Caderno_37 RBMA

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CADERNO N. 37 - SRIE CONSERVAO E REAS PROTEGIDAS

Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

So 3 as principais funes da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica Conservao da Biodiversidade Desenvolvimento Sustentvel Conhecimento Cientfico e Tradicionalrealizao:

Caderno n 37

CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLNTICARua do Horto 931 - Instituto Florestal So Paulo - SP - CEP: 02377-000 Fone: (011) 22318555 r. 2044 e 2065 Fone/Fax: (011) 22325728 e-mail: [email protected] http://www.rbma.org.br

Realizao

Conserv onservao reas protegida SRIE C onservao e reas protegida s

Em parceria com:

Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga

Clayton Ferreira Lino

Programa MaB "O Homem e a Biosfera"

Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica

CADERNO N. 37 - SRIE CONSERVAO E REAS PROTEGIDAS

Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

SRIE 1 Cad. 01 Cad. 18 Cad. 28 Cad. 32 Cad. 35 Cad. 36 Cad. 37 SRIE 2 Cad. 02 Cad. 05 Cad. 06 Cad. 09 Cad. 24 Cad. 25

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CONSERVAO E REAS PROTEGIDAS A Questo Fundiria, 1 ed./1994, 2 ed./1997 SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservao, 1 ed./2000, 2 ed./2004 RPPN - Reservas Particulares do Patrimnio Natural da Mata Atlntica, 2004 Mosaicos de Unidades de Conservao no Corredor da Serra do Mar, 2007 RPPN - Em destaque na Conservao da Biodiversidade da Mata Atlntica, 2008 Capacitao em Gesto Participativa na Mata Atlntica, 2008 Mocaiso de Unidades de Conservao doJacupiranga, 2009 GESTO DA RBMA A Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, 1 ed./1995, 2 ed./1996 A Reserva da Biosfera da Mata Atlntica no Estado de So Paulo, 1 ed./1997, 2 ed./2000 Avaliao da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, 1 ed./1997, 2 ed./2000 Comits Estaduais da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, 1 ed./1998, 2 ed./2000 Construo do Sistema de Gesto da RBMA, 2004 Planejamento Estratgico da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, 2003

Caderno n 37

SRIE 3 - RECUPERAO Cad. 03 - Recuperao de reas Degradadas da Mata Atlntica, 1 ed./1996, 2 ed./2000 Cad. 14 - Recuperao de reas Florestais Degradadas Utilizando a Sucesso e as Interaes plantaanimal, 1 ed./1999, 2 ed./2000 Cad. 16 - Barra de Mamanguape, 1 ed./1999, 2 ed./2000 SRIE 4 - POLTICAS PBLICAS Cad. 04 - Plano de Ao para a Mata Atlntica, 1 ed./1996, 2 ed./2000 Cad. 13 - Diretrizes para a Polltica de Conservao e Desenvolvimento Sustentvel da Mata Atlntica, 1999 Cad. 15 - Mata Atlntica: cinica, conservao e polticas, 1999 Cad. 21 - Estratgias e Instrumentos para a Conservao, Recuperao e Desenvolvimento Sustentvel da Mata Atlntica, 1 ed./2002, 2 ed./2004 Cad. 23 - Certificao Florestal, 2003 Cad. 26 - Certificao de Unidades de Conservao, 2003 Cad. 27 - guas e Florestas da Mata Atlntica: por uma gesto integrada, 2004 Cad. 30 - Certificao em Turismo Sustentvel - Norma Nacional para Meios de Hospedagem requisitos para a sustentabilidade - NIH-54 de 2004, 2005 Cad. 33 - Lei da Mata Atlntica - Lei n 11.428, de 22 de dezembro de 2006 e Resoluo CONAMA n 388, de 23 de fevereiro de 2007, 2007 SRIE 5 Cad. 08 Cad. 11 Cad. 12 Cad. 22 Cad. 29 SRIE 6 Cad. 07 Cad. 10 Cad. 31 SRIE 7 Cad. 17 Cad. 20 Cad. 34 SRIE ESTADOS E REGIES DA RBMA A Mata Atlntica do Sul da Bahia, 1998 A Reserva da Biosfera da Mata Atlntica no Rio Grande do Sul, 1998 A Reserva da Biosfera da Mata Atlntica em Pernambuco, 1998 A Reserva da Biosfera da Mata Atlntica no Estado do Rio de Janeiro, 2002 A Reserva da Biosfera da Mata Atlntica no Estado de Alagoas, 2004 DOCUMENTOS HISTRICOS Carta de So Vicente - 1560, 1 ed./1997, 2 ed./2000 Viagem Terra Brasil, 1998 Balduno Rambo S. J. - A Fisionomia do Rio Grande do Sul, 2005 CINCIA E PESQUISA Bioprospeco, 2000 rvores Gigantescas da Terra e as Maiores Assinaladas no Brasil, 2002 Florestas Urbanas - Estudo sobre as Representaes Sociais da Mata Atlntica de Dois Irmos, na Cidade do Recife - PE, 2008

MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAO DO JACUPIRANGAClayton Ferreira Lino

SRIE 8 - MaB-UNESCO Cad. 19 - Reservas da Biosfera na Amrica Latina, 2000

Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica

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Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica Srie: CONSERVAO E REAS PROTEGIDAS Editor: Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica Conselho Editorial: Clayton Ferreira Lino, Joo L. R. Albuquerque e Heloisa Dias Reviso: Joo L. R. Albuquerque, Clayton F. Lino Diagramao: Felipe Sleiman Rizzatto Catalogao na fonte: Margot Terada CRB 8.4422 Dados internacionais: M865 Mosaico de unidades de conservao do Jacupiranga / Organizao Clayton F. Lino ; reviso Joo L.R. Albuquerque, Clayton F. Lino. - - So Paulo : Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, 2009, 76p. : il., mapas color. ; 21 cm. - - (Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica. Srie 1 Conservao e reas Protegidas; 34) 1. reas protegidas So Paulo (Estado) 2. reas protegidas So Paulo 3. Biodiversidade conservao 4. Conservao unidades Brasil 5. Desenvolvimento sustentvel 6. Fauna Brasil 7. Florestas aspectos scio- econmicos - Brasil 8. Jacupiranga parque estadual 9. Mata Atlntica Brasil I. Lino, Clayton F., org. II. Srie. Foto: Clayton F. Lino CDD (21.ed. Esp.) CDU (ed. 99 port.) 333.751 681 6 502.34 (253:815.6+816.2)

Caderno n 37

Endereo do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera: Rua do Horto, 931 - Casa das Reservas da Biosfera 02377-000 So Paulo - SP - BR Fone/Fax: 0xx11 62318555 r. 2044 e 2065 Fax: 0xx11 62325728 Publicao do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, com o apoio da Fundao Florestal/Secretaria do Meio Ambiente do Estado de So Paulo - SMA Impresso:Autoriza-se a reproduo total ou parcial deste documento desde que citada a fonte.

MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAO DO JACUPIRANGAClayton Ferreira Lino

So Paulo Maio de 2009

Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica

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Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

Este caderno dedicado aos membros e colaboradores do Grupo de Trabalho do Parque do Jacupiranga - GT PEJ, listados pagina 65, que tornaram possivel uma experincia histrica e inovadora na construo coletiva de um novo territrio protegido, integrando conservao e d e s e n v o l v i m e n t o sustentvel.

Com este Caderno n 37 damos seqncia srie Conservao e reas Protegidas, destacando o processo participativo de criao do Mosaico do Jacupiranga, integrando conservao e desenvolvimento sustentvel em uma das mais importantes reas de Mata Atlntica no Brasil, reconhecida como Reserva da Biosfera e Stio do Patrimnio Mundial Natural.05

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SUMRIO:Pg. Apresentao Prefcio Parte 1 Do Parque Estadual ao Mosaico do Jacupiranga I Intoduo. O Parque de Jacupiranga: importncia e histria . Conflitos scio-ambientais e legislao . GT-PEJ: um amplo frum de participao

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II O Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga Parte 2 A lei e a cartografia do Mosaico do Jacupiranga Mapa do Parque Estadual de Jacupiranga Mapa do Mosaico do Jacupiranga Lei n 12810, de 21 de fevereiro de 2008 Mapas das Unidades de Conservao do Mosaico Anexos 1 - Grupo Intersecretarial de Trabalho do Parque Estadual de Jacupiranga e Membros Colaboradores 2 - Comisso de Implantao do Mosaico do Jacupiranga

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APRESENTAORegio dos remanescentes primrios mais significativos da Mata Atlntica o Vale do Ribeira abriga algumas das mais importantes reas protegidas desse ecossistema. Entre elas est o Parque Estadual de Jacupiranga - PEJ, situado na divisa dos Estados de So Paulo e Paran. Pea fundamental dos quebracabeas da conservao da biodiversidade brasileira esse parque tem localizao chave para a estratgia de proteo do principal corredor de Mata Atlntica do planeta. Considerada reservada desde o Decreto-Lei 14.916 de 1945,a rea do PEJ foi objeto de diversas iniciativas que buscaram sua consolidao, desde a dcada de 70, ocasio em que se procurava equacionar a conciliao entre a abertura de uma estrada que d acesso sede do Municpio de Barra do Turvo e a proteo dessas florestas. Apesar disso o PEJ sofreu incontveis invases e assentamentos irregulares que descaracterizaram suas divisas primitivas. Mesmo assim, graas importncia dos remanescentes florestais que nele permanecem, foi incorporado Reserva da Biosfera da Mata Atlntica e suas reas ainda protegidas formam hoje parte do Stio do Patrimnio Mundial Natural da UNESCO dedicado Floresta Atlntica. Como conseqncia desse quadro (reas invadidas e descaracterizadas ombreando reas de floresta primria de importantssimo grau estratgico) surgiu iniciativa na Assemblia Legislativa, que foi a seguir aperfeioada pelo Executivo, de modo a solucionar essa questo, mediante projeto de lei de criao do Mosaico de reas Protegidas do Jacupiranga. Precedente anlogo e recente se deu quando da criao, no final de 2006, do Mosaico de reas Protegidas da Juria -Itatins. Nesse caso, a rea original da Estao Ecolgica foi ampliada e se especializou o uso de algumas de suas pores em categorias apropriadas para necessidades scio-ambientais daquela regio. o que se alcanou com a edio da Lei Estadual n. 12.810, de 21 de fevereiro de 2008, sancionada pelo Governador Jos Serra e que criou o Mosaico de Unidades de Conservao de Jacupiranga: ampliou-se a rea de proteo integral, recategorizaram-se reas antropizadas e est sendo implementada uma gesto integrada desse conjunto com a08 09

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edio do Decreto 53.248, de 18 de julho de 2008 e da Resoluo SMA 77, de 4 de novembro de 2008. Tudo isso s foi possvel graas Lei Federal 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservao SNUC, pela qual alm de ter sido estabelecido o marco legal dos mosaicos definiu-se com clareza quais so, como e onde podem ser implantadas as diversas categorias de reas protegidas brasileiras. Em ambos os mosaicos acima referidos (Juria Itatins e Jacupiranga), houve a prevalncia de um critrio segundo o qual, para a conservao, essencial que na reclassificao de reas de proteo integral de uma Unidade de Conservao para reas de uso sustentvel, no se abra mo da compensao daquelas, mediante a incorporao de novas reas ainda intocadas, de modo a que se mantenha ou seja aumentada a rea sob proteo integral do futuro mosaico. Felizmente nesses dois casos houve a possibilidade de ser adotado esse critrio: no caso do Mosaico do Jacupiranga, a rea de unidades de proteo integral aumentou em cerca de 15.000 (quinze mil) hectares ou 10% da superfcie original do PEJ. O resultado desse trabalho, vai aqui muito bem prefaciado por Jos Amaral Wagner Neto, Diretor Executivo da Fundao Florestal, entidade responsvel pela administrao do Mosaico do Jacupiranga, e relatado por Clayton Ferreira Lino, que o coordenou por parte de Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Mas para seu sucesso contriburam de forma decisiva os demais rgos do Estado que participaram do Grupo de Trabalho, as Prefeituras onde se localiza o territrio do mosaico, os Parlamentares que levantaram a questo, as lideranas locais, posseiros, associaes de posseiros e entidades nogovernamentais voltadas proteo da natureza e ao desenvolvimento sustentvel. Todo esse trabalho foi referendado em consultas pblicas como manda a lei e aqueles que contriburam para o seu desfecho merecem nosso louvor e agradecimento. A remessa do projeto de lei pelo Secretrio do Meio Ambiente, Xico Graziano, sua aprovao pela Augusta Assemblia Legislativa e a sano pelo Senhor Governador Jos Serra foram o corolrio desse esforo coletivo. Boa leitura a todos ! Pedro Ubiratan Escorel de AzevedoSecretrio Adjunto do Meio Ambiente do Estado de So Paulo 10

PREFCIOEste novo caderno da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, da srie Conservao e reas Protegidas, trs em suas pginas informaes tcnicas e legais sobre a criao do Mosaico do Jacupiranga e um relato sistematizado do processo de sua criao, devidamente contextualizado em sua dimenso histrico-social, territorial, ambiental e poltica. Em terras paulistas, foi seguramente a mais rica e bem sucedida experincia de negociao de conflitos scioambientais, envolvendo uma unidade de conservao, resultando em um Projeto de Lei consensuado entre os poderes constitudos e as comunidades envolvidas. Vale destacar neste Caderno sua introduo, onde a equipe do Grupo de Trabalho GT-PEJ relata passo a passo o processo que seguiram, partindo de princpios claros, precisos e inegociveis, quais sejam: prioridade de conservao da Mata Atlntica, melhoria das condies de vida das populaes tradicionais da rea, incorporao de reas de remanescentes florestais estratgicos, de modo a no reduzir a rea de proteo integral, e a garantia de ampla e efetiva participao de todos os seguimentos envolvidos. O resultado, aps longas e exaustivas rodadas de negociaes, foi a criao pelo consenso, de 14 novas Unidades de Conservao sendo: 3 Parques Estaduais , 5 Reservas de Desenvolvimento Sustentvel, 2 Reservas Extrativistas e 4 APAs. Adicionalmente foi consignado na Lei o compromisso das comunidades quilombolas de criao de 2 RPPNs Quilombolas (Sapatu e Andr Lopes), resultando assim em um Mosaico com 16 unidades de conservao, aumentado em 15.000 ha. de reas protegidas em relao ao antigo Parque Estadual de Jacupiranga, destacando-se a incorporao de ecossistemas costeiros anteriormente no representados. Destaca-se, sobretudo nesta experincia, o avano normativo alcanado, na medida em que vrias questes importantes para a implementao do Mosaico foram previstas e consignadas no corpo da Lei de criao. Especialmente a criao por Decreto Governamental da Comisso de Implementao, composta de vrias Secretarias de Estado e rgos pblicos com a misso de apoiar o rgo gestor do Mosaico, a Fundao Florestal, nas questes de regularizao fundiria e11

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reassentamento populacional, regularizao de rodovias, entre outras. Por estas razes mais que um importante registro desta experincia impar da conservao ambiental no Estado de So Paulo, este Caderno servir como referncia metodolgica, construda na prtica, para futuros e inevitveis processo de reviso de territrios protegidos em So Paulo e no Brasil. Registraria que a tarefa de implantao do Mosaico de Jacupiranga por parte da Fundao Florestal se iniciou no dia seguinte da sua aprovao. Atualmente, o Mosaico conta com 6 gestores designados respondendo pela administrao conjunta dos Parques e Unidades de Uso Sustentvel, garantindo uma viso integrada das questes de conservao, uso pblico e uso sustentvel do territrio. Os Conselhos das 14 UCs e do Mosaico estaro constitudos e em pleno funcionamento at o final de 2009, aproveitando a enorme mobilizao e capacitao das comunidades nos processos de consultas para a criao do Mosaico. Esto sendo executados 6 Planos de Manejo Espeleolgicos das Cavernas do Mosaico, a implantao do novo Ncleo Capelinha do Parque Estadual do Rio Turvo, e iniciado o Plano de Gesto de Estradas, entre outras. Por fim, vale registrar que o Artigo 5. Pargrafo 1., estabelece o prazo de 5 anos para que a Fundao Florestal elabore o Plano de Manejo das unidades do Mosaico. Esperamos conclu-lo muito antes disso, se possvel ainda nesta gesto, em homenagem ao esforo de todos que se dedicaram criao do Mosaico do Jacupiranga. Boa Leitura. Jos Amaral Wagner Neto Diretor Executivo da Fundao Florestal

PARTE IDO PARQUE ESTADUAL AO MOSAICO DO JACUPIRANGA

O MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAO DO JACUPIRANGA I INTRODUO O Parque de Jacupiranga: importncia e histria Criado pelo Decreto-Lei n 145 em 8 de agosto de 1969 o territrio do Parque Estadual do Jacupiranga - PEJ localizase no sul do Estado de So Paulo, nas regies do Vale do Ribeira e Litoral Sul, com cerca de 150.000 ha, abrangendo reas dos municpios de Barra do Turvo, Cajati, Canania, Eldorado, Iporanga e Jacupiranga (Tabela 01). O Parque Estadual do Jacupiranga foi tombado pelo CONDEPHAAT em 1985 e declarado pela UNESCO como Zona Ncleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, em 1991, e Stio do Patrimnio Mundial Natural em 2000. Municpio Barra do Turvo Cajati Canania Eldorado Iporanga Jacupiranga Total rea (ha) 79.139,89 15.138,57 23.032,89 18.302,68 6.775,24 7.610,73 150.000,00Fonte: Instituto Florestal.

Tabela 01. Relao dos municpios e rea abrangida pelo P.E.Jacupiranga.

A Mata Atlntica do Parque constitui um grande corredor ecolgico entre as Unidades de Conservao da Natureza12 13

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do Vale do Ribeira e Litoral Sul de So Paulo e Litoral Paranaense, formando um contnuo com o P.E. Ilha do Cardoso, A.P.A. Federal Canania-Iguape-Perube, A.P.A. Federal Guaraqueaba, P.N. Superagi, P.E. das Laurceas, P.E. Turstico do Alto Ribeira, P.E. Intervales e A.P.A. Estadual da Serra do Mar, alm da Reserva Extrativista do Mandira. Este conjunto configura o maior remanescente de Mata Atlntica preservada no pas, protegendo ecossistemas naturais de grande relevncia ecolgica. A riqueza faunstica na rea do Parque Estadual de Jacupiranga de longa data reconhecida, ocorrendo ali a presena de muitas espcies ameaadas de extino. Abriga grandes predadores como a harpia Harpia harpija e o uiraufalso Morphnus guianensis e mamferos de grande porte como a ona-pintada Panthera onca, a ona-parda Puma concolor e o muriqui Brachyteles arachnoides. Ocorrem tambm na rea os papagaios da cara-roxa Amazona brasiliensis e do peito-roxo Amazona vinacea e o mico-leo-caiara Leonthopitecus caissara. A rea protegida pelo Parque tambm abriga importante patrimnio espeleolgico, destacando-se a Caverna do Diabo, uma da mais belas cavernas do Brasil. Desde o incio da decada de 1990 existem dois ncleos de visitao implantados: O Ncleo Caverna do Diabo, em Eldorado, e o Ncleo Cedro, em Barra do Turvo. Na rea proposta para a criao do futuro Ncleo Capelinha, no municpio de Cajati, alm de diversos atrativos naturais, existe um stio de importncia arquelgica, pois ali foi descoberto o Homem da Capelinha, que o registro mais antigo de ocupao humana no Estado de So Paulo, com cerca de 10.000 anos. o fato de o Parque ser atravessado por uma Rodovia de grande porte - Rgis Bittencourt (BR 116), favoreceu a ocorrncia de aes de degradao do patrimnio natural do Parque. A abertura de estradas transversais interiorizaram essas degradaes, tornando as pores14

centrais do PEJ mais acessveis s atividades irregulares. Nas dcadas de 80 e 90, ocorreu a formao de bairros a partir da rodovia, com graves prejuzos aos ecossistemas locais. Aproximadamente 60% da ocupao humana no interior do Parque, concentra-se ao longo do trecho de influncia da referida Rodovia. A busca da resoluo deste conflito foi objeto de vrias iniciativas por parte do Poder Pblico, tanto no mbito do Executivo, quanto do Legislativo, mas pouco prosperaram. Conflitos scio-ambientais e legislao Em 25 de setembro de 2003, atendendo reivindicao de moradores locais, o Deputado Hamilton Pereira apresentou na Assemblia Legislativa Estadual o Projeto de Lei PL n 984/03 que propunha a excluso de reas do Parque, algumas ocupadas por comunidades tradicionais, outras ocupadas por fazendeiros e sitiantes, e a partir da dcada de 1980, tambm por populaes carentes oriundas do Paran. Esta ocupao irregular concentrou-se principalmente ao longo da Rodovia Regis Bittencourt (BR 116), que corta o Parque por aproximadamente 60 km e liga o estado de So Paulo ao Sul do Brasil e pases do Mercosul. Tais ocupaes geraram grandes desmatamentos na UC, tornando-se focos permanentes de conflitos, especialmente entre o Instituto Florestal, ento responsvel pela administrao do Parque, ocupantes e autoridades municipais. Apesar dos esforos de planejamento e projetos realizados em mais de 35 anos, o Parque no foi efetivamente implantado. E a necessidade de adequao dos limites da UC era patente. Nesse cenrio, fazia-se urgente a elaborao de uma proposta embasada em estudos tcnicocientficos e sociais. Muitas organizaes se manifestaram pela no aprovao do PL no 984/2003. Essas manifestaes reconheceram, no entanto, a necessidade de redesenho15

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do Parque a partir de estudos mais detalhados e do dilogo mais amplo com a sociedade envolvida. Todos os esforos envidados no sentido de impugnar e cercear a aprovao do referido PL n 984/03, no foram suficientes para impedir que a Assemblia Legislativa Estadual votasse pela aprovao do mesmo em sesso extraordinria do dia 16 de agosto de 2005. Usando do poder que lhe confere a Constituio, o Governador Geraldo Alkimim, pela Mensagem no 97, de 19 de setembro de 2005, vetou integralmente o Projeto de Lei. Nesse contexto, e entendendo que apenas vetar o PL n 984/2003, no resolveria o problema da conservao dos ecossistemas abrigados pelo Parque, nem das comunidades que residem em seu interior, o Governador do Estado editou o Decreto n 50.019, de 20 de setembro de 2005, instituindo o Grupo de Trabalho Intersecretarial do Parque Estadual de Jacupiranga GT-PEJ e determinando a elaborao de estudos e levantamentos cuja concluso dos trabalhos viesse a subsidiar um novo PL, levando em conta as questes ambientais, sociais e econmicas da regio. O grupo composto por representantes do Instituto Florestal de So Paulo IF, da Procuradoria Geral do Estado PGE e do Instituto de Terras do Estado ITESP da Secretaria de Justia e Defesa da Cidadania, foi coordenado pelo Presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, na qualidade de representante do Secretrio Estadual do Meio Ambiente. Os membros do Grupo foram nomeados atravs da Resoluo SMA n 34 de 22 de novembro de 2005, iniciando seu trabalho em 09 de dezembro de 2005. Considerando a grande demanda de trabalho e o elevado grau de complexidade das questes a serem tratadas pelo GT-PEJ, o Grupo entendeu ser necessrio a participao de outros representantes nos trabalhos empreendidos. A equipe16

tcnica do grupo de trabalho foi ampliada e passou a ser constituda por tcnicos da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, do Instituto Florestal, do Itesp, da PGE e representantes das Cmaras de Vereadores, Prefeituras Municipais envolvidas, Associaes Quilombolas, Conselhos Consultivos do PEJ, Fundao Florestal, organizaes no governamentais e moradores do Parque. GT-PEJ: um amplo frum de participao As primeiras medidas do GT foram criar as condies para a participao de todos os envolvidos e o estabelecimento de princpios e diretrizes, dentre as quais se destacam: a) a nova proposta deveria contemplar com a mesma prioridade a conservao da Mata Atlntica e a melhoria das condies de vida das populaes tradicionais da rea; b) o PEJ deveria ser mantido nesta categoria de manejo e deveria ser assegurado o contnuo florestal que ele representa formando um importante corredor entre as Unidades de Conservao do Vale do Ribeira; c) seria necessrio rever os limites do PEJ, de um lado retirando reas de comunidades tradicionais ou de intensa ocupao que estivessem consolidadas e que no fossem fundamentais para a integridade do Parque. De outro lado, incorporando reas de remanescentes florestais e outras reas estratgicas, de modo a no diminuir a rea de proteo integral abrigada pelo Parque; d) deveria ser criado um grande mosaico de reas protegidas, tendo o PEJ no centro, envolvido por outras UC, de vrias categorias de manejo, como APA, RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentvel) etc.; e) a proposta deveria ser desenvolvida com a efetiva participao de todos os segmentos envolvidos na questo. A adoo desses princpios permitiu que, ao longo de todas as 13 (treze) reunies do GT em So Paulo, os trabalhos17

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contassem com mais de 40 pessoas e o envolvimento de mais de duas dezenas de instituies. Dentre elas cabe destacar a participao dos Prefeitos e Vereadores dos seis municpios abrangidos pela rea do Parque, dos representantes das comunidades locais, organizaes no governamentais, alm da intensa participao das comunidades quilombolas. Todas as reunies foram documentadas em atas e listas de presena que esto disponveis na SMA e na Secretaria Executiva do Conselho Nacional da RBMA. Em paralelo s reunies formais do GT, ocorridas em So Paulo, foram realizadas cerca de quinze reunies na regio, com moradores, um sobrevo com fotografia e filmagem de toda rea de abrangncia do Parque e seu entorno, o levantamento cadastral dos ocupantes, o levantamento da situao fundiria dos permetros, levantamento bibliogrfico, aquisio de imagens de satlite SPOT e elaborao de base cartogrfica temtica. Para isso, alm da prpria direo do Parque, contriburam as equipes de todos os rgos envolvidos, os membros do conselho consultivo do PEJ e as vrias organizaes locais, como Sindicatos, Cooperativas, ONGs e Prefeituras. Cabe tambm destacar a colaborao de vrios Deputados Estaduais, vinculados a diversos partidos. O Grupo de Trabalho atuou tambm no apoio a outras atividades de interesse do Parque. Entre outras, ressaltase a articulao com as comunidades locais para elaborao e implantao de projetos de desenvolvimento sustentvel e a busca de recursos, atravs de projetos de cooperao e compensao ambiental, para implantao do Parque. A participao do GT ocorreu tambm na discusso da alterao da lei do ICMS ecolgico paulista (Lei n 8.510/ 1993) e, junto Assemblia Legislativa, da proposta de PL que regulamenta o artigo 200 da Constituio Estadual, que dispe sobre a compensao financeira aos municpios18

que abrigam Unidades de Conservao do Estado em seus territrios. A viso integrada dessas atividades e polticas foi fundamental para o bom encaminhamento da reconfigurao do Parque, pois seus efeitos tm implicaes concretas para a vida daquelas comunidades e Municpios. A ttulo de exemplo, vale destacar que cerca de 40% de toda receita do municpio de Barra do Turvo, que abriga cerca de dois teros do territrio do PEJ, so provenientes do ICMS ecolgico. Assim, a excluso ou incluso de reas no Parque, tem um grande impacto nas finanas municipais e na capacidade de custeio e investimento do Municpio que tem um dos mais baixos IDH (ndice de Desenvolvimento Humano) do Estado. O GT-PEJ que, ao longo de 2 anos desenvolveu um dos mais participativos processos de reviso de Unidades de Conservao do Brasil, cumpriu sua principal misso, elaborando um novo anteprojeto de lei, em substituio ao PL n o 984/2003 vetado, apresentando os seguintes resultados, dentre outros: a) O novo PL exclui, reclassifica e incorpora reas ao Parque de Jacupiranga, subdividindo seu territrio em trs Parques, mantendo-se o contnuo de reas de Proteo Integral. b) Instituiu o Mosaico do Jacupiranga, criando alm dos trs parques estaduais, cinco Reservas de Desenvolvimento Sustentvel RDS, uma Reserva Extrativista - RESEX e quatro reas de Proteo Ambiental APA; c) Uma cartografia de preciso (vetorial) e atualizada de toda rea do Mosaico e de seu entorno, bem como de cada Unidade de Conservao, acompanhados dos respectivos memoriais descritivos;19

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d) Subsdios para o Plano de Manejo e zoneamento das novas UC com levantamentos tcnicos e fundirios; e) Indicaes para a criao de novos ncleos de visitao; f) Indicadores para a regularizao de nove comunidades quilombolas e vrias outras comunidades tradicionais (caiaras e caboclos); g) Levantamento de fontes de recursos de compensao ambiental e efetiva destinao para implementao do Mosaico do Jacupiranga. A proposta do GT-PEJ foi encaminhada na forma de Projeto de Lei (PL 638/2007) pelo Governador Jos Serra Assemblia Legislativa, onde ganhou novas contribuies, e, em 20 de dezembro de 2007, foi aprovado em plenrio com o apoio de todos os partidos polticos. Em 21 de fevereiro de 2008, o governador Jos Serra sancionou a lei 12.810/ 2008 que formalizou o Mosaico do Jacupiranga

II O MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAO DO JACUPIRANGA Como dito anteriormente o Decreto n 145 de 1969 instituiu o Parque Estadual do Jacupiranga com rea de aproximadamente 150.000 hectares. Apesar das imprecises do memorial descritivo, trabalhos tcnicos posteriores constataram que o Parque abrangia uma rea de 149.249 ha. Em 2001, a partir da Lei no 10.850, foram excludos do Parque 9.419 ha, destinados ao reconhecimento das comunidades quilombolas de Andr Lopes, Sapatu e Nhunguara. Outros 411,7 hectares estavam previstos para a excluso por fora da rea reconhecida para o Quilombo do Mandira, no municpio de Canania. Assim, a rea do Parque no incio dos trabalhos do GT-PEJ estava reduzida a 139.418,3 hectares. Com a lei 12.810/2008 foi criado o Mosaico do Jacupiranga envolvendo uma rea de 243.885,78 ha em suas 14 unidades de conservao (alm de 2 RPPNs previstas). A aprovao da lei resultou em significativos ganhos ambientais e sociais. Contempla a conservao da Mata Atlntica e, ao mesmo tempo, a melhoria das condies de vida das populaes tradicionais da rea. A partir de estudos tcnicos, foram identificadas reas de nove comunidades quilombolas e outras reas de comunidades tradicionais, situadas prximas s divisas do Parque, que deveriam ser reclassificadas em outras categorias mais adequadas. Em outras reas existem ocupaes intensas em reas urbanizadas que envolvem tanto populaes tradicionais como outras mais recentes. Tambm essas reas foram reclassificadas em outras categorias de manejo pela nova lei. Assim, foram criadas cinco Reservas de Desenvolvimento Sustentvel e uma Reserva Extrativista, num total de 13.793,32 hectares e quatro reas de Proteo Ambiental, no total de 73.558,09 hectares.21

Fotos: Clayton Ferreira Lino

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Nome da UC RDS Barreiro/Anhemas RDS Quilombos de Barra do Turvo RDS dos Pinheirinhos RDS de Lavras RDS Itapanhapima RESEX Ilha do Tumba RESEX de Taquari

Municpio Barra do Turvo Barra do Turvo Barra do Turvo Cajati Canania Canania Canania

rea (ha) 3.175,07 5.826,46 1.531,09 889,74 1.242,70 1.128,26 1.662,20

importante destacar que a rea acrescida inclui ecossistemas costeiros, reas de ocorrncia de espcies endmicas e ameaadas, como o mico-leo-caiara Leonthopitecus caissara, e o papagaio-de-cara-roxa Amazona brasiliensis, e assegura o grande corredor ecolgico que interliga as UC da Serra do Paranapiacaba s UC do Lagamar e outras Unidades da parte paranaense do Vale do Ribeira. Considerando a grande extenso do territrio, a diversidade dos ecossistemas abrangidos e as questes logsticas para o manejo e proteo da rea, o PL propos a diviso da rea de proteo integral do Parque, retificada e ampliada, em trs UC da mesma categoria: o Parque Estadual da Caverna do Diabo, o P.E. do Rio do Turvo e o P.E. do Lagamar de Canania. Nome da UC Municpio rea (ha)

Tabela 02 Reservas de Desenvolvimento Sustentvel RDS e Reserva Extrativista - RESEX no Mosaico do Jacupiranga.

O Projeto de Lei indicou tambm a excluso de algumas reas, situadas nos municpios de Canania, Jacupiranga e Eldorado, ocupadas por comunidades tradicionais, que foram indicadas como zonas de amortecimento dos Parques que esto inseridos no Mosaico. Com a reclassificao de antigas reas do Parque em RDS, RESEX, APAS e Zonas de Amortecimento, tornou-se possvel a adoo de medidas para regularizao fundiria e o desenvolvimento scio-econmico de cerca de 2 mil famlias. Permite igualmente que essas reas sejam beneficiadas por um novo ordenamento territorial, que possibilitar realocar moradores tradicionais isolados de outras reas internas aos Parques e qualific-lo receber recursos de inmeros programas de apoio ao desenvolvimento sustentvel. Do ponto de vista ambiental cabe destacar que muitas reas florestadas, devolutas ou em fase de discriminao, foram identificadas nas reas limtrofes e aps estudos, incorporadas ao Parque. Assim, mesmo aps as reclassificaes e excluses, graas a estas incorporaesa rea total protegida na categoria de Parque Estadual foi ampliada em cerca de 15.000 hectares, se considerarmos os cerca de 140.000 ha que continha o PEJ no incio dos trabalhos do GT .

Parque Estadual da Caverna do Diabo Parque Estadual do Rio Turvo Parque Estadual do Lagamar de Canania

Barra do Turvo, Eldorado, Iporanga 40.219,66 Barra do Turvo, Cajati, Jacupiranga 73.893,87 Canania, Jacupiranga 40.758,64

Tabela 03 Parques Estaduais no Mosaico do Jacupiranga.

So beneficiados igualmente os 6 Municpios envolvidos, medida em que se viabiliza a regularizao da situao de grande parte das comunidades e bairros rurais, fortalecendo a organizao local para um verdadeiro desenvolvimento sustentvel, contribuindo para a resoluo dos conflitos23

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Scio-ambientais da rea. Igualmente importante o fato de que, via de regra, os municpios tero suas receitas ampliadas pelo acrscimo de reas de conservao beneficiadas pelo ICMS Ecolgico. Alm desses aspectos a proposta atentou para diversas outras questes apontando solues ou criando mecanismos para a efetiva implementao do Mosaico em seus objetivos de conservao e desenvolvimento sustentvel. Dentre eles pode-se destacar: Na rea de superposio do Ncleo Caverna do Diabo com os territrios reconhecidos para os Quilombos de Andr Lopes e Sapatu, a lei prev o reconhecimento de duas RPPNs (Reservas Particulares do Patrimnio Natural) propostas por estas comunidades e possibilita a criao de mecanismos de gesto compartilhada da rea com as comunidades quilombolas locais. A criao do sistema de gesto do Mosaico (conselhos das UCS e do Mosaico), bem como de uma instncia de acompanhamento intersecretarial permanente de sua implementao. Esta comisso inclui igualmente um grupo de trabalho especfico para tratar da compatibilizao das estradas que cruzam reas do mosaico e ordenar sua operacionalizao. A formalizao da figura do Termo de Compromisso Ambiental como instrumento de compatibilizao entre o uso e a ocupao de reas de UCs por moradores tradicionais , em atendimento ao disposto na Lei Federal 9.985/ 2000 do SNUC. A indicao de vrias medidas e prazos necessrios promoo da regularizao fundiria, e implantao e gesto das diversas UCs abrangidas pelo Mosaico.24

A Lei do Mosaico d ainda outra redao Lei 10.850 de 6/7/2001 de forma a compatibiliz-la com outras normas federais (cdigo florestal) e estaduais, com a finalidade de evitar conflitos jurdicos que deram origem ao processo de reconhecimento de territrios Quilombolas. A Lei traz tambm os anexos onde esto detalhados os dados da cartografia (realizada em base digital de preciso) e os respectivos memoriais das 14 Unidades de Conservao nele contidos. Encaminhado pelo Governador Jos Serra Assemblia Legislativa em 3 de julho de 2007, o PL foi aprovado em 20 de dezembro 2007 e sancionado como Lei Estadual n 12.810/2008 em 21 de fevereiro de 2008. A criao do Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiraga, tendo os trs Parques no centro, envolvidos por outras UC de vrias categorias, como APA, RDS e RESEX, foi o resultado de um grande consenso produzido pela ampla discusso e consulta pblica, o que configura uma experincia indita em termos de criao de Unidade de Conservao em So Paulo. Agora inicia-se a fase de implantao dessas Unidades de Conservao e espera-se que possa ser to participativa e exitosa como o processo de criao do Mosaico.25

Fotos: Clayton Ferreira Lino

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Mapas Mapa do Parque Estadual do Jacupiranga Decreto - lei n 145 de 08/08/1969

Mapa do Mosaico do Jacupiranga Lei 12.810/2008

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LEI N 12.810, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2008 Altera os limites do Parque Estadual de Jacupiranga, criado pelo Decreto-lei n 145, de 8 de agosto de 1969, e atribui novas denominaes por subdiviso, reclassifica, exclui e inclui reas que especifica, institui o Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga e d outras providncias. O GOVERNADOR DO ESTADO DE SO PAULO: Fao saber que a Assemblia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1 - As alteraes e a reclassificao das reas que compem o territrio especialmente protegido pelo Parque Estadual de Jacupiranga, criado pelo Decreto-lei n 145, de 8 de agosto de 1969, bem como as novas unidades de conservao que ora se institui, passam a ser regidos pe-las disposies desta lei e seus anexos, observadas as normas ambientais vi-gentes, especialmente as contidas na Lei federal n 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza SNUC e seu regulamento, o Decreto n 4.340, de 22 de agosto de 2002. Artigo 2 As glebas do territrio original do Parque Estadual de Jacupiranga, reclassificadas em novas categorias de manejo, nos termos do Anexo I, passam a integrar as unidades de conservao, na seguinte conformidade: I gleba n 1.1, conhecida como Barreiro/Anhemas, localizada no Municpio de Barra do Turvo, com rea de 3.175,07 ha (trs mil cento e setenta e cinco hectares e28

sete ares), j excluda a rea urbana de aproximadamente 96 ha (noventa e seis hectares), e ocupada predominantemente por comunidades tradicionais, que passa a compor a Reserva de Desenvolvimento Sustentvel RDS Barreiro/Anhemas, nos termos do inciso I do artigo 6 desta lei; II glebas ns 1.2, 1.3 e 1.4, reivindicadas pelas comunidades quilombolas do Ribeiro Grande/Terra Seca, Cedro e Pedra Preta sobrepostas ao Parque Estadual de Jacupiranga, abrangidas pelo Municpio de Barra do Turvo, com reas de 1.938,31 ha (mil novecentos e trinta e oito hectares e trinta e um ares), 1.034,81 ha (mil e trinta e quatro hectares e oitenta e um ares), e 2.853,34 ha (dois mil oitocentos e cinqenta e trs hectares e trinta e quatro ares), respectivamente, somando um total de 5.826,46 ha (cinco mil oitocentos e vinte e seis hectares e quarenta e seis ares), que passam a compor a Reserva de Desenvolvimento Sustentvel RDS dos Quilombos de Barra do Turvo nos termos do inciso II do artigo 6 desta lei; III gleba n 1.5, ocupada pelas comunidades tradicionais conhecidas como: Pinheirinho dos Francos, Areia Branca e Pinheirinho das Dvidas, localizada no Municpio de Barra do Turvo, com rea de 1.531,09 ha (mil quinhentos e trinta e um hectares e nove ares), que passa a compor a Reserva de Desenvolvimento Sustentvel - RDS dos Pinheirinhos, nos termos do inciso III do artigo 6 desta lei; IV gleba n 1.6, conhecida como Lavras, localizada no Municpio de Cajati, com rea de 889,74 ha (oitocentos e oitenta e nove hectares e setenta e quatro ares), que passa a compor a Reserva de Desenvolvimento Sustentvel RDS de Lavras, nos termos do inciso IV do artigo 6 desta lei;29

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V gleba n 1.7, composta pelas reas A, B e C; glebas 1.8 e 1.9, conhecidas como Paraso, Conchas, Quilmetro 270 (duzentos e setenta) e Bela Vista, situadas ao longo da BR-116, abrangidas pelos Municpios de Barra do Turvo e Cajati, com reas de 114,59 ha (cento e catorze hectares e cinqenta e nove ares), de 743,20 ha (setecentos e quarenta e trs hectares e vinte ares) e de 1.864,08 ha (mil oitocentos e sessenta e quatro hectares e oito ares), respectivamente, somando um total de 2.721,87 ha (dois mil setecentos e vinte um hectares e oitenta e sete ares), que passam a compor a rea de Proteo Ambiental APA do Planalto do Turvo, nos termos do inciso I do artigo 10 desta lei. VI gleba n 1.10, inserida nas localidades de Capelinha, Queimados, Vila Lucas e Brao Feio, situada no Municpio de Cajati, com rea de 2.975,71 ha (dois mil novecentos e setenta e cinco hectares e setenta e um ares), que passa a compor a rea de Proteo Ambiental APA de Cajati, nos termos do inciso II do artigo 10 desta lei; VII glebas n 1.11 e 1.12, conhecidas como Rio Pardinho e Rio Vermelho, situadas no Municpio de Barra do Turvo, com reas de 1.637,15 ha (mil seiscentos e trinta e sete hectares e quinze ares) e 1.598,31 ha (mil quinhentos e noventa e oito hectares e trinta e um ares), respectivamente, somando um total de 3.235,47 ha (trs mil duzentos e trinta e cinco hectares e quarenta e sete ares), que passam a compor a rea de Proteo Ambiental APA do Rio Pardinho e Rio Vermelho, nos termos do inciso III do artigo 10 desta lei; VIII Gleba n 1.13, conhecida como Jos da Costa, situada na rea do Quilombo Andr Lopes, Municpio de Eldorado, com rea de 106,40 ha (cento e seis hectares e quarenta ares) que passa a compor a APA dos Quilombos do Mdio Ribeira, do inciso IV do artigo 10 dessa lei;

Pargrafo nico A reclassificao das reas discriminadas neste artigo, de unidades de conservao de proteo integral para unidades de conservao de uso sustentvel, no implica a alterao da titularidade pblica do Estado de So Paulo, reconhecidas como devolutas, ou, se terras particulares, que tenham sido adquiridas ou em processo de aquisio, observada a legislao federal e estadual pertinentes, em especial, o artigo 31 do Decreto-lei federal n 3.365, de 21 de junho de 1941, que dispe sobre desapropriaes por utilidade pblica. Artigo 3 As glebas constantes do Anexo 2 ficam excludas do territrio original do Parque Estadual de Jacupiranga, descritas na seguinte conformidade: I gleba n 2.1, com a rea de 232,17 ha (duzentos e trinta e dois hectares e dezessete ares), reivindicada pela comunidade tradicional conhecida como Reginaldo, localizada no Municpio de Barra do Turvo, na parte que sobrepe ao territrio do Parque Estadual de Jacupiranga, que fica reservada para a regularizao fundiria como rea de interesse quilombola daquela comunidade; II gleba n 2.2, inserida no territrio do Quilombo de Mandira, localizada no Municpio de Canania, com rea de 411,73 ha (quatrocentos e onze hectares e setenta e trs ares), que fica reservada para a regularizao fundiria daquela comunidade quilombola; III gleba n 2.3, inserida no local conhecido como Rio das Minas, localizada no Municpio de Canania, com rea de 1.250,25 ha (mil duzentos e cinqenta hectares e vinte e cinco ares), que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Lagamar de Canania, institudo nos termos do inciso III do artigo 5 desta lei;

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IV gleba n 2.4, inserida no local conhecido como Colnia Santa Maria, localizada no Municpio de Canania, com rea de 264,14 ha (duzentos e sessenta e quatro hectares e catorze ares), que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Lagamar de Canania, institudo nos termos do inciso III do artigo 5 desta lei; V gleba n 2.5, conhecida como Porto do Varadouro, ocupada por populao tradicional, localizada no Municpio de Canania, com rea de 149,78 ha (cento e quarenta e nove hectares e setenta e oito ares), que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Lagamar de Canania, institudo nos termos do inciso III do artigo 5 desta lei; VI gleba n 2.6, inserida no local conhecido como Pindava, localizada no Municpio de Jacupiranga, com rea de 211,14 ha (duzentos e onze hectares e catorze ares), que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Lagamar de Canania, institudo nos termos do inciso III do artigo 5 desta lei; VII gleba n 2.7, conhecida como Ribeiro do Meio, com rea total de 268,45 ha (duzentos e sessenta e oito hectares e quarenta e cinco ares), no Municpio de Barra do Turvo, que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual Caverna do Diabo, institudo nos termos do inciso I do artigo 5 desta lei; VIII - gleba 2.8, conhecida como Areado/Cavuvu, no Municpio de Eldorado, com rea de 1.173,52 ha (mil cento e setenta e trs hectares e cinqenta e dois ares), que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual Caverna do Diabo, institudo nos termos do inciso I do artigo 5 desta lei;

IX - Gleba 2.9, na regio conhecida como Cruz Alta, no Municpio de Eldorado, com rea de 44,46 ha (quarenta e quatro hectares e quarenta e seis ares), que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual Caverna do Diabo, institudo nos termos do inciso I do artigo 5 desta lei; X gleba n 2.10, na regio conhecida como Serra do Guara, no Municpio de Cajati, com rea total de 81,18 ha (oitenta e um hectares e dezoito ares), que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Rio Turvo, institudo nos termos do inciso II do Artigo 5 desta lei; XI gleba n 2.11, com rea total de 229,34 ha (duzentos e vinte e nove hectares e trinta e quatro ares), composta pelas reas A, B, C, D, E, F e G, que ficaram isoladas em decorrncia da nova adequao dos limites do Parque, passando as reas A, B, C e D a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual Caverna do Diabo, e as reas E, F e G a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Rio Turvo. XII gleba n 2.12, conhecida como Varadouro de Cima, com a rea total de 350,37 ha (trezentos e cinqenta hectares e trinta e sete ares), no Municpio de Canania, que passa a compor a Zona de Amortecimento do Parque Estadual Lagamar de Canania. Artigo 4 Para recompor e ampliar o territrio original do Parque, a ttulo de compensao pelas excluses e visando conservao da natureza, ficam incorporadas as glebas constantes do Anexo 3, descritas na seguinte conformidade: I gleba n 3.1, conhecida como Rio das Pedras/Caracol, no Municpio de Iporanga, com rea de 6.052,15 ha (seis

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mil e cinqenta e dois hectares e quinze ares), com exceo da estrada de ligao entre Iporanga e Barra do Turvo e com excluso da rea da cascalheira municipal e respectivo acesso pela estrada de ligao entre os dois Municpios, descrita e caracterizada como gleba 3.1. A, com 170,62 ha (cento e setenta hectares e sessenta e dois ares); II gleba n 3.2, composta pelas reas A, B e B1, na regio conhecida como Ribeiro do Frio/Cachoeira do Sal, localizada nos Municpios de Iporanga e Barra do Turvo, com reas de 2.583,42 ha (dois mil, quinhentos e oitenta e trs hectares e quarenta e dois ares, 986,72 ha (novecentos e oitenta e seis hectares e setenta e dois ares) e 222,96 ha (duzentos e vinte e dois hectares e noventa e seis ares), respectivamente, somando um total de 3.793,10 ha (trs mil, setecentos e noventa e trs hectares e dez ares); III gleba n 3.3, constituda pelas reas A, B e C, conhecida como Lagamar, inserida no Municpio de Canania, com rea total de 16.630,05 ha (dezesseis mil, seiscentos e trinta hectares e cinco ares), com exceo da estrada do Ariri; IV gleba n 3.4, conhecida como Serra do Itapitangui, localizada nos Municpios de Canania e Jacupiranga, com rea de 3.232,50 ha (trs mil duzentos e trinta e dois hectares e cinqenta ares); V gleba n 3.5, conhecida como Pindava de Cima, localizada no Municpio de Jacupiranga, com rea de 2.046,37 ha (dois mil e quarenta e seis hectares e trinta e sete ares); VI gleba n 3.6, composta pelas reas devolutas estaduais A, B, C e D, situadas na regio da Serra do Guara, localizada no Municpio de Jacupiranga,34

totalizando a rea de 842,16 ha (oitocentos e quarenta e dois hectares e dezesseis ares); VII gleba n 3.7, situada na regio conhecida como Barra do Brao, localizada no Municpio de Eldorado, com rea de 536,94 ha (quinhentos e trinta e seis hectares e noventa e quatro ares); VIII gleba n 3.8, composta pelas reas A, B, C, D e E, situadas na regio da Serra do Azeite, localizadas no Municpio de Cajati, com rea total de 1.275,48 ha (mil duzentos e setenta e cinco hectares e quarenta e oito ares); IX gleba n 3.9, limtrofe aos bairros de Rio Bananal/ Umuarama/Boa Vista/Descanso da Vida, inserida nos Municpios de Cajati e Eldorado, com a rea de 4.993,75 ha (quatro mil novecentos e noventa e trs hectares e setenta e cinco ares); X gleba n 3.10, na regio conhecida como Crrego das Onas no Municpio de Eldorado, com a rea de 739,74 ha (setecentos e trinta e nove hectares e setenta e quatro ares); XI gleba n 3.11, composta pelas reas A e B, situada na regio do Areado/Batatal, localizada no Municpio de Eldorado com 163,59 ha (cento e sessenta e trs hectares e cinqenta e nove ares); XII gleba n 3.12, com rea total de 375,12 ha (trezentos e setenta e cinco hectares e doze ares) composta pelas reas A, B e C, localizadas nos Municpios de Barra do Turvo e Eldorado, acrescidas ao Parque Estadual Caverna do Diabo em funo da adequao dos limites; XIII gleba n 3.13, conhecida como a poro norte da Ilha do Tumba, no Municpio de Canania, com rea de35

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467,14 ha (quatrocentos e sessenta e sete hectares e quatorze ares), que passa a compor o Parque Estadual Lagamar de Canania. 1 As reas descritas neste artigo, que contemplem glebas devolutas regularmente apuradas em processos discriminatrios e de legitimao de posses, sero incorporadas e destinadas Secretaria do Meio Ambiente, cabendo Procuradoria Geral do Estado, por intermdio dos setores competentes, a adoo das medidas administrativas ou judiciais necessrias respectiva consolidao do domnio e posse. 2 As reas descritas neste artigo, que integrem regies no discriminadas, sero objeto dos respectivos procedimentos com vista apurao de glebas devolutas para sua posterior incorporao e destinao Secretaria do Meio Ambiente. 3 As reas particulares que porventura sejam identificadas aps o cumprimento do disposto nos 1 e 2 sero objeto de aquisio ou de declarao de utilidade pblica para fins de desapropriao, nos termos da legislao vigente. Artigo 5 O territrio original do Parque Estadual de Jacupiranga, alterado pelas reas reclassificadas, excludas e includas, definidas respectivamente, nos artigos 2, 3 e 4 desta lei, passa a ter a rea total de 154.872,17 ha (cento e cinqenta e quatro mil oitocentos e setenta e dois hectares e dezessete ares) e fica subdividido em trs parques estaduais, os quais passam a ser denominados e descritos na seguinte conformidade: I Parque Estadual Caverna do Diabo, com rea de 40.219,66 ha (quarenta mil duzentos e dezenove hectares36

e sessenta e seis ares), inserida nos Municpios de Eldorado, Iporanga, Barra do Turvo e Cajati, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 4; II Parque Estadual do Rio Turvo, com rea de 73.893,87 ha (setenta e trs mil oitocentos e noventa e trs hectares e oitenta e sete ares), inserido nos Municpios de Barra do Turvo, Cajati e Jacupiranga, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 5; III Parque Estadual do Lagamar de Canania, com rea de 40.758,64 ha (quarenta mil setecentos e cinqenta e oito hectares e sessenta e quatro ares), inserido nos Municpios de Canania e Jacupiranga, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 6; 1 As Zonas de Amortecimento dos Parques referidos neste artigo sero definidas em seus respectivos planos de manejo, os quais devero ser elaborados no prazo de at 5 (cinco) anos a contar da data de publicao desta lei. 2 O bairro conhecido por Santa Maria, abrangido pelo territrio original do Parque Estadual do Jacupiranga PEJ, e que passa a ter sua poro oeste incorporada ao territrio do Parque Estadual Lagamar de Canania, fica nesse trecho reconhecido como Zona Histrico-Cultural, e por ocasio do Plano de Manejo da unidade ser elaborado um Plano de Uso que assegure as condies scio-econmicas e ambientais dos ocupantes da rea, nos termos do que dispe o artigo 39 do Decreto federal n 4.340, de 22 de agosto de 2002. Artigo 6 Ficam institudas as Reservas de Desenvolvimento Sustentvel RDSs, nas reas reclassificadas conforme incisos I, II, III e IV do artigo 2, especificadas nos incisos de I a V deste artigo, perfazendo a rea total de 12.665,06 ha (doze mil37

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seiscentos e sessenta e cinco hectares e seis ares), descritas na seguinte conformidade: I Reserva de Desenvolvimento Sustentvel RDS Barreiro/Anhemas, destinada s comunidades tradicionais da regio Barreiro/Anhemas, com rea de 3.175,07 ha (trs mil cento e setenta e cinco hectares e sete ares), inserida no Municpio de Barra do Turvo, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 7; II Reserva de Desenvolvimento Sustentvel RDS dos Quilombos de Barra do Turvo, com rea total de 5.826,46 ha (cinco mil oitocentos e vinte seis hectares e quarenta e seis ares), destinada s comunidades quilombolas de Ribeiro Grande/Terra Seca, Cedro e Pedra Preta, inserida no Municpio de Barra do Turvo, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 8; III Reserva de Desenvolvimento Sustentvel RDS dos Pinheirinhos, destinada s comunidades tradicionais de Pinheirinho do Franco, Areia Branca e Pinheirinho das Dvidas, com rea de 1.531,09 ha (mil quinhentos e trinta e um hectares e nove ares), inserida no Municpio de Barra do Turvo, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 9; IV Reserva de Desenvolvimento Sustentvel RDS de Lavras, com rea destinada aos moradores tradicionais da prpria rea e outros oriundos de remanejamentos do Parque Estadual do Rio Turvo, com rea de 889,74 ha (oitocentos e oitenta e nove hectares e setenta e quatro ares), inserida no Municpio de Cajati, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 10; V Reserva de Desenvolvimento Sustentvel RDS de Itapanhapima, destinada populao tradicional de38

Itapanhapima, Retiro, Bombicho e outras oriundas de realocao do Parque Estadual Lagamar de Canania, e aos pescadores artesanais de Canania com rea de 1.242,70 ha (mil duzentos e quarenta e dois hectares e setenta ares), localizada no Municpio de Canania, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 11; 1 Aps estudos que indiquem a capacidade de suporte das reas referidas nos incisos I, III, IV e V deste artigo, bem como da retomada das reas pblicas irregularmente ocupadas, e da aquisio de eventuais reas ocupadas, os setores responsveis pela gesto e regularizao fundiria das Unidades de Conservao podero remanejar moradores tradicionais de glebas internas dos Parques Estaduais referidos no artigo 5 desta lei, para as reas das Reservas de Desenvolvimento Sustentvel RDSs, objetivando o cumprimento das funes e os objetivos para os quais as unidades foram estabelecidas. 2 As atividades tursticas e outros usos afins, em reas integrantes dos Parques Estaduais institudos pelo artigo 5 desta lei, e situadas nas cabeceiras das bacias hidrogrficas que abrangem as comunidades das Reservas de Desenvolvimento Sustentvel RDSs, sero definidos de forma conjunta com as associaes comunitrias respectivas e o Conselho Consultivo da Unidade, previsto no 3 do artigo 12 desta lei, assegurando-se s populaes tradicionais a participao na gesto e repartio dos benefcios advindos do uso indireto dos recursos da rea. 3 Fica assegurado aos moradores tradicionais da Reserva de Desenvolvimento Sustentvel dos Pinheirinhos, institudo pelo inciso III deste artigo, o uso da estrada que d acesso ligao entre Barra do Turvo e a Rodovia BR116.

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Artigo 7 Fica instituda a Reserva Extrativista RESEX da Ilha do Tumba, destinada s comunidades da Ilha do Cardoso e Regio de Ariri, com rea de 1.128,26 ha (um mil, cento e vinte e oito hectares e vinte e seis ares), em rea correspondente gleba n. 4.2 do Anexo 12, inserida no Municpio de Canania, cujos limites e confrontaes encontram-se descritos no Anexo 12. Artigo 8 Fica instituda a Reserva Extrativista RESEX Taquari, destinada s comunidades locais e aos pescadores artesanais de Canania, com rea de 1.662,20 ha (mil seiscentos e sessenta e dois hectares e vinte ares), no Municpio de Canania, em rea correspondente a gleba n 4.3, originada do desmembramento da Gleba 3.3 do Anexo 3, cujos limites e confrontaes encontramse descritos no Anexo 17. Artigo 9 O Poder Executivo, por seus rgos competentes, elaborar o cadastro das populaes tradicionais existentes nas Reservas de Desenvolvimento Sustentvel RDSs, bem como promover a regularizao fundiria dessas reas, de forma a assegurar o uso do territrio por essas populaes, observados os prazos estabelecidos no artigo 14 desta lei. Artigo 10 Ficam institudas as reas de Proteo Ambiental APAs, com rea total de 73.558,09 ha (setenta e trs mil, quinhentos e cinqenta e oito hectares e nove ares), descritas na seguinte conformidade: I rea de Proteo Ambiental APA do Planalto do Turvo, com rea total de 2.721,87 ha (dois mil setecentos e vinte e um hectares e oitenta e sete ares), composta por 3 (trs) glebas, localizada nos Municpios de Barra do Turvo e Cajati, reclassificadas pelo inciso V do artigo 2 desta lei, cujos limites e confrontaes so descritos no Anexo 13;40

II rea de Proteo Ambiental APA de Cajati, com rea de 2.975,71 ha (dois mil novecentos e setenta e cinco hectares e setenta e um ares), localizada no Municpio de Cajati, reclassificada pelo inciso VI do artigo 2 desta lei, cujos limites e confrontaes so descritos no Anexo 14; III rea de Proteo Ambiental APA do Rio Pardinho e Rio Vermelho, com rea total de 3.235,47 ha (trs mil duzentos e trinta e cinco hectares e quarenta e sete ares), composta por duas glebas, localizadas no Municpio de Barra do Turvo, reclassificada pelo inciso VII do artigo 2 desta lei, cujos limites e confrontaes so descritos no Anexo 15; IV rea de Proteo Ambiental APA dos Quilombos do Mdio Ribeira, localizada nos Municpios de Iporanga, Barra do Turvo e Eldorado, composta pelos territrios das comunidades Quilombolas de Nhunguara, Andr Lopes, Sapatu, Ivaporanduva, Galvo, So Pedro, Piles, Maria Rosa, Pedro Cubas, Pedro Cubas de Cima e Praia Grande, com rea de 64.625,04 ha (sessenta e quatro mil seiscentos e vinte e cinco hectares e quatro ares), originalmente includa na APA da Serra do Mar, instituda pelo Decreto estadual n 22.717, de 21 de setembro de 1984, alterado pelos Decretos n 28.347 e n 28.348, ambos de 22 de abril de 1988, e ora desmembrada desta ltima rea, e outras reas especificadas, com limites e confrontaes descritos no Anexo 16. 1 Na rea de abrangncia da APA dos Quilombos do Mdio Ribeira, ficam reservados 663,84 ha (seiscentos e sessenta e trs hectares e oitenta e quatro ares), rea conhecida como Andr Lopes/Caverna do Diabo, conforme Glebas 5.1 descrita no memorial descritivo Anexo 17, para os estudos necessrios efetivao do compromisso da Associao de Remanescentes de Quilombos do Bairro Andr Lopes, firmado com a Fundao Florestal, de41

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Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

instituir uma Reserva Particular do Patrimnio Natural - RPPN, a qual ir compor o Mosaico do Jacupiranga. 2 Na rea de abrangncia da APA dos Quilombos do Mdio Ribeira, ficam tambm reservados 169,77 ha (cento e sessenta e nove hectares e setenta e sete ares), rea conhecida como Sapat/Queda de Meu Deus, conforme gleba 5.2 descrita no memorial descritivo no Anexo 17, para os estudos necessrios efetivao do compromisso da Associao de Remanescentes de Quilombos do Bairro de Sapatu, firmado com a Fundao Florestal, de instituir uma Reserva Particular do Patrimnio Natural - RPPN, a qual ir compor o Mosaico do Jacupiranga. 3 Nas reas de Proteo Ambiental APAs institudas nos termos dos incisos I, II e III, deste artigo, o Poder Executivo promover o reordenamento territorial, dispondo sobre as medidas para o uso e a ocupao do solo. Artigo 11 As Reservas de Desenvolvimento Sustentvel RDSs, as Reservas Extrativistas RESEXs e as reas de Proteo Ambiental APAs, previstas nos artigos 6, 7, 8 e 10 desta lei, que estejam localizadas em territrio pblico ou em processo de aquisio, especialmente aquelas abrangidas pelo corredor da Rodovia Federal Rgis Bittencourt BR - 116, sero objeto de um plano de reordenamento territorial que assegure a sustentabilidade ambiental, a proteo dos recursos naturais de seu interior e entorno, e a melhoria da qualidade de vida das populaes ali residentes, vedada a transferncia de domnio a particulares por qualquer procedimento, em especial o de legitimao de posses. Artigo 12 Fica institudo o Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga, com rea total de 243.885,78 ha (duzentos e quarenta e trs mil, oitocentos e oitenta e cinco hectares e setenta e oito ares), composto pelas unidades de conservao da natureza estabelecidas42

por esta lei, includas as reas definidas como Zonas de Amortecimento e outras especificadas nos termos da planta cartogrfica que compe o Anexo 18. 1 A administrao do Mosaico ser feita por rgo a ser definido pela Secretaria do Meio Ambiente, observando os objetivos de conservao, de forma a compatibilizar a presena da biodiversidade, a valorizao da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentvel no contexto regional, em atendimento ao que dispe o artigo 26 da Lei federal n 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao e seu regulamento. 2 A gesto das reas que compem o Mosaico deve atender os requisitos contidos na Lei federal n 9.985/ 00, especialmente ao que dispe o artigo 27 e seus pargrafos, quando da elaborao dos planos de manejo, previstos no 1 do artigo 5 desta lei. 3 Cada Unidade de Conservao includa no Mosaico contar com um Conselho Consultivo ou Deliberativo, na conformidade de ato a ser expedido pelo Poder Executivo. 4 O Mosaico contar com um Conselho Consultivo, com a funo de atuar como instncia de gesto integrada das unidades de conservao que o compe, na conformidade de ato a ser expedido pelo Poder Executivo. 5 O Poder Executivo priorizar a regularizao fundiria das terras inseridas no Mosaico, assegurando recursos humanos e financeiros para tal fim. 6 O Poder Executivo adotar as medidas necessrias adequada gesto das Unidades de Conservao integrantes do Mosaico, provendo os recursos humanos e financeiros para tal fim, observados os prazos estabelecidos por esta lei e por outras normas pertinentes.43

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Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

Disposies Finais Artigo 13 Fica o rgo gestor do Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga, previsto no 1 do artigo 12 desta lei, autorizado a celebrar Termos de Compromissos Ambientais com os moradores, das reas que compem as Reservas de Desenvolvimento Sustentvel RDSs, as Reservas Extrativistas RESEXs e as reas de Proteo Ambiental APAs, referidas nos artigos 6, 7, 8 e 10, e as respectivas associaes comunitrias, objetivando a compatibilizao das atividades tradicionais com a proteo dos recursos naturais existentes na rea, at a definitiva regularizao fundiria das glebas e a elaborao do Plano de Manejo da Unidade. Pargrafo nico O Termo de Compromisso Ambiental de que trata o caput deste artigo poder ser firmado tambm com as populaes tradicionais aglomeradas ou isoladas, assim reconhecidas pelo rgo gestor, nos territrios dos Parques institudos por esta lei, com o objetivo de compatibilizar as atividades dos ocupantes e a proteo da rea. Artigo 14 O Poder Executivo, por intermdio da Secretaria do Meio Ambiente, adotar as medidas necessrias para assegurar aos moradores tradicionais das Unidades de Conservao de uso sustentvel institudas pelos artigos 6, 7 e 8 desta lei, a qualidade das guas provenientes das reas montante, inseridas nos Parques Estaduais do Rio Turvo, Caverna do Diabo e Lagamar de Canania. Artigo 15 Considerando a complexidade scioambiental e fundiria das unidades de conservao que compem o Mosaico do Jacupiranga, fica o Poder Executivo autorizado a proceder, mediante decreto, a eventuais retificaes dos limites territoriais desses espaos44

protegidos, desde que observadas, cumulativamente, as seguintes condies: I quando estudos tcnicos indicarem a necessidade da retificao para compatibilizar a rea da Unidade de Conservao com o zoneamento previsto em seu Plano de Manejo; II se a proposta de alterao, aps manifestao dos conselhos consultivos e deliberativos, e os procedimentos administrativos pertinentes, for previamente aprovada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente CONSEMA; III quando a retificao no reduzir em mais de 3% as reas de proteo integral institudas por esta lei, e em 5% a rea total do Mosaico do Jacupiranga. Pargrafo nico Quando a alterao implicar exclusivamente na incluso de novas reas s Unidades de Conservao inseridas no Mosaico do Jacupiranga, podero ser dispensadas as condies estabelecidas no inciso III desse artigo. Artigo 16 Por ato do Poder Executivo podero a vir compor o Mosaico do Jacupiranga outras unidades de conservao j existentes, ou que venham a ser criadas, em reas justapostas ou vizinhas, observadas as seguintes condies: I que estudos tcnicos do rgo gestor ambiental indiquem a adequao da incorporao da Unidade ao Mosaico; II que as Unidades em questo se enquadrem nas categorias de manejo previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza SNUC, ou no Sistema Estadual de Unidades de Conservao;

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Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

III que, no caso de Unidades de Conservao federais, municipais, ou particulares, a solicitao de incorporao ao Mosaico seja formalizada pelo rgo Gestor da Unidade a ser includa. Artigo 17 A Secretaria do Meio Ambiente elaborar, no prazo de 6 (seis) meses, o cadastro dos ocupantes das reas que integram o Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga, e realizar, no prazo de 12 (doze) meses, os estudos necessrios para harmonizar a conservao do meio ambiente e as atividades dos moradores residentes nas reas protegidas, ambos os prazos a contar da data de publicao desta lei. 1 As concluses dos estudos referidos no caput deste artigo devero ser complementadas por medidas administrativas e procedimentos que viabilizem as atividades de subsistncia dos moradores tradicionais, bem como daqueles que o cadastro indicar possurem caractersticas predominantes de tradicionalidade. 2 Com base no cadastramento das populaes localizadas em reas do Mosaico, podero ser autorizadas instalaes ou reformas de equipamentos pblicos, especialmente escolas, postos de sade, estradas e redes de energia eltrica, autorizaes que sero condicionadas compatibilidade do equipamento com a categoria de manejo da respectiva unidade de conservao. Artigo 18 Ficam acrescidos os incisos VIII e IX ao 2 do artigo 1 da Lei n 3.201, de 23 de dezembro de 1991, alterada pela Lei n 8.510, de 29 de dezembro de 1993, na seguinte conformidade: Artigo1 .................................................................... 2 ............................. ..............................................46

VIII Reservas de Desenvolvimento Sustentvel peso 0,2 (dois dcimos); IX Reservas Extrativistas peso 0,2 (dois dcimos). Artigo 19 Ficam acrescidos os incisos IX e X aos artigos 2 e 6 da Lei n 9.146, de 9 de maro de 1995, na seguinte conformidade: Artigo 2 ..............................................................

IX Reservas de Desenvolvimento Sustentvel peso 0,2 (dois dcimos); X Reservas Extrativistas peso 0,2 (dois dcimos). Artigo 6 ...............................................................

IX Reservas de Desenvolvimento Sustentvel peso 0,2 (dois dcimos); X Reservas Extrativistas peso 0,2 (dois dcimos). Artigo 20 A Secretaria do Meio Ambiente comunicar ao Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica e ao Ministrio do Meio Ambiente as mudanas ocorridas na constituio das reas que compem o contnuo protegido, em face do disposto nesta lei, especialmente no que se refere s reas ncleos, visando adoo de providncias conjuntas para a reconfigurao dos limites da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, originalmente institudos junto Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura UNESCO.47

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Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

Pargrafo nico A mesma comunicao dever ser feita aos rgos referidos no caput deste artigo, com relao s reas que constituem o Stio do Patrimnio Mundial Natural da Mata Atlntica do Sudeste e o Mosaico de Unidades de Conservao, institudas pela Portaria do Ministrio do Meio Ambiente MMA/n 50, de 8 de maio de 2006. Artigo 21 Os artigos 1, 2 e 3 da Lei n10.850, de 6 de julho de 2001, passam a vigorar com a seguinte redao: Artigo 1 As reas ocupadas pelas comunidades quilombolas de Nhunguara, Sapatu e Andr Lopes ficam excludas dos limites do Parque Estadual de Jacupiranga, criado pelo Decreto-lei n 145, de 8 de agosto de 1969 (NR). Artigo 2 As reas ocupadas pelas comunidades quilombolas Piles, Maria Rosa, So Pedro, Ivaporunduva e Pedro Cubas ficam excludas do Parque Estadual de Intervales, criado pelo Decreto n 40.135, de 8 de junho de 1995, e da Zona de Vida Silvestre da rea de Proteo Ambiental da Serra do Mar (NR). Artigo 3 As reas de que trata a presente lei passam a integrar a rea de Proteo Ambiental dos Quilombos do Mdio Ribeira, devendo sua regulamentao especfica garantir o uso e a ocupao pelos remanescentes das comunidades quilombolas, respeitadas suas especificidades culturais (NR) . Artigo 22 O Poder Executivo instituir, no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicao desta lei,48

Comisso composta por representantes dos setores pblicos envolvidos na proteo, regularizao fundiria, implantao e gesto das reas que compem o Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga. Pargrafo nico No mbito da Comisso referida no caput deste artigo ser institudo Grupo de Trabalho especfico para tratar das questes decorrentes da operacionalizao das rodovias, estradas municipais, vicinais e outras j existentes ou planejadas na rea do Mosaico, com a finalidade de analisar demandas especficas e, em especial, as relacionadas s instalaes de servios, ocupaes, faixas de interesse rodovirio e ordenamento territorial de reas lindeiras. Artigo 23 As despesas decorrentes da execuo desta lei correro por conta das dotaes oramentrias prprias consignadas Secretaria do Meio Ambiente e aos demais rgos envolvidos na implementao do Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga, ficando o Poder Executivo autorizado a promover, se necessrio, a abertura de crditos adicionais suplementares. Artigo 24 Esta lei e suas disposies transitrias entram em vigor na data de sua publicao. Disposies Transitrias Artigo 1 At que sejam elaborados os planos de manejo previstos no 1 do artigo 5 desta lei, que devero incorporar as Zonas de Amortecimento estabelecidas pelos incisos III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI e XII do artigo 3 desta lei, fica criada uma Zona de Amortecimento Provisria de 5 km (cinco quilmetros), a contar do limite de cada Unidade de Conservao ora instituda, ou quando for o caso, at o limite da unidade circunvizinha abrangida pelo Mosaico de Unidades de

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Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

Conservao do Jacupiranga, institudo pelo artigo 12 desta lei. Artigo 2 At que sejam aprovados os planos de manejo indicados no 1 do artigo 5 desta lei, poder ser adotado pelo rgo gestor de cada Unidade, plano de gesto especial, com zoneamento provisrio, justificadas a necessidade e a adequao ambiental requeridas. Palcio dos Bandeirantes, aos 21 de fevereiro 2008. JOS SERRA Francisco Graziano Neto Secretrio do Meio Ambiente Aloysio Nunes Ferreira Filho Secretrio-Chefe da Casa Civil

As UCs do Mosaico Mapa dos Parques do Mosaico

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Parque Estadual Caverna do Diabo O Parque Estadual Caverna do Diabo possui 40.219,66 ha abrangendo reas dos municpios de Barra do Turvo, Cajati, Eldorado e Iporanga. Possui reas de montanhas calcrias com florestas primitivas, cachoeiras e vrias cavernas de grande beleza.

Parque Estadual Lagamar de Canania O Parque Estadual Lagamar de Canania possui 40.758,64 ha abrangendo reas dos municpios de Canania e Jacupiranga. Al esto conservadas grandes reas de montanhas costeiras, restingas e manguezais, e espcies endmicas como o mico-leo-caiara.

Parque Estadual do Rio Turvo O Parque Estadual do Rio Turvo possui 73.893,87 ha abrangendo reas dos municpios de Barra do Turvo, Cajati e Jacupiranga. Protege uma das maiores extenses de floresta com araucria do Estado e grande concentrao de espcies ameaadas como o papagaio-depeito-roxo.52 53

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Mapa das reas de Proteo Ambiental

APA do Planalto do Turvo A APA do Planalto do turvo possui 2.721,87 ha abrangendo reas dos municpios de Cajati e Barra do Turvo. Situada junto BR 116 prev o o r d e n a m e n t o t e r r i t o r i a l compatibilizando o uso do solo por suas populaes e a conservao da natureza.

APA do Rio Vermelho e Rio Pardinho A APA do Rio Pardinho e Rio Vermelho possui 3.235,47 ha abrangendo reas do municpio de Barra do Turvo. Visa o ordenamento territorial e a conservao em reas de intensa ocupao humana ao longo da rodovia BR 116.

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APA de Cajati A APA de Cajati possui 2.975,71 ha abrangendo reas do municpio de Cajati. Inclui comunidades tradicionais e urbanizao mais recente. Visa a melhoria das condies de uso e conservao, integradas ao futuro Ncleo Capelinha do Parque Estadual do Rio do Turvo.

Mapa das Reservas de Desenvolvimento Sustentvel

APA Quilombos da Mdio Ribeira A APA Quilombos do Mdio Ribeira possui 64.625,04 ha abrangendo reas dos municpios de Eldorado e Iporanga. Desmembrada da APA da Serra do Mar e protegendo importantes florestas, essa APA concentra 12 remanescentes de Quilombos e visa o desenvolvimento sustentvel dessas comunidades.56 57

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RDS de Lavras A RDS possui 889,74 ha abrangendo reas do municpio de Cajati. destinada ao desenvolvimento sustentvel de populaes tradicionais da prpria rea e de outras remanejadas de reas internas dos parques.

RDS dos Pinheirinhos A RDS dos Pinheirinhos possui 1.531,09 ha abrangendo reas do municpio de Barra do Turvo. Esta rea visa assegurar a permanncia e desenvolvimento de 3 comunidades tradicionais situadas junto divisa com Paran.

RDS de Itapanhapima A RDS de Itapanhapima possui 1.242,70 ha abrangendo reas do municpio de Canania. Tem por objetivo conservar importantes reas de restinga e manguezais e promover o desenvolvimento sustentvel das comunidades caiaras que habitam o local.

RDS Barreiro-Anhemas A RDS BarreiroAnhemas possui 3.175,07 ha abrangendo reas do municpio de Barra do Turvo. Situada nas margens do Rio do Turvo, a RDS visa benefciar 2 bairros rurais tradicionais do municpio.

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RDS Quilombos de Barra do Turvo A RDS Quilombos de Barra do Turvo possui 5.826,46 ha abrangendo reas do municpio de Barra do Turvo. A Reserva envolve 4 c o m u n i d a d e s quilombolas: Cedro, Ribeiro Seco, Pedra Preta e Terra Seca, e visa melhorar as condies de vida dessas populaes.

Mapa das Reservas Extrativistas

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RESEX da Ilha do Tumba A RESEX da Ilha do Tumba possui 1.128,26 ha abrangendo reas do municpio de Canania. Seu objetivo conservar importante rea do Lagamar e assegurar o extrativismo (carangueijos, pesca) pelas comunidades locais.

Mapa das Reservas Particulares do Patrimonio Natural previstas pela Lei 12.810/2008 para reconhecimento

RESEX do Taquari A RESEX do Taquari possui 1.662,20 ha abrangendo reas do municpio de Canania. Protege manguezais do Rio Taquari e assegura a pesca para pescadores tradicionais de Canania.

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RPPN Quilombo Sapatu Em processo de elaborao, a RPPN Quilombo Sapatu possui estimadamente 170 ha situada na rea do Ncleo Caverna do Diabo, protege matas, cachoeiras e cavernas para ecoturismo e uso dessas comunidades.

Anexo 1 GRUPO INTERSECRETARIAL DE TRABALHO DO PARQUE ESTADUAL DE JACUPIRANGA Clayton Ferreira Lino Coordenador do Grupo de Trabalho/ Gabinete SMA/SP e Presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica. PGE/SJDC Dr. Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo Procurador do Estado/ PPI Dr. Alexandre Moura de Souza Procurador do Estado/ PR2 - Santos Dra. Cristiana Corra Conde Faldini Procuradora do Estado/ GPG

INSTITUTO FLORESTAL Dr. Joo Batista Baitello Diretor Geral Jos Luiz de Carvalho Diretor Tcnico da Diviso de Reservas e Parques Estaduais

RPPN Quilombo Andr Lopes Em processo de elaborao,a RPPN Quilombo Andr Lopez possui estimadamente 664 ha situada na rea do Ncleo Caverna do Diabo, protege matas, cachoeiras e cavernas para ecoturismo e uso dessas comunidades.

FUNDAO FLORESTAL Maria Ceclia Wey de Brito Diretora Executiva Luiz Roberto Camargo Numa de Oliveira Diretor de Operaes

ITESP/SJDC Anselmo Gomiero Assistente Tcnico da Diretoria Adjunta de Recursos Fundirios Carlos Henrique Gomes Assessor da Diretoria Executiva Roberto Aldo Salone Assessor do Gabinete do Secretrio de Justia e Defesa da Cidadania

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Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

GT-PEJ Equipe Tcnica e Colaboradores EQUIPE TCNICA PERMANENTE INSTITUTO FLORESTAL Arlete Ohata IF/PGE Francisco Eduardo Silva Pinto Vilela Frederico Alexandre Roccia Dal Pozzo Arzolla Glucia Cortez Ramos de Paula Hlio Yoshiaki Ogawa Isadora Le Senechal Parada Joaquim de Britto Costa Neto Jos da Silva Josenei Gabriel Car Maria Aparecida Cndido Salles Resende Mario Jos Nunes de Souza Ocimar Jos Baptista Bim Roney Perez dos Santos GSMA Valdely Cardoso Brito RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLNTICA Ana Lopez Danilo Csar Zenerato Danilo Costa Silva Fabricio Lameu Jos Antonio Basso Scaleante Leiz da Silva Rosa Suely Ferreira Lino Pontalti ITESP Antnio Alonso Maria Ignez Maricondi Jos Renato LisboaCOLABORADORES / MEMBROS CONVIDADOS DO GT-PEJ ASSEMBLIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SO PAULO Hamilton Pereira Deputado Estadual Wladimir Belisrio Assessor Parlamentar Samuel Moreira sa Silva Junior - Deputado Estadual 66

Simo Pedro - Deputado Estdual Amaral - Assessor Parlamentar

PROMOTORIA REGIONAL DO MEIO AMBIENTE DE REGISTRO Tatiana Tucci Marchiori Promotora de Justia BARRA DO TURVO Luiz Aparecido Padilha Fernandes - Prefeito Municipal Cezar Dantas Barboza Presidente da Cmara Municipal Carlos A. Roesler Prefeitura Municipal Henrique da Mota Barbosa Prefeitura Municipal Lucinia Aparecida de M. Moura Prefeitura Municipal Admilson Gonalves da Cruz Cmara Municipal Darci Cordeiro da Silva Cmara Municipal Lenuir Sutilli Cmara Municipal Silvio Gonalves de Abreu Cmara Municipal Valdecir Simo Assessor Adilson Vieira Alves CAJAT Marino de Lima Prefeito Municipal Emerson Muniz Prefeitura Municipal Adilson Vieira Alves Cmara Municipal Waldemar Fernandes Sindicato dos Trabalhadores Rurais Jos Ccero da Silva representante dos moradores CANANIA Geraldo Carlos Carneiro Filho Prefeito Marcelo Barros Prefeitura Municipal ELDORADO Eli Fouquet Prefeito Municipal Rodrigo Aguiar Prefeitura Municipal IPORANGA Ariovaldo Pereira da Silva Prefeito Municipal Nelson Leocdio Presidente da Cmara Municipal Vamir dos Santos Prefeitura Municipal JACUPIRANGA Joo Batista de Andrade - Prefeito Municipal 67

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Genizete A. Pinto Cmara Municipal Luis Carlos - Cmara Municipal Marcos Roberto Lustroso - Cmara Municipal

CONSULTOR TCNICO Fbio Olmos FUNDAO FLORESTAL Wanda Maldonado Ana Carolina de C. Honora ECOASSOCIAO Ricardo Magalhes SBE ISA Marcos Gamberini Nilto Tato Luiz Afonso Vaz de Figueiredo Jovenil F. Souza Jos Antnio Scaleante

Andr Luis P. Moraes Marina Rodrigues da Silva Odacilio Pereira Adilson Oliveira Braz de Frana Gizele

ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE NHUNGUARA Cludio Ribeiro dos Santos Presidente Aparcio de Almeida Ex-Presidente Jos Paula de Frana Jos Nalasco da Costa ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE IVAPORUNDUVA Alexandre Marinho (Kak) - Presidente Paulo Silvio Pupo (Paulo) Jos Rodrigues Oriel Benedito Alves da Silva (Dito) ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE CEDRO Vandir Ferreira Bellemer ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE PEDRA PRETA ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE REGINALDO ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE RIBEIRO GRANDE Camilo de Pontes Maciel ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE TERRA SECA Nilse do P. Pereira ASSOCIAES E SINDICATOS RURAIS DO VALE DO RIBEIRA.

FUNCIONRIOS DO PARQUE ESTADUAL DE JACUPIRANGA MEMBROS DOS CONSELHOS CONSULTIVOS DO PEJ (Caverna do Diabo, Cedro e Canania) ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE SAPATU Josias Moreira Presidente Antonio Mattes Pereira Vice Presidente Pedro Pereira Maria Gonalves Geraldo Furquim Antonio Furquim Neto Dario Machado ASSOCIAES DOS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE ANDR LOPES Jos da Costa - Presidente Joo Vitorino da Mota 68

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Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

Anexo 2 Comisso de Implantao do Mosaico do Jacupiranga DECRETO N 53.248, DE 18 DE JULHO DE 2008 Dispe sobre a instituio da Comisso para a Implantao do Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga e d providncias correlatas JOS SERRA, Governador do Estado de So Paulo, no uso de suas atribuies legais, e em atendimento ao previsto no artigo 22 da Lei n 12.810, de 21 de fevereiro de 2008, Decreta: Artigo 1 - Fica instituda a Comisso para a Implantao do Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga, com a finalidade de analisar, propor e articular as aes necessrias efetiva implantao das Unidades de Conservao da Natureza que compem o referido Mosaico, no mbito do Governo de So Paulo, e das demais esferas governamentais, bem como da sociedade civil. Artigo 2 - A Comisso ser constituda por representantes das Secretarias e entidades a seguir relacionados: I - Secretaria do Meio Ambiente: com 3 (trs) titulares, sendo 1 (um) do Gabinete do Secretrio, 1 (um) do Instituto Florestal e 1 (um) do Departamento Estadual de Proteo aos Recursos Naturais - DEPRN, e seus respectivos suplentes; II - Fundao para Conservao e Produo Florestal do Estado de So Paulo: com 2 (dois) titulares e 2 (dois) suplentes; III - Secretaria da Justia e Defesa da Cidadania: com 2 (dois) titulares, sendo um deles da Fundao Instituto de Terras do Estado de So Paulo - ITESP, e 2(dois) suplentes; IV - Secretaria de Economia e Planejamento: com 1 (um) titular e 1 (um) suplente; V - Procuradoria Geral do Estado: com 1 (um) titular e 1 (um) suplente;70

VI - Secretaria dos Transportes: com 2 (dois) titulares, sendo um deles do Departamento de Estradas de Rodagem - DER, e 2 (dois) suplentes. 1 - A indicao de cada representante far-se- mediante designao de suas chefias imediatas e dos Secretrios das respectivas Pastas. 2 - A presidncia da Comisso ser atribuio do representante do Gabinete da Secretaria do Meio Ambiente. Artigo 3 - A execuo das aes e medidas propostas pela Comisso, quando no for de competncia especfica de outros rgos, ficar sob a responsabilidade da Fundao para Conservao e Produo Florestal do Estado de So Paulo. Artigo 4 - A Fundao para Conservao e Produo Florestal do Estado de So Paulo, por ato prprio de sua gesto, instituir equipes de trabalho e de cooperao pertinentes efetiva implantao das unidades de conservao, passando a responder pela administrao das unidades de conservao estaduais que compem o referido Mosaico, salvo disposies legais em contrrio. Artigo 5 - O Presidente da Comisso poder, sempre que entender necessrio ao desenvolvimento dos trabalhos, convidar tcnicos de outras esferas de governo, especialmente representantes dos municpios e comunidades locais, da Assemblia Legislativa do Estado de So Paulo, da coordenao da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica, bem como das organizaes ambientais e sociais que atuam tradicionalmente na rea, para participar de reunies, dar apoio tcnico e outras atividades, em carter temporrio ou permanente. Artigo 6 - A Comisso ora instituda poder criar grupos de trabalho para tratar de temas especficos de interesse do Mosaico, ficando desde j criado o Grupo de Trabalho - Estradas e Rodovias, previsto no pargrafo nico do artigo 22 da Lei n 12.810, de 21 de fevereiro de 2008, que ser coordenado pela presidncia da Comisso.71

CADERNO N. 37 - SRIE CONSERVAO E REAS PROTEGIDAS

Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

Artigo 7 - A Secretaria do Meio Ambiente e a Fundao para Conservao e Produo Florestal do Estado de So Paulo devero assegurar os recursos e os instrumentos necessrios efetiva atuao da Comisso ora instituda. Artigo 8 - Este decreto entra em vigor na data de sua publicao. Palcio dos Bandeirantes, 18 de julho de 2008 JOS SERRA Francisco Graziano Neto Secretrio do Meio Ambiente Luiz Antonio Guimares Marrey Secretrio da Justia e da Defesa da Cidadania Francisco Vidal Luna Secretrio de Economia e Planejamento Mauro Guilherme Jardim Arce Secretrio dos Transportes Aloysio Nunes Ferreira Filho Secretrio-Chefe da Casa Civil Publicado na Casa Civil, aos 18 de julho de 2008.

I - Secretaria do Meio Ambiente - SMA: Pelo Gabinete do Secretrio: Clayton Ferreira Lino, RG n 5.520.090, como Presidente da Comisso; Jos Pedro Oliveira Costa, RG n 3.307.407-0, como suplente. Pelo Instituto Florestal: Ocimar Jos Baptista Bim, RG n 11.225.351, como titular; Josenei Gabriel Car, RG n 23.671.707-8, como suplente. Pelo Departamento Estadual de Proteo aos Recursos Naturais - DEPRN: Carlos Augusto da Cunha Correa Junior, RG n 13.775.845 -5, como titular; Herbert Hans Rudolf Schultz, RG n 6.999.218, como suplente. Pela Fundao para a Conservao e Produo Florestal do Estado de So Paulo: Donizetti Borges Barbosa, RG n 7.462.154, como titular; Sandra Aparecida Leite, RG n 11.331.975, como titular Mario Jos Nunes de Souza, RG n 9.789.512, como suplente; Airton Vieira, RG n 15.597.989, como suplente; II - Secretaria da Justia e da Defesa da Cidadania: Pela Fundao Instituto de Terras do Estado de So Paulo: Anselmo Gomiero, RG n 8.234.820, como titular; Jos Renato Lisboa, RG n 16.479.783, como titular; Antonio Garcia Leal, RG n 13.402.105, como suplente; e Maria Ignez Maricondi, RG n 4.736.036, como suplente. III - Procuradoria Geral do Estado: Mrcia Elisabete Leite, RG n 15.532.118, como titular; Daniel Smolentzov, RG n 27.415.618-0, como suplente. IV - Secretaria dos Transportes: Pelo Departamento de Estradas de Rodagem - DER: Jos Francisco Guerra da Silva, RG n 6.832.582, como titular; Everson Guilherme Grigoleto, RG n 10.942.719, como suplente.73

Resoluo SMA - 77, de 4-11-2008, alterada em maro de 2009Dispe sobre a designao de representantes da Comisso para a Implantao do Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga, nos termos do artigo 2 do Decreto n 53.248, de 18 de julho de 2008O Secretrio de Estado do Meio Ambiente, considerando o disposto no Decreto n 53.248, de 18 de julho de 2.008, que instituiu a Comisso para a Implantao do Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga, com a finalidade de analisar, propor e articular as aes necessrias efetiva implantao das Unidades de Conservao da Natureza que compem o Mosaico, no mbito do Governo de So Paulo, e das demais esferas governamentais, bem como da sociedade civil, resolve: Artigo 1 - Designar os representantes, abaixo indicados, para compor a supracitada Comisso:72

CADERNO N. 37 - SRIE CONSERVAO E REAS PROTEGIDAS

Mosaico de Unidades de Conservao do Jacupiranga.

Pelo Departamento Rodovirio SA: Marcelo Arreguy Barbosa, RG n m285.011, como titular; Agnaldo G. de A. Junior, RG n 30.205.088-7, como suplente. V - Secretaria de Economia e Planejamento: Maria de Ftima Infante de Arajo, RG n 777.167-3-PR, como titular; Sergio Gomes Vassimon, RG n 1.556.063-6, como suplente. Artigo 2 -