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Caderno de Inovação

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Caderno de Inovação

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  • C122 Cadernos de Inovao em Pequenos Negcios: indstria [recurso eletrnico] /

    Sebrae, CNPq. v. 1, n. 1 (2013). - Dados Eletrnicos - Braslia, DF : Sebrae, 2013.

    Modo de acesso: http://www.cadernosdeinovacao.com.br

    Anual

    ISSN: 2318-5414

    1. Inovao. 2. Indstria3. Servios I. Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas

    Empresas.

    II.ConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientficoeTecnolgico

    CDU: 005.591.6

    2013.ServioBrasileirodeApoiosMicroePequenasEmpresasSebrae.Todososdireitosreservados.Arepro-

    duo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n. 9.610/1998)

    Informaes e Contato

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    Coordenao Nacional do Programa ALI

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    Hugo Roth Cardoso Sebrae

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    PareceristasAleksandra Sliwowska Bartsch

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    Mario Lucio de Avila

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    Paula Geralda Barbosa Coelho

    Richard Medeiros de Araujo

    Rubens da Costa Santos

    Sonia Maria Dalcomuni

  • SUMRIOEDITORIAL

    Competitividadeexigeinovao ..................................................................................................................................................6

    Disseminao da cultura da inovao ......................................................................................................................................... 7

    Inovao no cotidiano dos pequenos negcios .......................................................................................................................8

    Conhecimento para a inovao ....................................................................................................................................................9

    ARTIGOS

    Anlise da dimenso clientes do grau de inovao de pequenas empresas do segmento comrcio ...................... 10

    Anlise do grau de inovao da dimenso clientes em empresas do ramo de alimentao de Campo Grande/MS .... 22

    A inovao voltada melhoria dos processos no setor de alimentos do meio-oeste catarinense ...........................36

    Avaliaodosresultadosdasfeiras,misseserodadas,sobaticadaambinciainovadora................................... 53

    Segmentaoeidentificaodenovosmercados,nasmicroepequenasempresas:umaanlisedadimensoclientesdo radar da inovao .......................................................................................................................................................................64

    Inovao em marca no setor de esttica do Piau ...................................................................................................................83

    A inovao no setor de turismo pela construo do valor da marca em pequenas empresas ...................................98

    Inovao de relacionamento em empresas organizadoras de eventos: uma anlise em empreendimentos da RMR ...... 113

    Gerindorelacionamentoefidelizandoclientes:areceitaparainovaoempequenosrestaurantesdoagrestepernambucano .................................................................................................................................................................................. 129

    Ferramentas da qualidade em empresas alimentcias do noroeste do Paran: um caminho para a inovao ..... 144

    O dilogo sobre inovao com os clientes nas empresas de pequeno porte de Campinas-SP .................................. 156

    Inovaonoramodefarmcias .................................................................................................................................................... 167

    Qualificaodoprofissionaldeturismonoatendimentoemrestaurantes:melhoriasnadimensorelacionamento ...... 181

    PrincipaisdesafiosenfrentadospelasempresasdeTIdaregiooestedoParan:anlisedadimensoprocessosdo radar da inovao ....................................................................................................................................................................... 194

    Vendertimo!Cominovaesexcelente! ...........................................................................................................................210

    Inovao e agregao de valor: um comparativo das empresas do segmento de beleza e alimentao na regio de Goinia .................................................................................................................................................................................................222

    Esforoinovativoecompetitividadenasmicroepequenasempresas:evidnciassobreograuinovaoapartirdadimensoambinciainovadora ....................................................................................................................................................236

    Grau de inovao e reteno de clientes: um estudo da dimenso relacionamento a partir do Programa ALI ....251

  • Inovao em processos: anlise das empresas de pequeno porte do setor alimentcio de Porto Alegre ...............265

    Inovaoecompetitividade:desafiosdasMPEsemrelaomarca ...............................................................................282

    Inovao em processo: uso de softwarenasempresasdeconfecodoprojetoALISebraeSE ...........................298

    A importncia do processo de inovao das micro e pequenas empresas de Carmoplis-SE ...................................309

    Inovao e competitividade em EPPs do setor sade .......................................................................................................... 322

    Desenvolvimento de novos produtos: um estudo multicaso do setor alimentcio do planalto gacho ................. 336

    Dimenso relacionamento e rede: anlise de MPEs no segmento educao no estado de Sergipe ........................351

    Estratgias de marketingutilizadasemmercadodeprodutopopular:enfoquenosetordesorvetes .................. 366

    O papel dos gatekeepersnoprocessoinovativo:ainovadoraexperinciadecapacitaopropiciadapeloProjetoALI ......................................................................................................................................................................................................... 382

    Oclientecomofonteparaainovao:anlisedadimensoclientesdosetordecomrciodeTeresina-PI ........... 398

    NDICE ONOMSTICO ............................................................................................................... 414

  • 6COMPETITIVIDADE EXIGE INOVAOLuiz Eduardo Pereira Barretto FilhoDiretor-Presidente do Sebrae

    Em2008,oSebraeiniciouumprogramapilotonoDistritoFederalenoParanparaoferecerumaorientaoproativa,personalizadaegratuitaparaempresasasdepequenoporte.Aexperinciafoitobem-sucedidaque,noano seguinte, teve incio o processo de nacionalizao dessa soluo: o Programa Agentes Locais de Inovao ALI, hoje presente nos 27 estados brasileiros.

    Ofocodoprogramafazercomqueainovaofaapartedocotidianodaempresa.EleexecutadograasparceriaentreSebraeeConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientficoeTecnolgico(CNPq),queviabilizabolsaspara os cerca de 1.100 ALIs que acompanham mais de 30 mil pequenos negcios atualmente em todo o Pas. Em 2014, nossa meta ampliar, para 45, mil o nmero de empresas atendidas.

    OsALIsoprofissionaisrecm-formadosecapacitadospeloSebraeparadisseminarconceitoseprticasino-vadoras de acordo com as necessidades e as caractersticas de cada empreendimento. Cada um desses agentes acompanha50empresasporatdoisanos.OsALI,porsuavez,soapoiadosporumconsultorsnior,paramelhororientar as pequenas empresas em atividades como estruturao organizacional, aes de marketing e desenvol-vimentodeprodutosedeprocessos.Essetrabalhoconjuntodesmitificaoprocessodeinovao,quenemsempreest ligado a equipamentos com tecnologias de ltima gerao.

    A atuao dos ALIs ganha uma importante contribuio com os Cadernos de Inovao em Pequenos Negcios, quereneosmelhoresartigoscientficosproduzidospelosagentes.Dessaforma,essesCadernosconcentraroexperinciasdosagentesnaaplicaodoradardainovaoemdiversossegmentos.

    OradardainovaoumaferramentadediagnsticocriadaporpesquisadoresdoInstitutodeTecnologiadeMassachussetts(MIT),nosEstadosUnidos,eadaptadapeloSebrae.Oradarumametodologiaqueconsideraasdimenses, nas quais a empresa pode inovar. Nessa avaliao, considera-se que a inovao no um evento ou fatoisolado,masfrutodeumprocesso.Porissoanecessidadedeavaliarnoapenasosimplesresultadon-mero de inovaes , mas a maturidade do processo de gesto da inovao das empresas, o que uma condio fundamentaldecompetitividadenomercado.

    Comtantossubsdios,baseadosnasexperinciasdosALIs,emdiversossegmentosdaeconomiaecidades,os Cadernos de Inovao serviro como um grande banco de dados de anlises sobre pequenas empresas em todo o Brasil. O compartilhamento desses trabalhos permitir que o programa contribua cada vez mais com o fortalecimentodospequenosnegciosnossamissoinstitucionalfundamental.Quemganhacomageraodeinovaoeoxitodeempresas,afinal,nosoempresriodiretamenteenvolvido,e,sim,todaaconjunturasocioeconmica nacional.

  • 7DISSEMINAO DA CULTURA DA INOVAOGlaucius OlivaPresidente do CNPq

    OCNPq,comoagnciavinculadaaoMinistriodaCincia,TecnologiaeInovao,temportradiooapoioaopesquisadorbrasileiro.Pode-sedizerqueahistriadacincianoBrasilmistura-sehistriadoCNPq.DificilmenteencontraremosumpesquisadorquenotenhausufrudodeumabolsaouauxliodoCNPq.Hoje,oBrasilumaeconomiadedestaquenomundoeproduzcinciaemquasetodasasreasdoconhecimento.Ocenrionacionalmostra-se, ento, propcio para que o desenvolvimento tecnolgico e a pesquisa aplicada ganhem mais destaque. Emverdade,paraumdesenvolvimentosustentvel,torna-seobrigatrioofomentoinovao,contudoestetipodefomentonotrivial,eoformatoorautilizadoparaofomentopesquisacientficageralmentenoseaplica.ApesquisacientficanoBrasilcentradanopesquisadorque,nagrandemaioriadoscasos,residenaacademia.Ainovaotecnolgicarealizadanasempresas,emumambientedistintodoambienteacadmico.AparceriaentreoCNPqeoSebraenaoperacionalizaodoProgramaALIumaoportunidadeparaqueoCNPqauxilienadisseminao da cultura da inovao, ampliando sua atuao. A capilaridade do Sebrae, os mecanismos de acom-panhamento do trabalho dos Agentes e custeio do programa, por intermdio de bolsas do CNPq, desenham um formatoquepodeseraplicvelemaesquefavoreamarelaoUniversidade-Empresa,queentendemosserumfatorimportanteparaoaumentodograudeinovaodasempresasbrasileiras.OsCadernosdeInovao,alm de divulgarem o programa, demonstram a seriedade e o comprometimento dos Agentes em seu trabalho de diagnosticar a maturidade das empresas no tocante inovao, bem como na orientao das melhores prticas e caminhos haja vista a relevncia deste assunto para a organizao.

  • 8INOVAO NO COTIDIANO DOS PEQUENOS NEGCIOSCarlos Alberto dos SantosDiretor-Tcnico do Sebrae

    Inovaodeixoudeserprivilgiodegrandesempresasedelimita-sesofisticadatecnologia,investimentope-sadoousoluescomplexaseinacessveis,principalmenteparaospequenosnegcios.Atualmente,inovarsignificatambm melhorar a gesto, o processo, o produto ou servio, alm da criao de um produto, desenvolvimento deummtodo,definiodeumnovoprocesso.Nonadatrivialnemimpossvel,masprecisofazerdiferenteparaevoluirdeformacompetitiva,independentedoporteousetordeatuao.

    Hoje,somosumpasquegeraempregoerenda,compolticasdeinclusosocialefinanceirabem-sucedidas,almdeinvestimentoseminfraestruturaelogsticabemcomomaiscrditoaumcustomenor.Odinamismodaeconomiabrasileiraaliceradonomercadointernomantm-secomperspectivaspromissorasnosprximosanos.

    NoBrasilenoexterior,aconcorrnciacadavezmaisacirrada,frenteprefernciadoconsumidor,quevalorizaaqualidadedoprodutoouservioaumpreomaisacessvel.Sercompetitivoimplicaobterganhosdeeficinciaeprodutividade.Porisso,torna-seimprescindvelinovaresediferenciar.Ospequenosnegciosgradativamenteincorporamessasrefernciasaoseucotidiano.

    ParaoSebrae,inovarprioridadeinstitucionale,atomomento,aexperinciademuitoanosmostraquees-tamos no caminho certo. Os programas nacionais Sebraetec e ALI, as incubadoras de empresas e o Centro Sebrae deSustentabilidade,emCuiab(MT),soinstrumentosvoltadosinovaoquevmcontribuindoparamudararealidadedospequenosnegciosdiantedosdesafiosimpostospelosmercados.

    Osresultadossoefetivosepercebidosin loco pelos prprios empresrios. As inovaes incorporadas ao cotidianodasmicroempresaseempresasdepequenoporterepercutememmaisfaturamento,racionalizamprocessos, eliminam desperdcios, reduzem custos e ajudam a aumentar sua presena e prestgio no mercado. Portanto, tornam-se mais produtivos e competitivos. O que mudou e como mudou certamente contribuir para motivar inovaes em empreendimentos similares.

    EstacoletneaespelhaatransformaoeosimpactosdasinovaesnospequenosnegciosatendidospeloSebrae.ProjetoinditodoProgramaNacionalALI,ostrse-books, divididos por segmentos de mercado, renem 52 artigos, selecionados pelo sistema blinding review.Aotodo,89artigosprovenientesde17estadosforamsub-metidos apreciao de 20 pareceristas.

    Os artigos versam sobre pequenos negcios analisados na tica do radar da inovao, metodologia para diag-nstico utilizada pelo Programa ALI. Em parceria com a Universidade Corporativa Sebrae, esta publicao repre-sentaumnovodesafio:disseminaroconhecimentogeradocombasenaprticacotidianadosALInasempresasque adotaram solues de inovao.

    Queumamaiorquantidadedepequenosnegciosdecidaminovarapsconhecerosrelatosdessasexperinciasacompanhadas pelos ALI. Boa leitura a todos!

  • 9CONHECIMENTO PARA A INOVAOJos Claudio dos SantosDiretor de Administrao e Finanas do Sebrae

    Ainovaofrutodacriaodenovosconhecimentos.Noentanto,sopoucasaspublicaesperidicasrelacionadasaotemainovaonoBrasil.Quandopartimosparaaesferadospequenosnegciosofenmenotorna-se ainda mais raro.

    Contudo,partedamissodoSebraepromoverainovaoparaospequenosnegciose,dessaforma,impres-cindvelqueosresultadosprovenientesdestaaosejamdivulgadossistematicamente,deformaamplaeacessvel.

    Nesse sentido, o Programa Agentes Locais de Inovao do Sebrae, junto Universidade Corporativa Sebrae, lanamaprimeiraediodosCadernosdeInovaoemPequenosNegciosafimdesupriranecessidadedeen-tenderedivulgaraes,comfocoeminovaoparaodesenvolvimentodacompetitividadedasempresasnoBrasil.TodososartigosforamsubmetidosaprovaopororientadoresdoCNPqesofreramanlisesdepareceristasederevisoresafimdeapresentaromelhorcontedoaserpublicado.

    OsCadernosforamdivididosemtrstemas:ComrcioeServios;Indstria;Engenharia,TecnologiaeEnergia,abrangendo os 19 segmentos do Plano Brasil Maior:

    O Caderno Comrcio e Servios apresenta, nesta edio, artigos que abordam a inovao nos ramos da alimentao,confeco,turismo,esttica,feiraseeventos;farmcias;vendas;sadeeeducao.OCaderno Indstriatrazartigosqueabordamainovaoemindstriasdepanificao;deconfeco;cachaa;mveisereparao automotiva. O Caderno Engenharia, Tecnologia e EnergiaapresentaartigossobreTIC;construocivilemetalmecnica.Almdisso,vriasdimensesdoRadardaInovaoforamabordadasetemascomunsatodos,taiscomoaimportnciadegatekeepersnoprocessoinovativo;perfildainovaoempequenosnegciose aplicabilidade da gesto da inovao.

    Esses Cadernos representam mais uma das atividades empreendidas pela Universidade Corporativa para o desenvolvimentodecompetnciasdoscolaboradoreseparceirosdoSebrae.Comopropsitodeoferecerumapolticadeeducaocontinuada,aUCSebraeampliouoportflio,paraosALI,quepercorredesdeacapacitaobsicaquandoosALIingressamnainstituio,atascapacitaesespecficascomonocasodoInovarejo.Almdessas aes, a UCSebrae disponibiliza aos ALI um conjunto de cursos, capacitaes complementares que aconte-cem localmente, trilhas on-line, portal Saber e o aplicativo ALI, estimulando continuamente o compartilhamento doconhecimentoobtidonocontatodessesprofissionaiscomaclientela-alvodoSebrae.

    Porfim,anossaintenocomapublicaodessesCadernoscontribuirsignificativamenteparaoProgramaALI, Universidades, pesquisadores e para os pequenos negcios. Desejamos que a leitura dos artigos estimule a incluso da inovao como prtica indelvel para a competitividade, no qual possibilite a sustentabilidade dos pequenos negcios no Brasil.

    Esperamos que leiam, que se inspirem e que inovem. www.cadernosdeinovacao.com.br

    CONHECIMENTO PARA A INOVAO

  • 10

    Anlise da dimenso clientes do grau de inovao de pequenas empresas do segmento comrcioAUTOR: ANDRADE, CEZAR AUGUSTO LINS DEORIENTADOR: PAIVA JNIOR, FERNANDO GOMES DE

    RESUMOA inovao na pequena empresa est diretamente relacionada capacidade que seus dirigentes tm em avaliar e implantar as ideias advindas deles ou de terceiros. Naturalmente que, no apenas, a capacidade de implantar essas ideias torna a empresa inovadora e aumenta a sua competitividade, mas tambm a possibilidade dela ser continuada por intermdio dos colaboradores que fazem parte da instituio. Cada vez mais fica evidente a posio de vantagem ocupada por aqueles que buscam inovar no meio empresarial, pois, a inovao tem se mostrado uma poderosa ferramenta de gesto para as empresas que a utilizam. nesse cenrio que o artigo apresenta uma anlise sobre o grau de Inovao de pequenas empresas do segmento de comrcio da Regio Metropolitana do Recife, em Pernambuco. Com foco na dimenso clientes, por meio de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, utilizando como base o estudo desenvolvido por Bachmann e Destefani (2008) para estimar o grau de Inovao nas Micro e Pequenas Empresas (MPE) pelo programa Agentes Locais de Inovao (ALI). Como resultados, ressalta-se o incentivo para trabalhar prticas de estmulo inovao, tais como, reunies com o intuito de gerar novas ideias e incitar a contribuio de colaboradores, clientes e fornecedores por meio de crticas e sugestes, entre outras.

    PALAVRAS-CHAVE: Inovao. Dimenso Clientes. Agentes Locais de Inovao.

    ABSTRACTThe innovation in small business is directly related to the ability of its leaders have to assess and implement the ideas arising from them or from third parties. Of course not only the ability to deploy these ideas makes innovative company and increases its competitiveness, but also the possibility of it being continued through employees who are part of the institution. Increasingly it is evident the advantageous position occupied by those who seek to innovate in business, because innovation has proven to be a powerful management tool for companies that use it. Against this backdrop, the article presents an analysis of the degree of innovation of small businesses in the trade segment of the Metropolitan Region of Recife, Pernambuco. With a focus on customer dimension, through a descriptive research with a qualitative approach based on the study by Bachmann and Destefani (2008) to estimate the degree of innovation in micro and small enterprises (MSEs) through the program Local Agents Innovation (ALI). As a result, we emphasize the incentive to work practices to stimulate innovation, such as meetings with the aim of generating new ideas and encourage the contribution of employees, customers and suppliers through criticism and suggestions, among others.

    KEYWORDS:Innovation. Customers dimension. Local Innovation Agents.

  • ANLISE DA DIMENSO CLIENTES DO GRAU DE INOVAO DE PEQUENAS

    EMPRESAS DO SEGMENTO COMRCIO

    11

    AUTOR: ANDRADE, CEZAR AUGUSTO LINS DEORIENTADOR: PAIVA JNIOR, FERNANDO GOMES DE

    1. INTRODUO cada vez mais evidente que a empresa que possui a inovao, como parte integrante de suas atividades,

    possui uma vantagem competitiva em relao s demais que no praticam tal atividade. A inovao abre uma srie deoportunidadesparaasempresas,taiscomo:agregaodevaloraosprodutos/serviosofertados,introduodeprodutosemnovosmercados,aumentodereceita,novasparcerias,novosconhecimentos,fortalecimentodamarca, entre vrias outras possibilidades de desenvolvimento organizacional que podem surgir no decorrer de sua gesto. Segundo Benedetti (2008), ao inovar, uma empresa cria condies de sustentar seu crescimento e a sua lucratividade.

    OSistemaBrasileirodeApoiosMicroePequenasEmpresasSebrae,afimdecontribuirparaoaumentodacompetitividadeedarentabilidade,desenvolveujuntoaoConcelhoNacionaldeDesenvolvimentoCientficoeTecnolgicoCNPq,oProgramaAgentesLocaisdeInovaoALI,quevisalevarainovaoeacompetitividadesMPE. Isso com o objetivo de elevar a gerao de lucro e o aumento da qualidade e produtividade nas empresas por meiodoestmuloinovao.Comoauxliodeprofissionaiscapacitados,osagentesavaliamograudeinovaodasempresasatendidasperanteasdozedimensesdesenvolvidasporBachmanneDestefani(2008)emaisadcimaterceiradimensocriadaparafundamentarasdemais,aAmbinciaInovadora,dametodologiaparaaestimaodo grau de inovao. O agente, em conjunto com o proprietrio da empresa atendida, busca levar solues para a empresa de acordo com a necessidade levantada de cada empreendimento indicando aes inovadoras e buscando conhecimentosquegeremdiferencialcompetitivoempresa.EmPernambuco,oProgramaALIabrangequasetodooestado,daRegioMetropolitanadoRecifeaosSertesebuscaatenderosdiversossegmentosdemercado,tais como comrcio, indstria e servios.

    OSegmentocomrcio,focodesteestudo,abrange,principalmente,supermercados,confeces,autopeas,barese restaurantes. Segundo dados mais recentes do IBGE (2010), as MPE representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, so responsveis por 60% de empregos no pas e constituem 99% do total de estabelecimentos formaisexistentesnopas.Osetordecomrciopreferencial,seguidodeservios,indstriaeconstruocivil.

    Nesse sentido, o objetivo do estudo analisar a dimenso clientes, do radar da inovao inicial (R0), da meto-dologia para estimar o grau de inovao das MPE.

    ObservandoainflunciadaInovaonodesenvolvimentodasempresasedomercado,aimportnciadaMPEnaeconomiabrasileiraeosignificativopapeldosetordecomrcio,tantosocialmente,comageraodeempregos, quanto economicamente, pela contribuio ao PIB nacional, consegue-se perceber a relevncia do desenvolvimentodestetrabalho.Aescolhapeladimensoclientesjustifica-seeencontrarelevncia,pelofatodeque a maior parte da receita das empresas desse setor advinda das vendas de seus produtos aos seus clientes, ento,asaesquevisambuscarnovosclientesefidelizarosnovoseantigos,soamaiorinflunciaparaamaiorlucratividade das empresas.

  • 12

    2. REFERENCIAL TERICOParaabordararelaoentredimensoclienteseograudeinovaonasEmpresasdePequenoPorte,foine-

    cessrioousodasbasesconceituaisetericasdealgunsestudos,especificamente,aosqueserefereminovaoecompetitividade,almdosconceitosdoRadardaInovao,porBachmanneDestefani(2008),maisespecifica-mente na dimenso clientes. A base conceitual e terica que serviram de subsdios para a elaborao desse artigo,

    abordadaeinterligadaaoobjetivodapesquisaconformeossubitensaseguir:

    2.1. INOVAO

    A inovao um tema que tem sido recorrente na atualidade, discutido e analisado entre diversas instituies

    eautores,sobreosquaisseriaasuarealdefinio.SegundoomanualdeOslo,conceitua-seinovaocomosendoaimplementaodeumproduto(bemouservio),novoousignificativamentemelhorado,ouumprocessoouum novo mtodo de marketing, ou um novo mtodo organizacional nas prticas de negcios, na organizao do localdetrabalhoounasrelaesexternas(ManualdeOslo,2005).

    O conceito de inovao bastante variado e vai bem alm do que se entendido pelo Manual de Oslo. De-

    pendendodesuaaplicao,pode-sedefinirdeformasucintaainovao,comosendoautilizaocomsucessodenovasideias.Sucessoessequeparaaspequenasempresas,sconsideradosehouveraumentodefaturamento,identificaoeinfiltraoemnovosmercados,aumentodalucratividade,entreoutrosbenefcios.

    Onovoprodutoouatividadesconsideradoinovaosehouveragregaodevalor,ouseja,seforumprodutovendvel,casocontrrio,podeserconsideradoinveno,queumtermoqueseconfundemuitocomotema objeto de estudo.

    Existemquatrotiposdeinovao,segundooManualdeOslo,queso:ainovaodeproduto,ouservio,deprocesso, de marketing, ou de gesto organizacional, e essa inovao pode ser de dois tipos:

    Incremental,querefletepequenasmelhoriascontnuasemprodutosouemlinhasdeprodutos,represen-tandopequenosavanosnosbenefciosdoproduto,nomodificandoexpressivamenteasuaformaoriginal.

    Radical, que representa uma mudana drstica na maneira que o produto ou servio consumido. Geralmente

    modificatotalmenteomodelodenegciovigente,criandoumnovoparadigmaaosegmentodemercado.

    Para as empresas do setor de comrcio varejista, objeto de estudo desse artigo, manterem-se vivas e compe-

    titivas, a implementao das inovaes incrementais, tanto de produtos, como de processos, o que pode levar

    aempresasobrevivnciaeaoaumentoexpressivodeseufaturamentoecompetitividade,comodeversermostrado no decorrer desse presente trabalho.

    Oconceitodeinovaobastantevariado,dependendo,principalmente,dasuaaplicao.Deformasucinta,ainovaoaexplorao,comsucessodenovasideias,quegeremvalor.Aquestoprincipalaserestudadacomoa inovao dentro das empresas pode ser mensurada. Diante dos vrios estudos e mtodos criados para chegar a

    tal objetivo, encontra-se o Radar da Inovao.

  • ANLISE DA DIMENSO CLIENTES DO GRAU DE INOVAO DE PEQUENAS

    EMPRESAS DO SEGMENTO COMRCIO

    13

    AUTOR: ANDRADE, CEZAR AUGUSTO LINS DEORIENTADOR: PAIVA JNIOR, FERNANDO GOMES DE

    2.2. COMPETITIVIDADE

    Algumas consideraes acerca do que se entende nesse estudo sobre a competitividade nas pequenas empresas

    daRegioMetropolitanadoRecifemerecemateno.Emgeral,asdiscussessobreessetermoenvolvemuma

    infinidadedeautores,eadiversidadedeinterpretaesampla.Entretanto,umadasinterpretaesclssicas

    de competitividade encontrada em Porter (1991), que entende a competitividade como a habilidade resultante

    de conhecimentos adquiridos capazes de criar e sustentar um desempenho superior ao desenvolvimento pela

    concorrncia.Passandoparaumaperspectivamacroeconmica,oautorafirmaqueacompetitividadepodeser

    impulsionadaporvariveiscomotaxasdecmbio,juros,dficitsepolticasgovernamentais,baixosdispndios

    comforadetrabalho,recursosnaturais,logsticaediferenasdeprticasadministrativas(PORTER,1991).

    No caso das pequenas empresas do segmento de comrcio varejista, situadas na RMR, a competitividade

    abrange todos esses aspectos. Eles sero, portanto, alvo da anlise deste trabalho.

    Aquestodainovaoumdentremuitosfatoresquepodemampliaracapacidadecompetitivadeumaem-

    presa. A questo da inovao, como abordada no subitem anterior, evidenciada quando a empresa chega ao

    seupontomximodelucratividadeecompetitividade,ouseja,elascontinuarcrescendosehouverinovao.As

    empresas brasileiras s conseguiro se manter competitivas se investirem em criatividade e inovao, e puderem

    contar com um bom estoque de pessoas melhor preparadas (CORRA, 2010, pg 76).

    Emumasituaoemqueaempresapossuaumbomrelacionamentocomosclientes,inovandoemsuaforma

    deatingirseupblico-alvoeidentificandosuasnecessidadeseexpectativas,poderterumdiferencialcompetitivo

    perante as outras empresas do mesmo segmento.

    2.3. RADAR DA INOVAO

    Oconceitodeinovaobastantevariado,dependendo,principalmente,dasuaaplicao.Deformasucinta,a

    inovaoaexploraocomsucessodenovasideiasquegeremvalor.Aquestoprincipalaserestudadacomo

    pode ser mensurada a inovao dentro das empresas. Diante dos vrios estudos e mtodos criados para chegar a

    tal objetivo, encontra-se o Radar da Inovao. (SEBRAE, 2011)

    O Radar da Inovao consiste em uma metodologia baseada nas 12 dimenses da inovao descritas por

    Mohanbir Sawhney, que permite avaliar o grau de maturidade inovadora das organizaes de pequeno porte.

    (BACHMANNeDESTEFANI,2008).UmadcimaterceiradimensofoicriadaporBachmanneDestefani,intitulada

    comoAmbinciaInovadora.

    Cadadimensopossuialgumasquestesqueforamsimplificadasemtrssituaes,visandoclassificaraem-

    presaanalisadaempoucoounadainovadora,inovadoraocasionalouinovadorasistmica.Cadaafirmaopossui

    umapontuaoespecfica,chamadadeEscore(GraudeMaturidade).AmdiaaritmticadosEscores,emtodasas

    dimenses, resulta na mensurao do Grau de Inovao da Micro e Pequena Empresa avaliada.

    Cada dimenso, aps a avaliao na empresa, ter um escore entre um e cinco, indicado de acordo com a per-

    cepo do aplicador do questionrio. No caso, o Agente Local de Inovao e a mdia aritmtica resultaro no Grau

    deInovaoGlobaldaempresaavaliada,sendocinco,ograudeinovaomximoqueumaempresapodeatingir.

  • 14

    2.3.1. DIMENSO CLIENTES

    Comoofocodesteartigoeadimensoclientes,diantedastrezedimensesencontradasnoRadardaInovao,conceitua-se neste estudo apenas esta dimenso, que subsidia toda a construo deste trabalho.

    Os clientes so as pessoas e organizaes que usam ou consomem produtos para atender a determinadas ne-cessidades. Os mtodos de inovao, centrados no cliente, divergem das abordagens tradicionais, caracterizadas pela busca da inovao, por meio de avanos tecnolgicos, ou da otimizao dos processos comerciais.

    Como as inovaes nas pequenas empresas que objetivam aumentar a competitividade, importante que estejam alinhadas com as necessidades dos clientes. Um dos itens da dimenso clientes do Radar da Inovao avalia o quanto a empresa leva em considerao a esse aspecto.

    Outroaspectoavaliadonesseitemaidentificaodenovosmercados,quepodemsergruposdeclientesemoutrasregies,ouapenascompradorescomnecessidadesdiferentes.ORadardaInovaotambmavaliaocomportamentonabuscapornovosmercados.Outrasituaodessadimensoavaliaraeficciadaempresaemmelhoraroudesenvolvernovosprodutos,emdecorrnciadasmanifestaesdosclientes,pormeio,principalmente,dacoletadeinformaescomsugestesereclamaesdaspessoasquefrequentamodeterminadoestabelecimento.

  • ANLISE DA DIMENSO CLIENTES DO GRAU DE INOVAO DE PEQUENAS

    EMPRESAS DO SEGMENTO COMRCIO

    15

    AUTOR: ANDRADE, CEZAR AUGUSTO LINS DEORIENTADOR: PAIVA JNIOR, FERNANDO GOMES DE

    3. MTODOS E TCNICASA pesquisa apresentada tem, por objetivo, avaliar o grau de inovao de pequenas empresas segundo vari-

    veisespecficas.Portanto,trata-sedeumapesquisadescritiva,jquepesquisasdescritivastmcomoobjetivoadescriodascaractersticasdedeterminadapopulao.Podemserelaboradastambmcomafinalidadedeidentificarpossveisrelaesentrevariveis(GIL,2010,p.27).Almdisso,Gil(2010)afirma,inclusive,queentreaspesquisasdescritivas,salientam-seaquelasquetmporobjetivoestudarascaractersticasdeumgrupo,nocasodesse estudo, o grupo em questo so as pequenas empresas do segmento de comrcio da Regio Metropolitana doRecife,comoocasodoProgramaAgentesLocaisdeInovao.

    A abordagem do estudo enquadra-se como qualitativa. Com relao ao escopo da pesquisa, o segmento analisadofoiodecomrcio.Aamostrafoide13empresasdepequenoporte,emqueocritrioutilizadoparaadefiniodoportedaempresafoiodofaturamentoanual,noqualasempresasdeveriamenquadrar-seentreR$360.000,00(trezentosesessentamilreais)eR$3.600.000,00(trsmilheseseiscentosmilreais),situadasnaRegioMetropolitanadoRecife.

    AmetodologiaadotadanestetrabalhofoiextradadoestudodeBachmanneDestefani(2008)quepropeumsistema de mensurao baseado nas 12 dimenses da Inovao descritas por Sawhney et al. (2006), da Kellogg SchoolofManagement(EUA),acrescidodemaisumadimenso.BachmanneDestefani(2008)consideramqueaabordagem de Sawhney et al. (2006) parece ignorar o ambiente interno da organizao, optaram, ento, por incluir maisumadimenso,denominadaAmbinciaInovadora,porentenderqueumclimaorganizacionalpropcioInovao um pr-requisito importante para uma empresa inovadora.

    AstrezedimensesconsideradasnoestudosobreInovaoso:Oferta,Plataforma,Marca,Clientes,Solues,Relacionamento,Agregaodevalor,Processos,Organizao,Cadeiadefornecimento,Presena,RedeeAmbinciainovadora. Optou-se neste estudo por analisar a dimenso Clientes.

    Os clientes so as pessoas e organizaes que usam ou consomem produtos para atender a determinadas necessidades. Os mtodos de inovao centrados no cliente divergem das abordagens tradicionais, caracterizadas pela busca da inovao por meio de avanos tecnolgicos ou da otimizao dos processos comerciais.

    Como as inovaes nas pequenas empresas objetivam aumentar a competitividade, importante que estejam alinhadas com as necessidades dos clientes. Um dos itens da dimenso clientes do Radar da Inovao avalia o quanto a empresa leva em considerao esse aspecto.

    Osdadosforamcoletadospormeiodeprospecodeempresasqueseenquadravamnoperfildoprograma,seguidode agendamento com os empresrios e aplicao da metodologia para estimar o grau de Inovao nas MPE.

  • 16

    4. ANLISE DOS DADOSConformeosistemadeavaliaoutilizadonestetrabalho,encontra-senafiguraaseguirapontuaodadi-

    mensoClientesnas13empresasselecionadasediagnosticadas.Optou-seporsereferiracadaempresapormeiodeletrasdoalfabetoromano.

    Figura 1 Representao da Dimenso Cliente

    Empresa L

    Empresa M

    Empresa A

    Empresa B

    Empresa C

    Empresa D

    Empresa E

    Empresa F

    Dimenso Cliente

    Empresa GEmpresa H

    Empresa I

    Empresa J

    Empresa K

    5

    4

    3

    2

    1

    0

    Fonte: Elaborao Prpria com Dados da Pesquisa

    Afiguraacimapodeserdescritaemformatodetabela,conformemostradoabaixo:

    Tabela 1 Grau de Inovao na Dimenso Clientes

    EMPRESA SELECIONADA PONTUAO

    Empresa A 3

    Empresa B 3

    Empresa C 5

    Empresa D 3,7

    Empresa E 1,7

    Empresa F 1,7

    Empresa G 1

  • ANLISE DA DIMENSO CLIENTES DO GRAU DE INOVAO DE PEQUENAS

    EMPRESAS DO SEGMENTO COMRCIO

    17

    AUTOR: ANDRADE, CEZAR AUGUSTO LINS DEORIENTADOR: PAIVA JNIOR, FERNANDO GOMES DE

    EMPRESA SELECIONADA PONTUAO

    Empresa H 1

    Empresa I 2,3

    Empresa J 2,3

    Empresa K 2,3

    Empresa L 1,7

    Empresa M 2,5

    Fonte: Elaborao Prpria com Dados da Pesquisa

    Naescalautilizada,apontuaoatribudanaavaliaoficaentre1(um)e5(cinco),sendo1(um)anotamaisbaixae5(cinco)amaisalta,ouseja,quantomaisprximodaextremidadeapontuaoestiverdaempresanoradar,melhorasituaoemrelaosdemaisempresasnoquesereferedimensoclientes.

    Comojrelatadonoreferencialterico,essadimensotrataespecificamente,daformacomoaempresacaptaclientes,conhecesuasnecessidadeseidentificanovosmercados,porintermdiodeprocessosinovadores,fideli-zando assim o pblico-alvo e, com isso, elevando a receita. Nota-se que das 13 empresas selecionadas para essa pesquisa,apenasaempresaCencontra-senonvelmximodepontuaoparaessadimenso,umdosmotivosdessadimensoserescolhidacomoobjetodeestudo.Todasasaesreferentesdimensoclientesforamexe-cutadas por essa empresa de maneira a elevar o seu grau de inovao.

    Paraasempresasquenecessitamdemelhoriasnadimensoclientes,foramsugeridasalgumasaesparadespertarefomentaroportunidadesdeinovaonasempresas,taiscomocriaodesistemaformaldepesquisacomosclientes,podendoserfeitadevriasformas,comoporexemplo,pesquisadesatisfao,caixadesugestes,utilizaodeumCRMparabuscadetodasasinformaesnecessriasparaoconhecimentodoperfildoseupbli-co-alvo,almdautilizaoderedessociais,queumaformarpida,eficazebarataparasechegaraoconsumidorfinalelevantarinformaes.Essasaestambmpodemservirparaaidentificaodenovosmercados,tendoemvistaquepodeatingirnossuaclientelafixacomotambmclientesempotencial.Outrofatorimportanteutilizarasaessugeridasparaacoletadeinformaessobreoperfilenecessidadesdosclientes,almdeimple-mentarasmanifestaeslevantadasdentrodaempresacomoformadeelevaodereceita,fidelizaoeaumentosignificativodeclientesenovosmercados.

    Outra maneira de tentar melhorar o dilogo com cliente seria a aplicao de questionrios para pesquisa de satisfao.Consisteemummododeouvi-los,conhecermelhorsuasexpectativasesabercomoaempresatemrespondidoaelas.Noentanto,importanteressaltararelevnciadeidentificaropblicoemquestoeaformamaisconfortvelqueoclienteconsideraparacomunicarcomaempresa,demodoquesejaumquestionriobreve,objetivoedefcilcompreensoenosetornecansativoparaoclienteeimprodutivoparaaempresa.

    Ointuitofundamentaldessasaesestreitaracomunicaodaempresacomosclientes,bemcomoidentifi-candosuasnecessidadesdemaneirasistemtica,aplicandoessasnecessidadesnaempresaeidentificandonovosmercados,vistoquemuitosautoresconsideramoclienteumafontecrucialdeideiasinovadorasparaaempresa.Alm de que, com essas aes, o nmero de clientes de determinada empresa pode aumentar, aumentando assim a receita e, consequentemente, a lucratividade.

  • 18

    Analisando cada uma dessas empresas selecionadas, tem-se que duas delas, as empresas C e D, respectivamente com pontuao 5 e 3,7, rotineiramente, implementam aes advindas das necessidades dos clientes, levantadas por ferramentasadequadas.Todasasoutrasempresaspossuempontuaesquevariamentre1e3,sendoconsideradasbaixasparaamensuraodograudeinovao,sendoquenomsapenasumanicadimensofoianalisada.Paraqueessadimensotorne-seeficazparaasdemaisempresas,faz-senecessriaaimplementaodessasaesparachegaraumapontuaoadequada,queeleveograudeinovaodaempresa.Tendoemvistaqueadimensoclientespodeserconsideradaumadasmaisimportantes,pois,comadefiniobem-estabelecidadoseupblico,bem como suas necessidades e mercados, desencadeia em aes que podem desenvolver uma srie de outras dimenses, aumentando assim, o grau de inovao global de determinada empresa.

  • ANLISE DA DIMENSO CLIENTES DO GRAU DE INOVAO DE PEQUENAS

    EMPRESAS DO SEGMENTO COMRCIO

    19

    AUTOR: ANDRADE, CEZAR AUGUSTO LINS DEORIENTADOR: PAIVA JNIOR, FERNANDO GOMES DE

    5. CONSIDERAES FINAISNo presente trabalho objetivou-se analisar a dimenso clientes de Pequenas Empresas do segmento de Co-

    mrcio por meio da metodologia para medir o grau de inovao, trazendo um diagnstico que ilustra a situao da empresa em relao inovao. Apresentando uma direo a ser seguida para obteno de melhores resultados.

    Nastrezeempresasestudadasparaaconstruodesseestudo,foiobservadoqueopontoprincipalaserinvestido para desencadear em um bom desenvolvimento da empresa era a dimenso clientes, tendo em vista queosclientessoaprincipalfontedereceitadasempresasnosegmentodecomrcio.Essadimensoestandobem-estruturada servir de subsdio para o desenvolvimento das outras dimenses.

    Ressalta-se,dentreasaespropostas,acriaodesistemaformaldepesquisacomosclientes,podendoserfeitadevriasformas,comoporexemplo,pesquisadesatisfao,caixadesugestes,utilizaodeumCRMparabuscadetodasasinformaesnecessriasparaoconhecimentodoperfildoseupblico-alvo,almdautilizaoderedessociais,queumaformarpida,eficazebarataparasechegaratoconsumidorfinalelevantarinfor-maes,comointuitofundamentaldeestreitaracomunicaodasempresascomseusclientes,tendoemvistaasoportunidadesquepodemsergeradaspormeiodestacomunicaoeficiente.

    Ainda sobre as aes propostas possvel destacar o incentivo para se trabalhar prticas de estmulo inovao, taiscomo,reuniescomointuitodegerarideias;incitaracontribuiodecolaboradores,clientesefornecedores,pormeiodecrticasesugestes,entreoutras.Tudoistovoltadoparaacriaodeumaequipequesesintavalori-zada,desenvolvendoumambientecriativoefavorvelaosurgimentodeideiasquecontribuamparaainovaoda empresa, resultando assim na disseminao da cultura de inovao.

  • 20

    AGRADECIMENTOSAgradeo ao Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas Sebrae, ao Conselho Nacional de

    DesenvolvimentoCientficoeTecnolgicoCNPqfinanciadoresdoProgramaAgenteLocaldaInovao,eatodos que contriburam para a elaborao deste artigo.

  • ANLISE DA DIMENSO CLIENTES DO GRAU DE INOVAO DE PEQUENAS

    EMPRESAS DO SEGMENTO COMRCIO

    21

    AUTOR: ANDRADE, CEZAR AUGUSTO LINS DEORIENTADOR: PAIVA JNIOR, FERNANDO GOMES DE

    REFERNCIAS BACHMANN,Drian.L.;DESTEFANI,JullyHeverly.Metodologia para estimar o grau de inovao nas MPE.

    Aracaju:XVIIISeminrioNacionaldeParquesTecnolgicoseIncubadorasdeEmpresas,2008.

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  • 22

    Anlise do grau de inovao da dimenso clientes em empresas do ramo de alimentao de Campo Grande/MSAUTORA: MOREIRA, CAROLINA LEMOS OSADTCHUK

    ORIENTADORA: BORGES, CLAUDIA MOREIRA

    RESUMOA competitividade entre empresas est cada vez mais acirrada. Para uma empresa obter vantagem competitiva, necessrio inovar a cada dia. Nesse cenrio, encontram-se micro e pequenas empresas que esto num desafio constante de se renovar e reinventar para no correr risco de serem retiradas do mercado. Diante dessa realidade, este estudo tem por objetivo analisar o quanto as empresas inovam. Para isso, foi realizado um diagnstico com um grupo de 14 empresas, do segmento alimentcio, para estimar o grau de inovao na dimenso clientes. Com base na avaliao do grau de inovao, foram sugeridas algumas propostas de melhoria s empresas que contribuem para a inovao.

    PALAVRAS-CHAVE:Micro e Pequenas Empresas, Inovao, Dimenso Clientes.

    ABSTRACTThe competitiveness among enterprises is getting every time more intense. For a company to gain competitive advantage is necessary to innovate every day. In this scenario, there are micro and small companies that are a constant challenge to renew and reinvent not to run the risk of being withdrawn from the market. Given this reality, this study has the objective of analyzing how much these companies innovate. To do that, it was realized a diagnostic with a group of 14 companies, of the feeding sector, to estimate the degree of innovation on the clients dimension. From this evaluation of the innovation degree there were suggested some proposals of improvement to those companies that contribute to innovation.

    KEYWORDS:Small companies, innovation, clients dimension.

  • ANLISE DO GRAU DE INOVAO DA DIMENSO CLIENTES EM EMPRESAS DO RAMO

    DE ALIMENTAO DE CAMPO GRANDE/MS

    23

    AUTORA: MOREIRA, CAROLINA LEMOS OSADTCHUK ORIENTADORA: BORGES, CLAUDIA MOREIRA

    1. INTRODUOEm um cenrio atual marcado pela alta competitividade, o sucesso de uma empresa depende, cada vez mais,

    da sua capacidade em inovar, que pode ser a partir da criao de novos produtos, novas tcnicas de produo ou novasformasdegestodaorganizao.

    Diante dessa necessidade de inovar e da alta representatividade socioeconmica das micro e pequenas em-presas (MPEs) no Brasil, o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o ConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientficoTecnolgicoCNPqdesenvolveramoProgramaAgenteLocaldeInovaoALI,quetemporobjetivopromoverainovaoeaaproximaodasempresascomosprovedoresde solues (SEBRAE DF, 2011).

    O programa de mbito nacional. Em Mato Grosso do Sul (MS), so 30 agentes locais de inovao (ALIs) que avaliamograudeinovaodasempresasatendidas,comoauxliodametodologiadoRadardaInovao(BA-CHMANN;DESTEFANI,2011),quecontempla13dimensesparaestimarograudeinovao.Apartirda,agentes,junto com os empresrios, buscam as melhores solues para tornar as empresas mais competitivas e com melhor desenvolvimento sustentvel.

    Uma das dimenses do Radar de Inovao so os clientes. Neste quesito levado em considerao se a inovao estcentradanocliente,identificandonovasnecessidades,sendoelasexplcitasouno;sehidentificaodenovosmercadoscomogruposdeclientesemoutrasregiesouapenascompradorescomnecessidadesdiferentes;esehautilizaodesugestesereclamaesdeclientesparaamelhoriadosprocessoseprodutos(BACHMANN;DESTEFANI,2011).

    Consumidoresestocadavezmaisexigentesevidosporcoisasnovas.DeacordocomMoreiraeQueiroz(2007),inovar em produtos diz respeito introduo de novos produtos ou servios, de maneira a atender a necessidades e desejos dos clientes.

    Aindamais,umaempresanoinovasozinha.ConformeLemos(1999),asfontesdeinformao,conhecimentoseinovaopodemseencontrartantodentro,comoforadela.ondeempresriospodembuscarinformaesdeseusclientes,pesquisandoassuasnecessidadeseexpectativasparalanarnovosprodutosecomqualidade.

    nessecontexto,emqueaempresaprecisadoauxliodeseusclientesparainovar,queopresenteartigotrazcomo tema a Anlise da Dimenso Clientes do Grau de Inovao em empresas do ramo de alimentao de Campo Grande/MS.Paraoestudo,foramselecionadasempresasenquadradasnoArt.2daLeino9.317/1996comoMicroEmpresa e Empresa de Pequeno Porte, para a aplicao do Radar.

    Portanto, o estudo apresenta a seguinte questo problema: Qual o grau de inovao, na dimenso clientes, das empresas do ramo de alimentao atendidas pela 2 edio do Programa ALI/MS?

  • 24

    2. REVISO DA LITERATURA 2.1. O QUE INOVAO

    SegundoManualdeOslo,inovaoaimplementaodeumproduto(bemouservio)novoousignificati-vamente melhorado, ou um processo, ou um novo mtodo de marketing, ou um novo mtodo organizacional nas prticasdenegcios,naorganizaodolocaldetrabalhoounasrelaesexternas(OCDE,2007p.55).

    ParaoMovimentoBrasilCompetitivo(MBC/FINEP,2008),inovaoaexploraodenovasideiasouaaplicaooriginal do conhecimento, criando vantagens competitivas para responder com sucesso comercial s demandas do mercado.

    J para Simantob e Lippi (2003, p. 12), inovar ter uma ideia que seus concorrentes ainda no tiveram e im-plant-lacomsucesso.AInovaofazpartedaestratgiadasempresas:seufocoodesempenhoeconmicoea criao de valor.

    Segundo Brando et al.(2006),asinovaespossibilitamasobrevivnciadasorganizaesnomercadocompeti-tivo,poiselasagregamvaloraseusprodutos,geramempregoerenda,aumentamoslucrosefortalecemasmarcas.

    Uma empresa, independentemente do porte, nascente ou madura no mercado, precisa inovar para garantir seudiferencialeperenidadejuntoaosconcorrentes.Eparaocorrerimplementaodainovaonumaempresa,independentedeseremproduto,servio,ououtrotipoqualquer,eladeveserplanejada,fazerpartedaestratgiaorganizacional e ser mensurada, ou seja, a empresa deve ter parmetros para acompanhar o seu desempenho ao longodotempo.Deoutraforma,nofazsentidodesenvolveraesparaseobterumaorganizaoinovadora,precisomedirsuaeficinciaeeficciaparaevidenciarseainovaoestalcanandoosobjetivosesperados.

    2.2. RADAR DA INOVAO

    ORadardaInovaoumaferramentaquepermiteoperacionalizaroclculodoGraudeInovaodeumaempresa.OradarfoiinicialmentepropostoporSawhney.et.al.(2006)efoiadaptadoporBachmanneDestefani(2011),umavezqueinclurammaisumadimenso:ambinciainovadora,porentenderemqueumclimaorgani-zacional propcio inovao essencial para uma empresa inovadora. Utilizada pelos Agentes Locais de Inovao emseutrabalhoacampo,oformulriodoRadardaInovaocontm42perguntasdivididasem13dimenses.As13dimensesso:oferta,plataforma,marca,clientes,soluo,relacionamento,agregaodevalor,processos,organizao,cadeiadefornecimento,presena,redeeambinciainovadora.Algumasdessasdimensestmdescriesmuitoprximasumasdasoutras,comoasdimensesrelacionamentoeredequetratamdasformasdefalareouvircomocliente.

    Cadaperguntatemumapontuao5,3e1(quadro1),quenofinalfeitaumamdiaresultandonograudeinovao global da empresa.

  • ANLISE DO GRAU DE INOVAO DA DIMENSO CLIENTES EM EMPRESAS DO RAMO

    DE ALIMENTAO DE CAMPO GRANDE/MS

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    AUTORA: MOREIRA, CAROLINA LEMOS OSADTCHUK ORIENTADORA: BORGES, CLAUDIA MOREIRA

    Quadro 1 Pontuao de Grau de Inovao

    ESCORE SITUAO

    5 pontos Organizaoinovadorasistmica

    3 pontos Organizao inovadora ocasional

    1 ponto Organizao pouco ou nada inovadora

    Fonte: Sebrae/PR (2010)

    Nesteartigo,foiselecionadaadimensoclientes,paraquepossaseranalisadoograudeinflunciadosclientesna inovao de uma empresa.

    2.3. DIMENSO CLIENTES

    ConformeFerreira(1999,p.486),otermoclienteprovmdolatimcliensesignificaaquelequeusaosserviosouconsomeosprodutosdedeterminadaempresaoudeprofissional.Ouainda,clientessopessoasouorganizaesqueusamouconsomemprodutosparaatenderadeterminadasnecessidades(KOTLER;ARMSTRONG,2007,p.57).

    Entoseoclientequefazaempresafaturar,osempresriosdevemestaratentossnecessidadeseexpecta-tivasdeseusconsumidoresparafideliz-losegarantirasuasatisfao.Diversosautoresenfatizamaimportnciadeatenderasnecessidadesedesejosdosclientes,entenderomercadoemqueatuam,deformaaofereceroquerealmente os clientes esperam e no o contrrio (POSER, 2005).

    nessecontextoqueseencaixaadimensoclientes,doRadardaInovao,quepropeainovaocentradanocliente.NoformulriodoRadar,estadimensoapresenta3(trs)perguntas,asaber:1-Identificaodasne-cessidades;2-Identificaodemercados;3-Usodasmanifestaesdeclientesresultado.

    Naidentificaodasnecessidades,importantequeaempresaestejaalinhadacomasnecessidadesdeseusclientesparainovarealavancarsuacompetitividade.Naidentificaodemercados,aempresadevebuscarnovosmercadospodendosergruposdeclientesemoutrasregiesouapenascompradorescomnecessidadesdiferentes.Nousodasmanifestaesdeclientesprocessoeusodasmanifestaesdeclientesresultado,aempresapodeutilizar sugestes e reclamaes de clientes para a melhoria dos processos e produtos.

    Medianteessas3(trs)perguntaspoderseravaliadoeanalisadoograudainovaodimensoclientesdasempresasquefazempartedestepresenteestudo.

  • 26

    3. METODOLOGIAA pesquisa pode ser considerada como um procedimento racional e sistemtico que tem como objetivo pro-

    porcionar respostas aos problemas que so propostos (GIL, 2010, p. 10).

    ParaLakatoseMarconi(2009),especificamente,umprocedimentoreflexivosistemtico,controladoecrtico,quepermitedescobrirnovosfatosoudados,relaesouleis,emqualquercampodeconhecimento.

    Apesquisaapresentadanesteartigotemporfinalidadeavaliarograudeinovaodadimensoclientesdentrodo grupo de empresas selecionadas.

    Paraisso,foiutilizadaapesquisadescritivaquetemcomoobjetivoadescriodascaractersticasdedetermi-nadapopulao.Podemserelaboradastambmcomfinalidadedeidentificarpossveisrelaesentrevariveis(GIL,2010,p.27).JparaBarroseLehfeld(2007),pesquisadescritivaadescriodeumfenmeno,suafrequncia,natureza,caractersticas,causaserelaescomoutrosfenmenos.Opresentetrabalhoengloba,ainda,doistiposdepesquisa:abibliogrficaeadecampo.

    Apesquisabibliogrfica,deacordocomGil(2010)aquelaelaboradacombasenomaterialjpublicadoeconstitudo principalmente de livros, artigos, peridicos, com material disponibilizado pela internet.

    Jnapesquisadecampo,conformeBarroseLehfeld(2007,p.90),oinvestigadorassumeopapeldeobservadoreexplorador,coletandodiretamenteosdadosnolocal(campo)emquesederamousurgiramosfenmenos.Otrabalhodecampocaracteriza-sepelocontatodiretocomofenmenodeestudo.

    OsinstrumentosutilizadosparacoletadedadosforamdesenvolvidosefundamentadosnoestudoelaboradoporBanchmanneDestefani(2010),quepropeumsistemademensuraodainovaobaseadoem13dimen-ses.Essequestionrioserviucomoferramentaparaacoletadedadosnumuniversode14empresasdoramodealimentaodacidadedeCampoGrande,MatoGrossodoSul,entreosmesesdejunhode2012efevereirode2013.

    Aaplicaodoquestionriofoirealizadacomosempresriosouresponsveispelaempresa,deformaqueaescolhadessessujeitosinterferissediretamentenaqualidadedasinformaes,dasquaisserpossvelconstruiraanlise e chegar compreenso mais ampla do problema delineado, como recomenda Duarte (2002, p. 141). Alm doquestionriodoradar,foiaplicadoumquestionriointituladoCadastro,paralevantamentodascaractersticasdas empresas.

    Quanto abordagem do problema, o presente trabalho caracterizou-se como pesquisa quantitativa, uma vez quesecaracterizapeloempregodequantificaotantonasmodalidadesdecoletadeinformaes,quantonotratamento delas por meio de tcnicas estatsticas, desde as mais simples como percentual, mdia, desvio-padro etc (BEUREN, 2000, p. 92).

  • ANLISE DO GRAU DE INOVAO DA DIMENSO CLIENTES EM EMPRESAS DO RAMO

    DE ALIMENTAO DE CAMPO GRANDE/MS

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    AUTORA: MOREIRA, CAROLINA LEMOS OSADTCHUK ORIENTADORA: BORGES, CLAUDIA MOREIRA

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1. IDENTIFICAO E SEGMENTAO DAS EMPRESAS DO SEGMENTO DE ALIMENTAO

    Foram 14 empresas pesquisadas do segmento de alimentao no municpio de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, durante ciclo do Programa ALI 2012-2013. Dessas 14 empresas, 7 so lanchonetes, 2 so pizzarias, 2 so sorveterias,2preparamrefeies,somente,e1confeitaria,comopodeservisualizadonafigura1.

    Figura 1 Classificao das Empresas por Atividade

    60%

    50%

    40%

    30%

    20%

    10%

    0%Confeitaria Lanchonete Pizzaria Refeio Sorveteria

    Fonte: Dados de Pesquisa de Campo (2012-2013)

    Do total, 6 empresas esto enquadradas como Micro Empresas (ME) e 8 como Empresa de Pequeno Porte (EPP),conformeseufaturamentoanual.Vejafigura2,aseguir.

    Figura 2 Classificao do Porte da Empresa

    70%

    60%

    50%

    40%

    30%

    20%

    10%

    0%Confeitaria Lanchonete Pizzaria Refeio Sorveteria

    Fonte: Dados de Pesquisa de Campo (2012-2013)

  • 28

    Conformeafigura3,4,asempresasestonomercadohumanooumenos;5empresasestohdoisanosoumenos;3empresasestohtrsanosoumenose2empresasestonomercadohmaisdecincoanos,ouseja,soempresasrelativamentenovasnomercadoequeprecisamdeumdiferencialparadestacarem-seentreas que esto h mais tempo.

    Figura 3 Tempo de Atuao no Mercado

    40%

    35%

    30%

    25%

    20%

    15%

    10%

    5%

    0%At 1 ano At 2 ano At 3 ano Acima de 5 anos

    Fonte: Dados de Pesquisa de Campo (2012-2013)

    Deacordocomafigura4,4empresastmde1a3funcionrioscontratados,5empresastm4e5funcionrios,e5empresastm6oumaisfuncionrioscontratados.

    Figura 4 Nmero de Funcionrios

    40%

    35%

    30%

    25%

    20%

    15%

    10%

    5%

    0%At 3 At 5 At 8 Acima de 8

    Fonte: Dados de Pesquisa de Campo (2012-2013)

    Apsidentificaoesegmentaodasempresasemquesto,pode-seanalisarquesoempresasrelativamentejovens,sendo65%delas,empresasnascentes(comatdoisanosdeabertura);amaioria(57%)soEmpresasdePequenoPorte(EPP)comrelaoaofaturamento,oquesignificaquetmreceitasuperiora30mil/ms.Quanto

  • ANLISE DO GRAU DE INOVAO DA DIMENSO CLIENTES EM EMPRESAS DO RAMO

    DE ALIMENTAO DE CAMPO GRANDE/MS

    29

    AUTORA: MOREIRA, CAROLINA LEMOS OSADTCHUK ORIENTADORA: BORGES, CLAUDIA MOREIRA

    aonmerodefuncionrios,estesegmentodemonstraquenopossuiumaconcentraoespecficaemumafaixa(videfigura4),caracterizandoqueessasempresastmperfisdiferenciados,comoporexemplo,formadeatendi-mento, produo, entre outros.

    4.2. GRAU DE INOVAO GLOBAL

    Com relao aplicao do Radar de Inovao nas 14 empresas em questo, pode-se observar que 7 empresas (50%)obtiveramumgraudeinovaoglobalabaixodamdia(2,5)easoutras7(50%)obtiverampontuaoigualousuperiora2,5.Optou-seporusarasiniciaisdasempresasafimdepreservarsuasidentidades.

    Quadro 2 Grau de Inovao Global

    EMPRESAGRAU DE

    INOVAO GLOBAL

    BL 2,6

    SO 3,0

    OC 2,2

    ML 1,9

    TP 2,1

    BC 2,2

    DE 1,9

    SG 2,0

    MK 2,6

    YG 3,0

    PP 2,9

    TT 3,9

    BV 2,4

    IR 2,5

    Fonte: Dados de Pesquisa de Campo (2012-2013)

    Dasempresasqueobtiveramgraudeinovaoabaixodamdia(2,5),4(57%)somicroempresase3(43%)soempresasdepequenoporte.E5dessasempresas(71%)tmatdoisanosdeexistncianomercado,ouseja,so empresas nascentes, que esto priorizando iniciativas relacionadas gesto comparando-se com empresas commaiortempodemercado,quejestoimplementandoaesinovadorasparadiferenciarem-senomercado.

    Pode-seconcluirque50%dasempresasanalisadasnesteestudosopoucoinovadoras,ouseja,estodeixandodeterumamaiorcompetitividade,singularidadeoualgumdiferencialparaasuapermanncianomercado.

  • 30

    4.3. GRAU DE INOVAO DIMENSO CLIENTES

    DeacordocomoRadardeInovao,aDimensoClientesavaliadacombaseemtrsquestes:(1)Identificaodasnecessidadesdosclientes;(2)Identificaodemercados;e(3)Usodasmanifestaesdosclientesresultado.

    Naquestoidentificaodasnecessidadesdosclientes,foiaveriguadoseaempresainteragecomseusclientesatuais ou potenciais para conhecer sua opinio sobre a imagem da organizao e sobre seus produtos.

    Jnaquestoidentificaodemercados,foramavaliadosaidentificaodemercadosemoutrasregies,assimcomoclientesdemercadostradicionaisquepossamfazeroutraaplicaodosprodutosexistentes.

    Ealtimaquestousademanifestaodosclientesresultadofoiavaliadoseaempresausasugestesoureclamaescomofontedemelhoriasemprocessoseprodutos.

    Depois de aplicado o questionrio, chegou-se ao resultado do Grau de Inovao Dimenso Clientes das 14 empresasanalisadas(verfiguras5e6).

    Segundo Radar da Inovao, a pontuao da escala utilizada varia de 1 (um) a 5 (cinco), sendo 1 a menor nota e5amaior.Quantomaisprximodaextremidadeestiverapontuaonoradar,melhorograudeinovaodaempresa em relao aos demais.

    Comopodesernotadonafigura5,somenteumaempresaapresentoudesempenhomximoquantoaClientes,enquantoqueumagrandeparcelademonstrouresultadoprximoaomnimo,ouseja,93%dasempresasanalisadaspodem desenvolver aes de inovao no quesito clientes.

    Figura 5 Grau da Dimenso Clientes das Empresas Diagnosticadas

    BL

    SOIR

    OCBV

    MLTV

    TPPP

    BCYG

    DEMK

    SG

    5,0

    4,0

    3,0

    2,0

    1,0

    0,0

    Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2013)

  • ANLISE DO GRAU DE INOVAO DA DIMENSO CLIENTES EM EMPRESAS DO RAMO

    DE ALIMENTAO DE CAMPO GRANDE/MS

    31

    AUTORA: MOREIRA, CAROLINA LEMOS OSADTCHUK ORIENTADORA: BORGES, CLAUDIA MOREIRA

    Nafigura6possvelanalisarque43%dasempresasobtiverampontuaonaDimensoClientesentrevariao1,02,0;29%obtiverampontuaoentreavariao2,13,0;14%dasempresasobtiverampontuaoentreavariao3,14,0;e14%obtiverampontuaoentreavariao4,15,0.

    Sendoaempresajovemumadasfontesdeinformaoparainovar,poderiamserosprpriosclientes,comaimplementaodeaessimplescomoanlisedasatisfaoepreferncias,canalparacoletarsugestesparamelhoriadeprodutoe/ouatendimento,tornando-amaiscompetitivafrenteaseusconcorrentes.

    Figura 6 Pontuao Obtida pelas Empresas na Dimenso Cliente

    45%

    40%

    35%

    30%

    25%

    20%

    15%

    10%

    5%

    0%1,0 - 2,0 2,1 - 3,0 3,1 - 4,0 4,1 - 5,0

    Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2013)

    Aoanalisarafigura7,observa-seque57%dasempresasemdestaquenesteestudoestocomapontuaoabaixode2,5nograudeinovaonaDimensoClientes,e47%estoacima.Comfundamentonessesdados,possvelafirmarqueessasempresaspodemmelhorarsuasituaoperanteasformasdeconhecerasnecessida-deseexpectativasdosclientes,considerandoaanlisedasatisfaoeotratamentodasreclamaesrealizadas.

    Figura 7 % de Empresas com Relao Pontuao Mdia do Grau de Inovao Dimenso Cliente

    70%

    60%

    50%

    40%

    30%

    20%

    10%

    0%Abaixo da Mdia (2,5) Acima da Mdia (2,5)

    Fonte: Dados da Pesquisa de Campo (2012-2013)

  • 32

    ParaessasempresasquedemonstraramnecessidadedemelhoriasnadimensoCliente,foramcitadosalgunsexemplosdeaes,sugeridasparadespertarefomentarainovao.

    Paraaidentificaodasnecessidadeseusodasmanifestaesdosclientes,importantequeosempresrioscriemsistemticasparareceberinformaesenodeix-lasperder,transformando-asemconhecimentofunda-mentalparaodesenvolvimentodasorganizaes,comopesquisadesatisfao,caixadesugesteserealizaodeps-venda.Jparaidentificarnovosmercados,foramsugeridosaosempresriosquefizessemumapesquisademercado,anlisedastendnciaseidentificaodedadossecundriosnainternetemapeamentodoperfildeseus consumidores.

    Umaestratgiaeficazparaabuscadenovosmercadosconsisteemidentificarnichos.Nichossogruposdeclientescomnecessidades,caractersticasoupreocupaesespecficasoucomalgumsensodeidentificao(BACHMANN;DESTEFANI,2011).Dasempresaspesquisadas,4atuamdiretamentecomnichosoubuscaroatuar.

    Pormeiodousodessasferramentase,principalmente,colocadoemprticaaidentificaodasnecessidadeseexpectativascoletadasdeseusclientes,aempresapoderampliarsuaformadeatuar,buscandomelhorarseusservios, produtos ou, simplesmente, atender melhor s necessidades de seus consumidores. Alcanando esse resultado, poder ser considerada inovadora nesta dimenso.

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    AUTORA: MOREIRA, CAROLINA LEMOS OSADTCHUK ORIENTADORA: BORGES, CLAUDIA MOREIRA

    5. CONSIDERAES FINAISOobjetivodopresenteestudofoianalisarograudeinovaodaDimensoClientesde14microepequenas

    empresas do segmento alimentcio da cidade de Campo Grande/MS, trazendo um diagnstico que ilustra a atual situao da empresa mediante a inovao.

    Umbreveperfildessasempresasfoidescritodeformaacaracterizaresegmentaressegrupo.Baseadonaanlisedoperfil,pode-seconcluirqueamaioriadasempresassolanchonetes,empresasdepequenoporteeque,em sua maioria, esto h cerca de dois anos no mercado.

    So empresas que podem inovar em todas as dimenses propostas no Radar de Inovao, uma vez que 50% delasobtiverampontuaoabaixodamdiade2,5nograudeinovaoglobal.

    Comrelaodimensoclientes,57%dasempresasobtiverampontuaoabaixodamdia,ouseja,essasempresas ainda no buscam inovao centrada no cliente, caracterizados pela busca da inovao por meio de avanos tecnolgicos ou da otimizao dos processos comerciais.

    Diantedessequadro,forampropostasmelhoriasparaaDimensoClientes,como:usodapesquisadesatisfa-o,caixadesugesto,pesquisadoperfildeclientes,pesquisademercado,buscapornovosnichosdemercado.

    Por meio da aplicao dessas propostas, espera-se que esse grupo de empresas tenha um aumento no grau de inovao dimenso clientes e, consequentemente, no grau de inovao global a serem averiguados em uma futuraanlise.

    Apesar de pontuar perspectivas importantes sobre microempresas e pequenas empresas do segmento alimen-tcio,oestudotemcomoprincipallimitadoronmerodeempresaspesquisadas.Portanto,nosepodeafirmarqueempresasdosegmentoalimentciodacidadedeCampoGrande/MSsoinovadorassistmicas,inovadorasocasionaisoupoucoinovadoras,conformeoresultadodograudeinovaoglobal,umavezqueonmerode14empresas pequeno diante do universo total de empresas desse segmento na cidade. Para tal, seria pertinente realizar um estudo por amostragem para saber o grau de inovao deste segmento.

  • 34

    AGRADECIMENTOSAgradecimentos ao Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas Sebrae e ao Conselho Nacional

    deDesenvolvimentoCientficoeTecnolgicoCNPq,financiadoresdoProgramaAgenteLocaldaInovao.

  • ANLISE DO GRAU DE INOVAO DA DIMENSO CLIENTES EM EMPRESAS DO RAMO

    DE ALIMENTAO DE CAMPO GRANDE/MS

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    AUTORA: MOREIRA, CAROLINA LEMOS OSADTCHUK ORIENTADORA: BORGES, CLAUDIA MOREIRA

    REFERNCIAS BACHMANN,Drian.L.;DESTEFANI,JullyHeverly.Metodologia para estimar o grau de inovao nas MPE.

    Curitiba: Bachmann & Associados, Pr. 2011

    BARROS,A.J.S.;LEHFELD,N.A.S.Fundamentos da Metodologia Cientfica. 3. ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

    BRANDO,Vladimir.et al. Brasil Inovador:odesafioempreendedor:40histriasdesucessodeempresasqueinvestem em inovao. Braslia: IEL, 2006. 160 p.

    BEUREN, I. M. Gerenciamento da Informao: um recurso estratgico no processo de gesto empresarial. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2000. 104 p.

    DUARTE,R.Pesquisa qualitativa:reflexessobreotrabalhodecampo.CadernodePesquisas,n.115,p139-154, mar. 2002.

    FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo Aurlio O Dicionrio da Lngua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999, p. 486.

    GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. So Paulo: Editora Atlas, 2010, p. 27.

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    LAKATOS,E.M.;MARCONI,M.A.Metodologia do trabalho cientfico: procedimentos bsicos, pesquisa bibliogrfica,projetoerelatrio,publicaesetrabalhoscientficos.7.ed.SoPaulo:Atlas,2009.

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    MBC/FINEP. Kit Metodolgico para a Inovao Empresarial. Braslia: MBC, 2008.

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    POSER, Denise von. Marketing de relacionamento: maior lucratividade para empresas vencedoras. Barueri , SP: Manole, 2005.

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    SEBRAE. Programa Agentes Locais de Inovao. Manual de Implantao. Verso 2011/08. ALI, SEBRAE DF, 2011.

    SEBRAE PR. Guia para Inovao: Instrumento de Orientao de aes para melhoria das dimenses da ino-vao. Curitiba, 2010.

    SEBRAE PR. Agentes Locais de Inovao: uma medida do progresso nas MPEs do Paran. Curitiba, 2010.

    SIMANTOB,Moyss;LIPPI,Roberta.Guia valor econmico de inovao nas empresas. So Paulo: Editora Globo, 2003, p. 12.

  • 36

    RESUMOA implementao de inovaes nos processos produtivos e a utilizao de diferentes prticas de gesto dentro das organizaes, como, por exemplo, as Boas Prticas de Fabricao, o Programa 5S e o Planejamento estratgico, influenciam positivamente no seu crescimento. Entre outros aspectos so capazes de reduzir custos de produo, agregar valor aos produtos atendendo assim, as necessidades e exigncias dos consumidores, alm de promover a satisfao dos colaboradores, o respeito aos aspectos ambientais e consequentemente aumentar a competitividade das empresas. Este artigo tem como objetivo apresentar a evoluo de 19 micro e pequenas empresas do setor de alimentos da regio meio-oeste do estado de Santa Catarina atendidas pelo programa Agentes Locais de Inovao/SC, no que se refere ao seu grau de inovao global e na inovao em processos, resultantes da adoo de novas prticas de gesto e implantao de melhorias incrementais nos processos produtivos. O grau de inovao global mdio das empresas avaliadas no momento inicial M0 foi de 2,0, j para o momento M2 a mdia do grau de inovao foi 3,0. As dimenses que apresentaram maior evoluo do momento M0 para o momento M2 so as dimenses Presena, Cadeia de Fornecimento, Processos e Relacionamento. E as maiores pontuaes so obtidas nas dimenses Plataforma e Marca, enquanto as dimenses Agregao de valor e Rede tiveram os menores resultados. Para a dimenso processos, no momento M2, a maior pontuao obtida foi 4 e a menor 2.

    PALAVRAS-CHAVE:Inovao. Processos. Prticas de gesto. Alimentos.

    A inovao voltada melhoria dos processos no setor de alimentos do meio-oeste catarinenseAUTORA: FR, LARISSA DA

    ORIENTADORA: BAARS, EDNA

    ABSTRACTThe implementation of innovations in productive processes and the use of different management practices within organizations, such as the Good Manufacturing Practices, the 5S Program and the Strategic Planning, has positive influences in the business growth. Among others aspects, theise activities are able to reduce production costs, add values to products thus meeting the consumers needs and requirements, besides promoting the employee satisfaction, the enforcement of environmental aspects and consequently, increase the competitiveness of these companies. The aim of this article is to show the evolution of 19 micro and small food enterprises from the Midwest region of the State of Santa Catarina, which were attended by the program Local Innovation Agents/SC, regarding to the global innovation degree and innovation on processes resulting from the adoption of new management practices and gains due to incremental improvements in the productive processes. The average of global innovation degree from the evaluated enterprises at the initial moment M0 was 2,0, for the moment M2 the average of innovation degree was 3,0. The dimensions which showed the highest evolution from the moment M0 to moment M2 were Presence, Supply Chain, Processes and Relationship. The highest score was obtained in the dimensions Platform and Brand, while the dimensions Adding Value and Network had the lowest results. For the dimension Processes, on the moment M2 the highest score obtained was 4 and the lowest was 2.

    KEYWORDS:Innovation. Processes. Management practices. Foods.

  • A INOVAO VOLTADA MELHORIA DOS PROCESSOS NO SETOR DE ALIMENTOS

    DO MEIO-OESTE CATARINENSE

    37

    AUTORA: FR, LARISSA DAORIENTADORA: BAARS, EDNA

    1. INTRODUOAtualmente,asorganizaes,sejamelasdepequeno,sejamelasdegrandeporte,vmobservandoumaumento

    gradativo na velocidade com que as mudanas no ramo industrial acontecem juntamente com o atendimento que promoverainovaonorepresentasomentebuscarodiferencial,masgarantirasobrevivnciaemumcenrioto competitivo.

    OManualdeOslodefineainovaocomoaimplementaodeumproduto,bemouservio,novoousignifica-tivamente melhorado, ou um processo, ou um novo mtodo de marketing, ou um novo mtodo organizacional nas prticasdenegcios,naorganizaodolocaldetrabalho,ounasrelaesexternas(OCDE,2006).

    A inovao nas indstrias alimentcias, tem se tornado cada vez mais importante, pois a busca melhorias por meio de mudanas nos processos e da adoo de novas prticas de gesto. Alm de serem capazes de aumentar aeficincia,minimizarociclodeproduo,reduzircustosemelhoraraqualidadedosprodutos,aindagarantemasegurana dos alimentos destinados aos consumidores.

    SegundoaPesquisaIndustrialdeInovaoTecnolgica(PINTEC),realizadapeloIBGEentreosanos2001e2003,Inovaotecnolgicadeprocessorefere-seaprocessotecnologicamentenovoousubstancialmenteaprimo-rado,queenvolveaintroduodenovatecnologiadeproduoousignificativamenteaperfeioada,assimcomode mtodos novos ou substancialmente aprimorados para manuseio e entrega de produtos (acondicionamento e preservao). Esses novos mtodos podem envolver mudanas nas mquinas e equipamentos e/ou na organizao produtiva(desdequeacompanhadasdemudanasnoprocessotcnicodetransformaodoproduto).

    Outraformadepromovermelhorianosprocessosdonegcioaadoodenovasprticaseferramentasdegesto e qualidade, tais como o Manual de Boas Prticas, o Programa 5S e o Planejamento Estratgico, alm da buscaporcertificaesdeprodutoseprocessoseapreocupaocomosaspectosambientaisedaadoodesoftwares de gesto.

    Inseridonestecontextodainovao,estoprogramaAgentesLocaisdeInovao(ALI),quetemporobjetivo,oportunizarodesenvolvimentocientficoetecnolgicopormeiodaatuaodosagentesALIemmicroepequenasempresassituadasnossetoreseregiesdefinidospeloProgramabemcomoincrementaracapacitaoprofissionaldos recursos humanos envolvidos.

    A metodologia de trabalho dos ALI est baseada na aplicao do diagnstico de mensurao do grau de Inova-oelaboradoporBACHMANNeDESTEFANI(2011),queconsideraasseguintesdimensesdainovao:Oferta,Plataforma,Marca,Clientes,Solues,Relacionamento,Agregaodevalor,Processos,Organizao,Cadeiadefornecimento,Presena,RedeeAmbinciainovadora.

    Na regio meio-oeste de Santa Catarina um dos segmentos de atuao do programa junto ao setor de ali-mentos e bebidas.

    De acordo com Sebrae (2010), o setor de alimentos representa uma importante base econmica para Santa Catarina. O somatrio das atividades de produo de alimentos e bebidas do setor primrio e secundrio, responde por 16% do Valor Adicionado Fiscal do estado.

  • 38

    Osetorindustrialdaregiomeio-oestedeSantaCatarinaestabeleceumafortesinergiacomaatividadeagrope-curiadaregio,cabendoassinalararepresentatividadedasempresaseempregosdossegmentosdefabricaodealimentos e bebidas, do setor madeireiro e o de produo de papel e embalagens de papel (SEBRAE, 2010).

    Diantedoexposto,oobjetivodestetrabalhoapresentaraevoluoglobalnograudeinovaoedadimensoprocessos, bem como os resultados obtidos pela interveno do Agente Local de Inovao em 19 micro e pequenas empresas do setor alimentcio do meio-oeste Catarinense.

  • A INOVAO VOLTADA MELHORIA DOS PROCESSOS NO SETOR DE ALIMENTOS

    DO MEIO-OESTE CATARINENSE

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    AUTORA: FR, LARISSA DAORIENTADORA: BAARS, EDNA

    2. REVISO DA LITERATURA2.1. INOVAO E SEUS CONCEITOS

    JosefhSchumpeterfoiumdospioneirosaconceituarotermoinovao.Oautordefendiaoentendimentodainovao como: a introduo de novos produtos, novos mtodos de produo, a abertura de novos mercados, a conquistadenovasfontesdefornecimentoeaadoodenovasformasdeorganizao(SCHUMPETER,1985).

    UmaimportanterefernciaatualparaadefiniodeinovaopodeserencontradanoManualdeOslo(OCDE,2005). Este documento publicado pela OCDE (Organizao para a cooperao e desenvolvimento econmico) tem por objetivo organizar e padronizar conceitos, metodologias e a construo de estatsticas e indicadores de pes-quisadeinovaonaindstria.Emsuaterceiraedioadotaaseguintedefinioparainovao:aimplementaodeumproduto,bemouservio,novo,ousignificativamentemelhorado,ouumprocesso,ouumnovomtododemarketing ou um novo mtodo organizacional nas prticas de negcios, na organizao do local de trabalho ou nasrelaesexternas.

    DeacordocomPeterDrucker(1991),ainovaomaisprodutivaumprodutoouserviodiferente,criandoumnovotipodesatisfao,emvezdeumasimplesmelhoria.

    SegundoTidd(et al 2008), inovao algo novo que agrega valor social ou riqueza. Muito mais do que um novo produto, algo de inovador pode estar por trs de tecnologias novas, novos processos operacionais, novas prticas mercadolgicas,pequenasmudanaseadaptaes.Enfimnovidadesque,deummodooudeoutro,geremumganho para quem as ps em prtica. Em termos econmicos: que gere lucro.

    2.2. INOVAO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

    Asmicroepequenasempresasdesempenhamumpapelfundamentalnageraodeempregoerenda,oqueas credencia como instrumentos indutores do desenvolvimento econmico. Inseridas em mercados cada vez mais competitivos e globalizados, as empresas de micro e pequeno porte dependem cada vez mais da capacitao tecnolgicaedageraodeinovaesparagarantirasuasobrevivnciaeoseusucesso(MAIA,2012).

    De acordo com Rothwell (1989) apud Maia (2012), as vantagens inovadoras das empresas de pequeno porte originam-sefundamentalmentedasdiferentesestruturasdegestoentreaspequenaseasgrandesempresas.Algunsautoresindicamqueasprincipaisdesvantagensinovadorasdasempresasdepequenoportereferem-seaoseutamanhoreduzido,escalaineficientedasoperaeseincapacidadedeofertarprodutosintegrados.

    Frenteaofenmenodaglobalizaoeconcorrnciaacirrada,asmicroempresasdealimentos,foramobrigadasaprocurarnovassoluesparacresceremanter-senomercado.DefatoestafoiaconclusoalcanadaporGalizzie Venturini (1996).

    O processo contnuo de inovao depender da criao e da renovao das vantagens competitivas por parte dasmicroempresas,comonoesforoporobterpeculiaridadesqueadistingamfavoravelmentedasdemais,porexemplo,custoepreomaisbaixo,melhorqualidade,menorlead-timeemaiorhabilidadedeserviraclientela,entreoutras(PORTER,2004).Asmicroempresasinovadorasacrescentamnovascaractersticasaseusprodutos,

  • 40

    buscamserasprimeirasaintroduziressasnovascaractersticasvaliosas.Essasestoentreasmaneirasmaisefi-cazesparacompetir(KOTLER,2000).

    Ainovaonosetoralimentcioenvolveumprocessocomplexodeinteraoqueligaasnecessidadesdocon-sumidorcomosnovosdesenvolvimentosdacinciaetecnologia(GALIZZI&VENTURINI,1996).

    2.3. INOVAO EM PROCESSOS

    Processossosequnciasdetarefas(ouatividades),que,aoseremexecutadas,transformaminsumosemumresultado com valor agregado. A inovao nesta dimenso pressupe a adoo de um processo novo ou o reprojeto deseusprocessosparabuscarmaioreficinciaouqualidade(SEBRAE,2010).

    Amelhoriadosprocessosconsisteemrealizaralteraesquebuscammaioreficincia,flexibilidade,qualidadeaos produtos, reduo de custos ou do tempo de produo. Isso pode ser conseguido com solues criadas in-ternamentepelaempresaoutrazidasdefora(concorrentes,fornecedores,etc.).Aseguirapresentam-sealgunsexemplosdeaesque,quandoexecutadas,proporcionaminovaesemprocessos.

    2.3.1. MUDANAS DE LAYOUT

    Oarranjofsico,queretratadopormeiodolayout,oplanejamentodoespaofsicoaserocupadoparaasoperaes do negcio, representa a melhor disposio possvel das mquinas e equipamentos, das mesas e mveis edetodososrecursosmateriaisaolongodoprocessodeproduo,paraimplement-loefacilit-lo.Emgeral,ofluxodotrabalhoquedeterminaqualomelhorarranjo(CHIAVENATO,2008).

    Um estudo cuidadoso do layoutdafbrica,quefaacomqueoarranjodosequipamentosedasreasdees-toqueobedeaconveninciadoprocessoprodutivo,podegarantiraboaprodutividadenaslinhasdeproduoe evitar o vai e vem de insumos, embalagens e produtos.

    2.3.2. REFORMA NAS INSTALAES

    Asreformasnasinstalaesparamelhoranailuminao(permitindomaioraproveitamentodaluznaturalereduo de custos com energia), no layout,ounaventilao,costumamtrazersensveisbenefciosparaaprodu-tividadeeeficinciadosprocessos.Almdeproporcionaremaoscolaboradoresmaiorconfortonoambientedetrabalho(CHIAVENATO,2008).

    2.3.3. AQUISIO OU SUBSTITUIO DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Com a elevada velocidade da evoluo tecnolgica, comum haver lucro com a substituio de mquinas, dispositivosouferramentasparaaproduoporequipamentosmaismodernos(CHIAVENATO,2008).

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    2.3.4. INFORMATIZAO

    Ainformatizaodasatividadesapresentaumatimarelaocusto/beneficioparaasempresasdequalquerporte,dadareduonocustodoscomputadoreseexistnciadeumgrandevolumedesoftwares gratuitos ou debaixocusto(CHIAVENATO,2008).

    2.4. A INOVAO E OS SISTEMAS DE GESTO

    Aproduodeprodutoseservioscomqualidadenoumatarefafcildeseralcanada.Faz-senecessrioo desenvolvimento e implantao de sistemas de gesto da qualidade nas organizaes, para que se garanta o comprometimentodetodoscomoobjetivodeconquistaraexcelncianosprocessoseprodutosdaempresa,possibilitando seu aprimoramento contnuo (OLIVEIRA, 2004).

    A seguir esto listadas algumas prticas de gesto indicadas por Oliveira (2004):

    Planejamento estratgico: Planejamento estratgico um processo que consiste na anlise sistemtica dospontosfortes(competncias)efracos(incompetnciasoupossibilidadesdemelhorias)daorganizao,edasoportunidadeseameaasdoambienteexterno,comoobjetivodeformular(formar)estratgiaseaes estratgicas com o intuito de aumentar a competitividade e seu grau de resolutividade ( alcanar porpartedasorganizaes,osdesafiosqueaelasocolocados).

    As declaraes de Misso e Viso so os primeiros passos de um processo de Planejamento Estratgico, do baseparaguiaronegcioeconstituem-seemumaaoefetivaparaamelhoriadagesto.

    Terceirizao:Aterceirizaoocorrequandoumaempresadecidetransferirparaoutraaproduodebensou de servios que anteriormente realizava com seus prprios recursos. portanto uma subcontratao. Comisso,aempresatransformaseuscustosfixosemcustosvariveis,liberandorecursosepessoas,espaoeadministrao(CHIAVENATO,2008).

    Programa 5S: O 5S uma metodologia de origem japonesa composta de cinco princpios, cujas palavras iniciamcomaletraS.Opropsitodametodologiamelhoraraeficinciapormeiodadestinaoadequadademateriais,especialmenteosdesnecessrios,organizao,limpezaeidentificaodemateriaiseespaoseamanutenoemelhoriadoprprio5S.Almdisso,ametodologia5Strazoutrosbenefcios,como:maiorprodutividade, melhor aproveitamento de materiais, melhoria da qualidade de produtos e servios, menos acidentesdetrabalhoeumambientedemaiorsatisfao.

    Manual de Boas Prticas: O Manual de Boas Prticas e os Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) so documentos nos quais esto descritas as atividades e procedimentos que as empresas que produzem, manipulam, transportam, armazenam ou comercializam alimentos adotam para garantir que os alimentos produzidos tenham segurana e qualidade sanitria aos seus consumidores e para atender a legislao sanitriafederalemvigor.

  • 42

    2.5. O PROJETO AGENTES LOCAIS DE INOVAO

    O Sistema Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas Sebrae desenvolveu, em parceria com o Conselho NacionaldeDesenvolvimentoCientficoeTecnolgicoCNPq,oProgramachamadoAgentesLocaisdeInovao(ALI).Oobjetivodeste,noEstadodeSantaCatarinaoportunizarodesenvolvimentocientficoetecnolgicopormeiodaatuaodosALIemmicroepequenasempresassituadasnossetoreseregiesdefinidospeloProgramabemcomoincrementaracapacitaoprofissionaldosrecursoshumanosenvolvidos.

    OprojetoALIrepresentaumesforoparaofereceraosmicroepequenosempresriosoacessoaconhecimentoserecursosquefacilitemainstalaodeprocessosdeinovaoquecontribuamparaoaumentodacompetitividadedasempresas.Paraisso,profissionaisrecm-formadosforamtreinadosnosconceitosdeinovao,emferramentasvoltadasparaabuscadesoluesinovadorasenainformaosobreentidadesefacilidadesquepodemcontribuirpara alavancar a inovao nas MPE (SEBRAE, 2009).

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    3. DESENVOLVIMENTO

    3.1. MTODO DA PESQUISA

    Este artigo apresenta uma abordagem qualitativa. De acordo com Dias (1999), a pesquisa qualitativa caracte-riza-se,principalmente,pelaausnciademedidasnumricaseanlisesestatsticas,examinandoaspectosmaisprofundosesubjetivosdotemaemestudo.Deumaformageral,osmtodosqualitativossomenosestrutura-dos,proporcionamumrelacionamentomaislongoeflexvel,entreopesquisadoreosentrevistados,elidamcominformaesmaissubjetivas,amplasecommaiorriquezadedetalhesdoqueosmtodosquantitativos.

    3.2. EMPRESAS ANALISADAS

    Foram analisadas, no perodo de outubro de 2011 a agosto de 2013, 19 indstrias do segmento Alimentos e Bebidas, devidamente registradas com CNPJ ativo e enquadradas no Estatuto da Lei Geral - LC n 123/2006 da regiomeio-oestedoestadodeSantaCatarina,localizadasespecificamentenascidadesdeCatanduvas,PinheiroPreto,Tangar,Lacerdpolis,TrezeTlias,OuroeIbicar.

    Asempresasanalisadassodemicroepequenoporte,conformedistribuioaseguir.

    Tabela 1 Distribuio das Empresas por Porte

    PORTE QUANTIDADE PERCENTUAL

    Microempresa 10 52,6

    Pequena 9 47,4

    Fonte: Autora, 2013

    Aamostraincluiinformaescorrespondentesadiferentessegmentosindustriais,conformetabelaabaixo.

    Tabela 2 Descrio da Amostra

    SEGMENTO INDUSTRIAL NMERO DE EMPRESAS

    Ervateria 6

    Vincola 4

    Fabricao de sucos 3

    Frigorfico 3

    Laticnio 1

    Fabricao de chocolates 1

    Fonte: Autora, 2013

  • 44

    Pode-se observar que mesmo que todas as empresas estejam no setor de alimentos, possuem caractersticas bastantedistintasepeculiares.Paratanto,houvenecessidadedeumapesquisaadicional,parafornecerinforma-es procedentes a cada segmento setorial.

    3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

    A metodologia consiste na aplicao pelo Agente Local de Inovao do diagnstico de mensurao do grau de inovaoformadoportrezedimensesquetotalizamquarentaeduasquestesobjetivas.

    Aaplicaododiagnsticoaconteceemtrsmomentos:

    Momento M0:quandooALIiniciaoatendimentoaempresa;

    Momento M1:realizadoemmdiaaps1anodeacompanhamentoALInaempresa;

    Momento M2:aofinaldoprograma,apsumperododeaproximadamente2anosdeacompanhamentoALI.

    OquestionriocompreendeasinformaesquepermitemcalcularoGraudeInovaodaempresa.Paraoitemqueapresentatrsafirmaes,devesermarcadaapenasumaresposta.Demodogeral,asquestesapresentamasseguintesalternativas:(5)sistemticaoucomum,(3)Fazocasionalmente,(1)Nofaz/notem.

    Asdimensesdoestudosoasseguintes:Oferta,Plataforma,Marca,Clientes,Solues,Relacionamento,Agregaodevalor,Processos,Organizao,Cadeiadefornecimento,Presena,Rede,Ambinciainovadora.

    Onmeroqueidentificaograudeinovaoglobaldaempresaconseguidopelasomatotaldapontuaoobtida dividido por 42 (nmero total de questes).

    Oconhecimentodapontuao,emcadaumadasdimenses,tambmseconstituiemferramentadediag-nstico,poispermiteidentificarondeestoospontosfortesefracosdaorganizaoavaliada(BACHMANNeDESTEFANI,2011).

    3.4. DIMENSO PROCESSOS

    EstetrabalhoapresentadetalhadamenteaanliseespecficadadimensoProcessosdogrficoRadardaIno-vao para as 19 empresas analisadas.

    Estadimensorefere-sesconfiguraesdasatividadesusadasnaconduodasoperaesinternasempresa.Ainovao,nestadimenso,pressupeoreprojetodeseusprocessosparabuscarmaioreficincia,maiorqualidadeouumtempoderesposta(tempodeciclo)menoravaliada(BACHMANNeDESTEFANI,2011).

    Foram consideradas as seguintes questes para avaliar esta dimenso:

    Questo 1: Aempresaalterouseusprocessosparaobtermaioreficincia,qualidade,flexibilidadeoumenorciclo de produo?

    Questo 2: Aempresaadotoualgumanovaprticadegesto(GQT,SCM,PNQ,JustinTime, reengenharia, Manual de Boas Prticas, CRM, Planejamento estratgico, Benchmarking, Segmentao de consumidores, Declaraes de misso e viso, Pesquisas com clientes, Balanced Scorecard etc.)?

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    Questo 3: Aempresarecebeualgumanovacertificaodeprocesso(ISO9001,ISO14001,OHSAS18001,SA8001etc)oudeproduto(ABNT,Produtoorgnicoetc.)?

    Questo 4: Aempresaadotououatualizoualgumsoftwareparaagestoadministrativaoudaproduo?

    Questo 5:Aempresamodificoualguminsumoouprocessodevidoaaspectosambientais(ecolgicos)?

    Questo 6: A empresa alterou a destinao de seus resduos, visando menor impacto ambiental ou bene-fciosparaterceiros?

  • 46

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    4.1. GRAU DE INOVAO GLOBAL

    OsdadoscoletadosduranteaaplicaodosdiagnsticosnosdiferentesmomentosdoacompanhamentoALInasempresas,resultaramnoGrfico1,quedemonstraaevoluonograudeinovaoglobalobtidoemcadaumadasempresasanalisadas.Cadaempresaestrepresentadaporumaletradoalfabetoparapreservarsuaidentidade.

    Grfico 1 Comparativo do Grau de inovao global do momento M0 para o Momento M2 das 19 empresas analisadas

    5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0

    AB

    D

    C

    E

    F

    G

    H

    J

    I

    K

    L

    N

    M

    O

    p

    Q

    R

    S

    Momento M2

    Momento M0

    Elaborao: a Autora, 2013

    OgraudeinovaoglobalmdiodasempresasavaliadasnomomentoinicialM0foide2,0, j para o momento M2amdiadograudeinovaofoi3,0. Como o valor da escala vai de 1 a 5, o grau de inovao obtido no momen-tofinalM2indicaqueamaioriadestasempresasfazinovaesincrementaisetrabalhatemascomo:qualidade,certificao,normalizao,exportaoedesign.

    Dentre as empresas da amostra, duas apresentaram um grau de inovao acima de 4, como essas so as que maisseaproximamde5pode-seafirmarquesoempresascomculturainovadora,focadaseminovaes,P&Deexportao.

    Analisandoestesresultados,percebe-seapreocupaoeefetivaimplantaodeaesporpartedasempresas,visando ao crescimento.

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    4.2 . GRA