intimao da parte r para pronto pagamento. Efetuado o pagamento das custas processuais, arquivem-se os autos, com baixa na distribuio, eis que inexiste execuo de ofcio no sistema processual brasileiro, ressalvando-se, no entanto, a execuo do julgado, pelo vendedor, em tempo oportuno, na forma e nos termos da lei. Decorrido o prazo legal sem que a parte r tenha efetuado o pagamento das custas processuais fi nais, expea-se a certido de que trata o 2 do art. 33 da Resoluo n 19/2007 do Tribunal de Justia Estadual, contendo os elementos identifi cadores do devedor e especifi cando o processo originrio para fi ns de registro e cobrana executiva do quantum devido, e encaminhe-se ao FUNJURIS para as providncias necessrias.Aps, arquivem-se os autos com baixa na Distribuio.Publique-se, registre-se e intime-se.Macei,16 de agosto de 2016.Ivan Vasconcelos Brito Junior Juiz(a) de Direito

    ADV: ANTNIO BRAZ DA SILVA (OAB 8736A/AL), WELLINGTON BARBOSA PITOMBEIRA JNIOR - Processo 0708396-66.2015.8.02.0001 - Procedimento Ordinrio - Capitalizao / Anatocismo - AUTOR: TONY RAMOS VALRIO NUNES - RU: Banco Itacard S/A - Ato Ordinatrio: Em cumprimento ao Provimento n 13/2009, da Corregedoria-Geral da Justia do Estado de Alagoas, manifeste-se a parte autora sobre a contestao e documentos acostados, querendo, em 15 (quinze) dias.Macei, 10 de agosto de 2016.Irene Beatriz Pessoa Franco Escriv

    ADV: DAVID DA SILVA (OAB 11928A/AL) - Processo 0713136-67.2015.8.02.0001 - Procedimento Ordinrio - Interpretao / Reviso de Contrato - AUTOR: Alex Sandro dos Santos Lima - Ato Ordinatrio: Em cumprimento ao Provimento n 13/2009, da Corregedoria-Geral da Justia do Estado de Alagoas, manifeste-se a parte autora sobre a contestao e documentos acostados, querendo, em 15 (quinze) dias.Macei, 29 de agosto de 2016.Roberta Rocha de Mello Gonzaga Analista judiciria

    ADV: MARCOS AUGUSTO PEREIRA DE AMORIM (OAB 602A/SE) - Processo 0725046-62.2013.8.02.0001 - Usucapio - Usucapio Ordinria - AUTOR: CCL - Comercial de Combustveis e Lubrifi cantes Ltda. - RU: Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua - DECISOVistos, etc.CCL - COMERCIAL DE COMBUSTVEIS E LUBRIFICANTES LTDA, qualifi cados fl . 01, ajuizou AO DE USUCAPIO ORDINRIA, pretendendo a declarao de aquisio da propriedade por meio da prescrio aquisitiva do imvel descrito, luz do artigo 1.241, do Cdigo Civil.Ocorre que, determinada a expedio dos ofcios aos entes pblicos, conforme previa o artigo 943 do Cdigo de Processo Civil de 1973, veio a Unio, atravs de seu Procurador, manifestar interesse na ao, mediante a alegao de que o bem imvel objeto da presente ao constitui terreno acrescido de marinha, promovendo todas as argumentaes pelas quais no poderia ser o mesmo objeto de aquisio por usucapio.No caso em deslinde, verifi co que a existncia de interesse da Unio no feito, consoante expressamente declarada faz deste Juzo Estadual da 1 Vara Cvel absolutamente incompetente para o processamento da ao, vez que se trata de competncia fi xada em razo da pessoa, inclusive com previso constitucional.De acordo com a Constituio Federal, em seu artigo 109:Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar:I - as causas em que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes, exceto as de falncia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho;Nesta esteira, versando os presentes autos sobre matria de competncia da Justia Federal, j que fi xada em razo da pessoa, verifi co ser este Juzo da 1 Vara Cvel da Capital absolutamente incompetente para prosseguir atuando no feito, salientando que luz do artigo 64, 1o do Novo Cdigo de Processo Civil:(...) 1oA incompetncia absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdio e deve ser declarada de ofcio.Assim, determino a remessa dos presentes autos Justia Federal, em face da incompetncia absoluta desta 1 Vara Cvel da Justia Estadual, promovendo-se a devida baixa nos registros do Setor da Distribuio.Macei , 25 de agosto de 2016.Ivan Vasconcelos Brito Junior Juiz(a) de Direito

    ADV: ADRIANA MARIA MARQUES REIS COSTA (OAB 4449/AL), CARMEM LCIA COSTA DOS SANTOS (OAB 10905/AL) - Processo 0727446-78.2015.8.02.0001 - Procedimento Ordinrio - Interpretao / Reviso de Contrato - AUTORA: Lais Cavalcante de Santa Rosa - R: BV Financeira S/A Crdito, Financiamento e Investimento - SENTENAVistos etc.LAIS CAVALCANTE DE SANTA ROSA, qualifi cado s fl s. 01 dos autos, ajuizou com base na legislao que entendeu pertinente, AO REVISIONAL DE CONTRATO COM INDENIZAO DE DANOS MATERIAIS COM REPETIO DO INDBITO em face de BV FINANCEIRA S/A CRDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, tambm qualifi cado s fl s. 01 dos autos.Requereu a reviso do contrato de alienao fi duciria, a repetio do indbito por cobrana indevida e a inverso do nus da prova. Em sntese, o relatrio.FUNDAMENTO E DECIDO.H de ser extinta a presente demanda tendo em vista que no processo conexo de busca e apreenso de n 0713185-74.2016.8.02.0001, houve a quitao do contrato objeto da demanda diante de homologao de acordo entre as partes.Assim, ante o exposto, e considerando o que mais dos autos consta, JULGO EXTINTA a AO REVISIONAL DE CONTRATO COM INDENIZAO DE DANOS MATERIAIS COM REPETIO DO INDBITO proposta pelo LAIS CAVALCANTE DE SANTA ROSA em face de BV FINANCEIRA S/A CRDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO , em razo do afastamento da mora debendi, o que fao com arrimo no art. 485, IV, do NCPC.Custas pela parte autora, na forma da lei.Transitada em julgado esta sentena, arquivem-se os autos com baixa na distribuio.Expea-se o competente alvar liberatrio da quantia consignada na Conta Judicial de n 3400104101005, com as devidas atualizaes at a data do levantamento, em nome da autora, Sra. Lais Cavalcante de Santa Rosa, CPF n 527.425.804-25.Publique-se, registre-se e intime-se.Macei,26 de julho de 2016.Ayrton de Luna Tenrio Juiz de Direito

    Adriana Maria Marques Reis Costa (OAB 4449/AL)Aldenira Gomes Diniz (OAB 5647A/AL)Andr Craveiro de Lira (OAB 10383/AL)Antnio Braz da Silva (OAB 8736A/AL)Carlos Henrique de Lima Cosmo (OAB 5446/AL)Carmem Lcia Costa dos Santos (OAB 10905/AL)Daniela Reis Rodrigues (OAB 28224/PE)DAVID DA SILVA (OAB 11928A/AL)Debora Lins Cattoni (OAB 5169/RN)Gustavo Ribeiro de Almeida (OAB 8783/AL)Helenildo Barbosa de Lima (OAB 10786/AL)Jairo Silva Melo (OAB 3670/AL)Jorcelino Mendes da Silva (OAB 1526/AL)Louise Rainer Pereira Giondis (OAB 8123/PR)Marcos Augusto Pereira de Amorim (OAB 602A/SE)

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    MARLEY EUGNIO VERAS (OAB 10572/AL)Michelle Karine Salgueiro Teixeira (OAB 6422/AL)Mirella Maria Gomes de Albuquerque (OAB 7474/AL)Simone Alves da Silva (OAB 29016/PE)Thiago Souto AgraWELLINGTON BARBOSA PITOMBEIRA JNIOR

    JUZO DE DIREITO DA 1 VARA CVEL DA CAPITALJUIZ(A) DE DIREITO IVAN VASCONCELOS BRITO JUNIORESCRIV(O) JUDICIAL IRENE BEATRIZ PESSOA FRANCOEDITAL DE INTIMAO DE ADVOGADOS

    RELAO N 0530/2016ADV: LUIZ OLAVO DO AMARAL FALCO JUNIOR (OAB 10262/AL) - Processo 0702225-59.2016.8.02.0001 - Procedimento

    Ordinrio - Interpretao / Reviso de Contrato - REQUERENTE: Gramar Comercio e Servicos de Granitos e Ma - DECISOVistos etc.GRAMMAR COMRCIO E SERVIOS GRANITOS E MARMORES LTDA ajuizou, com base na legislao que entendeu pertinente, AO REVISIONAL DE CONTRATO DE ABERTURA DE CRDITO FIXO, SOB A MODALIDADE DE CAPITAL DE GIRO C/C PEDIDO LIMINAR E CONSIGNAO EM PAGAMENTO, em face do BANCO DO BRASIL S.A, ambos devidamente qualifi cados nos autos s fl s. 01.Alegou na exordial que fi rmou contrato de capital de giro com a parte r, comprometendo-se a pagar o valor em prestaes mensais. Entretanto, alegou a cobrana excessiva de encargos contratuais, tendo pago parte das parcelas avenadas no contrato ora impugnado.Alegou no poder mais o mesmo arcar com os encargos contratuais devido as taxas de juros abusivas impostas pelo contrato. Razo pela qual ajuizou a presente ao, a fi m de obter a reviso de tais clusulas contratuais. Formulou os requerimentos de praxe, requerendo ainda a concesso de medida antecipatria de tutela, no sentido de os rus se abstenham de inscrever a pessoa jurdica autora nos cadastros de restrio ao crdito, bem como o cancelamento ou suspenso do registro de protesto. Pugnou que fosse suspensa eventual ao de execuo ou de cobrana de valores at o julgamento da presente ao. Requereu fosse deferido o depsito judicial do valor incontroverso das parcelas mensais vincendas. Pugnou seja a parte r intimada a apresentar o contrato., no que tem de relevante, o relatrio.FUNDAMENTO E DECIDO, POR ORA, SOMENTE O PEDIDO DE ANTECIPAO DE TUTELA.De acordo com a Lei 13.105/2015, qual seja, o Novo Cdigo de Processo Civil, possvel a concesso antecipada de tutelas de urgncia, seja satisfativa ou cautelar, seja antecedente ou incidente, sempre que demonstrada a probabilidade do direito e o perigo de demora, nos termos do artigo 300. Vejamos:Art. 300. A tutela de urgncia ser concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado til do processo. imprescindvel que o pleito provisrio esteja devidamente fundamentado, com a exposio clara e precisa da situao de perigo, bem como dos efeitos prticos/sociais que a parte pretende adiantar.Em outras palavras, a concesso liminar de tutela provisria de urgncia requer a demonstrao da probabilidade do direito j na petio inicial, de modo que no h espao para discricionariedade judicial: presentes os pressupostos legais, o juiz dever conceder a tutela provisria; porm, ausentes estes mesmos pressupostos, o juiz dever deneg-la.Por probabilidade do direito a ser provisoriamente satisfeito, realizado ou acautelado deve-se entender por plausibilidade de existncia desse mesmo direito. Trata-se de pressuposto geral j conhecido como fumus boni iuris ou fumaa do bom direito.No sentir de Fredie Didier Jr., o magistrado precisa avaliar se h elementos que evidenciem a probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais as chances de xito do demandante (art. 300, CPC) Deve, pois, o juiz estar sufi cientemente convencido de que so provveis as chances de vitria parte, apresentando fundamentao clara das razes de seu convencimento. Isso porque, luz do Enunciado 31 do Frum Permanente de Processualistas Civis, o poder geral de cautela est mantido no CPC.O outro pressuposto geral necessrio concesso das tutelas de urgncia o perigo da demora, ou seja, a existncia de elementos que evidenciem o perigo que a demora na concesso da prestao jurisdicional representa para a efetividade da jurisdio. Necessrio, pois, que o perigo de dano seja concreto, atual e grave, com aptido para prejudicar ou impedir a fruio do direito, bem como, deve ser um dano irreparvel ou de difcil reparao. No obstante, em alguns casos, o perigo pode dizer respeito ao advento de um ato ilcito.Pois bem. No caso em testilha, verifi co estar confi gurada a probabilidade do direito, diante da possibilidade de ser comprovado, quando da instruo processual, que as cobranas que ensejariam eventual inscrio nos cadastros de proteo ao crdito so indevidas/abusivas. Ademais, verifi co tambm o preenchimento do segundo pressuposto processual concesso da medida de urgncia, qual seja, o perigo da demora, j que, a permanncia de seu nome inscrito nos cadastros de restrio ao crdito poder difi cultar o funcionamento da empresa, tendo em vista ser a parte autora pessoa jurdica, que contratou o emprstimo objeto da presente lide justamente com funo de capital de giro, para ampliar suas vendas e seu material de estoque.No tocante inverso do nus da prova, ao consumidor, porque hipossufi ciente, a prpria legislao consumerista admite que este possa valer-se do referido instituto quando no possui documento de regra mantido pelas instituies, bancrias ou administradoras. Sendo a hiptese de revisional de contrato bancrio, o exame dos autos mostra que, j na petio inicial, a demandante informou que no havia recebido cpia do instrumento contratual e requereu a apresentao deste pelo banco requerido.J se posicionou o Egrgio Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul que tratando-se, a ausncia de entrega de cpia de contratos, pelas instituies bancrias em geral, aos seus clientes (muturios), de fato notrio e que, portanto, no depende de prova (CPC, art. 374 inc. I), aliada inverso dos nus da prova, cabvel no caso, em face da certeza da incidncia do CDC (art. 3, 2, e art. 6 inc. VIII), prospera a pretenso de que o requerido junte aos autos o contrato objeto do pedido revisional.Esse o mesmo entendimento perfi lhado pelo Superior Tribunal de Justia, e dominante em suas turmas julgadoras, consoante os arestos a seguir transcritos:CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Prova. Juntada. Documentos. O Juiz pode ordenar ao banco ru a juntada de cpia de contrato e de extrato bancrio, atendendo aos princpios da inverso do nus da prova e da facilitao da defesa do direito do consumidor em Juzo. Art. 6, VIII, do CDC. Art. 381 do CPC. Excluso da multa do art. 538 do CPC. Recurso conhecido em parte e provido.Se certo que ao autor cabe o nus da prova do fato constitutivo de seu direito, no menos correto que o Juiz pode ordenar que a outra parte exiba documento que se ache em seu poder, se aquele no tiver condies de faz-lo.Assim sendo, diante da fl agrante hipossufi cincia do consumidor, e da verossimilhana da alegao quanto ao pleito de juntada dos documentos atinentes ao contrato, mostra-se cabvel inverter-se o nus da prova.Por fi m, necessrio o adimplemento total do dbito vencido e das que venham a se vencer durante o curso da ao, podendo serem feitos os depsitos das parcelas no valor entendido por incontroverso, sempre por conta e risco do eventual consignante.Ante o exposto, DEFIRO as medidas initio litis requeridas, para determinar que o ru se abstenha em promover a inscrio nos cadastros de restrio ao crdito, bem como o cancelamento ou suspenso do registro de protesto, somente no que diz respeito ao contrato objeto da lide. Determino tambm que o banco ru junte aos autos toda a documentao relativa ao instrumento contratual objeto da lide. Autorizo, ainda, que o autor efetue o depsito em conta judicial at o julgamento fi nal desta lide, nos valores que entender por incontroversos.Ao que pertine a distribuio de eventual ao de execuo ou de cobrana de valores, caber a parte, quando a mesma for proposta, alegar a existncia desta demanda, atravs de exceo de incompetncia, requerendo a remessa dos autos ao Juzo prevento. E quanto a suspenso, verifi ca-se a inexistncia das respectivas aes, devendo a questo ser analisada em momento oportuno que no este.Por ltimo, determino, pois a expedio do

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    Disponibilizao: quinta-feira, 1 de setembro de 2016 Dirio Ofi cial Poder Judicirio - Caderno Jurisdicional - Primeiro Grau Macei, Ano VIII - Edio 1699 10

    competente mandado de citao e intimao da presente deciso, remetendo-se em seguida os presentes autos ao CJUS/PROCESSUAL CENTRO JUDICIRIO DE SOLUO DE CONFLITOS E CIDADANIA, para a realizao de audincia de conciliao ou mediao prevista no artigo 334 do Novo Cdigo de Processo Civil.Por ltimo, determino a CITAO da parte r para, querendo, contestar a presente ao, no prazo legal de 15 (quinze) dias, sob pena de que sejam tidos por verdadeiros os fatos narrados na inicial.Intimaes devidas.Macei , 05 de agosto de 2016.Ivan Vasconcelos Brito Junior Juiz de Direito

    ADV: ADILSON FALCO DE FARIAS (OAB 1445/AL), MANUELA MOTTA MOURA DA FONTE (OAB 20397/PE) - Processo 0711071-36.2014.8.02.0001 - Procedimento Ordinrio - Interpretao / Reviso de Contrato - RU: Banco Volkswagen S/A - Relao: 0522/2016 Teor do ato: SENTENAVistos etc.JOO PAULINO MACHADO ajuizou, com base na legislao que entendeu pertinente, AO REVISIONAL DE CONTRATO, em face do BANCO VOLKSWAGEN S/A, ambos qualifi cados s fl s. 01 dos autos.As partes acostaram aos presentes autos requerimento (fl s. 258/261) no qual formularam pedido de homologao judicial da transao realizada quanto ao objeto da lide, acostando, para tanto, o competente instrumento particular de acordo.Pactuaram que:a) Como forma de quitao integral do contrato n 28613044 objeto desta demanda, o autor dever pagar a quantia de R$ 11.543,53 (onze mil, quinhentos e quarenta e trs reais e cinquenta e trs centavos) mediante o levantamento dos depsitos judiciais presente na ao revisional de n 0711071-36.2014.8.02.0001, nas contas de n 2600129028270, AG 3557, valor que dever ser repassado ao banco credor at a data de 30/05/2016;B) A baixa do gravame do veculo objeto dessa ao ser realizada no prazo de 30 (trinta) dias teis, aps o pagamento do acordo e repasse dos valores ao banco credor;c) O demandante compromete-se, neste ato a cumprir o encargo de fi el depositrio judicial at o cumprimento integral do contrato aqui ratifi cado, respondendo civilmente por eventuais danos que o veculo venha a sofrer;d) Caso exista a mora, no cumprimento da obrigao estipulada no item A, perder o devedor aqueles benefcios subordinando-se novamente aos encargos contratuais da poca de vencimento da obrigao, ciente de que o valor devido ser exigido com as suas devidas atualizaes desde a data deste ajuste at a data do respectivo pagamento, valendo ento como saldor devedor o dbito contratual a ser apurado, descontando-se eventuais pagamentos;e) Reitera-se e ratifi ca-se as demais obrigaes contratuais, sem exceo alguma. O acordo implica em mera liberalidade do credor, persistindo na ntegra as garantias anteriores, avenadas no pacto a favor da credora, o fi nanciamento e a responsabilidade do autor como devedor, at fi nal liquidao do contrato ajustado, ressaltando-se que a falta de pagamento estipulada no item A, ensejar, o prosseguimento da ao em seus ulteriores termos, independentemente de qualquer aviso, notifi cao judicial ou extrajudicial;f) O demandante dever cumprir integralmente o contrato nos termos pactuados e a mora de qualquer das parcelas que no esto elencadas neste acordo ensejar o prosseguimento desta ao;G) No ocorrendo o pagamento no valor e na data acima exposta no item A, o devedor obriga-se a devolver o bem objeto da presente ao, podendo eventualmente a credora optar pela retomada do bem e/ou valer-se das normas previstas nos artigos 901 e 902 do CPC, se descumpridas as clusulas aqui convencionadas;h) No sendo cumprida a presente transao por qualquer motivo alheio vontade da credora, ensejar o prosseguimento da ao, com a retomada o veculo e procedida a venda do bem em leilo extrajudicial, aps a homologao deste independentemente de qualquer aviso ou notifi cao judicial ou extrajudicial, nada podendo reclamar o arrendatrio, caso no cumpra o aqui convencionado;i) O demandante desiste expressamente de quaisquer recursos a serem interpostos caso no cumpra o avenado e no ato da assinatura do acordo, renuncia expressamente a todo e a qualquer direito relativo ao contrato objeto da ao, renunciando ainda o direito de ingressar com qualquer ao revisional indenizatria, etc.j) O autor da ao revisional, Joo Paulino Machado, desiste de ter ingressado com a ao revisional processo de n 0711071-36.2014.8.02.0001 e renuncia expressamente a todo e qualquer direito relativo ao contrato objeto da ao, especialmente ao direito em que se funda a ao revisional;K) A presente transao e demais avenas, representa todo o entendimento havido entre as partes sobre seu objeto. Quaisquer alteraes somente sero reconhecidas pelas partes se avenadas atravs de Termo de Aditamento.No que pertine ao pagamento das despesas processuais, devero ser arcados pelo autor. Quanto aos honorrios advocatcios, cada parte arcar com seus respectivos patronos. Transitada em julgado esta sentena, arquivem-se os autos, com baixa na distribuio.Estando o requerimento devidamente assinado por ambas as partes e seus respectivos patronos, torna-se possvel a homologao requerida, tendo em vista a expressa manifestao de composio amigvel declarada nos autos.Assim que homologo por sentena, para que produza os seus jurdicos e legais efeitos, o acordo realizado entre as partes, julgando EXTINTO COM RESOLUO DO MRITO o presente processo n 0711071-36.2014.8.02.0001 nos exatos termos do art. 487, inciso III, b, do Novo Cdigo de Processo Civil.Expea-se o competente alvar liberatrio da quantia consignada na Conta Judicial de n 2600129028270 , com as devidas atualizaes at a data do levantamento, em nome do patrono do ru, Dra. Aldenira Gomes Diniz, OAB/AL n 5647-A.Publique-se. Registre-se. Intime-se.Macei,30 de maio de 2016.Henrique Gomes de Barros Teixeira Juiz de Direito Advogados(s): Adilson Falco de Farias (OAB 1445/AL), Manuela Motta Moura da Fonte (OAB 20397/PE)

    ADV: REGINA CLIA PEDROSA UCHA (OAB 9887/AL) - Processo 0715339-65.2016.8.02.0001 - Cautelar Inominada - Financiamento de Produto - AUTORA: Francileide Vieira Dantas - RU: Banco do Brasil S/A - Banco BMG S/A - Banco Bradesco Financiamentos S/A - DECISOVistos etc.FRANCILEIDE VIEIRA DANTAS, qualifi cado s fl s. 01 dos autos, ajuizou AO CAUTELAR INOMINADA PREPARATRIA COM PEDIDO DE TUTELA DE EMERGNCIA em face de BANCO DO BRASIL S/A, BANCO BMG S/A e BRADESCO FINANCIAMENTOS S/A, tambm qualifi cados s fl s. 01 dos autos.Alegou na exordial que funcionria pblica da Prefeitura Municipal de Macei, possuindo um salrio bruto mensal, em abril de 2016, no valor de R$ 4.047,74 (quatro mil, quarenta e sete reais e setenta e quatro centavos).Ocorre que, desde meados de 2012 a autora realizou emprstimos consignados e ingressou em uma progressiva situao de endividamento ocasionada pela m-f de diversas instituies fi nanceiras, especialmente dos rus da presente ao.Afi rmou que em 2012 passou por difi culdades fi nanceiras e necessitou fazer um emprstimo consignado para pagar essas despesas, o que gerou a realizao de uma srie de emprstimos renovatrios, em razo da impossibilidade da autora em saldar as dvidas.Segundo consta na inicial, a autora percebeu que tais emprstimos comprometeram muito alm dos 30% (trinta por cento) da margem consignvel dos seus vencimentos mensais, impossibilitando que a mesma conseguisse realizar o pagamento de seu plano de sade, sua alimentao, energia, dentre outros.Afi rmou que vem recebendo menos de 40% de seus vencimentos e que os descontos de imposto de renda e contribuio previdenciria, por no serem verbas salariais, no podem integrar o valor base para clculo da margem consignvel.Razo pela qual ajuizou a presente demanda, pugnando pela suspenso de quaisquer descontos que superem a margem dos 30% (trinta por cento) sobre os vencimentos brutos da autora, excludos os descontos legais e obrigatrios (imposto de renda e contribuio previdenciria), bem como que os bancos rus fossem compelidos a apresentar todos os contratos fi rmados com a parte autora, descriminando os valores recebidos pela autora e os que j foram pagos. Pugnou pela realizao do depsito judicial do percentual de 30% e a expedio de ofcio para seu rgo pagador, para que suspenda os descontos relativos aos emprstimos objetos da lide, at ulterior deliberao do Juzo. Pugnou pela concesso dos benefcios da justia gratuita. Juntou os documentos de fl s. 12/24. Formulou os requerimentos de praxe. o relatrio.FUNDAMENTO E DECIDO, POR ORA, SOMENTE O PEDIDO DE ANTECIPAO DOS EFEITOS DA TUTELA CAUTELAR.De acordo com a Lei 13.105/2015, qual seja, o Novo Cdigo de Processo Civil, possvel a concesso antecipada de tutelas de urgncia, seja satisfativa ou cautelar, seja antecedente ou incidente, sempre que demonstrada a probabilidade do direito e o perigo de demora, nos termos do artigo 300. Vejamos:Art. 300. A tutela de urgncia ser concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado til do processo. imprescindvel que o pleito provisrio esteja devidamente fundamentado, com a exposio clara e precisa da situao de perigo, bem como dos efeitos prticos/sociais que a parte pretende adiantar.Em outras palavras, a concesso liminar de tutela provisria de urgncia requer a

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    demonstrao da probabilidade do direito j na petio inicial, de modo que no h espao para discricionariedade judicial: presentes os pressupostos legais, o juiz dever conceder a tutela provisria; porm, ausentes estes mesmos pressupostos, o juiz dever deneg-la.Por probabilidade do direito a ser provisoriamente satisfeito, realizado ou acautelado deve-se entender por plausibilidade de existncia desse mesmo direito. Trata-se de pressuposto geral j conhecido como fumus boni iuris ou fumaa do bom direito.No sentir de Fredie Didier Jr., o magistrado precisa avaliar se h elementos que evidenciem a probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais as chances de xito do demandante (art. 300, CPC). dizer, necessria a constatao de uma verossimilhana ftica, um considervel grau de plausibilidade em torno dos fatos narrados pelo autor verifi cado independentemente da produo de provas. Necessria tambm a presena da plausibilidade jurdica, que a verifi cao de que provvel a subsuno dos fatos narrados norma jurdica invocada, conduzindo aos efeitos jurdicos pretendidos.Deve, pois, o juiz estar sufi cientemente convencido de que so provveis as chances de vitria parte, apresentando fundamentao clara das razes de seu convencimento. Isso porque, luz do Enunciado 31 do Frum Permanente de Processualistas Civis, o poder geral de cautela est mantido no CPC.O outro pressuposto geral necessrio concesso das tutelas de urgncia o perigo da demora, ou seja, a existncia de elementos que evidenciem o perigo que a demora na concesso da prestao jurisdicional representa para a efetividade da jurisdio. Necessrio, pois, que o perigo de dano seja concreto, atual e grave, com aptido para prejudicar ou impedir a fruio do direito, bem como, deve ser um dano irreparvel ou de difcil reparao. No obstante, em alguns casos, o perigo pode dizer respeito ao advento de um ato ilcito.Pois bem, no que pertine temtica do percentual limite em relao aos descontos realizados diretamente na folha de pagamento, em razo de emprstimos contrados por mera liberalidade do consumidor, tem-se que o carter alimentar do salrio vem a preponderar. De modo que, tratando-se, de verba alimentar, doutrina e jurisprudncia ptrias dominantes convergem no sentido de que deve haver uma soluo que vise equilbrio entre o dever de pagar e o direito de obter crdito.Nessa linha, imp