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Técnico em Logística Artur Paiva 2014 Saúde e Segurança

Caderno de Logística ( Saúde e Segurança)

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  • Tcnico em Logstica

    Artur Paiva

    2014

    Sade e Segurana

  • Presidenta da Repblica Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da Repblica Michel Temer Ministro da Educao Jos Henrique Paim Fernandes Secretrio de Educao Profissional e Tecnolgica Alssio Trindade de Barros Diretor de Integrao das Redes Marcelo Machado Feres Coordenao Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Aras Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto Csar Gonalves

    Governador do Estado de Pernambuco Joo Soares Lyra Neto

    Secretrio de Educao e Esportes de

    Pernambuco Jos Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

    Secretrio Executivo de Educao Profissional

    Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

    Gerente Geral de Educao Profissional Josefa Rita de Cssia Lima Serafim

    Coordenador de Educao a Distncia

    George Bento Catunda

    Coordenao do Curso Maria Helena Cavalcanti

    Coordenao de Design Instrucional

    Diogo Galvo

    Reviso de Lngua Portuguesa Eliane Azevdo

    Diagramao

    Klbia Carvalho

  • INTRODUO ............................................................................................................................ 3

    1. COMPETNCIA 01 | ENTENDER OS ACIDENTES DE TRABALHO SOB OS ASPECTOS LEGAIS E

    PREVENCIONISTAS .................................................................................................................... 7

    1.1. Breve Histrico sobre Segurana no Trabalho ...................................................... 7

    1.2. Acidente no Trabalho Lei N 8213 ..................................................................... 9

    1.2.1 Conceitos ........................................................................................................... 10

    1.2.2 Tipos de Acidentes ............................................................................................ 11

    1.2.3 Causas de Acidentes .......................................................................................... 12

    1.2.4 Considera-se Acidente do Trabalho Art. 20 da Lei n 8.213 .......................... 12

    1.2.5 No Considerado como Doena do Trabalho Art. 20, $1 da Lei n 8.213: 13

    1.2.6 Equiparao a Acidente do Trabalho Art. 21 da Lei n 8.213: ....................... 14

    1.2.7 Comunicao do Acidente - CAT Art. 22 da Lei n 8.213 ............................... 16

    1.2.8 Dia do Acidente Art. 23 da Lei n 8.213 ......................................................... 17

    1.3 Equipamento de Proteo Coletiva (EPC) e Individual (EPI) ................................ 18

    1.3.1 Equipamento de Proteo Coletiva - EPC ......................................................... 18

    1.3.2. Equipamento de Proteo Individual NR-6 ................................................... 20

    2. COMPETNCIA 02 | CONHECER AS ATIVIDADES PERIGOSAS E INSALUBRES, BEM COMO

    COMPREENDER A IMPORTNCIA DO SESMT E DA CIPA PARA A GESTO DE SEGURANA E

    SADE NO TRABALHO. ........................................................................................................... 23

    2.1 Atividades e Operaes Insalubres e Perigosas ................................................... 23

    2.1.1 Insalubridade ..................................................................................................... 23

    2.1.2 Periculosidade ................................................................................................... 24

    2.1.3 Do Laudo Tcnico Pericial de Insalubridade/Periculosidade ............................ 25

    2.2 Comisso Interna de Acidentes do Trabalho CIPA NR 5 .............................. 25

    2.2.1 Composio ....................................................................................................... 26

    2.2.2 Atribuies dos Cipeiros .................................................................................... 27

    2.2.3 Do Funcionamento ............................................................................................ 28

    2.3. Servio de Engenharia, Segurana e Medicina do Trabalho - SESMT ................. 29

    2.3.1 Dimensionamento e Composio ..................................................................... 29

    2.3.2 Atribuies e Competncias dos Profissionais do SESMT ................................. 31

    2.4. Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional PCMSO ....................... 32

    2.4.1. Exames Mdicos Obrigatrios para as Empresas............................................. 32

    Sumrio

  • 2.4.2. Das Diretrizes e Responsabilidades .................................................................. 34

    2.4.3. Do Relatrio ..................................................................................................... 35

    2.5. Preveno de Riscos Ambientais ......................................................................... 35

    2.5.1. Conceito ........................................................................................................... 36

    2.5.2. Tipos de Riscos Ambientais .............................................................................. 36

    2.6. Programa de Preveno de Riscos Ambientais PPRA ....................................... 37

    2.6.1 Estrutura Mnima de um PPRA .......................................................................... 38

    2.6.2. Desenvolvimento do PPRA ............................................................................... 38

    2.6.3. Competncia para Elaborar o PPRA ................................................................. 39

    2.6.4. Responsabilidades do Empregador e dos Trabalhadores ............................... 39

    CONCLUSO ........................................................................................................................... 40

    REFERNCIAS .......................................................................................................................... 41

  • 3

    Sade e Segurana

    INTRODUO

    Prezado cursista,

    Caminhar neste vasto campo da Segurana do Trabalho perseguindo

    resultados satisfatrios no desenvolvimento do trabalho, tanto pelas

    condies seguras do ambiente quanto pelas atitudes seguras do trabalhador,

    necessita naturalmente de um conjunto de conhecimentos que interligados

    proporcionam ao profissional de Logstica a preparao adequada, para

    atuao frente ao mercado de trabalho.

    Dessa forma, a disciplina de Sade e Segurana pretende trazer contedos

    voltados compreenso da legislao no que diz respeito aos acidentes do

    trabalho, bem assim a estrutura que deve ter a empresa quanto aos servios e

    organizao dos trabalhadores na garantia da sade ocupacional, preveno

    aos riscos ambientais, insalubridade e periculosidade, culminando com os

    programas de preveno a acidentes e aos riscos de acidentes no ambiente

    laboral.

    A legislao apresenta obrigaes tanto relacionadas aos trabalhadores como

    s empresas. Determinam-se condutas, procedimentos e providncias

    estruturais que devem ser atendidas, cujo objetivo garantir segurana,

    conforto e a incolumidade do trabalhador no desenvolvimento de suas

    atividades, evitando-se acidentes e reduo de capacidade produtiva,

    garantindo a sustentabilidade da empresa e sua manuteno no mercado.

    A Sade e Segurana se ocupam com as condies mnimas no ambiente de

    trabalho e do prprio trabalhador para que este possa atuar exercendo sua

    atividade produtiva num ambiente saudvel.

    Dessa forma, na disciplina a ser estudada neste mdulo do Curso de Tcnico

    em Logstica, ser proporcionado a voc, caro cursista, um aprendizado sobre

    as normas legais e procedimentos que atuam no campo da segurana e sade

  • 4

    Tcnico em Logstica

    no meio ambiente do trabalho e, a sua importncia para garantir a proteo

    do trabalhador e a continuidade da atividade produtiva.

    Pretende-se que ao final da disciplina o cursista possa entender, compreender

    e identificar os princpios e exigibilidades legais sobre as atividades

    laborativas, bem assim a obrigatoriedade de implantao, desenvolvimento e

    manuteno de programas de sade, segurana e preveno de riscos

    ambientais nas empresas.

    O esforo pessoal, a dedicao e a vontade de obter xito profissional sero

    os valores determinantes do seu sucesso. Lembre-se sempre disto.

    Voc j parou para pensar no que iremos estudar nesta nossa disciplina?

    Sem duvida, voc sabe que o xito de qualquer atividade empresarial

    diretamente proporcional ao fato de manter a sua pea fundamental - o

    trabalhador - em timas condies de sade. As atividades laborativas

    nasceram com o homem e se mantm pela sua capacidade de raciocnio e de

    criao, seja pelas novas tcnicas seja pelas tecnologias descobertas e

    implementadas.

    Voc tem acompanhado o desenvolvimento social e econmico que vem

    passando e transformando a nossa sociedade. A Segurana e a Sade do

    trabalhador, no s no ambiente laboral como em qualquer ambiente, vem

    assumindo um papel muito importante no contexto desenvolvimentista que

    se encontra o Brasil.

    Note que a legislao trabalhista est cada vez mais preocupada em garantir a

    tranquilidade e a dignidade do trabalhador e do trabalho. Vm se

    aprimorando ao longo dos ltimos anos de forma a exigir responsabilidades e

    envolvimento, no s do empregado, mas tambm do empregador, da

    sociedade e dos rgos vinculados atividade laboral.

  • 5

    Sade e Segurana

    Neste lume, percebemos que a formao de profissionais nas diversas reas

    de atuao tambm assume um papel importante quanto responsabilidade

    de garantir um conhecimento compatvel s exigibilidades de cada atividade,

    seja na indstria, no comrcio ou na execuo de qualquer labor, primando

    pela qualidade, eficincia e efetividade.

    Caro cursista, voc perceber que este fascculo busca trazer conhecimentos

    importantes, criando-lhe expertises quanto sade e a segurana do e no

    trabalho, tomando por base a legislao brasileira, principalmente nas

    Normas Regulamentadoras (NRs) emanadas pelo Ministrio do Trabalho e

    Emprego (MTE), e a doutrina, que diversos autores nos ensinam sobre o

    assunto.

    Voc tem conhecimento, ao certo, que existe a Consolidao das Leis

    Trabalhistas - CLT que do ponto de vista da Segurana e Medicina no Trabalho

    dedicou um capitulo, preocupando-se com os fatos que interrompam o

    processo produtivo, sem se ater ao resultado, se dele adviro prejuzos,

    perdas humanas ou materiais.

    Verificaremos que a CLT, dentre tantas recomendaes e exigncias, traz

    consigo a obrigatoriedade para as empresas cumprirem e, dentre elas est

    constituio da CIPA, criao do SESMT e garantir ao trabalhador os EPIs

    necessrios ao desempenho das atividades do trabalhador, buscando sempre

    preservar a sua Sade e Segurana, evitando-se os acidentes.

    Prezado cursista, voc vai perceber que a empresa deve proceder, de forma

    frequente e sistemtica com: os exames mdicos peridicos, admissional e

    demissional; deve tambm apresentar requisitos tcnicos para a segurana de

    trabalhadores em edificaes, iluminao, conforto trmico, instalaes

    eltricas; deve ofertar treinamento e inspeo de condutas de

    armazenamento, movimentao e manuseio de materiais nos locais de

    trabalho, das mquinas e equipamentos utilizados pelos colaboradores;

    regular e acompanhar as atividades insalubres ou perigosas, bem assim as

  • 6

    Tcnico em Logstica

    medidas especiais de proteo e penalidades no dizer de CARRION, p. 171,

    2006.

    Assim sendo, logo na 1 competncia o cursista ter oportunidade de

    conhecer o contexto histrico da Sade e Segurana no trabalho. Assim

    poder conceituar, identificar e caracterizar um acidente do trabalho e

    entender a importncia dos equipamentos de proteo coletiva e individual.

    Logo adiante vamos estudar, na 2 Competncia, as atividades insalubres e

    perigosas sua legislao pertinente, conceito e caracterizao. Tambm,

    conheceremos a CIPA Comisso Interna de Preveno de Acidentes, sua

    composio e atribuies e os Programas de Gesto de Segurana e Sade

    previstos na CLT e na NR-6, no que diz respeito ao Programa de Preveno de

    Riscos Ambientais PPRA, desaguando na NR-7 que trata do Programa de

    Controle Mdico de Sade Ocupacional PCMSO.

    Juntos haveremos de chegar a um melhor lugar!

    Seja bem-vindo!

  • 7

    Sade e Segurana

    Competncia 01

    1. COMPETNCIA 01 | ENTENDER OS ACIDENTES DE TRABALHO

    SOB OS ASPECTOS LEGAIS E PREVENCIONISTAS

    1.1. Breve Histrico sobre Segurana no Trabalho

    Vamos viajar um pouco na histria?

    Ao buscarmos os escritos histricos, vamos encontrar logo ao incio, o papiro

    Anastacius V, egpcio, como o mais antigo documento a registrar a

    preocupao com a segurana do trabalho. Neste escrito se fala acerca da

    preservao da sade e da vida do trabalhador, descrevendo as condies de

    trabalho de um pedreiro. Interessante que, tambm no Egito, no ano 2360

    a.C., uma insurreio geral dos trabalhadores, deflagrada nas minas de cobre,

    evidenciou ao Fara a necessidade de melhorar as condies de vida dos

    escravos. Veja que j naquele tempo a preocupao chegava ao poder

    constitudo o Fara.

    Ento: Qual o documento mais antigo, que se tem conhecimento, sobre a

    Segurana do Trabalhador?

    Voc sabia que foi em Roma que o Imprio desenvolveu estudos sobre a

    proteo mdico-legal dos trabalhadores e publicou leis para sua garantia?

    Tambm nesta poca, pela primeira vez foi recomendado o uso de mscaras

    para evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metlicas, sendo assim,

    este povo, foi o primeiro a pensar em medidas de preveno de acidentes.

    Indicam-nos os livros que foi na idade mdia o surgimento das primeiras

    determinaes aos fabricantes para a adoo de medidas de higiene do

    trabalho. Na idade renascentista as informaes sobre doenas profissionais,

    levantadas pelas associaes de trabalhadores da poca, influenciaram

    bastante o desenvolvimento e implantao do pensamento de segurana do

    trabalho.

  • 8

    Tcnico em Logstica

    Competncia 01

    Com o advento da OIT (Organizao Internacional do Trabalho) nos idos de

    1919, surge nos Estados Unidos a sistematizao dos procedimentos

    preventivos no incio do sculo XX. Na frica, sia, Austrlia e Amrica Latina

    surgem os comits de segurana e higiene, com polticas pblicas afirmativas

    a partir do movimento e presso dos trabalhadores e suas associaes.

    Agora, com certeza, voc se pergunta: e no Brasil como se deu esta

    evoluo?

    Vamos ver?

    Em nosso pas, a legislao sobre acidentes de trabalho sofreu importantes

    modificaes ao longo dos anos. A primeira lei a respeito surgiu em 1919, o

    Decreto-Lei n 3724. Este decreto trata sobre acidente de trabalho, trazendo

    o conceito de risco profissional sendo este entendido como um risco natural

    atividade profissional exercida. Essa legislao previa a comunicao do

    acidente de trabalho autoridade policial e o pagamento de indenizao ao

    trabalhador ou sua famlia, calculada de acordo com a gravidade das

    sequelas do acidente. Momentos depois, pelo Decreto-Lei 7.036 transfere-se

    s autoridades do Ministrio do Trabalho a incumbncia de fiscalizar os

    Acidentes do Trabalho.

    Em 1943 com o advento da CLT, Consolidao das Leis do Trabalho, cujo

    captulo V refere-se Segurana e Medicina do Trabalho, as relaes

    trabalhistas passam a ser melhor tuteladas no campo prevencionista.

    As Comisses Internas de Preveno de Acidentes CIPAs surgem em 1953

    atravs da Portaria 155 que regulamenta, organiza e estabelece normas para

    o funcionamento destas. Somente em 1968 que as CIPAs passam a ser

    exigveis nas empresas.

    E no fala a legislao sobre os equipamentos de proteo individual?

  • 9

    Sade e Segurana

    Competncia 01

    Fala sim.

    Com a lei anterior (Decreto-Lei n 3724) trazendo alguns entraves e dvidas,

    ao longo do tempo foram surgindo diversas modificaes no que diz respeito

    legislao que trata da sade e da segurana do trabalhador. No ano de

    1967 surge finalmente uma legislao especifica sobre acidente do trabalho, a

    Lei 5.136 que regulamenta o seguro de acidente de trabalho e em 1991

    surge a Lei n 8.213 que dispe sobre os Planos de Benefcios da Previdncia

    Social, falando e conceituando acidente do trabalho.

    A partir de ento, a legislao brasileira tem se preocupado com a sade e a

    segurana, no s do trabalhador, mas tambm daqueles que frequentam um

    ambiente laboral. Temos, portanto, Portarias, Instrues Normativas, Normas

    Regulamentadoras, etc., que no s atentam para as questes de uso e

    obrigatoriedade do EPI, bem como se preocupam com as atividades

    insalubres e perigosas, o conforto ambiental e regras de segurana estrutural

    da edificao e preveno de incndios.

    O Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) o responsvel pela regulao

    atravs de Normas Regulamentadoras (NRs) dos diversos assuntos que

    afetam o trabalhador e, nelas o rgo apresenta condutas a serem seguidas e

    as providncias que devem ser implantadas no ambiente laboral.

    O MTE j emitiu 36 NRs. Para o nosso estudo, trataremos especialmente das

    NR-4 (SESMT); NR-5 (CIPA); NR-6 (EPI); NR-7 (PCMSO) e NR-9 (PPRA).

    1.2. Acidente no Trabalho Lei N 8213

    Caro Cursista, at ento vimos alguns aspectos histricos da segurana do

    trabalhador. Comearemos a partir de ento a conversarmos sobre o acidente

    do trabalho.

  • 10

    Tcnico em Logstica

    Competncia 01

    1.2.1 Conceitos

    a) Legal

    Segundo o art. 19 da Lei n 8213 ACIDENTE DO TRABALHO - o que ocorre

    pelo exerccio do trabalho a servio da empresa ou pelo exerccio do trabalho

    dos segurados previdencirios, provocando leso corporal ou perturbao

    funcional que cause a morte, a perda ou reduo permanente ou temporria,

    da capacidade para o trabalho.

    Note: necessrio que o acidente tenha relao com o trabalho, quer seja no

    local de trabalho (na empresa) quer seja em qualquer outro local e neste caso

    que o trabalhador esteja a servio da empresa.

    Vamos pensar um pouco?

    Se o trabalhador que faz sua refeio no local de trabalho sofre um acidente,

    ou quando ele vai fazer necessidades fisiolgicas sofre uma leso, podem ser

    estes casos considerados acidentes do trabalho?

    Nesses casos, a lei diz que: Se o acidente ocorreu no local e horrio de

    trabalho acidente do trabalho tpico. Portanto, se o trabalhador est no

    local de trabalho no horrio de descanso e refeio e vier a sofrer um

    acidente, este acidente do trabalho.

    E, se este acidente ocorreu no restaurante que fica ao lado da empresa, no

    horrio destinado a refeio e descanso entre um expediente e outro,

    tambm ser considerado como acidente do trabalho?

    O que voc acha?

    Nesse caso, a lei no entende como acidente do trabalho.

  • 11

    Sade e Segurana

    Competncia 01

    Agora, voc poderia afirmar: S acidente do trabalho aquele que decorrer

    leso? E esta tem que ter acontecido no ambiente (local) e horrio de

    trabalho?

    No! Acompanhe os estudos a seguir e voc descobrir.

    b) Prevencionista

    Uma ocorrncia no programada, esperada ou no, que interrompe ou

    interfere no processo normal de uma atividade ocasionando perda de tempo

    e/ou leses nos trabalhadores e/ou danos materiais.

    1.2.2 Tipos de Acidentes

    Diversos so os tipos de acidentes, uma vez que vrios autores apresentam

    classificaes que ora inclinam para a mesma direo, ora divergem. Assim,

    prefere-se atentar para a classificao do Ministrio do Trabalho, atravs do

    Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Vejamos:

    a) Acidentes Tpicos So os acidentes decorrentes da caracterstica da

    atividade profissional desempenhada pelo acidentado. So aqueles que

    ocorrem no pleno exerccio da atividade laboral, tambm conhecidos como

    acidentes no exerccio do trabalho.

    b) Acidentes de Trajeto - So os acidentes ocorridos com o trabalhador no

    trajeto entre a residncia e o local de trabalho e vice-versa.

    c) Doena Profissional - aquela produzida ou desencadeada pelo exerccio

    do trabalho. (Ex: silicose - doena pulmonar frequente em mineiros de

    carvo).

    d) Doena do Trabalho - aquela adquirida ou desencadeada em funo de

    condies especiais em que o trabalho realizado e com ele se relacione

    diretamente.

  • 12

    Tcnico em Logstica

    Competncia 01

    1.2.3 Causas de Acidentes

    Os acidentes do trabalho decorrem basicamente de trs causas primrias:

    a) Atos Inseguros - So fatores de comportamento do trabalhador, atos

    praticados por negligncia, imprudncia ou impercia, por vezes contrariando

    normas, ordens ou recomendaes de segurana.

    b) Condies Inseguras - So fatores diretamente ligados ao ambiente

    laboral ou decorrentes de equipamento com deficincias, defeitos,

    irregularidades tcnicas do ambiente de trabalho que podem ocasionar um

    acidente. (ex.: escada sem corrimo, piso escorregadio etc.).

    c) Fatores Pessoais de Insegurana - So fatores ligados ao estado fsico e

    emocional do trabalhador, que podem interferir na atividade em

    desenvolvimento. (ex.: instabilidade emocional, falta de coordenao motora

    etc.).

    1.2.4 Considera-se Acidente do Trabalho Art. 20 da Lei n 8.213

    a) Doena Profissional - assim entendida a produzida ou desencadeada pelo

    exerccio do trabalho peculiar a determinada atividade constante da

    respectiva relao elaborada pelo Ministrio da Previdncia Social.

    Observe que h a necessidade de que seja atestada a doena por mdico e

    que esta esteja no rol de doenas profissional afixadas pela Previdncia Social.

    Esta doena, normalmente, decorrente dos riscos ambientais (fsicos,

    qumicos, biolgicos e ergonmicos), onde as condies de trabalho que a

    determinam extrapolam os limites tolerveis do corpo humano. Ex. Bissinose

    (trabalho com algodo), Siderose (limalhas e partculas de ferro), Asbestose

    (trabalho com amianto) alm de dermatites.

    ASBESTOSE: www.infoescola.com/doencas/as

    bestose/

    SIDEROSE: www.infoescola.com/doencas/sid

    erose/

    BISSINOSE http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual

    _merck/ secao_04/

    cap_038.html

  • 13

    Sade e Segurana

    Competncia 01

    b) Doena do Trabalho - assim entendida, adquirida ou desencadeada em

    funo de condies especiais em que o trabalho realizado e com ele se

    relacione diretamente, constante da respectiva relao elaborada pelo

    Ministrio da Previdncia Social.

    Detalhe: A doena do trabalho tem que ter relao direta com as condies

    especiais em que o trabalho realizado e estar no rol da Previdncia. Ex. LER

    (Leso por Esforo Repetitivo), Desacusia Ocupacional ou PAIR (Perda Auditiva

    Induzida por Rudo Ocupacional), stress, etc.

    Voc poderia ento estabelecer a diferena entre Doena Profissional e

    Doena do Trabalho?

    Tente fazer com suas prprias palavras. Este um bom tema para discutirmos

    no frum por exemplo.

    1.2.5 No Considerado como Doena do Trabalho Art. 20, $1 da Lei n

    8.213:

    a) Doena Degenerativa So aquelas que provocam algum tipo de

    alterao no funcionamento do rgo, tecido ou clula do corpo humano,

    podendo aparecer por infeco, tumor, inflamao. Ex. cncer, glaucoma,

    esclerose, doenas cardacas.

    b) Doena do Grupo Etrio doena de Parkinson, doena de Alzheimer.

    c) Doena que no Produz a Incapacidade Laborativa sinusite, gripe,

    resfriado.

    d) Doena Endmica Adquirida por segurado habitante de regio em que ela

    se desenvolva, salvo comprovao de que resultante de exposio ou

    contato direto determinado pela natureza do trabalho. Ex. a malria

    adquirida pelo trabalhador em cuja regio que habita uma doena

    endmica, para que seja considerada doena do trabalho se faz necessria

    comprovao mdica determinando causa e efeito com o ambiente laboral.

    PAIR -

    http://wwwp. feb.unesp.br/

    jcandido/ acustica/Textos/OS_608.html

  • 14

    Tcnico em Logstica

    Competncia 01

    Ento o nobre Cursista diria:

    O trabalhador que exerce suas funes numa regio propcia malria, como

    na Amaznia, se vier a contrair esta doena no configurar doena do

    trabalho ou profissional.

    P E R F E I T O! A Lei no reconhece se no for atestado por um mdico,

    declarando causa e efeito com o ambiente laboral.

    1.2.6 Equiparao a Acidente do Trabalho Art. 21 da Lei n 8.213:

    a) O acidente ligado ao trabalho que, embora no tenha sido a causa nica,

    haja contribudo diretamente para a morte do segurado, para reduo ou

    perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido leso que exija

    ateno mdica para a sua recuperao;

    NOTE: necessrio que o acidente, mesmo no sendo causa nica do

    resultado, tenha contribudo diretamente. Ex. O Trabalhador sofreu um

    acidente que provocou um corte profundo no brao sendo este socorrido ao

    hospital em tempo hbil de reabilitar o membro. Contudo passados 30 dias de

    recuperao, retornou ao hospital e teve seu brao amputado por uma

    infeco.

    b) O acidente sofrido pelo segurado no local e no horrio do trabalho, em

    consequncia de:

    Ato de agresso, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou

    companheiro de trabalho;

    Ofensa fsica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa

    relacionada ao trabalho.

    O que caracteriza este item a disputa relacionada ao trabalho

  • 15

    Sade e Segurana

    Competncia 01

    Ato de imprudncia, de negligncia ou de impercia de terceiro ou de

    companheiro de trabalho;

    Ato de pessoa privada do uso da razo.

    O que caracteriza a pessoa agressora estar privada da razo (o totalmente

    incapaz);

    Desabamento, inundao, incndio e outros casos fortuitos ou

    decorrentes de fora maior.

    Estes eventos sendo na residncia ou qualquer outro local que no seja o de

    trabalho, no caracteriza nem equipara o acidente ao de trabalho.

    Observao:

    Se todas estas causas de acidente no forem cometidas contra o trabalhador

    no local de trabalho e, o mais importante, no horrio de trabalho, no ser

    equiparado a acidente do trabalho.

    A doena proveniente de contaminao acidental do empregado no

    exerccio de sua atividade;

    Acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horrio de

    trabalho:

    Na execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da

    empresa.

    Neste caso, o trabalhador realiza servio determinado pela empresa em local

    diverso. Ex. Realiza a instalao de antena de recepo e transmisso de

    dados na residncia de um cliente e vem a sofrer um acidente. Equipara-se a

    acidente do trabalho.

  • 16

    Tcnico em Logstica

    Competncia 01

    A prestao espontnea de qualquer servio empresa para lhe evitar

    prejuzo ou proporcionar proveito;

    O trabalhador sem determinao da Empresa ou ordem de seu superior

    realiza servio, para evitar prejuzo empresa ou para fazer com que ela

    venha a ter lucro, vem a sofrer acidente. Este equiparado a acidente do

    trabalho.

    Em viagem a servio da empresa, inclusive para estudo quando financiada

    por esta dentro de seus planos para melhorar capacitao da mo de obra,

    independentemente do meio de locomoo utilizado, inclusive veculo de

    propriedade do segurado;

    No percurso da residncia para o local de trabalho ou deste para aquela,

    qualquer que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de propriedade do

    segurado;

    Observe que se o trajeto tomado do trabalho para residncia e vice-versa, no

    for o razovel ou h uma parada, deliberada pelo trabalhador para atividade

    diversa (para na faculdade, no colgio do filho, num restaurante, etc.) e logo

    aps sofre acidente. Alguns juzes no tm entendido como acidente do

    trabalho equiparado.

    1.2.7 Comunicao do Acidente - CAT Art. 22 da Lei n 8.213

    Deve ser comunicado pela empresa o acidente do trabalho Previdncia

    Social at o 1 dia til seguinte ao da ocorrncia e, em caso de morte, de

    imediato, autoridade competente.

    E se a Empresa no fizer a CAT, voc sabe o que acontece?

    Caso a empresa no faa a CAT sofrer pena de multa, aumentada nas

    reincidncias.

  • 17

    Sade e Segurana

    Competncia 01

    O acidentado ou seu dependente dever receber da Empresa cpia fiel da

    CAT, bem assim o sindicato da sua categoria.

    Da ento voc pergunta:

    E se a Empresa no formalizar a CAT, o que acontece?

    Caso a empresa no formalize o acidente, pode formaliz-lo o prprio

    acidentado, seu dependente, o sindicato da classe do acidentado, o mdico

    que o assistiu ou qualquer autoridade pblica, no prevalecendo o prazo

    previsto de um dia.

    A empresa no se exime de sua responsabilidade pela CAT feita pelos acima

    citados.

    A Comunicao de Acidente a princpio atribuio do setor de pessoal da

    Empresa, contudo algumas empresas deixam sob a responsabilidade do setor

    de segurana e medicina do trabalho.

    1.2.8 Dia do Acidente Art. 23 da Lei n 8.213

    O estimado cursista sabe qual o dia do acidente?

    Parece fcil, no ? Ento vejamos!

    A lei considera o dia do acidente, no caso de doena profissional ou do

    trabalho:

    A data do Incio da Incapacidade Laborativa para o Exerccio da Atividade

    Habitual a data que efetivamente e indiscutivelmente o trabalhador

    sofreu o acidente que o impossibilita, pelas caractersticas, de laborar sendo

    esta atestada pela Comunicao de Acidente do Trabalho (CAT).

    O Dia da Segregao Compulsria a data em que o trabalhador sem

    que quisesse a ocorrncia do fato, impedido de trabalhar.

  • 18

    Tcnico em Logstica

    Competncia 01

    O dia em que For Realizado o Diagnstico a data que a doena foi

    efetivamente comprovada, diagnosticada, por exame indiscutvel e

    especfico.

    Destas datas considera-se, para a produo dos efeitos legais, a que ocorrer

    primeiro.

    1.3 Equipamento de Proteo Coletiva (EPC) e Individual (EPI)

    1.3.1 Equipamento de Proteo Coletiva - EPC

    As medidas de proteo coletiva podem ser encontradas em diversas normas,

    principalmente aquelas que regulam a construo de edificaes de uso

    coletivo e empresarial (comercial ou industrial).

    Figura 01 Equipamento de Proteo Coletiva Fonte: https://encrypted-n2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ2gwNQ8AYmZJ07jCHZi PXYTA4uMA9CpjlgXYnHDoPF07auEKIFRQ

    O EPC um dispositivo que protege as pessoas quando em grupo, seja no

    trabalho ou qualquer outro ambiente que se aglomerem. Nestes locais

    devemos encontrar sistemas, ou meios - fixo ou mvel - de abrangncia

    coletiva, destinado a preservar a integridade fsica e a sade dos

    trabalhadores, usurios e terceiros. Devido a sua relevncia, esse tipo de

    equipamento precisa ter qualidade e estar de acordo com as normas

    estabelecidas para sua fabricao.

    Vamos Ampliar os conhecimen-

    tos? www.youtube.

    com/watch?v=QVSM27g64j4

    http://youtube.googleapis.com/

    v/9cuv-2uojoQ&fs=1&source=uds&autoplay=1?ytsession=iyItXhkW8roY8mIMJ6HlbLY0HtswjHCiLJH9Lcb6kxU4MenogIYc32uVJHOn5mHw8n7JRsaVrO31wNcoc0UoyGQPlgOXgmMi_AXcS-x89r8uhfZM3dK

    AJLY-3AslDBNNNe-

    AHqu776yg9M80xnrC0A

  • 19

    Sade e Segurana

    Competncia 01

    Os EPCs tm por objetivo, prioritariamente, a:

    Eliminao do Risco - torn-lo definitivamente inexistente. Ex.: escada

    com piso escorregadio, que dever ser trocado por piso emborrachado e

    antiderrapante.

    Neutralizao do Risco - o risco existe, mas est controlado. Esta

    alternativa usada na impossibilidade temporria ou definitiva da eliminao

    de um risco. Ex.: partes mveis de uma mquina engrenagens, polias,

    correias, etc. devem ser neutralizadas com um anteparo protetor, j que

    no podem ser eliminadas.

    Sinalizao do Risco - medida adotada quando no for possvel eliminar

    ou isolar o risco. Ex.: mquinas em manuteno devem ser sinalizadas com

    advertncia; locais onde proibido fumar devem ser devidamente

    sinalizados.

    Figura 02 Exemplos de EPC Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQB4Vy Hpuuu 5X2APaSMiyH-bAVNnms5jBG_G_-OGyEuLfv7JPct

    So exemplos de EPC:

    Sistema de proteo contra incndios

    Sistema de proteo construtiva na edificao

  • 20

    Tcnico em Logstica

    Competncia 01

    Sistema de exausto: elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes.

    1.3.2. Equipamento de Proteo Individual NR-6

    Considera-se Equipamento de Proteo Individual - EPI, todo dispositivo de

    uso individual destinado a proteger a sade e a integridade fsica do

    trabalhador. Os EPIs no evitam acidentes, como acontece com a proteo

    coletiva. Apenas diminuem ou evitam leses que podem decorrer de

    acidentes, so regulamentados pelo MTE, atravs NR-6.

    Figura 03 Equipamento de Proteo Individual Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_Acv2E0s17fA/TRtStwMZklI/AAAAAAAAA7E/VezdRs2KmnM/s1600/ EPIS+DIVERTIDOS.png

    Perceba caro cursista, que a empresa est obrigada a fornecer, orientar e

    treinar seus colaboradores quanto utilizao de EPI que obrigatrio o seu

    uso quando:

    As medidas de proteo coletiva forem tecnicamente inviveis ou no

    oferecerem adequada proteo contra os riscos de acidentes de trabalho

    e/ou doenas profissionais e do trabalho;

    As medidas de proteo coletiva estiverem ainda sendo implantadas;

    Atender a situaes de emergncia.

  • 21

    Sade e Segurana

    Competncia 01

    A recomendao ao empregador quanto ao EPI adequado ao risco

    existente em determinada atividade, competncia do SESMT e da CIPA.

    a) Responsabilidade do Empregador

    Fornecer aos empregados, gratuitamente, Equipamento de Proteo

    Individual aprovado pelo MTE, adequado ao risco e em perfeito estado de

    conservao e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral no

    ofeream completa proteo contra os riscos de acidentes e danos sade

    dos empregados.

    b) Responsabilidade do Empregado

    Us-lo apenas para a finalidade a que se destina;

    Responsabilizar-se por sua guarda, conservao e higienizao;

    Comunicar ao empregador qualquer alterao que o torne imprprio para

    uso;

    Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada do uso do EPI.

  • 22

    Tcnico em Logstica

    Competncia 01

    EPIs MAIS UTILIZADOS

    TIPO DE

    PROTEO

    FINALIDADE EQUIPAMENTO

    INDICADO PROTEO PARA

    A FACE

    Contra riscos de impacto de partculas, respingos

    de produtos qumicos, ao de radiao calorfica

    ou luminosa (infravermelho, ultravioleta e calor).

    - culos de segurana (para

    maariqueiros, rebarbadores,

    esmerilhadores, soldadores, torneiros).

    - Mscaras e escudos (para

    soldadores).

    PROTEO PARA

    O CRNIO

    Contra riscos de queda de objetos batidas, batidas

    por choque eltrico, cabelos arrancados, etc.

    - capacete de segurana

    PROTEO

    AUDITIVA

    Contra nveis de rudo que ultrapassem os limites

    de tolerncia.

    - protetores de insero (moldveis ou

    no)

    - protetores externos (tipo concha)

    PROTEO

    RESPIRATRIA

    Contra gases ou outras substncias nocivas ao

    organismo que tenham por veculo de

    contaminao as vias respiratrias.

    - respiradores com filtros mecnicos,

    qumicos ou com a combinao dos

    dois tipos, etc.

    PROTEO DO

    TRONCO

    Contra os mais variados tipos de agentes

    agressores.

    - aventais de napa ou couro, de PVC,

    de lona e de plstico, conforme o tipo

    de agente.

    PROTEO DOS

    MEMBROS

    SUPERIORES

    Contra materiais cortantes, abrasivos, escoriantes,

    perfurantes, trmicos, eltricos, qumicos,

    biolgicos e radiantes que podem provocar leses

    nas mos ou provocar doenas por intermdio

    delas.

    - luvas de malhas de ao, de borracha,

    de neoprene e vinil, de couro, de raspa,

    de lona e algodo, Kevlar, etc.

    PROTEO DOS

    MEMBROS

    INFERIORES

    Contra impactos, eletricidade, metais em fuso,

    umidade, produtos qumicos, objetos cortantes ou

    pontiagudos, agentes biolgicos, etc.

    - sapatos de segurana

    - perneiras

    - polainas

    - botas (com biqueiras de ao,

    isolantes, etc., fabricados em couro,

    lona, borracha, etc.).

    Vamos a um desafio?

    Voc seria capaz de estabelecer a diferena entre EPC e EPI?

    Amplie seus

    conhecimentos, Acesse:

    http://portal. mte.gov.br/

    data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAD35721F5

    0/NR-06%20(atualizada)%202010. pdf

    www.youtube.com/watch?v=WN

    3nU0JdRRI& feature=related

  • 23

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    2. COMPETNCIA 02 | CONHECER AS ATIVIDADES PERIGOSAS E

    INSALUBRES, BEM COMO COMPREENDER A IMPORTNCIA DO

    SESMT E DA CIPA PARA A GESTO DE SEGURANA E SADE NO

    TRABALHO.

    2.1 Atividades e Operaes Insalubres e Perigosas

    2.1.1 Insalubridade

    O Art. 189 da CLT considera atividades ou condies insalubres aquela que

    exponha o trabalhador a agentes nocivos sade, acima dos limites de

    tolerncia fixados em razo da natureza e da intensidade do agente e do

    tempo de exposio aos seus efeitos.

    Cabe ao MTE normatizar os critrios para caracterizao da insalubridade, os

    limites de tolerncia aos agentes agressivos, meios de proteo e o tempo

    mximo de exposio do empregado aos agentes de risco. O exerccio de

    trabalho insalubre assegura a percepo de adicional, incidente sobre o

    salrio profissional do trabalhador, equivalente a:

    40% quando a insalubridade caracterizada em grau mximo;

    20% quando a insalubridade caracterizada em grau mdio;

    10% quando a insalubridade caracterizada em grau mnimo.

    O direito percepo de insalubridade cessa com a eliminao das condies

    ou dos riscos que deram causa sua concesso, de acordo com o laudo

    pericial.

    Contudo, o simples fornecimento de aparelho de proteo pelo empregador

    no o exime do pagamento do adicional, cabe-lhe tomar as medidas que

    conduzam diminuio ou eliminao da nocividade, entre as quais as

  • 24

    Tcnico em Logstica

    Competncia 02

    relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. Bem assim o

    carter intermitente da exposio no afasta o direito a percepo ao

    adicional.

    2.1.2 Periculosidade

    O art. 193 da CLT considera atividades ou condies perigosas aquelas que

    podem atingir a integridade fsica do trabalhador de maneira abrupta, seja

    pela natureza seja pelos mtodos de trabalho utilizados, e que advenha do

    contato permanente com inflamveis ou explosivos sob risco acentuado (na

    forma da regulamentao do MTE), bem assim do trabalho desenvolvido no

    setor de energia eltrica (Lei n 7.369/85) e de atividades desenvolvidas com

    radiaes ionizantes ou substncias radioativas (Portaria n 3.393 de

    17/12/83).

    Fique atento!

    Os trabalhadores que exercem seu trabalho em condies de periculosidade

    tm direito a perceber adicional de periculosidade na ordem de 30% sobre o

    salrio, sem os acrscimos resultantes de gratificaes prmios ou

    participaes nos lucros da empresa.

    O direito ao adicional ser devido integral e independentemente da exposio

    ao risco ser permanente ou intermitente s condies de risco (inflamveis,

    explosivos ou eltricos).

    Voc por certo notou que no importa se o trabalhador est exposto todo

    momento e esporadicamente ao risco, no foi? Pois fique esperto!

    Os adicionais de insalubridade e periculosidade no se incorporam aos

    proventos de aposentadoria e o exerccio do cargo em atividades insalubre ou

    perigosas tambm no reduz o tempo de servio para a aposentadoria.

    http://portal. mte.gov.br/

    data/files/FF8080812DF396CA012E0017BB32

    08E8/NR-15%20

    (atualizada_2011).pdf

    www.qualidadebrasil.com.br/

    artigo/ seguranca_no trabalho/o_

    que_e_ insalubridade

    www.youtube.com/watch?v=ZRu9uj_tZZI&

    feature=related-

  • 25

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    2.1.3 Do Laudo Tcnico Pericial de Insalubridade/Periculosidade

    Este Laudo Tcnico-Pericial objetiva identificar e classificar as atividades

    insalubres ou perigosas no ambiente de trabalho, manifestando-se pelo

    pagamento ou no do adicional correspondente. O laudo tcnico pericial no

    faz parte do PPRA (Programa de Preveno e Reduo de Acidentes), que

    veremos na 2 competncia, mas nada impede que sejam elaborados no

    mesmo documento, desde que sejam executados por Engenheiro de

    Segurana ou Mdico do Trabalho, devidamente registrado no MTE em

    conformidade com o art. 195 da CLT e indispensvel comprovao das

    atividades e condies insalubres e/ou perigosas do trabalho.

    2.2 Comisso Interna de Acidentes do Trabalho CIPA NR 5

    A CIPA um rgo supra corporativo e independente, ou seja, no se

    subordina a nenhum setor da empresa. Tem seu amparo legal no art. 163 da

    CLT e sua regulamentao, dimensionamento, processo eleitoral,

    treinamento, organizao, composio, competncias e atribuies dos

    membros esto contidas na NR-5.

    Desenvolve um significativo papel, buscando garantir uma relao dialogada e

    consciente, de forma criativa e participativa, entre gerentes e empregados,

    objetivando sempre melhorar as condies de trabalho, visando

    humanizao do trabalho, a preveno, reduo e mitigao dos acidentes e

    as doenas do trabalho, buscando preservao da vida e a promoo da sade

    do trabalhador.

    Tambm cabe a CIPA observar e relatar as condies de risco nos ambientes

    de trabalho, solicitando e indicando medidas para reduzir, e at eliminar, os

    riscos existentes no ambiente laboral.

    Amplie seus conhecimen-

    tos: http://portal.mte.gov.br/

    data/files/8A7C816A35F7884401366032742033EF/NR-16%20(atualizada%202012).

    pdf

  • 26

    Tcnico em Logstica

    Competncia 02

    2.2.1 Composio

    composta paritariamente por representantes do empregador e dos

    empregados, titulares e suplentes, cabendo a presidncia a um dos

    representantes indicados pelo empregador e a vice a um dos representantes

    eleitos pelos empregados.

    A quantidade de membros estabelecida proporcionalmente ao nmero de

    empregados e conforme o risco da atividade econmica da empresa.

    Os membros da CIPA tm mandato de um ano, podendo ser renovado por

    igual perodo. Sendo que:

    O presidente escolhido pela empresa, dentre os membros por ela

    indicados;

    O vice-presidente deve ser escolhido dentre os representantes titulares

    dos trabalhadores, em pleito de que participam todos os eleitos, inclusive os

    suplentes;

    O secretrio pode ser escolhido entre os membros da Comisso ou at

    mesmo ser um funcionrio que dela no faa parte, mas seu nome precisa ser

    necessariamente aprovado por todos os cipeiros, eleito e indicado.

    Cabe ao presidente e ao vice-presidente da CIPA mediar conflitos, elaborar o

    calendrio de reunies ordinrias e constituir Comisso Eleitoral para a

    regular o processo de eleio da CIPA subsequente. Cabe ao secretrio da

    CIPA elaborar as atas das reunies ordinrias da Comisso.

    A lei do trabalhista brasileira garante aos membros, titulares e suplentes, da

    CIPA dois anos de estabilidade no emprego, durante os quais s podero ser

    desligados atravs de demisso por justa causa. O perodo de estabilidade

    deve ser contado desde o registro da candidatura do empregado CIPA at

  • 27

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    um ano aps o trmino de seu mandato.

    2.2.2 Atribuies dos Cipeiros

    Vamos agora saber quais so as tarefas dos que participam da Comisso.

    A NR-5 estabelece para os membros da CIPA as seguintes atribuies:

    Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos,

    com a participao do maior nmero de trabalhadores, com assessoria do

    SESMT Servio Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho, onde

    houver;

    Elaborar plano de trabalho que possibilite a ao preventiva na soluo de

    problemas de segurana e sade no trabalho;

    Participar da implementao e do controle da qualidade das medidas de

    preveno necessrias, bem como da avaliao das prioridades de ao nos

    locais de trabalho;

    Realizar, periodicamente, verificaes nos ambientes e condies de

    trabalho visando identificao de situaes que venham a trazer riscos para

    a segurana e sade dos trabalhadores;

    Realizar, a cada reunio, avaliao do cumprimento das metas fixadas em

    seu plano de trabalho e discutir as situaes de risco que foram identificadas;

    Divulgar aos trabalhadores informaes relativas segurana e sade no

    trabalho;

    Participar, com o SESMT, onde houver, das discusses promovidas pelo

    empregador, para avaliar os impactos de alteraes no ambiente e processo

    de trabalho relacionado segurana e sade dos trabalhadores;

  • 28

    Tcnico em Logstica

    Competncia 02

    Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisao de

    mquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente segurana e

    sade dos trabalhadores;

    Colaborar no desenvolvimento e implementao do PCMSO Programa

    de Controle Mdico e Sade Ocupacional e PPRA Programa de Preveno e

    Reduo de Acidentes e de outros programas relacionados segurana e

    sade no trabalho;

    Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem

    como clusulas de acordos e convenes coletivas de trabalho, relativas

    segurana e sade no trabalho;

    Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o

    empregador, da anlise das causas das doenas e acidentes de trabalho e

    propor medidas de soluo dos problemas identificados;

    Requisitar ao empregador e analisar as informaes sobre questes que

    tenham interferido na segurana e sade dos trabalhadores;

    Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT a Semana Interna de

    Preveno de Acidentes do Trabalho SIPAT;

    Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de

    Preveno da AIDS;

    Requisitar empresa as cpias das CATs emitidas.

    2.2.3 Do Funcionamento

    A CIPA ter reunies ordinrias mensais, de acordo com o calendrio

    preestabelecido, sero realizadas durante o expediente normal da empresa e

    em local apropriado. Devendo constar em ata assinada pelos presentes com

  • 29

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    encaminhamento de cpias para todos os membros.

    As decises da CIPA sero preferencialmente por consenso, em no havendo,

    e frustradas as tentativas de negociao direta ou com mediao, ser

    instalado processo de votao, registrando-se a ocorrncia na ata da reunio.

    2.3. Servio de Engenharia, Segurana e Medicina do Trabalho - SESMT

    O Servio Especializado de Engenharia, Segurana e Medicina do Trabalho

    SESMT um grupo de profissionais voltado rea de medicina e segurana do

    trabalho, formado dentro da empresa, ou atravs dela, para atuarem

    identificando, reduzindo, minimizando e neutralizando riscos ambientais,

    elaborando relatrios destes riscos e implementando a cultura prevencionista

    na empresa atravs de informaes, orientaes e treinamentos do

    trabalhador local.

    Voc deve estar dizendo que assunto complicado!

    Digo que no. Vamos ver?

    Para uma melhor compreenso do que vem a ser o SESMT, buscamos a

    Norma Regulamentadora N 4 (NR-4) que trata da criao, exigibilidade,

    competncias, atribuies e responsabilidade.

    Presta ateno que a norma diz ser obrigatria a manuteno deste servio

    nas empresas pblicas e privadas, alm de rgos da administrao pblica

    direta e indireta, que tenham empregados regidos pela CLT, com a finalidade

    de promover a sade e proteger a integridade do trabalhador no local de

    trabalho.

    2.3.1 Dimensionamento e Composio

    Vimos que a norma exige o SESMT, agora vamos conhecer sua composio.

    Voc quer saber mais sobre

    CIPA? http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D311909DC0131678641482340/n

    r_05.pdf

    www.youtube. com/watch?v=QPMTC-eatqo

    www.youtube. com/watch?v=zWXucCXAAh4&feature= related

  • 30

    Tcnico em Logstica

    Competncia 02

    O SESMT deve ser dimensionado de acordo com a gradao do risco (grau de

    risco que o trabalhador submetido pela atividade desenvolvida e pelo

    ambiente de trabalho) da atividade principal e o numero total de empregados

    do estabelecimento.

    A NR informa que as empresas obrigadas a constituir SESMT devero exigir

    dos profissionais que os integra comprovao de que satisfazem os seguintes

    requisitos:

    a) Engenheiro de Segurana do Trabalho - engenheiro ou arquiteto portador

    de certificado de concluso de curso de especializao em Engenharia de

    Segurana do Trabalho;

    b) Mdico do Trabalho - mdico portador de certificado de concluso de

    curso de especializao em Medicina do Trabalho;

    c) Enfermeiro do Trabalho - enfermeiro portador de certificado de

    concluso de curso de especializao em Enfermagem do Trabalho;

    d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - auxiliar de enfermagem ou tcnico

    de enfermagem portador de certificado de concluso de curso de qualificao

    de auxiliar de enfermagem do trabalho;

    e) Tcnico de Segurana do Trabalho - tcnico portador de comprovao de

    Registro Profissional expedido pelo Ministrio do Trabalho.

    A NR-4 preocupou-se em determinar que a chefia do SESMT seja exercida por

    profissional qualificado, sendo este qualquer um dos profissionais acima

    descritos, obedecendo-se a hierarquia funcional.

    interessante que a NR relacionada ao assunto, probe que o profissional

    especializado em Segurana e em Medicina do Trabalho exera outra

    atividade na empresa, durante o horrio de sua atuao nos SESMT.

  • 31

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    Ento voc j percebeu que durante o horrio em que o profissional est

    atuando no SESMT este exclusivo, ou seja, no se pode fazer qualquer outra

    atividade. Isto ocorre devido importncia deste servio.

    2.3.2 Atribuies e Competncias dos Profissionais do SESMT

    E quais so as tarefas e competncia desses profissionais? Vamos saber?

    Compete aos profissionais integrantes dos Servios Especializados em

    Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho, dentre outras

    atividades:

    a) Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurana e de medicina do

    trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive

    mquinas e equipamentos, de modo a reduzir at eliminar os riscos ali

    existentes sade do trabalhador;

    b) Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a

    eliminao do risco e se este persistir, mesmo reduzido, a utilizao, pelo

    trabalhador, de Equipamentos de Proteo Individual - EPI, desde que a

    concentrao, a intensidade ou caracterstica do agente assim o exija;

    c) Colaborar nos projetos e na implantao de novas instalaes fsicas e

    tecnolgicas da empresa;

    d) Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao mximo

    de suas observaes, alm de apoi-la, trein-la e atend-la;

    e) Promover a realizao de atividades de conscientizao, educao e

    orientao dos trabalhadores para a preveno de acidentes do trabalho e

    doenas ocupacionais, tanto atravs de campanhas quanto de programas de

    durao permanente;

    f) Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e

  • 32

    Tcnico em Logstica

    Competncia 02

    g) doenas ocupacionais, estimulando-os em favor da preveno;

    h) Registrar os dados de acidentes do trabalho, doenas ocupacionais e

    agentes de insalubridade;

    O SESMT dever manter entrosamento permanente com a CIPA, dela

    valendo-se como agente multiplicador, e devero estudar suas observaes e

    solicitaes, propondo solues corretivas e preventivas.

    O SESMT dever ser registrado no rgo regional do Ministrio do Trabalho e

    Emprego TEM.

    2.4. Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional PCMSO

    Passamos, agora, a conhecer um programa dos mais importantes para a

    preservao da sade e da vida do trabalhador.

    O PCMSO - Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional tem por

    objetivo promover e preservar a sade dos trabalhadores, devendo ser

    elaborado e implementado pela empresa, tomando por base o PPRA

    (Programa de Preveno de Riscos Ambientais) e o PCMAT (Programa de

    Condies de Meio Ambiente de Trabalho) na Indstria da Construo Civil.

    O cursista naturalmente sabe que este Programa, como todos os demais, tem

    caracterstica prevencionista, de rastreamento e diagnstico antecipado dos

    fatores que prejudicam a sade do trabalhador, alm da constatao da

    existncia de casos de doenas profissionais ou danos irreversveis sade.

    No PCMSO voc encontrar exames que so obrigatrios aos empregados,

    que so pagos pelo Empregador.

    2.4.1. Exames Mdicos Obrigatrios para as Empresas.

    http://portal.mte.gov.br/

    data/files/8A7C812D36A2800001388128376306AD/NR-04%20(atualiz

    ada).pdf

  • 33

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    a) Admissional - dever ser realizada antes que o trabalhador assuma suas

    atividades.

    b) Peridico - de acordo com os intervalos mnimos de tempo abaixo

    discriminados:

    Para trabalhadores expostos a riscos ou a situaes de trabalho que

    impliquem o desencadeamento ou agravamento de doena ocupacional, ou,

    ainda, para aqueles que sejam portadores de doenas crnicas, os exames

    devero ser repetidos:

    A cada ano ou a intervalos menores, a critrio do mdico encarregado,

    ou se notificado pelo mdico agente da inspeo do trabalho, ou, ainda,

    como resultado de negociao coletiva de trabalho;

    Para os demais trabalhadores:

    Anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta

    e cinco) anos de idade;

    A cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) anos e 45

    (quarenta e cinco) anos de idade.

    c) De Retorno ao Trabalho - dever ser realizada obrigatoriamente no

    primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por perodo igual ou

    superior a 30 (trinta) dias por motivo de doena ou acidente, de natureza

    ocupacional ou no, ou parto;

    d) De mudana de Funo - ser obrigatoriamente realizada antes da data da

    mudana. Entende-se por mudana de funo toda e qualquer alterao de

    atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a exposio do

    trabalhador a risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudana;

    e) Demissional - ser obrigatoriamente realizada at a data da homologao.

    Estes exames so determinados pelo grau de risco que a empresa apresenta,

    conforme os agentes de riscos sejam: fsico, qumico, biolgico ou

  • 34

    Tcnico em Logstica

    Competncia 02

    ergonmico.

    A empresa contratante de mo de obra prestadora de servios deve informar

    empresa contratada dos riscos existentes e auxili-la na elaborao e

    implementao do PCMSO nos locais de trabalho onde os servios esto

    sendo prestados.

    2.4.2. Das Diretrizes e Responsabilidades

    O PCMSO integra o conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo

    da sade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas

    demais NR, dever ser planejado e implantado com base nos riscos sade

    dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliaes previstas

    nas demais NR.

    Compete ao empregador:

    Garantir a elaborao e efetiva implementao do PCMSO, bem como

    zelar pela sua eficcia;

    Custear sem nus para o empregado todos os procedimentos

    relacionados ao PCMSO;

    Indicar, dentre os mdicos dos Servios Especializados em Engenharia de

    Segurana e Medicina do Trabalho SESMT, da empresa, um coordenador

    responsvel pela execuo do PCMSO;

    No caso de a empresa estar desobrigada de manter mdico do trabalho,

    de acordo com a NR 4, dever o empregador indicar mdico do trabalho,

    empregado ou no da empresa, para coordenar o PCMSO;

    Inexistindo mdico do trabalho na localidade, o empregador poder

    contratar mdico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

  • 35

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    As empresas com mais de 10 (dez) empregados e com at 20 (vinte)

    empregados, dependendo do grau de risco de suas atividades, podero

    desobrigar-se de indicar mdico do trabalho coordenador.

    Os dados obtidos nos exames mdicos, incluindo avaliao clnica e exames

    complementares, as concluses e as medidas aplicadas devero ser

    registrados em pronturio clnico individual, que ficar sob a responsabilidade

    do mdico-coordenador do PCMSO. Os registros devero ser mantidos por

    perodo mnimo de 20 (vinte) anos aps o desligamento do trabalhador.

    2.4.3. Do Relatrio

    O PCMSO dever obedecer a um planejamento de atividades, devendo estas

    ser objeto de relatrio anual, devendo este discriminar, por setores da

    empresa, o nmero e a natureza dos exames mdicos, incluindo avaliaes

    clnicas e exames complementares, estatsticas de resultados considerados

    anormais, assim como o planejamento para o ano seguinte

    O relatrio anual dever ser apresentado e discutido na CIPA e poder ser

    armazenado na forma de arquivo informatizado, desde que este seja mantido

    de modo a proporcionar o imediato acesso por parte do agente da inspeo

    do trabalho.

    2.5. Preveno de Riscos Ambientais

    Caro cursista, neste tpico, comearemos a identificar as providncias legais

    para a preveno de riscos ambientais.

    Mas, o que risco ambiental para voc? J parou para pensar nisso?

    Ns estamos estudando aspectos relacionados segurana do trabalho no

    mbito da logstica, portanto devemos entender ambiente como o local

    onde se desenvolvem as atividades produtivas e todo seu entorno.

    http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E21660130E0819FC102ED/nr_07.

    pdf

  • 36

    Tcnico em Logstica

    Competncia 02

    Muito bem! Agora que voc j est delimitado no espao relacionado ao

    ambiente, sade e segurana do trabalhador, podemos conhecer mais um

    pouco sobre preveno de riscos ambientais.

    2.5.1. Conceito

    So considerados riscos ambientais os agentes fsicos, qumicos, biolgicos,

    ergonmicos e de acidentes/mecnicos que possam trazer ou ocasionar

    danos sade do trabalhador nos ambientes de trabalho, em funo de sua

    natureza, concentrao, intensidade e tempo de exposio ao agente.

    2.5.2. Tipos de Riscos Ambientais

    Caro cursista, temos que esclarecer desde logo que a NR-9 fala apenas em

    trs tipos de riscos: Fsicos, Qumicos e Biolgicos. Contudo, no podemos

    deixar de lado os riscos Ergonmicos e Mecnicos ou de acidente.

    Vamos estud-los?

    a) Riscos Fsicos - So aqueles gerados por mquinas e condies fsicas do

    local de trabalho, que podem causar danos sade do trabalhador.

    Exemplos: rudos vibraes, radiaes ionizantes ou no ionizantes, frio,

    calor, presses anormais e umidade;

    b) Riscos Qumicos - So aqueles representados pelas substncias qumicas,

    seja nas formas lquida, slida e gasosa, que ao ser absorvidas pelo

    organismo, podem produzir reaes txicas e danos sade. Exemplos:

    poeiras minerais, poeiras vegetais, poeiras alcalinas, fumos metlicos,

    nvoas, neblinas, gases, vapores e produtos qumicos diversos;

    c) Riscos Biolgicos - So aqueles causados por microorganismos, capazes de

    desencadear doenas devido contaminao e pela prpria natureza do

    trabalho tais como bactrias, fungos, vrus e outros;

  • 37

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    d) Riscos Ergonmicos - Estes riscos so os relacionados ao conforto

    ambiental, s condies ergonmicas, determinantes da adaptabilidade que

    os ambientes de trabalho devem manter em relao ao homem, oferecendo-

    lhe bem estar fsico e psicolgico. Os riscos ergonmicos esto ligados

    tambm a fatores humanos do tipo externos (o ambiente) e internos (o plano

    emocional), em sntese, quando h disfuno entre o indivduo e seu posto de

    trabalho. Caracteriza este risco a monotonia, as posturas incorretas, o ritmo

    de trabalho intenso, a fadiga, a preocupao anmala, os trabalhos fsicos

    pesados e os esforos repetitivos;

    e) Riscos Mecnicos ou de Acidentes So aqueles que ocorrem em funo

    das condies fsicas (do ambiente fsico de trabalho) e tecnolgicas

    imprprias, capazes de colocar em perigo a integridade fsica do trabalhador.

    Caracteriza este risco o arranjo fsico inadequado, mquinas e equipamentos

    sem proteo, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminao

    inadequada, eletricidade, probabilidade de incndio ou exploso,

    armazenamento inadequado, animais peonhentos e ausncia de sinalizao.

    Mostre que voc MESTRE, faa uma correlao entre os riscos acima

    estudados e as doenas profissionais e doenas do trabalho que ns vimos

    na primeira competncia.

    2.6. Programa de Preveno de Riscos Ambientais PPRA

    O Programa de Preveno de Riscos Ambientais PPRA, est regulamentado

    pela Norma Regulamentadora 9 (NR- 9). Tem por objetivo estabelecer uma

    metodologia de ao que garanta a preservao da sade e integridade dos

    trabalhadores frente aos riscos dos ambientes de trabalho, atravs da

    antecipao, reconhecimento, avaliao e controle da ocorrncia de riscos

    ambientais, como forma de proteo do meio ambiente e dos recursos

    naturais . Riscos estes provenientes de agentes fsicos, qumicos, biolgicos,

    http://www. youtube.com/watch?v=7Ayc

    ph7Eo3o

  • 38

    Tcnico em Logstica

    Competncia 02

    ergonmicos ou mecnicos, que variam no ambiente laboral conforme a sua

    intensidade ou concentrao e tempo de exposio do trabalhador.

    A NR-9 tornou o PPRA obrigatrio nas empresas, inclusive instituies de

    ensino, independente do nmero de empregados ou do grau de risco de suas

    atividades, prevendo sua articulao com o Programa de Controle Mdico e

    Sade Ocupacional - PCMSO, possibilitando a correlao da doena s

    condies de trabalho.

    2.6.1 Estrutura Mnima de um PPRA

    Segundo a NR-9, um PPRA deve apresentar minimamente a seguinte

    estrutura:

    1. Planejamento anual constando metas, prioridade e cronograma;

    2. Estratgia e metodologia de ao;

    3. Forma de registro, manuteno e divulgao dos dados;

    4. Periodicidade e forma de avaliao do desenvolvimento do PPRA.

    Na Empresa deve ter um documento base contendo todos os aspectos da

    estrutura mnima para um PPRA, que deve ser apresentado e discutido na

    CIPA (se houver), sendo anexada cpia em livro ata e permanecer acessvel

    fiscalizao do MTE.

    O PPRA deve ser analisado integralmente pelo menos uma vez ao ano para

    avaliar seu desenvolvimento e para os ajustes necessrios e definio de

    novas metas e prioridades.

    2.6.2. Desenvolvimento do PPRA

    Para desenvolvimento de um PPRA, necessita-se seguir as etapas seguintes:

  • 39

    Sade e Segurana

    Competncia 02

    Antecipao e Reconhecimento dos Riscos

    Avaliao dos Riscos e Exposio dos Trabalhadores

    Medidas de Controle e Avaliao de sua Eficcia

    Medidas de Proteo Coletiva e Individual

    Monitoramento da Exposio aos Riscos

    Registro e Divulgao dos Dados

    2.6.3. Competncia para Elaborar o PPRA

    A elaborao, implementao e avaliao do PPRA podem ser feitas por

    qualquer pessoa, ou equipe de pessoas que, a critrio do empregador, sejam

    capazes de desenvolver o disposto na NR-9.

    O empregador deve estabelecer estratgias e metodologias a ser utilizada no

    desenvolvimento das aes, assim como a forma de registro, manuteno e

    divulgao dos dados obtidos no desenvolvimento do programa.

    2.6.4. Responsabilidades do Empregador e dos Trabalhadores

    a) Empregador

    Estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como

    atividade permanente da Empresa;

    b) Trabalhador

    Colaborar e participar na implementao e execuo do PPRA;

    Seguiras orientaes recebidas nos treinamentos;

    Informar ao seu superior hierrquico direto ocorrncias que, a seu

    julgamento, possam implicar riscos sade dos trabalhadores.

    Amplie seus conhecimentos

    acesse: http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1CA0393B27/nr_

    09_at.pdf

    www.youtube. com/watch?v=Ij

    OmG4MA6do

  • 40

    Tcnico em Logstica

    CONCLUSO

    Estimado cursista, desta feita chegamos ao final da disciplina e esperamos que

    voc tenha compreendido a importncia de cada tpico aqui abordado para

    um profissional de logstica e quo necessrio se faz estar sempre atento s

    questes de Sade e Segurana no ambiente de trabalho que, naturalmente,

    tambm diz respeito s suas futuras atividades.

    Perseguindo incansavelmente as metas e objetivos que devem guiar um

    profissional profcuo, dedicado e, sobretudo, responsvel e digno, espero que

    o contedo deste caderno possa ser um caminho para garantir atitudes

    seguras e acima de todo consonantes para um ambiente laboral sadio.

    Sucesso!

    ARTUR PAIVA

  • 41

    Sade e Segurana

    REFERNCIAS

    CARVALHO NETO, Antnio(Org.);SALIM, Celso Amorim(Org.). Novos Desafios

    em Sade e Segurana no Trabalho. Belo Horizonte: Pontifcia Universidade

    Catlica de Minas Gerais, 2001.

    DE CICCO, Francesco. Manual sobre Sistemas de Gesto da Segurana e

    Sade no Trabalho. So Paulo: Risk Tecnologia, 1996. v.2.

    KROEMER, K. H. E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem.

    Colaborao de Etienne Grandjean.Traduzido por Lia Buarque de Macedo

    Guimares. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

    MORAES, Monica Maria Lauzid de. O Direito a Sade e Segurana no Meio

    Ambiente do Trabalho. So Paulo: LTr, 2002.

    Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-

    1969/D61784.htm

    Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm

    Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm

    Disponvel em: http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E21660130E 0819FC102ED/nr_07.pdf