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4 | CADERNO DEZ! | SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 23/12/2008 5 | CADERNO DEZ! | SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 23/12/2008 escrito CAPA Fé e ciência são convocadas para pensar sobre como seria a volta de Cristo Está MIRELA PORTUGAL [email protected] Evangelho segundo São Mateus, capítulo 24, versículo 44. “Por isso, estai vós apercebidos, também; porque o Filho do homem há-de vir à hora em que não penseis”. Naquele tempo, em palavras ora de alerta ora de alento, anunciava-se o retorno do Messias. Hoje, não falta quem profetize que o fim do mundo é agora, e aconselhe: vigiai. Mas e se é chegado o tempo do Juízo? A Bíblia não traz uma data específica para o toque final das trombetas. Convidamos cientistas e religiosos a pensar o que seria do mundo caso acontecesse agora, Natal de 2008. Desespero para ricos e pobres, chefes de Estado, magnatas da globalização, empresários do petróleo, danação eterna para os donos da Microsoft? “Ninguém se daria conta a princípio. As pessoas mais simples perceberiam primeiro, e só depois os poderosos”, acredita o filósofo e professor da Faculdade São Bento Giorgio Borgui. Mas, sem dúvida, seu segundo passo seria recuperar o susto de encontrar seus ministros na Terra. “Não sei se Jesus moraria no Vaticano. É o problema da chamada essência do cristianismo: ele defendeu o ideal, o Reino de Deus, e encontra a Igreja Católica. Ele queria a simplicidade“. Já o extremo oposto, os homens da ciência, não deve temer. Nem mesmo o ciber-oráculo que rivaliza a sabedoria do além: o onipresente, onipotente e onisciente Google pode aquietar-se, desde que não trame qualquer conspiração. ”O cristianismo nada tem contra a inteligência humana, desde que voltada para o bem“, diz o professor. Não foi desta vez, IBM. REVOLUÇÃO – Bem aventurado o proletariado, pois dele será o reino dos céus? Pregar comunidade e justiça já impôs a Jesus Cristo carteirinha de comunista algumas vezes, como mostrou a Teologia da Libertação [escola da teologia cristã que prega a reforma social]. Mas é melhor guardar as camisas vermelhas com o rosto sagrado fazendo as vezes de Che: Jesus provavelmente não seria de esquerda hoje. “A esquerda, aliás, não gostaria nada das propostas de Jesus”, projeta o teólogo da libertação e professor da Universidade Católica do Salvador, Josival Lemos . “Já não gostou, quando ele mostrou aos judeus amor e perdão em lugar de um motim contra Roma. Marxismo e cristianismo não têm nada a ver em termos de conteúdo”. Seria o caso, até, de um papinho tranqüilo com Obama, o quase messiânico líder dos EUA. Depende do mérito do presidente-eleito. “Jesus reconheceu a autoridade dos reinos de sua época, mas essa legitimidade vem do uso do poder para boas obras”. Tanto Obama quanto Lula, por exemplo, seriam modelos de autoridades que ajudaram, a seu modo, a restaurar a fé. “’Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus‘ deixou cada coisa em seu lugar”, explica o teólogo. Já o filósofo do cristianismo e professor da Federal de Sergipe Márcio de Paula acredita que ao Cordeiro pouco importam chefes de Estado e geopolítica. “Nietzsche dizia que Jesus era idiota. Não no sentido de bobo, mas por ignorar o que é importante neste mundo. Talvez ele nem pensasse nisso. Ele nunca foi revolucionário nem líder de brigada”, considera. HISTÓRIA – Um Jesus engajado, porém, foi objeto de investigações históricas diversas. “Alguns fixaram nele um precursor dos movimentos reformadores modernos, como Thomas Münzer [sacerdote da reforma protestante alemã]”, diz o historiador Muniz Ferreira. Ao reencontrar as desigualdades de milênios atrás, o Filho do Homem partiria para a incitação das massas, crê o professor de Liturgia e Sacramentos da Faculdade São Bento, Edes Santos. “Jesus iria em busca da inquietação dos corações oprimidos, para devolver a dignidade das pessoas“. Certeza entre incertezas, Ele não vem para vingar-se, mesmo se o assunto for o sangue derramado em nome da sacra Jerusalém. Nem o apelo do DNA judaico o faria tomar partido, segundo Nem Douglas, teólogo e coordenador do curso de relações internacionais da Unijorge. ”Ser a favor da vida não lhe deixa apoiar israelenses ou árabes. Para ele, são todos iguais“. Nem deuses nem mortais Judeus brigam com sunitas e xiitas, que brigam com cristãos, que brigam com adeptos do candomblé e fagocitaram os deuses indígenas. O retorno do fundador do Cristianismo poderia, por lógica, interromper a contradança e coroar os católicos. Só que nas escrituras sagradas Jesus não exige o fim das religiões “infiéis”, defende o filósofo das religiões Giorgio Borghi. “A rigor, Jesus não veio fundar uma religião. Ele deixou idéias universais de tolerância e entendimento. ”O teólogo Josival Nunes ressalta que conversão não implica perder a identidade original. “Jesus mostraria a presença sagrada em cada uma dessas culturas. É diferente de levar Deus numa maleta e entregá-lo”. No Brasil, Estado laico de maioria católica, nada de regalias, e não apenas pelo ecumenismo divino. A Igreja perdeu poder e não tem mais um papel significativo na sociedade, diz o cientista político e professor da Federal da Bahia Paulo Dantas. “A igreja católica hoje em dia tem mais prestígio que poder. Pode ser vista como um grupo de influência, e limitada”. Não que a mensagem religiosa não encontre eco em eras de broadcasting e “tempo real”. “Mas, se Jesus voltasse, apesar de certamente ter mais audiência, certamente teria mais concorrência”, diz Paulo Dantas. MEA CULPA – Por outro lado, se o retorno do Filho do Homem não criará favorecidos, cada família tem contas a acertar sobre vaidade e soberba. Foram as dívidas e a falta de planos de orçamento doméstico que começaram a bola de neve da crise econômica mundial em 2008, na opinião do economista Paulo de Tarso Reis, que fez um estudo sobre finanças e a Bíblia. “A crise deixaria Jesus muito triste. A Bíblia apóia que cada um faça suas reservas para os momentos de dificuldades”. Mas nem Jesus vai sair dessa sem sua própria parcela de faltas a admitir. A herança do cristianismo muitas vezes coloca o homem como a coroa da criação, explica o filósofo Márcio de Paula, e a natureza em segundo plano. “É diferente de budismo e hinduísmo, nos quais homem e natureza são um só”. Conseqüências: problemas como o aquecimento global. Márcio crê que Jesus defenderia uma revisão da postura em relação à natureza. “Ele pediria uma nova consciência contra nosso descaso”. Para não-cristãos, Jesus não retorna para julgamento Jantar com a família e dormir cedo é a programação da noite de Natal de Monique Gomes, 19, ou Mona, como a chamam na mesquita que freqüenta. Para o islamismo, Jesus é mais um dos profetas de Deus, como Maomé. Por isso Mona reza para ele. “Agradecemos a Deus por enviá-lo, assim como os outros”. O alcorão cita Jesus várias vezes, mas não prevê seu retorno, explica o Sheikh Ahmad, diretor do Centro Cultural Islâmico da Bahia. “Para nós, ele é Iysá, um homem que nasceu milagroso e ensinou muito”. No judaísmo, a posição é parecida, explica o rabino Israel Bukiet. “Não prevemos seu retorno. Jesus era judeu, por isso importante para nós como qualquer outro judeu”. Na fronteira com o cristianismo tradicional, o espiritismo não professa a presença de Cristo no Juízo. A presidente da Associação Espírita da Bahia, Creuza Lage, conta que para os espíritas Jesus é um modelo de virtude. “Ele é nosso guia, por ter sido o espírito mais perfeito que viveu sobre a Terra”. Para o cardeal arcebispo dom Geraldo Majella, o retorno de Cristo é uma questão de tempo. “Jesus virá com todo o seu poder divino para nos ensinar e julgar. O fim dos tempos medirá vivos e mortos não por atos de louvor, mas pelo amor ao próximo”. Já Dona Dadá, mãe-de-santo do terreiro que batiza em São Cristóvão, acha melhor não desacreditar da Bíblia. “Jesus é uma marca de Oxalá, traz a paz. É bom crer nas escrituras e completar com a nossa fé”. FIM DOS TEMPOS Ao longo da história, diversas datas foram apontadas como o Juízo. 1843 William Miller, criador da igreja adventista, fez os fiéis abandonarem bens e empregos. O erro foi nomeado Grande Decepção. 1948 As criação do Estado de Israel disparou previsões do Juízo ao redor do mundo. Entre 40 e 100 anos depois, aconteceria a Segunda Vinda. 1988 Edgar Whisenaut, cientista da Nasa, lançou o livro 88 razões por que o arrebatamento será em 1988. Vendeu 4 milhões de cópias. REPRODUÇÃO | WIKIMEDIA ILUSTRAÇÃO BRUNO AZIZ

Caderno Dez - E se Jesus voltasse mesmo?

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1988 1843 William Miller, criador da igreja adventista, fez os fiéis abandonarem bens e empregos. O erro foi nomeado Grande Decepção. As criação do Estado de Israel disparou previsões do Juízo ao redor do mundo. Entre 40 e 100 anos depois, aconteceria a Segunda Vinda. Edgar Whisenaut, cientista da Nasa, lançou o livro 88 razões por que o arrebatamento será em 1988. Vendeu 4 milhões de cópias. Ao longo da história, diversas datas foram apontadas como o Juízo. MIRELA PORTUGAL

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4 | CADERNO DEZ! | SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 23/12/2008 5| CADERNO DEZ! |SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 23/12/2008

escritoCAPA ❚ Fé e ciência sãoconvocadas para pensar sobrecomo seria a volta de CristoEstáMIRELA PORTUGAL

m p o r t u g a l @ g r u p o a t a rd e . c o m . b r

Evangelho segundo São Mateus,capítulo 24, versículo 44. “Por isso,estai vós apercebidos, também;porque o Filho do homem há-de virà hora em que não penseis”.Naquele tempo, em palavras ora dealerta ora de alento, anunciava-se oretorno do Messias. Hoje, não faltaquem profetize que o fim domundo é agora, e aconselhe: vigiai.

Mas e se é chegado o tempo doJuízo? A Bíblia não traz uma dataespecífica para o toque final dastrombetas. Convidamos cientistas ereligiosos a pensar o que seria domundo caso acontecesse agora,Natal de 2008. Desespero para ricose pobres, chefes de Estado,magnatas da globalização,empresários do petróleo, danaçãoeterna para os donos da Microsoft?

“Ninguém se daria conta aprincípio. As pessoas mais simplesperceberiam primeiro, e só depoisos poderosos”, acredita o filósofo eprofessor da Faculdade São BentoGiorgio Borgui. Mas, sem dúvida,seu segundo passo seria recuperar osusto de encontrar seus ministrosna Terra. “Não sei se Jesus morariano Vaticano. É o problema dachamada essência do cristianismo:ele defendeu o ideal, o Reino de

Deus, e encontra a Igreja Católica.Ele queria a simplicidade“.

Já o extremo oposto, oshomens da ciência, não devetemer. Nem mesmo ociber-oráculo que rivaliza asabedoria do além: o onipresente,onipotente e onisciente Googlepode aquietar-se, desde que nãotrame qualquer conspiração. ”Ocristianismo nada tem contra ainteligência humana, desde quevoltada para o bem“, diz oprofessor. Não foi desta vez, IBM.

REVOLUÇÃO – Bem aventurado oproletariado, pois dele será oreino dos céus? Pregarcomunidade e justiça já impôs aJesus Cristo carteirinha decomunista algumas vezes, comomostrou a Teologia da Libertação[escola da teologia cristã queprega a reforma social]. Mas émelhor guardar as camisasvermelhas com o rosto sagradofazendo as vezes de Che: Jesusprovavelmente não seria deesquerda hoje.

“A esquerda, aliás, não gostarianada das propostas de Jesus”,projeta o teólogo da libertação eprofessor da Universidade Católicado Salvador, Josival Lemos . “Jánão gostou, quando ele mostrouaos judeus amor e perdão emlugar de um motim contra Roma.Marxismo e cristianismo não têmnada a ver em termos deconteúdo”.

Seria o caso, até, de umpapinho tranqüilo com Obama, oquase messiânico líder dos EUA.Depende do mérito dopresidente-eleito. “Jesusreconheceu a autoridade dosreinos de sua época, mas essalegitimidade vem do uso do poderpara boas obras”. Tanto Obamaquanto Lula, por exemplo, seriammodelos de autoridades que

ajudaram, a seu modo, a restaurara fé. “’Dai a César o que é deCésar e a Deus o que é de Deus‘deixou cada coisa em seu lugar”,explica o teólogo.

Já o filósofo do cristianismo eprofessor da Federal de SergipeMárcio de Paula acredita que aoCordeiro pouco importam chefesde Estado e geopolítica.“Nietzsche dizia que Jesus eraidiota. Não no sentido de bobo,mas por ignorar o que éimportante neste mundo. Talvezele nem pensasse nisso. Ele nuncafoi revolucionário nem líder debrigada”, considera.

HISTÓRIA – Um Jesus engajado,porém, foi objeto deinvestigações históricas diversas.“Alguns fixaram nele umprecursor dos movimentosreformadores modernos, comoThomas Münzer [sacerdote dareforma protestante alemã]”, dizo historiador Muniz Ferreira.

Ao reencontrar asdesigualdades de milênios atrás, oFilho do Homem partiria para aincitação das massas, crê oprofessor de Liturgia eSacramentos da Faculdade SãoBento, Edes Santos. “Jesus iria embusca da inquietação dos coraçõesoprimidos, para devolver adignidade das pessoas“.

Certeza entre incertezas, Elenão vem para vingar-se, mesmo seo assunto for o sanguederramado em nome da sacraJerusalém. Nem o apelo do DNAjudaico o faria tomar partido,segundo Nem Douglas, teólogo ecoordenador do curso de relaçõesinternacionais da Unijorge. ”Ser afavor da vida não lhe deixa apoiarisraelenses ou árabes. Para ele,são todos iguais“.

Nem deuses nem mortaisJudeus brigam com sunitas e xiitas,que brigam com cristãos, que brigamcom adeptos do candomblé efagocitaram os deuses indígenas. Oretorno do fundador do Cristianismopoderia, por lógica, interromper acontradança e coroar os católicos. Sóque nas escrituras sagradas Jesus nãoexige o fim das religiões “infiéis”,defende o filósofo das religiõesGiorgio Borghi. “A rigor, Jesus nãoveio fundar uma religião. Ele deixouidéias universais de tolerância eentendimento. ”O teólogo JosivalNunes ressalta que conversão nãoimplica perder a identidade original.“Jesus mostraria a presença sagradaem cada uma dessas culturas. Édiferente de levar Deus numa maletae entregá-lo”.

No Brasil, Estado laico de maioriacatólica, nada de regalias, e nãoapenas pelo ecumenismo divino. AIgreja perdeu poder e não tem maisum papel significativo na sociedade,diz o cientista político e professor daFederal da Bahia Paulo Dantas. “Aigreja católica hoje em dia tem maisprestígio que poder. Pode ser vistacomo um grupo de influência, elimitada”. Não que a mensagemreligiosa não encontre eco em erasde broadcasting e “tempo real”.“Mas, se Jesus voltasse, apesar decertamente ter mais audiência,certamente teria mais concorrência”,diz Paulo Dantas.

MEA CULPA – Por outro lado, se oretorno do Filho do Homem nãocriará favorecidos, cada família temcontas a acertar sobre vaidade esoberba. Foram as dívidas e a faltade planos de orçamento domésticoque começaram a bola de neve dacrise econômica mundial em 2008,na opinião do economista Paulo deTarso Reis, que fez um estudosobre finanças e a Bíblia. “A crisedeixaria Jesus muito triste. A Bíbliaapóia que cada um faça suasreservas para os momentos dedificuldades”.

Mas nem Jesus vai sair dessa semsua própria parcela de faltas aadmitir. A herança do cristianismomuitas vezes coloca o homemcomo a coroa da criação, explica ofilósofo Márcio de Paula, e anatureza em segundo plano. “Édiferente de budismo e hinduísmo,nos quais homem e natureza sãoum só”. Conseqüências: problemascomo o aquecimento global.Márcio crê que Jesus defenderiauma revisão da postura em relaçãoà natureza. “Ele pediria uma novaconsciência contra nosso descaso”.

Para não-cristãos,Jesus não retornapara julgamentoJantar com a família e dormir cedoé a programação da noite de Natalde Monique Gomes, 19, ou Mona,como a chamam na mesquita quefreqüenta. Para o islamismo, Jesusé mais um dos profetas de Deus,como Maomé. Por isso Mona rezapara ele. “Agradecemos a Deus porenviá-lo, assim como os outros”.

O alcorão cita Jesus várias vezes,mas não prevê seu retorno, explicao Sheikh Ahmad, diretor do CentroCultural Islâmico da Bahia. “Paranós, ele é Iysá, um homem quenasceu milagroso e ensinoumuito”. No judaísmo, a posição éparecida, explica o rabino IsraelBukiet. “Não prevemos seuretorno. Jesus era judeu, por issoimportante para nós comoqualquer outro judeu”.

Na fronteira com o cristianismotradicional, o espiritismo nãoprofessa a presença de Cristo noJuízo. A presidente da AssociaçãoEspírita da Bahia, Creuza Lage,conta que para os espíritas Jesus éum modelo de virtude. “Ele é nossoguia, por ter sido o espírito maisperfeito que viveu sobre a Terra”.

Para o cardeal arcebispo domGeraldo Majella, o retorno deCristo é uma questão de tempo.“Jesus virá com todo o seu poderdivino para nos ensinar e julgar. Ofim dos tempos medirá vivos emortos não por atos de louvor, maspelo amor ao próximo”. Já DonaDadá, mãe-de-santo do terreiroque batiza em São Cristóvão, achamelhor não desacreditar da Bíblia.“Jesus é uma marca de Oxalá, traza paz. É bom crer nas escrituras ecompletar com a nossa fé”.

FIM DOSTEMPOSAo longo dahistória,diversas datasforamapontadascomo o Juízo.

1843William Miller,criador da igrejaadventista, fez osfiéis abandonarembens e empregos. Oerro foi nomeadoGrande Decepção.

1948As criação do Estadode Israel disparouprevisões do Juízoao redor do mundo.Entre 40 e 100 anosdepois, aconteceriaa Segunda Vinda.

1988Edgar Whisenaut,cientista da Nasa,lançou o livro 88razões por que oarrebatamento seráem 1988. Vendeu 4milhões de cópias.

REPRODUÇÃO | WIKIMEDIA

ILUSTRAÇÃO BRUNO AZIZ